Notícias da Construção - Sinduscon-SP
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Notícias da Construção - Sinduscon-SP
Sua obra merece produtos de qualidade. Pensando nisso, a CompraCon-SP reuniu os melhores fornecedores do ramo, proporcionando para sua construtora condições especiais do setor. Parceiros locais São José dos Campos Acesse o site para conhecer mais sobre a CompraCon-SP e como a sua construtora pode fazer parte deste grupo! www.compracon.com.br EDITORIAL Mais produtividade Sergio Watanabe* D urante a Missão Comercial do SindusCon-SP e da CompraCon-SP que visitou em maio a Construmat 2011 – Feira Internacional da Construção, em Barcelona, Espanha, fui entrevistado por uma jornalista de El País, o diário mais influente daquela nação. A principal pergunta da profissional era se no Brasil a construção de moradias poderia enfrentar o problema que aflige o setor na Espanha desde a crise financeira de 2009: com a falta de créditos internos e externos, os bancos praticamente fecharam a torneira no financiamento à produção e à aquisição de habitações. Respondi que isso dificilmente aconteceria porque no Brasil o financiamento habitacional não depende dos bancos, e sim do FGTS e da Caderneta de Poupança, o primeiro alimentado por depósitos de empregadores e empregados, e o segundo com a poupança da população. Além disso, há recursos de outras fontes, como os captados pelas grandes construtoras no mercado de capitais, e já se estudam alternativas para quando os recursos da Poupança não forem suficientes ao atendimento da demanda. Disse à jornalista que o setor imobiliário brasileiro detém a pujança que seu congênere espanhol teve até a crise financeira: “Somos hoje o que vocês foram ontem”, comentei. Mas ninguém deseja que a construção brasileira seja amanhã o que a espanhola é hoje. Temos os nossos conhecidos gargalos, e por isso a Missão do SindusCon-SP na Espanha, além de conferir as novidades na Construmat, entrou em contato com empresas que fabricam ou alugam gruas, guindastes e diversos equipamentos. Milhares deles estão parados na Espanha, Gruas paradas na Espanha trariam redução de custos e prazos no Brasil num momento em que seriam úteis no Brasil. Com o atual quadro de escassez de mão de obra, a construção brasileira necessita se industrializar para atender à demanda por obras. Certamente os atrasos generalizados das obras esportivas e de infraestrutura aeroportuária e urbana para a Copa de 2014 poderiam ser superados em grande parte se o governo facilitasse o ingresso desses equipamentos novos e semi-novos no Brasil. A Missão do SindusCon-SP também transmitiu alguns recados, ao participar do Fórum da Construção Brasil-Espanha, realizado na Construmat. Manifestamos que todo produto ou processo construtivo estrangeiro para elevar a produtividade é bem-vindo, desde que os fornecedores pensem no longo prazo, porque o desafio não é só a colocação no mercado brasileiro, mas sua manutenção aqui. Destacamos a necessidade de insumos, equipamentos e sistemas que, devidamente “tropicalizados” em associação com parceiros nacionais, elevem a produtividade da construção. E nos dispusemos a conhecer tecnologias e políticas públicas que incrementem a sustentabilidade na construção, sobretudo em áreas como energias renováveis. Entendemos que são bem-vindos os parceiros estrangeiros com capacidade de produção e que possam atender as necessidades da construção brasileira. Mas, para que esses insumos venham ao Brasil diminuir custos e prazos nas obras, será necessário o governo contribuir para atender a demanda que ele também ajudou a criar mediante programas como o PAC e o Minha Casa, Minha Vida. Essa contribuição precisa se dar com a superação de entraves como tributos, barreiras e taxas alfandegárias, e uma política nacional de formação de mão de obra especializada na operação de equipamentos e na instalação de sistemas. O incremento da formação de mão de obra é inadiável. Seria impensável se finalmente conseguíssemos trazer para cá milhares de gruas e não tivéssemos pessoal qualificado para operá-las. * Presidente do SindusCon-SP , entários, críticas Envie seus com as stões de tem perguntas e suge : para esta coluna .br dusconsp.com presidente@sin REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 3 Presidente Sergio Tiaki Watanabe CONGRATULAÇÕES voz do leitor “Vimos parabenizá-lo pela excelente qualidade e excepcional conteúdo da revista Notícias da Construção, nº 99, ano 7, abril/2011, e agradecer a atenção destinada à nossa entidade.” Escreva para esta Seção [email protected] Fax (11) 3334-5646 Alexandre Tirelli Presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis no Estado de São Paulo 6 Capa Certificação é um dos caminhos para alcançar a sustentabilidade R. Dona Veridiana 55, 2º andar 01238-010 - São Paulo Diretores das Regionais José Batista Ferreira (Ribeirão Preto) José Roberto Alves (São José dos Campos) Luís Gustavo Ribeiro (Presidente Prudente) Luiz Cláudio Minniti Amoroso (Campinas) Renato Tadeu Parreira Pinto (Bauru) Paulo Piagentini (Santo André) Ricardo Beschizza (Santos) Ronaldo de Oliveira Leme (Sorocaba) Emilio Carlos Pinhatari (São José do Rio Preto) 26 Obras públicas Setor rejeita Regime Diferenciado Representantes junto à Fiesp Titulares: Eduardo Capobianco, João Claudio Robusti Suplentes: Sergio Porto, Artur Quaresma Filho 31 Responsabilidade social ConstruSer reuniu 39 mil Prática alcança maioria do setor Assessoria de Imprensa Rafael Marko - (11) 3334-5662 Nathalia Barboza - (11) 3334-5647 36 Relações Capital-Trabalho Setor debate melhorias com o governo Trabalho de inclusão de PCDs continua SindusCon-SP e Caixa firmam convênio 10 Relações Internacionais Prospectando a Espanha SindusCon-SP destaca oportunidades Sustentabilidade é estratégica Construmat traz novos insumos Espanhóis querem trazer gruas Um colírio para os olhos Em Vilanova, revitalização inédita Falta de crédito parou o mercado 20 Habitação HIS poderá ter elevador SindusCon-SP alerta CDHU 22 Eventos Enic terá palestras de alto nível 40 SindusCon-SP em Ação Caixa promete atualizar valores Missão a Paris será com a Fiesp Megasipat começará em agosto Seminário mostrará cases de estruturas Regionais Campinas debate licença ambiental Parceria forma mais mestres de obras Bauru faz propostas à Prefeitura Receita orienta sobre CND e Diso Feirão da Caixa agita Sorocaba CompraCon-SP promove encontro Mestres formam-se no Vale Comitiva de Santos vai a Barcelona São Bernardo adquire software 3D Ribeirão faz Elevação da Escolaridade Salão e Feirão movimentam R$ 242 mi 4 5 Robson Gonçalves – Conjuntura 38Antonio Jesus de Britto Cosenza 24 Maria Angelica Covelo Silva – Gestão da obra 42 30 Fátima Cardoso – Prevenção e Saúde 52Ercio Thomaz - Soluções Inovadoras 34 Maria Angelica Lencione Pedreti – Gestão 54 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO conselho editorial: Delfino Teixeira de Freitas, Eduardo May Zaidan, José Romeu Ferraz Neto, Maurício Linn Bianchi, Francisco Antunes de Vasconcellos Neto, Odair Senra, Salvador Benevides, Sergio Porto SUPERINTENDENTE: Antonio Laskos gerência de mercado: Igor Archipovas Secretaria: Marcia Laurino editor responsável: Rafael Marko REDAÇÃO: Nathalia Barboza (São Paulo) com colaboração das Regionais: Ester Mendonça (São José do Rio Preto) Giselda Braz (Santos) Homero Ferreira (Presidente Prudente) Enio Machado, Pasquarelli Junior, Denise Kelen (São José dos Campos) Marcio Javaroni (Ribeirão Preto) Nerli Peres (Sorocaba) Sabrina Magalhães (Bauru) Sueli Osório (Santo André) Vilma Gasques (Campinas) comunicação: Marcelo da Costa Freitas/Chefe de Arte Jecyane Costa/Produtora Gráfica Sanders Caparroz Giuliani/Designer Gráfico Allan Leone/Web Designer Andressa Jesus da Silva/Web Designer Valdemir Lima/Programador Web PUBLICIDADE: Vanessa Dupont [email protected] Tel. (11) 3334-5627 [email protected] Tel. (11) 9212-0312 colunistas – Marketing José Carlos Sampaio – Desafios no Canteiro Ricardo Negrão – Jurídico Vice-presidentes Cristiano Goldstein Delfino Paiva Teixeira de Freitas Francisco Antunes de Vasconcellos Neto Haruo Ishikawa José Antonio Marsilio Schwarz José Carlos Molina José Roberto Pereira Alvim Luiz Antônio Messias Marcos Roberto Campilongo Camargo Maristela Alves Lima Honda Mauricio Linn Bianchi Odair Garcia Senra Paulo Brasil Batistella ENDEREÇO: R. Dona Veridiana, 55, CEP 01238-010 São Paulo-SP Centro de Atenção ao Associado Tel. (11) 3334-5600 CTP/ impressão: Pancrom Indústria Gráfica Tiragem desta edição: 9 mil exemplares As opiniões dos colaboradores não refletem necessariamente as posições do SindusCon-SP [email protected] www.sindusconsp.com.br “O papel desta revista foi feito com madeira de florestas certificadas FSC e de outras fontes controladas.” CONJUNTURA Superemprego Robson Gonçalves* H á tempos se dizia que no Brasil é difícil até prever o passado. Apesar do grande amadurecimento de nossas instituições econômicas e democráticas, o passado continua a desafiar nossa capacidade de previsão. Ao final de 2010, o governo federal comemorou uma marca histórica. Nada menos de 2,5 milhões de postos de trabalho com carteira assinada tinham sido criados em doze meses. Eram tanto desempregados quanto trabalhadores informais que tinham atingido a dignidade da carteira assinada. Brilhante! A melhoria do nível e da qualidade do emprego no Brasil tem consequências sociais altamente desejáveis. Trabalhadores formalizados desfrutam dos benefícios da seguridade social e têm maior confiança em seus níveis de renda corrente e futura. As empresas investem menos na qualificação dos trabalhadores informais, em prejuízo da produtividade como um todo. Enfim, tratava-se de um número muito positivo em termos de inclusão social e melhoria do perfil de distribuição de renda no país. Em maio o governo reviu as contas e o dado definitivo para 2010 foi ainda mais impressionante: mais de 2,8 milhões de empregos formais criados. Viva! Ocorre que, em Economia como em Medicina, uma dose exagerada ou um timing errado podem fazer os efeitos colaterais do remédio superarem seus benefícios. Infelizmente, no que se refere ao mercado de trabalho, não vale a máxima do quanto mais, melhor. O quadro vivido em quase todo o país é de escassez crescente de trabalhadores qualificados. A construção civil, um dos Consumo elevado deve perdurar mais algum tempo e alimentar inflação segmentos mais dinâmicos da economia, é uma grande prova disso. Pagamos hoje o preço da falta de investimento em educação, negligência que perdurou por décadas. Durante o governo FHC, o Brasil conseguiu um grande feito, acabando com o déficit de vagas no Ensino Fundamental. Na era Lula, outro salto importante foi dado, com a reestruturação e ampliação da rede de Institutos Federais, as antigas Escolas Técnicas Federais. E mesmo o ProUni, com todas as críticas que possa merecer, teve méritos importantes em termos de inclusão e democratização do ensino universitário. Ocorre que a dinâmica da formação de capital humano, isto é, da qualificação da mão de obra, tem um timing longo em qualquer economia. Até que medidas de universalização do acesso e melhoria de qualidade na educação se materializem em níveis adequados de oferta de pessoal qualificado, lá se irão anos. Embora estejamos no caminho correto, esse processo foi “atropelado” pelo crescimento espetacular da atividade produtiva em 2010. Como consequência, vivemos hoje um dilema digno de Shakespeare: ser ou não ser tolerantes com inflação em alta apesar do crescimento do emprego. O excesso de demanda exige a elevação dos juros pelo Bacen. Mas os milhões de novos trabalhadores formais, ávidos pelo consumo, aceitam pagar taxas de juros mais altas e parcelas mais “salgadas” quando compram a prazo. Esfriar a economia a ponto de deter o crescimento da demanda exigiria um esforço ainda maior, mas desaceleraria o impressionante processo de inclusão social em marcha. Que fazer, então? Qual a melhor opção? Menos inclusão ou menos inflação? Para 2011, o cenário parece já estar claro. O efeito defasado da imensa criação de empregos do ano passado irá sustentar o crescimento do consumo por mais algum tempo. Mas a escassez de pessoal qualificado irá pressionar os salários e o excesso de demanda continuará deixando a inflação ao consumidor acima de 6% ao ano. A inércia do superemprego é forte. * Professor dos MBAs da FGV e consultor da FGV Projetos , entários, críticas Envie seus com as tem de stões perguntas e suge : na lu co para esta [email protected] lve ca robson.gon REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 5 CAPA Atenha-se ao princípio Nathalia Barboza 6 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO apenas ser eficientes do ponto de vista da sustentabilidade. Eles devem fazer com que as pessoas se sintam felizes e gostem de estar dentro deles.” Ao lado de Garrod, o arquiteto brasileiro Edson Yabiku, associado do Foster+Partners, afirmou que a decisão de fazer análises virtuais deve partir da arquitetura. “Não esperamos o cliente pedir um prédio sustentável nem a análise de túnel de vento. É nossa obrigação propor isso. Vai reverter em benefício do cliente e do usuário”. Um dos princípios do Foster, diz, é “fazer perguntas desde o início e muitas das respostas são dadas por estas ferramentas”. Yabiku comentou que “foi importante ver a demonstração de empenho da consFotos: Alexandre Ondir “Para atingir o alvo é preciso lançar muitas setas.” Assim o arquiteto Edward Garrod, do escritório Foster+Partners de Londres (Inglaterra), definiu a função dos sistemas existentes no mundo de certificação ambiental de edificações. Ele falou sobre o assunto tanto no Seminário Internacional Avaliação Ambiental de Edifícios – As práticas brasileiras e as tendências mundiais, quanto no workshop que se seguiu, ambos promovidos em maio pelo Comasp (Comitê de Meio Ambiente) do SindusCon-SP. Segundo Garrod, o Foster+Partners aborda os projetos de uma forma multidisciplinar e colaborativa, na qual uma enorme gama de expertises está envolvida e, neste cenário, “os sistemas de certificação são, em geral, muito parecidos”. O arquiteto disse que por isso mesmo é conveniente “ater-se aos princípios de sustentabilidade que eles apresentam”. Se for assim, disse, elas podem ajudar a criar um projeto melhor. “A certificação ajuda a perseguir o desempenho e focar o alvo”, completou. Outra ferramenta fundamental são os softwares de análise virtual de performance. “Muitas vezes fica mais barato usá-los desde o início, porque eles ajudam a decidir, dentro do orçamento, qual tecnologia mais eficiente aplicar no projeto. Temos sempre de pensar no custo total”, ensinou Garrod. No entanto, advertiu, “é sempre bom lembrar que os prédios não devem Edson Yabiku e Edward Garrod: prédio sustentável é aquele que faz as pessoas felizes trução civil brasileira para fazer o melhor”. “O esforço dos projetistas e empreendedores para fazer sustentabilidade é muito bom. O Brasil é exemplo para o mundo, e o importante agora é dar um passo a mais com responsabilidade”, afirmou. Exemplos pelo mundo O seminário começou com a palestra da professora da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp e coordenadora técnica do seminário Vanessa Gomes, que descreveu o panorama das certificações mundo afora. Segundo ela, a Austrália foi a primeira a ter um histórico de ações voltadas a políticas públicas sobre isso. “O Nathers (Nationwide House Energy Rating Scheme, de 2002) foi o primeiro sistema governamental de certificações”, lembrou. Já a Inglaterra foi o primeiro país a construir uma agenda nacional de sustentabilidade e tem a certificação Breeam (Building Research Establishment Environmental Assessment Method) há 90 anos. Em meados dos anos 90, surgiu o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), do U.S. Green Building Council (USGBC). “Ambas as iniciativas começaram essencialmente como checklists do que fazer ou não fazer no projeto de edifícios comerciais. Basicamente, tais sistemas apresentavam diretrizes de bom projeto e gestão”, analisou Vanessa. “Com o desenvolvimento deste campo, maior ênfase foi dada à avaliação de desempenho, mas alguns dos aspectos de diretrizes persistiram, então podemos chamá-los de sistemas híbridos”, completou. “A certificação é uma diferenciação de mercado justa e uma boa fonte de informação”, sustentou Vanessa. Segundo ela, além da aproximação para uma métrica comum entre os sistemas disponíveis, as tendências mundiais Abertura: Vasconcellos, Leda Aschermann (SVMA), Nabil Bonduki, Watanabe e Ricardo P. Leite (Sehab) apontam para as certificações