O novo Campione da Comil

Transcrição

O novo Campione da Comil
Ano 1 - Número 1 - Agosto 2010
WWW.revistaautobus.com.br
O Hybridus da Agrale
O novo Campione da Comil
Entrevistas com Luis Carlos
Pimenta da Volvo Bus LA
e
Marcos Isfer da ALABRT
Volvo lança seu chassi
8x2
O ônibus do pós guerra
E muito mais
BRT peruano com gás
Expediente
Revista AutoBus
WWW.revistaautobus.com.br
Número 1 – Ano 1
Redação
Editor - Antonio Ferro
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Luiz Neto
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Circulação – setembro 2010
Opinião
Um novo canal, moderno e acessível.
Esta é mais uma opção para você ver e ler o conteúdo do
site Revista AutoBus. Com ela poderá ter acesso simplesmente pela tela de seu computador ou ainda salvar as edições em PDF para imprimir ou deixar em seu arquivo, escolhendo a melhor forma para se inteirar do que acontece com
o tema ônibus.
Desta maneira a versão digital da Revista AutoBus lhe oferece um melhor acabamento, com a visualização das imagens
em maior tamanho e com a qualidade editorial já encontrada
pelo portal.
Como entendemos que a internet continuará sendo uma
parceira de outros modelos de informação, nada mais justo
do que poder proporcionar ao leitor uma segunda via abordando os assuntos mais interessantes relacionados ao veículo, como história, tecnologia, lançamentos, entre outros.
Empresários, entusiastas e pesquisadores poderão acessar,
de modo fácil e ágil, as principais notícias do setor no Brasil
e no mundo.
Desta maneira ainda posso dizer que esta idéia ainda possui
uma conotação sustentável, pois não utiliza a impressão
normal, deixando de consumir água, tinta, papel e outros
insumos na produção de revistas.
Sem querer prolongar nesta conversa, pois o que vale é como se pode proporcionar uma leitura com riqueza na informação, convido a você para que viaje conosco (através deste novo projeto) e aproveite da melhor forma o que lhe é
oferecido.
Boa leitura.
Antonio Ferro
Índice
02 Opinião
1 Lançamento chassi
03 Rápidas
1 Entrevista Volvo
0 Lançamento Comil
2 BRT
0 Entrevista ALABRT
2 Panorama
1 Tecnologia
3 Nostalgia
1 Mercado
2
Rápidas
Escola de Formação Profissional da
Marcopolo completa 20 anos
Criada em março de 1990, a Escola de Formação Profissional Marcopolo completa 20 anos
de existência e em parceria com o SENAI, oferece cursos profissionalizantes para jovens em
seis unidades no Brasil e exterior. São quatro
em Caxias do Sul (RS), sendo uma no segmento Plásticos, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS/ETFAR), e outra
em Duque de Caxias (RJ) e, desde o final de
2009, uma na Marcopolo da África do Sul, a
primeira escola fora do território nacional. A
EFPM é considerada parte da Fundação Marcopolo, pois propicia a inclusão de jovens em
situação de vulnerabilidade social selecionados
pela Fundação de Assistência Social de Caxias
do Sul (FAS), com quem mantém convênio. Os
profissionais formados pela Escola estão aptos a atuar em diferentes funções das áreas
de produção, engenharia, qualidade e logística.
Produção em escala
Após intenso período de desenvolvimento e testes,
através de provas em bancadas e operacionais em
ruas e estradas, a VolvoBus anunciou o início da
produção em escala de seus modelos de ônibus
híbridos urbanos – chassis B5L para carroçarias
com dois pavimentos e o veículo integral 7700 com
12
metros
de
comprimento.
O sistema híbrido produzido pela Volvo promove
uma redução no consumo de combustível de até
35% em tráfegos urbanos. De acordo com informações da montadora, sua tecnologia híbrida combina
paralelamente o motor de combustão interna com
a tração elétrica – o motor diesel se desliga automaticamente assim que o veículo parar em um
ponto de embarque de passageiros, só se reiniciando após uma velocidade acima de 20 km. ―O início
da produção de nossos modelos híbridos representa um passo importante na evolução dos ônibus. A
oferta de veículos comercialmente viáveis no mercado europeu, além da significativa redução no
consumo de diesel, das emissões de gases poluentes e pelo fato que nossa tecnologia está baseada
em componentes comuns, permitirá que nossos
clientes recuperem seus investimentos em curto
espaço de tempo‖, revelou Håkan Karlsson, Presidente da VolvoBus.
Irizar finaliza as carroçarias PB para
a Reunidas Paulista
Ao todo serão 40 unidades do modelo mais
sofisticado produzido pela encarroçadora paulista Irizar para seu tradicional cliente no setor de transporte rodoviário de passageiros
do Estado de São Paulo. 30 terão 13 metros
de comprimento e outras 10 unidades estarão
configuradas com 14 metros. As primeiras 16
carroçarias estão sendo finalizadas e receberam chassis Mercedes-Benz O500 RS e RSD.
As versões com 13m possuem 38 poltronas
leito turismo e as de 14m estão equipadas
com 42 poltronas leito turismo. Todas receberão sistema de som e DVD, monitores LCD
22" (01) e 15" (02), geladeira e cabine para o
motorista. As novas carroçarias trazem ainda
a renovação da identidade visual da frota da
Reunidas Paulista, que terá um novo design
com
linhas
mais
modernas.
Estes serão os primeiros Irizar PB da transportadora paulista, que começaram a ser entregues em agosto.
Nova agência de comunicação
no mercado
O mercado de transportes conta agora com mais
uma agência de comunicação especializada no setor. A MR Comunicação Estratégica chega para oferecer às empresas serviços nas áreas de assessoria
de imprensa, produção editorial (jornais internos e
revistas) e comunicação digital (conteúdo para sites, newsletters, blogs e redes sociais). A MR está
sob o comando do jornalista Ivo Mattos, que acumula mais de oito anos no setor de transportes,
quando foi responsável pela comunicação de empresas como Eaton, DPaschoal e PricewaterhouseCoopers.
Nos últimos quatro anos, Mattos esteve à frente do
Caderno Ônibus, da Revista Frota&Cia. Para mais
informações, acesse www.mrcomunica.com.br.
3
Rápidas
Novo padrão de itinerário
A partir de 1º. de agosto deste ano, todas as empresas operadoras de ônibus urbanos começaram a realizar a adequação das caixas de itinerários de seus
veículos, seguindo as regras criadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Inmetro). O tamanho dos caracteres deverá ser, no mínimo, de 15 centímetros, com duas
opções de cores - verde limão ou amarelo limão para os letreiros de pano e outras duas cores - amarelo âmbar ou branca - para os veículos que utilizam
a caixa eletrônica. Caso não cumpram com o estabelecido, haverá multa e o DENATRAN poderá bloquear o licenciamento e da transferência de propriedade dos veículos irregulares, já a partir do segundo
semestre.
Cartilha para acessibilidade no transporte
coletivo
O Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo (SETPESP) lançou
novas edições das Cartilhas Práticas de Adaptação
da Acessibilidade nos ônibus rodoviários e urbanos. Editou também a terceira versão da Coletânea
de Legislação relativa à aquisição e adaptações nos
veículos. As publicações reúnem informações técnicas e jurídicas necessárias para tornar os ônibus
acessíveis às pessoas com deficiência ou mobilidade
reduzida. A iniciativa visa fornecer às empresas associadas ao SETPESP um exemplo prático, sistematizado e ilustrado de como realizar, passo a passo,
as alterações necessárias à promoção da acessibilidade, bem como obter a imprescindível certificação
do veículo expedida pelo Organismo de Inspeção
Acreditado (OIA) pelo INMETRO (Instituto Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
Transporte interestadual
com qualidade
"Coerentes com sua condição de operadoras
de um dos mais modernos e eficientes sistemas de transporte rodoviário de passageiros
do planeta, as empresas interestaduais continuam se dedicando à constante renovação
de suas frotas, ao aperfeiçoamento dos seus
processos de gestão e ao aprimoramento do
seu padrão de atendimento", disse Renan
Chieppe, presidente da ABRATI (Associação
Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros, ao comentar sobre os
investimentos das associadas em tecnologia,
conforto e segurança para os passageiros.
Opinião sobre BRT
―Para melhorar a mobilidade urbana nas metrópoles é necessário criar uma cultura do uso
dos transportes coletivos. Isso acontece aliando a oferta de serviços de qualidade à demanda por parte do usuário. E sistema o BRT (Bus
Rapid Transit) proporciona uma mobilidade
rápida, aumentando a confiabilidade dos usuários nos transportes coletivos. Pela sua versatilidade, as frotas de ônibus podem ser alocadas
de acordo com a demanda do transporte em
uma determinada região‖, disse Marcos Bicalho
dos Santos, diretor superintendente da NTU.
4
Lançamento
Imagem Divulgação
Imagem Divulgação
5
ÔNIBUS
AO GOSTO
DO FREGUÊS
Imagem Divulgação
As principais encarroçadoras brasileiras têm por hábito manter uma geração de carroçaria em
linha, seja ela rodoviária ou urbana, por freqüências que vão de 8 a 10 anos. Porém, a gaúcha
Comil quebrou essa regra e apresentou a mais recente família Campione, cinco anos depois
de ter lançado sua antecessora. O projeto prioriza a padronização de peças entre as versões.
N
o setor de ônibus, alguns
cionando assim menor tempo parado e
seu desenho. Partiu-se do conceito
aspectos para se conse
reduzido custo de manutenção”, disse
simples, sem perder a modernidade e
guir vantagens operacio
Dario Ferreira, diretor comercial da
funcionalidade, com linhas e aspectos
nais
encarroçadora.
marcantes para as viagens estradeiras.
são
priorizados
dentre os envolvidos no transporte.
