A aventura do saber
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A aventura do saber
Rosaly Braga Chianca e Francisco M. P. Teixeira A AVENTURA DO SABER O GEOGRAFIA 2 ano GEOGRAFIA Geografia 25196COL05 Material de Divulgação da Editora Texto Editores MANUAL DO PROFESSOR A Aventura do Saber Geografia - 2o ano © 2011 Leya Brasil Direção Editorial Duda Albuquerque Título original da obra: A Aventura do Saber Geografia 2o ano São Paulo * 1a edição * 2011 Coordenação Editorial de Ciências Humanas Ebe Christina Spadaccini Todos os direitos reservados: Leya Brasil Av. Angélica, 2163 – 9 o andar – conj. 92 CEP 01227-200 – São Paulo – SP – Brasil Fone + 55 11 3129-5448 Fax + 55 11 3129-5448 www.leya.com [email protected] Edição Caren Inoue Assistência Editorial Jaqueline Paiva Cesar Mariangela Secco Edição de texto Cintia Shukusawa Kanashiro ISBN 978-85-62936-81-4 (aluno) ISBN 978-85-62936-80-7 (professor) Assessoria técnico-pedagógica Arno Goettems Mara de Andrade Coordenação de Arte e Projeto Gráfico Thaís Ometto Capa YAN Comunicação Ilustração de capa: Fernando Pires Edição de Arte Simone Scaglione Thaís Pedroso Assistência de Arte Matheus Zati Renné Ramos Iconografia Alexandre Baptista Thiago Fontana Elizete Moura Santos Editoração Eletrônica Aero Estúdio Ilustrações Cibele Queiroz Felipe Grosso Jonatas Tobias Mendes da Silva Marcos Garuti Paula Radi Revisão Beto Celli (coord.) José Alessandre S. Neto Kiel Pimenta Ana Elisa Cunha Miriam de Carvalho Abões Impressão e acabamento Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Chianca, Rosaly Braga A aventura do saber : geografia 2o ano / Rosaly Braga Chianca, Francisco M.P. Teixeira. – 1. ed. – São Paulo : Leya, 2011. – (A aventura do saber ; 2) Bibliografia. ISBN 978-85-62936-81-4 (aluno) ISBN 978-85-62936-80-7 (professor) 1. Geografia (Ensino fundamental) I. Teixeira, Francisco M.P. II. Título. III. Série. 10-12992 CDD-372.8910202 Índice para catálogo sistemático: 1. Geografia : Ensino fundamental 372.8910202 APRESENTAÇÃO Durante todo o ano estaremos juntos. Caminhando lado a lado, contando como somos, falando do que sentimos, descobrindo, aprendendo. Vamos conhecer mais sobre as pessoas com quem vivemos e sobre os lugares por onde andamos. Marcos Garu Os autores ti Enfim, descobrir um pouco mais do mundo que nos rodeia, da escola, das moradias e das ruas. NÃO ESCREVA NESTE LIVRO. UM COLEGA VAI UTILIZÁ-LO NO ANO QUE VEM. G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 3 15/03/11 15:17 CONHEÇA SEU LIVRO Este é seu livro de Geografia, que você vai usar durante todo o ano. Para aproveitá-lo bem, vamos conhecê-lo? Vamos começar Introdução do capítulo com textos e imagens, além de atividades para testar o quanto você já sabe sobre o assunto! Abertura de unidade Aqui, apresentamos o tema da unidade com um pequeno texto, imagens e atividades para começar os estudos. UNIDADE 2 Rogério Reis/ Pulsar Imagens EU E A MINHA ESCOLA Crianças pintando na sala de aula. Quilombo Santa Maria do Traquateua, Moju, Pará, 2009. 5. EU E A MINHA RUA A escola é muito importante para nossa vida. É lá que conhecemos pessoas novas, descobrimos novos conhecimentos e estudamos várias disciplinas. Sylvain Sonnet Gabe Palmer/ Alamy/ Other Images VAMOS COMEÇAR Se alguém perguntar onde você mora, você pode dar alguma referência, como “Eu moro na rua...” ou “Minha casa fica na rua...”. A moradia é o lugar onde nos protegemos e garantimos a nossa privacidade. No entanto, a rua é o espaço para o convívio coletivo e para a troca de ideias. Jonatas Tobias Existe a rua onde a gente mora, a rua da escola, a rua do parque. Alunos pedem permissão para responder à pergunta feita pela professora na sala de aula. Howard Grey Alunos realizam experimentos em laboratório. Poder frequentar a escola é um direito de todas as crianças e isso deve ser muito bem aproveitado! 1. Em sua escola, você já participou de atividades como as mostradas nas fotos? De quais delas? 2. Em sua opinião, nesse 2o ano, você vai fazer atividades diferentes das que já fez antes? Explique sua resposta. 3. Em sua opinião, para que serve a escola? Qual é a importância da escola na sua vida? Reflita sobre isso e converse com seus colegas. Estudantes fazem pesquisa em livros na biblioteca. Observe a ilustração acima e responda oralmente. 1. Nesta rua aparecem pessoas trabalhando e outras se divertindo. Quais são as pessoas que estão trabalhando? 41 40 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 40 3/11/11 8:38 PM G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 41 2. A sua rua se parece com a rua mostrada no desenho? Por quê? 3/11/11 8:38 PM 88 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 88 A maioria das escolas também possui portaria, secretaria, refeitório, cantinas e quadras de esportes. Para atravessar a rua é preciso muito cuidado. Carros e motos passam rapidamente e põem nossa vida em risco se não estivermos prestando atenção. Leia as dicas a seguir. Existem também escolas com espaços diferentes, por exemplo, laboratórios de informática, auditórios, salas de vídeo, piscina, entre outros. ■ ■ ■ ■ ■ 1. Vamos conversar um pouco sobre a sua escola? Em seu caderno, comece escrevendo o nome e o endereço dela. a) Você sabe por que a sua escola tem esse nome? Descubra o significado do nome dela e converse com outros alunos sobre sua descoberta. b) A escola fica perto ou longe da sua casa? c) O que você mais gosta de fazer na escola? ■ ■ Ande sempre junto com um adulto. É preciso esperar pacientemente a hora de atravessar a rua e sempre usar a faixa de pedestres. Aguarde o semáforo de pedestres ficar verde para atravessar na faixa. Observe se os carros pararam. Olhe para os dois lados, pois podem vir carros nos dois sentidos. Ande sempre afastado da guia, longe da rua, para que nenhuma parte de um veículo bata em você. Quando não houver faixa ou semáforo de pedestres, preste muito mais atenção. Atravesse sempre em linha reta e redobre a atenção. Use sempre a passarela, quando houver; não atravesse no meio de uma avenida, muito menos de uma rodovia. Não caminhe escutando música com fones de ouvido, para não se distrair e para ouvir tudo o que acontece ao redor. Felipe Grosso 2. Agora, você e seus colegas de classe vão dar um passeio pelo quarteirão da escola. Veja a seguir as informações que vocês devem recolher. Leve o caderno para anotar suas observações. a) Qual é o nome da rua da sua escola? b) Qual é o nome das ruas que formam o quarteirão da sua escola? c) Anote no caderno os elementos que você vê na paisagem do quarteirão da sua escola. 43 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 43 Ícones que aparecem junto às atividades: Atividade em dupla. G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 4 Boxes Mais informações sobre assuntos citados no texto. CUIDADOS NO TRÂNSITO ■ Atividades Para ajudar você a resolver dúvidas e também a descobrir o quanto aprendeu no capítulo. 3/11/11 8:40 PM A minhA escolA É Assim As escolas do mundo inteiro têm algumas semelhanças. A principal delas: são locais onde se ensina e se aprende. É na escola que as matérias são ensinadas e onde aprendemos várias coisas. Marcos Garuti Subtítulos Indicam o assunto que é estudado naquele momento. Atividade em grupo. 34 3/11/11 8:38 PM G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 34 Atividade para montar ou construir algum elemento. 3/11/11 8:37 PM Trabalho com mapas. Não escreva neste livro. 15/03/11 15:17 Hora do recreio Jogos e brincadeiras para você mostrar seus conhecimentos. Viagem pela leitura No fim do capítulo, textos de diversos gêneros se relacionam com os temas estudados. HORA DO RECREIO 2. Você vai agora experimentar fazer o trabalho de um artista. A tarefa é desenhar e pintar a casa de seus sonhos! Imagine a casa na qual você adoraria morar. Pense na fachada, no jardim, nas cores, nos cômodos, na porta de entrada... Deixe a sua imaginação fluir. Depois desenhar, pinte o seu desenho. 1. A menina está na cozinha ajudando sua mãe. Mas há oito situações diferentes na segunda cena... Escreva no caderno quais são essas situações. Felipe Grosso 3. Em seu caderno, escreva as letras que correspondem aos símbolos abaixo e você encontrará três tipos de moradia. Depois, escreva a quantidade de andares que cada tipo possui. a VIAGEM PELA LEITURA b C d e f Leia o poema a seguir e responda às questões. Minha rua i O r s t Editoria de arte Lá na minha rua eu podia ser tudo... Bandida, mocinha, princesa, rainha... E quando vencia qualquer brincadeira, Eu era aclamada de “a heroína”! Lá na minha rua eu podia ser tudo... Ter asas, voar, ser um passarinho... Em árvores pousar, construir o meu ninho, Cair, machucar e voltar a sonhar. Ser bruxa malvada, uma feiticeira, Pular e gritar ao redor da caldeira Ver olhos de espanto de uma criançada, Fugindo correndo da tal caldeirada. Lá da minha rua eu podia ver tudo... Um céu pintadinho de estrelas cadentes, A lua pertinho do final da rua, Piscando, sorrindo, mostrando-se nua. 87 86 Marcos Garuti Lá na minha rua deixei registrada Uma infância feliz, onde podia tudo, Rua de pedrinhas, de luz, de brilhantes... Rua dos meus sonhos, meu marco, meu mundo!!! G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 86 3/11/11 8:40 PM G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 87 3/11/11 8:40 PM SOUZA, Carmen Lúcia Carvalho de. Disponível em: <www.poemas-de-amor.net/blogues/ carmen_lucia/quot_minha_rua_quot>. Acesso em: 17 nov. 2010. 1. Você gosta da rua onde vive? Como você se sente nela? 2. Agora é a sua vez de fazer um poema sobre a sua rua. Comece assim: “Lá na minha rua eu podia ser tudo...”. É HORA DE PESQUISAR Será que a sua escola sempre foi do mesmo jeito? Vamos formar grupos de trabalho e pesquisar! 104 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 104 Grupos 1 e 2 Vocês vão pesquisar fotos antigas da escola e entrevistar funcionários, professores e membros da diretoria da escola. 3/11/11 8:41 PM a) Primeiro, observem as fotos fornecidas pelo(a) professor(a) que retratam a escola em diversas épocas. b) Depois, entrevistem algumas pessoas para saber se ocorreram mudanças desde que a escola foi fundada e quais foram essas mudanças. c) Em classe, os grupos vão: No fim da unidade: Leia também Sugestões de livros, com comentários. ■ ■ ■ Ilustrações: Felipe Grosso Outras sugestões Indicações de sites da internet, com comentários, nos quais você poderá encontrar outras informações sobre os assuntos que foram estudados na unidade. No fim do livro: ■ identificar os lugares mostrados nas fotos; comparar as fotos com o lugar atual, para verificar se houve mudanças no local; comentar as entrevistas; escrever um texto no caderno contando o que mudou e o que continuou igual na escola. 57 Glossário As palavras e expressões destacadas ao longo do texto são explicadas no fim do livro, com imagens. Referências bibliográficas Livros e atlas consultados pelos autores para a elaboração deste livro. G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 5 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 57 3/11/11 8:39 PM É hora de pesquisar Atividades que incluem entrevistas e investigações para você se sentir como um verdadeiro pesquisador! 15/03/11 15:17 SUMÁRIO UNIDADE 1 Eu e as crianças do meu espaço . . . . . . . . . 8 1. Quem sou eu? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Vamos começar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conhecendo minha turma . . . . . . . . . . . . . . . . Conversando com um colega . . . . . . . . . . . . . Nossas características físicas . . . . . . . . . . . . . Somos semelhantes e diferentes . . . . . . . . . . Eu e as outras crianças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Viagem pela leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 10 11 12 13 14 19 21 Todos juntos, aprendendo com as diferenças, de Orlando Hora do recreio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 2. Representando meu corpo e meu mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Vamos começar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Conversando sobre Arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mapeando o meu corpo . . . . . . . . . . . . . . . . . . Cuidando do meu corpo e do ambiente onde vivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Viagem pela leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 24 26 28 UNIDADE 2 Eu e a minha escola. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 3. A minha escola . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Vamos começar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A minha escola é assim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As mudanças na minha escola . . . . . . . . . . . . Observando a sala de aula . . . . . . . . . . . . . . . . Construindo uma maquete . . . . . . . . . . . . . . . . 42 42 43 47 48 50 Observando e representando objetos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Viagem pela leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Declaração Universal dos Direitos Humanos Hora do recreio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 É hora de pesquisar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Leia também. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Outra sugestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 33 37 Ratinho tomando banho, de Hélio Ziskind Hora do recreio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Leia também. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 Marcos Garuti Outra sugestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 6 15/03/11 15:17 UNIDADE 3 O lugar onde eu moro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60 4. Eu e a minha moradia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Vamos começar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A minha moradia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Onde as pessoas moram . . . . . . . . . . . . . . . . . Como as moradias são feitas . . . . . . . . . . . . . As habitações em diferentes épocas e lugares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . As moradias em obras de arte . . . . . . . . . . . . As moradias por fora e por dentro . . . . . . . . . A planta da moradia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Os serviços que abastecem as moradias . . . . Viagem pela leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 62 64 65 67 73 75 77 79 82 85 5. Eu e a minha rua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Vamos começar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 As vias públicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 Vias de circulação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94 As vias públicas e o trânsito . . . . . . . . . . . . . . 96 O endereço. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 O quarteirão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 Viagem pela leitura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104 Minha rua, de Carmem Lúcia Carvalho de Souza Hora do recreio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 É hora de pesquisar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 Leia também. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Outra sugestão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Casa de amigo, de Roseana Murray Marcos Garuti Hora do recreio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Glossário ..................................................................................... 109 Referências bibliográficas............................................................112 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 7 15/03/11 15:17 UNIDADE 1 EU E AS CRIANÇAS DO MEU ESPAÇO Hoje é um dia importante: é a nossa primeira aula de Geografia! Este ano vamos falar de você e de outras crianças. Vamos conversar sobre: como vocês são e os lugares onde estudam; ■ os lugares onde moram. Felipe Grosso Felipe Grosso ■ 8 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 8 15/03/11 15:17 Palê Zuppani/ Pulsar Imagens Studio1one/ Dreamstime.com Get4net/ Dreamstime.com Observe as crianças nas fotos a seguir. Veja como elas se apresentam. Oriente os alunos a procurar no glossário, no fim do livro, o significado de algumas palavras e expressões usadas aqui. Criança Kalapalo no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, 2009. 1. Converse com o(a) professor(a) sobre as ilustrações da página anterior. Sua casa se parece com alguma delas? Com qual?Neste momento, estimule a participação oral. A observação de imagens e a interpretação e a comparação delas com o cotidiano dos alunos são ferramentas importantes para os estudos geográficos. Entretanto, lembre-se de acompanhar o processo de alfabetização desenvolvido com seus alunos e incentive também o registro dessas atividades. 2. Faça um desenho em seu caderno que mostre como você é e o que você gosta de fazer. Confira a atividade, pois ela será socializada no início do capítulo 1, quando os alunos se apresentarão para a turma. Faça você também um desenho de si mesmo, mostrando suas características e preferências. 9 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 9 15/03/11 15:17 1. QUEM SOU EU? VAMOS COMEÇAR Felipe Grosso Agora você vai pensar um pouco mais sobre si mesmo, para se conhecer melhor, e vai conhecer seus colegas de classe e seu professor. ■ Você já fez um desenho de si mesmo. Olhe seu desenho e veja se ele está mostrando alguma característica sua ou algo de que você pessoal. Oriente os alunos na observação do próprio desenho, gosta. Qual é essa característica? Resposta por exemplo, se os alunos estão com algum objeto de que gostam (brinquedo), se eles estão junto com alguém da família, se o desenho representa alguma característica física (os óculos, o comprimento do cabelo etc.). 10 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 10 15/03/11 15:17 ConheCendo minha tUrma Cib ele Qu eir o z Quando nos apresentamos a alguém, costumamos dizer nosso nome. Podemos também contar mais coisas a nosso respeito, por exemplo, o sobrenome, o lugar onde moramos, o que gostamos e não gostamos de fazer, enfim, cada informação sobre nós mesmos é importante para nos identificarmos. Esta atividade tem o objetivo de permitir a socialização dos alunos. Promova a integração da classe, incentivando os alunos a se apresentarem e observe a importância desse ato. Para facilitar a atividade, forme uma roda no centro da sala e comece dando o exemplo: diga o seu nome e fale um pouco sobre si. Em seguida, pergunte aos alunos se eles querem saber algo mais sobre você. Essa dinâmica será desenvolvida com todos da sala; é importante que o aluno mostre o que fez nas atividades de abertura da unidade (página 9) e do capítulo (página 10). Quando cada aluno estiver se apresentando, faça algumas perguntas para saber mais sobre ele: pergunte 1. Vamos nos apresentar e conhecer a turma? Cada um vai dizer seu da família, dos amigos, da escola, das viagens que fez... Estabeleça critério para organizar a apresentação: pode ser pela ordem nome e falar um pouco sobre si mesmo. um alfabética, por sorteio de letras das iniciais do nome ou por escolha aleatória. Estimule as crianças a falar sobre si mesmas, a fim de que todos possam se conhecer melhor. Depois de terminar as apresentações, os alunos podem cumprimentar uns aos outros. Tome o cuidado de criar um ambiente onde eles se sintam à vontade, para que esse seja um momento prazeroso para todos. 11 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 11 15/03/11 15:17 ConVerSando Com Um ColeGa Ao se apresentar e conhecer os colegas, você deve ter percebido que existem algumas semelhanças e diferenças entre as pessoas. Às vezes, você encontra colegas que gostam do mesmo esporte e das mesmas músicas; em outras situações, há colegas que gostam de outras brincadeiras e outras matérias da escola. As diferenças e as semelhanças em um grupo, uma cidade e até mesmo um país são muito positivas e podem ajudar na aproximação e no diálogo entre as pessoas. Felipe Grosso 2. Forme uma dupla. Faça um desenho de seu(sua) colega e escreva o nome e a idade dele(a). Veja os exemplos: 3. Depois de ter desenhado seu colega, converse com ele sobre suas preferências e gostos e escreva em seu caderno uma semelhança e uma diferença entre vocês. Ajude os alunos a formar duplas. Tente formar duplas entre meninos e meninas. Estimule o diálogo e a troca de ideias como principal meio para conhecer o outro. 12 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 12 15/03/11 15:17 noSSaS CaraCterÍStiCaS fÍSiCaS Cibele Queiroz As pessoas também podem se diferenciar pelas características físicas. Conseguimos perceber mais facilmente as características físicas das pessoas. Apenas com a observação, podemos perceber as cores do cabelo, do olho e da pele, os traços do rosto... Nesta atividade os alunos vão reconhecer suas características físicas. Faça-os reparar nos detalhes, peça que descrevam não somente a cor do cabelo, mas se são curtos ou compridos, por exemplo. Se necessário, monte um roteiro complementar de perguntas sobre a estatura, o tamanho das mãos etc. Leia a 4. Agora descreva suas características físicas em seu caderno. Observe, descrição física que eles fizeram de si mesmos e observe se alguma criança apresenta desconforto com a atividade. Faça as crianças valorizarem suas características individuais e perceberem que são essas características que tornam em você mesmo: cada pessoa um ser único no mundo. a) Seus cabelos. b) Seus olhos. c) Formato de seu rosto. d) Outras características físicas marcantes em você. 5. Faça um exercício de observação com as pessoas que moram com você. Observe a cor dos cabelos, dos olhos, o formato do rosto etc. a) Faça em seu caderno um quadro com três colunas: Nome, Semelhanças e Diferenças. Na coluna “Nome”, escreva o nome da pessoa que você observou. Na coluna “Semelhanças”, anote algumas semelhanças entre você e a pessoa que você observou. Por último, na coluna “Diferenças”, registre algumas diferenças entre vocês. Veja o modelo a seguir. nome Semelhanças b) Em seguida, responda em seu caderno: diferenças Oriente a execução do exercício com cuidado no caso de haver filhos adotivos na sala de aula, que não se parecem com os pais fisicamente. Se necessário, complete a tabela com informações sobre jeito de ser (extrovertido ou introvertido, calmo ou ansioso, pacato ou dinâmico etc.). ■ Com quais pessoas você mais se parece? ■ Por quê? Quais características físicas vocês possuem em comum? ■ Com quais pessoas você menos se parece? ■ Por quê? O que vocês possuem de diferente? 13 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 13 15/03/11 15:17 SomoS SemelhanteS e diferenteS Podemos perceber as semelhanças e as diferenças entre as pessoas em relação às características físicas e culturais (hábitos, costumes, vestimenta, alimentação, entre outros). A diversidade é muito positiva para a sociedade e é por meio daquilo que é diferente que podemos conhecer coisas novas e aprender brincadeiras, músicas, comidas e costumes tão variados! As características físicas diferentes são uma conquista dos seres humanos. A diversidade de cor da pele, do tamanho, do peso, dos traços são muito importantes para a sobrevivência da humanidade. Imagine se todos fossem iguais. Não existiria a possibilidade de conhecer pessoas com jeitos diferentes nem de conhecer novas culturas. É por isso que devemos respeitar as diferenças e dialogar sempre com o outro, ensinando e aprendendo com a diversidade. Ferguswang/ Dreamstime.com Miroslav Ferkuniak/ Dreamstime.com Get4net/ Dreamstime.com Observe as imagens destas páginas. 14 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 14 15/03/11 15:18 Djk/ Dreamstime.com Don Smetzer/ Stone/ Getty Images Anke Van Wyk/ Dreamstime.com Realistic Reflections/ Getty Images Palê Zuppani/ Pulsar Imagens Paul Simcock/ Getty Images Crianças Kalapalo na aldeia Aiha, no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, 2009. As fotos mostram crianças com diferentes características físicas e que vivem em ambientes diferentes e não foram identificadas com legendas, por questões didáticas. Espera-se que os alunos percebam a diversidade de tipos humanos. É importante que as diferenças individuais sejam vistas com naturalidade e respeito. A inclusão de crianças com deficiência física se justifica como uma forma de aproximar os alunos da realidade e de eliminar preconceitos. G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 15 15 15/03/11 15:18 6. Observe as fotos nas páginas anteriores e perceba as diferenças e as semelhanças físicas que existem entre as crianças. Escolha uma delas e escreva em seu caderno o que existe de diferente e de Esta questão introduz a análise que será feita a seguir. Oriente os alunos a observar as semelhanças e semelhante entre vocês. as diferenças existentes entre as crianças. Deixe que explorem as fotos livremente e tirem suas próprias conclusões, apresentando-as oralmente antes de iniciarem a atividade escrita. Cibele Queiroz 7. Observe novamente as fotos das crianças nas páginas anteriores e responda: 5 meninas. O bebê indígena não foi na contagem, pois não é a) Quantas meninas aparecem nas fotos? considerado possível determinar seu sexo. Em seu caderno, desenhe uma fileira de quadrinhos na vertical. Em seguida, pinte de amarelo o número de meninas. Cada quadrinho equivale a uma menina. Veja o exemplo abaixo: b) E quantos meninos? Desenhe outra fileira de quadrinhos na vertical, ao lado da fileira de quadrinhos das meninas, e pinte os quadrinhos de verde. 6 meninos. c) Há mais meninas ou meninos nas fotos? Há mais meninos. 8. Vamos formar grupos na classe com características semelhantes? Podemos começar dividindo a classe pela cor do cabelo. Quando o(a) professor(a) pedir, todos os alunos de cabelos louros se objetivo das atividades 8 e 9 é introduzir as primeiras noções sobre gráficos. Optou-se por dividir os alunos de levantam. Oacordo com as características físicas para tornar as atividades mais dinâmicas por conta da identificação imediata. a) Quantos alunos de cabelos louros há na sala? Resposta pessoal. b) Assim como no exercício anterior, desenhe uma fileira de quadrinhos na vertical. Em seguida, pinte de amarelo um quadrinho para cada aluno de cabelo louro que houver. 16 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 16 15/03/11 15:18 Nesta atividade, oriente os alunos pedindo que, primeiro, as crianças com olhos castanhos se levantem; depois, os que têm olhos azuis. Em seguida, peça que se levantem aqueles que têm olhos verdes e, por último, aqueles que têm olhos pretos. Faça a contagem e anote o resultado na lousa. Depois, os alunos preencherão os quadradinhos com as cores indicadas. 9. Agora vamos dividir a classe pela cor dos olhos? Vamos lá! a) Quando o(a) professor(a) pedir, todos os alunos de olhos castanhos se levantam. Quantos alunos de olhos castanhos há na sala? Desenhe a fileira de quadrinhos em seu caderno e pinte de marrom um quadrinho para cada aluno de olhos castanhos que houver. b) Faça o mesmo com os alunos de olhos azuis. Pinte de azul os quadrinhos. c) Agora é a vez dos alunos de olhos verdes. Pinte de verde os quadrinhos. d) Por fim, os alunos de olhos pretos. Pinte de preto os quadrinhos. e) Agora, responda para seu(sua) professor(a): ■ Há mais alunos de olhos azuis ou de olhos pretos? ■ Há mais alunos de olhos verdes ou de olhos castanhos? ■ Há mais alunos de olhos pretos ou de olhos verdes? Cibele Queiroz f) Responda em seu caderno: qual é a cor de olhos que predomina em sua classe? E qual é a cor de olhos menos comum? Os alunos devem concluir, ao final da atividade, se há mais crianças com olhos castanhos, pretos, azuis ou verdes na classe, com base nos resultados obtidos na comparação de dados. G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 17 17 15/03/11 15:18 Orientar a atividade da seguinte forma: primeiro, as crianças vão se dividir por sexo: as meninas de um lado da sala e os meninos do outro, para facilitar a contagem. Feito isso, solicite que todas as crianças sentem. Então, inicie a chamada do grupo de meninas, obedecendo à ordem de idade pedindo que se levantem apenas as meninas de 6 anos, depois as de 7, as de 8 ou mais. Terminando, faça o mesmo com o grupo dos meninos. A seu critério, a ordem de chamada pode ser invertida, começando pelos meninos, assim como a ordem de idade, que pode ser decrescente. 10. Agora vamos separar a classe em dois grupos: as meninas ficam de um lado da sala e os meninos do outro. E, em seguida, vamos formar conjuntos de meninas e meninos por idade. a) Vamos anotar no caderno quantas meninas há na classe: ■ com 6 anos. ■ com 7 anos. ■ com 8 anos ou mais. b) Agora, vamos anotar no caderno o número de meninos: ■ com 6 anos. ■ com 7 anos. ■ com 8 anos ou mais. 11. Agora você vai representar os resultados do exercício anterior em seu caderno. A figura abaixo é um modelo para esta atividade. Cibele Queiroz Esta atividade prossegue o trabalho com gráficos e introduz as legendas. Antes de iniciar a atividade, oriente os alunos a pintar um quadradinho por vez. a) Em seu caderno, você vai pintar os quadradinhos usando as cores indicadas na legenda: laranja para representar os meninos e verde para as meninas. b) Comece desenhando em seu caderno um quadradinho para cada menina de 6 anos. Lembre-se de olhar o modelo. Em seguida, pinte um quadradinho para cada menino de 6 anos e assim por diante. Siga sempre o modelo. c) Observe os quadradinhos que você preencheu em seu caderno e responda para o(a) professor(a): ■ Em sua classe, há mais meninos ou meninas? ■ Qual é a idade da maioria das meninas da sua classe? ■ Qual é a idade da maioria dos meninos da sua classe? Respostas orais para promover a participação coletiva. 18 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 18 15/03/11 15:18 eU e aS oUtraS CrianÇaS As pessoas vivem de modo diferente umas das outras. O modo de vida depende do ambiente em que se vive (cidade, campo, floresta etc.), da cultura da família e das características pessoais de cada um. Algumas crianças gostam de ir à igreja, outras gostam de passear no parque; umas preferem gato a cachorro; e assim por diante. 12. Faça no caderno o que se pede: a) Escreva seu nome completo e a sua idade. b) Escreva o nome do seu esporte preferido. Depois, desenhe em seu caderno o seu esporte preferido. c) Você tem amigos? Escolha um amigo ou uma amiga, fale do que vocês gostam de brincar e conte o que vocês costumam fazer quando estão juntos. d) Você tem algum animal de estimação? Caso tenha, escreva em seu caderno sobre ele. e) Desenhe seu animal de estimação no caderno. Se você não tiver um, desenhe o animal que gostaria de ter. Ilustrações: Cibele Queiroz As nossas preferências nos dão identidade. Vamos conversar sobre elas? f) Escreva sobre algumas coisas das quais você gosta. g) Agora, escreva sobre algumas coisas das quais você não gosta. 19 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 19 15/03/11 15:18 Marcelmooij/ Dreamstime.com Veja a seguir os exemplos destas crianças. Elas contam o que gostam de fazer, suas preferências e o que esperam ser quando se tornarem adultas. Vamos ver? Sang Lei/ Dreamstime.com Olá, meu nome é Rafael. Eu gosto muito de fotografar plantas, bichos e pessoas. Meu pai foi quem me ensinou. Quando eu crescer, quero ser fotógrafo... Purestock/ Getty Images Oi! Meu nome é Flávia e tenho 7 anos. Eu adoro correr na pista de atletismo do clube. Quando crescer, quero ser atleta! Meu nome é Carlos. Nos fins de semana, eu costumo montar uma barraca no quintal da minha casa para acampar com meus amigos. Quando crescer, pretendo estudar arquitetura! 13. Agora é a sua vez. Conte para os colegas o que você gosta de fazer e qual a profissão que gostaria de ter quando for adulto. Se necessário, liste na lousa algumas profissões possíveis. Estimule os alunos a pensar em trabalhos que lhe pareçam prazerosos, dependendo de suas preferências. 20 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 20 15/03/11 15:18 VIAGEM PELA LEITURA Adaptado do Cartaz do Ministério da Saúde. Governo Federal. 2000. Ilustrações: Orlando Veja o cartum de Orlando. ■ Depois de ler e observar os quadros com atenção, junte-se a seus colegas e criem um texto coletivo sobre a importância de respeitarmos as diferenças entre as pessoas. Escrevam o texto no caderno. 21 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 21 15/03/11 15:18 HORA DO RECREIO 1. Vamos brincar com o Jogo de Características? Formem duplas e sigam as etapas: ■ Cada aluno da dupla deve escolher uma personagem das imagens a seguir. Anote o nome da personagem escolhida no caderno. Não deixe que seu colega veja a personagem que você escolheu. ■ Crie uma pergunta para tentar adivinhar a personagem que seu colega escolheu. Por exemplo: “A pessoa que você escolheu é menino?”. As respostas só podem ser sim ou não. Se ele responder sim, você já sabe que a personagem que ele escolheu é menino. E suas outras perguntas devem ser apenas sobre personagens masculinas. ■ Tente adivinhar a personagem que seu colega escolheu com o menor número de perguntas: quem conseguir é o vencedor! Vocês também podem combinar e fazer essa mesma brincadeira escolhendo, no lugar das personagens desenhadas, algum colega da classe. Divirtam-se! Ricardo André Pedro Tiago João Felipe Grosso Eduardo Nayara Paula Laura Jacira Sandra Beatriz 22 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 22 15/03/11 15:18 2. Descubra de quem são os perfis! Escreva em seu caderno os nomes das crianças e os números do perfis correspondentes. 1. Cláudia; 2. Paulo; 3. Pedro; 4. Roberto; 5. Flávio; 6. Patrícia. 1 Paulo 6 3 Cláudia Flávio 4 5 Roberto 2 Patrícia Pedro Ilustrações: Felipe Grosso 1 23 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 23 15/03/11 15:18 2. REPRESENTANDO MEU CORPO E MEU MUNDO VAMOS COMEÇAR Podemos representar os objetos e os elementos que nos cercam de diferentes maneiras. Os objetos do espaço podem ser desenhados, pintados, fotografados, descritos, cantados... Muitas vezes essas formas de representar os lugares são importantes, pois registram características antigas que já não existem mais. Observando fotos de quando éramos bebês, por exemplo, podemos perceber nossas características que permaneceram ou que mudaram, as nossas transformações. ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES Veja estas imagens de um mesmo lugar em momentos diferentes. 1 Mercado e Igreja São Francisco de Assis em Ouro Preto, Minas Gerais, em foto de Marc Ferrez de 1880. 24 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 24 15/03/11 15:18 Léo Burgos 2 A mesma paisagem em 2010. A primeira imagem é do ano de 1880, e a segunda do ano de 2010. Espera-se que o aluno cite a igreja como uma semelhança. Apesar de haver mais de 100 anos de diferença entre as fotos, a igreja manteve a arquitetura original. Já o mercado apresenta uma diferença: na foto de 1880, o mercado estava todo sob o mesmo teto; em 2010, é possível identificar quiosques aglomerados. Ele também pode citar a substituição das charretes por carros e a pavimentação da rua como diferenças (antes era de terra e atualmente é pavimentada com paralelepípedos). Os morros, ao fundo, podem ser citados como outra semelhança. 1. Converse com seus colegas. Qual imagem representa o lugar antigamente e qual delas mostra o lugar mais recentemente? Quais são as semelhanças e diferenças entre as fotos? 2. Você já observou uma foto sua de quando era bebê? Você consegue identificar alguma característica sua que ainda permanece em você? Mesmo que os alunos não tenham observado fotos antigas deles mesmos, incentive-os a se expressar, relatando experiências próprias. Espera-se que eles percebam as fotos como uma representação possível de lugares, pessoas, objetos etc. 25 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 25 15/03/11 15:18 Coleção particular Conversando sobre arte As pessoas, os costumes, os lugares também podem ser representados de diferentes maneiras. Existem importantes pintores brasileiros que representaram em seus quadros pessoas com diferentes características. Observe os quadros dos pintores brasileiros João Werner e Jurandi Assis. Acervo do artista Coleção particular Bananal, óleo sobre tela de João Werner, 2003. João Werner é um artista brasileiro que nasceu em 1962, no Paraná. Na foto, o artista em seu ateliê em 2005. Lavadeiras, acrílico sobre tela de João Werner, 2002. 