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Nº 55
REVISTA
BODAS DE PRATA
COM INOVAÇÃO
Ciab FEBRABAN celebra 25 anos
em junho com conteúdo ampliado,
novo formato e keynotes
consagrados mundialmente
Combate ao crime virtual
Nova tecnologia
Diretor da Microsoft Corporation
elogia trabalho dos bancos brasileiros
contra crimes cibernéticos e dá dicas
de prevenção a incidentes
de segurança na internet
Terminais de autoatendimento
com recicladores de cédulas
chegam ao País e facilitam as
operações para o cliente bancário
sumário
8
Capa
Ciab FEBRABAN celebra seus
25 anos com novo formato, parcerias
estratégicas com entidades financeiras
e conteúdo mais diversificado; edição
comemorativa do congresso terá
Jimmy Wales e Bruce Dickinson entre
keynotes speakers
4 Editorial
5 Entrevista
Juan Hardoy, diretor de combates
aos crimes cibernéticos da Microsoft
Corporation, destaca a importância
do consumidor na prevenção contra
ataques virtuais
12
20
16 Mercado de TI
Plataformas abertas
Interface de Programação de
Aplicações permite que terceiros
acessem partes importantes de
servidores e bancos de dados para o
desenvolvimento de soluções e criação
de novos produtos
Segmento cresce mais de 10%
anualmente, mas mercado de
trabalho brasileiro registra déficit
de profissionais especializados em
tecnologia da informação
Recicladores de notas
Novos terminais de autoatendimento
reaproveitam cédulas e já são
utilizados em vários pontos do País
Conselho Ciab 2015
Maurício Minas - Bradesco, Gilson Girardi - HSBC, Geraldo Dezena/Gustavo Fosse - Banco do Brasil, Jorge Ramalho - Itaú, José Paiva - Santander, Keiji Sakai - BM&FBovespa,
Roberto Zambon - Caixa. Comissão Organizadora: Gustavo Fosse, Keiji Sakai, Marcelo Assumpção, Nair Macedo, Nilton Gratão.
Revista Ciab FEBRABAN
EDIÇÃO: Cleide Sanchez Rodriguez, Adriana Mompean. Comercial: Marcelo Assumpção. Marketing: Silvia Mazzolla. Projeto Gráfico e editoração: Ideia Visual.
Jornalista responsável: Cleide Sanchez Rodriguez (MTb 15.318).
Esta é uma publicação da Federação Brasileira de Bancos – FEBRABAN, Av. Brigadeiro Faria Lima, 1485 – 15º andar – Torre Norte – 01452-921 – São Paulo – SP
Copyright 2015 - Janeiro. Todos os direitos reservados.
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Twitter: @ciabfebraban
www.febraban.org.br
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Twitter: @febraban
revista Ciab FEBRABAN
3
editorial
Gustavo Fosse
Diretor Setorial de Tecnologia e
Automação Bancária da FEBRABAN
Um ano cheio de novidades
O
começo de um novo ano sempre
nos leva a fazer um balanço de nossas
realizações e também a traçar metas
e planos para os próximos 365 dias. Para toda
a equipe envolvida na organização e execução
do Ciab FEBRABAN, considerado o maior
evento de tecnologia da informação para o setor financeiro da América Latina, 2015 será um
ano muito especial, que já começou em clima
de comemoração.
Não poderíamos deixar de relembrar que,
em 2014, a 24ª edição do congresso cumpriu
com a tradição de trazer para o centro de debates temas relevantes e atuais sobre TI, atendendo a um público altamente qualificado,
formado por executivos e profissionais que
transitam entre as finanças e a tecnologia. Em
2015, além de mantermos o compromisso com
a envergadura do fórum, estaremos em festa
para celebrar a 25ª edição do Ciab. Será um
evento histórico para todos os agentes envolvidos com o congresso, que contribuiu nos últimos 25 anos de forma expressiva para fazer
da tecnologia um alicerce fundamental para a
indústria de serviços financeiros.
A 25ª edição do fórum será realizada de
16 a 18 de junho no Transamérica Expo Center,
mas, desde o ano passado, já estamos preparando um evento para se tornar memorável,
digno da magnitude do Ciab. Como é de pra-
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revista Ciab FEBRABAN
xe, o congresso continuará a expor novidades
em tecnologia da informação para o mercado
financeiro, entretanto, neste ano incorporará
mudanças relevantes, o que consolida sua posição precursora na identificação de oportunidades de negócios e exposição de soluções de
vanguarda para o segmento.
Com o tema “Ciab 25 anos”, o congresso em 2015 ampliará sua abrangência e
através de parcerias estratégicas com as mais
importantes associações do setor financeiro
incorporará os temas seguros e meios de pagamento, segmentos que tanto trazem conveniência e facilitam as transações do dia a
dia de milhares de consumidores brasileiros.
Com o reposicionamento e a presença de
novos participantes, o fórum ficará maior e
terá mais espaço para debates sobre conteúdos diversificados.
As mudanças no formato do Ciab e os
keynotes que estarão neste congresso histórico
são destaques em reportagens desta edição da
revista, a primeira de 2015. Também convidamos o leitor a navegar pelas páginas de nossa
publicação para conhecer mais sobre outras
temáticas relevantes para o setor de TI das instituições financeiras.
Um excelente início de ano para todos e
nos encontramos em breve para celebrar a 25ª
edição do Ciab FEBRABAN. n
Rafael Rezende
entrevista
Quando a união
faz a força
Por Adriana Mompean
Juan Hardoy durante seminário
promovido pela FEBRABAN
Para Juan Hardoy, diretor de combates aos crimes
cibernéticos da Microsoft Corporation, as parcerias
são fundamentais para estabelecer ações que se
antecipem aos criminosos. O usuário tem papel
fundamental nesse processo
O
crime cibernético prejudica o
consumidor, as empresas, afeta a
produtividade e gera perdas bilionárias para a economia mundial. Relatório
do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), renomada organização norte-americana bipartidária e sem fins lucrativos,
divulgado no último mês de junho, revelou
que os ataques virtuais custam anualmente
cerca de US$ 445 bilhões à economia global.
E quase um terço do prejuízo, aproximadamente US$ 150 bilhões, está ligado a informações pessoais dos usuários.
Outro levantamento sobre o crime virtual,
feito pela Norton, também chega à conclusão
semelhante: 41% dos usuários em 24 países
foram vítimas de ataques no ano de 2013. No
Brasil, este percentual sobe para 45%.
Além dos desembolsos com a aquisição e
o desenvolvimento de softwares para aumentar
a eficiência e ofertar produtos e serviços de
qualidade e conveniência para os clientes, a
preocupação com a segurança nas transações
cotidianas é constante por parte das instituições
financeiras. Anualmente, os gastos e despesas
em tecnologia avançam 9%, em média, desde
2009, alcançando R$ 20,6 bilhões em 2013.
Isso representa 18% dos investimentos feitos
em tecnologia da informação em todo o País.