“O Campione apresenta ao mercado as
Para o passageiro, segurança e confor-
O novo Campione está diferente em
tendências automotivas de qualidade e
to são itens esperados ao embarcar em
“detalhes”
antecessora,
tecnologia. Suas linhas harmoniosas
um ônibus rodoviário. Já para o empre-
apresentada em 2005. Desta vez, não
remetem à sensação de movimento”,
sário, um produto que apresente bene-
se propôs uma completa ousadia em
destacou Ferreira. O design da carro-
da
linha
fícios adequados na operação, como a
maior facilidade e menor custo em
manutenção, além da durabilidade e
qualidade.
Nesse sentido prático, a Comil não
poupou esforços para desenvolver a
sua nova linha de carroçarias rodoviárias Campione visando o máximo de
proveito comercial ao frotista, e ainda
valorizando em muito os serviços
executados. A renovada geração do
Campione segue a filosofia do veículo
desenvolvido na medida certa. “Além
do design destacado e elementos de
conforto e segurança, determinamos
que em um ônibus as peças devem ser
padronizadas para toda linha, propor-
Interior com ambiente agradável para promover viagens com maior
comodidade.
6
Lançamento
çaria incorpora uma estética mais
bagageiros e do motor. Com isso o
através de suportes de alumínio injeta-
clássica, com linhas retas e grande
empresário dispõe de simplicidade e
do (material utilizado na indústria
relevância para o pára-brisa, amplo e
custo de manutenção reduzido”, disse.
aeronáutica) que agrega leveza e alta
vistoso. O conjunto óptico e o pára--
resistência mecânica do material.
-choqueem desenho harmônico e os
Internamente, o salão de passageiros
retrovisores avançados dão o tom
conta com muitos melhoramentos para
O sistema de iluminação é composto
especial na área frontal dos modelos,
disponibilizar comodidade, conforto e
por luminárias (lâmpadas fluorescen-
que possuem três versões de alturas –
segurança, com peças que seguem o
tes) com lentes em polipropileno, incor-
3.25, 3.45 e 3.65 metros.
padrão automotivo RTM. Informações
poradas ao design do porta pacotes e
da Comil revelam que o isolamento
luzes de cortesia, com Led´s de cor
Na traseira (modular para todas as
térmico acústico é realizado nas carro-
azul. O novo WC possui sistema de
versões), outro traço que se sobressai
cerias que possuem ar-condicionado,
sucção de ar que elimina a possibilida-
é o conjunto que dá importância às
com materiais de última geração, como
de de escape de odores, além de
formas equilibradas, entre as lanternas
o ISOFLEX e o P.U. (Poliuretano
aplacar a ergonomia, a higiene e o
(com desenho retangular, composta
Expandido), este além da função térmi-
aproveitamento de espaços. O sistema
por lâmpadas Led´s e com maior
ca, é também utilizado como isolante
de som e vídeo, com monitores de LCD
durabilidade), a nova tampa de acesso
acústico, nas regiões de compartimen-
de 15 polegadas ou um de 17 polega-
ao motor (mais leve, construída com
to do motor traseiro.
das, representa um dos muitos opcio-
polímeros), o pára-choque e o vigia,
nais disponibilizados para o cliente.
que pode ou não receber vidro. Já as
Novas cores e materiais de revesti-
laterais possuem superfícies lisas, para
mento das paredes e das poltronas (4
No cockpit do motorista, a atenção
promover facilidade na limpeza, gene-
tipos – convencional, Soft Executiva,
redobrada com a ergonomia. Ofere-
rosa área envidraçada e tampas de
Leito Turismo e Leito – opcional Leito
cendo mais conforto e funcionalidade,
bagageiros com lâmpadas de Led´s.
Cama, 180º.), além do teto interno, em
o espaço adota um painel com todos os
“Queremos oferecer um carro muito
P.U.(Poliuretano) e fibra, revestido por
instrumentos de fácil alcance, preser-
mais atraente e que valorize as linhas
filme de PVC, um material mais leve e
vando
dos mais diversos projetos de pintura
que absorve os ruídos, permitem um
direção. Os janelões do condutor são
desenvolvidos pela Comil e por seus
ambiente muito agradável. Os porta
constituídos de ABS com Soft Touch,
clientes”, comentou Ferreira.
pacotes estão com desenho mais
um material plástico que confere
moderno. A engenharia
Comil
requinte e leveza ao interior do veículo.
dianteira
A nova carroçaria também está equipa-
A estrutura do teto, segundo a enge-
promoveu
uma
fixação
da
as
condições
seguras
de
nharia da encarroçadora, é dimensionada para diminuir ao máximo as vibrações e o ruído interno, sem agregar
peso ao conjunto. Seu revestimento
externo é em plástico reforçado com
fibra de vidro.
Para Ferreira, o essencial foi saber o
que o mercado pede em se tratando de
um rodoviário que apresente eficiência
operacional. “Ouvimos nossos clientes
desejam quanto ao custo benefício da
carroçaria. Por conta disso proporcionamos
funcionalidade,
através
do
intercâmbio e padronização de muitas
peças,
como
lanternas
traseiras,
Imagem Divulgação
e colocamos em prática o que eles
Posto desenvolvido dentro dos mais modernos conceitos de ergonomia.
sistema óptico frontal e tampas de
7
Lançamento
da com o sistema Multiplex, elemento
A estrutura do novo Campione é
Segundo a Comil, a estimativa de
para acompanhar o desempenho dos
construída em aço tubular galvanizado,
comercialização do novo Campione é
sistemas eletrônicos do veículo. “Desta
formando
fortemente
muito positiva para os próximos anos,
forma é possível detectar possíveis
unido com o chassi através do proces-
podendo chegar a 1.100 unidades ao
falhas através de um display presente
so MAG de soldagem. Segundo a
ano. Algumas operadoras de expres-
no painel em que é informado quais
Comil,
mesmos
são, como o Expresso Embaixador, de
são os erros ocorridos, possibilitando
parâmetros de sua linha antecessora,
Pelotas (RS) e a Viação Graciosa de
assim um rápido diagnóstico e maior
promovendo menor peso e grande
Curitiba (PR), demonstraram satisfa-
velocidade
robustez, resultando em ganhos opera-
ção com o projeto e já encomendaram
cionais, como o menor desgaste de
a carroçaria para suas respectivas
pneus e consumo de combustível.
frotas.
de
correção”,
explicou
Ferreira.
um
ela
conjunto
mantém
os
Imagem Divulgação
Características técnicas
Campione 3.25
Campione 3.45
Campione 3.65
Estrutura: Aço Galvanizado
Entre-Eixos: 5.180 a 7.370
Posição do Motor: Dianteiro ou
Traseiro
Comprimento: 11.100 mm a
13.200 mm
Largura: 2.600 mm
Altura Interna: 1.920 mm
Altura Total: 3.250 mm sem ar
condicionado / 3.500 mm com ar
condicionado
Número de poltronas – entre 20
e 5º, dependendo do modelo de
chassi, espaçamento e poltronas
escolhidas.
Estrutura: Aço Galvanizado
Entre-Eixos: 5.890 a 7.370
Posição do Motor: Dianteiro ou
Traseiro
Comprimento: 12.100 mm a
14.000 mm
Largura: 2.600 mm
Altura Interna: 1.920 mm
Altura Total: 3.450 mm sem ar
condicionado / 3.650 mm com ar
condicionado
Número de poltronas – entre 28
e 56, dependendo do modelo de
chassi, espaçamento e poltronas
escolhidas.
Estrutura: Aço Galvanizado
Entre-Eixos: 5.890 a 7.370
Posição do Motor: Dianteiro ou
Traseiro
Comprimento: 12.100 mm a
14.000 mm
Largura: 2.600 mm
Altura Interna: 1.920 mm
Altura Total: 3.650 mm sem ar
condicionado / 3.850 mm com ar
condicionado
Número de poltronas – entre 28
e 56, dependendo do modelo de
chassi, espaçamento e poltronas
escolhidas
8
Entrevista
Para difundir o
BRT
C
uritiba (PR) é a cidade sede da recém criada Associação Latino Americana de BRT
(ALABRT) e Sistemas Integrados de
Transporte (SIT). Trata-se de um passo
muito importante para a difusão em maior volume
de um consagrado sistema de transporte, criado
por lá, que racionaliza todo o desenvolvimento das
médias e grandes cidades pela América Latina.
Com a nova entidade, o objetivo, segundo seus
organizadores, é promover o avanço dos projetos
de transporte coletivo urbano e melhorar a qualidade de vida nas grandes cidades da região que
juntas somam mais de 50 milhões de habitantes.
Ao implantar sistemas rápidos de ônibus urbanos, os chamados BRT´s, os benefícios são muitos
vantajosos, como a redução de vários agentes tóxicos expelidos pelo transporte coletivo, com conseqüências positivas na saúde pública e ainda pelo
lado da segurança, com a diminuição dos acidentes de trânsito.
A revista AutoBus conversou com Marcos Isfer,
presidente da URBS (Urbanização de Curitiba) e
membro da ALABRT representando Curitiba.
Revista AutoBus - Qual a finalidade da ALABRT?
AutoBus - Quais as vantagens, benefícios e o que
implica o significado de BRT?
Marcos Isfer - Difundir o Bus Rapid Trasit como
solução plausível em cidades de médio ou grande
Isfer - Uma das principais vantagens está no cus-
porte, com assessoramento técnico para imple-
to de implantação, além da facilidade e rapidez de
mentação desse sistema, com custos compatíveis.
deslocamentos com versatilidade. Outra vantagem
do sistema BRT está na facilidade de implantação
AutoBus - Por que o Brasil foi escolhido como
de novas linhas sem a necessidade de grandes
sede?
desapropriações e, portanto, com um mínimo percentual de transtorno à cidade como
um todo.
