Tuning - Bosch

Transcrição

Tuning - Bosch
capa3
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VidaBosch
Abril de 2005 • nº 2
Agulha, linha, ação!
Tuning
as máquinas
envenenadas
Débora Falabella
assume a direção
Redescobrindo a
BR-101
São Paulo a Salvador via litoral
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VidaBosch
Ellen Paula
Daniel Cymbalista/Pulsar
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02
viagem
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eu e meu carro
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torque e potência
Desvendando as paisagens
e as curvas da BR-101
O primeiro automóvel
de Débora Falabella
Os velozes caminhões da
F-Truck conquistam o público
14
08
Ricardo Ayres/Photocamera
Nesta segunda edição, a revista
VidaBosch reforça ainda mais o
compromisso de tornar a sua vida
melhor e promove uma nova incursão no mundo das curiosidades, do entretenimento e das tendências.
Você vai passear por belezas
como as do litoral que extasia os
olhos de quem viaja pela BR-101
— cruzando os estados de São
Paulo, Rio de Janeiro, Espírito
Santo e Bahia — e conhecer a
elegância discreta da atriz Débora
Falabella, que tem atuado com
desenvoltura e competência em
diversos palcos e telas do país.
Esta edição vai levar você a
descobrir como o trabalho manual
estimula a criatividade e como o
todo-poderoso vinho tinto pode
fazer maravilhas na culinária.
Mais adiante no mundo das
curiosidades, você vai descobrir
como a Bosch participa do setor
dos medicamentos genéricos e
da construção das grandes obras
brasileiras.
Na seção atitude cidadã, as histórias sobre voluntariado vão
mostrar que podemos fazer um
mundo melhor. A revista também
vai proporcionar a você conhecimentos sobre tuning — a arte de
personalizar um carro.
Enfim, a VidaBosch traz uma
seleção de informações especiais,
e a Bosch se orgulha de estar presente em todas essas situações.
Boa leitura!
42
VidaBosch é uma publicação trimestral da Robert Bosch Ltda., desenvolvida pelo departamento
de Marketing Corporativo (ADV).
14
casa e conforto
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saudável e gostoso
26
tendências
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grandes obras
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Brasil cresce
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atitude cidadã
42
aquilo deu nisso
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áudio
Presidente: Edgar Silva Garbade
Gerente de Marketing Corporativo: Ellen Paula G. da Silva
Produção e edição: PrimaPagina (www.primapagina.com.br), rua Campos Bicudo, 98, 3° andar,
CEP 04536-010, São Paulo, SP, tel. (11) 3066-5115, fax (11) 3167-4141,
e-mail: [email protected]
Projeto gráfico e diagramação: Renata Buono Design ([email protected]),
tel. (11) 3129-5083
Tratamento de imagem e finalização: Inovater • Impressão: Globo Cochrane
Jornalista responsável: Jaime Spitzcovsky (DRT-SP 26479)
Trabalhos manuais
estimulam a criatividade
A alegria do vinho tinto
invade as caçarolas
Sistemas de alarme
acionados pela web
Metrô de São Paulo
ganha novos contornos
Fôlego redobrado dos
medicamentos genéricos
Empresas aderem
ao trabalho voluntário
Tuning, a arte de
dar alma às máquinas
DVD no carro, crianças
felizes, pais sossegados
Rachel Guedes
Presente a
toda hora
Rachel Guedes
sumário1
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viagem Bosch
São Paulo
Rio de Janeiro
624 km
Parati
261 km
176 km
Búzios
298 km
Louise Chin/Lost Art
363 km
Guarapari
474 km
Rio-Santos: o trecho que liga São Paulo ao Rio oferece a diversidade das praias de São Sebastião (acima e no alto à dir.) e o charme das fachadas de Parati (à dir.)
Paisagens e histórias da
BR-101
POR EDER CHIODETTO
As boas paradas dos
mais de 2.300
quilômetros que ligam
São Paulo a Salvador
v
iajar de São Paulo à Bahia
de carro, pelo litoral, é mais que
uma aventura solar. É também a possibilidade de vislumbrar algumas das mais
belas paisagens do planeta e enveredar
por vestígios da descoberta e ocupação
dessa porção do território outrora nomeada Terra do Pau-Brasil.
Ao inverter o ponto de vista da chegada de Caminha, ou seja, manter-se de
frente para o mar e de costas para o Brasil, o viajante deverá ter em mente que,
se navegar é preciso, entregar-se à imprevisibilidade dos tantos e tão sedutores
desvios de rota que o asfalto oferece é o
que há de melhor para quem tem alma de
aventureiro e prefere roteiros erráticos e,
por isso, surpreendentes e inesperados, a
uma tediosa excursão pré-programada.
Carro revisado, CDs escolhidos, boa
companhia e um guia com um bom mapa de viagem a bordo, é hora de partir. O
caminho, um só: BR-101, a estrada federal que liga o Rio Grande do Norte ao Rio
Grande do Sul, descortinando a maior
faixa litorânea do país. Mas vamos por
partes: VidaBosch percorreu os exatos
332 km
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Salvador
1.381 km
317 km
Trancoso
732 km
85 km
SE
Praia do Forte
Louise Chin/Lost Art
Itaúnas
15
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BA
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Oceano
Atlântico
Rachel Guedes
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MG
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RJ
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2.357 quilômetros que separam a cidade
de São Paulo da Praia do Forte, no município de Mata de São João, no norte da
Bahia.
Roteiro ideal para fazer durante um
mês de férias, com paradas de dois a
quatro dias nas praias e cidades que já
sabemos lindas e interessantes, mas
também nos muitos lugares até então
desconhecidos e fascinantes que irão
surgir diante do pára-brisa.
Há, porém, um caminho de pedras,
buracos, curvas inconcebíveis, má sinalização e ultrapassagens dramáticas que
nos separa do paraíso: a BR-101. Ao mesmo tempo que é exuberante por causa
da vista que oferece – sobretudo no trecho em que serpenteia entre o oceano e
a Mata Atlântica –, ela também oculta al-
guns perigos e requer muita atenção. Em
sua maior parte, a estrada possui apenas
uma pista de mão dupla e há buracos,
principalmente no trecho fluminense e
em parte da Bahia. Por isso, uma boa dica é percorrer até 300 quilômetros por
dia e nunca dirigir à noite. Dessa forma,
além de aumentar a segurança, será possível a observar a paisagem que surge
como um inspirado videoclipe. Enfim, vá
devagar e pare sempre, afinal a vida real
se desenrola muito mais no acostamento
do que na via expressa.
Do litoral norte de São Paulo à Praia
do Forte, na Bahia, há locais obrigatórios,
como Parati, Niterói, Búzios, Guarapari,
Vitória, Itaúnas, Trancoso, Morro de São
Paulo e Salvador. Entre centenas de ou-
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SP
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São Paulo
Camburi
Parati
Rio de Janeiro
Niterói
Búzios
Anchieta
Guarapari
Vitória
Itaúnas
Caraíva
Trancoso
Morro de SP
Salvador
Praia do Forte
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viagem Bosch
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É NO ESPÍRITO
SANTO
que a BR-101 exibe
um de seus
momentos
sublimes. Há uma
seqüência de
vales e montanhas
com recortes
inusitados e
florações multicores
tras cidades e praias, há uma diversidade
capaz de impressionar qualquer urbanóide convicto: dunas, restingas, Mata Atlântica, falésias, manguezais, cachoeiras,
arrecifes e rios desenham a irregular e
vasta geografia da costa brasileira.
Após ver a cidade de São Paulo sumir no retrovisor do carro, o melhor é
uma parada rápida para já entrar em sintonia com o que está por vir. São Sebastião oferece uma infinidade de possibilidades: Barra do Sahy, Camburi, Boiçucanga, Maresias ou Toque-Toque Grande.
Todas essas praias têm boa infra-estrutura e são muito limpas. Essa faixa de
areia possui algumas subdivisões não
muito claras de “tribos” que costumam
ocupá-las.
Na alta temporada, Maresias tem
shopping, restaurantes badalados, reggae,
muita gente bonita e um pouco afetada. O
clima de paquera é total. Surfistas fazem
seu “point” no canto direito da praia, onde
as ondas são mais fortes.
Camburi é a praia onde a turma acima dos 30 anos faz a festa, sem a ditadura do corpo escultural.
Para quem quer começar a trilha
mais devagar para tirar a metrópole da
corrente sangüínea, a melhor opção são
as sossegadas Barra do Sahy, Paúba e
Toque-Toque Grande ou Pequeno.
Depois é hora de cruzar a primeira divisa: Parati é uma ótima pedida. Fundada no final do século 16, mantém a beleza delicada de uma das poucas cidades
coloniais brasileiras preservadas. Meca de
estrangeiros e artistas em geral que se
deslumbram entre suas ilhas, mantém as
ruas pavimentadas com pedras irregulares (mulheres, esqueçam o salto alto!) e
casas com fachadas coloridas.
As melhores praias de Parati estão
Fotos Arquivo Bosch
A Bosch na sua vida
Segurança
Comodidade
Em uma viagem pelo litoral brasileiro, é muito freqüente a ocorrência de chuvas, principalmente durante o verão. Por isso, antes de pegar estrada, é recomendável verificar as condições da palheta do
limpador de pára-brisa. Com o objetivo de aumentar a segurança
nos dias de chuva, a Bosch disponibiliza no mercado brasileiro o
jogo de palhetas Clear Plus, produzidas com uma borracha mais
resistente e flexível que a dos modelos convencionais. O acessório
oferece maior capacidade de limpeza da água, além de funcionamento mais silencioso. A Clear Plus pode ser instalada em quase todos os modelos nacionais e importados.
Fazer uma longa viagem e não ter que se preocupar em ligar os
faróis e o limpador de pára-brisa já é uma realidade no setor automobilístico. Desenvolvido pela Bosch, o sensor de chuva e luminosidade tem ganhado popularidade na Europa e começa a
ser aplicado também no Brasil. O sensor consegue avaliar a intensidade da chuva e adaptar a velocidade da palheta para a limpeza
do vidro: quanto mais cai água, mais rápido trabalha o limpador.
No mesmo módulo, há também um sensor de luz que aciona os
faróis quando o veículo entra, por exemplo, num túnel ou numa
garagem escura.
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Ignácio Aronovich/Lost Art
A ponte Rio-Niterói faz parte da
rodovia BR-101. Antes de chegar nela, é
hora de escolher entre ficar um tempo na
capital fluminense ou seguir em frente.
Independentemente da opção, não deixe
de visitar o MAC (Museu de Arte Contemporânea) de Niterói. Projetado por Oscar
Niemeyer, lembra uma espaçonave pousada no mirante da Boa Viagem, com
uma vista esplêndida da cidade do Rio de
Janeiro.
Se você optar por viajar na alta temporada e, por acaso, chegar a Búzios num
final de semana ou feriado prolongado,
terá feito uma besteira. Nessa época, Búzios fica absolutamente tomada por turistas, não sobra espaço nas praias mais
interessantes, a infra-estrutura da cidade
não dá conta dos serviços básicos, os
preços são extorsivos e você provavelmente ficará mal-humorado.
Programe-se, portanto, para chegar a
Búzios durante a semana e poder conhecer e curtir as praias Azeda, Azedinha e
Geribá, as mais bonitas. Um passeio de
escuna para fazer o reconhecimento de
Ignácio Aronovich/Lost Art
justamente nas ilhas próximas, acessíveis
por barco. Não titubeie. Alugue um barco
(não deixe de pechinchar o preço) ou vá
de escuna. As águas de Parati, assim como as de Angra dos Reis, são cristalinas e
mornas. Perfeitas para mergulhos.
Os deleites aquáticos pedem mais
que o mar, por isso conhecer a Cachoeira
da Penha é quase uma obrigação: ela está a cerca de 9 quilômetros de Parati, na
estrada que dá acesso à cidade de Cunha. A água da cachoeira escorre por
uma imensa pedra, onde os mais corajosos escorregam, como se estivessem
num tobogã, para serem lançados num
poço fundo de águas revoltas e frias. Diversão garantida.
Retornando 16,4 quilômetros do trevo de Parati, encontra-se o acesso para a
praia de Trindade. Há um vilarejo habitado
por pessoas que parecem formar uma
congregação de viúvas de Raul Seixas.
Portanto, “faça o que tu queres, pois é tudo da lei”. Dali, por trilha, há um acesso
para o Cachadaço, piscina natural formada por pedras que, caprichosamente, represam a água do mar.
Eder Chiodetto
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«
viagem7
BR-101 afora, o viajante experimenta a vista de paisagens exuberantes: o MAC de Niemeyer, em
Niterói; um vôo de asa-delta no Rio de Janeiro e o horizonte de Itaúnas, no Espírito Santo
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Rogério Reis/Pulsar
viagem Bosch
O que é que a Bahia tem: o mar deslumbrante de Caraíva (acima) e as ruínas do forte de Morro de São Paulo (à esq.)
Daniel Cymbalista/Pulsar
toda orla que enlouqueceu Brigitte Bardot
nos anos 60 é programa certeiro.
À noite, é inevitável o passeio pela
rua das Pedras, onde há um movimentado comércio com butiques e restaurantes
de primeira linha.
É no estado do Espírito Santo
«
A CHEGADA
a Salvador é
precedida de um
“pit stop” na ilha de
Itaparica e de uma vista
magnífica da cidade
natal de Castro Alves
que a BR-101 exibe um de seus momentos sublimes. Há uma seqüência de vales
e montanhas com recortes inusitados e
florações multicores. Também é no trecho
entre Vitória e a divisa com a Bahia que a
estrada é “menos pior”, com bom asfalto,
embora permaneça a falta de sinalização.
