FORTISSIMO Nº 7 — 2016 ALLEGRO VIVACE 28/04 29/04

Transcrição

FORTISSIMO Nº 7 — 2016 ALLEGRO VIVACE 28/04 29/04
SATIE
FORTISSIMO Nº 7 — 2016
DUTIL
28/04 ALLEGRO
LEUXBI
29/04 VIVACE
ZETDE
BUSSY
MINISTÉRIO DA CULTURA E GOVERNO DE MINAS GERAIS APRESENTAM
28/04 ALLEGRO
29/04 VIVACE
FOTO: RAFAE L MOT TA
Caros amigos e amigas,
A música francesa sempre primou
obra que explora uma gama
pelo ecletismo, refinamento,
infinita dos timbres orquestrais.
sofisticação e originalidade.
Nesta noite, a Filarmônica
A sofisticação fica por conta de
executa quatro obras que
Bizet, que, além de ter sido um
exemplificam tudo isso e mais.
dos mais importantes compositores
líricos da história, deixou igualmente
Primeiramente, o ecletismo e
verdadeiras joias no campo sinfônico,
irreverência de Erik Satie, com o
como a Sinfonia em Dó que será
seu protesto manifestado em Parade,
executada neste concerto.
obra que utiliza os mais variados
instrumentos de percussão, incluindo
Por fim, a versão orquestral de
alguns que certamente muitos de
uma das obras mais populares
vocês verão pela primeira vez.
para piano de Claude Debussy:
a visão idílica de uma ilha feliz.
Celebrando os cem anos de
Henri Dutilleux, e apresentando
Un bon concert à tous.
aqui algo do mais alto refinamento,
tocamos pela primeira vez em
FABIO MECHETTI
Belo Horizonte As Sombras do Tempo,
Diretor Artístico e Regente Titular
3
FOTO: AL E XAN DRE RE Z E N DE
FABIO MECHETTI
diretor artístico e regente titular
D
esde 2008, Fabio Mechetti é Diretor Artístico e Regente Titular
de verão nos Estados Unidos, entre
No Brasil, foi convidado a dirigir a
da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, sendo responsável
eles os de Grant Park em Chicago
Sinfônica Brasileira, a Estadual de
e Chautauqua em Nova York.
São Paulo, as orquestras de Porto
pela implementação de um dos projetos mais bem-sucedidos
no cenário musical brasileiro. Com seu trabalho, Mechetti
Alegre e Brasília e as municipais de
posicionou a orquestra mineira nos cenários nacional e internacional
Realizou diversos concertos no México,
São Paulo e do Rio de Janeiro.
e conquistou vários prêmios. Com ela, realizou turnês pelo
Espanha e Venezuela. No Japão dirigiu
Trabalhou com artistas como Alicia
Uruguai e Argentina e realizou gravações para o selo Naxos.
as orquestras sinfônicas de Tóquio,
de Larrocha, Thomas Hampson,
Sapporo e Hiroshima. Regeu também a
Frederica von Stade, Arnaldo Cohen,
Natural de São Paulo, Fabio Mechetti serviu recentemente como
Orquestra Sinfônica da BBC da Escócia,
Nelson Freire, Emanuel Ax, Gil
Regente Principal da Orquestra Filarmônica da Malásia, tornando-se
a Orquestra da Rádio e TV Espanhola
Shaham, Midori, Evelyn Glennie,
o primeiro regente brasileiro a ser titular de uma orquestra asiática.
em Madrid, a Filarmônica de Auckland,
Kathleen Battle, entre outros.
Depois de quatorze anos à frente da Orquestra Sinfônica de Jacksonville,
Nova Zelândia, e a Orquestra
Estados Unidos, atualmente é seu Regente Titular Emérito. Foi
Sinfônica de Quebec, Canadá.
também Regente Titular da Sinfônica de Syracuse e da Sinfônica
de Spokane. Desta última é, agora, Regente Emérito.
Igualmente aclamado como regente
de ópera, estreou nos Estados Unidos
Vencedor do Concurso Internacional de
dirigindo a Ópera de Washington.
