Jóias de Família - Torres Joalheiros
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Jóias de Família - Torres Joalheiros
Uma beleza luminosa que brilha como a lua e que o tempo não esgota. Kanebo revela SENSAI PREMIER THE CREAM, a suprema proeza na história da cosmética anti idade. SENSAI PREMIER THE CREAM representa o culminar da Pesquisa Kanebo, no que se refere à função reparadora do ADN na pele. Ao controlar a velocidade do envelhecimento, a estratégia Time Control inibe o declínio das funções da pele que conduz às rugas, à flacidez e à perda de luminosidade. Beleza Intemporal para a pele. Jóias de Família | EDITORIAL < 03 Rita e Filomena Torres Administradoras - Torres Joalheiros Os preços apresentados são indicativos e sujeitos a alteração. Surpreenda Sempre Foi em Março de 2001 que arrancou o projecto Jóias de Família, um projecto editorial criado por uma equipa exclusivamente interna, hoje passados cinco anos, é com enorme prazer que lhe apresentamos o mais recente rejuvenescimento da nossa revista. Com um grafismo mais moderno e paginação requintada a Jóias de Família continua a preencher um vazio no nosso mercado – como diz o Gemólogo Rui Galopim de Carvalho ‘... é sem dúvida a única revista que aborda a temática do sector de forma transversal ...’ Nesta edição sugerimos presentes para quem quer oferecer uma peça distinta e original, seja de joalharia, relojoaria ou prata decorativa. Os relógios querem-se grandes e no campo da joalharia a tendência aponta para o uso de muitas pedras de cor. Dos metais nobres o ouro amarelo mantém o seu lugar muito próprio na ourivesaria apesar do ouro branco ser o mais utilizado pelas casas joalheiras. O aço e a prata vieram revolucionar o sector e marcas como a Comete, Porsche Design ou Sauro têm registado um enorme sucesso ao apostarem na utilização destes materiais para acessórios essencialmente de homem. Entrevistamos uma mulher fora de série, é nossa cliente, gosta da marca Raymond Weil, ‘talvez por estar ligada à ópera’ – é Isabel Worm - Directora do Centro Cultural Olga Cadaval. O nosso sector tornou-se mais rico com a publicação dos livros - Pedras preciosas na Arte e Devoção - e - Quem é Quem no Tempo em Portugal - respectivamente da autoria de Rui Galopim de Carvalho e Fernando Correia de Oliveira, a não perder. Comprar e oferecer é um dos prazeres que melhor satisfaz o nosso ego. Partilhar um presente deverá ser um pretexto para o encontro. Cada vez mais é necessário surpreender a nossa ‘cara metade’, os nossos pais ou filhos e também os verdadeiros amigos. Faça das suas prendas algo que seja desejado e em cada uma surpreenda sempre. Votos de uma muito Feliz época Natalícia. Ficha Técnica: Jóias de Família - Publicação Oficial da C.S. Torres S.A. · Director: Paulo Torres · Director Executivo: Rui Rocha | [email protected] · Entrevista: João Garcia · Cronistas: Rui Galopim de Carvalho, Rodrigo Moita de Deus, Henrique Correia Braga, Susana Lucena · Publicidade: Ana Teodoro | [email protected] · Design Gráfico: Francisco Pacheco | [email protected] · Fotografias: João Andrés e bancos de imagem das marcas · Impressão e Acabamento: Beprofit II Sogapal · Tiragem: 22.000 exemplares (Dez. 2006) Torres - Rua Aurea, 255 · 1100-062 Lisboa · tel: 21 347 27 53 Roma - Av. de Roma, 16B/C · 1100-265 Lisboa · tel: 21 848 63 17 Colombo - C. Colombo, Lj.130 · 1500-392 Lisboa · tel: 21 716 70 00 Pimenta - Rua Augusta, 253/257· 1100-052 Lisboa · tel: 21 342 45 64 Cascais - Rua Frederico Arouca,13 2750-355 Cascais · tel: 21 483 09 77 Escritório - R. Sta. Justa, 95-1º · 1100-484 Lisboa · tel:21 347 27 53 Fax: 21 342 64 13 · E-mail: [email protected] PERFECT FOR ANY PARTY. ”Mimosa”. The classic jewels collection. C u s t o m e r s e r v i c e + 3 9 0 2 8 6 9 0 4 9 0 - w w w. p i e r o m i l a n o . i t 08 > Jóias de Família | CORREIO DOS LEITORES Gostaria de saber se as safiras do Ceilão têm sempre tonalidade clara? Joana Cortez, Paço de Arcos O Ceilão, actualmente designado de Sri Lanka, é uma das mais antigas procedências geográficas para safiras, não só azuis, mas também de amarelo, dourado, rosa entre outras cores. Com efeito, a expressão “safira do Ceilão” ficou ligada a safiras de tom azul mais claro em virtude a relativa quantidade deste material que, pelo menos até aos anos 1980, procedia tradicionalmente desta ilha do Índico. Como expressão meramente comercial que se tornou, não pode ser interpretada como indicativa da origem da gema. Por outro lado, do Sri Lanka procedem também safiras de tom mais saturado e intenso, no que é entendido como qualidade extra no mercado, o que relativiza ainda mais a expressão. Resumindo, a expressão deve apenas ser entendida como um antigo termo comercial. A questão que coloca fica lamentavelmente sem efeito prático na medida em que as partículas douradas no lápis lazúli não são ouro, mas sim um sulfureto de ferro que tem o nome de pirite. Curiosamente, e sem querer com isto ferir qualquer sensibilidade, a pirite em virtude do seu brilho metálico e cor dourada foi desde cedo utilizada como imitação do ouro, tendo tido até a designação popular de ‘ouro dos tolos’. É verdade que existe uma pedra de cor para cada curso superior? Alda Paixão Do ponto de vista da representação das diversas Faculdades e seus variados cursos existem algumas cores, mais do que pedras específicas, que são tradicionalmente utilizadas. Assim, por exemplo, para Direito usa-se o vermelho, para Letras o azul escuro, para Ciências o azul claro, para Farmácia o roxo e, finalmente, para Medicina o amarelo. A escolha das gemas dentro de uma mesma cor será, pois, dependente do gosto e da carteira do licenciado, havendo possibilidades quer em pedras sintéticas como em gemas naturais de primeira água. Podem elucidar-me se o ouro do lápis lazuli o torna mais valioso? Pedro Tomás Escreva-nos ou envie um e-mail para: Jóias de Família Rua Augusta, 270 - 2º, 1100-057 Lisboa [email protected] 10 > Jóias de Família | CHOPARD Jóias de Família | CHOPARD 02 < 11 03 04 Chopard. Sedução criativa 05 01 06 07 01 - Pendente Happy Spirit em ouro amarelo e brilhante livre no centro. Desde ¤1.735 com dois círculos; 02 - Pendentes Happy Diamonds com safiras ou esmeraldas e brilhante livre no centro. Desde ¤1.990; 03 - Colecção Happy Sport. Modelo Square com caixa em aço e brilhantes livres no mostrador. Desde ¤4.655; 04 - Happy Spirit. Anéis em ouro branco com brilhantes ou rubis e brilhantes. Modelos desde ¤2.340; 05 - Colecção Happy Sport. Modelo em plaqué com sete brilhantes livres no mostrador. ¤6.440; 06 - Happy Bride. Brincos e anel em ouro branco polido com brilhante livre no centro. ¤1.530 e ¤1.295; 07 - Mille Miglia. Modelo Gran Turismo XL. Cronómetro Certificado com reserva de marcha e escala taquimétrica. Automático. Caixa em aço. ¤3.910 12 > Jóias de Família | CHOPARD Jóias de Família | CHOPARD 08 09 10 11 13 14 < 13 15 16 17 15 12 08 - Happy Diamonds. Pendentes em ouro amarelo com brilhantes livres no centro. Vários modelos disponíveis desde ¤995; 09 - Caneta Chopard. Homenagem aos pneus ‘Dunlop Racing’. Vários modelos disponíveis também em versões esferográfica e ‘roller ball’.Preços sob consulta; 10 - L.U.C.. Modelo Classic extra plano em ouro amarelo ou branco. Desde ¤6.295; 11 - Happy Sport em aço com sete brilhantes livres no centro. Caixa e bracelete em aço. ¤5.660; 12 - Happy Diamonds. Pendente, anel e brincos em ouro branco Desde ¤1.160, ¤1.275 e ¤1.425 13 - Mille Miglia GMT. Cronógrafo com segundo fuso horário e escala taquimétrica. Caixa em aço e bracelete com design dos pneus Dunlop dos anos 60. ¤3.355; 14 - Pendente Happy Diamonds em ouro branco com três brilhantes livres no centro. ¤1.610; 15 - Canetas de senhora Chopard. Corpo ‘Dunlop Racing’ ou resina polida. Vários modelos e cores disponíveis também em versões esferográfica e ‘roller ball’. Preços sob consulta; 16 - Happy Spirit. Pendentes em ouro branco com brilhantes ou rubis e brilhantes. Modelos desde ¤2.155; 17 - Happy Sport. Modelo com caixa e bracelete em aço com sete brilhantes livres no mostrador. ¤4.945 14 > Jóias de Família | PIERO MILANO Jóias de Família | PIERO MILANO < 15 01 Piero Milano. Momentos Íntimos De todos os nossos sentidos, o tacto é o mais extenso. Não existe parte do corpo que esteja privada dele e as jóias, desde sempre, nascem para acariciar a pele e para fazer parte dela, para acrescentar curvas a curvas, suavidade a suavidade, luz a luz. E se vesti- las é um prazer tátil imediato e íntimo, exibi-las espicaça a vista, tal como as formas de um corpo. Uma jóia Piero Milano exalta o corpo e o corpo exalta a jóia. E criação após criação, define-se a sua capacidade de fascinar. 01 - Anéis oscilantes, pendentes e brincos em ouro branco e brilhantes. Anéis em ouro branco com safiras rosa ou amarelas; 02 - Brincos e anel com brilhantes e pedras de cor. Preços sob consulta na Torres Colombo e Torres Cascais. 02 16 > Jóias de Família | PIERO MILANO Jóias de Família | PIERO MILANO 04 06 < 17 05 08 07 03 03 - Colar em ouro branco com brilhantes e pedras de cor; 04 - Pulseira, colar e brincos compridos em ouro branco e brilhantes; 05 - Cruz, anel e brincos em ouro branco com brilhantes; 06 - Anel, brincos e colar em ouro branco e brilhantes; 07 - Pulseira, brincos e anel com brilhantes e/ou safiras; 08 - Brincos, colar e anéis com brilhantes, safiras e pérolas; 09 - Cruz, brincos e pulseira com brilhantes e pedras de cor; 10 - Anéis com brilhantes ou brilhantes e pedras de cor; 11 - Pendentes e brincos com brilhantes e pedras de cor. Preços sob consulta na Torres Colombo e Torres Cascais. 