revista abrase edição 0004

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revista abrase edição 0004
ABRASE
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES E COMERCIANTES
DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS
Revista Eletrônica Oficial
Número 4 - Outubro 2009
autorizados a iniciar suas atividades após a
concessão do “Registro”. Extraordinariamente,
todas as regionais do país procediam de forma
convergente, ou era o registro ou a negativa ao
empreendimento, não havia outro requisito para se
trabalhar. Fato é que quem estivesse apto, com o
devido registro, teria lá seu numerosinho louco
(x/xx/xx/xxxx-x), que até hoje é possível vê-los
(alguns!!) nas listas de criadouros no site do Ibama. Mas neste ano de 1999 tudo mudaria.
Licença Operaracional,
Registro, CTF ou
Autorização de Manejo?
Ou tudo?
Nota do Editor
.
A Confusão reina nas atividades de fauna há pelo
menos 10 anos. O mesmo tempo de vida da
ABRASE tem o órgão gestor de fauna, o Ibama, de
plena inabilidade para determinar e cumprir regras
no quesito de licenciar os empreendimentos de
fauna silvestre e exótica.
.
Até abril de 1999, criadouros, comerciantes e
outras categorias de fauna ex-situ estavam
NESTA EDIÇÃO:
I-
Licença operacional, registro, CTF ou AM?
Ou tudo?
II - Puma concolor
III - Apreensão de animais
silvestres no país, um
panorama
IV - Males de uma dieta hiperlipídica em pstacídeos
Mito ou verdade
V-
El camachuelo común
y sua cría en cautividad
VI - Quarentena para
criatórios
VII - Pela primeira vez filmam
a Micropsitta pusio, menor
psitacídeo do mundo
VIII - Ararajuba, rara ou
desconhecida?
IX - Ararajuba, prolífera em
X-
pág.1
pág.2
pág.6
pág.7
pág.11
pág.16
pág.17
pág.18
cativeiro
pág.21
Eventos e Informações
pág.27
Com a publicação da Instrução Normativa nº 01/99
implementa-se as diretrizes da Resolução CONAMA nº 237/97, que versava sobre licenciamento
operacional das atividades potencialmente poluidoras. A bagunça começa com a RENOMEAÇÃO
da IN 01/99 para IN 03/99, talvez isto tenha confundido os gestores de fauna! Fato é que a IN
01/99 ficou esquecida por anos nos setores de
fauna das regionais. Quando questionados sobre
o assunto os analistas do órgão informavam nem
imaginar como proceder, isto lá pelos idos de
2001, até 2003/04. Mais ou menos em 2003 algumas regionais, muito poucas, iniciaram o
processo de licenciamento, com LP, LI e LO,
conforme a Resolução do CONAMA.
.
No Ibama do Rio de Janeiro o processo se deu por
cobrança da Procuradoria Geral da República, que
questionou o órgão por não cumprir a resolução.
Desde então os empreendimentos vinham obtendo
a LO em conformidade à Lei. Por outro lado o Ibama de São Paulo (entre tantos outros) continuou
ignorando solenemente a previsão resolutiva do
CONAMA. Nenhum criador ou comerciante obteve
a licença prevista neste Estado da Federação. Bagunça? Preguiça? Descaso? Possivelmente tudo
junto. Mas porque A PGR de São Paulo não cobrou a regional o cumprimento da norma maior?
Não sabemos e não saberemos, o problema é que
se um empreendedor de fauna descumprir quaisquer umas das normas vigentes ele é imediatamente punido, respondendo a processo administrativo e, possivelmente, criminal. Sempre foi assim, ao contribuinte à Lei, aos gestores públicos o
“bel prazer”.
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des, aberrações administrativas, suspensões de
novos criadores e comerciantes etc. Esta norma
satisfez as regionais do Ibama que nunca concederam uma LO, e querem eximir-se de fazê-lo.
Para piorar o Ibama esqueceu (?) de revogar a IN
01/99, que conflitava com as novas regras. Durante meses valeram ambas, e nenhuma das duas
funcionou.
Inclusive uma circular interna do Ibama Brasília
(DIFAP, 2004) exigia dos chefes de fauna que
requeressem a cópia de publicação em Diário
Oficial das LOs dos empreendedores, conforme
prevê a própria Resolução CONAMA. Será que
São Paulo não recebeu a circular? Chegou-se a
questionar ao MPU o descumprimento da lei, entre
diversas outras questões. Manifestou-se o MPU (o
mesmo órgão que no RJ cobrou a obediência à
Lei), de São Paulo, alegando que as “denuncias”
eram “genéricas”. Seria razoável que, quando se
diz que um órgão não está cumprindo uma determinação legal, se averiguasse se cumpre ou não,
desde já uma informação desta não tem como ser
“genérica”. Mas seguiu São Paulo sem emitir a
“devida licença legal”, aliás, segue a regional de
São Paulo fazendo o que “bem” entende!!
.
Chegou-se ao ápice! As atividades de fauna, para
não serem notificadas, autuadas e destroçadas,
então deveriam ter, a partir de agora: REGISTRO,
CTF, LICENÇA OPERACIONAL e AUTORIZAÇÃO
DE MANEJO. Tudo equivalente a uma coisa só!!!
É absolutamente ininteligível que o Ibama não
queira Licenciar na forma da Lei o uso da fauna. A
IN 169/08 tem como requisito a apresentação de
projetos, documentos e plantas para se requerer a
Autorização de Manejo (AM), copia, ipsis literis et
verbis, o procedimento da Resolução CONAMA.
Então porque ao invés de conceder AM não concede definitivamente a LO, com o devido processo
legal previsto na Resolução do CONAMA? Tantos
Estados assim procederam sem nenhum problema.
.
No meio do nada, em 2000, uma “velha-nova” Lei
atravessa todos os procedimentos e se estabelece
de forma “opaca”. Foi a criação do Cadastro Técnico Federal (CTF), já prevista em 1981 e que se
materializa em 2000, com a então novíssima Lei
10165. Sua “contribuição” foi criar junto com a
informatização da CTF uma taxa (TCFA), visando
aumentar a arrecadação para um órgão em frangalhos. Inicialmente criou-se um grande imbróglio
pela forma como foi implantada, sendo questionada no Supremo Tribunal Federal e, entre idas e
vindas, por fim modificada, passou a vigorar. Certamente que ninguém no Ibama deixa de exigir o
CTF de uma atividade de fauna, afinal isto é arrecadação e, portanto, TODAS as regionais a cumprem à risca, diferente da Resolução 237/97 do
CONAMA.
.
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Mais incompreensível ainda é uma atividade ter a
obrigação de possuir uma diversidade tamanha de
“obrigações” como a fauna. Não pode o empreendedor interessado ficar à mercê desta deformação
jurídico administrativa. A perda de tempo, dinheiro
e de profissionais para satisfazer a sanha burocrática deste órgão é absolutamente inconcebível.
Após tantos anos de descaso é mais do que hora
de satisfazer os anseios de quem investe em fauna. Além disto, pensemos que a atividade gera
empregos, impostos, terceiros serviços etc.
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Bem, somando-se as obrigações do ramo, qualquer um teria que ter, desde 2000, o Registro de
Atividade de Fauna no Ibama, mais a Licença
Operacional (competência do Ibama, ainda que
São Paulo e outros tentem ignorar) e, mais ainda,
o CTF - Cadastro Técnico Federal. E coitado do
infeliz empreendimento que não tenha uma das
três inscrições.
Diretoria
ABRASE
PRESERVAÇÃO > CONSERVAÇÃO
.
Mas não bastou!!
Puma concolor
.
(Linnaeus, 1771)
Por Edelcio Muscat
Em 2008, com a grande “invenção” da IN nº 169,
o Ibama criou mais uma obrigação para o infeliz
contribuinte. Disfarçadamente maquiaram as
previsões da antiga IN 01/99 (renomeada para
03/99) e inventaram a AM - Autorização de Manejo. Tudo isto com o firme propósito de não terem que cumprir a Resolução 237 do CONAMA. A
nova IN veio cheia de erros, inconstitucionalida-
A puma é conhecida também como onça vermelha, onça parda, suçuarana e até mesmo como
leão americano ou de montanha, provavelmente
pela coloração parecida com a do leão africano.
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vítima, inclusive, sem se quer mencionarem dados
sobre a ocupação e a destruição dos ecossistemas
provocados pelo homem, que levaram essas delicadas espécies ao risco de extinção, sendo essas
as verdadeiras vítimas, devastadas pela cobiça e
o crescimento populacional humano.
.
Com a devastação dos habitats naturais desses
felinos, vem sendo cada vez mais comum um homem se deparar com esse animal. Isso é muito
preocupante, afinal, na grande maioria das vezes,
acabam sendo mortos ou trancafiados em zoológicos que já possuem uma quantidade assustadora dessas espécies.
.
Diante desse cenário crítico, o Centro Especializado em Carnívoros vem atuando de maneira
muito positiva, com um plano de manejo e soltura desses felinos.
Distribuição geográfica do Puma
concolor: ocorre em quase toda a
América do Sul, se estendendo até o centro oeste e oeste americano e canadense.
.
Espécies de Felinos Brasileiros:
01. Onça-pintada: Panthera onca
02. Onça-parda: Puma concolor
03. Jaguarundi; Puma yagouaroundi
04. Jaguatirica; Leopardus pardalis
05. Gato-maracajá: Leopardus wiedii
06. Gato-do-mato-pequeno: Leopardus tigrinus
07. Gato-do-mato: Leopardus geoffroyi
08. Gato-palheiro: Leopardus colocolo
Nome em inglês: Montain lion, Puma, Cougar
Nome científico: Felis concolor
(Linnaeus, 1771)
Reino: ANIMALIA
Filo: CHORDATA
Classe: MAMMALIA
Ordem: CARNIVORA
Família: FELIDAE
Puma concolor capricornensis
(Goldman, 1946)
UF: ES, MG, MS, PR, RJ, RS, SC, SP
Puma concolor greeni
(Nelson & Goldman, 1931)
UF: AL, BA, CE, MA, PB, PE, PI, RN, SE
STATUS DE AMEAÇA
Brasil (MMA, IN 03/03):
Ameaçada.
Onça-parda / Puma concolor
.
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Distribuição geográfica: Ocorre do sudoeste do
Canadá até o Estreito de Magalhães, no extremo
Em território brasileiro, há oito espécies de felinos.
A caça e a alteração dos ecossistemas são os
fatores que mais contribuem com a ameaça de
extinção dos felinos silvestres. Essa alteração do
meio, provocada pelas transformações do habitat
natural em campos agrícolas, pastagens ou mesmo condomínios periurbanos (ao redor das cidades) propiciam a redução das presas, alimento dos
felinos. Além disso, as transformações dos ecossistemas tornam os felinos silvestres moradores
vizinhos dos seres humanos, tornando-os espécies
indesejadas, pois atacam as criações, assustam
os moradores e, consequentemente, se tornam
alvos de ataques do homem.
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No entanto, inúmeras vezes, assistimos a documentários que colocam o homem em posição de
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sul da Argentina e do Chile. É um animal que vive
em ambientes bem variados, de desertos quentes
aos altiplanos andinos; de florestas tropicais a temperadas; além da caatinga, cerrado, pantanal e
montanhas.
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Alimentam-se de animais silvestres de tamanhos
variados, de pequenos roedores a animais de
grande porte, como capivaras, veados, catetos,
macacos, aves ou répteis, exercendo assim um
papel fundamental na manutenção e na integridade dos ecossistemas, mantendo o equilíbrio das
populações. A relação entre predador e presa deve sempre se manter nas mesmas proporções.
.
Sua pelagem é muito macia, com coloração açastanhada por todo o corpo, exceto na região ventral
que é mais clara, podendo também ser bege-rosada, cinza, marrom ou cor-de-ferrugem. Os filhotes nascem com pintas pretas e olhos azuis e, em
alguns meses, as cores vão se modificando até
chegarem à original. O comprimento do pelo pode
ser curto ou muito longo, variando conforme a
região.
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Normalmente, procura viver em regiões de muita
vegetação, mesmo que rasteira e áreas rochosas
que lhe permitem ficar à espreita de sua caça. O
seu território compreende áreas de 65 km2; necessita no mínimo 20 km2 para sobreviver. Os machos toleram-se, mas se evitam. Os contatos e as
possíveis lutas entre pumas concolor (ou onçaspardas) são muito raros.
.
É o segundo maior felino neotropical, menor apenas que a onça-pintada. Pode atingir até 1,08m.
de comprimento, entretanto, a cauda que é longa,
medindo entre 61 cm. e 63 cm. O tamanho e o
peso variam conforme a região de ocorrência,
sendo entre 35 e 70 kg.
.