26 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 26 15/03/11 15:18 Cristóvão J. Z. Wieliczka 75 cm x 56 cm © Jurandi Assis. Coleção particular Jurandi Assis (na foto, em seu ateliê em 2008) é um artista baiano que nasceu em 1939, no interior da Bahia. Ele é bastante conhecido por representar, entre outras coisas, costumes e folclores de sua terra. 68 cm x 55 cm © Jurandi Assis. Coleção particular 46 cm x 36 cm © Jurandi Assis. Coleção particular Tabuleiro da baiana, óleo sobre tela de Jurandi Assis, 1996. Florista, óleo sobre tela de Jurandi Assis, 1998. Mulher com bandolim, óleo sobre tela de Jurandi Assis, 2002. 1. Escolha o quadro do qual você mais gostou e conte para a classe por que você o escolheu. Resposta pessoal. Nós também podemos representar nossos corpos e os espaços em que vivemos. No capítulo 1, tivemos diversas oportunidades de desenhar algumas situações e nossos colegas. Vamos explorar isso um pouco mais. 27 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 27 15/03/11 15:18 MaPeando o MeU CorPo 2. Você vai começar fazendo o contorno das suas mãos. Vamos lá? Material ■ duas folhas de papel sulfite; ■ lápis ou caneta hidrográfica; ■ tesoura de pontas arredondadas; ■ cola. o aluno for canhoto, ele irá Como fazer Se desenhar a mão direita. a) Coloque a mão esquerda sobre uma folha de papel sulfite e desenhe o contorno dela no papel. Depois, faça o mesmo com a sua mão direita. Se o contorno feito no papel não no caderno, oriente os alunos b) Recorte os dois contornos e cole-os no caderno. couber a dobrar a folha. c) Compare com os colegas o tamanho das mãos de cada um. DOTTA Uma forma de representarmos o nosso corpo é por meio de um mapa. É atividades têm o objetivo de iniciar o aluno no trabalho um trabalho muito divertido e fácil de fazer. Veja: Estas cartográfico com base no mapeamento do seu próprio corpo. 3. Agora você vai desenhar o contorno dos seus pés. Utilize os mesmos materiais e siga as mesmas etapas da atividade anterior. a) Sente-se num banquinho ou numa cadeira, por exemplo, para ajudá-lo na tarefa de contornar os pés. Se necessário, peça ao(à) professor(a) que o ajude. b) Recorte o contorno dos seus pés e cole-os no caderno. c) Compare com os seus colegas o tamanho dos pés de cada um. DOTTA Peça aos alunos que comparem o tamanho das mãos e observem o formato delas, percebendo as diferenças. Promova a interação da classe no trabalho de análise de desenhos. 28 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 28 15/03/11 15:18 DOTTA DOTTA 4. Que tal, agora, mapearmos o contorno do corpo inteiro? Junte-se a um colega para fazer esta atividade e preste atenção nas orientações do(a) professor(a). Material ■ folhas grandes de papel de embrulho (kraft); ■ giz de cera, caneta hidrográfica ou pincel atômico; ■ tesoura de pontas arredondadas. Esta é uma atividade que pode criar situações constrangedoras para alguns alunos (um deles fica deitado, enquanto o outro tira Cuide para que os alunos não façam comentários sobre a forma do corpo de outras crianças. Enfatize o conteúdo Como fazer asvistomedidas). no capítulo 1: as diferenças são o que nos tornam únicos no mundo. a) Deite-se sobre a folha de papel e peça a seu colega que faça o contorno do seu corpo, conforme mostra a primeira foto. b) Em seguida, troquem de posição: o seu colega se deita sobre o papel e você faz o contorno do corpo dele. c) Recortem os desenhos que vocês fizeram e completem-nos com os detalhes que vocês quiserem acrescentar: boca, olhos, nariz, orelhas etc. d) Depois que todos terminarem, identifiquem os desenhos com o nome de cada um. Consulte mais orientações no Manual do Professor para realizar esta atividade com os alunos. 29 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 29 15/03/11 15:18 Felipe Grosso 5. Você acabou de fazer um mapa do seu corpo. Com ele, nós vamos comparar o tamanho de cada um e montar um gráfico da altura dos alunos da classe. Materiais ■ um rolo grande de barbante ou lã grossa; ■ os contornos do corpo de cada aluno, feitos na atividade anterior; ■ cola ou fita adesiva e tesoura. Como fazer a) Primeiro, estendam os seus desenhos no chão. b) Cada aluno vai estender o barbante ou a lã no comprimento do desenho (dos pés até a cabeça) para marcar o tamanho. c) Cortem o barbante ou a lã no tamanho marcado. d) Escrevam o nome de cada criança em um pequeno papel e colem-no no barbante. e) Separem os pedaços de barbante ou de lã por ordem de tamanho para o fato de que pode haver barbantes do (do maior para o menor ou vice-versa). Atente mesmo tamanho. f) Colem ou fixem com fita adesiva os pedaços de barbante ou de lã em uma parede da sala e peçam ajuda ao(à) professor(a) para colocá-los por ordem de tamanho na parede. g) O desenho que se formou na parede representa o gráfico de altura dos alunos da classe. 30 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 30 15/03/11 15:18 É possível também representarmos objetos reais e grandes em espaços menores, como uma folha de papel. Por exemplo, podemos desenhar um avião, uma casa ou qualquer outro objeto em nosso caderno. Para isso, temos de reduzir as medidas do objeto real para que ele caiba neste pequeno espaço. Veja a seguir. 6. Observe as figuras nos quadros abaixo e responda às questões no caderno. Esta atividade introduz as primeiras noções de escala. a 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 a b b c 1 d 2 3 4 5 6 7 8 9 10 a b e c f d e g f h g Editoria de arte h i i j j a) b) c) d) e) Quantos quadradinhos pintados existem no quadro A? 46. Quantos quadradinhos pintados existem no quadro B? 46. O que você vê no quadro A? Um barquinho. E no quadro B? Um barquinho. Os dois desenhos representam a mesma coisa? Sim. 31 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 31 15/03/11 15:18 Como você viu, nós podemos representar um mesmo objeto em a atividade, observe se os alunos percebem que nem sempre é possível representar no papel os objetos em seu tamanhos diferentes. Após tamanho real. Por isso, fazemos representações em tamanho reduzido. Sempre que fazemos uma redução devemos ter cuidado para que o objeto não fique desproporcional, ou seja, o desenho reduzido deve ficar parecido com o objeto real. Veja o exercício a seguir. Gaja/ Dreamstime.com 7. Observe os dois desenhos que representam o carrinho da foto. Qual deles representa melhor a foto? Por quê? Responda oralmente. Ilustrações: Felipe Grosso a b O carro da imagem A representa melhor a foto. O segundo desenho foi reduzido de forma desproporcional: a parte da frente está mais comprida em comparação ao objeto real e ele parece estar mais achatado também. Para que os desenhos reduzidos não fiquem deformados, tiramos as medidas do objeto real. Na hora de diminuir o desenho, reduzimos essas é proporcional quando todas as dimensões (largura, altura e profundidade) do brinquedo, medidas proporcionalmente. Aporredução exemplo, são reduzidas o mesmo número de vezes. 32 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 32 15/03/11 15:18 CUIdando do MeU CorPo e do aMbIente onde vIvo Você já pensou que, para cuidar do nosso corpo, temos de nos preocupar com nossos hábitos no dia a dia? Ter hábitos de higiene adequados, uma boa alimentação e praticar esportes são meios para obter um corpo saudável. Devemos ter cuidado também com o espaço em que vivemos. Cuidados em relação ao trânsito, às brincadeiras, ao meio ambiente, aos moradores do bairro, entre outros. Veja alguns exemplos. CIDADANIA: FAZ BEM AJUDAR O OUTRO! Procure perceber as dificuldades das pessoas ao seu redor e auxilie como puder: carregue as compras de uma senhora idosa; ajude um colega na sala que não está entendendo a matéria; ajude seu irmão mais novo a comer... Felipe Grosso Ajudar o outro é a melhor forma de receber ajuda quando você precisar também! 33 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 33 15/03/11 15:18 CUIDADOS NO TRÂNSITO Para atravessar a rua é preciso muito cuidado. Carros e motos passam rapidamente e põem nossa vida em risco se não estivermos prestando atenção. Leia as dicas a seguir. ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ Felipe Grosso ■ Ande sempre junto com um adulto. É preciso esperar pacientemente a hora de atravessar a rua e sempre usar a faixa de pedestres. Aguarde o semáforo de pedestres ficar verde para atravessar na faixa. Observe se os carros pararam. Olhe para os dois lados, pois podem vir carros nos dois sentidos. Ande sempre afastado da guia, longe da rua, para que nenhuma parte de um veículo bata em você. Quando não houver faixa ou semáforo de pedestres, preste muito mais atenção. Atravesse sempre em linha reta e redobre a atenção. Use sempre a passarela, quando houver; não atravesse no meio de uma avenida, muito menos de uma rodovia. Não caminhe escutando música com fones de ouvido, para não se distrair e para ouvir tudo o que acontece ao redor. 34 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 34 15/03/11 15:19 BRINCADEIRAS NÃO TÃO DIVERTIDAS ASSIM... Empinar pipa é muito gostoso, mas pode ser perigoso. Não estrague sua brincadeira. Brinque com segurança. Leia algumas dicas. ■ ■ ■ ■ ■ ■ Evite usar linhas cortantes (com cerol), pois pode machucar pessoas. Solte pipas longe da rede de energia elétrica (torres de alta tensão, por exemplo). Se a sua pipa ficar enroscada em fios de postes, deixe-a lá. A tentação é grande, mas mesmo que você veja uma pipa solta voando no céu, é melhor deixá-la para lá. O número de acidentes com pessoas que correm atrás de pipas e atravessam ruas, avenidas ou estradas sem cuidado é muito alto. Evite subir em lajes, telhados e outros lugares perigosos para que a pipa voe mais alto. Atenção em dias de chuvas e relâmpagos: não solte pipas nesses dias; o risco de receber uma descarga elétrica é grande. Atenção com motoqueiros e pessoas andando de bicicletas: as linhas da pipa podem ser perigosas para os condutores desses veículos. Curiosidades sobre a pipa ■ ■ ■ ■ Dependendo da região do Brasil, a pipa recebe outros nomes, como papagaio, arraia, pandorga, curica, gamelo, catita, cangula, quadrado etc. A pipa surgiu na China há mais ou menos 2 200 anos. Inicialmente, a pipa era usada para fins militares, para transmitir mensagens a distância. Existem os mais variados modelos de pipa, mas a maior parte deles apresenta formas geométricas como quadrado, triângulo e losango. Felipe Grosso 35 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 35 15/03/11 15:19 CUIDADO COM O MEIO AMBIENTE Cuide bem do lugar onde você vive. Leia as dicas abaixo: ■ Não jogue lixo na rua; procure sempre uma lixeira e, se não encontrar, guarde o lixo para ser jogado no local certo. Recicle o lixo de sua casa. Separe os materiais recicláveis (papéis, metais, vidros, plásticos) antes de descartá-los no lixo. ■ Economize água: evite tomar banhos demorados e não escove os dentes com a torneira aberta. Cuidar do meio ambiente é cuidar da nossa saúde! Contribua em sua casa, na escola, no bairro, na cidade, para termos um ambiente mais limpo e agradável a todos. Felipe Grosso ■ 8. Organize, junto com mais dois colegas, um cartaz com duas dicas para cuidar da sala de aula e da escola e criar um ambiente melhor Esta atividade pode ser um bom momento para discutir questões de respeito e tolerância na sala de aula. Valorize a para os estudos. produção dos alunos. Sugerimos expor, até o fim do semestre, pela sala de aula e pela escola os cartazes produzidos, que servirão de consulta quando for necessário. 36 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 36 15/03/11 15:19 VIAGEM PELA LEITURA O texto a seguir transmite noções de cuidados com o corpo e hábitos de higiene e pode ser trabalhado de forma integrada com Ciências e com o tema transversal Saúde. Leia a letra da música junto com as crianças e, se possível, consiga o CD ou uma fita com a música gravada para tocar na classe e cantar junto com os alunos. Ratinho tomando banho Tchau, preguiça Tchau, sujeira Adeus, cheirinho de suor. Oh... Lava, lava, lava Lava, lava, lava Uma orelha, outra orelha Lava, lava, lava, lava Lava testa, bochecha Lava o queixo, lava a coxa E lava até meu pé Meu querido pé Que me aguenta o dia inteiro. Oh, oh... E o meu nariz Meu pescoço, meu tórax O meu bumbum E também o fazedor de xixi. Oh... Lá-lá, laia-laia-lá, laia-laia-lá Laia-lá, lá-lá-lá-lá-lá. Hum... Ainda não acabou não Vem cá, vem... Vem... Uma enxugadinha aqui Uma coçadinha ali Faz a volta e põe a roupa de paxá. Ah! Banho é bom Banho é bom, banho é muito bom Agora acabou! Marcos Garuti ZISKIND, Hélio. Ratinho tomando banho. Intérprete: Hélio Ziskind. CD Meu pé, meu querido pé. Velas, 1997. A canção “Ratinho tomando banho” fazia parte da trilha sonora de um programa infantil de TV muito famoso na década de 1990, chamado Castelo Rá-Tim-Bum. Responda: a) Você já ouviu falar desse programa? b) Quais programas infantis você conhece? Quais são os seus Respostas pessoais. Com base nessas questões, promova na classe uma conversa com os alunos sobre programas infantis da televisão, dando programas infantis preferidos? oportunidade para que todos expressem suas preferências. Aproveite para conversar com eles sobre cinema, música e teatro, apresentando sugestões de ■ filmes, CDs e peças teatrais, de modo que o interesse cultural seja estimulado. 37 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 37 15/03/11 15:19 HORA DO RECREIO Cibele Queiroz 1. Observe os bonecos. Forme pares anotando em seu caderno quais são os bonecos exatamente iguais. Cite qual é a semelhança entre eles. Bonecos B e H têm olhos pretos; bonecos D e G têm nariz redondo; bonecos A e E têm boca pequena; bonecos C e F têm sobrancelha mais comprida. Cibele Queiroz 2. Agora identifique as cinco situações erradas que aparecem na ilustração. Escreva em seu caderno o porquê. 38 1) Computador ligado, mas ninguém está usando; 2) televisão ligada e ninguém está assistindo (desperdício de energia); 3) lixo jogado no chão; 4) brinquedos bagunçados em cima da cama e espalhados pelo quarto; 5) cachorro fazendo xixi na parede do quarto. G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 38 15/03/11 15:19 LEIA TAMBÉM ■ ■ ■ ■ ■ Declaração Universal dos Direitos Humanos, de Ruth Rocha e Otávio Roth. São Paulo: Salamandra, 2004. Conheça nesse livro os artigos da Declaração dos Direitos Humanos e discuta com seus colegas como aplicá-los no dia a dia. Pequeno pode tudo, de Pedro Bandeira. São Paulo: Moderna, 2002. A narrativa constitui-se em forma de versos, ritmados e alegres. O livro convida o leitor a refletir sobre as diferenças entre as pessoas, os preconceitos, o autoconhecimento e a aceitação de si mesmo. Sabe do que eu gosto?, de Ruth Rocha e D. Lorch. São Paulo: Salamandra, 2009. O livro apresenta situações do cotidiano infantil, como comer, tomar banho e brincar, retratadas em cenas simples. Tudo bem ser diferente, de Todd Parr. São Paulo: Panda Books, 2002. O livro mostra as diferenças de cada um de maneira divertida e aborda temas como adoção, separação de pais, deficiências físicas e preconceitos raciais. Um mundo de crianças, de C. Vilela e Ana Busch. São Paulo: Panda Books, 2007. Os autores viajaram a mais de 50 países e contam nesse livro coisas curiosas do mundo. Conheça crianças diferentes de diversos países, além de grandes cidades ou pequenas vilas do interior. OUTRA SUGESTÃO Site ■ Itaú Cultural. Disponível em: <www.itaucultural.org.br/>. Acesso em: 15 set. 2010. Nesse site, na seção de artes visuais, é possível encontrar obras de arte que mostram pessoas com diferentes características, como você viu neste capítulo, nas pinturas de João Werner e Jurandi Assis. 39 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 39 15/03/11 15:19 UNIDADE 2 EU E A MINHA ESCOLA Sylvain Sonnet A escola é muito importante para nossa vida. É lá que conhecemos pessoas novas, descobrimos novos conhecimentos e estudamos várias disciplinas. Howard Grey Alunos pedem permissão para responder à pergunta feita pela professora na sala de aula. Estudantes fazem pesquisa em livros na biblioteca. 40 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 40 15/03/11 15:19 Rogério Reis/ Pulsar Imagens Gabe Palmer/ Alamy/ Other Images Crianças pintando na sala de aula. Quilombo Santa Maria do Traquateua, Moju, Pará, 2009. Alunos realizam experimentos em laboratório. Poder frequentar a escola é um direito de todas as crianças e isso deve primeiro ano do Ensino Fundamental até o fim do Ensino Médio, são 12 anos de formação escolar. ser muito bem aproveitado! Do Todo esse tempo que se passa na escola, atualmente, é importante para a formação integral do jovem. 1. Em sua escola, você já participou de atividades como as mostradas Respostas pessoais. Incentive os alunos a dizer as atividades que realizam ou que já realizaram nas fotos? De quais delas? na escola, mesmo que não sejam essas mostradas nas fotos. 2. Em sua opinião, nesse 2o ano, você vai fazer atividades diferentes das Espera-se que o aluno possa manifestar sua curiosidade e suas a respeito do ano escolar. Se julgar adequado, que já fez antes? Explique sua resposta. expectativas converse com eles sobre o ensino de Geografia, especialmente. 3. Em sua opinião, para que serve a escola? Qual é a importância da escola na sua vida? Reflita sobre isso e converse com seus colegas. Oriente a conversa entre os alunos, a fim de que eles possam expressar suas opiniões. 41 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 41 15/03/11 15:19 3. A MINHA ESCOLA VAMOS COMEÇAR Neste capítulo, vamos conhecer melhor a nossa escola e a nossa sala de aula e conversar sobre o direito de estudar de todas as crianças. Felipe Grosso Veja alguns espaços que as escolas podem conter. Laboratório. Sala de aula. Pátio. Quadra de esportes. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos possam manifestar o que sobre a escola. Se julgar adequado, leve os alunos para uma Agora, responda em seu caderno: conhecem visita de conhecimento do espaço escolar. a) Algum espaço ilustrado acima não existe na sua escola? Qual? b) Cite mais três espaços que existem na sua escola, mas não estão representados nas imagens. Os alunos podem citar a secretaria, a cantina, a diretoria, a sala de computadores etc. ■ 42 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 42 15/03/11 15:19 A minhA escolA É Assim Marcos Garuti As escolas do mundo inteiro têm algumas semelhanças. A principal delas: são locais onde se ensina e se aprende. É na escola que as matérias são ensinadas e onde aprendemos várias coisas. A maioria das escolas também possui portaria, secretaria, refeitório, cantinas e quadras de esportes. Existem também escolas com espaços diferentes, por exemplo, laboratórios de informática, auditórios, salas de vídeo, piscina, entre outros. 1. Vamos conversar um pouco sobre a sua escola? Em seu caderno, comece escrevendo o nome e o endereço dela. a) Você sabe por que a sua escola tem esse nome? Descubra o significado do nome dela e converse com outros alunos sobre sua importante destacar que a escola também possui um endereço, assim como a casa deles. Se os alunos não souberem descoberta. Éo endereço, comece investigando o bairro, a rua até chegar na numeração. Se julgar adequado, realize as atividades oralmente e peça aos alunos que registrem no b) A escola fica perto ou longe da sua casa? caderno apenas algumas repostas, como forma também de incentivá-los à escrita. Resposta pessoal. c) O que você mais gosta de fazer na escola? Resposta pessoal. 2. Agora, você e seus colegas de classe vão dar um passeio pelo quarteirão da escola. Veja a seguir as informações que vocês devem recolher. Leve o caderno para anotar suas observações. a) Qual é o nome da rua da sua escola? Respostas pessoais. b) Qual é o nome das ruas que formam o quarteirão da sua escola? c) Anote no caderno os elementos que você vê na paisagem do quarteirão da sua escola. 2. Para esta atividade, é necessário preparar a saída com antecedência. Sugerimos que seja articulado um trabalho conjunto com mais professores e funcionários para garantir a execução da tarefa. É a primeira experiência de estudo de meio do ano e é preciso reforçar os procedimentos principais deste tipo de estudo: observação, registro, estímulo à curiosidade etc. G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 43 43 15/03/11 15:19 Também podemos representar nossa escola e o quarteirão onde ela está localizada por meio de desenhos. Para isso, precisamos reduzir a escola para que ela caiba na folha de papel. Veja o desenho a seguir. Ele foi feito por um aluno do 2o ano e mostra o quarteirão da escola onde ele estuda. Desenho de Thomas Kenji, 7 anos. 3. Vamos desenhar o quarteirão da nossa escola em uma folha de papel? a) Trace as ruas que formam o quarteirão da escola e escreva o nome delas. b) Coloque também no desenho alguns elementos que você observou na sua caminhada pelo quarteirão da escola. c) Assim como no desenho acima, crie uma legenda para explicar alguns dos elementos desenhados. 44 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 44 15/03/11 15:19 As escolas podem ser públicas ou particulares. Palê Zuppani/ Pulsar Imagens Também podemos representar as escolas por meio de fotos. Veja a foto ao lado, que mostra a fachada de uma escola no município de Teresina, no Piauí. Escola Municipal Minha Casa, Teresina, Piauí, 2008. João Prudente/ Pulsar Imagens A escola pública é mantida com o dinheiro dos impostos que todos nós pagamos ao governo. Portanto, ela pertence ao povo e é administrada pelo governo. Por isso ela é gratuita e qualquer criança pode frequentá-la. Colégio São Domingos, em Araxá, Minas Gerais, 2010. 4. A sua escola é pública ou particular? A escola particular, como a da foto ao lado, tem um proprietário. Ela pertence a uma pessoa ou a um grupo de pessoas (uma empresa ou uma instituição religiosa, por exemplo). É necessário pagar mensalidades para frequentá-la. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos possam identificar sua escola como uma instituição pública. Se possível, converse com os alunos sobre a história da escola, por exemplo, em que ano foi fundada, qual comunidade ela atende, se ela não mudou de endereço etc. 45 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 45 15/03/11 15:19 1 2 Rubens Chaves/ Pulsar Imagens Muitas vezes, o tamanho da escola está relacionado com o lugar em que ela se situa. Escolas que ficam em grandes cidades e precisam atender a um grande número de alunos costumam ser maiores do que as escolas situadas em áreas rurais ou em cidades pequenas. Observe as imagens. Delfim Martins/ Pulsar Imagens Existem outras diferenças entre as escolas. Algumas são pequenas e outras são grandes e possuem muitas dependências. Escola Estadual Américo Brasiliense, em Santo André, São Paulo, 2009. Grupo Escolar João Inácio de Sousa, no município de Cabaceiras, Paraíba, 2007. 5. Converse com seus colegas e anote no caderno: a) Qual é a principal diferença entre os tamanhos das escolas mostradas acima? A foto 1 mostra uma escola grande; a foto 2, uma escola bem menor do que a mostrada na foto 1. A escola da foto 1 localiza-se em cidade grande; a escola da foto b) Qual é a diferença entre os arredores das escolas? uma 2 fica em uma área rural. c) A sua escola se parece com alguma das escolas mostradas? Resposta pessoal. 46 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 46 15/03/11 15:19 As mudAnçAs nA minhA escolA A nossa escola, assim como o nosso município, também muda com o passar do tempo. Ela passa por reformas, aumenta ou diminui de tamanho, as pessoas modificam a organização das salas... Enfim, a escola passou por várias mudanças até se tornar o que é hoje. Autor desconhecido. 1913. Centro de Memória do Colégio Dante Alighieri, São Paulo Observe estas duas fotos. Elas mostram uma mesma escola em duas épocas diferentes. DOTTA Colégio Dante Alighieri no município de São Paulo (SP), em 1913. A mesma escola em foto de 2011. 6. Agora, responda oralmente: o que você nota de diferente entre as duas foto de 2011, podemos perceber que o portão da escola mudou e também que há mais árvores, além de imagens? Na algumas modificações na fachada (pintura, por exemplo). 47 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 47 15/03/11 15:19 observAndo A sAlA de AulA Assim como as escolas, as salas de aula também são diferentes umas das outras. 7. Vamos ver como é a sua sala de aula. Respostas pessoais. a) Quantos alunos há nela? b) Em sua sala de aula há muitos móveis e objetos? Observe com atenção tudo o que ela contém. Escreva o nome dos principais móveis e objetos e marque as quantidades no seu caderno. Depois, escolha um deles e desenhe-o. c) Quantas paredes, portas e janelas há na sua sala de aula? 8. Vamos medir a largura e o comprimento da sala de aula. Para fazer isso, devemos caminhar, ao lado da parede, colocando um pé logo à Divida a turma em dois grupos. Um grupo acompanha a medição da largura e o frente do outro, bem juntinhos! outro, a medição do comprimento da sala. No fim da atividade, os grupos trocam as informações e registram no caderno. ■ Escolham um aluno para medir o comprimento da sala e outro para medir a largura. Em seguida, registre cada medida em seu caderno. Felipe Grosso Veja este exemplo: A largura da sala é de 60 pés. 48 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 48 15/03/11 15:19 10. Agora o trabalho é individual. Todos os alunos devem estar sentados em suas carteiras. ■ Ilustrações: Cibele Queiroz 9. Agora, escolham um aluno e uma aluna, que vão descobrir as Oriente os alunos como deve ser feita essa seguintes informações: observação: na porta de entrada da sala, eles devem observar o que há em frente a sala; depois, eles sair da sala de aula e, de frente para a porta, a) O que fica em frente à sua sala de aula? devem observar o que há à esquerda e à direita. O item d pode ser observado pelos alunos que se sentam mais b) O que fica à esquerda da sua sala? próximos da janela. c) E o que fica à direita? d) O que se vê da janela da sala de aula? Registrem essas informações no caderno. Observe ao seu redor. Em seguida, faça em seu caderno um esquema como mostrado no modelo. Escreva em cada quadrinho o nome de seu colega. 49 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 49 15/03/11 15:19 DOTTA construindo umA mAQuete Você sabe o que é uma maquete? É uma forma de mostrar como é um lugar em tamanho menor. Observe a imagem ao lado. Ela é a maquete de uma sala de aula. 11. Vamos construir a maquete da sala de aula? Forme um grupo de atividade, estamos introduzindo o conceito de maquete como uma representação de um lugar trabalho e mãos à obra! Nessa em tamanho menor. Nos volumes posteriores, iremos aprofundar essa noção, mencionando também escala. Nesse momento, espera-se que os alunos apenas percebam a possibilidade de reproduzir um Material espaço (no caso, a sala de aula) em tamanho menor. ■ material de sucata para representar os móveis e objetos da sala: caixas de fósforos ou caixinhas de papelão vazias, embalagens de formas e tamanhos variados, copos descartáveis, palitos etc.; ■ tesoura de pontas arredondadas; ■ cola ou fita adesiva; ■ lápis; ■ tinta colorida; ■ uma caixa de papelão. Como fazer a) Façam uma lista do que existe em sua sala de aula. Em seguida, vamos representá-la. b) Na caixa de papelão, desenhem e recortem as janelas e as portas na mesma posição em que elas se encontram na sala. c) Com o material de sucata, façam os móveis e objetos da sala: carteiras dos alunos, mesa do professor, armário, quadro de giz etc. d) Pintem a caixa de papelão e as peças que vão compor a sala e deixem secar bem. e) Colem os móveis e objetos que vocês prepararam com o material de sucata dentro da caixa de papelão nos lugares apropriados. 50 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 50 15/03/11 15:19 observAndo e representAndo objetos Observe as três fotos a seguir. Elas são da mesma carteira e foram tiradas por alguém que estava de pé, próximo a ela. Mesmo assim, elas foram tiradas em posições diferentes. 1 Na foto 1, a carteira foi fotografada de frente. Na foto 2, a carteira foi fotografada de lado. 2 Fotos: DOTTA 3 Veja o desenho ao lado que uma pessoa fez observando outra carteira de cima para baixo. Paula Radi Na foto 3, a carteira foi fotografada de cima para baixo. 51 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 51 15/03/11 15:19 12. Agora é a sua vez! Observe sua carteira de cima para baixo e desenhe-a em seu caderno. 13. Observe os seis desenhos numerados abaixo. Eles representam apenas três objetos. Cada objeto está representado duas vezes: visto de cima para baixo e visto de lado. Registre em seu caderno os números que correspondem a cada objeto e dê o nome dele. Veja o exemplo: ilustrações: Paula Radi A b Respostas: as imagens A e B representam um carro. 2 5 1 3 4 6 52 As imagens 1 e 4 representam o mesmo objeto, que é um armário; as imagens 2 e 6 representam o mesmo objeto, que é um lápis; as imagens 3 e 5 representam o mesmo objeto, que é um cesto de lixo. G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 52 15/03/11 15:19 Os objetos também podem ser desenhados por meio de símbolos. O significado desses símbolos e o que eles representam é explicado na legenda. Veja: desenho legenda Ilustrações: Paula Radi nome do objeto Carteira Árvore Paula Radi 14. Agora, escolha dois objetos da sua sala para desenhar no caderno. Crie um símbolo para eles e faça a legenda, como foi mostrado nos exemplos acima. 15. Veja ao lado o modelo de uma sala de aula vista de cima e responda às questões. a) Quem está sentado atrás de Geraldo? Vera. b) Quem se senta à direita de Maria? Eduardo. c) Mariana se senta atrás de quem? Henrique. d) Qual aluno fica mais perto de Fernanda: Ana ou Raquel? Ana. 53 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 53 15/03/11 15:20 VIAGEM PELA LEITURA A escola é tão importante que ela foi mencionada na Declaração Universal dos Direitos Humanos. Leia o trecho de um texto sobre essa Declaração: Declaração Universal dos Direitos Humanos M Artigo 1 – Todas as pessoas nascem livres e iguais. Artigo 2 – Os direitos de qualquer pessoa devem ser assegurados, independente de raça, cor, sexo, religião e riqueza. Artigo 3 – Todos têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. [...] Artigo 7 – Todas as pessoas devem ser tratadas igualmente perante a lei. [...] Artigo 18 – Todos têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. Artigo 19 – Todos têm direito à liberdade de opinião e expressão. [...] Artigo 23 – Todos têm direito ao trabalho com condições justas. Artigo 24 – Todos têm direito ao repouso e ao lazer. Artigo 25 – Todas as pessoas têm direito à saúde e bem-estar, incluindo alimentação, vestuário, moradia, cuidados médicos e serviços sociais. Artigo 26 – Todos têm direito à educação gratuita. [...] Jonatas Tobias s co ar i ut ar G A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos básicos da Organização das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem. Veja alguns deles: ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU). Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: <www.onu-brasil.org.br/documentos_direitoshumanos.php>. Acesso em: 20 jan. 2011. 1. Em sua opinião, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é um Espera-se que os alunos digam que a Declaração fundamental, pois estabelece os direitos mais documento importante? Explique sua resposta. éimportantes para todas as pessoas do mundo. 2. Você acha que todas as crianças frequentam a escola? Por quê? Pode ser iniciada uma conversa sobre o trabalho infantil: muitas crianças abandonam a escola para trabalhar e ajudar no sustento de sua família. Muitas crianças enfrentam dupla jornada: trabalham e ainda estudam. 54 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 54 15/03/11 15:20 HORA DO RECREIO Jonatas Tobias 1. Observe o desenho e veja o caminho por onde André passa, indicado pelas setas. Quais estabelecimentos o menino vê em seu caminho para a escola? André vê a farmácia, o hospital, a padaria, a banca de jornal e o supermercado. 55 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 55 15/03/11 15:20 Marcos Garuti 2. Oto adora ir à escola. Tem um momento em que ele se reúne com seus amigos para brincar. Vamos descobrir em que horário isso acontece? Substitua os pontos do quadro 1 pela letra do quadro 2 e escreva a resposta em seu caderno. A palavra formada é RECREIO. Quadro 1 ❉ ➞ ❉ ❉ ➞ ❉ ➞ ➞ ➞ ❉ ➞ ❉ ❉ Quadro 2 m b c r h i A e d F e o r c e G l j 56 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 56 15/03/11 15:20 É HORA DE PESQUISAR Será que a sua escola sempre foi do mesmo jeito? Vamos formar grupos É importante fornecer as fotos aos alunos, pois o objetivo da atividade é a interpretação das imagens, e não de trabalho e pesquisar! propriamente a busca delas. Organize um material com as imagens e disponibilize cópias aos grupos. Muitas escolas já possuem em seu acervo material para pesquisa a respeito de sua história e da história da comunidade da qual faz parte. Sugerimos que a atividade seja adaptada de acordo com a realidade dos alunos e com a possibilidade de obter imagens da escola e do entorno em diferentes épocas. Grupos 1 e 2 Vocês vão pesquisar fotos antigas da escola e entrevistar funcionários, professores e membros da diretoria da escola. a) Primeiro, observem as fotos fornecidas pelo(a) professor(a) que retratam a escola em diversas épocas. b) Depois, entrevistem algumas pessoas para saber se ocorreram mudanças desde que a escola foi fundada e quais foram essas mudanças. c) Em classe, os grupos vão: ■ ■ Ilustrações: Felipe Grosso ■ ■ identificar os lugares mostrados nas fotos; comparar as fotos com o lugar atual, para verificar se houve mudanças no local; comentar as entrevistas; escrever um texto no caderno contando o que mudou e o que continuou igual na escola. 57 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 57 15/03/11 15:20 Grupos 3 e 4 Vocês vão pesquisar fotos da rua onde a escola está localizada e entrevistar alguns moradores dessa rua. d) Em primeiro lugar, observem as fotos fornecidas pelo(a) professor(a) que retratam a rua e o bairro da escola em diversas épocas. e) Em seguida, conversem com alguns moradores para saber se houve mudanças na rua da escola desde quando ela foi fundada e quais foram essas mudanças. f) Em classe, os grupos vão: ■ ■ comparar as fotos antigas da rua com o lugar atual, para verificar se houve mudanças no local; comentar as respostas dos entrevistados; escrever um texto no caderno sobre o que mudou e o que permaneceu igual na rua da escola. Ilustrações: Felipe Grosso ■ 58 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 58 15/03/11 15:20 LEIA TAMBÉM ■ Uma escola assim eu quero pra mim, de Elias José. São Paulo: FTD, 2007. Neste livro o autor fala de recepção do outro, de preconceito, de aceitação da diversidade e de aprendizado escolar. ■ Um passeio pela escola, de Cláudio Martins. São Paulo: Formato, 2003. Usando sua luneta, um menino vê cenas interessantes, engraçadas, identifica professores e colegas e paisagens da rua. Até que, de repente, leva um grande susto... O que será? ■ Na minha escola todo mundo é igual, de R. Ramos. São Paulo: Cortez, 2004. A autora fala de uma escola em que todos os alunos convivem em harmonia, procurando superar as diferenças e dificuldades, para se tornar uma escola verdadeiramente de iguais. ■ A escola do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2001. Este livro mostra como as atividades escolares nos incentivam a elaborar nossas próprias ideias e a desenvolver o raciocínio e a criatividade. ■ O menino que aprendeu a ver, de R. Rocha. São Paulo: Quinteto Editorial, 2000. João não entendia as palavras. Então chegou a hora de entrar na escola. Adivinhe o que aconteceu? Será que ele aprendeu a ler rapidamente ou teve dificuldades? OUTRA SUGESTÃO Site ■ TV Escola. Disponível em: <http://tvescola.mec.gov.br>. Acesso em: 5 nov. 2010. É um canal de televisão pública vinculado ao Ministério da Educação. Na seção Videoteca existem diversos vídeos educativos sobre temas variados. 