Isfer - Uma das razões está em Curitiba, capital
do Paraná, ter sido a primeira cidade brasileira a
AutoBus - Sabemos que foi no Brasil que surgiu a
implantar o então chamado Sistema de Ônibus
idéia dos sistemas de BRT, mas o país não faz seu
Expresso, a partir de 1974, permitindo desloca-
dever de casa, apostando pouco nesse tipo de
mentos rápidos por ônibus trafegando em vias
transporte dentro do modal ônibus. Como mudar e
segregadas.
incentivar esse conceito nas médias e grandes
9
Entrevista
cidades do país? Além disso, terá que enfrentar
Isfer - Para centros urbanos que dispõem de re-
um poderoso adversário, que é a indústria auto-
cursos financeiros para implantar modais como
mobilística com suas facilidades de oferta de veí-
VLT ou metrô, o Sistema BRT, mais barato, é
culos aos cidadãos.
sempre um importante complemento para a completa mobilização urbana. As cidades sem recursos
Isfer - Curitiba fez sua lição de casa. Desde 1974
não devem sacrificar as populações e o próprio
dá prioridade ao transporte coletivo, o que ocorre
meio urbano para implantar sistemas onerosos e
de forma seqüencial nas ações dos sucessivos ad-
pouco plausíveis.
ministradores públicos, sempre com foco no próprio transporte de massa. O esforço, em nível na-
AutoBus - Dentro do universo em que os siste-
cional, deveria vir e ser seguido pelo governo fe-
mas de BRT são debatidos, existem especialistas
deral. O incentivo pelo governo federal à indústria
que o defendem, bem como os contrários, definin-
automobilística é oposto às políticas direcionadas
do como prioridade a implantação de redes de VLT
ao incentivo do transporte público. A vontade polí-
e metrôs. Como difundir a idéia, em meio à con-
tica é que determina a implantação de novos sis-
trariedade? O sistema deve se congruente com
temas, especialmente o BRT, mais barato que so-
outros modais?
luções como VLT e metrô.
Isfer - Enquanto sistemas como VLT e metrô são
AutoBus - Temos conhecimento de que os siste-
mais onerosos e exigem a implantação de trilhos,
mas de ônibus no Brasil não apresentam a quali-
o sistema BRT se destaca pela sua flexibilidade e
dade tão desejada pelo passageiro. A Associação
maior rapidez de implantação, além dos baixos
tem propostas que essa imagem pode ser modifi-
custos operacionais e implantação de infraestrutu-
cada? Visto que transporte urbano não tem parti-
ra.
cipação direta nas agendas de candidatos e admi-
Fotos— Divulgação Prefeitura de Curitiba
nistradores públicos, qual sua opinião?
10
Entrevista
AutoBus - O modelo BRT foi o escolhido pela mai-
nismos, as cidades contarão com um bom sistema
oria das cidades que vão sediar a Copa do Mundo
BRT, complementado por um excelente serviço
de Futebol em 2014. Mas, se o Brasil não fosse o
alimentador, capaz de, no conjunto, atender dig-
país escolhido, estaríamos debatendo calorosa-
namente as grandes demandas.
mente o assunto BRT como promoção para melhoras significativas em nosso transporte público?
AutoBus - Nesse sentido, São Paulo, a maior ci-
Queremos dizer que nossas necessidades diárias
dade brasileira, tem apenas dois exemplos de BRT
em termos de transporte, mobilidade e qualidade
implantados - Expresso Tiradentes e Corredor
ambiental se fazem presentes há muito tempo, e
ABD, EMTU. É muito pouco para uma megalópole,
que, na urgência em proporcionar profundas mu-
que também promove em alguns de seus corredo-
danças estruturais, não podemos mais esperar por
res as faixas pintadas. Seguindo o raciocínio, so-
eventos de importância internacional para que
brepor linhas em um mesmo corredor pode não
sirvam como mola indutora em nosso desenvolvi-
apresentar resultados positivos esperados - a
mento.
Isfer - Pensamos que o assunto
não
seria
difundido,
porque a questão transporte
não está em primeiro lugar
entre os debates. Reiteramos,
contudo, que deve haver maior interesse do governo federal em priorizar o transporte
de massa em todos os momentos, e não só em virtude
da
ocorrência
de
grandes
eventos como uma Copa do
Mundo. O transporte coletivo
deve estar no topo das discussões diante dos cada
exemplo do novo corredor metropolitano Diadema
vez maiores congestionamentos provocados por
-Brooklin, onde diversas linhas, empresas e tipos
veículos, em sua maior parte conduzidos por uma
de ônibus operam.
só pessoa.
Isfer - Não conhecemos de perto a situação citaAutoBus - Não corremos o risco de ver algumas
da quanto a São Paulo e região. Podem, no entan-
faixas pintadas no pavimento e alguma propagan-
to, podem existir situações, como em Curitiba - a
da valorizando a implantação em determinadas
exemplo
cidades como legítimos BRT para a Copa do Mun-
implantado Ligeirão, no Eixo Expresso Boqueirão.
do? O sistema é muito mais que isso, não?
Existe, no caso, a sobreposição de linhas em pis-
do
que
acontece
com
o
recém-
tas que asseguram ultrapassagem, sem que o
Isfer - Um sistema de transporte não é composto
atendimento por ônibus seja prejudicado, mesmo
apenas por simples faixas, mas por um conjunto
em vias segregadas, como é o caso local.
que inclui vias segregadas; embarques e desemAutoBus - O sistema BRT representa uma excelente oportunidade para se promover tecnologias
barques em nível; cobrança, além da manutenção
de velocidade média constante. Com esses meca-
11
Entrevista
alternativas na modalidade ônibus. Isso já não é o
foi dito, graças à frota de ônibus articulados, em
suficiente para que seu apelo ecológico no ambi-
vias segregadas, usando exclusivamente biocom-
ente urbano ganhe ainda mais prestígio?
bustível 100% à base de soja - o B-100. O exemplo é ainda mais característico, a partir do trata-
Isfer - A oportunidade é sempre bem-vinda. Mas
mento diferenciado dado às estações-tubo para
os ônibus devem cada vez mais usar combustíveis
embarque e desembarque em nível, dispondo de
menos poluentes vindos de fontes renováveis.
mecanismos que favorecem políticas ambientais
Além disso, deve ser reduzido substancialmente o
corretas. Citam-se, na prática, os equipamentos
tráfego de veículos particulares, dando-se mais e
instalados no tubo permitindo a reutilização de
mais espaço ao transporte coletivo usuário de bio-
águas pluviais e os mecanismos de climatização
combustíveis. Como em Curitiba, onde, na chama-
natural, sem ajuda de aparelhos que consomem
da Linha Verde, servida em vias segregadas com
energia.
extensão de 9 km por ônibus articulados, esses
coletivos utilizam o chamado combustível B-100,
AutoBus - Colômbia e México se destacam por
ou seja, 100% à base de soja. Essa é uma das
terem um número expressivo de exemplos com o
soluções para uma melhor qualidade de vida urba-
sistema BRT. Pode-se dizer que nesses dois países
na, interferindo também na proteção ambiental.
a influência do mercado e da indústria automobilístico não contaminaram as administrações públi-
AutoBus - Lima, capital peruana, inaugurou re-
cas, ou a necessidade de mudanças foi o principal
centemente seu BRT com ônibus movidos a gás
determinante para uma maior participação do
natural. Fica o exemplo de sustentabilidade, frente
BRT?
aos outros sistemas que continuam utilizando veíIsfer - Pode-se dizer que houve vontade política
culos movidos a diesel.
para inverter o processo de caos no trânsito. Os
Isfer - Energias renováveis são sempre bem-
países tiveram oportunidades para implantar o
vindas, o gás natural é uma nova e boa alternati-
sistema BRT, cada um a seu tempo, antecipando
va, mas as cidades envolvidas com o sistema BRT
soluções que poderiam se dadas apenas no futuro.
pensam sempre mais em mais alternativas de
AutoBus - Qual a mensagem final da Associação
combustíveis "limpos".
quanto ao futuro do BRT?
AutoBus - Podemos considerar a Linha Verde, de
(trecho de antiga rodovia federal que
Isfer - Respondo, enquanto membro participante
atravessa parte da cidade e que ganhou completa
da Associação, representando Curitiba. A priorida-
infraestrutura urbana, num primeiro momento, ao
de é sempre a do transporte de massa. A solução
longo de 9km, devendo outros 6km ser também
de um trânsito compatível em cidades de porte
beneficiados até 2012) - como o exemplo mais
médio e grande é e será sempre o transporte cole-
moderno, em in-
tivo, que precisa se modernizar constantemente,
fraestrutura, den-
permitindo fluidez, segurança, qualidade e sempre
tre outros siste-
mais conforto. Somos da opinião de que planejar é
mas existentes no
antecipar soluções, daí porque Curitiba ter servido
Brasil e no mun-
de exemplo desde então para o país e o mundo, e
do?
também por esse planejamento não ter sido inter-
Curitiba -
rompido ao longo das sucessivas administrações
Isfer - Sim, Curitiba serve de exemplo, como já
municipais.
12
Tecnologia urbana
Agrale apresenta
o Hybridus
O transporte está se adequando às mudanças necessárias para um novo
conceito onde a sustentabilidade ordenará a operação dos veículos.
to de um transporte sustentável cada vez mais
solicitado pelas médias e grandes cidades e como
conseqüência os ônibus urbanos passam a assumir um papel cada vez mais importante no transporte público, devendo gerar o mínimo possível de
custos, serem silenciosos e totalmente confiáveis
durante seu itinerário diário, reduzir ao máximo o
impacto sobre o meio ambiente através da baixa
emissão de gases e oferecer o máximo de conforto
aos passageiros.