Com seus hábitos solitários, os casais se encontram apenas no período reprodutivo. O cio é de
três a quatro dias, com intervalos de vinte e três
dias. A gestação dura de 91 a 95 dias, nascendo
de 1 a 6 filhotes (com aproximadamente 300 gramas). A onça-parda possuí três pares de mamas,
número igual ao máximo de crias. Os filhotes mamam por doze semanas ou mais, embora já comecem a comer carne com um mês e meio e se tornam independentes entre 1,5 a 2 anos de idade.
Seu período de vida é de 20 anos em cativeiro
(dados obtidos de zoológicos).
.
A onça-parda possui o corpo delgado e alongado,
característica de animais com muita agilidade, a
cabeça é arredondada e relativamente pequena
em relação ao seu corpo, o pescoço é curto, os
olhos grandes, o bigode é farto e possui cinco dedos nas patas anteriores e quatro nas patas posteriores, todos com garras muito longas.
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O pulo desse felino pode alcançar a altura de 5,5
m, o que facilita subidas em árvores, ele é capaz
de saltar de alturas de até 15 metros para retornar
ao chão e seus saltos podem chegar a até 6 metros de extensão, isso ajuda a capturar presas.
O Governo Federal criou no ano de 1994 o
CENAP Centro Nacional de Pesquisas para a
Conservação dos Predadores Naturais - com o
objetivo de pesquisar, conservar e desenvolver
atividades de manejo, em alcance nacional, juntamente com o Instituto para a Conservação dos
Carnívoros Neotropicais Pró-Carnívoros, associação civil, de direito privado, não governa-mental
e sem fins lucrativos, criada em 1996, atualmente
sediada na cidade de Atibaia/SP e que mantém
projetos de campo em diversos pontos do país.
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As onças-pardas, ao menor ruído de som, ao invés
de moverem toda a cabeça, giram a parte externa
das orelhas (pavilhão) da mesma forma que nossos cachorros domésticos, é assim que recebem
as ondas sonoras são captadas pelo sistema Auditivo. Os adultos se comunicam por meio de uma
espécie de silvo estridente, emitem alguns sons
muito parecidos com gatos domésticos.
.
ESPECIALISTAS / NÚCLEOS DE PESQUISA E
CONSERVAÇÃO
.
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Esse felino tem hábitos solitários e é territorialista
(defende seu território), sua maior atividade é na
transição entre o crepúsculo (anoitecer) e a noite.
Sua estratégia de caça é muito peculiar, diferentemente de alguns grandes predadores, as onças
pardas caçam solitárias e sempre ficam à espreita,
escondidas e vão se aproximando lentamente sem
o menor ruído. Seus botes são quase sempre certeiros.
Instituto Pró-Carnívoros; IPÊ Instituto de Pesquisas Ecológicas; AMC Associação Mata Ciliar;
CENAP/IBAMA; Peter G. Crawshaw Jr e Júnio
Augusto Silva (IBAMA); Marcelo Mazzoli (UFRGS
Projeto Puma) e Luiz Guilherme Marins de Sá
(ISCN).
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Vários estudos de conservação e manutenção vêm
contribuindo com a perpetuação das espécies sil-
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vestres, mas a conscientização, a educação e o
respeito do ser humano em relação aos animais
são ferramentas cruciais para a sobrevivência do
planeta.
tiva, pois minha leitura ainda era bem primitiva,
mas suficiente para iniciar a árdua tarefa de conhecer um mundo que era até então apenas
subjetivo e lúdico.
Enquanto o ser humano se colocar à parte dos
ecossistemas naturais, crendo que ser uma espécie superior e diferente de outras menos complexas, continuará achando ingenuamente que tem
o domínio de toda e qualquer vida. O planeta não
é como o nosso jardim particular, que podemos
podar e mudar tudo para atender o nosso próprio
prazer, há vidas em jogo.
Aquela procura do saber sobre as coisas que eu
amava era na verdade uma iniciação científica,
mas é lógico que esse entendimento, não foi conquistado naquele período. Uma coisa que percebi
naquela época, foi, já que eu amava tanto aquele
animal eu não poderia tê-lo daquela maneira, não
era justo ele ser um objeto de desejo, ele merecia
todo meu respeito, foi ai que tomei a minha primeira decisão importante, fazer com que aquela senhora que havia dado o sapo para mim, o levasse
de volta ao seu local de origem.
.
.
.
Abri meu destino com uma caixa de sapato, sim,
por mais que pareça banal, nossos destinos começam a ser definidos por ações que muitas
vezes passam despercebidas e um dia, ele vai
sendo descortinado de maneira mais clara e
expressiva.
.
Anos se passaram daquele dia, conhecimentos
foram adquiridos graças aquela criatura e outras
pelas quais fui me apaixonando e estudando no
decorrer do meu crescimento, fui direcionando
meu caminho com meu pensamento daquele animal, travei batalhas como ecoxiita na minha adolescência, lutei com (Angra Um) e outros... Terminei na universidade de biologia, fui professor de
ecologia dos ecossistemas brasileiros no Centro
Universitário (UNIFieo), depois trabalhei como
consultor de fauna silvestre, tive a honra de trabalhar com a espécie Pan troglodytes em um
mantenedouro de fauna exótica, E agora, depois
de quarenta e dois anos, do inicio do meu destino,
estou buscando juntamente com todos os parceiros e amigos, passar a você leitor, um Universo
que todos nós estamos inseridos como tarefa do
VIVER.
.
E aquela caixa de sapato contendo o animal que
tanto amava, me fez buscar o conhecimento que
precisava para poder manter viva aquela criatura
que tanto me fascinava, procurei entender sobre
as condições que ele vivia, seu ambiente, sua alimentação, suas necessidades básicas de sobrevivência, além do que, precisava descobrir se o
que falavam sobre esses animais era verdade.
Podia mesmo aquela criatura me transmitir “cobreiro”?, podia me deixar cego? poderia me matar?, eram mesmo usados em bruxarias? foram
tantas as duvidas para uma criança.
.
Mas, eu estava decidido a trilhar aquele caminho
que foi colocado em minhas mãos, graças ao meu
pai, um homem apaixonado por animais, embora
de um jeito muito velado, colecionava livros sobre
animais e sobre o universo, aquelas enciclopédias
que todas as crianças da minha idade tinham em
uma estante da sala de estar.
.
Faço um agradecimento especial ao Prof. Dr. Eraldo Medeiro Costa Neto que tem a incrível tarefa
de desmitificar e desmistificar os seres que vivem
ao nosso lado e que por vezes, não são respeitados pelo SER ou não SER Humano. Outro detalhe
muito importante: a coleção de livros do meu pai
sobre animais e sobre universo, passou a ser o
nome da nossa revista. Não sei por que só observei a coincidência ao terminar este texto.
.
E foi aquela enciclopédia que me fez manter meu
amigo sapo vivo junto a mim por um longo tempo.
Comecei a estudar de uma maneira bem ilustra-
Fale com o Biólogo:
Edelcio Muscat
[email protected]
Fotos de Edelcio Muscat
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quaisquer ocorrem em menores densidades e pódem alcançar elevado valor individual, e cujo tráfico sistemático pode causar danos ambientais
com redução das populações. Seriam as araras,
alguns pássaros canoros, alguns primatas.
CONSERVAÇÃO > TRIAGEM > DESTINO
Apreensões de animais
silvestres no Brasil,
um panorama
.
Animais ameaçados: São aqueles listados no anexo I da CITES e na lista oficial de animais ameaçados de extinção do IBAMA. Quase sempre seu
tráfico é muito rentável, os animais têm valor individual alto, reproduzem-se pouco ou estão ameaçados por outros motivos. São animais importantes para o nosso país, e geralmente são vendidos por traficantes a colecionadores do Brasil e do
exterior. Exemplos: todas as araras azuis, o galoda-serra, o mico-leão-dourado, o bicudo e etc.
Ressalto que animal que se enquadre nesta categoria não necessariamente está listado como ameaçado, e que o traficante destes espécimes é um
criminoso especialista e organizado.
Por: Francisco A. da S. Freixinho Jr.
Desde há muito tempo acompanhamos as operações das autoridades pela TV e diversas matérias
que tratam de nossa fauna e dos danos ambientais
a que ela está submetida. Entretanto, o que se
mostra na mídia é a ponta do iceberg de um problema que não é tratado como prioritário pelo nosso governo, por desconhecimento das autoridades,
da sociedade em geral, e da visão equivocada da
questão faunística no nosso país, em que o traficante de animais é retratado como um meliante
maldoso, sem levar em conta que causa danos ao
nosso patrimônio ambiental e não somente aos
animais individualmente.
.
.
Quando uma autoridade qualquer apreende um
animal silvestre, esta se vê diante de um emaranhado de dificuldades que estão relacionados a
um assunto complexo e que a sociedade desçonhece por completo, que são: o que de fato foi
apreendido, se o animal é ou não de origem legal,
se tem ou não importância para a conservação da
espécie, qual o tamanho do dano causado pelo
delito, onde foi capturado o espécime, está o animal ameaçado, se o fato tem relação com o crime
organizado e a mais urgente, o que fazer com o
animal.
Animais como o
macaco prego (acima) infestam os
CETAS, não tendo
como destiná-los,
muitos vivem há
anos nestes centros. A estrutura é
quase sempre im-
provisada e ruim. Denúncias são corriqueiras, falta desde
alimentos a medicamentos. Animais raros, como araras azuis saem rapidamente para interessados,
o resto fica.
Visto isso, é importante que se conheça que nosso
órgão ambiental federal, o IBAMA, tem pouquíssimos Centros de Triagem de Animais Silvestres,
face ao volume de apreensões, que seriam o destino inicial adequado para os animais apreendidos,
o que leva a autoridade a tutelar o animal muitas
vezes ao próprio infrator, deixando-o como fiel
depositário do mesmo. Feita a apreensão, o animal pode ter os seguintes destinos:
.
Para entender o problema, dividirei os animais de
nossa fauna didaticamente em três categorias que
deveriam ser observadas para fins judiciais, policiais e ambientais:
.
Animais abundantes, não ameaçados ou de baixa importância individual: são os mais comuns,
abundantes na natureza, que se reproduzem em
grandes quantidades e não estão ameaçados, e
cuja exploração indiscriminada produz baixo dano
ambiental. Alcançam baixo valor no tráfico. Exemplos: papagaio verdadeiro, coleirinho, canário-daterra, capivara, jacaré.
.
Mantido em cativeiro pelo resto da vida:
se assim for recomendável e geralmente é, o governo deveria se preocupar com que esse animal
chegasse a um criatório legalmente licenciado à
funcionar e que se preocupasse com a reprodução do espécime ou outros fins dignos e importantes para o país. Isto raramente ocorre, pois
o problema é dado como solucionado quando o
animal consegue destino em uma instituição que
.
Animais nobres: São animais não necessariamente ameaçados, mas que por características
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gradando, sem que haja uma política ambiental e
econômica que garanta a exploração sustentada
deste recurso, seria o chamado e almejado "Desenvolvimento Sustentado", relativamente simples
de se fazer em relação a fauna.
conte com responsável técnico, mas o que se
desconhece, é que muitas vezes tais técnicos não
têm preocupação com os espécimes recebidos e
estes são freqüentemente esquecidos em um
recinto qualquer, sem participar de nenhum tipo
de programa e muitas vezes morrem após pouco
tempo vítimas de cuidados inadequados.
.
O problema da fauna no Brasil é político e não tecnico, pois possuímos alguns dos melhores estabelecimentos de ensino do mundo e técnicos que
nada deixam a dever aos das demais nações, mas
como nossa fauna não é prioridade, ainda vemos
pessoas desqualificadas trabalhando com fauna
nos órgãos públicos, em funções que deveriam ser
exercidas por especialistas. Fica então para o leitor a reflexão: vamos lutar por uma politica nacional de fauna clara e embasada, que sirva ao país,
ou vamos ver mais este recurso se exaurir e continuar a ser explorado por nações estran-eiras?
.
Devolvido a natureza: a mais popular e demagógica das alternativas, só pode ser realizada pelo
BAMA ou entes delegados para tal; e técnicamente tem pouca indicação. Não se deve soltar anaimais apreendidos sem a prévia autorização do
IBAMA, pois um procedimento simpático, prático e
aparentemente inócuo ou benéfico como este, pode condenar o animal a morte e causar danos ambientais.
.
Eutanásia: provoca a aversão dos ambientalistas
radicais e da sociedade em geral, embora seja
prática, segura, barata e tecnicamente recomendada em muitos casos. Só deve ser feita quando
não houver alternativa mais indicada, depois de
esgotadas todas as alternativas, e nunca com animais nobres ou ameaçados.
Francisco Freixinho Junior:
Zootecnista, ex-Analista Ambiental do IBAMA
e atualmente é perito da Polícia Federal.
