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Perguntas Frequentes – INB
CICLO DO COMBUSTÍVEL NUCLEAR ......................................................................................... 10
 O que é “ciclo do combustível nuclear”? .......................................................................... 10
URÂNIO .................................................................................................................................... 11
 O que é urânio? ................................................................................................................. 11
 O que é urânio natural? .................................................................................................... 11
 O que é urânio empobrecido? .......................................................................................... 11
 O que é urânio enriquecido?............................................................................................. 11
 Como o urânio foi descoberto?......................................................................................... 11
 Onde o urânio é encontrado? ........................................................................................... 12
 Onde podemos encontrar reservas de urânio no Brasil? ................................................. 12
 Qual o tamanho da reserva brasileira de urânio?............................................................. 13
 Qual a diferença entre reserva medida, inferida e prognosticada? ................................. 13
 O urânio é comercializado de que forma? ........................................................................ 14
 Onde ficam as unidades produtoras de urânio no Brasil? ................................................ 14
 Quantas minas de urânio existem em operação na América Latina?............................... 15
 Que empresas extraem e processam o urânio no Brasil?................................................. 15
 O Brasil exporta urânio?.................................................................................................... 15
MINERAÇÃO............................................................................................................................. 16
 Onde é feita a mineração de urânio no Brasil? ................................................................. 16
 Como é feita a mineração do urânio? ............................................................................... 16
 Qual o período de duração do processo de lixiviação? .................................................... 16
 Que destino tem o material lixiviado, a rocha da qual se extraiu o urânio? .................... 16
 Há risco de chuva ácida com a evaporação do licor de urânio? ....................................... 16
 O que é o beneficiamento? ............................................................................................... 17
 O que é o yellowcake? ...................................................................................................... 17
 O que é feito com esse concentrado de urânio? .............................................................. 17
 Quando a mina começou a operar em Caetité? ............................................................... 17
 Quanto foi investido na implantação da INB Caetité? ...................................................... 18
 Quanto foi produzido de urânio, desde o início da operação da unidade?...................... 18
 Qual a capacidade brasileira de urânio ao ano? ............................................................... 19
 Qual a previsão, em anos, da extração de urânio em Caetité? ........................................ 19
 A mina de Caetité possui autorização definitiva para operar? ......................................... 19
 Qual o tamanho da reserva de urânio de Caetité? ........................................................... 19
 A INB está buscando outras reservas na região? .............................................................. 19
 A mina é subterrânea ou a céu aberto? ............................................................................ 20
 O que falta para o início da operação da mina subterrânea? ........................................... 20
 Qual a estimativa da empresa para o volume da produção inicial de urânio nesta
mineração subterrânea? ...................................................................................................... 20
 Quais são os desafios tecnológicos que este projeto demanda? ..................................... 20
 Qual é a finalidade do urânio extraído em Caetité? ......................................................... 20
 A atividade desenvolvida pela INB na Mina de Caetité é segura? .................................... 20
 A atividade é fiscalizada? .................................................................................................. 21
 Como é feito o transporte de urânio de Caetité a Salvador? ........................................... 21
 Por que a INB não divulga as datas em que o urânio é transportado de Caetité até o
porto de Salvador? ............................................................................................................... 21
 Já houve algum acidente durante o transporte de urânio?.............................................. 22
 A radiação do urânio pode afetar a saúde da população? ............................................... 22
 Por que se encontra maior concentração de urânio nas águas do município de Caetité?22
 Quais são os resultados das últimas análises? .................................................................. 22
 Quantos empregos diretos são gerados na atividade de mineração e beneficiamento
de urânio em Caetité?.......................................................................................................... 24
 A INB desenvolve algum trabalho social? ......................................................................... 24
ENRIQUECIMENTO DE URÂNIO ............................................................................................... 24
 O que é o enriquecimento? Como ele é feito? ................................................................. 24
 Por que é necessário enriquecer o urânio? ...................................................................... 25
 Quais os processos de enriquecimento de urânio? .......................................................... 26
 Quantos países dominam a tecnologia de enriquecimento de urânio? O Brasil
enriquece urânio? ................................................................................................................ 26
 O Brasil pode construir bomba atômica ou armas nucleares nessa fábrica? ................... 26
 Quem fiscaliza a atividade de enriquecimento de urânio aqui no Brasil? ........................ 26
 Quem autoriza um país a enriquecer urânio? .................................................................. 27
 Existem garantias internacionais de que o Brasil não utilizará urânio enriquecido para
outras finalidades?............................................................................................................... 27
 Qual a porcentagem de enriquecimento de urânio no Brasil? ......................................... 27
3
 Onde são colocados os rejeitos do enriquecimento? ....................................................... 27
 Qual o valor total da implantação do Projeto de Enriquecimento? ................................. 27
 Qual o estágio atual na implantação do Projeto de Enriquecimento? ............................. 28
 Qual o papel da INB e do CTMSP na produção de urânio enriquecido?........................... 28
 Quanto a INB já produziu? ................................................................................................ 28
 Qual a meta de produção para este ano? ......................................................................... 28
 O processo de enriquecimento de urânio é secreto? ....................................................... 28
 Quais são os entraves ao enriquecimento do urânio no país? ......................................... 28
COMBUSTÍVEL NUCLEAR ......................................................................................................... 29
 O que é o combustível nuclear? ........................................................................................ 29
 Todas as usinas usam o mesmo tipo de elemento combustível? ..................................... 29
 Quais são as etapas percorridas em sua fabricação? ....................................................... 30
 Como são feitas as pastilhas? ........................................................................................... 31
 Por que são chamadas “pastilhas verdes”? ...................................................................... 32
 Como são montados os elementos? ................................................................................. 33
 Qual a capacidade de geração de energia de um Elemento Combustível? ...................... 35
 Quantos elementos combustíveis são necessários para abastecer as usinas de Angra 1
e Angra 2? E qual é a característica desses combustíveis?.................................................. 35
 Qual o tempo de utilização de um elemento combustível? ............................................. 35
 Como o combustível é levado às usinas de Angra? .......................................................... 36
 Quem fiscaliza o transporte do combustível nuclear? ...................................................... 36
 Quantos combustíveis são fabricados por ano pela INB? ................................................. 36
 Após o urânio ser enriquecido, transformado em pastilha e colocadas dentro das
varetas, neste momento o processo de fissão ainda não está funcionando?..................... 36
 Por que o urânio não entra numa reação em cadeia quando colocado nas varetas do
elemento combustível? ....................................................................................................... 37
 O processo de fissão pode acontecer involuntariamente durante o transporte dos
elementos combustíveis? .................................................................................................... 38
 Como a INB Resende atua nas questões ligadas à Qualidade, Segurança e Meio
Ambiente?............................................................................................................................ 38
 Quantas pessoas trabalham na Fábrica de Combustível Nuclear? ................................... 39
 Quem fiscaliza as atividades da Fábrica de Combustível Nuclear?................................... 39
 Além da atividade nuclear, a INB desenvolve outros serviços na Fábrica? ...................... 39
 Como é o processo de geração de energia elétrica por fonte nuclear? ........................... 39
4
PROJETO SANTA QUITÉRIA ...................................................................................................... 41
 O que é o Projeto Santa Quitéria? .................................................................................... 41
 Em que ano foi descoberta a jazida de Santa Quitéria? ................................................... 41
 Que pesquisas foram feitas para que se tomasse a decisão de explorar essa jazida? ..... 41
 Quais são os minérios existentes na jazida de Santa Quitéria? ........................................ 41
 O que será produzido em Santa Quitéria? ........................................................................ 41
 Qual o volume estimado de produção? ............................................................................ 42
 Por que se decidiu implantar a mineração de fosfato e urânio? ...................................... 42
 A Galvani atua em que área? ............................................................................................ 42
 E o urânio, não pode ser minerado isoladamente? Por que foi preciso formar parceria
com uma empresa de fertilizantes? .................................................................................... 43
 Que passos já foram dados para a consolidação deste projeto?...................................... 43
 Quanto será investido na implantação do empreendimento? ......................................... 43
 Como será implantado esse projeto? O empreendimento vai constar de quantas
unidades industriais? ........................................................................................................... 44
 Como será o processo de extração na jazida? .................................................................. 44
 Quantos empregos serão gerados? .................................................................................. 44
 Que benefícios trará ao país o funcionamento do Consórcio Santa Quitéria?................. 44
 Quais são as instituições que fiscalizam e controlam as atividades da INB no Ceará?..... 45
 De que forma o empreendimento é controlado pelos órgãos fiscalizadores? ................. 45
 Que estrutura tem atualmente a INB em Santa Quitéria? ............................................... 45
 Por que a mina ainda não entrou em operação?.............................................................. 45
 O que é o EIA/Rima? ......................................................................................................... 46
 Existe uma data prevista para a mina entrar em operação? ............................................ 46
 De onde virá a água para construir as instalações de Itataia? .......................................... 46
 E quando o empreendimento estiver produzindo, de onde virá a água? ........................ 47
 Para onde irão as águas usadas no processo industrial? .................................................. 47
 Como o urânio será separado do fosfato? ........................................................................ 47
Unidade de Tratamento de Minérios – INB CALDAS ............................................................... 47
 Onde está localizada a INB Caldas?................................................................................... 47
 Quando começou a produção brasileira de urânio? ......................................................... 47
 Por que foi encerrada a atividade de mineração? ............................................................ 48
 Como foi a descoberta do urânio e a implantação da mineração? .................................. 48
5
 O que é descomissionamento? ......................................................................................... 48
 Que atividades são desenvolvidas pela INB atualmente em Caldas? ............................... 48
 Que rejeitos radioativos estão estocados na INB Caldas? ................................................ 49
 O que é torta II? ................................................................................................................ 49
 A Torta II pode causar danos à saúde da população? ....................................................... 49
 As águas da região podem estar contaminadas?.............................................................. 49
 O que faz o Laboratório Ambiental da INB? ..................................................................... 50
 Como será feito o descomissionamento da antiga unidade de mineração e
beneficiamento de urânio? .................................................................................................. 50
 O que é o PRAD e qual seu objetivo? ................................................................................ 51
 O que faz atualmente a INB para proteger o ambiente e a saúde da população que
mora nas vizinhanças da unidade? ...................................................................................... 51
Minerais Pesados - INB BUENA................................................................................................ 52
 O que são minerais pesados e qual a atuação da INB nessa área? .................................. 52
 Para que serve a monazita? .............................................................................................. 52
 A INB produz terras raras? ................................................................................................ 52
 O que a INB tem feito com relação aos compostos de terras raras?................................ 53
 A INB avalia retomar a produção de terras raras no Brasil? ............................................. 53
 Para que servem a ilmenita, a zirconita e o rutilo?........................................................... 53
 Qual a produção atual da INB Buena? .............................................................................. 53
 Quais as consequências dessa paralisação? ..................................................................... 54
 Como era o processo de lavra desses minerais? .............................................................. 54
 Como é o processo de produção da Unidade de Beneficiamento Primário de Buena? ... 54
 Como é feito o beneficiamento secundário dos minerais pesados? ................................ 55
 Por que o Brasil não realiza o beneficiamento químico de monazita? ............................. 56
 Qual é atualmente o estoque de monazita da INB? ......................................................... 56
 O que a empresa tem feito com o estoque de monazita? ................................................ 56
 Os minerais pesados são radioativos? .............................................................................. 56
 A produção dessa unidade afeta o meio ambiente da região? ........................................ 56
 Como o terreno fica depois da produção?........................................................................ 57
 Qual o objetivo da monitoração? Como ela ocorre? ........................................................ 57
 Quando o Brasil começou a explorar esses minerais? ...................................................... 57
USIN – DEPÓSITO DE MATERIAIS ............................................................................................. 57
6
 Qual é a atividade da unidade da INB em São Paulo? ...................................................... 57
 Qual o material encontrado no depósito de São Paulo? .................................................. 58
 O que fazia a Usina Santo Amaro? A quem pertencia? .................................................... 58
 Por que esse material foi depositado no local? ................................................................ 58
 O que fazia a Usina de Interlagos? .................................................................................... 58
 Que materiais estão ali armazenados? ............................................................................. 59
 O que é monazita? ............................................................................................................ 59
 Como esses materiais estão armazenados? ..................................................................... 59
 Quem fiscaliza a unidade? ................................................................................................ 59
 Existe perigo de uma eventual explosão ou vazamento dessa radiação? ........................ 60
 Há planos para remover os materiais do local? ................................................................ 60
 A área poderá ter outro uso? ............................................................................................ 60
 Que passos foram dados nesse sentido? .......................................................................... 61
 Quando o terreno começou a ser descontaminado? ....................................................... 61
 Qual a previsão de término desse trabalho? .................................................................... 61
 O que será feito depois disso com o terreno? .................................................................. 62
BOTUXIM – DEPÓSITO DE MATERIAIS ..................................................................................... 62
 O que está armazenado em Botuxim, no município de Itu (SP)? ..................................... 62
 O que é Torta II? ................................................................................................................ 62
 De onde veio esse material? ............................................................................................. 62
 Por que o material está estocado ali? ............................................................................... 63
 Esse depósito é definitivo?................................................................................................ 63
 A forma como o material está armazenado é segura? ..................................................... 64
 Ele oferece algum tipo de risco à população? .................................................................. 64
 Como é feito este monitoramento?.................................................................................. 64
 Quais são os últimos resultados das análises feitas pelo programa de monitoração? .... 68
MEIO AMBIENTE ...................................................................................................................... 69
 Como a INB atua na preservação do meio ambiente?...................................................... 69
 A atividade de mineração de urânio da INB provoca desmatamento? ............................ 70
 Qual a produção anual do Horto da INB Caetité? ............................................................. 70
 Qual o tamanho da área já reflorestada? ......................................................................... 70
 Por que se encontra urânio nas águas de Caetité? ........................................................... 70
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 A mineração pode aumentar a concentração de urânio nas águas subterrâneas da
região de Caetité? ................................................................................................................ 71
 As águas usadas no processamento do urânio vão para o meio ambiente? .................... 71
 Alguns poços em comunidades próximas à mina já foram fechados por suspeita de
contaminação. Isso não pode ter acontecido por causa da atividade da INB? ................... 72
 Como a INB monitora as águas no entorno desta unidade? ............................................ 72
 Quais são os resultados das últimas análises? .................................................................. 72
 Que medidas a INB adota para assegurar que as atividades da empresa não
contribuam para aumentar os níveis de urânio nas águas da região? ................................ 73
 Há diferenças significativas entre os dados encontrados nas fases pré-operacional (de
1990 a 1998) e pós-operacional (de 1999 em diante)? ....................................................... 74
 Com que frequência são coletadas amostras de água para análises na região de
Caetité? ................................................................................................................................ 75
 Em que locais são coletadas águas para análise? ............................................................. 76
 Como o IBAMA fiscaliza as atividades da INB? ................................................................. 76
 Como é feito o processo de licenciamento de uma instalação nuclear? .......................... 76
 O que faz o programa de monitoramento ambiental? ..................................................... 77
 Como é feito o monitoramento das águas no entorno da Fábrica de Combustível
Nuclear? ............................................................................................................................... 77
 O que faz o programa de restauração ambiental desenvolvido na Fábrica de
Combustível Nuclear? .......................................................................................................... 77
 Qual o tamanho da área já reflorestada em Resende/RJ? ............................................... 78
 Existe controle sobre os processos de produção para evitar danos ao meio ambiente? 78
 A INB Resende contribui para a preservação ou restauração do meio ambiente na
região? ................................................................................................................................. 78
 A empresa desenvolve programa de educação ambiental? ............................................. 78
 A empresa recicla seus resíduos? ..................................................................................... 79
 Quais os prêmios que a INB já ganhou na área ambiental? ............................................. 79
RADIAÇÃO E SAÚDE ................................................................................................................. 80
 O que é radioatividade? .................................................................................................... 80
 Ela é somente um fenômeno natural? .............................................................................. 81
 Quanta radiação natural uma pessoa recebe por ano? .................................................... 81
 Quem mora em locais onde existem reservas de urânio recebe uma dose maior de
radiação?.............................................................................................................................. 81
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 A exploração da mina de urânio pode provocar o aumento do número de casos de
cânceres em Caetité? ........................................................................................................... 82
 Qual a dose de radiação que um trabalhador da mina de Caetité recebe por ano? ........ 82
 Como a INB controla a dose de radiação que os trabalhadores recebem? ...................... 82
RESPONSABILIDADE SOCIAL .................................................................................................... 83
 Qual é a atuação da INB na área de responsabilidade social? .......................................... 83
 A empresa atua sozinha ou em parceria com instituições?.............................................. 83
 Quais são os principais projetos na área de educação? ................................................... 83
 Quais são os principais projetos na área de saúde e infraestrutura? ............................... 84
 Quais são as principais ações na área da cultura? ............................................................ 85
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CICLO DO COMBUSTÍVEL NUCLEAR
 O que é “ciclo do combustível nuclear”?
Este nome é dado ao conjunto de fases, de processos industriais pelos quais
passa o urânio, desde a mineração até a geração de energia. As etapas do
ciclo são as seguintes:
1. Mineração e Beneficiamento: após a descoberta da jazida e feita
sua avaliação econômica (prospecção e pesquisa), inicia-se a
mineração. Na usina de beneficiamento, o urânio é extraído do minério,
purificado e concentrado numa torta de cor amarela, chamada
yellowcake.
2. Conversão: depois de ter sido dissolvido e purificado, o yellowcake é
convertido em hexafluoreto de urânio (UF6), um sal que tem como
propriedade passar ao estado gasoso a baixas temperaturas (da ordem
de 60oC).
