Tecnologia para acelerar

Transcrição

Tecnologia para acelerar
DEZEMBRO DE 2012
Tecnologia
para acelerar
Em busca de eficiência, bancos planejam elevar
gastos com TI em 2013, depois de destinar cerca
de R$ 20 bilhões à área em 2012
ATMs de cara nova
Pesquisa Ciab FEBRABAN
Bancos ampliam parque
e fabricantes investem em P&D
Clientes e cloud computing
terão mais espaço na 21ª edição
Nº 43
5
Orçamento de TI
Comissão de Tecnologia e Automação Bancária da FEBRABAN estima que o setor aplicou cerca de R$ 20 bilhões em TI em 2012.
Para 2013, bancos planejam elevar os gastos
na área, em busca de maior eficiência.
11
Mercado de ATMs
Entrevistamos executivos dos bancos e fabricantes de equipamentos para conhecer
quais os novos recursos e funcionalidades
que estarão à disposição dos clientes nos
próximos anos. Biometria e tecnologia NFC
serão destaque.
Divulgação
20
Update
Em seu 21º aniversário, Pesquisa Ciab
FEBRABAN “O Setor Bancário em Números” é repaginada, dando mais espaço para
serviços bancários utilizados pelo cliente.
Comissão Organizadora
presidente: Luis Antonio Rodrigues – Itaú Unibanco
vice-presidente: Gustavo de Souza Fosse – Banco do Brasil
Membros
Adauto Del Fávero – HSBC
Armando Corrêa – Citibank
Eliane Grotti Borges – Caixa
Jorge Fernando Krug Santos – Banrisul
Jorge Luiz Viegas Ramalho – Itaú Unibanco
Jorge Vacarini – Deutsche Bank
Keiji Sakai – Banco BM&F Bovespa
Odair Garcia – Banco do Brasil
Paulo César Duarte Cherberle – Bradesco
Ricardo de Barros Marcondes – Santander
Ronei Maranssati – Banco do Brasil
Diretoria de Eventos
Nair Macedo (diretora)
Marcelo Assumpção (gerente de relacionamento)
Hilda Nishijima Solera (assessora)
Diretoria de Comunicação
William Salasar (diretor)
Cleide Sanchez Rodriguez (gerente)
Danilo Gregório (assessor)
Diretoria Técnica
Wilson Antonio Salmeron Gutierrez (diretor)
Nilton César Gratão (assessor)
Vitor Lee Harris (assessor)
Marketing
Silvia Fernanda Mazzolla (assessora)
Revista Ciab FEBRABAN
edição
Danilo Gregório
Pauta, reportagens e texto
ABCE Comunicação e Comunicação FEBRABAN
Projeto Gráfico e editoração
Ideia Visual
Jornalista responsável
Cleide Sanchez Rodriguez (MTb 15.318)
Índice
11
4
16
Editorial
5
Investimentos em TI
Mercado de ATMs (bancos)
Novidades em ATMs (fabricantes)
20
Update
Esta é uma publicação da Federação
Brasileira de Bancos – FEBRABAN
Av. Brigadeiro Faria Lima, 1485
15º andar – Torre Norte
01452-921 – São Paulo – SP
Copyright 2012 · Dezembro
Todos os direitos reservados
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Rafael Rezende/Assunto Digital
editorial
Luis Antonio Rodrigues
Diretor Setorial de Tecnologia e Automação
Bancária da FEBRABAN
Tempo de mudanças
N
ossa reportagem de capa desta edição é emblemática
para o setor bancário. Neste fim de ano, período de revisões,
reflexões e planejamentos, entrevistamos líderes das áreas de
Tecnologia da Informação (TI) das principais instituições
financeiras do País para identificar o que está no radar para 2013.
O resultado confirma as expectativas captadas nas últimas pesquisas
Ciab FEBRABAN – O Setor Bancário em Números: os gastos com TI se
mantêm em alta. Apenas quatro instituições investirão R$ 14,2 bilhões
no próximo ano. Montante significativo, considerando que nossas estimativas apontam para um volume superior a R$ 20 bilhões em 2012.
Independentemente das prioridades de cada banco, uma gestão
mais eficiente que reverta em benefícios para os clientes é um propósito
a ser incansavelmente perseguido por todos. De fato, o equilíbrio entre qualidade operacional e eficiência será condição fundamental para
participar de um mercado mais competitivo, de margens mais estreitas
em decorrência da queda do juro básico da economia e redução dos
spreads, de maior pressão regulatória, e de consumidores cada vez mais
exigentes.
Como diz Aurélio Conrado Boni, do Bradesco, “tudo isso exige
investimentos em infraestrutura, hardware e software”. Não há como
negligenciar os gastos com tecnologia. “Estes serão um dos únicos custos
que aumentarão nesse período”, garante Anderson Itaborahy, do BB.
“E abre uma tremenda oportunidade para equipes internas, seja para
fornecedores de hardware, prestadores de serviços e desenvolvedores”,
vislumbra Alexandre Barros, do Itaú Unibanco.
A questão da eficiência é tão estratégica no momento atual que, para
aprofundar as discussões sobre tamanho desafio que se coloca diante dos
bancos, o assunto será debatido no Seminário de Gestão Estratégica da
Eficiência, que a FEBRABAN promove no dia 14 de abril de 2013, aqui
em São Paulo. Será foco de debate do nosso próximo Ciab FEBRABAN,
que tem como tema central Os Novos desafios do Setor Financeiro. O
evento irá se realizar nos dias 12, 13 e 14 de junho de 2013, no Transamérica Expo Center, em São Paulo.
4 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2012
Pesquisa – A partir da segunda quinzena
de janeiro, as áreas de TI dos bancos começam
a receber o questionário para levantamento
dos dados referentes a 2012. A 21ª edição da
pesquisa será ampliada de forma a termos
uma dimensão maior do uso dos serviços financeiros pelos clientes. O levantamento irá
valorizar: (1) a busca por dados sobre dispositivos móveis, cloud computing e “Software as
a Service” (SasS) para atividades bancárias; (2)
a reestruturação de informações que facilitem
o entendimento dos usuários nos investimentos e despesas de TI, nível de terceirização
da indústria, capacidades de processamento,
etc.; (3) a ampliação da análise do impacto da
TI na experiência do cliente com os bancos,
por meio de nível de conveniência, agilidade,
disponibilidade de serviços,etc.; (4) o trabalho de informações sobre como a TI pode e
está ampliando continuamente a eficiência
do setor bancário.
Para garantir a qualidade da pesquisa contamos com o envolvimento das áreas de tecnologias das instituições financeiras, para que
encaminhem as respostas dentro do prazo, a
primeira quinzena de março. Vale ressaltar que a
cada ano a pesquisa Ciab FEBRABAN torna-se
uma ferramenta mais importante nas discussões
sobre tecnologia. E isso só é possível com a
participação das áreas de TI dos bancos.
Luis Antonio Rodrigues
eficiência
Tecnologia para otimizar
Bancos estimam que os gastos em TI superem
os R$ 20 bilhões em 2012. Para 2013, o montante
confirmado por apenas quatro instituições chega
a R$ 14,2 bilhões. A meta: gestão mais eficiente
Por Danilo Gregório
A
tecnologia como fermento que
amplifica resultados é uma receita
básica da culinária administrativa
de qualquer empresa, mais ainda
do setor financeiro. No caso dos bancos, esse
ingrediente nunca foi tão essencial. A Comissão de Tecnologia e Automação Bancária da
FEBRABAN estima que o setor tenha investido cerca de R$ 20 bilhões em TI em 2012,
mantendo a média de crescimento anual de
R$ 1,54 bilhão, desde 2007.
