A In d ú st r IA BrA sIleIrA de su code lA rA n jA

Transcrição

A In d ú st r IA BrA sIleIrA de su code lA rA n jA
A Indústria Brasileira de
suco de laranja
A I n d ústr ia B r a si l e ir a d e su co d e lar a nja
Louis Dreyfus Commodities
www.ldcommodities.com.br
Cutrale
www.cutrale.com.br
Citrovita
www.citrovita.com.br
Citrosuco
www.citrosuco.com.br
Associates
Brazilian Industry
oF ORANGE JUICE
B r a z i l ia n I n d ustry o F OR A N G E JUICE
Associadas
Citrosuco
www.citrosuco.com.br
Citrovita
www.citrovita.com.br
Cutrale
www.cutrale.com.br
Louis Dreyfus Commodities
www.ldcommodities.com.br
A Indústria Brasileira de
suco de laranja
A I n d ústr ia B r a si l e ir a d e su co d e lar a nja
Louis Dreyfus Commodities
www.ldcommodities.com.br
Cutrale
www.cutrale.com.br
Citrovita
www.citrovita.com.br
Citrosuco
www.citrosuco.com.br
Associates
Brazilian Industry
oF ORANGE JUICE
B r a z i l ia n I n d ustry o F OR A N G E JUICE
Associadas
Citrosuco
www.citrosuco.com.br
Citrovita
www.citrovita.com.br
Cutrale
www.cutrale.com.br
Louis Dreyfus Commodities
www.ldcommodities.com.br
Das laranjas cultivadas no Brasil,
Três a cada cinco copos consumidos no planeta
saem das fábricas brasileiras.
1
é produzido o suco mais bebido no mundo.
ÍNDICE
A indústria Brasileira
de suco de laranja
Carta do Presidente
5
História6
Cinturão Citrícola 10
12 Cinturão Citrícola Brasileiro
Plantio e Colheita 16
19 Nasce um Pomar
20 Tecnologia de Plantio
21 Pesquisa e Desenvolvimento
23 Colheita dos Frutos
26 Relações de Trabalho
Comercialização28
30 Formas de Comercialização da Laranja
31 Formação de Preços
Processamento32
35 Etapas de Produção
36 Produção de Suco Concentrado – FCOJ
37 Produção de Suco Não Concentrado – NFC
Logística40
43 A Viagem de um Suco Global
44 Logística e Distribuição
Consumo48
50Consumo Mundial
CitrusBR
53Exportação
Associação Nacional dos
Exportadores de Sucos Cítricos
Sustentabilidade56
58 Suco de Laranja e Sustentabilidade
Rua Iguatemi 448 sl 701
62 Indústria Moderna, Humana e Sustentável
01451-000 São Paulo SP Brasil
T +55 11 2769.1205
64 Infográfico da Cadeia Citrícola Integrada
www.citrusbr.com
Glossário68
[email protected]
Créditos69
3
27 Um Pomar de Leis
de alimentos, consequência de trabalho intenso,
competência científica e bioma único que permite
produzir
muito,
em
pouca
área,
preservando
a natureza.
A liderança da citricultura brasileira é fato reconhecido
em todo o mundo. Nós da CitrusBR, Associação Nacional
dos Exportadores de Sucos Cítricos, somos a entidade
representativa das indústrias brasileiras produtoras e
exportadoras de sucos cítricos.
LARANJA: O SUCO
PREFERIDO DO MUNDO
E DO BRASIL
O Brasil já é um dos líderes mundiais na produção
Fundada em 2009 pelas empresas Citrovita – Grupo
Votorantim, Cutrale, Citrosuco – Grupo Fischer e Louis
Dreyfus Commodities, a CitrusBR tem como principal
finalidade defender os interesses coletivos do setor em
escala nacional e internacional, interagindo com outras
entidades do agronegócio e promovendo o consumo e a
imagem do suco de laranja brasileiro.
O Brasil detém mais de
50% da produção mundial
de suco de laranja,
Nas próximas páginas, o leitor poderá compreender a
complexidade da cadeia citrícola, desde os pomares até o
mercado consumidor mundial.
Christian Lohbauer
Presidente Executivo
[email protected]
exporta 98% do que
produz e é responsável
por 85% das exportações
mundiais do produto.
da humanidade. Na época das grandes expedições marítimas,
a fruta se tornou “garota-propaganda” no combate ao escorbuto, doença que afetava marinheiros carentes de vitamina
13
2010
Preço do suco de laranja no mercado
internacional atinge patamares recorde.
Mais de 50% de todo o suco
de laranja consumido no
planeta sai do Brasil.
como fonte de saúde.
formação começou em 1920, quando no interior de São Paulo
Este catálogo trata de uma indústria cuja
começou a se estruturar o cinturão citrícola. Naquela época
história começou há mais de 40 anos e que
surgiam os primeiros esboços de uma indústria processadora
mais saborosos, consumidos e sustentáveis
12
2006
C. Segundo pesquisadores, vem dessa época a fama da fruta
Mesmo presente no Brasil há quatro séculos, a grande trans-
hoje é responsável por produzir um dos
A história da laranja no Brasil
de suco, nos arredores da cidade de Limeira. Os primeiros
sucos de fruta de que já se ouviu falar.
embarques de suco de laranja tiveram como destino Argentina,
Esse é o mundo da laranja brasileira.
Inglaterra e outros países europeus. Aos poucos a região se
consolidou como grande produtora de laranjas no país.
11
2003
Inovação no mercado de sucos
com o desenvolvimento e
início das exportações de suco
NFC (Not From Concentrate).
9
1981
10
1984
Inovação no sistema de transporte
do FCOJ ao substituir os tradicionais
tambores de aço por caminhõestanque e navios de carga a granel, além
da construção de terminais portuários
próprios em 1985.
Severa geada nos pomares
da Flórida nos EUA inicia fase
de grande prosperidade da
citricultura brasileira.
Hoje, a laranja faz o caminho inverso de 400 anos atrás e, em
Nascida na Ásia e hoje encontrada nas mais
vez de vir para as Américas, é das Américas que sai o suco
diferentes regiões do mundo, a laranja se
mais bebido do mundo. Três em cada cinco copos consu-
tornou, há séculos, a fruta mais globalizada
midos no mundo são fabricados no Brasil e, a exemplo das
de que se tem notícia. Da China, partiu para a
Turquia, chegando à Espanha e Portugal.
Da Península Ibérica seguiu para as Américas,
quando chegou ao Brasil, há mais de 400 anos.
antigas caravelas que desbravavam o mar, modernos navios
levam 1,2 milhão de toneladas de suco para as mais distantes
partes do mundo (em FCOJ equivalente).
7
1963
Instalada a primeira fábrica de suco
concentrado e congelado (FCOJ) do Brasil. No
primeiro ano de funcionamento mais de 6 mil
toneladas de suco foram exportadas.
5
1939
A Segunda Guerra Mundial paralisou quase completamente
as exportações brasileiras de laranja in natura, o que
acarretou uma super oferta da fruta no Brasil. Neste período
inicia-se a produção de suco de laranja pelo sistema
hotpack para atender aos pedidos do exército britânico.
3
1889
Favorecida pela proximidade do mercado consumidor
e por condições como clima, solo e temperatura, a
citricultura ganhou força no Centro-Sul do Brasil.
1
1501
Imagem da década de 30, quando se
iniciou a indústria produtora de suco
de laranja no Brasil.
Portugueses trouxeram da Espanha as primeiras
plantas cítricas para o Brasil com o objetivo de criar
abastecimento de vitamina C – antídoto contra
escorbuto. A adaptação da árvore no país foi tão favorável
que ela chegou a ser confundida com plantas nativas.
8
1970
Expansão dos pomares paulistas impulsionada pela
indústria de sucos e pelos estímulos à exportação,
levando o Brasil a ocupar espaço no mercado
internacional.
6
1961
A citricultura se expandiu para regiões
de Araraquara e Bebedouro, no interior
do Estado de São Paulo.
4
1927
O governo de SP criou o Serviço de
Citricultura, vinculado ao Instituto
Agronômico de Campinas e à ESALQ-USP.
2
1873
Mudas de laranja baía foram levadas para a
Califórnia (EUA) de onde se espalharam pelo
mundo todo. Esta variedade surgiu no Brasil,
provavelmente a partir de uma mutação da
variedade seleta.
7
histórico
Mais que uma bebida, o suco da laranja tem sido um amigo
A laranja no Brasil
A afirmação de que a laranja encontrou no Brasil o lugar ideal
A preferência dos citricultores pelas variedades tardias, em
para se desenvolver pode ser comprovada pela amplitude do
função da sua maior produtividade, ocorreu em detrimento das
período de colheita. Entre os meses de maio e janeiro é possível
variedades de meia-estação, que são bem aceitas no mercado in
encontrar a fruta em ponto de colheita em alguma região.
natura, levando a um déficit de oferta de fruta principalmente no
Contudo, isso não quer dizer que a produção seja homogênea
mês de setembro e, consequentemente, a uma maior compe-
ao longo do ano, ao contrário. Entre os meses de setembro e
tição entre a indústria e o mercado in natura nesse período.
novembro há uma grande concentração na entrega de fruta
Além de ter uma boa aceitabilidade no mercado in natura, a
para a indústria.
variedade Pera apresenta maior teor de sólidos solúveis, que
Mesmo considerando que exista mundo afora uma incrível
nada mais são do que os açúcares que constituem a matéria-
variedade de laranjas, no Brasil oito espécies são predomi-
-prima para o suco concentrado. Esses dois fatores somados ao
nantes. Nessa conta, há frutas cuja colheita é mais precoce,
déficit de produção exatamente na época em que a laranja pera
assim como há as mais tardias. Hamlin, Pera, Valência e
está produzindo fazem com que esta variedade consiga preços
Pera-Natal são as mais comuns, enquanto variedades como
mais altos do que o das demais destinadas à indústria.
Baía e Lima são normalmente destinadas ao consumo
produtores estão mudando o perfil dos seus pomares com
Atualmente, os pomares do Estado de São Paulo apresentam
Com variedades diversificadas, o país
consegue ter colheita de laranja em
quase todos os meses do ano
55% das plantas com as variedades Natal e Valência e outras
variedades tardias; 23% Hamlin e outras precoces; e 22% com
Pera e outras variedades de meia-estação.
o aumento de plantas precoces e redução das tardias. Nos
Das laranjas cultivadas no Brasil
é produzido o suco mais bebido no mundo.