Regência Nicolai Malko, na Dinamarca,
No seu repertório destacam-se
Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra
Mechetti dirige regularmente na
produções de Tosca, Turandot, Carmem,
Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos
Escandinávia, particularmente a
Don Giovanni, Così fan tutte, La Bohème,
no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da
Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a
Madame Butterfly, O barbeiro de
Orquestra Sinfônica de San Diego, foi Regente Residente.
de Helsingborg, Suécia. Recentemente
Sevilha, La Traviata e Otello.
fez sua estreia na Finlândia dirigindo
4
Fez sua estreia no Carnegie Hall de Nova York conduzindo a
a Filarmônica de Tampere e na Itália,
Fabio Mechetti recebeu títulos
Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras
dirigindo a Orquestra Sinfônica de
de mestrado em Regência e em
norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester,
Roma. Em 2016 fará sua estreia com a
Composição pela prestigiosa
Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais
Filarmônica de Odense, na Dinamarca.
Juilliard School de Nova York.
5
S
D
B
FABIO MECHETTI, regente
Participação vocal: Emanuelle Cardoso, Iolanda Camilo,
Luciana Alvarenga, Natalie Christine e Polliana Martins.
PROGRAMA
Erik S ATIE
Parade: Balé realista sobre um tema de Jean Cocteau
Choral | Coral
Prélude du Rideau Rouge | Prelúdio à Cortina Vermelha
Prestidigitateur Chinois | Ilusionistas Chineses
Petite Fille Américaine | Menina Americana
Acrobates | Acrobatas
Final | Final
Suite au Prélude du Rideau Rouge | Suíte do Prelúdio à Cortina Vermelha
Henri D UTILLEUX
As Sombras do Tempo
Les heures | As horas
Ariel maléfique | Ariel maléfico
Mémoire des sombres | Memória das sombras
Vagues de lumière | Ondas de luz
Dominante bleue? | Azul dominante?
INTERVALO
Georges B IZET
Sinfonia nº 1 em Dó maior
Allegro vivo
Adagio
Allegro vivace
Allegro vivace
Claude D EBUSSY
ORQUESTRAÇÃO DE BERNARDINO MOLINARI
L’Isle Joyeuse
6
Erik
SATIE
INSTRUMENTAÇÃO
Piccolo, 2 flautas, 2 oboés, corne inglês,
requinta, 2 clarinetes, 2 fagotes, 2 trompas,
3 trompetes, 3 trombones, tuba, tímpanos,
percussão, harpa, cordas.
França, 1866 – 1925
PARADE: BALÉ REALISTA SOBRE UM TEMA DE JEAN COCTEAU
(1917)
15 min
para a Schola Cantorum de Paris.
Recebe ali, em 1908, um diploma de
PARA OUVIR
contraponto. Essa postura, ao mesmo
CD The complete Ballets of Erik Satie –
Orquestra Sinfônica de Utah – Maurice
Abravanel, regente – Vanguard
Classics – 1993
tempo subversiva e irônica, fez de Satie
O Erik Satie das eternas Gymnopédies e Gnossiennes, que a mídia,
um artista que sempre se recusou,
os melômanos e os estudantes de piano nos fazem ouvir à exaustão,
por princípio, a vender o peixe.
não revela um décimo desse músico estranho que ajudou a fazer a
virada do século XIX para o século XX. Contemporâneo de Debussy e
Parade é, sem dúvida, a sua partitura
de Ravel, em muitos aspectos parece mais jovem e mais arrojado que
mais importante. Esse balé em um
eles, e sua obra gera polarizações extremas: de um lado há quem o
ato, com argumento de Jean Cocteau,
julgue um grande precursor; de outro, há quem o considere um farsante
costumes desenhados por Picasso
revestido de ironia. “Vim ao mundo muito jovem em um tempo muito
e coreografia de Léonide Massine,
velho”, foi como ele próprio se definiu. Nesse sentido, sua obra é vária:
foi escrito para os Ballets Russes de
há um Satie arcaizante, que suprime em suas partituras a barra de
Sergei Diaghilev, que o estrearam
compasso, que adapta aos modos medievais encadeamentos paralelos
no Théâtre du Châtelet, em Paris,
de acordes e que revisita as sarabandas barrocas; há o Satie erótico
aos dezoito dias de maio de 1917,
(no sentido mais puro da palavra – não na acepção distorcida do mundo
sob a batuta de Ernest Ansermet.
