Notícias da Construção - Sinduscon-SP

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Notícias da Construção - Sinduscon-SP
Sua obra merece produtos de qualidade.
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EDITORIAL
Mais produtividade
Sergio Watanabe*
D
urante a Missão Comercial do
SindusCon-SP e da CompraCon-SP que visitou em maio a
Construmat 2011 – Feira Internacional da
Construção, em Barcelona, Espanha, fui
entrevistado por uma jornalista de El País,
o diário mais influente daquela nação.
A principal pergunta da profissional
era se no Brasil a construção de moradias
poderia enfrentar o problema que aflige o
setor na Espanha desde a crise financeira
de 2009: com a falta de créditos internos
e externos, os bancos praticamente
fecharam a torneira no financiamento à
produção e à aquisição de habitações.
Respondi que isso dificilmente aconteceria porque no Brasil o financiamento
habitacional não depende dos bancos, e
sim do FGTS e da Caderneta de Poupança, o primeiro alimentado por depósitos de
empregadores e empregados, e o segundo
com a poupança da população. Além
disso, há recursos de outras fontes, como
os captados pelas grandes construtoras
no mercado de capitais, e já se estudam
alternativas para quando os recursos da
Poupança não forem suficientes ao atendimento da demanda.
Disse à jornalista que o setor imobiliário
brasileiro detém a pujança que seu congênere espanhol teve até a crise financeira:
“Somos hoje o que vocês foram ontem”,
comentei.
Mas ninguém deseja que a construção
brasileira seja amanhã o que a espanhola é
hoje. Temos os nossos conhecidos gargalos, e por isso a Missão do SindusCon-SP
na Espanha, além de conferir as novidades
na Construmat, entrou em contato com
empresas que fabricam ou alugam gruas,
guindastes e diversos equipamentos. Milhares deles estão parados na Espanha,
Gruas paradas na
Espanha trariam
redução de custos
e prazos no Brasil
num momento em que seriam úteis no
Brasil. Com o atual quadro de escassez
de mão de obra, a construção brasileira
necessita se industrializar para atender à
demanda por obras.
Certamente os atrasos generalizados
das obras esportivas e de infraestrutura
aeroportuária e urbana para a Copa de
2014 poderiam ser superados em grande
parte se o governo facilitasse o ingresso
desses equipamentos novos e semi-novos
no Brasil.
A Missão do SindusCon-SP também
transmitiu alguns recados, ao participar
do Fórum da Construção Brasil-Espanha,
realizado na Construmat. Manifestamos
que todo produto ou processo construtivo
estrangeiro para elevar a produtividade é
bem-vindo, desde que os fornecedores
pensem no longo prazo, porque o desafio
não é só a colocação no mercado brasileiro, mas sua manutenção aqui.
Destacamos a necessidade de insumos, equipamentos e sistemas que, devidamente “tropicalizados” em associação
com parceiros nacionais, elevem a produtividade da construção. E nos dispusemos
a conhecer tecnologias e políticas públicas
que incrementem a sustentabilidade na
construção, sobretudo em áreas como
energias renováveis.
Entendemos que são bem-vindos os
parceiros estrangeiros com capacidade
de produção e que possam atender as
necessidades da construção brasileira.
Mas, para que esses insumos venham
ao Brasil diminuir custos e prazos nas
obras, será necessário o governo contribuir
para atender a demanda que ele também
ajudou a criar mediante programas como
o PAC e o Minha Casa, Minha Vida.
Essa contribuição precisa se dar com
a superação de entraves como tributos,
barreiras e taxas alfandegárias, e uma
política nacional de formação de mão de
obra especializada na operação de equipamentos e na instalação de sistemas.
O incremento da formação de mão
de obra é inadiável. Seria impensável se
finalmente conseguíssemos trazer para
cá milhares de gruas e não tivéssemos
pessoal qualificado para operá-las.
* Presidente do SindusCon-SP
,
entários, críticas
Envie seus com
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perguntas e suge
:
para esta coluna
.br
dusconsp.com
presidente@sin
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
3
Presidente
Sergio Tiaki Watanabe
CONGRATULAÇÕES
voz do leitor
“Vimos parabenizá-lo pela excelente qualidade
e excepcional conteúdo da revista Notícias da
Construção, nº 99, ano 7, abril/2011, e agradecer
a atenção destinada à nossa entidade.”
Escreva para esta Seção
[email protected]
Fax (11) 3334-5646
Alexandre Tirelli
Presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo
6
Capa
Certificação é
um dos caminhos
para alcançar a
sustentabilidade
R. Dona Veridiana 55, 2º andar
01238-010 - São Paulo
Diretores das Regionais
José Batista Ferreira (Ribeirão Preto)
José Roberto Alves (São José dos Campos)
Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente)
Luiz Cláudio Minniti Amoroso (Campinas)
Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru)
Paulo Piagentini (Santo André)
Ricardo Beschizza (Santos)
Ronaldo de Oliveira Leme (Sorocaba)
Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto)
26
Obras públicas
Setor rejeita Regime Diferenciado
Representantes junto à Fiesp
Titulares:
Eduardo Capobianco, João Claudio Robusti
Suplentes:
Sergio Porto, Artur Quaresma Filho
31
Responsabilidade social
ConstruSer reuniu 39 mil
Prática alcança maioria do setor
Assessoria de Imprensa
Rafael Marko - (11) 3334-5662
Nathalia Barboza - (11) 3334-5647
36
Relações Capital-Trabalho
Setor debate melhorias com o governo
Trabalho de inclusão de PCDs continua
SindusCon-SP e
Caixa firmam convênio
10
Relações Internacionais
Prospectando a Espanha
SindusCon-SP destaca oportunidades
Sustentabilidade é estratégica
Construmat traz novos insumos
Espanhóis querem trazer gruas
Um colírio para os olhos
Em Vilanova, revitalização inédita
Falta de crédito parou o mercado
20
Habitação
HIS poderá ter elevador
SindusCon-SP alerta CDHU
22
Eventos
Enic terá palestras de alto nível
40
SindusCon-SP em Ação
Caixa promete atualizar valores
Missão a Paris será com a Fiesp
Megasipat começará em agosto
Seminário mostrará cases de estruturas
Regionais
Campinas debate licença ambiental
Parceria forma mais mestres de obras
Bauru faz propostas à Prefeitura
Receita orienta sobre CND e Diso
Feirão da Caixa agita Sorocaba
CompraCon-SP promove encontro
Mestres formam-se no Vale
Comitiva de Santos vai a Barcelona
São Bernardo adquire software 3D
Ribeirão faz Elevação da Escolaridade
Salão e Feirão movimentam R$ 242 mi
4
5
Robson Gonçalves – Conjuntura
38Antonio Jesus de Britto Cosenza
24
Maria Angelica Covelo Silva – Gestão da obra
42
30
Fátima Cardoso – Prevenção e Saúde
52Ercio Thomaz - Soluções Inovadoras
34
Maria Angelica Lencione Pedreti – Gestão
54
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
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Tiragem desta edição: 9 mil exemplares
As opiniões dos colaboradores não refletem
necessariamente as posições do SindusCon-SP
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“O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC e de outras fontes controladas.”
CONJUNTURA
Superemprego
Robson Gonçalves*
H
á tempos se dizia que no Brasil
é difícil até prever o passado.
Apesar do grande amadurecimento de nossas instituições econômicas
e democráticas, o passado continua a
desafiar nossa capacidade de previsão.
Ao final de 2010, o governo federal
comemorou uma marca histórica. Nada
menos de 2,5 milhões de postos de
trabalho com carteira assinada tinham
sido criados em doze meses. Eram tanto
desempregados quanto trabalhadores
informais que tinham atingido a dignidade
da carteira assinada. Brilhante!
A melhoria do nível e da qualidade do
emprego no Brasil tem consequências sociais altamente desejáveis. Trabalhadores
formalizados desfrutam dos benefícios da
seguridade social e têm maior confiança
em seus níveis de renda corrente e futura.
As empresas investem menos na qualificação dos trabalhadores informais, em
prejuízo da produtividade como um todo.
Enfim, tratava-se de um número muito
positivo em termos de inclusão social
e melhoria do perfil de distribuição de
renda no país.
Em maio o governo reviu as contas
e o dado definitivo para 2010 foi ainda mais impressionante: mais de 2,8
milhões de empregos formais criados.
Viva!
Ocorre que, em Economia como em
Medicina, uma dose exagerada ou um
timing errado podem fazer os efeitos
colaterais do remédio superarem seus
benefícios. Infelizmente, no que se refere ao mercado de trabalho, não vale
a máxima do quanto mais, melhor. O
quadro vivido em quase todo o país é
de escassez crescente de trabalhadores
qualificados. A construção civil, um dos
Consumo elevado
deve perdurar mais
algum tempo e
alimentar inflação
segmentos mais dinâmicos da economia, é uma grande prova disso.
Pagamos hoje o preço da falta de
investimento em educação, negligência
que perdurou por décadas. Durante o governo FHC, o Brasil conseguiu um grande
feito, acabando com o déficit de vagas no
Ensino Fundamental. Na era Lula, outro
salto importante foi dado, com a reestruturação e ampliação da rede de Institutos
Federais, as antigas Escolas Técnicas
Federais. E mesmo o ProUni, com todas
as críticas que possa merecer, teve méritos importantes em termos de inclusão
e democratização do ensino universitário.
Ocorre que a dinâmica da formação
de capital humano, isto é, da qualificação
da mão de obra, tem um timing longo em
qualquer economia. Até que medidas de
universalização do acesso e melhoria de
qualidade na educação se materializem
em níveis adequados de oferta de pessoal
qualificado, lá se irão anos. Embora estejamos no caminho correto, esse processo foi
“atropelado” pelo crescimento espetacular
da atividade produtiva em 2010.
Como consequência, vivemos hoje um
dilema digno de Shakespeare: ser ou não
ser tolerantes com inflação em alta apesar
do crescimento do emprego. O excesso
de demanda exige a elevação dos juros
pelo Bacen. Mas os milhões de novos
trabalhadores formais, ávidos pelo consumo, aceitam pagar taxas de juros mais
altas e parcelas mais “salgadas” quando
compram a prazo. Esfriar a economia a
ponto de deter o crescimento da demanda exigiria um esforço ainda maior, mas
desaceleraria o impressionante processo
de inclusão social em marcha. Que fazer,
então? Qual a melhor opção? Menos
inclusão ou menos inflação?
Para 2011, o cenário parece já estar
claro. O efeito defasado da imensa criação
de empregos do ano passado irá sustentar o crescimento do consumo por mais
algum tempo. Mas a escassez de pessoal
qualificado irá pressionar os salários e o
excesso de demanda continuará deixando
a inflação ao consumidor acima de 6% ao
ano. A inércia do superemprego é forte.
* Professor dos MBAs da FGV
e consultor da FGV Projetos
,
entários, críticas
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robson.gon
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
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CAPA
Atenha-se
ao princípio
Nathalia Barboza
6
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
apenas ser eficientes do ponto de vista da
sustentabilidade. Eles devem fazer com
que as pessoas se sintam felizes e gostem
de estar dentro deles.”
Ao lado de Garrod, o arquiteto
brasileiro Edson Yabiku, associado do
Foster+Partners, afirmou que a decisão
de fazer análises virtuais deve partir da
arquitetura. “Não esperamos o cliente pedir
um prédio sustentável nem a análise de
túnel de vento. É nossa obrigação propor
isso. Vai reverter em benefício do cliente e
do usuário”. Um dos princípios do Foster,
diz, é “fazer perguntas desde o início e
muitas das respostas são dadas por estas
ferramentas”.
Yabiku comentou que “foi importante
ver a demonstração de empenho da consFotos: Alexandre Ondir
“Para atingir o alvo é preciso lançar
muitas setas.” Assim o arquiteto Edward
Garrod, do escritório Foster+Partners de
Londres (Inglaterra), definiu a função dos
sistemas existentes no mundo de certificação ambiental de edificações. Ele falou
sobre o assunto tanto no Seminário Internacional Avaliação Ambiental de Edifícios
– As práticas brasileiras e as ten­dên­cias
mundiais, quanto no workshop que se
seguiu, ambos promovidos em maio pelo
Comasp (Comitê de Meio Ambiente) do
SindusCon-SP.
Segundo Garrod, o Foster+Partners
aborda os projetos de uma forma multidisciplinar e colaborativa, na qual uma enorme
gama de expertises está envolvida e, neste
cenário, “os sistemas de certificação são,
em geral, muito parecidos”. O arquiteto
disse que por isso mesmo é conveniente
“ater-se aos princípios de sustentabilidade
que eles apresentam”. Se for assim, disse, elas podem ajudar a criar um projeto
melhor. “A certificação ajuda a perseguir o
desempenho e focar o alvo”, completou.
Outra ferramenta fundamental são os
softwares de análise virtual de performance. “Muitas vezes fica mais barato usá-los
desde o início, porque eles ajudam a decidir, dentro do orçamento, qual tecnologia
mais eficiente aplicar no projeto. Temos
sempre de pensar no custo total”, ensinou
Garrod. No entanto, advertiu, “é sempre
bom lembrar que os prédios não devem
Edson Yabiku e Edward Garrod: prédio sustentável é aquele que faz as pessoas felizes
trução civil brasileira para fazer o melhor”.
“O esforço dos projetistas e empreendedores para fazer sustentabilidade é muito
bom. O Brasil é exemplo para o mundo, e
o importante agora é dar um passo a mais
com responsabilidade”, afirmou.
Exemplos pelo mundo
O seminário começou com a palestra
da professora da Faculdade de Engenharia
Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp
e coordenadora técnica do seminário Vanessa Gomes, que descreveu o panorama
das certificações mundo afora. Segundo
ela, a Austrália foi a primeira a ter um
histórico de ações voltadas a políticas públicas sobre isso. “O Nathers (Nationwide
House Energy Rating Scheme, de 2002)
foi o primeiro sistema governamental de
certificações”, lembrou.
Já a Inglaterra foi o primeiro país a
construir uma agenda nacional de sustentabilidade e tem a
certificação Breeam
(Building Research
Establishment Environmental Assessment Method) há 90
anos. Em meados
dos anos 90, surgiu
o LEED (Leadership
in Energy and Environmental Design),
do U.S. Green Building Council (USGBC).
“Ambas as iniciativas começaram essencialmente como checklists do que fazer ou
não fazer no projeto de edifícios comerciais.
Basicamente, tais sistemas apresentavam
diretrizes de bom projeto e gestão”, analisou Vanessa.
“Com o desenvolvimento deste campo, maior ênfase foi dada à avaliação de
desempenho, mas alguns dos aspectos
de diretrizes persistiram, então podemos
chamá-los de sistemas híbridos”, completou. “A certificação é uma diferenciação
de mercado justa e uma boa fonte de
informação”, sustentou Vanessa.
Segundo ela, além da aproximação
para uma métrica comum entre os sistemas disponíveis, as tendências mundiais
Abertura: Vasconcellos, Leda Aschermann (SVMA), Nabil Bonduki, Watanabe e Ricardo P. Leite (Sehab)
apontam para as certificações de desempenho. Também crescem as ações de
governos na elaboração e definição de
sistemas certificadores, quase sempre
“com abordagens mais focadas”, e ainda o
estímulo ao emprego do conceito da Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos produtos
inseridos na construção civil.
Este tema foi abordado pela engenheira Cássia Maria Ugaya, professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e especialista
em ACV, que inclui
a análise ambiental e muitas vezes
socioeconômica do
produto desde a fase
dos materiais e processos envolvidos
em sua fabricação,
passando por seu uso e o descarte final, o
que significa informar à sociedade todos os
impactos que o produto causa ao planeta,
inclusive os negativos.
Ela usou o case de uma indústria de
bebidas que teve de voltar atrás em sua
decisão de substituir as garrafas de vidro
pelas PET, consideradas mais sustentáveis, após perceber o dano
ambiental provocado pelo
descarte desta nova opção,
para exemplificar como o
ciclo total de vida de um
produto pode ajudar a tomar
o melhor caminho.
“O maior problema é
saber qual produto será
aplicado nas obras, pois
Certificação é uma
ferramenta e não
um fim para obter-se
sustentabilidade
Vanessa Gomes fez a
coordenação técnica
do seminário
não temos inventários ambientais no Brasil.
Temos de avançar nisso”, afirmou Francisco Vasconcellos Neto, vice-presidente
de Meio Ambiente do SindusCon-SP. Segundo Lilian Sarrouf, coordenadora técnica
do Comasp, o país se prepara para propor
uma diretriz brasileira de ACV que permitirá
aos setores avançar na questão. “Dentro
das diretrizes, espera-se a definição de
metodologia que atenda aos diferentes setores. As empresas e a academia esperam
que o governo incentive esta iniciativa e crie
meios para que ela aconteça.”