Três de cada cinco copos consumidos no
pomares com plantas entre 0 a 2 anos as variedades precoces
representam 23%. As variedades de meia-estação representam
22% da safra total, ficando com as tardias uma fatia de 53%.
planeta saem das fábricas brasileiras.
Período de colheita por variedade e percentual da produção
Precoces (Hamlin, Westin, Rubi, Pineapple)
Meia-estação (Pera)
Tardias (Valência e Pera-Natal)
O plantio de diferentes variedades é também uma forma de
manejar o controle de doenças e reduzir os impactos das adversidades climáticas. O aprimoramento das variedades citrícolas
vem sendo feito com técnicas tradicionais de melhoramento.
23%
No cinturão citrícola, uma área de 300 municípios entre São
22%
Paulo e Minas Gerais, no Sudeste Brasileiro, estão localizados
diversos institutos de pesquisa dedicados à laranja, que buscam
55%
soluções para prevenir e combater doenças, e para melhorar a
qualidade das frutas.
maijun jul agoset outnov dez jan fev marabr
Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR
9
Com o objetivo de reduzir o período de déficit de oferta, os
in natura.
1. Solo adequado,
2. Água disponível,
3. Chuvas em índices adequados,
4. Topografia,
5. Mão de obra disponível e qualificada,
o Cinturão
Citrícola
As sete razões que fazem de São Paulo
o mais importante polo citrícola do Brasil:
6. Disponibilidade de insumos e
11
7. Infraestrutura local.
o Cinturão Citrícola
Caminhão carregado com a fruta corta fazenda no interior
de São Paulo. Área de pomares no cinturão citrícola chega
a 800 mil hectares e a laranja é a terceira mais importante
cultura do Estado.
Os pomares convivem em harmonia com as reservas legais,
espaços destinados à preservação da fauna e da flora locais.
A legislação brasileira é bastante rigorosa e cada produtor deve
deixar uma área de 20% de mata nativa preservada.
Brasil
Ao longo das bem conservadas rodovias paulistas, em
375 municípios, muitos deles envoltos pela cana de
açúcar, localiza-se o chamado cinturão citrícola. Dividida
em cinco grandes regiões, numa área de mais de 600 mil
hectares, a laranja é a terceira mais importante cultura do
Estado, atrás da de cana-de-açúcar e a pecuária.
A região é responsável por mais de 80% da laranja
do Brasil.
Dentro do Estado, a pujança em termos relativos é
ainda maior e, de toda laranja produzida em São Paulo,
93% estão no cinturão. Essa distribuição geográfica da
produção gravita em torno de um estruturado parque
industrial, com quatro grandes indústrias que possuem
São Paulo
pequeno porte.
Historicamente, o Norte de São Paulo é a região mais
importante na produção da fruta, com destaque para
A cultura da laranja emprega mais de 200 mil
trabalhadores em ocupações diretas e indiretas.
A fruta é colhida num ponto correto de maturação para que o
suco obedeça a um mesmo padrão de qualidade.
cidades como Bebedouro e Matão. Contudo, por conta de
doenças como o greening e uma significativa mudança
Quantidade de árvores nas regiões do cinturão citrícola brasileiro
Noroeste 30,35 milhões de árvores
Norte 25,81 milhões de árvores
Centro 76,28 milhões de árvores
São Paulo
Ao longo de 300
municípios, na região
Sudeste do Brasil, está a
maior concentração de
laranjas do mundo.
nos regimes de chuva, a citricultura na região Sul do
Estado de São Paulo tem crescido de forma exponencial.
Ao todo, o cinturão citrícola está dividido em cinco
macrorregiões: Centro, Sul, Norte, Noroeste e Castelo.
Em todas elas o clima exerce grande influência sobre
Sul 30,66 milhões de árvores
o vigor e a longevidade das plantas cítricas e também
sobre a qualidade e a quantidade de frutos. A laranjeira
Castelo 41,57 milhões de árvores
Na safra 2009/10 quase 165 milhões de árvores produziram 397 milhões de caixas de laranja
em apenas 1,2% da área total plantada do país.
(assim como outras plantas cítricas) se adapta melhor
em climas com temperatura entre 23°C e 32°C, com alta
umidade relativa do ar.
Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”, 2010.
13
14 fábricas em 11 municípios, além de outras fábricas de
A produção da laranja do cinturão citrícola e o seu destino
Principais produtores de laranja
foram se alterando ao longo do tempo. Em relação à produção,
Safra 2009-2010
houve queda de 11% nos últimos 15 anos. Quando se verifica
o comportamento da distribuição desta produção ao longo
25,0% Outros
do mesmo período, é evidente o aumento da parcela desti-
25,2% Brasil
nada para a indústria e, consequentemente, uma redução da
produção destinada ao consumo in natura.
3,3% Irã
3,4% Indonésia
A parte destinada à indústria saiu de 76% do total da produção do
cinturão em 1995 para 86% em 2009, ou seja, um crescimento
de pés de laranja que produzem quase
400 milhões de caixas por ano.
5,1% Egito
de 10%, ao contrário do que verifica com a fruta destinada ao
8,7% China
6,0% México
consumo in natura, que representava 24% em 1995 e passou
para 14% em 2009, uma redução de 10%.
6,4% Índia
Flórida e São Paulo detêm 81% da produção mundial de suco de laranja.
Apenas o Estado de São Paulo responde por mais de 53% do total.
Uso de terra no Brasil
15
Hoje são cerca de 165 milhões
12,1% Estados Unidos
4,9% Espanha
em milhões de hectares
milhões de
hectares
% do
total
% da área
plantada
851.487
-
-
67.660
7,9%
-
837
0,1%
1,2%
Área plantada com cana-de-açúcar
8.140
1,0%
12,0%
Área plantada com café verde
2.170
0,3%
3,2%
21.057
2,5%
31,1%
Brasil - área total
Área plantada
Área plantada com laranja
Área plantada com soja
Evolução da produção mundial de suco de laranja
Produção São Paulo e Triângulo Mineiro
Produção Flórida
Produção Mundial
3.000
2.814
2.781
2.664
2.500
2.626
2.441
2.422
Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”, 2010.
2.328
2.000
2.421
1.051
982
2.332
1.006
854
2.225
1.024
960
817
858
2.236
644
1.001
2.282
2.441
2.433
653
783
577
732
2.019
563
1.500
1.000
500
1.096
1.098
1.340
1.153
1.324
1.089
895
1.430
1.072
1.369
1.165
1995-96
1996-97
1997-98
1998-99
1999-00
2000-01
2001-02
2002-03
2003-04
2004-05
2005-06
1.369
1.363
1.133
1.065
2006-07
2007-08
2008-09
2009-10
0
Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”, 2010.
PLANTIO E COLHEITA
17
Mais do que plantas e frutas,
o setor é uma verdadeira máquina
de produzir novas tecnologias
para conquistar os melhores
padrões de qualidade.
Quase 165 milhões
de árvores no Brasil.
Média de 850 árvores por
hectare.
230% de aumento
no adensamento dos pomares
utilizados em 1980.
39% foi o aumento
da produtividade
de 1995 a 2008.
Nasce um pomar
Desde meados da década de 1990 uma mudança estrutural tem
acontecido nos campos brasileiros. Com o avanço das novas
tecnologias de produção e o incremento de ferramentas de
gestão, houve uma sensível alteração na distribuição dos pomares.
Hoje, de toda a laranja fornecida para a indústria, cerca de 65% da
produção para suco vem de pouco mais de 5% dos produtores,
o que demonstra uma grande concentração no fornecimento da
fruta. A indústria, por sua vez, é proprietária de aproximadamente
35% dos pomares.
A vida média das árvores está em torno de 20 anos, o que demonstra
a necessidade de um planejamento de longo prazo. Quem entra no
mercado da laranja não pode pensar em um negócio de ocasião,
a partir do terceiro ano de vida de uma árvore, quando nascem os
primeiros frutos. Isso sem considerar cerca de dois anos, em média,
necessários para o planejamento total do negócio. Isso significa
que o retorno só chega alguns anos depois.
Ainda assim, a laranja tem se mostrado um bom negócio para
produtores mais especializados que trabalham em regime de
1. M
udas são transportadas para as fazendas, onde serão
plantadas para, três anos depois, começarem a produzir.
2. E stufas são utilizadas para que as mudas recebam os
melhores cuidados quando ainda jovens.
1
2
economia de escala.
3. T
rabalhadora faz os tratos culturais da planta, antes que
ela chegue ao ponto de ser levada para um pomar, quando
começará sua vida produtiva.
4. Pomares adultos formam enormes labirintos de laranjeiras,
dos quais milhões de caixas serão colhidas.
3
Se comparados aos pomares de outrora, há muita diferença em
relação ao que se fazia 20 anos atrás, quando o número de árvores
4
era de aproximadamente 250 por hectare.
A principal mudança está na própria tecnologia de produção.
Atualmente, existe um número muito maior de árvores por hectare,
chegando a mais de 800, um incremento de 230%, o que reflete
na produtividade de uma propriedade. Isso porque, em média, uma
árvore produz duas caixas de 40,8 quilos.
19
principalmente porque a amortização do investimento só começa
Tecnologia desenvolvida nos pomares brasileiros ajuda a incrementar a renda de produtores e indústria.
caixas por hectare. Hoje, é possível chegar a mais
nos pomares brasileiros. O controle do cancro
de 1.600.
cítrico, por exemplo, é fruto de pesquisas brasileiras
que ajudaram o mundo a livrar pomares dessa
Numa rápida conta, considerando os preços
terrível doença. Hoje, os esforços,em grande parte,
de mercado spot praticados no Brasil, de
estão voltados para a cura do greening.
US$ 8,8 dólares por caixa na safra 2009-2010,
isso significa que um produtor com 250 caixas
Diversos centros de pesquisa trabalham para
conseguirá uma receita de US$ 2,2 mil por
desenvolver novas variedades de fruta, assim
hectare, enquanto aquele cujo pomar for aden-
como novas tecnologias de produção e formas
sado alcançará US$ 7,4 mil no mesmo espaço.
de prevenir e combater doenças.
Tratando-se de renda, houve também um incremento de 233% só com o aumento do número
O Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura),
de árvores por hectare.
o Centro Apta Citros Sylvio Moreira, a Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ligada
1. Em pequenas bandejas, com substratos especialmente
plantados, tem início a vida de um pé de laranja.