59 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 59 15/03/11 15:20 UNIDADE 3 O LUGAR ONDE EU MORO A moradia é um direito de todos. É o local onde descansamos, conversamos com pessoas de nossa família, fazemos muitas de nossas refeições, guardamos nossos brinquedos, enfim, é um lugar onde passamos muitos momentos de nossa vida. Em geral, as residências localizam-se em uma determinada rua. As ruas são o lugar em que os cidadãos de um bairro podem se encontrar e conversar. A rua é também um lugar de passagem, por onde circulam as pessoas que vão ao trabalho ou à escola a pé, de bicicleta, de carro ou de ônibus. Felipe Grosso Nesta unidade, vamos estudar o lugar onde moramos. Mas antes de começar, observe as ilustrações a seguir. 60 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 60 15/03/11 15:20 Felipe Grosso 1. As pessoas que vivem com você costumam fazer coisas como as Respostas pessoais. Incentive os alunos a relatarem suas experiências com a família e com a mostradas nas imagens? vizinhança. No entanto, esteja atento para a diversidade de contextos que podem existir na sala de aula e cuide para que os alunos não sejam expostos a situações constrangedoras. 2. Conte um pouco sobre a rua onde você mora. Ela se parece com a rua mostrada na imagem desta página? Ela é muito movimentada? Há estabelecimentos comerciais? O que você costuma fazer lá? Você brinca com os amigos da rua? 61 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 61 15/03/11 15:20 4. EU E A MINHA MORADIA VAMOS COMEÇAR Existem diversos tipos de moradia. Vamos ver algumas delas? Esta é uma casa térrea, pois ela só tem um andar. A casa desta foto possui um amplo jardim. 1 Aleruaro/ Pulsar Imagens ■ Casa no bairro de Criúva, em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, 2009. 62 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 62 15/03/11 15:20 Este é um sobrado. É uma casa que tem mais de um andar. Aleruaro/ Pulsar Imagens ■ 2 Palê Zuppani/ Pulsar Imagens Casa no bairro da Gruta, em Antônio Prado, Rio Grande do Sul, 2009. 3 ■ Este é um prédio ou edifício. É uma construção formada por diversos andares. Cada andar possui um ou mais apartamentos. Prédio residencial no bairro de Samambaia Norte, em Samambaia, Distrito Federal, 2010. Observe as fotos e responda em seu caderno: a) Qual é a principal diferença entre as moradias em relação ao Explique para os alunos que, neste caso, estamos considerando que o térreo é um andar. Assim, na 1, a casa apresenta apenas um andar (o térreo); na foto 2, aparece uma casa com dois andares número de andares? foto (o térreo e mais um); na foto 3, aparece um prédio com vários andares, além do térreo. b) O lugar onde você mora se parece mais com qual moradia Resposta pessoal. Incentive os alunos a identificarem as semelhanças entre as fotos e a moradia deles: pode ser quantidade de andares e, também, por outros elementos, por exemplo, a presença de janelas ou de jardim, representada? pela o tamanho etc. Aproveite essas situações para conhecer melhor a realidade dos alunos, seu modo de vida, seus ■ hábitos etc. 63 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 63 15/03/11 15:20 a minha mOradia Todos nós precisamos de uma moradia. Ela nos protege do calor e do frio, do vento e da chuva. A moradia é o nosso abrigo. É também um espaço onde convivemos com outras pessoas, parentes e amigos. 1. Observe sua moradia com atenção e responda no caderno. a) Como ela é? b) Quantos andares possui? É uma casa térrea, um sobrado ou um edifício? Respostas pessoais. As perguntas são apenas sugestões para orientar a observação dos c) De que cor são as paredes do lado de fora? algumas alunos em casa. Explique que eles podem pedir a alguém de casa para ajudá-los a respondê-las. O registro por meio de desenho poderá enriquecer d) E as janelas, são de que cor? ainda mais as respostas deles. Se julgar necessário, adaptações nas perguntas, de acordo e) Existe alguma coisa na frente dela? O quê? faça com a realidade dos alunos. Nos itens a a d, a intenção é que o aluno observe a moradia com foco nos elementos de construção, para introduzir, f) Existe alguma coisa atrás dela? O quê? posteriormente, as diferenças de materiais e de lugares onde as moradias se inserem. Nos itens e a g) O que existe do lado direito dela? j, os alunos podem mencionar, por exemplo, outras construções ou outros elementos, de acordo com o lugar onde se encontra a moradia deles. h) O que existe do lado esquerdo? i) Há plantas ou árvores ao redor dela? j) Há outras construções, como casas ou edifícios, próximos a ela? k) Que outras características você pode observar na sua moradia? l) Você gosta da sua moradia? 2. Forme um grupo com mais dois colegas. Descreva sua moradia para o grupo e peça aos colegas que descrevam a deles. 3. Agora, cada um vai desenhar sua moradia no caderno. Não se esqueça de colocar também os elementos que se situam ao redor dela. 4. Mostre aos colegas do grupo o desenho da sua moradia e veja o desenho deles. Observe as semelhanças e as diferenças entre os desenhos e conversem sobre elas. 5. Por fim, com a ajuda do(a) professor(a), organizem um painel na classe com os desenhos das moradias dos alunos da classe. 64 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 64 15/03/11 15:20 Onde as pessOas mOram Nas páginas 62 e 63, há três fotos que mostram moradias diferentes. Mas há vários outros tipos de moradias, feitas de materiais diversos, em lugares também variados. No entanto, há também pessoas que não possuem lugar para morar. Elas procuram abrigo do calor, do frio, do sol ou da chuva e vivem nas ruas, sem privacidade, sem poder estocar alimentos ou prepará-los de modo adequado, sem poder cuidar da higiene pessoal. Há também pessoas que habitam moradias precárias, nas quais faltam iluminação e coleta de esgoto e que se localizam em áreas de risco de desabamento. Embora essas famílias possuam uma habitação, elas lutam diariamente para obter uma moradia mais digna e segura. Rivaldo Gomes/ Folhapress Observe a foto abaixo. Esta família não possui moradia. Infelizmente, há muitas famílias nessas condições, em várias cidades do Brasil. Família sem-teto vivendo no espaço sob a Câmara Municipal de São Paulo (SP), 2010. Em 2009, segundo dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), cerca de 13 mil pessoas viviam nas ruas dessa cidade. 6. Na cidade onde você mora é comum ver pessoas na situação Resposta pessoal. Espera-se que o aluno conheça a realidade do lugar onde vive e que, mostrada na foto? Explique. dependendo de sua vivência, possa identificar pessoas sem-teto, que buscam abrigo embaixo de viadutos, sob marquises de prédios, ou praças e outros espaços públicos. 65 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 65 15/03/11 15:20 7. Leia a notícia a seguir e responda às questões. Cidade vira mercado de entulho em Alagoas Felipe Grosso A destruição provocada pelos temporais no Nordeste [em junho de 2010] criou um mercado de entulhos em União dos Palmares (a 81 km de Maceió), um dos municípios mais afetados pelas chuvas na região. Nas áreas devastadas, famílias “garimpam” os destroços em busca de tijolos, telhas de barro e vigas de ferro. Os materiais de segunda mão são vendidos ou usados na construção de novas casas. A busca envolve homens, mulheres, idosos e crianças. Os mais fortes cavam os entulhos com pás e picaretas. Os demais limpam as peças e as empilham nas ruas. “Tijolo aqui é ouro”, disse o lavrador Claudiano Justino Moreira da Silva, 22, que mora em uma área não atingida pelas enchentes, mas passa o dia recolhendo materiais de construção nas ruínas para construir uma casa nova. [...] GUIBU, Fábio. Cidade vira mercado de entulho em AL. Folha Online. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ ff0107201017.htm>. Acesso em 10 dez. 2010. a) Por que os moradores da cidade de União dos Palmares, no estado do Alagoas, estão atrás de material de construção? Porque eles precisam reconstruir suas casas. b) Por que as pessoas estão precisando reconstruir suas casas? O Elas perderam suas casas nas enchentes por fortes chuvas que que aconteceu para elas perderem suas casas? provocadas atingiram todo o Nordeste em 2010. c) Que tipo de materiais para a reconstrução de suas casas a população procura entre os destroços? Ela procura tijolos, telhas de barro e vigas de ferro. d) A cidade onde você mora apresenta problemas com enchentes? Dê exemplos. Resposta pessoal. 66 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 66 15/03/11 15:20 COmO as mOradias sãO feitas As moradias são construídas de acordo com o material disponível no lugar e adaptadas ao modo de vida, às necessidades e também às possibilidades das pessoas. Vários profissionais trabalham na construção das moradias: arquitetos, engenheiros, pedreiros, encanadores, pintores, eletricistas etc. Além disso, há pessoas que possuem conhecimento sobre as etapas de construção e constroem ou participam da construção de suas próprias moradias. Com isso, o custo da construção é menor. Leo Drumond/ Nitro As moradias podem ser construídas com diversos tipos de material. Observe as fotos. ■ Este é um barraco, construído com tábuas de madeira. Barracos na beira da rodovia MG-255, em Iturama, Minas Gerais, 2007. Esta é uma palafita, casa de madeira construída sobre estacas. Esse tipo de construção é comum em lugares que alagam, como margens de rios. Juvenal Pereira/ Pulsar Imagens ■ Palafita na ilha de Marajó, Pará, 2009. 67 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 67 15/03/11 15:20 Esta é uma típica habitação indígena, chamada oca. As suas paredes são construídas com troncos de árvore e palha. Renato Soares/ Pulsar Imagens ■ Zé Zuppani/ Pulsar Imagens Oca na aldeia Kalapalo, no Parque Indígena do Xingu, Mato Grosso, 2009. ■ Esta é uma moradia de pau a pique, feita de troncos de árvore. Os espaços entre os troncos são preenchidos com barro. ■ As paredes desta construção são de pedra. Delfim Martins/ Pulsar Imagens Casas de pau a pique à beira do rio Japaratuba, em Pirambu, Sergipe, 2007. Museu Ambiência Casa de Pedra em Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, 2008. Esta casa foi construída no final do século XIX por imigrantes italianos. 68 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 68 15/03/11 15:20 Delfim Martins/ Pulsar Imagens ■ Em alguns lugares são comuns as casas de madeira cortada em tábuas. Casa de madeira em Manaus, Amazônia, 2010. Flávio Bacellar/ Olhar Imagem Há também moradias feitas de tijolos de argila ou blocos de concreto, como a da imagem abaixo. Depois de pronto, esse tipo de moradia geralmente recebe um acabamento que “esconde” os blocos ou tijolos. Construção de casa em Barreiro, Bahia, 2008. Respostas pessoais. A intenção é que o aluno possa identificar em sua própria moradia alguns dos materiais mostrados nas imagens. Incentive-os a identificarem também outros materiais de construção que não foram mostrados: vidro, metais, plásticos, pedras de acabamento (mármores, granitos e similares), azulejos etc. 8. Depois de observar as fotos das moradias, responda no caderno: a) Qual o material utilizado na construção da sua moradia? b) Você acha que a sua moradia se parece com alguma das que você Neste item b, mesmo que a foto não seja muito semelhante moradia do aluno, é muito provável que haja alguma viu nas fotos? Com qual delas? Por quê? àsemelhança em alguns dos materiais mencionados. Nesse caso, peça ao aluno que destaque esses elementos semelhantes. 69 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 69 15/03/11 15:20 9. Ao lado de uma moradia geralmente existem outras. Juntas, elas formam uma vizinhança. Leia este poema que fala sobre esse tema. Em seguida, responda às questões da página ao lado. As questões podem ser respondidas oralmente ou por escrito. A vizinhança Tanta gente diferente Um é triste, outro contente. THEBAS, Claudio. Amigos do peito. São Paulo: Formato, 2009. Marcos Garuti Dona Sônia, seu Silvério: ele é sério, ela, risonha. O Manuel da padaria – que sotaque diferente! Seu Heitor, tão bem vestido! Lá no banco ele é gerente. Sem contar a criançada, molecada, que alegria! Todo dia de verão a rua vira folia. E todo dia é a mesma história; De tarde, o bate-bola, E bate-boca com vizinho: – Dá a bola, seu Afonso! – Não devolvo, não, senhor! Já quebraram minha vidraça E acertaram meu pastor! 70 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 70 15/03/11 15:20 a) Na vizinhança descrita no poema, há alguns adultos e algumas crianças. Qual é a característica principal de dona Sônia? Ela é risonha. b) Qual é a profissão de Seu Heitor? Ele é gerente de banco. c) Como são os dias de A rua vira verão nesta vizinhança? folia. d) No fim do poema o autor conta que há um conflito entre moradores da vizinhança. Qual é esse conflito? Marcos Garuti Há um conflito entre seu Afonso e as crianças: seu Afonso não quer devolver a bola porque já quebraram a vidraça da casa dele e acertaram seu cão pastor. e) Agora você vai experimentar ser poeta. Crie um poema com três estrofes sobre a sua vizinhança. Conte sobre algumas pessoas, sobre as brincadeiras, os conflitos entre os vizinhos, as amizades. Lembre-se de dar um título ao seu poema. Assim que terminar, Integre esse último item com Língua Portuguesa. Se julgar necessário, explique que a estrofe é um leia-o para a classe. conjunto de versos (as linhas do poema). As estrofes podem ter o número de versos que o poeta determinar. O poema pode ser uma criação coletiva dos alunos e não precisa necessariamente apresentar rimas. O importante é que os alunos experimentem trabalhar com este gênero de texto para expressar seus sentimentos e percepções sobre sua vizinhança. 71 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 71 15/03/11 15:20 10. Junto com um colega, leia o poema a seguir, que fala sobre a situação momento, forme a dupla considerando os diferentes níveis de de pessoas que não têm moradia. Nesse competência leitora dos alunos, de modo que os dois alunos, juntos, possam ler e compreender o texto. Antes das atividades, leia o texto em voz alta ou junto com os alunos, para garantir a compreensão do sentido. As questões podem ser respondidas oralmente. Sem casa Gente tem que ter Onde morar, Um canto, um quarto, Uma cama, Para no fim do dia Guardar o corpo cansado Com carinho, com cuidado, Que o corpo é a casa Dos pensamentos. Marcos Garuti Tem gente que não tem casa, Mora ao léu, debaixo da ponte. No céu a lua espia Esse monte de gente Na rua Como se fosse papel. MURRAY, Roseana. Casas. São Paulo: Formato, 1994. 10b) Respostas pessoais. Essa questão tem como objetivo incentivar a reflexão sobre o direito à moradia, um direito social dos cidadãos brasileiros. Se julgar adequado, amplie a discussão sobre outros direitos sociais, garantidos pelo Art. 6o da Constituição Federal: “São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” diz que há pessoas que não têm onde morar, mas todos deveriam ter uma moradia a) O que diz o poema? O(umpoema canto, um quarto etc.). b) Por que vocês acham que existem pessoas morando nas ruas? c) De acordo com o poema, por que todos nós deveríamos ter uma moradia? Pois é o lugar onde descansamos nosso corpo com carinho e cuidado, pois o corpo é a casa dos pensamentos. 72 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 72 15/03/11 15:20 as habitações em diferentes épOCas e lugares João Prudente/ Pulsar Imagens As habitações nem sempre foram iguais às que existem atualmente. Pinturas rupestres no Lajedo de Soledade, em Apodi, Rio Grande do Norte, 2008. Essas pinturas são vestígios de abrigos de grupos humanos pré-históricos que viveram no local há 5000 anos. Os primeiros seres humanos abrigavam-se em cavernas, grutas e outros abrigos naturais que não precisavam ser construídos. Nesses locais, eles se protegiam do frio, do sol, da chuva e dos animais perigosos. Essas pessoas viviam da caça, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Na busca por esses alimentos, precisavam mudar constantemente de lugar. Mais tarde, os humanos começaram a construir abrigos com galhos e folhas de árvore, pedras e barro. Às vezes, eles os forravam com peles de animais para ficarem mais quentes. Peter Marlow/ Magnum Photos/ Latinstock Conforme aumentava o conhecimento do ser humano sobre a natureza, novas técnicas de construção foram sendo inventadas e as moradias passaram a ser feitas com materiais diferentes. Moradia de grupos humanos de cerca de 3100 a 2600 a.C. Ilhas Orkney, Escócia, 2004. Esse local foi considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 1999. 73 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 73 15/03/11 15:20 No início, as construções eram feitas com os materiais que havia no ambiente. Assim, habitantes das florestas, por exemplo, construíam suas casas com madeira; habitantes de áreas próximas a rios construíam casas sobre estacas para se proteger das cheias dos rios. Com o desenvolvimento das técnicas e dos meios de transporte, atualmente pode-se construir uma moradia usando materiais bem diversos, mesmo que sejam trazidos de lugares distantes de onde se quer construir. Apesar dessa maior facilidade no uso dos materiais de construção, nos dias de hoje ainda se podem encontrar moradias feitas principalmente de barro (pau a pique), de palha (oca), de madeira (palafitas) e de pedra. AS CASAS DE GELO Nas regiões muito frias da Terra, como no polo norte, os habitantes construíam casas feitas de gelo. Os iglus, como são conhecidos, foram durante muito tempo utilizados como moradia pelos inuítes (habitantes do polo norte). Pode parecer estranho, mas o interior dos iglus é realmente mais quente que o ambiente externo. Picture Contact BV/ Alamy/ Other Images Hoje, a maioria dos inuítes não utiliza os iglus como moradia, mas como abrigo e refúgio quando saem para as temporadas de caça. Iglu em Gojahaven, vilarejo onde moram cerca de 1000 inuítes, no extremo norte do Canadá, 2005. 74 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 74 15/03/11 15:20 as mOradias em Obras de arte Muitos artistas representaram suas moradias ou casas que imaginaram. Com tintas, pincéis e uma tela, os artistas pintam moradias que são verdadeiras obras de arte. The Art Institute of Chicago, Chicago Observe a seguir algumas obras do artista holandês Vincent van Gogh, Leia as legendas com os alunos. No Manual do do século XIX. Professor, há mais informações sobre Van Gogh. Van Gogh Museum, Amsterdã Musée d’Orsay, Paris O quarto em Arles, óleo sobre tela pintado por Van Gogh em 1889. Van Gogh é um famoso artista holandês, que viveu entre 1853 e 1890. Durante sua vida, passou por muitas dificuldades financeiras e teve vários problemas de saúde. A maior parte de suas obras só foi reconhecida após a sua morte e passaram a valer milhões de dólares. Autorretrato, óleo sobre tela, de Vincent van Gogh, 1889. A casa amarela, óleo sobre tela de 1888. Nesta casa, Van Gogh morou boa parte de sua vida. Ele também a utilizava como ateliê. 75 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 75 15/03/11 15:21 11. Vamos conversar sobre essas obras?Com Conte para a classe: essas questões pretende-se orientar a observação dos alunos. a observar não só os elementos que compõem cada obra, a) Como era o quarto de Van Gogh? Incentive-os mas também suas cores e o estilo do desenho. Faça também outras questões, de acordo com a conversa dos alunos. b) Como era a casa onde Van Gogh morou parte de sua vida? c) Quais cores predominam nas obras? d) Você gostou dessas obras? De qual você mais gostou? Por quê? Alisa Mellon Collection, National Gallery of Art, Washington/ AKG Images/ Latinstock 12. Agora, observe a pintura abaixo. O nome do quadro acima é Casa de fazenda na Provença. Esse quadro, um óleo sobre tela, foi pintado por Van Gogh em 1888 e representa uma casa de campo na região da Provença, na França. 12a) Resposta pessoal. Pretende-se chamar a atenção dos alunos para os elementos naturais existentes nos lugares, sem mencionar, nesse momento, essa nomenclatura. a) Observe que essa casa se localiza em uma região com bastante vegetação. Você conhece alguma casa como essa? b) Escreva uma vantagem e uma desvantagem de morar em uma pessoal. Estimule o aluno a imaginar a vida em uma casa de campo, caso não viva no meio rural. Há casa como essa. Resposta vantagens como o contato com a natureza, menos poluição (sonora, visual e atmosférica), não há problemas de trânsito etc. Há também algumas desvantagens como a dificuldade de acesso a serviços como hospitais, escolas, polícia e o maior tempo que se leva no deslocamento de um lugar a outro. 76 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 76 15/03/11 15:21 A parte externa de uma moradia é aquela que nós vemos do lado de fora. A frente da moradia chama-se fachada. Aleruaro/ Pulsar Imagens as mOradias pOr fOra e pOr dentrO Fachada de casa em Colinas, Rio Grande do Sul, 2010. 13. Procure, em jornais e revistas, fotos que mostrem a parte externa de diferentes tipos de moradia. Recorte e cole-as no caderno. Escreva ao lado de cada uma delas qual é o tipo de casa (casa térrea, Para esta atividade, será preciso reunir materiais de pesquisa e levá-los para a sala de aula. Esses materiais sobrado, prédio). poderão ser usados novamente nas atividades 14 e 16. Oriente os alunos a “dobrar” as imagens que forem maiores que o caderno. Rogério Reis/ Pulsar Imagens Esta é a parte interna de uma moradia. Interior da casa em que morou o poeta Carlos Drummond de Andrade, em Itabira, Minas Gerais, 2009. 14. Procure em jornais e revistas fotos em que apareçam as partes internas de moradias. Escolha uma delas e cole-a no caderno. Nesta atividade, utilize o mesmo material já reunido antes. Se preciso, acrescente outros jornais e revistas. Oriente os alunos a “dobrar” as imagens que forem maiores que o caderno. 77 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 77 15/03/11 15:21 Delfim Martins/ Pulsar Imagens Veja agora o interior desta moradia. Interior de uma moradia indígena na aldeia Kalapalo, no Parque Indígena do Xingu, Querência, Mato Grosso, 2009. Esta é uma moradia indígena vista por dentro, localizada no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso. Ela é ampla e nela moram várias famílias. A habitação é sustentada por armações de troncos e galhos de árvore de vários tamanhos, amarrados com cipós, e coberta com camadas de sapé. 15. No caso de o aluno ter escolhido uma moradia de cidade grande, como uma casa térrea, por exemplo, seguem as possíveis respostas: Semelhanças – 1) o ambiente é coberto; 2) laterais cobertas (paredes e forros de sapé, no caso da moradia indígena); 3) são moradias fixas. Diferenças – 1) ao contrário da casa térrea, há várias famílias morando na oca indígena; 2) não há iluminação elétrica na moradia indígena; 3) não há divisão de ambientes (sala, cozinha, quartos) na moradia indígena. 15. Escreva em seu caderno três semelhanças e três diferenças entre o interior dessa moradia indígena e o interior da moradia que você pesquisou na atividade 14. 78 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 78 15/03/11 15:21 a planta da mOradia Podemos observar e desenhar objetos de diferentes posições: de frente, de lado e de cima para baixo. Veja o exemplo desta casinha de bonecas. O desenho mostra a fachada da casinha, vista de frente. O desenho abaixo, à esquerda, mostra a casinha vista de cima para baixo, sem o telhado. Assim, nós podemos observar as partes internas. Ilustrações: Paula Radi Abaixo, à direita, o desenho da casinha sem as paredes externas. 79 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 79 15/03/11 15:21 Esta é a planta de uma casa. Observando-a, podemos perceber que a moradia tem vários cômodos, que são as partes de uma moradia (sala, quartos, cozinha etc.). Cibele Queiroz A planta mostra como os cômodos da casa estão dispostos. Planta ilustrativa sem escala 16. Procure plantas de casas ou apartamentos em jornais, revistas e folhetos de propaganda e cole-as no caderno. Dobre as plantas, se essa atividade, pode ser utilizado o mesmo material já reunido antes, acrescido de folhetos de propaganda imobiliária. for necessário. Para Esteja atento apenas ao fato de que, nos folhetos, geralmente as plantas são reproduzidas fora de escala. Oriente os alunos a “dobrar” as imagens que forem maiores que o caderno. 80 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 80 15/03/11 15:21 17. Vamos desenhar uma casinha de bonecas vista de frente. Material ■ folha de papel quadriculado (quadradinhos de meio centímetro); O papel quadriculado, se não estiver disponível, pode ser produzido pelos alunos. Peça a eles que façam cada ■ lápis preto; quadradinho com 0,5 centímetro de lado. ■ borracha. Verifique com os alunos se eles compreendem o sentido das palavras Como fazer 17b) horizontal (“deitado”) e vertical (“de pé”). Construa o desenho passo a passo. a) Em um papel 1 2 3 4 5 quadriculado, copie o 2 quadro desenhado ao lado em azul. 3 b) Escreva a numeração 4 de 1 a 10 na horizontal 5 e de 1 a 18 na vertical. c) Comece o desenho da 6 casinha pelas paredes 7 laterais. Observe que as paredes começam no 8 número 8 e vão até o 17. 9 d) Depois, desenhe o telhado e a linha que 10 representa o chão. Por 11 fim, desenhe a janela, a 12 porta e a maçaneta. Se você quiser, pode 13 pintar seu desenho no 14 caderno. ■ Que diferença você notou entre o desenho do modelo e o desenho que você fez? O modelo é maior do que o desenho do aluno. Paula Radi 6 7 8 9 10 15 16 17 18 81 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 81 15/03/11 15:21 Os serViçOs Que abasteCem as mOradias Toda habitação deve ter espaço suficiente para abrigar seus moradores com segurança e conforto. Também deve ser bem iluminada e bem ventilada, ter água potável e rede de esgotos. 18. Pesquise informações sobre sua moradia. Leia estas perguntas para um adulto que mora com você e escreva as respostas em seu Respostas pessoais. Se os alunos responderem “sim” em todas as questões, peça a eles que imaginem como seriam suas vidas sem caderno. água encanada, sem rede de esgotos e sem luz elétrica. a) Sua moradia tem água encanada? b) Sua moradia é servida por rede de esgotos? c) Sua moradia tem luz elétrica? 19. Você sabe como a água e a eletricidade chegam até a sua moradia? Converse com um adulto para saber. Anote no caderno o que você Resposta pessoal. A água é captada de represas, é tratada e depois distribuída para as residências, por meio de canos. Geralmente, é gerada em usinas hidrelétricas e chegam a nossas moradias por meio de fios. Vale a pena citar que, em algumas localidades, descobriu. aa luz água chega em caminhões-pipas, é retirada de cisternas que armazenam água da chuva ou açudes etc. A energia elétrica que chega a algumas moradias também pode ser produzida por geradores de energia movidos a combustível. 20. Converse com seus colegas e com o(a) professor(a) sobre a importância de ter água encanada, rede de esgoto e luz elétrica. No final, anote Resposta pessoal. Na conversa com os alunos, mencione que esses serviços não só maior conforto, mas também saúde e melhoria na qualidade de vida suas conclusões no caderno.proporcionam das pessoas. Por exemplo, a água encanada permite a higiene dos alimentos, da casa e das pessoas com mais facilidade; a rede de esgotos evita o contato das pessoas com ele; 21. Formem grupos para ler e discutir o texto abaixo. Após a leitura, dê a energia elétrica permite o uso de eletroeletrônicos (geladeira para conservar os alimentos, televisão e computadores para ter acesso a informações diversas etc.). um título para ele. Você sabia que todos nós pagamos pelos serviços que chegam às nossas moradias? A energia elétrica, que permite acender luzes, ligar televisão, geladeira e tantos outros eletrodomésticos, é cobrada todo mês, de acordo com o consumo. Ou seja, quanto mais consumimos, mais cara fica a conta. O mesmo ocorre com a água encanada: se a utilizamos muito, o preço da conta fica bastante alto. Assim, precisamos ficar atentos para não desperdiçar água nem energia elétrica em nosso dia a dia para evitar o mau uso desses recursos da natureza e pagar contas altas. 82 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 82 15/03/11 15:21 A atividade pode ser realizada oralmente. Se julgar adequado, peça aos alunos que escrevam as respostas no caderno, de acordo com a competência de escrita deles. Imagem 1: a geladeira está aberta enquanto o homem faz outra coisa; imagem 2: a televisão está ligada sem que ninguém esteja assistindo; imagem 3: o menino está há muito tempo tomando banho; imagem 4: a torneira está aberta enquanto a garota escova os dentes. 1 2 3 4 Felipe Grosso 22. Observe as figuras a seguir e identifique a situação de mau uso dos serviços em cada situação. 83 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 83 15/03/11 15:21 23. Observe as ilustrações. Imagine o que os personagens estão falando. Escreva em seu caderno as frases dos balões de cada cena. Felipe Grosso Arrume seu quarto! Pai, feche a torneira enquanto você faz a barba. Não se esqueça de desligar a luz quando sair do ambiente ou Não deixe a luz acesa à toa. 84 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 84 15/03/11 15:21 VIAGEM PELA LEITURA Vamos ler um poema! Ele fala sobre uma casa imaginária, onde tudo pode acontecer... Casa de amigo Marcos Garuti Na casa do amigo os móveis flutuam a um palmo do chão. O ar é mais leve: em cada recanto os pássaros tecem. Na casa do amigo todas as confidências são permitidas. Todas as palavras são entendidas tão facilmente, que é como a água falando com a água. Na casa do amigo o coração se alimenta. MURRAY, Roseana. Casas. 9. ed. São Paulo: Formato, 2009. ■ Você gosta de ir à casa de algum amigo? De quem? Conte para a pessoal. Incentive os alunos a expressarem suas experiências, fora da escola, sobre a convivência com amigos, parentes e turma. Resposta vizinhos. 85 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 85 15/03/11 15:21 HORA DO RECREIO 1. A menina está na cozinha ajudando sua mãe. Mas há oito situações diferentes na segunda cena... Escreva no caderno quais são essas situações. Felipe Grosso 1) A torneira está aberta, desperdiçando água; 2) a porta da geladeira está aberta; 3) o cabo da panela está virado para o outro lado; 4) uma porta do armário está aberta; 5) o liquidificador desapareceu; 6) uma maçã desapareceu das mãos da mãe; 7) falta um puxador no armário; 8) um dos pés da geladeira sumiu. 86 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 86 15/03/11 15:21 Se julgar necessário, peça aos alunos que observem novamente as obras de Van Gogh nas páginas 75 e 76 e também os recortes de jornais e revistas que eles colaram no caderno. Se possível, disponibilize papéis e materiais diversos para uso dos alunos. Integre a atividade com Artes. 2. Você vai agora experimentar fazer o trabalho de um artista. A tarefa é desenhar e pintar a casa de seus sonhos! Imagine a casa na qual você adoraria morar. Pense na fachada, no jardim, nas cores, nos cômodos, na porta de entrada... Deixe a sua imaginação fluir. Depois de desenhar, pinte o seu desenho. 3. Em seu caderno, escreva as letras que correspondem aos símbolos abaixo e você encontrará três tipos de moradia. Depois, escreva a quantidade de andares que cada tipo possui. Térrea: um andar; sobrado: dois ou mais andares; edifício: vários andares. a b O d r e s f t Editoria de arte i C 87 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 87 15/03/11 15:21 5. EU E A MINHA RUA VAMOS COMEÇAR Se alguém perguntar onde você mora, você pode dar alguma referência, como “Eu moro na rua...” ou “Minha casa fica na rua...”. A moradia é o lugar onde nos protegemos e garantimos a nossa privacidade. No entanto, a rua é o espaço para o convívio coletivo e para a troca de ideias. Jonatas Tobias Existe a rua onde a gente mora, a rua da escola, a rua do parque. Se julgar adequado, mencione que não há problema em jogar bola na calçada, mas se a bola for para a rua, as crianças devem verificar se não há veículos trafegando na via antes de ir buscá-la. Observe a ilustração acima e responda oralmente. 1. Nesta rua aparecem pessoas trabalhando e outras se divertindo. senhora, que está varrendo a calçada, e o Quais são as pessoas que estão trabalhando? Acarteiro. 2. A sua rua se parece com a rua mostrada no desenho? Por quê? Resposta pessoal. De acordo com as respostas dos alunos, explore as semelhanças e diferenças entre as ruas. 88 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 88 15/03/11 15:21 as Vias PÚBlicas A rua é um local público, isto é, que pertence a todos. É um espaço por onde circulam pessoas e veículos e, em geral, tem uma calçada para o pedestre caminhar com segurança. As ruas são diferentes umas das outras. Existem ruas muito largas, estreitas, retas ou cheias de curvas. Também existem ruas de asfalto, de paralelepípedo e de terra. Mesmo assim, todas as ruas guardam uma semelhança: é um ponto de encontro de pessoas que deixam suas casas ou seu local de trabalho e de estudo. Vamos conhecer algumas ruas do Brasil. Observe as fotos a seguir, leia os textos e as legendas. Uma rua pode ter construções dos dois lados, como esta, em Tiradentes, Minas Gerais. Du Zuppani/ Pulsar Imagens ■ Rua Direita, com calçamento de pedras em Tiradentes, Minas Gerais, 2010. 89 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 89 15/03/11 15:21 Mauricio Simonetti/ Pulsar Imagens Uma rua muito larga geralmente é chamada de avenida, como esta na foto ao lado, na cidade de Uberlândia, em Minas Gerais. ■ Delfim Martins/ Pulsar Imagens Avenida João Naves de Ávila no centro de Uberlândia, Minas Gerais, 2010. ■ Quando uma rua é inclinada, ela é chamada de ladeira. A que vemos na foto ao lado fica no município de Triunfo, em Pernambuco. ■ Uma rua pode cruzar com outra, formando esquinas, como esta, ao lado, em Goiânia, no estado de Goiás. Caetano Barreira/ Olhar Imagem Ladeira no município de Triunfo, em Pernambuco, 2010. Cruzamento da avenida Goiás com a avenida Paranaíba em Goiânia, Goiás, 2007. 90 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 90 15/03/11 15:21 Algumas ruas são pavimentadas, outras são de terra. Aleruaro/ Pulsar Imagens ■ Sergio Ranalli/ Pulsar Imagens Delfim Martins/ Pulsar Imagens Rua asfaltada no centro da cidade de Quaraí, Rio Grande do Sul, 2010. Rua pavimentada com paralelepípedos em São Francisco do Sul, Santa Catarina, 2008. Esta é uma rua de terra. Ela não é pavimentada. Mateiros, Tocantins, 2008. 91 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 91 15/03/11 15:21 João Marcos Rosa/ Nitro Na maioria das ruas há um lugar para os veículos passarem e outro para os pedestres. As faixas de travessia indicam a ligação entre as calçadas dos dois lados da rua. Os pedestres devem atravessar as ruas com segurança, sempre nessas faixas. Faixa de pedestres em cruzamento da cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, 2007. 1. Qual das fotos mostradas anteriormente mais se parece com a rua Resposta pessoal. Mesmo que nenhuma das ruas mostradas se pareça, no conjunto, com a onde você mora? Por quê? dos alunos, incentive-os a identificarem semelhanças isoladas, por exemplo, a pavimentação, a largura, a inclinação etc. QUANDO A RUA É DE ÁGUA Du Zuppani/ Pulsar Imagens No Brasil, muitas pessoas têm suas moradias à beira de rios ou à beira-mar. Para essas pessoas, o rio ou o mar são como uma rua na qual vão de um lugar para outro, com os barcos, e se comunicam com outras áreas, mais distantes. Moradias ribeirinhas no município de Careiro da Várzea, Amazonas, 2009. 