Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"

Transcrição

Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 11 - nº 102 - Abril/2010
Distribuição Gratuita
As Grandes Médiuns
do Espiritismo
Primeira parte
Nesta Edição:
Homenagem a Chico Xavier
Reorganizando a Casa Íntima
Das Ocupações e Missões dos Espíritos
PROIBIDA A VENDA
Editorial
editorial
(Lembrando Centenário de Chico Xavier e 141 anos do desencarne de Kardec)
Baseado na palestra do Dr. Homero Moraes Barros em 05 de Outubro de 2006, no Núcleo
de Estudos Espíritas Amor e Esperança.
Na época de Moisés, o mediunismo foi proibido porque o povo não estava preparado
para exercer a mediunidade, mas os tempos mudaram e, hoje, esta proibição não tem mais
fundamento.
Em 1862, Kardec fez uma viagem espírita (ver livro “Viagem Espírita em 1862” – Allan
Kardec, editora O Clarim). Visitou várias cidades, por sete semanas, reunindo-se com
representantes de alguns grupos espíritas. Vale dizer que esta viagem foi custeada com
dinheiro do próprio bolso de Kardec.
No período de 1860-1862, as pessoas se interessavam apenas pelos fenômenos espíritas
(materializações, comunicações de espíritos etc.). Em 1860, eram contadas centenas de
adeptos do Espiritismo. Em 1861, já eram cinco a seis mil e, em 1862, cerca de vinte e cinco a
trinta mil adeptos. Este número aumentou quando o Espiritismo conseguiu provar a existência
da Espiritualidade.
Kardec abordava que o Espiritismo tinha inimigos, mas que não devíamos sofrer com
isso. Dizia que os opositores espirituais classificam-se em: autoridades civis e autoridades
religiosas e que um grande inimigo do Espiritismo é o materialismo.
Como vencer esses adversários? Sabendo os motivos por que nos atacam.
Dentro dos motivos, estão os médiuns profissionais.
Como Kardec combateu a venda da mediunidade (o mercantilismo), tinha, então, terríveis
inimigos. Dizia: “O mercantilismo tem que ser combatido”.
Sofria também ataque dos adeptos do Espiritismo. Alguns se aproveitavam do Espiritismo,
mesmo sem serem médiuns, usando a doutrina para se locupletarem. Não só aquele que
se aproveita do Espiritismo do ponto de vista material, mas há os que se aproveitam do
Espiritismo moralmente, salientando a sua vaidade, pois o indivíduo se projeta na sociedade,
na política, através do Espiritismo.
Kardec dizia que o combate ao Espiritismo ajudava e muito. Não respondia a acusações
indébitas dirigidas a sua pessoa, mas respondia àqueles que o questionavam do ponto de
vista doutrinário.
Espiritismo gera superstição, se houver má utilização e falta de conhecimento da
mediunidade. Quem conhece o Espiritismo jamais usará esses artifícios, pois sabe que temos
a livre escolha, o livre-arbítrio, mas, depois, iremos responder segundo as Leis Espirituais que
nos regem.
Jamais ia atrás de alguém, quando este se afastava. Era muito condenado por isso, mas
dizia que não iria se impor a ninguém.
O que o Espiritismo propõe? O Espiritismo combate a fé cega e o materialismo. O
Espiritismo ensina a verdade e esclarece. O Espiritismo é a união entre ciência, filosofia e
religião.
A França não se tornou um país espírita porque só se interessou pelos fenômenos. Hoje,
o Brasil é o país espírita (vide livro: Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho – Irmão
X – psicografado por Francisco Cândido Xavier).
No Brasil antigo, a forma mais usada para atacar o Espiritismo era dizer que tinha parte
com o diabo. Não aceitavam o magnetismo, chamavam-no de sonambulismo e a ciência
aceitou essa denominação.
Através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, o Espiritismo, no Brasil, adquiriu
grande força e divulgação mundial. Chico Xavier exerceu sua mediunidade com disciplina
e dedicação, aplicando na íntegra os ensinamentos do Mestre Jesus, assim como já estava
atuando em encarnações anteriores, até mesmo na Codificação.
Espíritas crentes são aqueles que percebem o conteúdo da doutrina, propósito moral como
um todo, mas acham lindo esse aspecto moral para os outros, não o aplicando a si próprios.
Espíritas verdadeiros, ou praticantes, acreditam na doutrina e praticam o Evangelho.
Entendem que “Fora da Caridade não há Salvação”.
Qualidades do médium: modéstia, simplicidade, desinteresse, aceitar críticas, dar de graça
o que de graça recebeu.
Deveres dos espíritas: melhoria pessoal, responsabilidade, participação consciente,
manter ambiente elevado, buscar sempre a harmonia, amar o próximo como a si mesmos.
Melhoria pessoal é desenvolver as duas asas: amor e sabedoria.
Devemos abolir as práticas exteriores que, comumente, vemos serem adotadas por alguns
agrupamentos espíritas.
O grande objetivo do Espiritismo é a transformação moral da humanidade.
O Espiritismo tem um leme: caridade. É esse leme que devemos seguir, com a bandeira:
“Fora da Caridade não há Salvação”.
Caridade é a consubstanciação do amor. Amor é a consubstanciação de todas as virtudes.
A caridade é a antítese do egoísmo. Nós somos a soma de cada um de nós.
Enquanto não perdoarmos, guardarmos ressentimentos, mágoas, não teremos paz.
A fé ilumina nosso caminho e a humildade nos ajudará a caminhar por ele.
ÍNDICE
Grandes Pioneiros: As Grandes Médiuns do
Espiritismo ‑ Primeira Parte - Pág. 3
Tema Livre: Amanhã - Pág. 9
Homenagem: Chico Xavier - Pág. 10
Contos: Pedrinho e o Egoísmo - Pág. 11
Livro em Foco: Família - Pág. 13
Família: Reorganizando a Casa Íntima - Pág. 13
Cantinho do Verso em Prosa: Norma de Vencer
- Pág. 14
2
Canal Aberto: Trabalhadores da Última Hora Pág. 14
Clube do Livro: Desencanto - Pág. 15
Atualidade: Política - Pág. 15
Pegadas de Chico Xavier: Sonho de Uma Tarde
de Verão - Pág. 16
Kardec em Estudo: Das Ocupações e Missões
dos Espíritos - Pág. 18
Calendário: Abril - Pág. 19
Publicação Mensal
Doutrinária-espírita
Ano 11 - nº 102 - Abril/2010
Órgão divulgador do Núcleo de
Estudos Espíritas Amor e Esperança
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Tiragem
12.000 exemplares
Distribuição Gratuita
Grandes Pioneiros
grandes
pioneiros
As Grandes Médiuns do Espiritismo
Primeira parte
Analisando os princípios doutrinários, Allan Kardec trouxe
a luz ao mundo: a existência espiritual, isto é, a continuidade
da vida após a morte do corpo carnal. Porém, até serem
concluídas e confirmadas as comunicações dos espíritos
para com os “vivos” na Terra, muitas foram as polêmicas
surgidas pelos materialistas e os religiosos de todos os tempos, por não aceitarem, aqueles, a imortalidade do espírito
ou alma.
Na antiguidade prevalecia a máxima: “Conhece-te a
ti mesmo”, porém eles não se conheciam. As discussões
entre os filósofos e outros materialistas eram em torno da
existência da alma. Para os filósofos, no homem havia a
dualidade entre a alma e o corpo e, para os materialistas, a
alma não existia, pois só o corpo vivia, por ser matéria. E,
para os religiosos, a Igreja pregava a existência da alma,
enquanto houvesse vida no corpo. Havendo a morte, a alma
desapareceria, por ser imaterial.
Seguindo, porém, o roteiro necessário para o progresso
da humanidade, Sócrates, o grande filósofo grego, pregava
a existência eterna da alma. Vindo com a importante missão
de esclarecer ao mundo a Eternidade, Sócrates reencarnado em sua missão divulgava, com sua convicção, que o corpo era simplesmente um instrumento de manifestação onde
a alma daria ao corpo nova oportunidade de vida.
Platão, discípulo de Sócrates, conseguiu entender os
ensinamentos de seu mestre e continuou os estudos sobre
a alma. Chegou à conclusão de que realmente havia dois
mundos: o material e o mundo das almas. Portanto, Platão
aceitava que a alma tinha vidas anteriores, e retornava para
animar um corpo físico.
Aclamado como “príncipe dos filósofos”, Aristóteles seguia a teoria dos seus antecessores, acreditava na imortalidade da alma. Para ele, as discussões dos sábios em torno
da matéria e da alma eram justamente por unirem a inteligência como sendo a alma. Não conseguiam distinguir que
a matéria e a inteligência são independentes. O corpo físico
pode viver sem inteligência, mas esta só pode se manifestar
Sócrates
Platão
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
através dos órgãos materiais.
Talvez, ainda, a confusão se tornasse mais crescente por
acharem que a inteligência fosse a alma.
Prosseguindo a defesa desses três filósofos, em torno da
certeza da imortalidade da alma, eles confirmavam também
que os instintos eram os vícios, arraigados no passado de
cada indivíduo. Esclareciam, ainda, que Deus dera ao ser o
livre-arbítrio isto é: fazer uso do raciocínio pela razão, trazendo, através da escolha, o melhor ou o pior para a sua
existência.
Sócrates, ao conversar com os jovens de sua época, ensinava que o fatalismo não existia. O retorno da alma ao
corpo é que os influenciaria em sua vida atual, pelo bem, ou
pelo mal praticados no passado.
As novas ideias foram-se fixando. Com o tempo e com a
Espiritualidade trabalhando ativamente sobre a humanidade, os fenômenos mediúnicos começaram a tomar sentido
e a despertar os povos para as manifestações mediúnicas.
Após o período dos sábios da antiguidade, outros grandes nomes surgiram.
Entre os que pesquisaram e foram a fundo, trazendo a
lume os mais variados aspectos sobre a mediunidade estavam: William Crookes, Gabriel Delanne, Cesar Lombroso, Alexandre Aksakof, Charles Richet e o Codificador Allan
Kardec, entre outros.
William Crookes foi um grande estudioso sob vários aspectos, principalmente o científico. Ele queria achar a verdade sobre a Doutrina Espírita. Onde ela estaria? Com os
espiritualistas, ou com os materialistas, ou os religiosos?
Primeiramente, ele estudou a luz polarizada; para isso,
buscou encontrar soluções através dos raios solares sobre
a Terra. Na Astronomia, pesquisou a Lua e a abóboda celeste, por meio de fotografias, o que levou a rainha da Inglaterra, através da Sociedade Real de Londres, a contratá-lo
monetariamente para observar um eclipse, em local apropriado a esse acontecimento.