de desempenho. Também crescem as ações de governos na elaboração e definição de sistemas certificadores, quase sempre “com abordagens mais focadas”, e ainda o estímulo ao emprego do conceito da Análise do Ciclo de Vida (ACV) dos produtos inseridos na construção civil. Este tema foi abordado pela engenheira Cássia Maria Ugaya, professora da Universidade Tecnológica Federal do Paraná e especialista em ACV, que inclui a análise ambiental e muitas vezes socioeconômica do produto desde a fase dos materiais e processos envolvidos em sua fabricação, passando por seu uso e o descarte final, o que significa informar à sociedade todos os impactos que o produto causa ao planeta, inclusive os negativos. Ela usou o case de uma indústria de bebidas que teve de voltar atrás em sua decisão de substituir as garrafas de vidro pelas PET, consideradas mais sustentáveis, após perceber o dano ambiental provocado pelo descarte desta nova opção, para exemplificar como o ciclo total de vida de um produto pode ajudar a tomar o melhor caminho. “O maior problema é saber qual produto será aplicado nas obras, pois Certificação é uma ferramenta e não um fim para obter-se sustentabilidade Vanessa Gomes fez a coordenação técnica do seminário não temos inventários ambientais no Brasil. Temos de avançar nisso”, afirmou Francisco Vasconcellos Neto, vice-presidente de Meio Ambiente do SindusCon-SP. Segundo Lilian Sarrouf, coordenadora técnica do Comasp, o país se prepara para propor uma diretriz brasileira de ACV que permitirá aos setores avançar na questão. “Dentro das diretrizes, espera-se a definição de metodologia que atenda aos diferentes setores. As empresas e a academia esperam que o governo incentive esta iniciativa e crie meios para que ela aconteça.” Maria Marta Teixeira Vasconcellos, do Departamento de Meio Ambiente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), especialista em meio ambiente e ferramentas de gestão e normatização ambiental para a indústria, revelou que a análise do ciclo de vida já está nas discussões do setor, com base na série de normas ISO 14000, mas que “o país ainda não dá condições de praticar a ACV”. Beatriz Kiss, do Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV (Fundação Getulio Vargas), contou que o Brasil já conta com um modelo de inventário corporativo, outra tendência mundial ao lado da definição da “pegada de carbono” de produtos. SindusCon-SP e Caixa se unem na difusão da sustentabilidade Bernardes, da Tecnisa: etiqueta “B” do Procel O Programa Brasileiro GHG Protocol, lançado há 3 anos, com base na The GHG Protocol Corporate Standard, metodologia mais usada no mundo para inventários corporativos, tem como objetivo retratar as emissões de gases de efeito estufa de uma organização. Segundo Beatriz, o método engloba emissões diretas e indiretas associadas às atividades desenvolvidas pela empresa. “A meta é promover no país uma cultura permanente de elaboração e publicação dos inventários de emissões. Algumas construtoras já aderiram. Esperamos que outras nos ajudem a definir os critérios específicos para o setor.” Práticas brasileiras O evento contou ainda com um painel que detalhou os sistemas de certificação disponíveis no Brasil e as experiências das empresas brasileiras. O gerente do Departamento de Proje- Bueno, da Gafisa: redução da taxa de condomínio O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, e o vice-presidente da Caixa Econômica Federal, José Urbano Duarte, assinaram em maio um Protocolo de Cooperação para disseminar em São Paulo as boas práticas e soluções de sustentabilidade. “O protocolo é um grande passo para a implantação ainda mais eficaz de políticas sustentáveis no setor da construção”, disse Watanabe. O acordo toma como referência os tos de Eficiência Energética da Eletrobrás, Fernando Dias Perrone, falou sobre o Procel Edifica e sobre o Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf), cuja meta é economizar 10% da energia planejada para ser consumida até 2030. Ele anunciou o lançamento do software Domus Procel Edifica. A ferramenta ajudará nas medições de temperatura e umidade dos ambientes e, segundo Perrone, “vem preencher uma importante lacuna de produtos de análise virtual no país”. Além disso, ele destacou o Programa Procopa Turismo, que estende os prazos de financiamento concedidos pelo BNDES a projetos voltados à rede turística focada na Copa do Mundo de 2014, desde que obtenham o Selo Procel. O gerente de Desenvolvimento da Tecnisa, Maurício Bernardes, apresentou a experiência da empresa na aplicação dos requisitos do Procel Edifica na linha Tecnisa Flex de imóveis econômicos. “Na primeira configuração do empreendimento, só teríamos a etiqueta ‘D’ de eficiência do Procel. Com um investimento total de R$ 575 mil, ou 0,85% do custo total da obra, em aquecimento a gás, tubulação de água quente com isolamento térmico, medição individualizada de água fria e isolamento térmico na cobertura, pudemos atingir a etiqueta ‘B’”, explicou. “O investimento adicional de R$ 1,1 bilhão em Cássia Ugaya: análise de toda a vida do produto 8 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO critérios estabelecidos pelo Selo Casa Azul, da Caixa, e tem como metas reduzir custos; reconhecer boas práticas e soluções para o aperfeiçoamento dos projetos habitacionais e desenvolver projetos e ações nas áreas temáticas de interesse prioritário, entre eles a redução e mitigação da emissão de gases de efeito estufa; conforto ambiental e eficiência energética; e a gestão de resíduos da construção e da demolição. alteração da estrutura e substituição dos caixilhos para ter ventilação e iluminação naturais foi descartado”, disse. As mudanças seriam para obter-se a etiqueta “A”. Terence Beckett, representante da Fundação BRE Global, explicou que a certificação de origem britânica Breeam apoia-se em nove categorias “que permitem avaliar os edifícios de modo holístico”. Segundo ele, hoje o Breeam privilegia os pré-requisitos mínimos, porque o objetivo da certificação é penetrar o máximo possível do mercado. “Queremos o bem para a maioria e não só para uma parcela pequena do mercado, que pode chegar ao patamar excelente”, afirmou. A arquiteta carioca Viviane Cunha, a primeira a usar a metodologia Breeam no Brasil, pondera que a certificação “demanda profissionais muito especializados, capazes de comprovar as boas práticas aplicadas em um empreendimento”, mas que “o sistema aceita Casado: Brasil é 5º no ranking de uso do LEED melhor as características regionais de um projeto”. Beckett também anunciou que a Fundação BRE prepara-se para instalar um Parque de Inovações no Brasil. Junto com a universidade, o complexo funciona como uma espécie de laboratório, onde são estudadas, acompanhadas e incentivadas as inovações tecnológicas aplicadas à construção civil. Driblar dificuldades O Selo Casa Azul, da Caixa Econômica Federal, também leva em conta as características regionais, dos usuários e de custos dos projetos, apontou Jean Rodrigues Benevides. Para ele, a prioridade da Caixa hoje é disseminar o selo. “O primeiro projeto, certificado em março deste ano, mostra ser possível driblar questões como um possível aumento de custo e de prazo (análise e aprovação) e a dificuldade de adaptar projetos padrão (já prontos)”, afirmou. Vilson Buss, da Rôgga Construtora e Incorporadora, de Joinville (SC), demonstrou a aplicação dos critérios da Caixa no Residencial Bonelli. “Um exemplo é o uso de elevadores eficientes, como sistema de operação inteligente que minimiza a utilização de energia, contribuindo para a redução das despesas operacionais”, disse. Outro exemplo é a gestão dos resíduos de Classe A (tijolo, cimento, telha, bloco) para utilização de aterro do terreno do próprio empreendimento e a destinação dos resíduos perigosos ao Aterro de Resíduos Industriais. de R$ 5 mil na conta mensal. Também foi Manuel Carlos Martins, da Funpossível reverter a verba de reciclagem dação Vanzolini, explicou que o de entulho para os operários”, afirmou. processo Aqua (Alta Qualidade Ambiental), por sua vez, privilegia Repercussão os critérios de desempenho, procuPara Francisco Vasconcellos Neto, rando “equilibrar meio ambiente e vice-presidente de Meio Ambiente do uso do empreendimento e conforto SindusCon-SP, o seminário representou do usuário”. uma excelente oportunidade para discutir Esta certificação foi conquistada e avaliar, por meio de exemplos práticos, pela FDE (Fundação de Desenvolvicomo as certificações são utilizadas pemento para a Educação), do governo las empresas brasileiras e o melhor modo de São Paulo, na reforma da Escola de agir de forma sustentável. Estadual Bairro Luz, que necessitava André Aranha Campos, coordenador preservar as fachadas existentes no do Comasp, disse que “o seminário cumterreno que compõem o conjunto de bens priu a missão do SindusCon-SP de levar de interesse histórico e cultural locais. informação e conhecimento ao setor”. “Das 14 categorias do Aqua, atingimos O secretário de Recursos Hídricos e nível excelente em seis”, contou Ricardo Ambiente Urbano do Ministério do Meio Esteves, chefe do Departamento de EdiAmbiente, Nabil Bonduki, afirmou que a ficações da FDE. “Apesar do alto custo construção sustentável deve ser pensada dos materiais, também incorporamos de forma integral, sem deixar de incluir na forros acústicos nas salas, o que nos deu discussão o fator custo. “Os cálculos não um resultado surpreendente”, comentou. podem ser feitos só levando em conta a As boas práticas identificadas pelo FDE são inseridas nos cadernos técnicos fazendo as lições aprendidas se perpetuarem em todas as demais obras. Por fim, Marcos Casado, gerente técnico do Green Building Council Brasil, apresentou o LEED, certificação mais disseminada no Brasil, 5° país do mundo no ranking do GBC, com 274 projetos registrados –29 já foram certificados. Mesmo assim, segundo Benevides, da Caixa: prioridade é disseminar o Selo Azul ele, o LEED ainda enfrenta construção convencional.” Ele também dificuldades como “a forte visão de curto prometeu se debruçar sobre a questão prazo do setor e a falta de conhecimento das APPs (Áreas de Preservação Persobre a metodologia da certificação”. manente) urbanas. A Gafisa já conseguiu certificação Na abertura, também estiveram Platinum LEED. Luiz Fernando Ciniello presentes Leda Aschermann, secretáriaBueno, diretor de Operações da empre-adjunta e supervisora geral da Adminissa, revelou que, o condomínio hoje do tração da SVMA de São Paulo; Ricardo empreendimento é de R$ 9,35/m², ante Pereira Leite, secretário municipal da R$ 17/m² de outros prédios da região. A Habitação; e João Luiz Potenza, da Coeconomia não foi só na operação. “Duordenadoria de Planejamento Ambiental rante a fase de obra, a utilização de água da SMA do Estado. de infiltração promoveu uma economia REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 9 RELAÇÕES INTERNACIONAIS 10 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Prospectando a Espanha Rafael Marko A primeira Missão Comercial do SindusCon-SP desembarcou em um domingo, 15 de maio, em Barcelona, em meio à persistência da crise econômica que transformou a construção civil da Espanha, setor protagonista do desenvolvimento até 2008, em uma das maiores vítimas do sumiço dos investidores e da queda de renda das famílias naquele país. No mesmo dia, milhares de jovens ocupavam as praças das principais cidades, para manifestar que nenhum partido político merecia o voto nas eleições regionais e municipais do domingo seguinte. Estima-se que 45% dos jovens espanhóis com até 25 anos estejam desempregados. Em 21 de maio, a oposição de direita derrotaria os governos de centro-esquerda, enfraquecendo o Partido Socialista e o primeiro-ministro José Zapatero. Neste cenário de carteiras imobiliárias dos bancos recheadas de apartamentos devolvidos, escassez de novas obras e milhares de gruas e outros equipamentos de construção parados, a Missão do SindusCon-SP assistiria na manhã seguinte a secretária de Habitação e Atuações Urbanas da Espanha, Beatriz Corredor Sierra, mencionar o Brasil para tentar transmitir um pouco de esperança. Ao discursar na abertura da Construmat 2011 – Feira Internacional da Construção de Barcelona, Beatriz afirmou que investimentos em inovação e sustentabilidade levariam a construção espanhola a uma internacionalização, explorando novas oportunidades em países como os do Norte da África e o Brasil. Na mesma linha, o presidente da Província da Catalunha, Artur Mas, apontou a importância da realização da Construmat para desenvolver novos mercados, citando especificamente a China e o Brasil. Ele cobrou do governo espanhol critérios As gruas que constroem a catedral da Sagrada Família são algumas das poucas em funcionamento em Barcelona Quaresma Filho, Benevides, Bianchi, Fernandes, Rodrigues, Vasconcellos, Porto, Watanabe, Maria Luiza, Franck e Lúcio, no pavilhão de exposições da feira Construmat, em Barcelona mais flexíveis para a liberação de verbas destinadas à revitalização de moradias, segmento da construção que, junto com algumas obras públicas, resiste à crise. Nos dias seguintes, a delegação do SindusCon-SP visitou a feira, manteve contatos com fornecedores de equipamentos e associações de engenheiros e arquitetos, e conheceu um projeto de revitalização urbana em Vilanova i la Geltrú. Os representantes do sindicato analisaram possibilidades de parcerias para incrementar a produtividade da construção brasileira. Liderada pelo presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, e organizada pelo diretor de Relações Internacionais, Salvador Benevides, a Missão visitou a Construmat a convite da Fira Barcelona e contou com a participação dos vicepresidentes Francisco Vasconcellos (Meio Ambiente) e Maurício Bianchi (Tecnologia e Qualidade), e do vice-presidente da CompraCon-SP (Associação de Compras da Construção Civil no Estado de São Paulo), Fernando Fernandes. Acompanharam o grupo os representantes à Fiesp e ex-presidentes do SindusCon-SP Sergio Porto e Artur Quaresma Filho; o membro do CTQ (Conselho de Tecnologia e Qualidade), Luiz Lucio; a diretora de Relações Internacionais da Fiesp, Maria Luiza Salomé; os fornecedores de insumos da construção Carlos Franck, Francisco Pigatto Neto e João Rodrigues, e representantes de diversas empresas associadas ao SindusCon-SP. Além deles, mais 80 brasileiros –entre os quais o diretor da Regional Santos do SindusCon-SP, Ricardo Beschizza, visitaram a feira, que neste ano reuniu 1.238 expositores de 28 países. Os representantes da Fira Barcelona no Brasil, Francisco Orjales e Jordi Solé Perez, organizaram o roteiro de atividades da Missão, com o apoio da AD Turismo. SindusCon-SP confere oportunidades para a construção brasileira elevar a produtividade REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 11 SindusCon-SP destaca oportunidades “Todo produto ou processo construtivo europeu para elevar a produtividade é bem-vindo, desde que vocês pensem no longo prazo, porque o desafio não é colocar o produto no mercado brasileiro, mas mantê-lo lá.” A recomendação foi feita pelo vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP, Mauricio Bianchi, a um público de 60 fornecedores e profissionais espanhóis que participaram do Fórum da Construção Brasil-Espanha, em 17 de maio. O evento foi realizado dentro da Construmat, em Barcelona. Tanto Bianchi como o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, relataram em suas apresentações as perspectivas e os gargalos enfrentados pelo setor. Enfatizaram a necessidade de insumos, equipamentos e sistemas que, devidamente “tropicalizados”, elevem a produtividade da construção. “Quem pensar assim terá grandes oportunidades de negócios”, assinalou o presidente do SindusCon-SP. habitação; introduzir mais industrialização nos processos construtivos; aumentar a produtividade da mão de obra e adotar políticas urbanas que elevem a oferta de terrenos. Watanabe: produtividade trará grandes negócios que representaria um investimento médio anual de R$ 203,99 bilhões. Destacou as oportunidades abertas pelo Programa Recursos Minha Casa, Minha Watanabe mosVida 2, que deverá trou que será nemovimentar mais de cessário construir R$ 300 bilhões para 23,5 milhões de contratar a construmoradias desde o ção de 2 milhões de ano passado até novas moradias. Es2022, para atentimou que, até 2022, der as necessidades habitacionais das o Brasil deverá investir pelo menos R$ 2,1 novas famílias brasileiras, eliminar a trilhões na expansão da infraestrutura. precariedade e reduzir a coabitação, o E relatou que outros