A cidade histórica de Anchieta, onde
viveu o jesuíta, fica 102 quilômetros antes
da capital. É um bom lugar para abandonar a estrada, fazer um passeio a pé, dar
um mergulho nas águas calmas (e frias)
da praia de Ubu e almoçar uma autêntica
moqueca capixaba (não leva azeite-dedendê) ou uma lagosta na manteiga.
Guarapari e Vitória oferecem infra-estrutura de metrópole. As praias são densamente povoadas, sobretudo por mineiros ávidos por um lugar ao sol no verão. Bom para quem gosta de axé music,
frescobol e trânsito. Se você já estiver um
pouco entediado do esquema chinelobiquíni-areia, é a chance de se refugiar
num shopping ou ir ao cinema.
Se preferir deitar numa rede e contar
estrelas no céu ouvindo as ondas do mar,
a parada perfeita está 290 quilômetros
adiante, na paradisíaca Itaúnas, perto de
Conceição da Barra, próximo da divisa
com a Bahia.
A principal marca de Itaúnas são as
dunas com até 30 metros de altura. Na
década de 20, a areia “engoliu” totalmente o vilarejo dos pescadores. Em determinadas épocas é possível ver a cruz
que havia no alto da antiga igreja, agora
soterrada. A cidade só foi reconstruída a
partir dos anos 60. Hoje os turistas an-
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dam de bicicleta no Parque Estadual de
Itaúnas, observam os filhotes de tartarugas do Projeto Tamar e, à noite, dançam
forró embalados pela xiboquinha – mistura “inesquecível” de aguardente, canela,
cravo, mel e gengibre.
“Sorria, você está na Bahia”,
diz uma placa na divisa do estado com o
Espírito Santo. Mediante 1 real, um garoto vai se oferecer para tirar uma foto sua
com cara de turista bocó ao lado da placa. Sorria. O sul da Bahia tem dois endereços certos: Trancoso e Caraíva. A escolha só não é óbvia para aqueles que preferem fazer uma lavagem cerebral e estomacal em Porto Seguro ouvindo 323
vezes a execução de “Poeira”, com Ivete
Sangalo, e tomando capeta, bebida à base de leite condensado, vodca, conhaque,
Cinzano, guaraná em pó, canela e qualquer outro ingrediente que o barman das
milhares de barracas espalhadas pelo corredor da pinga – a rua principal – achar
que “combina” com você.
Trancoso, como Itaúnas, fora de tem-
porada é um lugar de sossego e turistas
mais descolados. O comércio do vilarejo
é dominado por paulistas, fluminenses e
mineiros que trocaram a vida agitada da
metrópole pela calmaria das praias locais.
A praia do Coqueiral é própria para os
adeptos do naturismo.
Por estrada de areia, ou de barco,
chega-se a Caraíva, uma vila rústica sossegadíssima, onde carro não entra – há
estacionamento próximo ao rio – e não
há energia elétrica. Passeios noturnos
são iluminados por lanternas. Leve a sua.
Para chegar à ilha de Tinharé,
onde fica a vila de Morro de São Paulo, é
preciso deixar o carro na cidade de Valença e seguir de barco. No verão, turistas
argentinos chegam a formar metade da
população. Há quatro praias facilmente
acessíveis. São chamadas de Primeira,
Segunda, Terceira e Quarta. A Primeira é
um pouco poluída. A Segunda é a mais
agitada. A Terceira é a melhor para nadar,
e a Quarta é a mais isolada e por isso a
preferida dos amantes.
A chegada a Salvador é precedida por um “pit stop” na ilha de Itaparica e
pela balsa, que oferece uma vista magnífica ao se aproximar da cidade natal de
Castro Alves. A praia do Porto da Barra
continua sendo um clássico da costa
brasileira. Dali o pôr-do-sol é dionisíaco.
Entre tantas atrações, passear num final
de tarde pela ponta do Humaitá e pelo
bairro da Ribeira é fundamental para
decodificar a beleza e a cadência do
baiano.
O ponto final desse roteiro nos leva à
Praia do Forte, onde está a principal unidade do Projeto Tamar, que em alguns
anos repovoou a costa brasileira com as
tartarugas marinhas, que estavam em extinção. Há também as ruínas do castelo
Garcia d’Ávila, de 1551, que sediou as sesmarias cujas terras se estendiam da Bahia
ao Maranhão. Uma boa dica para as próximas férias, não?
Para saber quais cidades ao longo da
BR-101 têm oficinas da rede Bosch Service, acesse: www.bosch.com.br
Ricardo Azoury/Pulsar
Fim da viagem: o roteiro termina na Praia do Forte, principal unidade do Projeto Tamar, famoso pela preservação das tartarugas marinhas
eu e meu carro1b
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eu e meu carro Bosch
A elegância discreta de
Débora Falabella
A atriz de 25 anos quer muito mais que um carrinho bonito
eu e meu carro1b
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o
que a escolha de um carro
pode revelar sobre a personalidade de seu dono? No caso da atriz
Débora Falabella, muito. A mineira de 25
anos tratou a escolha de seu primeiro
carro, há apenas três anos, com a mesma seriedade e discrição que a caracterizam profissionalmente.
Débora não é uma aventureira e gosta de se preparar. Antes de estrear na
tela da Globo, em 1998, ela já tinha atrás
de si uma bagagem de anos de estudo e
prática de teatro, isso sem contar a influência artística dos pais: uma cantora
lírica e um dramaturgo. Quietinha, como
boa mineira, ela conquistou seu espaço
em todas as áreas da dramaturgia nacional e hoje tem em seu currículo cinco
novelas, o mesmo número de filmes, alguns prêmios e várias peças de teatro.
E não se deixe enganar pelo jeito
doce de boa menina – Débora não pára.
Emendou a última novela das 8, Senhora do Destino, com a peça Noites Brancas, com a qual excursiona pelo país. E
já tem engatilhado seu próximo projeto:
uma adaptação de A Serpente, de Nelson Rodrigues, que começa a ensaiar no
meio do ano.
Apesar de vir de uma família de classe média, Débora não foi daquelas adolescentes que esperavam ansiosamente
o 18º aniversário para começar a dirigir.
Nessa época, sua cabeça já estava completamente tomada pelo teatro e pela
faculdade de Publicidade, que cursou
durante um ano e meio. A decisão de
comprar um carro demorou, e só chegou quando ela teve que mudar para o
Rio de Janeiro por motivos profissionais.
“Eu não ligava muito e vivia de carona,
de táxi. No Rio, descobri que isso era impossível”, diz. Só então, aos 22 anos, foi
aprender a dirigir.
Na hora de escolher seu primeiro –
e atual – automóvel, a primeira coisa
que veio à cabeça de Débora foi seu
próprio estilo e sua personalidade. “Queria um carro que fosse bonito, claro, e
que combinasse comigo. Não queria al-
go enorme, chamativo”, revela a atriz.
Pudera: a elegância discreta e sólida é a
marca registrada de Débora – que não
tem nenhum parentesco com o ator
Miguel Falabella.
Mas a aparência é só o começo.
Passada a primeira seleção, os modelos
aprovados pelo crivo estético da bela
disputaram a decisão final, que ficou por
conta dos diversos test-drivers que Débora fez antes de escolher um Renault
Clio. “Ele tem direção hidráulica, é muito
macio e fácil de dirigir”, diz ela, que ainda nota o resultado de sua pesquisa
quando dirige os carros das irmãs, por
exemplo: “São muito duros”.
Segurança, para ela, foi fator indiscutível – considerou airbags, por exemplo, como itens de fábrica, e não opcionais. “Atualmente os carros novos
têm que vir com todos esses dispositivos”, decreta.
Hoje, ela confessa que adora dirigir e
a independência que o carro proporciona. Moradora da Barra da Tijuca, Débora conta que, por causa das grandes
distâncias que precisa percorrer, às vezes o automóvel acaba virando uma extensão da própria casa. Assim, é comum
encontrar roupas de ioga, livros e scripts
espalhados pelo carro da atriz.
No entanto, os objetos mais fáceis
de achar no carro de Débora são os CDs
de música. “Adoro. A hora que eu mais
ouço música é quando estou dirigindo”,
diz, afirmando ainda que não se restringe aos CDs e gosta também de
acompanhar as novidades das rádios. E
que, como qualquer mortal, aproveita o
raro momento de privacidade para fechar os vidros, aumentar o volume e se
desligar do mundo. A trilha sonora geralmente é MPB ou rock, mas sempre reflete o humor do dia. As músicas mais
agitadas ganham vez quando a atriz está
alegre e cheia de energia, e as mais calmas são reservadas para um momento
de reflexão.
E, se a paixão por carros demorou a
chegar, aparentemente veio para ficar.
Débora já anda de olho nos companheiros de pista e confessa sua nova predileção por carros “redondinhos e altinhos” como o Citroën C3.
A Bosch na sua vida
Fotos Arquivo Bosch
POR CARINA MARTINS
Energia extra
O ditado popular “o barato sai caro” pode ser muito bem aplicado quando o assunto é bateria para carros. Com defeito
ou de má qualidade, ela pode causar
problemas de partida, sobretudo em
dias mais frios. Com o objetivo de oferecer bateria de qualidade a um preço
competitivo, a Bosch disponibiliza no
mercado brasileiro uma ampla linha de
baterias automotivas, incluindo as baterias SuperTecno, constituídas de materiais que garantem maior durabilidade e
desempenho. A linha cobre a maioria
dos modelos nacionais.
Revisão
Para manter o carro em boas condições
de uso, é recomendável uma revisão
periódica — principalmente em itens
como freios, faróis, palhetas, velas, cabos de ignição, radiador, mangueiras e
bateria. Durante a revisão, deve-se ainda
verificar a regulagem do motor (injeção
e ignição), além dos níveis de óleo, água
do radiador e água no limpador de párabrisa. Segundo recomendação da Bosch,
a checagem dos freios é um dos aspectos mais importantes na revisão. Nesse
caso, deve-se verificar as condições das
pastilhas, lonas, discos e tambores, além
de checar também se não há vazamento no sistema.
torque
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10 torque e potência Bosch
POR GUILHERME PREZIA
Tamanho é
documento
Gigantes nos motores e nas dimensões, os caminhões de Fórmula Truck
alcançam velocidades de até 240 km/h
i
magine um caminhão pesando o
equivalente a quatro carros populares sair da imobilidade e alcançar
100 km/h em apenas 7 segundos, e que
consiga atingir velocidade máxima próxima a 240 quilômetros por hora. Imagine
também que esse caminhão dispute uma
corrida com outros veículos de mesmo
porte e desempenho. Engana-se quem
acha que se trata de um jogo de videoga-
me ou filme de ficção científica. A corrida
de caminhões superpotentes existe e
acontece no Brasil sob o nome de
Fórmula Truck.
Para entender o segredo do elevado
desempenho desses caminhões, basta
abrir o capô de um deles. Pelo menos
nesse caso, o ditado popular “tamanho é
documento” faz todo o sentido. Tudo num
caminhão de Fórmula Truck tem dimen-
Quatro vezes mais pesado que um carro comum, o F-Truck atinge 100 km/h em 7 segundos
sões exageradas. O motor, por exemplo,
com 12 litros de cilindrada, pode gerar
1.000 cavalos, potência dez vezes maior
que a de um veículo médio de passeio.
Além de ter motor gigante, os caminhões que disputam a competição passam também por uma série de modificações técnicas. A principal delas é a adoção de um sistema de turbocompressor,
cuja função é jogar uma quantidade
maior de ar para dentro do motor. Com
mais oxigênio na câmara de combustão,
o motor consegue trabalhar ainda mais
rápido e gerar potência maior.
E, para controlar essa verdadeira fera
sobre rodas, a Fórmula Truck conta com
uma atração especial: a bela Débora Rodrigues, ex-capa da Playboy e que desde
1998 disputa a competição. Para aqueles
que acham que lugar de mulher não é
num caminhão, muito menos de F-Truck,
Débora vai logo dizendo que encara a
máquina desde os 13 anos, por influência
do pai, caminhoneiro experiente e seu
primeiro professor de pilotagem. “Quase
nasci dentro da boléia. O caminhão é
minha segunda pele”, brinca.
Antes mesmo de entrar para a
competição, a beleza de Débora já chamava a atenção da mídia quando ela
ainda era uma desconhecida militante
do MST (Movimento dos Trabalhadores
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Fotos Divulgação
ORIGENS
F-Truck surgiu
na Europa
A ex-sem-terra Débora
Rodrigues e sua máquina:
atração dentro
e fora das pistas
«
torque
As corridas de caminhões começaram na Europa, no início dos anos
80. O principal campeonato da categoria é a Copa Européia de Caminhões, organizada pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) desde 1990. O campeonato europeu é considerado um dos eventos mais importantes do automobilismo mundial, perdendo em quantidade de público apenas para a
tradicional Fórmula 1.
Em terras brasileiras, a Fórmula
Truck começou a ser praticada em
1987, mas somente em provas de
exibição. A oficialização veio no final
de 1995, quando recebeu a homologação da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) para se
tornar um campeonato oficial a partir do ano seguinte. Em 1999 a competição começou a bater recordes
de público, com mais de 30 mil pessoas no circuito de Tarumã, no Rio
Grande do Sul. No mesmo ano, a
prova de Interlagos, em São Paulo,
recebeu cerca de 50 mil pessoas.
Em 2000, a competição passou a
contar com outro atrativo – um show
com manobras radicais de caminhões e motos, comandado pelo
experiente piloto Aurélio Batista
Félix, promotor da F-Truck. A exibição, feita com três caminhões de 5
toneladas cada um, ajudou a atrair
ainda mais o público e a atenção da
mídia.
Os caminhões de corrida utilizados na Europa são similares aos da
Fórmula Truck brasileira – só não
são iguais os modelos de pneus e
algumas especificações mecânicas.