Aristóteles
William Crookes
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os mais conceituados médiuns da InglaForam muitos os estudos científicos
terra. Estes se propuseram a colaborar
feitos por Crookes, principalmente quancom Crookes, pois eram tidos e ironizados
do descobriu os três estados da matéria:
como “bruxos”. Continuando com suas
sólido, líquido e gasoso. Isso talvez não
experiências, Crookes, tomando as mãos
suscitasse tanto interesse quanto à dese amarrando os pés de um médium, viu
coberta de um quarto estado da matéria,
uma pequena mão entregando-lhe uma
o Faraday, denominado matéria radianflor, levemente perfumada.
te. O importante dessa descoberta, para
Crookes, foi que a matéria, em sua essênObservou, logo após, que era a mão de
cia, devesse ser uma e que os corpos váuma criança que estava sentada no colo
rios, que caem em nossos sentidos imperde uma senhora, ao seu lado. O Espírito
feitos, não são senão um grupo formando
era da criança.
uma estrutura molecular, apropriada à
Outro sábio, famoso por suas pesquimatéria densa.
sas com relação às materializações, foi
Queria Crookes confirmar, com todos
Alexandre Aksakof. Foi professor da Acaesses estudos científicos e físicos, que
demia de Leipzig, diretor da Psychische
os fenômenos espíritas eram reais. PuStudien e Conselheiro particular de Sua
blicando toda essa minuciosa análise no
Majestade, o Imperador da Rússia. Em
“Quarterly Journal of Science”, a notícia
uma de suas obras, “Animismo e EspiriAlexandre Aksakof
caiu como uma verdadeira bomba sobre
tismo”, ele comenta uma entrevista reatodos os adversários da Doutrina Espírilizada através de materialização. Essa
ta. Principalmente quando Crookes citou
reunião aconteceu na casa da médium,
ter observado, pesado e medido os fenôsenhorita Florence Cook. O Espírito mamenos mediúnicos que presenciou.
terializado chamava-se Katie King.
Descreveu que, estando num quarto
Para Aksakof, esse fenômeno já não
fechado, com algumas pessoas sentalhe causava admiração, pois estudou e
das ao redor de uma mesa, esta produziu
aceitou plenamente o Espiritismo. Não
pancadas em diferentes locais do quarto.
ficara fazendo suposições a respeito da
Em dado momento, objetos eram levantaimortalidade da alma porque, para o bom
dos, pairando no ar sem que ninguém os
senso de quem quer que raciocinasse,
movimentasse. Citou ter presenciado que
veria, por razões lógicas, que Deus não
flores molhadas de orvalho caíram sobre
perderia tempo em criar o mundo e uma
a mesa. Em outras ocasiões, Crookes viu
humanidade para exterminar tudo e toque, junto a algumas pessoas, estando
dos, repentinamente. Mas estava semas portas fechadas a cadeado, aparecepre atento às fraudes; por isso, sua obra
ram “seres” que atravessaram as paredes
Animismo e Espiritismo se tornou necesLivro “Animismo e Espiritismo”
e até adentraram o recinto, pelas janelas
sária aos que analisavam os fenômenos
Volumes 1 e 2 - Editora FEB
hermeticamente fechadas.
mediúnicos.
Notou que essas manifestações se produziram sem cauSabendo do profundo interesse de seu amigo Willian
sa conhecida. Pediu, então, para que essas manifestações,
Crookes em publicar e aceitar apenas o que via e analisaatravés de médiuns, fossem feitas em seu laboratório, para
va, convidou-o para assistir a uma reunião de materialização,
serem pesadas, medidas e, pelo aspecto científico, mostrapara acompanhar de perto o desenvolvimento da sessão.
rem-se reais. Afirmava ainda que tudo fora realizado com
Estando em Londres, Crookes foi recebido pela família de
Florence Cook, a médium de materialização.
Após os preparos com a médium, sentada e
com as mãos e o corpo amarrados pelos cintos que a prendiam, Crookes se certificou que,
como fora preparada para a realização do fenômeno, não poderia haver fraude.
Dali a poucos minutos, com o ambiente
iluminado por uma tênue luz, ele começou a
perceber, assim como todos os que assistiam
ao fenômeno, a aparição de um ser, em pé,
vestido todo de branco. O rosto descoberto,
porém a cabeça era envolta com um véu,
também branco. Era Katie King.
O Espírito, materializado, estendeu a mão,
na qual havia um pote de doces, que ofereceu
a Aksakof, seu conhecido de outras sessões.
Aksakof pergunta-lhe:
— De onde vem esse doce?
Com a voz abafada e meio rouca, respondeu com humor, fazendo os assistentes rirem:
— Da cozinha, ora...
Florence Cook
4
Katie King
informava o endereço completo e
William Crookes aproveitou para
dizia que Eusápia era uma excefotografar o fenômeno. As fotos
lente médium e que ele gostaria
revelaram a Crookes o que ele reimensamente de poder se manialmente queria saber: a médium
festar através dela, pelos efeitos
Florence Cook e o Espírito materialida materialização, contribuindo,
zado de Katie King eram duas indivicom isso, para o avanço dos esdualidades distintas.
tudos, para a confirmação da conContinuando os estudos sobre
tinuidade da vida no além-túmulo.
materializações, que deram início
A senhora inglesa, de imediato,
a valiosos estudos com respeito à
deixando o local, foi em busca do
imortalidade da alma, o professor
endereço fornecido pelo Espírito.
Cesar Lombroso veio a ter conheciPerguntando aqui, batendo de
mento da mediunidade de Eusápia
porta em porta, após localizar o
Palladino, através do professor Erpequenino prédio, encontrou ficole Chiaia, que muito a admirava.
nalmente o local da moradia. Foi
Eusápia Palladino, nascida em
a própria Eusápia quem a atenMinervino, Itália, no dia 31 de mardeu. A senhora inglesa expôs-lhe
ço de 1854, era filha de camponeo sucedido, mostrando-lhe a menses napolitanos. Cresceu em meio a
sagem. Eusápia espantou-se:
muita pobreza. Viu seu pai ser morto
— Como? Não conheço essa
por malfeitores. Não aprendeu a ler
entidade... Sinceramente, não sei
e só falava napolitano e, muito pouEusápia Palladino
o que fazer, falava Eusápia, esfreco, o italiano. Dotada de inteligência,
gando nervosamente as mãos.
tornou-se, em breve tempo, uma
boa intérprete em francês, idioma que aprendeu a falar com
A senhora inglesa, acalmando-a, disse-lhe:
fluência, quando os turistas franceses visitavam os lugares
— Ora, é só comparecer à sessão e veremos o que poaprazíveis da Itália.
derá acontecer. Esteja amanhã às oito horas e eu falarei
Muito nova, casou-se com o senhor Raphael Deldaiz,
com o presidente dos trabalhos. Mostrarei a mensagem e
com quem foi muito infeliz. Ele, um homem rude, a maltrataesperaremos o resultado, está bem?
va e a explorava fisicamente em sua moral. Porém a bondaNa noite seguinte, Eusápia lá estava se encontrando com
de habitava seu coração. Repartia o que possuía com todos
a senhora inglesa e foi levada a sentar-se num local reserque, como ela, eram necessitados. Seu espírito caritativo
vado. Poucas pessoas participavam das reuniões. Muitos
não lhe permitia ver a dor do semelhante sem chorar junto.
ali compareciam para aliviar suas tensões nervosas e, em
Talvez seu casamento tenha sido tão cheio de atritos com
ouvindo falar sobre a existência de Deus, mudavam seus
seu companheiro, porque este não conseguia entender as
pensamentos.
visitas que ela fazia, levando para os lares carentes o pouco
Naquela noite, a curiosidade de todos estava sobre a preque tinha em sua casa. Isso, para o senhor Raphael, era
sença de Eusápia. Alguns dos componentes encarnados,
uma loucura de Eusápia.
que colaboravam na casa espírita, conheciam Eusápia pelo
Algum tempo passado, ele a abandona. Eusápia não se
seu desprendimento das coisas materiais, porém aguardadesespera. Como confiava em Jesus, sabia que, dali por
vam o resultado da reunião.
diante, seu caminho estava aberto. Começou a frequentar
O marido da senhora inglesa, o senhor Damiani foi apreas reuniões numa casa espírita. Sua mediunidade ainda
sentado a Eusápia pela sua “descobridora”, a senhora inglenão estava sendo aproveitada.
sa. Seria ele que dirigiria a reunião. Eusápia ficou tranquila,
Um fato muito curioso veio a acontecer numa reunião parporque sentia confiança em sua nova amiga.
ticular, realizada na casa de uma senhora inglesa, casada
O senhor Damiani tinha conhecimento dos fenômenos
com um senhor napolitano, onde o Espírito John King ende materialização; por isso a reunião teve início depois dos
viou uma mensagem endereçada à médium Eusápia Palapreparativos cabíveis, tanto dos participantes, quanto da
dino, moradora em Nápoles.
médium.
Nessa mensagem, o Espírito John King pedia à senhoNo início, a reunião foi realizada com a luz acesa. Aos
ra inglesa que procurasse Eusápia, moradora em Nápoles;
poucos, com o ectoplasma cedido pela médium, que se
empenhou profundamente para que essa
experiência fosse válida, foi-se formando,
tenuemente, a presença de um vulto. Sua
voz rouca e baixa pôde ser ouvida claramente com o silêncio que se fez entre todos.
O senhor Damiani, agradecendo a presença do Espírito, perguntou-lhe:
— Nesse nosso primeiro contato com a
direção do Alto, gostaríamos de conhecêlo em seus propósitos. Seria isso possível?
— Sim, respondeu. Agradeço à senhora Damiani, que muito me favoreceu. Há
muito procuro ajudar a senhora Eusápia,
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
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para que ela possa cumprir sua tarefa
nesta reencarnação. Com sua simplicidade e aceitação de sua fé em Jesus,
poderá auxiliar a Humanidade a progredir no campo espiritual. Ela deverá se
colocar à disposição dos sábios desta
época, para que o Espiritismo venha a
ser respeitado e tornar-se a estrada em
que todos caminharão para existências
melhores, quando entenderem a verdadeira fé cristã e a imortalidade da alma.
O senhor Damiani continuou a sua
investigação para conhecer melhor o
Espírito que ali estava e, em seguida,
falou:
— Poderá dizer-nos seu nome?
