SOSparaosnossosrios

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SOSparaosnossosrios
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Nova coluna 360
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gr
_ Paola já está mocinha e
foto: Flavia Rocha | 360
agora passa a produzir
uma coluna exclusiva, em
parceria com Clara , nossa
ilustradora mirim. Nesta
edição, as duas, que têm a
mesma idade, abordam a
volta às aulas e o carnaval
•p.8
72
ANO VII
fevereiro 2012
SOS para os nossos rios
Circulação Mensal. 12 mil exemplares.
Cidades_ Avaré • Óleo • Santo Cruz do Rio Pardo
• Ourinhos • Piraju • Timburi • Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira César • Águas de Santa
Bárbara • Fartura • São Pedro do Turvo • Espírito
Santo do Turvo • Ipaussu • Chavantes • Botucatu
• São Manuel • Areiópolis • Cândido Mota • Ibirarema • Palmital • Assis • Tatuí • Agudos • Canitar
|Pontos Rodoviários_ Cia. da Fazenda • Graal
Paloma • Graal Kafé • Rodoserv • RodoStar •
Orquidário Restaurante Café • Varanda do Suco • Índice
Trecho do rio paranapanema ainda
preservado, coisa rara nos 929km
de sua extensão. Piraju luta para
que essa natuerza seja preservada
Leia o
360 na internet: www.caderno360.com.br
•p.14
gastronomia_ uma torta de frango de
agronegócio_ Atender demandas
elevado sabor é a receita do mês. A diferença
está no recheio, mais cremoso, e no principal
ingrediente: tem que ser de frango caipira!!!
da preservação ambiental pode ser um
bom negócio. As sementes são colhidas na
própria natureza, como as de Pau Viola
•p.7
foto: Flavia Rocha | 360
foto: Flavia Rocha | 360
foto: Flavia Rocha | 360
•p.10
foto: Fernando Franco
2_ editorial _oração
4_agronegócio
6_gente
7_gastronomia
8_ meninada
10_ giro 360
13_agenda_ carnaval 2012
14_ meio ambiente
16_ papocabeça_onde ir
17_bem viver
•p.4
2 • editorial
ESPERTEZA. Gosto muito quando alguém é o que chamo de “safo” (ou safa).
Ser safo não quer dizer ser safado, que é
outra coisa, nem malicioso, mas saber se
safar diante das circunstâncias. Gente
boa, quando é safa, ajuda o mundo a ser
melhor. Mas quando o safo põe sua inteligência, timming e poder a serviço do
mal ou do interesse próprio é um perigo.
Estou cansada de ver gente “bacana”discursando uma coisa e fazendo outra. Ou
não fazendo nada. Na última semana,
postei no mural do Face Book de um
cidadão que ganhou destaque por sua capacidade empresarial e por levar adiante
bandeiras admiráveis, como a da responsabilidade social, chegando a assumir a presidência de um respeitado
instituto, minha indignação quanto à indiferença com que ele – e pelo menos
quatro outros grandes nomes do movimento ambientalista brasileiro, todos aspirantes a cargos públicos de peso, como
governador, senador, presidente e vicepresidente da república – trataram a
questão do rio Pardo, que ainda inquieta
as cidades da região. O que lhe escrevi,
apesar de toda a crença que tinha neles,
inclusive por conhecê-los de perto, alguns mais outros menos, pois tive a grata
oportunidade de trabalhar com um deles
por um bom tempo, doeu em mim. Afinal, reclamei ali, publicamente, o fato de
eles não terem feito NADA a respeito do
assunto, que é importante e urgente.
Os renomados “ambientalistas” trataram
a questão como se fosse nada. Dois deles
me receberam para uma conversa. O
primeiro me concedeu uma entrevista,
onde o tema era a questão e de onde saí
com ensinamentos que certamente ajudaram os leitores a saber o que a cidade
deveria fazer para não tomar decisões erradas. Mas ficou por aí.
O segundo, que me recebeu em reunião,
me fez acreditar na promessa de ter
acesso a especialistas nesse tipo de questão, que trabalham para ele, avaliando o
caso e nos dando um parecer. Nunca
houve nada. Nenhum chamado, nada.
Ao terceiro, que eu conhecia menos, mas
o suficiente para fazer parte de seu grupo
de amigos no Face Book, pedi, também
através do seu mural, que tomasse conhecimento do assunto. Só isso. Nunca
obtive resposta. Aliás, nem minha mensagem indignada da semana passada
teve resposta, parece que ele não conversa, apenas discursa na rede social.
A quarta pessoa nos virou as costas
através de sua assessora, que se recusou
a parar no acostamento de uma rodovia
para receber em mãos um material sobre
o assunto. E eu votei em todos eles.
Neste cenário, vejo que minha alma safa
para resolver meus desafios diários pendeu para a inocência de quem ainda
acredita que para valer seu voto tem que
ser bom, honesto e atuante na prática, e
não optar pela demagogia quando acha
que não haverá repercussão à sua altura,
para o bem ou para o mal. E de quem
acredita no homem, mesmo quando ele
tem bastante poder.
Mas sou suficiententente safa para
aproveitar este espaço e dizer: ei, pessoal
do verde, do PV, que papo furado é esse?
Cade vocês cuidando das questões importantes do Estado de São Paulo, como
as insistentes demandas de hidrelétricas
em trechos de rios ainda intactos? Cadê
Ser safo é
ótimo
quando
agimos em benefício
do bem
comum
vocês pilhando nossos governantes e
conscientizando as comunidades da importância da manutenção dos jardins urbanos, das matas virgens e das águas
limpas? Também vocês, “gente do bem”,
nos querem qual mera boiada para ser
tocada, como se mostra o corpo político
desse país, em todas as esferas?
Nesta edição, inauguramos duas novas
colunas. A primeira aparece em MEIO
AMBIENTE e tem a missão de trazer
vários pontos de vista a respeito da situação de risco dos rios da região, o Pardo
e o Paranapanema. Com a marca CHEGA
DE USINAS, pretendemos esmiuçar as
questões que abatem riquezas locais,
mas que servem também para a reflexão
de outras localidades onde insistem em
realizar projetos que nada agregam ao
potencial de liderança sustentável que o
Brasil pode alcançar se usarmos nosso
imenso território para projetos de natureza avançada e, portanto inóquas ao
meio ambiente.
Ora,
Ação!
Apocalipse
7
Vs: 17
e xpediente
Para tanto, contaremos com a participação de personagens locais, em maioria, que já mostraram que em lugar de
discursos vagos, dão atenção ao assunto
a ponto de estudá-lo e abordá-lo com
suas visões.
A segunda novidade aparece em MENI-
NADA e alia dois talentos precoces do jor-
nalismo: Paola e Clara, repórter especial
e ilustradora do 360, respectivamente.
Juntas, elas passam a criar uma página
própria, com assuntos escolhidos por
elas e o desenvolvimento feito em conjunto, uma cuidando do texto, outra da
arte, mas em fina sintonia.
Para completar, a edição traz as colunas
– graças a Deus, muito elogiadas – de
cada mês, mais uma receita de dar água
na boca da mama Odette, uma empresa
que produz florestas, que você conhecerá
em AGRONEGÓCIO, e, no GIRO 360, uma
matéria sobre o carnaval no interior, que
é bom de samba no pé, sim senhor!
Boa leitura!
Flávia Rocha Manfrin
diretora-editora 360
| [email protected]
“Porque o Cordeiro que está no
meio do trono os apascentará,
e lhes servirá de guia para as fontes
das águas da vida; e Deus limpará
de seus olhos toda a lágrima.”
