saiba dos benefícios para todas as idades
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saiba dos benefícios para todas as idades
# 03 INFORMAÇÃO | DIÁLOGO | APRENDIZADO | COMPREENSÃO | AMOR | EU ME AMO MOVIMENTO QUE AJUDA A RECUPERAR A AUTOESTIMA DAS MULHERES “LUGAR DE CRIANÇA É NA ESCOLA” DIZ EM ENTREVISTA CARLOS TILKIAN, PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO ABRINQ PADRASTO UM NOVO PERSONAGEM NA HISTÓRIA DOS FILHOS! TROCA DE SEXO A MUDANÇA DE VIDA APÓS A CIRURGIA LEITURA SAIBA DOS BENEFÍCIOS PARA TODAS AS IDADES www.revistanovafamilia.com.br xxxx } 2 PERFIS E COMPORTAMENTOS DA NOVA FAMÍLIA PASSAM SEMPRE POR PEDIATRAS, PSICÓLOGOS E TERAPEUTAS. A REVISTA NOVA FAMÍLIA DÁ A RECEITA! Nova Família www.revistanovafamilia.com.br } Nova Família 3 PAPO DE FAMília Rua Francisco Alves, 487 • Vila Ipojuca • Lapa • São Paulo/SP Telefone: (11) 2985-9454 ou 5051-1579 www.revistanovafamilia.com.br [email protected] CEP: 05033-010 EDITORA MEIRELES LTDA Rua Alvaro Martins, 66 • CEP: 05052-030 • São Paulo /SP CNPJ 10.866.096/0001-29 POR MAIS RESPEITO E EDUCAÇÃO! ascemos com características peculiares, com valores e padrões diferenciados, pois cada um de nós vem de um “seio” familiar único, distinto. A vida começa com o reflexo de nossos pais, e com o passar dos anos amizades e relacionamentos nos levam ao caminho das escolhas. E essas, nem sempre são as melhores. Sobrevivemos a várias mudanças, as atitudes nem sempre acompanham nosso jeito de ser. Mas o poder da globalização... Ahhh, esse chegou arrastando quarteirões. E cabe a nós, pais, mães, avós, tios, padrinhos, primos, irmãos, amigos, acompanhar com muita propriedade essa geração que interage com um mundo de informações desmedidas. O hábito da leitura tem sido perdido pela velocidade com que as informações invadem nossas vidas. O amor, tem sido colocado em segundo plano. E a educação, virou o jogo “Hot potato”. Mas desde que o mundo é mundo, o respeito é a base para a construção de qualquer relacionamento. Cabe lapidar nossas atitudes, buscando detectar falhas e acertos, para um ser humano cada vez melhor, pense! N Michelle Dacosta Diretora de redação DIRETOR PRESIDENTE Nido Meireles CONSELHO EDITORIAL Nido Meireles, Michele Dacosta, Fernando Bonini, Luciana Freitas, Flavia Hashimoto DIRETORA DE REDAÇÃO Michelle Dacosta • 41313-SP ARTE Flava Hashimoto ILUSTRADOR Caio Rothje REVISOR Paulo Afonso de Castro EDITORES Michele Vitor, Sandhra Cabral, Luciana Brunca, Thiago Assunção, Domingos Crescente, Denise Parcionick COLUNISTAS Nazir Mir Junior, Cléo Francisco, Karen Sternfeld, Daniela Viek, Fernando Sousa, Marcos Favari DIRETOR DE PUBLICIDADE Maurílio Macedo DIRETOR DE MARKETING Fernando Bonini ASSESSORIA DE IMPRENSA / COMUNICAÇÃO INTEGRADA Luciana Freitas CIRCULAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO (AUDITADA) BDO Brazil Rua Major Quedinho, 90 • Consolação • CEP 01050-030 • São Paulo/SP Cel.: (11) 97541-5098 • Tel.: (11) 3848-5880 em processo de filiação Alameda Santos, 200 Cj. 72 - Cerqueira César – São Paulo, SP Fone/Fax: (11) 3287-0028 / 3287-0042 REVISTA DIGITAL ARTE NOVA WEB DESIGN LTDA Rua da Imprensa, 778 - Sala 04 • Parque Celeste • CEP 15.070-420 • São José do Rio Preto/SP PLATAFORMA DE ASSINATURA CONTENTSTUFF Rua Funchal, 551 • Vila Olímpia • São Paulo/SP • CEP 04551-060 • tel: (11) 3849-7779 EDITORA-CHEFE Michelle Dacosta/41313-SP COMERCIAL WWREDE GEMA BRASIL NEGÓCIOS EM COMUNICAÇÃO Av. 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A Revista Nova Família é uma publicação mensal da Editora Meireles Ltda que não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas que não constarem no expediente não têm autorização para falar em nome da Revista Nova Família. A reprodução total ou parcial de textos, artigos, imagens dessa edição somente será permitida através de expressa autorização por escrito e assinada pelo PUBLISHER. A inclusão do nome dos colaboradores e colunistas deste expediente não implica em vínculo empregatício. 4 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br em processo de filiação Aguarde nossas Edições Regionais com a Revista Nova Família sempre 5 ÍNDICE Comportamento TEcnologia 16-17 12-14 INTERNET e CARTÃO DE CRÉDITO À MÃO, cuidado com seus dados NOMOFOBIA: Você sofre disso? V Cotidiano 18-20 66-67 MUDANÇA DE SEXO O que muda após a cirurgia MÃES E FILHAS, relação entre luz e sombra 22-26 DIÁLOGO É FUNDAMENTAL, a falta dele gera intolerância 74-78 34-35 LEITURA: saiba dos benefícios para todas as idades Preserve a autonomia da pessoa idosa com mudanças dentro de casa direito 36-39 A GRAVIDEZ traz mudanças fundamentais, conheça-as e aceite 80-83 LIMITES: ELES XISTEM? Histórias de vidas que superaram as próprias limitações 46-47 44-45 Por que a violência doméstica prejudica toda a família? Basta! PADRASTO: Um novo personagem na história dos filhos! CRÔnica 28-29 Namoro virtual ou real? Educação lazer & Viagem 40-42 30-31 DESEJA UMA VIAGEM PERFEITA? Dicas de segurança em aeroportos Sobrecarregar os pequenos com muitas atividades, qual o resultado disso? Saúde trabalho 32-33 48-50 52-55 COMIDA DE RUA saiba o que pode ou não SUCESSO PROFISSIONAL E SUA IMAGEM PESSOAL SAÚDE devem andar juntos contribui na vida profissional religião FINANÇAS 72-73 56-58 Como manter suas finanças pessoais e familiares sob controle? RELIGIÃO É FÉ OU PAIXÃO, depende da sua visão AçÃO SOCIAL SEXO 68-71 60-63 EU ME AMO, movimento que ajuda recuperar A autoestima de mulheres SENSUALIDADE, COMPORTAMENTO SEXUAL E SEDUÇÃO se aprende? Especial 56-58 LUGAR DE CRIANÇA É NA ESCOLA! Entrevista com Carlos Tilkian, presidente da Fundação Abrinq 64-65 O TABU DO PRAZER e a existência do famoso ponto G PRINCÍPIOS E VALORES Os princípios e valores da Revista Nova Família proporcionam aos colaboradores e leitores conceitos para pensar e agir de forma consciente, partilhando toda a informação relevante e atuando de acordo com os princípios éticos de responsabilidade social e empresarial inerentes à vida em sociedade. Tudo o que apresentamos é de forma dedicada, apaixonada e sem qualquer forma de discriminação e preconceito. Todos os dias, nos dedicamos de forma incansável para oferecer um produto e um serviço de excelência. especial xxxx “LUGAR DE CRIANÇA É NA ESCOLA” Carlos Tilkian, presidente da Fundação Abrinq, diz que a criança fora da escola pode levar à desagregação familiar, ao crime e à violência DOMINGOS CRESCENTE A Fundação Abrinq, que nasceu em 1990, praticamente junto com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), foi criada inicialmente por fabricantes nacionais de brinquedos e hoje, com 25 anos de atuação, conta NOVA FAMÍLIA A Fundação Abrinq completa 25 anos desfrutando de uma excelente imagem junto ao público, empresariado e autoridades. Quais foram, em sua opinião, as mais importantes conquistas alcançadas durante esse tempo? CARLOS TILKIAN Uma das atividades que sempre diferenciou a Fundação Abrinq foi o trabalho de advocacy. Ele vem da percepção que, para mudar efetivamente a situação da criança e do adolescente no Brasil, você precisa de verbas, recursos e políticas públicas. É claro que é saudável existirem entidades da sociedade civil que 8 Nova Família com 25 programas assistenciais divididos nas áreas de Educação, Saúde, Proteção e Emergência, tendo beneficiado sete milhões de crianças e adolescentes em todo o país. Nesta entrevista, o presidente da fundação, Carlos Tilkian, conhecido empresário paulista, mostra como atua esta entidade. auxiliam o governo nessa missão, mas a solução duradoura, em médio e longo prazo, só vem com verbas, recursos e políticas públicas. Pois é esse trabalho de advocacy que eu reputo como um dos mais importantes, juntamente, é claro, com a luta contra o trabalho infantil, que foi a primeira grande bandeira da Fundação e a iniciativa que a tornou reconhecida pela sociedade e pelas esferas governamentais. NF Desde a sua inauguração, a Fundação Abrinq já beneficiou mais de 7 milhões de crianças e adolescentes. O senhor poderia descrever, em linhas www.revistanovafamilia.com.br gerais, quais são os planos da Fundação para o futuro, depois de alcançado esse número de beneficiados? CARLOS TILKIAN Nós temos planos bastante ambiciosos. E isso, de certa forma é ruim, pois quando uma entidade como a nossa diz que tem planos ambiciosos, é porque ela está reconhecendo que ainda existe uma necessidade muito grande de atuação para a garantia dos direitos da criança e do adolescente. Mas não podemos negar que, por mais que nós tenhamos caminhado, ainda temos muito que fazer. Embora o Brasil tenha evoluído na questão da mortalidade infantil, Um futuro melhor para os seus filhos. por exemplo, e a média nacional não seja um absurdo, existem municípios das regiões Norte e Nordeste que se encontram em situação semelhante à de países africanos. Ou seja: a melhora não ocorreu de forma harmônica em todo o território nacional. Então, o nosso trabalho é, para o futuro, tentar ampliar o nosso foco de atuação, com ênfase cada vez maior no advocacy, na implantação de políticas públicas, além de ampliarmos o alcance de nossos programas nas áreas de Educação, Saúde, Proteção de Direitos e Emergência. NF Como a Fundação Abrinq gera os recursos necessários para sua atividade? CARLOS TILKIAN Nós não trabalhamos com recursos públicos. A proibição de usar verbas públicas está no estatuto da nossa Fundação. Sem isso não poderíamos ter independência na nossa atuação, principalmente no trabalho de advocacy, que consiste exatamente em pressionar o poder público. Nós contamos apenas com a sociedade, que contribui com doações dos indivíduos e das empresas. No ano passado, fechamos uma meta surpreendente de 75 mil doadores individuais. NF O senhor acredita que a atuação da Fundação Abrinq, beneficiando a criança e o adolescente, contribui para a coesão do grupo familiar? CARLOS TILKIAN Sim. Nós temos um projeto ao qual dedicamos um carinho muito grande. É o projeto de creches, que viabiliza um local seguro, adequado às crianças na ausência dos pais. Isso incentiva a coesão familiar, pois uma criança na rua enquanto os pais trabalham acaba por levá-la, provavelmente, a uma situação de vulnerabilidade frente à violência e ao crime. À medida que pudermos amparar o recém-nascido, a criança e o adolescente, acabamos dando uma condição para que o grupo familiar possa viver de forma mais harmônica e vislumbrar um futuro melhor para os seus filhos. NF Apesar de todos os esforços, o trabalho infantil ainda existe no Brasil? CARLOS TILKIAN Sim. O Brasil fez avanços enormes nessa área, mas ainda hoje você tem quase dois milhões de crianças envolvidas no trabalho infantil. Isso muitas vezes ocorre porque a família precisa suplementar sua renda com o trabalho da criança. O problema é que, enquanto essa criança está no trabalho, ela não está na escola, deixa de se preparar para, em médio prazo, poder dar uma contribuição mais significativa para a sua família. A Fundação Abrinq acredita que lugar de criança é na escola, assistida, bem alimentada, e tendo a possibilidade de receber educação, porque isso sim pode tornar o futuro delas totalmente diferente. 9 especial “À medida que pudermos amparar o recém-nascido, a criança e o adolescente, acabamos dando uma condição para que o grupo familiar possa viver de forma mais harmônica e vislumbrar um futuro melhor para os seus filhos”. Carlos Tilkian, PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO ABRINQ NF Como surgiu e qual o objetivo da parceria com uma instituição como a SavetheChildren, que atua em 120 países na defesa dos direitos da criança? CARLOS TILKIANA parceria com a SavetheChildren tem, na verdade, dois grandes objetivos. O primeiro é podermos estar ligados a uma entidade que tem quase 100 anos de atuação e, portanto, grande experiência na execução de trabalhos em prol da criança e do adolescente no mundo inteiro. O segundo ponto é que nós percebemos que os desafios da criança brasileira são tão grandes que, poder ter uma entidade que abra portas de algumas agências internacionais doadoras de recursos, é muito importante para beneficiar a criança brasileira. NF Uma das questões mais polêmicas do país, no momento, é a redução da idade penal. Qual é a posição da Fundação Abrinq a respeito desse assunto? CARLOS TILKIAN A Fundação é 10 Nova Família terminantemente contra a redução da idade penal. Entendemos que isso é uma forma de dar, para parte da sociedade, uma resposta que é totalmente equivocada. Na realidade, a criança e o adolescente são muito mais vítimas da sociedade do que agentes da violência. A mortalidade entre adolescentes no Brasil é assustadora, justamente porque não existe estrutura de apoio para esse jovem. Sem opção, ele fica mais sujeito a cair na criminalidade. Sabemos também que, quando o menor vai para uma instituição, uma casa de apoio, encontra lá um sistema pouco eficaz, que não atua de forma a fazer esse menor poder voltar para a sociedade.Em São Paulo, menos de 1% das crianças internadas cometeram crime hediondo. E os outros 99%? Ninguém pensa nelas? É claro que as instituições sabem tratar estes menores que cometeram crimes hediondos. Então, reduzir a maioridade penal não vai trazer nenhum bem para sociedade e, muito menos, para as crianças. www.revistanovafamilia.com.br NF Não é raro que defensores do projeto de redução da idade penal aleguem que menores de idade cometem crimes porque são inimputáveis. Ou mesmo que podem ser usados por criminosos maiores de idade por conta dessa proteção. O Sr. gostaria de rebater esse argumento? CARLOS TILKIAN Esse é o argumento mais simples e mais usado. A Fundação Abrinq acredita que a criança vai para o crime porque ela não tem uma estrutura adequada de educação. E a criança que não está na escola fica muito vulnerável a cair na criminalidade. No Brasil, você tem cerca de 20% das crianças em creches. Os outros 80% estão em casa, onde o irmão mais velho não pode ir à escola porque tem que tomar conta dos menores. A solução não é reduzir, porque daqui a pouco você vai levar a maioridade penal para cinco anos de idade. Essa medida não ataca as causas do problema. Toda vez que olhamos para estatísticas, queremos ver uma criança vivendo melhor. 53,7 24,7 Taxa de mortalidade no Brasil em menores de 5 anos para 1.000 nascidos vivos.* 17,7 1990 2000 2011 *Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM (2011) 11 comportamento VOCÊ CONSEGUE SAIR Assim como outros vícios, o uso diário do aparelho pode ocasionar ocê já parou para pensar se tem medo de ficar sem comunicação? Essa é uma pergunta que traz uma resposta até certo ponto óbvia, mas, e se mudarmos a pergunta para: você já parou para pensar se tem medo de ficar sem celular? Se você está acostumado a mexer no dispositivo assim que abre os olhos pela manhã, essa resposta torna-se igualmente óbvia: SIM! Em tão pouco tempo, dependemos tanto dos aparelhos que ficar sem eles torna-se inimaginável. Quem é que consegue ficar sem jogar no celular? E quem fica um dia sem ler as mensagens do Whatsapp? V 12 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br Se analisarmos do ponto de vista clínico, é um comportamento viciante. Prova disso é que o simples medo de ficar sem essa comunicação já tem cara e nome: chama-se Nomofobia. É uma fobia ou sensação de angústia que aparece quando você sente-se impossibilitado (a) de se comunicar ou se vê ‘incontactável’ estando em algum lugar sem seu celular. Não é um termo antigo, mas origina-se do inglês: No-Mo, ou No-Mobile,que significa Sem celular. Daí a expressão Nomofobia ou ‘fobia de ficar sem um aparelho de comunicação móvel’. Assim como tantas outras fobias, podem existir casos graves de pessoas que desenvolvem problemas de relacionamentos interpessoais e dificuldades de concentração. “SE EU SAIO DE CASA SEM O APARELHO EU SURTO! JÁ VOLTEI MAIS DA METADE DO CAMINHO SÓ PARA PEGÁ-LO EM CASA E DEIXAR DESLIGADO NA BOLSA.” SEM O CELULAR? dependência e, a ausência dele, graves problemas POR THIAGO ASSUNÇÃO SEM COMUNICAÇÃO Dificilmente encontramos pessoas que não possuem aparelho celular e, quando acontece, percebemos que não costumam serem pessoas muito ligadas em tecnologia. Mas, e quando a pessoa é mega “antenada” e é proibida de usar seu aparelho em algumas situações? “Infelizmente eu tenho que usar bem pouco meu celular. Meus amigos me mandam mensagens, recebo notificações de jogos, redes sociais, mas, como estudo pela manhã e faço cursinho à tarde, só me sobra à noite para mexer no aparelho. Dá certa aflição ter que ficar com os dados desligados, mas preciso fazer isso para me manter concentrado nos estudos”, comenta Joaquim Matos, estudante. Joaquim é um adolescente que vive no auge dos recursos tecnológicos, mas é obrigado a inibir esse impulso. “Todos os alunos não podem ficar mexendo nos aparelhos. Claro que um ou outro dá um jeito, porque parece que na nossa idade tudo está acontecendo lá na internet. É quase impossível não mexer”, finaliza. E quando você não tem como andar com seu aparelho por aí? “Se eu saio de casa sem o aparelho eu surto! Já voltei mais da metade do caminho só para pegá-lo em casa e deixar desligado na bolsa. Se eu ando sem meu smartphone, parece que algo em mim muito importante está em falta”, diz a analista de atendimento, Michele Rosa. 13 comportamento “Na empresa não temos como mexer no celular. Eles recomendam nem trazer os aparelhos ou mantê-los desligados dentro da bolsa, que fica nos armários, mas, quando fico longe do celular, me bate uma angústia, quase uma depressão. Por causa disso desenvolvo alguns tiques nervosos”, comenta. Devido a esse vício, alguns problemas psicológicos e físicos podem aparecer, como aceleração de batimentos cardíacos. Nos dias de hoje, toda a sociedade se comunica pelos aparelhos. Estar constantemente conectado faz com que participemos ativamente dessa comunidade. Uma pesquisa feita no Reino Unido apresentou o seguinte resultado: 66% das pessoas que fizeram parte do estudo mostraram-se muito angustiadas com a ideia de perder o celular. Nos EUA, na Universidade de Maryland, identificaram que a dependência de celulares e tudo relacionado à tecnologia pode ser semelhante ao vício em drogas. De acordo com esse resultado, 79% dos avaliados apresentaram sintomas como desconforto, confusão e até isolamento com a restrição dos eletrônicos. Outro sintoma que também apareceu foi a coceira, algo que ocorre com os dependentes de drogas que lutam contra o vício. É necessário identificarmos as tecnologias como aliadas à nossa realidade. São facilitadoras de comunicação que devem ser interpretadas desse modo, sem criar vínculos emocionais com o abuso desse recurso. Com a internet, por exemplo, podemos desenvolver conhecimento, aproximar relações, mas tudo deve ser feito de forma saudável. ACESSO PREMATURO Existem algumas pessoas que não observam essa tecnologia como um possível risco à saúde mental e emocional. “Meus filhos de 13, 10 e 9 anos possuem aparelhos de celular e conversamos em grupo no Whatsapp normalmente. Sabemos das limitações da tecnologia e até onde eles podem usar o aparelho, mas não vejo isso como um problema para eles”, comenta a administradora Roberta Sales. As crianças podem ainda não associarem o uso do aparelho como uma dependência, já que os pais podem restringir o uso caso os filhos não cumpram os deveres escolares. Mas, se você perceber que a ausência do aparelho está deixando a criança agitada ou com algum comportamento incomum, é interessante solicitar acompanhamento de um psicólogo para ajudar a tratar desse pequeno vício. Se você perceber que a ausência do aparelho deixa a criança agitada, procuro ajuda de um psicólogo. 