diagnóstico do sistema municipal de transporte coletivo de
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DIAGNÓSTICO DO SISTEMA MUNICIPAL DE TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGEIROS NO MUNICÍPIO DE VIAMÃO/RS Agosto/2014 Sumário 1. OBJETIVO........................................................................................................... 3 2. METODOLOGIA.................................................................................................. 4 2.1. MODELO INSTITUCIONAL ............................................................................. 5 2.2. MODELO OPERACIONAL ............................................................................... 5 2.3. MODELO ECONÔMICO ................................................................................ 13 2.4. MODELO TARIFÁRIO ................................................................................... 14 2.4.1. Planilha Tarifária ......................................................................................... 14 2.4.1.1. Parâmetros próprios do sistema .............................................................. 14 2.4.1.2. Parâmetros adotados da Planilha GEIPOT ............................................. 15 2.4.1.3. Impostos .................................................................................................. 15 2.4.1.4. Principais Indicadores ............................................................................. 15 2.4.2. Níveis Tarifários .......................................................................................... 15 2.5. MODELO DE GESTÃO .................................................................................. 16 2.6. AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ...................................................................... 17 2.6.1. Caracterização dos Usuários ...................................................................... 18 2.6.1.1. Profissão/Ocupação dos Usuários .......................................................... 18 2.6.1.2. Frequência de Uso dos Usuários ............................................................ 19 2.6.1.3. Motivo de Viagem dos Usuários .............................................................. 20 2.6.2. Avaliação do Sistema de Transporte .......................................................... 21 2.6.2.1. Avaliação dos Serviços ........................................................................... 21 3. CONCLUSÃO.................................................................................................... 32 3.1. MODELO INSTITUCIONAL .............................................................................. 32 3.2. MODELO OPERACIONAL................................................................................ 32 3.3. MODELO ECONÔMICO E TARIFÁRIO ........................................................... 34 3.4. MODELO DE GESTÃO .................................................................................... 34 3.5. AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS ......................................................................... 34 2 1. OBJETIVO Este estudo visa organizar os dados e informações existentes na Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito – SMTT sobre o contexto atual do Sistema Municipal de Transporte de Passageiros no município de Viamão/RS, bem como, levantar novos dados e informações visando a qualificação da rede de transporte coletivo, bem como preparar as bases, para as decisões técnicas e administrativas necessárias para preparação do necessário procedimento licitatório que culminará com a seleção da nova(s) empresa(s) concessionárias do referido serviço. 3 2. METODOLOGIA O diagnóstico é, basicamente, uma declaração sobre a realidade a partir dos dados e informações existentes. A qualidade desta declaração dependerá, basicamente, da qualidade e fidelidade dos dados e informações analisados. Quanto maior a quantidade de informações e dados, maior deverá ser a qualidade da análise. Neste sentido, a metodologia utilizada pela consultoria segue a orientação da Associação Nacional de Transportes Públicos – ANTP que indica a necessidade de uma avaliação sistêmica e articulada levando em conta todos os fatores que incidem sobre um sistema de transportes, quais sejam, o modelo institucional, o modelo operacional, o modelo econômico e tarifário, o modelo de gestão e a avaliação dos usuários sobre os serviços. Para coletar as informações referentes ao modelo institucional foram realizadas reuniões com os técnicos e gestores da Administração Municipal que indicaram