Idot V3N3 _ COMPLETO
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ARTIGO ORIGINAL Análise radiográfica das disfunções álgicas da coluna cervical antes e após aplicação de técnicas de terapia manual Radiographic analysis of pain dysfunctions the cervical column before and after application of manual therapy tecniques RESUMO 1 Dean Azevedo Rodrigues de Oliveira , São José do Rio Preto, SP, Brasil. Introdução :Radiografias da coluna cervical são exames utilizados regularmente para avaliação clínica. No que se refere aos procedimentos de terapia manual, poucos estudos descrevem mudanças comparativas antes e após o tratamento, o que dificulta estabelecer critérios para acompanhamento e prognóstico do paciente. Objetivo: Verificar se os procedimentos utilizados em terapia manual produzem mudanças radiológicas e sintomáticas em pacientes com queixa de cefaléia, cervicalgia, cervicobraquialgia e/ou cervicodorsalgia. Materiais e métodos: Foram analisadas as radiografias em perfil, ântero-posterior e transoral da coluna cervical, antes e após terapia manual, de 20 pacientes (n=20). Os pacientes foram submetidos a uma sessão/semana, de 50 minutos cada, totalizando cinco semanas de acompanhamento. Foram analisadas as distâncias entre occipital-atlas, atlas-axis, a profundidade cervical e a lordose cervical entre C1 a C7. Como avaliações dinâmicas foram realizadas medidas da rotação vertebral e da posição de cada segmento vertebral, de modo a estabelecer se o segmento estava em flexão, neutro ou extensão. Resultados: Diferenças estatisticamente significativas foram observadas na rotação vertebral, sendo o segmento com aspecto de maior rotação C3/C4 (p<0,05). Observou-se tendências à retificação cervical de C2 a C7 e à extensão do occipital-atlas-axis (OAA), em todos os indivíduos com disfunções álgicas do segmento craniocervical. Conclusão: Os achados radiológicos dos pacientes com disfunções álgicas do segmento craniocervical podem demonstrar melhora dos sintomas álgicos e do posicionamento estático de algumas vértebras cervicais em indivíduos acima de 18 anos, independente do gênero ou dos processos degenerativos. Endereço para correspondência: Palavras Chaves: manipulações musculoesqueléticas; radiografia; cervicalgia; modalidades de fisioterapia. Herick Amarante Alves2, Marcial Zanelli de Souza4, Guaracy Carvalho Filho4 1 Docente do Instituto Docusse de Osteopatia e Terapia Manual IDOT, Uberlândia, MG, Brasil. 2 Especialista em Terapia Manual e Técnicas Osteopáticas - UENP, São José do Rio Preto, SP, Brasil. 3 Docente da Universidade Metodista de Piracicaba e do Instituto Docusse de Osteopatia e Terapia Manual IDOT, Piracicaba, SP, Brasil. 4 Professor Adjunto e chefe do Departamento de Ortopedia da FAMERP, Dean Azevedo Rodrigues de Oliveira R: Eduardo Marquez, 815 - Martins CEP: 38400-442, Uberlândia, MG, Brasil E-mail: [email protected] Submetido em 27/05/2012 Revisado em 10/07/2012 Aceito em 20/08/2012 ABSTRACT Background: Radiographs of the cervical spine examinations are regularly usedfor clinical evaluation. With regard to the procedures manual therapy, few comparative studies describe changes before and after treatment, making it difficult to establish criteria for monitoring and prognosis. Aim: To determine whether the procedures used in manual therapy produces symptomatic and radiological changes in patients complaining of headache, neck pain, cervicobrachial and/or cervicodorsalgia. Materials and methods: We analyzed the profile radiographs, anteroposterior, and transoral cervical spine before and after manual therapy, 20 patients (n = 20). The patients underwent one session / week, 50 minutes each, totaling five weeks of monitoring. We analyzed the distances between the occipital-atlas, atlas-axis, and the depth of cervical and cervical lordosis from C1 to C7. As dynamic assessments were measured from the vertebral rotation and the position of each vertebral segment, in order to establish if the thread was in flexion, neutral or extension. Results: Statistically significant differences were observed in the vertebral rotation, and the segment with the largest aspect of C3/C4 rotation (p <0.05). Observed trends to the correction of cervical C2 to C7 and the extension of the occipital-atlas-axis (OAA) in all patients with craniocervical dysfunction painful segment. Conclusion: The radiological findings of patients with painful disorders of the craniocervical segment can show improvement in spinal alignment and justify painful picture of change in individuals over 18 years, regardless of gender or degenerative processes. Keywords: muskuloskeletal manipulations, radiography, neck pain, physical therapy modalities. Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 3 – jul./ago./set. 2012 11 INTRODUÇÃO menos três incidências, sendo: perfil, póstero-anterior (PA) e Para o fisioterapeuta especialista em terapia manual, transoral. Estas radiografias foram utilizadas como medidas de osteopatia ou quiropraxia, entender a mecânica cervical radiológica controle dos resultados. Foram avaliados e tratados 105 indivíduos. e com isto a disfunção vertebral pode maximizar os resultados e Ao final do estudo, os voluntários foram encaminhados para realizar diminuir o tempo de tratamento. Através desta análise poderíamos as radiografias descritas, nas mesmas condições iniciais, entretanto definir quais as cadeias musculares mais afetadas e os locais em que apenas 20 se submeteram a avaliação radiográfica final. Dois o tratamento manipulativo poderia exercer importância definitiva fisioterapeutas especialistas em Terapia Manual participaram do para o indivíduo portador de dores cervicais . Traçados simples para estudo. O primeiro realizou as avaliações radiográficas iniciais e analisar o ângulo entre uma vértebra e outra, a lordose cervical e as finais, realizadas de maneira aleatória, sem participar de nenhuma possíveis disfunções biomecânicas podem facilitar o diagnóstico etapa do tratamento. O segundo realizou as técnicas de Terapia 1 Manual e Osteopatia. 2,3 funcional . Fatores biomecânicos e componentes cinesiológicos Além disso, na avaliação inicial, foram coletadas informações anormais podem ser identificados por Rx. O quiropraxista deveria sobre: (a) nível de educação, (b) profissão, (c) posição predominante utilizar sempre a análise radiográfica, o que não é verdade para o durante o dia (sentado ou em pé), (d) tempo de duração do quadro clínico que não utiliza a manipulação como ação terapêutica4. A clínico, (e) recursos que foram utilizados para o tratamento até o perda da curvatura cervical (retificação cervical) tem sido momento. considerada como um importante fator na etiologia das Foram excluídos os indivíduos que estivessem realizando cervicalgias5,6 e das cefaléias7,8. Outros autores descrevem que a procedimento fisioterápico em outro local de atendimento e/ou análise da postura e o uso de radiografias são importantes na utilizando medicamento durante o tratamento proposto e àqueles verificação do alinhamento vertebral correto. Estas medidas têm o em que estivessem descritos no laudo radiográfico disfunções como: objetivo único de determinar uma intervenção específica para cada fraturas, luxações, compressões medulares graves, neoplasias, paciente, uma vez que não se pode aceitar que para todos os processos isquêmicos na artéria vertebral; ateromas; aneurismas; 9,10 pacientes as intervenções manipulativas serão as mesmas . A ptose do encéfalo e artrite reumatóide. curvatura da coluna cervical está associada com a posição do osso Todos os participantes receberam um formulário de hióide e relacionada à distância entre o occipital e o atlas e a dores de consentimento, o qual explicava os procedimentos a serem adotados cabeça3. durante o experimento, bem como todas as etapas da pesquisa, O presente estudo buscou verificar se os procedimentos tendo concordado e assinado termo de consentimento livre e utilizados em terapia manual, para pessoas diagnosticadas com esclarecido aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Medicina disfunções cinéticas da coluna cervical, produzem mudanças de São José do Rio Preto/SP – Brasil, sob o 002/2010, conforme radiológicas e sintomáticas nas queixas de cefaléia, cervicalgia, resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde/Ministério da cervicobraquialgia e/ou cervicodorsalgia. Saúde. Os pacientes foram submetidos a mesma avaliação inicial e MATERIAIS E MÉTODOS Participantes Foram recrutados