Maria Marta Teixeira Vasconcellos, do
Departamento de Meio Ambiente da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de
São Paulo), especialista em meio ambiente
e ferramentas de gestão e normatização
ambiental para a indústria, revelou que
a análise do ciclo de vida já está nas discussões do setor, com base na série de
normas ISO 14000, mas que “o país ainda
não dá condições de praticar a ACV”.
Beatriz Kiss, do Centro de Estudos em
Sustentabilidade da FGV (Fundação Getulio Vargas), contou que o Brasil já conta
com um modelo de inventário corporativo,
outra tendência mundial ao lado da definição da “pegada de carbono” de produtos.
SindusCon-SP e Caixa se unem
na difusão da sustentabilidade
Bernardes, da Tecnisa: etiqueta “B” do Procel
O Programa Brasileiro GHG Protocol,
lançado há 3 anos, com base na The GHG
Protocol Corporate Standard, metodologia
mais usada no mundo para inventários
corporativos, tem como objetivo retratar
as emissões de gases de efeito estufa de
uma organização. Segundo Beatriz, o método engloba emissões diretas e indiretas
associadas às atividades desenvolvidas
pela empresa. “A meta é promover no país
uma cultura permanente de elaboração e
publicação dos inventários de emissões.
Algumas construtoras já aderiram. Esperamos que outras nos ajudem a definir os
critérios específicos para o setor.”
Práticas brasileiras
O evento contou ainda com um painel
que detalhou os sistemas de certificação
disponíveis no Brasil e as experiências
das empresas brasileiras.
O gerente do Departamento de Proje-
Bueno, da Gafisa: redução da taxa de condomínio
O presidente do SindusCon-SP,
Sergio Watanabe, e o vice-presidente
da Caixa Econômica Federal, José
Urbano Duarte, assinaram em maio
um Protocolo de Cooperação para
disseminar em São Paulo as boas
práticas e soluções de sustentabilidade. “O protocolo é um grande passo
para a implantação ainda mais eficaz
de políticas sustentáveis no setor da
construção”, disse Watanabe.
O acordo toma como referência os
tos de Eficiência Energética da Eletrobrás,
Fernando Dias Perrone, falou sobre o
Procel Edifica e sobre o Plano Nacional
de Eficiência Energética (PNEf), cuja meta
é economizar 10% da energia planejada
para ser consumida até 2030. Ele anunciou o lançamento do software Domus
Procel Edifica. A ferramenta ajudará nas
medições de temperatura e umidade dos
ambientes e, segundo Perrone, “vem
preencher uma importante lacuna de
produtos de análise virtual no país”.
Além disso, ele destacou o Programa
Procopa Turismo, que estende os prazos de financiamento concedidos pelo
­BNDES a projetos voltados à rede turística
focada na Copa do Mundo de 2014, desde
que obtenham o Selo Procel.
O gerente de Desenvolvimento da
Tecnisa, Maurício Bernardes, apresentou
a experiência da empresa na aplicação
dos requisitos do Procel Edifica na linha
Tecnisa Flex de imóveis econômicos. “Na
primeira configuração do empreendimento, só teríamos a etiqueta ‘D’ de eficiência
do Procel. Com um investimento total de
R$ 575 mil, ou 0,85% do custo total da
obra, em aquecimento a gás, tubulação
de água quente com isolamento térmico,
medição individualizada de água fria e
isolamento térmico na cobertura, pudemos atingir a etiqueta ‘B’”, explicou. “O
investimento adicional de R$ 1,1 bilhão em
Cássia Ugaya:
análise de toda a vida
do produto
8
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
critérios estabelecidos pelo Selo Casa
Azul, da Caixa, e tem como metas reduzir custos; reconhecer boas práticas
e soluções para o aperfeiçoamento dos
projetos habitacionais e desenvolver
projetos e ações nas áreas temáticas
de interesse prioritário, entre eles
a redução e mitigação da emissão
de gases de efeito estufa; conforto
ambiental e eficiência energética; e a
gestão de resíduos da construção e
da demolição.
alteração da estrutura e substituição dos
caixilhos para ter ventilação e iluminação
naturais foi descartado”, disse. As mudanças seriam para obter-se a etiqueta “A”.
Terence Beckett, representante da
Fundação BRE Global, explicou que a
certificação de origem britânica Breeam
apoia-se em nove categorias “que permitem avaliar os edifícios de modo holístico”.
Segundo ele, hoje o Breeam privilegia os
pré-requisitos mínimos, porque o objetivo da certificação é penetrar o máximo
possível do mercado. “Queremos o bem
para a maioria e não só para uma parcela
pequena do mercado, que pode chegar ao
patamar excelente”, afirmou.
A arquiteta carioca Viviane Cunha, a
primeira a usar a metodologia Breeam
no Brasil, pondera que a certificação
“demanda profissionais muito especializados, capazes de comprovar as
boas práticas aplicadas em um empreendimento”, mas que “o sistema aceita
Casado: Brasil é 5º no ranking de uso do LEED
melhor as características regionais de
um projeto”.
Beckett também anunciou que a
Fundação BRE prepara-se para instalar
um Parque de Inovações no Brasil. Junto
com a universidade, o complexo funciona como uma espécie de laboratório,
onde são estudadas, acompanhadas e
incentivadas as inovações tecnológicas
aplicadas à construção civil.
Driblar dificuldades
O Selo Casa Azul, da Caixa Econômica Federal, também leva em conta as
características regionais, dos usuários
e de custos dos projetos, apontou Jean
Rodrigues Benevides. Para ele, a prioridade da Caixa hoje é disseminar o selo.
“O primeiro projeto, certificado em março
deste ano, mostra ser possível driblar
questões como um possível aumento de
custo e de prazo (análise e aprovação) e
a dificuldade de adaptar projetos padrão
(já prontos)”, afirmou.
Vilson Buss, da Rôgga Construtora e
Incorporadora, de Joinville (SC), demonstrou a aplicação dos critérios da Caixa no
Residencial Bonelli. “Um exemplo é o uso
de elevadores eficientes, como sistema
de operação inteligente que minimiza a
utilização de energia, contribuindo para
a redução das despesas operacionais”,
disse. Outro exemplo é a gestão dos
resíduos de Classe A (tijolo, cimento,
telha, bloco) para utilização de aterro do
terreno do próprio empreendimento e a
destinação dos resíduos perigosos ao
Aterro de Resíduos Industriais.
de R$ 5 mil na conta mensal. Também foi
Manuel Carlos Martins, da Funpossível reverter a verba de reciclagem
dação Vanzolini, explicou que o
de entulho para os operários”, afirmou.
processo Aqua (Alta Qualidade
Ambiental), por sua vez, privilegia
Repercussão
os critérios de desempenho, procuPara Francisco Vasconcellos Neto,
rando “equilibrar meio ambiente e
vice-presidente de Meio Ambiente do
uso do empreendimento e conforto
SindusCon-SP, o seminário representou
do usuário”.
uma excelente oportunidade para discutir
Esta certificação foi conquistada
e avaliar, por meio de exemplos práticos,
pela FDE (Fundação de Desenvolvicomo as certificações são utilizadas pemento para a Educação), do governo
las empresas brasileiras e o melhor modo
de São Paulo, na reforma da Escola
de agir de forma sustentável.
Estadual Bairro Luz, que necessitava
André Aranha Campos, coordenador
preservar as fachadas existentes no
do Comasp, disse que “o seminário cumterreno que compõem o conjunto de bens
priu a missão do SindusCon-SP de levar
de interesse histórico e cultural locais.
informação e conhecimento ao setor”.
“Das 14 categorias do Aqua, atingimos
O secretário de Recursos Hídricos e
nível excelente em seis”, contou Ricardo
Ambiente Urbano do Ministério do Meio
Esteves, chefe do Departamento de EdiAmbiente, Nabil Bonduki, afirmou que a
ficações da FDE. “Apesar do alto custo
construção sustentável deve ser pensada
dos materiais, também incorporamos
de forma integral, sem deixar de incluir na
forros acústicos nas salas, o que nos deu
discussão o fator custo. “Os cálculos não
um resultado surpreendente”, comentou.
podem ser feitos só levando em conta a
As boas práticas identificadas pelo FDE
são inseridas nos cadernos
técnicos fazendo as lições
aprendidas se perpetuarem
em todas as demais obras.
Por fim, Marcos Casado,
gerente técnico do Green
Building Council Brasil, apresentou o LEED, certificação
mais disseminada no Brasil,
5° país do mundo no ranking
do GBC, com 274 projetos
registrados –29 já foram
certificados.
Mesmo assim, segundo
Benevides, da Caixa: prioridade é disseminar o Selo Azul
ele, o LEED ainda enfrenta
construção convencional.” Ele também
dificuldades como “a forte visão de curto
prometeu se debruçar sobre a questão
prazo do setor e a falta de conhecimento
das APPs (Áreas de Preservação Persobre a metodologia da certificação”.
manente) urbanas.
A Gafisa já conseguiu certificação
Na abertura, também estiveram
Platinum LEED. Luiz Fernando Ciniello
presentes Leda Aschermann, secretáriaBueno, diretor de Operações da empre-adjunta e supervisora geral da Adminissa, revelou que, o condomínio hoje do
tração da SVMA de São Paulo; Ricardo
empreendimento é de R$ 9,35/m², ante
Pereira Leite, secretário municipal da
R$ 17/m² de outros prédios da região. A
Habitação; e João Luiz Potenza, da Coeconomia não foi só na operação. “Duordenadoria de Planejamento Ambiental
rante a fase de obra, a utilização de água
da SMA do Estado.
de infiltração promoveu uma economia
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
9
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
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REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
Prospectando a Espanha
Rafael Marko
A primeira Missão Comercial do SindusCon-SP desembarcou em um domingo,
15 de maio, em Barcelona, em meio à
persistência da crise econômica que transformou a construção civil da Espanha, setor
protagonista do desenvolvimento até 2008,
em uma das maiores vítimas do sumiço
dos investidores e da queda de renda das
famílias naquele país.
No mesmo dia, milhares de jovens ocupavam as praças das principais cidades,
para manifestar que nenhum partido político merecia o voto nas eleições regionais e
municipais do domingo seguinte. Estima-se
que 45% dos jovens espanhóis com até 25
anos estejam desempregados. Em 21 de
maio, a oposição de direita derrotaria os governos de centro-esquerda, enfraquecendo
o Partido Socialista e o primeiro-ministro
José Zapatero.
Neste cenário de carteiras imobiliárias
dos bancos recheadas de apartamentos
devolvidos, escassez de novas obras e
milhares de gruas e outros equipamentos
de construção parados, a Missão do SindusCon-SP assistiria na manhã seguinte a
secretária de Habitação e Atuações Urbanas da Espanha, Beatriz Corredor Sierra,
mencionar o Brasil para tentar transmitir um
pouco de esperança.
Ao discursar na abertura da Construmat 2011 – Feira Internacional da Construção de Barcelona, Beatriz afirmou que
investimentos em inovação e sustentabilidade levariam a construção espanhola a
uma internacionalização, explorando novas
oportunidades em países como os do Norte
da África e o Brasil.
Na mesma linha, o presidente da Província da Catalunha, Artur Mas, apontou a
importância da realização da Construmat
para desenvolver novos mercados, citando especificamente a China e o Brasil.
Ele cobrou do governo espanhol critérios
As gruas que constroem a
catedral da Sagrada Família
são algumas das poucas em
funcionamento em Barcelona
Quaresma Filho, Benevides, Bianchi, Fernandes, Rodrigues, Vasconcellos, Porto, Watanabe, Maria Luiza,
Franck e Lúcio, no pavilhão de exposições da feira Construmat, em Barcelona
mais flexíveis para a liberação de verbas
destinadas à revitalização de moradias,
segmento da construção que, junto com
algumas obras públicas, resiste à crise.
Nos dias seguintes, a delegação do
SindusCon-SP visitou a feira, manteve contatos com fornecedores de equipamentos
e associações de
engenheiros e arquitetos, e conheceu
um projeto de revitalização urbana em
Vilanova i la Geltrú.
Os representantes
do sindicato analisaram possibilidades
de parcerias para
incrementar a produtividade da construção brasileira.
Liderada pelo presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, e organizada
pelo diretor de Relações Internacionais,
Salvador Benevides, a Missão visitou a
Construmat a convite da Fira Barcelona
e contou com a participação dos vi­cepresidentes Francisco Vasconcellos (Meio
Ambiente) e Maurício Bianchi (Tecnologia
e Qualidade), e do vice-presidente da
CompraCon-SP (Associação de Compras
da Construção Civil no Estado de São
Paulo), Fernando Fernandes.
Acompanharam o grupo os representantes à Fiesp e ex-presidentes do SindusCon-SP Sergio Porto e Artur Quaresma
Filho; o membro do CTQ (Conselho de
Tecnologia e Qualidade), Luiz Lucio; a
diretora de Relações
Internacionais da
Fiesp, Maria Luiza
Salomé; os fornecedores de insumos da
construção Carlos
Franck, Francisco
Pigatto Neto e João
Rodrigues, e representantes de diversas empresas associadas ao SindusCon-SP. Além deles, mais
80 brasileiros –entre os quais o diretor da
Regional Santos do SindusCon-SP, Ricardo Beschizza, visitaram a feira, que neste
ano reuniu 1.238 expositores de 28 países.
Os representantes da Fira Barcelona
no Brasil, Francisco Orjales e Jordi Solé
Perez, organizaram o roteiro de atividades
da Missão, com o apoio da AD Turismo.
SindusCon-SP confere
oportunidades para a
construção brasileira
elevar a produtividade
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
11
SindusCon-SP destaca oportunidades
“Todo produto ou processo construtivo
europeu para elevar a produtividade é
bem-vindo, desde que vocês pensem no
longo prazo, porque o desafio não é colocar o produto no mercado brasileiro, mas
mantê-lo lá.” A recomendação foi feita pelo
vice-presidente de Tecnologia e Qualidade
do SindusCon-SP, Mauricio Bianchi, a um
público de 60 fornecedores e profissionais
espanhóis que participaram do Fórum
da Construção Brasil-Espanha, em 17
de maio. O evento foi realizado dentro da
Construmat, em Barcelona.
Tanto Bianchi como o presidente do
SindusCon-SP, Sergio Watanabe, relataram em suas apresentações as perspectivas e os gargalos enfrentados pelo setor.
Enfatizaram a necessidade de insumos,
equipamentos e sistemas que, devidamente “tropicalizados”, elevem a produtividade
da construção. “Quem pensar assim terá
grandes oportunidades de negócios”, assinalou o presidente
do SindusCon-SP.
habitação; introduzir mais industrialização
nos processos construtivos; aumentar a
produtividade da mão de obra e adotar
políticas urbanas que elevem a oferta de
terrenos.
Watanabe: produtividade trará grandes negócios
que representaria um investimento médio
anual de R$ 203,99 bilhões.
Destacou as
oportunidades abertas pelo Programa
Recursos
Minha Casa, Minha
Watanabe mosVida 2, que deverá
trou que será nemovimentar mais de
cessário construir
R$ 300 bilhões para
23,5 milhões de
contratar a construmoradias desde o
ção de 2 milhões de
ano passado até
novas moradias. Es2022, para atentimou que, até 2022,
der as necessidades habitacionais das
o Brasil deverá investir pelo menos R$ 2,1
novas famílias brasileiras, eliminar a
trilhões na expansão da infraestrutura.
precariedade e reduzir a coabitação, o
E relatou que outros R$ 30 bilhões em
recursos oficiais serão
Fornecedores e profissionais espanhóis assistem às palestras
mobilizados diretamente
nas obras para a Copa
do Mundo e as Olimpía­
das.
O presidente do SindusCon-SP também listou os desafios do setor:
aumentar o investimento
em infraestrutura; desenvolver novas fontes
de financiamento para
Missão mostra para os
fornecedores espanhóis
as necessidades da
construção brasileira
Mercado amplo
Maurício Bianchi destacou que no Brasil “há um mercado enorme aberto para
equipamentos e sistemas construtivos
que encurtem prazos de produção”. Ele
mostrou o trabalho do CTQ (Comitê de
Tecnologia e Qualidade) do Sindus­ConSP na modernização tecnológica do setor
e apontou os segmentos em que a contribuição estrangeira será bem-vinda, como
no fornecimento de gruas e sistemas que
melhorem o desempenho, a vida útil e a
sustentabilidade das edificações.
Bianchi também sublinhou a necessidade de “conversarmos mais com o
governo para a superação de gargalos
como transporte vertical escasso e de
custo elevado, alta carga tributária, burocracia, protecionismo arcaico da Justiça
do Trabalho e baixo incentivo à pesquisa”.
Segundo o vice-presidente, em face
desses problemas que resultam em baixa
produtividade, a evolução da tecnologia
construtiva brasileira “faz a nossa construção parecer uma Ferrari trafegando em
uma rua cheia de buracos”.