Para Pedro Soares, diretor técnico da Agrale, a
tecnologia híbrida já é uma realidade e tem viabilidade comercial. ―Nosso objetivo com o Hybridus é
oferecer uma transição entre os combustíveis fósseis e o futuro da tração limpa, que está ligado às
células a combustível de hidrogênio‖, disse o executivo.
Com comprimento de 11,30m (se adéqua à categoria de midi ônibus), o Hybridus ainda conta com
um motor diesel Cummins ISBe 4, com 170 cv de
potência como princípio de alimentação do gerador elétrico, responsável pelo fornecimento da
No leque de trações alternativas para os ônibus urbanos, a gaúcha Agrale revela ao mercado brasileiro a sua proposta para um veículo híbrido.
U
m novo modelo de ônibus urbano estará disponível comercialmente a partir
do primeiro semestre de 2011. É o
Hybridus, um modelo urbano com uma
combinação entre um motor de combustão e a
eletricidade, desenvolvido pela montadora gaúcha
Agrale em parceria com a marca Siemens do Brasil. Equipado com o sistema híbrido ELFA, que promove o reaproveitamento da energia despendida
nas frenagens e desacelerações, armazenando-a
nos ultra-capacitores, o novo veículo possui dois
motores elétricos, gerando uma potência total de
170 kW em sua tração, especificamente elétrica.
Para a Agrale, sua proposta baseia-se no concei-
13
Tecnologia urbana
ticipação governamental é de grande importância
para o sucesso do novo ônibus‖, comentou.
De todos os atributos tecnológicos encontrados
no veículo, ele ainda possui carroçaria desenvolvida pela Marcopolo, com um salão de passageiros
com piso baixo, ideal para a rapidez em embarques e desembarques. De acordo com Pedro Soares, sua configuração construtiva poderá ser estendida para uma versão com 12m de comprimento, idéia ainda a ser estudada pela engenharia da
Agrale.
energia para os motores de tração e para o banco de armazenamento da eletricidade excedente
composto por ultra-capacitores. De acordo com a
montadora, o veículo apresenta uma economia no
consumo de combustível de aproximadamente
30%, com igual índice de redução dos níveis de
emissão de poluentes.
―Não podemos esquecer que o Hybridus ainda
possui um elemento essencial em seu projeto. É a
frenagem regenerativa, que aproveita a energia
que seria dissipada do sistema de freios do veículo. No tráfego de pára e anda é um excelente modo para economizar energia‖, destacou Soares.
A tecnológica do sistema ELFA, produzido pela
Siemens é baseada em três pilares operacionais –
economia, ecologia e eficiência –, que traz dois
motores elétricos de tração de indução trifásica,
interligados mecanicamente por intermédio da
caixa somadora, e um motor elétrico auxiliar
(utilizado para acionamento do compressor de ar,
componentes elétricos, sistema de freios, bomba
da direção hidráulica e sistema auxiliar de refrigeração), também de indução trifásica.
O bloco da Cummins só funciona para
―alimentar‖ o gerador elétrico quando o nível de
energia estiver abaixo de 60%, sendo ligado automaticamente para restabelecer o necessário de
eletricidade exigida na operação. Quem realmente
faz o trabalho pesado são os motores elétricos.
Para a fabricante, seu sistema híbrido de série é
superior com inúmeras vantagens para os ônibus
urbanos, pois pode ser padronizado em outras
versões de propulsão, como o de células a combustível ou puramente elétrico (por baterias).
De acordo com Antonio Claudino, gerente da
área de large drives da Siemens do Brasil, o Elfa
emprega mais de 100 anos de experiência obtida
pela Siemens AG na fabricação de trens, inclusive
o modelo ICE (de alta velocidade), com tecnologia
totalmente comprovada. ―Nosso sistema já está
em sua segunda geração – ELFA II – caso do protótipo da Agrale, assim como a nova linha de motores de tração de ímã permanente (PEM), atual
state-of-the art, também disponível. Mais de
1.500 unidades do sistema ELFA já foram vendidas, acumulando milhões de quilômetros rodados‖, explicou.
Outro detalhe revelado por Claudino, é que no
momento todos os componentes do ELFA são importados e a maior ou menor participação do sistema nos custos do ônibus está associada ao tamanho do veículo (12, 15, 18 ou 24 metros), significando algo entre 40% e 80%. ―A Siemens Brasil dispõe hoje de infraestrutura para fabricar os
inversores e os motores localmente e a demanda
é o fator preponderante para uma tomada de decisão‖, disse ele.
Soares, da Agrale, concordou com o executivo
da Siemens e contou que o novo modelo vai ainda
depender de uma política governamental que fomente um transporte livre da poluição e no conseqüente barateamento das tecnologias alternativas
e modernas. ―O Hybridus não é apenas uma pesquisa, mas uma realidade para o transporte urbano. Não queremos apenas oferecer um protótipo,
mas sim um veículo comercialmente viável. A par-
Raio-X
Comprimento – 11.300 mm
PBT – 15.000 kg
Suspensão – pneumática nos dois eixos
Motor – Cummins ISBe diesel de 170 cv
Motor de tração – Duas unidades em paralelo de
indução trifásico de 170 kW (potência total)
Torque – 400 Nm
Sistema de armazenamento de energia – 2 bancos de ultra-capacitores 360 V (2x)
Velocidade máxima – 70 km/h
Fonte - Agrale
14
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15
Mercado
Números de 2010
animam
Mercado de ônibus, entre produção e vendas internas, apresenta crescimento expressivo no primeiro semestre de 2010 em comparação ao período de 2009.
O
s primeiros seis meses do ano passado
ainda passavam pelo período turbulento
da crise financeira mundial. Tal situação
atingiu de modo negativo muitos setores
da economia brasileira, dentre eles o da produção
e venda de ônibus. Porém, se verificado o mesmo
período de 2010, a animação pode ser sentida
com a volta de um ritmo bem melhor às atividades ligadas ao transporte coletivo sobre pneus.
De acordo com números da Anfavea, entidade
que representa as montadoras nacionais, no segmento de chassis, a produção atingiu um patamar
de 23.655 unidades, 42,2% mais alto que 2009,
quando foram produzidos 16.626 chassis. A líder
do ranking é a Mercedes-Benz, com 14.106 unidades produzidas (alta de 67%), sendo seguida pela
Man Latina America, com 5.645 (+46%).
Nas vendas internas, no atacado, os resultados
também promoveram o esfregar das mãos de
quem está envolvido com o mercado. A alta foi de
40%, com 16.481 chassis comercializados em
2010, ante 11.715 unidades de 2009. Mais uma
vez a Mercedes-Benz lidera com 8.948 e na viceliderança a Man, com 4.443 chassis.
Já no setor de carroçarias das associadas à Fabus (Associação Nacional dos Fabricantes de Ônibus), a produção do primeiro semestre de 2010
acusou um aumento de 31% em relação a 2009.
Foram fabricadas 14.952 carroçarias, ante 11.370
unidades no mesmo período de 2009. Induscar
Caio, com 4.476 e Marcopolo, com 3.690 unidades, foram as que mais produziram, segundo dados da associação.
Chassis – produção 1º. Semestre de 2010
Total 23.655
Chassis – vendas atacado 1º. Semestre de
2010
Total 16.481
Agrale – 2.330
Iveco – 243
Man Latin America – 5.645
Mercedes-Benz – 14.106
Scania – 842
Volvo – 495
Agrale – 2.098
Iveco – 260
Man Latin America – 4.443
Mercedes-Benz – 8.948
Scania – 491
Volvo – 241
Carroçarias – produção 1º. Semestre de
2010
Total 14.952
Induscar Caio – 4.476
Marcopolo – 3.690
Ciferal – 2.361
Neobus – 1.599
Comil – 1.462
Mascarello – 1.146
Irizar – 218
Divulgação
16
Chassi rodoviário
Fotos Volvo
Chassi Volvo ganha
mais um eixo
Apostando em mercados que necessitem de um produto sofisticado, com alto grau
de conforto e segurança, a Volvo Bus Latin America coloca mais um eixo em seu mo-
U
delo rodoviário Top de linha.
ma nova versão de chassi para o transporte rodoviário de passageiros chega ao
mercado trazendo na bagagem muita
tecnologia embarcada. Trata-se do modelo B12R 8x2, produzido pela Volvo do Brasil para atender segmentos considerados Premium –
linhas rodoviárias regulares com sofisticação e
transporte turístico com alto valor agregado. A
novidade, apresentada recentemente, vem acompanhada do motor de 12 litros (D12D) com 420cv
de potência e transmissão automatizada Volvo
I-Shift de 12 velocidades.
―A Volvo tem grande tradição em veículos rodoviários. O B12R 8x2 é mais uma solução avançada
da marca para o segmento de turismo, trazendo o
que há de melhor em tecnologia‖, disse Luis Car-
los
Pimenta,
presidente
da
Volvo
Bus
Latin America.
O novo modelo poderá receber carroçarias do
tipo Low Driver (motorista abaixo do piso do salão) ou então a versão com dois pavimentos, conhecida como Double Decker. É equipado com a
mesma tecnologia lançada em 2007 pela Volvo
Bus Latin America no modelo 6x2 - caixa I-shift,
freio a disco com EBS, freio motor VEB de 390
cavalos e ainda ESP, controle eletrônico de estabilidade (opcional).
