baixar programa - Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

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baixar programa - Orquestra Filarmônica de Minas Gerais
STRA
FORTISSIMO Nº 8 — 2016
VINS
KYMA
05/05 PRESTO
06/05 VELOCE
MINISTÉRIO DA CULTURA E GOVERNO DE MINAS GERAIS APRESENTAM
05/05 PRESTO
06/05 VELOCE
FOTO: RAFAE L MOT TA
Caros amigos e amigas,
Duas obras de inspiração oriental,
seis textos de poetas chineses para
mas com características estéticas
celebrar a Terra e, assim, celebrar os
das mais contrastantes, são
seres humanos que a habitam, suas
apresentadas nesta noite pela
ansiedades e suas angústias, naquela
Filarmônica de Minas Gerais.
que é uma obra única do repertório
sinfônico: A Canção da Terra. Com as
Stravinsky se utiliza de elementos
vozes de Denise de Freitas e Fernando
típicos da música chinesa para
Portari, seremos imersos num universo
ilustrar a estória de um velho
de grandes emoções e reflexões.
e deprimido imperador que só
se encanta e rejuvenesce ao
A todos, um bom concerto.
escutar o canto do rouxinol.
Já Mahler, sempre um compositor
FABIO MECHETTI
filósofo e humanista, inspira-se em
Diretor Artístico e Regente Titular
3
FOTO: AL E XAN DRE RE Z E N DE
FABIO MECHETTI
diretor artístico e regente titular
D
esde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular
de verão nos Estados Unidos, entre
No Brasil, foi convidado a dirigir a
da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável
eles os de Grant Park em Chicago
Sinfônica Brasileira, a Estadual de
e Chautauqua em Nova York.
São Paulo, as orquestras de Porto
pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos
no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti
Alegre e Brasília e as municipais de
posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional
Realizou diversos concertos no México,
São Paulo e do Rio de Janeiro.
e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo
Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu
Trabalhou com artistas como Alicia
Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos.
as orquestras sinfônicas de Tóquio,
de Larrocha, Thomas Hampson,
Sapporo e Hiroshima. Regeu também a
Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como
Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia,
Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil
Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se
a Orquestra da Rádio e TV Espanhola
Shaham, Midori, Evelyn Glennie,
o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
em Madrid, a Filarmônica de Auckland,
Kathleen Battle, entre outros.
Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville,
Nova Zelândia, e a Orquestra
Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi
Sinfônica de Quebec, Canadá.
também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica
de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito.
Igualmente aclamado como regente
de ópera, estreou nos Estados Unidos
Vencedor do Concurso Internacional de
dirigindo a Ópera de Washington.
Regência Nicolai Malko, na Dinamarca,
No seu repertório destacam-se
Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra
Mechetti dirige regularmente na
produções de Tosca, Turandot, Carmem,
Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos
Escandinávia, particularmente a
Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da
Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a
Madame Butterfly, O barbeiro de
Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
de Helsingborg, Suécia. Recentemente
Sevilha, La Traviata e Otello.
fez sua estreia na Finlândia dirigindo
4
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a
a Filarmônica de Tampere e na Itália,
Fabio Mechetti recebeu títulos
Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras
dirigindo a Orquestra Sinfônica de
de mestrado em Regência e em
norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester,
Roma. Em 2016 fará sua estreia com a
Composição pela prestigiosa
Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais
Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
Juilliard School de Nova York.
5
S
M
6
FABIO MECHETTI, regente
DENISE DE FREITAS, mezzo-soprano
FERNANDO PORTARI, tenor
PROGRAMA
Igor STRAVINSKY
O Canto do Rouxinol
INTERVALO
Gustav MAHLER
A Canção da Terra
Das Trinklied vom Jammer der Erde | A Canção de Beber da Tristeza da Terra
Der Einsame im Herbst | O Solitário no Outono
Von der Jugend | Da Juventude
Von der Schönheit | Da Beleza
Der Trunkene im Frühling | O Bêbado na Primavera
Der Abschied | A Despedida
7
Denise de Freitas é uma das mais
do Rio de Janeiro, e pelo papel de Irmã
importantes artistas líricas do Brasil
Marie em Les Dialogues des Carmélites,
na atualidade. Com voz de grande
no Festival Amazonas de Ópera.
