protocolos_agua
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1481 Determinação do pH Objectivo: Determinar o pH da água. Reagentes: Material 8 Conta – gotas 8 Indicador universal de pH 8 Tubo de ensaio 8 Papel de pH Procedimento 1. Num tubo de ensaio contendo a amostra de água introduzir uma tira de papel pH. Comparar com a escala de cores e determinar o seu valor. 2. Num tubo de ensaio com 10 ml de água adicionar 2 gotas de indicador universal. Agitar e colocar o tubo sobre um fundo branco e comparar com a escala de cores para determinar o seu valor. Observações 8 A determinação de pH deve fazer-se no momento de recolha da amostra, pois varia com o tempo, devido à ocorrência de reacções químicas na água. A diferença pode ser de 1 unidade de pH. 8 A determinação de pH é mais precisa com o indicador universal (+/- 0,2 unidades de pH). Interpretação dos Resultados O intervalo normal de pH das águas está compreendido entre 4 e 9. Para que exista vida aquática, o pH não deve apresentar valores menores que 5 nem superiores a 9. De preferência deve situar-se entre 6,5 e 8,5. A água potável deve ter um pH entre 7 e 8,5, embora se tolerem valores entre 6,5 e 9,2. A água para rega deve ter um pH entre 4,5 e 9,0. Análise da Qualidade da Água 2 Determinação de Cloretos Objectivo: Determinar os cloretos da água. Reagentes: Material 8 Conta – gotas 8 Ácido acético 0,1 N 8 Tubo de ensaio 8 Ácido nítrico 0,1 N 8 Matraz de 100 ml 8 Carbonato de sódio 0,1 N 8 Pipeta de 10 ml 8 Nitrato de prata 0,01 N 8 Pompete 8 Papel pH 8 Peróxido de hidrogénio 30% 8 Reagente cloretos* *Reagente cloretos: solução de cromato de potássio a 5%. Dissolver 5 g de cromato de potássio em 50 ml de água e adicionar nitrato de prata 0,1 N gota a gota até formar um precipitado vermelho claro permanente. Filtrar a e diluir até 100 ml Procedimento Qualitativo 1. Colocar uma amostra num tubo de ensaio e adicionar 3 a 5 gotas de nitrato de prata 0,01 N. a formação de um precipitado indica a presença de cloretos e carbonatos. 2. Adicionar de novo 5 a 10 gotas de ácido nítrico 0,1 N e agitar. A persistência do precipitado indica a presença de cloretos. O precipitado já é visível com uma concentração de 1 mg / l de cloretos. Quantitativo 1. Verificar o pH da amostra (para análise deve conter um pH de 7 a 9). Se é alcalina (pH 9) deve-se neutralizar com ácido acético e se é ácida (pH 7) deve-se neutralizar com carbonato de sódio. 2. Num matraz colocar 25 ml da amostra e adicionar 1 ml de reagente cloretos. 3. Adicionar nitrato de prata 0,01 N até que o precipitado adquira uma cor amareloavermelhado. Registar a quantidade de nitrato de prata utilizada (V). 4. A concentração obtém-se pela fórmula, [Cl-] = 1000 x 0,01 x V / 25 Análise da Qualidade da Água 3 Interpretação dos Resultados As mudanças bruscas na concentração de cloretos na água é um indicador de contaminação. A urina do homem e dos animais apresenta uma elevada quantidade de cloretos. Assim, a determinação da concentração de cloretos nas águas residuais provenientes da indústria agro-pecuária é um parâmetro importantes, pois estas águas podem infiltrar-se no solo e contaminar os aquíferos ou ser lançadas nos rios, destruindo organismos vivos. A concentração média num rio encontra-se entre 10 e 50 mg/l. Análise da Qualidade da Água 4 Determinação do Cloro livre Objectivo: Determinar a presença de cloro na água. Reagentes: Material 8 Conta – gotas 8 