09 10 11 18 > Jóias de Família | STEFAN HAFNER Jóias de Família | STEFAN HAFNER 02 < 19 03 04 Stefan Hafner. A Interpretação do Luxo Cada ideia de luxo é expressa por uma linguagem muito pessoal. A jóia é imbuída de uma luz reflectora que desvenda nas suas formas volumétricas o detalhe único de cada peça. O requinte do design, inspirado pela natureza, realça a riqueza dos metais nobres e da colorida palete de gemas utilizadas. Esta linha condutora faz de 01 cada jóia Stefan Hafner um verdadeiro hino à mulher ao aliar a intemporalidade do design a uma elegância e feminilidade que associados a uma apurada técnica de fabrico apaixonam mulheres de todo o mundo, a principal motivação em cada nova colecção. 01 - Colar e brincos ouro branco e diamantes; 02 - Anéis em ouro branco diamantes e esmalte preto. Disponível também em vermelho; 03 - Colar em ouro branco e diamantes; 04 - Brincos em ouro branco e diamantes. Preços sob consulta 20 > Jóias de Família | STEPHAN HAFNER Jóias de Família | STEPHAN HAFNER 05 07 06 05 - Colar em ouro branco, diamantes e rubis. Preço sob consulta. Brincos ouro branco diamantes e rubis ¤18.655 e anel em ouro branco diamantes e rubis ¤17.425; 06 - Aneís coleção Moonrocks em ouro branco diamantes e safiras várias cores. Desde ¤10.140; 07 - Colar em ouro branco diamantes e safiras rosa ¤22.900. Este modelo existe também em safiras, azuis ou amarelas; 08 - Colar colecção coleção Foulard em ouro branco diamantes e safiras rosa. Preço sob consulta. Brincos ¤15.140; 09 - Brincos em ouro branco e diamantes brancos e negros ¤22.300; 10 - Colar em ouro branco com diamantes brancos e negros. Preço sob consulta. < 21 08 09 10 22 > Jóias de Família | JÓIAS TORRES Jóias de Família | JÓIAS TORRES 01 02 04 05 06 07 08 09 Tesouros para Sempre 03 01 - Pendente corações em ouro branco com brilhantes. ¤2.744; 02 - Colar, pulseira e brincos em ouro branco com brilhantes. ¤14.535, ¤11.679 e ¤3.018; 03 - Gargantilha em ouro branco com brilhantes. Preço sob consulta; 04 - Anéis com brilhantes e safiras. Deitado ¤4.607, juntos com safiras rosa ¤3.056 e safiras azuis ¤4.102; 05 - Anéis em ouro branco com brilhantes. ¤2.562 e ¤1.974; 06 - Colar e anel em ouro branco polido e escovado. ¤931 e ¤293; 07 -Anéis em ouro branco com brilhantes. ¤4.008 e ¤3.420; 08 - Pendente e anel em ouro branco com brilhantes. ¤1.962 e ¤1.953 09 - Brincos e anel em ouro branco com brilhantes. ¤2.283 e ¤2.736 < 23 24 > Jóias de Família | JÓIAS TORRES Jóias de Família | JÓIAS TORRES 10 11 12 13 14 15 < 25 18 19 16 17 10 - Brincos em ouro branco com brilhantes. ¤4.638; 11 - Alianças largas em ouro branco com bagas amarelas ou ouro amarelo com bagas brancas. Preço sob consulta; 12 - Anéis em ouro branco com brilhantes. ¤2.449 e ¤2.359; 13 - Brincos em ouro bicolores. ¤313 e ¤532; 14 - Brincos em ouro branco com brilhantes. ¤2.371; 15 - Pregadeira em ouro branco com brilhantes ¤3.033; 16 - Alfinete em ouro branco com brilhantes. ¤2.172; 17 - Brincos e pregadeira em ouro branco com brilhantes. ¤2.028 e ¤1.641 18 - Brincos e anel em ouro branco com topázios. ¤1.497 e ¤921; 19 - Colar entrançado em ouro bicolor. ¤1.576; 26 > Jóias de Família | JÓIAS TORRES Jóias de Família | JÓIAS TORRES 20 22 23 24 25 26 27 21 20 - Fio e globos em ouro branco. Preço sob consulta; 21 - Colar em ouro branco polido e ponta com brilhantes. Preço sob consulta; 22 - Pendente em forma de cornucópias em ouro branco com brilhantes. ¤4.359; 23 - Pendente e anel em ouro amarelo martelado e brilhantes. Preço sob consulta; 24 - Colar em ouro branco com brilhantes. ¤4.665; 25 - Colar em ouro branco com brilhantes. ¤12.429; 26 - Anéis em ouro branco com brilhantes. ¤4.010 e ¤3.363; 27 - Conjunto em ouro branco com brilhantes, anel, pendente e brincos. ¤2.583, ¤2.115 e ¤2.376 < 27 28 > Jóias de Família | CONTAS Jóias de Família | CONTAS 01 A reunião e conjunção de pérolas, gemas e elementos metálicos em prata e prata dourada exalta a profusão de ambientes e jogos a explorar. Combinar pérolas de tom neutro com gemas de tonalidades gélidas como a Calcedónia e Kyanite, composições mais quentes de pérolas douradas e salmão com Bronzites em contraste com Ónixes ou ovais de Lava, ambientes metálicos de pérolas cinzentas com prata acetinada, paladares mais “candy” de pérolas rosa e brancas com Ametistas , discos de Ametrinas e fragmentos facetados 02 03 04 05 06 07 de Quartzos Rosa, outros mais acidulados, de pérolas antracite com Crisoprázios verde anis ou simplesmente aliando a pureza branca das pérolas com o brilho negro do Onix. Para além das infindáveis cambiantes, possíveis e imaginárias, todas as jóias adquirem indubitavelmente um valor único e intrínseco criado pelas suas simetrias e contrastes. Amália Rosa - Designer de jóias 01 - Pérolas antracite e brancas com contas de Jade Canada, Serpentina, Lava e elementos de prata e prata dourada; 02 - Pérolas brancas, rosa , salmão com Olho de Tigre e fecho em prata; 03 - Pérolas rosadas com Quartzos Rosa, Ametrinas, Calcedonias e elementos de prata; 04 - Pérolas rosadas com Quartzos Rosa, Ametrinas, Calcedonias, Kyanites e elementos de prata; 05 - Pérolas antracite, brancas e douradas com Turquesas, Crisoprázios, Calcedonias, Quartzos Rosa e prata; 06 -Perolas brancas e cinzentas com fecho de prata; 07 - Perolas rosa e douradas com Ametistas, Calcedonias, Quartzos Rosa e elementos de prata. Preços sob consulta na O. Pimenta e Torres Cascais < 29 30 > Jóias de Família | SUGESTÕES DE NATAL Jóias de Família | SUGESTÕES DE NATAL 01 < 31 02 07 08 09 09 Sugestões para Ela 04 03 11 10 05 06 01 - Empório Armani. Colar e brincos em prata, ¤175 e ¤85; 02 - Anel Audemars Piguet em ouro branco com brilhantes. Preço sob consulta; 03 - Chopard. Acessório para telemóvel. ¤66; 04 - Mauboussin. Brincos em ouro amarelo com brilhantes. Preço sob consulta; 05 - Escrava Audemars Piguet em ouro branco com brilhantes e aneis em ouro branco amarelo e rosa. Preço sob consulta; 06 - Montblanc. Caneta retráctil. ¤545 12 13 14 07 -Versace. Colar Diva em ouro amarelo. ¤2.770; 08 - Versace. Anéis V-Profiles em ouro amarelo ou branco com brilhantes. Preços sob consulta; 09 - Versace. Pendente em ouro branco com brilhantes. Desde ¤950; 10 - Empório Armani. Colar em fio de seda com pedras de cor, ónix e prata. ¤395; 11 - Montblanc. Porta-chaves com interior para fotografias. ¤70; 12 - Mauboussin. Colecção Chance of Love. Brincos e anel em ouro branco com brilhantes. Preços sob Consulta; 13 - Versace. Anel Diva em ouro amarelo. ¤1.660; 14 - Versace. Cruz DV One em ouro branco. ¤2.430 32 >Jóias de Família | SUGESTÕES PARA ELE Sugestões para Ele Jóias de Família | SUGESTÕES PARA ELE 01 03 04 02 08 09 07 01 - Pendentes Empório Armani. ¤195; 02 - Porta-chaves Porsche Design ¤145; 03 - Pulseiras Comete em aço e em aço e pele. ¤196 e ¤177; 04 - Isqueiro Dunhill com revestimento em pele. ¤509; 05 - Pendente Comete em aço. ¤90; 06 - Botões de punho. ¤215 e ¤222; 07 - Pulseira Porsche Design em aço. ¤440. 10 05 11 06 < 33 13 12 14 08 - Porta Chaves Chopard em aço e borracha com design dos pneus Dunlop dos anos 60. ¤166; 09 - Porta notas e botões de punho Porsche Design. Em aço a madeira fina. ¤160 e ¤225; 10 - Pulseira em prata Sauro. Preço sob consulta; 11 - Pendentes em aço e aplicações diversas Comete. Desde ¤55; 12 - Canetas Montblanc. Vários modelos disponíveis; 13 - Botões de punho Montblanc. ¤175; 14 - Pulseira em pele com letras em prata e botões de punho Empório Armani. ¤175 e ¤110 34 > Jóias de Família | ANA SILVA E SOUSA 01 02 03 04 06 Jóias de Família | ANA SILVA E SOUSA 08 05 09 11 < 35 10 12 13 07 Ana Silva e Sousa 01 - Corrente em prata maciça comprida, tendo dois tipos de elementos modulares diferentes, um em que as extremidades se unem lado a lado outra em que não existem extremidades fazendo um en elo sem principio nem fim; 02 e 03 - Pares de brincos em prata maciça 925. Peças modeladas à mão sendo o acabamento polido e baço, tirando partido da riqueza da textura contrapondo à simplicidade formal; 04 - Anel em ouro branco e amarelo com brilhantes; 05 - Anel em ouro branco com 3 brilhantes; 06 - Anel em prata maciça modelada à mão; 07 - Anel em prata maciça, projectando voos circulares, sobre o dedo e mão. 08 - Anel em prata e quartzo fumado,com rútilos no seu interior; 09 - Anel em prata maciça, com forma sinuosa , como que dançando sobre os dedos; 10 - Colar rígido em prata, que envolve o colo com suavidade e ritmo; 11 - Anel em prata maciça, com forma circular exuberante, dando ao dedo uma expressão delicada; 12 - Anel em prata maciça, com forma sinuosa , como que dançando sobre os dedos; 13 - Anel em prata maciça com quartzo e musgo no seu interior. Preços sob consulta, na Torres Colombo, Cascais, Roma e O. Pimenta. 36 > Jóias de Família | PRATA DA CASA Jóias de Família | PRATA DA CASA 01 02 03 04 05 06 07 08 09 Manuel Alcino. Inovação na tradição 01 - Jarras com várias escalas. Desde ¤1.279; 02 - Castiçais solitários. Desde ¤343; 03 - Suporte para telemóvel. ¤232; 04 - Fruteiro bifacetado. ¤1.723; 05 - Colheres de chá e café. Preço sob consulta; 06 - Fruteiro quadrangular. Desde ¤849; 07 - Açucareiro. ¤275; 08 - Jarra solitário. Desde ¤903; 09 - Castiçal com três lumes. ¤2.170 < 37 38 > Jóias de Família | PRATA DA CASA 01 Jóias de Família | PRATA DA CASA 02 < 39 03 06 07 08 09 Topázio. A forma da Prata 04 05 01 - Jarro fino com aplicação em prata. ¤909; 02 - Balde de gelo em prata maciça. ¤2.469; 03 - Jarro em prata maciça. ¤1.046; 04 - Base em prata com tinteiros e suporte de caneta e cartas. Vários modelos disponíveis; 05 - Aperitiveiro com base em prata ¤332 10 06 - Floreira em prata com base espelhada. Preço sob consulta; 07 - Talher em prata Meia Cana Lisboa. Preço sob consulta; 08 - Taça para caviar em prata. Preço sob consulta; 09 - Talher em prata D. Maria. Preço sob consulta; 10 - Serviço de chá com tabuleiro. Pegas em madeira. ¤5.187 40 > Jóias de Família | ROLEX 01 Jóias de Família | ROLEX < 41 02 03 04 09 10 11 12 06 07 08 13 14 15 16 Rolex. Mito perpétuo 05 01 - Prince Ref. 5441/9. Cronómetro em ouro branco com janela de fundo com movimento à vista. ¤11.762; 02 - Prince Ref. 5443/9. Cronómetro em ouro branco com janela de fundo com movimento à vista. ¤11.762; 03 - Explorer II Ref. 