92 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 92 15/03/11 15:21 Rogério Reis/ Pulsar Imagens A praça também é um espaço público, ou seja, é um espaço que pode ser usado por todas as pessoas e que é conservado pela própria população e pelo governo. Há praças com coreto, onde se apresentam músicos. Outras têm um pequeno parque com brinquedos para crianças e até rampa de skate ou patins para os jovens. João Prudente/ Pulsar Imagens Praça Ney Brasil no município de Tomé Açu, Pará, 2009. Coreto na praça General Valadão, Aracaju, Sergipe, 2009. 2. Há alguma praça perto da sua casa? Como ela é? Você costuma ir pessoal. Mesmo que não haja praça perto da casa dos alunos, incentive-os a contarem sobre as praças que conhecem. Se até lá? Resposta quiser, use as imagens acima para instigar os comentários dos alunos. 93 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 93 15/03/11 15:21 Vias de circulação Neste momento, pode ser introduzida a ideia de que, ao fazer as construções, o ser humano modifica a paisagem, isto é, embora o lugar seja o mesmo, ele se torna diferente com a interferência humana. Para facilitar o tráfego de pessoas e veículos, o ser humano constrói vias de circulação, como pontes, viadutos e túneis, por exemplo. Observe a ponte da foto abaixo. Palê Zuppani/ Pulsar Imagens A ponte foi construída nesse local para facilitar a passagem de uma margem do rio à outra. Ponte Juscelino Kubitschek sobre o rio Poty em Teresina, Piauí, 2010. Renata Mello/ Pulsar Imagens Esta outra ponte fica sobre o mar. Ela faz a ligação entre as cidades do Rio de Janeiro e de Niterói. Ponte Rio-Niterói, construída sobre a baía da Guanabara, no Rio de Janeiro (RJ), 2008. 94 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 94 15/03/11 15:21 Pretende-se que o aluno reflita sobre o problema: como atravessar uma avenida muito movimentada, em segurança? Os viadutos e as passarelas são uma solução. Nos viadutos, há a vantagem de servir também a veículos. De acordo com o DER (Departamento de Estradas e Rodagens do Estado de São Paulo), a ponte é uma Agora, observe a foto dos viadutos, abaixo, à direita. Se eles não existissem, como as pessoas e os veículos fariam para atravessar a avenida “construção destinada a estabelecer ligação entre margens opostas de um curso d’água ou outra superfície liquida”; o viaduto, uma “construção destinada a transpor uma depressão do que fica embaixo deles? terreno ou servir de passagem superior”. A passarela é um “viaduto para pedestres, em geral Fabio Colombini Observe o túnel abaixo. estreito, construído sobre ruas ou estradas”. Informações disponíveis em <www.der.sp.gov.br/ malha/denominacoes.aspx?ler=def_elem>. Acesso em: 24 nov. 2010. Eduardo Barcellos/ SambaPhoto Os túneis são passagens subterrâneas construídas para facilitar a travessia em locais onde existem obstáculos, como morros e montanhas. O túnel da foto fica na rodovia dos Imigrantes, que liga o município de São Paulo ao litoral do estado. Vista aérea de túnel na rodovia dos Imigrantes, na serra do Mar, no estado de São Paulo, 2000. Viadutos em Brasília, Distrito Federal, 2010. pessoais. Espera-se que os 3. Responda às questões sobre a rua onde você mora. Respostas alunos expressem suas experiências a respeito da vizinhança e do lugar onde a) Você costuma brincar na rua? eles vivem. Amplie as perguntas, de acordo com a realidade dos alunos. b) Você conhece seus vizinhos? c) Você tem colegas da escola que moram em sua rua? d) Você e seus vizinhos costumam organizar festas na rua? e) A sua rua é limpa? Quem cuida da limpeza da sua rua? 4. Agora que você já fez todas as suas observações, faça um desenho da sua rua no caderno. Lembre-se de incluir a sua casa. 5. Converse com os seus colegas sobre a sua rua e a rua deles. O que Resposta pessoal. Durante a conversa, é possível que próprios alunos percebam as principais diferenças e há de semelhante entre elas? E de diferente? ossemelhanças. Valorize a diversidade e atente para que os alunos respeitem o modo de vida de outras pessoas. 95 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 95 15/03/11 15:22 as Vias PÚBlicas e o TrÂNsiTo Ruas e avenidas são vias públicas. Para transitar por elas com segurança, devemos obedecer a algumas regras de trânsito e conhecer as sinalizações. Todas as regras do trânsito estão no Código de Trânsito Brasileiro, que é um conjunto de regras que serve para controlar e disciplinar os motoristas de veículos, o comportamento dos pedestres e observar o estado dos veículos. O objetivo do código é garantir a segurança de motoristas, passageiros e pedestres. Vamos conhecer algumas regras do atual Código de Trânsito Brasileiro? Crianças menores de 10 anos devem ser transportadas no banco de trás do carro. Crianças de até 7 anos devem ser transportadas em cadeirinhas especiais instaladas nos automóveis. e segurança O uso do cinto d é obrigatório. É proibido o transporte de crianças menores de 7 anos em motos. Todos os es tacionamen tos devem des tinar 5% da s vagas para pessoas com deficiê ncia física o u dificuldade s de locom oção. falar ao o id ib o r p É dirigir. celular ao Alexandre Tokitaka/ Pulsar Imagens mpre As pessoas devem se a atravessar a rua na faix de pedestres. É proibido dirigir após o consumo de bebida al coólica. Rampa para cadeirantes na calçada da avenida Paulista, em São Paulo (SP), 2010. Observe o piso tátil direcional e o piso de alerta (com bolinhas), que facilitam a locomoção de pessoas com deficiência visual. 96 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 96 15/03/11 15:22 Muitas das regras de trânsito aparecem nas sinalizações, que têm a finalidade de garantir a segurança de todos. Por isso devemos respeitar e obedecer a todas as placas de sinalização. É importante estar atento às mensagens contidas nessas placas. Existem diferentes tipos de placas. As placas de advertência alertam motoristas e pedestres, e a maioria tem a forma de um losango e é amarela, com as bordas e os símbolos em preto. Esta placa adverte o motorista sobre a possibilidade de um cruzamento com tratores ou máquinas agrícolas na pista; é necessário redobrar a atenção. Placa instalada na proximidade de áreas escolares, alertando o motorista para que diminua a velocidade para respeitar o intenso fluxo de pedestres, sobretudo crianças. Placa que sinaliza ao motorista a presença de possíveis animais cruzando a pista. As placas de regulamentação informam os motoristas e pedestres das proibições, obrigações ou restrições. Ilustrações: Cibele Queiroz Parada obrigatória: sinaliza ao motorista que ele deve parar o veículo antes de entrar ou cruzar a via. Sinaliza a proibição do tráfego de tratores e de máquinas na pista. Esta placa é para pedestres e sinaliza a proibição do fluxo de pedestres na via. Esta placa é para os ciclistas. Ela indica que a pista está reservada exclusivamente para esse tipo de transporte. 97 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 97 15/03/11 15:22 Cibele Queiroz Juca Martins/ Olhar Imagem Existem também as placas de indicação. Elas fornecem informações úteis para que os motoristas possam se locomover, auxiliando-os na identificação de vias, mostrando distâncias, direções e serviços. A placa branca, à esquerda, indica a velocidade máxima permitida para cada tipo de veículo. A placa verde indica a distância dos municípios de Osório e Torres, no Rio Grande do Sul, e de Laguna e Florianópolis, em Santa Catarina, a partir daquele ponto da estrada. Osório, Rio Grande do Sul, 2008. A placa indica que há ponto de informações turísticas no local. Também é muito importante observar os semáforos, que orientam o tráfego de pedestres e de veículos por meio de sinais luminosos. Atenção! Passagem livre. Fabio Colombini É proibido passar. Semáforo fechado. São Paulo (SP), 2010. 98 G13_F1_AV_GEO2_CAP5_088a108.indd 98 09/04/11 17:54 DOTTA 6. Você já prestou atenção às placas de sinalização que existem nas vias públicas? Formem grupos e respondam no caderno às questões. a) Qual sinalização de trânsito aparece na foto ao lado? O que ela de proibido estacionar (à direita) em rua no município de Chapadinha, Maranhão, 2007. significa? Placa b) Se alguém desobedecer à orientação da placa de trânsito, que problemas essa pessoa de veículos ou pedestres pode ser prejudicada, pois eles terão dificuldade poderá causar? Aparacirculação passar, e o trânsito pode ficar congestionado. c) Na cena a seguir, alguns motoristas estão desobedecendo a uma regra Os motoristas estacionaram os carros em fila dupla. Considere outras possíveis respostas, como transitar de portas abertas, garota atravessando fora da faixa etc. de trânsito. O que vocês acham que eles estão fazendo de errado? d) Quais são os problemas causados pelos carros estacionados Os carros parados em fila dupla ocupam parte da rua e os outros veículos dessa forma? não têm espaço para passar, o que atrapalha o trânsito. Rubens Chaves/ Pulsar Imagens As fotos a seguir não contêm legendas para que o aluno não tenha a dica da resposta. Depois de realizada a atividade, compartilhe com eles as informações sobre as fotos. Carros estacionados em fila dupla em frente à escola no município de São Paulo (SP), 2011. Alessandro Shinoda/ Folhapress e) Na cena ao lado, o motorista está passando no sinal vermelho. O que pode acontecer? Esse motorista está arriscando a sua vida e a de outras pessoas. Ele pode atropelar alguém ou bater nos carros que vêm no outro sentido. Veículo desrespeita o sinal vermelho em cruzamento na cidade de São Paulo (SP), 2010. 99 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 99 15/03/11 15:22 o eNdereço Neste momento, pretende-se apenas destacar a importância do endereço, como elemento de cidadania. No Brasil, os endereços podem ser muito variados. Em Brasília, por exemplo, as moradias são distribuídas em superquadras, ao norte e ao sul; em várias cidades, as ruas têm números também. Felipe Grosso Geralmente, as ruas têm nome e as moradias e os estabelecimentos têm número. Esse é o endereço básico de um local. Ter um endereço garante que possamos receber correspondências, entregas e muitos outros serviços. As pessoas que não tem endereço têm mais dificuldades para utilizar tais serviços. 7. Copie o modelo de ficha abaixo em seu caderno e complete-a com o seu endereço. Meu endereço Rua (ou avenida) São Carlos Número 764 Apartamento – Cidade Piracicaba Estado São Paulo País Brasil CEP (Código de Endereçamento Postal) 00440-100 O CEP ou Código de Endereçamento Postal é um código criado pelas agências postais para facilitar a entrega de correspondências. Sem ele, a correspondência pode demorar muito mais tempo do que o normal para chegar ao destino ou não ser entregue, já que há ruas com o mesmo nome em uma cidade. O CEP utilizado no Brasil atualmente é composto de oito dígitos, divididos em duas partes, uma de cinco algarismos e outra de três, separadas por um hífen. Mais informações em <http://www.correios.com.br/cep/cep_usar.cfm>. Acesso em: 24 nov. 2010. 100 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 100 15/03/11 15:22 8. Que tal enviar uma carta a um amigo ou a uma amiga? a) Escolha alguém da classe e peça seu endereço completo. Você atividade precisa de preparação prévia. Oriente-a passo a passo. Para garantir que todos os alunos recebam precisa saber: Esta a correspondência, sugerimos pedir aos alunos que tragam um envelope de casa, o endereço completo anotado no envelope ou no caderno e um selo. Faça um sorteio para ver quem vai escrever para quem, verifique se os envelopes foram preenchidos corretamente e, por fim, coloque os envelopes em uma caixa dos Correios (ou, se possível, leve as crianças até uma caixa ou agência dos Correios). Caso não haja condições para realizar a ■ o nome da rua; ■ o número da moradia (ou do prédio e do apartamento, se for o caso); ■ a cidade; ■ o estado; ■ o CEP (Código de Endereçamento Postal). atividade, improvise, junto com os alunos, uma caixinha de correio na própria classe, para que eles possam colocar nela suas cartas. A carta também pode ser enviada a pessoas das relações dos alunos (amigos ou parentes) que moram em outros municípios. Nesse caso, é preciso que eles tragam de casa o endereço da pessoa. b) Preencha a frente do envelope com o nome e o endereço do destinatário (a pessoa para quem você vai mandar a carta). Veja o exemplo ao lado. c) Preencha o verso (parte de trás) do envelope com o nome e o endereço do remetente (a pessoa que está enviando a carta; no caso, você mesmo). Veja o exemplo ao lado. ← Destinatário Alex da Silva Rua das Flores, nº 12 ← Rua e número da casa ← Município e estado Bom Jardim / RJ CEP 00555-100 Jaqueline Xavier Rua do Girassol, nº 91 Bom Jardim / RJ CEP 00555-100 Editoria de arte É importante colocar essas informações no envelope para que a carta chegue ao seu destino. ← Código de Endereçamento Postal ← Remetente ← Rua e número da casa ← Município e estado ← Código de Endereçamento Postal d) Depois de preencher a frente e o verso do envelope, coloque a Língua Portuguesa, aproveite para trabalhar o gênero “carta” carta que você escreveu dentro dele. Em e auxiliar os alunos na redação dela, de acordo com o nível de compreensão do sistema de escrita dos alunos. e) Feche o envelope e cole o selo. f) Pronto! Agora é só colocar na caixa do correio e esperar a resposta do seu amigo ou da sua amiga. 101 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 101 15/03/11 15:22 o QuarTeirão Quarteirão ou quadra é uma área cercada por ruas, com ou sem construções. Zig Koch/ Olhar Imagem 9. Observe a foto a seguir e responda às questões no caderno. Vista aérea de quarteirões de bairro no município de Santana do Livramento, Rio Grande do Sul, 2009. Paula Radi a) Quantas ruas ou avenidas você vê na foto? Seis. b) Quais elementos da natureza você observa? Árvores e gramados. c) Quais elementos criados pelo ser humano você consegue identificar? Ruas, casas e carros. A foto foi tirada por alguém que observou os quarteirões do alto. Veja ao lado a representação dos quarteirões feita com base na fotografia. 102 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 102 15/03/11 15:22 Paula Radi O desenho da página anterior representa alguns elementos da paisagem retratada na foto, conforme a legenda: árvore casa rua rua sem pavimentação (rua de terra) área livre Veja como uma criança representou alguns quarteirões próximos à casa dela. Desenho de Gustavo Kenzo, 10 anos. 10. Agora é a sua vez. Faça o desenho do quarteirão da sua casa em uma folha de papel. a) Trace as ruas que formam o quarteirão e escreva o nome delas. b) Crie símbolos para representar estabelecimentos comerciais ou praças e desenhe-os no quarteirão, assim como na representação acima. Observe se os alunos representam de forma satisfatória o quarteirão, c) Para finalizar, faça uma legenda. mesmo sem escala, mas com alguns elementos indicados na legenda, por meio de símbolos. 103 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 103 15/03/11 15:22 VIAGEM PELA LEITURA Leia o poema a seguir e responda às questões. Minha rua Lá na minha rua eu podia ser tudo... Bandida, mocinha, princesa, rainha... E quando vencia qualquer brincadeira, Eu era aclamada de “a heroína”! Lá na minha rua eu podia ser tudo... Ter asas, voar, ser um passarinho... Em árvores pousar, construir o meu ninho, Cair, machucar e voltar a sonhar. Ser bruxa malvada, uma feiticeira, Pular e gritar ao redor da caldeira Ver olhos de espanto de uma criançada, Fugindo correndo da tal caldeirada. Lá na minha rua deixei registrada Uma infância feliz, onde podia tudo, Rua de pedrinhas, de luz, de brilhantes... Rua dos meus sonhos, meu marco, meu mundo!!! Marcos Garuti Lá da minha rua eu podia ver tudo... Um céu pintadinho de estrelas cadentes, A lua pertinho do final da rua, Piscando, sorrindo, mostrando-se nua. SOUZA, Carmen Lúcia Carvalho de. Disponível em: <www.poemas-de-amor.net/blogues/ carmen_lucia/quot_minha_rua_quot>. Acesso em: 17 nov. 2010. 1. Você gosta da rua onde vive? Como você se sente nela? Resposta pessoal. Incentive os alunos a expressarem suas experiências com relação ao lugar onde moram. De acordo com a realidade deles, pode ser mencionado o bairro, a vizinhança do prédio, o condomínio, a comunidade etc. 2. Agora é a sua vez de fazer um poema sobre a sua rua. Comece assim: “Lá na minha rua eu podia ser tudo...”. 104 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 104 15/03/11 15:22 HORA DO RECREIO Jonatas Tobias 1. Observe o desenho abaixo. A seguir, há quatro palavras que estão com as letras misturadas. Elas se referem a alguns dos elementos representados no desenho. Formem duplas, descubram cada palavra e escrevam-nas corretamente em seu caderno. A dupla que conseguir terminar primeiro é a vencedora! Rua, crianças, carteiro, moradias. ARU AÇCNRISA EOICRATR DMROAAIS 1 2 Pedestre. 5 3 Motorista. 6 Pedestre. 4 Pedestre. 7 Motorista. Cibele Queiroz 2. Observe cada uma das placas abaixo e diga se a placa é para motoristas ou para pedestres. Motorista. 8 Motorista. Pedestre. 105 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 105 15/03/11 15:22 É HORA DE PESQUISAR 1. Que tal fazer uma caminhada pela sua rua para reconhecer os arredores? Peça a um adulto para acompanhá-lo! Leia atentamente Respostas pessoais. De acordo com a realidade dos alunos, faça as adaptações nesta proposta de O que se pretende é que o aluno observe e traga para classe seus comentários a respeito das as instruções a seguir. atividade. características do lugar em que vive: sua vizinhança, sua comunidade, seu bairro etc. a) Leve seu caderno e um lápis para registrar suas anotações. b) Durante a caminhada, observe tudo o que conseguir na rua onde você mora e como ela é (se tem ladeira, se é pavimentada, se é larga, como é a calçada etc.). c) Registre suas impressões com base nos seguintes aspectos: largura da rua; ■ pavimentação; ■ presença de calçada; ■ ladeira; ■ curvas; ■ movimentação de pedestres; ■ circulação de veículos. Jonatas Tobias ■ 106 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 106 15/03/11 15:22 d) Agora, escreva em seu caderno os itens que você encontrou, considerando os que estão listados a seguir. Se não for possível sair de casa para realizar a atividade, faça o seguinte: quando for à escola ou a qualquer outro lugar, vá fazendo suas observações durante o percurso e anote no caderno ou em uma folha de papel. ■ casas ■ túneis ■ padarias ■ edifícios ■ escolas ■ farmácias ■ veículos ■ bancos ■ supermercados ■ calçadas ■ ■ hospitais ■ postes de luz ■ lojas ■ semáforos ■ fábricas ■ pontos de ônibus ■ ■ bancas de jornal pontes 2. Na atividade anterior, você observou, na rua onde mora e nos arredores, coisas que foram criadas pelas pessoas. Mas em uma rua podemos também observar elementos da natureza, que não foram pessoais. Aproveite esta atividade para introduzir as primeiras noções de criados pelo ser humano. Respostas elementos naturais e elementos culturais (ou humanizados) da paisagem. Continue sua observação, anotando no caderno o que você encontrar durante a sua caminhada. Considere os itens listados a seguir. ■ árvores, flores, outras plantas; ■ parques com muitas árvores; ■ pássaros, cachorros, gatos, outros animais; ■ rio, córrego, lagoa, mar; ■ morros, colinas, serras, vales. 3. Agora, responda no caderno: a) A sua observação foi feita durante o dia ou à noite? b) No dia de sua pesquisa, ao olhar para o céu, o que você pôde ver? Anote no caderno. ■ nuvens ■ Sol ■ Lua ■ Jonatas Tobias placas de sinalização estrelas 107 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 107 15/03/11 15:22 LEIA TAMBÉM ■ A rua do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2001. Conheça o personagem Marcelo, sua família, seus amigos, colegas da escola e toda a turma da rua. ■ A rua é livre, de Kurusa. São Paulo: Callis, 2002. Essa história é baseada em experiências das crianças que frequentam a Biblioteca San José de La Urbina, uma favela de Caracas, Venezuela. ■ Casas, de Roseana Murray. São Paulo: Formato, 2009. Livro de poesias cujo tema são as moradias. ■ Esta casa é minha!, de Ana Maria Machado. São Paulo: Moderna, 2009. Paula e Beto são crianças que moram em apartamento e que um dia passam a desfrutar de uma casa de praia com quintal. Só que o lugar logo passa a ser transformado. O que será que acontece? ■ Se essa rua fosse minha, de Eduardo Amos. São Paulo: Moderna, 2002. Parodiando a cantiga, o autor imagina a rua ideal e fala de brincadeiras, amizades e solidariedade entre amigos. A poluição e a responsabilidade de cada um na realização de um sonho também são abordados na obra. ■ Tem de tudo nesta rua, de Marcelo Xavier. São Paulo: Formato, 2004. O que será que existe de bom nas ruas mencionadas pelo autor? Carrinho de pipoqueiro, amarelinha, queimada, corre-cutia? Leia o livro e descubra! ■ Vizinho, vizinha, de Roger Mello. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2002. Trata-se de uma história bem-humorada e terna e mostra o que separa e o que une as pessoas nas grandes cidades. OUTRA SUGESTÃO ■ Educação para o trânsito: <www.educacaoetransito.com.br>. Acesso em: 28 fev. 2011. O site fornece informações e dicas educativas para um trânsito mais seguro. Na seção “Escola”, há jogos educativos online. 108 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 108 15/03/11 15:22 GLOSSÁRIO C Área de risco de desabamento: área de terreno instável, normalmente localizada próxima a morros. No período de chuvas, os terrenos ficam encharcados e perdem a estabilidade, o que pode ocasionar desmoronamento de terra e de pedras. Caldeira: panela grande de metal utilizada para ferver líquidos. Wendy Stone/ Corbis/ Latinstock Ateliê: estúdio de um artista. Jon Larter/ iStockvectors/ Getty Images A Personagens comuns em contos de fadas e histórias infantis, as bruxas normalmente preparam poções mágicas em uma caldeira, como a da ilustração ao lado. Cartum: desenho humorístico que normalmente retrata comportamentos ou características sociais. G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 109 stim e.co am Dre nsh aw/ Ope Ma dele ine Bilboquê: brinquedo formado por uma bola de madeira com um furo, ligada por um cordão a um pequeno bastão. O objetivo da brincadeira é jogar a bola para o alto e encaixá-la no bastão. m B Bilboquê. Cerol: mistura cortante de vidro moído com cola que se passa na linha usada para empinar pipas ou papagaios. O cerol é usado para cortar a linha de outra pipa quando ambos estão no ar. Fabio Colombini Artista plástico pintando quadro em seu ateliê, na cidade de Nairóbi, Quênia, 2003. Cipó: planta trepadeira cujos ramos se trançam nas árvores como se fossem cordas. Cipós trançados em tronco de árvore da Reserva Natural do Vale do Rio Doce, em Linhares, Espírito Santo, 2010. 109 15/03/11 15:22 Confidência: informação secreta ou íntima revelada a alguém; segredo. D Descarga elétrica: no texto, significa um choque muito forte provocado pela energia contida em um relâmpago. Daniel Cymbalista/ Pulsar Imagens Coreto: pavilhão em praça pública próprio para apresentações musicais. Faixa de pedestres: corresponde à área determinada para a travessia de pedestres em ruas e avenidas. Faixa de pedestre em avenida na cidade de São Paulo (SP), 2008. Diversidade: variedade. G Estrela cadente: na realidade, é a visualização de um meteorito que, ao entrar na atmosfera, deixa um rastro luminoso no céu. Garimpar: no texto, significa “procurar”. Walter Pacholka/ SPL/ Latinstock E I Identidade: conjunto de características de uma pessoa que a tornam única, exclusiva. Imposto: taxa que os governos cobram sobre produtos e serviços. L Estrela cadente vista no deserto de Mojave, em 2009, na Califórnia, Estados Unidos. Lavrador: pessoa que trabalha na lavoura; agricultor. F O Fachada: parte da frente de um edifício, casa, prédio etc. Organização das Nações Unidas (ONU): instituição internacional formada por 192 110 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 110 15/03/11 15:22 países, criada para auxiliar e incentivar relações cordiais entre as diversas nações do mundo e garantir os direitos humanos para todas as pessoas. P Palmo: medida que equivale ao comprimento de uma mão aberta. Juvenal Pereira/ Pulsar Imagens Paralelepípedo: pedra de seis lados retangulares utilizada no calçamento de ruas. Paxá: no texto, sultão. Piso tátil direcional: piso diferenciado que serve como guia de direção para pessoas com deficiência visual que usam bengalas. Privacidade: direito de não se expor; de manter em sigilo sua intimidade. Q Quilombola: descendente de escravos que mora em lugar que foi quilombo, no passado, na época da escravidão. S Rua pavimentada com paralelepípedos em Ouro Preto, Minas Gerais, 2009. Steve Allen/ Dreamstime.com Patrimônio da Humanidade: título que a Unesco (órgão da ONU) concede a conjuntos de bens naturais ou culturais de importância reconhecida para o mundo, para que esses locais sejam protegidos e preservados. Sapé: espécie de capim utilizado para cobrir moradias. Segunda mão: que já foi usado, mas que ainda pode ser aproveitado. T Tráfego: trânsito; fluxo de veículos. Taj Mahal, em foto de 2005. Localizado em Agra, na Índia, é um dos monumentos mais conhecidos do país e foi considerado Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Foi construído entre os anos de 1630 e 1652 a pedido do imperador Shah Jahan em memória de sua esposa, que faleceu após dar à luz ao 14o filho. O monumento foi construído sobre seu túmulo, próximo ao rio Yamuna. 111 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 111 15/03/11 15:22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Rosângela de; PASSINI, Elza. O espaço geográfico – ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1989. BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN): geografia e apresentação dos temas transversais. Diversos autores. Brasília: MEC/SEF, 1997. CAVALCANTI, Lana de Souza. A geografia escolar e a cidade: ensaios para ensino de geografia para a vida urbana cotidiana. Campinas: Papirus, 2008. COLL, César. Psicologia e currículo: uma proposta psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1996. ESTATUTO da Criança e do Adolescente. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, publicada no Diário Oficial da União de 16 de julho de 1990. MOREIRA, Ruy. Para onde vai o pensamento geográfico? Por uma epistemologia crítica. São Paulo: Contexto, 2006. OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de (Org.). Para onde vai o ensino de geografia. São Paulo: Contexto, 1989. PARÂMETROS Curriculares Nacionais Fáceis de Entender, de 1a a 4a série – geografia. Revista Nova Escola, Suplemento no 113, jun. 1998. PEREIRA, D. A. C. A geografia escolar, conteúdos e/ou objetivos. Caderno Prudentino de Geografia. Presidente Prudente: AGB, no 17, 1995. PONTUSCHKA, Nidia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda; CACETE, Núria Hanglei. Para ensinar e aprender geografia. São Paulo: Cortez, 2009. SANTOS, Douglas. A reinvenção do espaço. São Paulo: Unesp, 2002. SANTOS, Milton. Metamorfose do espaço habitado; fundamentos teóricos e metodológicos da geografia. São Paulo: Hucitec, 1988. ______. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2008. ______. Pensando o espaço do homem. São Paulo: Edusp, 2004. SILVA, Lenyra Rique da. A natureza contraditória do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2001. 112 G13_F1_AV_GEO2_miolo.indb 112 15/03/11 15:22 manual do Professor GEOGRAFIA 2 O ANO ASSESSORIA PEDAGÓGICA G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 1 15/03/11 16:34 sumário Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 1. Propostateór ico-metodológica da coleção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 2. Estrutura didática da coleção . . . . . . . . . . . . 13 3. A avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 4. Explicitação de conteúdos . . . . . . . . . . . . . . . 19 5. Sumários da coleção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24 6. Recursos e estratégias propostos na coleção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28 7. Leituras complementares para o(a) professor(a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Orientações específicas deste volume . . . . . . . . 39 Estudos interdisciplinares . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Estrutura de cada unidade didática . . . . . . . . . 41 Referências bibliográficas. . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 2 15/03/11 16:34 aPresentação As propostas desenvolvidas nesta coleção têm como meta criar, por meio do processo de ensino‑aprendizagem, os meios para que o aluno consiga realizar a leitura do espaço geográfico. São desafios que se colocam ao(à) educador(a) e que, no trabalho do dia a dia, na troca dos diferentes saberes, vão sendo vencidos. O Manual do Professor pretende fornecer subsídios para uma prática educativa, criativa e transformadora, que permita a formação de cidadãos éticos e conscientes do seu papel na sociedade, sujeitos ativos e preocupados com o mundo em que vivem. Que as aulas de Geografia possam ser momentos importantes de reflexão, que o aluno tenha o gosto por aprender e que possa fazer do conhecimento algo transformador. O Manual está organizado da seguinte forma: na primeira par‑ te, uma fundamentação teórica e textos de apoio sobre o ensino da Geografia; na segunda, a parte específica apresenta quadros de conte‑ údos e objetivos das unidades e dos capítulos que compõem cada vo‑ lume (nos volumes 2 e 3, os quadros serão apresentados por unidades; nos volumes 3 e 4, por capítulo), orientações para a realização das ati‑ vidades propostas, além de sugestões de atividades complementares e de textos de apoio sobre conteúdos específicos de cada ano. 3 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 3 15/03/11 16:34 1. ProPosta teórico‑ ‑metodológica da coleção A disciplina escolar Geografia, assim como todas as demais, é fruto de um longo processo histórico de construção social. Encontrar maneiras mais atraentes e “eficazes” de ensinar e aprender os conteúdos dessa disciplina tão importante para o entendimento do mundo, em qualquer tempo e espaço é um desafio que se coloca para todos os educado‑ res. Sua importância nos primeiros ciclos do Ensino Fundamental se con‑ firmou, nos últimos anos, após o desmembramento das disciplinas de Estudos Sociais e de História – o que não significa, entretanto, que essas áreas deixem de dialogar entre si – constituindo‑se também neste seg‑ mento como uma unidade disciplinar essencial para a formação do aluno. Além de professores e estudantes, diversos outros sujeitos so‑ ciais participam dessa construção social, tanto na comunidade esco‑ lar como fora dela. Pesquisadores nas universidades, técnicos ligados aos órgãos governamentais e às secretarias de governo nos níveis municipal, estadual e federal, enfim, profissionais e instituições diver‑ sas participam desse processo. Mas é importante destacar que as práticas pedagógicas realizadas pelos educadores contribuem signi‑ ficativamente para a construção da disciplina escolar Geografia, que não é fruto apenas da transposição didática de conteúdos e teorias desenvolvidas na universidade (ALBUQUERQUE, 2004). Em cada tempo histórico, novos desafios e necessidades se somam aos anteriores e, ao mesmo tempo, estratégias de ensino‑ ‑aprendizagem e conteúdos são abandonados ou reelaborados para atender às novas demandas. E esta é, sem dúvida, uma das riquezas da Geografia, tanto como ciência quanto como disciplina escolar, de‑ corrente das constantes transformações do mundo e da sociedade em seus diferentes momentos históricos. Sabemos que os métodos de ensino‑aprendizagem de Geografia que predominavam no Brasil e no mundo até meados do século pas‑ sado já não dão conta de conhecer e desvendar a complexa realida‑ de deste início do século XXI. Naquele período, a disciplina escolar Geografia apresentava um forte caráter mnemônico, ou seja, baseado na memorização e na aquisição de conceitos e conteúdos, em ge‑ ral desprovida de reflexão e de crítica, enfim, descolada da realidade. Esta forma de ensinar a aprender foi chamada por Freire (2004) de “educação bancária” e, para esse educador, deveria ser superada por não dar a crianças, jovens e adultos a formação necessária para fazer 4 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 4 15/03/11 16:34 a “leitura do mundo”, entendida como meio de relacionar o cotidiano com os conceitos e conteúdos aprendidos na escola. Não podemos esquecer, no entanto, que mesmo no período em que predominava esse tipo de ensino considerado “tradicional” havia ini‑ ciativas de educadores e instituições que procuravam romper com essa forma de ensinar e aprender, aos quais devemos boa parte das novas estratégias de ensino e aprendizagem que conhecemos hoje. Dentre es‑ tas podemos destacar, aqui no Brasil, o movimento Escola Nova1. Segundo Feltran e Feltran Filho (1991), a proposta pedagógica da Escola Nova caracteriza‑se pela ênfase à relação entre o trabalho escolar e as condições gerais de vida dos educandos; à importância da escola na proposição de situações que facilitem a ação do aluno; à concepção de aprendizagem como processo de aquisição pessoal do aluno e do desenvolvimento como uma unidade entre os domínios intelectual, moral e social; e ainda à importância da cientificidade dos métodos de ensino. Trata‑se, portanto, de uma proposta que procura associar ensino à pesquisa e problematizar a prática social, em busca de uma compreensão mais aprofundada. Em nível mundial, sobretudo a partir da década de 1980, destaca‑ ‑se o surgimento do construtivismo, fundamentado nas teorias de Jean Piaget (1896‑1980) e Lev Vigotsky (1896‑1934), que direciona o foco para a aprendizagem: a preocupação central está em “como” ensinar. Ainda que se percebam diferentes formas de conceber e desenvolver a prática pedagógica construtivista, alguns de seus princípios gerais servem como orientação para a abordagem presente nesta coleção. a. A construção do conhecimento se dá em diferentes estágios: deve‑se considerar o momento ou estágio cognitivo em que se encontra o indivíduo no seu processo individual de cons‑ trução de conhecimento. b. O conhecimento resulta da interação do indivíduo com o meio: a inteligência e o conhecimento se desenvolvem a par‑ tir das ações mútuas entre o indivíduo e o meio. Incentiva‑se, portanto, a participação dele na transformação do local onde ele vive. c. Os alunos são sujeitos do seu próprio conhecimento: a trans‑ missão de informações serve de apoio e fornece a base para a participação ativa do educando. 1 Movimento que teve início na década de 1920 e ganhou impulso na década de 1930 com a publicação do “Manifesto da Escola Nova”, assinado por importantes intelectuais como Anísio Teixeira (1894‑1974) e Cecília Meireles (1901‑1964), o qual defendia a universalização da escola pública, laica e gratuita. 