quais os órgãos que se envolvem na organização dos serviços de transportes e qual o papel de cada um deles; Em relação ao modelo operacional, além dos dados apresentados pela própria Administração Municipal, foram realizadas visitas de campo em todo o sistema urbano, incluindo as linhas rurais, para conferir os dados de linhas, itinerários e pontos de embarque e desembarque compondo assim uma visão ampla da rede. Do ponto de vista do modelo econômico e tarifário, foram coletadas informações tanto da Administração Municipal, empresas operadoras e através do Sistema de Integração Tarifária Metropolitana, dando uma visão bastante ampla e fidedigna do quadro econômico e tarifário. Ainda do ponto de vista do modelo de gestão foram analisados os principais procedimentos realizados pela Administração Municipal no cotidiano da gestão dos serviços. Finalmente, para identificar a avaliação dos usuários em relação ao sistema municipal de transportes de passageiros de Viamão/RS foi realizada uma Pesquisa de Opinião, através da aplicação de 728 questionários, distribuídos nas 14 linhas principais e suas 60 derivadas abrangendo todos os bairros da cidade. O questionário objetivou identificar o perfil do usuário, bem como, a avaliação dos mesmos sobre a qualidade dos serviços pontuando, cada atributo, de 0 a 10 e ainda uma pontuação geral sobre a 4 avaliação do sistema. Ao final, foi realizada uma avaliação síntese do Sistema de Transporte Municipal de Transporte de Passageiros do município de Viamão/RS, elencando os pontos positivos, e suas fragilidades e potencialidades. 2.1. MODELO INSTITUCIONAL Em breves palavras é possível descrever que o modelo institucional vigente no município de Viamão/RS reproduz a prática comum na maioria dos municípios brasileiros. Neste modelo, o Poder Público se reserva a obrigação de delegar os serviços de transporte municipal de passageiros à iniciativa privada através de procedimento licitatório. Cabe ao Poder Público além dos atos de delegação propriamente ditos, a fixação da tarifa pública, a manutenção da pavimentação e sinalização dos itinerários das linhas de transporte de passageiros, a implantação dos pontos de embarque e desembarque e a fiscalização do cumprimento das viagens préestabelecidas, na maioria das vezes, por sugestão da própria empresa operadora. Neste modelo, todo processo de planejamento e operação do Sistema Municipal de Transporte de Passageiros está sob o poder da empresa que, por isso, detém a maior parte controle e informações do mesmo. O órgão gestor, na maioria das vezes, fica refém da concessionária até mesmo para calcular os custos do sistema. 2.2. MODELO OPERACIONAL Em relação ao modelo operacional, o Sistema Municipal de Transporte de Passageiros possui 14 linhas principais que se subdividem em mais 60 linhas derivadas totalizando 74 linhas municipais. Estas linhas atendendo a setenta e quatro por cento do território do município de Viamão/RS que é bastante extenso e são operadas por 71 (setenta e um) veículos operacionais e reservas sob a responsabilidade de três empresas concessionárias, a saber: Empresa de Transportes Coletivo de Viamão, ViaLeste Transportes Ltda. e Expresso Palmares Turismo Ltda. como segue: 5 Quadro 01 – Resumo dos Dados Operacionais por Concessionária Sistema Municipal de Transporte de Passageiros – Viamão/RS Frota EMPRESAS Quilometragem/dia útil Operacional Reserva Total % Operacional Morta Total % VIAMÃO 45 5 50 70,5% 10.100,72 1.010,07 11.110,79 74,1% VIALESTE 10 1 11 15,5% 2.079,25 207,93 2.287,18 15,3% PALMARES 9 1 10 14,0% 1.451,75 145,17 1.596,92 10,6% TOTAL 64 7 71 100,0% 13.631,72 1.363,17 14.994,89 100,0% O modelo operacional possui integração física e tarifária tanto urbana como metropolitana. Apesar da integração tarifaria as linhas das três concessionárias não são integradas operacionalmente o que restringe a oferta de alternativas de deslocamento pela dinâmica do mercado privado, ou seja, não há um planejamento operacional centralizado dos serviços o que indica haver uma sobreposição de viagens e de itinerários entre os vários sistemas o que não reduz os custos e nem mesmo potencializa novos deslocamentos, como por exemplo, pela extensão do município, há algumas linhas rurais com grande quilometragem e a inexistência de uma operação troncalizada impacta nos custos de todo o sistema e no valor da tarifa. A integração física não ocorre em terminais de integração, sendo que se identificam três pontos de conexões prioritários, quais sejam, na área central junto a Av. Bento Gonçalves, na Parada 42 e na Parada 32. Como dito, estas integrações físicas ocorrem sem qualquer suporte de infraestrutura ou mobiliário urbano que qualifique, para o usuário, o momento de transferência de uma linha ou sistema para outro. A integração tarifária é realizada sem que haja uma centralização de custos, sendo que, a cada empresa concessionária, cabe aquilo que ela arrecadou na sua linha ou sistema. Neste sentido, pode estar ocorrendo a descapitalização de um sistema em relação a outro, sem que o Poder Público tenha conhecimento ou controle sobre a mesma. 