׃ בֹֽזֲע ַ ־לֽ י ִ֗ת ָר ֽ֝ םֶ֑כָל י ִ ַ֣תָנ ב ֭ט חַקֶ֣ל יִ֤ הֶ֖ז יִנ ַ֔תי

Transcrição

׃ בֹֽזֲע ַ ־לֽ י ִ֗ת ָר ֽ֝ םֶ֑כָל י ִ ַ֣תָנ ב ֭ט חַקֶ֣ל יִ֤ הֶ֖ז יִנ ַ֔תי
BS “D
‫ע ֹזֽב ׃‬
ֲ ַ ‫ֽל־‬
‫כ ֑ם ֽ ֝ ָרתִ֗ י‬
ֶ ‫ל‬
ָ ‫ל ֣קַ ח ֭ט ב נ ָתַ ֣ ִ י‬
ֶ ‫ִ ֤י‬
Pois eu vos dou boa doutrina (conhecimento); não abandoneis a minha Torah (Ensino).
Mishlei (Provérbios) 4:2
Shabat Shalom! Parashá Balak – 17 de Tamuz de 5772 (07/07/2012)
Ano-6 N-265
ָ ֔ ‫֣יתי ל‬
‫ִיתנ ִי זֶ֖ה‬
ַ֔
ִ‫ְך ִ ֣י ה‬
ִֽ ִ ‫ע‬
ָ ‫מה־‬
ֶ ֙‫עם‬
ָ ‫ל‬
ְ ‫ב‬
ִ ‫ל‬
ְ ‫מר‬
ֶ ‫ה ת֑ ן ַו ֹ ֤א‬
ֽ ָ ‫פ ַ ֥ח ה֖ ' אֶ ת־ ִ ֣י‬
ְ ִ ‫ַו‬
‫לֽים׃‬
ִ ‫ג‬
ָ ‫ְר‬
ֹ֥ ‫ָ ל‬
“E D-us abriu a boca da jumenta e ela disse a Bil’am: ‘O que te fiz que me bateste
estas três vezes?’” (Bamidbar 22:28)
O Judaísmo proíbe causar dor e sofrimento desnecessários aos animais. Há uma disputa talmúdica (Baba
Metzia 32b) sobre a origem desta proibição: é De'oraita [Bíblica] ou Rabínica na sua natureza? Como parece não haver
nenhum versículo explícito em qualquer lugar na Torah proibindo uma pessoa de afligir os animais, qual é a fonte da
proibição de acordo com a opinião que sustenta que é um mandamento da Torah [Bíblico]? Maimônides (Moré
Nebuchim 3:17) sugere que esta opinião é derivada da Parashat Balak. D-us tentou impedir a viagem de Bil’am,
enviando um anjo para bloquear seu caminho, mas só o burro Bil’am viu o anjo espadachim. Quando o burro tentou
virar para evitar o anjo, Bil’am ficou irritado com o burro, batendo nele e ameaçando matá-lo. D-us abriu a boca do
burro, que perguntou: “Que fiz eu para você me agredir estas três vezes?”. Maimônides escreve que estas palavras do
burro servem como fonte para a opinião de que é biblicamente proibido atacar ou causar dor desnecessária aos animais.
Após Bil’am ter-se irritado com o burro, finalmente, D-us abriu os olhos de Bil’am e permitiu-lhe ver o anjo.
Bil’am comentou (22:34): “Eu pequei, pois eu não sabia que o anjo estava na estrada”. Como pode a falta de
conhecimento ser considerada um pecado? O Paneiahh Raza e o Shelá HaKadosh respondem que as pessoas são
responsáveis pela falta de conhecimento que deveriam ter sido capazes de alcançar através de meditação e estudo, pois
foi com esta finalidade que D-us dotou o homem com a capacidade de pensar e raciocinar, e sua inabilidade de fazer
isso é considerada uma transgressão. Por esta razão, nós confessamos em Yom Kipur: “para o pecado que nós
transgredimos diante de Ti sem o conhecimento”. Da mesma forma, neste caso, mesmo que Bil’am não tenha visto o
anjo de espada em punho, ele deveria ter entendido que o seu jumento não se comportaria dessa maneira incomum sem
uma razão legítima, e foi considerado um erro para ele bater no burro pela sua conduta. (Adaptado dos artigos “No Pain to Animals”
e “The Sin of Ignorance” do Rabbi Ozer Alport – www.aish.com)
Por Jaime Boukai (Hhazak Ubaruch)
Resumo da Parashá – Balak /Livro Bamidbar (Números) 22:2–25:9
A Parashá Balak muda das viagens do povo judeu no deserto para contar a história de Bil’am, o profeta
pagão que tentou amaldiçoar os Filhos de Israel. Contratado por Balak, o rei de Moab, Bil’am concorda em embarcar
numa jornada até o acampamento israelita; entretanto, primeiro, pede permissão a D-us, e vai com a condição de que
falaria apenas aquilo que D-us colocasse em sua boca. Durante a viagem, um anjo brandindo uma espada bloqueia o
caminho de Bil’am, fazendo que sua montaria se desviasse várias vezes da estrada. Incapaz de ver o anjo, Bil’am reage
golpeando o jumento desobediente por três vezes. Milagrosamente, D-us faz com que o animal fale com ele, e D-us
abre os olhos do humilhado profeta, para que possa ver o anjo de pé em seu caminho. O anjo, então, lembra-o uma vez
mais que ele deve falar somente o que o Criador colocar em sua boca. Chegando próximo do acampamento dos judeus,
Bil’am tenta amaldiçoá-los repetidamente; em todas as vezes, D-us o impede e, em vez disso, ele termina por
pronunciar várias bênçãos e preces, para consternação de Balak. A porção termina com a libertinagem dos homens
judeus com as filhas promíscuas de Moab e Midian [por conselho do perverso Bil’am], e o indecente ato público de
Zimri, um príncipe da tribo de Shim’on, com uma princesa midianita. Pinhhas, neto de Aharon, reage zelosamente
perfurando-os com uma lança, detendo assim uma peste que D-us havia feito irromper no acampamento e que levou à
morte de 24 mil homens. (Adaptado do site Chabad.org.br)
Por Jaime Boukai
Curiosidade da Semana:
“Ma Tobu Ohalêcha Yaakob”: Bênção ou Maldição?
