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OGLOBO Irineu Marinho (1876-1925) TERÇA-FEIRA, 29 DE MARÇO DE 2016 ANO XCI - Nº 30.185 (1904-2003) Roberto Marinho RIO DE JANEIRO oglobo.com.br A BATALHA DO IMPEACHMENT _ PMDB rompe com Dilma hoje, e PT já declara guerra a Temer Ministro do Turismo, Henrique Alves é o primeiro peemedebista a desembarcar Líder do governo no Senado, Humberto Costa afirma que Temer “será o próximo a cair”, caso a presidente seja afastada; Lula tenta conquistar dissidentes do antigo aliado e formar uma coalizão informal contra o impedimento ANDRESSA ANHOLETE/AFP Começou ontem o desembarque do PMDB do governo Dilma. Henrique Eduardo Alves (Turismo) foi o primeiro dos sete ministros do partido a pedir demissão, alegando que o diálogo com a gestão petista “se exauriu”. Hoje, o PMDB formalizará a saída do governo, e o vice Michel Temer atua para que o rompimento ocorra por aclamação na reunião do diretório nacional. O ex-presidente Lula tenta conquistar votos de dissidentes do partido, numa coalizão informal, mas a debandada do governo provoca efeito dominó, atingindo outras legendas da base. No Congresso, o PT reagiu. O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT), disse que Temer “será o próximo a cair”, caso o impeachment seja aprovado. Coordenador do MST, Alexandre Conceição afirmou que o vice, se assumir, não terá paz. PÁGINAS 3 a 5 O PSD do ministro das Cidades, Gilberto Kassab, liberou a bancada de 31 deputados para votar como quiser no processo de impeachment. PÁGINA 3 EDITORIAL ‘O que indicará uma debandada do PMDB’ PÁGINA 22 MERVAL PEREIRA Sugestão de Janot tira proteção política de Lula. PÁGINA 4 MÍRIAM LEITÃO O poder se enfraquece, e aliados fogem. PÁGINA 26 JOSÉ CASADO Governo e Congresso, cegos, não veem a saída. PÁGINA 23 Para Janot, Moro deve julgar Lula CHICO CONFRONTO NA CÂMARA VEJA A CHARGE NA PÁGINA 4 PSD libera votos de sua bancada Advogados deixam a Câmara depois de a OAB protocolar novo pedido de impeachment da presidente Dilma. Houve tumulto até próximo do plenário após manifestantes pró-governo tentarem impedir que a documentação fosse registrada. PÁGINA 3 Em parecer, o procurador-geral da República afirma que o ex-presidente Lula pode assumir ministério, mas sem foro especial no STF. PÁGINA 5 Barroso: ‘O que o Congresso decidir prevalecerá’ O ministro do Supremo Luís Roberto Barroso afirmou a um grupo de deputados da comissão do impeachment que o tribunal não tem pre- Mais empresas com prejuízo Câmara e no Senado”, disse Barroso. O presidente do STF, Ricardo Lewandowski, também afirmou: “Golpe é uma expressão que pertence ao mundo da política.” Com os dois, já são cinco ministros do STF a rechaçar a tese do governo de que o impeachment é golpe. PÁGINA 5 Menino é morto e violência explode MARCELO THEOBALD Recessão nos balanços tensão de analisar o mérito do processo, que, para ele, não pode ser chamado de golpe. “O que os senhores decidirem vai prevalecer, na Doze das 58 empresas do índice Ibovespa tiveram prejuízo no ano passado, mais do que o dobro de 2014. E outras 15 companhias viram lucros minguarem. PÁGINA 25 Repúdio internacional Angola condena ativistas à prisão Uma corte de Angola condenou 17 ativistas pela acusação de tramarem depor o presidente Santos, desde 1979 no poder. A Anistia protestou. PÁGINA 32 Protesto em Madureira. Um policial joga spray de pimenta contra moradores do bairro: seis pessoas foram presas com material inflamável Em protesto contra a morte de Ryan, de 4 anos, atingido no peito durante guerra do tráfico no Domingo de Páscoa, manifestantes atearam fogo a dois ônibus e a uma estação do BRT em Madureira. Escolas suspenderam aulas, e lojas fecharam as portas. Desde 2015, 12 crianças morreram por bala perdida na Região Metropolitana do Rio. PÁGINAS 13 e 14 REPRODUÇÃO EDISON VARA/REUTERS SEGUNDO CADERNO LETRA FEMININA ESPORTES Livros recuperam os primórdios do feminismo na Europa e no Brasil. ALTA PRESSÃO 2ª Edição - Preço deste exemplar no Estado do Rio de Janeiro R$ 4,00 - Circula com esta edição: Segundo Caderno Vencer o Paraguai hoje aliviaria situação nas eliminatórias até setembro. PÁGINA 36 2 l O GLOBO Terça-feira 29 .3 .2016 Página 2 Conte algo que não sei _ | ‘Grandes transformações dão trabalho, exigem união’ Panorama político | _ Eliza Capai, jornalista _ Documentarista, que veio ao Rio para um debate, aposta em temas sociais e de gênero. Ela foi à Suécia e ao Uruguai pesquisar políticas públicas que deram certo ILIMAR FRANCO [email protected] _ GUITO MORETO “Tenho 36 anos, sou formada em jornalismo e me considero uma documentarista guerrilheira itinerante. Gosto de me deslocar para ver a sociedade e a cultura sob diferentes ângulos. E gosto de ouvir diversas vozes para entender o que é o mundo sob perspectivas diferentes.” O desembarque O Planalto não entrega os pontos. Mas um dirigente do PMDB explica por que a sigla optou pelo afastamento: “Os políticos têm um princípio de preservação inquebrantável”. O presidente de um partido aliado disse ontem que a reunião do PMDB será emblemática. Afirma que o governo já sabe que cresce o apoio ao impeachment, e que este caminha para ser amplamente majoritário. _ ENTREVISTA A: O sinuoso PMDB NATÁLIA BOERE [email protected] Conte algo que não sei. Uma coisa que eu não sabia é que o avanço na tentativa de igualdade de gêneros na Suécia não foi num estalar de dedos e resultado de uma vontade divina. Foi luta mesmo, sindical e de partidos políticos engajados. Vi como as grandes transformações levam tempo, dão trabalho e exigem união. l Em que patamar está essa luta? A igualdade de gêneros na Suécia ainda não é consumada. Mesmo lá, as mulheres ainda ganham menos que os homens. A licença parental é um exemplo muito claro. Há uma lei de 1973 que estabelece 480 dias para mães e pais dividirem como bem entenderem, porque o filho é dos dois. Mas, por 20 anos, praticamente só as mulheres tiravam essa licença. Então, em 1993, o governo sueco estabeleceu 30 dias obrigatórios para os pais. l Sete anos depois, 60 dias. Este ano, 90 dias. A previsão é que, se a lei continuar sendo aprimorada, em 2035, ou seja, três gerações depois de sua implementação, pais e mães dividirão os dias igualmente. Você é feminista? Sou feminista, porque se não fossem as feministas do passado eu não teria viajado sozinha para realizar a série documental “Políticas públicas que deram certo”, que produzi, filmei, editei e finalizei; não teria ido para uma universidade, porque esses não eram os lugares das mulheres. Sou feminista para agradecer por poder fazer o que faço hoje e para garantir que as novas gerações de homens e mulheres possam ser mais felizes. l l Como o feminismo se manifesta no seu dia a dia? Venho de uma família muito feminina. Tenho duas irmãs, meus pais eram separados, então, em algum momento em casa, éramos quatro mulheres muito fortes. Cresci sem traumas e sem recalque por ser mulher, e entendi bem mais tarde como eu estava num lugar privilegiado de autoestima. E acabou que o meu trabalho é para dar voz a mulheres em situações de opressão. O Brasil é um dos campeões de feminicídio e violência doméstica. Quando tomamos consciência e refletimos sobre as coisas, somos capazes de transformar. l Você também foi ao Uruguai. O que constatou por lá? No Uruguai, onde o aborto e o uso da maconha foram legalizados, as pessoas encaram a realidade. Uma mulher que vai abortar pode ser deixada na invisibilidade, como ocorre no Brasil, onde mulheres pobres, principalmente, acabam feridas, mutiladas, e às vezes morrem. Ou pode ser tratada como uma questão de saúde pública e protegida pelo Estado. l O que a motivou a se aprofundar nessas questões? Em 2015, quando Eduardo Cunha assumiu a presidência da Câmara dos Deputados, falou que a legalização do aborto só passaria sobre o seu cadáver. Chamou para o pessoal e para suas crenças religiosas um problema de saúde pública do país. Senti uma angústia e uma impotência muito grandes. E pensei que queria buscar soluções em outros países que já estiveram onde nós estamos e passaram por transformações. E você fez tudo sozinha? Viajei sozinha, produzi, filmei, fiz as entrevistas, editei, finalizei. Por isso que eu tenho que ser feminista. Dá para imaginar eu fazendo tudo isso antes de as mulheres queimarem seus sutiãs? l Os políticos do PMDB próximos ao vice Michel Temer não querem fazer uma relação direta do afastamento do governo com o impeachment da presidente Dilma. Acontece que Temer conseguiu construir a unidade em torno do rompimento, mas ainda precisa avançar para que todos caminhem juntos pela destituição da presidente. “Não vamos nos antecipar, a cada dia sua agonia”, diz o ex-ministro Eliseu Padilha. Defensor do rompimento desde a posse de Dilma, em 2015, o presidente do PMDB da Bahia, Geddel Vieira Lima, não quer misturar as estações. Ontem, sugeriu que Temer não fosse à reunião de hoje, porque ele é vice de um governo constituído. _ “O programa do vice Michel Temer foi feito pelo PSDB. ‘Uma Ponte para o Futuro’ conversa muito bem com a proposta de governo que o PSDB fez para Aécio Neves” Gleisi Hoffmann, senadora do PT _ Constrangimento O ex-ministro Henrique Alves não vai à reunião do diretório do PMDB: “Não irei porque não quero que meu gesto seja motivo de oba-oba. A presidente Dilma não merece. Fiz o que fiz (pedir demissão) por consciência partidária e política.” O governo Temer AILTON DE FREITAS O GLOBO Por Dentro _ A hora H do PMDB E sta terça-feira deverá marcar o fim de uma aliança formal inaugurada em 2011, quando Dilma Rousseff subiu, pela primeira vez, a rampa do Planalto. O diretório nacional do PMDB se reunirá à tarde, na Câmara, para oficializar a decisão de romper com o governo. Nos últimos meses, as rusgas e as negociações entre o partido e o governo tiveram uma cobertura intensa — e extensa. Grande parte dessa história de encontros e desencontros foi contada pela sucursal do GLOBO em Brasília. Hoje, mais uma vez, vários repórteres do jornal — entre eles, CRISTIANE JUNGBLUT, EVANDRO É BOLI , J ÚNIA G AMA e S IMONE IGLESIAS — estarão dedicados à tarefa de entrevistar, ouvir bastidores e análises para relatar um capítulo decisivo da crise política que o país atravessa. — O desembarque do PMDB, que vem sendo costurado por aliados do vice Michel Temer, tende a influenciar diretamente outros partidos da base — explica a repórter Júnia Gama. Os desdobramentos do rompimento não se restringem ao Congresso. Do outro lado da Esplanada, o governo se organiza para tentar minimizar o estrago. Com isso, a cobertura jornalística será concentrada também nos ‘Alma de pobre’ Escalados. Repórteres da sucursal de Brasília que atuarão na cobertura movimentos do Palácio do Planalto. — Neste momento, o trabalho do governo para sepultar o impeachment é voto a voto. Por isso, é fundamental ouvir todos os envolvidos para conseguir dimensionar o impacto desses movimentos na crise política — resume Simone Iglesias. O time de jornalistas do GLOBO em Brasília ainda terá a tarefa de analisar em detalhes os aspectos práticos da decisão do PMDB nos ministérios, como o desembarque de ocupantes de cargos de segundo e terceiro escalões. l Leia também _ Rio Economia União volta atrás após anunciar plano para desocupar o Jardim Botânico e retirar 520 famílias do local PÁGINA 24 Caixa sobe juros, e crédito para imóveis acima de R$ 750 mil terá taxa de 12,50% ao ano PÁGINA 27 Para compensar horários reduzidos nos Jogos, Santos Dumont operará de madrugada em agosto PÁGINA 17 Tiros forçam Congresso dos EUA a fechar, e homem é preso, mas polícia descarta terrorismo PÁGINA 33 Loterias l LOTOFÁCIL AILTON DE FREITAS/23-4-2015 Adotado pelos tucanos, foi o ex-ministro Nelson Jobim quem propôs qual seria o norte do governo do vice Michel Temer. Em reunião com Armínio Fraga, José Serra e deputados, Jobim resumiu: Temer não deve concorrer nas eleições de 2018, a exemplo do que fez Itamar Franco; formar um Ministério de notáveis; e não se meter na Operação Lava-Jato. Mundo 1.341 01 l 03 l 04 l 08 l 09 l 10 l 13 l 14 l 15 l 16 l 17 l 20 l 21 l 23 l 24 l Sociedade Cerca de 39% dos professores da rede pública não têm formação adequada, segundo o MEC PÁGINA 34 Esportes Grupo de torcedores entra sem permissão no CT do Flamengo, que vai rever segurança PÁGINA 36 QUINA 4.044 38 l 41 l 50 l 51 l 72 l O leitor deve checar os resultados em agências oficiais e no site da CEF porque, com os horários de fechamento do jornal, os números aqui publicados, divulgados sempre no fim da noite pela CEF, podem eventualmente estar defasados. O presidente do PMDB do Rio, Jorge Picciani, tem justificado a retirada do apoio à presidente Dilma pela necessidade de preservar o prefeito do Rio, Eduardo Paes, especialmente depois da divulgação das conversas dele com Lula. Vanguarda O PMDB reluta na construção de seu programa social. O economista José Márcio Camargo sugeriu propostas polêmicas: subsídio para os pobres cursarem o ensino médio em escolas privadas, generalizar o ProUni e cobrança de mensalidade nas universidades públicas. Nó O líder petista no Senado, Humberto Costa, tenta minimizar a decisão do PMDB: “O partido nunca votou unido em nada”. Sobre a decisão de hoje: “Não sei se uma coisa (o afastamento) está agregada a outra (o impeachment).” Interna corporis O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, terá que adotar uma decisão polêmica na votação do impeachment. Vai decidir se a votação será em ordem alfabética, como no caso Collor; ou em ordem regional, começando pelo sul do país. _ A OAB chegou tarde. A comissão do impeachment já foi eleita e está funcionando. O jurista Hélio Bicudo foi um dos autores da representação. _ Com Amanda Almeida, sucursais e correspondentes [email protected] Terça-feira 29 .3 .2016 2ª Edição O GLOBO País l 3 A BATALHA DO IMPEACHMENT Começa o desembarque _ PMDB formaliza hoje saída do governo; Henrique Alves entrega cargo, e Kassab libera bancada do PSD JORGE WILLIAM/16-4-2015 SILVIA AMORIM, ISABEL BRAGA, SIMONE IGLESIAS E CATARINA ALENCASTRO [email protected] -SÃO PAULO E BRASÍLIA- Às vésperas do rompimento do PMDB, marcado para hoje, o governo sofreu ontem dois novos golpes que revelam o agravamento da crise política: o ministro Gilberto Kassab (Cidades) admitiu publicamente ter liberado a bancada do PSD para votar livremente sobre o impeachment; e o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, entregou no fim da tarde sua carta de demissão, justamente quando o Planalto fazia esforço para manter a fidelidade dos sete ministros peemedebistas em defesa do mandato da presidente Dilma Rousseff. Apesar dos esforços do Planalto e até de uma conversa do ex-presidente Lula com o vice-presidente Michel Temer, o PMDB formaliza hoje, em reunião do Diretório Nacional, o fim da aliança com o governo. Henrique Alves foi o primeiro ministro do partido a entregar o cargo, e, em carta à presidente Dilma, disse que o diálogo entre a legenda e o governo “se exauriu”. Com 31 deputados, o PSD também começou a dar os primeiros passos para se afastar do PT e da presidente às voltas com um processo de impeachment. Esse movimento envolveu ações costuradas em Brasília e São Paulo, que ganharam corpo nos últimos dias. Em São Paulo, onde ontem à noite participou de um evento na Assembleia Legislativa, Kassab admitiu que os deputados de sua bancada votarão como quiserem, mas negou a existência de um racha na legenda quando indagado qual seria a voz majoritária no partido, se a favor ou contra o governo. — Não existe racha. Em partido que libera não existe racha. O PSD é um partido unido em cima de propostas claras para o país. Em algumas circunstâncias, entende que, até pela razão de ser partido novo, precisa da liberação (da bancada) para que cada um tenha o conforto de votar de acordo com a sua história — disse Kassab. A decisão foi tomada semana passada, logo depois que o partido permitiu que um de seus parlamentares, Rogério Rosso (PSD-DF), assumisse a presidência da comissão especial do impeachment na Câmara. O partido ocupa desde dezembro de 2014 o Ministério das Cidades, um dos mais cobiçados da Esplanada. Mas lideranças do PSD dizem que não há condições políticas para o partido impor uma postura favorável ao governo a seus parlamentares. Nas contas de dirigentes da sigla, ao menos metade da bancada apoia hoje o impeachment de Dilma. — Os parlamentares estão sofrendo uma pressão muito grande de suas bases. Eles sabem que dependem dessas bases nas eleições, e neste momento fica difícil ir contra o que elas pedem — explicou uma liderança do PSD sobre o movi- De saída. Alves e Temer na posse do ex-presidente da Câmara no Ministério do Turismo, ano passado: diálogo entre governo e PMDB “se exauriu”, disse na carta de demissão mento pró-impeachment. Diferentemente do PMDB, que marcou para hoje uma reunião para anunciar o afastamento do governo, o PSD não tem reuniões marcadas para isso. O ministro das Cidades, Gilberto Kassab, fundador do PSD, vinha evitando falar publicamente sobre o futuro da sigla. Por isso, o desembarque oficial do governo ainda é considerado algo remoto por lideranças da legenda. Em São Paulo, uma outra frente do PSD que converge para o descolamento gradual do governo Dilma e do PT deverá ser oficializada nos próximos dias. O PSD terá uma candidatura a prefeito de São Paulo de oposição ao PT. Até pouco tempo atrás, Kassab costuranva uma candidatura neutra na maior cidade do país com o candidato Ricardo Patah. Nos últimos dias, o ministro acertou com o ex-tucano Andrea Matarazzo os detalhes finais da filiação dele ao PSD para sair candidato a prefeito de São Paulo. — É tudo uma coisa só. São movimentos que indicam a forte tendência de afastamento do PSD do PT — afirmou uma liderança paulista do PSD. No PMDB, o apoio ao governo está em franca deterioração. Ministro mais próximo de Michel Temer, Henrique Eduardo Alves pediu demissão do cargo de ministro do Turismo no fim da tarde de ontem. Há menos de um ano no comando da pasta, Alves se tornou ministro na “cota pessoal” de Temer em abril de 2015, quando Dilma resolveu agradar ao vice e se indispôs com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Alves assumiu no lugar de Vinícius Lages, afilhado político de Renan. A troca de ministros, à época, foi vista como gesto equivocado de Dilma, que comprava briga com um dos seus principais fiadores no Congresso. Assim que Lages foi demitido, Renan pôs em votação no Senado projeto que tinha forte resistência do Planalto: a mudança de indexador das dívidas dos estados e municípios com a União, que recalculou para menos os débitos. Antes de entregar a carta de demissão, Alves conversou com Temer. Pesou na decisão a relação com o vice e os 46 anos de filiação ao PMDB. Entre os peemedebistas próximos a Temer, a permanência de Alves vinha causando mal-estar, pela iminência do desembarque. Ontem, na véspera da reunião do Diretório Nacional, Alves decidiu sair. Na carta entregue à presidente, o peemedebista alega “coerência ideológica” e diz que o diálogo “infelizmente, se exauriu”. “Todos sabem que sempre prezei o diálogo permanente. Diálogo este que, lamento admitir, se exauriu. Assim, presidenta Dilma, é a decisão que tomo. Estou certo de que sendo a senhora alguém que preza acima de tudo a coerência ideológica e a lealdade ao seu próprio partido, entenderá a minha decisão”, justifica a demissão. Henrique Alves afirma, ainda, que a decisão ocorre porque seu partido resolveu seguir outro caminho e que deve ficar do lado de Temer, “companheiro de tantas lutas”: “O momento nacional coloca agora o PMDB, meu partido há 46 anos, diante do desafio maior de escolher o seu caminho sob a presidência do meu companheiro de tantas lutas, Michel Temer”. A reação do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), ao saber da demissão de Alves do Ministério do Turismo, deu o tom de como o governo atuará para reagrupar a base após o desembarque do PMDB: — Esse ministério do Henrique Alves vai ser ótimo para redistribuir para quem quer ficar com o governo — afirmou ontem o deputado. (Colaborou Júnia Gama) l OAB entrega novo pedido de afastamento de Dilma em meio a tumulto GIVALDO BARBOSA Briga entre advogados pró-impeachment e defensores do governo tomou a Câmara EVANDRO ÉBOLI, ISABEL BRAGA E MANOEL VENTURA (*) [email protected] A entrega pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de novo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, ontem, na Câmara, transformou o Salão Verde — principal espaço de acesso do público à Casa — e também o lado de fora em palcos de discussões, bate-bocas e troca de socos e pontapés entre manifestantes dos dois lados. Dentro da Câmara, foi uma guerra de palavras de ordem. Do lado de fora, os grupos chegaram a brigar fisicamente. Um conjunto de advogados ligados à OAB compunha a claque pró-impeachment. Do lado pró-governo, estavam muitos servidores e funcionários da Câmara e de gabinetes de parlamentares do PT, do PSOL e do PCdoB. A confusão teve início quando o grupo pró-governo tentou impedir o acesso dos integrantes da OAB ao setor de protocolo da Câmara. — A nossa bandeira jamais será vermelha — gritavam os anti-Dilma, e também provocam os servidores ligados aos partidos de esquerda: — Vão ter que trabalhar! — Lula ladrão! Os pró-Dilma devolviam com gritos de guerra: — A verdade é dura, a OAB apoiou a ditadura! — Fora golpistas! Fora coxinhas! Seguranças da Câmara chegaram a se posicionar entre os dois grupos. O presidente da OAB, Claudio Lamachia, precisou usar um elevador privativo de deputados para acessar o setor de protocolo, fugindo da confusão. Ao deixar a Câmara, preferiu não seguir de carro e foi levanta- -BRASÍLIA- Temperatura alta. Lamachia, presidente da OAB, é carregado por advogados durante o tumulto na Câmara do nos braços de seus colegas da OAB. Lamachia também segurou uma bandeira brasileira, e quando deixou os ombros dos amigos, disse próximo ao ouvido de um integrante do grupo, em conversa presenciada pelo GLOBO: — Esses filhos da puta acham que vão me intimidar — afirmou. Depois, mais calmo, disse: — Esperamos serenidade, que as pessoas tenham calma, que esse ódio diminua. Do lado de fora, houve troca de socos e de pontapés. O estudante da UnB Rodrigo Mateus Almeida, que estava junto com um grupo de universitários, se envolveu numa briga com um grupo de pessoas ligadas à OAB, que o acusaram de dar uma voadora em um deles. Rodrigo foi encurralado e, depois de o jogarem ao chão, levou socos e pontapés. — Eles me agrediram primeiro. Apenas reagi CRONOGRAMA DA COMISSÃO 4 11 12 14 DE ABRIL Previsão de vencimento do prazo para a defesa da presidente Dilma Rousseff DE ABRIL Previsão de entrega do relatório e possível votação na comissão DE ABRIL Em caso de votação, publicação do parecer da comissão DE ABRIL Processo na ordem do dia para votação em plenário na Câmara Editoria de Arte — disse Rodrigo Almeida. Os manifestantes da OAB disseram que foi o estudante quem começou a confusão. — Foi você quem começou tudo, deixe de ser mentiroso — disse André Assis, ligado à OAB. Na petição entregue ontem, a OAB faz duros ataques à atuação da presidente Dilma e a acusa de usar o cargo de forma permissiva e de praticar atos para se manter no poder. A OAB não se restringiu às acusações de supostas irregularidades cometidas por Dilma nas pedaladas fiscais e incluiu trechos da delação de Delcídio Amaral, classificando ainda de “açodada” a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil. O documento também cita as gravações dos diálogos de conversa entre Dilma e Lula e a acusa de tentar assegurar fôro ao petista. “O açodamento da Excelentíssima Senhora Presidente da República na nomeação do senhor Luiz Inácio Lula da Silva (...) destinado a acomodar seu aliado no posto de Ministro de Estado (...) Daí surge o questionamento: qual o interesse público relevante e inadiável a justificar uma edição extraordinária do Diário Oficial da União que teve como único propósito formalizar a nomeação de um ministro de estado? (...) A instituição Presidência da República foi utilizada para a satisfação de interesses outros que não aquele de matiz pública (...)”, diz o documento da OAB. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi irônico ao comentar o pedido de impeachment apresentado pela OAB. Antigo desafeto da instituição, Cunha afirmou que a OAB estava “atrasada”, que o novo pedido vai entrar na fila e que não poderá ser aditado ao que está em tramitação. — São momentos diferentes, circunstâncias diferentes e pessoas diferentes. Agora a Ordem veio um pouquinho atrasada, o pedido de impeachment já está tratando aqui há muito tempo — disse Cunha. (*Estagiário sob a supervisão de Paulo Celso Pereira) l l O GLOBO 4 l País l 2ª Edição Terça-feira 29 .3 .2016 A BATALHA DO IMPEACHMENT [email protected] MERVAL PEREIRA _ PMDB tenta saída por aclamação; Planalto ainda busca dissidentes Ministros poderão ser liberados pelo partido para ficar nos cargos | | Lula sem privilégios Embora a manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sobre a nomeação de Lula para a Casa Civil não deva ter repercussão prática, já que existe uma liminar impedindo a posse até que o plenário do STF se pronuncie, seus argumentos no documento de ontem revelam o que deverá ser sua posição em outro processo, este criminal, que poderá gerar um inquérito contra a presidente da República por obstrução da Justiça. A sugestão de Janot de que Lula, mesmo nomeado ministro, não tenha foro privilegiado em relação aos crimes acontecidos antes de sua nomeação, retira dela a proteção política que se buscava, e deixa Lula descoberto diante daqueles com quem deverá negociar apoios à presidente Dilma. Com a presidente ameaçada por um inquérito sobre obstrução da Justiça, e Lula igualmente ameaçado de voltar à esfera do juiz Moro, o governo perde mais substância política e reforça a ideia de que o PMDB e outras siglas no entorno do governo como o PP e o PSD deixem a coalizão governamental e comecem a preparar o governo de Michel Temer pós-impeachment. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo, deve dar uma liminar mantendo a suspensão da nomeação de Lula já determinada por outra liminar do ministro Gilmar Mendes, mas os pontos levantados pelo procurador-geral são fundamentais para se entender as consequências políticas das decisões do Supremo sobre o ex-presidente Lula. Janot afirmou em seu parecer que a nomeação de Lula para a Casa Civil pela presidente Dilma Rousseff teve o objetivo de influenciar as investigações sobre o ex-presidente na primeira instância da Justiça Federal, mais especificamente na 13ª Vara Federal em Curitiba, onde o juiz Sérgio Moro conduz os processos da Operação Lava-Jato. No documento encaminhado nesta segundafeira ao Supremo Tribunal Federal (STF), Janot classificou de “inegavelmente inusual” e “circunstância anormal” a decisão de Dilma de apressar a posse de Lula no ministério. Ele atribui ao ato um “desvio de finalidade”, o que por si só não significa que a presidente tentou obstruir a Justiça. Mas ao afirmar as duas coisas, isto é, que com o desU vio de finalidade ela tentou “influenciar as Os pontos-chave investigações”, ele está encaminhando a conclusão para o Janot sugere que Lula não campo criminal, e não tenha foro privilegiado em apenas meramente relação aos crimes administrativo. acontecidos antes de sua Se, como se espera, nomeação para a Casa Civil Janot mantiver esse encadeamento de raciocínio quando resGanha corpo a ideia de que ponder à questão criPMDB e outras siglas deixem minal relativa às grao governo e comecem a vações entre Lula e preparar o governo de Temer Dilma, ele estará sugerindo ao ministro Teori Zavascki que abra um inquérito paO governo não tem mais ra apurar a atuação da força para impedir o presidente da Repútrabalho da Lava-Jato blica no caso. De acordo com ele, o dano à persecução penal pode ocorrer de diversas maneiras: necessidade de interromper investigações em curso, tempo para remessa das peças de informação e para análise delas por parte dos novos sujeitos processuais no STF e ritos mais demorados de investigações e ações relativas a pessoas com foro por prerrogativa de função, decorrentes da legislação penal (particularmente da Lei 8.038, de 28 de maio de 1990), da jurisprudência e da dinâmica própria dos tribunais. Janot acrescenta que a prerrogativa do chamado foro por prerrogativa de função não é absoluta. “Caso se apure ter sido a nomeação praticada com abuso de direito ou tentativa de fraude processual, pode autorizar-se deslocamento da competência para outro juízo”, diz. A discussão sobre o foro privilegiado não deverá ser enfrentada agora pelo ministro Teori Zavascki, mas sim quando o assunto for analisado pelo plenário do Supremo, a partir do dia 2 de abril, quando o ministro Gilmar Mendes, relator dos mandados de segurança que sustaram a posse de Lula no Gabinete Civil, retorna de Lisboa. A partir de hoje, quem ainda nutria a esperança de que o governo tinha força junto à ProcuradoriaGeral da República para proteção de seus apoiadores já deve estar convencido de que não existe a possibilidade de parar as investigações da Operação Lava-Jato. A começar por Lula. l 1 2 3 oglobo.globo.com/blogs/ blogdomerval JÚNIA GAMA, SIMONE IGLESIAS, CATARINA ALENCASTRO, EDUARDO BARRETO E CRISTIANE JUNGBLUT Entreouvido no saloon (9) CHICO [email protected] -BRASÍLIA- Com o processo de impeachment caminhando a todo vapor na Câmara, o PMDB, maior partido da base aliada, tenta formalizar hoje, por aclamação, o desembarque do governo em reunião do Diretório Nacional. Ainda há uma divisão a respeito das centenas de cargos ocupados em todos os escalões da República. Ciente da iminente derrota, o Palácio do Planalto ainda trabalha para angariar votos entre os dissidentes, em especial os agora seis ministros do PMDB (Henrique Eduardo Alves, do Turismo, pediu demissão ontem), e evitar um rompimento unânime que signifique um completo descolamento do governo. A unanimidade dificultaria ainda mais a busca de votos contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Ontem, o dia foi intenso em reuniões de ambos os lados. As articulações do vice-presidente Michel Temer, que é presidente do PMDB, foram no sentido de conseguir um desembarque sem resistências na reunião do Diretório Nacional. Para evitar constrangimentos, a decisão foi que os contrários ao rompimento imediato, como os ministros, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDBAL), e alguns parlamentares, não comparecerão ao evento de hoje. Nem Temer estará presente. Segundo pessoas próximas a ele, o objetivo é ele não ficar carimbado de “capitão do rompimento”. ROMPIDOS, MAS COM CARGOS O vice-presidente orientou os dirigentes do PMDB a procederem a uma votação rápida, que apenas aprove o desembarque por aclamação, sem entrar em especificidades como prazos para que os ministros deixem os cargos. Isso significa que o partido ficará “rompido” com o governo, mas mantendo os cargos que o Planalto deixar. Ainda assim, como gesto de fidelidade a Temer, Henrique Eduardo Alves decidiu ontem pedir demissão do Ministério do Turismo. A maioria dos ministros, no entanto, não deve acompanhar Henrique Alves neste momento. Na prática, o desembarque — Vamos botar ordem nesta casa: tome isto! Para evitar constrangimentos, os contrários ao rompimento imediato, como os ministros do partido e o presidente do Senado, Renan Calheiros, não irão à reunião de hoje é uma separação entre os aliados que resultará numa posição ainda mais crítica do PMDB na Câmara, em meio ao processo de impeachment. O diretório não decidirá sobre o afastamento de Dilma do cargo, mas, objetivamente, deixará os parlamentares liberados para votarem como quiserem, sem que estejam sujeitos a pressões do Planalto em razão dos cargos que o partido ocupa. — Temer não quer criar problemas para ninguém. Os mais radicais insistem nesse prazo até o dia 12 de abril para os ministros deixarem os cargos, mas sentimos Temer trabalhando para que não haja constrangimentos — afirmou um ministro que esteve ontem com o vice-presidente. Temer também se encontrou ontem com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o líder do PMDB na Casa, Eunício Oliveira, e expôs sua posição. Renan era o mais refratário à saída do governo. O vice-presidente recebeu ainda ministros que resistem em deixar o governo, como o de Minas e Energia, Eduardo Braga, e o de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera. Ambos ouviram de Temer que não há mais o que fazer para mudar a posição do PMDB, mas que não há intenção de criar problemas para quem quiser permanecer no governo. Para Temer, a partir de amanhã, os ministros que ficarem em seus cargos o farão por iniciativa própria. É justamente nesta brecha que o Planalto aposta para evitar uma debandada geral do partido. O Planalto quer garantir sua base no Congresso com urgência e irá acompanhar os desdobramentos do processo de impeachment para mexer no tabuleiro ministerial. Ontem, a presidente Dilma afirmou aos ministros do PMDB que são bem-vindos a permanecer no governo, mesmo com o desembar- que do partido. O Planalto avalia que o PMDB fora do governo não significa que todos os votos da sigla estarão a favor do impeachment. LULA ENCONTROU TEMER O ex-presidente Lula estará na linha de frente dessas negociações com os dissidentes do PMDB e de outros partidos da base aliada. Ontem, Lula desembarcou em Brasília para acompanhar de perto as movimentações. No domingo, após semanas sendo evitado pelo vice-presidente, Lula conseguiu um encontro com Temer em São Paulo. Segundo relatos de peemedebistas, Temer traçou um panorama da situação interna do PMDB, cujo clima para a reunião do Diretório Nacional é pelo rompimento, e disse ao ex-presidente que não há mais condições de reverter o quadro. Lula perguntou sobre a possibilidade de adiamento da reunião do Diretório Nacional, mas Temer disse que o resultado prórompimento já estava consolidado e que não seria mais possível “segurar o partido”. Uma amostra dessa impossibilidade foi a decisão de ontem do diretório do PMDB de Minas Gerais de romper com o governo Dilma, a exemplo do que já fizera o diretório do Rio. l Lula aposta em coalizão sem apoio do diretório Ex-presidente diz que teve auxílio de parte do PMDB, sem fechar aliança SÉRGIO ROXO [email protected] -SÃO PAULO- Em entrevista a 24 correspondentes de jornais estrangeiros, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou ontem a provável saída do PMDB do governo, mas disse acreditar que poderá contar com o apoio de alguns integrantes do partido na luta contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, mesmo com a decisão contrária do Diretório Nacional. Na avaliação do petista, a saída do PMDB não significará um abandono total do partido. O ex-presidente lembrou o início de seu governo, em 2003, quando parte do partido o apoiava, apesar de a cú- pula da legenda não ter fechado uma aliança. — Vejo com muita tristeza o PMDB abandonar o governo ou se afastar. Pelo que eu estou sabendo, os ministros do PMDB não sairão e nem a Dilma quer que eles saiam — afirmou. Lula destacou ainda as diferenças regionais do PMDB. — No segundo mandato, nós fizemos um acordo com o PMDB. Ainda assim, a gente nunca teve todo o PMDB. Você tem vários estados em que o PMDB quer apoiar o governo — declarou. Em estratégia semelhante à adotada na semana passada pela presidente Dilma, que também deu entrevistas a correspondentes internacionais, Lula falou por mais de duas horas para representantes de jornais como “The New York Times” e “El Pais”, e de agências, como “AP”, “Reuters”, “Efe” e “France Presse”, defendendo que há “um golpe” em curso no Brasil. O ex-presidente criticou ainda o juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato: — Por tudo que se sabe do juiz Moro, é que ele é uma figura inteligente, competente, mas como ser humano eu temo que a mosca azul faça os seus efeitos. As pessoas começam a se autovalorizar, a achar que aque- “O governante precisa pensar no futuro e não ficar preocupado em sobreviver dia a dia, que é o que está acontecendo hoje” Luiz Inácio Lula da Silva Ex-presidente le tipo está legal, que é bom a imprensa dar destaque. Na semana passada, Lula já havia dito em discurso a sindicalistas que a Operação Lava-Jato pode trazer consequências negativas para o país, como aumento do desemprego. No dia 4 de março, Moro determinou a condução coercitiva de Lula para depor. No dia 17, o magistrado retirou o sigilo sobre grampos de telefones ligados ao ex-presidente feitos com autorização judicial. Na entrevista, Lula criticou a imprensa e disse ainda que Dilma precisa de tranquilidade. — Para que o país possa funcionar corretamente é preciso ter tranquilidade. O governante precisa pensar no futuro e não ficar preocupado em sobreviver dia a dia, que é o que está acontecendo hoje. É uma sangria todo santo dia, e com o apoio de uma certa mídia, que colabora para que o clima de ódio fique estabelecido nas ruas deste país — disse Lula, arrematando: — Deixem essa mulher governar. l l País l Terça-feira 29 .3 .2016 2ª Edição O GLOBO l 5 A BATALHA DO IMPEACHMENT _ Impeachment cabe ao Legislativo, diz Barroso Relator do tema na Corte também defendeu que processo não é golpe, como já fizeram três ministros FELIPPE SAMPAIO/STF DIVULGAÇÃO EDUARDO BRESCIANI [email protected] -BRASÍLIA- O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou ontem que a Corte não tem pretensão de fazer juízo de mérito sobre o processo do impeachment da presidente Dilma Rousseff, ou seja, de avaliar se houve a prática de crime de responsabilidade. Barroso, que foi relator do tema na Corte, afirmou que o processo não pode ser chamado de golpe, enquanto o presidente da Corte, Ricardo Lewandowski, por sua vez, afirmou que tal expressão não cabe no debate jurídico. Os ministros Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Celso de Mello já se posicionaram publicamente refutando que impeachment possa ser reconhecido como um “golpe”. Barroso e Lewandowski receberam ontem deputados da Comissão do Impeachment em reuniões abertas à imprensa. O relator afirmou aos deputados que a decisão do STF sobre o rito devolveu o assunto às mãos dos parlamentares e que cabe a eles decidir o futuro de Dilma. — O que os senhores decidirem vai prevalecer, na Câmara e no Senado. O Supremo não tem pretensão de fazer juízo de mérito nessa matéria — afirmou Barroso. ‘UM INEVITÁVEL FLA-FLU” O ministro afirmou que impeachment não é “golpe”, que há um “inevitável Fla-Flu” sobre o tema e que cabe à Corte o papel de árbitro da disputa. — Impeachment não é golpe, é um mecanismo previsto na Constituição para afastar presidente da República, mas se impõe respeito à Constituição e às normas estabelecidas — disse o ministro. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, afirmou que a expressão “golpe”, utilizada pelo governo para contestar o processo de impeachment, pertence ao debate político e não ao andamento jurídico do tema. — Golpe é uma expressão que pertence ao mundo da política, nós aqui usamos apenas expressões do mundo jurídico — afirmou Lewandowski, após se reunir com deputados da comissão do impeachment. O presidente ressaltou que a Corte, Audiência. O presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, recebe em audiência parlamentares representantes da comissão de impeachment: conversa sobre o trâmite do processo “O que os senhores decidirem vai prevalecer, na Câmara e no Senado” Luís Roberto Barroso Ministro relator do impeachment na decisão que proferiu sobre o impeachment, se limitou a reafirmar a jurisprudência do processo de 1992, que levou à saída do presidente Fernando Collor de Mello. Disse ainda que o objetivo da decisão tomada pelo STF não foi afrontar a forma como a Câmara conduzir o processo, mas colaborar com o andamento dos trabalhos. Ele reconheceu que podem haver novos questionamentos sobre o processo. Afirmou que caso isso ocorra a Corte se posicionará com celeridade. O ministro disse ainda aos parlamentares que é necessário serenidade e trabalhar para evitar conflitos no andamento do processo. Participaram das reuniões no STF o presidente da Comissão do Impeachment, Rogério Rosso (PSD-DF), o relator, Jovair Arantes (PTB-GO), e os de- mais integrantes da mesa do colegiado, Carlos Sampaio (PSDB-SP), Maurício Quintella Lessa (PR-AL) e Fernando Coelho Filho (PSB-PE). O relator ressaltou que a intenção é levar os trabalhos de forma a evitar que o tema retorne para discussão no STF. — Estamos agindo com isenção e não vamos dar oportunidade de que isso aconteça cometendo qualquer erro premeditadamente — afirmou Jovair. O presidente da comissão afirmou que sua intenção é continuar levando o trabalho adiante com cautela, serenidade e respeito às instituições. Na Câmara, o presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) manteve ontem a decisão tomada pela comissão especial do impeachment na semana passada de não incluir a delação premiada do senador Delcídio Amaral na análi- Janot afirma que Moro deve julgar Lula AILTON DE FREITAS PGR diz que nomeação de ex-presidente não descumpriu Constituição se do processo contra a presidente. Em decisão lida no plenário, Cunha afirma que não cabe à Presidência da Casa interferir em decisão tomada pela comissão especial e que ao colegiado definir que documentos irão compor a análise. O deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) queria que a delação fosse considerada por entender que ela é “pública e notória”. Depois de ouvir a decisão de Cunha, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) anunciou que também recorreria à CCJ contra ela, para evitar qualquer manobra de retirada do pedido. A CCJ ainda não foi instalada na Casa e isso só deverá acontecer na próxima semana. Cunha minimizou as críticas do PT, que pede que a presidente seja novamente notificada em função da retirada dos documentos de Delcídio. l Lewandowski aciona PF para investigar ameaças a ministros Magistrados da Corte viraram alvo após julgamentos que envolvem a Lava-Jato VINICIUS SASSINE [email protected] O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, acionou a Polícia Federal e o Ministério Público Federal para investigarem ameaças que os ministros da Corte têm recebido após os julgamentos que envolvem a Operação Lava-Jato. Sem entrar em detalhes, em comunicado divulgado ontem, Lewandowski afirmou que as ameaças “excedem a mera irresignação com posições jurídicas externadas por integrantes do STF no legítimo desempenho do elevado múnus público que lhes foi cometido”. Na última semana, o ministro Teori Zavascki foi alvo de seguidos protestos pela decisão que determinou ao juiz federal Sérgio Moro que enviasse ao Supremo todas as investigações da Operação Lava-Jato envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. -BRASÍLIA- -BRASÍLIA- O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou, em parecer, que a nomeação de Lula na Casa Civil pela presidente Dilma Rousseff teve o objetivo de influenciar as investigações sobre o expresidente na primeira instância da Justiça Federal, mais especificamente na 13ª Vara Federal em Curitiba, onde o juiz Sérgio Moro conduz os processos da Lava-Jato. No documento enviado ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF), Janot classificou de “inegavelmente inusual”, “circunstância anormal” e “desvio de finalidade” a decisão de Dilma de apressar a posse de Lula no ministério. A indicação do procurador-geral no parecer é que a nomeação do ex-presidente no cargo seja mantida, mas sem foro privilegiado junto ao STF para as suspeitas investigadas na Lava-Jato. Assim, conforme o parecer, os processos contra Lula devem ser mantidos na primeira instância. A manifestação de Janot ocorreu em duas ações, do PSDB e do PSB, que pedem a anulação da posse do novo ministro. O relator é o ministro Teori Zavascki, que pediu pareceres da PGR e da Advocacia Geral da União (AGU) antes de uma decisão. A posse de Lula está suspensa por decisão do ministro Gilmar Mendes. Outra decisão, de Teori, avocou ao STF os processos contra Lula por conta da divulgação de grampos telefônicos envolvendo autoridades com foro privilegiado, entre elas Dilma. No parecer, Janot sugere também a suspensão de todos os 52 processos na Justiça Federal que questionam a nomeação de Lula. Há 16 ações no próprio STF. Numa delas, Teori liberou o assunto para ser examinado pelo plenário do STF, o que Janot. Para procurador-geral da República, ex-presidente foi nomeado em ‘circunstância anormal’ Procurador-geral entende que houve “desvio de finalidade” na decisão de Dilma em nomear Lula ministro da Casa Civil foi agendado para quinta-feira. “A nomeação e a posse apressadas do ex-presidente teriam como efeitos concretos e imediatos a interrupção das investigações conduzidas pelo MPF no primeiro grau de jurisdição e a remessa das respectivas peças de informação ao STF e à PGR, por força do foro”, escreveu Janot. Segundo ele, uma mudança de instância para apuração sobre os supostos crimes cometidos por Lula levaria à “solução de continuidade temporária” até a PGR se inteirar sobre as provas reunidas. O procurador-geral reconheceu que os processos que investigam autoridades com foro são mais lentos do que os autos destinados aos “cidadãos em geral”. Outro ponto levantado por Janot é a possibilidade de Lula ser beneficiado por prazos prescricionais, uma vez que o ex-presidente tem 70 anos de idade. “Todos esses atrasos poderiam, hipoteticamente, beneficiá-lo no caso de vir a ser acusado em processo penal, diante da contagem pela metade dos prazos de prescrição.” Janot afirmou no parecer que Dilma tem “competência constitucional” para nomear ministros e que não houve descumprimento à Constituição na nomeação de Lula. “Não há obstáculo à nomeação de pessoa investigada criminalmente”, escreveu. “Não se nega que o nomeado tenha condições de emprestar relevante reforço político em tratativas necessárias ao funcionamento da Presidência da República, dada sua experiência como ex-presidente da República e sua qualidade de habilidoso negociador, segundo se divulga.” l SANÇÕES RIGOROSAS “Desde a semana passada, tenho mantido contato com distintas autoridades da área de segurança para coibir, reprimir e prevenir ameaças, coações e violências perpetradas contra ministros da Corte, a pretexto de manifestar suposto inconformismo com decisões por eles proferidas”, diz o presidente do STF na nota. No documento, Lewan- dowski afirma que as ameaças não têm relação com a liberdade de expressão. “Passam ao largo do direito de expressão constitucionalmente assegurado aos cidadãos, ganhando contornos de crimes para os quais a legislação penal prevê sanções de elevado rigor”, afirma a nota. DESTEMOR E INDEPENDÊNCIA O ministro afirma que todos os responsáveis, estando direta ou indiretamente ligados às ameaças, estão sob investigação e devem responder em juízo, caso haja provas. Lewandowski também enviou ofícios ao ministro da Justiça, Eugênio Aragão, e ao advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. O presidente do tribunal completou o anúncio dizendo estar convicto de que os ministros do STF não se deixarão abalar por possíveis constrangimentos sofridos ou que venham a sofrer e que todos os ministros “continuarão a desempenhar com destemor, independência e imparcialidade a solene atribuição de guardar a Constituição da República que juraram defender”. “Para reforçar a certeza de que a lei penal será efetivamente cumprida, foram enviados ofícios ao procurador-geral da República, ao ministro da Justiça, ao advogado-geral da União e ao diretor-geral da Polícia Federal para o competente acompanhamento dos malfadados acontecimentos”, conclui a nota. l 6 l O GLOBO l País l 2ª Edição Terça-feira 29 .3 .2016 A BATALHA DO IMPEACHMENT _ PT e MST avisam que Temer não vai ter paz se vier a assumir AILTON DE FREITAS/26-05-2015 No Senado, líder do governo afirma que vice será o próximo a cair se Dilma sofrer ‘golpe constitucional’ EVANDRO ÉBOLI E CRISTIANE JUNGBLUT dos para pedir “Fora, Dilma!” vão às ruas para dizer “Fica, Temer”, para defendê-lo. Não. E, seguramente, Vossa Excelência será o próximo a -BRASÍLIA E SÃO PAULO- Um dos coordenadores naciocair, porque nós, do PT, dos movimentos sociais nais do Movimento dos Trabalhadores Rurais e todos aqueles que defendemos a democracia Sem Terra (MST), Alexandre Conceição afir- vamos seguir ocupando o Brasil inteiro, de Normou ontem, em ato pró-Dilma Rousseff na Câ- te a Sul, para denunciar a ruptura da ordem demara, que se o vice-presidente Michel Temer mocrática e dizer que não aceitamos qualquer (PMDB) vier a assumir a Presidência da Repú- tipo de golpe — disse Humberto Costa. blica não terá paz. Chamando o processo de impeachment de — O que está ocorrendo é uma manobra in- “golpe”, Costa disse que Temer não deve cair constitucional, um golpe. Tan“no canto da sereia” e querer to Eduardo Cunha (presidente trair a chapa em que foi eleida Câmara), réu no Supremo e to vice-presidente de Dilma: acusado de muitos crimes, — Se Vossa Excelência (Tequanto o vice Michel Temer mer) sucumbir a essa vendenão vão ter paz. Vamos fazer ta em curso contra a presiuma luta política forte. Para denta Dilma, levará o Brasil manter os ganhos sociais, só há inteiro a ser tragado por uma uma saída: manter Dilma na maré de forte instabilidade. O Presidência — disse Alexandre país e a sua biografia não meConceição ao GLOBO. recem isso. O MST entende que afastar O petista chamou de Dilma é um golpe, e Conceição “oportunismo de alguns” a anunciou que os manifestantes intenção de o PMDB desemsem-terra que participarão da barcar do governo, tema que marcha de 31 de março em Braserá tratado hoje em reunião sília permanecerão na capital do partido. até o desfecho do processo de O líder do governo no Seimpeachment na Câmara: nado reforçou que petistas e — O pessoal já está acostumadefensores da presidente Dildo a suportar e vai ficar o tempo ma se manterão mobilizados: Alexandre Conceição que for necessário. — Não haverá trégua a esUm dos coordenadores do MST O coordenador do MST disse se movimento golpista, nem que se Cunha marcar a sessão do antes, nem depois, caso ele impeachment para um domingo, como chegou a venha, vergonhosamente, a se materializar. ser divulgado, os sem-terra estarão nas ruas: Mesmo com os ataques a Temer, Humberto — Não há a menor dúvida. O dia que for, o Costa disse esperar que os principais líderes do pessoal vai para a rua. PMDB tenham “responsabilidade para agir e O líder do governo no Senado, Humberto Cos- manter a coalização”: ta (PE), foi à tribuna do plenário dizer que Te— Não precisamos criar outra crise, de promer “será o próximo a cair” se assumir o gover- porções muito maiores. no, caso a presidente Dilma Rousseff sofra o que Na mesma linha de Costa, os senadores Lindele chamou de “golpe constitucional”. Costa bergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que os movimentos que pedem a saída disseram que Temer está chancelando um de Dilma não defenderão Temer. Ele disse ainda “acordão” para permitir o impeachment. que, com a saída de Dilma, haverá “resistência”, Já o presidente do PT, Rui Falcão, disse one espera que o vice-presidente não entre na tem que “só a mobilização nas ruas pode bar“vendeta” contra a