6 As 74 linhas municipais transportam uma média de 28.657 passageiros/dia, sendo que 17% são usuários isentos1 de tarifa não sendo computados pelo sistema de controle eletrônico de bilhetagem. Quadro 02 – Total de Passageiros Transportados Sistema Municipal de Transportes de Passageiros de Viamão/RS Passageiro Bruto/dia útil EMPRESAS Isentos Roleta TOTAL % VIAMÃO 3.300 19.412 22.712 79,25 VIALESTE 473 2.779 3.252 11,35 PALMARES 392 2.301 2.693 9,4 TOTAL 4.165 24.492 28.657 100,00 Como o serviço de transporte de passageiros de Viamão não está organizado numa lógica de rede, nem mesmo a denominação das linhas possui lógica estruturada por função, a consultoria sentiu necessidade reorganizar as linhas por regiões de atendimento e de rebatizá-las para poder organizar o seu próprio trabalho de pesquisa e análise, como segue: Caracterização das Regiões de Atendimento 1 A doutrina classifica como isento aquele usuário sob o qual não recai a obrigatoriedade do pagamento de tarifa, claramente identificados como os idosos com idade acima de 65 anos, sob os quais não é facultado ao gestor do sistema implantar qualquer forma de controle; Já os usuários gratuitos, são classificados como aqueles que deveriam pagar a tarifa, mas a legislação determina a gratuidade daquela tarifa. No primeiro caso, sequer os usuários são computados para o cálculo tarifário, já no segundo, calcula-se a tarifa, no entanto a mesma não é devida pelo usuário. 7 Neste sentido, os 28.657 passageiros/dia, foram divididos em 04 regiões conforme segue: ZONA 100 (OESTE ACIMA DA RS 40) É o conjunto que ficam a Norte da RS040 que fazem divisa com Porto Alegre, em especial, região da Av. Protásio Alves e Alvorada. Quadro 03 – Zona 100 Nº da Linha Quant de sublinhas Nome da Linha Sentido Viagens Sentido Total Passag/dia Km Percorrida I 27 1498 518,20 2,89 Carregamento/ Km 110 7 Sta Isabel V Total Geral 18 45 944 2442 334,20 852,40 2,83 2,86 I 33 1746 742,75 2,35 120 4 Cecila V 36 2159 789,55 2,73 Total Geral 69 3904 1.532,30 2,55 I 7 181 117,25 1,55 V 7 264 115,50 2,29 Total Geral 14 446 232,75 1,92 I 27 662 203,85 3,25 V 26 817 195,10 4,19 Total Geral 53 1479 398,95 3,71 I 19 227 114,95 1,97 V 19 342 129,40 2,64 Total Geral 38 569 244,35 2,33 I 31 1129 586,40 1,93 V 32 1705 688,80 2,47 Total Geral 63 2834 1.275,20 2,22 I 5 71 66,75 1,07 V 5 77 69,75 1,11 Total Geral 10 127 136,50 0,93 Ida 149 5514 2.350,15 2,35 Volta 143 6307 2.322,30 2,72 Geral 292 11822 4.672,45 2,53 130 140 150 160 170 7 1 4 3 4 1 Antonio Batista Esmeralda Gaúcha Mendanha Pro-Morar Vila Elza P. 42 Estancia Grande 24 TOTAL ZONA 100 8 ZONA 200 (SUL ABAIXO DA RS 40) É o conjunto das linhas que operam ao sul da RS040 e fazem divisa com a região de Lomba do Pinheiro. Quadro 04 – Zona 200 Nº da Linha Quant de sublinhas Nome da Linha Sentido Viagens Sentido I 56 1.971 727,80 2,71 200 9 São Tomé V Total Geral 56 112 2.001 3.972 730,35 1.458,15 2,74 2,72 I 46 1.203 504,15 2,39 210 6 Florecente V Total Geral 46 92 1.420 2.623 502,90 1.007,05 2,82 2,60 220 2 Carlota Querência 230 6 Beco dos Cunhas 240 1 Jaguaribe 250 1 Morrinhos 6 25 TOTAL Total Passag/dia Km Percorrida Carregamento/ Km I 7 136 67,60 2,01 V Total Geral 7 14 165 301 72,90 140,50 2,26 2,14 I 32 1.162 517,24 2,25 V Total Geral 31 63 1.254 2.416 530,73 1.047,97 2,36 2,31 I 5 46 50,75 0,90 V Total Geral I V Total Geral 5 10 3 3 6 101 146 26 55 69 52,50 103,25 12,15 12,45 24,60 1,92 1,42 2,12 4,42 2,80 Ida 149 4.543 1.879,69 2,42 Volta 148 4.996 1.901,83 2,63 Geral 297 9.539 3.781,52 2,52 ZONA 200 9 ZONA 300 (SUDESTE ABAIXO DA RS 40) É o agrupamento das linhas que operam sobre a RS040 iniciando na Parada 76 ficando do lado direito de quem estão indo em direção as praias. Quadro 05 – Zona 300 Quant de sublinhas Nome da Linha Sentido Viagens Sentido 300 2 Espigão I V Total Geral 8 8 16 188 159 347 129,80 155,80 285,60 1,45 1,02 1,22 16 388 522,90 0,74 6 Itapuâ Colonia I 310 Nº da Linha 320 2 3 10 Pimenta Itapuã TOTAL Total Passag/dia Km Percorrida Carregamento/ Km V 17 402 560,25 0,72 Total Geral 33 791 1.083,15 0,73 I 3 116 141,40 0,82 V 3 97 136,60 0,71 Total Geral 6 213 278,00 0,77 Ida 27 693 