Fotos: arquivo ABRASE
CRIAÇÃO > VETERINÁRIA
.
Como a maioria dos animais acaba sendo destinada para cativeiros, seria necessária uma política
pública de uso destes animais aonde estes chegassem a criatórios comerciais capazes de gerar
receitas para o país e empregos para o povo, ou a
projetos de manejo da espécie mantidos por outras
instituições. Neste ponto temos um problema terrível para nossa fauna, pois quem apreende o animal, não tem um canal de divulgação junto às instituições receptoras do que foi apreendido e quem
precisa dos animais não sabe como obtê-los de
forma legal, o que aliada a falta de norma sobre o
assunto leva a um: "leva quem chega primeiro ou
quem tem conhecimento", muito ruim para toda
sociedade. No quesito destinação inicial de animais, a ação abnegada de algumas ONGs, instituições e particulares merece destaque na ajuda
que tem prestado às autoridades.
Males de uma dieta
hiperlipídica em psitacídeos:
Verdade ou Mito?
Relato de uma pesquisa científica
de infarto agudo do miocárdio em
Amazona aestiva.
Por: Dr. Marcos Mancini Brown e Dra.
Fernanda Brown Ortiz de Carvalho*
Todos sabem que o principal fator para se ter uma
criação bem sucedida baseia-se na dieta oferecida. Inúmeras são as “receitas”, algumas apresentadas como verdadeiros milagres, que nos são
apresentadas.
.
.
Como fator comum entre elas encontra-se insistentes relatos quanto ao aspecto hiperlipídico das
sementes, em especial as sementes de girassol.
O Brasil tem se tornado conhecido internacionalmente pela destreza com que destrói seus recursos naturais. Destruímos a ararinha azul, destruímos o Mutum-de-Alagoas e quase destruímos a
Arara-azul-de-lear, animais com enorme potencial
econômico para a exportação, endêmicos, e que
podiam ter gerado divisas para o país e empregos
em regiões pobres se tivessem sido corretamente
explorados. Esta estória está se repetindo com
outros animais que estão paulatinamente se de-
É do conhecimento geral que não existe nenhuma
boa formulação de dietas para psitacídeos que não
considere a ingestão de gorduras.
.
A grande dúvida seria: qual a quantidade e o tipo
ideal de ácidos graxos a serem oferecidos para
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animais criados ex situ.
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Entre as dificuldades inerentes a este estudo, deparamo-nos com a mais absoluta falta de dados
tabelados, alguns deles guardados como verdadeiros “segredos de estado”.
O interesse pela criação de psitacídeos foi crescendo naturalmente, em paralelo com meu interesse em medicina. Assim aliei meus conhecimentos
técnicos científicos à minha incipiente criação de
aves. Como especialista em Endoscopia Digestiva
observo, diariamente, os males de uma dieta alimentar mal conduzida. Assim, nada mais lógico
que transferir a experiência obtida em humanos
para a condução da dieta das aves. Obviamente
observando as diferenças metabólicas e adaptando-as às necessidades específicas de cada espécie. Iniciou-se, então, os estudos baseando-os na
alimentação dos animais in situ, para, conhecendo
a alimentação natural de cada espécie, dimensioná-la para a criação ex situ.
Assim, desistimos de coletar receitas e partimos
para o trabalho de campo, já que as respostas estariam em frente a nossos olhos, já que no Brasil
temos o objeto de nosso interesse nas duas situações: in situ e ex situ.
Aí se iniciaram os problemas.
Qual seria a verdadeira necessidade de ácidos
graxos na dieta de uma ave criada ex situ? Qual
seria a diferença entre a dose de nutrientes necessários para um animal in situ daquele ex situ?
Só nos restava trabalhar.
Comecei a estudar, primeiramente em meus próprios pássaros e posteriormente em outros criadouros, a influência da dieta na criação em cativeiro. Precisava ainda de um laboratório para a
realização dos eventuais exames patológicos necessários.
.
Esse foi o ponto inicial das pesquisas, mesmo sabendo as enormes dificuldades em se quantificar
tais elementos em um universo tão vasto quanto
o dos psitacídeos, com todas as suas espécies e
diferentes necessidades, oriundas das próprias
condições climáticas e geográficas que determinaram a evolução e a perpetuação daquelas Espécies.
.
.
.
.
.
.
.
Assim, primeiro definimos nossa linha de pesquisa.
Montamos uma tabela, a partir dos dados já conhecidos por todos, dos teores de vitaminas, proteínas, ácidos graxos, etc... existentes nos alimentos disponíveis. Essa foi a parte mais fácil, já que
tais dados encontram-se disponíveis a quem queira utilizá-los.
.
Entrei em contato com a Dra. Fernanda Brown,
médica patologista e também entusiasta da criação de psitacídeos. Coloquei-a à par do projeto e
suas necessidades, dentre as quais o local para os
exames, quando recebi imediatamente a resposta
de que poderia levar as peças para o laboratório
de patologia do hospital da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, local onde eu também atuo
fazendo pós graduação.
.
Em seguida, compilamos informações sobre a alimentação in situ de algumas espécies e moldamos
uma primeira dieta, obviamente teórica. Assim começamos.
.
Baseado em minha formação em medicina de humanos, que tem como norma iniciar seus estudos
de pesquisa quase sempre utilizando cobaias
animais, partimos para a situação inversa, ou seja,
usar os conhecimentos científicos aplicados aos
humanos para estudar os animais.
.
Outra questão seria como conseguir amostras para serem estudadas, já que a mortalidade nos
criadouros de nossa parceria e extremamente baixa e, quanto aos animais in situ, por questões burocráticas, seria praticamente inviável conseguilos. A normatização oficial para tais pesquisas é
extremamente complicada e restritiva, desestimulando tal tipo de pesquisa.
.
Sou um apaixonado por psitacídeos desde meu
primeiro contato com essas aves. Este aconteceu
durante a infância, quando visitava a casa de parentes próximos onde era mantido, como pet, um
exemplar da espécie Amazona Aestiva, objeto
constante de meu interesse em todas as visitas
subseqüentes aos citados parentes. Durante essas
visitas esquecia-me dos parentes, dedicando-me à
apreciação dos hábitos e comportamento daquela
ave. Descobri, então, que se tratava de um amor à
primeira vista.
.
Iniciamos um trabalho de contato com grandes
criadores do Brasil, disponibilizando esses estudos. Alguns criadores se interessaram muito e
concordaram em enviar aves que por algum
motivo evoluíssem para o óbito.
.
Alguns meses se passaram ate que tive a noticia
.
8
A BRASE
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3) Desidratação: Em seguida, se faz a remoção
da água presente nos tecidos extraindo-a pela
passagem dos mesmos em banhos de concentrações crescentes de etanol.
4) Inclusão: O material é então, embebido em
moldes de blocos de parafina. Esta penetra nos
vasos, nos espaços entre as células, impregnando os tecidos e tornando mais fácil a obtenção de
cortes de fatias finas e transparentes colocadas
sobre uma lamina de vidro.
5) Coloração: como a maioria dos tecidos é
incolor, usam-se corantes específicos, tornando
possível a visualização dos componentes celulares. A dupla mais usada é a Hematoxilina e
Eosina que cora os núcleos em azul e o citoplasma em rosa.
6) Histopatológico: por fim, é feito este exame,
que consiste na análise microscópica dos tecidos
para a detecção de possíveis lesões existentes,
com a finalidade de informar ao clínico a natureza,
a gravidade, a extensão, a evolução e a intensidade das lesões, além de sugerir ou até mesmo confirmar a causa da afecção. O objetivo é fornecer o
DIAGÓSTICO.
de que o papagaio que me influenciou a iniciar a
criação havia falecido aos 30 anos. A ave havia
sido comprada em uma pet shop ainda bebe e
passou sua vida em contato com humanos sob
uma dieta hiperlipídica a base de girassol , frutas
e pouco exercício físico.
.
.
O quadro clinico inicial foi perda do apetite e queda
do estado geral. Nas primeiras 24hs, o animal foi
levado a clinica veterinária especializada em animais silvestres, onde iniciou a investigação clinica
pensando-se em possíveis infecções de foco
pulmonar e ou gastrintestinais. Nesse momento
foram administradas primeiras doses de antibiótico
e inalações. Nas 12 horas subseqüentes, houve
piora e fraqueza generalizada com dispnéia progressiva e óbito.
.
.
.
Pensando em foco pulmonar de rápida evolução,
mas sem o animal ter apresentado outros sintomas
mais específicos de infecções de vias aéreas e
que levassem a pensar em pneumonia, a família
optou pelo exame pos mortem para melhor elucidação diagnostica.
.
.
Após o processamento técnico iniciou-se o estudo
histopatógico propriamente dito. O exame histopatológico evidenciou as seguintes alterações.
A Dra Fernanda Brown prontamente fez a necrópsia e levou o material para estudo no laboratório
de microscopia, ato que considero de grande coragem, pois não se tratava apenas de um estudo,
mas naquele momento o objetivo era saber a causa mortis de seu animal de estimação.
Foto 1.
A)Pericárdio
.
B)Hemorragia pericárdica
O material no laboratório passou pelos seguintes
processos, a seguir definidos:
extensa de todo o
1) Necropsia: é o estudo criterioso, feito por médico patologista, de todos os órgãos e tecidos de
um animal morto. Nesse momento, já era possível
evidenciar aumento da musculatura cardíaca, de
forma concêntrica (sinal clinico de sobrecarga de
volume e pressão),área cárdica bastante hemorrágica e ambos os pulmões congestos e colabados
(cheios de sangue e sem espaços aéreos que permitissem a troca gasosa, justificando a falta de ar
progressiva ate o óbito).
2) Fixação : A fim de se evitar a destruição das
células por suas próprias enzimas (autólise) e/ou
bactérias, os tecidos removidos do corpo do animal (peças histológicas) são adequadamente tratadas após sua retirada com a mistura de substâncias especificas que permitem preservar a
morfologia e a composição dos tecidos, de maneira que possa ser estudado de forma que corresponda ao que existia quando os tecidos faziam
parte do corpo do animal vivo.
hipertrofiada
C)ventrículo esquerdo
.
D)Musculatura miocárdica
E)Hemorragia intramural
do miocárdio
Foto 2
A) Miocárdio preservado
B) Artéria coronária espessada com congestão
vascular
C) Hemorragia intramural
extensa do miocárdio
.
Foto 3 detalhe da foto 2
A) Artéria coronária espessa e congesta
B) Hemorragia intramural
extensa do miocárdio
.
9
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viemos com esse caso real, emocionante e recente mostrar a importância cada vez maior da alimentação adequada e balanceada e dos hábitos
de exercícios físicos dos animais criados em cativeiro, uma vez que sabemos a necessidade das
correções alimentares e hábitos de vida para com
esses nossos amigos, estendendo assim a expectativa media de vida deles.
Foto 4
A) Veia pulmonar com
congestão vascular
B) Espaços alveolares
preenchidos por sangue
.
As sementes de girassol são muito ricas em proteína, porém, também são muito ricas em gordura.
Foto 5 detalhe da foto 4
A) Veia pulmonar com
Informação nutricional
girassol:
congestão vascular
B) Espaços alveolares
- 100 g de sementes de
preenchidos por sangue
calorias
584,3
glicídios
5,29 g
proteínas
25,37g
lipídios
51,30g
cálcio
117mg
ferro
8,10mg
vit A
1,5mcg
tiamina
2000 mcg
riboflavina
190 mcg
niacina
7,6 mg
acido ascórbico
0mg
Foto 6
A) Hepatocito normal
(Célula hepática)
B) Hemorragia intra
hepática
Observa-se que o quadro hemorrágico foi bastante
extenso, comprometendo órgãos de importância
vital, bem como o próprio coração , os pulmões,
fígado e também os rins. Não havia células inflamatórias que levasse a hipótese de tratar-se de
pneumonia ou gastroenterites de origem infecciosa. O estudo do cérebro não foi realizado.
Ou seja, pela tabela acima, podemos concluir que
existe uma quantidade exagerada de gordura, uma
pequena de vitamina A ,alem de uma proporção
cálcio / fósforo inversa. Tal situação poderia ser
melhorada após a germinação dessa mesma semente.
.
.
Assim sendo, conclui-se que a causa mortis foi
INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO (tipo hemorrágico), seguido pelas alterações pré-existentes
na musculatura cardíaca e nas artérias que irrigam
o coração (chamadas artérias coronárias).
Sabemos que após a germinação, há um incremento de proteínas, diminuição da quantidade de
ácidos graxos e ainda acredita-se que a partir dos
ácidos graxos, formam-se vitaminas lipossolúveis
A, D, E e K.Ou seja, esse processo além de barato
é de grande importância por aumentar o valor nutricional dos alimentos. Esta seria uma dica para
os que gostam de uma dieta natural preservando o
prazer que os pássaros sentem durante alimentação. As sementes de girassol geram uma satisfação muito grande, não só por seu paladar, como
também pela forma de preensão, onde as aves
passam algum tempo para abrir com o bico a casca até chegar ao alimento.