Mas a principal diferença entre os
dois campeonatos está na quantidade de pessoas presentes nas
provas. Apesar de o campeonato
brasileiro estar em franco crescimento, as provas da Europa ainda
conseguem atrair um público maior.
O circuito de Nurburgring (Alemanha), por exemplo, chega a receber
cerca de 150 mil pessoas em quatro
dias de evento – entre treinos livres,
tomadas de tempo e corrida.
torque
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12 torque e potência Bosch
«
APESAR DO
Fotos Divulgação
elevado nível de
segurança, pilotar um
F-Truck exige
experiência e muita
perícia do piloto, que
deve estar sempre
atento aos pneus
Com caminhões
mais velozes e
seguros a F-Truck
ganha admiradores:
de 1996 a 2004 o
público saltou de
12 mil para 35 mil
pessoas. Os pilotos
Débora Rodrigues e
o marido, Renato
Martins, ajudam a
atrair público
Rurais Sem Terra). Não demorou muito
para receber convite da Playboy e posar
para a revista em 1997, que trazia na
capa sua foto acompanhada do título “A
sem-terra mais bonita do Brasil”. No entanto, mesmo com a fama conquistada
após posar nua, Débora não deixou de ir
atrás do que realmente gosta de fazer, e
em 1998 estreou como a primeira mulher
a disputar a Fórmula Truck.
A potência e a força bruta gerada pelos caminhões F-Truck nunca intimidaram a ex-sem-terra. “Me sinto segura no
meu caminhão de corrida”, conta. Segundo ela, os veículos passam por diversas modificações para aumentar a segurança, como suspensão rebaixada, para
melhorar a estabilidade, e amortecedores especiais de competição, mais firmes
e resistentes. Além disso, o motor é deslocado para baixo e o chassi, cortado para reduzir a distância entre os dois eixos
Campeonato Brasileiro 2005
Etapa
1
2
3
4
5
6
7
8
9
Data
13/03
10/04
15/05
05/06
10/07
07/08
11/09
06/11
11/12
do caminhão, fazendo com que o veículo
fique mais estável em curvas e em velocidades elevadas.
Além das mudanças no motor e na
suspensão, os caminhões ganham também um reforço extra no interior da cabine. Para aumentar a proteção dos pilotos, a carroceria ganha novas estruturas
Autódromo
Caruaru
Goiânia
São Paulo
Santa Cruz do Sul
Londrina
Campo Grande
Curitiba
Tarumã
Brasília
Estado
PE
GO
SP
RS
PR
MS
PR
RS
DF
tubulares, totalmente independentes do
resto. Dessa forma, no caso de uma capotagem, a cabine tende a se desprender do chassi, protegendo o piloto numa
espécie de “célula de sobrevivência”.
Apesar do elevado nível de segurança, pilotar um F-Truck exige experiência e
muita atenção do piloto. De acordo com
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13
o atual campeão da competição, Beto
Monteiro, da equipe Ford, os competidores devem estar sempre atentos à
temperatura dos pneus, pois quando esquentam podem estourar e provocar
uma capotagem. “Nessa situação, o piloto perde completamente o controle do
caminhão.”
Em seus sete anos de Fórmula
Truck, Débora tem sustos para contar.
Seu acidente mais grave aconteceu no
circuito de Tarumã, no Rio Grande do Sul,
na temporada de 2004. O bloco do motor
explodiu durante a corrida. Para controlar a máquina em chamas, Débora teve
que fazer malabarismos no volante. “Fiquei na contramão da pista e tive que
descer rápido do cockpit porque o caminhão incendiou”, relembra.
Em outro episódio, Débora passou
maus momentos depois que seu veículo
perdeu o freio nos boxes, após uma pane
no sistema hidráulico. Como o local ficava numa descida, a máquina continuou
se movimentando com a pilota dentro e
quase atropelou pessoas que estavam
na frente. No entanto, Débora conseguiu
segurar o caminhão após uma rápida redução de marchas e, por sorte e perícia,
ninguém saiu ferido.
Mesmo com os percalços da profissão, tanto Monteiro quanto Débora consideram o F-Truck uma máquina segura
de guiar. Ele defende que o caminhão é
mais seguro que um carro de corrida, em
grande parte por causa da maior altura e
do tamanho da cabine.
Com caminhões cada vez mais velozes e seguros, a Fórmula Truck vem ganhando popularidade a cada edição. Segundo a organização do campeonato, a
média de público por corrida aumentou
quase três vezes nos últimos anos, saltando de 12 mil pessoas em 1996, quando a competição passou a existir de modo oficial, para 35 mil na temporada de
2004. Os organizadores esperam que
para este ano a audiência continue a
crescer.
Para ajudar a popularizar ainda mais
a competição, a edição 2005 deverá ganhar um reforço de peso: o piloto tricampeão de Fórmula 1 Nelson Piquet.
Apesar de ainda não ter sido confirmada
oficialmente, sua presença é dada como
quase certa para a nova temporada. Segundo informações divulgadas no início
do ano, Piquet será, nessa temporada
companheiro de equipe de Pedro Muffato, outro veterano das pistas.
Outra novidade para 2005 é a inclusão, no calendário, do novo autódromo
de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do
Sul, estado que passa a contar agora
com três circuitos. A abertura da Fórmula Truck 2005 aconteceu no dia 13 de
março em Caruaru (Pernambuco) e reuniu 45 mil pessoas.
Ao todo essa temporada terá, ao
longo de nove meses, nove circuitos no
Distrito Federal e em cidades do Rio
Grande do Sul, Paraná, Pernambuco, São
Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. Mais
informações podem ser obtidas no site
www.formulatruck.com
A Bosch na sua vida
Arquivo Bosch
Agência Estado
torque
Incentivo
Líder no mercado nacional de sistemas
de injeção a diesel, a Bosch participa
da Fórmula Truck como patrocinadora
da competição e fornecedora de tecnologia para quase todas as equipes.
Os sistemas de injeção da Bosch
são um dos principais responsáveis
pelo gerenciamento do motor, proporcionando alto desempenho com baixos
níveis de emissão de poluentes —
características importantes mesmo em
campeonatos como a Fórmula Truck.
Fora dos autódromos a empresa também se destaca: para veículos comerciais de série, os sistemas de injeção da
Bosch são projetados para suportar
mais de 1 milhão de quilômetros rodados com um caminhão, distância equivalente a 25 voltas ao redor da Terra.
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Fotos Rachel Guedes
14 casa e conforto Bosch
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POR CAROLINA CHAGAS E PAULA MEDEIROS
Mãos à
!
obra
Ótimos para ocupar aquele tempinho ocioso,
os trabalhos manuais também são terapêuticos
p
ara fugir dos inúmeros
pretendentes, que queriam ocupar o lugar de seu marido, Ulisses – um dos heróis da Guerra de Tróia e
protagonista de A Odisséia, obra do grego Homero –, Penélope, a mocinha da
história, disse-lhes que só aceitaria um
pedido de casamento depois que tecesse
uma mortalha para seu sogro, Laerte, usar
no leito de morte. Esse caprichado tecido
nunca ficava pronto. Todo o trabalho cuidadosamente feito durante o dia era desfeito durante a noite. Dessa forma Penélope conseguiu driblar os pretendentes
por quase dez anos, quando Ulisses finalmente retornou a Ítaca, sua terra natal.
Desde os idos de Penélope (alguns
séculos antes de Cristo), os trabalhos ma-
nuais são passatempo sobretudo de mulheres. Poucas, felizmente, tiveram de fazer o mesmo uso da personagem da trama de Homero, mas muitas são as referências em obras e pesquisas históricas
de grupos de mulheres tecendo ou executando outros trabalhos com as mãos .
No livro A Roupa e a Moda, um dos
principais curadores de museu da Inglaterra, James Laver, aponta a invenção da
agulha de mão como “um dos maiores
avanços tecnológicos da história do homem, comparável em importância à invenção da roda e à descoberta do fogo”.
Em seguida, ressalta que há mais de 40
mil anos grandes quantidades dessas
agulhas feitas de marfim de mamute, ossos de rena e presas de leão-marinho foram encontradas em expedições arqueológicas. Com a invenção da agulha foi
possível costurar pedaços de pele e moldar tecidos, abrindo caminho para a infinidade de usos que hoje damos às mais
diversas tramas. A queima do barro para
a criação de utensílios domésticos mais
resistentes também data de milhares de
anos e representou outro salto na evolução humana.
Tanto os tecidos quanto as peças de
cerâmica evoluíram em modelos e técnicas, e hoje há uma infinidade de possibilidades para as Penélopes modernas
ocuparem seu tempo ocioso. Isso mesmo: trabalhos manuais podem ser ótimas
Pintura em tecido, crochê (ao lado), fuxico e porcelana são ótimas alternativas para preencher aquela horinha perdida
«
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16 casa e conforto Bosch
O TRABALHO
manual estimula
a criatividade pois
mexe com áreas
do cérebro pouco
usadas nas
atividades intelectuais
mais comuns
«
alegrias para aquelas horinhas perdidas
dentro de casa. “Além de muito terapêuticos, os trabalhos com as mãos estimulam a criatividade, pois mexem com
áreas do nosso cérebro pouco usadas
nas atividades intelectuais mais comuns”, afirma a terapeuta ocupacional
Dayse Noronha. Segundo ela, nos trabalhos com idosos ou até ex-dependentes
de drogas, meninos de rua e depressivos, todas as modalidades de atividades
manuais são extremamente eficazes.
“Mas isso não quer dizer que uma pessoa saudável não deva exercitá-los também”, diz ela. “Não há nada mais agradável do que receber um elogio por uma
peça bem-feita.”
A VidaBosch pesquisou uma série
de alternativas de trabalhos manuais.
Com o cardápio a seguir nas mãos, tente
fazer uma opção e descobrir o prazer de
ter peças feitas por você mesmo.
Cerâmica - A cerâmica e a terracota
são base de utensílios domésticos desde
o início da história da humanidade. A
origem da porcelana é incerta, mas o
local não: tudo começou na China. São
da dinastia Han (206 a.C.-220 d.C.) as primeiras peças de que se tem notícia. No
final do século 13, Marco Polo levou peças de “ouro branco” – nome dado à porcelana na época – para a Europa.
A partir desse momento, em vários
pontos da Europa, iniciou-se a tentativa
de reprodução da massa. Os europeus
penaram, até que no século 18 conseguiram fazer suas primeiras peças. A presença de caulim na região de Meissen,
na Alemanha, garantiu ao local a melhor
porcelana, apesar de a França e a Itália
também terem conseguido bons resultados. Com o domínio da técnica em vários
pontos do globo, a porcelana passou então a ser muito apreciada e tem atualmente inúmeras possibilidades de pintura. A técnica é extremamente sofisticada.
Depois de pintada, a peça volta ao forno
e ganha cores vivas e resistência.
Fuxico - Fuxico é a arte de transformar
pedacinhos de tecido em trouxinhas, que,
juntas, formam uma infinidade de peças:
roupas, tapetes, colchas, cortinas, bolsas.
O fuxico é uma criação nacional nascida nas senzalas. As escravas se juntavam para costurar roupas e outras peças
com o que sobrava de pano da casa dos
senhores. Elas cortavam os retalhos em
pedacinhos, que eram alinhavados, franzidos e emendados uns nos outros. Enquanto costuravam, falavam da vida. Da
sua e da dos outros.
No interior do país, antigamente, não
era difícil encontrar mulheres reunidas
sentadas a fuxicar. As rodelas de pano de
várias cores, depois de alinhavadas, cobriam almofadas e camas. No Dicionário
Houaiss, além de fofoca, fuxico quer dizer “cerzidura ou remendo malfeito”.
Redescoberto há alguns anos, o artesanato virou cult e hoje pode tomar a
forma que o artesão desejar: de luminária a jogo americano, de bolsa a tapete.
As trouxinhas ganharam o mundo e conquistaram até Jean Paul Gaultier, que aplicou fuxicos nas peças do verão passado.
Tapete brasileiro - Há mais de 35
anos, duas hábeis costureiras e rendeiras
de Pernambuco resolveram fazer um trabalho social com mulheres de baixa renda. Como essas pessoas dificilmente
poderiam trabalhar fora de casa, a idéia
era ensinar um ofício que pudesse lhes
render algum dinheiro.
A pequena casa caiada, que virou
ponto de encontro do grupo de artesãs
no Recife, deu também nome à empresa.
Foi ali que elas começaram a formar a
tradição do tapete brasileiro. Os modelos
produzidos na Casa Caiada são bordados
sobre tela, como o arraiolo português.
Os primeiros desenhos foram inspirados nos azulejos coloniais portugueses, dos séculos 17 e 18. Depois, vieram
temas florais, geométricos, ecológicos,
infantis e muitos outros, produzidos sob
encomenda.
Hoje, o trabalho que elas executam é
cada vez mais valorizado, pois é feito à
mão e apresenta desenhos originais e
sofisticados. A cada dois anos, a Casa
Caiada lança uma nova coleção, e seus
produtos são exportados para os Estados Unidos e para a Europa.
Macramé - A palavra macramé tem
origem francesa e apareceu pela primeira vez em 1889. Mas a arte de dar nós
em cordas e cordões é tão antiga quanto
o homem. Acredita-se que a técnica tenha sido desenvolvida ainda na Idade da
Pedra, quando foi inventada a rede de
pesca, feita com fibras vegetais e tiras de
couro. Com certeza, os pesquisadores sabem apenas que o macramé era conhecido pelos povos que habitavam regiões
próximas ao Nilo, no Egito, e por uma civilização recém-descoberta no Peru.
