Untitled - Secretaria de Planejamento e Gestão

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Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional
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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Governador  Geraldo Alckmin
Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional
Secretário  Julio Semeghini
Secretário-Adjunto  Antonio Baklos Alwan
Chefe de Gabinete  Joaldir Reynaldo Machado
CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA DAS REGIÕES DO ESTADO DE SÃO PAULO
− REGIÃO ADMINISTRATIVA DE CAMPINAS −
Novembro, 2011
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APRESENTAÇÃO
O trabalho Caracterização Socioeconômica das Regiões do Estado de São Paulo apresenta um
estudo detalhado das Regiões Administrativas-RAs e Metropolitanas-RMs paulistas no campo
econômico, demográfico, social e de rede urbana. Permite conhecer cada uma dessas regiões,
auxiliando o Governo estadual a adequar suas politicas às principais características regionais.
Na Caracterização, são apresentadas, inicialmente, as caracterizações político-administrativa,
histórica e de infraestrutura viária da região e, a seguir, uma síntese analítica do conteúdo do
conjunto do trabalho.
No que diz respeito aos Aspectos Econômicos, foram identificados os principais produtos
agropecuários e industriais e os principais serviços da região, abordando o encadeamento
existente entre os setores e seu papel no desempenho econômico regional no período 1996 a
2008. Foram apresentados, ainda, dados de infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica,
emprego, valor adicionado e valor adicionado fiscal, exportação e importação de produtos
industriais, arranjos e aglomerados produtivos, entre outros dados e informações considerados
relevantes na caracterização da região.
As características sociais das Regiões Administrativas e Metropolitanas são avaliadas a partir do
Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS, desenvolvido pela Fundação Seade, com o
objetivo de caracterizar os municípios paulistas no que se refere às dimensões de renda,
longevidade e escolaridade.
Quanto ao tema da rede urbana, é possível verificar como se organiza a ocupação do território
regional em metrópoles, aglomerações urbanas e centros urbanos. Em demografia, encontramse informações como porte populacional dos municípios, taxa de crescimento da população,
índice de envelhecimento e razão de dependência da população potencialmente inativa, além de
projeções, até 2020.
Este trabalho auxilia, portanto, os setores público e privado e a população em geral, em seus
interesses e campos de atuação distintos, no conhecimento das regiões do Estado de São Paulo.
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SUMÁRIO
Apresentação .................................................................................................................... 05
Caracterização .................................................................................................................. 09
Aspectos Econômicos ...................................................................................................... 17
Agropecuária .......................................................................................................... 17
Indústria e Serviços ................................................................................................ 24
Desempenho Econômico, 1996 a 2008 ................................................................. 40
Aspectos Demográficos ................................................................................................... 43
Aspectos Sociais E IPRS..................................................................................................... 53
Rede Urbana .................................................................................................................... 55
Região Metropolitana de Campinas ....................................................................... 55
Aglomerações Urbanas e Centro Urbano ............................................................. 60
Destaques da Região ....................................................................................................... 66
Números da Região ........................................................................................................ 67
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CARACTERIZAÇÃO
Formada por 90 municípios – dos quais 19 fazem parte da Região Metropolitana de CampinasRMC –, a Região Administrativa-RA de Campinas abriga 14% do total dos municípios paulistas.
No entanto, através de sua história, foi sendo construída uma estrutura econômico-produtiva
que viria a lhe dar projeção, no contexto estadual, em muitos aspectos, bastante superior ao
correspondente a esse percentual.
Regiões Administrativa e Metropolitana de Campinas
Região Administrativa de Campinas
Região Metropolitana de Campinas
Até o final do século XIX, a região foi a maior produtora de café do Estado. A dinâmica cafeeira
forneceria a base produtiva e o mercado consumidor para o posterior desenvolvimento
regional, ao estruturar não apenas uma economia formada por grandes fazendas de café e
pequenas e médias propriedades que produziam para o mercado interno em expansão, mas
também indústrias, comércio atacadista e varejista e serviços.
Com a crise cafeeira, a região foi capaz de reciclar sua economia, diversificando a produção
agropecuária e expandindo a indústria e o setor terciário. Investimentos em infraestrutura,
energia e transportes, a construção da Replan – refinaria de petróleo da Petrobras, em Paulínia,
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e a instalação de instituições de pesquisa e universidades dinamizaram a economia regional.
Com base num sistema viário diversificado, abrangente e com maior fluidez do que o da Região
Metropolitana de São Paulo-RMSP, a proximidade com a Capital e o Porto de Santos e a
interface entre a Capital e o Interior, a RA atraiu novas indústrias, atividades econômicas e
população para a região, construindo uma estrutura econômico-produtiva diversificada, em
termos de setores, atividades, produtos, tamanho de empresas e mercado consumidor, e uma
rede urbana adensada, principalmente em torno da RMC.
Alguns dos principais fatores de atração e desenvolvimento regional são sua posição geográfica
estratégica e seu sistema viário. Além de estradas estaduais, vicinais, ferrovias, gasoduto,
aeroportos regionais e o Aeroporto Internacional de Viracopos – referência em logística e
transporte de cargas no cenário nacional –, cruzam a RA de Campinas o complexo AnhangueraBandeirantes – principal eixo rodoviário regional, ao redor do qual iriam se instalar grandes
indústrias e se concentrar boa parte da população regional – e as Rodovias Dom Pedro I,
Adhemar de Barros e Santos Dumont. Nos casos de importantes rodovias que saem da RMSP,
mas não atravessam a RA de Campinas, como acontece com a Rodovia Presidente Castello
Branco (SP 280) ou a Rodovia Presidente Dutra (BR 116), a região tem fácil acesso a elas, de
modo que possui ligação com todas as regiões do Estado.
Infraestrutura Viária
RA de Campinas, RMC e Estado de São Paulo – 2011
Fonte: Secretaria de Logística e Transportes. Elaboração: SPDR/UAM.
Conforme pode ser visto na seção sobre AGROPECUÁRIA, a economia regional tem uma base
agropecuária que se desenvolveu, diversificou e modernizou, com forte encadeamento com a
indústria e com o setor terciário, formando complexos agroindustriais e produzindo um
mercado dinâmico para a produção de máquinas, equipamentos e insumos agropecuários.
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Exemplo disso ocorreu com a cultura da cana de açúcar, seu principal produto agrícola, cujo
desenvolvimento, na região de Piracicaba, formou o mais importante polo nacional de
tecnologia e produção do setor sucroalcooleiro, composto por usinas de açúcar e destilarias de
álcool, indústrias mecânicas, de máquinas agrícolas, metalúrgicas e de papel e papelão, além de
serviços voltados a seu desenvolvimento.
A agropecuária regional possui altos índices de produtividade, decorrentes de mecanização e
inovação tecnológica, e teve importante apoio das universidades e dos institutos de pesquisa
agropecuária instalados na região, como a Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaEmbrapa, o Instituto Agronômico de Campinas-IAC, a ESALQ-Escola Superior de Agronomia
Luiz de Queiroz, o Instituto Biológico, o Instituto de Zootecnia, entre outros.
Mesmo com ganhos de produtividade e com o avanço da urbanização, as atividades
agropecuárias vêm aumentando a área que ocupam e, entre 1995/96 e 2007/08, a cana de
açúcar aumentou a área ocupada em toda a RA, inclusive na região de Campinas, onde a cultura
já se encontrava consolidada.
A indústria regional, assim como o setor primário, também teve o apoio técnico para o
desenvolvimento de produtos que incorporam tecnologia de institutos, centros de pesquisa e
universidades, em particular da Unicamp – que desde seus primórdios teve como meta a
interação com o setor produtivo. Da mesma forma, é diversificada e estruturada em cadeias e
complexos produtivos. Na seção INDÚSTRIA E SERVIÇOS, é mostrado como esse
encadeamento se dá tanto com a agropecuária como dentro do próprio setor secundário e com
o setor terciário que, por sua vez, também dá suporte aos demais setores. Um exemplo é a
indústria alimentícia e de bebidas, que se beneficiou com a base agropecuária, os centros de alta
tecnologia do setor de alimentos e bebidas, como o Instituto de Tecnologia de Alimentos-ITAL,
e o desenvolvimento de indústrias químicas e de máquinas e equipamentos.
A estrutura industrial da região engloba, no geral: grandes empresas dos setores metalmecânico, eletroeletrônico, químico, petroquímico e farmacêutico que, na sua maioria,
localizam-se na RMC e cujos produtos, juntamente com os agroindustriais, predominam nas
exportações regionais; pequenas e médias indústrias fornecedoras de produtos metalúrgicos,
mecânicos, montagens industriais etc.; e um grande número de pequenas empresas que
refletem as vocações locais, formando arranjos produtivos especializados.
As principais importações regionais referem-se aos setores eletroeletrônico, químicopetroquímico e metal-mecânico, que se destacam nas exportações, constituindo-se, na maior
parte dos casos, em peças e componentes de alto valor agregado e matérias-primas dos
produtos exportados, de modo que muitos municípios que se destacam nas exportações
também se destacam nas importações. Como o valor das importações supera o das
exportações, a região é altamente deficitária no comércio externo, o que aponta para a
possibilidade de um adensamento das respectivas cadeias produtivas.
Dada a proximidade com a Capital paulista, a RA não oferece muitos serviços de comando ou
de suporte às empresas1 e muitas atividades culturais, mantendo forte integração com São Paulo
e a RMSP, nestas áreas. No entanto, a região conseguiu desenvolver um setor de serviços
1
MATTEO, Miguel. Fragmentação Produtiva. Boletim Regional, Urbano e Ambiental, nº 3. Brasília, dezembro de 2009. Disponível em:
http://agencia.ipea.gov.br/images/stories/PDFs/100406_boletimregio3.pdf. Acesso em: 3 out. 2011.
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adequado de apoio à população e às empresas, além de atividades de comércio atacadista e
varejista e de vendas e reparação de veículos automotores e motocicletas, que complementam
sua estrutura econômica. O comércio varejista de Campinas é composto de vários shoppings
centers, hipermercados e grandes centros de compras, que refletem a polarização que o
município exerce sobre a região e o alto poder aquisitivo da população regional. A concentração
de atividades imobiliárias, de esportes e lazer e de alimentação apontam, também, para essa
mesma realidade.
Em consonância com a indústria e a agropecuária, várias atividades tradicionais de apoio ao setor
produtivo se desenvolveram, na região, como transportes, armazenamento e distribuição,
alojamento, comunicações, prestação de serviços de informação, entre outros, e, por abrigar
várias universidades, de educação de ensino superior e de pesquisa e desenvolvimento científico
(P&D), favorecendo o desenvolvimento de produtos intensivos em tecnologia. Não é por acaso
que, entre 2001 e 2007, os 90 municípios da região depositaram 296 pedidos de patentes, no
Instituto Nacional de Propriedade Intelectual-Inpi, sendo a maioria proveniente da Região
Metropolitana de Campinas e, principalmente, da Unicamp que, graças a seu modelo de
excelência em pesquisa, já tem 585 patentes vigentes no Inpi e em organismos internacionais2.
P & D Científico – Distribuição de Empregos segundo a RAIS 2008
RA de Campinas
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, Relação Anual de Informações Sociais-RAIS, 2008.
Elaboração: SPDR/UAM.
São relevantes, ainda, os serviços de atenção à saúde, onde Campinas é centro de referência
regional, estadual e nacional. Recente avaliação do Sistema Único de Saúde-SUS deu destaque,
2
PRODUTOS do Conhecimento. Correio Popular. Campinas, 15 de julho de 2011.
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no contexto brasileiro, para o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher-CAISM, da
Unicamp, o Centro Infantil Dr. Domingos Boldrini, referência mundial no tratamento e pesquisa
do câncer infantil, e o Hospital Sociedade Brasileira de Pesquisa e Assistência para Reabilitação
Craniofacial-Sobrapar, além de registrar a marca dos cinco mil transplantes de órgãos e tecidos,
realizados pelo Hospital das Clínicas-HC da Unicamp, entre 1984 e 2010. As atividades de
turismo são outro destaque do setor de serviços, desenvolvidas, tanto nas inúmeras estâncias
que a região abriga, como em vários outros municípios, nos quais, em geral, são promovidas
festas ligadas à agricultura local ou existem centros de lazer, como o Hopi Hari e o Wet’n Wild,
em Vinhedo.
Desse modo, a estrutura econômico-produtiva regional é bastante completa, complexa por suas
relações interssetoriais e inter-regionais e geradora de oportunidades de emprego e renda. Na
seção DESEMPENHO ECONÔMICO 1996 a 2008, seu dinamismo pode ser visto tanto pelo
menor número de municípios estagnados que abriga, como pela maior taxa de crescimento do
Produto Interno Bruto-PIB, em comparação com a média estadual. No período 1996 a 2008,
um número elevado de municípios da região teve um crescimento médio anual do PIB superior
a 10%, em sua maioria localizados na RMC ou no seu entorno, impulsionado por um grande
dinamismo industrial.
A região tornou-se, depois da RMSP, a maior receptora de investimentos industriais no Estado,
levando a Indústria da RA de Campinas a elevar sua participação no PIB regional em relação aos
demais setores.
Composição Setorial do PIB
RA de Campinas - 1999-2008
100,0%
80,0%
64,1%
61,0%
60,0%
37,2%
40,0%
33,7%
20,0%
2,2%
0,0%
1,8%
AGROPECUÁRIA
INDÚSTRIA
1999
SERVIÇOS
2008
Fonte: Fundação Seade; IBGE. Elaboração: SPDR/UAM.
Nos últimos anos, o PIB da RA cresceu tanto em valor absoluto como em sua participação no
PIB do Estado. Segundo dados da Fundação Seade, em 2008, o PIB da região alcançou R$ 153
bilhões, representando 15,3% do PIB estadual. A agropecuária, apesar de participar apenas com
1,8% do Valor Adicionado-VA total da região, mostra sua importância no contexto estadual, ao
responder por 19,0% do VA agropecuário do Estado. A indústria, por sua vez, tem grande
presença na formação tanto do produto regional quanto estadual, participando com 37,2% do
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VA da RA e 19,3% do VA industrial do Estado, enquanto os serviços têm maior peso no
contexto regional, representando 61,0% do VA regional e 13,5% do VA de Serviços estaduais.
O desenvolvimento econômico da RA atraiu um grande contingente populacional. Nas últimas
duas décadas, a evolução da participação da população regional em relação à população estadual
foi crescente, refletindo, em grande parte, o aumento populacional dos municípios da RMC e de
seu entorno, constituindo-se um dos mais importantes mercados consumidores do país.
As indústrias de Campinas, interligadas com o setor terciário, localizaram-se,
predominantemente, ao longo dos principais eixos rodoviários, especialmente em Campinas,
nos municípios de sua Região Metropolitana e em centros sub-regionais da RA de Campinas,
como Jundiaí, Piracicaba, Rio Claro, Limeira, Mogi Guaçu, Moji Mirim e Bragança Paulista, que,
juntos, passaram a abrigar 84% da população regional (2010).
Conforme mostra a seção referente à DEMOGRAFIA, o componente migratório explica o
crescimento desses municípios, apontando para o aumento das oportunidades de emprego e
renda oferecidas, em relação às demais regiões, levando a taxa de migração da RMC, no período
2000/2010, a 9,2 migrantes ao ano por mil habitantes, muito superior à do conjunto do Estado
(1,2 migrantes).
Em contrapartida, os municípios da região localizados mais a leste e ao norte da RA – cuja
economia estrutura-se predominantemente sobre o setor primário, um setor secundário
agroindustrial e um terciário menos complexo do que os municípios da RMC – tiveram um
crescimento populacional menor ou, no caso de quatro de seus municípios, até mesmo
negativo.
Como sempre acontece com os grandes centros, o aumento da ocupação da cidade-polo de
Campinas e o custo de suas terras levaram à diminuição das taxas de crescimento populacional e
à elevação das de cidades de seu entorno, já que tornaram-se mais atrativas tanto para a
instalação de novos empreendimentos como para abrigar a população regional, embora
mantenham intensos fluxos funcionais com a metrópole, para trabalho, estudo, compras,
tratamento de saúde e outros serviços.
A seção REDE URBANA mostra como, na RMC, concentraram-se as funções urbanas mais
complexas da região, particularmente em Campinas, que tornou-se uma metrópole e o principal
polo econômico do interior, envolvendo alto grau de integração entre os municípios
metropolitanos, intensa articulação com a RMSP e influência sobre outros importantes centros
regionais, inclusive de estados limítrofes.
O crescimento econômico da RMC gerou um saldo migratório positivo, aumento do grau de
urbanização, abertura de grandes loteamentos, construção de condomínios horizontais e
verticais e de grandes centros de comércio atacadista ou varejista, formando uma densa rede
urbana.
A distribuição produtiva no território regional teve, também, reflexos sobre os indicadores
sócioeconômicos de seus municípios. Com maior desenvolvimento econômico e urbano, os
municípios da RMC concentraram os melhores indicadores da RA.
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Como aponta o Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS, desenvolvido pela Fundação
Seade (vide seção ASPECTOS SOCIAIS), em função disso, existe uma heterogeneidade
intrarregional. Os municípios melhor classificados no indicador (grupos 1 e 2) concentram-se na
porção centro-sul da região, que compreende a RMC e municípios de seu entorno, são os mais
ricos e apresentam indicadores sociais bons (grupo 1) ou não (grupo 2). Apenas 7% encontramse no grupo 3, formado de municípios que possuem baixo indicador de riqueza, mas bons
indicadores sociais. Os demais, localizados fora do principal eixo de desenvolvimento regional,
são mais pobres e apresentam indicadores sociais desfavoráveis (grupos 4 e 5).
O IPRS mostra que o conjunto da RA apresenta melhores resultados nas dimensões de riqueza –
visto ofertar boas condições de renda familiar, através de sua estrutura produtiva diversificada e
avançada – e longevidade – já que oferece bons serviços de assistência à saúde e saneamento
básico à população – do que na dimensão escolaridade, onde possui baixa proporção de jovens
de 15 a 17 anos que concluíram o ensino fundamental e de pessoas de 18 a 19 anos que
concluíram o ensino médio.