360 é uma publicação mensal da eComunicação. Todos os direitos reservados. Tiragem desta
edição: 12 mil exemplares Circulação:• Águas de Sta. Bárbara • Agudos • Areiópolis • Assis •
Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Sto. do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos •
Palmital • Piraju • São Manuel • São Pedro do Turvo • Sta. Cruz do Rio Pardo • Tatuí • Timburi e paradas das rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João Baptista Cabral Rennó
e Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte
e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette Rocha Manfrin ‹separação e receitas›, Paola Pegorer ‹repórter especial›, Wladimir Soares de Oliveira Jr.‹contato
publicitário›. Raphael Englerth Araujo ‹assistente de produção›. Colunistas: José Mário Rocha de
Andrade, Fernanda Lira e Tiago Cachoni. Ilustradores: Franco Catalano Nardo, Clara Basseto,
Sabato Visconti e Wellington Ciardulo. Impressão: Fullgraphics. Artigos assinados não expressam necessariamente a opinião desta publicação. • Endereço: Praça Dep. Leônidas Camarinha,
54 - CEP 18900-000 – Sta. Cruz do Rio Pardo/SP • F: 14 3372.3548 _14 9653.6463 •
Redação: [email protected] • Publicidade/Assinaturas: [email protected]
• 360 virtual: www.caderno360.com.br
|fevereiro_2012
4 • agronegócio
O bom negócio do reflorestamento
Empresa criada para o reflorestamento de matas nativas se firma em Piraju com
base na qualidade dos serviços prestados a empresas e proprietários rurais
Em tempos de sustentabilidade e busca
constante para a renovação – ou reposição
de bens naturais que possam ser mantidos
enquanto são usados para a qualidade de
vida do homem moderno, atuar no ramo
da reposição ambiental pode ser uma
ótima alternativa para novos empreendimentos no agronegócio. Foi isso que motivou a criação da EPR Viveiros de Mudas
Nativas, de Piraju.
fotos: Flavia Rocha | 360
A empresa foi criada há 10 anos, quando
uma nova barragem estava prestes a ser
feita no rio Paranapanema, principal riqueza natural da cidade. Graças às exigências legais de reflorestamento – as chamadas APPs (áreas de proteção permanente),
que margeiam qualquer trecho d’água, e as
Reservas Legais (área de uma propriedade
que deve ser mantida como mata nativa), a
eminente necessidade de mudas para o reflorestamento obrigatório às margens da
água a ser represada deu início à sociedade
que reuniu o arquiteto, Elias Sahade Júnior, seu cunhado dentista, Pérsio da Silva,
senta-se bastante organizada e capaz de
aproveitar as instalações rústicas da fazenda Vô-Vó, que fica a apenas três quilômetros da movimentada rodovia Raposo
Tavares, criando um charmoso escritório, e
ocupando apenas cinco hectares de terra.
Ou seja, o equivalente a 5 quarteirões de 10
mil m2 cada. A receita, segundo Elias, que
cuida da parte administrativa, é a divisão
de tarefas e a seriedade no negócio. Enquanto concorrentes oferecem apenas
mudas, muitas vezes em menor variedade,
a EPR faz todo o processo e soma resultados de ótima qualidade.
O " s ho w - r o o m ” da
E P R: 20 0 es p écie s
d e á rv o re s na t i v a s
e o engenheiro agrônomo Ricardo Lopes
Kaulich, graduado pela Esalq, a renomada
escola da USP de Piracicaba, que já se dedicava à criação de mudas nativas.
A fome e o apetite – O resultado não
podia ser melhor. Hoje, a EPR firmou-se
como uma empresa que emprega 98 colaboradores, além dos três sócios, apre-
Para começar, sua linha de mudas nativas
– criadas a partir de sementes que colhidas na própria natureza, em locais onde
isso é permitido pela legislação, ultrapassa,
em quantidade, a variedade exigida pelos
projetos de reflorestamento, que geralmente ficam em torno de 80 espécies, enquanto na EPR esse número salta para
120. Além disso, a empresa presta o serviço
de manutenção da mata reposta, man-
A partir da esquerda:
Elias, Pérsio e
Ricardo, criadores
da EPR Viveiros de
Mudas Nativas,
mostram a diversi dade necessária ao
reflorestamento
tendo sua equipe cuidando das plantações
durante o tempo que for necessário, prazo
que varia entre dois a quatro anos, até que
as novas árvores possam sobreviver com
segurança. Eles também seguem à risca o
rigoroso processo de plantio, priorizando
mudas em momentos distintos para que
atinjam o equilíbrio necessário à formação
da mata. Também tratam de proteger as
áreas reflorestadas de animais e do mato
que possa impedir o crescimento da muda.
Assim, garantem que o investimento não
se perca e a natureza seja realmente reposta. “Enche o coração da gente passar
por uma região onde não tinha mais nada
e ver a mata viva, permitindo até que a
água volte a aparecer”, conta Pérsio, que
cuida da logística e da parte de campo,
assim como Ricardo, responsável técnico
da empresa que atua na área de captação
de novos negócios e aplicação dos projetos.
De bem com o planeta – Esse resultado, que garante a grandes empreendedores cumprir com as exigências da
legislação, através da reposição efetiva da
mata nativa, é o grande trunfo da EPR, afinal, além do êxito financeiro, permite que
todos os seus funcionários e proprietários
sintam um grande orgulho do que fazem, o
que é um ganho imensurável, vale dizer.
Com uma razão de ser preservacionista, no
que diz respeito à produção de mudas nativas, e ao mesmo tempo pioneira, já que
atende a exigências antes pouco defendidas pela ordem mundial, o pessoal da EPR
mantém um “show room”que em nada
lembra os espaços geralmente ladrilhados,
cobertos e decorados de uma indústria
convencional. Ao contrário, é bom visitálo munido de botas, calças e repelente, pois
a diversidade da flora – mais de 200 espécies foram plantadas – resulta também em
diversidade da fauna.
Produção variada – Um dos principais
desafios que a EPR teve que vencer para
estabelecer-se no mercado, além de estruturar-se para manter o atendimento aos
projetos até o crescimento das matas, foi a
produção das mudas, que variam muito
em termos de prazos e modos para serem
semeadas, cultivadas e ficarem prontas
para o plantio no campo. Segundo Elias, o
processo inclui diversas fases, inclusive o
de fortalecimento da planta, quando ela
ganha rusticidade, para que ela possa sobreviver fora do viveiro, onde certamente
vai enfrentar condições mais áridas de
clima e imprevistos.
Atendimento global – Outro fator que
favorece o nicho explorado pela EPR é o
fato de prestar serviços não só a grandes
empreendimentos onde o reflorestamento
é exigido, mas também a proprietários rurais e amantes da natureza interessados
em repor ou ampliar suas áreas de mata
nativa. Muita água já brotou dos trabalhos
que eles realizam, literalmente. Através de
indicações de antigos moradores, eles já
replantaram matas próximas a antigas
nascentes e viram a água brotar da terra.
O atendimento da EPR ao público também
se aplica a quem quer plantar uma árvore
nativa em casa, no jardim, nas ruas e
praças de uma cidade. Elias explica que
neste caso as mudas precisam ser maiores,
onerando o valor do investimento, especialmente em grandes quantidades, mas
acontece de cidades buscarem ali, pertinho
de Piraju, mudas nativas para repor ou
ampliar a arborização urbana. “Nosso foco
é excutar os projetos de reflorestamento,
da produção da muda à formação efetiva
da mata, mas atendemos a todos, mesmo a
quem venha buscar uma muda para seu
jardim”, garante Elias.