Diz o ditado popular: onde há rede,
há renda. Hoje, a técnica de entrelaçar
fios para criar desenhos é usada em vários artigos, de toalhas de mesa a suporte de vaso. Os fios mais usados para o
trabalho são barbantes e cordas e materiais como algodão, linho, sisal, cânhamo
e outros.
Uma técnica antiga, conhecida como
macramé chinês, é usada há séculos na
fabricação dos delicados botões que enfeitam as roupas orientais, como os drapeados, feitos de seda, e uma coleção de
pequenos nós que, juntos, formam figuras geométricas ou de animais.
Ponto cruz - Para os antigos romanos, o bordado era “uma pintura feita
com agulhas”. O ponto cruz nasceu
quando os homens ainda moravam em
cavernas.
Segundo registros históricos, era
com esse tipo de ponto que eles uniam
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Terapeutas ocupacionais
garantem que não há prazer
comparável a um elogio
a algo que foi feito por você
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Rachel Guedes
Rachel Guedes
Rachel Guedes
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18 casa e conforto Bosch
A EXPRESSÃO
“almofadinha” surgiu
quando rapazes
sofisticados de Petrópolis
promoveram um
concurso beneficente de
bordado de almofadas.
A partir dali, eles
ficaram conhecidos
como “os almofadinhas”
«
as peles dos animais com que cobriam o
corpo. As agulhas eram feitas de ossos e,
na falta de linha, usavam fibras vegetais
ou tripas de animais.
No Egito, pedaços de linho encontrados em escavações mostram que o
ponto cruz era usado para cerzir as peças. Mas ainda não se sabe quando ele
deixou de ser usado com essa função e
passou a ser ponto de bordado. Há teorias de que o ponto cruz surgiu na China
e foi levado para a Europa, pois no século 18 a “febre do ponto cruz” atingiu o
continente e pessoas de todas as classes
sociais bordavam loucamente. Foi quando apareceram os primeiros mostruários, para facilitar a escolha dos motivos
e das cores.
Almofadinha - No dicionário, a expressão “almofadinha” designa “homem
que se veste com apuro exagerado”. Em
A Casa da Mãe Joana, Reinaldo Pimenta
explica a origem de várias palavras e
expressões curiosas. “Almofadinha”, por
exemplo, foi um apelido que surgiu quando os rapazes mais sofisticados de Petrópolis promoveram entre si um concurso beneficente de bordado de almofadas. Por isso, acabaram conhecidos na
cidade como “os almofadinhas”.
Tricô e crochê - Na definição do
Houaiss, tricô é todo “tecido de malhas
entrelaçadas, feito à mão, com agulhas
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Bordado, tear,
macramé e tricô são
técnicas que
com treino podem
ser dominadas por
qualquer um
Mais informações
As bancas de revista dispõem de grande variedade de publicações sobre trabalhos manuais
e são os melhores endereços para obter dicas
práticas sobre o assunto. Os sites abaixo também ajudam bastante.
www.netmarkt.com.br/artesanato
www.ateliervera.com.br
sites.mpc.com.br/paulamarcondes
www.eseb.ipbeja.pt/jcosta/manualatelier2.htm
Rendas e bordados - Segundo a
designer Lia Mônica Rossi, que pesquisa
a tradição do bordado no Brasil, a origem
das comunidades de bordadeiras e rendeiras do Norte e Nordeste do país é recente, tem cerca de dois séculos. A tradição de bordar veio com as freiras e
seus colégios para moças da sociedade,
que aprendiam prendas domésticas em
sala de aula, como costurar, cerzir e, claro, bordar.
Os nomes dados aos pontos do bordado refletem a realidade do entorno das
bordadeiras: olho de pombo, carocinho
de arroz, testa de touro, estrela.
A Bosch na sua vida
Fotos Arquivo Bosch
especiais ou à máquina”. A palavra aparece pela primeira vez na França, em
1660, mas a técnica é bem antiga e recebeu inclusive citações na Bíblia.
No Brasil, a cidade de Monte Sião
(MG) é considerada a capital nacional do
tricô. A história começou com a mecanização da lavoura, que comprometeu a
renda dos trabalhadores. Para ajudar no
sustento da casa, as mulheres faziam
peças de tricô e vendiam a produção na
praça. Com isso, o tricô, que era só uma
tradição entre as mulheres da colônia
italiana, passou a ser a principal atividade
econômica da cidade. Hoje, em Monte
Sião, funcionam cerca de 1.600 empresas, lojas e indústrias dedicadas ao tricô.
O crochê é uma variação do tricô, mas
feito com uma única agulha.
Fotos Rachel Guedes
www.pinturaemporcelana.com.br
Roupas delicadas
Sensor de sujeira
A linha de lavadoras de roupa da
Bosch oferece diversas funções para
facilitar a vida do usuário. Entre elas,
um dispositivo bastante útil é o hand
wash, recurso indicado para lavar
tecidos muito delicados, que normalmente são lavados à mão – como, por
exemplo, rendas e bordados. Além
disso, a lavadora conta ainda com um
sistema de centrifugação de roupas
mais eficiente, capaz de girar mil
vezes por minuto, velocidade quase
duas vezes mais rápida que a dos
modelos convencionais. O recurso é
indicado sobretudo para tecidos de
difícil secagem, como malhas de tricô
e crochê.
As peças de porcelana podem ir
para a Lavalouças Intelligent da
Bosch, já que, depois de pintadas,
voltam ao forno de alta temperatura. Além disso, a lavalouças Bosch
conta com diversos programas de
lavagem e com o Aqua Sensor,
dispositivo capaz de detectar o
nível de sujeira da louça. Com isso,
ele seleciona automaticamente a
melhor seqüência de lavagem, o
tempo adequado, a temperatura
correta e o volume de água na medida certa. Além de facilitar a vida
do usuário, o Aqua Sensor evita
desperdícios de água e de energia
elétrica.
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20 saudável e gostoso Bosch
Além de
melhorar o
clima geral do
ambiente, o
vinho tinto é
saudável
graças aos
flavonóides,
que reduzem a
ação do
colesterol ruim
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POR CARINA MARTINS
O todo-poderoso
vinho tinto
Amada por religiosos, mundanos e saudáveis
de plantão, a bebida também reina nas panelas
vinho suaviza os humores.
Transforma reuniões em festas,
deixa as convicções mais flexíveis, e
uma taça sempre ajuda a dar sabor à vida. Isso é líquido e certo há milênios e
não é novidade para ninguém. O que às
vezes passa despercebido, no entanto, é
que o vinho tinto tem exatamente essa
mesma ação sedutora na gastronomia –
amaciando carnes, enriquecendo molhos e espalhando sabor.
Não se sabe ao certo quando o vinho nasceu, e há quem acredite que a
bebida existia antes mesmo da escrita.
Muitas lendas cercam sua origem. Uma
das mais famosas conta a história de um
certo senhor persa que era um grande
apreciador de uvas e as guardava em recipientes para consumir ao longo do
ano. Para que seus empregados não as
roubassem, no entanto, dizia tratar-se de
veneno. Certa vez, sua amante preferida
ficou triste ao ser trocada por outra e resolveu dar cabo da própria vida com
aquele veneno. Provou, gostou e o resto
é história.
O certo é que as antigas civilizações
já colocavam o vinho em lugar de honra
em sua sociedade. Às vezes, seu papel
chegava – e ainda chega – a ser sagrado.
Gregos e romanos consagraram-lhe um
deus, e ainda hoje o vinho é parte importante de vários ritos e tradições religiosas. Para os cristãos, por exemplo, o
vinho de missa é tão importante que
foram os monges católicos os grandes
impulsionadores e mestres da cultura da
vinha e da produção do vinho no continente europeu, o mais importante produtor do mundo.
Mas mesmo cercado de religiosidade e misticismo, o vinho nunca se separou completamente de sua outra faceta: a carnal e luxuriosa. Tanto que seus
deuses antigos – Dionísio para os gregos, Baco para os romanos – incentivavam o relaxamento provocado pelo
excesso da bebida. As festas em homenagem ao deus romano, regadas a galões de vinho e orgias, deram origem à
palavra “bacanal”. Afinal de contas, Baco
não era o deus “apreciador de vinho”, e
sim deus da bebida e da embriaguez.
Isso não quer dizer, no entanto, que
o vinho não tenha benefícios mais humanos e pudicos, distantes tanto da religião quanto da luxúria. Uma frase célebre é atribuída a Alexander Fleming, criador da penicilina: “A penicilina cura os
homens, mas é o vinho que os torna felizes”. De fato, vinho não cura ninguém.
Mas o que Fleming não sabia é que a
bebida não só torna os homens felizes,
como também mais saudáveis.
Algumas pesquisas relatam que a
ingestão moderada, de aproximadamente uma a duas taças de vinho tinto
por dia, pode prevenir doenças cardíacas. “O consumo moderado em indivíduos saudáveis dificulta a adesão de
placas de gordura nas paredes das
«
o
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22 saudável e gostoso Bosch
UMA FRASE
CÉLEBRE
é atribuída a
Alexander Fleming,
criador da
penicilina:
“A penicilina cura
os homens, mas
o vinho é que os
torna felizes”
artérias, acarretando um menor índice
de infartos”, explica a nutricionista Patrícia Bertolucci. Segundo ela, o vinho
possui compostos fenólicos denominados flavonóides e polifenóis, que possuem ação antioxidante, inibindo a oxidação de LDL (colesterol ruim).
Os mesmos benefícios não se
encontram no suco de uva exatamente
por causa da falta de álcool. “Apesar de
o suco de uva ser rico em compostos fenólicos, não possui o etanol, que aumenta as propriedades antioxidantes
das uvas”, diz Patrícia.
Todos esses aspectos da complexa
personalidade do vinho se encontram na
panela. O ingrediente é usado principalmente para dar sabor e textura aos pratos, afirma o chef Benny Novak, do Ici
Bistrô (SP). “Pode ser usado para marinar, fazer confit, em molhos clássicos ou
simplesmente para o cozimento de alimentos em que não seja utilizado como
molho no final”, ensina.
Benny Novak explica qual é o erro
mais comum na hora de cozinhar usando vinho. Segundo ele, o segredo está na
redução: “O erro mais comum é reduzir
demais e ficar muito doce, ou de menos,
e ficar muito ácido”. Para evitar tropeços, basta escolher um vinho seco – não
precisa ser muito caro – e ficar de olho
no ponto do molho. Segundo o chef, “a
consistência legal de um molho é quando ele cobre as costas de uma colher e
não escorre”.
O vinho pode ser a estrela do prato
ou apenas um coadjuvante que ajuda o
ingrediente principal a brilhar. Nos dois
casos, o melhor acompanhamento é...
mais vinho. “Se estiver acompanhando
um prato em que o vinho reina, o ideal é
seguir pelo menos a mesma uva”, diz
Benny. Caso contrário, a escolha da bebida segue as convenções normais usadas
para o ingrediente principal do prato.
Além de tudo, ter vinho no prato e
no copo ainda duplica as oportunidades
para brindar. Saúde.
«
Fotos Arquivo Bosch
A Bosch na sua vida
Potência
Segurança
Para situações de cozimento que requerem uma chama mais
potente, a Bosch oferece em sua linha de Fogões Profissionais um queimador central (foto à esq.), composto de três anéis
que proporcionam uma chama mais potente. O recurso é ideal
para receitas que exigem maior rapidez no preparo ou ainda
maior potência do fogo – como, por exemplo, o cozimento em
caçarolas e panelas grandes.
A linha de Fogões Profissionais da Bosch conta com dispositivos que visam garantir o máximo de segurança ao usuário. O
principal deles é o safe cooking, mecanismo cuja função é evitar um eventual vazamento de gás. Em caso de a chama se apagar ou, ao ligar o fogão, a chama não acender, o sistema interrompe imediatamente a passagem do gás, tanto no forno como
no fogão.
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Fotos Gettyimages
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Da parreira
para o cesto:
um lote
recém-colhido
de uvas Cabernet
Sauvignon
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24 saudável e gostoso Bosch
Fotos Rachel Guedes
«
A ousadia clássica de
Benny Novak
Mixando pratos franceses e culinária judaica,
o chef dá duas receitas à base de vinho tinto
o
Benny Novak
do Ici Bistrô:
o vinho tinto é
muito usado para
dar textura e
sabor aos pratos
chef Benny Novak, de 35 anos, comanda o bem-
sucedido Ici Bistrô, em São Paulo, onde mistura uma formação clássica em receitas de inspiração francesa, toques judaicos e ousadias orientais. A cozinha sempre esteve entre as
paixões de Benny, que costumava cozinhar na casa de amigos.
Em 1998, no entanto, resolveu elevar o hobby ao nível profissional. Abandonou a faculdade de Administração de Empresas e foi
cursar a prestigiosa escola Le Cordon Bleu, em Londres. Em 2002,
abriu o Ici, que já teve que mudar para um espaço maior por
causa do sucesso.
Você pode testar suas habilidades nas receitas que o chef selecionou especialmente para a VidaBosch.