Outra tecnologia que vem ganhando os pomares
à Universidade de São Paulo, assim como o
brasileiros, principalmente nas áreas mais secas
Instituto Agronômico de Campinas, do governo
do Estado de São Paulo, é a irrigação.
de São Paulo, são referências na pesquisa e no
O Brasil tem longa tradição
em solucionar problemas e
encontrar novas tecnologias.
1. A
mão de obra para cuidar das plantas recebe
treinamento especializado.
desenvolvimento de novas tecnologias.
Na citricultura existe a possibilidade de adoção
2. O
s tratos culturais são importantes para a perfeita
condução da planta à fase adulta, quando será
transplantada para um pomar.
3. V
iveiros especializados em mudas são uma parte
importante do negócio.
de diferentes sistemas mas, em média, a neces-
A indústria processadora e exportadora de suco
sidade hídrica dos citros varia de 900 a 1.200
de laranja é parceira em muitos projetos, colabo-
milímetros de água por ano. A demanda por água
rando financeiramente com pesquisas ou usando
é elevada nos períodos de brotação, emissão de
os seus pomares como laboratório para novas
botões florais, frutificação e início de desenvolvi-
descobertas. Os desafios para os próximos anos já
mento dos frutos, sendo menor nos períodos de
estão definidos. Entre eles, combater as doenças
maturação, colheita e de repouso. Atualmente,
mais proeminentes, aumentar a produtividade
cerca de 15% dos pomares de SP são irrigados.
dos pomares e levar renda aos produtores de
Contudo, a necessidade de água, se comparada
laranja, importantes aliados da indústria. Manter a
à de outras culturas como soja, milho e café,
citricultura como uma das mais rentáveis culturas
faz da laranja uma cultura com baixo consumo,
por hectare e seus altos índices de sustentabi-
utilizando, basicamente, a chamada “irrigação
lidade também estão entre os desafios para o
de salvamento”.
futuro – que já começou há mais de 40 anos.
2. D
epois de adulta, a planta floresce com
vigor, produzindo frutos espetaculares.
3. T
écnicos treinados buscam imperfeições e
doenças a todo instante.
21
Muitos avanços na citricultura mundial nasceram
Pesquisa e Desenvolvimento
TECNOLOGIA DE PLANTIO
Em 1980, um citricultor conseguia produzir 500
há colheita de laranjas durante praticamente todo o
ano. A colheita é feita de forma manual. Em toda a
sua cadeia, o setor emprega mais de 200 mil trabalhadores, gerando uma massa salarial de mais de
US$ 600 milhões.
A segurança do trabalho é uma das principais preocupações da indústria processadora e exportadora
de suco de laranja. O Brasil é dono de uma das legislações trabalhistas mais rígidas do mundo e o apoio ao
trabalhador é uma parte fundamental para o sucesso
desse setor.
A colheita dos frutos
No Brasil, devido às condições climáticas e de solo,
Colheita e
processamento
maio a fevereiro
Ano safra
julho a junho
Atualmente, a indústria é proprietária de 35% dos
pomares que produzem laranja para suco, dos quais
100% da mão de obra contratada está rigorosamente
23
enquadrada na legislação vigente. Não há trabalho
infantil ou qualquer tipo de exploração, sendo o setor
constantemente vigiado pelas autoridades compe-
São Paulo
Brasil
tentes, como o Ministério Público, que garante o
cumprimento da lei.
Os outros 65% da produção estão nas mãos de
pequenos, médios e principalmente grandes produtores. Nesses pomares a relação com os trabalhadores
é constantemente vigiada pelas autoridades brasiA colheita da fruta é uma mistura de trabalho mecânico e manual, tendo os colhedores um papel fundamental neste processo.
Colheita e
processamento
outubro a maio
Ano safra
outubro a setembro
leiras, cujo combate a distorções nas relações trabalhistas tem contribuído para significativos avanços em
toda a cadeia.
Todos esses fatos dão ao consumidor do suco de
laranja brasileiro a certeza de que se trata de um
alimento fabricado com os mais rigorosos padrões
tecnológicos e sociais, gerando e distribuindo riqueza
dentro e fora do Brasil.
Flórida
EUA
25
Os equipamentos de proteção individual sofreram
lhistas praticadas nas cidades e no campo. Mas não no Brasil, que no ano
grandes ajustes nos últimos anos. A roupa, desenvol-
de 2005 implantou a chamada Instrução Normativa 31, que trouxe uma
vida para dar conforto até nas mais quentes regiões
série de novas regras para que os trabalhadores do campo tivessem o
tropicais do Brasil, protege da ação do sol. Óculos
mesmo tratamento que os trabalhadores da cidade e das indústrias.
escuros também fazem parte dos equipamentos,
assim como luvas e botas que oferecem segurança
Quando um copo de suco de laranja produzido no Brasil é servido em
Um pomar
de leis
Relações
de Trabalho
Em muitos países do mundo há severas diferenças entre as leis traba-
contra diversos tipos de acidente.
qualquer lugar do mundo, um conjunto de regras sociais é servido junto.
Contribuições sociais, tributos que vão garantir uma aposentadoria para
As normas que regulamentam o trabalho no campo
esses trabalhadores, rígidas normas de saúde e segurança do trabalho,
foram desenvolvidas por uma comissão tripartite
além de um sem-número de regras que constam na IN 31 viajam o
composta por membros da Confederação Nacional
mundo com a bebida.
dos
Trabalhadores
Rurais,
da
Confederação
Na safra de 2009-10
a produção brasileira foi de
397 milhões de caixas de 40,8kg.
Nacional da Agricultura e do Ministério do Trabalho
e Emprego. As normas criadas em consenso entre
nada é mais importante do que garantir que esse alimento tão apreciado
empresários e trabalhadores foram homologadas
seja produzido em conformidade com os mais rígidos padrões éticos, tão
pelo Ministério do Trabalho. Contudo, itens em que
relevantes para consumidores cada vez mais exigentes.
não houve consenso tiveram seu conteúdo arbi-
As relações de trabalho no Brasil obedecem
a rígidos critérios que garantem as melhores
práticas trabalhistas existentes no mercado.
27
Para a indústria brasileira processadora e exportadora de suco de laranja,
trado, o que de certa forma transferiu para o campo
Com uma massa de mais de 200 mil trabalhadores envolvidos direta ou
boa parte das normas exigidas no trabalho urbano.
indiretamente com a indústria processadora e exportadora de suco de
A citricultura gera, entre empregos
diretos e indiretos, um contingente de
mais de 200 mil postos de trabalho.
laranja, há sempre um elo mais fraco que deve ser protegido. Os colhe-
Se por um lado isso representou um avanço para
dores de laranja desfrutam atualmente de avançadas condições de
o setor, por outro houve aumento no custo das
trabalho, se comparadas à de muitos países até mesmo com a de setores
operações, o que corrói margens e exige muita habi-
alheios à agricultura.
lidade para cumprir regras pensadas para ambientes
urbanos e que necessitam de adaptações não
previstas no código legal.
Equipamentos de Proteção Individual
(EPIs) são de uso obrigatório.
Ainda assim, a indústria processadora e exportadora
de suco de laranja entende que apenas produtos
socialmente responsáveis têm espaço no mercado
mundial, algo que é cumprido há mais de 40 anos,
numa das indústrias mais tradicionais do País.
Trabalhadores são obrigados por lei a
vestir equipamentos de segurança que são
fornecidos pelo empregador.
29
COMERCIALIZAÇÃO
Caminhões carregados de laranja fazem
o percurso das fazendas para as fábricas,
milhares de vezes, em centenas de municípios.
A logística é parte fundamental da cadeia.
preços fixos predeterminados;
n
Contratos de longo prazo com
ou sem preço mínimo garantido e
com gatilhos de preços indexados
às médias auditadas, obtidas dos
preços de venda das indústrias aos
engarrafadores;
Assim como no mercado de outras commodities, o de laranja está influenciado pela lei
acontece entre os meses de abril e dezembro. Contudo, há uma
da oferta e demanda. Contudo, não é somente o consumo que determina a formação
grande concentração entre os meses de setembro a novembro,
dos preços, visto que em quase uma década não há grandes variações nos volumes
quando grande parte da safra chega ao seu ponto de matu-
exportados pelo Brasil. O fator que mais determina o preço da caixa de laranja e do suco
ração. A venda da fruta acontece na porta da fábrica e cada
por consequência é a oferta de fruta, influenciada pelos dois grandes parques citrícolas
produtor pode optar não só pela empresa para a qual deseja
no mundo: São Paulo (Brasil) e Flórida (EUA).
vender como pelo tipo de contrato que atenda melhor às suas
necessidades.
Conforme demonstra o gráfico abaixo, as altas e baixas tanto na caixa de laranja quanto
nas cotações do suco em Nova York estão diretamente atreladas a efeitos climáticos que
Entre os tipos de contrato mais usados há dois grandes grupos.
A venda no mercado spot, em que o produtor recebe a cotação
do dia pela sua fruta, e os contratos de médio e longo prazo,
– neles o produtor pode optar por variáveis de preço mínimo
e máximo, dependendo da sua estratégia de comercialização.
têm impacto sobre a oferta de frutas.
O valor que a indústria paga pela laranja é decorrente dos preços internacionais
correntes e futuros do suco, bem como das expectativas do mercado quanto à oferta e
à demanda futura de laranja, no momento em que cada contrato de compra de laranja
é negociado.
Há ainda aqueles fornecedores de fruta que fazem os dois tipos
ou sem preço mínimo garantido
diretamente ligado às cotações
diárias e médias anuais do preço da
commodity na Bolsa de Nova York;
de negociação: travam seus custos com contratos de médio
Outros fatores a serem considerados na competitividade são o imposto de importação
e longo prazo e usam o mercado spot como uma forma de
pago nos Estados Unidos e na Europa para a entrada do suco de laranja nacional e os
apostar no mercado.
custos logísticos e portuários que incorrem sobre o produto brasileiro para ser transpor-
durante o período da safra ao
preço do dia, o chamado mercado
spot ou portão; e
Cada tipo de contrato oferece riscos e vantagens. Nas safras de
n Contratos de arrendamento ou
parceria agrícola de longo prazo.
de longo prazo foram beneficiados em relação àqueles que
31
n Contratos de longo prazo com
n Contratos de compra de laranja
Formação de preços
n Contratos de longo prazo com
COMERCIALIZAÇÃO
Alguns tipos de
contrato:
A entrega da laranja para o processamento é um ritual que
tado até esses destinos.
2007-2008 e 2008-2009, produtores que possuíam contratos
optaram pelo mercado spot.