PARA ASSISTIR
Orquestra Filarmônica da Universidade
Nacional Autônoma do México – Eduardo
Gonzáles, regente | Acesse: fil.mg/sparade
PARA LER
Roland de Candé – História Universal da
Música – Vol. 2, p. 248-253 – Eduardo
Brandão, tradução – Martins Fontes – 1994
contemporâneo) das Gymnopédies... velado, mas sem recalque; há um
Satie de cabaré, como o das canções, deliciosamente ambíguo como
Sobre a obra, Jean Cocteau escreveu
Toulouse-Lautrec ou Kurt Weil; há o místico, que compõe as Ogivas
que se tratava de “uma banda carregada
e as Véxations para piano, ou as Trois Sonneries de la Rose+Croix.
de sonho”. O próprio Satie, com ironia
e falsa modéstia, a declarou “um fundo
8
No panteão da História da música, o lugar de Satie é pequeno,
com certos barulhos que Cocteau julga
mas importante. Em 1913, com a opereta Le Piège de Méduse, ele é
indispensáveis”. Apollinaire disse que
dadaísta três anos antes do Dadaísmo. Dez anos antes do Surrealismo
se tratava de “une sorte de surréalisme”
ele insere em suas peças para piano certas indicações para o intérprete
(uma espécie de surrealismo), três anos
e certos textos narrativos que têm, para dizer pouco, forte inspiração
antes de o movimento surrealista surgir
onírica: “vendo a si próprio de longe”, “ignorando a sua própria
em Paris. Na música de Parade, a ironia
presença”, “como um rouxinol que tivesse dores de dente”. Em
e o sempiterno espírito subversivo de
pleno auge de Debussy e Ravel, compõe obras para piano de um
Satie estão condensados. No balé,
despojamento meticulosamente trabalhado, que ele nomeia com
estão potencializados por Picasso e
títulos perturbadores: Descrições Automáticas, Embriões Ressecados,
Cocteau. Na fachada bufa de Satie,
Três Peças em Forma de Pera. Frequentemente considerado um músico
porém, esconde-se uma emoção que
amador por seus contemporâneos, entra, em 1905, aos quarenta anos,
nem sempre é bem compreendida.
MOACYR LATERZA FILHO Pianista e
cravista, Doutor em Literaturas de Língua
Portuguesa, professor da Universidade do
Estado de Minas Gerais e da Fundação
de Educação Artística.
9
Henri
DUTILLEUX
INSTRUMENTAÇÃO
2 piccolos, 4 flautas, 3 oboés, corne inglês,
requinta, 2 clarinetes, clarone, 3 fagotes,
contrafagote, 4 trompas, 4 trompetes,
3 trombones, tuba, tímpanos, percussão,
harpa, celesta, cordas.
França, 1916 – 2013
AS SOMBRAS DO TEMPO (1997)
21 min
Para Dutilleux, o processo criador pode
transformar-se em um ritual, uma forma
de cerimônia religiosa, pois implica uma
A música de Dutilleux frequentemente faz referências a obras literárias
epifania – quando uma determinada ideia
ou pictóricas que lhe servem de fonte poética, embora o compositor se
se revela luminosa e, por algum segredo,
declare avesso a qualquer vestígio de “programa descritivo” na tradição
se impõe sobre as outras. Assim, o artista
dos poemas sinfônicos do século XIX. Assim, ao dar o subtítulo de
convive com o sagrado, o mistério, a
“A noite estrelada” para Timbres, Espaço, Movimento (1978),
magia; prioriza a emoção e cultiva a
Dutilleux não tentou reproduzir sonoramente a pintura homônima
curiosidade pelo inusitado. No plano
de van Gogh, apenas prolongar suas impressões e ressonâncias oníricas.
técnico, Dutilleux valoriza o trabalho
Outras fontes são literárias: no Concerto para violoncelo, Tout un
artesanal, com a preocupação de inserir
monde lointain, o compositor inspirou-se em Les fleurs du Mal de
o pensamento musical em uma estrutura
Charles Baudelaire, fascinado pelo universo do poeta e seu conceito
bem definida (ainda que contrária a
de evasão, a grande viagem à procura do desconhecido. O Concerto
qualquer organização pré-fabricada). E
para violino, L’arbre des songes (1985), é uma reflexão sobre o tempo
ressalta a necessidade absoluta da escolha
e a memória, musicalmente traduzida em um estudo da “percepção
e da economia dos meios, sempre visando
de estratos temporais múltiplos”, conceito elaborado pelo compositor
o que se pode chamar a Alegria do Som.
