Ortodontia - Diagnóstico baseado em evidências
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Ortodontia - Diagnóstico baseado em evidências
Ortodontia Dignóstico baseado em evidências Eduardo César Werneck 1ª Edição CRUZEIRO Editora IEPC 2009 Eduardo César Werneck Especialista em Ortodontia – CTA – São José dos Campos MBA – FGV – Rio de Janeiro Mestre em Ortodontia – UNICID – São Paulo Doutorando em Ortodontia – São Leopoldo Mandic – Campinas Mérito Arthur do Prado Dantas – SPO – São Paulo - 2004 Medalha Tiradentes – CRO – São Paulo - 2008 Capítulo 1 – Qual a queixa do paciente ?................................................... 1 Capítulo 2 – Entre a queixa e a lista de problemas.................................... 21 Capítulo 3 – Fatores complicadores na lista de problemas....................... 45 3.1 – problemas de ordem periodontal................................ 48 3.2 – ausência de dentes e/ou agenesia................................ 60 3.3 – diastemas localizados ou generalizados........................ 77 3.4 – dentes inclusos e/ou impactados.................................. 92 3.5 – Distúrbios na articulação têmporo-mandibular............. 110 Capítulo 4 – Fatores potencializadores...................................................... 127 Capítulo 5 – Os problemas de espaço......................................................... 147 Capítulo 6 – As questões transversais........................................................ 171 Capítulo 7 – As questões verticais.............................................................. 191 7.1 – as mordidas profundas.................................................. 193 7.2 – as mordidas abertas....................................................... 210 Capítulo 8 – As questões sagitais................................................................ 227 8.1 – as maloclusões de classe II............................................ 229 8.2 – as maloclusões de classe III........................................... 251 Nota do autor Sempre acreditei que o diagnóstico ortodôntico deveria ser simples, utilizando de ferramentas para este procedimento onde a capacidade de observação do ortodontista deveria estar acima dos modelos matemáticos “infalíveis”... Assim decidi escrever este manual, sem querer inventar nada de especial, apenas tentando mostrar aos colegas, principalmente aos iniciantes, como é a elaboração dos meus princípios de diagnóstico. Quero mostrar a todos, o que é importante para mim, quando estou frente aos anseios dos pacientes, que nos buscam na verdade, na maioria das veze,s para melhorar o aspecto facial, e quem sabe com os mesmos alcançar a auto-estima perdida há muito ! Buscam como já disse certa vez Machado de Assis em “Dom Casmurro”, ligar as duas pontas da vida, e nem sabemos o por quê, mas eu creio que querem aquele sorriso bonito de quando eram jovens, para quem sabe com eles alcançarem os mesmos puros sentimentos de então ! Mãos à obra caros ortodontistas, porque se isto for a verdade, nosso desafio é imenso ! Cruzeiro --- 2009 Eduardo Cesar Werneck Dedicatória Àqueles que gostam de estudar, e que não se contentam com o primeiro livro que lêem, ofereço este novo livro. Àqueles que não gostam de estudar, e que ainda insistem em dizer que tudo sabem, e nada mais é novidade, também ofereço este livro. Àqueles que se consideram prontos, obras completas e plenamente acabadas, a vocês principalmente dedico este livro, afinal, qual aquele velho homem que sai às manhãs devolvendo cada estrelado-mar que esteja na praia, quero fazer a diferença. Acredito que este é o grande e único talento que Deus me deu, através de meu trabalho... Ensinar... Ainda com meu trabalho... Tratar os doentes... E finalmente, com meu trabalho... Descobrir que ainda há muito por fazer ! 2 3 Toda vez que relevância do mesmo, e iniciamos o processo de as atendimento poderemos paciente, de um com a limitações encontrar durante o perspectiva de um futuro desenvolvimento tratamento tratamento ortodôntico que deste ortodôntico, devemos saber (figuras devem sim fazer parte da 1.1 concepção e 1.2), que o necessário entendimento com respeito do processo de diagnóstico1. à Figura 1 .1 – Podemos avaliar em visão lateral extrabucal, o relacionamento dente com o perfil mole superior e inferior. Sendo começo assim, não manobra operatória, se o nenhuma meu paciente não puder 4 descrever quais suas do ortodontista, contudo, intenções, seus anseios, também depende e muito suas do paciente, do seu grau esperanças, que as fluam para mesmas para não fortíssimas decepções futuras2. É importante de envolvimento participação e neste mesmo tratamento5 ! ao Pois se ortodontista definir com necessária suficientes informações a de queixa, e que a mesma natureza esteja acompanhada de procedimentos uma série de fatores tais exodontias7, recursos como, que aparelhos ou cirúrgicos natureza procedimentos espera ou ortognática8, não utilizar3 ? Ou ainda, relação da quanto com outras tempo espera que o tratamento dure4 ? Ora, lembrarmos tratamento é bom que o ortodôntico depende da capacidade de diagnóstico correto, e habilidade operacional a for utilização dispositivos as de extra-bucal6, com de interOrtodontia demais especialidades de nossa profissão (prótese, periodontia, por exemplo)9, o paciente irá acompanhar o raciocínio do ortodontista e indicações do mesmo ? as 5 Figura 1.2 – Visão lateral intra-bucal, onde observamos acentuada inclinação dos incisivos. Afinal, uma não excelente basta técnica, Portanto, abordagem porque também devemos paciente adicionar devemos o paciente neste "negócio", sem o qual nada dará certo10 ! de um “ortodôntico” iniciar procedimentos, formulações como na por nossos com simples, exemplo: 6 por quê você procura o variados momentos estes tratamento buscam ortodôntico agora ? Defina corretamente esta questão porque muitas vezes o paciente está aqui por que os pais determinaram11, ou ainda, por indicação de algum profissional ligado social13, quanto a não somos embelezadores da face, muito embora isto acontecer determinadas 12 em ocasiões . ora oclusão, buscamos saúde, harmonia muscular, que são fatos bem distintos14. o paciente certamente não gostaria exatamente de estar aqui, mas foi conduzido a isto, e nesta hora será importante distorções corrigirmos sérias que acompanham E esta embora questão, enormemente subjetiva pacientes, quando os buscam algum tratamento, mesmos tipo pois de em a Ortodontia como especialidade15. acompanha nossos e nós ortodontistas, E Lembre-se, ou atratividade a área de saúde. possa beleza O ortodontista deve ter que, da o pensamento como área de profissional de saúde, 7 buscamos prevenir onde muitas seja relacionadas às sempre possível, corrigir estarão onde se faça necessário, citadas maloclusões e tratar, respeitando os classe II17 limites paciente de atuação Ortodontia sempre conformidade com da em os grande face (para importa convexidade que ele de o a na consegue anseios do paciente, sob vislumbrar) quanto mais, a àquelas que evidenciam filosofia maior de criarmos condições uma necessárias para sobressaliência fundamental existência a de saúde bucal16. a queixa, ou, as queixas pacientes, de é dá ao aparência Se formos enumerar principais que visualizável nossos certo que convexa clínica, leigo a fortemente no perfil (figuras 1.3 e 1.4), muito citada pela maioria dos pacientes18. 8 Figura 1.3 Contudo, quais as alternativas dispomos correção de para clínica são que a destes Pois bem, tivermos que aparelhos qual a se utilizar extra-bucais estimativa de elementos em sua fase cooperação por parte do de paciente19 ! E quanto aos crescimento e desenvolvimento ? Recurso de nartureza ortopédicos ? aparelhos removíveis20 ? "O compliance do paciente é considerado o 9 maior problema ortodontia"21, forma neste em desta momento tempo de duração, principalmente, ortodontista, família, bem como, um outros fatores. com perfeito domínio da técnica pelo será relevante o apoio da tratamento e entre menor Figura 1 .4 – Visão intrabucal lateral esquerda, com o canino superior em condição de classe II completa em relação ao canino inferior. A queixa para mim é colocada de forma leiga de suma relevância na ou consideração que faço no principal para o paciente desenvolvimento estar a sua frente22. do processo de diagnóstico, porque subjetiva ou não, não, é a razão 10 Desta forma jamais induzo neste ao meu paciente momento, contrário, mesmo muito procuro deixá-lo a consulta, relatando-me não gostar do formato de seus dentes, contorno não é ou, do gengival, que um problema vontade para me relatar necessariamente aquilo nosso alcance. que imperfeito acha com seus dentes, com seu sorriso, ou mesmo, com sua face23. outra nunca de que ocasião, tive pacientes desejando fechar espaços protéticos Afinal, esqueço Em de em locais me onde a perda dentária já trato era de muitos anos, não questões de razões bem havendo objetivas… Trato o que movimentação dentária, vejo… Isto mesmo ! e pacientes Trato espaço, questões questões posso de tratar transversais, ou quem sabe, questões verticais, ou ainda, as questões sagitais ! Mas já tive inúmeros pacientes em primeira condições mesmo, muito jovens tratamento de querendo ortodôntico fixo sem todos os dentes permanentes presentes, e muitas vezes, com os dentes presentes com parcial formação de raiz. 11 Figura 1 .5 – Observe a acentuada convexidade facial, onde o tratamento ortodôntico fixo de compensação não terá efeito sobre o perfil. Ou seja, a definição correta da informando paciente sobre queixa, ao nosso perfeitamente aquilo que paciente com maloclusão classe II resultados tratamento fazer, tem me salvado de fixo inúmeros contra-tempos, parciais pois porque quero um ou esperando podemos fazer, ou não não severa com uma de III, por de um ortodôntico informações (figura 5), certamente 12 haverá por parte destes conseguiremos a intenção de alteração sem o recurso da cirurgia do ortognática24! perfil, que não realizar 1. POR QUÊ VOCÊ ESTÁ AQUI ? 2. O QUE TE INCOMODA MAIS NA FACE, NO SORRISO, OU, COM SEUS DENTES ? 3. ESTÁ DISPOSTO A REALIZAR TUDO AQUILO QUE CONSIDERARMOS NECESSÁRIO ? 4. ALGUÉM JÁ FALOU COM VOCÊ A RESPEITO DE TRATAMENTO ORTODÔNTICO ? 5. JÁ REALIZOU ANTES ALGUM TIPO DE TRATAMENTO DESTA NATUREZA ? 6. ALGUÉM DE TUA FAMÍLIA, OU, DO CÍRCULO DE AMIZADES JÁ REALIZOU TRATAMENTO ORTODÔNTICO ? Além disso, tenho nestes casos, tenho o recebido um número não cuidado de deixar bem muito de claro de Ortodontia pequeno solicitações o papel da no avaliações de pacientes, encaminhamento notadamente questões, para que não com relatos disfunção da adultos, sobre ATM, e passemos inadequada ao destas paciente informação 13 de que somente a indissociável do processo ortodontia possa ser a de elaboração da lista de solução problemas, com questionamentos bem para todos os casos25. Sim elemento a queixa, relevante Figura 1 .6 – Visão intra-bucal direita evidenciando o canino superior em relação de classe I. simples e diretos … e Figura 1 .7 – observe o canino superior em relação de classe II. Figura 1.8 – avaliação dos contatos prematuros na placa de mordida instalada no paciente. 14 Bem, numa ainda você certamente temos da técnica é primordial, informal, ainda mais se lembrarmos da conversa poderá colher outros fortíssima concorrência que dados que julgue necessários, sofremos em nosso dia-a-dia mas profissional ! veja, é a primeira abordagem, e lembre-se você ainda não tem em mãos os exames complementares, tais como radiografias, modelos, fotografias, mas neste primeiro contato, poderá ou não conseguir a confiança deste seu potencial paciente, se lhe apresentar razões objetivas sobre as vantagens ou não desta terapia, colocando de forma clara e concisa os limites de alcance do mesma26. É certo que perdemos ou ganhamos primeira pacientes consulta, nesta assim darmos segurança, passarmos suficiente confiança credibilidade do domínio e que O paciente tem anseios, quer tratar porque algo em seu sorriso, em sua face, ou com seus agrada, tenha dentes talvez mesmo frequentado consultórios; queira não ser lhe já outros assim não "bonzinho", não queira dizer o que as pessoas esperam de você, anime-se em "vasculhar" o pensamento de seu paciente, e sentir aquilo que o atormenta. É óbvio para o ortodontista mais experiente que se o mesmo realizar uma avaliação completa e profunda, em seu íntimo você já saberá qual será a melhor hipótese de tratamento, MAS, 15 lembre-se, você não tem sem contudo, deixar bem visão de raios X, não é super- claro, o que posso resolver homem, totalmente, e portanto, os o que posso exames complementares são solucionar de suma relevância. finalmente, o que não posso Somente após esta criteriosa avaliação inicial, é que irei solicitar ou não, a “documentação ortodôntica completa” com a finalidade de detalhamento maior do caso a ser tratado, respeitando a queixa principal do paciente, parcialmente, e resolver, e a partir deste fato, se o paciente consentir com o tratamento planejado, nenhum ortodôntico não estará momento em sendo informado parcialmente sobre as reais plano proposto. possibilidades de do tratamento 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 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Cabe hipótese ressaltar de limites que o apoio científica, sejam da para produzidas alterações que resultem em na compensação, devem não com ser estabelecidos, respeitando a verdadeiras aberrações, sejam de ordem periodontal, ósseas, musculares, articulares, e/ou, mesmo estéticas. 