a música nos filmes de kubrick

Transcrição

a música nos filmes de kubrick
1
MINISTÉRIO DA CULTURA,
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO,
SECRETARIA DA CULTURA,
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
E MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA EM SÃO PAULO
APRESENTAM A EXPOSIÇÃO
3
Stanley Kubrick é apresentada pela primeira vez na América Latina
no Museu da Imagem e do Som, em parceria com a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo.
Nascido em 1928, em Nova York, Kubrick é autor de grandes clássicos do cinema, e reconhecido pelas inovações técnicas, diversidade e
riqueza dos temas apresentados ao longo de sua carreira como fotógrafo, diretor, roteirista e produtor. Mesmo antes de começar a fazer
filmes, enquanto trabalhava como fotógrafo para a revista Look na
década de 1940, Kubrick demonstrou, em suas composições, virtuosismo, que caracterizaria suas realizações como um dos diretores
mais inovadores entre as décadas de 1950 e 1990.
O que distingue Kubrick de outros cineastas é sua capacidade de
construir filmes que nos surpreendem com o inesperado, e que logo
é aprofundada por nossa percepção da integridade criativa de seu
trabalho. Ele se inspirou em muitos outros artistas e formas de arte
e, por sua vez, influenciou uma vasta gama de outros meios, incluindo filmes, arte e design.
Dividida em dezesseis ambientes, a exposição insere o visitante em
uma experiência multissensorial que possibilita um mergulho no
rico universo deste cineasta norte-americano, a partir de uma expografia inovadora concebida e adaptada pela direção do MIS. Além de
trazer uma cronologia do artista desde o início da sua carreira como
fotógrafo nos anos 1940 até os últimos filmes que concebeu, a exposição apresenta a singularidade de sua obra e suas influências a
partir de mais de quinhentos documentos, materiais em áudio e vídeo, e diversos objetos e figurinos originais usados em filmes como
Lolita (1962), 2001: Uma odisseia no espaço (1968), Laranja mecânica
(1971) e O iluminado (1980).
Complementam a exposição os lançamentos do livro Stanley Kubrick,
de Michel Ciment, coeditado pela Cosac Naify e pelo MIS, e do catálogo
da exposição com fotos da montagem original concebida pelo Museu da
Imagem e do Som, além da Retrospectiva Kubrick, aperitivo da 37ª Mostra Internacional de Cinema, realizada entre os dias 11 e 17 de outubro.
5
6
PRIMEIR
4
A F I A S | 19
R
G
O
T
O
F
AS
5–1950
STANLEY KUBRICK, POR VOLTA DE 1949 FOTO JACQUES KUBRICK
ESTA EXPERIÊNCIA TEVE UM VALOR INESTIMÁVEL PARA MIM, NÃO SÓ PORQUE
APRENDI MUITO SOBRE FOTOGRAFIA, MAS TAMBÉM PORQUE FOI COMO UM
CURSO RÁPIDO A RESPEITO DE COMO AS COISAS ACONTECIAM NO MUNDO.
D. Roosevelt morre
rte-americano Franklin
Quando o presidente no
Na manhã
ís fica de luto por ele.
pa
o
o
tod
5,
194
de
ril
em 12 de ab
ografa um
com dezesseis anos, fot
ck,
bri
Ku
y
nle
Sta
,
dia
daquele
ck oferece a foto do
eio de confiança, Kubri
Ch
l.
na
jor
de
r
do
de
ven
A Look lhe oferece
as revistas Look e Life.
homem arrasado para
is, Kubrick
te. Pouco tempo depo
ren
cor
con
a
e
qu
is
ma
25 dólares­—
pela revista.
mais jovem contratado
co
ráfi
og
fot
er
órt
rep
o
se torna
dor Walter Cartier
omery Clift ou do boxea
ntg
Mo
r
ato
do
os
fot
ar
Tir
projeto de pesquisa
lho quanto registrar um
é tão parte de seu traba
ista por seu trabalho
brick é valorizado na rev
de uma universidade. Ku
colegas elogiam
11 de maio de 1948, os
de
o
içã
ed
Na
o.
tad
ace
multif
“fotógrafo veterano”.
anos ao chamá-lo de
ove
zen
de
de
o
rot
ga
o
fotografias, sendo
y Kubrick tira milhares de
Entre 1945 e 1951, Stanle
suas imado publicadas. Muitas de
sen
m
ba
aca
las
de
tas
que novecen
segundo exame.
subliminar depois de um
do
teú
con
seu
m
ela
rev
gens só
sexo na época, a
conta o papel de cada
em
do
an
lev
lo:
mp
exe
r
Po
o do colega homem
rece para acender o cigarr
jovem estudante que ofe
riso melancócipação; por trás do sor
an
em
de
ivo
ers
bv
su
é um gesto
suas próteses de
era em uma oficina por
esp
e
qu
do
da
sol
um
lico de
de Kubrick são menos
da guerra. As imagens
cia
lên
vio
a
ira
pa
rna
pe
egee, por exemplo.
seu famoso colega We
espetaculares que as de
ografada.
ência da situação que é fot
ess
a
m
ela
rev
pre
sem
No entanto,
7
8
P R IM
E
CU
IROS
RTA S
RA
- ME T
GE N S
1–19
| 1 95
DAY OF THE FIGHT | DIA DA LUTA
©RKO Pictures
FLYING PADRE | O PADRE VOADOR
©RKO Pictures
53
A M E L H O R M A N E I R A D E A P R E N D E R C I N E M A É FA Z E N D O U M F I L M E .
da luta]
e Fight [Dia
th
f
o
y
a
D
mentário,
s do camrimeiro docu
série de foto
a
m
u
a
m
Para seu p
to
ok.
brick re
a revista Lo
, de 1951, Ku
a feito para
h
n
ti
(16 minutos)
le
e
e
u
ier q
Ele para
Walter Cart
idora RKO.
u
xe
ib
o
tr
b
is
e
d
d
a
o
ã
pe
boxe vai
e Fight para
de Day of th
ais filmes. O
m
r
ze
fa
r
e
Kubrick ven
d
.
k para po
[Killer’s Kiss]
r para a Loo
assou perto
p
e
rt
o
de trabalha
m
A
re
ad
al em
rio Flying P
o tema centr
o documentá
1
5
retornar com
19
m
e
s na vida
aliza
ma dois dia
, Kubrick fin
te
O
o
K
R
m
a
co
ra
m
a
P
tos), que te
s no enterro
dor] (9 minu
os enlutado
d
s
p
-u
se
[O padre voa
o
ller. Os cl
fotográficos.
d Stadtmue
uito estudos
m
m
ra
b
do padre Fre
m
le
r, ele
de e
. Como direto
rte intensida
fo
fo
ra
g
m
e
tó
it
fo
sm
o
n
tra
eriência com
ivas que
usa sua exp
gar perspect
ck
re
ri
p
b
u
m
K
e
i,
o
u
a
q
o
A
ja dinâmic
e o filme se
vigoroso.