Orto – tolidina, solução a 0,1% 8 Tubo de ensaio Procedimento 1. Colocar 10 ml da amostra num tubo de ensaio e adicionar 1 gota de orto – tolidina, solução 0,1 %. Agitar e esperar 5 minutos. Observar a cor e compara com a escala do quadro seguinte. Concentração (mg/l) Cor > 1,5 Amarelo 1,5 – 0,4 Amarelo pálido < 0,4 Amarelo muito claro Interpretação dos Resultados A orto – tolidina é um reagente capaz de detectar concentrações de cloro libré de cerca de 0,02 mg/l. A água para beber não deve conter mais do que 0.1 mg/l de cloro livre. As águas de recreio (piscina) devem apresentar valores de cloro livre compreendido entre 0,5 e 1,5 mg/l. Estes valores mantêm as águas desinfectadas, evitando-se concentrações superiores que irritam as mucosas nasal e conjuntiva. Análise da Qualidade da Água 5 Determinação de Carbonatos e Bicarbonatos Objectivo: Determinar carbonatos e bicarbonatos presentes na água. Reagentes: Material 8 Conta – gotas 8 Ácido clorídrico 0,1 N 8 Tubo de ensaio 8 Reagente de metilo, solução a 0,1 % 8 Matraz 8 Cloreto de bárico 10% 8 Lamparina 8 Fenolftaleína, solução a 5% 8 Pinça de madeira 8 Papel pH 8 Pipeta de 10 ml 8 Pompete Procedimento Qualitativo 1. Determinar o pH da amostra. 2. Colocar no tubo de ensaio 5 ml da amostra, adicionar 10 gotas de cloreto de bário 10% e ferver durante 1 minuto. Se se forma um precipitado pode dever-se à presença de carbonatos, bicarbonatos e sulfatos. 3. Adicionar 1 ml de ácido clorídrico, 0,1 N. o precipitado que permanece deve-se aos sulfatos. Se não se observa merma na quantidade de precipitado, a concentração de carbonatos e bicarbonatos é desprezável. Quantitativo 1. Colocar num matraz 25 ml de água filtrada e adicionar 5 gotas de fenolftaleína, solução 5%. 2. Adicionar ácido clorídrico 0,1 N até que a solução perca a cor. Registar a quantidade de ácido clorídrico utilizada (V1). 3. Adicionar 5 gotas de reagente de metilo, solução 0,1 % e continuar a adicionar ácido clorídrico 0,1 N até que a cor mude de amarelo para salmão ou pardo. Registar a quantidade de ácido clorídrico utilizado (V2). 4. A concentração obtém-se pela fórmula, [CO3] = 1000 x 0,1 x V1 / 25 (Meq/l) [HCO3-] = 1000 x 0,1 x (V2 – V1) / 25 (Meq/l) [CO3] = meq/l x 60 (mg/l) Análise da Qualidade da Água 6 [HCO3-] = meq/l x 61 (mg/l) Interpretação dos Resultados A concentração de bicarbonatos na água doce deve variar entre 50 e 350 ppm, mas pode chegar aos 800 ppm. A concentração de carbonatos é muito menor, mas pode chegar aos 50 ppm. Na água do mar, a concentração de bicarbonatos e carbonatos pode ser de 100 e 1 ppm respectivamente. As águas da chuva contêm muito CO2. Nas águas superficiais, a quantidade de CO2 pode estar em equilíbrio com a atmosfera. Nos lagos, a quantidade de Co2 depende da temperatura, varia com a profundidade, a vegetação e outros factores. As águas muito carbonatadas são agressivas e impossíveis de utilização para fins industriais ou domésticos. As águas com muito bicarbonato não são adequadas para a agricultura, pois o sódio permanece no soo. Nos rios contaminados, a concentração de bicarbonato varia entre 250 e 350 mg/l, enquanto que nos cursos de água contaminados, esta concentração é superior a 350 mg/l. Análise da Qualidade da Água 7 Determinação de Sulfatos Objectivo: Determinar sulfatos presentes na água. Reagentes: Material 8 Agitador de vidro 8 Ácido clorídrico 0,1 N 8 Balança 8 Água destilada 8 Cadinho de porcelana 8 Reagente de metilo, solução 0,1 % 8 8 Cloreto de bário 10% Conta-gotas 8 Dissecador 8 Nitrato de prata 0,01 N 8 Estufa 8 Papel de filtro 8 Pinça de madeira 8 Recipiente para banho a vapor 8 Rede de amianto 8 Tripé 8 Tubo de ensaio 8 Vaso de precipitados Procedimento Qualitativo 1. Num tubo de ensaio colocar 5 ml de água, adicionar 10 gotas de cloreto de bário e ferver durante 1 minuto. Se se forma um precipitado, pode ser devido à presneça de carbonatos, bicarbonatos e sulfatos. 