.
Vale ressaltar aqui que, as doenças cardiovasculares são as principais causas de mortes em
seres humanos a partir da quarta década de vida.
Já e bem conhecido, dentro da medicina veterinária que essas estatísticas de suma importância
também são validas para os mamíferos, como
cães e gatos. Isso se deve principalmente aos
hábitos de vida adquiridos, como por exemplo,
dieta inadequada, em geral hiperlipídica e com
baixa ingesta de fibras vegetais, o sedentarismo,
o estresse psicossocial, entre outras.
.
Outro fator muito importante relacionado à parte
das gorduras da dieta, é saber qual o tipo de acido
graxo que a espécie em estudo está especializada
e tentar levar esse tipo de alimento ate sua criação
.
Nas aves e principalmente no presente estudo,
10
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em cativeiro. Alguns tipos de ácidos graxos são
nocivos para um determinado tipo de ave, porem
não para outra espécie.
CONSERVAÇÃO > CRIAÇÃO > REPRODUÇÃO
.
El Camuchelo común
y su cría en cautividad
Podemos dar como exemplo, os jacos (Psittacus
erithacus), que tem como hábito alimentar a ingestão de frutos ricos em ácidos graxos de cadeia
saturada, quando em vida livre. Porém, para a
obtenção de tais alimentos, eles são obrigados a
grandes e constantes exercícios físicos. Além disso, a ingestão de outros alimentos, pode eventualmente agir como fator de proteção a uma dieta
hiperlipídica como essa. Sabemos que em humanos, alguns nutrientes como o cromo e vitaminas
do complexo B atuam facilitando o metabolismo
das gorduras e dos carboidratos por mecanismo
bioquímico extremamente complexo. Sendo assim,
não devemos apenas transferir para cativeiro uma
dieta disponível na natureza. Os gastos energéticos são totalmente diferentes. Assim como o metabolismo de cálcio,das proteínas, biodisponibilidade
de vitaminas, etc.
Por: Carlos Dopico Basoa
.
Isso faz com que a avicultura seja cada vez mais
fascinante, quando feita com embasamento científico.
O camuchuelo común é conhecido no Brasil como
don fafe, um dos pássaros mais lindos da Europa.
Pyrrula pyrrula
.
CLASIFICACIÓN:
Orden Paseriformes, família
Fringílidos.
HABITAT:
Bosques, jardines, parques.
ÁREA DE DISTRIBUCIÓN:
Europa, Asia.
ANILLAS:
2,5 milímetros.
CARACTERÍSTICAS:
145 milímetros.
Em cativeiro, não só temos aves de espécies diferentes mas também tipos diferentes de cativeiro.
Essas variantes obrigam o criador a administrar
dietas que se encaixem aos moldes de seu criatório, tanto no que se refere às necessidades
específicas de cada espécie, como à sua adaptação aos recintos de criação.
.
Agradeço publicamente ao Sr. Lélio Gabriel Heliodoro dos Santos, do Criadouro Passaredo (Rio
RJ) e o Sr. João Jurandyr, do Criadouro Paraíso
das Aves (Curitiba PR), pelo apoio e incentivo à
pesquisas nossas na área médica veterinária.
DESCRIPCIÓN:
.
Pájaro robusto, de cuerpo compacto, pico corto y
fuerte, con la cabeza en su parte superior un poco
aplanada. El macho presenta la cabeza y el cuello
de color negro, con algunas tonalidades azules. El
dorso es de color azulado y las mejillas, pecho y
estómago de un color rojo acarminado. La cola y
las alas de color negro con tonalidades azuladas,
aunque estas últimas presentan estrías de color
blanco. El pico es de color negro; las patas oscuras con las uñas negras: el obispillo, muy visible
durante el vuelo, de color blanco. Los ojos son
redondos y oscuros.
Marcos Mancini Brown é Criador de Psitacídeos,
Médico Intensivista, Pós Graduando em Endoscopia digestiva e Coordenador de Pesquisa sobre
alimentação de psitacídeos nos Criatórios
Passaredo (RJ) e Paraíso das Aves (PR)
Fernanda Brown Ortiz de Carvalho é Médica
Patologista, Coordenadora Assistente do projeto
de Pesquisa sobre alimentação de psitacídeos.
.
La hembra tiene un diseño muy parecido al del
macho, pero se diferencia principalmente de este
Fotos cedidas pelo Dr. Marcis Mancini Brown
11
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en el pecho, ya que el de ella es de color gris
rosado. El dorso de la hembra es un poco menos
azulado, teniendo tonos intermedios entre el azul y
el gris.
.
HABITAT Y COMPORTAMIENTO:
.
Quizás, junto con el jilguero común, sea uno de los
pájaros mas conocidos, incluso por gente que no
es muy aficionada al mundo de la ornitología.
Ocorrência
da P. Pyrrhula
Ano todo
Sazonal
.
Está presente en casi toda la península ibérica y
aquí, en Galicia, junto con el verderón común
posiblemente es el pájaro más abundante.
O camachelo común ocrre por vasta regiões da
Ásiia, Europa. Sazonalmente chega ao norte da África e ao extremo oeste do Alasca. O deslocamento
sazonal é visto no inverno quando deslocam para o sul.
Suele encontrarse en zonas de denso bosque, preferentemente cercanas a los cauces de los ríos. En
ellas se alimenta de los brotes tiernos de alisos,
abedules, etc., aunque su principal alimento y por
el que más pasión parece tener, son los brotes tiernos de árboles frutales como manzanos, melocotoneros, cerezos, etc., lo que le ha convertido en el
mayor enemigo de los agricultores. Aunque rara
vez baja a comer al suelo parecen encantarle,
sobre todo, las cabezas de las cerrajas, con las
que saca adelante a sus crías. De vez en cuando
podremos verlo alimentarse de pequeños insectos,
sobre todo, en época de cría.
ción sigue manteniéndose. Aunque el motivo exacto de por que sucede esto no lo sé, creo que se
trata de la supervivencia de la especie, teniendo
así la hembra la posibilidad de elegir para padre de
sus hijos al macho más fuerte y robusto.
.
.
Suelen comenzar a criar a principios de abril, buscando para construir sus nidos árboles en zonas
de mucha vegetación, preferentemente cerca de
huertas de frutales y zonas de cultivo. El nido es
de copa y suelen hacerlo a dos o tres metros del
suelo.
.
.
La puesta consta de cuatro o cinco huevos que
son incubados por la hembra. Después de pasados trece o quince días 4 nacen los polluelos, que
son alimentados por ambos progenitores. Los
suelen quitar adelante preferentemente con cabezas de cerrajas y brotes tiernos de árboles,
sobre todo, en la primera puesta, ya que esta
coincide con la masiva floración de la mayoría
de los árboles, sobre todo frutales.
Suele dejarse ver muy poco, pese al llamativo
plumaje que posee especialmente el macho, ya
que nuestro camachuelo común es un excelente
experto en el arte del camuflaje.
.
Aunque es un pájaro catalogado de migratorio, he
comprobado que son muchas las parejas que no
sólo no emigran, sino que se mantienen en la misma zona durante muchos años, expulsando a otras
parejas de su territorio, ya que son muy territorioales.
.
Aproximadamente después de veinte días, las
.
Macho
adulto
Si nos gusta contemplarlos en la naturaleza, no
nos será muy difícil ver alguna de las múltiples
peleas entre los machos, sobre todo, en época
de celo, por la posesión del territorio o por una
hembra. Las peleas entre los machos por las
hembras son innumerables y se producen constantemente; ya que por lo que he podido comprobar en mis muchas salidas al campo para observarlos y conocerlos mejor, éstas son muy escasas.
La cantidad de machos es, como mínimo, cinco
veces superior a la de las hembras.
Fêmea
adulta
Macho
juvenil
Macho
em voo
.
Cuando, llegado el mes de agosto, observamos a
los camachuelos jóvenes, vemos que esta propor-
Pyrrhula pyrrhula
12
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En el caso de parejas de nueva formación lo más
recomendable es utilizar pájaros lo más jóvenes
posibles y mantenerlos juntos durante todo el año
y si en esa temporada no crían con toda seguridad
lo harán en la siguiente. El cambiar las parejas
porque si lo único que hará es atrasarnos la cría e
incluso alguna no se llegue a pareja pues oye a su
antiguo compañero.
crías abandonan el nido. Estas pasan, al menos,
un par de semanas más junto a sus padres, principalmente con el macho, aprendiendo que comer y
dónde hacerlo hasta su total independización.
Durante los primeros meses las crías suelen andar
agrupadas en pequeños bandos compuestos por
seis o siete individuos. Hacia finales de julio o principios de agosto estos grupos se separan y pasan
a vivir de una forma más individualizada. Es en esta época cuando ya podemos distinguir perfectamente a los machos jóvenes de las hembras, pues
los machos ya empiezan a colorear su pecho de
un rojo acarminado.
.
PREPARACIÓN DE JAULÓN:
Las dimensiones del jaulón son de 1,20 cm de
largo por 40 cm de altura y 40 de fondo. El jaulón
está todo cerrado por sus lados salvo por la parte
del frente, que es de alambre. Este tipo de jaulón
es muy importante ya que los pájaros se sienten
mucho más tranquilos y seguros, primordial para
la siempre difícil afición de la cría en cautividad de
pájaros silvestres en espacios reducidos. Hacia
finales de diciembre comienzo con la preparación
del jaulón de cría. Tapizo con flores ratifícales 30
cms del frente contra una de las esquinas. Detrás
de este, coloco una caja-nido abierta por el frente
con un nido de copa en su interior; en la esquina
opuesta coloco una rama de árbol en forma de "Y"
amarrándole un nido de copa y tapizándola toda
también con flore artificiales
.
LEGISLACIÓN:
.
Es una especie protegida según el Real Decreto
439/1990, de 30 de marzo, por el que se regula el
Catálogo Nacional de Especies Amenazadas.
.
La normativa vigente prohíbe tanto su tenencia
como su captura. No obstante, podremos obtener
autorización administrativa para su tenencia y cría
en cautividad del órgano competente (Agencia del
medio Ambiente) de acuerdo con lo establecido en
el artículo 28.2 de la Ley 4/89 y el articulo 6 del
Real Decreto 1095/1989; para especies cátalogadas y que no estén incluidas en el anexo I (especies objeto de caza).
.
CELO, CORTEJO NUPCIAL Y CONFECCIÓN
DEL NIDO:
.
.
Hacia finales de febrero o mediados de marzo, según las temperaturas y luminosidad de los días,
veremos como progresivamente la pareja comienza a llevarse mejor y el macho sigue a la hembra.
En la tranquilidad que les ofrece estar parcialmente ocultos por las plantas artificiales, comienza la
pareja a darse el pico. Esta situación puede duran
días e incluso pasar del mes. Podremos darnos
cuenta cuando realmente la pareja está próxima a
la confección del nido, sobre todo en el comportamiento del macho. Este comienza a hacer el abanico sobre el palo al lado o enfrente de la hembra,
emitiendo un sinfín de notas y silbidos con voz
bastante baja.
En Galicia, el órgano competente para la tramitación de autorizaciones para la tenencia y cría es la
Dirección General de Montes.
.
ELECCIÓN DE LOS REPRODUCTORES:
.
.
En contra de lo que vulgarmente se dice o escribe,
de que el camachuelo común se apareja de por vida y si le muere la pareja nunca se aparejará otra
vez, en cautividad es totalmente falso. Si por circunstancias o muerte de algún ejemplar debemos
cambiar alguna pareja hagámoslo sin problema, ya
que después de un tiempo juntos se aparejan sin
ningún problema.
.
.
O ninho para reprodução é em formato
de copa, como acima. A espécies é bem
adaptável ao cativeiro, sendo dócil e se alimentando com facilidade.
O dimorfismo sexual
bastante visível.
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A BRASE
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Al mismo tiempo que realiza el canto coge pelo,
que previamente hemos puesto para la confección
del nido, dejándolo caer al lado de la hembra y siguiendo con los cánticos y bailes del cortejo nupcial. Llegados a este punto es de vitalimportancia
no molestar demasiado a la pareja, lo cual no quiere decir descuidarlos,
NÚMERO IV
problema a calentar los huevos mientras ella come, se baña o se arregla las plumas. Después de
trece días de incubación nacen las crías. El tamaño de éstas es similar al de un canario recién nacido pero con un plumón que llama la atención por
su color oscuro casi negro.
.
.