Em 1999, a região possuía um PIB per capita de R$ 9.790,59, abaixo do estadual (R$ 10.418,42),
que, com o crescimento econômico, passou a R$ 24.923,04, em 2008, superando o do Estado
(R$ 24.457,00). No entanto, apesar desse marcante desempenho econômico e de se destacar
no ensino superior e em P&D, a RA, ao que tudo indica, não conseguiu fazer com que seu
ensino fundamental e médio acompanhasse, de modo adequado, o desenvolvimento regional.
A RA vem se desenvolvendo e atraindo um número de investimentos superior ao da média
estadual, e não existe indicação de que essa tendência venha a ser alterada, nos próximos anos,
já que sua estrutura econômica consolidou-se sobre uma base bastante sólida e são muitas as
perspectivas de novos investimentos estruturantes, como a ampliação do aeroporto de
Viracopos – voltada a absorver o futuro tráfego dos aeroportos de Congonhas e Guarulhos e a
ampliar os terminais de carga –, que deverá ter impactos importantes regionais, em termos
populacionais e produtivos.
Assim, a região deverá continuar se desenvolvendo, mas a qualidade de seu desenvolvimento
dependerá de sua capacidade de enfrentar a questão educacional, aperfeiçoando o sistema de
ensino fundamental, melhorando a escolaridade dos jovens e criando um ensino técnico em
consonância com as exigências do setor produtivo, de modo a evitar que as pendências
educacionais se tornem um empecilho ao crescimento social e econômico regional.
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ASPECTOS ECONÔMICOS
AGROPECUÁRIA
A agropecuária é muito diversificada, na RA de Campinas, e, nas principais culturas, são obtidos
elevados rendimentos físicos por hectare, uma vez que a produção é, crescentemente, obtida
através de otimização dos processos produtivos e introdução de inovações tecnológicas. Assim,
há, também, mercado dinâmico de máquinas, equipamentos e insumos agropecuários.
O Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária-LUPA3 apresenta, entre outros
recortes territoriais, informações agrupadas segundo os Escritórios de Desenvolvimento RuralEDR4. Agrupamentos de EDRs5 possibilitam avaliação da produção agropecuária das Regiões
Administrativas, levando em conta sua diversidade.
A área total6 ocupada com atividades agropecuárias, na RA, aumentou 4%, entre 1995/96 e
2007/08. Em termos de EDRs, destaca-se o incremento de 14% na área, no de Bragança
Paulista, e o decréscimo de 5%, no de Campinas, provavelmente, em função da expansão da
urbanização sobre áreas rurais, uma vez que nove dos 17 municípios desse EDR pertencem à
RMC, onde a área urbanizada tem apresentado espraiamento.
A cana de açúcar é a cultura predominante. Em 2010, o Valor da Produção Agropecuária -VPA
regional foi de R$ 7,1 bilhões, ou 15% do Estado, e a cana contribuiu com 33% do VPA da RA
de Campinas7. A área ocupada com cana, entre 1995/96 e 2007/08, aumentou 29% e todos os
EDRs, inclusive o de Campinas, registraram incremento que, no caso do EDR de São João da
Boa Vista, foi de 108%. Assim, regiões tradicionalmente canavieiras, como a de Campinas,
continuam tendo importante participação na produção do Estado, pois são locais em que a
cultura está consolidada.
3
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. Instituto de Economia
Agrícola. Levantamento censitário de unidades de produção agrícola do Estado de São Paulo - LUPA 2007/2008. São Paulo: SAA/CATI/IEA,
2008. Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/projetoLUPA>. Acesso em: 23 mai. 2011.
4
O Levantamento das Unidades de Produção Agropecuária (LUPA) apresenta dados relativos às explorações agropecuária do Estado de São
Paulo. Segundo corte regional, estão disponíveis informações para: o total do Estado; conjuntos de municípios, agrupados segundo os 40
Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDR); e os 645 municípios de São Paulo.
5
Pode-se considerar que a RA de Campinas é composta pelos EDRs de Bragança Paulista, Campinas, Limeira, Mogi Mirim, Piracicaba e São João
da Boa Vista. A esse conjunto, foram, aqui, acrescidos os municípios de: Brotas e Torrinha, que pertencem à RA de Campinas, mas estão no
EDR de Jaú; e Cabreúva, que pertence à RA de Campinas, mas está no EDR de Sorocaba. Adicionalmente, foram excluídos os municípios de:
Porto Ferreira, que pertence à RA Central, mas está no EDR de Limeira; e Cerquilho, Jumirim e Tietê, que pertencem à RA de Sorocaba, mas
estão no EDR de Piracicaba.
Compõem o EDR de Bragança Paulista: Águas de Lindóia, Amparo, Atibaia, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Joanópolis, Lindóia,
Monte Alegre do Sul, Nazaré Paulista, Pedra Bela, Pedreira, Pinhalzinho, Piracaia, Serra Negra, Socorro, Tuiuti e Vargem.
Compõem o EDR de Campinas: Campinas, Campo Limpo Paulista, Elias Fausto, Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundiaí,
Louveira, Monte Mor, Morungaba, Paulínia, Sumaré, Valinhos, Várzea Paulista e Vinhedo.
Compõem o EDR de Limeira: Analândia, Araras, Cordeirópolis, Corumbataí, Ipeúna, Iracemápolis, Itirapina, Leme, Limeira, Pirassununga, Porto
Ferreira, Rio Claro, Santa Cruz da Conceição e Santa Gertrudes.
Compõem o EDR de Mogi Mirim: Artur Nogueira, Conchal, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Estiva Gerbi, Holambra, Itapira, Jaguariúna, Mogi
Guaçu, Mogi Mirim e Santo Antônio da Posse.
Compõem o EDR de Piracicaba: Águas de São Pedro, Americana, Capivari, Cerquilho, Charqueada, Jumirim, Mombuca, Nova Odessa,
Piracicaba, Rafard, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Bárbara d’Oeste, Santa Maria da Serra, São Pedro e Tietê.
Compõem o EDR de São João da Boa Vista: Aguaí, Águas da Prata, Caconde, Casa Branca, Divinolândia, Espírito Santo do Pinhal, Itobi, Mococa,
Santa Cruz das Palmeiras, Santo Antônio do Jardim, São João da Boa Vista, São José do Rio Pardo, São Sebastião da Grama, Tambaú, Tapiratiba e
Vargem Grande do Sul.
6
Segundo o LUPA, a área total compreende: área com cultura perene; área com cultura temporária; área com pastagem; área com
reflorestamento; área de vegetação natural; área em descanso, também conhecida como de pousio; área de vegetação de brejo e várzea; e área
complementar compreende as demais terras da UPA, como aquelas ocupadas com benfeitorias (casa, curral, estábulo), represa, lagoa, estrada,
carreador, cerca, bem como áreas inaproveitáveis para atividades agropecuárias.
7
TSUNECHIRO, Alfredo et al. Valor da Produção Agropecuária e Florestal do Estado de São Paulo em 2010. São Paulo: Informações
Econômicas, volume 41, nº. 5, maio de 2011.
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De acordo com os dados do LUPA, em 2007/08, a participação da cana é mais importante nos
EDR de Limeira8, onde ocupou 46% da área cultivada, e de Piracicaba9, onde esse percentual foi
de 51%. No município de Piracicaba, inclusive, consolidou-se um complexo agroindustrial de
açúcar e álcool.
O estudo “Região de Influência das Cidades-Regic – 2007”10 permite, por sua vez, conhecer o
destino da produção agropecuária de municípios selecionados do Estado de São Paulo11. A cana,
na RA, destina-se aos diversos municípios que possuem uma ou mais usinas e destilarias de
álcool. Araras, por exemplo, conta com quatro unidades agroindustriais12 e, de acordo com o
Regic, recebe cana de, pelo menos, onze outros municípios da região: Artur Nogueira, Casa
Branca, Conchal, Cordeirópolis, Corumbataí, Engenheiro Coelho, Estiva Gerbi, Ipeúna,
Itirapina, Santa Cruz da Conceição e Santa Gertrudes. Já Piracicaba é destino da produção de
cana de diversos municípios, incluindo alguns que não possuem estabelecimentos para moagem
como, por exemplo, Ipeúna, Itirapina, Saltinho e Santa Maria da Serra.
A citricultura tem grande participação na agricultura regional e estadual. Dos cerca de 780 mil
hectares ocupados por pomares citrícolas, no Estado, 25% encontravam-se na RA, onde se
destacaram, em 2007-08: Aguaí, Brotas, Casa Branca, Limeira, Mogi Guaçu, Moji Mirim,
Pirassununga e Tambaú13. Os principais destinos da produção regional de laranja, de acordo com
o Regic, foram os municípios onde se encontram empresas processadoras: Araras, Conchal,
Engenheiro Coelho e Limeira, na RA de Campinas; e Araraquara, na RA Central 14.
A área ocupada com a citricultura aumentou 17%, entre 1995/96 e 2007/08, de acordo com o
LUPA. Em termos de EDRs, houve alterações substanciais: no de Bragança Paulista, por
exemplo, o incremento foi de 58%, e no de São João da Boa Vista, de 37%. Já no EDR de
Campinas, registrou-se decréscimo de 31%.
Têm ocorrido mudanças no padrão tecnológico e aumento da densidade de plantio, em São
Paulo, devido à valorização das terras e à necessidade de obtenção de maiores rendimentos
físicos por hectare. Além da produção de suco concentrado e congelado, a região é tradicional
produtora de mudas. O município de Limeira é um dos maiores centros de produção de mudas
cítricas da América Latina.
8
Excluindo-se o município de Porto Ferreira.
Excluindo-se os municípios de Cerquilho, Jumirim e Tietê.
10
BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, Diretoria de Geociências, Coordenação de Geografia. Região de Influência das
Cidades (Regic), 2007. Rio de Janeiro: 2008.
11
De acordo com a metodologia do Regic, foi perguntado, no item “Agropecuária – Distribuição da Produção”, qual o destino da maior parte da
produção local. O seu Banco de Dados, contudo, não contem informações para a totalidade dos municípios do Estado de São Paulo, sendo,
portanto, aqui utilizado o conjunto de informações existentes. O Regic aponta, ainda, que se identificam, pelo menos, cinco padrões distintos na
distribuição da produção: o dos produtos de consumo imediato, para regiões vizinhas; o de produtos para agroindústria, presentes em pontos
específicos do Estado; o de produtos destinados a centros atacadistas; o de produtos para abastecimento de cadeias varejistas; e o de produtos
destinados à exportação, fluindo para cidades portuárias.
12
RELAÇÃO de Fornecedores de Etanol Cadastrados. Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Disponível em:
http://www.anp.gov.br. Acesso em: 18 jan. 2011.
13
PROJETO LUPA. Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI e IEA.
14
CINTURÃO Citrícola. Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR). Disponível em:
http://www.citrusbr.com/exportadores-citricos/setor/citrus-belt-cinturao-citricola-192418-1.asp. Acesso em: 19 jan. 2011.
9
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18
Distribuição geográfica da área cultivada de laranja 2007/2008
RA de Campinas, RMC e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
A área ocupada com café cresceu 7%, na RA, entre 1995/96 e 2007/08. As alterações do
cultivo nos diversos EDRs, contudo, foram expressivas, pois, nos de Campinas e Limeira15, a
redução foi de 50% e 27%, respectivamente, enquanto no de São João da Boa Vista, o
incremento foi de 44%.
Segundo o Regic, o café produzido na região destina-se, basicamente, a outros municípios da
RA, especialmente Espírito Santo do Pinhal, Serra Negra e Socorro. Alguns municípios destinam
parte de sua produção a municípios de Minas Gerais, como Guaxupé, por exemplo, e outros,
diretamente a Santos.
O café produzido na região de São João da Boa Vista é de qualidade superior, beneficiado por
condições agroecológicas, de clima e relevo favoráveis, na vertente paulista da Serra da
Mantiqueira, na divisa com Minas Gerais.
Três fatores viabilizaram o aumento da produtividade e qualidade do café na região: seleção de
produtores pelo grau de eficiência dos tratos culturais e da adoção de inovações tecnológicas;
utilização de variedades mais produtivas na renovação das áreas; e adoção de diferentes arranjos
de espaçamento, de acordo com a disposição do terreno, o que permite maior produtividade
por área16.
O reconhecimento da qualidade associada à presença da cafeicultura familiar, há tempos,
ganhou novos contornos na região. O que diferencia os cafeicultores do chamado Vale da
15
Excluindo-se o município de Porto Ferreira.
CAFEICULTURA. Campinas: Revista Casa da Agricultura, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), ano 13, nº. 3,
julho/agosto/setembro de 2010.
16
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19
Grama, por exemplo, são as áreas de produção acima de 1.100 m e a colheita manual e seletiva.
Tais fatores determinam grande potencial para a produção de excelentes cafés, que são
associados às regiões de origem, fazendo menção a informações sobre fazendas, municípios ou
regiões produtoras17.
Distribuição geográfica da área cultivada de café 2007/2008
RA de Campinas, RMC e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
Há, na RA, uma produção significativa de frutas, cuja área ocupada se manteve, praticamente,
inalterada, entre 1995/96 e 2007/08. Destacam-se os municípios de: Atibaia, Indaiatuba, Itatiba,
Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira, Morungaba, Valinhos e Vinhedo, que, inclusive, formam o Polo
Turístico do Circuito das Frutas. Os principais produtos são: uva, figo, goiaba, caqui, pêssego e
morango, cuja comercialização e degustação têm impulsionado não só o agronegócio, mas
também o turismo regional.
Quanto à produção de uva, é tradicional, ainda, a elaboração de vinho artesanal, baseada em
cultivares americanas e híbridas, conhecidas como uvas rústicas ou comuns, que geralmente é
fabricado e vendido na propriedade agrícola. Recentemente, no entanto, foi identificada
presença, ainda que incipiente, de cultivares finas (vitis vinifera), de uvas europeias, mais
apropriadas à produção de vinho18.
17
SOUZA, Maria Célia Martins et al. Qualidade e organização social da cafeicultura familiar: o caso de São Sebastião da Grama e Serra Negra –
SP. Projeto Estratégias Comerciais e Caracterização Sócio-Econômica da Cafeicultura Paulista, integrante do Programa Nacional de Pesquisa e
Desenvolvimento do Café PNP&D/CAFÉ. Disponível em: http://www.cnpat.embrapa.br/sbsp/anais/Trab_Format_PDF/42.pdf. Acesso em 23
mai. 2011.
18
VERDI, Adriana Renata et al. Caracterização socioeconômica e perfil produtivo da produção de uva e vinho artesanal no município de Jundiaí,
estado de São Paulo. São Paulo: Informações Econômicas, volume 40, nº. 5, maio de 2010.
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20
Distribuição geográfica da área cultivada de floricultura para corte 2007/2008
RA de Campinas, RMC e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
A região é grande produtora de flores e o município de Campinas conta, inclusive, com
Mercado Permanente de Flores e Plantas Ornamentais, administrado pela Ceasa de Campinas19.
As maiores áreas de produção da RA estão nas regiões de Holambra e Atibaia, onde a atividade
é pouco menos organizada comercialmente, mas tão tecnificada e expressiva, em termos de
quantidade, quanto à de Holambra20. A região de Atibaia, que envolve os municípios de Atibaia,
Bragança Paulista e Piracaia, é responsável por cerca de 25% da produção nacional de flores e
plantas ornamentais. Essa produção se concentra em flores de corte e de vasos, com destaque
para rosas, crisântemos e orquídeas21.
Na região de Holambra, que inclui os municípios de Holambra, Santo Antônio de Posse, Mogi
Mirim e Artur Nogueira, encontram-se não só os produtores, atacadistas e distribuidores de
flores do país, mas também fabricantes e fornecedores de insumos, tecnologia, além das
principais empresas de mudas, bulbos e sementes22. O Veiling Holambra, centro de
comercialização de flores e plantas, é referência para comercialização desses produtos. De
acordo com o Regic, os principais destinos da produção de flores de Holambra são os
municípios de São Paulo, Campinas, Belo Horizonte e Brasília.
19
BUAINAIM, Antônio Márcio; BATALHA, Mário Otávio (Coordenadores). Cadeias produtivas de flores e mel. Brasília: Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Secretaria de Política Agrícola (SPA) e Instituto Internacional de Cooperação para Agricultura
(IICA), 2007.
20
PARA o lucro florescer. Jornal da Unicamp, Campinas, 21 a 27 de junho de 2010 – ANO XXIV – Nº. 466. Em:
http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/junho2010/ju466_pag05.php#. Acesso em: 23 mai. 2011.
21
BUAINAIM, op. cit.
22
IDEM. Ibidem.
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21
Distribuição geográfica da área cultivada de uva rústica 2007/2008
RA de Campinas, RMC e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
A área de eucalipto aumentou 11%, na RA, entre 1995/96 e 2007/08, tendo havido
incrementos expressivos nos EDRs de Bragança Paulista, Piracicaba23 e São João da Boa Vista.
Mais uma vez, houve decréscimo, no EDR de Campinas. Segundo o Regic, o eucalipto
produzido em Joanópolis e Pedra Bela, por exemplo, destina-se, aos municípios de Jacareí e
Bragança Paulista, onde se encontram unidades de processamento.
Quanto à exploração animal, os dados do LUPA 2007/08 apontam que, na região, é importante
a bovinocultura de corte, de leite e mista o que se expressa através do número de
Unidades de Produção Agropecuária-UPAs que exploram a atividade, do número total de
cabeças de gado e da área ocupada com braquiária (capim).
Os EDRs em que a bovinocultura se destaca são: Bragança Paulista e São João da Boa Vista,
onde a produção de leite ainda é importante atividade econômica. Campinas é uma das regiões
do Estado em que, historicamente, se concentra a pecuária leiteira. Os dados do LUPA
2007/08, quando comparados aos de 1995/96, apontam redução do número de cabeças,
movimento que acompanhou as mudanças no mapa de produção nacional de leite, com
expansão da produção nas regiões Centro-Oeste e Sul e queda relativa da participação do
Estado de São Paulo24.
Observou-se, no entanto, tendência de maior especialização para produção leiteira, em regiões
tradicionais, como a de Campinas, por exemplo, com incorporação de tecnologia, para agregar
23
Excluindo-se os municípios de Cerquilho, Jumirim e Tietê.
SILVA, Rosana de Oliveira Pithan; LISERRE, Alcina Maria. Intervenção do Estado nos preços do leite e suas conseqüências na produção. São
Paulo: Análises e Indicadores do Agronegócio, volume 4, nº. 8, agosto de 2009.