presidente. rar o golpe”. Falcão usou sua página nas redes — Não pense que os que hoje saem organiza- sociais para convocar simpatizantes do go- [email protected] “Vamos fazer uma luta política forte. Para manter os ganhos sociais, só há uma saída: manter Dilma na Presidência” Humberto Costa. Em caso de impeachment, PT e movimentos sociais ocuparão o país para denunciar ruptura, disse verno Dilma e do PT para irem às ruas nesta quinta-feira, dia 31, lembrando ser o mesmo dia do aniversário do golpe militar de 1964. A ideia é que o ato aconteça no maior número possível de cidades. “No dia 31 próximo vamos novamente às ruas para defender a democracia, o mandato da presidenta Dilma e mudanças na política econômica. É hora, também, de dialogar com os parlamentares, num processo de convencimento para que não votem contra o Brasil. Só a mobilização nas ruas, nos locais de trabalho, nas escolas, no campo e a vigilância permanente dos democratas podem barrar o golpe”, escreveu Falcão. MANIFESTO EM FAVOR DA DEMOCRACIA O presidente do PT diz, na mensagem, que o golpe de 31 de março de 1964 ocorreu sob o pretexto de se combater a corrupção e “em defesa da democracia”. Para ele, diante da atuação da oposição, “um novo golpe está em andamento”. “Motiva-o, mais uma vez, a ascensão das lutas populares, a conquista de direitos e a disposição dos movimentos sociais organizados e dos democratas de não admitirem nenhum retrocesso”. Falcão elogiou o papel dos militares que “cumprem rigorosamente seu papel constitucional, avessos no momento ao chamamento das vivandeiras saudosas da ditadura”. Mais de 530 intelectuais estrangeiros assinaram um manifesto sobre a situação política brasileira. Com o título “A democracia brasileira está seriamente ameaçada”, professores e pesquisadores afirmaram que existe um risco de que o discurso do comba- te à corrupção esteja sendo utilizado para desestabilizar o governo. O documento foi organizado pelo professor de História do Brasil James N. Green, da Universidade Brown, e Renan Quinalha, pesquisador da USP na mesma universidade. Segundo o documento, as investigações da Lava-Jato foram prejudicadas por excessos e medidas injustificadas. Os intelectuais citam as prisões preventivas, os vazamentos e a interceptação telefônica que envolveu a presidente Dilma e o ex-presidente Lula. “Durante suas investigações, alguns funcionários públicos estão violando direitos fundamentais dos cidadãos, tais como presunção da inocência, garantia de Judiciário imparcial, sigilo da comunicação entre cliente e advogado, além do direito à privacidade”, diz o documento. Dentre os signatários, estão a historiadora Barbara Weinstein (New York University), o historiador Jean Hebrard (École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris), o sociólogo John Bellamy Foster (University of Oregon), a cientista política Margaret Keck (Johns Hopkins University), a filósofa Nancy Fraser (New School for Social Research), o especialista em literatura brasileira Pedro Meira Monteiro (Princeton University), o historiador Sidney Chaulboub (Harvard), e a cientista política Sonia Alvarez (University of Massachusetts). A maioria das adesões é de professores universitários de Argentina e México. No entanto, o manifesto também foi assinado por professores de países como África do Sul, Índia, Japão e Turquia. (Colaborou Dimitrius Dantas, estagiário, sob supervisão de Flávio Freire) l IMPEACH l País l Terça-feira 29 .3 .2016 2ª Edição O GLOBO l 7 A BATALHA DO IMPEACHMENT _ O poder do PMDB aos 50 anos U Anote A trajetória do partido Partido que pode chegar à presidência tem sete governadores e quase mil prefeitos AS PRINCIPAIS LIDERANÇAS PELO PAÍS SUL O MDB. Foi composto por políticos vindos de partidos SUDESTE PR RS CACIQUE: GOVERNADOR: Senador Roberto Requião Sartori José Ivo Eliseu Padilha, ex-ministro da Aviação Civil CACIQUE: SC ES VICE-GOVERNADOR: GOVERNADOR: Eduardo Pinho Moreira PREFEITURAS: 105 de 295 Hartung BA PE Paulo RJ 5 (maior bancada da Assembleia) SP GOVERNADOR: CACIQUE: MG AL Pezão CACIQUES: Jorge Picciani, presidente da Alerj e Eduardo Cunha, presidente da Câmara VICE-GOVERNADOR: DEPUTADOS: Vice-presidente Michel Temer GOVERNADOR: Renan Antonio Andrade Filho DEPUTADOS ESTADUAIS: CACIQUE: 13 (maior bancada) Senador Renan Calheiros PB MA NORDESTE CACIQUE: Geddel Vieira Lima (presidente regional) VICE-GOVERNADOR: Henry Raul Deputado Jarbas Vasconcelos CACIQUE: Senador José Maranhão CACIQUE: José Sarney CACIQUE: PI RN CACIQUE: Marcelo Castro, ministro da Saúde O ex-presidente fez sua carreira política nos dois estados GOVERNADOR: Jackson Barreto AP CACIQUE: José Sarney NORTE AM TO CACIQUE: Eduardo Braga, senador, ministro de Minas e Energia GOVERNADOR: Marcelo Miranda Kátia Abreu, ministra da Agricultura RR Senador Romero Jucá CACIQUE: RO GOVERNADOR: Moura Confúcio CACIQUE: MT Jader Barbalho, senador GO CACIQUE: Íris Rezende, ex-governador Deputado Carlos Bezerra CACIQUE: CACIQUE: 6 7 4 18 68 142 996 ministros governadores vice-gover- senadores deputados deputados prefeitos nadores PMDB se consolida como principal partido do país, controlando o maior número de prefeituras e estados. Em 1986, elege 22 dos 23 governadores, 260 deputados federais e 44 senadores. Assim, torna-se hegemônico no Congresso e passa a liderar o processo da Assembleia Nacional Constituinte, que foi comandada por Ulysses Guimarães. DESEMPENHO NACIONAL. Apesar da força regional, o PMDB nunca teve unidade para lançar candidato competitivo à eleição presidencial. Ulysses Guimarães concorreu em 1989, mas teve cerca de 5% dos votos. Em 1994, Orestes Quércia também concorreu conquistando apenas 4% dos votos. O RACHA. Em 2002, o PMDB decide se coligar com o PSDB e lança a deputada Rita Camata (ES) como candidata à vice na chapa de José Serra. No entanto, parte do partido, liderado por Sarney, apoia a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. O PMDB NO PODER Vice-presidente NASCE O PMDB. Com o fim do bipartidarismo em 1979, o quadro partidário foi reorganizado. Em 1980, nasce o PMDB, sigla do antigo MDB. Já na primeira eleição estadual, em 1982, elege nove governadores. No Congresso, Tancredo Neves e José Sarney, pelo PMDB, são eleitos, pelo Colégio Eleitoral, presidente e vice-presidente do Brasil em 1985. Com a morte de Tancredo, Sarney assume. O FIEL DA BALANÇA. Sem candidato com força para concorrer à presidência, o PMDB assume o papel de fiel da balança nos governos de Fernando Henrique Cardoso. O partido passa a comandar o Senado de 2001 a 2007. Após a breve presidência do petista Tião Viana, reassume o posto até o momento. Hoje o PMDB também preside a Câmara dos Deputados. CENTRO-OESTE PA extintos pelo regime militar, entre eles, o PTB, majoritário, e dissidentes do PSD. Em seus primeiros anos, o MDB foi considerado oposição tolerada porque, de certa forma, sua existência dava legitimidade ao sistema controlado pelos militares. Apesar da pressão do regime, o MDB avançou, assumindo postura combativa. Em 1974, apesar das seguidas mudanças nas regras das eleições, o partido consegue expressiva vitória no Senado e na Câmara, superando a Arena. O partido avança para os centros urbanos. PODER REGIONAL. Desde o fim do governo Sarney, o SE CACIQUE: Henrique Eduardo Alves, ex-ministro do Turismo BIPARTIDARISMO. Com a extinção dos partidos políticos a partir da publicação do AI-2, em 1965, o Brasil passa a adotar o bipartidarismo. Em 24 de março de 1966, é fundado o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) que faria oposição à Arena, partido de sustentação do regime militar. federais* *Em exercício estaduais Editoria de Arte VICE-PRESIDÊNCIA. Eleito presidente, Lula rejeita o apoio do PMDB. Em 2006, após o escândalo do Mensalão, faz reforma ministerial para consegui-lo,e o partido passa a integrar o governo. Uma ala da legenda apoia a reeleição de Lula em 2006. Em 2010, o partido indica o vice Michel Temer na chapa que elegeria Dilma Rousseff. A coligação se repete na reeleição, em 2014. (Fabio Vasconcellos) MENT JÁ! 8 l O GLOBO l País l Terça-feira 29 .3 .2016 A BATALHA DO IMPEACHMENT _ Crise e paralisia do governo adiam leilão de portos Ministro da área é um dos peemedebistas que devem desembarcar hoje; diretoria da Antaq também está vaga DANILO FARIELLO [email protected] Em meio à crise política que paralisa a gestão, o governo federal decidiu ontem adiar em cerca de 30 dias o leilão de seis áreas portuárias no Pará, que ocorreria nesta quinta-feira e levará a investimentos de R$ 1,6 bilhão. Hélder Barbalho, da Secretaria Especial dos Portos, é um dos ministros do PMDB que devem desembarcar do governo hoje. A diretoria geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), responsável pelo leilão, também está vaga e é ocupada por um substituto desde o mês passado. Oficialmente, a Antaq informou ontem que o leilão foi adiado “em razão da ausência de resposta de 48 pedidos de esclarecimentos ocasionados por problemas no sistema de informática da Antaq”. Segundo a agência, houve um total de 49 dúvidas, das quais apenas uma teria sido respondida, portanto. -BRASÍLIA- Segundo Fernando Fonseca, diretor-geral substituto da Antaq, o problema técnico foi detectado na quinta-feira passada, e, por conta do feriado, a decisão de adiamento do leilão foi tomada na manhã de ontem, colegiadamente, entre ele e o colega Adalberto Tokarski, outro diretor da agência. FALTA LIDERANÇA NA INFRAESTRUTURA Essa decisão de revisão do cronograma foi tomada antes do fim do horário para registro de documentos na Bolsa, às 13h, segundo Fonseca. No entanto, ele reconhece que a decisão só foi anunciada depois do prazo para apresentação das propostas de interessados no leilão na BM&FBovespa. Na prática, portanto, o governo só tornou efetiva a decisão depois de registrada a demanda, com os investidores certos de que o leilão ocorreria. — Se mantivéssemos o leilão, haveria vícios de JOSÉ CASADO nulidade pela falta das respostas, e os investidores poderiam pedir a anulação do edital posteriormente — disse Fonseca ao GLOBO, que disse esperar a realização efetiva do leilão daqui a 30 dias. O governo vê esse leilão de portos como um termômetro do interesse da iniciativa privada por investimentos em infraestrutura em meio às crises econômica e política. No leilão anterior, no início do ano, o governo teve de retirar justamente uma área no Pará, estado do ministro Barbalho, por falta de interesse de investidores. — Nós poderíamos até ter eventualmente ignorado esses 48 pedidos, mas a gente achou por bem que fossem devidamente respondidos — disse Fonseca. Além da situação incerta do ministro dos Portos e da falta de um diretor-geral na Antaq, que ainda tem de ser indicado pelo governo e aprovado pelo Senado, a falta de lideranças no setor de infraestrutura no governo se caracteriza também Artigo [email protected] P revê-se para hoje, em Brasília, uma cena inédita no enredo político brasileiro dos últimos 30 anos : a cerimônia do adeus do PMDB a um governo. Se confirmada, será uma despedida na cadência do processo de impeachment de Dilma Rousseff e na perspectiva de uma dura disputa na eleição municipal de outubro. Assentado numa singular estrutura de núcleos de poder regionais, o PMDB depende mais que outros partidos do desempenho eleitoral do conjunto de seus 3,4 mil diretórios municipais. Em 2012, por exemplo, elegeu 996 prefeitos e indicou o vice em outras 840 chapas vitoriosas. Essa azeitada máquina eleitoral permitiu-lhe emergir das urnas em 2014 com uma bancada de 142 deputados estaduais, 67 federais (13% da Câmara) e 17 senadores (24% do plenário). Com veias abertas em dois terços das zonas eleitorais do país, e tendo optado por não ter candidato presidencial nas últimas três décadas, transformou-se no sócio desejado por todos os governantes do período pós-ditadura. Empenhou-se numa sociedade com o PT de Lula. Ampliou-a com Dilma que abraçou Michel Temer na vice-presidência, complementando com a partilha dos orçamentos de 22% dos ministérios entre diferentes grupos do partido. A ruptura ocorre em condições agravadas por uma sequência de ofensivas desastrosas do PT, combinadas entre Dilma e Lula, para neutralizar uma parceria que sempre foi percebida como indesejável pelos efeitos no con- Cerimônia do adeus trole do caixa federal. Foi Lula quem deu essa diFoi o caso das negociações palacianas a respeimensão à fatura, ainda em 2002. to da conversão dos créditos “podres” contabiliLogo depois de sair das urnas com 61,5% dos zados no caixa de instituições financeiras sob invotos, no início de novembro, viu seu “capitão” tervenção do Banco Central. As narrativas deriJosé Dirceu anunciar acordo com o PMDB pa- vam no seguinte: a presidente vetou um negócio ra o ministério. Desmentiu-o em público, ho- com potencial de impacto bilionário para os coras depois. Qualificou como “exageradas” as fres públicos, supostamente defendido pelo vice, exigências dos aliados de José Sarney, Michel no qual os principais beneficiários seriam os banTemer e Renan Calheiros. Opqueiros habituais patrocinadotou por 13 ministros do PT, res do deputado Eduardo CuA ruptura ocorre em entregou 7 ministérios a ounha, presidente da Câmara. condições agravadas por tros partidos e deixou o PMDB Renegado, Temer viu-se no à margem, sem nenhum, limi- uma sequência de ofensivas espelho como um “vice decotando-se a acertar um rodízio rativo”. A desconstrução da sodesastrosas do PT, no comando da Câmara e do PMDB-PT ocorre num combinadas entre Dilma e ciedade Senado. ambiente marcado pelos efeiRefez o entendimento na cri- Lula, para neutralizar uma tos da recessão econômica e se do mensalão e selou o pacto pelo abrupto aumento na rejeiparceria (com o PMDB) na sucessão. Desde a campação a Dilma e Lula: dois em canha de 2010, porém, é evidente que Dilma e Te- da três eleitores classificam o governo entre mer convivem, se toleram e, eventualmente, "ruim"e "péssimo", segundo Ibope e Datafolha. compartilham tapetes e ar refrigerado. Nunca E 60% avisam que não votariam em Lula "de jeiforam amigos, mas no governo se tornaram ini- to nenhum" para presidente da República. migos íntimos. Isso tem peso específico às vésperas de uma A cacofonia no Palácio do Planalto virou dis- disputa municipal que se antevê complicada. O córdia com os sistemáticos vetos da presidente Ibope, em outra pesquisa, revela que 40% dos às propostas emuladas pelo vice que, ao seus eleitores, na média, consideram “ruim” ou “pésolhos, redundariam em benefícios pecuniários sima” a administração do prefeito de sua cidaa uma fração do PMDB, na contramão dos inte- de, declarando disposição para votar num canresses do PT. didato de oposição. E mais: a maioria (54%) si- pela ausência de um ministro-chefe da Casa Civil, desde que o ex-presidente Lula foi impedido de assumir o cargo pela Justiça. Lula quis trazer para a responsabilidade da Casa Civil o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que toca também as concessões de infraestrutura, como essa de portos. Por enquanto, porém, a Secretaria do PAC permanece nas dependências do Ministério do Planejamento, ao qual estava oficialmente vinculada até o dia 17 de março, data em que se pretendia empossar Lula na Casa Civil. Naquele dia, assumiu a Secretaria de Aviação Civil (SAC) o ministro Mauro Lopes, também do PMDB, para promover quatro leilões de aeroportos, de Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis. No setor elétrico, cujo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, também é indicado pelo PMDB, o governo pretendia privatizar neste mês de março a Celg, distribuidora de energia de Goiás, mas agora a previsão atual é abril. l naliza vontade de premiar com o voto candidatos sem biografia partidária. Nesse quadro, Dilma, Lula e o PT passaram a ser vistos como excesso de peso. O desembarque do governo também atende às conveniências dos líderes desse um partido que há duas décadas não tem candidato presidencial e continua sem nome para 2018. Abraçados à oposição, eles vislumbram a chance de chegar ao centro do poder numa travessia sem o voto direto — o impeachment de Dilma levaria Temer ao Planalto. Significa mudar para continuar como está. Se vai dar certo, não sabem, pois sua sorte, assim como a de Dilma, depende do imponderável em outra arena, a do Judiciário. Uma sentença da Justiça Eleitoral pode redundar na cassação de Dilma e Temer, por abuso de poder econômico na eleição de 2014. Levaria a novas eleições. Há, também, a série de inquéritos sobre corrupção na Petrobras e outras estatais. Entre 12 parlamentares do PMDB denunciados no Supremo, seis integram a direção nacional que hoje vai presidir a cerimônia do adeus ao PT de Lula e Dilma. Além desses, estão sob investigação os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, do Senado, Renan Calheiros, e ainda o senador Edison Lobão — a quem Lula e Dilma entregaram o comando do Ministério das Minas e Energia durante sete anos. Lobão tomou conta de um polêmico portfólio de despesas da Eletrobrás, que inclui gastos suspeitos na usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Nos próximos dias, o STF começa a retirar o manto de sigilo sobre esse caso, que ameaça tragar boa parte da cúpula do PMDB. l Somos milhões de empregos e bilhões de reais em impostos. REPRESENTAMOS FAMÍLIAS, HOMENS, MULHERES, JOVENS. VEMOS QUE O PAÍS ESTÁ À DERIVA. A HORA DE MUDANÇA É AGORA. DIZER SIM AO IMPEACHMENT, DENTRO DOS PARÂMETROS CONSTITUCIONAIS, É DIZER NÃO AO DESCONTROLE ECONÔMICO, AO DESCASO COM AS EMPRESAS, COM O EMPREGO E, PRINCIPALMENTE, COM VOCÊ. CHEGA DE PAGAR O PATO. O BRASIL TEM JEITO. ACORDA BRASIL ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO METÁLICA – ABCEM ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA ANIMAL DE ESTIMAÇÃO – ABINPET ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE ARTEFATOS DE BORRACHA – ABIARB ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE CHOCOLATES, CACAU, AMENDOIM, BALAS E DERIVADOS – ABICAB ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE LAJES – ABILAJE ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE SISTEMAS ELETRÔNICOS DE SEGURANÇA – ABESE ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE TINTAS PARA IMPRESSÃO – ABITIM ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE BISCOITOS, MASSAS ALIMENTÍCIAS E PÃES E BOLOS INDUSTRIALIZADOS – ABIMAPI ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO ARROZ – ABIARROZ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS DE QUEIJO – ABIQ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO PLÁSTICO – ABIPLAST ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS E DO SETOR DE SORVETES – ABIS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA ELÉTRICA E ELETRÔNICA – ABINEE ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES – ABC ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS E SERVIÇOS PARA VAREJO – ABIESV ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA FERROVIÁRIA – ABIFER ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISTRIBUIDORES E PROCESSADORES DE VIDROS PLANOS – ABRAVIDRO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE ILUMINAÇÃO – ABILUX ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE REFEIÇÕES COLETIVAS – ABERC ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA E CONSULTORIA ESTRUTURAL – ABECE ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA INDUSTRIAL – ABEMI ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE INDÚSTRIAS DE SUPLEMENTOS MINERAIS – ASBRAM ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LOGÍSTICA – ABRALOG ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MARCAS PRÓPRIAS E TERCEIRIZAÇÃO – ABMAPRO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS – ABRAMPE ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PRESERVADORES DE MADEIRA – ABPM ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO AGRONEGÓCIO DA REGIÃO DE RIBEIRÃO PRETO – ABAG/RP ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE SUÍNOS – ABCS l País l Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO Trechos de delação com menções a Dilma são enviados ao STF l 9 GERALDO BUBNIAK/AGB/22-02-2016 Declarações da publicitária Danielle Fonteles falam sobre movimentações financeiras em campanhas JAILTON DE CARVALHO [email protected] -BRASÍLIA- Trechos da delação premiada da publicitária Danielle Fonteles, uma das sócias da agência Pepper Interativa, que contêm referências à presidente Dilma Rousseff, foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), segundo disse ao GLOBO uma fonte que acompanha o caso de perto. Caberá ao STF, a partir de parecer da Procuradoria-Geral da República, decidir se abre ou não investigação sobre o caso. Em acordo de colaboração, firmado na Operação Acrônimo, Danielle falou sobre movimentações financeiras nas campanhas da presidente em 2010 e 2014. As declarações da publicitária também implicariam o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), e o empresário Benedito de Oliveira. A informação sobre o acordo foi divulgada pela coluna Radar, da revista “Veja”, e confirmada por duas fontes ligadas às investigações. Danielle decidiu fazer acordo de delação depois de tomar conhecimento das acusações dos executivos Otávio Azevedo e Flávio Barra, da Andrade Gutierrez, sobre parte das movimentações financeiras das campanhas da presidente. Em depoimentos na Lava-Jato, os dois teriam dito que a empreiteira repassou mais de R$ 6 milhões à campanha de Dilma em 2010 a partir de um contrato fictício de prestação de serviços com a Pepper. PF APURA SE HOUVE PAGAMENTOS INDEVIDOS A empreiteira teria feito os pagamentos à agência a pedido de Pimentel, um dos coordenadores da campanha de Dilma em 2010. A Pepper prestou serviços ao PT nas duas últimas campanhas presidenciais. As relações entre a empresa e Fernando Pimentel são um dos alvos centrais da Operação Acrônimo. A partir da operação, a PF investiga se empresas fizeram pagamentos indevidos à mulher do governador, Carolina de Oliveira, e à campanha dele ao governo de Minas em 2014. Em nota divulgada no início do mês, quando surgiram informações sobre a delação dos executivos da Andrade Gutierrez, José De Filippi Jr., coordenador financeiro da campanha de Dilma em 2010, negou qualquer irregularidade nas transações com a Pepper. Segundo a nota, “os serviços prestados pela empresa Pepper à campanha de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS FABRICANTES DE TINTAS – ABRAFATI ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE LEITE – LEITE BRASIL ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES DE SOJA – APROSOJA BRASIL ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS TERMINAIS RETROPORTUÁRIOS E DAS EMPRESAS TRANSPORTADORAS DE CONTÊINERES – ABTTC ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PELA CONFORMIDADE E EFICIÊNCIA DE INSTALAÇÕES – ABRINSTAL ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE SÃO PAULO – ACSP ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E EMPRESARIAL DE OSASCO – ACEO ASSOCIAÇÃO DAS EMPRESAS REFORMADORAS DE PNEUS DO ESTADO DE SÃO PAULO – ARESP ASSOCIAÇÃO DOS CONTROLADORES DE VETORES E PRAGAS URBANAS – APRAG ASSOCIAÇÃO DOS EMPRESÁRIOS DE CUMBICA – ASEC ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DA ALTA NOROESTE – AFOCAN ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DA REGIÃO DE IGARAÇU – BARRA BONITA – AFIBB ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DA REGIÃO DE ITURAMA – ASFORAMA 2010 da presidente Dilma Rousseff foram regularmente contabilizados nas prestações de contas aprovadas pelo TSE”. No texto, Filippi Jr. afirmou ainda que durante a campanha de 2010 pagou R$ 6,4 milhões pelos serviços prestados pela Pepper. Procurado pelo GLOBO, o advogado Cleber Lopes, responsável pela defesa de Danielle, disse não ter ciência de um acordo de delação premiada: — Não estou sabendo deste acordo. FERNANDO PIMENTEL É INVESTIGADO PELO STJ O advogado Eugênio Pacceli, que assumiu a defesa de Pimentel na Operação Acrônimo na semana passada, disse não saber se existe ou não delação. Mas, para ele, isso não representa motivo de preocupação. — Não me preocupo em nada (com o acordo de Danielle). Primeiro porque não sei se houve delação. Segundo porque o governador nada tem a esconder em relação à Pepper — disse Pacceli. A investigação sobre o governador Fernando Pimentel tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ). No início de março, a Polícia Federal pediu e o STJ concedeu autorização para indiciar Pimentel no inquérito aberto a partir da operação Acrônimo, que apura envolvimento dele com o empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené. Em decisão sigilosa no fim de fevereiro, o ministro Herman Benjamin, relator do caso, autorizou o indiciamento. O despacho do ministro do STJ também permitiu que a PF tome o depoimento do governador de Minas Gerais. Após a conclusão das investigações, o relatório policial é encaminhado ao Ministério Público Federal que tem autonomia para oferecer ou não denúncia contra o indiciado. Caso a denúncia seja enviada ao STJ, o ministro do caso elabora um relatório e o submete à Corte Especial do tribunal, para que seja decidido se é ou não aberta ação penal contra o governador. Só então ele passa a ser considerado réu. A PGR pediu para a PF ouvir o governador sobre suspeitas de pagamentos indevidos de empresas à mulher dele e sobre a prestação de contas à Justiça Eleitoral referente à campanha que elegeu o petista governador em 2014. Pimentel e Carolina são investigados no mesmo inquérito no STJ. A Operação Acrônimo apura um suposto desvio de recursos públicos para financiar campanhas. l Investigados. Monica Moura e o marqueteiro Joao Santana realizam exame de corpo de delito no IML em Curitiba João Santana e mulher são denunciados à Justiça; ‘lista da Odebrecht’ já está no Supremo Juiz Sérgio Moro aguarda determinação do STF para decidir se vai analisar investigação TIAGO DANTAS Enviado especial [email protected] -CURITIBA -O Ministério Público Federal ofereceu ontem denúncia contra o marqueteiro João Santana, a mulher dele, Mônica Moura, e outras seis pessoas. O pedido ainda não foi avaliado pelo juiz Sérgio Moro, que encaminhou toda a investigação para o Supremo Tribunal Federal (STF) junto com as planilhas que indicavam pagamentos da Odebrecht a centenas de políticos. Como o casal Santana não tem foro privilegiado, o STF pode devolver parte do processo para a 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba. Caso isso aconteça, Moro seria o responsável por avaliar se aceita a denúncia feita pelo MPF. Santana e Mônica estão presos desde 23 de fevereiro na sede da Polícia Federal e, caso a denúncia seja aceita, vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, manutenção de valores não declarados no exterior, corrupção passiva e organização criminosa. Indiciados pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira, eles são acusados de receber da Odebrecht R$ 21,5 milhões no Brasil, após as eleições de 2014, e US$ 3 milhões, por meio de contas secretas no exterior. O casal também é acusado de receber US$ 4,5 milhões de Swi Skornicki, apontado como operador de pagamento de propinas para funcionários da Petrobras em nome do estaleiro Keppel Fels, dono de contratos com a estatal. Em depoimento aos policiais, Santana e Mônica negaram os crimes. Semanas depois, Mônica começou a negociar um acordo de delação premiada com a Justiça. A defesa do marqueteiro alega que tanto os ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DA REGIÃO DE NOVO HORIZONTE – NOVOCANA ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE SOJA DO ESTADO DO MATO GROSSO – APROSOJA MT ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DA REGIÃO DE ORINDIÚVA – ORICANA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS DE OBRAS RODOVIÁRIAS – ANEOR ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DA REGIÃO OESTE PAULISTA – AFCOP ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DE ARARAQUARA – CANASOL ASSOCIAÇÃO DOS FORNECEDORES DE CANA DE GUARIBA – SOCICANA ASSOCIAÇÃO DOS MINERADORES DE AREIA DO VALE DO RIBEIRA E BAIXADA SANTISTA – AMAVALES ASSOCIAÇÃO DOS MISTURADORES DE ADUBOS DO BRASIL – AMA BRASIL ASSOCIAÇÃO DOS PLANTADORES DE CANA DA REGIÃO DE JAÚ – ASSOCICANA ASSOCIAÇÃO DOS PLANTADORES DE CANA DA REGIÃO DE MONTE APRAZÍVEL – APLACANA ASSOCIAÇÃO DOS PLANTADORES DE CANA DE ARAÇATUBA – APCA ASSOCIAÇÃO DOS PLANTADORES DE CANA DO MÉDIO TIETÊ – ASCANA ASSOCIAÇÃO DOS PLANTADORES DE CANA DO OESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO – CANAOESTE ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE MATÉRIAS-PRIMAS PARA AS INDÚSTRIAS DE BIOENERGIA DE GOIÁS – APMP ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE ESQUADRIAS DE AÇO – AFEAÇO ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FABRICANTES DE ESQUADRIAS DE ALUMÍNIO – AFEAL ASSOCIAÇÃO NACIONAL PARA DIFUSÃO DE ADUBOS – ANDA ASSOCIAÇÃO PARA EDUCAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO EMPRESARIAL – ABAI ASSOCIAÇÃO PAULISTA DAS EMPRESAS PRODUTORAS DE AGREGADOS PARA CONSTRUÇÃO – APEPAC ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE AVICULTURA – APA valores recebidos pela Odebrecht, quanto aqueles doados por Skornicki são pagamentos de campanhas eleitorais realizadas no exterior - Santana trabalhou em Angola, Venezuela e República Dominicana. O advogado de João Santana, Fábio Tofic, afirmou que a denúncia não consegue provar que o marqueteiro e sua mulher cometeram os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, Nas palavras dele, a acusação é uma "peça de ficção" e manter o casal preso é "irresponsável". Tofic reconhece que Santana cometeu o crime de caixa 2 e sonegação. — Os procuradores não conseguiram indicar uma única prova de que eles (João Santana e Mônica Moura) soubessem da relação do dinheiro que receberam com os desvios da Petrobras, que é o que transformaria o caixa 2 eleitoral num crime de corrupção. Estamos diante de um crime eleitoral, caixa 2, e de uma sonegação fiscal. No máximo. Não se trata de corrupção e lavagem de dinheiro. l CENTRO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – CIESP CENTRO NACIONAL DE MODERNIZAÇÃO EMPRESARIAL – CENAM CONSELHO NACIONAL DA PECUÁRIA DE CORTE – CNPC COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL – COPLANA COOPERATIVA DE CRÉDITO DE LIVRE ADMISSÃO DA REGIÃO DE GUARIBA – SICOOB COOPECREDI COOPERATIVA DE CRÉDITO DOS PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO INTERIOR PAULISTA – SICOOB COCRED COOPERATIVA DOS PLANTADORES DE CANA DO OESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO – COPERCANA ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE RETÍFICA DE MOTORES – APAREM DIRETORIA DISTRITAL DO CIESP LESTE ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE SUPERMERCADOS – APAS DIRETORIA DISTRITAL DO CIESP NORTE ASSOCIAÇÃO RURAL VALE DO RIO PARDO – ASSOVALE DIRETORIA DISTRITAL DO CIESP OESTE AVANÇA BRASIL MAÇONS BRASIL MELHOR CENTRAL BRASILEIRA DO SETOR DE SERVIÇOS – CEBRASSE CENTRO DA INDÚSTRIA DO ESPÍRITO SANTO – CINDES DIRETORIA DISTRITAL DO CIESP SUL IMPEACHMENT JÁ! Chega de PAGAR O PATO. 10 l O GLOBO l País l Nepotismo se propaga no governo do Distrito Federal Há confirmação de pelo menos 75 parentes empregados no governo, mas número pode ser ainda maior ANDRÉ DE SOUZA E RENAN XAVIER* [email protected] O governo do Distrito Federal (GDF) emprega, em cargos comissionados, ao menos 75 pessoas que têm algum tipo de parentesco com outros servidores. Há casos de parentes empregados em pelo menos cinco pastas diferentes do governo: são pais, filhos, irmãos e cônjuges que, pelas regras que vedam a prática do nepotismo, não poderiam trabalhar no executivo distrital. O número, no entanto, pode ser ainda maior. Esses são casos que o GLOBO conseguiu confirmar a partir de um levantamento que a Controladoria-Geral do DF elaborou em 2015 e entregou à Casa Civil do governo local, onde estavam listados 377 possíveis casos de comissionados com parentes empregados. Ao longo do ano passado, um grupo de 66 servidores chegou a ser exonerado por um decreto do governador Rodrigo Rollemberg, publicado no Diário Oficial do Distrito Federal em 14 de agosto, mas alguns voltaram. Há relação de parentesco foi confirmada por meio de fontes como o Diário Oficial, o Portal da Transparência e o Diário de Justiça (onde é possível ver registros de matrimônios). Depois de confrontado com os casos, o GDF exonerou seis servidores comissionados. Entre eles, estava Mateus Maia de Castro, admitido na Secretaria de Trabalho em 3 de fevereiro de 2015. Ele é filho de Eric Seba, -BRASÍLIA- diretor-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A reportagem procurou a secretaria no dia 8 de março e, em resposta, a pasta informou que ele tinha pedido exoneração um dia antes. Já a assessoria da Polícia Civil afirmou que Mateus já havia pedido para sair do governo em fevereiro. A exoneração, de fato, ocorreu em 15 de março. FILHA DO CORREGEDOR NA LISTA Esse não é o único caso que envolve a cúpula da Polícia Civel do DF. Luana Barroso Lins, assessora jurídico-legislativa da Secretaria de Justiça e Cidadania, é filha do corregedorgeral da corporação, o delegado Emilson Pereira Lins. De acordo com a Polícia Civil, nos dois casos não houve nepotismo, uma vez que, no momento da nomeação, Mateus e Luana assinaram um termo em que declaravam ter parentes na administração direta. A Secretaria de Justiça informou que está avaliando se a situação de Luana é de fato nepotismo e que tomará as medidas necessárias, caso isso se confirme. Os irmãos Itamar da Silva Lima e Wilson da Silva Lima tam- No ano passado, um grupo de 66 servidores chegou a ser exonerado por meio de um decreto do governador DIRETORIA MUNICIPAL DO CIESP EM SANTA BÁRBARA D’OESTE DIRETORIA MUNICIPAL DO CIESP EM SÃO CAETANO DO SUL DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM ALTA NOROESTE DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM ALTA PAULISTA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM ALTO TIETÊ DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM AMERICANA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM ARARAQUARA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM BAURU DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM BOTUCATU DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM BRAGANÇA PAULISTA Terça-feira 29 .3 .2016 LAÇOS DE FAMÍLIA PAIS, FILHOS, IRMÃOS E CÔNJUGES ENTRE OS CASOS DE PARENTESCO Órgãos com mais casos suspeitos de nepotismo* Polícia Militar do DF 19 Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais 18 72 Órgãos com casos confirmados pelo GLOBO* Secretaria de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo órgãos diferentes fazem parte do levantamento 8 Casa Civil, Relações Institucionais e Sociais 6 6 Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos 13 Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania Vice-Governadoria 13 Vice-Governadoria 5 Secretaria de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo 13 Secretaria de Crianças, Adolescentes e Juventude 5 Dos 269 comissionados suspeitos de ligação familiar com outro servidor no GDF, 19 trabalham no mesmo órgão que o parente *Inclui os comissionados que foram exonerados após o GLOBO entrar em contato com o GDF bém são outro caso de nepotismo: são irmãos do senador Hélio José (PMB-DF). O parlamentar assumiu o mandato em 2015, após a saída de Rollemberg do Senado. Como não faz parte dos quadros do governo local, o nome de Hélio José não chegou a ser incluído no levantamento da Controladoria-Geral. Em nota, a assessoria do parlamentar informou que ele não tem ligação com os cargos dos irmãos e que “nunca fez ou fará uso e influência para a prática e nepotismo”. Comissionado, Itamar é um dos nove subsecretários de Economia e Desenvolvimento Sustentável, posto também ocupado por Karina Rosso, mulher do deputado federal Rogério Rosso (PSD-DF). O parlamentar, que preside a comissão da Câmara que analisa o pedido de impeachment da presidente Dilma, apoiou a candidatura de Rollemberg a governador, em 2014. Enquanto a mulher é acolhida no GDF, o deputado emprega, como secretário parlamentar, Napoleão José Guimarães de Miranda, pai de Arthur Bernardes de Miranda, também filiado ao PSD e secretário da pasta onde a mulher de Rosso atua como subsecretária de Micro e Pequena Empresa e Empreendedor Individual. Como Rosso não faz parte do executivo local, o caso não está incluído no levantamento da Controladoria-Geral. Juristas ouvidos pelo GLOBO entendem que situações como essa, mesmo em esferas de poder diferentes — federal e local —, também são proibidas. É a opinião, por exemplo, do minis- DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM DIADEMA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM FRANCA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM GUARULHOS DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM INDAIATUBA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM JACAREÍ DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM JAÚ DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM JUNDIAÍ DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM LIMEIRA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM MATÃO DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM NOROESTE PAULISTA Editoria de Arte AILTON DE FREITAS/26-10-2014 Na berlinda. O governador Rodrigo Rollemberg não comentou as nomeações tro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele falou em tese, e não especificamente sobre o caso envolvendo Rosso. — O verbete da súmula número 13 (do STF, que proibiu o nepotismo) apanha todas as situações, inclusive a cruzada, considerados poderes ou entidades de esferas distintas. O fato de ter um na esfera federal e outra na estadual não interfere — disse Marco Aurélio. Em nota, o PSD no Distrito Federal informou que não houve qualquer tipo de influência na indicação de Karina e Napoleão, uma vez que ambos têm “larga experiência” na área para as quais foram nomeados. Quanto a Napoleão, disse que ele já ocupava cargo na Câmara antes de Rosso ser eleito, tendo sido chefe de gabinete do ex-deputado e ex-governador de Pernambuco Roberto Magalhães. Um parecer da Procuradoria-Geral do DF, elaborado no ano passado a pedido da Controladoria, já avisava ao governo que a súmula vinculante 13 do STF impede a nomeação de filho, pai, mãe, cônjuge, companheiro e outros parentes até terceiro grau, para cargos em comissão ou funções gratificadas. Ou seja, é possível que haja muito mais casos de nepotismo, já que o levantamento DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM SÃO BERNARDO DO CAMPO DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM SÃO CARLOS DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM SÃO JOÃO DA BOA VISTA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM SERTÃOZINHO DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM SOROCABA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM TAUBATÉ DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM VALE DO RIBEIRA só levou em conta pais, mães, irmãos e cônjuges. A própria Procuradoria-Geral não segue seu parecer à risca: tem cinco possíveis casos de comissionados com parentes no governo, sendo que uma servidora trabalha com a irmã no mesmo órgão. Dois desses casos foram confirmados pelo GLOBO. INTERPRETAÇÕES DIFERENTES Segundo René Rocha Filho, consultor jurídico do GDF, há possibilidade de parentes serem admitidos quando, um está na administração direta e outro na indireta — dos 75 nomes com algum parentesco, 16 se enquadram nessa hipótese. Juristas ouvidos pelo GLOBO, no entanto, discordam e dizem que a súmula do STF é abrangente e também inclui esses casos. René criticou ainda o próprio sistema de gestão de recursos humanos do governo, dizendo que não é totalmente confiável. Procurada, a assessoria de Rollemberg informou que ele não comentaria o caso. A Controladoria-Geral do DF informou por nota que os dados seriam encaminhados à Subcontroladoria de Correição Administrativa para checar se há processos instaurados em relação aos casos de nepotismo identificados. “Caso sejam verificadas nos levantamentos possíveis situações de nepotismo ainda não sendo apuradas, serão instaurados os devidos processos por parte daquela Subcontroladoria”, informou o órgão. *Estagiário sob supervisão de Francisco Leali. l FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – FIESP FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – FINDES FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARANÁ – FIEP FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – FIRJAN FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO DE MATO GROSSO – FIEMT FEDERAÇÃO DE AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE MATO GROSSO - FAMATO FEDERAÇÃO DE TRANSPORTE DE CARGAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO FEDERAÇÃO INTERESTADUAL DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS ENDIREITA BRASIL DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM PIRACICABA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM PRESIDENTE PRUDENTE DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM CAMPINAS DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM RIBEIRÃO PRETO DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM CASTELO DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM RIO CLARO DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM COTIA DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM SANTO ANDRÉ DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM CUBATÃO DIRETORIA REGIONAL DO CIESP EM SANTOS FEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO - FAESP FEDERAÇÃO NACIONAL DAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS E LIMPEZA AMBIENTAL – FEBRAC FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO – FACESP FÓRUM DAS ENTIDADES EMPRESARIAIS DO PARÁ FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DE SÃO PAULO FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DO ESTADO DO PARANÁ INSTITUTO BRASILEIRO PARA INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE DO AGRONEGÓCIO – IBISA MOVIMENTO BRASIL LIVRE – MBL NASRUAS l País l Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO l 11 Apesar de surto de H1N1 em SP, vacinação não será antecipada Rio Doce: arsênio é de 140 vezes o permitido Ministério da Saúde confirma campanha só a partir de 30 de abril Contaminação em peixes e na água foi detectada por estudo do ICMBio LUIZA SOUTO E MARIANA TIMÓTEO DA COSTA [email protected] Embora diante de uma série de mortes provocadas por um surto de gripe, o Ministério da Saúde informou ontem, em nota oficial, que não vai antecipar a campanha de vacinação contra a doença, que protege contra três subtipos da influenza, incluindo o H1N1. O governo do estado de São Paulo havia pedido antecipação da campanha, dado o surto de H1N1, que já provocou a morte de 38 pessoas no estado somente este ano, contra outros 46 óbitos em todo o país. Ainda em relação a São Paulo, 36 pessoas morreram nos 12 meses de 2015 com H1N1 em cidades paulistas. No Brasil, a doença já contaminou 305 pessoas somente este ano; em 2015, o total de casos foi 141. “O Ministério da Saúde informa que a campanha de vacinação contra a influenza deste ano está prevista para ser realizada entre os dias 30/04 a 20/05 em todo o país, sendo 30 de abril o dia D de mobilização nacional. Vale ressaltar que a campanha é realizada neste período porque o imunobiológico só é entregue pelo laboratório produtor nos meses que antecedem o inverno”, informou a nota. O Ministério da Saúde autorizou o estado de São Paulo a utilizar os lotes da vacina de 2015, para regiões em que a circulação do vírus da influenza iniciou mais cedo. Com a filha caçula no colo chegando aos 40 graus de febre e muita tosse, a professora Ana Caudia Rigrini, de 37 anos, falava do pavor de se deparar com o diagnóstico da doença na pequena Ana Carolina, de apenas um ano. Numa fila de espera de aproximadamente cinco horas, no Hospital Infantil Sabará, em Higienópolis, centro de São Paulo, ela conta que a menina está há 14 dias tomando antibiótico para gripe, e que ontem tentaria fazer exames que detectam o vírus. — Tenho várias amigas com filhos que estão com H1N1. Deus me livre. Espero que não seja nada! Por e-mail, a assessoria de imprensa do hospital informou que houve 38 casos confirmados de H1N1 na unidade. Destes, 30 com internação. Luis Fernando Aranha de Camargo, gerente de pesquisa clínica do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, em São Paulo, acredita que o surto chegou mais cedo ao Brasil porque pegou “muita gente desprotegida”, já que a vacina demo-SÃO PAULO- PENSAMENTO NACIONAL DAS BASES EMPRESARIAIS – PNBE RESISTÊNCIA PAULISTA PARA ENTENDER A DOENÇA SINTOMAS, CUIDADOS E PREVENÇÃO O que é É um subtipo da gripe A. Surgiu no México em 2009. Acreditase que o vírus tenha vindo de uma série de mutações originadas em porcos, daí o nome inicial de gripe suína Sintomas DOR DE CABEÇA SINDICATO DA INDÚSTRIA ALIMENTAR DE CONGELADOS, SUPERCONGELADOS, SORVETES, CONCENTRADOS E LIOFILIZADOS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINCONGEL De pessoa para pessoa pelas vias aéreas (nariz e boca), especialmente através de tosse ou espirro. Algumas pessoas podem se infectar com objetos contaminados Clínico e por amostra de secreções da boca e do nariz Tratamento Controlar a febre e tratar infecções secundárias como pneumonia. Medicamentos anti-retrovirais são recomendados para controlar eventuais epidemias, mas nem todos os médicos concordam com isso Quem deve vacinar Todo mundo, especialmente crianças, gestantes, idosos e obesos Fonte: OMS e Luis Fernando Aranha de Camargo (infectologista do Hospital Albert Einstein) ra muito para chegar no Brasil. — A vacina fica pronta lá fora antes do inverno no Hemisfério Norte (novembro do ano anterior), deveria chegar aqui no fim de fevereiro e não no final de abril — afirma Camargo, para quem a campanha deveria também ser estendida a toda a população. GRIPE COMUM PODE FICAR MAIS SÉRIA Segundo ele, o que difere o H1N1 da gripe comum não é a intensidade dos sintomas, e sim as complicações decorrentes da gripe, especialmente a pneumonia: — A gripe comum fica séria em pessoas debilitadas, já o H1N1 pode ficar séria em pessoas completamente saudáveis. Gestantes e obesos fazem parte do gru- SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE GRANDES ESTRUTURAS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDUSCON SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO NORTE DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DO OESTE DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DA REGIÃO NOROESTE DO PARANÁ DOR NO CORPO Já está disponível na rede privada a vacina trivalente, que cobre dois subtipos da gripe A, incluindo a H1N1. Na rede pública deve estar disponível a partir de 30 de abril SINDICATO DA INDÚSTRIA CINEMATOGRÁFICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINAES SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CERÂMICA PARA CONSTRUÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDICERCON PROSTRAÇÃO Vacina SINDICATO DA INDÚSTRIA AUDIOVISUAL DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CERÂMICA DE LOUÇA DE PÓ DE PEDRA, DA PORCELANA E DA LOUÇA DE BARRO NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDILOUÇA CALAFRIOS Exame SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDUSCON-ES SINDICATO DA INDÚSTRIA DA BORRACHA E DA RECAUCHUTAGEM DE PNEUS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIBORES DOR DE GARGANTA Como é transmitido REVOLTADOS ON LINE SINDICATO DA HABITAÇÃO – SECOVI-SP FEBRE CORIZA TOSSE SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO E DO MOBILIÁRIO DE LEME – SINDLEME SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PESADA NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDICOPES SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO PESADA NO ESTADO DO PARANÁ – SICEPOT SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CORDOALHA E ESTOPA NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDCORDOALHA Editoria de Arte po de risco, ainda não sabemos exatamente o porquê. Quem puder, se vacine. Acho que o Brasil é o único país do mundo sob a ameaça de quatro doenças infecciosas ao mesmo tempo: dengue, zika, chicungunha e agora H1N1. Camargo lembra, no entanto, que não há motivo para pânico já que, na grande maioria dos casos, a doença evolui normalmente. O Ministério da Saúde esclarece ainda que, mesmo as pessoas que tomarem vacina contra a gripe, devem voltar na campanha para se vacinar contra “o novo H1N1” e contra os dois outros tipos de vírus que a vacina trivalente cobre, H3N2 e Influenza B. O intervalo entre uma vacina e outra deve ser de 30 dias. l SINDICATO DA INDÚSTRIA DA EXTRAÇÃO DE FIBRAS VEGETAIS E DO DESCAROÇAMENTO DO ALGODÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIALGODÃO SINDICATO DA INDÚSTRIA DA MADEIRA DE IMBITUVA SINDICATO DA INDÚSTRIA DA MALHARIA E MEIAS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SIMMESP SINDICATO DA INDÚSTRIA DA PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA DO OESTE DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DA PESCA NO ESTADO DE SÃO PAULO – SIPESP SINDICATO DA INDÚSTRIA DA PRODUÇÃO DE BIODIESEL DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ABRASIVOS DOS ESTADOS DE SÃO PAULO, MINAS GERAIS, RIO DE JANEIRO, ESPÍRITO SANTO, PARANÁ, SANTA CATARINA E PERNAMBUCO – SINAESP SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ADUBOS E CORRETIVOS AGRÍCOLAS NO ESTADO DO PARANÁ – SINDIADUBOS SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ALFAIATARIAS DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE APARELHOS ELÉTRICOS, ELETRÔNICOS E SIMILARES DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINAEES SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ARTEFATOS DE METAIS NÃO FERROSOS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SIAMFESP A contaminação por metais de peixes do Rio Doce está em até 140 vezes acima do nível permitido pela legislação, aponta o primeiro laudo realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em pescados e mariscos da região. O nível de contaminação 140 vezes maior foi achado ao se medir o arsênio no peixe roncador — também contaminado por cádmio 12 vezes acima do tolerado, e por chumbo cinco vezes acima do permitido. Segundo o jornal “A Gazeta”, o laudo foi apresentado à direção de órgãos públicos como Tamar, Ibama e o próprio ICMBio, e a pesquisadores em seminário este mês. O documento é parte de um conjunto de estudos que estão sendo feitos no Rio Doce depois da tragédia ambiental com o rompimento da barragem de rejeitos de minério da Samarco, em Mariana (MG). Havia expectativa de que o Ministério do Meio Ambiente divulgasse o relatório esta semana; em nota, o ICMBio disse que o relatório final consolidado será divulgado no próximo dia 17. O relatório conclui que existe “contaminação da água com metais acima dos limites permitidos pela Resolução 357 do Conama”, além de “contaminação de pescados (peixes e camarões) acima dos limites permitidos pela Resolução 42 da Anvisa”. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO De acordo com o documento, a contaminação atingiu as unidades de conservação e de preservação ambiental no entorno da região — o Arquipélago de Abrolhos, a Costa das Algas e o Refúgio de Vida Silvestre de Santa Cruz —, nas quais houve pontos de coleta de amostras para o estudo, assim como na foz do Rio Doce e na área de Barra Nova. No caso do camarão, por exemplo, o estudo detectou que a contaminação supera em 88 vezes o limite tolerado de arsênio, em cinco vezes o de cádmio, e em cinco vezes o de chumbo. Já o peixe peroá, mostra o relatório, está contaminado por arsênio 34 vezes acima do permitido, e por cádmio quase três vezes acima. E o linguado supera o nível tolerado de arsênio em 43 vezes; o de cádmio em nove vezes acima ; e o chumbo em seis vezes. Na água, a contaminação por chumbo total é de quase dez vezes acima do limite do Conama. O nível de cobre dissolvido na água está nove vezes acima do limite tolerado, enquanto o de cádmio total está duas vezes acima do limite. O estudo revela, ainda, contaminação na base da cadeia alimentar, com “acumulação significativa de metais tóxicos na base da cadeia trófica (nos chamados zooplânctons)”; e contaminação nos corais. PESCA PROIBIDA Segundo João Carlos Thomé, da coordenação do Tamar, o documento ao qual “A Gazeta” teve acesso foi desenvolvido pelo professor Adalto Bianchini, da Universidade Federal do Rio Grande. Ainda de acordo com Thomé, a pesca está proibida na foz do Rio Doce, entre Barra do Riacho até Linhares, por decisão judicial do fim do mês passado, justamente com base nos dados apontados pelo documento. — É uma contaminação muito grave, por metais que vão se acumulando no organismo das espécies e que não são eliminados. É um risco para a comunidade — afirmou o consultor ambiental Marco Bravo, alertando também para os prejuízos para a economia da região. Em nota, a Samarco afirmou que ainda não teve acesso ao laudo do ICMBio, mas destacou que realiza monitoramento diário da água ao longo do Rio Doce. (Com G1) l SINDICATO DA INDÚSTRIA DE AZEITE E ÓLEOS ALIMENTÍCIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDOLEO SINDICATO DA INDÚSTRIA DE BEBIDAS EM GERAL NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIBEBIDAS/ES SINDICATO DA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO DE FIBRAS VEGETAIS E DO DESCAROÇAMENTO DE ALGODÃO DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE BENEFICIAMENTO E TRANSFORMAÇÃO DE VIDROS E CRISTAIS PLANOS DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINBEVIDROS SINDICATO DA INDÚSTRIA DE CAFÉ DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDICAFESP SINDICATO DA INDÚSTRIA DE CALÇADOS DE JAÚ – SINDICALÇADOS JAÚ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE CAMISAS PARA HOMEM E ROUPAS BRANCAS DE SÃO PAULO – SINDICAMISAS SINDICATO DA INDÚSTRIA DE CARNES E DERIVADOS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDICARNES IMPEACHMENT JÁ! Chega de PAGAR O PATO. 12 l O GLOBO l País l Terça-feira 29 .3 .2016 LONGE DOS OLHOS Fragmentos guardados de nossa História Acervo em exposição no Museu Imperial de Petrópolis é de só 8% de sua reserva técnica; MARCELO REMIGIO [email protected] A o subir a serra de Petrópolis, no Estado do Rio, na noite de 25 de abril de 1933, o então presidente Getulio Vargas viu uma pedra cair sobre seu carro durante uma tempestade. Ele e a mulher, Darcy, saíram feridos do acidente, e um militar que acompanhava o casal morreu. O ocorrido, que chegou a ser investigado como um possível atentado, entrou para a História, enquanto a pedra virou peça de museu. A rocha faz parte de um acervo curioso e desconhecido para a maioria dos visitantes do Museu Imperial, que permanece em sua reserva técnica. Dos mais de oito mil itens da instituição, apenas 8% estão em exposição. Enquanto isso, em Lisboa, um pesquisador localizou na reserva técnica de museus portugueses parte dos móveis que eram usados no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, no Rio. Entre as recentes aquisições do Museu Imperial que passaram a integrar a reserva técnica está um retrato de perfil do imperador dom Pedro II em trajes civis, de 1841. Feito com lápis crayon, a obra rara foi achada na França e, deduzem os historiadores, serviria de modelo para uma medalha ou moeda em comemoração à sua coroação, mas que nunca foram feitas a partir do retrato. A peça, até então inédita, permanece na França e deverá chegar ao Brasil ainda este ano. Depois que entrar em exposição, a previsão é que o retrato integre a reserva junto com a pedra de Getulio e outras preciosidades, como o chapéu de feltro de dom João VI e um quadro de Duque de Caxias com olhos claros — em rara obra que retrata a realidade, já que ele era pintado com os olhos escuros. Na reserva técnica há coleções de roupas brancas, como eram chamadas na época as peças íntimas usadas pelas mulheres — vão de camisolas a toucas e calçolas —; missais e livros de orações da princesa Isabel com referências à Nossa Senhora da Conceição Aparecida, quando o padroeiro do Brasil ainda era São Pedro de Alcântara e a santa não era tão popular. De acordo com o diretor do Museu Imperial, Maurício Vicente Ferreira Júnior, o retrato de Pedro II foi adquirido em um leilão em Paris. A peça permanece na embaixada do Brasil na França. Retrato. Dom João VI monta a cavalo: obra de 1805 que permanece na reserva técnica Entre os itens curiosos e raros do acervo, o diretor destaca uma coleção de colibris empalhados oferecida de presente a Getulio; uma cadeira usada por Pedro II sempre que visitava a Academia de Medicina, no Rio; leques de princesas e imperatrizes do Brasil; e uma farta coleção de roupas de época, incluindo modelos da princesa Isabel quando criança. — Algumas peças que não estão em exposição permanente conseguimos incluir em mostras temporárias, de acordo com o tema. Mas isso não é sempre possível. Até porque alguns itens precisam de temperatura ambiente, luminosidade e proteção adequadas. Sem contar que não há espaço suficiente no palácio — diz Vicente, ao citar a digitalização do acervo, prevista para ser concluída em oito anos e que permitirá um passeio virtual por toda a reserva técnica. Também estão no museu um kit de higiene de Pedro II e seu neto, príncipe Augusto Leopoldo, para viagens; uma partitura e um piano do maestro Carlos Gomes; cristais Baccarat e porcelanas do aparelho de jantar da família imperial. O total de oito mil itens do museu não inclui documentos, como livros, cartas e fotos. Caso fizessem parte da contabilidade, o material em exposição não chegaria a 1% da reserva técnica, o que deixaria a instituição com índice igual ao de museus europeus; hoje, esse índice fica próximo. DEVOLUÇÃO A DOM JOÃO VI Em Lisboa, o pesquisador Eduardo Alves Marques encontrou em reservas de museus portugueses móveis e acessórios, até então de paradeiro desconhecido, que faziam parte do Palácio de São Cristóvão. A identificação foi possível após a descoberta da lista de encomendas para o casamento de dom Pedro I e dona Leopoldina, de 1817. As compras foram feitas por dom João VI. Segundo Marques, a lista “dá uma noção da riqueza dos aposentos de Pedro e Leopoldina em São Cristóvão”. — Essa descoberta vai contra o que era falado sobre o Palácio de São Cristóvão, que tinha a fama de ser um palácio menor, sem o luxo e a riqueza dos europeus — revela o pesquisador. Os móveis que correspondem à lista foram levados a Portugal após dom João VI retornar à Europa e romper com o filho. Ele pediu de volta os presentes. As peças foram usadas, depois, para mobiliar o palácio de uma das filhas de Pedro I, a princesa Maria da Glória. l SINDICATO DA INDÚSTRIA DE CARNES E DERIVADOS NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES DE ROUPAS EM GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINCONFEC SINDICATO DA INDÚSTRIA DE CURTIMENTO DE COUROS E DE PELES DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE DOCES E CONSERVAS ALIMENTÍCIAS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SIDOCAL SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ESPECIALIDADES TÊXTEIS DO ESTADO DE SÃO PAULO – SIETEX SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ESQUADRIAS E CONSTRUÇÕES METÁLICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – SIESCOMET SINDICATO DA INDÚSTRIA DE EXTRAÇÃO DE MÁRMORES, CALCÁREOS E PEDREIRAS NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE EXTRAÇÃO DE MINERAIS NÃO METÁLICOS DO ESTADO DO PARANÁ – SINDIMINERAIS-PR SINDICATO DA INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE ÁLCOOL DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO DE RAÇÃO ANIMAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIFABRA/ES SINDICATO DA INDÚSTRIA DE FABRICAÇÃO E REPARAÇÃO DE CALÇADOS, BOLSAS, MALAS, CAPAS, REVESTIMENTO E ACESSÓRIOS DE COURO E OU SINTÉTICOS, CURTUMES E PRODUTOS E ARTEFATOS DERIVADOS DO COURO NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDICALÇADOS pesquisador encontra móveis usados na Quinta da Boa Vista DIVULGAÇÃO/MUSEU IMPERIAL Preciosidade. Chapéu de feltro usado por dom João VI: acessório retratado em quadros Lápis sobre papel. Retrato de Pedro II jovem comprado em leilão na França chegará à reserva técnica este ano Índice de utilização da reserva técnica do Museu Imperial é próximo aos de instituições europeias SINDICATO DA INDÚSTRIA DE FIAÇÃO E TECELAGEM DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDITÊXTIL SINDICATO DA INDÚSTRIA DE FIAÇÃO E TECELAGEM, TINTURARIA, ESTAMPARIA E BENEFICIAMENTO DE FIBRAS ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS E DO VESTUÁRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDUTEX SINDICATO DA INDÚSTRIA DE FUNILARIA E MÓVEIS E METAL NO ESTADO DE SÃO PAULO – SIFUMESP SINDICATO DA INDÚSTRIA DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS, GÁS, HIDRÁULICAS E SANITÁRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDINSTALAÇÃO SINDICATO DA INDÚSTRIA DE JOALHERIA, BIJUTERIA E LAPIDAÇÃO DE GEMAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIJOIAS SINDICATO DA INDÚSTRIA DE JOALHERIA, BIJUTERIA, EXTRAÇÃO E LAPIDAÇÃO DE GEMAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIJOIAS-ES SINDICATO DA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS E PRODUTOS DERIVADOS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDILEITE SINDICATO DA INDÚSTRIA DE LÂMPADAS E APARELHOS ELÉTRICOS DE ILUMINAÇÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDILUX Acidente. Pedra que caiu no carro de Getulio SINDICATO DA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS E PRODUTOS DERIVADOS DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MÁRMORES E GRANITOS NO ESTADO DO PARANÁ – SIMAGRAN SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MASSAS ALIMENTÍCIAS E BISCOITOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIMASSAS SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MASSAS ALIMENTÍCIAS E BISCOITOS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SIMABESP Cristais Baccarat. Eram usados por Pedro II SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MÓVEIS DE JUNCO E VIME E VASSOURAS E DE ESCOVAS E PINCÉIS DO ESTADO DE SÃO PAULO – SIMVEP SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA DE SANTO ANDRÉ – SIPAN SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA DE SANTOS, SÃO VICENTE, GUARUJÁ E CUBATÃO – SINASPAN SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA DE SÃO PAULO – SINDIPAN SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MATERIAL DE SEGURANÇA E PROTEÇÃO AO TRABALHO DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDISEG SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIPÃES SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MATERIAL PLÁSTICO DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIPLAST SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MATERIAL PLÁSTICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIPLAST-ES SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIPAPEL SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MATERIAL PLÁSTICO DO NORTE DO PARANÁ – SIMPLAS SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PARAFUSOS, PORCAS, REBITES E SIMILARES NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINPA SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MATERIAL PLÁSTICO NO ESTADO DO PARANÁ – SIMPEP SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MECÂNICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIMECÂNICA SINDICATO DA INDÚSTRIA DE MINERAÇÃO DE PEDRA BRITADA DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIPEDRAS SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PERFUMARIA E ARTIGOS DE TOUCADOR NO ESTADO DE SÃO PAULO – SIPATESP SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PINTURAS, GESSOS E DECORAÇÕES DE SÃO PAULO – SIPIGEDESP Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO Rio l 13 A MORTE DE RYAN Madureira em chamas _ Manifestantes destroem ônibus e estações do BRT após menino não resistir a tiro no peito MARCELO THEOBALD GISELLE OUCHANA [email protected] MARIA ELISA ALVES [email protected] Ele queria ser soldado do Exército e marchar acompanhando o ritmo de toda a tropa. Também pensava em andar a cavalo, como os militares que viu no último desfile de Sete de Setembro. Mas Ryan Gabriel Pereira dos Santos não teve tempo de acumular muitos sonhos. Aos 4 anos, morreu ontem, após ter sido atingido no peito, no Domingo de Páscoa, por um tiro de uma guerra da qual não deveria fazer parte. O menino brincava na porta da casa dos avós, em Madureira, depois de ter comido um coelhinho de chocolate, quando foi ferido durante um confronto entre traficantes pelo controle do Morro do Cajueiro. Ao saberem da morte de Ryan, moradores da comunidade que está sendo cobiçada por bandidos do Morro da Serrinha foram às ruas para protestar. Durante a tarde, fecharam com paus, pedras e até móveis a Avenida Ministro Edgard Romero, uma das principais da região, incendiaram uma estação do BRT Transcarioca, depredaram uma outra e deixaram no caminho, além de dois ônibus carbonizados, muitos pedestres em pânico. Pelo menos 60 pessoas participaram da manifestação violenta, que forçou até o fechamento do Mercadão de Madureira, um dos principais centros comerciais da cidade, por onde passam cerca de 80 mil pessoas por dia. Cerca de 1.300 alunos do Instituto de Educação Carmela Dutra e do Colégio Estadual Compositor Manaceia José de Andrade ficaram sem aulas no período da tarde. O protesto começou por volta das 13h e durou pouco mais de três horas. No final, além do rastro de destruição, seis pessoas foram presas por terem sido flagradas carregando quatro litros de gasolina, com os quais pretendiam incendiar um terceiro ônibus. BALAS DE BORRACHA E GÁS LACRIMOGÊNEO Aos gritos, os manifestantes clamavam por justiça. Repetidas vezes, o nome de Ryan foi lembrado pelos moradores do Cajueiro, onde o menino, que vivia na Mangueira, costumava passar os fins de semana, na casa dos avós. O clima ficou tenso na região. Até a Avenida Edgar Romero, epicentro da confusão, ter o policiamento reforçado por equipes do Batalhão de Choque (BPChoque) da PM, o estrago já estava feito. Vândalos atearam fogo à estação do BRT Vila Queiroz, causando um prejuízo de R$ 350 mil. A estação Otaviano, que recebe diariamente uma SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS DE CACAU E BALAS, DOCES E CONSERVAS ALIMENTÍCIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDICACAU SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS DE CACAU, CHOCOLATES, BALAS E DERIVADOS DO ESTADO DE SÃO PAULO – SICAB SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS DE CIMENTO DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINPROCIM / SINAPROCIM / ABILAJE SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS DE CIMENTO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO/ES – SINPROCIM SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS QUÍMICOS PARA FINS INDUSTRIAIS E DA PETROQUÍMICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINPROQUIM SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PROTEÇÃO, TRATAMENTO E TRANSFORMAÇÃO DE SUPERFÍCIES DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDISUPER SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REFRIGERAÇÃO, AQUECIMENTO E TRATAMENTO DE AR NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDRATAR SINDICATO DA INDÚSTRIA DE RELOJOARIA DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIRELOJOARIA Estrago. Policiais fazem patrulhamento na Avenida Edgard Romero, uma das mais movimentadas da região: comando da PM promete manter reforço do Batalhão de Choque FOTO DE LEITOR Vandalismo. Veículos pegam fogo durante o protesto SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DE BANDEIRANTES SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DE FOZ DO IGUAÇU SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DE FRANCISCO BELTRÃO SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DE GUARAPUAVA SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DE LONDRINA SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DE MARINGÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DE PARANAVAÍ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DE PONTA GROSSA SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DE TOLEDO SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DE UMUARAMA média de 700 passageiros, foi depredada. Dois ônibus foram incendiados: um do sistema Transcarioca e um que fazia o trajeto Madureira-Praça Tiradentes. Nuvens de fumaça podiam ser vistas de bairros vizinhos. Policiais do BPChoque usaram bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar um grupo que pretendia incendiar um terceiro ônibus, na Rua Conselheiro Galvão. Uma passageira grávida ficou nervosa e entrou em trabalho de parto. Ela foi socorrida por PMs. O clima tenso também causou pânico entre comerciantes e fregueses do Mercadão de Madureira, que, com 600 lojas, teve as portas fechadas às pressas. — Madureira virou um bairro perigoso. Quem vive aqui só sente medo — lamentou uma cliente, enquanto apertava o passo para sair do centro comercial. SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIREPA SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE REPARAÇÃO DE VEÍCULOS E ACESSÓRIOS, E DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS RODOVIÁRIOS E FERROVIÁRIOS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIREPA/ES SINDICATO DA INDÚSTRIA DE ROCHAS ORNAMENTAIS, CAL E CALCÁRIOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIROCHAS Uma moradora afirmou que Madureira viveu ontem um típico dia de guerra: — Estava passando pela Edgard Romero quando vi muitas pessoas revoltadas, fechando a pista. Perdemos o direito de ir e vir. Policiais suspeitam que o protesto violento teve o aval de traficantes do Cajueiro: um homem foi conduzido a uma delegacia após ser flagrado dando ordens para comerciantes fecharem seus estabelecimentos. O comandante-geral da PM, coronel Edison Duarte dos Santos Júnior, disse não ter dúvida de que bandidos incitaram a manifestação: — Os atos de vandalismo foram orquestrados pelos bandidos que atacaram o BRT. Vamos manter o reforço no patrulhamento com as unidades especiais da PM. l Balas perdidas já mataram 12 crianças desde o ano passado, na página 14 SINDICATO DA INDÚSTRIA DE SERRARIAS, CARPINTARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS, MARCENARIAS (MÓVEIS DE MADEIRA), MÓVEIS DE JUNCO E VIME, E DE VASSOURAS, CORTINADOS E ESTOFOS DE COLATINA – SINDMÓVEIS SINDICATO DA INDÚSTRIA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO DO PARANÁ – SINFOR/PR SINDICATO DA INDÚSTRIA DE TINTAS E VERNIZES NO ESTADO DE SÃO PAULO – SITIVESP SINDICATO DA INDÚSTRIA DE TORREFAÇÃO E MOAGEM DE CAFÉ NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AÇÚCAR NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE SERRARIAS, CARPINTARIAS E TANOARIAS E DA MARCENARIA DE FOZ DO IGUAÇU SINDICATO DA INDÚSTRIA DO ARROZ, MILHO, SOJA E BENEFICIAMENTO DO CAFÉ DO ESTADO DO PARANÁ – SAMISCA SINDICATO DA INDÚSTRIA DE SERRARIAS, CARPINTARIAS E TANOARIAS E DA MARCENARIA DE IRATI SINDICATO DA INDÚSTRIA DO AZEITE E ÓLEOS ALIMENTÍCIOS NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE SERRARIAS, CARPINTARIAS E TANOARIAS E DA MARCENARIA DE PONTA GROSSA SINDICATO DA INDÚSTRIA DO CAFÉ DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDICAFÉ SINDICATO DA INDÚSTRIA DE SERRARIAS, CARPINTARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS E LAMINADAS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIMAD IMPEACHMENT JÁ! Chega de PAGAR O PATO. 14 l O GLOBO l Rio l Terça-feira 29 .3 .2016 A MORTE DE RYAN _ Balas perdidas já mataram 12 crianças desde o ano passado DANIEL MARENCO Segundo levantamento do Rio de Paz, a maioria das vítimas, de até 14 anos, morava em áreas pobres REPRODUÇÃO Ryan. Atingido com um tiro no peito seria muito diferente. — O que aconteceu em Madureira foi o pobre chorando a morte de um pobre. O que me preocupa, do ponto de vista da cidadania e solidariedade, é que a classe média não protesta quando acontece a morte de uma criança pobre. Se Ryan morasse na Prudente de Morais e fosse vítima de bala perdida na Praça General Osório, em Ipanema, os moradores de Leblon e Ipanema fariam protestos. Você tem dúvida de que o poder público daria mais atenção a eles? Não há dúvida de que a cidade ainda é partida. “POR QUE VOCÊ ME DEIXOU?” Com a cidade partida ou não, a dor de perder um filho é igual para todos. Ontem, ao saber da morte do menino, a mãe de Ryan, Taiane Pereira da Silva, de 20 anos, se desesperou na porta do Hospital Getulio Vargas, para onde o menino fora levado no domingo. — Tiraram meu filho! Que é isso, Senhor? Meu mundo acabou. Ai, meu filho! Ai, Ryan, por que você me deixou? — gritava, amparada por parentes. À tarde, ela permaneceu, durante as cinco horas de espera pela liberação do corpo do filho, no Instituto Médico-Legal, com o olhar perdido, sentada numa mureta. Os berros de desespero tinham dado lugar a uma expressão de incredulidade e a um lamento contínuo. — Eu perdi meu filho. Eu não acredito que perdi meu filho — repetia sem parar. Avô de Ryan, que será enterrado hoje no Cemitério de Irajá, Milton do Amparo, de 48 anos, lembrou o momento em que o menino foi baleado: — Estava ao meu lado na calçada. Estava a família toda, minha esposa, a mãe dele. Estava cheio de criança. Era domingo de Páscoa. Ninguém imagina que vai acontecer um negócio desses. A gente vê passar na televisão, mas nunca pensa que vai acontecer com um dos nossos. Em vez de ganhar ovo de chocolate, bombom, ele ganhou um tiro. Uma covardia danada. Milton disse que ouviu o tiro, mas não teve tempo de reagir. — Ouvi o tiro, puxei meu neto e ele caiu no chão. Quando o levantei, vi que estava alvejado no peito. O médico disse que a bala entrou pelas costas e saiu pelo peito. Ele estava muito mal. Não conseguia falar. Ele só me olhava — contou, aos prantos. Ryan era filho único e morava com a mãe na Mangueira, mas sempre passava os fins de semana na casa dos avós, em Madureira. — Ele era muito agarrado comigo. Estudava durante a semana e, na sexta-feira, me ligava e dizia: “Vô, vem me buscar. Quero ficar com o senhor”. Era uma criança calma. Meu tchutchuquinho — lamentou Milton. l Prisão. Os seis detidos na manifestação em Madureira: eles estariam carregando gasolina para incendiar mais ônibus GUITO MORETO Protesto. Cartazes com nomes de crianças mortas por balas perdidas: o ato na Lagoa foi organizado pelo Rio de Paz SINDICATO DA INDÚSTRIA DO CAFÉ DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINCAFÉ SINDICATO DA INDÚSTRIA DO VINHO DE JUNDIAÍ – SINDIVINHO SINDICATO DA INDÚSTRIA DO CURTIMENTO DE COUROS E PELES NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDICOURO SINDICATO DA INDÚSTRIA METALÚRGICA, MECÂNICA E DE MATERIAL ELÉTRICO DE UMUARAMA SINDICATO DA INDÚSTRIA DO FRIO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIFRIO SINDICATO DA INDÚSTRIA DO FRIO NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIFRIO SINDICATO DA INDÚSTRIA DO MATE NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DO MILHO, SOJA E SEUS DERIVADOS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDMILHO SINDICATO DA INDÚSTRIA DO MOBILIÁRIO DE MIRASSOL – SIMM SINDICATO DA INDÚSTRIA DO MOBILIÁRIO DE SÃO PAULO – SINDIMOV SINDICATO DA INDÚSTRIA DO MOBILIÁRIO E MARCENARIA DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DO TRIGO NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO DE COLATINA – SINVESCO SINDICATO DA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO DE LINHARES/ES – SINVEL SINDICATO DA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO DE MARINGÁ SINDICATO DA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO FEMININO E INFANTO JUVENIL DE SÃO PAULO – SINDIVEST SINDICATO DA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO MASCULINO DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIROUPAS SINDICATO DAS EMPRESAS DE ASSEIO E CONSERVAÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS – SEAC-MG VIOLÊNCIA NA ZONA NORTE ESTAÇÃO DO BRT ATACADA Vila Queiroz (incendiada) SOBRE MADUREIRA: LOCAL ONDE RYAN FOI BALEADO Rua Fausto Laurindo MORRO DO CAJUEIRO RO ME RO D R O protesto ocorreu na Avenida GA SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE COMERCIAL DE CARGA DO VALE DO PARAÍBA E LITORAL NORTE SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGA DE ARAÇATUBA E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE ASSEIO, CONSERVAÇÃO E AFINS DO GRANDE ABCMD, RP E RGS – SEAC-ABC SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGA DE SOROCABA E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE ASSEIO, CONSERVAÇÃO, TRABALHO TEMPORÁRIO E SERVIÇOS TERCEIRIZÁVEIS DO DISTRITO FEDERAL – SEAC-DF SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGA DO ABC E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE INFORMÁTICA NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDINFO SINDICATO DAS EMPRESAS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDEPRES SINDICATO DAS EMPRESAS DE RECICLAGEM DO ESPÍRITO SANTO – SINDIRECICLE MORRO DA SERRINHA 2º maior • polo comercial do Rio (perdendo apenas para o do Centro) • • • 50 mil 19 mil 5 mil moradores domicílios lojas Editoria de Arte SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGA DE RIBEIRÃO PRETO E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE ENGENHARIA DE MONTAGEM E MANUTENÇÃO INDUSTRIAL DO PARANÁ Edgard Romero, onde dois ônibus foram incendiados ESTAÇÃO DO BRT ATACADA Otaviano (depredada) SINDICATO DAS EMPRESAS DE ASSEIO E CONSERVAÇÃO DO RIO DE JANEIRO – SEAC-RJ SINDICATO DAS EMPRESAS DE ELETRICIDADE, GÁS, ÁGUA, OBRAS E SERVIÇOS DO ESTADO DO PARANÁ MADUREIRA PROTESTO DUROU POUCO MAIS DE TRÊS HORAS AVE NID AE D A dor da família de Ryan Gabriel é a de muitas outras. Segundo levantamento da ONG Rio de Paz, pelo menos 12 crianças foram baleadas e mortas do ano passado para cá na Região Metropolitana do Rio. A maior parte, como o menino atingido em Madureira, foi atingida durante confrontos — de traficantes entre si ou contra a polícia — em favelas ou áreas pobres do estado. Segundo o fundador da Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, o levantamento, que contabiliza apenas meninos e meninas de até 14 anos, já registrou, desde 2007, 25 vítimas. Quase metade delas morreu em 2015 e 2016, quando houve sete e cinco casos, respectivamente. O Instituto de Segurança Pública (ISP) não confirmou os números. O último levantamento de vítimas de balas perdidas feito pelo instituto foi em 2012. Em protesto contra as mortes, a ONG organizou ontem à tarde um ato silencioso na Lagoa, na Curva do Calombo, mesmo local onde o médico Jaime Gold foi esfaqueado e morto em 2015, quando andava de bicicleta. No lugar, foram fixadas placas com os nomes das 25 vítimas. A maioria das pessoas que corria ou pedalava na Lagoa passou pelos cartazes sem se deter. — Muito raramente essas mortes de crianças pobres causam comoção pública. O poder público não costuma elucidá-las nem dar apoio às famílias — disse Antônio Carlos, acrescentando que, se a morte de Ryan, ontem, no Hospital Getulio Vargas (na Penha), fosse a de um menino de classe média, a repercussão SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DE ANÁPOLIS SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DE DOIS VIZINHOS SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS E ENCOMENDAS DO SUDOESTE GOIANO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS E PASSAGEIROS URBANOS DE TRÊS RIOS, PARAÍBA DO SUL, SAPUCAIA, AREAL E COMENDADOR LEVY GASPARIAN SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE E CARGA DE ASSIS E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA DE GUARAPUAVA E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA DE MARINGÁ SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE E LOGÍSTICA DO OESTE DO PARANÁ SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DE PONTA GROSSA SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGA DE ARARAQUARA E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DE PORTO FERREIRA E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGA DE NOVA FRIBURGO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGA DE SÃO PAULO E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE SEGURANÇA PRIVADA, SEGURANÇA ELETRÔNICA E CURSOS DE FORMAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO – SESVESP SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DE SÃO PAULO E REGIÃO – SETCESP SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGA NO ESTADO DE MATO GROSSO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DE TOLEDO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGAS DE BAURU E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE COMERCIAL DE CARGA DO LITORAL PAULISTA SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE CARGAS DO SUDOESTE DO PARANÁ SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGAS DE CAMPINAS E REGIÃO l Rio l Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO l 15 COFRE VAZIO _ Salários: estado ainda sem verba No primeiro dia como governador, Dornelles enfrenta maratona de reuniões DIVULGAÇÃO/GOVERNO DO ESTADO CARINA BACELAR [email protected] O primeiro dia do vice-governador Francisco Dornelles à frente do estado terminou sem definição de como serão pagos os salários dos servidores. Ainda sem dinheiro em caixa, o governo não confirma que haverá parcelamento dos pagamentos referentes a março. Hoje, o secretário de Fazenda, Julio Bueno, embarca para Brasília a fim de tentar conseguir no Ministério da Fazenda a liberação do empréstimo de R$ 1 bilhão para o Rioprevidência. Mesmo depois de autorizado pelo Banco do Brasil, pela Assembleia Legislativa do Rio e pelo Conselho Monetário Nacional, o repasse está sendo analisado há mais de uma semana pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional. Na semana passada, Bueno foi a São Paulo, onde procurou sete bancos privados para obter recursos, mas até agora nenhuma resposta positiva chegou à secretaria. O governo considera que, com o empréstimo, a chance de pagamento dentro do calendário normal (até o décimo dia útil) cresce significativamente, pois diminuiria a parcela que o tesouro estadual precisaria transferir para o Rioprevidência. Na folha de fevereiro, a última com dados consolidados, o governo teve de depositar R$ 1,445 bilhão para 468.621 pessoas, sendo servidores 220.323 na ativa, 153.463 inativos e 94.835 pensionistas. NEGOCIAÇÃO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA Dornelles ainda não é oficialmente o governador em exercício. Isso só acontecerá amanhã, com a publicação do ato no Diário Oficial. Ontem, ao longo do dia, ele se reuniu com Julio Bueno e com os secretários da Casa Civil, Leonardo Espíndola; de Governo, Affonso Monnerat; de Direitos Humanos, Paulo Melo; e de Segurança, José Mariano Beltrame. Recebeu ainda o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, para tratar de assuntos relativos à segurança nos Jogos Olímpicos. De acordo com secretários, o vice-governador, de 81 anos, parecia bem disposto. Estava muito animado, como disse um deles ao GLOBO. O contato com o governador Pezão, por meio de mensagens e ligações, era permanente. Os dois já haviam se encontrado no domingo. Dornelles chegou ao Palácio Guanabara às 8h e saiu às 19h, segundo assessores. Nos próximos dias, é esperado que ele compareça à Assembleia Legislativa do Rio, onde, conhecido como articulador, deve negociar a aprovação de medidas que favoreçam o contingenciamento de verbas. Não será tarefa simples. Até o empréstimo de R$ 1 bilhão do BNDES para a conclusão das obras da Linha 4 do metrô, que deve ser votado hoje, não tem unanimidade na base governista. Em ano eleitoral, deputados questionam a estratégia de endividamento adotada pelo estado. l [email protected] Nova rotina. Dornelles: ele chegou ao Palácio Guanabara às 8h e, após uma série de reuniões, só foi embora às 19h LUTA CONTRA O CÂNCER Pezão passará o aniversário no hospital Governador, que faz 61 anos hoje, deve receber alta amanhã. Ele será submetido a ecocardiograma MARIA ELISA ALVES [email protected] A pós três dias de tratamento quimioterápico contra um linfoma não-Hodgkin, diagnosticado na última quinta-feira, o governador Luiz Fernando Pezão continua hoje, quando completa 61 anos, a receber medicamentos para combater a doença. Segundo o cardiologista Cláudio Domênico, médico de Pezão, o governador vai ser tratado com uma alta dose de corticoides. Como o re- SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGAS DE PRESIDENTE PRUDENTE SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA MADEIRA E DO MOBILIÁRIO, MÓVEIS COM PREDOMINÂNCIA EM MADEIRA COM DETALHES EM MÁRMORE, GRANITO, METAL, TUBULARES, MÓVEIS DE JUNCO E VIME, VASSOURAS, CORTINADOS, ESTOFADOS, BENEFICIAMENTO DE MADEIRA E TRONCOS, EMBALAGEM DE MADEIRA, SERRARIAS, CARPINTARIAS E MARCENARIA, BEM COMO AS CATEGORIAS CORRELATAS, SIMILARES E CONEXAS DE LINHARES E REGIÃO NORTE DO ESPÍRITO SANTO – SINDIMOL SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGAS E LOGÍSTICA DO SUL FLUMINENSE SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGAS NO DISTRITO FEDERAL SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DE CARGAS DE CAMPOS SINDICATO DAS EMPRESAS DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGAS E LOGÍSTICA DO RIO DE JANEIRO SINDICATO DAS EMPRESAS E PROPRIETÁRIOS DE SERVIÇOS DE AUTOSOCORRO, REMOÇÃO E RESGATE DE VEÍCULOS E DE IÇAMENTO ATRAVÉS DE GUINCHOS E GUINDASTES DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS EMPRESAS NO RAMO DE PINTURAS RESIDENCIAIS, COMERCIAIS, INDUSTRIAIS, PREDIAIS, METAIS, MADEIRAS, LETRAS, DECORAÇÕES, ORNATOS E ESTUQUES NO ESTADO DO PARANÁ médio provoca alterações na glicose, ele continuará internado para ser monitorado. Hoje, o governador, que está desde o último dia 12 no Hospital Pró-Cardíaco, será submetido a um ecocardiograma para avaliar como está o coração. A quimioterapia, que deixa o organismo mais debilitado, tem também um efeito tóxico sobre o músculo cardíaco, diz Domênico. — Às vezes, a gente trata o doente do câncer e o coração fica com sequelas. É importante acompanhar todo o processo — explica o médico, acrescentando que o governador deverá ter alta amanhã. Pezão fará entre seis e oito ciclos de quimioterapia. Cada um deles deve durar três dias. Após um intervalo de 18 dias, o governador reiniciará as sessões. Nas redes sociais, ele disse estar bem após o tratamento. l O Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio suspendeu ontem, liminarmente, a Taxa Única de Serviços Tributários da Receita Estadual. A decisão vale para todas as empresas do estado. Três entidades entraram com representações diretas de inconstitucionalidade contra a lei: Fecomércio, Firjan e Federação da Câmara de Dirigentes e Lojistas. A primeira, da Fecomércio, foi ajuizada em 29 de janeiro. A taxa fica suspensa até que o Órgão decida se ela é constitucional. O principal argumento do relator, o desembargador Camilo Ribeiro Ruliere, foi de que a taxa não representava uma contraprestação de serviço, já que ela era cobrada independentemente de a Receita ter realizado qualquer tarefa. A advogada da Fecomércio, Cheryl Berno, disse que a legislação tinha diversos pontos ilegais: — Em 23 anos de carreira, nunca vi uma lei tão inconstitucional. LEI PUNIRIA PEQUENO COMERCIANTE O imposto foi sancionado pelo governador no dia 28 de dezembro do ano passado e entraria em vigor hoje. Ele serviria para custear a Receita Estadual. A cobrança seria feita trimestralmente, com base no total de saídas ou no número de documentos fiscais emitidos pela empresa nos 12 meses anteriores. Haveria seis faixas de pagamento. Os críticos apontam que a lei pune os pequenos comerciantes, que vendem muitos itens a um preço baixo. Antes mesmo da decisão da Justiça, a nova taxa estava em xeque. Já havia na Assembleia Legislativa um projeto de lei para revogá-la. Além disso, o Centro Industrial do Rio de Janeiro (Cirj) e o Sindicato de Lojistas do Comércio do Rio (SindilojasRio) conseguiram liminares que isentavam as empresas associadas de pagar. Em meio às contestações, a Receita havia decidido publicar um decreto adiando em 60 dias a entrada em vigor da lei, para discutir mudanças com empresários e parlamentares. l * Estagiário sob supervisão de Claudia dos Santos SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA MADEIRA E DO MOBILIÁRIO DO OESTE DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGAS E LOGÍSTICA DO ESTADO DE GOIÁS Cobrança entraria em vigor hoje. Entidades questionam constitucionalidade de lei AUGUSTO DECKER* SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGAS DE PIRACICABA E REGIÃO SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES DE CARGAS DO ESTADO DO TOCANTINS Justiça dá liminar e suspende nova taxa tributária SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA MANDIOCA DO ESTADO DO PARANÁ – SIMP SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA PESCA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIPESCA-ES SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE APARELHOS ELÉTRICOS, ELETRÔNICOS E SIMILARES, APARELHOS DE RÁDIO TRANSMISSÃO, REFRIGERAÇÃO, AQUECIMENTO E TRATAMENTO DE AR, LÂMPADAS E APARELHOS ELÉTRICOS DE ILUMINAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ - SINAEES SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE ARTEFATOS DE BORRACHA DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE ARTEFATOS DE COURO DO ESTADO DO PARANÁ – SINDICOURO SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CACAU E BALAS, MASSAS ALIMENTÍCIAS E BISCOITOS DE DOCES E CONSERVAS ALIMENTÍCIAS DO ESTADO DO PARANÁ – SINCABIMA SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CAL NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDICER/ES SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICAS E DE OLARIAS DO OESTE DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CERÂMICAS E OLARIAS DA REGIÃO CENTRO SUL DO PARANÁ – SINCOLSUL SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CERVEJA DE ALTA E BAIXA FERMENTAÇÃO, DA CERVEJA E DE BEBIDAS EM GERAL, DO VINHO E ÁGUAS MINERAIS DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE CONFECÇÕES DO SUL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINCONSUL SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE EXTRAÇÃO DE AREIA DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDAREIA / APEPAC SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE EXTRAÇÃO DE PEDREIRAS E AREIA DE VITÓRIA – SINDIPEDREIRA SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE FIAÇÃO E TECELAGEM DE LONDRINA SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE FIAÇÃO E TECELAGEM NO ESTADO DO PARANÁ – SINDITÊXTIL SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE GERAÇÃO, DISTRIBUIÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINERGES SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE LATICÍNIOS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDILATES-ES SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE MADEIRAS E ATIVIDADES CORRELATAS EM GERAL DA REGIÃO CENTRO SUL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDMADEIRA-ES SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE MADEIRAS, SERRARIAS, BENEFICIAMENTOS, CARPINTARIA E MARCENARIA, TANOARIA, COMPENSADOS E LAMINADOS, AGLOMERADOS E EMBALAGENS DE GUARAPUAVA SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE MÓVEIS, MARCENARIAS, CARPINTARIAS, ARTEFATOS DE MADEIRA, SERRARIAS, MADEIRAS LAMINADAS E PAINÉIS DE MADEIRA RECONSTITUÍDA DE RIO NEGRO SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE OLARIA E CERÂMICA DO NORTE DO PARANÁ – SINDICER NORTE/PR IMPEACHMENT JÁ! Chega de PAGAR O PATO. 16 l O GLOBO l Rio l Terça-feira 29 .3 .2016 COFRE VAZIO _ Alunos ocupam mais uma escola estadual Unidade na Penha foi a segunda da rede tomada por estudantes, que reivindicam melhor infraestrutura RAFAEL GALDO E LUIS GUILHERME JULIÃO* [email protected] “Isso aqui vai virar o Chile”. A mensagem no muro da Escola Estadual Gomes Freire, na Penha, revela uma das inspirações dos alunos que, desde ontem, ocupam a instituição. Na segunda unidade da rede estadual tomada por estudantes em menos de uma semana, os manifestantes voltaram a fazer referência aos protestos chilenos que, em 2011e 2012, entraram em colégios e levaram milhares às ruas pela educação gratuita. Assim como o movimento de escolas paulistas no ano passado, o ato nos dois colégios do Rio recebe o apoio da Assembleia Nacional do Estudantes — Livre (Anel). Na Gomes Freire, as queixas dos alunos vão desde a falta de canetas para os professores escreverem nos quadros até a demissão dos porteiros. Mas a pauta inclui também o apoio à greve dos professores e às mudanças no sistema de ensino, como o fim da prova do Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio (Saerj). Os estudantes dizem que este mês fizeram quatro manifestações nas ruas da Penha, mas não tiveram resposta da Secretaria estadual de Educação. Depois da ocupação da Escola Estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha, que completou uma semana ontem, os alunos da Penha resolveram, em assembleia na semana passada, fazer o mesmo. — Já chegamos a ter que pagar pela cópia de nossas provas. Existem salas de aulas com até 60 alunos, e nossa merenda está racionada. Não temos como ficar assim — disse o aluno do 3º ano do ensino médio Matheus José Souza Carneiro, de 16 anos. Ontem, os estudantes montaram guarda no portão da escola e impediram a diretora da unidade, Elomar Moura, de entrar para trabalhar. Ela alegou que os manifestantes estavam ferindo o seu direito de ir e vir, e a Polícia Mili- MARCELO CARNAVAL tar foi chamada. Mas os jovens, cerca de 40, entre 16 e 17 anos, não recuaram. — Nosso objetivo é dormir aqui. Como a maioria tem menos de 18 anos, estamos enviando aos responsáveis uma autorização para que permaneçamos na escola — afirmava outra estudante do 3º ano do ensino médio, Letícia Araújo, de 16 anos, ressaltando não haver líderes nem bandeiras políticas no movimento. A ideia é seguir os passos da Mendes de Moraes. Ontem, Alessandro Ribeiro, de 17 anos, aluno do colégio ocupado na Ilha, acompanhou o movimento na Penha. — Vim ajudá-los neste primeiro dia. Vamos seguir ocupando. Nosso movimento vai aumentar. Vai virar o Chile — dizia o aluno, repetindo o cartaz colado no muro da Gomes Freire. UNIVERSITÁRIA ORIENTA ALUNOS Além dele, representantes da Anel participaram da ocupação na Penha. Segundo Helena Martins, de 25 anos, estudante de Odontologia da UFRJ e integrante da executiva nacional da entidade, o grupo soube do movimento na Gomes Freire por meio de professores. E, desde o começo das manifestações, vem orientando os estudantes sobre como se organizarem: — Passamos um pouco da nossa experiência para eles, como a criação de comissões para a limpeza e a segurança da escola. Segundo Helena, a Anel surgiu em 2009, como uma opção à União Nacional dos Estudantes (UNE) e à União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), instituições, diz ela, que não representariam mais os interesses da maioria dos estudantes e que são dominadas por partidos como PCdoB e PT. Na Anel, afirma, há grupos independentes, mas também representantes de siglas como PSTU e alas do PSOL. l * Estagiário sob a supervisão de Leila Youssef SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE OLARIAS E CERÂMICAS PARA CONSTRUÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIA DOS CAMPOS GERAIS SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PANIFICAÇÃO E CONFEITARIAS DO NORTE DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PAPEL, CELULOSE E PASTA DE MADEIRA PARA PAPEL, PAPELÃO E DE ARTEFATOS DE PAPEL E PAPELÃO NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PRÉ-MOLDADOS DE CONCRETO E ARTEFATOS DE CIMENTO DO NORTE DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PRODUTOS AVÍCOLAS DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PRODUTOS CERÂMICOS DE LOUÇA DE PÓ DE PEDRA, PORCELANA E DA LOUÇA DE BARRO DE PORTO FERREIRA – SINDICER SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE PRODUTOS E ARTEFATOS DE CIMENTO E FIBROCIMENTO E LADRILHOS HIDRÁULICOS DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE SERRARIAS, CARPINTARIAS E TANOARIAS,MADEIRAS COMPENSADAS, LAMINADOS, AGLOMERADOS, CHAPAS DE FIBRAS DE MADEIRA E DA MARCENARIA DE FRANCISCO BELTRÃO SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE SERRARIAS, CARPINTARIAS, TANOARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS E LAMINADAS, AGLOMERADOS E CHAPAS DE FIBRAS DE MADEIRA E DA MARCENARIA (MÓVEIS DE MADEIRA) DE ARAPONGAS Barrada. Diretora do Gomes Freire, Elomar de Moura (de amarelo), foi impedida de entrar: alunos têm pauta que inclui apoio a mudanças no sistema de ensino Governo vai à Justiça para liberar colégio Secretário diz que, apesar de medida, quer negociar com manifestantes GUILHERME RAMALHO [email protected] O secretário estadual de Educação, Antonio Neto, disse ontem que entrou na Justiça pedindo a reintegração de posse do Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, ocupado por estudantes desde o último dia 21. A escola, a primeira a ser tomada por alunos da rede, está com os portões fechados. Os jovens montaram um acampa- mento dentro da unidade. Sobre a Escola Estadual Gomes Freire de Andrade, na Penha, o secretário disse que ainda tentará manter o diálogo com os estudantes, antes de recorrer à Justiça. Para Neto, os alunos estão sendo influenciados por entidades de classe, como o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio (Sepe-RJ), e partidos políticos de oposição. — Fico preocupado com o nível de autonomia dos alunos. A prática desse grupo é bem orientada e financiada. Eles recebem lanches, camisetas. Não é amador. Parecia ser um movimento estudantil, mas está transmutado numa perspectiva sindical, muito SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE SERRARIAS, CARPINTARIAS, TANOARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS E LAMINADAS, AGLOMERADOS E CHAPAS DE FIBRAS DE MADEIRA E DE MARCENARIA DE TELÊMACO BORBA SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE SERRARIAS, CARPINTARIAS, TANOARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS E LAMINADAS, AGLOMERADOS E CHAPAS DE FIBRAS DE MADEIRA E DE MARCENARIA DE UNIÃO DA VITÓRIA SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE SERRARIAS, CARPINTARIAS, TANOARIAS, MADEIRAS COMPENSADAS, LAMINADOS E DE MARCENARIAS DE PALMAS SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE VIDROS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIVIDROS-ES colado ao movimento grevista dos professores. E isso nos preocupa muito — afirmou o secretário. CRISE IMPEDE REAJUSTE DE 30% Neto disse ainda que a crise financeira do estado não permite um reajuste de 30% para os professores, como reivindica o movimento grevista. Questionado sobre os problemas de infraestrutura e de falta de material básico em escolas, ele informou que a situação pode ser prontamente resolvida, junto à direção de cada unidade. — Isso não justifica invasão. São questões mínimas e locais — afirmou Neto, que negou falta de diálogo com SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DO VESTUÁRIO DO OESTE DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DO VESTUÁRIO DO SUDOESTE DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS E EMPRESAS DE INSTALAÇÃO, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE REDES, EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES DO ESTADO DO PARANÁ – SIITEP SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DE MARINGÁ E REGIÃO SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DE VIDROS, CRISTAIS, ESPELHOS, CERÂMICAS DE LOUÇA E PORCELANA, PISOS E REVESTIMENTOS CERÂMICOS NO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO – SIGRARP SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DO MOBILIÁRIO DE VOTUPORANGA - SINDIMOB SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SIGES SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DO VESTUÁRIO DE APUCARANA SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DO VESTUÁRIO DE BIRIGUI – SICVB (SINBI) SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DO VESTUÁRIO DE CIANORTE SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DO VESTUÁRIO DE CURITIBA E SUDESTE DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS DO OESTE DO ESTADO DO PARANÁ – SINDGRAF SINDICATO DAS INDÚSTRIAS GRÁFICAS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIGRAF os movimentos. Segundo o secretário, a ação de reintegração de posse na Ilha poderá ser suspensa, caso os estudantes desocupem a escola antes de sair a decisão judicial: — O fato de entrar na Justiça não impede o diálogo. É apenas uma garantia de que vamos ter a unidade funcionando novamente. Representantes do Sepe foram ontem à tarde até a Gomes Freire para apoiar os estudantes. Pela manhã, participaram de uma manifestação na Mendes de Moraes. Eles disseram que não interferiram na organização dos atos e que só souberam da ocupação na Ilha após ela ter começado. l SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIFER SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE APUCARANA SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE CAMPO MOURÃO SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE CASCAVEL SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE LONDRINA SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE MARINGÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE PATO BRANCO l Rio l Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO Santos Dumont terá voos durante a madrugada l 17 FERNANDO LEMOS/01-12-2015 Medida valerá de 3 a 23 de agosto, para compensar restrição nos Jogos RENAN FRANÇA [email protected] A menos de cinco meses do início das Olimpíadas, ontem foi anunciada uma novidade no ar: haverá pousos e decolagens durante a madrugada, no período dos Jogos, no Aeroporto Santos Dumont. Segundo a Secretaria de Aviação Civil, de 3 a 23 de agosto, serão permitidos voos comerciais das 6h às 23h59m. Já a aviação executiva e os táxis aéreos terão autorização para fazer o serviço de meia-noite às 5h59m. A ampliação das atividades foi permitida para compensar a suspensão de voos que ocorrerá de 8 a 18 de agosto, das 12h40m às 17h40m, durante as provas de vela na Baía de Guanabara. Essa