Treinamento de MDO: Curso de IA

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Treinamento de MDO: Curso de IA
Edição 290
•
Ano XXII
Treinamento
de MDO:
Curso de IA
as estratégias para se verificar a
ocorrência do cio, enfatizando-se
as principais características manifestadas pelos animais.
Já no módulo prático, os funcionários treinaram primeiramente em peças anatômicas do
aparelho reprodutivo da vaca, de
forma que puderam ter o prévio
contato com estruturas fundamentais, como a cérvix.
Na sequência, alguns animais
foram selecionados, para que
se cumprisse a última etapa do
curso. Nela, individualmente, os
funcionários simularam o procedimento completo da inseminação artificial, desde a contenção
do animal no tronco, higienização da vulva, montagem do aplicador com a palheta contendo o
sêmen, até seu posicionamento
correto no corpo do útero dos
animais e deposição do sêmen.
Por último, orientou-se os
funcionários sobre a importância do registro nos cadernos de
controle zootécnico de todas as
inseminações realizadas e estes
demonstraram grande interesse
em aprender a técnica.
Através da capacitação da mão-de-obra, espera-se eliminar um
dos principais entraves à inseminação artificial e colaborar com
o melhoramento genético do rebanho. Vale lembrar que esta capacitação da mão-de-obra é um
ótimo investimento.
Aloma Eiterer Leão
Estudante de Medicina Veterinária
O uso da Inseminação Artificial (IA) é uma ferramenta essencial para o melhoramento
genético�����������������������
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e aumento da eficiência produtiva dos rebanhos. De
todas as biotécnicas existentes
que são aplicadas à reprodução
animal, a Medicina Veterinária
(IA) é a mais antiga e também, a
mais eficiente.
No dia 21 de Março, três dos
funcionários da Fazenda do Turvo, localizada em Guaraciaba, na
Zona na Mata mineira, receberam um treinamento sobre Inseminação Artificial, ministrado
pela monitora, hoje veterinária
Lidiane Finotti.
O curso contou com 8 horas,
distribuídas entre o módulo teórico e o prático. O primeiro iniciou-se com a apresentação dos
materiais utilizados para a realização da inseminação, incluindo
bainhas descartáveis, palhetas,
cortadores de palheta, papel toalha, botijão de sêmen com nitrogênio líquido, entre outros. Nesta
etapa, foi demonstrado o correto
acondicionamento do sêmen, sua
retirada e aplicação nos instrumentos que serão inseridos no
animal, além do correto manejo
do botijão. Ainda foi explicado
Inseminação Artificial
Dicas do Veterinário:
Clostridiose bovina
p. 2
•
Junho de 2013
•
Viçosa-MG
A importância do pré-parto
na produção da vaca de leite
Thaylon Moreira
Estudante de Zootecnia
O pré-parto é uma das mais
se não a mais importante fase
da vida produtiva de uma
vaca e de sua cria, por isso
requer uma merecida atenção tanto em uma abordagem
nutricional quanto relacionado ao conforto para que
o rebanho possa imprimir
seu verdadeiro potencial de
produção. Há sempre uma
discussão sobre qual efetivamente é o período correspondente ao pré-parto. O período seco da vaca corresponde
ao final da lactação até a data
do parto; o pré-parto corresponde ao período de 21 dias
antes do parto até o parto.
Na Fazenda Santo André,
em Teixeiras, do produtor
Luciano Sampaio, a prática
de divisão de lotes direcionados a vacas em pré-parto
foi adotada com sucesso.
Anteriormente, os animais
apresentavam problemas no
pós-parto, como retenção de
placenta e partos distócicos
com certa frequência. Então
passou-se a dividir os lotes
da seguinte forma: logo após
a secagem dos animais, estas
compõem o lote de vacas secas recebendo como volumoso cana-de-açúcar picada no
cocho, mais 2 kg do concentrado misturado na fazenda e
sal mineral conforme sua exigência. Aos 21 dias antes do
parto, esses animais seguem
para o lote do pré-parto, onde
tem disponível uma pastagem
de tifton, sombra de árvores,
cochos com pisos ao redor cimentados e cobertos, cochos
de água limpa, sal mineral e
são alimentadas com cana-de-açúcar corrigida e/ou silagem de milho mais 2kg de
concentrado. Faltando 7 dias
para o parto os animais são
Utilização de fungicida na
cultura do milho
p. 2
Conforto animal
transferidos para o lote maternidade, onde tem as mesmas
condições do pré-parto, porém com silagem de milho em
substituição à cana corrigida, a
fim de familiarizar o animal às
dietas das vacas em lactação,
que quase em sua totalidade recebem silagem de milho
como alimentação volumosa e
adequar sua microbiota ruminal à mesma.