16570/78790. Cronómetro em aço. Estanque até 100m. Automático. ¤4.363; 04 - Submariner Ref. 14060M/93150. Cronómetro em aço. Estanque até 300m. Automático. ¤3.993; 05 - Submariner Date Ref. 16610/93250. Cronómetro em aço. Estanque até 300m. Automático. ¤4.514;; 06 - Submariner Date Ref. 16613/93253. Cronómetro em aço e ouro. Estanque até 300m. Automático. ¤6.764; 07 - Yacht-Master Rolesium Ref. 16622/78760. Cronómetro em aço e platina combinados. Estanque até 100m. Automático. ¤7.103; 08 - GMT-Master II Ref. 16710 BLRO/78750. Cronómetro em aço. Estanque até 100m. Automático. ¤4.435 09 - Datejust Ref. 116233/63203. Cronómetro em aço e ouro. Estanque até 100m. Automático. ¤6.547; 10 - Datejust Ref. 116234/72200. Cronómetro em aço e ouro branco combinados. Estanque até 100m. Automático. ¤4.659; 11 - Day-Date Ref. 118238/83208. Cronómetro em ouro. Estanque até 100m. Automático. ¤18.350; 12 - GMT Master II Ref. 116718 LN/78208. Cronómetro em aço e ouro. Estanque até 100m. Automático. ¤18.574; 13 - Cosmograph Daytona Ref. 116509/78499. Cronómetro em ouro branco. Estanque até 100m. Automático. ¤22.785; 14 - Yacht-Master Rolesium Ref. 169622/78730. Cronómetro em aço e platina combinados. Estanque até 100m. Automático. ¤5.627; 15 - Lady-Datejust Ref. 179173/63133. Cronómetro em aço e ouro. Estanque até 100m. Automático. ¤5.324; 16 - Lady-Datejust Pearlmaster Ref. 80318/72948. Cronómetro em ouro. Estanque até 100m. Automático. ¤15.386 42 > Jóias de Família | A. LANGE & SÖHNE Jóias de Família | A. LANGE & SÖHNE < 43 A. Lange & Söhne. Relojoaria suprema. 01 01 - Lange 1 Time Zone Ref. 116.025. Caixa em platina. Movimento de corda manual com data grande e reserva de marcha. Paragem dos segundos. Zona horária com anel das cidades e indicador dia e noite para os dois fusos horários. Mostrador em prata maciça. Preço sob consulta na Torres Áurea e Cascais. 44 > Jóias de Família | A. LANGE & SÖHNE 02 05 Jóias de Família | A. LANGE & SÖHNE 03 06 04 08 09 10 11 12 13 07 02 - Lange 1 Ref. 101.032 em ouro rosa. Movimento de corda manual com data grande e reserva de marcha. Mostrador em prata. ¤20.100; 03 - Grande Lange 1 Ref. 115.031 em ouro rosa. Movimento de corda manual com data grande e reserva de marcha. Mostrador em prata. ¤20.900; 04 - Grande Lange 1 Ref. 115.025 em platina. Movimento de corda manual com data grande e reserva de marcha. Mostrador em prata; 05 - Richard Lange Ref. 232.021 em ouro amarelo. Movimento de corda manual. Mostrador em prata. ¤16.900; 06 - Richard Lange Ref. 232.025 em platina. Movimento de corda manual. Mostrador em prata; 07 - 1815 Automatik Ref. 303.032 em ouro rosa. Movimento automático. Mostrador em prata. ¤ 13.100; 08 - Langematik-Perpetual Ref. 310.025 em platina. Movimento automático com rotor em ouro e platina. Data grande, calendário perpétuo e fases da lua. Mecanismo ‘zero-reset’. Mostrador em prata. Preços sob consulta salvo indicado. < 45 09 - Lange 1 Time Zone Ref. 116.021 em ouro amarelo. Movimento de corda manual com data grande e reserva de marcha. Paragem dos segundos. Zona horária com anel das cidades e indicador dia e noite para os dois fusos horários. Mostrador em prata. ¤28.100; 10 - Lange Double Split Ref. 404.035 em platina. Cronógrafo ‘flyback’ de corda manual com duplo ‘rattrapante’e contador minuto saltante de precisão. Reserva de marcha e paragem dos segundos. Mostrador em prata com escala taquimétrica; 11 - Grande Langematik Ref. 309.031 em ouro rosa. Movimento automático com rotor bidirecional em ouro e platina. Mecanismo ‘zero-reset’. Data grande e mostrador em prata. ¤19.700; 12 - Cabaret Fases da Lua Ref. 118.032 em ouro rosa. Movimento de corda manual. Data grande, paragem dos segundos e fases da lua. Mostrador em prata. ¤18.500; 13 - Datograph-Perpetual Ref. 410.025 em platina. Cronógrafo de corda manual com ‘flyback e contador minuto saltante de precisão. Data grande, calendário perpétuo e fases da lua. Paragem dos segundos. Mostrador em prata. Preços sob consulta salvo indicado. 48 > Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS 01 02 Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS < 49 F. P. Journe 01 02 03 04 Porsche Design 03 04 01 - Dashboard PTC 6612. Cronógrafo automático em aço. Bracelete em cauchu ¤3.720; 02 - Dashboard PTC P6612 Cronógrafo automático em titânio. Bracelete em titânio. ¤3.920; 03 - Flat Six P’6310 Automatic. Cronómetro em aço. Janela de fundo com mecanismo à vista. Bracelete em cauchu ¤1.680. Disponível com bracelete em aço. ¤1.880; 04 - Flat Six P’6340 Automatic Chronograph. Cronómetro em aço. Janela de fundo com mecanismo à vista. ¤2.880. Disponível com bracelete em cauchu ¤2.680. Na Torres Colombo e O. Pimenta. 01 - Chronomètre Souverain. Movimento em ouro. 55H de reserva de marcha. Caixa em platina. Corda Manual; 02 - Chronomètre a Resonance. Movimento em ouro 18k. 40H de reserva de marcha. Caixa em platina. Corda Manual; 03 - Octa Reserve de Marche. Movimento em ouro com rotor de 18k. Reserva de marcha para120H. Data panorâmica e reserva de marcha. Caixa em platina. Automático; 04 - Octa Calendrier. Movimento em ouro com rotor de 18k. Reserva de marcha para120H. Janela de mês, dia da semana e ponteiro indicador do dia. Caixa em ouro rosa. Automático. Preços sob consulta na Torres Áurea 50 > Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS < 51 01 Jaeger-LeCoultre 02 Audemars Piguet 01 02 03 04 04 03 01 - Master Compressor Chronograph em aço. 72H de reserva de marcha. Automático. ¤6.650; 02 - Reverso Grande Automatique em ouro rosa. Data panorâmica e dia/noite. ¤12.500; 03 - Master Compressor Chrono Lady em aço. Movimento meca-quartzo. ¤3.900; 04 - Idéale em ouro amarelo com brilhantes. Movimentos mecânico ou quartzo. ¤12.760 e ¤11.990. Também disponível em aço com pulseira ou correia de pele ¤4.270 e ¤3.400 05 01 - Millenary Maserati. Edição limitada a 900 peças. Caixa em aço com gravação ‘Maserati 90th anniversary’Automático. ¤16.220; 02 - Lady Royal Oak em aço com brilhantes. Quartzo. ¤7.430; 03 - Royal Oak Automatic. Caixa em aço. Rotor em ouro 22k com gravação dos brasões das famílias Audemars e Piguet. ¤9.360; 04 - Royal Oak Offshore Chronograph automatic. Caixa em aço com luneta em cauchu. Segmento do rotor ouro 21k. ¤15.760; 05 - Royal Oak Automatic. Caixa em ouro rosa. Rotor em ouro maciço 22kl com gravação dos brasões das famílias Audemars e Piguet. ¤17.490. Na Torres Áurea e Torres Cascais 52 > Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS 01 < 53 05 TAG Heuer 02 03 04 01 - Link Lady. Caixa em aço. Chronograph em quartzo. Bracelete em calfe. ¤2.395; 02 - Professional Golf Watch. Caixa em aço. Cronógrafo quartzo. ¤1.180; 03 - Fórmula 1 Diamonds. Caixa em aço com brilhantes. Bracelete em cetim. ¤1.980; 04 - Mónaco Sixty Nine. Frente: mecânico de corda manual. Verso: cronógrafo digital. Caixa em aço. ¤5.780 06 07 08 09 05 - Mónaco. Cronógrafo automático com bracelete Denim. Mostrador em madre pérola. ¤2.290; 06 - Mónaco Watch. Caixa em aço e bracelete em cauchu. Quartzo ¤1.190; 07 - Aquaracer.Caixa e bracelete em aço. Automático ou quartzo. ¤1.280 ou ¤950; 08 - Fórmula 1 Alarm. Caixa e bracelete em aço. Quartzo. ¤685; 09 - Carrera Chronograph Automatic com caixa em aço e bracelete em cauchu. ¤2.550 54 > Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS Fortis Raymond Weil 01 < 55 02 03 04 01 - Don Giovanni Two Time Zones. Segundo fuso horário. Automático. ¤2.580; 02 - Tradition Carré automático. Caixa em plaqué. Janela de fundo com mecanismo à vista. ¤1.420; 03 - Tango cronógrafo. Caixa em aço. Bracelete em cauchu. Quartzo ¤955; 04 - Tango Spirit. Mostrador em madre pérola, brilhantes e bisel com brilhantes. Caixa em aço. Quartzo ¤1.730 01 02 03 04 01 - B-42 ISS. International Space Station. Edição limitada. Cronógrafo automático. Caixa e bracelete em titânio. ¤1.980; 02 - B-42 Flieger Chrono. Cronógrafo automático. Caixa em aço e bracelete em pele. ¤1.690; 03 - B-42 Diver Chrono. Cronógrafo automático. Caixa em aço e bracelete em cauchu. ¤1.850; 04 - B-42 Marine Master. Caixa em aço e bracelete em cauchu. Automático. ¤900 56 > Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS < 57 Burberry Versace 02 01 02 03 01 04 03 01 - V. Glam. Caixa e bracelete em aço. Quartzo. ¤1.080; 02 - Character. Caixa em aço e bracelete em pele. Quartzo. ¤640; 03 - V. Square. Caixa em aço e bracelete em textil. Quartzo. ¤740; 04 - V. Sport. Cronógrafo com caixa em aço e bracelete em cauchu. Quartzo. ¤820 04 01 - Heritage. Caixa em plaqué e bracelete em pele. Quartzo. ¤525; 02 - Signature. Caixa em plaqué e bracelete em têxtil xadrez. Quartzo. ¤395; 03 - Signature. Caixa em aço embutida na bracelete em pele. Quartzo. ¤325; 04 - Endurance. Cronógrafo comemorativo da Primeira Expedição ao Pólo Sul. Inscrição no mostrador. Caixa em aço e bracelete em cauchu. Quartzo. ¤595 58 > Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS Jóias de Família | SUGESTÕES RELOJOEIRAS Emporio Armani Roberto Cavalli 01 01 02 03 02 Moschino 04 < 59 Valentino 05 01 - Ladies. Caixa em aço polido com cristais e bracelete em pele. ¤450; 02 - Classic. Caixa em aço polido com bracelete em pele. Vários modelos disponíveis.; 03 - Ladies. Caixa em aço polido e bracelete em pele. ¤210; 04 - I Love 70. Caixa em aço polido e bracelete em resina decorada. ¤175; 05 - Modelo Relógio pulseira disponível com diversas aplicações. Desde ¤255 03 04 01 - Eva Snake. Modelo pulsira em forma de cobra. Em aço com cristais. ¤380; 02 - Meteora. Caixa em plaqué com bracelete em pele. ¤270; 03 - Round Chrono. Cronógrafo com caixa em aço polido e bracelete em boracha. ¤575; 04 - Fascia. Caixa em aço polido com cristais. ¤640 60 > Jóias de Família | ENTREVISTA Jóias de Família | ENTREVISTA < 61 Isabel Worm Entrevistada por João Garcia Qualquer teatro do mundo a poderia ter como Directora. Senhora de um sorriso contagiante, fala cinco línguas, seguiu os caminhos do pai e perdeu-se na cultura, licenciou-se