aleatoriamente, por um período de 6 meses, indivíduos adultos, de ambos os gêneros, com diagnóstico médico de cervicalgia, encaminhados para Fisioterapia. Àqueles diagnosticados pelo Fisioterapeuta como portadores de disfunção cinética da coluna cervical e dispostos a realizar tratamento fisioterapêutico exclusivamente por Terapia Manual e Osteopatia foram acompanhados. Além disso, portadores de disfunção álgica do segmento crânio-cervical, tendo como queixa principal: cefaléia, cervicalgia, cervicobraquialgia e/ou cervicodorsalgia, deveriam estar munidos de radiografia recente do segmento crânio-cervical em pelo Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 3 – jul./ago./set. 2012 final. Dados coletados durante o tratamento foram registrados. Protocolo de Avaliação e Tratamento por Terapia Manual A seqüência da avaliação e do tratamento escolhido foi baseada nas evidências coletadas, sendo a mesma para todos os pacientes: a) Observação do tipo de dor e sintomas correlacionados. Os indivíduos foram incentivados a descrever o trajeto da dor com suas mãos, a intensidade numa escala de zero a dez, a frequência e em quais movimentos ela surge, desaparece ou ameniza. A dor poderia ser: (1) articular: dor precisamente localizada pelo paciente e com 12 características de perda de mobilidade em segmento vertebral disfunções previamente encontradas. A sensação de dor foi avaliada específico quando realizados movimentos ativos e passivos; (2) através de Escala Visual Analógica (EVA).45 ligamentar: dor caracterizada por apresentar-se após 10 a 15 Os voluntários da pesquisa foram submetidos a cinco sessões minutos em uma mesma posição, obedecendo a trajeto de de 50 minutos cada, sendo realizadas uma vez/semana, totalizando 5 ligamentos; (3) Miofascial: dor em faixa obedecendo ao trajeto de um semanas. Ao início e ao final de cada sessão, a sensação de dor do músculo específico ou cadeia muscular; (4) Neural: dor difusa e paciente foi coletada, por intenção de tratamento, para garantir que irradiada, obedecendo ao trajeto de um nervo periférico específico; o procedimento utilizado não estava em desacordo com padrões (5) Vascular: Dor difusa em formigamentos, com características de éticos no atendimento. aumento ou diminuição conforme atividades que aumentam fluxo sangüíneo, obedece ao trajeto de vasos sangüíneos periféricos: (6) Reflexa: dor caracterizada por disfunções em outros locais do corpo que geram reflexos dolorosos em regiões da cabeça, pescoço, ombros, braços ou escápulas11, 12. Coleta das Imagens Radiográficas Radiografias em incidência de perfil, postero-anterior (PA) e transoral foram coletadas em Posição Natural da Cabeça (PNC)20, b) Estudo sintomático e localização precisa do local em ortostático, a partir de um aparelho de raios-X modelo DC-15KB, 500 disfunção, baseada em esclerótomos, dermátomos, miótomos, mA (Toshiba; Tóquio, Japão). Todos foram orientados a deixar a viscerótomos e auscultas manuais (global e local)13 Estas avaliações região cervical desnuda e sem qualquer adereço metálico que foram realizadas em pé (posição anatômica) e deitado (decúbito interferisse na execução da técnica. Todos foram orientados a ventral), a partir do segmento neural envolvido. visualizar um mesmo ponto fixo na sala de procedimentos, antes e c) Avaliação manual da mobilidade cervical. Os indivíduos depois, da terapia manual. Cada participante foi instruído a deprimir foram orientados a ficar em decúbito dorsal, com a cabeça apoiada os ombros, para permitir adequada visualização do pescoço, e a na maca, para que o avaliador fizesse os movimentos de avaliação manter o corpo em postura estática e relaxada. manual da mobilidade cervical. Entende-se por avaliação manual da As radiografias foram coletadas, fixadas e fotografadas do mobilidade, a análise passiva dos movimentos de flexo-extensão, negatoscópio em tamanho original, por máquina digital (Sony Cyber- lateroflexão e rotação da coluna cervical, bem como a junção dos três Shot 7.2 mega pixels, com resolução de 2592x1944 pixels) sem flash movimentos, a fim de localizar precisamente o segmento em acoplado em tripé fotográfico a 1,5m de distância do solo, no mesmo 14 disfunção cinética . nível do negatoscópio e a 1,0m de distância do mesmo, régua foi d) A seqüência do tratamento manipulativo foi dada pelas acoplada ao negatoscópio para posterior calibração do software. características da dor predominante e pelas auscultas manuais . Feito isto, as radiografias foram identificadas, de maneira aleatória, e Após a avaliação inicial, o tratamento escolhido foi específico para o encaminhadas para avaliação fisioterapêutica. 