Considerando os aspectos
nutricionais, não podemos nos
esquecer de que nessa fase os
animais estão no fim da gestação e com isso o feto ocupa um
grande espaço, fazendo com
que a capacidade de ingestão
de matéria seca seja diminuída. Dessa forma, o animal
reduzirá bastante o consumo,
que normalmente varia entre
3,0 a 3,5% do peso corporal e
nesse período cai a 1,5 a 1,7%
sendo assim é necessário fornecer uma dieta mais densa
tanto em proteína quanto em
energia, portanto uma ótima
ferramenta que auxilia no ajuste da nutrição do seu rebanho
é o monitoramento do escore
de condição corporal. A recomendação é que no período
próximo ao parto o escore esteja em 3,5. Estudos mostram
que animais com escore muito
baixo ou muito alto principalmente, são mais propícios
a distúrbios metabólicos no
pós-parto levando ao agrava-
Momento do Produtor:
José Afonso Frederico
Fazendas Chácara e
Bela Vista
p. 3
mento do balanço energético
negativo, criando problemas
como febre do leite, hipocalcemia, mamite, deslocamento de abomaso, síndrome do
fígado gorduroso, acidose,
problemas de casco, entre outros, por apresentarem maior
dificuldade de atingir o pico
de ingestão de matéria seca.
Por último, e não menos
importante, devemos nos
atentar sobre qual o ambiente e o conforto que as instalações estão proporcionando
aos animais. As vacas devem ficar em um local limpo, sombreado, bem arejado,
que tenha áreas de descanso,
e que seja próximo à casa de
um funcionário para facilitar
a observação desses animais.
Para uma vaca ou novilha
amojando, um ambiente limpo e livre de contaminações
evitará problemas como retenção de placenta ou metrite, por exemplo, e assim não
comprometerá a saúde do
animal e de suas crias.
Dessa forma, vê-se que essas
estratégias além de simples,
são extremamente importantes e essenciais uma vez que
podem interferir diretamente
na longevidade, saúde animal
e incremento de produção,
sendo portanto, fatores determinantes para o sucesso
da atividade.
Qualidade do leite:
Mastite Gangrenosa
p. 4
Dicas do Veterinário:
Clostridiose bovina
Davi Ribeiro e Ribeiro
Estudante de Medicina Veterinária
Chamamos de clostridiose o
conjunto de doenças causadas
pelas bactérias do gênero Clostridium. Estes microrganismos
podem sobreviver por anos no
ambiente, principalmente no solo
e água. As clostridioses de maior
importância para a bovinocultura brasileira são o Botulismo e o
Carbúnculo sintomático.
Botulismo
O botulismo geralmente está
associado a um distúrbio aliJornal da Produção de Leite
PDPL-RV
Programa de
Desenvolvimento da Pecuária
Leiteira da Região de Viçosa
PCEPL
Programa de Capacitação
de Especialistas em Pecuária
Leiteira
Publicação editada sob
a responsabilidade do
Coordenador do PDPL-RV:
Adriano Provezano
Gomes
Jornalista Responsável:
José Paulo Martins
(MG-02333-JP)
Redação:
Christiano Nascif
Zootecnista
Marcus Vinícius C. Moreira
Médico Veterinário
André Navarro Lobato
Médico Veterinário
Thiago Camacho Rodrigues
Engenheiro Agrônomo
Diagramação e
coordenação gráfica:
João Jacob
Neide de Assis
Endereço do PDPL-RV:
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Subsolo/Campus da UFV
Cep: 36570-000
Viçosa - MG
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E-mail: [email protected]
Site: www.pdpl.ufv.br
Facebook:
Pdpl Minas Gerais
2
mentar onde os animais adquirem o hábito de ingerir objetos
estranhos que podem estar
contaminados, principalmente
carcaças, procurando os minerais presentes nos ossos. No
início o animal tem paralisia
dos membros, que se espalha
pelo corpo geralmente levando
à morte por insuficiência cardiorespiratória.