Nos últimos anos, o uso de tecnologias
biométricas tem se tornado cada vez mais
proeminente para evitar fraudes. Também há
investimentos significativos para proteger as
transações realizadas pelos clientes em canais
como internet e mobile banking.
Para debater sobre os desafios do segmento financeiro frente ao cenário da internet, novas regulamentações e a evolução de soluções
tecnológicas, a FEBRABAN promoveu em novembro o 3º Seminário de Segurança da Informação, em São Paulo, que reuniu especialistas
de diferentes áreas. Um dos destaques do evento foi a palestra proferida por Juan Hardoy,
diretor de combates aos crimes cibernéticos da
Microsoft Corporation, do Reino Unido, que
falou sobre a prevenção e o combate a incidentes de segurança no mundo virtual.
Em entrevista à revista Ciab FEBRABAN,
Juan Hardoy afirmou que, ao abordar o tema
segurança da informação, é importante levar
revista Ciab FEBRABAN
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entrevista
em conta vários fatores, entre eles, parcerias
que devem ser fechadas entre a indústria, acadêmicos, forças da lei e agências internacionais
com o objetivo de estar sempre à frente das
ações dos criminosos.
Mas também destacou a importância
das ações do usuário no combate a fraudes e
problemas de segurança na internet. “Quando
falamos sobre segurança da informação, todo
mundo tem um papel importante a desempenhar, e os consumidores são essenciais neste
processo”, afirmou. “Os usuários precisam denunciar ataques de malware (software mal-intencionado) e botnets (quando há uma rede de
computadores infectados) para que o trabalho
contra o crime cibernético seja mais efetivo.”
Leia a seguir, a entrevista concedida por
Juan Hardoy para a revista Ciab FEBRABAN:
O Brasil é reconhecido internacionalmente
pela qualidade e profundidade de sua regulação bancária. O setor financeiro do País é
um dos que mais gasta com tecnologia da
informação no mundo. Em 2013, os investimentos em TI somaram R$ 20,6 bilhões.
Como você analisa os aportes feitos pelo
Brasil em relação a outros países?
Juan Hardoy – Definitivamente, o Brasil é um
dos países líderes em investimentos em segurança e tecnologia da informação. Eu sei da
importância do trabalho que os bancos brasileiros fazem para combater crimes. As instituições têm atuado juntas na FEBRABAN para
trocar informações de como melhor proteger
seus clientes e a infraestrutura do sistema. É
um trabalho reconhecido internacionalmente.
• Instalar antivírus legítimos e softwares antispyware
• Nunca fornecer informações importantes
(como um número de conta ou senha) em
resposta a mensagens de e-mail ou ainda em
uma rede social
• Criar senhas que são constituídos por frases
longas ou frases que misturem letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos.
Usar senhas diferentes para sites diferentes,
especialmente aqueles que guardam informações financeiras
• Pesquisar no campo configurações ou opções
em redes sociais, como Facebook e Twitter,
para gerenciar quem pode ver seu perfil ou
fotos. Também é preciso controlar a forma
de como as pessoas podem procurar por você
e fazer comentários
• Descobrir o que está na internet sobre você
e avaliar periodicamente o que encontrar. O
usuário também deve cultivar uma reputação
positiva.
Que tipo de novas parcerias as indústrias
de software e aplicativo podem realizar
com os bancos para criar produtos mais
seguros e inovadores para seus clientes?
Juan Hardoy – As instituições financeiras e as
empresas de aplicativos devem olhar para as
soluções baseadas em nuvem, com foco em
opções que tenham características fortes destinadas a proteger a privacidade e a segurança.
Em sua opinião, o consumidor desempenha
um papel importante na prevenção contra
fraudes na internet?
Jun Hardoy – Sim. O consumidor deve seguir
estes passos essenciais para proteger seus dispositivos, informações e também sua família
na internet:
6
revista Ciab FEBRABAN
Os criminosos possuem atualmente alvos
específicos para os ataques virtuais?
Juan Hardoy – Nós da Microsoft procuramos identificar diferentes tipos de botnets.
Fazemos um trabalho intenso para combater
ameaças no setor financeiro. Também nos
preocupamos muito com ameaças que têm
por objetivo roubar identidades e dados pessoais dos consumidores. Hoje, as indústrias
mais sensíveis a ataques de malware e botnets
são a financeira, a de saúde e também o setor
educacional.
Rafael Rezende
entrevista
Proteja seus dados na internet
3 Instale programas antivírus e antispyware de uma fonte confiável
3 Não abra mensagens de e-mails de spam nem clique em sites
suspeitos
3 Baixe um programa antivírus ou antimalware de boa reputação
3 Instale regularmente as atualizações de segurança de todos os
seus programas antivírus e antispyware, de navegadores, sistemas
operacionais, processadores de texto, entre outros
3 Desinstale programas que não são mais utilizados
3 Instale o firewall (software aplicativo ou hardware que ajuda a
bloquear hackers, vírus e worms que tentam invadir o computador
por meio da internet)
Quando falamos
sobre segurança da
informação, todo
mundo tem um
papel importante a
desempenhar, e os
consumidores são
essenciais neste
processo
Hardoy, da Microsoft
Você já declarou que a Microsoft se dedica
a educar consumidores e empresas em relação aos riscos reais que enfrentam contra
malwares, vírus e programas espiões, muitas
vezes resultantes da utilização de softwares
falsificados e piratas. Como é este trabalho?
Juan Hardoy – A Microsoft está empenhada em
educar os clientes para que não usem softwares falsificados. Nós incentivamos que nossos
clientes visitem páginas como www.microsoft.
com/genuine e www.microsoft.com/resources/
howtotell, que fornecem informações detalhadas e exemplos de softwares falsificados, bem
como orientações sobre o que os consumidores
devem avaliar antes de comprar um software.
3 Desconfie de negócios e anúncios que pareçam bons demais para
ser verdade
3 Crie senhas fortes que contenham combinação de letras, números
e símbolos
3 Não compartilhe suas senhas e não utilize a mesma senha para
todos os sites
3 Crie senhas diferentes para o roteador e a chave wireless de sua
conexão sem fio em casa
3 Não conecte pendrives desconhecidos em seu computador
3 Tenha cuidado ao abrir anexos em links de e-mails, mensagens
instantâneas ou em tópicos de redes sociais como o Facebook
3 Somente baixe programas em sites confiáveis
3 Tome cuidado com ofertas gratuitas de músicas, jogos, vídeos
e similares
Saiba mais
O que é malware?
Malware é um nome abreviado para “software malicioso”. Trata-se de
qualquer tipo de software indesejado, instalado sem o consentimento
do usuário. Vírus, worms e cavalos de troia são exemplos de software
mal-intencionado que são agrupados e chamados de malware.
O que é botnet?
