saiba dos benefícios para todas as idades

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saiba dos benefícios para todas as idades
# 03
INFORMAÇÃO | DIÁLOGO | APRENDIZADO | COMPREENSÃO | AMOR |
EU ME AMO
MOVIMENTO QUE
AJUDA A RECUPERAR
A AUTOESTIMA
DAS MULHERES
“LUGAR DE
CRIANÇA É NA
ESCOLA”
DIZ EM ENTREVISTA
CARLOS TILKIAN,
PRESIDENTE DA
FUNDAÇÃO
ABRINQ
PADRASTO
UM NOVO
PERSONAGEM
NA HISTÓRIA
DOS FILHOS!
TROCA DE SEXO
A MUDANÇA DE VIDA
APÓS A CIRURGIA
LEITURA
SAIBA DOS
BENEFÍCIOS PARA
TODAS AS IDADES
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2
PERFIS E COMPORTAMENTOS
DA NOVA FAMÍLIA PASSAM
SEMPRE POR PEDIATRAS,
PSICÓLOGOS E TERAPEUTAS.
A REVISTA NOVA FAMÍLIA DÁ
A RECEITA!
Nova Família
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POR MAIS
RESPEITO E
EDUCAÇÃO!
ascemos com características
peculiares, com valores e padrões diferenciados, pois cada
um de nós vem de um “seio” familiar único, distinto.
A vida começa com o reflexo de nossos
pais, e com o passar dos anos amizades e relacionamentos nos levam ao caminho das escolhas. E essas, nem sempre são as melhores.
Sobrevivemos a várias mudanças, as atitudes nem sempre acompanham nosso jeito
de ser. Mas o poder da globalização... Ahhh,
esse chegou arrastando quarteirões. E cabe
a nós, pais, mães, avós, tios, padrinhos, primos, irmãos, amigos, acompanhar com muita
propriedade essa geração que interage com
um mundo de informações desmedidas.
O hábito da leitura tem sido perdido
pela velocidade com que as informações invadem nossas vidas. O amor, tem sido colocado em segundo plano. E a educação, virou
o jogo “Hot potato”.
Mas desde que o mundo é mundo, o respeito é a base para a construção de qualquer
relacionamento. Cabe lapidar nossas atitudes,
buscando detectar falhas e acertos, para um
ser humano cada vez melhor, pense!
N
Michelle Dacosta
Diretora de redação
DIRETOR PRESIDENTE
Nido Meireles
CONSELHO EDITORIAL
Nido Meireles, Michele Dacosta, Fernando Bonini, Luciana Freitas, Flavia Hashimoto
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Sirvo-me da presente para levar ao conhecimento que a publicação deve o registro
no INPI em 07/02/2014 Processo 907307124 de marca MISTA “REVISTA NOVA FAMÍLIA”,
ocorrido na RPI Revista da Propriedade Industrial RM2261 de 06/05/2014.
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4
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5
ÍNDICE
Comportamento
TEcnologia
16-17
12-14
INTERNET e CARTÃO DE
CRÉDITO À MÃO,
cuidado com seus dados
NOMOFOBIA:
Você sofre
disso?
V
Cotidiano
18-20
66-67
MUDANÇA DE SEXO
O que muda após a cirurgia
MÃES E FILHAS,
relação entre luz e sombra
22-26
DIÁLOGO É FUNDAMENTAL,
a falta dele gera intolerância
74-78
34-35
LEITURA:
saiba dos benefícios para todas as idades Preserve a autonomia
da pessoa idosa com
mudanças dentro de casa
direito
36-39
A GRAVIDEZ traz
mudanças fundamentais,
conheça-as e aceite
80-83
LIMITES: ELES XISTEM? Histórias de vidas
que superaram as
próprias limitações
46-47 44-45
Por que a violência
doméstica prejudica
toda a família? Basta!
PADRASTO:
Um novo personagem
na história dos filhos!
CRÔnica
28-29
Namoro virtual ou real?
Educação
lazer & Viagem
40-42
30-31
DESEJA UMA VIAGEM PERFEITA?
Dicas de segurança em aeroportos
Sobrecarregar os pequenos
com muitas atividades,
qual o resultado disso?
Saúde
trabalho
32-33 48-50 52-55
COMIDA DE RUA
saiba o que pode ou não
SUCESSO PROFISSIONAL E SUA IMAGEM PESSOAL
SAÚDE devem andar juntos contribui na vida profissional
religião
FINANÇAS
72-73
56-58
Como manter suas
finanças pessoais e
familiares sob controle?
RELIGIÃO É FÉ OU PAIXÃO,
depende da sua visão
AçÃO SOCIAL
SEXO
68-71 60-63
EU ME AMO, movimento que ajuda recuperar
A autoestima de mulheres
SENSUALIDADE,
COMPORTAMENTO SEXUAL
E SEDUÇÃO se aprende?
Especial
56-58
LUGAR DE CRIANÇA É NA ESCOLA!
Entrevista com Carlos Tilkian,
presidente da Fundação Abrinq
64-65
O TABU DO PRAZER e a existência do
famoso ponto G PRINCÍPIOS E VALORES
Os princípios e valores da Revista Nova
Família proporcionam aos colaboradores e leitores
conceitos para pensar e agir de forma consciente,
partilhando toda a informação relevante e
atuando de acordo com os princípios éticos de
responsabilidade social e empresarial inerentes à
vida em sociedade. Tudo o que apresentamos é de
forma dedicada, apaixonada e sem qualquer forma
de discriminação e preconceito. Todos os dias, nos
dedicamos de forma incansável para oferecer um
produto e um serviço de excelência.
especial
xxxx
“LUGAR DE CRIANÇA
É NA ESCOLA”
Carlos Tilkian, presidente da Fundação Abrinq,
diz que a criança fora da escola pode levar à
desagregação familiar, ao crime e à violência
DOMINGOS CRESCENTE
A
Fundação Abrinq, que nasceu em 1990, praticamente
junto com o ECA (Estatuto
da Criança e do Adolescente), foi criada inicialmente por fabricantes nacionais
de brinquedos e hoje, com 25 anos de atuação, conta
NOVA FAMÍLIA A Fundação Abrinq
completa 25 anos desfrutando de
uma excelente imagem junto ao
público, empresariado e autoridades.
Quais foram, em sua opinião, as mais
importantes conquistas alcançadas
durante esse tempo?
CARLOS TILKIAN Uma das atividades
que sempre diferenciou a Fundação
Abrinq foi o trabalho de advocacy. Ele
vem da percepção que, para mudar
efetivamente a situação da criança e
do adolescente no Brasil, você precisa
de verbas, recursos e políticas públicas.
É claro que é saudável existirem
entidades da sociedade civil que
8
Nova Família
com 25 programas assistenciais divididos nas áreas
de Educação, Saúde, Proteção e Emergência, tendo
beneficiado sete milhões de crianças e adolescentes
em todo o país. Nesta entrevista, o presidente da fundação, Carlos Tilkian, conhecido empresário paulista,
mostra como atua esta entidade.
auxiliam o governo nessa missão, mas a
solução duradoura, em médio e longo
prazo, só vem com verbas, recursos e
políticas públicas. Pois é esse trabalho
de advocacy que eu reputo como um
dos mais importantes, juntamente,
é claro, com a luta contra o trabalho
infantil, que foi a primeira grande
bandeira da Fundação e a iniciativa que
a tornou reconhecida pela sociedade e
pelas esferas governamentais.
NF Desde a sua inauguração, a
Fundação Abrinq já beneficiou mais de
7 milhões de crianças e adolescentes.
O senhor poderia descrever, em linhas
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gerais, quais são os planos da Fundação
para o futuro, depois de alcançado esse
número de beneficiados?
CARLOS TILKIAN Nós temos planos
bastante ambiciosos. E isso, de certa
forma é ruim, pois quando uma
entidade como a nossa diz que tem
planos ambiciosos, é porque ela está
reconhecendo que ainda existe uma
necessidade muito grande de atuação
para a garantia dos direitos da criança
e do adolescente. Mas não podemos
negar que, por mais que nós tenhamos
caminhado, ainda temos muito que
fazer. Embora o Brasil tenha evoluído
na questão da mortalidade infantil,
Um futuro melhor para os seus filhos.
por exemplo, e a média nacional não
seja um absurdo, existem municípios
das regiões Norte e Nordeste que se
encontram em situação semelhante à
de países africanos. Ou seja: a melhora
não ocorreu de forma harmônica em
todo o território nacional. Então, o
nosso trabalho é, para o futuro, tentar
ampliar o nosso foco de atuação, com
ênfase cada vez maior no advocacy,
na implantação de políticas públicas,
além de ampliarmos o alcance de
nossos programas nas áreas de
Educação, Saúde, Proteção de Direitos
e Emergência.
NF Como a Fundação Abrinq gera os
recursos necessários para sua atividade?
CARLOS TILKIAN Nós não trabalhamos
com recursos públicos. A proibição de
usar verbas públicas está no estatuto
da nossa Fundação. Sem isso não
poderíamos ter independência na
nossa atuação, principalmente no
trabalho de advocacy, que consiste
exatamente em pressionar o poder
público. Nós contamos apenas com a
sociedade, que contribui com doações
dos indivíduos e das empresas.
No ano passado, fechamos uma
meta surpreendente de 75 mil
doadores individuais.
NF O senhor acredita que a atuação
da Fundação Abrinq, beneficiando a
criança e o adolescente, contribui para
a coesão do grupo familiar?
CARLOS TILKIAN Sim. Nós temos
um projeto ao qual dedicamos um
carinho muito grande. É o projeto de
creches, que viabiliza um local seguro,
adequado às crianças na ausência dos
pais. Isso incentiva a coesão familiar,
pois uma criança na rua enquanto
os pais trabalham acaba por levá-la,
provavelmente, a uma situação de
vulnerabilidade frente à violência e
ao crime. À medida que pudermos
amparar o recém-nascido, a criança e
o adolescente, acabamos dando uma
condição para que o grupo familiar
possa viver de forma mais harmônica
e vislumbrar um futuro melhor para
os seus filhos.
NF Apesar de todos os esforços,
o trabalho infantil ainda existe no Brasil?
CARLOS TILKIAN Sim. O Brasil fez
avanços enormes nessa área, mas
ainda hoje você tem quase dois
milhões de crianças envolvidas no
trabalho infantil. Isso muitas vezes
ocorre porque a família precisa
suplementar sua renda com o
trabalho da criança. O problema é que,
enquanto essa criança está no trabalho,
ela não está na escola, deixa de se
preparar para, em médio prazo, poder
dar uma contribuição mais significativa
para a sua família. A Fundação Abrinq
acredita que lugar de criança é na
escola, assistida, bem alimentada,
e tendo a possibilidade de receber
educação, porque isso sim pode tornar
o futuro delas totalmente diferente.
9
especial
“À medida que pudermos amparar o recém-nascido,
a criança e o adolescente, acabamos dando uma condição
para que o grupo familiar possa viver de forma mais
harmônica e vislumbrar um futuro melhor para os seus filhos”.
Carlos Tilkian,
PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO ABRINQ
NF Como surgiu e qual o objetivo
da parceria com uma instituição
como a SavetheChildren, que atua
em 120 países na defesa dos
direitos da criança?
CARLOS TILKIANA parceria com a
SavetheChildren tem, na verdade,
dois grandes objetivos. O primeiro é
podermos estar ligados a uma entidade
que tem quase 100 anos de atuação
e, portanto, grande experiência na
execução de trabalhos em prol da
criança e do adolescente no mundo
inteiro. O segundo ponto é que nós
percebemos que os desafios da
criança brasileira são tão grandes
que, poder ter uma entidade que
abra portas de algumas agências
internacionais doadoras de recursos,
é muito importante para beneficiar
a criança brasileira.
NF Uma das questões mais polêmicas do
país, no momento, é a redução da idade
penal. Qual é a posição da Fundação
Abrinq a respeito desse assunto?
CARLOS TILKIAN A Fundação é
10
Nova Família
terminantemente contra a redução
da idade penal. Entendemos que
isso é uma forma de dar, para parte
da sociedade, uma resposta que é
totalmente equivocada. Na realidade,
a criança e o adolescente são muito
mais vítimas da sociedade do que
agentes da violência. A mortalidade
entre adolescentes no Brasil é
assustadora, justamente porque
não existe estrutura de apoio para
esse jovem. Sem opção, ele fica
mais sujeito a cair na criminalidade.
Sabemos também que, quando o
menor vai para uma instituição, uma
casa de apoio, encontra lá um sistema
pouco eficaz, que não atua de forma
a fazer esse menor poder voltar para
a sociedade.Em São Paulo, menos de
1% das crianças internadas cometeram
crime hediondo. E os outros 99%?
Ninguém pensa nelas? É claro que as
instituições sabem tratar estes menores
que cometeram crimes hediondos.
Então, reduzir a maioridade penal não
vai trazer nenhum bem para sociedade
e, muito menos, para as crianças.
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NF Não é raro que defensores
do projeto de redução da idade
penal aleguem que menores de
idade cometem crimes porque são
inimputáveis. Ou mesmo que podem
ser usados por criminosos maiores de
idade por conta dessa proteção. O Sr.
gostaria de rebater esse argumento?
CARLOS TILKIAN Esse é o argumento
mais simples e mais usado. A Fundação
Abrinq acredita que a criança vai para
o crime porque ela não tem uma
estrutura adequada de educação.
E a criança que não está na escola fica
muito vulnerável a cair na criminalidade.
No Brasil, você tem cerca de 20% das
crianças em creches. Os outros 80%
estão em casa, onde o irmão mais
velho não pode ir à escola porque
tem que tomar conta dos menores.
A solução não é reduzir, porque
daqui a pouco você vai levar a
maioridade penal para cinco anos
de idade. Essa medida não ataca
as causas do problema.
Toda vez
que olhamos
para estatísticas,
queremos ver
uma criança
vivendo melhor.
53,7
24,7
Taxa de mortalidade
no Brasil em menores
de 5 anos para 1.000
nascidos vivos.*
17,7
1990
2000
2011
*Fonte: MS/SVS/DASIS - Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM (2011)
11
comportamento
VOCÊ CONSEGUE SAIR
Assim como outros vícios, o uso diário do aparelho pode ocasionar
ocê já parou para pensar se tem
medo de ficar sem comunicação?
Essa é uma pergunta que traz uma
resposta até certo ponto óbvia, mas,
e se mudarmos a pergunta para:
você já parou para pensar se tem
medo de ficar sem celular? Se você está acostumado a mexer no dispositivo assim que abre os
olhos pela manhã, essa resposta torna-se igualmente óbvia: SIM! Em tão pouco tempo, dependemos tanto dos aparelhos que ficar sem eles torna-se inimaginável. Quem é que consegue ficar sem
jogar no celular? E quem fica um dia sem ler as
mensagens do Whatsapp?
V
12
Nova Família
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Se analisarmos do ponto de vista clínico, é um
comportamento viciante. Prova disso é que o simples
medo de ficar sem essa comunicação já tem cara e
nome: chama-se Nomofobia. É uma fobia ou sensação de angústia que aparece quando você sente-se
impossibilitado (a) de se comunicar ou se vê ‘incontactável’ estando em algum lugar sem seu celular.
Não é um termo antigo, mas origina-se do inglês: No-Mo, ou No-Mobile,que significa Sem celular.
Daí a expressão Nomofobia ou ‘fobia de ficar sem um
aparelho de comunicação móvel’. Assim como tantas
outras fobias, podem existir casos graves de pessoas
que desenvolvem problemas de relacionamentos interpessoais e dificuldades de concentração.
“SE EU SAIO DE CASA SEM
O APARELHO EU SURTO!
JÁ VOLTEI MAIS DA METADE
DO CAMINHO SÓ PARA
PEGÁ-LO EM CASA E DEIXAR
DESLIGADO NA BOLSA.”
SEM O CELULAR?
dependência e, a ausência dele, graves problemas
POR THIAGO ASSUNÇÃO
SEM COMUNICAÇÃO
Dificilmente encontramos pessoas que não possuem
aparelho celular e, quando acontece, percebemos
que não costumam serem pessoas muito ligadas
em tecnologia. Mas, e quando a pessoa é mega “antenada” e é proibida de usar seu aparelho em algumas situações? “Infelizmente eu tenho que usar bem
pouco meu celular. Meus amigos me mandam mensagens, recebo notificações de jogos, redes sociais,
mas, como estudo pela manhã e faço cursinho à tarde, só me sobra à noite para mexer no aparelho. Dá
certa aflição ter que ficar com os dados desligados,
mas preciso fazer isso para me manter concentrado
nos estudos”, comenta Joaquim Matos, estudante.
Joaquim é um adolescente que vive no auge
dos recursos tecnológicos, mas é obrigado a inibir
esse impulso. “Todos os alunos não podem ficar
mexendo nos aparelhos. Claro que um ou outro dá
um jeito, porque parece que na nossa idade tudo
está acontecendo lá na internet. É quase impossível
não mexer”, finaliza.
E quando você não tem como andar com seu
aparelho por aí? “Se eu saio de casa sem o aparelho
eu surto! Já voltei mais da metade do caminho só
para pegá-lo em casa e deixar desligado na bolsa.
Se eu ando sem meu smartphone, parece que algo
em mim muito importante está em falta”, diz a analista de atendimento, Michele Rosa.
13
comportamento
“Na empresa não temos como mexer no celular. Eles recomendam nem trazer os aparelhos ou
mantê-los desligados dentro da bolsa, que fica nos
armários, mas, quando fico longe do celular, me bate
uma angústia, quase uma depressão. Por causa disso desenvolvo alguns tiques nervosos”, comenta.
Devido a esse vício, alguns problemas psicológicos e físicos podem aparecer, como aceleração
de batimentos cardíacos. Nos dias de hoje, toda
a sociedade se comunica pelos aparelhos. Estar
constantemente conectado faz com que participemos ativamente dessa comunidade.