Puede ocurrimos que la hembra se niegue a calentar los huevos (sobre todo con hembras jóvenes o
de primer año). En este caso recomiendo utilizar
como nodrizas canarias, preferentemente timbradas, a las que les estamos dando la alimentación
que tenemos para nuestros camachuelos.
sino que debemos de hacer las tareas normales de
limpieza y alimentación, pero con movimientos no
muy bruscos. He comprobado, dado su carácter
desconfiado, que es en este periodo cuando son
más sensibles y delicados, perdiendo totalmente el
celo o dejando la confección del nido cuando nuestra excesiva curiosidad nos lleva a querer observar
demasiado tiempo este bello espectáculo.
.
CUIDADOS Y ALIMENTACIÓN DE LAS CRÍAS
EN LOS PRIMEROS DÍAS:
.
.
Es en estos momentos cuando la pareja está próxima a la confección del nido, aunque esto no sucederá hasta que la hembra acepte el presente
que le da el macho, el pelo. Él seguirá insistentemente dejando caer el pelo al lado de la hembra
o dentro del nido y en el momento en que ella
recoge el pelo tendremos la certeza de que la
puesta está próxima.
Es aquí donde estriba la mayor dificultad para la
cría de estos bonitos pájaros en cautividad, sobre
todo si son las canarias las que nos deben sacar
adelante a los pollos.
.
Un gran porcentaje de las crían nacidas con canarias mueren entre los dos y cinco primeros días de
vida. Mueren por falta de comida y líquidos o sea,
de hambre y de sed. He comprobado que el motivo
no es el que la canaria les dé a las crías un alimento diferente del que le dan las camachuelas,
sino que simplemente no les dan. No es que la
canaria sea mala criadora, sino que simplemente
no piden de comer. Coges el nido en la mano y
ves que no les han dado nada de comer y, por
mucho que insistas y les toques el pico, no consigues que levanten la cabeza, ni que pidan siquiera
de comer.
.
Durante tres o cuatro días ella recoge el pelo que
él le deposita en el nido y recorrerá el jaulón con
él en el pico. Transcurrida este tiempo empieza la
confección del nido. La tarea de su confección la
realiza enteramente la hembra; el macho sólo le
ayuda en ocasiones a llevar el pelo hacia el nido.
Contrariamente a lo que he leído sobre que la ubicación del nido en la naturaleza es elegida por el
macho, en cautividad y en mi caso, esta elección
es realizada por la hembra. Se llega a producir alguna pelea por este asunto y el macho quita el
pelo que la hembra está utilizando para hacer el
nido y lo lleva al que él ha elegido. Después de
unos días el macho cede y le lleva pelo para la
confección del nido al lugar que la hembra ha elegido. Hacen un nido pequeño en relación a su
tamaño y suelen tardar dos o tres días en finalizar
su construcción. Después de esto pasan uno o dos
días sin poner huevo alguno.
.
Las pocas que he quitado con canarias lo he hecho de la siguiente forma: Cogiendo la pasta casera, ( cuya preparación detallo en el apartado de
alimentación), hago una papilla muy líquida y con
la ayuda de una jeringuilla se la hago tragar a la
fuerza abriéndoles el pico.
.
Debemos hacer esto como mínimo nueve o diez
veces al día durante cinco o seis días. Transcurrido este tiempo las crías levantan la cabeza perfectamente, pidiéndole de comer a la canaria,
como si de canarios se tratase. Aunque el comportamiento es extraño siempre me ha sucedido
utilizando canarias como nodrizas y aunque le he
dado miles de vueltas no he podido llegar a una
conclusión exacta de por qué sucede este fenómeno tan raro, y que no me ha sucedido con ningún
otro fringílido que no sea el camachuelo común.
.
PUESTA E INCUBACIÓN:
.
La puesta suele constar de cuatro o cinco huevos.
Son de color azul claro con manchas marrones y
negras. La incubación es llevada a cabo por la
hembra. En este tiempo el macho se limita a llevarle de comer al nido y poco más. En el caso
de que la hembra suela dejar el nido por algún
tiempo, algunos machos acceden sin ningún
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pasta seca casera.
DESTETE Y SEPARACIÓN DE LAS CRÍAS DE
LOS PADRES :
.
.
La mezcla de semillas que les suministro a camachuelos durante todo el año es la siguiente: En un
comedero mezcla normal para canarios (Verselle
Laga) y en el otro, una mezcla compuesta por:
Es en este apartado donde nuestro camachuelo
común se comporta de una manera diferente a
cualquier otro pájaro que conozca, y yo lo cátalogaría de excepcional.
.
.
5 kilos de alpiste
1 kilos de nabina
1 kilo de cañamón
0,5 kilos de linaza
1 kilo de perilla
1 kilo de negrillo
1 kilo de cardón
0,5 kilos de lechuga
0,5 kilos de paniset
0,5 kilos a partes ¡guales de mijo blanco y mijo aamarillo.
.
A diferencia de otros fringílidos es un pájaro que
entra a comer rápidamente aún cuando no se ha
separado de sus padres. En este sentido no tendremos problema en cuanto a su separación,
incluso a veces no parece afectarles seriamente.
.
.
.
.
.
.
El único problema podemos tenerlo con alguna
infección intestinal, casi todas producidas por la
misma causa o de la misma forma, por un problema de empacho pues son muy glotones. Llegado este caso debemos tratarlos para evitar
males mayores y reducirles gran parte de las
semillas grasas de la mezcla.
.
.
.
La pasta seca casera está compuesta por:
.
.
150 gramos de pipa pelada (simiente de girasol),
molida con:
1 cucharada sopera de proteínas de clara de
huevo y leche (fórmula 90)
1 cucharada sopera de Nutribem (ocho cereales
con miel)
1 cucharada sopera de un reproductor de la flora
intestinal (Kultiviol Probiotic)
La independización total se lleva a cabo después
de 30 ó 35 días como mínimo después de su
nacimiento. Si nos es posible podemos dejarlos
más tiempo con los padres, aunque debemos
tener cuidado con el macho, sobre todo, si la
hembra está decidida a realizar otra puesta.
.
.
.
.
.
ÉPOCA DE MUDA:
.
Para la prevención de la salmonelosis y colibacilosis, a la pasta casera le añado 2 gramos de
serinet cría, desde la confección del nido por los
padres hasta 8 días después de haber nacido las
crías. Reanudo su toma durante un mes al separar
las crías de sus padres, para la prevención de problemas intestinales originados normalmente por
empachos, ya que suelen ser unos pájaros bastante glotones. Vuelvo a dárselo durante toda la época de muda.
En esta época mantengo a los camachuelos jóvenes igual que si de adultos se tratara. No recomiendo ningún producto o corrector vitamínico
para esta época a no ser que sea estrictamente
necesario.
.
Yo no suelo dárselo ya que considero que con la
alimentación que les suministro es del todo suficiente para esta delicada época, aunque estos
pajarillos no sufren grandes trastornos en ella y
son quizás de los pájaros más robustos que
conozco en el cambio de su primera pluma.
.
Disponen también diariamente de un recipiente
con pasta seca para canarios (Quiko). Como fruta
les administro dos veces por semana pepino, pera,
manzana, o moras.
.
Es de vital importancia el aporte de frutas y
verduras en todo el tiempo que dure la muda.
.
Como verduras, el brócoli y también hierbas silvestres como las cerrajas, diente de león, etc... o
cualquier hierba que coman en estado silvestre
junto con brotes de frutales cuando están en
floración.
Deben disponer a diario de una bañera, muy
importante para el cambio y buen estado de sus
plumas.
.
.
ALIMENTACIÓN :
.
Dos veces por semana disponen de una bañera
para el aseo y buen estado del plumaje. Disponen
siempre de concha de jibia y grit, para el aporte de
Los camachuelos que poseo disponen diariamente de tres comederos, dos con semillas y uno con
15
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somente para o quarentenário para evitar o
transporte de agentes para o plantel pelo funcionário. Nos casos em que isso não for possível o
quarentenário deve ser o último a ser tratado (este
deve possuir uma cozinha própria) e o funcionário
deve tomar banho com sabonete antisséptico e
trocar de roupa na saída dele. A higienização do
quarentenário deve ser ótima, sempre com a
utilização de substâncias desinfetantes de boa
qualidade e nunca deve ser realizada com o
ambiente sujo com fezes e alimentos, já que a
eficácia destes é diminuída na presença de matéria orgânica. O ambiente deve ser de fácil
lavagem e drenagem reduzindo desta forma o
acúmulo localizado de matéria orgânica. Este
ambiente deve ser bem iluminado para que seja
facilmente localizada a presença de qualquer
irregularidade. Deve ser evitado a utilização de
poleiros de madeira ou outros materiais porosos
pois são ótimos abrigos para microorganismos e
parasitas.
calcio y ayuda del proceso digestivo o formación
de los huevos.
Carlos Dopico Basoa
Cl. Río Sil, 1-3-4ªD 15570 Piñeiros
(Narón) La Coruña - España
Matéria cedida por: TODOFRINGILIDEOS, dedicado à
extensa familia dos fringílidos (fauna européia,
exóticos e canarios), mutações e híbridos
Fotos Sr. Dalpico e arquivos ABRASE
CRIAÇÃO > CONTRÔLE SANITÁRIO
Quarentena para
criatórios
Por: Jeferson Rocha pires
.
A Quarentena tem como objetivo prevenir a entrada de agentes infecciosos e parasitários em uma
criação animal. Apesar de ter o nome de quarentena nem sempre é sugerido que esta seja
realizada por 40 dias, podendo ser estendida ou
reduzida dependendo do grupo taxonômico com o
qual se trabalha e com as patologias com as quais
são comuns aquela região de origem do animal.
O quarentenário deve ser devidamente telado para
se evitar a entrada de mosquitos que são grandes
veículos de parasitas e vírus. As portas devem
possuir um cambiamento bem iluminado ou uma
cortina de vento para impedir que mosquitos e
outros insetos entrem juntamente com pessoas.
Deve se considerar que nem sempre esta quarentena receberá animais a cada ciclo de quarentena
apesar deste ser o ideal. Nesses casos, esta deve
ser dividida devendo existir todo cuidado sanitário
na passagem de uma área para outra e a ordem
de manejo dos animais deve ser sempre dos mais
antigos aos mais novos. A destinação de resíduos
do quarentenário também é de grande importância, pois a destinação de muitos deles é para
locais de céu aberto onde moscas, ratos e outros
animais podem entrar em contato e com isso
transportar patógenos de um local para a criação
principal. A água de lavagem que sai do quaren-
.
O quarentenário deve ficar o mais longe possível
da criação principal já que a proximidade facilita a
passagem de patógenos de um ambiente para o
outro. Este deve estar localizado em uma região
no mesmo plano ou mais baixo que o criatório,
mas nunca em uma região mais alta já que no
caso de patógenos onde a disseminação pode
ocorrer pelo ar o criatório poderia ser banhado por
ele.
.
O ideal é que o criatório possua um tratador
1
Figura 1: Coleta de sangue
na veia tarsal medial em um
mocho orelhudo (Rhinoptynx
clamator), exame fundamental em animais em quarente
na.
.
Figura 2: Rx mostrando a
presença de alumínio em
ventrículo de uma arara vermelha (Ara chloroptera), fato
que poderia ter passado despercebido caso não fosse realizado um RX do animal.
16
2
A BRASE
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
NÚMERO IV
OUTUBRO 2009
tenário deve ter destinação controlada, já que
pode contaminar lençóis freáticos e rios que
podem ser os responsáveis pelo fornecimento de
água para a propriedade.
CONSERVAÇÃO > PESQUISA
Pela primeira vez
filmam a Micropsita pusio,
menor psitacídeo
do Mundo
.
Um dos fatores mais importantes é a realização de
testes dos animais que entram no quarentenário.
Esta deve ser realizada antes, durante e no momento da saída dos animais já que muitos patogenos podem ter tempo de incubação variados e
muitos não vão fazer nenhum quadro clínico permanecendo de forma assintomática. Os exames
de escolha devem ser solicitados pelo médico
veterinário e nunca podem ser esquecidos a realização de exames de fezes, exames de sangue
(figura 1) como hemograma, bioquímicas renais e
hepáticas, cultura de fezes, pesquisa de ectoparasitas juntamente com o exame clínico completo
com ausculta cardíaca e respiratória, temperatura
e pesagem.
Por primera vez se lograron captar imágenes
del loro más pequeño del mundo en vida
silvestre, el microloro. La pequeñísima ave,
que mide casi lo mismo que el pulgar de un
adulto, es más pequeña que algunos de los
insectos con quienes comparte el bosque. Un
equipo de exploradores que filmaban en
Papúa Nueva Guinea para el programa de la
BBC Lost Land of the Volcano (La Tierra Perdida del Volcán) logró captar las imágenes de
dos microloros de cabeza azul (Micropsitta
pusio).