medida já havia si- do anunciada em novembro do ano passado e, segundo as companhias aéreas, 104 viagens seriam canceladas por dia, devido ao evento esportivo. Após as competições, o aeroporto voltará a funcionar em seu horário normal, das 6h às 22h30m. De acordo com a Secretaria de Aviação Civil, as alterações vão permitir a movimentação diária de 34 voos comerciais e 180 executivos. AUMENTO DE 70 MIL USUÁRIOS Durante os dias de operação, estão previstos 4,5 mil pousos e decolagens extras na cidade e quase 5 mil passageiros, em média, todos os dias. Estima-se que o Santos Dumont receberá cerca de 70 mil usuários a mais no horário ampliado. Para o secretário-executivo de Aviação Civil, Guilherme Ramalho, a ampliação do horário permite amenizar o im- Horário alternativo. A pista do Aeroporto Santos Dumont, que ficará aberta durante a madrugada: serão 4,5 mil pousos e decolagens extras na cidade pacto do fechamento para as competições de vela e oferece mais conforto aos turistas: — Provavelmente vamos registrar um grande número de passageiros nestes novos horários. Por isso a ampliação. O passageiros podem ficar tranquilos, pois quem viajar nesse período estendido será muito bem atendido, com conforto. Durante o período de restrição para as competições, os voos que tinham o Santos Dumont como destino serão desviados para o Aeroporto Antônio Carlos Jobim (Galeão). — Fiz um visita hoje (ontem) ao Tom Jobim e fiquei impressionado com a reforma que foi feita. Os passageiros que chegarem e saírem pelo aeroporto ficarão impressionados positivamente com o que vão encontrar. O Tom Jobim será fundamental nesta operação. Ele elevará o patamar de recepção de turistas daqui para frente — disse Ramalho. Durante a Copa do Mundo no Brasil, com o espaço aéreo do Santos Dumont fechado antes e depois de partidas no Maracanã, o Tom Jobim tam- bém recebeu extras. Na final da competição, por exemplo, o local estava preparado para receber mais de mil aeronaves. — Foi uma operação difícil, mas tranquila. Para se ter uma ideia, no dia seguinte à final tivemos praticamente uma decolagem por minuto, e tudo correu tranquilamente — disse o coronel Luiz Ricardo Nascimento, diretor da sala de operações da Aeronáutica. Além do Santos Dumont e do Tom Jobim, outros 37 aeroportos brasileiros, como Confns, em Belo Horizonte, e Guarulhos, em São Paulo, poderão ser usados em caso de necessidade de desvio de rotas. Os Jogos Olímpicos devem trazer um milhão de passageiros ao Brasil. Procurada, a Associação Brasileira das empresas Aéreas (Abear) informou, por meio de nota, que avalia positivamente o conjunto de medidas anunciadas, mas considera, por exemplo, que o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, também poderia ter os horários ajustados para garantir a conectividade na rota. l Ministro afirma que União não pagará adicional de PMs nas Olimpíadas Segundo Eugênio Aragão, não haveria base legal para governo federal repassar recursos LUIZ ERNESTO MAGALHÃES [email protected] O Ministro da Justiça, Eugênio Aragão, descartou ontem a possibilidade de o governo federal arcar com os custos do pagamento do Regime Adicio- nal de Serviços (RAS) para que o governo do Estado do Rio reforce o patrulhamento durante os Jogos Olímpicos. Segundo ele, não haveria amparo legal para a parceria. O atraso no pagamento do RAS e a redução dos valores pagos para o programa por conta da crise financeira do estado fizeram com que muitos policiais deixassem de participar do projeto em que ganham um complemento salarial para traba- SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICAS E DE MATERIAL ELÉTRICO DE PONTA GROSSA SINDICATO DAS INDÚSTRIAS METALÚRGICAS, MECÂNICASE DE MATERIAL ELÉTRICO DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS MOVELEIRAS, MARCENARIAS E AFINS DE UMUARAMA E REGIÃO SINDICATO DAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS E FARMACÊUTICAS DO ESTADO DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS QUÍMICAS E FARMACÊUTICAS DO NORTE DO PARANÁ SINDICATO DAS INDÚSTRIAS RETIFICADORAS DE MOTORES DE VEÍCULOS DE LONDRINA SINDICATO DE REMANUFATURAMENTO, RECONDICIONAMENTO E/OU RETÍFICA DE MOTORES E SEUS AGREGADOS E PERIFÉRICOS NO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDIMOTOR SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISAS, ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE MOGI DAS CRUZES – SINDHOSCLAB JUNDIAÍ lhar em escalas montadas durante a folga. As declarações foram dadas durante uma visita de Eugênio Aragão ao Centro de Comando e Controle da Secretaria de Segurança Pública do Rio. REUNIÃO SOBRE PREPARATIVOS Segundo o ministro, o assunto sequer foi tratado com o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, que participou do encontro na Cidade Nova. SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISAS, ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE MOGI DAS CRUZES – SINDHOSCLAB MOGI SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISAS, ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE MOGI DAS CRUZES, PRESIDENTE PRUDENTE E REGIÃO – SINDHOSPRU SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISAS, ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE RIBEIRÃO PRETO E REGIÃO – SINDHORP O motivo da reunião era União e Estado se atualizarem sobre as informações dos preparativos da área de segurança para as Olimpíadas. Antes da reunião com Beltrame, o ministro se encontrou também com o governador em exercício, Francisco Dornelles, no Palácio Guanabara. — Nós temos restrições de despesas. O Tribunal de Contas da União (TCU) não nos permitiria fazer esse tipo de SINDICATO DOS PECUARISTAS DE CORTE DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDCORTESP SINDICATO DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS QUÍMICOS PARA FINS INDUSTRIAIS, PRODUTOS FARMACÊUTICOS, PREPARAÇÃO DE ÓLEOS VEGETAIS E ANIMAIS, SABÃO E VELAS, FABRICAÇÃO DE ÁLCOOL, TINTAS E VERNIZES, ADUBOS E CORRETIVOS AGRÍCOLAS NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – SINDIQUÍMICOS-ES SINDICATO INTERESTADUAL DA INDÚSTRIA DE ÓPTICA DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINIOP SINDICATO INTERMUNICIPAL DAS INDÚSTRIAS DO VESTUÁRIO DO PARANÁ SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE ALIMENTAÇÃO ANIMAL – SINDIRAÇÕES SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISAS, ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DE SUZANO – SINDSUZANO SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE CAFÉ SOLÚVEL – SINCS SINDICATO DOS HOSPITAIS, CLÍNICAS, CASAS DE SAÚDE, LABORATÓRIOS DE PESQUISAS, ANÁLISES CLÍNICAS E DEMAIS ESTABELECIMENTOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO – SINDHOSP SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE EXTRAÇÃO DO ESTANHO – SNIEE SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE ESTAMPARIA DE METAIS – SINIEM SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE ROLHAS METÁLICAS – SINARME gasto. O RAS é uma despesa tipicamente estadual. Nós arcamos com o pagamento do nosso pessoal. Como se trata de uma parceria, nós esperamos que cade parte arque com os valores de sua competência — explicou o ministro. Pela União, também participaram do encontro o secretario nacional extraordinário de Grandes Eventos, Andrei Rodrigues, e a secretária nacional de Segurança Pública, Regina Miki. Sobre o risco de atentados terroristas durante as Olimpíadas, Eugênio Aragão disse que essa é sempre uma preocupação em grandes eventos. Mas que o Brasil está preparado: — Agora há mais premência devido ao cenário internacional (em referência ao aumento de atentados no mundo). Estudamos cenários de como atuar, em cooperação com polícias de outros países. l SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE TREFILAÇÃO E LAMINAÇÃO DE METAIS FERROSOS – SICETEL SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DO RERREFINO DE ÓLEOS MINERAIS – SINDIRREFINO SINDICATO NACIONAL DAS EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS AUXILIARES DE TRANSPORTE AÉREO – SINEATA SINDICATO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS DE MATERIAL DE DEFESA – SIMDE SINDICATO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS DE PRODUTOS DE LIMPEZA – SIPLA SINDICATO NACIONAL DOS COLETORES E BENEFICIADORES DE SUB PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL – SINCOBESP SINDICATO RURAL DE JABOTICABAL SINDICATOS DAS INDÚSTRIAS DA MADEIRA DO ESTADO DO PARANÁ SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA – SRB VEM PRA RUA IMPEACHMENT JÁ! Chega de PAGAR O PATO. 18 l O GLOBO l Rio l Fraude na Rio-2016 Terça-feira 29 .3 .2016 ANCELMO GOIS A 3ª Vara Criminal do Rio bloqueou R$ 128,5 milhões que seriam repassados pela Caixa ao consórcio que toca as obras do Complexo de Deodoro, na Zona Oeste do Rio, formado por Queiroz Galvão e OAS. Atendeu ao pedido do Núcleo de Combate à Corrupção do MPF do Rio e da CGU, que alegam a existência de fraude na documentação dos serviços de terraplanagem. DIVULGAÇÃO Arrumando a casa www.oglobo.com.br/ancelmo Sabe os comerciantes que trabalham no calçadão de acesso à PUC, na Gávea, no Rio? Pois bem: a subprefeitura da Zona Sul foi lá e deu um choque de... legalização. Organizou o lugar, concedeu autorizações para exploração do comércio e, hoje, começa a entregar aos trabalhadores 22 quiosques, como este da foto. Melhor assim. ANA CLÁUDIA GUIMARÃES, DANIEL BRUNET E TIAGO ROGERO BRUNNO RANGEL “No creo en brujas, pero...” Viva a cultura! Deodoro, como se sabe, receberá na Rio-2016 as provas de tiro, esgrima, pentatlo moderno, canoagem slalom, ciclismo, rugby e hóquei sobre grama. A exemplo do Papa Francisco, o querido cardeal Dom Orani Tempesta tem participado de diálogos inter-religiosos. Outro dia, numa reunião ecumênica, ele quis saber quem era seu vizinho na mesa. E o homem: “Bruxo”. O Imperator — Centro Cultural João Nogueira, no Méier, Zona Norte do Rio, acaba de bater a marca de três milhões de visitantes desde sua abertura, em junho de 2012. A casa, como se sabe, ficou fechada por 16 anos. Mar revolto Segue... ‘Virose’ coletiva A periclitante Sete Brasil adiou, para sexta agora, a decisão sobre o que vai fazer de sua vida. Há no Brasil, desde os anos 1980, adeptos do Wicca (feitiçaria moderna), inspirado em antigos cultos pré-cristãos. ‘Fora, Dilma’ Contos completos Primeiro foi na sexta, em Recife, antes do jogo Brasil x Uruguai, com torcedores gritando “Fora, PT”. Ontem, na partida entre o britânico Andy Murray e o búlgaro Grigor Dimitrov, pelo ATP de Miami, nos EUA, era possível ouvir, na transmissão pela TV, uns brasileiros na plateia gritando... “Fora, Dilma!” O festejado escritor carioca Alberto Mussa, 54 anos, lança, mês que vem, pela Record, “Contos completos”. Significa, a rigor, que o autor, mesmo jovem, nunca mais escreverá contos. Lembra-se que, como saiu aqui, um grupo de brasileiros hospedados no luxuoso Club Med Chamonix, na França, sofreu um, digamos, piriri daqueles, e o hotel disse se tratar de uma virose? Pois bem. A rede conta agora “que foi identificada uma infecção viral há duas semanas em todo o Vale de Chamonix, e não apenas no resort”. Ah, bom. Segue... U Zona Franca A advogada Ana Tereza Basilio fala amanhã ‘Fica, Dilma’ De Paulo Betti, no Facebook: — Teori botou ordem na casa. Bom senso e canja de galinha não fazem mal a ninguém. O dano causado pela precipitação de Moro é irreparável. Medo do zika Os estragos do zika chegaram ao outro lado do mundo. O grupo japonês de teatro Kabuki, que viria ao Brasil em julho, para se apresentar na Cidade das Artes, cancelou a agenda. O motivo? Você sabe. A ‘MAIOR LOUCURA’ DE DEBORAH Deborah Secco, 36 anos, contou à revista “Wow”, que começa a circular hoje, que ser mãe é a “maior delícia e a maior loucura” que já viveu. A musa, como se sabe, deu à luz, em dezembro, Maria Flor, sua filha com o modelo Hugo Moura, 25. “Sou só uma menina, uma mulher, tentando acertar, ser feliz, ter uma vida normal. Tentando, nessa vida louca, ser uma pessoa legal e feliz.” Maravilha l Metrô tem reajuste e custa R$ 4,10 a partir de sábado A partir de sábado, o valor da tarifa do metrô sofrerá reajuste, passando de R$ 3,70 para R$ 4,10. O aumento é 6% maior do que o do ano passado, quando a passagem pulou de R$ 3,50 para os atuais R$ 3,70. O reajuste foi autorizado, em fevereiro último, pela Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviá- sobre “O novo CPC e os meios alternativos de solução de conflitos”, na Emerj. O carioca Muti Randolph ganhou o IF Design Award 2016 pelo seu projeto da Galeria Melissa, em Londres. O Movimento Down, que faz trabalho inédito de produção de informações sobre a síndrome, corre o risco de fechar. Está sem patrocínio (movimentodown.org.br). A exposição “Nós” abre amanhã, às 19h, na Caixa Cultural. Quinta, no “Sem censura”, a endocrinologista Amanda Athayde fala sobre transexualismo. Marcelo Calero, o secretário, inaugura amanhã, às 10h, a Biblioteca Annita Porto Martins. Dia 7, o documentário “Intolerância religiosa”, de Jorge Mautner, será lançado na Academia Brasileira de Filosofia. rios, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio (Agetransp), com base no contrato de concessão do MetrôRio. A variação, aplicada anualmente de acordo com o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), foi de 10,95% sobre o valor não arredondado da tarifa ainda vigente, que é de R$ 3,6753. O aumento vem na esteira de Tom por Carminho A portuguesa Carminho, logo depois do show que fará, dia 1º de maio, no Vivo Rio, mergulhará na obra de Tom Jobim. A ideia é gravar um CD só com canções do maestro. Deve ser lançado em 2017. Questão de estilo Em tempos de intolerância, vale registrar a cordialidade. A Poly Modas, antiga loja de moda no Flamengo, no Rio, não resistiu à crise e fechou. Mas deixou um fofo aviso na porta (foto): “Queridos amigos e clientes, muitíssimo PAULA ACIOLI obrigada pela preferência. Foi uma troca maravilhosa de longos anos. Que nosso estilista maior nos abençoe.” Amém. outros já realizados no setor: barcas, ônibus e trens já tiveram seus reajustes em 2016. No segundo dia do ano, a tarifa dos ônibus municipais sofreu uma elevação de 11,7%, passando de R$ 3,40 para R$ 3,80. No mês seguinte, em fevereiro, foi a vez dos coletivos intermunicipais, cujas passagens passaram de R$ 5,90 para R$ 6,50. As barcas também tiveram os preços reajustados no início do ano. A concessionária CCR Barcas foi autorizada a fazer um reajuste de 12,12% no preço do bilhete. Desde o dia 12 de fevereiro, os usuários passaram a pagar R$ 5,60, R$ 0,60 a mais do que o valor anterior. No caso dos trens, a tarifa passou de R$ 3,30 para R$ 3,70, também no dia 2 de fevereiro. l IMPEACHMENT JÁ! Pergunte aos deputados que vão votar o impeachment de que lado eles estão: naovoupagaropato.com.br l Rio l Terça-feira 29 .3 .2016 PEDRITA JUNCKES O SEGREDO DE ISABELI Isabeli Fontana, 32 anos, está festejando 20 de carreira. O segredo de tanta belezura ela contou num ensaio para a marca Euro, no deserto do Atacama: diariamente, dedica alguns minutos à meditação. Medita pra eu... O GLOBO RESTAURO POLÊMICO Comerciante da Lapa paga ‘retoques’ em obra de Selarón Pedreiro é contratado para repor azulejos danificados, mas prefeitura critica alteração no ponto turístico, que é tombado pelo Patrimônio NATÁLIA BOERE DIEGO MENDES ALEGRIA, TALENTO E ARTE Quitéria Chagas, 35 anos, nossa eterna musa, e Tonico Pereira, 67, o ator, posam após o ensaio de uma peça, em frente à Câmara Municipal do Rio CHICO LIMA/27-2-1991 U Ponto Final As escadarias. O mosaico de azulejos, do artista chileno Jorge Selarón, é alterado sem autorização do município Veja o que disse o saudoso professor Mario Henrique Simonsen (1935-1997), numa entrevista ao “JB”, ao ser questionado se o nosso empresário era mais ou menos honesto do que o dos EUA: — A iniciativa privada não foi feita nem para freira nem para ladrão. As freiras devem ir para um convento, e os ladrões, para a cadeia. O empresário raramente é corrupto; ele é corruptor. E tudo depende do governo. Cartas para a Redação. e-mail: [email protected] Fotos: [email protected] Hoje na web oglobo.com.br/rio l MADUREIRA: Em fotos e vídeo, o protesto após morte de criança de 4 anos. http://glo.bo/1RG7G1R l WHATSAPP: Envie fotos, vídeos e informações para o telefone (21) 99999-9110. glo.bo/1YJ2MIi l ZIKA: As verdades e as mentiras sobre a doença. http://glo.bo/1TbRcon l FACEBOOK: Confira as notícias do GLOBO na rede social. www.facebook.com/jornaloglobo NATÁLIA BOERE [email protected] S ituada na Lapa, a Escadaria Selarón começou a ser construída em 1994, quando o artista plástico chileno radicado no Brasil Jorge Selarón decidiu começar a cobrir com azulejos o caminho para Santa Teresa, que havia sido pintado de verde e amarelo para a Copa dos Estados Unidos. Até a sua morte, em janeiro de 2013, Selarón fixou mais de 200 azulejos no local, muitos deles com sotaque estrangeiro, doados por turistas que desembarcaram no Brasil vindos de mais de 60 países. Na manhã de ontem, um pedreiro estava repondo alguns azulejos da escadaria, que estavam quebrados ou tinham caído. Segundo o profissional, que preferiu não se identificar, o trabalho está sendo feito desde a última sexta-feira. Desde então, já teriam sido recolocadas 16 peças, compradas em “cemitérios de azulejos", no Estácio: — Como a prefeitura não faz a manutenção, me contrataram para fazer — contou ele. O serviço foi contratado pelo gráfico Pablo Rebello, que administra um negócio de fotografias de turistas em azulejos, bem aos pés da escadaria. Ele diz que o dinheiro obtido com a venda das peças — em média, são vendidos 15 pratos por dia, a R$ 25 cada — é aplicado na manutenção da Escadaria Selarón. — Estamos nos organizando para trocar todas as peças que forem necessárias — diz Rebello, que foi ajudante de Selarón e teve uma desavença com o chileno. CRÍTICAS DO PODER PÚBLICO O presidente do Instituto Rio Patrimônio, Washington Fajardo, no entanto, afirma que o serviço, feito sem o consentimento da prefeitura, é ilegal, pois a escadaria foi tombada pelo Decreto Municipal 25.273, de 19 de abril de 2005. — Está errado. A Secretaria municipal de Conservação fez um trabalho de catalogação de azulejo por azulejo, porque, após a morte dele, caso houvesse necessidade de reparo, a restauração poderia ser feita com fidelidade. Essa obra, que era em progresso, ficou cristalizada e não era para ter sido modificada — critica Fajardo. O Instituto Rio Patrimônio e a Secretaria municipal de Conservação afirmam que vão enviar uma equipe técnica ao local para fazer uma vistoria e verificar que providências serão tomadas. l Chega de PAGAR O PATO. l 19 Só 33,4% dos imóveis do país foram vistoriados Combate a focos do ‘Aedes’ atingiu 18,6 milhões de casas no 2º ciclo de visitas As equipes de combate ao Aedes aegypti já vistoriaram 18,6 milhões de imóveis em todo país. O balanço é do segundo ciclo da campanha de caça ao mosquito, iniciado este mês. Mas nem todo mundo atendeu ao chamado dos agentes de saúde: muitos imóveis visitados estavam fechados ou os moradores não abriram suas portas. Até agora, a vistoria só aconteceu de fato em 33,4% do total de 67 milhões de residências que deveriam ser monitoradas. Nesse segundo ciclo de visitas, os agentes já visitaram 22,4 milhões de imóveis. Desses, 3,8 milhões não foram vistoriados, de acordo com informações do Ministério da Saúde. A abrangência das visitas também foi divulgada. Dos 5.570 municípios brasileiros, 4.438 já registraram as visitas no Sistema Informatizado de Monitoramento da Presidência da República (SIM-PR), segundo o novo balanço, concluído no dia 24. Os agentes de saúde encontraram focos de larvas de Aedes aegypti em 3,2% dos locais visitados. NO 1º CICLO, 88% DE VISTORIAS Nenhum estado conseguiu atingir a meta de 100% de visitação. Os mais altos índices de vistorias foram registrados em Rondônia (62,37%), Tocantins (61,90%) e Mato Grosso (54,50%). Os piores índices são de Pernambuco (5,44%), Distrito Federal (7,30%) e Santa Catarina (8,46%). O primeiro ciclo da mobilização, entre janeiro e fevereiro, alcançou 88% dos domicílios e prédios públicos, comerciais e industriais, somando 59 milhões de unidades visitadas (47,8 milhões foram vistoriados e 11,2 milhões estavam fechados ou houve recusa para o acesso). De acordo com o Ministério da Saúde, o objetivo é realizar os quatro ciclos previstos para este ano ainda no primeiro semestre. l 20 l O GLOBO l Rio l RIO Previsão Sol e temperatura em elevação ao longo da manhã. Nuvens aumentam durante a tarde e faz calor, há previsão de pancadas de chuva à tarde e à noite. Risco de temporal no interior. HOJE Ontem Mínima Máxima 22,8˚ Alto da Boa Vista 36,8˚ Realengo ZONA SUL ZONA NORTE ZONA OESTE SENSAÇÃO TÉRMICA/RIO PROBABILIDADE DE CHUVA 24°/33° 23°/36° 25°/35° 25°/42° Alta 25°/31° 24°/34° 25°/33° 25°/40° Alta 35° QUINTA 25°/29° 24°/32° 25°/31° 25°/38° Alta 22° Santo Antônio 22° de Pádua SEXTA 24°/31° 23°/34° 25°/33° 25°/40° Alta SÁBADO 24°/31° 23°/34° 25°/33° 25°/40° Alta DOMINGO 24°/31° 23°/34° 25°/33° 25°/40° Alta SEGUNDA 25°/32° 24°/35° 25°/34° 25°/41° Alta 24° do Sul Crescente Cheia Minguante Nova 14/4 23/3 31/3 7/4 Praias Impróprias (informações Inea): Flamengo, Botafogo, Leblon e São Conrado. Marés RIO DE JANEIRO Baixa Hora 0h02m 1h01m 5h58m 10h45m 0,4m 1m 0,4m Altura 0,5m ANGRA DOS REIS Alta Baixa Alta Baixa Hora 4h57m 11h08m 17h32m 23h31m 0,3m 1m 0,5m Altura 1m CABO FRIO Hora Altura Vento de noroeste/norte a sudeste, entre 10km/h e 25km/h. Rajadas de até 40km/h. Pressão atmosférica de 1.017hPa. Ondas de 0,5 a 1,0 metro. Ondulação de sudeste. Melhores locais: Prainha, Grumari e Macumba (informações Ricosurf). Alta Baixa Alta 5h07m 11h57m 18h02m 0,9m 0,4m 0,9m 37˚/40˚ AMÉRICA DO SUL Mín. Máx. 34° 35° 23° Campos 24° 24° 17° 10° 20° 18° 1° 22° 15° 10° 9° 31° 18° 26° 27° 13° 29° 25° 26° 30° Amanhã Mín. Máx. S C S C S S S S S 20° 11° 20° 19° 2° 23° 14° 11° 9° 34° 0h 16° -2h 26° 0h 28° -1,5h 10° -1h 28° -2h 28° 0h 24° -2h 29° 0h AMÉRICA DO NORTE/CENTRAL 35° São Paulo 22°/ 30° Porto Alegre 18°/ 28° S C S S S S S S S Assunção Bogotá Buenos Aires Caracas La Paz Lima Montevidéu Quito Santiago 34° 34° São João 35° da Barra 23° 33° Volta TEMPERATURAS MÁXIMAS Acima de 40˚ MUNDO 22° São Francisco de Itabapoana NORTE Hoje 33° Santa Maria 30° Madalena 20° SERRANA 26° Nova Friburgo 19° 28° Bom Jesus do Itabapoana Macaé Teresópolis BRASIL 32° 21° Casimiro 35° 24° Valença de Abreu 24° 22° Ar seco predomina sobre o 35° Cachoeiras Redonda 33° 33° 35° Rio das Barra Sul, o norte de MG e de GO, Resende 22° 27° 22° de Macacu do Piraí 23° Petrópolis 22° o interior da BA e sul do TO. 24° Ostras 20° 33° Barra SUL 34° Muitas nuvens, pouco sol e Silva Jardim 32° Mansa 22° 36° Duque 25° chuva a qualquer hora, com Búzios 23° LAGOS de Caxias 34° até forte intensidade, no 34° 25° 32° Niterói 25° Araruama Cabo Frio 32° Norte e no litoral norte do 24° 24° Mangaratiba 36° Rio de 23° Nordeste. 33° Janeiro Saquarema 34°Maricá 23° 24° Angra 32° 24° METROPOLITANA Macapá Fortaleza dos Reis Boa Vista 24° 31° 25° / 33° 24°/ 31° Natal 24°/ 31° Paraty 23° 25°/ 31° São Luís Belém 25°/ 33° Manaus João Sol 24°/ 32° 23°/ 28° Pessoa Nascente Poente 23°/ 31° Porto Velho Teresina 6h00m 17h55m Recife 24°/ 31° 24°/ 31° 23°/ 30° Palmas Rio Branco Maceió 24°/ 35° 24°/ 30° 23°/ 30° Aracaju Salvador Brasília Cuiabá 25°/ 33° 24°/ 32° 17°/ 30° 24°/ 34° Vitória Campo Grande 22°/ 31° 21°/ 31° Belo Horizonte 20°/ 33° Goiânia Rio de Janeiro / 33° 20° Ondas Ventos 23°/ 36° 17° de Mauá Alta Itaperuna São Fidélis 33° Paraíba Lua Baixa 32° Porciúncula 21° AMANHÃ 28° Visconde Alta Terça-feira 29 .3 .2016 Florianópolis 19°/ 28° Cid. do México Havana Los Angeles Miami Montreal Nova York Orlando Washington DC S C S C C S C S 11° 23° 9° 23° 0° 3° 20° 5° 26° 38° 19° 31° 5° 13° 29° 16° S C S C S S C S 13° 22° 9° 21° -4° -1° 19° 3° 28° 34° 19° 30° 5° 13° 27° 13° -3h -1h -4h -1h -1h -1h -1h -1h C S S C C S C N C S N C S 7° 5° 9° 5° 6° 5° 5° 10° 4° 6° -4° 5° 13° 9° 16° 21° 10° 12° 12° 16° 17° 12° 17° 2° 13° 16° C S S C N C S C C S S C S 7° 7° 7° 3° 6° 6° 7° 9° 4° 5° -1° 8° 12° 9° 18° 21° 12° 13° 13° 20° 16° 12° 21° 6° 12° 16° +4h +5h +4h +4h +4h +4h +4h +3h +3h +4h +6h +4h +4h 14° 21° 16° S 6° 17° +5h S 6° 23° +11h S 10° 20° +12h Cairo S 10° 23° Johannesburgo S 8° 28° S 10° 25° +5h S 11° 28° +5h EUROPA Amsterdã Atenas Barcelona Berlim Bruxelas Frankfurt Genebra Lisboa Londres Madri Moscou Paris Roma ÁSIA Jerusalém Pequim Tóquio S 8° S 7° S 9° ÁFRICA OCEANIA Sydney S: sol S 17° 25° N: nublado C 15° 29° +14h C: chuvoso Ne: neve Mais informações sobre o tempo NA INTERNET Curitiba 14°/ 28° oglobo.com.br/servicos/tempo/ PREVISÃO 34˚/36˚ 31˚/33º 28˚/30˚ 25˚/27˚ 22˚/24˚ 18˚/21˚ 13˚/17˚ Abaixo de 12˚ Sol Parcialmente nublado Nublado Sol com pancadas de chuva Lixão em Arraial do Cabo é interditado FERNANDO LEMOS/24-03-2016 Funcionários da prefeitura da cidade faziam despejo de detritos no local Flagrante. Funcionário da Prefeitura de Arraial do Cabo (de laranja) esvazia caminhão de detritos em área protegida Pereira, coordenador do Ministério Público Federal de Arraial do Cabo, responsável por toda a Região dos Lagos, informou que a procuradoria analisa o caso: — Vamos esperar uma manifestação da coordenação regional da Reserva Extrativista Marinha, de Arraial do Cabo, para decidir qual será nossa atuação. Eles irão analisar se o lixão tem impacto sobre a reserva. O despejo em lixões foi proibido em 2010 pela Lei Federal 12.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Os municípios tinham até 2014 para transferir o material para aterros sanitários. Na Região dos Lagos, só há o aterro privado Dois Arcos, em São Pedro da Aldeia. l General de Exército ALBERTO DOS SANTOS LIMA FAJARDO BRASIL ACIMA DE TUDO! Zuleide, Ana Lúcia, Luciana, Renato, Pablo, Tiago, Diogo, Rafael e Camilla agradecem as manifestações de pesar, solidariedade e belíssimas homenagens recebidas por ocasião do falecimento do nosso exemplar soldado, querido e inesquecível esposo, pai, sogro e avô e convidam para a Missa de 7º Dia que farão celebrar no dia 30/03/2016, quarta-feira, às 11:00 horas, na Igreja da Irmandade da Santa Cruz dos Militares, na Rua Primeiro de Março, nº 36, Centro, RJ. Avisos Fúnebres e Religiosos 2534-4333 Chuvas com trovoadas Geada Justiça cita maus-tratos em laudo sobre Centro Dom Bosco Documento de fevereiro, feito na unidade da Ilha, prevê 8 novos locais de ressocialização no estado ANTÔNIO WERNECK [email protected] Uma equipe da Coordenadoria Integrada de Combate a Crimes Ambientais (Cicca) da Secretaria do Ambiente (SEA) interditou, ontem de manhã, o lixão de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos. Segundo o Inea, o motivo é o despejo irregular de lixo em área de proteção ambiental. Como O GLOBO revelou no domingo, o depósito clandestino, com 40 mil metros quadrados, fica na Área de Proteção Ambiental (APA) de Massambaba, no Parque Estadual Costa do Sol. Funcionários da prefeitura de Arraial do Cabo foram flagrados fazendo o despejo irregular de detritos. Procurada, a prefeitura não respondeu. O depósito clandestino é uma ameaça à Reserva Extrativista Marinha (ResEx) de Arraial do Cabo, criada por decreto presidencial em janeiro de 1997 e que cobre 56.769 hectares do litoral da cidade. Uma das 16 unidades de conservação federal no Estado do Rio, a reserva é administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Além da APA de Massambaba, o lixão também coloca em risco um sítio arqueológico reconhecido pelo Iphan. O procurador Rodrigo Golivio Nublado com chuvas Plantão sábado / domingo 2534-5501 | Opinião | MONUMENTO O DEPÓSITO clandestino de lixo mostrado pelo GLOBO de domingo em Arraial do Cabo tem cenas clássicas dos lixões espalhados por um país em que saneamento básico costuma ficar em segundo plano na lista de prioridades dos governantes. MAS NESTE há uma pecu- liaridade: Arraial do Cabo é um dos municípios cuja arrecadação cresceu bastante com o recebimento de royalties do petróleo produzido na costa fluminense. ESTE LIXÃO, portanto, é um monumento à incúria de prefeitos. dos alojamentos, nos quais falta luz no alojamento em si, no banheiro ou em ambos os lugares”. A maioria das instalações “tem entupimentos, problemas nas pias, chuveiros, vaCAIO BARRETTO BRISO sos sanitários e alagamentos, [email protected] sem falar nos azulejos quebrados e vazamentos nas paredes”. O Centro de Socioeducação Assim como no Santo ExpediDom Bosco, na Ilha do Go- to, nos dias de chuva há “uma vernador, é uma das nove invasão de ratos e baratas para unidades de internação do dentro dos alojamentos”. governo estadual para adoNesse palco dos horrores, os lescentes infratores, na qual fiscais da Justiça encontraram 416 jovens vivem confinados “um alojamento isolado, sem em 47 alojamentos. Eles só camas e sem chuveiros, fora bebem água potável no refei- do corredor, onde havia cerca tório, onde são obrigados a de dez adolescentes”. Diz o recomer em no máximo dez latório: “Há sempre mais jominutos. Reclavens do que camam de alimenmas. São em métos estragados, dia oito camas mas principalpor alojamento e mente do excesem torno de 18 a so de internos — 20 menores em a capacidade cada alojamenmáxima é de 216 to. Muitos dorjovens. mem no chão”. Relatório obti— O sistema esdo pelo GLOBO, tá à beira do cofeito na última lapso. O Degase vistoria da Vara está superlotado, de Execuções de identificamos a Medidas Socioenecessidade de ducativas, no dia construção de oi18 de fevereiro, to unidades de afirma que “muiinternação em tos relataram sotodo o estado, frer maus-tratos sendo duas na por parte de alcapital. A superguns agentes”. Os Lucia Glioche lotação impede o jovens falaram Juíza jovem de ter em “espancaacesso ao seu dimento, spray de pimenta e reito de ser ressocializado — chinelada no rosto”, e também afirma a juíza Lucia Glioche, tideram os apelidos dos agen- tular da Vara de Execução de tes acusados: “Playboy”, “Da Medidas Socioeducativas. Prata”, “Pit Bull”, “Huck”, “InO diagnóstico do Tribunal de dião”, “Racionais”, “Átila” e Justiça é claro: atualmente são “Montanha”. 1.075 vagas nas nove unidades A superlotação no sistema de internação do Degase no do Departamento Geral de estado para uma população de Ações Socioeducativas (Dega- 2.033 jovens — e o número não se) tem tido consequências para de subir. O Judiciário denefastas no processo de resso- fende que o governo estadual cialização de adolescentes in- se responsabilize pela construfratores no estado. No último ção das oito novas unidades, domingo, reportagem do GLO- mas o Degase promete apenas BO mostrou as condições em duas, de internação provisória: que vivem os internos do Edu- uma em Campos e outra em candário Santo Expedito, em Volta Redonda, sem data para Bangu, que está infestado de o início das obras. ratos e baratas. A situação do Sobre a denúncia de mausDom Bosco, inaugurado em tratos, o órgão não informou 2012, é igual ou pior. se o caso está sendo apurado. Segundo o relatório, assina- Em 2015, a Corregedoria do do pelo comissário do Tribu- Degase notificou 43 conflitos nal de Justiça Leandro Enrico entre adolescentes e agentes, Santos Olexiuc, a equipe cons- que provocaram a punição de tatou “as péssimas condições 24 servidores. l “O sistema está à beira do colapso. A superlotação impede o jovem de ser ressocializado” Terça-feira 29 .3 .2016 Dos Leitores | oglobo.com.br/participe Eu-repórter O GLOBO Autocrítica | Das redes sociais facebook.com/jornaloglobo _ google.com/jornaloglobo REUTERS “Um senhor que tem caminhões de transporte de entulho utiliza trecho da Avenida Maracanã como depósito de caçambas, quebrando calçada e mureta do Rio Maracanã” twitter.com/jornaloglobo | “A corrupção neste país vem desde as capitanias hereditárias” _ INSEGURANÇA NA EDIÇÃO DE DOMINGO: _ “Logo mais tem doença nova” “Infelizmente, existem falhas em todos os níveis” Propina era prática antiga na Odebrecht, diz ex-funcionária Cartas e e-mails @powerguido_jr Dilon Bresam José Ferreira Flores Teodoro Especialistas apontam falhas na transição para o ensino fundamental Cientistas criam bactéria sintética com o menor número de genes já visto | As cartas, contendo telefone e endereço do autor, devem ser dirigidas à seção Dos Leitores. O GLOBO, Rua Irineu Marinho 35, CEP 20233-900. Pelo fax, 2534-5535 ou pelo e-mail [email protected] _ _ MUDA, BRASIL! a Parabenizo a presidente Dilma, por a Inicia-se mais uma semana, e a expectativa de notícias ruins vem junto. Na Europa, continua o rescaldo dos ataques terroristas, escurecendo o cenário mundial. No Brasil, a política impera com sua eterna negritude moral. O STF com a parte jurídica, o Congresso com a parte política, a mídia com a consequência destes e o povo com as impurezas do que sobram de tudo isso. Todos precisam proteger a população, parte mais vulnerável desta história. Onde estão os destaques positivos, a alegria de viver, as boas ações etc.? Não é possível viver mais com estas dores nos mais nobres sentimentos das pessoas. Muda, Brasil! JOÃO COELHO VÍTOLA BRASÍLIA, DF _ IMPEACHMENT a Poderoso partido político deseja sair da base. O governo(?) promoverá a “liquidação do espólio”. Com o comércio governamental em crise para distribuir cargos, nada mais oportuno. O objetivo é sobreviver ao impeachment? A população deve entender que negócios são negócios. “Nova base”. Para quê? Para evitar a materialização do mesmo impeachment? “Demandas”. Servem para quê? Atender ao mesmo fim ou aos anseios da sofrida sociedade brasileira? O partido que pretende se retirar da base(sic!) vislumbra 2018. Nessa conjuntura caótica e perversa, quem enxergaria qual o segmento interessado em pensar seriamente sobre os destinos do Brasil? JAIRO LEAL DE SALLES RIO _ a A presidente tenta minimizar sua responsabilidade com relação às contas públicas, considerando um absurdo o julgamento das mesmas, esquecendo-se que o TCU reprovou-as. As denominadas “pedaladas fiscais” ocorreram durante a última campanha eleitoral e, ao continuar distribuindo benesses, teria, de certa forma, prejudicado as demais candidaturas. Em função disso, há uma suspeição que sua reeleição por margem diminuta seja fruto dessas manobras que ora estão sendo julgadas pelo Congresso. Falar em golpe é uma afronta aos fatos. ANA MARIA INVERNIZZI NATAL RIO ter falado a verdade publicamente; provavelmente impensado, mas falou e repete muitas vezes: “Não vai ter golpe.” Pura verdade, presidente. Não vai ter golpe porque o impeachment está previsto na Constituição e é legal para punir quem não corresponde com suas obrigações constitucionais. BENONE AUGUSTO DE PAIVA SÃO PAULO, SP _ ALBERTO FREDERICO MARANHÃO RIO a Mais uma vez, as instituições que deveriam zelar pelo estado democrático de direito e pela Constituição se submetem a pressões políticas. A nova coligação Conselho Federal da OAB e STF demonstra irresponsabilidade ao validar e apoiar um processo sem quaisquer provas que agasalhem o impedimento da presidente eleita em processo democrático. _ OSWALDO MOTTA RIO _ JOGO JOGADO a Pelo que leio, o jogo já está jogado. O governo Dilma acabou, a política nacional estagnou, Michel Temer governará e assim tudo continuará como está. Essa mudança, que nada mudará, interessa a todos, a corruptos do PT e da oposição, ao mercado e ao empresariado. Só não interessa ao futuro da nação. RICARDO LUIZ COUTINHO DE SOUZA NITERÓI, RJ _ FORO PRIVILEGIADO a Câmara, Senado e Presidência lu- tam para se defender. Ora, estão lá para tratar dos interesses da nação e do povo. A partir do momento que estão sendo investigados, deveriam perder foro privilegiado. Não têm mais privilégio! Roubou ou deixou roubar perde privilégio. Cuidam só dos seus interesses e em tentar descredibilizar a Lava-Jato. Empresas estão fechando, pessoas perdendo seus empregos, o país parado. Socorro, fora todos eles! Vamos cuidar do Brasil e do povo enganado e sobrecarregado de impostos. ITELMA CARVALHO NITERÓI, RJ _ CRIME DE RESPONSABILIDADE a A classe política alcançou, nas últimas décadas, grau inimaginável de desfaçatez, (des)governando à SELEÇÃO MASSACRA PARAGUAIOS Por 7 a 0, o “scratch nacional” derrota os rivais pela Copa América em São Januário. Astronauta PRIMEIRO BRASILEIRO NO ESPAÇO Há 10 anos, o tenente-coronel Marcos Pontes partiu rumo à Estação Espacial Internacional. Paquistão JORNALISTA DOS EUA DEGOLADO Em 2002, Daniel Pearl apurava ligações de britânico preso com um líder extremista. acervo.oglobo.globo.com CULTURA SOCIAL a Excelente reportagem “Corrupto é o outro” (27/3). Ninguém nasce ético, honesto e sociável. Aprende a sê-lo. Uns pela razão, outros pela força social ou legal. A imposição de limites pelos pais, por regras da sociedade e a força das leis provocam o amadurecimento, sociabilizando as pessoas. Quando a fiscalização do Estado ou da sociedade é fraca, mais flexível é a tolerância a delitos, distorcendo-se valores por natural leniência e autoindulgência, chegando-se ao absurdo do culto à esperteza. Um Estado com leis duras, porém exequíveis e justas, provocará mudanças na cultura da sociedade, favorecendo o bem-estar comum. HÉLIO ORLANDI RIO _ INVERSÃO DA LÓGICA a Vi, na TV, que juízes estão liberan- do presos em flagrante, porque as prisões estão abarrotadas. As ruas, prisões das pessoas de bem, estão mais abarrotadas de bandidos que as cadeias. Noticiários mostram mais crimes nas ruas que nas cadeias. Conservem os bandidos nas prisões que lá eles ficarão mais seguros. JOSÉ BUZAK RIO _ SÍFILIS NO PAÍS a Fiquei surpreso ao ler que a sífilis está se espalhando em várias regiões do Brasil, principalmente no Nordeste (5.212 casos) e no Sudeste (6.970 casos). Achava que esta doença tinha sido erradicada em nosso país. Na mesma matéria, o ministro da Saúde declara não ter estoque de penicilina suficiente para distribuir aos postos de saúde. Como fica o povo, já tão desprotegido? ARTUR SARAIVA RIO a Na sexta-feira, fui ao Centro Cultu- ral da Caixa, no Largo da Carioca, assistir à exposição sobre Frida Khalo. O entorno estava repleto de moradores de rua, todos homens, que cozinhavam ao lado de uma banca de jornal e importunavam as mulheres que passavam pedindo dinheiro. Não havia policiamento. No domingo, às 5h, fui ao Aeroporto do Galeão apanhar minha filha que chegava de viagem. Não vi, do Túnel Rebouças até o aeroporto, uma viatura da polícia. Aliás, havia uma, mas na porta do Batalhão da PM. Estamos abandonados, entregues à bandidagem. Salve-se que puder! ELISABETH SIMÕES RIO _ FOCOS DE MOSQUITO a O palacete na Rua do Catete 6, do século XIX, tombado pelo Iphan e de propriedade da Santa Casa, continua deteriorando-se e abrigando focos do Aedes aegypti, como já foi constatado por agentes da prefeitura. A fachada está coberta por tela e tapumes à meia altura que não impedem uma tragédia, como eventual desabamento de partes da estrutura na calçada. Na verdade, os tapumes se transformaram em banheiros públicos, que tornam o ar no local irrespirável até para quem apenas passa pela calçada. FERNANDA ROSA BORGES DE HOLANDA RIO _ DESORDEM URBANA a Meu filho mora na Gávea e nos fins de semana vou à sua casa. Ao descer do ônibus, passo pela Praça Santos Dumont, degradada pela ocupação irregular de moradores de rua, todos com celulares e bebendo cerveja e vodca. Há exploração de menores, venda e consumo de drogas. O chafariz é usado como banheiro e piscina. Canteiros são depósitos de ambulantes ilegais e assaltantes. Árvores e bancos são usados como varal. Lixo espalhado por toda parte e cheiro insuportável de fezes e urina. Há dias em que o grupo ultrapassa 15 pessoas! Moradores dizem que não podem mais nem passear com seus cachorros. Meu filho já foi agredido e ameaçado por um deles, inclusive, com R.O. na delegacia local, que fica a poucos metros. Onde vamos parar? EDSON MACHADO RIO P. 3: “Com os pés fora do governo.” “... disse um ministro do PMDB que é contra o rompimento com o governo.” Ambiguidade: quem é contra? O ministro ou o PMDB? Melhor: “... disse um ministro peemedebista que é contra...” P. 4: “Narrativa ridícula.” “... insistindo em que o PT representa uma solução para os mais pobres, e por isso deve-se fechar os olhos...” Erro de concordância. Certo: “... e por isso devem-se fechar os olhos...” P. 7: “Prejuízo bilionário às contas do país.” “A sonegação no país é até certo ponto incentivada, porque o governo não investe nos órgãos que deveria fiscalizar a sonegação.” Erro de concordância e repetição de “a sonegação”. Certo: “A sonegação no país é até certo ponto incentivada, porque o governo não investe nos órgãos que deveriam fiscalizá-la.” _ NA EDIÇÃO DE SÁBADO: _ P. 4: “PF investiga vazamento prévio nas ações contra Lula e Santana.” “... se for identificado que os vazamentos das ações saiu de dentro do grupo...” Erro de concordância. Certo: “... os vazamentos das ações saíram de dentro...” P. 15: “O peso da folha de pagamentos.” “... com recursos que não podem ser usados para pagar funcionários...” Erro de regência. Certo: “... para pagar a funcionários...” P. 20: “Caçando a própria sombra.” “... um sem número de ataques...” Erro de grafia. Certo: “... um sem-número de ataques...” Este é o resumo da crítica realizada e supervisionada pelo professor Ozanir Roberti, sob a coordenação do jornalista Aluizio Maranhão, editor de Opinião do GLOBO. A crítica completa é distribuída todos os dias na Redação. LEIA A ÍNTEGRA DA COLUNA NA WEB oglobo.com.br Há 50 anos 29 de março de 1966 Hoje no Acervo O GLOBO Brasil x Paraguai base de jeitinhos, barganhas e aparelhamentos, para desgraça do Estado. É preciso moralizar a política para que possamos sair desse atoleiro e realizar os ajustes fiscais imprescindíveis, embora impopulares. Enquanto estes crimes de responsabilidade perdurarem, ficaremos como estamos: deitados em berço esplêndido, ao som de gritos e lamentações e à luz negra da irresponsabilidade mais profunda! NA EDIÇÃO DE ONTEM: _ P. 2: “Conte algo que não sei/‘A cidade deve ser prazeres e experimentação’.” “Mas até que ponto deve-se pensar em utilidades?” Erro na colocação do pronome pessoal oblíquo átono. Certo: “Mas até que ponto se deve pensar em utilidades?” P. 3: “Espólio em liquidação.” “... a tendência é de os grandes partidos seguirem...” “De” a mais. Certo: “... a tendência é os grandes partidos seguirem...” P. 3: “PMDB já vislumbra 2018.” “... nas eleições municipais desse ano...” Mau uso do demonstrativo. Certo: “... deste ano...” Primeira página do caderno Esportes: “Jogada fatal.” “... por pouco, não chegou a frente do atento Jordi...” Falta do acento grave. Certo: “... não chegou à frente _ do atento Jordi...” DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO Leitor que preferiu não ser identificado, sobre depósito irregular de caçambas entre a Rua Livreiro Francisco Alves e a Travessa Afonso. A Comlurb afirma que realizou uma operação no local e foram apreendidos seis recipientes. Acrescenta que o local foi limpo. l 21 Frase “Fernando Henrique está tratando o Congresso como grande loja de departamentos” Deputado Paulo Delgado (PT-MG), em 21/1/1995 Estivador promete caviar ao seu cão-herói por sete dias Juiz mineiro diz em sentença: mulher não deve ser motorista a alegria de policiais e autoridades desportivas, aliviadas com o reencontro da Taça Jules Rimet, era de se ver ontem a euforia das inúmeras ligas de proteção aos animais na Inglaterra, vendo um simples viralatas, “Pickles”, tornar-se herói nacional. O estivador David Corbett, seu dono, também não escondia sua satisfação e prometia que a primeira despesa que fará quando receber a polpuda recompensa será dar caviar a “Pickles” uma semana inteirinha. O problema é saber se o cachorro não preferirá um caminhão de suculentos ossinhos. O Juiz da Terceira Vara Criminal de Belo Horizonte, Sr. João Gomide Leite, absolveu ontem a Sra. Marlene Gontijo Chagas, casada, de 32 anos, que dirigia o auto que atropelou e matou o menino Antônio Nélson do Nascimento, de 11 anos, no dia 25 de setembro do ano passado, quando dirigia um carro na Avenida Afonso Pena. O menor morreu antes mesmo de chegar ao hospital. O Juiz, porém, condenou o acesso das mulheres ao volante, afirmando que, se legislador fôsse, vedaria a elas, por lei, o direito de dirigir veículos motorizados, só o permitindo “no sossêgo do pós-climatério” Product: OGlobo 22 PubDate: 29-03-2016 Zone: Nacional Edition: 1 Page: PAGINA_V User: Schinaid Time: 03-28-2016 20:58 Color: C K Y M l O GLOBO Terça-feira 29 .3 .2016 OGLOBO | Opinião | O que indicará uma debandada do PMDB C onfirmada a reunião de hoje do Diretório Nacional do PMDB, quando o partido deverá formalizar a saída da base do governo Dilma, esta terça-feira terá destaque na cronologia do pedido de impeachment da presidente, seja qual for o seu desfecho. Por ser o PMDB o segundo maior partido da aliança, portanto pilar vital de sustentação do governo, a debandada de peemedebistas, mesmo em parte, funcionará como toque de retirada para legendas menores, como teme o próprio Planalto. Previsões estatísticas de votação do impeachment mudam como as nuvens. No domingo, O GLOBO trouxe um cenário em que o governo teria, até o último final de semana, 97 votos seguros contra o impedimento, necessitando de mais 75 para atingir os 172 com os quais derrotará a oposição. Esta, com estimados 111 garantidos, ainda Craque em se manter no poder sem pagar o ônus dele, o partido, se de fato formalizar a saída da base de Dilma, emitirá mais um sinal da fragilidade do Planalto Mesmo assim, há semblantes preocupados no Planalto. O próprio rompimento do PMDB, conduzido pelo vice Michel Temer, é sintomático. Um partido craque em estar no poder, beneficiando-se dos bônus sem arcar com os ônus, se decide sair do governo é porque são grandes as chances de uma debacle próxima. O conhecido princípio de que político se move pelo faro da expectativa do poder se aplica à situação. E o olfato do PMDB é dos melhores da praça: esteve com os tucanos nos oito anos de FH e completa 14 anos com petistas e lulopetistas — ou dez, se retirarmos os quatro de Lula 1, quando o casamento entre o partido e o governo ainda não havia se consumado por inteiro. Se deseja saltar deste comboio é porque algo de muito perigoso apareceu no radar de raposas peemedebistas. precisaria de 231, a fim de atingir os 342 requeridos, dois terços da Casa, para aprovar o impeachment na Câmara e transferir a decisão para o Senado. Uma tarefa que poderá ser muito difícil, pois o Planalto não precisa conseguir exatos 172 votos, basta convencer um punhado de deputados a não comparecer à sessão em que será votado o impeachment. E o Planalto tem vasto arsenal de argumentos inspirados no fisiologismo para retirá-los do plenário nesse dia. A tensão entre governo Dilma e PMDB vem de longe. Mas a inabilidade da presidente e os erros de seu governo, em especial na economia, ajudaram a afastar o partido, bem como outras legendas. A esta altura da crise, é visível, nas pesquisas e nas manifestações de rua, o majoritário apoio ao impeachment. Os políticos, claro, sabem disso. E têm sensibilidade para perceber que Dilma perdeu de vez o rumo na tentativa de debelar a crise fiscal, o nó principal que joga a economia na recessão e não dá maiores tréguas na inflação. Ela está em queda, mas se mantém acima do teto da meta. Ao se curvar à proposta de Lula de aplicar mais do mesmo — mais do “novo marco”, a causa da própria crise —, Dilma, para políticos, encurtou seu prazo de validade. l Atentado no Paquistão é ameaça à civilização O atentado no Paquistão no Domingo de Páscoa, que deixou pelo menos 72 mortos e mais de 340 feridos — a maioria crianças e mulheres —, se soma à série recente de atos de terrorismo e violência extrema. O ataque foi executado por um homem-bomba num parque de Lahore, capital da província de Punjab, e tinha como alvo não só a minoria cristã, mas igualmente o projeto de abertura democrática do premier Nawaz Sharif, defensor de um Paquistão mais “educado, progressista e voltado para o futuro”, incluindo mulheres e minorias religiosas — hindus, cristãos e muçulmanos xiitas —, alvos frequentes do sectarismo étnico-religioso. Este foi o ato de terror mais violento desde que militantes talibãs invadiram uma escola em dezembro de 2014 e assassinaram à quei- Ataques terroristas revelam desespero de extremistas diante de avanços democráticos e econômicos. Violência é proporcional à perda de espaço ma-roupa, com tiros na cabeça, 134 estudantes. A reação do primeiro-ministro e das autoridades militares à época foi a imposição de novas medidas de segurança para combater os terroristas. Estas resultaram na redução da violência, alimentando investimentos e o aumento do comércio do país fundado por muçulmanos após a independência do Reino Unido, em 1947. É importante observar que os atentados crescem, inclusive na Europa e nos EUA, à medida que esses grupos terroristas perdem espaço, físico e simbólico. Quer seja o território retomado pela ofensiva militar contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque, ou o avanço de um projeto de prosperidade, como o que vem sendo implementado no Paquistão. Conforme o sonho do califado, projeto dos ideólo- gos do Estado Islâmico se esvai, recrudesce a violência terrorista no mundo. O banho de sangue no Paquistão ocorre menos de uma semana após os atentados no aeroporto e no metrô de Bruxelas por jihadistas do Estado Islâmico, em que morreram 35 pessoas e mais de cem ficaram feridas. A ação foi executada pela mesma célula responsável pelos ataques de 13 de novembro do ano passado em Paris. E, como os extremos se atraem, no domingo, a “Marcha contra o medo”, em Bruxelas, foi invadida por mais de 200 hooligans, vestidos de preto, com cartazes anti-imigração e slogans xenófobos, exigindo a atuação da polícia para dispersar os mais violentos. Esses manifestantes expressam um ódio cego, que tem forte ressonância em governos conservadores e ultranacionalistas europeus. Estes defendem o fechamento de fronteiras a imigrantes e refugiados. Os radicalismos colidem, mas também se alimentam mutuamente, estimulando uma espiral de violência sem fim. Nos dois extremos estão exemplos das forças que ameaçam as distintas expressões de civilização — não apenas a ocidental, mas todas aquelas com vocação para a paz e a prosperidade. l DANIEL AARÃO REIS Achar a porta que esqueceram de fechar O poeta Paulo Leminski versejou a hipótese de que “por detrás de uma pedra”, poderia surgir “toda a primavera”. Assim são as crises. É certo que podem levar as sociedades a retrocessos e ao abismo. Contudo, delas pode também surgir um futuro melhor. Compreender a complexidade da atual crise brasileira, em seus múltiplos aspectos, seria um bom começo. A economia perdeu fôlego, a recessão se avizinha, aumenta o desemprego, a inflação quer voltar a galopar, o investimento encolhe, os consumidores adiam compras não essenciais, cai a arrecadação fiscal. Tempos difíceis. Os indicadores sociais são alarmantes: apesar dos processos positivos de distribuição de renda e inclusão social, o país continua um dos campeões mundiais de desigualdade, e os progressos realizados em anos recentes estão ameaçados e em plena regressão; a violência contra mulheres, negros, pardos e homossexuais alcança índices demenciais; as condições de vida de muita gente continuam deploráveis, e a negligência com que isto foi encarado por anos