794,10 0,87 Volta 28 659 716,05 0,92 Geral 55 1.351 1.510,15 0,89 ZONA 300 10 ZONA 400 (LESTE EIXO RS40 LITORAL) É o agrupamento das linhas que operam sobre a RS040 ficando ao lado esquerdo de quem vai para as praias a partir de Águas Claras. Quadro 06 – Zona 400 Quant de sublinhas Nome da Linha 400 9 Boa Vista 410 6 Capão da Porteira 2 15 Nº da Linha TOTAL Sentido Viagens Sentido Total Passag/dia I V Total Geral I V Total Geral 33 33 66 20 21 41 1.563 1.688 3.251 1.371 1.321 2.692 1.023,75 1.055,50 2.079,25 738,45 713,30 1.451,75 1,53 1,60 1,56 1,86 1,85 1,85 Ida 53 2.934 1.762,20 1,67 Volta 54 3.009 1.768,80 1,70 Geral 54 5.944 3.531,0 1,68 Km /dia Carregamento/km ZONA 400 11 Quadro 07 – Passageiros Transportados/ dia na roleta, por Regiões Nº das Linhas Quantidade de sublinhas Empresas Região ( ZTs ) Nome das Linhas Sentido Viagens I 27 1.280 518,20 110 7 Viamão 100 Sta Isabel V 18 807 334,20 Total I V Total I V Total I V Total I V Total I V Total I V Total I V 45 33 36 69 7 7 14 27 26 53 19 19 38 31 32 63 5 5 10 56 56 2.087 1.492 1.845 3.337 155 226 381 566 698 1.264 194 292 486 965 1.457 2.422 61 66 127 1685 1710 852,40 742,75 789,55 1.532,30 117,25 115,50 232,75 203,85 195,10 398,95 114,95 129,40 244,35 586,40 688,80 1.275,20 66,75 69,75 136,50 727,80 730,35 Total I V Total I V Total I V Total I V Total I V Total I V Total I V Total I V Total I V 112 46 46 92 7 7 14 32 31 63 5 5 10 3 3 6 8 8 16 16 17 33 3 3 6 33 33 3395 1028 1214 2242 116 141 257 993 1072 2065 39 86 125 22 47 69 161 136 297 332 344 676 99 83 182 1.336 1.443 1.458,15 504,15 502,90 1.007,05 67,60 72,90 140,50 517,24 530,73 1.047,97 50,75 52,50 103,25 12,15 12,45 24,60 129,80 155,80 285,60 522,90 560,25 1.083,15 141,40 136,60 278,00 1.023,75 1.055,50 Total I V 66 20 21 2.779 1.172 1.129 2.079,25 738,45 713,30 Total 41 2.301 1.451,75 120 4 Viamão 100 Cecila 130 1 Viamão 100 Antonio Batista 140 4 Viamão 100 Esmeralda Gaúcha 150 3 Viamão 100 Mendanha Pro-Morar 160 4 Viamão 100 Vila Elza P. 42 170 1 Viamão 100 Estancia Grande 200 9 Viamão 200 São Tomé 210 6 Viamão 200 Florecente 220 2 Viamão 200 Carlota Querência 230 6 Viamão 200 Beco dos Cunhas 240 1 Viamão 200 Jaguaribe 250 1 Viamão 200 Morrinhos 300 2 Viamão 300 Espigão 310 6 Viamão 300 Itapuã Colonia 320 2 Viamão 300 Pimenta Itapuã 400 9 Vialeste 400 Boa Vista 410 6 Palmares 400 Capão da Porteira Passageiros /dia Km / dia Dos passageiros que passam na roleta (83%) a divisão percentual, por tipo de passageiros é a seguinte: Vale Transportes 6.921 (28%), Passe Escolar 2.681 (11%), Passe Antecipado 1.398 (5,5%), Gratuito 358 (1,5%) e Dinheiro 13,134 (54%); 12 Quadro 08 – Estratificação dos Passageiros/ dia últil Sistema Municipal de Transportes de Passageiros de Viamão/RS Passageiros/ dia útil - Catracados (*) EMPRESAS Vale Transportes Passe Escolar Passe Antecipado Gratuito Pagante Dinheiro TOTAL VIAMÃO 5.817 1.920 1.175 55 10.445 19.412 VIALESTE 825 272 167 8 1.507 2.779 PALMARES 279 489 56 295 1.182 2.301 TOTAL 6.921 2.681 1.398 358 13.134 24.492 (*) Dentre os passageiros catracados há um percentual de 6,96% integrados que descontam a tarifa apenas num sentido, o que significa 1.704 passageiros/dia, sendo 1278 Vale Transportes, 293 antecipados e 133 escolares. 2.3. MODELO ECONÔMICO Do ponto de vista econômico o Sistema Municipal de Transporte de Passageiros de Viamão/RS deve ser considerado viável porque transporta diariamente mais 21.992 passageiros equivalentes utilizando uma frota operante de 64 (sessenta e quatro) veículos que percorrem, em média, 13.631 quilômetros produtivos por dia. Estes indicadores, de qualquer ponto de vista, demonstram um sistema vigoroso economicamente porque possui um índice de passageiro por quilômetro (IPK) equivalente a 1,61 passageiro/km, o que é um IPK razoável justificando a tarifa média de R$ 2,75 (dois reais e setenta e cinco centavos) o que se equipara as tarifas urbanas da Região Metropolitana de Porto Alegre. Este desempenho econômico permite que as empresas concessionárias obtenham, em média mês, uma receita bruta por veículo de R$ 24.569 (vinte e quatro mil, quinhentos e sessenta nove reais), estando na média das demais cidades na Região Metropolitana. Do ponto de vista de perspectiva não há nenhum fator que indique que haverá redução da demanda no curto prazo, visto que as atividades econômicas da cidade e da região tem mantido um crescimento nos últimos anos. A questão crítica tem sido o papel do modal individual que tem crescido e impactado indiretamente na demanda, por um lado, e por outro, a expansão de serviços tipo fretamento que impactam diretamente na demanda do transporte coletivo convencional. 