Palestras e visitas – O trabalho da EPR,
além de gerar frutos para sua equipe, também é fonte de riqueza para quem quer
conhecer melhor o assunto das florestas,
das espécies nativas de cada região e,
ainda, como se faz um reflorestamento de
verdade. Tanto que a empresa presta
serviços à comunidade, realizando pales-
tras em escolas e recebendo visitantes para
conhecer de perto o fabuloso patrimônio
de árvores brasileiras.
Info: 14 3351-7173 e 14 3352-8079. Contato:
[email protected] _ [email protected]
_ www.ambientais.com.br
6
• gente
BIS - 1
Cavalo Morto e
Snowblind no
Bar do Celsão
Quando
há lixeira,
a moçada
entende o
recado.
E o chão
fi
fic
ca
limpo!
Pode
apostar!!
(Sta. Cruz)
BIS - 2
Os
Patrões
no
Quintal
do Romão
(Bernardino)
BIS - 3
No Fate no
Pub 744
(Ourinhos)
Fotos:Flávia
Rocha | 360
BIS - 4
Mafagafos
e Mary
Chase
no Ica
(Sta. Cruz)
7 • gastronomia
TORTA de frango
caipira da mama
•:360 indica
Alcatéia arrasa nas
carnes e massas
Eu sento à mesa, aguardo a chegada do
pirex que traz a torta toda decorada de tirinhas de massa e, com uma faca, corto um
pedaço. O recheio borbulha calor, aroma e
textura. Com a ajuda de uma colher
grande, retiro meu vistoso naco de massa
– sequinha e crocante por cima e molinha
e úmida por baixo – acompanhado de um
creme feito à base de restos de frango
caipira (cozido em panela de ferro e devidamente limpos de ossos e peles), palmito,
azeitonas verdes e algo que não gosto, mas
é imprescindível para dar textura e sabor,
as ervilhas (de lata mesmo). Esses ingredientes, misturados com carinho e temperos
de dona Odette resultam no recheio de
torta mais asaboroso que já pude provar. O
primeiro desafio dessa iguaria, que consumo pura, sem arroz nem salada pra
acompanhar, é preparar o frango, que pode
ser feito e servido com polenta também O
segundo, mais difícil e desnecessário superar, é não cair na tentação da gula.
Ingredientes da Massa;
24 colheres de sopa de farinha de
trigo
4 colheres de sopa de manteiga
2 colheres de sopa de óleo
2 colher de pó royal
2 colher de sopa de leite gelado
8 colheres de sopa de água gelada
2 colheres de sopa rasa de sal
Preparo da Massa: Coloque a farinha, manteiga, óleo, pó Royal e o sal
e mexa bem, vai ficar como uma farinha. Vá adicionando o leite e a água
até formar uma massa. Sove bastante
e abra com o cilindro ou rolo. Deixe a
massa descansar um pouco.
Ingrediente do Recheio
1 frango caipira desfiado (ou o que
sobrar do frango que você preparou)
1 cebola graúda picada miúdo
3 dentes de alho espremidos
2 colheres de vinagre
1 lata de palmito
1 lata de ervilha
1 punhado de azeitonas picadas
salsinha picadinha miúdo
1 colher de farinha de trigo
pimenta e condimentos a gosto
sal a gosto
Preparo do Recheio: Coloque um
pouco de óleo na panela de ferro e
foto: Flavia Rocha | 360
Flávia Rocha Manfrin
| editora 360
Aproveite a receita que vale
por duas: o frango, quando
pronto pode ser servido com
polenta. E das sobras você
pode fazer a torta
Torta de
Frango Caipira
receitas de Odette Rocha Manfrin
frite bem o frango que deve ser muito
bem limpo para não ter cheiro. Vá regando pingando água quente. Num
prato fundo, coloque a cebola picadinha, o alho, sal, molho de pimenta
vermelha, o vinagre e outros condimentos de sua preferência. Despeje
essa cebola temperada na panela e vá
mexendo bem, para o frango pegar o
tempero. Adicione água quente aos
poucos para cozinhar bem. O resultado deve ser um frango macio e com
um caldo saboroso. Quando estiver pronto, retire o frango e mantenha o caldo na panela. Retire a carne do frango, separando-a
das peles, ossos e cartilagens. Desfie
a carne e devolva à panela panela,
misturando-a ao caldo. Acrescente o
palmito, ervilhas, azeitonas e a salsinha deixando formar um bom caldo.
Deixe ferver bem e coloque a farinha
de trigo dissolvida em um pouco de
água para engrossar. Retempere com
pimenta, condimentos e sal. Montagem da Torta:
Abra a massa não muito grossa e forre
o pirex até as bordas. Coloque o
recheio e cubra com massa. Finalize
enfeitando tirinhas da massa em toda
a cobertura. Pincele com ovo batido
e eleve ao forno médio para assar.
Está cada vez mais
difícil decidir o que
escolher do cardápio da Alcatéia, o
restaurante mais
arrumado de Santa
Cruz do Rio Pardo.
Além da variedade de pizzas, que trazem
misturas de sabores que ficam na
memória do paladar, Mauro Lobo tem
provado que sabia o que pretendia
quando decidiu mexer em time que estava ganhando e diversificar o cardápio.
Além das entradinhas deliciosas, as massas são leves e levam molhos muito bem equilibrados, enquanto as
carnes são um convite à gula. Pratos muito bem servidos e bem acompanhados permitem que os clientes possam aparecer com mais frequência sem repetição de sabores. O destaque vai para o filé à moda do
chefe, que vem à milanesa coberto com um molho branco delicado na
textura e marcante no sabor, feito com palmito pupunha e aspargos
frescos. Irresistível e realmente imperdível.
8 • meninada
O
I
N
P
D
H
N
A
A
CH
P
I
N
G
O
E DERR A P A N DO
Choveu e choveu até que parou. Alvinho e Pingo
saíram pra passear entre poças d’água e árvores
e gramas molhadas. Enquanto Alvinho chapi-
nhava de poça em poça Pingo saiu galopando e
molhando-se todo nas gramas altas e nos tombos
que levava nas curvas fechadas que fazia sobre a
lama escorregadia. Voltaram pra casa ensopa-
dos, enlameados, sujos até os dentes que Alvinho
mostrava de tanta festa e Pingo escondia sob a
enorme língua de fora. Os cabelos da mãe de Alvi-
nho se espetaram enquanto ela gritava: “Os dois!
O que é que …
…quanto mais rugas tem, mais novo é?
Já pro esguicho!” E a festa continuou.
arte: Wellington Ciardulo | 360
Respostas_ O que é: O pneu. Pegadinha: XIXI. O dente. Quem disse: Vinicius de Moraes
Quem disse?
“Se o amor é fantasia,
eu me encontro ultimamente
em pleno carnaval.”
Dica: poeta, dramaturgo e compositor carioca, foi
diplomata e completaria 100 anos em 19/10/2013
Pegadinhas:
O que a gente sempre faz em números romanos?
O que Deus dá duas vezes, e se alguém quiser mais, terá que mandar fazer?
VOL
AULA
TA ÀS
S
Aulas recomeçando, acabou o descanso coisa e tal... e a cabeça já
fervilha pensando no que preparar
para as aulas que vem aí né?