explica o vulto das epidemias de dengue e da zika. A crise política, expressão destes desequilíbrios, tornou-se fator acelerador dos mesmos. As eleições de 2014 não apontaram rumos construtivos. A presidente eleita reiterou o estelionato eleitoral praticado por Sarney, Collor e FHC. Promessas não cumpridas, fazendo recordar um pensador cínico, segundo o qual os humanos teriam inventado as palavras para melhor disfarçar o pensamento. Dilma perdeu em todos os lados — decepcionou os seus e não sossegou as oposições. Um mato sem cachorro. Para agravar o quadro, introduziu-se o inquérito da Lava-Jato, desvelando o que todos sabiam a olho nu, mas sem provas. O sistema político está corrompido até a medula. Os lambuzados do PT aparecem com mais evidência, pois controlam o poder há mais de 12 anos e se esmeraram, de fato, em manter relações carnais com os grandes bancos e empreiteiras. Entretanto, é preciso muita miopia — ou má-fé — para não enxergar que, de alto a baixo, “está tudo dominado”. O rei está nu, e todos estão vendo. Criou-se uma imensa vala na qual estão caindo os partidos e respectivos marqueteiros. Vai dar para sair do buraco? Alguns, à direita do espectro político, na ofensiva, imaginam como saída cortar algumas cabeças, entre as quais as de Lula e de Dilma Rousseff. De quebra, expulsar o PT do proscênio. E já começam a bater e a agredir pessoas nas ruas. A luta contra a corrupção o exigiria. Mas um tal programa só seduz mentes mais simplórias. Basta ver quem substituiria os eliminados — os Cunhas, os Renans, os Temers, os Aécios, os Alckmins... Basta comparar as listas dos doadores das campanhas eleitorais. A da Odebrecht e as demais que circulam entre segredos mostram bem o Fale com O GLOBO PRESIDENTE Roberto Irineu Marinho VICE-PRESIDENTES João Roberto Marinho - José Roberto Marinho _ OGLOBO é publicado pela Infoglobo Comunicação e Participações S.A. DIRETOR - GERAL: Frederic Zoghaib Kachar _ DIRETOR DE REDAÇÃO E EDITOR RESPONSÁVEL AGÊNCIA O GLOBO DE NOTÍCIAS Venda de noticiário: (21) 2534-5656 Banco de imagens: (21) 2534-5777 Pesquisa: (21) 2534-5779 Atendimento ao estudante: (21) 2534-5610 PUBLICIDADE Noticiário: (21) 2534-4310 Classificados: (21) 2534-4333 MARCELO Presidente eleita reiterou o estelionato eleitoral praticado por Sarney, Collor e FHC. Promessas não cumpridas “mar de cumplicidades” que contamina todas as praias. Na defensiva, os petistas e vários pensadores afins mobilizam o fantasma de 1964. Cinquenta anos depois, transmudada, a Besta estaria de volta. Soprando o pó de velhas bandeiras, Geral e Redação (21) 2534-5000 Jornais de Bairro: (21) 2534-4355 Missas, religiosos e fúnebres: (21) 2534-4333. Plantão nos fins de semana e feriados: (21) 2534-5501 Loja: Rua Irineu Marinho 35, Cidade Nova International sales: Multimedia, Inc. (USA). Tel: +1-407 903-5000 E-mail: [email protected] gastas por desuso, retornam com bandeiras vermelhas às ruas, esquecendo-se de que a cor da guerra social não combina com negócios escusos tramados em hotéis de luxo. É falsa a polarização entre os “caçadores de corruptos” e os agitadores do fantasma de 1964. Substituir Dilma por Temer é trocar seis por meia dúzia. Não se pode nem dizer que, se o “seis” sair, o “meia dúzia” se corromperá, pois o “meia dúzia” já está corrompido. Para ter um princípio de resolução, e de superação, a crise de muitas fa- Classifone (21) 2534-4333 ASSINATURA/Central de atendimento: www.oglobo.com.br/centraldoassinante ou pelos telefones 4002-5300 (capitais e grandes cidades) e 0800-0218433 (demais localidades), de 2ª a 6ª feira, das 6h30m às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 12h Twitter: @falecom_OGLOBO. Facebook: facebook.com/espacodoassinanteoglobo Assinatura mensal com débito automáti- ces e cabeças precisa ser enfrentada pelo seu elo decisivo — o sistema político, que acoberta e incentiva a corrupção em grande escala. É o sistema, como um conjunto, que precisa ser mudado. O fim do financiamento eleitoral e partidário por parte de empresas, combinado com um teto para as doações das pessoas físicas, foi um primeiro passo. Diversas outras propostas reformistas circulam na sociedade. Limito-me a enunciá-las: revogação das imunidades para crimes comuns, que fazem dos dirigentes políticos uma aristocracia acima da lei que é válida para todos... menos para os próprios. Extinção dos financiamentos estatais para os partidos políticos — que os partidos se financiem por seus filiados e eleitores. Fim dos privilégios descabidos que cercam as atividades político-partidárias: remunerações, comissões, subsídios. Pepe Mujica tem razão: quem quiser enriquecer, que se dedique aos negócios, e não à política. Redução dos mandatos, para elevar o nível de controle dos representados sobre os representantes, com extinção da reeleição para os cargos executivos. Definir e defender uma real e profunda reforma política é o desafio para que existam eleições capazes de abrir novos horizontes democráticos. E, retornando ao poeta com que comecei esta crônica, “achar a porta que esqueceram de fechar, o beco com saída, a porta sem chave, a vida”. l Daniel Aarão Reis é professor de História Contemporânea da UFF [email protected] Para assinar (21) 2534-4315 ou oglobo.com.br/assine co no cartão de crédito, ou débito em contacorrente (preço de segunda a domingo), para RJ/MG/ES: normal, R$ 95,33; promocional, R$ 83,90 VENDA AVULSA/Estados Dias úteis: RJ, MG e ES: R$ 4,00; SP e DF: 4,00; demais estados: 5,50; Domingos: RJ, MG e ES: R$ 5,00; SP: R$ 5,50; DF: 7,00; demais estados: 10,00 Carga tributária federal aproximada de 20% ATENDIMENTO AO LEITOR De 2ª a 6ª feira, das 6h30m às 19h, e aos sábados, domingos e feriados, das 7h às 12h, Tel: (21) 2534 5200 oglobo.com.br/faleconosco O GLOBO é associado: ANJ - IVC - GDA - SIP - WAN Ascânio Seleme EDITORES EXECUTIVOS Chico Amaral, Paulo Motta e Silvia Fonseca _ Rua Irineu Marinho 35 - Cidade Nova - Rio de Janeiro, RJ CEP 20.230-901 Tel: (21) 2534-5000 Fax: (21) 2534-5535 _ Princípios editoriais do Grupo Globo: http://glo.bo/pri_edit a EDITORES - País: Alan Gripp - [email protected] Rio: Rolland Gianotti - [email protected] Economia: Flávia Barbosa - fl[email protected] Mundo: Sandra Cohen [email protected] Sociedade: William Helal [email protected] Segundo Caderno: Fátima Sá - [email protected] Esportes: Márvio dos Anjos - [email protected] Fotografia: Claudio Versiani - [email protected] Arte: Rubens Paiva - [email protected] Opinião: Aluizio Maranhão - [email protected] Acervo e Qualificação: Gustavo Villela - [email protected] a SUPLEMENTOS - Boa Viagem: Léa Cristina - [email protected] Rio Show: Inês Amorim - [email protected] Ela: Renata Izaal - [email protected] Revista O GLOBO: Ana Cristina Reis - [email protected] Bairros: Milton Calmon Filho - [email protected] Site: Eduardo Diniz - [email protected] Videojornalismo: Roberto Maltchik - [email protected] Desenvolvimento de Plataformas: Maíra Carvalho - [email protected] a SUCURSAIS - Brasília: Sergio Fadul - [email protected] São Paulo: Aguinaldo Novo - [email protected] O GLOBO Terça-feira 29 .3 .2016 l 23 OGLOBO JOSÉ CASADO _ Perdidos na escuridão -C omo é a cegueira? — Uma das primeiras cores que se perde é o negro — respondeu o escritor de 86 anos, há quatro décadas sem visão. — Perde-se a escuridão e o vermelho também... Naquela direção, onde está a janela, há uma luz. Vejo movimento mas não coisas. Não vejo rostos e letras. A névoa densa na política deste outono deixou governo e Congresso em estado de anopsia similar ao descrito por Jorge Luis Borges na sua última entrevista, em 1985, ao repórter Roberto D'Ávila. A bruma encobre a transformação do país numa fábrica de desilusões. Foram 13.100 novas demissões a cada dia útil dos últimos 12 meses no mercado formal de trabalho. Antes do carnaval, pesquisadores do IBGE contaram nove milhões de pessoas à procura de ocupação em 3.500 cidades. A perspectiva é de que esse contingente aumente para 13 milhões no segundo semestre. Encerra-se o capítulo da “inclusão social”, celebrado na marquetagem eleitoral da última década, com uma combinação nefasta de mais desemprego e declínio na renda familiar dos mais pobres (7,4%). A reversão do bem-estar social, pelo aumento na desigualdade, acaba de ser confirmada por pesquisadores como Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas. Há um fenômeno novo, detectou a Associação das Empresas de Transportes Urbanos: as pessoas reduziram seu movimento nas maiores cidades. Ônibus levam menos um milhão de passageiros por dia, em comparação a 12 meses atrás. Na periferia, segundo a entidade, cresceu a preferência pela viagem de bicicleta ou a pé. Na região mais industrializada registrou-se o fechamento de 20 fábricas a cada dia útil, infor- ma a Junta Comercial do Estado de São Paulo. Perderam-se 4.451 indústrias paulistas, 24% mais que nos 12 meses anteriores. Agora, avança-se no quarto ano seguido de recessão, com inflação alta e recorde mundial de juros. Governo e Congresso se mantêm numa cegueira deliberada. A oposição em transe dedica-se à demolição de pontes para o futuro com “bombas” legislativas, como a de R$ 330 bilhões da semana passada, que turvou uma das raras iniciativas construtivas dos últimos tempos — o acordo feito pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para aprovação da Lei das Estatais. O governo perde-se em desvarios. Dilma Rousseff fez do Planalto um escritório de advocacia 24 A luz sobre negociatas como modo de governo cegou os que fazem política. Construíram a crise, fizeram do país uma fábrica de desilusões, e não enxergam a saída Geração resiliente? RODRIGO CONSTANTINO Por que tanto ódio? O PT e a “gangue do pixuleco” estão dispostos a “fazer o diabo” para não largar o osso, para manter suas benesses estatais. É atitude de perdedor deselegante, de quadrilha, de máfia. Mas, em meio a essa iminente e inevitável debacle, há um fenômeno interessante: caíram as máscaras de “paz e amor” dessa gente. O que se vê é a feiura da carranca em sua essência, sem a maquiagem de marqueteiros corruptos. Sério, gostaria de perguntar a esses que ainda defendem o PT o motivo para tanto ódio. Por que odeiam tanto a democracia, por exemplo, a vontade popular expressa nos milhões de patriotas que foram às ruas de forma espontânea demandar o fim desse desgoverno incompetente e corrupto? Por que odeiam tanto a classe média trabalhadora, que sustenta este país? Por que a baba de ódio ao acusarem de “fascistas” todos os que discordam do socialismo, sendo que está claro quem realmente adota postura fascista nessa história? Por que um Guilherme Boulos da vida, do MTST, fala em “incendiar o país” com tanto ódio irresponsável? Por que o presidente da CUT, Vagner Freitas, incita tanto a violência e faz ameaças absurdas? Por que o público intolerante reagiu de forma tão raivosa quando um ator simplesmente falou em prender um ex-presidente ladrão no musical de Chico Buarque? E por que o sambista resolveu impedir o uso de suas músicas no espetáculo depois, demonstrando intolerância com quem pensa diferente politicamente? Por que, aliás, Chico elogia até hoje a mais cruel ditadura do continente? A esquerda em geral e o PT em particular têm segregado o Brasil há anos, colocando mulheres contra homens, negros contra brancos, gays contra heterossexuais, empregado contra patrão. Por que tanto ódio disfarçado de defesa das “minorias”? Por que os socialistas, sempre tão invejosos, odeiam aquele que foi bem-sucedido no mercado, acumulando patrimônio por mérito próprio em vez de esquemas corruptos com o governo? Sabemos que o problema da esquerda não é com o rico em si. Lula é milionário, como Chico Buarque e tantos outros. Mas por que odeia tanto o empresário que ficou rico criando empregos e riqueza, oferecendo produtos demandados de forma mais eficiente? Por que vocês odeiam tanto o indivíduo independente que se sustenta pelo próprio esforço, sem depender de esmolas estatais? ANDRÉ MELLO F ernando Henrique Cardoso escreveu que precisamos mudar as regras do jogo para superarmos a crise econômica e política. Concordam economistas nacionais e estrangeiros, antigos auxiliares de governos e o professor italiano Luigi Zingales, que nos visitou recentemente e que já viu esse filme na Itália. Para o Prêmio Nobel Douglass North, as regras do jogo numa sociedade são as instituições políticas e econômicas. Precisamos mudar as nossas, mas não é fácil. Mudanças numa democracia se fazem na arena política, onde existem dois grupos de opositores. O primeiro é formado pelas nossas piores lideranças políticas, em simbiose com os que se beneficiam da vizinhança com o Estado. Esse filme está passando agora no Brasil e é de terror. O segundo grupo é formado pelas nossas melhores lideranças políticas, que acreditam sinceramente em ações que destroem as regras que Douglass North identifica como essenciais à prosperidade. Esse filme passou no governo FHC. O Estado regulador, braço perigoso do Executivo, cresceu com FHC. Regulamentação aumenta os custos transacionais, torna os mercados mais imperfeitos e atrai mais intervenção, o que gera menos competição, eficiência e progresso. Houve captura de reguladores, cresceu o GUSTAVO GRISA J A retórica de vítima da esquerda serve para ocultar esse ódio todo que sente dos que não precisam desse amuleto falso para subir na vida. Ao se colocarem do lado “oprimido” contra os “opressores”, esses “progressistas” simulam um “amor à Humanidade” que mascara esse profundo ódio ao próximo, de carne e osso. O discurso verdadeiro da esquerda não é de amor, mas de ódio. Basta observar. Os “professores” marxistas odeiam os trabalhadores de verdade, que querem apenas melhorar sua qualidade de vida, e não fazer a “revolução”. O “intelectual” ama o “povo” enquanto abstração, mas não suporta o povo real que ocupa as ruas pedindo o impeachment de uma presidente claramente incapaz, autoritária e conivente com o crime. Por que tanto ódio, gente? Os esquerdistas falam o tempo todo em “diversidade” e “pluralidade”, mas tentam calar de forma agressiva, intimidando todo aquele que ousa pensar diferente, defender uma visão conservadora legítima de mundo. O uso do termo “coxinha” já demonstra esse ódio, essa raiva ao Outro, ao diferente. O sonho de todo esquerdista é um mundo de pessoas exatamente iguais, como insetos gregários, e todos feitos, claro, à sua própria imagem e se- melhança. As diferenças lhe são insuportáveis, talvez porque lhe falte amor próprio. Mas por que não tratar desse recalque todo, desse ressentimento, de uma forma mais pessoal e construtiva, mais corajosa? Por que se deixar levar pelas piores emoções, as mais mesquinhas? Está claro que o esquerdismo pode ser uma doença mental, que aprisiona a pessoa numa camisa de força ideológica, causando forte dissonância cognitiva no contato com suas contradições e hipocrisias. Só que não é destruindo o mundo à sua volta que se resolve tal angústia. Essa é a postura dos terroristas islâmicos! O governo petista produziu apenas corrupção, alta inflação e desemprego, tendo enriquecido os empreiteiros no processo. Por que tanto ódio dos mais pobres, que sofrem na pele com tanta incompetência e safadeza? Por que esse ódio da mudança necessária para evitar um destino trágico como o venezuelano? Por que a esquerda é tão reacionária, apegando-se a esse antigo regime fracassado, que pune os mais pobres para favorecer os políticos e empresários corruptos? l Rodrigo Constantino é economista e presidente do Instituto Liberal Oportunidades que as crises criam ODEMIRO FONSECA horas. Faz comícios e, quando não insinua seu desejo de prisão para o juiz que autorizou o grampo do telefone de uma pessoa investigada, Lula, recita imaginário “golpismo” num pedido de impeachment, previsto na Constituição que o PT se recusou a subscrever. Esconde que o seu partido, sob comando de Lula, apoiou nada menos que 50 petições similares contra três presidentes entre 1990 e 2002. Foram 29 contra Fernando Collor, quatro contra Itamar Franco e 17 contra Fernando Henrique Cardoso. Lula superou 34 pedidos de impeachment. Dilma somava 49 até ontem à noite — no último é acusada de usar seu poder constitucional para proteger um investigado, dando-lhe “auxílio direto” para escapar “do juiz natural das investigações”. A luz sobre negociatas como modo de governo, nos inquéritos sobre corrupção, cegou os que fazem política. Tateiam paredes do labirinto da crise que construíram, e não enxergam a saída. l capitalismo de compadres e a carga fiscal. Mas foi sobre o Estado empresário que FHC perdeu a maior oportunidade. Enquanto o Estado empresário desaparecia na Austrália, Nova Zelândia, em países do ex-império soviético, na Europa e Ásia, no Brasil pouco aconteceu. Faltou convicção, confessa hoje FHC, que era contra a desestatização. A Alemanha colocou as estatais sob uma holding, anunciou no “The Economist” e vendeu todas em dois anos. Nós ficamos brincando de comissão. Tentar salvar as estatais com mais leis irá amordaçá-las mais. Os contrapesos que existem na empresa privada (de falir, entre outros) não existem na estatal Tentar salvar as estatais com mais leis irá amordaçá-las mais. Os contrapesos que existem na empresa privada (de falir, entre outros) não existem na empresa estatal. Os defensores das estatais oferecem sempre a mesma gororoba: entreguismo de riqueza nacional; relevantes serviços públicos; função social. Como se irrelevantes fossem as empresas privadas e sua função, mineral. Nunca falam sobre atender ao consumidor, dar lucro. E a ideia de isolar estatais da política é risível. Zingales alerta que Justiça e polícia não são suficientes para enfrentarmos corrupção no atacado. E nos recomenda que a corrupção nos costumes também precisa ser enfrentada. Outra vez, só lei não adianta. Roberto DaMatta ensina que é nossa a “ideologia do legalismo mágico (a lei resolve o costume)”. E existe simbiose parasita entre excesso de leis e regulamentos e a corrupção no varejo. A boa notícia é que a desestatização elimina na raiz a corrupção no atacado e no varejo. Exemplo é a corrupção nos Detrans, imbricada com maus costumes no tráfego. Mas existe alinhamento de interesses entre proprietários de veículos, revendedoras, seguradoras. Em tecnologia digital, nosso atraso é brutal. Impostos e multas podem ser recolhidos por entes privados, como na Califórnia. Divergências podem ser resolvidas por juízo arbitral. Assim como a Petrobras, Detrans estatais não precisam existir. FHC afirma que crises criam oportunidades. Ele poderia, então, guiar uma frente política para aproveitar a atual oportunidade. O Brasil está apenas bêbado. Os investidores nacionais e estrangeiros gostam do Brasil e estão à espera. Críveis reformas do Estado empresário, do Estado regulador e uma reforma fiscal coerente farão o Brasil desabrochar. l Odemiro Fonseca é empresário á se ouviu falar algumas vezes que a crise econômica que se configura no Brasil poderá ser uma reedição do que se viveu no país na década de 1980. Para quem viveu aquela época, essa ameaça surge como uma reedição fantasmagórica de um tempo de remarcações de preços, confusão, “lista de supérfluos”, e um Brasil que vivia no Fundo Monetário Internacional. No entanto, é equivocado afirmar que a classe média brasileira sofrerá um revival da década de 1980, pois o país é muito diferente, os hábitos de consumo são diferentes, as famílias brasileiras e o mercado de trabalho são diferentes. Em alguns aspectos, certamente, essas diferenças serão favoráveis a uma melhor resiliência a este período de crise. Em outros, indica um Brasil e um mundo mais complexos. O endividamento, por exemplo, é muito mais amplo do que na década de 1980, possibilitando maior extensão do crédito — há cartões de crédito, diversas linhas operadas pelos bancos comerciais, financeiras etc. O juro relativo também é muito mais alto e, em uma extensão temporal da crise, a possibilidade de perda patrimonial e queima de ativos também é maior. Os alimentos e bens básicos são hoje relativamente muito mais caros do que eram na década de 1980. Hoje, o Brasil não é mais um país de custo de vida baixo. Os imóveis também são relativamente mais inacessíveis do que eram na década de 1980, tanto para compra quanto para aluguel. Por outro lado, o consumo é hoje muito mais globalizado, assim como a noção de mundo e de comparações é mais clara, e preEquívoco sente. O acesso a indizer que a formações é muito classe média mais amplo, assim terá ‘revival’ como o padrão de consumo, mais alto. da década A menor rigidez de 80, pois o do mercado de trabalho traz um impaís é muito pacto por vezes não diferente percebido nos índices de desemprego formal, o que não significa que não acontecerá um achatamento significativo. A migração de recursos humanos do Centro-Sul para o Centro-Oeste e Nordeste também é uma alternativa, como aconteceu nos EUA em épocas de recessão, porém limitada. No entanto, corre-se o risco de se sofrer um seriíssimo processo de brain drain, que é a perda de uma geração de profissionais, ou o subaproveitamento do capital humano de uma determinada faixa etária mais jovem, por conta de uma situação prolongada de baixa atratividade do mercado de trabalho, mesmo em pleno boom do empreendedorismo e com empregos tecnológicos flexíveis. Esse tipo de fenômeno aconteceu na Argentina na década passada, e vem acontecendo na Venezuela durante os últimos cinco anos, especialmente. Os jovens mais aptos buscarão empregos em primeiro lugar nos grandes centros do país e, em segundo lugar, no exterior, se tiverem condições; os com menores condições competitivas, ou menor escolaridade, estarão reféns do subemprego ou buscarão a informalidade. É preciso preparar-se para um período de resiliência, e até mesmo de estabilidade emocional para se enfrentar um período mais difícil, talvez relativamente longo. Que as experiências do passado e os avanços tecnológicos e comportamentais do presente nos ajudem. l Gustavo Grisa, do Instituto Millenium, é economista 24 l O GLOBO l Rio l Terça-feira 29 .3 .2016 Governo volta atrás sobre Jardim Botânico Ministério do Meio Ambiente agora diz que não há perspectiva de retirar famílias a curto prazo do parque ANDRÉ DE SOUZA E CÉLIA COSTA [email protected] -BRASÍLIA E RIO- O Ministério do Meio Ambiente informou ontem que não há, da parte do governo federal, perspectiva de desocupar o Jardim Botânico a curto prazo. Segundo a pasta, há 520 famílias morando dentro da área do parque, das quais 400 têm perfil socioeconômico que garante direito a uma alternativa de moradia em outro local. Só depois da negociação com essas 400 famílias é que elas serão retiradas, o que deverá levar ainda algum tempo, informou Luiz Antônio Carvalho, assessor especial da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. — Não há nenhuma perspectiva de remoção em massa e desorganizada a curto prazo de qualquer família. Do ponto de vista do governo, não. Do ponto de vista da Justiça, há, sim, reintegração de fato, mas aí é de uma família. Nós estamos falando de centenas de famílias. A posição do governo permanece a mesma: garantir o direito a moradia aos que o tem fora do Jardim Botânico, de forma negociada, organizada, serena — disse Carvalho. No entanto, em documento enviado ao Ministério do Planejamento, no último dia 15 de março, a ministra Izabella Teixeira deixava claro que, a partir da cessão das terras da União para o Jardim Botânico, o parque teria 60 dias para retirar as GABRIEL DE PAIVA primeiras 130 famílias, cujas ações de reintegração de posse movidas pelo Jardim Botânico já transitaram em julgado. Anteontem, em protesto contra possíveis remoções, moradores de comunidades do Horto invadiram o parque, que ficou fechado ao público por cerca de três horas. Em nota, a presidente do Jardim Botânico, Samyra Crespo, afirmou que não houve danos físicos à instituição. A invasão, no fim de semana, não foi o único fato a levar preocupação à direção do Jardim Botânico. Num áudio gravado sexta-feira passada, durante encontro de moradores do Horto, um dos participantes, que viveria na comunidade, fala em atear fogo às máquinas que seriam usadas nas remoções, para impedir a ação. A gravação está nas mãos da Polícia Federal e do Ministério da Justiça. NOVO PROTESTO Ontem de manhã, em mais uma manifestação para tentar impedir a reintegração de posse de uma das 520 casas que ficam dentro do perímetro do Jardim Botânico, cerca de cem moradores do Horto, com faixas e cartazes, reuniram-se na porta de acesso lateral, na Rua Pacheco Leão. Policiais militares reforçaram a segurança no local, mas não conseguiram coibir a ação dos moradores, que impediram que funcionários do Serpro entrassem com os seus carros no Manifestação. Moradores que ocupam casas dentro do Jardim Botânico bloqueiam um dos acessos ao parque local de trabalho. Eles foram obrigados a estacionar os veículos na rua e seguir a pé. O grupo de manifestantes permaneceu no local até o começo da tarde, quando teria sido avisado de que, em Brasília, o Ministério do Meio Ambiente anunciara que não havia intenção de desocupar o Jardim Botânico a curto prazo. A reintegração de posse de uma casa que fica no arboreto do Jardim Botânico estava pre- vista para acontecer ontem, mas, no domingo, após consulta à ministra Izabella Teixeira, Samyra Crespo pediu à Justiça o adiamento da operação, alegando razões de segurança dos funcionários e a necessidade de salvaguardar o parque. Ontem de manhã, houve duas reuniões no Ministério do Meio Ambiente para discutir a questão. A primeira contou com a participação do líder do PT na Câmara, deputado Afon- so Florence (BA). Luiz Antônio Carvalho disse que nessa reunião foi esclarecido, por exemplo, que a ação de reintegração determinada pela Justiça não tem como alvo a totalidade dos residentes no Jardim Botânico. — Vários deputados vêm desde a semana passada manifestando preocupação com a alardeada reintegração de posse de um conjunto de famílias no Jardim Botânico: Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Wadih Damous (PT-RJ), Afonso Florence (PTBA) etc. Vários deputados vieram se manifestar. Então nós, através do deputado Florence, que esteve aqui conosco, demos os esclarecimentos. Porque eles não conhecem exatamente a situação e tinham sido procurados pelos moradores que, segundo eles, estariam preocupados com a possibilidade de que era iminente a retirada de 500 famílias. Foi esclarecido que, primeiro, não se tratam de 500 famílias e, segundo, que não é uma decisão do governo, mas da Justiça, de realizar uma reintegração de posse — disse Carvalho. GRUPO DE TRABALHO Em seguida, houve nova reunião, com participação de representantes de três ministérios: Meio Ambiente, Planejamento e Advocacia-Geral da União (AGU). Entre os presentes estava a ministra Izabella Teixeira. Não houve participação de representantes dos moradores. No encontro ficou decidido que integrantes do Ministério das Cidades e da Secretaria de Governo também participarão do grupo de trabalho que vai tentar encontrar uma solução para as famílias que serão desalojadas. Carvalho disse ainda que é preciso que a prefeitura do Rio e os próprios moradores cooperem para encontrar as melhores alternativas possíveis para o impasse. l Acidentes caem 53% nas vias federais durante Semana Santa PRF diz que duas pessoas morreram e 64 ficaram feridas nas estradas O número de acidentes durante o feriadão nas rodovias federais que cortam o Estado do Rio caiu 53% em relação ao mesmo período de 2015. O balanço da Operação Semana Santa, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), mostra que de 24 (quinta-feira) a 27 de março (domingo) deste ano houve 66 acidentes. No feriado do ano passado, foram 142. O número de mortos também diminuiu, embora o de feridos tenha apresentado aumento de oito casos: este ano, segundo a PRF, os acidentes deixaram dois mortos (contra seis em 2015) e 64 feridos (ano passado foram 56). O Rio tem dez rodovias federais, somando 1,4 mil quilômetros. Os casos mais graves foram registrados às 20h de sexta-feira — um atropelamento no Km 480 da Rio-Santos (BR-101) —, e às 12h50m de quinta-feira — uma morte devido ao tombamento de um veículo de carga, no Km 114 da BR-393 (Sapucaia) —, segundo o balanço da PRF. Os dados mostram que 7.863 motoristas e 6.508 veículos passaram por fiscalização, contabilizando 79 apreensões. Foram aplicadas 4.299 multas por radar e 2.344 multas generalizadas, como, por exemplo, 689 por dirigir sem cinto de segurança. l acesse 140 SÃO JOÃO DO MERITI (SHOPPING GRANDE RIO) Estrada Antonio Sendas, 111 SHOPPING VIA PARQUE Av. Ayrton Senna, 3.000 AMÉRICAS SHOPPING Av. das Américas, 15.500 Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO Economia ANA BRANCO/20-11-2015 Crédito caro l 25 Piora nas contas PÁG. 27 71,9% PÁG. 28 CASA PRÓPRIA COM JUROS MAIS ALTOS Caixa aumenta taxas cobradas para financiar imóveis para classe média, com valor até R$ 750 mil ou maior É em quanto, em percentual do PIB, deve chegar a dívida pública bruta no fim deste ano, segundo as mais recentes estimativas do governo, que constam de projeto de mudança da Lei de Diretrizes Orçamentárias, enviado ao Congresso ontem. Antes, o governo previa que a dívida seria de 66,4% no fim do ano A CONTA DA RECESSÃO Mais que o dobro de prejuízo _ No ano passado, 12 companhias no Ibovespa tiveram resultado negativo, contra 5 em 2014 PERDAS BILIONÁRIAS* ALTA DO DÓLAR E DOS JUROS E MENOR DEMANDA AFETARAM RESULTADOS DAS GRANDES EMPRESAS R$ 44,212 VALE bilhões PETROBRAS R$ 34,836 Reavaliação de ativos no exterior devido à queda do preço do petróleo e aumento do custo da dívida R$ 24,581 Aumento do custo da dívida atrelada à variação cambial bilhões KLABIN Ajuste contábil (impairment) em ativos no exterior, aumento da dívida atrelada ao câmbio e queda do preço do minério bilhões OI R$ 4,935 bilhões Ajuste contábil e aumento das provisões tributárias GERDAU R$ 4,551 bilhões Paradas na produção, menor demanda por aço e ajustes contábeis USIMINAS R$ 3,236 bilhões Redução das vendas no Brasil BRADESPAR R$ 2,590 bilhões Empresa tem quase todo o seu capital investido na Vale e foi afetada pelo prejuízo da mineradora METALÚRGIA GERDAU R$ 2,329 bilhões Ajuste contábil (impairment) feito em ativos no Brasil e exterior ANA PAULA RIBEIRO não foi suficiente, por exemplo, para recuperar [email protected] as receitas da Vale, afetadas pela forte queda do RENNAN SETTI preço do minério de ferro no exterior. E as [email protected] presas ligadas ao consumo interno também foram prejudicadas, pois têm dificuldade de re-SÃO PAULO E RIO- A deterioração da economia brasipassar o aumento de custos quando a inflação leira atingiu em cheio o resultado das grandes está alta — observa Gilberto Braga, professor de empresas que fazem parte do Ibovespa, a princi- Finanças do Ibmec-RJ. pal referência do mercado acionário brasileiro. A Klabin, que vende mais de 65% do que proDas 58 companhias cujas ações compõem o índi- duz no mercado doméstico, por exemplo, saiu ce, 12 tiveram prejuízo em 2015, mais que o do- do lucro em 2014 para um prejuízo de R$ 1,25 bro das cinco no ano anterior — três empresas bilhão. A razão foi o aumento do custo de sua ainda não divulgaram seus resultados. Outras 15 dívida, em parte atrelada ao dólar, e também o amargaram queda nos lucros, o que evidencia elevado investimento realizado no Projeto Puque a retração do PIB, a valorização do dólar e o ma. Para mudar essa situação, a companhia esaumento de preços tiram mercado de empresas tá tentando destinar uma fatia maior de sua prodos mais diferentes setores, em maior ou menor dução ao mercado externo. Problema parecido intensidade. Por serem grandes empresas, essas enfrentou a Suzano, que, já com prejuízo em dificuldades acabam afetando toda a cadeia, com 2014, viu suas perdas aumentarem devido à dimaior dificuldade de acesso ao crédito e condi- vida em dólar. ções mais restritivas aos fornecedores. Hugo Monteiro, analista de investimentos da — São grandes empresas que Bullmark Financial Group, têm poder de repasse de prelembra ainda que o cenário de ços e que são mais eficientes, crise evidenciou problemas mas ainda assim estão sofrenem algumas companhias, de do. Quando as grandes têm gestão ou estruturais, que já problemas, aumenta a cautela estavam presentes, mas que na economia e os bancos ficam passavam despercebidos em mais restritivos na concessão meio à economia favorável: de crédito. É um efeito em cas— A situação preocupa, mas cata, com pressão também sotambém deixa evidentes todas bre os fornecedores — diz Luis as deficiências corporativas de Gustavo Pereira, analista chefe que já sabíamos, mas que não da Guide Investimentos. apareciam nos resultados. EmEm linhas gerais, os prejuízos presas que sempre vimos coe a queda nos lucros foram conmo problemáticas, como Pesequência do cenário macroetrobras, Usiminas e Gerdau, conômico, em um ano no qual mas que o investidor comum o Produto Interno Bruto (PIB, procurava por serem conheciconjunto de bens e serviços das, ficaram expostas quando produzidos no país) caiu 3,8%, a maré baixou. Estamos paso dólar teve valorização de sando por um período de ajus48,4% e a inflação chegou a te. Os preços (das ações) estão 10,67%, tudo em meio a um ciindo para onde deveriam estar clo de alta de juros promovido de acordo com os resultados. pelo Banco Central. No exterior, Monteiro concorda que a a queda nos preços das commo- Luís Gustavo Pereira maior parte dos prejuízos dedities também trouxe efeitos da- Analista-chefe da Guide correu do alto endividamento. nosos aos grandes exportadores Investimentos Mas ressalta que nem todas as desses itens, haja vista os bilioempresas que fecharam no nários prejuízos da Vale e das siderúrgicas. vermelho estão em apuros. E cita a Klabin, que As companhias com dívidas em dólar, mas está construindo uma das maiores fábricas de sem receitas em moeda estrangeira ou cujas re- celulose do mundo em Ortigueira (PR). As ceitas em dólar são inferiores à dívida, também obras, mais de 95% concluídas, consumiram R$ foram afetadas negativamente. O levantamento 4 bilhões no ano passado, ou 87% do investide ganhos e perdas entre as empresa integran- mento total da empresa no período. tes do Ibovespa foi feito a partir dos resultados — A Klabin está investindo em capacidade padronizados pela Bloomberg, a fim de permitir produtiva, o que é bom, já que a conjuntura é a comparação dos números. bastante favorável para as exportações e tam— O câmbio até ajudou alguns setores, mas bém para a celulose — diz o analista. “Quando as grandes têm problemas, aumenta a cautela e os bancos ficam mais restritivos na concessão de crédito. É um efeito em cascata” SUZANO R$ 925,35 milhões Aumento do custo da dívida atrelada à variação cambial MARFRIG R$ 586,02 milhões Aumento das despesas financeiras com a alta do dólar e recompra de uma parcela da dívida emitida no exterior RUMO LOGÍSTICA R$ 158,41 milhões Aumento dos custos operacionais e das despesas financeiras, que foram impactadas com o aumento dos juros CESP R$ 61,36 milhões A receita foi afetada pelo término de concessões de duas usinas e o maior custo da energia *Resultado padronizado pela Bloomberg para permitir a comparação dos resultados Fonte: Bloomberg Mas mesmo quem não registrou prejuízo enfrentou um ambiente mais difícil em 2015. As Lojas Americanas, por exemplo, viram seu lucro cair 41,5%, para R$ 250,25 milhões, principalmente por causa do aumento dos custos da sua dívida em real. Por isso, os especialistas lembram que, apesar da piora no resultado líquido, é importante olhar o desempenho operacional. Isso porque, no caso das empresas com dívida em dólar, o estoque é corrigido de forma automática, mesmo que não ocorra desembolso, sem afetar o caixa da empresa. Ainda assim, o cenário negativo levou uma série de empresas a ajustarem o valor de seus ativos em balanço, o chamado impairment. LUCRO CRESCENTE PARA QUEM GANHA COM JUROS Lucrar mais em um cenário de recessão não foi fácil. Mas, ainda assim, algumas empresas conseguiram. Foi o caso do setor financeiro, que se beneficiou justamente desse cenário mais adverso. O aumento dos juros reforçou o resultado de bancos, Cielo e Cetip. Já a alta do dólar deu impulso às exportações de empresas como JBS e Fibria. Diferentemente de outras empresas do setor de celulose, a Fibria é um pouco menos alavancada, e a maior parcela de suas receitas é proveniente do mercado externo. Entre as companhias que registraram o maior salto no lucro líquido, destacam-se JBS e Braskem. No caso desta última, o resultado pulou de R$ 864 milhões, em 2014, para R$ 3,14 bilhões, no ano passado. Segundo analistas, a petroquímica controlada pela Odebrecht se beneficou da queda do preço do petróleo, que barateou a nafta, derivado que é sua principal matéria-prima. Além disso, o enfraquecimento do real tornou a Braskem mais competitiva. — Pode-se dizer que a Braskem tem resulta- Editoria de Arte dos “maníaco-depressivos”, sempre influenciados pelo petróleo. Nos anos em que a commodity cai, ela ganha muito dinheiro; quando sobe, ela perde na mesma proporção — diz Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos Leandro&Stormer. No caso da JBS, Wolwacz explica que esta se beneficiou da valorização do dólar, o que ajudou suas exportações, sua maior fonte de receita: — Além disso, eles foram bastante habilidosos no gerenciamento de operações de proteção (hedge) cambial. Souberam vender dólar no topo e comprar na baixa, algo bem difícil de se fazer. Pereira, da Guide, lembra que será difícil ver uma reversão total desse quadro este ano. Ele espera alguma recuperação, mas ressalta que o cenário econômico ainda inspira cuidados e lembra que muitas empresas estão com as margens de ganho muito apertadas — o que significa queda forte no lucro. Um exemplo disso pode ser observado no setor de varejo. — São empresas que perderam muita margem, embora ainda estejam dando lucro. As receitas caíram entre 5% e 20%. Se considerarmos a inflação, a queda real é ainda maior — afirma Pereira. Maurício Pedrosa, sócio da Queluz Investimentos, lembra que este ano será preciso lidar não apenas com um patamar mais elevado do dólar, mas com a deterioração da renda do trabalhador e a alta do desemprego. No caso de empresas ligadas ao consumo doméstico, isso pode levar a resultados negativos. — Você ainda pode ter alguma alta adicional do dólar, a depender dos desdobramentos políticos. Mas o que chama mesmo a atenção no cenário doméstico é a queda de 11% na renda do trabalho. Isso terá impacto direto na receita das empresas atreladas ao consumo — diz Pedrosa. l Oi quer concluir reestruturação de dívida, de R$ 38 bi, ainda este ano Negociação com credores pode reduzir valor em até 80%, dizem fontes BRUNO ROSA [email protected] A Oi pretende concluir o processo de reestruturação de sua dívida de R$ 38,1 bilhões até o fim deste ano, informou ontem o presidente da tele, Bayard Gontijo. Na corrida contra o tempo após registrar um prejuízo de R$ 5,3 bilhões em 2015, a empresa já contratou três companhias para prestar assessoria financeira: as americanas PJT Partners e White & Case, além do escritório de advocacia Barbosa, Mussnich & Aragão. Também faz parte da equipe a americana DF King, contratada pelos assessores financeiros da Oi. Mas, segundo fontes, o reforço pode aumentar. De acordo com uma fonte a par das negociações, as conversas entre a PJT e os credores já começou. Estes, quase todos estrangeiros, estão contratando as americanas Moelis & Company e Houlihan Lokey, especializadas em reestruturação de dívidas. — A grande dificuldade nesse tipo de negociação é que os títulos emitidos pela Oi no exterior mudam de mãos muito rápido. Por isso, as conversas não são simples. Mas hoje a proposta na qual a PJT está trabalhando com os credores é uma conversão de dívida em ações com um deságio que pode chegar a ENY MIRANA/DIVULGAÇÃO Aposta. Gontijo, da Oi, sobre nova marca: “São cores fortes e cheias de confiança” 80% — disse essa fonte, que não quis ser identificada. Com a dívida elevada, a Oi lançou ontem um novo plano comercial — o quarto em cinco meses —, com foco na convergência, chamado de Oi Total, que une fixo, móvel, internet e TV por assinatura. Segundo o diretor de Varejo da empresa, Bernardo Winik, a meta é ter um milhão de clientes no novo plano. FOCO VISUAL NA INTERNET Além disso, a Oi apresentou sua nova marca, desenvolvida em parceria com os escritórios Woff Olins e Futurebrands. Sai de cena o fundo amarelo em forma de ameba e entram em cena formas e cores variadas. — São cores fortes e cheias de confiança no futuro. Vocês podem perguntar se, no meio de uma potencial reestruturação de dívida, seria este o momento ideal para relançar a marca? A resposta é sim. Acreditamos no futuro da companhia — afirmou Gontijo. Mas a cautela não foi deixada de lado. O novo logotipo será usado apenas na fachada da sede da Oi, no Leblon, e na loja da companhia no mesmo bairro, explicou o diretor de Comunicação e Marca, Eric Albanese: — Buscamos soluções criativas. Na sede, usaremos um adesivo alveolar (cujo formato muda quando a pessoa anda). Na loja, usaremos uma placa de acrílico lenticular (que muda de cor conforme a localização da pessoa). Nosso foco é fazer uma mudança visual na internet. l 26 l O GLOBO l Economia l 2ª Edição Terça-feira 29 .3 .2016 Tombo de ações da Petrobras faz lucro do BNDES cair 30% em 2015 Banco teve ganho de R$ 6,2 bi no ano passado, o menor desde 2008 [email protected] MÍRIAM LEITÃO | [email protected] MARCELLO CORRÊA [email protected] | COM ALVARO GRIBEL (DE SÃO PAULO) Ciclo de fuga Há um momento no presidencialismo de coalizão, de acordo com o conceito desenvolvido pela ciência política para explicar o sistema brasileiro, em que os políticos da base fogem do poder central. Este é o momento que estamos vivendo. O PMDB decide hoje se fica ou não na coalizão, ontem entregou um ministério, e outros grupos já estão se afastando da Presidência. I sso ocorre quando a estrela maior perde força e surgem novos polos de atração. A impopularidade é o horror do político porque é contagiosa e pode acabar com suas chances de ter mandato. Em pleno ano eleitoral, a forte rejeição ao PT e à presidente Dilma estão alimentando o chamado ciclo centrífugo. Reverter uma dinâmica como essa é muito difícil. A reação do governo de ir para “o varejo total, balcão de feira”, como informou o GLOBO, adianta pouco num contexto como este e no estágio avançado em que está esse processo. O poder atrai, a perda do poder afugenta. Na hora da fuga, adianta pouco distribuir nacos da administração, em cenas de fisiologismo explícito, se o poder é visto como poente. No final do governo Sarney, com o país em hiperinflação após o fracasso do Plano Verão, o terceiro daquela administração, o pais viu um processo de abandono total da Presidência. Na fragmentada eleição de 1989, nenhum candidato defendia o governo ou se dizia governista, nem mesmo o deputado Ulysses Guimarães. Durante o julgamento de Collor, o centrão, que o havia sustentado, se desfez, e a Presidência não atraia mais nem aliados da primeira hora como Renan Calheiros. A vantagem foi que o então vice-presidente Itamar Franco havia brigado com Collor antes da posse e se mantido totalmente distante do governo. Itamar parecia ser um vice à deriva durante o período em que a presidência de Collor atraía apoios, o ciclo centrípeto. No ciclo de fuga, ele viU rou alternativa. Os pontos-chave Há duas diferenças na crise atual. O PRN não era um partido, mas um arranjo oportunista de Há um momento no ocasião, e o PT é um parpresidencialismo de tido. Itamar não particicoalizão em que políticos pava dos atos de goverfogem do poder central no nem estava envolvido na mesma investigação, e Michel Temer tem É o que acontece sido atingido por suspeiatualmente no país, e tas na Lava-Jato. Nada se pouco adiantará a repete da mesma forma, distribuição de cargos mas a dinâmica que leva o governo a temer a debandada é a mesma de outros momentos na Alta impopularidade da história. O poder se alipresidente Dilma afasta menta da perspectiva de aliados em ano de eleições poder, por isso uma Premunicipais sidência enfraquecida e que seja vista como sem futuro perderá apoios rapidamente. Por isso também faz sentido os movimentos da presidente Dilma de negar a renúncia para manter seu núcleo na sua órbita. A mesma lógica levou o ex-presidente Lula a se colocar como candidato porque assim ele cria para si mesmo uma perspectiva futura de poder e tenta conter o abandono atual. No ciclo centrífugo vão se tornando cotidianos pequenos e grandes sinais de desprestígio, da recusa de cargos ao não comparecimento a reuniões. O político começa a evitar ser visto como condômino do poder porque isso afeta suas possibilidades de sobrevivência. Boas notícias econômicas podem reverter o processo em seu estágio inicial. O segundo mandato do governo FHC começou com crise cambial e valorização do dólar. A mudança foi vista como quebra de promessa de manutenção do Plano Real que Fernando Henrique havia feito na campanha. A popularidade despencou, o PT lançou o “Fora FHC”. Em 1999, no entanto, a inflação foi controlada, os piores temores, afastados, e a economia não teve a recessão que se temia. O PIB cresceu forte no ano 2000, e o governo se reorganizou. Agora, não há possibilidade de boas notícias econômicas. Há um processo de desinflação que reduz a taxa em 12 meses, mas à custa da recessão e com índice ainda alto. O ajuste externo produz números bons, mas isso não é perceptível pelas pessoas. A recessão é profunda. Na economia não há boias de salvação. Na política, pode ser tarde demais para deter o ciclo de fuga. l 1 2 3 _ oglobo.com.br/economia/miriamleitao PEDRO TEIXEIRA/17-3-2016 DANIELLE NOGUEIRA A desvalorização das ações da Petrobras atingiu o balanço do BNDES em 2015. O banco de fomento registrou lucro de R$ 6,199 bilhões no ano passado, queda de 29,7% em relação aos R$ 8,594 bilhões apurados em 2014 e o menor desde 2008, segundo balanço divulgado ontem. O principal motivo para o recuo no resultado foi a perda com os papéis da petroleira. Além disso, a estatal não pagou dividendos a seus acionistas. Se não fosse a Petrobras, o BNDES teria tido um lucro de R$ 10,684 bilhões, o maior de sua história. O banco informou que o resultado com participações societárias foi negativo em R$ 5,4 bilhões, ante um valor positivo de R$ 2,865 bilhões em 2014. Ou seja, houve uma perda de R$ 8,272 bilhões no comparativo entre os dois anos. O principal responsável por essa queda foi o investimento na Petrobras. BAIXA CONTÁBIL DE R$ 7,3 BI Além do não pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio em 2015 — em 2014, o banco recebeu da estatal R$ 1,842 bilhão —, a queda da cotação das ações da petroleira levou o BNDES a registrar perdas por impairment (baixa contábil) no montante de R$ 7,35 bilhões (R$ 4,49 bilhões, líquido de efeitos tributários) em 2015. Como o BNDES tem participação em várias empresas de capital aberto, quando as ações dessas companhias caem, a fatia detida pelo banco perde valor. Baixa. Sem o efeito contábil da Petrobras, BNDES teria registrado o maior lucro de sua história: R$ 10,684 bilhões Esse efeito é puramente contábil, ou seja, não afeta o caixa do BNDES. Se as ações voltarem a subir e o banco ainda as mantiver em sua carteira, essa perda pode ser recuperada. O Sistema BNDES — formado pelo próprio banco e a BNDESPar, seu braço de participações — tem 17,24% da Petrobras. No fim de 2014, essa fatia valia R$ 22,5 bilhões. Em dezembro do ano passado, correspondia a R$ 16,3 bilhões. A baixa contábil é formada não só pela diferença entre esses valores, mas também por uma análise qualitativa sobre o quanto dessas perdas é recuperável. Não é a primeira vez que as perdas com a Petrobras interferem no resultado do BNDES. No balanço de 2014, o banco registrou baixa contábil de R$ 1 bilhão. Carlos Frederico Rangel, chefe do departamento de contabilidade do BNDES, explica que o efeito prático da queda das ações da Petrobras só apareceria em caso de venda dos papéis, o que não está no radar do banco. — O sistema BNDES não entrou na Petrobras como opção nova de negócios. A gente tem uma participação muito grande há décadas, porque foi uma forma de aporte de capital da União. Não existe expectativa de alienar Petrobras com essa perda — afirma o executivo. MAIS EMPRÉSTIMOS A boa notícia do balanço foi o aumento de 39,6% no resultado de intermediação financeira, ou seja, com os empréstimos que o banco concede. O ganho nessa categoria alcançou R$ 18,691 bilhões em 2015. Rangel explica que o principal fator para isso foi o aumento da carteira de crédito, e não a alta da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que subiu de 5,5% para 7% ao ano ao longo de 2015. — A carteira média do banco cresceu muito nos últimos anos, consistentemente. E com uma característica importante, que é a baixa inadimplência (0,06%). Não foi aumento de taxas. O retorno cresceu bem mais que a TJLP — explica Rangel. l NA WEB http://glo.bo/1PBOUHF ‘A bolha dos Brics estourou?’, questiona artigo do jornal britânico ‘Guardian’ Banco abre linha para elaboração de projetos Orçamento será de R$ 200 milhões. Este ano, consultas param de cair O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, anunciou ontem à noite uma nova linha de crédito para financiar o desenvolvimento de projetos de infraestrutura e logística. O programa, batizado de BNDES Estruturação de Projetos, terá orçamento inicial de R$ 200 milhões. A ideia é apoiar estados, municípios e, eventualmente, governo federal na elaboração de projetos, serviço considerado um gargalo pelo BNDES. A nova linha já foi aprovada pela diretoria do banco e estará disponível em breve. A linha funcionará da seguinte maneira: o ente público faz uma licitação para a elaboração de um projeto. A consultoria que ganhar a licitação poderá pedir crédito ao BNDES a fundo perdido. Os recursos virão de um fundo que será constituído pelo banco, com dotação inicial de R$ 200 milhões. Numa etapa posterior, o projeto vai embasar um segundo leilão, desta vez para a execução do projeto. A ideia é que o vencedor do leilão reembolse o BNDES. Se o projeto não for levado à frente ou se o leilão não atrair interessados, o banco fica com o prejuízo. — Para recuperar o crescimento, o investimento terá de ser a mola propulsora. É o eixo que pode ser dinamizado pela indução do Estado — disse Coutinho, em jantar comemorativo dos 50 anos da Associação Brasileira de Consultores de Engenharia, no Rio. ‘INCERTEZA NUNCA É POSITIVA’ Será a primeira vez que o BNDES apoiará de forma direta a elaboração de projetos. Hoje, o banco dá suporte por meio de sua participação na Empresa Brasileira de Projetos (EBP) e de convênios com Banco Mundial. No mesmo evento, Coutinho disse ainda que as consultas ao banco ficaram estáveis em relação ao ano passado. As consultas são a primeira etapa das operações de crédito e são um termômetro do apetite do empresariado por novos investimentos. Em 2015, elas despencaram 47%. — A queda de consulta do ano passado foi forte no segundo semestre e, aparentemente, neste primeiro trimestre, pararam de cair. Elas se estabilizaram em relação ao ano passado. Se é uma tendência, ainda não sabemos — disse Coutinho. O tombo nas consultas de 2015 foi divulgado em janeiro. Na