3. Enriquecimento: tem por objetivo aumentar a concentração do
isótopo 235 do urânio (U-235) no UF6 natural sob forma gasosa, de
apenas 0,7%, para valores da ordem de 3% a 5%, necessários ao uso
como combustível em reatores nucleares do tipo PWR.
4. Reconversão e Fabricação das Pastilhas: O UF6 enriquecido é
transformado em dióxido de urânio (UO2) sob a forma de pó e, em
seguida, sinterizado em pequenas pastilhas.
5. Fabricação do Elemento Combustível: As pastilhas de urânio são
colocadas em tubos de uma liga metálica especial (zircaloy), formando
um conjunto de varetas, cuja estrutura é mantida rígida por grades
espaçadoras.
6. Geração de energia: Os elementos combustíveis são colocados no
centro dos reatores das usinas nucleares, onde se inicia o processo de
geração de energia nuclear. Esta etapa do ciclo é realizada pela estatal
Eletronuclear. Saiba mais em: www.eletronuclear.gov.br
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URÂNIO
 O que é urânio?
O urânio é um metal de coloração prateada, radioativo, denso, inflamável,
flexível e maleável. O elemento químico urânio (número atômico 92) possui
três isótopos principais – urânio 234; urânio 235 (físsil, usado como
combustível nuclear) e urânio 238. É um elemento razoavelmente abundante
na crosta terrestre, ocorrendo em diversas formas em vários ambientes
geológicos, sempre em combinação com o oxigênio. O principal mineral de
urânio é a uraninita (UO2). Outros minerais de urânio (variedades primárias ou
secundárias) apresentam-se em cores variadas: amarelo (uranofano,
autunita), verde (tobernita), etc.
 O que é urânio natural?
É o urânio tal como é encontrado na natureza, contendo 0,7% de urânio – 235
e 99,3% de urânio- 238 e traços de urânio – 234.
 O que é urânio empobrecido?
Urânio com uma percentagem de urânio – 235 menores do que 0,71%
encontrado no urânio natural. É encontrado em elementos combustíveis
irradiados e nos resíduos do processo de separação isotópica do urânio.
 O que é urânio enriquecido?
É o processo físico de retirada de urânio – 238 do urânio natural,
aumentando, em consequência, a concentração de urânio – 235.
 Como o urânio foi descoberto?
O urânio é um elemento bastante comum na Terra, incorporado ao planeta
durante a sua formação. No entanto, ele foi identificado em 1789 por Martin
Heinrich Klaproth, que deu a ele este nome em homenagem à descoberta do
planeta Urano. Em 1896, Henri Becquerel descobriu a radioatividade do
urânio.
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O elemento tornou-se objeto de estudo intenso e de amplo interesse depois
que Otto Hahn e Fritz Strassman descobriram, em 1938, o fenômeno da
fissão nuclear no urânio bombardeado por nêutrons lentos.
No ano seguinte, Enrico Fermi sugeriu que os nêutrons deveriam ser
produtos da fissão e podiam então desencadear uma reação em cadeia, o
que foi comprovado mais tarde por outros pesquisadores.
 Onde o urânio é encontrado?
Encontram-se vestígios de urânio em muitos pontos da crosta terrestre. O
minério de urânio mais comum e importante é a uraninita, composta por uma
mistura de UO2 com U3O8. (O maior depósito do mundo de uraninita situa-se
nas minas de Leopldville no Congo, na África). Outros minerais que contém
urânio são a euxenita, a carnotita, a branerita, a torbernite, e a coffinita. Os
países com maiores reservas de urânio são: Austrália, Cazaquistão, Rússia,
África do Sul, Canadá, Estados Unidos e Brasil, nesta ordem. O Brasil ocupa
a sétima posição no ranking mundial de reservas de urânio (por volta de
309.000t de U3O8).
 Onde podemos encontrar reservas de urânio no Brasil?
A reserva de aproximadamente 309.000 t de U3O8 do Brasil encontra-se
distribuída entre os estados da Bahia, Ceará, Paraná e Minas Gerais, entre
outros. As reservas geológicas brasileiras evoluíram de 9.400 toneladas,
conhecidas em 1975, para a atual quantidade, podendo certamente ser
ampliadas com novos trabalhos de prospecção e pesquisa mineral já que
apenas 25% do território nacional foi pesquisado. O país possui também
ocorrências uraníferas associadas a outros minerais, como aqueles
encontrados nos depósitos de Pitinga no Estado do Amazonas, além de áreas
extremamente promissoras como a de Carajás, no Pará. Nesses, estima-se
um potencial adicional de 300.000t. (inf. Site)
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Veja o mapa com a localização das resevas prospectadas:
 Qual o tamanho da reserva brasileira de urânio?
 Qual a diferença entre reserva medida, inferida e prognosticada?
Reserva medida é a tonelagem de minério computada com base em
medições e análises detalhadas de dimensões e teores.
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Reserva indicada é a quantidade e o teor de minério computados
parcialmente e medidas e amostras específicas.
Reserva inferida é a estimativa feita com base no conhecimento dos
caracteres geológicos do depósito mineral, havendo pouco ou nenhum
trabalho de pesquisa.
Reserva prognosticada é a reserva potencial estimada.
 O urânio é comercializado de que forma?
O urânio é comercializado sob a forma de yellowcake (espécie de sal
amarelo, o U3O8), gás UF6 e urânio enriquecido em U 235, produtos derivados
das três principais etapas de processamento do material bruto. Seu comércio
é rigidamente controlado tanto pelos governos nacionais quanto pela Agência
Internacional de Energia Atômica (AIEA), uma vez que se trata de material
radioativo.
 Onde ficam as unidades produtoras de urânio no Brasil?
A produção brasileira de urânio começou em 1982, no município de Caldas,
em Minas Gerais, onde a reserva foi explorada durante 13 anos, abastecendo
a usina de Angra 1 e programas de desenvolvimento tecnológico. Com o
avanço das prospecções geológicas, outras reservas foram descobertas e,
em 1995, a unidade da INB em Caldas encerrou a produção de urânio,
entrando então na fase de descomissionamento.
Em 1998, o urânio começou a ser explorado em Caetité, na Bahia, uma área
onde existe uma reserva de 100.000 toneladas do minério. A Unidade de
Concentrado de Caetité tem capacidade de produzir atualmente cerca de 400
toneladas/ano de concentrado de urânio, o suficiente para abastecer as
usinas Angra 1 e Angra 2.
Com o desafio de atender a demanda das usinas nucleares que serão
construídas nos próximos 20 anos, a INB iniciou os trabalhos necessários
para aumentar a sua produção de urânio. Em Caetité, com a abertura da lavra
subterrânea e a implantação de um novo processo de beneficiamento que
resultará em maior aproveitamento do mineral, e em Santa Quitéria, Ceará,
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com a parceria com a empresa privada Galvani para explorar o urânio que se
encontra associado ao fosfato.
 Quantas minas de urânio existem em operação na América Latina?
A mina de Caetité, no sudoeste da Bahia, no Brasil, é a única em operação
em toda a América Latina e responde pelo suprimento das usinas Angra 1 e
Angra 2. A previsão é que as Indústrias Nucleares do Brasil, empresa
responsável pela mineração à fabricação do combustível, comecem as
operações de extração de urânio na jazida de Itataia, Santa Quitéria – Ceará
em 2020.
 Que empresas extraem e processam o urânio no Brasil?
No Brasil, apenas as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) são autorizadas
pelo Governo Federal a extrair e processar o urânio e demais minerais
radioativos. A empresa é vinculada à Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN), uma autarquia federal subordinada ao Ministério da Ciência,
Tecnologia e Inovação (MCTI) e constituída para, em nome da União, exercer
o monopólio da mineração de elementos radioativos e da produção e
comércio de materiais nucleares.
 O Brasil exporta urânio?
Não, o Brasil não exporta urânio comercialmente. O urânio é enviado ao
exterior apenas para passar pelas etapas de conversão e enriquecimento,
retornando ao país para a produção do elemento combustível.
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MINERAÇÃO
 Onde é feita a mineração de urânio no Brasil?
A mineração de urânio é feita no município de Caetité, localizado no interior
da Bahia. É a única mina em atividade no país, atualmente.
 Como é feita a mineração do urânio?
O minério é extraído da rocha e levado para ser britado, transformando-se em
micro pedrinhas. Elas são depositadas em pilhas, onde recebem, através de
mangueiras, uma solução de ácido sulfúrico que separa o urânio da rocha.
Esse processo é conhecido como lixiviação e dele resulta um líquido amarelo,
o licor de urânio – uma mistura de ácido sulfúrico com urânio.
 Qual o período de duração do processo de lixiviação?
O processo de lixiviação em pilhas utilizado na INB Caetité dura, em média,
60 dias, distribuídos da seguinte forma: montagem da pilha de minério: 25
dias; lixiviação, lavagem e amostragem da pilha: 25 dias; remoção da pilha
lixiviada e preparação do pátio para receber nova pilha: 10 dias.
 Que destino tem o material lixiviado, a rocha da qual se extraiu o
urânio?
O material lixiviado é lavado com água para remover a acidez restante e
depois levado por caminhões para um terreno na área da unidade de
mineração, conhecido como "depósito de rejeitos sólidos". Quando esse
depósito está completo, ele é coberto com argila compactada, sobre a qual é
aplicada uma camada de solo. Ali se faz a revegetação com espécies da flora
regional.
 Há risco de chuva ácida com a evaporação do licor de urânio?
Certamente que não, pois o urânio é um metal pesado e não evapora. No
processo de evaporação natural do licor de urânio armazenado nas bacias ou
durante o processo de lixiviação em pilhas ocorre evaporação apenas da
água.
16
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Não há evaporação de ácido sulfúrico, usado no processo, ou de outros tipos
de gases como o CO2 (gás carbônico), que são os responsáveis pela
ocorrência de chuva ácida. Portanto, não há o risco de ocorrência de chuva
ácida na região da INB Caetité.
 O que é o beneficiamento?
Beneficiamento é o nome dado ao processo em que o licor de urânio é
purificado e tratado com diversos processos químicos e físicos de separação,
para depois gerar uma pasta amarela um concentrado de urânio, obtida na
forma de diuranato de amônia - DUA.
 O que é o yellowcake?
O concentrado de urânio, também é chamado de yellowcake. A concentração
do urânio é realizada pelo processo de extração por solventes orgânicos,
seguida da separação por precipitação, secagem e acondicionamento em
tambores.Todas essas etapas são realizadas na Unidade de Concentrado de
Urânio da INB em Caetité (BA).
 O que é feito com esse concentrado de urânio?
Acondicionado em tambores especiais, inteiramente vedados, o concentrado
segue para outra etapa do ciclo do combustível nuclear: a conversão. De
Caetité o yellow cake é enviado até o porto de Salvador, onde é embarcado
para a Europa, onde será convertido em gás e depois enriquecido.
 Quando a mina começou a operar em Caetité?
A Unidade de Concentrado de Urânio começou a ser implantada em 1995,
sendo que a exploração efetiva do urânio só foi iniciada em 1999, em caráter
experimental, quando já possuía todas as licenças necessárias para operar,
17
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tendo produzido concentrado de urânio comercialmente a partir do ano 2000.
Essa reserva de urânio, conhecida como Jazida da Cachoeira, foi detectada
em 1977 em uma área onde existe cerca de 100 mil toneladas do minério.
 Quanto foi investido na implantação da INB Caetité?
R$ 41 milhões.
 Quanto foi produzido de urânio, desde o início da operação da
unidade?
Veja a quantidade produzida, ano a ano, conforme tabela abaixo.
Histórico de Produção da URA
ANO
PRODUÇÃO DE U3O8
ACUMULADA (tonelada)
2000
13
2001
65
2002
328
2003
270
2004
352
2005
129
2006
230
2007
352
2008
389
2009
406
2010
174
2011
311
2012
383
2013
234
2014
67
2015
50,5
TOTAL
3.753,5
18
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 Qual a capacidade brasileira de urânio ao ano?
A capacidade de produção é de 400 toneladas/ano. Mas o objetivo é
aumentar para 800 toneladas e depois, alcançar 1.200 toneladas/ano sob a
forma de concentrado de urânio.
 Qual a previsão, em anos, da extração de urânio em Caetité?
Essa previsão depende fundamentalmente dos projetos de expansão da
produção e da realização de novas pesquisas geológicas na região.
Considerando a expansão da produção para 800 t de concentrado de urânio
por ano e as reservas atualmente conhecidas, podemos afirmar que a
extração de urânio, em Caetité, se estenderia por mais 30 anos, no mínimo.
 A mina de Caetité possui autorização definitiva para operar?
A Portaria CNEN Nº 68, de 4 de setembro de 2009, concede a Autorização de
Operação Permanente (AOP) à Unidade de Concentrado de Urânio (URA)
pelo prazo de 36 meses. A partir daí a licença vem sendo renovada
regularmente. A atual vence em maio de 2017.
 Qual o tamanho da reserva de urânio de Caetité?
As reservas são de 110 mil toneladas. A Província Uranífera de Lagoa Real
está localizada em uma área de 1.200 km 2 onde já estão identificados 38
depósitos do mineral urânio com alto grau de pureza; dezessete desses
depósitos foram pesquisados, passando a ser chamados de “jazidas”. Desde
o início das operações da INB em Caetité, vinha sendo explorada a jazida
Cachoeira, cuja capacidade de extração a céu aberto se exauriu.
 A INB está buscando outras reservas na região?
A denominada Província Uranífera de Lagoa Real possui, ainda, um grande
potencial adicional. Atualmente, executa-se, dentre outros trabalhos, uma
programação de sondagem geológica concentrada na Anomalia 09 (Jazida do
Engenho), Anomalia 35 (Gameleira I) e Anomalia 36 (Gameleira II).
19
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 A mina é subterrânea ou a céu aberto?
Atualmente a mineração é feita a céu aberto, mas já existe todo um
planejamento para minerar as áreas subterrâneas da mina Cachoeira.
 O que falta para o início da operação da mina subterrânea?
No momento, a Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) está
analisando o pedido de licenciamento enviado pelas Indústrias Nucleares do
Brasil para fazer a mineração subterrânea. Faltam, basicamente, concluir os
estudos para caracterização geotécnica, em profundidade, do maciço
rochoso, que compõem o Projeto Conceitual em aprovação pela CNEN. O
Projeto Executivo será executado em seguida.
 Qual a estimativa da empresa para o volume da produção inicial de
urânio nesta mineração subterrânea?
A produção estimada é da ordem de 400 t de concentrado de urânio por ano.
 Quais são os desafios tecnológicos que este projeto demanda?
Minas subterrâneas são bastante conhecidas em todo o mundo. No caso, é
preciso agregar os cuidados relativos à presença do urânio e à proteção do
trabalhador no que se refere à exposição à radiação.
 Qual é a finalidade do urânio extraído em Caetité?
A Constituição Brasileira determina que o urânio só pode ser explorado para
fins pacíficos, quer dizer, para produzir energia elétrica. A INB é a única
empresa do país que produz o minério. Com o urânio extraído de Caetité se
produz energia elétrica para abastecer os lares de mais de cinco milhões de
brasileiros durante todo o ano.
 A atividade desenvolvida pela INB na Mina de Caetité é segura?
De acordo com o relatório da missão da Agência Internacional de Energia
Atômica, órgão da ONU (Organizações das Nações Unidas), as atividades
das Indústrias Nucleares do Brasil na mina de urânio, em Caetité, são
seguras e não prejudicam o meio ambiente. Segundo os especialistas
internacionais da AIEA que analisaram todos os detalhes da operação, a
20
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unidade de produção é bem projetada, bem cuidada, segura e eficiente. “A
mineração e o beneficiamento de urânio não provocam nenhum impacto
significativo ao meio ambiente nas áreas próximas à URA”, informa o
comunicado da Agência Internacional.
 A atividade é fiscalizada?
Para assegurar a qualidade do meio ambiente e preservar a saúde da
população,
as
atividades
da
INB
Caetité
são
permanentemente
acompanhadas pelo IBAMA e pela Comissão Nacional de Energia Nuclear, de
acordo com as normas adotadas mundialmente. A fiscalização é feita através
de inspeções na usina e de análises das águas, do solo, do ar, dos produtos
agrícolas e da saúde dos trabalhadores.
 Como é feito o transporte de urânio de Caetité a Salvador?
Os tambores especiais contendo concentrado de urânio são lacrados,
identificados e organizados dentro de contêineres e ali fixados para que não
se choquem; os contêineres são levados em caminhões que viajam em
comboios. Durante todo o percurso, o comboio é acompanhado por equipes
de especialistas em proteção física e ambiental da INB e pela Polícia
Rodoviária Federal.
 Por que a INB não divulga as datas em que o urânio é transportado de
Caetité até o porto de Salvador?
Esse tipo de material deve ser transportado seguindo rígidas normas de
segurança. As operações de transporte de urânio seguem a norma
estabelecida pela Comissão Nacional de Energia Nuclear que trata da
proteção física de unidades operacionais da área nuclear, segundo a qual “o
Serviço de Proteção Física deve estabelecer medidas para que as operações
do transporte se processem sob absoluto sigilo, sem divulgação de espécie
alguma”.
A cada evento de transporte de material radioativo, é elaborado um plano
contendo todas as informações acerca da carga e do trajeto a ser percorrido.
Esse plano é submetido à aprovação da CNEN e comunicado às autoridades
envolvidas com a proteção física das populações, como os Comandos
Voltar ao índice
21
Militares regionais, as Secretarias de Segurança Pública, a Agência Brasileira
de Inteligência e o Serviço de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro. O
IBAMA recebe um comunicado sobre as datas de deslocamento da carga.
 Já houve algum acidente durante o transporte de urânio?