5 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 5 15/03/11 16:34 d. A aprendizagem é significativa – o conhecimento resulta da reestruturação de saberes anteriores: o conhecimento é constan‑ temente ampliado e revisto pelo indivíduo e pela coletividade. Um dos pesquisadores que se dedicaram a este último princípio citado foi o psicólogo estadunidense David Paul Ausubel, que distin‑ gue a “aprendizagem significativa” da “aprendizagem memorística” e associa a primeira à aprendizagem por descoberta ou à aprendizagem receptiva (AUSUBEL,1982). O processo de descoberta sugere que o aluno é colocado diante do conteúdo inacabado, tornando‑o sujeito da apropriação deste conteúdo, o que possibilita a assimilação pela construção e não por repetição. Daí a importância da valorização dos conhecimentos prévios dos alunos, para que possam descobrir e re‑ descobrir outros conhecimentos, caracterizando, assim, uma aprendi‑ zagem prazerosa e eficaz (PELIZZARI et al, 2002). A partir do que foi exposto sobre o construtivismo e a aprendiza‑ gem significativa, considera‑se que a aprendizagem acontece na es‑ cola, mas não exclusivamente nela. O reconhecimento e a valorização das outras formas e ambientes em que se dá a aprendizagem – famí‑ lia, comunidade, meios de comunicação etc. – contribuíram para que educadores e gestores escolares repensassem sua própria atuação, sobretudo a partir do início da década de 1990. Isso não significa, porém, que os problemas relacionados ao ensino‑aprendizagem te‑ nham sido superados, tampouco que todas as escolas, educadores, políticas educacionais e materiais didáticos tenham de, necessaria‑ mente, seguir esses princípios. Este é apenas mais um dos processos inerentes à construção social da Educação. Também não significa que a escola e a Educação formal perdem sua importância e seu papel de educar, mas esse papel é repensado e redefinido por esses e outros princípios, sejam eles nascidos do construtivismo ou não. Nessa coleção didática, para estrutura, organização, abordagem e seleção de temas, foram considerados elementos tradicionais e tam‑ bém inovadores (surgidos da renovação pós‑década de 1990, men‑ cionada acima). Em relação à organização e à estrutura (que veremos mais de‑ talhadamente adiante), pretende‑se favorecer e incentivar a parti‑ cipação do educando no desenvolvimento de seus conhecimentos, considerando‑o como sujeito ativo e respeitando seu estágio cogniti‑ vo, com o apoio e a medição constante do(a) professor(a). Na abordagem e seleção dos temas, os diferentes estágios cog‑ nitivos também são respeitados na distribuição dos conteúdos ao 6 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 6 15/03/11 16:34 longo da coleção. No volume do 2o ano, a referência é o próprio in‑ divíduo (o aluno), desenvolvendo inicialmente a noção de identidade para, em seguida, inseri‑lo no espaço social do seu cotidiano (família, escola, a rua e o quarteirão). No volume do 3o ano, os conteúdos es‑ tão ainda vinculados à escala local, ou seja, o contexto da aprendiza‑ gem é o próprio bairro e o município, bem como o desenvolvimento de noções relacionadas à coletividade que vai além da família, da escola e da rua, trabalhados no volume anterior. Nos volumes do 4 o e do 5o anos, além do aprofundamento da alfabetização cartográfica, amplia‑ ‑se o universo de análise por meio do estudo de diferentes paisagens urbanas e rurais e suas transformações em diferentes tempos históri‑ cos e espaços geográficos brasileiros. PressuPostos teóricos de geografia De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), “a Geografia estuda as relações entre o processo histórico que regulamen‑ ta a formação das sociedades humanas e o funcionamento da natureza, por meio da leitura do espaço geográfico e da paisagem. [...] Nessa perspectiva, a historicidade enfoca o homem como sujeito construtor do espaço geográfico, um homem social e cultural, situado para além e através da perspectiva econômica e política, que imprime seus valores no processo de construção do seu espaço.” (BRASIL, 2000). Essa con‑ cepção do que vem a ser Geografia remete ao desafio de criar, por meio do processo de ensino‑aprendizagem – que, como vimos, ultrapassa os muros da escola – os meios para que a criança consiga fazer a leitura do espaço geográfico. Para tanto, é preciso que se desenvolva um proces‑ so de apropriação de determinados conceitos e categorias de análise, bem como de conteúdos, procedimentos e habilidades, este sim papel primordial da escola e, em especial, da disciplina escolar Geografia. Em outras palavras, é preciso ocorrer um processo de “alfabetização geo‑ gráfica” – que inclui a “alfabetização cartográfica”, porém não se restrin‑ ge a ela – para ler o mundo sob esta perspectiva. Quanto aos conceitos e categorias inerentes ao processo de alfabetização geográfica, a presente coleção tem como referenciais: paisagem, lugar, território e região, conceitos e categorias que funda‑ mentam o estudo do espaço geográfico. Diante das diferentes concei‑ tuações presentes no âmbito da ciência geográfica, apresentamos a seguir uma breve discussão sobre cada um desses conceitos e cate‑ gorias e como estes se fazem presentes na abordagem dos temas e conteúdos do material didático que aqui desenvolvemos. 7 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 7 15/03/11 16:34 Paisagem O termo paisagem é utilizado com diversos significados. Podemos encontrar desde definições marcadas pelo senso comum e frequente‑ mente reproduzidas por alunos, que a ela se referem como “um lugar bonito” ou “onde tem natureza”, como nos mostra Lana de Souza Cavalcanti (CAVALCANTI, 1998), até as diferentes concepções teó‑ ricas no campo da ciência que, aliás, não se restringem à Geografia. Para o geógrafo Milton Santos (1926‑2001), “tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser defi‑ nida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é for‑ mada apenas de volume, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc.” (SANTOS, 1988). Notamos que há uma série de diferenças entre as definições da‑ das por este importante geógrafo brasileiro para paisagem e aquelas do senso comum. Ao se referir à paisagem como “tudo” aquilo que nós vemos, deduzimos que não necessariamente deve ser algo “boni‑ to”, o que, aliás, também é bastante relativo. Se a paisagem não é apenas um lugar “bonito”, podemos concluir que uma observação mais atenta pode revelar elementos geográficos que permitem entender o espaço geográfico no qual ela se insere, já que aquilo que vemos ou sentimos diante e em torno de nós é fruto de um processo histórico de transformação. É com esta perspectiva que inserimos, nesta coleção, a leitura da paisagem: as fotografias, ima‑ gens e atividades diversas são formas de leitura e compreensão do es‑ paço geográfico, por meio da observação e interpretação da paisagem. É importante ter em mente que o estudo da paisagem não é apre‑ sentado aqui como um conteúdo a ser estudado neste ou naquele capí‑ tulo de determinado volume. Esse estudo permeia toda a coleção, como acreditamos que deve permear o trabalho do(a) professor(a) em todo o processo de ensino‑aprendizagem em Geografia. O que ocorre é uma diferenciação necessária no nível de aprofundamento de leitura das paisa‑ gens nos diferentes anos. Assim, no primeiro ciclo (2o e 3o anos), são rele‑ vantes as estratégias de leitura que valorizam a descrição, a identificação dos diversos elementos naturais e antrópicos que se fazem presentes na paisagem. Já no segundo ciclo (4o e 5o anos), pode‑se avançar na inter‑ pretação e nos questionamentos socioambientais, nas transformações das paisagens ao longo do tempo, entre outras formas de leitura. Lugar Este é um conceito que também pode se apresentar com diferen‑ tes significados, geográficos ou não. Quando alguém diz, por exemplo, a 8 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 8 15/03/11 16:34 seguinte frase: “Se eu estivesse no lugar daquela pessoa, diria que...” não está se referindo a um “lugar” no sentido geográfico. No entanto, afirmar que “determinado lugar se encontra no cruzamento do meridiano X com o paralelo Y” tem um sentido geográfico: são as coordenadas. Entretanto, concordaremos que esse sentido se limita a dar a localização cartesiana, útil em determinadas situações – como a navegação aérea e a marítima, por exemplo –, mas desprovida de qualquer significado sociocultural. É justamente aí que os geógrafos perceberam a necessidade de conceituar o lugar como uma unidade espacial que está diretamente ligada à vivência, ao espaço vivido, ao cotidiano das pessoas. Quando alguém diz “moro num lugar que...” certamente não vai se referir às coordenadas geográficas, mas aos costumes, às pessoas que conhe‑ ce, às atividades sociais, políticas e econômicas, às dificuldades, en‑ fim, às vivências que identificam aquele lugar, que pode ser uma cida‑ de, um bairro, uma rua, um quarteirão ou mesmo prédio/casa onde a pessoa mora. É evidente que esses lugares têm um endereço, ou seja, uma localização conhecida também no plano cartesiano, mas, neste caso, a referência principal não é a escala e a localização cartográfica, e sim a sua identidade sociocultural, o seu cotidiano. De acordo como os PCN, a Geografia do lugar remete aos “espa‑ ços com os quais as pessoas têm vínculos mais afetivos e subjetivos que racionais e objetivos: uma praça, onde se brinca desde menino, a janela de onde se vê a rua, o alto de uma colina, de onde se avista a cidade. O lugar é onde estão as referências pessoais e o sistema de valores que direcionam as diferentes formas de perceber e construir a paisagem e o espaço geográfico” (BRASIL, 1997). Tal como o conceito de paisagem, o lugar enquanto conceito geográfico está presente na estruturação dos temas e conteúdos abor‑ dados nesta coleção quando, em diversos momentos, são tratados temas relacionados à identidade sociocultural, sobretudo nas esca‑ las locais (rua, bairro, cidade). Mas o estudo de aspectos geográficos distantes fisicamente no plano cartesiano – como ocorre, por exem‑ plo, no estudo das regiões brasileiras no volume do 5o ano – permite ao aluno conhecer e refletir sobre outras identidades socioculturais e outras formas de se relacionar com o espaço vivido, enfim, conhecer outros lugares. E esse conhecimento também contribuirá para que ele identifique ainda mais as características do lugar onde vive. Território O termo território é, muitas vezes, confundido com a área (a su‑ perfície, normalmente medida em quilômetros quadrados) de um país. Na Biologia, era concebido nos estudos do fim do século XVIII como a 9 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 9 15/03/11 16:34 área em que vivia uma determinada espécie. Sua transposição para a Geografia, inicialmente, tinha forte caráter “biológico”, como na concep‑ ção do geógrafo alemão Friedrich Ratzel (1844‑1904), que se referia ao território como “espaço vital”, ou seja, a área necessária para que um de‑ terminado Estado e sua população pudessem garantir a sua existência. Entretanto, nas últimas décadas, o território vem sendo concebi‑ do como uma categoria de análise da realidade geográfica, em que se analisam as complexas relações sociais, políticas, econômicas e cul‑ turais, como podemos perceber nas seguintes afirmações dos PCN: Território não é apenas a configuração política de um Estado‑Nação, mas sim o espaço construído pela formação social. Para estudar essa categoria é necessário que os alunos compreendam que os limites territoriais são variáveis e dependem do fenômeno geográfico considerado. [...] Além disso, compreender o que é território implica também compreender a complexidade da convivência em um mesmo espaço, nem sempre harmônica, da diversidade de tendências, ideias, crenças, sistemas de pensamento e tradições de diferentes povos e etnias. É reconhecer que, apesar de uma convivência comum, múltiplas identidades coexistem e por vezes se influenciam reciprocamente, definindo e redefinindo aquilo que poderia ser chamado de uma identidade nacional. No caso específico do Brasil, o sentimento de pertinência ao território nacional envolve a compreensão da diversidade de culturas que aqui convivem e, mais do que nunca, buscam o reconhecimento de suas especificidades, daquilo que lhes é próprio. A categoria território possui uma relação bastante estreita com a de paisagem. Pode até mesmo ser considerada como o conjunto de paisagens contido pelos limites políticos e administrativos de uma cidade, estado ou país. É algo criado pelos homens, é uma instituição. (BRASIL, 2000). Dessa forma, quando nos referimos, no âmbito desta coleção, ao estudo do “território brasileiro” ou mesmo de um município ou re‑ gião, estamos nos referindo ao conjunto de paisagens – concebidas conforme discutimos anteriormente – e às relações entre os seres hu‑ manos, a sociedade, e desta com a natureza. A diversidade de culturas, conforme citado no trecho acima re‑ produzido, merece destaque na coleção por se tratar de importante elemento formador da identidade sociocultural e do próprio território, além de ser aspecto relevante para a alfabetização geográfica nos pri‑ meiros ciclos do Ensino Fundamental. Além disso, abordamos tam‑ bém os aspectos físico‑naturais do território, procurando relacioná‑los com as formas de apropriação e transformação destes pela socieda‑ de. Nesse sentido, as questões socioambientais apresentam‑se como problemas e desafios resultantes dessa relação e que precisam ser compreendidos e enfrentados, com a participação ativa do educando, respeitado o seu limite de atuação de acordo com a faixa etária e o estágio cognitivo em que se encontra. 10 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 10 15/03/11 16:34 Região A divisão regional é uma forma (dentre várias outras) de identi‑ ficar determinadas características específicas em uma parte do terri‑ tório. Assim, a divisão regional do Brasil definida pelo IBGE, ou seja, a divisão em cinco macrorregiões administrativas – Norte, Nordeste, Centro‑Oeste, Sudeste e Sul – representa uma das muitas possibilida‑ des de divisão regional e uma das mais comumente utilizadas pelas pessoas não só em situações cotidianas, mas também em textos de outras áreas de conhecimento. Reconhecendo, por causa do uso co‑ tidiano, a familiaridade do aluno com essa divisão regional, nessa faixa etária, optou‑se, nessa coleção, por tomá‑la como principal referência, embora não seja a única. (Veja em Leituras complementares para o(a) professor(a) (item 7), um texto dos geógrafos Milton Santos e Maria Laura Silveira sobre a regionalização brasileira). Em diversos momentos dos livros, são apresentados mapas do Brasil ou destas mesmas regiões citadas com outras propostas de divisão. No volume do 5o ano, por exemplo, essa divisão por macror‑ regiões administrativas é respeitada na abordagem das características físico‑geográficas de várias unidades federativas; mas não de todas elas. No estudo das paisagens dos estados que, na divisão por macror‑ regiões administrativas, compõem a região Norte, optamos por tratar da Amazônia Legal, compreendendo que são extremamente fortes as características comuns (que ultrapassam o caráter administrativo) que se expressam na diversidade cultural, nos problemas ambientais, no processo histórico das movimentações humanas etc. De forma similar, na região Nordeste, destacamos os aspectos físico‑geográficos que caracterizam as sub‑regiões (Zona da Mata, Agreste, Sertão, Meio‑ ‑Norte) e que ultrapassam os limites das unidades federativas. Uma “unidade regional”, portanto, é fruto da escolha de determinado(s) critério(s), definido(s) previamente. Ao tratar do ensino de Geografia no segundo ciclo do Ensino Fundamental, os PCN afirmam: A paisagem local pode conter elementos fundamentais para os alunos observarem [...] Entretanto, outras escalas podem ser abordadas e analisadas, já não apenas como fator de comparação – tal como foi proposto no primeiro ciclo – mas sim como conteúdos a serem aprendidos. Diferentes paisagens regionais devem ser apresentadas e trabalhadas com os alunos, de modo que venham a construir uma noção mais ampla sobre o território brasileiro, suas paisagens, regiões e, de modo geral, sobre as determinações político‑administrativas que o caracterizam. (BRASIL, 2000). Acreditamos que a abordagem regional feita ao longo da coleção e, em especial no volume do 5o ano, contempla essa possibilidade, 11 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 11 15/03/11 16:34 uma vez que inserimos, no estudo das regiões brasileiras, a aborda‑ gem de suas respectivas paisagens, ampliando a possibilidade de aprofundamento das questões geográficas específicas de cada região. Alfabetização cartográfica Os mapas são uma das principais formas de representação das características do espaço geográfico. Apropriar‑se dos códigos e lingua‑ gens inerentes a essa forma de representação, portanto, é importante para a compreensão do mundo e para nele atuar de forma consciente. Os PCN (BRASIL, 2000) colocam dentre os objetivos da Geografia para os dois primeiros ciclos, respectivamente, que os alunos devem: Reconhecer, no seu cotidiano, os referenciais espaciais de localização, orientação e distância de modo a deslocar‑se com autonomia e representar os lugares onde vivem e se relacionam. [...] Utilizar a linguagem cartográfica para representar e interpretar informações em linguagem cartográfica, observando a necessidade de indicações de direção, distância, orientação e proporção para garantir a legibilidade da in for mação. Para alcançar esses objetivos, entendemos que a alfabetiza‑ ção cartográfica deve ser vista como um processo que acompanha o desenvolvimento cognitivo do aluno, do 2o ao 5o ano do Ensino Fundamental, e que se estende para os estudos posteriores. Essa al‑ fabetização ocorre por meio do domínio gradual da linguagem gráfica, constituída de símbolos e que é a base da cartografia. Esse conjunto de símbolos precisa, ainda, fazer sentido para o aluno, ou seja, ele precisa reconhecer nos mapas uma forma de representação do real. Essa relação entre o real e sua representação remete à neces‑ sidade de se partir, nos primeiros anos, do espaço vivido. Da mesma forma como uma criança, mesmo antes de sua entrada na vida esco‑ lar, percebe a diferença entre uma pessoa querida (o real) e sua foto‑ grafia (a representação do real), ao final do primeiro ciclo, espera‑se que o aluno reconheça nos mapas e croquis formas de representação do espaço. Com isso, ele poderá desenvolver as noções essenciais para se tornar um leitor crítico de mapas e um mapeador consciente. Dentre as noções e conceitos a serem desenvolvidos com essa finalidade, destacamos nesta coleção: ■■ visão oblíqua e visão vertical; ■■ imagem tridimensional e bidimensional; 12 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 12 15/03/11 16:34 ■■ uso de códigos e símbolos e a construção da noção de legenda; ■■ proporção e escala; ■■ pontos de referência, lateralidade e orientação. Por fim, chamamos a atenção para o cuidado necessário com o desenho livre. Essa prática infantil, tão importante para o seu de‑ senvolvimento cognitivo‑intelectual, não pode ser confundida com a representação cartográfica. Trata‑se de uma das formas de expressão da linguagem gráfica, porém não se alcança a representação carto‑ gráfica se a criança permanecer somente no desenho espontâneo e, como já dissemos, sem a apropriação da linguagem cartográfica. 2. estrutura didática da coleção Rogério Reis/ Pulsar Imagens As fotos a seguir mostram atividades econômicas praticadas em diversos locais do Brasil. Observe as semelhanças e as diferenças entre elas, leia o texto e responda às questões. Comunidade quilombola de Pedro Cubas, Eldorado, São Paulo, 2008. Ricardo Chaves/ Zero Hora O TRABALHO CONSTRUINDO PAISAGENS Juvenal Pereira/ Pulsar Imagens UNIDADE 2 Ao olharmos ao nosso redor, podemos observar diferentes paisagens: a da rua da nossa casa, a da nossa escola e outras por onde passamos. Essas paisagens se diferenciam entre si pelos elementos que as compõem. Em algumas, podemos ver edifícios, casas, indústrias, avenidas; em outras, podemos ver áreas cultivadas, pastagens, rios, florestas. Cada uma delas tem sua característica. Observe nas fotos as diferenças entre as diversas paisagens. Delfim Martins/ Pulsar Imagens Trabalhadores da construção civil em obra no bairro de Bela Vista, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 2007. Extração de minério de ferro na Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, Minas Gerais, 2009. Nelas podemos observar também a ação dos seres humanos. Em algumas – como as das áreas onde vivem comunidades quilombolas, por exemplo –, a intervenção humana é menor; em outras – como a área urbana de Porto Alegre –, o trabalho humano transformou bastante a paisagem original ao longo do tempo. Nesta unidade vamos investigar importantes atividades, como agricultura, pecuária, extrativismo e indústria, que produzem diferentes paisagens. Vamos analisar como elas contribuem para a formação do espaço geográfico no campo e na cidade. Plantação de cana-de-açúcar em Sabino, no estado de São Paulo, 2009. 48 G13_F1_AV_GEO4_CAP4_048a079.indd 48-49 1. Escolha uma das fotos e explique a relação dela com o título desta unidade. Todas as fotos mostram paisagens construídas pelo ser humano por meio de diferentes atividades econômicas e tipos de trabalho. 2. Ao observar as imagens, o que mais chama a sua atenção? 2. Resposta pessoal. Estimule os alunos a perceber as semelhanças e as diferenças entre as imagens. Leve-os a observar os elementos que constituem cada foto: o que foi feito pela natureza? O que foi construído pelos seres humanos? O que as pessoas estão fazendo? Onde elas estão? O que há na paisagem ao redor da cena principal? A cena se passa no campo ou na cidade? 49 08/02/11 11:08 Cada um dos volumes da coleção está organizado em unidades e, estas, em capítu‑ los. Essa organização garante que assuntos mais específicos (trabalhados nos capítulos) sejam abordados de forma integrada em um tema mais amplo (formando a unidade). Cada capítulo, por sua vez, encontra‑se estruturado em seções diversas – cada qual com funções definidas – em torno do texto principal, apoiado por imagens variadas, bo‑ xes com textos complementares e atividades. A seguir, vamos esclarecer maiores detalhes dessa estrutura. Inicialmente, há duas páginas de Abertura de unidade e a seção Vamos começar, presente em todos os capítulos. Ambas as se‑ ções foram concebidas com estratégias que permitem o resgate do conhecimento prévio do aluno a respeito dos conteúdos que serão abor‑ dados nas respectivas unidades e capítulos. Os recursos visuais (fotografias, reproduções, ilus‑ trações, mapas, esquemas etc.), acompanha‑ dos por legendas informativas e atividades, têm 13 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 13 15/03/11 16:34 por objetivo suscitar a reflexão inicial sobre o tema, bem como possibi‑ litar conexões com informações e vivências que os alunos trazem para a sala de aula. Feitas coletivamente, essas atividades iniciais permitem a socialização desses conhecimentos prévios entre os alunos, com a mediação do(a) professor(a). Rogério Reis/Pulsar Imagens PARATY Rua de pedras em Paraty (RJ) em foto de 2010. Após a construção da rodovia Rio-Santos, na década de 1970, e após a abertura da Estrada Paraty-Cunha, a cidade tornou-se polo de turismo nacional e internacional por seus casarios e pelas belezas naturais. Durante muito tempo, no século XVII, Paraty foi uma cidade importante por causa dos inúmeros engenhos de cana-de-açúcar que existiam em seu entorno. Mais tarde, já no século XVIII, ela passou a se destacar como cidade portuária: era o destino final da Rota do Ouro, que se iniciava em Minas Gerais. O ouro e as pedras preciosas eram trazidos da região mineira pela Estrada Real e, em Paraty, embarcados nos navios enviados a Portugal. Ao longo dos capítulos, são inseridas propostas de atividades que possibilitam a reflexão, a comparação, a associação de informações ou a observação mais atenta de algum aspecto significativo, a fim de que o aluno possa trabalhar diversas habilidades e competências com base nos conteúdos abordados naquele momento. Atualmente, uma das principais atividades econômicas de Paraty é o turismo. Suas ruas centrais ainda conservam o calçamento original, feito de pedras. Por esse motivo, os carros não podem circular pelo centro histórico. 2. Como o arquiteto Lucio Costa organizou o espaço de Brasília? A cidade foi planejada de modo que cada parte tivesse uma função específica: uma área exclusiva para moradias, outra para escritórios, outra para hospitais etc. 3. Qual foi a importância de Paraty na história brasileira? Após ser referência por causa de seus inúmeros engenhos de cana-de-açúcar, Paraty passou a se destacar como cidade portuária. Dela partiam ouro e pedras preciosas extraídos de Minas Gerais. Hoje, destaca-se como cidade turística nacional e internacional. 86 Ao propor que atividades apareçam intercaladas ao texto prin‑ cipal, ao longo do capítulo, estabelecemos um modo de abordar os conteúdos que julgamos mais dinâmico e mais eficiente. No entanto, o(a) professor(a) pode fazer uso dessas atividades no momento em que achar mais adequado, de acordo com seu próprio método e com as necessidades e interesses de sua turma de alunos. VIAGEM PELA LEITURA O poema a seguir menciona as mudanças da sombra formada pelo Sol ao longo do dia. Leia e responda às questões. Minha sombra De manhã a minha sombra com meu papagaio e o meu macaco começam a me arremedar. E quando eu saio a minha sombra vai comigo fazendo o que eu faço seguindo os meus passos. LIMA, Jorge de. Minha sombra. In: LISBOA, Henriqueta. Antologia poética para a infância e a juventude. Rio de Janeiro: INL, 1961. Marcos Garuti Depois é meio-dia. E a minha sombra fica do tamaninho de quando eu era menino. Depois é tardinha. E a minha sombra tão comprida brinca de pernas de pau. [...] E de noite quando escrevo, fazer como você faz, como eu fazia em criança: minha sombra você põe a sua mão por baixo da minha mão, vai cobrindo o rascunho dos meus poemas sem saber ler e escrever. 1. O poema está dividido em estrofes. Em cada uma delas quais períodos do dia são mencionados? Na primeira estrofe é mencionado o período da manhã; na segunda são mencionados o meio-dia e o fim da tarde (“a tardinha”); na terceira é mencionada a noite. 2. Segundo o poema, a sombra do autor muda ao longo do dia. Explique por que essa mudança ocorre. Espera-se que o aluno mencione que essa mudança ocorre porque a Terra gira em torno de si mesma. Por isso, os raios do Sol vão formando sombras diferentes sobre a Terra (sobre os objetos e as pessoas). O aluno pode mencionar também o “movimento aparente do Sol”. 3. Qual é o nome do movimento da Terra responsável pelas mudanças da sombra, descritas neste poema? Por que é fundamental para a vida na Terra? Esse movimento é chamado de rotação. Ele determina os dias e as noites. 24 G13_F1_AV_GEO5_miolo.indb 24 01/02/11 16:01 3. Por causa da inclinação do eixo da Terra em relação ao plano de sua órbita, os raios solares incidem com mais intensidade em um hemisfério do que no outro. Enquanto no hemisfério sul é verão, no hemisfério norte é inverno; enquanto no sul é primavera, no norte é outono. No desenho do aluno, se houver, deve estar representada a inclinação do eixo da Terra em relação ao plano de sua órbita. 1a) Por causa do movimento de rotação, que é o movimento que a Terra realiza em torno de seu próprio eixo no período de 24 horas. Na face da Terra iluminada pelo Sol é dia; na outra face, é noite. 1b) Por causa do movimento de translação (que dura 365 dias e 6 horas) e da inclinação do eixo da Terra em relação ao plano de sua órbita. Durante alguns meses do ano, os raios do Sol incidem mais diretamente no hemisfério sul do que no hemisfério norte; passados seis meses, a situação se inverte. VAMOS REVER 1. Sobre os movimentos da Terra, explique como e por quê: a) Se formam o dia e a noite. b) Se formam o verão e o inverno. 2. Cite duas influências das estações do ano em seu cotidiano. O aluno pode citar que as estações do ano influenciam a escolha das roupas, os hábitos, a alimentação e o lazer. 3. Por que no mesmo mês do ano os hemisférios norte e sul apresentam estações do ano diferentes? Se preferir, desenhe para responder a essa questão. 4. Observe novamente o experimento das duas crianças na página 14 para demonstrar o movimento de rotação da Terra. Suponha que a Terra parasse de executar esse movimento. Imagine as duas situações do planeta em relação ao Sol: pessoal. Espera-se que o aluno relacione a iluminação a) parte do planeta está iluminada; Resposta com o dia e a escuridão com a noite. Se a Terra parasse de realizar o movimento de rotação, não haveria alternância entre dias e noites. b) parte do planeta está escura. Escreva dois parágrafos: um contando como ficaria a vida de uma pessoa na primeira situação (a) e outro sobre a segunda situação (b). Utilize a sua imaginação, mas lembre-se de ser fiel aos fenômenos geográficos! É HORA DE PESQUISAR Reúnam-se em grupos e investiguem como são os dias e as estações do ano no polo sul e no polo norte. Sigam o roteiro: ■ ■ ■ ■ Repitam o experimento do globo terrestre e da lanterna, mas acrescentem o movimento de translação da Terra. Ou seja, a Terra deve girar em torno de seu próprio eixo e também em torno da lanterna. Lembrem-se de manter o globo inclinado, sempre na mesma posição, virado para a lanterna. Observem como ela ilumina o globo nas regiões do polo sul e do polo norte. Como se formam o dia e a noite nesses dois lugares? Descrevam o experimento e pesquisem imagens (ou desenhem) para comprovar suas ideias. Escrevam um texto reunindo as informações obtidas. Preparem um painel com texto e imagens. Lembrem-se de dar um título ao trabalho. 25 G13_F1_AV_GEO5_miolo.indb 25 01/02/11 16:01 As seções Viagem pela leitura e É hora de pesquisar, por sua vez, possibilitam a ampliação e até mesmo a ressignificação do conhe‑ cimento construído pelo aluno. Na primeira, textos literários (incluindo letras de música) ou jornalísticos, acompanhados de atividades, permi‑ tem ao aluno transpor conteúdos da Geografia para outros contextos sociais, relacionando diferentes linguagens. Além do trabalho relativo ao desenvolvimento da competência leitora e da fruição estética pró‑ pria de textos literários, as atividades permitem que o aluno perceba as relações entre o conteúdo abordado no capítulo e os temas trata‑ dos nos textos literários e jornalísticos. Nessa seção, as ilustrações obedecem inclusive a essas premissas: privilegiam a fruição estética, respeitando também aspectos específicos da Geografia. Em É hora de pesquisar, com a mediação do(a) professor(a), os alunos podem aprofundar o conhecimento sobre determinado assunto bem como desenvolver suas habilidades de busca, seleção, registro e organização de informações. Nessa seção, ao longo dos volumes da coleção, as propostas de pesquisas foram especialmente preparadas considerando o estágio cognitivo dos alunos (tomando como parâme‑ tro a faixa etária). Dessa forma, nos volumes iniciais (2o e 3o anos), elas aparecem em menor número, são mais simples e propõem diferentes formas de registro, considerando especialmente o processo de alfa‑ betização e letramento ainda em desenvolvimento. Nos volumes finais (4o e 5o), aumentam as possibilidades de os alunos, paulatinamente, desenvolverem as pesquisas propostas de forma mais autônoma, en‑ riquecendo ainda mais o processo de ensino‑aprendizagem. 14 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 14 15/03/11 16:34 HORA DO RECREIO 1. No caminho de casa à escola, escolha um lugar, observe a paisagem e pode organizar uma exposição na sala de aula ou em algum espaço da escola com as represente o que você vê. Você obras produzidas por seus alunos. Sugere-se uma interdisciplinaridade com a área de Artes. a) Se você gosta de usar tinta, lápis de cor ou canetinhas coloridas, pode fazer um desenho ou uma pintura em uma folha à parte. b) Se preferir representar o que vê com palavras, pode escrever um 2. Todos os erros a seguir estão na segunda imagem: 1) na segunda curva há um pequeno morro; 2) na rodovia, há um carro a mais; 3) a cachoeira e o poema em seu caderno. rio estão sem água; 4) o vilarejo no topo da montanha não foi desenhado; 5) há uma nuvem no céu; 6) a cidade que fica na parte inferior do desenho c) No final, dê um título à sua obra! está bem menor; 7) há uma torre de celular na montanha (lado esquerdo). Felipe Grosso 2. Observe as duas imagens abaixo. Elas parecem iguais, mas não são. Uma pessoa tentou copiar o primeiro desenho, mas cometeu sete erros. Em seu caderno, faça uma lista dos erros cometidos por essa pessoa, descrevendo o que está errado. 63 G13_F1_AV_GEO3_miolo.indb 63 2/3/11 4:23 PM VAMOS REVER 1. Compare os mapas a seguir: um antigo e um atual. Em seguida, responda às Allmaps questões no caderno. British Museum, Londres América do Sul: político (2010) América do Sul (1546) 50° O Caracas VENEZUELA Georgetown Paramaribo Caiena GUIANA SURINAME Guiana Francesa (FRA) 50º Bogotá COLÔMBIA Equador Quito EQUADOR PERU BRASIL Lima BOLÍVIA La Paz Brasília OCEANO PACÍFICO PARAGUAI Trópico de Capricórn io Assunção CHILE OCEANO ATLÂNTICO ARGENTINA URUGUAI Santiago Buenos Aires No volume do 2o ano, ao final de cada capítulo, entra a seção Hora do recreio (também presente em alguns capítulos do 3o ano), com propostas de atividades envolvendo jogos e brincadeiras, para que o aluno tenha também nova oportunidade de ampliar sua com‑ preensão sobre o conteúdo. Aspectos lúdicos estão presentes nas atividades dessa seção, de forma inter‑relacionada aos conteúdos do capítulo. Nos volumes do 3o, 4o e 5o anos, a seção Vamos rever tem por finalidade retomar o conteúdo do capítulo. As atividades propostas nessa seção são, ao mesmo tempo, uma possibilidade de o próprio aluno perceber os “resultados” de seus estudos (ou seja, perceber sua própria aprendizagem) e uma nova oportunidade de aprender. Assim, dessa forma, professor e aluno podem perceber as dificuldades do processo de ensino‑aprendizagem e novas estratégias podem ser adotadas, ou seja, pode‑se intervir no processo com base nos resul‑ tados alcançados. Montevidéu Mapa produzido em 1546 por Pierre Descelliers. Capital 0 695 Ao reunir essas atividades em uma seção ao final do capítulos, destacamos a importância de rever o processo de aprendizagem, re‑ lacionado a alguns conteúdos, quando tal processo ainda está em an‑ damento. No entanto, de forma parecida ao que foi dito anteriormente sobre atividades propostas no meio dos capítulos, o(a) professor(a) – no papel de mediador(a) –, pode fazer uso dessas atividades no mo‑ mento que achar mais adequado. 1390 km Fonte: IBGE. Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro, IBGE, 2009. p. 41. (Adaptado). a) O título, o trópico de Capricórnio, a linha do Equador e o contorno de parte da costa sul-americana. a) Que referências nos permitem afirmar que os dois mapas representam a mesma área? No mapa de 1546 não há referências às fronteiras nem dos países; ele apresenta desenhos e o contorno da b) Cite as diferenças entre esses dois mapas. nome maior parte do continente está diferente. c) Qual é o mapa certo? Explique sua resposta. Não há um mapa certo, ambos estão corretos. Eles representam visões do mundo em diferentes culturas e épocas. d) Qual é o uso que podemos dar para cada um deles? O mapa antigo pode ser útil para estudarmos como o Brasil era representado em 1546, o que se conhecia do mundo e as técnicas de fazer mapas naquela época. O mapa atual nos permite estudar a configuração dos países do continente sul-americano, as fronteiras, as capitais e as dimensões de cada país. 2. Mencione duas mudanças significativas que ocorreram na produção de maOs alunos podem mencionar os materiais utilizados para confeccionar mapas (do barro cozido ao papel) e pas ao longo da história. também as novas tecnologias empregadas na elaboração dos mapas, como as imagens de satélite. 46 LEIA TAMBÉM ■ A história dos escravos, de Isabel Lustosa. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1998. Nessa narrativa, a autora conta como era o Brasil dos escravos. Um menino da cidade aprende o que representou a escravidão na formação do Brasil e suas consequências para a vida atual do país. ■ Do campo à mesa, de Teddy Chu. São Paulo: Moderna, 2003. O livro fala sobre o caminho dos alimentos, do campo até nossa mesa. ■ Habitação e cidade, de Ermínia Maricato. São Paulo: Atual, 1998. Nesse livro, a autora reflete sobre o problema da habitação e outras questões sociais existentes em muitas cidades brasileiras. ■ O bairro do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2001. Esse livro conta as aventuras de Marcelo em seu bairro e mostra como ele observava a paisagem ao seu redor. ■ O rato do campo e o rato da cidade, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2010. Nessa obra, uma família de ratos mostra a diferença entre viver no campo e na cidade após passar por diversas aventuras e experiências. OUTRAS SUGESTÕES ■ Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Disponível em: <www.ibge.gov.br>. Acesso em: 19 ago. 2010. Na seção Cidades, é possível ver a localização de todos os municípios brasileiros. Consulte também o canal IBGE 7 a 12, destinado a alunos dessa faixa etária. ■ Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: <www.agricultura.gov.br>. Portal do ministério brasileiro dedicado à agropecuária (produções, safras, notícias, projeções do agronegócio etc.). ■ Ministério das Cidades. Disponível em: <www.cidades.gov.br>. Acesso em: 19 ago. 2010. Portal do ministério brasileiro dedicado especialmente às cidades (notícias, eventos, galeria de imagens etc.). ■ Canal Kids. Disponível em: <www.canalkids.com.br>. Acesso em: 21 dez. 2010. Na seção Alimentação, Cidadania e Meio Ambiente você pode encontrar informações úteis que complementam esta unidade. 109 G13_F1_AV_GEO4_CAP5_080a109.indd 109 08/02/11 10:57 Ao fim de cada volume, palavras e expressões da área da Geografia ou que representem uma ampliação do vocabulário do alu‑ no encontram‑se listadas em ordem alfabética e são explicadas no Glossário. Essas palavras e expressões podem ser identificadas, ao longo dos livros do aluno, por um destaque específico . 4. PAISAGENS DA AMAZÔNIA VAMOS COMEÇAR Neste capítulo, vamos estudar a Amazônia: as paisagens, as pessoas e seu modo de vida. Para começar, observe as imagens a seguir. A Zona Franca de Manaus (ZFM) foi criada em 1967 com o objetivo de estimular o desenvolvimento econômico da região, por meio de uma área de livre comércio concentrada na cidade de Manaus. Atualmente, além da área comercial, a ZFM engloba os polos agropecuário e industrial e outras cidades. Na foto, vista aérea da ZFM, Manaus, Amazonas, 2009. Ernesto Reghran/ Pulsar Imagens Ernesto Reghran/ Pulsar Imagens Ao fim de cada unidade, a seção Leia também sugere alguns títulos de livros para leitura e a seção Outras sugestões indica alguns sites relacionados aos principais temas abordados naquela Unidade. Essas indicações vêm sempre acompanhadas de breves comentários, para que o aluno tenha ideia do que pode esperar naqueles livros ou sites. sites No entanto, recomendamos que o(a) professor(a), caso decida fazer uso de alguma dessas indicações, leia e consulte previamente o material indicado, elaborando um roteiro de estudo específico para sua turma. Encontro dos rios Negro e Solimões, que formam o rio Amazonas, próximo da cidade de Manaus, 2009. A imagem ao lado é um fenômeno natural provocado pelo encontro das águas escuras do rio Negro com as águas barrentas do rio Solimões. Diferentes paisagens da Amazônia. A primeira, de elementos humanos, é da Zona Franca de Manaus; a segunda , de elementos naturais, é do encontro das 1. O que essas imagens representam? águas dos rios Negro e Solimões. 2. O que você sabe sobre a Amazônia? Resposta pessoal. Na conversa com os alunos resgate algumas informações já discutidas nos capítulos anteriores, mas também incentive-os a relatar outras experiências e conhecimentos. 72 G13_F1_AV_GEO5_miolo.indb 72 01/02/11 16:03 15 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 15 15/03/11 16:34 3. a avaliação A proposta de abordagem geográfica e a concepção de ensino‑ ‑aprendizagem discutida anteriormente requer também uma visão de avaliação renovada. Essa busca pelo processo avaliativo coerente com a escola que se quer construir está contemplada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9.394/96, cujo artigo 24 orienta que a verificação do “rendimento esco‑ lar” nos ensinos Fundamental e Médio deve observar, dentre outros, o seguinte critério: a “avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”. Para que avaliar? A questão da avaliação não implica somente avaliar o educando, mas todo o processo de ensino e aprendizagem. Assim, é possível ve‑ rificar se as opções feitas foram adequadas ou se é necessária alguma reformulação. Para adquirir essa visão global, é preciso recolher infor‑ mações sobre o grau de aquisição de aprendizagem. Isso significa co‑ nhecer os progressos e as dificuldades dos alunos, levando em conta os objetivos formulados e a possibilidade de ampliar ou modificar as atividades previamente planejadas. Essencialmente, a avaliação deve ser feita por meio de acompanhamento do processo de aprendiza‑ gem, baseado no apoio e estímulo ao aluno. Inicialmente, a avaliação deve possibilitar, a qualquer momento, ajustes pedagógicos, além de determinar em que medida foram atin‑ gidos os objetivos propostos. Esta concepção de avaliação da aprendizagem vem sendo apro‑ fundada por diversos autores, dentre os quais podemos citar Juan Ignácio Pozo, que propõe o seguinte esquema da aprendizagem. Esquema da aprendizagem (POZO, 2002) A N Á L I S E O QUE aprendemos ou queremos que alguém aprenda RESULTADOS OU CONTEÚDOS COMO Se aprende esse ou esses resultados desejados PROCESSOS QUANDO QUANTO ONDE COM QUEM Se deve organizar a prática para ativar esses processos, que requisitos deve reunir essa prática CONDIÇÕES I N T E R V E N Ç Ã O 16 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 16 15/03/11 16:34 Essa forma de conceber a avaliação evidencia que a aprendiza‑ gem precisa ser considerada em seus três aspectos fundamentais: as condições em que se realiza (quando, quanto, onde e com quem se dá a prática pedagógica), os processos (como se aprende) e os resultados ou conteúdos (o que se aprende). Portanto, a análise das situa‑ ções de aprendizagem pode ser iniciada pelos resultados, enquanto a intervenção dos professores, quando se deseja resultados melhores, deve iniciar‑se nas condições de aprendizagem. Acreditamos que a variedade de atividades e estratégias suge‑ ridas ao longo dos capítulos contribuirão significativamente para que o(a) professor(a) avalie também o processo e não somente o resultado final. As atividades de leitura e interpretação de textos e imagens, por exemplo, darão subsídios para que o professor retome algum tópico do conteúdo anterior ou reveja os métodos, se necessário. Da mesma forma, se os alunos demonstram ter se apropriado dos conteúdos trabalhados, novos aspectos poderão ser incluídos e os conteúdos podem ser ampliados e aprofundados. o que avaliar? Quando nos fazemos essa pergunta, uma das primeiras res‑ postas que surge é a de que devemos avaliar o que o aluno apren‑ deu, que capacidades desenvolveu a partir das atividades pedagó‑ gicas realizadas. No entanto, essas capacidades são de natureza distinta (motri‑ zes, cognitivas, afetivas, de equilíbrio emocional, de relacionamento interpessoal e de atuação e inserção social), e não devem ser avalia‑ das isoladamente. É necessário levantar indicadores, que constituirão os créditos de avaliação. como avaliar? Para avaliar de maneira adequada precisamos de instrumentos de avaliação diversificados. O procedimento mais indicado para verificar as conquistas e as dificuldades é a observação sistemática. Mediante a observação, o(a) professor(a) poderá comprovar o grau de aquisição da aprendizagem, poderá verificar os hábitos e atitudes em relação ao trabalho escolar, as características dos grupos e as relações que se estabelecem entre os alunos e entre eles e o conhecimento. 17 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 17 15/03/11 16:34 Sugerimos que seja feita, a cada unidade, uma ficha de observa‑ ção da classe, com base no assunto da unidade. O(a) professor(a) pode fazer esse registro da maneira que lhe for mais conveniente e que possi‑ bilite um acompanhamento global do processo, tomado passo a passo. Para realizar esse acompanhamento, propomos que algumas atividades do livro sejam selecionadas, recolhidas e examinadas. Os trabalhos em grupo podem ser acompanhados pelo(a) professor(a), que selecionará um grupo a cada atividade para fazer uma observação mais apurada. Também é possível fazer uso das provas escritas, porém nunca apenas delas. Veja a seguir um exemplo de ficha de observação por unidade didática. Ficha de observação e registro – exemplo Volume 5 – Unidade didática I: Mapas – Representando a realidade no papel [nome do aluno] Descreve a forma da Terra Localiza‑se em diferentes mapas Interessa‑se pelos mapas e plantas e faz uso adequado deles Obtém informações a partir da leitura de um mapa Outro recurso de grande importância é a autoavaliação, pois permite que os alunos reflitam sobre o próprio processo de apren‑ dizagem e compreendam seu progresso e suas dificuldades, favore‑ cendo assim o desenvolvimento da autoestima. Por isso, ao propor a autoavaliação aos alunos, é preciso definir claramente em relação a quais conteúdos eles precisam avaliar‑se, a fim de que realmente identifiquem os progressos. 18 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 18 15/03/11 16:34 4. exPlicitação de conteúdos A escolha dos conteúdos e temas tratados tem como objetivo possibilitar o desenvolvimento da relação ensino‑aprendizagem. Em outras palavras: os conteúdos devem servir como ferramentas para a construção de um conhecimento que possibilite ao aluno entender o mundo em que vive e o desenvolvimento de habilidades necessárias para nele viver e agir de forma consciente, respeitando sua faixa etária e seu estágio cognitivo. Desde a reforma educacional brasileira, desencadeada na déca‑ da de 1990 (e que persiste até os dias atuais), os conteúdos passaram a ser classificados em conceituais, atitudinais e procedimentais2. Segundo os PCN (BRASIL, 2000), os primeiros envolvem a aborda‑ gem de conceitos, fatos e princípios relacionados à ciência de referência e podem recorrer, em determinados momentos, à memorização. Para o referido documento, isso não é um erro de quem ensina, mas sim um momento do processo de aprendizagem. A memorização de fatos e da‑ dos – desde que esses se tornem significativos e que tenham sentido no contexto de aprendizagem –, pode fazer parte do processo de ensino‑ ‑aprendizagem, porém não deve se constituir em um fim em si mesmo. Na disciplina de Geografia incluímos entre os conteúdos conceituais os conceitos3 de espaço geográfico, lugar, paisagem, território, região, sociedade, natureza, entre outros, cada qual com as suas res‑ pectivas temáticas e desdobramentos. Há ainda aqueles relacionados à cartografia: noções de legenda, escala, distância, proporção, loca‑ lização, orientação. Os conceitos das outras áreas do conhecimento, quando abordados de forma interdisciplinar, também passam a fazer parte desse conjunto de conteúdos. Os conteúdos atitudinais referem‑se a normas, valores e atitu‑ des, que devem ser uma construção coletiva, ou seja, socialmente pro‑ duzidos. Questões relativas às diferenças étnicas, de gênero, de classe social, entre outras, precisam ser discutidas pela comunidade escolar, 2 Essa reforma seguiu princípios e tendências que vigoraram em outros países, em especial na Espanha, e foram baseadas em teóricos como o espanhol César Coll, que propôs a classifica‑ ção dos conteúdos em conceituais, atitudinais e procedimentais na obra Psicologia e Currículo: uma aproximação psicopedagógica à elaboração do currículo escolar. São Paulo: Ática, 1997. 3 Alguns desses conceitos fazem parte dos Pressupostos teóricos de Geografia e foram dis‑ cutidos com maiores detalhes nas páginas 7 a 13. 19 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 19 15/03/11 16:34 que deve se posicionar de forma crítica com relação a qualquer forma de discriminação de um indivíduo ou grupo social sobre outro. Os conteúdos procedimentais dizem respeito aos procedimen‑ tos e habilidades envolvidas no processo de ensino‑aprendizagem. Em Geografia, destacam‑se procedimentos como: observação; des‑ crição; comparação; correlação; representação; leitura de mapas, car‑ tas e imagens. Ao utilizar esta coleção, é importante levar em consideração que esses três diferentes tipos de conteúdos são tratados, por vezes, de forma concomitante e, em outros momentos, a ênfase é dada a um dos três tipos. De uma forma geral, no entanto, cada capítulo apre‑ sentará os três tipos de conteúdos, possibilitando ao(à) professor(a) desenvolvê‑los de modo a dar maior ênfase àqueles que julgar mais pertinentes, respeitando o momento vivido pela sua turma de alunos. Além das atividades e seções apresentadas, é importante que o(a) professor(a) esteja atento(a) para inserir, na sua dinâmica, as inú‑ meras possibilidades de abordagem dos temas apresentados. Assim, um mapa que apresenta o Polígono das Secas na Região Nordeste4, por exemplo, pode ser utilizado para caracterizar esse fenômeno cli‑ mático, identificando suas causas e consequências, ou ainda os recur‑ sos de legenda utilizados (conteúdos conceituais); para descrever as áreas atingidas e comparar as suas características socioeconômicas com as demais áreas da própria região e do país (conteúdos proce‑ dimentais); ou ainda discutir a exploração política do fato por meio da chamada “indústria da seca”5, bem como a discriminação sofrida por pessoas procedentes dessa região que migram para outros lugares (conteúdos atitudinais). os conteúdos e a formação da cidadania A coleção visa contribuir para a formação da cidadania por meio de conteúdos selecionados, atendendo ao artigo 58 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que afirma: “No processo educacional respeitar‑se‑ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo‑se a estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura.” (BRASIL, 1990). 4 Apresentado no capítulo 5 do volume 5 (página 109). 5 “Indústria da seca” é uma expressão utilizada para denominar a exploração política do pro‑ blema da seca no sertão nordestino, associada ao desvio de recursos públicos: ocupantes de cargos políticos diversos solicitam verbas para combater os efeitos socioeconômicos da seca, porém utilizam os recursos para fins pessoais ou em benefício de pequenos grupos. 20 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 20 15/03/11 16:34 Acreditamos que alcançamos este objetivo ao contextualizar os conteúdos trabalhados na realidade vivida pelo aluno, instigando‑o a identificar, no lugar onde vive, os valores culturais construídos histori‑ camente e comparando‑os com outras realidades. Nos volumes refe‑ rentes ao primeiro ciclo (2o e 3o anos) este aspecto está mais vinculado à escala local (família, rua, bairro, município) enquanto no segundo ciclo (4o e 5o anos) é a identidade nacional que se torna a referência para essa abordagem. A liberdade de criação é respeitada e incentivada por meio de atividades que sugerem ao aluno a produção de textos, pesquisas e desenhos sobre os conteúdos abordados. O acesso às fontes de cultura é viabilizado, por exemplo, com a inserção de textos literários, letras de músicas, reprodução de obras de arte e indicações de livros e sites que tratam dos conteúdos abordados nas diversas unidades. É importante ter em mente também que, na realidade contem‑ porânea, a cidadania assume um caráter global, conforme afirma Vânia Vlach: [...] de uma maneira geral, o cidadão não consegue ver que a convivência social no mundo é uma questão ético‑política, e não mera questão técnica. Em outras palavras, os “raciocínios geográficos” são importantes para a construção de uma cidadania plena em sociedades como a brasileira, o que depende do compromisso de cada um no processo de conhecer o seu território, para nele organizar atividades econômicas, lutas sociais e políticas, tendo em vista a constituição de uma sociedade democrática. Hoje, essa cidadania em âmbito nacional aponta para uma cidadania cosmopolita, o que depende da participação de cada indivíduo no esforço conjunto de viver‑conviver‑existir‑ ‑coexistir com sabedoria humana, em um planeta cuja finitude vem sendo crescentemente aceita por alguns nas últimas décadas, quando as condições socioambientais se agravaram muito, em um quadro político‑social violento e permeado por ações terroristas, que atingem indistintamente a população civil, em qualquer lugar do mundo. (VLACH, 2007). Desta forma, valores como o respeito à diversidade étnico‑ ‑cultural e religiosa; o respeito às diferenças de gênero; a valorização das culturas dos povos tradicionais; a educação para a participação política; as atitudes responsáveis diante da sustentabilidade ambien‑ tal, entre outros aspectos que envolvem a construção da cidadania, devem ser cultivados localmente desde os primeiros anos da vida es‑ colar, porém com uma perspectiva global. Em outras palavras: o res‑ peito às diferenças e as demais dimensões da cidadania existentes no lugar em que o aluno vive – na cidade, na rua, na comunidade rural, na escola e na própria sala de aula – deve ser transferido para outras escalas geográficas – regional, nacional e global. 21 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 21 15/03/11 16:34 Essas questões permeiam a coleção, ora em momentos espe‑ cíficos – como ocorre no capítulo 7 do volume 4, voltado especial‑ mente para os temas da cidadania e da participação – ora fazendo parte da própria análise do espaço geográfico, como no estudo das regiões brasileiras (unidade 2 do volume 5), dos diferentes tipos de bairros (capítulo 4 do volume 3), das diferenças individuais (capítulo 1 do volume 2) e coletivas (capítulo 4 do volume 2), ou ainda voltadas para temas específicos, como a educação para o trânsito e o uso dos espaços públicos (capítulo 5 do volume 2). Do ponto de vista socioambiental, a educação para a cidadania igualmente assume papel central. De acordo com os PCN, Desde as primeiras etapas da escolaridade, o ensino de Geografia pode e deve ter como objetivo mostrar ao aluno que cidadania é também o sentimento de pertencer a uma realidade na qual as relações entre a sociedade e a natureza formam um todo integrado – constantemente em transformação – do qual ele faz parte e, portanto, precisa conhecer e sentir‑se como membro participante, afetivamente ligado, responsável e comprometido historicamente. (BRASIL, 2000). Neste trecho, notamos que as questões socioambientais se en‑ contram na interface da relação sociedade‑natureza, motivo pelo qual o sociólogo português Boaventura de Souza Santos defende uma “po‑ litização da natureza”, estendendo a ela o conceito de cidadania: A distinção natureza‑sociedade faz hoje pouco sentido, uma vez que a natureza é cada vez mais a segunda natureza da sociedade. A natureza é uma relação social que se oculta atrás de si própria e que por isso é duplamente difícil de politizar. Contudo, perante os riscos da catástrofe ecológica, tal politização está já a impor‑se e as clivagens políticas do futuro assentarão crescentemente nas diferentes percepções desses riscos. A politização da natureza envolve a extensão a esta do conceito de cidadania, o que significa uma transformação radical da ética política da responsabilidade liberal, assente na reciprocidade entre direitos e deveres. Será então possível atribuir direitos à natureza sem, em contrapartida, ter de lhe exigir deveres. (SANTOS, 1996). Procuramos abordar estes aspectos ao longo da coleção, desen‑ volvendo a percepção dos problemas ambientais decorrentes da cons‑ tituição da “segunda natureza”, ou seja, da natureza transformada pela sociedade por meio do trabalho. Acreditamos que, ao conhecer a manei‑ ra como se dá esse processo – pela abordagem dos conteúdos concei‑ tuais –, é possível fazer o que Boaventura chama de “politizar a natureza”. Assim, conhecer as características geográficas das diferentes paisagens e as transformações nela feitas pela sociedade (conteúdos conceituais) 22 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 22 15/03/11 16:34 contribuirá para que o aluno desenvolva atitudes responsáveis (conteú‑ dos atitudinais) em relação ao meio ambiente local. Como consequên‑ cia, o aluno aprenderá a identificar, comparar, descrever e problematizar (conteúdos procedimentais) situações de desequilíbrio ambiental que ocorrem em outros contextos geográficos e que chegam a ele por meio da mídia, viagens, relatos ou mesmo pelos materiais didáticos. interdisciPlinaridade As abordagens interdisciplinares são aqui sugeridas como es‑ tratégias de construção coletiva de conhecimento que, segundo Nídia Nacib Pontuschka, dependem do trabalho realizado em cada disci‑ plina escolar, sem eliminar suas diferenças, e na aproximação e inte‑ gração com as demais disciplinas (PONTUSCHKA, 1994). É preciso lembrar que esse trabalho, por ser coletivo, faz emergir as diferenças naturalmente presentes no espaço social escolar, o que, ao mesmo tempo, fortalece a solidariedade e o trabalho coletivo. Por ser uma ação coletiva, a busca pela interdisciplinaridade traz em si a potencialidade de sugerir caminhos para a construção de um conhecimento significativo, e não somente a repetição de saberes fragmentados e destituídos de significado. Veja, nas Orientações específicas de cada um dos volumes, o quadro dos temas interdisciplinares. 23 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 23 15/03/11 16:34 5. sumários da coleção 2º ano Unidade 1 – Eu e as crianças do meu espaço 1. Quem sou eu? Conhecendo minha turma Conversando com um colega Nossas características físicas Somos semelhantes e diferentes Eu e as outras crianças Viagem pela leitura: Sobrou para mim, de Ruth Rocha Hora do recreio 2. Representando meu corpo e meu mundo Hora do recreio É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões Unidade 3 – Eu, minha casa e minha rua 4. Eu e a minha casa A minha casa Onde as pessoas moram Como as moradias são feitas As habitações em diferentes épocas e lugares As casas em obras de arte Conversando sobre Arte Os serviços que abastecem as moradias Mapeando o meu corpo A planta da casa Cuidando do meu corpo e do ambiente onde vivo Viagem pela leitura: Ratinho tomando banho, de Hélio Ziskind Hora do recreio Leia também Outras sugestões Unidade 2 – Eu e a minha escola 3. A minha escola A minha escola é assim As mudanças na minha escola Observando a sala de aula Construindo uma maquete Observando e representando objetos Viagem pela leitura: Declaração Universal dos Direitos Humanos Viagem pela leitura: Casa de amigo, de Roseana Murray Hora do recreio 5. Eu e a minha rua As vias públicas As vias públicas e o trânsito O endereço O quarteirão Viagem pela leitura: Visitas, de Pedro Bandeira Hora do recreio Leia também Outras sugestões Glossário Referências bibliográficas 24 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 24 15/03/11 16:34 3º ano Unidade 1 – Um novo ano na escola 1. A sala de aula na escola Percebendo o que há ao meu redor Maneiras de representar a sala de aula Viagem pela leitura: A escola, de Cláudio Thebas Vamos rever Hora do recreio Leia também Outra sugestão Unidade 2 – Observando lugares, conhecendo caminhos e paisagens 2. Os caminhos que percorremos Observando as paisagens O percurso casa‑escola Pontos de referência Vamos rever Hora do recreio É hora de pesquisar Leia também Unidade 4 – A cidade e o município 5. A cidade faz parte do município Conhecendo a cidade onde você vive Localizando‑se na cidade Representando o município Viagem pela leitura: A cidade ideal, de Luiz Enriquez, Sérgio Bardotti e Chico Buarque Vamos rever Hora do recreio É hora de pesquisar 6. Os serviços públicos Viagem pela leitura: Voltando da escola para casa, de Ricardo Azevedo A rede de água e esgoto Vamos rever Para se conscientizar e não desperdiçar água Hora do recreio 3. Os elementos da paisagem Os caminhos da água, ontem e hoje Os rios A energia elétrica Diferentes paisagens A energia elétrica ao longo do tempo O relevo e as construções humanas na paisagem Outros serviços públicos no município As transformações feitas pelos seres humanos nas paisagens Viagem pela leitura: Água, de Paulo Tatit e Arnaldo Antunes O tempo atmosférico e a paisagem Vamos rever A observação do tempo atmosférico Hora do recreio Viagem pela leitura: Canção da nuvem e vento, de Mario Quintana Vamos rever É hora de pesquisar 7. Os meios de transporte Hora do recreio Meios de transporte do município É hora de pesquisar Meios de transporte individuais e coletivos Leia também A evolução dos meios de transporte Outras sugestões Os transportes nos dias de hoje Unidade 3 – O bairro, suas paisagens e as maneiras de representá‑lo 4. O bairro da escola e o bairro onde moramos Viagem pela leitura: O bonde, de Papete Vamos rever Hora do recreio É hora de pesquisar Conhecendo os arredores do bairro da escola Leia também Representando o bairro da escola Outras sugestões Os bairros são diferentes Viagem pela leitura: Vou para São Paulo, de Sérgio Caparelli Glossário Referências bibliográficas 25 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 25 15/03/11 16:34 4º ano Unidade 1 – Onde estou? 1. Entendendo os mapas Medindo e representando As informações que podemos ler em mapas e plantas Orientando‑se pelos pontos cardeais Viagem pela leitura: Os quatro ventos, de Henriqueta Lisboa Vamos rever É hora de pesquisar 2. Conhecendo mapas 5. O trabalho e a construção das paisagens urbanas Entre o campo e a cidade A população entre 1880 e 1950 A indústria O comércio Consumo Problemas urbanos Viagem pela leitura: O trabalho e o lavrador, de Sérgio Capparelli Vamos rever É hora de pesquisar Localizando os lugares Leia também O Brasil e suas fronteiras Outras sugestões Viagem pela leitura: Paratodos, de Chico Buarque Vamos rever É hora de pesquisar 3. Os mapas antigos Os antigos registros dos lugares Como eram os mapas antigos? Os mapas como fontes históricas Viagem pela leitura: O mapa dos piratas, de Mauricio de Sousa Unidade 3 – A natureza e a necessidade de conservação 6. Os elementos da natureza presentes nas paisagens A natureza ameaçada A água, um recurso natural esgotável As paisagens litorâneas Paisagens vegetais Vamos rever Preservando os ambientes naturais É hora de pesquisar A história da Mata Atlântica Leia também Outra sugestão Unidade 2 – O trabalho construindo paisagens 4. O trabalho no campo e as paisagens rurais Viagem pela leitura: Declaração Universal dos Direitos da Água – ONU Vamos rever É hora de pesquisar 7. Cidadania e participação Conviva bem! No município, áreas urbanas e rurais As regras da nossa sala de aula O trabalho no campo Em defesa da coletividade Os trabalhadores do campo Os alimentos na mesa do brasileiro Principais produtos do campo Os produtos exportados Viagem pela leitura: Colecionador de cheiros troca, de Roseana Murray, e A cesta da feira, de Elias José Vamos rever É hora de pesquisar Viagem pela leitura: Azul e lindo: planeta Terra, nossa casa, de Ruth Rocha e Otavio Roth Vamos rever É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões Glossário Referências bibliográficas 26 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 26 15/03/11 16:34 5º ano Unidade 1 – Mapas: a representação do espaço 1. A Terra e as maneiras de representá‑la A Terra, suas formas e seus movimentos A Terra desenhada no papel Viagem pela leitura: Minha sombra, de Jorge de Lima Vamos rever É hora de pesquisar 2. O que podemos ler nos mapas Como os espaços são representados? Como desenhar espaços tão grandes em um pedaço de papel? O que os símbolos dos mapas informam? Orientando‑se pela rosa dos ventos As informações que podemos encontrar nos mapas O Brasil no continente americano Viagem pela leitura: Ora bolas, de Paulo Tatit e Edith Derdyk Vamos rever É hora de pesquisar 3. As divisões do espaço brasileiro A divisão política e administrativa do Brasil Brasil: divisão regional Viagem pela leitura: Assim nasceu Brasília, de Juscelino Kubitschek 5. O Nordeste brasileiro Região Nordeste: localização As paisagens nordestinas Zona da Mata Agreste Sertão Meio‑Norte Viagem pela leitura: Charada 1 e Charada 2, de Klevisson Viana Vamos rever É hora de pesquisar 6. As paisagens do Centro‑Oeste Região Centro‑Oeste: localização A diversidade de paisagens: diferentes altitudes Pantanal: patrimônio ecológico da humanidade As chuvas mudam as paisagens no Pantanal As paisagens do Cerrado O Centro‑Oeste ameaçado As paisagens turísticas do Centro‑Oeste Viagem pela leitura: Serra de Maracaju, de Almir Sater Vamos rever É hora de pesquisar 7. Paisagens do Sul Região Sul: localização e elementos naturais Formações vegetais do Sul Vamos rever A ocupação do território É hora de pesquisar A diversidade cultural nas paisagens Leia também Outra sugestão Unidade 2 – As diferentes paisagens: diversidade natural, social e cultural 4. Paisagens da Amazônia Amazônia: localização Amazônia: os elementos naturais A floresta como recurso A ocupação da Floresta Amazônica Reservas extrativistas Madeira, agropecuária e os conflitos pela terra O desmatamento e suas consequências O efeito estufa e as mudanças na temperatura do ar Viagem pela leitura: A Amazônia é nossa, de Marcus Lucenna Viagem pela leitura: Fuxico, de Sílvio Castanho da Silva Vamos rever É hora de pesquisar 8. Paisagens do Sudeste Região Sudeste: localização e elementos naturais A ocupação do território Metrópoles e desigualdade As influências culturais Viagem pela leitura: Rancho triste, de Pena Branca e Xavantinho Vamos rever É hora de pesquisar Leia também Outras sugestões Glossário Vamos rever É hora de pesquisar Referências bibliográficas 27 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 27 15/03/11 16:34 6. recursos e estratégias ProPostos na coleção Para ler o mundo e sua Geografia necessitamos lançar mão de diversas formas de linguagem. As mais utilizadas são, certamente, a escrita e a fala. A linguagem cartográfica também ocupa lugar de destaque no ensino‑aprendizagem de Geografia, como vimos ante‑ riormente. Além destas recorremos frequentemente e cada vez mais, dada a dinâmica e complexidade crescente do mundo, de linguagens como a imagética (visual) e a audiovisual, bem como estratégias de pesquisa para a busca de informação e construção de conhecimento, como, por exemplo, o estudo do meio. Todas essas linguagens fazem parte do processo de alfabetiza‑ ção geográfica, são ao mesmo tempo diferentes e complementares e dialogam entre si: um texto pode gerar um vídeo e vice‑versa, uma imagem pode gerar um mapa, uma fala pode transformar‑se em texto ou qualquer uma das demais linguagens, entre várias outras possibili‑ dades. O que elas têm em comum é o fato de motivar a participação ativa do aluno. A seguir, apresentamos algumas orientações para a utilização desses recursos didáticos com diferentes linguagens. ■■ Desenhos: ao desenhar, o aluno está reproduzindo uma ideia. Com o desenho é possível expressar uma opinião, uma informa‑ ção, um conceito ou mesmo um sentimento. Oferecer ao aluno essa possibilidade de expressão representa permitir outra ma‑ neira de comunicação que não seja apenas por meio da palavra escrita ou oral. ■■ Leituras de texto: na coleção, o aluno é requisitado a ler o tempo todo, pois o conteúdo é desenvolvido por meio do texto escrito, principalmente. Nos anos iniciais, em que o processo de alfabetização e letramento ainda está em andamento, o(a) professor(a) pode ser o “leitor da classe”. Aos poucos, conforme os alunos forem se apropriando do código linguístico, eles mes‑ mos poderão assumir essa função, até que todos sejam leitores, individualmente. Na coleção, além da leitura do texto principal, ler os textos transcritos é um poderoso recurso didático, pois enriquece o vocabulário, aumenta a quantidade e a diversidade de informações, desenvolve a imaginação, a abstração e o ra‑ ciocínio, melhora a qualidade da expressão oral e escrita, ajuda 28 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 28 15/03/11 16:34 a criar o hábito da leitura, instiga a curiosidade sobre assuntos diversos e desenvolve a noção de literatura como expressão in‑ telectual e artística. ■■ Leituras e análises de imagens: os textos imagéticos, como pinturas, fotos, ilustrações de um determinado local, requerem o desenvolvimento de habilidades como observar e descrever. A informação está na imagem e cabe ao aluno descobri‑la. Para isso, ele precisa da orientação e da mediação do(a) professor(a) para, pelo menos, direcionar sua observação para os aspectos que interessam naquele momento, com aquela imagem especi‑ ficamente. Além do mais, leitura e análise de imagens permitem, hoje e aqui, ao aluno “visualizar” diferentes tempos e espaços. ■■ Leituras e interpretações de mapas: permitem desenvolver a capacidade de abstração e de leitura do espaço geográfico. A identificação da linguagem gráfica que se utiliza de diversos sím‑ bolos – alguns deles definidos em convenções internacionais –, contribui significativamente para a realização da leitura crítica do mundo. A leitura comparada de mapas em diferentes escalas favorece o desenvolvimento da noção de proporção, conceito abstrato e muitas vezes de difícil apreensão pelos alunos nes‑ sa faixa etária. De modo similar, a leitura comparada de mapas físicos, políticos e temáticos de uma mesma área (país, região, município) ou que se valem de critérios distintos (por exemplo, mapas físicos e políticos) também ampliam as possibilidades de compreensão do mundo e da sua representação. ■■ Registros escritos: atividades que envolvem observação e des‑ crição, relato, entrevista e troca de informações requerem algum registro escrito das informações. Nos anos iniciais, enquanto o aluno não se apropriou de modo satisfatório do sistema de escri‑ ta, além de recorrer ao desenho, o aluno pode se valer de outras estratégias. Por exemplo, nas entrevistas, ele pode solicitar que o entrevistado escreva ou pode gravar a entrevista ou, se nada disso for possível, ele pode contar oralmente suas descobertas e solicitar que o(a) professor(a) escreva. Nesses casos, de modo similar ao que ocorreu com a leitura de textos, o(a) professor(a) será o “escritor da classe” e, paulatinamente, essa função passa‑ rá a ser exercida pelos próprios alunos, individualmente. De todo modo, é importante que o aluno seja sempre instado a registrar, pois ao fazer isso ele organiza seu conhecimento e sistematiza suas ideias, além de reconhecer a importância da apropriação, adequadamente, do sistema de escrita utilizado pela sociedade da qual faz parte. 