24
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22
valor e rendimentos, possibilitando o custeio de propriedades situadas em áreas de grande
valorização das terras25.
Distribuição geográfica da bovinocultura leiteira 2007/2008
RA de Campinas, RMC e Estado de São Paulo
Fonte: Secretaria de Agricultura e Abastecimento, CATI/IEA, Projeto LUPA. Elaboração: SPDR/UAM.
Outra atividade de destaque é a avicultura de corte e de postura (produção de ovos). Na
avicultura de corte, houve expansão, pois, segundo dados do LUPA, passou-se de 188
milhões de cabeças/ano, em 1995/96, para 211 milhões, em 2007/08, e a participação da RA no
total estadual alcançou 36%. Registram-se aumentos da produção nos EDRs de Mogi Mirim,
Piracicaba e São João de Boa Vista e retração, no de Campinas.
Segundo o Regic, as aves produzidas na região destinam-se a municípios como Amparo e
Jaguariúna. Amparo, por exemplo, possui abatedouro de frangos que abastece toda a região,
contando com três empresas que trabalham em sistema de integração26. Em Jaguariúna,
localizam-se não só abatedouros, mas, também, empresas produtoras de alimentos que utilizam
carne de frango como insumo27.
25
DRUGOWICH, Mário Ivo et al. Erosão em pastagens sob pecuária leiteira e mista no Estado de São Paulo. Em:
http://www.cati.sp.gov.br/projetoLUPA/estudos_LUPA/ErosaoPastagensSP.pdf. Acesso em: 24 mai. 2011.
26
AMPARO (Município). Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, 2010 – 2013. Prefeitura Municipal da Estância Hidromineral de
Amparo, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, Casa da Agricultura de Amparo, Escritório de Desenvolvimento Rural de
Bragança Paulista. Amparo: 30 de setembro de 2009.
27
SEARA inaugura nova planta em Jaguariúna. DCI - Diário do Comércio & Indústria, 17 de maio de 2010. Em:
http://www.setoravicola.com.br/MercadoNoticia.aspx?codigoNot=amShrPSourI=&title=SEARA+INAUGURA+NOVA+PLANTA+EM+JAG
UARIUNA. Acesso em: 20 jan. 2011.
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Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional
23
Municípios de intensa produção avícola no Estado de São Paulo
RA de Campinas, RMC e Estado de São Paulo
Fonte: Associação Paulista de Avicultura-APA. Em: http://www.apa.com.br . Elaboração: SPDR/UAM.
Na região, é desenvolvido, ainda, de forma pioneira o Projeto Produtor de Água28 que
remunera produtores rurais pela conservação do solo, manutenção da qualidade dos recursos
hídricos, entre outros serviços ambientais: ações que vão gerar água e ar de boa qualidade, solo
e florestas conservadas e chuvas e temperaturas reguladas. Para tanto, os produtores vão
receber assistência técnica, mudas etc. que vão possibilitar a recuperação e conservação das
áreas. Joanópolis e Nazaré Paulista são os primeiros municípios a implantarem o Projeto, no
Estado de São Paulo29.
INDÚSTRIA E SERVIÇOS
Sobretudo a partir da década de 1970, ocorreu, no território paulista, um processo de
desconcentração da indústria da Região Metropolitana de São Paulo em direção ao interior do
Estado, do qual a região de Campinas foi a principal beneficiária.
Esse processo foi determinado por um conjunto relativamente amplo de fatores, como: o
desempenho da agroindústria; os efeitos do Proálcool; a produção de equipamentos industriais
do interior; os investimentos federais em siderurgia e refino de petróleo, como a implantação da
refinaria de petróleo em Paulínia; a presença de vários centros de pesquisas; as políticas
28
PROJETO Produtor de Água é uma parceria entre: TNC – The Nature Conservancy, Prefeitura Municipal de Extrema (MG), ANA – Agencia
Nacional de Águas, Global Environment Facility, Banco Mundial, Secretaria do Meio Ambiente e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, através da CATI. Além disso, conta com o apoio do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí.
29
PRODUTOR
rural
poderá
receber
por
produzir
água,
19
de
junho
de
2009.
Disponível
em:
http://www.cati.sp.gov.br/new/produtos/publicacoes/cationline/99/col99.htm. Acesso em: 20 jun. 2011.
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24
estaduais de interiorização da indústria e de atração por parte dos municípios, com elevados
investimentos em infraestrutura, favorecendo o fluxo de pessoas e de mercadorias; as restrições
ambientais e o fortalecimento das atividades sindicais na Grande São Paulo; além do surgimento
de deseconomias de aglomeração, que inibiam novos investimentos na metrópole e tornavam o
interior mais atrativo para novas indústrias ou ampliações. A própria densidade urbano-industrial
prévia do interior foi um grande estímulo a manter, no Estado, parte considerável dos novos
investimentos privados30.
Como centro de alta tecnologia – com presença de importantes universidades, particularmente
a Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, e centros e institutos de pesquisa – e uma
região consolidada que oferecia boa infraestrutura, a Região Administrativa de Campinas
também se beneficiou com o retorno do movimento de desconcentração das atividades
industriais, que passou a ser direcionado ao interior, a partir de 1985. Este novo fluxo de
investimentos – onde as empresas buscavam estratégias que privilegiassem toda a cadeia
produtiva – privilegiou áreas próximas da Capital, mais adiantadas industrialmente, possuidoras
de institutos de pesquisa e/ou instituições de ensino voltadas a Pesquisa e DesenvolvimentoP&D e com boa oferta de meios de comunicação e viários31.
A indústria de transformação se valeu da presença, na região, de centros de alta tecnologia,
como o Instituto de Tecnologia de Alimentos-ITAL, na área de alimentos e bebidas, além do
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações-CPqD, o Centro de Pesquisa
Renato Archer e o Laboratório Nacional de Luz Síncroton-LNLS, na área de alta tecnologia
industrial, além das universidades e outros centros e institutos de ciência e tecnologia.
Em 1983, foi criado o Centro de Indústrias de Alta Tecnologia-Ciatec, mais tarde denominado
Companhia de Desenvolvimento do Polo de Alta Tecnologia de Campinas, tendo por objetivo
coordenar as ações entre os agentes, de modo a estimular a implantação de empresas de base
tecnológica no local, assim como intermediar as relações entre empresas, universidade e
institutos de pesquisa.
Como resultado, intensificou-se a instalação, em Campinas e região, de diversas empresas
intensivas em tecnologia, atuando, principalmente, nos setores de telecomunicações,
informática, microeletrônica, optoeletrônica e química fina, além de um grande número de
empresas de pequeno e médio portes fornecedoras de insumos, componentes, partes, peças e
serviços. Empresas pioneiras, como IBM, HP, Itautec e Texas, se instalaram, na região,
interagindo com universidades, institutos de pesquisa científica e tecnológica.
Nos anos 1990, uma nova onda de investimentos resultou na instalação de empresas, muitas de
capital estrangeiro, que optaram pela região para a localização de novas plantas em setores
ligados à alta tecnologia, especialmente na área de telecomunicações, como Lucent, Motorola e
Nortel32.
30
PACHECO, Carlos Américo. Novos Padrões de Localização Industrial? Tendências Recentes dos Indicadores da Produção e do Investimento
Industrial, Texto para Discussão. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, Nº 633, março de 1999.
31
MARTHINS de Araújo; JUNIOR, Aloysio. A Reorganização Espaço-Industrial no Estado de São Paulo: Análise a Partir da Indústria de Bens de
Capital. Estudos Geográficos. Rio Claro, junho de 2003. Disponível em: www.rc.unesp.br/igce/grad/geografia/revista.htm. Acesso em: 20
mai.2011.
32
PORTO, José Rubens Dória et. al. Arranjo Produtivo de Telecomunicações de Campinas/SP - Estudos Empíricos - Nota Técnica 16 do Projeto
de Pesquisa “Arranjos e Sistemas Produtivos Locais e as Novas Políticas de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico”. Campinas: Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), Instituto de Economia/ Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia - NEIT, julho de 2000.
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Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional • Unidade de Articulação com Municípios • Planejamento Regional
25
A atividade industrial da região de Campinas concentrou-se, particularmente, em sua Região
Metropolitana e ao longo do sistema Anhanguera-Bandeirantes, principal eixo rodoviário do
Estado, que atravessa a região33. A atividade acha-se presente em vários municípios como
Jundiaí, Limeira, Bragança Paulista, Indaiatuba, Americana, Santa Bárbara d’Oeste e Sumaré, e na
porção Oeste, no entorno dos municípios de Piracicaba e Araras, onde destaca-se a
agroindústria sucroalcooleira.
Nos últimos anos, a RA continuou atraindo investimentos industriais e de serviços em
segmentos de destaque regional, sendo, depois da RMSP, a região que mais recebeu
investimentos, no Estado de São Paulo.
A Pesquisa dos Investimentos do Estado de São Paulo-PIESP da Fundação Seade mostra a
liderança da indústria e, mais recentemente, dos serviços, no total dos investimentos anunciados
na RA, destacando-se, no período 2005-primeiro semestre de 2010:
• na indústria, os investimentos destinados à fabricação de: produtos químicos, produtos
farmacêuticos; veículos automotivos; papel e celulose; refino de petróleo e álcool;
produtos eletrônicos e equipamentos de comunicação; máquinas e equipamentos;
metalurgia básica; produtos de metal; máquinas, aparelhos e materiais elétricos;
produtos de borracha e material plástico; produtos de minerais não-metálicos; alimentos
e bebidas; e outros equipamentos de transporte;
• nos serviços, as atividades: imobiliárias, auxiliares dos transportes e agências de viagens,
recreativas/culturais/desportivas e de transporte aéreo, informática, alta tecnologia,
transportes terrestres, alojamento, alimentação, serviços pessoais, eletricidade/gás/água
quente, captação/tratamento/distribuição de água, intermediação financeira, saúde e
serviços sociais; e
• no comércio, as implantações de: hipermercados; shoppings centers; supermercados;
centros de distribuição; centros comerciais e condomínios empresariais.
Com os investimentos que recebeu, ao longo dos anos, a estrutura industrial da região tornouse bastante diversificada, englobando desde indústrias de grande porte, como a Replan da
Petrobras e o complexo químico e petroquímico de Paulínia, a pequenas e médias empresas,
como as fornecedoras dos segmentos de metalurgia, mecânica e montagens industriais.
Os principais investimentos no setor de serviços mostram que a região vem crescendo e se
adensando, particularmente pelos grandes investimentos do setor imobiliário. Estas e outras
atividades de serviços, no geral, acompanham o crescimento industrial e demográfico dos
principais centros urbanos ou refletem a presença da importante infraestrutura viária regional
(aeroporto de Viracopos e complexo Anhanguera-Bandeirantes).
Empregos e Estabelecimentos da RAIS 2008
Os dados da Relação Anual de Informações Sociais-RAIS de 2008 mostram a força da RA,
através da diversidade, o número elevado, em cada atividade, de empregados e de empresas e,
33
BRAGA, Roberto. Dinâmica Regional, Industrialização e Sustentabilidade Ambiental no Estado de São Paulo: uma visão a partir da Região
Administrativa de Campinas-SP. In XIII Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional.
Florianópolis, 25 a 29 de maio de 2009.
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26
sobretudo, de importantes participações no total dos empregos do Estado, em praticamente
todas as divisões da Classificação Nacional das Atividades Econômicas-CNAE, das quais podem
ser destacadas, no setor industrial: a fabricação de produtos têxteis (40,7%), produtos de
minerais não metálicos (37,7%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos
(27,4%), máquinas e equipamentos (26,9%), veículos automotores, reboques e carrocerias
(26,7%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (22,3%), entre outras.
Denotando a presença de várias grandes indústrias, o setor industrial da região contava, em
2008, com 550.773 empregos formais e 16.899 estabelecimentos, correspondendo,
respectivamente, a 31,7% do total regional de empregos e 12,3% do total de estabelecimentos.
O setor industrial é o que mais emprega, encontrando-se presente em todos os municípios,
embora mais concentrado em Campinas (9,7%), Jundiaí, (7,5%), Piracicaba (6,3%), Limeira
(5,1%), Americana (5,0%), Indaiatuba (4,2%) e Rio Claro (4,0%).
No total da indústria de transformação, as divisões que mais empregam são as de: veículos
automotores, reboques e carrocerias (12,8%); produtos alimentícios (10,6%); máquinas e
equipamentos (9,5%); produtos têxteis (8,6%); produtos de metal (8,2%); produtos de
borracha e de material plástico (7,2%); e produtos de minerais não-metálicos (7,1%). Juntas
respondem por 63,5% do total dos empregos industriais da RA. Outras divisões que se
destacam, no emprego industrial, são as de: produtos químicos; confecção, vestuário e
acessórios; máquinas, aparelhos e materiais elétricos; equipamentos de informática, produtos
eletrônicos e ópticos; e celulose e papel.
O setor metal-mecânico34 foi responsável, em 2008, por 23,2% do total de empregos estaduais
do setor, concentrando-se, sobretudo, em Piracicaba, Campinas, Limeira, Jundiaí, Indaiatuba e
Sumaré.
No conjunto da RA, a estrutura econômica da RMC difere da de seus demais municípios por se
voltar predominantemente à indústria e aos serviços, onde concentra inúmeras empresas de alta
tecnologia. Vários segmentos do próprio setor de serviços refletem o dinamismo das atividades
industriais, às quais dão apoio. Já, na economia dos municípios que não fazem parte da RMC, o
setor primário e a agroindústria de alimentos e bebidas têm papel relevante e não existe a
concentração do setor de serviços encontrada na RMC.
No terciário (serviços de utilidade pública, comércio e serviços), as características industriais e
agropecuárias deram ensejo a atividades de serviços de apoio à atividade econômica,
especialmente nos setores de transportes e de armazenamento e atividades ligadas ao
transporte, prestação de serviços de informação e P&D Científico. Outras atividades terciárias
refletem a grande concentração populacional da região, dando atendimento às famílias e às
necessidades dos consumidores, como as do comércio varejista e de veículos automotores e
motocicletas e os serviços de saúde, educação, assistência social, alojamento, saneamento básico
e atividades esportivas e de lazer.
O terciário da RA abrangia, em 2008, 1.048.989 empregos e 105.283 estabelecimentos,
correspondendo, respectivamente, a 60,3% do total dos empregos e 76,3% do total de
estabelecimentos. Assim como acontece com os empregos industriais, o emprego do setor
34
O setor metal-mecânico, aqui considerado, agrupou as divisões de metalurgia, produtos de metal, máquinas e equipamentos, veículos
automotores e motocicletas, outros equipamentos de transporte e manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos.
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27
terciário encontra-se mais concentrado nos principais centros urbanos da região: Campinas
(27,1%), Jundiaí, (9,2%), Piracicaba (6,4%), Americana (4,1%), Limeira (3,6%), Indaiatuba
(2,8%) e Rio Claro (2,7%).
Principais Atividades da RA de Campinas Segundo a RAIS de 2008
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, Relação Anual de Informações Sociais-RAIS, 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
Ao contrário do que a economia regional poderia fazer supor, pela proximidade com a capital
paulista, a RA apresenta baixa concentração de atividades de sedes de empresas, consultoria em
gestão de empresas e serviços de apoio a empresas. Além disso, a região também não se
destaca por alguns dos serviços prestados às famílias: agências de viagens e de operadores
turísticos; vigilância, segurança e investigação; reparação e manutenção de equipamentos de
informática e comunicação e de objetos pessoais e domésticos; outras atividades de serviços
pessoais; e atividades de organizações associativas. Ainda, a RA não tem projeção, no Estado,
em serviços culturais, como as atividades artísticas, criativas e de espetáculos e as ligadas ao
patrimônio cultural e ambiental, de organizações associativas e, dada a grande diversidade
econômica regional, de administração pública.
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Valor Adicionado e Valor Adicionado Fiscal
Os dados de Valor Adicionado-VA utilizados para fins do cálculo do Produto Interno Bruto-PIB
de 2008 mostram que a indústria da região gerou um VA de R$ 47.047,26 milhões,
representando 37,2% do VA total regional e 19,3% do VA da Indústria do Estado de São Paulo.
Os municípios que mais contribuíram para o VA industrial da RA foram: Campinas (11,9%),
Jundiaí (9,2%), Piracicaba (6,8%), Sumaré (5,4%), Paulínia (5,0%), além de Americana, Limeira,
Louveira, Indaiatuba, Rio Claro, Vinhedo e Hortolândia.
Os serviços geraram um VA de R$ 77.216,83 milhões, correspondendo a 61,0% do VA regional
e 13,5% do VA do setor de Serviços do Estado. Os municípios que mais se destacaram no VA
dos Serviços, foram os mesmos que mais contribuíram para o VA industrial regional: Campinas
(20,2%), Jundiaí (10,9%), Piracicaba (5,5%), Paulínia (4,4%), Louveira (3,7%), Americana
(3,6%), Hortolândia (3,6%), Limeira (3,5%), Sumaré (3,3%), Vinhedo, Indaiatuba e Rio Claro.
Na ausência de dados atualizados de VA ou, no caso da Indústria, de Valor Transformação
Industrial-VTI por divisão ou setor da indústria de transformação em nível municipal, foram
utilizados, aqui, dados de Valor Adicionado Fiscal-VAF da Fundação Seade de 2009.
De acordo com estes, o VAF da região foi de R$ 129,9 bilhões, dos quais o setor industrial
participou com R$ 82,4 bilhões, ou 63,4% do total, tendo como principais contribuições os
setores de: combustíveis (12,6%); material de transporte – montadoras e autopeças (9,1%);
produtos alimentícios (6,1%); máquinas e equipamentos (4,5%); produtos químicos (4,2%);
papel e celulose (3,3%); produtos farmacêuticos (2,5%); e produtos têxteis (2,1%).
A indústria da região de Campinas contribui com 27,0% do total do VAF industrial do Estado de
São Paulo, com participação elevada no total estadual, especialmente nos setores industriais de:
máquinas para escritório e equipamentos de informática (67,6%); materiais eletrônicos e
equipamentos de comunicação (49,5%); têxtil (45,2%); combustíveis (42,0%); papel e celulose
(41,5%); bebidas (38,1%); produtos de minerais não-metálicos (34,6%); eletrodomésticos
(33,1%); máquinas e equipamentos (29,1%); produtos de material plástico (25,9%); materiais
de transporte – montadoras e autopeças (25,0%); artigos de borracha (23,9%); produtos
químicos (22,7%); produtos farmacêuticos (22,5%); equipamentos médicos, óticos, de
automação e precisão (22,4%); produtos de metais (22,0%); madeira (20,6%); produtos
alimentícios (20,2%); e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (20,1%).