faz com qu
s]
ilo de edição
st
e
m
s marinheiro
u
e
m
a
Seafarers [O
e
h
T
,
sempre mud
ck
ri
n
b
de Ku
rnatio al
afarers Inte
cumentário
e
o
S
d
lo
o
e
p
im
lt
o
ú
d
O
encomenda
porciona,
, de 1953, é
os) e lhe pro
ir
e
h
n
ri
a
M
(30 minutos)
s
acional do
rido. Apesar
icato Intern
m filme colo
u
r
ze
fa
e
Union (Sind
d
e
idad
cterísz, a oportun
o estilo cara
ve
e
a
b
ir
xi
e
e
m
e
ri
p
lm
fi
pela
scientes
m e n d a d o, o
ulados e con
abalho enco
lc
tr
ca
m
s
u
jo
r
n
se
a
rr
e
d
ileção por a
ck: sua pred
tico de Kubri
no espaço.
de pessoas
THE SEAFARERS | OS MARINHEIROS
©Lester Cooper Productions / Pietrzak Filmways / Seafarers International Union
/ Atlantic & Gulf Coast District / American Federation of Labor
9
10
MEDO E DESEJO | 1953
©Library of Congress
Medo e
desejo [
Fear an
Kubrick
d Desire
e també
] é o pr
m
imeiro lo
s
e
u
da situa
primeiro
n ga - m e
ção sem
fi
lm
t ra ge m
e
d
e s p e ra n
e g u e r ra
de
a t rá s d e
ça de u
. Ele gir
linhas in
m
a
a
e
m
p
a
t
im
t
r
o
u
rno
igas em
lha aére
dados m
a milita
uma gu
atam alg
r
e
r
q
r
a
u
u
e
n
s
s
e
c
m nome
ai
inimigos
Um dos
. Os qua
e tomam
homens
tro soluma mo
tenta e
Os solda
ça como
stuprá-la
dos dep
prisione
. Como
a ra m c o
ira.
e
la
si mesm
m
r
e
o
s
u
is
t
t
r
e
os neles
os solda
, ele a
.
d
m
A
o
s
o
a
ta.
inimigos
se dar c
mais mo
onta dis
e r econh
tivo par
so, eles
e
a
c
lu
e
m
t
a
a
r.
peito da
per cebe
Medo e
m que n
insensa
desejo é
ã
tez da g
o
uma ale
têm
u e r ra e d
goria lúg
a odisse
ubre a r
ia do ho
e smem pa
ra o n a d
a.
11
12
©Metro-Goldwyn-Mayer Studios Inc.
A MORTE PASSOU PERTO | 1955
alha como
Kubrick trab
y
le
n
ta
S
,
s]
[Killer ’s Kis
em locação,
passou perto
e foi rodado
lm
fi
O
.
a
Em A morte
st
fi
cinegra
faz a mixagem
tor, diretor e
ita o filme e
ed
ck
ri
autor, produ
b
u
K
o
vender
rópri
m consegue
ova York. O p
fi
N
o
e
n
d
e
s
s
a
te
ru
n
s
na
restados
s com os pare
empréstimo
to toma emp
er
p
u
o
ss
a
p
e
do som. Faz
ists. A mort
do film noir.
a United Art
es e também
er
st
g
n
o filme para
â
g
e
od
a Gloais do gêner
a sua vizinh
rv
rm
fo
se
b
s
o
to
r,
o
en
d
a
elem
par da
vy, um boxe
tentam esca
a janela, Da
s,
su
to
e
n
d
ju
s
,
e
vé
a
tr
A
se conhecem
er, fica com
nçarina. Eles
, um gângst
llo
a
p
a
R
.
o
ria, que é da
rn
o
seu ento
backs e o jog
violência de
uso de flash
O
.
a
ri
solidão e da
lo
G
a
e
ract uestr
r deles e seq
o e revelam ca
o
er
m
a
ên
g
o
d
se
ja
es
inve
são típicos d
ipé, longas
luz e sombra
mera sem tr
câ
e
d
so
u
:
dramático de
de Kubrick
losamente e
ntas do estilo
ejada meticu
n
la
p
o
çã
rísticas disti
a
,
por
ento
mbém não é
companham
Ta
a
.
e
e
d
rt
s
a
a
e
ci
d
ên
o
ã
sequ
a fotos
lhes na direç
rência direta
ção aos deta
n
fe
te
re
a
m
e
ja
rm
se
o
en
ens no filme
tre Davy e
lgumas imag
ma briga en
u
é
e
lm
fi
o
acaso que a
clímax d
eio de maMan Ray. O
um galpão ch
em
m
a
tr
do surrealista
n
co
os e
se en
com machad
ria. Os rivais
m
lo
ca
G
r
ta
o
a
p
se
llo
s
a
le
Rap
cena é
ine de loja. E
anequins. A
ininas de vitr
m
s
m
a
fe
d
s
s
a
in
n
u
er
eq
n
braços e p
os em um
fim, até com
o de cavaleir
el
u
d
m
u
e
lanças, e, no
d
o surreal
e uma versã
punhaladas.
como se foss
o gângster a
ta
a
m
r
o
d
a
nal, o boxe
torneio. No fi
©Metro-Goldwyn-Mayer Studios Inc.
13
O GRANDE
GOLPE | 19
56
illing]
lpe [The K
o
g
e
d
n
ra
g
bém o
8 anos, O
em e tam
oca com 2
g
p
é
ra
t
a
e
n
,
m
k
c
ley Kubri
eiro longa
primeira
Para Stan
É seu prim
arris. Pela
.
H
s
.
ia
B
re
s
t
e
s
o
uitas e
dutor Jam
história d
marca m
om o pro
adapta a
c
s
a
a
ri
m
e
,
rc
e
t
a
a
n
e
alh r
sua p
pode trab
o pessoalm
k
início de
ir
c
e
ri
t
b
ro
u
K
o
,
e
lém disso
ão escrev
lenco de
vez, ele n
l White. A
tar um e
e
ra
n
t
io
n
L
o
c
e
d
e
s
n Break,
ão do tra
que ante
livro Clea
m maior
m abre m
e
é
b
b
o
m
t
a
n
t
e
s
ele
ge n .
orçam
suas ima
ompletar,
c
e
co m u m
d
ra
o
a
rg
P
a
.
c
fissionais
Ballard a
e parte
nde golp
ca Lucien
atores pro
ra
lo
g
o
c
O
e
,
o
ra
a câme
ssou pert
ulhadas
balho com
morte pa
stão merg
e
A
s
e
a
n
lm
e
c
fi
s
as
mo no
lm noir: a
gam arm
Assim co
res e do fi
itos carre
e
e
t
s
p
s
g
u
n
s
â
g
s
ito
fatale.