— Sou, em verdade, John King e, em
reencarnação passada, fui pai de Eusápia. Deus permitiu-me continuar veCesar Lombroso
Charles Richet
lando por ela para que esse momento
Após Richet comprovar os fenômenos, foi ela para Milão,
chegasse. No passado, pouco pudemos
onde outro estudioso sobre o assunto, o professor Cesar
fazer em defesa do Cristianismo, mas este é o momento. E,
numa atitude cristã, despediu-se de todos, agradecido.
Lombroso, entusiasmado com o que comprovara, fez realizar várias sessões de materialização, contando com os
Porém, quase imperceptívelmente, rogou para que ajumais eminentes estudiosos da época, tais como: Charles
dassem Eusápia a cumprir sua tarefa com a lealdade que
seu Espírito retinha. Ao término da reunião, Eusápia estaRichet, Aksakof, Ercole Chiaia, Ernesto Bozzano, Albert de
va tranquila e feliz. Os participantes tiveram a oportunidade
Rochas, entre outros.
de ver materializações como: o levantar de objetos, vultos
Eusápia Palladino estava sempre colaborando. Por veque se movimentavam, flores colocadas nas mãos dos prezes, em muitas reuniões, para que as aparições ficassem
sentes e fluidos que, como orvalho, umedeciam o rosto das
mais nítidas, ela mesma sugeria mudanças na posição em
pessoas.
que a colocavam. Essas mudanças eram para que a distânEssas reuniões prosseguiam, sob os cuidados do senhor
cia onde pudesse aparecer a materialização desse o espaDamiani. Ele achava que era preciso colocar a médium em
ço suficiente de seu corpo e do objeto ou Espírito materiacontato com outros pesquisadores e estudiosos desse fenôlizado. Ela não queria que os sábios que assistissem aos
meno mediúnico.
fenômenos duvidassem de sua honestidade no trabalho a
Entre os contemporâneos que conheciam profundamente
que estava sendo exposta.
o assunto, estava à frente dessa tarefa o amigo e professor
Entre todos os fenômenos que foram estudados e fotoErcole Chiaia. Aceitando o convite para conhecer o trabagrafados pelos peritos em materializações constavam:
lho de materializações de Eusápia Palladino, ficou o senhor
1º Fenômenos que foram observados à luz ambiente;
Chiaia admirado com o que apreciara sobre os efeitos pro2º Objetos que se movimentavam a distância sem conduzidos pela mediunidade de Eusápia.
tato algum;
Para que essas materializações ficassem mais autênti3º Movimentos da mesa sem ninguém ao redor;
cas, e que pudessem ser divulgadas, foi Eusápia levada à
presença do grande sábio em Metapsíquica, o senhor Char4º Pancadas sobre a mesa com reprodução de som;
les Richet.
5º Fenômenos que foram observados na escuridão;
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
DIA
LIVROS ESTUDADOS
O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec;
Livro da Esperança – Emmanuel*; A Gênese – Allan
Kardec; Os Mensageiros – André Luiz*
3ª
O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec;
Livro da Esperança – Emmanuel*; O Consolador Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
4ª
O que é Mediunidade – Roque Jacintho; Viagem
Espírita em 1862 – Allan Kardec; Das Leis Morais –
Roque Jacintho
5ª
Terapia Espiritual; Emmanuel – Emmanuel*; Seara dos
Médiuns – Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan
Kardec
6ª
O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec;
Livro da Esperança – Emmanuel*; Os Mensageiros –
André Luiz*; Vida Futura – Roque Jacintho
Domingo O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec;
Livro de mensagens de Emmanuel*
2ª
*Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier
6
Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª, às 20 horas
3ª e 6ª, às 15 horas
Domingo, às 10 horas
Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões
Atendimento às Gestantes: 2ª, às 15 horas
Artesanato: Sábado, das 10 às 17 horas
Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h45
3ª e 6ª, às 14h45
Rua das Turmalinas, 56 / 58
Jardim Donini - Diadema - SP - Tel.: (11) 2758-6345
6º Ruídos de mãos que se batiam no ar,
como palmas;
7º Sopros que, de leve, pareciam aragens
constantes;
8º Contatos de mãos roçando os rostos
dos presentes.
Embora muitos quisessem teimar em dizer que nada do que haviam visto era real,
isto é, como se fosse uma fraude, os sábios
demonstravam ser impossível, pois os pés e
as mãos da médium se conservavam amarrados e até seu corpo era preso por cordas na
cadeira, em que ela ficava todo o tempo das
reuniões.
Richet observava que muitos dos que ali
estavam ou eram curiosos ou incrédulos. Jamais interessados em levar um assunto tão
sério para o mundo despertar para essas realidades sem fantasias.
Hereward Carrington
Ernesto Bozzano
Os burburinhos criados pelos periódicos da
bem alto, cantando, ora em solo ora em dueto. Depois, forépoca, principalmente os contrários à imortalidade da alma,
mas materializadas, sendo que uma dessas formas foi rediziam que Eusápia se entusiasmara pelo sucesso obtido e
conhecida pela senhora Fletcher, ali presente, dizendo ser
que seus ganhos materiais a levaram a ter uma vida consua genitora.
fortável etc. etc. Eusápia, cansada das calúnias e injúrias
Outra materialização reconhecida pela mesma pesquisaa seu respeito, desabafou a uma colunista de um desses
dora,
a senhora Fletcher, foi a de um Espírito seu amigo,
periódicos:
que trazia em sua face direita, um sinal de nascença, tão
— “Dizem, por aí, que tudo o que tenho feito é por dievidente que todos os investigadores dos fenômenos medinheiro. Quem assim me descreve não me conheceu antes,
únicos viram, com facilidade.
porque sou a mesma. Continuo pobre e cuidando dos que,
Outras manifestações, através dessa médium, foram
como eu, vivem na miséria. Sou feliz assim. Se me propus a
comprovadas
também pela famosa e criteriosa cientista, a
servir a uma causa justa, faço-o porque quero, ninguém me
doutora
Marie
Curie, ganhadora do prêmio Nobel de Física
obrigou. Sei que sou testada por grandes figuras, famosas
e
de
Química.
por seus méritos, mas elas tentam trazer à Humanidade, peEla concluiu que os Espíritos, ao se manifestarem, depenlas provas que buscam acima das leis da Terra, que pouco
dendo do grau de sua sintonia para a realização do fenômese sabe dos mistérios do Pai Eterno. Fiquei rica, sim! Rica
no, este poderia trazer mais autenticidade, como o Espírito
de conhecimentos para quem, como eu, não aprendeu a
materializado que deixou bem visível a marca de seu rosto.
ler e a escrever. Hoje posso me considerar diplomada pelo
Isso poderia influir em seus pesos e estaturas também.
muito que esses novos amigos me ensinaram. Sou grata
Ada Bessenet, da cidade de Toledo, Ohio, Estados Uniao casal Damiani e aos professores Ercole Chiaia, Charles
dos, era considerada, pelos pesquisadores, uma médium
Richet, Cesar Lombroso e ao meu descobridor espiritual,
séria e dedicada em sua tarefa de ajudar a provar a realidaJohn King. Eles me deram uma nova vida, um outro lado de
de da vida após a morte.
um mundo melhor do que este em que vivemos”.
Outro fato marcante quanto aos fenômenos mediúnicos
Eusápia Palladino, após esse desabafo à colunista Paola
foi o das irmãs Fox. Foram estas que
Lombroso, da revista “La Lettura”, em
levaram o mestre lionês, Allan Kardec,
maio de 1907, foi ainda muito requisia desvendar os “mistérios” que cometada pelos interessados em reuniões
çaram a perturbar a família Fox, em
de materialização. Em 1909, ela foi a
Hydesville, estado de Nova York, pela
Nova York, atendendo a um convite do
mediunidade de Margareth e Catherine,
senhor Hereward Carrington, para se
filhas do casal Fox.
apresentar em reuniões que a tornaO nome dessa família começou a se
ram famosa na América.
tornar conhecido já numa época mais
Eusápia Palladino desencarnou no
famosa, por assim dizer, ante os fenôdia 16 de maio de 1918, em Nápoles,
menos que se propagavam, trazendo
tão pobre quanto nasceu, mas partiu
o Espiritismo para a atualidade. O fato
rica de ter podido viver em favor de um
teve início no dia 11 de dezembro de
grande ideal e de tê-lo cumprido.
1847, data em que o senhor John Fox,
O professor Ernesto Bozzano, eméfechara o negócio de uma casa própria,
rito pesquisador das experiências soem Hydesville, Nova York. Casa que, dibre materializações, relatou a reunião
ga-se de passagem, era conhecida por
realizada com a médium norte-ameriser “mal assombrada”.
cana, senhora Ada Bessenet, junto ao
Os antigos donos, e outros que ali já
metapsiquista, Dr. Hereward Carringhaviam morado, diziam que não tinham
ton, ao qual informavam o que haviam
tranquilidade porque os barulhos ouvipresenciado: luzes que iam e vinham
dos eram de grande intensidade. Porà altura do teto; vozes diretas mascuMarie Curie
tas que batiam, janelas que se abriam
linas e femininas, que foram ouvidas
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
7
As irmãs Fox - Margareth, Catherine e Leah
sozinhas, passos subindo a escada, panelas e pratos que
voavam pela cozinha. Isso era horrível! A sensação, diziam
os moradores, era de que algo poderia desabar em suas
cabeças.
Nos primeiros meses, a família Fox não sofreu perturbação alguma. A senhora Fox atribuía os falatórios sobre a casa
como sensacionalismo para chamar a atenção da imprensa.
A mudança atmosférica trouxe, certa noite, um temporal,
que fez muito barulho, com raios e trovões. As janelas trepidavam e, com isso, a família acordou assustada. De imediato, o senhor Fox procurou calçar as janelas, mas de nada
adiantou. Catherine, a filha mais nova acompanhava os esforços do pai. Em dado momento, a menina pediu ao pai que
prestasse atenção aos ruídos.
Muito atento, ele ouviu que Catherine estalou os dedos
compassadamente e lhe pareceu que as trepidações das
janelas retornaram, como que respondendo aos estalos dos
dedos de Catherine. Daí em diante, os barulhos se fizeram
constantes.
A senhora Fox chegou à conclusão de que a casa não
era mal assombrada, mas habitada por Espíritos infelizes.
Ela já tinha ouvido algo a respeito desses acontecimentos,
mas nunca havia testemunhado esses fatos como os que
agora se apresentavam em sua casa.
Reunidos certa noite, na sala onde as pancadas se faziam ouvir em toda parte, como nas paredes, na mesa
e no chão, o senhor Fox, irritado, pediu a Catherine que
estalasse os dedos como já fizera, para ver se haveria
resposta.