Mas já para 2013, o Banco do Brasil (BB),
o Bradesco, a Caixa Econômica Federal (CEF)
e o Itaú Unibanco planejam gastar, ao menos,
R$ 14,2 bilhões em tecnologia da informação (TI). Embora cada instituição tenha suas
particularidades, todas perseguem um maior
nível de eficiência operacional. Por isso, para
quem trabalha no mercado de TI, o momento
apresenta uma “tremenda oportunidade”, seja
para equipes internas, seja para fornecedores
de hardware, prestadores de serviços e desenvolvedores, destaca Alexandre Barros, vice-
presidente de tecnologia do Itaú Unibanco,
em entrevista à Revista Ciab FEBRABAN.
A busca por otimização de recursos, induzida pelo contexto de redução de margens e
spreads, permeia o setor. “Esse tipo de mudança,
que traz automação, unificação de processos e
maior oferta de autosserviços para os clientes,
gera uma demanda bastante alta por tecnologia”,
resume Barros. Seu diagnóstico ecoa a realidade
enfrentada hoje por vários bancos: a de revisão
profunda de gastos e procura por formas de elevar receitas. Não por acaso, para aprofundar as
discussões sobre tamanho desafio que se coloca
diante dos bancos, a FEBRABAN promove, no
dia 14 de abril de 2013, em São Paulo, o Seminário de Gestão Estratégica da Eficiência.
Nesse panorama, a atuação do consumidor, cada vez mais sofisticado e aderente a novas
tecnologias, é definitiva. “A mobilidade está em
evidência. Os clientes querem facilidades como
acessar a conta e fazer investimentos de qualquer
dispositivo. Tudo isso exige investimentos em
infraestrutura, hardware e software”, diz Aurélio
dezembro de 2012 • revista Ciab FEBRABAN • 5
Christina Rufatto
Eficiência
A ideia é permitir que o cliente tenha
acesso à mesma informação com a
mesma qualidade e o grau de serviço,
esteja ele no ambiente da agência,
do call center, da internet ou do
mobile banking
Barros, do Itaú Unibanco
QUAIS OS PRINCIPAIS
DESAFIOS DE TI?
INTEGRAÇÃO DE APLICAÇÕES
45%
OFERECER O NÍVEL DE SERVIÇO
EXIGIDO, CONFORME
ESPERADO PELO NEGÓCIO
42%
RETENÇÃO DE TALENTOS
32%
LIMITAÇÕES/ESCALABILIDADE
DE INFRAESTRUTURA
25%
fonte: IDC Financial Insights – Brazil
IT Investment Trends 2012/2013.
O percentual se refere à quantidade
de bancos que citou o item.
Conrado Boni, diretor vice-presidente responsável pela área de TI do Bradesco. Anderson
Itaborahy, gerente executivo de governança de
TI da diretoria de tecnologia do BB, completa:
“Um dos únicos custos que aumentarão nesse
período certamente são os de tecnologia.”
Todos querem eficiência
De fato, o desejo de ser mais eficiente das instituições financeiras tem impacto direto nos
gastos com tecnologia, conforme demonstra
estudo divulgado em junho de 2012 pela consultoria IDC. Mais de 70% dos bancos classificaram como uma das prioridades de negócios
que direcionam os recursos de tecnologia o
aumento de eficiência operacional. O porcentual é, de longe, o mais elevado dentre os
itens abordados pela pesquisa: o incremento
de receitas e a redução de custos aparecem na
sequência, com pouco mais de 30% e 20% de
respostas positivas, respectivamente. “Todas as
instituições vêm falando disso há algum tempo; a diferença é a importância que o tema
ganhou”, observa Roberto Gutierrez, diretor
de pesquisa e consultoria da IDC. “Estamos
falando de um ambiente de alta competição,
com juros mais baixos, spreads e lucros menores. Nesse cenário, eficiência é fundamental.”
Ao que tudo indica, a busca pelo modelo
mais eficiente de fazer negócios não deve terminar cedo. Gustavo Roxo, sócio da consultoria
Booz & Company, que analisa os dados da Pesquisa Ciab FEBRABAN – O Setor Bancário em
Números, diz que, no longo prazo, o índice de
6 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2012
eficiência operacional (que mede a relação entre
despesas sobre receitas operacionais) dos bancos
brasileiros, estimado em 49,5% em 2011, tende
a convergir para níveis dos Estados Unidos e da
Europa, situados entre 60% e 65%. Teoricamente, quanto menor o índice, mais eficiente é
a instituição. Porém, o que permite aos bancos
do Brasil auferir hoje um índice relativamente
baixo é o fato de as “receitas antes de provisões
serem muito altas”, diz Roxo. “Isso também
abre espaço para despesas bem maiores. Mas,
quando você começa a reduzir o denominador
(as receitas), com spreads mais baixos e margens
estreitas, essa possibilidade fica limitada”, explica o consultor. A Booz & Company calcula que,
nos próximos cinco anos, somente para manter
o índice atual de eficiência, os bancos teriam de
limar entre 10% e 25% de seus custos.
É esse pouso da rentabilidade que a tecnologia tem o poder de suavizar. Os bancos sabem
que, ao investir nessa área, além de conquistar
clientes com atendimento mais ágil e adequado,
também estão agradando aos investidores, geralmente atentos a esse aspecto. “Antes, um banco
abria uma agência numa cidade bem distante
de grandes centros urbanos, e esse investimento
podia demorar em se justificar”, diz Rodolfo
Amstalden, analista-chefe da Empiricus Research. Hoje, ele observa um cuidado maior
dos bancos com cada investimento feito para
a obtenção de clientes. “Quaisquer inovações
tecnológicas ajudam nesse processo”, lembra o
analista, acrescentando que a segurança eletrônica, no caso dos bancos, é “primordial”.
Divulgação
A nova arquitetura busca dar
ao banco maior flexibilidade
para construir novas
aplicações e velocidade
para lançar produtos
Boni, do Bradesco
Proteção reforçada
Arquitetura renovada
Para assegurar a proteção dos clientes e a sua
própria nas transações do mundo digital, o
Bradesco pretende investir, em 2013, cerca
de R$ 300 milhões em novas aplicações, revela
Boni. De acordo com o executivo, o montante
reservado somente para segurança eletrônica
situa-se hoje entre 7% e 8% do orçamento total de tecnologia do Bradesco e se torna “cada
vez maior”. Em 2013, o gasto com TI do banco
sediado na Cidade de Deus (Osasco - SP) deve
ser mantido em torno dos R$ 4 bilhões, média
estabelecida nos últimos cinco anos.
A preocupação com a integridade das
operações em meios eletrônicos tem motivos
óbvios. Só o internet banking foi responsável
por 24% das transações bancárias em 2011, firmando-se como principal canal utilizado pelos
clientes, segundo a pesquisa Ciab FEBRABAN.