2.1 - A determinação da idade esqueletal Quando um paciente fundamental importância na procura o ortodontista, será abordagem importante mandíbula3 ! o estabelecimento correto sobre estágio qual maturacional o mesmo se encontra, principalmente em pacientes jovens quando velocidade, quantia e época de crescimento são de de maxila e Esta preocupação baseiase no fato que tecnicamente teremos três cronológica, esqueletal4. a "idades", a dental, a e 26 Embora exista nem sempre concordância5;6 correlação entre crescimento pico puberal a de com utilizada como historicamente meio obtenção de seguro informação clinicamente utilizável sobre “status” de maturação dos a ossos intervenção ortodôntica 7;8. da mão tem sido Com este intuito existem aqueles que utilizam como referência, a maturação das de melhor época de vértebras da coluna cervical embora por ambas as metodologias, (ossos da 27 mão/pulso e vértebras da grande aproximação o antes, e coluna cervical), seja momento possível definirmos com pós o surto de crescimento9. Poderemos encontrar durante voz), contudo, o pico e o fim outros fatores indicativos do do crescimento poderão ser definidos a partir (menarca e puberal alteração de crescimento puberal 28 de ossos da mão e punho de anos, nossos pacientes10. masculino 2 anos após 11. Fato é que o surto de crescimento puberal fenômeno é um constante, enquanto no gênero Para estudarmos a idade esqueletal, e ao mesto tempo trazer esta informação forma de ocorrendo em todos os seres uma humanos, mas com variações clinicamente consideraremos individuais de intensidade e quatro duração, verificado no gênero importância, feminino entre 10,5 aos 13 radiografia de mão e punho aspectos a aplicável de suma partir da (figura 2.1). O primeiro, o início do aparecimento do gancho radiopaco no osso ganchoso (Figura 2.2), denominado G1, período considerado adequado para o início do 29 tratamento ortodôntico, principalmente das do osso estaremos ganchoso), neste momento, maloclusões que apresentem aproximadamente três meses envolvimento para G1 determina surto de esqueletal. o início O do crescimento o velocidade pico de de maior crescimento puberal12. puberal12. O segundo, a visualização Ressalte-se que da fase do osso psiforme (Psi) G1 para G2 (quando o gancho (Figura 2.3). A ossificação do radiopaco mesmo pressupõe o início da estiver nitidamente visível no corpo adolescência13. 30 O terceiro, quando a epífise do rádio apresentar mesma largura da diáfise (R=) 12. Perante o que, segundo Grave & Brown, a somatória destes eventos precede o pico de velocidade de crescimento puberal 12. 31 O quarto fator, visualização do é a osso sesamóide (Figura 2.4). Normalmente entre 10 e 12 indivíduos Localizado entre a distal do metacarpo e a epífise da falange proximal do polegar, aparece, anos do nos gênero feminino, e entre 12 e 15 anos nos do gênero masculino12. têm sua ossificação iniciada Sua imagem com em média 6 meses após o contorno nítido indica que o início surto do surto de crescimento puberal12. de crescimento já ocorreu12. 2.2 - O Desenvolvimento da Dentição Mista O relacionamento oclusal na dentição mista influenciado pelos primatas tipo espaços teoricamente seria permitido prevenção, interceptação, correção e observação pré- dental, incluindo relação de corretiva, o que tem levado caninos apinhamento os ortodontistas, a pesquisar anterior, ou seja, a dentição as vantagens e desvantagens mista é influenciada e segue do a momento15;16. e de período arco norma e é Neste determinada dentição decídua14. pela tratamento neste 32 Todos apresentamos uma cronologia de erupção dos dentes permanentes que será influenciada em sistêmicas, desordens de e origem genéticas17;18. Com do mesmo O ao cavidade primeiro período transicional da fase de dentição mista (Figura 2.5), e que tem primeiro referência na bucal19. condições anormais por fatores locais, condições gengival, e o aparecimento início molar quando o permanente irrompe, acontece desenvolvimento da dentição normalmente por volta dos devemos considerar que em seis fase pacientes com maloclusão de de dentição mista, anos, contudo encontraremos três períodos classe III distintos sob o ponto de vista apresentar alguma didático19. na Alguns distinção autores entre fazem erupção e irrupção, dando ao primeiro termo o significado de movimento de um dente em formação os poderão dos demora dentes superiores, se comparados às maloclusões de classe I ou II, não estando bem clara as razões desta ocorrência20. Esta primeira fase se direção oclusal, enquanto conclui quando os incisivos para segundo termo, são trocados. o perfuração do a tecido 33 Vale lembrar que várias semanas ou poderão ocorrer esfoliação alguns do meses entre a incisivo Este intervalo está relacionado, em parte, com a reconstrução do processo alveolar, e em parte, com a decíduo, e o aparecimento no cicatrização do meio bucal de seu sucessor gengival permanente 19. perda de um dente 19. presente defeito após a 34 Outro fato considerado a ser refere-se a diferença de tempo, que pode sendo lado esquerdo, e o seu semelhante do lado direito 19 ! Nunca também esquecendo este que protocolo precoces nas meninas quando comparados aos meninos 21. ser de um mês ou mais, entre a irrupção de um dente da mais Não dente esqueça que permanente um começa seu trajeto eruptivo após um quarto do comprimento de raiz ter sido formada (Figura 2.6), com os mesmos ocorre mais precocemente na perfurando o tecido gengival mandíbula no que na havendo ainda, entre gêneros os maxila, diferença para os caninos e segundos molares, meio bucal, quando as raízes estão com 3/4 de raiz formada. 35 Terminado eruptivo o de processo primeiros molares e incisivos, conclui- Nesta fase, sob a língua, os influência da incisivos atingem suas se este primeiro período, iniciando-se a partir daqui o período intertransicional. posições suas apropriadas respectivas notadamente os em arcadas, inferiores, 36 contudo, de poucas natureza serão alterações ocorre neste período, bem espontâneas como, aos dentes não observadas referência ao com alinhamento dentário, com a necessidade mais adiante, quando dentição da permanente completa de algum tipo de intervenção ortodôntica22. Embora saiba-se que seja um molares). Revela-se como uma estável este fase período bastante com poucas na dentição, alterações durando em torno de 12 a 18 a "construção" do apinhamento inferior irrompidos (caninos e pré- processo contínuo através da vida 23;24. meses. A perda precoce de dentes decíduos sempre deve ser evitada pois normalmente Os dentes decíduos ainda pode levar a um atraso no presentes devem apresentar processo eruptivo de dentes desgastes neste estágio de permanentes26, com exceção desenvolvimento, embora aos pré-molares, onde aquele seja mesmo evento conduzirá a este evento significantemente menor, se erupção comparados podendo com pacientes jovens de outras décadas 25. As formações radiculares dos incisivos e molares precoce destes determinar desenvolvimento desarranjos oclusais 27. o de 37 E proximadamente aos 10 Um detalhe de interesse anos de idade é esfoliado o clínico, é que no momento de primeiro irrupção dente decíduo na dos caninos, o região posterior (geralmente excesso de espaço é maior na o canino inferior), iniciando mandíbula então (seria este um fator a ser o segundo transicional. período que na maxila considerado no caso dentes inclusos superiores ?). 38 Claro, que somente este Com respeito a erupção fator não suporta a tese de dos caninos, os mesmos tem retardo protocolo na erupção dos de erupção caninos, havendo diferentes semelhante à dos incisivos, etiologias para esta questão, assim as coroas dos caninos até mesmo um retardo no permanentes desenvolvimento de caninos visivelmente deslocados palatino palpáveis quando comparados àqueles maxilares deslocados por vestibular 28. irromperem. por são observáveis em ambos antes e os de 39 Diferentemente como que a esfoliação do segundo ocorreu nas trocas dentárias molar dos dentes anteriores, não há indicação intervalo entre a esfoliação respeito ao princípio de surto de um molar decíduo e a de crescimento puberal 29. irrupção sucessor do (Figuras pré-molar 2.9 e 2.10), devendo ser destacado decíduo não provém significante com Finalmente, por volta dos doze anos irrompe o segundo molar permanente. 40 E aproximadamente, aos exceção dos 13 anos de idade todos os molares, dentes completada permanentes, com tem terceiros sua erupção 41 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 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(S), ou seja, a definição do Dentre “TEVS”, como veremos mais a complicadores frente. enumerar: Contudo, encontrar poderemos questões constituirão em que se fatores complicadores no tratamento dos problemas ortodônticos, e desta forma torna-se capítulo os fatores podemos problemas de ordem periodontal, ausência de dentes diastemas e/ou agenesia, localizados generalizados, ou dentes inclusos e/ou impactados, e distúrbios da articulação têmporo-mandibular (DTM). 48 O tratamento ortodôntico fixo induz nível a alterações de periodontal, no sem contudo de problemas periodontais 1. preocupação sempre pacientes sugerir pois Porém, periodontal problema extenso poderá não apenas comprometer o próprio objetivo do tratamento ortodôntico, bem o como, possibilitar ao mesmo, nossos recidiva posterior, além ainda, podem ou não, da alterações em seus suporte posicionamentos um deve acompanhar ortodontista, não dos mesmos. patogenia significar, aumento no risco Esta possibilidades de execução ou perda irreparável periodontal do dos dentários elementos dentais presentes, (Figuras 3.1.1, 3.1.2, e 3.1.3), levando-os a possível perda cabendo a nós informarmos, total. os cuidados, os limites, e as 49 3 .1 .1 – Visão frontal de paciente adulta, sendo possível avaliarmos clinicamente a extensão da perda periodontal, e da higienização deficiente que poderá comprometer ainda mais o tratamento ortodôntico. 3 .1 .2 – Visão lateral direita, com a presença de bolsa periodontal comprometendo a integridade de vários elementos dentários. 3 .1 .3 – Visão lateral, constatando-se inclusive a perda de vários elementos dentários. 50 Isto pode ocorrer antes nossos pacientes2;3;4, pois na de mais nada pelo necessário patogênese das periodontites posicionamento de bráquetes poderemos encontrar fatores que etiológicos pode influenciar no acúmulo de placa, e também, de bactérias atuantes periodontopatias gingivalis, T. Fusobacterium forsythia, dentre os vários exemplos existentes), resultando em inflamação gengival, atenção e sangramento daí a com higienização maior especial métodos de adequados aos bucal, Se o aparelho ortodôntico pode causar acúmulo de placa ao redor de bráquetes e bandas, que fique claro ser este evento resolução, desencadeador de simples e nunca de efeitos irreversíveis á destruição dos tecidos periodontais6;7. 1 Figura 3.1.4 – Visão frontal paciente adulto, Figura 3.1.4 – Visão frontal dede paciente adulto com com problema periodontal sob controle, (1) problema peridontal sob controle, antes (1)antes e durante e após (2) a terapia ortodôntica. (2) a terapia ortodôntica. 2 meio e/ou, fatores genéticos5. nas (P. do 51 Prosseguindo com a neste caso importa "Odisséia" de problemas, a considerarmos própria dos tecidos da região, e a forma "amarrarmos" de nossos arcos diferentes respostas, pois os amarrilhos elásticos certamente promovem significante retenção do biofilme, podendo alterar o índice de placa, e o índice de aumentando sangramento, desta forma a concentração de T. forsythia e P. Nigrescens8. Os O grande entrave é que as desordens periodontais, além dos associadas tratamento empregamos estão aos imperativos estéticos, principalmente em adultos, muitas vezes altamente vulneráveis, muitas vezes não apresentando perfeita compreensão sobre o da condição periodontal sobre sua rotina problemas quando funcionais, freqüentemente podem de vida diária10. ocorrer mesmo na finalização do problemas impacto E cuidado ! anatomia ênfase na higiene bucal9. ortodônticos, também poderá implementar a Nestes casos a ortodontia ortodôntico, será colocada como parte de normalmente um tratamento reabilitador11 as contenções que irá prover ambas as boa aparência e fixas, nas faces linguais dos questões, dentes função num prognóstico de ântero-inferiores, e 52 longo prazo, ficando bem na região claro a relevância da higiene superiores13, oral e da manutenção pelo também profissional durante o ortodôntico mesma12, da (Figuras poderemos altura devemos avaliação periapical altura a extensão nesta de a osso região, ao final gengival consequências presença de papila gengival na do sorriso. 1 Figura 3 .1 .5 – Visão lateral direita antes (1 ) e após (2 ) tratamento ortodôntico, sendo possível afirmar que devido a perda óssea alveolar em altura, o paciente “sofreu” acentuada vestibularização dos incisivos. 2 da determinar poderão influir pacientes considerar e alveolar Com respeito a questão nestes a região, pois assim certamente 3.1.4, 3.1.5, e 3.1.6). estética, incisivos realizando radiográfica tratamento ativo de e que na com qualidade 53 Figura 3 .1 .6 – Visão lateral esquerda, observandose o conjunto de diastemas de forma generalizada. Afinal, distância o da ponto crista de pacientes na faixa etária após óssea, os 50 anos, onde se constata altura da papila, e distância radiograficamente da junção óssea de mais de 4 mm, com da crista esmalte-cemento óssea podem defeitos ósseos normalmente predizer a probabilidade de presentes recessão especialmente da papila, que na certamente terá influência no posteriores15 resultado estético final onde (Figura 3.1.7) 13;14 reabilitador, principalmente , àqueles perda apresenta maxila, nos (Figura o dentes 3.1.8), tratamento às alto vezes, grau de 54 complexidade, filosofia sob de uma prover melhores condições de trabalho manutenção do periodonto a multidisciplinar16. Também limites partir dentro esperados a dos toda técnica, a ortodontia espera da melhora posicionamento do dentário, e também, das relações interarcos17;18. 