Não, a INB segue todas as normas de segurança adotadas pelas entidades
fiscalizadoras do setor nuclear para proteger a saúde das populações e do
meio ambiente.
 A radiação do urânio pode afetar a saúde da população?
As pesquisas já realizadas em torno desta questão em diversas partes do
mundo demonstraram que o urânio natural não contribui para o aumento do
número de casos de câncer ou de qualquer outra doença decorrente da
radiação do urânio. O urânio está presente na crosta terrestre desde a
formação do planeta Terra; a atividade de mineração não aumenta a radiação
emitida por esse mineral porque ela trabalha com o urânio em estado natural.
Saiba mais no item Radiação
 Por que se encontra maior concentração de urânio nas águas do
município de Caetité?
A região de Caetité é considerada uma Província Uranífera devido à
quantidade e qualidade de suas reservas de urânio. É por esta razão que o
urânio está presente em suas águas em sua forma natural. Desde 1990,
antes da implantação de sua unidade de mineração, a INB monitora
permanentemente 132 poços situados no entorno da mina e os rios da região.
Os resultados obtidos comprovam que a concentração de urânio natural nas
águas dos poços não aumentou durante todo este tempo.
 Quais são os resultados das últimas análises?
De acordo com a análise de amostras de águas subterrâneas de Caetité (BA)
coletadas durante o ano de 2015, o nível de urânio está abaixo do limite
estabelecido como seguro pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA) para o consumo humano, que é de 0,015 mg/L.
O programa de monitoração da INB contempla 132 pontos de coleta de águas
subterrâneas, sendo 39 poços de comunidades próximas à área da empresa,
22
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para garantir que as atividades de mineração e beneficiamento de urânio não
prejudiquem a qualidade da água.
Os primeiros dados foram coletados em 1989, dez anos antes do começo das
atividades de mineração, quando foi executado o Programa de Monitoração
Ambiental Pré-Operacional. Com isso, a INB possui informações sobre as
concentrações encontradas naturalmente na região, permitindo que seja feita
uma comparação entre os valores registrados nas fases pré-operacional,
operacional e pós-operacional.
Veja no gráfico a média dos níveis de urânio encontrados nos poços
coletados em 2015:
Em relação às águas de superfície, os níveis de urânio também ficaram
abaixo do limite estabelecido pelo CONAMA que, neste caso, é de 0,020
mg/L. Veja abaixo a média dos valores encontrados durante o ano de 2015
nos locais monitorados:
Voltar ao índice
23
 Quantos empregos diretos são gerados na atividade de mineração e
beneficiamento de urânio em Caetité?
Em Caetité, a INB possui atualmente 303 empregados. Além disso, gera
emprego indireto, que é composto por aqueles que prestam serviços para a
empresa, ou que conseguem montar um negócio pelo aumento de
investimentos na cidade.
 A INB desenvolve algum trabalho social?
A empresa desenvolve projetos e apoia iniciativas que têm como objetivo a
melhoria da qualidade de vida da população atuando, sobretudo, nas áreas
de educação e infraestrutura. Ver mais em Responsabilidade Social.
ENRIQUECIMENTO DE URÂNIO
 O que é o enriquecimento? Como ele é feito?
Enriquecimento de urânio é o processo de separação física do átomo urânio235 do átomo urânio-238, chamados isótopos do urânio, que são encontrados
na natureza em concentrações de 0,7% e 99,3%, respectivamente, de modo a
aumentar para 4% a concentração do urânio-235.
O urânio-235, o isótopo físsil, é que produz energia ao sofrer fissão
(rompimento) nos núcleos dos reatores nucleares. O hexafluoreto de urânio
(UF6) é o composto de urânio processado, na forma gasosa, por grupos de
equipamentos especiais empregados nos processos tecnológicos
de
enriquecimento de urânio. No caso do processo de ultracentrifugação, o gás
passa por equipamentos chamados ultracentrífugas que giram em velocidade
extremamente alta, separando os dois tipos de isótopos, o urânio-235 e o
urânio-238. Por ser mais pesado, o urânio-238 se desloca para as paredes da
ultracentrífuga, enquanto que o urânio-235, por ser mais leve, se concentra no
centro, de onde são retirados.
Para entender o processo de separação da forma mais simples, cita-se o
exemplo da secagem de roupas numa máquina lavadora: análogo ao que
acontece numa ultracentrífuga, o tambor da máquina ao girar lança a roupa
24
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contra as paredes internas, tirando a maior parte da umidade, enquanto a
água é eliminada em outra parte. Como no enriquecimento de urânio o efeito
separativo dos isótopos numa ultracentrífuga é pequeno, para conseguir-se a
concentração desejada de 4% do isótopo urânio-235, torna-se necessária a
passagem
sequencial do
gás “enriquecido” por inúmeras máquinas
conectadas em série e paralelo, formando as chamadas cascatas.
A figura a seguir, de forma singela, ilustra o processo industrial do
enriquecimento de urânio, identificando na cor vermelha as concentrações
dos isótopos urânio-235 nas frações enriquecida e empobrecida, retiradas das
cascatas.
 Por que é necessário enriquecer o urânio?
O urânio deve ser enriquecido em seu isótopo urânio-235, da concentração
de 0,7% encontrada na natureza até a concentração de 4%, separando-o do
isótopo urânio-238, de modo a obter-se maior quantidade desse isótopo, que
25
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ao ser fissionado nos núcleos dos reatores nucleares produz maior
quantidade de energia.
 Quais os processos de enriquecimento de urânio?
Vários processos de enriquecimento de urânio foram desenvolvidos em
laboratórios, mas somente dois deles operam em larga escala industrial: a
difusão gasosa e a ultracentrifugação. As empresas proprietárias de usinas de
difusão gasosa, por razões técnicas e econômicas, já iniciaram a sua
desativação, ao mesmo tempo em que implantam unidades industriais de
ultracentrifugação. O processo utilizado na INB é o de ultracentrifugação,
considerado o mais econômico entre os existentes. Essa tecnologia foi
desenvolvida pelo Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP)
em parceria com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN /
CNEN).
 Quantos países dominam a tecnologia de enriquecimento de urânio?
O Brasil enriquece urânio?
A comunidade nuclear mundial reconhece 12 países como detentores de
instalações de enriquecimento de urânio com diferentes capacidades
industriais de produção. São eles: China, Estados Unidos, França, Japão,
Rússia, Alemanha, Inglaterra, Holanda, Brasil, Índia, Paquistão e Irã.
 O Brasil pode construir bomba atômica ou armas nucleares nessa
fábrica?
Não. A Constituição Brasileira determina que o urânio só pode ser beneficiado
para fins pacíficos. Por consequência, adiciona-se também o fato do Brasil ser
signatário de vários acordos com países e organismos internacionais que
selam o compromisso e garantem o cumprimento de uso pacífico da energia
nuclear.
 Quem fiscaliza a atividade de enriquecimento de urânio aqui no
Brasil?
Além da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, órgão federal
responsável pelo licenciamento e fiscalização de instalações nucleares e
26
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radioativas no Brasil, também fiscalizam as instalações de enriquecimento a
Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e Controle de Materiais
Nucleares – ABACC e a Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA,
em cumprimento a acordos internacionais.
 Quem autoriza um país a enriquecer urânio?
No caso do Brasil, o Poder Legislativo representado pela Câmara dos
Deputados e Senado Federal, de acordo com as disposições da Constituição
Federal.
 Existem garantias internacionais de que o Brasil não utilizará urânio
enriquecido para outras finalidades?
Sim. As garantias internacionais encontram-se consagradas nos termos dos
acordos internacionais assinados e cumpridos pelo Brasil com organismos e
países comprometidos com uso pacífico da energia nuclear.
 Qual a porcentagem de enriquecimento de urânio no Brasil?
No Brasil, nas instalações das Indústrias Nucleares do Brasil – INB, o urânio é
enriquecido a 4% para a fabricação de elementos combustíveis usados nos
reatores nucleares, ou seja para a finalidade de geração de energia elétrica.
 Onde são colocados os rejeitos do enriquecimento?
O processo de enriquecimento não produz rejeitos. Parte do urânio natural
processado nas unidades de enriquecimento é transformada em urânio
enriquecido e parte em urânio empobrecido, no isótopo urânio-235. As partes
são armazenadas em distintos cilindros especiais, que são estocados em
locais licenciados para tal finalidade e posterior uso.
 Qual o valor total da implantação do Projeto de Enriquecimento?
O valor total da implantação da Usina de Enriquecimento de Urânio, entre os
anos de 2000 e 2023, para a capacidade instalada correspondente às
necessidades de Angra 1 e 2, é da ordem de R$ 1.8 bilhão.
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27
 Qual o estágio atual na implantação do Projeto de Enriquecimento?
Atualmente, na Usina de Enriquecimento da INB, em Resende/RJ,
encontram-se em plena operação as quatro cascatas de ultracentrífugas do
Módulo 1 e as duas cascatas do Módulo 2, tendo sido produzidos, em 2015,
3.714 kg de urânio enriquecido, correspondente a 20.824 kg de UTS
(Unidades de Trabalho Separativo). Ao longo de 2016, serão executadas as
atividades de montagem da infraestrutura eletromecânica das ultracentrífugas
da 7ª cascata, a primeira pertencente ao Módulo 3.
 Qual o papel da INB e do CTMSP na produção de urânio enriquecido?
A INB é a empresa governamental responsável pela implantação gradativa de
uma unidade industrial para produção industrial de urânio enriquecido pelo
processo de ultracentrifugação, enquanto que o CTMSP é a organização da
Marinha do Brasil contratada pela INB para o desenvolvimento, fornecimento
e instalação das ultracentrífugas na unidade industrial.
 Quanto a INB já produziu?
Na Usina de Enriquecimento da INB, ao longo do aumento gradativo da
capacidade instalada de produção até 2015, foram produzidas cerca de 13
toneladas de urânio enriquecido, que correspondem a 74.330 kg de UTS
(Unidades de Trabalho Separativo).
 Qual a meta de produção para este ano?
Em 2016, com a operação plena das quatro cascatas do Módulo 1 e das duas
cascatas do Módulo 2 (5ª e 6ª cascatas), a capacidade nominal de produção é
de 35.000 kg UTS/ano (Unidades de Trabalho Separativo por ano).
 O processo de enriquecimento de urânio é secreto?
O Brasil, tal como os demais países e organizações detentores dos processos
industriais de enriquecimento de urânio, protege os conhecimentos obtidos a
partir de custoso desenvolvimento tecnológico, não os repassando a terceiros.
 Quais são os entraves ao enriquecimento do urânio no país?
As restrições orçamentárias têm sido as principais dificuldades para a
implantação da Usina de Enriquecimento, na Fábrica de Combustível Nuclear
da INB, em Resende, no Rio de Janeiro.
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COMBUSTÍVEL NUCLEAR
 O que é o combustível nuclear?
É o combustível que gera energia nas usinas nucleares. É uma estrutura
metálica, com até 5 metros de altura, formada por um conjunto de tubos,
chamadas varetas dentro das quais são colocadas pastilhas de urânio
enriquecido entre 2 a 5%.
 Todas as usinas usam o mesmo tipo de elemento combustível?
Não, esses combustíveis seguem as tecnologias
utilizadas pelas usinas nucleares, assim, para a
usina
Angra
1
(Westinghouse),
o
elemento
combustível – 16NGF*1, é um conjunto de 235
varetas,
rigidamente
estrutura
metálica,
posicionadas
formada
por
Bocal Superior
em
10
Vareta Combustível
uma
grades
espaçadoras, 1 grade protetiva, 20 tubos guias
mais 1 tubo de instrumentação;e dois bocais, um
inferior e um superior.
Tubo Guia
Tubo de Instrumentação
Grade Espaçadora
*2
O combustível – HTP , utilizado na usina Angra 2
(Siemens)
é
um
conjunto
de
236
varetas
combustíveis rigidamente posicionadas em uma
Grade Protetiva
Bocal Inferior
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29
estrutura metálica, formada por 9 grades espaçadoras, 1 grade protetiva, 20
tubos guias e dois bocais, um inferior e um superior.
Notas:
*1
– o 16 significa q são 16 varetas em cada lado e NGF é New Generation
Fuel.
*2
– HTP = High Termal Performance
 Quais são as etapas percorridas em sua fabricação?
Depois de enriquecido, o urânio em forma de gás é transformado em pó – o
pó de dióxido de urânio. As fases operacionais para a produção do pó de
dióxido de urânio (UO2) são as seguintes:
Vaporização e alimentação do hexafluoreto de urânio (UF6): o urânio
enriquecido ate 5%, na forma de UF6, é levado para aquecimento numa
autoclave para vaporização e alimentação do processo.
Precipitação: no estado gasoso a 100°C, o UF6 é enviado para reação
em um tanque, denominado precipitador. Neste tanque pré-carregado, o
UF6 é misturado por borbulhamento em solução aquosa, com outros dois
gases reagentes: gás carbônico (CO2) e o gás amoníaco (NH3).
Filtração, Lavagem e secagem do tricarbonato de amônio e uranila
(TCAU): a reação química entre os compostos produz o TCAU, sólido
amarelo. Em seguida, o conteúdo do precipitador é bombeado para
filtros rotativos a vácuo onde o pó de TCAU é lavado e secado.
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30
Redução química: o TCAU é, então, enviado para a fase
seguinte do processo num forno de redução química de leito
fluidizado. Neste forno, a temperatura media de 540°C, o TCAU é
alimentado juntamente com gás hidrogênio (H2) e vapor d’água,
em contracorrente.
A reação do TCAU com o gás hidrogênio (H2) é instantânea,
liberando grande quantidade de gases (gás carbônico e
amoníaco) e calor. Os gases são aspirados para um lavador
absorvedor e a solução reconduzida para utilização em outra
etapa do processo.
Estabilização do pó de UO2: o pó de UO2 é, então, resfriado até
cerca de 80-90°C onde recebe a adição de ar seco para que
possa ser estabilizado e manuseado em condições ambientes.
Completada a estabilização, a batelada de pó de UO2 é
descarregada por transporte pneumático para tambores de
geometria especial para composição de lotes maiores e controle
de qualidade físico-química.
 Como são feitas as pastilhas?
Após o processo de mistura com U3O8 (produzido por oxidação de restos de
produtos que contém urânio que sobram nas diversas etapas do processo de
31
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fabricação), o pó de UO2 é transportado para uma prensa rotativa automática,
onde são produzidas as chamadas “pastilhas verdes”.
Pó e pastilha de dióxido de urânio (UO2)
 Por que são chamadas “pastilhas verdes”?
As pastilhas verdes são ainda relativamente frágeis, e não apropriadas para
suportar as condições de operação dos reatores nucleares. Assim, são
encaminhadas para um forno de sinterização que se encontra em temperatura
de 1750°C onde em presença de gás hidrogênio, num processo semelhante
ao da fabricação das cerâmicas, adquirem resistência mecânica (dureza)
necessária para resistir às condições de operação a que serão submetidas
dentro do reator da usina nuclear.
As pastilhas sinterizadas passam, ainda, por uma etapa de retificação para
ajuste fino das dimensões. Após a retificação, todas as pastilhas sinterizadas
são verificadas através de medição a laser, que rejeita aquelas cuja
circunferência estiver fora dos padrões adequados. As pastilhas sinterizadas
aprovadas são acondicionadas em caixas e armazenadas adequadamente
em um depósito.
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32
Detalhe da pastilha de UO2
 Como são montados os elementos?
Ainda em Resende, na Fabrica de Combustível Nuclear (FCN – Componentes
e Montagem), são produzidos componentes com alta precisão dimensional e
montado o Elemento Combustível, obedecendo a rigorosos padrões de
qualidade.
O Elemento Combustível dos reatores de Angra 1 e Angra 2 são constituídos
por um arranjo de varetas combustíveis (16x16 varetas) com espaçamento
definido. Os principais componentes do Elemento Combustível são:
oVareta combustível (VC);
oTubo guia (TG) da barra de controle;
oGrades espaçadoras (GE);
oBocal superior (BS) e bocal inferior (BI);
oEsqueleto.
Bocais inferior e superior de Angra 1
Bocais superior e inferior de Angra 2
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33
Grade intermediária e esqueleto de Angra 1
A vareta combustível contém o material físsil que são as pastilhas de UO 2
sinterizadas e enriquecidas em
235U
entre 2 a 5%. A vareta combustível - um
tubo metálico - bem como os tampões terminais servem para manter
totalmente encapsuladas as pastilhas combustíveis bem como os produtos de
fissão gasosos produzidos na pastilha combustível durante a irradiação.
Esses tampões são soldados às varetas.
O material normalmente utilizado para a fabricação das varetas é uma liga de
zircônio (zircaloy) que possui boas características mecânicas, resistência à
corrosão e baixa seção de choque para absorção de nêutrons. Também é
utilizado aço inoxidável austenítico que, no entanto, possui alta seção de
choque de absorção se comparado ao zircaloy.
Algumas posições do arranjo de varetas do Elemento Combustível são
ocupadas por tubos que servem de guia para varetas absorvedoras que
entram no Elemento Combustível de forma a controlar o desenvolvimento da
reação nuclear em cadeia.
As grades espaçadoras tem a função de manter a posição das varetas
combustíveis dentro do arranjo do Elemento Combustível. Elas são elementos
estruturais rígidos e montadas numa forma reticulada por tiras metálicas
entrelaçadas.
O bocal superior e o bocal inferior do Elemento Combustível servem de
orientadores do fluxo de água para os canais de refrigeração entre as varetas
combustíveis e também como peças estruturais de ligação do Elemento
Combustível com as estruturas do reator. São feitas de aço inox austenítico e
cada projeto possui uma forma geométrica distinta que depende basicamente
de facilidade de fabricação e de detalhamento hidráulico do reator.