No Bradesco, quem brilha é o mobile banking,
embalado por uma trajetória meteórica: em
2011, o celular respondeu por 1% do total de
transações efetuadas pelo banco; em 2012, essa
participação já atingiu 7%, e a tendência é que
continue a crescer em 2013. Os investimentos do Bradesco nesse canal também sobem
para dar conta da demanda. Em 2011, cerca
de R$ 3,2 milhões foram aplicados em mobile
banking, uma conta que deve alcançar R$ 14
milhões em 2013.
Não há dúvidas de que o investimento
se reverte em facilidades para o cliente que
procura ser atendido em qualquer instante, em
qualquer lugar.
Se a expectativa é de ampla disseminação dos
canais digitais, os pilares que vão permitir essa
expansão requerem solidez. Não à toa, a infraestrutura de rede e canais de comunicação, cuja
qualidade determina a rapidez e a confiabilidade
das operações, abocanha 10% do orçamento de
TI do Bradesco. Na esteira da explosão do uso da
internet, a arquitetura de sistemas do banco, que
tem cerca de sete anos, está sob revisão. “A nova
arquitetura busca dar ao banco maior flexibilidade para construir novas aplicações e velocidade
para lançar produtos”, diz o VP do Bradesco.
No Itaú Unibanco, a transição da era
de transações físicas para as eletrônicas também é perceptível nos investimentos vultosos em soluções tecnológicas. Em 2013, suas
despesas com TI deverão chegar a R$ 4,8
bilhões. Até 2015, o banco prevê destinar
R$ 4,6 bilhões no desenvolvimento de sistemas, que visam aperfeiçoar, sobretudo, a
plataforma de autoatendimento – internet,
call center e mobile banking. O volume é
quase a metade dos R$ 10,4 bilhões de um
pacote de tecnologia que a instituição financeira espera consumir até 2015, incluindo a construção e a ativação de um data
center em Mogi Morim (SP), no valor de
R$ 2,3 bilhões, a renovação da infraestrutura
e telecomunicações (R$ 2,7 bilhões) e a aquisição de software (R$ 800 milhões).
“Os investimentos endereçam melhorias
para os sistemas legados. A necessidade de
evoluir as aplicações, a aquisição de hardwadezembro de 2012 • revista Ciab FEBRABAN • 7
Eficiência
Despesas e investimentos em tecnologia por bancos no Brasil (em milhões de reais)
11,747
12,353
2007
2008
16,115
14,099
2009
2010
17,916
2011
20,000*
2012
* estimativa
fonte: FEBRABAN
re, em conjunto com a estratégia de migração,
exigem que o legado seja revisitado e alterado
para suportar a nova arquitetura e o novo data
center”, conta Barros, do Itaú Unibanco. O
banco estima que, até 2015, 30% dos legados
serão revisados e melhorados. Legados é a maneira como as empresas se referem a sistemas
antigos, normalmente desatualizados, como
aqueles “herdados” de negócios adquiridos no
passado, com os quais as soluções mais recentes
de tecnologia têm dificuldade em conversar.
A mesma língua
Divulgação
A intenção do Itaú é fazer com que a nova arquitetura de sistemas integre todos os canais de
autoatendimento do banco. “A ideia é permitir
que o cliente tenha acesso à mesma informação,
com a mesma qualidade e o grau de serviço, esteja ele no ambiente da agência, do call center,
da internet e ou do mobile banking”, descreve
o executivo. Ele explica que a estratégia consiste
em substituir uma estrutura voltada a produtos
para outra dedicada ao cliente – ou “customer
centric”, no jargão em inglês. As informações de
um mesmo consumidor hoje estão espalhadas
por diversos produtos e linhas de negócio do banco, como conta corrente, poupança ou cartão de
crédito. Por isso, o objetivo é passar a enxergar o
cliente de forma global. “Isso envolve revisar todo
o nosso banco de dados, algo que também auxilia na gestão do relacionamento com o cliente e
no controle de riscos do banco, na concessão de
crédito, por exemplo. Teremos informações com
mais rapidez e maior precisão.”
Embora menos visíveis para o público em
geral, a gestão de riscos e os consequentes investimentos em TI aplicados ao tema tomaram
corpo nos últimos anos. Na pesquisa da Ernst
& Young e do Institute of International Finance
(IIF) de 2012 sobre a gestão de riscos da indústria
Uma das linhas em que vamos
trabalhar é automação de
processo de concessão de crédito.
Com a redução dos juros, essa é
uma das frentes de negócios com
maior potencial de crescimento
Itaborahy, do BB
8 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2012
de bancos e serviços financeiros, 77% dos 75
respondentes de 38 países reportaram aumento
de investimentos em TI, desde o estouro da crise
financeira internacional de 2008, para satisfazer
demandas regulatórias e controles de riscos. A
maioria (63%) afirmou que vai continuar elevando, em até 20%, os investimentos em TI nessa seara num intervalo de dois anos. Quando
separamos apenas as instituições financeiras da
América Latina, onde o Brasil é o maior mercado, o índice de respostas positivas a essa última
questão é mais alto: 83%.
“No mundo todo, os bancos estão preparando os negócios e a infraestrutura de tecnologia
para suportar as operações em um novo contexto
regulatório e de riscos”, diz Nilton Omura, sócio
na área de serviços financeiros da Ernst & Young
Terco. Sabe-se que as regras de Basileia III, em
fase final de implementação tanto pelas autoridades brasileiras quanto pelas estrangeiras, vão
acentuar as restrições de capital e os riscos associados a isso. “No Brasil, adiciona-se às pressões
regulatórias a redução da taxa nominal de juros,
cujos impactos ainda não podem ser totalmente
antevistos. Para o ano que está entrando, eu vejo
os bancos investindo em TI que assegure a sustentabilidade dos negócios”, diz o consultor.
A eficiência, mais uma vez, entra em cena.
Na prática, esse movimento se traduz em consolidação de servidores e redes, aumento do nível
de digitalização de processos e documentos e a
redução do número de sistemas operacionais,
resume Omura. Itaborahy, do Banco do Brasil,
diz que automação do trabalho de back office,
por exemplo, é uma das causas da subida do
investimento em tecnologia do BB em 2013,
que deve totalizar R$ 3,3 bilhões, R$ 800 milhões a mais que o valor desembolsado um ano
antes. “Uma das linhas em que vamos trabalhar é automação de processo de concessão de
crédito. Com a redução dos juros, essa é uma
das frentes de negócios com maior potencial de
crescimento”, diz o gerente executivo.
QUAIS SÃO AS
PRIORIDADES EM
OPERAÇÕES DE TI
DOS BANCOS?
DESENVOLVIMENTO E
IMPLANTAÇÃO MAIS RÁPIDOS
63%
Crédito mais ágil
Itaborahy cita como exemplo as operações de
crédito imobiliário como candidatas a receber
injeções de ferramentas tecnológicas. A contratação desse tipo de crédito envolve um tráfego
intenso de documentos e informações em papel,
que consomem não só recursos físicos, como
também tempo – algo que tende a virar um
inimigo letal nesse ambiente de competição acirrada. “Pensamos em que pontos da originação
de crédito é possível haver trânsito exclusivo
de imagens digitais. Uma vez capturadas, elas
passariam a integrar um sistema eletrônico, que
também poderia servir de canal de informações
para o cliente”, diz o executivo. Outra faceta que
receberá atenção, segundo Itaborahy, é a gestão
de equipamentos, numerário e logística.