1 Figura 3 .1 .7 – Visão frontal antes (1 ) e após (2 ) o tratamento ortodôntico fixo, sobre o qual podemos observar o indesejável espaço entre os incisivos superiores, que interfere na estética final do caso. 2 Embora, sempre seja afeta a melhora necessário o questionamento, periodontal, se o tratamento ortodôntico maloclusão da e/ou, afeta saúde se a a saúde 55 periodontal, contudo, o que constatamos é que não Óbvio que dependem estes do "status" existem evidências científicas saúde periodontal, confiáveis assim, precede de que o tratamento ortodôntico afete recomendação de tratamento forma positiva essencialmente a saúde periodontal19. existem evidências científicas sobre a correlação entre a maloclusão como presença e de que fator de problemas talvez sendo melhor de da a o ortodôntico prevenção Mas também, em segundo lugar, somente, fatos de futuros periodontais, não defensável, seja tão exceto em condições específicas20. desordens periodontais. Figura 3 .1 .8 – Radiografia panorâmica de paciente adulto, prévia ao tratamento ortodôntico, avaliando-se assim o grau de extensão da perda óssea alveolar. 56 Ou seja, periodontais consideradas, tratamento as questões devem ser mas o ortodôntico tem suas indicações próprias, com possibilidades sempre em definidas, prol melhor saúde bucal. de uma 57 Referências Bibliográficas 1. THORNBERG MJ, RIOLO CS, BAYIRL B, RIOLO ML, van TUBERGEN E, KULBERSCH R - Periodontal levels in adolescents before, during, and after orthodontic appliance therapy. Am J Orthod Dentofac Orhop. 2009, 135 (1): 95-8. 2. NARANJO AA, TRIVINO ML, JARAMILLO A, BETANCOURT M, BOTERO JE - Changes in the subgingival microbiota and periodontal parameters before and 3 months after bracket placement. Am J Orthod Dentofac Orthop.2006, 130 (3): 275.e 275. e22. 3. SLOT DE, DORFER CE, Van der WEJDEN - The efficacy of interdental brushes on plaque and parameters of periodontal inflammation: a systematic review. 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J AM Dent Assoc. 2008, 139 (4): 413-22. 60 Como adultos tratar que pacientes apresentem mutilações dentárias (Figuras jovens com anomalias dentárias, quer seja de dentes anteriores, ou, posteriores ? 3.2.1 e 3.2.2), e/ou, pacientes Figura 3 .1 .1 – Visão lateral intra-bucal direita de paciente adulto com agenesia do segundo pré-molar superior. Figura 3 .1 .2 – Visão lateral esquerda de paciente adulto com ausência do segundo pré-molar superior. 61 As possibilidades de Assim, pode ser possível, inúmeras, o fechamento de espaço do tratamento são mas certamente se dente questões de com as dentes problemas espaço (Figuras 3.2.4), e como referem à espaço, logo indicações após dos transversais (T), desarranjos devem estes ter primazia em nossa lista como permanente a ausente, mesialização adjacentes readequação a dos este 3.2.3 e posterior estética dos dentes movimentados. problemas. Figura 3.2.3 – Visão lateral de paciente com agenesia de incisivo lateral, antes de iniciado o tratamento ortodôntico. Figura 3.2.4 – Visão lateral de paciente com agenesia de incisivo lateral, cujo canino foi readequado esteticamente como incisivo lateral (destaque amarelo), e o primeiro pré-molar como canino (destaque verde). 62 Também a manutenção do dente decíduo relacionado ao problema4 (Figuras 3.2.5 e 3.2.6). Figura 3 .2 .5 – Visão intra-bucal evidenciando o canino decíduo (destaque em amarelo) + canino permanente em processo de erupção (destaque em verde). Figura 3 .2 .6 – Visão intra-bucal evidenciando o canino decíduo mantido em posição (destaque em amarelo) + canino permanente com readequação estética (destaque em verde). E finalmente, a abertura protético3;5 (Figuras 3.2.7 e de espaços para o posterior 3.2.8), no entanto, quaisquer tratamento opções estarão dependentes reabilitador 63 do grau de rizólise dos dentes presente, da função oclusal, decíduos no da estética, e do periodonto de de inserção6. participantes processo, maloclusão norma do tipo envolvida, esqueletal da vertical Figura 3.2.7 - Visão frontal intra-bucal inicial de paciente submetido a tratamento ortodôntico evidenciando a ausência do incisivo lateral (22), para o qual se planeja a abertura de espaço e posterior tratamento reabilitador protético. Figura 3.2.8 - Radiografia panorâmica constatando-se a ausência do elemento dental 22 (região destacada em amarelo com o canino (23) ocupando parte do espaço. 64 A radiografia panorâmica é um meio bastante eficaz para a avaliação destas questões7;8;9;10 (Figura 3.2.9). Figura 3 .2 .9 – Radiografia panorâmica realizada com vistas ao tratamento ortodôntico, na qual se constata a ausência congênita do incisivo lateral superior direito (destaque em amarelo), e do terceiro molar inferior esquerdo (destaque em verde). A agenesia, dentre as metade dos anomalias dentárias, é a que ortodônticos, mais depois comumente apresenta, atingindo se quase pelos invaginatus", pacientes seguindo-se "dens pérolas 65 pulpares, e impacção dentária11. severas Embora hajam afirmações sobre a inexistência associação dentária os pacientes com agenesias entre e de agenesia alterações no posicionamento de maxila e mandíbula, com exceção das impacções dentárias e raízes encurtadas11, observa-se que demonstram alterações no perfil, especialmente nos casos de agenesias (Figuras incisivos12 de 3.2.10 e havendo 3.2.11), altíssimas concordâncias entre vários autores para a inter-relação da agenesia com condições sistêmicas9. Figura 3 .2 .1 0 – Visão extra-bucal de um paciente com agenesia de quatro segundos prémolares. outras 66 Figura 3 .2 .1 1 – Visão oclusal dos modelos superior e inferior de paciente com agenesia de segundos pré molares. As acometem agenesias tanto dentes a ausência signifique do decíduo necessariamente permanentes, quanto dentes também a decíduos, não implicando que sucessor permanente13. Cabendo que ausência ainda variáveis individuais ressaltar expressões sugerem interação de genética14;15 do a codificação com fatores ambientais9. Figura 3 .2 .1 2 – Panorâmica evidenciando a anormalidade de posicionamento dentário superior relacionado à fissura lábio-palatal unilateral direita (destaque em amarelo). Neste devemos sentido esquecer que não em 67 pacientes fissura dentição evento ausência portadores lábio-palatal, permanente, mais comum dos é de laterais16 na 3.2.13 e 3.2.14), mesmo em (Figuras menos 3.2.12, o casos severos, a aumentando nos casos mais complexos16. incisivos Figura 3 .2 .1 3 - Visão intra-bucal, onde observamos a desarmonia oclusal proporcionado pela fissura lábiopalatal unilateral direita. Figura 3 .2 .1 4 – Visão intra-bucal direita, onde observamos a ausência do incisivo lateral superior, confirmada posteriormente por meio de radiografia que se trata de agenesia. 68 Sendo também Esta anormalidade em observados, o deslocamento casos de pacientes portadores dos incisivos para distal, e em de menor os mais frequente na dentição para permanente que na dentição porcentagem, incisivos deslocados mesial17. fissura lábio-palatal, decídua TSAI et al. (1998)17. Quando a fissura está Há relatos de diferenças confinada ao palato primário, raciais9;10, as malformações dos incisivos dimorfismo laterais superiores são mais ocorrência destes eventos9. comumente encontradas que a é ausência destes dentes, podendo ainda existir, presença de supra- numerários18. com Síndrome de sexual na de dentes (incluindo terceiros molares) pode adquirir taxas de 27 a 43% da população da pesquisada7;8, e amostra quando excluídos os terceiros van der Woude, e também molares, diversos estudos com a relatam taxas variáveis entre Síndrome Robin16, esperado formação de Pierre sendo um de também, A prevalência da ausência dependente Há uma forte conecção da agenesia e atraso dentária pacientes com agenesia. ainda na nos 2,6 e 11,3%7;8;9. Os dentes normalmente mais afetados são os terceiros molares, seguindo-se por pré- 69 molares incisivos 3.2.16) (Figura 3.2.15), e laterais (Figura em ordem decrescente de porcentagem na prevalência agenesia8;9;14 Figura 3 .2 .1 5 – Panorâmica, onde destacamos a ausência dos segundos pré-molares inferiores (em verde), e do segundo pré-molar superior esquerdo (em amarelo). Figura 3 .2 .1 6 – Nesta panorâmica destacamos em verde a ausência dos incisivos laterais superiores. da 70 Na mais maxila, comum é a a agenesia incisivo lateral, enquanto na de mandíbula, a agenesia de um pré- molares (em norma bilateral), ou ou de incisivos (em norma pré-molares normalmente é a bilateral), mais presença ou de ainda, apenas a um de ambos os segundos verificada19 (Figura 3.2.17). Figura 3 .2 .1 7 – Panorâmica evidenciando agenesia grave, implicando na ausência de incisivos laterais superiores (em amarelo), de segundos pré-molares do lado esquerdo (em verde), e de terceiros molares superiores e inferiores (em azul). No estudo das agenesias de incisivos laterais superiores existem relatos da associação deste evento com 71 o deslocamento dos caninos superiores no palatal20. sentido Figura 3.2.18 – Panorâmica exibindo a impacção de canino superior do lado esquerdo relacionado á malformação de incisivo lateral + agenesia do contralateral direito. Com terceiros inferiores normalmente respeito molares, são aos comparação os superiores8. mais implicados com os Havendo ainda, aumento da incidência de agenesia de 72 terceiros molares segundos e de pré-molares relacionado ao deslocamento dos caninos direção20, contudo não bem estando definidas, as razões desta ocorrência. naquela Figura 3 .2 .1 9 – Visão intra-bucal, observandose a ausência do incisivo lateral, confirmada pela radiografia panorâmica (Figura 3 .2 .1 8 ). Figura 3 .2 .2 1 – Em visão intra-bucal esquerda, notase o incisivo lateral superior em formato conóide (destaque amarelo) + presença de canino decíduo. Figura 3 .2 .2 0 – Em visão intra-bucal direita, constata-se a ausência do incisivo lateral superior (destaque em amarelo). Estando consistentes ainda a bem caninos associação palatal, superiores entre agenesia de elementos diminuição dentais, e deslocamento dos mésio-distal com da dos para esperada dimensão dentes 73 remanescentes na arcada20;21, centrais, caninos, primeiros sendo este fato normalmente molares, e segundos mais molares21 evidente decrescente em para ordem incisivos (Figuras 3.2.19, 3.2.20 e 3.2.21. 3.2.18, 74 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BIGGERSTAFF RH - The orthodontic management of con genitally absente maxillary lateral incisors and second premolars: a case report. Am J Orthod Dentofac Orthop. 1992, 102 (6): 537-45. 2. SABRI R - Management of missing maxillary lateral incisors. J Am Dent Assoc. 1999, 130 (1): 80-4. 3. SAVARRIO L, McINTYRE GT - To open or to close space that is the missing lateral incisor question. Dent Update. 2005, 32 (1): 16-8. 4. KOKICH VO, KINZER GA - Managing congenitally missing lateral incisors. Part I: canine substitution. 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Caso estes espaçamentos ocorram de forma generalizada, como tratá-los (Figuras 3.3.2 e 3.3.3) ? 79 Há aqueles que defendem uma solução multidisciplinar, com reconstrução descrevendo como protética, objetivo final o restabelecimento da estética. Neste caso o plano de tratamento envolver a deverá participação de outros especialidades odontológicas 6. Tratam-se os diastemas localizados (Figura 3.3.4) da mesma forma diastemas (Figura 3.3.5) ? que os generalizados 80 81 Este dilema pode E quando os acompanhar o raciocínio do acontecerem ortodontista os mandíbula, por qual arcada acontecerem devemos iniciar o tratamento quando espaçamentos devido à discrepância de Bolton, que pode afetar um ou mais dentes7;8 na diastemas maxila e (Figuras 3.3.6, 3.3.7 e 3.3.8) ? 82 Outra relevante dúvida no planejamento, correto para tratamento e o deve médica radiografia bucal, para seu encaminhamento, diagnóstico história e e e dimensão dental 1 , sendo o freio labial um fator etiológico o importante (Figura 3.3.9), e devido em caso de dentição mista o incluir início dental, exame avaliação intrada de intervenção deve ocorrer antes da erupção dos caninos 3. 83 Devemos ou não patológica dental considerar a contenção como 3.3.10 algo tratamento ortodôntico especial e relevante nestes casos ? aparelhos Se a questão periodontal estiver mesmo relacionada, principalmente nos casos de defeito intra-ósseo associado e (Figuras a severo migração 3.3.11) fixos, pelo , o com importante realinhamento proporcionado, além de poder interferir na altura de papila 9, deverá contemplar planejamento prolongada 10 . a em seu contenção 84 85 Como podemos observar uma série de questionamentos nos acompanham, quando normalmente fator é o associado percepção por segundo à auto- parte do paciente (principalmente nos 11 estamos perante a situações, mais jovens) como anteriormente inúmeras anomalias oclusais destacadas, e isto é de grande freqüentemente interceptadas relevância pelo ortodontista. as afinal o , dentre as espaçamento ântero-superior Embora estes diastemas sejam mais quando produzir assimétricas no sorriso, pois indesejáveis um pequeno diastema nem alterações sempre é o objeto primordial 86 de um tratamento ortodôntico orais, 12 musculares, estrutura dento- . Uma grande ordem de fatores portanto, podem estar associados às etiologias das diastemas tais como: hábitos Dentre estes podemos incluir presença de fatores ainda, a “mesiodens”, desbalanceios alveolar mandibular 3.3.13), maxilar ou anormal (Figura anomalias dentais, freios labiais 3. alterando a norma e direção de erupção 3.3.14), dental havendo (Figura contudo, 87 alguma controvérsia com esta intervenção cirúrgica13. respeito a melhor época sobre Também os fatores sócio- claro julgamento econômicos tanto quanto a tendo o etnia, parecem clínico estético, então, a ter um sensibilidade para distinguir papel no as diferenças, e desta forma desejo de tratamento, e na melhorar o perfil com grande necessidade cooperação do paciente preponderante de melhorar o perfil, por auto-percepção dos interessados no mesmo, num 14 . 