em arquitectura para deixar os palcos, mas o palco da vida não a deixou - Florença iluminou-a, Berlim perdeu-a, Lisboa ganhou-a mas foi Sintra que a acolheu. Tem 42 anos, é a mais jovem Directora do Centro Cultural Olga Cadaval, chama-se Isabel Worm e é um diamante em bruto... Colar e brincos em prata maciça - Criação Isabel Worm. Foi necessária uma aprendizagem simples – a escola Alemã, o Conservatório Nacional, estudos de música - para influenciarem definitivamente o seu percurso. Tendo crescido dentro do espaço da Fundação Calouste Gulbenkian, onde o pai fazia iluminação e cantava no coro, é no final da escola alemã que dúvidas se instalam e a deixam dividida entre a Medicina e Engenharia. Acaba por ficar um ano parada, até tomar uma decisão que afinal não era a mais certa para o seu futuro. Ao trabalhar em teatro, começou a interessar-se mais pela área técnica da iluminação, aprendendo com o Mestre Orlando Worm, tentando perceber um pouco esse mundo do espectáculo. Por fim, para cumprir o sonho do pai, ingressa em Engenharia Electrotécnica. Mas “as coisas” não funcionaram, e depois de algum tempo no Instituto Superior Técnico e a trabalhar na iluminação de espectáculos e festivais, como o espectáculo “Luz e Som” no Palácio da Vila de Sintra ou “Jazz em Agosto”, por motivos da sua vida particular, parte para Itália, mais precisamente para Florença. Antes de dominar a língua do país, foi fazendo o que era possível, até que começa a estagiar em cenografia no Teatro de Ópera de Florença, onde se realiza um dos maiores Festivais de Ópera de Itália – o “Maggio Músicale Fiorentino”. Durante um ano e meio trabalha com um dos ícones da Cenografia de todos os tempos, Maria Bjornson, autora, entre outras produções mundiais, da cenografia, guardaroupa e adereços do musical “Fantasma da Ópera”, e que nas suas palavras diz ter sido “uma mulher absolutamente brilhante”. Quando vinha a Portugal, aproveitava para fazer alguns trabalhos, como o Festival “Artejo”. Foi assim que, através do Rui Horta, descobriu a apetência pela Direcção de Cena. Num dos espectáculos desse festival, que ele dirigia, e porque precisava de alguém que orientasse os trabalhos nesta área, disse-lhe: “basta fazeres assim e assim. É fácil”. Entretanto, logo no início do espectáculo, houve um problema, que obviamente ninguém previu. Ela tomou a decisão certa: parou e recomeçou “da capo”, não se alarmou, não perdeu as “estribeiras” e o espectáculo prosseguiu. No final o Rui Horta disse “Isabel, descobriste a profissão da tua vida, foste talhada para ser Directora de Cena”. De regresso a Portugal, aceita o convite do Dr. José Ribeiro da Fonte e do Eng.º José Vaz e inicia assim “uma experiência fabulosa. Profissionalmente foi das fases mais ricas da minha vida” - diz sobre o início de carreira no Teatro Nacional de São Carlos, com projectos grandes e intensos, que se trabalhavam durante meses, quase como se fossem filhos. As desmontagens eram sofridas e inevitavelmente para cada projecto tinha que haver um período de viuvez. Aí cruzou-se com os mais fascinantes artistas e criadores. De todos, quem mais a marcou, foi sem dúvida José Saramago, libertista da ópera “Blimunda” a partir do seu “O Memorial do Convento”. É neste contexto que o São Carlos fecha. Foi despedida, assim como toda a equipa. Declinou, porém, o convite para enquadrar a nova estrutura que reabre o Teatro poucos meses depois. Acha que as coisas acontecem em tempos específicos, não fazia sentido voltar. O Dr. Ribeiro da Fonte e Mário João Machado, são responsáveis pelas suas grandes mudanças profissionais. Pela mão do primeiro iniciou-se no Teatro Nacional de São Carlos e pela mão do segundo irá abrir o Centro Cultural Olga Cadaval, vários anos mais tarde. É ainda pela mão do primeiro, que vai ajudar ao nascimento do Centro Cultural de Foi fantástico, a nível de toda a renovação pessoal. Comecei a ver o Mundo de outra maneira. Tirar o curso com aquela idade dá-nos efectivamente uma perspectiva completamente diferente de quando se tira aos 18 anos. Belém, como Directora de Cena, fazendo também assistência à Direcção Técnica, que mais tarde assume com a saída de Orlando Worm. Já está a tirar o curso de Arquitectura, área que acompanhava de perto pois o marido é arquitecto - estando ligado especialmente à recuperação de teatros e a projectos cénicos - quando decidiu que ia deixar o CCB. Necessitava de uma vida “normal e tranquila”, agora com o seu segundo filho acabado de nascer. Com apenas 33 anos tinha chegado ao topo da sua carreira, apesar da vista para a Praça do Império ser magnifica, estava na hora de mudar o seu caminho, rumando, no início de ’98, à Expo, que lhe permitiu uma outra grande 62 > Jóias de Família | ENTREVISTA Jóias de Família | ENTREVISTA < 63 experiência: fez a direcção técnica da ópera “The White Raven” – Philip Glass / Robert Wilson, que encerra a programação do Teatro Camões naquela maratona de espectáculos e acontecimentos que Lisboa acompanhou de perto. entrelaça-se, por sua vez, com a equipa técnica, com quem verifico um Raider Técnico, aluguer ou não de equipamento, substituição, pedido ou o que quer que seja. É sempre um encaixar dessas rodas dentadas, porque no fundo são vários mecanismos que se sobrepõem.” Arquitectura e um novo teatro, que grande mudança! “Foi fantástico, a nível de toda a renovação pessoal. Comecei a ver o mundo de outra maneira. Tirar o curso com aquela idade dá-nos efectivamente uma perspectiva completamente diferente de quando se tira aos 18 anos. De repente comecei a ver a cidade de Lisboa pelos olhos de um arquitecto - isto quer dizer tudo e não quer dizer nada – , mas o que eu quero transmitir, é que vi esta cidade, que eu palmilhei toda a vida e que nunca tinha visto. Sobretudo os dois primeiros anos foram uma fase alucinante. Tinha a sensação de andar nas nuvens. Portanto o curso vem a ser uma libertação para mim.” Ao longo do curso foi sempre fazendo trabalhos pontuais, como directora técnica do “Festival Danças na Cidade” e de outros projectos, fez cenografias, iluminações. Já no final do curso, dando apoio a uma colega, começa a trabalhar num projecto que esta propõe à Câmara Municipal de Sintra, que estava a terminar a obra do Centro Cultural. A Inauguração do Centro foi em Outubro de 2001 (numa primeira cerimónia mais política, já que os trabalhos ainda estavam a ser concluídos). Entretanto, há eleições em Sintra, novo Presidente de Câmara, novas decisões, modificação na gestão, nos administradores da empresa municipal - que gere o teatro - e o novo presidente da Empresa Municipal é Mário João Machado. Inicialmente nem tem conhecimento do projecto, quando lho apresenta. Reconhece a qualidade do projecto apresentado, mas acha-o sobredimensionado. No fundo não é bem aquilo que pretende. Ele conhece-a dos tempos A que horas começa e acaba o seu dia? “Pelas sete da manhã e quando acaba? Meia-noite, uma da manhã, quando não temos espectáculo e ficamos aqui com os artistas até às duas ou três da madrugada, portanto acaba quando acaba” eu não posso deixar de ser mãe enquanto sou directora, não posso deixar de ser directora enquanto sou mãe do “Luz e Som” em Sintra, tinham trabalhado juntos – era ele quem dirigia o Turismo de Sintra na altura. A empatia com a administradora que vai trabalhar directamente com o Centro Cultural – Dr.ª Maria João Moura - é imediata. Eles precisam de uma equipa muito pequena e de alguém que tenha os conhecimentos para dominar várias áreas: Direcção Geral, Direcção Técnica, Direcção de Cena, Produção. Alguém com um percurso transversal na área do teatro, o que toda a experiência adquirida nos vários palcos, lhe deu. Não menos importante do que os palcos portugueses, foram as experiências no estrangeiro, como a que fez também em Berlim – assistência à encenação de uma ópera, que pela pouca presença do encenador se viu obrigada a montar quase sozinha. O resultado foi um convite para ficar a trabalhar na “Deutsche Oper Berlin”. Recusou. Entrou no Centro Cultural Olga Cadaval com 38 anos, abriu a casa e na altura disse muito claramente à administração – “não sei se sou capaz, nunca fiz isto”. Mas era a terceira sala de espectáculos que abria, “não sozinha é claro, somos sempre parte de equipas”, e foi nessa qualidade que abriu o CCB, fez parte da equipa do Teatro Camões e por fim deste Centro Cultural “onde entrei e não havia um prego”. Isso é uma vantagem ou desvantagem? “Ter aberto o CCB e o Teatro Camões foi uma vantagem, sem dúvida, mais uma das variáveis importantes do meu Curriculum para poder estar aqui. Neste percurso todo, cruzei-me com muita gente e naturalmente a equipa que aqui foi criada é uma equipa que fui buscar a vários pontos da minha vida. Fui buscar cirurgicamente aos sítios certos para os equipamentos que aqui tenho, é a vantagem desta transversalidade. Digamos que começa na técnica de palco que fui, passa pela Direcção de Cena, pela produção, pela assistência à encenação, pela Direcção Técnica para chegar a uma Direcção mais global que tenho hoje neste Teatro.” O seu tempo é mais rápido que o normal? Isto é: entre o cargo de Directora do Centro Cultural Olga Cadaval, a arquitectura, um curso de joalharia e dois filhos, como corre o seu tempo? "Na realidade a minha vida é como o mecanismo de um relógio, com várias rodas dentadas. Cada uma destas células é uma roda: eu enquanto nova joalheira - que é uma das minhas paixões - eu enquanto mãe, enquanto mulher, enquanto directora, enquanto criadora, os meus tempos cruzam-se todos, eu não posso deixar de ser mãe enquanto sou directora, não posso deixar de ser directora enquanto sou mãe, chego a casa, trato dos miúdos, mas levo trabalho para fazer. Muitas vezes ao fim-de-semana trago os filhos para ver os espectáculos, porque é uma forma também de os envolver na minha vida profissional e, portanto, este mecanismo entrelaça-se completamente. As áreas em que eu, como