2. Adicionar 1 ml de ácido clorídrico. O precipitado que permanecer deve-se aos sulfatos. Quantitativo 1. Colocar 200 ml de água filtrada num vaso de precipitados. Adicionar 5 gotas de reagente de metilo e acidificar com ácido clorídrico até se verificar a mudança de cor de amarelo alaranjada para vermelho. 2. Adicionar um excesso de ácido clorídrico (pH entre 3 e 4). Ferver o líquido e adicionar pouco a pouco 10 ml de solução quente de cloreto de bário, agitando entre cada adição. Ferver durante 5 minutos. Se existirem sulfatos produz-se um precipitado, continuando-se com a análise. Análise da Qualidade da Água 8 3. Colocar o vaso de precipitados no banho a vapor e mantê-lo durante 1 a 3 horas. 4. Deixar arrefecer o conteúdo e filtrar com papel de filtro. 5. Recolher o precipitado e lavá-lo com água destilada quente até que as águas de lavagem, ao adicionar algumas gotas de nitrato de prata, não acusem reacção aos cloretos. 6. Colocar o papel de filtro com o precipitado num cadinho de porcelana, previamente pesado. Colocá-lo na estufa a cerca de 800º C durante 1 hora. 7. Deixar arrefecer num dissecador e pesar. 5. A concentração obtém-se pela fórmula, [SO4] = 0,4115 x P x 1000 (mg/l), em que V P = peso do precipitado obtido, em mg e V = volume da amostra, em ml. Interpretação dos Resultados A concentração do ião sulfato na água doce deve variar entre 2 e 150 ppm. A água do mar contém cerca de 3000 ppm. A água para beber com mais de 400 mg/l de sulfatos provoca problemas gastrointestinais. Nas águas contaminadas, a concentração de sulfatos varia entre 20 e 120 mg/l, enquanto que em água muito contaminadas, o seu valor oscila entre 120 e 250 mg/l. Análise da Qualidade da Água 9 Determinação de Cálcio Objectivo: Determinar a presença de cálcio na água. Reagentes: Material 8 Conta-gotas 8 Hidróxido de sódio 4N 8 Espátula 8 Indicador universal 8 Matraz de 100 ml 8 Oxalato de amónio 0,1 N 8 Pipeta de 10 ml 8 Papel de filtro 8 Tubo de ensaio 8 Papel pH 8 Pompete 8 Reagente cálcio AA* 8 Reagente cálcio – magnésio** 8 Solução reguladora de pH = 10*** *Reagente cálcio AA: mistura de murexida com 100 vezes o seu peso em cloreto de sódio. **Reagente cálcio – magnésio: dissolver 37,224 g de sal dissódico do ácido etilendiaminotetraacético (complexona III) com 1 ml de cloreto de magnésio M a um litro de água destilada. ***Solução reguladora de pH=10: misturar 67,5 g de cloreto de amónia e 570 ml de amoníaco concentrado, completando 1 litros com água destilada. Procedimento Qualitativo 1. Num tubo de ensaio colocar 5 ml de amostra, adicionar 10 gotas de solução reguladora e 10 gotas de oxalato de amónio. A formação de um precipitado branco revela a presença de cálcio. Quantitativo 2. Adicionar a 25 ml de amostra, 15 gotas de hidróxido de sódio e 50 mg de reagente cálcio AA. Titular com reagente cálcio – magnésio. 3. A mudança de cor de vermelho alaranjado para púrpura, indica o fim da titulacão. 