Bianchi: conversar com o governo para a
superação dos gargalos ao aumento da eficiência
“Sustentabilidade é estratégica”
Ao palestrar no Fórum da Construção
Brasil-Espanha dentro da Construmat,
o vice-presidente de Meio Ambiente do
SindusCon-SP, Francisco Vasconcellos,
frisou que o sindicato vê a sustentabilidade
como “assunto estratégico para a construção brasileira, por ser cada vez mais
fundamental para a competitividade das
empresas”.
Ele manifestou interesse em conhecer
tecnologias e políticas públicas que incrementem a sustentabilidade na construção,
sobretudo em uso de energia solar no
aquecimento de água e outras energias
renováveis. “O SindusCon-SP tem se destacado por seu protagonismo na discussão
dessas políticas públicas para legitimar o
Benevides: semi-novos enfrentam barreiras
que realmente contribui e evitar a imposição
de dificuldades por quem não entende do
assunto”, afirmou.
Vasconcellos relatou as realizações
do Comasp (Comitê de Meio Ambiente)
do SindusCon-SP, bem como sua atuação
institucional junto ao governo. E apontou
os itens a serem aprofundados: revitalização de áreas contaminadas para uso
imobiliário; uso sustentável da madeira na
construção; gestão de resíduos; mudanças
climáticas e análise de riscos; e análise de
ciclo de vida de materiais e sistemas.
Semi-novos barrados
O diretor de Relações Internacionais, Salvador Benevides, apresentou
os objetivos de sua área: receber e
orientar empresários, consulados,
câmaras de comércio, delegações e
instituições internacionais; e realizar
missões técnicas ao exterior, para
conhecer práticas de excelência que
possam ser aproveitadas pelas construtoras brasileiras.
O diretor mencionou alguns gargalos existentes no Brasil, como a
barreira ao ingresso de equipamentos
semi-novos. Tanto na palestra como
em diversos contatos oficiais, Benevi- Vasconcellos: legitimar o que realmente é sustentável
des orientou fornecedores de insumos
a redução das tarefas artesanais.
interessados em entrar no
“O ingressos de produtos e equipamercado brasileiro.
mentos no mercado brasileiro enfrenta
Ele distribuiu aos presentes
entraves como barreiras alfandegárias, tao folder da Diretoria de Relações
xas, burocracias. Nesse sentido, o governo
Internacionais, com o histórico
precisa nos ajudar a atender a demanda
de todas as Missões Técnicas
que ele mesmo criou com programas como
do SindusCon-SP, além de cao de Aceleração do Crescimento e Minha
netas do sindicato e chaveiros
Casa, Minha Vida”, disse.
com a estilização de um jogador
O vice-presidente mostrou as exide futebol brasileiro, brincando
gências do mercado brasileiro aos fornecom os interlocutores espanhóis:
cedores estrangeiros: ter representante
“Hemos sido generosos em
instalado oficialmente no Brasil; colocar o
2010, pero en 2014 ya no los
material na obra, observando toda a logísdejaremos ganar la Copa”.
tica; certificá-lo nos órgãos competentes;
ter qualidade e uma rede de distribuição
Diminuir custos
e manutenção, com rápido atendimento
“Buscamos parceiros com
e peças de reposição no Brasil; cumprir
nome, capacidade de produção
prazos e atender as garantias em conformie que possam atender nossas necesdade com as normas técnicas e o Código
sidades de equipamentos, produtos e
de Defesa do Consumidor.
sistemas que diminuam custos e prazos
nas obras”, anunciou o vice-presidente
Fernandes listou as exigências do mercado
da CompraCon-SP, Fernando Fernandes.
Ele listou as necessidades do setor:
no tocante à escassez de mão de obra,
aprimorar tecnologias que reflitam na
redução de pessoal e ampliar as opções
de sistemas construtivos e equipamentos;
quanto à necessidade de garantir os prazos de entrega das obras, obter insumos
que contribuam para a industrialização e
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
13
Construmat traz novos insumos
Em meio à crise que a construção
espanhola atravessa, não se esperavam grandes inovações em produtos
e sistemas na Construmat. Mesmo assim, diversos itens específicos da feira
atraíram a atenção dos visitantes.
Equipamentos de iluminação que
potencializam e projetam a luz solar
para dentro das moradias chamaram
a atenção do vice-presidente de
Meio Ambiente do SindusCon-SP,
Francisco Vasconcellos. Ele também
conheceu mais de perto um sistema
de tetos e paredes “verdes”, com plantas especialmente selecionadas para
A secretária de Habitação Beatriz Sierra e o
presidente da Catalunha Artur Mas, sentados
sobre um banco feito de 93% de quartzo
o clima europeu. “Temos condições
de desenvolver o mesmo com nossos
botânicos”, ponderou.
Sistemas de fachadas ventiladas
interessaram ao vice-presidente de
Tecnologia e Qualidade, Mauricio
Bianchi.
“A praticidade de instalação pode
eventualmente compensar um custo
maior, nestes tempos em que necessitamos elevar a produtividade”,
comentou.
Nesta página e na seguinte, estão
alguns exemplos de produtos e sistemas expostos na Construmat.
Sistema industrializado de rejunte da Rubi
Isolante acústico feito de reciclados
Sistema de fachadas ventiladas
Pisos de
cerâmica
imitando madeira
da Floorgres
Sistema de vigas
de concreto
com isolante
termoacústico
de isopor da
Century’s Beams
Parede “verde” da Sempergreen
Sistema de iluminação natural da Soatube
Lavabo com espelho iluminado a LED da Sancril
Aquecimento solar e de gás integrado para água
Equipamento para elevação com ventosas
Tubos a
vácuo para
aquecimento
de água por
energia solar
Sistema de
captação e
reúso de água
de chuva da
Graf
Espanhóis querem trazer gruas
bém se reuniram
na Construmat
com dirigentes
dos Conselhos
Regionais de
Engenheiros de
Edificações e
Engenheiros de
Obras Públicas
de Barcelona.
Diante da situação da falta
de trabalho na
Espanha, os
representantes
dessas entidades
indagaram sobre
as perspectivas
profissionais para
engenheiros e
arquitetos espanhóis no Brasil.
Alguns deles
estiveram recentemente aqui
e d e t e c t a ra m
opor tunidades Grua em exposição na Construmat: equipamento é muito usado na Espanha
em áreas como
transferência de conhecimento tecnológiVasconcellos afirmou que dificilmente
co, gerenciamento de projetos, de obras e
um escritório de engenharia ou arquitetura
de segurança e saúde do trabalho.
espanhol terá sucesso no Brasil se não
Os profissionais manifestaram intiver alguma parceria com um congênere
teresse em firmar um convênio com o
Busca de trabalho
brasileiro. E Benevides mencionou a neSindusCon-SP pelo qual certificariam a
O presidente do SindusCon-SP,
cessidade de observância dos trâmites
habilitação de engenheiros ou arquitetos
Sergio Watababe, os vices Vasconcellos
legais para o trabalho de técnicos estranespanhóis interessados em trabalhar no
e Bianchi e o diretor Benevides tamgeiros no país.
Brasil.
Os dirigentes do SindusCon-SP tamBenevides, Vasconcellos, Watanabe e Bianchi trocam cartões com representantes
Watanabe
bém receberam Eulàlia Berna Aguilar
do Conselho de Arquitetos e Engenheiros de Edificações de Barcelona
colocou o sine Joan Prat Pujol, representantes do
dicato à dispoServiço de Ocupação do governo da
sição. Bianchi
Catalunha, que faz qualificação e coloalertou para as
cação de mão de obra, orientando-os no
necessidades
mesmo sentido. Este órgão se caracteriza
curriculares e
por visitar as empresas, detectar suas
de qualificanecessidades de pessoal, buscar as pesção requeridas
soas interessadas e custear 100% de sua
pela engenhaqualificação ou requalificação para que lá
ria nacional.
possam se empregar.
Empresas e associações que vendem
ou alugam equipamentos de elevação
de materiais mantiveram contatos com
a Missão Comercial do SindusCon-SP
durante a Construmat.
O gerente da Agalma (Associação
Galega de Locadores de Equipamentos),
Carlos Fontenla Blanco, informou ter
conseguido levar 2 gruas à Bahia e 1 ao
Espírito Santo. Ele informou que as 17
empresas de sua associação dispõem de
2 mil gruas semi-novas para alugar. E solicitou ao SindusCon-SP colaboração para
a montagem de cursos de operadores.
O diretor de Relações Internacionais,
Salvador Benevides, e o membro do CTQ
Luiz Lucio orientaram-no a montar uma
rede de assistência técnica. Também o
informaram de que o município de São
Paulo exige gruas com cabines.
Benevides, Lúcio e Fernando Fernandes, da CompraCon-SP, ainda visitaram
uma empresa espanhola de locação de
equipamentos de elevação, com grande
capacidade ociosa, interessada em ingressar no mercado brasileiro.
Em outro contato, a Missão foi informada, por uma advogada brasileira residente
em Barcelona, sobre uma grua espanhola
enquadrada em um “ex” tarifário, que foi
para uma construtora de Marília.
Um colírio para os olhos
É inevitável. Por onde quer que se
caminhe em Barcelona, a arquitetura surpreende. Apreciando o legado deixado pelo
renomado arquiteto Gaudi ou conferindo as
inovações da modernidade, o olhar sempre
é atraído para alguma construção inusitada
na capital da Catalunha.
O representante do SindusCon-SP
junto à Fiesp, Sergio Porto, maravi­lhouse com a solução arquitetônica dada à
arena de touros desativada, localizada na
praça Espanha. Para edificar o Shopping
Arena sem destruir a bela estrutura quase
centenária do local, a solução encontrada
foi manter a estrutura circular externa da
Estrutura externa preservada da arena de
touradas, que hoje abriga o Shopping Arena:
arena, literalmente parafusando-a sobre
exemplo de modernidade com preservação
vigas de concreto e “amarrando-a” por
do patrimônio histórico de Barcelona
dentro com gigantescos tirantes de aço.
Pintados de amarelo, os tirantes
incorporaram-se à decoração
interna, formando um belo conjunto arquitetônico. Junto com o
vice-presidente Maurício Bianchi
e o empresário Francisco Pigatto
Neto, Porto percorreu o shopping,
analisando os detalhes da obra.
Os integrantes da Missão
Comercial também visitaram a
Catedral da Sagrada Família,
iniciada por Gaudi em 1883 e
cuja conclusão está prevista para
algum ano entre 2025 e 2030.
Toda a impressionante estrutura
interna de abóbodas foi concluída
nos últimos anos.
Para projetá-la, Gaudi usou
uma amarração de pequenos
sacos de areia pendentes de
barbantes, que manejava até a
forma desejada, porém invertida. Abóbodas da Catedral da Sagrada Família; para projetá-las,
Gaudi fazia uma amarração com pequenos sacos de areia
Depois, com a ajuda de
espelhos, o arquiteto desenhava as abóbodas.
Próximo ao local da feira
Construmat, dois edifícios
comerciais chamavam a
atenção por sua arquitetura
inusitada.
Pigatto Neto, Porto e Bianchi, diante dos
tirantes da estrutura interna do shopping
Edifícios arrojados próximos à Construmat
Em Vilanova, revitalização inédita
Em 1910, a Pirelli inaugurou sua primeira fábrica fora da Itália no vilarejo de
Vilanova i la Geltrú, a 45 km de Barcelona,
no litoral da Espanha. Desde então, a
vida da cidade e da empresa estiveram
O resultado foi conferido pela Missão
Comercial do SindusCon-SP, que realizou
uma visita técnica ao local junto com
representantes da Federação Russa de
Construtores e de entidades da construção da Argentina, do México
e da Sibéria.
área edificável; e a comunidade, que
desejava um novo espaço urbano com
equipamentos públicos e a preservação
de algum elemento que lembrasse a
presença da Pirelli no local – no caso, o
prédio da administração, remodelado para
servir de centro cultural.
Resíduos reciclados
Consenso político
A demolição das instalações da fábriO pulo do gato para viaca foi feita com o cuidado de recuperar ou
bilizar o projeto denominado
reciclar ao máximo os resíduos. Segundo
L’Eixample de Mar foi montar
a empresa, o resultado foram 350 mil
um modelo financeiro com
telhas, 2.218 unidades de vidro armado,
duas instituições de crédito,
161 estruturas metálicas, 6.310 m² de
e obter a concordância da
placas de cimento, 192m² de chapas de
comunidade e de todos os
vidro e 204 janelas de madeira, entre
partidos políticos atuantes
outros materiais.
em Vilanova i la Geltrú. Foi
A fábrica ia sendo transferida à medida
o que contou aos visitantes
que se vendiam e se erguiam os primeiros
Eduardo Brull, conselheiro
Parquinho diante de edifícios onde antes havia uma fábrica
empreendimentos. Do terreno, 65% virrado Grupo Qualitat. Segundo
ele, tratava-se do maior desafio
intimamente ligadas. Quarenta anos deassumido pela empresa desde
pois, 3.500 dos 20 mil habitantes locais
que ela iniciara suas atividades
eram empregados diretos da empresa. No
em 1989 com um capital equientanto, o município cresceu (hoje conta
valente a modestos 1.800 euros.
com 65 mil moradores) e a fábrica acabou
A incorporadora convenceu
encravada bem no seu centro, transfora Pirelli a permanecer na cidamando-se em uma mancha urbana.
de em vez de aventurar-se no
No final dos anos 90, o Grupo Qualitat
Leste Europeu, onde a mão de
resolveu assumir o desafio de mudar a
obra era mais barata. Comprou
Pirelli para outro terreno distante 5 km,
o terreno da fábrica e realizou
sem paralisar sua produção, e ao mesmo
um concurso internacional para
tempo urbanizar o enorme terreno de 11
definir como seria o projeto do
hectares remanescente, dotando-o de
novo centro urbano. Em 2002,
empreendimentos residenciais e comerum júri composto por urbanistas Chaminés da antiga Pirelli mantidas a pedido da comunidade
ciais com requisitos de sustentabilidade
e membros da comunidade ese equipamentos públicos.
ram espaço público, e foram destinados
colheu entre 25 projetos
à edificação 143 mil m², sendo 80% para
o
do
escritório
do
arquiBrull, Watanabe, Benevides e Maria Luiza (ao centro), em Vilanova
moradias e 20% para uso comercial.
teto espanhol Busquets.
Antes, foi necessário vencer o desafio
De acordo com
técnico de rebaixar o lençol freático que
Brull, o projeto atendia
estava a apenas 30 metros de profunà negociação entre o podidade, bombeando água 24 horas por
der público, que queria o
dia durante 8 meses. A parte de cima do
maior espaço possível
terreno virou um parque de 30 mil m² e na
para equipamentos ursua orla marítima construiu-se um porto
banos; a incorporadora,
para grandes iates.
que almejava a maior
A falta de
crédito parou
o mercado e
reduziu preços
Empreendimento parado em Vilanova, à espera da retomada do mercado
Mas outros empreendimentos pelo país
A visita técnica da Missão do Sindusforam vendidos com o financiamento de
Con-SP a Vilanova i la Geltrú também
até 95% da dívida. Quando veio a crise,
permitiu ver mais de perto o efeito da crise
muitos desses imóveis foram parar de
econômica sobre a construção civil espavolta nos bancos, criando problemas
nhola. Ao lado de alguns empreendimenfinanceiros e deixando os balanços no
tos imobiliários concluídos e em operação,
outro edifício encontrava-se
paralisado, apenas com a
estrutura edificada.
Segundo o consultor
Eduardo Brull, das 1.100
unidades habitacionais do
projeto, 400 foram concluí­
das, 180 estão com as
obras paradas e o restante
aguarda a retomada do
mercado para se iniciarem.
“O problema na Espanha
é que falta crédito interno
e externo. Há cerca de 1
milhão de moradias à venda
e esse estoque deverá levar
ainda uns 2 a 3 anos para Conjunto habitacional em L’Eixample de Mar, com apartamento à venda
baixar”, relatou o consultor
prejuízo. Isso naturalmente dificulta o
do Grupo Qualitá.
retorno do crédito.
O efeito foi sentido nos preços de
A situação retarda a recuperação
venda dos imóveis, que caíram até 30%.
do PIB da Espanha, que caiu 4% em
Em L’Eixample de Mar, um apartamento
2009. Neste ano de 2011, espera-se um
de 80m² de área útil com uma vaga na
crescimento de apenas 1%. A taxa de
garagem está sendo vendido por 300 mil
desemprego está por volta de 21% da
euros. “Antes da crise estava em 400 mil.
população economicamente ativa.
E se a crise persistir, o preço ainda poderá
cair um pouco”, disse Brull.
Sustentabilidade
O financiamento pode se estender
Em L’Eixample de Mar, os emprepor até 40 anos, com juros de 4% ao ano.
endimentos são edificados buscando
No caso do modelo de financiamento do
atender à legislação que determina que
Qualitá, pede-se do comprador 30% de
60% da demanda de energia do edifício
entrada e se financia o restante da dívida.
seja coberta por sistemas de aquecimento
solar. Entretanto, isso não dispensa a
utilização de gás para aquecer a água,
frequentemente necessário do ponto de
vista técnico.