Uma pesquisa feita no Reino Unido apresentou o seguinte resultado: 66% das pessoas que
fizeram parte do estudo mostraram-se muito angustiadas com a ideia de perder o celular. Nos EUA,
na Universidade de Maryland, identificaram que
a dependência de celulares e tudo relacionado à
tecnologia pode ser semelhante ao vício em drogas. De acordo com esse resultado, 79% dos avaliados apresentaram sintomas como desconforto,
confusão e até isolamento com a restrição dos eletrônicos. Outro sintoma que também apareceu foi a
coceira, algo que ocorre com os dependentes de
drogas que lutam contra o vício.
É necessário identificarmos as tecnologias
como aliadas à nossa realidade. São facilitadoras de
comunicação que devem ser interpretadas desse
modo, sem criar vínculos emocionais com o abuso
desse recurso. Com a internet, por exemplo, podemos desenvolver conhecimento, aproximar relações, mas tudo deve ser feito de forma saudável.
ACESSO PREMATURO
Existem algumas pessoas que não observam essa
tecnologia como um possível risco à saúde mental
e emocional. “Meus filhos de 13, 10 e 9 anos possuem aparelhos de celular e conversamos em grupo no Whatsapp normalmente. Sabemos das limitações da tecnologia e até onde eles podem usar
o aparelho, mas não vejo isso como um problema
para eles”, comenta a administradora Roberta Sales.
As crianças podem ainda não associarem o
uso do aparelho como uma dependência, já que os
pais podem restringir o uso caso os filhos não cumpram os deveres escolares. Mas, se você perceber
que a ausência do aparelho está deixando a criança
agitada ou com algum comportamento incomum,
é interessante solicitar acompanhamento de um
psicólogo para ajudar a tratar desse pequeno vício.
Se você perceber que a ausência do aparelho deixa a criança agitada, procuro ajuda de um psicólogo.
14
Nova Família
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MÍLI
LIA TRIL
L
H
A
O
CAMINHO
FAMÍLIA
TRILHA
CAMINHO!
NOVA FAMÍLIA! O!
Nova Família
15
coluna - tecnologia
stá cada vez mais difícil
aproveitar as vantagens
que a internet oferece
sem fornecer dados
pessoais e financeiros.
Quer fazer parte de uma
rede social? Deixe lá ao menos nome,
endereço de e-mail e data de nascimento. Quer baixar um aplicativo ou
game badalado para o seu filho? Cartão de crédito à mão. Quer comprar um
produto físico em uma loja online? Evidentemente, você terá que preencher o
seu endereço completo.
Lembro-me de uma época em
que o medo de fornecer estas informações era mais aparente. Volta e meia,
recebia ligações de parentes e amigos
perguntando se havia problema em
efetuar uma compra em determinada
loja online. Creio que aos poucos as
E
16
Nova Família
pessoas foram se dando conta que a
internet não era uma terra sem lei e que,
se elas quisessem usufruir dos bônus
que a rede oferece, teriam que arcar
com os ônus, ou seja, deixando seus dados pessoais e financeiros com os sites
e empresas envolvidas.
Se “compartilhar” tais informações
é praticamente inevitável, isso não significa que o usuário possa abrir mão de
alguns cuidados na hora de preencher
cadastros online, seja em uma loja, um
banco, uma rede social ou qualquer
outo site. Pessoas mal-intencionadas
podem apropriar-se dos dados para
aplicar toda sorte de golpes, desde o
simples envio de spam (e-mails não
solicitados) até transações financeiras
ilícitas – sem falar em ameaças que colocam em risco a privacidade da família.
Olho: Pare de diferenciar o que
www.revistanovafamilia.com.br
acontece “dentro” ou “fora” da internet
A primeira medida que você, usuário, deve tomar é parar de diferenciar o
“mundo virtual” do “mundo real” ou então o que acontece “dentro” ou “fora” da
internet. Tudo o que você faz – e o que
fazem a você – na rede, é real. Fornecer
informações falsas? Que atire a primeira
pedra quem nunca fez de forma, digamos, “analógica”. Da mesma forma, há
pessoas mal-intencionadas tentando
explorar nossos vacilos, tanto no restaurante da esquina como na internet.
Então, seus cuidados e preocupações
devem ser os mesmos. Afinal, você faz
compras em lojas físicas não confiáveis?
Confira algumas outras dicas que
podem mantê-lo seguro na hora de
preencher cadastros online:
Antes de preencher o cadastro
para uma compra online, descubra se a
CUIDADOS NA HORA
DE DEIXAR SEUS
DADOS NA INTERNET
Confira algumas dicas para deixá-lo mais protegido ao
preencher cadastros de lojas online, redes sociais e sites
FERNANDO SOUZA
loja é confiável. Ou melhor, inconfiável.
O site da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON) de São
Paulo mantém atualizada uma lista com
sites que você deve evitar. Confira no
endereço http://sistemas.procon.sp.
gov.br/evitesite/list/evitesites.php.
Seja econômico ao cadastrar-se
em determinado site. Forneça somente
aquelas informações que são realmente
necessárias para utilizar o serviço. Evidentemente, você terá que fornecer o
endereço e os dados do cartão de crédito para fazer uma compra online, mas
precisa dizer onde você mora em uma
rede social? Por outro lado, não tem graça fazer parte do Facebook sem ao menos uma foto de perfil, mas cuide para
que a imagem não forneça informações
demais, como a localização da sua residência ou da escola das crianças;
Suas senhas são do tipo “123456”?
Parabéns, trata-se da pior senha utilizada pelos usuários, de acordo com uma
lista divulgada anualmente pela SplashData. A empresa sugere três regras simples: usar mais de oito caracteres, misturando letras, números e outros tipos;
evitar os mesmos usuários e senhas
em diversos sites; e utilizar um gerenciador de senhas (solução que a própria SplashData oferece. Para acessar
o ranking completo das piores senhas,
visite http://splashdata.com/press/
worst-passwords-of-2014.htm;
Cuidado ao usar opções “Lembre-se de mim” e “Continuar conectado”
em computadores públicos, como, por
exemplo, em cibercafés;
Recebeu um e-mail solicitando
recadastramento ou atualização de informações? Mesmo que seja suposta-
mente de uma empresa da qual você
é cliente, pode ser golpe. Posicione o
mouse sobre o link presente na mensagem e confira o endereço que aparece
na barra de status do navegador. Se observar algo estranho (endereços diferentes do oficial, arquivos com extensão
exe ou jpg etc), não clique. Os próprios
e-mails costumam apresentar erros de
português e imagens quebradas;
Uma das melhores fontes de informação para ficar protegido é a Cartilha de Segurança para Internet, um
conteúdo produzido por uma entidade
chamada Centro de Estudos, Resposta
e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (cert.br). De forma bastante didática, o site descreve as principais ameaças online e as formas de se
manter protegido. Confira em http://
cartilha.cert.br.
17
comportamento
INVEJA ENTRE
MÃES E FILHAS
A relação entre mães e filhas, de forma geral,
tende a ser um pouco conturbada na adolescência,
mas, com o passar dos anos, na maioria dos casos,
torna-se uma grande amizade
DENISE PACIORNICK
18
Nova Família
www.revistanovafamilia.com.br
D
e fato, de acordo com a psicóloga
Melissa Piske Indalecio, da Psike
Psicologia Clínica, ser mãe é uma experiência única e indescritível, mas é
também o ponto de partida para a vivência de inúmeros sentimentos e emoções aos quais as mulheres nunca foram apresentadas. “Tudo começa com
um simples envelope: seu conteúdo determina esta
longa jornada e este grande desafio cheio de incertezas e pequenas vitórias e derrotas diárias”.
Focando no relacionamento de mãe e filha,
precisamos falar sobre a sombra como a base elementar desta relação única. “Este termo, designado por Jung, refere-se às partes desconhecidas da
nossa psique. Para facilitar, podemos usar o termo
polarização, que se refere aos opostos, como, por
exemplo, luz e sombra, masculino e feminino, e
assim por diante. O ser humano possui uma parte
luminosa e uma parte obscura e, mesmo que se
desconheça, ela está lá. A sombra pessoal é desenvolvida a partir da infância, momento em que
somos conduzidos a nos identificar com a bondade,
generosidade, altruísmo e incentivados a desprezar
e represar sentimentos negativos, ou seja, começa
aí a construção da sombra. A relação entre mães e
filhas é uma condição sine qua non (única, que não
pode ser comparada a nada), que já foi amplamente
estudada e descrita, inclusive mitologicamente. No
Mito de Perséfone, a filha é a extensão da própria
natureza elementar da mãe, e esta tem o poder de
devolver-se ao passado e a sua própria juventude,
assim como a promessa de seu próprio renascimento, numa nova personalidade, onde existe fantasiosamente a intenção deste resgate de sonhos que
não foram realizados, assim como as partes ruins
das tentativas frustradas podem ser revisadas e apagadas”, esclarece a psicóloga.
Esta é uma relação com entrelaces psíquicos
difíceis, pois a figura paterna é a única que permite
que a filha tenha consciência de si. Melissa explica
que, normalmente, a menina começa a desapegar-se da mãe e a tornar-se consciente de si através do
amor do pai, o que é extremamente benéfico, pois,
se não houver uma imagem adequada deste pai ou
de uma figura masculina que a represente, mãe e
filha podem assumir uma intensidade patológica em
que a filha, inconscientemente, desenvolve uma relação simbiótica com esta mãe, levando-a a assumir
sua vida e suas responsabilidades pela vida afora,
mesmo após a perda desta mãe, pois o simbólico
estabeleceu seu papel e a manterá incapaz de encarar seu próprio destino de modo livre. “Desta maneira, trazendo para a realidade do dia a dia, o adolescer das filhas mulheres para as mães significa travar
uma luta dolorosa para desapegar-se de emoções
possessivas. Este é o único caminho para romper padrões e liberar esta filha para sua vivência plena, de
seus próprios ideais e conquistas”.
“...onde existe fantasiosamente a intenção deste resgate de
sonhos que não foram realizados, assim como as partes ruins
das tentativas frustradas podem ser revisadas e apagadas.”
Melissa Piske Indalecio,
PSICÓLOGA DA PSIKE PSICOLOGIA CLÍNICA
19
comportamento
A psicóloga revela que para a mulher mais velha, a “perda da filha” para a vida é a perda da parte
mais jovem e despreocupada de si, mas uma grande
oportunidade de descobrir significados. “A grande
maioria das mulheres de hoje têm uma incrível dificuldade em desapegar-se da sua juventude. Nesta
relação antagônica em que, quanto menos espelhamento houver neste relacionamento, mais benéfica
ela se tornará, cabe a esta mãe reconhecer na figura
masculina seu papel insubstituível, que será o processo libertador para que esta família tenha uma relação saudável psíquica e emocionalmente. Caso ela
se constitua como patológica, os aspectos sombrios
de ambas podem se instaurar e perpetuar”.
Dentre as relações que podem desenvolver
certa patologia, podemos citar a inveja, que é considerada um aspecto sombrio. A inveja entre mãe e
filha é um fator muito poderoso e tem a capacidade
de destruir os sentimentos de amor e gratidão. “A
inveja é um componente de impulsos destrutivos
em atividade desde o começo da vida. A pessoa
muito invejosa é insaciável. Para isso, sempre encontra um objeto para focar-se. Na relação entre
mães e filhas, podemos citar inveja como uma mão
dupla”, alerta Melissa. A mãe invejosa, deixando claro que estes são
processos inconscientes, quando a filha começa a
trilhar seu próprio destino, percebe que a fantasia
inconsciente está sendo desfeita no momento do
adolescer. “Quando a filha já não sucumbe mais aos
seus ideais, a relação torna-se desastrosa, podendo chegar ao ponto da mãe boicotar os projetos
de vida e desejos da filha. Algumas sabotam ca-
samentos, relações pessoais e profissionais, outras
assumem um papel de vítimas para que a filha sinta
pena e não a abandone, para que a mesma conclua
que sua única saída é mover-se em direção à mãe.
Esta, por sua vez, de forma narcisista, poderá tentar frustrar a filha tanto quanto sua própria vida fora
frustrada, conduzindo-a, de forma egoísta, a realizar
os projetos de vida da mãe, que não foram possíveis, impedindo assim que a filha viva, tenha suas
próprias decisões e conduza sozinha suas escolhas
e desejos”, ressalta a psicóloga.
Quando esta psicodinâmica se estabelece, a
relação patológica vai se retroalimentando para que
ambas possuam, simbolicamente, suas funções
diante desta relação. Se uma das partes conseguir
romper este ciclo, poderá haver evolução das duas
na convivência. “Se existir uma quebra, mesmo que
repentina, por conta de uma condição terapêutica
de fortalecimento psíquico e emocional desta filha,
um novo padrão se estabelecerá, trazendo novos
progressos e aspectos para a relação, que passará
de simbiótica para a construção de algo sadio, ou
o desvincular-se, pois o núcleo de ganhos secundários será desfeito e uma nova psicodinâmica se
estabelecerá”.
Melissa finaliza destacando que, ao buscar autoconhecimento, se terapeutizar e conhecer a si e
seus aspectos sombrios, a fim de controlar sua própria vida e determinar o que é seu, a filha começa
um caminho de encontro dela mesma, afastando-se assim da figura dominadora a que esteve sujeita,
muitas vezes por longos anos de sua vida, dando
início à retomada da vida em suas próprias mãos’.
“A inveja é um componente de impulsos destrutivos em
atividade desde o começo da vida. Na relação entre mães
e filhas, podemos citar inveja como uma mão dupla”
Melissa
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REVISTA NOVA FAMÍLIA
FORNECE O PROJETO
DE VIDA!
Nova Família
21
comportamento
FALTA DE
DIÁLOGO E
INTOLERÂNCIA
PODEM
DESENCADEAR
VÁRIOS
PROBLEMAS
EM FAMÍLIA
A falta de uma boa comunicação
entre os membros da família gera
pouca confiança e cooperação,
além de aumentar a distância entre elas
MICHELE VITOR
22
2
Nova Família
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Q
ue todas as pessoas são muito
diferentes e apresentam divergências de opiniões sobre a mesma situação, não é novidade para
ninguém. O fato de ser da mesma família não significa que as pessoas tenham que pensar da mesma forma. É como aquele antigo ditado popular diz,
‘nem os dedos da mesma mão são iguais’. Por esse
motivo, os pais precisam dar espaço para que os
filhos cresçam com suas próprias personalidades e
opiniões, sem desrespeitar os laços da família. E o
caminho para isso é o diálogo e a boa comunicação.
No entanto, a rotina cada vez mais corrida da
maioria das famílias tem se tornado um dos motivos
que afastam essa capacidade de manter a interação.
Para a psicóloga e coordenadora geral do Departamento de Psicodrama do Instituto Sedes Sapientiae (DPSedes), Heloisa Fleury, a boa comunicação é uma característica importante em famílias
saudáveis. “Famílias que investem nisso constroem
vínculos fortes e resistentes para lidar com os desafios da vida. A boa comunicação auxilia na relação
conjugal, entre pais, filhos e irmãos”, afirma.
De acordo com a especialista, uma comunicação saudável acontece quando os pais valorizam
estar com os filhos, conversam sobre tudo e criam
oportunidades, sempre que possível, para que a
comunicação seja clara e sem barreiras.
“A falta de tempo do dia a dia não pode servir
de desculpa para a falta de diálogo entre a família. A
comunicação precisa ser praticada para ser eficaz.
Quando não há tempo para conversas frequentes,
os filhos começam a criar dificuldades para desenvolver habilidades interpessoais e fortalecer a confiança e, com isso, acabam reforçando a ideia de
que conversar sobre algo mais difícil é trabalhoso e
tem pouca chance de dar certo”, diz.
Para manter os laços afetivos sólidos, é necessário estabelecer algumas condutas. Prezar
pelo diálogo e pela tolerância é a principal delas.
Para a especialista, poder conversar sobre qualquer
dificuldade que um dos membros da família está
enfrentando significa facilidade de diálogo; e conseguir suportar as diferenças é mostrar tolerância.
“Respeitar as opiniões contrárias, enfrentar os
conflitos com disposição para ouvir, estabelecer limi-
23
comportamento
“A falta de tempo do dia a dia não pode servir de desculpa
para a falta de diálogo entre a família.”
Heloísa F leury,
PSICOLÓGA E COORDENADORA-GERAL DO DEPARTAMENTO
DE PSICODRAMA DO INSTITUTO SEDES SAPIENTIAE
tes, reconhecer os próprios erros, estimular o diálogo
e manter o bom humor são comportamentos que
ajudam a construir um bom relacionamento familiar e,
também, ajudam a evitar atritos que podem ser prejudiciais para o bom convívio”, comenta Heloisa.
Para a especialista, a família unida é aquela que convive bem cooperando entre si, mesmo
quando existe algum conflito. É importante possibilitar que todos os envolvidos na relação sintam-se
pertencentes ao mesmo grupo, respeitando as diferenças e protegendo uns aos outros.
COMUNICAÇÃO RUIM
GERA INTOLERÂNCIA
De acordo com a especialista, a falta de diálogo
gera intolerância e, por consequência, faz aumentar a distância, reduzir a confiança e minimizar a
cooperação entre os membros da família. “A condição para o diálogo fica comprometida quando
as pessoas optam por atitudes erradas, como ficar
lembrando problemas que já foram resolvidos no
passado; tentam controlar comportamentos por
meio da indução de culpa; ignoram os sentimentos
do parceiro e dos filhos e reclamam o tempo todo
ou se sentem no direito de ficar proclamando sermões”, explica.
Para Heloisa, esses comportamentos tendem
a gerar ressentimento, desconfiança e posição de
defesa nos membros da família. No caso dos filhos,
pode ser o pontapé inicial para que eles parem de
tentar se comunicar com os pais.
Os problemas vão se agravando à medida que
a família fica muito ligada em uma comunicação
negativa, que inclui criticas e brigas. Em ambientes
assim, as pessoas passam a se posicionar sempre
na defensiva e reforçam a intolerância entre si. Essa
24
Nova Família
forma de comunicação não fortalece a cooperação
e desrespeita as diferenças, favorecendo o surgimento de um ambiente hostil e pouco agradável.
“A pouca tolerância faz, por exemplo, com que
os pais interrompam os filhos quando eles tentam
explicar algo. Pode haver intolerância diante de diferenças de opiniões, personalidades, crenças, valores ou metas para o futuro”, explica Heloisa.