Mas nem vai dar tempo
de ficar nervoso e de dar
aquele friozinho na barriga de
volta as aulas. Pois é, mal vai
começar e já vai ter um feriado muito
animado, cheio de folia e com muito
samba: o carnaval!
Carnaval: um feriado alegre,
com emoção e festa.
As escolas desfilam lindas e gloriosas com
seus carros alegóricos, os passistas, as
lindas mulatas e muitas
outras participações
fundamentais para
formar uma escola
maravilhosa com
os mínimos detalhes sendo
planejados meses antes.
Com cada detalhe feito com capricho e
com o máximo de cuidado, que cada
artista tem em cada lugar: no
cuidado que eles têm em pregar
cada lantejoula, em costurar
cada tecido e colar cada pena.
gem: Paola Ma
orta
nfr
ara Elisa Basset
p
im Pegorer. arte: Cl
o
re
Resumindo o carnaval é uma festa
que para ficar do jeito que vemos no
desfile leva muito trabalho, tempo
e, o mais importante, o trabalho em
equipe, porque o carnaval só é o que
é por causa da união dessas pessoas.
Mas, o carnaval passa e a
festa acaba. A rotina
das aulas volta ao
normal, o clima de
recomeço volta e você
ainda não se acostumou com a nova
rotina de começo de
ano, entre outras
coisas.
Um ano passa voando, nós agora estamos falando de volta às aulas e
carnaval, mas já estaremos comentando o fim de ano.
Vamos aproveitar a
volta às aulas que logo
vai começar a ficar
mais puxado!
Bjos
Paola e Clara Elisa
10 • acontece
Não importa o que você
queira fazer durante o mais
longo feriado que se tem
história no mundo.
Os quatro dias de
Carnaval no interior podem
ser os melhores do ano todo!
Flavia Manfrin - editora 360
… em fevereiro, tem carnaval, tem carnaval…, cantava Jorge Benjor em sua canção País Tropical. Sinônimo de descontração e irreverência, esse feriado que
atrai gente de todo o planeta rumo ao Brasil também
pode ser memorável se a escolha for o interior de São
Paulo em lugar dos tradicionais redutos do eixo RioNordeste, ou São Paulo-Rio-Salvador-Recife.
Diversidade é o tom — A maior atração do carnaval
de interior é a diversidade de lazer. Os dias ensolarados podem ser curtidos em rios, cachoeiras e águas
represadas, em pesqueiros e trilhas de caminhada, motocross ou para jipeiros. As noites podem ser
aproveitadas sob o céu arrebatador do campo, em
hotéis à beira d’água ou campings bem estruturados,
CARNAVAl no interior
é animado e variado
ou na folia, com direito a muito samba, marchinhas e
ritmos carnavalescos, como se vê nos clubes, onde
acontecem os bailes de salão, e nas ruas e avenidas.
Se o assunto é diversão, as pequenas idades não ficam
nada a dever. Tanto que tratamos de trazer algumas
dicas aos leitores que quiserem se aventurar pelo interior paulista durante o feriado de Momo.
Bailes de salão — Uma tradição no interior, os bailes
carnavalescos em salão, especialmente os dos clubes,
são uma ótima pedida, com programação noturna para
adultos e matinês para a criançada. Esse
tipo de folia acontece em diversas
cidades, inclusive em redutos mais populares, neste caso, geralmente promovidas pelas prefeituras, que buscam
garantir a todos o direito de ir a um baile
de carnaval. Dar atenção à qualidade da
banda que vai embalar a noitada é a dica.
Nos clubes particulares, acessíveis a sócios e turistas, o carnaval costuma ser
bem divertido. Ali se faz amigos durante
as quatro (ou cinco) noites de carnaval.
O mais famoso carnaval de clube da
região 360 acontece em Santa Cruz do
Rio Pardo, no Icaiçara Clube. Um dos
mais bem estruturados redutos de associados do interior, o Ica, como é chamado, mantém uma programação intensa
de eventos o ano todo e faz do carnaval
sua "menina dos olhos", investindo pesado na decoração, nas bandas e nas premiações para melhores fantasias, blocos
e foliões, além da escolha da rainha.
Carnaval de rua — Para quem não
Fotos: Flavia Rocha | acervo 360
À esquerda, o centro
de Águas de Sta.
Bárbara atrai gente
de toda a região e
da capital. Abaixo, o
bloco da Acogelc
anima o carnaval da
praça de Sta. Cruz.
Na página ao lado, o
salão do Icaiçara
Clube, também em
Sta. Cruz
quer perder o ritmo repicado do carnaval
brasileiro e assistir — ou desfilar — em
escolas de samba, também há várias
opções. Ipaussu, Cerqueira César, Botucatu e São Manuel prometem animados
desfiles, inclusive com a presença de escolas vindas de outras cidades, até
mesmo da capital paulista (veja quadro
da página 13).
Outras cidades apostam nos shows promovidos em palcos ou carros de som,
com direito a praças de alimentação,
como é o caso de Águas de Santa Bárbara, estância hidromineral que perde
seu ar pacato e bucólico durante o carnaval, que ganhou fama em toda a região
e também na capital.
O carnaval de rua também virou tradição
na minúscula Timburi, outro santuário
ecológico que bota pra quebrar quando
na festa de Momo. Denominado Carnatim, o evento acontece no centro da
cidade e merece ser desfrutado pelo
menos num dos dias dedicados à folia.
Santa Cruz também promove um carnaval ao ar livre bem peculiar. Em lugar
de grandes palcos com música de todos
os ritmos ou desfiles, faz uma folia regada a marchinhas e sambas na principal praça da cidade, com direito a
apresentações noturnas e matinês,
garantindo diversão para toda a família.
Ali também se apresentam grupos de
percussão, dando ao feriado ainda mais
importância para a cidade.
Outras cidades da região também
trazem uma programação de carnaval
dedicada aos moradores e aos visitantes.
O que pode dar ao turista, ou aos
moradores da região, a ideia de traçar
um roteiro que permita percorrer diversas festas de cidades diferentes, já que
são bastante próximas. Ou, então mergulhar fundo na curtição de uma delas,
foto: Fabio Cabrera | divulgação Tatuí
foto: Flavia Rocha | acervo 360
Carnaval é sinônimo de gente bonita, jovem e
descontraída nas ruas e clubes do interior
Acima, desfile da "família real”do Carnaval de
Tatuí (2011): princesa, rainha e o rei Momo
o que vai render, além de um feriado
bem animado, a vantagem de se fazer
novos amigos, pois é inevitável reencontrar as pessoas num lugar pequeno) e
muito acessível, pois os custos no interior são sempre menores do que em
qualquer cidade do litoral e, naturalmente, nas capitais brasileiras.
Parada obrigatória – Outra atração
das cidades do interior quando o assunto
é carnaval são os botecos lotados, onde
o pessoal faz o “esquenta” para as festas
noturnas. Seja na base do petisco ou de
um bom churrasco, é muito fácil se integrar às rodas de amigos que se reúnem
quase todos os dias para aproveitar ao
máximo o feriado.
Após a balada carnavalesca, há que se
parar em algum bar ou restaurante que
ainda esteja aberto e à espera dos exaustos – e muitas vezes, embriagados –
foliões. Se for seguir à risca a tradição, o
prato mais pedido do cardápio será a
canja de galinha, que, dizem, repõe o organismo para mais uma noitada.