14 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br }} } COMO DIZ LUIS PUBLICITÁRIOS P UB BLICITÁRIOS FERNANDO VERÍSSIMO: E "LER DESIGNERS TAMBÉM SÃO D ESIG GÉNOEMELHOR RS ST AMBÉM S ÃO PAIS AVÓS ANTENADOS PA PAI AIS E AV VÓS AN A NTENADO OS REMÉDIO. C OLEIA M AS ASJORNAL... NOV VAS T ENDÊNCIA AS COM NOVAS TENDÊNCIAS ELEIA COM MOUTDOOR... PORT TAME ENTOS DE COMPORTAMENTOS F AMÍL LALGUÉM!!’ IA. A. A R EVIS SLEIA TA NOVA FAMÍLIA. REVISTA LEIA A F AREVISTA MÍL MÍLI LIA TRIL L H A O CAMINHO FAMÍLIA TRILHA CAMINHO! NOVA FAMÍLIA! O! Nova Família 15 coluna - tecnologia stá cada vez mais difícil aproveitar as vantagens que a internet oferece sem fornecer dados pessoais e financeiros. Quer fazer parte de uma rede social? Deixe lá ao menos nome, endereço de e-mail e data de nascimento. Quer baixar um aplicativo ou game badalado para o seu filho? Cartão de crédito à mão. Quer comprar um produto físico em uma loja online? Evidentemente, você terá que preencher o seu endereço completo. Lembro-me de uma época em que o medo de fornecer estas informações era mais aparente. Volta e meia, recebia ligações de parentes e amigos perguntando se havia problema em efetuar uma compra em determinada loja online. Creio que aos poucos as E 16 Nova Família pessoas foram se dando conta que a internet não era uma terra sem lei e que, se elas quisessem usufruir dos bônus que a rede oferece, teriam que arcar com os ônus, ou seja, deixando seus dados pessoais e financeiros com os sites e empresas envolvidas. Se “compartilhar” tais informações é praticamente inevitável, isso não significa que o usuário possa abrir mão de alguns cuidados na hora de preencher cadastros online, seja em uma loja, um banco, uma rede social ou qualquer outo site. Pessoas mal-intencionadas podem apropriar-se dos dados para aplicar toda sorte de golpes, desde o simples envio de spam (e-mails não solicitados) até transações financeiras ilícitas – sem falar em ameaças que colocam em risco a privacidade da família. Olho: Pare de diferenciar o que www.revistanovafamilia.com.br acontece “dentro” ou “fora” da internet A primeira medida que você, usuário, deve tomar é parar de diferenciar o “mundo virtual” do “mundo real” ou então o que acontece “dentro” ou “fora” da internet. Tudo o que você faz – e o que fazem a você – na rede, é real. Fornecer informações falsas? Que atire a primeira pedra quem nunca fez de forma, digamos, “analógica”. Da mesma forma, há pessoas mal-intencionadas tentando explorar nossos vacilos, tanto no restaurante da esquina como na internet. Então, seus cuidados e preocupações devem ser os mesmos. Afinal, você faz compras em lojas físicas não confiáveis? Confira algumas outras dicas que podem mantê-lo seguro na hora de preencher cadastros online: Antes de preencher o cadastro para uma compra online, descubra se a CUIDADOS NA HORA DE DEIXAR SEUS DADOS NA INTERNET Confira algumas dicas para deixá-lo mais protegido ao preencher cadastros de lojas online, redes sociais e sites FERNANDO SOUZA loja é confiável. Ou melhor, inconfiável. O site da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) de São Paulo mantém atualizada uma lista com sites que você deve evitar. Confira no endereço http://sistemas.procon.sp. gov.br/evitesite/list/evitesites.php. Seja econômico ao cadastrar-se em determinado site. Forneça somente aquelas informações que são realmente necessárias para utilizar o serviço. Evidentemente, você terá que fornecer o endereço e os dados do cartão de crédito para fazer uma compra online, mas precisa dizer onde você mora em uma rede social? Por outro lado, não tem graça fazer parte do Facebook sem ao menos uma foto de perfil, mas cuide para que a imagem não forneça informações demais, como a localização da sua residência ou da escola das crianças; Suas senhas são do tipo “123456”? Parabéns, trata-se da pior senha utilizada pelos usuários, de acordo com uma lista divulgada anualmente pela SplashData. A empresa sugere três regras simples: usar mais de oito caracteres, misturando letras, números e outros tipos; evitar os mesmos usuários e senhas em diversos sites; e utilizar um gerenciador de senhas (solução que a própria SplashData oferece. Para acessar o ranking completo das piores senhas, visite http://splashdata.com/press/ worst-passwords-of-2014.htm; Cuidado ao usar opções “Lembre-se de mim” e “Continuar conectado” em computadores públicos, como, por exemplo, em cibercafés; Recebeu um e-mail solicitando recadastramento ou atualização de informações? Mesmo que seja suposta- mente de uma empresa da qual você é cliente, pode ser golpe. Posicione o mouse sobre o link presente na mensagem e confira o endereço que aparece na barra de status do navegador. Se observar algo estranho (endereços diferentes do oficial, arquivos com extensão exe ou jpg etc), não clique. Os próprios e-mails costumam apresentar erros de português e imagens quebradas; Uma das melhores fontes de informação para ficar protegido é a Cartilha de Segurança para Internet, um conteúdo produzido por uma entidade chamada Centro de Estudos, Resposta e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (cert.br). De forma bastante didática, o site descreve as principais ameaças online e as formas de se manter protegido. Confira em http:// cartilha.cert.br. 17 comportamento INVEJA ENTRE MÃES E FILHAS A relação entre mães e filhas, de forma geral, tende a ser um pouco conturbada na adolescência, mas, com o passar dos anos, na maioria dos casos, torna-se uma grande amizade DENISE PACIORNICK 18 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br D e fato, de acordo com a psicóloga Melissa Piske Indalecio, da Psike Psicologia Clínica, ser mãe é uma experiência única e indescritível, mas é também o ponto de partida para a vivência de inúmeros sentimentos e emoções aos quais as mulheres nunca foram apresentadas. “Tudo começa com um simples envelope: seu conteúdo determina esta longa jornada e este grande desafio cheio de incertezas e pequenas vitórias e derrotas diárias”. Focando no relacionamento de mãe e filha, precisamos falar sobre a sombra como a base elementar desta relação única. “Este termo, designado por Jung, refere-se às partes desconhecidas da nossa psique. Para facilitar, podemos usar o termo polarização, que se refere aos opostos, como, por exemplo, luz e sombra, masculino e feminino, e assim por diante. O ser humano possui uma parte luminosa e uma parte obscura e, mesmo que se desconheça, ela está lá. A sombra pessoal é desenvolvida a partir da infância, momento em que somos conduzidos a nos identificar com a bondade, generosidade, altruísmo e incentivados a desprezar e represar sentimentos negativos, ou seja, começa aí a construção da sombra. A relação entre mães e filhas é uma condição sine qua non (única, que não pode ser comparada a nada), que já foi amplamente estudada e descrita, inclusive mitologicamente. No Mito de Perséfone, a filha é a extensão da própria natureza elementar da mãe, e esta tem o poder de devolver-se ao passado e a sua própria juventude, assim como a promessa de seu próprio renascimento, numa nova personalidade, onde existe fantasiosamente a intenção deste resgate de sonhos que não foram realizados, assim como as partes ruins das tentativas frustradas podem ser revisadas e apagadas”, esclarece a psicóloga. Esta é uma relação com entrelaces psíquicos difíceis, pois a figura paterna é a única que permite que a filha tenha consciência de si. Melissa explica que, normalmente, a menina começa a desapegar-se da mãe e a tornar-se consciente de si através do amor do pai, o que é extremamente benéfico, pois, se não houver uma imagem adequada deste pai ou de uma figura masculina que a represente, mãe e filha podem assumir uma intensidade patológica em que a filha, inconscientemente, desenvolve uma relação simbiótica com esta mãe, levando-a a assumir sua vida e suas responsabilidades pela vida afora, mesmo após a perda desta mãe, pois o simbólico estabeleceu seu papel e a manterá incapaz de encarar seu próprio destino de modo livre. “Desta maneira, trazendo para a realidade do dia a dia, o adolescer das filhas mulheres para as mães significa travar uma luta dolorosa para desapegar-se de emoções possessivas. Este é o único caminho para romper padrões e liberar esta filha para sua vivência plena, de seus próprios ideais e conquistas”. “...onde existe fantasiosamente a intenção deste resgate de sonhos que não foram realizados, assim como as partes ruins das tentativas frustradas podem ser revisadas e apagadas.” Melissa Piske Indalecio, PSICÓLOGA DA PSIKE PSICOLOGIA CLÍNICA 19 comportamento A psicóloga revela que para a mulher mais velha, a “perda da filha” para a vida é a perda da parte mais jovem e despreocupada de si, mas uma grande oportunidade de descobrir significados. “A grande maioria das mulheres de hoje têm uma incrível dificuldade em desapegar-se da sua juventude. Nesta relação antagônica em que, quanto menos espelhamento houver neste relacionamento, mais benéfica ela se tornará, cabe a esta mãe reconhecer na figura masculina seu papel insubstituível, que será o processo libertador para que esta família tenha uma relação saudável psíquica e emocionalmente. Caso ela se constitua como patológica, os aspectos sombrios de ambas podem se instaurar e perpetuar”. Dentre as relações que podem desenvolver certa patologia, podemos citar a inveja, que é considerada um aspecto sombrio. A inveja entre mãe e filha é um fator muito poderoso e tem a capacidade de destruir os sentimentos de amor e gratidão. “A inveja é um componente de impulsos destrutivos em atividade desde o começo da vida. A pessoa muito invejosa é insaciável. Para isso, sempre encontra um objeto para focar-se. Na relação entre mães e filhas, podemos citar inveja como uma mão dupla”, alerta Melissa. A mãe invejosa, deixando claro que estes são processos inconscientes, quando a filha começa a trilhar seu próprio destino, percebe que a fantasia inconsciente está sendo desfeita no momento do adolescer. “Quando a filha já não sucumbe mais aos seus ideais, a relação torna-se desastrosa, podendo chegar ao ponto da mãe boicotar os projetos de vida e desejos da filha. Algumas sabotam ca- samentos, relações pessoais e profissionais, outras assumem um papel de vítimas para que a filha sinta pena e não a abandone, para que a mesma conclua que sua única saída é mover-se em direção à mãe. Esta, por sua vez, de forma narcisista, poderá tentar frustrar a filha tanto quanto sua própria vida fora frustrada, conduzindo-a, de forma egoísta, a realizar os projetos de vida da mãe, que não foram possíveis, impedindo assim que a filha viva, tenha suas próprias decisões e conduza sozinha suas escolhas e desejos”, ressalta a psicóloga. Quando esta psicodinâmica se estabelece, a relação patológica vai se retroalimentando para que ambas possuam, simbolicamente, suas funções diante desta relação. Se uma das partes conseguir romper este ciclo, poderá haver evolução das duas na convivência. “Se existir uma quebra, mesmo que repentina, por conta de uma condição terapêutica de fortalecimento psíquico e emocional desta filha, um novo padrão se estabelecerá, trazendo novos progressos e aspectos para a relação, que passará de simbiótica para a construção de algo sadio, ou o desvincular-se, pois o núcleo de ganhos secundários será desfeito e uma nova psicodinâmica se estabelecerá”. Melissa finaliza destacando que, ao buscar autoconhecimento, se terapeutizar e conhecer a si e seus aspectos sombrios, a fim de controlar sua própria vida e determinar o que é seu, a filha começa um caminho de encontro dela mesma, afastando-se assim da figura dominadora a que esteve sujeita, muitas vezes por longos anos de sua vida, dando início à retomada da vida em suas próprias mãos’. “A inveja é um componente de impulsos destrutivos em atividade desde o começo da vida. Na relação entre mães e filhas, podemos citar inveja como uma mão dupla” Melissa 20 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br }} }} PUBLICITÁRIOS P UB BLICIT CITÁRIOS DESIGNERS TAMBÉM SÃO ED ESIG GNERS ST AMBÉM S ÃO PAIS AVÓS PAI AIS E A VÓS ANTENADOS ANTENADO AN OS COM NOVAS TENDÊNCIAS C OM AS AS N NO OVAS ARQUITETAS T ENDÊNCIA NDÊNCIASE ENGENHEIROS, EC COMPORTAMENTOS OM MPOR PORTAME ENTOS DE DECORADORES F AMÍL LIA. A OS R EVI STA N OVDA A FAMÍLIA. REVISTA NOVA DESENHAM SONHOS FAMÍLIA TRILHA CAMINHO! F AMÍLI MÍL LIFAMÍLIA. A TRIL LHAAO C AMINHO O! NOVA REVISTA NOVA FAMÍLIA FORNECE O PROJETO DE VIDA! Nova Família 21 comportamento FALTA DE DIÁLOGO E INTOLERÂNCIA PODEM DESENCADEAR VÁRIOS PROBLEMAS EM FAMÍLIA A falta de uma boa comunicação entre os membros da família gera pouca confiança e cooperação, além de aumentar a distância entre elas MICHELE VITOR 22 2 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br Q ue todas as pessoas são muito diferentes e apresentam divergências de opiniões sobre a mesma situação, não é novidade para ninguém. O fato de ser da mesma família não significa que as pessoas tenham que pensar da mesma forma. É como aquele antigo ditado popular diz, ‘nem os dedos da mesma mão são iguais’. Por esse motivo, os pais precisam dar espaço para que os filhos cresçam com suas próprias personalidades e opiniões, sem desrespeitar os laços da família. E o caminho para isso é o diálogo e a boa comunicação. No entanto, a rotina cada vez mais corrida da maioria das famílias tem se tornado um dos motivos que afastam essa capacidade de manter a interação. Para a psicóloga e coordenadora geral do Departamento de Psicodrama do Instituto Sedes Sapientiae (DPSedes), Heloisa Fleury, a boa comunicação é uma característica importante em famílias saudáveis. “Famílias que investem nisso constroem vínculos fortes e resistentes para lidar com os desafios da vida. A boa comunicação auxilia na relação conjugal, entre pais, filhos e irmãos”, afirma. De acordo com a especialista, uma comunicação saudável acontece quando os pais valorizam estar com os filhos, conversam sobre tudo e criam oportunidades, sempre que possível, para que a comunicação seja clara e sem barreiras. “A falta de tempo do dia a dia não pode servir de desculpa para a falta de diálogo entre a família. A comunicação precisa ser praticada para ser eficaz. Quando não há tempo para conversas frequentes, os filhos começam a criar dificuldades para desenvolver habilidades interpessoais e fortalecer a confiança e, com isso, acabam reforçando a ideia de que conversar sobre algo mais difícil é trabalhoso e tem pouca chance de dar certo”, diz. Para manter os laços afetivos sólidos, é necessário estabelecer algumas condutas. Prezar pelo diálogo e pela tolerância é a principal delas. Para a especialista, poder conversar sobre qualquer dificuldade que um dos membros da família está enfrentando significa facilidade de diálogo; e conseguir suportar as diferenças é mostrar tolerância. “Respeitar as opiniões contrárias, enfrentar os conflitos com disposição para ouvir, estabelecer limi- 23 comportamento “A falta de tempo do dia a dia não pode servir de desculpa para a falta de diálogo entre a família.” Heloísa F leury, PSICOLÓGA E COORDENADORA-GERAL DO DEPARTAMENTO DE PSICODRAMA DO INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE tes, reconhecer os próprios erros, estimular o diálogo e manter o bom humor são comportamentos que ajudam a construir um bom relacionamento familiar e, também, ajudam a evitar atritos que podem ser prejudiciais para o bom convívio”, comenta Heloisa. Para a especialista, a família unida é aquela que convive bem cooperando entre si, mesmo quando existe algum conflito. É importante possibilitar que todos os envolvidos na relação sintam-se pertencentes ao mesmo grupo, respeitando as diferenças e protegendo uns aos outros. COMUNICAÇÃO RUIM GERA INTOLERÂNCIA De acordo com a especialista, a falta de diálogo gera intolerância e, por consequência, faz aumentar a distância, reduzir a confiança e minimizar a cooperação entre os membros da família. “A condição para o diálogo fica comprometida quando as pessoas optam por atitudes erradas, como ficar lembrando problemas que já foram resolvidos no passado; tentam controlar comportamentos por meio da indução de culpa; ignoram os sentimentos do parceiro e dos filhos e reclamam o tempo todo ou se sentem no direito de ficar proclamando sermões”, explica. Para Heloisa, esses comportamentos tendem a gerar ressentimento, desconfiança e posição de defesa nos membros da