FOTO: PAULO L AC E RDA
extensão e timbre escuro, ela tem
conquistado o público e a crítica
Seu repertório inclui também
com intensas e sensíveis atuações
Nicklausse em Les Contes d’Hoffmann;
tanto no drama como na comédia.
Hänsel em Hänsel und Gretel; Siebel
“... Denise é uma das maiores cantoras
em Fausto; Orfeu em Orfeu e Eurídice;
e maiores artistas do Brasil”, escreveu
Marquise de Berkenfield em La Fille
Arthur Nestrovski no jornal
du Régiment; Laura em La Gioconda;
Folha de São Paulo.
o papel título em Carmem; Adalgisa
em Norma e Charlotte em Werther.
Seus trabalhos, sempre com sucesso
de crítica, incluem Azucena em
Como concertista Denise de Freitas
Il Trovatore, no Theatro Municipal
interpretou obras como El Amor Brujo
de São Paulo e no Festival de Ópera
de Manuel de Falla; Das Lied von
do Teatro da Paz, em Belém. Cantou
der Erde, Sinfonias números 2 e 3,
Fricka em A Valquíria e Suzuki em
Kindertotenlieder e Des Knaben
Madame Butterfly, no Teatro Municipal
Wunderhorn de Mahler; Stabat Mater
do Rio de Janeiro. No Teatro Municipal
de Dvorák; Stabat Mater de
de São Paulo participou de O Ouro
Pergolesi; Shéhérazade de Ravel;
do Reno e brilhou como Waltraute
O Messias de Haendel; Magnificat
em O Crepúsculo dos Deuses.
de Bach; Magnificat-Aleluia de
Villa-Lobos e Sinfonia nº 9 de
A artista apresentou-se em uma série
Beethoven. Seu CD Lembrança de
de concertos com a ópera Yerma, de
Amor, com composições de Osvaldo
Villa-Lobos, em Berlim, Paris e Lisboa.
Lacerda e Eudóxia de Barros ao
piano, recebeu, em 2003, o Prêmio
DENISE
DE FREITAS
Denise de Freitas conquistou o Prêmio
APCA (Associação Paulista de Críticos
Carlos Gomes em 2004, 2009 e 2011
de Arte) de Melhor CD do Ano.
por suas interpretações de Fricka em
A Valquíria, o Menino em L’enfant et les
Denise nasceu em São Paulo e
Sortilèges, Dalila em Sansão e Dalila,
teve como orientadora a renomada
e o Compositor em Ariadne auf Naxos,
cantora Lenice Prioli. Em Nova
produções do Theatro Municipal de
York, aperfeiçoou-se com Catherine
São Paulo. E também por sua atuação
Green e Patricia McCaffrey e,
em Nabucco, no Theatro Municipal
na França, com Sylvia Sass.
9
Fernando Portari é carioca, de Vila Isabel.
Em São Paulo e no Rio de Janeiro
FOTO: JOSE LUI Z L AMOSA
interpretou a maioria de seus papéis:
Com uma carreira internacional em
Rodolfo, Romeo, Pynkerton, Don José,
franca ascensão, estreou em 2010 com
Hoffmann, Pelléas, Nadir, Des Grieux,
grande sucesso no mítico Teatro alla
Ernesto, Nemorino, Almaviva, Ramiro,
Scala de Milão em Fausto de Gounod,
Ottavio, Cassio, Fenton, Rake, Edipo,
ao lado de Roberto Scandiuzzi.
Roderick Usher. Cantou as estreias
Contracenou com Anna Netrebko na
mundiais das óperas A Tempestade,
Staatsoper de Berlim na ópera Manon
de Ronaldo Miranda, sobre texto de
de Massenet, sob a direção do maestro
Shakespeare, e Olga, de Jorge Antunes,
Daniel Barenboim. Apresentou-se
baseada na vida de Olga Benario.
nos teatros La Fenice de Veneza,
FERNANDO
PORTARI
na Ópera de Roma, no Teatro São
Portari gravou o oratório Colombo
Carlos de Lisboa, na Deutsche Oper
de Carlos Gomes, trabalho que lhe
de Berlim, Comunale de Bologna,
deu o Prêmio Sharp. Gravou ainda
Novaya Theater de Moscou, Theatro
as canções de Gilberto Mendes com
Municipal de São Paulo, Theatro
Rosana Lamosa e o pianista Rubens
São Pedro, Theatro Municipal do
Ricciardi; A Canção da Terra de Mahler
Rio de Janeiro, Teatro Amazonas e
pelo selo Algol; o DVD da ópera
também em Tokyo, Helsinki e Varsóvia.