PARA OUVIR
CD H. Dutilleux – The Shadows of
Time – Orchestre National du Capitole
de Toulouse – Michel Plasson, regente –
Timothée Collardot, Aude Guiral,
Sarah Lecolle, participação vocal – EMI
Records, Estados Unidos – 2008
PARA ASSISTIR
Orquestra Filarmônica da Rádio
Francesa – Mikko Franck, regente
Acesse: fil.mg/dsombras
PARA LER
François-René Tranchefort – Guia da Música
Sinfônica – Nova Fronteira – 1990
após a leitura de À la recherche du temps perdu, de Marcel Proust.
A grande sensibilidade harmônica, o
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A meditação sobre o tempo continua em As Sombras do Tempo.
gosto detalhista da orquestração e a
No primeiro movimento, As horas, ouve-se a mecânica marcação
busca de novos recursos expressivos
de uma pulsação. No trecho Memória das sombras, uma mensagem
fazem de Dutilleux um herdeiro
fica bem explicitada pela utilização do texto retirado de O Diário de
direto da tradição de Berlioz, Dukas,
Anne Frank. Assim, quando as vozes perguntam: “Por que nós?
Debussy e Ravel. Fruto de um trabalho
Por que a estrela?” –, o ouvinte bem sabe a que estrela/estigma elas
persistente e de qualidade excepcional,
se referem. E a música trabalha com um tempo que não deveria jamais
sua música ocupa, tanto para a crítica
ser esquecido. Segundo o próprio Dutilleux, a unidade da peça resulta
mais tradicionalista como para as
PAULO SÉRGIO MALHEIROS DOS SANTOS
de alusões “tanto a imagens atemporais quanto a acontecimentos
vanguardas, lugar privilegiado no
passados, cuja lembrança, apesar das marcas do tempo, não cessam
cenário contemporâneo. Em 2005,
de me assombrar”. O último movimento recebe o título interrogativo
aos 89 anos, Dutilleux recebeu o
Dominante bleue? e termina suspenso sobre a pulsação metronômica
cobiçado prêmio Ernst von Siemens,
do tempo, recusando a facilidade harmônica de uma resolução.
pelo conjunto de sua obra.
Pianista, Doutor em Letras, professor
na UEMG, autor dos livros Músico, doce
músico e O grão perfumado – Mário de
Andrade e a arte do inacabado. Apresenta
o programa semanal Recitais Brasileiros,
pela Rádio Inconfidência.
11
Georges
BIZET
INSTRUMENTAÇÃO
2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes,
4 trompas, 2 trompetes, tímpanos, cordas.
França, 1838 – 1875
SINFONIA Nº 1 EM DÓ MAIOR (1855)
PARA OUVIR
29 min
O talento de Georges Bizet como pianista era tão grande que ele
ópera Os pescadores de pérolas, na ária
poderia ter seguido uma carreira de grande sucesso como solista.
De mon amie, da personagem Nadir.
Liszt o ouviu tocar na casa de Halévy, em maio de 1861, e afirmou
As duas seções do terceiro movimento
que o jovem de vinte e dois anos era mais talentoso que ele próprio.
(Allegro vivace), Scherzo e Trio, à moda
Mas Bizet preferiu a carreira de compositor. Em sua breve existência,
de Gounod, são construídas em cima
acumulou mais fracassos que êxitos e praticamente desconheceu o
de um mesmo tema, ouvido logo
sucesso. Sua ópera mais conhecida, Carmem, tornou-se obrigatória
no início do movimento. O finale
no repertório operístico, mas apenas após a sua morte. Para ganhar a
(Allegro vivace) é alegre e exuberante.
vida dava aulas particulares de piano, tocava em ensaios de óperas e
Possui, já, o colorido orquestral tão
realizava arranjos de obras consagradas a pedido dos editores. Sua história
característico da obra futura de Bizet.
CD Bizet: Symphony nº 1;
Offenbach: Gaîté parisienne, Orpheus
in the underworld overture; Suppé:
The beautiful Galatea overture –
New York Philharmonic Orchestra – Leonard
Bernstein, regente – Sony Classical – 1999
PARA ASSISTIR
Orquestra de Câmara do Festival de
Verbier – Gábor Takács-Nagy, regente
Acesse: fil.mg/bsinf1
PARA LER
Hugh Macdonald – Bizet –
Oxford University Press – 2014
é uma história de luta, de incessante busca por reconhecimento.