O termo bot vem de robot. Os criminosos distribuem um malware
que pode transformar o computador em um bot, também chamado
de zumbi. Quando isso ocorre, o PC pode realizar tarefas de maneira automatizada na internet sem o conhecimento do usuário. Os
criminosos costumam usar bots para infectar grandes quantidades
de computadores que formam uma rede. Os botnets podem ser
utilizados para enviar mensagens de spam, espalhar vírus, atacar
computadores e ainda para cometer crimes e fraudes.
Fonte: Microsoft
revista Ciab FEBRABAN
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ciab 2015
Bodas de prata
com inovação
Adriana Mompean e Cleide Sanchez Rodriguez
Edição especial de 25 anos terá novo formato
e conteúdo mais diversificado. Jimmy Wales,
fundador da Wikipédia, e Bruce Dickinson,
vocalista do Iron Maiden e famoso empreendedor,
encabeçam a lista de palestrantes
T
oda edição do Ciab FEBRABAN sempre
foi meticulosamente trabalhada,
contando para isso com uma rede de
colaboradores que, ao longo de mais de duas
décadas, vem garantindo qualidade ao evento.
No ano em que comemora bodas de prata,
certamente não seria diferente.
“Ciab 25 anos” é o tema desta edição especial, que acontece entre os dias 16 e 18 de junho
no Transamérica Expo Center, em São Paulo,
e que terá redobrado o foco nas parcerias. “A
dedicação e a atenção que o setor bancário e seus
parceiros conferem ao Ciab são fundamentais
para assegurar o caráter inovador ao evento”,
Ciab FEBRABAN 2015
Tema central: Ciab 25 anos
Data: de 16 a 18 de junho de 2015
Local: Transamérica Expo Center – São Paulo/SP
Área de exposição: 5 mil m²
Auditórios: 7, com capacidade para realizar
até 90 painéis de discussão
Trilhas técnicas
• TI e Telecom
• Segurança da Informação
• Meios de Pagamentos
• Seguros
• Bancos de Investimentos e Mercado de Capitais
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revista Ciab FEBRABAN
ciab 2015
afirma Gustavo Fosse, diretor setorial de tecnologia bancária da FEBRABAN. O diretor, aliás,
avisa que já estão confirmadas as presenças de
dois keynotes de peso, Jimmy Wales, cofundador da Wikipédia, e Bruce Dickinson, vocalista
da banda de heavy metal Iron Maiden, conhecido internacionalmente por seu lado empresarial
e empreendedor (ler mais nesta edição).
Todo conteúdo do congresso será dividido
por trilhas técnicas – TI & Telecom, segurança
da informação, meios de pagamento, seguros,
bancos de investimentos e mercado de capitais. Os assuntos tratados nessas trilhas serão
desenvolvidos pela organização do evento em
conjunto com entidades representativas. São
elas: Abecs (Associação Brasileira das Empresas
de Cartões de Crédito e Serviços), ABBI (Associação Brasileira de Bancos Internacionais),
Acrefi (Associação Nacional das Instituições
de Crédito, Financiamento e Investimento),
Anbima (Associação Brasileira das Entidades
dos Mercados Financeiro e de Capitais), ABBC
(Associação Brasileira de Bancos), CNSeg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros
Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização) e BM&FBOVESPA.
A diversificação de temas requer mudanças no formato do congresso, que ganha mais
quatro auditórios, totalizando sete, nos quais
poderão ser realizados até 90 painéis de discussão com conteúdos relevantes e variados,
reforçando o papel pioneiro na identificação
Parceiros
Temas a serem abordados
• Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões
de Crédito e Serviços)
• Novas tecnologias, novos
comportamentos e novas
oportunidades de negócios
• ABBI (Associação Brasileira de Bancos Internacionais)
• Acrefi (Associação Nacional das Instituições
de Crédito, Financiamento e Investimento)
• Anbima (Associação Brasileira das Entidades
dos Mercados Financeiro e de Capitais)
• ABBC (Associação Brasileira de Bancos)
• CNSeg (Confederação Nacional das Empresas de
Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde
Suplementar e Capitalização)
• Experiência do usuário como
diferencial nos negócios
• Computação Cognitiva
• Marketing 3.0: uma nova era de
imersão dos clientes
• Tecnologias: Big Data, analytics,
mobilidade, internet das coisas e
cloud computing
• BM&FBOVESPA
revista Ciab FEBRABAN
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ciab 2015
de oportunidades de negócios e soluções relevantes no segmento financeiro, além de fomentador de debates sobre tendências e aplicações
da tecnologia da informação no mundo atual.
Exposição
Nos últimos anos, um público de aproximadamente 15 mil pessoas, em média, tem circulado
pelos pavilhões do Transamérica Expo Center. É justamente para esse público numeroso
e selecionado que mais de 150 expositores e
patrocinadores mais uma vez irão exibir seus
produtos direcionados ao setor financeiro
em um novo conceito de layout. O objetivo
é fortalecer a presença dos novos segmentos
financeiros, bem como proporcionar maior interação e relacionamento com os participantes.
A área de exposição, que passou de 4
mil m² para 5 mil m², terá uma nova dispo-
sição de estandes e todos os pavilhões contarão com auditórios, o que resultará em uma
circulação mais equilibrada e uniforme dos
visitantes. Outra novidade é que há várias
opções de estandes, de tamanhos variados, o
que assegura mais possibilidades de escolhas
aos expositores.
Outra medida que compõe o pacote de
mudanças é a redução em 20% nos preços
cobrados na área de exposição, e em 10% o
valor dos patrocínios, o que teve efeito imediato provocando um aumento de mais de
50% no número dos patrocinadores para o
Ciab 2015.
De uma maneira geral, o reposicionamento do evento possibilitará maior networking e
oportunidades comerciais. E ao que tudo indica, o Ciab 2015 caminha na direção certa. Até
o momento, cerca de 80% da área de exposição
Keynotes de peso
Renomadas personalidades nacionais e internacionais, referências nas mais diversificadas
áreas de atuação, estiveram presentes em toda a
trajetória do Ciab FEBRABAN para debater as
principais tendências do mercado de tecnologia
da informação e outros temas determinantes para
executivos que atuam no setor financeiro de TI e
serviços bancários. Neste ano, para comemorar
seus 25 anos, o Ciab já confirmou a participação
de dois keynotes speakers que estão entre os palestrantes mais requisitados da atualidade: Jimmy
Wales, fundador da Wikipédia, e Bruce Dickinson, vocalista da banda de heavy metal Iron Maiden, também famoso internacionalmente por ser
um grande expoente do empreendedorismo.
Considerado pela revista Time como uma
das 100 pessoas mais influentes do mundo em
2006 na categoria Cientistas e Pensadores, e intitulado como uma “celebridade da web” pela revista
Forbes, Jimmy Wales será uma das estrelas do con-
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revista Ciab FEBRABAN
gresso. O empresário norte-americano é conhecido
internacionalmente por ser um dos fundadores da
Wikipédia, enciclopédia virtual colaborativa cujos
textos são produzidos pelos internautas.