Il Crociato in Egitto de Meyerbeer,
Portari atuou em Anna Bolena com
produção do Teatro La Fenice de
Mariella Devia no Teatro Massimo de
Veneza, com Patrizia Ciofi, regência de
Palermo e em La Traviata, na Ópera de
Emmanuel Villaume e direção de Pier
Hamburgo e em Colônia, Alemanha.
Luigi Pizzi, realizado pela Dynamic; e o
Apresentou-se em La Boheme em
DVD da ópera La Rondine de Puccini,
Berlim e em Sevilha e representou
produção do La Fenice de Veneza,
Werther no Teatro Bellini de Catania,
com Fiorenza Cedolins, regência de
Itália, e em La Coruña, Espanha.
Carlo Rizzi e direção de Graham Vick.
Fernando Portari recebeu o Prêmio
Fernando Portari cantou na Ópera de
APCA (Associação Paulista de Críticos
Genebra interpretando Henri em
de Arte) e por duas vezes o Prêmio
Les Vêpres Siciliennes de Verdi e no
Carlos Gomes, tornando-se rapidamente
Teatro Liceo de Barcelona no papel
nome presente nas temporadas líricas
título de Fausto de Gounod. No Teatro
em Manaus, São Paulo, Belo Horizonte,
alla Scala de Milão interpretou Romeu
Rio de Janeiro e outros centros artísticos.
em Romeu e Julieta de Gounod.
11
Igor
S
STRAVINSKY
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês,
requinta, clarinete, 2 fagotes, 4 trompas,
3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos,
percussão, 2 harpas, celesta, piano, cordas.
Rússia, 1882 – Estados Unidos, 1971
O CANTO DO ROUXINOL (1917)
20 min
O nome de Stravinsky está mais diretamente relacionado a
principal — o oboé — é aprisionado
obras de sua fase russa, particularmente aos balés Petrushka,
em uma orquestração de meias-tintas
A Sagração da Primavera e O Pássaro de Fogo. Na verdade, a extensa
que lembra uma soturna caixinha de
e multifacetada obra desse criador prolífico é pouco conhecida e o
música. Diante da preferência de todos
Canto do Rouxinol é, por assim dizer, uma pequena joia, extraída
pelo rouxinol mecânico, o verdadeiro
dos atos 2 e 3 da ópera O Rouxinol, que merece revisitações e
rouxinol abandona o castelo. A melodia
redescobertas. Esse poema sinfônico, que ilustra e ilumina sentidos
serena de um trompete solista, que
do conto original de Andersen, é uma história sem palavras, contada
retornará ao final da obra, precede
através de uma orquestração cheia de cores, contrastes, densidades
um episódio no qual um coro de vozes
e rarefações, claro-escuros, tutti e momentos camerísticos.
graves — fagote, trombone e tuba — é
PARA OUVIR
CD Le chantdurossignol — The Cleveland
Orchestra — Pierre Boulez, regente —
Deutsche Grammophon — 2006
Orquestra Sinfônica de Chicago —
Cristian Macelaru, regente
Acesse: fil.mg/srouxinol
PARA LER
Eric White e Jeremy Noble —
Stravinsky — LP&M — 1991
Robert Siohan — Stravinsky —
Éditions du Seuil — 1982
entrecortado por reminiscências do canto
Já de início, estamos imersos em um universo de fantasia — uma
do rouxinol mecânico. O imperador,
festa no castelo do imperador da China; burburinho, intensa
gravemente enfermo, será salvo pelo
movimentação, fragmentos melódicos, breves gestos musicais e uma
canto do verdadeiro rouxinol, canto que
orquestração feérica, que fazem lembrar Petrushka e o colorismo
novamente dialoga com a melodia do
orquestral de Rimsky-Korsakov. A primeira evocação do rouxinol se
violino solo. O canto do pássaro manda
contrapõe a essa atmosfera: um solo de flauta emerge de um fundo
embora a morte. A marcha fúnebre que
de cordas, harpas e celesta. Volta a festa, apenas para uma breve
o sucede é apenas a expectativa da corte
conclusão com materiais musicais anteriores, após a qual tem lugar a
diante do desenlace que não ocorrerá.