No conjunto da RA, Paulínia – que abriga a Replan, da Petrobras, e o polo petroquímico – tem
maior contribuição para o VAF industrial da região (22,0%), seguido de Campinas (8,8%),
Jundiaí (6,6%), Piracicaba (5,4%), Jaguariúna (4,0%), Sumaré (3,9%), Limeira (3,8%),
Hortolândia (3,6%), Indaiatuba (3,1%) e Americana (3,0%).
Em sua grande maioria, os municípios que mais empregam são os que geram maior VAF, com
exceção de Paulínia, que se destaca apenas pelo VAF.
Alguns setores, no geral mais intensivos em tecnologia, têm maior peso na geração de valor
adicionado fiscal do que na geração de empregos, como é o caso de combustíveis –
concentrado em Paulínia –, produtos farmacêuticos, máquinas para escritório e equipamentos
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de informática, materiais eletrônicos e equipamentos de comunicação e equipamentos médicos,
óticos, de automação e precisão.
Por outro lado, a maior parte das demais divisões mostra sua força na estrutura industrial da
região, ao estarem presentes tanto entre aquelas que mais empregam como entre as que mais
geram valor adicionado fiscal, como é o caso de veículos automotores, reboques e
carrocerias/material de transporte – montadoras e autopeças, produtos alimentícios, máquinas e
equipamentos, produtos têxteis, produtos de metal, produtos de borracha e material plástico,
produtos de minerais não-metálicos, produtos químicos, máquinas, aparelhos e materiais
elétricos e celulose e papel.
Principais Atividades da RA de Campinas Segundo Valor Adicionado Fiscal-VAF 2008
Fonte: Fundação Seade, Valor Adicionado Fiscal - VAF 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
O VAF do Setor Terciário da RA foi, em 2009, de R$ 48,7 bilhões, ou 35,5% do total do VAF
regional, tendo o Comércio participado com 55,1% e os Serviços com 44,9%. Nestes, as
principais contribuições vieram dos Serviços de Transporte (32,2%) e dos Serviços de
Comunicação (27,7%), que se destacam, também, pela geração de empregos, na região.
No geral, os municípios que se destacam na geração do VAF na indústria são os mesmos que se
destacam na geração de VAF no setor terciário, embora com mudanças nas posições.
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Exportações e Importações
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança
comercial da RA é historicamente deficitária. Em 2009, o déficit chegou quase a US$ 5 bilhões
FOB, tendo a região exportado mercadorias e serviços que totalizaram US$ 7,8 bilhões e
importado produtos e serviços no valor total de US$ 12,8 bilhões. As duas tabelas subsequentes
referem-se, respectivamente, aos 30 primeiros produtos das listas dos principais produtos
exportados e importados pelos municípios da RA.
Principais Produtos Industriais Exportados em 2009
Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Elaboração: SPDR/UAM.
As exportações da região mostram a força de seus setores metal-mecânico, eletroeletrônico,
químico e agroindustrial. As principais importações regionais, por sua vez, referem-se, no geral,
àqueles três primeiros setores, muitos deles, a peças, componentes e matérias-primas dos
produtos exportados. Assim, muitos municípios que se destacam nas exportações também se
destacam nas importações.
As importações de peças e componentes de alto valor agregado de produtos eletroeletrônicos,
de telecomunicações e do setor metal-mecânico, montados na região para fornecimento interno
ou para exportação, explica boa parte do déficit da balança comercial do setor industrial
regional.
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Principais Produtos Industriais Importados em 2009
Fonte: Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Elaboração: SPDR/UAM.
Arranjos ou Aglomerados Produtivos
A RA de Campinas é a região do Interior que mais concentra arranjos ou aglomerados
produtivos identificados por órgãos públicos ou privados, no Estado de São Paulo.
Arranjos Produtivos Locais e Aglomerados Produtivos na RA de Campinas
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, Relação Anual de Informações SociaisRAIS, 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
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Um dos arranjos produtivos que mais caracterizam a região é o de alta tecnologia, que
envolve a fabricação de equipamentos médicos e hospitalares, produtos eletrônicos, químicos e
de telecomunicações e informática. Vários municípios contribuem para a fabricação dos
produtos de alta tecnologia, como Campinas, Jundiaí, Sumaré, Jaguariúna, Indaiatuba, Piracicaba,
Paulínia, Bragança Paulista, Rio Claro, Moji Mirim, Americana, Pirassununga, Limeira,
Hortolândia, Amparo, Vinhedo, Itapira, Atibaia, Itatiba e Itupeva, Nova Odessa, Valinhos, entre
outros.
• A indústria de produtos médico-odontológicos de Campinas ocupa posição de
destaque, nos contextos estadual e nacional, e faz parte do cluster regional de saúde, no
qual concentram-se, além das indústrias do setor, hospitais de referência regional,
estadual e nacional, instituições de ensino, fornecedores, laboratórios, médicos
especialistas e prestadores de serviços, exigindo mão de obra qualificada e pesquisas
científicas e tecnológicas.
• O setor de telecomunicações, informática e eletrônicos, nas décadas de 1970 e
1980, também configurou-se como um cluster, onde diversas empresas, muitas de
grande porte e líderes mundiais em seus respectivos segmentos, como a IBM, se uniram
a várias instituições de pesquisa científica e tecnológica da região – como as
universidades UNICAMP-Universidade Estadual de Campinas e PUC-CAMPINASPontifícia Universidade Católica de Campinas e os institutos de pesquisa CTI-Centro de
Tecnologia de Informática, o CPqD-Centro de Pesquisa e Desenvolvimento e o LNLSLaboratório Nacional de Luz Síncotron –, para fomentar um processo local de geração
de inovações35. Ainda existem casos bem sucedidos do processo local de geração de
novas tecnologias, especialmente entre as firmas prestadoras de serviços ou
fornecedoras da região, muitas vezes devido à existência de uma rede de relações
informais entre os agentes locais, já que muitos são egressos das mesmas empresas,
muitas vezes da IBM, ou da mesma universidade, em geral da UNICAMP36.
Já na década de 1990, com a globalização, as novas empresas multinacionais instaladas na
região, produtoras de redes de comutação fixa e móvel, não tiveram a mesma relação
com o sistema de ciência e tecnologia e a rede de fornecedores locais, cuja importância
foi secundária em sua decisão de investir. Para a estratégia global de importação e
exportação dessas empresas, foi decisiva a presença da infraestrutura viária integrada e
do aeroporto de Viracopos, capaz de receber grandes aeronaves de carga37.
Outros setores que englobam vários arranjos produtivos de renome são o têxtil e o de
confecções.
• A indústria têxtil regional responde por 40,7% dos empregos estaduais dessa divisão.
Embora esteja presente em vários municípios da região, como Itatiba, Jundiaí, Amparo,
Artur Nogueira e Morungaba, o polo têxtil de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara
d´Oeste e Sumaré forma a principal concentração de empresas e de empregos do setor.
35
SOUZA, Maria Carolina A. F.; GARCIA, Renato, O Arranjo Produtivo de Indústria de Alta Tecnologia da Região de Campinas – Estado de São
Paulo, Nota Técnica Nº 27/99 do Projeto Globalização e Inovação Localizada: Experiências de Sistemas Locais no Âmbito do Mercosul e
Proposições de Políticas de C&T. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ/Instituto de Economia, dezembro de 1999.
36
GARCIA, Renato de Castro. Experiência de cluster em setores de alta tecnologia: O caso da região de Campinas, São Paulo. In: V Encontro
Nacional de Economia Política, 2000. Fortaleza: Anais do V Encontro Nacional de Economia Política. Fortaleza, 2000.
37
IDEM. ibidem.
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Esse APL concentra 56,5% dos empregos da indústria têxtil regional: Americana
responde por 28,3%, Santa Bárbara d´Oeste por 13,3%, Nova Odessa por 11,4% e
Sumaré por 3,5%. O setor têxtil também representa a principal contribuição para o
valor adicionado fiscal de Americana (29,1% do VAF total), Nova Odessa (36,9%) e
Santa Bárbara d´Oeste (31,4%). Somente Sumaré não tem a indústria têxtil como a
principal atividade municipal, suplantada por suas indústrias de material de transportemontadoras e autopeças, produtos químicos, metalurgia e produtos de metal.
Segundo trabalho do BNDES de 2001 e de acordo com estimativas do SINDITECSindicato das Indústrias Têxteis de Americana, Nova Odessa, Santa Bárbara d’Oeste e
Sumaré, o polo têxtil responde por 85,0% da produção nacional de tecidos planos de
fibras artificiais e sintéticas (poliéster, náilon, acrílico)38, constituindo-se o maior polo
produtor de tecidos planos de fibras sintéticas e artificiais da América Latina, do qual
fazem parte várias pequenas e médias empresas, cuja produção se dirige,
predominantemente, para o mercado interno.
O segmento produtor de fibras sintéticas, que integra o chamado complexo
petroquímico-têxtil, se caracteriza pelo uso intensivo de capital, novas matérias-primas e
sofisticação tecnológica, exigindo a utilização, em larga escala, da microeletrônica e da
mecânica de precisão presentes na RA. Assim, o setor têxtil depende do
desenvolvimento tecnológico de outros setores, ou seja, grande parte dos avanços
tecnológicos no processo produtivo da indústria têxtil provém dos avanços ocorridos na
produção de suas máquinas e de suas matérias-primas (fibras sintéticas).
Americana e Santa Bárbara d´Oeste também acoplam à indústria têxtil uma importante
indústria de confecções de artigos do vestuário e acessórios. Neste setor, Americana
responde por 11,9% do total regional de empregos da divisão, seguido de Santa Bárbara
d´Oeste, (9,2%), Campinas (7,3%), Indaiatuba (7,3%), Capivari (5,9%) e Jundiaí, onde
existe importante concentração de confecções de moda adulta e de moda infantil
(5,5%). Espírito Santo do Pinhal é outro município que concentra indústrias de
confecções.
• Outros aglomerados produtivos do setor de confecções, na RA, são o de confecções
de bebê, de Amparo, e o de malhas, do Circuito Paulista das Malhas. Este faz intersecção
com o Circuito Paulista das Águas, abaixo mencionado, já que muitas cidades deste
circuito são estâncias hidrominerais, localizadas próximas a serras, que passaram a
produzir malhas como um atrativo alternativo do município, sobretudo na temporada do
inverno. As principais cidades do circuito são Itapira, Serra Negra, Socorro, Lindóia e
Águas de Lindóia.
O arranjo produtivo de álcool de Piracicaba e região é outro importante polo industrial da
RA, formado pelos municípios de Piracicaba, Águas de São Pedro, Capivari, Charqueada, Elias
Fausto, Mombuca, Rafard, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Maria da Serra e São Pedro.
38
BRASIL. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, Área Industrial, Gerência Setorial de Bens de Consumo Não
Duráveis. Polo de Tecelagem Plana de Fibras Artificiais e Sintéticas da Região de Americana. Rio de Janeiro: fevereiro de 2001.
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A partir de 1970, o Proálcool deu grande impulso às usinas e destilarias, promovendo o
desenvolvimento do complexo industrial sucroalcooleiro de Piracicaba, composto por usinas e
indústrias mecânicas, de máquinas agrícolas, metalúrgicas e de papel e papelão.
Piracicaba tornou-se o grande centro nacional de tecnologia e produção do setor
sucroalcooleiro, abrigando o Polo Nacional de Biocombustíveis e detendo a mais alta tecnologia
do setor, alcançada com a colaboração de instituições como a ESALQ-Escola Superior de
Agronomia Luiz de Queiroz, o CTC-Centro de Tecnologia Canavieira, a STAB-Sociedade dos
Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil, o CENA-Centro de Energia Nuclear Aplicado a
Agricultura, a UNICAMP-Universidade Estadual de Campinas, a UNIMEP-Universidade
Metodista de Piracicaba e a EEP-Escola de Engenharia de Piracicaba39. Por ano, o arranjo colhe
16,7 milhões de toneladas de cana de açúcar e produz 502 milhões de litros de etanol, 1.380
toneladas de açúcar e 172.900 MW de energia.
Na RA, além do Polo de Piracicaba, encontram-se usinas do setor sucroalcooleiro em Araras,
Cosmópolis, Iracemápolis, Itapira, Leme, Mococa, Pirassununga, Santa Bárbara d´Oeste, São
João da Boa Vista, Tapiratiba e Brotas.
A região concentra, ainda, vários arranjos produtivos de base mineral que apresentam
características específicas, de acordo com o insumo utilizado, proveniente das jazidas minerais
locais.
Produtos Minerais Não-Metálicos – Distribuição de Empregos segundo a RAIS 2008
RA de Campinas
Fonte: MTE/RAIS 2008. Elaboração: SPDR/UAM.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, Relação Anual de Informações Sociais-RAIS, 2008.
Elaboração: SPDR/UAM.
39
CORREA, Rinaldi da Silva. Governança e Ganhos Coletivos no Arranjo Produtivo Local do Álcool (APLA) de Piracicaba. Piracicaba:
Universidade Metodista de Piracicaba, Faculdade de Administração e Negócios, fevereiro de 2008.
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O fator geológico, combinado com outros condicionantes favoráveis, levou à constituição de
aglomerados produtivos, em determinadas regiões – como a cerâmica estrutural de Tambaú e
Vargem Grande do Sul, a cerâmica de revestimento de Santa Gertrudes, a cerâmica vermelha
de Itu, a cerâmica branca de Pedreira e a extração e produção de água mineral do Circuito
Paulista das Águas –, cuja produção é voltada, predominantemente, para o consumo
doméstico40.
• O Circuito Paulista das Águas, da região de Amparo, é um núcleo de
desenvolvimento setorial-regional, do qual fazem parte Amparo, Águas de Lindóia,
Lindóia, Jaguariúna, Monte Alegre do Sul, Serra Negra e Socorro. Mais afastados desse
núcleo, outros municípios da RA também se destacam na extração e no processo
produtivo de engarrafamento e gaseificação de águas minerais, como Águas da Prata,
Águas de São Pedro, São João da Boa Vista, Jundiaí, Rio Claro, Campinas, Piracicaba e
Bragança Paulista.
• O APL de revestimentos cerâmicos de Santa Gertrudes constitui uma das principais
aglomerações brasileiras de base mineral, sendo especializado na produção de
revestimentos cerâmicos. Santa Gertrudes, Cordeirópolis e Rio Claro constituem o
centro de gravidade do APL, que se estende para Limeira, Araras, Ipeúna e Piracicaba41.
Em 2006, foram comercializados 283 milhões de m2 no mercado interno e 45 milhões de
m2, no externo, correspondendo, respectivamente, a 58,0% e 39,0% das vendas
brasileiras. Em 2007, o APL congregava 49 cerâmicas, com escala de produção elevada
em relação ao padrão internacional do segmento.
• A RA abriga, ainda, APLs de cerâmica vermelha, em Socorro, Tambaú e Vargem
Grande do Sul, cuja atividade é a produção de materiais para construção, como blocos
de vedação e estruturais, telhas, tijolos maciços, lajotas e tubos, além de produtos para
fins diversos como argilas piro-expandidas, objetos ornamentais e utensílios domésticos,
fabricados a partir de argila comum42.
• A região conta, também, com outros polos produtores de cerâmica, como os de Itu,
Campinas, Monte Mor, Pirassununga, Jundiaí, Rio Claro, Piracicaba, Moji Mirim, Limeira
e São João da Boa Vista, além do de porcelana e faiança de Pedreira, que utiliza cerâmica
branca destinada à fabricação de porcelana ou faiança para uso doméstico, como xícaras,
pratos etc., e de isoladores utilizados em linhas de distribuição de energia elétrica e
linhas de telecomunicações.
O APL de joias folheadas de Limeira, uma aglomeração de pequenas empresas do setor de
joias e joias-fantasia, é outro destaque da RA de Campinas. Todas as atividades da cadeia
produtiva do setor encontram-se presentes, em Limeira como, por exemplo, a lapidação de
pedras preciosas, a produção de semijoias folheadas, máquinas e equipamentos, prestadores de
serviços para os segmentos de galvanoplastia, montagem, solda, usinagem, insumos químicos
para os banhos galvânicos, além de canais de comercialização para o mercado nacional e
internacional.
40
CABRAL JUNIOR, Marsis. Caracterização dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) de Base Mineral no Estado de São Paulo: Subsídios à
Mineração Paulista. Campinas: Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Instituto de Geociências, novembro de 2008.
41
IDEM. Ibidem.
42
SERVIÇO Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - SEBRAE/SP. Cerâmica Vermelha para Construção: Telhas, Tijolos e Tubos Relatório Completo. Estudos de Mercado SEBRAE/Escola Superior de Propaganda e Marketing – ESPM, setembro de 2008.
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36
O SINDIJOIAS-Sindicato da Indústria de Joalheria, Ourivesaria, Bijuteria e Lapidação de Gemas
do Estado de São Paulo aponta a existência de 450 empresas legalmente constituídas,
responsáveis por cerca de 9.000 empregos diretos e 50.000 indiretos43.
Outro aglomerado produtivo da RA é o de Móveis de Itatiba, que concentra as indústrias
moveleiras de Itatiba, Campo Limpo Paulista, Jundiaí, Valinhos e Vinhedo. De acordo com a
Associação Industrial e Comercial de Itatiba-Aicita, esse polo concentra 56 indústrias moveleiras,
sendo que 70% delas são micro e pequenos negócios que empregam 30% da mão de obra
local44. Em sua maioria, são indústrias de móveis sob encomenda.
Trabalho referente ao georreferenciamento de possíveis APLs, no Estado de São Paulo45,
identificou, ainda, o APL de madeira e móveis de Moji Mirim.
Outros setores industriais que se destacam, na RA, são os de alimentos e bebidas, que se
baseiam na notável agricultura regional.
• A indústria de alimentos responde por 18,3% do total dos empregos do Estado e
encontra-se bastante espalhada no território regional, embora concentrando um maior
número de empregos em Piracicaba (8,2%), Campinas (7,9%), Araras (6,3%) e Jundiaí
(5,4%). Nessa indústria, Espírito Santo do Pinhal e São Sebastião da Grama são
identificados como arranjos produtivos locais de café fino46.