Catherine, obedecendo ao chamado do pai, disse:
— “Senhor barulho”, bata palmas, como eu faço agora.
Em seguida, ao retorno, com as palmas devolvidas, Catherine continuou:
— Responda-me, com duas palmas, se é verdade a
presença de Espíritos nesta sala.
O resultado foram duas palmas rápidas e secas.
Ficara confirmada a conclusão da senhora Fox. Os Espíritos habitavam aquela casa, muito antes deles e dos
outros antigos moradores. Portanto, alguma providência
deveria ser tomada.
A senhora Fox e seu marido acharam por bem convidar
os vizinhos mais próximos para ajudá-los a desvendar os
mistérios envolvendo os habitantes ocultos, naquela casa.
Em pouco tempo, a cidade de Hydesville ficou famosa.
As notícias se espalharam com tanta rapidez que a família
e as irmãs Fox se tornaram o centro dos noticiários locais
e, até mesmo, em outros países. Isso porque os fenômenos
mediúnicos se alastravam, principalmente pela Europa.
O assunto das mesas girantes, ou dançantes como eram
citadas, fizeram com que os sábios da época se voltassem
também para essa mediunidade, não só em materializações, mas para outros fatores mediúnicos que apareciam
constantemente.
Na França, as notícias sobre a residência “assombrada”
da família Fox tomavam conta dos burburinhos entre o povo.
A família Fox precisava de respostas conclusivas para os
fenômenos ali apresentados. O senhor Fox, reunido com alguns vizinhos interessados nas manifestações, elaboraram
algumas perguntas, para que fossem respondidas através
das pancadas.
— Há nesse momento algum Espírito aqui presente?
Responda com uma pancada...
5ª Semana
Fabiano de Cristo
17 a 23 de outubro de 2010
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
8
Bibliografia
E todos ouviram a pancada na parede da sala, onde estavam.
— Você Espírito está em sofrimento por algum grave
acontecimento?
Rapidamente duas fortes pancadas sobre a mesa da sala
fez-se ouvir.
Uma das pessoas que faziam parte dessa reunião, imediatamente perguntou:
— Você teve uma morte violenta?
Ouviu-se batidas na parede e também na mesa, como
se essa pergunta tivesse deixado o Espírito com atitudes
violentas.
O senhor Fox pedindo calma, perguntou:
— Você foi vítima de algum delito, isto é, foi assassinado,
por isso a sua permanência nesta casa?
Fortes batidas novamente foram ouvidas rápidas e dando
a impressão de que o Espírito estava em desespero.
As reuniões investigativas para serem apurados os fatos
que continuavam evidentes, deram sequência psicofonicamente, pois a irmã mais velha Margareth, passou a ser a
médium do Espírito.
Este após algum tempo sentia-se mais calmo. A cada reunião se desabafava e recebia consolo. Assim ele pediu para
que escavassem o chão da despensa da casa. Feito isso,
para espanto de todos, foram encontrados cabelos e ossos
humanos, que levados ao médico legista identificou-os sendo esses pertencentes a um esqueleto humano.
Na sequência o Espírito dizia-se aliviado, porque ficara
provado o crime ali acontecido. Porém, para que pudesse
sair dali, pedia ele, que os moradores o ajudasse a encontrar seu matador, assim seria feita a sua vingança tão esperada, onde com isso, pudesse se libertar.
O senhor Fox respondeu-lhe:
— Esse não é o caminho para a sua tranquilidade.
Final da primeira parte.
Eloísa
• A Alma É Imortal – Gabriel Dellane, Editora FEB, 1ª ed., 1952.
• Trinta Anos com Chico Xavier – Clovis Tavares, Editora Calvário, 1ª ed.,
1967.
• As Mulheres Médiuns – Carlos Bernardo Loureiro, Editora FEB, 3ª ed.,
• Imagens:
2008.
• http://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Page
• Chico Xavier – 40 Anos no Mundo da Mediunidade – Roque Jacintho,
• http://1.bp.blogspot.com/_mOsqmOB4z3s/RoTbXfLJOJI/AAAAAAAEditora Luz no Lar, 4ª ed., 1991.
AA50/xtkTKxnHi78/
• Fatos Espíritas – Willian Crookes, Editora FEB, 6ª ed., 1971.
• http://2.bp.blogspot.com/_mOsqmOB4z3s/RoTbXvLJOLI/AAAAAAA• Grandes Espíritas do Brasil – Zeus Wantuil, Editora FEB, 1ª ed., 1969.
AA6E/b8CZIzNizsk/
• Instruções Psicofônicas – Francisco Cândido Xavier – Esp. Diversos,
• http://3.bp.blogspot.com/_RjnXR1x41UY/ShbzDGNCyqI/AAAAAAAEditora FEB, 3ª ed., 1974.
AASM/z0gkynca59w/
• João, o Evangelista – Roque Jacintho, Editora Luz no Lar – 1ª ed., 1993.
• http://www.campinaespirita.net/htmlarea/assets/Conteudo/personali• O Espiritismo Perante a Ciência – Gabriel Dellane, Editora FEB.
dades/ernesto_bozzano/Ernesto_Bozzano.gif
• O Livro dos Médiuns – Allan Kardec, Editora FEB, 30ª ed., 1972.
• http://www.unexplainedstuff.com/images/geuu_01_img0113.jpg
• O Problema do Ser, Destino e da Dor – Leon Denis, Editora Calvário,
• http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d3/Fox_sis2ª ed., 1969.
ters_1852.jpg
Tema Livre
tema
Amanhã
“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá
amanhã” - (Tiago, 4:14)
Diz o preguiçoso: “Amanhã farei”.
Exclama o fraco: “Amanhã, terei forças”.
Assevera o delinquente: “Amanhã, regenero-me”.
E nós, o que diremos ou faremos hoje? Pois sabemos
muito bem o que fizemos ontem e o amanhã dependerá
do que fizermos hoje.
O que passamos hoje, sabemos, é o reflexo do que
fizemos “ontem”, porém seria ótimo refletirmos que o que
estamos passando “hoje”, nada mais é do que as consequências do “ontem”; logo hoje é o “amanhã” refletindo o
“ontem”.
Devemos então ponderar e colocar em prática no nosso dia-a-dia, para bem aproveitar as bênçãos diárias e,
não ficarmos na dependência do Bem colocado em nosso caminho.
Precisamos ter e colocar em prática a coragem, não
desanimarmos jamais e avançar na prática das boas
atitudes. Pois quem desanima de caminhar cem passos
não caminhará vinte mil.
O lavrador que perde a hora de semear, não prevê as
consequências dos acontecimentos, nem os impedimentos e lutas graves que possam surgir no caminho.
Muitos aguardam a morte para ter descanso. Será verdadeiro?
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
livre
As aves possuem asas, porém nem todas têm a mesma
tarefa.
Cuidemos de fazer, sem demora, tudo o que devemos
fazer a nosso próprio benefício, pois o “amanhã” será agradável somente para os que trabalham no bem em ideal superior, abençoando as horas do “hoje”.
José
Bibliografia: Vinha de Luz – Francisco Cândido Xavier, pelo espírito
Emmanuel - lição 170, Editora FEB, 147ª ed., 1996.
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9
Homenagem
homenagem
Chico Xavier
A cidade de Pedro Leopoldo - MG marcada pelas andanças do bandeirante Fernão Dias recebeu aos 2 de abril
de 1910, como filho, o mais conhecido médium brasileiro,
Francisco Cândido Xavier.
Com seus atos diante da sociedade de sua terra, demonstrou expressões do pensamento de uma alma sincera
e leal, considerando acima de tudo o amor à Verdade.
Sua vida foi pontilhada de dificuldades, aborrecimentos,
sofrimentos e desgastes, mas, através da dor, soube transformar com simplicidade inigualável espinhos em bênçãos
e lágrimas em abençoada luz, graças a devotada humildade, bondade e pacifismo.
Exerceu a mediunidade com fidelidade e comprometimento com os ensinamentos do Mestre Jesus.
A perseverança e a humildade sempre plasmaram sua
existência.
O Espírito Emmanuel esteve presente em sua vida,
como professor, dispensando-lhe atenção constante pois
ambos teriam que cuidar da obra do Mundo Espiritual, serviço esse que foi executado com a mais respeitosa disciplina na psicografia que ultrapassa o número de 400 livros,
nos quais houve participação de outros inúmeros espíritos.
Já é sabido que Chico doou todos os recursos provenientes dessas obras para casas de caridade.
Devido às fortes crises de labirintite, em 1958, e ao clima frio da cidade de Pedro Leopoldo, na maior parte do
ano, Chico foi aconselhado pelos Amigos Espirituais que
transferisse sua residência para a cidade de Uberaba,
cujo clima é temperado.
Chico comentou em 1977: “Comecei a ouvir vozes
dos espíritos amigos, desde a primeira infância. Começando a ver minha mãe desencarnada, poucos
meses após perder-lhe a presença no plano físico,
quando me achava na idade de cinco janeiros e,
depois, passando igualmente ao convívio com outros benfeitores espirituais, creio que a dedicação
de tantas criaturas queridas, no plano espiritual,
me sustentou em serviço mediúnico nestes últimos cinquenta anos. Posso dizer que se minha
permanência nesse trabalho pode ser considerada como sendo constância, essa constância
é da paciência e da bondade deles para com
este servidor, de vez que me reconheço na
condição de um pequenino cooperador desses mentores caridosos e beneméritos, carregado de imperfeições e defeitos, e sou eu
mesmo quem me admiro da tolerância e da benevolência dos Amigos da Vida Maior para comigo
neste meio século de trabalho que, sem qualquer
ideia de modéstia da minha parte, pertence a eles
e não a mim”.
Falar sobre Chico Xavier é adentrar num universo incomensurável, cujo verbo é insuficiente
para relatar sobre fatos e acontecimentos da vida
desse abnegado Obreiro do Senhor.
Receba Chico, nossa mais sincera gratidão, na alegria
de tê-lo conosco na mais fraternal lembrança viva de humildade e dedicação. Você atendeu ao chamado do Mestre Jesus vivendo a Verdade, exemplificando e distribuindo
o Amor ao Próximo.
Equipe Núcleo de Estudos Espíritas
Amor e Esperança
Bibliografia: Folha Espírita 1977 – Edição
Especial Comemorativa dos Cinquenta
Anos de Mediunidade de Chico Xavier.
Imagem: capa da revista Edições
Planeta, Chico Xavier, n° 130-B,
Editora Três,1983.
10
Contos
contos
Pedrinho e o Egoísmo
Pedrinho era um menino alegre.