Carbúnculo Sintomático
(conhecido como Manqueira
ou Mal de Ano)
O animal se contamina ingerindo pastagens infectadas.
A doença é bastante restrita a
animais jovens na faixa etária
de seis meses a dois anos, com
o aparecimento de gás e aspecto espumoso (crepitantes) e
inchaço nos músculos. Muitas
vezes o animal é encontrado na
pastagem com sangramentos
na boca, nariz e inchaço semelhante à picada de cobra.
Tratamento preventivo
Visto que os tratamentos para
as clostridioses possuem baixa
eficiência o melhor controle é o
preventivo:
a)Vacinação: Vacinar os animais aos 4, 6 e 18 meses
fazendo a partir daí um reforço anual. Importante ressaltar ao produtor que a me-
lhor escolha é a de vacinas
polivalentes, que promovem
imunização a diversas espécies de clostridium;
b)Suplementação
mineral
adequada;
c)Dar um destino adequado
às carcaças, se possível enterrar profundamente ou
mesmo queimar impedindo
assim o contato com os animais;
d)Boa estocagem de alimento,
evitando o acesso de roedores e pássaros;
e)Boas práticas na utilização
de materiais perfurocortantes, como agulhas, lâminas de bisturis, procurando
sempre renovar estes equipamentos;
f)Em suspeita de clostridiose, coletar e enviar material
para análise em laboratorial
para identificação do agente
e da doença.
A clostridiose bovina causa
grandes perdas econômicas
para o rebanho brasileiro, é
de difícil tratamento e poucas
chances de erradicação em
uma propriedade, merecendo
assim considerável atenção do
produtor e veterinários. A adoção de boas práticas sanitárias
além ter baixo custo confere
maior segurança ao produtor.
Utilização de fungicida na
cultura do milho
Edgard Loureiro Silva
Estudante de Agronomia
Nos últimos anos, a produção
da cultura do milho no Brasil
apresentou aumentos expressivos, mas de maneira geral a produtividade ainda é considerada
baixa se comparada a de outros
países produtores como China
(5000 kg/ha), Argentina (7000
kg/ha) e Estados Unidos (9000
kg/ha). Dos diversos fatores que
interferem na produtividade do
milho, as doenças é um dos mais
importantes.
Dentre as principais doenças
da cultura do milho no Brasil,
merecem destaque a cercosporiose, a mancha branca, a ferrugem polissora, a ferrugem
comum, as helmintosporioses,
os enfezamentos e as podridões
de colmo. Assim como a maioria
das doenças, elas atacam primeiro as folhas baixeiras e se direcionam para as folhas mais altas.
Como as folhas acima da espiga
representam até 90% da massa
das folhas, é importante observar o desenvolvimento das doenças ainda nos estágios iniciais.
Tradicionalmente o manejo
adotado para as doenças na cultura do milho se resumem a utilização de cultivares resistentes
associados a medidas culturais.
Hoje se observa grande destaque
no controle de doenças através
da aplicação de fungicidas. Resultados de pesquisa, no Brasil e
no exterior, têm confirmado os
efeitos positivos da aplicação de
fungicidas na redução de perdas
na produtividade ocasionadas
pelo ataque de doenças.
É importante destacar que os
incrementos de produção oriun-
Área de milho após a aplicação de fungicida
dos da aplicação de fungicidas
apresentam grande diferença
entre os casos, não havendo um
comportamento homogêneo nos
resultados. Além disso, mesmo
havendo uma resposta positiva
em aumento de produtividade,
esses podem não se traduzir em
retorno econômico, depende da
relação benefício/custo.