família. No caso dos filhos, pode ser o pontapé inicial para que eles parem de tentar se comunicar com os pais. Os problemas vão se agravando à medida que a família fica muito ligada em uma comunicação negativa, que inclui criticas e brigas. Em ambientes assim, as pessoas passam a se posicionar sempre na defensiva e reforçam a intolerância entre si. Essa 24 Nova Família forma de comunicação não fortalece a cooperação e desrespeita as diferenças, favorecendo o surgimento de um ambiente hostil e pouco agradável. “A pouca tolerância faz, por exemplo, com que os pais interrompam os filhos quando eles tentam explicar algo. Pode haver intolerância diante de diferenças de opiniões, personalidades, crenças, valores ou metas para o futuro”, explica Heloisa. Para a psicóloga, a comunicação e responsabilidade afetiva são as principais condições para um funcionamento familiar saudável e mais ainda para o desenvolvimento da autoestima dos filhos, principalmente na fase da adolescência. SEMEANDO A CONCÓRDIA Para a especialista, mesmo para famílias que já estão enfrentando grandes problemas por conta da falta de diálogo e da intolerância, é possível recuperar o tempo perdido e criar laços que permeiam uma boa comunicação. “Diálogo é falar e também ouvir. Os principais desafios são expressar-se de forma clara e objetiva e também ser um ouvinte ativo, ou seja, fazer todo o esforço necessário para ouvir, se esforçando para entender o ponto de vista do outro, prestando atenção à linguagem verbal e não verbal. Já, para investir na prática da tolerância, é preciso compreender e respeitar o ponto de vista do outro”, explica. O principal instrumento para recuperar o relacionamento familiar é investir na boa comunicação. “É preciso falar calmamente e abertamente sobre as dificuldades da família e evitar conflitos assumindo que nem sempre concorda com as opiniões alheias. É importante achar tempo para se divertir junto da família e traçar estratégias em conjunto para lidar com situações difíceis. Por exemplo, se www.revistanovafamilia.com.br PUBLICITÁRIOS PU UBLIC CITÁRIOS A LEITURA TRANSFORMA, DINTERESSE DE ESIGNE ERS T AMBÉM S ÃO EODESIGNERS TAMBÉM SÃO INSTIGA, PAIS AVÓS ANTENADOS PAIS EA VÓS AN N TENADOS S A INTERAÇÃO PROVOCA... COM AS NOVAS CO A SN OVNOVA AS TENDÊNCIAS TE EFAMÍLIA NDÊNCIA DÊNCIAS AM REVISTA COM MSERES PORTAME POR ENTOS DE E COMPORTAMENTOS GERA FAMÍ AM MÍLIA. A REVISTA REVI EV VISTA N OVA FAMÍLIA. NOVA CONSCIENTES! F AM MÍLIA TR RILHA HA O C AMINH HO! FAMÍLIA TRILHA CAMINHO! } Nova Família 25 } comportamento “É preciso falar calmamente e abertamente sobre as dificuldades da família e evitar conflitos assumindo que nem sempre concorda com as opiniões alheias.” Heloísa há um problema financeiro na família, pode ser útil fazer um plano de ação com um orçamento que todos concordem e possam trabalhar em cooperação”, ensina a especialista. ta do outro, prestando atenção à linguagem verbal e não verbal. Já, para investir na prática da tolerân- cia, é preciso compreender e respeitar o ponto de vista do outro”, explica. O principal instrumento para recuperar o relacionamento familiar é investir na boa comunicação. “É preciso falar calmamente e abertamente sobre as dificuldades da família e evitar conflitos assumindo que nem sempre concorda com as opiniões alheias. É importante achar tempo para se divertir junto da família e traçar estratégias em conjunto para lidar com situações difíceis. Por exemplo, se há um problema financeiro na famí- lia, pode ser útil fazer um plano de ação com um orçamento que todos concordem e possam traba- lhar em cooperação”, ensina a especialista. O IMPORTANTE PAPEL DOS PAIS Cabe aos pais conduzir a família para que consiga 26 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br viver em harmonia e possa desenvolver a capacidade de manter uma boa comunicação, praticando, também, a tolerância. “Os pais precisam criar tempo para conversar entre si e com os filhos, para comunicar pensamentos e sentimentos de forma clara e direta”, diz Heloisa. Segundo ela, uma das principais funções que precisam ser exercidas pelos pais é identificar o que se entende por falta de harmonia. “Muitos pais não querem que os filhos briguem, mas se esquecem de que brigar é também uma forma de enfrentar conflitos, diferenças, e também de ocupar o espaço quando se sente ameaçado. O grande segredo é criar os filhos de tal forma que se tornem cooperativos porque, quanto mais agirem com esse princípio, mais terão a capacidade de brigar sem culpa e depois conseguir alcançar um entendimento satisfatório para ambos. Brigar também aproxima”, ressalta. Para Heloisa, o impacto do relacionamento familiar para uma criança é enorme e a instabilidade ou falta de proteção podem causar profunda s marcas na saúde mental dela. “Conflitos familiares, incluindo a dificuldade de comunicação, sempre afetam o lado emocional, mas esse problema tende a diminuir com o passar dos anos e o consequente amadurecimento do indivíduo”. A especialista explica ainda que nem todos os conflitos que surgem ao longo do processo de crescimento e amadurecimento dos filhos são sinal de falta de diálogo e comunicação. “Com o tempo, o padrão de relacionamento e dependência dos fi- lhos em relação aos pais deve mudar. “Filhos cres- cem e precisam de autonomia. É preciso se adaptar ao desenvolvimento deles e entender que possíveis desavenças possam surgir no meio desse caminho, mas não necessariamente representam problemas. Pode ser apenas a maneira que os filhos encontram para sinalizar aos pais que estão crescendo e se tornando independentes”, conclui Heloisa. } PUBLICITÁRIOS E DESIGNERS TAMBÉM SÃO PAIS E AVÓS ANTENADOS COM AS NOVAS TENDÊNCIAS E COMPORTAMENTOS DE FAMÍLIA. A REVISTA NOVA FAMÍLIA TRILHA O CAMINHO! } Nova Família 27 comportamento • humanidade ao longo de sua existência sempre teve a necessidade de se relacionar com outros seres humanos, seja por trabalho, amizade ou namoro. Na sobrevivência da nossa espécie, precisamos procriar para nos manter dominante e a relação amorosa ganhou grande destaque em nossa civilização. Ocorreram várias mudanças nos namoros e posteriormente nos casamentos tradicionais até passarmos pelos relacionamentos liberais e de natureza homoafetiva. Mas voltando ao assunto namoro, você já se perguntou a si mesmo onde conheceu o seu parceiro ou parceira? Foi pelos meios tradicionais, como por exemplos, amigos o indicaram a ti? Na baladinha do final de semana? Clubes sociais, escolas, faculdades, enfim, ou foi por uma maneira muito mais prática e moderna, pelo mundo virtual, chats, redes sociais, fórum virtuais? Eu lembro quando eu comecei a “navegar” pela internet, tínhamos muito preconceito em relação a este mundo, pois achávamos que era coisa de gente carente, nerd, ou seja, pessoas antissociais. Porém, na atualidade é quase obrigatório o sujeito ter uma conta virtual, seja uma rede social ou um endereço eletrônico, na qual chamamos de e-mail. A 28 Nova Família MARCOS FAVARI sociólogo e professor • Pois bem vamos lá, no mundo maluco que vivemos não temos tempo para tomar uma água no escritório, imagina sairmos a procura da tão bendita cara metade?! O mundo virtual é o que tem pra hoje, não tem jeito, a preguiça pós-moderna impera e é tamanha para eu “perder” o meu riquíssimo e precioso tempo procurando o amor da minha vida, ou não, pode ser uma transa despretensiosa e nada mais. O “X” da questão é: Até que ponto um relacionamento virtual, pode se tornar real e viável? Se já é difícil sabermos como uma pessoa é pessoalmente, imagina a distância por meio de webcams da vida? Até agora eu falei da conquista da “pessoa amada”, e se pensarmos que existe indivíduos que namoram virtualmente? “Deus pai”, qual é a lógica desse troço de namorar sem pegar, tocar, beijar e transar com a sua metade da laranja? UM ESTUDO FEITO PELA BBC DE LONDRES ESTIMOU QUE 81 % DAS PESSOAS MENTEM EM SITES DE RELACIONAMENTOS, É ISSO MESMO QUE VOCÊ LEU, MENTEM! www.revistanovafamilia.com.br Historicamente, coube a nós, machos homo sapiens, tomar as rédeas nos relacionamentos, por isso que vocês fêmeas homo sapiens, falam que somos mentirosos, pois se não mentimos, raramente ficamos atrativos. Ou seja, se nas relações reais a coisa está feia, não preciso dizer das virtuais, mesmo assim vou dizer. Todo relacionamento amoroso é construído socialmente, como lidar com o cunhado chato, a sogra ciumenta, o sogro folgado, e também ter que conviver com a criatura amada e seus sentimentos. Mas será que ele ou ela me ama mesmo? Eu suporto os seus defeitos? Enfim, namoro virtual como a própria palavra diz, é virtual, sem olho no olho, nem pegada, apenas retóricas falseadas do cotidiano. Meu palpite, já que todo sociólogo é palpiteiro, afinal estudei anos pra isso. Pode até encontrar o seu parceiro ou parceira pela net, mas por favor, pelo amor que tem a ti mesmo, namore de carne e osso, beije, transe, discuta, apaixone-se, brigue, peça desculpas, sinta ciúmes, fale de seus defeito e virtudes, mas tudo no mundo real e concreto. Pois namorar virtualmente é o mesmo que ver as fotos da Disney e sonhar em se divertir no maior parque de diversões do mundo, concorda? }} } COMO DIZ LUIS PUBLICITÁRIOS P UB BLICITÁRIOS FERNANDO VERÍSSIMO: E "LER DESIGNERS TAMBÉM SÃO D ESIG GÉNOEMELHOR RS ST AMBÉM S ÃO PAIS AVÓS ANTENADOS PA PAI AIS E AV VÓS AN A NTENADO OS REMÉDIO. C OLEIA M AS ASJORNAL... NOV VAS T ENDÊNCIA AS COM NOVAS TENDÊNCIAS ELEIA COM MOUTDOOR... PORT TAME ENTOS DE COMPORTAMENTOS F AMÍL LALGUÉM!!’ IA. A. A R EVIS SLEIA TA NOVA FAMÍLIA. REVISTA LEIA A F AREVISTA MÍL MÍLI LIA TRIL L H A O CAMINHO FAMÍLIA TRILHA CAMINHO! NOVA FAMÍLIA! O! Nova Família 29 lazer & Viagem xxxx C uidado com seus pertences pessoais Mantenha suas bolsas sempre próximas de seu corpo, não as perca de vista: um momento de vacilo e você pode ter sua bolsa furtada. Cuidado com muitas malas no carrinho e bagagens menores, que são colocadas debaixo da mesa enquanto você faz refeições e aguarda o voo. Observadores aproveitam-se do descuido dos passageiros e podem levar seus pertences e você só perceberá quando for para o embarque. Peça ajuda só para pessoas credenciadas É comum você precisar pedir informações em aeroportos, especialmente se for onde você nunca esteve antes. Fique atento, existem pessoas que se de- 30 Nova Família monstram interessadas em carregar sua bagagem, porém com intenções de furto. Os aeroportos dispõem de carrinhos para o transporte das malas, portanto, não se faz necessária a ajuda de pessoas estranhas e não identificadas para tal. Bagagens identificadas e lacradas Identifique sempre suas bagagens, por dentro e por fora. Lacre-as bem. Se tiver cadeado, fixe-o na mala, não deixando o zíper correr. Dessa forma, você irá prevenir o que chamam de operação “cesariana”, que é abrir com uma caneta o zíper, furtar um pertence e fechar, sem que se observe o extravio da mala. Além disso, tire uma foto 360º com seu celular de suas malas antes de despachar. Assim, ocorrendo qualquer problema, facilitará na cobrança de responsabili- www.revistanovafamilia.com.br dade junto à companhia aérea. Embalar as malas previne um pouco a ação dos furtadores, porém, como muitos pensam, não é inibidor para a Receita Federal (no caso de viagens internacionais) pedir que você abra as mesmas. Então, use para proteção das malas, mas não ache que, por causa das embalagens, a RF não pedirá para ver sua mala se assim desconfiarem de excesso de bagagem/compras. Não durma Ah, as longas esperas entre um voo e outro... escalas, fuso horário, voos de madrugada, é comum vermos pessoas dormindo em aeroportos. No caso de viajar acompanhado, uma dica é: faça o revezamento. Enquanto um descansa, o outro fica de olho nas malas. No caso de viajar sozinho, muita atenção! Procure DICAS DE SEGURANÇA EM AEROPORTOS Vai viajar e claro, deseja que sua viagem seja perfeita? Então, fique esperto e atento nos aeroportos, para que sua viagem não se torne um pesadelo DANIELA VIEK prendê-la ao seu corpo de forma que, se alguém mover a bagagem, você poderá sentir, mas eu não recomendaria. Uma saída é utilizar os hotéis de aeroporto, se tiver longas horas de espera. Eles funcionam por hora e você pode tirar aquela sonequinha mais confortável e com suas malas em segurança. Cuidados ao sacar dinheiro Aqui valem as mesmas regras de segurança que temos nos saques em agências bancárias ou caixas eletrônicos: nunca peça a ajuda de estranhos, proteja sua senha, veja se há algo estranho na máquina e não faça a transação, caso identifique. Avise a polícia do aeroporto. Ao trocar dinheiro nas casas de câmbio em aeroportos, a mesma coisa: cuidado com sua carteira, confirme com calma a espécie, se o troco foi dado corretamente. Procure saber o valor da cotação antes, para agilizar e reduzir o tempo de exposição no que se refere a dinheiro em aeroportos. Seja sempre pontual Para que correr, se você pode caminhar, não é mesmo?! Não tem coisa pior do que chegar às pressas no aeroporto, pegar uma fila enorme no check-in, não ter tempo nem de ir ao banheiro, se precisar. Para voos internacionais, chegue com 3, 4 horas de antecedência. É melhor esperar do que correr o risco de perder o vôo. Sempre considere um imprevisto, como um possível acidente de trânsito, por exemplo, no trajeto até o aeroporto. Programe-se e tenha uma experiência tranquila, isso minimiza a possibilidade de perder malas, esquecer-se de algo... “A pressa é inimiga da perfeição”, este ditado cai bem aqui. Cheque toda a documentação antes de ir ao aeroporto Ah, tá, comprou as passagens há mais de 6 meses, programou a viagem há mais de 1 ano, vai esquecer os documentos na hora de embarque e então perde o voo. Alto preço, hein?! Então, confira, se necessário, 1, 2, 3 vezes, se possui tudo o que precisa. Minha dica: tenha um check-list para ajudá-lo na organização de suas malas e, especialmente, na parte de documentação. Outra dica: tenha sempre cópias de seus principais documentos, além de manter todos digitalizados em seu celular ou ainda no armazenamento em nuvem (em seu email também vale), para poder acessar de qualquer lugar, no caso de perda. Gostou das dicas? Tem mais no www.paraviajarbastaexistir.com.br 31 Saúde xxxx COMIDA DE RUA, COMO ESCOLHER? Comer na rua é sempre uma questão complicada, principalmente quando se tenta manter uma alimentação saudável KAREN STERNFELD S Seja qual for a situação, uma opção que sempre se pode contar é a salada da casa: alface, tomate, cenoura e pepino não são de difícil acesso. Caso a salada venha com queijo, peça sem ou retire. Outra dica é não comer o molho que geralmente acompanha as saladas. Eles normalmente são muito pesados, contendo maionese, queijo, etc. Uma boa sugestão é levar um molho caseiro, gostoso e nutritivo em um pequeno pote na bolsa. O tempero pode ser simples, como a receita ao lado: 32 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br www.revistanovafamilia.com.br RECEITA DE MOLHO CASEIRO • • ½ xicara de suco de limão ½ dente de alho picado (opcional) • 2 colheres de chá de gengibre picado • 3 colheres de chá de shoyu (opte por opções sem corante de caramelo e sem milho) • 3 colheres rasas de mel puro • ½ xicara de azeite de oliva (prefira opções orgânicas e prensado a frio) Misture todos os ingredientes. OUTRA OPÇÃO, MAIS SOFISTICADA • ½ pepino sem casca e sem sementes cortado em cubinhos • ½ xicara de hortelã fresco picado • ¼ xicara de manjericão fresco picado • 2 colheres de sopa de azeite de oliva (opte por opções orgânicas e prensado a frio) • ¼ colher de chá de sal (céltico ou da himalaia) • 1 colher de sopa de suco de limão Bata todos os ingredientes no liquidificador até que fique homogêneo. Aqui vão algumas dicas de como escolher o que comer nos restaurantes ÁRABE JAPONÊS O que escolher Espetinho vegetariano grelhado Pastinhas de berinjela (baba ghanouj) ou hummus. Salada tipo grega, tabouleh ou salada fatouch (sem a pita) Peixe ou cordeiro grelhado ou assado O que escolher Rolls com abacate, pepino, shimeji ou outra opção vegetariana. Sashimi – sem arroz. Salada de algas ou da casa, com molho de gengibre. Entradas com mix de vegetais. O que evitar Carnes gordurosas. Opções com iogurte. Cuscuz. Opções fritas. O que evitar Sushi (misturando peixe com arroz branco). Opções contendo soja. Tempurá. ITALIANO CHINÊS O que escolher Sempre comece com uma salada verde e molho leve. Escolha molhos com base de tomate. Peixe grelhado Opções com mix de vegetais . Opte por massas integrais. O que escolher Vegetais cozidos no vapor com alguma proteína preparada da mesma forma. Vegetais cozidos no vapor com arroz integral (com um pouco de molho agridoce de ameixa, caso desejado). O que evitar Molhos com base de creme de leite. Itens feitos com farinha branca (massa, pão, gnocchi, opções à milanesa, molho branco) O que evitar Frituras e dumplings (contendo farinha branca).Arroz branco ou frito. Pratos com molhos muito pesados. Carnes muito pesadas como vermelha, suína ou camarão. Comer na rua pode ser fácil, gostoso e nutritivo, basta colocar alguns complementos bacanas na bolsa e saber escolher o que consumir nos mais diversos tipos de restaurantes. Mesmo na correria do dia a dia, podemos manter um estilo de vida saudável, que nos alimenta mesmo quando estamos com pouco tempo. 