• O setor de bebidas engloba, além da produção de água mineral, a de cervejas, vinhos e
destilados de cana de açúcar. A RA é responsável por 26,5% do total dos empregos do
setor de bebidas do Estado de São Paulo, especialmente em: Jundiaí (27,5%), que se
destaca por sua produção de refrigerantes, cervejas e vinhos; Pirassununga (14,9%),
importante produtora de cachaça; e Jaguariúna (11,8%), que abriga cervejaria da AmBev.
Segundo o Sindicato Nacional da Cerveja-SINDICERV (2005), na região, encontram-se
várias cervejarias, especialmente em Jaguariúna, Moji Mirim, Socorro, Campinas, Capivari,
Indaiatuba, Amparo, Ipeúna e Sumaré. Na cadeia da uva e vinho, destacam-se, Jundiaí e
Jarinu.
Trabalho de 200847 identificou, no território regional, um grande aglomerado industrial do
setor de bebidas, compreendendo os municípios de Rio Claro, São Simão, Santa Rita do
Passa Quatro, Santa Cruz das Palmeiras, Porto Ferreira, Pirassununga, Leme, Mogi Guaçu
e Moji Mirim.
43
BRUNA, Gilda Collet, et. al. Arranjos Produtivos Locais Em Cidades de Porte Médio do Estado de São Paulo: Uma Oportunidade ao
Desenvolvimento
Urbano.
Cadernos
de
Pós-Graduação
em
Arquitetura
e
Urbanismo.
Disponível
em:
http://www.mackenzie.br/dhtm/seer/index.php/cpgau/article/viewFile/110/17. Acesso em: 5 out. 2011.
44
Disponível em: http://www.cgimoveis.com.br/economia/sebrae-sp-lanca-projeto-para-fortalecer-o-polo-moveleiro-de-itatiba
45
SUZIGAN, Wilson (Coordenador). Identificação, Mapeamento e Caracterização Estrutural de Arranjos Produtivos Locais no Brasil – Relatório
Consolidado. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, Diretoria de Estudos Setoriais - DISET, Outubro de 2006.
46
SILVA, Ana Lucia Gonçalves (Coordenadora). Os Arranjos Produtivos Locais no Estado de São Paulo: Mapeamento, Metodologia de
Identificação e Critérios de Seleção para Políticas de Apoio - São Paulo - Relatório de Pesquisa 01. In CAMPOS, Renato Ramos (Coordenador).
Projeto Análise do Mapeamento e das Políticas para Arranjos Produtivos Locais no Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, Projeto Redesist,
UFRJ, 2009. Disponível em: http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Galerias/Arquivos/empresa/pesquisa/Mapeamento_SP.pdf.
Acesso em: 5 out. 2011.
47
CHIAPETTA, Roger Vitor. Aglomerações Produtivas e a Dinâmica Territorial do Setor de Bebidas no Estado de São Paulo. In 1º Simpósio de
Pós-Graduação em geografia do Estado de São Paulo – SIMPGEO-SP. Rio Claro, 17 a 19 de novembro de 2008. Disponível em:
http://www.rc.unesp.br/igce/simpgeo/1094-1105roger.pdf. Acesso em 5 out. 2011.
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Características de Indústria e Serviços
Campinas é a segunda região do Estado de São Paulo em valor de produção industrial, ficando
atrás apenas da Região Metropolitana de São Paulo, e responde por cerca de 10% do total da
produção industrial nacional. Abrange desde indústrias tradicionais, como automotiva, têxtil,
metalúrgica, alimentícia, petroquímica e farmacêutica, até nichos da produção de ponta em
telecomunicações, eletrônica, informática e química fina. No segmento de produtos de bens
intermediários, destacam-se a indústria química e as divisões de papel e celulose, borracha e
plástico, farmacêutica e de minerais não-metálicos e, no de bens de capital, o ramo metalmecânico48.
Na análise da estrutura industrial da RA, percebe-se o papel relevante que têm, na geração de
emprego e valor adicionado fiscal, nas exportações e no apoio a outros setores, as indústrias do
complexo metal-mecânico – sobretudo as montadoras de veículos automotores e as empresas
produtoras de máquinas e equipamentos agrícolas e industriais – além dos setores
petroquímico, químico e eletrônico. Outras atividades industriais representativas da região são
as de fabricação de: alimentos, que responde por grande parte dos empregos, dos
estabelecimentos e do VAF regional; têxteis; produtos de borracha e de material plástico; e
produtos de minerais não-metálicos.
A RA caracteriza-se, também, pela presença de um amplo conjunto de arranjos produtivos
concentrados em determinadas sub-regiões, mas com presença marcante nos cenários regional,
estadual ou mesmo nacional, especialmente os de alta tecnologia de Campinas, têxtil de
Americana, semijoias de Limeira, álcool de Piracicaba e cerâmica de Santa Gertrudes.
O encadeamento produtivo é uma das marcas da indústria da região. Sua agroindústria se acopla
à agricultura, sua indústria extrativa se encadeia à fabricação de produtos minerais não-metálicos
e à cadeia da construção civil e sua produção florestal é base da fabricação de celulose e papel,
produtos de madeira e móveis, entre outros. No setor de serviços, as atividades de educação
formam pessoal técnico e dão suporte para as atividades de institutos e centros de pesquisa
tecnológica e de empresas de alta tecnologia da região.
Com a presença de várias Universidades, entre elas a Unicamp, e institutos e centros de
pesquisa tecnológica, a RA tem como uma de suas principais características a interação entre
suas universidades e empresas. Não é outra a razão da estruturação, pelo Governo do Estado,
de três iniciativas tecnológicas, na região: o Polo de Pesquisa e Inovação da Unicamp e os
parques tecnológicos do CPqD e do CTI-TEC.
O Polo de Pesquisa e Inovação da Unicamp será desenvolvido dentro do campus da Unicamp,
em Campinas, onde serão construídos laboratórios para abrigar pesquisa colaborativa entre a
universidade e empresas maduras e uma incubadora com capacidade para 75 empresas.
O Parque Tecnológico do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento-CPqD, conhecido como Pólis
de Tecnologia, é um ambiente tecnológico onde estão instalados laboratórios de pesquisa e
importantes empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação-TIC da região de
Campinas.
48
SÃO PAULO (Estado). Secretaria do Emprego e Relações do Trabalho – SERT. Caravana do Trabalho, 2007. Disponível em:
http://www.emprego.sp.gov.br/pesquisa-e-servicos/caravana-do-trabalho. Acesso em: 5 out. 2011.
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O Parque Tecnológico do Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer-CTI-TEC de
Campinas é uma unidade de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia-MCT, que atua há
28 anos nas áreas de pesquisa e desenvolvimento em Tecnologia da Informação e Comunicação,
interagindo com a academia e o setor produtivo, para oferecer soluções nos campos de
componentes eletrônicos, microeletrônica, sistemas, software e aplicações de TIC – como
robótica, softwares de suporte à decisão e tecnologias 3D para indústria e medicina.
Outro Parque Tecnológico que vem se formando, na região, é o de Limeira, que tem parceria
com a Unicamp para inovar empresas das áreas de software, automação ou cosméticos.
As cadeias produtivas, por sua vez, se integram, no território da RA, potencializando o
desenvolvimento econômico regional, como ocorre com os complexos metal-mecânico,
petroquímico, químico, elétrico, farmacêutico e eletrônico, que dão apoio às atividades de
vários segmentos industriais da região. O complexo de indústrias intensivas em conhecimento –
material elétrico e telecomunicações, material eletrônico, equipamentos médicos, óticos, de
precisão e automação e máquinas de escritório e equipamentos de informática –, por exemplo,
tem relevância estratégica para todo setor produtivo regional e constitui-se um dos pilares do
desenvolvimento da fabricação de produtos de fibras sintéticas da região de Americana. Outros
setores também se complementam, na estrutura econômica regional, como o metal-mecânico
que sempre esteve acoplado ao desenvolvimento da agropecuária e do setor sucroalcooleiro, e
a indústria extrativa de minerais não-metálicos, que participa, além das cadeias produtivas
específicas do setor, das da agricultura e da construção civil.
Embora a RA tenha baixa participação nas atividades de comando ou de suporte às empresas e
não se projete em várias das atividades culturais e de apoio às famílias, o setor de serviços da
região oferece um suporte adequado a várias atividades de sua moderna agricultura, de sua
indústria de alta tecnologia ou de suas estâncias turísticas, especialmente as de transportes
terrestres, armazenamento e centros de distribuição, transporte aéreo, tecnologia e serviços de
informação, alojamento e P&D científico. Outras atividades terciárias refletem a alta
concentração de uma população que tem alto poder aquisitivo, como as atividades imobiliárias e
de comércio varejista, vendas e reparação de veículos automotores e motocicletas, educação,
saúde, assistência social, esportes e lazer e alimentação.
Com atividades econômicas variadas em todos os setores, a região não se destaca pelas
atividades da administração pública, mas tem papel relevante, no contexto estadual, nos serviços
de utilidade pública.
Assim, com uma base industrial diversificada, bastante estruturada em cadeias e complexos
produtivos complementares, e com um setor de serviços que responde a ela e à população que
abriga, a RA se projeta tanto na economia paulista como na nacional.
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39
DESEMPENHO ECONÔMICO, 1996 A 2008
Nesta seção, o desempenho econômico regional é avaliado a partir do comportamento do PIB
municipal ao longo do período de1996 a 2008. Utiliza-se, para tanto, a taxa média geométrica
de crescimento do PIB ao ano (em %) e a metodologia proposta por Azzoni (2008)49 a qual
permite a identificação de municípios dinâmicos, estagnados e daqueles que acompanharam o
ritmo de crescimento do conjunto do Estado50.
Estas duas formas de avaliação do comportamento do PIB permitem alcançar uma análise mais
completa, já que a metodologia desenvolvida por Azzoni (2008) evita que municípios menores e
mais pobres, com um pequeno incremento no PIB, apresentem crescimento extremamente
elevado, problema geralmente encontrado em estudos que utilizam apenas a taxa geométrica de
crescimento anual51.
A avaliação da taxa média geométrica de crescimento do PIB, contudo, não deve ser
abandonada, uma vez que ela consegue captar o crescimento dos municípios maiores e mais
ricos que, em geral, na metodologia de Azzoni (2008), sempre estão entre aqueles com maior
PIB, de modo que não é possível migrar para um grupo mais rico, o que caracteriza o
dinamismo na metodologia proposta.
Analisando o PIB dos municípios da região observa-se que 56% acompanharam a média de
crescimento do Estado e que o número de municípios com dinamismo (29%) foi superior aos
com estagnação (16%). É de se notar, ainda, que a participação de municípios estagnados na
região (16%) é inferior a do Estado (29%), reforçando o indicativo de dinamismo da RA. Essa
tendência também pode ser observada através da comparação entre a taxa de crescimento do
PIB da RA (4,81% a.a) com a estadual (3,58% a.a).
Na RA Campinas, é expressivo o número de municípios cujo crescimento médio anual do PIB,
entre 1996 e 2008, foi superior a 10%. Esses municípios, em sua maioria, fazem parte da RMC
ou se encontram em seu entorno. Dentre eles podemos citar Hortolândia, Louveira e Sumaré.
O município Hortolândia atrai empresas desde a década de 70, configurando-se hoje em um
importante polo tecnológico dentro do Estado de São Paulo, com indústrias metalúrgicas,
siderúrgicas, ferroviárias, de material eletrônico e equipamentos de comunicação, de
medicamentos e de alimentos. Sua localização privilegiada foi fator relevante para o crescimento
econômico, em destaque a proximidade com Aeroporto Internacional de Viracopos e
importantes eixos rodoviários.
Louveira, por sua vez, encontra-se no eixo de expansão da atividade econômica entre a RMSP e
a RMC, aproveitando-se da infraestrutura de transporte localizada entre as duas regiões.
Importantes setores industriais do município são os de materiais plásticos, papel e celulose,
produtos têxteis, de alimentos e de higiene e beleza. Também fazem parte deste eixo de
49
AZZONI, C.R. Identificação Empírica de Áreas Dinâmicas, Áreas Estagnadas e Áreas em Retrocesso: Possível Alternativa Metodológica. Ciclo
de Seminários - Políticas Públicas em Debate. São Paulo: Fundap, 27 de junho de 2008.
50
Todos os valores referentes ao PIB, apresentados nesta seção, estão expressos segundo preços de 2000, ajustados pelo Deflator Implícito do
PIB Nacional, conforme disponibilizado no site www.ipeadata.gov.br. Importante ressaltar que a serie histórica do PIB, utilizada neste estudo,
tem algumas ressalvas por iniciar-se em 1996. A atual série oficial do PIB dos municípios brasileiros, calculada pelo IBGE em parceria com as
instituições estaduais de estatística (em São Paulo, com a Fundação Seade), inicia-se em 1999. Como sua metodologia sofre frequentes
mudanças, cada vez que isso ocorre, os dados pretéritos do PIB são recalculados, de modo a permitir sua comparabilidade temporal.
51
AZZONI, op. cit.
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40
expansão os municípios de Cabreúva, Itupeva e Vinhedo, todos com taxa de crescimento do PIB
superior a 10% ao ano.
Os fatores que influenciaram o crescimento de Sumaré são semelhantes aos de Hortolândia:
localização privilegiada e empresas do setor industrial, como as de produtos químicos, material
de transporte e metalurgia, automotiva, equipamentos de informática, material elétrico e de
telecomunicações, de plásticos e de borracha, todas com uso intensivo de tecnologia. Vale
destacar que a multinacional Honda, no ano de 1997, instalou uma montadora no município de
Sumaré.
Taxa média geométrica de crescimento do PIB ao ano (em %)
RA de Campinas, RMC e Estado de São Paulo – 1996 a 2008
Fonte: IBGE. Elaboração: SPDR/UAM.
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41
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42
ASPECTOS DEMOGRÁFICOS
A população da RA de Campinas, em 2010, era de 6.249.185 habitantes, representando 15,1%
do total estadual, de acordo com dados do Censo Demográfico 2010 (Tabela 1). Os municípios
pertencentes à RMC, localizados nessa RA, possuíam 2.797.137 habitantes, concentrando
44,8% da população da região.
Observa-se que nas últimas décadas, a região vem seguindo a tendência estadual de redução em
suas taxas anuais de crescimento populacional. Entretanto, entre 1980 e 2010, a evolução da
participação da população regional em relação à população estadual é crescente e suas taxas de
crescimento são superiores às do Estado em todo o período. Isto deve-se, em grande medida,
ao resultado obtido pela RMC, que registrou taxas mais elevadas do que a RA e o Estado.
Evolução da População Total
Estado de São Paulo e RA de Campinas – 1980 a 2010
Anos
1980
1991
2000
2010
População Total
Distribuição
RA de
Estado de
Relativa
Campinas
São Paulo
RA/ESP (%)
3 212 565
25 042 074
12,83
4 409 363
31 588 925
13,96
5 394 006
37 035 456
14,56
6 249 185
41 262 199
15,15
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980 a 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População
Estado de São Paulo, RA e RM de Campinas – 1980 a 2010
% ao ano
4,00
3,51
2,92
3,00
2,26
2,13
2,54
1,81
1,78
2,00
1,48
1,09
1,00
0,00
1980/1991
Estado de São Paulo
1991/2000
RA de Campinas
2000/2010
RM de Campinas
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 1980 a 2010.
Grande parte dos municípios da RA apresentou taxas de crescimento entre 1% e 2% ao ano no
período 2000/2010 (39 municípios). As taxas mais elevadas (acima de 3% ao ano) foram
observadas em 13 municípios, localizados, em sua maioria, no entorno da RMC. Destacam-se os
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43
municípios de Itupeva e Paulínia com taxas de 5,54% e 4,82% ao ano respectivamente, além de
Engenheiro Coelho e Holambra, ambos com 4,59% ao ano. O município de Campinas registrou
crescimento igual à média estadual (1,09% ao ano); e apenas quatro municípios tiveram
decréscimo da população no período.
Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População (% ao ano)
Estado de São Paulo – 2000 a 2010
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
Em 2010, a RA apresentou grau de urbanização de 94,9%, pouco abaixo da média estadual de
95,9%. Com exceção de Holambra, Engenheiro Coelho e Itatiba, os municípios integrantes da
RMC registraram urbanização acima de 90%.
Observa-se que a RA possuía, em 2010, maior concentração de municípios na faixa entre mais
de 20 mil e 50 mil habitantes (28,9%). Dentre os mais populosos, além do município de
Campinas, com mais de um milhão de habitantes, a região contava com seis municípios com
população superior a 200 mil habitantes (Jundiaí, Piracicaba, Limeira, Sumaré, Americana e
Indaiatuba); e dez localidades possuíam entre mais de 100 mil e 200 mil habitantes (Hortolândia,
Rio Claro, Santa Bárbara d´Oeste, Bragança Paulista, Mogi Guaçu, Atibaia, Araras, Várzea
Paulista, Valinhos e Itatiba).
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44
População Total, Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População e
Grau de Urbanização
Estado de São Paulo e RA de Campinas – 2000 e 2010
Localidade
E stado de São Paulo
RA de Campinas
A guaí
Á guas da Prata
Á guas de Lindóia
Á guas de São Pedro
A mericana
A mparo
A nal ândi a
A raras
A rtur Nogueira
A tibaia
B om Jesus dos Perdões
B ragança Paulista
B rotas
Cabreúva
Caconde
Campinas
Campo Limpo Paulista
Capivari
Casa Branca
Charqueada
Conchal
Cordeirópolis
Corumbataí
Cosmópolis
Divinolândia
E lias Fausto
E ngenheiro Coelho
E spíri to Santo do Pinhal
E stiva Gerbi
Holambra
Hortolândia
Indaiatuba
Ipeúna
Iracemápolis
Itapira
Itatiba
Itirapina
Itobi
Itupeva
Jaguariúna
Jarinu
Joanópolis
Jundiaí
Leme
Limeira
Lindóia
Louveira
Mococa
População
2000
37 032 403
5 393 804
28 195
7 131
16 190
1 883
182 593
60 404
3 582
104 196
33 124
111 300
13 313
125 031
18 886
33 100
18 378
969 396
63 724
41 468
26 800
13 037
22 676
17 591
3 794
44 355
12 016
13 888
10 033
40 480
8 856
7 211
152 523
147 050
4 340
15 555
63 377
81 197
12 836
7 466
26 166
29 597
17 041
10 409
323 397
80 757
249 046
5 331
23 903
65 574
2010
41 262 199
6 249 185
32 148
7 584
17 266
2 707
210 638
65 829
4 293
118 843
44 177
126 603
19 708
146 744
21 580
41 604
18 538
1 080 113
74 074
48 576
28 307
15 085
25 229
21 080
3 874
58 827
11 208
15 775
15 721
41 907
10 044
11 299
192 692
201 619
6 016
20 029
68 537
101 471
15 524
7 546
44 859
44 311
23 847
11 768
370 126
91 756
276 022
6 712
37 125
66 290
Taxa de
Grau de
Crescimento
Urbanização
Anual
(Em %)
(Em % a.a.)