É interessante dar preferência
a produtos que apresentam a
mistura dos triazóis com as estrobilurinas, pois há indícios de
que os mesmos atuam em estágios diferentes nas doenças e podem conferir maior resistência
a tipos de stresses, como seca e
nutricional, aumentando a capacidade fotossintética das plantas,
redução da respiração foliar e
maior eficiência no uso da água,
conseqüentemente um aumento
na produtividade.
Estima-se que a aplicação do
fungicida reduza as perdas decorrentes das doenças em até
6%. Justifica-se a aplicação do
mesmo em áreas onde há um
maior risco de ocorrência de
doenças em elevada severidade,
que são causadas pela utilização
de materiais susceptíveis, plantio
contínuo do milho sem rotação
de culturas, plantios tardios, elevadas temperaturas e umidade
relativa do ar alta.
Para se alcançar a máxima ação
do fungicida deve-se aplicá-lo
entre o pendoamento e os grãos
leitosos, que é o momento em
que a planta exige o máximo de
sua capacidade fotossintética, ou
quando verificada a ocorrência
das doenças.
Um entrave para a região de
Viçosa é o modo de aplicação,
onde a mesma é realizada com
um pulverizador de arrasto, que
consegue entrar na área sem
afetar a cultura quando a planta está por volta da 8º folha (no
máximo 1m de altura), sendo
assim antecipa-se a aplicação
flexibilizando o sistema. Este o
caso da Fazenda Nô da Silva, em
Cajuri-MG.
A Fazenda Nô da Silva, de propriedade do sr. Antônio Maria
Silva Araújo, utiliza fungicidas
em todas as suas áreas de plantio, milho grão e silagem, totalizando aproximadamente 100
ha, alcançando uma média de
57 ton/ha de silagem e média de
9000 kg de grãos. Os gastos referentes à aplicação do fungicida
são inferiores a 2,5% do custo total de produção do milho, o que
é equivalente a 100 R$/ha.
Para se entender como os fungicidas atuam na produtividade da
cultura do milho é necessário ter
uma visão mais ampla da lavoura.
A produtividade é definida pelo
stand/ha, número de espigas/
plantas, número de fileiras/espigas, número de grãos/fileira e por
fim o peso dos grãos.
Calcula-se que o retorno econômico da aplicação de fungicidas é
mais evidente em lavouras onde
a produtividade esperada é no
mínimo 6000 kg/ha. Onde a aplicação do mesmo resultaria num
incremento produtivo de até 6 sacas, 360 kg. Com o preço médio
da saca a
R$35,00, o produtor
teria um retorno econômico de
R$110,00 por hectare.
Logo, assim como na Fazenda Nô da Silva, a condução da
lavoura desde a escolha do material até a colheita, deve ser
acompanhada e manejada corretamente, favorecendo rápidas
tomadas de decisões quando necessário, visando alcançar maiores produtividades. A utilização
de fungicidas é uma opção eficaz
a um custo relativamente baixo
que pode auxiliar o produtor
a minimizar perdas e garantir
a produção, seja da silagem de
milho ou do milho grão, assim
como relata o produtor Antônio
Maria Silva Araújo “o fungicida
é uma ferramenta essencial para
o aumento da produtividade das
lavouras”.
Momento do Produtor: José Afonso Frederico
Fazendas Chácara e Bela Vista
Jaime Camilo Filho
Estudante de Medicina Veterinária
Marcelo Grossi Machado
Estudante de Zootecnia
Situada na zona rural do município de Coimbra as fazendas Chácara e Bela Vista, de
propriedade do Sr. José Afonso
Frederico, demonstram o sucesso do produtor na atividade.
Envolvido com a pecuária leiteira há muito tempo, a família
do produtor exerceu um papel
importante no atual sucesso de
suas propriedades. Em 1997 o
produtor adquiriu a Fazenda
Chácara, que possui 82 hectares
para a produção de leite, 65 hectares destinados à cafeicultura e
áreas de reserva e eucalipto. Em
2006, já com a assistência do
PDPL-RV/PCEPL desde 2003, o
produtor comprou a propriedade. Bela Vista de seu pai Higino
Frederico, que já produzia leite
nos seus 21 hectares com matrizes que é a base genética de muitos animais do atual rebanho.