33 comportamento O SAUDÁVEL HÁBITO DA LEITURA Além do aprendizado, a leitura contribui para o aumento da agilidade, a melhora da concentração MICHELE VITOR s benefícios da leitura vão muito além de se manter atualizado. Quem lê enriquece o vocabulário, escreve melhor, consegue compreender textos e histórias de maneira mais rápida e estimula a criatividade e a imaginação. Assim como os músculos do corpo precisam de atividades físicas, o cérebro necessita de exercício para se manter saudável. E a leitura está entre as me- O lhores atividades, pois estimula o bom desempenho cerebral, além de ajudar a reduzir o estresse do dia a dia, fortalecer a memória, ampliar o vocabulário e aumentar o poder de concentração. Ler possibilita viajar e conhecer culturas e pessoas diferentes sem sair do lugar. A leitura é um hábito que se cria e, como todo costume, deve ser cultivado no dia a dia até que se torne parte da rotina. E esses benefícios podem ser sen- “O hábito da leitura desenvolve a imaginação, a criatividade, a melhoria na resolução de problemas cotidianos” Márcia Neves, PROFESSORA DE APOIO E ACOMPANHAMENTO À INCLUSÃO NA DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO MATEUS 34 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br tidos em qualquer idade. O hábito da leitura deve ser estimulado nas crianças desde pequenas, mesmo antes de aprenderem a ler. Alguns especialistas acreditam que, para alguém se interessar por leitura na vida adulta, é fundamental que tenha contato com livros desde cedo. Ou seja, os pais e responsáveis pelo desenvolvimento das crianças podem começar a estimular esse interesse por histórias desde o berçário, antes mesmo de aprenderem a falar. Para a professora de apoio e acompanhamento à Inclusão na Diretoria Regional de Educação de São Mateus, Márcia Neves, apresentar a leitura para as crianças desde cedo traz inúmeros benefícios, pois elas passam a perceber que as pessoas não se expressam somente por meio da linguagem oral. Elas percebem que existem códigos escritos e que é preciso dominá-los para se comunicar bem e ter sucesso na sociedade. De acordo com ela, a leitura traz essa familiaridade com o mundo da escrita, facilitando a alfabetização das crianças. “O hábito da leitura desenvolve a imaginação, a criatividade, a melhoria na resolução de problemas cotidianos. As crianças que têm contato com a leitura passam a se expressar melhor, conseguem ampliar seus conhecimentos, aprendem a formular hipóteses e internalizam a cultura e os valores da sociedade”, afirma. Segundo a professora, para que esse objetivo seja alcançado, os pais precisam servir de modelos para os filhos, ou seja, precisam também ter esse hábito. “Ler para os filhos ainda bebês estimulará o gosto pelos livros”, comenta. A especialista ressalta ainda que é importante deixar livros ao alcance das crianças, para que elas tenham sempre contato com eles, mesmo que ainda não saibam ler. “Os pais precisam estimular as crianças para que criem suas histórias vendo as ilustrações, além de incentivá-las a comentar sobre os livros”, explica. Segundo ela, os pais precisam fazer com que esse universo dos livros seja atrativo para os filhos desde cedo. Para isso, devem frequentar bibliotecas e livrarias e, principalmente, presentear os filhos com livros, atribuindo valor para eles da mesma forma que fazem quando o presente é uma bicicleta ou um vídeo game. LEITURA TAMBÉM CONTRIBUI COM A SAÚDE DOS MAIS VELHOS E quem disse que os benefícios da leitura são percebidos somente na fase de aprendizado? Segundo o médico especializado em Geriatria e criador do site envelhecerbem.com, Thiago Monaco, para os idosos a leitura frequente mantém a mente ativa e atua como um importante exercício para a memória e outras funções do cérebro. “Os benefícios são bem parecidos. Para os idosos também treina e aumenta o vocabulário, exercita a imaginação e abstração, além de permitir o aprendizado relativo aos temas lidos”, comenta o médico. Para ele, existem pelo menos dois tipos de leitura mais satisfatórios para os idosos. As que fazem frequentes associações com temas cotidianos, como a leitura diária de jornais, e as que forçam o raciocínio e o aprendizado. “Com certeza, alguma leitura é melhor do que nenhuma, mas estes dois tipos são os que mais funcionam e podem ser classificados como as melhores ginásticas para o cérebro”, diz. O médico afirma ainda que a prática constante da leitura, associada a outros hábitos saudáveis, como, por exemplo, manter a mente ativa, ajuda a manter a saúde mental em dia. “Ainda não podemos afirmar que a leitura por si só seja um antidoto contra problemas senis como o Mal de Alzheimer, mas, com certeza, a leitura pode ser classificada como uma poderosa arma para manter o bom funcionamento cerebral”, conclui. 35 comportamento 36 6 Nova N No v Família va www.revistanovafamilia.com.br www.re revis vistan tan a n ov an va afam ffa am mili il a a.c .c .co co om m.b brr ESTOU GRÁVIDA. E AGORA? Gerar e ter um filho são ocasiões tão peculiares que nenhuma mulher passa por elas sem mudanças POR LUCIANA BRUNCA S Sonhos, desejos, planos, fantasias, expectativas e medos são sentimentos e sensações que norteiam a vida da gestante. A confirmação da gravidez, a gestação, o parto e a responsabilidade de criar um filho são situações muito importantes para os pais e que envolvem toda a família. A gravidez traz muitas mudanças, tanto no funcionamento do organismo como no psicológico da mulher. Conhecer e aceitar essas mudanças são fundamentais para tornar a experiência da maternidade ainda mais rica e prazerosa. Atraso menstrual, aumento da sensação de cansaço, sonolência, náuseas matinais, aumento e dor nas mamas, cólicas leves, aumento da sensação de fome, urinar com maior frequência, alterações hormonais, de humor, desconforto devido ao aumento de peso e da barriga, prisão de ventre são algumas das alterações que a mulher poderá sentir durante a gravidez. A grávida fica com a sensibilidade à flor da pele. Passa do riso ao choro fácil. “Quando a mulher descobre que está grávida, se instala o sentimento básico materno-filial e a vivência básica da gravidez, que vai se manifestar de diversas formas. É um período único na vida da mulher, repleto de sentimentos e emoções vivenciados com muita intensidade”, diz a psicóloga do Departamento de Psiquiatria 37 comportamento “O apoio da família na minha primeira gravidez foi muito importante.” Edrea, mãe de Alana e Enrico e Psicologia Médica da Faculdade de MediciF na de São José do Rio Preto (Famerp), Maria Jaqueline Coelho Pinto. A especialista afirma que o medo é uma característica comum das diferentes etapas da gravidez e inerente com o sentimento de ambivalência afetiva do tipo “querer e não querer a gravidez”. “A mulher sente medo de abortar, de não sentir os movimentos fetais até o parto, dos procedimentos médicos. Além disso, existem expectativas quanto ao seu desempenho e a saúde do bebê, no contexto de uma experiência emocionalmente intensa em que permeia um misto de ansiedade e alegria.” Conforme os meses vão passando e o bebê vai se desenvolvendo, a mulher já está mais acostumada com todas as mudanças e a ligação com a criança vai se solidificando e aumenta quando a mãe descobre se é menino ou menina. Diante disso, passa a chamar o bebê pelo nome e a sonhar e criar uma imagem de como ele será. A psicóloga comenta que, com a chegada do bebê, inicia-se outra fase da maternidade – o puerpério – etapa de maior vulnerabilidade e ocorrência de crises, quando a mulher concretamente assume a maternidade. “Além do desconforto físico e do período de re- cuperação da fadiga do parto, há profundas mudanças intra e interpessoais desencadeadas pelo parto. O pós-parto é vivido como um misto de sentimentos que vão de estado de euforia a depressão, perspectiva de auto-realização, impacto com a realidade, necessidade de reestruturação e reajustamento em várias dimensões interpessoais e intrapsíquicos, uma nova definição de papéis e mudança de identidade – a mulher passa a se olhar e ser olhada diferente”, explica Maria Jaqueline. Um dos principais medos ou receios das mulheres quando se tornam mães é a perspectiva de mudança. “Essa perspectiva envolve sentimentos de perda e ganho, de responsabilidade de cuidar de um filho, assumir novas tarefas, preocupação de ser boa mãe. É necessário se preparar emocionalmente à nova situação. O apoio da família e do marido é fundamental”, diz a psicóloga. PRÉ-NATAL O pré-natal é o acompanhamento médico que toda gestante deve ter, a fim de manter a integridade das condições de saúde da mãe e do bebê. Durante a gravidez são realizados exames laboratoriais que visam identificar e tratar doenças. Normalmente os médicos pedem os seguintes exames: glicemia, grupo sanguíneo e fator RH, anti-HIV, exames para detectar sífilis, toxoplasmose, rubéola, presença do vírus da hepatite B, exame de urina e ultrassonografias. Outros exames também podem ser pedidos, UMA NOVA REVISTA. UMA NOVA FAMÍLIA F “O primeiro pensamento passa sa a ser sempre os filhos.” s.” Flávia Cristina, mãe de Maria ria Fernanda e Luca ca OS DESAFIOS E AS ALEGRIAS DA MATERNIDADE Você nunca mais vai dormir como antes. Seu tempo fica cada vez mais curto. Os filhos vêm sempre em primeiro lugar. Essas são algumas das frases mais comuns ditas pelas mães, que mesmo tendo medos e sabendo de todos os desafios que irão enfrentar, são unânimes ao dizer que ser mãe é se tornar uma mulher completa e conhecer a plena felicidade. “Tudo mudou depois que me tornei mãe. Desde o pensar (porque você não pensa mais em você e sim na prioridade e necessidade das crianças) como no agir (porque você não tem mais tempo para você e acaba agindo de modo bem diferente). O primeiro pensamento passa a ser sempre os filhos”, comenta a professora doutora Flavia Cristina Rodrigues Lisoni – mãe de Maria Fernanda, 9 anos e Luca, 3 anos. A diretora de marketing Édrea Felipe Bernardes viveu a maternidade em períodos diferentes da vida. “Na minha primeira gravidez eu tinha 19 anos e foi tudo muito novo. Ter a responsabilidade de gerar uma criança, montar enxoval, me dedicar à faculdade, enfrentar as mudanças no corpo, ir rotineiramente ao médico. O apoio da família foi muito importante, porque temos muitos me- dos antes e depois do dos, bebê nascer. Na segunda gravidez foi bem mais tranquilo, eu já tinha certa experiência. A maturidade vem junto com a maternidade: aos 19 anos eu tive que deixar de ser “menina” e me tornar mulher, pois existia um ser pequenininho que dependia exclusivamente de mim”, conta a mãe de Alanna, 20 anos e Enrico, 1 ano e oito meses. “Os desafios são muitos: que os bebês se tornem adultos inteligentes, longe das drogas e das coisas ruins da vida.” F lavia Cristina Rodrigues Lisoni, MÃE DE MARIA FERNANDA, 9 ANOS E LUCA, 3 ANOS UMA NOVA REVISTA. UMA NOVA FAMÍLIA F educação ATIVIDADES EXTRACURRICULARES: EXAGERO É NOCIVO À CRIANÇA Quando você se recorda de sua infância, do que se lembra? Se você tem mais de 30 anos, provavelmente se recorda de brincadeiras com os amigos, muito tempo livre e pouca preocupação. E seu filho, do que se lembrará? SANDHRA CABRAL 40 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br O mercado de trabalho está cada vez mais competitivo e exige profissionais cada vez mais capacitados.Com foco na preparação de suas crianças para essa verdadeira guerra futura, pais e mães culminam por sobrecarregar os pequenos com muitas atividades. Não é raro encontrarmos crianças com agenda tão lotada quanto os grandes executivos. Outros, pensando na saúde da prole, lotam a agenda da criançada com as mais variadas atividades físicas. Tanto os cursos extracurriculares, como os de idiomas, música ou que estimulem o raciocínio, quanto os voltados à prática de esportes são extremamente bem-vindos. Mas, há que se pensar, antes de qualquer coisa, que crianças precisam de tempo livre para brincar e descansar. De acordo com Flávia Leão Fernandes, psicóloga clínica e mestre em Psicologia pela Universidade de Londres, Inglaterra, é na infância que as crianças estão em constante transformação e desenvolvimento. Também explica que nesta fase elas são autênticas e não têm medo de errar, o que facilita o aprendizado. Portanto, precisam de tempo e oportunidade para fazer as próprias descobertas, que muitas vezes só acontecem quando elas estão brincando. “Mais que o excesso de atividades, é importante que os pais estejam atentos ao aproveitamento que os filhos têm daquilo que lhes é oferecido. Pouco interessa essa quantidade de cursos, se não há aproveitamento ou se a criança não consegue fazer sua própria agenda, que deve incluir o brincar. O futuro se prepara com boa formação emocional, com boas interações entre pais e filhos, com o interesse genuíno pela criança. O desenvolvimento intelectual e cognitivo se faz em boas bases emocionais”, adverte Blenda de Oliveira, psicóloga clínica formada pela PUC-SP, psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e psicoterapeuta de adultos, adolescentes, crianças, famílias e casais. EFEITO REVERSO Crianças sobrecarregadas de atividades ao longo de todo o dia, durante a semana toda, apresentam alguns sinais físicos facilmente identificados por pais atentos, quando a rotina é pesada. Entre os sintomas estão sono constante, cansaço, irritabilidade e até agressividade sem um motivo aparente. “Temos visto crescer diagnósticos de hiperatividade, insônia e depressão infantil no consultório. Parte desses diagnósticos se deve ao excesso de estimulação intelectual das crianças e muito pouco tempo para brincar com o corpo, com as mãos e com amigos. Tempo livre é essencial. Além disso, na contraparte existem os pais que trabalham muito para fornecer todas essas atividades e quase sempre estão cansados, com pouco tempo livre e cultivam a convivência conjugal e familiar com pouca frequência. Esse conjunto de aspectos dificulta que a casa seja um lugar de encontro, um lugar lúdico”, alerta Blenda de Oliveira. Neste sentido, é preciso refletir a maneira como os pais se comportam diante do dia a dia e da falta de tempo que eles oferecem às crianças. Muitos têm a falsa impressão de que, ocupando o tempo dos filhos com atividades extracurriculares, compensarão a ausência física deles. ISSO É UM GRANDE ERRO As crianças precisam e querem ser preparadas para a vida. O mercado de trabalho é algo muito distante e com significativas e periódicas mudanças. A psicóloga Blenda convida a uma reflexão: “De que mercado de trabalho se fala? Para quem isso é importante? Será que os pais não disfarçam com essa justificativa sua enorme expectativa do que eles querem? E se o filho ou filha quiser ser um músico?”. Ela acredita que a criança precisa aprender a escolher, a se cuidar, a ter e ser crítica e, acima de tudo, a refletir, para que, no futuro, tome conta da sua vida, seja lá o que escolha ser. 41 educação PONTO DE EQUILÍBRIO A escolha das atividades extracurriculares deve levar em conta uma série de itens, não apenas as conveniências dos pais ou os cursos que estão na moda. A idade, a aptidão e, sobretudo, a vontade da criança devem ser observadas. Além disso, é necessário avaliar os benefícios que os cursos e práticas esportivas extras trarão para a saúde mental e física dos filhos. Tal escolha jamais deve compensar as frustrações de vida dos pais. Infelizmente, alguns pais matriculam as crianças em cursos que eles gostariam de ter feito, mas que não tiveram a oportunidade. Para evitar tais problemas e transformar a agenda da criançada em algo prazeroso de ser seguido, Blenda Oliveira relata uma listinha simples e essencial, a fim de que os pais não errem na hora de fazer as escolhas para as crianças (video lado). A criança precisa de tranquilidade, respeito, amor e segurança. Se você lhe oferece isso em abundância, fique tranquilo: com bom senso, o restante acontece naturalmente. • • • • • • 42 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br Deixe dias livres para as crianças brincarem. Observe as brincadeiras delas: isso irá fornecer pistas sobre as aptidões do seu filho; Converse sempre sobre as atividades propostas: será que ele está preparado física e mentalmente para fazer determinada atividade? Antes de matriculá-lo, informe-se com especialistas sobre o curso ou esporte e leve-o para participar de uma aula; Respeite a opinião do seu filho, caso a escolha seja saudável para ele; Interaja dentro da família e estimule a criança a falar sobre seu dia - esta será a oportunidade de perceber se ela gosta ou não da rotina e se está realmente aproveitando a oportunidade que lhe é oferecida; Compartilhe suas experiências com seu filho e conte sobre seu trabalho, a fim de criar vínculos de confiança e laços de amizade entre vocês; Brinque com os filhos, trate a vida com menos sisudez e menor preocupação com o futuro deles. }} }} PUBLICITÁRIOS P UB BLICIT CITÁRIOS DESIGNERS TAMBÉM SÃO ED ESIG GNERS ST AMBÉM S ÃO PAIS AVÓS PAI AIS E A VÓS ANTENADOS ANTENADO AN OS COM NOVAS TENDÊNCIAS C OM AS AS N NO OVAS ARQUITETAS T ENDÊNCIA NDÊNCIASE ENGENHEIROS, EC COMPORTAMENTOS OM MPOR PORTAME ENTOS DE DECORADORES F AMÍL LIA. A OS R EVI STA N OVDA A FAMÍLIA. REVISTA NOVA DESENHAM SONHOS FAMÍLIA TRILHA CAMINHO! F AMÍLI MÍL LIFAMÍLIA. A TRIL LHAAO C AMINHO O! NOVA REVISTA NOVA FAMÍLIA FORNECE O PROJETO DE VIDA! Nova Família 43 coluna - direito xxxx DELINEANDO O LIMITE ENTRE PADRASTOS E ENTEDEADOS O divórcio gera, para o casal, a possibilidade de união com outra pessoa. É comum, neste caso, a mãe ficar com a guarda e convívio dos filhos. Surge, então, um novo personagem na história dos filhos: o padrasto NAZIR MIR JUNIOR O padrasto, em que pese a relação com a mãe dos enteados, deve preservar, sempre, a figura do pai. Caso contrário pode incorrer em alienação parental, ou seja, interferência na formação dos enteados para que repudiem o genitor ou, mesmo, que cause algum prejuízo ou dificuldade para a mantença do vínculo entre pai e filho, conforme determina o Artigo 2º da Lei nº 12.318/2.010 – Lei da Alienação Parental. Surge, então, nesse 44 Nova Família contexto, a seguinte dúvida: o padrasto, realmente, não têm nenhum poder sobre os enteados? Respondemos. O Código Civil, em seu artigo 1.636, determina que uma nova relação amorosa não retira do pai ou da mãe o direito ao poder familiar. Ainda, garante-lhes o direito de exercê-lo sem qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro. A leitura fria deste artigo afasta qualquer interferência do padrasto sobre o exercício do poder familiar, que www.revistanovafamilia.com.br pertence exclusivamente aos pais. Mas este não é o melhor entendimento. Há casos, todavia, em que os enteados são sustentados pelos padrastos, evidenciando, claramente, uma relação afetiva recíproca por solidariedade familiar. Entendemos que se o padrasto assume, voluntariamente, obrigações com seus enteados, participando, efetivamente, de suas vidas, adquire, ou deveria adquirir, em contrapartida, mais poderes sobre os mesmos, na contramão do que determina o Código Civil. POSSIBILIDADE DE DOCUMENTAR O RELACIONAMENTO AFETIVO ENTRE PADRASTO E ENTEADOS O padrasto, em que pese a gritante falha da lei, pode documentar o relacionamento afetivo por outras vias: 1. adoção unilateral (no caso do outro pai ou mãe ser ausente ou falecido); 2. requerer a guarda dos enteados (no caso do outro ser relapso, omisso e violar o dever de cuidado); 3. deixar testamento para beneficiar os enteados na herança (caso não os assuma como filho); 4. incluir o seu nome de família no sobrenome do enteado. Tais atos, contribuem para que os enteados sintam-se mais envolvidos com o padrasto. Há, a pesar de tudo isso, forte corrente doutrinária, que reconhece direitos e deveres entre padrastos e enteados. Equipara o vínculo estabelecido pelo parentesco sócio afetivo à relação biológica. Padrastos devem ser respeitados pelo vínculo afetivo, isso é certo. Se participam da criação dos enteados, seja pelo sustento, seja pelo cuidado, contudo, devem participar, sim, das decisões relativas ao seu bem estar, inclusive quanto à imposição de limites. O que desaconselhamos é o padrasto tentar impedir que o pai assuma e desempenhe suas obrigações e direitos, o que pode se configurar alienação parental, conforme já mencionamos. Esta é a melhor interpretação para o artigo 1.636 do Código Civil: prevenir que os enteados sejam vítimas de alienação parental por parte do padrasto. Pensamos não ser a melhor interpretação para este dispositivo legal, de outra via, aquela de se retirar do padrasto a possibilidade de exercer algum poder sobre os enteados. Entendemos, neste sentido que: 1. padrastos têm o dever de contribuir para a boa formação de seus enteados, devendo estimular o afeto com o pai com quem não convivem; 2. padrastos têm o direito ao respeito, ao tratamento com dignidade, com possibilidade de impor limites em proteção à boa formação dos enteados; 3. quando houver discordância sobre o que é ou não bom para a formação dos enteados, prevalecerá a decisão do guardião (daquele que tem a guarda dos filhos); em caso de guarda compartilhada, com opiniões diversas, indica-se a mediação familiar. 