Caia
samba, blo
r. Bailes, de
e
o
i
d
r
co
na Fol
sfiles
s
sd
ia do inte
de escola
e
Á g u a s d e s a n ta B a r B a r a
super Carnaval. Música eletrônica comsom
automotivo. 17 a 21/2: Matinês: 16h Bailes:
0h. local: Praça Padre Luis Stefaneli
Info: 14 3765-1321
a s s Is
assis tênis Clube: Animação da banda
Rold’s. Baile adulto: 18 e 20/2:_ 22h. Matinê: _16h. Convites: sócios (R$20), não sócios
(apresentados por associado - R$50),e mesa
com seis lugares (R$ 120). Local: Rua: Luiz
Carlos da Silveira, 10. Info: 18 3302- 6634
a Va r É
avaré Folia. 18 a20/2. shows: 18(Camisa
verde) 19 (Axé Bahia) 20 (ABR3) _17h.
Local: Largo São João
Carnaval Cultural 18 a 21/02_20h à 0h
Matinê: 19 a 21/02 _16h
Local: Largo São João
Carnaval na cidade: Concha acústica 18 a
20/02_23h . Info: 14 3732-8009
B e rn a r dI nO
Iguarapé Clube: Baile de carnaval com
Caique e Alessandro e Gergio e Lukas.
11/02_23h Convites:
R$13, R$15 e R$18 (3 lotes)
Carnaval CCI(Centro de Convivêcia doIdoso).
Matinê: 19/2_14h . Baile de carnaval : 19 e
20/2_21h30 Sócio R$ 3 não sócio R$ 6
Info 14 3346-2593
B O t u Ca t u
Blocos e escolas de samba.
18/2_20h _ Blocos Amigos da Vila Pinheiro,
Associação Atlética Ferroviária,Bloco dos Turistas, Bloco Estrela da Serra, Bloco 10 de Abril
e Bloco Mundo da Fantasia.
19/ 2 _20h _Escolas de Samba de Botucatu:
Estopim da Fiel e Gente Unida de vila Maria
20 /2 _20h Escolas de Samba de São Paulo:
Gente Unida de Vila Maria e Acadêmicos do
Tucuruvi. Local: R.Amando de Barros
18 a 20_20h _Blocos Cata Loko, Vai Quem
Quer e Pega Nada Não Local: Bairro Rural Rio
Bonito. 18 a20/2 Bloco Unidos da Mina, na
Mina ao lado do lago. Info: 14 3811 1488
Botucatu tênis Clube: Baile: 17/2_23h.
Bandas R$40, não sócio. Matinê: 18/2_15h
R$15, não sócio. Info 14 3882 4205
C er q u e Ir a CÉ s a r:
desfile de escolas de samba. “Unidos de
Cerqueira Cesar” e escolas de samba da região
18 a 20/2 _21h.Som com DJ e Banda Local:
Rua JJ Esteves no centro (avenida)
Info: 14 3714 7200
C h aV ant e s
Carnaval de rua. Animação: Schizofrenic
Machine. 18 a21/2 _21h. Matinezão: 21/2
_ 16h Local: em frente à Prefeitura.
Info: 14 3342-9200
e s p I rI t O s a nt O d O t u rV O
Carnaval de rua Animação:Dj Devadrums e
Dj Popota.18 a 21/2 _ 22h. Matinês: 19 e
21 _15h Local: Praça Central
Info: 14 3375-9500
Fa r t u ra
Carnaval de rua. Animação: Som Mecânico
com Dj Tiago Ferreira. 19 e 20/2 _21h Local:
Praça 9 de Julho. Info: 14 3308-9209
I p a us s u
Carnaval de rua. Começa com desfile da Escola de Samba Acadêmicos da Ilha Grande
(300 a 400 integrantes) e continua com Banda
Vitrine . 18/2 e 20/2 _21h. Local: Avenida
Central (desfile) e Praça do Lago (folia)
Info:14 3344-1852
p a L mI ta L
Carnaval de rua. Blocos da cidade. 17 a
21/2 _22h. Local: Pátio da Fepasa
Info:18 3351-9353
p I ra ju
Folia na praça. Banda Santa Fé e DJ. praça
de alimentação, apresentação de baterias das
escolas de samba e de blocos carnavalescos
de Piraju, além de telão exibindo os desfiles
de Escolas de Samba do Rio de Janeiro e São
Paulo.17 a 20/2 _20h bandas _22h. Praça
Ataliba Leonel (praça do centro) Matinê:
19/2: 15h e 21/2: 16h. Info: 14 3351 9588
st a . C r u Z d O r I O p a r dO
Carnaval na praça. Show com banda e ap-
rua e d
atinê
m
,
se
o
ã
l
muita diversão
a
es
resentação de blocos de percussão. 18 a 20/2
_21h. Matinês: 19 e 21/2 _13h Info:14
3332 4000
Icaiçara Clube. Bailes com animação da
Banda Tropical, prêmios para melhores fantasias, foliões e blocos. 17 a 21/2_23h. Matinê: 19 e 21/2_15h . Info: 14 3372 1470
Foto: Fabio Cabrera | divulgação Tatuí
Sã O m a n u e L
Carnaval na tenda, três noites de carnaval
Local: Recinto Mário Covas, menor acompanhado do pai 17, 18 e 20/2_23h.
desfile de rua Escolas de samba (AABB,
Samba no Sangue e blocos 18 e 20/2 _20
Local:Avehnida José Orácio Melão.
Matinês 19 e 21/2 _15h Encerramento do
Carnaval com animação de trios elétricos
fechando a Avenida Irmãs Cintra na altura do
santuário Santa Terezinha_19h.
Info: 14 3812 4400
s ã O p e d rO dO t u r V O
música ao vivo Banda New Sond Local:
Centro de Lazer do Trabalhador Entrada
franca.18 a 20/2_ 23h. 21/2_20h a _0h).
Matinê: 19 e 21/2_16h. Info:14 3377-1177
ta tu Í
esquenta Carnaval. Bateria da escola de
Samba Mocidade independente de Itu.
12/2_20h30. Local: Praça da Matriz.
Vai quem quer: Banda Lexo. Premiações
para melhores fantasias. 17/2_21h
Carnaval da Criançada: 18 e 21/2_16h
Carnaval de rua: 18 a 21/2_21h Desfile,
Cordão dos Bichos, Blocos Carnavalescos, Blocos de Abadá e Festival Regional das Ecolas de
Samba. show: Todas a noites de carnaval.
animação: NandaBel e Banda. grátis
Info:15 3259 399
t I mBu r I
Carnaval de rua: Show com Banda Charme
19 a 21/2_22h. Local: Praça da Matriz.
Carnacros: Carnaval + motocross) 18/2_
14h e 19/2_11h local: Ginásio de esportes
Info: 14 3389-9500
dica: Ligue antes de ir a um dos lugares
indicados. sempre é bom confirmar!
14 • meio
ambiente
Flavia Manfrin
Não adianta. Apesar de toda tecnologia e das
ondas da responsabilidade social, dos selos de
qualidade (ISO), inclusive ambiental, da sustentabilidade, que hoje é tão propalada, grandes
empresas, multinacionais, inclusive, ainda vêm
ao interior achando que o povo daqui é atrasado. O conversê gira em torno de ínfimas contrapartidas, as chamadas “mitigações”, que elas
nos propõem em troca de parte da nossa natureza ainda intacta, a mesma que o homem, especialmente o moderno, antenado e bacana do
ponto de vista social, busca refazer.