Assim como os demais bancos, o BB também está revisitando seus legados para oferecer
seus serviços, nos mais diversos canais, de forma
ALINHAMENTO DO
NEGÓCIO COM TI
47%
MELHORAR O ACESSO,
VISIBILIDADE, ANÁLISE E
RELATÓRIOS DAS INFORMAÇÕES
43%
COMUNICAÇÃO/COLABORAÇÃO
Divulgação
29%
Expansão de rede de
atendimento implica
maior processamento
de transações sem
perda da qualidade
dos serviços de TI
Oliveira, da Caixa
SEGURANÇA
19%
fonte: IDC Financial Insights – Brazil
IT Investment Trends 2012/2013.
O percentual se refere à quantidade
de bancos que citou o item.
dezembro de 2012 • revista Ciab FEBRABAN • 9
Divulgação/HSBC
Eficiência
Nosso foco em 2013
continuará forte em gestão de
riscos, eficiência operacional
e melhoria da experiência e
satisfação dos clientes, com
ênfase em canais digitais
Andreatti, do HSBC
QUAIS AS PRINCIPAIS
INICIATIVAS DE NEGÓCIO
PARA FIDELIZAÇÃO
OU MELHORIA DE
RELACIONAMENTO COM
OS CLIENTES?
SEGMENTAR MELHOR A BASE/
OFERTAS MAIS ASSERTIVAS
61%
CONHECER MELHOR O
CLIENTE/ATENDIMENTO
DIFERENCIADO
58%
INTEGRAR CANAIS DE
ATENDIMENTO
32%
fonte: IDC Financial Insights – Brazil
IT Investment Trends 2012/2013.
O percentual se refere à quantidade
de bancos que citou o item.
homogênea e integrada. No momento, é como
se o banco estivesse catalogando suas aplicações,
abrindo cada um de seus componentes e identificando as partes que necessitam adaptações
para se encaixarem na nova arquitetura de sistemas. “Esperamos implementar as principais
mudanças em um prazo de três anos”, revela Itaborahy. “Qual é vantagem disso? Várias
unidades de negócios poderão usar as mesmas
peças.” Dessa maneira, eliminam-se retrabalhos,
ganha-se tempo e, certamente, dinheiro.
Na Caixa Econômica Federal, a substituição de diversos sistemas legados, altamente
demandantes de manutenção, também ocupa
porção maciça do orçamento de TI, que tende a
se manter em R$ 2,2 bilhões em 2013. Uma iniciativa que o banco estatal considera “desafiadora”
é o início do desenvolvimento e a implantação de
um sistema de gestão integrada (ERP). “Por um
lado, implica a alocação de orçamento relevante
para a aquisição de licenças e desenvolvimento
do projeto, e, de outro, aponta vigorosamente
para o viés de racionalização de processos, ataque
a ineficiências e redução de custos, tanto das áreas de negócio integradas, quanto da própria área
de TI”, disse por e-mail Joaquim Lima de Oliveira, vice-presidente executivo de TI da Caixa.
A Caixa conduziu uma ampliação de sua
rede de atendimento, que a levará à abertura de
550 novas agências até o fim de dezembro de
2012. “Essa expansão implica a necessidade de aumentar a capacidade e dar vazão ao crescimento
do volume de transações sem perda da qualidade
dos serviços de TI”, complementa Oliveira.
10 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2012
Sintonia estrangeira
Os bancos de controle estrangeiro com atuação
no Brasil estão alinhados com a concorrência
verde-amarela nos investimentos em tecnologia. O espanhol Santander não revela o montante reservado para 2013, mas deixa claro
que vai manter o nível de investimento do ano
anterior. Dentre as prioridades, a instituição
realça três: “finalizar o novo data center (em
Campinas-SP), continuar a renovação do parque instalado e suprir o crescimento de negócio
em produtos e serviços.” Em nota enviada à
Revista Ciab FEBRABAN, o Chief Information
Officer (CIO) Fernando Diaz exibiu sintonia
com o momento vivido hoje pelos bancos no
País: “Estamos focados na renovação da multicanalidade e derivação de clientes para canais
de menor custo.”
Também sem revelar números, o britânico HSBC diz que “vai manter o mesmo nível de investimentos em tecnologia feitos em
2012 para o ano de 2013.” Seu planejamento,
contudo, é uma fotografia fiel da movimentação observada no setor. “Investimos cerca
de 60% de nosso orçamento em iniciativas
que visam à transformação de processos e
sistemas. Nosso foco em 2013 continuará
forte em gestão de riscos, eficiência operacional e melhoria da experiência e satisfação
dos clientes, com ênfase em canais digitais”,
resumiu em nota Leignes Andreatti, CIO do
HSBC.
Para quem atua em TI, de fato, não faltará
trabalho. ■
Mercado de ATMs
ATMs vão mudar,
mas continuarão à
disposição dos clientes
Mesmo com crescimento do mobile e internet banking,
bancos apostam na expansão do parque de seus ATMs
Por Cesar Augusto Sampaio e Gutemberg Medeiros
N
os últimos anos, os caixas automáticos (ATMs) deixaram de ser a origem número um das transações bancárias.
Entre 2007 e 2011, os ATMs saíram de uma participação
de 17,5% no total de operações para o patamar de 14%,
segundo dados da pesquisa Ciab FEBRABAN – O Setor Bancário
em Números. Nesse meio tempo, as máquinas de autoatendimento
assistiram à ascensão do internet banking, hoje líder com 24% das
transações. De fato, acessar a conta corrente pelo computador, celular
e até tablet é cada vez mais comum no Brasil. De acordo com o mesmo
levantamento, somente o mobile banking atingiu 3,3 milhões de contas
em 2011, um salto de 49% em relação a 2010.
Mas isso não significa que os ATMs perderam sua importância. Tanto
é verdade que o número de equipamentos instalados no Brasil continua
crescendo. Em 2011, o País tinha 182 mil equipamentos em funcionamento,
3 mil a mais que um ano antes ou 46,8% a mais que em 2002. E esse
movimento não dá sinais de esgotamento. Além de expandir o parque de
ATMs, os bancos planejam incrementar suas funcionalidades, aumentando
a comodidade do cliente e a segurança das operações.
dezembro de 2012 • revista Ciab FEBRABAN • 11
Divulgação
Mercado de ATMs
O Banco do Brasil tem
44 mil equipamentos
instalados no País.
Em outubro de 2012,
mais de 222 milhões
de transações
foram realizadas
nos ATMs do BB
O Banco do Brasil (BB) é uma das instituições que apostam nos ATMs. Para Sergio
Chrystal, gerente executivo da diretoria de
clientes pessoa física do BB, nos próximos
anos os terminais deverão ser mais compactos,
seguros e interativos. “Tecnologias como o Near
Field Communication (NFC), drag and drop
(ação de clicar em um objeto virtual e arrastá-lo a
uma posição diferente), QR Code, dentre outras,
proporcionarão rapidez, segurança e praticidade na utilização dos ATMs”, observa. “O cliente
também poderá iniciar uma determinada transação no celular e concluí-la no ATM.”
O BB estuda, por exemplo, trabalhar futuramente com ATMs recicladores, que direciona
para saques as mesmas cédulas recebidas em
pagamentos ou depósitos de outros clientes.