45 comportamento “Eu nunca imaginei que uma situação desta poderia ocorrer na minha casa. Antes de acontecer, eu só imaginava que fosse caso de novela, roteiro de filme ou história de pessoas infelizes.” iolência nunca foi e nem é a melhor forma de conquistar, garantir ou apenas informar o oprimido que o opressor tem mais força. É na verdade uma forma que encontramos para “passar o recado” de forma mais direta, sem complicação. O que ainda assim não quer dizer que é o melhor caminho. Há quem discorde e fale que a história está aí para dizer o contrário, já que, através da violência, guerras foram conquistadas, países firmaram sua hegemonia graças ao uso da força, mas, e quando a violência passa a ser dentro de casa? Por que justificamos o uso dela em uma situação e reprovamos em outra? Temos que ter consciência que em ambos os casos a violência é reprovável, pois há sempre uma brecha para retaliação. E quando a revanche acontece dentro de casa, a situação fica insustentável. O pai bate na esposa para descontar sua frustração ou mostrar que ele é o macho de casa, o filho vê a situação e memoriza aquelas cenas, podendo reproduzí-las quando crescer ou desenvolver alguma personalidade controversa, depositando sua vida em longas sessões psicológicas para desligar-se V 46 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br desse sentimento de revolta. Toda ação gera reação e, no caso da violência, gera depressão, insatisfação e tantos outros problemas que podem afetar a vida dos seres envolvidos para a eternidade. “Eu nunca imaginei que uma situação desta poderia ocorrer na minha casa. Até antes de acontecer, eu só imaginava que fosse caso de novela, roteiro de filme ou história de pessoas infelizes”, comenta a diarista Cristina dos Santos. DO LADO DE CÁ Quando esses casos assombrosos de violência doméstica passam a fazer parte das nossas vidas, tudo o que imaginávamos acontecer realmente ocorre, mas dentro de nossas casas e na nossa rotina. “Ele chegava em casa, devia ter bebido muito no bar antes de voltar; e se encontrasse alguma coisa que tirasse a paciência dele, ele se tornava agressivo. Jogava pratos no chão, quebrava algumas coisas. O dia que mais temi pela minha vida foi quando ele me agrediu”, acrescenta. Quando a situação parecia melhorar, aquela agressão adormecida ressurgia. “Às vezes parecia que não era ele. Eu sabia que ele era ciumento, VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: ATÉ QUANDO? Quem bate quer descontar sua fúria, quem presencia identifica como uma forma de relacionar-se com o próximo. Por que a violência doméstica prejudica toda a família? THIAGO ASSUNÇÃO um pouco possessivo, por isso não dava trela para cutucar esse sentimento dele. Mas não sei se era uma frustração da vida, insatisfação comigo ou com o trabalho, que ele descarregava toda essa fúria em casa. Quando ele chegava, parecia que chovia dentro de casa: de vez em quando era garoa, de vez em quando era tempestade”, finaliza. FILHO DE PEIXE... Um dos grandes problemas dessa situação é o efeito colateral. Além dos traumas e sequelas na relação e no ambiente familiar, as crianças podem presenciar e aprender a relacionar-se com aquilo de forma não tão agradável. “Existem pacientes que relatam serem agressivos devido à grande exposição de violência familiar a qual foram expostos. Presenciaram esses atos em suas casas, com vizinhos ou familiares. Como geralmente a agressão acontece do homem para a mulher, a criança pode associar como algo natural de impor sua condição na relação, ou simplesmente como uma forma de tratamento, podendo ser até mesmo como uma forma de comunicação para se conseguir algo”, explica o psicólogo Jorge Garcia. Durante um período, a criança passa por uma fase em que ela apenas capta todas as informações a sua volta, reproduz as palavras escutadas, os gestos. Essa é fase de sombra, quando ela imita tudo o que vê. Em uma situação dessas, dependendo da interpretação e da ocasião, pode ser que ela não interprete a violência como algo negativo e isso poderá trazer prejuízo nas suas relações interpessoais. Em dadas situações, a violência pode ser interpretada como uma forma de defesa. “A criança também pode interpretar a violência como algo ‘bom’, que pode ser usado a favor dela, como uma ação de defesa. Ao invés de ser instintivo esse gesto em uma situação de perigo, por exemplo, a violência passa a ser usada em momentos triviais, para conquistar algo que ela queria, para revidar de problemas (ela passa a atacar outras crianças quando estas afrontam sua vontade). Todo o crescimento da criança deve ser monitorado a fim de avaliar seu comportamento e o caminho que está sendo adotado em diversas ações. Quanto mais cedo descobrir a causa da interpretação da sua comunicação, mais cedo conseguimos reverter os casos que podem, futuramente, agravar-se”, finaliza. 47 saúde 48 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br ww E T R A L I C A D IF Í R A I L I C N DE C O O S S E C U S L A N O I S PROF I S E D Ú A S E Conciliar a vida profissional e os cuidados com a saúde é um dos principais desafios do ser humano. O fato é que a vida profissional e pessoal devem andar juntas LUCIANA BRUNCA A correria do dia a dia, o excesso de cobrança do mercado profissional cada vez mais competitivo e exigente, as inúmeras tarefas para serem realizadas em um período de 24 horas, que parecem durar apenas um minuto, fazem com que muitas vezes deixemos deixem de comer corretamente e nos esqueçamos da nossa saúde e bem estar. Será que a falta de refeições balanceadas e em horários ho determinados pode causar danos à saúde? “A falta de rrefeições equilibradas e saudáveis pode fazer com que a pessoa pess desenvolva uma série de problemas, em especial, aumentar as chances de doenças crônicas não transmissíveis, como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias (aumento dos lipídios – gordura - no sangue, principalmente do colesterol e dos triglicerídeos) e até mesmo o câncer. Além de diminuir a disposição, energia e atenção, apresentando facilmen- te sonolência e fadiga durante o trabalho e, com isso, ter um baixo rendimento”, explica a nutricionista do setor de Medicina Preventiva do Bensaúde, Marina Barbosa Alexandre. Cuidar da “saúde da carreira” é fundamental, mas sem esquecer-se da saúde do corpo. É ele que nos acompanha todos os dias, em todos os lugares, demandando uma alta carga de esforço e energia para nos fazer ir em busca dos nossos sonhos. “Atualmente, para uma grande parte das pessoas, o poder econômico é sinal de sucesso e está acima de quaisquer valores. Dessa forma, as pessoas utilizam o tempo cada vez mais em função do trabalho, em detrimento dos cuidados consigo mesmos. Esse zelo inclui não somente a atenção destinada à própria saúde, mas também à família, ao lazer, e outras coisas essenciais para se viver bem”, afirma a terapeuta de casal e família Patrícia Nunes Abbud. Manter o equilíbrio entre o sucesso pro- 49 saúde ALIMENTOS QUE NÃO PODEM FALTAR NAS REFEIÇÕES DIÁRIAS Frutas, verduras fissional e a saúde é a chave fácil transporte. “Quem não e legumes para se viver bem e de forma consegue almoçar uma resaudável. “É preciso estabefeição completa, com cereal lecer as tarefas do dia a dia integral, leguminosas, carne, Grãos e cereais integrais e ter tempo para realizá-las, verduras e legumes, pode fa(feijão, ervilha, lentilha, deixando espaço para o lazer, zer lanches rápidos em casa soja, grão de bico, além cuidados com a alimentação e levar para o trabalho, sendo de arroz integral, pão e para praticar uma atividade que estes devem conter um integral, aveia, amaranto, física. Quem busca qualidade tipo de carboidrato e uma gérmen de trigo) de vida terá que reorganizar proteína, além de legumes a sua vida e identificar prioe verduras. A dica é deixar ridades, tentando conciliar tudo preparado para o dia Azeite extravirgem as responsabilidades profisseguinte”, comenta a nutrisionais com o tempo para cionista. A terapeuta ressalta Oleaginosas si mesmo”, ressalta Marina. que o ser humano necessita Se você está pensando que de atividades físicas, de lazer, Peixes ou ovos refeições balanceadas e alide cuidado com a família, de mentos nutritivos são muito uma atividade religiosa, e que difíceis de serem preparados, a falta de tempo para se deestá enganado. A nutricionisdicar a isso pode trazer vários ta afirma que existem vários alimentos práticos e nutritivos que distúrbios. “Tudo que se faz com exagero passa a ser motivo podemos deixar sempre em mãos, ou seja, na bolsa, na gaveta de preocupação. Se perceber que alguém da sua família ou do escritório, no armário da empresa. Frutas secas, incluindo amigo está s excedendo no trabalho, ajude-o a descobrir isso ameixa, uva passa, damascos, banana passa, abacaxi desidrade forma cuidadosa, sem críticas destrutivas, mostrando-se tado e figo seco; oleaginosas, como castanha do Pará, nozes, disposto a ajudar sem julgar. Todos nós estamos sujeitos a pasavelã, amêndoas, amendoim; e também frutas frescas, como sar por fases nas quais não conseguimos identificar e que nos banana, maçã, pêra, são rápidas de serem consumidas e de excedemos de uma forma ou de outra”, finaliza Patrícia. Receita 1 Receita 2 INGREDIENTES 3 fatias de lagarto acebolado com salsinha e cebolinha 2 colheres de sopa de escabeche de berinjela 2 rodelas de tomate Folhas de rúcula INGREDIENTES 3 colheres de sopa de atum ralado com orégano 2 colheres de sopa de beterraba ralada 2 fatias grossas de ricota Azeite extravirgem Folhas de agrião picadas MODO DE PREPARO O lagarto e a berinjela deverão estar prontos para serem colocados no lanche. Assim é só montar o sanduíche em um pão sírio integral. 50 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br MODO DE PREPARO Amasse a ricota com um garfo e misture-a com o atum ralado, formando um patê. Acrescente azeite e orégano. Monte o sanduíche em duas fatias de pão integral. Coloque a pasta, adicione a beterraba ralada e as PUBLICITÁRIOS PU UBLIC CITÁRIOS A LEITURA TRANSFORMA, DINTERESSE DE ESIGNE ERS T AMBÉM S ÃO EODESIGNERS TAMBÉM SÃO INSTIGA, PAIS AVÓS ANTENADOS PAIS EA VÓS AN N TENADOS S A INTERAÇÃO PROVOCA... COM AS NOVAS CO A SN OVNOVA AS TENDÊNCIAS TE EFAMÍLIA NDÊNCIA DÊNCIAS AM REVISTA COM MSERES PORTAME POR ENTOS DE E COMPORTAMENTOS GERA FAMÍ AM MÍLIA. A REVISTA REVI EV VISTA N OVA FAMÍLIA. NOVA CONSCIENTES! F AM MÍLIA TR RILHA HA O C AMINH HO! FAMÍLIA TRILHA CAMINHO! } Nova Família 51 } trabalho xxxx A IMAGEM PESSOAL É FUNDAMENTAL NO AMBIENTE DE TRABALHO Educação, ética e comunicação são essenciais para que sua imagem seja positiva dentro da empresa DENISE PARCIONICK 52 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br “Assim como a imagem pode contribuir na vida profissional, ela também pode prejudicar. Tudo depende de como a usamos”. Amélia Teixeira Dias, PSICÓLOGA ORGANIZACIONAL busca pelo primeiro emprego normalmente causa grandes conflitos internos no candidato. Os motivos são vários: ansiedade, medo de não conseguir, dúvida sobre suas capacidades e habilidades profissionais, receio na convivência com os colegas, entre outros. Mas, não apenas para os novatos, alguns itens devem ser levados em consideração. Quem procura um novo emprego, por exemplo, e quem tem intenção de manter-se no que já tem, precisa ter uma postura e, principalmente, deve cuidar de sua imagem pessoal. A TER UMA BOA APRESENTAÇÃO PESSOAL É INDISPENSÁVEL O profissional deve estar sempre apresentável, com roupas adequadas e limpas. Outra questão muito importante é a comunicação. É importante ter um nível de fala e escrita apropriadas. Tratar as pessoas com respeito, ser simpático e agir com sabedoria são ações bem vistas. Ter boa postura é outra dica valiosa. Agir de acordo com os valores da empresa, sempre respeitando as normas e horários, ter disciplina e saber usar os bens de valor adequadamente, dizem muito sobre a forma com que cada um se posiciona diante da empresa. Manter a boa convivência com os colegas, de forma saudável e que traga benefícios, é importante também. Isso vale dentro e fora do ambiente de trabalho. A ética também deve estar inserida em todas as ações do colaborador. Mentiras, trapaças e jogos de manipulação devem ficar bem longe das atitudes dos profissionais, caso contrário, sua imagem será sempre ruim e dificilmente será possível se manter em um emprego. De acordo com a psicóloga especialista em psicologia organizacional Amélia Teixeira Dias, a imagem de uma pessoa pode interferir negativamente na vida profissional. “Assim como a imagem pode contribuir na vida profissional, ela também pode prejudicar. Tudo depende de como a usamos; a consequência da imagem está muito atrelada ao comportamento, ao modo como nós agimos e nos movimentamos, e com isso, muito ligada ao modo como os outros nos veem”, explica. Ainda segundo a psicóloga, a imagem surge na interação da pessoa com o seu contexto social, consequência de relações estabelecidas com os outros e consigo. “Com isso, o ser humano pode se cuidar nas relações com as outras pessoas, aprender a interpretar o meio ambiente em que vive e tentar ser o mais adequado às exigências que lhe são feitas”, destaca Amélia. A IMAGEM PODE TER AÇÕES NEGATIVAS E POSITIVAS Quando ela é boa, contribui para melhorias na vida profissional. “A organização é um lugar em que cada pessoa explora, adapta e habita, a fim de realizar os seus objetivos. Um espaço de trabalho é também um espaço pessoal que exprime a identidade de um indivíduo e seu estatuto no interior da organização. E com uma boa imagem transmitida aos demais, o atingimento de suas conquistas acaba facilitado”, revela a psicóloga. A master coach e psicóloga clínica Cintia Seabra acredita que sem dúvidas a imagem pessoal pode interferir de forma negativa na vida profissional do indivíduo e até mesmo prejudicar o desenvolvimento de sua carreira. “Por exemplo, em relação à aparência física, pessoas com sobrepeso ou obesas podem ser vistas como mais lentas e vagarosas para o cumprimento de suas atividades e, por conta disso, em muitas situações, podem não ser contratadas ou promovidas. Infelizmente, é uma realidade carregada de discriminação, mas, de forma lamentável, isso ocorre. Outra questão notada é sobre os cuidados com cabelos, unhas, dentes e estar bem vestido. Quem não está com estes quesitos em dia pode correr risco de não ser bem compreendido em 53 trabalho xxxx “Os meios de comunicação se encarregam de criar desejos e reforçar imagens nas pessoas, onde muitas vezes estas imagens não condizem com a realidade”. Cintia Seabra, MASTER COACH E PSICÓLOGA sua rotina profissional. Afinal, como se pode exigir qualidade, esmero e que algo seja impecável no trabalho, quando a sua imagem pessoal não condiz com isto que você prega e defende?”, questiona. Cintia também chama a atenção sobre o comportamento do indivíduo dentro do ambiente corporativo. Tratar de assuntos pessoais no local de trabalho pode ser nada positivo. “Em outras palavras, pode ser muito negativo ficar perto dos seus colegas ou chefes, falando ao telefone sobre particularidades de sua vida. Brigar ao telefone então, nem se fala. Ficar constantemente pedindo coisas emprestadas, seja materiais de trabalho ou até mesmo dinheiro para pagar o almoço, também não é um bom indicativo. Nesta hora, o indivíduo pode passar a imagem de folgado ou até mesmo desorganizado. Fofoca é outro grande problema. Será que dá para confiar em um profissional que vive falando da vida de todo mundo? Como promovê-lo para um cargo que precisa de discrição e até mesmo sigilo sobre algumas informações? Falar da vida dos outros pode “queimar” certamente a imagem pessoal”, alerta a psicóloga. Outra questão que