ocasião, o BNDES informou ainda que o volume de desembolsos recuou 28%, para R$ 135,9 bilhões, o menor valor desde 2008. No último dia 8, o BNDES mudou sua política operacional, ampliando a parcela de crédito subsidiado (por meio da TJLP, hoje em 7,5% ao ano) para alguns programas. Cou- QUEIROZ GALVÃO EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO S.A. CNPJ: 11.253.257/0001-71 REQUERIMENTO DE LICENÇA DE OPERAÇÃO Torna público que requereu ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) a Licença de Operação relativa ao Sistema de Produção Antecipada (SPA) do Campo de Atlanta, Bloco BS-4, Bacia de Santos. Lincoln Rumenos Guardado - Diretor Presidente. acesse 140 JACAREPAGUÁ (PREZUNIC CENTER) Estr. Marechal Miguel Salazar Mendes de Moraes, 906 MADUREIRA SHOPPING Estrada do Portela, 222 TIJUCA Rua Conde de Bonfim, 604 LICITAÇÕES tinho descartou, porém, que a estabilização das consultas tenha relação com isso, pois a mudança é muito recente. Quanto ao desempenho financeiro do BNDES, divulgado ontem, Coutinho minimizou o impacto das baixas contábeis da Petrobras: — Isso teve um efeito parcial sobre os resultados. No patrimônio do banco, contabilizamos a mercado sempre, então, (o balanço) reflete fielmente o valor das ações. Fora esse fato, que tem a ver com a queda do preço do petróleo, o resultado do banco teria sido o melhor de todos. Coutinho também foi perguntado sobre a possibilidade de um impeachment da presidente Dilma Rousseff. — Há uma crise política bastante intensa, no sentido de gerar uma incerteza grande. E incerteza nunca é positiva para a economia. O mundo empresarial é avesso à alta incerteza. Ele quer ver uma perspectiva. (Danielle Nogueira) l Esclarecimento Com relação à reportagem “Vendas fracas derrubam preços dos ovos de Páscoa em até 73%”, publicada ontem, O GLOBO esclarece que, no caso do Supermercado Guanabara, a redução de preços deveu-se à negociação com fornecedores, não à baixa procura. l ITABORAÍ SHOPPING Rod. Gov. Mario Covas, BR 101, KM 205 PREGÕES PRESENCIAIS acesse 140 BOULEVARD RIO SHOPPING Rua Barão de São Francisco, 236 SHOPPING NOVA AMÉRICA Linha Amarela, Saída 5 e Metrô Del Castilho GUANABARA ALCÂNTARA Av. Jornalista Roberto Marinho, 221 Nº. 15/00003-PG – COLCHÃO Nº. 15/00004-PG - DESCARTÁVEIS PARA HIGIENE PESSOAL Nº. 15/00005-PG – PRONTO SOCORRO MÓVEL DE EMERGÊNCIA Nº. 15/00006-PG – AUTOMÓVEL 0 KM Nº. 15/00007-PG – TRANSPORTE DE PASSAGEIROS A ESCOLA SESC DE ENSINO MÉDIO, comunica a realização das licitações acima. Os Editais estão disponíveis no site: www.escolasesc.com.br (licitações). acesse 140 GUANABARA (SHOPPING GUANABARA BARRA) Av. das Américas, 3.501 PARQUE SHOPPING SULACAP Av. Marechal Fontenelle, S/N CAMPOS DE GOYTACAZES (BOULEVARD SHOP. CAMPOS) Av. Jornalista Roberto Marinho, 221 l Economia l Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO Crédito habitacional para classe média fica mais caro l 27 ANA BRANCO/ 20-11-2015 Caixa eleva juros dos financiamentos via SFH, para imóveis de até R$ 750 mil, e para os de maior valor GERALDA DOCA [email protected] -BRASÍLIA- Menos de 20 dias depois de aumentar o percentual do imóvel que pode ser financiado, a Caixa Econômica Federal elevou os juros dos empréstimos habitacionais residenciais e comerciais. O aumento entrou em vigor no último dia 24, véspera do feriado da Semana Santa, e atinge novos empréstimos com recursos da poupança, enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) para imóveis de até R$ 750 mil, e os mais caros, financiados com dinheiro captado pela instituição no mercado. Os juros cobrados nos financiamento de imóveis residenciais enquadrados no SFH subiram 9,90% ao ano para 11,22% ao ano, na chamada taxa de balcão, válida para todos os clientes. Se, antes, o mutuário pagava uma prestação de R$ 2.518 em um contrato de 30 anos, por exemplo, passará a pagar uma mensalidade de R$ 2.784. Com isso, ao fim do prazo, terá desembolsado a mais R$ 95.932, segundo estimativas da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac). TAXA MENOR PARA CLIENTES DO BANCO Para quem é cliente do banco, o custo do crédito imobiliário passou de 9,80% ao ano para 11%. Na mesma simulação, o valor da prestação sobe de R$ 2.491 para R$ 2.730. Ou seja, haverá um acréscimo de R$ 85.964 no total do financiamento. Para quem é cliente da Caixa e recebe salário no banco e para os servidores públicos os juros são menores: subiram de 9,50% ao ano para 10,50% ao ano. No casos de financiamentos de imóveis com valor acima de R$ 750 mil, com recursos próprios via Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), a taxa de balcão subiu de 11,50% para 12,50% ao ano. Para quem é correntista da Caixa, os juros passaram de 11,20% ao ano para 12%. Já para imóveis comerciais e mistos, a taxa dos empréstimos subiu de 14% ao ano para 15%. Para quem tem relacionamento com a Caixa, o percentual subiu de 13,50% para 14,50% ao ano. O último aumento de juros do crédito habitacional do banco ocorreu em abril do ano passado. MEDIDA É CONTRADITÓRIA, DIZ ESPECIALISTA No dia 9 deste mês, a Caixa havia aumentado a parcela de financiamento de imóveis usados (de 50% para 70% do valor de compra), atendendo a uma determinação do governo federal para ampliar o crédito na economia. Para o economista da Anefac, Miguel de Oliveira, o aumento das taxas da Caixa "contradiz" com a decisão do banco de ampliar a quota de financiamentos de usados. Ele disse que a medida agrava ainda mais a situação dos consumidores, frente a um cenário de inflação alta, impostos e juros maiores. — Qualquer elevação dos juros agrava mais este quadro e dificulta a intenção de financiar um imóvel — disse Oliveira, acrescentando que um pequeno ajuste na taxa tem impacto relevante em um financiamento de longo prazo. Em nota, o banco alegou que a "alteração é decorrente de alinhamento ao atual cenário econômico" e está associada à escassez dos recursos da poupança. "A Caixa Econômica Federal informa que o aumento da taxa de juros dos financiamentos do SBPE está associado à composição do funding da carteira de crédito imobiliário (SBPE), ou seja, é impactado pelo comportamento dos depósitos da poupança. Assim, a elevação da taxa de juros não está associada à medida destinada ao aquecimento ou à restrição de demanda, sendo consequência natural do comportamento da economia", diz a nota divulgada pela Caixa. Para Oliveira, o movimento da Caixa deve ser seguido pela concorrência. Ele explicou Mercado imobiliário. Dias depois de aumentar a fatia de financiamentos para estimular o setor, Caixa subiu os juros que, com a queda de renda das famílias juntamente com a recessão, o desemprego tende a subir, o que eleva os índices de inadimplência e, como consequência, os bancos aumentam suas taxas de juros. Além disso, a Caixa influencia o mercado como um todo por causa do seu peso no segmento. O banco fechou o ano 2015 com um market share de 67,16%, ou seja, mais de 2/3 do mercado de crédito de imobiliário. No caso da habitação social, a participação do ban- co no mercado é de 89,7%. A assessoria de imprensa do Banco do Brasil (BB) informou que o banco está monitorando o mercado, bem como as novas taxas da Caixa. As assessorias do Bradesco e do Itaú-Unibanco disseram que, por enquanto, suas taxas de juro permanecem inalterados. Na nota, a Caixa reforçou que as condições dos financiamentos do imóveis do programa Minha Casa Minha Vida, com recursos do FGTS, não foram alteradas. l Nova fase do Minha Casa Minha Vida será lançada sob críticas do mercado Governo deve prometer a construção de 480 mil moradias. Setor vê risco de sobrecarregar FGTS Na tentativa de impor uma agenda positiva frente ao acirramento do processo de impeachment, a presidente Dilma Rousseff lança oficialmente amanhã, em cerimônia no Planalto, a terceira edição do Minha Casa Minha Vida, já sob uma avalanche de críticas do setor privado. Durante a solenidade, Dilma deve anunciar 480 mil moradias em 2016 (dois milhões em quatro anos), e a abertura do portal que receberá as inscrições, gerido pela Caixa Econômica Federal. Do total de imóveis, a presidente quer a construção de 110 mil unidades na faixa 1 (renda familiar de até R$ 1.800, com prestações simbólicas); mais 120 mil unidades em uma nova faixa de renda intermediária, chamada 1,5 (de até R$ 2.350), com subsídio do FGTS de até R$ 45 mil; 180 -BRASÍLIA- mil unidades na faixa 2 (até R$ 3,6 mil), com subsídio de até R$ 27.500 e 70 mil na faixa 3 (até R$ 6,5 mil), sem subsídios. O foco do programa passará a ser as faixas de renda mais baixa, em que a casa é praticamente doada, ou tem forte subsídio (descontos a fundo perdido). A medida é adotada num momento em que não há recursos no Orçamento da União, sobrecarregando ainda mais o FGTS. RISCOS PARA O FGTS Outra novidade é que o governo terá em mãos o cadastro de milhões de beneficiários em todo o país candidatos à casa própria, uma ferramenta de propaganda política e que pode emperrar o processo de venda das unidades, na visão dos empresários. Caberá ao Ministério das Cidades fazer o sorteio dos beneficiários. Os detalhes do programa foram apresentados aos representantes do setor da construção civil na semana passada, durante reunião com os ministérios envolvidos e, segun- do um interlocutor, num encontro de clima “ruim”. Os empresários cobraram do governo e não tiveram uma resposta clara sobre a fonte de recursos para bancar as 110 mil moradias para os mais pobres. O receio é que, sem dinheiro no Orçamento, o governo autorize a contratação das novas unidades e depois pegue dinheiro do FGTS para pagar as obras. Esse mecanismo já foi adotado em 2015 e 2016, mas de forma emergencial, para pagar obras paralisadas por falta de pagamento. O FGTS transferiu R$ 8,1 bilhões para o Fundo de Arredamento Residencial (FAR), que deveria ser abastecido só com dinheiro da União. — Não apoiaremos qualquer nova inciativa que venha a utilizar recursos do FGTS para pagar obras no Faixa 1 — disse um executivo, acrescentando que essa não é finalidade do Fundo. — Como o governo vai fazer novas casas para a faixa 1 se não tem dinheiro? Vai pegar mais dinheiro do FGTS? —indagou uma fonte do Conselho Curador do FGTS. MAIS CASAS COM SUBSÍDIOS Os empresários também criticam a mudança de foco do programa, até então nas faixas de renda superior — em que o beneficiário ganha o subsídio do FGTS, mas assume um financiamento — nas faixas mais baixas. Eles destacam que, para atender a faixa 1,5 (intermediária entre a faixas 1 e 2), o governo vai reduzir a meta prevista para a faixa 2, de 351 mil para 180 mil unidades, e de 98 mil moradias para 70 mil na faixa 3. Estas faixas vinham rodando muito bem, destacou um executivo. A inscrição no cadastro é outro ponto muito criticado pelo setor produtivo, que alega interferência do governo no mercado. Atualmente, as construtoras compram o terreno, comercializam 30% das unidades, pegam o financiamento na Caixa e vão repassando aos tomadores. A partir de agora, o processo é centralizado no Ministério das Cidades, que fará a distribuição das moradias nas diversas regiões do país e o sorteio dos beneficiários na faixa de renda 1,5. — Isso vai travar o processo de vendas, que é muito difícil. Um vendedor leva até dois meses para fechar uma venda e o banco precisa aprovar o crédito para o interessado. Com a mudança, o comprador terá fazer o cadastro, esperar ser sorteado, o que pode demorar e, quando isso acontecer, a análise de crédito perderá a validade — disse um empresário. Na terceira edição do programa, a fatia do FGTS na concessão do subsídios sobe de 82,5% para 89% e a contrapartida da União cai de 17,5% para 11%. A parte do governo já foi de 25% e 17,5%. Procurada, a assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda informou que estão previstos R$ 8 bilhões do Orçamento da União para o Minha Casa Minha Vida, considerando os subsídios e as despesas com a Faixa 1. (Geralda Doca) l U Número de imóveis 110 MIL FAIXA 1 Para quem tem renda familiar de até R$ 1.800 . As prestações são simbólicas 120 MIL FAIXA 1,5 Para famílias com renda de até R$ 2.350. Há subsídio do FGTS de R$ 45 mil por imóvel 180 MIL FAIXA 2 Beneficia famílias com renda de até R$ 3,6 mil e tem subsídios do FGTS de até R$ 27.500 70 MIL FAIXA 3 Vale para quem tem renda familiar de até R$ 6.500 e não tem subsídios 28 l O GLOBO l Economia l Terça-feira 29 .3 .2016 Governo prevê que dívida bruta chegará a 71,9% do PIB este ano Auditores terão bônus se arrecadação subir Em 2017, índice subirá a 72,5%. Previsões estão no projeto da LD0 Receita também dará reajuste salarial de 21,3%, distribuído em quatro anos MARTHA BECK [email protected] NOVAS PROJEÇÕES [email protected] Governo prevê maior endividamento e menor crescimento BÁRBARA NASCIMENTO -BRASÍLIA- A equipe econômica estima que a dívida bruta do país — principal indicador de solvência observado pelo mercado financeiro — vai encerrar 2016 em 71,9% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de bens e serviços produzidos no país). Atualmente, está em 67% do PIB. Pela projeção, o valor subirá para 72,5% do PIB em 2017 e só cairá a partir de 2018, quando deve terminar o ano em 71,3% do PIB. As novas estimativas estão no projeto que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2016, encaminhado ontem ao Congresso. Diante da forte queda na arrecadação e do engessamento das despesas públicas, o governo já sabe que não terá condições de realizar o esforço fiscal prometido para este ano e, por isso, foi obrigado ao pedir ao Legislativo para mudar a LDO. O projeto reduz a meta de superávit primário (economia para o pagamento de juros da dívida pública) da União de R$ 24 bilhões (0,39% do PIB) para R$ 2,8 bilhões (0,04% do PIB). Desta nova meta, o governo ainda quer abater R$ 99,45 bilhões em frustração de receitas e aumentos de despesas. Assim, na prática, o resultado do ano pode ser um déficit primário de R$ 96,65 bilhões (1,55% do PIB). Isso tornaria a trajetória da dívida ainda mais negativa. LDO ANTERIOR PREVIA DÍVIDA MENOR Na LDO em vigor, a previsão do governo é que a dívida bruta não passaria de 70% do PIB. Ficaria em 66,4% em 2016, baixaria para 66,3% em 2017 e depois cairia para 65,6% do PIB em 2018. No caso da dívida líquida, a projeção anterior era de 37,8% do PIB este ano, 38,4% em 2017 e 38% em 2018. Agora, com um horizonte mais negativo, a trajetória estimada é de 39% do PIB em 2016, batendo em 40% em 2017 e voltando a 39,5% em 2018. No documento, a equipe econômica LDO EM VIGOR NOVA PROPOSTA Resultado primário (setor público) 2016 Resultado primário da União 0,5% 0,15%* 37,8% Dívida bruta 39,0% 66,4% Inflação -6,47% 7,4% 71,9% 2017 38,4% 40,0% 66,3% 72,5% 2018 38,0% 39,5% 65,6% 71,3% 4,5% 6,0% 4,5% 5,4% Fonte: PLN 01/2016 e LDO 2016 também piorou suas projeções para os principais indicadores econômicos. Para o PIB, por exemplo, a equipe passa a esperar retração de 3,1% neste ano. Anteriormente, a queda estimada era de 1,9%. Para 2017, o valor previsto passou de um crescimento de 1,8% para 1%. Para 2018, no entanto, há mais otimismo. A projeção de crescimento do PIB passou de 2,1% para 2,9%. No caso da inflação, a taxa esperada agora é de 7,44% (contra 6,47% anteriormente) neste ano, 6% (contra 4,5% anteriormente) no ano que vem, e 5,44% (contra 4,5% anteriormente) em 2018. Nesse cenário, o governo não tem outra escolha que não levar em frente as prometidas reformas estruturais. Especialistas consideram que esta é a única forma de reverter a trajetória de déficits fiscais, consolidada nos últimos anos. — Quanto mais o governo adia os ajustes necessários, de um lado, e a economia patina, de outro, mais preju- Com as receitas em queda livre e sem mais meios de cortar gastos para conseguir colocar as contas do país de novo nos trilhos, o governo cedeu à pressão dos auditores fiscais da Receita Federal e aceitou fazer um acordo para incentivar os responsáveis pela arrecadação. Além de um reajuste de 21,3% no salário, os servidores ganharam direito a um bônus de eficiência atrelado, entre outros fatores, ao desempenho coletivo da categoria e ao crescimento anual da arrecadação. O reajuste sobre o vencimento básico vai se dar em quatro anos, até 2019, e permitirá que o salário inicial dos auditores suba de R$ 15.700 para R$ 21 mil e, no fim da carreira, vá dos atuais R$ 22.500 para R$ 27.300. A primeira correção, de 5,5%, será aplicada sobre a remuneração de agosto. Segundo o acordo, o bônus de eficiência será pago com recursos do Fundo Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (Fundaf ), que recolhe multas aplicadas pelos auditores e recursos de leilões de mercadorias apreendidas. O presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), Claudio Damasceno, justificou que, dessa forma, não há impacto do bônus nas contas do governo: — Apenas o valor do vencimento básico vai sair do Tesouro Nacional. O resto sai do 1,8% 1,0% 2,1% 2,9% 1,65% 1,65% Dívida líquida 2016 [email protected] -BRASÍLIA- -1,9% -3,1% 1,10% 1,10% 2% 2% 2018 BÁRBARA NASCIMENTO PIB 0,39% 0,04%* 1,3% 1,3% 2017 *Desta nova meta, o governo quer abater R$ 99,45 bi em frustração de receitas e aumento de despesas. Na prática, o resultado pode ser um déficit primário de R$ 96,65 bi (1,55% do PIB) Editoria de Arte dica a dívida — avalia o economista da Tendências Consultoria, Fábio Klein. Em um cenário de déficits recorrentes e dívida bruta alta, os juros pagos pelos títulos ficam mais elevados e o serviço da dívida, mais caro. Além disso, o déficit nominal (que inclui a dívida mais os juros) fica maior, e o risco de insolvência do país cresce, explica Klein. Ele tem uma visão ainda mais pessimista do que os números do governo e espera que a dívida bruta atinja, em 2016, um novo recorde: 73,5% do PIB. No ano passado, o indicador ficou em 66,2% do PIB. — Esse limbo fiscal revela os desafios simultâneos que a gente tem: de um lado uma economia que desacelera, joga a atividade para baixo e leva o governo a aumentar o déficit primário por causa da arrecadação. De outro, não há como cortar mais gastos porque dependeria de um arranjo político — acrescenta o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. l fundo, que já existe e é destinado à Receita. TEMPO DE CASA CONTARÁ Entre agosto e dezembro de 2016, o adicional será pago em uma parcela mensal fixa de R$ 3 mil. A partir daí, o bônus varia de acordo com a quantia que entrar no Fundaf e será calculado considerando o cumprimento de metas e o tempo de permanência. Para os ativos, quanto mais tempo de casa, maior o percentual. Para inativos, quanto mais temU po de aposentadoria, Números menor o ganho. — Vai ter 5,5 que haver toPOR CENTO do um esforço Será a extra dos serprimeira vidores e uma parcela do retomada do reajuste, crescimento que será para que o bôconcedida nus seja inteem agosto grado ao salário — disse Damasceno. R$ 21 Há alteraMIL ções previstas Será o novo também nos salário inicial auxílios-aliem 2019. mentação, préHoje, é R$ escolar e saú15,7 mil de. A crise com os auditores começou no meio do ano passado, quando o Congresso negou a entrada dos servidores entre os beneficiados com a proposta de emenda constitucional (PEC) 443. O projeto aumentava o teto da remuneração de advogados públicos e delegados de polícia e concedia aumentos de até 59%. l NA WEB http://glo.bo/1Mx341W Salários perdem para inflação em mais da metade dos acordos de fevereiro Siderúrgicas devem fechar 11.332 vagas no primeiro semestre Estimativa é do Instituto Aço Brasil, que quer incentivos para exportar mais DANIELLE NOGUEIRA [email protected] No primeiro semestre deste ano, 11.332 vagas serão fechadas na indústria siderúrgica, segundo estimativas divulgadas ontem pelo Instituto Aço Brasil (IABr), que reúne as principais empresas do setor. O número representa um acréscimo de 15% em relação às previsões de dois meses atrás e dá o ritmo de quão rapidamente a crise vem se agravando entre as siderúrgicas. Na conta estão incluídas as demissões feitas pela Usiminas, de cerca de BOVESPA SAL. MÍNIMO SAL. MÍNIMO (FEDERAL)* (RJ)** TR 22/03 0,1548% 23/03 0,1629% 24/03 0,1382% Selic: 14,25% Correção da Poupança Até 03/05/12 10/04 11/04 12/04 13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04 24/04 A partir de 04/05/12 ÍNDICE 0,6770% 0,6291% 0,6324% 0,6621% 0,7063% 0,7068% 0,6934% 0,6929% 0,6381% 0,6307% 0,6598% 0,7197% 0,6556% 0,6637% 0,6389% DIA 10/04 11/04 12/04 13/04 14/04 15/04 16/04 17/04 18/04 19/04 20/04 21/04 22/04 23/04 24/04 ÍNDICE 0,6770% 0,6291% 0,6324% 0,6621% 0,7063% 0,7068% 0,6934% 0,6929% 0,6381% 0,6307% 0,6598% 0,7197% 0,6556% 0,6637% 0,6389% Obs: Segundo norma do Banco Central, os rendimentos dos dias 29, 30 e 31 correspondem ao dia 1º do mês subsequente. Setembro -3,36% Outubro +1,8% Novembro -1,63% Dezembro -3,9% Janeiro -6,79% Fevereiro +5,91% R$ 788 R$ 788 R$ 788 R$ 788 R$ 880 R$ 880 R$ 953,47 R$ 953,47 R$ 953,47 R$ 953,47 R$ 953,47 R$ 953,47 Obs: * O valor do salário mínimo a partir de 1º de janeiro de 2016 é de R$ 880. ** Piso para empregado doméstico, entre outros. IMPOSTO DE RENDA IR NA FONTE MARÇO 2016 Base de cálculo R$ 1.903,98 De R$ 1.903,99 a 2.826,65 De R$ 2.826,66 a 3.751,05 De R$ 3.751,06 a 4.664,68 Acima de R$ 4.664,68 RICH PRESS/BLOOMBERG NEWS/ARQUIVO Alíquota Parcela a deduzir Isento 7,5% 15% 22,5% 27,5% — R$ 142,80 R$ 354,80 R$ 636,13 R$ 869,36 Deduções: a) R$ 189,59 por dependente; b) dedução especial para aposentados, pensionistas e transferidos para a reserva remunerada com 65 anos ou mais: R$ 1.903,98; c) contribuição mensal à Previdência Social; d) pensão alimentícia paga devido a acordo ou sentença judicial. Obs: Para calcular o imposto a pagar, aplique a alíquota e deduza a parcela correspondente à faixa. Esta nova tabela só vale para o recolhimento do IRPF este ano. A primeira parcela do IRPF de 2016 vence no dia 29 de abril. INFLAÇÃO Trabalhador assalariado Salário de contribuição (R$) Até 1.556,94 de 1.556,95 a 2.594,92 de 2.594,93 a 5.189,82 Alíquota (%) 8 9 11 Obs: Percentuais incidentes de forma não cumulativa (artigo 22 do regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade Social). Trabalhador autônomo Para o contribuinte individual e facultativo, o valor da contribuição deverá ser de 20% do salário-base. Contribuição mensal mínima de R$ 176,00 (para o piso de R$ 880,00) e máxima de R$ 1.037,96 (para o teto de R$ 5.189,82) UFIR Março R$ 1,0641 Obs: foi extinta UFIR/RJ Março R$ 3,0023 Obs: A Unif foi extinta em 1996. Cada Unif vale 25,08 Ufir (também extinta). Para calcular o valor a ser pago, multiplique o número de Unifs por 25,08 e depois pelo último valor da Ufir (R$ 1,0641). (1 Uferj = 44,2655 Ufir-RJ) DÓLAR Índice Variações percentuais Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro 4370,12 4405,95 4450,45 4493,17 4550,23 4591,18 No mês No ano Últ. 12meses 0,54% 7,64% 0,82% 8,52% 1,01% 9,62% 0,96% 10,67% 1,27% 1,27% 0,90% 2,18% 9,49% 9,93% 10,48% 10,67% 10,71% 10,36% IGP-M (FGV) Índice Variações percentuais (8/94=100) Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro 593,606 604,832 614,051 617,044 624,060 632,114 No mês No ano Últ. 12meses 0,95% 6,34% 1,89% 8,35% 1,52% 10,00% 0,49% 10,54% 1,14% 1,14% 1,29% 2,44% 8,35% 10,09% 10,69% 10,54% 10,95% 12,08% IGP-DI (FGV) Índice Variações percentuais (8/94=100) UNIF CÂMBIO IPCA (IBGE) (12/93=100) Setembro Outubro Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro 589,897 600,269 607,441 610,128 619,476 624,366 2006. Essa volta ao passado se acentuou a partir de 2014, quando os principais segmentos que consomem aço no Brasil já davam sinais de recuo na demanda. As indústrias de bens de capital, automotiva e de construção civil respondem por 80% do consumo. A produção deve cair 1% este ano, para 32,9 milhões de toneladas, o menor nível desde 2010. SETOR QUER ‘ENTRAR NA FILA’ Para Marco Polo, a saída para o setor são as exportações. A reivindicação do IABr é que o governo federal retome o Reintegra, programa que “limpa o resíduo tributário” das exportações, nas palavras de Marco Polo. Como o produto passa por diferentes etapas, e em cada uma incide uma lista de tribu- Crise no setor. CSN, em Volta Redonda: 900 funcionários demitidos INSS/MARÇO ÍNDICES Indicadores DIA 1.800 funcionários, e da CSN, de aproximadamente 900 pessoas. Entre 2014 e 2015, outras 29.740 pessoas já haviam perdido o emprego e 2.296 tiveram seu contrato de trabalho suspensos (lay off). Além das demissões, cerca de 9 mil postos de trabalho deixaram de ser abertos devido a investimentos engavetados. Entre 2014 e 2015, US$ 2,9 bilhões em projetos deixaram de sair do papel, segundo levantamento do instituto. — É a pior crise da história da siderurgia brasileira. É pior que a crise de 2008, porque a recuperação será mais lenta — disse Marco Polo de Mello Lopes, presidente executivo do IABr. A previsão para 2016 é que o consumo caia 8,8% ante 2015, para 19,4 milhões de toneladas, voltando ao patamar de No mês No ano Últ. 12meses 1,42% 7,03% 1,76% 8,91% 1,19% 10,21% 0,44% 10,70% 1,53% 1,53% 0,79% 2,33% 9,31% 10,58% 10,64% 10,70% 11,65% 11,93% Dólar comercial (taxa Ptax) Paralelo (São Paulo/CMA) Diferença entre paralelo e comercial Dólar-turismo esp. (Banco do Brasil) Dólar-turismo esp. (Bradesco) EURO Euro comercial (taxa Ptax) Euro-turismo esp. (Banco do Brasil) Euro-turismo esp. (Bradesco) Compra R$ Venda R$ 3,6401 3,62 -0,55% 3,55 3,6408 3,79 11,28% 3,73 3,48 3,88 Compra R$ Venda R$ 4,0795 3,9734 3,90 4,0817 4,1847 4,35 OUTRAS MOEDAS Cotações para venda ao público (em R$) Franco suíço Iene japonês Libra esterlina Peso argentino Yuan chinês Peso chileno Peso mexicano Dólar canadense 3,75446 0,0322528 5,21033 0,253119 0,563438 0,00538619 0,209811 2,77365 FONTE: MERCADO Obs: As cotações de outras moedas estrangeiras podem ser consultadas nos sites www.xe.com/ucc e www.oanda.com. tos, o programa previa um reembolso ao produtor de 3% do seu valor final. A iniciativa valia não apenas para a indústria siderúrgica, como também para outros segmentos exportadores. Isso custava ao governo cerca de R$ 7 bilhões por ano. Com a pressão pelo ajuste fiscal, o percentual de reembolso caiu para 0,1% em dezembro. Considerando o retorno pleno do Reintegra, a estimativa do IABr para as exportações este ano são de alta de 2,3% em volume e 3% em valor. Marco Polo deu a entender que a retomada do programa poderia ser custeada pelas reservas internacionais: — Está se falando em usar as reservas para financiar programas sociais e abater dívidas. O que estou dizendo é que tem alguém na fila aqui também. l BOLSA DE VALORES: Informações sobre cotações diárias de ações e evolução dos índices Ibovespa e IVBX-2 podem ser obtidas no site da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), www.bovespa.com.br CDB/CDI/TBF: As taxas de CDB e CDI podem ser consultadas nos sites de Anbima (www.anbima.com.br) e Cetip (www.cetip.com.br). A Taxa Básica Financeira (TBF) está disponível no site do Banco Central (www.bc.gov.br). Para visualizá-la, clicar em “Economia e finanças” e, posteriormente, em “Séries temporais” FUNDOS DE INVESTIMENTO: Informações disponíveis no site da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), www.anbima.com.br. Clicar em “Fundos de investimento” IDTR: Pode ser consultado no site da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), www.fenaseg.org.br. Clicar na barra “Serviços” e, posteriormente, em FAJ-TR. Selecionar o ano e o mês desejados ÍNDICE DE PREÇOS: Outros indicadores podem ser consultados nos sites da Fundação Getulio Vargas (FGV, www.fgv.br), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, www.ibge.gov.br) e da Anbima (www.anbima.com.br) l Economia l Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO Bolsa sobe 2,38% e dólar cai com chance de PMDB deixar governo O DIA NO MERCADO FINANCEIRO VARIAÇÃO Ibovespa Dólar comercial 2,38% -1,49% [email protected] A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em alta ontem pela primeira vez em quatro pregões, e o dólar comercial caiu com força contra o real, com os investidores reagindo aos sinais de rompimento do PMDB com o governo da presidente Dilma Rousseff. brecht com o nome de mais de 200 políticos — que teriam recebido doações de campanha, embora a investigação da Lava-Jato ainda não tenha chegado a provas de desvios. Segundo analistas, o “listão” da Odebrecht enfraqueceria a oposição e, logo, dificultaria o impeachment. Investidores costumam reagir com otimismo a Petrobras PN 8,07% 6,41% 5,95% 5,85% 5,77% Petrobras ON Banco do Brasil ON notícias desfavoráveis ao governo, por discordarem da atual política econômica. — O mercado como um todo reage à possibilidade de saída do PMDB do governo. Mas é claro que tem algumas exceções, como a Vale, que cai com o câmbio e com o minério de ferro — afirmou Luiz Roberto Monteiro, operador da corretora Renascença. l Metalúrgica Gerdau PN Estácio ON Fibria ON Kroton ON Smiles ON Suzano PNA -7,11% -6,65% -4,52% -2,67% -2,63% Fonte: CMA e Bloomberg APRESENTA Aprovação para a compra do HSBC pode sair em maio, segundo agência DA BLOOMBERG NEWS -SÃO PAULO- O Conselho Adminis- MAPA ESTRATÉGICO DO COMÉRCIO INICIA EM ANGRA DOS REIS SUAS ETAPAS REGIONAIS. MAIS UM PASSO EM DIREÇÃO AO DESENVOLVIMENTO. Formulada em parceria com a FGV, a iniciativa reúne dados socioeconômicos de oito regiões fluminenses, com o objetivo de identificar vocações, oportunidades locais e criar propostas concretas para o crescimento sustentável do setor do Comércio de Bens, Serviços e Turismo no Estado do Rio, no período de 2016 a 2020. O Mapa aborda temas que afetam a economia do Estado e o desempenho do setor, como Educação, Segurança, Infraestrutura e Ambiente Empresarial e, em sua rodada inicial pelo interior, promoverá a discussão das potencialidades da Costa Verde, em Angra dos Reis. CONVIDADOS MERVAL PEREIRA | GIULIANA MORRONE GEORGE VIDOR | CRISTIANA LÔBO | ENTRE OUTROS DE 30.3 A 1.4 ANGRA DOS REIS VILA GALÉ ECO RESORT R$ 8,44 R$ 10,63 R$ 10,50 R$ 20,10 R$ 2,20 MAIORES BAIXAS Cade não deve exigir venda de ativos do Bradesco trativo de Defesa Econômico (Cade) planeja aprovar a compra do banco HSBC pelo Bradesco por R$ 17,6 bilhões (US$ 5,2 bilhões) sem forçar a instituição brasileira a vender ativos, afirmaram ontem fontes próximas ao assunto consultadas pela agência Bloomberg. A aprovação do acordo deve sair em maio, disseram as fontes, que pediram anonimato devido à confidencialidade da decisão. Segundo elas, o órgão regulador exigirá que o Bradesco aprimore o serviço oferecido aos clientes e mantenha os direitos do consumidor e as políticas tarifárias do HSBC, sediado em Londres. O Cade se mostrou preocupado quanto à concentração do setor bancário brasileiro e da possível redução da competição gerada com a compra, disseram fontes em fevereiro. O Bradesco firmou o acordo de aquisição com banco britânico em agosto na intenção de aprimorar seus ativos e rede de agências, além de ganhar espaço na disputa pelo mercado contra o Itaú Unibanco, maior banco da América Latina em valor de mercado. As três instituições —Cade, Bradesco e HSBC — não comentaram a informação a respeito do processo de avaliação do órgão regulador. Em fevereiro, o Cade ordenou que o HSBC informasse todas as ofertas recebidas pela unidade brasileira nos últimos dois anos, pedido que foi considerado incomum por um assessor de imprensa do órgão. Em janeiro, o Banco Central aprovou a transação. No mesmo mês, o Bradesco e o Banco do Brasil abandonaram um plano de comprar uma participação na unidade brasileira da processadora de pagamentos Elavon, que atua no setor de cartões, após o Cade indicar que imporia restrições, afirmaram duas fontes à época. l 50.838 pts R$ 3,627 Cyrela ON NM No mercado acionário, o índice de referência da Bolsa, o Ibovespa, registrou alta de 2,38%, aos 50.838 pontos. No câmbio, o dólar comercial caiu 1,49%, cotado a R$ 3,625 para compra e a R$ 3,627 para venda. Na semana passada, a moeda havia subido 2,76% frente ao real, após a divulgação da lista da empreiteira Ode- VALOR MAIORES ALTAS Analistas avaliam que cenário é de provável impeachment de Dilma RENNAN SETTI l 29 EVENTO GRATUITO VAGAS LIMITADAS Inscreva-se em mapadocomerciorj.com.br R$ 11,24 R$ 32,30 R$ 11,19 R$ 38,25 R$ 13,72 Editoria de Arte Ações de estatais e do setor bancário puxam alta Já papéis de empresas de educação recuam, em dia de pouco movimento Os ganhos do pregão de ontem foram puxados por ações de empresas estatais e do setor bancário. A Petrobras ON subiu 6,40% (R$ 10,63 ) e a PN, 8,06% (R$ 8,44). Já as ações da Vale registraram alta de 0,79% (ON, a R$ 15,17) e 0,17% (PNA, a R$ 11,39). O Banco do Brasil ON avançou 5,84% (R$ 20,10), enquanto o Bradesco PN subiu 4,87% (R$ 27,54). O Itaú Unibanco PN teve alta 2,48% (R$ 31,76), e o Santander, de 2,65% (R$ 17,41). — O mercado está bastante para cima, com poucos papéis caindo. Os investidores repercutem a expectativa de que o PMDB saia do governo, e, se isso acontecer, a chance de se chegar a dois terços de parlamentares pró-impeachment é muito grande. Só quem sofre um pouquinho são as empresas ligadas ao dólar. O setor de educação também está em baixa, mas é na base da especulação da especulação, com a tese de que um eventual governo Temer enxugaria os programas de financiamento do setor — afirmou Hersz Ferman, da Elite Corretora. A rede de universidades Kroton caiu 4,52% (R$ 11,19), enquanto sua concorrente Estácio despencou 7,10% (R$ 11,24). Entre as exportadoras, a Fibria recuou 6,64% (R$ 32,30), e a Suzano, 2,62% (R$ 13,72). A ação PN da Gol avançou 6,10%, a R$ 3,30, depois de a companhia aérea ter anunciado que contratou assessoria financeira da PJT Partners sobre medidas para fortalecimento da estrutura de capital, liquidez e perfil de endividamento. — Mas o volume do pregão é pequeno. A impressão que dá é que notícias sobre o impeachment não estão atraindo tanto fluxo como antes — completou Ferman, da Elite. Em Wall Street, o índice Dow Jones teve leve alta de 0,11%, enquanto o S&P 500 ficou estável e o Nasdaq caiu 0,14%. Na Europa, as Bolsas seguem fechadas nesta segunda por causa do feriado de Páscoa. (Rennan Setti) l Chineses oferecem US$ 14 bilhões pela rede hoteleira Starwood Proposta dificulta planos da Marriott, que tenta fusão com grupo americano PATRICK T. FALLON / BLOOMBERG NEWS / 21-3-2016 -NOVA YORK- Em mais um round na disputa pela rede hoteleira americana Starwood Hotels & Resorts — operadora das bandeiras Meridien, Sheraton, W e Westin — o grupo chinês de seguros Anbang Insurance aumentou sua oferta para quase Cobiçado. Hotel W, uma das bandeiras da rede Starwood, em Hollywood US$ 14 bilhões, em dinheiro. A proposta equivale a US$ 82,75 por ação, bem superior aos US$ 78 (em dinheiro e troca de participações) oferecidos pela Marriott International, que pretendia se unir à Starwood para criar a maior rede hoteleira do mundo, com 5.700 hotéis. Na negociação, a Anbang formou um consórcio com os fundos de private equity J.C. Flowers & Co e Primavera Capital. Se confirmada, além de tirar a Marriott da disputa, a compra da Starwood pela Anbang será a maior aquisição já feita por investidores chineses de uma empresa americana. A Marriott não informou se vai elevar sua proposta, que será votada em assembleia de acionistas da Starwood no próximo dia 8. Diante da disputa acirrada, a empresa partiu para o ataque à rival chinesa e questionou a capacidade da Anbang de concluir o negócio. Em comunica- do, afirmou que está confiante de que o acordo de fusão anunciado anteriormente com a Starwood é o melhor caminho para ambas as partes: “Os acionistas da Starwood deveriam considerar seriamente a questão sobre a capacidade do consórcio liderado pelo Anbang de fechar a transação proposta, com foco na certeza do financiamento do consórcio e no tempo exigido para aprovações regulatórias”, disse a rede hoteleira. l 30 l O GLOBO l Economia l Terça-feira 29 .3 .2016 Nos Classificados do Rio achou uma oportunidade, achou de verdade. Ofertas atuais com fotos e navegação inteligente. Acesse! www.classificadosdorio.com.br classificadosdorio.com.br / 2534-4333 l Economia l Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO l 31 [email protected] H á duas semanas, fiz uma lista de alguns dos meus apps Android favoritos, que chamei de “aplicativos essenciais”. Mas recebi tantas sugestões de ótimos apps que não entraram na lista que me dei conta de que o título foi mal escolhido. Impossível fazer hoje uma lista de aplicativos essenciais, a menos que se disponha de muito espaço e que se possa fazer acréscimos à medida que eles chegam; em suma, a menos que se esteja na internet. De modo que a lista dos meus apps favoritos para iPhone vem com outro nome, o nome possível diante do espaço do jornal e da multiplicidade de opções que temos. Dropbox: Apesar da quantidade de alternativas que já existem para transferir arquivos, o bom e velho Dropbox continua imbatível em sua simplicidade. Como o nome diz, é uma “caixa” multiplataforma na qual guardamos coisas para carregá-las sempre conosco. Magisto: Parece mágica: junte imagens e vídeos, salpique a trilha sonora da sua preferência e pronto, o Magisto cria lindos filminhos automaticamente. Há inclusive uma opção de 15 segundos para o Instagram. VivaVideo: Este, ao contrário do Magisto, é para quem quer mais controle sobre os vídeos. Além das ferramentas básicas de edição, traz dúzias de filtros, transições, stickers e fontes. Enlight: Num mundo de aplicativos de imagem CORA RÓNAI DIGITAL iPhone: alguns aplicativos Depois da versão Android, é hora de listar os ‘apps’ que tornam bem mais fácil — e, por que não, divertida — a vida de quem tem iOS gratuitos, ainda vale a pena pagar por uma ferramenta dessas? Se você adora fotografia e efeitos especiais, a resposta é sim. O Enlight tem um conjunto de ajustes poderosos e ótimos filtros, acompanhados de tutoriais fáceis de entender. Ele foi escolhido pela própria Apple como um dos melhores apps de 2015. Oktoplus: Grande ideia: um gerenciador de programas de fidelidade, que mostra num único painel quantas milhas ou pontos temos em cada um deles. O Oktoplus traz, além disso, um prático buscador de passagens, que dá o seu preço em milhas e reais. Worldmate: O Worldmate é um dos meus favoritos desde os tempos do Palm Pilot: ele cria agendas juntando voos, reservas de hotéis e encontros marcados, dá avisos sobre voos, busca as passagens e quartos mais baratos, faz conversão de moedas, mostra o clima no local de destino e, para quem gosta, até compartilha essas informações. Multiplataforma, pode ser acessado de qualquer computador ou dispositivo. Duolingo: E, por falar em viagens: que tal aprender e praticar um idioma estrangeiro nas horas vagas? O app, gratuito, ensina inglês, francês, espanhol e alemão, e tem vários níveis de dificuldade, com uma variedade de exercícios para cada um. 1Password: As incontáveis senhas do seu dia a dia num só lugar. O 1Password guarda todas e as utiliza conforme necessário. O conteúdo, criptografado e protegido por uma senha mestra, fica sempre a salvo. Adobe Post: Uma fábrica de “cartazinhos” para mídias sociais. É só escolher uma foto da sua própria coleção ou do estoque oferecido, determinar a plataforma (Instagram, Facebook ou Twitter), selecionar layout, fonte e cor e compartilhar. Simples e eficiente. iFood: Entra ano, sai ano, o iFood continua sendo o melhor aplicativo para mandar vir comida. É simples, é prático, e oferece os serviços de dezenas de restaurantes na sua área. Paper: Risque, rabisque, mude as cores dos rabiscos, destaque detalhes em fotos, escreva sobre as fotos, tome notas, solte a imaginação. Nono Islands: Esta é uma dica do meu netinho Fábio, do auge dos seus 6 anos e meio: um game simpático e divertido, em que o jogador deve ajudar uma dupla de exploradores a encontrar tesouros perdidos pelas ilhas.l Conexão ruim e pouco acesso a bancos travam varejo digital E-commerce no Brasil é pequeno se comparado a outros grandes mercados ROBERTA SCRIVANO [email protected] -SÃO PAULO- Medo de comprar pela internet, baixo índice de bancarização da população, conexão sofrível à rede e a crise econômica, que mexe com a confiança do consumidor, ainda são grandes obstáculos à expansão do ecommerce no Brasil. A constatação é da consultoria Euromoni- tor que, em estudo, revela que as vendas de produtos e serviços por meios digitais no mercado brasileiro movimentaram US$ 19,6 bilhões em 2015. O montante equivale a apenas 1,16% do total de negócios online movimentados em dez grandes mercados pesquisados. Apenas os EUA, por exemplo, respondem por 38,5% do total, com US$ 653 bilhões em vendas online no ano passado. Nesse ranking, o Brasil fica na oitava colocação, à frente apenas dos Emirados Árabes Unidos e da África do Sul. Grandes economias emergentes, como Rússia e Índia, estão mais bem colocadas, na sexta e sétima posições, respectivamente. Para 2020, a projeção da Euromonitor é que o e-commerce no Brasil movimente US$ 28 bilhões — volume insuficiente para tirar o país da oitava posição. — Como a penetração de smartphones, acesso à internet e a disponibilidade de um computador são fenômenos mais recentes no Brasil do que nos Estados Unidos, é natural que o processo aqui esteja em um estágio diferente. A grande questão é que outros países emergentes, onde o processo digital iniciou-se de maneira análoga à do Brasil, já estão muito à frente COMUNICADO A TIM Celular S/A, operadora de Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), modalidade Longa Distância Nacional (LDN), comunica os preços praticados no Plano Básico de LDN para chamadas originadas em terminais fixos e móveis de outras prestadoras do STFC e do SMP no Estado do Rio de Janeiro. Tal alteração deve-se à mudança na alíquota de ICMS + FECP no Rio de Janeiro, que passou a 30%. Abaixo estão os valores praticados, em reais, no Estado do Rio de Janeiro já ajustados, considerando a nova alíquota. PREÇOS PLANO BÁSICO STFC VC1LD, VC2 e VC3. Chamadas originadas a partir de outras prestadoras de serviço de telefonia PLANO DE SERVIÇO Pós-Pago Pré-Pago Valores com Impostos RJ DIREÇÃO Normal Reduzida Normal Reduzida Fixo Outras - Fixo 0,64 0,64 0,96 0,96 Fixo Outras - Móvel 2,09 2,09 3,15 3,15 Móvel Outras - Fixo 2,31 2,31 3,48 3,48 Móvel Outras - Móvel 2,36 2,36 3,56 3,56 PREÇOS PLANO BÁSICO STFC VC1LD, VC2 e VC3. Chamadas originadas a partir de outras prestadoras de serviço de telefonia PLANO DE SERVIÇO Valores Líquidos Valores Líquidos Valores com Impostos RJ DIREÇÃO Normal Reduzida Normal Reduzida Fixo Outras - Fixo 1,30 1,09 1,96 1,64 Fixo Outras - Móvel 2,36 2,36 3,56 3,56 Móvel Outras - Fixo 2,36 2,36 3,56 3,56 Móvel Outras - Móvel 2,36 2,36 3,56 3,56 Para mais informações, acesse a página da TIM na internet (www.tim.com.br) ou ligue *144 do seu celular TIM. 29 de março de 2016. em termos de vendas online, o que indica que o país poderia estar crescendo a taxas mais robustas — diz Angélica Salado, analista da Euromonitor. SÓ 60% TÊM CONTA EM BANCO Apesar do crescente uso de smartphones e da banda larga no Brasil, diz ela, ainda existe uma grande parcela da população à margem do comércio digital. E mesmo os que têm acesso à rede, observa, ainda veem a internet como um canal apenas para pesquisar preços e buscar ofertas. Persiste, assim, o receio de concluir compras de bens de maior valor (eletrodomésticos, móveis e eletrônicos) via web. Temor que é reforçado pela crise econômica. — Nas compras de maior valor, onde o que chamamos de “custo de uma escolha errada" é maior, nota-se esse receio. O brasileiro prefere comprar pessoalmente, pechinchando preços e negociando condições de pagamento, algo que o ambiente online não oferece. A necessidade de ver o produto, testar, analisar, contribui para que a venda física mantenha sua representatividade no varejo brasileiro — explica. Outra barreira importante identificada pela Euromonitor é a questão dos meios de paga- mento. A taxa de bancarização nacional, ou o percentual de pessoas com contas bancárias em relação ao total da população, ainda é relativamente pequena, abaixo de 60%. Além disso, a consultoria identificou que muitos dos consumidores que têm cartão de crédito veem o plástico como emergencial, para ser usado em compras grandes e com pagamento parcelado. — Com o crescente nível de endividamento da população, o uso do cartão de crédito fica comprometido, restringindo o uso da principal “moeda” de pagamento das compras digitais — detalhou. l 32 l O GLOBO Terça-feira 29 .3 .2016 Mundo LIBERDADE CERCEADA Repressão em Angola _ Condenação de 17 ativistas causa protestos contra presidente Santos, no poder desde 1979 REUTERS/HERCULANO COROADO GUILHERME FREITAS [email protected] Depois de um turbulento processo judicial, que expôs as restrições à liberdade de expressão em Angola, os 17 ativistas acusados de tramar um golpe de Estado contra o presidente José Eduardo dos Santos foram condenados ontem, em Luanda, por “atos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores”. O rapper Luaty Beirão, que chamou a atenção do mundo para o caso ao fazer uma greve de fome de 36 dias no ano passado, foi condenado a 5 anos e 6 meses de detenção. Os demais receberam penas de 2 a 8 anos de prisão. A decisão foi criticada em Angola e em Portugal, onde uma manifestação promovida ontem à noite pela Anistia Internacional, em Lisboa, pediu a libertação dos presos. Os advogados de defesa anunciaram que vão recorrer ao Tribunal Supremo do país. O caso começou em 20 de junho do ano passado, quando 15 ativistas foram detidos por participarem de um grupo de estudos sobre os livros “Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura: filosofia política de libertação para Angola”, do professor universitário angolano Domingos da Cruz, e “Da ditadura à democracia”, do cientista político americano Gene Sharp, influente em movimentos de resistência não violenta em vários países, da Ucrânia ao Irã. Mais tarde, além dos 15 detidos, outros dois ativistas também passaram a responder a um processo por suposta conspiração contra o governo de Santos, no poder desde 1979 pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA). Autor de um dos livros que motivaram os encontros, o acadêmico Cruz foi descrito na decisão judicial como líder de uma “associação criminosa” e recebeu a pena mais severa entre todos os condenados: 8 anos e 6 meses de prisão. Os ativistas foram conduzidos ainda ontem à penitenciária de Viana, em Luanda, capital do país, onde aguardarão o resultado do recurso, o que pode levar de seis meses a um ano. ‘INTERESSE EM SILENCIAR VOZES DISCORDANTES’ O coordenador de ativismo da Anistia Internacional de Portugal, Daniel Oliveira, diz que a condenação confirmou os piores temores da organização, que vem protestando contra as prisões desde o ano passado. Segundo Oliveira, a decisão é parte de uma “ação orquestrada” do governo Santos para intimidar os opositores em um país que apresenta casos recorrentes de ataques à liberdade de expressão e de reunião. — Os ativistas estavam apenas a usufruir da liberdade de expressão. Fica visível que há um interesse das autoridades angolanas em silenciar as vozes discordantes. Quaisquer movimentos e vozes de oposição são violentamente reprimidos. O governo tenta usar os ativistas como exemplo, para que todos pensem duas vezes antes de tentar exercer sua opinião — disse Oliveira ao GLOBO, por telefone, lamentando que a pressão internacional pela libertação dos presos não tenha surtido efeito. — A Anistia Internacional, o Parlamento Europeu e as Nações Unidas se manifestaram em diversas ocasiões contra as prisões, mas hoje qualquer discurso favorável aos direitos humanos parece letra morta em Angola. Oliveira diz que a condução do processo mos- Justiça sob suspeita. Parte do grupo escuta a sentença ontem, em Luanda: detidos por debaterem livros sobre democracia, eles receberam penas de 2 a 8 anos de prisão U U Memória Quem são LUATY BEIRÃO. Um dos ativistas detidos em junho de 2015, o rapper de 34 anos denunciou a repressão em Angola com uma greve de fome de 36 dias, em 2015, e ontem foi condenado a 5 anos e 6 meses de prisão. tra a “promiscuidade” entre Executivo e Judiciário em Angola. Num julgamento que se arrastava desde novembro, os ativistas foram acusados primeiro de tentativa de golpe de Estado, depois de complô para assassinar o presidente Santos, e acabaram enquadrados na condenação mais genérica de “preparação de rebelião” e “associação de malfeitores”. O jurista angolano Benja Satula disse ao jornal português “Público” que a sentença é “inconstitucional”, e afirmou acreditar que o Tribunal Supremo poderá anulá-la Amigo de Luaty Beirão, sobre quem já escreveu em sua coluna no GLOBO, o escritor angolano José Eduardo Agualusa diz que o processo teve “caráter político” desde o início. Ele acredita que a condenação vai reavivar as manifestações a favor dos presos e a contestação interna DOMINGOS DA CRUZ. Autor do livro “Ferramentas para destruir o ditador e evitar nova ditadura”, debatido pelos ativistas, o professor universitário recebeu a maior pena: 8 anos e 6 meses. ao regime Santos, no momento em que o governo enfrenta uma séria crise econômica e social. — Hoje (ontem) se inicia um novo período de luta pela democracia em Angola. Se até agora ainda podia haver a ilusão de que o regime estava a caminhar para a democracia, isso acabou. O regime está numa situação muito difícil e demonstra incompetência para os aspectos mais básicos de governo. A comoção pelas condenações só vai agravar a situação, podendo causar discordância mesmo dentro do MPLA — diz, por telefone, Agualusa, que falou recentemente com Luaty e com a família do rapper. — Havia alguma esperança de que eles não fossem condenados, os meninos são idealistas inocentes. A condenação é uma grande injustiça. l PAÍS É CONSIDERADO UM DOS MAIS CORRUPTOS DO MUNDO José Eduardo dos Santos é um dos presidentes mais longevos do mundo: está no poder desde 1979, quando assumiu após a morte de Agostinho Neto. Ganhou as eleições de 1992, as primeiras após o fim da guerra civil iniciada em 1975 mas, com a retomada das hostilidades, permaneceu no poder. A morte do chefe rebelde Jonas Savimbi, em 2002, pôs fim ao conflito, mas Santos sucessivamente adiou novas eleições, só realizadas em 2010, quando foi reeleito. Nos anos 1990, ele levou o país a abandonar a ideologia marxista e iniciou uma economia de mercado. Aos 73 anos, é acusado de encabeçar um dos regimes mais corruptos da África: ficou em 163º lugar entre 168 países (quanto mais perto do fim, mais corrupto) no índice da ONG Transparência Internacional em 2015. A filha mais velha do presidente, Isabel, tornou-se, segundo a revista “Forbes”, a primeira mulher bilionária do continente, à frente de vários negócios no país — rico em petróleo e diamantes, e onde 70% da população vivem com até US$ 2 por dia por pessoa — e no exterior. A fortuna de Isabel, que frequenta o Brasil desde a década de 1990, é estimada em US$ 3,7 bilhões, mas ela nega qualquer origem escusa. Após silenciar livreiros, governo chinês vai atrás de dissidentes exilados REUTERS/ALY SONG Parentes de opositores são detidos após publicação de carta crítica ao presidente Xi Jinping SIMON DENYER Do ‘Washington Post’ -WASHINGTON- Pouco importa estar em Nova York, na zona rural da Alemanha ou em Hong Kong. É melhor pensar duas vezes antes de criticar o presidente da China, Xi Jinping. Nos últimos