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RECEITAS
Boeuf Bourguignon
Ingredientes
• 1 quilo de músculo extralimpo em cubos grandes
• 1 cebola picada a grosso modo
• 1 cenoura picada a grosso modo
• 30 gramas de farinha
• 4 dentes de alho
• 10 grãos de pimenta-preta
• 1 bouquet garni (tomilho, alecrim, louro e salsa)
• 500 ml de vinho tinto
• 500 ml de caldo de carne
• Óleo de milho ou canola
• Sal e pimenta
• Açúcar
Modo de preparo
Em um recipiente, colocar os cubos de carne, o
alho, a cebola, a cenoura, o bouquet garni e os
grãos de pimenta e cobrir com o vinho tinto. Fechar
com filme plástico e deixar marinar por 24 horas na
geladeira. Retirar a carne e os legumes da marinada, coar o vinho e reservar tudo, menos a pimenta. Esquentar uma caçarola, colocar óleo e
dourar a carne. Adicionar a cebola e a cenoura, mexer e levar ao forno por alguns minutos. Voltar ao
fogo e misturar a farinha e o vinho, mexer, colocar
o caldo de carne, os dentes de alho e o bouquet
garni. Cobrir a caçarola com papel-manteiga e levar
ao forno preaquecido, a 180°C por aproximadamente 2h30. Retirar do forno. Tirar os pedaços de
carne e reservar em uma tigela. Passar o molho no
chinois (peneira), voltar a caçarola ao fogão até o
molho ficar com a consistência desejada. Servir com
cogumelos paris na manteiga e bacons dourados.
Pêras ao Beaujolais
Ingredientes
• 4 pêras grandes descascadas,
mas com o cabinho
• 750 ml de vinho tinto Beaujolais
• 100 ml de creme de cassis
• 1 fava de baunilha ao meio
• 6 grãos de pimenta-do-reino
• 2 cravos
• tomilho fresco
• 100 g de açúcar
Modo de preparo
Em uma panela, arrume as pêras de pé e junte os
outros ingredientes já misturados. Tampe e ferva
em fogo médio. Cozinhe até que fiquem tenras, mas
não moles. Retire do fogo. Deixe esfriar no próprio
líquido. Antes de servir, deixe 24 horas na geladeira.
tendencias1
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26 tendências Bosch
Sistemas de monitoramento e
alarme ganham
mobilidade e podem ser
acessados à distância
apenas com o uso da internet
P O R
A L A N
I N F A N T E
Segurança
Fotos Arquivo Bosch
ao alcance de um clique
O gerenciamento dos sistemas pode estar em qualquer lugar, em uma guarita, na entrada de um condomínio; basta uma senha e acesso à internet
tendencias1
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a
ssim que o casal chega à
casa de veraneio, a mulher liga
o notebook e acessa a internet. Na barra de endereços, digita os números que
acabou decorando e entra na página
com seu login e senha. Seus filhos aparecem na tela, dormem no quarto da residência da família, que fica na capital.
Pelo sistema, ela verifica que o alarme
antiinvasão não está ligado, os garotos
mais uma vez se esqueceram. Ela o
aciona. Em duas clicadas, verifica a sala
bagunçada e a fachada da casa, deserta.
Além de assegurar tranqüilidade, o
acesso à distância de sistemas de segurança e monitoramento proporciona aos
usuários cada vez mais autonomia. Hoje,
a tecnologia desenvolvida pela Bosch já
permite que, de qualquer ponto do globo,
uma pessoa com um computador com
internet controle o acesso às salas de um
prédio, veja quem e o que está ou esteve
nele e seja alertada, nesse caso também
por telefone ou rádio, em situações de arrombamento, invasão e incêndio.
Para possibilitar essa variedade de recursos, a Bosch desenvolveu quatro sistemas de segurança com programação,
controle e alerta remotos. O mais tradicional deles é o de antiinvasão, capaz de
detectar movimentos, sons e alterações
de temperatura e analisá-los de modo a
identificar se esses sinais caracterizam
um arrombamento ou a presença de
uma pessoa na área monitorada. A ferramenta ainda pode ser acionada, desligada ou programada para funcionar durante períodos preestabelecidos, também
pela internet, através de senhas.
Os alarmes de incêndio da Bosch
também avançaram e hoje oferecem
mais que um simples alerta. Por meio de
detectores de fumaça no teto, eles conseguem discernir e indicar quais os pontos da planta de um local estão sendo
atingidos pelo fogo. Informação útil em
casos de evacuação, isolamento de
áreas, e para o trabalho dos bombeiros.
Os sistemas de câmeras também
deixaram de ser apenas uma extensão
dos olhos do vigia. Os equipamentos da
Bosch funcionam de maneira inteligente,
registrando os momentos precedentes e
subseqüentes ao disparo do alarme em
casos de invasão ou incêndio, o que permite que se descubra o que causou o
alerta. Eles também podem ser programados à distância, pela internet, o que dá
maior autonomia ao usuário.
O quarto sistema é o de controle de
acesso. Por meio dele, o administrador da
ferramenta da Bosch pode permitir, ou
não, o acesso a determinadas salas de
um imóvel. Também é possível programálo para destravar as portas para determinadas pessoas, que antes de entrar se
identificam num painel por meio de cartão eletrônico ou pela impressão digital.
O terminal de gerenciamento desse sistema pode ser uma guarita blindada na
entrada de uma empresa ou condomínio,
ou qualquer outro lugar. Basta que a pessoa que comandar o sistema tenha uma
senha de acesso e um computador ligado à internet ou à rede corporativa.
Quando instalados interativamente, esses quatro sistemas da Bosch oferecem ainda mais recursos. No caso de um
incêndio, por exemplo, ao disparo do alarme, o sistema de TV começa a gravar no
servidor as imagens captadas. O gerenciador pode identificar as salas afetadas
e, por meio do controle de acesso, isolar
áreas estratégicas.
Além de interativos, esses componentes podem ter seu funcionamento
interligado a equipamentos de telefonia
(fixa ou celular), redes de transmissão de
dados (corporativa, intranet ou internet)
e sistemas de radiofreqüência. O acesso
aos canais de comunicação existentes
permite a adequação dessas ferramentas a casos particulares, tanto para residências como para empresas.
Esse avanço tecnológico dos sistemas de segurança da Bosch torna-se ainda mais expressivo quando os novos recursos são comparados aos que existiam
na década de 70, período em que começaram a surgir no Brasil os primeiros equipamentos eletrônicos nesse setor.
Naquela época, o conceito dos sistemas de segurança era apenas de alerta local. “A aparelhagem era basicamente composta de sensores infravermelhos, contatos magnéticos em portas
e janelas, detectores de quebra de vidro
e câmeras analógicas com autonomia
limitada”, conta Fabrício Sacchi, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (Abese). “E esse era o material top
de linha”, destaca.
Os sistemas com reporte e programação remotos surgiram nos anos 80,
mas tomaram corpo no Brasil com a
abertura comercial, em 1990. “Hoje, essa
tecnologia está consagrada. O envio do
sinal de alerta a outro lugar amplia a
margem de certeza na tomada de providência, principalmente quando o aviso
chega a uma empresa de segurança,
que está preparada para atender corretamente o chamado”, avalia.
Segundo a Abese, só em São Paulo,
estado que concentra quase 50% das empresas do segmento, existem 360 mil imóveis com sistemas eletrônicos de segurança instalados. A casa do médico Fábio
de Souza Neto é um deles. Há um ano e
meio, ele decidiu que sua casa deveria ter
um sistema de vigilância.
Souza providenciou a instalação de
três câmeras, duas na frente da casa e
uma na garagem, acessadas pela internet
ou por um canal da TV a cabo. Para inibir
a ação de criminosos, também foram instaladas cercas elétricas nos muros. Para
ele, os equipamentos não proporcionam
apenas a sensação de segurança, mas
uma segurança efetiva. “Sabemos que
estamos sujeitos a assaltos e que, se alguém realmente quiser, consegue entrar
na casa. Mas esse aparato garante que a
casa não será invadida por um ladrão
despreparado, que aterrorize minha família pela própria insegurança.”
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28 grandes obras Bosch
POR ARYANE CARARO
Caminhos
debaixo da terra
Construção da Linha Amarela do metrô de São Paulo
movimenta mais de R$ 3 bilhões, envolve 7 mil operários
e, quando concluída, transportará pelo menos
900 mil pessoas por dia. Não à toa, é considerada
a maior obra urbana em andamento no país
b
árbara é sempre a primeira a
entrar no túnel. Só assim, com a
presença da imagem de gesso da santa
católica, os operários começam a trabalhar na escavação dos túneis do metrô
de São Paulo.
De acordo com a tradição religiosa,
santa Bárbara é a protetora contra mortes trágicas e, no subsolo, ganha a fama
de evitar desmoronamentos. É com base
nessa crença que trabalham os operários
envolvidos na construção da maior obra
urbana brasileira em andamento: o prolongamento de uma linha do metrô já
existente e a criação de outra na cidade
de São Paulo. Pela primeira vez na história da capital, dois ramais estão sendo
construídos ao mesmo tempo.
A primeira obra é de extensão da Linha Verde em 3,5 quilômetros, que vão
ligar a estação Ana Rosa ao Ipiranga, ambos na zona sul de São Paulo.
A segunda é a construção da Linha
Amarela do metrô – que ligará a estação
Luz, no centro da cidade, ao pátio de
estacionamento de trens na Vila Sônia,
zona sul.
Quando estiver concluído, em 2009,
o novo ramal deverá transportar cerca
de 900 mil pessoas por dia. A previsão é
que o trajeto completo, de 12,8 quilômetros, seja percorrido em 20 minutos,
contra os habituais 90 gastos de carro
em dias de trânsito lento.
Os números de custos e ganhos
com a nova linha justificam o título de
maior obra urbana em andamento no
país. A obra está orçada em R$ 3,1 bilhões, sendo R$ 1,9 bilhão do governo do
estado e o restante da iniciativa privada.
Envolveu a desapropriação de 172 mil
metros quadrados e conta com o trabalho de cerca de 7 mil operários, ligados
direta ou indiretamente à obra nos setores de construção civil, fabricação de
equipamentos, montagens e serviços. A
ebulição de máquinas, pás e picaretas
embaixo da terra começou oficialmente
no dia 2 de setembro de 2004, data em
que o governador Geraldo Alckmin deu a
largada formal às obras. Foi o sinal verde
para as empreiteiras perfurarem os primeiros poços. Ao final das obras, terão
sido retirados 2 milhões de metros cúbicos de terra.
Enquanto a máquina escavadeira retira a terra, uma grossa camada de cimento é jogada ao redor do poço para
que o solo não desmorone. Quando o túnel estiver pronto, terão sido usados 550
mil metros cúbicos de concreto.
Após a etapa de revestimento, terão
início a escavação e o escoramento dos
lugares que abrigarão as 11 estações, cada uma com 136 metros de comprimento.
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Túnel por onde passará
o novo metrô paulista:
a obra usará mais
de 550 mil metros
cúbicos de concreto
«
Mônica Zarattini/AE
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Fotos Mônica Zarattini/AE
30 grandes obras Bosch
Prevista para ser entregue em 2009, a Linha Amarela do metrô permitirá a interligação de todas as regiões de São Paulo
«
QUANDO
estiver concluída,
daqui a quatro anos,
a Linha Amarela
do metrô deverá
reduzir para 20
minutos a passagem
pelos 12,8 quilômetros
que hoje tomam
até 90 minutos
de carro
Para interferir o mínimo possível na
superfície da cidade, poucas valas serão
abertas. Pelo método cover-and-cut (cobrir e cortar), abre-se uma vala, não
muito profunda, que é logo coberta com
uma camada de concreto. Ao mesmo
tempo, máquinas perfuram buracos laterais que serão preenchidos de concreto
e servirão como paredes da estação. Então, operários entram para aprofundar o
corpo da estação. A idéia é fazer com
que as pessoas na superfície não percebam que há um intenso trabalho embaixo da terra.
Outros trechos da Linha Amarela serão abertos à base de picaretas, pelo método mineiro ou NATM (New Austrian
Tunneling Method). O prolongamento da
Linha Verde, por exemplo, está sendo todo feito por esse método. Por dia, cada
frente de trabalho avança 1,5 metro em
cada túnel.
Um trabalho lento, se comparado ao
que faz a vedete das escavações: a máquina shield, apelidada no Brasil de “tatuzão”. Na década de 90, durante a abertura do ramal sob a avenida Paulista – da
Linha Verde do metrô –, o “tatuzão” conseguiu avançar num único dia 45 metros.
Mas a média, conservadora, é de 20 metros de túnel por dia.
Em janeiro de 2006, chegará ao Brasil
o “supertatuzão”. Essa evolução do shield
deverá ser capaz de fazer um túnel por
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onde passam dois trens ao mesmo tempo – hoje, faz-se túnel com trilho único,
como aconteceu nas obras das linhas
Azul, Vermelha e Verde do metrô. Até
por isso o tamanho deste túnel duplo é
maior: 8,4 metros de diâmetro interno,
enquanto os atuais têm 5,9 metros. A eficiência, claro, custa caro: de US$ 15 milhões a US$ 20 milhões.
Quando o “tatuzão” foi usado pela primeira vez no Brasil, há 30 anos, durante a construção da Linha Azul, despertou a curiosidade e a imaginação popular. Na época, a máquina precisava operar em um ambiente com ar comprimido,
para evitar inundações – hoje o “supertatuzão” dá conta do recado sem precisar comprimir o ar do túnel inteiro. Por
causa disso, a própria seleção do operariado era rigorosa, com exames médicos
e avaliações físicas feitas em câmaras de
ar comprimido. Temia-se que os operários desenvolvessem uma embolia pulmonar. Não se sabe por qual motivo surgiu o boato de que o ar comprimido causava impotência sexual. E, por pouco, a
obra que iria marcar o transporte de São
Paulo não foi boicotada por falta de trabalhadores.
Mitos como esse fazem parte da
história do metrô de São Paulo, já que
sua construção exigiu soluções inéditas
no Brasil. Por causa das obras, por exemplo, ocorreu a primeira implosão de um
prédio no país, em novembro de 1975.
Em nove segundos, o edifício Mendes
Caldeira, de 28 andares, sucumbiu ao
lado da Catedral da Sé. A cidade inteira
parou para ver. Não deverá ser diferente
na Linha Amarela.