Chrystal explica que esse tipo de terminal reduz o custo operacional do banco e otimiza
transações. O uso das ATMs como ferramenta
de reciclagem, aliás, não se restringe a dinheiro
em espécie. A ecoATM, de San Diego (Califórnia), tem mais de cem máquinas espalhadas
pelos Estados Unidos que pagam alguns dólares
por aparelhos usados: de celulares e tocadores
de MP3 a carregadores de bateria. A própria
máquina avalia quanto está disposta a pagar por
cada produto e permite que o cliente escolha
destinar o valor para uma instituição de cari12 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2012
dade. Segundo reportagem da edição de 1º de
dezembro da revista britânica The Economist, a
empresa planeja expandir para 300 seu parque
de equipamentos recicladores sociais e avançar
para outros países em 2013.
Cultura do cliente
Atualmente, o BB tem 44 mil equipamentos
instalados no Brasil. Em outubro de 2012, mais
de 222 milhões de transações foram realizadas
nos terminais de autoatendimento do Banco
do Brasil, que representam 30,3% do total de
operações do BB. “Os ATMs estão enraizados
na cultura do cliente e têm muito para crescer e contribuir no mercado financeiro”, diz
Chrystal. Para o executivo, os ATMs estão se
adequando às novas necessidades e se adaptando para atender aos novos anseios dos consumidores. Recentemente, a instituição reformulou
seus canais de autoatendimento, em resposta à
intensificação das inovações tecnológicas. “Proporcionamos aos clientes uma experiência muito mais intuitiva, humanizada e com ganhos
significativos de usabilidade. Um exemplo disso
é o uso de ícones para seleção das opções.”
Biometria vem aí
No Itaú Unibanco, a grande novidade para
2013 será a conclusão da implantação dos lei-
Participação de ATMs nas operações bancárias
2007 17,5%
Apesar da redução no total de participação
nas transações bancárias, o número de
ATMs, em 2011, alcançou a marca de 182 mil
equipamentos, 3 mil a mais que em 2010.
2011 14%
Menos filas
Luca Cavalcanti, diretor do departamento Bradesco Dia & Noite, ressalta que o ATM é uma
máquina inteligente, que tende a ficar cada vez
mais sofisticada, com tecnologias que permitem a melhoria de processos internos nas agências e proporcionam facilidades aos clientes.
“Hoje, toda a preocupação do banco é oferecer
o que há de mais novo e moderno ao cliente.
Estamos sempre desenvolvendo novos projetos
com o objetivo de trazer melhorias na acessibilidade e usabilidade das máquinas, de forma
a facilitar o uso dos serviços disponíveis. Para
o ano que vem, serão disponibilizadas novas
opções de produtos e serviços nas máquinas”,
adianta o executivo.
O executivo do Bradesco destaca que uma
das novidades, que já pode ser testada no Bradesco Next, localizado no Shopping JK Iguatemi
(em São Paulo), é o saque sem cartão, apenas
utilizando a biometria. “Esse serviço será lançado
em breve aos clientes, assim como a tecnologia de
NFC, nas máquinas de autoatendimento. Traremos outros tipos de serviços também”, conta.
Os investimentos do Bradesco nesse canal
incluem, além da aquisição de novas máquinas de autoatendimento, o aperfeiçoamento
das tecnologias presentes nos equipamentos,
como, por exemplo, a biometria. Atualmente,
todas as agências do banco possuem pelo menos
uma máquina com autenticação por biometria.
“Encerramos outubro deste ano com 32.175 máquinas com leitor biométrico, o que representa
92% do nosso parque. Até o primeiro semestre
de 2013, teremos 100% do parque de máquinas
da rede Bradesco Dia & Noite com esse dispostivo”, projeta Cavalcanti. Cerca de 10,3 milhões
de clientes estão cadastrados na biometria.
Todo esse investimento se justifica por que,
para o banco, os ATMs propiciam a vantagem
de reduzir filas nas agências, acelerar o atendimento e oferecer conveniência para o cliente.
“Além disso, levam fluxo de pessoas e geração
Até outubro de 2012,
o Bradesco somava
32.175 ATMs com
leitores biométricos,
representando
92%
de todo o parque de
máquinas da rede
Bradesco Dia & Noite
Divulgação
tores biométricos em 100% da rede de ATMs.
“A implementação foi iniciada em 2010 e vem
sendo feita em ondas”, diz Luis Cunha, diretor
de serviços e infraestrutura do Itaú Unibanco.
Segundo ele, além do reforço na segurança, a
biometria tornará a utilização do caixa eletrônico mais amigável e conveniente para o cliente,
permitindo a simplificação das transações. O
banco pretende investir R$ 710 milhões no
aprimoramento dos canais de autoatendimento, call center e internet banking.
Na avaliação do executivo do Itaú Unibanco, cada canal tem sua vocação, e o ATM
é ainda muito usado por clientes do banco em
seu dia a dia. Cunha acredita que os terminais evoluam no longo prazo e que eles sirvam
cada vez mais como complemento ao mobile
banking, à internet e à agência. “Como um
canal de autosserviço e por estar próximo às
agências e gerentes, o ATM é importante para
a transição dos clientes do mundo agência para
o mundo eletrônico”, explica.
Itaú Unibanco
pretende investir
R$ 710 milhões no
aprimoramento
dos canais de
autoatendimento,
call center
e internet banking
dezembro de 2012 • revista Ciab FEBRABAN • 13
Carlos Della Rocca
Mercado de ATMs
Santander tem no
Brasil cerca de 30 mil
ATMs, que processam
54 milhões de
transações por mês ou
18% do volume global
Enquanto o número de
transações efetuadas
em ATMs vem caindo,
outros canais, como
o internet banking e o
mobile banking vêm
se consolidando.
24%
das transações
bancárias são feitas
pelo internet banking.
Já o mobile banking
está disponível a
3,3
milhões
de contas, em 2011,
um aumento de 49%
em relação a 2010.
de receita para supermercados, postos de combustíveis, shoppings etc.”, enumera Cavalcanti.
A biometria amplifica esses benefícios, pois o
tempo médio de conclusão das operações por
meio dessa forma de autenticação é 40 segundos mais rápido que o das transações com uso
de letras de acesso ou chaves de segurança, por
exemplo, segundo o Bradesco.
banking responde por 62%. O Santander segue
uma estratégia anual de renovação e expansão
do parque de ATMs. Neste ano, 3.500 equipamentos foram substituídos. Para 2013, está planejada a substituição de mais 4.000 ATMs. No
projeto de expansão em 2012, o banco aumentou o parque em 1.000 caixas eletrônicos. Para
2013, a estimativa é de mais 1.000 unidades.
Mais serviços
Expansão
No Santander, a expectativa, no médio prazo,
é de que haja no mercado brasileiro de ATMs,
além de uma ampliação da tecnologia de touch
screen e de biometria, a de captura de imagem
de cheque (com reconhecimento de escrita e
de código CRC-7), o que deve simplificar as
transações de depósito.
Já no longo prazo, o banco de controle espanhol acredita que a indústria bancária
aproveitará melhor a capacidade instalada dos
ATMs, oferecendo mais serviços e comodidade
para os usuários, como possibilidade de comprar ingressos de teatro e shows, recarga de
bilhete único, integração entre os ATMs para
realização de transações etc.