Para a psicóloga, a comunicação e responsabilidade afetiva são as principais condições para um
funcionamento familiar saudável e mais ainda para
o desenvolvimento da autoestima dos filhos, principalmente na fase da adolescência.
SEMEANDO A CONCÓRDIA
Para a especialista, mesmo para famílias que já estão enfrentando grandes problemas por conta da
falta de diálogo e da intolerância, é possível recuperar o tempo perdido e criar laços que permeiam
uma boa comunicação. “Diálogo é falar e também
ouvir. Os principais desafios são expressar-se de
forma clara e objetiva e também ser um ouvinte
ativo, ou seja, fazer todo o esforço necessário para
ouvir, se esforçando para entender o ponto de vista
do outro, prestando atenção à linguagem verbal e
não verbal. Já, para investir na prática da tolerância,
é preciso compreender e respeitar o ponto de vista
do outro”, explica.
O principal instrumento para recuperar o relacionamento familiar é investir na boa comunicação.
“É preciso falar calmamente e abertamente sobre
as dificuldades da família e evitar conflitos assumindo que nem sempre concorda com as opiniões
alheias. É importante achar tempo para se divertir
junto da família e traçar estratégias em conjunto
para lidar com situações difíceis. Por exemplo, se
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comportamento
“É preciso falar calmamente
e abertamente sobre as
dificuldades da família e
evitar conflitos assumindo
que nem sempre concorda
com as opiniões alheias.”
Heloísa
há um problema financeiro na família, pode ser útil
fazer um plano de ação com um orçamento que
todos concordem e possam trabalhar em cooperação”, ensina a especialista. ta do outro, prestando
atenção à linguagem verbal e não verbal. Já, para
investir na prática da tolerân- cia, é preciso compreender e respeitar o ponto de vista do outro”, explica.
O principal instrumento para recuperar o relacionamento familiar é investir na boa comunicação. “É preciso falar calmamente e abertamente
sobre as dificuldades da família e evitar conflitos
assumindo que nem sempre concorda com as
opiniões alheias. É importante achar tempo para se
divertir junto da família e traçar estratégias em conjunto para lidar com situações difíceis. Por exemplo,
se há um problema financeiro na famí- lia, pode ser
útil fazer um plano de ação com um orçamento
que todos concordem e possam traba- lhar em cooperação”, ensina a especialista.
O IMPORTANTE PAPEL DOS PAIS
Cabe aos pais conduzir a família para que consiga
26
Nova Família
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viver em harmonia e possa desenvolver a capacidade de manter uma boa comunicação, praticando, também, a tolerância. “Os pais precisam criar
tempo para conversar entre si e com os filhos, para
comunicar pensamentos e sentimentos de forma
clara e direta”, diz Heloisa.
Segundo ela, uma das principais funções
que precisam ser exercidas pelos pais é identificar
o que se entende por falta de harmonia. “Muitos
pais não querem que os filhos briguem, mas se
esquecem de que brigar é também uma forma
de enfrentar conflitos, diferenças, e também de
ocupar o espaço quando se sente ameaçado. O
grande segredo é criar os filhos de tal forma que
se tornem cooperativos porque, quanto mais agirem com esse princípio, mais terão a capacidade
de brigar sem culpa e depois conseguir alcançar
um entendimento satisfatório para ambos. Brigar
também aproxima”, ressalta.
Para Heloisa, o impacto do relacionamento
familiar para uma criança é enorme e a instabilidade ou falta de proteção podem causar profunda s
marcas na saúde mental dela. “Conflitos familiares,
incluindo a dificuldade de comunicação, sempre
afetam o lado emocional, mas esse problema tende a diminuir com o passar dos anos e o consequente amadurecimento do indivíduo”.
A especialista explica ainda que nem todos
os conflitos que surgem ao longo do processo
de crescimento e amadurecimento dos filhos são
sinal de falta de diálogo e comunicação. “Com o
tempo, o padrão de relacionamento e dependência dos fi- lhos em relação aos pais deve mudar.
“Filhos cres- cem e precisam de autonomia. É
preciso se adaptar ao desenvolvimento deles e
entender que possíveis desavenças possam surgir no meio desse caminho, mas não necessariamente representam problemas. Pode ser apenas
a maneira que os filhos encontram para sinalizar
aos pais que estão crescendo e se tornando independentes”, conclui Heloisa.
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FAMÍLIA. A REVISTA NOVA
FAMÍLIA TRILHA O CAMINHO!
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Nova Família
27
comportamento
•
humanidade ao longo de
sua existência sempre teve
a necessidade de se relacionar com outros seres
humanos, seja por trabalho,
amizade ou namoro. Na sobrevivência
da nossa espécie, precisamos procriar
para nos manter dominante e a relação
amorosa ganhou grande destaque em
nossa civilização. Ocorreram várias mudanças nos namoros e posteriormente
nos casamentos tradicionais até passarmos pelos relacionamentos liberais
e de natureza homoafetiva.
Mas voltando ao assunto namoro,
você já se perguntou a si mesmo onde
conheceu o seu parceiro ou parceira?
Foi pelos meios tradicionais, como por
exemplos, amigos o indicaram a ti? Na
baladinha do final de semana? Clubes
sociais, escolas, faculdades, enfim, ou
foi por uma maneira muito mais prática
e moderna, pelo mundo virtual, chats,
redes sociais, fórum virtuais? Eu lembro
quando eu comecei a “navegar” pela internet, tínhamos muito preconceito em
relação a este mundo, pois achávamos
que era coisa de gente carente, nerd,
ou seja, pessoas antissociais. Porém, na
atualidade é quase obrigatório o sujeito
ter uma conta virtual, seja uma rede social ou um endereço eletrônico, na qual
chamamos de e-mail.
A
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Nova Família
MARCOS FAVARI
sociólogo e professor
•
Pois bem vamos lá, no mundo
maluco que vivemos não temos tempo
para tomar uma água no escritório, imagina sairmos a procura da tão bendita
cara metade?! O mundo virtual é o que
tem pra hoje, não tem jeito, a preguiça
pós-moderna impera e é tamanha para
eu “perder” o meu riquíssimo e precioso tempo procurando o amor da minha
vida, ou não, pode ser uma transa despretensiosa e nada mais. O “X” da questão é: Até que ponto um relacionamento
virtual, pode se tornar real e viável? Se
já é difícil sabermos como uma pessoa
é pessoalmente, imagina a distância por
meio de webcams da vida?
Até agora eu falei da conquista da
“pessoa amada”, e se pensarmos que
existe indivíduos que namoram virtualmente? “Deus pai”, qual é a lógica desse
troço de namorar sem pegar, tocar, beijar
e transar com a sua metade da laranja?
UM ESTUDO FEITO
PELA BBC DE LONDRES
ESTIMOU QUE
81 % DAS PESSOAS
MENTEM EM SITES
DE RELACIONAMENTOS,
É ISSO MESMO QUE VOCÊ
LEU, MENTEM!
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Historicamente, coube a nós,
machos homo sapiens, tomar as rédeas nos relacionamentos, por isso que
vocês fêmeas homo sapiens, falam
que somos mentirosos, pois se não
mentimos, raramente ficamos atrativos. Ou seja, se nas relações reais a
coisa está feia, não preciso dizer das
virtuais, mesmo assim vou dizer.
Todo relacionamento amoroso
é construído socialmente, como lidar
com o cunhado chato, a sogra ciumenta, o sogro folgado, e também ter
que conviver com a criatura amada e
seus sentimentos. Mas será que ele
ou ela me ama mesmo? Eu suporto os
seus defeitos? Enfim, namoro virtual
como a própria palavra diz, é virtual,
sem olho no olho, nem pegada, apenas retóricas falseadas do cotidiano.
Meu palpite, já que todo sociólogo é palpiteiro, afinal estudei anos pra
isso. Pode até encontrar o seu parceiro ou parceira pela net, mas por favor,
pelo amor que tem a ti mesmo, namore de carne e osso, beije, transe, discuta, apaixone-se, brigue, peça desculpas, sinta ciúmes, fale de seus defeito
e virtudes, mas tudo no mundo real e
concreto. Pois namorar virtualmente é
o mesmo que ver as fotos da Disney e
sonhar em se divertir no maior parque
de diversões do mundo, concorda?
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COMO DIZ LUIS
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lazer & Viagem
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uidado com seus
pertences pessoais
Mantenha suas bolsas sempre próximas de seu corpo,
não as perca de vista: um momento de
vacilo e você pode ter sua bolsa furtada.
Cuidado com muitas malas no carrinho
e bagagens menores, que são colocadas debaixo da mesa enquanto você
faz refeições e aguarda o voo. Observadores aproveitam-se do descuido dos
passageiros e podem levar seus pertences e você só perceberá quando for
para o embarque.
Peça ajuda só para
pessoas credenciadas
É comum você precisar pedir informações em aeroportos, especialmente se
for onde você nunca esteve antes. Fique atento, existem pessoas que se de-
30
Nova Família
monstram interessadas em carregar sua
bagagem, porém com intenções de furto. Os aeroportos dispõem de carrinhos
para o transporte das malas, portanto,
não se faz necessária a ajuda de pessoas estranhas e não identificadas para tal.
Bagagens
identificadas e lacradas
Identifique sempre suas bagagens, por
dentro e por fora. Lacre-as bem. Se tiver
cadeado, fixe-o na mala, não deixando o
zíper correr. Dessa forma, você irá prevenir o que chamam de operação “cesariana”, que é abrir com uma caneta o
zíper, furtar um pertence e fechar, sem
que se observe o extravio da mala. Além
disso, tire uma foto 360º com seu celular de suas malas antes de despachar.
Assim, ocorrendo qualquer problema,
facilitará na cobrança de responsabili-
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dade junto à companhia aérea. Embalar
as malas previne um pouco a ação dos
furtadores, porém, como muitos pensam, não é inibidor para a Receita Federal (no caso de viagens internacionais)
pedir que você abra as mesmas. Então,
use para proteção das malas, mas não
ache que, por causa das embalagens, a
RF não pedirá para ver sua mala se assim desconfiarem de excesso de bagagem/compras.
Não durma
Ah, as longas esperas entre um voo e
outro... escalas, fuso horário, voos de
madrugada, é comum vermos pessoas
dormindo em aeroportos. No caso de
viajar acompanhado, uma dica é: faça o
revezamento. Enquanto um descansa, o
outro fica de olho nas malas. No caso de
viajar sozinho, muita atenção! Procure
DICAS DE
SEGURANÇA EM
AEROPORTOS
Vai viajar e claro, deseja que sua viagem
seja perfeita? Então, fique esperto e
atento nos aeroportos, para que sua
viagem não se torne um pesadelo
DANIELA VIEK
prendê-la ao seu corpo de forma que,
se alguém mover a bagagem, você poderá sentir, mas eu não recomendaria.
Uma saída é utilizar os hotéis de aeroporto, se tiver longas horas de espera.
Eles funcionam por hora e você pode tirar aquela sonequinha mais confortável
e com suas malas em segurança.
Cuidados ao sacar dinheiro
Aqui valem as mesmas regras de segurança que temos nos saques em
agências bancárias ou caixas eletrônicos: nunca peça a ajuda de estranhos,
proteja sua senha, veja se há algo estranho na máquina e não faça a transação, caso identifique. Avise a polícia
do aeroporto.
Ao trocar dinheiro nas casas de
câmbio em aeroportos, a mesma coisa: cuidado com sua carteira, confirme
com calma a espécie, se o troco foi
dado corretamente. Procure saber o
valor da cotação antes, para agilizar e
reduzir o tempo de exposição no que
se refere a dinheiro em aeroportos.
Seja sempre pontual
Para que correr, se você pode caminhar, não é mesmo?! Não tem coisa pior
do que chegar às pressas no aeroporto, pegar uma fila enorme no check-in,
não ter tempo nem de ir ao banheiro, se
precisar. Para voos internacionais, chegue com 3, 4 horas de antecedência. É
melhor esperar do que correr o risco
de perder o vôo. Sempre considere um
imprevisto, como um possível acidente
de trânsito, por exemplo, no trajeto até
o aeroporto. Programe-se e tenha uma
experiência tranquila, isso minimiza a
possibilidade de perder malas, esquecer-se de algo... “A pressa é inimiga da
perfeição”, este ditado cai bem aqui.
Cheque toda a documentação
antes de ir ao aeroporto
Ah, tá, comprou as passagens há mais
de 6 meses, programou a viagem há
mais de 1 ano, vai esquecer os documentos na hora de embarque e então
perde o voo. Alto preço, hein?! Então,
confira, se necessário, 1, 2, 3 vezes, se
possui tudo o que precisa. Minha dica:
tenha um check-list para ajudá-lo na
organização de suas malas e, especialmente, na parte de documentação.
Outra dica: tenha sempre cópias de
seus principais documentos, além de
manter todos digitalizados em seu celular ou ainda no armazenamento em
nuvem (em seu email também vale),
para poder acessar de qualquer lugar,
no caso de perda.
Gostou das dicas? Tem mais no
www.paraviajarbastaexistir.com.br
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Saúde
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COMIDA DE RUA,
COMO ESCOLHER?
Comer na
rua é sempre
uma questão
complicada,
principalmente
quando
se tenta
manter uma
alimentação
saudável
KAREN STERNFELD
S
Seja qual for a situação,
uma opção que sempre se
pode contar é a salada da
casa: alface, tomate, cenoura e pepino não são de difícil acesso. Caso a salada venha com
queijo, peça sem ou retire. Outra dica
é não comer o molho que geralmente
acompanha as saladas. Eles normalmente são muito pesados, contendo
maionese, queijo, etc. Uma boa sugestão é levar um molho caseiro, gostoso
e nutritivo em um pequeno pote na
bolsa. O tempero pode ser simples,
como a receita ao lado:
32
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RECEITA DE
MOLHO CASEIRO
•
•
½ xicara de suco de limão
½ dente de alho picado
(opcional)
•
2 colheres de chá de
gengibre picado
•
3 colheres de chá de shoyu
(opte por opções sem
corante de caramelo e sem
milho)
•
3 colheres rasas de mel
puro
•
½ xicara de azeite de oliva
(prefira opções orgânicas e
prensado a frio)
Misture todos os ingredientes.
OUTRA OPÇÃO,
MAIS SOFISTICADA
•
½ pepino sem casca
e sem sementes cortado
em cubinhos
•
½ xicara de hortelã
fresco picado
•
¼ xicara de manjericão
fresco picado
•
2 colheres de sopa de
azeite de oliva (opte
por opções orgânicas e
prensado a frio)
•
¼ colher de chá de sal
(céltico ou da himalaia)
•
1 colher de sopa de
suco de limão
Bata todos os ingredientes
no liquidificador até que fique
homogêneo.
Aqui vão algumas dicas de como escolher
o que comer nos restaurantes
ÁRABE
JAPONÊS
O que escolher
Espetinho vegetariano grelhado
Pastinhas de berinjela (baba ghanouj)
ou hummus. Salada tipo grega,
tabouleh ou salada fatouch (sem a pita)
Peixe ou cordeiro grelhado ou assado
O que escolher
Rolls com abacate, pepino, shimeji
ou outra opção vegetariana. Sashimi
– sem arroz. Salada de algas ou
da casa, com molho de gengibre.
Entradas com mix de vegetais.
O que evitar
Carnes gordurosas. Opções com
iogurte. Cuscuz. Opções fritas.
O que evitar
Sushi (misturando peixe com arroz
branco). Opções contendo soja.
Tempurá.
ITALIANO
CHINÊS
O que escolher
Sempre comece com uma salada
verde e molho leve. Escolha molhos
com base de tomate. Peixe grelhado
Opções com mix de vegetais .
Opte por massas integrais.
O que escolher
Vegetais cozidos no vapor
com alguma proteína preparada
da mesma forma. Vegetais cozidos
no vapor com arroz integral (com um
pouco de molho agridoce de ameixa,
caso desejado).
O que evitar
Molhos com base de creme de leite.
Itens feitos com farinha branca (massa,
pão, gnocchi, opções à milanesa,
molho branco)
O que evitar
Frituras e dumplings (contendo
farinha branca).Arroz branco ou frito.
Pratos com molhos muito pesados.
Carnes muito pesadas como
vermelha, suína ou camarão.
Comer na rua pode ser fácil, gostoso e nutritivo, basta colocar alguns complementos bacanas
na bolsa e saber escolher o que consumir nos mais diversos tipos de restaurantes. Mesmo na
correria do dia a dia, podemos manter um estilo de vida saudável, que nos alimenta mesmo
quando estamos com pouco tempo.
33
comportamento
O SAUDÁVEL
HÁBITO DA LEITURA
Além do aprendizado, a leitura contribui para o
aumento da agilidade, a melhora da concentração
MICHELE VITOR
s benefícios da leitura vão muito além de
se manter atualizado.
Quem lê enriquece o
vocabulário, escreve
melhor, consegue compreender textos
e histórias de maneira mais rápida e estimula a criatividade e a imaginação.
Assim como os músculos do corpo
precisam de atividades físicas, o cérebro
necessita de exercício para se manter
saudável. E a leitura está entre as me-
O
lhores atividades, pois estimula o bom
desempenho cerebral, além de ajudar a
reduzir o estresse do dia a dia, fortalecer
a memória, ampliar o vocabulário e aumentar o poder de concentração.
Ler possibilita viajar e conhecer
culturas e pessoas diferentes sem sair
do lugar. A leitura é um hábito que se
cria e, como todo costume, deve ser
cultivado no dia a dia até que se torne
parte da rotina.
E esses benefícios podem ser sen-
“O hábito da leitura desenvolve a
imaginação, a criatividade, a melhoria na
resolução de problemas cotidianos”
Márcia Neves,
PROFESSORA DE APOIO E ACOMPANHAMENTO À INCLUSÃO
NA DIRETORIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO MATEUS
34
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tidos em qualquer idade. O hábito da
leitura deve ser estimulado nas crianças desde pequenas, mesmo antes de
aprenderem a ler. Alguns especialistas
acreditam que, para alguém se interessar por leitura na vida adulta, é fundamental que tenha contato com livros
desde cedo. Ou seja, os pais e responsáveis pelo desenvolvimento das crianças podem começar a estimular esse
interesse por histórias desde o berçário,
antes mesmo de aprenderem a falar.