De outro lado, há incentivos para a
micro-cogeração de energia pela utilização de placas
fotovoltaicas. O governo
subvenciona o preço de
compra da eletricidade dos
micro-cogeradores ou lhes
dá descontos na conta de
energia.
Já no norte e no centro
da Espanha, edifícios geram energia com caldeiras
alimentadas por biomassa
(material que vem da limpeza de campos para a
agricultura, por exemplo).
Quanto aos resíduos
dos edifícios em operação
em Vilanova i la Geltrú, eles
são descartados em caçambas subterrâneas já segregadas (uma para papel,
outra para plásticos, outra para orgânicos
etc.). Diariamente, caminhões especiais
recolhem os resíduos e higienizam as
caçambas.
Lixeiras sobre caçambas subterrâneas em Vilanova
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
19
HABITAÇÃO POPULAR
HIS poderá ter elevador
Em breve, a Cohab-SP poderá elevar
para até 13 andares a altura dos prédios
voltados à habitação popular, afirmou
o secretário municipal da Habitação e
presidente da Cohab-SP, Ricardo Pereira
Leite, em almoço de confraternização no
SindusCon-SP. O evento reuniu os participantes de viagem feita à Espanha entre 3 e
9 de abril, a convite da fabricante espanhola
de elevadores Orona. O vice-presidente
Administrativo e Financeiro do sindicato,
Cristiano Goldstein, que participou da
viagem, recepcionou os visitantes.
Hoje, os prédios não passam de 5
andares. “A verticalização é boa para a
edificação ou reforma de edifícios destinados à habitação
de interesse social
(HIS) em favelas ou
áreas de revitalização urbana.”
Pereira Leite
afirmou que em certos casos os órgãos
públicos encarregados da preservação
do patrimônio histórico deveriam concordar
em elevar o gabarito, para permitir edifícios
mais altos voltados à habitação popular.
Ele disse que a tecnologia de elevadores
anti-vandalismo de fabricantes como a
Orona é adequada aos projetos de moradia popular. “O desafio é chegar a uma
manutenção econômica, que permita aos
futuros moradores bancá-lo”.
O elevador representa um custo
considerado alto para o público de baixa
renda e sempre foi o entrave para conjun-
tos habitacionais populares. A Cohab-SP
es­tima que um elevador aumente o valor
do condomínio em cerca de R$ 25 e que
campanhas educativas poderão fazer
com que os moradores assumam o uso
consciente dos elevadores e se tornem
capazes de arcar com sua manutenção.
Super resistência
Flávio Peter, diretor comercial da AMG
Elevadores, representante da Orona no
Brasil, explica que o sistema anti-vandalismo foi desenvolvido na Europa depois
dos problemas com os hooligans, gangues
de torcedores de futebol que provocaram
batalhas e depredações pelas ruas e
estádios de cidades
europeias nos anos
80. “Os requisitos
destes elevadores
estão na norma EN
8171, mas também
são complementares a outra norma do
Mercosul”, comenta.
Segundo Peter,
por ser originalmente voltado a arenas
esportivas e prédios públicos, o produto
é mais rústico e preparado para resistir
ao fogo e a fortes impactos. “A cabina é
reforçada para não ser arrancada, perfurada a faca ou amassada; as botoeiras
não podem ser arrancadas ou furadas;
não há subteto: a lâmpada é embutida; o
espelho é nivelado no painel e feito de vidro
laminado; o corrimão é superresistente ao
arrancamento; e o piso é semelhante ao
dos ônibus”, enumera.
Cohab já estuda
uso de equipamentos
anti-vandalismo
Peter, Robusti, Pereira Leite, Goldstein e Hisae Gungi discutiram a verticalização em prédios populares
20
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
Participaram ainda João Claudio Robusti, representante do sindicato junto à
Fiesp; Alexandre de Oliveira, presidente
da CompraCon-SP; Hisae Gungi, Letícia
Sgarbi e Marcia Fantinato, da Cohab; Fernanda Piedomonte, da Rossi; Boris Risnic,
consultor; Antônio Laskos e Elcio Sigolo, do
do SindusCon-SP.
Atrasos de
pagamentos
A questão dos atrasos nos pagamentos de medições das obras públicas
ocorridos em abril no âmbito da CDHU
(Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) foi levada em maio
pelo representante do SindusCon-SP
junto à Fiesp, João Claudio Robusti,
ao secretário-adjunto de Habitação do
Estado de São Paulo, Marcos Rodrigues Penido.
Este foi o segundo encontro que
tratou do tema. Robusti reforçou que “a
questão compromete o fluxo de caixa
das construtoras. Este assunto tem
de ser resolvido urgentemente”, disse.
Ele também pediu a ativação imediata
dos instrumentos do governo estadual
indutores da habitação, caso do FGH
(Fundo Garantidor Habitacional).
No início de junho, o representante
do SindusCon-SP participou de reunião
do Conselho Estadual da Habitação,
onde foi apresentado o regimento interno desse órgão, bem como o diagnóstico e as diretrizes preliminares do Plano
Estadual da Habitação (PEH-SP) e a
criação de uma Câmara Técnica para
acompanhá-lo. A reunião foi presidida
pelo secretário estadual da Habitação,
Silvio França Torres.
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
21
EVENTOS
Comissões detalham agenda
Os coordenadores das comissões de
trabalho da CBIC reuniram-se no início do
mês no SindusCon-SP com os membros
do comitê organizador do evento, Cristiano
Goldstein, Sergio Porto e João Claudio
Rubusti, para detalhar a agenda técnica
do 83º Enic (Encontro Nacional da Indústria Construção), que será de 10 a 12 de
agosto, no WTC.
Entre os temas dos painéis estarão
as questões do modelo especial de contratação das obras públicas proposto pelo
governo para a Copa do Mundo de 2014 e
a avaliação ambiental de edifícios.
A programação deverá contar com
vários painéis promovidos conjuntamente
por diversas comissões, como no caso da
CPRT (Comissão de Política de Relações
Trabalhistas), COP (Comissão de Obras
Públicas) e CII (Comissão da Indústria
Imobiliária), que debaterão a qualificação e
valorização da mão de obra na construção.
Os Fóruns de Ação Social e Cidadania e
dos Seconcis também deverão estar juntos
com a CPRT na exposição dos cases do
Prêmio CIBC de Responsabilidade Social.
Na CMA (Comissão de Meio Ambiente), os empresários deverão dialogar com o
governo a respeito da Política Nacional de
Resíduos, com destaque para os insumos
típicos da construção, e sobre as APPs
urbanas (Áreas de Preservação Perma-
nente), o uso de restingas pela indústria
do turismo e o licenciamento ambiental.
Qualidade
Arlindo Moura, presidente da Apeop e
da COP, disse que comissão deverá mostrar ao governo que as novas contratações
devem ensejar um novo patamar de qualidade, dando maior atenção aos projetos e
à exiquibilidade das obras.
Já a CPRT propôs um amplo seminário
sobre saúde e segurança do trabalho.
Segundo o presidente da comissão,
Antonio Carlos Mendes Gomes, a ideia
é debater as atuais­
condições dos canteiros com representantes do Judiciário, Sesi, governo e OIT
(Organização Internacional do Trabalho).
O Fórum dos Seconcis deverá destacar em sua programação o trabalho do
SindusCon-SP frente à contratação de
pessoas com deficiência nos canteiros de
obra, e o Banco de Dados terá um painel
de conjuntura apoiado nas informações
econômicas recolhidas pela CBIC.
“Meta é fazer o maior
e o melhor Enic de
todos”, diz Robusti
Entidades apoiadoras
O SindusCon-SP também reuniu em
Sergio Porto (no centro, ao fundo) liderou a reunião das comissões da CBIC de preparação para o Enic
22
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
sua sede representantes de todas entidades apoiadoras do 83º Enic. No encontro, o
presidente do sindicato, Sergio Watanabe,
e os membros do comitê organizador do
evento receberam membros de Secovi-SP,
Apeop, Seconci-SP, Aelo, Aconvap, Abcic,
ABCP, Abece, Aspacer, Afeal, Fiabci, Ibda,
IBI, Instituto de Engenharia, Seconci, Sinaenco, Sinicer, Sindareia, Sindesam, Sindicel, Sindipedras, Sindinstalação, Siamfesp,
Sitivesp, Sobratema, Fiesp, CBIC e de
vários Sinduscons
do país, entre eles
o de Minas Gerais,
que será o anfitrião
do Enic de 2012.
Na aber tura,
Watanabe agradeceu a presença de
todos e disse que o
objetivo do SindusCon-SP, ao encampar
a realização do Enic, é “buscar elevar a
construção ao patamar em que ela sempre
mereceu estar”. Ele lembrou que “o Enic
é uma oportunidade de o setor discutir as
suas preocupações e dificuldades e levar
ao governo o recado sobre seus anseios”.
Para João Claudio Robusti, “a meta é
fazer o maior e o melhor Enic de todos”. Ele
disse que a cadeia da construção precisa
aproveitar a realização do Enic na cidade
de São Paulo para reafirmar sua posição
“de protagonismo do processo de desenvolvimento do país”.
O esforço desempenhado até agora
pelo SindusCon-SP na organização do
evento foi reconhecido pelo assessor da
CBIC, Dilson Carlos Rehem, e por José
Carlos de Oliveira Lima, diretor do Deconcic (Departamento de Construção Civil) da
Fiesp. “O Enic tem todo o apoio não só da
Fiesp mas também do Senai”, disse Lima.
(Nathalia Barboza)
GESTÃO DA OBRA
Um novo olhar
Maria Angelica Covelo Silva *
P
ara que nosso setor seja compatível com o novo momento da
economia e a sociedade brasileiras, nossa mentalidade, visão e cultura de
construção ainda precisam evoluir.
Um exemplo de nossas dificuldades
neste sentido é ainda estarmos revendo
a Norma de Desempenho sem tê-la colocado em prática. Ela ficou 8 anos em
elaboração e foi publicada há 2 anos, 24
anos depois de a norma ISO ter originado
as normas de desempenho no mundo.
E ainda foi pedida a ampliação da exigibilidade para empreendimentos cujos
projetos sejam protocolados em prefeitura
apenas a partir de março de 2012.
Pior que esta defasagem é a resistência de alguns segmentos, nas discussões de revisão, a requisitos largamente
empregados em vários países por serem
entendidos como questão de saúde pública e/ou de sustentabilidade e de direitos
do consumidor.
Por exemplo, quedas de pessoas
estão entre a quinta e sexta posição em
causas de morte no Brasil. As quedas
ocorrem por várias razões, mas os pisos
que favorecem o escorregamento estão
entre elas. Grande parte das ocorrências
acontece em banheiros das residências,
conforme recente levantamento feito pelo
SUS, o que decorre de água em pisos de
muito baixo coeficiente de atrito, especificados apenas pela sua característica
estética. E há resistência nas discussões
da norma em estabelecer requisitos com
relação ao escorregamento em pisos.
Outro item em questionamento, o
sombreamento de janelas de dormitórios,
é utilizado em muitos países, em função
de contribuir para a eficiência energética,
evitando a entrada excessiva de radiação
24
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
É preciso gerar e
vender produtos
com um melhor
desempenho
solar que também define as condições de
desempenho térmico dos ambientes. A
falta de escurecimento dos ambientes de
dormir é prejudicial ao sono adequado, trazendo várias consequências para a saúde.
Os potenciais impactos para a saúde
humana da exposição a ruídos em residências, especialmente no ambiente de
dormir, são também muito bem conhecidos e explicados por pesquisadores
e especialistas da área de saúde, e o
isolamento acústico de fachada é também
objeto de grande discussão.
Não podemos alardear que o setor
tem práticas de sustentabilidade se não
houver uma vida útil mínima a ser atendida pelos edifícios e suas partes. Baixa
durabilidade significa elevados custos de
manutenção e reposição que transferimos
ao cliente. Isso é ainda mais grave quando
estes custos futuros serão demasiadamente impactantes ao cliente. E também
há questionamento sobre a “necessidade”
de se definir vida útil mínima nas normas.
Passamos mais de 20 anos trabalhando com o foco de reduzir e racionalizar
custos para sobreviver num mercado sem
escala adequada. Margens apertadas,
consumidores que não podiam pagar um
único item a mais no produto que sempre
foi “muito básico” e outras condições geraram um olhar “viciado” em custos por parte
dos empreendedores e construtores.
É preciso mudar o foco para ceder
lugar a uma inteligência estratégica de
gerar um produto com melhor desempenho e vender este desempenho aos
clientes como fazem as indústrias, porque
o consumidor pede produtos melhores
que os ofertados.
As melhorias que fazemos nos edifícios não podem ser só de processo construtivo e estéticas (também importantes),
precisam se traduzir em melhorias de
produto e que revertam em desempenho.
Empresas incorporadoras e construtoras
que têm visão estratégica já começam a
buscar soluções para atender um cliente
que quer custo, mas também um produto
com melhor comportamento em uso.
* Engenheira civil, mestre e doutora em
engenharia, diretora da
e
NGI Consultoria
Desenvolvimento
,
entários, críticas
Envie seus com
as
tem
stões de
perguntas e suge
:
na
para esta colu
toria.com.br
ngi@ngiconsul
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
25
OBRAS PÚBLICAS
Licitações da Copa: riscos
Com relação à
O SindusCon-SP e
proposta do Regime
a CBIC manifestaramD i f e r e n c i a d o, a s
se contrários à proposta
entidades fizeram
do governo federal
as seguintes pon­de­
de instituição de um
rações:
Regime Diferenciado
• Lances su­c es­
de Contratações
sivos: a ferramenta
Públicas para atender
não é adequada
às demandas de
à co n tra ta çã o d e
urgência das obras dos
o b ra s e s e r v i ç o s
eventos esportivos que
de engenharia, não
o país vai sediar nos
atendendo ao propósito
próximos anos.
de seleção responsável
“Se for aprovada, a
da melhor proposta.
proposta poderá gerar
Tal inadequação fica
ainda mais atrasos e
Messias alerta para insegurança
evidente através do
provocar insegurança
disposto na proposta, que determina a
jurídica”, alertou o vice-presidente de
“reelaboração das planilhas” do licitante
Obras Públicas do sindicato, Luiz Antônio
vencedor para ajustar seu orçamento
Messias, que participou da elaboração
inicial ao valor correspondente ao lance
do posicionamento conjunto.
vencedor – o que significa “fantasiar”
quantitativos, preços unitários e outros
Princípios básicos
custos calculados com base em projeto,
O SindusCon-SP e a CBIC re­a­
para que seu somatório “caiba” no novo
firmaram os seguintes aspectos que
preço final.
merecem especial atenção na Lei de
• Inversão das
Licitações:
fases: o julgamento
• As licitações devem ser instauradas
das propostas de
com a existência de Projeto Executivo;
preço antes da
• A inversão nas fases licitatórias não
verificação das
deve ser aplicada a obras e serviços de
condições de ha­
engenharia;
bi­l itação oferece
• A modalidade do Pregão não é
sérios riscos de
adequada à contratação dessas obras
contratação de
e serviços;
empresa sem
• A pré-qua­li­­ficação deve ser
aptidões necessárias à execução do
amplamente utilizada sempre que
objeto.
possível;
• Orçamento oculto: em ne­nhuma
• A exequibili­d a­d e dos preços
hipótese o orçamento previamente
propostos deve ser assegurada
estimado pela Administração deverá ser
mediante apresentação, pelo licitante,
fornecido somente após o encerramento
de garantia de execução contratual, em
da licitação, como preconiza a proposta.
valor equivalente à diferença entre o
Tal valor deve ser de conhecimento
orçamento público e o de sua proposta.
prévio de todos os licitantes, evitandose com isso o risco da “informação
privilegiada” para qualquer um dos
interessados.
• Contratação Integrada: o regime
de Contratação Integrada, pelas suas
próprias características, deverá ser
reservado à contratação de obras e
serviços de maior vulto e complexidade.
Nesses casos, não há o menor sentido
prático em fixar o prazo de 30 dias
para apresentação das propostas
– que envolverão desde o projeto
básico ao orçamento detalhado.
Propostas completas e bem elaboradas
demandarão no mínimo 150 dias para
sua execução. O prazo exíguo pode
também proporcionar informação
privilegiada.
• Abrangência do RDC: Da maneira
como foi colocado na MP –incluindo,
além das obras constantes na carteira
de projetos para as Olimpíadas, Copa
das Confederações e Copa do Mundo,
as obras em convênio celebrados entre
União, Estados e
Municípios–, abrese um “guarda
chuva” muito
amplo e indefinido.
Recomenda-se que
os órgãos federais
competentes
tornem públicas
tais obras antes
de suas licitações,
definindo o objeto e sua localização em
site específico na Internet.
• Controle Social: recomendase a cr iação de Comissão de
Acompanhamento do RDC, integrada
por membros do governo e da sociedade,
para aferir a lisura dos processos
licitatórios em questão.