pessoa, me desenvolvo, são áreas completamente sobrepostas e não há aqui um corte entre uma coisa e outra, eu não saio daqui e sou mãe, não, eu saio daqui e continuo a ser directora do Centro Cultural enquanto aqui já era mãe porque se a minha filha me ligar eu tenho que dar resposta ao que ela necessitar. Isto é de facto um mecanismo que tem que encaixar 24 horas por dia.” Curiosamente neste dia usava um Raymond Weil modelo “Othello”. E com as equipas aqui no Centro Cultural? “Com as equipas aqui dentro é a mesma coisa. A minha função aqui é mais uma roda dentada de outro mecanismo, onde me encaixo com todos eles, em que discutimos todas as questões. No fundo, eu desenvolvo um trabalho inicial em que faço chegar à equipa de produção a programação, os contactos e depois vou acompanhando o desenvolvimento, encaixando decisões e definições. Esta equipa A Arte está presente em todas as áreas da sua vida. O que a faz correr? A procura da tal “Jóia” única? “Estamos sempre à procura dessa “Jóia”. Mas sobretudo acho que sou uma pessoa que vive o hoje, aquilo que eu tenho a certeza é que estou aqui, agora, não tenho mais certezas. Acho que a minha vida já é por si só uma Jóia. As possibilidades que tenho tido, a sorte que tenho tido ao longo da vida, têm sido pequenos diamantes que tenho apanhado para construir este “anel”, e isso é uma busca constante, diária, porque não é bem a perfeição, porque ninguém é perfeito. É sobretudo a procura das coisas bem-feitas, das coisas genuínas, em tudo: na minha relação com as outras pessoas, na minha forma de estar com a minha família, na minha forma de dar o que faço seja no teatro, na joalharia, aos meus filhos ou ao meu marido. Dar por ter recebido já tanto. Quando faço uma cenografia é a perfeição em termos da minha criatividade, porque se junta o teatro, a arquitectura, o palco e a criação. É, portanto, aquilo em que eu mais me reconheço. Na Joalharia só trabalho prata, é o metal de que gosto. Criei uma pequena oficina lá em casa, muito tranquila onde me vou deliciando.” Quais as peças de arte que mais admira? “Eu acho que são mesmo as óperas, são as peças que mais mexem comigo, a todos os níveis. A Ópera reúne todas as artes de palco - ela própria é um relógio também - aliás como o mais complexo de todos, porque além da palavra que está inerente, temos a música, temos orquestra, temos coro, temos actores, cantores, temos cenografia, iluminação, tudo. Mozart é o compositor que mais me fascina, “A Flauta Mágica” é a minha obra de eleição. Desde os meus oito anos, que a sei de cor do primeiro ao último acorde. Gosto muito de pintura mas é uma arte que não domino, no entanto gosto muito de ir a um bom museu, gosto muito de design contemporâneo, tenho paixão por joalharia, - a Torres representa alguns joalheiros contemporâneos de que eu gosto, é habitual namorar as montras. E as obras de Arquitectura. Nós fizemos uma viagem fascinante, a tocar os vários “Le Corbusier” que existem pelo sul de França, tendo mesmo conseguido dormir em duas das suas obras mais marcantes: a “Unité d’Habitation” em Marselha e o Convento de “La Tourette”. Também sou admiradora de outros grandes arquitectos portugueses e estrangeiros.” 64 > Jóias de Família | ENTREVISTA Depois de nos ter contagiado, e ainda bem que assim foi, por todos os lados de uma inesgotável paixão pelas artes, como é que os mais pequenos ficam de alguma maneira beneficiados aqui no Olga Cadaval? “O Centro Cultural Olga Cadaval é antes de mais nada o Centro Cultural desta Vila de Sintra. É um espaço municipal. Felizmente comungamos em absoluto de uma ideia, desde o Senhor Presidente da Câmara, passando pela administração da SintraQuorum EM e até mim, todos temos a mesma opinião: este Centro Cultural tem que levar ao público a cultura, mas de uma forma transversal; e assim nós apresentamos espectáculos de todo o género desde a música mais ligeira, à música “mais” erudita. Mas temos de facto um público “pequeno” para o qual trabalhamos com especial cuidado e carinho. Queremos investir no nosso público de amanhã. Temos concertos para bebés, dança para bebés, fazemos peças para escolas, espectáculos infantis em geral, com as várias expressões artísticas. Temos tido uma óptima adesão às nossas propostas. É importante ir dando às crianças aquilo que está ao nosso alcance. É nesse sentido que tentamos ajudar os pais do Concelho de Sintra, dando espectáculos que estejam ao seu alcance, também economicamente. E os nossos preços são sociais. A Câmara está sempre interessada em investir na cultura dos seus munícipes. “ Isabel Worm tem dois filhos, uma adolescente, outro na pré-adolescência. E naturalmente acha importante dar-lhes apoio a nível da sua evolução cultural. É exactamente por achar que um espectáculo é um complemento importante para essa evolução, que desenvolve esta programação a pensar nesse público mais pequeno. Todos conhecemos o ditado: “é de pequenino que se torce o pepino”. Os seus filhos nunca tiveram medo do escuro de uma sala, mas espectáculos há, em que assim que se baixa a luz algumas crianças choram. Porquê? Porque nunca assistiram a essa situação. Os seus filhos desde sempre viram espectáculos. Muitas vezes espectáculos que nem seriam para a sua idade. Não os obriga a ver um espectáculo do princípio ao fim. Se adormecerem, até pode ser bom sinal! “Mas por exemplo, o Tiago, com 8 anos, viu “Romeu e Julieta” de Shakespeare, integralmente. Adorou. Mas se ele dissesse no intervalo “Mamã, quero sair”, teríamos saído no timing dele. Faço o mesmo em relação aos museus. Não obrigo nenhuma criança a estar um dia inteiro num museu, está fora de questão. Quando chegar o momento de fazer outra coisa, saímos.” No entanto não pode esconder o orgulho que sente por poder passar um dia inteiro no Museu do Louvre, poder saltar dos artistas italianos para a arte egípcia e continuar a ter filhos sorridentes e “prontos para outra”! É importante dar esses complementos culturais, mas dá-los à medida, de forma natural. Daí ser tão importante começar muito cedo. Se começar a levar um bebé ao teatro, quando ele chegar aos 6 anos, aceita que a sala escureça e aceita o espectáculo, consegue estar concentrado durante 40 minutos. “A primeira ópera que a Inês viu, ainda não tinha 4 anos. Fomos ao São Carlos ver “La Traviata”. Tentei “arrancá-la” de lá no intervalo porque achei que era já muito tarde. Mas não consegui. Sempre a fazer as suas perguntas e a expressar as suas opiniões, respondendo mesmo a uma senhora que amavelmente a questionou se estava a gostar, “Estou. Gosto muito da Traviata, mas gosto mais do Don Giovanni”. Sempre lhe demos ópera a ouvir desde pequenina. Durante a gravidez ouviu muitas vezes Mozart...” Afinal é aí que tudo começa. 66 > Jóias de Família | A FEBRE DO OURO Jóias de Família | O ORLOV NEGRO 01 02 MEMÓRIAS DE UM TEMPO QUE PASSOU “A febre do Ouro” por Henrique Correia Braga De todas as formas de riqueza, em todos os tempos, a que maior fascínio tem exercido sobre a imaginação dos povos é o ouro. Em finais de Abril realizou-se mais uma Feira Mundial de Joalharia na cidade Suiça de Basileia, a mundialmente famosa BaselWorld que este ano reuniu mais de 2100 expositores oriundos de 45 países, ocupando 5 edifícios com 160.000mÇ. A par com esta mega exposição, decorria no Museu de Antiguidades de Basileia uma outra exibição, esta sobre “O Ouro dos Tárcios”, uma extraordinária viagem pelos mais belos tesouros dessa civilização que teve o seu apogeu há mais de 2.000 anos. Da junção destas duas exibições, uma conclusão há a retirar: A Febre do Ouro está de perfeita saúde e recomenda-se… < 67 Num ano em que, para bem ou mal dos nossos pecados, a tendência é para o acentuar da valorização do Euro face ao Dólar Norte Americano, é gratificante constatar, ao adquirirmos mercadorias tradicionalmente cotadas em dólares como são os metais e as pedras preciosas, que o nosso “poder de compra” se reforçou de um ano para o outro. Como português, dá uma especial satisfação em ver como, dos asiáticos aos norte-americanos, todos esboçam um sorriso e nos presenteiam com um desconto adicional ao verem-nos efectuar os pagamentos na “nossa” cobiçada moeda! Longe vão os tempos em que era impensável sequer tentar pagar o que quer que fosse com o defunto “escudo”. A primeira tarefa era sempre cambiar a nossa moeda por outra de aceitação universal, processo onde logo à partida se perdia uma parte do nosso dinheiro. Hoje tudo mudou, e o reforço do Euro dá-nos a ilusão de que ficámos mais ricos de um ano para o outro… Pena é esta ilusão ser tão efémera – logo que entramos no espaço da moeda única, lá se vão as ilusões de riqueza. Chegados a Portugal, aí somos logo tomados por uma nostalgia dos nossos antigos “escudos” e “contos”, tão desprezados “lá fora” mas tão fortes A nova proprietária, também ela uma princesa russa de nome Nadia VyeginOrlov, igualmente viria por termo à própria vida. Seria o seu apelido a dar o nome actual a este diamante. “cá dentro”. Cem escudos era dinheiro, meio euro é quase como metade de coisa nenhuma! Nos outros tempos, os francos suíços eram religiosamente guardados para o ano seguinte, com a certeza que essa espera viria a ser compensadora. Hoje, olhamos para as moedas ou alguma nota 01 - Actual colar com o Black Orlov; 02 - O Black Orlov montado em platina. 