Na construção do chassi do modelo B12R 8x2,
foi utilizada pela engenharia da Volvo uma nova
tecnologia em aço, o que promoveu uma redução
em seu peso total, tornando-o 500 kg mais leve
que as versões da concorrência. ―O trem de força
17
Chassi rodoviário
É o mesmo do modelo 6x2, porém a novidade
em sua estrutura pode gerar uma economia operacional em torno de 1,5% a 2%‖, destacou o engenheiro de vendas da Volvo Gilcarlo Prosdócimo.
O chassi vazio pesa 7.600 kg (com rodas de aço e
sem retarder) e seu PBT é de 29.300 kg.
A tecnologia embarcada é outro exemplo de eficiência oferecido. Ele é equipado com arquitetura
eletrônica de segunda geração, a chamada BEA2 sigla em inglês para arquitetura eletrônica para
ônibus. ―A arquitetura BEA2 aumenta os benefícios
ao transportador, pois controla uma série de funções do veículo. O motorista tem no display do
computador de bordo mais de 50 informações do
motor, da caixa de câmbio, dos freios, da suspensão e das luzes externas. Os módulos eletrônicos
são interligados em rede, proporcionando maior
confiabilidade a todo o sistema elétrico e eletrônico do chassi e um menor número de cabos elétricos‖, revelou Prosdócimo.
Pimenta, que assumiu recentemente a presidência da Volvo Bus Latin America (veja entrevista na
página), também realçou a importância desse
novo produto para a maior participação da Volvo
no segmento rodoviário. Segundo ele, hoje o mercado sofre uma indecisão com as licitações das
linhas interestaduais que ainda estão em compasso de espera para 2011 e pela concorrência com o
modal aéreo em médias e longas distâncias.
―Necessitamos voltar a ter uma maior participação no mercado de ônibus, atingindo os volumes
alcançados na década de 80. Na América Latina, a
Volvo Bus tem ótima participação, mas no mercado brasileiro vimos nossa participação cair ano a
ano. A partir de agora e dentro dos próximos três
anos queremos estar entre os primeiros no mercado de ônibus pesado‖, explicou o executivo.
Fora do Brasil, Pimenta destacou a Argentina e o
Peru como grandes clientes compradores de chassis rodoviários. ―A partir do ano que vem, haverá
uma alteração na legislação argentina quanto a
produção e operação de ônibus rodoviário com
altura superior a 3,80 metros, onde será exigida
somente a configuração 8x2. Se olharmos pela
América Latina inteira, o potencial de consumo ao
ano desse chassi chega a 1.300 unidades. Queremos ter 50% de fatia‖, enfatizou.
Especificações técnicas
Motor – D12D eletrônico
Potência – 420 cv
Torque – 2000 Nm / 1050 e 1400 RPM
Transmissão – caixa AT2412C automatizada com 12 velocidades e 4 a ré
Computador de bordo – Funções disponíveis: diagnóstico de falhas, limitador de velocidade, registro de dados do veículo, etc.
PBT – 29,3 toneladas
Suspensão – pneumática com controle
eletrônico de altura e rebaixamento do quadro (ajoelhamento).
Opcionais – Rodas de alumínio, sistema
ESP e retarder.
Fonte —Volvo Bus LA
Mais uma opção ao segmento rodoviário que necessita de um veículo arrojado, moderno e com muita
tecnologia embarcada.
Fotos— Divulgação Volvo Bus LA
18
Entrevista
Volvo quer recuperar
terreno perdido
E
le assumiu recentemente o comando da presidência da Volvo Bus Latin America, em substituição a Per Gabell. Luis Carlos Pimenta, que
há 30 anos está na Volvo, terá como missão a
recuperação de mercado e a responsabilidade pelas
operações de ônibus urbanos e rodoviários da empresa em toda a América Latina, incluindo projetos, industrialização e comercialização dos veículos e soluções de transporte coletivo. Pelo lado da operação
com sustentabilidade, a Volvo Bus quer ofertar ao
mercado mais opções alternativas ao transporte coletivo, como a tração híbrida e o uso de maiores misturas do biodiesel nos veículos. Confira abaixo a entrevista com o executivo.
Revista AutoBus - O Sr. tem como desafio ala-
por outra marca ou outro tipo de chassi? Custo
vancar as vendas de ônibus Volvo (não que seu
operacional não sai da mesa de um operador, isso
antecessor não tenha se esforçado para isso) co-
influencia muito?
mo no passado, quando seu marketing share foi
bem mais significativo. Pegando como resultado
Pimenta - O plano é focar em custo operacional.
do primeiro semestre de 2010, a empresa produ-
Nós vendemos mais valor do que preço. Nossos
ziu apenas 495 unidades (241 comercializadas no
clientes sabem que a marca Volvo oferece ao mer-
Brasil). Não concorda que é muito pouco para uma
cado algo mais, trazendo, além disso, esse valor
montadora que traz muita experiência, capacidade
agregado nos produtos.
e tecnologia aliadas ao seu conceito de ônibus?
AutoBus - A chegada de um produto que até enPimenta - Concordo em gênero, número e grau.
tão não fazia parte do portfólio da Volvo (o chassi
Queríamos ter vendido muito mais. Nossa meta
8x2), pode ser considerada uma nova fase da
era ter conquistado 30% nos primeiros seis meses
montadora em relação ao mercado de ônibus?
no segmento de pesados. Porém a concorrência é
muito grande e fatores operacionais nos fizeram
Pimenta - Não digo uma nova fase, mas sim mais
reduzir a participação no market share. Para
uma oportunidade de mercado. Seria um tijolinho
2010, pretendemos conquistar 15% do mercado
a mais em nossa edificação.
total de pesados e reerguer o mercado de ônibus
AutoBus - Acredita que o Brasil precise de um
―choque de ordem‖ quanto a modernização em se
tratando de veículos ônibus urbanos? Como mudar
a imagem do modal? Exemplo mais fustigado.
Volvo no Brasil e na América Latina será o principal desafio daqui pra frente.
AutoBus - Como reconquistar o cliente que optou
19
Entrevista
Pimenta - No segmento urbano,
pensamos na Colômbia primeiramente, onde ocorre uma licitação para o Transmilenio para a
troca de 14.000 ônibus em seis
anos, o que a torna um mercado
potencial muito grande. Há oportunidades
na
América
Central
onde terão corredores também
em licitação. E claro o Brasil,
com os eventos que ocorrerão
por aqui nos dá grande chance
para um maior volume comercializado nos corredores que serão
implementados.
Nesse
sentido
pretendemos ter participação de
40% somente em sistemas de
BRT. Quanto ao mercado rodoviário, penso no Brasil como excelente negócio para crescimento
se as licitações interestaduais de
fato saírem.
AutoBus - Quais são as vantagens dos chassis produzidos pela
Volvo?
Pimenta - Tecnologia e seguAcredita que os órgãos públicos gerenciadores do
rança são inquestionáveis em nossos chassis.
transporte não se importem com o modal, permi-
Consumo de combustível e robustez são duas qua-
tindo muita liberdade para o automóvel particular?
lidades que buscamos constantemente, pois vêm
de encontro ao que quer o operador. Dessas qua-
Pimenta - O verdadeiro choque de ordem virá
tro vantagens, duas beneficiam diretamente o
dos eventos mundiais que aqui acontecerão, onde
passageiro e duas pesam pra o lado do empresá-
a modernização de todo o sistema de transporte
rio.
será uma exigência para atender aos requisitos na
AutoBus - Vivemos um período em que a susten-
organização e realização desses acontecimentos.
tabilidade no transporte é uma forte tendência
AutoBus - Dentre os mercados sob sua responsa-
cada vez mais presente no desenvolvimento das
bilidade, em seu entendimento quais se destacam
cidades. No contexto de veículos para o transporte
e se destacarão para o incremento de vendas dos
coletivo sobre pneus temos algumas alternativas
chassis Volvo, seja no segmento urbano ou rodo-
em tração. A Volvo já desenvolveu a tecnologia
viário?
híbrida em ônibus. Seu futuro está próximo em
terras brasileiras?
20
Entrevista
Pimenta - Sim, está muito próximo. Iremos tra-
rece chassis com piso alto e piso baixo dentre os
zer nosso veículo híbrido, que hoje é produzido
segmentos do Padron, articulado e biarticulado.
em escala comercial na Suécia, para testes pelas
Isso nos coloca de forma competitiva em qualquer
ruas de Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro e Bo-
conceito de corredor. Temos também experiência
gotá, na Colômbia. Vamos testá-lo com biodiesel,
em projetos estruturais, sejam eles em organiza-
que acreditamos ser essa combinação a melhor
ção e na implantação viária, suporte financeiro e
para o meio ambiente. Também pretendemos de-
pelo lado tecnológico, com o ITS4mobility* que
senvolver e produzir um chassi com essa tração,
significa um sistema de informação ao passageiro
tornando a unidade de Curitiba um segundo cen-
de parâmetros operacionais, monitorando a frota
tro de produção mundial dessa tecnologia. Depen-
em tempo real, disponibilizando essas informações
de apenas de ganharmos a disputa com outras
através de celular, internet, nos pontos de ônibus,
unidades da Volvo.
etc. Ainda disponibilizamos ao operador a gestão
de oficinas.
AutoBus - E quanto a combustíveis renováveis,
em que fase a montadora se encontra na busca
AutoBus - Dentre a América Latina, Colômbia e
por motores que utilizem essa alternativa?