Para a professora de apoio e
acompanhamento à Inclusão na Diretoria Regional de Educação de São
Mateus, Márcia Neves, apresentar a leitura para as crianças desde cedo traz
inúmeros benefícios, pois elas passam
a perceber que as pessoas não se expressam somente por meio da linguagem oral. Elas percebem que existem
códigos escritos e que é preciso dominá-los para se comunicar bem e ter
sucesso na sociedade.
De acordo com ela, a leitura traz
essa familiaridade com o mundo da
escrita, facilitando a alfabetização das
crianças. “O hábito da leitura desenvolve
a imaginação, a criatividade, a melhoria
na resolução de problemas cotidianos.
As crianças que têm contato com a
leitura passam a se expressar melhor,
conseguem ampliar seus conhecimentos, aprendem a formular hipóteses e
internalizam a cultura e os valores da
sociedade”, afirma.
Segundo a professora, para que
esse objetivo seja alcançado, os pais precisam servir de modelos para os filhos, ou
seja, precisam também ter esse hábito.
“Ler para os filhos ainda bebês estimulará
o gosto pelos livros”, comenta.
A especialista ressalta ainda que é
importante deixar livros ao alcance das
crianças, para que elas tenham sempre
contato com eles, mesmo que ainda não
saibam ler. “Os pais precisam estimular
as crianças para que criem suas histórias
vendo as ilustrações, além de incentivá-las a comentar sobre os livros”, explica.
Segundo ela, os pais precisam
fazer com que esse universo dos livros
seja atrativo para os filhos desde cedo.
Para isso, devem frequentar bibliotecas e livrarias e, principalmente, presentear os filhos com livros, atribuindo
valor para eles da mesma forma que
fazem quando o presente é uma bicicleta ou um vídeo game.
LEITURA TAMBÉM
CONTRIBUI COM A SAÚDE
DOS MAIS VELHOS
E quem disse que os benefícios da leitura são percebidos somente na fase
de aprendizado? Segundo o médico
especializado em Geriatria e criador do
site envelhecerbem.com, Thiago Monaco, para os idosos a leitura frequente
mantém a mente ativa e atua como um
importante exercício para a memória e
outras funções do cérebro. “Os benefícios são bem parecidos. Para os idosos
também treina e aumenta o vocabulário, exercita a imaginação e abstração,
além de permitir o aprendizado relativo
aos temas lidos”, comenta o médico.
Para ele, existem pelo menos dois
tipos de leitura mais satisfatórios para os
idosos. As que fazem frequentes associações com temas cotidianos, como a
leitura diária de jornais, e as que forçam
o raciocínio e o aprendizado. “Com certeza, alguma leitura é melhor do que
nenhuma, mas estes dois tipos são os
que mais funcionam e podem ser classificados como as melhores ginásticas
para o cérebro”, diz.
O médico afirma ainda que a prática constante da leitura, associada a
outros hábitos saudáveis, como, por
exemplo, manter a mente ativa, ajuda a
manter a saúde mental em dia. “Ainda
não podemos afirmar que a leitura por
si só seja um antidoto contra problemas senis como o Mal de Alzheimer,
mas, com certeza, a leitura pode ser
classificada como uma poderosa arma
para manter o bom funcionamento cerebral”, conclui.
35
comportamento
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6
Nova
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ffa
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co
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m.b
brr
ESTOU GRÁVIDA.
E AGORA?
Gerar e ter um filho são ocasiões tão peculiares
que nenhuma mulher passa por elas sem mudanças
POR LUCIANA BRUNCA
S
Sonhos, desejos, planos, fantasias, expectativas e medos são
sentimentos e sensações que
norteiam a vida da gestante. A
confirmação da gravidez, a gestação, o parto e a responsabilidade de criar um
filho são situações muito importantes para os pais
e que envolvem toda a família. A gravidez traz
muitas mudanças, tanto no funcionamento do organismo como no psicológico da mulher. Conhecer e aceitar essas mudanças são fundamentais
para tornar a experiência da maternidade ainda
mais rica e prazerosa. Atraso menstrual, aumento da sensação de cansaço, sonolência, náuseas
matinais, aumento e dor nas mamas, cólicas leves,
aumento da sensação de fome, urinar com maior
frequência, alterações hormonais, de humor, desconforto devido ao aumento de peso e da barriga,
prisão de ventre são algumas das alterações que
a mulher poderá sentir durante a gravidez. A grávida fica com a sensibilidade à flor da pele. Passa
do riso ao choro fácil. “Quando a mulher descobre
que está grávida, se instala o sentimento básico
materno-filial e a vivência básica da gravidez, que
vai se manifestar de diversas formas. É um período
único na vida da mulher, repleto de sentimentos
e emoções vivenciados com muita intensidade”,
diz a psicóloga do Departamento de Psiquiatria
37
comportamento
“O apoio da família
na minha primeira
gravidez foi muito
importante.”
Edrea, mãe de
Alana e Enrico
e Psicologia Médica da
Faculdade de MediciF
na de São José do Rio
Preto (Famerp), Maria
Jaqueline Coelho Pinto.
A especialista afirma
que o medo é uma
característica comum
das diferentes etapas
da gravidez e inerente
com o sentimento de ambivalência afetiva do tipo
“querer e não querer a gravidez”. “A mulher sente
medo de abortar, de não sentir os movimentos fetais até o parto, dos procedimentos médicos. Além
disso, existem expectativas quanto ao seu desempenho e a saúde do bebê, no contexto de uma
experiência emocionalmente intensa em que permeia um misto de ansiedade e alegria.” Conforme
os meses vão passando e o bebê vai se desenvolvendo, a mulher já está mais acostumada com
todas as mudanças e a ligação com a criança vai
se solidificando e aumenta quando a mãe descobre se é menino ou menina. Diante disso, passa a
chamar o bebê pelo nome e a sonhar e criar uma
imagem de como ele será. A psicóloga comenta
que, com a chegada do bebê, inicia-se outra fase
da maternidade – o puerpério – etapa de maior
vulnerabilidade e ocorrência de crises, quando a
mulher concretamente assume a maternidade.
“Além do desconforto físico e do período de re-
cuperação da fadiga do parto, há profundas mudanças intra e interpessoais desencadeadas pelo
parto. O pós-parto é vivido como um misto de
sentimentos que vão de estado de euforia a depressão, perspectiva de auto-realização, impacto
com a realidade, necessidade de reestruturação
e reajustamento em várias dimensões interpessoais e intrapsíquicos, uma nova definição de papéis
e mudança de identidade – a mulher passa a se
olhar e ser olhada diferente”, explica Maria Jaqueline. Um dos principais medos ou receios das mulheres quando se tornam mães é a perspectiva de
mudança. “Essa perspectiva envolve sentimentos
de perda e ganho, de responsabilidade de cuidar
de um filho, assumir novas tarefas, preocupação
de ser boa mãe. É necessário se preparar emocionalmente à nova situação. O apoio da família e do
marido é fundamental”, diz a psicóloga.
PRÉ-NATAL
O pré-natal é o acompanhamento médico que toda
gestante deve ter, a fim de manter a integridade das
condições de saúde da mãe e do bebê. Durante a
gravidez são realizados exames laboratoriais que
visam identificar e tratar doenças. Normalmente
os médicos pedem os seguintes exames: glicemia,
grupo sanguíneo e fator RH, anti-HIV, exames para
detectar sífilis, toxoplasmose, rubéola, presença do
vírus da hepatite B, exame de urina e ultrassonografias. Outros exames também podem ser pedidos,
UMA NOVA REVISTA. UMA NOVA FAMÍLIA
F
“O primeiro pensamento passa
sa
a ser sempre os filhos.”
s.”
Flávia Cristina, mãe de Maria
ria
Fernanda e Luca
ca
OS DESAFIOS E AS ALEGRIAS DA MATERNIDADE
Você nunca mais vai dormir como antes. Seu tempo fica cada vez mais curto.
Os filhos vêm sempre em primeiro lugar. Essas são algumas das frases mais
comuns ditas pelas mães, que mesmo
tendo medos e sabendo de todos os
desafios que irão enfrentar, são unânimes ao dizer que ser mãe é se tornar
uma mulher completa e conhecer a
plena felicidade. “Tudo mudou depois
que me tornei mãe. Desde o pensar
(porque você não pensa mais em você
e sim na prioridade e necessidade das
crianças) como no agir (porque você
não tem mais tempo para você e acaba
agindo de modo bem diferente). O primeiro pensamento passa a ser sempre
os filhos”, comenta a professora doutora
Flavia Cristina Rodrigues Lisoni – mãe
de Maria Fernanda, 9 anos e Luca, 3
anos. A diretora de marketing Édrea Felipe Bernardes viveu a maternidade em
períodos diferentes da vida. “Na minha
primeira gravidez eu tinha 19 anos e foi
tudo muito novo. Ter a responsabilidade
de gerar uma criança, montar enxoval,
me dedicar à faculdade, enfrentar as
mudanças no corpo, ir rotineiramente
ao médico. O apoio da família foi muito
importante, porque temos muitos me-
dos antes e depois do
dos,
bebê nascer. Na segunda gravidez foi
bem mais tranquilo, eu já tinha certa experiência. A maturidade vem junto com
a maternidade: aos 19 anos eu tive que
deixar de ser “menina” e me tornar mulher, pois existia um ser pequenininho
que dependia exclusivamente de mim”,
conta a mãe de Alanna, 20 anos e Enrico, 1 ano e oito meses.
“Os desafios são muitos: que os bebês se tornem adultos
inteligentes, longe das drogas e das coisas ruins da vida.”
F lavia Cristina Rodrigues Lisoni,
MÃE DE MARIA FERNANDA, 9 ANOS E LUCA, 3 ANOS
UMA NOVA REVISTA. UMA NOVA FAMÍLIA
F
educação
ATIVIDADES
EXTRACURRICULARES:
EXAGERO É
NOCIVO À
CRIANÇA
Quando você
se recorda de sua
infância, do que
se lembra? Se você
tem mais de 30 anos,
provavelmente
se recorda de
brincadeiras com
os amigos, muito
tempo livre e
pouca preocupação.
E seu filho,
do que se lembrará?
SANDHRA CABRAL
40
Nova Família
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O
mercado de trabalho está cada
vez mais competitivo e exige profissionais cada vez mais capacitados.Com foco na preparação de
suas crianças para essa verdadeira guerra futura,
pais e mães culminam por sobrecarregar os pequenos com muitas atividades. Não é raro encontrarmos crianças com agenda tão lotada quanto os
grandes executivos. Outros, pensando na saúde da
prole, lotam a agenda da criançada com as mais
variadas atividades físicas.
Tanto os cursos extracurriculares, como os
de idiomas, música ou que estimulem o raciocínio,
quanto os voltados à prática de esportes são extremamente bem-vindos. Mas, há que se pensar,
antes de qualquer coisa, que crianças precisam de
tempo livre para brincar e descansar.
De acordo com Flávia Leão Fernandes, psicóloga clínica e mestre em Psicologia pela Universidade de Londres, Inglaterra, é na infância que
as crianças estão em constante transformação e
desenvolvimento. Também explica que nesta fase
elas são autênticas e não têm medo de errar, o
que facilita o aprendizado. Portanto, precisam de
tempo e oportunidade para fazer as próprias descobertas, que muitas vezes só acontecem quando
elas estão brincando.
“Mais que o excesso de atividades, é importante que os pais estejam atentos ao aproveitamento
que os filhos têm daquilo que lhes é oferecido. Pouco interessa essa quantidade de cursos, se não há
aproveitamento ou se a criança não consegue fazer
sua própria agenda, que deve incluir o brincar. O futuro se prepara com boa formação emocional, com
boas interações entre pais e filhos, com o interesse
genuíno pela criança. O desenvolvimento intelectual
e cognitivo se faz em boas bases emocionais”, adverte Blenda de Oliveira, psicóloga clínica formada pela
PUC-SP, psicanalista pela Sociedade Brasileira de
Psicanálise de São Paulo (SBPSP) e psicoterapeuta
de adultos, adolescentes, crianças, famílias e casais.
EFEITO REVERSO
Crianças sobrecarregadas de atividades ao longo
de todo o dia, durante a semana toda, apresentam
alguns sinais físicos facilmente identificados por
pais atentos, quando a rotina é pesada.
Entre os sintomas estão sono constante, cansaço, irritabilidade e até agressividade sem um motivo aparente. “Temos visto crescer diagnósticos
de hiperatividade, insônia e depressão infantil no
consultório. Parte desses diagnósticos se deve ao
excesso de estimulação intelectual das crianças e
muito pouco tempo para brincar com o corpo, com
as mãos e com amigos. Tempo livre é essencial.
Além disso, na contraparte existem os pais que trabalham muito para fornecer todas essas atividades
e quase sempre estão cansados, com pouco tempo livre e cultivam a convivência conjugal e familiar
com pouca frequência. Esse conjunto de aspectos
dificulta que a casa seja um lugar de encontro, um
lugar lúdico”, alerta Blenda de Oliveira.
Neste sentido, é preciso refletir a maneira
como os pais se comportam diante do dia a dia e
da falta de tempo que eles oferecem às crianças.
Muitos têm a falsa impressão de que, ocupando o tempo dos filhos com atividades extracurriculares, compensarão a ausência física deles.
ISSO É UM GRANDE ERRO
As crianças precisam e querem ser preparadas para
a vida. O mercado de trabalho é algo muito distante
e com significativas e periódicas mudanças.
A psicóloga Blenda convida a uma reflexão:
“De que mercado de trabalho se fala? Para quem
isso é importante? Será que os pais não disfarçam
com essa justificativa sua enorme expectativa do
que eles querem? E se o filho ou filha quiser ser
um músico?”.
Ela acredita que a criança precisa aprender a
escolher, a se cuidar, a ter e ser crítica e, acima de
tudo, a refletir, para que, no futuro, tome conta da
sua vida, seja lá o que escolha ser.
41
educação
PONTO DE EQUILÍBRIO
A escolha das atividades extracurriculares deve levar
em conta uma série de itens, não apenas as conveniências dos pais ou os cursos que estão na moda.
A idade, a aptidão e, sobretudo, a vontade da
criança devem ser observadas. Além disso, é necessário avaliar os benefícios que os cursos e práticas esportivas extras trarão para a saúde mental e
física dos filhos. Tal escolha jamais deve compensar as frustrações de vida dos pais. Infelizmente,
alguns pais matriculam as crianças em cursos que
eles gostariam de ter feito, mas que não tiveram a
oportunidade.
Para evitar tais problemas e transformar a
agenda da criançada em algo prazeroso de ser seguido, Blenda Oliveira relata uma listinha simples e
essencial, a fim de que os pais não errem na hora
de fazer as escolhas para as crianças (video lado).
A criança precisa de tranquilidade, respeito,
amor e segurança. Se você lhe oferece isso em
abundância, fique tranquilo: com bom senso, o restante acontece naturalmente.
•
•
•
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•
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Deixe dias livres para as crianças
brincarem. Observe as brincadeiras
delas: isso irá fornecer pistas sobre
as aptidões do seu filho;
Converse sempre sobre as
atividades propostas: será
que ele está preparado física
e mentalmente para fazer
determinada atividade? Antes
de matriculá-lo, informe-se com
especialistas sobre o curso ou
esporte e leve-o para participar
de uma aula;
Respeite a opinião do seu filho, caso
a escolha seja saudável para ele;
Interaja dentro da família e estimule
a criança a falar sobre seu dia - esta
será a oportunidade de perceber
se ela gosta ou não da rotina e
se está realmente aproveitando a
oportunidade que lhe é oferecida;
Compartilhe suas experiências com
seu filho e conte sobre seu trabalho,
a fim de criar vínculos de confiança
e laços de amizade entre vocês;
Brinque com os filhos, trate
a vida com menos sisudez
e menor preocupação com
o futuro deles. }}
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NOVA
REVISTA NOVA FAMÍLIA
FORNECE O PROJETO
DE VIDA!
Nova Família
43
coluna - direito
xxxx
DELINEANDO
O LIMITE ENTRE
PADRASTOS
E ENTEDEADOS
O divórcio gera, para o casal, a possibilidade de união
com outra pessoa. É comum, neste caso, a mãe ficar
com a guarda e convívio dos filhos. Surge, então,
um novo personagem na história dos filhos: o padrasto
NAZIR MIR JUNIOR
O
padrasto, em que pese
a relação com a mãe
dos enteados, deve
preservar, sempre, a
figura do pai. Caso contrário pode incorrer em alienação parental, ou seja,
interferência na formação dos enteados para que repudiem o genitor ou,
mesmo, que cause algum prejuízo ou
dificuldade para a mantença do vínculo
entre pai e filho, conforme determina o
Artigo 2º da Lei nº 12.318/2.010 – Lei da
Alienação Parental. Surge, então, nesse
44
Nova Família
contexto, a seguinte dúvida: o padrasto,
realmente, não têm nenhum poder sobre os enteados?
Respondemos. O Código Civil, em
seu artigo 1.636, determina que uma
nova relação amorosa não retira do pai
ou da mãe o direito ao poder familiar.
Ainda, garante-lhes o direito de exercê-lo sem qualquer interferência do novo
cônjuge ou companheiro.
A leitura fria deste artigo afasta
qualquer interferência do padrasto sobre o exercício do poder familiar, que
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pertence exclusivamente aos pais. Mas
este não é o melhor entendimento.
Há casos, todavia, em que os enteados são sustentados pelos padrastos,
evidenciando, claramente, uma relação
afetiva recíproca por solidariedade familiar. Entendemos que se o padrasto
assume, voluntariamente, obrigações
com seus enteados, participando, efetivamente, de suas vidas, adquire, ou
deveria adquirir, em contrapartida, mais
poderes sobre os mesmos, na contramão do que determina o Código Civil.