Bizet não fez esforço algum para
Seu amigo, o compositor Camille Saint-Saëns, exclamou a respeito de
conseguir que sua Primeira Sinfonia
Bizet: “Por que esse músico encantador, esse rapaz amável e alegre,
fosse executada. Muito provavelmente
encontrou tantos obstáculos em seu caminho?”. Ao contrário de Saint-
tratava-se de um trabalho da classe
Saëns, que se voltou para a música de concerto quando a crise se
de composição. Após a sua morte,
instaurou nos teatros franceses, Bizet acreditava que possuísse talento
a obra ficou esquecida. Em 1933 o
apenas para a ópera. De fato, suas incursões na música instrumental
musicólogo francês Jean Chantavoine
foram poucas, quase que somente com a intenção de aprendizado
descobriu o manuscrito na Biblioteca do
de orquestração e forma. A sua Sinfonia nº 1 é um desses casos.
Conservatório de Paris. Felix Weingartner
regeu a primeira audição, em 26 de
Bizet tinha apenas dezessete anos e era ainda aluno do Conservatório
fevereiro de 1935, na Basileia. Embora
de Paris quando compôs sua Primeira Sinfonia, tendo, como
se trate de uma obra de juventude, a
modelo, a Sinfonia nº 1 de Charles Gounod, seu professor.
riqueza melódica e o extraordinário
Naquele ano ele havia realizado o arranjo da sinfonia de Gounod
colorido orquestral revelam o formidável
para dois pianos e se familiarizado com a obra do mestre.
talento do compositor. A Sinfonia nº 1
de Bizet mostrou-se mais encantadora
12
O primeiro movimento (Allegro vivo) abre-se com um motivo breve
que aquela que lhe serviu de modelo.
de três notas. A tensão que permeia todo o movimento é tipicamente
Aos poucos entrou para o repertório
mozartiana. O tema principal do segundo movimento (Adagio) é uma
orquestral corrente, enquanto a sinfonia
triste melodia escrita para o oboé, que Bizet mais tarde aproveitaria na
de seu mestre caía no esquecimento.
GUILHERME NASCIMENTO Compositor,
Doutor em Música pela Unicamp, professor
na Escola de Música da UEMG, autor
dos livros Os sapatos floridos não voam e
Música menor.
13
Claude
DEBUSSY
França, 1862 – 1918
INSTRUMENTAÇÃO
em La Mer e revisa L’Isle Joyeuse,
que seria concluída somente em agosto
de 1904, em Dieppe, na França.
L’ISLE JOYEUSE (1904, orquestrada por Bernardino Molinari em 1917)
L’Isle Joyeuse foi concebida inicialmente
7 min
como a última peça de um tríptico
para piano que levaria o nome de
Suíte Bergamasque e que incluiria
Cantam os hinos homéricos, coleção de trinta e três antigos hinos
as peças Masques e, possivelmente,
gregos em celebração aos deuses, que a deusa da beleza e do amor,
D’un cahier d’esquisses. Devido a
Afrodite, nascera da espuma que se acumulara junto às gônadas de
conflitos com editores, no entanto, a
Urano, lançadas ao mar por seu filho Cronos, que o havia destronado
obra foi publicada isoladamente, e o
e castrado. Das espumas, Afrodite caminhara para a ilha de Citera,
que se publica em 1905 sob o título
local que ficaria associado aos prazeres amorosos. Em 1717, a ilha dos
de Suíte bergamasque é a famosa
amantes serviu de inspiração ao quadro Peregrinação à ilha de Citera,
coleção de peças de 1890 eternizada
submetido à Academia Real de Pintura e Escultura Francesa, como
por Clair de lune. Estreada no dia 18
peça de candidatura de Antoine Watteau. A obra foi recebida com
de fevereiro de 1905 pelo pianista
tamanho êxito que o pintor não apenas foi admitido na Academia,
Ricardo Viñes, L’Isle Joyeuse tem
como também um gênero de pintura passou a ser nomeado segundo
como verdadeira inspiração a ilha de
seu estilo: festas galantes – referência aos passeios campestres e eventos
Jersey, essa ilha feliz onde sua música
lúdicos a céu aberto promovidos pela aristocracia francesa ao longo do
e seu amor por Emma puderam
século XVIII e retratados por Watteau. É esse o quadro que, acredita-se,
florescer sem medos e tormentos.