13 2.4. MODELO TARIFÁRIO A Administração Municipal pratica a política de cálculo de uma única tarifa, no entanto, as linhas rurais seguem isonomicamente os aumentos da tarifa urbana. A tarifa cobrada dos usuários cumpre a função tanto de tarifa pública quanto de tarifa de remuneração das empresas concessionárias, nos termos do que preconiza a Lei Federal 12.587/2012. Com as desonerações implementadas pelo Governo Federal na folha de pagamento das empresas de transporte urbano e as mobilizações de junho de 2013 houve uma redução tarifária, sendo que atualmente a tarifa praticada é de R$ 2,75 com base nos últimos cálculos processados. A arrecadação tarifária é realizada por empresa privada contratada pelas empresas permissionárias. O sistema de bilhetagem permite a integração temporal sem o pagamento de uma segunda tarifa o que é um benefício aos usuários. Os custos da bilhetagem não estão incluídos no cálculo tarifário. A Administração Municipal não participa da gestão do sistema de bilhetagem e integração tarifária. A seguir apresentamos uma análise detalhada da política tarifária, como segue: 2.4.1. Planilha Tarifária O modelo da estrutura tarifária adotado para o cálculo 2013 foi a Planilha de Cálculo de Tarifas de Ônibus Urbanos da Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes – GEIPOT. 2.4.1.1. Parâmetros próprios do sistema Na planilha tarifária com vigência desde 01/agosto/2013 foram calculados os seguintes parâmetros do sistema: 14 Frota → para efeito de definição do veículo híbrido padrão do sistema e → para cálculo do custo de capital conforme a respectiva faixa etária; Pessoal de Operação (motorista, cobrador e fiscal); Quilometragem percorrida para efeito de cálculo do Percurso Médio Mensal – PMM e do Índice de Passageiros por Quilometro - IPK; Passageiros Equivalentes para o cálculo do IPK. 2.4.1.2. Parâmetros adotados da Planilha GEIPOT Consumo de combustível (limite inferior); Peças e acessórios (limite médio); Pessoal de manutenção (limite inferior); Pessoal de administração (limite inferior). 2.4.1.3. Impostos Desoneração do INSS da folha de pagamento; Desoneração do PIS e COFINS; ISS → 5%; INSS sobre o faturamento de 2% conforme lei 12.715/12. 2.4.1.4. Principais Indicadores Frota total = 62 veículos; PMM = 6.516 kms; IPK equivalente = 1,4699 Custo/veíc x km = R$ 4,0762 2.4.2. Níveis Tarifários O Sistema de Transporte Coletivo de Passageiros do Município de Viamão apresenta as seguintes características quando analisada a questão tarifária, ou seja: 15 Sistema predominante com tarifa de R$ 2,75 linhas urbanas representando 78% dos passageiros transportados; Sistema de linhas rurais com 8 níveis tarifários representando 18% dos passageiros transportados. 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º R$2,95 R$3,35 R$3,60 R$4,25 R$4,80 R$5,50 R$6,10 R$6,25 Sistema circular urbanas com tarifas equivalentes reduzidas de R$ 2,10 e R$ 2,25 representando 4% dos passageiros transportados; Integrações tarifárias entre as Operadoras onde o resultado combinado é igual à tarifa máxima do trecho realizado. 2.5. MODELO DE GESTÃO O órgão responsável pela gestão do transporte público de passageiros é a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito - SMTT. A Secretaria apresenta uma pequena estrutura para atender toda a área de transporte coletivo, trânsito e controle de frota pública. Para o processo de planejamento e gestão existem poucos servidores municipais, veículos e infraestrutura de tecnologia da informação. Na maioria das situações as tabelas horárias das linhas de ônibus são propostas pelas empresas permissionárias porque a SMTT não tem estrutura de pesquisas de demanda ou recursos financeiros para contratá-las. Existe um sistema de bilhetagem eletrônica, que atende a todas as empresas operadoras municipais, mas atualmente a SMTT não tem acesso aos dados operacionais e financeiros do sistema de forma sistemática. Quando solicitado recebe da empresa que opera a bilhetagem relatório operacional consolidado, com os dados operacionais. Por tratar também das demandas de trânsito, a SMTT investe a maior parte do seu tempo e recursos nestes problemas somente atendendo as reclamações e temas de transportes nas situações mais graves. 