34
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O Elemento Combustível possui como estrutura principal o que se denomina
“esqueleto”, sendo formado pela união rígida dos tubos guias da barra de
controle às grades espaçadoras e aos bocais superiores e inferiores. Esta
estrutura serve de suporte para as varetas e proporciona a rigidez do conjunto
Elemento Combustível.
Depois de novas inspeções, o elemento combustível já montado é
armazenado e embalado, e aguarda o transporte da INB Resende para as
usinas de Angra dos Reis.
 Qual a capacidade de geração de energia de um Elemento
Combustível?
A capacidade de geração bruta de energia (MWh) de um Elemento
Combustível é a seguinte:
- Angra 1: 23.318 MWh
- Angra 2: 52.609 MWh
 Quantos elementos combustíveis são necessários para abastecer as
usinas de Angra 1 e Angra 2? E qual é a característica desses
combustíveis?
Os elementos combustíveis produzidos pela INB para as usinas de Angra 1
(projeto Westinghouse) e Angra 2 (projeto Siemens) são de diferentes
tecnologias, e por isso cada uma necessita de quantidades diferentes de
elementos combustíveis.
Angra 1: 121 elementos combustíveis, cada um deles contendo 235 varetas,
369 pastilhas por vareta, 4m de comprimento, peso total de 600 kg.
Angra 2: 193 elementos combustíveis, cada um deles contendo 236 varetas,
384 pastilhas por vareta, 5m de comprimento, peso total de 840 kg.
 Qual o tempo de utilização de um elemento combustível?
Um Elemento Combustível permanece no reator durante 3 ciclos, ou seja,
aproximadamente 3 anos. Após este período eles são armazenados dentro
das Usinas, nas piscinas de combustíveis usados.
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35
 Como o combustível é levado às usinas de Angra?
Os contêineres, em que são transportados os elementos combustíveis, são
projetados testados e fabricados obedecendo a normas nacionais e
internacionais
aplicáveis
a
embalados
para
transporte
de
materiais
radioativos. São equipados com registradores de impacto e de aceleração
que indicam qualquer alteração durante o transporte. Presos com firmeza no
interior da embalagem denominada berço, os elementos combustíveis, já na
posição horizontal, recebem dois lacres de inspeção final das áreas de
Fabricação, Radioproteção e de Controle da Qualidade da INB. Depois disso,
os contêineres com os combustíveis são colocados em caminhões e levados
até Angra dos Reis.
Estes contêineres especiais são projetados para resistir, entre outras
condições, a uma queda livre de uma altura de cerca de nove metros e a uma
temperatura de 800ºC durante duas horas, sem provocar qualquer dano ao
produto.
 Quem fiscaliza o transporte do combustível nuclear?
Todo
o
processo
de
transporte
é
minuciosamente
planejado
pela
Eletronuclear (que administra as usinas nucleares de Angra 1 e 2) e
licenciado pela CNEN e pelo Ibama. O comboio rodoviário, que conta com o
apoio logístico do Corpo de Bombeiros e das Polícias Rodoviária Federal e
Estadual, é acompanhado por batedores dessas corporações, de Resende a
Angra dos Reis. O percurso de 175 quilômetros é cumprido com toda a
segurança a uma velocidade máxima estabelecida de 60 km/h.
 Quantos combustíveis são fabricados por ano pela INB?
Em 2015 foram fabricados 44 elementos combustíveis para a 21° recarga de
Angra 1, 10 elementos combustíveis para a 22ª recarga de Angra 1 e 52
elementos combustíveis para a 12° recarga de Angra 2.
 Após o urânio ser enriquecido, transformado em pastilha e colocadas
dentro das varetas, neste momento o processo de fissão ainda não está
funcionando?
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O urânio é um elemento que sofre fissão nuclear espontânea. As taxas de
fissão espontânea dos isótopos do urânio que estão presentes no combustível
nuclear são: U-235: 0,2 - 0,3 fissões/segundo-kg e U-238: 7 fissões/segundokg.
Isso quer dizer que mesmo na forma de pastilha, ou dentro da vareta, o
processo de fissão do urânio continua em andamento. Mas o processo de
fissão que ocorre nessa fase não evolui para uma reação em cadeia,
como ocorre no reator nuclear.
 Por que o urânio não entra numa reação em cadeia quando colocado
nas varetas do elemento combustível?
São três os motivos:
- o primeiro é que os nêutrons produzidos pela fissão do átomo de urânio tem
energia cinética (velocidade) muito alta e quando se chocam com outros
átomos de urânio, os nêutrons ricocheteiam e não produzem novas fissões.
Nos reatores nucleares de Angra usa-se água para diminuir (moderar) a
velocidade dos nêutrons até um valor adequado para que produzam novas
fissões, que são necessárias para o funcionamento do reator.
- o segundo motivo é a massa de urânio que existe no volume com que se
está trabalhando. Se num determinado volume existir uma massa de urânio
suficiente grande, os nêutrons produzidos pelas fissões espontâneas naquela
massa de urânio poderiam chocar-se com vários átomos sucessivamente e
ter sua velocidade reduzida de tal modo que produzam novas fissões. Esse
evento poderia reproduzir-se até atingir uma quantidade de nêutrons que
levasse a uma reação em cadeia. Por isso busca-se trabalhar com massas
de urânio que não possam sustentar reação em cadeia. A massa de uma
pastilha, por exemplo, não é suficiente para sustentar reação em cadeia. Mas
dentro do reator nuclear é colocada massa de urânio suficiente para sustentar
a reação em cadeia
- o terceiro motivo é a geometria que se dá ao arranjo ou forma em que urânio
está contido. Se for necessário trabalhar-se com massas maiores, isso pode
37
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ser feito em arranjo ou forma com geometria adequada, tal que os nêutrons
gerados a partir das fissões espontâneas sairão do volume que contem urânio
antes que seu número (fluxo de nêutrons) atinja valor suficiente para
sustentar a reação. Já o arranjo do núcleo do reator tem geometria favorável
à sustentação da reação em cadeia.
É através da combinação de massa e geometria adequadas (seguras), e da
restrição à presença de moderador (água) junto ao urânio que se garante que
não ocorrerá involuntariamente, o processo multiplicação das fissões, e a
consequente reação nuclear em cadeia do combustível. Isso só ocorrerá
quando o combustível estiver no núcleo do reator.
 O processo de fissão pode acontecer involuntariamente durante o
transporte dos elementos combustíveis?
Até mesmo o transporte dos elementos combustíveis da fábrica da INB até a
usina é feito em um container projetado em arranjo especial e com materiais
resistentes, que mesmo em caso de acidente, com fogo, submersão em água
ou queda, o urânio contido nos elementos não entrará em reação em cadeia.
 Como a INB Resende atua nas questões ligadas à Qualidade,
Segurança e Meio Ambiente?
As instalações da INB são dotadas de sofisticados procedimentos e
equipamentos de segurança. A empresa oferece treinamento constante aos
seus empregados relacionados aos aspectos de qualidade e segurança. Os
requisitos de segurança industrial e nuclear, requeridos pelo setor, garantiram
à Fábrica de Combustível Nuclear várias certificações: a ISO 9001, a ISO
14001 e a OHSAS 18001.
A FCN opera com avançados sistemas de tratamento de efluentes líquidos e
gasosos e de compactação e segregação de rejeitos sólidos. Exerce ainda,
detalhado controle de suas atividades no tocante à segurança e à saúde de
seus empregados através de programas permanentes de monitoração do
indivíduo e do meio ambiente.
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38
Para o sistema produtivo da Fábrica de Combustível Nuclear não só a
qualidade e a segurança são fundamentais, a preservação ambiental também
é um de seus compromissos. Mais do que uma exigência pela natureza de
suas atividades, o respeito e os cuidados com o meio ambiente são a síntese
da política ambiental da INB, e o Centro Zoobotânico de Resende é o seu
melhor exemplo.
 Quantas pessoas trabalham na Fábrica de Combustível Nuclear?
Atualmente trabalham 728 empregados na Fábrica de Combustível Nuclear.
 Quem fiscaliza as atividades da Fábrica de Combustível Nuclear?
A Agência Internacional de Energia Atômica – AIEA, a Comissão Nacional de
Energia Nuclear – CNEN, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais– IBAMA e o Instituto Estadual do Ambiente – INEA.
 Além da atividade nuclear, a INB desenvolve outros serviços na
Fábrica?
Sim. Tais como usinagem de componentes mecânicos de alta precisão,
soldas especiais utilizando feixe de elétrons e análises de materiais e
processos a partir de técnicas como medição tridimensional de peças e
sistemas de medição a laser.
 Como é o processo de geração de energia elétrica por fonte nuclear?
Depois da fabricação dos elementos combustíveis na Fábrica de Combustível
Nuclear da INB em Resende (RJ), estes seguem para as usinas nucleares
brasileiras de Angra 1 e 2 - localizadas em Angra dos Reis (RJ) e operadas
pela Eletronuclear.
Uma usina nuclear funciona como uma usina térmica convencional. A
diferença é que para gerar o calor, não usa combustão de carvão, óleo ou gás
natural. A matéria-prima da usina nuclear é o urânio, que é considerado um
combustível limpo.
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39
A geração de energia começa com a fissão dos átomos de urânio, que estão
nos Elementos Combustíveis, dentro do núcleo do reator. A fissão gera calor
que aquece a água do sistema primário. No Gerador de Vapor, a água quente
e pressurizada vinda do sistema primário aquece a água do sistema
secundário, transformando-a em vapor. Esse vapor, após movimentar a
turbina, passa pelo condensador, onde é resfriado pela água do mar (sistema
terciário) e retorna ao Gerador de Vapor. O gerador elétrico acoplado ao eixo
da turbina produz a eletricidade que abastece a rede de distribuição de
energia elétrica. É importante salientar que todos os sistemas de circulação
de água são independentes, não havendo contato direto entre eles (Fonte:
Eletronuclear).
Desenho esquemático de uma Usina Nuclear
Para saber mais sobre o processo de geração de energia elétrica por fonte
nuclear, acesse o site da Eletronuclear http://www.eletronuclear.gov.br/
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PROJETO SANTA QUITÉRIA
 O que é o Projeto Santa Quitéria?
É o Projeto que visa explorar o urânio e o fosfato, encontrados de forma
associada na jazida de Itataia, que se localiza no município de Santa Quitéria,
Ceará.
 Em que ano foi descoberta a jazida de Santa Quitéria?
Em junho de 1976, através de pesquisas realizadas pela antiga Nuclebrás.
 Que pesquisas foram feitas para que se tomasse a decisão de explorar
essa jazida?
Depois da descoberta da jazida foi criado o Projeto Santa Quitéria,
desenvolvido
segundo
estudos e
projetos básicos de:
análises de
infraestrutura, alternativas tecnológicas associadas à economia local, bem
como seus efeitos relacionados à implantação do empreendimento. Este
projeto contempla o processo produtivo do minério de fosfato da Fazenda
Barrigas, localizada na zona rural do município de Santa Quitéria. A fase de
pesquisa durou sete anos, desde a sua descoberta até sua classificação
como jazida.
 Quais são os minérios existentes na jazida de Santa Quitéria?
Nessa jazida, o urânio encontra-se associado ao fosfato. O fosfato é o bem
mineral predominante, encontrado em maior quantidade, com reserva de 8,9
milhões de toneladas. Já as reservas de urânio são da ordem de 80.000t.
 O que será produzido em Santa Quitéria?
O principal produto será o ácido fosfórico, que será destinado tanto para a
produção do fertilizante fosfatado quanto para a produção de fosfato bicálcico,
que misturado ao sal marinho, resulta no sal mineral utilizado na ração
animal. O urânio produzido em Santa Quitéria será destinado à geração de
energia elétrica nas usinas nucleares.
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 Qual o volume estimado de produção?
A previsão é de que a capacidade nominal do Projeto Santa Quitéria seja de
240.000 toneladas/ano de fosfato, correspondendo a uma produção de 1.600
toneladas/ano de concentrado de urânio.
 Por que se decidiu implantar a mineração de fosfato e urânio?
Após os estudos que confirmaram a reserva mineral de Itataia e a
classificaram como reserva de fosfato, a INB fez diversas investidas na busca
de um parceiro para a implantação de um empreendimento que possibilitasse
sua exploração. No passado, devido à ausência de mercado consumidor de
fertilizantes fosfatados na região Norte/Nordeste, trabalhava-se com a
hipótese de transferir todo ácido produzido para o mercado consumidor da
região sul do Brasil. Este fator tornou inviável economicamente a implantação
deste empreendimento durante muito tempo.
Atualmente, com a expansão da fronteira agrícola para o Norte/Nordeste, a
região passou a ser um importante mercado consumidor, que vem sendo
atendido exclusivamente com produtos importados. Este fato tornou factível a
implantação do Projeto Santa Quitéria. Assim, a INB buscou na iniciativa
privada, através do processo de carta-consulta, empresas da área de
fertilizantes para formar parceria com a INB para explorar a jazida. Em junho
de 2009, o Conselho de Administração da estatal anunciou a Galvani como
parceira no Projeto Santa Quitéria. Da associação entre as duas empresas,
surgiu o Consórcio Santa Quitéria. O contrato entre as empresas tem duração
de 25 anos.
 A Galvani atua em que área?
O Grupo Galvani tem sua origem na década de 1930, em São João da Boa
Vista, interior de São Paulo. Na década de 1970, iniciou a atuação no
mercado
de
fertilizantes.
Atualmente,
trabalha
desde
a
mineração,
beneficiamento, até a produção e distribuição de fertilizantes fosfatados.
Possui unidades nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Mato
Grosso e Ceará. Em dezembro de 2014, formou uma joint-venture com a
Voltar ao índice
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Yara, que passou a ter 60% das participações da empresa. Fundada na
Noruega e com atividades no Brasil desde 1977, a Yara - uma companhia
global com presença em todo o mundo e vendas para 150 países - oferece
soluções para a agricultura sustentável e o meio ambiente.
 E o urânio, não pode ser minerado isoladamente? Por que foi preciso
formar parceria com uma empresa de fertilizantes?
A jazida de Itataia é composta de minério de fosfato, encontrando- se o urânio
em sua estrutura cristalina, como impurezas do fosfato. Não existe um minério
específico do urânio, o que faz com que o urânio não possa ser extraído sem
que se promova, simultaneamente, a lavra e o beneficiamento do minério de
fosfato.
 Que passos já foram dados para a consolidação deste projeto?
A primeira tarefa para implantar um empreendimento, após a tomada de
decisão da empresa, é obtenção das licenças ambientais. Processo composto
basicamente de levantamento de todas as condições ambientais antes do
empreendimento (Diagnóstico Ambiental), elaboração do Estudo de Impacto
Ambiental e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA),
audiências públicas a fim de mostrar a comunidade o impacto ambiental do
projeto; e, se o Licenciador avaliar como Projeto Ambientalmente viável,
concede a Licença Prévia, Licença de Instalação e finalmente a Licença de
Operação.
Em novembro de 2014, o IBAMA promoveu três audiências públicas para
discussão do EIA/RIMA. Atualmente estamos aguardando a emissão da
Licença Prévia pelo órgão ambiental.
 Quanto será investido na implantação do empreendimento?
De acordo com o contrato, cabe à Galvani o investimento total para a
implantação do empreendimento, que é da ordem de R$ 850 milhões. A INB é
detentora da área da jazida e do direito de lavra e receberá da Galvani o
urânio que será extraído no processo de purificação do ácido fosfórico
produzido.
43
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 Como será implantado esse projeto? O empreendimento vai constar
de quantas unidades industriais?
O Projeto Santa Quitéria será constituído por instalações que funcionarão de
forma integrada entre si, no que se refere à destinação da produção de cada
unidade.
As instalações serão compostas por uma Unidade de Extração Mineral, que
visa à lavra a céu aberto do minério extraído da jazida, com estimativa de
produção de 3,7 milhões de toneladas/ano; por uma Unidade de Fosfato,
constituída de seis instalações industriais; e por uma Unidade de Urânio, que
visa à precipitação, embalagem e estocagem do urânio.
 Como será o processo de extração na jazida?
O minério, depois de extraído da jazida, passará por um processo de
separação de elementos. O fosfato ficará com a Galvani, que irá utilizá-lo na
fabricação de fertilizantes, e o urânio será entregue à INB.
 Quantos empregos serão gerados?
O Projeto Santa Quitéria deve gerar cerca de três mil empregos - entre
diretos, indiretos e associados, em razão da implantação das atividades
básicas e de apoio que se instalarão na região.
 Que benefícios trará ao país o funcionamento do Consórcio Santa
Quitéria?
O empreendimento contribuirá para que o país produza mais alimentos e
energia, diminuindo a dependência brasileira de insumos para a agricultura e
a pecuária e aumentando a capacidade de produção de energia gerada em
usinas nucleares. A previsão é de que a operação do Consórcio Santa
Quitéria significará a quadruplicação da produção de concentrado de urânio,
usado pela INB na produção do combustível nuclear, e um aumento de 10%
na produção brasileira de fosfatados.
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44
 Quais são as instituições que fiscalizam e controlam as atividades da
INB no Ceará?
Em relação à legislação específica para a atividade de mineração, cabe ao
Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM fiscalizar e normatizar
a INB. Quanto à legislação ambiental, a competência é do IBAMA e da
Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Ceará – SEMACE; no que
diz respeito ao licenciamento da atividade nuclear e às normas e
regulamentos de radioproteção, a INB se reporta à Comissão Nacional de
Energia Nuclear – CNEN.
 De que forma o empreendimento é controlado pelos órgãos
fiscalizadores?