Piccolo, 3 flautas, 2 oboés, corne inglês,
3 clarinetes, clarone, 3 fagotes,
contrafagote, 4 trompas, 4 trompetes,
3 trombones, tuba, tímpanos, percussão,
2 harpas, celesta, cordas.
PARA OUVIR
CD Claude Debussy – Complete Orchestral
Works – Orchestre National de Lyon –
Jun Märkl, regente – Naxos Box Sets,
8.509002 – 2012 (9 CDs)
PARA LER
Didier Guigue – Estética da Sonoridade:
a Herança de Debussy na Música para Piano
do Século XX – Perspectiva – 2011
Claude Debussy – Monsieur Croche e outros
ensaios sobre música – Raquel Ramalhete,
tradução – Nova Fronteira – 1989
serviu de inspiração para a obra L’Isle Joyeuse, seja por sua semelhança
temática, seja pelo fato de Debussy, admirador de Watteau, ter composto
A peça é uma peregrinação musical
no mesmo período outras peças inspiradas no mestre rococó.
ao território das sensações, expectativas
e êxtases dos prazeres amorosos,
14
À época da composição de L’Isle Joyeuse, Debussy testemunhava um
intempestivos como o mar. A
sucesso crescente como músico. Devido à grande repercussão da
combinação das escalas de tons inteiros
ópera Pelléas et Mélisande, estreada em 1902, e da publicação de suas
e diatônica e o modo lídio traduz
críticas musicais sob o pseudônimo de Monsieur Croche, Debussy
em música a complexidade da alma
projetava-se como figura central no cenário musical francês. Porém,
apaixonada, que oscila entre idílicos
o relacionamento extraconjugal com Emma Bardac, esposa de um
momentos de contemplação e extáticos
importante banqueiro, ameaçava sua reputação e ceifava-lhe amizades.
e indômitos momentos de júbilo. Coube
Assim, em 1904, absorvido pela composição de La Mer e um tanto
ao amigo e regente italiano Bernardino
quanto sufocado pela sociedade parisiense, Debussy decide isolar-se
Molinari, sob as bênçãos e indicações
com Emma na Ilha de Jersey. Ali, conclui o segundo álbum de
do próprio compositor, orquestrar em
Fêtes galantes, ciclo de canções inspirada na obra de Verlaine, e a peça
1917 esse testemunho musical de um
Masques, inspirada na pintura Mezzetin de Watteau. Trabalha ainda
paradisíaco momento de alegria.
IGOR REYNER Pianista, Mestre em Música
pela UFMG, doutorando de Francês no
King’s College London e colaborador do
ARIAS/Sorbonne Nouvelle Paris 3.
15
FOTO: AL E XAN DRE RE Z E N DE
Foto: Rafael Motta
A melhor parte de
uma música é aquela
que permanece
dentro de você.
Patrocinar a Orquestra Filarmônica de
Minas Gerais nas séries Allegro e Vivace
é um orgulho para nós.
16
17
Orquestra
Filarmônica de
Minas Gerais
DIRETOR ARTÍSTICO E REGENTE TITULAR
Fabio Mechetti
REGENTE ASSOCIADO
GOVERNADOR DO ESTADO
DE MINAS GERAIS
SECRETÁRIO DE ESTADO DE CULTURA
DE MINAS GERAIS
Fernando Damata Pimentel
Angelo Oswaldo de Araújo Santos
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO
DE MINAS GERAIS
SECRETÁRIO ADJUNTO DE ESTADO
DE CULTURA DE MINAS GERAIS
Antônio Andrade
João Batista Miguel
Instituto Cultural Filarmônica
Marcos Arakaki
(Oscip – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público – Lei 14.870 / Dez 2003)