Ora por que devemos dar a essas empresas o direito de usar nossos rios de maneira que implica
perder sua natureza intacta? Primeiro, isso é
uma riqueza que poucos têm. Então vale muito.
Não essas porcarias de áreas de lazer (com supostos ganhos turísticos), pistas esportivas ou
qualquer pindangá que nos oferecem e que
podemos ter de muitas outras maneiras – e sem
custar nossa riqueza.
Tais empresas, se querem ganhar dinheiro gerando energia, que venham para nossa região
estabelecer a geração de energia por meio de
técnicas sustentáveis. Porque essa de represar
rios não é renovável e, portanto, sustentável. O
rio se perde. E tudo que deixa de ter o potencial
original contraria o conceito da sustentabilidade, pois não se pode medir o que pode acontecer com esses represamentos ao longo dos
milênios. Sim, temos que pensar no tempo que
foto: Flavia ROcha | 306
Caipiras sim, trouxas NãO
a terra já constatou ter: milênios!!!! Temos dois
contados só a partir do nascimento do Cristo,
para não ter dúvidas de que o tempo do planeta
é esse e não os míseros anos que vivemos.
O fato é que, não são necessários estudos profundos e caros para saber que não é nada atual,
modernos, ecológico, responsável ou sustentável gerar energia em pleno ano 2012 na base
da destruição de rios, havendo tantas opções,
inclusive mais baratas e ambientalmente inóquas, ou seja, preservacionistas. Capazes de
gerar, energia, lucros e empregos sem destruir
nada, especialmente nossas riquezas naturais.
O Paranapanema é lindo, vistoso. É um dos mais
importantes rios do Estado de São Paulo. Nasce
em lupércio e de depois de 929 km desagua no
rio Paraná. Gera um total de 2.237 MW de energia através de quatro usinas. Dessa vasta água
doce represada, Piraju mantém um pequeno
trecho ainda natural, ou seja, mesmo tendo
represas antes e depois de sua corredeira, ali o
rio ainda flui intacto. Nesta área, estão instalados parques, inclusive dentro do município, cujo
povo, muito antes de especialistas chegarem à
conclusão do aquecimento global, tratou de
garantir a preservação de sua natureza restante.
Na década de 70, portanto há cerca de 40 anos,
Piraju entendeu que era preciso preservar parte
do rio que atravessa a cidade e cuja ponte de
acesso, no centro, traz de um lado a água repre-
Águas do rio Paranapanema, em
Piraju. Ameça de novas usins pode
acabar com o pouco da natureza
intacta e protegida pelo município
sada e calma que se enfeita de barcos e nadadores, e do outro o rio caudaloso, selvagem, repleto de pedrarias e matos a embelezar-lhe as
margens. A solução foi aquela que é conhecida
como a maior garantia de preservação do
mundo civilizado: o tombamento. Esse termo,
que não explica, aliás confunde, garante que
ninguém mais pode destruir as características
originais de um patromônio. E que pode ser
aplicado em edifícios que demonstrem a natureza histórica de cada época e, naturalmente,
a natureza tal qual ela é.
FORA DA LEI _Piraju se garantiu, ainda, por
uma lei que garante prazo de 20 anos para avaliar se faz concorda em ter mais uma hidrelétrica
no trecho do rio que pertence ao município.
Ainda assim, essas empresas que possivelmente
ostentam selos de qualidade – esta aí algo a ser
verificado, uma dica aos ambientalistas de plantão –, insistem em incomodar o povo que poderia estar voltado para outras questões, já que
essa resolveu há décadas. Munidos de “espelhinhos para índios”, o que me faz lembrar o pronunciamento de um vereador de Santa Cruz do
Rio Pardo à época da audiência pública onde
empreendedores, também ostentando calibre
de grandes empresas, aqui apareceram para retalhar o rio Pardo, ainda intacto , com represas
para gerar energia irrisória a troco de mirrados
empregos e grande destrui-ção ambiental. O caso é, senhores empresários, grandes e endinheirados executivos dessas emrpesas: se nos
âmbitos públicos federal e estadual, politicos
corruptos fazem vista grossa ao estrago que
vocês querem fazer na nossa região, o Oeste
paulista, aqui não somos tão tolos, não somos
atrasados, não somos ignorantes. Querem gerar
energia – e todas as benesses que vocês insistem em dizer que teremos através de seus projetos hidreléticos – muito bem. Venham gerar.
Mas tragam projetos exequíveis. Possíveis de
serem postos em prática sem o ônus de destruir
nossa natureza ainda intacta. Parem de perder
tempo, de vocês e das cidades, discutindo o que
já está provado que é insustentável e atrasado.
Há regiões de vento, há área plana, há muito
combustível natural, como o bagaço da cana,
para vocês gerarem milhões de watts de energia. E sem estragar que é nosso, sem nos custar
nossa grande riqueza e, ainda, trazendo benefícios melhores. Ou então, vão catar coquinho!
ASSÉDIO das empreiteiras
Foi com grande indignação que a
maioria da comunidade pirajuense
recebeu a notícia da aprovação pela
ANEEL (Agência Nacional de Energia)
de novo projeto básico para a construção da Pequena Central Hidrelétrica - PCH Piraju II, publicada no Diário Oficial da União em 22/08/2012.
É apenas a aprovação de um projeto
básico, não é uma autorização para
construção da barragem. Mesmo
assim é uma afronta.
ameaça nossos rios
Das várias tentativas de quebrar a resistência da população para fazer
mais uma hidrelétrica em Piraju, esta
foi a mais sórdida e inescrupulosa.
Para dividir opiniões, estão oferecendo um “projeto” que daria vantagens
aos jovens canoístas da comunidade
em troca do barramento.
foto: Fernando Franco
Atitudes como esta, por parte da
União, pois apesar de ser autônoma
a ANEEL é uma instituição pública
federal, é uma afronta à Constituição
Federal e ao Pacto Federativo. Os municípios tem sim poder de decisão
quanto ao uso do solo. Veja o que a
lei: “Art. 30. Compete aos Municípios:I
- legislar sobre assuntos de interesse
local; II - suplementar a legislação federal e a estadual, VIII - promover, no
que couber, adequado ordenamento
territorial, mediante planejamento e
controle do uso, do parcelamento e
da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio
histórico-cultural local, observada a
legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.”
*RIcardo Assaf
Piraju vem reafirmando ao longo do
tempo, através de leis aprovadas em
diversas legislaturas, sua opção por
manter preservado o trecho do rio
onde se pretende criar uma nova barragem, e usar determinada parte de
nosso território para o desenvolvimento do turismo, em benefício da
população. É um direto que temos, e
um dever com as futuras gerações!
O que justifica um órgão público, como a ANEEL, simplesmente ignorar
a vontade da comunidade, firme e
legalmente expressa ao longo dos
anos? O que leva alguns políticos a
“se fazer de morto” frente a uma
afronta à nossa autonomia? Seria a
ínfima quantidade de 28,5 MWh a ser
gerada pela pretensa PCH Piraju II?
Ou seria o bom exemplo que esta comunidade dá aos outros municípios
que estão sofrendo assédio das barragens, já que há décadas protegemos o nosso rio?
Sabia mais em: www.riopardovivo.org e www.chegadeusina.com.br
Ao invés de treinar em corredeiras
naturais, algo muito elogiado por especialistas esportivos, a cidade “ganharia” uma pista artificial de canoagem. Ou seja, querem nos oferecer
em troca da destruição do único trecho natural do rio e de parques como
a Fecapi e o Dourado, algo que já
temos, com a diferença de que em vez
de uma pista natural, seria uma pista
artificial.