POSSIBILIDADE DE DOCUMENTAR O RELACIONAMENTO AFETIVO ENTRE PADRASTO E ENTEADOS
O padrasto, em que pese a gritante falha da lei, pode documentar o relacionamento afetivo por outras vias:
1.
adoção unilateral
(no caso do outro pai ou mãe
ser ausente ou falecido);
2.
requerer a guarda dos
enteados (no caso do outro
ser relapso, omisso e violar
o dever de cuidado);
3.
deixar testamento para
beneficiar os enteados
na herança (caso não
os assuma como filho);
4.
incluir o seu nome de
família no sobrenome
do enteado.
Tais atos, contribuem para que os enteados sintam-se mais envolvidos com o
padrasto. Há, a pesar de tudo isso, forte
corrente doutrinária, que reconhece direitos e deveres entre padrastos e enteados.
Equipara o vínculo estabelecido pelo parentesco sócio afetivo à relação biológica.
Padrastos devem ser respeitados
pelo vínculo afetivo, isso é certo. Se
participam da criação dos enteados,
seja pelo sustento, seja pelo cuidado,
contudo, devem participar, sim, das
decisões relativas ao seu bem estar, inclusive quanto à imposição de limites.
O que desaconselhamos é o padrasto
tentar impedir que o pai assuma e desempenhe suas obrigações e direitos, o
que pode se configurar alienação parental, conforme já mencionamos. Esta
é a melhor interpretação para o artigo
1.636 do Código Civil: prevenir que os
enteados sejam vítimas de alienação
parental por parte do padrasto. Pensamos não ser a melhor interpretação
para este dispositivo legal, de outra via,
aquela de se retirar do padrasto a possibilidade de exercer algum poder sobre os enteados.
Entendemos, neste sentido que:
1.
padrastos têm o dever
de contribuir para a boa
formação de seus enteados,
devendo estimular o afeto
com o pai com quem
não convivem;
2.
padrastos têm o direito ao
respeito, ao tratamento com
dignidade, com possibilidade
de impor limites em proteção
à boa formação dos enteados;
3.
quando houver discordância
sobre o que é ou não
bom para a formação dos
enteados, prevalecerá
a decisão do guardião
(daquele que tem a guarda
dos filhos); em caso de
guarda compartilhada, com
opiniões diversas, indica-se
a mediação familiar.
45
comportamento
“Eu nunca imaginei que uma situação desta poderia
ocorrer na minha casa. Antes de acontecer, eu só
imaginava que fosse caso de novela, roteiro de filme
ou história de pessoas infelizes.”
iolência nunca foi e nem é a melhor
forma de conquistar, garantir ou
apenas informar o oprimido que o
opressor tem mais força. É na verdade uma forma que encontramos
para “passar o recado” de forma
mais direta, sem complicação. O que ainda assim
não quer dizer que é o melhor caminho. Há quem
discorde e fale que a história está aí para dizer o
contrário, já que, através da violência, guerras foram conquistadas, países firmaram sua hegemonia
graças ao uso da força, mas, e quando a violência
passa a ser dentro de casa? Por que justificamos o
uso dela em uma situação e reprovamos em outra?
Temos que ter consciência que em ambos os
casos a violência é reprovável, pois há sempre uma
brecha para retaliação. E quando a revanche acontece dentro de casa, a situação fica insustentável. O
pai bate na esposa para descontar sua frustração
ou mostrar que ele é o macho de casa, o filho vê
a situação e memoriza aquelas cenas, podendo reproduzí-las quando crescer ou desenvolver alguma
personalidade controversa, depositando sua vida
em longas sessões psicológicas para desligar-se
V
46
Nova Família
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desse sentimento de revolta.
Toda ação gera reação e, no caso da violência,
gera depressão, insatisfação e tantos outros problemas que podem afetar a vida dos seres envolvidos
para a eternidade. “Eu nunca imaginei que uma situação desta poderia ocorrer na minha casa. Até antes
de acontecer, eu só imaginava que fosse caso de
novela, roteiro de filme ou história de pessoas infelizes”, comenta a diarista Cristina dos Santos.
DO LADO DE CÁ
Quando esses casos assombrosos de violência doméstica passam a fazer parte das nossas vidas, tudo
o que imaginávamos acontecer realmente ocorre,
mas dentro de nossas casas e na nossa rotina. “Ele
chegava em casa, devia ter bebido muito no bar
antes de voltar; e se encontrasse alguma coisa que
tirasse a paciência dele, ele se tornava agressivo. Jogava pratos no chão, quebrava algumas coisas. O dia
que mais temi pela minha vida foi quando ele me
agrediu”, acrescenta.
Quando a situação parecia melhorar, aquela
agressão adormecida ressurgia. “Às vezes parecia que não era ele. Eu sabia que ele era ciumento,
VIOLÊNCIA
DOMÉSTICA:
ATÉ QUANDO?
Quem bate quer descontar sua fúria, quem presencia
identifica como uma forma de relacionar-se com o próximo.
Por que a violência doméstica prejudica toda a família?
THIAGO ASSUNÇÃO
um pouco possessivo, por isso não dava trela para
cutucar esse sentimento dele. Mas não sei se era
uma frustração da vida, insatisfação comigo ou com
o trabalho, que ele descarregava toda essa fúria em
casa. Quando ele chegava, parecia que chovia dentro de casa: de vez em quando era garoa, de vez em
quando era tempestade”, finaliza.
FILHO DE PEIXE...
Um dos grandes problemas dessa situação é o
efeito colateral. Além dos traumas e sequelas na
relação e no ambiente familiar, as crianças podem
presenciar e aprender a relacionar-se com aquilo
de forma não tão agradável. “Existem pacientes
que relatam serem agressivos devido à grande exposição de violência familiar a qual foram expostos.
Presenciaram esses atos em suas casas, com vizinhos ou familiares. Como geralmente a agressão
acontece do homem para a mulher, a criança pode
associar como algo natural de impor sua condição
na relação, ou simplesmente como uma forma de
tratamento, podendo ser até mesmo como uma
forma de comunicação para se conseguir algo”, explica o psicólogo Jorge Garcia.
Durante um período, a criança passa por uma
fase em que ela apenas capta todas as informações
a sua volta, reproduz as palavras escutadas, os gestos. Essa é fase de sombra, quando ela imita tudo o
que vê. Em uma situação dessas, dependendo da
interpretação e da ocasião, pode ser que ela não
interprete a violência como algo negativo e isso poderá trazer prejuízo nas suas relações interpessoais.
Em dadas situações, a violência pode ser interpretada como uma forma de defesa. “A criança
também pode interpretar a violência como algo
‘bom’, que pode ser usado a favor dela, como uma
ação de defesa. Ao invés de ser instintivo esse gesto em uma situação de perigo, por exemplo, a violência passa a ser usada em momentos triviais, para
conquistar algo que ela queria, para revidar de problemas (ela passa a atacar outras crianças quando
estas afrontam sua vontade). Todo o crescimento
da criança deve ser monitorado a fim de avaliar seu
comportamento e o caminho que está sendo adotado em diversas ações. Quanto mais cedo descobrir a causa da interpretação da sua comunicação,
mais cedo conseguimos reverter os casos que podem, futuramente, agravar-se”, finaliza.
47
saúde
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Conciliar a vida profissional e os cuidados com a saúde é um dos
principais desafios do ser humano. O fato é que a vida profissional
e pessoal devem andar juntas
LUCIANA BRUNCA
A
correria do dia a dia, o excesso de cobrança do
mercado profissional cada vez mais competitivo e exigente, as inúmeras tarefas para serem
realizadas em um período de 24 horas, que parecem durar apenas um minuto, fazem com que muitas vezes
deixemos
deixem de comer corretamente e nos esqueçamos da nossa
saúde e bem estar. Será que a falta de refeições balanceadas
e em horários
ho
determinados pode causar danos à saúde? “A
falta de rrefeições equilibradas e saudáveis pode fazer com que
a pessoa
pess
desenvolva uma série de problemas, em especial,
aumentar as chances de doenças crônicas não transmissíveis,
como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias (aumento
dos lipídios – gordura - no sangue, principalmente do colesterol e dos triglicerídeos) e até mesmo o câncer. Além de diminuir a disposição, energia e atenção, apresentando facilmen-
te sonolência e fadiga durante o trabalho e, com isso, ter um
baixo rendimento”, explica a nutricionista do setor de Medicina
Preventiva do Bensaúde, Marina Barbosa Alexandre. Cuidar da
“saúde da carreira” é fundamental, mas sem esquecer-se da
saúde do corpo. É ele que nos acompanha todos os dias, em
todos os lugares, demandando uma alta carga de esforço e
energia para nos fazer ir em busca dos nossos sonhos. “Atualmente, para uma grande parte das pessoas, o poder econômico é sinal de sucesso e está acima de quaisquer valores. Dessa
forma, as pessoas utilizam o tempo cada vez mais em função
do trabalho, em detrimento dos cuidados consigo mesmos.
Esse zelo inclui não somente a atenção destinada à própria
saúde, mas também à família, ao lazer, e outras coisas essenciais para se viver bem”, afirma a terapeuta de casal e família
Patrícia Nunes Abbud. Manter o equilíbrio entre o sucesso pro-
49
saúde
ALIMENTOS QUE NÃO PODEM FALTAR
NAS REFEIÇÕES DIÁRIAS
Frutas, verduras
fissional e a saúde é a chave
fácil transporte. “Quem não
e legumes
para se viver bem e de forma
consegue almoçar uma resaudável. “É preciso estabefeição completa, com cereal
lecer as tarefas do dia a dia
integral, leguminosas, carne,
Grãos e cereais integrais
e ter tempo para realizá-las,
verduras e legumes, pode fa(feijão, ervilha, lentilha,
deixando espaço para o lazer,
zer lanches rápidos em casa
soja, grão de bico, além
cuidados com a alimentação
e levar para o trabalho, sendo
de arroz integral, pão
e para praticar uma atividade
que estes devem conter um
integral, aveia, amaranto,
física. Quem busca qualidade
tipo de carboidrato e uma
gérmen de trigo)
de vida terá que reorganizar
proteína, além de legumes
a sua vida e identificar prioe verduras. A dica é deixar
ridades, tentando conciliar
tudo preparado para o dia
Azeite extravirgem
as responsabilidades profisseguinte”, comenta a nutrisionais com o tempo para
cionista. A terapeuta ressalta
Oleaginosas
si mesmo”, ressalta Marina.
que o ser humano necessita
Se você está pensando que
de atividades físicas, de lazer,
Peixes ou ovos
refeições balanceadas e alide cuidado com a família, de
mentos nutritivos são muito
uma atividade religiosa, e que
difíceis de serem preparados,
a falta de tempo para se deestá enganado. A nutricionisdicar a isso pode trazer vários
ta afirma que existem vários alimentos práticos e nutritivos que
distúrbios. “Tudo que se faz com exagero passa a ser motivo
podemos deixar sempre em mãos, ou seja, na bolsa, na gaveta
de preocupação. Se perceber que alguém da sua família ou
do escritório, no armário da empresa. Frutas secas, incluindo
amigo está s excedendo no trabalho, ajude-o a descobrir isso
ameixa, uva passa, damascos, banana passa, abacaxi desidrade forma cuidadosa, sem críticas destrutivas, mostrando-se
tado e figo seco; oleaginosas, como castanha do Pará, nozes,
disposto a ajudar sem julgar. Todos nós estamos sujeitos a pasavelã, amêndoas, amendoim; e também frutas frescas, como
sar por fases nas quais não conseguimos identificar e que nos
banana, maçã, pêra, são rápidas de serem consumidas e de
excedemos de uma forma ou de outra”, finaliza Patrícia.
Receita 1
Receita 2
INGREDIENTES
3 fatias de lagarto acebolado com salsinha e cebolinha
2 colheres de sopa de escabeche de berinjela
2 rodelas de tomate
Folhas de rúcula
INGREDIENTES
3 colheres de sopa de atum ralado com orégano
2 colheres de sopa de beterraba ralada
2 fatias grossas de ricota
Azeite extravirgem
Folhas de agrião picadas
MODO DE PREPARO O lagarto e a berinjela deverão estar
prontos para serem colocados no lanche. Assim é só montar
o sanduíche em um pão sírio integral.
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Nova Família
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MODO DE PREPARO Amasse a ricota com um garfo e
misture-a com o atum ralado, formando um patê. Acrescente
azeite e orégano. Monte o sanduíche em duas fatias de pão
integral. Coloque a pasta, adicione a beterraba ralada e as
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Nova Família
51
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trabalho
xxxx
A IMAGEM
PESSOAL É
FUNDAMENTAL
NO AMBIENTE
DE TRABALHO
Educação, ética e comunicação são essenciais para que
sua imagem seja positiva dentro da empresa
DENISE PARCIONICK
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“Assim como a imagem pode contribuir na vida profissional, ela
também pode prejudicar. Tudo depende de como a usamos”.
Amélia Teixeira Dias,
PSICÓLOGA ORGANIZACIONAL
busca pelo primeiro emprego normalmente causa grandes conflitos
internos no candidato. Os motivos
são vários: ansiedade, medo de não
conseguir, dúvida sobre suas capacidades e habilidades profissionais, receio na convivência com os colegas, entre outros. Mas, não apenas para os novatos, alguns itens devem ser levados
em consideração. Quem procura um novo emprego,
por exemplo, e quem tem intenção de manter-se no
que já tem, precisa ter uma postura e, principalmente, deve cuidar de sua imagem pessoal.
A
TER UMA BOA APRESENTAÇÃO
PESSOAL É INDISPENSÁVEL
O profissional deve estar sempre apresentável, com
roupas adequadas e limpas. Outra questão muito
importante é a comunicação. É importante ter um
nível de fala e escrita apropriadas. Tratar as pessoas com respeito, ser simpático e agir com sabedoria
são ações bem vistas. Ter boa postura é outra dica
valiosa. Agir de acordo com os valores da empresa,
sempre respeitando as normas e horários, ter disciplina e saber usar os bens de valor adequadamente,
dizem muito sobre a forma com que cada um se posiciona diante da empresa. Manter a boa convivência
com os colegas, de forma saudável e que traga benefícios, é importante também. Isso vale dentro e fora
do ambiente de trabalho. A ética também deve estar
inserida em todas as ações do colaborador. Mentiras,
trapaças e jogos de manipulação devem ficar bem
longe das atitudes dos profissionais, caso contrário,
sua imagem será sempre ruim e dificilmente será
possível se manter em um emprego.
De acordo com a psicóloga especialista em
psicologia organizacional Amélia Teixeira Dias, a
imagem de uma pessoa pode interferir negativamente na vida profissional. “Assim como a imagem
pode contribuir na vida profissional, ela também
pode prejudicar. Tudo depende de como a usamos;
a consequência da imagem está muito atrelada ao
comportamento, ao modo como nós agimos e nos
movimentamos, e com isso, muito ligada ao modo
como os outros nos veem”, explica.
Ainda segundo a psicóloga, a imagem surge
na interação da pessoa com o seu contexto social,
consequência de relações estabelecidas com os
outros e consigo. “Com isso, o ser humano pode se
cuidar nas relações com as outras pessoas, aprender a interpretar o meio ambiente em que vive e tentar ser o mais adequado às exigências que lhe são
feitas”, destaca Amélia.
A IMAGEM PODE TER AÇÕES
NEGATIVAS E POSITIVAS
Quando ela é boa, contribui para melhorias na vida profissional. “A organização é um lugar em que cada pessoa explora, adapta e habita, a fim de realizar os seus
objetivos. Um espaço de trabalho é também um espaço pessoal que exprime a identidade de um indivíduo e
seu estatuto no interior da organização. E com uma boa
imagem transmitida aos demais, o atingimento de suas
conquistas acaba facilitado”, revela a psicóloga.
A master coach e psicóloga clínica Cintia Seabra acredita que sem dúvidas a imagem pessoal
pode interferir de forma negativa na vida profissional
do indivíduo e até mesmo prejudicar o desenvolvimento de sua carreira. “Por exemplo, em relação à
aparência física, pessoas com sobrepeso ou obesas podem ser vistas como mais lentas e vagarosas
para o cumprimento de suas atividades e, por conta
disso, em muitas situações, podem não ser contratadas ou promovidas. Infelizmente, é uma realidade
carregada de discriminação, mas, de forma lamentável, isso ocorre. Outra questão notada é sobre os
cuidados com cabelos, unhas, dentes e estar bem
vestido. Quem não está com estes quesitos em dia
pode correr risco de não ser bem compreendido em
53
trabalho
xxxx
“Os meios de comunicação se encarregam de criar desejos
e reforçar imagens nas pessoas, onde muitas vezes estas
imagens não condizem com a realidade”.
Cintia Seabra,
MASTER COACH E PSICÓLOGA
sua rotina profissional. Afinal, como se pode exigir
qualidade, esmero e que algo seja impecável no
trabalho, quando a sua imagem pessoal não condiz
com isto que você prega e defende?”, questiona.
Cintia também chama a atenção sobre o
comportamento do indivíduo dentro do ambiente corporativo. Tratar de assuntos pessoais no local de trabalho pode ser nada positivo. “Em outras
palavras, pode ser muito negativo ficar perto dos
seus colegas ou chefes, falando ao telefone sobre particularidades de sua vida. Brigar ao telefone
então, nem se fala. Ficar constantemente pedindo
coisas emprestadas, seja materiais de trabalho ou
até mesmo dinheiro para pagar o almoço, também
não é um bom indicativo. Nesta hora, o indivíduo
pode passar a imagem de folgado ou até mesmo
desorganizado. Fofoca é outro grande problema.
Será que dá para confiar em um profissional que
vive falando da vida de todo mundo? Como promovê-lo para um cargo que precisa de discrição e até
mesmo sigilo sobre algumas informações? Falar da
vida dos outros pode “queimar” certamente a imagem pessoal”, alerta a psicóloga.
Outra questão que deve ser bem cuidada diz
respeito à exposição nas mídias digitais, que igualmente às ações ao vivo, também podem ter seus
prós e contras. “Os meios de comunicação se encarregam de criar desejos e reforçar imagens nas
pessoas, onde muitas vezes estas imagens não
condizem com a realidade. É preciso ter cautela
na maneira como se expor e se expressar nestes
meios, a fim de não transmitir algo que não seja a
intenção”, ensina Amélia.