s de
a femme
stiva, suje
dos filme
e
é
g
s
u
a
s
d
o
o
t
ã
miescurid
amente
m ea ç a d e
numa se
mparativ
a maior a
o
s
c
a
é
m
o
—
d
s
re
s de flore
a quanto
les. O en
em caixa
Los Ange
estratégic
o
m
ã
e
t
o
é
d
a
a
o de
ativ
i rod
Um grup
tura narr
.
ru
s
O filme fo
t
o
s
s
e
o
a
id
,
il
to
bem,
ários hab
no entan
s co m e ç a
tre advers
simples,
le
n
e
e
d
z
o
re
n
d
la
a
p
.
ida de x
rativo. O
co n f u s ã o
uma part
roubo luc
a maior
o
m
d
u
n
a
ja
s
e
u
s
s plan
mo tema
cabam ca
gângstere
n e ce m co
á sorte a
a
m
rm
ra
e
u
p
p
a
ão e
e human
mas traiç
fragilidad
a
e
o
ubrick.
s
a
c
oa
ntes de K
e
u
q
e
s
A força d
b
u
os s
os trabalh
centrais n
14
15
16
G LÓ
G
A DE SAN
T
I
E
F
A
I
R
UE | 195 7
©Metro-Goldwyn-Mayer Studios Inc.
ESTE FILME NÃ
O É, DE JEITO NE
NHUM, NEM CO
NA MELHOR DA
NTRA NEM A FA
S HIPÓTESES, É
VOR DO EXÉRCI
UM FILME CONT
ENVOLVER AS
TO.
RA A GUERRA ,
PESSOAS EM TA
QUE É CAPAZ DE
IS CONFLITOS DE
CONSCIÊNCIA.
priodo sistemático pela
militar moderna de m
gia
olo
cn
te
ar
eg
pr
ão inteira.
Ao em
umatizou uma geraç
tra
ial
nd
Mu
a
err
Gu
a
meira vez, a Primeir
um romance do
Glory] baseia-se em
of
hs
at
[P
ue
ng
sa
Glória feita de
Artists topa finany C. Cobb. A United
re
ph
m
Hu
ra
er
gu
do
veterano de
zer o papel principal,
rk Douglas aceita fa
Ki
e
qu
is
po
de
e
m
ha
fil
ciar o
Aleman ,
, o filme é rodado na
os
st
cu
os
ir
inu
dim
coronel Dax. Para
ue, e no palácio
steig, perto de Muniq
lga
ise
Ge
em
,
ria
va
no estúdio Ba
petidamente cenas
des. Kubrick corta re
ida
im
ox
pr
s
na
,
im
eo
Schleisshe
palácio barroco (ond
entos espaçosos do
os
ap
s
no
as
ad
nt
ra
espe nambie
biente estreito e sem
am
o
r
tra
os
m
ra
pa
general se instala)
s. Entre estes
dos soldados comun
os
rig
ab
s
do
e
s
ira
ça das trinche
cinismo e aos capril Dax. Ele se opõe ao
ne
ro
co
o
tá
es
s
do
ar.
dois mun
nder à hierarquia milit
, no fim, precisa se re
as
m
is,
ra
ne
ge
s
ido
do
e flu s
chos
travellings extensos
em
s
õe
laç
re
s
sa
es
A câmera retrata
general Mireau
em ângulo baixo do
-se
ta
as
Af
s.
ira
he
nc
tri
ao longo das
onstração de poder.
s tropas como dem
da
o
çã
pe
ins
a
su
e retrata
suas tropas, a câmera
ronel Dax inspeciona
co
o
do
an
qu
o,
nt
ta
No en
ança com eles.
rtanto, revela sua ali
po
e,
le
de
a
tiv
ec
assume a persp
nt, principalmenparte da ação no fro
a
rn
to
se
e
as
qu
r
O espectado
or de fogo inimigo.
inável e ensurdeced
m
er
int
ue
aq
at
o
e
te durant
maneira incansável.
horrores da guerra de
os
ta
en
m
cu
do
ick
Kubr
17
18
DR. FANTÁSTICO | 1964
60—em plen
da
Na década de 19
a loucura da corri
filme que exalte
um
ra
pa
da
ua
. Descobre
história adeq
ências EUA e URSS
ot
rp
pe
su
as
tre
ar en
um general
armamentista nucle
ter George, em que
Pe
de
),
58
(19
o
elh
rm
o romance Alerta ve
ba atômica sobre a
da lançar uma bom
an
m
e
nt
ga
ro
ar
e
norte-americano
l ao estilo do livro
ick pretende ser fie
br
Ku
o,
íci
in
No
rs
a.
ter Selle ,
União Soviétic
o Kubrick escala Pe
tã
En
.
ne
ay
W
hn
m Jo
vo ator principal,
fazer um thriller co
em Lolita. Este no
s
te
an
o
ad
lh
ba
até Slim Pickens
com quem tinha tra
ente eram quatro,
m
al
in
rig
(o
is
pé
pa
tico
que assume três
m de Dr. Fantás
sua marca no to
ixa
de
),
co
en
el
m
the Bo b]:
se juntar ao
Worrying and Love
op
St
to
d
ne
ar
Le
I
: How
lo”. Seu humor
[Dr. Strangelove Or
omédia de pesade
“c
o
m
co
ca
ifi
ss
cla
o próprio Kubrick o
izações grotescas
entre as caracter
e
st
ra
nt
co
do
a
o general
negro se origin
órico seriíssimo:
st
hi
to
ex
nt
co
o
llers, e
venenando
e absurdas de Se
munistas estão en
co
os
e
qu
ta
di
re
e ac
Jack D. Ripper, qu
prótese do braço
. Fantástico, cuja
Dr
;
ta
lis
ta
pi
ca
or
a água do mundo
ão nazista; o maj
te em uma saudaç
en
am
tid
pe
re
e
onagens
direito se ergu
ômica. Os tr ês pers
at
ba
m
bo
na
ta
e mon
destruição.
T.J. “King” Kong, qu
à beira da auto
do
un
m
um
m
enta
rante a qual
de Sellers repr es
ísseis Cubanos—du
M
s
do
ise
cr
da
te—,
Dois anos depois
s parecia iminen
as superpotência
e
tr
en
ra
er
gu
cesso de
a ameaça de
rmanece como su
pe
e
ico
bl
pú
do
ferida
o filme toca na
manas.
A por dezessete se
bilheter ia nos EU
©Sony/Columbia Pictures Industries Inc.
DO
TAÇÃO
RESEN
P
E
R
.
DA
ELO
P E SA D
O VEM
TÁSTIC ITUAÇÃO DE
N
A
F
.
E DR
MA S
MOR D IDIANO EM U
DO HU
T
O
E
C
T
R
O
A
RP
MAN
A MAIO AMENTO HU
a
RT
O
P
brick procura um
M
CO
a Guerra Fria—, Ku
20
©Warner Bros. Entertainment Inc.