México são exemplos de adoção do BRT, com destaque para a operação de veículos Volvo. O Brasil
Pimenta - Consideramos nosso híbrido renovável,
ainda precisa se mexer muito para alcançar o nível
pois a eletricidade que ele utiliza é gerada pelo
desses dois países, em termos de proporcionar o
próprio veículo, não precisa de fontes externas. Já
que quer em transporte urbano pensando nos pró-
na questão de biocombustível, uma outra fase do
ximos eventos esportivos?
termo renovável, já temos a disposição, em veículos de série, o uso do biodiesel B30 (30% de mistura). E estamos testando na Linha Verde de Curitiba o uso integral do combustível, chamado de
B100, para se conhecer a viabilidade do combustível. Acreditamos que essas duas iniciativas sejam as ações mais próximas em sustentabilidade.
AutoBus - Um tema muito falado, discutido, é
o BRT para a implantação nas cidades envolvidas com os eventos esportivos, como a Copa
do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos. Essa pauta deveria estar presente não somente
em momentos assim, mas ser considerado
uma Gênese fundamental para as condições de
melhoria da mobilidade urbana. Não concorda?
E a Volvo tem grande experiência nesse assunto. O que ela disponibiliza e disponibilizará em
idéias, suporte, projetos e veículos?
Pimenta - O que temos hoje é um ―cardápio‖
completo. Somos a única montadora que ofe-
21
Pimenta - Eu diria que o Transmilenio de Bogotá
é o maior sucesso em termos de BRT. Eles absorveram nossa idéia e melhoraram o conceito. Aqui
Entrevista
no Brasil temos bons exemplos, Curitiba a come-
dotar esses corredores exclusivos com faixas ex-
çar, mas são muito poucos, dada a dimensão do
tras nos pontos de paradas permitindo a ultrapas-
país e de sua população. Temos que pensar no
sagem do veículo que estivesse parado. Ou então
que é adequado a nossa realidade. Muitos falam
fazer uma combinação entre a operação de biarti-
de redes de metrô, mas elas não são implantadas
culados paradores e os expressos, o que proporci-
de um ano para o outro. Isso depende de altos
onaria maior rapidez de operação. Trabalhamos
valores de investimento e muito tempo para sua
todo o tempo com as encarroçadoras. Para citar
construção.
um exemplo, quando desenvolvermos nosso híbrido teremos uma relação muito próxima com as
AutoBus - A Volvo é a única no mercado brasilei-
fabricantes de carroçaria, pois será no teto dos
ro a dispor de um chassi biarticulado. O segmento
veículos que se localizará grande parte da tecnolo-
urbano comporta algo maior, tipo triarticulado? A
gia.
empresa pensa nisso? Ela trabalha em conjunto
com as encarroçadoras para o desenvolvimento de
AutoBus - A norma Euro V deve ser atendida a
novos produtos?
partir de 2012. A empresa já está preparada para
isso? Caso sim, isso significa trazer a tecnologia
Pimenta - Tecnicamente poderia ser feito. Mas há
européia ou há procedimentos quanto a uma
que se pensar que o conceito de biarticulado foi
adaptação de seus produtos para o mercado naci-
proposto para evitar o comboiar dos veículos nos
onal? Teremos novidades em novos tipos de mo-
corredores. E como há muitos corredores que aca-
tores?
bam promovendo os comboios, acho que um
chassi triarticulado não resolveria a questão de
Pimenta - A princípio a tecnologia é a que a Volvo
mobilidade. Acredito que a melhor forma seria
dispõe no mercado europeu, que é o SCR com adição de uréia nos gases de escape. Mas temos
desafios ao introduzir essa tecnologia. Como a
uréia é corrosiva, os escapamentos dos novos
veículos deverão ser de inox, o que encarecerá o
preço final dos produtos. E ainda há a questão do
consumo de combustível, que aumenta. Também
teremos que nacionalizar os componentes que
estarão em todo o sistema para efeito de financiamento (Finame). O Euro V irá mostrar ao mercado brasileiro uma nova fotografia de portfólio
dos produtos.
AutoBus - Mais alguma novidade para 2010?
Pimenta - Além da apresentação do veículo híbrido, não haverá mais nenhuma. (Insistido se
um modelo com motorização frontal pudesse ser
apresentado, Pimenta não confirmou nem para
este ano, nem para 2011, porém ele adiantou
que novos veículos sempre estão em ―gestação‖).
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23
BRT
Metropolitano de
Lima é todo gás
Fotos Divulgação Metropolitano
controle dos níveis de gases tóxicos emitidos pelos
A capital peruana inaugura seu primeiro sis-
veículos.
tema de transporte masivo com nível de
Para que isso se torne realidade, foi escolhido
BRT (Bus Rapid Transit), inovando na opera-
um novo paradigma em deslocamentos coletivos
ção com ônibus movidos por gás natural.
através da adoção do sistema com vias exclusivas
P
para a operação de ônibus articulados integrado
aos serviços alimentadores para elevar a qualidade de vida de todos os cidadãos de Lima, reduzir o
ossuir um índice pluviométrico reduzido
tempo de viagens, proporcionar maior conforto,
(algo em torno de 10 mm anuais) e uma
segurança e melhorar o atendimento aos usuários,
densa névoa que lhe cobre quase que o
uma evolução e tanto em relação ao que se pode
ano inteiro, além de ter como desafio um
ver atualmente rodando pela capital – muitos ôni-
sistema de transporte com sérios problemas de
bus ex-escolar bus norte-americanos e misturas
grandes congestionamentos, a presença de uma
de “caminhonibus”, todos devidamente paramen-
frota antiga de ônibus (estima-se um número de
tados com suas cores bem bizarras.
60.000 unidades de todos os portes, entre vans,
pequenos e grandes veículos realizando um trans-
Denominado Metropolitano, o corredor troncal
porte inseguro e sem nenhum conforto) e nos al-
integrará 16 distritos entre as regiões norte e sul
tos índices de poluição jogados no ar da cidade,
da cidade, beneficiando 700 mil passageiros por
fazem de Lima, a capital peruana, uma paisagem
dia através da operação de veículos com maior
singular e ao mesmo tempo muito peculiar dentre
capacidade de transporte e por ônibus convencio-
alguns países sul-americanos.
nais para as linhas alimentadoras que interligam
Se nas questões meteorológicas pouco pode ser
todas as estações paradoras presentes ao longo
feito, no transporte uma idéia começa a ganhar
do percurso segregado e dos terminais de trans-
corpo após a implantação de uma nova concepção
bordo. “Lima era uma das poucas metrópoles com
com métodos modernos em gerência, operação e
oito milhões de habitantes que não possuía um
24
BRT
sistema de transporte masivo em operação. Para
quadrados de área construída, onde o passageiro
isso pensamos num transporte moderno, humani-
poderá contar com um ambiente dotado de co-
zado (em termos de comodidade, segurança e
mércio, banheiros e outros tipos de serviço. O
atendimento ao usuário), além de ser sustentável.
acesso será por escadas rolantes e elevadores.
Ao todo a capital peruana terá em sua rede de
O primeiro corredor segregado de alta capacida-
transporte nove corredores BRT e duas linhas de
de (COSAC 1) Metropolitano é fruto da parceria
trem urbano‖, explicou o gerente de operações do
público privada. ―A municipalidade de Lima está
Metropolitano, engenheiro Javier Cornejo.
investindo
na
infraestrutura
de
todo
sistema
Sua extensão total será de 27,1 km ligando
(corredor, estações e pátios de manobras). Já o
Chorrillos, no sul, e Comas, ao norte, porém ape-
investimento privado ficará a cargo das concessio-
nas o trecho entre a estação de transferência Ma-
nárias, que serão responsáveis pela aquisição dos
tellini (região sul) e a Estacion Central será libera-
ônibus, do sistema de arrecadação, das estações
do, compreendido como fase 1. A infraestrutura
de abastecimento de gás e de outros negócios‖,
completa será composta por terminais (3) e para-
disse Cornejo. Somente em infraestrutura, o custo
das intermediárias (35 ao todo) ao nível do piso
será de US$ 262 milhões.
dos veículos, com arquitetura moderna, onde os
usuários ingressarão a todo o sistema através de
Veículos novos e ecológicos
cartão eletrônico recarregável e terão disponíveis
Mas o grande destaque do Metropolitano será a
informações relacionadas com as freqüências e
operação de ônibus movidos por gás natural (ao
destinos dos ônibus; semáforos (com lâmpadas
todo serão 600 unidades, 300 articuladas e outras
Led´s) inteligentes priorizando a passagem dos
300 na versão convencional), sejam eles para o
ônibus nos cruzamentos (informação através de
corredor ou nas linhas alimentadoras. Com carro-
33 km de rede de fibra óptica). O pavimento do
çarias configuradas em três versões – articuladas
corredor principal recebeu concreto em toda a sua
para as linhas troncais e unidades com 8 e 12 me-
extensão.
tros para as linhas alimentadoras -, os novos ôni-
Na Estacion Central (subterrânea) estará locali-
bus foram desenvolvidos pelas empresas Tatsa
zado o centro de controle e gestão de todo o sistema, com câmeras e sistemas computadorizados
(Argentina), a chinesa King Long e pela marca
peruana Modasa.
monitorando toda a operação. São 25 mil metros
O sucesso do projeto Metropolitano está baseado em quatro pilares – vontade política, investimento empresarial,
redução da contaminação do meio ambiente e a melhora do transporte coletivo de Lima. É a grande aposta peruana
que servirá de modelo para o restante do mundo.