88 A etnia bem como, o Os mesmos podem ser estágio de desenvolvimnento transitórios, ou criados por da desenvolvimento, dentição dentro planejamento devem do ortodôntico, ser consideradas, patologia por ou iatrogênicos, fatores e quando mesmo por que sabemos que ocorrerem em dentição mista os ou espaçamentos dentários permanente precoce são mais esperados na arcada poderão ocasionar um forte superior imperativo e transição no para estágio a de dentição seja, quando 10;17 com pacientes negros, podendo os mesmos, idade 15 diminuir com a . Vale quer seja, para os pacientes, quer permanente em caucasianos, comparados estético, para seus familiares . No entanto, este mesmo tratamento poderá ocasionar abertura de espaço triangular destacar etiologia que dos diastemas anteriores, mais especificamente incisivos na entre centrais, os caberia entre os incisivos superiores, e normalmente associados às periodontais, estarão desordens severo apinhamento incisal superior, uma possível base genética 1, divergência embora formato triangular de coroa desprezar não a relevância ambientais devamos fundamental dos 1;16 . fatores com ou de sem periodontais, raizes, e problemas tendo o ortodontista destacado papel 89 no gerenciamento casos 18 destes . Assim, planejamento do tratamento os diastemas anteriores localizados ou não, independente devem ser considerados no da etiologia ortodôntico, quesito, espaços. dentro do problemas de 90 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 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Figura 3 .4 .1 – Nesta panorâmica podemos observar os Figura 3 .4 .1 – Nesta panorâmica podemos observar os elementos dentais 4 5 e 3 8 inclusos/impactados elementos dental 4 5 e 3 8 incluso/impactados (destaque (destaque em amarelo) e (destaque em verde) em amarelo) e (destaque em verde) respectivamente. respectivamente. 93 Figura 3 .4 .2 – Visão clínica direita, notando-se a ausência no meio bucal do elemento dental 4 5 (em destaque branco). Figura 3 .4 .3 – Visão oclusal inferior da ocorrência referenciada na fotografia anterior (destaque em azul). Figura 3 .4 .4 – Visão clínica intra-bucal da paciente pós tratamento ortodôntico, cuja opção foi a exodontia do elemento dental 4 5 . 94 O tracionamento desde a cirurgia preparatória, ortodôntico destes elementos até a mecânica utilizada na dentais requer movimentação do dente em cuidados, quer alguns seja no questão), sem nos diagnóstico correto (tracionar descuidarmos dos problemas ou não) (Figura 3.4.5, 3.4.6, e específicos 3.4.7)), movimentação bem gerenciamento como, do no caso relacionados à destes elementos dentais1. (localização, quando, e como Figura 3 .4 .5 – Nesta radiografia podemos constatar que ambos os caninos superiores encontram-se impactados, em ângulo aproximado de 450 em relação ao plano oclusal. 95 Figura 3 .4 .6 – Visão intrabucal direita, com severo apinhamento na arcada inferior + ausência de canino superior. Figura 3 .4 .7 – Visão intrabucal esquerda, com severo apinhamento na arcada inferior + ausência de canino superior. Em se tratando de paciente adulto, o tracionamento ortodôntico seria viável ? Quando esta ocorrência se O ideal será o diagnóstico dá com os caninos superiores, precoce, antes do indivíduo observaremos mesmos ter atingido os de 10 anos de freqüentemente idade (no caso de caninos), mais os deslocados por palatino devendo suspeitar-se de (Figuras 3.4.8 e 3.4.9), sendo impacção após este período3, mais por comum no gênero isto a importância feminino2, e em porcentagem avaliação maior antes possível4. na mandíbula. maxila que na clínica o da quanto 96 Figura 3 .4 .8 – Nesta avaliação inicial já observamos indícios de impacção por palatino do canino superior esquerdo (desvio de linha mediana + ausência de visualização do mesmo na mucosa por vestibular). Figura 3 .4 .9 – Do lado direito observa-se o canino superior irrompendo no meio bucal (destaque amarelo), enquanto do lado esquerdo, a ausência deste elemento dental (destaque verde). 97 Quando diagnosticado o raiz, inclinação paciente nos refere sempre lateral, uma reabsorção forte relação preocupação ao tratamento, em e do incisivo presença radicular de nestes tempo de dentes5, são dados de grande assim, a relevância em minha decisão angulação em relação à linha clínica mediana, direção vestíbulo- ortodonticamente ou extraí- palatina, altura vertical, posição ântero-posterior de movimentá-lo lo. da Figura 3 .4 .1 0 - Radiografia panorâmica de paciente jovem, com o canino superior impactado e deslocado para vestibular, embora não seja possível afirmar isto a partir deste exame . 98 A radiografia panorâmica vestíbulo-palatino8 (Figura tem sido recomendada para o 3.4.10 e 3.4.11), sendo ainda diagnóstico embora existam mais limitações6,7 fortes principalmente posicionamento no no sentido difícil precisar esta informação quando o canino estiver localizado mais a vestibular9. Figura 3 .4 .1 1 – Visão intra-bucal direita do paciente anteriormente destacado. A tomografia com cone principalmente para tecido beam na atualidade tem sido ósseo, que pode, e deve ser o integrado sem dificuldade à exame (Figuras 3.4.14, de 3.4.12, e excelência 3.4.13, 3.4.15), rotina clínica diária10,11,12. 99 Figura 3 .4 .1 2 – exame radiográfico no qual se constata o elemento dental 1 1 incluso/impactado. Figura 3 .4 .1 3 – Conjunto de imagens (cone beam) para avaliação do posicionamento do elemento dental 1 1 . 100 3 .4 .1 4 – Observe a localização do elemento dental 4 3 em relação aos dentes adjacentes. Figura 3 .4 .1 5 – Conjunto de imagens a partir de tomografia (cone beam) da mandíbula para averiguação da posição do canino inferior direito. Geralmente, um ou mais fatores etiologia se associam dos na dentes inclusos/impactados como, tais problemas de espaço, posição anormal dos dentes, 101 retenção prolongada ou perda cistos, dilaceração precoce do canino decíduo, dentes supra-numerários, trauma, presença de fissura odontomas13. lábio-palatal, de raiz, e anquilose, Figura 3 .4 .1 6 – Na radiografia panorâmica inicial constata-se os elementos dentais 2 1 (em destaque amarelo), e 2 3 (em destaque verde) inclusos. Figura 3 .4 .1 7 – reparem nestas fotografias intra-bucais, as ausências clínicas dos elementos dentais 1 1 e 1 3 , e deslocamento do 1 2 . 102 Figura 33.4 .4.1 .188 ––Foi Figura Optou-se neste caso optado neste caso pela pela exodontia do exodontia do elemento elemento dental dental 21.21. A razão daquela decisão se relaciona ao fato do elemento dental 2 1 apresentar dilaceração de raiz, que certamente inviabilizaria seu tracionamento . Figura 3 .4 .1 9 – A seguir, o elemento dental 1 2 foi mesializado com a finalidade de posterior readaptação estética. 103 Anomalias adjacentes à etiológicos na impacção dos posição do dente incluso, e caninos, mesmo a agenesia do incisivo genético também possa estar lateral tem sido implicados relacionado também, destes problemas6. como fatores contudo. na o fator ocorrência Figura 3 .4 .2 0 – Panorâmica evidenciando a transposição de elementos dentais ântero-superiores do lado esquerdo. Ainda, fissura pacientes lábio-palatal, com adjacentes tem citado14. aumentado risco de impacção dos caninos inclusive de superiores, dentes ao problema O trauma na região de incisivos também parece influenciar na impacção dos incisivos, e na demora e 104 alteração do trajeto eruptivo dos adjacentes15 caninos (Figuras 3.4.16 e 3.4.17). Quando o trauma sobre os incisivos promover dilaceração de suas a raízes, Isto acontece porque em poderá ocorrer a transposição casos de impacção do incisivo do canino para o local daquele central, a incisivo dente, com a exodontia do lateral se mais dente dilacerado podendo ser distalmente trajeto raiz do desloca interferindo eruptivo do no canino adjacente13 (Figuras 3.4.18 e 3.4.19). uma alternativa clínica possível14 (Figura 3.4.20). Diferentemente caninos vestibular os impactados tem por causa primordial na falta de espaço na arcada6 (Figura 3.4.21). Figura 3 .4 .2 1 – observe a falta de espaço na região de canino que resultou em seu deslocamento para vesrtibular, e posteriormente, após a recuperação do espaço necessário, o posicionamento final do mesmo. 105 Talvez a exodontia do dos caninos dente decíduo correspondente palatino, possa diagnóstico induzir, consistindo inclusos por contudo, o destas num método de prevenção, e ocorrências costumam ocorrer mesmo, reorientar o trajeto tardiamente6. Na foto abaixo, destacamos o botão colado no elemento dental incluso, Figura 3 .4 .2 2 – Visão intrabucal, no momento do tracionamento do 2 3 , por meio de elástico corrente, em arco retangular .0 1 7 ” x .o2 5 ”, com o espaço mantido por mola fechada de nitinol, Sendo assim, O dispositivo para o tracionamento foi colado durante a cirurgia. a posição mediana possam ser um forte horizontal da coroa de um "aviso" em relação à melhor canino incluso em relação ao época de tratamento17. dente adjacente, e à linha 106 de Também deve ser objeto exposição, mais colagem de atenção, acessório periodonto final a condição do de inserção do ao movimento ortodôntico, pois espera-se para apoio da movimentação ortodôntica e fechamento da ferida cirúrgica (Figura 3.4.22), com da mínima remoção de osso18,19, posição horizontal (no sentido pois a remoção excessiva de mésio-distal), do osso além de desnecessária, é canino, quando deslocado por potencialmente danosa para o palatino, haja um aumento da periodonto19, e no caso dos profundidade do sulco, com caninos inferiores o cuidado formação de bolsa periodontal com a provável parestesia20. que em decorrência e vertical de até 4,0 mm18. A forma mais comum de intervenção cirúrgica utilizada atualmente tem sido a 107 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. YAVUZ MS, ARAS MH, BUYUKKURT MC, TOZOGLU S - Impacted mandibular canines. J Contemp Dent Pract. 2007, 8 (7): 78-85. 2. SYRYNSKA M, BUDZYNSKA A - The incidence of uni-and bilateral impacted maxillary canines and their position in dental arch depending on gender and age. Ann Acad Med Stetin. 2008, 54 (2): 132-7. 3. JACOBS SG - Localization of the unerupted maxillary canine: how to and when to. Am J Orthod Dentofac Orthop. 1999, 115 (3): 314-22. 4. BARLOW ST, MOORE MB, SHERRIFF M, IRELAND AJ, SANDY JR - Palatally impacted canines and the modified index of orthodontic treatment need. Eur J Orthod. 2009. 5. STINVAROS N, MANDALL NA - Radiographic factors affecting the management of impacted upper permanent canines. J Orthod. 2000, 27 (2): 169-73. 6. JACOBS SG - The impacted maxillary canine. 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A ciência a prática ortodôntica não são exclusivas, como gnatologistas acreditar, e os parecem sendo 111 extremamente destacar pode relevante science chew”3. que o articulador simular o movimento mandibular, embora não hajam evidências de que o diagnóstico e o tratamento ortodôntico tenham performance partir da aparelho, melhorada utilização além a deste disso, os registros em relação central (RC) nem práticos, confiança sempre são diminuindo em a seus resultados4. mem: “Gnathology is how articulators se esperam Ainda melhores estudos para relacionamento maloclusão ATM, disfunção a diagnóstico sendo e e possível o entre principalmente respeito da com etiologia, avaliação5, afirmar na atualidade que o conjunto de maloclusões (Figuras 3.5.1 e 3.5.2), e não o tratamento ortodôntico, sobre Há inclusive, os que afir- of a possam causa, dizer ou, tratamento da disfunção6 . the Figura 3 .5 .1 – Visão intra-bucal lateral onde se visualiza um conjunto de problemas oclusais. Figura 3 .5 .2 – Visão intra-bucal lateral evidenciando diversos problemas dificultando o desenvolvimento de uma oclusão funcional. o 112 O compromisso do cuidado na utilização e ortodontista assim, estará na interpretação dos dados de necessidade de diagnóstico, que são meras evidência científica integrar a em ferramentas7. direção à prática clínica, com Assim, poderíamos dizer que o tratamento ortodôntico causa danos a ATM ? Talvez algum deveria ser durante a mentoneiras, cuidado estabelecido utilização pois das estes dispositivos podem consistir em fator de principalmente considerarmos que risco, quando a idade normalmente em são implementadas8 (Figura 3.5.3. Figura 3 .5 .3 – Mentoneira utilizada em paciente jovem com a finalidade de abordarmos a manifestação precoce da maloclusão de classe III. 113 A mordida posterior freqüentemente observada decídua cruzada nas e dentições mista, quando de desvio acompanhada lateral mandibular + desvio de linha mediana, pode ser outro fator, quando principalmente acompanhada de largura maxilar reduzida, e neste precoce ótimas normal caso, a abordagem certamente condições criará para crescimento o e desenvolvimento esqueletal, e função normal do sistema estomatognático9. Se sabemos que as disfunções podem se instalar precocemente, desvios por conta de mandibulares na abertura, com predominância para o lado posição esquerdo, retruída em da mandíbula, causando contatos prematuros todo o em cuidado protrusiva, deve ser tomado quando os mesmos limitarem a máxima abertura bucal10 (Figura 3.5.4). Figura 3 .5 .4 – Paciente adulta relatando sintomas de disfunção na ATM, com desvio à esquerda durante movimento de máxima abertura bucal. 114 Os critérios fundamentam um que ideal de parafunção provém importante informação sobre oclusão funcional não foram a conclusivamente funcional para cada tipo de estabelecidos, pois a mais Logo, o estabalecimento da oclusão funcional através do tratamento ortodôntico é problemático. Desta norma de morfologia considerar oral, e realização de exame complementar alta porcentagem um uma de "achados", normalmente são encontrados para a avaliação ATM, portanto desenvolvimento do diagnóstico craniofacial, dados devem ser adicionados hábitos clínico, no mastigação, oclusão estática, condição de saúde Na de forma oclusão paciente11. estabilidade e a longevidade dos mesmos é questionável. apropriada estes à lista de problemas12. de Para avaliação da ATM é relevante considerar: * máxima abertura bucal, * oclusão "protegida" de caninos (Figura 3.5.5, 3.5.6, 3.5.7, e 3.5.8) 115 Figura 3 .5 .5 – Visão lateral de paciente jovem antes de iniciado o tratamento ortodôntico. *ruídos com compressão e sem "click" (que Figura 3 .5 .6 – Visão lateral direita três anos após a finalização do tratamento ortodôntico. * dor a palpação lateral pterigoidéa podem retornar mesmo após relatadas o tratamento) controvérsias13,14\), * dor na ATM, na área (com * e sobressaliência15 * dor facial, Figura 3 .5 .7 – Início do movimento de lateralidade com “liberdade” em caninos, em paciente adulto jovem. Figura 3 .5 .8 – Visão lateral esquerda (lado de balanceio), evidenciando a desoclusão existente neste lado a partir do movimento de lateralidade direita. 