19
BARRY LY
NDON | 19
75
[A HISTÓRIA] TAMBÉM OFERECIA A OPORTUNIDADE DE FAZER UMA DAS COISAS
QUE OS FILMES FAZEM MELHOR QUE QUALQUER OUTRA FORMA DE ARTE, QUE
É APRESENTAR UM TEMA HISTÓRICO.
Este épic
o históric
o se bas
Thackera
eia no ro
y de 184
m a n ce d e
4
.
A primeir
William M
irlandês R
a
a ke p ea c e
p
a
rte conta
edmond
a
B
a
o
rr
disseia d
y pela Eu
que se ca
o soldado
ropa da G
sa com a
uerra dos
rica Lady
a tentativ
S
L
e
y
t
n
e
d
A
on. A seg
nos, até
a fútil de
unda part
Barry de c
e do filme
aristocrát
o
ro
a
r
sua ascen
mostra
ico. Para
são socia
Barry Lyn
de prepara
l com um
don, Stan
título
ley Kubric
ção para s
k aproveit
eu projeto
pesquisa
a o traba
Napoleão
meticulos
lho
. A filmag
a para qu
em é prec
ra mais a
e se poss
e
d
id
utêntica p
a
a
p
re
or
tratar o s
ossível. A
éculo 18 d
na Grã-Bre
fi
lm
a
a
g
m
em é feit
aneitanha e n
a em loca
a Aleman
tratos his
ções origin
ha. Muita
tóricos, a
ais
s imagen
representa
s se refe
O uso freq
ções de p
re
m
uente de z
a
re
aisagens
oom deixa
e da vida
Os interio
as imagen
cotidiana
res ilumin
s
c
.
hapadas e
ados a ve
com ar de
adicional—
la—filmad
pintura.
exigem in
o
s
s
e
m
o
v
o
a
ç
u
ões técnic
so de ilum
O resultad
as que ca
inação
o é um pa
usam sen
radoxo típ
s
transform
a
ç
ã
ic
o
o
n
d
a época.
e Kubrick.
a-se em
A autentic
distância
das image
id
e
a
m
d
o
e
c
m
io
áxima
nal e tem
ns faz com
poral. A a
que a imp
século 18
rtificialida
ossibilida
seja palpá
de
de da visã
vel. Os pe
o sem me
assim com
rsonagen
d
ia
ç
ã
o as imag
o
s
do
permanec
ens. O tom
em inescru
ceticismo
moralista
tá
relativo à
v
e
is
d
—
o romance
possibilid
é substitu
ade de se
íd
o por
conhecer
a história
.
21
22
DO | 1980
A
O ILUMIN
O iluminado [T
he Shining] base
ia-se no livro de
do autor de be
terror homônim
st sellers Stephe
o
n
Ki
ng
.
De
po
is de rejeitar o
de King, Kubrick
roteiro
escreve o seu pr
óprio, com Dian
papéis principais,
e Johnson. Para
Kubrick escala Sh
os
elley Duvall e Ja
o papel do filho,
ck
N
ich
ol
so
n.
ele escolhe Dann
Para
y Lloyd entre mai
O filme foi roda
s de 5 mil menin
do nos estúdios
os.
da EMI-Elstree,
nas Montanhas
perto de Londre
Rochosas, nos EU
s, e
A. Jack Torrance
batalha por sua
, um escritor qu
obra, é contrata
e
do
para cuidar do
Com a mulher
hotel Overlook.
e o filho, ele se
muda para a pr
isolada pela neve
opriedade que
e separada do re
fica
st
o
do
m
undo durante os
de inverno. O ho
meses
tel toma conta
de seus três ha
possui o dom so
bitantes. Danny,
brenatural da “i
que
luminação”, pode
o futuro. Ele é
ver o passado e
o primeiro a se
dar conta da “v
e descobre que
ida secreta” do
lugar
um crime está
pr
es
te
s
a
ser repetido no
Jack passa a se
hotel.
r atormentado
por alucinações
obcecado pelo
e
ac
ab
a
ficando
ímpeto de mat
ar a família. Pr
misturam na lu
esente e passad
z ferina do film
o se
e; portas se ab
mão de fantasm
rem como que
as, espectros da
pe
la
nçam em um ba
do filme é uma
ile
fo
rm
al
. O clímax
perseguição em
que Jack tenta
um machado. Da
m
at
ar
o
fil
ho com
nny escapa, e Ja
ck morre congel
hotel, no labirin
ad
o na frente do
to de cerca viva
, que se transfor
seu estado psic
m
a
em
símbolo de
ótico.
©Warner Bros. Entertainment Inc.
UMA DAS COISAS QUE AS HISTÓRIAS DE TERROR PODEM FAZER É NOS MOSTRAR
OS ARQUÉTIPOS DO INCONSCIENTE; PODEMOS VER O LADO OBSCURO SEM TER
DE CONFRONTÁ-LO DIRETAMENTE. ALÉM DO MAIS, HISTÓRIAS DE FANTASMAS
ATRAEM NOSSA ÂNSIA POR IMORTALIDADE. SE VOCÊ CONSEGUE TER MEDO DE
UM FANTASMA, ENTÃO TEM QUE ACREDITAR QUE ELE EXISTE. E SE UM FANTASMA
EXISTE, ENTÃO O ESQUECIMENTO TALVEZ NÃO SEJA O FIM.
23
24
LOLITA | 1962
MPONENTE
FASE AO CO
RIA DADO ÊN
TE
OKOV DEU.
O,
AB
OV
N
N
IDA EM QUE
O FILME DE
ED
R
M
A
ZE
M
FA
ES
E
SS
NA M
SE EU PUDE
ENTO DELES
s
RELACIONAM
ERÓTICO DO
brick e James B. Harri
©Warner Bros. Entertainment Inc.
Ku
de Spartacus, Stanley
Já durante a produção
em do livro Lolita
os direitos de filmag
m
ara
pr
m
co
e
qu
-se
anunciam
-americanos sentem
kov. Moralistas norte
bo
Na
ir
im
ad
Vl
de
),
v
(1955
Naboko iria
obrem que o próprio
sc
de
do
an
qu
ais
m
ultrajados, ainda
aloso entre um
sobre o amor escand
ce
an
m
ro
O
.
iro
te
escrever o ro
os é proibido nos
a menina de doze an
um
e
ra
tu
era
lit
de
r
roda o
professo
s financeiros, Kubrick
ivo
ot
m
r
Po
a.
oc
ép
Estados Unidos na
menos rígiura naquele país ser
ns
ce
a
de
ar
es
Ap
a.
filme na Inglaterr
ncarado do livro.
iza o tom sexual esca
en
am
ick
br
Ku
A,
EU
da que nos
al da sociedade na
gro para aludir à mor
ne
or
m
hu
a
us
,
so
dis
de Clare
Em vez
rs para o papel cômico
lle
Se
r
te
Pe
lar
ca
es
década de 1960. Ao
rt Humbert
ura trágica de Humbe
fig
à
o
es
rap
nt
co
um
Quilty, ele cria
Lolita não raro
ualidade implícita em
ns
se
de
s
na
ce
As
.
n)
ão
(James Maso
p ou pastelão. A direç
irônico de música po
o
us
lo
pe
s
da
iza
en
são am
rsonagens.
idimensional dos pe
ult
m
a
rez
tu
na
à
se
de Kubrick dá ênfa
es a desenvolver
ais incentiva os ator
qu
s
na
s,
ga
lon
as
Ele usa tomad
ebe cartas de proda estreia, Kubrick rec
is
po
De
s.