De forma rotineira, por meio de relatórios de monitoração, inspeções e
auditorias. Os relatórios são encaminhados aos órgãos fiscalizadores, com os
resultados obtidos pelo monitoramento do meio ambiente e da saúde dos
trabalhadores, como parte dos Planos e Programas de Controle da INB.
As inspeções e auditorias são realizadas para fiscalizar e verificar, no local, o
cumprimento desses mesmos Planos e Programas de Controle e,
consequentemente, atestar o atendimento aos padrões de segurança
estabelecidos por ocasião do licenciamento.
 Que estrutura tem atualmente a INB em Santa Quitéria?
A INB é detentora dos direitos minerários da jazida, localizada nos domínios
da Fazenda Itataia, que tem 4.042 hectares. A fazenda é toda cercada, possui
um açude com capacidade de 2.300.000 m³, um campo de pouso com 1.200
m para aeronaves de pequeno porte e um acampamento composto de
alojamento, escritório, laboratório e barracões de testemunhos de sondagens.
Dispõe ainda de estação meteorológica e sismográfica.
 Por que a mina ainda não entrou em operação?
Todos os empreendimentos do país, inclusive a mineração, precisam de uma
licença ambiental para poder operar. Quem emite a licença ambiental é o
Voltar ao índice
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Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), porém, antes de conceder a licença, o órgão exige que a empresa
interessada em explorar as riquezas naturais da região apresente um Estudo
de Impacto Ambiental. Este relatório foi entregue e estamos aguardando a
análise do documento pelo IBAMA.
Em novembro de 2014, o IBAMA promoveu três audiências públicas - em
Santa Quitéria, Itatira e Lagoa do Mato (distrito de Itatira) - para discussão do
Estudo de Impacto Ambiental do Projeto Santa Quitéria e seu respectivo
Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Mais de 1.400 pessoas
participaram das audiências, que fazem parte do processo de licenciamento
ambiental. Agora, é aguardada a emissão da Licença Prévia (LP). Em
seguida, novo relatório com documentos mais detalhados será entregue ao
IBAMA para liberação da Licença de Instalação (LI) do empreendimento. Com
a LI é iniciada a instalação de todo o parque industrial.
 O que é o EIA/Rima?
O Estudo de Impactos Ambientais, EIA/Rima, é um documento que contém
informações e resultados das análises que são realizadas em uma
determinada região. Nele devem constar os pontos favoráveis e negativos dos
meios físico, biótico e socioeconômico das localidades que vão abrigar uma
futura mina. Ele também serve como fonte de consultas para o IBAMA e para
a empresa produtora, que deverá manter o equilíbrio e a preservação do meio
ambiente e, quando necessário, criar projetos de melhoria para a região
explorada.
 Existe uma data prevista para a mina entrar em operação?
Trabalhamos com horizonte de concluir a implantação em 2019 e iniciar a
operação em 2020.
 De onde virá a água para construir as instalações de Itataia?
A água chegará de caminhão-pipa. Poderá também ser utilizada água do
açude Quixaba. Já a água potável, aquela que os trabalhadores irão beber,
Voltar ao índice
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também virá de caminhão-pipa e será captada no sistema de abastecimento
das cidades próximas.
 E quando o empreendimento estiver produzindo, de onde virá a água?
O Governo do Estado do Ceará vai construir uma adutora que levará água do
açude Edson Queiroz até Itataia. Além de fornecer água para o
empreendimento, essa adutora beneficiará as comunidades próximas, como a
de Riacho das Pedras e os assentamentos de Morrinhos e Queimadas.
 Para onde irão as águas usadas no processo industrial?
As fábricas foram pensadas de forma que toda água usada seja sempre
reaproveitada no próprio processo industrial. Assim, a água que já passou
pelo processo - que chamamos de efluente líquido - voltará a ser utilizada .
Quando for necessário tratar esses efluentes, isso acontecerá em estações
dentro da própria unidade industrial.
 Como o urânio será separado do fosfato?
A INB, o Instituto de Energia Nuclear (IEN) e a Galvani desenvolveram
especialmente para o Projeto Santa Quitéria uma tecnologia para separar o
urânio do fosfato. A empresa requereu o registro de patente, junto ao INPI
(Instituto Nacional de Patentes Industriais), dessa rota tecnológica de
extração do urânio do ácido fosfórico, que é inédita no mundo.
Unidade de Tratamento de Minérios – INB CALDAS
 Onde está localizada a INB Caldas?
A Unidade é localizada no Planalto de Poços de Caldas (MG) e está instalada
numa de área de aproximadamente, 18 km 2, onde funcionou a primeira
unidade de mineração e beneficiamento de urânio do Brasil..
 Quando começou a produção brasileira de urânio?
A produção brasileira de urânio começou em 1982, no município de Caldas,
sul de Minas Gerais, onde uma reserva já conhecida foi explorada durante 13
Voltar ao índice
47
anos, abastecendo a usina de Angra 1. Em 1995, as atividades da unidade
foram encerradas.
 Por que foi encerrada a atividade de mineração?
Atividade de mineração foi paralisada nesta unidade, porque a exploração do
urânio ali existente não era economicamente viável.
 Como foi a descoberta do urânio e a implantação da mineração?
Os primeiros estudos geológicos na região foram realizados no final do século
XIX. A descoberta do urânio associado ao caldazito foi feita na década de 40
do século passado. Em 1982, foi inaugurada a Unidade de Tratamento de
Minérios (UTM) da INB em Caldas, sendo a primeira unidade de mineração e
beneficiamento de urânio do país. Ao final do ano de 1988, as operações da
unidade foram paralisadas principalmente por motivos de ordem financeira.
Em agosto de 1993, foram reiniciadas as operações de mineração sendo
definitivamente encerradas em 1995. Em novembro de 2005 foi tomada a
decisão de encerramento de todas as atividades da Unidade, visando ao
descomissionamento da UTM.
 O que é descomissionamento?
Segundo definição da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA),
descomissionar significa tomar todas as providências necessárias para a
desativação de uma instalação nuclear ao final de sua vida útil, observandose todos os cuidados para proteger a saúde e a segurança dos trabalhadores
e das pessoas em geral, e ao mesmo tempo, o meio ambiente.
 Que atividades são desenvolvidas pela INB atualmente em Caldas?
Atualmente,
a
unidade
da
INB
em
Caldas
está
em
fase
de
descomissionamento. As equipes da INB monitoram continuamente as águas,
o solo, os equipamentos e fiscalizam os rejeitos radioativos armazenados,
seguindo o que determinam as normas nacionais e internacionais de
segurança do trabalhador e do meio ambiente.
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48
A unidade de Caldas mantém as atividades de tratamento e controle das
águas que passam pelas áreas da mineração, contando com as instalações
de bombeamento, as unidades de tratamento de águas e rejeitos, e o
Laboratório de Processos. Além disso, a unidade mantém o Laboratório
Ambiental de análises químicas e radiológicas, que é referência no setor
nuclear.
Também na unidade de Caldas foi montada uma usina piloto que testou o
processo industrial que será implantado na futura unidade de Santa Quitéria,
no estado do Ceará, para separar o fosfato e o urânio presentes no minério
daquela região.
 Que rejeitos radioativos estão estocados na INB Caldas?
Em galpões estão guardados, dentro de tambores, aproximadamente 12 mil
toneladas de torta II. A área é monitorada permanentemente.
 O que é torta II?
Torta II é o resíduo proveniente do tratamento químico do minério monazita,
que era realizado pela antiga Nuclemon, na Usina de Santo Amaro, em São
Paulo. Em meados da década de 80, com a venda do terreno da Usina, parte
da Torta II foi transferida para a INB Caldas.
 A Torta II pode causar danos à saúde da população?
Não. A Torta II contém urânio e tório, elementos que emitem radiações
ionizantes. No entanto, as taxas de exposição externa nas proximidades da
cerca dos galpões onde está estocada a torta II são iguais às médias
encontradas no meio ambiente natural. O vento que passa através dos
galpões não leva nenhum material radioativo, em forma de poeira ou gás,
para a população, porque o material está contido em tambores fechados.
 As águas da região podem estar contaminadas?
Não. Não há qualquer tipo de impacto radiológico nas águas de
abastecimento utilizadas pela zona urbana do Município de Poços de Caldas
oriundas do entorno da UTM/Caldas para o Ribeirão das Antas. Esta é a
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conclusão do estudo realizado entre novembro de 2010 e outubro de 2011,
finalizado em março de 2012, em relatório do Grupo da Comissão das Águas,
composta por sete instituições: Associação Nacional dos Serviços Municipais
de Saneamento (ASSEMAE), Câmara Municipal de Poços de Caldas
(CMPC), Comitê da Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros dos Rios MogiGuaçu e Pardo (CBH), Departamento de Meio Ambiente da Secretaria de
Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente da Prefeitura de
Poços de Caldas (DMA), Departamento Municipal de Água e Esgoto – Poços
de Caldas (DMAE), Diretoria de Radioproteção e Segurança Nuclear da
Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e Diretoria de Recursos
Minerais das Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Através do seu Programa de Monitoração Radiológica Ambiental, a INB
continua analisando as águas do seu entorno e os níveis de radiação
encontrados permanecem abaixo dos limites estabelecidos pela CNEN.
 O que faz o Laboratório Ambiental da INB?
No Laboratório Ambiental de Caldas são realizadas análises físico-químicas,
químicas e radiométricas destinadas ao cumprimento do Programa de
Monitoração Radiológica e Ambiental (PMRA) da unidade de Caldas, e apoio
analítico para execução do PMRA das unidades de Caetité, Buena, Santa
Quitéria e São Paulo. As amostras analisadas envolvem diferentes matrizes,
sendo: água bruta, efluentes, sedimentos, material particulado, solo, peixes,
produtos agropecuários, entre outros.
Em 2015, o laboratório ambiental gerou 150.519 dados que estão
relacionados
à
coleta
e
ao
preparo
de
amostras,
como
também
determinações químicas e medidas radiométricas, entre outros. Ao todo foram
realizadas 18.508 determinações analíticas.
 Como será feito o descomissionamento da antiga unidade de
mineração e beneficiamento de urânio?
Uma empresa especializada em descomissionamento de unidades de
mineração, a Golder Associates, foi contratada pela INB para elaborar o Plano
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de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), da Unidade de Tratamento
de Minérios de Caldas. No final de 2011, a empresa entregou este plano ao
IBAMA e à Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN. O PRAD,
elaborado em nível conceitual, foi aprovado pelo IBAMA em 2012 e continua
em avaliação na CNEN. A INB está aguardando o parecer da CNEN para dar
o próximo passo, o qual consiste no detalhamento do estudo.
 O que é o PRAD e qual seu objetivo?
O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) prevê a recuperação
do meio ambiente da área que abriga o antigo complexo, incluindo a cava da
mina, as instalações industriais, a barragem de rejeitos e os locais onde se
encontram pilhas de rochas das quais se retirou o urânio. O plano é o
resultado de estudos nas áreas de hidrologia, geoquímica, hidroquímica,
radioproteção e indica as obras a serem realizadas e as ações de
recuperação ambiental que devem ser desenvolvidas.
 O que faz atualmente a INB para proteger o ambiente e a saúde da
população que mora nas vizinhanças da unidade?
Para proteger o meio ambiente e a saúde da população, a INB mantém todos
os controles que vêm sendo realizados, através de monitoramento ambiental,
desde a fase inicial da mineração, na década de 1980, até hoje em dia. Todas
as atividades desenvolvidas neste sentido são fiscalizadas diariamente pela
CNEN.
A INB monitora as águas que passam através da unidade de Caldas e
também monitora o meio ambiente nas suas vizinhanças, em um círculo de
aproximadamente 10 Km de raio. As matrizes monitoradas são água,
sedimento, poeira no ar, solo, peixe e produtos agropecuários. Os parâmetros
analisados são: o pH, parâmetros físicos e químicos das águas; os elementos
estáveis; e os elementos radioativos, ou radionuclídeos.
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Minerais Pesados - INB BUENA
 O que são minerais pesados e qual a atuação da INB nessa área?
Minerais pesados são minerais com densidade acima de 3. Eles têm diversas
aplicações em vários setores da indústria. A Unidade de Minerais Pesados da
INB instalada em Buena, no município de São Francisco de Itabapoana (RJ),
atuava na lavra, no processo de separação e na comercialização dos minerais
pesados conhecidos como ilmenita, zirconita, rutilo e monazita.
 Para que serve a monazita?
A monazita é basicamente um fosfato de terras raras, urânio e tório. Esse
fosfato é matéria prima importante na produção de terras raras, que são
insumos para a fabricação de produtos como baterias recarregáveis,
televisores, catalisadores automotivos e equipamentos de craqueamento de
petróleo. O urânio é usado como combustível nas usinas nucleares e o tório
não tem aplicação.
 A INB produz terras raras?
Não, a produção de terras raras exige uma grande quantidade do mineral
monazita e tecnologia adequada para produzir a um custo competitivo com o
mercado internacional. Atualmente as jazidas da INB estão esgotadas e o
país não desenvolve pesquisa nessa área há mais de 15 anos.
 O que são Terras- Raras?
São denominadas Terras-Raras o conjunto de 15 elementos químicos
constituídos pela família dos lantanídeos mais o ítrio.
Comercialmente são separadas individualmente ou nas seguintes frações:
- Leves: lantânio, cério, praseodímio e neodímio
- Médias: Samário, európio e gadolínio
- Pesadas: Térbio, disprósio, hólmio, túlio, itérbio, lutécio e ítrio.
 Quais são as aplicações possíveis das terras-raras?
- “fósforo” para tubos catódicos de TV a cores;
52
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- imãs permanentes para motores miniaturizados;
- levitação magnética (trem-bala);
- ressonância magnética nuclear;
- cristais geradores de raios laser;
- supercondutores, avião invisível, catalisadores para indústria automotiva
(redução da poluição), catalisador para craqueamento do petróleo, etc.
 O que a INB tem feito com relação aos compostos de terras raras?
Em decorrência das atividades de pesquisa para produção de compostos de
terras raras, a INB implantou e operou uma unidade piloto de demonstração
em Buena e uma unidade industrial em Caldas. Como resultado dessas
operações, a INB produziu Cloreto de Lantânio, Hidróxido de Cério,
Carbonato de Samário e de Didímio (mistura de neodímio e praseodímio),
entre outros. Parte desses materiais está armazenada em Caldas.
Com o aumento da procura de compostos de terras raras e devido a
restrições à exportação recentemente estabelecidas pela China, principal
produtor, a INB foi procurada por vários clientes interessados no produto. A
INB não tem planos de voltar a produzir esse material.
 A INB avalia retomar a produção de terras raras no Brasil?
No momento não existe nenhum estudo de retomada de produção de Terras
Raras.
 Para que servem a ilmenita, a zirconita e o rutilo?
A ilmenita (titanato de ferro), a zirconita (silicato de zircônio) e o rutilo (dióxido
de titânio) são importantes insumos para várias indústrias; a ilmenita é usada
em indústria de pigmentos, ligas metálicas e proteção do revestimento de
autoforno; a zirconita é usada em indústria cerâmica; o rutilo é usado na
fabricação de tintas e na indústria de eletrodos para solda.
 Qual a produção atual da INB Buena?
Como as reservas estão esgotadas, a INB decidiu paralisar os trabalhos de
lavra. Em consequência, a produção ficou restrita à recuperação de minério
Voltar ao índice
53
que ficou acumulado no pátio, junto à usina de beneficiamento primário e
também às várias frações de minerais que foram estocados durante os
últimos anos.
 Quais as consequências dessa paralisação?
Com a paralisação da lavra, a produção de zirconita reduziu bastante e as
vendas, que representavam o principal item de faturamento de Buena, ficaram
prejudicadas. Com relação à ilmenita, a INB ainda tem algum estoque e o
fornecimento para a Masterligas, que é o principal cliente, está sendo feito
sem problemas.
 Como era o processo de lavra desses minerais?
O processo de lavra era do tipo “a céu aberto” e em Buena, pelas
características da jazida, que é de pouca profundidade, a lavra era realizada
da seguinte forma:
1. Retirada da camada superficial, parte rica em matéria orgânica,
importante para recompor o local.
2. Retirada do minério com uso de retroescavadeira; ele é transportado
até a unidade de beneficiamento primário, onde, por processo via
úmida, é produzido um Concentrado de Minerais Pesados – CMP, que
representa cerca de 10% da massa do minério. O restante são areias,
devolvidas à área de lavra para sua recomposição. O CMP segue para
a unidade de beneficiamento secundário.
3. Preenchimento continuado da cava - ao mesmo tempo em que se
abre uma nova cava, a anterior é preenchida.
4. Recomposição do terreno com a camada superficial.
 Como é o processo de produção da Unidade de Beneficiamento
Primário de Buena?
O processo de Beneficiamento Primário é realizado em etapas:
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54
1. Peneiramento – retiram-se as raízes e materiais com mais de 2mm
de diâmetro. O material retido pela peneira é descartado do processo e
o restante segue na forma de polpa.
2. Hidrociclonagem – nesse equipamento é feito um corte para retirar
as partículas finas (menores que 0,1 mm) e todo material argiloso. O
fluxo que sai pela parte superior do hidrociclone segue para um
espessador onde é recuperada a água que recircula pelo processo. O
fluxo inferior cai em um equipamento que repolpa o sólido e envia para
as espirais.
3. Espirais de Humphrey – são equipamentos que separam os
materiais leves dos pesados. É um processo conhecido como
hidrogravimétrico, que separa os materiais com menor densidade
daqueles que tem densidade maior em meio aquoso. Esse processo
produz dois fluxos: a) Fração mais leve - denominada na unidade
industrial como estéril que é composta por silicatos leves com
densidade até 2,8. Trata-se de areia comum, encontrada no leito de
rios ou nas praias. b) Fração pesada - denominada na unidade
industrial como Concentrado de Minerais Pesados – CMP. Nele estão
os minerais principais: ilmenita (50%), zirconita (25%), rutilo (4%) e
monazita (3%).