PRIMEIROS VIOLINOS
Anthony Flint – Spalla
Rommel Fernandes –
Spalla Associado
Ara Harutyunyan –
Spalla Assistente
Ana Zivkovic
Arthur Vieira Terto
Bojana Pantovic
Dante Bertolino
Hyu-Kyung Jung
Joanna Bello
Matheus Braga
Roberta Arruda
Rodrigo Bustamante
Rodrigo M. Braga
Rodrigo de Oliveira
VIOLONCELOS
TROMPAS
GERENTE
Philip Hansen *
Felix Drake ***
Camila Pacífico
Camilla Ribeiro
Eduardo Swerts
Emilia Neves
Eneko Aizpurua Pablo
Lina Radovanovic
Robson Fonseca
Alma Maria Liebrecht *
Evgueni Gerassimov ***
Gustavo Garcia Trindade
José Francisco dos Santos
Lucas Filho
Fabio Ogata
Jussan Fernandes
Conselho
Administrativo
INSPETORA
PRESIDENTE EMÉRITO
TROMPETES
Débora Vieira
CONTRABAIXOS
Nilson Bellotto ****
Marcelo Cunha
Marcos Lemes
Pablo Guiñez
Rossini Parucci
Walace Mariano
SEGUNDOS VIOLINOS
Frank Haemmer *
Leonidas Cáceres ***
Gideôni Loamir
Jovana Trifunovic
Luka Milanovic
Martha de Moura Pacífico
Radmila Bocev
Rodolfo Toffolo
Tiago Ellwanger
Valentina Gostilovitch
Cássia Lima *
Renata Xavier ***
Alexandre Braga
Elena Suchkova
OBOÉS
Alexandre Barros *
Ravi Shankar ***
Israel Muniz
Moisés Pena
CLARINETES
Marcus Julius Lander *
Jonatas Bueno ***
Ney Franco
Alexandre Silva
Mark John Mulley *
Diego Ribeiro **
Wagner Mayer ***
Renato Lisboa
Catherine Carignan *
Victor Morais ***
Andrew Huntriss
Francisco Silva
ARQUIVISTA
Ana Lúcia Kobayashi
Claudio Starlino
Jônatas Reis
SUPERVISOR DE
MONTAGEM
TUBA
Eleilton Cruz *
TÍMPANOS
Patricio Hernández
Pradenas *
Jacques Schwartzman
PRESIDENTE
Roberto Mário Soares
CONSELHEIROS
Rodrigo Castro
MONTADORES
André Barbosa
Hélio Sardinha
Jeferson Silva
Klênio Carvalho
Risbleiz Aguiar
Angela Gutierrez
Berenice Menegale
Bruno Volpini
Celina Szrvinsk
Fernando de Almeida
Ítalo Gaetani
Marco Antônio Pepino
Mauricio Freire
Mauro Borges
Octávio Elísio
Paulo Brant
Sérgio Pena
Diretoria
Executiva
DIRETOR PRESIDENTE
Diomar Silveira
PERCUSSÃO
Rafael Alberto *
Daniel Lemos ***
Sérgio Aluotto
Werner Silveira
DIRETOR
ADMINISTRATIVOFINANCEIRO
Estêvão Fiuza
HARPA
Giselle Boeters *
TECLADOS
FAGOTES
ASSISTENTE
ADMINISTRATIVA
ASSISTENTES
TROMBONES
FLAUTAS
VIOLAS
João Carlos Ferreira *
Roberto Papi ***
Flávia Motta
Gerry Varona
Gilberto Paganini
Juan Díaz
Katarzyna Druzd
Luciano Gatelli
Marcelo Nébias
Nathan Medina
Marlon Humphreys *
Érico Fonseca **
Daniel Leal ***
Tássio Furtado
Karolina Lima
Ayumi Shigeta *
DUTILLEUX
Editor: Schott Music
Representante: Barry
Editorial
DEBUSSY / Molinari
Editor: Edition Durant-
Salabert-Eschig
Representante: Melos
Ediciones Musicales
S. A. Buenos Aires
* principal ** principal associado *** principal assistente **** principal / assistente substituto
DIRETORA DE
COMUNICAÇÃO
Jacqueline Guimarães
Ferreira
DIRETOR DE
PRODUÇÃO MUSICAL
Kiko Ferreira
Equipe Técnica
GERENTE DE
COMUNICAÇÃO
Merrina Godinho Delgado
GERENTE DE
PRODUÇÃO MUSICAL
ASSISTENTE DE
MARKETING DE
RELACIONAMENTO
Eularino Pereira
ASSISTENTE DE
PRODUÇÃO
Equipe
Administrativa
GERENTE
ADMINISTRATIVOFINANCEIRA
ASSESSORA DE
PROGRAMAÇÃO
MUSICAL
Ana Lúcia Carvalho
ANALISTAS
ADMINISTRATIVOS