õe
aç
riz
te
suas carac
al. Durante muito temar perversidade sexu
rat
ret
de
-o
do
an
us
testo ac
menores.
mo inapropriado para
co
e
film
o
am
ific
ss
po, os censores cla
25
26
2001: UM
A ODISS
EIA NO
E S PAÇ O
| 1968
Stanley Kub
rick há muit
o se preocu
da vida extr
pa com a qu
aterrestre.
estão da pro
Em 1964, e
babilidade
Arthur C. C
le
co
n
venceu o a
larke a escre
u
to
v
r
e
e
r
o roteiro de
estudioso
[2001: A Sp
2001: Uma
ace Odysse
o
d
is
y]
se
.
ia
D
e
n
p
o espaço
ois que o ro
do filme co
teiro é concl
meça no d
uído, a prod
ia
2
9
d
e
MGM Shep
dezembro
ução
de 1965, no
perton, em
s estúdios
Londres. 2
filme mais
da
001: Uma
famoso e m
odisseia no
ais exigente
espaço é o
Kubrick. Fo
, do ponto
i rodado no
de vista té
formato 70
cnico, de
novos padrõ
m
m widescre
es para o g
e
n
,
e estabele
ênero de fi
de e xpand
ceu
cção cientí
ir as trad
fica. No en
iç
õ
e
tanto, além
s do gêne
as conven
ro, Kubrick
ções da n
também a
arrativa ci
mpliou
as imagen
n
e
m
atográfica.
s são, ao
Há pouco
m
e
s
m
o
d
iálogo;
tempo, cla
resiste a p
ras e miste
adrões con
riosas. O fi
vencionais
continuam
lme
de interpre
discutindo
tação. Até
o possível co
hoje, crítico
2001, que a
nteúdo me
s
caba com a
tafísico ou
criança estr
religioso de
concebeu o
e
la
olhando pa
clímax do
ra a câmera
filme­—a se
. Kubrick
delírio psico
q
u
ê
ncia do Po
délico que
rt
ã
o
n
E
e
stelar—com
ga ainda m
temporal e
o
ais ao espe
espacial. D
ctador a ori
e
p
o
is
entação
da estreia,
o filme, re
em 1968, o
clamando q
público reje
ue é incom
sequências
itou
p
re
e
nsível, e qu
são longas
e
m
u
e
it
le
a
n
s
ta
d
e
s
demais. Ho
espaço é co
suas
je, 2001: Um
nsiderado u
m clássico
a
o
d
is
se
ia
na história
no
do cinema.
©Warner Bros. Entertainment Inc.
T IV E
M EN T O ,
GU M M O
L
A
N CIA
IÊ
M
R
E
A E XPE
U E EU,
0 1 É UM
SAGEM Q
SE A
0
S
N
2
A
E
R
;
M
E
S
P
A
A
U
P A L AV R
L QUE S
A DE UM
T
M
A
A
E
U
NTE
R
IS
IE
T
V
C
IR
S
E
IT
NÃO S
SU B CO N
ER IÊN CIA
T R A N SM
EN T E N O
U MA E XP
Ç ÃO D E
M
N
A
R
E
T
T
IA
E
R
IN
IR
C
A
T EI
R A SSE D
BA L . T EN
E P EN E T
NÃO VER
A LIZ A DA
B
FICO .
R
Ó
E
S
V
O
O
IL
Ã
IO N A L E F
ROT U L AÇ
C
O
M
E
O
T EÚ D
CO M CO N
©Universal Studios Inc.
27
|
ACUS
T
R
A
SP
1960
FOI O ÚNICO DOS MEUS FILMES SOBRE O QUAL NÃO TIVE CONTROLE TOTAL…
o
iu do cativeir
cus, que fug
a
rt
a
p
S
r
o
d
ladia
scravos
destino do g
xército de e
e
o
ta
m
u
la
e
re
d
e
r
e
líd
O film
n, mas,
se tornou o
nthony Man
no 73 a.C. e
A
a
r
o
o
n
p
o
o
n
id
a
ig
m
ro
ialmente dir
rincipal Kirk
filme é inic
tor e ator p
u
d
ro
p
o
,
rebeldes. O
m
ar.
e filmage
em seu lug
lguns dias d
nley Kubrick
ta
S
ta
depois de a
a
tr
n
set de
e co
com ele no
com Mann
a
m
g
e
b
ri
b
o
s
d
a
la
d
g
se
Dou
bo, que—
o Kubrick e
Dalton Trum
ha conhecid
r
n
o
ti
p
s
to
la
ri
g
u
sc
o
e
D
O roteiro é
por, durante
de sangue.
amado a de
ch
i
fo
—
ta
Glória feita
is
as.
o comun
ntiamerican
ro do partid
tividades A
A
e
d
ê
como memb
it
m
o
m sa
o Co
aneceu na fa
rm
mo, perante
e
p
is
h
le
e
rt
,
o
ca
a
sã
m
ri
o
i
pois de sua p
ama e inclu
ito tempo de
uper Technir
S
m
m
70
Durante mu
rodado em
ghton e Jean
”. O filme é
Charles Lau
r,
ie
liv
O
ce
“lista negra
n
eias
Laure
e batalhas ch
stros como
d
a
s
a
co
n
n
le
ce
e
e
u
o
em se
sua multidã
objetivo
—tem como
artacus—com
s­­
p
o
S
d
s.
sa
n
u
o
o
m
ra
Sim
s de câme
é sucesso
e movimento
res. O filme
o
d
a
ct
e
sp
e
de opulência
os
fia,
o de fotogra
ocionalmente
çã
m
e
e
ir
d
r
r
a
o
n
p
io
rs
ss
impre
rêmios Osca
ck, no
be quatro p
stinov. Kubri
ce
U
r
re
e
te
e
o
P
lic
e
b
d
ú
o
de p
le vê sua
e pela atuaçã
resultado. E
rte, figurino
o
a
e
m
d
co
o
o
çã
it
e
e
ir
d
toda insatisf
a. Antes de
ssou a vida
a encomend
m
u
o
m
co
entanto, pa
s
a
s que
apen
nas (como a
ra Spartacus
a
ce
p
s
o
a
ã
ri
iç
vá
u
ib
m
contr
nsores corta
. O filme
s e Crassus)
nçado, os ce
u
la
in
r
n
se
to
n
e
A
lm
e
o fi
ssexuais entr
lações homo
aludem a re
m 1991.
restaurado e
te
n
e
m
ta
le
é comp
28
29
30
LARANJA MECÂNICA | 1971
©Warner Bros. Entertainment Inc.