.
A utilização de exames complementares também é
de grande valia, principalmente o RX já que este
irá mostrar se os animais possuem alguma alteração óssea como osteodistrofia ou fraturas antigas.
Este exame também pode mostrar se o animal apresenta órgãos aumentados como fígado, proventrículo e coração alem de revelar a presença de
corpos estranhos como metais (figura 2).
.
A pequena Micropsitta pusio
vive na densas florestas da
Papúa Nova Guiné. Várias
espedições têm encontrado
raridadas consideradas extintas e também novas espécies.
.
Este também pode ser o momento de ser realizado
exames como laparoscopia para a comprovação
do sexo do animal juntamente com a avaliação do
órgão reprodutor e se este não apresenta lesões
características de animais inférteis.
.
As imagens da BBC podem
ser acessadas pelo website
em:
http://www.bbc.co.uk/mundo/
ciencia_tecnologia/2009/09/
090908_loro_pigmeo_men.
Shtml
.
.
A utilização de todos estes protocolos é fundamental para evitar a entrada de novas doenças
em um plantel provocando grande prejuízos que
em muitos casos podem ser irreparáveis tanto de
forma sanitária, econômica e moral.
.
En promedio, el microloro mide unos 8 centímetros de alto y pesa 11,5 gramos. Se le
encuentra en todas las tierras bajas tropicales
y subtropicales de la isla de Nueva Guinea y
habita a hasta una altura de 800 metros. Los
machos y hembras son similares, pero estas
últimas tienen marcas menos prominentes en
la cabeza. Estas aves tienen plumas verdes
con un plumaje de tono amarillento en las
partes inferiores.
Jeferson Rocha Pires
Médico Veterinário, Mestre em Clínica e
Reprodução veterinária, Professor da disciplina de
ornitopatologia na Universidade Estácio de Sá,
Professor e coordenador do curso de pós
graduação em Clínica e Cirurgia em animais
selvagens pelo Instituto Qualittas de Pós
graduação.
VEJA A REVISTA EXTRA SOBRE O
Iº SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE
FAUNA EX-SITU: USO SUSTENTÁVEL
E SUA FUNÇÃO NA CONSERVAÇÃO
.
Nido de pareja
El camarógrafo de la BBC Gordon Buchanan
.
17
A BRASE
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
NÚMERO IV
OUTUBRO 2009
descubrió primero en el bosque un diminuto
nido que pertenecía a la pareja de microloros.
Las aves anidan en montículos de termitas
utilizando sus picos y garras para excavar
antes de poner sus huevos en el agujero
creado. Buchanan se puso a vigilar el nido
desde un escondite camuflado y después de
una larga espera logró ver a las aves cuando
regresaban. El camarógrafo filmó a la pareja a
la entrada del nido donde se les ve frotando
sus cuerpos entre sí. Posteriormente, el doctor
Jack Dumbacher, ornitólogo de la Academia
de Ciencias de California, que acompañaba a
la expedición de la BBC, encontró a otro loro
atrapado e ileso.
CONSERVAÇÃO > IN-SITU
Ararajuba, rara ou
desconhecida?
.
Estos microloros no se alimentan de frutas y
frutos secos como otros loros sino de liquen y
hongos. Sin embargo se conoce muy poco
sobre sus hábitos alimenticios y hasta ahora
ha sido muy difícil criar a los animales en cautividad.
.
Otras rarezas
Durante la expedición, el equipo de la BBC
también pudo ver una rara especie de pato de
Salvadori (Salvadorina waigiuensis), un ave
que está adaptada a vivir en las rápidas corrientes de la jungla. El pato de Salvadori es el
único de su especie endémico en la isla de
Nueva Guinea. La Unión Internacional de
Conservación de la Naturaleza ha catalogado
al ave como vulnerable y su población parece
estar disminuyendo gradualmente. Entre las
otras aves que logró observar la expedición
están el tilopo (una paloma trocipal) que, según dicen, actuaba de manera totalmente
ingenua con la gente, lo que sugiere que nunca se le ha cazado, y un ave del paraíso regia
(Cicinnurus regius).
Ararajuba, populações selvagens ainda são pouco estudadas. A beleza da plumagem desta ave impressiona.
.
TAXONOMIA E DADOS BÁSICOS
NOME COMUM:
NOME CIENTÍFICO
OUTROS NOMES
COMUNS
REINO:
PHYLUM:
CLASSE:
ORDEM:
GENUS:
ESPÉCIE:
PET:
TAMANHO:
ENVERGADURA
ASA:
PESO:
OCORRÊNCIA:
ESPECTATIVA
VIDA:
POSTURA:
MATURIDADE
SEXUAL:
PERÍODO DE
REPRODUÇÃO:
CARGA OU
REPRODUÇÃO:
Matéria veiculada pela BBC MUNDO
em setembro de 2009. Acesso:
http://www.bbc.co.uk/mundo/ciencia_tecnologia/2009/09/090908
loro_pigmeo_men.shtml
NOTA DA ABRASE
REVESTIMENTO:
PARENTESCO:
INIMIGOS:
As expedições da National Geographic e da
BBC inglesa à Iryan Jaya, parte indonésia da
Ilha da Nova Guiné), são repletas de descobertas de espécies novas e reencontro do homem com verdadeiras raridades. Vários sites
estão disponíveis sobre estes eventos.
HABITAT:
OCORRÊNCIA:
STATUS:
CITES
ATIVIDADE:
18
:
ARARAJUBA
ARATINGA GUAROUBA
GOLDEN CONURE, GOLDEN PARAKEET,
GOLDSITTICH, PERICO
GUARUBA, QUEEN OF BAVIERA’S CONURE
ANIMALIA
CHORDATA
AVES
PSITTACIFORME
GUAROUBA
GUAROUBA (GMELIN) 1788
SIM - EXCELENTE
ALTURA ATÉ 36 CENTÍMETROS
APROX. 68 CM
ATÉ 200 - 250 gramas
BRASIL, PARÁ E AMAZONAS
APROX. 25 ANOS (MAIS EM CATIVEIRO)
2-3 OVOS (3 a 6 em cativeiro)
CA. APROX. 2 ANOS
NOVEMBRO A ABRIL
PERÍODO DE CRIAÇÃO CERCA DE 29 DIAS,
APÓS VOAR CERCA DE 65 DIAS, APÓS MAIS 4
SEMANAS INDEPENDENTE
FRUTOS, BAGAS, NOZES, BROTOS, FLORES
PAPAGAIOS
PERDA DE HABITAT, DESTRUIÇÃO PELO
HOMEM E CAPTURA DE ESPÉCIMES
SELVAGENS
FLORESTAS ÚMIDAS
MUNDIALMENTE EM CATIVEIRO, NÚMERO
REAL IMPRECISO DE ANIMAIS LIVRES
ALTAMENTE AMEAÇADA
APPENDIX I
DIURNA
A BRASE
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
Lago de Tcuruí, perda de
habitat inestimável para a
ararajuba.
NÚMERO IV
OUTUBRO 2009
Rodovia PA 151, estradas
abrem caminho para queimadas e assentamentos.
Queimadas intensas no Pará
são os maiores fatores de risco para a espécie.
As atividades de axploração madereira, pecuária e
de agricultura têm sido
os grandes “vilões” para a existência da ararajuba. No
mapa ao lado podemos ver
a extensão da área natural
da guaruba e os pontos de
risco para a espécie. É
no leste do Pará que a situação é mais crítica, e onde em
determinadas localidas já é
considerada extinta.
ÁREA DE OCORRÊNCIA DA ESPÉCIE
ÁREAS CRÍTICAS PARA A ESPÉCIE
Do lado direito podemos ver
os frutos apreciados pela
ararajuba. Grande variedade
de frutos, nozes, flores, bagas e outros alimentos
fazem parte de seu cardápio.
Manravuvuia (Croton
matourensis)
Murici (Brysonima crispa)
Açaí (Euterpe oleracea)
cie em perigo, foi devido ao aumento do desmatamento ilegal e também por ser uma ave apreciada
em cativeiro, o que aumentou sua demanda no
comércio. Em 1973, ela foi colocada no Apêndice l
da CITES - Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e da
Flora Selvagens. Em determinados locais de ocorrência é conaiderada um incômodo para a
agricultura e é utilizada para a alimentação ou caçada por esporte. Mas alguns espécimes continuam
a serem contrabandeados para fora do Brasil, onde a
ave é muito apreciada pela sua qualidade de animal “pet”. Esta espécie, mesmo criada em cativeiro, tem sua sobrevivência a longo prazo atrelada a
proteção adequada de seu habitat no Brasil.
A ararajuba ocorre somente no Brasil, sendo genuinamente uma espécie endêmica da Amazônia
brasileira, considerada ameaçada de extinção e de
biologia pouco conhecida na natureza. Este animal
tornou-se um forte símbolo brasileiro por ter as cores da bandeira nacional, quando adulto é totalmente amarelo ouro com verde bandeira nas asas.
Algumas de suas características fazem da ararajuba uma preciosidade, tanto em seu habitat como
em cativeiro. Com este intuito vamos descrever
esta bela espécie e analisar algumas de seus aspectos mais singulares na natureza, que a faz
interessante e responde nossa questão.
.
A ararajuba cresce até 36 cm. Possui um característico anel branco ao redor dos olhos. Seus bicos
são grandes, sinalizando dietas que incluem sementes de cascas ríjidas.
.
As várzeas úmidas da floresta tropical da bacia
amazônica são o lar de uma variedade grande de
papagaios coloridos. Um desses é a ararajuba. No
entanto, a sua área de distribuição é limitada: Sua
presença vai desde rio Tapajós, a oeste, até o
leste do Pará, em áreas aonde o desmatamento,
aliado a forte ocupação humana, vem sendo um
enorme fator de pressão à espécie. Mesmo na zona oeste da sua área de distribuição a abundância
original da floresta tropical sofre com a atuação
humana, ainda que de forma menos intensa do
.
Esta espécie prefere áreas da floresta tropical seca, protegidas de inundações. Além disso, evitam
áreas desmatadas, exceto quando estão em vôos
de “passeios” e sempre de passagem. O desmatamento e as inundações são uma ameaça para a
existência da espécie.
.
O status da ararajuba, enquadrando-a como espé-
19
A BRASE
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
que o leste. No entanto, apenas uma ínfima parte
dela - próxima do rio Tapajós, Parque Nacional da
Amazônia estão eficazmente protegidos contra o
desmatamento. A longo prazo, a chance de sobrevivência se dá pela necessidade urgente de novas
reservas a serem criadas.
não faz deste animal um voraz consumidor de
proteína animal.
.
REPRODUÇÃO NA NATUREZA
.
O período de reprodução da ararajuba vai de novembro a fevereiro, mas existem muitas variações
tanto para o início das posturas assim como para o
fim destas. A maturidade sexual da espécie é em
torno de três anos de idade, mas animais com dois
anos e meio já reproduziram em cativeiro. O ninho
é geralmente em uma árvore alta e são agressivamente defendidos. A espécie pode fazer posturas
de três a cinco ovos por ano. O tamanho dos ovos
e de 37.1 mm x 29.9 mm. Os machos permanecem nas proximidades de vigia e ajuda na criação
dos filhotes (M. Kapeller, 1995).
.
COMPORTAMENTO NA NATUREZA
NÚMERO IV
OUTUBRO 2009
.
É aparentemente nômade na planície úmida da
floresta. Na época da seca, freqüenta o dossel da
floresta alta de terra firme, mas, no acasalamento,
parece que habitam clareiras com poucas árvores
dispersas. Possivelmente por facilitar a vigilância
quanto aos seus predadores naturais. As árvores
com cavidades são utilizadas para a nidificação e
postura dos ovos.
.
.
Podem ser encontradas em grandes bandos de
tamanho variável, mas em clãs (supostos grupos
familiares que pernoitam agrupados com o mesmo
número de indivíduos ao longo dos dias) de 4 a 20
aves, conforme observou Thiago O. Laranjeiras
(2008). Fora do acasalamento vivem principalmente em grupos de 10 a 15 animais. São aves bastante sociáveis.
Os machos “guardam” o ninho durante os 30 dias
de incubação, e todos os adultos se revezam para
cuidar dos jovens após a sua eclosão. A taxa
média de filhotes nos grupos (menos de 1:7
conforme T. Laranjeiras) evidencia a baixa taxa
reprodutiva da espécie na natureza, que provavelmente se deve ao complexo sistema social e reprodutivo, no qual, possivelmente, apenas um
casal em cada clã é reprodutivamente ativo. Este
mesmo comportamento pode ser visto em cativeiro. Ex-situ, quando separados os casais, as
posturas aumentam, assim como número de ovos,
sendo a espécie bastante profícua. Mesmo assim
até nove jovens foram registrados em um ninho na
selva, e até 14 em cativeiro (ZipcodeZoo).