16 2.6. AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS A SMTT avalia os serviços de transporte coletivo através da sua percepção técnica, das reclamações das comunidades, nas reuniões sistemáticas com as entidades representativas, nas sessões da Câmara de Vereadores ou mesmo nas reportagens e matérias dos jornais locais. Esta dinâmica de críticas resultante de atores específicos não permite que a Administração Municipal tenha uma avaliação completa dos problemas, se as críticas são verídicas ou não. Os temas como superlotação, qualidade da frota e atendimento da tripulação aos usuários podem ou não estarem corretos. Uma avaliação técnica é realizada pelas empresas que atendem o sistema, com a supervisão da SMTT, para melhor definição das prioridades a serem dadas na aplicação das políticas públicas para o setor. Por orientação da Administração Municipal a consultoria elaborou uma Pesquisa de Opinião visando identificar qual a percepção dos usuários sobre o serviço municipal de transporte de passageiros. Utilizamos a seguinte metodologia: A fórmula para cálculo do tamanho da amostra para uma estimativa confiável da MÉDIA POPULACIONAL (m) é dada por: n=Z²a/2*p q E² Equação 1 Onde: n = Número de indivíduos na amostra Za/2 = Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado. p = Proporção populacional de indivíduos que pertence a categoria que estamos interessados em estudar. q = Proporção populacional de indivíduos que NÃO pertence à categoria que estamos interessados em estudar (q = 1 – p). 17 E = Margem de erro ou ERRO MÁXIMO DE ESTIMATIVA. Identifica a diferença máxima entre a PROPORÇÃO AMOSTRAL e a verdadeira PROPORÇÃO POPULACIONAL (p). Os valores de confiança utilizados para calculo da amostra foram Grau de Confiança de 90% e erro máximo de estimativa (E) 0,05. Foram aplicados 728 questionários nas 14 linhas principais e nas suas 60 linhas derivadas atingindo a todas as regiões da cidade. A pesquisa foi realizada por pesquisadores embarcados e foi aplicada nos dias 27 e 30 de maio, sendo dias típicos da semana. Os resultados seguem a baixo para futura análise e avaliação. A pesquisa de opinião foi dividida em dois grandes itens, a saber: (1) Caracterização do Usuário; (2) Avaliação dos Serviços. Cada item produz a sua própria informação que, num segundo momento, permite cruzamentos e projeções. Formulários estes, divididos conforme tabela: Nº 110 120 140 150 160 200 210 230 240 300 310 320 400 410 Total Amostra por linhas Linha Santa Izabel Cecilia Esmeralda Gaucha Mendanha PróMorar Vila Elza São Tomé Florecente Beco dos Cunhas Jaguaripe Espigão Itapuã Colonia Pimenta Itapuã Bia Vista Capão da Porteira Amostra 133 96 33 21 39 41 69 20 18 20 44 76 36 82 728 2.6.1. Caracterização dos Usuários 2.6.1.1. Profissão/Ocupação dos Usuários Quanto a Profissão/Ocupação os usuários se declararão, majoritariamente, como sendo autônomos/comércio/serviços perfazendo um total de 52,7% dos entrevistados. Estas características dos usuários do sistema municipal são coerentes com as principais atividades econômicas da cidade. Importante identificar que o percentual de declaração ligado à indústria representa apenas 7,7% e o percentual e desempregados de 10,7% 18 PROFISSÃO Autônomo Indústria Comércio Serviços Dona Casa / Dom Estudante Aposentado Desempregado 123 56 146 114 92 97 22 78 728 16,9% 7,7% 20,1% 15,7% 12,6% 13,3% 3,0% 10,7% 100,0% Gráfico 1 – PERCENTUAL DE PROFISSÃO/OCUPAÇÃO Ocupação Profissional Autônomo Indústria 3,0% Comércio 10,7% Serviços 16,9% Dona Casa / Dom 13,3% 7,7% Estudante Aposentado 12,6% 20,1% Desempregado 15,7% 2.6.1.2. Frequência de Uso dos Usuários Quanto à frequência de uso, os usuários entrevistados responderam, na sua ampla maioria, ou seja, 81,5% que utilizam todos os dias as linhas do sistema municipal de transporte de passageiros, o que significa que são usuários cativos. Esta indicação representa um grau excelente de confiabilidade no sistema e, do ponto de vista da pesquisa, nas informações apresentadas sobre ele. 19 FREQUENCIA DE USO 593 Todo dia 1x Semana 1x Mês Eventual 59 19 49 8 728 Outros 81,5% 8,1% 2,6% 6,7% 1,1% 100,0% Gráfico 2 – PERCENTUAL POR FREQUÊNCIA DE USO Frequência de Uso 1,1% 2,6% Todo dia 6,7% 8,1% 1x Semana 1x Mês Eventual 81,5% 2.6.1.3. Outros Motivo de Viagem dos Usuários Quanto ao uso, há igualmente um grande predomínio de motivo de viagem ligado ao trabalho, representando um percentual de 63,9% o que reforça a identificação com o uso de forma regular e assídua destes usuários. E já estabelecendo um primeiro cruzamento, identificamos que a maioria dos usuários são trabalhadores dos serviços porque, apenas 3,7% responderam que se deslocam como consumidores no comércio local. 