A Q U ES TÃ O
M O R A L ES
SE N CI A L É
TE R A O P ÇÃ
SE U M H O M
O D E SE R M
EM P O D E O
A U, E SE TA
U N Ã O SE R
L CR IATU R
B O M SE M
A CO N TI N U
A SE N D O H
UMANA.
seia-se no livro
Stanley Kubrick ba
de
ico
lêm
po
ais
u
O filme m
óprio Kubrick escreve
Burgess (1962). O pr
y
on
th
An
de
o
im
Alex
homôn
27 anos, interpreta
Dowell, então com
Mc
lm
lco
Ma
.
iro
te
ân
o ro
nja mec ica
filme e do livro). Lara
do
oa
ss
pe
a
eir
im
(narrador em pr
muito próximo,
ntado em um futuro
bie
am
],
ge
an
Or
rk
s
[A Clockwo
que tira das pessoa
rocrática antiutópica
bu
de
da
cie
so
a
um
de
retrata
o constantes na vida
e. Sexo e violência sã
ad
nid
dig
e
e
ad
erd
lib
sua
jeita à terapia
Alex é preso, ele se su
do
an
Qu
s.
ue
ug
dr
Alex e de seus
ação que leva
rigoroso de reeduc
to
en
im
ed
oc
pr
um
“Ludovico”,
vivencia o paradoxo
. Quando é solto, ele
de
da
ivi
ss
re
ag
a
su
embora
er a atos de
tem que se submet
o,
es
ef
ind
”:
to
en
de seu “aprimoram
aposentos
. A ação acontece em
as
im
vít
as
tig
an
as
vingança de su
o o mobiliário no
pop da época, com
te
ar
na
os
ad
pir
ins
futuristas
Jones, ou os objetos
de esculturas de Allen
do
ta
ap
ad
,
va
ro
Ko
ar
leite-b
ica clássica
mos. O uso de mús
Ra
l
Me
de
o
til
es
de arte fálicos, ao
e a tradição
to violento sugere qu
en
m
rta
po
m
co
o
ar
para acompanh
anas. Nenhum outro
ntra atitudes desum
co
do
cu
es
o
m
co
.
não serve
to Laranja mecânica
tanta polêmica quan
a
us
ca
ick
br
Ku
o
de
m
es
filme
ar a violência ao m
pudiam por estetiz
re
o
os
tic
crí
de
ns
us
gu
at
Al
o st
que o filme mereça
am
dit
re
ac
s
tro
ou
e
tempo em qu
de Kubrick recebe
nto, quando a família
ta
en
No
u.
to
uis
nq
na
cult que co
o filme de exibição
o diretor manda tirar
io,
rre
co
lo
pe
s
ça
amea
Grã-Bretanha.
31
32
|
IFICIAL
T
R
A
A
I
IGÊNC
2001
EL
A.I. INT
©Warner Bros. Entertainment Inc.
Em 1980,
Stanley Ku
brick adqu
quedos du
ire os dire
ram o verã
itos para o
o
todo (1969
conto Sup
ção porqu
),
erbrind
e
B
rian W. Ald
e deseja e
s
is
p
s
e
.
ra
E
le adia a p
r até que
tornem viá
roduos efeitos
veis do po
especiais
nto de vis
p
ro
são escrito
je
ta
ta
té
d
os se
cnico. Até
s, e cente
1995, dive
nas de es
rs
Em 1999,
o
b
s
o
ro
ç
o
te
s
iros
e storybo
durante a
ards são d
s filmage
oferece a
e
n
s
s
e
nhados.
de De olh
Steven Sp
os bem fe
ielberg o tr
chados, K
prio Kubric
a
b
a
lho de dire
ubrick
k quer ser
tor no pro
o produtor.
jeto A.I. O
Spielberg
D
e
p
o
próis da mort
finaliza o ro
e repentin
teiro e faz
a de Kubri
de prepara
o
fi
lm
e
ck,
ção. Intelig
co m b a s e
no extens
ência artifi
odisseia d
o
c
tr
ial [A.I. Art
abalho
o pequeno
ificial Intell
David, um
igence] tra
Assim com
a
n
d
ro
ta da
ide que pe
o Pinóquio
nsa e tem
, ele sai em
sentimento
que ela po
b
u
s
ca da fada
ssa transfo
s.
azul, na es
rmá-lo em
imagina, s
p
e
m
ra
e
n
n
ç
a
in
d
o
ua mãe ad
e
de carne e
otiva vai re
osso. Só a
A.I. como
ssim, ele
tribuir seu
um conto
amor. Spie
de fadas,
lberg apre
projeta um
usando im
senta
a sociedad
a
g
e
n
s
fa
e
n
tasiosas.
futura na
tão bem q
O filme
qual robôs
ue já não
podem sim
é possível
u
la
manos de
r
d
e
istinguir a
moções
verdade. A
s máquina
opinião do
s dos sere
advertem
s
c
ríticos se
s huSpielberg
divide: en
por ter em
quanto alg
outros o a
p
re
s
ta
uns
do ao film
plaudem p
e tom sen
or ter dota
timental,
do A.I. da
marca de
seu estilo
próprio.
33
34
NASCIDO PAR A MATAR
| 1987
©Warner Bros. Entertainment Inc.
NÃO VEJO OS PERSONAGENS DA HISTÓRIA EM TERMOS DE BONS OU MAUS,
MAS EM TERMOS DE BEM E DE MAL.
ejo
Medo e des
m a guerra.
co
r
ve
a
m
tê
ita de
es de Kubrick
ícia, Glória fe
ct
lm
fi
fi
a
s
rr
o
e
d
u
s
g
o
Muit
-se em uma
sátira à
ire] ambienta
stico é uma
es
tá
D
n
a
d
F
n
a
r.
r
D
ea
l;
[F
erra Mundia
intenção de
Primeira Gu
pers tinha a
a
P
n
a
ry
A
sangue, na
s;
et]
rpotência
ll Metal Jack
ntre as supe
ra matar [Fu
a
p
o
id
Guerra Fria e
sc
a
N
lme se
sta;
o terror nazi
nco anos. O fi
n
ci
r
u
a
ro
tr
o
n
m
ce
e
n
d
o
se co
. A preparaçã
do de elite
elo ex-solda
rra do Vietnã
p
e
u
to
G
ri
a
d
sc
e
ta
),
a
tr
-Timers (1979
Michael Herr
ro The Short
e o escritor
ck
ri
b
u
K
.
baseia no liv
rd
asfo
terra:
ado na Ingla
rra Gustav H
d
e
u
ro
g
o
e
d
d
to
r
i
e
rt
fo
ã
e repó
rmada
sobre o Vietn
s foi transfo
teiro. O filme
re
d
ro
n
o
o
L
m
e
e
d
b
e
ce
con
em Hué,
na região lest
usina de gás
s e reformas)
a
d
ra
e
lib
e
d
uma antiga
a.