”Como o projeto tem um preço fechado, você incentiva e desafia a engenharia nacional a encontrar soluções mais
econômicas e viáveis e, com isso, acaba
desenvolvendo tecnologia", afirma Luiz
Carlos David, presidente do Metrô.
SUBTERRÂNEO
Como
funciona
o “tatuzão”
O shield, ou “tatuzão”, é uma espécie de faz-tudo em matéria de túneis.
À sua frente, encontra a terra. Quando passa, deixa para trás um túnel
quase pronto. Acompanhe as etapas:
1. Na parte dianteira, o “tatuzão” tem
diversas pás que, em movimentos
rotatórios, escavam a terra, como
se fosse um grande ralador de queijos. A máquina também joga jatos
d'água para amolecer o solo e facilitar o trabalho.
Desafio é pouco para definir a empreitada. Imagine uma das avenidas vitais
de São Paulo ficar completamente oca
sem, para isso, precisar interromper o
trânsito. Pois é o que o Metrô vai fazer embaixo da rua da Consolação. Ao longo de
507 metros, acompanhando o Cemitério
da Consolação até a avenida Paulista, o
subsolo vai virar um enorme buraco para
servir de estacionamento para os trens.
À medida que o “supertatuzão” for
abrindo caminho, operários o seguem
para finalizar o túnel. É o momento de
colocar trilhos, parafusar batentes, soldar
barras de ferro, instalar cabos de energia
que alimentam os trens, ajustar apare-
2. Se o shield encontrar um lençol
freático, o próprio compartimento
dianteiro faz compressão para que a
água não invada o túnel.
3. A terra escavada entra no “tatuzão” e, por uma esteira rolante, é
levada para a parte traseira até sair
da máquina.
4. Ao mesmo tempo em que a parte
dianteira escava, a traseira coloca
anéis de concreto armado (divididos
em partes) para escorar a terra. O
próprio shield aparafusa um anel no
outro, deixando pronta a armação de
concreto do túnel.
Divulgação
5. Após a passagem do “tatuzão”,
que desliza com o auxílio de macacos hidráulicos que o empurram, o
túnel está praticamente pronto. Então, é só colocar trilhos e sistemas
operacionais e pôr os trens para
rodar.
Para interferir o mínimo possível na rotina dos transeuntes, poucas valas serão abertas durante a obra
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32 grandes obras Bosch
«
UMA DAS VIAS
vitais da cidade, a rua
da Consolação
ganhará um enorme
buraco subterrâneo
no trecho entre o
Cemitério da
Consolação e a
avenida Paulista: será
o estacionamento
dos trens
lhos de mudança de via, lixar, martelar e
apertar os últimos parafusos. O shield
encerra seu trabalho no início de 2007.
Os operários seguem com os acertos
finais até 2008.
Nesse ano, 15 dos 25 trens previstos
passarão a percorrer a linha, que terá 11
estações. Nessa primeira fase, porém,
apenas as paradas Luz, República, Paulista, Pinheiros e Butantã estarão em funcionamento, além do pátio de estacionamento de Vila Sônia, que tem área de 111
mil metros quadrados – o equivalente a
16 campos de futebol. As demais estações (Morumbi, Três Poderes, Faria Lima,
Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higie-
nópolis) devem ser entregues somente
em 2009. Durante o lançamento das
obras, Alckmin afirmou que existe ainda
a possibilidade de construção de uma
12ª estação na própria Vila Sônia.
Quando a Linha Amarela estiver concluída, estará completa a chamada “linha
da integração”, que interligará todas as
linhas de metrô existentes – atualmente
com 58 quilômetros de trilhos. “Além disso, é a primeira que aponta para fugir dos
limites do município de São Paulo, devendo ir, numa terceira fase, até o município
de Taboão da Serra”, ressalta David.
Mas isso já é coisa para outro capítulo da história da engenharia nacional. E
mais um trabalho para santa Bárbara.
Fotos Arquivo Bosch
A Bosch na sua vida
Toque final
Serra-tudo
O acabamento é uma das etapas mais importantes na construção de um túnel. Para deixar lisa e brilhando toda a estrutura
de concreto, é necessário o uso de máquinas especiais. Na
ampliação da Linha Amarela do metrô de São Paulo, a Bosch
participa com fornecimento de diversas ferramentas, entre elas a lixadeira de concreto. Pesando pouco mais que 2
quilos, o modelo tem a função de retirar defeitos e irregularidades da superfície do concreto. Além disso, a lixadeira da
Bosch oferece um eficiente sistema de sucção, capaz de eliminar o excesso de poeira gerada, diminuindo os riscos à saúde do
operário.
A rapidez é um dos aspectos mais importantes no setor de
construção civil, de túneis ou estações de metrô, bem como nas
marmorarias. Para isso, uma ferramenta fundamental é a serra
mármore, capaz de fazer cortes retos ou curvos em qualquer
tipo de pedra decorativa – como mármore, granito ou ardósia. A
Bosch comercializa a nova serra mármore GDC 14-40, mais
leve que seus principais concorrentes no mercado brasileiro.
Outra grande vantagem é a praticidade: ela dispensa o uso de
bancadas no local, economizando um tempo precioso durante
os serviços de acabamento. Além disso, é a única capaz de fazer
cortes com profundidade de até 40 milímetros.
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CURIOSIDADES
Conheça o traçado da
nova linha do Metrô paulistano
Lendas do mundo
subterrâneo
Rio Tiet
Rep blica
Luz
Higien polis
Rio Pinheiros
S
Oscar Freire
Paulista
Pinheiros
Butant
Fradique Coutinho
Faria Lima
Morumbi
1. Conta-se que, por volta de 1975,
quando era construída a estação da Sé,
trabalhava no local um carpinteiro maranhense metido a piadista. De tanto fazer graça, um dia foi demitido. Ele, então, pediu aos superiores que o deixassem terminar seu serviço, que era o de
fazer moldes em madeira dos pilares
para receber concreto. Concluiu o serviço, deu suas ferramentas e seu radinho de pilha para aos colegas e desapareceu. O concreto, então, foi colocado
no molde. Uma semana depois, ao retirar as madeiras, os operários levaram
um susto: havia dois bicos de botina e
duas luvas de borracha aparecendo no
pilar. Não houve dúvidas entre os trabalhadores: “O peão se suicidou! Ficou tão
triste que decidiu ficar para sempre na
Sé”. Decidiram tirá-lo dali. Só quando
começaram a perfurar o concreto perceberam que aquela tinha sido sua última brincadeira.
Tr s Poderes
Vila S nia
Esta
es da nova linha
Linha 1 - Azul
Linha 2 - Verde
Linha 3 - Vermelha
Linha 4 - Amarela
Linha 5 - Lil s
2. Também entrou para a história a
lenda do cemitério secreto de filhos dos
padres. Na década de 70, quando trabalhavam no subsolo das proximidades
da Igreja do Carmo, os operários encontraram ossadas. Logo correu o boato de
que os restos mortais eram de filhos
dos padres e que aquele local era um
túnel por onde as freiras promoviam
encontros secretos com os diáconos. A
explicação real, no entanto, é bem menos picante: os ossos eram restos de
um antigo cemitério vertical que ficava
ao lado da igreja e foi demolido durante
o período da gripe espanhola (1918),
porque se temia que, daquele jeito, os
corpos pudessem transmitir a doença.
As ossadas, com o entulho do cemitério, nunca foram retiradas do local, até
serem encontradas pelos operários. Os
mortos continuaram assustando os
operários ao longo dos anos. Na década
de 90, quando era construída a Linha
Verde, foi preciso escavar ao lado do
Cemitério do Araçá. Com medo de encontrar ossos ou, pior, assombrações,
muitos se recusaram a trabalhar. Mas,
como bem lembra Sérgio Salvadori, diretor de Engenharia e Construções, o
túnel fica muito abaixo dos tradicionais
sete palmos de covas. Nenhum osso foi
desenterrado.
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Fotos Rachel Guedes
34 Brasil cresce Bosch
A hora e a vez dos
genéricos
POR RICARDO MEIRELLES
Espera-se que
até 2007 a participação
dos genéricos no
Brasil dobre e
conquiste 20% do
mercado farmacêutico
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Indústria desses medicamentos
alternativos prevê dobrar de tamanho
e abocanhar 20% do mercado
farmacêutico brasileiro até 2007
NO MERCADO
Entenda
as diferenças
entre os
remédios
Medicamento de referência
Remédio original (não copia outro já
existente) com marca comercial, desenvolvido pela indústria farmacêutica após pesquisas e liberado para
uso no Brasil após aprovação e registro no Ministério da Saúde.
Medicamento genérico
grande letra “G” em cor
preta impressa sobre uma faixa
amarela tem sido um símbolo cada vez
mais comum no cotidiano do brasileiro.
Ela estampa um tipo de remédio que até
o começo da década representava menos de 1% dos medicamentos vendidos
no país: os genéricos. Pouco a pouco, doses cavalares desse produto começaram
a chegar às farmácias, a ponto de ele ter
sustentado o crescimento da indústria
farmacêutica do Brasil nos últimos anos.
A primeira leva estreou nas prateleiras em fevereiro de 2000; eram então
apenas seis remédios, que mal chamavam a atenção do consumidor ou dos
farmacêuticos. Hoje, são mais de 1.400
registrados na Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária), que atuam contra enfermidades tão diversas como
Aids, câncer de mama, alergias, bronquite, diabetes, glaucoma, hipertensão e
mal de Parkinson, entre várias outras.
Somado, esse coquetel é responsável
por 9,86% das unidades e 7,86% do valor
das vendas de remédios comercializados no Brasil, segundo dados de dezembro de 2004 da Pró-Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos).
A diferença entre a participação dos
genéricos no volume e no valor de vendas é a pista para o principal chamariz do
setor: os preços baixos. “O genérico é,
em média, 40% mais barato que os medicamentos de referência. Mas há situações em que eles são 60%, até 70%
mais baratos”, afirma a diretora executiva da Pró-Genéricos, Vera Valente, que foi
gerente-geral de Medicamentos Genéricos do Ministério da Saúde entre 2000 e
2003, quando esses remédios começaram a fazer efeito no mercado nacional.
A imagem de produto mais barato também se destacou em uma pesquisa feita
pela Anvisa no final de 2001, em 236
municípios: 71% dos entrevistados afirmaram que os genéricos pesam menos
no bolso.
Esse fator é especialmente importante para os genéricos abrirem espaço no mercado das classes D e E. “A
análise da situação socioeconômica brasileira mostra que a maioria da população não tem acesso aos medicamentos
essenciais, nem mesmo aos de uso contínuo”, constata um estudo da Anvisa,
que considera os genéricos uma alternativa para o problema. Cálculos do Ministério da Saúde apresentam avaliação semelhante: em tratamentos prolongados,
o alívio financeiro encosta na casa dos
R$ 2 mil anuais.
O preço quase sempre menor foi fundamental para vitaminar o setor em seus
primeiros anos de vida, o que fortaleceu
a então combalida indústria nacional.
«
a
Remédio que contém o mesmo princípio ativo (substância responsável
pelo efeito terapêutico do medicamento), na mesma dose e forma do
medicamento de referência, e que é
administrado pela mesma via (oral,
subcutânea etc.). Entra no mercado
após passar por testes de bioequivalência, que comprovam que eles
têm o mesmo efeito do remédio original. Não é vendido com marca,
mas com o nome do princípio ativo
(por exemplo: ácido acetilsalicílico).
Medicamento similar
Remédio que tem a mesma indicação, o mesmo princípio ativo, a mesma concentração, forma farmacêutica e indicação do medicamento de
referência, mas não passa por teste
de bioequivalência. Alguns são vendidos com marca comercial, outros,
com o nome do princípio ativo. O
Ministério da Saúde está obrigando
esses remédios a passar por testes
de bioequivalência.
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36 Brasil cresce Bosch
O MEDICAMENTO
genérico é geralmente
mais barato do que o de
referência,
pois requer menos
investimento em
pesquisa e publicidade
«
“Como aconteceu em outros países, o
setor de genéricos teve um avanço acelerado no início”, afirma Vera Valente.
Mas ela acredita que ainda há espaço
para crescer. Sua expectativa é que a
participação dos genéricos dobre até
2007, passando dos atuais 10% para 20%
do mercado farmacêutico do Brasil, o décimo maior do mundo e que movimenta
hoje US$ 5 bilhões por ano.
As previsões da Pró-Genéricos baseiam-se em dois principais fatores. Um
deles é o vencimento, nos próximos
anos, de patentes de medicamentos
importantes, sobretudo antibióticos. Os
genéricos são remédios que copiam os
chamados medicamentos de referência
— aqueles que, após pesquisas e testes
de eficácia nos órgãos de controle, são
lançados no mercado com uma fórmula
original e nome comercial (Aspirina,
Viagra, Novalgina etc).
A lei brasileira assegura a patente
desse medicamento por 20 anos; depois
desse período, fica liberada a fabricação
dos genéricos — que contêm o mesmo
princípio ativo que um remédio de referência, são ministrados pela mesma via e
têm a mesma indicação. O genérico, que
não tem nome comercial (a “marca” é o
princípio ativo), foi regulamentado pela
primeira vez nos Estados Unidos em
1984 e existe em vários países, como
Canadá, Alemanha, Grã-Bretanha, Holanda, Áustria, Itália, Dinamarca, Índia e
China. Em todos esses casos, ele é geralmente mais barato que o medicamento
de referência, pois requer menos investimentos em pesquisa e publicidade.
Os genéricos são geralmente 40% mais baratos que os medicamentos de referência
Outro pilar que sustenta as previsões
da Pró-Genéricos está ligado a um terceiro tipo de remédio, esse mais tipicamente brasileiro: o similar. Como até 1999 o
Brasil não tinha uma lei de patentes farmacêuticas, conviviam no país os medicamentos de referência patenteados no
exterior e cópias desses medicamentos
produzidas no Brasil, geralmente com
matéria-prima importada.