20 MOTIVO DA VIAGEM 465 112 27 59 65 728 Trabalho Estudo Compras Saúde Outros 63,9% 15,4% 3,7% 8,1% 8,9% 100,0% Gráfico 3 – PERCENTUAL POR MOTIVO DE USO Motivo da Viagem 8,9% Trabalho 8,1% 3,7% Estudo 15,4% 63,9% Compras Saúde Outros 2.6.2. Avaliação do Sistema de Transporte Para a avaliação do sistema municipal de transportes de passageiros foram escolhidos 07 (sete) atributos de qualidade e um questionamento sobre a avaliação geral do sistema. Da mesma forma, foram realizadas amostras significativas por região da cidade permitindo estratificar por linha a avaliação. 2.6.2.1. Avaliação dos Serviços 21 A pesquisa de opinião identificou uma avaliação média do sistema municipal de transporte de passageiros que obteve no item avaliação geral a Nota 5,4, ligeiramente acima do mínimo aceitável. Os demais atributos oscilaram bastante, sendo que, a pior avaliação dada pelos usuários foi em relação à frequência que recebeu Nota 3,9 o que, numa escala de 0 a 10 é muito baixa. Já o aspecto que recebeu maior valor foi o comportamento dos motoristas e cobradores que recebeu Nota 7,3 conquistando uma avaliação bastante positiva. Importante ressaltar que a média da avaliação não decorre de uma média ponderada dos demais atributos, ela é individual e específica. Gráfico 04 - Avaliação por Atributo 22 2.6.2.2. Avaliação por Linha Já a avaliação do sistema municipal de transportes de passageiros de Viamão/RS apresentou grande oscilação de itens, dependendo da Linha avaliada. Só para se ter uma ideia, a melhor avaliação foi verificada na Linha Viamão – Pimenta/ Itapuã que recebeu um nota mais alta de 6,1 para os serviços. Já a pior avaliação foi verificada na Linha Viamão – Florescente que recebeu a nota de 4,5. Quadro 04 – Avaliação dos Serviços por Linha AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS Muito Bom Bom Regular Ruim Muito Ruim Geral 110. Viamão Santa Isabel 8,3% 27,1% 42,8% 10,5% 11,3% 5,5 120. Viamão Santa Cecília 9,4% 24,0% 39,6% 13,5% 13,5% 5,4 140. Viamão Esmeralda 3,0% 24,3% 39,4% 9,1% 24,2% 4,6 150. Viamão Mendanha/Promorar 0,00% 47,60% 42,90% 4,80% 4,70% 6,0 160. Viamão Vila Elza 7,7% 35,9% 30,8% 15,4% 10,2% 5,7 200. Viamão São Tomé 7,3% 12,2% 58,5% 12,2% 9,8% 5,2 210. Viamão Florescente 4,4% 13,0% 46,4% 14,5% 21,7% 4,5 220. Viamão Beco dos Cunhas 0,0% 20,0% 40,0% 25,0% 15,0% 4,6 240. Viamão Jaguaripe 11,1% 22,2% 33,3% 16,7% 16,7% 5,2 300. Viamão Espigão 0,0% 30,0% 55,0% 15,0% 0,0% 5,7 310. Viamão Itapuã/Colônia 4,6% 36,4% 40,9% 13,6% 4,5% 5,9 320. Viamão Pimenta/Itapuã 9,2% 32,9% 46,1% 7,9% 3,9% 6,1 400. Viamão Boa Vista 5,6% 30,6% 36,1% 8,3% 19,4% 5,2 410. Viamão Capão da Porteira 8,6% 29,3% 28,0% 14,6% 19,5% 5,1 LINHAS 23 Gráfico 05 – Nota por Linha 110. Viamão Santa Isabel 5,5 120. Viamão Santa Cecília 5,4 140. Viamão Esmeralda 4,6 150. Viamão Mendanha/Promorar 6,0 160. Viamão Vila Elza 5,7 200. Viamão São Tomé 5,2 210. Viamão Florescente 4,5 220. Viamão Beco dos Cunhas 4,6 240. Viamão Jaguaripe 5,2 300. Viamão Espigão 5,7 310. Viamão Itapuã/Colônia 5,9 320. Viamão Pimenta/Itapuã 6,1 400. Viamão Boa Vista 5,2 410. Viamão Capão da Porteira 5,1 0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 24 Avaliação Linha 110 - Santa Isabel Avaliação Linha 120 - Santa Cecília 25 Avaliação Linha140- Esmeralda Avaliação Linha 150- Mendanha/Promorar 26 Avaliação Linha 160 - Vila Elza Avaliação Linha São 200 - Tomé 27 Avaliação Linha 210 - Florescente Avaliação Linha 220 - Beco dos Cunhas 28 Avaliação Linha 240-Jaguaripe Avaliação Linha 300 - Espigão 29 Avaliação Linha 310 - Itapuã/Colônia Avaliação Linha 320 - Pimenta/Itapuã 30 Avaliação Linha 400 - Boa Vista Avaliação Linha 410 - Capão da Porteira 31 3. CONCLUSÃO Este contexto, sem que tenha ocorrido nenhuma mudança no modelo de financiamento dos sistemas de transportes de passageiros, tem significado uma grande pressão sobre os gestores públicos e, não raro, gerado uma avaliação crítica generalizada sobre os sistemas de transportes em todo o país. Esta avaliação, com certeza, também impacta, subjetivamente, a avaliação que os próprios usuários de Viamão tem sobre o seu sistema municipal. Neste sentido, toda avaliação deverá levar em contra o novo contexto da temática do transporte urbano no país. 3.1. MODELO INSTITUCIONAL Do ponto de vista do diagnóstico entende-se que o modelo institucional existente não compromete a qualidade do sistema. Apenas o que necessita é o fortalecimento do órgão gestor, no caso, a SMTT, para que a mesma possa cumprir suas funções de forma qualificada e eficiente. Cabe destacar que o município de Viamão já possui os instrumentos necessários de acordo com a Lei Federal 8.666/1993; Lei Federal 8.987/1995, que dispõe sobre o Regime de concessão, e permissão de serviços Públicos; Lei Federal nº12.587/2012, que institui às diretrizes para a mobilidade municipal; Lei Municipal nº 4.154/2013, que institui o plano Diretor do Município e Lei