Análise comparativa da produção e do consumo de suco de laranja
em equivalente 66 o brix e o preço do FCOJ na Bolsa de Nova York
Já na safra 2009-2010 ganhou dinheiro quem optou por
e o agricultor deve estudar os prós e contras de cada modelo e
optar pela estratégia que o remunere melhor.
Destino da produção de laranja
no cinturão citrícola
Do total disponível
para a indústria
14%
15%
consumo
in natura
utilizado
para NFC
86%
85%
disponível
para indústria
utilizado
para FCOJ
Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”. Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR.
Produção e consumo de suco de laranja em volume equivalente a 66 o Brix
vender a laranja no mercado físico. Não há um modelo perfeito
Produção
2.700
2.600
Demanda
2003-04
Estoques de suco muito elevados,
em função de boas safras no Brasil
e na Flórida, mantém cotações de
Nova York baixas.
Cotação NY
2008-09 e 2009-10
Duas safras pequenas tanto no
Brasil como na Flórida diminuem
os estoques mundiais de suco
e elevam as cotações na bolsa a
partir de meados de 2009
US$ 180,83
2.500
2.200
2.100
2004-05 e 2005-06
Sucessivos furacões
na Flórida diminuem
a produção de suco
na região, elevando
as cotações em
Nova York para patamares
recorde.
US$ 127,92
US$ 66,95
2004-05
US$ 130
US$ 110
2006-07 e 2007-08
Combinação de boas safras no Brasil e
na Flórida, além da queda na demanda
de suco seguindo a tendência iniciada
em 2004-05, elevam demasiadamente
os estoques mundiais pressionando as
cotações da bolsa para fortes baixas na
safra 2008-09.
2.000
2003-04
US$ 122,55
US$ 124,30
US$ 83,91
1.900
US$ 170
US$ 150
2.400
2.300
US$ 190
2005-06
2006-07
2007-08
US$ 90
US$ 85,74
US$ 70
2008-09
2009-10
US$ 50
Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”. Elaborado por Markestrat a partir de CitrusBR.
33
Processamento
As fábricas estão equipadas para receber
centenas de caminhões por dia.
Depois de descarregadas, as frutas
são imediatamente armazenadas,
começando o processo de retirada e
industrialização do suco de laranja.
indústria brasileira responsável por fabricar o suco mais consu-
1. Recebimento da fruta
Amostras de frutos são retiradas de cada caminhão para análise
do rendimento do suco, grau Brix, acidez e cor.
2. Armazenamento nos bins
Depois da recepção e da inspeção, os frutos são
armazenados nos bins, que são silos de estocagem.
mido no mundo. Trata-se de um processo em grande escala,
que lança mão de modernas tecnologias de produção aliadas
a um dos melhores ambientes para se produzir a fruta em todo
o planeta.
A qualidade da bebida também é testada no que diz respeito
a contaminantes, sabor e aroma. Isso possibilita um padrão
de qualidade constante, mantendo sempre as mesmas
características.
As principais etapas são:
3. Lavagem dos frutos
Os frutos passam por mesas de lavagem onde há esguichos
na parte superior e escovas de plástico na área inferior, para
realizar a limpeza dos frutos mecanicamente, com ou sem o
auxílio de detergentes.
4. Seleção e classificação
Os frutos são escolhidos por operadores em mesas de
seleção. Os danificados e amassados são removidos e
os demais vão para classificadores que os separam por
tamanho e os encaminham às linhas de extração.
A indústria capta apenas 25%,
em média, da água utilizada,
o restante vem do processo de
concentração do suco.
35
PROCESSAMENTO
Nas páginas seguintes será possível conhecer um pouco da
Moderna e sustentável: a indústria brasileira é pioneira
em boas práticas agrícolas e industriais.
5. Extração
Os frutos são separados de acordo com seu tamanho para que
possam ser processados pelas linhas de extratoras adequadas ao
tamanho da fruta, nelas o suco é extraído mecanicamente.
6. Mistura e homogeneização
Após a extração e concentração, o suco é
avaliado tecnicamente segundo aparência e
sabor ideais para exportação.
Em meados dos anos 2000 uma novidade começou a chegar aos
responsável pelo sucesso da bebida no mundo. A maior parte
terminais europeus. Um suco de laranja com características um
da água é retirada da bebida dentro dos evaporadores. Esse
pouco diferenciadas das do tradicional suco concentrado. Esse é o
processo inativa os micro-organismos responsáveis pela
NFC – ou simplesmente suco pronto para beber.
degradação do líquido.
Em vez de ter a água extraída no processamento para depois ser
Após o processo de separação, o suco vai para um evapo-
reconstituída após ser comprada por engarrafadores, essa bebida é
rador especialmente desenvolvido para a indústria de cítricos,
pasteurizada com a própria água da laranja. Trata-se de um produto
em que os componentes voláteis são separados e depois
de qualidade superior em termos de paladar, visto que se assemelha
recuperados.
ao suco espremido na hora, um privilégio que poucos países no
O suco não
concentrado
mundo podem ter.
Ao fim deste primeiro estágio, um produto que entrou com
níveis de açúcares (sólidos solúveis) totais de 10 a 11 Brix
O produto final é armazenado por até um ano, congelado ou
termina com um teor de 66 ou 65 Brix – padrão do FCOJ.
resfriado. Como o suco não concentrado ocupa um volume cinco
a seis vezes maior que o concentrado, o custo de armazená-lo
No processo de concentração, o suco perde uma fração volátil
resfriado é alto. Além disso, sua cadeia de armazenagem e distri-
em que estão as essências.
buição é asséptica.
Os componentes recuperados são as essências, em fase aquosa
Outra diferença do NFC em relação ao suco concentrado é
e oleosa, que são vendidas para companhias que produzem
que ele torna-se sólido quando congelado, impedindo que seja
aromas e fragrâncias. Em alguns casos, o suco passa por um
bombeado. Por isso, para pequenas quantidades exportadas, o
processo de homogeneização, diminuindo sua viscosidade
suco não concentrado é envasado em tambores, o que significa
para otimizar a evaporação.
um custo mais alto, se comparado às vendas a granel. Para grandes
quantidades de não concentrado, o armazenamento geralmente
O suco concentrado é refrigerado e misturado a outras quan-
é feito por meio de tanques assépticos com capacidade para até
tidades do mesmo produto para chegar a um padrão de quali-
quatro milhões de litros.
dade ideal. Em seguida, vai para tanques de armazenamento
refrigerados em temperatura de congelamento. Ali pode
O suco deve ser agitado periodicamente para evitar a separação
permanecer estocado por um período de até dois anos.
entre o suco e os sólidos dissolvidos e manter a uniformidade do
grau Brix. No Brasil, onde a maior parte do suco é destinada para
O sistema de estocagem a granel é chamado no setor de tank
exportação, os tanques assépticos são instalados nos terminais
farms. Nesses tanques o suco fica armazenado até o transporte
portuários e não nas fábricas. Para evitar a repasteurização do suco
por caminhões-tanque para o porto.
antes do embarque, foram desenvolvidas tecnologias que permitem
o transporte em navios especialmente destinados para este fim.
37
O suco concentrado
Estrela desse mercado, o suco concentrado é o grande
não concentrado. Existe um mercado pujante, responsável por cerca
A cada 1.000 kg de laranja são extraídos 553 kg de suco,
e o restante são subprodutos
de 7,5% do negócio com a fruta, que diz respeito aos subprodutos.
Há três grandes grupos de subprodutos: os terpenos – responsáveis
pela fabricação de alguns tipos de resinas e solventes biodegradáSuco
1.000 kg
553 kg
Óleo essencial: 0,1 kg
Aroma essencial: 1,1 kg
Polpa: 30 kg
veis–, os óleos essenciais – que dão origem aos aromas e fragrâncias – e por fim o bagaço – que pode se transformar em ração para
animais, entre outras utilizações.
Óleo da casca: 3 kg
Concentrado 65º Brix: 100 kg
Uma fruta,
muitos produtos
O negócio envolvendo a laranja vai além dos sucos concentrado e
Os subprodutos da laranja e do suco de laranja
Após a separação do suco e da polpa, essa passa ainda por um processo
onde são removidos componentes não desejados, como o bagaço e
Água evaporada : 452 kg
Fonte: The Orange Book, Tetrapak
as sementes. A polpa “limpa” é enviada para equipamentos em que há
um novo processo de pasteurização, ou tratamento térmico, sendo
em seguida congelada antes de ser enviada para armazenamento.
Aproveitamento da laranja:
0,5% fase aquosa
0,1% fase oleosa
O suco de laranja pode ser apresentado ao consumidor
em três formas distintas:
Se a polpa restante após a extração do suco não for utilizada para
Integral
Concentrado
Reconstituído
fins comerciais, ela pode ser lavada para extrair substâncias dissol-
Sem adição de açúcares e na sua
Parcialmente desidratado, do qual foi
A partir do suco concentrado, com adição de
concentração natural.
removida parte da água natural.
água. Deve atender aos mesmos parâmetros de
vidas no suco. Esse produto é chamado pulp wash, ou suco da
qualidade do suco integral.
2,7% gomos
0,9% d-limoneno
1,8% óleos essenciais
polpa, e pode, se a legislação permitir, ser misturado com o suco na
44,8% suco de laranja
linha de produção, antes da concentração.
49,2% pele, semente e
% de suco nos diferentes tipos de bebidas:
bagaço
A emulsão de óleo e água proveniente do processo de extração do
suco possui também outras substâncias, como partículas de casca
Suco
100% de suco puro,
extraído da fruta.
Partes da laranja
e polpa, pectinas e açúcares. O objetivo é recuperar o óleo da casca
removendo as outras substâncias e perdendo o mínimo de óleo
semente
segmento
de suco
possível nesse processo, que ocorre por meio de duas etapas de
Néctar
de 99% a 25% de
suco, dependendo da
legislação vigente.
Refresco
abaixo de 25% de
suco, sendo que em
muitos países não
passa de 3% a 5%.
centrifugação. É economicamente recomendável incluir um sistema
parede do
segmento
de prensagem e secagem da casca e resíduos sólidos da laranja em
grandes fábricas de processamento de suco. Os frutos rejeitados no
núcleo
central
recebimento, a casca e o bagaço que resultam da extração, bem
segmento
de óleo
como a polpa e outros sólidos, são enviados para o secador, onde
são secos e “peletizados” para servir de ração fibrosa para alimentação animal.
albedo
flavedo
39
Casca, bagaço e sementes: 413 kg
Das fábricas até os mais longínquos lugares,
o suco de laranja brasileiro é transportado
por indústrias produtoras com tecnologia
de conservação, refrigerada para o
concentrado e asséptica para o NFC.