R$ 30 bilhões em recursos oficiais serão Fornecedores e profissionais espanhóis assistem às palestras mobilizados diretamente nas obras para a Copa do Mundo e as Olimpía das. O presidente do SindusCon-SP também listou os desafios do setor: aumentar o investimento em infraestrutura; desenvolver novas fontes de financiamento para Missão mostra para os fornecedores espanhóis as necessidades da construção brasileira Mercado amplo Maurício Bianchi destacou que no Brasil “há um mercado enorme aberto para equipamentos e sistemas construtivos que encurtem prazos de produção”. Ele mostrou o trabalho do CTQ (Comitê de Tecnologia e Qualidade) do SindusConSP na modernização tecnológica do setor e apontou os segmentos em que a contribuição estrangeira será bem-vinda, como no fornecimento de gruas e sistemas que melhorem o desempenho, a vida útil e a sustentabilidade das edificações. Bianchi também sublinhou a necessidade de “conversarmos mais com o governo para a superação de gargalos como transporte vertical escasso e de custo elevado, alta carga tributária, burocracia, protecionismo arcaico da Justiça do Trabalho e baixo incentivo à pesquisa”. Segundo o vice-presidente, em face desses problemas que resultam em baixa produtividade, a evolução da tecnologia construtiva brasileira “faz a nossa construção parecer uma Ferrari trafegando em uma rua cheia de buracos”. Bianchi: conversar com o governo para a superação dos gargalos ao aumento da eficiência “Sustentabilidade é estratégica” Ao palestrar no Fórum da Construção Brasil-Espanha dentro da Construmat, o vice-presidente de Meio Ambiente do SindusCon-SP, Francisco Vasconcellos, frisou que o sindicato vê a sustentabilidade como “assunto estratégico para a construção brasileira, por ser cada vez mais fundamental para a competitividade das empresas”. Ele manifestou interesse em conhecer tecnologias e políticas públicas que incrementem a sustentabilidade na construção, sobretudo em uso de energia solar no aquecimento de água e outras energias renováveis. “O SindusCon-SP tem se destacado por seu protagonismo na discussão dessas políticas públicas para legitimar o Benevides: semi-novos enfrentam barreiras que realmente contribui e evitar a imposição de dificuldades por quem não entende do assunto”, afirmou. Vasconcellos relatou as realizações do Comasp (Comitê de Meio Ambiente) do SindusCon-SP, bem como sua atuação institucional junto ao governo. E apontou os itens a serem aprofundados: revitalização de áreas contaminadas para uso imobiliário; uso sustentável da madeira na construção; gestão de resíduos; mudanças climáticas e análise de riscos; e análise de ciclo de vida de materiais e sistemas. Semi-novos barrados O diretor de Relações Internacionais, Salvador Benevides, apresentou os objetivos de sua área: receber e orientar empresários, consulados, câmaras de comércio, delegações e instituições internacionais; e realizar missões técnicas ao exterior, para conhecer práticas de excelência que possam ser aproveitadas pelas construtoras brasileiras. O diretor mencionou alguns gargalos existentes no Brasil, como a barreira ao ingresso de equipamentos semi-novos. Tanto na palestra como em diversos contatos oficiais, Benevi- Vasconcellos: legitimar o que realmente é sustentável des orientou fornecedores de insumos a redução das tarefas artesanais. interessados em entrar no “O ingressos de produtos e equipamercado brasileiro. mentos no mercado brasileiro enfrenta Ele distribuiu aos presentes entraves como barreiras alfandegárias, tao folder da Diretoria de Relações xas, burocracias. Nesse sentido, o governo Internacionais, com o histórico precisa nos ajudar a atender a demanda de todas as Missões Técnicas que ele mesmo criou com programas como do SindusCon-SP, além de cao de Aceleração do Crescimento e Minha netas do sindicato e chaveiros Casa, Minha Vida”, disse. com a estilização de um jogador O vice-presidente mostrou as exide futebol brasileiro, brincando gências do mercado brasileiro aos fornecom os interlocutores espanhóis: cedores estrangeiros: ter representante “Hemos sido generosos em instalado oficialmente no Brasil; colocar o 2010, pero en 2014 ya no los material na obra, observando toda a logísdejaremos ganar la Copa”. tica; certificá-lo nos órgãos competentes; ter qualidade e uma rede de distribuição Diminuir custos e manutenção, com rápido atendimento “Buscamos parceiros com e peças de reposição no Brasil; cumprir nome, capacidade de produção prazos e atender as garantias em conformie que possam atender nossas necesdade com as normas técnicas e o Código sidades de equipamentos, produtos e de Defesa do Consumidor. sistemas que diminuam custos e prazos nas obras”, anunciou o vice-presidente Fernandes listou as exigências do mercado da CompraCon-SP, Fernando Fernandes. Ele listou as necessidades do setor: no tocante à escassez de mão de obra, aprimorar tecnologias que reflitam na redução de pessoal e ampliar as opções de sistemas construtivos e equipamentos; quanto à necessidade de garantir os prazos de entrega das obras, obter insumos que contribuam para a industrialização e REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 13 Construmat traz novos insumos Em meio à crise que a construção espanhola atravessa, não se esperavam grandes inovações em produtos e sistemas na Construmat. Mesmo assim, diversos itens específicos da feira atraíram a atenção dos visitantes. Equipamentos de iluminação que potencializam e projetam a luz solar para dentro das moradias chamaram a atenção do vice-presidente de Meio Ambiente do SindusCon-SP, Francisco Vasconcellos. Ele também conheceu mais de perto um sistema de tetos e paredes “verdes”, com plantas especialmente selecionadas para A secretária de Habitação Beatriz Sierra e o presidente da Catalunha Artur Mas, sentados sobre um banco feito de 93% de quartzo o clima europeu. “Temos condições de desenvolver o mesmo com nossos botânicos”, ponderou. Sistemas de fachadas ventiladas interessaram ao vice-presidente de Tecnologia e Qualidade, Mauricio Bianchi. “A praticidade de instalação pode eventualmente compensar um custo maior, nestes tempos em que necessitamos elevar a produtividade”, comentou. Nesta página e na seguinte, estão alguns exemplos de produtos e sistemas expostos na Construmat. Sistema industrializado de rejunte da Rubi Isolante acústico feito de reciclados Sistema de fachadas ventiladas Pisos de cerâmica imitando madeira da Floorgres Sistema de vigas de concreto com isolante termoacústico de isopor da Century’s Beams Parede “verde” da Sempergreen Sistema de iluminação natural da Soatube Lavabo com espelho iluminado a LED da Sancril Aquecimento solar e de gás integrado para água Equipamento para elevação com ventosas Tubos a vácuo para aquecimento de água por energia solar Sistema de captação e reúso de água de chuva da Graf Espanhóis querem trazer gruas bém se reuniram na Construmat com dirigentes dos Conselhos Regionais de Engenheiros de Edificações e Engenheiros de Obras Públicas de Barcelona. Diante da situação da falta de trabalho na Espanha, os representantes dessas entidades indagaram sobre as perspectivas profissionais para engenheiros e arquitetos espanhóis no Brasil. Alguns deles estiveram recentemente aqui e d e t e c t a ra m opor tunidades Grua em exposição na Construmat: equipamento é muito usado na Espanha em áreas como transferência de conhecimento tecnológiVasconcellos afirmou que dificilmente co, gerenciamento de projetos, de obras e um escritório de engenharia ou arquitetura de segurança e saúde do trabalho. espanhol terá sucesso no Brasil se não Os profissionais manifestaram intiver alguma parceria com um congênere teresse em firmar um convênio com o Busca de trabalho brasileiro. E Benevides mencionou a neSindusCon-SP pelo qual certificariam a O presidente do SindusCon-SP, cessidade de observância dos trâmites habilitação de engenheiros ou arquitetos Sergio Watababe, os vices Vasconcellos legais para o trabalho de técnicos estranespanhóis interessados em trabalhar no e Bianchi e o diretor Benevides tamgeiros no país. Brasil. Os dirigentes do SindusCon-SP tamBenevides, Vasconcellos, Watanabe e Bianchi trocam cartões com representantes Watanabe bém receberam Eulàlia Berna Aguilar do Conselho de Arquitetos e Engenheiros de Edificações de Barcelona colocou o sine Joan Prat Pujol, representantes do dicato à dispoServiço de Ocupação do governo da sição. Bianchi Catalunha, que faz qualificação e coloalertou para as cação de mão de obra, orientando-os no necessidades mesmo sentido. Este órgão se caracteriza curriculares e por visitar as empresas, detectar suas de qualificanecessidades de pessoal, buscar as pesção requeridas soas interessadas e custear 100% de sua pela engenhaqualificação ou requalificação para que lá ria nacional. possam se empregar. Empresas e associações que vendem ou alugam equipamentos de elevação de materiais mantiveram contatos com a Missão Comercial do SindusCon-SP durante a Construmat. O gerente da Agalma (Associação Galega de Locadores de Equipamentos), Carlos Fontenla Blanco, informou ter conseguido levar 2 gruas à Bahia e 1 ao Espírito Santo. Ele informou que as 17 empresas de sua associação dispõem de 2 mil gruas semi-novas para alugar. E solicitou ao SindusCon-SP colaboração para a montagem de cursos de operadores. O diretor de Relações Internacionais, Salvador Benevides, e o membro do CTQ Luiz Lucio orientaram-no a montar uma rede de assistência técnica. Também o informaram de que o município de São Paulo exige gruas com cabines. Benevides, Lúcio e Fernando Fernandes, da CompraCon-SP, ainda visitaram uma empresa espanhola de locação de equipamentos de elevação, com grande capacidade ociosa, interessada em ingressar no mercado brasileiro. Em outro contato, a Missão foi informada, por uma advogada brasileira residente em Barcelona, sobre uma grua espanhola enquadrada em um “ex” tarifário, que foi para uma construtora de Marília. Um colírio para os olhos É inevitável. Por onde quer que se caminhe em Barcelona, a arquitetura surpreende. Apreciando o legado deixado pelo renomado arquiteto Gaudi ou conferindo as inovações da modernidade, o olhar sempre é atraído para alguma construção inusitada na capital da Catalunha. O representante do SindusCon-SP junto à Fiesp, Sergio Porto, maravilhouse com a solução arquitetônica dada à arena de touros desativada, localizada na praça Espanha. Para edificar o Shopping Arena sem destruir a bela estrutura quase centenária do local, a solução encontrada foi manter a estrutura circular externa da Estrutura externa preservada da arena de touradas, que hoje abriga o Shopping Arena: arena, literalmente parafusando-a sobre exemplo de modernidade com preservação vigas de concreto e “amarrando-a” por do patrimônio histórico de Barcelona dentro com gigantescos tirantes de aço. Pintados de amarelo, os tirantes incorporaram-se à decoração interna, formando um belo conjunto arquitetônico. Junto com o vice-presidente Maurício Bianchi e o empresário Francisco Pigatto Neto, Porto percorreu o shopping, analisando os detalhes da obra. Os integrantes da Missão Comercial também visitaram a Catedral da Sagrada Família, iniciada por Gaudi em 1883 e cuja conclusão está prevista para algum ano entre 2025 e 2030. Toda a impressionante estrutura interna de abóbodas foi concluída nos últimos anos. Para projetá-la, Gaudi usou uma amarração de pequenos sacos de areia pendentes de barbantes, que manejava até a forma desejada, porém invertida. Abóbodas da Catedral da Sagrada Família; para projetá-las, Gaudi fazia uma amarração com pequenos sacos de areia Depois, com a ajuda de espelhos, o arquiteto desenhava as abóbodas. Próximo ao local da feira Construmat, dois edifícios comerciais chamavam a atenção por sua arquitetura inusitada. Pigatto Neto, Porto e Bianchi, diante dos tirantes da estrutura interna do shopping Edifícios arrojados próximos à Construmat Em Vilanova, revitalização inédita Em 1910, a Pirelli inaugurou sua primeira fábrica fora da Itália no vilarejo de Vilanova i la Geltrú, a 45 km de Barcelona, no litoral da Espanha. Desde então, a vida da cidade e da empresa estiveram O resultado foi conferido pela Missão Comercial do SindusCon-SP, que realizou uma visita técnica ao local junto com representantes da Federação Russa de Construtores e de entidades da construção da Argentina, do México e da Sibéria. área edificável; e a comunidade, que desejava um novo espaço urbano com equipamentos públicos e a preservação de algum elemento que lembrasse a presença da Pirelli no local – no caso, o prédio da administração, remodelado para servir de centro cultural. Resíduos reciclados Consenso político A demolição das instalações da fábriO pulo do gato para viaca foi feita com o cuidado de recuperar ou bilizar o projeto denominado reciclar ao máximo os resíduos. Segundo L’Eixample de Mar foi montar a empresa, o resultado foram 350 mil um modelo financeiro com telhas, 2.218 unidades de vidro armado, duas instituições de crédito, 161 estruturas metálicas, 6.310 m² de e obter a concordância da placas de cimento, 192m² de chapas de comunidade e de todos os vidro e 204 janelas de madeira, entre partidos políticos atuantes outros materiais. em Vilanova i la Geltrú. Foi A fábrica ia sendo transferida à medida o que contou aos visitantes que se vendiam e se erguiam os primeiros Eduardo Brull, conselheiro Parquinho diante de edifícios onde antes havia uma fábrica empreendimentos. Do terreno, 65% virrado Grupo Qualitat. Segundo ele, tratava-se do maior desafio intimamente ligadas. Quarenta anos deassumido pela empresa desde pois, 3.500 dos 20 mil habitantes locais que ela iniciara suas atividades eram empregados diretos da empresa. No em 1989 com um capital equientanto, o município cresceu (hoje conta valente a modestos 1.800 euros. com 65 mil moradores) e a fábrica acabou A incorporadora convenceu encravada bem no seu centro, transfora Pirelli a permanecer na cidamando-se em uma mancha urbana. de em vez de aventurar-se no No final dos anos 90, o Grupo Qualitat Leste Europeu, onde a mão de resolveu assumir o desafio de mudar a obra era mais barata. Comprou Pirelli para outro terreno distante 5 km, o terreno da fábrica e realizou sem paralisar sua produção, e ao mesmo um concurso internacional para tempo urbanizar o enorme terreno de 11 definir como seria o projeto do hectares remanescente, dotando-o de novo centro urbano. Em 2002, empreendimentos residenciais e comerum júri composto por urbanistas Chaminés da antiga Pirelli mantidas a pedido da comunidade ciais com requisitos de sustentabilidade e membros da comunidade ese equipamentos públicos. ram espaço público, e foram destinados colheu entre 25 projetos à edificação 143 mil m², sendo 80% para o do escritório do arquiBrull, Watanabe, Benevides e Maria Luiza (ao centro), em Vilanova moradias e 20% para uso comercial. teto espanhol Busquets. Antes, foi necessário vencer o desafio De acordo com técnico de rebaixar o lençol freático que Brull, o projeto atendia estava a apenas 30 metros de profunà negociação entre o podidade, bombeando água 24 horas por der público, que queria o dia durante 8 meses. A parte de cima do maior espaço possível terreno virou um parque de 30 mil m² e na para equipamentos ursua orla marítima construiu-se um porto banos; a incorporadora, para grandes iates. que almejava a maior A falta de crédito parou o mercado e reduziu preços Empreendimento parado em Vilanova, à espera da retomada do mercado Mas outros empreendimentos pelo país A visita técnica da Missão do Sindusforam vendidos com o financiamento de Con-SP a Vilanova i la Geltrú também até 95% da dívida. Quando veio a crise, permitiu ver mais de perto o efeito da crise muitos desses imóveis foram parar de econômica sobre a construção civil espavolta nos bancos, criando problemas nhola. Ao lado de alguns empreendimenfinanceiros e deixando os balanços no tos imobiliários concluídos e em operação, outro edifício encontrava-se paralisado, apenas com a estrutura edificada. Segundo o consultor Eduardo Brull, das 1.100 unidades habitacionais do projeto, 400 foram concluí das, 180 estão com as obras paradas e o restante aguarda a retomada do mercado para se iniciarem. “O problema na Espanha é que falta crédito interno e externo. Há cerca de 1 milhão de moradias à venda e esse estoque deverá levar ainda uns 2 a 3 anos para Conjunto habitacional em L’Eixample de Mar, com apartamento à venda baixar”, relatou o consultor prejuízo. Isso naturalmente dificulta o do Grupo Qualitá. retorno do crédito. O efeito foi sentido nos preços de A situação retarda a