O sucesso da Wikipédia, considerado o
quinto website mais popular do mundo, ajudou a popularizar a chamada web 2.0, em que
os usuários também são produtores de conteúdo. O objetivo é desenvolver a criatividade e
estimular a colaboração e compartilhamento
de informações entre internautas. “Imagine um
mundo onde para cada pessoa no planeta é dado
o livre acesso para todo o conhecimento humano. É isso que estamos fazendo”, afirmou Jimmy
Wales, em seu website, ao comentar sobre suas
motivações com a criação da Wikipédia, cuja
origem remonta para março de 2000.
Visionário da tecnologia, Wales também é
co-fundador da Wikia, serviço de hospedagem
gratuito que permite que os usuários criem um
Ciab
ciab 2015
do congresso foi vendida e mais de 90 grandes
companhias confirmaram participação como
patrocinadoras e expositoras.
A magnitude do Ciab FEBRABAN, por
sinal, reflete o papel do Brasil como importante
investidor de soluções de TI para o segmento
financeiro. Vale lembrar que, em 2013, os aportes do setor em TI somaram R$ 20,6 bilhões,
Divulgação
Divulgação
investimentos elevados e significativos que se
aproximam dos realizados em países desenvolvidos, como França e Alemanha.
“Construiremos juntos mais uma edição
do Ciab FEBRABAN. Sem o envolvimento de
tantas empresas e pessoas nesse grande evento,
não seria possível escrever essa história de sucesso”, conclui Gustavo Fosse.
Jimmy Wales, fundador da Wikipédia,
considerado o quinto website mais popular
do mundo, será um dos keynotes que estarão
na 25ª edição do Ciab FEBRABAN, em junho
Bruce Dickinson, vocalista da banda de
heavy metal Iron Maiden, também é famoso
mundialmente por ser empresário
e empreendedor
site parecido com a Wikipédia. O executivo
ainda comanda a Fundação Wikimedia, organização sem fins lucrativos dedicada a encorajar
o crescimento, desenvolvimento e distribuição
de conteúdo gratuito, multilíngue e universal.
Outra estrela da 25ª edição do Ciab FEBRABAN será Bruce Dickinson, vocalista da
banda de heavy metal Iron Maiden. No congresso, os visitantes poderão conferir outro lado do
famoso rock star: o de empresário. As palestras do
artista são concorridas e sempre ganham destaque em grandes eventos corporativos e feiras pelo
mundo devido às suas visões sobre empreendedorismo e inovação.
O músico é CEO e um dos principais
investidores da Cardiff Aviation, companhia
especializada em manutenção de aeronaves comerciais da Airbus e Boeing. O líder do Iron
Maiden é um experiente piloto de Boeing
757 e 737, trabalhou para a Astraeus Airlines
e já esteve no comando de voos que levaram
mais de 200 turistas a bordo. O músico ainda
costuma pilotar as aeronaves que conduzem
os integrantes do Iron Maiden em turnês por
vários países do mundo.
Além da paixão pela música e aviação,
Dickinson e a banda Iron Maiden também são
proprietários da marca de cerveja Trooper, bebida preparada pela cervejaria Robinsons, vendida
desde 2013 e inspirada no grupo de heavy metal.
Em suas palestras, o vocalista do Iron Maiden aborda sua experiência na criação de empresas, dá dicas para que as companhias agreguem
valor em suas marcas e aborda temas como
criatividade e dedicação. “A razão de eu realizar
todas as coisas que eu faço agora é porque eu as
amo. A vida é muito curta para realizar coisas
que você não gosta de fazer”, afirmou Dickinson
em entrevista recente ao jornal britânico The
Telegraph. (Adriana Mompean) n
revista Ciab FEBRABAN
11
tendência
Plataformas abertas
Por Felipe Falleti
Saiba por que cada vez mais bancos estão
permitindo que terceiros tenham acesso à sua
base de dados e desenvolvam soluções para
seus clientes de forma independente
S
etecentos mil. Este é o número de
aplicativos diferentes que podem ser
encontrados na App Store, loja de aplicativos da Apple para dispositivos que rodam
iOS, como o iPhone e o iPad. Em meio a este
gigantesco universo de aplicações estão sucessos de público como o software de mensagens
WhatsApp e o app social para compartilhamento de fotos Instagram. Esta miríade de aplicações
para um único sistema operacional móvel só é
possível porque o iOS é, desde sua origem, um
sistema aberto, ou seja, as informações sobre
como criar uma aplicação para ele estão disponíveis na web para qualquer desenvolvedor.
“Este cenário seria muito diferente se, em
2007, ao invés de apresentar um sistema aberto,
a Apple optasse por torná-lo fechado e, portanto, restringisse a seus engenheiros a possibilidade
de criar aplicações para o então recém-lançado
iPhone”, afirma Roy Mantelarc, pesquisador da
Faculdade de Economia (FEA) da Universidade
de São Paulo (USP). Ao abrir sua plataforma,
a Apple permitiu que a criatividade e a força
inovadora de milhares de programadores pelo
mundo criassem um gigantesco ecossistema de
aplicações que tornaram seus gadgets móveis
um fenômeno de vendas mundial.
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revista Ciab FEBRABAN
Empresas como o Google e o Facebook
também se tornaram símbolos da economia
das plataformas abertas, chamadas de Open
API ou, em português, Interface de Programação de Aplicações, ao permitir que terceiros tivessem acesso a partes importantes de
sua tecnologia para criar adaptações e novos
produtos que, em última análise, aumentam
o tráfego e o potencial de receita destes dois
gigantes da internet. No caso do Google, por
exemplo, qualquer garoto de 17 anos pode
criar um site ou software que consulte o sistema de mapas Google Maps e o integre a
outros dados, como por exemplo, a localização de pistas de skate na sua cidade. Com o
Facebook, é possível usar o sistema de login
da rede social para autenticar comentários em
um blog ou, ainda, criar games que rodam
dentro da rede social, como os blockbusters
CandyCrush e FarmVille, fenômenos que
concentram milhões de usuários pelo mundo.
De acordo com o CEO da consultoria
Sensedia, Kleber Bacili, as aplicações abertas
(Open APIs) estão agora avançando sobre
uma das últimas fronteiras da indústria de
tecnologia que resistem a abrir suas plataformas para terceiros: as instituições financeiras.
Divulgação
tendência
As primeiras experiências que
vemos estão relacionadas, por
exemplo, a dados não muito
sensíveis ou não transacionais,
como consultar investimentos e
analisar padrões de gastos
Bacili, da Sensedia
“Quando apresentamos essas possibilidades
para os bancos, os times de inovação ficam
empolgados com o enorme potencial que
oferecem, mas as equipes de segurança ainda
têm um pé atrás”, afirma Bacili.