68 > Jóias de Família | O ORLOV NEGRO Jóias de Família | O ORLOV NEGRO suíça que sobrou e chegamos à conclusão que mais valia ter-mos comprado mais um ou dois chocolates, não nos vão servir para mais nada… ao comprarmos no mais barato de entre eles. É isso que faz sairmos de Basileia com uma irresistível vontade em lá voltar-mos no ano seguinte. BASELWORLD: A EXPOSIÇÃO A EMERGÊNCIA DA ÁSIA Deixando os saudosismos e voltando à Suiça, cabe mais uma vez destacar o altíssimo grau de profissionalismo com que os suíços montam esta feira. Com um passado que remonta a 1917, estes 90 anos que decorreram desde a primeira mostra são eles também reveladores das alterações que, desde então ocorreram no mundo da joalharia e relojoaria. China e Índia são, já hoje, os dois gigantes que prometem mudar o Mundo tal como o conhecemos. E isso a todos os níveis e em todas as áreas. Se de inicio só os fabricantes suíços podiam expor, em 1972 esta passa a estar aberta a expositores europeus, abrindo finalmente as portas ao resto do mundo a partir de 1986, tornando-se assim um espelho da globalização da economia. Com a realização, no próximo mês de Setembro, da Feira de Joalharia e Relojoaria de Hong Kong, pela primeira vez em dois edifícios distintos e contando com mais de 2.400 stands, talvez Basel perca no jogo da pura aritmética mas certamente que não no glamour. Com as grandes marcas da relojoaria e joalharia internacional a receberem os visitantes em stands com três pisos, com halls de entrada que mais parecem os de um grande e reputado Hotel de 5 estrelas, Basel é um espectáculo inolvidável. Lá são reveladas as novas tendências, apresentadas novas marcas e exibidas peças que rivalizam com as dos mais célebres museus do Mundo. Em termos de informação escrita, o pavilhão montado no exterior dedicado exclusivamente às revistas que por todo o mundo se publicam neste sec- está confirmado que algum fundo de verdade existe na lenda de que este diamante está amaldiçoado pelo Deus Brahma… tor, são, a par com uma secção de livros da especialidade, um manancial informativo indispensável para quando a memória da feira se começa a desvanecer. Das grandes cadeias de lojas internacionais à simples loja de bairro, todos aqui podem encontrar a linha de produtos com que sonhavam ou a peça de que tinham ouvido falar. Do colar de pérolas a ?1.00 ao diamante de 200ct por 60 milhões, há artigos e preços para todos os gostos e bolsos, com a particularidade de que somos tão bem atendidos ao visitarmos o mais exclusivo dos stands como A índia, nação onde se realizam anualmente 10 milhões de casamentos, é o maior consumidor mundial de ouro. Por ano são vendidas mais de 800 toneladas desse precioso metal, a par com um crescente consumo de pedras preciosas, com destaque para os diamantes de que são pioneiros na arte de os trabalhar e líderes absolutos em termos de lapidação - 11 em cada 12 diamantes lapidados vendidos no Mundo são provêem na Índia! A China, com um consumo anual de ouro na ordem das 240 toneladas, já é o terceiro maior consumidor mundial. No referente aos diamantes, os números relativos aos primeiros meses de 2007 revelam uma subida a rondar os 200%. Cruzando estes números com os do lado da produção da matéria prima, estagnada ou em declínio tanto no respeitante ao ouro como aos diamantes, não é difícil prever que os preços de ambas as mercadorias subam de forma considerável. Tal só não tem acontecido devido à estagnação do mercado norte-americano, cuja economia, segundo muitos analistas, poderá entrar em recessão antes do final do ano. Para a Europa, pátria por excelência das mais conceituadas marcas de luxo, esta é uma oportunidade histórica para crescerem e consolidarem o seu domínio internacional. Pelo menos até serem elas próprias compradas pelos chineses e indianos… Uma das particularidades do mercado chinês, ainda numa infância algo paradoxal com a longa história desse país, é a grande fragmentação da sua produção, o que, aliada ao facto de que para o comum dos chineses o que interessa é o valor intrínseco da jóia que estão a comprar e não a sua marca, faz com que até agora tenham sido incapazes de lançar marcas próprias, mesmo ao nível do seu gigantesco mercado interno, algo distinto do que se está a passar com a Índia, onde grandes firmas têm conquistado um importante mercado no ocidente, nomeadamente nos Estados Unidos da América. Mas se o fabricante chinês de informática Lenovo foi capaz de comprar a mítica marca IBM, longe não deve estar o dia em que o mesmo se irá passar no sector da joalharia e relojoaria. Ao percorrermos o gigantesco Pavilhão 5 de Baselworld, torna-se evidente a cada vez maior adaptação dos chineses ao gosto ocidental, permitindo assim uma mais valia aos seus produtos. Para isso concorre também a emergência de uma classe média, jovem e com grande poder de compra a par com um gosto ocidentalizado, o que concorre para um reforço das exportações chinesas de jóias e relógios. VIAGEM AO PASSADO Visitar a Feira de Joalharia de Basileia é também ter a oportunidade de ver ou rever os seus Museus. Do Tesouro da Catedral às fabulosas pratas Romanas descobertas em Augusta Raurica, somos confrontados com uma oferta cultural diversificada e de grande importância. Em 2004 o Museu de Antiguidades de Basel levou a efeito uma exposição do Tesouro de Tutankhamon, onde se podiam admirar as melhores peças guardadas no Museu Nacional do Cairo. Os custos de uma tal exibição fazem com que sejam necessários 20 ou mais anos até que outra mostra tenha lugar. Este ano e no mesmo Museu, tem lugar, até ao dia 1 de Julho, uma exposição relacionada com os Tesouros dos Tárcios, revelando o que de melhor existe no Museu Nacional de Arqueologia da Bulgária. Mesmo após uma visita de 5 dias à maior feira de joalharia do mundo, o que se depara perante os nossos olhos é de cortar a respiração…! Não só a dimensão e o peso dos objectos em ouro e prata é impressionante, como o grau de perfeição técnica e gosto artístico nos deixam sem palavras. Tendo os Tárcios sido um povo eminentemente guerreiro, eles alcançaram um grau de civilização extremamente elevado, fruto das suas relações com os Gregos e os Romanos dos quais souberam extrair os mais altos padrões de vida. < 69 sucede de forma igual nas várias regiões do globo, mas isso não impede, antes pelo contrário, que todos possam ganhar algo com o crescimento da economia mundial. O cada vez maior consumo de matérias primas por parte da China, é responsável por um igual crescimento da riqueza de muitos países em África, detentores dessas mesmas matérias primas. Isso é comum tanto ao petróleo como às pescas, ao ouro ou aos cereais. Dá-se é o caso que a maneira mais fácil, acessível e rápida em investir as poupanças dos milhões de chineses e indianos, é tão simplesmente comprar ouro, seja na forma de moedas, barras ou jóias. Sinal de que esta febre pelo metal amarelo não dá sinais em abrandar, foi o lançamento, por parte do Governo Canadiano, de uma moeda em ouro puro com 100kg de peso! Com um valor facial de 1 milhão de dólares canadianos, ela veio destroçar o primeiro lugar detido pela Áustria, com a sua moeda de 100.000 euros pesando mais de 26kg em ouro. 06 Com tão grandes perspectivas de subida dos metais preciosos, só resta desejar-vos boas e atempadas compras…! 1- Barras suíças em ouro puro. 2- A centenária mina de Bingham Canyon nos EUA. Para ext 3- Lingotes de ouro puro. Até ao advento da actual indústria 4- Vista da praça central de Baselworld. Este percurso por mais de dois mil anos de civilização, deixa-nos uma sensação de conforto face ao futuro da indústria e comércio de ourivesaria e joalharia – o fascínio pelo Ouro e a Prata, bem como pelas Pedras Preciosas, é algo inerente à própria condição humana. Tal fenómeno trespassou todas as culturas e civilizações, da mais remota antiguidade até aos nossos dias. A grande diferença na actualidade é que, presentemente, o planeta é habitado por mais de 6 biliões de pessoas, sendo que todos os anos dezenas de milhões vêm o seu nível de vida melhorar de forma substancial. Tal facto não 5- Evolução do preço do ouro face ao dólar nos últimos 14 6- Algumas das peças pertencentes ao Tesouro dos Tárcios. 03 - No pescoço de uma modelo, aquando da sua apresentação em Londres no ano de 2005; 04 - A actriz Nicollette Sheridan apresenta-o durante a entrega dos Óscares em 2006; 05 - Ceptro Imperial Russo com o célebre diamante Orlov ou Orloff; 06 - Diamante absolutamente incolor, vendido por cerca de 3 milhões de euros. 70 > Jóias de Família | PEDRAS SAGRADAS Jóias de Família | PEDRAS SAGRADAS < 71 Tesouros da Igreja. Pedras Sagradas por Rui Galopim de Carvalho Quando S.S. o Papa João Paulo II recomendou que se procedesse ao estudo do património móvel da Igreja deu-se um importante passo para os estudos de joalharia em Portugal. Neste contexto, a gemologia tem tido um papel de relevo, permitido interpretações interessantes quanto à história do uso das pedrarias, como também para subsidiar com novos dados os estudos de história da nossa joalharia. Eis aqui um caso prático na Arquiodiocese de Évora. 01 02 Os estudos de joalharia em Portugal têm registado um importante impulso em virtude dos recentes projectos de inventariação de bens artísticos da Igreja que têm tido eco em diversas regiões do país, com destaque para Lisboa, Évora e Beja. No caso particular da Arquidiocese de Évora que ilustra este ensaio, estudaram-se centenas de jóias de períodos variados, do séc. XV ao séc. XX, desde as mais simples imitações com pedras sintéticas e vidros, até às mais valiosas ora do ponto de vista patrimonial e gemológico, ora do ponto de vista devocional. Entre as peças estudadas, encontram-se alfaias religiosas, ou seja, objectos de culto eucarístico tais como custódias, cálices, píxides, etc. estando estas no geral engastadas com pedrarias de diversa ordem. Outras, porém, não eram peças de inspiração religiosa, mas sim jóias de quotidiano que o povo devoto foi oferecendo às mais variadas imagens sagradas por actos de fé e de reconhecimento de graças divinas. Estes objectos oferecidos, chamados de ex-votos, têm grande importância nestes estudos pois permitem visualizar as peças tal e qual elas eram na altura em que foram confiadas à Igreja, sendo registos interessantes de tipologias e de materiais, incluindo as pedras. A Fundação Eugénio de Almeida, com sede em Évora, foi um dos maiores promotores destes estudos de inventário, neste caso de joalharia e pedrarias, tendo publicado os resultados num livro recentemente editado “Pedras Preciosas na Arte e Devoção: Tesouros Gemológicos na Arquidiocese de Évora”, estando algumas das mais importantes peças ilustradas e descritas on-line no sítio www.inventarioaevora.com.pt . Na publicação são apresentadas, por exemplo, as técnicas de identificação gemológica possível em sede de um estudo desta natureza, com todas as limitações logísticas e operacionais que lhe estão associadas. Se por um lado, o estado de conservação das peças e as condições de observação são limitadoras do rigor científico, por outro constituem desafios gemológicos fascinantes, por vezes muito ao estilo “CSI” agora Se por um lado, o estado de conservação das peças e as condições de observação são limitadoras do rigor científico, por outro constituem desafios gemológicos fascinantes, por vezes muito ao estilo “CSI” popularizado na TV! O estudo de inclusões ao microscópio, a observação das reacções fluorescentes e fosforescentes à radiação ultravioleta de comprimento de onda variável, o estudo dos espectros de absorção da luz visível, entre outros são apenas alguns exemplos de algumas observações gemológicas efectuadas para concluir este projecto. 