Os proponentes à construção da
usina, usam a perspectiva de futuro
de um grupo de crianças e jovens,
boa parte carente, desenvolvida e
mantida financeiramente pelos cofres públicos municipais a mais de 10
anos e que vem se destacando no
cenário nacional. Oferecem um projeto totalmente desconectado com a
realidade do município. Não foi feito
sequer um estudo de viabilidade
econômica, uma pesquisa de mercado que dê sustentação do projeto.
Trata-se de um projeto inviável e
fadado ao fracasso como empreendimento comercial. O município não
tem capacidade para assumir seus
custos de manutenção. Querem nos
impor um elefante branco, jogado
sobre a população, buscando convencer nossos vereadores a revogar
as leis municipais que protegem o último trecho do Rio Paranapanema
em calha natural. Sórdido!
É bom que saibam que a região já
contribuiu mais que o suportável
para a geração de energia para o
país. Nosso futuro está em nossas
mãos. Não abriremos mão de nossa
história e de nossos recursos.
*presidente da ADEVIDA, associação que defende a qualidade de vida em Piraju
16 • papo
cabeça _ onde ir
A pizza
Onde IR!
*Tiago Cachoni
avaré: 14 3732.5058
piraju:
piraju: 14 3351.1555
Ourinhos: 14 3325.1266
s.Cruz: 14 3373.2910
amanhecida
Sabe aquela pizza que fica melhor no dia
seguinte, amanhecida? Pois é com essa
analogia pavorosa (desculpem!) que
faço a introdução desta coluna, listando
alguns discos de 2011 que não citei mês
passado, quando da lista dos melhores
do ano, mas que valem (e muito) a audição.
NUDA – Amarénenhuma. Da nova geração pernambucana, em sua estreia, o
Nuda se mostra ao mesmo tempo desgarrado das clássicas bandas do movimento manguebeat, mas cultivando a
mistura de ritmos que deu destaque à
música de Recife nos anos 90. Samba,
bossa, reggae, jazz e música nordestina
resultando num disco de... rock! Ouça: “A
Maré Nenhuma”, “Toque Pra Calhetas” e
a versão para “Ode aos Ratos”, de Chico
Buarque e Edu Lobo.
NEVILTON – De Verdade. Já falei aqui
sobre esta banda de Umuarama, Paraná,
quando lançaram o EP Pressuposto há
exatos 2 anos. Suas músicas são bem tocadas, têm boas letras e melodias grudentas.
Fora
a
performance
arrebatadora do trio. Num mundo justo,
C I n e m a s
a rapaziada do rock estaria escutando
muito Nevilton hoje em dia. Ouça: “Pressuposto”, “Bolo Espacial” e “Paz e
Amores”.
MUNDO LIVRE S.A. - Novas Lendas da
Etnia Toshi Babaa. Ícone do manguebeat, Fred Zero Quatro e seu Mundo Livre
são realmente singulares. O nome do
disco já mostra isso. Contudo, a banda,
de temática e música cada vez mais hermética nos últimos trabalhos, retorna
num tom pop mais assimilável (à sua
maneira). O samba-rock de Jorge Ben e
os teclados dão o tom ao trabalho. Ouça:
“Constelação C.A.R.I.N.H.O.C.A. 7.3.2.4”,
“Eduarda Fissura do Átomo” e “Ela É
Indie”.
SIBA – Avante. Siba Veloso deixou de lado
a rabeca dos excelentes grupos Mestre
Ambrósio e Siba e A Fuloresta para voltar
a empunhar uma guitarra neste seu trabalho solo. Sua poesia é riquíssima e
merece atenção. O disco chega lembrar
o Cidadão Instigado (não à toa a produção é de Fernando Catatau, líder do
Cidadão). Ouça: “Preparando o Salto”,
“Ariana” e “A Bagaceira”.
*músico que procura desesperadamente a receita para tirar "Ai Se Eu Te
Pego" de sua cabeça. Aceita sugestões, embora descrente.
CaFeterIas
AVARé
estação Café_Salgados, doces,
sucos e cafés. 2ª_sab. após 10h,
dom após 19h. F: 14 3731.2828
OURINhOS
estação Baguete_Salgados,
sucos e cafés. Todo dia
6h30_22h | F: 3325.4124
dona Ica Café_ Cafés, doces e
salgados. Todo dia 8h-19h. | F: 14
3326.3498
SANTA CRUZ
sabor da Fazenda_ Bom
cardápio e ambiente gostoso. 2ª
a 6ª : 8h_18h | sab: 9h_15h |
F:14 3372.3871
restaurantes
BERNARDINO
donana_Peixes, risotos, massas. 3ª/sab: 18h_ 22h dom:
12h_15h | F: 14 3346.1888
OURINhOS
al Faiat_Cozinha diferenciada.
Boa carta de vinhos
F: 14 3326-9700
hikariya_ Comida japonesa no
jantar e almoço variado. 2ª- sab.
19h_0h | F.: 14 3322.7553
La parrill_ Comida argentina.
3ª/sab:11h_16h |19h dom: 11h
_16h. F.: 14 3324.9075
Le Lui_Ambiente e cardápio
sofisticados | 3ª- sab: 11h30 e
18h30 | dom. 11h30. F.: 14
3326.3762
PIRAJU
pirabar_ Almoço e casa noturna
à beira do Paranapane-ma. 3ª a
dom. | F: 14 3351.4387
torre de pisa_ Pizzaria com
forno a lenha. Chopp e porções.
3ª a dom. _19h
F: 14 3351.2684
SANTA BáRBARA
nossa Chácara_Buffet de
prratos quentes e saladas com direito a ótimos assados. Ligue
antes de ir. Local bucólico dentro
da cidade. 5ª a dom. | F: 14
3765.1545
SANTA CRUZ
pizzaria alcatéia_Pizzas crocantes, massas e carnes à beira da
piscina. 3ª-dom. 19h _23h. F: 14
3372.2731
torre de pisa_ Pizzas, chopp e
porções. F: 14 3372.8860
rancho do peixe_Cozinha caseira caprichada. 2ª/dom.
8h30_14h30_ 2ª/sab. 17h30_
0h. | F: 14 3372.4828
S. PEDRO DO TURVO
restaurante rosinha_Deliciosa comida caseira. 2ª a sáb:
11h30 às 15h | F: 14 3377.1241
B a r e s
PIRAJU
adrenalina’s_ Tilápia no alho
maravilhosa. Todo dia após 17h |
F: 14 3351.3370
taças e Cachaças_ Cachaças,
petiscos, pratos. Atendimento
diferenciado. 2ª_6ª: 18h |
sab/dom: 10h F: 14 3351.0811
BERNARDINO
quintal do romão_Bar com
som ao vivo, vale visitar.. 6a.s e
sab. 23h_4h
F.: 14 91328035
SANTA CRUZ
Bar da neusa (Bairro de sodrélia)_ Todo dia 8h_ 20h ou
até o último cliente. Sinuca e salgados.