Construção se opõe
à proposta do Regime
Diferenciado de
Contratações Públicas
26
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
julho 2011
Dia 1, em São Paulo
Contas a Pagar, Contas a Receber e Tesouraria
na Prática
Dia 15, em Bauru
Estruturação e Técnicas em Administração
de Cargos e Salários na Construção Civil
Dia 4, em São Paulo
O Papel do Líder na Formação de Equipes
Comprometidas
Dia 15, em Ribeirão Preto
Gerência Financeira na Prática
Dia 4, em Campinas
Fundamentos da Engenharia Econômica
Dia 15, em São Paulo
”Como Recuperar Prejuízos em Obras
de Construção - Construction Claim"
Dia 5, em São Paulo
Administrando as Ferramentas dos 5 S
na Construção Civil
Dia 19, em São Paulo
Nota Fiscal Eletrônica - Sistema Público
de Escrituração Fiscal
Dia 7, em São Paulo
Gestão de Resíduos na Construção Civil
Dia 19, em Bauru
Gestão de Resíduos na Construção Civil
Dia 8, em São Paulo
Orçamento de Obras e Cálculo de BDI
Dia 20, em São Paulo
Técnicas de Vendas Para uma Excelente
Negociação
Dia 8, em São José dos Campos
Reclamações Trabalhistas – Como Evitar
e Defender sua Empresa
Dia 21, em São Paulo
Homolognet - Novas Regras para Rescisão
do Contrato de Trabalho
Dia 11, em Campinas
Reclamações Trabalhistas – Como Evitar
e Defender sua Empresa
Dia 25, em São Paulo
Como Administrar MELHOR seu Tempo
Dia 11, em São Paulo
PIS/PASEP e COFINS NOS Regimes Cumulativos
e Não-cumulativo-IRPJ e CSLL
Dia 26, em São Paulo
Lucro Real e Lucro Presumido
na Construção Civil
Dia 12, em São Paulo
Profissionalização e Sucessão
em Empresas Familiares
Dia 29, em São Paulo
Como Evitar Autuações Fiscais
na Construção Civil
CURSOS IN COMPANY
Para atender às necessidades das empresas do setor, o SindusCon-SP
criou a modalidade In company, que tem como objetivo treinar e capacitar
profissionais de forma exclusiva. A facilidade na escolha da data, os temas
e a redução dos custos são alguns dos diferenciais desta modalidade.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
•
Comércio Exterior
•
Financeira
•
Recursos Humanos
•
Empresarial
•
Marketing e Vendas
•
Responsabilidade Social
•
Estoque e
Logística
•
Produção
•
Tributária e Trabalhista
•
Qualidade
Cadastro e Atendimento ao Associado: (11) 3334-5600
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PREVENÇÃO E SAÚDE
Missão cumprida
Fátima Cardoso *
D
epois de quatro edições, o ConstruSer – Encontro Estadual da
Construção Civil em Família consolida seu indiscutível sucesso em promover atividades de lazer, educação, saúde
e cidadania, com o objetivo de melhorar
a qualidade de vida dos trabalhadores da
construção e estimular o convívio familiar.
Tais propósitos estão intrinsecamente
relacionados com a missão do Secon­
ci-SP, que é “promover ações de saúde,
educação e assistência social”. Por isso,
nada mais natural que a entidade tenha
se engajado nessa iniciativa desde a
primeira edição, participando dessa parceria ­bem-sucedida com o SindusCon-SP,
­Se­si-SP e Senai-SP e as demais instituições apoiadoras e patrocinadoras.
Embora não mantenha unidades em
todos os dez municípios onde são organizados os eventos, o Seconci-SP mais uma
vez decidiu estar presente de forma global,
participando do Circuito Saúde do ConstruSer com testes de glicemia, colesterol,
acuidade visual e aferição de pressão arterial, realizados com equipe própria e com
o apoio de escolas de enfermagem locais.
Cabe ainda destacar a participação
da Sucen que, atendendo ao convite do
Seconci-SP, encaminhou seus agentes
de saúde aos dez municípios para orientar os participantes sobre medidas de
prevenção e controle da dengue e sobre
como se proteger dos ataques de animais
peçonhentos, como aranhas e escorpiões.
No Sesi Cidade A. E. Carvalho, na
capital, o Seconci-SP complementou sua
atuação preventiva com os serviços da sua
Unidade Móvel Odontológica, orientações
sobre saúde da mulher, ginástica laboral,
análise da composição corporal feita por
balança de bioimpedanciometria e teste de
30
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
Exames feitos
pelo Seconci-SP
no ConstruSer
previnem doenças
Hepatite C, cujos insumos foram cedidos
pelo Sesi-SP.
Contabilizando unicamente os quatros
exames, foram feitos 5.469 procedimentos.
Desse total, 30,4% foram de pressão arterial, 21,1% de colesterol, 20,5% de glicemia
e 20,1% de acuidade visual, representando
em média três exames por pessoa.
Foram considerados hipertensos todos
aqueles com níveis de pressão sistólica
(máxima) igual ou superior a 140 mmHg e
pressão diastólica (mínima) igual ou superior a 90 mmHg, isoladas ou simultâneas,
como preconiza a Sociedade Brasileira
de Cardiologia (SBC). Dos que se submeteram à aferição da pressão arterial,
27,7% foram considerados hipertensos,
índice que se encontra dentro da média
de hipertensos na população adulta que é
de 28%, segundo a SBC.
No caso da glicemia, foram considerados alterados os resultados que apresentaram níveis iguais ou maiores que 100 mg/
dL para as pessoas que declararam estar
em jejum e, para os que foram colhidos
depois do consumo de algum alimento
(pós-prandial), os que estavam com níveis
maiores que 140 mg/dL, totalizando 16,7%
do total de exames.
Para o colesterol, foram incluídos na
avaliação apenas os resultados dos que se
declararam estar em jejum, sendo considerados como alterados os que apresentaram
níveis iguais ou superiores a 200 mg/dL,
que representaram 16,1% do total.
A consolidação e análise dos dados coletados no ConstruSer é feita pelo Instituto
de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana
do Seconci-SP, que neste ano introduziu
questões sobre Pessoas com Deficiência,
para servir de subsídio ao estudo sobre
inclusão dessas pessoas na construção,
elaborado com o Sin­dus­Con-SP.
O intuito foi fazer uma primeira aproximação, buscando a caracterização de
pessoas com idade entre 18 e 59 anos,
passíveis de serem enquadradas na Lei
de Cotas. Esse mesmo questionário será
aplicado na 12ª Megasipat, que se iniciará
em agosto.
* Gerente de Comunicação do Seconci-SP e
coordenadora da participação da entidade no
ConstruSer
ntários, críticas,
Envie seus come
stões de temas
perguntas e suge
:
para esta coluna
br
seconci-sp.org.
comunicacao@
ConstruSer
reuniu 39 mil
Cerca de 39 mil pessoas, entre trabalhadores da construção, seus familiares e
voluntários, participaram do 4º ConstruSer
(Encontro Estadual da Construção Civil em
Família) neste ano. O resultado foi divulgado pelo SindusCon-SP em cerimônia que
reuniu os apoiadores e patrocinadores do
evento no auditório do Seconci-SP.
Segundo o relatório final, o saldo é
13,1% superior ao alcançado em 2010
e quatro vezes maior do que na primeira
edição do evento. Além disso, 98,54% dos
participantes deste
ano consideraram o
evento excelente ou
bom. Os que avaliaram o evento como
excelente foram a
maioria: 73,18%.
Além do SindusCon-SP, que é
responsável pelo
programa do evento, também realizaram o ConstruSer: Fiesp, Sesi-SP,
Senai-SP e Seconci-SP, entre outras entidades, em um total de 151 patrocinadores,
parceiros e apoiadores.
Emocionada, Maristela Alves Honda,
vice-presidente de Responsabilidade do
SindusCon-SP, disse que “o sucesso do
ConstruSer é fruto da dedicação de cada
um dos voluntários e do empenho de cada
uma das entidades envolvidas”.
O presidente do Sintracon-SP, Antonio
Ramalho, destacou a integração dos trabalhadores com os empresários e reforçou a
necessidade de “trabalhar sempre em prol
da família, em sintonia com o mote central
do ConstruSer”. Segundo ele, “o ConstruSer é uma oportunidade de as pessoas se
sentirem cidadãs”.
“Um dos pontos positivos do evento é ver a sintonia entre os sindicatos
patronal e dos
trabalhadores
numa ação que
os empresários
dedicam a seus
funcionários”,
Maristela Honda discursa sobre parceria em prol da Responsabilidade Social em
afirmou Amaria
evento no Seconci, observada por Ramalho, Célio Deffendi e Antonio Carlos de Araujo
Luiza Semple,
supervisora de Projetos de Responsabililongo do dia nos CATs do Sesi. Somente
dade Social do Sesi-SP. Para Célio Jorge
na Capital, foram computados 66.996
Deffendi, diretor da Divisão de Desenvolatendimentos –os participantes podiam
vimento Sociocultural do Sesi-SP, “o nome
escolher entre cerca de 80 atividades dido evento é muito
ferentes para fazer ao longo de todo o dia.
feliz e concentra em
Além da tradicional procura pelos
si o melhor das inexames médicos, o evento deste ano
tenções”. Segundo
teve pelo menos uma grata surpresa. Em
ele, o Construser
São Paulo, 500 pessoas participaram do
está em linha com
espaço “Construindo os Sentidos”, que
a missão do Sesi
a Nova-e disponibilizou no CAT Mario
de “trabalhar pela
Amato. “Pensávamos ter não mais de 120
dignidade do trabainteressados. Foi uma ótima surpresa”,
lhador e do próprio
revelou Ana Paula Lepore, representante
ser humano”.
da ONG. O espaço propôs aos participan“O evento é de
tes caminharem numa trilha com os olhos
tirar o chapéu”, resumiu o presidente do
vendados para experimentarem diferenSeconci-SP, Antonio Carlos de Araujo.
tes sensações que remetiam aos quatro
sentidos: tato, paladar, olfato e audição.
3.600 voluntários
“A intenção era provocar reflexões sobre
A coordenadora da Área de Estratégia
a inclusão de pessoas com deficiência”,
e Produtividade do SindusCon-SP, Rosea­
disse.
(Nathalia Barboza).
ne Petronilo, revelou que neste ano 521
empresas inscreveram 35.009 colaboradores para ir aos dez CATs do Sesi que
receberam o evento em 26 de março. “É
uma prova do sucesso do evento. Em São
Paulo, por questão de segurança, tivemos
de encerrar as inscrições”, afirmou.
O número total de voluntários também
foi recorde: chegou a 3.600. Eles ajudaram
a aumentar para 381.368 o total de atendimentos, o que significa uma elevação
de 32,4% no número de atendimentos ao
Quarta edição do
evento foi aprovada
por 98,5% dos
participantes
Mais de 380 mil
atendimentos foram
feitos no ConstruSer
Responsabilidade social
tem forte presença no setor
Quase um quarto das empresas de
construção civil do país (24%) já desenvolvem estrategicamente algum tipo de ação
de Responsabilidade Social Empresarial
(RSE) prevista na norma de certificação internacional ISO 26000, revelou a pesquisa
inédita “Responsabilidade Social na Construção”, que a CBIC (Câmara Brasileira da
Indústria da Construção) divulgou em maio,
no Rio de Janeiro. A norma ISO norteou
os parâmetros da pesquisa. No entanto,
segundo a pesquisa, 40% das construtoras
que atuam nesta seara promovem apenas
ações pontuais.
O estudo mostrou que ainda há espaço para avançar, mas a construção civil
está atenta ao tema. Segundo Raquel
Mello, diretora do Instituto FSB Pesquisa
e responsável pelo estudo, 58% das
construtoras já têm algum nível de ação
de responsabilidade social.
Entre as mais de 202 empresas ouvidas –o levantamento atingiu empresas
das 12 maiores regiões metropolitanas do
país–, o destaque ficou para as construtoras localizadas nas regiões Norte e Nordeste. Do Estado de São Paulo, 60 empresas
responderam ao
questionário. “O SindusCon-SP apoia a
iniciativa da CBIC e
sempre se coloca
à disposição para
juntos fazermos
projetos e avançarmos mais”, afirma a
vice-presidente de
Responsabilidade Social do Sindus­­ConSP, Maristela Alves Honda.
Segundo ela, as empresas de São
Paulo têm demonstrado no ConstruSer
(Encontro Estadual da Construção com a
Família) o quão arraigado está o conceito
de RSE no setor. “É na participação das
pequenas e médias empresas do Estado
no evento que vemos que o conceito está
mesmo presente”, diz Maristela. “É muito
bom saber que o Brasil todo está pensando na melhoria de vida e na educação do
trabalhador e de sua família”, comentou ela
a respeito da pesquisa. “As empresas têm
realizado muitas ações de capacitação,
qualificação e saúde do trabalhador, que
cada vez mais revela seu respeito à profissão dentro do canteiro de obra”, completou.
Pesquisa mostra que
58% das construtoras
promovem este
tipo de ação
Critérios
Raquel Mello explica que “RSE não é
um exercício de bondade” e sim parte do
negócio das empresas. “Abraçar a RSE é
ver o negócio da empresa de forma mais
estratégica. É melhorá-lo”, disse. Segundo
ela, agir de forma estratégica em RSE
implica dizer que as empresas atendem
a pelo menos cinco entre seis critérios
descritos na ISO 26000, ou seja, que a
empresa: inclui as ações sociais em seu
planejamento estratégico; avalia suas
ações sociais; divulga suas ações sociais;
Para Raquel Mello,
responsabilidade
social deve ser
estratégica
32
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
aumentou em 2011
seus investimentos
em ações sociais,
em comparação a
2010; tem pelo menos uma pessoa trabalhando 20 horas
na área de responsabilidade social; e
contrata consultores
em Responsabilidade Social para apoiar/
aprimorar suas ações sociais.
Também foi constatado que 36% das
empresas pesquisadas têm ações regulares (atendem a três ou quatro destes
critérios).
Para o presidente da CBIC, Paulo Simão, a pesquisa confirma a evolução que
o setor vem vivendo nos últimos anos. “A
cadeia produtiva da construção está hoje
profundamente engajada na formalização
da atividade. Isso passa pelo respeito à
legislação trabalhista e, mais do que isso,
pela melhoria da qualidade de vida e formação dos nossos trabalhadores”, afirma.
A pesquisa também aponta para os
investimentos sociais prioritariamente nas
áreas da saúde, meio ambiente e educação e voltados para o público interno das
empresas. A condição socioeconômica é
o principal fator para a tomada de decisão
quanto ao desenvolvimento dos projetos.
Uma boa sinalização para o futuro é a
participação dos funcionários na decisão
dos rumos que os projetos de responsabilidade social empresarial devem seguir:
em seis de cada dez casos, a definição das
linhas de atuação depende das demandas
dos funcionários. E as perspectivas são
promissoras: segundo 55% dos dirigentes
entrevistados, as empresas vão investir
mais em 2011 em ações sociais do que
em 2010.
(Nathalia Barboza)
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
33
GESTÃO EMPRESARIAL
Apostando as fichas
Maria Angelica Lencione Pedreti *
Q
uanto maior o risco de um investimento, maior o retorno que
o investidor exigirá para aplicar.
Este conhecido jargão omite um detalhe
importante: há riscos que premiam e que
não premiam o investidor; por isso, ele não
precisa nem deve corrê-los.
O assunto nos remete ao início da Moderna Teoria Financeira. Até então, todas
as decisões administrativas eram tomadas
em função dos possíveis retornos. Em
1950, coube ao visionário professor Markowitz a árdua tarefa de quebrar paradigmas
e afirmar: a decisão de investimento não
deve se concentrar no retorno esperado,
mas no risco da alternativa.
A esta altura, a ideia de risco se focava
em tudo o que poderia acontecer para
melhor ou pior do esperado. Desta forma,
se um investidor esperasse 10% de retorno
de um investimento, poderia existir o risco
de que o verdadeiro retorno fosse de 25%
ou infelizmente 6%. Quanto maior a chance
de uma diferença, maior o risco percebido
no investimento. Este é o risco total.
Assim, baseados nesta ideia, os
investidores mais propensos a riscos
para obterem maiores retornos se viam
incentivados a aceitar oportunidades de
investimento em que se pudessem auferir
várias possibilidades de retorno, ou seja,
altamente arriscadas. E a função de investimento foi muitas vezes equiparada a um
jogo de azar.
Uma injustiça para Finanças, que seria
resolvida na década seguinte, graças a
William Sharpe. Ele identificou que o risco
total de um investimento era composto por
duas parcelas: o risco específico, que se
referia às especificidades do investimento, como quando os retornos possuem
alguma dependência de acontecimentos
34
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
O que o investidor
deve saber para
não correr riscos
desnecessários
climáticos ou sazonais, por exemplo; e o
risco sistemático, que é a sensibilidade dos
retornos daquele investimento às variações
da economia de mercado.