116 Dentre mais gênero feminino, ainda que comuns podemos destacar a durante o crescimento fatores sobressaliência locais e gerais possam estar com real os sinais excessiva, possibilidade de associados (Figura 3.5.9). aumentar o risco de disfunção, sobretudo no à disfunção16 Figura 3 .5 .9 – Independente da etiologia no desenvolvimento desta maloclusão, certamente o paciente terá maiores dificuldades para o desenvolvimento da função mastigatória plena 117 Como aferir o espaço na existam reduções dos sinais ATM, e afirmar se o mesmo é de disfunção da ATM após o normal ou não ? tratamento ortodôntico6. Afinal, esta afirmação não Havendo mesmo deveria ocorrer a partir de um referências exame tratamento ortodôntico possa realizado dimensões6, pois tomografia em duas mesmo a computadorizada atuar de sobre quando que disfunção6 a a o Ortodontia for e a ressonância magnética, de realizada em conjunto com a imenso valor em diagnóstico, Cirurgia apresentaram notadamente perante insucesso às desordens de natureza musculares17. Esta afirmação aos Ortognática, sinais em e referência sintomas da compara os disfunção18. está Quando se baseada em "alguns estudos sinais clínicos" que descrevem um pacientes com maloclusão de "pequeno classe papel" na e II, sintomas antes e dos após o degeneração da ATM, quando tratamento pacientes são observa-se comparados a não tratados musculares ortodonticamente, ou ainda, comuns quando de além de que, as interferências tratamentos ortodônticos são funcionais diminuem com o comparados, tratamento em tratados diferentes estudos muito tipos embora longitudinais seja, ortodôntico, que os são no pós sinais menos tratamento ortodôntico. “nossa Ou especialidade” 118 não aumenta desordens o risco na ATM, de maloclusão de classe II com ao sinais de disfunção parecem contrário, os pacientes com se beneficiar do mesmo19. Figura 3 .5 .1 0 – Relacionamento do côndilo mandibular direito com a cavidade articular no movimento de máxima abertura bucal. Sintomas tais como, grau de movimento mandibular, ATM (ruídos, luxação, dor crepitações), durante os presença de deflexão durante movimentos o abertura (Figuras 3.5.10, 3.5.11), dor bucal, registros de sons na na musculatura relacionada à movimento de mandibulares 119 ATM à clínicos palpação, como: e sinais maloclusões dento-alveolares parâmetros objetivos a serem avaliados como quadro mordida profunda ou aberta, ATM20. mordida cruzada na de pesquisa disfunção de na perfazem Figura 3 .5 .1 1 – Relacionamento do côndilo mandibular do lado esquerdo com a cavidade articular, no movimento de máxima abertura bucal Para o diagnóstico e/ou tratamento das em disfunções fase aguda (Figura 3.5.12), quer seja em relação cêntrica (RC), ou podemos mesmo em oclusão cêntrica utilizar as placas de mordida (OC) (Figura 3.5.13 e 3.5.14), rígidas em terapia noturna21,22 contudo para esta placa, será 120 relevante definirmos paciente se o apresenta estabilidade com dispositivos. ambos Enquanto os que sem para musculatura envolvida, a grandes discrepâncias entre eletromiografia das placas de RC e OC. Havendo consistente mordida resultam para ambos redução os casos situação similar23. da oclusal dolorosa sintomatologia Figura 3 .5 .1 2 – Placa oclusal rígida construída prestes a ser instalada e ajustada. Figura 3 .5 .1 3 – Placa oclusal construída para ser estudada os contatos interoclusais. 121 Figura 3 .5 .1 4 – Placa oclusal, destacando os contatos a serem ajustados. Com respeito ao desenho um mês após a instalação da da placa de mordida, deve ser mesma entendido que mesmo quando (2001). a mesma características originais das mantém as anatômicas superfícies oclusais, os sinais e sintomas das desordens, eletromiografia do e mm. masséter evidenciam sensível e progressiva melhora mesmo Al-Saad & Akeel Finalmente, na avaliação de sinais e sintomas, variáveis psicológicas devem ser consideradas, relatos de havendo quadros de depressão, "stress", irritação, ansiedade, com tendência de resposta afirmativa a uma ou 122 mais destas questões, distúrbios da ATM tem que ser principalmente aos indivíduos considerados previamente ao com sinais e sintomas clínicos tratamento ortodôntico, para de a longo prazo para as disfunções da ATM25,26,27. diagnóstico Ou seja, na elaboração da lista de problemas, correta os tratamento definição e plano específico seja necessário. de de caso 123 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 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Nem Há afirmações estes sempre é fácil de problemas herdados, mas, que são mais descobrir a etiologia destas recentemente, a maior ênfase questões, e para apenas cerca foi de 5% dos casos há uma influência do meio ambiente, causa especialmente a postura dos claramente identificável, com vários fatores genéticos, ambientais colocada sobre a tecidos orais moles 1 (Figura 4.1). e físicos podendo contribuir Figura 4 .1 – Foto de perfil onde podemos avaliar a relação lábio inferior/lábio superior, que em decorrência da maloclusão existente, o lábio inferior se apresenta com eversão, enquanto o superior não consegue realizar correto vedamento labial. 130 Infelizmente, é mas não pode haver dúvida possível medir a postura de de que estruturas dentais e longo faciais prazo não com alguma precisão1. Não ponto são, fortemente sabemos a até postura que e às vezes, influenciadas pelos tecidos moles, e que a algumas maloclusões, parafunção podem ter o fator parecem hereditário em sua etiologia, postural1 (Figura 4.2). ter uma base Figura 4 .2 – Na telerradiografia ao lado evidenciamos o grau de trespasse horizontal entre os incisivoc, e a relação lábio inferior/incisivo superior, que certamente proporcionou a possibilidade de acentuada vestibularização destes elementos dentais superiores. Esta compõe função de oral se articulação, funcionais, mastigação a ainda, causada podendo por ser desvios como respiração bucal, deglutição e deglutição e mastigação, com maloclusão tais pela unilateral, e musculatura anomal circundante à boca, 131 projeção da frente, língua e língua para baixa repouso3 Figura 4.3. em Figura 4 .3 – Observe no conjunto de fotografias o quadro de maloclusão com acentuada participação da musculatura (I e II)... ... Mordida aberta anterior em decorrência de projeção lingual constante (III)... ... Finalmente, a maloclusão de classe II clínica e de perfil como conseqüência do conjunto de fatores extrínsecos (II e IV). Sendo relevante destacar fatores, havendo diferencial que a motilidade oro-faringe- de esofagiana sucção, é desenvolvida ainda na primeira infância, e influenciada por diversos ... Também, mordida cruzada posterior determinando mastigação unilateral (V) amadurecimento para mastigação, deglutição e respiração4. 132 Figura 4 .4 – Observe a condição de projeção lingual esperada neste paciente, independente da etiologia envolvida, o que ocasionou no mesmo mordida aberta anterior. O certo é que 29,7% da bochecha mais esperados população apresenta hábitos entre a anos. orais, e dentre eles, a sucção meninos digital, bucal, propensos a sucção digital, bruximo, deglutição atípica, respiração hábito de morder a bochecha bucal e bruxismo. Finalmente, e/ou há respiração projeção lingual, lábios, e onicofagia. 13 16 estão uma entre classe anos a respiração bucal e o deglutição bruxismo acompanhada de respiração prevalentes, mais enquanto onicofagia e morder objetos e divisão mais Sendo que entre os 7 a 12 são II correlação Os 1, e atípica buca5 (Figuras 4.4, 4.5, 4.6). 133 Figura 4 .5 – Em visão intra-bucal frontal e de perfil, podemos avaliar os desgastes oclusais nas coroas dos dentes decíduos, que pode ser um fator indicador de problemas articulares nesta fase da vida . Figura 4 .6 – Neste conjunto de fotografias podemos avaliar o desenvolvimento de mordida aberta anterior + sobressaliência por ação de hábito de sucção digital. 134 O desenvolvimento deglutição se período inicia da em embriológico, continuando infância, na primeira enquanto o desenvolvimento da correta a ocorrência problema durante repouso, e verificar então consequência longo do segundo semestre maloclusão8. existindo de ano e do da Outro fator relacionado, é regulares a mastigação que pode ter desenvolvimento sucção o vida6; de padrões se mesmo é "o" responsável, ou, desenvolvimento primeiro a deglutição, ou, no período de habilidade oral acontece ao do do deglutição de influência significativa sobre na o crescimento e infância, com uma série de desenvolvimento fatores podendo alterar estas mandibular9, porque envolve funções, mesma a participação dos músculos ultrapasse um período além elevadores, supra-hioideus, e de 20 minutos é provável ser da língua10, mas o mecanismo não-nutritiva7. por trás desse efeito ainda e caso a A ocorrência de distúrbios na deglutição vem sendo não está com as bem alterações descrita de várias formas, tais mastigação como afetando "língua "deglutição presa", infantil" e entre cartilagem esclarecido, o na marcadamente crescimento condilar da e outros. Contudo é relevante morfologia mandibular assim, diagnosticarmos de maneira com a educação alimentar em 135 idade precoce de fundamental entre os 2 e 3 anos de idade, relevância uma e caso constatado contactos perturbação do de interferência dos caninos desenvolvimento da decíduos, os pais devem ser para evitar mandíbula10,11. Na instruídos a reduzir o tempo mastigação, movimentos de os abertura, de sucção de chupeta, com o tratamento adequado processado14 protrusão, e latero-protrusão devendo ser são muitas vezes utilizados para interceptar para desenvolvimento de mordidas determinar funções mandibulares11. E a longo prazo, mudança funcional mastigação devido à a da dieta cruzadas e funcionais, pois o mudanças o uso prolongado da chupeta e de hábitos de sucção digital líquida durante o crescimento provocam pode alterar o desempenho significativas mastigatório no adulto12, pois características o dentição decídua tardia14. padrão de fechamento mandibular decorrência varia da em crianças, relacionamento oclusais na Isto é importante porque consistência há um aumento no número de crianças Com respeito à sucção, a chupeta, nas em do alimento13. da alterações especialmente altera o transversal oclusal, devendo ser avaliada hábitos envolvidas orais na fase em de dentição mista precoce com correlações entre os significativas hábitos orais, e mordida aberta anterior, bem 136 como, maior tendência para a to relação de Classe II15. unclear"17. Os hábitos parafuncionais be controversial Para o and tratamento do e as disfunções orofaciais são bruxismo, há relatos sobre a comumente necessidade observadas em pacientes jovens e fortemente contribuidoras o bruxismo altamente questões18. hábito não Finalmente, a relação estando entre respiração e morfologia presente16, craniofacial tem sido debatida embora, este problema, que é um apoio psicológico na terapia destas para as desordens da ATM, com de por muitos anos. funcional A hipertrofia das forçado entre as superfícies adenóides e tonsila palatina é oclusais a dentárias involuntário, etiologia natureza e apresente controversa, de multifatorial segunda vias aéreas superiores, consequentemente respiração relationship between bruxism ação and alterações disorders, if it exists, seems mais frequente de obstrução das podendo ser citado que "the temporomandibular causa bucal, prolongada esqueléticas19,20. e de que em causará dento- 137 Figura 4 .7 – Há uma discrepância existente radiograficamente entre a magnitude do espaço nasofaringeano (I), e orofaringeano (II). Este fator isolado não significa diagnóstico de respiração bucal, contudo, esta condição é um dado relevante no processo de dignóstico. Apesar provas da ausência conclusivas, de existe indicadores de comprometimento nasal, não essa crença clínica sobre a devendo relação tomada de decisão clínica21. causal respiração entre bucal e o O ser tema utilizadas é na altamente crescimento facial, e que tais controverso, pois a inclinação modalidades de tratamento e do os (SN.GoGn) em crianças com riscos realmente associados modifiquem o plano mandibular padrão de respiração bucal, modo respiratório, mas cabe foi destacar que em crianças respiradoras que cefalométricas as são análises pobres estatisticamente nasais. A altura maior facial 138 posterior é estatisticamente suportam menor função que crianças o anterior com em respiração a influência respiratória craniofacial22, os bucais influencia tendem a apresentar maior músculos inclinação mentanoiano)23,24 mandibular padrão de vertical. Estes no desenvolvimento bucal. Donde concluímos que respiradores da e crescimento porque a atividade dos (orbicular e (Figura 4.8). resultados Figura 4 .8 – Neste conjunto de fotografias, em visão frontal se destaca a ausência de vedamento labial, com grande exposição dos incisivos no repouso... ... Contudo, em visão lateral notamos acentuada rotação mandibular horária, associada a grande convexidade facial. Às características clínicas enumeradas também se adiciona padrão de respiração bucal evidenciada durante o exame clínico. O exame de otorrinolaringológico uma maior obstrução natureza revela incidência nasal, de roncos, respiração bucal, hipersalivação prurido repetidas noturnos, nasal, e apnéias, amigdalites bruxismo em 139 crianças com hipertrofia de beneficiar de adenoidectomia amígdalas, e/ou amigdalectomia26. com incidência de selados, inferior na da maior lábio não posição mais poderemos observar redução da da largura maxilar, contudo, a língua, e E nestas condições hipotonia dos lábios superior terapia e inferior, língua e músculo necessária para resolver os bucinador, problemas ainda, acompanhadas será ortodônticos insuficiência causados pela hipertrofia da importante na mastigação e adenóide, contribuindo então deglutição20. significativamente No por ortodôntica entanto, afirmações existem de que a reabilitação o crescimento a respiração nasal27,28. influência da respiração bucal sobre da para A predominância significativa de respiração mandibular é pouca efetiva bucal, em comparação com em respiração comparação a outros nasal, mostra fatores etiológicos25, e sem haver provas conclusivas, de que a obstrução obstrução respiratória nasal nasal, adenóides aumentada, altere o desenvolvimento do e crescimento vertical29. facial, assim, apenas pacientes ortodônticos altamente selecionados poderão se correlação padrões Portanto, tem da de entre a respiração crescimento o ortodontista responsabilidade na tarefa de diagnosticar o mais cedo possível, os hábitos 140 orais deletérios e que através pacientes jovens a sair dos de tratamento adequado, e hábitos em impedindo o desenvolvimento tempo cooperação especialistas, correto, com em outros ajudar os para-funcionais, de anomalias graves30. 