Na Europa, no entanto, já surgem alguns
casos de aplicações bancárias criadas por terceiros. Um exemplo é o Credit Agricole, banco francês que decidiu abrir sua plataforma
bancária para que terceiros desenvolvessem
aplicações para seus clientes. De acordo com
Bernard Larriviere, diretor do programa de
aplicações abertas do banco francês, instituições financeiras levam, em média, dois anos
para criar um novo app em função da burocracia interna necessária para projetar, desenvolver e homologar um novo software. “Este
prazo não é compatível com a atual evolução
dos apps, por isso, acreditamos que é melhor
simplesmente deixar esta tarefa a cargo de
jovens startups”, diz Larriviere.
O resultado da ação permitiu a criação
da CA Store, loja que já conta com 12 apps
criados por terceiros, que incluem aplicações
de geolocalização para encontrar caixas automáticos na rua e o MyPiggy, app de investimentos que usa recursos de games para
incentivar os usuários a poupar mais.
Uma API é, de fato, uma plataforma que
permite a terceiros acessar partes importantes de
seus servidores e bancos de dados, o que causa
arrepios aos engenheiros de segurança dos times
de TI em bancos. Se em outras partes da indús-
tria, como o segmento de mapas e redes sociais,
o avanço das APIs abertas foi avassalador, dentro das instituições financeiras isso deve ocorrer em ritmo mais parcimonioso. “As primeiras
experiências que vemos estão relacionadas, por
exemplo, a dados não muito sensíveis ou não
transacionais, como consultar investimentos e
analisar padrões de gastos. Ainda há muito temor em permitir que transações financeiras, de
fato, aconteçam fora do ambiente ‘oficial’ dos
bancos online”, afirma Bacili.
Para André Charnioviski, analista da consultoria IDC, ainda devem se passar “vários
anos” até que esta tecnologia fique madura o
suficiente para ser adotada amplamente pelos
bancos. “O que vemos disponível no mercado
ainda é muito experimental e os bancos deverão aguardar um pouco mais até entrarem nesta
seara”, afirma. Na avaliação do programador
Simon Redfern, criador da startup Open Bank
Project, em Berlim, na Alemanha, este processo
pode ser lento, mas será inevitável. “Não se
trata de uma questão sobre se os bancos vão ou
não abrir suas APIs, mas a pergunta é: quando
farão isso”, diz Redfern, que presta consultoria
ao Deutsche Bank, gigante alemão que planeja
abrir sua plataforma para terceiros.
Na prática, o sucesso desta tecnologia permitirá que bancos ofereçam serviços inovadores
e novas comodidades a seus clientes sem precisar investir em equipes de desenvolvimento e
beneficiando-se da força criativa de terceiros.
Além da mudança de paradigma dentro das insrevista Ciab FEBRABAN
13
tendência
tituições financeiras, no entanto, será preciso
convencer o cliente a usar este tipo de aplicação.
“Nós sabemos que há resistências culturais por
parte dos correntistas em aceitar que seus dados
bancários sejam acessados por terceiros que não
a instituição em que ele abriu conta”, diz Bacili.
De acordo com o CEO da Sensedia, no
entanto, tanto a resistência de bancos quanto
de clientes mudará à medida que os benefícios
desta tecnologia ficarem mais claros. “Nos anos
90, quando surgiram os primeiros serviços de
internet banking, muita gente torcia o nariz.
Mas, depois, todo mundo se adaptou e é muito
difícil alguém abrir mão da comodidade de
consultar seus saldos e pagar contas usando
seu computador pessoal”, afirma o consultor.
Pagamentos móveis
Divulgação
No passado, o conservadorismo das instituições financeiras permitiu que florescessem
uma série de serviços de pagamentos eletrônicos criados por startups que tinham mais
liberdade em arriscar e expor-se a riscos. Estes foram os casos, por exemplo, dos serviços
PayPal e do AliPay, que se transformaram em
líderes mundiais de plataformas de pagamento
ao desenvolver ferramentas simples e abertas
para que qualquer loja online as implantasse
como sistemas de pagamento.
Uma pequena floricultura no interior do
Brasil ou uma grande rede de varejo em São
Nosso sucesso comprova que é
possível oferecer serviços financeiros
online, por meio de plataformas
abertas, ao mesmo tempo com
segurança e comodidade
Senra, da MoIP
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Paulo podem implantar, em seu site de compras online, plataformas abertas de pagamento
e permitir que seus clientes usem boletos bancários, cartões de débito ou de crédito para
efetuar compras. O sistema de pagamento intermedia as negociações e cobra uma pequena
taxa do lojista pelo serviço. Na prática, é mais
simples para o lojista adotar uma plataforma
que já exista do que desenvolver sua própria
solução e tentar convencer seus consumidores
de que aquele modelo proprietário é mais seguro e conveniente.
No Brasil, um dos líderes neste segmento
de pagamentos móveis é a MoIP, startup criada em Minas Gerais pelo empreendedor Igor
Senra e que já possui mais de 50 mil clientes,
entre eles os postos de gasolina Ipiranga e a loja
online da Porta dos Fundos, canal de vídeo do
YouTube que realiza e-commerce de camisetas
e vídeos. “Nosso sucesso comprova que é possível oferecer serviços financeiros online, por
meio de plataformas abertas, ao mesmo tempo
com segurança e comodidade”, afirma Senra.
Na esteira da MoIP, surgiram outros serviços similares como MercadoPago e PagSeguro,
todos operados por empresas de internet e não
por instituições financeiras. De acordo com o
pesquisador da FEA, Roy Mantelarc, o fato
de empresas pequenas poderem se expor mais
a riscos e terem menor burocracia interna as
tornam mais livres e capazes de inovar, o que
revista Ciab FEBRABAN
tendência
seria uma desvantagem competitiva para os
grandes bancos, que estão mais focados em
seus negócios tradicionais, como melhorar a
rentabilidade de seus investimentos e atrair
novos clientes.
O fenômeno das API abertas, no entanto,
poderia mudar este jogo e devolver aos bancos
o protagonismo da inovação. “É preciso lembrar que a credibilidade das marcas bancárias
e sua grande carteira de clientes são um ativo poderoso, que nenhuma startup consegue
replicar. Portanto, se os bancos conseguirem
atrair parcerias criativas por meio de APIs abertas, poderão liderar no futuro o surgimento de
novos negócios financeiros, ao invés de apenas
serem caudatários cautelosos de tendências ditadas por terceiros”, afirma Mantelarc.
O fato de estas tecnologias serem muito
incipientes torna difícil analisar em que direção novos aplicativos bancários poderiam ser
criados, mas uma aposta da indústria é o desenvolvimento de aplicações contextuais, que
sejam capazes de analisar os hábitos de gastos
do consumidor e propor novas formas de uso
de seu dinheiro. Um app que analise o padrão
de gastos de um consumidor, por exemplo,
poderia emitir alertas sempre que ele gastar
demais, em um mês, com restaurantes, ou
ainda demonstrar a quem vai entrar em um
financiamento para comprar uma máquina de
lavar ou carro novo que, no seu banco, há uma
linha de crédito mais vantajosa que a oferecida
pela rede varejista.