2000/2010
2010
1,09
95,9
1,48
94,9
1,32
90,2
0,62
89,3
0,65
99,1
3,70
100,0
1,44
99,5
0,86
78,7
1,83
79,4
1,32
94,6
2,92
90,5
1,30
91,0
4,00
88,2
1,61
96,9
1,34
86,2
2,31
84,8
0,09
68,2
1,09
98,3
1,52
100,0
1,59
94,5
0,55
81,8
1,47
90,7
1,07
94,5
1,83
89,8
0,21
54,0
2,86
92,9
-0,69
66,9
1,28
79,6
4,59
73,1
0,35
88,9
1,27
79,8
4,59
72,4
2,37
100,0
3,21
99,0
3,32
86,1
2,56
97,9
0,79
92,8
2,25
84,4
1,92
90,2
0,11
90,1
5,54
86,8
4,12
97,1
3,42
77,3
1,23
100,0
1,36
95,7
1,29
97,9
1,03
97,0
2,33
100,0
4,50
96,1
0,11
92,2
continua
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45
População Total, Taxa Geométrica de Crescimento Anual da População e
Grau de Urbanização
Estado de São Paulo e RA de Campinas – 2000 e 2010
Localidade
E stado de São Paulo
RA de Campinas
Mogi Guaçu
Moji Mirim
Mombuca
Monte Alegre do Sul
Monte Mor
Morungaba
Nazaré Paulista
Nova Odessa
P aul ínia
P edra Bela
P edreira
P inhalzinho
P iracaia
P iracicaba
P irassununga
Rafard
Rio Claro
Rio das Pedras
S al tinho
S anta Bárbara d'Oeste
S anta Cruz da Conceição
S anta Cruz das Palmeiras
S anta Gertrudes
S anta Maria da Serra
S anto Antônio de Posse
S anto Antônio do Jardim
S ão João da Boa Vista
S ão José do Rio Pardo
S ão Pedro
S ão Sebastião da Grama
S erra Negra
S ocorro
S umaré
Tambaú
Tapirati ba
Torrinha
Tuiuti
V al inhos
V argem
V argem Grande do Sul
V árzea P aulista
V inhedo
População
2000
37 032 403
5 393 804
124 228
81 467
3 107
6 321
37 340
9 911
14 410
42 071
51 326
5 609
35 219
10 986
23 347
329 158
64 864
8 360
168 218
23 494
5 799
170 078
3 531
25 556
15 906
4 673
18 124
6 154
77 387
50 077
27 897
12 454
23 851
32 704
196 723
22 258
12 942
8 837
4 956
82 973
6 975
36 302
92 800
47 215
2010
41 262 199
6 249 185
137 245
86 505
3 266
7 152
48 949
11 769
16 414
51 242
82 146
5 780
41 558
13 105
25 116
364 571
70 081
8 612
186 253
29 501
7 059
180 009
4 002
29 932
21 634
5 413
20 650
5 943
83 639
51 900
31 662
12 099
26 387
36 686
241 311
22 406
12 737
9 330
5 930
106 793
8 801
39 266
107 089
63 611
Taxa de
Grau de
Crescimento
Urbanização
Anual
(Em %)
(Em % a.a.)
2000/2010
2010
1,09
95,9
1,48
94,9
1,00
94,9
0,60
93,6
0,50
82,2
1,24
57,2
2,74
93,9
1,73
85,4
1,31
84,8
1,99
98,4
4,82
99,9
0,30
24,9
1,67
99,2
1,78
49,3
0,73
100,0
1,03
97,9
0,78
91,6
0,30
88,1
1,02
97,6
2,30
96,8
1,99
83,5
0,57
99,2
1,26
67,7
1,59
96,9
3,12
98,9
1,48
88,2
1,31
91,2
-0,35
59,4
0,78
96,0
0,36
88,6
1,27
84,0
-0,29
65,9
1,02
86,8
1,16
68,0
2,06
98,8
0,07
88,9
-0,16
82,5
0,54
85,1
1,81
50,1
2,56
95,2
2,35
50,2
0,79
94,9
1,44
100,0
3,03
96,9
Fonte: IBGE. Censos Demográficos 2000 e 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
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46
Proporção de Municípios segundo Faixas de Tamanho da População
Estado de São Paulo e RA de Campinas - 2010
Em %
Estado de São Paulo
60,0
RA de Campinas
40,0
28,9
24,3
18,9
20,0
18,9 17,8 18,6
17,8
14,4
14,4
5,6
7,6
10,2
1,4 1,1
0,0
Até 5 mil
Mais de 5 Mais de 10 Mais de 20 Mais de 50
mil a 10 mil mil a 20 mil mil a 50 mil mil a 100 mil
Mais de
100 mil a
500 mil
Mais de
500 mil
Faixas de Tamanho da População
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
Municípios segundo Faixas de Tamanho da População
Estado de São Paulo – 2010
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
A razão de dependência da população potencialmente inativa (40,1%) em relação a 100 pessoas
em idade disponível para as atividades econômicas era, em 2010, pouco inferior à média
________________________________________________________________________________________________________________________
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47
estadual (41,5%). Este dado indica o contingente populacional potencialmente inativo a ser
sustentado pela parcela da população potencialmente produtiva.
Razão de Dependência e Índice de Envelhecimento
Estado de São Paulo e RA de Campinas - 2010
Em %
100,0
Estado de São Paulo
80,0
RA de Campinas
60,0
41,5
40,1
36,5
39,1
40,0
20,0
0,0
Razão de Dependência
Índice de Envelhecimento
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
Razão de Dependência
Estado de São Paulo e RA de Campinas – 2010
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
A quantidade de idosos para cada 100 crianças, nesta RA, expressa pelo índice de
envelhecimento, em 2010, era de 39,1%, pouco superior à média estadual (36,5%). Destaca-se
que o grupo etário com mais de 65 anos representava 7,6% do total da população regional,
percentual semelhante ao apresentado pelo Estado (7,4%).
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48
Índice de Envelhecimento
Estado de São Paulo e RA de Campinas – 2010
Fonte: IBGE. Censo Demográfico 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
Considerando os dados das projeções demográficas divulgadas pela Fundação Seade, observa-se
que no período de 1980 até 2020, tanto para a RA como para o Estado, a proporção da
população com até 14 anos tende a diminuir e a de 65 anos e mais, a aumentar. A proporção
das pessoas em idade economicamente ativa (15 a 64 anos) elevou-se entre 1980 e 2010, com
tendência a estabilidade até 2020.
Proporção da população total por grandes grupos etários
Estado de São Paulo e RA de Campinas – 1980 a 2020
Em %
1980
100,0
80,0
2010
2020
69,7 70,0
71,3 71,2
62,5
62,3
60,0
40,0
33,7
22,8
33,1
19,6
20,0
10,4
4,0 7,4
21,1
18,3
10,6
4,4 7,6
0,0
0 a 14 anos
15 a 64
anos
65 anos e
mais
Estado de São Paulo
0 a 14 anos
15 a 64
anos
65 anos e
mais
Campinas
Fonte: IBGE. Fundação Seade. Elaboração: SPDR/UAM.
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49
O mesmo pode ser observado nas pirâmides etárias da população, que mostram que a RA
apresentou acentuado envelhecimento da população entre 1980 e 2010, com prosseguimento
desta tendência até 2020. Verifica-se também a redução do contingente de crianças e
adolescentes com até 14 anos de idade em razão da queda das taxas de fecundidade e
natalidade.
Pirâmides Etárias
Estado de São Paulo e RA de Campinas – 1980 a 2020
Estado de São Paulo
Idade
75 e M ais
Homens
Mulheres
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
10 a 14
5a9
0a4
10
8
6
4
1980
2
0
2010
2
4
2020
6
8
10
Em %
RA de Campinas
75 e M ais
Homens
Mulheres
70 a 74
65 a 69
60 a 64
55 a 59
50 a 54
45 a 49
40 a 44
35 a 39
30 a 34
25 a 29
20 a 24
15 a 19
10 a 14
5a9
0a4
10
8
6
4
1980
2
0
2010
2
4
2020
6
8
10
Fonte: IBGE. Fundação Seade. Elaboração: SPDR/UAM.
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50
Além da tendência à diminuição da fecundidade, observada para todo o Estado nas últimas
décadas, o componente migratório também vem reduzindo sua participação no crescimento
populacional. Entre 2000 e 2010, a taxa de migração do Estado foi de 1,2 migrantes ao ano por
mil habitantes, inferior ao observado no período 1991/2000 (4,3 migrantes). Para a RMC,
observa-se que esse indicador seguiu a tendência geral de redução, mas se manteve num
patamar bastante superior ao estadual (9,2 migrantes ao ano por mil habitantes). As maiores
taxas podem ser verificadas nos municípios de Paulínia, Engenheiro Coelho e Holambra (33,8;
32,6 e 30,3 migrantes ao ano, respectivamente), indicando que o elevado crescimento
populacional apresentado por tais municípios deve-se à participação migratória.
Saldo Migratório Anual e Taxa Anual de Migração
Estado de São Paulo e RM de Campinas – 1991 a 2010
Municípios
Saldos migratórios
anuais
1991/2000
2000/2010
Taxas anuais de
migração
(por mil habitantes)
1991/2000 2000/2010
Estado de São Paulo
147.443
47.943
4,31
RM de Campinas
26.433
23.632
12,63
Americana
1.149
1.417
6,85
Artur Nogueira
1.123
724
42,74
Campinas
3.169
2.941
3,50
Cosmópolis
545
939
13,88
Engenheiro Coelho
224
420
26,34
Holambra
60
280
9,35
Hortolândia
5.558
2.165
47,09
Indaiatuba
3.341
3.806
27,11
Itatiba
1.307
1.308
18,38
Jaguariúna
319
1.077
12,06
Monte Mor
781
666
24,99
10,57
Nova Odessa
401
542
Paulínia
948
2.251
21,68
Pedreira
516
362
16,43
Santa Bárbara d'Oeste
956
-300
6,09
Santo Antonio de Posse
327
88
20,76
Sumaré
3.797
2.096
22,65
Valinhos
895
1.701
11,90
Vinhedo
1.017
1.150
25,29
Fonte: Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados-SEADE.
1,23
9,21
7,21
18,74
2,87
18,22
32,65
30,26
12,59
21,85
14,34
29,16
15,47
11,62
33,77
9,44
-1,71
4,55
9,58
17,93
20,77
Nota: O saldo migratório estimado considera a diferença entre o crescimento
populacional proveniente dos Censos Demográficos-IBGE e o saldo
vegetativo calculado a partir do Sistema de Estatísticas Vitais do Estado de
São Paulo-SEV, processado pela Fundação Seade. Para a população de
2010 foram utilizados os primeiros resultados do Censo Demográfico,
divulgado pelo IBGE, em 29/11/2010.
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51
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52
ASPECTOS SOCIAIS E IPRS
A avaliação dos aspectos sociais da RA de Campinas baseia-se nos resultados do Índice Paulista
de Responsabilidade Social-IPRS, desenvolvido pela Fundação Seade52. Este índice é composto
por diversos indicadores, que medem as condições dos municípios em termos de renda,
escolaridade e longevidade. Ademais, apresenta uma tipologia constituída de cinco grupos que
resumem a situação de cada município, segundo as três dimensões consideradas.
A classificação dos municípios da região, nos grupos do IPRS53, indica certa aglomeração de
municípios dos grupos 1 e 2, na porção centro-sul da RA, compreendendo os da RMC e de seu
entorno. O restante encontra-se classificado, em sua maioria, nos grupos 4 e 5 do IPRS, de tal
forma que a participação daqueles do grupo 3 é bastante reduzida (7% do total de municípios
da RA). Este quadro indica uma heterogeneidade intrarregional, marcada pela convivência
simultânea de municípios ricos, com indicadores sociais bons (grupo 1) ou não (grupo 2), e de
municípios mais pobres e com indicadores sociais desfavorecidos (grupos 4 e 5), enquanto o
grupo intermediário tem pouca representatividade.
Em seu conjunto, a região de Campinas apresenta melhores resultados nas dimensões de
riqueza e longevidade do que na dimensão de escolaridade. Com exceção dos municípios dos
grupos 1 e 3, que apresentam bons indicadores nas dimensões sociais, e dos municípios do
grupo 5, que possuem indicadores baixos nas três dimensões do índice, os municípios dos
demais grupos contam com uma maior incidência de indicadores de escolaridade baixos, na
comparação com os de longevidade. Observa-se, assim, que os municípios da RA apresentam
melhores condições nos serviços de assistência à saúde, saneamento, renda familiar e demais
aspectos que influenciam diretamente as condições de saúde da população do que aqueles
referentes ao sistema educacional. Dentre as variáveis que compõem esta última dimensão, a
proporção de jovens de 15 a 17 anos, que concluíram o ensino fundamental, e a proporção de
pessoas de 18 a 19 anos, que concluíram o ensino médio, é bastante preocupante.
O aperfeiçoamento do sistema de ensino na região, com a consequente melhora da
escolaridade dos jovens, é fundamental para aperfeiçoar a qualificação da mão de obra, a
produtividade do trabalho, a participação política dos cidadãos e a escolaridade das novas
gerações, além de influenciar positivamente outros aspectos da sociedade, como as condições
de saúde, renda, empregabilidade, entre outros.
52
O Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS tem como finalidade caracterizar os municípios paulistas no que se refere ao
desenvolvimento humano, através de indicadores sensíveis a variações de curto prazo e capazes de incorporar informações relevantes
referentes às diversas dimensões de renda, longevidade e escolaridade. Cada uma destas dimensões é expressa por meio de um indicador
sintético que pode assumir valores entre 0 e 100. Os indicadores sintéticos são constituídos da combinação linear de um conjunto de variáveis,
com ponderações específicas. A estrutura de ponderação foi obtida de acordo com um modelo de análise fatorial, em que se estuda o grau de
interdependência entre diversas variáveis. Para maiores informações sobre a metodologia de cálculo dos indicadores, variáveis selecionadas,
ponderações atribuídas a cada variável, entre outras informações, consultar http://www.seade.gov.br/projetos/iprs/
53
Grupo 1 do IPRS: agrega municípios com elevados indicadores na dimensão de riqueza, escolaridade e longevidade.
Grupo 2 do IPRS: engloba municípios que, embora apresentem indicadores de riqueza elevados, não exibem bons indicadores de escolaridade
e longevidade.
Grupo 3 do IPRS: grupo dos municípios com nível de riqueza baixo, mas com bons indicadores nas demais dimensões.
Grupo 4 do IPRS: formado por municípios que apresentam indicadores de riqueza baixos e indicadores de longevidade e/ou escolaridade
intermediários.
Grupo 5 do IPRS: grupo dos municípios mais desfavorecidos em termos de riqueza, escolaridade e longevidade.
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53
Índice Paulista de Responsabilidade Social-IPRS
RA de Campinas, RMC e Estado de São Paulo – 2008
Fonte: Fundação Seade/Alesp, 2010. Elaboração: SPDR/UAM.
Quanto a dimensão de riqueza, na qual a RA ocupa a terceira colocação no Estado, o
comportamento foi positivo. Houve ampliação de 6% em seu escore, motivada pelo aumento
de duas variáveis que o compõem: o consumo anual de energia elétrica por ligação no comércio,
na agricultura e nos serviços, que cresceu 9%, e o consumo de energia elétrica por ligação
residencial, que se ampliou em 7%, entre 2006 e 2008. No conjunto do Estado, estes
indicadores apresentaram aumento de 8% e 6%, respectivamente, no mesmo período.
No que se refere aos indicadores da dimensão de longevidade, vale salientar que todos
apresentaram comportamento positivo, uma vez que a taxa de mortalidade perinatal decresceu
de 14,2 para 13,4 óbitos por mil nascidos; a taxa de mortalidade infantil reduziu de 11,6 óbitos
para 11,3 óbitos por mil nascidos; a taxa de mortalidade das pessoas entre 15 e 39 anos passou
de 1,38 óbitos para 1,32 óbitos por mil habitantes e a taxa de mortalidade das pessoas com mais
de 60 anos diminuiu de 37,7 para 36,9 óbitos por mil habitantes. Melhorias nas condições gerais
de saúde da região explicam os bons resultados nos indicadores de longevidade da região.
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54
REDE URBANA
A rede urbana da RA de Campinas, naturalmente, espelha a história de ocupação de seu
território. A economia cafeeira e suas ferrovias, a industrialização e, posteriormente, a
interiorização do desenvolvimento definiram seu padrão de urbanização, aprofundando as
relações entre municípios polos e suas áreas de influência.
O crescimento da região foi reforçado com posteriores investimentos em transportes, energia e
ciência e tecnologia, que alargaram a malha rodoviária regional, além da construção da Refinaria
de Paulínia e da instalação de instituições de pesquisa e universidades.
A região tornou-se uma das principais concentrações econômicas do país, organizada em torno
da RMC e de alguns centros sub-regionais de médio porte, como Jundiaí, Piracicaba, Rio Claro,
Limeira, Mogi Guaçu, Moji Mirim e Bragança Paulista, cujas estruturas urbanas vieram se
ampliando e diferenciando, polarizadas por uma capital regional que adquiria o porte de Região
Metropolitana. Em 2010, a RMC, as aglomerações urbanas e os centros urbanos concentravam
84% da população da RA, de 6,2 milhões de habitantes.
REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS
A RMC54, criada em 2000, foi instituída pela posição estratégica de seus municípios na rede
urbana paulista. Como outros espaços metropolitanos, a RMC está associada ao exercício de
funções urbanas mais complexas e nela encontram-se as maiores intensidades de fluxos e
densidades de população e atividades, envolvendo municípios com alto grau de integração.
A região encontra-se na Bacia Hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) que
abrange o território integral de 58 municípios paulistas e quatro mineiros55. Em termos
hidrográficos, há sete unidades (sub-bacias) principais, sendo cinco pertencentes ao Piracicaba
(Piracicaba, Corumbataí, Jaguari, Camanducaia e Atibaia), além das sub-bacias dos rios Capivari
e Jundiaí. Os municípios da RMC encontram-se, na maior parte, nas sub-bacias dos rios Capivari
e Jaguari.
Entre as grandes cidades e metrópoles nacionais, a RMC destaca-se por configurar importante
espaço econômico. Além de ser intensamente articulada com a Região Metropolitana de São
Paulo, polariza território de elevado nível de desenvolvimento e exerce influência sobre outros
importantes centros regionais, inclusive de Estados limítrofes56. Sua população, em 2010, era de
2,8 milhões de habitantes, 45% do total da RA.
54
Os 19 municípios que compõem a RMC são: Americana, Artur Nogueira, Campinas, Cosmópolis, Engenheiro Coelho, Holambra,
Hortolândia, Indaiatuba, Itatiba, Jaguariúna, Monte Mor, Nova Odessa, Paulínia, Pedreira, Santa Bárbara d’Oeste, Santo Antônio de Posse,
Sumaré, Valinhos e Vinhedo.
55
SÃO PAULO. (Estado). Secretaria de Saneamento e Recursos Hídricos. Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos. Comitê
da Bacia Hidrográfica do Piracicaba, Capivari e Jundiaí - PCJ. Plano de Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí para o
quinquênio 2008 – 2011.
56
CAIADO, Maria Célia Silva e PIRES, Maria Conceição Silvério. O verso e o reverso da dinâmica metropolitana: mobilidade populacional e
estruturação socioespacial. In XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Caxambu, 2006.
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55
Mancha Urbana da Região Metropolitana de Campinas
Fonte: Google Maps. Elaboração SPDR/UAM.
A RMC apresentou expressivos crescimentos populacionais, nas últimas décadas. A tendência se
manteve, entre 2000 e 2010, quando sua taxa anual de crescimento populacional foi de 1,81%.
No mesmo período, essa taxa foi de 0,97%, na RMSP; 1,20%, na Região Metropolitana da
Baixada Santista-RMBS; e 1,09%, na média do Estado de São Paulo. Em termos de saldos
migratórios, entre 2000 e 2010, o saldo anual para a RMC foi de 23.632 pessoas ao ano57, para a
RMBS, foi de 5.038 pessoas ao ano, tendo sido negativo para a RMSP (-30.362 pessoas).
A taxa anual de crescimento populacional da RMC, entre 2000 e 2010, foi bastante diferenciada
entre o município de Campinas e os demais municípios. Enquanto na sede metropolitana, a taxa
57
SÃO PAULO (Estado). Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional, Fundação Seade. Informações recentes revelam redução da
migração no Estado de São Paulo e em suas metrópoles. São Paulo: SP Demográfico, ano 11, nº. 3, abril de 2011.
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56
foi de 1,09%, nos demais municípios, foi de 2,29%, havendo diversos municípios em que a taxa
superou 4%, tendo sido maior, inclusive, à registrada no período 1991/2000, o que ocorreu em
Engenheiro Coelho, Holambra, Jaguariúna e Paulínia. Nesses quatro municípios, também o saldo
migratório anual foi superior, no período 2000/2010, ao que tinha sido entre 1991/2000,
indicando, mais uma vez, a atratividade ainda exercida pela RMC.
O crescimento produtivo da região foi, também, acompanhado de aceleração do grau de
urbanização, com ampliação do estoque de terras disponibilizado para o mercado imobiliário,
sendo, provavelmente, viabilizada pela extensão dos perímetros urbanos. Ocorreu, então, a
abertura de grandes loteamentos, que eram, muitas vezes, periféricos e desconectados dos
centros já consolidados58.
A RMC caracteriza-se por uma rede urbana densa, com grande facilidade de acesso, com curtas
distâncias e com sistema viário que cumpre diversos papéis, desde escoamento de produtos,
provenientes de outros estados ou ali produzidos, até tráfego cotidiano de pessoas deslocandose para o trabalho, as escolas, as compras ou o lazer59.
O município de Campinas tem papel de grande destaque por sua concentração industrial, ser
polo de alta tecnologia e abrigar diversas instituições de ensino superior, atendendo demandas
regionais nas atividades comerciais, de abastecimento e de serviços especializados que
extrapolam a própria RA.
A expansão urbana metropolitana de Campinas pode ser descrita, em linhas gerais, por sete
vetores, que acompanham os principais eixos rodoviários60.
1. A Sudoeste/Noroeste do município de Campinas, em direção aos municípios de
Hortolândia e Monte Mor, consolidou-se padrão de urbanização com precariedade de
assentamentos urbanos, pois essa expansão urbana foi induzida pela localização de
conjuntos habitacionais e implantação de indústrias e equipamentos de grande porte ao
longo da rodovia que liga Campinas a Monte Mor (SP 101) (eixo 1). Nesse eixo, é
expressiva a participação da população de baixa renda.
2. Ao longo da Rodovia Anhanguera (SP 330), a ocupação urbana é, praticamente,
ininterrupta até Americana, cuja dinâmica impactou diretamente no crescimento de
Santa Bárbara d’Oeste e Nova Odessa. Integra, também, esse eixo o município de
Sumaré e parte de Hortolândia (eixo 2). A Rodovia Anhanguera é considerada corredor
viário que estruturou a expansão metropolitana, formando eixo da conurbação que se
estende pelos municípios por onde passa, de Valinhos a Americana, que junto com Santa
Bárbara d’Oeste, Nova Odessa e Sumaré compõem conjunto urbano coeso, com intensa
interação espacial e mobilidade, no interior da própria microrregião61.
58
LEITE, Maria Amélia D. F. D’Azevedo. A governança colaborativa na Região Metropolitana de Campinas – características, desafios e
contribuições para reflexão. In CASTRO, Érika e Wojciechowski, MACIEJ John. Inclusão, colaboração e governança urbana: perspectivas
brasileiras. Vanoouver: University of British Columbia; Rio de Janeiro: Observatório das Metrópoles; Belo Horizonte: Ed. PUC Minas, 2010.
59
QUEIROGA, Eugenio Fernandes; SANTOS JR., Wilson Ribeiro dos; MERLIN, José Roberto. Sistemas de espaços livres e metrópole
contemporânea: reflexões a partir do caso da região metropolitana de Campinas. Paisagem ambiente, São Paulo, n. 26, 2009. Disponível em:
http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-60982009000100011&lng=pt&nrm=iso. Acesso em: 05 out.
2011.
60
CAIADO, op. cit..
61
MARANDOLA Junior, Eduardo. Entre muros e rodovias: os riscos do espaço e do lugar. Niterói: Antropolítica, nº. 24, 1º semestre de 2008.
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57
3. Pela rodovia Milton Tavares de Lima (SP 332), os municípios de Paulínia, Cosmópolis,
Artur Nogueira e Engenheiro Coelho ligam-se à Campinas (eixo 3). A localização da
Refinaria do Planalto-Replan, da Petrobrás, e do Polo Petroquímico em Paulínia teve
impacto na expansão urbana, de característica predominantemente popular, de Paulínia e
Cosmópolis, na direção oposta à divisa com Campinas. Dados do Censo Demográfico de
2010 apontam que esse conjunto de municípios registrou taxas anuais de crescimento
populacional, entre 2000 e 2010, bem superiores à média da RMC, que foi de 1,81%62.
Em Paulínia, por exemplo, a taxa anual de crescimento populacional foi, na última
década, de 4,82%, superior à taxa registrada, entre 1991 e 2000.
4. Pela rodovia Adhemar de Barros (SP 340), articulam-se Jaguariúna, Holambra, Santo
Antônio de Posse e Pedreira (eixo 4), municípios mais recentemente incorporados à
dinâmica metropolitana. Este tem sido eixo de implantação de indústrias de alta
tecnologia, nos últimos anos, permitindo uma incorporação diferenciada desses
municípios, especialmente Jaguariúna, à expansão metropolitana, o que se refletiu,
também, na taxa anual de crescimento populacional, entre 2000 e 2010, de 4,12%.
5. A ligação de Itatiba (eixo 5) se faz pela rodovia D. Pedro I (SP 065), que liga Campinas à
Jacareí, em região de valorizados recursos naturais, o que tem resultado no
parcelamento de grandes áreas da zona rural.
6. Em direção à Valinhos (eixo 6), na ligação através da Avenida Francisco de Paula Sousa, a
área urbana de Campinas tangencia a de Valinhos, separadas pela barreira física
representada pelo Anel Viário. As características do padrão de ocupação urbana são
diferenciadas. Em Campinas, trata-se de uma ocupação de padrão médio, médio-baixo,
com o surgimento de verticalização, no período mais recente. Em Valinhos, há
predomínio de loteamentos fechados, destinados à população de maior poder aquisitivo.
A ligação com Campinas também se faz pelas Rodovias Anhanguera e D. Pedro I e a
conclusão do Anel Viário Magalhães Teixeira facilitou a ligação do município com essas
duas rodovias e com a região norte/nordeste de Campinas.
7. O vetor de expansão em direção à Indaiatuba (eixo 7), acompanhando o eixo da Rodovia
Santos Dumont (SP 075), apresenta concentração fabril de importância regional, com
potencial de crescimento de atividades econômicas, notadamente industriais, devido,
entre outros fatores, à localização do Aeroporto de Viracopos e à ligação com a região
de Sorocaba, articulando as rodovias Anhanguera/Bandeirantes com as rodovias Castello
Branco e a Raposo Tavares.
A existência do projeto de ampliação do Aeroporto tem limitado a abertura de novos
loteamentos. Entretanto, nos loteamentos precários, existentes, em grande parte, desde
os anos 50, e nas favelas existentes na região, no município de Campinas, verificou-se,
nos últimos anos, expressivo crescimento populacional.
Esse padrão de loteamento de baixa renda, contudo, não se estende à Indaiatuba. Neste
município, na divisa com Campinas, há predomínio de chácaras de recreio e moradia.
62
No período 2000 a 2010, a taxa anual de crescimento populacional do Estado de São Paulo foi de 1,09%, a da Região Metropolitana de São
Paulo, 0,97%, e a da Região Metropolitana da Baixada Santista, 1,20%.
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58
Indaiatuba é um município que, desde os anos 1930/40, apresenta implantação industrial
significativa.
O crescimento populacional de Indaiatuba, de 3,21% ano, entre 2000 e 2010, parece
estar acomodado em áreas de urbanização formal, uma vez que não há favelas no
município, que dispõe de expressivo centro de comércio e serviços.
A atividade imobiliária é dinâmica com a abertura de loteamentos, condomínios
horizontais e verticais, especialmente em áreas próximas a uma grande intervenção
pública de abertura de vias marginais ao córrego que corta a cidade, com a criação de
um parque e de áreas institucionais, para onde foi transferida, recentemente, a Prefeitura
Municipal. A localização da população de mais baixa renda predomina na porção
sudoeste do município, direção oposta à divisa com Campinas.
O estudo de Caiado e Pires63 menciona, ainda, que, nas direções do distrito de Barão
Geraldo/Paulínia, de Jaguariúna/Mogi Mirim, dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio e do
município de Itatiba (eixos 3, 4 e 5), articulada pela rodovia D. Pedro I, a ocupação urbana
apresenta características distintas da dos eixos 1 e 2.
Nessas regiões, predominam habitações das camadas de renda média e alta, localizam-se
centros de consumo de porte regional (shopping centers, hipermercados etc.), além da Unicamp
e do campus I da Pontifícia Universidade Católica-PUC-Campinas, entre outras instituições de
ensino e pesquisa.
Nos três eixos mencionados anteriormente, a expansão urbana é bastante espraiada e o seu
processo de ocupação apresenta dinâmica diferenciada da descrita para a região
Sudoeste/Noroeste, devido, entre outros fatores, à presença de grandes áreas institucionais, à
existência de áreas agrícolas ainda produtivas e, principalmente, ao alto preço da terra, o que
limita uma ocupação urbana mais intensa.
De acordo com Marandola64, nem todas as cidades da região possuem o mesmo nível de
integração. Municípios como Valinhos, Americana, Indaiatuba e Itatiba, por exemplo, com
história e atividades econômicas importantes, anteriores ao processo de metropolização, teriam
mantido seus núcleos urbanos menos alterados pelo espraiamento e expansão metropolitana.
Municípios como Sumaré, Hortolândia, Nova Odessa, Monte Mor e Santa Bárbara d’Oeste, por
sua vez, ainda que tivessem pequenos parques industriais e atividades econômicas dinâmicas
pré-metropolização, teriam tido seu tecido urbano profundamente alterado.
Já outros municípios, como Jaguariúna, Pedreira, Vinhedo, Cosmópolis e Paulínia, embora com
importante crescimento, por diferentes razões, teriam registrado participação intermediária no
processo de metropolização, alguns com maior rigor no uso do solo, como Jaguariúna e
Vinhedo, e outros, com maior distância do centro metropolitano, como Cosmópolis e Pedreira.
Desse conjunto, Paulínia seria o mais integrado à dinâmica metropolitana, não só pela presença
63
CAIADO, op. cit.
MARANDOLA Jr., Eduardo. Habitar em risco: mobilidade e vulnerabilidade na experiência metropolitana. Campinas:
Universidade Estadual de Campinas, 2008.
64
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59
do polo petroquímico, mas pela proximidade e pelas relações históricas que mantém com
Campinas.
Um quarto grupo de municípios seria composto daqueles que estão menos articulados à
dinâmica metropolitana, tendo relações com Campinas mais como polo regional, apesar do
sistema de transporte e a proximidade possibilitarem maior integração. São eles: Artur
Nogueira, Engenheiro Coelho e Santo Antônio de Posse. Holambra configuraria um caso à
parte, pois, apesar de estar cotidianamente pouco ligada à metrópole, sua principal atividade, o
cultivo de flores, se vale de sua inserção regional, para comercializar sua produção.
AGLOMERAÇÕES URBANAS E CENTRO URBANO
Em termos de Rede Urbana65, a RA conta, ainda, com: as Aglomerações Urbanas66 de Jundiaí,
Piracicaba e Mogi Guaçu/Moji Mirim; e os Centros Urbanos67 de Bragança Paulista e Atibaia.
− Aglomeração Urbana de Jundiaí
A Aglomeração Urbana de Jundiaí, formada pelos municípios de Cabreúva, Campo
Limpo Paulista, Itupeva, Jarinu, Jundiaí, Louveira e Várzea Paulista e criada pela Lei
Complementar n° 1.146, de 24/08/2011, está localizada entre as Regiões Metropolitanas
de São Paulo e de Campinas e a Aglomeração Urbana de Sorocaba.
A Aglomeração Urbana encontra-se na Bacia Hidrográfica do PCJ. O município sede
pertence à sub-bacia do rio Jundiaí-Mirim, afluente do rio Jundiaí68. O relevo da região
atua como barreira à expansão urbana, pois as Serras do Japi e dos Cristais representam
empecilho à conurbação com o município de São Paulo69. Essas serras fazem parte do
corredor de avifauna da Serra do Japi-Jaraguá, Cantareira e Mantiqueira, localizada na
parte sul do município de Jundiaí e em parte dos municípios de Várzea Paulista, Campo
Limpo Paulista, Francisco Morato e Franco da Rocha70.
O município de Jundiaí polariza este recorte territorial, em termos populacionais,
econômicos e históricos, pois Campo Limpo Paulista, Itupeva, Louveira e Várzea Paulista
foram distritos de Jundiaí, cujos laços de ordem funcional e socioeconômica se
evidenciam na conurbação existente71.
A Aglomeração Urbana abrigava 698 mil habitantes, em 2010, ou 11% do total da RA. O
município de Jundiaí registrou taxa anual de crescimento populacional, entre 2000 e
2010, de 1,36%, pouco superior à média do Estado de São Paulo, de 1,09%. Mas, à
65
SÃO PAULO (Estado) Secretaria de Economia e Planejamento, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano – Emplasa e Fundação
Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade. Estudo da Morfologia e da Hierarquia Funcional da Rede Urbana Paulista e da Regionalização do
Estado de São Paulo. Sumário Executivo. São Paulo, novembro 2010.
66
AGLOMERAÇÃO urbana é unidade que compõe mancha contínua de ocupação, constituída de mais de uma unidade municipal, envolvendo
fluxos intermunicipais, complementaridade funcional e integração socioeconômica, decorrente de especialização, complementação e/ ou
suplementação funcional.
67
CENTRO urbano polariza, sozinho, os municípios de seu entorno, desempenhando o papel de centro regional.
68
CARVALHO, Yara M. Chagas. Diagnóstico agroambiental para gestão e monitoramento da Bacia do Rio Jundiaí-Mirim. Instituto Agronômico
de Campinas, Instituto de Economia Agrícola, Prefeitura Municipal de Jundiaí, DAE S. A – Água e Esgoto. Campinas: outubro de 2003.
69
LEME, Maria Cristina da Silva et al. Relatório Jundiaí, Setor 2. Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo,
Departamento de Projeto AUP 266 Planejamento de Estruturas Urbanas. São Paulo, maio de 2009.
70
MARQUES, Juliano Ricardo. Jundiaí, um impasse regional – o papel do município de Jundiaí entre duas regiões metropolitanas: Campinas e São
Paulo. Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de Geografia, 2008.
71
SÃO PAULO (Estado) Secretaria de Economia e Planejamento, Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano – Emplasa. Aglomeração
Urbana de Jundiaí. Estudo Técnico. São Paulo, julho de 2008.
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semelhança do ocorrido na RMC, os demais municípios da Aglomeração apresentaram
taxas de crescimento bem superiores à do município polo.
Campo Limpo Paulista e Várzea Paulista, ao sul, e Louveira, ao norte, configuram-se
como subcentros da aglomeração e estão ligados, economicamente. De acordo com
tendências que vêm sendo observadas recentemente, com a especialização das
atividades econômicas em Itupeva e Cabreúva, delineia-se, a oeste, novo vetor de
crescimento urbano72, o que se espelha, também, nas taxas anuais de crescimento
populacional desses municípios, entre 2000 e 2010, 5,54% e 2,31%, respectivamente.