Municipal nº 4.190/2013, que institui o Plano de Mobilidade Urbana, que serão incorporados a proposta na Nova Rede. 3.2. MODELO OPERACIONAL Este aspecto foi onde a consultoria identificou maiores problemas que impactam, diretamente, a qualidade e viabilidade dos serviços de transporte de passageiros, com destaque para: 32 1. O atual Sistema possui sua operação de forma integrada tanto na rede interna como externa das suas linhas; 2. O sistema de transporte já possui bilhetagem eletrônica que possibilita maior abrangência no planejamento e controle, embora identifica-se este instrumento é operado somente pelos operadores; 3. As empresas operadoras apresentam um bom quadro técnico com aproveitamento operacional da frota, do quilometragem tanto produtiva quanto improdutiva; 4. Identifica-se que na área urbana Municipal concentra-se a maior densidade populacional, portanto a maior concentração de linhas, e por consequência atendimento das demandas nas ZT 100, 200 são as que possuem 74,5% de passageiros/ dia do sistema . 5. Outro aspecto a considerar nesta análise, diz respeito na sobreposição de itinerários que causam irracionalidades no sistema, gerando custos que como consequência serão repassados a tarifa deste serviço; 6. O aspecto negativo para a operação do sistema atual é concentração dos itinerários sobre o eixo estruturador viário Municipal (RS 040), criando sobreposições e irracionalidades operacionais que causam deseconomias para o Sistema; 7. Falta de interligações viárias entre os bairros, o que promovem uma irracionalidade de itinerários, gerando uma alta rodagem improdutiva; 8. Distanciamento despadronizado entre pontos de paradas ocasionam um aumento dos tempos de viagem e aumento de frota, com reflexos na tarifa; 9. Falta priorização viária, sem corredores e faixas exclusivas, o que aumenta os tempos de deslocamento, para o usuário; 10. Identifica-se que as linhas rurais, em sua totalidade são linhas longas com baixa demanda; 11. Um ponto positivo é o conveniamento Municipal e Metropolitano para a movimentação interna dos deslocamentos; 12. Áreas urbanas e rurais desprovidas do sistema de transportes que deverão ser consideradas na nova rede de transportes para futuros atendimentos; 33 3.3. MODELO ECONÔMICO E TARIFÁRIO Do ponto de vista econômico avalia-se que o município de Viamão possui um sistema viável, visto que tem uma média de 22.000 passageiros equivalentes / dia, com uma receita mensal de 1,5 milhões de reais. Mesmo sem uma racionalização da frota, esta receita representa uma arrecadação bruta em torno de R$ 23.000,00 por veículo, estando na média das demais cidades na Região Metropolitana. O sistema urbano subsidia o sistema rural, que apresenta-se deficitário, sendo que sua tarifa atual não remunera o serviço prestado. É necessária uma política tarifária integrada com a Região Metropolitana, permitindo que haja uma compensação tarifária entre as linhas urbanas e metropolitanas. 3.4. MODELO DE GESTÃO No caso a estrutura de gestão, há uma falta de ferramentas que permitam a SMTT o acesso aos dados operacionais e econômicos existentes no sistema de bilhetagem eletrônica. Inexistência de uma área de estudos e controle econômico e tarifário e planejamento das intervenções referentes ao sistema de transportes 3.5. AVALIAÇÃO DOS SERVIÇOS O processo de diagnóstico de um sistema de transportes sempre está inserido num determinado contexto histórico. Este contexto, teoricamente externo ao sistema, 34 acaba por impactar a percepção que os vários atores públicos e sociais fazem do mesmo. Partindo desta premissa, devemos reconhecer que o contexto atual de abordagem sobre os sistemas de transporte de passageiros sofreu uma significativa alteração nos últimos anos, principalmente, em função da postura dos órgãos de fiscalização e controle, notadamente, o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado, que vêm exercendo crescente processo de intervenção frente aos poderes públicos municipais e estaduais, questionando as práticas de contratação sem licitações, as políticas tarifárias e as medidas de controle e fiscalização. Da mesma forma, surgiram novos movimentos e organizações sociais que estão mobilizados exigindo mais qualidade, mais isenções e benefícios e menores tarifas. Neste sentido, a nota geral de avaliação dos serviços no patamar de 5,4 é baixa, mas reflete não só o momento do transporte local, mas também a imagem que os sistemas têm com a comunidade; Enquanto diagnóstico, estas são as questões essenciais. Neste momento, não serão formalizadas propostas e alternativas, que fazem parte da próxima fase do trabalho. 35