01 - Anel de diamante-fluor; 02 - Inclusão de diamante. Fotos: Rui Galopim de Carvalho (c) Fundação Eugénio de Almeida, Évora. 72 > Jóias de Família | PEDRAS SAGRADAS A revista “Jóias de Família” teve acesso a algumas destas ilustrações e descrições que aqui se partilham com o leitor naquilo que é umas das primeiras abordagens puramente gemológicas de tesouros artísticos portugueses. Com fotografias de Carlos Pombo Monteiro (c) Fundação Eugénio de Almeida, Évora Jóias de Família | PEDRAS SAGRADAS < 73 Resplendor Resplendor de finais de finais de setecentos, princípios de oitocentos, está cinzelado em prata, apresentando as típicas decorações vegetalistas da época, estando enriquecido com aplicações de quartzos ametistas e citrinos. O friso contínuo, por exemplo, é composto por quartzos ametistas de coloração muito ligeira que é reforçada por uma folheta reflectora colorida, técnica que é bastante frequente na joalharia portuguesa deste período. O objectivo destes forros estava não só na obtenção de efeitos cromáticos mais próximos dos padrões de moda, como também se substituía ao uso de lotes de gemas de cor homogénea, ora pela sua aparente escassez ou pelo seu maior custo de mercado, constituindo, portanto, uma solução de custo mais reduzido e de mais rápida execução. Cruz-relicário do Santo Espinho Cruz-relicário polida em cristal-de-rocha (quartzo hialino) que guarda uma rara relíquia do Santo Espinho, ou seja, um fragmento de espinho da coroa com que os romanos flagelaram Cristo. Esta peça é uma das raras obras que se podem atribuir a oficinas portuguesas do século XVI, estando aliás na linha de outras obras esculpidas a partir de cristal-de-rocha, muitas vezes de origem oriental (Sri Lanka). No quartzo são visíveis a olho nu bastantes imperfeições que ao microscópio gemológico se identificam como inclusões flçuídas,m típicas desta gema. Esta cruz foi pertença de D. Isabel de Bragança, nora do rei D. Manuel I. Meio-adereço em ouro cinzelado com diamantes Meio-adereço (pendente e par de brincos) em ouro cinzelado com os típicos motivos vegetalistas que marcaram a estética da joalharia de setecentos, estando engastado com diamantes em talhe rosa e em lascas. A utilização com abundância do diamante na joalharia portuguesa e europeia deu-se apenas após a descoberta dos diamantes brasileiros a partir da década de 1720. Na altura o influxo foi de tall forma significativo que o seu valor de mercado sofreu quebras significativas, mas verificou-se em contrapartida uma mais profusa e diversa utilização na ourivesaria. Alfinete ramo Par de brincos Par de brincos em três segmentos muito ao estilo português de finais de setecentos, completamente cravado com quartzos incolores (cristais de rocha), sendo alguns deles aparentemente coloridos (efeitos da alteração das folhetas e da sujidade). No comércio é hábito chamar-se-lhes “minas novas” que não sendo uma expressão cientificamente correcta, tem um significado historico-artístico significativo, referindo-se habitualmente a pedras incolores engastadas em cravação fechada, com ou sem culatra pintada, em peças de prata de tipologias de finais de setecentos princípios de oitocentos, sendo ora quartzos, topázios, berilos ou vidros. No caso destes brincos, temos quartzos incolores. Grande alfinete em forma de ramo da segunda metade do séc. XVIII profusamente engastado com pedras de cor e diamantes, observando-se também aplicações de esmalte verde. Os topázios amarelos e imperiais estão engastados com forros coloridos, ora com a intenção de melhorar a cor aparente, ora para obter um conjunto homogéneo. Os crisoberilos amarelo-esverdeados (em Portugal ainda designados por crisólitas na gíria do comércio) apresentam forro reflector. Os diamantes são aqui usados apenas pontualmente. Esta profusão de pedras de cor é muito característica da joalharia portuguesa de finais de setecentos, sendo o topázio e o crisoberilo, neste caso de origem brasileira, são dos materiais mais utilizados. 74 > Jóias de Família | CRÓNICA Jóias de Família | CRÓNICA < 75 As Categorias do Luxo por Susana Lucena 01 02 03 O homem tem tendência para classificar e rotular tudo o que o rodeia e o universo do luxo não é excepção. Assim segundo os especialistas nesta matéria existem três categorias de luxo: o ‘inacessível’, o ‘intermédio’ e o ‘acessível’. Se imaginarmos uma pirâmide, no seu topo encontra-se o luxo inacessível e é graças a este, que o luxo intermédio e o acessível mantém a sua criatividade e prestígio. Tomemos o exemplo da Alta-costura que é a actividade que permite o funcionamento e o desenvolvimento das restantes actividades da moda, como sejam o ‘prêt-à-porter’, os acessórios e inclusive os perfumes. Não é só a criação mas também a imagem do luxo que têm um poder ilimitado. A maioria das mulheres não poderão nunca luzir num vestido de Alta-costura Yves Saint Laurent ou Christian Dior, contudo algumas poderão comprar uma mala Louis Vuitton e muitas delas perfumar-se com o Nº 5 da Chanel. O prazer de usar aqueles artigos provém do imediato acesso a esse universo. Nesta categoria – luxo inacessível – referimo-nos à Alta Decoração, à Alta Costura, à Alta Marroquinaria, à Alta Pelaria, à Alta Joalharia e a alguns modelos inacessíveis de relógios, propostos por marcas de Alta Relojoaria como A. Lange & Söhne e F.P. Journe. Os critérios que definem o luxo inacessível são vários, contudo basta referir os principais para se compreender a própria designação de inacessível. Começa pelo facto de serem objectos únicos, autênticas criações, pelas quais o cliente paga somas avultadas para ser surpreendido, pois deseja desfrutar de um produto único e inimaginável. A excelência posta tanto na selecção das matérias-primas, nos processos de fabrico, nos acabamentos bem como no serviço e atenção prestados ao cliente, são também critérios de diferenciação. A relação com o cliente é muito especial. A atenção dada ao cliente é absolutamente personalizada e a venda muitas vezes é feita fora dos pontos de venda ou das condições habituais, por exemplo, em casa do cliente ou na suite do hotel onde este se encontra hospedado. Os clientes são as elites e como tal em número limitado. O preço é muito elevado e a distribuição e comunicação são muito selectivas. Torna-se fundamental nos produtos de luxo inacessível uma renovada criação, pois os símbolos distintivos de status não são tão necessários como nos outros produtos de categorias de luxo inferiores. Pode-se considerar o luxo intermédio como uma derivação do 01 - A. Lange & Söhne, colecção de joalharia em ouro branco e brilhantes; 02 -F.P Journe – Tourbillon Souverain em platina; 03 - Rolex Oyster Perpetual Cosmograph Daytona em ouro branco com brilhantes e safiras. 76 > Jóias de Família | CRÓNICA 04 luxo inacessível, através da reprodução de modelos em materiais menos nobres. Na moda, destaca-se o ‘prêt-à-porter’, actividade que se iniciou nos anos sessenta, quando os mais reputados criadores decidiram criar linhas mais acessíveis. Na relojoaria distinguem-se as gamas de luxo de marcas como a Raymond Weil e a Rolex, em joalharia as peças importantes que estão exactamente abaixo da Alta Joalharia. O fabrico de produtos desta categoria é realizado em séries limitadas e vão ao encontro das necessidades dos clientes e dos seus estilos de vida. O critério qualidade está presente em todo o processo de produção, desde as matérias-primas utilizadas até ao serviço pós-venda. Para comercializar estes produtos há que fazê-lo com todas as ferramentas do marketing de luxo e é necessária uma importante actividade de relações públicas. Neste nível de luxo não é só o produto que é importante, como acontece no luxo inacessível, mas também é fundamental a forma como é vendido - embalagem, pontos de venda, distribuição cuidada - e o estudo da imagem, tendo em consideração as outras marcas concorrentes. O preço é elevado, a distribuição é limitada e os clientes são as elites e a classe média alta. Os produtos possuem uma forte simbologia de diferenciação social. Os códigos de status social e de pertença ganham imensa importância. Isto reflecte-se na forma como os produtos fazem gala da marca ou do logótipo. Perfumes, produtos de maquilhagem, lenços, pequena marroquinaria, peças de joalharia acessíveis, bijutaria, gravatas, cintos …, todo um arsenal de artigos que convidam a entrar no universo do luxo a um grande número de clientes que de outro modo, nunca poderiam aceder. A este luxo dá-se a designação de acessível, o qual apresenta um comportamento cada vez mais similar ao 04 - Colecção de alianças Mauboussin em ouro branco com brilhantes. marketing de consumo. Encontrar o justo equilíbrio entre um crescimento sustentado e a difusão controlada é o