Para Cintia, não há dúvidas de que uma boa
imagem pessoal possa contribuir positivamente
para a ascensão profissional. “É importante estar
sempre atento à aparência física e aos seus comportamentos, postura no ambiente de trabalho e
fora dele também, especialmente nas redes sociais. O bom senso deve estar acima de tudo e de
54
Nova Família
todos. Vale lembrar que com o advento das redes
sociais, pode ser bem arriscado você se manifestar
nestes espaços para: falar mal ou reclamar da empresa em que trabalha; expor intimidades pessoais;
mentir ou se exceder em vantagens pessoais. Querendo ou não, as redes sociais revelam traços de
personalidade e postura pessoal. E, de repente, a
forma como você é visto em seu ambiente de trabalho possa ser prejudicada pela sua presença, mal
aproveitada, nas redes sociais. Considere que não
há privacidade nelas e pode ser muito chocante
ver o seu funcionário envolvido em uma postagem
altamente preconceituosa. Tome cuidado também
para, na hora do trabalho, não se exceder e ficar
tempo demais navegando nas redes sociais. Esta
atitude pode demonstrar falta de comprometimento com suas atribuições”, ressalta.
Sendo assim, a melhor maneira de ter uma
boa imagem sem interferir no lado profissional é,
primeiramente, ter uma adequação da percepção
de sua própria imagem, pois ela é composta de
uma parte mais real e de outra mais subjetiva. “A autoimagem é o reconhecimento que fazemos de nós
mesmos, como sentimos nossas potencialidades,
sentimentos, atitudes e ideias. A imagem que fazemos de nós nem sempre é a mesma da percepção
dos demais. Com isso, é importante que a pessoa
tenha conhecimento de sua imagem perante a organização, e saber os valores e procedimentos da
mesma, estando assim, adequada para aquela cultura”, orienta Amélia.
Dessa maneira, a nossa imagem na organização acaba sendo basicamente como os outros
nos veem. “Ser simpático, sorridente, construir bons
relacionamentos, ser solícito, cuidar da postura e
atuar com ética são alguns pontos que merecem
atenção. Além disso, se há detalhes que auxiliam
na imagem, infelizmente a maioria ainda se detém
muito na aparência e na vestimenta; então é importante olhar estes itens”, expõe Amélia.
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ALGUMAS DICAS, DE ACORDO COM A MASTER COACH
E PSICÓLOGA CINTIA, PODEM AJUDAR O INDIVÍDUO
A SE PORTAR MELHOR NO AMBIENTE CORPORATIVO
Cuide de sua saúde física e mental
Previna-se para minimizar riscos
de estar doente e ficar faltando
constantemente ou saindo mais cedo
por problemas de saúde. Lembrese: Nem seus chefes e nem seus
colegas de equipe gostam da ideia de
constantemente estarem “cobrindo”
o que caberia a você executar.
Procure se exercitar,
cuidar da alimentação
Cuide também de seu aspecto mental:
momentos de lazer, descontração,
praticar um hobby, fazer uma atividade
física, meditação, ioga. Assim você se
desestressa e não chega ao trabalho
descontando seu desequilíbrio
emocional nos colegas.
Não se envolva com
o que não te diz respeito
Tome cuidado para não tomar partido
em situações que não te competem.
Às vezes, algum colega pode desabafar
com você uma situação e quando você
menos percebe está envolvido em algo
que não precisava.
Procure ser pontual
Este comportamento demonstra que
você respeita o tempo dos outros.
Seja organizado
Uma pessoa organizada economiza dois
recursos vitais para qualquer ambiente
corporativo: tempo e dinheiro.
Seja proativo e colaborador
Esta característica cai bem em
qualquer ambiente profissional.
Saiba trabalhar de forma independente,
solicitando apoio ou orientação apenas
quando necessário, mas, no entanto,
saiba “esticar a mão” para os
colegas de equipe para colocar
um projeto em prática.
Para que a imagem pessoal não interfira
no lado profissional, Cintia explica que
é simples, basta levar a sério a tríade:
responsabilidade, competência e
ética. “Ou seja, se comporte de forma
responsável, dentro e fora do ambiente
de trabalho; esbanje sua competência
ao desenvolver suas atividades
profissionais; em qualquer circunstância,
seja ético acima de tudo”, finaliza.
55
FINANÇAS
xxxx
COMO
ORGANIZAR
SUAS
CONTAS
PESSOAIS?
Manter as finanças pessoais e familiares sob
controle, viver tranquilo e planejar o futuro não é
difícil. Bastam duas coisas: organização e disciplina
DOMINGOS CRESCENTE
56
Nova Família
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E
m tempos de crise econômica, você
sempre vê políticos e economistas afirmando que o governo não pode gastar
mais do que arrecada. É isso mesmo.
Como o governo, nós também não podemos gastar mais do que ganhamos. Simples, não é? É, mas
como saber se estamos gastando mais do que podemos? Como saber se dá para comprar aquele
celular, fazer aquela viagem ou trocar de carro?
Como explica a consultora Andy de Santis,
autora do livro “Liberdade Financeira ao Alcance
de Todos”, o primeiro passo para equilibrar suas
finanças e alinhar os planos da família é tirar uma
fotografia de sua situação, anotando regularmente
as receitas e despesas. “Tomar esta atitude é como
acender uma tocha na escuridão” diz ela, “pois muitas famílias tomam decisões ‘no escuro’ por não
terem consciência de suas entradas (ou receitas),
de quanto precisam para sustentar seu padrão de
vida (seu orçamento) ou de quanto efetivamente
gastam (suas despesas)”.
Para a consultora, sem essas informações,
qualquer decisão financeira pode trazer sérias
complicações à vida familiar, tanto financeiramente
quanto emocionalmente. Como ela destacou, um
recente estudo com 4,5 mil casais americanos revelou que a principal causa de divórcios é o dinheiro. E muitas vezes não é a falta de dele que provoca
a ruptura da família, e sim a má administração.
A melhor forma de organizar suas finanças é
saber quanto você ganha e quanto gasta. Comece
somando todos os seus ganhos: salário líquido, rendas de trabalho extras, pensões etc. Com o total de
seus ganhos, resta saber qual o valor de todas as
suas despesas. E aí é um pouco mais complicado,
pois existem três tipos de despesas.
Despesas fixas:
Despesas fixas: são aquelas cujo valor é invariável e estão presentes para pagamento todos os meses. São as
despesas como aluguel, prestações de casa, carro, TV a cabo, internet, mensalidades escolares ou tudo o que
você comprou com parcelamento (móveis, eletrodomésticos, etc.).
Despesas variáveis:
Despesas variáveis: são aquelas que, apesar de estarem presentes todos os meses, têm valores variáveis
porque dependem do seu consumo. São contas de água, luz, gás e telefone; gasto com combustíveis etc.
Despesas extras:
Despesas extras: são as que você pretende fazer, mas não se repetirão a cada mês. São os valores de viagens e atividades de lazer, obras e reformas na casa, manutenção de carro etc. O ideal é distribuir cada uma
das despesas ao longo do ano, de acordo com a disponibilidade de recursos.
57
finanças
Com esse retrato da situação, você terá ideia
de como se comportará sua vida financeira no futuro próximo. E poderá rever hábitos e costumes de
consumo para que, a cada mês, exista uma sobra
para poupança ou outro tipo de investimento, que
poderá ser útil em caso de alguma emergência.
COMO FAZER
primeira exigência para monitorar seu orçamento:
organizou suas receitas e suas despesas. Agora,
entra a disciplina. Sem ela, de nada adiantará todo
esse trabalho de organização. É imprescindível para
controlar suas finanças e exige muita disciplina para
atualizar todos os dados regularmente. Só assim
você terá uma visão clara do que acontecerá na sua
vida financeira nos próximos meses.
A parte mais fácil do processo é chegar aos valores
das receitas (pelo menos se você for assalariado)
e das despesas fixas, já que eles não se alteram e
permitem um planejamento com grande exatidão.
As despesas variáveis são mais complicadas,
já que os valores se alteram a cada mês. Por isso é
importante fazer uma média dos valores dos últimos
meses, para que o valor real da conta fique o mais
próximo possível do que foi orçado. As despesas
extras também exigem cuidado para que fiquem na
realidade. Assim, antes de colocar no seu orçamento
uma viagem, por exemplo, pesquise preços.
Tendo isso em uma planilha, você cumpriu a
Essa parte é facílima. Os sites dos grandes bancos
e instituições financeiras permitem que você baixe
para o seu computador planilhas já prontas, com
todas as fórmulas necessárias. Você só vai precisar
adaptar alguns itens de acordo com as despesas
que costuma fazer, suas fontes de renda etc.
Portanto, não há mais desculpa para desequilibrar o seu orçamento ou deixar de planejar a realização dos seus sonhos. Tenha sempre em mente:
os sonhos só se realizam com determinação, organização e disciplina.
COMO FAZER UMA PLANILHA
ALGUMAS DICAS IMPORTANTES
•
Prepare a planilha e atualize-a sempre. Sem isso, não há controle nem planejamento.
•
Separe sempre uma reserva para despesas extras.
•
Não trate despesas variáveis como se fossem despesas com valores inalteráveis.
•
Mantenha o dinheiro da poupança fora de seu alcance, para não gastá-lo.
•
Faça com que a família inteira participe do orçamento.
•
Procure formas de cortar despesas.
•
Procure formas de conseguir recursos extras.
(Fontes: 7 erros frequentes no orçamento doméstico, da Revista Exame; Cartilha do Orçamento Doméstico da Boa Vista,
empresa administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).
58
5
8
Nova Família
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V
FAM
MÍLIA
Nova Família
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Sexo
É POSSÍVEL ENSINAR
SENSUALIDADE,
COMPORTAMENTO
SEXUAL
E SEDUÇÃO?
A busca pelos relacionamentos que oferecem muito mais
do que apenas prazer, mistério e romance
DENISE PACIORNICK
E
m poucos anos, muitas coisas mudaram no nosso cotidiano. Entre elas, a
situação da mulher em relação às leis,
ao seu papel na sociedade, à forma
como ela se posiciona e como deve ser vista. Com
essa evolução, alguns temas, que ainda podem ser
vistos como tabu para alguns, são mais do que essenciais para serem debatidos para outros. Entre
estes temas podemos citar a sexualidade que, de
forma abrangente, sofreu grandes mudanças a partir do momento em que a mulher passou a buscar
seus direitos. Especialmente porque o assunto passou a ser falado e ensinado dentro da sala de aula.
Com as mudanças de valores e com o au-
60
Nova Família
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mento do número de mulheres que passaram a colocar suas carreiras, anseios e desejos acima do que,
antigamente, era visto como primordial nas suas
vidas, naturalmente também mudou a forma de se
relacionar. A busca por parceiros que possam somar
e trazer coisas novas e interessantes, independente
da orientação sexual de cada um, tornou-se maior.
Na atualidade, as pessoas buscam se relacionar
com quem pode oferecer muito mais do que apenas
segurança. Precisa ser alguém que instigue o prazer,
o mistério, o romance, que saiba ser sensual e que tenha essência, ou seja, que tenha conteúdo e cultura,
além de ter a capacidade de incentivar o companheiro, tanto na vida pessoal quanto na profissional.
Sendo assim, é importante que o tema seja
debatido em casa e na escola. Afinal, especialmente na adolescência, existem muitas dúvidas e
curiosidades sobre este assunto tão vasto. Quando
elas não são sanadas, podemos nos deparar com
adultos tímidos, que sentem vergonha de falar sobre o assunto e até mesmo de realizar os desejos
sexuais de seus parceiros, simplesmente por nunca terem tido a oportunidade de falar sobre isso. E
é a partir daí que surge a dúvida: é possível ensinar
sensualidade, comportamento sexual e sedução?
Precisamos lembrar que a sexualidade faz
parte da conduta humana, e nada mais é do que
a busca pelo prazer, a descoberta de sensações a
partir do contato físico, a atração por outra pessoa,
que tem como objetivo gerar prazer e satisfação. De
acordo com a explicação da psicóloga Joslaine Werner, a palavra sedução, no dicionário, tem a seguinte
definição: é o ato de seduzir, atrair, fascinar, deslumbrar, cativar, persuadir, influenciar, desencaminhar.
“Portanto, pode ser usada tanto para o bom quanto
para o mau sentido. É possível seduzir pessoas por
ideias, comportamentos e crenças. O senso comum
usa o termo para designar o ato de seduzir ou atrair
no sentido sexual ou sensual. Nossa cultura enaltece
a sensualidade feminina, mas, como é uma sociedade histérica (no sentido Reichiano: aquela que seduz,
seduz e seduz; mas só pelo prazer da sedução mes-
61
Sexo
mo), a sedução é mais aplicada para cativar e fascinar do que para efetivar a sexualidade. É o eterno
jogo da conquista só pela conquista”.
Mais de 93% da comunicação não é verbal e,
no jogo da sedução, acontece de maneira sutil ou
devastadora. Joslaine destaca que Darwin já havia descrito que, em todo o reino animal, o macho
agressivo corteja a fêmea submissa utilizando performances e observações a respeito da resposta
dela, com o intuito de perceber se ela “abrirá a
guarda” para que o ato sexual aconteça. “Na espécie humana, o mesmo acontece, principalmente pela linguagem corporal – olhares, posturas
corporais, expressões faciais e gestos exprimem
tanto a rejeição quanto a aceitação. O problema
é que esse jogo de sedução é ensinado também
de maneira sutil, como parte da nossa cultura. As
crianças aprendem observando o comportamento dos adultos que, por meio da sedução, podem
tentar obter vantagens sobre os outros. Esse é o
uso prejudicial da sedução, quando uma pessoa
seduz, atrai e cativa outra (ou outras) para obter
vantagens pessoais, sem a real intenção de es-
tabelecer qualquer tipo de relacionamento. Isso
acontece em todas as esferas da nossa sociedade
e é um comportamento doentio”, alerta.
O comportamento sexual se define juntamente com o desenvolvimento da personalidade
das crianças, pela identificação com o genitor do
mesmo sexo e, posteriormente, com as outras
pessoas com quem convive. “A definição da sexualidade e a orientação sexual só se estabelecem depois da adolescência. Podemos e devemos orientar as crianças e adolescentes sobre
sexualidade, mas nunca com o objetivo de moldar
estereótipos ou tendências. O comportamento é
aprendido nas relações diárias, por meio de identificações e imitações. As táticas de sedução também. O que deve ser incluído na educação formal
e informal é a naturalidade da sexualidade; como
algo inerente ao ser humano, mas com o direcionamento devido”, esclarece Joslaine.
O tema, em relação aos jovens, deve ser
abordado de maneira natural e como parte da
educação. Não deve ser passada a visão preconceituosa de que é algo sujo ou proibido, nem de
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que deve ser restrita a alguma forma de relacionamento. “Deve ser abordada por um profissional
habilitado, que possa orientar sem se sentir constrangido, ensinando além das formas de prevenção de doenças e gravidez indesejada, mas como
uma forma de prazer natural do ser humano, que
pode e deve ser vivida com maturidade e discernimento”, orienta a psicóloga.
Junto com o desenvolvimento da sexualidade e do conhecimento sobre o tema, surge outra
vertente, que também faz parte da conduta humana: a sensualidade. Joslaine comenta que sensualidade é o poder de atração, de sedução. Está muito
ligada ao que estimula os sentidos e sensações.
Também é formada, em grande parte, pela linguagem não verbal e é inerente ao ser humano: uns
mais, outros menos; uns a utilizam com muita sutileza, outros com mais intensidade. “O que muitas
pessoas confundem é que a sensualidade é mais
uma questão de atitude e comportamento do que
de roupas e imagem corporal. Não existe uma receita de como ser mais sensual. É, na verdade, o
resultado de estar bem consigo, de saber lidar com
a sua energia sexual, autoestima e segurança”.
Por outro lado, quando passa do limite, a sensualidade pode se tornar vulgar. A psicóloga ressalta que é o que observamos diariamente em roupas
muito justas, decotes, comportamentos exagerados, gestos e modo de falar muito afetados. Isso
prejudica até a credibilidade da pessoa. Os exageros são deselegantes.
Sendo assim, como tudo na vida, é possível sim
ensinar sensualidade, comportamento sexual e sedução. Como essas questões são fruto da somatória
das experiências de vida e resultado das interações
bio-psico-social e espiritual, não se pode moldar
esta ou aquela maneira de se portar frente a essas
situações. “O que é possível e recomendável que se
faça é um trabalho de orientação sobre como lidar
com a sexualidade madura, com as situações de
sedução e sensualidade, de maneira individual e de
acordo com os valores e crenças da pessoa, da família e da sociedade na qual está inserido. Como já
foi destacada, a sensualidade é uma expressão não
verbal e individual. Portanto se for treinada, deixará
de ser natural e espontânea”, finaliza.
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Nova Família
coluna - sexo
SEXUALIDADE,
CIÊNCIA E O TABU
DO PRAZER
Colocamos a sonda Rosetta em um cometa que se move
a 64 mil quilômetros por hora para entender o sistema
solar, mas ainda não sabemos se a vagina tem o ponto G
CLÉO
LÉO FRANCISCO
uando comecei a estudar sobre sexualidade, dizia que este
parecia um mundo
à parte. Alguns anos
depois, me vejo aqui na frente do computador com conhecimentos a mais e
a certeza de que o assunto é um universo a ser descoberto. A constatação
é incrível, uma vez que só estamos aqui
porque nossos pais fizeram sexo, assim
como eles são frutos da relação entre
nossos avós e por aí vai. Falar sobre algo
tão natural e necessário à perpetuação
da espécie e fazer pesquisas sobre o
assunto nesses tempos modernos não
deveria ser visto como tarefa difícil, certo? É, não deveria.
A humanidade não existiria sem o
exercício da sexualidade, que nos abriu
as portas para o amor. Sim, grande parte
da responsabilidade de você estar aqui
Q
64
Nova Família
lendo minha coluna também é desse
sentimento tão cantado em verso e prosa.