recuperação venda dos imóveis, que caíram até 30%. do PIB da Espanha, que caiu 4% em Em L’Eixample de Mar, um apartamento 2009. Neste ano de 2011, espera-se um de 80m² de área útil com uma vaga na crescimento de apenas 1%. A taxa de garagem está sendo vendido por 300 mil desemprego está por volta de 21% da euros. “Antes da crise estava em 400 mil. população economicamente ativa. E se a crise persistir, o preço ainda poderá cair um pouco”, disse Brull. Sustentabilidade O financiamento pode se estender Em L’Eixample de Mar, os emprepor até 40 anos, com juros de 4% ao ano. endimentos são edificados buscando No caso do modelo de financiamento do atender à legislação que determina que Qualitá, pede-se do comprador 30% de 60% da demanda de energia do edifício entrada e se financia o restante da dívida. seja coberta por sistemas de aquecimento solar. Entretanto, isso não dispensa a utilização de gás para aquecer a água, frequentemente necessário do ponto de vista técnico. De outro lado, há incentivos para a micro-cogeração de energia pela utilização de placas fotovoltaicas. O governo subvenciona o preço de compra da eletricidade dos micro-cogeradores ou lhes dá descontos na conta de energia. Já no norte e no centro da Espanha, edifícios geram energia com caldeiras alimentadas por biomassa (material que vem da limpeza de campos para a agricultura, por exemplo). Quanto aos resíduos dos edifícios em operação em Vilanova i la Geltrú, eles são descartados em caçambas subterrâneas já segregadas (uma para papel, outra para plásticos, outra para orgânicos etc.). Diariamente, caminhões especiais recolhem os resíduos e higienizam as caçambas. Lixeiras sobre caçambas subterrâneas em Vilanova REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 19 HABITAÇÃO POPULAR HIS poderá ter elevador Em breve, a Cohab-SP poderá elevar para até 13 andares a altura dos prédios voltados à habitação popular, afirmou o secretário municipal da Habitação e presidente da Cohab-SP, Ricardo Pereira Leite, em almoço de confraternização no SindusCon-SP. O evento reuniu os participantes de viagem feita à Espanha entre 3 e 9 de abril, a convite da fabricante espanhola de elevadores Orona. O vice-presidente Administrativo e Financeiro do sindicato, Cristiano Goldstein, que participou da viagem, recepcionou os visitantes. Hoje, os prédios não passam de 5 andares. “A verticalização é boa para a edificação ou reforma de edifícios destinados à habitação de interesse social (HIS) em favelas ou áreas de revitalização urbana.” Pereira Leite afirmou que em certos casos os órgãos públicos encarregados da preservação do patrimônio histórico deveriam concordar em elevar o gabarito, para permitir edifícios mais altos voltados à habitação popular. Ele disse que a tecnologia de elevadores anti-vandalismo de fabricantes como a Orona é adequada aos projetos de moradia popular. “O desafio é chegar a uma manutenção econômica, que permita aos futuros moradores bancá-lo”. O elevador representa um custo considerado alto para o público de baixa renda e sempre foi o entrave para conjun- tos habitacionais populares. A Cohab-SP estima que um elevador aumente o valor do condomínio em cerca de R$ 25 e que campanhas educativas poderão fazer com que os moradores assumam o uso consciente dos elevadores e se tornem capazes de arcar com sua manutenção. Super resistência Flávio Peter, diretor comercial da AMG Elevadores, representante da Orona no Brasil, explica que o sistema anti-vandalismo foi desenvolvido na Europa depois dos problemas com os hooligans, gangues de torcedores de futebol que provocaram batalhas e depredações pelas ruas e estádios de cidades europeias nos anos 80. “Os requisitos destes elevadores estão na norma EN 8171, mas também são complementares a outra norma do Mercosul”, comenta. Segundo Peter, por ser originalmente voltado a arenas esportivas e prédios públicos, o produto é mais rústico e preparado para resistir ao fogo e a fortes impactos. “A cabina é reforçada para não ser arrancada, perfurada a faca ou amassada; as botoeiras não podem ser arrancadas ou furadas; não há subteto: a lâmpada é embutida; o espelho é nivelado no painel e feito de vidro laminado; o corrimão é superresistente ao arrancamento; e o piso é semelhante ao dos ônibus”, enumera. Cohab já estuda uso de equipamentos anti-vandalismo Peter, Robusti, Pereira Leite, Goldstein e Hisae Gungi discutiram a verticalização em prédios populares 20 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Participaram ainda João Claudio Robusti, representante do sindicato junto à Fiesp; Alexandre de Oliveira, presidente da CompraCon-SP; Hisae Gungi, Letícia Sgarbi e Marcia Fantinato, da Cohab; Fernanda Piedomonte, da Rossi; Boris Risnic, consultor; Antônio Laskos e Elcio Sigolo, do do SindusCon-SP. Atrasos de pagamentos A questão dos atrasos nos pagamentos de medições das obras públicas ocorridos em abril no âmbito da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) foi levada em maio pelo representante do SindusCon-SP junto à Fiesp, João Claudio Robusti, ao secretário-adjunto de Habitação do Estado de São Paulo, Marcos Rodrigues Penido. Este foi o segundo encontro que tratou do tema. Robusti reforçou que “a questão compromete o fluxo de caixa das construtoras. Este assunto tem de ser resolvido urgentemente”, disse. Ele também pediu a ativação imediata dos instrumentos do governo estadual indutores da habitação, caso do FGH (Fundo Garantidor Habitacional). No início de junho, o representante do SindusCon-SP participou de reunião do Conselho Estadual da Habitação, onde foi apresentado o regimento interno desse órgão, bem como o diagnóstico e as diretrizes preliminares do Plano Estadual da Habitação (PEH-SP) e a criação de uma Câmara Técnica para acompanhá-lo. A reunião foi presidida pelo secretário estadual da Habitação, Silvio França Torres. REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 21 EVENTOS Comissões detalham agenda Os coordenadores das comissões de trabalho da CBIC reuniram-se no início do mês no SindusCon-SP com os membros do comitê organizador do evento, Cristiano Goldstein, Sergio Porto e João Claudio Rubusti, para detalhar a agenda técnica do 83º Enic (Encontro Nacional da Indústria Construção), que será de 10 a 12 de agosto, no WTC. Entre os temas dos painéis estarão as questões do modelo especial de contratação das obras públicas proposto pelo governo para a Copa do Mundo de 2014 e a avaliação ambiental de edifícios. A programação deverá contar com vários painéis promovidos conjuntamente por diversas comissões, como no caso da CPRT (Comissão de Política de Relações Trabalhistas), COP (Comissão de Obras Públicas) e CII (Comissão da Indústria Imobiliária), que debaterão a qualificação e valorização da mão de obra na construção. Os Fóruns de Ação Social e Cidadania e dos Seconcis também deverão estar juntos com a CPRT na exposição dos cases do Prêmio CIBC de Responsabilidade Social. Na CMA (Comissão de Meio Ambiente), os empresários deverão dialogar com o governo a respeito da Política Nacional de Resíduos, com destaque para os insumos típicos da construção, e sobre as APPs urbanas (Áreas de Preservação Perma- nente), o uso de restingas pela indústria do turismo e o licenciamento ambiental. Qualidade Arlindo Moura, presidente da Apeop e da COP, disse que comissão deverá mostrar ao governo que as novas contratações devem ensejar um novo patamar de qualidade, dando maior atenção aos projetos e à exiquibilidade das obras. Já a CPRT propôs um amplo seminário sobre saúde e segurança do trabalho. Segundo o presidente da comissão, Antonio Carlos Mendes Gomes, a ideia é debater as atuais condições dos canteiros com representantes do Judiciário, Sesi, governo e OIT (Organização Internacional do Trabalho). O Fórum dos Seconcis deverá destacar em sua programação o trabalho do SindusCon-SP frente à contratação de pessoas com deficiência nos canteiros de obra, e o Banco de Dados terá um painel de conjuntura apoiado nas informações econômicas recolhidas pela CBIC. “Meta é fazer o maior e o melhor Enic de todos”, diz Robusti Entidades apoiadoras O SindusCon-SP também reuniu em Sergio Porto (no centro, ao fundo) liderou a reunião das comissões da CBIC de preparação para o Enic 22 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO sua sede representantes de todas entidades apoiadoras do 83º Enic. No encontro, o presidente do sindicato, Sergio Watanabe, e os membros do comitê organizador do evento receberam membros de Secovi-SP, Apeop, Seconci-SP, Aelo, Aconvap, Abcic, ABCP, Abece, Aspacer, Afeal, Fiabci, Ibda, IBI, Instituto de Engenharia, Seconci, Sinaenco, Sinicer, Sindareia, Sindesam, Sindicel, Sindipedras, Sindinstalação, Siamfesp, Sitivesp, Sobratema, Fiesp, CBIC e de vários Sinduscons do país, entre eles o de Minas Gerais, que será o anfitrião do Enic de 2012. Na aber tura, Watanabe agradeceu a presença de todos e disse que o objetivo do SindusCon-SP, ao encampar a realização do Enic, é “buscar elevar a construção ao patamar em que ela sempre mereceu estar”. Ele lembrou que “o Enic é uma oportunidade de o setor discutir as suas preocupações e dificuldades e levar ao governo o recado sobre seus anseios”. Para João Claudio Robusti, “a meta é fazer o maior e o melhor Enic de todos”. Ele disse que a cadeia da construção precisa aproveitar a realização do Enic na cidade de São Paulo para reafirmar sua posição “de protagonismo do processo de desenvolvimento do país”. O esforço desempenhado até agora pelo SindusCon-SP na organização do evento foi reconhecido pelo assessor da CBIC, Dilson Carlos Rehem, e por José Carlos de Oliveira Lima, diretor do Deconcic (Departamento de Construção Civil) da Fiesp. “O Enic tem todo o apoio não só da Fiesp mas também do Senai”, disse Lima. (Nathalia Barboza) GESTÃO DA OBRA Um novo olhar Maria Angelica Covelo Silva * P ara que nosso setor seja compatível com o novo momento da economia e a sociedade brasileiras, nossa mentalidade, visão e cultura de construção ainda precisam evoluir. Um exemplo de nossas dificuldades neste sentido é ainda estarmos revendo a Norma de Desempenho sem tê-la colocado em prática. Ela ficou 8 anos em elaboração e foi publicada há 2 anos, 24 anos depois de a norma ISO ter originado as normas de desempenho no mundo. E ainda foi pedida a ampliação da exigibilidade para empreendimentos cujos projetos sejam protocolados em prefeitura apenas a partir de março de 2012. Pior que esta defasagem é a resistência de alguns segmentos, nas discussões de revisão, a requisitos largamente empregados em vários países por serem entendidos como questão de saúde pública e/ou de sustentabilidade e de direitos do consumidor. Por exemplo, quedas de pessoas estão entre a quinta e sexta posição em causas de morte no Brasil. As quedas ocorrem por várias razões, mas os pisos que favorecem o escorregamento estão entre elas. Grande parte das ocorrências acontece em banheiros das residências, conforme recente levantamento feito pelo SUS, o que decorre de água em pisos de muito baixo coeficiente de atrito, especificados apenas pela sua característica estética. E há resistência nas discussões da norma em estabelecer requisitos com relação ao escorregamento em pisos. Outro item em questionamento, o sombreamento de janelas de dormitórios, é utilizado em muitos países, em função de contribuir para a eficiência energética, evitando a entrada excessiva de radiação 24 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO É preciso gerar e vender produtos com um melhor desempenho solar que também define as condições de desempenho térmico dos ambientes. A falta de escurecimento dos ambientes de dormir é prejudicial ao sono adequado, trazendo várias consequências para a saúde. Os potenciais impactos para a saúde humana da exposição a ruídos em residências, especialmente no ambiente de dormir, são também muito bem conhecidos e explicados por pesquisadores e especialistas da área de saúde, e o isolamento acústico de fachada é também objeto de grande discussão. Não podemos alardear que o setor tem práticas de sustentabilidade se não houver uma vida útil mínima a ser atendida pelos edifícios e suas partes. Baixa durabilidade significa elevados custos de manutenção e reposição que transferimos ao cliente. Isso é ainda mais grave quando estes custos futuros serão demasiadamente impactantes ao cliente. E também há questionamento sobre a “necessidade” de se definir vida útil mínima nas normas. Passamos mais de 20 anos trabalhando com o foco de reduzir e racionalizar custos para sobreviver num mercado sem escala adequada. Margens apertadas, consumidores que não podiam pagar um único item a mais no produto que sempre foi “muito básico” e outras condições geraram um olhar “viciado” em custos por parte dos empreendedores e construtores. É preciso mudar o foco para ceder lugar a uma inteligência estratégica de gerar um produto com melhor desempenho e vender este desempenho aos clientes como fazem as indústrias, porque o consumidor pede produtos melhores que os ofertados. As melhorias que fazemos nos edifícios não podem ser só de processo construtivo e estéticas (também importantes), precisam se traduzir em melhorias de produto e que revertam em desempenho. Empresas incorporadoras e construtoras que têm visão estratégica já começam a buscar soluções para atender um cliente que quer custo, mas também um produto com melhor comportamento em uso. * Engenheira civil, mestre e doutora em engenharia, diretora da e NGI Consultoria Desenvolvimento , entários, críticas Envie seus com as tem stões de perguntas e suge : na para esta colu toria.com.br ngi@ngiconsul REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 25 OBRAS PÚBLICAS Licitações da Copa: riscos Com relação à O SindusCon-SP e proposta do Regime a CBIC manifestaramD i f e r e n c i a d o, a s se contrários à proposta entidades fizeram do governo federal as seguintes ponde de instituição de um rações: Regime Diferenciado • Lances suc es de Contratações sivos: a ferramenta Públicas para atender não é adequada às demandas de à co n tra ta çã o d e urgência das obras dos o b ra s e s e r v i ç o s eventos esportivos que de engenharia, não o país vai sediar nos atendendo ao propósito próximos anos. de seleção responsável “Se for aprovada, a da melhor proposta. proposta poderá gerar Tal inadequação fica ainda mais atrasos e Messias alerta para insegurança evidente através do provocar insegurança disposto na proposta, que determina a jurídica”, alertou o vice-presidente de “reelaboração das planilhas” do licitante Obras Públicas do sindicato, Luiz Antônio vencedor para ajustar seu orçamento Messias, que participou da elaboração inicial ao valor correspondente ao lance do posicionamento conjunto. vencedor – o que significa “fantasiar” quantitativos, preços unitários e outros Princípios básicos custos calculados com base em projeto, O SindusCon-SP e a CBIC rea para que seu somatório “caiba” no novo firmaram os seguintes aspectos que preço final. merecem especial atenção na Lei de • Inversão das Licitações: fases: o julgamento • As licitações devem ser instauradas das propostas de com a existência de Projeto Executivo; preço antes da • A inversão nas fases licitatórias não verificação das deve ser aplicada a obras e serviços de condições de ha engenharia; bil itação oferece • A modalidade do Pregão não é sérios riscos de adequada à contratação dessas obras contratação de e serviços; empresa sem • A pré-qualificação deve ser aptidões necessárias à execução do amplamente utilizada sempre que objeto. possível; • Orçamento oculto: em nenhuma • A exequibilid ad e dos preços hipótese o orçamento previamente propostos deve ser assegurada estimado pela Administração deverá ser mediante apresentação, pelo licitante, fornecido somente após o encerramento de garantia de execução contratual, em da licitação, como preconiza a proposta. valor equivalente à diferença entre o Tal valor deve ser de conhecimento orçamento público e o de sua proposta. prévio de todos os licitantes, evitandose com isso o risco da “informação privilegiada” para qualquer um dos interessados. • Contratação Integrada: o regime de Contratação Integrada, pelas suas próprias características, deverá ser reservado à contratação de obras e serviços de maior vulto e complexidade. Nesses casos, não há o menor sentido prático em fixar o prazo de 30 dias para apresentação das propostas – que envolverão desde o projeto básico ao orçamento detalhado. Propostas completas e bem elaboradas demandarão no mínimo 150 dias para sua execução. O prazo exíguo pode também proporcionar