13 local em disfunção, podendo ser: (1) Manipulação Articular de Alta Assim, foram traçados: (1) Distância entre Occipital e o Velocidade e Baixa Amplitude (AVBA) para as dores de origem processo espinhoso do Atlas (OA)21; (2) Distância entre o processo 14 articulares ; (2) Mobilização Articular Rítmica para o segmento em espinhoso do Atlas e o do Axis22; (3) Profundidade Cervical2; (4) disfunção ligamentar em 3 séries de 3 repetições, sendo um minuto e Alinhamento dos processos espinhosos22; (5) Curvatura da lordose 15 meio cada, para dores de origem ligamentar ; (3) Miofascioterapia cervical2; (6) A caracterização da posição do segmento vertebral obedecendo ao trajeto de Músculos ou cadeias musculares (normal, flexão e extensão)1. A mensuração dos nivelamentos, 16 afetadas ; (4) Mobilização Neural, caracterizada por 3 séries de 40 ângulos e alinhamentos foram realizados através do software SAPO repetições de alongamento ou deslizamento neural17; (5) Técnica (software de avaliação postural – Incubadora FAPESP). O programa para ampliação da entrada torácica superior e descompressão de permite quantificar ângulos e mensurar as distâncias entre os pontos artérias carótidas e braquiais18; (6) Manipulação Visceral, para anatômicos marcados a partir da imagem capturada24, 25. provocar reações reflexas na região craniocervical segundo critérios estabelecidos para Manipulação Visceral13; (7) Manipulação Craniana e Terapia Craniossacral, para estabelecer correções na dinâmica articular dos ossos cranianos e no sistema craniossacral 18, 19 . O tempo correspondente a cada um dos procedimentos foi modificado conforme melhora sintomática e dos sinais das Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 3 – jul./ago./s 2012 Procedimentos de Análise dos Dados Radiográficos Foram avaliados por dois examinadores distintos, 120 filmes radiográficos da coluna cervical, 60 antes e 60 após a Terapia 13 Manual, três incidências para cada participante. Os filmes foram Para análise da lordose cervical foi utilizada radiografia em numerados de 0 a 120, de modo aleatório, por meio de uma tabela perfil e foram traçadas a profundidade cervical (PC) de C2C7 e o randômica, para que o avaliador estivesse cego nas mensurações. Os ângulo da lordose cervical (LC) de C1C7. PC, em milímetros (Normal filmes foram colocados em um envelope devidamente identificado = 7 a 17 mm). Ângulo LC, em graus (Normal = 30 a 45°). Retificação com o nome do projeto de pesquisa, para a emissão das mensurações da coluna cervical pode ser observada com valores menores do que propostas. Em todas as fases do presente trabalho, os fisioterapeutas, os normais. Valores negativos de PC indicam inversão da lordose o técnico de radiologia e o médico radiologista foram os mesmos, cervical. para evitar qualquer viés nos procedimentos realizados. A maior variação ao se analisar a PC, antes e depois dos procedimentos manipulativos, foi de 9 milímetros. Isto é, houve uma Análise estatística aproximação ao parâmetro normal para lordose cervical. Entretanto houve caso em que nenhuma modificação foi observada. Já ao se A estatística descritiva expressou os valores da média e analisar os ângulos da LC, a maior variação foi de 31 graus, também desvio-padrão ou mediana, quartis e valores mínimos e máximos. no sentido de promover aumento na lordose cervical. A menor Para a comparação das outras variáveis, utilizou-se o teste “t” de variação foi de um grau. Os valores foram PC (p < 0,92) e LC (p < Student. Para todos os testes mencionados, a significância estatística 0,73), não demonstrando diferenças estatisticamente significativas. foi estabelecida em 5% (p ≤ 0,05). Ao se analisar o alinhamento dos processos espinhosos em Rx frontal, observou-se a maior modificação média de 2 mm, antes e MATERIAIS E MÉTODOS após terapia manual, nas vértebras C3 