Gostava de jogar bola, brincar de pega-pega, escondeesconde e todas as brincadeiras que os amigos inventassem.
Mas do que ele mais gostava era quando o seu pai, o
“Seu” João, vinha brincar com ele. Quando isso acontecia,
Pedrinho se esquecia de todos os amigos e ficava brincando com o seu pai. E das brincadeiras, a de que ele mais
gostava era de soltar pipa com seu papai.
“Seu” João, um homem trabalhador e com poucos recursos, não podia brincar com seu filho sempre, mas, nos fins
de semana, no horário de folga, não deixava de participar.
Iam para um terreno vazio, aonde todas as crianças brincavam e se divertiam.
De vez em quando, “Seu” João, vendo que alguma criança encontrava dificuldades para colocar a pipa no ar, ia ajudar, mas Pedrinho não gostava disso.
Queria que o seu pai brincasse somente com ele.
“Seu” João, vendo que, sempre que dava atenção para
as outras crianças, Pedrinho “emburrava”, decidiu ensinar
ao seu filho uma lição de vida. Disse a ele:
— Pedrinho, quando você quer soltar uma pipa e a rabiola começa a embaraçar, o que você tem que fazer?
— Ah, papai, alguém tem que segurar a pipa levantada
para a rabiola ficar livre.
— E quem faz isto para você?
— Quando estou sozinho os meus amigos me ajudam,
mas quem melhor segura a pipa é o senhor.
— E os seus amigos? Não precisam de ajuda? Quando
eles estão com dificuldades para soltar a pipa, como eles
fazem?
— Um segura a pipa para o outro!
— Você nunca os ajuda?
— Não. As minhas pipas são as melhores. O senhor me
ajuda a fazê-las, aí eu não preciso de ajuda.
— Ouça bem o que eu vou lhe dizer: Quando nós vemos
alguém com alguma dificuldade, nós devemos nos oferecer
para ajudar. Agindo assim, teremos amigos por toda a parte!
Pedrinho ficou quieto, pensativo, pois nunca tinha percebido que os seus amigos podiam estar precisando dele.
— Outra coisa. Notei que você não gosta quando eu dou
atenção para os seus amigos.
Cabeça baixa, Pedrinho respondeu:
— É verdade, papai. Quando o senhor vem brincar comigo, não gosto que os outros meninos fiquem pedindo ajuda.
— Pedrinho, você já ouviu na aula de religião que todos
nós somos irmãos e que precisamos nos amar?
— É. A professora de religião sempre fala isso, mas e o
que isto tem a ver com os meus amigos?
— O que nós aprendemos com as lições do Evangelho é
para serem usadas até na hora das brincadeiras!
Pedrinho ficou com cara de curioso, e o seu pai continuou:
— Se todos somos irmãos, por que eu não vou dar atenção para os seus amigos? Aliás, você também deve dar
mais atenção para eles.
— Mas o senhor é MEU pai e não o deles!
— Isto se chama egoísmo. Não é porque eu brinco com
eles que eu não gosto de você.
No domingo seguinte, “Seu” João e Pedrinho foram brincar no terreno vazio, junto com todas as crianças.
Já pensando em ensinar o filho, “Seu” João esperou a
oportunidade.
Quando Carlinhos, um menino que sempre brincava por
ali, enrolou toda a rabiola de sua pipa, “Seu” João pegou
Pedrinho pela mão e o puxou dizendo:
— Vamos lá ajudar e ensinar o Carlinhos a colocar a pipa
no alto.
Pedrinho ajudou, meio contrariado.
Passados alguns minutos, os meninos tentavam pegar a
bola que tinha ficado enroscada em um galho alto de uma
árvore.
“Seu” João colocou Pedrinho nos ombros e fez ele alcançar a bola.
Todos os meninos ficaram felizes, pois poderiam continuar jogando.
Quando chegou no fim do dia, Pedrinho estava mais alegre e descontraído.
“Seu” João disse:
— Gostou das brincadeiras de hoje?
— Hoje foi o melhor dia de todos, papai! Não sei o que é,
mas me sinto alegre!
— Este é o resultado do bem praticado, meu filho. Sempre que auxiliamos alguém, uma grande
alegria brota de nosso coração. Nunca se esqueça deste dia e desta lição.
Dai em diante, Pedrinho chamava os seus
amigos para brincarem com ele e com o seu pai.
As brincadeiras se tornaram mais divertidas e a
amizade entre as crianças era uma coisa bonita
de se ver.
“Seu” João agradecia a Deus por ter sabido
orientar o seu filho para as atitudes corretas.
Wilson
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Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
11
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Obra de autoria de Espíritos diversos, psicografada pelo querido médium, Chico Xavier,
“Família”, como o próprio nome sugere, aborda temas envolvendo as famílias da Terra.
É um livro de fácil leitura e sem intenções de cunho científico.
Emmanuel, no prefácio, já deixa claro o objetivo, qual seja: levar-nos a refletir sobre as
situações cotidianas em torno do processo reencarnatório, para que possamos encontrar as
respostas às indagações do porque estarmos com determinadas pessoas em determinadas
condições.
“Nada é por acaso”, sempre ouvimos essa frase. Só nos resta assimilá-la. Entender que
“muitas vezes, na condição de pais e filhos, cônjuges ou parentes, não passamos de devedores em resgate de antigos compromissos”, frase de Emmanuel, em um dos tópicos
abordados.
Essa é a chamada Lei de Causa e Efeito. Erramos, mas temos a oportunidade de consertar o erro; criamos inimizades, mas temos oportunidade de transformar o ódio em amor.
Quem não precisa das sábias palavras vindas do Mais Alto para entender o quão abençoada se faz esta árdua jornada familiar?
Eis um ótimo livro.
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Reorganizando a Casa Íntima
Nossa moradia requer manutenção e cuidados de higiene e limpeza para se tornar local asseado e agradável. Na
intimidade do lar, nos abrigamos, interagimos, buscamos o
refazimento. O descuido levaria a ruínas e, sem os cuidados
de limpeza, tornar-se-ia foco de fungos e demais microorganismos e insetos nocivos à nossa saúde.
Nossa casa íntima também requer cuidados indispensáveis. Sofremos turbulências, constantes ou fragmentadas.
Fatos geram consequências que muitas vezes são sentidas
com mais intensidade, as quais enraízam uma tristeza que
deve ser combatida a cada momento. Procurar sempre se
recordar de situações felizes, para que o entrave do momento seja contornado de maneira mais ponderada. É preciso buscar, com persistência, ferramentas que auxiliem a
equacionar tudo isso.
No entanto, muitas vezes, rever fatos conflitantes do passado é remexer no monturo das insatisfações cuja negritude, infelizmente, obscurece os momentos de alegria. Melhor
será despejar tudo no lixo e esforçar-se para que seja definitivamente esquecido.
Importante agora é conseguir ferramentas para trabalhar
tudo isso e retornar àquela energia saudável que devemos
manter com absoluta transparência.
Vale considerar que as palavras destiladas com inverdades a nosso respeito não definem o que somos, nem o que
fazemos ou sentimos. No nosso íntimo sabemos muito bem
quem somos e não nos cabe registrar quaisquer considerações indevidas ou acusações menos felizes a nosso respeito, ou seja, afastar a lembrança dessas contendas.
Nossa casa íntima também precisa da higienização, limpeza dos agendamentos nocivos que registramos, jogando-os no lixo do esquecimento benéfico. Façamos brilhar
a casa íntima com os recursos das mudanças contínuas,
zelando pelo aproveitamento da oportunidade desta experiÓrgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
ência aqui na Terra.
A cicatrização das ulcerações é necessária, pois leva-nos
a despejar as energias ruins no lixo, ou pelo menos encaminhá-las para isso. Esse processo é possível através da
leitura edificante, da música enobrecedora, no convívio com
a natureza, da reflexão íntima.
Esses curativos energéticos, dentre outros, removem-nos
do conformismo deliberado, esclarecendo-nos e impulsionando-nos para novos passos.
Há uma lição esclarecedora no livro “Vinha de Luz”, com
o título “Indicações de Pedro”, que muito colabora para a
organização íntima.
Vale lembrar que o tempo é remédio homeopático e nos
auxilia a superar dramas e questionamentos dos mais diversos.
Recordando e remoendo conflitos, conseguiremos desestruturar não só nossa casa íntima, mas também nosso
corpo físico, somatizando enfermidades das mais diversas.
Melhor colocar foco no que é realmente importante, mantendo energia saudável, pensamento elevado.
O convívio no Lar muito mais do que oportunidade de reajuste, deve ser encarado como o grande celeiro repleto de
elementos que esclarecem, compartilham e refazem.
Observar as necessidades do próximo e procurar ajudar,
nos dará sustentação e bem-estar, pois estaremos em sintonia com energias superiores.
Luana
Bibliografia: Vinha de Luz – Francisco Cândido Xavier, pelo espírito
Emmanuel – lição “Casa Espiritual”.
ACEITAMOS SUA COLABORAÇÃO
Sua doação é importante para o custeio da postagem do Seareiro e
pode ser feita em nome do
Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança - CNPJ: 03.880.975/0001-40
Banco Itaú S.A. - Agência 0257 - C/C 46.852-0
13
Cantinho do Verso em Prosa
cantinho
do
verso
em
prosa
Norma de Vencer
Em muitas ocasiões,
Sofres ante os próprios gritos,
Abafados nos conflitos
Das tentações a transpor...
É o fel do orgulho ferido,
A rebeldia, a tristeza,
As lutas da natureza,
Agindo em nome do amor.
Queres seguir nos princípios,
Que a Lei Divina te aponta,
Mas as sombras são sem conta
Que o desânimo produz...
Cais, reergue-tes e caminhas,
Às vezes, cambaleando,
E, em preces, perguntas quando
Chegarás à Grande Luz.
Entretanto, alma querida,
Deus nos conhece os problemas,
Cala-te, serve e não temas
Treva, amargura ou pesar...
O erro é sinal de escola,
A dor é lição contigo
E Jesus segue contigo.
Não pares de trabalhar.
Maria Dolores
Psicografia de Francisco Cândido Xavier – Livro “Antologia da Criança” – Autores diversos, Editora IDEAL, 3ª ed., 1992.
Já nos orienta o Evangelho que o verdadeiro cristão é
aquele que se esforça para seguir os ensinamentos de Jesus, modificando a si próprio.
Como diz a poetisa, temos a vontade de seguir os princípios da Lei Divina mas, em alguns momentos, deixamos
que os defeitos e vícios morais que carregamos dentro de
nós venham à tona e nos desviem do caminho.