As empresas se especializaram nesta logística
41
extremamente complexa.
Navios-tanque, especialmente destinados
ao transporte de suco de laranja, saem do Porto
de Santos, no Brasil, carregados com milhares
de toneladas de suco de laranja concentrado
e NFC. Essa é uma operação complexa,
na qual a bebida é movimentada das fábricas
para os caminhões-tanque até os terminais
de suco a granel no Porto de Santos e
bombeada para os navios de suco de laranja
Cada uma das empresas exportadoras é
proprietária ou freta terminais e navios no Brasil,
Europa e Estados Unidos, principais destinos
do suco de laranja brasileiro. Mas o suco de
laranja brasileiro também chega a lugares mais
distantes como China e Oriente Médio.
logística
sem contato com o ambiente externo.
– no litoral de São Paulo–, o Estado é o berço da citricultura brasileira. Pela frente, terá de vencer o Oceano
Atlântico ou Pacífico até despejar a preciosa bebida em
distantes terminais na Europa, nos Estados Unidos, na
Ásia e na Oceania.
Desde que é produzido até chegar aos engarrafadores
que fazem seus blends e vendem a bebida para o varejo,
não há sequer contato da bebida com o ambiente
externo, o que faz também da indústria produtora de
suco de laranja uma indústria logística.
O transporte desse produto é geralmente realizado em
tambores refrigerados de caminhões-tanque ou navios-tanque. Uma pequena parte é embalada em sacos
assépticos que são acondicionados em tambores para
transporte posterior em contêineres refrigerados.
Os maiores processadores brasileiros possuem seus
próprios terminais no Brasil, na Europa, nos Estados Unidos,
no Japão e na Austrália e há diversos navios desenvolvidos
exclusivamente para o transporte do suco concentrado
congelado e de outros produtos cítricos a granel.
Há duas maneiras de se transportar o suco não concen-
40 mil toneladas
trado: congelado ou resfriado. Ambos sob condições
é a capacidade máxima de transporte
assépticas. O problema do transporte de NFC congelado é que, diferentemente do suco concentrado, que
mesmo congelado fica viscoso, mas é ainda “bombeável”, o suco não concentrado (NFC) se torna um bloco
de gelo, portanto, exige o transporte em contêineres
refrigerados, com uma logística diferenciada.
de um navio de suco de laranja
43
de laranja concentrado, partindo do Porto de Santos
A viagem dE um suco global
Um navio pode transportar até 40 mil toneladas de suco
Caminhões termicamente isolados deixam a fábrica.
Ininterruptos:
a cada 10 minutos nos 365 dias
do ano um caminhão de suco
desce a Serra do Mar.
45
Caminhão-tanque em direção ao Porto de Santos.
Carregamento de navio sem contato com o ambiente externo.
Navios refrigerados
levam o suco de laranja.
Logística e
Distribuição
A expansão da produção de suco não concentrado (NFC) no
A partir do navio-tanque, os produtos são bombeados para linhas
Brasil no final dos anos 90 levou ao desenvolvimento de trans-
de recepção que alimentam tanques localizados no continente.
porte marítimo a granel para suco resfriado. O mais comum é
Destes tanques, são enviados para estações de mistura, em que
utilizar sacos de uma tonelada, transportados em recipientes
concentrados de diferentes tipos são misturados para atingir um
que são colocados em contêineres refrigerados.
produto que atenda às demandas dos consumidores.
O transporte de suco concentrado e não concentrado para
Nessa fase, podem ser adicionados outros ingredientes e,
outros continentes tem sido melhorado por meio de pesados
posteriormente, o suco é bombeado para caminhões-tanque
investimentos em novas tecnologias desenvolvidas pelos
que vão distribuí-lo.
grandes produtores de suco. Hoje em dia, o uso de navios
próprios para transporte dos sucos reduz custos e garante que
No caso do suco não concentrado, também há terminais
sua qualidade seja mantida até a chegada ao destino.
específicos para recebimento e descarga do produto. Antes
Em grandes portos da Europa, em Roterdã, na Holanda, Ghent
internos para confirmar que o suco é microbiologicamente
e Antuérpia, na Bélgica, há terminais exclusivos para o recebi-
aceitável. O sistema de encanamentos é esterilizado e o suco é
mento de suco de laranja concentrado a granel. Esse tipo de
transferido dos navios para o armazenamento no porto. Na área
terminal é encontrado também na Flórida e em Nova Jersey, nos
de recebimento do suco há equipamentos para pasteurização,
Estados Unidos, no Porto de Toyohashi, no Japão, e no Porto de
caso ela seja necessária.
47
da descarga dos navios, são recolhidas amostras dos tanques
New Castle, na Austrália.
engarrafadores
Transporte do suco de laranja da fábrica aos engarrafadores
Caminhão-tanque
congelado
Terminal congelado
Navio-tanque
Terminal
congelado
Caminhão-tanque
congelado
Caminhão refrigerado
Terminal
congelado/refrigerado
Navio-tanque
Terminal
congelado/
refrigerado
Caminhão refrigerado
Caminhão-tanque congelado/
refrigerado
Terminal congelado
Navio-tanque
Terminal
congelado
Caminhão-tanque
congelado/refrigerado
FCOJ/NFC
NFC
Blending house
produtores de bebidas
processamento industrial
FCOJ
bebidas mais consumidas no mundo.
Na categoria de sucos tem 34% de
participação. Entre todas as bebidas,
tem 0,91% do mercado global.
Mas a cada dia o mesmo mundo que prefere
o sabor laranja diminui a sua demanda e
a queda tem sido de 1,6% no consumo
mundial, ao ano.
49
Consumo mundial
O suco de laranja brasileiro é uma das
Consumo mundial
Com uma participação de 34% no mercado de sucos,
os favoritos do público europeu e acarreta uma disputa acirrada
o sabor laranja é uma das bebidas mais tomadas no
com a laranja. O principal fator, porém, está no preço. Com uma
mundo. Entre todas as opções, é dono de 0,91% do
moeda desvalorizada, o produto chinês chega à Europa muito
mercado global. Essa é uma liderança conquistada
mais barato, pressionando outras bebidas.
graças a uma série de fatores que vão desde um sabor
mundialmente aceito até a possibilidade de abastecer
Outro ponto importante está nos hábitos culturais de países
os diversos mercados no mundo com frequência. Mas
emergentes, localizados no Oriente Médio e na Ásia. Essas
as notícias mais recentes não são tão boas assim. Na
populações não têm o costume de consumir suco 100%.
última década, o consumo vem caindo a uma taxa de
Refrescos e néctares são mais comuns, o que gera impacto
1,6% ao ano. Nos EUA, responsáveis pelo consumo
sobre as vendas, pois contêm apenas uma porcentagem de
de 38% de todo o suco bebido no mundo, a queda
suco. A saída, portanto, é fazer com que europeus e ameri-
na demanda por suco de laranja foi de quase 25% na
canos bebam ou voltem a beber mais suco de laranja, uma
última década. Os motivos para essa inversão estão
missão difícil, mas factível.
diretamente ligados ao crescimento de outras bebidas
que vêm roubando participação de mercado. Nos
mais crescem. A categoria de sucos também apresenta
crescimento, porém, o suco de laranja vem perdendo
Evolução do mercado mundial de bebidas
Em bilhões de litros
mercado. Um dos grandes fatores é a entrada de novas
1.366
1.310
1.270
Na China, cuja numerosa população sempre se destaca
brasileiro é justamente o suco de maçã, cujo
como um mercado potencial, alguns hábitos de
sabor é apreciado principalmente na Europa e
nos Estados Unidos e é vendido a preços baixos
graças à China, principal produtor da bebida.
8,4%
7,1%
8,2%
8,1%
8,2%
20,6%
20,6%
20,6%
de suco de laranja, que já observam a necessidade de
reposicionar o seu produto no mercado mundial.
Cerveja
11,4%
Água
14,6%
15,3%
13,7%
13,2%
12,8%
Chá quente
20,6%
11,5%
11,4%
11,1%
11,1%
11,2%
Outros
Café quente
11,2%
realidade implica num grande desafio aos produtores
base de leite
Vinho
consumo barram o crescimento do suco de laranja. Tal
15,3%
15,0%
Refrigerantes
Refrescos
13,8%
14,0%
Outro desafio está em contornar a concorrência
2,2%
2,8%
13,5%
2,3%
2,8%
2,2%
2,8%
13,3%
13,1%
12,9%
12,5%
2,2%
2,8%
2,5%
2,7%
2,6%
2,7%
2,7%
2,6%
Sucos e néctares
Leite
aromatizado
chinesa. Grande produtora de maçã, a China tem forne-
14,8%
14,5%
13,7%
14,1%
2003
2004
2005
2006
13,8%
13,3%
cido matéria-prima para a fabricação de diversos tipos
de suco dessa fruta, cujo paladar também consta entre
7,0%
7,1%
20,9%
20,5%
20,4%
3,9%
Bebidas à
8,6%
8,8%
9,0%
4,0%
3,9%
6,9%
6,8%
6,8%
6,7%
O principal concorrente do suco de laranja
3,5%
3,5%
3,3%
3,7%
1.567
1.524
1.488
1.428
bebidas, como multivitamínicos e a expansão dos
sabores uva e maçã.
51
últimos anos, as águas engarrafadas são as bebidas que
2007
2008
12,8%
Leite branco
2009
Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”. Elaborado por Markestrat a partir de dados da Euromonitor.
suco de laranja do Brasil, o que representa 99% do
de suco de laranja industrializado, produzindo mais de 50% do
consumo mundial do sabor laranja, uma análise deta-
volume mundial e exportando 98% de sua produção.
lhada mostra que, dos 63,5 bilhões de litros consumidos
de bebidas de frutas prontas para beber, 20,4 bilhões
foram do sabor laranja e 7,5 bilhões do sabor maçã.
Aproximadamente 85% do suco de laranja exportado mundialmente é proveniente do Brasil. Em nenhum outro setor o Brasil
exerce uma posição de liderança tão isolada.