.
Pesquisas apontam para que não haja evidências
de deslocamentos de áreas extensas, nem em
função da alimentação nem de nomadismo. Tais
fatos provam o contrário do que se suspeitava para a espécie. Mesmo em áreas abertas, onde há
maior incômodo para a espécie, é possível encontrar pontos de dormitórios. Inclusive os ninhos
seguem sendo usados como dormitório durante o período não reprodutivo. Estas áreas de
nidificação são defendidas por todo o bando, seja
contra outras espécies ou os outros bandos de
ararajuba.
.
O que mais chama a atenção na guaruba em seu
ambiente natural é o fato de que esta espécie,
durante o acasalamento, não dissolve os grupos
em pares, mas é que eles criam coletivamente os
filhotes. Não incomum, nos grupos, é que geralmente três ou quatro fêmeas adultas estabelecem
posturas também, põem os ovos em uma mesma
cavidade comum (no ninho) e incubam os mesmos
alternadamente.
.
As guarubas se alimentam de frutas exóticas, flores, brotos, sementes, frutos secos, e alimentos
cultivados, como o milho. Os frutos de cascas
rígidas são bastante apreciados pela espécie,
entre eles as nozes amazônicas, assim como
frutos das palmáceas. O açaí (Euterpe oleracea), o
murici (Brysonima crispa) e a manravuvuia (Croton
matourensis) são bastante procurados. Mas pesquisas revelam que não há especialização em
nenhuma espécie de alimento. Pelo contrário, na
natureza a variedade de alimentos ingeridos é muito grande e, em determinadas áreas de ocorrência,
pode ser ainda maior, dada a facilidade de acesso
e abundância de espécies florestais. Alguns insetos também são consumidos, mas a quantidade
.
Ao nascer, a ararajuba está coberta com uma fina pele de cor rosada. Na segunda semana, a
redução é mais escura, e pela terceira semana as
penas de vôo começam a se desenvolver. Na
natureza, a taxa de sobrevivência dos jovens depende da eficiência dos cuidados do grupo. Os
jovens deixam o ninho pela primeira vez cerca de
sete semanas após a eclosão.
.
Embora não existam estudos sobre o tamanho
atual da população de Guaruba guarouba o
20
A BRASE
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
NÚMERO IV
OUTUBRO 2009
declínio é mais que previsível em face ao ritmo
acelerado de desmatamento. Inegável, porém, é
que especialmente na parte ocidental o número
de animais ainda é considerável, fato corroborado
pela intensidade menor de atividade humana e
pela presença de áreas protegidas. Já a sua gama
de indivíduos no lado leste da área de ocorrência
nas proximidades de Belém - tem vindo a diminuir
em ritmo acelerado e até mesmo são, localmente,
consideradas extintas. Em todo o extremo oriental
do Estado do Pará a espécie sofre pressão enorme de atividades humanas como exploração de
madeira, pecuária e agricultura. A região já foi
recordista em desmatamento no país e, se hoje
não figura entre as mais problemáticas do Pará, na
verdade é porque não sobrou muito a destruir.
CONSERVAÇÃO > CRIAÇÃO > REPRODUÇÃO
Ararajuba,
reprodução prolífera
em cativeiro
Também na porção mais oriental da região natural
da ararajuba as ações antrópicas têm sido desastrosas. Por ocorrer em casos pontuais, como em
Mato Grosso e Rondonia, a área limitada é mais
facilmente atingida e rapidamente faz com que as
populações desapareçam.
.
Aliando-se este cenário devastador para a espécie
com a baixa taxa reprodutiva dos grupos naturais,
não é difícil perceber que a ararajuba caminha a
passos largos para a extinção. Certamente que
poucas populações, dentro de exíguo espaço de
tempo, estarão confinadas as áreas de preservação, parques etc.
Foto cedida por Criadouro Passaredo
As ararajubas são relativamente fáceis de reproduzir. Em estado selvagem, vivem em grupos ou
pares. Em cativeiro há quem as crie em grupos
ou em pares. O que se pode comprovar é que a
reprodução é bastante superior quando colocadas em pares. Mais ainda, se os pares estiverem em recintos próximos, lado a lado, isso pode inflenciar positivamente os casais.
.
A questão deste artigo pode então ser respondida
de forma bem simples e objetiva. Ainda que muito
pouco estudada em seu habitat e, portanto, desconhecida neste aspecto, a Guaruba guarouba vem
se tornando cada vez mais rara e dependente de
intervenções preservacionistas e conservacionistas. Desafortunadamente outras tantas espécies
silvestres passam pelos mesmos problemas.
.
Na natureza, entre os mebros do grupo, somente alguns casais reproduzem, ficando os demais
indivíduos envolvidos na criação dos filhotes.
Esta situação é revertida em cativeiro por conta
da separação dos pares, Aqueles que não reproduziriam em estado natural tendem a fazer
posturas e criarem filhotes no estado cativo.
Sobretudo se houver proximidade com demais
indivíduos, proporcionando assim uma “sensação” de estarem em bando.
Matéria da Comissão Técnica
da ABRASE
Fotos de Aquivo da ABRASE
.
VEJA O RELEASE SOBRE O
Algumas experiências demonstraram que, uma
vez devidamente acasalados, os espécimes que
não lograram reproduzir antes o fizeram quando
individualizados nos recintos (H. Ernani, 2005).
No mesmo manejo também foi notado que ao se
dispor os casais em recintos laterais proporcionou um “bem estar” aos animais como se estivessem agrupados, beneficiando a reprodução.
.
Iº SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE
FAUNA EX-SITU: USO SUSTENTÁVEL
E SUA FUNÇÃO NA CONSERVAÇÃO
.
NA REVISTA EXTRA DA ABRASE
21
A BRASE
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
NÚMERO IV
OUTUBRO 2009
MODELOS DE RECINTOS PARA GUARUBA
Casal de ararajuba, criação em cativeiro tem obtido excelentes resultados, garantindo um estoque bastante representativo ex-situ. A espécie
é tida como de “fácil” reprodução.
GAIOLA SUSPENSA
3,0 m x 1,5 m x 2,0 m
(comp.,larg.,alt.)
Ao lado vemos um casal reprodutor do criadouro Free Power, atendido
pela bióloga da ABRASE
Márcia Weinzettl, que
acumula vasta experiência
com a espécie. Somente em seus criadouros mais de 100 animais
nasceram em 2008.
VIVEIRO
3,5 m x 1,5 m x 2,5 m
(comp.,larg.,alt.)
.
Na foto ao lado vemos
um macho se banhando
no Criadouro Passaredo, outro empreendimento em que a ararajuba
está apresentando um
futuro promissor.
Esta espécie de psitacídeo é muita curiosa e
brincalhona, o que requer recintos com materiais
para bicar, se esconderem, alçarem vôos e entreter os animais. Por esta razão aconselham-se
áreas com pequenos arbustos (ou galhadas) e
brinquedos para distrair o animal. Também deve
ser o local arejado e em área livre, tendo, certamente, um espaço fechado para abrigar o ninho
e dar proteção aos animais de intempéries e
sensação de segurança nos casos de medo.
Entre os diversos tipos de recintos usados para
a ararajuba estão viveirões de grande porte até
gaiolões suspensos. Algumas medidas mínimas
podem ser consideradas (ver desenhos):
- Viveiros: 3,5 m de cumprimento x 1,5 m de
largura x 2,5 m de altura;
- Gaiolas suspensas: 3,0 m x 1,5 m x 2,0 m.
.
.
Abaixo selecionamos as dimensões dos ninhos
geralmente utilizados para estes animais. No entanto, as dimensões podem variar muito, pois
eles são influenciados pelos proprietários e pela
preferência das próprias aves. As preferências
das aves nidificantes também podem ser influenciadas pelo tamanho e tipo de ninho em que a
ave foi eclodida e criada.
.
RECINTOS E NINHOS
.
Apesar de todo o exposto, as formas de se
reproduzir ararajuba em cativeiro é bastante
variável, sendo na maioria das vezes bem
sucedida para o avicultor. Mas o fato é que se
deve proporcionar, sendo possível, uma qualidade de vida boa aos animais. Isto inclui darlhes espaço para vôos, etc. Quanto mais se
reproduz as condições observadas na natureza,
mais o animal estará apto a desempenhar uma
reprodução satisfatória bem como viver com
uma saúde melhor.
.
Se o espaço permite, oferecendo uma escolha
de tamanhos e tipos de ninhos, e colocados em
vários locais dentro do aviário, pode permitir que
a fêmea faça sua própria escolha. Quando um
casal que tenha optado por um determinado
ninho for bem sucedido no mesmo, deve-se
repetir sempre a colocação antes do acasala-
.
22
A BRASE
REVISTA ELETRÔNICA OFICIAL
NÚMERO IV
OUTUBRO 2009
Adições nutritivas para uma dieta de Guaruba guarouba
Legumes e verduras
·Rabanetes
·Nabos
·Cenoura (raiz e talos)
·Batata-doce cozida
·Chicória
·Foha e semente demostarda
·Salsa
·Batatas cozidas
·Feijão verde
·Tomate
·Pimentas vermelhas e verdes
·Couve-flor
·Broccoli (e folhas)
·Beterraba
·Berinjela
·Rábano
·Ervilhas
·Beterraba (pelada)
·Alface vermelho
·Milho
·Pepino
Frutas
·Berries
·Kiwi
·Maçã
·Manga
·Abacaxi
·Cerejas
·Banana
·Peras
·Pêssegos
·Laranjas
·Romã
·Tangerinas
·Goiaba
·Grapefruit
·Mamão
·Ameixas
·Uvas
·Damascos
·Figo
·Acerola
·Pitanga
Nas fotos acima vemos a eclosão de um filhote de uma postura de quatro ovos, logo a seguir a eclosão do segundo,
evoltos pelas cascas dos ovos. As posturas em cativeiro
são de tres a quatro ovos e se o casal for experiente é certo
que todos estejam fecundados. Na foto abaixo, à direita,
vemos detalhes de um filhote na mão, a pele é bem rosada. Na foto seguinte vemos os filhotes iniciando a emplumação (Criadouro Castilho - RJ).
Os ninhos devem ser removidos após a criação,
ou limpo, desta forma assegura-se que o recipiente tenha a mínima contaminação de ácaros,
parasitas e agentes patogénicos.
.
mento. Quando há a escolha, os outros geralmente podem ser removidos.
ALIMENTAÇÃO EM CATIVEIRO
.
.
Em cativeiro as ararajubas devem receber a
maior variedade possível de alimentos. Entre
estes estão os legumes, camarão seco (comum
em algumas dietas em criadouros nos EUA e
Europa), frutas, verduras e nozes. As sementes,
como de milheto, girassol, cártamo, cânhamo
etc são essenciais para a sua dieta diária. Sais
rastreados e outros minerais são também
importantes para sua dieta.
Alguns criadores (M. Covault) sugerem usar
uma caixa mais profunda, seja longitudinal ou
uma caixa vertical. Alguns espécimes aceitam
até mesmo ninhos típicos de calopsita, o que
não é aconselhável. As medidas:
- Comprimento / profundidade: aprox. 40 60
cm
- Diâmetro da abertura de entrada: aprox. 7
8 cm
- Abertura de Inspecçã: Podem ser quadradas
ou redondas, aprox. 10 cm, em diametro. 10 cm
- Abertura removível pode ser um bom ponto
de acesso para inspecções e para a limpeza.
- Localização e altura: Instalar em área abrigada, em uma parte do aviário em cerca de 1,8
metros de altura, mas não muito perto do teto
para causar problemas nos meses mais quentes
- Material do ninho: As opções são compostos sem poeiras tóxicas, palhas de milho, aparas
de madeira (serragem) ou outros materiais apropriados. As lascas de madeira - como o pinheiro,
cedro e pau-brasil - com hidrocarbonetos aromáticos (fenóis) contém ácidos que são tóxicos,
podendo causar dermatite alérgica e sintomas
de irritação do trato digestivo. Eles materiais não
devem ser utilizados em gaiolas, aviários, ou
ninhos.
.
.
.
Dieta: 65-80% da dieta pode ser de ração peleNa foto abaixo a bióloga Márcia Weinzettl envolta de filhtotes
reproduzidos no ano de 2008 no Criadouro Castilho. Este
criadouro se converteu no mais bem sucedido centro de
reprodução de Guaruba guarouba. Nenhum outro apresenta números tão expressivos, resultado de anos de
trabalho e investimento no manejo da espécie. (Fotos de
Márcia - C. Castilho - RJ).
.
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bons para se oferecer os produtos hortícolas
frescos. Sempre remova quaisquer legumes ou
frutas, não ingeridas, na alimentação seguinte.