141 Referências Bibliográficas 1. 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A razão decorre do fato, que ao abordarmos sempre estes estaremos indiretamente, problemas direta interferindo e a mordida estão cruzada altamente relacionadas ao fato de pacientes jovens apresentarem, em idades precoces, hábitos de sucção de ou lábio e/ou língua (Figura 5.1a e com 5.1b); cabendo ainda ressaltar, que outras questões ortodônticas1. dois anos de sucção já sejam Esta questão na atualidade suficientes para produzirem efeitos apresenta forte apelo, pois há uma sobre a arcada superior (Figura tendência 5.1c)3. cada vez maior da 150 Normalmente as mordidas somente acontecerá com estas, se cruzadas nestes casos podem estar houver cessação destes hábitos acompanhadas para-funcionais, também, pela mordida aberta anterior, sendo que morfologia a inalterada (Figuras 5.2 5.3)4. hipótese de auto-correção facial contudo, a permanecerá 151 152 Freqüentemente observamos recomendação de tratamento o já nas dentições decídua e mista, mais precoce possível6,7,8,9, embora com etiologia variada, e prevalência o mesmo possa ser adiado desde entre 8 a 23,3 %, não apresentando que auto-correção, nem deslocamento mandibular10 (Figura entre gêneros5, os diferenças com Contudo, muita atenção deve ser destacada, pois a mesma não esteja associada ao 5.4). promove um assimétrico ciclo sendo mastigatório este fato 153 confirmado pacientes dentição quando jovens, em se aborda mastigação, produzindo condições ainda em para que os ciclos sejam mais fase de simétricos num desenvolvimento, pois o tratamento aumentando da mordida cruzada funcional com alternada ajustes seletivos (Figura 5.5). oclusal, altera e a re-contorno norma a plano frontal, tendência mastigação de bilateral11 de A partir do conhecimento da epidemiologia e da etiologia das mordidas prevení-las, cruzadas poderemos possibilitando a 154 redução de sua complexidade no hábitos de sucção tratamento ortodôntico (Figuras 5.6 deglutição infantil e 5.7), pricipalmente porque muitas respiração bucal são fortemente influenciadas pelos macroglossia (1,7%)12. (5,12%), (3,84%), (3,84%), e 155 Em adultos a mordida cruzada de máxima intercuspidação, é decorrente da assimetria dento- deslocando-se do posicionamento alveolar original, e continuando até uma e desvio posicionamento (Figuras 5.8)13, de mandibular que acontece quando a mesma oclui em posição nova posição intercuspidação14. de máxima 156 Em termos características sete distância inter-molar superior, podem distância inter-molar inferior, morfológicos, principais razão distância inter-molar ser enumeradas: ângulo do plano mandibular, superior/inferior, altura da face inferior, e comprimento mandibular14,15. razão largura maxilar/largura mandibular, 157 A constricção maxilar assimetria morfológica e de normalmente estará associada ao posição da mandíbula em pacientes desvio no jovens16, tendo como consequência côndilo assimetria estrutural permanente posicionado mais póstero-superior da mandíbula, por restrição ao mandibular fechamento14, no cruzado13, lado Os cruzada com adultos que produzindo com posterior adaptações o mordida apresentam compensam a existência desta maloclusão, com crescimento normal da mesma8. manutenção da função normal, e permanente assimetria das estruturas faciais (Figura 5.8 e 5.9)17. 158 A morfologia é de extrema relevância porque também está média e anterior da maxila (Figura 5.8), como consequência do implicada na etiologia da apnéia deslocamento do segmento palatal, obstrutiva do sono18. principalmente no menor segmento A presença de fissura deforma a dimensão e forma do arco dental superior, caracterizando constrição severa nas uma regiões 19 . 159 Embora as maloclusões sejam tratadas em pacientes adolescentes ou adultos, as mesmas se estabelecem ainda precocemente, (Figura 5.9)5. 160 A remoção contatos sendo que somente o acréscimo de prematuros em dentição decídua é resina não apresenta o mesmo a forma mais efetiva de prevenção resultado, não havendo contudo, a na correção das mordidas cruzadas melhor forma de tratamento na (Figura prática 5.10), de para estabelecer oclusão estável, e evitar possíveis efeitos deletérios sobre a ATM6, clínica maloclusão20. para esta 161 Podendo eliminadas ser com totalmente terapia de expansão precoce16. sucção, com recontorno oclusal com resina) em efetiva22. para que o e também mais rápido21, enquanto que a correção tratamento (quadri hélix, expansor, mista, encontrado quadri hélix é mais efetivo que os expansores, Comparando-se alternativas de dentição foi resina mostrou-se pouco mordida Numa média de 6 meses de cruzada posterior e sem hábitos de tratamento, o quadri hélix produz 162 típica inclinação vestibular nos molares superiores7, podendo atuar em nível A de sutura (fase de dentição decídua)23. palatina dento-alveolar cruzamento na região de caninos, quadri hélix, desde que não haja cruzamento aumenta significantemente após a posterior na região de molares expansão, quando seguida pelo (Figura 5.11 e 5.12). superior, largura mediana quando em idade precoce com o tratamento ortodôntico fixo24. Contudo, nossa indicação para o quadri hélix se restringe aos casos de atresia, com ou sem 163 Em relação a expansão rápida nasal (AJO), principalmente da maxila, observaremos alteração pacientes esquelética maxilar, tenhamos também notadamente na região de pré- pacientes com molares e molares, e cavidade permanente completa25,26. na largura jovens, em embora efeitos em dentição 164 Para a indicação de disjunção avaliamos o último grupo dentário dentição permanente completa) (Figura 5.14). os Havendo relatos8 que talvez primeiros molares (em pacientes esta posição de desvio mandibular jovens) não tratada, não seja uma completa posterior, que (Figura poderão 5.13), ser ou, os segundos molares (pacientes de adaptação da ATM. 165 Há grandes possibilidades de recidiva nos das dos casos em pacientes jovens, mordidas cruzadas independente quando realizada a disjunção em da terapia implementadas no longo mordidas cruzadas unilaterais28. prazo27, tratamentos tratamento variando de 50 a 96% com o sucesso de Conclusão No quadro a seguir (Quadro I TEVS), faremos o diferencial para transversa, sendo subdividida entre envolvimento do diagnóstico a questão a mesma atresia último (não grupo hipóteses de tratamento para as atresias (geralmente com expansão, quer seja com aparelhos removíveis ou fixos), ou cruzamento (quando utilizaremos dos disjuntores quer sejam dentário posterior), e cruzamento encapsulados - Mcnamara -, mistos (envolvimento - do tipo Omar Gabriel -, e dento do último dentário posterior); finalidade de grupo com optarmos a pelas suportados com o hirax). 166 to Quadro I - Diagnóstico diferencial - (Transversal-Espaço-VerticalSagital)-TEVS 167 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 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J Orofac Orthop. 2002; 63 (5): 371-83. 172 173 A segunda questão a ser avaliada dentro do protocolo de diagnóstico e ortodôntico é a discrepância de espaço (Figura 6.1)1. planejamento Normalmente os dentes, das ortodontistas vêem as periodontais, discrepâncias estruturais de neuro-muscular sobre a posição espaço como a maior limitação ao e limitações da influência da mandíbula2. tratamento, pois a compensação A tolerância deste tecido dental é possível a partir do mole dentro da análise é crítica conhecimento na do nivel de pressionamento do lábio sobre os decisão ortodôntico2. do tratamento 174 Desta forma a questão do espaço para molares não erupcionados, os dentes embora nem sempre totalmente vem sendo aplicáveis a todos os padrões na raciais4;5, daí a relevância em se transição da fase de dentição preservar o perímetro de arco mista para a fase de dentição (Figura 6.2), com o objetivo de permanente3, prevenir, ou reduzir a severidade permanentes estudada, principalmente por meio de análises de predição da largura mésio-distal de caninos e pré- da maloclusão6. 175 Este cuidado porque existe perda de perímetro entre estas fases, particularmente no arco escolha entre a variedade de possibilidades de tratamento8. Com esta finalidade, o inferior (em média de 1,8 mm, diagnóstico baseado em ou seja redução bilateral de 3,6 indicadores primários como 7 mm) (Figura 6.3) . exame A análise de espaço é um fundamento necessário a todo ortodontista, e que ajudará na visual modelos9;10;11, e exame tendo o de arco mandibular como "template"8, utilizando gravidade o (crista centro óssea) de de 176 pré-molares determinação e molares do presente12, na espaço permitirá determinar com precisão13, a necessidade ou não exodontia de permanente um de dente forma individualizada (Figuras 6.4 e 6.5)14;15. de A curva de Spee também que para cada um milímetro de deve ser considerada para cada profundidade paciente8 (Figura 6.6), com a milímetro prática clínica permitindo afirmar espaço de será para curva, outro necessário de compensar a 177 inclinação incisal causada por O nivelamento da curva de Spee é um procedimento relativamente a estabilidade da curva de Spee do dependente da sobremordida18, independe se com arcos inicial grau não de se e com a quantia de recidiva, ainda, final o estável este procedimento17. sobremordida correlacionando ao nivelamento, realizada segmentados contínuos19. com ou 178 Finalmente, além da A partir desta discrepância de modelos, e da identificaremos profundidade com Spee, de teremos curva também de a três diferentes discrepâncias, definição grupos graus aqueles de com estabilidade angular do incisivo espaçamento inferior como positiva), e dois grupos com chave para a decisão de extrair discrepâncias negativas, os de ou (Figura não20, 6.7) embora (discrepância existam moderada (até 5,0 mm) e os controvérsias com respeito aos de severa discrepância (mais fatores cefalométricos21;22;23;24. 179 de 5,0 mm) (Figuras 6.8 e discrepância 6.9)25. indicador Proffit & Fields (2000)26, afirmam que acima de 5,0 mm de teremos seguro para necessidade de exodontia. um a 180 O apinhamento, severo pode região de Para estar incisivos os quando restrito à inferiores, casos de podendo desta tratamento redução 6.11). mésio- (Figura distal (MD) dos dentes é um procedimento dimensão específico ter 6.10)27. discrepância negativa mínima a da forma comum28 (Figura 181 . Vários combinações procedimentos de podem ser Certamente a inclusão de exodontias nos tratamentos utilizados com a finalidade de ortodônticos, redução permanente completa, proximal, criando espaço entre os decisão planejamento dentes, distingue do esmalte corrigindo discrepâncias mandíbula, na e inter- assim, maxila ainda, as e/ou corrigir anomalias morfológicas durante o tratamento ortodôntico29. razoável de em em dos dentição como se porcentagem casos (41,59%), sendo que 49,71 % em classe II, e 30,17% em classe I9;24 . A estratégia de extrair ou não deve ser cuidadosa pelo fato 182 de existir irreversibilidade nesta 3. necessidade de melhorar o escolha, havendo forte tendência de consenso entre os clínicos, perfil (8%), 4. severidade quanto ao padrão de exodontia a ser executada, com maior da classe II (5%), 5. e estabilidade de resultados (5%)9. probabilidade de necessidade em adultos que em adolescentes30. Os clínicos citaram como razão para exodontia: mecânica, os apinhamentos nas 1. o apinhamento em 49% dos casos (Figura 6.12), 2. seguida pela Sendo que com apropriada protrusão maloclusões de classe I podem ser tratados satisfatoriamente com ou sem exodontia22. incisal (14%), As que exodontias os dentes permitem apresentem tendência de anteriores movimentação para o sítio de 183 exodontia de forma fisiológica, casos sem exodontia (Figura o mesmo não ocorrendo nos 6.13)31. A contenção pós tratamento permanente necessária é citada posição pré-tratamento32. estabilidade, As causas do apinhamento contudo a manutenção da forma tardio no arco inferior se baseiam do arco inferior, e da largura sobre inter-caninos, são sentido mesial, e dentre elas: relevância, à como posição do incisivo inferior é a de grande sabendo que o forças direcionadas no o crescimento mandibular perímetro do arco diminui com o tardio, tempo, portanto, a mais estável estruturas esqueletais norma de crescimento, e 184 maturação do tecido mole, Ou seja, existe uma base forças periodontais, multifatorial no apinhamento estruturas dentais, tardio33. fatores oclusais, e alterações do tecido conjuntivo. Conclusão Para estudarmos as questões de espaço utilizaremos o quadro a seguir: Quadro II - Diagnóstico Diferencial - Transversal-Espaço-Vertical-Sagital (TEVS) T E Análise de Modelos Curva de Spee V S Discrepância Cefalométrica 185 No Quadro definição II, das para a questões de espaço, inicialmente faremos a ântero-inferior formato de (dependente coroa clínica do dos incisivos). análise de modelos inferior, de forma segmentada como descrevemos anteriormente. A seguir, A segunda hipótese ocorrerá quando calcularemos a tivermos discrepância de modelo inferior profundidade de curva de Spee, severa de ambos os lados da arcada. negativo). Caso encontremos discrepância total (Análise uma de uma (mais de Neste caso tratamento 5,0 mm iniciaremos o ortodôntico com modelos + curva de Spee), com necessidade de exodontia de pré- resultado de até 3,0 mm negativo molares. (considerado mínima), discrpância trataremos discutido SEM o caso exodontia, Uma exceção a regra: caso esta discrepância esteja limitada podendo ser utilizados recursos incisivos como indicar (dependente vestibularização da a região inferiores, a modelos de poderemos exodontia de um dos incisivo, desde que as contra- incisivos inferiores com a sínfise indicações a este procedimento mentoniana, não e relação de da inclinação inicial dos incisivos); expansão estejam severamente presentes. lateral inferior (dependente do formato de arco mandibular, e da Finalmente, em caso de relação dos pré-molares com o discrepância de modelos, entre corpo mandibular); e stripping 3,0 a 4,5 mm, consideraremos o 186 caso “border line", sendo assim utilizaremos os seguintes parâmetros para a definição de exodontia ou não: relação dos incisivos com a sínfise, discrepância cefalométrica, inclinação dos incisivos inferiores (1-Apg), e padrão mandibular). facial (plano 187 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 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Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1994, 105 (6): 592-7. 