Entretanto, no período de 2003 a 2009, na categoria
Consumo mundial
de bebidas
1.567 bilhão de litros (2009)
2,7%
Refrescos
8,2%
Café quente
0,9%
Leite
aromatizado
1,8%
Vinho
2,6%
Sucos e
néctares
São exportados o suco de laranja concentrado e congelado ou
sabores consumidos, com uma redução da demanda
FCOJ (Frozen Concentrate Orange Juice) e o suco não concen-
anual pelos sabores laranja e maçã em, respectivamente,
trado ou NFC (Not From Concentrate). Para desenvolver tecno-
1,6% e 2,3% e aumento da procura pelos sabores tomate
logias que permitissem exportar grandes quantidades a granel
e multifrutas, respectivamente de 2,6% e 1,3%. No caso
por milhares de quilômetros de distância sem perder qualidade,
dos néctares e refrescos, o volume do sabor laranja
foram necessários anos de pesquisa e investimentos em infra-
cresceu, mas em menor proporção quando comparado
estrutura e logística.
aos sabores pêssego, uva, manga e multifrutas.
Os principais mercados consumidores do suco concentrado são
a Europa, que importa aproximadamente 70% do suco brasileiro,
Essa diversificação nos sabores consumidos e a consequente perda da participação no mercado pelo sabor laranja
20,9%
Chá quente
11,2%
Cerveja
têm contribuído para a redução na demanda mundial de
suco de laranja, que registra uma queda de 1,6% ao ano.
participação
de consumo
12,8%
Leite
branco
12,5%
Refrigerantes
de sucos, foi observada uma maior diversificação nos
7,1%
Outros*
A situação é ainda mais grave nos maiores mercados consumidores de suco de laranja, EUA e Alemanha, que entre 2003
e 2009 apresentaram queda de, respectivamente, 15% e
15,3%
Água
* Outros: licor, chá, bebidas à base de café,
bebidas energéticas, bebidas com sabor de fruta
concentrada ou em pó.
Fonte: “O Retrato da Citricultura Brasileira”.
Elaborado por Markestrat a partir de dados da
Euromonitor.
os principais dados demográficos dos 40 países que
26%
América do
Norte
restante está dividido entre outros países, com destaque para
Japão e China. Entre os fatores que limitam uma maior diversificação nas importações estão questões de renda per capita,
logística e principalmente hábitos de consumo. Em alguns países
a preferência é pelos néctares e refrescos, produtos com pouca
quantidade de suco.
Apesar de sua liderança mundial, o suco de laranja brasileiro
Esse comportamento não é o que se esperava analisando
74%
Europa
e os Estados Unidos, que importam aproximadamente 13%. O
26% no consumo de suco de laranja (em FCOJ equivalente).
4,0%
Bebidas à
base de leite
Destino do NFC brasileiro
de 1990 a 2000
enfrenta diversas barreiras tarifárias que diminuem sua competitividade no mercado internacional.
juntos representam 99% da demanda mundial do sabor
Além disso, o suco brasileiro precisa atender a uma série de
laranja. Ao contrário do consumo de suco de laranja que
exigências técnicas que envolvem questões fitossanitárias, de
caiu 6% no período, os índices demográficos mostraram
embalagem, de consistência na qualidade do produto, regu-
crescimento: a população aumentou 5%, o PIB total 51%,
laridade na entrega, conformidade com o Codex Alimentarius,
o PIB per capita 43% e a renda líquida per capita 40%.
respeito às legislações gerais e locais para o comércio de
alimentos, entre outras.
Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex,
Banco do Brasil e SECEX/MDIC
53
Desde a década de 80, o Brasil é o maior produtor e exportador
Exportação
Levando-se em conta os 40 países que mais compram
Evolução da quantidade e do valor financeiro das exportações
de suco de laranja
o
NFC equivalente a 66 Brix
Valor Exportado (US$ milhões)
Quantidade em mil toneladas
2.500
2.500
2.252
1.997
2.000
51
1.500
845
1.041
1.277
1.348
1.189
2001
2002
1.619
145
169
103
171
2.000
1.500
1.000
1.111
1.208
1.271
1.122
1.130
2009
1.320
2008
1.254
2006
1.312
2007
500
2005
0
1.058
2004
500
1.193
2003
1.034
1.469
60
25
2000
1.000
83
0
Valor exportado em US$ milhões
FCOJ
Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC.
Destino do FCOJ brasileiro por década e em 2009
América do Norte Europa Ásia 2%
100%
3%
3%
2%
9%
2%
90%
Outros continentes
4%
11%
13%
80%
70%
43%
60%
64%
50%
63%
70%
40%
71%
30%
20%
10%
53%
33%
0%
Década 1970
Década 1980
26%
Década 1990
13%
16%
Década 2000
Em 2009
Fontes: Elaborado por Markestrat a partir de Cacex, Banco do Brasil, Siscomex e SECEX/MIDC
Alíquota de imposto de
importação para o suco de
laranja brasileiro – 2009
País/região
Alíquota do Imposto de Importação
Europa
FCOJ 15,20%
NFC 12,20%
FCOJ US$ 415/ton.
NFC US$ 42/ton.
25,50%
54%
o
7,5% para o suco abaixo de -18 e 30% para
o
sucos na temperatura acima de -18
5%
isentos
Estados Unidos
Japão
Coreia do Sul
O México tem isenção até alcançar o volume de 30 mil
toneladas por ano. No entanto, as exportações mexicanas
atuais para a Europa não atingem essa quantidade, ficando,
portanto, isentas de tributação.
China
Austrália
Outros destinos
Fonte: Elaborado por Markestrat a partir de dados da SECEX.
55
América do Norte e Europa respondem
por 88% de todo suco de laranja
industrializado consumido no mundo.
57
O tempo de vida de uma árvore de citros é de
até 100 anos.
SUSTENTABILIDADE
O nome da ilha de Curaçao se origina da
palavra curação (arte de curar), nome dado
por navegadores portugueses que viram ali a
cura dos doentes atacados por escorbuto que
teriam sido salvos pelas vitaminas do fruto que
ingeriram na ilha, a laranja.
Tendo o mercado europeu como seu principal importador, as
Ainda em construção mundo afora, não existe um conceito de
direto do presente.
indústrias brasileiras são signatárias do código de conduta e
sustentabilidade que seja totalmente aceito e não há fórmula para
fazem parte do sistema de controle voluntário da SGF (Sure,
determinar o que será desse conceito no futuro. Contudo, um
Como um setor exportador com 40 anos
Global, Fair), entidade internacional fundada em 1974 e
conceito bastante utilizado e aceito é o formulado pela Comissão
de idade se reinventa e se torna o produtor
baseada na Alemanha com a missão de promover segurança
Brundtland em 1987, segundo o qual “desenvolvimento sustentável
de uma das mais sustentáveis bebidas
e qualidade dos produtos à base de frutas, além de garantir
é o desenvolvimento que atende às necessidades presentes sem
um comércio justo. A SGF possui mais de 600 membros em
comprometer a habilidade de gerações futuras atenderem suas
60 países e realiza periodicamente inspeções nas instalações
próprias necessidades”. O campo de desenvolvimento sustentável
industriais para avaliar aspectos de higiene e de sustentabili-
divide-se em três pilares: ambiental, econômico e sócio-político.
dade ambiental, social e econômica.
Para que um produto seja sustentável é preciso que não haja desequilíbrio entre esses três pilares, ou seja, a produção deve ser social-
O código de conduta seguido por seus membros estabelece
mente justa, ambientalmente correta e economicamente viável.
padrões a serem seguidos com relação a aspectos traba-
Se falta algum desses conceitos, a sustentabilidade não se aplica.
lhistas, de acordo com o determinado pela Organização
Internacional do Trabalho. Em termos de sustentabilidade
O Brasil é signatário dos principais tratados sobre meio ambiente,
ambiental, estabelece que devem ser identificados quaisquer
tais como o Protocolo de Kyoto, e sua legislação ambiental é ampla-
impactos negativos da cadeia de suprimentos sobre o meio
mente reconhecida como sendo uma das mais rigorosas do planeta.
59
de que se tem notícia no mundo.
Sustentabilidade
O suco do futuro,
ambiente e utiliza do mínimo possível de agroquímicos.
No caso do suco de laranja, é possível dizer que esse suco tão
No âmbito da SGF, a indústria brasileira foi pioneira na criação
conhecido é a bebida do futuro. Isso porque ele consegue agregar
do projeto QUISEE (Quality Initiative South and East European
uma série de valores desde a sua produção que culminam com a
Countries), criado em 2001 para promover o comércio
criação de um alimento saboroso, nutritivo e que preserva o mundo
justo e o crescimento do mercado de sucos e
em que vivemos.
néctares no mercado europeu ampliado.
No processo de fabricação do
suco de laranja brasileiro, a água retirada
para a concentração da bebida é
reutilizada no sistema, incorporando
grandes benefícios ambientais.
A sua produção tem sido extremamente sustentável ao
Além disso, as fábricas possuem estações de trata-
longo dos últimos anos. Ao todo, os laranjais que fornecem
mento para efluentes líquidos e não há geração de
a fruta para a indústria processadora de suco de laranja
resíduos sólidos, uma vez que todas as partes da
ocupam uma área de apenas 600 mil hectares. Isso corres-
fruta são aproveitadas.
ponde a 10% do total ocupado pela cana-de-açúcar e a
0,86% da área plantada no Brasil.
Outro ponto importante está na mensuração das
emissões de carbono, uma exigência dos consu-
A produtividade nos pomares paulistas aumentou 39%
midores preocupados com o destino do planeta.
entre 1995 e 2008, como resultado de pesquisas e inves-
Em 2010, a indústria brasileira realizou um estudo
timentos. A produção citrícola está localizada no Estado
em que praticamente todo o setor exportador de
de São Paulo, e atende a rigorosas legislações ambientais
sucos cítricos é mapeado. Da produção da fruta,
que exigem a preservação de mata nativa e a obrigato-
passando pelos processos agrícolas e industriais,
riedade de respeitar áreas de preservação permanente,
entre outras. A citricultura não desmata e não promove
mudanças diretas ou indiretas no uso da terra.
transporte terrestre, transporte marítimo até os
terminais europeus, tudo foi calculado. Contudo,
segundo especialistas, não é possível medir a
Do ponto de vista social, as cidades que possuem pomares
SGF
de laranja possuem seus índices de desenvolvimento
SGF - SURE, GLOBAL, FAIR
humano (IDHs) bastante elevados, se comparados ao de
A cada dois anos, as indústrias são visitadas para
cidades produtoras de outras commodities. Ao todo, mais
verificar a conformidade de suas atividades com
de 10 mil produtores tiram seu sustento da terra nego-
o código de conduta. Na última visita (2009-10), a
SGF reportou que não encontrou trabalho infantil
ciando laranja com a indústria, mas o que mais impressiona
ou forçado e que as indústrias brasileiras produtoras
na produção do suco de laranja é a relação da indústria
de suco colaboram com as comunidades dos
com uma das principais fontes da vida: a água. Nas fábricas,
locais onde estão inseridas, patrocinando eventos
culturais, apoiando projetos sociais e empregando
trabalhadores da região.
procura-se usar o mínimo possível de água proveniente da
rede de abastecimento ou de cursos de água. Em média,
61
pegada de carbono com base apenas em uma
safra e novos cálculos serão feitos nos próximos
anos para que seja possível identificar um número
de toda a cadeia de produção citrícola.