Fotos— Divulgação / Metropolitano
25
BRT
Segundo informações da direção do Metropolita-
redução da importação de diesel e não serão con-
no, serão 312 unidades articuladas (18 metros de
sumidos cerca de 1.900.000 litros de diesel no
comprimento) e outras 229 convencionais que
transporte público, reduzindo em até 95% os índi-
contam com sistema de GPS, computador de bor-
ces de emissões de gases poluentes.
do,
sensor
para
prioridade
em
semáforos
Quatro empresas formam as bases de operação
(somente nos modelos articulados), câmeras para
do Metropolitano - Lima Vías Express, Lima Bus,
monitoramento interno, espaço para cadeirantes
Perú Masivo e Transvial com seus respectivos só-
ou pessoas com mobilidade reduzida e capacidade
cios estrangeiros – operadores argentinos, colom-
para 160 passageiros (articulados), 80 e 40 pas-
bianos e espanhóis, todos com experiência em
sageiros (alimentadores). Os ônibus estão equipa-
BRT.
dos com motores a gás natural produzidos pela
Cummins (Euro 5) e transmissão automática Allison – T375R para os articulados e T280R para os
demais veículos.
Por dentro do Metropolitano
A frota é composta por 312 ônibus articulados
―Optamos pelo gás natural por ser um combustí-
para operação no corredor trocal e 229 alimenta-
vel limpo, que emite menores índices de monóxido
dores que são utilizados entre as zonas periféri-
de carbono, material particulado e outros poluen-
cas que se conectam com o principais terminais.
tes que o diesel. E como aqui no Peru há grandes
reservas com esse combustível, estaremos seguindo um alinhamento da Municipalidade Metro-
Todos os veículos contam com um sistema eletrônico de segurança que proporciona aos moto-
politana de Lima quanto a uma matriz energética
ristas os aspectos gerais de funcionamento.
que reduza os impactos negativos ao meio ambi-
Os ônibus terão velocidade máxima de 60 km/h.
ente‖, destacou o executivo do sistema Metropoli-
Além disso, possuem alarme contra incêndio e
tano.
Ainda, pelo lado sustentável, o novo corredor
velocidade e não operam com as portas abertas.
Metropolitano proporcionará ao Estado uma economia na ordem de US$ 22 milhões anuais com a
26
Transporte urbano
Conversa rápida sobre
ônibus híbridos
empresa. Para a marca, as opções são alternativas adequadas a países emergentes, por sua relação custo-benefício e resultados promissores.
Com a apresentação da tecnologia híbrida em ônibus proporcionada pela montadora Agrale, este
canal perguntou para outras principais marcas
nacionais fabricantes do veículo e da tecnologia
quando o Brasil verá seus protótipos híbridos em
circulação, seja em testes ou de forma comercial.
Confira abaixo as respostas.
Mercedes-Benz – Para a montadora, através de
sua assessoria de imprensa, o tema ônibus híbrido
vai depender de uma demanda do mercado brasileiro, pois só assim a marca poderá pensar em
trazer sua tecnologia, que se revela uma estratégia muito importante para a mobilidade sustentável.
Outro detalhe lembrado foi que a Daimler AG
apresentou ao mundo o primeiro veículo comercial
com tração híbrida, um ônibus OE302, em 1969.
Allison – Para a Allison, os sistemas EP40 e EP50
para ônibus não são experimentais e estão em
produção desde 2003, ou seja, qualquer montadora que tenha interesse em utilizar nosso sistema
pode fazê-lo com a garantia de adquirir um produto de produção em escala. Hoje, existe uma demanda mundial para este tipo de sistema, mas
certamente o Brasil, com os eventos que aqui serão realizados a partir de 2014, está entre os países que podem passar a utilizar este tipo de tecnologia. Assim sendo, no momento em que uma
montadora queira fazer este desenvolvimento, a
Allison está preparada para participar imediatamente, tendo já um histórico bastante positivo
com várias empresas viárias de grandes cidades.
(Clóvis Kitahara, gerente de marketing da Allison)
Man Latin America – De acordo com sua assessoria de imprensa, a montadora não tem planos
de trazer ao Brasil a tecnologia híbrida. Em lugar
disso, está desenvolvendo a tecnologia biodiesel
desde a mistura de 2% ao uso de 100% no sistema duel fuel. Outra alternativa de grande viabilidade é o gás natural, já em testes também pela
Belo Horizonte se prepara
para ter BRT
Foi assinado no dia 12 de agosto um convênio entre a Prefeitura de Belo Horizonte, a EMBARQ Centro de Transporte Sustentável do Instituto de
Recursos Mundiais (WRI) - e o Centro de Transporte Sustentável do Brasil (CTS-Brasil) para a
cooperação técnica entre técnicos da Prefeitura
Municipal de Belo Horizonte, da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas – SMURBE, da Empresa
de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte –
BHTRANS e especialistas da Rede EMBARQ e CTSBrasil visando a implantação de sistemas BRT e
qualificação do transporte público.
De acordo com informações da CTS-Brasil, o Programa de Colaboração Belo Horizonte busca melhorar a qualidade e eficiência do sistema de
transporte; reduzir a poluição atmosférica; reduzir
as emissões de gases de efeito estufa; melhorar a
acessibilidade, segurança viária e segurança pública; melhorar a qualidade dos espaços públicos e
melhorar a saúde pública. Dentro das estratégias
que serão adotadas para o sucesso nas melhorias
de todo o sistema de transporte público na capital
mineira, o sistema BRT (Bus Rapid Transit) foi um
Scania - Definitivamente, a Scania optou pelo
caminho do etanol. Na Suécia, algum tempo atrás
até foi apresentado um protótipo de ônibus híbrido, mas o assunto não prosperou. Acho muito difícil a Scania optar, também, por essa tecnologia.
Não vejo chance nem no médio prazo, independentemente das condições de mercado. (Wilson
Pereira, gerente executivo de Vendas de Ônibus).
Volvo Bus LA – Acredito que até 2012 teremos
em operação comercial no Brasil o nosso modelo
urbano híbrido, com ênfase para o biodiesel/
eletricidade. Dentro de pouco tempo iremos trazêlo ao mercado nacional, para iniciar testes de
campo. Claro que programas governamentais de
fomento à tecnologia serão necessários, mas também temos que pensar no desenvolvimento de um
chassi específico com tração a híbrida, diferentemente do que acontece na Europa, onde a Volvo
possui seu modelo integral. (Luis Carlos Pimenta,
presidente da Volvo Bus Latin America).
dos escolhidos
para
compor uma
rede estrutural
com
três corredores exclusivos onde o
ônibus terá
todo o privilégio frente
ao transporte particular.
Luis Antonio Lindau, presidente do Centro de
Transporte Sustentável do Brasil (CTS-Brasil), disse que o BRT é uma boa alternativa de transporte
coletivo urbano, pois pode ser rápido e freqüente,
como é o sonho de qualquer cidadão. ―Um BRT de
qualidade pode inclusive atrair novos passageiros.
O Metrobús da Cidade do México, por exemplo,
implantado com a participação do CTS-México, da
Rede EMBARQ, hoje tem entre seus usuários 6%
de migrantes do carro particular e o número vem
crescendo. Acredito que restringir o uso do carro é
a única maneira de evitar os congestionamentos e
um bom transporte coletivo é o caminho menos
penoso. E Belo Horizonte pode tornar-se um belo
exemplo para o mundo‖, explicou Lindau.
27
Ponto de vista
Os ônibus urbanos
precisam de ajuda
Marcus Quintella *
tenha raízes no próprio mercado, haja vista que
não há evidências de diminuição na mobilidade
urbana das cidades. Sob o ponto de vista empresarial, transporte coletivo é serviço e sua qualidade está ligada à oferta. Assim, o problema pode
ser de deficiência de gestão e de competição de
mercado. Quem gera receita para as empresas de
ônibus é o usuário e este tem de ser conquistado
no mercado, uma vez que já não mais existe um
mercado cativo. Sob o ponto de vista público,
transporte coletivo também é serviço e a responsabilidade do poder concedente, no caso o municipal, é regulamentar o setor e implantar a melhor
política de transporte para a sociedade como um
todo. O poder público não pode obrigar as pessoas
a utilizarem os ônibus urbanos, mas pode induzilas a utilizar o sistema legal, organizando, regulamentando, fiscalizando e oferecendo vantagens
fiscais e operacionais às empresas concessionárias.
Claro que defendo e sempre defenderei o sistema
de trens urbanos e metrô como a espinha dorsal
do transporte público de metrópoles como o Rio
de Janeiro, mas entendo também a importância
do sistema de ônibus urbano, com suas linhas
troncais, alimentadoras e circulares. Como a expansão dos metrôs ainda é um sonho longínquo,
as cidades brasileiras precisam urgentemente reestruturar seus sistemas de ônibus urbanos.
Penso que a reconquista do mercado perdido deve
começar por uma nova cultura corporativa alicerçada numa competente gestão profissional e numa política de recursos humanos baseada em recompensas e pela conquista de metas de excelência. As empresas devem buscar um forte lobby
político, no bom sentido, para lutar por incentivos
fiscais e tributários, política tarifária, linhas de financiamento, legislação adequada e regulamentação do setor.
O setor precisa também de uma estratégia de auto-ajuda, para vender bem o produto ''transporte
por ônibus'', formar opinião e reverter sua desgastada imagem, além de mostrar competência operacional, com educação no trânsito e respeito ao
usuário, para, enfim, reconquistar a confiança da
população e, conseqüentemente, o mercado perdido.
N
os últimos anos, a população carioca
vem testemunhando a lamentável decadência do transporte por ônibus urbanos
na região metropolitana do Rio de Janeiro, apesar da fortíssima e crescente demanda por
transporte público, facilmente detectada ―a olho
nu‖. Essa situação não é diferente em praticamente todas as cidades brasileiras de médio e grande
portes. Não tenho dados precisos, mas, provavelmente, as empresas de ônibus urbano estão com
dificuldades para atuar nesse mercado, visto que a
concorrência está cada vez maior e diversificada,
com vans, legais e ilegais, ônibus piratas, ônibus
de condomínios e veículos particulares que fazem
―lotadas‖.