Há milhões de anos atrás, quando nossos
ancestrais decidiram sair das árvores e viver sobre dois pés, sem saber eles faziam
a escolha que nos trouxe até aqui, como
explica o livro O Significado e a Importância do Amor – um estudo fenomenológico (Casa do Novo Autor Editora).
Nele, a psicóloga e doutora em
Psicologia Ana Lúcia Nogueira Braz nos
traça um painel que mostra a importância que o amor teve para o surgimento
de grupos que dariam origem à sociedade como a conhecemos hoje. Através
de ampla pesquisa com pensadores e
estudiosos, percebemos em sua obra
que, bípedes e com postura verticalizada, nossos antepassados puderam
fazer o que poucos animais faziam: sexo
frente a frente, deixando à mostra para
o outro as partes frágeis de si.
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Em um mundo perigoso e com
predadores à espreita, machos e fêmeas desfrutavam de confiança, intimidade sexual e geravam descendentes. Os
pelos caíram, a pele ficou mais à mostra e disponível para contato e o sexo
deixou de ser feito apenas no período
do cio da fêmea. O bem-estar provocado nos parceiros pelas substâncias
produzidas durante esses encontros
ajudava muito para estimular esses encontros fora do período fértil.
“Desta forma, sexualidade, erotismo e ternura combinaram-se e formaram a base psico-afetiva do casal. Isto
pode ter originado o que muitos denominam amor romântico”, escreve a autora,
que depois conclui: “Sem amor, os seres
humanos não formariam vínculos. Sem
vínculos, não formariam os sistemas sociais, sem estes não haveria socialização
genuína dos seres humanos e, por fim, a
evolução estaria comprometida”.
Mas, surgiu também a necessidade de organizar a sociedade, instituir
leis para regulamentar as relações e
comportamentos. E a religião ditou regras para os momentos íntimos entre
homens e mulheres. Nos primeiros séculos do Cristianismo, alguns religiosos
nem sequer queriam que o matrimônio
fosse um assunto da Igreja por se tratar
de algo mundano. O tempo passou e o
casamento acabou se tornando sacramento no século XIII, mas com o objetivo
claro de procriação e contenção da sexualidade. Mais: a união também se tornou indissolúvel. O século XX trouxe uma
série de mudanças sociais e comportamentais. Foram décadas de revoluções,
principalmente sexuais. As mulheres se
emanciparam e também subiram a barra
dos vestidos longos, até poderem bronzear seus corpos nas praias usando fio
dental. Foi criada a pílula anticoncepcional, que as libertou para usufruir do prazer sexual com quem quisessem e sem
medo de engravidar. O movimento LGBT
também conquistou espaço para lutar
por seus direitos.
A tecnologia invadiu todos os espaços. Com alguns cliques, acessamos
e-mails, pagamos contas, transferimos
dinheiro, compramos o que precisamos.
Em 2014, a sonda Rosetta pousou em um
cometa que se move a 64 mil quilômetros por hora. Cientistas de vários países
do mundo se uniram no projeto que teve
o investimento de algo em torno de 1 bilhão de euros e cujo objetivo é aprender
mais sobre nosso sistema solar.
A equipe que conseguiu esse feito histórico merece parabéns. Mas, me
pergunto se já não era hora de também
nos esforçarmos para descobrir um
pouco mais sobre a sexualidade dos
habitantes da terra e, quem sabe, dirimir as dúvidas, acabar com medos e
derrubar preconceitos. Só para exemplificar: até hoje há divergências sobre
a existência do famoso ponto G, que
seria um ponto de prazer que fica na
vagina. Também não se chegou a um
consenso sobre a ejaculação feminina.
Pode parecer bobagem e pouco importante para alguns, mas essas são
algumas das perguntas que ouço com
frequência junto com outras que dizem
respeito à orientação sexual, por exemplo. Será que com o nível de tecnologia
que conquistamos seria assim tão difícil
respondê-las?
Fico pensando se isso é resquício
da ideia de que ter prazer sexual é pecado. Temos tanta sede de conhecer o
que acontece em mundos distantes do
nosso e não damos a devida atenção
aos corpos que habitamos.
65
cotidiano
TROCA DE SEXO:
O QUE MUDA APÓS A OPERAÇÃO?
Transexuais falam dos dramas e da mudança de vida após a cirurgia
POR LUCIANA BRUNCA
u sou mulher porque nasci assim, a
despeito de ter um
órgão genital masculino até os meus
31 anos”. Foi com essa frase que a transexual Guta Silveira definiu os próprios
sentimentos. Ela foi a primeira transexual
de São José do Rio Preto, interior de São
Paulo, a fazer a cirurgia de transgenitalização, popularmente conhecida como
“E
mudança de sexo, em 1998. Guta ressalta que desde muito pequena percebia
que havia algo de errado. “Eu tinha 3 anos
quando vi homens nus no vestiário de um
clube e aquilo chamou minha atenção e
me marcou muito. Até hoje lembro como
se fosse agora. Eu não sabia direito, mas
ter um pênis atrapalhava minha vida. Eu
me lembro de uma vez em que deitei
para dormir, mas passei a noite inteira
tentando a mudança do órgão genital
por meios mentais”, comenta. O urologista Carlos Adib Cury, pioneiro em cirurgias
de mudança de sexo no País, afirma que
os transexuais não se identificam com o
próprio corpo. “A sensação que possuem
é que nasceram em um corpo errado.
As causas da transexualidade ainda são
desconhecidas, mas acredito que daqui
a alguns anos vamos poder determinar o
que causa esse transtorno de identidade e gênero”, explica. Guta comenta que
“Acredito que falar sobre o assunto,
embasado na verdade e sem vergonha ou medo,
ajuda a quebrar as barreiras do preconceito.”
Guta Silveira, TRANSEXUAL
O QUE DIZ A LEI
inda não existe nada em relação aos transexuais na
legislação brasileira. De acordo com a advogada Ana
Paula Corrêa da Silva, tudo foi produzido com o passar
do tempo devido às ações ajuizadas visando retificações (alteração) de nome e gênero. “Hoje reconhecem tanto o direito
à retificação do nome como do gênero, inclusive em casos
onde não tenha sido realizada a cirurgia de adequação sexual. Casos em que os pacientes ainda estejam em tratamento
A
66
Nova Família
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e acompanhamento por equipes multidisciplinares, casos de
transexuais femininos/masculinos, tendo em vista que estes ainda possuem pela resolução do Conselho Federal de
Medicina (CFM) natureza de tratamento experimental. Assim,
com o ajuizamento de ação de retificação de nome e gênero,
dentro da lei, é feito pedido judicial e, se cumpridas as etapas
necessárias, muitas vezes com entrevistas por equipe psicossocial forense e, dependendo da situação e do entendimento
“Sim, ainda existe preconceito. Acredito
que informações e esclarecimentos sobre
o assunto iriam diminuir o problema”.
UMA
NOVA
REVISTA.
UMA
NOVA
FAMÍLIA
Roberto, TRANSEXUAL
*nome fictício
aos 13 anos, por imposição do pai, procurou uma psicóloga para tentar entender
o que estava acontecendo. “Mas por ele
eu também fui à macumba, em jogos de
futebol e coisas absurdamente masculinas, na tentativa de não fazê-lo infeliz,
mas nada surtiu efeito. Dentro de mim
sempre houve uma mulher tentando não
ser rejeitada”, conta. O transexual Roberto (nome fictício) fala que aos 7 anos percebeu que estava no corpo errado e que
queria ser um menino. “Quando era pequeno ficava me perguntando por que
queria ser um menino e porque não era
um. Era muito triste por isso, e não me
sentia à vontade com meu corpo, queria
modificá-lo. Eu me sentia preso dentro
de um corpo que não era o meu”, afirma. Em seu livro “Transexualidade – da
Mitologia à Cirurgia“, o urologista explica
que, segundo a Organização Mundial
de Saúde (OMS), para ser considerada
transexual, a pessoa terá que apresentar
por um período de no mínimo dois anos
todas as características do sexo oposto
ao sexo biológico, viver e se vestir como
tal e não apresentar nenhum transtorno
mental ou biológico. “A partir do momento em que se resolve pela mudança de
sexo, é preciso ter um diagnóstico bem
definido. São dois anos de avaliação com
psicólogo, além de uma equipe multidisciplinar. E somente depois de cumpridos
todos esses passos, é que a cirurgia é
realizada. Durante essa avaliação, o paciente descobre seus direitos na justiça
e também tira todas as dúvidas em relação a como será o processo operatório e
o resultado final. Eu afirmo sempre que
nunca será uma genitália natural e geralmente são necessárias algumas cirurgias
de retoque”, explica Cury.
de juízes e promotores, hoje em dia na maior parte dos pedidos há a conclusão dos
respectivos processos com mudança de nome e gênero”, explica. O tempo de tramitação do processo é variável. “Os transexuais possuem os mesmos direitos que
qualquer outro cidadão, apenas o que ocorre é que muitas vezes encontram alguns
obstáculos ao exercício desses direitos. Seja pela sua condição, aparência, mas na
maioria dos casos ocorre devido ao desconhecimento de algumas pessoas sobre a
situação que se apresenta e também pelo preconceito”, diz Ana Paula.
67
ação social
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MIC HELE VIT
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Nova Família
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oje entendo que nada realmente
é por acaso. Acredito que o propósito era esse”. Com essa frase
que somente as pessoas capazes
de enxergar o lado bom da vida
conseguem falar, é que começamos o bate-papo com
a maquiadora Cice Hiromi Dalla Ru, diagnosticada com
câncer de mama no começo de 2014.
Tudo começou quando trabalhava e estudava em
Bauru. Até que um dia surgiu uma oportunidade almejada há muito tempo, que era trabalhar na capital. Foi nessa época que Cice encarou a estrada e novos caminhos.
Só que a correria do dia a dia, a agitação da capital, a
pressão do novo emprego e a rotina atribulada da faculdade
de jornalismo deram espaço para o surgimento de um problema inesperado: a depressão.
Com o sentimento de solidão se instalando e o aumento do estresse, Cice resolveu largar a nova rotina e
voltar para o interior, onde conseguiria tratar melhor o seu
problema de saúde. Nessa época, um amigo a surpreendeu com um presente inesperado: um curso de maquiagem no SENAC.
E esse foi um dos passos mais importantes para o
processo de melhora em sua saúde. A maquiagem trouxe mais brilho e cor para a sua vida. “Não tinha nenhum
objetivo concreto quando iniciei o curso. Quando ele me
“H
69
ação social
deu esse presente, eu estava enfrentando um momento difícil e, então, resolvi aceitar. Foram seis meses de curso e, quando eu já estava para concluir,
começaram a aparecer várias oportunidades para
trabalhar como maquiadora, tanto em Bauru quanto
em São Paulo. Agarrei essa nova fase com unhas
e pinceis e, com isso, consegui evoluir em minha
recuperação”, conta Cice.
Em pouco tempo, a dedicação à maquiagem
começou a crescer. Cores, brilhos, sombras, batons
e esmaltes começaram a fazer parte da vida de
Cice. Foi quando ela percebeu o quanto era capaz
de fazer bem para outras mulheres com essa sua
mos situações na qual o corpo corresponde a ressentimentos, como mágoas ou medo, quando estes
são guardados por muito tempo. Esses sentimentos
sedimentam no subconsciente e em algum momento acabam sendo liberados no corpo”, comenta Cice.
Segundo ela, no momento em que o médico
deu o diagnóstico completo, era como se o mundo
parasse e ela ficasse surda. “Sabe aquelas cenas de
filme nas quais a pessoa vai falando ao seu redor,
mas você não é capaz de sentir nada? Foi exatamente assim que me senti”, relembra.
De acordo com Cice, nos três primeiros dias
foi o período no qual a ficha realmente caiu. “Cho-
“Consegui resgatar a consciência de
que quem deveria fazer algo por mim
era eu mesma e mais ninguém.”
Cice Hiromi Dalla Ru,
MAQUIADORA
nova profissão. “Foi então que decidi que gostaria
de criar um projeto social no qual a maquiagem fosse o instrumento que ajudasse a trazer benefícios
para as pessoas”, comenta.
Nessa época, o que ela ainda não imaginava
era o quanto essa sua nova paixão seria capaz de
trazer benefícios também para a sua própria vida e
para a de várias outras mulheres.
O SUSTO...
A NOTÍCIA QUE TROUXE MEDO
Foi nesse momento, no qual se sentia recuperada
da depressão, que uma notícia abalou suas estruturas. Segundo ela, talvez o corpo estivesse correspondendo aos sinais da depressão: foi diagnosticada com câncer de mama no início de 2014.
“Acredito que, mesmo sem perceber, atraía-
70
Nova Família
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rei muito nesse começo e xinguei, até que um dia
acordei por volta de 4h da manhã, sentei na cama
e falei para mim mesma “então essa porcaria essa
aqui dentro de mim, né? Ok”. Foi nesse momento
que aceitei a situação e tentei colocar em prática
uma lição que sempre aprendi com meu pai, serenar o coração e a mente para fazer o que precisa
ser feito. Foi aí que consegui resgatar a consciência de que quem deveria fazer algo por mim era eu
mesma e mais ninguém, ou seja, ou começaria a
pensar positivo e tomaria a decisão de me curar,
para manter o emocional saudável, ou ninguém poderia fazer nada por mim”, revela Cice.
E quando começou o tratamento de quimioterapia, momento em que muitas pessoas se entregam e perdem a esperança, Cice conseguiu se aproveitar de um momento difícil para se levantar e dar a
volta por cima. Foi então que percebeu que poderia
fazer muito por si mesma e por outras pessoas.
“No mesmo dia que iniciei o tratamento, fui
avisada sobre a queda dos cabelos, que normalmente começa a acontecer por volta de 20 dias
após a primeira sessão. Mas, todos esses avisos não
são capazes de nos preparar para enfrentar esse
momento. Certo dia, quando fui prender o cabelo,
veio um monte de fios na minha mão. Nunca tinha
visto aquilo. Chamei minha mãe, que também ficou
bem triste com a cena. Mas, foi junto com a força
e o apoio dela que comecei a tomar as primeiras
decisões de mudanças”, comenta.
A maquiadora recorda a frase da mãe naquele momento: “Tudo de ruim está indo embora com
esse cabelo e o novo vai nascer em breve”, conta.
Naquele mesmo dia, Cice decidiu ir ao salão
para raspar a cabeça e adotar o uso de lenços e
perucas. Mas, não foi somente essa importante
decisão que tomou naquele momento. Foi nesse período que ela começou a produzir vídeos
com dicas de automaquiagem, para proporcionar
efeitos saudáveis no rosto adoecido e cansado
das mulheres com câncer. Esses vídeos serviram
como a porta de entrada para a criação do movimento Eu me Amo.
MOVIMENTO EU ME AMO
Segundo Cice, o movimento foi criado com o objetivo de ajudar as pessoas a encontrar seu estado emocional saudável e positivo, para encarar as
situações difíceis. “Principalmente, durante essas
provas de fogo que a vida nos traz, é que precisamos ter bem firme o pensamento ‘eu me amo’,
porque, se a pessoa não conseguir manter a autoestima elevada, se não acreditar em si mesma e se
não gostar de si mesma, não irá corresponder ao
mundo o que ele oferece de melhor. Quando não
conseguimos entrar nessa sintonia, muitas chances
de melhoria são desperdiçadas por não conseguirmos enxergar que tudo conspira a nosso favor. E é
esse estado de espírito que o movimento procura
levar a todos”, detalha.
O movimento inclui também uma fanpage, que
reúne milhares de seguidores. A página é abasteci-
da diariamente, de maneira objetiva e positiva, com
mensagens da maquiadora sobre todos os passos
enfrentados na busca pela cura. “Tento mostrar de
uma forma mais tranquila como foi ficar careca”, diz.
Para ela, o sucesso da página deve-se ao fato
de que as pessoas que estão doentes se sentem
com as energias físicas sugadas e com isso o computador torna-se um bom aliado e até companheiro. “O acesso a nossa página pode ser um conforto,
um apoio e uma força a mais”, afirma Cice.
Além dos vídeos e da página virtual, Cice também leva sua maquiagem para a ala de Oncologia
do Hospital Estadual de Bauru. “Quando chego ao
hospital, muitas das pacientes estão deitadas, debilitadas fisicamente e também emocionalmente.
No entanto, no momento em que terminamos as
maquiagens, elas se olham no espelho por outro
ângulo e algumas chegam a me dizer que até a dor
sumiu. Não há dinheiro no mundo que pague esse
prazer de poder ajudar pessoas que, assim como
eu, estão enfrentando isso”, ressalta.
“No fundo nós sabemos que não é só o
makeup que resolve o problema, mas ajuda um
bocado. Melhora a autoestima em até 90%. E isso
faz a diferença, não só para elas, mas muito mais
para mim”, conclui Cice.
71
religião
O MAIS IMPORTANTE
É COMO VOCÊ SEGUE
Religião é fé, é paixão. Não tem lógica, nem motivo. É a crença
inabalável que pode, é claro, vir para o bem. Mas, também para o mal,
na forma de fanatismo e intolerância
DOMINGOS CRESCENTE
Q
uando perguntamos
se a religião pode ser
um apoio, um suporte
à vida em um mundo
cada vez mais exigente e complicado, a
resposta mais honesta é: depende mais
de você do que da religião. Não depende do deus que você segue, mas sim de
como o segue. Depende de como você
interpreta os ensinamentos da sua religião.
Enfim, de como você se posiciona na vida.
Como explica Maria Alice Prado
– psicóloga paulistana com mais de 30
anos em consultoria de Recursos Humanos e consultório clínico – acreditar
em algo maior, mais forte e mais poderoso dá maior segurança ao indivíduo,
tornando possível que se possa esperar
mais da vida. “Além disso, a religião estabelece regras que apoiam a estrutura
da personalidade, segundo os concei-
72
Nova Família
tos psicanalíticos: limitam a atuação do
ID (impulsos e conteúdos inconscientes), estabelecendo-se inclusive como
parte do SUPEREGO, que é máscara
social, que nos ensina a conviver em sociedade e aceitar limites”, diz ela.