Atualmente o rebanho das
propriedades possui grau de
sangue variando de 7/8 HZ
ao holandês puro por cruza, a
grande maioria de suas matrizes
nasceu na propriedade, garantindo a procedência de um rebanho especializado na produção de leite. Atualmente a média
de produção está acima de 20l/
vaca/dia. O rebanho de produ-
ção é dividido em 64 vacas na
Fazenda Chácara e 53 vacas na
Bela Vista, que juntas produzem
cerca de 2200 litros/dia.
As fazendas são integradas
tanto em rebanho quanto em
volumoso: a recria é feita exclusivamente na Fazenda Chácara.
As bezerras permanecem na
Bela Vista até o desaleitamento
e depois são transferidas. Todo
ano, de acordo com a necessidade de reposição, as vacas
primíparas já em produção, são
levadas para a Bela Vista. Nessa
fazenda, durante o inverno, é
realizado o manejo de três ordenhas, elevando a produtividade
para próximo dos 27l/vl/d. A
alimentação das novilhas é basicamente cana corrigida com
ureia/sulfato de amônio no
período seco e capim elefante
na águas, os animais são suplementados durante todo o ano,
com concentrado formulado e
misturado na fazenda especificamente para cada fase e para o
ganho de peso esperado.
Os animais em produção são
condicionados no sistema de
semi-confinamento durante o
ano todo. As vacas são divididas
em lotes que são alimentadas
com silagem de milho, cana corrigida e capim de acordo com a
produção. A dieta é equilibrada
no cocho e qualquer ingestão
de alimento por pastejo é desconsiderada. Atualmente as
propriedades possuem 8,5 hectares de cana de variedades melhoradas geneticamente, dentre
elas predominam a RB 867515
e SP 801816, 1 hectare de capineira e 22 hectares destinados
ao plantio de milho. Além das
atuais, áreas o produtor conta
com o arrendamento de outros
13 hectares que são usados para
o plantio de milho, atendendo
as exigências para produção de
silagem. Esse sistema flexível de
produção, onde os insumos são
ofertados de acordo com as necessidades de cada categoria ou
grupo de animais, levando em
conta o momento da atividade, faz com que a atividade não
seja “engessada” nos conceitos e
tomada de decisões. Alguns de
seus indicadores técnicos podem ser conferidos na tabela
abaixo.
Sempre em busca de maior eficiência na atividade, o produtor
não abre mão da produção de
silagem de milho de qualidade
e com baixo custo. Os dados da
última safra 2012-2013 mostram os resultados, onde a média de produtividade foi de 60
toneladas/hectare com custo de
R$ 62,00 por tonelada. Pensando ainda em um complemento
da sua renda, José Afonso planta
feijão em praticamente todas as
suas áreas de plantio de milho,
amortizando os gastos com arrendamento e aumentando seus
ganhos.
Com o perfil arrojado que a
cadeia produtiva do leite precisa, o empresário rural José
Afonso acaba de adquirir mais
uma propriedade para aumen-
tar a sua produção de leite. A
Fazenda Botafogo é localizada
no município de Muriaé, aonde o produtor começou a produção de leite em dezembro de
2012, com animais oriundos das
fazendas de Coimbra e outros
comprados recentemente. A
produção da nova propriedade é
de cerca 800 litros/dia. As fazendas de Coimbra serão responsáveis pela formação do restante
do plantel da Botafogo, visto
que a fazenda possui um grande potencial para a produção
de leite, principalmente devido
à alta capacidade de produção
de volumoso na fazenda, com
praticamente 100% das áreas da
fazenda são mecanizáveis. Em
contrapartida, a fazenda Botafogo gera recursos importantes
para todas as fazendas, como a
produção de feno de Cynodon
que é utilizado na dieta das vacas em lactação como fibra efetiva.
Outros fato de grande valia
em seu sistema de produção é
a sucessão e apoio familiar: primeiramente seu irmão Nilson
desempenha o papel de gerente
de uma das fazendas; seus filhos
Thiago e Bruno, que são zootecnista e engenheiro agrônomo, respectivamente, dão todo
o apoio técnico que a fazenda
necessita�������������������
, além de serem interessados na manutenção e
crescimento da atividade. Sua
esposa, Maria do Rosário, também dá todo o apoio necessário
nos empreendimentos, desepenhando papel importante na
administração dos sistemas de
produção.