Segundo Sharpe, o risco específico
pode ser neutralizado pela formação de
carteiras que combinem investimentos
de comportamentos complementares. Ou
seja, quando um acontecimento derruba
os retornos de um investimento, este
mesmo acontecimento eleva os do outro,
aproximando o retorno efetivo do esperado,
eliminando o risco.
No entanto, o risco de ser sensível à
economia capitalista é inerente a todos
os investimentos e não pode ser eliminado. Portanto, é este único tipo de risco
que deve premiar o investidor, já que ele
pode eliminar o outro componente via
diversificação.
Este tipo de risco, a que chamamos
de risco sistemático, pode ser identificado
por quão sensível um empreendimento é
em relação à situação econômica na qual
se insere.
Dentro da mesma indústria, há produtos, projetos de investimento, em que se
pode investir e que podem contribuir para
reduzir o risco relevante médio da sua
carteira de produtos. Assim, o investidor
pode compor sua carteira de investimentos combinando projetos que tenham
maior correlação com o desempenho da
economia (que, por correrem maior risco
relevante, também oferecerão maiores
retornos) com projetos menos sensíveis
ao desempenho econômico (projetos que
podem retornar pouco, mas retornarão
sempre, não importa o que acontecer na
economia).
É importante observar que não é
suficiente correr risco para obter retorno.
Há que se identificar se o investidor está
correndo o risco que premia (dependente
do desempenho da economia) e se ele
combina seus investimentos de forma a
garantir o melhor retorno em relação ao
tipo de risco relevante. Em outras palavras, independentemente de seu nível
de propensão a risco, não corra riscos
desnecessários.
* Professora de Contabilidade e Finanças da
FGV, mestra em Administração de Empresas,
trabalha em
Planejamento Estratégico
,
entários, críticas
Envie seus com
as
tem
de
es
stõ
perguntas e suge
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na
lu
co
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@fgv.br
maria.lencione
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
35
RELAÇÕES CAPITAL-TRABALHO
Setor dialoga com o governo
SindusCon-SP ajuda
a criar grupos sobre
saúde e segurança na
construção pesada
O vice-presidente de Relações
Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, participou em maio, pela
CBIC, de reunião da Mesa de Diálogo e
Negociação Tripartite para Melhorar as
Condições de Trabalho na Construção,
no Palácio do Planalto, em Brasília. A
reunião, com a participação dos trabalhadores e dos Ministérios do Planejamento, e do Trabalho e Emprego, foi
coordenada pelo ministro da Secretaria
Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
O Grupo de Trabalho formado na
mesa de diálogo apresentou as seguintes considerações sobre um documento
para pautar a intermediação de contratação de mão de obra:
1. O compromisso tem caráter de
adesão voluntária;
2. Ele deve referir-se ao setor da
Construção, incluindo a Pesada e a Civil;
3. Deve tratar das obras do PAC entre
outras, sem se referir a sua extensão; ou
seja, todas as obras –pequenas ou grandes– serão contempladas no protocolo;
4. Deve conter propostas para todas
as etapas do recrutamento, incluindo a
contratação, definindo com clareza as
responsabilidades;
5. Deve ter como base o fortalecimento do Sine (Site Nacional de Empregos – www.sine.com.br), como principal
ferramenta para o combate ao “gato”;
6. O Grupo de Trabalho constituído
36
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
Ishikawa participa de mesa de diálogo
voltará a se reunir para incorporar as
sugestões ao texto, depois das reuniões
específicas das bancadas dos empresários e dos trabalhadores.
Grupos de trabalho
Como conclusão dos debates, ficou decidido que ficarão constituídos
dois grupos de trabalho. O primeiro, já
existente, fará a síntese das propostas
de Intermediação de Mão de Obra e
da Formação e Capacitação dos Trabalhadores. O segundo cuidará das
propostas sobre Saúde e Segurança do
Trabalho. Para formar este grupo junto
com o Sindicato Nacional da Indústria da
Construção Pesada, Ishikawa solicitou
a participação da CNI. Segundo o vi­cepresidente do SindusCon­-SP, a ideia
é que a CNI trabalhe ao lado do Sesi
Nacional, que já vem desenvolvendo
um bom programa na área de Saúde e
Segurança.
“Nossa intenção é ajudar e a nossa
experiência de articulação junto com as
centrais de trabalhadores em São Paulo
tem sido reconhecida pelas entidades
de outros Estados”, afirmou Ishikawa.
Na CNI, ele foi acompanhado de
Antonio Carlos Mendes Gomes, presidente da Comissão de Política de
Relações Trabalhistas da CBIC; Sergio
Paiva, secretário do CPN da NR 18;
Euclésio Finatti, vice­-presidente da
área de Política e Relações do Trabalho
do Sinduscon-PR; e Sergio Ussan, do
Sinduscon-RS.
A comitiva foi recebida pelo analista
de Políticas e Indústria da CNI, Clóvis
Queiroz, e por Emerson Casali, geren­
te-executivo de Relações do Trabalho
da entidade.
(Nathalia Barboza)
Trabalho de inclusão de
PCDs prossegue
Duas ações do SindusCon-SP deram
continuidade ao trabalho de inclusão
das pessoas com deficiência (PCDs)
na construção civil. Em parceria com o
Seconci-SP, o sindicato realizou em 25
de maio o Curso de Sensibilização para
Contratação de Pessoas com Deficiência
na Construção Civil e Etiqueta Social no
Trabalho.
No dia 2 de junho, o SindusCon-SP
recebeu em sua sede, o professor Gualtiero Piccoli, da Associação Horizontes,
para discutir os termos de uma futura
cooperação entre as entidades no desenvolvimento de pesquisa de melhores
práticas na inclusão de PCDs. Entre os
pontos acordados, está o aproveitamento
das experiências internacionais. (NB)
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
37
marketing
Neuromarketing
Antonio Jesus de Britto Cosenza *
N
euromarketing é uma técnica de
pesquisa de mercado que pode
ser usada com metodologia
qualitativa ou quantitativa. Consiste em
utilizar os instrumentos de biometria e
neurociência para avaliar o impacto de
imagens, sons e formas na mente do consumidor. Assim, é possível mensurar qual
anúncio gera maior impacto, qual rótulo
será o melhor apenas com a mensuração
dos batimentos cardíacos do pesquisado,
do tempo de fixação de seus olhos na
imagem etc., permitindo que a empresa
tome decisões mercadológicas.
Usam-se óculos com câmeras acopladas às lentes, medidores de pressão
arterial, touca com eletrodos etc. Como
a reação aos diferentes estímulos é involuntária, o grau de confiança dessas
leituras é muito elevado. É a medicina a
serviço do menor risco de prejuízo para as
fabricantes de bens de consumo.
A técnica já evidenciou a diferença
de comportamento de compra entre os
sexos. Enquanto a mulher tem na compra
uma satisfação hedonista, o homem encara a compra como a ida para uma batalha.
É a determinação para o alcance de um
objetivo –adquirir o produto.
O uso do neuromarketing já permitiu
à tradicional sopa Campbell realizar
uma mudança no rótulo da embalagem,
aumentando suas vendas no mercado
maduro onde ela já exerce a liderança.
Segundo reportagem de O Estado de S.
Paulo, a empresa “usou dados biométricos
para analisar a resposta do consumidor
a suas embalagens: as diferentes variedades de sopa têm cores próprias para
ajudar as pessoas a distingui-las; foi
acrescentado vapor porque as pessoas
se sentiriam mais envolvidas se a sopa
38
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
Técnica moderna
mensura reações e
ajuda nas decisões
mercadológicas
parecesse quente; a colher foi retirada
–as pessoas a achavam desnecessária
e não reagiam emocionalmente a ela; a
tigela foi modernizada; estudos dos olhos
mostraram que o logo, no topo, chamava
atenção demais e o fundo vermelho também deixava os rótulos muito iguais”.
Neuromarketing é simples assim, não
requer um departamento especializado,
nem pós-graduação. Basta solicitar a
uma empresa de pesquisa de mercado
que use essa técnica para investigar o
problema definido.
Já há livros extensos sobre o assunto
e empresas de consultoria oferecem ao
mercado seus serviços nessa “pós-moderna e complexa disciplina” de business
management. Os incautos que se cuidem,
pois eles serão assediados com ofertas de
projetos caros e mirabolantes.
Os políticos já estão fazendo uso dessa técnica de pesquisa para avaliarem qual
ângulo de sua figura gera impacto mais duradouro e positivo nos eleitores, de forma
a se deixarem fotografar e filmar somente
a partir dessa perspectiva. Qual o tom,
tipo e modelo de roupa mais apreciado
por cada um dos segmentos de mercado
do eleitorado etc. Tudo é válido para se
manter no poder, mas não para atender
aos anseios da população representada.
Descreve a mesma reportagem: “A
sala é escura e isolada acusticamente.
Por três minutos, o computador exibe
um ponto preto, até que surge a imagem
de Dilma Rousseff, sorridente, vestindo
a faixa presidencial, com as colunas do
Palácio da Alvorada ao fundo. Diante
da tela, o espectador tem corpo e cérebro monitorados. Uma touca com 21
eletrodos registra o comportamento das
ondas cerebrais. Sincronizados, outros
sensores avaliam a frequência cardíaca e
respiratória e a condutividade elétrica da
pele –que muda em microssegundos em
reação a estímulos externos. Um sensor
segue os movimentos das íris e registra a
ordem em que diferentes pontos da foto
são observados, além do tempo dedicado
a cada um deles.”
Os nossos impostos pagam a pesquisa.
* Consultor de empresas e professor da
EAESP­FGV e da BBS
ntários, críticas,
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stões de temas
perguntas e suge
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aeassociados.c
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cosenz
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
39
SINDUSCON-SP EM AÇÃO
Caixa promete atualizar valores
Os novos valores do Programa Minha
Casa, Minha Vida para famílias com
renda de até R$ 1.395 serão atualizados
pelo índice Sinapi. E todas as benfeitorias
agregadas aos novos projetos, como piso
cerâmico, revestimentos, aquecimento
solar e acessibilidade, terão seus custos
incorporados ao valor teto do imóvel.
Isto é o que foi conversado em re­
união do representante do SindusConSP junto à Fiesp João Claudio Robusti
com o vice-presidente da Caixa, José
Urbano Duarte, e a participação da
CBIC, em maio, em Brasília.
Robusti reivindicou pagamento por benfeitorias
SindusCon-SP prepara Missão
com a Fiesp para Batimat Paris
Para tratar da Missão Comercial
Conjunta SindusCon-SP-Fiesp na
Batimat 2011 – Salão Internacional da
Construção, os diretores de Relações
Internacionais do sindicato, Salvador
Benevides, e daquela federação, Maria
Luiza Salomé, estiveram em maio em
Paris.
“Pela primeira vez, duas instituições
empresariais impor tantes como
o SindusCon-SP e a Fiesp estarão
juntas em um estande na Batimat,
uma das maiores feiras da construção
do mundo, que acontecerá de 8 a 12
de novembro”, destacou Benevides.
Segundo ele, “o estande terá uma
localização privilegiada, porque neste
ano o Brasil é o país homenageado pela
Batimat, e a Fiesp e o SindusCon-SP
são os representantes oficiais do país
no evento”.
Houve reunião na embaixada do
Brasil com a equipe do Setor Comercial,
chefiada por Bertha Gadelha, para
40
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
tratar da recepção que os diplomatas
brasileiros farão à Missão; e um encontro
com o professor Guillermo Hillcoat,
para falar da montagem de um curso
de atualização sobre a construção
na Sorbonne, aos participantes da
Missão. “Será uma oportunidade única
para assistir às aulas em uma das
universidades mais antigas e renomadas
do mundo”, afirmou Benevides.
Da programação também constarão
dois seminários, um deles da Fiesp,
que terá uma palestra do presidente
do SindusCon-SP, Sergio Watanabe,
e outro da Fundação Vanzolini sobre
sustentabilidade e meio ambiente.
Ainda em maio, Benevides recebeu
o diretor do Serviço de Conselho à
Exportação da Câmara de Comércio
e da Indústria de Estrasburgo, Julien
Lutz. O visitante manifestou o interesse
das empresas francesas no mercado
brasileiro. E informou que visitará o
estande SindusCon-SP-Fiesp na feira.
Para a faixa de até R$ 1.395, a Caixa
sinalizou que poderão ocorrer mudanças
nas especificações, porém sem prejuízo
aos projetos já aprovados pela Prefeitura.
Robusti e a CBIC realizaram outro
encontro, em junho, com a ministra do
Planejamento, Miriam Belchior. Ficou
estabelecida uma fase de transição
do programa, até dezembro de 2
­ 011,
na qual poderão ser contratados
projetos anteriores apenas com adoção
das especificações de melhorias de
acabamento. Neste período, valem os
projetos já em análise na Caixa.
Megasipat 2011
começa em agosto
Neste ano, a Megasipat do SindusConSP se iniciará em 17 de agosto, pela
Capital, no Senai Brás Têxtil (rua Correia
Andrade, 232), devendo se estender
até 30 de novembro, no Sesi de Santos.
Neste ano, os técnicos de segurança
do PSS (Programa SindusCon-SP de
Segurança) e coordenadores irão propor
temas e dinâmicas de acordo com as
necessidades de suas Regionais.
Seminário mostrará
cases de estruturas
O SindusCon-SP realizará em 10
de agosto, no WTC, o 13º Seminário
Tecnologia de Estruturas – Projeto e
Produção com Foco na Racionalização
e Qualidade. O evento, organizado pelo
Comitê de Tecnologia e Qualidade,
abordará a evolução tecnológica das
estruturas de edifícios, com apresentação
de cases de projeto e construção
de obras significativas no Brasil e no
exterior, além de palestras técnicas com
especialistas de renome.
Vem aí mais um seminário
do SindusCon-SP
MODELAGEM DA INFORMAÇÃO
DA CONSTRUÇÃO
PROGRAME-SE
20 de outubro de 2011
realização
coordenação
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
41
DESAFIOS NO CANTEIRO
Gestão das Mudanças
José Carlos de Arruda Sampaio
H
á uma frase de Bernard Shaw
que ilustra bem qual deveria
ser o posicionamento dos
profissionais em relação às novas exigências do mundo empresarial: “Alguns
homens veem as coisas como são e
perguntam: Por que? Outros sonham
com as coisas que nunca existiram e
perguntam: por que não?”. Seria bom
que todos os profissionais refletissem
sobre isso.
Por que, mesmo sabendo que os
problemas vão acontecer, não agimos
preventivamente? O que falta para mudarmos esse comportamento? Afinal,
todas as situações, técnicas e administrativas já foram vivenciadas por grande
parte dos profissionais que atuam nos
canteiros de obras.
É preciso antever os problemas,
estudar as causas potenciais e tomar
as providências para que eles não se
materializem e produzam consequências negativas à saúde do trabalhador
e à condução dos negócios. Todos os
processos das empresas estão habitua­
dos a agir sempre da mesma forma e
assim não introduzem mudanças que
são necessárias em qualquer empresa
ou país em desenvolvimento.
Muitos não sabem como mudar,
como administrar as mudanças para
que os resultados previstos sejam
atingidos e da forma mais eficaz possível. É o que se chama de Gestão de
Mudanças. São processos, ferramentas
e técnicas para gerenciar os vários
aspectos envolvidos em um processo
de mudança.
Geralmente as empresas mudam
por um conjunto de razões externas e
internas, mas as principais razões são
42
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
Os valores da
empresa são
essenciais para o
comprometimento
pelo mercado, pela competitividade,
por inovações, pela globalização e pela
melhoria de seus resultados. Portanto,
mudam por uma questão de sobrevivência, para crescerem e prosperarem.
Toda e qualquer mudança traz problemas na sua introdução. Não há mudança indolor. A abordagem equilibrada
de aspectos técnicos e organizacionais
contribui para uma transformação mais
rápida e completa.
Mudanças causam impactos na
empresa, tais como cultura e métodos
de trabalho, tecnologias e formas como
as pessoas interagem entre si e nos
processos sobre os quais passarão a
atuar. Ou seja, embora a empresa tenha
que mudar (processos diferentes), as
pessoas também precisam mudar, até
porque são elas que na prática operacionalizam as mudanças. Assim, é
fundamental que as empresas queiram
realizar a mudança e atuar de forma
mais eficaz.
O mais importante e crítico desafio
em uma mudança é conseguir o comprometimento das pessoas para com
os resultados a serem atingidos e que
consigam se sentir agentes importantes
no processo. Isto envolve diretamente
aspectos de motivação e comprometimento, que por sua vez costumam ser
influenciados pelos valores da empresa.
Mudanças são complexas, multifacetadas. Uma adequada solução
é aquela que emerge da troca, e não
da imposição de cima para baixo. A
solução obtida em conjunto é uma das
formas mais efetivas de obter compromisso das pessoas com a mudança.