Entre as bênçãos proclamadas por Bil’am, encontra-se um dos versos mais famosos de toda a Torah: “Ma tobu
ohalêcha Yaakob, mishkenotêcha Israel – Quão boas são tuas tendas, Yaakob, e tuas residências, Israel!” (Bamidbar 24:5).
Esta bênção é tão significativa que é costume recitarmos este verso quando acompanhamos uma noiva e um noivo para a
Hhupá. Ironicamente, uma bênção pronunciada por Bil’am, um arquiinimigo de Am Israel, tornou-se as palavras cantadas
nos momentos mais significativos e auspiciosos da vida judaica. Contudo, a Guemará ensina que quase todas as bênçãos de
Bil’am foram cumpridas também no sentido inverso... As bênçãos próprias foram sim materializadas, mas, além disso,
houve ocasiões em que o Povo Judeu sofreu calamidades que eram os opostos diretos das bênçãos proferidas por Bil’am. A
única exceção, diz a Guemará, é este versículo. Ao contrário de todas as outras bênçãos de Bil’am, esta nunca se reverteu
em uma maldição. O Ketab Sofer (rabino Abraham Shemuel Binyamin Sofer de Pressburg, 1815-1871) sugeriu uma
fascinante, embora preocupante, explicação deste comentário da Guemará. Ele explicou que esta bênção nunca se
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BS “D
transformou em uma maldição pela simples razão de que ela já é, em certo sentido, uma maldição! Nossos Sábios
interpretaram esta Berachá como referindo-se às nossas instituições religiosas, principalmente as nossas sinagogas.
Enquanto as sinagogas são certamente uma grande bênção, Bil’am fala aqui de uma superabundância de sinagogas, a
dispersão e destilação de comunidades judaicas em incontáveis pequenas “sub-comunidades”. O Ketab Sofer lamentou a
situação que ele testemunhou em sua cidade, onde havia dezenas de pequenas sinagogas, em vez de uma ou várias grandes
congregações centralizadas. Ele observou que o grande número de sinagogas resultou de brigas e divisões, da incapacidade
de os habitantes da cidade em se darem bem uns com os outros... Primeiro, um grupo rompe com a sinagoga grande porque
desaprova a Hhazan, e estabelece uma nova congregação com o seu próprio Hhazan. Em seguida, um grupo de pessoas
decide que eles não gostam do rabino da nova congregação, então eles começam a sua própria sinagoga, e, antes que eles
percebam, uma sinagoga foi subdividindo-se em dezenas de pequenas congregações. Neste sentido, a bênção Bil’am é
realmente uma maldição. Ele não estava nos abençoando com sucesso espiritual, mas sim desejando-nos a desunião e os
conflitos que possam resultar em uma infinidade de “lugares de habitação” e “residências”, ou seja, em muitas instituições
diferentes, que se ressentem e olham com desdém uma sobre a outra. Neste sentido, devemos ter em mente que há muito
espaço para melhorias em termos de união e cooperação. Devemos trabalhar juntos como uma comunidade – a despeito de
todas as diferenças que existem entre os diversos segmentos – em vez de formar diferentes facções e partidos. Isso ajudará a
garantir que “Ma tobu ohalêcha Yaakob, mishkenotêcha Israel” continue a ser uma bênção e não uma maldição, que nossas
instituições religiosas sejam uma fonte de Berachá que nos tragam mais próximo de Hashem, em vez de canalizarem
contenda e litígio. (Baseado no “Daily Halacha” do Rabbi Eli Mansour.)