192 193 7.1 – Mordidas Profundas 7.1 – Mordidas Profunfas As mordidas 7.1 – Mordidas Profundas profundas correlação 7.1 – Mordidas Profunfas normalmente questões2, estão relacionadas com maloclusões de outras natureza mesma de tratamento entre estas precisando um plano a de individualizado esqueletal1 (Figura 7.1.1), ou, baseado com problema dental, esqueletal, e alguns problemas intrínsecos, embora não haja Quando severa se de natureza caracteriza por no específico de perfil associado3. acentuadas alterações esqueléticas4, dentre estas, 194 retrusão mandibular (Figura incisivos superiores7 (Figura 7.1.2a) com comprimento do 7.1.2d), ramo excessiva (Figura 7.1.2e), e (Figura ascendente alterado 7.1.2b)5, largura aumentada da sínfise6 (Figura 7.1.2c), verticalização dos distância sobremordida inter-caninos inferior diminuída8. 195 Estas maloclusões comportam como se entidade possui concêntrica10, especial quando adicionada a incidência maloclusão condilar11. de classe II, posição de condilar e maior achatamento constituindo a divisão 29, que A intervenção precoce é tratados evoluirão para essencial, desta forma quando tratamente sem exodontia no possível, na momento da ortodontia fixa, durante a primeira dentição possibilitaremos a fase, mista ação implicando menor até mesmo necessidade em de ortopédica, podendo resultar procedimentos cirúrgicos, ou ao seja, quanto mais precoce a final, em resultados perante os quais, dos 70% 196 intervenção, “mais conceito e contudo, em menos mecânica”12. severos, este pode ser Nesta primeira fase, os aparelhos extra-bucais (AEBs) cervicais reduzir a independente crescimento podem sobremordida da norma (Figura de 7.1.3), esperando-se abrir a mordida em mordidas profundas, casos mais procedimento insuficiente (sobremordidas de 3 a 4 mm)13. Também utilizar no crescimento, poderemos periodo os de aparelhos ortopédicos funcionais14. 197 Cabendo ressaltar que a interceptação profundas das no mordidas corrigir as sobremordidas17. de Independente da técnica dentição mista tardia provém (arco base superior, arco base uma melhora ambiental para superior e inferior, curva de a Spee região inferior estágio para dento-alveolar (Figura possibilitando o 7.1.4) superior vestibularização movimento curva para frente da mandíbula pelo curva normal15, crescimento com de inferior, Spee superior reversa e inferior, com preparo melhora na aparência facial, superior também técnica de Tweed, e degrau de evidenciada radiograficamente16. mordidas envolve um diagnóstico, tratamento, intrusão pura superiores isoladamente, e inferior intrusão alterações cuidadoso cefalométricas mecânica. dos de profundas plano e e ancoragem pela intrusão superior com degrau Em adultos o tratamento das de de A incisivos inferiores, ou, em devido às inferior) de as ordem ocorrem mudanças no processo de crescimento, bem como, também devido aos efeitos ortodônticos18. A intrusão de incisivos é combinação com a extrusão muitas vezes o dos dentes posteriores tem preferencial de uma mordida sido rotineiramente utilizada profunda19, no tratamento entanto, utilizando princípios da DVS 198 no tratamento das mordidas mm, por extrusão na área de profundas, nivelamento por meio de pré-molares, da curva de grau, por intrusão de incisivos Spee, a mesma é reduzida em (Figuras média de 2,47 mm para 0,19 7.1.7)20. e 7.1.5; em menor 7.1.6; e 199 200 Desta forma a alteração essencial para a continuidade padrão na de tratamento, permitindo o primeira fase do tratamento efetivo tratamento mesmo em ortodôntico, condições no de colagem acrescida da sequência de nivelamento é A distalização molar mais (Figura 7.1.8)21. quando associada também permite o tratamento maloclusões das principalmente, mordida profunda, severas de classe se às II22, durante 201 este procedimento, ancoragem for de esquelética23, quando a natureza a intrusão de incisivos poderá O cuidado na intrusão incisal, deve ser considerado pelo movimento altamente ser de grande magnitude24, permitindo desta forma, também melhorar o contorno gengival25. comprometedor à integridade das raízes26. 202 Avaliando os efeitos do tratamento profundas das no observa-se melhora eliminando longo que a mordidas o prazo mesmo sobremordida, o apinhamento na angulação dos incisivos um dos mais importantes objetivos terapêuticos quando no tratamento destas questões27, havendo contudo, recidiva no pós tratamento existente na região anterior e mas de pequena magnitude inferior, sendo a intervenção (Figura 7.1.11)28. 203 CONCLUSÃO Com o objetivo de determinarmos os procedimentos a serem adotados, e a limitação dos mesmos, no Quadro I, faremos a distinção nesta mordida profunda, sobre a natureza clínica da mesma (em milímetros), esquelético (padrão facial). separando-a do envolvimento 204 Desta forma na fase I de nivelamento (N) apresentaremos as possibilidade de intervenção da mesma, deixando para a segunda fase, o de acerto da maloclusão (A), a implementação de formas mais efetivas de abordagem destas questões. Clínico T E V S Quadro I - Grau de envolvimento da mordida profunda Cefalométrico 205 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. GRANDO G, YOUNG AA, VEDOVELLO FILHO M, VEDOVELLO SA, RAMIREZ-YANEZ GO - Prevalence of malocclusions in a young Brazilian population. Int J Orthod Milwaukee. 2008; 19 (2): 13-6. 2. USLU O, AKCAM MO, EVIRGEN S, CEBECI I - Prevalence of dental anomalies in various malocclusions. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2009; 135 (3): 328-35. 3. CASKO JS, EBERLE KM, HOPPENS BJ - Treatment of a dental deep bite in a patient with vertical excess and excessive gingival display. Am J Orthod Dentofac Orthop. 1989, 96 (1): 1-7. 4. JACONSEN PE, KJAER I, SONNESEN L - Skull thickness in patients with skeletal deep bite. Orthod Craniofac Res. 2008; 11 (2): 11923. 5. NANDA S - Am J Orthod Dentofac Orthop. 1988, 93 (2): 103-16. 6. BECKMANN SH, KUITERT RB, PRHAL-ANDERSEN B, SEGNER D, TUINZING DB - Alveolar and skeletal dimensions associatedwith overbite. 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Eur J Orthod. 2006, 28 (5): 503-512. 210 7.2 – As Mordidas Abertas Anteriores A mordida aberta anterior é um fenômeno multifatorial1, podendo ser diagnosticada clinica e cefalometricamente2 (Figura 7.2.1). Figura 7 .2 .1 – Mordida aberta anterior de paciente adulto Figura 7 .2 .2 – Visão intra-bucal anterior de paciente em fase de dentição mista com mordida aberta anterior. 211 A etiologia tem um sobre sua morfologia3 importante papel no diagnóstico com a Esta maloclusão pode ter de auto-correção1;2, se em fase hereditariedade, crescimento norma desfavorável, (Figuras 7.2.2 e 7.2.3). de dentição decídua ou incorreta, mista2, desde que não envolva apresentando forte influência a região de pré-molares ou postura molares1 (Figura 7.2.4). Figura 7 .2 .3 – Telerradiografia de paciente jovem evidenciando mordida aberta anterior com norma cefalométrica apresentando alterações esqueletais. 212 Figura 7 .2 .4 – Na sequência de fotografias frontais intrabucais podemos evidenciar mordida aberta anterior prétratamento (I), e após a remoção do hábito de sucção digital que a ocasionou, a sensível melhora no desenvolvimento da dentição (II, III, IV). A prevalência maloclusão baixa acontece porcentagem4, desta Dentre os fatores em etiológicos das mordidas com abertas anteriores, pequena percepção por parte apresentam do sucção paciente ocorrência, não para sua havendo maioria 13,9% histórico digital (polegar dos de na casos), assim, direta relação entre a principalmente quando este necessidade de tratamento e hábito exceder em 18 meses o impacto social da mesma5. (Figura 7.2.5), independente 213 do gênero, podendo causar ser influenciada por hábitos além de interposição lábio-lingua, da mordida aberta anterior, classe II esquelética obstrução aérea, com conseqüente instalação sobressaliência excessiva3, também podendo com de respiração bucal1;2. Figura 7 .2 .5 – Em (I) observamos paciente jovem em fase de dentição de crescimento não conseguindo realizar vedamento labial com harmonia muscular. Figura 7 .2 .5 – Em (II) constatamos mordida aberta anterior clínica devido a sucção digital. Quanto podemos a tipologia, subdividi-la em dento-alveolar e esqueletal (Figuras 7.2.6), sendo que a 214 primeira causada por hábitos, enquanto na mordida aberta que esqueletal influenciam no crescimento e os secundários desenvolvimento do processo manter, e/ou, dento-alveolar, maloclusão1. para contribuindo desarmonia hábitos são ajudando exacerbar a oclusal1, Figura 7 .2 .6 – Em (I) observamos mordida aberta anterior de natureza dento-alveolar. Figura 7 .2 .6 – Em (II) observamos mordida aberta anterior de natureza esqueletal. a 215 Morfologicamente apresentam com erupção dos posteriores e se excessiva dentes aumento da aumentado, ramo mandibular curto, AFAI (Figura aumentadada7 7.2.6), transversa deficiência na região dimensão vertical1;6, além de zigomática na maxila e na plano mandíbula8, e sobressaliência oclusal mandibular invertido, aumento do ângulo goníaco, plano excessiva3. mandibular Figura 7 .2 .7 – Na telerradiografia podemos avaliar: ângulo goníaco plano mandibular altura do ramo AFAI 216 Quando se necessidade avalia de a tratamento Sabemos que a maioria das mordidas abertas se ortodôntico em brasileiros, as caracteriza mordidas abertas anteriores desenvolvimento excessivo não estão enumeradas dentre vertical posterior, as maiores necessidades9. com a Em seu tratamento há a dos pelo maxilar intrusão ortodôntica molares necessidade do envolvimento impossível, da família, quando em terapia necessária precoce, para que o objetivo esquelética da terapia não cirúrgica possa fechamento ter sucesso Com 10 . quase muitas vezes a ancoragem para o mordidas6, das como alternativa a cirurgia no respeito ao tratamento, podemos utilizar algum e sendo dispositivo com a tratamento das mordidas abertas anteriores14. Também poderão ser intenção de se interpor aos utilizados os elásticos inter- hábitos de sucção quando em maxilares15 (Figura 7.2.9), às terapia precoce e de natureza vezes, associados aos arcos dento-alveolar11 com (Figura 7.2.7). tração alta (high-pull) também podem ser utilizados nas terapias precoce origem esqueletal12; 7.2.8). de extrusão (Figura 7.2.10), desde que o Os Aparelhos extra-bucais em dobra 13 de (Figura hábito de interposição esteja corrigido para que exista estabilidade final do caso13. 217 I Figura 7 .2 .7 – Em (I) observamos paciente em fase de dentição mista com mordida aberta anterior do tipo dento-alveolar... ... Tratada com placa impedidora de língua (em II e III) do tipo SN-3 , com resultado de correção da maloclusão evidenciado poucos meses após (IV). III A alternativa de exodontia após a sobressaliência pode empregada12 de regiões mais posteriores ser da arcada, com fechamento 7.2.11), de espaços em duas etapas, utilizado tratando a padrão e bráquetes anteriores16. sobremordida primeiro negativa, (Figura podendo ser a de ainda alteração colagem no dos 218 Figura 7 .2 .8 – Em visão lateral podemos avaliar a direção dos vetores de forças implementadas pelo high-pull, o que possibilita a intrusão do setor posterior da maxila. As exodontias de moles19, embora exista segundos pré-molares, e a de afirmação desconsiderando a primeiros molares ocasionam justificativa de exodontia com rotação mandibular o horária17; 18 anti- , com alterações favoráveis no perfil de tecidos intuito de aumentar diminuir a sobremordida20. ou 219 Figura 7 .2 .9 – Em visão lateral observamos a seqüência de intervenção em mordida aberta em paciente adulto... ... Inicialmente com elásticos verticais anteriores, e em seguida o desenvolvimento do nivelamento superior. Figuara - 7 .2 .1 0 – Em visão lateral o arco de extrusão, construído com fio . 0 1 6 ” x .0 1 6 ” de cromo-cobalto. 220 Figura 7 .2 .1 1 – Visão de três momentos no tratamento da mordida aberta anterior de paciente adulto. Em (I), pré-tratamento... ... Em (II), com exodontia de segundo pré-molar superior e perda de ancoragem molar, e em (III), resolvendo o problema da arcada inferior, para em seguida reiniciar o tratamento da arcada superior. Atualmente cirúrgica do posterior contudo, impacção ser segmento zigomática21. vem considerado efetiva a sendo como de a opção aplicada na região Finalmente, tratamento tratamento, ortodontia ancoragem ortognática no combinado fixa + cirurgia alguns fatores esqueletal pode ajudar nesta podem intrusão desenvolver recidiva, e dentre posterior, podendo levar de o paciente a 221 eles, a altura facial posterior tais como respiração bucal, e (parâmetro de Jarabak), bem padrão como hábitos para-funcionais, interposição muscular22. de deglutição com Conclusão Clínico Cefalométrico T E V S Quadro I - Grau de envolvimento da mordida aberta anterior. No quadro I, é relevante fazer o discernimento entre o que seja problema clínico, e o que seja problema de origem cefalométrica. 