 Como é feito o beneficiamento secundário dos minerais pesados?
O beneficiamento secundário é feito em etapas:
1. Secagem – o concentrado de minerais pesados produzidos no
processo hidrogravimétrico é seco em um forno rotativo.
2. Separação magnética – separa os minerais em função de suas
propriedades magnéticas.
3. A separação eletrostática – separa os minerais em função de suas
propriedades de condução de eletricidade.
4. Separação em mesa vibratória via seca – separa os minerais em
função da diferença de densidade.
Voltar ao índice
55
 Por que o Brasil não realiza o beneficiamento químico de monazita?
A Comissão Nacional de Energia Nuclear concedeu uma autorização para
que a INB de Caldas pudesse realizar as etapas de beneficiamento.
Entretanto, com o aumento da oferta de compostos de terras raras oriundos
da China, o projeto se tornou pouco atraente e, com o tempo, foi sendo
suspenso.
 Qual é atualmente o estoque de monazita da INB?
A INB possui, na Unidade Industrial de Buena, 2.100 t de monazita pronta e
embalada e cerca de 4.500 t de monazita misturada com outros minerais
pesados dentro do pátio da empresa. Como as reservas, da INB, de minerais
pesados estão esgotadas no norte do Estado do Rio de Janeiro, a empresa
iniciou o processo de descomissionamento da área e para alcançar tal
objetivo é necessário retirar todo mineral monazita que é radioativo.
 O que a empresa tem feito com o estoque de monazita?
Desde 2011, a INB passou a exportar a monazita, totalizando 7.025 t nos
últimos cinco anos.
 Os minerais pesados são radioativos?
Dos minerais pesados existentes em Buena apenas a monazita e a zirconita
apresentam uma radioatividade natural, isto é, tem material radioativo na
estrutura cristalina do mineral.
 A produção dessa unidade afeta o meio ambiente da região?
Por se tratar de reservas minerais formadas pela regressão do mar –
paleopraia – a lavra do minério e a recomposição do solo lavrado são
processos que se realizam ao mesmo tempo, sem causar impacto ambiental
significativo, de tal forma que não se distingue a área trabalhada das não
mineradas.
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56
 Como o terreno fica depois da produção?
Como praticamente toda a região é coberta por pastagens, em um curto
espaço de tempo, os terrenos voltam a ser utilizados da mesma forma que
eram antes da extração do minério. No caso da existência de vegetação na
área da jazida, ela é preservada.
 Qual o objetivo da monitoração? Como ela ocorre?
O trabalho de monitoração tem como objetivo identificar e quantificar
eventuais impactos decorrentes das atividades industriais, bem como o
estabelecimento imediato de medidas corretivas, caso sejam necessárias. O
monitoramento é feito nos locais de trabalho – frente de lavra e instalações –
e no ambiente circunvizinho à unidade. Essa é a garantia de que os trabalhos
estão sendo desenvolvidos sem qualquer risco ao trabalhador, à comunidade
e ao meio ambiente.
 Quando o Brasil começou a explorar esses minerais?
Foi na década de 40, quando um grupo de imigrantes austríacos montou na
cidade de São Paulo a empresa Orquima S/A. Nessa mesma época, foram
criadas a Mibra Mineradora Brasileira S.A e a Sulba – Sociedade Comercial
de Minérios Ltda. Elas eram as responsáveis pelo aproveitamento e pelo
tratamento físico e químico das areias até o início dos anos 60, quando foram
estatizadas e deram origem à CBTN. Na década de 70, a empresa foi
anexada à Nuclebrás com o nome de Nuclemon, que foi extinta nos anos 90 e
suas atividades absorvidas pela INB.
USIN – DEPÓSITO DE MATERIAIS
 Qual é a atividade da unidade da INB em São Paulo?
A instalação da INB situada na Av. Miguel Yunes, 115 é um depósito inicial de
materiais radioativos de baixa atividade específica.
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57
 Qual o material encontrado no depósito de São Paulo?
O depósito da Unidade de São Paulo é um galpão de 2.000 m2 instalado em
terreno de 60.000 m2, onde estão depositadas 1.175 toneladas de material
radioativo oriundo do descomissionamento da Usina Santo Amaro. O
armazenamento desse material no galpão na USIN ocorreu em 1998, após as
autorizações emitidas pela CNEN e CETESB.
 O que fazia a Usina Santo Amaro? A quem pertencia?
No bairro do Brooklin, em São Paulo, havia uma fábrica denominada Usina de
Santo Amaro – USAM, que produzia compostos de terras raras a partir de
areia monazítica. A areia monazítica é composta de terras raras, fosfato e, em
menor concentração, de elementos radioativos das séries do 238U e 232Th.
 Por que esse material foi depositado no local?
Os materiais foram depositados na USIN pelos seguintes motivos:
1 – Material depositado no terreno - Na fase operacional da USAM,
foram transferidos para o terreno da USIN quantidades de fração leve mineral,
ou seja, sílica (areia comum). Essa fração estava contaminada com minerais
pesados, inclusive com pequenas frações de monazita, que é o contaminante
do terreno. A transferência visava aterrar áreas alagadiças encontradas ao
redor dos galpões.
2 – Material estocado no galpão – Os diversos materiais
armazenados no galpão haviam sido segregados na descontaminação da
USAM e, para a liberação da área da USAM, foi necessário definir um local
para a transferência desses resíduos e rejeitos radioativos. O galpão de
Interlagos foi considerado depósito inicial, conforme Norma CNEN 6.05.
Em 1998, após as autorizações emitidas pela Comissão Nacional de Energia
Nuclear - CNEN e Companhia Ambiental do Estado de São Paulo - CETESB,
a INB efetuou a transferência.
 O que fazia a Usina de Interlagos?
A área da Usina Interlagos foi adquirida para transferência da USAM para
esse local e modernizar a fábrica, proposta não concretizada. Em 1986, a
58
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Nuclemon instalou uma unidade de separação das terras raras na USIN e
operou a planta química até final de 1991, quando foi desativada.
 Que materiais estão ali armazenados?
Os materiais armazenados no depósito da INB em Interlagos são Torta II,
cerca de 590 toneladas, e materiais diversos como equipamentos, peças e
ferramentas utilizados no processamento da monazita e contaminados por
radionuclídeos presentes no minério e que compõem a Torta II.
A Torta II é um hidróxido de tório, urânio e terras raras, produto sólido, em
pasta, com umidade de 50%.
 O que é monazita?
A monazita é um mineral natural encontrado ao longo da costa brasileira,
principalmente entre a região norte do estado do RJ e o sul da Bahia. Em
Guarapari/ES, o turismo destaca-se, principalmente devido à existência de
areia preta nas praias (areias monazíticas).
Os produtos desse mineral eram utilizados para produzir catalisadores, vidros
especiais e ligas metálicas especiais como, por exemplo, o cristal de
neodímio que gera o laser utilizado em cirurgias oftálmicas.
 Como esses materiais estão armazenados?
Os materiais são armazenados em bombonas plásticas, caixas metálicas,
tambores metálicos e contêineres marítimos. As embalagens foram
escolhidas de acordo com as características físicas e químicas dos materiais.
 Quem fiscaliza a unidade?
As instalações da USIN são fiscalizadas e controladas periodicamente pela
CNEN e pela CETESB. A INB mantém um Programa de Monitoração
Ambiental que inclui a monitoração radiológica do ar e da água, realizada a
cada três meses. Anualmente é emitido o Relatório de Avaliação de Impacto
Radiológico no Meio Ambiente, que é enviado para CETESB e CNEN.
Os resultados dessas monitorações comprovam não haver alterações no
meio ambiente do entorno da USIN.
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59
 Existe perigo de uma eventual explosão ou vazamento dessa
radiação?
Os materiais estocados são naturais e oriundos dos minerais pesados,
conhecidos como areias monazíticas. As areias monazíticas são naturais e
encontradas nas praias da região norte dos estados do Rio de Janeiro e sul
do Espírito Santo e não são consideradas perigosas.
O material não é combustível e não há nenhum risco de explosão. As areias
monazíticas são consideradas material radioativo de baixa atividade
específica, o que permite a sua manipulação desde que sejam atendidos os
critérios de higiene, segurança do trabalho e de proteção radiológica, critérios
necessários em qualquer atividade.
Segundo as normas da CNEN, o limite de exposição radiológica para o
público deve ser inferior a 1 mSv/ano e para o trabalhador inferior a 20
mSv/ano. Todos os trabalhadores da USIN são monitorados com dois tipos de
dosímetro: eletrônico e termoluminescente, e o resultado mensal é, em geral,
inferior ao limite de detecção dos métodos - 0,2 mSv.
 Há planos para remover os materiais do local?
A remoção desses materiais depende da construção de um repositório final
onde serão guardados todos os rejeitos radioativos gerados no país,
instalação a ser construída pelo Governo Federal.
O terreno da USIN na Av. Miguel Yunes, 115 foi adquirido em 1960, época em
que a Lei de Zoneamento indicava a região como estritamente industrial e que
era adequada à atividade.
Com as mudanças de uso do solo na região, podemos afirmar que a
continuidade do depósito nessa área não representa riscos para a população
circunvizinha.
 A área poderá ter outro uso?
Sim, a área quando descontaminada poderá ser utilizada para qualquer fim. O
planejamento da INB foi descontaminar a área e liberá-la para uso irrestrito e
está trabalhando nessa descontaminação. Depois, haverá um processo de
Voltar ao índice
60
avaliação para certificação de que a área está limpa e, a partir daí, o terreno
poderá ser utilizado para qualquer outra atividade da própria INB ou de novos
proprietários.
 Que passos foram dados nesse sentido?
Em 2006, a INB efetuou estudos no local para avaliar a extensão das áreas
contaminadas, planejar as operações de descontaminação e emitir o “PLANO
DE DESCONTAMINAÇÃO - PD”. O PD foi submetido aos órgãos ambientais
para aprovação e foi aprovado em outubro de 2009.
Quando o Plano de Descontaminação foi aprovado, a INB iniciou as
atividades relacionadas à contratação de pessoal e aquisição de materiais e
equipamentos necessários ao trabalho.
 Quando o terreno começou a ser descontaminado?
O processo de descontaminação de parte do terreno - 55 mil m2 - começou
em julho de 2010, após autorização concedida pela Comissão Nacional de
Energia Nuclear.
Desde 2013, 18 mil m² estão prontos para serem liberados para a Prefeitura
Municipal de São Paulo, para isso é preciso que o Município desaproprie o
terreno. No ano de 2014 foram descontaminados mais 6 mil m² de terreno.
O restante do terreno, cerca de 5 mil m2, será avaliado e, se necessário,
descontaminado após transferência dos materiais estocados no galpão.
 Qual a previsão de término desse trabalho?
O trabalho de descontaminação é meticuloso e demorado, depende de vários
procedimentos de campo, do clima, de procedimentos laboratoriais e de
tratamento de dados. Estes fatores dependem uns dos outros e, por isso, é
difícil prever uma data para finalização do trabalho de descontaminação do
terreno.
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61
 O que será feito depois disso com o terreno?
Enquanto o depósito não for transferido, a INB manterá a atividade de
estocagem no local. Depois disso, a INB não tem nenhuma previsão de uso e
poderá disponibilizá-lo no mercado imobiliário ou para instituições públicas.
Por exemplo, a Prefeitura Municipal de São Paulo decretou de utilidade
pública duas partes do terreno, uma com cerca de 20 mil m 2 e outra com
cerca de 4 mil m2, que serão utilizadas na ampliação do anel viário regional.
BOTUXIM – DEPÓSITO DE MATERIAIS
 O que está armazenado em Botuxim, no município de Itu (SP)?
Estão armazenadas 3.500 toneladas de Torta II no Sítio São Bento, em
Botuxim. O material está estocado em 7 silos, que são grandes depósitos em
forma de piscinas retangulares, construídas em concreto. Os silos ocupam
aproximadamente 800 m2 em área isolada de 20 mil m2 da propriedade. O
Sítio São Bento possui uma área total de aproximadamente 300 mil m 2. O
local onde se encontram os silos está isolado por cercas e muros.
 O que é Torta II?
O material denominado de Torta II é um resíduo radioativo, proveniente do
tratamento químico do minério da monazita. Apesar de ser considerado um
material de baixa radioatividade, ele precisa ser estocado seguindo normas
de segurança.
A monazita era processada para produzir compostos de terras raras,
utilizadas
em
cerâmicas,
composição
de
materiais
eletrônicos,
supercondutores, imãs permanentes, ligas metálicas especiais e etc.
 De onde veio esse material?
Este material é oriundo da USINA SANTO AMARO – USAM, que processava
areias monazíticas para a obtenção de compostos de terras raras e outras
substâncias químicas comercializadas no mercado nacional e internacional.
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62
A USAM era uma indústria de processamento físico e químico localizada na
Rua Princesa Isabel n.º3, Brooklin, cidade de São Paulo. As atividades foram
encerradas em 1992 e, após o término das operações, a instalação entrou em
processo de descomissionamento e a área foi liberada para uso irrestrito no
ano de 1998.
 Por que o material está estocado ali?
Não se sabe ao certo o motivo que levou os administradores da Nuclemon a
levar a Torta II para Botuxim, porém havia na época um interesse de transferir
a USAM para um Distrito Industrial porque o Brooklin estava se transformando
em um bairro muito movimentado e populoso.
Provavelmente pensando em levar a USAM para o Distrito Industrial de Itu e
considerando que:
- O Sítio São Bento é próximo a uma instalação militar e da área industrial
de Itu;
- Não havia legislação ambiental contrária à instalação do depósito no
local;
Os administradores, considerando as condições de segurança física pela
presença militar próxima e expectativa de facilitação na implantação da
indústria em Itu, adquiriram o Sítio São Bento e instalaram o depósito de Torta
II nele.
 Esse depósito é definitivo?
A INB tem envidado esforços no sentido de estabelecer quais as melhores
alternativas de locais, comerciais e industriais, para o material estocado em
Botuxim.
A legislação nacional tem a Torta II como material estratégico para o País. A
torta II é matéria prima para a produção de concentrados de tório e urânio,
bases do combustível de Usinas Termonucleares.
O mercado internacional está se abrindo para a aquisição de materiais
nucleares e a INB já obteve autorização para eventual comercialização da
Voltar ao índice
63
torta II, portanto, não consideramos o Depósito de Torta II em Botuxim um
depósito definitivo.
A INB mantém e manterá programas de monitoramento e de segurança para
o local enquanto a torta II estiver estocada no Sítio São Bento.
 A forma como o material está armazenado é segura?
Sim. Os silos foram construídos em concreto armado, com paredes de
aproximadamente trinta centímetros de espessura. As superfícies internas
dos silos foram impermeabilizadas, e eles foram fechados com lajes de
concreto. Posteriormente, foi adicionada uma cobertura adicional protetora,
feita com telhas de fibrocimento.
A área é considerada de segurança e encontra-se isolada com cerca de tela
devidamente sinalizada. A segurança da instalação está de acordo com as
normas CNEN:

NN 3.01 – Diretrizes Básicas de Radioproteção (CNEN, 2006);

Posição Regulatória NN3.01/008 – Programa de Monitoração
Radiológica Ambiental;

NN-2.01 – Proteção Física de Unidades Operacionais da Área
Nuclear.
 Ele oferece algum tipo de risco à população?
O material é de baixa atividade específica e está acondicionado de forma
segura conforme descrito acima. A população não tem acesso ao material,
portanto não oferece risco. A INB desenvolve no sítio São Bento o Programa
de Monitoração Radiológica Ambiental (PMRA), aprovado pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear, que contempla a análise de águas de superfície,
água subterrânea e sedimentos.
Como é feito este monitoramento?
Considerando que as vias possíveis de contaminação a partir da estocagem
de Torta II são as águas subterrâneas e de superfície, as amostras destas
matrizes são coletadas com frequência trimestral, assim como amostras de
64
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sedimento são coletadas com frequência anual conforme previsto no Plano de
Monitoração Radiológica Ambiental – PMRA.
Os pontos de amostragem estão localizados a montante, ou seja, antes
pontos de controle do Sítio e a jusante dos depósitos (depois do Sítio), com o
objetivo de monitorar as possíveis vias de dispersão e averiguar se alguma
contaminação radioativa atingiu o meio ambiente circunvizinho, averiguação
esta feita pela comparação entre os fluxos à montante e a jusante da
instalação.
Como o depósito da INB encontra-se a montante do Ribeirão Monjolinho,
afluente do Ribeirão Taquaral, que tem as águas captadas para tratamento e
abastecimento da população de Itu, foram locados pontos ao longo desse
curso d’água, o primeiro a montante do depósito, o segundo na direção dos
silos e os demais ao longo do percurso até a captação do Serviço Autônomo
de Água e Esgoto - SAAE, em Itu.
Os pontos situados a montante e no Ribeirão Campininha foram inseridos no
PMRA como pontos de controle, com o objetivo de estabelecer o background
(radiação de fundo) da região.
As amostras coletadas tanto das águas quanto dos sedimentos são
submetidas a análises radiométricas para a determinação de radionuclídeos.
E a taxa de dose ambiental, ou seja, o cálculo de exposição no ar é
determinada através de Dosímetro Termoluminescente - TLD.