O problema é que os similares não
precisavam passar por exames que comprovassem sua semelhança com os originais (testes de bioequivalência), o que
podia levantar dúvidas sobre sua eficácia. Para o gerente-geral de Medicamentos da Anvisa, Paulo Santa Rosa, no entanto, isso não era problema. “Existem
inúmeros similares antigos no mercado
cuja eficácia vem sendo comprovada pelo uso no decorrer do tempo.”
Apesar dessa declaração, a Anvisa
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Rachel Guedes
mina em 2008 e para os de bioequivalência em 2013. “Uma boa parte dos fabricantes já está fazendo os testes mesmo
antes do prazo de renovação, porque
muitos compradores (hospitais, seguros
de saúde e, principalmente, o setor público) estão exigindo os testes”, observa
Santa Rosa. “Acreditamos, dessa forma,
que até 2008 boa parte do mercado terá
sido testada.”
A Bosch na sua vida
está obrigando agora que todos os similares sejam submetidos aos testes de bioequivalência, o que, segundo a Pró-Genéricos, deve eliminar marcas de similares
não-confiáveis e desobstruir o mercado
para os medicamentos genéricos. Os prazos para que os similares passem pelos
exames está sendo escalonado. Alguns já
precisam estar com o processo concluído, mas o cronograma para os testes químicos (equivalência farmacêutica) ter-
Valente, o mercado estará mais próximo
da estabilização. Os similares poderão
abandonar o nome comercial e se transformar em genéricos ou manter a marca
e concorrer com os medicamentos de
referência. “A marca tem um forte poder
de atração no mercado. O médico e os
usuários se lembram e confiam na marca
e compram assim”, comenta Santa Rosa.
“Embora muitas vezes a manutenção da
marca tenha um custo para o laboratório,
em outras ocasiões ela ajuda a reduzir o
custo. Talvez um mesmo fabricante gaste
mais para se estabelecer como líder em
genérico do que para manter a marca
que já vinha trabalhando há muito tempo”, compara.
Até lá, porém, a indústria de genéricos no Brasil espera poder contar com
outra carta na manga, que abriria mais
espaço com o maior comprador de remédios do país, o governo. A Pró-Genéricos se prepara para fazer lobby para
modificar a lei de licitação de medicamentos: em vez de usar o preço como
critério principal, o setor público deveria
dar mais peso à qualidade do produto.
Essa exigência, já existente nos Estados
Unidos, por exemplo, emprestaria mais
poder de fogo para os genéricos concorrerem contra os similares nas compras
públicas.
A Anvisa admite rever o procedimento, mas aos poucos. “O aumento de exigências deve ser feito de forma gradual,
não reduzindo a concorrência do mercado, o que poderia resultar num aumento
desnecessário de custos e, conseqüentemente, numa redução do acesso da
população aos medicamentos”, defende
Santa Rosa. “Não são mudanças que podem ser feitas da noite para o dia.”
Arquivo Bosch
Nesse momento, conjectura Vera
Tecnologia
de embalagem
A Bosch fornece máquinas de embalagem para as indústrias cosmética,
química, alimentícia e farmacêutica.
No setor farmacêutico, da qual é fornecedora desde o início da década de
70, a empresa possui uma linha completa de equipamentos voltada para fabricantes de medicamentos, atuando
na área de produtos líquidos (como
ampolas, frascos e seringas) e sólidos
(como cápsulas, cartuchos e blísteres
— cartelas de comprimidos). No Brasil, a Bosch fornece, para diversas
empresas farmacêuticas, máquinas
para o enchimento e o empacotamento de ampolas para vacinas, como contra febre amarela, picada de cobra (soro antiofídico) e sarampo. As empacotadoras comercializadas pela Bosch
no país possuem alta produtividade e
seguem padrões internacionais de
fabricação. O modelo GKF, por exemplo, é capaz de encher e fechar até
150 mil cápsulas por hora. No segmento de remédios genéricos e similares, a Bosch tem forte presença
com suas máquinas encapsuladoras,
montadas na unidade de Tecnologia
de Embalagem, em Alphaville, próximo de São Paulo.
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POR MARÍLIA JUSTE
38 atitude cidadã Bosch
Pessoas interessadas em ajudar assumem
uma postura mais independente, ao mesmo
tempo em que o setor privado abraça a causa
das ações solidárias
trabalho voluntário já
não é visto mais como tarefa
de velhinhas religiosas que distribuem
sopa aos pobres depois da missa. “O
mundo mudou muito nos últimos anos. O
voluntariado também”, define Anísia Sukadolnik, diretora do Centro de Voluntariado de São Paulo. “Hoje, esse tipo de
trabalho não é mais visto como simples
assistencialismo, mas como forma efetiva de mudar a sociedade.”
As pessoas estão deixando de ver o
trabalho voluntário como algo feito em
instituições fechadas ou como parte de
um setor específico, para tomarem consciência do seu dever individual de ajudar
o outro. Em vez de ajudar só quando a
oportunidade se apresenta, como por
exemplo quando uma igreja clama pelo
apoio aos pobres, os brasileiros estão indo sozinhos atrás de opções.
Essa mudança na visão em relação
ao voluntariado não acontece somente
aqui. Segundo o coordenador do programa de voluntariado das Nações Unidas
(UN-Volunteers) no Brasil, Dirk Hegmanns,
esse movimento já existe há algum
tempo na União Européia e principalmente nos Estados Unidos. “Nesses países existe um histórico bastante antigo de
associar a ação voluntária à questão da
responsabilidade social. No Brasil, isso
começa a surgir mais recentemente, depois das atividades realizadas no país inteiro em 2002, o Ano Internacional do Voluntariado.”
De acordo com Bruno Ayres, coordenador-geral do site Portal do Voluntariado, a ação voluntária possui obrigatoriamente três características: ela é espontânea, ou seja, não vem de uma pressão
externa, mas da própria vontade do indivíduo; não é remunerada; e possui uma
finalidade pública.
Dentro disso, há uma série de atividades que podem ser realizadas. Desde
vizinhos que se reúnem para reformar o
hospital local até jovens que dão aulas de
reforço a crianças carentes, passando
por pessoas que se dedicam integralmen-
«
o
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Voluntariado de
Arquivo Bosch
cara nova
Luciana Fagundes, da
Bosch, ensinando os
primeiros passos de balé:
“O trabalho voluntário me
trouxe novos amigos
dentro e fora da empresa”
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Arquivo Bosch
40 atitude cidadã Bosch
Voluntário da Bosch: Horácio Meza usa música em suas aulas de inglês para crianças de escola pública
«
AS EMPRESAS
fazem a
intermediação
entre os
funcionários
voluntários e
quem precisa
de ajuda
te a complexos trabalhos de serviço à
comunidade. “A vontade de ajudar vem
naturalmente de qualquer pessoa que
olha para os indicadores sociais deste
país e percebe o quanto eles são péssimos”, afirma Anísia. “Quem percebe isso
e se importa, automaticamente pensa:
‘eu posso ajudar a transformar a vida de
outra pessoa’.” Essa participação, segundo a diretora, é capaz de mudar completamente a vida dos voluntários. “Esse tipo
de trabalho não é bom somente para
quem é ajudado, mas principalmente para quem ajuda. Ele nos faz cidadãos
melhores, pessoas melhores.”
A ação do setor privado Além
das ações individuais, tem crescido no
Brasil a participação das empresas privadas na área. Segundo levantamento
realizado em 2004 pelo Gife (Grupo de
Institutos, Fundações e Empresas) com
61 empresas do Brasil inteiro, 55% delas
afirmaram que realizavam algum tipo de
trabalho voluntário. “Hoje, uma firma que
não se preocupa com a sociedade onde
está inserida está fadada a ser excluída
do mercado”, acredita Ayres.
As empresas brasileiras que apóiam
esse tipo de atividade normalmente funcionam como mediadoras entre os fun-
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cionários que querem ser voluntários e
quem precisa de auxílio. Além de ajudar
a comunidade, a empresa ganha, principalmente, com funcionários mais motivados. “O empregado que participa de uma
ação voluntária através de sua empresa
gosta mais do local onde trabalha. Ele
‘veste a camisa’ da empresa porque ela
está ‘vestindo a camisa’ da comunidade”, diz Anísia.
“Mesmo tendo gastos, a empresa ganha tanto da porta para fora quanto da
porta para dentro. Fora, sua imagem melhora, pois a comunidade passa a associar aquela companhia a ações positivas.
Dentro, os funcionários têm uma nova
perspectiva de seu trabalho e se tornam
mais produtivos”, completa Ayres.
A iniciativa, segundo ele, é cada vez
mais forte nas grandes empresas, mas
atinge também as pequenas e médias. “A
pressão da sociedade para que as empresas trabalhem pelo bem de suas
comunidades atinge a todos, mesmo as
firmas menores”, explica.
No entanto, a vontade de ajudar
pode não ser o bastante no caso das empresas voluntárias. É preciso muita organização para os gastos não suplantarem
os benefícios. “O setor privado tem um
papel inquestionavelmente importante
no voluntariado, mas em muitos casos
ele precisa ser mais bem organizado”, diz
Hegmanns. Segundo ele, muitas companhias acabam gastando dinheiro além da
conta para realizar suas atividades voluntárias. “As empresas têm o dinheiro, mas
a experiência está com as entidades que
costumam realizar esse tipo de ação”,
afirma. “Muitas vezes uma parceria com
organizações não-governamentais pode
resultar em trabalhos mais eficientes e
com menos gastos”, aconselha.
“É claro que qualquer iniciativa do
setor privado é melhor que nenhuma.
Mas, se estamos dispostos a trabalhar,
devemos fazê-lo da forma mais eficiente possível”, acredita. Por isso, Hegmanns
dá o seguinte conselho às empresas
que querem entrar nesse tipo de atividade: “Acho que as ONGs e as empresas deveriam trabalhar mais juntas
sempre que possível”.
VOLUNTARIADO NA BOSCH
A ação solidária é uma tradição da Bosch desde a sua
fundação. E não teria como ser
diferente. Do capital da empresa, 92% pertence à Fundação
Robert Bosch, na Alemanha.
“Apesar de estar em evidência
atualmente, o trabalho social
já faz parte da história da
Bosch há muitos anos”, explica Carlos Abdalla, gerente de
Relações Corporativas da empresa no Brasil.
Aqui, a Bosch incentiva o voluntariado em suas quatro unidades, somando mais de 400
voluntários. São programas desenvolvidos sob coordenação
da área de Recursos Humanos,
através dos quais seus colaboradores recebem orientações
sobre o trabalho voluntário e
também conhecem oportunidades para atuação. Nas duas
unidades da cidade de Campinas, em São Paulo, os projetos
sociais da empresa estão focados nas comunidades de Vila
Boa Vista, Parque Via Norte e
Campo Grande. Em Curitiba, o
trabalho é realizado no bairro
de Vila Verde. Já em Aratu, na
Bahia, a empresa apóia projetos
sociais desenvolvidos pelas entidades Fundação Crê, Lar Vida
e Irmã Benedita. Quem se dedica a ações fora dos projetos desenvolvidos ou apoiados pela
Bosch também é valorizado.
“Nós incentivamos todos os
nossos colaboradores que decidem se preocupar em ajudar
o próximo, independentemente
de atuarem em projetos da própria empresa ou em outros nas
comunidades”, diz Abdalla.
Valéria Dias Alves, do setor de
benefícios da unidade da Bosch
na Bahia, costuma não apenas
ajudar nas campanhas de arrecadação de mantimentos da
empresa, mas também organizar essas iniciativas. “Na Gincana da Cidadania, no ano passado, arrecadamos mais de 15 mil
itens. No Desafio Solidário, em
comemoração aos 50 anos da
Bosch no Brasil, foram mais de
23 mil”, conta. “Muitas vezes o
que não nos faz falta pode mudar a vida de uma pessoa. Fico
muito feliz de ajudar com essas
ações”, afirma Valéria.
Em Campinas, Luciana Fagundes e Horácio Meza, analistas de exportação, são dois dos
voluntários da unidade. Luciana,
bailarina treinada dos 12 aos 27
anos, dá aulas de dança para
crianças de 1ª a 4ª série do ensino fundamental da Escola Municipal Carlos Zink, no bairro Vila
Boa Vista. O trabalho mudou
não apenas a vida das crianças
— melhorando a auto-estima, o
trabalho em grupo e força de
vontade — como também a de
Luciana. “O trabalho me trouxe
novos amigos dentro e fora da
empresa, um bem-estar emocional muito grande e me reaproximou de algo que eu sentia
muita falta, a dança”, conta.
Horácio também tem uma
experiência positiva com o
voluntariado. Ele dá aulas de inglês para crianças da mesma
escola. Com quatro outros professores, todos da Bosch, ele
ensina um grupo de 80 crianças
de 1ª a 4ª série. “Elas gostam
muito, porque tentamos tornar
as aulas bem divertidas. Fazemos jogos, cantamos músicas.”
Horácio também se sente recompensado. “O voluntariado
ensina muito. E acaba se refletindo na sua vida profissional.
Aprendi a trabalhar em equipe
de modo mais eficiente e a tirar
o máximo possível do mínimo
de recursos”, ressalta.
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42 aquilo deu nisso Bosch
Os carros envenenados da
década de 70 são os avós de uma mania
que invadiu Europa, Japão, EUA
e agora firma os dois pés no Brasil
A evolução do
tuning
POR RICARDO LOPES
n
a década de 70, o barato
era ter um carro “envenenado”.
