Carla Sofia Castro Pinheiro

Transcrição

Carla Sofia Castro Pinheiro
Perfil dos Técnicos de Anatomia Patológica
Competências dos Citotécnicos em Portugal
Carla Pinheiro
Laboratório de Citopatologia, Serviço de Anatomia Patológica,
Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil E.P.E
Outubro 2015
[email protected]
O início…
• Decreto-Lei nº 384-B (30/09/1985)
• Portaria nº 256-A (28/05/1986)
• “Controla as diversas fases de
tratamento dos tecidos biológico (…)”
• Decreto-Lei nº 564 (21/12/1999)
* TDT – Técnido de Diagnóstico e Terapêutica
Formação especializada de nível superior
Licenciatura
Autonomia Técnica
Conceber
Planear
Organizar
Aplicar
Avaliar
Técnico Coordenador
Decreto-Lei
nº 564
(21/12/1999)
Formação em Portugal

Licenciatura em Anatomia Patológica, Citológica e
Tanatológica (APCT)




Duração: 4 anos
4 escolas: 2 públicas e 2 privadas
Formação mais específica
Área da citologia
 Unidades curriculares: citologia esfoliativa (ginecológica e
não ginecológica) e aspirativa – 3 semestres
 Estágios: 8 semanas de cit. ginecológica e 6 semanas de cit.
não ginecologica
Formação em Portugal
Fusão




1.º Relatório sobre propostas
de “agregação/fusão” de 1.os
ciclos de estudos
(30 de Dezembro de 2013)
Duração: 4 anos
7 escolas (até ao momento)
Formação mais abrangente
Área da citologia
 Unidades curriculares: citologia esfoliativa (ginecológica e não
ginecológica), aspirativa e hematologia - 2 semestres
 Estágios: 3/4 semanas de citologia ginecológica
 Provável especialização com grau de mestre – 1,5/2 anos
APCT – Anatomia Patológica, Citológica e Tanatológica
ACSP – Análises Clínicas e Saúde Pública
Formação em Portugal
Licenciatura
Até 2014
Desde 2014
Anatomia Patológica,
Citológica e Tanatológica
Ciências Biomédicas
Laboratoriais
4 anos
4 anos
Nº escolas
4 : 2 públicas e 2 privadas
7: 6 públicas e 1 privada (2015/16)
Formação
Mais específica
Mais polivalente
Área da
citologia
U.C.: Citologia esfoliativa (gin e
não gin) e aspirativa (CAAF) (3
semestres)
Estágios: cit. gin. (8 semanas) e
cit. não gin. (6 semanas)
U.C. : Citologia esfoliativa (gin e
não gin), aspirativa e
hematologia (2 semestres)
Estágios: cit. gin. (3/4 semanas)
Duração
Pós-graduação em Citologia
Ginecológica (2009/2010)
Provável especialização com grau de
mestre (1,5/2 anos)
Formação em Portugal

Após a licenciatura e entrada no mercado de trabalho há uma
formação interna e contínua no laboratório (in job) e formações
externas (workshops, cursos, …)

Citotécnicos
 Portugal – pontual

Europa - UK e EFCS*
* The European Federation of Cytology Societies
Citotécnico - exercício profissional
Diário da República
Carreira de Técnico de
Diagnóstico e terapêutica
DL 564-99
(Formação especializada de
nível superior)
Citotécnico - exercício profissional

Apesar de ser usado no quotidiano, o termo citotécnico não está previsto na
lei portuguesa.

Não existe legislação que defina quem são nem qual o seu papel.

Única referência no DR é a Portaria 50/97 do Ministério da Saúde que regula a
formação do internato complementar em anatomia patológica, onde é
referido no n.º 6.1.2 que um dos objetivos do médico interno na área da
citopatologia é:
“supervisionar o trabalho dos citotécnicos…”

Outra referência na publicação da Direção-Geral da Saúde (2003) que trata da
rede de referenciação hospitalar em anatomia patológica onde se diz que:
“Em Portugal não estão regulamentadas nem
a formação nem a atividade dos citotécnicos.”
Citotécnico – problemas…

Interesses económicos

Contratam CT por um valor baixo


Os profissionais mais especializados não aceitam por
isso os CT contratados têm menos experiência…
Também depende da integridade de caráter do diretor
clínico
Funções dos citotécnicos
Screening




Citologia ginecológica
Citologia não ginecológica (somente SB, EB, LBA, expetorações,
urinas, corrimentos mamilares)
CAAF dos exames extemporâneos
Controlo de qualidade da citologia ginecológica
(screening rápido de 30 segundos dos casos negativos)
Screening

Citotécnicos:

Devem ter formação específica no
screening

Devem ser certificados periodicamente

Citotécnico sénior – 5 anos de
experiência

Revisão de casos com alterações

Maior grau de autonomia
Arbyn, R. et al (2008). European guidelines for quality assurance in cervical cancer screening.
European communities: Internationa agency for research on cancer.
Técnicos de anatomia patológica com funções de screening
Devem ter formação específica no screening
Devem ser certificados periodicamente para essa função
Cytology/surgical pathology correlation
Review of previous pathology material
Intradepartmental review of material before release to other institutions.
Review of outside diagnosis of in-house cases
14 R. et al (2008). European guidelines for quality assurance in cervical cancer screening. European communities: Internationa agency for research on
Arbyn,
cancer.
Screening
Biomedical Scientists
“The third group is biomedical scientists who carry out all of the same roles
as cytology screeners and some of the roles of Cytopathologists. Recently the
role of advanced practitioner has been developed, where suitably experienced
and qualified biomedical scientists take a diagnostic role similar to that of
the Cytopathologist and are involved in the clinical management team for
groups of patients.”
https://www.ibms.org/go/biomedical-science/careers-jobs/careers-cytology
Screening

Workload dos citotécnicos
O volume de trabalho diário deve ser controlado:
Depende do método utilizado (meio líquido, convencional, sistemas
de imagem)
No máximo 80 casos por dia (UE); 100 casos (EUA)
Máximo 10/12 casos por hora
Não efetuar mais do que duas horas de screening sem intervalo
Primeiro screening não deve exceder as seis/oito horas diárias
Arbyn, R. et al (2008). European guidelines for quality assurance in cervical cancer screening. European communities: Internationa agency for research on
cancer.
Exames extemporâneos
Participação dos citotécnicos
nas técnicas de pneumologia e gastroenterologia
Exames extemporâneos

Responsabilidades

Matriz de responsabilidades

Responsabilidades
definidas
nas
atividades

Liderança
dos
processos
bem
definida
APORMED. (2007). NP EN ISO 15189:2007. Instituto Português da Qualidade.
Outras funções
Organização de
eventos
científico
Ensino
Investigação
Associativismo
O futuro da citologia

Debate preocupante sobre o futuro do CT

As escolas de CT estão a fechar devido ao desemprego (região de Boston)
40% das raparigas e 25% dos rapazes já estão vacinados nos
EUA
Método de co-testing (citologia + teste HPV)
Problema!
Existem muitos laboratórios a fazer a tipagem
de HPV mas só existem 2 testes são validados
pela FDA*…
*Food and Drug Administration
O futuro da citologia
“Current
2011
screening
guidelines
recommend either 3-year cytology intervals
or, for women aged 30-64 years, 5-year cotesting intervals.”
Massad et al. 2012 Updated Consensus guidelines for the management of abnormal cervical cancer screening tests and cancer precursors. American Society
for Colposcopy and Cervical Pathology Journal of Lower Genital Tract Disease, Volume 17, Number 5, 2013, S1YS27
O futuro da citologia

Competências dos CT nos EUA
Exames Extemporâneos
CAAF
Cit. não ginecológica
Cit. ginecológica
A citologia anal
é pouco
representativa
O futuro da citologia

Soluções apresentadas ao CT:


Expandir e procurar novas áreas.
Validar técnicas histoquímicas (Ziehl-Neelsen), imunocitoquímicas e
moleculares (SISH, …).
Diagnóstico do patologista
Interpretação vista e assinada pelo CT

NGS- new generation sequencing
Fonte: http://www.illumina.com/content/dam/illuminamarketing/documents/products/illumina_sequencing_introduction.pdf
O futuro da citologia

Soluções apresentadas ao CT:


Requalificar e apostar na formação para outros mercados
Rastreio de citologia ginecológica deixa de ser um exame de
rastreio

É preciso melhorar o screening (ver melhor pois teremos casos
mais complicados) mas com menos lâminas (devido à tipagem)
Obrigada pela vossa atenção!
Manuela Ottolini
(Artista que esteve no IPO e que desenhava e pintava o que via ao microscópio para ajudar na aprendizagem dos
patologistas, numa altura em que os livros nesta área eram escassos)
[email protected]
Referências bibliográficas

“25 anos de Evolução Técnico-científica”, Associação Portuguesa de Técnicos de
Anatomia Patológica, Fevereiro de 2011

APORMED. (2007). NP EN ISO 15189:2007. Instituto Português da Qualidade.

Arbyn, R. et al (2008). European guidelines for quality assurance in cervical cancer
screening. European communities: Internationa agency for research on cancer.

Biomedical Science: https://www.ibms.org/go/biomedical-science/careersjobs/careers-cytology

Direção-Geral da Saúde. (2003). Rede de Referenciação Hospitalar em Anatomia
Patológica. Lisboa. Direção-Geral da Saúde.

Massad et al. 2012 Updated Consensus guidelines for the management of
abnormal cervical cancer screening tests and cancer precursors. American Society
for Colposcopy and Cervical Pathology Journal of Lower Genital Tract Disease,
Volume 17, Number 5, 2013, S1YS27

Roque R. A APTAP, a. citologia e os citotécnicos. Fevereiro de 2011- In 25 anos de
evolução técnico científica. ISBN: 978-989-97175-0-3.