Em tese, todos estes recursos poderiam ser
desenvolvidos “dentro de casa” pela equipe de
TI e inovação dos bancos, na prática, porém,
a capacidade de criação de terceiros que usem
livremente uma API aberta é exponencialmente maior, além de poderem fazê-lo com menor
custo e prazo. Ao invés de arcar com todo esforço de investimento, a instituição financeira
faria apenas uma homologação do app criado
por um terceiro ao definir e testar um guia
elementar de boas práticas de segurança. Ao
que tudo indica, a inovação bancária ficará, em
breve, fora das mãos dos bancos. E isso é uma
boa notícia para as instituições financeiras. n
Números
Existem hoje cerca de 700
mil aplicativos
para plataforma iOS (Apple) e outros
700 mil para plataforma Android (Google).
Outros desenvolvedores de sistemas operacionais
como Microsoft (Windows Phone) e BlackBerry
também possuem seus mercados de apps.
No mundo, estima-se que existam 2
milhões
de desenvolvedores independentes e
200 mil startups de tecnologia que dedicam
seu poder de criatividade e inovação para criar
aplicações baseadas em APIs de terceiros.
O que são APIs?
• Do inglês Application Program Interface, API é uma
plataforma que permite a qualquer programador criar
um novo software (aplicação) que interaja com uma
plataforma ou sistema de terceiro que já exista
• Redes sociais como o Facebook e serviço de mapas
como o Google Maps, por exemplo, oferecem APIs
abertas que permitem a qualquer programador criar
soluções que se integrem às suas plataformas. Assim,
é possível que um desenvolvedor independente crie um
game para rodar dentro do Facebook ou um site de turismo mostre rotas construídas sobre a base do Google
Maps. No caso dos bancos, APIs abertas podem permitir
que terceiros criem soluções que possam usar dados da
plataforma bankline dos bancos
Quando surgiram?
• Em tese, podemos considerar que as APIs existem
desde a origem dos sistemas operacionais com plataforma de desenvolvimento, como o Windows. Quando
Bill Gates abriu o Windows para que terceiros criassem
softwares para o sistema, já podemos dizer que havia
um mercado de APIs. No entanto, o boom das APIs no
formato de aplicativos móveis (que rodam em smartphones e tablets) iniciou-se em 2007, com a estréia do
primeiro iPhone e a criação da App Store, pela Apple
revista Ciab FEBRABAN
15
recursos humanos
Mais do que
conhecimento técnico
Por Renata Costa
O mercado de trabalho em TI continua
aquecido e cresce mais de 10% anualmente.
No entanto, ainda faltam profissionais para
atender a oferta de vagas
A
escassez de mão de obra em tecnologia da informação é, já há alguns
anos, um fator limitante para o setor
- e o déficit só tende a crescer. Segundo a Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex), o ano de 2014 fechou
com 74 mil vagas não preenchidas no setor, a
maioria delas pelo regime de CLT. Para 2015,
estimam-se quase 100 mil, e esse número deve
passar de 400 mil em 2022.
Diante desse cenário, a solução imediata
para as empresas tem sido se reorganizarem
para aproveitar o talento de seus profissionais
já contratados. “Temos visto que as companhias adaptam seus negócios e reorientam seus
projetos de acordo com a mão de obra disponível internamente”, ressalta Virgínia Duarte,
gerente do Observatório Softex, unidade de
inteligência, estudos e pesquisas da entidade.
As empresas resolvem assim um problema imediato, mas perdem negócios potenciais que poderiam desenvolver se existissem profissionais
capacitados.
A carência de profissionais pode ser explicada por diversos fatores. O primeiro deles é o
desenvolvimento contínuo do mercado de TI
no País. Só em 2013, a área teve crescimento
de 16,9% no mercado brasileiro, colocando
o Brasil como o 7º maior mercado de TIC
16
revista Ciab FEBRABAN
recursos humanos
(tecnologia da informação e comunicação) do
mundo, segundo dados da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação
e Comunicação (Brasscom), movimentando
R$ 240 bilhões. Se a esse montante for adicionado o mercado de Telecom (voz, celular e dados), o valor sobe para R$ 441 bilhões e o Brasil
passa para o 5º lugar do ranking mundial.
Por oferecer tantas oportunidades, é
natural que os cursos relacionados à área de
tecnologia atraiam os jovens. No Brasil, 584
instituições de ensino superior públicas e privadas oferecem cursos relacionados à TIC. “No
entanto, a taxa de evasão dos alunos dessas
graduações é muito alta. Apenas 13% dos matriculados permanecem até obter o diploma”,
conta Sergio Sgobbi, diretor de RH e competitividade da Brasscom. Sgobbi explica que os
jovens são atraídos para os cursos no setor de
TI pela ampla oferta de trabalho e pela baixa
relação aluno/vaga (na média nacional, menos de um aluno por vaga). “As dificuldades se
apresentam quando esse aluno, com formação
deficiente em matemática no ensino médio, se
depara com os conceitos básicos dos cursos de
tecnologia. Ele não consegue acompanhar e
desiste do curso.”
A situação socioeconômica também pode
atuar contra os jovens interessados em TI.
“Muitas vezes, o aluno não tem como investir
mais em sua formação porque precisa encontrar qualquer tipo de trabalho que o sustente
durante o dia para que ele estude à noite. Isso
não contribui para uma formação mais completa e dedicada dos estudantes”, diz Flavio
Levi Moreira, diretor financeiro da Telsign
Consultoria.
Além das 584 instituições de ensino superior, ainda há pelo país 600 escolas de ensino
profissionalizante. Sgobbi diz que o Pronatec
(Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) também tem contribuído para
uma melhor distribuição dessas vagas regionalmente, atendendo a demanda de empresas
em todos os Estados do País. Ainda assim, as
empresas não são atendidas plenamente e não
estão totalmente satisfeitas, segundo o especialista. “Há uma distância muito grande entre
o que é ensinado nos cursos, sejam eles quais
forem, e o que se faz dentro de uma empresa.
Os currículos demoram a serem atualizados”,
afirma Sgobbi.
Dessa maneira, algumas companhias
acabam investindo internamente nos profissionais que ela acredita terem maior potencial
para cursos de atualização e aperfeiçoamento.
“Ainda são poucas as empresas que fazem isso,
apenas as maiores”, afirma Moreira.
revista Ciab FEBRABAN
17
recursos humanos
Crescimento do mercado brasileiro de TI
16,9%
15%
11,6% *
10,8%
2011/2012
2012/2013
2013/2014
* Embora o crescimento
previsto seja menor
do que nos outros anos,
o mercado mundial
deve crescer apenas
5%; México 10,1% e
China 7,7% - o Brasil
poderá ter o melhor
desempenho mundial.
2014/2015
Fontes: Brasscom/ForresterResearch Inc.