Quando, mesmo com vontade de acertar, erramos e caímos não deixemos nos desanimar!
Lembremo-nos da imagem de Jesus, reerguendo Maria
Madalena, orientando a mulher adúltera ou curando os doentes, coxos e estropiados.
Canal Aberto
canal
Deus, o Pai de Misericórdia, conhece-nos as fraquezas e
sabe que, durante a nossa caminhada, iremos cair muitas
vezes.
Qual é a recomendação?
Cala-te, não reclames, não aches que nunca irás conseguir modificar os seus próprios erros.
Não pares de trabalhar, servindo ao próximo que sofre,
pois, só assim, iremos aprender que as virtudes cristãs devem ser notadas através de nossas mãos. Enquanto estivermos “ocupados” ajudando o próximo, estamos reorganizando o nosso mundo íntimo e solidificando os ensinamentos
de Jesus em nós mesmos.
Vitório
aberto
Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.
Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.
Trabalhadores da Última Hora
Com o propósito de evolução, aqui nos encontramos encarnados. Aguardávamos por esta oportunidade e, agora,
chegou a nossa vez.
Faz-se necessário trabalharmos firmes na Seara do Senhor para sermos merecedores de um salário digno. Precisamos também fazer uso de muita boa vontade.
Muitos já foram chamados para trabalhar na Vinha do Senhor e poucos foram os que permaneceram no labor, por
vários motivos.
“Na primeira hora, vieram os profetas e Moisés que apontaram as etapas do progresso. Após, chegaram os apóstolos, os mártires e, por último, os espíritas, preditos desde
a aurora da vinda do Messias. Aliás, muitos dentre estes
últimos revivem hoje ou reviverão amanhã para terminarem
a obra que começaram outrora.” (O Evangelho segundo o
Espiritismo, capítulo XX, item 3).
Que possamos refletir no objetivo de nossa presença
aqui na Terra que se dá por meio da Lei da Reencarnação!
Empreguemos os nossos minutos em tarefas construtivas
em favor do próximo, contribuindo, assim, na construção de
um mundo melhor onde reinem a paz, a fraternidade...
Trabalhemos unidos para que não atrasemos a hora da
colheita, pois o dono da vinha, que nos espera pacientemente para nos assalariar, forneceu-nos imenso campo de
trabalho, cuja porta de entrada localiza-se em nosso próprio
coração.
Aremos sem cessar, dia após dia, cultivando a semente
do Amor. E, ao cair da tarde, receberemos a nossa recompensa.
Carlo Augusto Sobrinho - Rio de Janeiro - RJ
Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”
Livros básicos da Doutrina Espírita. Temos os 419
livros psicografados por Chico Xavier, romances de
diversos autores, revistas, jornais e DVDs espíritas.
Distribuição permanente de edificantes mensagens.
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Telefone (11) 4055-2955
Horário de funcionamento: 8 às 19 horas
Segunda-feira a Sábado
Clube do Livro
clube
do
livro
Desencanto
O Clube do Livro Espírita
“Joaquim Alves (Jô)” iniciou
este ano apresentando aos
leitores associados, no mês
de janeiro, a leitura da obra
“Desencanto”.
Do mesmo autor e médium
já foram enviados, também,
os livros “Atareve - Os olhos
da Vingança” e “Do outro lado
da Cruz”.
Espíritos necessitados de
resgatar suas dívidas são abençoados com a oportunidade
da reencarnação. Uns aceitam, outros, nem tanto...
Mas a Lei Divina se cumpre e em plena primavera de
1858, na cidade de Como, Lombardia, Itália, a história se
inicia.
O império napoleônico desmoronara e movimentos
socialistas vinham crescendo a cada dia.
Atualidade
Dario Sandri Jr.
Espírito Fénelon
Editora Aliança - 288 páginas
Em meio a este clima sócio-político, desenrola-se a
trajetória de Laura.
Resta saber se conseguirá superar suas imperfeições e
mediante o livre-arbítrio concedido por Nosso Pai saberá
escolher o caminho da porta estreita, dizendo não às
facilidades que levam ao desengano.
Para isso, terá que aprender a perdoar.
Esta é a história de Laura, mas a nossa não poderia estar
ocorrendo agora? Será que estamos nos esforçando para
prosperar nesta reencarnação?
Os mentores espirituais da protagonista trabalharam
incessantemente em seu auxílio.
Nunca estamos sós, mas depende de nós, assim
como foi para Laura e para todos que lhe acompanharam
a oportunidade de resgate, o aproveitamento de cada
reencarnação.
Por isso, aproveitem, desde já, os ensinamentos desta
obra e boa leitura!
Rosangela
atualidade
Política
Estamos convivendo, atualmente, com inúmeras notícias
negativas sobre os políticos e prestes a novas eleições para
governantes do Brasil.
Não há no mundo outro assunto tão polêmico, que divide
povos, incita uns contra os outros, gera muitas contendas,
salienta ganâncias e oportunismos e não só retarda a evolução do ser humano como a de um país, empurrando-o para
abismos incalculáveis.
É tempo de reflexão sobre o assunto, mas reflexão consciente e sensata. Fomos, então, buscar no Espiritismo uma
orientação equilibrada.
Dentro da Doutrina Espírita, temos uma página do nosso
eterno Chico Xavier, questionado sobre o assunto:
“— Chico, estou descrente dos políticos. Com raras, embora notáveis exceções, esquecem-se do interesse público
e só cuidam de si mesmos. Não vou votar em ninguém.
Todos esperavam a resposta dele.
— Votar em branco ou anular não ajuda muito.
— Mas são decepcionantes no desempenho de suas funções.
— Se você considera assim, escolha o que lhe inspirar
mais confiança.
— Mas não é direito que a pessoa tem de votar em branco ou anular o voto?
— Pode até ser, mas antes do direito está o dever. Não
poderemos ser tão indiferentes. Devemos ser mais patriotas. Nosso Brasil é um país lindo e generoso.”
Chico vê muito além de nossa compreensão: o respeito à
terra que nos acolhe.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Vê também a Pátria do Evangelho! Lembra a todos nós o
cumprimento do dever a essa magnífica Pátria, onde viveu
integralmente a seu favor, deixando-nos os mais sinceros e
verdadeiros exemplos.
Nossa ignorância nos separa de certos assuntos, mas o
nosso Chico, sabedor da sua importância, nos convoca a
revisar nosso entendimento, buscando ver em nossa terra
as belezas que Deus nos concede, na fartura do sol, do mar,
animais e alimentos. Um povo alegre e acolhedor e de que
depende de cada um de nós e de nossa responsabilidade a
escolha ideal para seus governantes.
Convoca-nos a retomar o caminho da seriedade, do agradecimento e do trabalho para o bem de todos.
Complementamos com uma de suas psicografias, pelo
espírito de D. Pedro de Alcântara:
Faze da terra, que nos abençoa
Florão de amor e rútila coroa
Para o trono do bem, puro e fecundo;
E faze-nos, no imenso campo humano,
Servidores do Cristo Soberano
No iluminado coração do Mundo.
Há tempo para que possamos repensar nas atitudes que
devemos tomar nas eleições que se aproximam. Façamos
pelo bem desta terra bendita que nos acolhe com o mesmo
carinho que o nosso Chico sempre nos acolheu.
Francisco Cândido Xavier, mais uma vez, nosso muito
obrigado e respeito por mais esta lição de dignidade e amor
ao Brasil e ao nosso próximo.
Anna
Bibliografia: Chico Xavier Pede Licença – J. Herculano Pires / Espíritos Diversos, Editora GEEM, 6ª ed.,1980.
Momentos com Chico Xavier – Adelino Silveira, Miragraf mirassol
Gráfica Ltda, 1ª ed., 1999.
15
Pegadas de Chico Xavier
pegadas
de
chico
xavier
Sonho de Uma Tarde de Verão
Leitor amigo.
O que lhe vou relatar pode ser imaginação, sonho, alguma criação elaborada nos escaninhos de minhalma.
Faço-o para que você possa sentir, bem lá dentro do coração, a dimensão oceânica de uma alma nobre.
Certa tarde, antes do Natal, estava absorto em meditações interiores, mais desligado do intenso lufa-lufa diário.
E o foco dessas meditações era o centenário do nascimento de Francisco Cândido Xavier, cujas comemorações
se iniciarão no primeiro minuto de 2010, que está chegando,
e terão seu ápice no dia 2 de abril.
Cansado, resolvi cochilar um pouco. Estávamos próximos
das seis da tarde, e nuvens escuras escondiam o pôr-do-sol.
Semiconsciente, envolvido na penumbra do sono leve, de
súbito, vi-me sentado em local estranho, muito agradável.
Parecia que me situava nas faldas de uma serra, convivendo com a intensa vegetação e os brotos d’água, vindos
do interior da terra fresca.
As nascentes de um rio ali estavam próximas, com seu
diminuto volume, mas já se podia ouvir o inconfundível arruído do movimento das águas. À minha frente, surgiam as
claridades do sol poente lá pelas bandas do Atlântico, mais
a oeste, e, surpreso, observei no entorno árvores diferentes.
Não era a vegetação típica de nossa Serra do Mar, que
apresenta como cartão de visitas o manacá da serra e suas
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flores multicoloridas, e sim tílias, carvalhos, plátanos e pinheiros, sofrendo em graus variáveis as primeiras manifestações do frio invernal.
O ambiente me fez compreender que estava no continente europeu, em terras que confrontavam o mar a oeste,
evidenciando tratar-se da faixa ocidental do Velho Mundo.
Também os pássaros não eram os nossos conhecidos
bem-te-vis, sabiás, sanhaços e tico-ticos, nem tinham o seu
canto exuberante.
Vi tordos, estorninhos, os onipresentes pardais, cujo alarido o frio não conseguia calar, entretanto não ouvi o trinado
dos rouxinóis, certamente em fuga para o sul, desesperados com o frio. Estatelado ante aquela natureza tão bela,
não conseguia entender o que ocorria. Sentado, meditava,
girando algum graveto entre os dedos, observando ariscos
esquilos.
Envolto em suave, mas marcante luminosidade, eis que
desce dos céus e senta-se ao meu lado alguém que identifiquei com surpresa e emoção.
— Chico, você está aqui? Não é possível. Os anjos visitam a Terra?
Pensei desconcertado: não creio ter morrido, pois minha
atmosfera espiritual densa e pobre me situaria, no outro
lado da vida, em locais mais tristes...
— Sou eu mesmo, Caio, disse abrindo largo sorriso, o
seu inconfundível sorriso.