e C4. C2, C5, C6 e C7 modificaram um mm, considerando a média. Estas modificações Foram acompanhados 20 voluntários do estudo, 18 foram foram no sentido de promover o alinhamento das vértebras cervicais. mulheres e 2 homens, com idade média de 46 ± 14 anos. Destes, 14 As maiores correções neste alinhamento foram de C4 (8 mm), trabalhavam ou permaneciam a maior parte do seu dia na postura seguido de C3 (7 mm). Em 10% dos indivíduos não foram sentado e seis alternavam a postura sentado/ em pé. As profissões identificadas modificações neste alinhamento. Os valores foram encontradas foram: sete eram pessoas com atividades domésticas, significativos nestes casos, sendo C3 (p < 0,006), C4 (p < 0,03), C5 (p quatro secretárias, três estavam aposentados, uma auxiliar de < 0,03), C6 (p < 0,05), C7 (p < 0,02). dentista, uma auxiliar administrativa, uma dentista, uma manicure, No que se refere a caracterização da posição do segmento uma produtora rural e uma enfermeira. Até o momento inicial da vertebral (normal, flexão e extensão), encontramos a pesquisa os tratamentos adotados foram: (a) medicamentos: posicionamento vertebral em extensão da coluna cervical superior analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares; (b) em 95% dos indivíduos e, em 5%, em flexão. Já na coluna cervical fisioterapia convencional: eletroterapia, alongamentos e calor ; (c) e inferior, encontramos predominância de flexão de C5C6 em 60%, aqueles que ainda não tinham buscado tratamento. Nenhum deles coincidindo com diminuição do espaço intervertebral neste nível. havia se submetido a Terapia Manual anteriormente. Em relação aos sintomas álgicos, foi referido que: 70% Em relação ao posicionamento da coluna cervical superior, cervicobraquialgia, 50% cefaléia, 20% cervicodorsalgia e 15% foram utilizadas as incidências em perfil e transoral para mensuração cervicalgia. O mesmo paciente referiu mais de um sintoma em 50% do segmento OAA (occipital-atlas-axis), sendo a distância OA dos casos. (Normal = 4 a 9 mm), AA e do ângulo formado entre OAA (vista em perfil). Ao questionarmos sobre a sensação de melhora nos sintomas de dor (EVA), os pacientes relataram uma melhora em média de A maior variação ao se analisar a distância OA, antes e 87,5% ± 11,6%. Foi considerado melhora de 100% a eliminação de depois, foi de 3 milímetros. Isto é, houve um ganho de espaço de 3 qualquer sintoma álgico na região craniocervical e 0%, nenhum tipo milímetros, no sentido da rotação posterior para anterior, ou o de melhora. contrário. A maior variação ao se analisar a distância AA, foi de 2 milímetros, em ambos o sentidos. A maior variação no ângulo craniocervical foi de 20 graus, no sentido da rotação posterior para DISCUSSÃO anterior, da cabeça. Entretanto, os valores foram OA (p < 0,75), AA (p Os indivíduos desse estudo referiam dores crônicas e diversos < 0,85) e Ang OAA (p < 0,59), o que não indica diferença tratamentos haviam sido realizados previamente sem sucesso. estatisticamente significativa. Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 3 – jul./ago./set. 2012 14 Destes, o mais comum foi o uso de medicamentos analgésicos, anti- Nossos dados sustentam que isto pode acontecer, mas não é inflamatórios e relaxantes musculares. O tratamento fisioterapêutico uma regra. Ao analisarmos a coluna cervical alta antes e após a e exercícios físicos foram realizados pela maioria dos indivíduos Terapia Manual, podemos concluir que em alguns casos a mudança nestas mesmas situações anteriores. Os mesmos relataram que os foi extremamente significativa e em outros, não. De qualquer forma, tratamentos proporcionavam melhoras sintomáticas enquanto em indivíduos com sintomas craniocervicais, a rotação posterior da utilizavam-se dos procedimentos, mas que imediatamente após a cabeça e a extensão das cervicais altas parecem compor um interrupção destes, os sintomas retornavam. Além disso, como é elemento de importância no diagnóstico cinético-funcional dessa difícil controlar todas as atividades posturais dos indivíduos fora do região. Estes dados também estão de acordo com outros autores que ambiente clínico, buscamos identificar se a profissão ou a principal diagnosticaram extensão cervical com valores semelhantes aos postura