Atualmente, no Brasil, o Santander coloca
à disposição dos clientes cerca de 30 mil ATMs,
que processam 54 milhões de transações por
mês, ou 18% do volume global – o internet
Para a direção da Caixa, o crescimento do uso
dos canais móveis é uma tendência, principalmente pelo crescimento da “nova classe média”,
que vem acompanhado por um maior consumo
de novas tecnologias. No entanto, estudos realizados apontam o desejo dos clientes de contar
com mais opções de canais de atendimento, entre as quais o mobile, que acrescenta facilidade
ao cotidiano do cliente, sem, contudo, substituir
os outros canais existentes, quer sejam eles o
autoatendimento, as agências ou o telesserviço.
Ou seja, a variedade de opções se amplia e se
aperfeiçoa para gerar qualidade maior nas interações com o cliente, esteja ele onde estiver.
Na Caixa, a análise é de que a escolha
pelo canal mais apropriado ao atendimento
será cada vez mais uma decisão do cliente.
Partindo dessa premissa, o desafio será a integração dos vários canais de atendimento dis-
14 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2012
Divulgação
Mercado de ATMs
A Caixa prevê
aumentar em
aproximadamente
5 mil o número de
ATMs em 2013. Nessa
expansão, o banco
espera investir cerca de
R$100 milhões
poníveis (autoatendimento, mobile, internet
banking, telesserviços, agência, entre outros)
e o estabelecimento de uma comunicação
única, que proporcione ao cliente usufruir
os produtos e serviços condizentes com suas
necessidades.
A Caixa prevê aumentar em aproximadamente 5 mil o número de ATMs em 2013. As
novas máquinas possuem a tecnologia touch
screen e serão instaladas em agências e postos
de atendimento. Só nessa expansão, o banco
espera investir cerca de R$100 milhões. ■
Imagina na Copa
A partir de 2013, o Brasil deve receber
um número muito elevado de turistas
estrangeiros, em função de grandes
eventos esportivos (Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíadas) que serão realizados no País. Os
bancos estão ligados nisso e preparados para os novos clientes.
Sergio Chrystal, gerente executivo da diretoria de clientes pessoa
física do Banco do Brasil, comentou
que recentemente o Banco Central
do Brasil publicou uma resolução na
qual regulamenta o câmbio manual
nos ATMs e, neste sentido, o BB está
trabalhando para adequar alguns
equipamentos de forma a atender
essa necessidade.
Em julho, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o uso de
terminais de autoatendimento para
operações de câmbio. No caixa eletrônico, será possível trocar moeda
nacional por estrangeira e vice-versa.
Serão permitidas transações no valor
de até US$ 3 mil. A operação, segundo o Banco Central (BC), segue
a exigência atual de identificação do
cliente.
O BC informou que foi eliminada a restrição quanto ao tipo de empresa que pode ser contratada para
fazer o câmbio.
A fabricante de ATMs Perto desenvolve soluções específicas para
um cenário de fluxo elevado de es-
trangeiros para o País, como máquinas de câmbio, totens de informações e gestão de atendimentos em
locais de alto fluxo.
Outra fabricante de ATMs, a
Diebold Brasil, também diz estar preparada para um possível aumento da
conversão de moedas. “Nossos produtos podem atender perfeitamente
à demanda por operações de câmbio
durante e após os eventos esportivos
de 2013 a 2016. Temos vários clientes usuários desses ATMs que estão
aptos a oferecer transações de compra e venda de moedas estrangeiras
em suas redes”, informa João Abud
Junior, presidente da companhia. ■
dezembro de 2012 • revista Ciab FEBRABAN • 15
Mercado de ATMs
Máquinas mutantes
Fabricantes querem transformar terminais de autoatendimento
em canais de negócios para setores não financeiros
Por Cesar Augusto Sampaio e Gutemberg Medeiros
O
s fabricantes de caixas eletrônicos têm investido no
desenvolvimento de equipamentos com novos recursos,
além dos tradicionais saques, depósitos e pagamentos. Na
norte-americana NCR, o investimento é de 3% a 5% do
faturamento mundial em pesquisa em desenvolvimento (P&D). O objetivo é combinar hardware e software de modo que os terminais de
autoatendimento se tornem realmente canais de negócios, não apenas
para as empresas do setor financeiro, mas também para o varejo, hotéis,
hospitais, empresas de entretenimento, órgãos públicos, entre outras
indústrias. “A utilização dessas tecnologias depende dos serviços que
as empresas pretendem oferecer aos seus clientes”, diz Elias Silva, vicepresidente da NCR para América Latina e Caribe.
Enquanto não diversifica significativamente o perfil de clientes, a
NCR capricha nos recursos tecnológicos nos ATMs para serviços bancários tradicionais. Já está pronta uma solução que permite aos clientes
definirem previamente suas transações de saque a partir de seus dispositivos móveis e concluir a operação no caixa eletrônico, tudo através de
um código de barras em 2D que deve estar disponível aos correntistas em
breve. “Essa função torna as transações em caixas eletrônicos mais rápidas
e seguras ao eliminar os cartões e os códigos de verificação do processamento dessas transações. O usuário pode levar menos de 10 segundos
para completar a transação na frente do caixa eletrônico”, conta Silva.
Para dar vida a essas inovações, a equipe de engenharia da NCR
é composta de aproximadamente 1.800 colaboradores, dispersos geograficamente por todo o mundo. “Os principais centros de P&D da
companhia estão em Atlanta (EUA), Dundee (Reino Unido) e Waterloo
(Canadá) e representam 45% dos nossos engenheiros. Os 55% restantes
16 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2012
Em um ATM reciclador, as cédulas que
são inseridas para depósito pelos usuários ficam
também disponíveis para saque, com a conferência automática, realizada pelo sistema. Além
da agilidade e segurança nas operações de depósito, a vantagem é que os caixas eletrônicos
permanecem abastecidos por mais tempo, pois
são realimentados pelos próprios depósitos.
Outra novidade acalentada por Freitas
é o projeto de digitalização de imagem de
cheques nos ATMs e a automação do depósito de cédulas, que dispensa os envelopes,
com a garantia de crédito on-line na conta
do cliente.
A reunião de vários tipos de transações em
uma mesma máquina é um mecanismo interessante para o atendimento a consumidores
em locais como aeroportos e shoppings, afirma
o executivo da Perto. “Nesses equipamentos,
poderemos oferecer desde saques de dinheiro
até compra de ingresso de cinema, bilhete de
transporte público, entre outros serviços.”
Ele também lembra dos ATMs bidirecionais, que têm objetivos como a otimização dos
espaços físicos para instalação, redução do in-
Divulgação
estão localizados em Cebu (Filipinas), Yokohama (Japão), São Paulo e em diversas regiões da
Índia e China. Atualmente, no Brasil, temos
mais de 25 profissionais dedicados a P&D, e
esse número tende a crescer”, conta Silva.
A brasileira Perto não fica para trás. Pretende alocar, nos próximos três anos, o equivalente a 7% do seu faturamento anual no
desenvolvimento de ATMs e plataformas de
autoatendimento. Marco Aurélio Freitas, diretor comercial da Perto, diz que a empresa
estuda lançar novas plataformas para a linha
de ATMs, que vão além das transações bancárias mais comuns. “Estamos levando o autoatendimento de forma pioneira no Brasil para
os transportes públicos e estacionamentos, só
para citar algumas aplicações.”
Para 2013, Freitas, da Perto, estima que será
a vez dos ATMs recicladores. “Acredito que serão
implementados em um percentual do parque
(que está na casa de 180.000 máquinas hoje no
Brasil) de cada instituição, pois essa tecnologia
traz grandes benefícios de eficiência operacional,
otimização dos processos internos com trânsito
de numerário e fechamento contábil.”