deve ser bem cuidada diz respeito à exposição nas mídias digitais, que igualmente às ações ao vivo, também podem ter seus prós e contras. “Os meios de comunicação se encarregam de criar desejos e reforçar imagens nas pessoas, onde muitas vezes estas imagens não condizem com a realidade. É preciso ter cautela na maneira como se expor e se expressar nestes meios, a fim de não transmitir algo que não seja a intenção”, ensina Amélia. Para Cintia, não há dúvidas de que uma boa imagem pessoal possa contribuir positivamente para a ascensão profissional. “É importante estar sempre atento à aparência física e aos seus comportamentos, postura no ambiente de trabalho e fora dele também, especialmente nas redes sociais. O bom senso deve estar acima de tudo e de 54 Nova Família todos. Vale lembrar que com o advento das redes sociais, pode ser bem arriscado você se manifestar nestes espaços para: falar mal ou reclamar da empresa em que trabalha; expor intimidades pessoais; mentir ou se exceder em vantagens pessoais. Querendo ou não, as redes sociais revelam traços de personalidade e postura pessoal. E, de repente, a forma como você é visto em seu ambiente de trabalho possa ser prejudicada pela sua presença, mal aproveitada, nas redes sociais. Considere que não há privacidade nelas e pode ser muito chocante ver o seu funcionário envolvido em uma postagem altamente preconceituosa. Tome cuidado também para, na hora do trabalho, não se exceder e ficar tempo demais navegando nas redes sociais. Esta atitude pode demonstrar falta de comprometimento com suas atribuições”, ressalta. Sendo assim, a melhor maneira de ter uma boa imagem sem interferir no lado profissional é, primeiramente, ter uma adequação da percepção de sua própria imagem, pois ela é composta de uma parte mais real e de outra mais subjetiva. “A autoimagem é o reconhecimento que fazemos de nós mesmos, como sentimos nossas potencialidades, sentimentos, atitudes e ideias. A imagem que fazemos de nós nem sempre é a mesma da percepção dos demais. Com isso, é importante que a pessoa tenha conhecimento de sua imagem perante a organização, e saber os valores e procedimentos da mesma, estando assim, adequada para aquela cultura”, orienta Amélia. Dessa maneira, a nossa imagem na organização acaba sendo basicamente como os outros nos veem. “Ser simpático, sorridente, construir bons relacionamentos, ser solícito, cuidar da postura e atuar com ética são alguns pontos que merecem atenção. Além disso, se há detalhes que auxiliam na imagem, infelizmente a maioria ainda se detém muito na aparência e na vestimenta; então é importante olhar estes itens”, expõe Amélia. www.revistanovafamilia.com.br ALGUMAS DICAS, DE ACORDO COM A MASTER COACH E PSICÓLOGA CINTIA, PODEM AJUDAR O INDIVÍDUO A SE PORTAR MELHOR NO AMBIENTE CORPORATIVO Cuide de sua saúde física e mental Previna-se para minimizar riscos de estar doente e ficar faltando constantemente ou saindo mais cedo por problemas de saúde. Lembrese: Nem seus chefes e nem seus colegas de equipe gostam da ideia de constantemente estarem “cobrindo” o que caberia a você executar. Procure se exercitar, cuidar da alimentação Cuide também de seu aspecto mental: momentos de lazer, descontração, praticar um hobby, fazer uma atividade física, meditação, ioga. Assim você se desestressa e não chega ao trabalho descontando seu desequilíbrio emocional nos colegas. Não se envolva com o que não te diz respeito Tome cuidado para não tomar partido em situações que não te competem. Às vezes, algum colega pode desabafar com você uma situação e quando você menos percebe está envolvido em algo que não precisava. Procure ser pontual Este comportamento demonstra que você respeita o tempo dos outros. Seja organizado Uma pessoa organizada economiza dois recursos vitais para qualquer ambiente corporativo: tempo e dinheiro. Seja proativo e colaborador Esta característica cai bem em qualquer ambiente profissional. Saiba trabalhar de forma independente, solicitando apoio ou orientação apenas quando necessário, mas, no entanto, saiba “esticar a mão” para os colegas de equipe para colocar um projeto em prática. Para que a imagem pessoal não interfira no lado profissional, Cintia explica que é simples, basta levar a sério a tríade: responsabilidade, competência e ética. “Ou seja, se comporte de forma responsável, dentro e fora do ambiente de trabalho; esbanje sua competência ao desenvolver suas atividades profissionais; em qualquer circunstância, seja ético acima de tudo”, finaliza. 55 FINANÇAS xxxx COMO ORGANIZAR SUAS CONTAS PESSOAIS? Manter as finanças pessoais e familiares sob controle, viver tranquilo e planejar o futuro não é difícil. Bastam duas coisas: organização e disciplina DOMINGOS CRESCENTE 56 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br E m tempos de crise econômica, você sempre vê políticos e economistas afirmando que o governo não pode gastar mais do que arrecada. É isso mesmo. Como o governo, nós também não podemos gastar mais do que ganhamos. Simples, não é? É, mas como saber se estamos gastando mais do que podemos? Como saber se dá para comprar aquele celular, fazer aquela viagem ou trocar de carro? Como explica a consultora Andy de Santis, autora do livro “Liberdade Financeira ao Alcance de Todos”, o primeiro passo para equilibrar suas finanças e alinhar os planos da família é tirar uma fotografia de sua situação, anotando regularmente as receitas e despesas. “Tomar esta atitude é como acender uma tocha na escuridão” diz ela, “pois muitas famílias tomam decisões ‘no escuro’ por não terem consciência de suas entradas (ou receitas), de quanto precisam para sustentar seu padrão de vida (seu orçamento) ou de quanto efetivamente gastam (suas despesas)”. Para a consultora, sem essas informações, qualquer decisão financeira pode trazer sérias complicações à vida familiar, tanto financeiramente quanto emocionalmente. Como ela destacou, um recente estudo com 4,5 mil casais americanos revelou que a principal causa de divórcios é o dinheiro. E muitas vezes não é a falta de dele que provoca a ruptura da família, e sim a má administração. A melhor forma de organizar suas finanças é saber quanto você ganha e quanto gasta. Comece somando todos os seus ganhos: salário líquido, rendas de trabalho extras, pensões etc. Com o total de seus ganhos, resta saber qual o valor de todas as suas despesas. E aí é um pouco mais complicado, pois existem três tipos de despesas. Despesas fixas: Despesas fixas: são aquelas cujo valor é invariável e estão presentes para pagamento todos os meses. São as despesas como aluguel, prestações de casa, carro, TV a cabo, internet, mensalidades escolares ou tudo o que você comprou com parcelamento (móveis, eletrodomésticos, etc.). Despesas variáveis: Despesas variáveis: são aquelas que, apesar de estarem presentes todos os meses, têm valores variáveis porque dependem do seu consumo. São contas de água, luz, gás e telefone; gasto com combustíveis etc. Despesas extras: Despesas extras: são as que você pretende fazer, mas não se repetirão a cada mês. São os valores de viagens e atividades de lazer, obras e reformas na casa, manutenção de carro etc. O ideal é distribuir cada uma das despesas ao longo do ano, de acordo com a disponibilidade de recursos. 57 finanças Com esse retrato da situação, você terá ideia de como se comportará sua vida financeira no futuro próximo. E poderá rever hábitos e costumes de consumo para que, a cada mês, exista uma sobra para poupança ou outro tipo de investimento, que poderá ser útil em caso de alguma emergência. COMO FAZER primeira exigência para monitorar seu orçamento: organizou suas receitas e suas despesas. Agora, entra a disciplina. Sem ela, de nada adiantará todo esse trabalho de organização. É imprescindível para controlar suas finanças e exige muita disciplina para atualizar todos os dados regularmente. Só assim você terá uma visão clara do que acontecerá na sua vida financeira nos próximos meses. A parte mais fácil do processo é chegar aos valores das receitas (pelo menos se você for assalariado) e das despesas fixas, já que eles não se alteram e permitem um planejamento com grande exatidão. As despesas variáveis são mais complicadas, já que os valores se alteram a cada mês. Por isso é importante fazer uma média dos valores dos últimos meses, para que o valor real da conta fique o mais próximo possível do que foi orçado. As despesas extras também exigem cuidado para que fiquem na realidade. Assim, antes de colocar no seu orçamento uma viagem, por exemplo, pesquise preços. Tendo isso em uma planilha, você cumpriu a Essa parte é facílima. Os sites dos grandes bancos e instituições financeiras permitem que você baixe para o seu computador planilhas já prontas, com todas as fórmulas necessárias. Você só vai precisar adaptar alguns itens de acordo com as despesas que costuma fazer, suas fontes de renda etc. Portanto, não há mais desculpa para desequilibrar o seu orçamento ou deixar de planejar a realização dos seus sonhos. Tenha sempre em mente: os sonhos só se realizam com determinação, organização e disciplina. COMO FAZER UMA PLANILHA ALGUMAS DICAS IMPORTANTES • Prepare a planilha e atualize-a sempre. Sem isso, não há controle nem planejamento. • Separe sempre uma reserva para despesas extras. • Não trate despesas variáveis como se fossem despesas com valores inalteráveis. • Mantenha o dinheiro da poupança fora de seu alcance, para não gastá-lo. • Faça com que a família inteira participe do orçamento. • Procure formas de cortar despesas. • Procure formas de conseguir recursos extras. (Fontes: 7 erros frequentes no orçamento doméstico, da Revista Exame; Cartilha do Orçamento Doméstico da Boa Vista, empresa administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). 58 5 8 Nova Família Famíl ília ia www.revistanovafamilia.com.br } PUBLICITÁRIOS E DESIGNERS TAMBÉM SÃO PAIS E AVÓS ANTENADOS COM AS NOVAS TENDÊNCIAS E COMPORTAMENTOS DE FAMÍLIA. A REVISTA NOVA FAMÍLIA TRILHA O CAMINHO! } UMA A NOVA V REV VIST UMA A NOVA V FAM MÍLIA Nova Família 59 Sexo É POSSÍVEL ENSINAR SENSUALIDADE, COMPORTAMENTO SEXUAL E SEDUÇÃO? A busca pelos relacionamentos que oferecem muito mais do que apenas prazer, mistério e romance DENISE PACIORNICK E m poucos anos, muitas coisas mudaram no nosso cotidiano. Entre elas, a situação da mulher em relação às leis, ao seu papel na sociedade, à forma como ela se posiciona e como deve ser vista. Com essa evolução, alguns temas, que ainda podem ser vistos como tabu para alguns, são mais do que essenciais para serem debatidos para outros. Entre estes temas podemos citar a sexualidade que, de forma abrangente, sofreu grandes mudanças a partir do momento em que a mulher passou a buscar seus direitos. Especialmente porque o assunto passou a ser falado e ensinado dentro da sala de aula. Com as mudanças de valores e com o au- 60 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br mento do número de mulheres que passaram a colocar suas carreiras, anseios e desejos acima do que, antigamente, era visto como primordial nas suas vidas, naturalmente também mudou a forma de se relacionar. A busca por parceiros que possam somar e trazer coisas novas e interessantes, independente da orientação sexual de cada um, tornou-se maior. Na atualidade, as pessoas buscam se relacionar com quem pode oferecer muito mais do que apenas segurança. Precisa ser alguém que instigue o prazer, o mistério, o romance, que saiba ser sensual e que tenha essência, ou seja, que tenha conteúdo e cultura, além de ter a capacidade de incentivar o companheiro, tanto na vida pessoal quanto na profissional. Sendo assim, é importante que o tema seja debatido em casa e na escola. Afinal, especialmente na adolescência, existem muitas dúvidas e curiosidades sobre este assunto tão vasto. Quando elas não são sanadas, podemos nos deparar com adultos tímidos, que sentem vergonha de falar sobre o assunto e até mesmo de realizar os desejos sexuais de seus parceiros, simplesmente por nunca terem tido a oportunidade de falar sobre isso. E é a partir daí que surge a dúvida: é possível ensinar sensualidade, comportamento sexual e sedução? Precisamos lembrar que a sexualidade faz parte da conduta humana, e nada mais é do que a busca pelo prazer, a descoberta de sensações a partir do contato físico, a atração por outra pessoa, que tem como objetivo gerar prazer e satisfação. De acordo com a explicação da psicóloga Joslaine Werner, a palavra sedução, no dicionário, tem a seguinte definição: é o ato de seduzir, atrair, fascinar, deslumbrar, cativar, persuadir, influenciar, desencaminhar. “Portanto, pode ser usada tanto para o bom quanto para o mau sentido. É possível seduzir pessoas por ideias, comportamentos e crenças. O senso comum usa o termo para designar o ato de seduzir ou atrair no sentido sexual ou sensual. Nossa cultura enaltece a sensualidade feminina, mas, como é uma sociedade histérica (no sentido Reichiano: aquela que seduz, seduz e seduz; mas só pelo prazer da sedução mes- 61 Sexo mo), a sedução é mais aplicada para cativar e fascinar do que para efetivar a sexualidade. É o eterno jogo da conquista só pela conquista”. Mais de 93% da comunicação não é verbal e, no jogo da sedução, acontece de maneira sutil ou devastadora. Joslaine destaca que Darwin já havia descrito que, em todo o reino animal, o macho agressivo corteja a fêmea submissa utilizando performances e observações a respeito da resposta dela, com o intuito de perceber se ela “abrirá a guarda” para que o ato sexual aconteça. “Na espécie humana, o mesmo acontece, principalmente pela linguagem corporal – olhares, posturas corporais, expressões faciais e gestos exprimem tanto a rejeição quanto a aceitação. O problema é que esse jogo de sedução é ensinado também de maneira sutil, como parte da nossa cultura. As crianças aprendem observando o comportamento dos adultos que, por meio da sedução, podem tentar obter vantagens sobre os outros. Esse é o uso prejudicial da sedução, quando uma pessoa seduz, atrai e cativa outra (ou outras) para obter vantagens pessoais, sem a real intenção de es- tabelecer qualquer tipo de relacionamento. Isso acontece em todas as esferas da nossa sociedade e é um comportamento doentio”, alerta. O comportamento sexual se define juntamente com o desenvolvimento da personalidade das crianças, pela identificação com o genitor do mesmo sexo e, posteriormente, com as outras pessoas com quem convive. “A definição da sexualidade e a orientação sexual só se estabelecem depois da adolescência. Podemos e devemos orientar as crianças e adolescentes sobre sexualidade, mas nunca com o objetivo de moldar estereótipos ou tendências. O comportamento é aprendido nas relações diárias, por meio de identificações e imitações. As táticas de sedução também. O que deve ser incluído na educação formal e informal é a naturalidade da sexualidade; como algo inerente ao ser humano, mas com o direcionamento devido”, esclarece Joslaine. O tema, em relação aos jovens, deve ser abordado de maneira natural e como parte da educação. Não deve ser passada a visão preconceituosa de que é algo sujo ou proibido, nem de HARMONIA EM FAMÍLIA PROJETA BONS MÉDICOS E PROFISSIONAIS LIBERAIS. A REVISTA NOVA FAMÍLIA É O HORIZONTE DE FORMAÇÃO! que deve ser restrita a alguma forma de relacionamento. “Deve ser abordada por um profissional habilitado, que possa orientar sem se sentir constrangido, ensinando além das formas de prevenção de doenças e gravidez indesejada, mas como uma forma de prazer natural do ser humano, que pode e deve ser vivida com maturidade e discernimento”, orienta a psicóloga. Junto com o desenvolvimento da sexualidade e do conhecimento sobre o tema, surge outra vertente, que também faz parte da conduta humana: a sensualidade. Joslaine comenta que sensualidade é o poder de atração, de sedução. Está muito ligada ao que estimula os sentidos e sensações. Também é formada, em grande parte, pela linguagem não verbal e é inerente ao ser humano: uns mais, outros menos; uns a utilizam com muita sutileza, outros com mais intensidade. “O que muitas pessoas confundem é que a sensualidade é mais uma questão de atitude e comportamento do que de roupas e imagem corporal. Não existe uma receita de como ser mais sensual. É, na verdade, o resultado de estar bem consigo, de saber lidar com a sua energia sexual, autoestima e segurança”. Por outro lado, quando passa do limite, a sensualidade pode se tornar vulgar. A psicóloga ressalta que é o que observamos diariamente em roupas muito justas, decotes, comportamentos exagerados, gestos e modo de falar muito afetados. Isso prejudica até a credibilidade da pessoa. Os exageros são deselegantes. Sendo assim, como tudo na vida, é possível sim ensinar sensualidade, comportamento sexual e sedução. Como essas questões são fruto da somatória das experiências de vida e resultado das interações bio-psico-social e espiritual, não se pode moldar esta ou aquela maneira de se portar frente a essas situações. “O que é possível e recomendável que se faça é um trabalho de orientação sobre como lidar com a sexualidade madura, com as situações de sedução e sensualidade, de maneira individual e de acordo com os valores e crenças da pessoa, da família e da sociedade na qual está inserido. Como já foi destacada, a sensualidade é uma expressão não verbal e individual. Portanto se for treinada, deixará de ser natural e espontânea”, finaliza. PROFESSORES E PSICOPEDAGOGAS SEMPRE BUSCAM SOLUÇÕES E ALTERNATIVAS PARA EDUCAÇÃO. TIVA V S PA P RA A EDU CAÇÃO. A REVISTA NOVA FAMÍLIA OVA V FAMÍLI F A DÁ ESSA AULA! Nova Família coluna - sexo SEXUALIDADE, CIÊNCIA E O TABU DO PRAZER Colocamos a sonda Rosetta em um cometa que se move a 64 mil quilômetros por hora para entender o sistema solar, mas ainda não sabemos se a vagina tem o ponto G CLÉO LÉO FRANCISCO uando comecei a estudar sobre sexualidade, dizia que este parecia um mundo à parte. Alguns anos depois, me vejo aqui na frente do computador com conhecimentos a mais e a certeza de que o assunto é um universo a ser descoberto. A