binómio que enfrentam os estrategas do sector deste tipo de luxo, pois o mercado oferece demasiadas tentações e há que evitar que a imagem das marcas saia prejudicada. A sua missão é proporcionar uma difusão controlada sem correr o risco de distribuição massiva que resulte na perda de prestígio da marca. A produção é em série não limitada, mas controlada em número de exemplares. A qualidade continua a ser um critério fundamental e certos pormenores como a embalagem são alvo de grande atenção, mais do que nas outras categorias, com o intuito de enaltecer o produto e transmitir o melhor possível os valores da marca. Nesta categoria de luxo as relações públicas não são suficientes, são necessários departamentos de marketing, conselheiras e promotoras, publicidade, etc., ou seja uma estrutura bem organizada para fazer face à concorrência e às evoluções do mercado. O preço fixa-se em função do custo e da concorrência tendo em conta a relação qualidade/preço. A distribuição é selectiva, mas muito mais alargada que no luxo intermédio e a comunicação é realizada em grande escala nos media. Os produtos respondem a um desejo importante de diferenciação e de pertença a uma classe social elevada, por parte de pessoas provenientes das classes médias. Grande parte das vendas é para oferta, pelo que dependem em grande medida de certos períodos do ano, Natal, Dia da Mãe e do Pai, etc. Para concluir é de referir que o mercado do luxo no seu todo, independentemente das suas subcategorias, representa 10% do consumo privado mundial. %HIVIpSHI±QMREWRSZEW²HI½REMWHSWqGYPS<:--- :IRHMHSTSVº &VMRGSWI%HIVIpS IQTVEXEHSWqGYPS<:--- :IRHMHSTSVº &VMRGSW IQSYVSITVEXEGVEZINEHSWGSQHMEQERXIW ½REMWWqGYPS<-< :IRHMHSTSVº PIMPnS SRHI S GPMIRXI JE^ S TVIpS 'EPpEHEHS'SQFVS% 0MWFSE 8IP*E\ [[[TGZTX 78 > Jóias de Família | CRÓNICA Jóias de Família | CRÓNICA < 79 E se um desconhecido lhe chamar pagão por Rodrigo Moita de Deus Do tempo que passei como jornalista o que mais me divertiu foi escrever horóscopos. Sim, horóscopos. Está bom de ver que acredito tanto nos signos e na influência dos astros no nosso dia-a-dia como acredito na existência de tágides no Tejo. Mas a revista andava a cortar custos e o exercício de fazer adivinhações, qual pitonisa dos tempos modernos, fascinava-me. A metodologia era, no entanto, bastante menos romântica. Todas as semanas passava os olhos no horóscopo da concorrência. Interiorizava umas expressões do género “Mercúrio desloca-se por Escorpião em movimento retrógrado até ao dia 11 de Novembro, momento em que irá retornar ao movimento directo e permitir que a sua energia flua de forma mais livre” e lá me saia uma profecia: “a franqueza pode ir longe demais, perdendo-se o equilíbrio que a diplomacia sabe alcançar”. Fundamental era que a mensagem desse para tudo. Que fosse ambígua o suficiente para acertar sempre. E de quando em vez a redacção recebia um elogio às previsões da “astróloga”. Orgulhoso, pensei seriamente em mudar de carreira. O que é mais curioso nestes meses de improviso é que nem por um momento se pensou em acabar com o horóscopo. Era preciso cortar custos, mas aceitamos como normal e quase obrigatório a previsão astrológica. Aqui ou em qualquer outra parte do mundo. Faz parte. Faz parte da natureza do Homem viver obcecado com o tempo futuro. Desengane-se quem julgue que a crença nas vaticinações de papel é fenómeno exclusivo e recente de ingénuas donas de casa que julgam ler o seu futuro nas sinas da Nova Gente. Ou das outras que mandam mensagens escritas para a linha de valor acrescentado da Maya. Durante milhares de anos o Homem usou quase tudo para saber o que ia acontecer amanhã. Búzios, conchas, entranhas, tarot, enxofre, cartas, horóscopos, espíritos, signos, ossos, transes, dejectos de animais, bolas de cristal, voos das aves, linhas das mãos. Tudo servia. Tudo serve ainda para ler o futuro. Desde quando a linha de valor acrescentado da Maya é menos digna que as entranhas do bode que vaticinaram a conquista da Gália a Júlio César? Nesse mundo dos antigos poucas foram as decisões tomadas sem a consulta do oráculo em Delfos. Talvez o mais afamado centro de adivinhações de sempre. Comerciantes, atletas, generais e reis eram clientes habituais. Mesmo os não helénicos como os macedónios, romanos ou egípcios, procuraram os bons conselhos da pitonisa e a sua influência prolongou-se muito para além do nascimento de Cristo. Uma das seculares características do oráculo era comunicar os seus vaticínios em forma de esfíngicos enigmas ou mesmo versos. Um pouco mais elaborado que os horóscopos que assinei, mas o principio da mensagem ambígua era o mesmo. Obviamente que a rigorosa interpretação dos prognósticos era uma habilidade quase tão exigente como ver o futuro. Heródoto conta que Creso da Lídia, lânguido por deitar a mão ao império persa, lá foi à pitonisa saber se deveria ou não atacar. A adivinha terá respondido “ se o fizer destruirá um grande império”. A guerra foi um desastre para Creso e a Lídia tombou derrotada, desaparecendo do mapa e dos livros de história. A pitonisa uma vez mais acertara, a guerra destruiu um império. O Lídio. O templo e o oráculo que lhe deram fama só caíram em desgraça quando surgiram cristãos rumores de que as transes da pitonisa não eram mais que delírios e alucinações provocadas pelo en-xofre que saia entre as rochas da sala das adivinhações. Mas os tempos em que a adivinhação era assunto de Estado e de Estados não são assim tão distantes. Há pouco mais de sessenta anos Hitler tomava decisões estratégicas e tácticas depois de consultar os astros. Felizmente para a humanidade os astros deram péssimos conselheiros militares. E ainda hoje, no exílio, o Dalai Lama, homem santo, não dispensa a consulta do Nechung. O milenar orá- culo tibetano entra em transe até ser possuído por espíritos, mais ou menos o mesmo principio das sessões com o professor Bambo. Durante dois mil anos o cristianismo combateu a mistificação e as adivinhações. Afinal esta crença no determinismo é pouco compatível com o que dizemos ser a nossa Fé. Serviu de pouco a luta. E ainda que sem dar conta a natureza do homem triunfou. E a senhora ou senhor que correm para a última página da revista, já nem sequer dão conta desse último tique de paganismo. 80 > Jóias de Família | SOCIAL Jóias de Família | SOCIAL 04 01 02 07 08 01 Montra de Luxo no CCB Porque “Dar Horas” também é um negócio e porque há marcadores de tempo que só estão ao alcance de alguns, a A. Lange & Söhne reuniu uma “Montra” de Luxo na Sala Fernando Pessoa do Centro Cultural de Belém. Profissionais, clientes e os mais destacados representantes da marca alemã – Walter Lange [descendente de Adolphe Lange, fundador da A. Lange & Söhne] e Michel Adé [Brand Manager do Grupo Richemont] – reuniram-se para ‘galantear’ as mais emblemáticas peças de Alta Relojoaria do Século XX. O Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, João Mira Gomes, Isabel Angelino, Sónia Brazão, Pedro Reis e Maria Duarte, entre outras 05 06 03 < 81 individualidades, não perderam a oportunidade de ‘desfrutar’ do famoso Tique-Taque A. Lange & Söhne e assistir ao vivo - ao trabalho manual de um Mestre Relojoeiro e de um Mestre Gravador. Walter Lange dirigiu-se aos presentes para contar, na primeira pessoa, a História da companhia alemã – expropriada pelo regime comunista em 1948 – e enfatizar os 50 anos de silêncio a que a marca fora remetida e o renascimento da mesma em 1990. Em 15 Anos, a extraordinária Manufactura relojoeira da Saxónia restituiu o ‘status’ entre as mais exclusivas e prestigiadas marcas internacionais voltando a ocupar o topo da Alta Relojoaria Mundial. 01 - Figurantes com trajes à época; 02 - Pianista Nuno Tanackovich; 03 - Walter lange 09 10 04 - Paulo Torres, Michel Adé e Walter Lange; 05 - Mestre relojoeiro; 06 - Pedro Reis e Maria Duarte; 07 - Isabel Angelino e Dr. José António Montes; 08 - Paulo Ferreira e Rui Galopim; 09 - Trabalho de Mestre gravador ampliado em ecran plasma; 10 - Sónia Brazão 82 > Jóias de Família | FRAGMENTOS Espírito do Golf A Rolex edita mais uma edição da sua ‘Perpetual spirit dedicada à ‘ Ryder Cup’. Trata-se da famosa competição que coloca frente a frente os 12 melhores golfistas profissionais da Europa contra os seus homólogos dos Estados Unidos. Publicação disponível na Torres Joalheiros – Rua Áurea, 255. Relógios e Relojoeiros Quem É Quem no Tempo em Portugal Da autoria de José Mota Tavares e Fernando Correia de Oliveira, o livro é fruto de três décadas de pesquisas, por todo o Portugal e pelo estrangeiro, sendo a primeira vez que um dicionário deste tipo é editado entre nós. Trata-se de um livro com cerca de 200 páginas e mais de 750 entradas sobre figuras que marcaram o universo da Relojoaria, do Tempo e das Mentalidades no país – desde a pré-história até à actualidade. Profusamente ilustrado, Relógios e Relojoeiros – Quem É Quem no Tempo em Portugal está organizado sob a forma de dicionário onomástico, e “permite aos apaixonados descobrir os actores e os cenários mais marcantes da odisseia da relojoaria lusitana”, refere no Prefácio o Mestre Américo Henriques, responsável pela única escola de Relojoaria existente no país, a da Casa Pia de Lisboa. Editado pela Âncora, Relógios e Relojoeiros – Quem É Quem no Tempo em Portugal tem preço de capa de 40 ¤. Classic Cup 2 6 Teve lugar mais um Jantar de Gala de Entrega de Prémios organizada pelo Classic Club. Associada a este evento desde a primeira hora como Patrocinador Principal a casa Torres Joalheiros distinguiu os premiados da Categoria Sport. Este ano o evento decorreu no Hotel Marialva em Cantanhede tendo registado a maior participação de sempre. O Classic club tem como objectivo dar maior notoriedade às principais provas automobilísticas de regularidade histórica – viaturas antigas e clássicas – que se realizam em Portugal. Os aficionados podem saber mais sobre esta modalidade em www.classicclube.com.