dias, dissidentes chineses nos Estados Unidos e na Alemanha disseram que parentes próximos que ficaram na China foram levados pela polícia, como parte de uma crescente caçada aos autores de uma misteriosa carta que pede a renúncia de Xi Jinping. A carta, publicada num site ligado ao governo e assinada por “membros leais do Partido Comunista”, claramente atingiu um nervo: também há relatos de que cerca de uma dúzia de funcionários do site e de uma companhia de tecnologia relacionada tenham sido detidos. No domingo, o colunista Chang Ping, que vive na Alemanha, escreveu que a polícia deteve seus dois irmãos e uma irmã na província de Sichuan. As autoridades, conta, pediram aos seus parentes que entrassem em contato com ele e exigissem que cessasse os artigos críticos ao Partido Comunista Chinês (PCC), especialmente um texto publicado pelo “Deutsche Welle” sobre a carta. Na sexta-feira, o blogueiro Wen Yunchao, baseado em Nova York e conhecido como Bei Feng, afirmou que seu irmão e outros parentes também foram levados na província de Guangdong, após ele tuitar o link da carta. O incidente demonstra como os serviços de segurança da China estão determinados a silenciar críticos — mesmo os que vivem fora do país — especialmente se escreverem em chinês e mirarem no cada vez mais autocrático presidente. Ofensiva. Um homem observa cartazes com a imagem do presidente Xi Jinping em Xangai. Governo inicia caçada a responsáveis pela publicação de uma carta que pede a renúncia do presidente. No fim de 2015, livreiros foram silenciados em Hong Kong Também mostra o quão sensível o partido se tornou a debates sobre rupturas internas. A onda de detenções se segue ao desaparecimento, no ano passado, de cinco livreiros de Hong Kong, incluindo um cidadão britânico e um cidadão sueco desaparecido na Tailândia. O “crime” seria a publicação de livros críticos a figuras do partido, incluindo Xi Jinping, e a alegada exportação desses livros proibidos para a China continental. Os livreiros foram efetivamente silenciados. O britânico Lee Bo reapareceu em Hong Kong na semana passada, após mais de dois meses na China continental, e foi citado por um site chinês dizendo que nunca mais teria uma livraria ou venderia livros “fabricados”. O sueco Gui Minhai foi apresentado na televisão estatal fazendo uma confissão aparentemente forçada sobre um caso de dirigir embriagado de uma década atrás. No domingo, o “South China Morning Post” reportou que o aeroporto de Hong Kong planeja cortar o número de livrarias nos terminais, eliminando a cadeia Page One, com base em Cingapura, e trazendo a rede Chung Hwa, da China continental. ‘AMEAÇAS ME INCENTIVAM A TRABALHAR MAIS DURO’ Os escritores, no entanto, devem ser mais difíceis de silenciar. Chang, cujo nome real é Zhang Ping, tinha uma reconhecida carreira como jornalista e editor na China antes de ser rebaixado e, finalmente, demitido do jornal “Southern Metropolis Weekly“, em 2011, por trabalho considerado “inapropriado”. Em artigo no site China Change, baseado nos EUA, Chang condenou fortemente os “sequestros bárbaros” de seus parentes e tentativas do PCC de influenciar a mídia estrangeira. “Eu sempre fiz o que acho correto e sempre estive disposto a aceitar o que o destino trouxer como resultado disso”, escreveu Chang. “O assédio e as ameaças das autoridades me permitem ver ainda mais valor nos meus escritos e me incentivam a trabalhar ainda mais duro no futuro”. l l Mundo l Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO JOSEPH EID MAHER/AFP l 33 ‘Não precisamos de presentes do Império’, diz Fidel Em carta após visita de Obama, ex-líder cubano condena postura americana na reaproximação Antes e depois. O templo de Bel, uma das joias da cidade histórica, em imagem de março de 2014 (esquerda) e após saída do Estado Islâmico: pouco sobrou da construção Arco do Triunfo. Monumento foi duramente atingido pelos extremistas: nas fotos, à esquerda, em junho de 2010 e sem o arco, à direita, em fotos feitas no último fim de semana Unesco duvida da possibilidade de recuperar totalmente Palmira Segundo arqueólogo sírio, 80% da cidade histórica estão de pé após derrota do EI Restaurar a antiga cidade de Palmira — considerada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco — e desfazer o dano feito pelo Estado Islâmico (EI) durante os dez meses em que ocupou a cidade milenar pode levar pelo menos cinco anos, na melhor das estimativas. Se, para autoridades sírias, a situação é melhor do que esperavam encontrar, a Unesco não é tão otimista. Segundo o chefe de Antiguidades da Síria, Maamoun Abdulkarim, cerca de 80% da cidade, incluindo o impressionante anfiteatro antigo usado pelo EI como cenário para as execuções, permaneceram de pé. O trabalho poderia começar dentro de um ano. Uma especialista da Unesco, no entanto, afirma ser uma ilusão acreditar que a cidade poderá voltar a ser o que era. No fim de semana, tropas do regime sírio do presidente Bashar al-Assad, com o apoio da aviação russa, conseguiram retomar Palmira, conhecida como a Pérola do Deserto. Mas, durante o período em que extremistas permaneceram na cidade, destruíram joias de Palmira, como os templos de Bel e Baalshamin e o Arco de Triunfo, algumas torres funerárias e o Leão de Al-Lat. Isso sem contar a cidadela do século XIII, que sofreu graves danos durante os combates na cidade. Ontem, Abdulkarim disse que serão necessários pelo menos cinco anos para reconstruir os -DAMASCO- monumentos destruídos ou danificados. — Temos pessoal qualificado, conhecimento e estudo, mas é necessária a aprovação da Unesco, e poderemos começar os trabalhos em um ano. A Unesco está pronta para enviar equipe de especialistas para avaliar danos ao local. Mas Annie Sartre-Fauriat, membro da agência e historiadora especialista em Oriente Médio, é bem mais cautelosa, pondo em dúvida a capacidade síria de reconstruir Palmira. — Quando ouço que vão reconstruir o templo de Bel, soa ilusório. Não se pode reconstruir algo que está em estado de escombros e poeira. Para construir o quê? Um novo templo? Talvez haja outras prioridades na Síria antes de reconstruir as ruínas — observou. — Não se pode esquecer tudo o que foi destruído e a catástrofe humanitária. Enquanto o Exército sírio estiver lá, não estou tranquila. PUTIN OFERECE AJUDA RUSSA À RECONSTRUÇÃO Em um vídeo divulgado ontem, vê-se pela primeira vez o interior do museu da cidade, transformado em tribunal pelo grupo extremista. — Os personagens das tampas dos sarcófagos foram martelados, todas as estátuas, derrubadas, decapitadas, quebradas — lamentou a especialista. — As lápides foram arrancadas de forma selvagem das paredes, provavelmente para serem vendidas pelo Daesh (acrônimo para o EI) no mercado de arte. No domingo, a diretora da agência da ONU, Irina Bokova, e o presidente russo, Vladimir Putin, discutiram a situação por telefone. O líder russo afirmou que pode fornecer apoio imediato à missão da Unesco, assim que a situação de segurança permitir. E garantiu a Bokova que especialistas russos têm experiência na reconstrução de patrimônios sírios. A chefe da Unesco também conversou por telefone com o diretor do Departamento de Antiguidades Sírias e o convidou para ir à sede da agência nos próximos dias, para acompanhar a preparação da missão de especialistas. Em abril, a organização promoverá uma conferência sobre a reconstrução do patrimônio cultural do país. — É importante para a resiliência, a unidade nacional e a paz — disse Irina. O Exército sírio, apoiado pela aviação russa e por milícias, prepara-se agora para lançar ataque às cidades de al-Qaryatayn e Sojna, também sob o controle do grupo, nos arredores de Palmira. l NA WEB glo.bo/25sDRfA Em imagens: a cidade após a retirada do Estado Islâmico Tiros fecham temporariamente o Capitólio JOSHUA ROBERTS/REUTERS Homem armado foi ferido por policial, mas não há suspeita de terrorismo O Capitólio, sede do Congresso dos Estados Unidos, precisou ser fechado ontem após tiros serem ouvidos no centro de visitantes do complexo. Pouco depois do susto, a Casa Branca também teve que fechar as portas temporariamente, assim como o prédio da Suprema Corte. Um homem armado foi preso e submetido a uma cirurgia após ter sido ferido por um policial. Uma mulher, de cerca de 35 anos, também foi atingida por fragmentos e levada ao hospital. Não há evidências de conexão com terrorismo. Poucos deputados e senadores estavam no prédio no momento do incidente, já que o Congresso está em recesso. Mas, graças à temporada turística, muitos visitantes estão na cidade. Alguns minutos após os tiros, os turistas no Capitólio tiveram permissão para -WASHINGTON- Reforço. Policial patrulha perímetro: suspeito foi contido e arma, recuperada deixar o prédio. O atirador apontou a arma a um policial no momento da entrada no prédio, quando todos devem passar por um detector de metais. Em entrevista, o chefe da polícia do Capitólio, Matthew Verderosa, informou que o atacante já era conhecido das autoridades, sem fornecer mais detalhes. A polícia, no entanto, acredita que tenha sido um episódio isolado, que não representa ameaça ao público. — Com base numa investigação policial, acreditamos que esse é um ato de só uma pessoa, que já havia frequentado a área do Capitólio antes. Não há razão para acreditar que seja algo mais do que um ato criminoso — disse Verderosa. O veículo do suspeito foi encontrado no Capitólio e a arma, recuperada. Sua identidade e estado de saúde não foram informados pela polícia. Mas a imprensa americana o identificou como Larry Russel Dawson, um homem de 66 anos do Tennessee, que já havia sido preso por má conduta e assédio a um policial. Na ocasião, ele teria se autointitulado um “profeta de Deus”. FECHADO PARA VISITANTES No Twitter, muitos americanos comentaram o fato de o suspeito não ser muçulmano ou imigrante. “Estou esperando Ted Cruz dizer que precisamos patrulhar bairros extremistas cristãos”, disse um deles, referindose a um dos pré-candidatos republicanos à Casa Branca. Imagens publicadas nas redes sociais mostram pessoas correndo assustadas no Capitólio enquanto o prédio era esvaziado. Em comunicado, os funcionários foram informados de que não deveriam deixar o local no momento do incidente. Quem estava do lado de fora e no entorno do prédio precisou procurar um abrigo. O centro de visitantes ficou fechado, mas os demais prédios do Capitólio foram reabertos para negócios oficiais. l -HAVANA- Durante a histórica visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a Cuba, semana passada, muitos se perguntaram o que estaria pensando, naquele momento, o ex-presidente do país Fidel Castro. Seu silêncio, talvez uma breve trégua que buscou não interferir no encontro entre Obama e seu irmão, o presidente Raúl Castro, terminou ontem. Fiel a seu estilo combativo, principalmente quando se trata do governo americano, Fidel publicou uma carta intitulada “O irmão Obama” no jornal “Granma”, na qual afirma que seu país “não precisa que o Império nos dê nada de presente” e questiona a proposta do chefe de Estado americano de “esquecer do passado” depois de “um bloqueio cruel que já dura quase 60 anos”. Num texto longo e, por momentos, confuso, o líder cubano, que fará 90 anos em agosto, menciona heróis da História de seu país, como José Martí (criador do Partido Revolucionário Cubano e uma das principais figuras da guerra da Independência), e de outros países, como Nelson Mandela. “Ninguém tenha a ilusão de que o povo deste nobre e abnegado país renunciará à glória e aos direitos, à riqueza espiritual que obteve com o desenvolvimento da educação, a ciência e a cultura”, escreveu Fidel, deixando claras suas restrições à política de reaproximação. Diante das propostas de Obama e das negociações que já estão avançando entre os dois países, o ex-líder cubano pergunta: “E os que morreram em ataques mercenários a barcos e portos cubanos, um avião de carreira lotado de passageiros que explodiu em pleno voo, invasões mercenárias, múltiplos atos de violência e de força?”. CRÍTICOS E APOIADORES SE MANIFESTAM Fidel assegura que “somos capazes de produzir os alimentos e as riquezas materiais de que precisamos com o esforço a inteligência de nosso povo. Não precisamos que o Império nos dê nada de presente. Nossos esforços serão legais e pacíficos, porque é nosso compromisso com a paz e a fraternidade de todos os seres humanos que vivemos neste planeta”. O site de notícias cubano “14emeio”, dirigido pela conhecida blogueira Yoani Sánchez, concluiu sua matéria sobre a carta de Fidel com a seguinte reflexão: “É bom lembrar que, de acordo com dados oficiais, Cuba importa mais de 80% dos alimentos destinados à cesta básica da população, por um valor superior a US$ 2 bilhões por ano”. A carta divulgada pelo jornal “Granma” teve ampla repercussão em toda a região. Na Venezuela, jornalistas como César Miguel Rondón, crítico do governo Nicolás Maduro, celebraram. Rondón comentou em sua conta no Twitter que “somente Fidel e Maduro insistem em chamar (os EUA) de Império”. Já a jornalista americana Eva Golinger, ativa defensora do chavismo e do legado de Fidel, afirmou que “os que babam pelos EUA deverão engolir um Fidel sempre contundente e digno”. l Israel desiste de nomear ex-líder colono para Brasília Impasse já durava 7 meses, após rejeição do Brasil à escolha de Dani Dayan Após sete meses de impasse, o governo de Israel anunciou ontem ter desistido de nomear o ex-líder colono Dani Dayan para a embaixada do país em Brasília. Com o recuo, ele foi designado para o consulado-geral de Nova York. O governo brasileiro, que apoia a criação de um Estado palestino, havia decidido não aceitar a nomeação, em agosto, de Dayan, ex-líder de assentamentos judeus na Cisjordânia. Além de seu histórico desfavorável — a comunidade internacional considera ilegais as colônias israelenses — o governo de Israel anunciou sua nomeação sem antes consultar o do Brasil, uma praxe na diplomacia. O embaixador israelense anterior deixou o posto em dezembro. O premier Benjamin Netanyahu inicialmente prome- -JERUSALÉM- tera manter-se firme sobre a nomeação de Dayan, nascido na Argentina — mesmo se isso significasse uma piora das relações com o Brasil. — Não acho que cedemos. Não havia escolha — disse Dayan à Rádio do Exército israelense, questionado sobre a nova indicação. — Aqueles que não queriam que fôssemos a Brasília acabaram nos conduzindo a Nova York, a capital do mundo. MEDO DE ABRIR PRECEDENTE Dayan previamente argumentava que se o Brasil fosse bem-sucedido em excluí-lo, poderia abrir o precedente de impedir que líderes de assentamentos representassem Israel no exterior. Em 17 de março, o Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que buscava nova escolha para o posto de embaixador em Brasília, substituindo Dayan. Mas o gabinete rapidamente removeu o comunicado, dizendo que o havia emitido por engano. O Itamaraty não quis comentar a decisão de ontem de Israel. l 34 l O GLOBO Terça-feira 29 .3 .2016 Sociedade DESAFIOS DA EDUCAÇÃO Formação deficiente _ Cerca de 39% dos professores da rede pública não têm instrução adequada, relata o MEC RENATA MARIZ DOCENTES EM NÚMEROS [email protected] PAULA FERREIRA Muitos dão aula em duas ou mais disciplinas e, por isso, são contados mais de uma vez [email protected] -BRASÍLIA E RIO- Cerca de 39% dos 518.313 professo- res ativos da rede pública, dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio, não têm formação adequada para lecionar. A proporção considera o profissional individualmente, mas como muitos dão aula em mais de uma disciplina, são contados mais de uma vez se analisadas as posições docentes que ocupam. Por esse recorte, a taxa de professores com qualificação deficiente chegaria a 52%. Os dados, referentes a 2015, foram divulgados ontem pelo Ministério da Educação (MEC), considerando as 709.546 posições docentes na etapa escolar analisada. Física é a disciplina com mais professores que ensinam sem ter licenciatura na área: 68,7%. Na Geografia, são 62,3%, seguida de História (60,1%), Ciências (59,9%), Matemática (51,3%), Química (46,3%), Língua Portuguesa (42%) e Biologia (21,6%). A deficiência na formação vai desde o professor com bacharelado na área, mas sem licenciatura ou complementação pedagógica (considerado um caso menos grave), até docentes sem qualquer graduação — o que é proibido pelas normas da educação. Estão nessa situação 12,7% dos professores. Em Ciências, Geografia, História e Matemática, a proporção dos que ensinam sem curso superior varia de 13% a 17,2%. — Se quisermos melhorar a qualidade da educação, temos de melhorar a formação do professor — diz o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Superintendente do movimento “Todos Pela Educação”, Alejandra Meraz Velasco, afirma que, dessa forma, dificilmente será possível obter avanços na Educação como um todo. — Além de dominar a matéria, o professor precisa dominar a didática específica para lecionar em cada conteúdo e um bom professor tem impacto muito grande no desempenho do aluno— diz Alejandra. PACOTE DE OPORTUNIDADES Ao apresentar os dados, Mercadante lançou um pacote de formação voltado aos professores da rede pública que precisam se qualificar. São 105 mil vagas para o segundo semestre deste ano: 81 mil por cursos a distância da Universidade Aberta do Brasil, quatro mil nos institutos federais e 20 mil nas universidades públicas de todo o país. Nesse último caso, a ideia é ocupar vagas ociosas já identificadas pelo MEC. As inscrições começam em 4 de abril no site Plataforma Freire, gerenciado pela pasta. O governo vai verificar com secretarias estaduais e municipais de Educação algumas possibilidades para atrair os docentes, embora estejam descartados repasses adicionais devido ao ajuste fiscal. A ideia é investir nos que já estão em sala de 709.546 334.717 posições docentes foram contabilizadas no levantamento 374.829 têm formação na disciplina que lecionam precisam de complementação na formação Estrutura precária nas áreas de ciências foi revelada nos dados do Censo Escolar 2015 Os grupos da pesquisa EM % Licenciatura na mesma disciplina que leciona, ou bacharelado na mesma disciplina com curso de complementação pedagógica concluído BIOLOGIA LÍNGUA PORTUGUESA 2,1 6,1 11,7 1,7 Bacharelado na disciplina correspondente, mas sem licenciatura ou complementação pedagógica Licenciatura em área diferente daquela que leciona, ou bacharelado nas disciplinas da base curricular comum e complementação pedagógica concluída em área diferente daquela que leciona QUÍMICA MATEMÁTICA 11,5 2,6 7,9 13 3,2 26,3 32,3 1 4,2 33,3 CIÊNCIAS Outra formação superior não considerada nas categorias anteriores HISTÓRIA Não possui curso superior completo GEOGRAFIA 17,2 14,8 15,4 3,6 38,4 5,2 38 3,9 42,1 0,7 2,1 FÍSICA 2,9 7,5 56,6 3,4 0,9 0,8 1,6 78,4 58 53,7 48,7 40,1 39,9 37,7 Fonte: MEC 31,3 Editoria de Arte aula, porque o ritmo de graduação é lento nas áreas mais carentes de profissionais formados para dar aula, além de a carreira não atrair quem sai da universidade, segundo o ministro: — Se todos os profissionais que se formam por ano fossem dar aula de Matemática, precisaríamos de oito anos (para suprir a demanda). De acordo com o professor da UFMG e coordenador do projeto “Pensar a Educação, Pensar o Brasil”, Luciano Mendes, para resolver o problema é preciso pensar além da formação. Ele acredita que, sem melhorias estruturais relacionadas à atratividade da carreira, dificilmente a Profissionais em qualificação vão ganhar laboratórios questão será solucionada: — Sempre critico o MEC nessa perspectiva de falar da formação de professores, como se o problema fosse apenas esse. Até os anos 70, as universidades públicas não tinham professores com formação em doutorado. Houve um grande programa aliado à formação, mas também a salários, tornando a carreira atrativa e hoje boa parte dos professores são bem formados. No âmbito universitário, isso se resolveu em 40 anos, mas na Educação Básica não conseguimos resolver em 200 anos, porque não se pensa em questões estruturais. l Uma outra deficiência agrava o problema da falta de formação adequada dos professores no país: a escassez de laboratórios para desenvolver o conhecimento relacionado a determinadas disciplinas, como Química, Física e Biologia. Diante do quadro, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou ontem que pretende coordenar ações à formação de professores para tentar reduzir a defasagem de laboratórios no país. — A área de ciências é nossa prioridade e todo professor que for fazer o curso vai receber laboratório na escola dele — disse Mercadante. De acordo com o ministro, quando o professor se inscrever no curso de complementação da formação oferecido pelo MEC, ganhará a construção de um laboratório de ciências em sua escola. Mercadante afirmou que será feito contato com a secretaria de educação local para providenciar a implementação do recurso. A medida é importante para que os profissionais consigam colocar em prática o conhecimento específico de suas áreas. CONDIÇÕES DE TRABALHO Segundo o Censo da Educação Básica, divulgado semana passada, apenas 15% dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental têm laboratório de ciências na escola. Nos anos finais, esse índice chega a 33,1% e, no ensino médio, 57,1%. Segundo a superintendente do movimento “Todos Pela Educação”, Alejandra Meraz Velasco, é necessário fornecer condições de trabalho aos professores, o que passa pela existência de estruturas mínimas: — Dar condições de trabalho a esses professores é o mínimo que deveria ser garantido — diz ela. —Essa medida é um incentivo importante tanto para o professor quanto para as redes. É algo que deveria estar garantido independente da política de formação. l Genética explica distúrbios de ansiedade durante a adolescência Estudo identifica variante que afeta o controle das emoções CESAR BAIMA [email protected] Distúrbios de ansiedade costumam aparecer durante a adolescência, quando a incidência desses transtornos mentais é mais alta. Parte da explicação para isso está na genética. Em um estudo que envolveu análise de dados sobre mais de mil pessoas, de 3 a 21 anos de idade, pesquisadores das universidades de Cornell e da Califórnia em San Diego, EUA, identificaram que uma variante comum em um gene muda de atividade justamente na adolescência, influenciando na formação de alguns circuitos cerebrais ligados ao controle das emoções. Segundo os cientistas, esta variante genética, conhecida como FAAH C385A, está presente em cerca de 80% da população. O gene regula a ação de uma enzima responsável pelo metabolismo de uma molécula típica do chamado sistema endocanabinoide do cérebro, que usa uma série de neu- rotransmissores com uma formulação parecida com a do THC, a substância psicoativa da maconha. Batizado anandamida, esse composto tem efeitos analgésicos, ansiolíticos e antidepressivos, atingindo níveis mais altos no cérebro durante a infância. A partir da adolescência, no entanto, com a ativação da variante FAAH C385A, as concentrações de anandamida caem, expondo os jovens a um maior risco de distúrbios de ansiedade. — Estudos anteriores já tinham identificado esta variante genética que indicava quais indivíduos são mais ou menos suscetíveis à ansiedade, então nosso foco foi procurar saber quando essa diferença genética emerge no desenvolvimento — contou ao GLOBO Dylan Gee, pesquisadora do Instituto Sackler para a Psicobiologia do Desenvolvimento da Universidade de Cornell e primeira autora do artigo sobre o estudo, publicado recentemente no periódico científico “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS). — Descobrimos que a variante entra em ação na adolescência, por volta dos 12 anos, nunca antes. E isso nos ajuda a entender o porquê de a ansiedade aumentar tanto nesta época da vida. LATINSTOCK Fase difícil. Incidência de transtornos mentais é mais alta após a infância Dylan ressalta, no entanto, que só ter esta variante genética não é determinante para o desenvolvimento de distúrbios de ansiedade, ou mesmo para lidar mal com episódios normais de ansiedade na vida. — Nem todos que têm essa variante vão desenvolver uma desordem de ansiedade, mas isso parece explicar as diferenças que vemos nos níveis de ansie- dade das pessoas — conta. Psiquiatra especializado no atendimento de crianças e jovens, Fabio Barbirato lembra que, por si só, a adolescência já é um período difícil na vida, o que vem sendo exacerbado na sociedade moderna. — A entrada na adolescência é um período que chamamos de luto da infância, quando você deixa de ser criança e muda todo seu comportamento diante de uma série de exigências sociais e pessoais, por alterações não só no corpo, mas das próprias ideias e objetivos — diz. — Hoje com as expectativas cada vez maiores que os pais e a sociedade criam nas crianças, elas entram na adolescência com uma pressão muito grande, e este estresse contínuo favorece um quadro psiquiátrico de ansiedade. SINAIS DE ALERTA Assim, segundo Barbirato, é preciso orientar os pais e estar atento às crianças para evitar que ansiedades e dúvidas naturais desta fase da vida se tornem um problema. Entre os sinais de possíveis distúrbios, ele aponta queda de rendimento na escola, comportamentos de irritação em situações e lugares que antes eram prazerosos, reações de ansiedade, tensão e medos exagerados que não tinham antes, e irritabilidade quando sob pressão, principalmente acadêmica e social. — A questão é tentar não massificar demais algo que já é muito normal — considera. — É um período muito sensível, que requer muita atenção para o jovem poder passar bem por ele, ter acolhimento, ter carinho da família, mas também autonomia. Não é preciso superprotegê-lo, mas também estar atento para um comportamento mais impulsivo, porque neste período ele também tem muito pouco freio inibitório. E como está em desenvolvimento, ele ainda é uma criança se modelando para ser um adulto, o que é a adolescência. Barbirato também concorda com Dylan que o mecanismo descoberto no estudo é apenas um passo na busca de compreender as influências genéticas e neuroquímicas dos distúrbios mentais, que envolvem muitas regiões do cérebro. — Não há um biomarcador único — destaca. — Acredito que no médio prazo provavelmente vou ter um conjunto de marcadores que vão me indicar se aquela criança vai ter maior propensão a desenvolver distúrbios de ansiedade na adolescência. Por enquanto, porém, temos que trabalhar com prevenção, dar orientação para os pais com clareza para evitar esta questão da pressão, e tratamento e terapia para o jovem quando ele chega no consultório com um quadro depressivo ou ansioso. Uma terapia de referência comportamental, que trate a criança e oriente os pais. l O GLOBO Terça-feira 29 .3 .2016 l 35 Esportes CARIOCA [email protected] MICHEL LAUB | Com cavalo reserva | Esgotamento POCOTAUX Suíço Guerdat conquista o bicampeonato da Copa do Mundo de hipismo e amplia credenciais para o ouro nas Olimpíadas De 1970 para cá, foi bastante comum o futebol brasileiro estar melhor que o Brasil. O tricampeonato no México foi obtido no momento mais sombrio da ditadura. Em 1982, o ensaio de redemocratização do país tornou-se pálido diante das atuações gloriosas na Espanha. E mesmo as esperanças de 1994, nos primórdios do Plano Real, e 2002, com a perspectiva da primeira eleição de Lula, não estiveram à altura dos títulos nos Estados Unidos e na Coreia/Japão. BJORN LARSSON ROSVALL/REUTERS _ Pão e circo Em vez de exceções, o estranho é que 1990 e 2016 não sejam a regra na relação futebol x país. Afinal, superados os tempos românticos em que talento individual resolvia tudo, a estrutura que envolve clubes, campeonatos e seleção precisa de um mínimo de inteligência e seriedade para florescer. Mas pão e circo são administrados da mesma forma por aqui, e Brasília e CBF nunca foram tão parecidos como agora: como no país, cujo potencial vem sendo sufocado pela inépcia e ladroagem de seus dirigentes — incluindo aí governo e oposição —, o que se tem visto em campo aponta para o fim de um modelo, a necessidade de começar do zero em outras bases e com outras lideranças. _ Conta tardia A vantagem da crise no futebol sobre a crise no país é que seu diagnóstico é mais ou menos unânime. Enquanto direita e esquerda apontam saídas opostas para mazelas políticas que creditam exclusivamente ao grupo rival, qualquer torcedor sabe o que melhoraria o objeto de sua paixão — da criação de uma liga de clubes para valer à maior transparência de arbitragens, justiça esportiva e entorno do espetáculo (cartolas, empresários, patrocinadores, mídia). Mas dessa obviedade para alguma ação efetiva são algumas décadas de paralisia, em que o imenso potencial econômico do esporte é subaproveitado e ajuda, entre outros fatores, no êxodo cada vez mais precoce de atletas. As apresentações da atual seleção, uma safra de talento comum que mal desenvolveu uma relação de identidade com as arquibancadas brasileiras (a exceção é Neymar, claro), são a conta que demorou até demais para chegar. l Se há um aspecto em que o Fluminense melhorou após a chegada de Levir Culpi, foi o defensivo. Em cinco jogos, o time sofreu três gols, dois deles num só jogo, contra o Internacional. E o reflexo da melhora coletiva foi a subida de rendimento individual de nomes como o zagueiro Henrique. Criticado no início, ele festeja a estabilidade atual que a equipe encontrou. — Não começou como queríamos, mas a gente sabia que tínhamos potencial, e todos assimilaram bem o trabalho do Levir — disse Henrique. l Vasco pode ter artilheiro de volta amanhã O cenário atual, em que a crise política corre em paralelo à ressaca pós-7x1, talvez só possa ser comparado ao início dos anos 1990. Naquela ocasião, houve uma sintonia trágica entre os discursos “modernos” do técnico Lazaroni, com seu 3-5-2 europeizante que Maradona e Caniggia afundaram na Copa da Itália, e do presidente Collor, cujas promessas de integrar o Brasil à economia global deram em impeachment. Já em 2016, as coincidências vão da teimosia reativa, desarticulada e obsoleta de Dilma e Dunga — duas figuras cuja competência está abaixo do cargo ocupado, o que só agrava problemas nem sempre surgidos por escolhas de ambos — a uma sensação geral de imobilidade, de esgotamento. O empate da seleção contra um Uruguai com desfalques, na última sexta-feira, depois de fazer um gol aos 40 segundos e chegar ao 2x0 aos 25 do primeiro tempo, foi simbólico disso. O filme é antigo e aborrecido: meia dúzia de lampejos do meio para a frente, bagunça e lances bisonhos no sistema defensivo. Descontado o pouco tempo para treinar, é um time cuja irregularidade, instabilidade emocional e desenho — com os mesmos dois volantes sem saída de jogo, a mesma falta de variações táticas e o mesmo zagueiro que nunca está no lugar — repetem os defeitos da Copa de 2014. Dois anos depois, não aprendemos nada e não esquecemos coisa alguma. Com Levir, defesa do Flu vê melhora Preciso. Steve Guerdat com Corbinian durante a decisão da Copa do Mundo. Conjunto completou percurso sem faltas TATIANA FURTADO Enviada especial [email protected] -GOTEMBURGO, SUÉCIA- Os dois títulos seguidos da final da Copa do Mundo de hipismo só aumentam o favoritismo do suíço Steve Guerdat, atual campeão olímpico, nos Jogos do Rio. Ontem, ele conquistou o bicampeonato com Corbinian, em Gotemburgo, na Suécia. Porém, num esporte em que um leve toque no obstáculo pode colocar tudo a perder, há muita gente na fila pelo pódio em Deodoro. A começar pelos concorrentes presentes no evento. Em segundo, ficou o holandês Harrie Smolders; e em terceiro, o alemão Daniel Deusser. Em 13º no ranking (antes da competição), Deusser, por exemplo, vem de um dos países mais tradicionais do hipismo, sobretudo por equipes: a Alemanha é a maior campeã, com oito ouros (duas vezes como Alemanha Ocidental). No total, a equipe germânica conta com 13 medalhas. Na Copa do Mundo, é a maior vencedora, com dez títulos. — Nós temos alguns conjuntos realmente muito fortes na Alemanha. Algo assim é muito importante, pois se os cavaleiros e os cavalos estiverem em boa forma, há grandes chances de conseguir uma medalha nos Jogos. Lá, a competição por uma vaga é muito grande — afirmou Deusser, de 34 anos, um dos seis alemães que participaram da Copa do Mundo. PERCURSO IRRETOCÁVEL Alguns desses medalhistas estavam presentes na Suécia, como Christian Ahlmann e Marco Kutscher, que ficaram com o bronze por equipe em Atenas-2004 — última vez, por sinal, que os alemães subiram ao pódio. Kutscher, naquela edição, também ficou em terceiro no individual, do qual o brasileiro Rodrigo Pessoa foi campeão. Marcus Ehning, quarto na Copa do Mundo, já conquistou o ouro ao lados dos seus companheiros em Sydney-2000. Os holandeses são os atuais vice-campeões olímpicos por equipes e no individual, com Gerco Schröder. Ano passado, terminaram em terceiro na Copa das Nações. O segundo lugar da Copa do Mundo admite que será difícil ter um lugar no time que irá ao Rio. As inscrições dos atletas vão até julho e a decisão é das confederações nacionais. O Brasil, por exemplo, ainda não definiu a equipe. O mais provável é que ela seja formada por Rodrigo Pessoa, Doda Miranda, Pedro Veniss e Marlon Zanotelli. — O time é muito fechado. Não sei se vou — disse Smolders, 18º no ranking mundial. Ontem, os dois bem que tentaram tirar o título de Guerdat, mas o suíço estava inspirado. Por ter sido o único a zerar o percurso nos dois primeiros dias, ele foi o último a entrar na primeira rodada. Mais uma vez, passou sem erros pelos obstáculos, assim como Smolders e Deusser, que trouxeram três pontos de faltas da fase inicial. Na volta decisiva, o holandês e o alemão jogaram a pressão para o atual campeão. Se errasse, perderia o troféu. Mas, de novo, sequer esbarrou nas barreiras. — Foi muito importante para mim correr melhor do que ano passado. Meu objetivo era esse. Eu vi que eles estavam lutando comigo pelo título, mas eu estava muito confiante no percurso — comemorou o suíço. l A repórter viaja a convite da FEI Riascos é o artilheiro do Vasco no Campeonato Estadual, com seis gols. Mesmo afastado do time há um mês, por causa de uma lesão muscular. Amanhã, em Brasília, contra o Flamengo, ele pode ser a novidade da equipe. Ontem, Riascos participou normalmente do treino em São Januário, junto com a equipe reserva. Caso tenha condição de voltar, disputará posição com Thalles, autor do gol que decidiu o clássico com o Botafogo. É possível, no entanto, que o colombiano comece o jogo no banco. l Botafogo tenta lateral do Figueirense O Botafogo fez uma proposta ao Figueirense pelo lateral-esquerdo Marquinhos Pedroso, formado nas divisões de base do clube catarinense. O clube tenta contratar o jogador de 22 anos por empréstimo até o fim do ano. No setor, o elenco tem apenas o titular Diogo Barbosa e o jovem Jean. O alvinegro vai fazer uma reclamação formal à Comissão de Arbitragem de Futebol do Rio contra o árbitro Rodrigo Nunes de Sá e seus auxiliares. O clube reclama de um gol e um pênalti não marcados no clássico contra o Vasco. l VÔLEI Rio vai decidir a Superliga pela 12ª vez CAROL KNOPLOCH [email protected] O Rexona-Ades/Rio de Janeiro, derrotou mais uma vez o arquirrival Vôlei Nestlé/Osasco e está na decisão da Superliga pela 12ª vez consecutiva acesse 140 CENTRO - RJ Av. Passos, 42, 44 e 46 SHOPPING JARDIM GUADALUPE Av. Brasil, 22.155 CABO FRIO (SHOPPING PARK LAGOS CABO FRIO) Av. Henrique Terra, 1.700 — o time já venceu o torneio dez vezes. Comandada pelo técnico Bernardinho, a equipe venceu a série melhor de três jogos das semifinais por 2 a 1. Ontem, no Tijuca, foram 3 sets a 0 (25/20, 25/ 23 e 25/16) sobre as tradicionais adversárias. A decisão, em jogo único, será no próximo domingo, às 9h, em Brasília (DF). — Apesar do placar de 3 a 0, garanto que não foi nem um pouco tranquilo esse jogo em relação ao anteriores. Agora temos de baixar a adrenalina porque a competição não acabou. Nosso objetivo é vencer no domingo — disse Monique, eleita a melhor jogadora da partida. Melhor jogadora da fase de classificação, a ponteira Natália mais uma vez se destacou. MARCIO RODRIGUES/DIVULGAÇÃO Decisiva. Carol vence bloqueio rival — É a minha melhor temporada da carreira. Foquei muito nessa Superliga, me dediquei. E deu certo, num momento certo, no ano das Olimpíadas — comentou a ponteira, emo- cionada. — Vamos entrar na final do campeonato com tudo. Queremos o título. Ainda não acabou. Equipe com melhor campanha no torneio, o time do Rio chega à decisão com apenas duas derrotas em 27 jogos. l acesse 140 SHOPPING BOULEVARD SÃO GONÇALO Av. Presidente Kennedy, 425 SÃO GONÇALO SHOPPING Av. São Gonçalo, 100 IRAJÁ Av. Monsenhor Felix, 1.154 ESPORTES TERÇA-FEIRA 29.3.2016 oglobo.com.br NATÁLIA RIO ESTÁ NA FINAL DA SUPERLIGA Sensações de imobilidade PÁGINA 35 Michel Laub PÁGINA 35 EDISON VARA/REUTERS PEGOU MAL Hotel de Lúcio cria embaraço Auxiliar neste jogo, ex-zagueiro é sócio da Vila Ventura A Pressionado. Dunga em Viamão, no Rio Grande do Sul, onde a seleção treinou para enfrentar o Paraguai, hoje, em Assunção. Só uma vitória dará tranquilidade para o técnico nas eliminatórias Por um semestre de paz PARA O GOL Dunga confirma Ricardo Oliveira no lugar de Neymar para bater Paraguai e hibernar no G-4 até a 7ª rodada, em setembro GIAN AMATO Enviado especial [email protected] A -VIAMÃO, RS- meaçado, questionado e sem sua principal estrela. Este é o Brasil que enfrenta o Paraguai hoje, às 21h45m, no Defensores del Chaco, em Assunção, em partida válida pela sexta rodada das eliminatórias para a Copa de 2018, na Rússia. As indefinições do momento da seleção servem também para o técnico Dunga. A vitória trará sossego até o próximo jogo, em setembro, com o líder Equador. Empate ou derrota fará o treinador atravessar um longo período sob críticas e fora da zona de classificação. — O Paraguai vai pressionar, com o apoio da torcida. Cada jogo é uma decisão. A tabela é curta. Com uma vitória, vamos lá para cima, enquanto o tropeço nos leva lá para baixo. Vai ser assim sempre. Sempre dissemos que estas seriam as eliminatórias mais difíceis. Se nas outras o Brasil já se classificou nas últimas rodadas, imagina agora — disse Dunga. Quando entrar em campo, o Brasil terá a sexta escalação diferente nas eliminatórias, seja por suspensões ou opções de Dunga. A falta de entrosamento causa oscilações durante o jogo. Mais grave que isso é a escassez de alternativas táticas quando a seleção tem o seu modo de jogo decifrado e bloqueado, como aconteceu no empate com o Uruguai, em Recife. — Eu queria que minha equipe jogasse como a maior parte do primeiro tempo contra o Uruguai. É sempre um recomeço, porque não há tempo para treinar. Se você ficar quatro meses sem trabalhar, como posso te cobrar continuidade? — questionou o treinador, consciente da pressão pela vitória. Pressão que, segundo ele, começa dentro da seleção: — Nunca vi fazer planejamento para perder. Nosso planejamento é otimista, mas sabemos que estas eliminatórias serão disputadas até a última rodada. Nosso ponto fixo é vencer. NA FALTA DE TEMPO, A CONVERSA Com apenas dois treinos para consertar o que deu errado no Recife, Dunga optou por um esquema mais conservador no ataque, com Ricardo Oliveira fixo na frente. Pelo menos foi o que mostrou no único treino aberto à imprensa. Sem Neymar, o time perde a boa movimentação e troca de passes no ataque, como aconteceu no primeiro tempo com o Uruguai entre ele, Willian e Douglas Costa. — Ricardo é um jogador mais de área, mais presente, enquanto o Neymar flutua mais. Vou tentar criar opções dentro das características de cada um, dentro do pouco tempo de trabalho que tivemos. Em um jogo duro como sempre tem sido Paraguai contra Brasil, a entrada de Ricardo Oliveira ao menos dá mais uma opção nas bolas altas. Dos homens de frente, é o mais alto, com 1,83m. Na defesa, se for levada em conta a última atuação de David Luiz, contra o Uruguai, o melhor é que ele tenha mesmo saído do time. Com a entrada de Gil, a seleção passa a ter a mesma zaga titular da vitória sobre o Peru (3 a 0) em Salvador, com ele ao lado de Miranda. No ataque, o trio Willian, Douglas Costa e Ricardo Oliveira começou a partida contra a Venezuela em Fortaleza: 3 a 1. — Nós conversamos bastante. Temos pouco tempo de entrosamento, e conversar nos ajuda — disse Miranda sobre Gil. O treinador fará seu décimo jogo de competição desde que reassumiu a seleção após a Copa, metade deles sem Neymar. Dunga comentou a postura do jogador, que aproveitou a noite catarinense após ser suspenso pelo segundo amarelo: — A gente tem que respeitar individualidades. A geração muda. Hoje tem as redes sociais, muita exposição. Hoje, o que um jogador faz em dois segundos está no mundo todo. Não posso querer que os jogadores tenham o mesmo comportamento ou pensar da minha maneira. O Paraguai, que arrancou um 2 a 2 com o Equador em Quito, é treinado pelo argentino Ramón Díaz, que confirmou o longevo Santa Cruz ao lado de Lezcano. l FICHA DO JOGO PARAGUAI: Villar, Gómez, Paulo da Silva, Aguilar e Samudio; Ortigoza, Ortiz, Oscar Romero, Iturbe; Lezcano e Roque Santa Cruz. BRASIL: Alisson, Daniel Alves, Miranda, Gil e Filipe Luis; Luiz Gustavo; Fernandinho, Renato Augusto, Willian e Douglas Costa; Ricardo Oliveira. JUIZ: Wilmar Roldán (Colômbia). LOCAL: Estádio Defensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai. HORÁRIO: 21h45m. TRANSMISSÃO: Rede Globo e Sportv Eliminatórias CLASSIFICAÇÃO EQUIPE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Equador Uruguai BRASIL Paraguai Argentina Chile Colômbia Peru Bolívia Venezuela P J V SG 13 10 8 8 8 7 7 4 3 1 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 3 2 2 2 2 2 1 1 0 7 7 3 1 0 -1 -1 -5 -4 -7 P - Pontos ganhos; J - Jogos; V - Vitórias; SG - Saldo de gols SEXTA RODADA HOJE 17:30 20:00 20:30 20:30 21:45 Colômbia Uruguai Argentina Venezuela Paraguai x x x x x Equador Peru Bolívia Chile BRASIL Bolívia Equador Chile Peru 2x3 2x2 1x2 2x2 Colômbia Paraguai Argentina Venezuela BRASIL 2x2 Uruguai QUINTA RODADA 24/3 25/3 presença da seleção em Viamão, município de Porto Alegre, gerou um mal-estar para a comissão técnica. O Hotel Vila Ventura, local da concentração, tem Lúcio como sócio. O ex-zagueiro da seleção é o auxiliar técnico pontual do time de Dunga para os jogos com Uruguai e Paraguai. Via assessoria de imprensa da CBF, Lúcio admitiu sua sociedade no Vila Ventura. Apesar de dizer que não se envolve com a parte burocrática, Dunga é hóspede frequente do Vila Ventura. Já se concentrou no local com o Internacional, em 2013. As mudanças feitas para receber a equipe colorada tornaram possível o licenciamento do hotel junto à Fifa para hospedar o Equador na Copa do Mundo de 2014. O Hotel Vila Ventura fica distante cerca de 15km do centro de Viamão, que está a 23,8km de Porto Alegre. Os jogadores teriam questionado a escolha do lugar para os treinos da seleção para enfrentar o Paraguai nesta terça, em Assunção. Isso teria sido um dos motivos de uma suposta discussão entre Neymar da Silva Santos, pai do craque, e Gilmar Rinaldi, coordenador de seleções, que negou o atrito e justificou a escolha de Viamão, afirmando desconhecer que Lúcio era sócio no momento em que fechou o contrato: — O que mais vão inventar para mim? Já tive o meu nome na lista da Odebrecht (na verdade era um prefeito homônimo do município de Esteio) e agora essa briga. Não tem nada disso disse Gilmar à imprensa. — No Paraguai, não teríamos um local desta qualidade. Além do mais, não vamos precisar fazer o treino de reconhecimento no Defensores del Chaco. E estamos mais perto de Assunção do que estaríamos na Granja Comary. Dunga minimizou: — O que observo é o campo bom, sala de musculação, estrutura. Serviu à Fifa. Aqui já estive com o Inter. A parte burocrática é com o Gilmar. (G.A.) l CAMPEONATO CARIOCA Invasão ao Ninho do Urubu faz Fla rever segurança Oito torcedores entram no CT e conversam com jogadores. Dirigente vê falha de vigilância EDUARDO ZOBARAN [email protected] O Ninho do Urubu terá segurança reforçada a partir de hoje. Na manhã de ontem, oito membros de uma torcida organizada do clube invadiram o cen- tro de treinamento e conversaram com jogadores rubro-negros. O time vem de quatro jogos sem ganhar e marcar gols e, amanhã, enfrenta o Vasco no Mané Garrincha, em Brasília. — O Flamengo tem que admitir que houve uma falha de segurança. Bastava ter segurança na entrada que nada teria acontecido. Com as obras (no Ninho do Urubu), esse movimento dos torcedores foi facilitado — afirmou Flávio Godinho, vice de futebol do clube. Apesar de lamentar o episódio, o diri- gente lembrou que não houve tensão no encontro entre torcida e jogadores. — Uma pessoa desavisada que chegasse por lá não notaria a presença deles. Eram oito pessoas num mundo que é o CT. Não foi invadido o campo, o treino não foi interrompido. Os jogadores que falaram com eles foram aqueles que estavam num treino regenerativo, tanto que a comissão técnica nem percebeu. De qualquer maneira, é desagradável — ponderou. Escalado para falar com os torcedo- res e, mais tarde, com os jornalistas, Wallace assumiu um tom crítico. — Não é normal, mas no Brasil é corriqueiro. Ninguém gosta de ser intimidado, que invadam sua casa. Eu não tenho que achar nada, mas se alguém da diretoria ou o Rodrigo Caetano achou viável que os caras ficassem aqui, problema deles. Fazer o quê? — indagou o jogador, que viu um ponto positivo. — Quando eu olhei para trás, todo o grupo estava presente. Isso mostra que estamos unidos. l GILVAN DE SOUZA/FLAMENGO Mediador. Wallace falou com torcida SEGUNDO CADERNO OGLOBO Além do Teatro pela Democracia, houve atos do cinema, da literatura, do samba etc. Não se pode dizer que é pouco pág. 2 MARCUS FAUSTINI TERÇA-FEIRA 29.3.2016 oglobo.com.br CRISE TEMPORADA DO TEATRO MUNICIPAL SOFRE TESOURADA pág. 5 BRASIL: A IMPRENSA FEMININA E FEMINISTA NO SÉCULO XIX 1827 “O Espelho Diamantino” Criado pelo jornalista Pierre Plancher no Rio de Janeiro, foi o primeiro jornal destinado ao público feminino no Brasil e teve 14 edições entre 1827 e 1828. O editorial do primeiro número traz uma defesa da instrução feminina. 1831 “Espelho das Brasileiras” Lançado no Recife pelo jornalista francês Adolphe Emile de Bois-Garin, o jornal trouxe como novidade a contribuição de mulheres. Nísia Floresta, a primeira feminista do Brasil, iniciou sua carreira literária nas suas páginas. 1852 “O Jornal das Senhoras” O primeiro jornal criado por uma mulher, Joana Paulo Manso de Noronha, circulou aos domingos no Rio de Janeiro, entre 1852 e 1855. Ao contrário de outras publicações femininas, o periódico desde o início assumiu um discurso emancipacionista. 1873 “O Sexo Feminino” Fundado por Francisca Senhorinha da Motta Diniz na cidade de Campanha, no interior de Minas Gerais, o semanário foi um importante porta-voz da luta das mulheres na região, em especial pelo direito à educação. 