constatação é incrível, uma vez que só estamos aqui porque nossos pais fizeram sexo, assim como eles são frutos da relação entre nossos avós e por aí vai. Falar sobre algo tão natural e necessário à perpetuação da espécie e fazer pesquisas sobre o assunto nesses tempos modernos não deveria ser visto como tarefa difícil, certo? É, não deveria. A humanidade não existiria sem o exercício da sexualidade, que nos abriu as portas para o amor. Sim, grande parte da responsabilidade de você estar aqui Q 64 Nova Família lendo minha coluna também é desse sentimento tão cantado em verso e prosa. Há milhões de anos atrás, quando nossos ancestrais decidiram sair das árvores e viver sobre dois pés, sem saber eles faziam a escolha que nos trouxe até aqui, como explica o livro O Significado e a Importância do Amor – um estudo fenomenológico (Casa do Novo Autor Editora). Nele, a psicóloga e doutora em Psicologia Ana Lúcia Nogueira Braz nos traça um painel que mostra a importância que o amor teve para o surgimento de grupos que dariam origem à sociedade como a conhecemos hoje. Através de ampla pesquisa com pensadores e estudiosos, percebemos em sua obra que, bípedes e com postura verticalizada, nossos antepassados puderam fazer o que poucos animais faziam: sexo frente a frente, deixando à mostra para o outro as partes frágeis de si. www.revistanovafamilia.com.br Em um mundo perigoso e com predadores à espreita, machos e fêmeas desfrutavam de confiança, intimidade sexual e geravam descendentes. Os pelos caíram, a pele ficou mais à mostra e disponível para contato e o sexo deixou de ser feito apenas no período do cio da fêmea. O bem-estar provocado nos parceiros pelas substâncias produzidas durante esses encontros ajudava muito para estimular esses encontros fora do período fértil. “Desta forma, sexualidade, erotismo e ternura combinaram-se e formaram a base psico-afetiva do casal. Isto pode ter originado o que muitos denominam amor romântico”, escreve a autora, que depois conclui: “Sem amor, os seres humanos não formariam vínculos. Sem vínculos, não formariam os sistemas sociais, sem estes não haveria socialização genuína dos seres humanos e, por fim, a evolução estaria comprometida”. Mas, surgiu também a necessidade de organizar a sociedade, instituir leis para regulamentar as relações e comportamentos. E a religião ditou regras para os momentos íntimos entre homens e mulheres. Nos primeiros séculos do Cristianismo, alguns religiosos nem sequer queriam que o matrimônio fosse um assunto da Igreja por se tratar de algo mundano. O tempo passou e o casamento acabou se tornando sacramento no século XIII, mas com o objetivo claro de procriação e contenção da sexualidade. Mais: a união também se tornou indissolúvel. O século XX trouxe uma série de mudanças sociais e comportamentais. Foram décadas de revoluções, principalmente sexuais. As mulheres se emanciparam e também subiram a barra dos vestidos longos, até poderem bronzear seus corpos nas praias usando fio dental. Foi criada a pílula anticoncepcional, que as libertou para usufruir do prazer sexual com quem quisessem e sem medo de engravidar. O movimento LGBT também conquistou espaço para lutar por seus direitos. A tecnologia invadiu todos os espaços. Com alguns cliques, acessamos e-mails, pagamos contas, transferimos dinheiro, compramos o que precisamos. Em 2014, a sonda Rosetta pousou em um cometa que se move a 64 mil quilômetros por hora. Cientistas de vários países do mundo se uniram no projeto que teve o investimento de algo em torno de 1 bilhão de euros e cujo objetivo é aprender mais sobre nosso sistema solar. A equipe que conseguiu esse feito histórico merece parabéns. Mas, me pergunto se já não era hora de também nos esforçarmos para descobrir um pouco mais sobre a sexualidade dos habitantes da terra e, quem sabe, dirimir as dúvidas, acabar com medos e derrubar preconceitos. Só para exemplificar: até hoje há divergências sobre a existência do famoso ponto G, que seria um ponto de prazer que fica na vagina. Também não se chegou a um consenso sobre a ejaculação feminina. Pode parecer bobagem e pouco importante para alguns, mas essas são algumas das perguntas que ouço com frequência junto com outras que dizem respeito à orientação sexual, por exemplo. Será que com o nível de tecnologia que conquistamos seria assim tão difícil respondê-las? Fico pensando se isso é resquício da ideia de que ter prazer sexual é pecado. Temos tanta sede de conhecer o que acontece em mundos distantes do nosso e não damos a devida atenção aos corpos que habitamos. 65 cotidiano TROCA DE SEXO: O QUE MUDA APÓS A OPERAÇÃO? Transexuais falam dos dramas e da mudança de vida após a cirurgia POR LUCIANA BRUNCA u sou mulher porque nasci assim, a despeito de ter um órgão genital masculino até os meus 31 anos”. Foi com essa frase que a transexual Guta Silveira definiu os próprios sentimentos. Ela foi a primeira transexual de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, a fazer a cirurgia de transgenitalização, popularmente conhecida como “E mudança de sexo, em 1998. Guta ressalta que desde muito pequena percebia que havia algo de errado. “Eu tinha 3 anos quando vi homens nus no vestiário de um clube e aquilo chamou minha atenção e me marcou muito. Até hoje lembro como se fosse agora. Eu não sabia direito, mas ter um pênis atrapalhava minha vida. Eu me lembro de uma vez em que deitei para dormir, mas passei a noite inteira tentando a mudança do órgão genital por meios mentais”, comenta. O urologista Carlos Adib Cury, pioneiro em cirurgias de mudança de sexo no País, afirma que os transexuais não se identificam com o próprio corpo. “A sensação que possuem é que nasceram em um corpo errado. As causas da transexualidade ainda são desconhecidas, mas acredito que daqui a alguns anos vamos poder determinar o que causa esse transtorno de identidade e gênero”, explica. Guta comenta que “Acredito que falar sobre o assunto, embasado na verdade e sem vergonha ou medo, ajuda a quebrar as barreiras do preconceito.” Guta Silveira, TRANSEXUAL O QUE DIZ A LEI inda não existe nada em relação aos transexuais na legislação brasileira. De acordo com a advogada Ana Paula Corrêa da Silva, tudo foi produzido com o passar do tempo devido às ações ajuizadas visando retificações (alteração) de nome e gênero. “Hoje reconhecem tanto o direito à retificação do nome como do gênero, inclusive em casos onde não tenha sido realizada a cirurgia de adequação sexual. Casos em que os pacientes ainda estejam em tratamento A 66 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br e acompanhamento por equipes multidisciplinares, casos de transexuais femininos/masculinos, tendo em vista que estes ainda possuem pela resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) natureza de tratamento experimental. Assim, com o ajuizamento de ação de retificação de nome e gênero, dentro da lei, é feito pedido judicial e, se cumpridas as etapas necessárias, muitas vezes com entrevistas por equipe psicossocial forense e, dependendo da situação e do entendimento “Sim, ainda existe preconceito. Acredito que informações e esclarecimentos sobre o assunto iriam diminuir o problema”. UMA NOVA REVISTA. UMA NOVA FAMÍLIA Roberto, TRANSEXUAL *nome fictício aos 13 anos, por imposição do pai, procurou uma psicóloga para tentar entender o que estava acontecendo. “Mas por ele eu também fui à macumba, em jogos de futebol e coisas absurdamente masculinas, na tentativa de não fazê-lo infeliz, mas nada surtiu efeito. Dentro de mim sempre houve uma mulher tentando não ser rejeitada”, conta. O transexual Roberto (nome fictício) fala que aos 7 anos percebeu que estava no corpo errado e que queria ser um menino. “Quando era pequeno ficava me perguntando por que queria ser um menino e porque não era um. Era muito triste por isso, e não me sentia à vontade com meu corpo, queria modificá-lo. Eu me sentia preso dentro de um corpo que não era o meu”, afirma. Em seu livro “Transexualidade – da Mitologia à Cirurgia“, o urologista explica que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), para ser considerada transexual, a pessoa terá que apresentar por um período de no mínimo dois anos todas as características do sexo oposto ao sexo biológico, viver e se vestir como tal e não apresentar nenhum transtorno mental ou biológico. “A partir do momento em que se resolve pela mudança de sexo, é preciso ter um diagnóstico bem definido. São dois anos de avaliação com psicólogo, além de uma equipe multidisciplinar. E somente depois de cumpridos todos esses passos, é que a cirurgia é realizada. Durante essa avaliação, o paciente descobre seus direitos na justiça e também tira todas as dúvidas em relação a como será o processo operatório e o resultado final. Eu afirmo sempre que nunca será uma genitália natural e geralmente são necessárias algumas cirurgias de retoque”, explica Cury. de juízes e promotores, hoje em dia na maior parte dos pedidos há a conclusão dos respectivos processos com mudança de nome e gênero”, explica. O tempo de tramitação do processo é variável. “Os transexuais possuem os mesmos direitos que qualquer outro cidadão, apenas o que ocorre é que muitas vezes encontram alguns obstáculos ao exercício desses direitos. Seja pela sua condição, aparência, mas na maioria dos casos ocorre devido ao desconhecimento de algumas pessoas sobre a situação que se apresenta e também pelo preconceito”, diz Ana Paula. 67 ação social O T N E M I MOV O M A E M EU A A D U J A A R A R E P REC U A M I T S E AUTO S E R E H DE MUL O T N E M A EM TRAT ara esperança p e r ta s e pia m e leva b da quimiotera s o it fe e Maquiadora s o e enfrentam mulheres qu OR MIC HELE VIT 68 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br oje entendo que nada realmente é por acaso. Acredito que o propósito era esse”. Com essa frase que somente as pessoas capazes de enxergar o lado bom da vida conseguem falar, é que começamos o bate-papo com a maquiadora Cice Hiromi Dalla Ru, diagnosticada com câncer de mama no começo de 2014. Tudo começou quando trabalhava e estudava em Bauru. Até que um dia surgiu uma oportunidade almejada há muito tempo, que era trabalhar na capital. Foi nessa época que Cice encarou a estrada e novos caminhos. Só que a correria do dia a dia, a agitação da capital, a pressão do novo emprego e a rotina atribulada da faculdade de jornalismo deram espaço para o surgimento de um problema inesperado: a depressão. Com o sentimento de solidão se instalando e o aumento do estresse, Cice resolveu largar a nova rotina e voltar para o interior, onde conseguiria tratar melhor o seu problema de saúde. Nessa época, um amigo a surpreendeu com um presente inesperado: um curso de maquiagem no SENAC. E esse foi um dos passos mais importantes para o processo de melhora em sua saúde. A maquiagem trouxe mais brilho e cor para a sua vida. “Não tinha nenhum objetivo concreto quando iniciei o curso. Quando ele me “H 69 ação social deu esse presente, eu estava enfrentando um momento difícil e, então, resolvi aceitar. Foram seis meses de curso e, quando eu já estava para concluir, começaram a aparecer várias oportunidades para trabalhar como maquiadora, tanto em Bauru quanto em São Paulo. Agarrei essa nova fase com unhas e pinceis e, com isso, consegui evoluir em minha recuperação”, conta Cice. Em pouco tempo, a dedicação à maquiagem começou a crescer. Cores, brilhos, sombras, batons e esmaltes começaram a fazer parte da vida de Cice. Foi quando ela percebeu o quanto era capaz de fazer bem para outras mulheres com essa sua mos situações na qual o corpo corresponde a ressentimentos, como mágoas ou medo, quando estes são guardados por muito tempo. Esses sentimentos sedimentam no subconsciente e em algum momento acabam sendo liberados no corpo”, comenta Cice. Segundo ela, no momento em que o médico deu o diagnóstico completo, era como se o mundo parasse e ela ficasse surda. “Sabe aquelas cenas de filme nas quais a pessoa vai falando ao seu redor, mas você não é capaz de sentir nada? Foi exatamente assim que me senti”, relembra. De acordo com Cice, nos três primeiros dias foi o período no qual a ficha realmente caiu. “Cho- “Consegui resgatar a consciência de que quem deveria fazer algo por mim era eu mesma e mais ninguém.” Cice Hiromi Dalla Ru, MAQUIADORA nova profissão. “Foi então que decidi que gostaria de criar um projeto social no qual a maquiagem fosse o instrumento que ajudasse a trazer benefícios para as pessoas”, comenta. Nessa época, o que ela ainda não imaginava era o quanto essa sua nova paixão seria capaz de trazer benefícios também para a sua própria vida e para a de várias outras mulheres. O SUSTO... A NOTÍCIA QUE TROUXE MEDO Foi nesse momento, no qual se sentia recuperada da depressão, que uma notícia abalou suas estruturas. Segundo ela, talvez o corpo estivesse correspondendo aos sinais da depressão: foi diagnosticada com câncer de mama no início de 2014. “Acredito que, mesmo sem perceber, atraía- 70 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br rei muito nesse começo e xinguei, até que um dia acordei por volta de 4h da manhã, sentei na cama e falei para mim mesma “então essa porcaria essa aqui dentro de mim, né? Ok”. Foi nesse momento que aceitei a situação e tentei colocar em prática uma lição que sempre aprendi com meu pai, serenar o coração e a mente para fazer o que precisa ser feito. Foi aí que consegui resgatar a consciência de que quem deveria fazer algo por mim era eu mesma e mais ninguém, ou seja, ou começaria a pensar positivo e tomaria a decisão de me curar, para manter o emocional saudável, ou ninguém poderia fazer nada por mim”, revela Cice. E quando começou o tratamento de quimioterapia, momento em que muitas pessoas se entregam e perdem a esperança, Cice conseguiu se aproveitar de um momento difícil para se levantar e dar a volta por cima. Foi então que percebeu que poderia fazer muito por si mesma e por outras pessoas. “No mesmo dia que iniciei o tratamento, fui avisada sobre a queda dos cabelos, que normalmente começa a acontecer por volta de 20 dias após a primeira sessão. Mas, todos esses avisos não são capazes de nos preparar para enfrentar esse momento. Certo dia, quando fui prender o cabelo, veio um monte de fios na minha mão. Nunca tinha visto aquilo. Chamei minha mãe, que também ficou bem triste com a cena. Mas, foi junto com a força e o apoio dela que comecei a tomar as primeiras decisões de mudanças”, comenta. A maquiadora recorda a frase da mãe naquele momento: “Tudo de ruim está indo embora com esse cabelo e o novo vai nascer em breve”, conta. Naquele mesmo dia, Cice decidiu ir ao salão para raspar a cabeça e adotar o uso de lenços e perucas. Mas, não foi somente essa importante decisão que tomou naquele momento. Foi nesse período que ela começou a produzir vídeos com dicas de automaquiagem, para proporcionar efeitos saudáveis no rosto adoecido e cansado das mulheres com câncer. Esses vídeos serviram como a porta de entrada para a criação do movimento Eu me Amo. MOVIMENTO EU ME AMO Segundo Cice, o movimento foi criado com o objetivo de ajudar as pessoas a encontrar seu estado emocional saudável e positivo, para encarar as situações difíceis. “Principalmente, durante essas provas de fogo que a vida nos traz, é que precisamos ter bem firme o pensamento ‘eu me amo’, porque, se a pessoa não conseguir manter a autoestima elevada, se não acreditar em si mesma e se não gostar de si mesma, não irá corresponder ao mundo o que ele oferece de melhor. Quando não conseguimos entrar nessa sintonia, muitas chances de melhoria são desperdiçadas por não conseguirmos enxergar que tudo conspira a nosso favor. E é esse estado de espírito que o movimento procura levar a todos”, detalha. O movimento inclui também uma fanpage, que reúne milhares de seguidores. A página é abasteci- da diariamente, de maneira objetiva e positiva, com mensagens da maquiadora sobre todos os passos enfrentados na busca pela cura. “Tento mostrar de uma forma mais tranquila como foi ficar careca”, diz. Para ela, o sucesso da página deve-se ao fato de que as pessoas que estão doentes se sentem com as energias físicas sugadas e com isso o computador torna-se um bom aliado e até companheiro. “O acesso a nossa página pode ser um conforto, um apoio e uma força a mais”, afirma Cice. Além dos vídeos e da página virtual, Cice também leva sua maquiagem para a ala de Oncologia do Hospital Estadual de Bauru. “Quando chego ao hospital, muitas das pacientes estão deitadas, debilitadas fisicamente e também emocionalmente. No entanto, no momento em que terminamos as maquiagens, elas se olham no espelho por outro ângulo e algumas chegam a me dizer que até a dor sumiu. Não há dinheiro no mundo que pague esse prazer de poder ajudar pessoas que, assim como eu, estão enfrentando isso”, ressalta. “No fundo nós sabemos que não é só o makeup que resolve o problema, mas ajuda um bocado. Melhora a autoestima em até 90%. E isso faz a diferença, não só para elas, mas muito mais para mim”, conclui Cice. 71 religião O MAIS IMPORTANTE É COMO VOCÊ SEGUE Religião é fé, é paixão. Não tem lógica, nem motivo. É a crença inabalável que pode, é claro, vir para o bem. Mas, também para o mal, na forma de fanatismo e intolerância DOMINGOS CRESCENTE Q uando perguntamos se a religião pode ser um apoio, um suporte à vida em um mundo cada vez mais exigente e complicado, a resposta mais honesta é: depende mais de você do que da religião. Não depende do deus que você segue, mas sim de como o segue. Depende de como você interpreta os ensinamentos da sua religião. Enfim, de como você se posiciona na vida. Como explica Maria Alice Prado – psicóloga paulistana com mais de 30 anos em consultoria de Recursos Humanos e consultório clínico – acreditar em algo maior, mais forte e mais poderoso dá maior segurança ao indivíduo, tornando possível que se possa esperar mais da vida. “Além disso, a religião estabelece regras que apoiam a estrutura da personalidade, segundo os concei- 72 Nova Família tos psicanalíticos: limitam a atuação do ID (impulsos e conteúdos