29 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 29 15/03/11 16:34 ■■ Entrevistas: tipo de recurso que ajuda o aluno a desenvolver as habilidades de ouvir, falar e fazer registros. Para o aluno realizar essa atividade, é importante que tenha claro quais são os ob‑ jetivos da entrevista, além de um roteiro. Este pode ser feito coletiva ou individualmente, mas é preciso trabalhar com eles as atitudes próprias de entrevistadores: marcar horário com antecedência e não atrasar; pedir licença para gravar (se for o caso) ou pedir para o entrevistado ler as anotações feitas ao final da entrevista; agradecer; e sempre que possível, dar retorno e mostrar ao entrevistado o resultado do trabalho, de‑ pois de pronto. ■■ Trabalhos em dupla ou grupo: trata‑se de atividade cooperati‑ va de troca de ideias e experiências que propicia respeito mútuo e crescimento intelectual. Permitem também que cada um co‑ labore com suas habilidades e talentos. Por exemplo, um aluno que não consegue se expor para a classe pode ser bastante participativo em grupos menores; o aluno mais extrovertido e expressivo, mas que ainda não lê (não se apropriou do código linguístico) pode apresentar oralmente, com riqueza de deta‑ lhes, a história que foi escrita em grupo. Cabe ao(à) professor(a) perceber como os grupos podem e devem ser formados. Às vezes, a formação espontânea, organizada pelos próprios alu‑ nos, pode expressar afinidades que o(a) professor(a) ainda não tinha percebido; outras vezes, o(a) professor(a) precisará inter‑ ferir na divisão dos grupos a fim de propiciar certo equilíbrio de habilidades. ■■ Pesquisas em jornais e revistas: os trabalhos com notícias de veículos de comunicação rápida ajudam a desenvolver o ponto de vista crítico e reflexivo dos alunos. No entanto, também nesse tipo de pesquisa o aluno irá paulatinamente tornando‑se mais autônomo. Assim, inicialmente, sugerimos que o(a) professor(a) ofereça as fontes de pesquisas adequadas, orientando os alunos passo a passo sobre como realizar a busca. Em um segundo momento, já se pode solicitar que os alunos tragam algumas fontes, que ele mesmo julgue adequadas, encaminhando ape‑ nas a execução da busca pela informação; por fim, peça que eles tragam o material encontrado e organizem o fechamento dos trabalhos. Em qualquer uma dessas etapas, é preciso dei‑ xar bem claro o que está sendo pedido e considerar as fontes de informação disponíveis no lugar onde vive o aluno. ■■ Pesquisas na internet: permitem a ampliação ilimitada de fon‑ tes e, por isso mesmo, precisam ser bem orientadas. O(a) 30 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 30 15/03/11 16:34 professor(a) deve conhecer, a priori, os sites que podem ser acessados para realizar esse tipo de pesquisa, caso o aluno tenha acesso a esse recurso em casa, na escola ou em outro local. Para isso, são válidas as indicações disponíveis ao final de cada unidade dos livros. No caso de os alunos não terem à disposição os recursos de informática, se possível, desen‑ volva a pesquisa e forneça o material como fonte impressa aos alunos, para que eles realizem os outros passos, como seleção e organização do material pesquisado. ■■ Elaboração de vídeos: cada vez mais os alunos trazem para a sala de aula recursos eletrônicos que permitem desenvolver atividades com vídeos. Máquinas fotográficas digitais e celulares que gravam vídeos podem favorecer, por exemplo, o registro de um problema ambiental – a poluição de um córrego, rio ou lagoa; destino do lixo inadequado; desmatamento e queimadas, por exemplo – ou algum evento importante na comunidade ou cidade em que o aluno vive – como um evento cultural, um pro‑ testo, um discurso em período eleitoral etc. Esses registros po‑ dem ser socializados e discutidos em classe e, se a comunidade escolar dispõe dos recursos necessários, os vídeos podem ser editados e ampliados com a participação dos alunos, com a inserção de entrevistas e comentários sobre o fato registrado, por exemplo. ■■ Estudos do meio: trata‑se de atividades de observação e registro de alguns espaços de vivência do aluno. Cabe ao(à) professor(a) motivá ‑los a buscar as informações, a observar os locais e a seguir as instruções dos roteiros de estudo. Além disso, é preci‑ so que o aluno tenha claro o que e como fazer e o(a) professor(a) precisa estar atento também para alguns aspectos pedagógicos e estruturais que esse tipo de atividade necessita. Veja na pági‑ na 35 o texto a esse respeito (tema 3). 7. leituras comPlementares Para o(a) Professor(a) Para seu conhecimento, a seguir apresentamos uma seleção com trechos de textos de alguns cientistas, estudiosos ou geógrafos men‑ cionados anteriormente. Esses textos estão organizados em temas. 31 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 31 15/03/11 16:34 tema 1 – ensino de geografia A organização curricular do ensino de Geografia e a espacialidade Próximo, distante, extenso, exíguo, onde, até onde, desde onde, de que maneira, como, por que, para que, quem, para quem; estes são alguns dos aspectos integrantes do “chão” no ensino de Geografia na Escola Básica. Ocupam uma grande importância no estabelecimento do recorte espacial adotado na organização curricular. A organização curricular pode pautar‑se pela definição do “chão”. Será esse “chão” o que justifica a existência do ensino de Geografia? Será possível realizar‑se um estudo temático sem a delimitação ou definição do local em que o tema será visto? A organização curricular pode também ser feita por temas ou facetas da realidade que emergem em determinado contexto. Nesse sentido, existem temas como “cidade e campo”, “regionalização”, “constituição do território”, “questão ambiental” e assim por diante. [...] É necessário desenvolver uma organização curricular levando em conta o aluno enquanto sujeito do conhecimento, ocupando, por isso, o centro do processo de aprendizagem. Evidentemente, ao longo do tempo acontecem transformações perceptuais e cognitivas. Contudo, isso não significa que, para atender a uma compreensão que se realiza do concreto ao abstrato, o espaço imediato do aluno deva restringir‑se às localizações mais próximas a ele para, gradativamente, ir ampliando‑se do ponto de vista da distância espacial. O global, o local e a base concreta Uma didática interessada nas possibilidades do aluno implica elaborar estratégias que considerem os recortes espaciais. Implica buscar nestes as possibilidades e os limites sobre até onde as relações que se dão estarão ao alcance da compreensão dos alunos. Costumamos considerar que, para as crianças mais novas, o seu concreto é a realidade que lhes aparece imediatamente. Ao mesmo tempo, destaca‑se a importância de alguns esquemas nas situações de ensino‑aprendizagem que desenvolvam estruturas de tempo e de espaço, permitindo aos alunos construírem alguns mecanismos para responderem a uma classe de situações dadas. [...] No recorte espacial que se faz, surgem as relações existentes em determinado espaço ou de um espaço com outro, em que emerge a relação entre o local e o global. Nos tempos atuais, tidos como de globalização, essa relação torna‑se bastante visível, de maneira que ela pode ser desde cedo esclarecida aos alunos. Trata‑se, na verdade, de realizar um ir e vir constante entre o próximo e o distante, em que um explica o outro. Ao criar condições para o aluno estabelecer as relações entre o próximo e o distante, sua compreensão do mundo ganhará significado, inclusive a da sua realidade imediata, ao serem estabelecidos os elos explicativos entre eles. 32 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 32 15/03/11 16:34 Como o aluno pode entender que, em torno dos campos de futebol de várias cidades do mundo, repetem‑se quase os mesmos anúncios publicitários vistos no Brasil? Como o aluno pode entender que os veículos automotores das mais diversas marcas que circulam em nosso país têm origem externa? Como o aluno pode entender a manifestação da cultura urbana como os ritmos rap e funk, os trajes semelhantes vestidos pelos jovens dos Estados Unidos, da Europa, do Japão e do Brasil? Como o aluno pode entender que muitos brasileiros estão se mudando para outros países? O aluno mais novo consegue identificar essas diferenças e semelhanças. Ele pode não estar entendendo como e por que tudo isso acontece. Porém, a força dessas situações pede que o aluno inicie‑se na compreensão dessas relações, identificando os locais e buscando algumas implicações imediatas. No processo de conhecimento, é importante realizar abstrações em que o aluno vá desapegando‑se do concreto imediato. O distante se torna próximo no fazer pensar, apesar da distância espacial, em que a aproximação se dá com a compreensão das relações estabelecidas entre os locais. Nesse sentido, será que se pode apontar aos alunos mais novos que algumas características da cidade na qual eles moram são semelhantes às de outra cidade? Seus esquemas de compreensão podem tornar‑se suficientemente flexíveis, possibilitando a “entrada” de elementos em uma estrutura espacial aberta. A mobilização de estratégias didáticas adequadas pode, mediante o conteúdo envolvido no conceito de cidade, desenvolver entre alunos novas percepções do próximo e do distante, do diferente e do semelhante. Dessa maneira, cedo eles podem abrir seus modos de pensar. Isto é, pode‑se criar condições para o aluno ir construindo esquemas, em um processo que o leve a construir uma totalidade dinâmica e funcional. É importante o aluno incorporar que o seu universo pessoal não é único, apesar de ele ser‑lhe significativo e estar frequentemente carregado de um sentimento de pertencimento ou de identidade. Como o aluno pode abrir‑se para o mundo, senão acostumando‑se a fazê‑Io desde cedo? O mundo lhes chega, queiramos ou não, mais rápido do que o ritmo que os professores de Geografia imprimem atualmente. As antenas de TV estão disseminadas por todo o território nacional e não se trata da presunção de opor‑se a elas. Trata‑se de dialogar com o mundo, que entra pelas telas dos aparelhos de TV, na perspectiva desse diálogo ser problematizador. Esse diálogo pode ser realizado levantando‑se questões que devem ser discutidas a partir dos mais diversos contextos expostos pelos meios de comunicação de massa. É necessário realizar reflexões teóricas gerais e geográficas no sentido que foi apontado até aqui, uma vez que elas são essenciais para compreender articuladamente o ensino de Geografia. O nível dessa reflexão, por sua vez, precisa ser superado não evidentemente no sentido de ser negado e refutado, mas no sentido de que é importante a sua ultrapassagem visando alçar novamente ao patamar do concreto. 33 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 33 15/03/11 16:34 Realizado um balanço das exigências da prática docente, verifica‑se concretamente o quanto o professor é um investigador, cuja atitude pesquisadora muitas vezes fica dificultada dadas as condições de trabalho em que ele se encontra. [...] KIMURA, Shoko. Geografia no ensino básico: questões e propostas. São Paulo: Contexto, 2008. p. 100‑4. tema 2 – cartografia e rePresentações esPaciais Maquetes: a simbolização da realidade Segundo Piaget, a criança representa uma realidade vivida por meio de uma dramatização ou construção tridimensional, por imitação, por um processo de assimilação e acomodação diante de dada realidade, fazendo uso de jogos simbólicos. Na imitação, a criança apropria‑se dos atributos e funções dos objetos, modificando‑os e acomodando‑os à nova situação. Nessa reprodução, adapta a realidade aos seus anseios, desejos e medos. Esse brincar simbólico e lúdico com as coisas do mundo infantil modifica‑se no adulto, através do tempo, mediante a ciência e as artes. As construções espontâneas surgem dos fragmentos de vegetais, dos diferentes tipos de pedras, de peças produzidas, de miniaturas de pessoas, casas, igrejas, fortes, carros, trens e cidades inteiras. Esse processo permite que a criança, nas brincadeiras, manipule objetos, tenha poder sobre eventos e fatos, domine os fenômenos, a exemplo dos jogos de soldadinhos ou de diplomacia, imitando a realidade. A entrada na escola estimula a criança a empreender vários tipos de construções e progressivamente chegar à construção da maquete da sala de aula, da casa, da escola, da rua, do bairro, do relevo. O aluno vai defrontar‑se com questões referentes à variedade de tipos, ao tamanho e à proporcionalidade dos objetos, de uns em relação aos outros nas escalas qualitativas e quantitativas. A construção da maquete na sala de aula merece alguns cuidados por parte do professor, no sentido de enfatizar e incentivar a criatividade na busca de material, no exercício do trabalho coletivo e nas representações dos objetos. A construção da maquete. Almeida (2001), no livro Do desenho ao mapa, discute o processo de construção de uma maquete na sala de aula com alunos do ensino fundamental. Inicialmente, trabalha‑se com o processo de orientação para, a seguir, ocupar‑se com o desenho da sala de aula e, mais tarde, chegar à construção da maquete. A autora analisa as soluções encontradas pelos grupos de alunos. Algumas observações realizadas sobre os alunos na primeira etapa são importantes: 34 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 34 15/03/11 16:34 percebi que nenhum grupo antecipou o problema da proporção entre os objetos e a caixa da maquete [...] Das oito maquetes construídas, apenas duas apresentavam todos os elementos da sala de aula, na quantidade certa e no lugar certo [...] Na avaliação desse trabalho, notei que todos os grupos conseguiram solucionar bem as questões sobre localizações. Resolveram corretamente a relação de mudança de pontos de vista e os elementos que poderiam ser observados. O ponto de vista de cima foi apontado pela maioria dos grupos como a solução para ver todos os elementos da maquete de uma só vez. Na segunda etapa, para realizar a projeção da maquete no plano, coloca‑se um papel celofane transparente sobre ela e traça‑se o contorno dos objetos com caneta própria para retroprojetor. Algumas situações devem ser resolvidas pelos alunos, como a indicação das paredes, portas e janelas. Em meio aos trabalhos, determinada aluna assim se expressou: “Nós construímos a maquete para fazer um mapa. Como é que eles fazem o mapa?” Segundo a autora, a pergunta é indicativa do que se esperava atingir com a atividade da maquete: o processo de mapeamento. Da comparação entre a maquete e a planta, introduz‑se a planta em escala, mediante o uso de um fio, para realizar as proporções entre o tamanho real e o tamanho na planta, promovendo também a construção da respectiva legenda (Almeida, 2001, p. 75‑97). Essas construções realizadas no ensino fundamental a partir do segundo e terceiro ciclos, quando as questões de localização, dimensões, proporção e escalas estão em fase de operacionalização, permitem o levantamento de questões e soluções por parte dos alunos e/ou com a intervenção do professor. [...] PONTUSCHKA, Nídia Nacib; PAGANELLI, Tomoko Iyda: CACETE, Núria Honglei. Para ensinar e aprender Geografia. São Paulo: Cortez, 2007. p. 329‑31. tema 3 – estudo do meio O estudo do meio e o caráter interdisciplinar As especificidades das disciplinas Em 1992, professores reunidos na Secretaria Municipal de Educação da cidade de São Paulo, na administração de Luiza Erundina, elaboraram uma publicação sobre o estudo do meio e a participação de diferentes disciplinas, tendo como princípio o coletivo, a interdisciplinaridade e, simultaneamente, a preservação da especificidade de cada disciplina no sentido de estudar melhor o real. Houve necessidade de explicitar no texto como cada uma das disciplinas integrava‑se ao estudo do meio, ou seja, o papel de cada uma delas nesse tipo de trabalho. 35 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 35 15/03/11 16:34 No estudo do meio na geografia, o espaço e o tempo não se separam, pois as observações sensíveis permitem uma aproximação concreta com problemas estudados pela história e pela geografia, com questões propostas por alunos e professores. O meio é uma geografia viva. A escola, o córrego próximo, a população de um bairro, o distrito industrial, um parque, uma reserva florestal, um shopping, um hipermercado, a chácara vizinha são elementos integrantes de um espaço, que podem ser pontos de partida para uma reflexão. Em um primeiro momento, pode‑se “descrever”, utilizando os referenciais vivos para localizá‑los; no entanto, é preciso ir além. Em qualquer lugar escolhido para realizar um estudo do meio, há o que ver, há o que refletir em geografia, pois não existem lugares privilegiados, não há lugares pobres. É preciso saber “ver”, saber “dialogar” com a paisagem, detectar os problemas existentes na vida de seus moradores, estabelecer relações entre os fatos verificados e o cotidiano do aluno. [...] No estudo do meio, o aluno expressa o desejo de compreender o espaço do qual faz parte ou os espaços mais distantes, que aguçam o seu desejo de conhecer. É partindo de referências que estão sendo construídas no processo de apreensão daquela realidade, fazendo comparações, que o jovem vai conseguir essa compreensão. [...] O contato direto com um local, seja da realidade do aluno, seja de outras realidades, e a reflexão sobre ele permitem que se formem referenciais para entender que o meio não é estático, é dinâmico. Ele foi e será transformado; as próprias diferenças entre o tempo das construções documentam as mudanças: assim, um rio hoje represado pelo homem é diferente do que foi há 30 ou 50 anos. Essa mudança física resultante da ação humana na interação entre trabalho e tecnologia sobre o meio original foi também um elemento de transformação da vida dos moradores no passado. Essas transformações precisam ser captadas pelos alunos para que eles se posicionem no seu próprio espaço, percebendo os conflitos existentes entre os vários segmentos da população, detonados por interesses que se chocam. A construção e reconstrução de um espaço — algo faraônico como Itaipu ou Brasília ou o calçamento de um trecho de uma rua — podem mobilizar os agentes sociais envolvidos no processo: moradores, trabalhadores, empresários, políticos, porque com ritmo e intensidade diferentes interferem na vida das pessoas. O jogo desses interesses vai definir a maneira da construção e reconstrução do espaço. Os conflitos sociais podem estar materializados no espaço visível. No entanto, nem sempre isso ocorre, havendo necessidade de se obterem explicações por meio dos moradores do local, por meio da memória oral e das contradições reveladas — daí a importância das entrevistas ou de fontes escritas produzidas no local. A natureza [...] pode ser vista e analisada de forma integrada, tanto em seus elementos constitutivos como na relação que os homens, vivendo em uma sociedade desigual, estabelecem com ela. A sala de aula é o espaço de aprofundamento de muitas das questões surgidas e documentadas no caderno de pesquisa de campo. O espaço geográfico vai ser mais 36 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 36 15/03/11 16:34 bem compreendido porque as informações obtidas vão ser analisadas à luz de outros documentos escritos, gráficos e iconográficos. A compreensão do espaço precisa ser mediada pela história, pois o espaço construído e representado é fruto de diferentes tempos históricos; o espaço tem uma historicidade que deixou suas marcas no presente, na praça, na rua e na cultura de um povo. A leitura de notícias fragmentárias em jornais e revistas ou mesmo em livros didáticos será feita de outra maneira, permitindo análises mais profundas, porque mesmo que os conhecimentos apareçam fragmentados, os estudantes terão parâmetros para contextualizá‑los. O trabalho com a representação gráfica e cartográfica do espaço, também durante o estudo in loco, vai ter continuidade e aprofundamento em sala de aula, o que auxiliará na ampliação e no conhecimento de outras realidades espaciais. O método do estudo do meio permite maior aproximação com as preocupações atuais da ciência geográfica, que busca explicar o espaço geográfico não mais pela relação do homem com o meio físico, mas como resultante das relações sociais. O conhecimento de realidades diferentes, quando cotejadas com as realidades de alunos e professores em lugares próximos ou distantes, auxilia no enriquecimento cultural e no posicionamento das pessoas no movimento das respectivas vidas. Nesse vaivém ativo e permanente entre presente, passado, presente com projeções para o futuro, próximo e distante, o aluno vai abrindo a mente para compreender e explicar as diferenças entre os papéis dos homens na organização e na produção do espaço. [...] PONTUSCHKA, Nídia Nacib. O conceito de estudo do meio transforma‑se...: em tempos diferentes, em escolas diferentes, com professores diferentes. In: VESENTINI, José William (Org.). O ensino de geografia no século XXI. Campinas: Papirus, 2004. p. 259‑62. tema 4 – conceitos, conteúdos e reflexões da área de geografia Os quatro Brasis... Neste ponto da história do território brasileiro, parece lícito propor, a partir das premissas levantadas aqui, uma discussão em tomo da possibilidade de propormos uma divisão regional baseada, simultaneamente, numa atualidade marcada pela difusão diferencial do meio técnico‑científico‑informacional e nas heranças do passado. Cada região instala aquilo que, a cada momento, vem a constituir rugosidades diferentes. Essas rugosidades estão ligadas, de um lado, à tecnicidade dos objetos de trabalho e, de outro, ao arranjo desses objetos e às relações daí resultantes. A constante é o espaço, isto é, um conjunto indissociável, solidário, mas também contraditório, de sistemas de objetos e sistemas de ações (M. Santos, 1996). 37 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 37 15/03/11 16:34 Poderíamos assim, grosseiramente – e como sugestão para um debate –, reconhecer a existência de quatro Brasis: uma Região Concentrada, formada pelo Sudeste e pelo Sul, o Brasil do Nordeste, o Centro‑Oeste e a Amazônia. [...] A Região Concentrada, abrangendo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, caracteriza‑se pela implantação mais consolidada dos dados da ciência, da técnica e da informação. Nessa Região Concentrada do país, o meio técnico‑científico‑informacional se implantou sobre um meio mecanizado, portador de um denso sistema de relações, devido, em parte, a uma urbanização importante, ao padrão de consumo das empresas e das famílias, a uma vida comercial mais intensa. Em consequência, a distribuição da população e do trabalho em numerosos núcleos importantes é outro traço regional. [...] A Região Centro‑Oeste, constituída pelos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins, é uma área de “ocupação periférica” recente. O meio técnico‑ ‑científico‑informacional se estabelece sobre um território praticamente “natural”, ou melhor, “pré‑técnico”, onde a vida de relações era rala e precária. Sobre essa herança de rarefação, os novos dados constitutivos do território são os do mundo da informação, da televisão, de uma rede de cidades assentada sobre uma produção agrícola moderna e suas necessidades relacionais. [...] O Nordeste, incluindo Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, é uma área de povoamento antigo, onde a constituição do meio mecanizado se deu de forma pontual e pouco densa e onde a respectiva circulação de pessoas, produtos, informação, ordens e dinheiro era precária, tanto em razão do tipo e da natureza das atividades (sobretudo uma agricultura pouco intensiva) como em virtude da estrutura da propriedade. Alicerçada sobretudo no trabalho, essa agricultura evidencia baixos índices de mecanização [...] se comparada com a Região Concentrada e com a Região Centro‑Oeste. [...] A Amazônia, definida grosseiramente pelos Estados de Pará, Amapá, Roraima, Amazonas, Acre e Rondônia, é uma região de rarefações demográficas herdadas e baixas densidades técnicas. No passado, desenvolveu‑se um povoamento que levava à concentração porque a agricultura era limitada em capital, técnica e escopo. Essa região foi também a última a ampliar sua mecanização, tanto na produção econômica quanto no próprio território (Roberto Schmidt de Almeida e Miguel A. C. Ribeiro, 1995). [...] SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 268‑72. 38 G13_F1_AV_GEO2_MP_Geral.indd 38 15/03/11 16:34 orIEntaÇÕEs EspEcÍfIcas dEstE VoluME Neste volume, priorizamos a leitura e a interpretação do espaço vivido pelos alunos: a casa, a escola e a rua são apresentadas como unidades espaciais referenciais para o desenvolvimento das primeiras noções cartográficas (localização, orientação, legenda) e de leitura e representação da paisagem. Formam o eixo gerador das três unidades didáticas deste volume: a individualidade da criança e, ao mesmo tempo, sua inserção na coletividade, associada ao reconhecimento e à valorização das diferenças e da pluralidade cultural; a integração da criança no espaço escolar, tanto na sua dimensão física como social; e as primeiras noções de organização social por meio da observação, reconhecimento e representação das moradias e da rua do lugar onde o aluno vive. Unidade 1 – eU e as crianças dO meU espaçO O tema dessa unidade é a descoberta da individualidade por parte do aluno e de sua inserção em uma comunidade. No capítulo 1, ele se reconhecerá como membro de um grupo cujos indivíduos possuem semelhanças e diferenças. No capítulo 2, inicia-se o trabalho de alfabetização cartográfica, que começa com a percepção de diferentes formas de representação do próprio corpo. Unidade 2 – eU e a minha escOla O tema dessa unidade é a observação e a representação do espaço da escola. Além de observar se esse espaço apresentou mudanças, ele também é utilizado como base para desenvolver as noções de proporção e escala e recursos de legenda por meio da construção de uma maquete da sala de aula. 39 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 39 15/03/11 16:32 Unidade 3 – O lUgar Onde eU mOrO Essa unidade trata, no capítulo 4, da organização espacial da casa, mostra os diferentes tipos de moradia e amplia a percepção para o reconhecimento da rua e do quarteirão. A questão da moradia é apontada como um direito do cidadão. No capítulo 5, o foco da observação passa a ser a rua, apresentada e discutida como um espaço público essencial para o exercício da cidadania e de diversas funções sociais. A educação para o trânsito é abordada tanto da perspectiva do pedestre como da do motorista de veículos. Estudos IntErdIscIplInarEs Destacamos, no quadro a seguir, as principais possibilidades de abordagem em conjunto com outras disciplinas neste volume: Tema/conteúdo Capítulo Disciplina História de vida da criança 1 História Construção de gráficos 2 Matemática 1; 2 Matemática 2 Artes; Ciências Higiene pessoal 2 Ciências Construção de maquete 3 Matemática; Artes 3 História Leitura e redação de poema 4 Língua Portuguesa Representação artística de moradias 4 Artes Planta cartográfica 4 Matemática Conservação dos recursos naturais 4 Ciências Educação para o trânsito 5 Redação de uma carta 5 Proporção e escala: desenhos de objetos e da sala de aula Desenhos do próprio corpo ou partes dele Transformações no lugar onde o aluno vive Tema transversal (Língua Portuguesa, Artes, História) Língua Portuguesa 40 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 40 15/03/11 16:32 Estrutura dE cada unIdadE dIdátIca Unidade 1 – eU e as crianças dO meU espaçO Quadro de objetivos e conteúdos da unidade 1 Objetivos didáticos Conteúdos •Trabalhar o autoconhecimento Conceituais: autoconhecimento e e o reconhecimento do outro. reconhecimento do outro; minhas •Levantar e respeitar as semelhanças e as diferenças características físicas, semelhanças e diferenças no grupo; hábitos de físicas entre as diversas higiene. crianças do grupo. Procedimentais: representar por •Descobrir a forma do próprio corpo. •Perceber a sua individualidade. •Perceber a importância dos hábitos de higiene do dia a dia. meio de desenhos; observar imagens e descrevê-las; observar e descrever suas características físicas; comparar diferenças e semelhanças; mapear seu próprio corpo; fazer perguntas, ouvir e anotar respostas; contar, •Utilizar símbolos e estabelecer agrupar e classificar, dando início ao limites a partir do desenho de trabalho de construção de gráficos; seu próprio corpo. trabalhar a noção de proporção, •Explorar as noções de lateralidade. reduzindo desenhos de uma mesma forma; pesquisar em jornais e revistas imagens relacionadas ao tema trabalhado. Atitudinais: tomar consciência de suas características físicas, aceitando as diferenças e constatando semelhanças; desenvolver o autorrespeito; respeitar as diferenças entre os colegas; valorizar os hábitos de higiene e incorporá-los ao seu dia a dia com independência. 41 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 41 15/03/11 16:32 Capítulo 1 – Quem sou eu? Orientações específicas para o capítulo •Página11,atividade1 Para dar início às atividades de Geografia, propomos que cada aluno fale seu nome, dia e mês de aniversário, como uma primeira forma de apresentação e contato com o livro. •Página16,atividade6 Nessa atividade é necessário observar cuidadosamente todas as imagens e dirigir um olhar atento sobre si mesmo. Não deixe que ocorram situações constrangedoras. Procure sempre elogiar uma característica de cada aluno, pois todos possuem algo que merece ser destacado positivamente. Trabalhe com a autoestima e com a aceitação das diferenças. Levante com a classe o que os alunos têm em comum e o que têm de diferente entre si. O que podem ter em comum: todos nasceram, receberam um nome, estão na escola, entre outras semelhanças. O que podem ter de diferente: características físicas, nome, gostos, jeito de ser, entre outras diferenças. •Páginas16a18,atividades7a11 Essas atividades visam iniciar o aluno no trabalho com gráficos e tabelas e na aquisição da noção do conjunto. Inicialmente, ele fará um simples levantamento de informações, contando e agrupando os dados e registrando os valores em uma barra. Um dos propósitos é relacionar a noção de quantidade a cada critério de classificação (formação de conjuntos). Em seguida, ele traçará comparações entre as quantidades, o que tem mais, o que tem menos (comparação entre conjuntos por quantidade). Em outro momento, constituirá os subconjuntos (o conjunto de meninas e meninos dentro do conjunto de alunos por idade) e, por fim, fará a representação dos subconjuntos nas barras. Os exercícios podem ser enriquecidos com a proposta de outros critérios de agrupamento (time de futebol, brincadeira preferida, número do sapato etc.). Deixe a classe estabelecer os critérios para a formação dos conjuntos. •Página19,atividade12 O objetivo da atividade é que os alunos falem das preferências, dos gostos, dos amigos, daquilo que faz parte do cotidiano de cada 42 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 42 15/03/11 16:32 um. Aproveite a atividade para propiciar ao aluno a oportunidade de conhecer melhor os colegas da classe. Fique atento à possibilidade de haver algum aluno que ainda não se integrou à turma e comunique o fato aos colegas professores e à coordenação/direção da escola para que, juntos, possam ajudar esse aluno a sentir-se parte do grupo. •Página21:Viagempelaleitura O objetivo do texto é fazer que os alunos aprendam a reconhecer as diferenças existentes entre os indivíduos. Depois de fazer uma leitura mediada do texto que acompanha as ilustrações, e falar sobre a necessidade de respeitar cada um com seu jeito de ser, peça aos alunos para realizarem a atividade de redação. Depois, comente os textos dos grupos. •Páginas22e23:Horadorecreio As atividades têm como objetivo oferecer ao aluno a oportunidade de aprender brincando. Na atividade 2, fique atento para ajudar os alunos que eventualmente apresentarem dificuldades para identificar as respectivas representações das figuras. Essa é uma habilidade importante para a leitura e representação de paisagens, que será trabalhada posteriormente. Capítulo 2 – Representando meu corpo e meu mundo Orientações específicas para o capítulo •Página27,atividade1 O objetivo da atividade é ampliar os conteúdos trabalhados no livro fazendo uso dos conhecimentos de artes plásticas. Estimule a observação das imagens. Se possível, forme uma roda com os alunos para que todos comentem suas impressões a respeito de cada obra apresentada. •Páginas28e29,atividades2a4 Antes dos comentários, leia o texto a seguir. 43 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 43 15/03/11 16:32 Mapeando o meu corpo1 Essas atividades representam os primeiros passos para o aprendizado de noções espaciais. O conhecimento novo é construído utilizando-se estruturas conhecidas, segundo Piaget. O trabalho com esquema corporal permite explorar as noções de lateralidade e proporcionalidade por meio do mapa do próprio corpo. A criança poderá fazer a ligação entre concreto (seu corpo) e representação (os desenhos), preparando-se para transpor essas noções para outras representações (plantas e mapas). Ao mapear seu próprio corpo, o aluno toma consciência de sua estatura, da posição de seus membros, dos lados de seu corpo. Leve a classe para o pátio. A atividade tem início com a organização da classe em duplas, cujos membros vão se revezar para fazer o mapa do próprio corpo. Caso não seja possível arrumar o papel, a atividade poderá ser realizada no chão. O aluno A deita-se sobre uma folha de papel kraft (ou no próprio chão) e o aluno B risca o seu contorno com a caneta, lápis ou giz. Depois, os papéis se invertem. Em um segundo momento, pode-se trabalhar a lateralidade com a identificação dos lados direito e esquerdo do contorno do corpo dos alunos, sempre tomando como base a posição da cabeça. Feito isso, podem-se dar comandos, tais como: pulem no ombro direito; pulem no joelho esquerdo; pulem no pé direito; pulem no braço esquerdo; pulem na orelha direita etc. Depois, é possível ainda exercitar a lateralidade de forma espelhada, tendo como base os pés do contorno. Dessa forma, a direita corresponderia ao lado esquerdo do contorno; portanto, quando o(a) professor(a) der os comandos, os alunos devem deslocar-se para o lado contrário. Por exemplo: se o comando for para ir até o joelho direito, o aluno deve se deslocar para a esquerda e pular sobre o joelho esquerdo do contorno. Essas atividades podem ser associadas à disciplina de Ciências, explorando-se as partes do corpo; à disciplina de Artes, com o desenho do próprio corpo (formas de pintura e expressão); e à expressão oral, pois o aluno poderá falar de si, apresentando-se à classe (nome, idade, procedência, gostos etc.); também o(a) professor(a) deve se apresentar à classe, amenizando sua autoridade e democratizando as formas de expressão. 1 Atividade baseada em proposta de Rosângela D. de Almeida e Elza Y. Passini, em O espaço geográfico – Ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1989. 44 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 44 15/03/11 16:32 O conteúdo desse “painel oral” é o próprio aluno, que será o sujeito da atividade. Ele se torna um elemento participante e não receptor passivo dos conhecimentos do(a) professor(a). •Página30,atividade5 Essa atividade possibilita trabalhar com sequências (do maior para o menor ou vice-versa) e visualizá-las em um gráfico. Antes de iniciá-la, seria interessante pedir aos alunos que formem uma fila do maior para o menor. Deixe que eles façam as comparações e que se organizem independentemente. Depois, proponha a atividade do livro. Cada um deverá medir o seu desenho. Em seguida, devem separar as medidas por ordem de tamanho e, por fim, montar o gráfico de acordo com as orientações do exercício. •Página31,atividade6 Essa atividade introduz a noção de escala. Ao observar o mesmo desenho em tamanhos diferentes, o aluno está trabalhando com redução proporcional. O número de quadradinhos identificados nos dois desenhos será o mesmo; no entanto, como os quadradinhos são de tamanhos diferentes, os desenhos também apresentam tamanhos diferentes. Procure fazer o aluno perceber que todas as partes do desenho foram diminuídas igualmente. •Página37:Viagempelaleitura As atividades da seção dizem respeito aos cuidados que devemos ter com o nosso próprio corpo. Podem ser integradas à disciplina de Ciências. Enfatize os cuidados que os alunos devem ter com sua higiene pessoal. Verifique o que cada um sabe fazer sozinho e em que situações necessita de ajuda. Reforce e exercite a capacidade de independência dos alunos. Explique a importância do banho, mostrando que se deve lavar bem cada parte do corpo, como cabelos, orelhas, nariz, mãos, pés, unhas, o bumbum e o “fazedor de xixi”, como fala a canção do ratinho. Explique que os cabelos devem ser penteados para evitar o aparecimento de piolhos, por exemplo, e que as unhas precisam ser cortadas e limpas regularmente. Quando falar sobre a higiene bucal, o(a) professor(a) pode orientar os alunos sobre como se faz uma escovação adequada, solicitando que tragam a escova de dentes para a escola. Fale do uso do fio dental 45 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 45 15/03/11 16:32 como complemento da limpeza bucal e da necessidade de se visitar um dentista regularmente. Por fim, fale sobre a importância de lavar muito bem as mãos antes das refeições (prevenção de infecções). •Página38:Horadorecreio Na atividade 2, aproveite para conversar com os alunos sobre a importância da organização e cuidado com os materiais escolares e mesmo com os objetos pessoais, tais como brinquedos, aparelhos eletrônicos etc. Pode-se motivá-los até mesmo a fazer doações de brinquedos em bom estado e que não estão sendo usados para entidades que atendem a crianças e famílias com poucos recursos financeiros para adquiri-los. Atividade complementar e de ampliação – Promoção da saúde e prevenção de doenças (tema transversal: saúde) O objetivo dessa atividade é levantar informações sobre os serviços de saúde prestados na região e, com o auxílio da escola, apresentar conteúdos sobre prevenção de doenças e promoção da saúde à comunidade, o que pode acontecer dentro ou fora da escola. Convide pais e responsáveis a participarem das atividades. Proposta: conhecer métodos de prevenção de doenças e de promoção da saúde. Com o intuito de levar às escolas e à comunidade o conhecimento necessário para a construção da cidadania, deverão ser envolvidos diferentes órgãos e instituições públicas e privadas, que ofereçam múltiplas situações de aprendizagem interativas, tais como palestras, leituras, vídeos etc. Entre esses órgãos e instituições escolares, podemos citar a Vigilância Sanitária, hospitais, postos de saúde e universidades. Serão trabalhados temas relacionados à melhoria da qualidade de vida da população, tais como: noções de saúde pública, higiene e prevenção de doenças. Desenvolvimento 1aetapa:planejamentodaatividade Após a definição do tema a ser abordado e da confirmação da entidade e da atividade a ser executada (palestra, vídeo etc.), proponha aos alunos um levantamento de questões pertinentes, que devem ser transformadas em perguntas, que serão encaminhadas aos palestrantes ou organizadores. Isso deverá possibilitar uma maior participação dos alunos. 