Temos no Brasil mais
de 25 profissionais
dedicados a P&D,
e esse número tende
a crescer
Silva, da NCR
dezembro de 2012 • revista Ciab FEBRABAN • 17
Ale Machado
Mercado de ATMs
Pretendemos alocar,
nos próximos três
anos, 7% do nosso
faturamento anual no
desenvolvimento de
ATMs e plataformas
de autoatendimento
Freitas, da Perto
investe de
3% a 5%
de seu faturamento
mundial em P&D.
No Brasil, conta com
25 profissionais
dedicados à pesquisa.
investe
7%
de seu faturamento
anual em
desenvolvimento
de ATMs.
Conta com uma base de
35.000 ATMs e terminais
de autoatendimento
no Brasil
vestimento e aumento da presença deste canal
em regiões periféricas e remotas. Os ATMs
bidirecionais são equipamentos que podem ser
utilizados por dois clientes ao mesmo tempo
(um de cada lado, pois possui duas frentes). Ele
ocupa o mesmo espaço físico de outro convencional, consome a mesma energia, apresenta
menor custo de manutenção e tem custo inferior ao de dois equipamentos.
Atualmente, a Perto tem no Brasil uma
base de mais de 35.000 ATMs e terminais de
autoatendimento. “Pretendemos crescer à ordem de 20% ao ano. Nossos maiores clientes
no País são Banco do Brasil e Caixa Econômica
Federal. No exterior, também estamos na Índia,
Equador, e Chile”.
Para o diretor da Perto, os ATMs terão
vida longa no Brasil. “Em função de sua praticidade, parque instalado em pontos remotos e
por agregar múltiplas funcionalidades, esse ainda será um canal de expressão nas transações
bancárias. Além de aliar tecnologia de ponta,
como uma das mais avançadas do mundo, tem
uma forte ligação com a marca das instituições
bancárias no Brasil. O consumidor brasileiro
tem uma familiaridade muito grande com este
canal. Cada vez mais transações e tecnologias
estão disponíveis, as transações são rápidas e
estão próximas dos locais de uso dos clientes,
seja na agência, shopping, metrô ou nos supermercados”, completa Freitas.
18 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2012
Tecnologia NFC
A Itautec tem trabalhado em melhorar a estrutura de seus ATMs em aspectos como leitura
biométrica, utilizando dispositivos de identificação para substituir ou complementar o
uso de cartões e senhas. Os caixas da Itautec já
têm incorporado em seu design a possibilidade
de uso da tecnologia NFC para validação por
contato, via cartões ou celulares que usam essa
tecnologia.
A empresa também estuda incorporar ao
ATM câmeras capazes de reconhecer os códigos
de barras bidimensionais ou QR Codes, que
podem servir para o pagamento de contas ou
validação de transações. Dependendo da estratégia do banco, os QR Codes também poderiam ser usados para a divulgação e a venda
de produtos financeiros.
Outros elementos em fase de testes são
sensores que visam prevenir fraudes e ataques
a caixas eletrônicos, como ligas aplicadas na
parte interna dos cofres que dificultam a
ação de invasores no caso de tentativas de
arrombamento por maçaricos ou ferramentas
abrasivas.
Para combater a incidência de arrombamentos por explosões, a Itautec desenvolveu
uma interface e um dispensador que podem se
ligar ao cofre passando por um duto que ficaria
dentro de uma parede reforçada, protegendo
o dinheiro de eventuais ataques.
Divulgação
A ideia é permitir que
as ATMs absorvam, de
forma segura, 100%
das transações hoje
efetuadas em guichês
de caixa
Abud, da Diebold Brasil
Principal canal de acesso
A Diebold também vem desenvolvendo novas soluções para reduzir o custo operacional
e aumentar o nível de segurança do canal
ATM. Isso fica claro na adoção de mecanismos recicladores de dinheiro, depositários
de cheques em maço, dispensadores de troco
e leitores biométricos. “A ideia principal é
permitir que as ATMs absorvam, de forma
segura, 100% das transações hoje efetuadas
em guichês de caixa, atendendo clientes e
não clientes em todas as suas necessidades
transacionais, usando os cartões e os novos
meios de pagamento operados em plataformas móveis”, explica João Abud Junior, presidente da Diebold Brasil.
Outro exemplo de investimentos na plataforma ATM citado por Abud Junior foi o desenvolvimento de um miniterminal com baixo
consumo de energia que pode ser alimentado
por painéis fotovoltaicos, comandado por um
tablet e com interface adequada a usuários de
telefones celulares.
E no futuro
Abud Junior acredita na transformação das
agências bancárias nos próximos anos. “Na
Diebold nos orientamos por um conjunto
de estratégias de transformação do modelo de atendimento das agências, no qual as
transações passam a ser oferecidas em ATMs,
permitindo que os recursos humanos sejam
dedicados ao atendimento comercial, isto é,
uma venda consultiva de mais alto nível.”
O executivo conta que vários bancos
europeus e americanos já provaram esse
modelo, obtendo redução de custos com a
eliminação dos guichês de caixa e aumento
de receitas decorrentes do foco em vendas
de produtos e serviços. Gigantes das telecomunicações também estão adotando
essa estratégia, usando ATMs em suas lojas
para absorver o fluxo de pagamentos, como
quiosques web para o pré-atendimento e a
dedicação de recursos humanos à venda mais
eficiente de produtos.
Atualmente, no Brasil, a Diebold tem
uma base instalada de 86 mil ATMs e, em
nível global, chega a 450.000 ATMs. O
executivo lembra que o internet banking se
consolidou como o principal canal transacional pelas pessoas e empresas, com mais de
50 milhões de usuários no País. “Além dos
desktops e notebooks, os usuários passaram a
utilizar os tablets e smartphones para acesso a
esse canal. Já são quase 5 milhões de usuários
em uma base de 40 milhões de dispositivos
em uso no Brasil”. Por outro lado, ele nota
que os ATMs são o meio de pagamento mais
usado em transações de baixo valor (até R$
80), mesmo em países como Estados Unidos
e Alemanha. ■
Tem investido na
segurança de seus
equipamentos, e
estuda a adoção de
novas tecnologias,
como o
QRCode
Além disso, já tem
incorporado em seu
design a possibilidade
de uso do NFC
Conta com
uma base de
86.000
ATMs no Brasil.
No mundo, chega a
450.000 ATMs.
dezembro de 2012 • revista Ciab FEBRABAN • 19
Update
Pesquisa Ciab FEBRABAN:
revigorada, na maioridade
No próximo ano, a Pesquisa Ciab FEBRABAN – O Setor Bancário em
Números completa 21 anos. Nada mais apropriado, portanto, que, na
maioridade, ela conquiste maior envergadura. A FEBRABAN renovou
a parceria com a Booz & Company, que levantou, consolidou e analisou dados e informações relativos a 2011. Para a próxima edição, irá
dar uma repaginada nos temas, ampliando a abordagem dos serviços
bancários utilizados pelo cliente.