Setor de tecnologia da informação e comunicação
Relevância do setor em 2013
Perspectivas 2022
Representa 8,8% do PIB brasileiro
10,7% do PIB
1,5 milhão de empregados
3 milhões de empregados
Fonte: Brasscom, IDC 2013
Top 10 de tendências estratégicas em tecnologia
para os próximos 3 anos
1
Diversidade de dispositivos móveis e de gestão
2
Aplicativos para dispositivos móveis
3
A internet das coisas
4
Nuvem híbrida e TI Service Broker
5
Nuvem/cliente
6
A era da nuvem pessoal
7
Tudo que envolva software
8
TI em escala web
9
Máquinas inteligentes
10
Impressão 3D
Fonte: Gartner
18
revista Ciab FEBRABAN
recursos humanos
O profissional desejado
Média salarial do
profissional de TI
Programador e desenvolvedor
de sistemas júnior – R$ 2 mil
Analista – R$ 10 mil
Gerente de TI – entre R$ 14 mil
e R$ 18 mil
Fontes: Telsign Consultoria, Empresa de Recrutamento Michael Page e Catho
O cargo com maior número de vagas disponíveis é o de analista – seja de sistemas, financeiro,
de processos e de segurança. “Levantamentos
no mercado falam de 27 mil vagas disponíveis
para esse cargo”, diz Sgobbi. A média salarial
para essa função gira em torno de R$ 10 mil.
Mas para preencher qualquer uma das 74
mil vagas disponíveis no mercado, em todas
as mais de 400 posições da área, o profissional
precisa mais do que de um diploma e de conhecimento técnico. Os especialistas que trabalham com recrutamento dizem que a exigência
das empresas é grande – o que dificulta ainda
mais o preenchimento das vagas. “Não basta
o conhecimento técnico, o profissional de TI
precisa ter visão de negócio”, explica Fabio
Cunha, gerente-executivo da divisão de TI da
companhia de recrutamento Michael Page.
O profissional de TI procurado não é
mais, portanto, o perfil tradicional do “nerd”
isolado que fica o dia todo no computador.
Hoje, é desejável que ele circule entre as áreas,
proponha projetos, pense a empresa como um
todo e de que maneira a tecnologia pode contribuir para o crescimento dos negócios.
Outra habilidade imprescindível, segundo os especialistas, é saber se comunicar
e se relacionar com os colegas e clientes. “O
profissional precisa falar bem, saber lidar de
maneira adequada com o cliente e ter responsabilidade para cumprir prazos”, diz Virgínia
Duarte, da Softex. Sgobbi ainda acrescenta que
o profissional desejado também precisa escrever
adequadamente. “Se ele não souber descrever
um projeto de maneira que qualquer pessoa
da companhia entenda, a ideia não sairá do
papel.” Moreira, da Telsign, ainda acrescenta
a questão do idioma inglês. “Os profissionais
de TI no País, em sua maioria, só dominam
o inglês técnico, ou seja, são capazes de pro-
gramar, executar implementações de soluções
com certas instruções no idioma estrangeiro,
mas incapazes de ler e redigir mensagens um
pouco mais complexas. Isso aliena a maioria
deles”, afirma.
Áreas promissoras
A atuação no setor financeiro continua sendo
uma das mais atrativas para os profissionais de
TI. “Os cargos com maior número de vagas são
em programação e desenvolvimento, com um
salário um pouco maior do que nos demais setores”, diz Moreira. Naturalmente, a principal
área de procura por especialistas nos bancos é
em segurança da informação, segundo Duarte,
da Michael Page. Esses profissionais garantirão
a segurança das transações e das informações
armazenadas em nuvem e do uso dos dados
bancários em dispositivos móveis.
Além da segurança, outras áreas em que
deve haver um grande investimento em TI,
segundo Sgobbi, são saúde e educação. “As
possibilidades são muitas e estamos apenas
engatinhando no uso da tecnologia para esses
setores.” n
revista Ciab FEBRABAN
19
terminais de autoatendimento
Dinheiro também
se recicla
Por Maurício Moraes
Caixas eletrônicos que utilizam nos saques as
cédulas depositadas pelos clientes começam a
se espalhar pelo País
O
Divulgação
Divulgação
Elias Rogério
da Silva, vicepresidente da NCR
para a América
Latina e Caribe:
é possível incluir
leitura digital de
cheques em ATM
com recicladores
de cédulas
s depósitos em dinheiro feitos por
envelope no caixa eletrônico começam a ficar ultrapassados diante de
tantos avanços tecnológicos alcançados pelo setor
financeiro nos últimos anos. É preciso que um
funcionário faça a coleta manual dos recipientes,
ao longo do dia, e processe manualmente cada
um deles. O crédito só ocorre depois de algumas
horas, enquanto que qualquer transação eletrônica leva apenas alguns segundos. Se o cliente fizer a
operação no final do dia ou à noite, o dinheiro só
vai aparecer na
conta corrente
no dia seguinte.
Uma nova
tecnologia, porém, está che-
20
revista Ciab FEBRABAN
gando ao mercado brasileiro para substituir
esse processo, trazendo benefícios para bancos e
consumidores: os terminais de autoatendimento
(ATMs) com recicladores de cédulas. São máquinas que reaproveitam as notas depositadas
em outras operações, como saque. Elas já estão
sendo usadas em alguns pontos do Brasil, com o
objetivo de facilitar as operações e reduzir custos.
Entre os bancos pioneiros na utilização desses terminais estão o Banrisul, no Rio Grande do
Sul, e o Banpará, no Pará, que usam equipamentos da Rede Saque e Pague, fabricados
pela Diebold. O Bradesco iniciou um
projeto-piloto com a NCR. E outras instituições financeiras também se preparam para isso, a partir deste ano. A ideia
é verificar os resultados das experiências e
incorporar essa funcionalidade em parte
da rede de caixas eletrônicos.
O conceito dos ATMs recicladores
de cédulas é bem simples. Em vez de exigirem dos clientes o preenchimento de
um envelope para aceitar um depósito,
os aparelhos pedem para que eles digitem os dados diretamente no terminal.
Depois disso, as notas são inseridas todas
de uma vez, em um maço, na máquina.
Terminal
de autoatendimento
da Perto
A quantidade máxima de cédulas que pode ser
colocada varia de acordo com o fabricante, mas
pode chegar a 200. O ATM então faz a análise do
dinheiro, verificando se as notas são verdadeiras,
se estão danificadas e se podem ser reaproveitadas. Terminada a verificação, o depósito “cai” no
mesmo momento na conta do beneficiado.
As cédulas que passam na avaliação eletrônica ficam disponíveis automaticamente para
saques. Notas que estiverem muito velhas ou
rasgadas vão para um compartimento separado
e, posteriormente, são recolhidas pelo banco ou
pelo transportador de valores. As cédulas que
falharem no teste de autenticidade são devolvidas para o cliente no ato do depósito e descontadas do valor final. Se, por exemplo, um
maço de R$ 1.000 tiver dez notas de R$ 100 e
duas delas não passarem na análise eletrônica,
a máquina devolverá as cédulas e informará ao
cliente que o depósito será de R$ 800. A verificação inclui vários itens, como peso e formato,
e qualquer nota, de R$ 2 a R$ 100, é aceita.