Vim visitá-lo e pedi aos nossos amigos espirituais que
escolhessem um pouso de paz e de reminiscências, a fim
de que eu pudesse tranquilizar sua alma atormentada.
— Ah! Chico, não sei o que falar. Carrego a mente torturada por remorsos, busco com sofreguidão rever no trabalho intenso os momentos caros de nossa convivência,
aprendendo o que você me ensinava com tanto desvelo.
Aprendi, mas não consegui vivenciar tantos ensinamentos. Permaneço na medíocre posição em que me situei na vida, tendo tudo e pouco realizando.
— Não, meu caro, as coisas não correm desse modo
na vida. Não correm não.
A Divina Misericórdia paira acima de nossas limitações,
mostrando-nos sem cessar, seja no verão quente de nossa terra ou aqui nesse inverno agradável, nas noites de
céu pontificado de estrelas ou nos dias de tormentas assustadoras, que o caminho é um só: a longa vereda cultivada com amor, embora permeada de obstáculos aparentemente intransponíveis.
Não se desespere, pois as portas da redenção nos estão sempre abertas.
— Infelizmente, obtemperei, é complicado aceitar que,
mesmo conhecendo as realidades do espírito, erramos
tanto...Por quê?
Com paciência, Chico respondeu:
— Você sabe que Paulo de Tarso, cultor da lei religiosa
de seu tempo, agiu sem piedade com Estevão, e o senador, com os elevados predicados da inteligência, impôs
árduos sofrimentos a Lívia.
Mas, esses grandes benfeitores de nossas vidas perseveraram no bom combate e legaram-nos, ainda nas difíceis lutas de suas reencarnações ao tempo do Cristo, os
exemplos mais exuberantes de amor e renúncia.
— Você é sempre o mesmo, Chico, amoroso e terno.
Agradeço-lhe a compreensão ante minhas limitações.
Se tivesse o brilho de Humberto de Campos, tentaria fazer uma entrevista com você neste recanto de tanta paz. Em
nossa gíria popular, contudo, dizemos que quem não tem
cão caça com gato.
Assim, vou imaginar que em meu lugar estivesse agora o
nosso saudoso acadêmico, cujos anos de sofrimento tanto
marcaram os brasileiros que o conheceram ou leram seus
livros, escritos com a pena molhada de tinta e de lágrimas,
e fazer-lhe algumas perguntas. Posso?
— É claro, respondeu Chico, acrescentando humildemente:
— Que não seja nos moldes do encontro que nosso Humberto teve, já na Vida Espiritual, com Judas na Jerusalém de
tantas recordações, pois não tenho a grandeza d’alma do
apóstolo incompreendido...
— Vamos lá, então!
Você tem notícia do lançamento do Selo Comemorativo que
os Correios vão lançar em sua homenagem. Isso o alegrou?
— Caio, a respeito do selo, deixou-me feliz a homenagem
à nossa Doutrina Espírita de consolações e esclarecimentos.
Minha imagem, colada nos envelopes, querido amigo, me
trará alegria na medida em que as cartas que percorrerem
nosso país e o mundo levarem paz, consolo e esperança.
Eu ficarei feliz, se alguém se detiver no selo e disser:
“aquela pobre alma falou muito de Jesus e procurou seguirlhe os ensinos”. Continuo o mesmo na Vida Espiritual, não
mudei nada. Seria mais razoável que se falasse em centenário de nascimento de ‘Cisco’ Xavier...
Olhei para ele com imenso carinho, sabendo que contemplava o missionário do Bem, a alma engrandecida na dor e
no trabalho diuturno. Inumeráveis vezes, encontrei-o tudo
fazendo para secar lágrimas e despertar sorrisos de alegria
e esperança.
E voltei à entrevista.
— Chico, você tem 100 anos!
Vejo-o com a jovialidade que marcou profundamente sua
presença entre nós. Você está descansando na Vida Maior?
— Carregando pedras... O descanso vem com o trabalho.
Parece paradoxal, não é mesmo?
Há muita gente sofrendo aí e por lá, no outro plano de
vida. Urge que se multipliquem as mãos em benefício desses espíritos ligados ao corpo e também em favor dos que
dele se desprenderam, vivendo em desespero no mundo
espiritual.
A Rainha Santa, quando me permite estar a seu lado,
ainda que por alguns minutos, sempre observa que a felicidade nossa está assentada na paz espiritual daqueles que
amamos e de todos os irmãos de caminhada que padecem
dores que mal podemos imaginar.
Por isso, a solução é trabalho, muito trabalho na seara do
Bem, mesmo com injúrias e dificuldades.
— Tudo certo, alma querida, mas estou ainda um pouco
distante de tanto trabalho, e, falando de coisas do coração,
ouso indagar-lhe algo que, em nossos papos, marcou minha
vida:
Lembra-se dos bons tempos, os que não voltam mais,
das noites intermináveis em que falávamos sem cessar?
Você, que tanto admira e cultua a música clássica, demonstrava, naqueles momentos, especial simpatia, ao rodar
do velho toca-fitas, presença obrigatória nesses encontros,
por uma música popular composta pelo famoso maestro
toscano Mantovani, intitulada Serenata de Amor.
Aprendi a gostar dessa música. Você se recorda dela?
— E como... tão bela! E, se melhor observar, você vai
perceber que tem a inspiração do romantismo clássico de
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Chopin. Por vezes, quando me concedem alguns minutos
de lazer, ouço-a com você em seu carro.
Seus acordes suaves, algo tristes, me envolvem em recordações dos bons tempos a que você se refere. Esses
tempos voltam, voltam sim, Caio. Fique tranquilo.
Por alguns momentos, não conseguimos estancar as
lágrimas. As minhas pesadas, com algum desespero, e as
dele leves, a lhe ressaltar o rosto espiritualizado. Parecia
que Deus as pintava de luz.
Vi-me impossibilitado de continuar a entrevista. Com a
voz embargada, tive muita dificuldade em dizer-lhe:
— Não consigo entrevistá-lo mais, Chico. A emoção não o
permite. Perdoe-me, não sou Humberto de Campos... Apenas lhe farei mais uma, a derradeira pergunta:
Daqui a alguns dias, passa o Natal, chega o Novo Ano, e
você completa 100 anos...
Qual a mensagem que gostaria de dirigir aos milhões de
brasileiros que o adoram e respeitam, sejam espíritas ou
estejam envolvidos em crenças diversas da nossa?
— Kardec conclui o capítulo XV de nosso Evangelho,
lembrando-nos com muita clareza que o verdadeiro espírita
e o cristão autêntico são uma só e a mesma coisa.
Agradeço a todos o carinho cristalizado no amor que sempre me dispensaram. É eterno o meu reconhecimento pelas
visitas, pelas orações em meu favor, e rogo de coração que
me relevem a condição espiritual ainda tão incipiente.
Não mereço tanta atenção. Suplico a Nosso Senhor Jesus Cristo que nos inspire e peço-lhes que juntos não esqueçamos suas palavras:
— Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.
Lágrimas rolavam de seu rosto angelical, e, após alguns
momentos, pena que fugazes, de indescritível paz, Chico
falou-me:
— Preciso partir, e você precisa acordar.
Antes de partir, contudo, ainda fizemos uma breve caminhada pelo cativante local. E daquele seu jeito tão característico de falar das coisas, enquanto percorríamos um
trecho da serra, chegando próximo a uma nascente, nosso
amigo e benfeitor ponderou:
— Essas águas vão encorpar e, tortuosas, percorrerão
um longo trajeto até o mar.
Nos sítios por onde passarem, comunas maiores ou
minúsculos aglomerados da gente nos campos, as águas
transformadas em caudaloso rio recolherão pensamentos e
recordações que, por séculos, permanecem arquivados em
suas margens, principalmente na margem que olha para o
sul.
E afoitas, não sopitando o ímpeto de desaguar no mar,
deslizarão até o Atlântico, na ânsia de mostrar a toda a humanidade as mais comoventes histórias de amor.
E partiu.
Ainda não era noite, mas os raios solares mais pálidos
do inverno não conseguiam ofuscar o facho de luz que o
acompanhou rumo de sua morada, lá no alto do firmamento.
Abri os olhos com a impressão muito forte de que estivera
por alguns momentos com Chico Xavier.
Sonho?
Não sei dizer, mas desses momentos restou aquela saudade que dói. A gente anda de um lado para o outro desassisado, depois, volta a dura realidade, e compreendemos
que a vida continua.
Até breve, Chico!
Caio Ramacciotti
São Bernardo do Campo, Natal de 2009
Texto extraído do livreto Comunicação, Ano 43, n° 187, fevereiro a
junho/2010, GEEM – Grupo Espírita Emmanuel
Imagem: http://static.panoramio.com/photos/original/403844.jpg
http://www.institutoandreluiz.org/chico_jovem.jpg
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Kardec em Estudo
kardec
em
estudo
Das Ocupações e Missões dos Espíritos
O Livro dos Espíritos – 2ª parte – capítulo X
Questão 558 : Alguma outra coisa incumbe aos Espíritos fazer, que não seja melhorarem-se pessoalmente?
“Concorrem para a harmonia do Universo, executando as vontades de Deus, cujo os ministros eles são. A vida espírita é uma ocupação
contínua, mas que nada tem de penosa, como a vida na Terra, porque não há fadiga corporal, nem as angústias das necessidades.”
Na resposta dada a Kardec nesta questão assim como
em outras tantas contidas em O Livro dos Espíritos, a Espiritualidade Superior traz a explicação das ocupações, das
tarefas e das missões dos Espíritos, cada qual dentro da
sua faixa evolutiva.
Todo Espírito mesmo o mais primitivo contribui, mesmo
sem o saber, para a harmonia do Universo. Os Espíritos
mais atrasados atuam na Natureza, sendo os agentes executores de certos fenômenos, sem o saberem. A vida espiritual, bem o sabemos, é ativa, pois não existe o “morreu,
descansou!”
Ao deixar o corpo físico, segue o Espírito igualzinho ao
que era aqui, com os mesmos gostos e pendores, e já que
ninguém vira “santo” porque desencarnou, segue o Espírito
na erraticidade com os mesmos apegos, as mesmas viciações, os mesmos sentimentos e instintos, sem conseguir
se desligar do plano da matéria.
O Espírito permanece junto aos afins encarnados, se refestelando nos vícios ou em cobrança, por vingança pelo
ódio alimentado, servindo, sem o saberem, de instrutores
uns dos outros, até se cansarem do mal e, pela própria vontade, procurarem o Bem, a melhora interior, a mudança de
hábitos.