Diante dos resultados obtidos
em parceria com o PDPL-RV/
PCEPL, o produtor José Afonso
Frederico se mostra disposto a
expandir a atividade, sujeito a
novas tecnologias e inovações.
Atualmente o objetivo do produtor é alcançar a produção de
3500 litros/dia nas três propriedades, façanha que está próxima
de ser alcançada. Sendo assim,
produtor e PDPL-RV/PCEPL
caminham juntos nos planejamentos e objetivos, sempre buscando a sustentabilidade do sistema, com satisfação financeira
e social da atividade, sem se esquecer do equilíbrio ambiental.
Indicadores*
20032013
Produção de leite (L/dia)
1371
Vacas em lactação (cab.)
2200
83
104
Vacas em lactação / Total de vacas
73,1%
83%
Vacas em lactação / Total do rebanho
41,6%
34%
Produção / Área para pecuária (L/ha/ano)
3629
7755
Produção / Mão-de-obra permanente (L/dh)
206
298
*Apenas as fazendas Chácara e Bela Vista
José Afonso Frederico
Vista panorâmica da propriedade
Pista de alimentação dos animais
Lavoura de milho
3
Qualidade do leite
Mastite Gangrenosa
Bruno Araújo M. Ribeiro
Estudante de Medicina Veterinária
A mastite é um dos grandes
gargalos da pecuária leiteira,
motivo de redução na qualidade
e quantidade de leite produzido.
A doença é resultado da inflamação do parênquima da glândula
mamária independe da causa,
caracterizando-se por uma série
de alterações físicas e químicas
do leite bem como modificações
patológicas no tecido glandular.
A mastite gangrenosa é causada,
primariamente, pela Staphylococcus aureus e, algumas vezes, Clostridium perfringens e Eschericha
coli. As mastites por Staphylococcus aureus ocupam papel de destaque na prevalência das mastites
clínicas e subclínicas, e uma explicação para tal é a ineficiência
dos tratamentos e persistência do
microorganismo como parte da
microbiota externa ao canal do
teto. As evidências sugerem que,
em bovinos, esta forma de mastite infecciosa, tem como principal fonte de infecção o quarto
infectado com o microorganismo
e como método de disseminação
as mãos e as teteiras das ordenhadeiras mecânicas contaminadas.
Podemos observar que os
quartos afetados ficam tensos,
quentes, firmes, aumentados de
volume e dolorosos. Há uma
completa estagnação da secreção
láctea e uma pequena eliminação
de sangue escurecido. Os quartos
não infectados ficam também endurecidos e a secreção reduzida,
efeito, provavelmente, pela difusão de toxinas através da corrente
sanguínea. Clinicamente a forma
aguda da doença, causada pelo
Staphylococcus aureus, ocorre
após o parto e tende a produzir
gangrena dos quartos afetados,
na qual a pele do quarto e da teta
se torna fria e azulada e acaba por
se desprender do úbere.
Considerando o Clostridium
perfringens como outro microrganismo causador da infecção,
e também presente no ambiente
e nas fezes de animais sadios, a
instalação no úbere dos animais
decorre geralmente da contaminação do teto com sujidades do
ambiente, ou deficiências de anti-
-sepsia na terapia intramamária.
Logo, a prevenção e o controle da
doença devem basear-se principalmente em métodos preventivos, especialmente em técnicas
de melhorias da higiene e conforto do ambiente. Além disso, as
medidas tradicionais de controle
são relativamente efetivas, tais
como correto manejo e higiene
na ordenha. Em um programa
para controle da mastite bovina o
principal é ter, na rotina, um bom
manejo da criação e cuidados sanitários com bezerros, vacas em
gestação, lactação e período seco,
abrangendo as novilhas.
Os cuidados de higiene na ordenha são vitais. A seguir são destacados os principais:
-As mãos do ordenhador devem
ser lavadas e desinfetadas antes
de cada ordenha.