4. A concentração obtém-se pela fórmula, Análise da Qualidade da Água 10 [Ca2+] = 1000 x 0,1 x M (mg/l), em que 25 M = quantidade de reagente Ca – Mg utilizada na titulacão, em ml. Interpretação dos Resultados A concentração do ião cálcio na água doce varia entre 10 e 250 ppm, mas pode chegar às 600 ppm. Na água do mar, a concentração aproximada é de 400 ppm. Na água para beber a concentração de cálcio deve ser de 100 mg/l. Análise da Qualidade da Água 11 Determinação de Magnésio Objectivo: Determinar a presença de magnésio na água. Reagentes: Material 8 Conta-gotas 8 Fosfato de sódio 0,1 N 8 Espátula 8 Negro de ericromo T 8 Matraz de 100 ml 8 Oxalato de amónio 0,1 N 8 Pipeta de 10 ml 8 Papel de filtro 8 Tubo de ensaio 8 Reagente cálcio – magnésio 8 Pompete 8 Solução reguladora de pH = 10 Procedimento Qualitativo 1. Depois de analisar a presença de cálcio, utilizar o mesmo líquido, filtrá-lo para eliminar o precipitado de cálcio, caso exista e analisar a presença de magnésio. 2. No tubo de ensaio que contém o líquido com a amostra de água, a solução reguladora e o excesso de oxalato de amónio, adicionar fosfato de sódio 0,1 n. a formação de um precipitado deve-se à presença de magnésio. Quantitativo 1. Filtrar 25 ml de amostra e adicionar 2 ml de solução reguladora e negro de ericromo T até que a amostra adquira uma cor vermelha. 2. Titular a solução com uma bureta que contenha uma solução de reagente Ca – Mg até que se observe a mudança de cor de vermelho para azul. Registar a quantidae de reagente Ca – Mg utilizada. 3. A concentração obtém-se pela fórmula, [Mg2+] = 1000 x 0,1 x (N – M) (mg/l), em que 25 M = quantidade de reagente Ca – Mg utilizada na titulacão do cálcio, em ml e N = quantidade de reagente Ca – Mg utilizada na titulacão actual. Multiplica-se por 10 para expressar o resultado em litros. Análise da Qualidade da Água 12 Interpretação dos Resultados A concentração do ião cálcio na água doce varia entre 1 e 100 ppm, mas pode chegar às 600 ppm. Na água do mar, a concentração aproximada é de 1200 ppm. Na água para beber a concentração de cálcio deve ser de 100 mg/l, embora o ideal seja 50 mg/l. Análise da Qualidade da Água 13 Determinação de Sódio Objectivo: Determinar a presença de sódio na água. Procedimento 1. A realização desta experiência exige a determinação prévia dos carbonatos, bicarbonatos, cloretos, sulfatos, cálcio e magnésio. 2. Determinam-se os aniões e catiões totais através das fórmulas seguintes, Aniões mg/l bicarbonato = meq/l bicarbonato 61 mg/meq Catiões mg/l cálcio = meq/l cálcio 20 mg/meq mg/l carbonato = meq/l carbonato 60 mg/meq mg/l magnésio = meq/l magnésio 12,2 mg/meq mg/l cloretos = meq/l cloretos 35,5 mg/meq mg/l sulfatos = meq/l sulfatos 48 mg/meq 3. Somam-se os catiões e os aniões independentemente. Para determinar a concentração de sódio aplica-se a fórmula, mg/l de sódio = (somatório catiões – aniões) x 23 mg/meq Interpretação dos Resultados A concentração do ião sódio na água doce varia entre 1 e 150 ppm, mas pode chegar às 600 ppm. Na água do mar, a concentração aproximada é de 10000 ppm. Se o valor obtido é superior a 10, a água não é aconselhável para rega. Análise da Qualidade da Água 14 Determinação da Dureza das Águas Objectivo: Determinar a dureza das água. Procedimento 1. A dureza total obtém-se a partir da análise do cálcio e magnésio, mediante a aplicação da fórmula seguinte, Dureza total = mg/l cálcio x 2,5 + mg/l magnésio