O município de Jundiaí tem recebido importantes investimentos, nos últimos anos, e
possui economia desenvolvida, com segmentos do setor de serviços e estruturas de
comércio atacadista, que se beneficiam das vantagens logísticas de estarem localizados à
margem da Rodovia Anhanguera, que corta o município.
− Aglomeração Urbana de Piracicaba
A Aglomeração Urbana de Piracicaba é formada por 14 municípios: Águas de São Pedro,
Araras, Charqueada, Cordeirópolis, Ipeúna, Iracemápolis, Leme, Limeira, Piracicaba, Rio
Claro, Rio das Pedras, Saltinho, Santa Gertrudes e São Pedro. Sua principal característica
é ser um conjunto de municípios articulados pelo eixo formado pela Rodovia
Anhanguera, polarizados pelo município de Piracicaba que, por sua vez, é polarizado
pelo de Campinas.
A Aglomeração Urbana encontra-se na Bacia Hidrográfica do PCJ, onde os rios Jaguari e
Atibaia formam o rio Piracicaba, quando os dois cursos d’água se encontram, no
município de Americana73. O Ribeirão Piracicamirim, por sua vez, forma a maior subbacia urbana de Piracicaba. Suas nascentes estão nos municípios de Saltinho e Rio das
Pedras e sua foz localiza-se no município de Piracicaba, dentro da Escola Superior de
Agricultura Luiz de Queiroz74.
A população da Aglomeração Urbana era, em 2010, de 1,2 milhão de habitantes, 19%
do total da RA. Os maiores municípios da Aglomeração – Piracicaba, Limeira e Rio Claro
– apresentaram, entre 2000 e 2010, crescimento populacional próximo a 1% ao ano. Da
mesma forma do ocorrido na RMC e na Aglomeração de Jundiaí, nos demais municípios
da Aglomeração Urbana de Piracicaba, no entanto, essas taxas foram bem superiores,
alcançando 3,32% ao ano, em Ipeúna, e 3,12%, em Santa Gertrudes.
Piracicaba é conhecida como polo regional ligado à agroindústria açucareira. Seu
desenvolvimento acompanhou a industrialização do país e do Estado de São Paulo, com a
fabricação de máquinas e equipamentos, ligados às demandas e à disponibilidade de
matéria-prima para produção de açúcar e álcool. Esse processo gerou o
72
IDEM. Ibidem.
MARTINS, José Pedro et. al. Panorama do mio ambiente – bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí – PCJ. Campinas: Editora Komedi,
2005.
74
SOUZA, Amilcar Marcel. Mergulho na Bacia Educação ambiental voltada para a conservação da Bacia Hidrográfica do Rio Jaú, Brasil. I
Congreso Internacional de Educacion Ambiental dos Países Lusófonos e Galícia. Santiago de Compostela: 24 – 27 de setembro de 2007. Em:
http://www.ceida.org/CD_CONGRESO_lus/documentacion_ea/comunicacions/EA_e_conservacion_da_biodiversidade/Souza_AmilcarMarcel2.h
tml. Acesso em 12-5-2011.
73
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desenvolvimento, no município, do setor de comércio e serviços que o transformou em
expressivo centro urbano75.
A atividade econômica do município de Piracicaba propiciou o transbordamento da
indústria metal-mecânica para o município de Rio das Pedras. Araras, que faz parte da
Aglomeração Urbana, conta, também, com a presença expressiva desse gênero de
indústria76.
Em Piracicaba, há um conjunto expressivo de empresas e instituições públicas e privadas
ligadas ao setor sucroalcooleiro, que cobrem a cadeia agroindustrial, desde o
desenvolvimento de tecnologias industriais e agrícolas, fabricação de equipamentos,
pesquisas de variedades de cana e prestação de serviços ligados ao setor, até a
participação no desenvolvimento e estruturação de mercados77.
A implantação do Polo Nacional de Biotecnologia e do Arranjo Produtivo Local do
Álcool-Apla destaca o município como um dos maiores centros mundiais de produção do
conhecimento e de equipamentos para atender a expansão dos mercados de
biocombustíveis e energias renováveis.
Apesar da centralidade da aglomeração ser exercida pelo município de Piracicaba,
Limeira e Rio Claro polarizam, também, municípios do seu entorno, sendo classificados
como centros sub-regionais. No caso de Limeira, que se localiza na junção das rodovias
Anhanguera e Washington Luís, o município possui estrutura industrial diversificada, com
destaque para agroindústria, metalurgia, metal-mecânica e bens de capital.
Quanto à Rio Claro, o município encontra-se, juntamente com diversos outros da
Aglomeração, na Bacia Hidrográfica do rio Corumbataí, principal afluente do rio
Piracicaba78. Por ser o maior município e referência econômica dentro da Bacia, Rio
Claro possui o maior número de empresas, em diversos ramos de atividade.
− Aglomeração Urbana de Mogi Guaçu e Moji Mirim
Aglomeração Urbana de Mogi Guaçu e Moji Mirim é composta por esses dois
municípios, além de Itapira e Estiva Gerbi. Mogi Guaçu e Moji Mirim, que têm mancha
urbana conurbada e funções urbanas similares, compartilham a condição de centro
regional, polarizador de municípios de seu entorno.
A Aglomeração encontra-se na Bacia Hidrográfica do Mogi Guaçu. A área onde está
localizado o município de Mogi Guaçu é cortada pelo rio de mesmo nome, que nasce em
75
EMERIQUE, Lucas P.; BERNARDINETTI, Nathalia. A gênese industrial do município de Piracicaba-SP. In Anais XVI Encontro Nacional dos
Geógrafos. Porto Alegre, 25 a 31 de agosto de 2010.
76
PICCOLI NETO, Danilo. Redes e territórios: a articulação do setor metal-mecânico nos municípios de Araras e Piracicaba. Universidade
Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas. Rio Claro, 2009.
77
CORRÊA, Rinaldi S. Governança e ganhos coletivos no Arranjo Produtivo Local do Álcool-APLA de Piracicaba. Universidade Metodista de
Piracicaba, Faculdade de Gestão de Negócios. Piracicaba, fevereiro de 2008.
78
SANTOS, Shirley C.; GARCIA, Gilberto J. Desenvolvimento integrado e gestão para a bacia hidrográfica do rio Corumbataí. Rio Claro:
Estudos Geográficos, volume 4, nº 1, 2006.
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Minas Gerais e deságua no rio Pardo, no município de Pontal79. Os municípios de Mogi
Guaçu, Moji Mirim e Estiva Gerbi80 situam-se no trecho do Alto Mogi Guaçu81.
A Aglomeração Urbana abrigava 302 mil habitantes, em 2010, ou 4,8% do total da RA. A
taxa anual de crescimento populacional dos municípios da Aglomeração, no período
2000/2010, foi menor do que a de 1980/1991 e 1991/2000. O município da Mogi Guaçu,
por exemplo, registrou taxa de 1,0%, pouco inferior à média do Estado de São Paulo, de
1,09%.
O solo da região apresenta teor elevado de argila, o que propiciou a instalação de
indústrias cerâmicas, em diversos municípios82. A partir de meados do século passado,
começaram a se fixar, também, em Mogi Guaçu, diversas empresas de grande porte,
com destaque para os ramos de alimentos, papel e celulose e metal-mecânica.
Moji Mirim e Itapira apresentaram taxas de crescimento populacional, entre 2000 e
2010, de 0,60% e 0,79% ao ano, respectivamente. Apenas Estiva Gerbi, teve
incremento populacional, entre 2000 e 2010, de 1,27%, superior à média estadual, mas
inferior à média da RA, de 1,48%.
Moji Mirim destaca-se pela presença de indústrias metalúrgicas, químicas, alimentares e
de calçados. Em meados de 1960, foi instalado, no município, um pequeno distrito
industrial, situado ao lado da Rodovia Laerte Corte (SP 147).
Nas últimas duas décadas, no entanto, esse distrito tornou-se insuficiente para abrigar as
empresas que vinham se instalando no município. Foi construído, então, novo parque
industrial, que conta com estrada que liga a Rodovia Adhemar de Barros (SP 340) e a
Laerte Corte, para facilitar o acesso aos dois distritos, evitando a passagem do
transporte de carga pelo centro de Moji Mirim, e melhorar a circulação de mercadorias
entre a RMC e o sul de Minas83.
Em Itapira, as primeiras indústrias estavam relacionadas à ferrovia e à base agropecuária
regional e eram, em geral, fábricas de implementos agrícolas. Atualmente, a atividade
industrial é representada por indústrias de embalagens e papelão, mecânica, máquinas e
implementos agrícolas, com presença marcante de usina de açúcar e álcool e de
atividade extrativista mineral84. O município participa do Arranjo Produtivo Local de
cerâmica de Itu e região, com fabricação de produtos cerâmicos não-refratários para uso
estrutural na construção civil85.
79
MELETTI, Paulo César et al. Avaliação da degradação ambiental na bacia do rio Mogi Guaçu por meio de testes de toxidade com sedimento e
de análises histopatológicas em peixes. In BRIGANTE, Janete e ESPÍNDOLA, Evaldo L. G. Limnologia Fluvial – Um Estudo no rio Mogi Guaçu,
s/d.
80
O município de Itapira situa-se no médio curso do rio Mogi Guaçu.
81
FASIABEN, Maria do Carmo R et al. Remanescentes de vegetação natural em diferentes tipos de unidades de produção agropecuária na
microbacia do rio Oriçanga – São Paulo. In VIII Encontro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica. Cuiabá, 5 a 7 de agosto de 2009.
82
CARVALHO, Ulysses Melo. As funções e as formas urbanas nas cidades médias e sua relação com a temporalidade, o caso de Mogi Guaçu- SP.
Disponível em: http://www4.fct.unesp.br/semanas/geografia/geografiaurbana/TCGU04%20-%20Ulysses%20Melo%20Carvalho.pdf. Acesso
em: 23 mai.2011.
83
FRAISOLI, Camila. Valorização do espaço e fragilidade ambiental: o caso da construção do meio ambiente urbano da bacia do córrego Santo
Antônio, Moji Mirim (SP). Campinas: Universidade de Campinas, Instituto de Geociências, maio de 2005.
84
MARTELLI, Anderson; BARBOSA JUNIOR, Joaquim. Análise da incidência de supressão arbórea e suas principais causas no perímetro urbano
do município de Itapira-SP. Piracicaba: Revista da Sociedade Brasileira de Arborização Urbana. REVSBAU, volume 5, nº. 4, 2010.
85
ARRANJO Produtivo Local de Cerâmica Vermelha de Itu e Região – SP. Plano de Desenvolvimento Preliminar. Itu, 2007. Disponível em:
http://www.mdic.gov.br/arquivos/dwnl_1248288234.pdf. Acesso em: 23 mai. 2011.
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Estiva Gerbi, antigo distrito do município de Mogi Guaçu, emancipou-se, em 1991. Sua
atividade econômica se desenvolveu, principalmente, em função de empresas de
cerâmica e olarias86. Atualmente, o município conta, também, com indústrias dos setores
de papel e celulose, minerais não-metálicos, química e equipamentos de transportes e
processamento de pescado87.
− Centro Urbano de Bragança Paulista
Bragança Paulista caracterizou-se como centro econômico regional no início do século
XX, devido à sua ligação com a capital e o porto de Santos, papel que continua
exercendo para a população dos municípios da região, que procura a cidade como ponto
de abastecimento, centro de serviços bancários, médicos e de educação.
Bragança Paulista está contida, integralmente, na Bacia Hidrográfica do PCJ e pertence à
sub-bacia do rio Jaguari. O município possui 11 microbacias hidrográficas e a do Lavapés
abrange, principalmente, sua área urbana88. O município situa-se, ainda, em área
circundada por diversas Unidades de conservação (UCs) como a Área de Proteção
Ambiental-APA Piracicaba – Juqueri Mirim, APA sistema Cantareira e as Reservas
Particulares do Patrimônio Natural-RPPN89 Fazenda da Serrinha e Parque dos Pássaros90.
O relevo de Bragança Paulista é diversificado devido à presença de paisagens que vão
desde escarpas, montanhas e morros até planícies fluviais91. As áreas mais altas do
município são ocupadas por cultivo de eucalipto e pinus e exploração de brita e pedras
ornamentais, enquanto nas colinas, cujas cotas variam de 600 a 700 metros, encontramse atividades agropastoris. Nas regiões baixas de planícies fluviais, ocorreu, até
recentemente, extração de areias e argilas92. Destaque-se que a exploração de areia foi
proibida, no município, a partir de 2006.
O município abrigava 146,7 mil habitantes, em 2010, ou 2% do total da RA. Sua taxa
anual de crescimento populacional, entre 2000 e 2010, foi inferior à dos períodos
1980/1991 e 1991/2000. Bragança Paulista registrou, entre 2000 e 2010, taxa de 1,61%,
superior à média do Estado de São Paulo, de 1,09%.
Até a década de 1970, Bragança Paulista era uma cidade, principalmente, dedicada às
atividades agrícolas e mercantis. A partir de então, o setor secundário passou a expandirse. Nos últimos anos, além da indústria, comércio e serviços, Bragança Paulista tem se
destacado como destino turístico, o que tem acarretado mudanças no perfil das
86
ZAINE, José Eduardo; CANDIDO, Luciano Willem. Identificação e mapeamento de cavas e pilhas de bota-fora de mineração como unidade
geológica-geotécnica no município de Estiva Gerbi - SP, Brasil. Guarulhos: Geociências X (6), dezembro de 2005.
87
ESTIVA GERBI 18 anos. Jornal da Cidade. Estiva Gerbi, 19 de maio de 2010.
88
BUENO, Renilde C. S. et al. Relação entre atributos geoambientais da paisagem e desenvolvimiento socioeconômico de Bragança Paulista,
Estado de São Paulo, Brasil. Guarulhos: Revista UnG – Geociências, volume 6, nº. 1, 2007.
89
RESERVA Particular do Patrimônio Natural-RPPN é uma categoria de unidade de conservação criada pela vontade do proprietário rural, sem
desapropriação de terra. Além de preservar belezas cênicas e ambientes históricos, as RPPNs assumem objetivos de proteção de recursos
hídricos, manejo de recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas cientificas, manutenção de equilíbrios climáticos ecológicos entre vários
outros serviços ambientais. Atividades recreativas, turísticas, de educação e pesquisa são permitidas na reserva, desde que sejam autorizadas
pelo órgão ambiental responsável pelo seu reconhecimento.
90
GAMEIRO, Marcelo Silva. Problemas geoambientais provocados pela expansão urbana no município de Bragança Paulista, SP. Guarulhos:
Universidade de Guarulhos, Centro de pós-graduação, pesquisa e extensão, Mestrado em Análise Geoambiental, 2008.
91
BUENO, op. cit.
92
IDEM. Ibidem.
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propriedades dedicadas às atividades agropecuárias, com expansão do turismo rural, por
exemplo93.
− Centro Urbano de Atibaia
Fundada em 1665, Atibaia tem como zona de ocupação mais antiga as áreas próximas ao
rio Atibaia, sendo que, atualmente, a ocupação se estende para os setores mais altos das
colinas onde se encontra o município94.
Atibaia faz parte da Bacia Hidrográfica do PCJ. Além da Bacia do Rio Atibaia, a Bacia do
Rio Jundiaí também compõe a hidrografia do município95. Atibaia possui, ainda, várias
áreas de preservação ambiental, entre elas a zona de Preservação Ambiental Ecológica
da Serra do Itapetinga, o Parque Ecológico da Grota Funda e as APAs da Represa do
bairro da Usina e do Sistema Cantareira.
Atibaia abrigava 126,6 mil habitantes, em 2010, 2% do total da RA. Sua taxa anual de
crescimento populacional de 1,30% ao ano, entre 2000 e 2010, foi bem inferior aos
registrados no período 1980/1991 e 1991/2000. Ainda assim, no último período
intercensitário, o crescimento populacional do município superou a média estadual de
1,09%.
Sua localização, próxima à RMSP, à RMC, ao Vale do Paraíba e ao sul de Minas Gerais,
fez com que Atibaia fosse um dos destinos da população desses locais, em busca de
melhor qualidade de vida. A proximidade e facilidade de acesso, pela Rodovia Fernão
Dias (BR 381) e Dom Pedro I (SP 065), é, também, fator importante de atração de
turismo de fim de semana.
Na atividade econômica do município, destacam-se: na agropecuária, floricultura e
fruticultura; e na indústria, agroindústria e setor imobiliário e de construção civil96.
Quanto aos serviços, o turismo vem recebendo crescentes investimentos, decorrentes
da organização de eventos, visitação de atrativos naturais e instalação de rede hoteleira e
de restaurantes97.
93
BERENGUEL, Orlando Leonardo. A experiência de trabalho de catadores de recicláveis na dinâmica e gestão territorial de Bragança Paulista SP. Campinas: Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, 2008.
94
CASTELLANO, Marina Sória et al. Impactos de precipitações extremas em meio urbano: os casos de Campinas e Atibaia. Disponível em:
http://www.geo.ufv.br/simposio/simposio/trabalhos/trabalhos_completos/eixo8/046.pdf. Acesso em: 5 out. 2011.
95
ATIBAIA (Município). Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, 2010 – 2013. Prefeitura Municipal da Estância de Atibaia,
Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Atibaia, Casa da Agricultura de Atibaia, Escritório de Desenvolvimento Rural de
Bragança Paulista. Atibaia, 23 de setembro de 2009.
96
ATIBAIA (Município). Plano Diretor, 2006. Em http://www.camaraatibaia.sp.gov.br/planodiretor/Anexos.pdf. Acesso: 26-5-2011.
97
SÃO PAULO (Estado) Secretaria de Meio Ambiente. Criação de sistema de áreas protegidas do Contínuo da Cantareira: Serras do Itaberaba e
Itapetininga. Relatório Final – Volume Principal. São Paulo: fevereiro de 2010.
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Marcelo Sacenco Asquino
Ivani Vicentini
Maria Angélica Campello Pasin Portella Pereira
Carmen Célia Granziera Miyake
Cláudia Antico
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Leila Tendrih
Manuela Santos Nunes do Carmo
Pablo March Frota de Miranda Lima
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