explosões
s da Espanh
demolições,
r as palmeira
ze
a
tr
a
d
(por meio de
n
a
das: a
ck m
tações isola
ruínas. Kubri
n
ie
m
b
e
m
e
a
d
a
s
d
a
u
ci
sd
uma
de elite,
meio de sua
de soldados
strutura por
to
e
n
e
se
m
e
a
in
lm
e
fi
O
mento de tr
a segunda
á no acampa
ios brutais;
íc
rc
xe
e
a
s
o
primeira se d
é
submetid
para matar
recrutas são
tnã. Nascido
ie
V
o
d
onde jovens
a
rr
o
e
ldad s
e gu
nas zonas d
retrata os so
a
le
ss
E
a
.
p
ck
ri
se
b
u
e
K
part
placável de
também
ngue—, mas
uerra mais im
sa
g
e
e
d
d
a
e
it
lm
fe
fi
a
o
o em Glóri
matar] está
s—assim com
ascido para
[N
ll”
ki
to
como vítima
rn
ue
am. “Bo
tempo em q
s que vitimiz
, ao mesmo
r”
ke
o
“J
como aquele
so
ra
oxo da
ado
pela. O parad
acete do sold
la
p
a
ca
su
o
a
n
so
to
re
ri
esc
da paz está p
ante.
m o símbolo
co
e
ch
ro
b
o mais marc
d
m
o
u
m
e
d
o
d
ta
foi represen
guerra nunca
35
36
DE OLHOS B
EM FECHAD
OS | 1999
Kubrick não se apressa para fazer
seu último filme, De olhos bem
fechados [Eyes Wide Shut]. Apesar
de ter adquirido os direitos de
filmagem de Breve romance de sonh
o, de Arthur Schnitzler, ainda
em 1971, o filme é concluído em 1999
—doze anos depois de Nascido
para matar. Boatos e especulações
a respeito de cenas pornográficas
acompanham as filmagens, que dem
oram vários anos. Kubrick, junto
com os atores principais, o casal na
vida real, à época, Nicole Kidman
e Tom Cruise, recusam-se a dar entr
evistas. Isto serve como boa
divulgação para o título e também
aguça a curiosidade na mente do
público e eleva a expectativa para a
adaptação de Kubrick para o texto.
Assim como Schnitzler, Kubrick conh
ecia bem a teoria da psicanálise.
Kubrick transfere a ação da Viena da
década de 1920 para a Nova York
dos anos 1990. Os protagonistas, Bill
e Alice Harford, são apresentados
em um conflito de fidelidade e dese
jo, que agita seus impulsos e
medos inconscientes. O filme joga
com o prazer de observar e de ser
observado. Gira em torno da realidad
e e do sonho, da vida cotidiana de
casados e das fantasias sexuais. Com
seu uso simbólico de cor e sua
iluminação teatral, as próprias ima
gens parecem ser visões oníricas.
Durante a sequência da orgia, voye
urs mascarados acompanham os
espectadores por uma mansão misterio
sa, assim permitindo ao público
que compartilhe o prazer de observa
r cenas eróticas. Ele morre no dia
7 de março daquele ano, pouco dep
ois de os produtores aprovarem o
filme, e não assiste à estreia no dia
13 de julho.
©Warner Bros. Entertainment Inc.
FILM E EM ESTADO DE
DE QUE SE ASS IST E A UM
SE VOC Ê ACE ITA A IDE IA
NTE ONÍ RIC O SE TOR NA
CON TEÚ DO SIM BOL ICA ME
“DE VAN EIO ”, ENTÃO EST E
TIM ENTOS EM REL AÇÃ O
SEN
S
INF LUÊ NCI A DOS SEU
UM FATOR POD ERO SO NA
AO FILM E.
37
38
NAPO
LEÃO
É IMPOSSÍVEL DIZER O QUE VOU FAZER, A NÃO SER QUE ESPERO FAZER O
MELHOR FILME JAMAIS FEITO.
Napoleão B
onaparte (1
769-1821) e
Kubrick, qu
xercia enorm
e estudou
e fascínio s
a vida e a é
obre Stanle
décadas. E
poca desta
y
m 1969, d
fi
g
u
ra
histórica d
epois de lo
um roteiro
u
ra
n
n
g
te
a preparaçã
sobre o im
o, Kubrick
perador fr
termina
importante
a
n
cês. Os aco
s da vida d
n
te
e
ci
m
N
apoleão sã
entos mais
com comen
o retratado
tários even
s
cr
o
tu
n
o
a
lo
is
gicamente
de um narra
para deixa
,
dor. Vários
r as muda
m
a
nças de te
pas são incl
Os esforço
u
m
íd
p
o
o
s
e lugar cla
s de pesqu
ras para o
isa de Kub
público.
em muito
ri
ck
p
ara este p
os de qualq
ro
je
to
u
e
r
u
ltrapassam
outro de s
na fase pre
eus filmes
paratória d
. Entre 196
o
p
ro
je
8 e 1969,
to, ele con
de assisten
ta com ma
tes e histo
is de duas
ri
a
d
o
re
s
dezenas
em detalhe
trabalhand
o para ele.
s minucios
E
o
s
le
s investiga
a vida e a
o mito de
m
época de N
maneira e
apoleão. E
s
tr
a
té
le abordou
gica. Seu
figura histó
fascínio e
rica até fiz
sua simpa
eram com
tia pela
especialista
q
u
e
perguntass
em Napole
e a Felix M
ão, se o ge
a
entre as ba
rkham,
neral não jo
talhas, da
gava xadre
mesma ma
z
p
a
ra
entre as fi
re
n
laxar
eira que Ku
lmagens. O
brick faz n
projeto mo
os intervalo
função de
n
umental fr
s
problemas
acassou em
técnicos, fi
19
estúdio se
6
n
9
a
n
e
ce
m
iros e orga
dispôs a as
nizacionais
sumir os a
. Nenhum
Kubrick de
lt
o
s
cu
stos de pro
filmar as ce
d
u
n
çã
a
s
o
. O plano d
internas ap
pode ser ex
e
enas à luz
ecutado. A
de velas ta
te
cn
o
mbém não
lo
gia para ta
época de B
nto só se to
arry Lyndon
rna dispon
(1975).