Hoje em dia, com tantas informações sobre o
transporte público nas grandes cidades do mundo,
as expectativas e exigências dos usuários dos ônibus urbanos estão focadas, cada vez mais, no alto
nível dos serviços. Os usuários não mais toleram
os excessivos tempos de viagem e de espera nos
pontos, nem o pouco alcance dos itinerários, o
desconforto e a irregularidade da freqüência dos
ônibus. No caso do Rio de Janeiro, vale dizer que
não estou falando de regiões privilegiadas, de
classe média alta, como as Zonas Sul e parte da
Zona Norte, onde podem ser encontrados os confortáveis e abundantes ônibus novos e refrigerados. Falo da maioria dos bairros da cidade, principalmente os da Zona Oeste e da Zona da Leopoldina, onde a população sofre com as infindáveis
deficiências do transporte público, principalmente
do sistema de ônibus urbanos, tais como irregularidade na freqüência, escassez e inexistência de
linhas e desconforto.
Os números do setor são implacáveis e mostram
que a quantidade de passageiros vem caindo, a
cada ano, e as empresas de transporte coletivo
estão perplexas diante da mudança nas condições
de demanda e na divisão do bolo com os demais
concorrentes, e atribuem isso à competição desleal do transporte clandestino ou alternativo.
Penso que essa queda do número de passageiros
transportados pelas empresas de ônibus urbanos
* Doutor em Engenharia de Produção pela
COPPE/UFRJ e Mestre e Transportes pelo
IME e Professor da FGV
[email protected]
28
Encarroçadora
Revendo as previsões
Marcopolo apresenta seus números
do primeiro semestre de 2010 e revê
as expectativas para este ano.
O
s números de produção e faturamento
referentes aos primeiros seis meses de
2010 fizeram a encarroçadora gaúcha
Marcopolo reconsiderar seu desempenho
e expectativa para até o final deste ano. De acordo com o relatório de administração divulgado
pela empresa, a produção em suas unidades brasileiras e do exterior atingiu 13.007 unidades, representando um aumento de 43,8% em relação
ao mesmo período do ano passado. Já a receita
líquida superou a casa dos R$ 1,4 bilhão, com lucro líquido alcançando os R$ 148,1 milhões. Tais
resultados modificaram as expectativas da empresa em fechar sua receita líquida de 2010 em torno
de R$ 2,8 bilhões. Quanto a produção total para o
mesmo período, entre todas as suas fábricas, aqui
e pelo mundo, a previsão atinge o patamar de
26.500 unidades, ante 24.700 anunciadas anteriormente.
―Na reavaliação da produção externa, a diretoria
reduziu as estimativas das fábricas do México e da
África do Sul. Em compensação elevou as da Argentina e da Colômbia. Na Argentina e Colômbia a
projeção foi ampliada em 100 unidades, para 600
e 700 ônibus respectivamente, enquanto no México, que apenas agora começa a dar sinais mais
consistentes de saída da crise, a estimativa foi
reduzida de 1,5 mil para 1,2 mil unidades‖, disse
Carlos Zignani, diretor de Relações com Investidores da Marcopolo. Para a planta da Índia, foi mantido o número de produção em torno de 6 mil unidades, correspondentes à participação de 49% da
Marcopolo na joint venture com a Tata Motors.
No Brasil, Zignani destacou que o mercado dá
mostras de que manterá uma expansão acelerada
pelos próximos meses, com a economia seguindo
em alta, independente do resultado das eleições
de outubro. ―O aumento de produção nas unidades brasileiras tem como principal destaque o fornecimento para o segmento rodoviário. A renovação de frota iniciada no segundo semestre do ano
passado – impulsionada pelos programas de financiamento do BNDES – continuou e os empresários
investiram na aquisição de novos veículos. Destaque-se o modelo Marcopolo Geração 7 – recémlançado – que obteve ampla aceitação do mercado, comercializando mais de 2.500 ônibus no período de seis meses. A expectativa da Marcopolo é
manter o ritmo e fechar o ano com mais de 4 mil
rodoviários‖, explicou.
O diretor geral da Marcopolo, José Rubens de la
Rosa, disse que em apenas seis meses, a Marcopolo superou os resultados consolidados dos cinco
anos anteriores, quando o lucro, em 12 meses,
ficou dentro da faixa de R$ 82,4 milhões a R$
146,5 milhões. ―Este é um ano mais aquecido,
com um mercado interno vivendo um ciclo de renovação. A tendência é de continuidade do crescimento, mas a um ritmo menos acelerado, dado
que a base de comparação passou a ser mais alta
no segundo semestre‖, revelou.
Dentre outros assuntos, de la Rosa ainda mostrou
que a Marcopolo precisa desenvolver sua presença
no sudeste asiático e cravar posição no continente
europeu. Porém, na área internacional, a prioridade da companhia ainda é consolidar suas operações na Índia e no Egito. ―No médio prazo, também teremos que pensar em nos reposicionar no
mercado russo, mas tudo vai ser feito com bastante calma e sem atropelos‖, afirmou o executivo.
Para a Marcopolo, a produção brasileira total de
ônibus deve superar as 30 mil unidades em 2010.
A encarroçadora vê também um cenário futuro
muito positivo devido aos projetos de infraestrutura visando atender a Copa do Mundo de 2014 e as
Olimpíadas de 2016, os investimentos na melhoria
do transporte urbano no país, com a conseqüente renovação e ampliação da frota de
ônibus, o leilão das concessões das linhas
interestaduais e internacionais, programado
para 2011, e a demanda por ônibus escolares
proveniente do projeto ―Caminho da Escola‖.
―A maior utilização de transportes terrestres
e os investimentos realizados por diversas
capitais brasileiras para receber ônibus de
maior valor agregado - como os BRT e rodoviários - abrem perspectivas positivas para
as vendas nos próximos anos‖, concluiu de la
Rosa.
José Rubens de la Rosa— Otimismo com o
cenário dos próximos anos.
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Nostalgia
Fotos gentilmente cedidas por DaimlerBuses
O ônibus do pós guerra
O modelo O 6600, de 1950, com motor
diesel de 112 HP
T
erminado o conflito de proporção mun-
Os projetistas do O 4500/5000 levaram em
dial que interrompeu o desenvolvimen-
conta o oferecimento de maior conforto e segu-
to de novos ônibus e de toda a série de
rança aos que utilizassem o veículo, aliados a um
fabricação da Mercedes-Benz em suas
menor peso da estrutura conseguido pelo uso do
unidades fabris da Alemanha, onde durante os
aço em toda a estrutura. O seu interior tinha lar-
seis anos de guerra (1939 – 1945) a sua linha de
gura de 2,25 metros, com altura do corredor de
produção dedicou-se apenas a atender as enco-
2,05 metros, privilegiada para época. Seu sistema
mendas do exército alemão, como caminhões e
de ventilação era composto por tubos que capta-
carros de combate, a demanda por novos veículos
vam ar fresco externo e o distribuía no salão dos
aumentou substancialmente.
passageiros, além de possuírem ventiladores localizados no teto.
Mas, foi somente três anos após o fim da 2ª.
Guerra é que um novo tipo de ônibus seria desen-
Havia ainda a possibilidade de ser dotado com
volvido, mesmo depois de todo o parque industrial
teto solar (construído com lona e com mecanismo
estar em total estado de destruição. O modelo O
de abertura manual - retrátil) e ampla área envi-
4500 (projetado em 1941 para uso de transporte
draçada, o que possibilitava um interior totalmen-
da tropa), posteriormente O 5000, foi baseado na
te claro e de ótimo ambiente. Para viagens inter-
plataforma do caminhão do mesmo tipo, caracteri-
municipais o modelo poderia ser equipado com 39
zado pelo amplo capô – nariz – frontal, onde se
ou 47 poltronas, nas versões de dois ou três ei-
localizava o motor OM 59, de seis cilindros, 3,8
xos. Para as operações em vias urbanas sua capa-
litros e 112 hp de potência.
cidade de transporte era de 60 passageiros.
31
Nostalgia
tão recente motor OM 312 de seis cilindros, 90 hp e 4,6 litros, localizado
na dianteira do chassi, esse modelo
teve presença marcante no início das
atividades da fabricante no Brasil, sendo conhecido como L 312 Torpedo e
presente em muitas empresas transportadoras, seja em cargas ou de passageiros.
Como ciclo de sua evolução, cinco
Modelo O 4500
anos mais tarde a marca alemã apre-
Seguindo a mesma tendência em design, o
sentaria o motor 312 equipado com turbocom-
próximo passo da Daimler-Benz em novos veículos
pressor e as versões de chassis OP (Omnibus Pull-
deu-se em 1949, ano em que foi fundada a Repú-
man) 3500 e OP 312. Outro modelo, o O6000,
blica Federal da Alemanha. O modelo apresentado
designado para substituir o O 5000, também foi
foi o O 3250, derivado do caminhão L 3250, mas
uma nova idéia para o portfólio alemão de ônibus,
que ficou em linha por um curto espaço de tempo.
ainda em 1950, equipado com o bloco OM 315 de
Logo depois surgia o O 3500, um veículo carac-
145 hp. Essas duas versões marcaram a etapa
terizado para viagens rodoviárias, proporcionando
final (em 1951 e 1955) dos modelos de ônibus
aos passageiros uma ampla visão externa devido
configurados com motores localizados externa-
a generosa área envidraçada e ao inusitado teto
mente em suas estruturas. A partir daí, um novo
solar estendido por quase um terço de seu com-
projeto seria colocado em prática. Mas isso fica
primento, de 8,6 metros. Equipado com o até en-
para o próximo número.
A versão O 3500 iniciou uma nova época na
indústria de ônibus da marca Mercedes-Benz.
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