informação privilegiada. • Abrangência do RDC: Da maneira como foi colocado na MP –incluindo, além das obras constantes na carteira de projetos para as Olimpíadas, Copa das Confederações e Copa do Mundo, as obras em convênio celebrados entre União, Estados e Municípios–, abrese um “guarda chuva” muito amplo e indefinido. Recomenda-se que os órgãos federais competentes tornem públicas tais obras antes de suas licitações, definindo o objeto e sua localização em site específico na Internet. • Controle Social: recomendase a cr iação de Comissão de Acompanhamento do RDC, integrada por membros do governo e da sociedade, para aferir a lisura dos processos licitatórios em questão. Construção se opõe à proposta do Regime Diferenciado de Contratações Públicas 26 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO julho 2011 Dia 1, em São Paulo Contas a Pagar, Contas a Receber e Tesouraria na Prática Dia 15, em Bauru Estruturação e Técnicas em Administração de Cargos e Salários na Construção Civil Dia 4, em São Paulo O Papel do Líder na Formação de Equipes Comprometidas Dia 15, em Ribeirão Preto Gerência Financeira na Prática Dia 4, em Campinas Fundamentos da Engenharia Econômica Dia 15, em São Paulo ”Como Recuperar Prejuízos em Obras de Construção - Construction Claim" Dia 5, em São Paulo Administrando as Ferramentas dos 5 S na Construção Civil Dia 19, em São Paulo Nota Fiscal Eletrônica - Sistema Público de Escrituração Fiscal Dia 7, em São Paulo Gestão de Resíduos na Construção Civil Dia 19, em Bauru Gestão de Resíduos na Construção Civil Dia 8, em São Paulo Orçamento de Obras e Cálculo de BDI Dia 20, em São Paulo Técnicas de Vendas Para uma Excelente Negociação Dia 8, em São José dos Campos Reclamações Trabalhistas – Como Evitar e Defender sua Empresa Dia 21, em São Paulo Homolognet - Novas Regras para Rescisão do Contrato de Trabalho Dia 11, em Campinas Reclamações Trabalhistas – Como Evitar e Defender sua Empresa Dia 25, em São Paulo Como Administrar MELHOR seu Tempo Dia 11, em São Paulo PIS/PASEP e COFINS NOS Regimes Cumulativos e Não-cumulativo-IRPJ e CSLL Dia 26, em São Paulo Lucro Real e Lucro Presumido na Construção Civil Dia 12, em São Paulo Profissionalização e Sucessão em Empresas Familiares Dia 29, em São Paulo Como Evitar Autuações Fiscais na Construção Civil CURSOS IN COMPANY Para atender às necessidades das empresas do setor, o SindusCon-SP criou a modalidade In company, que tem como objetivo treinar e capacitar profissionais de forma exclusiva. A facilidade na escolha da data, os temas e a redução dos custos são alguns dos diferenciais desta modalidade. ÁREAS DE ATUAÇÃO • Comércio Exterior • Financeira • Recursos Humanos • Empresarial • Marketing e Vendas • Responsabilidade Social • Estoque e Logística • Produção • Tributária e Trabalhista • Qualidade Cadastro e Atendimento ao Associado: (11) 3334-5600 Acesse www.sindusconsp.com.br e conheça o calendário completo de treinamentos PREVENÇÃO E SAÚDE Missão cumprida Fátima Cardoso * D epois de quatro edições, o ConstruSer – Encontro Estadual da Construção Civil em Família consolida seu indiscutível sucesso em promover atividades de lazer, educação, saúde e cidadania, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores da construção e estimular o convívio familiar. Tais propósitos estão intrinsecamente relacionados com a missão do Secon ci-SP, que é “promover ações de saúde, educação e assistência social”. Por isso, nada mais natural que a entidade tenha se engajado nessa iniciativa desde a primeira edição, participando dessa parceria bem-sucedida com o SindusCon-SP, Sesi-SP e Senai-SP e as demais instituições apoiadoras e patrocinadoras. Embora não mantenha unidades em todos os dez municípios onde são organizados os eventos, o Seconci-SP mais uma vez decidiu estar presente de forma global, participando do Circuito Saúde do ConstruSer com testes de glicemia, colesterol, acuidade visual e aferição de pressão arterial, realizados com equipe própria e com o apoio de escolas de enfermagem locais. Cabe ainda destacar a participação da Sucen que, atendendo ao convite do Seconci-SP, encaminhou seus agentes de saúde aos dez municípios para orientar os participantes sobre medidas de prevenção e controle da dengue e sobre como se proteger dos ataques de animais peçonhentos, como aranhas e escorpiões. No Sesi Cidade A. E. Carvalho, na capital, o Seconci-SP complementou sua atuação preventiva com os serviços da sua Unidade Móvel Odontológica, orientações sobre saúde da mulher, ginástica laboral, análise da composição corporal feita por balança de bioimpedanciometria e teste de 30 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Exames feitos pelo Seconci-SP no ConstruSer previnem doenças Hepatite C, cujos insumos foram cedidos pelo Sesi-SP. Contabilizando unicamente os quatros exames, foram feitos 5.469 procedimentos. Desse total, 30,4% foram de pressão arterial, 21,1% de colesterol, 20,5% de glicemia e 20,1% de acuidade visual, representando em média três exames por pessoa. Foram considerados hipertensos todos aqueles com níveis de pressão sistólica (máxima) igual ou superior a 140 mmHg e pressão diastólica (mínima) igual ou superior a 90 mmHg, isoladas ou simultâneas, como preconiza a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Dos que se submeteram à aferição da pressão arterial, 27,7% foram considerados hipertensos, índice que se encontra dentro da média de hipertensos na população adulta que é de 28%, segundo a SBC. No caso da glicemia, foram considerados alterados os resultados que apresentaram níveis iguais ou maiores que 100 mg/ dL para as pessoas que declararam estar em jejum e, para os que foram colhidos depois do consumo de algum alimento (pós-prandial), os que estavam com níveis maiores que 140 mg/dL, totalizando 16,7% do total de exames. Para o colesterol, foram incluídos na avaliação apenas os resultados dos que se declararam estar em jejum, sendo considerados como alterados os que apresentaram níveis iguais ou superiores a 200 mg/dL, que representaram 16,1% do total. A consolidação e análise dos dados coletados no ConstruSer é feita pelo Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana do Seconci-SP, que neste ano introduziu questões sobre Pessoas com Deficiência, para servir de subsídio ao estudo sobre inclusão dessas pessoas na construção, elaborado com o SindusCon-SP. O intuito foi fazer uma primeira aproximação, buscando a caracterização de pessoas com idade entre 18 e 59 anos, passíveis de serem enquadradas na Lei de Cotas. Esse mesmo questionário será aplicado na 12ª Megasipat, que se iniciará em agosto. * Gerente de Comunicação do Seconci-SP e coordenadora da participação da entidade no ConstruSer ntários, críticas, Envie seus come stões de temas perguntas e suge : para esta coluna br seconci-sp.org. comunicacao@ ConstruSer reuniu 39 mil Cerca de 39 mil pessoas, entre trabalhadores da construção, seus familiares e voluntários, participaram do 4º ConstruSer (Encontro Estadual da Construção Civil em Família) neste ano. O resultado foi divulgado pelo SindusCon-SP em cerimônia que reuniu os apoiadores e patrocinadores do evento no auditório do Seconci-SP. Segundo o relatório final, o saldo é 13,1% superior ao alcançado em 2010 e quatro vezes maior do que na primeira edição do evento. Além disso, 98,54% dos participantes deste ano consideraram o evento excelente ou bom. Os que avaliaram o evento como excelente foram a maioria: 73,18%. Além do SindusCon-SP, que é responsável pelo programa do evento, também realizaram o ConstruSer: Fiesp, Sesi-SP, Senai-SP e Seconci-SP, entre outras entidades, em um total de 151 patrocinadores, parceiros e apoiadores. Emocionada, Maristela Alves Honda, vice-presidente de Responsabilidade do SindusCon-SP, disse que “o sucesso do ConstruSer é fruto da dedicação de cada um dos voluntários e do empenho de cada uma das entidades envolvidas”. O presidente do Sintracon-SP, Antonio Ramalho, destacou a integração dos trabalhadores com os empresários e reforçou a necessidade de “trabalhar sempre em prol da família, em sintonia com o mote central do ConstruSer”. Segundo ele, “o ConstruSer é uma oportunidade de as pessoas se sentirem cidadãs”. “Um dos pontos positivos do evento é ver a sintonia entre os sindicatos patronal e dos trabalhadores numa ação que os empresários dedicam a seus funcionários”, Maristela Honda discursa sobre parceria em prol da Responsabilidade Social em afirmou Amaria evento no Seconci, observada por Ramalho, Célio Deffendi e Antonio Carlos de Araujo Luiza Semple, supervisora de Projetos de Responsabililongo do dia nos CATs do Sesi. Somente dade Social do Sesi-SP. Para Célio Jorge na Capital, foram computados 66.996 Deffendi, diretor da Divisão de Desenvolatendimentos –os participantes podiam vimento Sociocultural do Sesi-SP, “o nome escolher entre cerca de 80 atividades dido evento é muito ferentes para fazer ao longo de todo o dia. feliz e concentra em Além da tradicional procura pelos si o melhor das inexames médicos, o evento deste ano tenções”. Segundo teve pelo menos uma grata surpresa. Em ele, o Construser São Paulo, 500 pessoas participaram do está em linha com espaço “Construindo os Sentidos”, que a missão do Sesi a Nova-e disponibilizou no CAT Mario de “trabalhar pela Amato. “Pensávamos ter não mais de 120 dignidade do trabainteressados. Foi uma ótima surpresa”, lhador e do próprio revelou Ana Paula Lepore, representante ser humano”. da ONG. O espaço propôs aos participan“O evento é de tes caminharem numa trilha com os olhos tirar o chapéu”, resumiu o presidente do vendados para experimentarem diferenSeconci-SP, Antonio Carlos de Araujo. tes sensações que remetiam aos quatro sentidos: tato, paladar, olfato e audição. 3.600 voluntários “A intenção era provocar reflexões sobre A coordenadora da Área de Estratégia a inclusão de pessoas com deficiência”, e Produtividade do SindusCon-SP, Rosea disse. (Nathalia Barboza). ne Petronilo, revelou que neste ano 521 empresas inscreveram 35.009 colaboradores para ir aos dez CATs do Sesi que receberam o evento em 26 de março. “É uma prova do sucesso do evento. Em São Paulo, por questão de segurança, tivemos de encerrar as inscrições”, afirmou. O número total de voluntários também foi recorde: chegou a 3.600. Eles ajudaram a aumentar para 381.368 o total de atendimentos, o que significa uma elevação de 32,4% no número de atendimentos ao Quarta edição do evento foi aprovada por 98,5% dos participantes Mais de 380 mil atendimentos foram feitos no ConstruSer Responsabilidade social tem forte presença no setor Quase um quarto das empresas de construção civil do país (24%) já desenvolvem estrategicamente algum tipo de ação de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) prevista na norma de certificação internacional ISO 26000, revelou a pesquisa inédita “Responsabilidade Social na Construção”, que a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) divulgou em maio, no Rio de Janeiro. A norma ISO norteou os parâmetros da pesquisa. No entanto, segundo a pesquisa, 40% das construtoras que atuam nesta seara promovem apenas ações pontuais. O estudo mostrou que ainda há espaço para avançar, mas a construção civil está atenta ao tema. Segundo Raquel Mello, diretora do Instituto FSB Pesquisa e responsável pelo estudo, 58% das construtoras já têm algum nível de ação de responsabilidade social. Entre as mais de 202 empresas ouvidas –o levantamento atingiu empresas das 12 maiores regiões metropolitanas do país–, o destaque ficou para as construtoras localizadas nas regiões Norte e Nordeste. Do Estado de São Paulo, 60 empresas responderam ao questionário. “O SindusCon-SP apoia a iniciativa da CBIC e sempre se coloca à disposição para juntos fazermos projetos e avançarmos mais”, afirma a vice-presidente de Responsabilidade Social do SindusConSP, Maristela Alves Honda. Segundo ela, as empresas de São Paulo têm demonstrado no ConstruSer (Encontro Estadual da Construção com a Família) o quão arraigado está o conceito de RSE no setor. “É na participação das pequenas e médias empresas do Estado no evento que vemos que o conceito está mesmo presente”, diz Maristela. “É muito bom saber que o Brasil todo está pensando na melhoria de vida e na educação do trabalhador e de sua família”, comentou ela a respeito da pesquisa. “As empresas têm realizado muitas ações de capacitação, qualificação e saúde do trabalhador, que cada vez mais revela seu respeito à profissão dentro do canteiro de obra”, completou. Pesquisa mostra que 58% das construtoras promovem este tipo de ação Critérios Raquel Mello explica que “RSE não é um exercício de bondade” e sim parte do negócio das empresas. “Abraçar a RSE é ver o negócio da empresa de forma mais estratégica. É melhorá-lo”, disse. Segundo ela, agir de forma estratégica em RSE implica dizer que as empresas atendem a pelo menos cinco entre seis critérios descritos na ISO 26000, ou seja, que a empresa: inclui as ações sociais em seu planejamento estratégico; avalia suas ações sociais; divulga suas ações sociais; Para Raquel Mello, responsabilidade social deve ser estratégica 32 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO aumentou em 2011 seus investimentos em ações sociais, em comparação a 2010; tem pelo menos uma pessoa trabalhando 20 horas na área de responsabilidade social; e contrata consultores em Responsabilidade Social para apoiar/ aprimorar suas ações sociais. Também foi constatado que 36% das empresas pesquisadas têm ações regulares (atendem a três ou quatro destes critérios). Para o presidente da CBIC, Paulo Simão, a pesquisa confirma a evolução que o setor vem vivendo nos últimos anos. “A cadeia produtiva da construção está hoje profundamente engajada na formalização da atividade. Isso passa pelo respeito à legislação trabalhista e, mais do que isso, pela melhoria da qualidade de vida e formação dos nossos trabalhadores”, afirma. A pesquisa também aponta para os investimentos sociais prioritariamente nas áreas da saúde, meio ambiente e educação e voltados para o público interno das empresas. A condição socioeconômica é o principal fator para a tomada de decisão quanto ao desenvolvimento dos projetos. Uma boa sinalização para o futuro é a participação dos funcionários na decisão dos rumos que os projetos de responsabilidade social empresarial devem seguir: em seis de cada dez casos, a definição das linhas de atuação depende das demandas dos funcionários. E as perspectivas são promissoras: segundo 55% dos dirigentes entrevistados, as empresas vão investir mais em 2011 em ações sociais do que em 2010. (Nathalia Barboza) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 33 GESTÃO EMPRESARIAL Apostando as fichas Maria Angelica Lencione Pedreti * Q uanto maior o risco de um investimento, maior o retorno que o investidor exigirá para aplicar. Este conhecido jargão omite um detalhe importante: há riscos que premiam e que não premiam o investidor; por isso, ele não precisa nem deve corrê-los. O assunto nos remete ao início da Moderna Teoria Financeira. Até então, todas as decisões administrativas eram tomadas em função dos possíveis retornos. Em 1950, coube ao visionário professor Markowitz a árdua tarefa de quebrar paradigmas e afirmar: a decisão de investimento não deve se concentrar no retorno esperado, mas no risco da alternativa. A esta altura, a ideia de risco se focava em tudo o que poderia acontecer para melhor ou pior do esperado. Desta forma, se um investidor esperasse 10% de retorno de um investimento, poderia existir o risco de que o verdadeiro retorno fosse de 25% ou infelizmente 6%. Quanto maior a chance de uma diferença, maior o risco percebido no investimento. Este é o risco total. Assim, baseados nesta ideia, os investidores mais propensos a riscos para obterem maiores retornos se viam incentivados a aceitar oportunidades de investimento em que se pudessem auferir várias possibilidades de retorno, ou seja, altamente arriscadas. E a função de investimento foi muitas vezes equiparada a um jogo de azar. Uma injustiça para Finanças, que seria resolvida na década seguinte, graças a William Sharpe. Ele identificou que o risco total de um investimento era composto por duas parcelas: o risco específico, que se referia às especificidades do investimento, como quando os retornos possuem alguma dependência de acontecimentos 34 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO O que o investidor deve saber para não correr riscos desnecessários climáticos ou sazonais, por exemplo; e o risco sistemático, que é a sensibilidade dos retornos daquele investimento às variações da