46 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 46 15/03/11 16:32 2aetapa:duranteaatividade (O)A professor(a) deve orientar os alunos para que prestem atenção às atividades propostas e preparar os que irão fazer as perguntas. 3aetapa:socializaçãodosresultadosdapesquisa Motive os alunos a fazer um relato do que aprenderam, novidades, fatos e dados marcantes. Pode-se incentivá-los a dar continuidade aos temas trabalhados por meio da produção de desenhos, fotos, vídeos, teatro de fantoches, entre outras formas de socialização, de acordo com os recursos disponíveis na comunidade escolar. Texto de apoio para o professor A pluralidade cultural do Brasil A cultura de um povo é formada por vários elementos, como crenças, ideias, mitos, valores, danças, festas populares, alimentação, modo de se vestir, entre outros fatores. É uma característica muito importante de uma comunidade, pois a cultura é transmitida de geração em geração e demonstra aspectos locais de uma população. O Brasil, por conter uma grande dimensão territorial e uma população numerosa e miscigenada, com grande quantidade de descendentes de europeus, africanos, asiáticos e índios, apresenta uma vasta diversidade cultural no seu povo. Esse é um tema de extrema importância e deve ser abordado em sala de aula, pois os alunos devem ter conhecimento da diversidade cultural do país e saberem a origem de festas folclóricas, culinária, crenças e todos os tipos de manifestações culturais, fortalecendo ainda mais o processo de valorização dos costumes locais, contrapondo a tentativa de unificação de uma cultura de massa imposta pelos meios de comunicação. Ao abordar a pluralidade cultural do Brasil, o professor deve promover no aluno o sentimento de valorização cultural do país, além do reconhecimento e respeito das diferentes culturas, mostrando que não existe uma melhor ou mais desenvolvida que a outra. [...] FRANCISCO, Wagner de Cerqueira e. A pluralidade cultural do Brasil. Disponível em: <www.educador.brasilescola.com/ estrategias-ensino/a-diversidade-cultural-brasileira-sala-aula.htm>. Acesso em: 9 mar. 2011. 47 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 47 15/03/11 16:32 Unidade 2 – eU e a minha escOla Quadro de objetivos e conteúdos da unidade 2 Objetivos didáticos •Observar e descrever o espaço Conteúdos Conceituais: espaço físico da físico da escola, da sala de escola; espaço ao redor da escola aula e dos seus arredores, sua e as transformações do espaço; organização e funcionamento. diferentes maneiras de se olhar e •Trabalhar com a noção de transformação do espaço. •Trabalhar com noções espaciais e cartográficas. •Discutir sobre o direito que todas as crianças têm de estudar. desenhar um objeto; legenda; a maquete da sala de aula; direito à educação. Procedimentais: observar e descrever percursos e espaços físicos da escola; observar e comparar imagens; perguntar, ouvir e anotar respostas; observar e desenhar a partir de vários ângulos; estabelecer correspondências; construir maquetes; localizar-se na sala de aula; desenhar utilizando símbolos e ler legendas. Atitudinais: utilizar o espaço da escola com respeito; refletir sobre a importância da escola na vida dos indivíduos; colaborar com colegas e funcionários. Capítulo 3 – A minha escola Orientações específicas para o capítulo •Página41,atividadesdaaberturadaunidade Para iniciar os trabalhos sobre o tema dessa unidade, sugerimos partir do conhecimento que o aluno tem a respeito de sua escola e do significado dessa instituição na sociedade em que ela vive. Promova uma conversa com os alunos sobre a importância da escola e o que eles pensam sobre a escola onde estudam. Questione se só aprendemos na escola e como é possível aprender fora dela. 48 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 48 15/03/11 16:32 •Página42:Vamoscomeçar As atividades dessa seção têm como intuito desenvolver a percepção das características da escola em que os alunos estudam. Se achar pertinente, leve-os para conhecer os espaços da escola. •Página43,atividade2 Visite o quarteirão da escola com os alunos para que eles possam observar os tipos de residência existentes e, assim, caracterizar o espaço da vizinhança. Caminhar pelas ruas que formam o quarteirão oferece a possibilidade de fazê-los conhecer o modo de vida dos habitantes do lugar. Oriente os alunos para que observem e façam anotações, conforme roteiro do livro. Lembre-se de que, para realizar esse tipo de atividade no espaço extraescolar, é preciso solicitar autorização dos pais dos alunos, e o apoio dos demais participantes da comunidade escolar (direção, coordenação, colegas professores e funcionários) é fundamental. •Página44,atividade3 Representar por meio do desenho aquilo que foi observado no estudo do quarteirão. Dessa forma, inicia-se o trabalho com planta cartográfica e recursos de legenda. •Página46,atividade5 Os alunos devem perceber que as escolas não são iguais. Existem aquelas localizadas em prédios grandes, com inúmeras dependências, e outras mais simples e menores. O importante é que comparem as imagens e estas com a sua própria realidade escolar. •Páginas48e49:atividades7a10 O objetivo dessas atividades é construir noções espaciais por meio de observação, contagem e medição dos objetos que compõem a sala de aula. Os alunos deverão observar a sala de aula para identificar o que se encontra no seu interior. Andar pela sala para conhecer o seu tamanho, seus objetos e sua mobília. Para realizar o levantamento do número de alunos e carteiras, o(a) professor(a) poderá fazer exercícios de correspondência. Apesar de os alunos ainda não trabalharem sistematicamente com medidas como o metro, é possível utilizar outras formas de medição, como os pés ou o barbante, estabelecendo comparações. Por exemplo, quantos pés são necessários para ir de uma parede à outra; que tamanho de barbante corresponde à largura da janela etc. 49 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 49 15/03/11 16:32 Os alunos irão exercitar localização, determinando a posição da mesa do(a) professor(a), dos armários e da carteira de cada um. Partindo de sua localização, de sua posição na sala de aula, o aluno pode, inicialmente, passar a localizar a posição de seus colegas em relação aos referenciais de seu próprio corpo, identificando quem se senta à sua frente, atrás, à sua direita e à sua esquerda. •Página50,atividade11 O trabalho com maquete é um importante procedimento introdutório às representações cartográficas. Servirá como iniciação ao conhecimento das formas tridimensionais, para depois se passar a representações em forma planificada. Material: sucata, caixas de fósforos vazias, caixa de papelão, régua, lápis, barbante, tesoura, cola e fita adesiva. Procedimentos e observações iniciais Depois de o aluno ter medido as paredes da sala de aula, pode-se começar uma conversa sobre o modo de representá-la em tamanho menor, em uma construção feita por todos. Explique o que é uma maquete e anuncie que não apenas as paredes serão representadas, mas também as carteiras de cada aluno e outros móveis da sala. Oriente-os a escolher uma caixa de papelão adequada para representar a classe (quadrada ou retangular, por exemplo, de acordo com as medidas das paredes). As caixas de fósforo vazias representarão as carteiras dos alunos. O tamanho da base deve, portanto, ser proporcional ao número de caixinhas de fósforo, para que não falte lugar, no final, para colocar as caixinhas/carteiras de todos. 1aetapa:limiteseparedes Inicia-se a construção pela delimitação do espaço da sala de aula. Primeiro, tomam-se as medidas das paredes. Peça a um aluno que segure a ponta do barbante numa das extremidades de uma das paredes da classe. Em seguida, peça que desenrole o barbante até o fim da parede, na outra extremidade, para cortá-lo. Pergunte aos alunos como farão para representar a parede da maquete. Faça-os perceber que o tamanho do barbante terá de ser reduzido muitas vezes para que a parede caiba na base. Dessa forma, será preciso descobrir em quantas partes o barbante deverá ser dividido: portanto, divida-o (sem cortar) até o tamanho da base correspondente ao tamanho da parede. O fundamental é que os alunos 50 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 50 15/03/11 16:32 percebam que houve necessidade de reduzir para que a parede pudesse ser representada. Para reduzir as paredes, os alunos deverão apenas traçar seus limites na base, utilizando o barbante, ou levantar as paredes com algum tipo de material (papel-cartão ou cartolina). Ou mesmo construir a maquete em uma caixa de papelão e, assim, usar as laterais da caixa como paredes. Ao utilizar a caixa de papelão, será difícil encontrar alguma com a mesma proporção da realidade, portanto, explique aos alunos que a redução ficará aproximada. 2aetapa:carteirasemóveis Como os alunos já sabem quantas carteiras existem na classe, pergunte quantas caixas de fósforo serão necessárias para a construção da maquete. Cada aluno poderá fazer uma etiqueta, escrevendo seu nome e colando-a na caixa de fósforos, e assim identificando sua carteira. Dependendo do tamanho da caixa que estiver sendo usada para representar a classe, pode-se cortar as caixinhas de fósforo ao meio. Chame aluno por aluno, começando com os que se sentam mais próximos às paredes, para colocar sua caixinha/carteira no devido lugar. Conduza a atividade de modo a valorizar essa representação, fazendo que os alunos percebam que cada um ocupa determinado lugar na sala de aula. Para finalizar, pergunte aos alunos quais objetos existem na classe além das carteiras (armários, lousa, mesas etc.) e oriente-os a escolher sucatas adequadas para representar tais objetos, colocando-os em seus respectivos lugares. •Página52,atividade12 Depois de observar no livro as diferentes maneiras de desenhar o mesmo objeto, e antes de desenhar a carteira, peça aos alunos que desenhem objetos escolares mais simples, como lápis ou borracha, em diferentes posições, verificando a possibilidade de representá-los de vários ângulos, tanto na visão oblíqua (do alto e de lado) quanto na visão vertical (do alto, de cima para baixo). Relacione o modo como os alunos desenham seus objetos com o modo utilizado para a representação de plantas e mapas (visão vertical). Explique para eles a importância desse tipo de representação da sala de aula, que permite ver a localização dos diferentes objetos e espaços ao mesmo tempo, de forma reduzida. Transponha essa noção para outras formas de representação como, por exemplo, um mapa-múndi ou um mapa do Brasil que eventualmente se encontra na sala de aula. 51 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 51 15/03/11 16:32 •Página53,atividades14e15 A atividade 14 permite introduzir o conceito de legenda, ou seja, levar o aluno a representar objetos e espaços por meio de símbolos e a fazer legendas, ou seja, explicar os símbolos. A atividade 15, por sua vez, permite trabalhar com orientação espacial, em sala de aula. •Página54:Viagempelaleitura O objetivo da leitura e das atividades é levar o aluno a conhecer e refletir sobre o direito que todas as crianças têm de estudar. Verifique se na comunidade local há crianças que não frequentam a escola e promova um debate sobre o problema, apontando as possíveis soluções. •Página55:Horadorecreio,atividade1 Esse é um exercício de localização e observação, apresentado de forma lúdica. •Páginas57e58:Éhoradepesquisar Promova um passeio pela escola com os alunos, e faça-os observar – e conversar com – os funcionários, com a finalidade de conhecer cada uma das dependências da escola e saber a função de cada funcionário. Estimule-os a entrevistar os funcionários a respeito de sua profissão, bem como averiguar de que forma poderiam colaborar com eles. Ao voltar para a classe, peça a eles que contem oralmente o percurso feito. Ajude-os a observar e comparar as imagens, apontando as transformações. Quanto ao entorno, as pesquisas em documentos, fotos, entrevistas com moradores da vizinhança, funcionários, professores e diretoria da escola, podem contribuir para levantar as transformações ocorridas no espaço da escola e de sua vizinhança. Ajude-os a formular as questões antes de irem a campo para fazer as entrevistas. Essa formulação pode ser coletiva e as perguntas podem ser distribuídas entre os alunos (cada grupo “aplica” uma parte do questionário para facilitar o trabalho de entrevista) que ainda não têm muita prática nesse tipo de atividade. Atividade complementar e de ampliação – Nossa escola, nosso ambiente (interdisciplinaridade com Ciências) Com base no conhecimento da área escolar, mostre os lados positivo e negativo da ação do ser humano, assim como promover a conservação do meio ambiente. 52 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 52 15/03/11 16:32 Proposta: conhecer e participar da conservação do ambiente escolar. Ao estimular os alunos aos estudos geográficos e de Ciências, eles deverão conhecer melhor a organização e o funcionamento da escola. O objetivo também é desenvolver a capacidade de avaliar e agir efetivamente no meio ambiente escolar, ou seja, desenvolver a cidadania e a participação ativa, de maneira que possam entender que o ser humano é um dos principais agentes na transformação do meio ambiente. Desenvolvimento 1aetapa:planejamentodaatividade Proponha aos alunos que façam um reconhecimento da área escolar. Leve-os para um passeio no interior da escola, de modo que possam fazer observações da organização e do funcionamento da escola, além de estabelecer contato com os funcionários e responsáveis pelas atividades de limpeza, merenda e faxina. 2aetapa:conheceroperfilambientaldaescola Levantamento dos projetos que estão sendo desenvolvidos na escola, como horta comunitária, reciclagem de lixo, trilhas ecológicas, plantio de árvores, recuperação de jardins, restos da merenda etc. O que pode ser observado e pesquisado? ■■ Água: Qual é o consumo mensal da escola? Existe desperdício por parte das pessoas ou devido a equipamentos danificados, como torneiras e descargas? ■■ Lixo: Existe coleta seletiva? Os alunos estão participando corretamente? ■■ Reciclagem: Existe reciclagem na escola? Como ocorre? Quem são os responsáveis? ■■ Áreas verdes: Os jardins e os canteiros estão bem cuidados? Quem são os responsáveis? A escola possui horta? Quem são os responsáveis? As observações devem ser registradas em escritos e desenhos. 3aetapa:relatosdaobservaçãoemedidasdeatuação De acordo com o que foi observado, os alunos poderão ajudar e contribuir para as coisas melhorarem, propor mudanças, ou ainda, atuar em outras medidas que produzam resultados ao alcance delas, como fazer placas de orientação ambiental, com frases de sensibilização e conscientização dos colegas. 53 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 53 15/03/11 16:32 4aetapa:socializaçãodosresultados As atividades desenvolvidas pelo grupo deverão ser expostas para turmas de outros anos da escola, de modo que envolvam todos os alunos nas propostas. Unidade 3 – O lUgar Onde eU mOrO Quadro de objetivos e conteúdos da unidade 3 Objetivos didáticos •Reconhecer o uso que Conteúdos Conceituais: moradia; casa térrea, fazemos da habitação como sobrado, edifício e seus diferentes usos; um espaço nosso e que nos diversos tipos de materiais empregados serve de abrigo. na construção de uma casa; endereço; •Caracterizar os diferentes tipos de habitação e os materiais usados na sua construção. •Trabalhar a noção de espaço, destacando as características próprias dos lugares, sua forma de ocupação e localização e suas transformações. •Trabalhar com noções de cartografia (escala, legenda, visão vertical). •Observar e identificar os rua e seus diversos tipos, vias públicas e código de trânsito; elementos da natureza e elementos criados pelos seres humanos; quarteirão. Procedimentais: relacionar a imagem ao conteúdo; procurar ilustrações em jornais e revistas; refletir sobre um problema e apresentar argumentos em uma discussão; observar e descrever; fazer pequenos passeios com levantamento de informações por meio da observação; desenhar com símbolos os elementos da paisagem; fazer questões e anotar respostas; registrar por meio de desenhos e elementos criados pelos pequenos textos; copiar um desenho seres humanos e os feito no papel quadriculado para um elementos da natureza. quadriculado menor; ler uma planta •Perceber a moradia como baixa simples; endereçar uma carta. um direito de todo cidadão. •Trabalhar a noção espacial Atitudinais: sensibilizar-se com a questão da falta de moradia que afeta por meio das representações inúmeros brasileiros; compreender cartográficas. algumas regras de trânsito e valorizar o respeito a elas; ser consciente para evitar o desperdício e, assim, preservar os recursos naturais; respeitar os espaços públicos. 54 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 54 15/03/11 16:32 Capítulo 4 – Eu e a minha moradia Orientações específicas para o capítulo •Página64,atividades1a5 Deixe que as crianças falem livremente sobre suas casas, mas fique atento para que não haja situações de depreciação entre os colegas. Os alunos devem observar, descrever e desenhar as próprias casas como exercício de observação e reconhecimento do lugar onde vivem. •Página65,atividade6;página72,atividade10 Pode-se enriquecer as atividades que tratam do tema da falta de moradia com as seguintes propostas: ■■ Debate: envolva todos os alunos num debate que trate da vida de pessoas que vivem nas ruas, embaixo dos viadutos, em praças públicas. Questione os alunos sobre como vivem essas pessoas (condições de saúde, de higiene, de privacidade, de conforto etc.). ■■ Painel: peça aos alunos que façam, como lição de casa, pesquisas sobre formas de habitação, trazendo para a classe o material recolhido, tais como fotos, recortes de revistas e jornais etc. Aproveite as figuras pesquisadas para montar um painel, agrupando-as em conjuntos. Os critérios serão estabelecidos pelos próprios alunos. •Página66,atividade7 Apresente os diferentes materiais empregados na construção de uma casa nessa atividade. Enfatize a possibilidade de se construir uma casa usando o material disponível na região do terreno. Mostre que nos centros urbanos o uso de tijolos e concreto é mais comum. •Página69,atividade8 Nesse momento, você pode retomar as atividades 1 a 5 da página 64 e pedir aos alunos que elaborem uma lista das semelhanças e diferenças de suas próprias moradias com aquelas apresentadas nas páginas 67 a 69. •Página76,atividades11e12 Aproveite para enfatizar que as habitações foram se modificando com o tempo e que cada uma delas guarda sua história. As diferentes formas de morar foram registradas por artistas como Vincent van Gogh (veja a seguir mais informações sobre esse importante pintor). Motive os alunos a observar as obras de Van Gogh e peça a eles que comentem suas impressões a respeito de cada obra apresentada nas páginas 75 e 76. 55 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 55 15/03/11 16:32 Biografia — Vincent van Gogh (1853-1890): O artista maldito Ele passou para a história como um dos exemplos mais notórios do artista maldito, do gênio desajustado, do homem incompreendido por seu tempo, mas que foi aclamado pela posteridade. Ao longo da vida, sofreu uma série interminável de infortúnios: desilusões amorosas, crises nervosas, misérias financeiras. Foi tratado como louco, ficou várias vezes exposto à fome, à solidão e ao frio. Ridicularizado pela maioria de seus contemporâneos, hoje é considerado um dos maiores mestres da pintura universal. Vincent Willem van Gogh nasceu em 30 de março de 1853, em uma pequena aldeia de Groot-Zundert, na Holanda. [...] [...] van Gogh foi obrigado a abandonar cedo a escola, para ajudar no sustento da família. Filho de um pastor protestante, conseguiu aos 15 anos o emprego de empacotador e despachante de livros na cidade de Haia, numa filial da prestigiada galeria Goupil, de Paris. Ali, manteve seus primeiros contatos com a arte e com artistas. [...] Após a morte do pai, em 1885, o artista [...] decidiu ir a Paris, onde passou dois anos e descobriu a pintura luminosa dos impressionistas. “O ar francês limpa o cérebro e faz bem”, escreveu à época, antes de decepcionar-se com a rivalidade entre os artistas locais e a vida agitada da cidade grande. Foi na pequena e ensolarada aldeia francesa de Arles que a pintura de Vincent van Gogh encontrou o cenário ideal para dar o grande salto artístico, a partir de 1888, apenas dois anos antes de sua morte. As cores – sobretudo o amarelo – explodiram com intensidade nas telas, mas o deslumbramento e a obsessão pelo trabalho minaram-lhe a saúde física e mental. Em Arles, pintou cerca de 200 quadros e fez 100 desenhos. Ficou esgotado e foi internado em um asilo, após uma série de colapsos nervosos. Em um deles, investiu contra o colega Paul Gauguin, armado com uma navalha. Terminou por decepar a própria orelha, que presenteou a uma prostituta. Em meados de 1890, aos 37 anos, viajou para a cidade francesa de Auvers-sur-Oise, para tentar descansar e recuperar a saúde. O médico recomendou-lhe a pintura como terapia. No dia 27 de julho, saiu em direção a um trigal, igual a tantos outros que já pintara. Mas não levava telas e pincéis, e sim uma pistola. Voltou a arma contra o próprio peito e apertou o gatilho. Não resistiu ao ferimento. Morreu por volta de uma e meia da manhã do dia 29. No início daquele ano, recebera uma boa notícia: finalmente um trabalho seu, o quadro “A videira vermelha”, conseguira encontrar comprador. FOLHA ONLINE. Grandes mestres da pintura. Disponível em: <http://mestres.folha.com.br/pintores/01>. Acesso em: 10 mar. 2011. 56 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 56 15/03/11 16:32 •Página77,atividades13e14 As questões visam trabalhar com os conceitos de interno e externo e aplicá-los por meio de pesquisas de imagens. •Página78,atividade15 Aproveite a fotografia e a atividade para enfatizar os diferentes tipos de moradia presentes nas diversas culturas. Na cultura indígena, o conceito de moradia é essencialmente coletivo e tem um sentido de abrigo, e não de propriedade. •Páginas80e81,atividades16e17 Dando continuidade ao trabalho de alfabetização cartográfica, apresente aos alunos uma planta baixa simples, para que eles comecem a fazer leituras de plantas baixas (atividade 16) e prossiga trabalhando com a noção de escala (atividade 17). O aluno deverá perceber que o mesmo desenho pode ser feito em diversos tamanhos, sem mudar sua forma. •Página82,atividades18a20 Peça aos alunos um levantamento das características da casa deles em relação a luminosidade, rede de água e esgotos e luz elétrica. Quanto à luminosidade, observe, junto com eles, a posição do Sol em relação à escola antes da tarefa ser feita em casa. Saia com a classe da sala de aula para observar onde o Sol está e quais são os lugares que estão recebendo diretamente os raios solares. Faça essas observações em horários diferentes, a fim de verificar o movimento aparente do Sol. Também é possível observar outros elementos que podem ser vistos no céu, como as nuvens, as tonalidades de cor, e estabelecer comparações entre o que se vê durante o dia e o que se vê à noite. •Página83,atividade22 Na discussão sobre as situações propostas na atividade, pode-se dar ênfase ao problema do desperdício e suas implicações no meio ambiente. Levantar outros exemplos próximos ao cotidiano das crianças. Aqui, é possível discutir a necessidade de preservação dos recursos naturais. Essa atividade pode, ainda, ser ampliada por meio de: ■■ Dramatização: proponha a dramatização de ações do cotidiano, de modo que os alunos possam perceber a necessidade e a importância da moradia. Aponte as funções das diversas dependências de uma casa, bem como as diferenças entre as rotinas estabelecidas durante o dia e à noite. 57 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 57 15/03/11 16:33 ■■ Painel de higiene e saúde: monte um painel com sugestões dos alunos sobre como manter a higiene da habitação e melhorar a qualidade de vida. ■■ Campanha: promova campanhas contra o desperdício de água e energia elétrica. Os alunos poderão fazer cartazes para afixar na escola e/ou confeccionar folhetos para serem distribuídos pela escola e enviados a seus familiares. •Página85:Viagempelaleitura Faça uma leitura compartilhada do poema. Converse sobre a importância de ter amigos, de brincar, de trocar confidências e de compartilhar experiências com eles. Valorize o prazer de visitar os amigos e recebê-los em casa. •Páginas86e87:Horadorecreio Estimule as brincadeiras, valorizando a leitura de imagens e a troca de ideias na classe. Capítulo 5 – Eu e a minha rua Orientações específicas para o capítulo •Página92,atividade1 Deixe que os alunos falem sobre a rua onde moram; ao mesmo tempo, levante com eles as diferenças e semelhanças entre as ruas de um e de outros. É desejável que você também fale da rua onde mora depois dos alunos. Caracterize a rua da escola da mesma maneira como foi feito com a rua onde os alunos moram. Explore as imagens dos diferentes tipos de rua para que eles percebam as diferenças e semelhanças. •Página93,atividade2 Verifique quantos alunos moram perto de praças e se eles podem usufruir delas. Aproveite para falar da importância da disponibilidade de equipamentos públicos e das condições necessárias para a sua boa utilização (manutenção, limpeza, fiscalização, segurança etc.). •Página99,atividade6;página105,atividade2(Horadorecreio) O objetivo dessas atividades é fazer que os alunos conheçam algumas placas de sinalização e algumas leis do código de trânsito, além de compreender por que elas existem. Não basta saber que uma placa tem tal significado, mas por que ela está em determinado lugar 58 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 58 15/03/11 16:33 e o que pode acontecer quando esses sinais são desrespeitados. A atividade pode ser ampliada por meio de: ■■ Pesquisa: peça aos alunos que pesquisem e copiem alguns sinais de trânsito existentes no caminho de casa até a escola. Eles deverão trazer o desenho para a classe, explicar seu significado e a importância do cumprimento da sinalização (o que pode acontecer se ela for desrespeitada). ■■ Debate: faça com os alunos um levantamento das infrações de trânsito que eles costumam observar no seu dia a dia. Oriente os alunos a observar os sinais de trânsito enquanto acompanham seus pais em seus automóveis ou no transporte público. ■■ Campanhadecumprimentodasregrasdetrânsito: a partir do trabalho com a sinalização de trânsito, peça aos alunos que confeccionem cartazes para serem afixados nos corredores e na entrada da escola e preparem panfletos com textos sobre educação no trânsito para serem entregues aos pais e na porta da escola. •Páginas100e101,atividades7e8 Além do seu próprio endereço, o aluno poderá também verificar o endereço da escola, observando o nome da rua e o número da edificação. Relacione essas atividades também com a questão da falta de moradia, problema enfrentado por muitos brasileiros, sobretudo nas grandes cidades, e que foi abordado no capítulo anterior. Comente o fato de que, sem moradia fixa, a pessoa não poderá receber correspondências e terá dificuldades para obter seus documentos. Em outras palavras, o endereço faz parte da conquista da cidadania. Enviar uma carta pode ser também uma atividade interdisciplinar com Língua Portuguesa. O importante é que o aluno saiba como endereçar uma carta. Comente também as novas formas de comunicação interpessoal que foram disseminadas com o advento da internet e de novas tecnologias, tais como e-mails, mensagens instantâneas (MSN) e redes sociais como Orkut e Facebook. •Página103,atividade10 A atividade dá continuidade ao trabalho com representações cartográficas (visão vertical e legendas). •Páginas106e107:Éhoradepesquisar As atividades serão feitas em casa, sem a supervisão do(a) professor(a). Portanto, antes de pedi-la, leia com os alunos as instruções. 59 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 59 15/03/11 16:33 Durante o percurso, eles deverão fazer observações atentas e anotar o que encontraram na rua. Confira se a classe conhece todos os itens listados no exercício. Faça com os alunos um levantamento dos elementos criados pela natureza presentes nas anotações que eles fizeram. Escolha algumas ilustrações para identificar o que é elemento criado pela natureza e o que é criado pelo ser humano. Atividade complementar e de ampliação – Crianças em trânsito (interdisciplinaridade com Geografia e Artes; transversalidade: educação para o trânsito) Com base nos estudos propostos no capítulo (o quarteirão, as vias públicas e o trânsito), os alunos deverão participar da construção de uma cidade, que será traçada no chão do pátio da escola, por onde os alunos deverão transitar, como motoristas, pedestres e fiscais de trânsito. Proposta: educação para o trânsito e exercício de ética e cidadania no espaço público. Essa atividade poderá possibilitar ao aluno vivenciar o papel de adulto, com uma abordagem que priorize a educação para a paz e o respeito mútuo. Crie condições para que os alunos aprendam a ser, a estar e a conviver no trânsito, interagindo com os outros e com o meio. Também pode favorecer o desenvolvimento de posturas e atitudes que visem à segurança individual e coletiva para a construção do espaço público. Desenvolvimento 1aetapa:planejamentodaatividade Proponha aos alunos que façam um mapa mental do trajeto casa-escola. Em seguida, pergunte sobre os meios de locomoção que utilizam para chegar à escola: automóvel, ônibus, bicicleta, condução escolar etc. e questione sobre os cuidados que devem ser tomados ao transitarem nas vias públicas, tais como: não soltar as mãos dos adultos, atravessar na faixa de pedestres, utilizar passarelas etc. 2aetapa:pesquisaemrevistasejornais Peça aos alunos que procurem figuras de meios de locomoção em revistas, livros e jornais para produzirem as placas de sinalização de trânsito e seus significados, além de materiais como caixas de papelão, garrafas etc. 60 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 60 15/03/11 16:33 3aetapa:traçandoumacidade Coordene a construção de uma pequena cidade formada por quarteirões no chão do pátio da escola e trace um percurso com o ponto de saída e chegada, apresentando faixas para a travessia de pedestres no chão, além de semáforos e placas de endereços dos alunos (como visto no capítulo). Disponibilize diversos materiais (papéis, giz, caixa de papelão, guache, pedrinhas etc.) e deixe os alunos reproduzirem a cidade de acordo com a visão deles. Para os veículos, proponha a confecção de carrinhos, caminhões e outros meios de locomoção, utilizando caixas de papelão, de maneira que possam ficar no meio do veículo (dentro da caixa). ■■ Materiais — Faixa de pedestre: giz branco; — Semáforos: cabo de vassoura com embalagem de leite vazia (tetrapack). — Veículos: caixa de papelão. — Placa de endereço: papelão. Incentive as crianças a pintar suas obras com tinta guache e a utilizar somente materiais recicláveis. 4aetapa:circulandopelacidade Proponha que os alunos brinquem de circular na cidade como pedestres, fiscais de trânsito e condutores de veículos. 5aetapa:comosecomportarnotrânsito Após brincarem livremente sobre a cidade, proponha situações que simulem o cumprimento ou não de determinadas regras estudadas no capítulo. Simule situações como: motorista passando no farol vermelho; veículos aguardando a travessia de pedestres; estacionamentos em lugares não permitidos; pedestres olhando para os dois lados da rua antes de atravessá-la etc. Durante a atividade sobre questões de segurança, explore a questão da integridade física e a importância do respeito ao próximo no trânsito. 61 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 61 15/03/11 16:33 rEfErêncIas bIblIográfIcas sObre O ensinO de geOgrafia BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: História e Geografia. Brasília: MEC/SEF 2001. CAMILLONI, A. W. de; LEVINAS, M. L. Pensar, descubrir y aprender – Propuesta didáctica y actividades para Ciencias Sociales. Buenos Aires: Aique, 1995. CAVALCANTI. Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimentos. 4. ed. Campinas: Papirus, 1998. (Coleção Magistério: formação e trabalho pedagógico). PEREIRA, D. A. C. A Geografia escolar, conteúdos e/ou objetivos. 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SiteS sUgeridOs2: www.aneel.gov.br www.ibge.gov.br/ibgeteen www.educador.brasilescola.com www.jangadabrasil.com.br www.educare.org.br www.novaescola.com.br www.escola24horas.com.br www.recicloteca.org.br/default.asp www.estadao.com.br www.revistapatio.com.br www.folha.com.br www.sabesp.com.br www.google.com.br/intl/pt-BR/earth/ www.transportes.gov.br www.ibge.gov.br www.tvcultura.com.br/aloescola www.ibge.gov.br/7a12 www.uol.com.br/aprendiz Sugerimos procurar em sites de busca como <www.google.com.br>, <http://br.yahoo.com>, <http://cade.search.yahoo.com>, <http://br.altavista.com>, <http://buscador.terra.com.br>, entre outros, jornais e revistas publicados em sua região, pois a maior parte deles mantêm edições com notícias em tempo real (online). 2 Os sites foram pesquisados em janeiro de 2011 e estão sujeitos a mudanças nos seus endereços ou mesmo cancelamento do acesso. 64 G13_F1_AV_GEO2_MP_Especifica 64 15/03/11 16:33 HINO NACIONAL BRASILEIRO Letra: Joaquim Osório Duque Estrada Música: Francisco Manuel da Silva (Lei dos Símbolos Nacionais no 5.700, de 1o/9/71 – publicada no Diário Oficial (suplemento) de 2/9/71) Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heroico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da Pátria nesse instante. Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo! Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desafia o nosso peito a própria morte! Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; “Nossos bosques têm mais vida”, “Nossa vida” no teu seio “mais amores.” Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece. Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa flâmula — “Paz no futuro e glória no passado.” Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza. Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil! 9 G13_F1_AV_GEO2_4ºcapa.indd 1 788562 936807 15/03/11 16:28