Rodas esportivas com pneus de banda
de rodagem maior (mais conhecidos
como tala larga), suspensão rebaixada,
carburador especial – para aumentar o
desempenho –, escapamento barulhento
e som bacana faziam a cabeça da moçada que queria se diferenciar dos demais
motoristas.
De lá para cá, as mudanças ficaram
mais elaboradas e radicais, e a prática
ganhou o nome de tuning, que em inglês
significa algo como “ajuste fino”. A única
coisa que permanece ao longo das décadas, no entanto, é a vontade dos proprietários de modificar o carro para deixá-lo com a sua cara.
O vendedor de motos Carlos Roberto
de Freitas, 44 anos, de Londrina (PR), conta que, no fim dos anos 70, seu passatempo era cuidar do seu Ford Maverick
ano 77, de oito cilindros. Para ele o veneno era ter um motor com novo comando
de válvulas, escapamento dimensionado
e um carburador maior. “O toque final
era abastecer o carro com gasolina de
avião”, lembra.
A moda fez com que vários itens fossem incorporados com o tempo, como
teto solar, adesivos, pára-brisas com fai-
xa degradê, entre outros. Uma curiosidade desse período é que havia, até o final
da década de 80, uma diferença entre os
“fuçadores” de carros de acordo com a
cidade onde moravam. Geralmente, nas
capitais o pessoal optava mais por transformações no visual dos carros, das mais
variadas formas possíveis, enquanto no
interior o aumento de potência do motor
era a mudança mais praticada.
Aos poucos as fábricas se renderam a esse gosto, optando por oferecer versões esportivas ou séries limitadas. A Ford, por exemplo, desenvolveu
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Fotos Rachel Guedes
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Barras de luz néon e
DVD com tela separada
capaz de rodar MP3
são destaques
dos carros “tunados”
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44 aquilo deu nisso Bosch
Fotos Rachel Guedes
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PARA OS
adeptos, o tuning é
a arte de
personalizar um
carro de acordo
com os seus
desejos e dar
nova “alma” à
máquina
Mudanças
podem incluir
novos
mostradores
e volante
esportivo
Samuel
César Martins,
orgulhoso
das mudanças
no Astra
vários modelos denominados GT, uma sigla para representar “Gran Turismo”, que
na prática eram carros com ares esportivos oriundos das pistas. A Volkswagen
inovou nos anos 80 com o lançamento
do Gol GT, um sonho para a geração da
época. Logo em seguida a Ford apresentou o Escort XR3, enquanto a Fiat modificava o 147 criando versões especiais, como a Rallye. Logo, a Chevrolet, que sempre teve o Opala e o Chevette em versões
esportivas, lançava o Monza SR.
Mas, mesmo com o número de opções aumentando, ainda havia os que
preferiam um toque personalizado, abrindo espaço para o tuning no final da década de 80.Tudo começou com as provas
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ram, por exemplo, R$ 20 mil). Na prática,
o tuning envolve alterações em vários
pontos de um carro, que vão desde a
troca de rodas e pneus, passando por
uma pintura especial, até alterações no
motor, na suspensão e nos freios. Na parte mecânica, o mais comum é a instalação de turbina e sistema de injeção de
óxido nitroso (NO2), que fornece mais
oxigênio para a queima do combustível e
aumenta a potência do carro.
Samuel César Martins, responsável
pela modificação do Astra, conta que o
carro ganhou novas rodas, agora com
aro de 17 polegadas, molas e amortecedores especiais para dar o aspecto
“rebaixado”, e barras de luz néon. Por
dentro também foram colocados barras
de néon e detalhes de acabamentos,
A Bosch na sua vida
Padrão de qualidade
Arquivo Bosch
Arquivo Bosch
de arrancada, evento que ocorria em
várias regiões do Brasil e reunia o pessoal que mexia nos carros. Logo surgiram
os campeonatos de som automotivo e as
primeiras modificações no visual dos automóveis. No final dos anos 90, o termo
“tuning”, uma mania de transformar radicalmente o visual e a mecânica de carros, já consolidada nos Estados Unidos,
na Europa e no Japão, invadiu o Brasil.
Para eles, o tuning é a arte de personalizar um carro de acordo com os seus
desejos e dar “alma” à máquina.
O público desse mercado é conhecido por ser jovem e de alto poder aquisitivo, o que é necessário, uma vez que a
brincadeira envolve cifras bem elevadas
(as modificações no Chevrolet Astra que
aparece ilustrando a reportagem custa-
Potência sonora
Padrão europeu
Para aumentar a segurança e dar ainda
um visual diferenciado, a Bosch disponibiliza ao mercado brasileiro a linha
Compass 2000 de faróis de neblina
e auxiliares, disponíveis nas versões
halógena e Xenon. O ponto forte desses equipamentos está na qualidade
do material empregado, que segue rígidas exigências do mercado europeu.
Os faróis de neblina e auxiliares da
Bosch possuem lentes plásticas e carcaça de alumínio, materiais que oferecem grande resistência contra impactos e corrosão. Além disso, esses faróis
podem ser instalados na maioria dos
veículos nacionais.
Todo carro “preparado” tem que
contar, no mínimo, com um som de
qualidade. Para isso, é indispensável
um amplificador, que amplifica o sinal sonoro gerado pelo aparelho de
CD ou DVD. Através da Blaupunkt, a
Bosch comercializa o amplificador
ODA Surround. Seu processador interno é capaz de amplificar seis canais de áudio independentes, num
sistema similar ao dos modernos home theaters (Dolby Digital). Ele é comandado por controle remoto com
visor digital, que define volume, equalização e efeitos. Para aumentar a segurança contra roubos, o aparelho é
projetado para ser instalado em locais de difícil acesso.
como manopla de câmbio e pedaleiras.
“Uma das novidades nesse carro é o
DVD, que vem com tela separada e toca
também MP3”, diz. Hoje o tuning se converteu em um dos mais bem-sucedidos
segmentos do mercado automotivo. As
empresas se dividem nas mais diversas
especialidades, desde a produção de um
cabo de vela especial com encaixes banhados a ouro, passando por empresas
de película para vidros, pneus especiais,
rodas e uma infinidade de possibilidades.
Nessa onda surgiram os campeonatos
específicos, em que os proprietários
apresentam seus carros “tunados”.
Os interessados também podem descobrir as novidades do setor em
feiras especializadas, como a Feisa (Feira
Internacional do Setor Automotivo). A
idéia é de Luis Rogério Weissmann, presidente da USAC do Brasil – uma marca
de campeonato de som automotivo e
também uma revista especializada –, que
adotou a prática muita difundida nos
Estados Unidos: um local para gerar negócios. “O tuning entrou efetivamente no
Brasil há dois anos e até então não tínhamos um espaço para os fabricantes e
importadores fazerem negócios e lançarem produtos”, explica.
Outro evento ocorre neste ano entre
os dias 6 e 10 de abril na Bienal no Ibirapuera. Organizada pelo ex-piloto Emerson Fittipaldi, essa feira pretende ser um
marco no tuning brasileiro. “O assunto já
é uma realidade comercial no Brasil e
acredito ser o momento ideal para sua
realização. No meu caso também é o retorno às minhas origens, já que comecei
a minha vida profissional fabricando volantes especiais”, diz.
É importante só tomar cuidado com
a empolgação, para que ela não comprometa a engenharia original do carro, o
que pode resultar em multas. Algumas
alterações são proibidas ou requerem
autorização do Departamento de Trânsito,
explica Emílio Lopes, diretor de licenciamento do Departamento Estadual de
Trânsito em São Paulo. A lei só permite,
por exemplo, alterações na suspensão e
nas lanternas e faróis se não atrapalharem o seu perfeito funcionamento.
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Rachel Guedes
46 áudio Blaupunkt
Crianças brigando,
nunca mais
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Colocar um aparelho de DVD no carro pode ser
a solução para aquelas viagens atribuladas em
que a molecada fica bagunçando no banco de trás
POR GUILHEME PREZIA
n
o filme Férias Frustradas, uma
família tipicamente americana
se envolve em aventuras e confusões
durante uma viagem de carro pelo país.
Apesar de exagerado, o longa-metragem
aborda com bastante humor uma situação comum à maioria das famílias quando decidem pegar estrada: os filhos
reclamando, brigando e fazendo todo tipo de bagunça no banco de trás.
Para solucionar esse problema, algumas famílias estão apelando para
uma medida no mínimo curiosa: a instalação de um aparelho de DVD no veículo. Dessa forma, enquanto os pais conversam e apreciam a paisagem do passeio, os filhos ficam entretidos no banco
detrás com filmes, desenhos e shows.
Foi pensando nisso que o comerciante Davi Chicanini resolveu instalar
um DVD em seu carro. Com o equipamento, suas viagens com a família para
o litoral paulista passaram a ser feitas
com mais tranqüilidade. Durante o passeio, seus três filhos adolescentes se
distraem com o DVD e jogos de videogame. “Antes eles faziam muito estardalhaço. Era um horror dirigir daquele jeito”, lembra sem saudade.
Ao contrário do que se pode imaginar, ter um DVD no carro não é exclusividade dos mais abastados. Hoje, com cerca de R$ 1.800 é possível instalar um kit
básico com tocador de DVD e monitor
de cristal líquido. É importante lembrar,
no entanto, que a legislação brasileira
proíbe a instalação de monitores na parte frontal da cabine. Segundo a lei, o mo-
nitor pode ficar visível apenas aos passageiros do banco traseiro.
Existem no mercado dois tipos básicos de monitores para o banco traseiro.
Um deles é para ser instalado no encosto
de cabeça dos bancos da frente. O modelo é indicado para uso de carros de
médio porte, como Golf e Vectra. Já o segundo modelo foi projetado para ser fixado no teto interno do carro – indicado
para veículos maiores, como vans e caminhonetes com cabine dupla.
No caso de Chicanini, a opção foi
instalar o monitor no encosto do banco
dianteiro. Foi preciso fazer um corte no
encosto de cabeça do passageiro para
que o monitor pudesse ser fixado. Ele teve de instalar ainda um adaptador de
voltagem, que permitiu ligar um videogame ao monitor do DVD.
O interessado em instalar um sistema deve ficar atento também a algumas especificações técnicas. É importante checar, por exemplo, se o monitor
possui alto-falante embutido. Caso contrário, é necessário certificar-se de que o
veículo já oferece sistema de som para a
área traseira da cabine. Outro detalhe
interessante é verificar se o monitor tem
entrada para vídeo adicional, necessária
para conexão de outros aparelhos eletrônicos, como videogame, filmadora ou
câmera de fotografia digital.
Assim como a família Chicanini, o
representante de vendas Roberto Mantova também viaja ao som de shows no
DVD. No entanto, para instalar o aparelho
ele teve antes que convencer sua na-
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48 áudio Blaupunkt
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Arquivo Bosch
O USUÁRIO
deve atentar ao tipo
de monitor, ao melhor
local para instalação
e aos recursos que
o aparelho oferece,
como controle remoto
Lugar do DVD é o mesmo das crianças: o banco de trás
morada. “No começo ela dizia que era
futilidade, mas depois da primeira viagem ela aprovou”, relembra. Segundo
ele, o aparelho é hoje um acessório indispensável em suas viagens para Bertioga, no litoral norte de São Paulo. “A
viagem termina antes que o DVD chegue
ao fim”, conta.
Para proteger o aparelho de ladrões,
Mantova optou por instalá-lo embaixo
do banco do motorista. A fim de aumentar a mobilidade do sistema, o representante fixou o aparelho com velcro. Dessa
forma, quando chega de viagem, Mantova costuma retirar o DVD do carro e conectá-lo à TV de sua casa. Segundo instaladores, o DVD pode ainda ficar “escondido” em outros lugares do veículo,
como no porta-luvas ou no porta-malas.
Além de estar atento à escolha do
monitor e ao local de instalação do DVD,
o usuário deve ficar atento aos recursos
oferecidos pelo aparelho. Um dispositivo
bastante importante é o controle remoto, útil principalmente se o aparelho estiver instalado em local de difícil acesso.
Outro recurso é o rádio AM e FM, que
apesar de comum ainda não é oferecido
em todos os modelos de DVD para carro.
No entanto, o mais importante é
sem dúvida verificar se o DVD reproduz
também arquivos de MP3. Com o dispositivo, o usuário poderá gravar num
único disco de dados cerca de 13 horas
de música com qualidade similar ao do
CD de áudio comum. Dessa forma, não
precisará ficar trocando constantemente
de CDs, aumentando a segurança e a
comodidade.
Fotos Arquivo Bosch
Home theater no carro
Toca-tudo
Os aparelhos de DVD para carro da Blaupunkt apresentam
qualidade de áudio e vídeo comparável à dos aparelhos domésticos.
Além de rodar DVDs e CDs, o aparelho ME 2 reproduz arquivos de
MP3, formato que permite colocar cerca de 150 músicas num único
disco. No modo DVD, ele seleciona áudio, legendas e capítulos. Os
aparelhos de DVD da Blaupunkt têm saída para conexão a um monitor, mas com um difusor de sinais (IVSC 5502) é possível conectá-los
a mais quatro monitores. Para evitar roubos, o aparelho pode ficar no
porta-luvas — nesse caso, o comando é feito por controle remoto.
Monitores
A Bosch disponibiliza no Brasil, através da marca Blaupunkt, dois
modelos de monitores de DVD para veículos. O IVMS 5802, com
5,8 polegadas, possui alto-falante integrado, sendo indicado para instalação no encosto de cabeça. Já o monitor de 9 polegadas (IVMR
9002) é indicado para instalação no teto do interior do veículo. Além
de ter alto-falante integrado, o modelo conta com entrada para fone
de ouvido. Dessa forma, os ocupantes do banco traseiro podem assistir a um filme sem incomodar o motorista ou o passageiro do banco da frente.
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