economia de mercado. Segundo Sharpe, o risco específico pode ser neutralizado pela formação de carteiras que combinem investimentos de comportamentos complementares. Ou seja, quando um acontecimento derruba os retornos de um investimento, este mesmo acontecimento eleva os do outro, aproximando o retorno efetivo do esperado, eliminando o risco. No entanto, o risco de ser sensível à economia capitalista é inerente a todos os investimentos e não pode ser eliminado. Portanto, é este único tipo de risco que deve premiar o investidor, já que ele pode eliminar o outro componente via diversificação. Este tipo de risco, a que chamamos de risco sistemático, pode ser identificado por quão sensível um empreendimento é em relação à situação econômica na qual se insere. Dentro da mesma indústria, há produtos, projetos de investimento, em que se pode investir e que podem contribuir para reduzir o risco relevante médio da sua carteira de produtos. Assim, o investidor pode compor sua carteira de investimentos combinando projetos que tenham maior correlação com o desempenho da economia (que, por correrem maior risco relevante, também oferecerão maiores retornos) com projetos menos sensíveis ao desempenho econômico (projetos que podem retornar pouco, mas retornarão sempre, não importa o que acontecer na economia). É importante observar que não é suficiente correr risco para obter retorno. Há que se identificar se o investidor está correndo o risco que premia (dependente do desempenho da economia) e se ele combina seus investimentos de forma a garantir o melhor retorno em relação ao tipo de risco relevante. Em outras palavras, independentemente de seu nível de propensão a risco, não corra riscos desnecessários. * Professora de Contabilidade e Finanças da FGV, mestra em Administração de Empresas, trabalha em Planejamento Estratégico , entários, críticas Envie seus com as tem de es stõ perguntas e suge : na lu co ta para es @fgv.br maria.lencione REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 35 RELAÇÕES CAPITAL-TRABALHO Setor dialoga com o governo SindusCon-SP ajuda a criar grupos sobre saúde e segurança na construção pesada O vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, participou em maio, pela CBIC, de reunião da Mesa de Diálogo e Negociação Tripartite para Melhorar as Condições de Trabalho na Construção, no Palácio do Planalto, em Brasília. A reunião, com a participação dos trabalhadores e dos Ministérios do Planejamento, e do Trabalho e Emprego, foi coordenada pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. O Grupo de Trabalho formado na mesa de diálogo apresentou as seguintes considerações sobre um documento para pautar a intermediação de contratação de mão de obra: 1. O compromisso tem caráter de adesão voluntária; 2. Ele deve referir-se ao setor da Construção, incluindo a Pesada e a Civil; 3. Deve tratar das obras do PAC entre outras, sem se referir a sua extensão; ou seja, todas as obras –pequenas ou grandes– serão contempladas no protocolo; 4. Deve conter propostas para todas as etapas do recrutamento, incluindo a contratação, definindo com clareza as responsabilidades; 5. Deve ter como base o fortalecimento do Sine (Site Nacional de Empregos – www.sine.com.br), como principal ferramenta para o combate ao “gato”; 6. O Grupo de Trabalho constituído 36 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Ishikawa participa de mesa de diálogo voltará a se reunir para incorporar as sugestões ao texto, depois das reuniões específicas das bancadas dos empresários e dos trabalhadores. Grupos de trabalho Como conclusão dos debates, ficou decidido que ficarão constituídos dois grupos de trabalho. O primeiro, já existente, fará a síntese das propostas de Intermediação de Mão de Obra e da Formação e Capacitação dos Trabalhadores. O segundo cuidará das propostas sobre Saúde e Segurança do Trabalho. Para formar este grupo junto com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada, Ishikawa solicitou a participação da CNI. Segundo o vicepresidente do SindusCon-SP, a ideia é que a CNI trabalhe ao lado do Sesi Nacional, que já vem desenvolvendo um bom programa na área de Saúde e Segurança. “Nossa intenção é ajudar e a nossa experiência de articulação junto com as centrais de trabalhadores em São Paulo tem sido reconhecida pelas entidades de outros Estados”, afirmou Ishikawa. Na CNI, ele foi acompanhado de Antonio Carlos Mendes Gomes, presidente da Comissão de Política de Relações Trabalhistas da CBIC; Sergio Paiva, secretário do CPN da NR 18; Euclésio Finatti, vice-presidente da área de Política e Relações do Trabalho do Sinduscon-PR; e Sergio Ussan, do Sinduscon-RS. A comitiva foi recebida pelo analista de Políticas e Indústria da CNI, Clóvis Queiroz, e por Emerson Casali, geren te-executivo de Relações do Trabalho da entidade. (Nathalia Barboza) Trabalho de inclusão de PCDs prossegue Duas ações do SindusCon-SP deram continuidade ao trabalho de inclusão das pessoas com deficiência (PCDs) na construção civil. Em parceria com o Seconci-SP, o sindicato realizou em 25 de maio o Curso de Sensibilização para Contratação de Pessoas com Deficiência na Construção Civil e Etiqueta Social no Trabalho. No dia 2 de junho, o SindusCon-SP recebeu em sua sede, o professor Gualtiero Piccoli, da Associação Horizontes, para discutir os termos de uma futura cooperação entre as entidades no desenvolvimento de pesquisa de melhores práticas na inclusão de PCDs. Entre os pontos acordados, está o aproveitamento das experiências internacionais. (NB) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 37 marketing Neuromarketing Antonio Jesus de Britto Cosenza * N euromarketing é uma técnica de pesquisa de mercado que pode ser usada com metodologia qualitativa ou quantitativa. Consiste em utilizar os instrumentos de biometria e neurociência para avaliar o impacto de imagens, sons e formas na mente do consumidor. Assim, é possível mensurar qual anúncio gera maior impacto, qual rótulo será o melhor apenas com a mensuração dos batimentos cardíacos do pesquisado, do tempo de fixação de seus olhos na imagem etc., permitindo que a empresa tome decisões mercadológicas. Usam-se óculos com câmeras acopladas às lentes, medidores de pressão arterial, touca com eletrodos etc. Como a reação aos diferentes estímulos é involuntária, o grau de confiança dessas leituras é muito elevado. É a medicina a serviço do menor risco de prejuízo para as fabricantes de bens de consumo. A técnica já evidenciou a diferença de comportamento de compra entre os sexos. Enquanto a mulher tem na compra uma satisfação hedonista, o homem encara a compra como a ida para uma batalha. É a determinação para o alcance de um objetivo –adquirir o produto. O uso do neuromarketing já permitiu à tradicional sopa Campbell realizar uma mudança no rótulo da embalagem, aumentando suas vendas no mercado maduro onde ela já exerce a liderança. Segundo reportagem de O Estado de S. Paulo, a empresa “usou dados biométricos para analisar a resposta do consumidor a suas embalagens: as diferentes variedades de sopa têm cores próprias para ajudar as pessoas a distingui-las; foi acrescentado vapor porque as pessoas se sentiriam mais envolvidas se a sopa 38 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Técnica moderna mensura reações e ajuda nas decisões mercadológicas parecesse quente; a colher foi retirada –as pessoas a achavam desnecessária e não reagiam emocionalmente a ela; a tigela foi modernizada; estudos dos olhos mostraram que o logo, no topo, chamava atenção demais e o fundo vermelho também deixava os rótulos muito iguais”. Neuromarketing é simples assim, não requer um departamento especializado, nem pós-graduação. Basta solicitar a uma empresa de pesquisa de mercado que use essa técnica para investigar o problema definido. Já há livros extensos sobre o assunto e empresas de consultoria oferecem ao mercado seus serviços nessa “pós-moderna e complexa disciplina” de business management. Os incautos que se cuidem, pois eles serão assediados com ofertas de projetos caros e mirabolantes. Os políticos já estão fazendo uso dessa técnica de pesquisa para avaliarem qual ângulo de sua figura gera impacto mais duradouro e positivo nos eleitores, de forma a se deixarem fotografar e filmar somente a partir dessa perspectiva. Qual o tom, tipo e modelo de roupa mais apreciado por cada um dos segmentos de mercado do eleitorado etc. Tudo é válido para se manter no poder, mas não para atender aos anseios da população representada. Descreve a mesma reportagem: “A sala é escura e isolada acusticamente. Por três minutos, o computador exibe um ponto preto, até que surge a imagem de Dilma Rousseff, sorridente, vestindo a faixa presidencial, com as colunas do Palácio da Alvorada ao fundo. Diante da tela, o espectador tem corpo e cérebro monitorados. Uma touca com 21 eletrodos registra o comportamento das ondas cerebrais. Sincronizados, outros sensores avaliam a frequência cardíaca e respiratória e a condutividade elétrica da pele –que muda em microssegundos em reação a estímulos externos. Um sensor segue os movimentos das íris e registra a ordem em que diferentes pontos da foto são observados, além do tempo dedicado a cada um deles.” Os nossos impostos pagam a pesquisa. * Consultor de empresas e professor da EAESPFGV e da BBS ntários, críticas, Envie seus come stões de temas perguntas e suge : para esta coluna om.br aeassociados.c nz se co a@ cosenz REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 39 SINDUSCON-SP EM AÇÃO Caixa promete atualizar valores Os novos valores do Programa Minha Casa, Minha Vida para famílias com renda de até R$ 1.395 serão atualizados pelo índice Sinapi. E todas as benfeitorias agregadas aos novos projetos, como piso cerâmico, revestimentos, aquecimento solar e acessibilidade, terão seus custos incorporados ao valor teto do imóvel. Isto é o que foi conversado em re união do representante do SindusConSP junto à Fiesp João Claudio Robusti com o vice-presidente da Caixa, José Urbano Duarte, e a participação da CBIC, em maio, em Brasília. Robusti reivindicou pagamento por benfeitorias SindusCon-SP prepara Missão com a Fiesp para Batimat Paris Para tratar da Missão Comercial Conjunta SindusCon-SP-Fiesp na Batimat 2011 – Salão Internacional da Construção, os diretores de Relações Internacionais do sindicato, Salvador Benevides, e daquela federação, Maria Luiza Salomé, estiveram em maio em Paris. “Pela primeira vez, duas instituições empresariais impor tantes como o SindusCon-SP e a Fiesp estarão juntas em um estande na Batimat, uma das maiores feiras da construção do mundo, que acontecerá de 8 a 12 de novembro”, destacou Benevides. Segundo ele, “o estande terá uma localização privilegiada, porque neste ano o Brasil é o país homenageado pela Batimat, e a Fiesp e o SindusCon-SP são os representantes oficiais do país no evento”. Houve reunião na embaixada do Brasil com a equipe do Setor Comercial, chefiada por Bertha Gadelha, para 40 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO tratar da recepção que os diplomatas brasileiros farão à Missão; e um encontro com o professor Guillermo Hillcoat, para falar da montagem de um curso de atualização sobre a construção na Sorbonne, aos participantes da Missão. “Será uma oportunidade única para assistir às aulas em uma das universidades mais antigas e renomadas do mundo”, afirmou Benevides. Da programação também constarão dois seminários, um deles da Fiesp, que terá uma palestra do presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, e outro da Fundação Vanzolini sobre sustentabilidade e meio ambiente. Ainda em maio, Benevides recebeu o diretor do Serviço de Conselho à Exportação da Câmara de Comércio e da Indústria de Estrasburgo, Julien Lutz. O visitante manifestou o interesse das empresas francesas no mercado brasileiro. E informou que visitará o estande SindusCon-SP-Fiesp na feira. Para a faixa de até R$ 1.395, a Caixa sinalizou que poderão ocorrer mudanças nas especificações, porém sem prejuízo aos projetos já aprovados pela Prefeitura. Robusti e a CBIC realizaram outro encontro, em junho, com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Ficou estabelecida uma fase de transição do programa, até dezembro de 2 011, na qual poderão ser contratados projetos anteriores apenas com adoção das especificações de melhorias de acabamento. Neste período, valem os projetos já em análise na Caixa. Megasipat 2011 começa em agosto Neste ano, a Megasipat do SindusConSP se iniciará em 17 de agosto, pela Capital, no Senai Brás Têxtil (rua Correia Andrade, 232), devendo se estender até 30 de novembro, no Sesi de Santos. Neste ano, os técnicos de segurança do PSS (Programa SindusCon-SP de Segurança) e coordenadores irão propor temas e dinâmicas de acordo com as necessidades de suas Regionais. Seminário mostrará cases de estruturas O SindusCon-SP realizará em 10 de agosto, no WTC, o 13º Seminário Tecnologia de Estruturas – Projeto e Produção com Foco na Racionalização e Qualidade. O evento, organizado pelo Comitê de Tecnologia e Qualidade, abordará a evolução tecnológica das estruturas de edifícios, com apresentação de cases de projeto e construção de obras significativas no Brasil e no exterior, além de palestras técnicas com especialistas de renome. Vem aí mais um seminário do SindusCon-SP MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA CONSTRUÇÃO PROGRAME-SE 20 de outubro de 2011 realização coordenação REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 41 DESAFIOS NO CANTEIRO Gestão das Mudanças José Carlos de Arruda Sampaio H á uma frase de Bernard Shaw que ilustra bem qual deveria ser o posicionamento dos profissionais em relação às novas exigências do mundo empresarial: “Alguns homens veem as coisas como são e perguntam: Por que? Outros sonham com as coisas que nunca existiram e perguntam: por que não?”. Seria bom que todos os profissionais refletissem sobre isso. Por que, mesmo sabendo que os problemas vão acontecer, não agimos preventivamente? O que falta para mudarmos esse comportamento? Afinal, todas as situações, técnicas e administrativas já foram vivenciadas por grande parte dos profissionais que atuam nos canteiros de obras. É preciso antever os problemas, estudar as causas potenciais e tomar as providências para que eles não se materializem e produzam consequências negativas à saúde do trabalhador e à condução dos negócios. Todos os processos das empresas estão habitua dos a agir sempre da mesma forma e assim não introduzem mudanças que são necessárias em qualquer empresa ou país em desenvolvimento. Muitos não sabem como mudar, como administrar as mudanças para que os resultados previstos sejam atingidos e da forma mais eficaz possível. É o que se chama de Gestão de Mudanças. São processos, ferramentas e técnicas para gerenciar os vários aspectos envolvidos em um processo de mudança. Geralmente as empresas mudam por um conjunto de razões externas e internas, mas as principais razões são 42 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Os valores da empresa são essenciais para o comprometimento pelo mercado, pela competitividade, por inovações, pela globalização e pela melhoria de seus resultados. Portanto, mudam por uma questão de sobrevivência, para crescerem e prosperarem. Toda e qualquer mudança traz problemas na sua introdução. Não há mudança indolor. A abordagem equilibrada de aspectos técnicos e organizacionais contribui para uma transformação mais rápida e completa. Mudanças causam impactos na empresa, tais como cultura e métodos de trabalho, tecnologias e formas como as pessoas interagem entre si e nos processos sobre os quais passarão a atuar. Ou seja, embora a empresa tenha que mudar (processos diferentes), as pessoas também precisam mudar, até porque são elas que na prática operacionalizam as mudanças. Assim, é fundamental que as empresas queiram realizar a mudança e atuar de forma mais eficaz. O mais importante e crítico desafio em uma mudança é conseguir o comprometimento das pessoas para com os resultados a serem atingidos e que consigam se sentir agentes importantes no processo. Isto envolve diretamente aspectos de motivação e comprometimento, que por sua vez costumam ser influenciados pelos valores da empresa. Mudanças são complexas, multifacetadas. Uma adequada solução é aquela que emerge da troca, e não da imposição de cima para baixo. A solução obtida em conjunto é uma das formas mais efetivas de obter compromisso das pessoas com a mudança. Entretanto, o processo de mudança exige liderança. A escolha do líder é, portanto, de extrema importância para a