Pela Lei de Causa e Efeito é assim que a Justiça e a
Misericórdia Divina agem a nosso favor, pois é pelo sofrimento, pela dor que o Espírito encarnado expia os próprios
erros. E, no plano espiritual, assim que o Espírito se entedia, se cansa do mal, do sofrimento, da situação em que se
encontra e se volta para Deus numa prece, num pedido de
socorro saído do coração, imediatamente o auxílio se faz
presente através dos Espíritos socorristas.
São equipes espirituais que trabalham no serviço do
Bem a favor do próximo. Eles recolhem os Espíritos sofredores e os levam para tratamento nos hospitais, casas e
instituições socorristas, no plano espiritual.
E temos os Espíritos Protetores que inspiram e intuem
os corações das pessoas encarnadas para que, dentro das
suas possibilidades, possam levar auxílio às pessoas que
se encontram em sofrimento.
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Estes Espíritos que trabalham em nome de Jesus no
campo do Bem, estudam e recebem todas as instruções
e as orientações sobre as tarefas de auxílio e amor aos
irmãos infelizes, de forma contínua dos instrutores espirituais que orientam e comandam as equipes socorristas, num
trabalho incessante de amor a serviço do Bem.
Através do estudo dos livros do nosso Chico Xavier, na
série ditada pelo Espírito André Luiz, podemos conhecer e
entender melhor todo esse trabalho de amor e assistência
do Plano Espiritual Superior, em benefício aos encarnados
e desencarnados, em sofrimento e o que significa para
cada Espírito em aprendizado e crescimento, sua melhoria
pessoal pela prática do amor ao próximo, como o único caminho da nossa evolução.
E faz-se necessário que lembremos sempre Emmanuel
a pedir que nos instruamos, que estudemos, sempre disciplinadamente, os livros de Allan Kardec que são a base
da Doutrina Espírita: “O Livro dos Espíritos” que responde
a todas as nossas dúvidas; “O Livro dos Médiuns” que nos
esclarece quanto à mediunidade séria a serviço de Jesus;
“O Evangelho segundo o Espiritismo” que nos traz Jesus
em seus ensinamentos de amor; “O Céu e o Inferno” a
nos explicar como nos situaremos no plano espiritual; “A
Gênese” que nos mostra toda a criação e preparação do
nosso planeta Terra para nos receber e a nossa trajetória
evolutiva e todos os quatrocentos e tantos livros do nosso
Francisco Cândido Xavier que traduzem, explicam e simplificam, trocando em miúdos, todos os ensinamentos da
base kardequiana, para que não tenhamos desculpas em
dizer que não aprendemos porque não entendemos.
Só com o estudo sério da Doutrina Espírita que é o Cristianismo Redivivo, trazido em sua pureza, compreenderemos o quanto é importante trabalharmos por nossa superação, nossa reforma íntima, nossa melhoria espiritual.
Isto conseguiremos nos doando, dando de nós mesmos
a favor do nosso próximo, amando, sendo indulgentes, tendo devotamento e perdoando as ofensas.
Fátima
Bibliografia: O Livro dos Espíritos – Allan Kardec, Editora FEB, 69ª
ed., 1987.
Imagem: http://www.nasa.gov/centers/jpl/images/content/212037main_1.jpg
Calendário
calendario
Abril
DIA01
1858 constituída a Sociedade Espírita de
Paris, tendo como fundador Allan Kardec e
outros.
DIA02
1869 sepultado Allan Kardec no cemitério de
Montmartre, Paris.
1910 nasce Francisco Cândido Xavier (Francisco de Paula Cândido), em Pedro Leopoldo, Minas Gerais. Psicografou mais de 400
obras espíritas. Sua primeira obra “Parnaso
de Além-Túmulo” suscitou debates por todo
o país, pela originalidade e ineditismo. Filho
do operário João Cândido Xavier e da doméstica Maria João de Deus. A desencarnação de
dona Maria João de Deus deu-se a 29 de setembro de 1915, quando Chico tinha apenas 5
anos. Dos nove filhos (Maria Cândida, Luzia,
Carmosina, José, Maria de Lourdes, Chico,
Raimundo, Maria da Conceição e Geralda),
seis foram entregues a padrinhos e amigos.
Chico sofreu muito em companhia de sua
madrinha, que era obsediada. Conta ele,
que apanhava três vezes por dia, com vara
de marmelo. O pai de Chico casou-se novamente desta feita com Cidália Batista, de
cujo casamento teve mais seis filhos (André
Luiz, Lucília, Neusa, Cidália, Doralice e João
Cândido).
2010 centenário de nascimento de Francisco Cândido Xavier. - Lançamento do filme
“Chico Xavier” - Lançamento do selo comemorativo do seu nascimento. - Por todo o
país e também em várias regiões do mundo, a
figura magnânima e boníssima de Chico Xavier é reverenciada e tida como uma das personalidades mais brilhantes e amorosas que,
por aqui, viveram.
DIA04
1919 desencarna William Crookes, químico
e físico, pesquisador espírita e membro da
Academia de Ciências de Londres, autor do
livro “Fatos Espíritas”; durante quatro anos
pesquisou a mediunidade de Florence Cook
com as materializações do espírito Katie
King.
DIA10
1775 nasce Christian Friedrich Samuel Hahnemann, o “pai da Homeopatia”, na Alemanha.
1901 desencarna Pierre Gaëtan Leymarie,
Paris, França, médium, sucessor de Kardec
à frente da Revue Spirite que, em certa
ocasião, escreve sobre Allan Kardec: “Aos
domingos, sobretudo nos últimos
dias de sua vida, convidava amigos
para jantar em sua Vila Ségur e, após
haverem debatido os pontos mais
difíceis e mais controvertidos da
Doutrina, esforçava-se para entreter os
convidados. Mostrava-se expansivo,
espalhando o bom-humor em todas as
oportunidades.”
DIA11
1900 desencarna Adolfo Bezerra de Menezes, no RJ, “O Médico dos Pobres”, foi médico, militar, escritor, jornalista, político e expoente da Doutrina Espírita no Brasil. Após
estudar por alguns anos as obras de Allan
Kardec, em 16 de Agosto de 1886, aos cinquenta e cinco anos de idade, perante grande
público (estimado, conforme os seus biógrafos, entre mil e quinhentas e duas mil pessoas), justificou a sua opção em abraçar o Espiritismo. Assumiu a presidência do Centro
da União Espírita do Brasil em 21 de Abril e,
em 22 de Dezembro de 1890, oficiou ao então
presidente da República, marechal Deodoro
da Fonseca, em defesa dos direitos e da liberdade dos espíritas contra certos artigos do
Código Penal brasileiro de 1890.
DIA12
1927 desencarna o francês Léon Denis, o
“Filósofo da Doutrina Espírita”, autor de várias obras tais como: “Depois da morte”; “O
Problema do Ser, do Destino e da Dor”; Cristianismo e Espiritismo”; “No Invisível”; “O
Porquê da Vida”; “O Grande Enigma”.
DIA14
1949 inicia-se a primeira Feira Nacional do
Livro Espírita no RJ, patrocinada pelo Conselho Consultivo de Mocidades Espíritas do
Brasil.
DIA15
1865 desencarna Abraham Lincoln, em Washington, EUA, presidente norte-americano.
Espírita, realizava sessões na Casa Branca.
DIA18 - DIA DO
LIVRO ESPÍRITA
1857 surge a primeira edição de “O Livro
dos Espíritos”.
1957 surge no Brasil o primeiro selo espírita,
comemorando o centenário do aparecimento
de “O Livro dos Espíritos”.
1972 lançado o primeiro livro espírita infantil do mundo, “O Lobo Mau Reencarnado”,
de autoria de Roque Jacintho, autor de mais
de 130 livros espíritas infantis e doutrinários.
Escreveu também livros didáticos nas áreas
de Contabilidade e Direito, livros muito utilizados nas Universidades brasileiras.
1974 lançado o jornal “Folha Espírita’’ primeiro a ser vendido nas bancas em São Paulo.
DIA19
1862 nasce Inácio Bittencourt, na Ilha Terceira, Arquipélago dos Açores, Freguesia da Sé
de Angra do Heroísmo (Portugal); médium
receitista e curador, espírita atuante no Brasil.
Fundou o semanário “Aurora” e o “Abrigo
Tereza de Jesus”, tradicional obra assisten-
cial, até hoje em pleno funcionamento; fundou o Centro Cáritas; tomou parte ativa na
fundação da “União Espírita Suburbana” e
do “Asilo Legião do Bem”, que acolhe vovozinhas desamparadas. Durante alguns anos,
exerceu também a Vice-Presidência da Federação Espírita Brasileira; presidiu o “Centro
Humildade e Fé”, onde nasceu a “Tribuna Espírita”, por ele dirigida durante alguns anos.
DIA21
1889 fundado o primeiro Centro Espírita do
Brasil e a primeira escola de médiuns pelo Dr.
Bezerra de Menezes e Augusto Elias da Silva.
DIA22
1904 desencarna Florence Cook, médium,
por intermédio da qual o Espírito Katie King
se materializava, dando ensejo ao cientista
William Crookes para estudar o fenômeno,
com detalhes.
DIA23
1923 desencarna a médium Anna Prado.
Pioneira da prática de efeitos físicos no país;
foi uma das maiores colaboradoras do escritor espírita Raymundo Nogueira de Faria,
para a preparação de sua obra “O Trabalho
dos Mortos”, publicada pela Federação Espírita Brasileira (FEB) em 1921. A obra detalha
os fenômenos de efeitos físicos de materialização nos quais Anna Prado era o agente
mediúnico. Sendo ilustrada por fotografias,
as sessões aconteciam na residência da família, sendo a filha, Antonina Prado, médium
psicógrafa.
DIA24
1984 desencarna Deolindo Amorim, jornalista e escritor que idealizou os Congressos de Jornalistas e Escritores Espíritas, a
ABRAJEE e o Instituto de Cultura Espírita
do Brasil.
DIA25
1882 desencarna Johann Carl Friedrich
Zollner, em Leipzig, Alemanha; astrônomo
e pesquisador dos fenômenos mediúnicos,
autor do livro “Provas Científicas da Sobrevivência”.
DIA29
1909 desencarna Amália Domingo Soler, em
Barcelona, médium.
1864 lançada a primeira edição de “O Evangelho segundo o Espiritismo”,
DIA30
1856 transmitida a Allan Kardec a primeira
revelação mediúnica, a respeito da missão
que haveria de desempenhar.
1969 desencarna Sebastião Lasneau, em
Barra do Piraí, RJ, poeta, cego e um dos criadores das Semanas Espíritas.
Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”
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19
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