x 4,12 10 O resultado expressa-se em graus franceses, em que 1 grau francês = 10 mg/l de carbonato de cálcio. Interpretação dos Resultados As águas doces apresentam valores de dureza que variam entre 10 e 300 ppm de carbonato de cálcio. A água do mar apresenta uma dureza de 1500 ppm de carbonato de cálcio. Uma dureza superior a 150 é indicadora de águas contaminadas. Análise da Qualidade da Água 15 Determinação da Matéria em Suspensão Objectivo: Determinar a presença de matéria em suspensão na água Reagentes: Material 8 Balança 8 Papel de filtro 8 Cadinho de porcelana 8 Conta-gotas 8 Estufa Procedimento 1. Filtrar a amostra de água previamente recolhida, de modo a evitar a formação de precipitados, com um papel de filtro de peso conhecido. 2. Colocar o papel de filtro num cadinho de porcelana previamente pesado e secar na estufa a 110º C. 3. Deixar arrefecer e pesar o cadinho juntamente com o papel de filtro. 4. Aplicam-se as fórmulas seguintes, mg/l de matéria em suspensão = P – P’, em que P = peso final do cadinho com o filtrado, em mg e P’ = peso do cadinho vazio + peso do filtro, em mg. Interpretação dos Resultados Se o valor se situa entre 75 e 300 mg/l de matéria em suspensão, as águas encontram-se contaminadas. Se o valor obtido é superior a 300 mg/l de matéria em suspensão, as águas apresentam-se muito contaminadas. Análise da Qualidade da Água 16 Determinação do Resíduo Seco e Condutividade Eléctrica Objectivo: Determinar a presença de resíduo seco na água e a sua condutividade eléctrica. Reagentes: Material 8 Balança 8 Água destilada 8 Banho - Maria 8 Cadinho de porcelana 8 Estufa 8 Matraz de 100 ml Procedimento 1. Colocar 100 ml da amostra no cadinho de porcelana previamente pesado. 2. Colocar o cadinho no banho – Maria até secar. 3. Colocar o resíduo na estufa, durante 2 horas, a 110º C. 4. Deixar arrefecer e pesar. 5. Voltar a secar e pesar de novo, repetindo este processo até se obter um peso constante. 6. Aplicam-se as fórmulas seguintes, mg/l de resíduo seco = P – P’ x 10, em que P = peso final do cadinho no final, em mg e P’ = peso do cadinho vazio, em mg. Multiplica-se o valor obtido por 10, pois utilizaram-se 100 ml e o resultado é apresentado em mg de resíduo seco por litro. Interpretação dos Resultados O resíduo seco oscila entre 50 e 1500 ppm nas águas doces. A água do mar apresenta cerca de 35000 ppm. Uma água com mais de 1 g de sal não é recomendada para a rega. Existe uma relação entre o resíduo seco e a condutividade eléctrica da água. Esta é a capacidade de uma água para conduzir a electricidade. Cresce em função da salinidade. Mede-se em microhms/cm e determina-se através da fórmula seguinte, Análise da Qualidade da Água 17 Resíduo seco (mg/l) = 0,86 condutividade específica Uma água com mais de 2000 microhms/cm não pode ser utilizada na rega. Análise da Qualidade da Água 18 Carência Química de Oxigénio Objectivo: Determinar carência química de oxigénio na água. Reagentes: Material 8 Conta – gotas 8 Ácido oxálico 0,01N 8 Matraz 8 Ácido sulfúrico 1:3 v/v 8 Pipeta de 10 ml 8 Água destilada 8 Rede de amianto 8 Permanganato de potássio 0,1 N 8 Tripé 8 Lamparina Procedimento 1. Colocar num matraz 100 ml de água destilada, adicionar 5 ml de ácido sulfúrico 1:3 e diversos ml de permanganato de potássio 0,1 N.Ferver a mistura durante 10 minutos. 2. À solução vermelha adiciona-se com a bureta ácido oxálico 0,01N, até que se produza a descoloração. 