Marcha Chinesa. Nesta, embora as cordas estejam sempre presentes,
O rouxinol recusa o convite para
em diversos momentos atuam como coadjuvantes para um emprego
permanecer no palácio, mas promete
preferencial dos sopros — madeiras e metais — e da percussão.
voltar sempre para um canto noturno, até
O piano e a celesta têm papel relevante nessa paleta de multicores e de
o amanhecer. O cantabile do trompete,
vivacidade rítmica, que antecede a seção dedicada ao canto do rouxinol,
que paira sobre cordas e harpas, traz,
que agora aparece em sua plenitude. Aqui, a flauta, embora solista, é
da ópera, a voz de um pescador e sua
por vezes secundada pela requinta e pelo flautim, e dialoga com um
mensagem: o canto dos pássaros é a
violino solo, enquanto piano, celesta, harpas e as pontuações de um
voz do céu. Ao encerrar, dessa forma, a
triângulo concorrem para uma cortina de delicadeza e transparência.
música para a alegoria de Andersen —
celebração da necessidade da arte —,
12
Mais um retorno à festa, que agora é interrompida pelo estridente
Stravinsky surpreende o ouvinte pelo
anúncio de um presente do imperador do Japão: um rouxinol mecânico.
recolhimento, simplicidade e delicadeza,
O cenário para o pássaro mecânico é tingido de ironia: o protagonista
evocações do canto do mistério e da noite.
OILIAM LANNA Compositor, professor da
Escola de Música da Universidade Federal
de Minas Gerais.
13
Gustav
MAHLER
INSTRUMENTAÇÃO
2 piccolos, 3 flautas, 3 oboés, corne inglês,
requinta, 3 clarinetes, clarone, 3 fagotes,
contrafagote, 4 trompas, 3 trompetes,
3 trombones, tuba, bandolim, tímpanos,
percussão, 2 harpas, celesta, cordas.
Boêmia, atual República Tcheca, 1860 — Áustria, 1911
A CANÇÃO DA TERRA (1907/1909)
60 min
PARA OUVIR
CD Gustav Mahler — Das Lied von der Erde
— Orquestra Filarmônica de Nova York —
Bruno Walter, regente — Mildred Miller,
Ernst Haefliger, solistas — Sony — 1995
Gustav Mahler foi o grande elo entre, de um lado, Wagner e
Quando publicada, a obra foi intitulada
Bruckner e, de outro, a Segunda Escola de Viena. Divide-se entre
sinfonia. Na verdade, ocupa um lugar
o século XIX e o século XX, o que o coloca em um não lugar
híbrido, que associa o Lied acompanhado
entre a valsa e a guerra. Sua personalidade dilacerada por conflitos
de orquestra ao próprio sinfonismo.
psicológicos (o que o leva a consultar o próprio Doutor Freud) faz
Composta para tenor e contralto (embora
crescer nele um forte sentimento de alteridade, que transparece em
o tenor possa ser substituído por um
toda a sua obra. Escreveria um dia: “sou três vezes apátrida: como
barítono), os solistas se alternam na
natural da Boêmia, na Áustria; como austríaco, na Alemanha; como
obra. O hibridismo da Canção da Terra
PARA LER
judeu, no mundo inteiro. Por toda parte um intruso, em nenhum
consegue o grande feito de associar dois
lugar desejado” (apud Roland de Candé). Seus conflitos internos
gêneros, mantendo, de um, a linha
Bruno Walter e Ernst Krenek —
Gustav Mahler — Dover — 2014
o opõem a seu tempo... e a todos os outros. Em sua música, as
melódica franca e certo tom intimista e,
marchas, as fanfarras, as danças e as canções parecem ora evocar
de outro, a complexidade do tratamento
a morte, ora a loucura. Mesmo os trechos de aparente serenidade
temático e da arquitetura instrumental.
são imbuídos de uma angústia que sempre desassossega.