Nos pontos de monitoração previstos no PMRA são realizadas análises físicoquímicas (pH, Condutividade Elétrica, turbidez, sólidos totais em suspensão),
análises químicas (como por exemplo: fluoreto, sulfato, sódio, etc.) e análises
radiológicas (Urânio, Tório Radio e Chumbo). É realizado também o
monitoramento das taxas de dose através de TLD, em 15 pontos no entorno
dos silos. A CNEN também realiza semestralmente análises radiométricas em
laboratório próprio para acompanhamento e checagem dos resultados da INB,
em um programa denominado Plano de Coleta Conjunta – PCC.
Os Pontos de monitoração definidos são:
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65

Ponto 001 – Ribeirão Monjolinho, a montante do Sítio da INB (Ponto de
Controle);

Ponto 002 – Ribeirão Monjolinho, no terreno da INB;

Ponto 003 – Água de um pequeno córrego, afluente do Monjolinho, que
nasce no terreno da INB, próximo aos depósitos da Torta II;

Ponto 004 – Ribeirão Monjolinho, a jusante do Sítio da INB;

Ponto 005 – Captação de água de abastecimento na válvula de nível do
depósito Bairro Rancho Grande, SAAE (Serviço Autônomo de Água e
Esgoto), Itu;

Ponto 006 – Poço que abastece a casa do vigia do sítio (água
subterrânea);

Ponto 007 – No SAAE, água tratada distribuída à população de Itu;

Ponto 008 – Ribeirão Monjolinho no caminho da Campina Santa Fé (a
jusante do ponto 004);

Ponto 009 – Água de nascente, fora do Sítio da INB (Ponto de Controle);

Ponto 010 – Ribeirão Campininha, em outra vertente (Ponto de Controle);

Ponto 011 a 016 – Piezômetros no entorno do depósito de Torta II.
A taxa de dose é determinada por TLD em 15 pontos, denominados TLD-021
à TLD-035, conforme mapa disponível para consulta no relatório anual e na
INB.
O estudo dos dados obtidos nas amostragens e análises nos permite afirmar
que a quantidade de radionuclídeos presentes na água é natural e que não há
impacto da estocagem de torta II na população de Itu.
Para demonstrar tal afirmação tratamos os dados de águas superficiais
obtidos no período 2005 a 2013 e verificamos que a Dose derivada de
Voltar ao índice
66
consumo de água diretamente do rio é muito inferior aos limites previstos nas
normas nacionais e internacionais, como pode ser verificado no gráfico
abaixo.
SIMULAÇÃO DE DOSE
RECEBIDA POR MORADOR DO SÍTIO SÃO BENTO EM BOTUXIM
DEPÓSITO DE TORTA II
mSv/ano
3,5
3
Estimativa de Dose Natural Média Anual recebida
pela população nos EUA
2,5
Limite de Dose Anual para Individuo do Público
devido a uma prática, Norma NN3.01, item 5.4.2.1
2
Dose Externa Anual por morar na casa Sede
1,5
1
Dose Interna Anual por consumo de Água do
Ribeirão Monjolinho, ponto 002
0,5
0
2004
Dose Total Recebida pelo Morador
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Ano calendário
REFERÊNCIAS: 1 - Norma CNEN NN-3.01
2 - Relatórios de Impacto Radiológico no Meio Ambiente - BOTUXIM - Anos 2005 a 2013 INB;
3 - Orders of MAgnitude - Nuclear Regulatory Commission - NRC USA
A simulação de dose efetuada é para uma pessoa que mora no Sítio São
Bento, consome diariamente 2 (dois) litros de água colhida no Ribeirão
Monjolinho, ao longo do ano. Os cálculos foram efetuados ano a ano de 2005
a 2013 com a média de concentração dos radionuclídeos. Esse cenário é a
condição mais preocupante para um cidadão ituano em relação à Botuxim e
não apresenta nada de diferente em relação ao meio ambiente regional.
Efetuamos ainda a simulação de um cenário em que um trabalhador do Sítio
São Bento atue 8 horas por dia na proximidade dos silos e more na casa
sede, passando 11 meses por ano dentro do Sítio e consumindo água
diretamente do ribeirão conforme situação anterior.
Os resultados mensais de Dose Externa medida com dosímetro TLD são
inferiores ao limite de detecção do método utilizado pela empresa contratada
pela INB e certificada pela CNEN para a prestação deste tipo de medição. De
forma conservadora consideramos que a dose mensal foi igual ao limite de
detecção do método, 0,2 mSv/mês (os boletins de análise mostram que é
inferior a esse valor), acrescida da dose pelo consumo de água.
Voltar ao índice
67
Os resultados desta simulação são muito inferiores ao limite estipulado pela
Norma CNEN NN 3.01 considerando um trabalhador que é de 20 mSv/ano,
tais resultados podem ser verificados no gráfico abaixo.
SIMULAÇÃO DE DOSE
RECEBIDA POR TRABALHADOR MORANDO NO SÍTIO SÃO BENTO EM BOTUXIM
DEPÓSITO DE TORTA II
25
mSv/ano
Estimativa de Dose Natural Média Anual
recebida pela população nos EUA
Limite de Dose Anual para Individuo
Ocupacionalmente Exposto (trabalhador),
Norma CNEN NN3.01, item 5.4.2.1
Dose Externa Mensal do Vigilante 2000
horas/ano - medidas
20
15
Dose Externa Anual por morar na casa Sede
10
Dose Interna Anual por consumo de Água do
Ribeirão Monjolinho, ponto 002
5
0
2004
Dose Total Recebida pelo Trabalhador
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Ano calendário
REFERÊNCIAS: 1 - Norma CNEN NN-3.01
2 - Relatórios de Impacto Radiológico no Meio Ambiente - BOTUXIM - Anos 2005 a 2013 INB;
3 - Orders of MAgnitude - Nuclear Regulatory Commission - NRC USA
Outra comparação que pode ser feita é com a Dose Natural Média da
população americana, estimada em 3 mSv/ano pela Nuclear Regulatory
Commission – NRC e Environmental Protect Agency – EPA, nos dois cenários
propostos acima os valores foram inferiores à 3 mSv/ano.
 Quais são os últimos resultados das análises feitas pelo programa de
monitoração?
As análises realizadas nas águas superficiais da região entre Botuxim/SP,
onde está localizado o depósito de Torta II da INB, e a represa que abastece
a Estação de Tratamento de Água Rancho Grande (Águas de Itu), mostram
que a concentração de urânio está abaixo do estabelecido por órgãos federais
para consumo humano. Os resultados demonstram que o depósito da INB em
Botuxim/Itu não altera os níveis de urânio nos mananciais.
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A monitoração de águas e sedimentos de rio na região de Botuxim é efetuada
desde o final da década de 80 quando a Cetesb, a Nuclemon e o Instituto de
Radioproteção e Dosimetria - IRD da Comissão Nacional de Energia Nuclear CNEN iniciaram os controles. Atualmente a INB e a CNEN mantêm
programas de monitoração com frequência trimestral e anual.
O gráfico abaixo demonstra que a média dos registros de Urânio no período
entre 2007 e 2013 são estáveis e equivalentes, desde 2000 metros antes do
depósito (nos pontos 001 e 010) até a captação, ponto 05 e a estação de
tratamento, ponto 07. Os níveis de urânio ao longo do percurso são naturais muito abaixo do limite da Anvisa (0,03 mg/L) para água de consumo e do
limite do Conama (0,02 mg/L) para águas doces.
URÂNIO - ÁGUA SUPERFICIAL
mg/L
3,5E-02
3,0E-02
2,5E-02
ANVISA
2,0E-02
CONAMA
1,5E-02
1,0E-02
URÂNIO ITU
5,0E-03
0,0E+00
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
MEIO AMBIENTE
 Como a INB atua na preservação do meio ambiente?
Em cada uma de suas unidades e no entorno dessas instalações, a empresa
desenvolve programas de controle de emissões, de preservação ambiental e
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de segurança dos processos de produção. É um conjunto de ações e
métodos de trabalho que garantem tanto a qualidade dos produtos e do meio
ambiente quanto a segurança e a saúde dos empregados e das populações.
 A atividade de mineração de urânio da INB provoca desmatamento?
Não. A INB trabalha de acordo com os novos métodos utilizados pela
indústria de mineração. O processo segue os seguintes passos:
1. Retirada da cobertura vegetal da área a ser minerada.
2. O estéril (rochas trituradas das quais já se retirou o urânio) é
depositado em área previamente definida que é então revestida com a
cobertura vegetal.
3. Em seguida é feita a revegetação dessa área com mudas de plantas
nativas da região que são produzidos no Horto Florestal da INB.
 Qual a produção anual do Horto da INB Caetité?
No ano de 2015, a produção foi de 86.979 mudas, utilizadas para reflorestar
áreas mineradas, recuperar terrenos degradados na propriedade da empresa
e ainda para distribuir à população e instituições do município e região. No
período de 1997 a 2015 atingimos a marca de mais de 510,8 mil mudas de
espécies nativas doadas para a comunidade. Só em 2015 a doação foi de
27.296. Nas áreas em recuperação na URA chegamos ao montante de
aproximadamente 770 mil mudas plantadas em locais definitivos e nosso
Horto Florestal chegou a marca de produção de mais de 1,3 milhão de mudas
de espécies nativas.
 Qual o tamanho da área já reflorestada?
Até 2015, foram reflorestados 139,67 hectares da unidade de Caetité.
 Por que se encontra urânio nas águas de Caetité?
Um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal
de Sergipe, em parceria com a Universidade Federal de São Paulo, investigou
durante dois anos as causas da presença de urânio nas águas da região
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concluiu que ela ocorre naturalmente. Segundo a pesquisa, o solo de Caetité
é muito rico em urânio, e a água da chuva, dos poços e dos rios pode arrastálo para as fontes de água. Para confirmar que se trata realmente de um
fenômeno natural, o grupo pesquisou a região de Santa Quitéria, no Ceará,
outra província uranífera que ainda não começou a ser explorada. Os teores
de urânio encontrados no Ceará são muito semelhantes aos obtidos na região
de Caetité. Os pesquisadores concluíram que a presença de urânio acontece
por fenômenos naturais.
 A mineração pode aumentar a concentração de urânio nas águas
subterrâneas da região de Caetité?
Não. O “Estudo Hidrogeológico Ambiental para Caracterização do Potencial
de Contaminação dos Solos e Águas Subterrâneas na Área da Unidade de
Concentrado de Urânio”, realizado pela empresa Geoservice Engenharia, fez
um completo levantamento do sistema hidrogeológico da região, simulou o
fluxo das águas subterrâneas e identificou os tipos de rochas ali presentes. O
estudo é conclusivo: “No caso das rochas do Complexo de Lagoa Real (área
onde se localiza a unidade de mineração), ficou comprovado que o aquífero é
confinado, isto é, as fraturas (poços) não se intercomunicam. Desta forma,
está completamente descartada a hipótese de que, se algum valor anômalo
(presença maior de urânio) for encontrado em qualquer poço existente ou que
venha a ser construído no entorno da unidade da INB, possa ser vinculado ao
material emitido pela unidade de produção da empresa”.
 As águas usadas no processamento do urânio vão para o meio
ambiente?
Não. As águas usadas no beneficiamento de urânio não têm contato com
outras fontes de água. Elas são reutilizadas no processo industrial da própria
usina, e assim o meio ambiente fica preservado e não há desperdício de
água, que é escassa na região.
As águas das chuvas que caem sobre as pilhas de minério britado são
coletadas, analisadas e só são liberadas para o meio ambiente se estiverem
sem urânio.
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 Alguns poços em comunidades próximas à mina já foram fechados
por suspeita de contaminação. Isso não pode ter acontecido por causa
da atividade da INB?
Não. Um estudo detalhado desenvolvido por especialistas da Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e entregue aos órgãos ambientais do
estado da Bahia esclareceu a questão e resultou na abertura dos poços. De
acordo com o estudo, as águas que passam pela INB Caetité não chegam às
comunidades onde os poços foram fechados. No caso da comunidade de
Maniaçu, além de estar localizada em bacias hidrográficas distinta da URA,
elas estão separadas por um importante divisor de água, um morro com
algumas dezenas de metros. O mesmo acontece com a comunidade de
Juazeiro. Já nas comunidades de Barreiro, Cercadinho e Varginha os
córregos deságuam na margem esquerda do Riacho das Vacas, em local
situado antes da INB. Portanto, as águas que passam na mina não têm como
chegar àquelas comunidades.
 Como a INB monitora as águas no entorno desta unidade?
As águas dos poços que se encontram nas áreas próximas à INB Caetité são
analisadas desde 1990, ou seja, muito antes do início das atividades de
mineração, que aconteceu em 1999. Isso permite que seja feita uma
comparação entre os dados encontrados nas fases pré e pós-operacional.
São mais de 16 mil análises por ano que monitoram 132 poços situados na
unidade e em localidades próximas como Maniaçu, São Timóteo, Juazeiro,
Lagoa Real e Caetité.
 Quais são os resultados das últimas análises?
De acordo com a análise de amostras de águas subterrâneas de Caetité (BA)
coletadas durante o ano de 2015, o nível de urânio está abaixo do limite
estabelecido como seguro pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente
(CONAMA) para o consumo humano, que é de 0,015 mg/L.
O programa de monitoração da INB contempla 132 pontos de coleta de águas
subterrâneas, sendo 39 poços de comunidades próximas à área da empresa,
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para garantir que as atividades de mineração e beneficiamento de urânio não
prejudiquem a qualidade da água.
Veja no gráfico a média dos níveis de urânio encontrados nos poços
coletados em 2015:
Em relação às águas de superfície, os níveis de urânio também ficaram
abaixo do limite estabelecido pelo CONAMA que, neste caso, é de 0,020
mg/L. Veja abaixo a média dos valores encontrados durante o ano de 2015
nos locais monitorados:
Que medidas a INB adota para assegurar que as atividades da empresa
não contribuam para aumentar os níveis de urânio nas águas da região?
Em virtude da geologia da região de Caetité, as águas subterrâneas são
confinadas em fraturas e falhas nas rochas, de maneira que, naturalmente,
essas águas são relativamente mais protegidas de possíveis contaminações.
No entanto, como parte das condicionantes de licenciamento da instalação,
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são adotadas medidas para evitar ou reduzir os possíveis impactos
ambientais, tais como:
(i)
todos os tanques de estocagem de reagentes e insumos para as
atividades da usina são posicionados em contenções, de forma que
qualquer fuga de líquidos fique contida e possa ser recolhida;
(ii)
as bacias de armazenamento de licor de urânio e de resíduos líquidos
do processo são impermeabilizadas com dupla camada de manta de
PEAD – Polietileno de Alta Densidade assentada sobre 20 cm de
argila compactada;
(iii)
entre as mantas de PEAD e entre a manta inferior e a argila existem
sensores para detecção de presença de líquidos;
(iv)
os rejeitos da usina são depositados em bacias impermeabilizadas e
todos os resíduos líquidos do processo de extração de urânio do
minério são reutilizados, não havendo liberações de líquidos para o
meio ambiente.
(v)
os rejeitos da mineração são depositados em áreas específicas, com
recolhimento dos líquidos oriundos de águas de chuva que podem
carrear finos, direcionando-os a bacias para posterior utilização na
usina;
(vi)
os resíduos líquidos das áreas de mineração podem ser liberados para
a barragem de águas de chuva da INB, desde que atendam aos limites
estabelecidos pela CNEN e pelo IBAMA;
(vii)
todas as bacias e depósitos de rejeitos são mensalmente monitorados
através de poços de monitoração estrategicamente posicionados a fim
de identificar eventuais infiltrações de líquidos desses locais; e
(viii)
qualquer fuga de líquido identificada é imediatamente corrigida e os
órgãos fiscalizadores informados.
 Há diferenças significativas entre os dados encontrados nas fases
pré-operacional (de 1990 a 1998) e pós-operacional (de 1999 em diante)?
O Programa de Monitoração Ambiental Pré-Operacional da INB em Caetité foi
estabelecido junto aos órgãos fiscalizadores CNEN e IBAMA, tendo sido
executado no período de 1989 a 1999, antes do início das atividades de
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mineração. Com isso, a INB possui 10 anos de dados de caracterização das
concentrações encontradas naturalmente nas seguintes matrizes da região:
águas de superfície, águas subterrâneas, águas de chuva, solo, sedimento,
poeira, radônio no ar, radiação ambiente e produtos agropecuários.
Com o início da operação do empreendimento, em 2000, todas essas
análises foram continuadas dentro do Programa de Monitoração Ambiental
Operacional, permitindo avaliar a evolução das concentrações de urânio
nessas mesmas matrizes. O que se observa ao se confrontar os mais de 14
anos de dados na fase operacional com os 10 anos de caracterização préoperacional nas matrizes das comunidades circunvizinhas é que as
oscilações encontradas são naturais e se mantêm dentro da faixa dos valores
obtidos na fase pré-operacional.
 Com que frequência são coletadas amostras de água para análises na
região de Caetité?
As frequências de monitoração variam de acordo com a matriz. Em alguns
poços
são
coletadas
amostras
mensalmente,
enquanto
em
outros,
quadrimestralmente. De acordo com o previsto no Programa de Monitoração
Ambiental Operacional são realizadas coletas não apenas de amostras de
águas subterrâneas, mas também de solo, sedimento, poeira, águas de
superfície e produtos agropecuários.
Também estão instalados detectores de radônio e radiação gama ambiental,
dentro e fora da área da instalação. São mais de 280 pontos de monitoração
no total, sendo 132 pontos de coleta de águas subterrâneas, dos quais 39 são
exclusivamente de poços das Comunidades.