-A prova da caneca telada deve
ser feita a cada ordenha;
-“Pré - dipping”, que é a desinfecção dos tetos antes da ordenha, durante 30 segundos, tornado - se uma estratégia bastante
eficiente de controle de mastite
ambiental;
-As vacas afetadas devem ser separadas das sadias, agrupando-as
de acordo com o grau de infecção. Deve-se ordenhar primeiro
as sadias, passando para aquelas
levemente afetadas e terminar
com as mais problemáticas;
-Na ordenha mecânica, fazer
primeiro a prova da caneca telada
manualmente, e só então passar à
ordenha mecânica. Manter a ordenhadeira bem regulada, limpa
e desinfetada antes de cada ordenha;
-“Pós - dipping”, que é desinfecção dos tetos após a ordenha;
-O trato deve ser fornecido logo
após a ordenha, para que os animais permaneçam em pé e possa
ocorrer o fechamento do esfíncter do teto e evitar a entrada de
microorganismos para a glândula
mamária;
-Cuidados devem ser tomados
quando se introduzem novas vacas num rebanho sem mastite.
A doença retratada apresenta-se
como casos raros. Caso venha a
ocorrer tem de ser reforçada a necessidade da imediata adoção de
medidas de controle e profilaxia
para microorganismos de origem
ambiental.
As 10 maiores produções do mês de maio de 2013
Ord
Produtor
Município Produção Cajuri
146.537,90
Coimbra
58.291,00
1
Antônio Maria Silva Araujo
3
José Afonso Frederico 4
Hermann Muller Visc. Rio B
53.188,00
5
Marco Túlio Kfuri Araújo
Oratórios
39.876,00
6
Paulo Frederico Araponga
39.124,00
7
Joaquim Campos Júnior
Dores do Turvo
37.950,00
8
Sérgio H. V. Maciel Coimbra
22.884,00
9
Ozanan Moreira
Ubá
22.468,00
10
Luciano Sampaio
Teixeiras
21.430,00
10
Antônio Carlos Reis Piranga
15.508,00
As 10 maiores produtividades do mês de maio de 2013
Ord
Produtor
Município Produtividade por
vaca em lactação
Produtividade por
vaca total
Cajuri
29,62
21,7
Ubá
24,6
19,4
1
Antônio Maria Silva Araujo 2
Ozanan Moreira
3
José Afonso Frederico Coimbra
21,8
17,6
4
Davi C. F. de Carvalho Senador Firmino
19,9
15,6
5
Rogério Barbosa
Teixeiras
16,5
14,5
6
Paulo Bitarães
Viçosa
16,4
14,4
7
Áureo de Alcântara Ferreira
Guaraciaba
17,6
14,3
8
Sérgio H. V. Maciel Coimbra
17,5
13,0
9
João Bosco Diogo
Porto Firme
16,7
12,6
10
Antônio Saraiva da Silva
Porto Firme
18,0
12,0
10 melhores análises totais de bactérias CBT do mês de junho de 2013
Ord
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Produtor
Célio de Oliveira Coelho
Antônio Moreira Vieira
Cléber Luis O. Magalhães
João Bosco Diogo
José Mauro do Carmo
José Maria de Barros
Paulo Bitarães
Rafaela Araújo de Castro
Davi C. F. de Carvalho
Cristiano José S. Lana
Município
UFC (mil/ml)
Porto Firme
Presidente Bernardes
Divinésia
Porto Firme
Viçosa
Presidente Bernardes
Viçosa
Guaraciaba
Senador Firmino
Piranga
3
5
6
6
6
7
7
8
9
10
10 melhores análises do leite em CCS do mês de junho de 2013
Ord
4
Mastite Gangrenosa
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Produtor
Célio de Oliveira Coelho
Roque Maciel
Alaelson José da Silva
Agenor A. de S. Neto
José Maria de Barros
Rafaela Araújo de Castro
João Bosco Diogo
José Mauro do Carmo
Davi C. F. de Carvalho
Paulo Bitarães
Município
CCS (mil/ml)
Porto Firme
Piranga
Ubá
Teixeiras
Presidente Bernardes
Guaraciaba
Porto Firme
Viçosa
Senador Firmino
Viçosa
61
117
123
129
159
207
242
242
244
252

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