3. Acrescentam-se umas gotas de permanganato até que apareça o tom rosado. 4. Neste líquido que não possui matéria orgânica, deita-se 10 ml de ácido oxálico 0,01 N. aquece-se e adiciona-se com a bureta, a solução de permanganato até aparecer a cor rosa. Registar o volume de permanganato de potássio utilizado (M) 5. Retirar o conteúdo do matraz e sem lavá-lo, adicionar 100 ml de água da amostra. Adicionar 5 ml de ácido sulfúrico 1:3 e manter em ebulição durante 10 minutos. O volume de água perdido é reposto por adição de água destilada. 6. À solução em ebulição adicionar 10 ml de solução de permanganato e de seguida, aquecer até à ebulição, durante 10 minutos. 7. A solução adquire a cor vermelha. Imediatamente adicionar 10 ml de ácido oxálico 0,01 N, deixando ferver até que a solução perde a cor. 8. Sobre esta solução sem cor, titular com a bureta contendo permanganato de potássio 0,1 N, até que apareça uma ligeira cor rosa. Registar o volume de permanganato utilizado (V). 9. A fórmula a aplicar é a seguinte, Análise da Qualidade da Água 19 A = [(V + 10) x f – 10] x 0,8, em que f = factor da solução de permanganato, que se calcula através de uma regra 3 simples, M ml de permanganato de potássio 10 ml de ácido oxálico 1 ml de permanganato de potássio f f = 10 / M V = volume de permanganato de potássio gasto na titulação realizada sobre a água da amostra. M = volume de permanganato de potássio gasto na titulação realizada sobre a água destilada. O resultado é expresso em mg de óxido consumido por litro de água. Para o expressar em mg de permanganato de potássio consumido, multiplica-se por 3,95. Interpretação dos Resultados A carência química de oxigénio é um parâmetro importante para analisar a contaminação da água. Deve utilizar-se para comprara as mesmas águas em diferentes circunstâncias e não águas diferentes, pois cada água pode possuir agentes redutores que falseiam os resultados. Na água para beber, o oxigénio absorvido não deve ser superior a 3 mg/l, uma vez que a matéria orgânica não é tóxica por si, mas pode existir contaminação de origem industrial, possível portadora de produtos tóxicos. Oxigénio consumido (mg/l) Águas <1 Águas muito puras. 1–3 Águas sem contaminação. 3-4 Águas com possível contaminação. >4 Águas contaminadas. Análise da Qualidade da Água 20 Dióxido de Carbono Objectivo: Determinar a presença de dióxido de carbono na água. Reagentes: Material 8 Conta – gotas 8 Ácido clorídrico 0,1 N 8 Matraz 8 Fenolftaleína, solução 5% 8 Pipeta de 10 ml 8 Hidróxido de sódio 1 N 8 Pompete Procedimento 1. Colocar 25 ml da amostra de água num matraz e adicionar 1 ml de hidróxido de sódio 1 N e umas gotas de fenolftaleína 5 %. A solução adquire uma tonalidade violeta avermelhado. 2. Titular com uma bureta que contenha ácido clorídrico 0,1 N até que a solução perca a cor. Registar a quantidade de ácido clorídrico utilizado na titulação. 3. A fórmula a aplicar é a seguinte, mg/l CO2 = 1000 x (V1 – V2 x 0,1) x 22, em que V V = volume de água utilizada na determinação (25 ml) V1 = volume de hidróxido de sódio 1 N adicionado inicialmente, em ml V2 = volume de ácido clorídrico 0,1 N utilizado na titulação com fenolftaleína, em ml Interpretação dos Resultados O dióxido de carbono livre é o prejudicial. Normalmente, a sua concentração situa-se entre 1 e 30 ppm, correspondendo os valores menores às águas em contacto com a atmosfera. Análise da Qualidade da Água 21