ível na
A RYA
Depois de
longa busca
N PA
por um ro
PERS
e do exte
teiro a res
rmínio ind
peito da p
u
s
tr
ia
e
l
rs
d
eguição
Stanley Ku
os judeus
brick desco
pelos naz
b
is
re
ta
o livro Infâ
s, em 199
Begley (na
ncia de me
1
quilo que é
ntira, de Lo
,
n
a
m
uis Begley.
aior parte,
conta a his
uma narra
tória dram
tiva autob
ática da so
iográfica)
lado de sua
b
re
vivência do
tia Tania, d
m
e
n
urante o H
ino Maciek
compartilh
olocausto.
ao
am o talen
Eles sobre
to
vivem porq
para se dis
por exten
ue
farçar. A p
sa pesquis
rodução é
a de ima
p
re
fotografias
ce
g
d
e
id
n
s. Kubrick
a
—feitas por
examina in
assistente
ú
e na Polônia
m
s
e
n
ra
a
s
R
epública Ch
—para esco
eca, na Eslo
lher possív
a respeito
váquia
e
is
lo
ca
ções. Depo
de autoriz
is
d
a
çõ
e
n
es para fi
egociações
Bratislava
lmagem, a
e Praga pa
s cidades
s
s
a
m
a
de Brno,
ser conside
Outras foto
radas mais
s mostram
p
ro
fu
p
ri
n
s
d
io
amente.
neiros jud
de concen
tração, a v
eus em g
u
id
e
a
to
cotidiana fo
s e campo
prédios, m
s
ra dos gue
obília e rou
to
s
e
p
a
d
s
e
.
scrições de
Escolhem-s
de Aryan
e o elenco
Papers, o
e a equipe
cronogram
A figurinis
técnica
a
d
e filmage
ta Barbara
m é esta
Baum com
b
e
Munique e
lecido.
eça a pesq
Berlim. Fo
uisar em L
tos da atr
ondres, Vie
durante pro
iz
na,
Johanna te
vas de figu
r Steege s
rino. No en
ã
o
de Schindle
ti
ra
ta
d
as
n
to, quando
r [Schindle
fica claro q
r’
s
L
is
t]
u
e
, de Steve
cinemas a
A lista
n Spielberg
ntes que A
, vai chega
ryan Papers
uma consu
r aos
possa ser
lta junto à
concluído,
Warner Bro
Kubrick fa
s. e cancela
z
os prepara
tivos.
39
40
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Governador do Estado de São Paulo
Geraldo Alckmin
Secretário de Estado da Cultura
Marcelo Mattos Araujo
Coordenadora da Unidade de
Preservação do Patrimônio Museológico
Renata Vieira da Motta
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
Diretor Executivo e Curador Geral
André Sturm
Diretor Administrativo-Financeiro
Jacques Kann
NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO
Clarissa Janini, Cristiane B. Futagawa
[Sushi], Marina de Castro Alves,
Natália de Morais Ravagnani,
Natália Martins, Pedro Sampaio,
Renata Forato
A MÚSICA NOS FILMES DE KUBRICK
COMPOSITOR QUE,
IDO CONTRATAR UM
NT
SE
ITO
MU
R
VOCÊ TEM
ZE
FA
UM BEETHOVEN, SE
MAS NÃO PARECE
É UM MOZART OU
O
E INCLUI
NÃ
QU
JA,
SE
TE
E
EN
QU
IST
POR MELHOR
ORQUESTRAL EX
A
SIC
MÚ
DE
A
PL
O AM
UMA ESCOLHA TÃ
UARDA.
RÂNEAS E DE VANG
OBRAS CONTEMPO
A última sala da exposição apresenta os filmes de Stanley Kubrick a
partir de uma perspectiva musical. Em seus filmes, Kubrick costumava
usar vários temas ou estilos musicais recorrentes para apresentar
camadas de significados complexos ou para acentuar o impacto
emocional ou psicológico de uma cena ou sequência narrativa.
PAÇO DAS ARTES
ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente
Cosette Alves
Vice-Presidente
Antônio Hermann
Conselheiros
Cecília Ribeiro
James Sinclair
Marcello Hallake
Max Perlingeiro
Nilton Guedes
Olívio Guedes
Simone Gil Braz
NÚCLEO EDUCATIVO
Coordenador:
Aidê Resende
Equipe:
Aline Stivaletti, Cristiane de Almeida,
Guilherme Pacheco, Leandro Ferreira,
Letícia Barreira, Rodrigo Oliveira,
Yule Barbosa
NÚCLEO DE MANUTENÇÃO
Coordenador:
Antonio Carlos Rodrigues Cordeiro
Equipe:
Alan Lima Rodrigues,
Stephany Santana da Silva
NÚCLEO DE MONTAGEM
Coordenadora:
Maria Gonçalves
Equipe:
Aldo Pinto Rosado Filho,
Alexandre Oliveira Rodrigues,
André Rodrigues, Lúcio Souza Lopes,
Moisés dos Santos Silva,
Pascoal Aquino dos Santos,
Ubiratan Lourenço dos Santos
42
NÚCLEO DE PROGRAMAÇÃO
Bárbara Uetanabara Piai, Gabrielle
Araújo, Larissa Peron, Maira
Oliveira, Marcelo Ramalho, Nathalie
Schreckenberg, Renan Pessanha Daniel
STANLEY KUBRICK
A EXPOSIÇÃO FOI ORGANIZADA PELO DEUTSCHES
FILMMUSEUM, EM FRANKFURT, CHRISTIANE KUBRICK
E THE STANLEY KUBRICK ARCHIVE DA UNIVERSITY OF
THE ARTS LONDON, COM O APOIO DA WARNER BROS,
PICTURES, SONY-COLUMBIA PICTURES INDUSTRIES
INC., METRO-GOLDWYN-MAYER STUDIOS INC.,
UNIVERSAL STUDIOS INC. E SK FILM ARCHIVES LLC.
Curador Sênior
Hans-Peter Reichmann
Montagem de Cenografia
Liz Eventos e Cenografia
Curador e Tour Manager
Tim Heptner
Montagem das Obras
Manuseio Montagem e Produção Cultural
Concepção e Adaptação
André Sturm
Aderecista
Nina Mancin
Adaptação e Produção
Gabrielle Araújo, Nathalie Schreckenberg
Projeto Gráfico
Vicente Gil Design
Acompanhamento Museológico
Ana Paula Ferreira,
Christina Ravanelli,
Sheila Gomes de Oliveira Macedo
Tradução
Ana Ban
Projeto de Cenografia
Atelier Marko Brajovic
Arquitetos:
Carmela Rocha, Marko Brajovic,
Fernanda Zanetti
Assistente:
Rebecca Grinspum
Técnico de Áudio:
Rodrigo Berg
Preparação e Revisão de Textos
Regina Stocklen
Tradução e Legendagem dos Vídeos
Letícia Godoy
Agradecimentos
ETEC Guaracy Silveira,
Isabelle Siegrist,
Philips
VISITAÇÃO
11 | 10 | 2013 A 12 | 01 | 2014
TERÇAS A SEXTAS, DAS 12h ÀS 21h
SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS, DAS 11h ÀS 20h
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
12 ANOS
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
AV EUROPA 158 JD EUROPA
01449.001 SÃO PAULO SP
+55 11 2117 4777
www.mis-sp.org.br
ORGANIZAÇÃO
REALIZAÇÃO
PARCERIA
APOIO
museudaimagemedosom
@mis_sp
@mis_sp
/missaopaulo
PATROCÍNIO

Documentos relacionados