Consegue, ainda, fazer transitar um
PARA ASSISTIR
Orquestra Filarmônica de Israel —
Leonard Bernstein, regente — Christa
Ludwig, contralto — René Kollo, tenor
Acesse: fil.mg/mterra
Roland de Candé — História Universal
da Música — vol. 2 — Eduardo Brandão,
tradução — Martins Fontes — 1994
gênero pelo outro: note-se, por exemplo,
Talvez movido por esse sentimento de alteridade, Mahler foi atraído
a similaridade do terceiro, quarto e
por uma compilação de poemas antigos chineses vertidos para o alemão
quinto movimentos com o scherzo
por Hans Bethge (que se baseou em traduções anteriores), em 1908,
sinfônico, a do último movimento com
sob o título de Die chinesische Flöte (A Flauta Chinesa). Do contato
um finale, a do primeiro e segundo
com essa obra e do momento atribulado pelo qual o compositor passava
movimentos com seus equivalentes
nasceu A Canção da Terra. Em 1907 Mahler tinha sido diagnosticado
de qualquer outra sinfonia de Mahler,
com uma doença cardíaca congênita, vira morrer sua filha mais velha
guardadas as devidas especificidades.
e fora forçado a renunciar ao cargo de diretor da Ópera da Corte de
Nesse sentido, as integridades de
Viena por causa de manobras políticas e de crescente sentimento
ambos os gêneros, embora unidos,
antissemita. Escreveria a Bruno Walter, seu amigo e também grande
paradoxalmente se mantêm, mas
regente, “que de um só golpe vira ruir tudo o que construíra, e que
estabelecem diálogo permanente.
teria que reaprender seus primeiros passos”. Movido pela imagem de
14
beleza e transitoriedade telúrica dos versos chineses que encontraria
Se Mahler está dividido entre os séculos
no ano seguinte, pôs-se a trabalhar na Canção da Terra, concluída
XIX e XX, a inteligente originalidade
em 1909. Sua estreia se deu em 1911, seis meses após a morte do
dessa empresa (e a sua linguagem) faz
compositor, no Tonhalle de Munique, sob a regência de Bruno Walter.
a modernidade reclamá-la para si.
MOACYR LATERZA FILHO Pianista e
cravista, Doutor em Literaturas de Língua
Portuguesa, professor da Universidade do
Estado de Minas Gerais e da Fundação de
Educação Artística.
15
FOTO: AL E XAN DRE RE Z E N DE
Orquestra
Filarmônica de
Minas Gerais
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti
REGENTE ASSOCIADO
GOVERNADOR DO ESTADO
DE MINAS GERAIS
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA
DE MINAS GERAIS
Fernando Damata Pimentel
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO
DE MINAS GERAIS
SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO
DE CULTURA DE MINAS GERAIS
Antônio Andrade
João Batista Miguel
Instituto Cultural Filarmônica
Marcos Arakaki
(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)
PRIMEIROS VIOLINOS
Anthony Flint – Spalla
Rommel Fernandes –
Spalla Associado
Ara Harutyunyan –
Spalla Assistente
Ana Zivkovic
Arthur Vieira Terto
Bojana Pantovic
Dante Bertolino
Hyu-Kyung Jung
Joanna Bello
Matheus Braga
Roberta Arruda
Rodrigo Bustamante
Rodrigo M. Braga
Rodrigo de Oliveira
Aline Pascutti *****
SEGUNDOS VIOLINOS
Frank Haemmer *
Leonidas Cáceres ***
Gideôni Loamir
Jovana Trifunovic
Luka Milanovic
Martha de Moura Pacífico
Radmila Bocev
Rodolfo Toffolo
Tiago Ellwanger
Valentina Gostilovitch
Thiago Mello *****
Samuel Dias *****
VIOLAS
João Carlos Ferreira *
Roberto Papi ***
Flávia Motta
Gerry Varona
Gilberto Paganini
Juan Díaz
Katarzyna Druzd
Luciano Gatelli
Marcelo Nébias
Nathan Medina
VIOLONCELOS
TROMPAS
GERENTE
Philip Hansen *
Felix Drake ***
Camila Pacífico
Camilla Ribeiro
Eduardo Swerts
Emilia Neves
Eneko Aizpurua Pablo
Lina Radovanovic
Robson Fonseca
Alma Maria Liebrecht *
Evgueni Gerassimov ***
Gustavo Garcia Trindade
José Francisco dos Santos
Lucas Filho
Fabio Ogata
Jussan Fernandes