durante o dia poderia ser um fator de desencadeamento ou encontrados neste estudo36. causa dos dores de origem cervical. Neste estudo, 70% dos A eficácia dos testes manuais cervicais para a região de C1 e indivíduos relataram como postura predominante, a postura C2 já foi descrita37, bem como a relação destes segmentos com o sentada. Acreditamos que ao permanecer sentado por tempos Músculo Reto Posterior Menor da Cabeça, a Duramáter e as cefaléias prolongados o indivíduo mantém uma extensão das cervicais altas, cervicogênicas38. Tais fatos, podem justificar, anatômica e uma retificação das cervicais baixas, uma diminuição da curva fisiológica da coluna lombar e uma compressão do abdome concomitante com a diminuição do movimento diafragmático. Outros estudos também correlacionaram a postura do indivíduo às disfunções craniocervicais27, 6, 28, 29, 30, 31, 32. Alguns autores 33, 4, 34 fisiologicamente, a necessidade de investigar e tratar os locais de correlação anatômica com a duramáter, como é o caso das técnicas de Terapia Craniossacral utilizadas neste estudo39, 18. A necessidade da técnica de abertura da região superior da caixa torácica está relacionada a uma melhora vascular em toda região craniocervical. comentam que o terapeuta manual Embora saibamos que a rotação posterior da cabeça e a extensão das como o quiropraxista precisa da análise radiográfica para o cervicais altas pode estar relacionada a uma isquemia da arterial tratamento inicial a fim de detectar contra-indicações e para melhor vertebral, não podemos descartar que em outras partes da coluna avaliar as disfunções mecânicas do segmento craniocervical. Nossos cervical, também possamos encontrar as referidas isquemias e a resultados sustentam isso. Todos os indivíduos possuíam laudo causa dos sintomas álgicos da região craniocervical 40. Portanto, médico radiológico e, ao analisarmos detalhadamente as disfunções mesmo que não tenha aumentado significativamente o espaço OAA mecânicas do segmento craniocervical, foi possível estabelecer as em todos os casos, é possível que a melhora na circulação sangüínea técnicas contra-indicadas e as mais indicadas e confortáveis para o craniocervical possa ter ocorrido pelas outras manipulações indivíduo. Em todos os casos o nível C5/C6 foi o mais atingido, utilizadas e com isto, ter contribuído para melhora sintomática. seguido de C4/C5 e C6/C7, respectivamente. Estes achados são relevantes para escolha da técnica e a melhor forma de abordagem. Ao analisarmos a região de C2 a C7, encontramos processos degenerativos em todos os níveis, sendo a espondiloartrose Contudo, acreditamos que nossas mãos, quando treinadas, diagnosticada em todos indivíduos acima de 40 anos. Ao analisarmos são instrumentos ainda mais eficazes na avaliação e subseqüente a profundidade cervical (PC), encontramos um valor médio que nos escolha do melhor tratamento. Por melhor que seja o Rx ou a permite classificar os indivíduos da pesquisa como sendo portadores incidência para cada caso, ele leva em consideração apenas um de retificação cervical2 e, mesmo após o tratamento adotado neste segmento e, além disso, radiologistas e ortopedistas também trabalho, continuaram a ter este diagnóstico funcional. Este dado concordam que eleger um tratamento baseado apenas no Rx é uma sugere que alguns indivíduos com sintomas álgicos da região 35 escolha inapropriada e injustificada . Na avaliação proposta por craniocervical podem apresentar retificação cervical, mas que isto Barral (2005), ausculta global, o fisioterapeuta leva em consideração não limita o resultado de melhora sintomática e funcional. o indivíduo como um todo e determina o local em que corpo indica para o tratamento, sendo comum o tratamento ser realizado em A utilização destes dois métodos de mensuração da curva cervical (PC e LC) nos permite inferir que o método de PC foi o mais locais diferentes daqueles sintomáticos13. Ao delinearmos o nosso adequado para mensurar o posicionamento da coluna cervical, pois estudo, buscamos identificar se independente do local tratado, com a este exclui a vértebra C1, o que pode ser a causa da divergência intenção de melhorar a sintomatologia craniocervical, mudanças encontrada na classificação final dos dois