inconscientes), estabelecendo-se inclusive como parte do SUPEREGO, que é máscara social, que nos ensina a conviver em sociedade e aceitar limites”, diz ela. Deste modo, ainda segundo Maria Alice, antes de um ato ilícito ou apenas não aceito socialmente, como atitudes indevidas com familiares ou no âmbito profissional, o indivíduo vai pensar que está infringindo os mandamentos de sua crença, que seu deus tudo vê, tudo sabe e que ele poderá ser punido, ou não ser tão bem visto aos olhos de deus, ao agir desta forma. Assim, a religião atua como um freio aos nossos impulsos inconscientes, tornando a relação com os outros, e mesmo nossa atitude diante de fatos desagradáveis, mais fácil e adequada www.revistanovafamilia.com.br aos padrões da sociedade. Mas, existe também o outro lado, que pode prejudicar o desenvolvimento dos indivíduos. “Acreditar em um deus, seja ele qual for, pode dar a alguns a sensação de que tudo está nas mãos dele, tanto o bem como o mal. Com essa crença, qualquer pessoa pode deixar de aplicar devidamente energia e força na manutenção da vida, já que meu deus é maior e meu esforço nada adiantará se ele não quiser”, diz ela. RELIGIÃO E FAMÍLIA É inegável que a família tem uma grande influência na religiosidade de seus membros, principalmente nos primeiros anos de vida das crianças. Apesar disso, é preciso lembrar que a escola, os grupos, os ambientes frequentados e a própria mídia atuam como formadores de opinião a respeito da religião. Por isso, a responsabilidade dos pais ou tutores deve ser entendida como um processo que não imponha crenças, mas que direcione os filhos para que eles estejam fortalecidos e em condições de fazer suas próprias escolhas, inclusive a sua crença religiosa. “Oferecer informação no decorrer da vida e respeitar escolhas quando houver maturidade para tal é sinal de inteligência e discernimento por parte dos pais. A ideia de que os filhos devem ser a imagem e semelhança dos pais é uma distorção do processo de educação”, lembra a psicóloga. UMA RELIGIÃO, MUITAS VISÕES Existem muitas maneiras de seguir uma mesma religião. Para citar um exemplo recente, podemos lembrar o Estado Islâmico, que tem uma visão da religião muçulmana diferente de outros grupos que também são fiéis ao Corão e aos ensinamentos de Maomé. São duas visões diferentes de uma mesma religião. Muitos analistas dizem que os acontecimentos recentes na Europa não têm apenas fundo religioso, mas também complicadas questões geopolíticas. Pode ser, mas esse já é outro assunto. As diferentes visões sobre uma mesma religião - felizmente em níveis muito menos agudos e dramáticos do que o exemplo citado - estão presentes em outras crenças. Nem sempre a atitude de pessoas que dizem seguir uma religião está totalmente de acordo com princípios básicos dessa mesma crença. Fazer o bem, ser solidário, ajudar os que mais precisam são fundamentos de quase todas as entidades religiosas existentes no mundo. Mas, pense bem: todas as pessoas religiosas que você conhece seguem esses preceitos à risca? A religião pode ser um apoio para que você escolha o seu caminho, a forma como vai superar dificuldades, o jeito com que vai lidar com a perda e com a culpa sem prejudicar ninguém. Significa que pode ajudar a decidir caminhos e tornar um pouco mais suportáveis os naturais tropeços da vida, mas isso nunca deve ser encarado como uma “recompensa” pela fidelidade a um deus, seja ele qual for. Em outras palavras, a religião não pode ser uma forma de “se dar bem na vida”, de acreditar que “Deus é pai” e que, por isso, irá realizar os seus desejos. A religião não pode servir de desculpa para os seus erros ou omissões. 73 cotidiano COMO PROPORCIONAR SEGURANÇA E CONFORTO PARA OS IDOSOS 74 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br Algumas mudanças importantes na casa podem proporcionar mais segurança para a família e preservar a autonomia da pessoa idosa MICHELE VITOR C om o aumento da expectativa de vida e a redução da natalidade, é possível visualizar um crescimento expressivo no número de idosos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano de 2050, mais de 2 bilhões de pessoas no mundo terão mais de 60 anos de idade. E, com esse novo cenário, várias necessidades até então desconhecidas começam a surgir e a preocupar inúmeras famílias. Quando o assunto é envelhecer, muitos medos rondam a cabeça das pessoas que pensam em cuidar de entes queridos ou mesmo que se preocupam em se preparar para a própria velhice. De acordo com uma pesquisa realizada pela Nielsen, com pessoas de diversos países, 49% da população têm medo de se tornar um fardo para a família ou amigos, e cerca de 54% têm medo do abandono ou ida para lares de idosos. A mesma pesquisa mostra ainda que, entre os brasileiros, 22% desejam morar com seus filhos ou familiares na fase do envelhecimento, e 44% gostariam de permanecer na própria casa com o cônjuge. E é aí que começam a surgir os problemas. Muitos filhos querem que os pais passem a viver sob seus cuidados em suas casas, com genros, noras e netos. Mas, essa é uma decisão que necessita ser discutida e avaliada com o próprio idoso, pois muitos não desejam perder a autonomia. Alguns idosos preferem morar em suas próprias casas, mesmo quando ficam viúvos, optando pela independência de viverem sozinhos. Isso asse- 75 cotidiano gura a autonomia, que, muitas vezes, tem relação direta com a saúde mental da pessoa. Hoje em dia, há uma redução significativa na imagem do idoso incapaz de viver sozinho. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), o número de idosos que moram sozinhos cresceu significativamente no país. O estudo aponta que a quantidade de idosos que não estão acompanhados em suas casas triplicou entre os anos de 1992 e 2012, passando de 1,1 milhão para 3,7 milhões. Entre os que moram sozinhos, 65% são mulheres. No entanto, mesmo para os que se sentem independentes, com disposição e saúde em dia, são necessários alguns cuidados específicos para evitar, do aumento de vãos de portas e corredores. “O máximo de segurança e conforto é primordial para o próprio idoso e para a tranquilidade de toda a sua família”, comenta. Segundo a especialista, todas as partes da casa precisam ser adaptadas para essa nova fase da vida. “Com um simples projeto é possível facilitar o dia a dia do idoso. É preciso pensar em ajustar a altura das camas e das mesas, além de dispensar a utilização de tapetinhos que possam causar acidentes. Todos os tapetes devem ser antiderrapantes”, explica. A arquiteta afirma ainda que as máquinas de lavar devem ter abertura frontal (para facilitar o manuseio), os equipamentos eletrônicos devem ser digitais, e os aparelhos telefônicos precisam ter lu- “O máximo de segurança e conforto é primordial para o idoso e para a tranquilidade de toda a família”. Darlene Victor, ARQUITETA principalmente, os famosos acidentes domésticos, que podem até ser fatais nessa fase da vida. De acordo com a arquiteta Darlene Vitor, é essencial adequar a casa para que os idosos tenham mais segurança, sem perder a autonomia de poder realizar as próprias tarefas. “Para melhorar a qualidade de vida, hoje temos a possibilidade de pensar em uma arquitetura de interiores utilizando a acessibilidade, para facilitar a locomoção e até a utilização de equipamentos especiais, como cadeiras de rodas”, afirma. Para ela, o projeto das casas deve prever a instalação de rampas e barras de segurança, além 76 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br zes, para que indiquem quando estão tocando. “Além disso, as quinas de armários e mesas precisam ser revestidas com proteção, para que os idosos não se machuquem. Nos armários também podem ser instalados sensores de leve toque, que facilitem a abertura e dispensem a necessidade de puxadores”, diz. Já o banheiro, região da casa na qual mais acontecem acidentes domésticos com os idosos, necessita de atenção redobrada. “Em todos os banheiros é indispensável a utilização de tapetes antiderrapantes, principalmente dentro do box. É preciso também instalar barras de apoio e duchas 77 cotidiano “Os cuidadores de idosos são preparados para essa função. Eles conversam, cuidam da saúde e higiene pessoal, acompanham em passeios e atendem todas as suas necessidades”. Eduardo Chvaicer EMPRESÁRIO E MASTER FRANQUEADO DA RIGHT AT HOME NO BRASIL com altura ajustável. Além disso, é interessante a instalação de campainhas nos banheiros, bem como nos dormitórios, para o caso do idoso precisar de ajuda”, comenta. Além de tudo isso, existem novas tecnologias que permitem, em casos de emergência, acionar uma central de atendimento por meio de um simples toque em um botão, que pode ser usado, inclusive, como pulseira, para que fique sempre próximo e com fácil acesso. 78 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br QUANDO É PRECISO TER ALGUÉM POR PERTO Mesmo com todas essas adaptações, alguns idosos enfrentam a dificuldade de necessitarem de alguém por perto o tempo todo. Isso ocorre quando se encontram doentes, acamados e com muitas limitações. Em muitos casos, eles acabam sendo cuidados por alguém da própria família, na maioria das vezes pelo cônjuge. Segundo uma pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP), 40% das pessoas que cuidam de idosos doentes são também idosas e, principalmente, mulheres. No entanto, essa é uma função extremamente desgastante e que facilita o surgimento de problemas também para esse cuidador. Para Eduardo Chvaicer, empresário e master franqueado da Right at Home no Brasil, empresa especialista em cuidados com idosos em domicílios, o impacto na saúde do cuidador idoso é enorme. “Com uma carga maior de estresse, ele acaba ficando mais propenso a ter problemas físicos e psicológicos do que a população idosa em geral”, comenta. E é justamente por esse motivo que, em muitos casos, se torna necessária a presença de profissionais capacitados. “Os cuidadores de idosos são preparados para essa função. Eles conversam, cuidam da saúde e higiene pessoal, acompanham em passeios e atendem todas as necessidades impostas pelo próprio idoso ou por seus familiares. Assim, acabam gerando credibilidade, confiança e, acima de tudo, proporcionam o carinho e a liberdade necessária para que os idosos se permitam viver sem a sensação de que estão atrapalhando a rotina dos familiares. Com isso, o tempo que passam com seus filhos e netos pode ser aproveitado simplesmente para ser feliz”, conclui. } PUBLICITÁRIOS E DESIGNERS TAMBÉM SÃO PAIS E AVÓS ANTENADOS COM AS NOVAS TENDÊNCIAS E COMPORTAMENTOS DE FAMÍLIA. A REVISTA NOVA FAMÍLIA TRILHA O CAMINHO! } Nova Família 79 comportamento SUPERANDO OS LIMITES MAS SERÁ QUE ELES EXISTEM? Histórias de vida que superaram as próprias limitações e provaram que com força de vontade e determinação é possível vencer qualquer obstáculo LUCIANA BRUNCA 80 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br “Os cadeirantes precisam se valorizar, lutar pelos seus direitos e não se colocar no papel de vítimas” ALEX BRASILEIRO DE SOUZA T odos os dias milhares de brasileiros travam lutas para serem bem sucedidos pessoal e profissionalmente. O mercado de trabalho cada vez mais exigente e competitivo faz com que os profissionais estejam sempre ‘correndo’ atrás do tempo perdido. A realidade das pessoas com alguma deficiência, não é muito diferente, sendo que antes de travarem as batalhas diárias pelo espaço, elas precisam superar as próprias deficiências, e principalmente, não se entregarem as limitações e darem a volta por cima. A vida do empresário Alex Brasileiro de Souza, 30 anos, mudou num piscar de olhos. Após sofrer um acidente de moto, ele ficou paraplégico e teve que se adaptar a nova realidade. No começo, segundo ele, não foi fácil, tinha medos e principal- mente a preocupação de como iria fazer para trabalhar e sobreviver. “As minhas próprias dificuldades para encontrar peças e cadeiras de roda, me abriram os caminhos. Esses equipamentos são muito caros e muitas vezes difíceis de serem encontrados, então, decidi abrir uma empresa especializada. Penso que se não tivesse sofrido o acidente, com certeza não saberia quais são as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência e não estaria nesse ramo”, afirma. Um acidente de carro com a família, quase destruiu o sonho de ser modelo de Caroline Marques, 33 anos, que na época tinha 9 anos e ficou paraplégica. As brincadeiras preferidas na infância eram usar as roupas e os saltos altos da mãe e desfilar para os amigos e familiares, além de ficar Desde 1991, o Brasil possui uma lei que determina que as empresas com mais de 100 funcionários destinem de 2% a 5% das vagas de empregos para pessoas com deficiência. 81 comportamento “Nenhuma barreira física ou comportamental nos parou, o que nos motiva a avançar e trilhar caminhos considerados impossíveis para pessoas em nossa condição” LUCIANA ALBUQUERQUE fazendo ‘caras e bocas’ na frente do espelho. “Eu segui a vida pensando em alternativas. Fiz faculdade de informática, mas nunca deixei minha vaidade de lado, nem por um segundo. Então em 2007, uma amiga me convidou para desfilar, e quando entrei na passarela, o meu sonho voltou. Me informei e entrei em contato com uma agência de modelos que só trabalha com pessoas com alguma deficiência e decidi investir na carreira”, afirma. E a modelo teve a recompensa maior, se tornou a primeira Miss Brasil Cadeirante. “É a realização de um sonho saber que agora as pessoas reconhecem o profissional com deficiência como uma referência do que é belo, sem ficar olhando com aquele ar de piedade”, ressalta Caroline. 82 Nova Família www.revistanovafamilia.com.br Como todos os seres humanos, eles afirmam que também tem seus dias ruins e momentos de tristeza. Mas alertam que ficar chorando ou se lamentando não vai mudar a realidade deles e de ninguém. “Temos que dar a volta por cima, agradecer a vida e sorrir, chorar, fazer amigos, namorar, viajar, enfim viver”, afirma a funcionária pública Luciana Albuquerque. Ela e a irmã Elayne Albuquerque nasceram com atrofia muscular espinhal – uma patologia que atinge toda a musculatura do corpo (membros inferiores e superiores), tendo como origem a incompatibilidade genética dos pais. “Vivemos toda a nossa infância em uma pequena cidade do estado de Goiás, que possuía precárias condições no que diz respeito à infraestrutura e à inclusão. A primeira batalha foi para nos matricularmos em uma escola de ensino regular. Foram muitas tentativas, mas, nenhuma escola aceitava, alegando as limitações e a falta de preparo dos professores em lidar com pessoas especiais”, relata Luciana. Mesmo diante dos olhares muitas vezes preconceituosos, as irmãs, enfrentaram juntas e com o apoio da família todas as barreiras impostas e foram trilhando o próprio caminho. “Ser deficiente era tão anormal que as pessoas tinham receio de se aproximar de nós. Superamos um a um os obstáculos e fizemos faculdade, eu de Administração e Direito e minha irmã de Desenvolvimento de Sistemas para Web. E ai fomos encarar outras dificuldades, a aceitação e a valorização do profissional com alguma deficiência no mercado de trabalho. As portas estavam sempre fechadas para nós. Posso dizer que esse foi um dos períodos mais difíceis de nossas vidas. Mas também superamos e hoje ocupamos cargos importantes e somos profissionais capacitadas, preparadas e qualificadas para o mercado de trabalho”, conta Luciana. Mesmo em pleno século XXI, elas afirmam que o preconceito ainda existe e que vivem situações discriminatórias, algumas inocentemente ou por falta de conhecimento e outras por maldade. Mas quan- do o assunto é superação e enfrentamento das dificuldades, elas são unânimes ao dizerem que não deixam essas atitudes ditarem como deve ser a vida delas. “Os obstáculos existem e ainda são muitos. Mas o que nos motiva é a esperança de viver em uma sociedade mais inclusiva, de igual para igual, onde as pessoas sejam valorizadas pela capacidade e não pela aparência, e, que o verdadeiro sentido da palavra inclusão seja aplicado”, afirma Caroline. “Vencer o concurso de Miss foi uma grande conquista para futuramente ter a vitória quando lá na frente os concursos não serão mais segmentados e sim todos juntos” CAROLINE MARQUES UM MERCADO DE TRABALHO PROMISSOR E QUE RESGATA A AUTOESTIMA história de vida da fotógrafa e proprietária de uma agência de modelos para pessoas com alguma deficiência, Kica de Castro, 38 anos, se confunde com a história de muitas pessoas que lutam diariamente para vencer alguma limitação e mostrar seu potencial ao mercado de trabalho. Tudo começou em 2002 quando Kica foi trabalhar como chefe de fotografia de um centro de reabilitação para pessoas com algum tipo de deficiência física. “Com o passar dos dias fui percebendo que as pessoas estavam com baixa estima. Naquele momento, percebi que algo precisava mudar, falei com uma amiga e no dia seguinte, comprei maquiagem, pentes, gel, acessórios, além de revistas de moda e transformei aquela sala em um estúdio fotográfico. Ao vir fazer a foto para o prontuário médico, as pessoas tinham ao menos cinco minutos de contato com a própria vaidade”, relata. A Com o passar do tempo, as pessoas se tornaram mais próximas, e principalmente mais confiantes ao ponto de falarem do sonho de ser modelo apesar da falta de espaço no mercado de trabalho. Foi quando em 2007 depois de estudar e pesquisar, Kica decidiu investir nesse segmento. Largou o emprego fixo, e abriu a primeira agência de modelos, onde o casting é formado 100% por profissionais com alguma deficiência. “Sou uma agência segmentada, porém em busca de trabalhos inclusivos, onde esses profissionais tenham a oportunidade de igual para igual no mundo da moda e publicidade. As exigências com as modelos são as mesmas, precisa muita dedicação com a carreira, cuidar da aparência, fazer atividade física, cumprir horários. O que serve para o 83 PERFIS E COMPORTAMENTOS DA NOVA FAMÍLIA PASSAM SEMPRE POR PEDIATRAS, PSICÓLOGOS E TERAPEUTAS. A REVISTA NOVA FAMÍLIA DÁ A RECEITA! } } Nova Família superglue