As mais de 16 mil análises realizadas pela INB por ano envolvem a
determinação da concentração dos radionuclídeos urânio, rádio-226, rádio228 e chumbo-210; parâmetros físico-químicos, como pH e condutividade; e
teores de espécies estáveis, como sulfato e cloreto. Além dessas análises, de
acordo com as exigências do IBAMA, são previstas determinações de vários
parâmetros inorgânicos, orgânicos e gases presentes nas resoluções
CONAMA aplicadas a águas de superfície, água subterrânea, solo e
qualidade do ar.
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 Em que locais são coletadas águas para análise?
As comunidades são: Maniaçu, Tamanduá, Buracão, Gameleira, Juazeiro,
São Timóteo, Limoeiro, Espigão, Garapa, Quebradas, Jatobá, Lagoa Real,
Cercadinho, Varginha (de Caetité), Riacho das Vacas, Videl, Frios,
Quessengue, Bela Vista, Olhos D’Água, Pinga, Capivara e Colonha. Dentre
os corpos d’água monitorados temos o Córrego do Engenho, Córrego
Cachoeira, Riacho das Vacas e Córrego Mangabeira. As antigas fazendas
Lajedo, Mangabeira, Coroneiras, Engenho e Cachoeira fazem parte das
monitorações em áreas interna à instalação.
 Como o IBAMA fiscaliza as atividades da INB?
A fiscalização das atividades da INB é feita por meio de Programas de
Monitoramento Ambiental permanentes, aprovados pelo IBAMA e executados
pela INB e pela CNEN. Para saber se a INB está trabalhando de forma
correta, são analisadas amostras das águas dos rios, córregos, poços e da
chuva. São analisadas também amostras do solo, da poeira, da lama, do
pasto e de diversos produtos como a mandioca, o leite e a farinha. Isso é feito
tanto na área próxima à mina quanto em pontos mais distantes. O IBAMA
realiza inspeções contínuas e frequentes na INB. De acordo com o IBAMA, a
INB vem cumprindo todos os quesitos de segurança ambiental e nuclear
necessários e exigidos pela legislação brasileira vigente, estando, portanto,
apta a continuar desenvolvendo suas atividades.
 Como é feito o processo de licenciamento de uma instalação nuclear?
Para obter as licenças e autorizações necessárias ao seu funcionamento, a
unidade é submetida a um amplo e detalhado processo de licenciamento
tanto do ponto de vista nuclear junto à Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN) como do ponto de vista ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Do ponto de vista do licenciamento nuclear, para uma instalação obter uma
autorização de operação é necessário submeter à CNEN um relatório de
análise de segurança, onde são avaliados, dentre outros aspectos, os
elementos de radioproteção. Nesse processo, a instalação é acompanhada
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através de inspeções in loco e pela análise dos relatórios de segurança
(incluindo os programas de monitoramento ambiental e ocupacional).
 O que faz o programa de monitoramento ambiental?
A partir de analises de amostras do ar, da água e do solo, situadas nas
unidades e em áreas vizinhas, se faz o monitoramento do meio ambiente, de
modo a preservar a fauna, a flora, os cursos d´água, a produção agrícola, a
pecuária e a saúde da população. O monitoramento permite aferir se os
índices estão dentro dos limites estabelecidos.
 Como é feito o monitoramento das águas no entorno da Fábrica de
Combustível Nuclear?
O Programa de Monitoração Ambiental analisa 61 amostras ambientais,
sendo 38 de água: 24 deles localizados dentro da área da Fábrica e 14
pontos externos. As localidades externas ficam nos municípios de Resende,
Itatiaia, Areias, Queluz, no distrito de Engenheiro Passos, na comunidade de
Nhangapi, na Represa do Funil e no Ribeirão da Água Branca.
Em
2015,
foram
realizadas
aproximadamente
10.800
análises
pelo
Laboratório de Monitoração Ambiental em Resende/RJ. O resultado foi
classificado como “bom” em todas as análises de urânio executadas em água.
 O que faz o programa de restauração ambiental desenvolvido na
Fábrica de Combustível Nuclear?
Em linhas gerais o Programa de Restauração em Bioma Mata Atlântica tem
por objetivo a restauração ambiental da área de propriedade da empresa
(cerca de 630 hectares), que se encontrava degradada quando foi adquirida
pela INB. Para reflorestar essa área, a empresa conta com um viveiro
florestal, onde são produzidas 125 mil mudas/ano. O viveiro possui 700
matrizes de espécies diferentes da Mata Atlântica, todas marcadas e
identificadas. A cada ano são plantadas 95 mil mudas. O Programa realiza
ainda a doação de mudas para projetos afins e entidades organizadas, o
monitoramento da biodiversidade e das áreas reflorestadas e ações de
educação ambiental. O Programa conta com um Horto Florestal, onde
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funciona um laboratório de biologia, uma sala para a fauna e outra para flora
(herbário) como unidades de estrutura operacional.
 Qual o tamanho da área já reflorestada em Resende/RJ?
Cerca de 350 hectares de áreas que se encontravam degradadas foram
reflorestadas.
 Existe controle sobre os processos de produção para evitar danos ao
meio ambiente?
Sim. O controle é feito através do Grupo de Gestores do Sistema Integrado de
Gestão (SIG), que realiza ações preventivas de apoio ao processo produtivo,
identificando e avaliando os impactos e riscos Ambientais e Ocupacionais,
com o objetivo de implementar as medidas necessárias para evitar danos ao
trabalhador e ao meio ambiente.
 A INB Resende contribui para a preservação ou restauração do meio
ambiente na região?
Sim. A empresa contribui para a preservação desenvolvendo um programa de
educação ambiental junto ao público externo e a grupos de visitantes.
Anualmente, o horto florestal recebe cerca de 600 visitantes aos quais são
repassadas noções básicas sobre preservação ambiental. A INB também faz
doações de mudas a escolas e entidades que desenvolvem ações de
restauração ambiental na região.
A empresa faz parte do Conselho Consultivo do Parque Nacional de Itatiaia
como representante do setor industrial da região e também é membro do
Comitê de Bacia Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul.
 A empresa desenvolve programa de educação ambiental?
Sim. O Programa tem ações dirigidas a três públicos distintos, sendo o
primeiro o publico interno, no qual são tratados assuntos ambientais com os
funcionários e prestadores de serviço. O segundo público é externo e mais
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voltado para grupos de estudantes que visitam a empresa, o horto florestal e
recebem informações sobre preservação ambiental. O terceiro público é
formado por moradores da região que participam de eventos organizados ou
apoiados pela INB nos quais a questão ambiental é debatida.
 A empresa recicla seus resíduos?
Sim, os resíduos orgânicos são processados internamente, através da
compostagem, para obtenção de adubo. Em Resende, desde 2004, este
adubo é utilizado na produção de mudas nativas pelo Programa de
Restauração Ambiental em Bioma Mata Atlântica. Através de um trabalho de
educação ambiental foi implementada a Coleta Seletiva Solidária, viabilizando
a segregação de outros diversos resíduos recicláveis que posteriormente são
doados à Associação de Catadores Recicla Resende, que dá a cada um
deles uma destinação ambientalmente adequada.
Em Caetité, os resíduos sólidos coletados, que podem ser reciclados, foram
doados a COOPERCICLE – Cooperativa de Coleta Seletiva e Reciclagem de
Resíduos Sólidos da Cidade de Caetité.
Em 2015, Resende doou 27,66 t de materiais, Caetité, 10,7 t e Caldas, 940 kg
para a cooperativa de catadores AçãoReciclar.
Os restos de alimentos provenientes dos restaurantes das unidades de
Caldas, Resende e Caetité são utilizados na produção de composto que
servirá como adubo para o Horto Florestal de cada unidade.
 Quais os prêmios que a INB já ganhou na área ambiental?
Em 2015, recebeu homenagem da Firjan – Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro, no II Encontro da Indústria do Sul Fluminense, pelo
trabalho de reflorestamento realizado em Resende/RJ.
Em 2011, a INB recebeu o 13º Prêmio Excelência da Indústria MineroMetalúrgica Brasileira na categoria Meio Ambiente, promovido pela Revista
especializada Minério & Minerales com o Projeto Bosque da Amizade,
desenvolvida na unidade de Caetité/BA.
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Honra ao Mérito. Prêmio Qualidade. Intervox Pesquisas e Publicidade.
Caetité, Novembro de 2011. Outorga-se o presente prêmio a Indústrias
Nucleares do Brasil (INB) por ter sido destaque na pesquisa de opinião
pública realizada nesta cidade, na categoria de Melhor Empresa.
Homenagem da Revista Minerios & Minerales pelo destaque obtido pela
empresa no ranking 200 Maiores Minas Brasileiras nos anos de 2011, 2010 e
2007.
5º lugar no ranking do Programa Benchmarking Ambiental Brasileiro 2009,
com o Programa de Restauração Ambiental em área do Bioma Mata Atlântica.
Prêmio Brasil Meio Ambiente - Categoria Fauna e Flora - promovido pelo
Jornal do Brasil.
Prêmio Brasil Ambiental 2007 - Categoria Florestas - promovido pela Câmara
de Comércio Americana
Prêmio Confederação Nacional da Indústria - Etapa Estadual / FIRJAN Categoria Desenvolvimento Sustentável.
RADIAÇÃO E SAÚDE
 O que é radioatividade?
Radioatividade é a liberação de uma energia invisível chamada de radiação
ionizante, que atravessa o ar e as paredes, partindo de um material
radioativo. No nosso planeta existem vinte e oito elementos radioativos
naturais dispersos em todos os meios. A maioria desses elementos
radioativos naturais está dispersa no solo, associada ao urânio ou ao tório.
A radioatividade está em toda parte, sem nenhuma intervenção humana.
Existe radioatividade na terra, na água e no ar, causada pelos elementos
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radioativos naturais, que estão associados ao urânio ou ao tório presentes
nestes locais. Existe radioatividade devida ao sol chamada de radiação
cósmica. Existe também radioatividade no próprio corpo humano. Nossos
tecidos e ossos possuem elementos radioativos, como o potássio 40 e o
carbono 14.
 Ela é somente um fenômeno natural?
Não. A radioatividade também pode ser criada artificialmente, como o Raio X,
que utilizamos há muito tempo. Elementos radioativos vêm contribuindo para
a melhoria da vida dos homens e para o avanço da ciência e das tecnologias.
Esses elementos são utilizados para diagnosticar e tratar doenças, para
combater pragas na agricultura, conservar alimentos, analisar estruturas de
engenharia, recuperar obras de arte e esterilizar uma série de produtos - de
fraldas a garrafas de refrigerantes.
 Quanta radiação natural uma pessoa recebe por ano?
Para calcular os efeitos da radiação sobre o nosso corpo, utiliza-se uma
medida chamada Sievert (sívert). Em qualquer lugar da Terra, nós recebemos
radiação proveniente de fontes como o sol, o ar, a crosta terrestre, a água e
os alimentos. É o que se chama de radiação natural. Recebemos também
doses de radiação de fontes artificiais em diversas situações, como em
exames e tratamentos médicos.
A dose média desses dois tipos de radiação que uma pessoa recebe por ano
é de 2,8 mSv (milésimos de Sievert). Hoje, 48% do total de radiação que
recebemos provêm de procedimentos médicos. Saiba mais sobre radiação no
seguinte endereço: www.cnen.gov.br
 Quem mora em locais onde existem reservas de urânio recebe uma
dose maior de radiação?
Sim, porque a radiação natural nesses locais é mais elevada do que em locais
onde não existe reserva de urânio ou de outros elementos naturais
radioativos, como areis monazíticas, por exemplo.
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 A exploração da mina de urânio pode provocar o aumento do número
de casos de cânceres em Caetité?
Uma pesquisa realizada por especialistas da FIOTEC, instituição que faz
parte da FIOCRUZ, levantou o número de mortes por câncer nos municípios
que estão próximos à mina (Caetité e Lagoa Real) e comparou-os com os de
outros municípios da Bahia, onde não há mineração de urânio. O estudo, que
analisou os dados no período entre os anos de 1990 - antes da implantação
da INB Caetité - e 2005, constatou o seguinte: “Não foi observada, até o
momento, alteração no perfil de mortalidade por câncer na população de
Caetité e Lagoa Real, nem maior probabilidade de se adquirir câncer nesses
municípios, seja por conta da radioatividade natural do local, seja por conta
das atividades de extração e beneficiamento de urânio”.
 Qual a dose de radiação que um trabalhador da mina de Caetité recebe
por ano?
Um trabalhador da INB Caetité recebe, por ano, uma dose média de 0.46
mSv, ou seja, muito abaixo do limite estabelecido pela CNEN para os
trabalhadores em instalações nucleares, que é de 20 mSv ao ano. A dose
média anual que recebem os trabalhadores corresponde a um terço da dose
que uma pessoa recebe quando faz um Raio X de dente e um quinto da dose
de uma mamografia.
Veja as doses estimadas para algumas fontes de exposição:
Raio X de dente
1,6 mSv
Tomografia de tórax
6 a 18 mSv
Mamografia
3 mSv
 Como a INB controla a dose de radiação que os trabalhadores
recebem?
A saúde de todos os empregados da INB é acompanhada pelo serviço de
saúde da empresa. A radiação recebida por trabalhadores da Unidade de
Concentrado de Urânio, em Caetité, e da Fábrica de Combustível Nuclear, em
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Resende, é medida através de instrumentos chamados dosímetros, que são
utilizados durante o trabalho.
RESPONSABILIDADE SOCIAL
 Qual é a atuação da INB na área de responsabilidade social?
As ações que a INB desenvolve têm como objetivo contribuir para a melhoria
das condições de vida das populações moradoras no entorno de suas
unidades e são focadas na educação, em obras de infraestrutura, na
preservação do meio ambiente, na valorização da cultura e na geração de
renda.
 A empresa atua sozinha ou em parceria com instituições?
Das duas maneiras. A INB define seus próprios projetos e também apoia
iniciativas de instituições governamentais e não governamentais.
 Quais são os principais projetos na área de educação?
1.
Parque Nacional do Itatiaia Vai à Escola: – projeto criado pela
Associação Educacional Dom Bosco – AEDB, tem como parceiros a Câmara
Técnica de Educação Ambiental do Conselho Consultivo do Parque Nacional
do Itatiaia e Secretarias Municipais de Educação de Resende, Itatiaia e
Bocaina de Minas, e objetiva condições para a elaboração de projeto
educacional interdisciplinar que priorize a Educação Ambiental como elo
transversal na construção de valores sociais, conhecimento, atitudes,
habilidades e competências.
2.
Projeto Saber Mais: realização de Curso Técnico de Mecânica.
Contratação do SENAI para atendimento a 15 estudantes aprovados em
seleção pública e residentes em Engenheiro Passos, Resende (RJ), incluindo
transporte, alimentação (lanche), material didático e uniforme. Os alunos
concluíram o curso no final de 2015. Para 2016, está prevista mais uma
edição do projeto, em Itatiaia/RJ. Serão oferecidas 36 vagas divididas em dois
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cursos de qualificação: Torneiro Mecânico/Fresador Mecânico e Fundamentos
da Eletricidade/Instalação de Sistemas Elétricos Prediais.
4.
Implantação da Sala Verde Tymburibá: Apoio à iniciativa do Ministério
do Meio Ambiente e em parceria com a Associação Educacional Dom Bosco
apoio a implantação de espaço dedicado ao desenvolvimento de atividades
de caráter educacional voltadas à temática socioambiental.
5. Espaço INB de Ciência, Tecnologia e Cultura: O Espaço está instalado
na praça principal da cidade, num casarão do século XIX restaurado pela INB,
e tem como objetivo difundir informações sobre questões ligadas às
atividades da empresa, despertar o interesse pelo estudo das ciências e das
tecnologias e valorizar a cultura local. Ali está montada uma exposição
permanente sobre energia nuclear, urânio e mineração e sobre a história do
município de Caetité. Mostras temporárias nas áreas das ciências e das artes
são promovidas regularmente no local. Desde a inauguração, em maio de
2010, até março de 2016 o Espaço INB já recebeu mais de 32 mil visitantes.
 Quais são os principais projetos na área de saúde e infraestrutura?
Academia Popular da Saúde: iniciativa da Prefeitura de Lagoa Real que
contou com o patrocínio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB). Com o
objetivo de integrar saúde, lazer e esporte, a Academia foi inaugurada em
novembro de 2015 e oferece gratuitamente reabilitação fisioterápica,
atendimento
nutricional,
musculação,
exercícios
aeróbicos
e
de
alongamentos, aulas de dança e outras atividades.
Construção do Posto de Saúde da Família de Juazeiro (distrito do
Município de Caetité): Entregue à população em outubro de 2015, o posto
foi construído através de convênio entre a INB e a Prefeitura de Caetité para
atender famílias que moram em 15 comunidades situadas no entorno da
Unidade de Concentrado de Urânio.
Reforma da Praça Neném Prancha/COHAB, no distrito de Engenheiro
Passos, em Resende/RJ: Convênio com a Prefeitura Municipal de Resende
prevendo a instalação de quadra polivalente, aparelhos de ginástica para
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terceira idade, parque infantil, entre outros serviços. A praça foi entregue em
junho de 2016.
Projeto de Sinalização em Caldas/MG: Convênio celebrado entre a INB e a
Prefeitura Municipal de Caldas/MG, em junho de 2016, tem como objetivo
sinalizar e identificar as vias públicas e pontos de referência da cidade - áreas
urbanas da sede do município de Caldas e de sua estância turística no distrito
de Pocinhos do Rio Verde.
 Quais são as principais ações na área da cultura?
A empresa apoia a realização de festividades tradicionais, iniciativas de
grupos dedicados às manifestações artísticas regionais, publicações e
documentários que tratam de temas ligados à história dos municípios onde a
INB está inserida.
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