métodos. Assim, é possível radiológicas poderiam ser verificadas na coluna cervical, uma vez que a extensão das cervicais altas (C1/C2) influencia na análise que o corpo é uma unidade representado pela interdependência de angular C1 a C7 e pode distorcer o resultado final em termos de vários sistemas como o fascial. classificação da curva. Além disso, encontramos flexão cervical em Rev Bras Osteopat Ter Man – Vol.3, Nº 3 – jul./ago./set. 2012 15 60% dos segmentos C5/C6, sugerindo retificação cervical. Estes limitações do delineamento utilizado quanto à possibilidade de dados também estão de acordo com o local com maior degeneração generalizações, acreditamos que estudos complementares sobre discal (redução do espaço intervertebral), as maiores reduções e o cada uma das técnicas, em amostra representativa e randomizada de maior percentual de osteófitos para o segmento C5/C6. indivíduos com sintomas álgicos craniocervicais, preferencialmente Neste estudo não foram avaliadas as regiões craniomandibulares, como citado na literatura ao se analisar a região 46, 3 craniocervical com o desenho de ensaio clínico controlado, podem contribuir muito para os estudos sobre Terapia Manual no Brasil e no mundo. . Mas em dois casos foi solicitado exames por telerradiografia lateral e Análise de Ricketts e, nestes, mudanças na posição dos ossos cranianos, na coluna cervical e na oclusão puderam ser sugeridas após o tratamento manipulativo. Acreditamos que estudos complementares devem ser realizados para esclarecer a influência da mobilidade craniana nas disfunções álgicas do segmento craniocervical, a influência das manipulações viscerais e diferentes protocolos de tratamentos podem servir de subsídios para uma aplicação clínica consciente e eficaz. Alterações milimétricas na posição das vértebras cervicais feitas por análise radiográfica cervical, podem sugerir desequilíbrios articulares (na ordem de 1 a 2 mm)47. Nossos dados corroboram com estes achados. Entretanto, mudanças estatisticamente significativas foram observadas somente na análise da rotação das vértebras cervicais. Salienta-se que a intenção do tratamento foi verificar se o conjunto das técnicas manuais provoca mudanças radiológicas significativas. Este estudo não pode dizer se uma técnica é mais indicada do que outra para produzir mudanças radiológicas, mas apenas que pode acontecer alguma alteração. Como também não observamos mudanças radiológicas em todos os pacientes, acreditamos que estudos sobre as técnicas manuais, separadamente, podem contribuir para elucidar estas questões. O objetivo deste estudo não foi estabelecer quais as técnicas manuais mais apropriadas para o tratamento das disfunções cinéticas crâniocervicais, mas verificar se, independente da técnica manipulativa utilizada, houve sensação de melhora no quadro álgico e se, isso pode ser relacionado as disfunções cinéticas mensuradas nas radiografias cervicais antes e após Terapia Manual e Osteopatia. Para tanto, várias técnicas manuais foram utilizadas, podendo ser subdivididas, de forma geral, em técnicas estruturais (mioarticulares), viscerais e cranianas. Seguimos o sistema de avaliação proposto por Barral (2005)13, osteopata francês, em que identificamos se o tratamento deve ser iniciado com técnicas estruturais, viscerais ou cranianas. Todos os indivíduos da pesquisa relataram melhora sintomática e modificações radiográficas puderam ser visualizadas, REFERÊNCIAS 1. Ricard, F. Tratado de Radiologia Osteopatica del Raquis. Editora Panamericana. 1ª Edição, 2003. 292 p., 2007. 2. Vernon, H. A Síndrome de Cranio-cervical. Editora ButterworthHeinemann Ltd. 2001. 262. 3. Rocabado, M. Biomechanical relationship of the cranial, cervical and hyoid. J. of Craniomandibular Practice. 1983: 1(3): 61-66. 4. Harrison DD, Janik TJ, Harrison GR, Troyanovich SJ, Harrison DE, Harrison SO. Chiropractic Biophysics Technique: A Linear Algebra Approach to Posture in Chiropractic. J Manipulative Physiol Ther. 1996; 19(8): 525-535. 5. Hallgren, R.C., Hack, G.D., and J.A. Lipton. Clinical Implications of a Cervical Myodural Bridge. The AAO Journal. 1997, 7(4): 30-34. 6. Griegel-Morris, P., Larson, K., Mueller-Klaus, K., Oatis, C.A. 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