condução do processo e para a resolução de conflitos durante a mudança. Porém, liderar não significa “mandar”, mas sim gerenciar todo o processo. O líder é aquele que inspira seus seguidores. Que os faz desejar agir daquela forma porque acredita naquilo. Muitos dos gerentes de contratos não são verdadeiramente líderes e, por não dominarem esse assunto, mandam mais do que gerenciam, ou seja, não dão a atenção necessária a todos os processos, pela falta de conhecimento mais profundo de gestão de pessoas. Os líderes modernos não dizem somente às pessoas o que e como fazer, mas, antes de tudo, fazem com que aprendam a pensar, a tirar o melhor de si, além de serem facilitadores para as ações operacionais ou administrativas. É preciso lembrar que a história é marcada pelos seus líderes. As organizações também refletem em sua cultura o peso ou a leveza de suas lideranças. A trajetória de um bom profissional é traçada por três aspectos fundamentais: vontade, paciência e determinação. A vontade de crescer, tão importante e estimulante, muitas vezes pode atropelar o rumo natural de um correto aprendizado, que possui inúmeras fases de conhecimento. O desejo de crescer não pode nunca vir à frente da vontade de aprender. A paciência pela espera da expe riência tão almejada é um dos pontos fundamentais para um correto crescimento sem atropelos. Há pessoas que desejam uma evolução tão instantânea para sua carreira que acabam esquecendo a importância de viver inten- É preciso fazer os liderados aprenderem a pensar e interagir samente todas as etapas que a vida proporciona. Por fim, a determinação para alcançar todos os seus objetivos, o aprimoramento da sua capacidade de fazer, o aumento das suas habilidades, dependem única e exclusivamente de você. Estar próximo às pessoas que possuem conhecimento é uma das melhores oportunidades de crescimento que um profissional pode querer. Contudo, não basta só querer, é pre- ciso agir, fazer, executar. Aí entra o diferencial existente apenas nos grandes profissionais. É preciso saber admirar o que há de melhor nas pessoas que estão ao seu redor, e conseguir delas os melhores resultados. Dessa forma, você estará dando um grande passo para o seu crescimento. No mundo competitivo, precisamos buscar sempre ser mais ágeis e criativos, tendo a coragem exigida para superar os desafios e a ousadia necessária para empreender novas ideias. Pense nisso. * Consultor de empresas e diretor da JDL Qualidade, Segurança no Trabalho e Meio Ambiente ntários, críticas, Envie seus come stões de temas perguntas e suge : para esta coluna r .b [email protected] REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 43 regionais Campinas debate licença ambiental A aprovação de projetos de empreendimentos em Campinas de acordo com a Regulamentação Urbana Sustentável passa por um novo processo desde a aprovação de três projetos de lei complementares, que visam diminuir a burocracia, simplificar os processos administrativos de análise e aprovação e, principalmente, facilitar a regularização de processos de uso e ocupação do solo e de construções. Entretanto, persistem entraves. Para tratar do problema, a Regional Campinas do SindusCon-SP promoveu um encontro em maio entre os empresários e o secretário de Meio Ambiente, Paulo Sérgio Garcia de Oliveira. Segundo ele, o Licenciamento Ambiental estabelece prazos para análise e simplificação dos procedimentos, com a relação dos documentos necessários divididos por assunto, o que na prática deveria agilizar a emissão do licenciamento. Questionamento Além disso, a legislação define limites de tempo para cada caso de empreendimento. “Nosso questionamento refere-se à estrutura que a Prefeitura disponibiliza para a análise e aprovação dos projetos ambientais, já que esta responsabilidade agora é exclusiva do município, e precisamos de respostas para atender toda a demanda”, explica o diretor da Regional, Luiz Cláudio Amoroso. Mais integração Este foi o segundo encontro de aproximação da Regional com o poder público neste ano. Em abril, a reunião foi com o então secretário de Urbanismo, Hélio Carlos Jarreta. “Precisa haver uma integração entre as secretarias para facilitar a aprovação dos projetos. E queremos levar ao prefeito uma solicitação para que haja mais atenção ao setor da construção civil no que diz respeito a essa estruturação, para garantir segurança aos empreendedores”, ressalta Amoroso. (Vilma Gasques) Parceria forma mais 25 mestres de obras Num esforço conjunto para oferecer melhor formação profissional aos trabalhadores da construção, a Regional Campinas do SindusCon-SP, em parceria com a Escola Senai local, contribuiu para a formatura de mais uma turma de Mestres de Obras, realizada em maio. O curso oferece condições de qualificação aos profissionais de canteiros de obras, especialmente para quem já atua como pedreiro e possui conhecimento apenas prático da profissão. “Formamos mais 25 mestres de obras. Isso mostra que a iniciativa deu certo e está crescendo”, destaca o diretor da Regional, Luiz Cláudio Amoroso. Ele entende que o esforço é do trabalhador, uma vez que as aulas são realizadas no período noturno, ou seja, após o expediente cansativo de trabalho. “Neste contexto, a capacitação torna-se ainda mais importante, com uma grade de aulas que exige dedicação. Por isso, esta parceria com o Senai precisa ser incentivada cada vez mais”, ressalta. O objetivo do curso é qualificar os profissionais para efetuarem a gestão e a supervisão do canteiro de obras, bem como participar do planejamento da obra na Os formandos, com Amoroso e Contieri Filho (ao fundo) 44 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO coordenação dos trabalhos e na criação de condições seguras nas atividades. “E já estamos com 51 novos alunos interessados no curso, além da lista de espera. Por isso, junto com o Senai, estamos estudando a criação de uma segunda turma para que não haja prejuízo no aprendizado.” O diretor da Escola Senai Roberto Mange, professor Pedro Humberto Contieri Filho, afirma que a formação é importante neste momento em que há uma forte demanda por mão de obra qualificada. “O curso de mestre de obras é muito bom, com foco nos trabalhadores que já atuam no setor, mas que precisam saber interpretar desenhos e fazer cálculos”, reforça. Contieri Filho acrescenta que os alunos se sentem valorizados. “Para o profissional isso é positivo, porque amplia seus conhecimentos. E isso é bom para as construtoras também, que valorizam seus talentos e ganham com a profissionalização nos canteiros de obras.” (VG) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 45 Bauru faz propostas à Prefeitura pelo SindusCon-SP na A diretoria da Recidade. gional Bauru do Sindus “As empresas deCon-SP participou, em pendem diretamente da maio, de um encontro Lei de Zoneamento e de com o prefeito do muuma aprovação ágil de nicípio, Rodrigo Agostiprojetos para manterem nho, e representantes da seus trabalhos. Estas Secretaria Municipal de são reivindicações bem Planejamento (Seplan), antigas do setor. Sem para debater questões estas definições, muitas de interesse da construiniciativas e empreendição civil. mentos ficam parados”, De acordo com o didestaca Parreira. retor da Regional, RenaApós ouvir as proposto Parreira, foram levatas, o prefeito apresendas ao Poder Executivo Parreira e Agostinho discutiram alternativas para garantir o desenvolvimento do setor tou algumas alternativas propostas de parceria incluiu os materiais de construção na para atender parte das solicitações e também algumas reivindicações base de cálculo para o pagamento do e se comprometeu a estudar meios do setor. Imposto Sobre Serviços (ISS). de atender as outras reivindicações. Entre as principais demandas “O que mais movimenta a cidade apresentadas estavam a aprovação Apoio e agilidade hoje é a indústria da construção civil. da Lei de Zoneamento da cidade, A Regional também pediu o apoio Então, temos que incentivar o setor”, ações que agilizem a aprovação de da Prefeitura para alguns projetos de ressaltou Agostinho. projetos para novos empreendimencunho social que serão implantados (Sabrina Magalhães) tos e a revisão da legislação atual que Receita orienta sobre CND e Diso O evento foi coordenado pelos auditores fiscais da Receita Zilda Helena Pires e Luiz Fernando Porto, que apontaram as principais exigências da legislação atual para a construção civil, desde a abertura de Matrícula (CEI) até a emissão das certidões propriamente. Eles ressaltaram a importância de se seguir a lei em todas Cerca de 80 pessoas participaram da palestra em Bauru as etapas para evitar problemas no final do processo. Cerca de 80 pessoas participaram do debate, representando empresas de Bauru e cidades da região. Além de saber mais A Regional Bauru do SindusCon-SP realizou, em parceria com a Receita Federal do Brasil, uma palestra para orientar empresários do setor sobre as regras que garantem a obtenção de Certidão Negativa de Débitos (CND) e Declaração e Informação Sobre Obra (Diso). 46 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO sobre os procedimentos, eles tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas e casos específicos. “A Regional Bauru mantém, entre suas ações, o Projeto Obra Legal, que defende a execução de obras dentro da lei. Entendemos que quem legaliza sua obra desde os primeiros passos tem inúmeras vantagens para conseguir a aprovação da mesma e vai obter o Habite-se, na última etapa da obra, sem dificuldades”, defende o diretor da Regional, Renato Parreira. Também participaram do evento o delegado da Receita Federal, Mauricio Antonio Bento; o delegado adjunto da Receita, Belmiro Peres, e o diretor local do Senai, Ademir Redondo. (SM) Mais de 2.850 negociações iniciais e um total de R$ 157 milhões em investimento no setor habitacional da região foram os resultados do 7º Feirão da Caixa da Casa Própria, realizado em Sorocaba de 20 a 22 de maio, com o apoio da Regional do SindusCon-SP. Durante a abertura do evento, o coordenador da Regional Sorocaba, José Sarraccini Júnior, que representava a diretoria, afirmou que “nosso produto final não se guarda em prateleiras, não se expõe em pátio. Mas ele é a realização do sonho de muitas famílias. O SindusCon-SP se sente muito feliz com a possibilidade de, com a parceria Foto: Caixa Econômica Federal Feirão da Caixa agita Sorocaba da Caixa, o fe r e c e r a oportunidade da aquisição da casa própria d e s s a s O prefeito de Votorantim, Carlos Augusto Pivetta, discursa na abertura do evento famílias.” Mais de 22 mil pessoas passaram De acordo com o superintendente pelo Feirão da Caixa, um recorde de regional da Caixa, Sandro Vimer Vapúblico e de negócios. Foram oferecilentini, esse Feirão cumpriu a “missão dos mais de 7.500 imóveis pelas consde manter o crescente desempenho trutoras e incorporadoras, com valores do crédito habitacional na Caixa em entre R$ 50 mil e R$ 500 mil, contem2011”. plando todas as faixas de renda. (Nerli Peres) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 47 CompraCon-SP promove encontro pelas construtoAssociados do Sindusras e que pode Con-SP e empresários da gerar multas aos construção reuniram-se em infratores nos vamaio em São José dos Camlores de R$ 5 mil pos para mais um evento a R$ 15 mil. da CompraCon-SP (AsHá três mesociação de Compras da ses, a CompraConstrução Civil no Estado Con-SP vem de São Paulo). trabalhando em Participaram do enconacordos e na bustro o presidente da Comca de alternativas praCon-SP, Alexandre de para reduzir o cusOliveira; o diretor do Comto do descarte de praCon-SP em São José resíduos, como o dos Campos, Marco Aurélio gesso. Vittuzo; o secretário execuAlves, Benevides, Colamaria, Vittuzo e Oliveira, no evento de compras em São José dos Campos Presente ao tivo da entidade, Robson evento, a proprieColamaria; o diretor de Reladebates que poderão gerar soluções e betária da Uma Construtora, Gabriela ções Internacionais do SindusCon-SP, Salnefícios para a construção civil e fortalecer Librantz Tavares, disse que “a Compravador Benevides; e o diretor da Regional as relações comerciais. Construtores não Con-SP propicia um contato direto do São José dos Campos do SindusCon-SP, associados também puderam participar, construtor com o fornecedor e ajuda na José Roberto Alves, entre outros. totalizando 58 pessoas. troca de informações. Com essa ação, O evento cumpriu seu objetivo de Na ocasião, também foi debatida a conseguimos redução significativa de promover a sinergia entre construtores e questão do descarte irregular de entulhos custos e o fortalecimento da confiança das fornecedores do segmento, por meio de que, em alguns casos, é desconhecido duas partes.” (Denise Kelen) apresentações, exposições de produtos e Mestres de obras formam-se no Vale A Regional São José dos Campos do SindusCon-SP realizou em maio a formatura de mais de 50 profissionais no curso de Mestres de Obras. Em São José dos Campos se formaram 32 pessoas e, em Taubaté, 25. As aulas foram promovidas pelo Senai de ambos os municípios. De acordo com o diretor da Regional, José Roberto Alves, a disseminação do conhecimento na construção é um dos pilares do projeto ‘SindusCon-SP em Ação’, lançado pela entidade em março de 2011 e que contribui para suprir mão de obra ao mercado, enfrentando assim uma das principais dificuldades dos empresários do setor. De acordo com Hamilton Machado, instrutor dos cursos de construção do 48 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Senai de São José, “o conhecimento oferecido permite que o trabalhador esteja capacitado para atuar em todas as fases do processo construtivo de uma obra e recicle as práticas utilizadas no passado. É um curso completo e rápido se analisarmos o volume e a importância das informações que são disseminadas.” Profissionais trocam experiências Cerca de 50 profissionais da construção se reuniram no Sesi de São José dos Campos no mais recente ‘Clube de Mestres de Obras’, para abordar assuntos específicos do setor. O objetivo do encontro, que chegou este ano à sua 3ª edição, também foi analisar os projetos em andamento na área de construção do município, como o Curso de Informática Básica para Mestres de Obras e Encarregados e o Elevação do Nível de Escolaridade, programa que contribui com o crescimento profissional e melhora a qualidade de vida de todos os funcionários que atuam nos canteiros, independentemente do nível hierárquico. Além disso, os presentes abordaram a questão do combate ao uso de drogas. Participaram do evento o diretor da Regional, José Roberto Alves, e o diretor do Sesi São José dos Campos, Paulo Coelho. A cada encontro, os participantes do Clube de Mestres de Obras relembram os temas debatidos na edição do ano anterior e elaboram um novo planejamento de ações para os próximos 12 meses. (DK) Comitiva de Santos vai a Barcelona Na sequência do Fórum da Indústria da Construção de Santos e Região (Ficon), promovido pela Tribuna de Santos, um grupo de seus participantes viajou em maio a Barcelona, com a participação do diretor da Regional Santos do SindusConSP, Ricardo Beschizza. Entre outros, integraram a comitiva os prefeitos João Paulo Papa (Santos), Marcia Rosa (Cubatão), Maria Antonieta de Brito (Guarujá) e Paulo Wiazowski Filho (Mongaguá); os secretários de Estado de Emprego e Relações do Trabalho, Davi Zaia; de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Paulo Alexandre Barbosa; de Desenvolvimento Metropolitano, Edson Aparecido; e o deputado federal Beto Mansur (PP). “Fomos em busca de novos conhecimentos para que os efeitos positivos do incremento econômico da Baixada Santista se prolonguem”, comentou Beschizza. “Desde os Jogos Olímpicos de 1992, em Barcelona houve um planejamento de estratégia, envolvendo prefeitura, setor privado e empresa de consultoria. Fomos Vista de Barcelona desde o Grand Marina Hotel, onde a comitiva de Santos esteve hospedada ver de perto os resultados deste trabalho e tentar trazer o exemplo para nossa região”. A comitiva visitou a empresa Control Demeter, especializada em demolição, descontaminação do solo e reciclagem de resíduos construtivos. Ela gerenciou o reaproveitamento dos escombros de construções feitas para as Olimpíadas, na ampliação do Porto de Barcelona. Outra visita foi à El Consorci, um consórcio empresarial que possui mais de 12 milhões de m² em áreas industriais na Zona Franca. O grupo esteve na Barcelona Activa, uma incubadora de empresas e capacitadora de mão de obra, e no Distrito 22@, espécie de um plano diretor que fixa antigos espaços industriais em centros de pesquisa e