222 Desta forma na linha cefalométrica (plano utilizada para o diagnóstico mandibular, altura do ramo, das ângulo goníaco) definiremos questões verticais, na coluna clínico, apontaremos o se grau apresenta de maloclusão restrito existe a o envolvimento estudada área da (está incisal, ou envolvimento de outros grupos dentários). Na coluna cefalométrico, a partir das análises de perfil e a maloclusão também envolvimento esqueletal. E a partir do somatório das questões utilizaremos clínicos enumeradas os disponíveis recursos para o tratamento destes problemas. 223 Referências Bibliográficas 1. Stojanović L. - Etiological aspects of anterior open bite. Med Pregl. 2007 Mar-Apr;60(3-4):151-5 2. Ngan P, Fields HW - Open bite: a review of etiology and management. Pediatr Dent. 1997 Mar-Apr;19(2):91-8. 3. 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ou protrusão maxilar e retrusão de natureza angular: (SNB) e mandibular, menor ângulo incisal (LIA); e com ângulo Downs indicando "que apenas ainda, 27,0% (Go-Me), (Pg-N), e (Go-PG)16. da amostra retrusão mandibular"14. tinha medidas horizontais 235 Deve ser mencionado com dento-esqueletal entre as respeito às diferenças entre duas subdivisões17, maloclusão esperando-se apenas de classe II um divisão 1, e divisão 2, que rosto relativamente curto e exceto à posição dos incisivos um superiores, não há diferença incisal entre as bases apicais (maxila características e mandíbula) na morfologia do Deckbiss (Classe II/2)18. ângulo como obtuso as interúnicas consistentes 236 A Classe II/2 pode ser considerada como uma Classe padrão II/1, de II aumento do inter-incisal, e esquelética, todas ângulo características o Classe entidade que difere em quase as enquanto esqueléticas e dentárias pois, mordida profunda esquelética o são características comuns da padrão esquelética de e Classe ângulo II inter- incisal reduzido caracteriza a classe II/219. 237 Alguns fatores afetam as estimativas de crescimento de trabalho (intermitente versus contínuo), tempo de mandibular: (1) a direção do tratamento crescimento do côndilo (Co- curto), o momento ideal de Pg), (2) posição a de mandíbula de tratamento pogonion na crescimento da puberdade ou crescimento, mento20, versus mudança durante deposição (longo e de (3) osso podendo (antes o após a crescimento)22. no A o surto protração do de mandibular também com uma mordida construtiva influenciar a expressão clínica de 5 mm e avanço 4 mm de de mordida profunda21. abertura promove padrões de Quanto terapêutica, a as abordagem principais estresse mais favoráveis na ATM, melhorando assim diferenças entre os aparelhos resposta condilar removíveis e fixos são horas aparelhos funcionais23;24. a de 238 O FR-2 apresenta Aparelhos funcionais e estabilidade na correção da aparelhos Twin maloclusão inicial de Classe conseguem melhora II, com aumento de 3,0 mm relação inter-maxilar sagital no comprimento mandibular (diminuição da ANB), agindo no longo prazo25. principalmente na mandíbula (aumento do Block na SNB)26, 239 enquanto os aparelhos Twin na maxila (diminui no SNA)28 Block também parecem agir (Figura na considerações adversas29. maxila (diminuição de 8.10), apesar de SNA)27, com os AEBs agindo Em suma, a resposta ao tratamento aparelhos após o uso funcionais, de e/ou, AEBs durante o crescimento em pacientes Classe II são respectivamente por atuação na mandíbula funcionais), e (aparelho na maxila 240 (AEBs) (Figura 8.11), exceto duplo, que mostra alterações para em ambos os maxilares30. o grupo de bloqueio Existindo ainda resposta de natureza dento-alveolar os aparelhos com funcionais31. será situações a terapia pode incluir a remoção de dentes permanentes (Figura 8.12). A Finalmente, em pacientes adultos lembrar que em determinadas relevante maior proporção de extração (49,71%) foi encontrada nas 241 maloclusões de Classe II, divisão 2, com a decisão para influenciada pela análise cefalométrica32. a extração não devendo ser O maior extração percentual encontrado de usar na tratamento dentição permanente mostra que quando não podemos somos alternativas de interceptador, obrigados a extrair 242 dentes com maior No entanto, pacientes freqüência32. aqueles com tratados com "camuflagem", ambas as por meio de exodontia de pré- podendo molares superior apresentam influenciar os (Figura incisivos centrais superiores mais retraídos que exodontia bases desta no 8.13), em apicais, forma, perfil33;34, devido ao aumento no ângulo nasolabial 243 (Figura vezes 8.14), é indesejável35, que muitas esteticamente sem esquecer Assim, alternativas conservadoras distalização como dos molares que a morfologia dos tecidos superiores moles para tratar uma má oclusão pré-existentes provavelmente o é maior determinante comportamento do lábio36. do pode a ser dentária de Classe II37. usada 244 CONCLUSÃO Portanto, no Ainda, devemos preenchimento do espaço (S) estabelecer a partir da análise do de Jarabak, a equivalência de quadro I relevante - TEVS, será estabelecermos crescimento entre base de primeiro se o paciente está crânio anterior (linha S-N), e em comprimento fase de crescimento e desenvolvimento, ou, se em mandibular fase adulta. definirmos Caso esteja em momento de crescimento corpo (Goc-Me), para o potencial de crescimento da mandíbula. fatores Lembre-se, que segundo cefalométricos terão grande Jarabak, ambas as medidas relevância, citadas devem ter o mesmo somente ponto os do assim, a A não Convexidade (que maloclusão define sagital), também do será a mas definição será a partir da relação de caninos presente, partir da para de trabalhar com a hipótese de a profundidade facial Ricketts (PF), e profundidade (P.Max) Se o paciente for adulto, a relevante estabelecermos maxilar valor em milímetros. se a que possamos então exodontia ou não. Quando estivermos com maloclusão de classe II tem relação de caninos de até 1/2 componente cúspide, poderemos trabalhar mandibular, maxilar, ou ambos envolvidos na maloclusão. com hipóteses conservadoras mais (elásticos de 245 classe II, distalização) expansão, para não realizarmos as exodontias. tratamento apropriado ser Finalmente, as exodontias uma relação de caninos, com no classe cúspide, de mais bilateral, exodontias superiores. Contudo, se encontrarmos II com arco inferior na 1/2 realizado condição e sem ausência de espaço neste arco . Clínico E V S Quadro I - Análise TEVS serão de necessidade de expansão, o T deve Cefalométrico de 246 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Li Y - Early orthodontic treatment of skeletal Class II malocclusion may be effective to prevent the potential for OSAHS and snoring. Med Hypotheses. 2009; 73 (4): 594-5. 2. 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Estas apresentam maloclusões forte da musculatura influência em repouso relação 8.16), do fatores, à crescimento maxila e/ou, da (Figura base crânio4 (Figura 8.17). do 253 A estrutura esquelética da Sua abordagem precoce maloclusão de classe III se pode ajudar a minimizar as desenvolve antes do período adaptações e limitações que de crescimento pré-puberal4 são muitas vezes observadas (Figura 8.18). de forma severa ao final da adolescência1 (Figura 8.19) 254 255 Uma fotografia de perfil pode mostrar com alta tecido facial 8.20), mostram forte correlação com probabilidade de acerto, uma algumas discrepância esqueléticas esquelética (Figura estruturas (plano classe III, e extremamente mandibular (graus), e para N- útil perpendicular (mm)5 (Figura para durante a o diagnóstico consulta inicial5, porque as características do 8.21). 256 Cefalometricamente, o ângulo ANB é um indicado bastante preciso6 normal, comprimento o mandibular com Ainda, o ângulo da base craniana Morfologicamente, também, menor altura facial7. (Figura 8.21). e com está maxila incisivos mais agudo, retruída, superiores e foram apresenta-se mais aumentado vestibularizados, ao contrário em indivíduos (Figura indivíduos Classe III dos que em estão 8.21), com oclusão dentes inferiores que verticalizados, produzindo um perfil feminino 257 com tendência desenvolvimento de horizontal, padrão de crescimento mais vertical8 (Figura 8.22). enquanto, os masculinos com Os indivíduos maloclusão de classe com III Esta análise mostra que o diagnóstico precoce possuem uma posição muito adequado, incluindo a análise mais cefalométrica, mesial glenóide9 da fossa é importante para identificar a localização 258 da displasia. Se a displasia é do crescimento do paciente (o na maxila, o tratamento pode que poderia ocorrer após a prevenir idade de 18 em mulheres, e a necessidade de cirurgia ortognática futuro10. O tratamento prognatismo para 20 o mandibular anos de idade nos homens) para a realização da cirurgia ortognática10. envolve geralmente avaliação Em termos de goníaco, e padrão esquelético prognóstico, geralmente nos é um bom indicador para o indivíduos com menor ângulo 259 tratamento precoce destas maloclusões11. Há 1.) Combinado ortodontia e ortopedia, diferenças 2.) somente raciais ortodôntico precoce, sobre este aspecto, pois em Combinado ortodontia indivíduos cirurgia ortognática14. brancos encontramos piora definitiva do relativo prognatismo Os 3.) resultados abordagens e com precoces são mandibular, e da discrepância escassos com o ângulo ANB, e esquelética o sagital com o crescimento12. Com relevantes os resultados indicando que na Classe III, no pico puberal crescimento temos ângulo médio de sendo indicadores o para potencial de recidiva15. de mandibular, aumento avaliarmos SNB Na abordagem precoce do prognatismo, melhora demonstrou-se acentuada com comprimento mandibular em alteração do ângulo ANB (em cerca valores médios de 0,9 graus), de 5,5 a 8,0 mm, havendo ainda manifestações por de valores crescimento finais de fases desenvolvimento (correspondente completa em dos à erupção segundos e terceiro molares)13. para maxilar médios graus)-(SNA)16, de (em 2,37 através da utilização da máscara facial, e também com melhores resultados com este aparelho Os tipos de tratamentos existentes avanço as maloclusões de classe III são: que com ortopédicos funcionais17 (Figura 8.23). 260 Sugere-se que com Com as mentoneiras máscara facial, a protração é (Figuar uma técnica eficaz para tratar esquelético a maloclusão de Classe III na consideravelmente durante os dentição permanente precoce, estágios iniciais desta terapia, melhorando no maxilar SNA o crescimento (aumento 2,37 graus em média)18. de 8.24) perfil melhora entanto, raramente durante o tais são o mudanças mantidas período de 261 crescimento puberal, pois o as características herdadas de tratamento prognatismo4. com as mentoneiras raramente altera O principal da As mesma é o atraso da rotação atuam da mandíbula, quantidade efeito mentoneiras na maxila, contudo, a apenas rotação é mandibular20. de maior no gênero masculino que no feminino19. o não afetando crescimento Em pacientes adultos com grave maloclusão esquelética 262 de classe III, muitas vezes é do necessário tratamento tratamento pode ortodôntico- movimento distal mandibular, e o combinado cirúrgico, no entanto, em tratamento, assim, o incluir o do arco exodontias alguns casos os pacientes não inferiores/posteriores21 aceitam a cirurgia como parte (Figura 8.25). 263 A alternativa de exodontia de um incisivo inferior pode levar a não apresentam diferenças significantes23. resultados Ao optarmos entre o satisfatórios no tratamento de tratamento de compensação adultos com leve maloclusão ortodôntica de classe III e sobremordida ângulo reduzida, uma diretriz para determinar particularmente as grande tratamento, mandibular inter-caninos, excesso dentes de e algum tamanho inferiores dos porém, o paciente com resultados, modalidades freqüentemente se podem compensação Este casos dentária ser de seja, é respeito pois ambas de aos as tratamento conseguir melhorias satisfatórias24. que o esperado22. Nos ou o importante questionarmos o ortodôntico mais complicado e demorado pode modalidades tratamento tornou cirúrgica, Holdaway quando combinada com uma largura ou fato de relevância as completas é de pois, grande pesquisas comparando diferenças entre as posições pacientes classe III tratados dos por incisivos comparados inferiores aos tratados complementação casos com cirúrgica camuflagem tratados ortognática numerosas25. e por aqueles cirurgia não são 264 Conclusão No quadro 1 a seguir, na protrusão mandibular coluna clínico descreveremos (profunidade a situação clínica de caninos, Ricketts), e na coluna cefalométrico, a ocorrências. partir da convexidade do facial ou de ambas as E ainda a partir da medida ponto A (Ricketts) teremos cefalométrica certeza se a maloclusão de (comprimento classe faremos comparação com a III apresenta envolvimento esquelético. Em pacientes jovens será importante também definirmos se a maloclusão de maxilar S-N), e desta crescimento esperado. Ricketts), Clínico mandibular) formar estabelecermos o potencial de (Profundidade de Jarabak base do crânio anterior (linha classe III ocorre por retrusão maxilar de Cefalométrico T E V S Quadro 1 -Análise da lista de problemas (TEVS) 265 Referências Bilbliográficas 1. Ngan P, Hu AM, Fields HW Jr - Treatment of Class III problems begins with differential diagnosis of anterior crossbites. Pediatr Dent. 1997 Sep-Oct;19(6):386-95. 2. Le Gall M, Philip C, Bandon D - The functional mandibular prognathism - Arch Pediatr 2009; 16 (1): 77-83. 3. Gomes AC, Vitti M, Regalo SC, Semprini M, Siéssere S, Watanabe PC, Palomari ET - Evidence of muscle role over the cranio-facial skull development in Angle's Class III dental malocclusion under the clinical rest position. Electromyogr Clin Neurophysiol. 2008 Nov-Dec;48(8):335-41. 4. Sugawara J, Mitani H - Facial growth of skeletal Class III malocclusion and the effects, limitations, and long-term dentofacial adaptations to chincap therapy. 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