Preparação de albumina - Escola Superior de Tecnologia de Tomar

Transcrição

Preparação de albumina - Escola Superior de Tecnologia de Tomar
Aula Prática 5 – Revestimento do papel com albumina
Cadeira Processos de Impressão com Prata
20 de Outubro de 2008 – Licenciatura em Fotografia 2008-2009
Departamento de Fotografia – Luis Pavão
Escola Superior de Tecnologia de Tomar
Nesta aula vamos preparar papel para imprimir em albumina e em papel salgado
e estabelecer comparações. Cada grupo de dois alunos deve adquirir uma dúzia de ovos.
Ver no final a lista de materiais a adquirir.
Preparação das claras
Preparação de albumina
(seguimos as instruções de Mike Robinson em Coming into Focus, de John Barnier)
Precisamos de três dúzias de ovos frescos, que podem ser adquiridos num
supermercado qualquer. Vamos partir os ovos e separar as claras das gemas. As claras
são lançadas para dentro de uma chávena individual e observadas. Caso se misture a
gema com a clara, o ovo não pode ser aproveitado. Devemos limpar impurezas e
sujidade visíveis e apenas depois lançamos a clara, assim separada, para dentro de um
contentor maior, com capacidade para um litro. Utilizamos neste processo apenas as
claras dos ovos; as gemas podem ser usadas na preparação de doces de ovos, como
ovos-moles, fatias da china ou lampreia de ovos.
Vamos adicionar claras até obter um volume de cerca de 500 ml. Depois
juntamos a solução de ácido acético (2 ml), água destilada (15 ml) e cloreto de amónio
ou de sódio (15 g). Passamos então a bater as claras até ficarem em castelo, ou seja, até
à formação de uma espuma dura, que não cai quando viramos a tigela de cabeça para
baixo. Esta espuma deve repousar no frigorífico, tapada, durante 24 horas, até voltar ao
estado líquido. Passado este período, vamos filtrar a mistura, passando-a por um pano
limpo; devemos ainda limpar os restos de espuma que fiquem agarrados ao contentor.
As claras devem ficar totalmente limpas. Voltamos a colocar no frigorífico e deixamos
envelhecer durante uma semana ou mais.
Após uma semana de envelhecimento da albumina, filtramos de novo a mistura,
que colocamos então num cuvete de vidro, perfeitamente limpa e retiramos todas as
bolhas de ar na superfície, com a ajuda de uma tira de papel.
Preparação do papel
Alguns papéis que vamos utilizar são os seguintes:
Canson Monteval 180 g/m²
Canson Desenho 130 g/m²
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O papel deve ser cortado em folhas de 15x20 cm; use as suas luvas brancas de
algodão para manipular o papel e desta forma impedir que a gordura dos dedos impeça a
penetração das solução e a aderência da albumina. Marque a lápis em cada folha de
papel, no bordo superior, o nome do fabricante e tipo de papel usado, ou um numero de
código, que lhe permita mais tarde identificar qual o papel utilizado em cada prova. Este
deve ser marcado no verso da folha, no bordo superior, ficando o lado a albuminar
totalmente limpo.
Primeira camada de albumina
Colocamos as folhas de papel a albuminar sobre a superfície da albumina e
deixamos flutuar durante dois minutos para absorver bem. Para melhor executar a
flutuação, vamos fazer como no papel salgado: dobramos as quatro bordas da folha de
papel para dentro, formando uma parede com cerca de 1 cm, ou seja construindo um
barco que colocamos a navegar na albumina. Cuidado com as bolhas de ar, que
impedem a absorção da albumina pelo papel; antes de colocar uma folha na albumina há
que inspeccionar a superfície e retirar bolhas entretanto formadas. Nesta operação há
que evitar a todo o custo que a albumina passe para a parte de trás da folha de papel,
pois assim viria a criar defeitos de impressão. Não queremos nem uma pequena gota de
albumina nas costas do papel. Ao fim de dois minutos de flutuação a folha é retirada, o
que deve ser feito num só movimento, uniforme e decidido, para evitar riscos e zonas
desiguais.