desenvolvimento e os integra às novas residências e áreas verdes. A comitiva conheceu a empresa de limpeza urbana Ros Roca, que succiona o lixo e o encaminha a usinas de reciclagem. Os empresários também visitaram a Construmat. (Giselda Braz) São Bernardo adquire software em 3D Foi inaugurado em maio em São Bernardo o Cisb (Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro), resultado de acordo de cooperação entre o município e a cidade sueca de Linköping, com investimento de US$ 50 milhões ao longo de cinco anos pelo Grupo Saab, fabricante de caminhões Scania. O Cisb terá um software com tecnologia 3D para mapear a cidade de avião, identificar áreas de risco e mensurar o impacto da construção de edifícios. “Nossa intenção é que o projeto-piloto seja implantado no site da Prefeitura, o que permitirá aos cidadãos destacar as situações de interesse para a cidade”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São indústrias ou de empreendimentos imobiBernardo, Jefferson José da Conceição. liários, prevenção de riscos na construção, Na opinião do diretor-adjunto da Regiocomo locais próximos a encostas, o que nal Santo André do SindusCon-SP, Ricardo significaria diminuição de custos e rapidez Di Folco, a prefeitura já trabalha com fotos para a tomada de decisões”, concluiu. de satélite, o que lhe permite fiscalizar a (Sueli Osório) cidade em vários setores, principalmente para detectar construções irregulares, puxadinhos e, Di Folco (atrás), o prefeito Luiz Marinho e a prefeita de Linkoping, Ann Hjerdit dessa forma, tornar mais eficiente sua fiscalização e cobrança de impostos. “O software 3D seria uma evolução desse trabalho e, se fosse aberto à iniciativa privada, poderia auxiliar as empresas na detecção de novos terrenos para implantação de suas REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 49 obra, com material didático produzido exclusivamente para o projeto, utilizando exemplares da rotina diária dos trabalhadores. Isso incentivou os alunos e ajudou no processo de aprendizado. Eles não esconderam a emoção ao receberem os certificados. “Tudo o que eu aprendi no curso ninguém vai me tirar. Obrigado professores”, agradeceu Edílson de Souza Veras. Maria Socorro (Sesi-SP) e Maria Cecília Celine (SindusCon-SP) entregam os primeiros certificados Ribeirão forma alunos em Elevação da Escolaridade Os primeiros alunos formados pelo Projeto de Elevação de Escolaridade em Ribeirão Preto receberam seus certificados em maio. O projeto é resultado de uma parceria entre o SindusCon-SP e o SesiSP, para mitigar o analfabetismo funcional nos canteiros de obras. Cerca de 20 alunos participaram do curso, que teve início em fevereiro, em um canteiro de obras da Sinco Engenharia. “São pessoas especiais, que mesmo com o cansaço do dia a dia não desistiram, assistiram as aulas e buscam um futuro melhor”, afirma Maria Socorro dos Santos Benio, analista técnica educacional do Sesi-SP. “Nossa intenção é que todos cresçam na profissão e na vida.” As aulas foram ministradas na própria Terceirização O Painel Jurídico “Terceirização no setor da construção civil: solução ou problema?” reuniu mais de 80 pessoas em Ribeirão Preto, na sede da AEAARP, em maio. Com a presença dos conselheiros jurídicos do SindusCon-SP Joselita Nepomuceno Borba e Domingos Assad Stoche, o evento debateu assuntos como cuidados fundamentais na implementação da terceirização, assim como o acompanhamento do cumprimento do contrato de prestação de serviços, das obrigações trabalhistas e encargos sociais, entre outros. “A terceirização, quando bem empregada, é lícita, legal e faz parte de um processo irreversível”, explicou Joselita, ressaltando que o esforço do SindusConSP é para que os associados atuem dentro dos padrões da legalidade. (Marcio Javaroni) Salão do Imóvel e Feirão movimentam R$ 242 mi Cerca de 17 mil pessoas passaram pelo Salão do Imóvel de Ribeirão Preto/ Feirão Caixa da Casa Própria, gerando mais de R$ 242 milhões em negócios, entre contratos assinados e encaminhados, o que corresponde a mais 27% em relação aos valores obtidos no ano passado. Durante os dois dias em maio do evento realizado no NovoShopping, foram oferecidas mais de 6 mil opções de imóveis, entre novos, usados e na planta, dos quais 25% estavam enquadrados no Programa Minha Casa, Minha Vida. Participaram desta edição, ocupando uma área de 1.000 m² do centro de compras, 16 construtoras e uma imobiliária, além da Cohab-RP. 50 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Batista: maior interação com o agente financeiro O Salão do Imóvel é uma iniciativa da Regional Ribeirão Preto, que tem a Caixa como patrocinadora exclusiva e reúne construtoras e incorporadoras, acontecendo junto ao Feirão Caixa da Casa Própria. São oferecidos milhares de imóveis residenciais, inclusive de alto padrão, para facilitar ao interessado o processo de escolha. “O SindusCon-SP, em parceria com a Caixa, ajuda a criar e promover uma maior interação do setor produtivo com o agente financeiro, reunindo esforços para atender quem procura imóveis, oferecendo facilidades para que a conquista tão sonhada se concretize até mesmo no próprio evento”, afirma o diretor da Regional Ribeirão Preto, José Batista Ferreira. (MJ) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 51 SOLUÇÕES INOVADORAS Banheiros prontos Ercio Thomaz * A s áreas de serviço das edificações, como banheiros, cozinhas, lavanderias, refeitórios e copas, concentram grande quantidade de sistemas prediais, incluindo água fria, água quente, esgoto, elétrica, gás e outros. Em muitos edifícios comerciais ou institucionais, como aeroportos, hospitais, hotéis e shopping centers, essas áreas podem incluir ainda sistemas de esgoto a vácuo, comunicações, aspiração, arcondicionado etc. Assim, a construção e finalização desses ambientes exigem acentuada utilização de mão de obra, tanto para a introdução dos sistemas prediais como para o assentamento de placas cerâmicas em pisos e paredes, luminárias, gabinetes, louças e metais sanitários, sistemas de impermeabilização e outros. No caso dos banheiros, principalmente quando há muita repetição, pode tor nar-se interessante a opção por banheiros prontos, produzidos industrialmente em linhas de montagem semelhantes às de geladeiras ou de veículos. Nessa forma de produção, os pedreiros trabalham sempre em local protegido das intempéries, com melhores condições de segurança e controle da qualidade dos materiais e das etapas produtivas. Além disso, evita-se o habitual conflito de equipes, equipamentos e materiais que caracteriza as fases finais das obras, em que o encanador às Projetos devem prever o local exato e a forma de apoio do módulo vezes prejudica o trabalho do marmorista, que pode estar estragando parte do trabalho do marceneiro, que não raras vezes danifica azulejos, mãos-francesas, sifões e outros componentes. Esses banheiros são fornecidos totalmente prontos, incluindo estrutura, paredes, porta, janela, revestimentos, tubulações, tampos de pia, louças e metais sanitários, eletrodutos, fios e cabos, tomadas, prateleiras, gabinetes, espelhos, cabides, papeleiras, luminárias e, eventualmente, banheiras de hidromassagem, secadores de cabelo etc. Como conceito, o banheiro pronto deve ser fornecido no local definitivo da obra no processo “turn key”: após a conexão externa às redes de água, esgoto, energia elétrica e outras eventuais, basta abrir a porta e utilizar plenamente o equipamento. Os projetos são em geral personalizados, com liberdade para as dimensões em planta, layouts, escolha das louças e metais, inclusive peças economizadoras de água, e acabamentos, que podem variar desde os azulejos comuns, granilite, porcelanato, granito, mármore nacional ou importado. As instalações hidrossanitárias, elétricas, de aspiração e demais são normalmente embutidas nas paredes e em shafts visitáveis, com carenagens que se compõem com a decoração projetada. Há necessidade de o projeto do banheiro ser desenvolvido em conjunto com os projetos disciplinares da edificação como um todo, principalmente com os projetos de arquitetura, estrutura e instalações. No desenvolvimento conjunto desses projetos será definido o pé direito do banheiro pronto, suas configurações em planta, as cargas (inclusive aquelas decorrentes do transporte do banheiro sobre o pavimento), as exatas posições das ligações elétricas e hidráulicas (água Içamento de banheiro com grua e auxílio de plataforma; banheiro com estrutura em concreto, metal e drywall; transporte já dentro do andar correspondente Foto: Tecnobagno Foto: Tecnobagno Foto: Tecnobagno Foto: Tecnobagno Foto: Tecnobagno fôrmas de aço, resultando as paredes com espessura em torno de 4 ou 5cm. Para o concreto armado podem ser moldadas placas no interior de molduras metálicas, promovendo-se Banheiro duplo em concreto, com lavatório e pontos de elétrica externos as ligações das placas por meio de solda. No caso do acesso por terraços etc. GFRC, além das fibras de vidro álcali Cada carreta pode transportar vários resistentes também são empregadas módulos ao mesmo tempo, devendo armaduras de reforço no piso e nas diverestes ser cuidadosamente embalados e sas vinculações entre as paredes, piso e apoiados durante o transporte. No caso teto. No caso da estruturação em metal, do emprego de guindastes e gruas, o as chapas galvanizadas com espessura içamento é normalmente realizado com próxima de 2mm são dobradas de forma a maximizar o momento de inércia, conseguindo-se a necessária rigidez do conjunto por meio de peças contraventantes e soldas contínuas. Antes de serem transportados para a obra, os banheiros prontos devem passar por rigoroso controle da qualidade, inspecionando-se a regularidade dos acabamentos, estanqueidade do sistema de impermeabilização do piso e das tubulações, funcionamento dos aparelhos sanitários, continuidade dos circuitos elétriAcabamento interno e vaso sanitário com saída horizontal cos, posicionamento de ralos, caimentos de pisos e outros. No caso de estruturas o banheiro apoiado sobre um estrado/ convencionais de concreto armado, os gaiola metálica, devendo-se ainda contar módulos podem ser entregues praticacom uma plataforma de espera em cada mente na fase final da obra, tomando-se pavimento onde ocorrer a descarga. No o cuidado de deixar preservado o camicaso de transporte vertical por meio de nho para o equipamento de transporte, elevador de carga, normalmente do tipo atentando-se inclusive para a altura livre cremalheira, este deverá ser compatível entre as lajes e as faces inferiores das com as dimensões e o peso próprio dos vigas. No caso de edifícios em alvenaria banheiros prontos. estrutural os módulos devem ser posicionados * Doutor pela EPUSP, pesquisador do IPT, professor na pós graduação do IPT e do concomitantemente à Mackenzie. elevação das paredes, a não ser que sejam previstas adequadas ntários, críticas, Envie seus come disposições estruturais, gestões de temas Foto: New Forms quente e água fria em geral com tubos PEX e dispositivos de engate rápido), o tipo de vaso sanitário (caixa acoplada ou embutida em shaft), saída vertical ou horizontal do vaso sanitário para a rede de esgoto, os acoplamentos com forros e pisos etc. No projeto de produção e no layout do canteiro de obras deverá ainda estar prevista a necessidade do acesso de carreta transportando os banheiros, o emprego de guinchos, guindastes, gruas, plataformas e/ou elevadores tipo cremalheira para descarga, içamento e transporte vertical dos banheiros, bem como o equipamento para deslocamento horizontal no interior dos pavimentos. Os respectivos projetos de estruturas, do pavimento e do banheiro pronto devem prever o exato local e forma de apoio do módulo pré-fabricado, provendo-se quando for o caso os necessários reforços de vigas e lajes. No caso do piso do banheiro resultar coplanar ou em cota ligeiramente inferior ao plano do pavimento, devem ser introduzidos os necessários rebaixos na estrutura do piso. Como os módulos pré-fabricados apresentam altura inferior ao pé direito do pavimento, considerando-se inclusive a altura do equipamento necessário para o transporte no interior da obra, o topo dos módulos pode resultar encoberto pela presença de forro suspenso ou, o que é menos usual, receber pequenas complementações na própria obra. Os banheiros prontos podem ter estrutura em concreto armado, GFRC (glass fiber reinforced concrete) ou perfis de aço, constituindo-se as paredes nesse último caso com faces em drywall resistente à umidade e/ou placas cimentícias. Nos dois primeiros casos a moldagem normalmente é realizada empregando-se Transporte de banheiro pronto com carrinho porta-paletes perguntas e su : para esta coluna l.com.br uo @ az om ercioth REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 53 JURÍDICO Insegurança jurídica Ricardo Negrão * H á atualmente em discussão qual a efetiva dimensão do chamado direito de protocolo (que em São Paulo está previsto no artigo 242 da Lei Municipal 13.885/2004). Esse direito visa garantir ao proprietário de determinado imóvel que as limitações administrativas ao direito de construir são aquelas inseridas na lei que estiver em vigor por ocasião do protocolo do projeto de construção. Em outras palavras, o Poder Público fica submetido ao regime jurídico de licenças da lei vigente no momento do protocolo do projeto. Todos os atos posteriores de análise e de aprovação, até que seja proferido o despacho decisório em última instância municipal, estarão lastreados naquele conjunto de regras, sendo irrelevantes para aquele projeto alterações posteriores da lei. Dessa forma, seja o projeto protocolado modificado ou não, a autoridade competente estará sujeita (como ato vinculado) à verificação dos requisitos da legislação anterior. Com base nesse direito, muitos negócios foram celebrados. De fato a finalidade de se estabelecer o direito de protocolo é a de justamente garantir aos proprietários que demonstraram interesse em construir ou reformar, segurança jurídica quanto à estrutura das regras de zoneamento, gabarito de aproveitamento do solo etc. Nunca é demais lembrar, como bem destaca Hely Lopes Meirelles (Direito de Construir, ed. Malheiros, 10ª edição, 2011, pág. 91), que as limitações administrativas hão de corresponder às justas exigências do interesse público que as motiva, sem produzir um total aniquilamento da propriedade (...) e 54 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Justiça tem questionado o direito de protocolo encontram suas lindes nos direitos individuais assegurados pela Constituição. Pois bem, como fonte de limitação ao direito de propriedade (pois limitam o uso do imóvel) é relevante estabelecer qual o conjunto de regras limitadoras que se aplicam a determinada propriedade e a determinado projeto! Ademais, caso um proprietário já tenha protocolado o seu projeto, é inadequado que alterações posteriores na lei, não esperadas, possam reduzir o direito de construir que foi considerado, muitas vezes, por ocasião da aquisição do imóvel. Porém, decisões recentes da Justiça têm questionado se esse direito seria, efetivamente, um direito adquirido. Há limite na modificação do projeto protocolado? O argumento apresentado pelos defensores da relativização é: esse direito não favorece a quem, na vacacio legis (período de espera até a entrada em vigor da nova legislação), tenha apresentado projeto apenas para garantir as “vantagens” da legislação agonizante e, assim, obter aprovação de projeto contrário às disposições da nova lei. Contudo, relevante notar que essa “relativização” do direito de protocolo pode resultar numa armadilha: qual o limite então da “modificação” do projeto protocolado? Caso esse limite seja estabelecido “caso a caso”, a critério da autoridade competente, estaremos transformando um ato vinculado em ato discricionário. Daí que, ou a Justiça decreta o fim do direito de protocolo (o que seria, a nosso ver, inconstitucional por ferir a igualdade), submetendo os projetos não aprovados à nova legislação (aniquilando a segurança jurídica) ou então reconhece sua validade. Essa alternativa de diminuir o efeito do direito de protocolo, estabelecendo certo grau subjetivo para modificações posteriores no projeto, não se coaduna com o Estado Democrático de Direito e submete o particular à deliberação discricionária do Poder Público. * Advogado, sócio do escritório A. Lopes Muniz e membro do Conselho Jurídico do SindusCon-SP ntários, críticas, Envie seus come stões de temas perguntas e suge .br [email protected] para esta coluna:
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