Alguns terminais recebem também moedas.
As notas são devolvidas sem que o equipamento informe ter encontrado indícios de
falsificação. “A máquina tem a inteligência de
identificar se uma cédula pode ser falsa e devolvê-la, mas nós não afirmamos isso para o clien-
te. Hoje, a única entidade no
Brasil que pode dizer que
uma cédula é falsa é o Banco
Central”, explica Givanildo
Luz, presidente da Saque e
Pague. Segundo ele, o grau
de confiabilidade está muito
próximo de 100%. O índice
de reclamações no call center
da empresa é de 0,003% sobre o volume de transações,
somando todos os problemas
– não apenas os que envolvem
dinheiro. “Hoje, mais de 90% das cédulas são
reaproveitadas no saque”, diz Luz.
A Saque e Pague opera atualmente 60 máquinas e trabalha com a meta de, no curto prazo,
chegar a 120 ATMs com a reciclagem de cédulas
instaladas. Até o final de 2015, a empresa pretende
ultrapassar as 500 unidades instaladas. De acordo com o Banrisul, são realizados em média 14
mil depósitos em espécie por mês nesses equipamentos. As operações podem ser feitas tanto por
clientes como por pessoas que não têm conta no
banco e desejam depositar quantias para correntistas. Os ATMs da Saque e Pague começaram a
ser desenvolvidos em 2011 e foram os primeiros a
oferecer o serviço no país.
Divulgação
terminais de autoatendimento
Givanildo Luz,
presidente da Saque
e Pague: grau de
confiabilidade
de terminal de
autoatendimento
com reciclador de
nota está próximo
de 100%
Como funciona a reciclagem de cédulas
1. O cliente digita os dados do depósito no terminal. Não é necessário
usar envelopes
2. As cédulas são colocadas todas de uma vez na máquina, em um maço
3. O equipamento verifica a autenticidade das notas e devolve as que
considerar falsas
5. Depois de contar as notas, o ATM exibe na tela o valor que será
depositado
6. Basta o cliente confirmar para o dinheiro cair imediatamente na conta
do beneficiado
7. As cédulas boas ficam disponíveis para serem sacadas pelo próximo cliente
Fonte: entrevistados
Divulgação
4. As cédulas com rasgos ou muito velhas vão para um compartimento
separado
Terminal de autoatendimento da
NCR na agência Bradesco Next, no
Shopping JK, em São Paulo
revista Ciab FEBRABAN
21
terminais de autoatendimento
Sucesso na Ásia
Divulgação
ATM reciclador
da Oki Brasil
22
revista Ciab FEBRABAN
A aceitação desses equipamentos no exterior justifica o entusiasmo de executivos em relação ao
mercado brasileiro. Máquinas com essas características surgiram nos anos 1980 e têm sido muito
adotadas em vários países da Ásia. “No mercado japonês, que tem mais de 200 mil ATMs,
99,99% das máquinas são recicladoras”, afirma
João Lo Ré Chagas, gerente-executivo de Produto
Automações da OKI Brasil. No mercado chinês,
o índice está em torno de 50% e, segundo Chagas, atualmente a maior parte dos equipamentos
adquiridos por lá oferece o serviço.
No Brasil, tornou-se comum o uso dos
ATMs para saques. Recentemente é que a reciclagem passou a ser mais interessante por reduzir
custos. “Quando você tem uma tecnologia e vai
melhorando os processos, chega uma hora em
que, para conseguir qualquer ganho, tem que
fazer um esforço enorme”, diz Chagas. Foi o que
ocorreu com as máquinas atuais. “Você tem de
mudar o patamar tecnológico para conseguir
romper essa barreira e ter ganhos
adicionais”, afirma o executivo
da OKI Brasil, que também prepara novos projetos-piloto para
breve. Os ATMs recicladores
trazem economia não apenas ao
eliminar a conferência manual
de envelopes, mas também por
reduzirem o número de viagens
para o abastecimento do caixa
eletrônico.
Para que ocorra uma diminuição da dependência dos carrosfortes ou de intervenções na agência para a colocação de cédulas
para saque, no entanto, é preciso
garantir um bom balanceamento
entre a entrada e a saída de dinheiro da máquina. Isso ocorre com
a escolha adequada do ponto de
instalação. De nada adianta colocar uma máquina com essa tecnologia, por exemplo, em um lugar
em que quase não há depósitos ou
em outro em que são poucos os
saques. “Isso está muito relacionado à estratégia
de cada banco”, diz Elias Rogério da Silva, vice-presidente da NCR para a América Latina e
Caribe. “Vai depender de uma análise econômicofinanceira para justificar o investimento dessa nova
tecnologia naquele local.”
A NCR iniciou um projeto-piloto com o
Bradesco em junho do ano passado na agência
Bradesco Next, um espaço onde o banco experimenta e demonstra novas tecnologias, localizado
no Shopping JK, em São Paulo. Os equipamentos aceitam até 50 cédulas por vez. A experiência
deu certo e deve evoluir, neste ano, para a substituição de uma parte dos ATMs do banco. O
executivo da NCR conta que é possível incluir
no sistema a leitura digital de cheques, inseridos
no aparelho juntamente com as notas.
Os terminais de autoatendimento com
reciclagem são mais caros do que as máquinas
usadas atualmente. Por isso, a adoção tem sido
feita aos poucos e em lugares estratégicos, que
justifiquem o investimento após um determinado período. Pontos de grande circulação de
pessoas ou varejistas, como supermercados e
postos de gasolina, estão entre os escolhidos,
uma vez que a entrada de notas no caixa eletrônico tende a ser grande. Os comerciantes
podem fazer a sangria do caixa diretamente
nos aparelhos, que são usados em seguida pelos
consumidores para a retirada de dinheiro. Para
evitar assaltos, os sistemas de segurança adotados são os mesmos dos ATMs tradicionais.
Por enquanto, apenas uma parte dos caixas
eletrônicos usados no País será substituída pelos
modelos com recicladores. “Imagino que ocorra
um avanço muito grande dessa tecnologia no
Brasil, chegando a 10% do mercado de três a
cinco anos”, avalia Marco Aurélio Freitas, diretor
de operações da Perto, que também prepara um
projeto-piloto para este ano. Segundo o executivo, uma versão mais simples dessas máquinas –
os tesoureiros eletrônicos ou tellers, usados pelos
caixas das agências – também tem se expandido
por aqui e já chegaram a cerca de 7 mil unidades
instaladas. Sinal de que a experiência tem dado
certo e, como mostram outros países, de que talvez esse seja um caminho irreversível. n

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