Dentro dessa perspectiva, o levantamento irá valorizar (1) a busca
por dados sobre tecnologias emergentes como uso de smartphone e tablets para atividades bancárias, uso de cloud computing e “Software as
a Service” (SasS), entre outros; (2) a reestruturação de informações que
facilitem o entendimento dos usuários como investimentos e despesas
de TI, nível de terceirização da indústria, capacidades de processamento
etc.; (3) a ampliação da análise do impacto de TI na experiência do cliente com os bancos, por meio de nível de conveniência, agilidade, disponibilidade de serviços etc.; (4) o trabalho de informações sobre como a TI
pode e está ampliando continuamente a eficiência do setor bancário.
20 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2012
Já a partir de dezembro, a FEBRABAN e
a Booz trabalham na formulação do questionário que será encaminhado às áreas de TI das
instituições financeiras para levantamento dos
dados de 2012, o que deverá ocorrer na segunda quinzena de janeiro/2013, com prazo final
para resposta na primeira quinzena de março.
Para cumprir o cronograma, a Federação
conta com o envolvimento das áreas de tecnologias das instituições financeiras, para que respondam e encaminhem dentro do prazo.
Vale ressaltar que a Pesquisa Ciab
FEBRABAN se constitui em uma ferramenta
útil nas discussões sobre tecnologia no meio
acadêmico, entidades de classe, órgãos do
governo e na imprensa, contribuindo para a
contínua evolução do setor. A edição de 2011
contou com a participação das 16 principais
instituições financeiras que operam no Brasil,
que correspondem a 90% dos ativos bancários no País.
Bancos no TI Maior
Divulgação
Após reunião com o secretário de Tecnologia da Informação
(TI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI),
Virgílio Almeida, em outubro, os bancos decidiram integrar
um grupo de trabalho formado por representantes das áreas
de tecnologia das instituições financeiras e representantes
do governo para estudar formas de contribuir com o Programa Estratégico de Software e Serviços de TI (TI Maior).
O Programa entusiasmou as instituições financeiras.
Elas vislumbram possibilidades de suprir alguns gargalos
que atualmente desafiam o setor bancário na busca por
maior eficiência, em um mercado consumidor em expansão. A ideia é criar, no âmbito da FEBRABAN, um grupo de
trabalho visando à participação em duas frentes: incentivos
ao desenvolvimento de empresas startups; e a formação de
mão-de-obra, assunto prioritário nas agendas dos bancos e
das empresas de outros setores da economia.
Mesmo com investimentos crescentes no desenvolvimento de seus profissionais, com incentivos para a reali-
zação de cursos de extensão universitária e MBAs, o setor
bancário já enfrenta dificuldades de contratação de mãode-obra – segundo estimativas da Associação para a Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) em 2013, o
déficit na área de TI alcançará 140 mil profissionais.
O que é
Em agosto, o MCTI lançou o Programa Estratégico de
Software e Serviços de TI, batizado de TI Maior, o qual
prevê investimentos de R$ 500 milhões até 2015 para
estimular o crescimento das áreas de software e tecnologia da informação e contribuir para o desenvolvimento
de outros setores estratégicos, como saúde, por exemplo,
e posicionar o País como um ator global. O Programa TI
Maior baseia-se em cinco eixos: 1) desenvolvimento econômico e social; 2) posicionamento internacional; 3) inovação
e empreendedorismo; 4) competitividade; 5) pesquisa,
desenvolvimento tecnológico e inovação.
FEBRABAN inaugura infi
para reforçar atuação em
educação corporativa
Uma das intenções do instituto é colaborar
com organizações que tenham funcionários
com elevado nível de endividamento
Desde 1976, a FEBRABAN e seus bancos associados trabalham com
educação corporativa. Naquele ano, foi criado o IBCB – Instituto Brasileiro de Ciência Bancária, com o objetivo de promover a atualização
dos funcionários do setor.
Para dar continuidade a esse projeto, a FEBRABAN inaugurou no
fim de outubro o infi – Instituto de Educação Financeira. “O objetivo do
infi é fazer com que o conhecimento de um dos setores mais competitivos do mundo possa se perpetuar e, mais do que isso, evoluir”, afirma
Murilo Portugal, presidente da FEBRABAN.
A proposta é ser um sistema de educação corporativa setorial, que
desenvolve produtos “commodities” para o setor, liberando as instituições financeiras para as ações estratégicas. Também está previsto o
desenvolvimento de soluções customizadas para o mercado corporativo em geral e programas de educação financeira para organizações que
possuem funcionários com um elevado nível de endividamento. Mais
informações: www.infi.org.br
dezembro de 2012 • revista Ciab FEBRABAN • 21
Update
Perdas causadas por fraudes eletrônicas recuam
Em apresentação feita para imprensa, em novembro, mostrando um
panorama da evolução dos sistemas de segurança eletrônica, das senhas e tokens à difusão da autenticação por biometria, Marcelo Câmara e César Faustino, respectivamente diretor setorial e coordenador da subcomissão de Prevenção a Fraudes Eletrônicas da FEBRABAN,
estimam que as perdas dos bancos brasileiros decorrentes de fraudes
eletrônicas somem R$ 1,4 bilhão em 2012. O montante é 6,7% menor
que o verificado em 2011, quando os prejuízos causados por golpes em
canais eletrônicos de atendimento ao cliente (telefone, internet, mobile banking, caixas eletrônicos, cartões de crédito e de débito) atingiram
R$ 1,5 bilhão. Cabe lembrar que o volume, embora expressivo, representa 0,06% das transações bancárias.
A esperada queda (ou uma estabilização das perdas) já é motivo
de comemoração, pois a tendência de recuo nos danos causados se
verifica mesmo com o número ascendente de contas e de operações
bancárias efetuadas pelos clientes. Em um intervalo de seis anos, a
quantidade de contas subiu 59%, e a de transações, 168%.
Um dos desafios para os bancos é alcançar um equilíbrio entre conveniência e proteção oferecida ao cliente. “A tendência agora é
que o Brasil comece a retirar certas coisas que
possam ser inconvenientes para o cliente”, disse Câmara. Exemplo disso é a redução de etapas de identificação do cliente em operações
de internet banking.
A biometria também vem sendo estudada
como instrumento de facilitação. Já vem sendo
testado um modelo de saque de cédulas que
prescinda o uso de cartão – bastará que o cliente imprima a palma de sua mão ou suas digitais
para acessar a conta em um terminal de autoatendimento. Tal iniciativa visa a simplificar a
vida do consumidor e, ao mesmo tempo, garantir a integridade das operações bancárias.
A íntegra da apresentação pode ser acessada no site da FEBRABAN pelo endereço
http://www.febraban.org.br/tvfebraban.asp
Lei Carolina Dieckmann
Depois de uma década em discussão no Congresso Nacional, o Brasil, enfim, tem uma legislação que dispõe sobre a tipificação criminal
de delitos eletrônicos. No dia 3 de dezembro,
a presidente Dilma Roussef sancionou, sem
vetos, a Lei 12.737/2012, apelidada de Carolina Dieckmann por causa do vazamento de
fotos íntimas da atriz, após a invasão de seu
computador.
Com a lei, fica configurado crime invadir dispositivo informático alheio, conectado
ou não a rede de computadores, por meio da
violação indevida de mecanismo de segurança,
com o propósito de obter, adulterar ou destruir
dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar
vulnerabilidades ou obter vantagem ilícita.
As penas para o crime variam de multa a
até um ano de prisão. Também serão punidos
aqueles que produzirem programas de computador para permitir a invasão dos equipamentos.
22 • revista Ciab FEBRABAN • dezembro de 2012

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