Conselho
Administrativo
INSPETORA
PRESIDENTE EMÉRITO
TROMPETES
Débora Vieira
CONTRABAIXOS
Nilson Bellotto ****
Marcelo Cunha
Marcos Lemes
Pablo Guiñez
Rossini Parucci
Walace Mariano
Marlon Humphreys *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
TROMBONES
Mark John Mulley *
Diego Ribeiro **
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
OBOÉS
Alexandre Barros *
Ravi Shankar ***
Israel Muniz
Moisés Pena
CLARINETES
Marcus Julius Lander *
Jonatas Bueno ***
Ney Franco
Alexandre Silva
FAGOTES
Catherine Carignan *
Victor Morais ***
Andrew Huntriss
Francisco Silva
ASSISTENTE
ADMINISTRATIVA
ARQUIVISTA
Ana Lúcia Kobayashi
ASSISTENTES
Claudio Starlino
Jônatas Reis
SUPERVISOR DE
MONTAGEM
TUBA
Eleilton Cruz *
TÍMPANOS
Patricio Hernández
Pradenas *
Jacques Schwartzman
PRESIDENTE
Roberto Mário Soares
CONSELHEIROS
Rodrigo Castro
FLAUTAS
Cássia Lima *
Renata Xavier ***
Alexandre Braga
Elena Suchkova
Karolina Lima
MONTADORES
André Barbosa
Hélio Sardinha
Jeferson Silva
Klênio Carvalho
Risbleiz Aguiar
PERCUSSÃO
Rafael Alberto *
Daniel Lemos ***
Sérgio Aluotto
Werner Silveira
Angela Gutierrez
Berenice Menegale
Bruno Volpini
Celina Szrvinsk
Fernando de Almeida
Ítalo Gaetani
Marco Antônio Pepino
Mauricio Freire
Mauro Borges
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RECEPCIONISTA
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OPERAÇÕES
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Ivar Siewers
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto ***** músico convidado
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Ilustrações: Mariana Simões
Lizonete Prates Siqueira
nº 8 / 2016
ISSN 2357-7258
EDITORA Merrina
EDIÇÃO DE TEXTO
19
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8 / mai, 11h
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Praça da Assembleia
14 / mai, 18h
Mozart — Tudo em família
19 e 20 / mai, 20h30
Britten, Bruch, Elgar
25 / mai, 20h30
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29 / mai, 11h
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Para seu conforto e segurança, a
Sala Minas Gerais possui estacionamento,
e seu ingresso dá direito ao preço especial
de R$ 15 para o período do concerto.
PONTUALIDADE
CONVERSA
APARELHOS CELULARES
CRIANÇAS
FOTOS E GRAVAÇÕES
EM ÁUDIO E VÍDEO
COMIDAS E BEBIDAS
Uma vez iniciado um concerto, qualquer
movimentação perturba a execução da
obra. Seja pontual e respeite o fechamento
das portas após o terceiro sinal. Se tiver
que trocar de lugar ou sair antes do final da
apresentação, aguarde o término de uma peça.
Confira e não se esqueça, por
favor, de desligar o seu celular ou
qualquer outro aparelho sonoro.
Não são permitidas durante os concertos.
APLAUSOS
Aplauda apenas no final das obras.
Veja no programa o número de
movimentos de cada uma e fique de
olho na atitude e gestos do regente.
A experiência do concerto inclui o encontro
com outras pessoas. Aproveite essa troca
antes da apresentação e no seu intervalo,
mas nunca converse ou faça comentários
durante a execução das obras. Lembre-se
de que o silêncio é o espaço da música.
Caso esteja acompanhado por criança,
escolha assentos próximos aos corredores.
Assim, você consegue sair rapidamente
se ela se sentir desconfortável.
Seu consumo não é permitido no
interior da sala de concertos.
TOSSE
Perturba a concentração dos músicos
e da plateia. Tente controlá-la com
a ajuda de um lenço ou pastilha.
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MANTENEDOR
PATROCÍNIO
APOIO INSTITUCIONAL
DIVULGAÇÃO
REALIZAÇÃO
SALA MINAS GERAIS
Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG
(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030
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