Mundo afora diversos segmentos da economia vêm
CARBON FOOTPRINT
A CitrusBR possui um subcomitê de sustentabilidade,
formado por representantes das empresas associadas,
buscando mensurar as suas emissões, mas o suco
cujo objetivo é discutir, com atores nacionais e
de laranja brasileiro será o primeiro caso em que
internacionais, assuntos importantes relacionados à
todo um setor terá a sua medição. Esse é um passo
importante para mostrar a preocupação de produ-
sustentabilidade, tais como carbon footprint, uso
da água, utilização de resíduos, práticas agrícolas
sustentáveis, entre outros. O conceito de carbon
tores brasileiros não só com a saúde de seus negó-
footprint é uma ferramenta importante para identificar
cios, mas com a saúde do planeta em que vivemos.
oportunidades para a redução da emissão de gases de
efeito estufa (GEEs) no setor que produz suco de laranja.
uma indústria capta apenas 25% da água necessária, ao
passo que o restante provém do processo de concen-
Para a saúde humana, o suco de laranja é um
tração do suco, que exige que a água seja evaporada. Em
grande aliado. Além dos já conhecidos benefí-
vez de simplesmente jogar fora esse patrimônio, a água
cios da vitamina C, é uma bebida que não possui
evaporada é reutilizada para diversas funções dentro da
gordura, sódio e açúcar refinado, no caso do suco
própria estrutura industrial, tais como lavagem de frutos e
100%. Bom para quem bebe, para quem produz e
limpeza dos equipamentos.
para o planeta.
Indústria moderna, humana e sustentável
A Indústria de suco de laranja atua em duas frentes: conscientizando pessoas e agindo em coerência
com as melhores práticas de produção sustentável.
O objetivo é a conscientização dos colaboradores, terceiros e parceiros que, ao realizarem essas tarefas
incorporadas ao dia a dia, estão ajudando a si mesmos, a seus filhos e principalmente às futuras gerações.
Todas as indústrias mantêm
Reciclagem dos
Resíduos
viveiros que produzem mudas
Os resíduos gerados
de aproximadamente
na produção industrial
30 espécies diferentes, destinadas
de suco são aproveitados
exclusivamente para reposição
na fabricação de farelo
de árvores nativas mortas
de polpa cítrica.
em áreas de reserva ou de
Dessa forma evita-se a
preservação permanente
emissão de
das fazendas próprias.
resíduos sólidos.
Estas ações são complementadas
com contínuos processos
Reúso da Água
de cunho educativo voltados
A água residual
para os colaboradores
das indústrias e seus familiares.
do processo de
concentração de suco
de laranja, também
chamada de
Reciclagem de Lixo
As Unidades Industriais,
através de coleta seletiva,
captam e enviam para
reciclagem: papel, plástico,
“condensado”, é usada
para ferti-irrigação,
lavagem de frutas
e em outros processos
industriais. O sistema
beneficia o
vidro, latas metálicas, etc.
meio ambiente porque
Todo o material é doado para
reduz a necessidade
cooperativas associadas
de captação de água
às prefeituras, gerando renda,
nos cursos de água ou
emprego e desempenhando
na rede de
um trabalho social
abastecimento.
importante nos municípios
do cinturão citrícola.
Práticas Sustentáveis
As indústrias brasileiras adotam
Educação e Cidadania
Apoio a crianças e adolescentes
matriculados regularmente na rede
pública de ensino, por meio de doações,
fornecimento de material escolar,
Poluição e Uso
Racional da Energia
O controle da poluição
do ar e sonora,
e a minimização de
impactos ambientais
uniformes e brinquedos, entre outros,
tanto individualmente quanto em parcerias
uma série de estratégias, práticas e condutas
econômicas, ambientais e técnicas que evitam
ou reduzem a emissão de poluentes sólidos,
líquidos e gasosos para o meio ambiente.
São ações preventivas que evitam a geração
de poluentes ou criam alternativas
para que sejam reutilizados ou reciclados.
com instituições ligadas à proteção
dos direitos das crianças. Além disso,
são desenvolvidos projetos educativos
e profissionalizantes.
63
Reflorestamento
Terminais
também são observados
pelas empresas.
A certificação ISO 14001
São realizadas pesquisas
Projetos Sociais
dos terminais marítimos
e investimentos na
As indústrias apoiam e implementam
atesta que as empresas
modificação de processos
de forma que as emissões
de poluentes, odores e
ruídos sejam reduzidas.
diversos projetos nas áreas de educação,
possuem um sistema
saúde e meio ambiente nos municípios
de gestão ambiental
onde estão localizadas.
mundialmente reconhecido,
mais abrangente
que o requerido pela
Saúde
Apoio a projetos de prevenção,
campanhas educativas, tratamento
odontológico, oftalmológico
e atendimento médico gratuito,
inclusive em hospitais móveis.
legislação brasileira.
e
3 Lavagem
seleção
Como funciona a indústria brasileira de suco de laranja
Antes da extração, as
laranjas passam por um
processo de lavagem
com água e sanitizante
para eliminação de
impurezas. Em seguida,
profissionais selecionam
manualmente os
melhores frutos
para fazer o suco. Os
descartados serão
usados na produção de
ração animal.
Desde o plantio até chegar ao consumidor final, o suco de laranja
possui uma cadeia produtiva integrada e sustentável
1 Colheita
A maior parte da produção
brasileira de laranjas
concentra-se no interior
do Estado de São Paulo.
Nas fazendas, a colheita é
efetuada manualmente,
tomando-se os cuidados
para não danificar os frutos.
2 Recebimento
As fábricas ficam
estrategicamente
localizadas para que
as laranjas não percam
qualidade entre a colheita
e a extração. Os caminhões
são elevados em rampas
inclinadas para um rápido
descarregamento.
2a Inspeção
Amostras são retiradas
de cada caminhão para
análise de qualidade em
laboratório e liberação para
processamento. Resultados
dessa análise ajudam a
identificar particularidades
de cada safra.
de
2b Silos
armazenamento
As frutas são levadas por
correias transportadoras até
os silos de armazenamento.
4 Extração
As extratoras são ajustadas
para receber diferentes
tamanhos de laranjas.
Assim, cada fruto recebe
pressão para que seja
extraído o máximo de suco
sem retirar componentes
indesejados, que não
devem ser misturados.
O restante, como o
bagaço e as sementes,
é encaminhado para a
fabricação de subproduto.
Tudo se aproveita
De uma laranja podem ser extraídos até
nove subprodutos
suco extraído
da polpa
álcool
citrus base
farelo de
polpa cítrica
d-limoneno
essências
óleo essencial
da casca
polpa
5 Finalização
Os “finishers” retiram
do suco, por separação,
pequenos resíduos da
extração, como sementes
e gomos da polpa. Em
seguida, o suco passa
por centrifugação para
padronização do produto
final. A partir desse ponto,
o processo divide-se entre
a produção de suco de
laranja concentrado e de
suco não concentrado.
pectina
6 NFC
Desde as técnicas de plantio até o armazenamento
em tanques próprios refrigerados nos
portos estrangeiros, em todas as etapas é
empregada tecnologia brasileira.
O suco que vai dar
origem ao produto
não concentrado
(NFC – Not From
Concentrate)
passa por uma
pasteurização, ou
seja, é aquecido
e resfriado para
desativar enzimas
que poderiam afetar
a aparência e o
sabor, além de retirar
micro-organismos
prejudiciais à saúde.
De cada 5 copos de suco de laranja consumidos
no mundo, 3 são de suco brasileiro.
14
O Brasil exporta mais de 1 milhão de toneladas
de suco de laranja por ano.
2b
2
8
1
9
2a
A cada 10 minutos um caminhãotanque de suco de laranja desce a
Serra do Mar em direção ao Porto
de Santos, litoral de São Paulo.
PORTO
ESTRANGEIRO
PORTO DE
SANTOS
5
touca
árabe
3
óculos de
proteção
11
6
4
luvas
perneira
botas
Sustentabilidade
mais de 80% do total de exportações de suco de laranja no mundo.
n Desde 2003 houve um aumento de 20% na produtividade dos
pomares de laranja, sem aumento da área de plantio.
n Mais da metade de toda água utilizada nas fábricas é proveniente da
própria fruta, obtida durante o processo de concentração do suco.
n Todas as partes da laranja que não vão para o suco são encaminhadas
para a fabricação de diversos subprodutos, não havendo descarte de
resíduos sólidos no meio ambiente.
n A energia empregada nas fábricas é proveniente de fontes
renováveis, como hidrelétricas e queima de bagaço de cana.
n A frota leve das indústrias é movida a etanol. Em outros veículos é
usada gasolina brasileira, com 25% de etanol, ou o diesel nacional,
que leva 5% de biodiesel.
7 Desaeração
Por conter mais água,
o NFC passa por um
processo de desaeração
em cámara a vácuo,
para que seja retirado
o oxigênio dissolvido
no líquido. Dessa
forma, impede-se que a
vitamina C seja oxidada
ao longo do processo.
Um navio comporta até
43 mil toneladas de concentrado,
o equivalente a mais de
32 milhões de garrafas de 1 litro.
10
7
EPI
Equipamentos de
Proteção Individual
n Utilizando apenas 1,2% de sua área cultivada, o Brasil responde por
13
10
avental com
mangas
sacola
12
O grau Brix
é um padrão de
medida para
determinar os sólidos
solúveis ou açúcares
totais do suco
8
FCOJ
A maior parte do suco que é
usada na produção de FCOJ
(Frozen Concentrate Orange
Juice) segue até evaporadores
para atingir um grau Brix 66,
retirando-se parte da água e
componentes voláteis.
No mesmo equipamento,
o suco é pasteurizado.