Para secar, a folha é colocada a escorrer na corda, por meio de duas molas; as
molas da roupa devem ser colocadas no lado onde escrevemos o nome do papel, ficando
assim a saber qual o lado de cima na secagem; enquanto seca vamos absorver as gotas
que se formam na margem inferior, com uma toalha de papel, operação essencial na
obtenção de uma camada uniforme. As folhas vão enrolar durante a secagem, pelo que
será preciso colocar as folhas já secas empilhadas debaixo de um peso, como um vidro
espesso.
Segunda camada de albumina
Poderemos imprimir com uma ou duas camadas de albumina. A aplicação de
uma segunda camada vai trazer mais brilho à prova. Para aplicar uma segunda camada
de albumina precisamos de endurecer a primeira. Isto pode ser feito deixando a
albumina endurecer durante seis meses. Mas existem outros processos mais rápidos, que
passamos a descrever. Num deles mergulhamos a folha albuminada, depois de seca,
num litro de álcool isopropil, com cloreto de amónia (30g por litro), durante 30
segundos. Este banho vai endurecer a albumina e impedir que se dissolva na segunda
flutuação. Outro processo de endurecimento consiste em expor a camada de albumina
ao vapor de água de uma chaleira durante alguns segundos e a albumina coze por acção
do calor. Poderemos usar o mesmo banho de albumina para as duas camadas. A folha é
posta a flutuar na albumina pela segunda vez, durante 2 minutos, para absorver a
segunda camada. Será então posta a secar na corda, por meio de duas molas, mas em
posição invertida em relação à primeira secagem, para compensar a acumulação de
Processos de Impressão com Prata – Prática 05 – Revestimento do Papel com Albumina
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maior quantidade de albumina no lado inferior. Enquanto seca vamos também absorver
as gotas que se formam na margem inferior, com uma toalha de papel, como foi feito na
primeira secagem. Depois de secas, guardamos as folhas albuminadas em pilha sob um
peso, como um vidro espesso.
Salgar Papel
Para o exercício da próxima aula prática precisamos também de salgar a mesma
quantidade de papel, para estabelecer comparação entre prova de albumina e prova de
papel salgado. Vamos usar o mesmo tipo de papel que usámos para as provas de
albumina para salgar com cloreto de sódio e gelatina, tal como já foi feito em aulas
anteriores. O papel deve ficar ponto a tempo de ser usado na próxima aula prática.
Fixador para as provas de albumina
A composição do banho fixador é o seguinte:
Água destilada ....................................... 800 ml
Tiossulfato de sódio ............................... 150 g
Carbonato de sódio ................................
2g
Água destilada para fazer ............................ 1 l
Estamos a usar uma solução de tiossulfato de sódio a 15% (150 g de tiossulfato de sódio
para 1000 ml de água destilada), tal como no fixador do papel salgado. O carbonato de
sódio ajuda a solução a manter um pH alcalino e assim evitamos o branqueamento da
prata pelo banho fixador ácido. Na fixação das provas vamos usar dois banhos e
mergulhar as folhas durante 4 minutos em cada um dos banhos.
Materiais Consumíveis
Duas dúzias de ovos para obter 500 ml de albumina
Proveta ou copo graduado para 1 litro
Ácido acético a 28% - 2 ml
Água destilada – 15 ml
Cloreto de amónia ou sódio – 15 g.
Papel de vários tipos para imprimir
Equipamentos
Batedor de claras
Tigela grande para bater as claras
Chávenas para separar as claras de cada ovo
Pano limpo para filtrar
Funil de vidro
Cuvete de vidro, maior que o papel
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Com base na sua experiência e aula prática responda:
1. Enumere duas vantagens das provas de albumina sobre o papel salgado
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2. Enumere dois aspectos fracos das provas de albumina
______________________________________________________________________
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3. Refira dois aspectos em comum entre estes dois processos.
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4. Qual o interesse de albuminar duas vezes o papel?
______________________________________________________________________
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5. Porquê flutuar e não mergulhar as provas em albumina?
______________________________________________________________________
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Nome ________________________________________________ Numero ________
Nome ________________________________________________ Numero ________
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