Por Maurício Cagy (Hhazak Ubaruch)
Os Poderes Mágicos de Bil’am
A fama de Bil’am como profundo filósofo e intérprete profissional de sonhos era internacional. Mais tarde,
também se tornaria conhecido como mágico de poderosos efeitos. Reis de perto e de longe lhe pagavam somas fabulosas
para pronunciar maldições sobre seus adversários, ou outorgar-lhes bênçãos de sucesso. Balak estava pessoalmente
convencido do poder de Bil’am, por que, havia anos, Bil’am profetizara que Balak se tornaria rei, e, então, as palavras de
Bil’am tornaram-se realidade. Além disso, desde que o rei Balak era melhor mágico que todos os habitantes de Moab (onde
todos eram proficientes nesta arte), ele, mais que qualquer outro, apreciava o domínio de Bil’am sobre as forças da
impureza. Balak escolhera convidar Bil’am para amaldiçoar os judeus, pois acreditava que estes estavam sujeitos às forças
naturais (mazal), como todas as outras nações. (Não se dava conta de que os judeus estão sob a Providência direta de D-us...)
Mas se o próprio Balak era feiticeiro, por que precisava de Bil’am? De fato, a perícia de um completava a do outro. Balak
era instruído em assuntos práticos; por exemplo, podia determinar exatamente onde alguém deveria postar-se para
amaldiçoar efetivamente. Bil’am possuía as chaves interiores, as palavras apropriadas com as quais amaldiçoar. A quem os
dois podem ser relacionados? Um (Bil’am) era como um cirurgião que podia manejar o bisturi mas não estava familiarizado
com as partes do corpo. O outro (Balak) era como um anatomista que consegue identificar o órgão doente porém não pode
realizar a cirurgia. Juntos, poderiam empreender uma operação. Similarmente, Bil’am sabia a hora exata em que uma
maldição pode ser efetiva, e Balak sabia o local de onde deveria ser pronunciada. O Talmud relata que, todos os dias, há um
momento em que D-us fica “irado”. Isto significa que é justamente nesta hora que Ele julga os pecadores. Evidentemente,
aquele que é culpado de transgressão fica mais vulnerável nesta hora. Bil’am tinha o dom de saber exatamente quando
ocorriam estes momentos. Uma maldição proferida nestes instantes poderia expor sua vítima ao julgamento Divino. Balak
concluiu: “Que eu convoque Bil’am! Juntos, sobrepujaremos o Povo Judeu”. A magia pode prejudicar um judeu? O Talmud
nos conta a seguinte história... Certa vez, uma bruxa queria matar Rabi Hhaniná com magia. Para que a magia surtisse
efeito, ela precisava pegar o pó de sob os pés de Rabi Hhaniná. Sem medo algum, Rabi Hhaniná disse: “Pega o pó e
comprova! A magia não fará efeito. Sei que ‘Não há outro, só D-us!’”. Uma vez que Rabi Hhaniná tinha plena certeza de
que a magia não podia mudar o que D-us ordena, a feiticeira foi incapaz de prejudicá-lo. (chabad.org)
Por Mair Haim Nigri (Hhazak Ubaruch)
Pérolas da Parashá:
O Hhafets Hhaim nos explicou que, a partir do pedido feito a Bil’am por Balak, derivamos o quão ruim e perverso
era o rei de Moab. Se ele realmente acreditava que Bil’am tinha o poder de abençoar, por que pediu que amaldiçoasse os
Judeus? Poderia ter pedido que abençoasse o seu povo para que não fosse prejudicado pelos israelitas. Um caso oposto
tornou-se bastante conhecido na cidade de Telshe, na Lituânia. Todos os moradores da cidade, inclusive os gentios,
respeitavam muito o Rabino Eliezer Gordon (1841-1910), fundador e diretor da Yeshivá de mesmo nome. Muitos nãojudeus também pediam que ele orasse por seu bem-estar. Certa vez, um fazendeiro aproximou-se do rabino e pediu-lhe que
rezasse para que o seu inimigo morresse. O Rabino Gordon, então, explicou-lhe que o correto a fazer não era amaldiçoar o
inimigo, mas sim rezar para que ele se tornasse seu amigo. Qual a lição para nós? Ao invés de focalizarmos no lado negativo
das relações interpessoais, concentremo-nos em como dirigir o relacionamento para uma direção positiva, tanto através de
orações como de atitudes construtivas!
Por Hhazan Mair Simantob Nigri (Hhazak Ubaruch)
Dedicado à pronta e total recuperação de Hhaim David ben Messodi, Shaul Eliahu ben Chana Rivka, Sh’muel ben Nehhama Dinah e Renee bat Sarita.
Em memória e elevação das almas de Haim Simão Nigri Ben Nazle, Linda Hadid Bat Adelia, Esther Chehade Kalili Bat Roquetta, Moises Aron
Kessel Ben Rachel, Alberto Mograbi Ben Azuze, Calef Zavaro Ben Alegria, Bahie Levy Bat Suri, Eliahu Nuriel Mizrahi Ben Lulu, Elisa Babayof
Nigri Bat Sarah, Sofia Bergman Bat Chulem e Victor Elias Nigri Ben Miriam.
A Equipe agradece ao Templo Sidon e a Gerson e Teresa Bergher pela colaboração na impressão e na distribuição ao público. Tizkú LaMitsvot!