Entretanto, o processo de mudança
exige liderança. A escolha do líder é,
portanto, de extrema importância para
a condução do processo e para a resolução de conflitos durante a mudança.
Porém, liderar não significa “mandar”,
mas sim gerenciar todo o processo. O
líder é aquele que inspira seus seguidores. Que os faz desejar agir daquela
forma porque acredita naquilo.
Muitos dos gerentes de contratos
não são verdadeiramente líderes e, por
não dominarem esse assunto, mandam
mais do que gerenciam, ou seja, não
dão a atenção necessária a todos os
processos, pela falta de conhecimento
mais profundo de gestão de pessoas.
Os líderes modernos não dizem somente às pessoas o que e como fazer,
mas, antes de tudo, fazem com que
aprendam a pensar, a tirar o melhor de
si, além de serem facilitadores para as
ações operacionais ou administrativas.
É preciso lembrar que a história é
marcada pelos seus líderes. As organizações também refletem em sua cultura
o peso ou a leveza de suas lideranças.
A trajetória de um bom profissional é
traçada por três aspectos fundamentais:
vontade, paciência e determinação.
A vontade de crescer, tão importante e estimulante, muitas vezes pode
atropelar o rumo natural de um correto
aprendizado, que possui inúmeras fases
de conhecimento. O desejo de crescer
não pode nunca vir à frente da vontade
de aprender.
A paciência pela espera da expe­
riência tão almejada é um dos pontos
fundamentais para um correto crescimento sem atropelos. Há pessoas que
desejam uma evolução tão instantânea
para sua carreira que acabam esquecendo a importância de viver inten-
É preciso fazer
os liderados
aprenderem a
pensar e interagir
samente todas as etapas que a vida
proporciona.
Por fim, a determinação para alcançar todos os seus objetivos, o
aprimoramento da sua capacidade de
fazer, o aumento das suas habilidades,
dependem única e exclusivamente de
você. Estar próximo às pessoas que
possuem conhecimento é uma das melhores oportunidades de crescimento
que um profissional pode querer.
Contudo, não basta só querer, é pre-
ciso agir, fazer, executar. Aí entra o diferencial existente apenas nos grandes
profissionais. É preciso saber admirar
o que há de melhor nas pessoas que
estão ao seu redor, e conseguir delas
os melhores resultados. Dessa forma,
você estará dando um grande passo
para o seu crescimento. No mundo competitivo, precisamos buscar sempre ser
mais ágeis e criativos, tendo a coragem
exigida para superar os desafios e a
ousadia necessária para empreender
novas ideias. Pense nisso.
* Consultor de empresas e diretor da JDL
Qualidade, Segurança no Trabalho e Meio
Ambiente
ntários, críticas,
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r
.b
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REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
43
regionais
Campinas debate licença ambiental
A aprovação de projetos de empreendimentos em Campinas de acordo com
a Regulamentação Urbana Sustentável
passa por um novo processo desde a
aprovação de três projetos de lei complementares, que visam diminuir a burocracia,
simplificar os processos administrativos
de análise e aprovação e, principalmente,
facilitar a regularização de processos de
uso e ocupação do solo e de construções.
Entretanto, persistem entraves. Para
tratar do problema, a Regional Campinas
do SindusCon-SP promoveu um encontro
em maio entre os empresários e o secretário de Meio Ambiente, Paulo Sérgio Garcia
de Oliveira.
Segundo ele, o Licenciamento Ambiental estabelece prazos para análise e simplificação dos procedimentos, com a relação
dos documentos necessários divididos por
assunto, o que na prática deveria agilizar a
emissão do licenciamento.
Questionamento
Além disso, a legislação define limites
de tempo para cada caso de empreendimento. “Nosso questionamento refere-se
à estrutura que a Prefeitura disponibiliza
para a análise e aprovação dos projetos
ambientais, já que esta responsabilidade
agora é exclusiva do município, e precisamos de respostas para atender toda a
demanda”, explica o diretor da Regional,
Luiz Cláudio Amoroso.
Mais integração
Este foi o segundo encontro de aproximação da Regional com o poder público
neste ano. Em abril, a reunião foi com o então secretário de Urbanismo, Hélio Carlos
Jarreta. “Precisa haver uma integração entre as secretarias para facilitar a aprovação
dos projetos. E queremos levar ao prefeito
uma solicitação para que haja mais atenção ao setor da construção civil no que diz
respeito a essa estruturação, para garantir
segurança aos empreendedores”, ressalta
Amoroso.
(Vilma Gasques)
Parceria forma mais 25 mestres de obras
Num esforço conjunto para oferecer
melhor formação profissional aos trabalhadores da construção, a Regional
Campinas do SindusCon-SP, em parceria
com a Escola Senai local, contribuiu para
a formatura de mais uma turma de Mestres
de Obras, realizada em maio.
O curso oferece condições de qualificação aos profissionais de canteiros de
obras, especialmente para quem já atua
como pedreiro e possui conhecimento
apenas prático da profissão.
“Formamos mais 25 mestres de obras.
Isso mostra que a iniciativa deu certo e está
crescendo”, destaca o diretor da Regional,
Luiz Cláudio Amoroso.
Ele entende que o esforço é do trabalhador, uma vez que as aulas são realizadas no período noturno, ou seja, após o
expediente cansativo de trabalho. “Neste
contexto, a capacitação torna-se ainda
mais importante, com uma grade de aulas
que exige dedicação. Por isso, esta parceria
com o Senai precisa ser incentivada cada
vez mais”, ressalta.
O objetivo do curso é qualificar os
profissionais
para efetuarem a gestão
e a supervisão do canteiro de obras,
bem como
participar do
planejamento da obra na
Os formandos, com
Amoroso e Contieri
Filho (ao fundo)
44
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
coordenação dos trabalhos e na criação de
condições seguras nas atividades. “E já estamos com 51 novos alunos interessados
no curso, além da lista de espera. Por isso,
junto com o Senai, estamos estudando a
criação de uma segunda turma para que
não haja prejuízo no aprendizado.”
O diretor da Escola Senai Roberto
Mange, professor Pedro Humberto Contieri
Filho, afirma que a formação é importante
neste momento em que há uma forte
demanda por mão de obra qualificada. “O
curso de mestre de obras é muito bom, com
foco nos trabalhadores que já atuam no
setor, mas que precisam saber interpretar
desenhos e fazer cálculos”, reforça.
Contieri Filho acrescenta que os alunos
se sentem valorizados. “Para o profissional
isso é positivo, porque amplia seus conhecimentos. E isso é bom para as construtoras também, que valorizam seus talentos
e ganham com a profissionalização nos
canteiros de obras.”
(VG)
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
45
Bauru faz propostas à Prefeitura
pelo SindusCon-SP na
A diretoria da Recidade.
gional Bauru do Sin­dus­
“As empresas deCon-SP participou, em
pendem diretamente da
maio, de um encontro
Lei de Zoneamento e de
com o prefeito do muuma aprovação ágil de
nicípio, Rodrigo Agostiprojetos para manterem
nho, e representantes da
seus trabalhos. Estas
Secretaria Municipal de
são reivindicações bem
Planejamento (Seplan),
antigas do setor. Sem
para debater questões
estas definições, muitas
de interesse da construiniciativas e empreendição civil.
mentos ficam parados”,
De acordo com o didestaca Parreira.
retor da Regional, RenaApós ouvir as proposto Parreira, foram levatas, o prefeito apresendas ao Poder Executivo
Parreira e Agostinho discutiram alternativas para garantir o desenvolvimento do setor
tou algumas alternativas
propostas de parceria
incluiu os materiais de construção na
para atender parte das solicitações
e também algumas reivindicações
base de cálculo para o pagamento do
e se comprometeu a estudar meios
do setor.
Imposto Sobre Serviços (ISS).
de atender as outras reivindicações.
Entre as principais demandas
“O que mais movimenta a cidade
apresentadas estavam a aprovação
Apoio e agilidade
hoje é a indústria da construção civil.
da Lei de Zoneamento da cidade,
A Regional também pediu o apoio
Então, temos que incentivar o setor”,
ações que agilizem a aprovação de
da Prefeitura para alguns projetos de
ressaltou Agostinho.
projetos para novos empreendimencunho social que serão implantados
(Sabrina Magalhães)
tos e a revisão da legislação atual que
Receita orienta sobre CND e Diso
O evento foi coordenado pelos auditores fiscais da Receita Zilda Helena Pires
e Luiz Fernando Porto, que apontaram as
principais exigências da legislação atual
para a construção civil, desde a abertura
de Matrícula (CEI) até a emissão das
certidões propriamente. Eles ressaltaram
a importância de se
seguir a lei em todas
Cerca de 80 pessoas participaram da palestra em Bauru
as etapas para evitar
problemas no final do
processo.
Cerca de 80 pessoas participaram do
debate, representando
empresas de Bauru
e cidades da região.
Além de saber mais
A Regional Bauru do SindusCon-SP
realizou, em parceria com a Receita Federal do Brasil, uma palestra para orientar empresários do setor sobre as regras
que garantem a obtenção de Certidão
Negativa de Débitos (CND) e Declaração
e Informação Sobre Obra (Diso).
46
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
sobre os procedimentos, eles tiveram a
oportunidade de esclarecer dúvidas e
casos específicos.
“A Regional Bauru mantém, entre
suas ações, o Projeto Obra Legal, que
defende a execução de obras dentro
da lei. Entendemos que quem legaliza
sua obra desde os primeiros passos
tem inúmeras vantagens para conseguir
a aprovação da mesma e vai obter o
Habite-se, na última etapa da obra, sem
dificuldades”, defende o diretor da Regional, Renato Parreira.
Também participaram do evento o
delegado da Receita Federal, Mauricio
Antonio Bento; o delegado adjunto da
Receita, Belmiro Peres, e o diretor local
do Senai, Ademir Redondo.
(SM)
Mais de 2.850 negociações iniciais
e um total de R$ 157 milhões em investimento no setor habitacional da região
foram os resultados do 7º Feirão da
Caixa da Casa Própria, realizado em
Sorocaba de 20 a 22 de maio, com o
apoio da Regional do SindusCon-SP.
Durante a abertura do evento, o coordenador da Regional Sorocaba, José
Sarraccini Júnior, que representava a
diretoria, afirmou que “nosso produto
final não se guarda em prateleiras, não
se expõe em pátio. Mas ele é a realização do sonho de muitas famílias.
O SindusCon-SP se sente muito feliz
com a possibilidade de, com a parceria
Foto: Caixa Econômica Federal
Feirão da
Caixa agita
Sorocaba
da Caixa,
o fe r e c e r
a oportunidade da
aquisição
da casa
própria
d e s s a s O prefeito de Votorantim, Carlos Augusto Pivetta, discursa na abertura do evento
famílias.”
Mais de 22 mil pessoas passaram
De acordo com o superintendente
pelo Feirão da Caixa, um recorde de
regional da Caixa, Sandro Vimer Vapúblico e de negócios. Foram oferecilentini, esse Feirão cumpriu a “missão
dos mais de 7.500 imóveis pelas consde manter o crescente desempenho
trutoras e incorporadoras, com valores
do crédito habitacional na Caixa em
entre R$ 50 mil e R$ 500 mil, contem2011”.
plando todas as faixas de renda.
(Nerli Peres)
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
47
CompraCon-SP promove encontro
pelas construtoAssociados do Sindusras e que pode
Con-SP e empresários da
gerar multas aos
construção reuniram-se em
infratores nos vamaio em São José dos Camlores de R$ 5 mil
pos para mais um evento
a R$ 15 mil.
da CompraCon-SP (AsHá três mesociação de Compras da
ses, a CompraConstrução Civil no Estado
Con-SP vem
de São Paulo).
trabalhando em
Participaram do enconacordos e na bustro o presidente da Comca de alternativas
praCon-SP, Alexandre de
para reduzir o cusOliveira; o diretor do Comto do descarte de
praCon-SP em São José
resíduos, como o
dos Campos, Marco Aurélio
gesso.
Vittuzo; o secretário execuAlves,
Benevides,
Colamaria,
Vittuzo
e
Oliveira,
no
evento
de
compras
em
São
José
dos
Campos
Presente ao
tivo da entidade, Robson
evento, a proprieColamaria; o diretor de Reladebates que poderão gerar soluções e betária da Uma Construtora, Gabriela
ções Internacionais do SindusCon-SP, Salnefícios para a construção civil e fortalecer
Librantz Tavares, disse que “a Compravador Benevides; e o diretor da Regional
as
relações
comerciais.
Construtores
não
Con-SP propicia um contato direto do
São José dos Campos do SindusCon-SP,
associados também puderam participar,
construtor com o fornecedor e ajuda na
José Roberto Alves, entre outros.
totalizando 58 pessoas.
troca de informações. Com essa ação,
O evento cumpriu seu objetivo de
Na ocasião, também foi debatida a
conseguimos redução significativa de
promover a sinergia entre construtores e
questão
do
descarte
irregular
de
entulhos
custos e o fortalecimento da confiança das
fornecedores do segmento, por meio de
que, em alguns casos, é desconhecido
duas partes.”
(Denise Kelen)
apresentações, exposições de produtos e
Mestres de obras formam-se no Vale
A Regional São José dos Campos do
SindusCon-SP realizou em maio a formatura de mais de 50 profissionais no curso
de Mestres de Obras. Em São José dos
Campos se formaram 32 pessoas e, em
Taubaté, 25. As aulas foram promovidas
pelo Senai de ambos os municípios.
De acordo com o diretor da Regional,
José Roberto Alves, a disseminação do
conhecimento na construção é um dos pilares do projeto ‘SindusCon-SP em Ação’,
lançado pela entidade em março de 2011
e que contribui para suprir mão de obra
ao mercado, enfrentando assim uma das
principais dificuldades dos empresários
do setor.
De acordo com Hamilton Machado,
instrutor dos cursos de construção do
48
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
Senai de São José, “o conhecimento oferecido permite que o trabalhador esteja
capacitado para atuar em todas as fases
do processo construtivo de uma obra e
recicle as práticas utilizadas no passado. É
um curso completo e rápido se analisarmos
o volume e a importância das informações
que são disseminadas.”
Profissionais trocam experiências
Cerca de 50 profissionais da construção se reuniram no Sesi de São José
dos Campos no mais recente ‘Clube de
Mestres de Obras’, para abordar assuntos
específicos do setor.
O objetivo do encontro, que chegou
este ano à sua 3ª edição, também foi
analisar os projetos em andamento na
área de construção do município, como o
Curso de Informática Básica para Mestres
de Obras e Encarregados e o Elevação
do Nível de Escolaridade, programa que
contribui com o crescimento profissional e
melhora a qualidade de vida de todos os
funcionários que atuam nos canteiros, independentemente do nível hierárquico. Além
disso, os presentes abordaram a questão
do combate ao uso de drogas.
Participaram do evento o diretor da Regional, José Roberto Alves, e o diretor do
Sesi São José dos Campos, Paulo Coelho.
A cada encontro, os participantes do
Clube de Mestres de Obras relembram os
temas debatidos na edição do ano anterior
e elaboram um novo planejamento de
ações para os próximos 12 meses. (DK)
Comitiva de Santos vai a Barcelona
Na sequência do Fórum da Indústria
da Construção de Santos e Região (Ficon), promovido pela Tribuna de Santos,
um grupo de seus participantes viajou em
maio a Barcelona, com a participação do
diretor da Regional Santos do Sindus­ConSP, Ricardo Beschizza.
Entre outros, integraram a comitiva
os prefeitos João Paulo Papa (Santos),
Marcia Rosa (Cubatão), Maria Antonieta
de Brito (Guarujá) e Paulo Wiazowski Filho
(Mongaguá); os secretários de Estado de
Emprego e Relações do Trabalho, Davi
Zaia; de Desenvolvimento Econômico,
Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa; de Desenvolvimento Metropolitano,
Edson Aparecido; e o deputado federal
Beto Mansur (PP).
“Fomos em busca de novos conhecimentos para que os efeitos positivos do
incremento econômico da Baixada Santista se prolonguem”, comentou Beschizza.
“Desde os Jogos Olímpicos de 1992, em
Barcelona houve um planejamento de
estratégia, envolvendo prefeitura, setor
privado e empresa de consultoria. Fomos
Vista de Barcelona desde o Grand Marina Hotel, onde a comitiva de Santos esteve hospedada
ver de perto os resultados deste trabalho e
tentar trazer o exemplo para nossa região”.
A comitiva visitou a empresa Control
Demeter, especializada em demolição,
descontaminação do solo e reciclagem
de resíduos construtivos. Ela gerenciou
o reaproveitamento dos escombros de
construções feitas para as Olimpíadas, na
ampliação do Porto de Barcelona. Outra
visita foi à El Consorci, um consórcio empresarial que possui mais de 12 milhões de
m² em áreas industriais na Zona Franca.
O grupo esteve na Barcelona Activa,
uma incubadora de empresas e capacitadora de mão de obra, e no Distrito 22@,
espécie de um plano diretor que fixa
antigos espaços industriais em centros de
pesquisa e desenvolvimento e os integra às
novas residências e áreas verdes.