1879 “A Mai de Familia” 1884 Quinzenal, o jornal dirigido pelo médico pediatra Dr. Carlos Costa circulou no Rio de Janeiro até 1888 e é exemplar da reação conservadora à luta das mulheres, ensinando, por exemplo, alguns cuidados com as crianças. “O Corymbo” Com 60 anos de existência, o jornal criado na cidade de Rio Grande (RS) pelas irmãs Revocata Heloísa de Mello e Julieta de Mello Monteiro foi a publicação feminina mais longeva. Entre suas colaboradoras estão Cecília Meireles e Cora Coralina. HEROÍNAS DA RESISTÊNCIA REPRODUÇÃO DO ÓLEO SOBRE TELA DE JOHN OPIE Clássico reeditado e pesquisa que acaba de virar livro resgatam os primórdios do feminismo na Europa e no Brasil LEONARDO CAZES [email protected] M uito antes de as mulheres ganharem as ruas e as redes, elas ocuparam as páginas de jornais e revistas em sua luta pela igualdade de gênero. Considerado o documento fundador do feminismo, “Reivindicação dos direitos da mulher”, escrito pela crítica literária e tradutora inglesa Mary Wollstonecraft, foi publicado em 1792 e ganha agora uma nova edição crítica no Brasil pela Boitempo. A obra exerceu forte influência no nascimento do movimento feminista brasileiro. Ao longo do século XIX, surgiram pelo menos 143 publicações no país voltadas para mulheres, de acordo com um levantamento feito por Constância Lima Duarte, professora da Faculdade de Letras da UFMG, que lança também agora o dicionário ilustrado “Imprensa feminina e feminista no Brasil — Século XIX” (Autêntica). A principal bandeira de Mary Wollstonecraft, encampada pelas brasileiras, foi o direito à educação. Na época, as mulheres eram preparadas apenas para tarefas do lar. A trajetória pessoal da ativista inglesa explica seu interesse pelo tema. Mary deixou a casa do pai aos 19 anos e passou a se sustentar como acompanhante de uma viúva. Em 1774, junto com a irmã Eliza, fundou uma escola numa comunidade ao norte de Londres onde havia forte presença de dissidentes políticos e religiosos. É essa experiência que leva Mary a escrever seu primeiro panfleto sobre a a educação das mulheres. — Ela trilhou um dos poucos caminhos possíveis a uma mulher de sua época para conseguir espaço como intelectual. Teve formação incipiente e, depois, educou-se de modo autodidata — conta Ivania Motta, tradutora da obra e autora de uma dissertação de mestrado sobre a ativista. — Seus textos foram escritos num período peculiar na Inglaterra em relação à produção de obras teóricas e discussões políticas. Em plena Revolução Industrial e sob o impacto tremendo da Revolução Francesa, desenvolveu-se o mais intenso e polêmico debate ideológico jamais havido sobre o caráter e a natureza das instituições políticas. A partir de 1788, Mary começou a co- laborar com a recém-lançada revista “Analytical Review”. É esta publicação que lhe dá acesso à vanguarda artística e intelectual da Inglaterra, incluindo Thomas Payne, William Blake e Henry Fuseli. Nos anos seguintes, ela mantém vários relacionamentos amorosos — indo contra a moral sexista e conservadora da época — e chega a viajar para a França para acompanhar de perto os desdobramentos da revolução no país. — Quando publicou “Reivindicação dos direitos da mulher”, ela já era conhecida pela obra que escrevera em defesa de (Richard) Price e da Revolução Francesa, um marco de sua passagem de autora sobre educação de moças e crianças, campo essencialmente feminino e doméstico, para pensadora do debate político, reduto eminentemente público e masculino. Wollstonecraft não foi a primeira mulher a escrever sobre os direitos das mulheres. Mas foi quem usou o tom certo no momento propício — diz Ivania. O DESEMBARQUE DAS IDEIAS POR AQUI A autora que viveu uma vida completamente fora dos padrões de seu tempo teve um fim trágico. Em 1796, aos 38 anos, Mary morreu no parto da sua segunda filha, fruto do relacionamento com o jornalista e filósofo inglês William Godwin. A menina, batizada Mary Wollstonecraft Godwin, ficaria famosa décadas mais tarde sob o nome de Mary Shelley, a autora de “Frankenstein”. As ideias feministas vocalizadas pela crítica inglesa desembarcaram por aqui nas primeiras décadas do século XIX. A primeira publicação dedicada às mulheres é “O espelho diamantino”, criada pelo jornalista francês Pierre Plancher em 1827, no mesmo ano em que a Coroa autoriza a abertura de escolas para meninas nas cidades mais populosas do país. Em editorial publicado no primeiro número, Plancher faz uma defesa enfática da educação das mulheres. — Se em 1827 temos um jornal feito por um homem para mulheres, em 1831 já há mulheres fazendo jornais. Rapidamente, as primeiras escritoras começaram a escrever para outras mulheres — conta Constância Lima Duarte, professora da UFMG. Uma dessas escritoras era Dionísia Pinto Lisboa, conhecida como Nísia Floresta. Nascida no Rio Grande do Pioneira. Mary Wollstonecraft lutou por igualdade e contra a moral sexista na Inglaterra Norte numa família rica, ela teve a oportunidade de estudar e viajou com frequência à França, onde travou contato com as ideias de liberdade e igualdade que circulavam no continente. Em 1832, publicou aqui o que considerava uma tradução livre do clássico de Mary Wollstonecraft, trazendo o feminismo para o debate público brasileiro. No século XIX, o perfil de Nísia era comum às outras escritoras, diz Constância. — No primeiro censo brasileiro, de 1872, 84% da população era analfabeta. Apenas uma minoria, a elite da elite, lia e escrevia. A classe média só começaria a ter acesso à educação no século XX. Houve uma campanha de alfabetização, mas as meninas foram as últimas a entrar na escola. Os próprios pais eram relutantes em permitir que fossem informadas e educadas para pensar pensar por si — argumenta a professora. Ao pesquisar as primeiras escritoras brasileiras, Constância se deparou com os jornais em que elas publicavam. Para ela, esses periódicos são “páginas da história da mulher brasileira”. Foi a partir daí que ela decidiu fazer o levantamento, chegando às 143 publicações listadas no dicionário recém-lançado. A professora revirou arquivos de norte a sul do Brasil. E acredita que o número de jornais e revistas que circularam no século XIX foi ainda maior, pois é possível que muitos tenham desaparecido sem deixar registros. No livro, cada publicação conta com um verbete e a indicação do arquivo onde pode ser encontrada. Algo de extrema valia para pesquisas futuras. DEVERES E DIREITOS A professora dividiu os periódicos em dois grupos: os femininos e os feministas. Os primeiros abordavam os deveres das mulheres, como suas obrigações com o lar. Já os segundos reivindicavam direitos. No entanto, as fronteiras entre ambos eram tênues e se cruzaram nas páginas do mesmo jornal. — Não privilegiei os (jornais e revistas) feministas porque a história da mulher é tudo isso junto e misturado. A história do feminismo não andou numa só direção, teve idas e vindas, avanços e recuos. Às vezes, na mesma página de um jornal, havia um artigo extremamente de vanguarda, falando das conquistas da mulher na Europa e nos EUA, e outro que reitera a passividade, o comodismo. Houve mulheres extremamente conservadoras e homens feministas — defende. Constância observou um crescimento das publicações feministas nas décadas de 1860, 1870 e 1880. Um movimento que segue a própria luta das mulheres pelo direito à escolarização. — Primeiro vem a luta pela escola primária, 20 anos depois, passa-se a pleitear o ensino secundário e depois a universidade. Em 1879, o imperador abriu o ensino superior para mulheres. São os ares europeus chegando ao Brasil — aponta a professora, que agora trabalha num dicionário de periódicos femininos e feministas do século XX. — É comum pensarem que a luta começou nos anos 1970, mas é bem mais antiga. Agora, por que essa luta desapareceu por tanto tempo? Houve resistência ao feminismo e isso é visível na imprensa do século XX, onde predomina preconceito e há a cristalização da imagem negativa da feminista. l “É muito comum pensarem que a luta começou nos anos 1970, mas essa história é bem mais antiga” “REIVINDICAÇÃO DOS DIREITOS DA MULHER” AUTORA: Mary Wollstonecraft. TRADUÇÃO: Ivania Motta. EDITORA: Boitempo. PÁGINAS: 256. PREÇO: R$ 53. Constância Lima Duarte Professora da UFMG e autora de “Imprensa feminina e feminista no Brasil — Século XIX” “IMPRENSA FEMININA E FEMINISTA NO BRASIL — SÉCULO XIX” (DICIONÁRIO ILUSTRADO) AUTORA: Constância Lima Duarte. EDITORA: Autêntica. PÁGINAS: 416. PREÇO: R$ 37. l O GLOBO l Segundo Caderno l [email protected] | MARCUS FAUSTINI Terça-feira 29 .3 .2016 Gente Boa CLEO GUIMARÃES Email: [email protected] e Blog: http://blogs.oglobo.globo.com/gente-boa/ COM MARIA FORTUNA, FERNANDA PONTES E GABRIELA LEAL | | O ato do teatro Certos eventos na História são portadores de diversos sentidos ao mesmo tempo, sem que isso deixe-os difusos. Ao contrário, portar essas perspectivas diferentes faz do evento uma sensível animação de uma comunidade, um gesto público para dar visibilidade e entendimento a acontecimentos. O ato Teatro pela Democracia foi um exemplo disso. E realizar algo assim em momentos extremos é manter o compromisso do risco de ser uma comunidade e não apenas buscar um lugar especial de fala individualizado. DE TODOS OS SANTOS Raimundo Rodriguez fala das obras religiosas que são destaques no cenário de ‘Velho Chico’ FOTOS DE DIVULGAÇÃO emana passada, na noite de segunda, o ato reuniu na Fundição Progresso, na cidade do Rio de Janeiro, mais de 3 mil pessoas, entre artistas de teatro e outras expressões. Foi um dos maiores atos do campo da arte dos últimos anos na cidade. O objetivo era criar um gesto público que mostrasse a defesa da democracia e o apoio à manutenção das políticas sociais por realizadores de teatro — um campo cultural que já demonstrou na história do país seu compromisso com a democracia. Depois de uma breve mas intensa convocação pelas redes sociais, além da força demonstrada com a expressiva presença, o ato teve transmissão on-line com mais de 13 mil visualizações. A ideia da ação surgiu a partir das inquietações das pesquisadoras Flora Sussekind e Angela Leite Lopes sobre a necessidade de posicionamento na atual crise política — inquietações essas que foram partilhadas com os diretores Ivan Sugahara e Enrique Diaz. O grupo teve adesão imediata de pessoas como Moacir Chaves, Patrick Sampaio, Amir Haddad, João das Neves, Cobrinha, entre outros. A inconteste adesão que resultou em engajamento e presença no evento pode ser creditada também ao histórico de lutas iniciadas pelo Movimento Reage Artista, pela constante capacidade dos grupos de teatro das periferias da cidade e da metrópole em manter realização e ativismo ao mesmo tempo e pela mobilização dos alunos da Escola Estadual de Teatro Martins Pena (que continuam travando uma batalha pela existência da escola, mais uma vez precarizada). Esse ambiente produziu um evento com diversidade de realizadores por linguagens, pesquisas, campos políticos, regiões da cidade, gênero etc. Couberam dissensos, falas catárticas, críticas aos caminhos tortuosos adotados pelo atual governo e uma lucidez da necessidade de se manter contra o impeachment por ele ser um ataque claro à democracia e aos avanços sociais. O chamado do teatro produziu em outros setores, imediatamente, um estímulo a expressar suas posições. Seguiram-se manifestos e atos do cinema, da literatura, do samba etc. Não se pode dizer que isso é pouco ou reduzir esses gestos ao binarismo que marca as narrativas sobre a atual crise política no país. Não era um ato com qualquer um pago para estar ali, com qualquer um insuflado por propaganda. Era uma comunidade reunida nas suas diferenças e identificações. Estavam, ali, dispostos, sem negar contradições, falas que apontavam a existência de racismo, machismo e desigualdade na arte, mas a unidade na defesa da democracia. Um dos maiores esforços dos fazedores de teatro pelo mundo é a produção de um sentido político para a arte que vá além de mensagens didáticas endereçadas ao espectador ou da performance que, através do excesso de códigos, cria uma barreira para poucos. O personagem, compreendido como aquele que carrega uma ação em cena, criador de uma relação sensível com quem partilha de sua presença, é uma concepção que marca a fala daqueles que se debruçam sobre esse possível sentido político, colocando em xeque amarras narrativas que aprisionam este intento. Esse núcleo de pensamento tem sido disparador da radicalidade de criações cênicas, que se junta à produção que busca invenção de uma dramaturgia das minorias (como o Bush Theatre em Londres) ou o teatro como estratégia estética urbana popular — como o Teatro da Laje, da Vila Cruzeiro, presente no ato, guiado pelo vibrante Verissimo Junior, retratado em recente matéria neste caderno mostrando que projetos da periferia vão além de inclusão — são criadores artísticos tanto quanto outras centralidades. É preciso ler nessas vertentes a imensa força que o teatro tem em sua relação com a vida, com o seu tempo. Não são apenas modos de pesquisar frutos de uma condição fragmentada contemporânea. A força do teatro não é apenas a sua capacidade de representação do mundo, mas sim, sua capacidade de produzir uma presença, que mostra a diferença onde todos percebem tudo igual. Uma presença que tem vínculo com a democracia, com a diversidade, com a ideia de cidade como encontro. Foi a democracia que nos trouxe até aqui. Só tivemos avanços sociais e de inibição da corrupção como forma de manter poder político por vivermos numa democracia. Mas ela não está garantida por vivermos num regime democrático. Ela precisa de comunidades que tenham coragem em se expressar na sua defesa e na de seus avanços. Vale muito o ato de comunidade junta nas suas diferenças expressando uma posição comum. l JOSÉ EDUARDO AGUALUSA 3ª MARCUS FAUSTINI 4ª 5ª 6ª FRED FLÁVIA ZÉLIA COELHO OLIVEIRA DUNCAN SAB MARCIO TAVARES D'AMARAL DOM FERNANDO GABEIRA Largo do Boticário à venda As seis casas coloridas em estilo neocolonial que formam o conjunto principal do Largo do Boticário estão à venda. Tombadas pelo Instituto Estadual do Patrimônio Artístico e Cultural (Inepac), elas pertencem a Sybil Bittencourt, filha de um dos donos do extinto jornal “Correio da Manhã”, e foram avaliadas em R$ 18 milhões pela Sergio Castro Imóveis, que vai intermediar o negócio. Aliás e a propósito O investidor que comprar as casas será obrigado a restaurar os quase 3.000m2 de construção, além dos dos jardins. Ele poderá erguer lojas pequenas no mesmo estilo do conjunto, nos espaços onde não há vegetação nem edificação. S 2ª | A estelionatária do Leblon Uma mulher que se apresenta como irmã da correspondente da Globo na Itália Ilze Scamparini vem dando um golpe atrás do outro em comerciantes do Leblon. A vítima mais recente é Violeta Maia, dona do bistrô Delícias da Flor, na Humberto de Campos. Ela emprestou R$ 1,5 mil para a mulher, que fala em italiano ao celular e conta histórias mirabolantes de seu marido milionário. Ao pedir o empréstimo, ela diz que vem tendo dificuldades para sacar o dinheiro por causa da burocracia. “É uma golpista, cambalacheira. Me envolveu de maneira inacreditável”, diz Violeta. Segue a história Ilze tem uma irmã morando no Rio, mas ela não fala italiano e, segundo a jornalista, é “uma pessoa muito honrada”. “É golpe mesmo. Nunca vi essa pessoa”, disse Ilze, ao receber a foto da mulher que vem dando os golpes. A imagem foi postada na rede por Violeta. Artes plásticas. Raimundo Rodriguez: parceria com Luiz Fernando Carvalho já dura 10 anos ‘Fazer a Soraya’ R Não deu outra. A intervenção firme e afetuosa de Soraya Ravenle no caso Claudio Botelho virou gíria. Usa-se “Fazer a Soraya” quando um amigo muito querido faz alguma coisa que não deve, e você toca a real para ele, sem meias palavras. Assim: “Fulano ia terminar o namoro, mas eu ‘fiz a Soraya’ e falei que ela é a mulher da vida dele, que deveria pensar melhor para não se arrepender depois”. aimundo Rodriguez é o homem por trás dos mais de 500 objetos religiosos do elogiado cenário de “Velho Chico”. O altar de oito metros por seis do casamento entre os personagens de Rodrigo Santoro e Marina Nery e o oratório de Encarnação (Selma Egrei) são apenas duas das belas obras assinadas pelo artista plástico cearense. l “Nos bastidores, eu e Luiz Fernando (Carvalho) apelidamos o estilo de ‘barrococó neoclássico contemporâneo’”, conta. Raimundo e o diretor trabalham juntos há dez anos. Que tal? l “Ele viu uma exposição minha em 1994 e disse: ‘Vamos trabalhar juntos?’”, lembra o artista. “Dez anos depois, Luiz me ligou convidando para fazer ‘Hoje é dia de Maria’”. Desde então, a parceria vem rendendo frutos como “A pedra do reino” e “Capitu”. “Meu pedacinho de chão”, de 2014, havia sido o trabalho mais recente da dupla, e “Velho Chico” marca a estreia da dobradinha no horário nobre. l “O Luiz é muito culto e me dá sempre referências”, conta Raimundo. “Às vezes, ele fala apenas uma palavra e eu trabalho em cima”. Foram os casos de “rica” e “miscigenação”. A primeira definiu o caminho da estética religiosa Cenário. Camila Pitanga: estandartes das peças de Encarnação. A segunda, o altar de Doninha, personagem interpretado por Bárbara Reis. “Ali misturei índios e caboclos com imagens de santos católicos”. l Desde que voltou do recesso, depois do carnaval (mais precisamente, dia 15 de fevereiro), a Câmara de Vereadores, acredite, não concluiu nenhuma sessão no plenário. Falta quórum. É necessário ter pelo menos 16 parlamentares presentes para que o trabalho seja finalizado — são 51 ao todo. É incrível, mas isso não acontece há um mês e meio. Música que embala a imagem A obra de Raimundo, representado pela Sergio Gonçalves Galeria, também pode ser vista em duas exposições atualmente em cartaz: “Multiversos: Revisto e ampliado”, sua individual, na Uerj; e a coletiva “Rio Setecentista, quando o Rio virou Capital”, no MAR. MARCOS RAMOS 2 U Danile Granato Quem quer ser um milionário? Danile Granato diz que qualquer um pode se transformar num milionário, desde que não viva em função do dinheiro. Ela promete ensinar o caminho das pedras no seminário “Millionaire mind”, que acontece em setembro, no Rio, e é inspirado no livro “Os segredos da mente milionária”, do canadense T. Harv Eker. Danile conversou com a repórter Gabriela Leal. É possível “aprender” a ser um milionário? Como? O primeiro passo é eliminar as chamadas crenças limitadoras, desconstruir clichês como “para ser milionário tem que trabalhar muito”, “quem nasceu pobre vai morrer pobre” etc. Depois, é preciso parar de fazer planos para o ano que vem, e tomar uma decisão agora. Mas a grande lição é entender que o “ser milionário” nada mais é que a conquista da liberdade financeira, ou seja, colocar o l dinheiro para trabalhar para você, não viver refém dele. Qual o erro de quem tenta enriquecer e não consegue? A ganância. Tem diferença entre trabalhar e querer ser milionário por ganância e por uma missão de vida. Missão de vida é quando você trabalha com algo e não vê o tempo passar. l l E como pensar em ficar milionário quando não se tem nada? O Silvio Santos, por exemplo, vendia canetas. O Eduardo Lyra, que nasceu na favela, foi parar na capa da Forbes com apenas 26 anos. Para dar certo, a pessoa não deve se limitar por tetos salariais (“O máximo que posso com minha profissão é isso”) e nem se prender à fixação do primeiro milhão. Muito mais importante é aprender a administrar o dinheiro com sabedoria e controle. Som. João Paulo Mendonça: trilhas sonoras Depois de ganhar prêmio pela produção musical e sonoplastia de “Verdades secretas”, o músico João Paulo Mendonça tem madrugado no Projac, repaginando as vinhetas dos programas da Globo — “Temperatura máxima” é um dos que já ganhou nova versão. Ele também assina a direção musical da peça “Dorotéia” e a trilha sonora do programa de entrevistas de Deborah Secco na internet. “O desafio da música para imagem é ressaltar a cena, é a arte do invisível”, diz. U Curtinhas O dinamarquês Anders Hentze promove masterclass de bateria na Escola de Música da UFRJ hoje, Dia da Percussão. Edgar Duvivier volta à Casa da Gávea, e hoje recebe Olivia Byington, sua ex-mulher, e os filhos Gregório e Bárbara Duvivier. Bayard Boiteux coordena hoje o I Encontro dos Embaixadores do Rio, no Copacabana Praia, organizado pelos alunos de Turismo da UNISUAM. l Segundo Caderno l Terça-feira 29 .3 .2016 O GLOBO VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO CELULAR OU ACESSE NO SITE: rioshow.com.br OS DESTAQUES DE HOJE DA PROGRAMAÇÃO CULTURAL Cinema ‘Alceste’ Teatro ‘Supermoça’ Um amor que desafia a morte O último voo de uma quase atriz Inspirada na mitologia grega, a ópera de Christoph Willibald Glück é a atração do “Ópera na tela”. Na trama, Alceste decide se sacrificar para salvar o marido, Admeto, da morte. Com direção de Krzysztof Warlikowski e regência de Ivor Bolton, o espetáculo, em três atos, é apresentado por Orquestra e Coro do Teatro Real de Madrid. Izabella Van Hecke é uma comissária de bordo na peça de Márcio Azevedo em cartaz no Espaço Britannia. A personagem conta casos de sua vida e como largou o sonho de ser atriz. ONDE E QUANDO: Espaço Itaú de Cinema: ter, às 20h. Espaço Rio Design (sala VIP): ter, às 19h10m. QUANTO: R$ 24 (Itaú) e R$ 36 (Rio Design). CLASSIFICAÇÃO: 12 anos. ONDE: Espaço Britannia. Av. Rodolfo Amoedo 333, Barra (31976168). QUANDO: Ter e qua, às 21h. Únicas apresentações. QUANTO: R$ 50. CLASSIFICAÇÃO: 16 anos. LUZ, CÂMERA, AÇÃO Teatro ‘A última festa antes do fim do mundo’ O amor, a amizade e os segredos A peça “A última festa antes do fim do mundo”, de Daniel Nolasco, se despede do Teatro Candido Mendes. A montagem, dirigida por Sérgio Menezes com a supervisão da diretora francesa Brigitte Bentolila, lança um olhar sobre as relações homoafetivas a partir da história do casal Alberto e Mário, que recebem amigos em uma despedida de solteiro. ONDE: Teatro Candido Mendes. Rua Joana Angélica 63, Ipanema (2523-3663). QUANDO: Ter, às 21h. Último dia. QUANTO: R$ 40. CLASSIFICAÇÃO: 16 anos. Dança ‘Orpheus’ O mito desce à realidade brasileira O mito de Orfeu, que desce ao inferno em busca de sua amada Eurídice, já inspirou cineastas, poetas, dramaturgos, compositores e coreógrafos — como Pina Bausch, que construiu “Orfeu e Eurídice” sobre a música de mesmo nome de Glück. O coreógrafo Anselmo Zolla, da paulistana Studio3 Cia de Dança, juntou-se recentemente ao grupo, com uma criação própria: “Orpheus”, peça de dança-teatro com apresentação única hoje, no Teatro Municipal. A direção é de José Possi Neto, em sua sétima parceria com o coreógrafo, e a trilha sonora, de Felipe Venâncio. Para criar “Orpheus”, que chega ao Rio depois de duas temporadas em São Paulo, Zolla tomou como referência a peça “Orfeu da Conceição” (1956), de Vinicius de Moraes, com música dele e de Tom Jobim, e sua adaptação para o cinema, “Orfeu do carnaval” (1959), de Marcel Camus. — Quis dar uma referência bem brasileira nessa história de amor impossível, que percorre os tempos — observa Zolla. Além de 19 integrantes da companhia, há a participação especialíssima da bailarina Marilena Ansaldi (em destaque na foto), de 81 anos, que abre e fecha o espetáculo com textos de Maiakóvski — “como um símbolo do Orfeu da rua, aquele que fala pelo povo”, diz Zolla. (Nani Rubin) ONDE: Teatro Municipal. Praça Marechal Floriano, s/nº, Centro (23329191). QUANDO: Ter, às 20h. Apresentação única. QUANTO: De R$ 20 (galeria) e R$ 300 (frisa com seis lugares). CLASSIFICAÇÃO: Livre. FOTOS DE DIVULGAÇÃO Show LiberTango Show Aether Exposição Daniela Antonelli Festa da boa música A maioridade do rock progressivo Entre linhas e pontos O grupo LiberTango, formado pela família Caldi (a argentina Estela e seus dois filhos brasileiros, Marcelo e Alexandre), faz show comemorativo de seus 20 anos de carreira, na Caixa Cultural. A cada dia, o trio recebe um convidado especial: Yamandu Costa (hoje), Soraya Ravenle (amanhã) e Hamilton de Holanda (quinta-feira). l 3 Há 21 anos na estrada, o grupo de rock progressivo Aether toca hoje no Centro Cultural Justiça Federal. No show, os músicos Adilson Alexandre Jr., Alberto Curi, Vinicius Brazil e Fernando Carvalho apresentarão um repertório de composições próprias, em que eles usaram a música erudita como base. ONDE: Caixa Cultural. Av. Almirante Barroso 25, Centro (39803815). QUANDO: Ter a qui, às 19h. QUANTO: R$ 10. CLASSIFICAÇÃO: Livre. ONDE: Centro Cultural Justiça Federal. Av. Rio Branco 241, Centro (3261-2550). QUANDO: Ter, às 19h. QUANTO: R$ 40. CLASSIFICAÇÃO: Livre. DRAMA DRAMA A artista plástica Daniela Antonelli apresenta na Mul.ti.plo Espaço Arte a mostra “O um, o todo”, resultado de sua pesquisa sobre linhas e pontos. A exposição reúne desenhos em papel, esculturas e um rolo de filme com 50 metros de comprimento. ‘BATMAN VS SUPERMAN’ Sobra testosterona no longa de Zack Snyder, que mostra o embate entre o Homem Morcego (Ben Affleck) e o Homem de Aço (Henry Cavill) e o início da Liga da Justiça. Em grande circuito. 12 anos. Novas exposições no Paço Imperial Regina de Paula: ‘No interior do tempo’ 1 Com curadoria de Ivair Reinaldim, a curitibana radicada no Rio expõe fotos e vídeos que são resultado de uma pesquisa recente feita numa viagem a Israel. Manfredo de Souzanetto: ‘Paisagem ainda que’ 2 ‘DEADPOOL’ Ryan Reynolds interpreta o super-herói escrachado (e mascarado) no filme dirigido por Tim Miller. Cheia de piadas de humor negro, a aventura é no estilo “tiro, porrada e bomba”. Em grande circuito. 16 anos. ‘O MORDOMO DE PRETO’ Baseado num mangá e com cenas de violência estilizada, conta a história de uma órfã que, para sobreviver num mundo hostil, vende sua alma para um mordomo demoníaco. Cine Joia Rio Shopping: 14h. 14 anos. Ocupando quatro salas do Paço, a mostra do artista plástico mineiro reúne pinturas e fotos produzidas desde 1976 até os dias de hoje. Marco Veloso: ‘Jogando com armadilhas’ 3 A mostra reúne na primeira parte 20 telas pintadas a óleo e, em outra sala, cerca de cem esboços que mostram o método de trabalho do artista carioca. Elisa Bracher: ‘Anatomia da flor’ 4 Entre as 86 obras da mostra, que tem curadoria de Elisa Byington, o destaque é a série de desenhos em que a paulistana explora, pela primeira vez, o uso da cor. Tatiana Grinberg: ‘muda’ 5 Desenhos, um vídeo e uma videoinstalação compõem a individual da artista carioca. As exposições ficam em cartaz até 29 de maio, e o Paço tem entrada gratuita. ONDE: Mul.ti.plo Espaço Arte. Rua Dias Ferreira 417, Leblon (22591952). QUANDO: Seg a sex, das 10h às 18h30m. Sáb, das 10h às 14h. Até 7 de maio. QUANTO: Grátis. CLASSIFICAÇÃO: Livre. O Bonequinho viu ANIMAÇÃO 'O abraço da serpente' ‘Anomalisa’ DRAMA ‘A luneta do tempo’ DRAMA ‘Spotlight: segredos revelados’ DRAMA ‘Trumbo — Lista negra’ DRAMA ‘Astrágalo’ AÇÃO ‘Conspiração e poder’ ‘Batman vs Superman: A origem da Justiça’ Dividido em dois planos, o filme ambiciona uma amplitude de tempo bem maior ao mostrar personagens que caminham em direção ao contato com a ancestralidade. A fotografia de David Gallego é elemento de destaque. Poderia ser uma história de amor. Mas o convencional é pouco para Charlie Kaufman, roteirista de cults. Seu filme dificilmente deixará o espectador confortável, ou indiferente. A vida do protagonista pode não ter sentido. Mas o filme tem. Por meio do cordel, da música e do circo-teatro, Alceu Valença evoca o mundo do cangaço. Com segurança, conta uma história que atravessa gerações e transita entre a vida e a morte de um Lampião romântico e vingativo. O resultado é bastante expressivo. O filme de Tom McCarthy vem sendo exaltado pela bela ilustração que faz do jornalismo investigativo, dando uma aula sobre a importância do trabalho de profissionais sem vaidades, para os quais a descoberta da verdade é o que mais importa. Há recursos manjados — quando, por exemplo, são criadas relações entre a vida do protagonista e filmes que ele escreveu. Ainda assim, a perseguição política a Trumbo foi tão absurda e os atores estão tão bem que tudo parece relevante. Uma homenagem à nouvelle vague a partir da autobiografia de Albertine Sarrazin, que narrou sua vida de delinquência, prostituição e paixões. Mas o roteiro propõe uma heroína transgressora e desencorajada, o que soa contraditório. Deixa de lado a precisão em nome da paixão e comete o pecado de muitos filmes sobre imprensa, que ‘‘Spotlight’’ sabiamente evitou: valoriza demais o trabalho dos profissionais, como se estes fossem os detentores de todas as verdades. O problema está na repetição dos erros cometidos em “O Homem de Aço” (2013) pelo diretor Zack Snyder, que, a cada novo filme, demonstra ser um blefe que aposta tudo numa criação puramente estética. Daniel Schenker Susana Schild Daniel Schenker Mario Abbade André Miranda Simone Zuccolotto André Miranda Mario Abbade .com.br VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO CELULAR OU NAVEGUE PELO SITE: 4 l O GLOBO l Segundo Caderno l Terça-feira 29 .3 .2016 Os destaques de hoje na TV FOTOS DE DIVULGAÇÃO GloboNews, 23h30m DIVULGAÇÃO/JANINE MORAES De volta ao português No “Ofício em cena”, Bianca Ramoneda entrevista Rodrigo Santoro, no elenco de “Velho Chico”. Ele fala sobre a aposta na carreira internacional e sobre a decisão de retornar às novelas brasileiras. Natalia Castro [email protected] MTV, 21h History, 21h TV5, 20h30m Futura, 21h ‘Adotada’ ‘O sócio’ ‘Filhos do mar’ ‘Sala debate’ Maria Eugênia, a Mareu, está de volta. Agora, ela terá o auxílio do personal stylist Nilo Caprioli, e vai apresentar um dossiê ao fim de cada episódio contando o impacto de cada família em sua vida. O canal faz minimaratona da atração apresentada por Marcus Lemonis exibindo três episódios em sequência. O primeiro é “Sweet Pete”, em que ele recupera uma empresa de doces. Em sete partes, a série documental explora o litoral francês a partir de sua fauna e sua flora. Na estreia, Charlotte, de 17 anos, vai à ilha de Guadalupe a convite de um especialista em oceanos. Com a participação de Carlos Paiva, o secretário de Incentivo e Fomento à Cultura do MinC, o programa analisa os 25 anos da Lei Rouanet, com seus prós e contras. Horóscopo POR CLAUDIA LISBOA (21/3 a 20/4) Elemento: Fogo. Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Libra. Regente: Marte. A rapidez no pensamento e na tomada de decisão é qualidade que facilita a realização dos seus objetivos. É tempo de aproveitar este momento para reavaliar o rumo que está tomando. LIBRA (23/9 a 22/10) Elemento: Ar. Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Áries. Regente: Vênus. A sensibilidade é imensa e seria bom se fosse capaz de empregála para ajudar a si mesmo e aos outros. É tempo de perceber que estar em equilíbrio é essencial para prestar melhor auxílio. TOURO (21/4 a 20/5) Elemento: Terra. Modalidade: Fixo. Signo complementar: Escorpião. Regente: Vênus. É possível que você se veja na posição de quem precisa ser impulsionado pelos outros, sobretudo nas áreas que se acomodaram. É tempo de conviver com quem deseja a sua vitória. ESCORPIÃO (23/10 a 21/11) Elemento: Água. Modalidade: Fixo. Signo complementar: Touro. Regente: Plutão. Se as bases que sustentam a sua realidade forem sólidas, é possível que se sinta capaz de suportar as pressões causadas pelas crises. É tempo de comemorar a realização de ter passado por duras provas. GÊMEOS (21/5 a 20/6) Elemento: Ar. Modalidade: Mutável. Signo complementar: Sagitário. Regente: Mercúrio. É possível que os humores fiquem alterados, e o melhor é ter cuidado para não jogar tudo para o alto. É tempo de ter paciência para poupar conflitos que, racionalmente, não deveriam existir. SAGITÁRIO (22/11 a 21/12) Elemento: Fogo. Modalidade: Mutável. Signo complementar: Gêmeos. Regente: Júpiter. Se insistir em idealizar o que não é preciso, você corre o risco de não enxergar as pessoas na sua essência. É tempo de se esforçar para enfrentar as situações tais como elas se apresentam. CÂNCER LEÃO (21/6 a 22/7) Elemento: Água. Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Capricórnio. Regente: Lua. (23/7 a 22/8) Elemento: Fogo. Modalidade: Fixo. Signo complementar: Aquário. Regente: Sol. Ao não entender o que acontece, você pode ficar muito irritado. Afinal, é possível odiar aquilo que não se compreende. É tempo de manter a tranquilidade para buscar o equilíbrio. A alegria é para ser compartilhada. Relacionamentos alegres tendem a aumentar a potência das pessoas e ser mais bemsucedidos. É tempo de dar lugar àquilo que proporciona satisfação. CAPRICÓRNIO (22/12 a 20/1) Elemento: Terra. Modalidade: Impulsivo. Signo complementar: Câncer. Regente: Saturno. AQUÁRIO As emoções podem variar assim como as correntes do mar mudam de direção. Navegar por essas águas nem sempre é fácil. É tempo de ter flexibilidade para manter o equilíbrio emocional. (21/1 a 19/2) Elemento: Ar. Modalidade: Fixo. Signo complementar: Leão. Regente: Urano. Ao optar por não analisar a situação como um todo, talvez tenha dificuldade de encontrar soluções alternativas para seus problemas. É tempo de tentar enxergar as coisas na sua amplitude total. Logodesafio POR SÔNIA PERDIGÃO VIRGEM (23/8 a 22/9) Elemento: Terra. Modalidade: Mutável. Signo complementar: Peixes. Regente: Mercúrio. A organização cotidiana pode ser comprometida pela ansiedade. O desejo de ficar livre de determinadas pressões impede a conclusão do que já se começou. É tempo de levar seus objetivos até o fim. PEIXES (20/2 a 20/3) Elemento: Água. Modalidade: Mutável. Signo complementar: Virgem. Regente: Netuno. Ao se sentir incompreendido pelo seu jeito de ser, é possível que se ressinta e se feche mais do que é preciso. É tempo de ter sabedoria para acolher a diferença que marca a sua singularidade. Foram encontradas 14 palavras: 10 de 5 letras, 4 de 6 letras, além da palavra original. Com a sequência de letras NA foram encontradas 14 palavras. Instruções: Encontrar a palavra original utilizando todas as letras contidas apenas no quadro maior. Com estas mesmas letras formar o maior número possível de palavras de 5 letras ou mais. Achar outras palavras (de 4 letras ou mais) com o auxílio da sequência de letras do quadro menor. As letras só poderão ser usadas uma vez em cada palavra. Não valem verbos, plurais e nomes próprios. Solução: dólar, fardo, flora, lardo, ledor, lerda, lerdo, lorde, odeão, órfão; farelo, florão, oleado, orfeão; FLOREADO. Com a sequência de letras NA: anal, anão, arena, dona, fonada, fonado, fornada, ladrona, lona, nada, nado, rena, renal, roldana. ÁRIES Expediente EDITORA: FÁTIMA SÁ [email protected] l EDITORES ASSISTENTES: CRISTINA FIBE [email protected], EDUARDO FRADKIN [email protected], EDUARDO RODRIGUES [email protected], GABRIELA GOULART [email protected], HELENA ARAGÃO [email protected] l DIAGRAMAÇÃO: ANDERSON BARBOZA, MARIANA MORGADO E TOMÁS BREVES l TELEFONES: REDAÇÃO: 2534-5703 l PUBLICIDADE: 2534-4310 [email protected] l CORRESPONDÊNCIA: Rua Irineu Marinho 35, 2º andar. CEP: 20233-900 l Segundo Caderno l [email protected] PATRÍCIA KOGUT Bem na TV... Sinal amarelo A final do “The voice kids”, anteontem das 13h25m às 15h46m, marcou 21 pontos no Rio e 16 em São Paulo. A média geral da atração, que estreou em 3 de janeiro, foi de 22 (RJ) e 16 (SP). Em comparação com o mesmo período de 2015, quando a emissora exibiu “Sai do chão”, Temperatura Máxima e “Esquenta!”, o programa aumentou a audiência da Globo em seis (RJ) e cinco (SP) pontos. Em sua segunda semana, “Velho Chico” teve média de 30 (RJ) e 28 (SP), uma queda de quatro e três pontos, respectivamente, em relação à semana anterior. Ainda assim, superou a média dos 12 primeiros capítulos de “A regra do jogo” e “Babilônia”, suas antecessoras na faixa. No Rio, teve 32. “A regra do jogo” acumulou 28 e “Babilônia”, 31. Em São Paulo, teve média de 30 contra 26 (“A regra do jogo”) e 27 (“Babilônia”). Já “Totalmente demais” teve média semanal de 32 (RJ) e 30 (SP). ... E também na web FLORENÇA MAZZA (INTERINA) COM ANNA LUIZA SANTIAGO E RAFAELA SANTOS PAPAI, MAMÃE, TITIA... A produção de “Tamanho família”, game show que Márcio Garcia apresentará na Globo, está a todo vapor. Será gravado hoje um piloto da atração, que abordará temas como educação e sexo. A ideia é que em cada programa atores disputem o jogo com a ajuda de três parentes. A estreia está prevista para 3 de julho. 10 0 Para a final do “The voice kids”, anteontem, com apresentações incríveis, técnicos à vontade e aquelas graças de crianças. E também para “FabLab”, faça você mesmo”, série do “Fantástico” sobre laboratórios coletivos de tecnologia. Demais. Para uma pegadinha nojenta exibida no “Te peguei”, da RedeTV!. O ator entrava numa lanchonete, tirava a dentadura e jogava no copo do cliente ao lado. Na boa, alguém acha graça nisso? O reality também fez barulho na internet: foram 509 mil tweets das 13h às 18h. O pico de mensagens foi às 15h45m, no momento em que Wagner Barreto foi anunciado como o campeão. Ao longo de toda a temporada, o programa somou um total de 4,5 milhões de menções na rede social. Quem sabe faz ao vivo O “Domingão” também foi parar nos trending topics do Twitter. Não só pela presença de Anitta, mas por causa de um vira-lata do quadro “Garotada & cachorrada” que acabou usando o estúdio como banheiro. DIVULGAÇÃO TROPA DE ELITE Letícia Isnard, que estará em “Liberdade, liberdade”, novela das 23h, e Soraya Ravenle prestigiaram Otávio Augusto no teatro. Ele está em cartaz com a peça “A tropa”, no CCBB, no Centro Crise do estado O GLOBO VILÃ ÀS 23H Prestes a voltar à TV como a antagonista de “Liberdade, liberdade”, Nathalia Dill estará na capa da próxima revista “VIP”. Na entrevista, ela fala sobre a novela, que se passa na época da Inconfidência Mineira, e sobre sensualidade: “Gosto de descobrir onde me encaixo. Tem de ser diferente da sensualidade padronizada que rola por aí”. Mais no site BONS DE TIRO Os participantes do “BBB” 16 precisarão contar com a sorte e com a boa mira para ganhar mais um ponto hoje à noite na maratona de provas de liderança. Numa espécie de tiro ao alvo, terão de acertar as nuvens que passarão à sua frente. Cada uma terá um valor. Quem somar mais, ganhará. FERNANDO LEMOS/21-7-2015 MUNICIPAL ENXUGA SUA TEMPORADA Direção do teatro anuncia cancelamento de dois espetáculos e redução de gastos em outros EDUARDO FRADKIN [email protected] “A situação do estado é gravíssima.” A frase nada eufemística escolhida pelo presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro, João Guilherme Ripper, para introduzir a conversa que teve com o GLOBO ontem, em seu gabinete, deu a medida da austeridade das ações que ele tinha para anunciar. No mesmo dia, ele se reuniu com artistas e equipe técnica do teatro para lhes comunicar que a temporada deste ano sofrerá cortes. Uma ópera e um concerto coral-sinfônico serão cancelados, um balé será substituído, duas óperas deixarão de ganhar encenações e serão apresentadas em forma de concerto, e três espetáculos terão a quantidade de récitas reduzida. Os títulos abortados são a ópera “O barbeiro de Sevilha”, agendada para setembro, e o concerto “100 anos de Alberto Ginastera e Antonio Estévez”, em dezembro. O balé “La Sylphide”, programado para junho, tampouco acontecerá, mas, segundo Ripper, será substituído por outro título — a ser de- finido — que implique despesas menores de cenário e figurino. As óperas “La bohème”, no fim de maio, e “Lo schiavo”, em outubro, chegarão ao palco do teatro despidas de cenários e adereços. A primeira terá, além disso, uma récita a menos. Outros espetáculos que perderão uma récita são a ópera “Orfeu e Eurídice”, em julho, e o balé “Trilogia amazônica”, em agosto. Também foi cancelado o espetáculo “Alma brasileira”, uma produção do Municipal de São Paulo, encabeçada pelo maestro John Neschling e financiada pelo Ministério da Cultura. Nesse caso, o teatro carioca ofereceria seu palco, sua orquestra e seu coro para as récitas no Rio, em agosto. — No ano passado, quando a temporada de 2016 foi elaborada, tínhamos uma previsão orçamentária de R$ 4 milhões do estado. Planejamos uma temporada que custaria cerca de R$ 12 milhões. O estado entraria com um terço desse total, portanto. Outros R$ 4 milhões viriam do que chamamos de fontes geradas, que são recei- .com.br Orçamento menor. No comando do Teatro Municipal, João Guilherme Ripper faz cortes na temporada: “É a pior coisa que poderia acontecer” l 5 tas de bilheteria, de aluguel do espaço, de visitas guiadas e da venda de assinaturas e produtos. Por fim, os R$ 4 milhões que fechariam a conta viriam da iniciativa privada e doações de pessoas físicas — explica Ripper, que instituiu uma cam- FELIPE HELLMEISTER/REVISTA VIP Terça-feira 29 .3 .2016 Mundo afora Agulhas... “Narcos”, série da Netflix dirigida por José Padilha, entrou na lista das cem melhores produções de 2015 do TV.com, na 34ª posição. A atuação de Wagner Moura, segundo o site, é “impressionante”. O ator também ganhou destaque no jornal colombiano “El tiempo”, com direito a uma entrevista de página inteira ontem falando da atração. Henri Castelli fará “Sol nascente”, história de Walther Negrão, Júlio Fischer e Suzana Pires para a faixa das 18h. Ele será um tatuador, irmão da personagem de Letícia Spiller. Faixa nobre Longe das novelas desde 2013, quando fez “Sangue bom”, Mila Moreira voltará ao gênero na faixa das 21h. Ela será Gigi, amiga da personagem de Vera Holtz, na história de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari que sucederá a “Velho Chico”. panha no ano passado, ancorada na Lei Rouanet, pela qual abatem-se 6% do imposto de renda devido de doadores de verba ao teatro. — Com o contingenciamento feito pelo estado, nossa expectativa agora é de receber R$ 1.890.000 dos cofres públicos ao longo do ano, em vez de R$ 4 milhões, e isso foi o que determinou ajustes na temporada. O ano já começou mal por conta de dívidas de 2015 não saldadas devido a falta de repasses do estado. O presidente da fundação conta que iniciou os trabalhos em 2016 com restos a pagar de R$ 3,4 milhões, dos quais R$ 1,2 milhão era destinado a artistas e R$ 2,2 milhões eram para manutenção (segurança, limpeza, consertos, contas de luz, água etc). — Consegui reduzir bastante essa dívida, mas, para isso, fui obrigado a queimar reservas oriundas das fontes geradas. Esse dinheiro fará falta na temporada de 2016 — argumenta ele, que calcula em R$ 456 mil o déficit mensal só para gastos de manutenção. ASSINANTES SERÃO INDENIZADOS Quem comprou a série de assinatura para os espetáculos deste ano receberá ressarcimento pelos títulos cancelados e terá a opção de ser compensado também pelas atrações que sofreram ajustes, caso desista de vêlas por causa de tais mudanças. — Essa quebra da relação de confiança com o público gera um prejuízo enorme para o teatro. A irregularidade da programação é a pior coisa que poderia acontecer. Foi a primeira coisa que eu tratei de sanar quando assumi a direção da Sala Cecília Meireles (em 2004). No Municipal, é ainda mais urgente, porque a programação mobiliza uma linha de produção — diz Ripper. — Estou fazendo ajustes para evitar novos cancelamentos, mas se os repasses do estado diminuírem ou cessarem, eles ocorrerão. l ... E mais Marcello Novaes, também na produção, está de férias na Itália. O ator aproveita a viagem para estudar para a novela. É que ele fará parte do núcleo de italianos da trama. NA WEB patriciakogut.com O mundo da televisão passa por aqui. Visite. APÓS PEDIR PERDÃO, LOBÃO AFIA GARRAS Cantor diz que Chico, Caetano e Gil continuam sendo ‘seus adversários’ SILVIO ESSINGER [email protected] U m dia depois de publicar na internet carta em que pedia perdão a Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil por seus ataques e os convocava para um debate ideológico “pacífico”, Lobão mostrou ontem que as garras continuam afiadas. — Tratei meus adversários de maneira amorosa, mas eles continuam sendo meus adversários — garantiu o cantor e compositor, por telefone. Escrita logo após ter assistido, na madrugada de domingo, à participação de Gil e Caetano no programa “Altas horas”, a carta surgiu, segundo Lobão, de “uma emoção positiva sob os eflúvios da Páscoa”. — As pessoas dizem que eu sou um cara cheio de ódio. Eu poderia dar uma de lobo mau, o que não seria nada original. Senti uma ternura e fui dormir a exercitá-la — diz ele, admitindo que Chico, Caetano e Gil compuseram “excelentes canções”. — Tive que abrir mão do que havia falado sobre eles. Crítico, em especial, da postura do trio em relação ao governo do PT, Lobão disse que “a mímica” de Caetano no “Altas horas” falou mais do que a sua fala, que teria sido “evasiva”. — Eles sabem que o governo está morto — provocou. Por sua assessoria, Chico Buarque disse que não ia responder a Lobão. Até o fechamento da edição, Caetano e Gil não haviam se pronunciado. l VEJA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA NO CELULAR OU NAVEGUE PELO SITE: 6 l O GLOBO l Segundo Caderno l Terça-feira 29 .3 .2016 Música BERNARDO ARAUJO, LEONARDO LICHOTE E SILVIO ESSINGER Jeff Buckley SÉRGIO LUZ [email protected] A ORIGEM DO MITO Feitas em 1993, primeiras gravações do cultuado cantor e compositor americano morto há 19 anos chegam a público reunidas no álbum ‘You and I’ N o dia em que decidiu dar o fatídico mergulho no Rio Wolf, em Memphis, em maio de 1997, Jeff Buckley tinha 30 anos e apenas um disco lançado, o seminal “Grace” (1994). O afogamento acidental, que matou uma das maiores promessas da música americana, também ajudou a aumentar o interesse pela curta obra do cantor de extraordinário alcance vocal, atributo herdado do pai, o músico de folk e jazz experimental Tim Buckley, morto de overdose em 1975, aos 28 anos. Quando vasculhava seus arquivos para preparar a edição de 20 anos de “Grace”, a gravadora se deparou com fitas das primeiras sessões de Buckley como artista contratado. Gravado durante três dias de fevereiro de 1993, o material gerou as dez faixas do disco “You and I”, lançado neste mês, com covers de nomes como Led Zeppelin, Sly & The Family Stone e Bob Dylan — deste último, “Just like a woman” ganhou ontem um clipe interativo na web, em que o espectador pode incluir instrumentos no arranjo e definir os rumos da história do casal no vídeo animado. Há também duas canções autorais, uma delas a inédita “Dream of you and I”. — Eu sabia que a Columbia estava muito animada com um garoto que havia assinado, mas conheci o Jeff pessoalmente só no dia em que ele entrou no meu estúdio — conta Steve Addabbo, que comandou as gravações, em entrevista por telefone. FILME, VOZ E GUITARRA Segundo o produtor, a ideia era criar uma atmosfera tranquila para as sessões: — Tentamos fazer algo bastante minimalista para deixá-lo relaxado. Pedimos apenas que ele tocasse o que gostava de cantar. É um procedimento muito comum para novos artistas. Ele afirma que as qualidades do músico o surpreenderam. — A primeira coisa que se notava nele, é claro, era sua voz. Não é todo dia que você esbarra num timbre daqueles. Mas o que mais me impressionou foi sua técnica na guitarra. Percebi logo que ele não era um cantor folk que usava o violão só para acompanhá-lo. Ele era um grande guitarrista em diversos estilos. E isso pode ser percebido neste novo álbum. Ele toca Sly & The Family Stone (“Everyday people”) cheio de groove e “Calling you” (de Jevetta Steele) com enorme delicadeza — analisa. A vasta gama de influências de Buckley, que já podia ser vista em momentos de “Grace”, como a versão arrebatadora para “Hallellujah”, de Leonard Cohen, e o standard “Lilac wine”, de James Shelton, é reforçada em “You and I” a partir de interpretações que vão de “I know it’s over” e “The boy with the thorn in his side”, dos Smiths, ao blues tradicional “Poor boy long way from home”. Para Addabbo, a dificuldade de rotular sua música foi uma das razões que levaram ao fracasso do disco na época de seu lançamento. — Havia a onda do grunge quando o “Grace” saiu, e ele estava tateando muitos gêneros distintos no CD. A boa e a má notícia sobre o Jeff Buckley é que ele era tão versátil que podia fazer muitas coisas diferentes. Apesar de não ter sido bemsucedido quando saiu, com o tempo “Grace” se tornou um álbum histórico — afirma. Segundo Addabbo, a trajetória de Buckley tem paralelos com a de Nick Drake, músico folk britânico cuja morte, por excesso de antidepressivos, em 1974, aos 26 anos, segue um mistério até hoje: — É interessante a comparação entre os dois. Parece que ambos visitavam bastante um certo lado negro. São músicos com uma qualidade tão única que seguem encantando. Em 2012, Addabbo recebeu uma ligação de uma amiga, produtora de cinema. No telefonema, ela perguntou se seu estúdio estaria disponível para a gravação de cenas de um filme. Para surpresa do produtor, o longa, “Greetings from Tim Buckley”, dirigido por Daniel Algrant e ainda inédito no Brasil, era sobre a música de Jeff e seu pai. — Penn Badgley, o protagonista, era um cantor muito bom. Foi bastante esquisito ver um ator emulando o Jeff depois de tantos anos. Quando terminamos as sessões, eu toquei umas duas canções das fitas que geraram “You and I”. Todos se espantaram. Parecia que o fantasma do Jeff havia invadido a sala — lembra. Após duas décadas, Addabbo diz que já tinha perdido as esperanças de ver aquelas gravações ganharem o mundo: — Durante 23 anos, eu me perguntei por qual motivo eles não haviam lançado nada daquelas sessões. Há muitas horas de música, pelo menos outras dez faixas ficaram de fora deste disco. Dá para fazer um volume II. Ele era um artista único, como a Joni Mitchell ou o Bob Dylan. Sempre imagino o que ele teria feito. l NA WEB oglobo.com.br/cultura Ouça “Dream of you and I” e veja o clipe interativo de “Just like a woman” Retrato de um arrepio quando jovem Disco Crítica “YOU AND I” JEFF BUCKLEY COTAÇÃO: Bom SILVIO ESSINGER DIVULGAÇÃO/DAVID GAHR [email protected] C om gravações que saíram em outros discos e uma inédita que é pouco mais do que um rascunho, “You and I” pode ser, para os conhecedores da obra de Jeff Buckley, uma redundância e nada mais. No entanto, para o resto do mundo, que não foi iniciado na obra desse artista ímpar, de passagem meteórica, o disco tem encantos. É o registro emocionante de um grande talento, ainda na sua juventude, tentando com todas as forças (e atirando para muitos lados a fim de) ganhar o seu lugar ao sol. Voz e guitarra estão umbilicalmente ligados em “You and I” — e não falta beleza, refinamento e nem competência na fita de apresentação desse cantor, instrumentista e compositor que influenciaria de Thom Yorke (Radiohead) a Lana Del Rey. Exuberante e íntimo, o disco tem elocubrações acerca de Bob Dy- lan, um Sly & The Family Stone quase religioso, a releitura oportuna de um hit dos anos 1980 (“Calling you”, do filme “Bagdad café”), um Led Zeppelin até respeitoso e transfigurações carinhosas de duas canções dos cultuados Smiths. Tudo muito interessante, mas nada como o que se encontra na faixa 4: o embrião de “Grace”, a composição autoral, que daria título ao álbum de estreia do músico. É ali que se vê por inteiro do que Jeff Buckley era capaz — toda a arquitetura da obra-prima está lá, desenhada em voz e guitarra. Arrepiante, no mínimo. l Aposta. Buckley em 1994: promessa da música americana aOutros Lançamentos “Bagaça” Bruno Batista “Visions of us on the land” Damien Jurado “Nas estâncias de Dzyan” Juliano Gauche “Estranhos românticos” Estranhos Românticos Cotação: Bom Cotação: Bom Cotação: Bom Cotação: Bom Compositor que vem chamando a atenção desde o álbum “Eu não sei sofrer em inglês”, de 2011, Bruno Batista mergulha bonito em suas raízes maranhenses (com ecos do Caribe), sem perder seu caráter urbano, pop. No disco, há parcerias com Zeca Baleiro e o duo maranhense Criolina, além das participações de artistas como Gustavo Ruiz, Marcelo Jeneci e Felipe Cordeiro. (L.L.) Artista dos mais consistentes do folk americano neste novo milênio, Damien Jurado lança seu 12º álbum sem dar mostras de cansaço ou falta de inspiração. Disco final de uma trilogia sobre um homem que cai na estrada numa busca filosófica, “Visions of us on the land” conjuga o intimista e o épico, com texturas psicodélicas, em 17 belas e bem executadas canções. (S.E.) Com classe nos timbres e arranjos vintagevanguardistas, letras diretas e inventivas e belas melodias (como as de “Muito esquisito” e “1,99”, única do álbum não assinada pelo artista), o capixaba radicado em São Paulo avança bem para o segundo disco. O tom geral é angustiado, ora mais carregado ora menos, mas há momentos de frescor, como “Alegre-se”. (L.L.) Barulhento, divertido e levando seu nome a sério, o quarteto carioca remete aos anos 1960 e 70 com um som algo tropicalista, algo psicodélico, marcado pelos grooves e teclados rasgados. Bem produzidos por JR Tostoi, os quatro, já na estreia, mostram poesia própria e criatividade em músicas como “Na contramão” e “Lobo mau”. (B.A.) Agenda da semana HOJE O Libertango toca até quinta na Caixa Cultural (3980-3815), sempre às 19h. Participam Yamandu Costa (hoje), Soraya Ravenle (amanhã) e Hamilton de Holanda (quinta). l O clarinetista Edgard Duvivier se apresenta na Casa da Gávea (2239-3511), às 21h. Com Olivia Byington, Gregorio e Bárbara Duvivier e Artur Ortenblad. Lancellotti tocam no Castelinho do Flamengo (2205-0655), às 20h. l Agnaldo Timóteo mostra sucessos no Imperator (2596-1090), às 16h. l Rita Benneditto canta no Net Rio (2147-8060), às 21h. l Guto Goffi e O Bando do Bem apresentam seu Luau Indoor no Espaço Sérgio Porto (2535-3846), às 19h. AMANHÃ QUINTA, DIA 31 l l l Bruno di Lullo e Domenico MC João, do hit “Baile de favela”, faz show no Bola Preta (2240-8049), às 22h. l O duo Eco recebe Luis Leite e Donatinho no Semente (2507-5188), às 20h. Às 22h, o palco é de Júlia Vargas. l Marcelo Vig se apresenta no Castelinho do Flamengo, às 19h. Na sexta, ele vai para o Centro de Arte Hélio Oiticica (2232-4213), às 18h. No sábado, para o Centro de Referência da Música Carioca (3238-3831), às 19h30m. ARNALDO JABOR: A coluna volta a ser publicada na próxima terça-feira. Ilessi, com Thiago Amud ao violão, canta no Espaço BNDES (2172-7447), às 19h. l O cantor Neguers se apresenta no Hotel Vila Galé (2460-4500), às 19h. l Às 21h30m, Lan Lanh recebe Max Sette, Carlos Pontual e Rafael Steinbruch no Beco das Garrafas (2543-2962). l SEXTA, DIA 1º Herbie Hancock e Wayne Shorter são as atrações da l primeira noite do Brasiljazzfest, no Vivo Rio (2272-2901), às 21h. Sábado, às 21h, é a vez do encontro entre o quinteto Kneebody e Daedelus e de Antonio Sanchez com o grupo Migration. Domingo, às 20h, tem Hamilton de Holanda e o quarteto do tunisiano Anouar Brahem. l Marcelo D2 lança DVD no Circo Voador (2533-0354), às 23h. l Luan Santana faz show no Barra Music (3303-1000), à meia-noite. l Henrique & Juliano cantam no Metropolitan (www.tickets forfun.com.br), às 22h30m. l Gilbert T apresenta o disco “Contradições” na Audio Rebel (3435-2692), às 20h, em noite que tem também o lançamento do livro “Brodagens”, de Pedro Luna. SÁBADO, DIA 2 A Nação Zumbi toca na íntegra o álbum “Afrociberdelia”, no Circo l Voador, às 23h. l A Orquestra de Sopros da Pro Arte lança o disco “2 sanfonas e 1 orquestra” no Parque das Ruínas (2215-0621), às 19h, com os acordeonistas Marcelo Caldi e Kiko Horta. l O projeto feminista “Primavera das mulheres: um show-manifesto” ganha a Praça Tiradentes, às 18h. l Scalene, Fresno e NX Zero tocam na Fundição Progresso (3212-0800), às 22h. DOMINGO, DIA 3 O Coral Palavra Cantada se apresenta no Net Rio, às 16h. Jamelão Sound System toca na Audio Rebel, às 19h. l l SEGUNDA, DIA 4 Carol Saboya e Lui Coimbra homenageiam Catulo da Paixão Cearense no Centro Cultural Banco do Brasil (3808-2020), às 19h. A série segue com outros cantores nas duas segundas-feiras seguintes. l