Brinquedos com recipientes para forragem com
ração podem ser deixados na gaiola, ou viveiro,
durante todo o dia para “lanches” e entretenimento.
Na foto vemos detalhe de
uma ararajuba jovem. São
perceptíveis as manchas
verdes das penas até a
idade de vinte meses, podendo variar segundo o espécime.
.
Água fresca e limpa deve estar sempre disponível. O bebedouro de água limpo sempre, a
água deve ser trocada diariamente. A desidratação é um problema grave que pode ocorrer em
um ou dois dias se a água não estiver disponível.
A direita vemos um macho adulto, já com sua
plumagem definitiva. O amarelo é intenso, com um
tom dourado. As marcas
verdes no final das penas são bem delineadas.
Beleza inconfundível.
.
CRIAÇÃO / REPRODUÇÃO
.
A expectativa de vida desta espécie é considerada como sendo de 40 a 45 anos (em cativeiro). As ararajubas são conhecidas por serem
bastante prolíficas, uma vez que costuma fazer
de 2 a 3 posturas por ano. As posturas variam
de dois a seis ovos, nem sempre estando todos
férteis. Normalmenta a infertilidade é devida a
uma falta de experiência do casal.
A esquerda um dos casais
reprodutor do Criadouro
Passaredo. Criadouros investiram em plantéis de animais já nascidos em cativeiro, assegurando desta forma espécimes com
“histórico” de manejo já conhecido.
.
tizada, 15-30% vegetais (por exemplo, verduras,
legumes, milho), frutos de 5%, e uma proteína
ocasional, tenébrio ou grilo. Use muitas variedades de frutas e verduras, sempre lavados. Nunca abacates ou caroços.
As ararajubas são particularmente sensíveis
ao frio, que pode causar transtornos no seu bem
estar e saúde e afetando a reprodução, assim
deve-se manter a temperatura sempre acima de
15 graus Celsius. Certifique-se de manter os animais com ocupação (brinquedos, madeira para
bicar etc), pois eles são propensos a arrancar as
suas próprias penas, bem como as penas do
seu companheiro. Isto pode ser causado por
proteínas ou deficiências minerais, bem como
tédio. Se for o caso se deve consultar com um
médico veterinário com experiência em cuidados
com aves silvestres.
.
Alimentos formulados (rações peletizadas, extrusadas etc) são disponíveis hoje em dia em
qualquer loja ou distribuidor de produtos para
aves. A comida é uma mistura de grãos, sementes, legumes, frutas e diversos tipos de
proteínas, bem como vitaminas e minerais. Os
ingredientes são misturados e depois cozidos,
podem ser formulados na forma de pellets, se
desintegra, ou pepitas mais duras. Diferentemente de uma mistura de sementes, o pássaro
não pode selecionar os componentes específicos de uma dieta formulada, assim desequilíbrios nutricionais são muito menos prováveis
de ocorrer. Existem alimentos comerciais para
espécies diferentes, por isso certifique-se de
uma escolha adequada para a ararajuba. Algumas comidas têm níveis mais elevados de
gordura para as aves com maiores necessidades calóricas, como araras e ararajubas.
.
Pode ser que ambos os indivíduos de um casal
paricipem da incubação dos ovos. Esta dura de
28 a 29 dias, até a eclosão dos filhotes. As ararajubas têm o hábito de remover todos os materiais do ninho e deixar que os ovos fiquem
sobre uma base de madeira nua.
.
As inspeções de ninhos geralmente não são toleradas pelo casal, que o defende bravamente.
Se for necessária, aguarde até ambos os pais
deixaram o ninho. Eles podem ser agressivos e
protegerão sempre a área do ninho quando
estiverem reproduzindo.
Pellets podem estar disponíveis o tempo todo. O
tempo de alimentação natural de aves selvagens
são cerca de meia hora após o nascer do sol e
outra vez às 5-6 da tarde, estes horários seriam
.
No caso desta espécie é importante avaliar uma
incubação artificial. Dada sua raridade, o método
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. Sons estridentes e altos: Como é o caso de
muitas espécies, a ararajuba pode ser muito
ruidosa. Nem todos podem tolerar sua alta
frequência de guincho. Mas este é um comportamente comum da espécie, portanto deve
ser tolerado ou então o animal não pode
fazer parte de plantel ou como compania.
manual deve ser empregado sempre que possível, ao menos para parte dos ovos de uma postura. Além disso a retirada dos ovos para uma
incubadora possibilita mais posturas por parte
do casal.
.
No caso da incubação artificial a temperatura
recomendada dentro de uma incubadora depende do tipo a ser utilizado. Se a incubadora usa
um ventilador para circulação do ar, a temperatura deve ser ajustada para 37,5 º C. Se for uma
incubadora sem um sistema de circulação de ar,
é necessária uma temperatura mais elevada,
controla-se utilizando um termômetro com o
bulbo posicionado no mesmo nível do início dos
ovos de incubação. A temperatura recomendada
neste tipo de incubadora é de 38,5°C. A razão
para diferentes temperaturas é que o ar que
circula em todos os pontos ao redor da casca do
ovopossui diferentes temperaturas, enquanto
ainda são de ar quente na parte superior do ovo,
na parte inferior estará um pouco abaixo. Portanto, o aumento da temperatura no topo do ovo
irá compensar partes mais frias do ovo. A humidade deve ser de 70% no período de incubação.
Sendo possível deve-se aumentar um pouco a
circulação interna de ar dentro da incubadora.
OUTRAS INFORMAÇÕES DA ARARAJUBA
CRIAÇÃO NO BRASIL
.
Nesta década muitos criadouros lograram ter
exemplares de ararajuba compondo seus plantéis. Além daqueles que já possuíam e vieram
aumentando seus números de indivíduos desde
a década passada. Esses fatores fizeram com
que a espécie esteja atualmente muito bem
difundida nas criações de psitacídeos. Seus
números são bastante expressivos e sua variabilidade genética também, o que importa num
benefício para a espécie frente às amaças que
só fazem crescer na natureza.
.
Atualmente o sucesso reprodutivo da ararajuba
em cativeiro é celebrado por diversos criadouros. Depois de estudos e várias experiências no
manejo da espécie sua reprodução cresceu
vigorosamente, tanto quantitativamente quanto
qualitativamente. Por este fato a Guaruba
guarouba foi citada em reunião da Câmara Técnica do CONAMA (em 7 de agosto de 2007
CENTRE IBAMA Brasília, ata/transcrição em:
http://www.mma.gov.br/port/conama/reunalt.cfm
?cod_reuniao=940) como um extraordinário
exemplo de estoque ex-situ. O técnico do
IBAMA inclusive mencionou que se tem muito
mais exemplares em cativeiro do que o necessário para se viabilizar um programa de reintrodução.
.
. Excesso de “mascar”: Qualquer papagaio
“mastiga” intensamente, seja na natureza ou em
cativeiro. Na natureza, eles usam seu bico para
"personalizar" sua árvore favorita e para ampliar
o tamanho do seu ninho em uma árvore oca,
além de estarem constantemente “descascando”
frutos ou pedaços de madeiras. Fazendo isso
mantém seus bicos em bom estado. O problema
é a excessiva e indesejável mastigação. Uma
ave indisciplinada irá mastigar fiação elétrica,
potencialmente causadora de danos ao animal e
ao recinto em volta. O proprietário precisa fornecer abundância de materiais para mascar
(brinquedos para aves, madeira natural, gravetos espessos, etc).
.
Somente no Rio de Janeiro, em 2008 (dados da
ABRASE repassados à imprensa), três criadouros reproduziram mais de 130 espécimes de
Guaruba guarouba (já com mais de 10 meses,
portanto sem o perigo inicial de filhotes), demonstrando o quão profícua esta pode ser em
cativeiro e a importância deste para a conservação da espécie. Certamente estes números
são ínfimos se considerarmos todos os exemplares criados no país.
.
. Bicadas: como a maioria dos papagaios é suscetível de descobrirem os seus bicos como um
método de "disciplinar" seus manejadores, uma
vez que elas estão fora da fase de filhotes. É
realmente importante aprender a compreendêlas e, desta forma, orientar o seu comportamento perante um hábito indesejável antes de estabelecido.
Matéria da Comissão Técnica
da ABRASE
Fotos Criadouros Passaredo e Márcia Weinzettl
.
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OBJETIVOS DA ABRASE
a) congregar os criadores e comerciantes de animais da fauna silvestre brasileira e exótica;
b) estimular e fomentar, por todos os meios ao seu alcance, a criação de animais da fauna silvestre brasileira e exótica;
c) organizar periodicamente encontro entre os associados, ou quaisquer outras iniciativas que visem manter sempre forte o elo entre os mesmos;
d) promover entendimentos, acordos e convênios com os governos Federal, Estaduais e Municipais, para a execução de atividades relativas ao fomento
e defesa da criação de animais da fauna silvestre e exótica;
e) estudar, aprofundar, pesquisar e dar assistência sobre todos os assuntos referentes às normas ligadas a criação e comercialização de animais da fauna
brasileira e exótica;
f) fornecer assistência jurídica aos associados referente às questões inerentes às atividades da associação;
g) promover entendimento entre os criadouros objetivando a permuta de animais;
h) promover e incentivar atividades culturais e científicas referentes aos objetivos da associação;
i) a Associação poderá buscar através de intercâmbios com entidades congêneres de outros Estados e/ou países, o amplo debate, idéias e informações
para maior conhecimento sobre as técnicas de criação e reprodução dos animais;
j) defender o Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, fornecendo as práticas sustentáveis de desenvolvimento e a educação ambiental, estimulando
os associados à realização de pesquisas e estudos referentes à conservação da fauna silvestre e exótica;
k) combater o comércio ilegal de animais silvestres e exóticos através de palestras, promoção do comércio legal, campanhas educativas e educacionais
e colaboração com as entidades de gestão de fauna e repressão ao tráfico.
.
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DIRETORIA
PRESIDENTE - LUIZ PAULO MEIRA LOPES DO AMARAL
1º VICE-PRESIDENTE - LÉLIO GABRIEL H. DOS SANTOS
2º VICE-PRESIDENTE - PIERRE JIMENEZ ALONSO
1º SECRETÁRIO - VINICIUS RODRIGUES FERREIRA
2º SECRETÁRIO - CHARLES PEREIRA
1º TESOUREIRO - MARCELO FERNANDES MOURA
2º TESOUREIRO - CLÁUDIA MEIRA LOPES DO AMARAL
DIRETOR DE DIVULGAÇÃO - HÉLIO JOSÉ B. LAGALHARD
DIRETOR DE RELAÇÕES PÚBLICAS - JEFERSON R. PIRES
1º SUPLENTE DE DIRETORIA - ANTÔNIO C. DOS SANTOS
2º SUPLENTE DE DIRETORIA - FERNANDO P. DO AMARAL
.
CONSELHO FISCAL: Sra. Frauke Allmenroeder, Sr. Ivaldo Fontes
Barbosa e Sr. Salvador de O. Porto Filho
.
COMISSÃO DE ÉTICA: Sr. André Luiz Paiva Sena, Sra.Frauke Allmenroeder;
Sr. Paulo Machado, Sr. Reginaldo
V. Leone e Sr. Marius da Silva P. Belucci
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EVENTOS
2º SEM. CALENDÁRIO 2009
GESTÃO ADM. CRIADOUROS,
ZOOS E COMÉRCIO
CALENDÁRIO 2009
- Relatório do Cadastro Técnico Federal prazo 31 de março (quem não o fez deve
fazê-lo mesmo fora do prazo). Entrega
pela internet.
- Relatório Semestral de Venda de Silvestres prazo 30 de junho. Entrega no Núcleo
de Fauna do Estado residência.
- Cumprimento da IN 169/08 - Pedido de
Autorização de Manejo - AM, prazo
esgotado (quem não o fez deve fazê-lo
mesmo fora do prazo). Pela internet.
- Relatório de Evolução de Plantel - prazo
anual - data referência início das atividades do criadouro. Entrega no Núcleo de
Fauna do Estado residência.
www.abravas.org.br
.
ABRASE
2º SEM. CALENDÁRIO 2009
- Relatório Semestral de Venda de Silvestres prazo 31 de dezembro - 2º semestre. Entrega no Núcleo de Fauna
do Estado residência.
- Reunião da Diretoria da ABRASE
dia 10 de novembro - Sede da Secretaria
A BRA SE
ABRASE
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES E
COMERCIANTES DE ANIMAIS SILVESTRES E EXÓTICOS
Secretaria - Rua Visconde de Itabaiana, nº 102
Engenho Novo - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
Cep: 20780-180
.
Telefone: +55 (21) 2501.3612 Fax: +55 (21) 2201.0602
Correio electrônico: [email protected]
Na Web: www.abrase.com.br
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expressadas nestes são de exclusividade de seus autores.
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