A comitiva conheceu a empresa de
limpeza urbana Ros Roca, que succiona o
lixo e o encaminha a usinas de reciclagem.
Os empresários também visitaram a
Construmat.
(Giselda Braz)
São Bernardo adquire software em 3D
Foi inaugurado em maio em São
Bernardo o Cisb (Centro de Pesquisa e
Inovação Sueco-Brasileiro), resultado de
acordo de cooperação entre o município
e a cidade sueca de Linköping, com investimento de US$ 50 milhões ao longo
de cinco anos pelo Grupo Saab, fabricante
de caminhões Scania.
O Cisb terá um software com tecnologia 3D para mapear a cidade de avião,
identificar áreas de risco e mensurar o
impacto da construção de edifícios.
“Nossa intenção é que o projeto-piloto
seja implantado no site da Prefeitura, o
que permitirá aos cidadãos destacar as
situações de interesse para a cidade”,
afirmou o secretário de Desenvolvimento
Econômico, Trabalho e Turismo de São
indústrias ou de empreendimentos imobiBernardo, Jefferson José da Conceição.
liários, prevenção de riscos na construção,
Na opinião do diretor-adjunto da Regiocomo locais próximos a encostas, o que
nal Santo André do SindusCon-SP, Ricardo
significaria diminuição de custos e rapidez
Di Folco, a prefeitura já trabalha com fotos
para a tomada de decisões”, concluiu.
de satélite, o que lhe permite fiscalizar a
(Sueli Osório)
cidade em vários setores, principalmente
para detectar construções
irregulares, puxadinhos e, Di Folco (atrás), o prefeito Luiz Marinho e a prefeita de Linkoping, Ann Hjerdit
dessa forma, tornar mais
eficiente sua fiscalização e
cobrança de impostos.
“O software 3D seria
uma evolução desse trabalho e, se fosse aberto à
iniciativa privada, poderia
auxiliar as empresas na
detecção de novos terrenos
para implantação de suas
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
49
obra, com material didático produzido
exclusivamente para o projeto, utilizando
exemplares da rotina diária dos trabalhadores. Isso incentivou os alunos e ajudou
no processo de aprendizado. Eles não
esconderam a emoção ao receberem os
certificados. “Tudo o que eu aprendi no curso ninguém vai me tirar. Obrigado professores”, agradeceu Edílson de Souza Veras.
Maria Socorro (Sesi-SP) e Maria Cecília Celine (SindusCon-SP) entregam os primeiros certificados
Ribeirão forma alunos em
Elevação da Escolaridade
Os primeiros alunos formados pelo
Projeto de Elevação de Escolaridade em
Ribeirão Preto receberam seus certificados
em maio. O projeto é resultado de uma
parceria entre o SindusCon-SP e o Se­siSP, para mitigar o analfabetismo funcional
nos canteiros de obras.
Cerca de 20 alunos participaram do
curso, que teve início em fevereiro, em um
canteiro de obras da Sinco Engenharia.
“São pessoas especiais, que mesmo com o
cansaço do dia a dia não desistiram, assistiram as aulas e buscam um futuro melhor”,
afirma Maria Socorro dos Santos Benio,
analista técnica educacional do Sesi-SP.
“Nossa intenção é que todos cresçam na
profissão e na vida.”
As aulas foram ministradas na própria
Terceirização
O Painel Jurídico “Terceirização no
setor da construção civil: solução ou problema?” reuniu mais de 80 pessoas em
Ribeirão Preto, na sede da AEAARP, em
maio. Com a presença dos conselheiros
jurídicos do SindusCon-SP Joselita Nepomuceno Borba e Domingos Assad Stoche,
o evento debateu assuntos como cuidados
fundamentais na implementação da terceirização, assim como o acompanhamento
do cumprimento do contrato de prestação
de serviços, das obrigações trabalhistas e
encargos sociais, entre outros.
“A terceirização, quando bem empregada, é lícita, legal e faz parte de um
processo irreversível”, explicou Joselita,
ressaltando que o esforço do Sindus­ConSP é para que os associados atuem dentro
dos padrões da legalidade.
(Marcio Javaroni)
Salão do Imóvel e Feirão movimentam R$ 242 mi
Cerca de 17 mil pessoas passaram
pelo Salão do Imóvel de Ribeirão Preto/
Feirão Caixa da Casa Própria, gerando
mais de R$ 242 milhões em negócios, entre contratos assinados e encaminhados,
o que corresponde a mais 27% em relação
aos valores obtidos no ano passado.
Durante os dois dias em maio do evento realizado no NovoShopping, foram oferecidas mais de 6 mil opções de imóveis,
entre novos, usados e na planta, dos quais
25% estavam enquadrados no Programa
Minha Casa, Minha Vida.
Participaram desta edição, ocupando
uma área de 1.000 m² do centro de compras, 16 construtoras e uma imobiliária,
além da Cohab-RP.
50
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
Batista: maior interação com o agente financeiro
O Salão do Imóvel é uma iniciativa da
Regional Ribeirão Preto, que tem a Caixa
como patrocinadora exclusiva e reúne
construtoras e incorporadoras, acontecendo junto ao Feirão Caixa da Casa Própria.
São oferecidos milhares de imóveis residenciais, inclusive de alto padrão, para facilitar ao interessado o processo de escolha.
“O SindusCon-SP, em parceria com a
Caixa, ajuda a criar e promover uma maior
interação do setor produtivo com o agente
financeiro, reunindo esforços para atender
quem procura imóveis, oferecendo facilidades para que a conquista tão sonhada se
concretize até mesmo no próprio evento”,
afirma o diretor da Regional Ribeirão Preto,
José Batista Ferreira.
(MJ)
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
51
SOLUÇÕES INOVADORAS
Banheiros prontos
Ercio Thomaz *
A
s áreas de serviço das edificações, como banheiros, cozinhas, lavanderias, refeitórios e
copas, concentram grande quantidade
de sistemas prediais, incluindo água
fria, água quente, esgoto, elétrica, gás e
outros. Em muitos edifícios comerciais ou
institucionais, como aeroportos, hospitais,
hotéis e shopping centers, essas áreas
podem incluir ainda sistemas de esgoto
a vácuo, comunicações, aspiração, arcon­dicionado etc. Assim, a construção
e finalização desses ambientes exigem
acentuada utilização de mão de obra,
tanto para a introdução dos sistemas
prediais como para o assentamento de
placas cerâmicas em pisos e paredes,
luminárias, gabinetes, louças e metais
sanitários, sistemas de impermeabilização e outros.
No caso dos banheiros, principalmente quando há muita repetição, pode tor­
nar-se interessante a opção por banheiros
prontos, produzidos industrialmente em
linhas de montagem semelhantes às de
geladeiras ou de veículos. Nessa forma de
produção, os pedreiros trabalham sempre
em local protegido das intempéries, com
melhores condições de segurança e
controle da qualidade dos materiais e das
etapas produtivas. Além disso, evita-se o
habitual conflito de equipes, equipamentos e materiais que caracteriza as fases
finais das obras, em que o encanador às
Projetos devem
prever o local
exato e a forma
de apoio do módulo
vezes prejudica o trabalho do marmorista,
que pode estar estragando parte do trabalho do marceneiro, que não raras vezes
danifica azulejos, mãos-francesas, sifões
e outros componentes.
Esses banheiros são fornecidos
totalmente prontos, incluindo estrutura,
paredes, porta, janela, revestimentos,
tubulações, tampos de pia, louças e metais sanitários, eletrodutos, fios e cabos,
tomadas, prateleiras, gabinetes, espelhos,
cabides, papeleiras, luminárias e, eventualmente, banheiras de hidromassagem,
secadores de cabelo etc. Como conceito,
o banheiro pronto deve ser fornecido no
local definitivo da obra no processo “turn
key”: após a conexão externa às redes
de água, esgoto, energia elétrica e outras
eventuais, basta abrir a porta e utilizar
plenamente o equipamento.
Os projetos são em geral personalizados, com liberdade para as dimensões
em planta, layouts, escolha das louças e
metais, inclusive peças economizadoras
de água, e acabamentos, que podem
variar desde os azulejos comuns, granilite,
porcelanato, granito, mármore nacional ou
importado. As instalações hidrossanitárias, elétricas, de aspiração e demais são
normalmente embutidas nas paredes e
em shafts visitáveis, com carenagens que
se compõem com a decoração projetada.
Há necessidade de o projeto do banheiro
ser desenvolvido em conjunto com os
projetos disciplinares da edificação como
um todo, principalmente com os projetos
de arquitetura, estrutura e instalações.
No desenvolvimento conjunto desses projetos será definido o pé direito
do banheiro pronto, suas configurações
em planta, as cargas (inclusive aquelas
decorrentes do transporte do banheiro
sobre o pavimento), as exatas posições
das ligações elétricas e hidráulicas (água
Içamento de banheiro com grua e auxílio de plataforma; banheiro com estrutura em concreto, metal e drywall; transporte já dentro do andar correspondente
Foto: Tecnobagno
Foto: Tecnobagno
Foto: Tecnobagno
Foto: Tecnobagno
Foto: Tecnobagno
fôrmas de aço,
resultando as paredes com espessura em torno de
4 ou 5cm. Para o
concreto armado
podem ser moldadas placas no
interior de molduras metálicas,
promovendo-se
Banheiro duplo em concreto, com lavatório e pontos de elétrica externos
as ligações das
placas por meio de solda. No caso do
acesso por terraços etc.
GFRC, além das fibras de vidro álcali
Cada carreta pode transportar vários
resistentes também são empregadas
módulos ao mesmo tempo, devendo
armaduras de reforço no piso e nas diverestes ser cuidadosamente embalados e
sas vinculações entre as paredes, piso e
apoiados durante o transporte. No caso
teto. No caso da estruturação em metal,
do emprego de guindastes e gruas, o
as chapas galvanizadas com espessura
içamento é normalmente realizado com
próxima de 2mm são dobradas de forma a maximizar o momento de inércia,
conseguindo-se a necessária rigidez do
conjunto por meio de peças contraventantes e soldas contínuas.
Antes de serem transportados para
a obra, os banheiros prontos devem passar por rigoroso controle da qualidade,
inspecionando-se a regularidade dos
acabamentos, estanqueidade do sistema
de impermeabilização do piso e das tubulações, funcionamento dos aparelhos sanitários, continuidade dos circuitos elétriAcabamento interno e vaso sanitário com saída horizontal
cos, posicionamento de ralos, caimentos
de pisos e outros. No caso de estruturas
o banheiro apoiado sobre um estrado/
convencionais de concreto armado, os
gaiola metálica, devendo-se ainda contar
módulos podem ser entregues praticacom uma plataforma de espera em cada
mente na fase final da obra, tomando-se
pavimento onde ocorrer a descarga. No
o cuidado de deixar preservado o camicaso de transporte vertical por meio de
nho para o equipamento de transporte,
elevador de carga, normalmente do tipo
atentando-se inclusive para a altura livre
cremalheira, este deverá ser compatível
entre as lajes e as faces inferiores das
com as dimensões e o peso próprio dos
vigas. No caso de edifícios em alvenaria
banheiros prontos.
estrutural os módulos
devem ser posicionados
* Doutor pela EPUSP, pesquisador do IPT,
professor na pós graduação do IPT e do
concomitantemente à
Mackenzie.
elevação das paredes,
a não ser que sejam
previstas adequadas
ntários, críticas,
Envie seus come
disposições estruturais,
gestões de temas
Foto: New Forms
quente e água fria em geral com tubos
PEX e dispositivos de engate rápido), o
tipo de vaso sanitário (caixa acoplada
ou embutida em shaft), saída vertical ou
horizontal do vaso sanitário para a rede
de esgoto, os acoplamentos com forros
e pisos etc. No projeto de produção e no
layout do canteiro de obras deverá ainda
estar prevista a necessidade do acesso
de carreta transportando os banheiros,
o emprego de guinchos, guindastes,
gruas, plataformas e/ou elevadores tipo
cremalheira para descarga, içamento e
transporte vertical dos banheiros, bem
como o equipamento para deslocamento
horizontal no interior dos pavimentos.
Os respectivos projetos de estruturas,
do pavimento e do banheiro pronto devem
prever o exato local e forma de apoio do
módulo pré-fabricado, provendo-se quando for o caso os necessários reforços de
vigas e lajes. No caso do piso do banheiro
resultar coplanar ou em cota ligeiramente
inferior ao plano do pavimento, devem
ser introduzidos os necessários rebaixos
na estrutura do piso. Como os módulos
­pré-fabricados apresentam altura inferior
ao pé direito do pavimento, considerando-se inclusive a altura do equipamento
necessário para o transporte no interior da
obra, o topo dos módulos pode resultar encoberto pela presença de forro suspenso
ou, o que é menos usual, receber pequenas complementações na própria obra.
Os banheiros prontos podem ter
estrutura em concreto armado, GFRC
(glass fiber reinforced concrete) ou perfis
de aço, constituindo-se as paredes nesse
último caso com faces em drywall resistente à umidade e/ou placas cimentícias.
Nos dois primeiros casos a moldagem
normalmente é realizada empregando-se
Transporte de banheiro
pronto com carrinho
porta-paletes
perguntas e su
:
para esta coluna
l.com.br
uo
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ercioth
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
53
JURÍDICO
Insegurança jurídica
Ricardo Negrão *
H
á atualmente em discussão
qual a efetiva dimensão do
chamado direito de protocolo
(que em São Paulo está previsto no artigo 242 da Lei Municipal 13.885/2004).
Esse direito visa garantir ao proprietário
de determinado imóvel que as limitações
administrativas ao direito de construir são
aquelas inseridas na lei que estiver em
vigor por ocasião do protocolo do projeto
de construção.
Em outras palavras, o Poder Público
fica submetido ao regime jurídico de
licenças da lei vigente no momento do
protocolo do projeto. Todos os atos posteriores de análise e de aprovação, até
que seja proferido o despacho decisório
em última instância municipal, estarão
lastreados naquele conjunto de regras,
sendo irrelevantes para aquele projeto
alterações posteriores da lei. Dessa forma, seja o projeto protocolado modificado
ou não, a autoridade competente estará
sujeita (como ato vinculado) à verificação
dos requisitos da legislação anterior.
Com base nesse direito, muitos
negócios foram celebrados. De fato a
finalidade de se estabelecer o direito de
protocolo é a de justamente garantir aos
proprietários que demonstraram interesse em construir ou reformar, segurança
jurídica quanto à estrutura das regras de
zoneamento, gabarito de aproveitamento
do solo etc.
Nunca é demais lembrar, como bem
destaca Hely Lopes Meirelles (Direito
de Construir, ed. Malheiros, 10ª edição,
2011, pág. 91), que as limitações administrativas hão de corresponder às
justas exigências do interesse público
que as motiva, sem produzir um total
aniquilamento da propriedade (...) e
54
REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
Justiça tem
questionado
o direito de
protocolo
encontram suas lindes nos direitos individuais assegurados pela Constituição.
Pois bem, como fonte de limitação ao
direito de propriedade (pois limitam o uso
do imóvel) é relevante estabelecer qual
o conjunto de regras limitadoras que se
aplicam a determinada propriedade e a
determinado projeto!
Ademais, caso um proprietário já
tenha protocolado o seu projeto, é inadequado que alterações posteriores na
lei, não esperadas, possam reduzir o
direito de construir que foi considerado,
muitas vezes, por ocasião da aquisição
do imóvel.
Porém, decisões recentes da Justiça
têm questionado se esse direito seria,
efetivamente, um direito adquirido. Há
limite na modificação do projeto protocolado? O argumento apresentado pelos
defensores da relativização é: esse direito
não favorece a quem, na vacacio legis
(período de espera até a entrada em vigor
da nova legislação), tenha apresentado
projeto apenas para garantir as “vantagens” da legislação agonizante e, assim,
obter aprovação de projeto contrário às
disposições da nova lei.
Contudo, relevante notar que essa
“relativização” do direito de protocolo
pode resultar numa armadilha: qual o
limite então da “modificação” do projeto protocolado? Caso esse limite seja
estabelecido “caso a caso”, a critério
da autoridade competente, estaremos
transformando um ato vinculado em ato
discricionário.
Daí que, ou a Justiça decreta o fim do
direito de protocolo (o que seria, a nosso
ver, inconstitucional por ferir a igualdade),
submetendo os projetos não aprovados à
nova legislação (aniquilando a segurança
jurídica) ou então reconhece sua validade. Essa alternativa de diminuir o efeito
do direito de protocolo, estabelecendo
certo grau subjetivo para modificações
posteriores no projeto, não se coaduna
com o Estado Democrático de Direito
e submete o particular à deliberação
discricionária do Poder Público.
* Advogado, sócio do escritório A. Lopes Muniz e
membro do
Conselho Jurídico do SindusCon-SP
ntários, críticas,
Envie seus come
stões de temas
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