Deste modo, ainda segundo Maria
Alice, antes de um ato ilícito ou apenas
não aceito socialmente, como atitudes
indevidas com familiares ou no âmbito
profissional, o indivíduo vai pensar que
está infringindo os mandamentos de
sua crença, que seu deus tudo vê, tudo
sabe e que ele poderá ser punido, ou
não ser tão bem visto aos olhos de deus,
ao agir desta forma.
Assim, a religião atua como um
freio aos nossos impulsos inconscientes, tornando a relação com os outros,
e mesmo nossa atitude diante de fatos
desagradáveis, mais fácil e adequada
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aos padrões da sociedade.
Mas, existe também o outro lado,
que pode prejudicar o desenvolvimento
dos indivíduos. “Acreditar em um deus,
seja ele qual for, pode dar a alguns a
sensação de que tudo está nas mãos
dele, tanto o bem como o mal. Com
essa crença, qualquer pessoa pode
deixar de aplicar devidamente energia
e força na manutenção da vida, já que
meu deus é maior e meu esforço nada
adiantará se ele não quiser”, diz ela.
RELIGIÃO E FAMÍLIA
É inegável que a família tem uma grande influência na religiosidade de seus
membros, principalmente nos primeiros
anos de vida das crianças. Apesar disso, é preciso lembrar que a escola, os
grupos, os ambientes frequentados e a
própria mídia atuam como formadores
de opinião a respeito da religião. Por
isso, a responsabilidade dos pais ou tutores deve ser entendida como um processo que não imponha crenças, mas
que direcione os filhos para que eles
estejam fortalecidos e em condições de
fazer suas próprias escolhas, inclusive a
sua crença religiosa.
“Oferecer informação no decorrer
da vida e respeitar escolhas quando
houver maturidade para tal é sinal de inteligência e discernimento por parte dos
pais. A ideia de que os filhos devem ser
a imagem e semelhança dos pais é uma
distorção do processo de educação”,
lembra a psicóloga.
UMA RELIGIÃO,
MUITAS VISÕES
Existem muitas maneiras de seguir uma
mesma religião. Para citar um exemplo
recente, podemos lembrar o Estado Islâmico, que tem uma visão da religião
muçulmana diferente de outros grupos
que também são fiéis ao Corão e aos ensinamentos de Maomé. São duas visões
diferentes de uma mesma religião. Muitos analistas dizem que os acontecimentos recentes na Europa não têm apenas
fundo religioso, mas também complicadas questões geopolíticas. Pode ser, mas
esse já é outro assunto.
As diferentes visões sobre uma
mesma religião - felizmente em níveis
muito menos agudos e dramáticos do
que o exemplo citado - estão presentes
em outras crenças. Nem sempre a atitude de pessoas que dizem seguir uma
religião está totalmente de acordo com
princípios básicos dessa mesma crença. Fazer o bem, ser solidário, ajudar os
que mais precisam são fundamentos de
quase todas as entidades religiosas existentes no mundo. Mas, pense bem: todas
as pessoas religiosas que você conhece
seguem esses preceitos à risca?
A religião pode ser um apoio para
que você escolha o seu caminho, a forma como vai superar dificuldades, o jeito com que vai lidar com a perda e com
a culpa sem prejudicar ninguém. Significa que pode ajudar a decidir caminhos
e tornar um pouco mais suportáveis os
naturais tropeços da vida, mas isso nunca deve ser encarado como uma “recompensa” pela fidelidade a um deus,
seja ele qual for.
Em outras palavras, a religião não
pode ser uma forma de “se dar bem na
vida”, de acreditar que “Deus é pai” e
que, por isso, irá realizar os seus desejos.
A religião não pode servir de desculpa
para os seus erros ou omissões.
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cotidiano
COMO
PROPORCIONAR
SEGURANÇA
E CONFORTO
PARA OS IDOSOS
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Nova Família
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Algumas mudanças importantes na casa podem
proporcionar mais segurança para a família
e preservar a autonomia da pessoa idosa
MICHELE VITOR
C
om o aumento da expectativa de
vida e a redução da natalidade, é
possível visualizar um crescimento
expressivo no número de idosos.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde
(OMS), até o ano de 2050, mais de 2 bilhões de pessoas no mundo terão mais de 60 anos de idade.
E, com esse novo cenário, várias necessidades até
então desconhecidas começam a surgir e a preocupar inúmeras famílias.
Quando o assunto é envelhecer, muitos medos rondam a cabeça das pessoas que pensam em
cuidar de entes queridos ou mesmo que se preocupam em se preparar para a própria velhice.
De acordo com uma pesquisa realizada pela
Nielsen, com pessoas de diversos países, 49% da
população têm medo de se tornar um fardo para
a família ou amigos, e cerca de 54% têm medo do
abandono ou ida para lares de idosos. A mesma
pesquisa mostra ainda que, entre os brasileiros, 22%
desejam morar com seus filhos ou familiares na
fase do envelhecimento, e 44% gostariam de permanecer na própria casa com o cônjuge.
E é aí que começam a surgir os problemas.
Muitos filhos querem que os pais passem a viver
sob seus cuidados em suas casas, com genros, noras e netos. Mas, essa é uma decisão que necessita
ser discutida e avaliada com o próprio idoso, pois
muitos não desejam perder a autonomia.
Alguns idosos preferem morar em suas próprias casas, mesmo quando ficam viúvos, optando
pela independência de viverem sozinhos. Isso asse-
75
cotidiano
gura a autonomia, que, muitas vezes, tem relação
direta com a saúde mental da pessoa.
Hoje em dia, há uma redução significativa na
imagem do idoso incapaz de viver sozinho. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD),
o número de idosos que moram sozinhos cresceu
significativamente no país. O estudo aponta que a
quantidade de idosos que não estão acompanhados em suas casas triplicou entre os anos de 1992 e
2012, passando de 1,1 milhão para 3,7 milhões. Entre
os que moram sozinhos, 65% são mulheres.
No entanto, mesmo para os que se sentem independentes, com disposição e saúde em dia, são
necessários alguns cuidados específicos para evitar,
do aumento de vãos de portas e corredores. “O
máximo de segurança e conforto é primordial para
o próprio idoso e para a tranquilidade de toda a sua
família”, comenta.
Segundo a especialista, todas as partes da
casa precisam ser adaptadas para essa nova fase
da vida. “Com um simples projeto é possível facilitar
o dia a dia do idoso. É preciso pensar em ajustar a
altura das camas e das mesas, além de dispensar
a utilização de tapetinhos que possam causar acidentes. Todos os tapetes devem ser antiderrapantes”, explica.
A arquiteta afirma ainda que as máquinas de
lavar devem ter abertura frontal (para facilitar o manuseio), os equipamentos eletrônicos devem ser
digitais, e os aparelhos telefônicos precisam ter lu-
“O máximo de segurança e conforto é primordial para
o idoso e para a tranquilidade de toda a família”.
Darlene Victor,
ARQUITETA
principalmente, os famosos acidentes domésticos,
que podem até ser fatais nessa fase da vida.
De acordo com a arquiteta Darlene Vitor, é
essencial adequar a casa para que os idosos tenham mais segurança, sem perder a autonomia de
poder realizar as próprias tarefas. “Para melhorar a
qualidade de vida, hoje temos a possibilidade de
pensar em uma arquitetura de interiores utilizando
a acessibilidade, para facilitar a locomoção e até a
utilização de equipamentos especiais, como cadeiras de rodas”, afirma.
Para ela, o projeto das casas deve prever a
instalação de rampas e barras de segurança, além
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Nova Família
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zes, para que indiquem quando estão tocando.
“Além disso, as quinas de armários e mesas
precisam ser revestidas com proteção, para que os
idosos não se machuquem. Nos armários também
podem ser instalados sensores de leve toque, que
facilitem a abertura e dispensem a necessidade de
puxadores”, diz.
Já o banheiro, região da casa na qual mais
acontecem acidentes domésticos com os idosos,
necessita de atenção redobrada. “Em todos os
banheiros é indispensável a utilização de tapetes
antiderrapantes, principalmente dentro do box. É
preciso também instalar barras de apoio e duchas
77
cotidiano
“Os cuidadores
de idosos são
preparados para
essa função.
Eles conversam,
cuidam da saúde
e higiene pessoal,
acompanham em
passeios e atendem
todas as suas
necessidades”.
Eduardo Chvaicer
EMPRESÁRIO E MASTER FRANQUEADO
DA RIGHT AT HOME NO BRASIL
com altura ajustável. Além disso, é interessante
a instalação de campainhas nos banheiros, bem
como nos dormitórios, para o caso do idoso precisar de ajuda”, comenta.
Além de tudo isso, existem novas tecnologias que permitem, em casos de emergência,
acionar uma central de atendimento por meio de
um simples toque em um botão, que pode ser
usado, inclusive, como pulseira, para que fique
sempre próximo e com fácil acesso.
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Nova Família
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QUANDO É PRECISO TER
ALGUÉM POR PERTO
Mesmo com todas essas adaptações, alguns
idosos enfrentam a dificuldade de necessitarem
de alguém por perto o tempo todo. Isso ocorre
quando se encontram doentes, acamados e com
muitas limitações. Em muitos casos, eles acabam
sendo cuidados por alguém da própria família, na
maioria das vezes pelo cônjuge. Segundo uma
pesquisa realizada pela Universidade de São
Paulo (USP), 40% das pessoas que cuidam de
idosos doentes são também idosas e, principalmente, mulheres.
No entanto, essa é uma função extremamente desgastante e que facilita o surgimento de
problemas também para esse cuidador. Para Eduardo Chvaicer, empresário e master franqueado
da Right at Home no Brasil, empresa especialista
em cuidados com idosos em domicílios, o impacto
na saúde do cuidador idoso é enorme. “Com uma
carga maior de estresse, ele acaba ficando mais
propenso a ter problemas físicos e psicológicos do
que a população idosa em geral”, comenta.
E é justamente por esse motivo que, em muitos casos, se torna necessária a presença de profissionais capacitados. “Os cuidadores de idosos
são preparados para essa função. Eles conversam,
cuidam da saúde e higiene pessoal, acompanham
em passeios e atendem todas as necessidades
impostas pelo próprio idoso ou por seus familiares.
Assim, acabam gerando credibilidade, confiança e,
acima de tudo, proporcionam o carinho e a liberdade necessária para que os idosos se permitam
viver sem a sensação de que estão atrapalhando a
rotina dos familiares. Com isso, o tempo que passam com seus filhos e netos pode ser aproveitado
simplesmente para ser feliz”, conclui.
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Nova Família
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comportamento
SUPERANDO OS LIMITES
MAS SERÁ QUE
ELES EXISTEM?
Histórias de vida que superaram as próprias limitações
e provaram que com força de vontade e determinação é
possível vencer qualquer obstáculo
LUCIANA BRUNCA
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“Os cadeirantes precisam
se valorizar, lutar pelos seus
direitos e não se colocar no
papel de vítimas”
ALEX BRASILEIRO DE SOUZA
T
odos os dias milhares de brasileiros travam lutas para serem bem sucedidos
pessoal e profissionalmente. O mercado
de trabalho cada vez mais exigente e
competitivo faz com que os profissionais estejam
sempre ‘correndo’ atrás do tempo perdido. A realidade das pessoas com alguma deficiência, não é
muito diferente, sendo que antes de travarem as batalhas diárias pelo espaço, elas precisam superar as
próprias deficiências, e principalmente, não se entregarem as limitações e darem a volta por cima.
A vida do empresário Alex Brasileiro de Souza, 30 anos, mudou num piscar de olhos. Após sofrer um acidente de moto, ele ficou paraplégico e
teve que se adaptar a nova realidade. No começo,
segundo ele, não foi fácil, tinha medos e principal-
mente a preocupação de como iria fazer para trabalhar e sobreviver. “As minhas próprias dificuldades
para encontrar peças e cadeiras de roda, me abriram os caminhos. Esses equipamentos são muito
caros e muitas vezes difíceis de serem encontrados, então, decidi abrir uma empresa especializada.
Penso que se não tivesse sofrido o acidente, com
certeza não saberia quais são as dificuldades enfrentadas pelas pessoas com deficiência e não estaria nesse ramo”, afirma.
Um acidente de carro com a família, quase
destruiu o sonho de ser modelo de Caroline Marques, 33 anos, que na época tinha 9 anos e ficou
paraplégica. As brincadeiras preferidas na infância
eram usar as roupas e os saltos altos da mãe e
desfilar para os amigos e familiares, além de ficar
Desde 1991, o Brasil possui uma lei que determina que as
empresas com mais de 100 funcionários destinem de 2% a 5%
das vagas de empregos para pessoas com deficiência.
81
comportamento
“Nenhuma barreira física ou
comportamental nos parou, o que
nos motiva a avançar e trilhar caminhos
considerados impossíveis para pessoas
em nossa condição”
LUCIANA ALBUQUERQUE
fazendo ‘caras e bocas’ na frente do espelho. “Eu
segui a vida pensando em alternativas. Fiz faculdade de informática, mas nunca deixei minha vaidade de lado, nem por um segundo. Então em 2007,
uma amiga me convidou para desfilar, e quando
entrei na passarela, o meu sonho voltou. Me informei e entrei em contato com uma agência de modelos que só trabalha com pessoas com alguma
deficiência e decidi investir na carreira”, afirma. E a
modelo teve a recompensa maior, se tornou a primeira Miss Brasil Cadeirante. “É a realização de um
sonho saber que agora as pessoas reconhecem o
profissional com deficiência como uma referência
do que é belo, sem ficar olhando com aquele ar de
piedade”, ressalta Caroline.
82
Nova Família
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Como todos os seres humanos, eles afirmam
que também tem seus dias ruins e momentos de
tristeza. Mas alertam que ficar chorando ou se lamentando não vai mudar a realidade deles e de
ninguém. “Temos que dar a volta por cima, agradecer a vida e sorrir, chorar, fazer amigos, namorar,
viajar, enfim viver”, afirma a funcionária pública Luciana Albuquerque. Ela e a irmã Elayne Albuquerque nasceram com atrofia muscular espinhal – uma
patologia que atinge toda a musculatura do corpo
(membros inferiores e superiores), tendo como origem a incompatibilidade genética dos pais. “Vivemos toda a nossa infância em uma pequena cidade
do estado de Goiás, que possuía precárias condições no que diz respeito à infraestrutura e à inclusão. A primeira batalha foi para nos matricularmos
em uma escola de ensino regular. Foram muitas
tentativas, mas, nenhuma escola aceitava, alegando as limitações e a falta de preparo dos professores em lidar com pessoas especiais”, relata Luciana.
Mesmo diante dos olhares muitas vezes preconceituosos, as irmãs, enfrentaram juntas e com o apoio
da família todas as barreiras impostas e foram trilhando o próprio caminho. “Ser deficiente era tão
anormal que as pessoas tinham receio de se aproximar de nós. Superamos um a um os obstáculos e
fizemos faculdade, eu de Administração e Direito e
minha irmã de Desenvolvimento de Sistemas para
Web. E ai fomos encarar outras dificuldades, a aceitação e a valorização do profissional com alguma
deficiência no mercado de trabalho. As portas estavam sempre fechadas para nós. Posso dizer que
esse foi um dos períodos mais difíceis de nossas
vidas. Mas também superamos e hoje ocupamos
cargos importantes e somos profissionais capacitadas, preparadas e qualificadas para o mercado de
trabalho”, conta Luciana.
Mesmo em pleno século XXI, elas afirmam que
o preconceito ainda existe e que vivem situações
discriminatórias, algumas inocentemente ou por falta
de conhecimento e outras por maldade. Mas quan-
do o assunto é superação e enfrentamento das dificuldades, elas são unânimes ao dizerem que não deixam essas
atitudes ditarem como deve ser a vida delas. “Os obstáculos existem e ainda são muitos. Mas o que nos motiva é a
esperança de viver em uma sociedade mais inclusiva, de
igual para igual, onde as pessoas sejam valorizadas pela
capacidade e não pela aparência, e, que o verdadeiro sentido da palavra inclusão seja aplicado”, afirma Caroline.
“Vencer o concurso de Miss
foi uma grande conquista
para futuramente ter a
vitória quando lá na frente
os concursos não serão
mais segmentados e sim
todos juntos”
CAROLINE MARQUES
UM MERCADO DE TRABALHO PROMISSOR E
QUE RESGATA A AUTOESTIMA
história de vida da fotógrafa e proprietária de uma
agência de modelos para pessoas com alguma
deficiência, Kica de Castro, 38 anos, se confunde
com a história de muitas pessoas que lutam diariamente
para vencer alguma limitação e mostrar seu potencial ao
mercado de trabalho. Tudo começou em 2002 quando
Kica foi trabalhar como chefe de fotografia de um centro
de reabilitação para pessoas com algum tipo de deficiência
física. “Com o passar dos dias fui percebendo que as pessoas
estavam com baixa estima. Naquele momento, percebi
que algo precisava mudar, falei com uma amiga e no dia
seguinte, comprei maquiagem, pentes, gel, acessórios, além
de revistas de moda e transformei aquela sala em um estúdio
fotográfico. Ao vir fazer a foto para o prontuário médico, as
pessoas tinham ao menos cinco minutos de contato com a
própria vaidade”, relata.
A
Com o passar do tempo, as pessoas se tornaram mais
próximas, e principalmente mais confiantes ao ponto de
falarem do sonho de ser modelo apesar da falta de espaço
no mercado de trabalho. Foi quando em 2007 depois de
estudar e pesquisar, Kica decidiu investir nesse segmento.
Largou o emprego fixo, e abriu a primeira agência de
modelos, onde o casting é formado 100% por profissionais
com alguma deficiência.
“Sou uma agência
segmentada, porém
em busca de trabalhos
inclusivos, onde esses
profissionais tenham a
oportunidade de igual
para igual no mundo da
moda e publicidade.
As exigências com
as modelos são as
mesmas, precisa
muita dedicação com
a carreira, cuidar
da aparência, fazer
atividade física,
cumprir horários. O
que serve para o
83
PERFIS E COMPORTAMENTOS
DA NOVA FAMÍLIA PASSAM
SEMPRE POR PEDIATRAS,
PSICÓLOGOS E TERAPEUTAS.
A REVISTA NOVA FAMÍLIA DÁ
A RECEITA!
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Nova Família
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