9
Blenders
O FCOJ passa então por
um processo de mistura e
homogeneização para dar ao
produto aparência e sabor
ideais para a exportação. Nesta
etapa são readicionados alguns
aromas que se volatilizaram
durante a evaporação.
10
Condições ideais
O FCOJ e o NFC ficam armazenados
em tanques refrigerados e não têm
mais contato com o ar até
o fim da cadeia. Depois, são
bombeados até caminhões
especiais que fazem o transporte
até o Porto de Santos.
11
Tanques refrigerados
No porto, os produtos são novamente
bombeados para grandes tanques
especiais. Ali o suco é mantido em
temperatura ideal até a chegada do navio
– que também possui tanques refrigerados
– que irá transportar o produto para o
exterior com total segurança.
12
Transporte
marítimo
Os navios comportam até 43
mil toneladas de suco e levam
o produto aos principais portos
estrangeiros, especialmente
Roterdã (Holanda), Ghent e
Antuérpia (Bélgica), Flórida
(EUA), Newcastle (Austrália) e
Toyohashi (Japão)
13 Consumo
O NFC e o FCOJ são entregues aos
clientes, engarrafadores de sucos e
bebidas, que vão fabricar seus produtos
com marcas próprias, de acordo com o
gosto particular de seus países. Ao FCOJ
serão adicionados água, açúcares, etc.
Já o NFC é entregue pronto, e o cliente
é responsável por embalar e distribuir.
Só então o produto é disponibilizado
para o consumidor final.
14 Liderança
O suco de laranja
brasileiro é líder
no mercado
internacional, e
está presente em
mais de 90 países,
principalmente na
América do Norte
e na Europa.
Glossário
A Indústria de suco de laranja atua em duas frentes: conscientizando pessoas e agindo em coerência
com as melhores práticas de produção sustentável.
de pequenas sementes, acidez exces-
presença de carotenos. O flavedo
O objetivo é a conscientização dos colaboradores, terceiros e parceiros que, ao realizarem essas tarefas
Acidez – conteúdo ácido de um suco.
siva, entre outros.
possui também as vesículas que
D-Limoneno – principal compo-
contêm o óleo da casca de laranja.
incorporadas ao dia a dia, estão ajudando a si mesmos, a seus filhos e principalmente às futuras gerações.
Albedo – a camada branca e esponjosa que se localiza logo abaixo da
nente do óleo encontrado na casca
parte colorida da casca de laranja
da laranja, representando mais de
(flavedo). O albedo é rico em pectina.
90% do óleo da casca. Pertence a um
NFC – sigla para o termo em Inglês
Práticas Sustentáveis
grupo de hidrocarbonetos chamados
Not From Concentrate, ou seja, é o
terpenos.
suco que não passou por processo de
As indústrias brasileiras adotam
Aroma – odor com conotação positiva.
No caso do suco de laranja, a palavra
também é utilizada para referir-se a
E
parte do sabor (essence aroma).
Endocarpo – parte interna da laranja.
Ácido ascórbico – vitamina
encontrada em plantas,
especialmente frutas e vegetais
verdes. Forma cristais brancos quando
purificado e desidratado. Também é
chamada de vitamina C.
B
Brix (grau) – unidade utilizada para
expressar a quantidade de sólidos
solúveis totais presentes no suco.
Brix corrigido – é o grau Brix obtido
após a correção do conteúdo ácido do
suco. Representa a concentração de
açúcares do suco.
extração da laranja.
Apoio a crianças e adolescentes
teis recuperados durante o processo
Óleos essenciais – termo geral para
de evaporação. A essência é separada
descrever os óleos voláteis extraídos
em uma fase aquosa (essence aroma)
de plantas, frutas e flores, com odores
e uma oleosa (essence oil)
Essence Aroma – fase aquosa obtida
no processo de evaporação. É clara e
transparente e contribui para o aroma
e sabor da fruta.
Essence Oil – é a fase oleosa obtida
no processo de evaporação, tem cor
amarelada e é fonte de determinadas
notas de aroma de laranja.
Evaporação – processo para remover
calor.
Caixa – no caso das laranjas, é uma
Extração – processo para extrair o
medida equivalente a 40,8 quilos
suco da laranja, tanto do fruto inteiro
de fruta fresca.
quanto de metades, por meio de
Carotenos – classe de pigmentos
pressão mecânica.
e vegetais.
Educação e Cidadania
O
C
que ocorrem naturalmente em frutas
concentração ou diluição após sua
Essência – são os componentes volá-
água do suco utilizando fonte de
amarelos, vermelhos e alaranjados
N
característicos.
Organoléptico – relativo a propriedades das frutas ou sucos que possam
ser percebidas por meio dos cinco
sentidos.
matriculados regularmente na rede
pública de ensino, por meio de doações,
fornecimento de material escolar,
uniformes e brinquedos, entre outros,
tanto individualmente quanto em parcerias
ou reduzem a emissão de poluentes sólidos,
líquidos e gasosos para o meio ambiente.
São ações preventivas que evitam a geração
de poluentes ou criam alternativas
para que sejam reutilizados ou reciclados.
dos direitos das crianças. Além disso,
são desenvolvidos projetos educativos
e profissionalizantes.
Terminais
A certificação ISO 14001
encontrado principalmente no albedo,
Projetos Sociais
dos terminais marítimos
mas também em outras partes do
As indústrias apoiam e implementam
atesta que as empresas
fruto. Dá ao suco viscosidade e
diversos projetos nas áreas de educação,
possuem um sistema
textura.
saúde e meio ambiente nos municípios
de gestão ambiental
Polpa – partículas sólidas presentes
onde estão localizadas.
que o requerido pela
comercial do produto, que consiste
em pedaços do bagaço e dos gomos
F
que contêm suco de laranja, readicio-
FCOJ – sigla que significa Frozen
nados ao suco final.
Saúde
Apoio a projetos de prevenção,
campanhas educativas, tratamento
Concentrate Orange Juice, ou suco
mundialmente reconhecido,
mais abrangente
no suco de laranja. Também é o nome
de laranja concentrado e congelado.
S
odontológico, oftalmológico
Desaeração – processo pelo qual o
É o produto mais comum vendido
Suco da polpa – suco obtido através
e atendimento médico gratuito,
ar é removido do suco. Ar disperso
e transportado. Comercialmente, é
de processo no qual sólidos solúveis
produzido de forma a obter um grau
inclusive em hospitais móveis.
e bolhas livres são facilmente remo-
são recuperados da polpa por meio de
vidos, mas o ar dissolvido no suco
Brix 66.
sua lavagem.
requer um processo de desaeração
Finalizador – equipamento
para sua remoção.
utilizado para separar a polpa do suco.
V
Defeitos – o termo é utilizado para
Flavedo – a parte colorida e mais
Vesícula de suco – outro nome para
indicar fatores que prejudicam a quali-
externa da casca do fruto de laranja.
os “gomos” dentro dos quais fica o
dade do suco, por exemplo presença
A cor característica deve-se à
suco de laranja.
D
econômicas, ambientais e técnicas que evitam
com instituições ligadas à proteção
P
Pectina – tipo de polissacarídeo
uma série de estratégias, práticas e condutas
63
A
legislação brasileira.
Créditos
BIBLIOGRAFIA
The Orange Book
Todas as indústrias mantêm
Reciclagem dos
Resíduos
viveiros que produzem mudas
Os resíduos gerados
de aproximadamente
na produção industrial
Caminhos para Citricultura
30 espécies diferentes, destinadas
de suco são aproveitados
Reflorestamento
Tetra Pak, 2004
Markestrat (coord.), 2007
exclusivamente para reposição
na fabricação de farelo
O Retrato da Citricultura Brasileira
de árvores nativas mortas
de polpa cítrica.
Fava Neves, Marcos (coord.), 2010
em áreas de reserva ou de
Dessa forma evita-se a
preservação permanente
emissão de
Série P+L Cítricos
das fazendas próprias.
resíduos sólidos.
Estas ações são complementadas
com contínuos processos
Reúso da Água
de cunho educativo voltados
A água residual
para os colaboradores
das indústrias e seus familiares.
do processo de
concentração de suco
de laranja, também
chamada de
Reciclagem de Lixo
“condensado”, é usada
para ferti-irrigação,
Cetesb 2005
Poluição e Uso
Racional da Energia
O controle da poluição
do ar e sonora,
e a minimização de
impactos ambientais
também são observados
pelas empresas.
São realizadas pesquisas
e investimentos na
Websites acessados em novembro 2010:
FDOC – Florida Department of Citrus (EUA)
Para produtores e processadores
www.fdocgrower.com
Florida Citrus (EUA) Website elaborado pelo
FDOC para consumidores
www.floridajuice.com
Ultimate Citrus (EUA)
As Unidades Industriais,
lavagem de frutas
através de coleta seletiva,
e em outros processos
captam e enviam para
industriais. O sistema
reciclagem: papel, plástico,
beneficia o
vidro, latas metálicas, etc.
meio ambiente porque
Todo o material é doado para
reduz a necessidade
Juice Producers
cooperativas associadas
de captação de água
www.ifu-fruitjuice.com
às prefeituras, gerando renda,
nos cursos de água ou
emprego e desempenhando
na rede de
um trabalho social
abastecimento.
modificação de processos
de forma que as emissões
de poluentes, odores e
ruídos sejam reduzidas.
www.ultimatecitrus.com
JPA - Juice Products Association (EUA)
www.juiceproducts.org
IFU – The International Federation of Fruit
AIJN – European Fruit Juice Association
www.aijn.org
importante nos municípios
SGF International
do cinturão citrícola.
www.sgf.org
Fruit Juice Facts
www.fruitjuicefacts.org
PUBLICAção Institucional
CitrusBr – Associação Nacional dos
Exportadores de Sucos Cítricos
Presidente Executivo
Christian Lohbauer
Coordenação Geral
Larissa Popp Abrahão
Marta Martins DeVito
Coordenação Editorial
Ibiapaba Netto
Tradução
BTS
Suporte e Pesquisa
Larissa Popp Abrahão
Letícia de Sena Caritá
Debora Garcia Dezan
Planejamento e Design
Marta Martins DeVito
Edição de Arte
TypoDesign
Fotografia
Lau Polinésio
Bob Toledo
Douglas Aptekmann
Dreamstime
Istock Photo
Infográfico
Duo Dinâmico
Impressão
Pancrom
Tiragem
3.000 cópias
69
Indústria moderna, humana e sustentável

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