Bar do Celsão (Bairro dos andrades)_ Drinks, assados e
porções. Aos domingos, almoço
caipira (a confirmar), no 2º
sábado do mês, festa de rock. 23h
às 4h
F: 14 9697.2224
nina Lanches_Tradição em
lanches. Todo dia 18h_0h | F: 14
3372.6555
Frutaria do Baiano_ Frutas selecionadas. R. Mal. Bittencourt c/
R. Benjamin Constant 8h_ 23h.
sorveteria união_ Sor-vete
artesanal e com ingredientes naturais. Todo dia 9h_23h | F: 14
3372.3644
BERNARDINO
pastelaria Bagdá_ O melhor
pastel da região 360. 2ª a sab.
horário comercial.
r O d O V I a s
PIRAJU-OURINhOS
| sp 270 ‹rapOsO taVares›
Cia. da Fazenda_Km 334:
Lanches e refeições com
destaque para pratos levando
palmito. | F: 14 3346.1175
OURINhOS-S.CRUZ
sp 352 ‹OrLandO quagLIatO›
restaurante Cruzadão_ Km
16: Restaurante-churrascaria.
24h. | F: 14 3372.1353.
Orquidário
restaurante
Café_Km 14: Lanches, sucos,
refeições, orquidário.Todo dia
7h_19h | F: 14 9782.0043
Varanda do suco_Km 27,5:
Refeições, sucos, salgados e
doces. Todo dia. 9h_19h | F: 14
8125.3433
S.CRUZ-S.PEDRO
pesqueiro paulo andrade
(saÍda sta.CruZ-s.pedrO) Peixes
frescos, aves e assados ‹sob encomenda›. F: 14 9706.6518
IPAUSSU-BAURU
sp 225 ‹eng. jOãO
BaptIsta CaBraL rennó›
paloma graal_Km 309: A melhor praça de alimentação da
região, loja, padaria e cafeteria.
24h | F: 14 3332.1033
estação Kafé_Km 316: Museu
, artesanato, e antigui-dades.
Lanches e restaurante vaipira.
24h | F: 14 3372.1353
OURINhOS-JACAREZINhO
Br 153 ‹transBrasILIana›
graal Ourinhos_Km 345: Buffet de saladas, pratos quentes e
grelhados. Loja e conveniência.
Todo dia _24h | F: 14 3324.6319
Locadora de Van
CADEIRAS DE ÁREA
F: 14 3372.4743
14 9743.5450
Consertos e confecção de
cadeiras de corda.
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17 • bem
viver
Por que não gostamos
de ESTuDAR?
Dizem que “a voz do povo é a voz de
Deus", ou seja, a opinião da maioria é o
senso comum e portanto uma verdade a
ser respeitada. Quando o assunto é estudar, se formos aplicar esse famoso ditado,
concluiremos que estudar é chato, afinal,
é o que se acostumou dizer a maioria.
Seguindo esse raciocíno, tratamos de esculhambar quem gosta de estudar, uma
minoria que é chamada de nerd ou de
CDF, sigla cujo significado não vale a
pena detalhar.
A questão que trago ao leitor é: Por que
não gostamos de estudar? Afinal, se não
for o estudo, nunca saberemos nada,
nunca seremos algo na vida, nunca realizaremos o sonho de ser médico, dentista, jornalista, piloto de fórmula 1…
Opa, piloto precisa estudar? Claro que
sim. Ele precisa saber de mecânica, de
aerodinâmica, de física. E isso se aprende
na escola. Há sim muitos que aprendem
na prática, mas se tivessem se aplicado
durante os anos escolares, do ensino fundamental ao médio, teriam muito mais
noção do que estão lidando do que
partindo do zero.
O sonho frustrado do ídolo de futebol –
A resposta para minha pergunta, talvez
resida da grande diferença entre "ser” e
"ter". Há cerca de uma ou duas décadas
ou mais, as pessoas, especialmente crianças e jovens, sonhavam “ser” alguma coisa. “Quero ser médico!", “Eu, quero ser
ator!", “Eu quero ser bailarina!", “E eu engenheiro!”, discutiam crianças e pré-adolescentes em rodinhas escolares. Isso
mudou, e muito. Hoje, essa turma almeja,
em maioria é bom dizer, " ter” muito dinheiro. A forma varia. Pode até ser como
médico ou engenheiro, mas ganhar na
loteria, virar celebridade através de realitys shows ou ser um ídolo de futebol passaram a ser o sonho da moçada.
Pura ilusão – O fato é que numa sociedade onde as pessoas buscam “ter”
algo em vez de “ser” alguém traz muitas
frustrações. Ainda mais quando a distância entre os que têm muito e os que têm
VIVER e não envelhecer
*José Mário Rocha de Andrade
Roger Federer, um dos melhores tenistas de
todos os tempos, disse
que ama jogar
tênis: “porque
estou sempre
aprendendo”.
Há 6 anos eu e
alguns amigos
criamos
em
Campinas um
grupo de estudos de
Estrabismo. Na busca
para encontrar um nome
para o grupo descobri que a
palavra Escola foi criada na Grécia
clássica 2.500 anos atrás: “scholé”, que
para esses gregos significava “o lugar do
ócio, onde as pessoas refletem e debatem”.
Naquele mundo em que trabalhar era literalmente suar arando a terra, sendo ferreiro, marceneiro… aquelas pessoas que
viviam refletindo e debatendo e que criaram
a base da nossa cultura ocidental eram, definitivamente, ociosas. Todo mês a Schole de
Estrabismo se reúne e, depois de um dia
árduo atendendo pacientes, ou fazendo
cirurgias, vamos para
a Schole, para o
ócio, refletir e debater e aprender.
Há um ditado que
diz que você
começa a envelhecer
quando perde a vontade para aprender e outro
que diz que se você acha que
sabe fazer uma coisa, mas não
faz você não sabe. De tanto ver
minha mãe fazer sua lasanha maravilhosa eu decorei cada passo e achei que
sabia fazer. Descobri que não sei. Pra ser estudante de verdade há que botar a mão na
massa, ver e sentir o fruto do trabalho. E
quando esse fruto traz a alegria da conquista, aquele tipo de alegria que brilha na
cara do bebê que deu seus primeiros passos,
você não quer mais parar de aprender. E
nunca será um velho, mesmo que tenha 100
anos, estrias, celulites, flacidez, artrose, etc.,
etc…
*médico santa-cruzense radicado em Campinas | [email protected]
o suficiente é gigante,
como é no Brasil,
um dos países de
maior concentração de renda
do mundo. Além
disso, poucos são
os atletas e celebridades que realmente ganham
os milhões anunciados pela mídia. Sem
contar que podemos perder o que
temos, mas nunca deixaremos de ser o
que somos. Os pais deviam parar para
pensar nisso e ensinar os filhos a valorizar
a escola através do respeito, por exemplo
A melhor herança – Quem presta
atenção na vida que esses ídolos levam e
no que eles se tranformam percebe que,
se eles tivessem tido uma boa educação,
o que inclui frequentar a escola e estudar
bastante, talvez seus destinos fossem
mais admiráveis. Bebedeiras, drogas, relações furtivas e muita vulgaridade fazem
parte de seus "currículos”, ou de sua experiência de vida. Têm dinheiro, mas mal
artes: Franco Catalano Nardo | 360
*Fernanda Lira
s
sabem se comportar. Os filhos dessas
pessoas nem sempre conseguem escapar das armadilhas desse destino sem
letras e sem consciência do que se faz,
coisa que a escola levada a sério nos
garante. Mas é notório que muitos desses
ídolos, quando chegam lá e podem fazer
o que querem, investem na educação escolar dos filhos, para que eles sejam pessoas admiráveis pelo que são. E não pelo
que têm. Afinal, essa é a melhor herança!
*jornalista paulistana que adora o interior
| [email protected]