João Paulo de Oliveira
Paulo Baraldi
Marciana Toledo
(Publicidade)
Mariana Garcia
(Multimídia)
Renata Gibson
Renata Romeiro
(Design gráfico)
ANALISTA CONTÁBIL
ANALISTA DE
MARKETING DE
RELACIONAMENTO
Cristiane Reis
Mônica Moreira
Bruno Rodrigues
MENOR APRENDIZ
Mirian Cibelle
Sala Minas
Gerais
GERENTE DE
INFRAESTRUTURA
GERENTE DE
OPERAÇÕES
Jorge Correia
PRODUTORES
ANALISTAS DE
COMUNICAÇÃO
MENSAGEIRO
Renato Bretas
GERENTE DE
RECURSOS HUMANOS
Quézia Macedo Silva
Luis Otávio Rezende
Narren Felipe
Ailda Conceição
Márcia Barbosa
Rildo Lopez
Claudia da Silva
Guimarães
Carolina Debrot
AUXILIARES DE
SERVIÇOS GERAIS
Graziela Coelho
TÉCNICO DE ÁUDIO E
ILUMINAÇÃO
Mauro Rodrigues
TÉCNICO DE
ILUMINAÇÃO E ÁUDIO
Rafael Franca
SECRETÁRIA EXECUTIVA
Flaviana Mendes
ASSISTENTE
OPERACIONAL
ASSISTENTE
ADMINISTRATIVA
Rodrigo Brandão
ASSISTENTE DE
RECURSOS HUMANOS
Vivian Figueiredo
FORTISSIMO abril
ANALISTAS DE
DIRETORA DE
MARKETING E PROJETOS MARKETING E
PROJETOS
Zilka Caribé
RECEPCIONISTA
DIRETOR DE
OPERAÇÕES
AUXILIAR
ADMINISTRATIVO
Godinho Delgado
Pedro Almeida
Berenice Menegale
Itamara Kelly
Mariana Theodorica
Ivar Siewers
Ilustrações: Mariana Simões
Lizonete Prates Siqueira
nº 7 / 2016
ISSN 2357-7258
EDITORA Merrina
EDIÇÃO DE TEXTO
19
FILARMÔNICA ONLINE
PARA APRECIAR UM CONCERTO www.filarmonica.art.br
VISITE A CASA VIRTUAL DA NOSSA ORQUESTRA
CONCERTOS PARA A JUVENTUDE
E FORA DE SÉRIE
VENDA DE INGRESSOS
Buscando ampliar a efetiva ocupação
da Sala Minas Gerais, os ingressos para
as séries Concertos para a Juventude e
Fora de Série começarão a ser vendidos
um mês antes do dia de cada apresentação.
Anote as datas abaixo e programe-se para,
um mês antes, comprar o seu ingresso.
Concertos para a Juventude
domingo, 11h
24 ABR Danças
29 MAI Poemas sinfônicos
03 JUL Forma sonata
07 AGO Forma ABA
16 OUT Formas livres
20 NOV Tema e variações
Fora de Série — Mozart
sábado, 18h
14 MAI Tudo em família
18 JUN Sinfonias
23 JUL Rivais e contemporâneos
20 AGO Ópera aguarde informações
1º OUT Música incidental
29 OUT Na corte
10 DEZ Último capítulo aguarde informações
Os ingressos estarão disponíveis na
bilheteria da Sala Minas Gerais e em
filarmonica.art.br/ingressos/.
CONCERTOS
mai
5 e 6 / mai, 20h30
Stravinsky, Mahler
14 / mai, 18h
Mozart — Tudo em família
19 e 20 / mai, 20h30
Britten, Bruch, Elgar
25 / mai, 20h30
Composições finalistas
29 / mai, 11h
CONCERTOS COMENTADOS
Agora você pode assistir a palestras sobre
temas dos concertos das séries Allegro,
Vivace, Presto e Veloce. Elas acontecem
na Sala de Recepções, à esquerda do
foyer principal, das 19h30 às 20h, para
as primeiras 65 pessoas a chegar.
PRESTO
VELOCE
FORA
DE SÉRIE
ALLEGRO
VIVACE
FESTIVAL
TINTA FRESCA
JUVENTUDE
Poemas sinfônicos —
Dvorák, Liszt, Debussy, R. Strauss
Veja detalhes em filarmonica.art.br/
concertos/agenda-de-concertos.
CONHEÇA AS APRESENTAÇÕES DA FILARMÔNICA
• Séries de assinatura: Allegro, Vivace,
Presto, Veloce, Fora de Série
• Concertos para a Juventude
• Clássicos na Praça
• Concertos Didáticos
• Festival Tinta Fresca
• Laboratório de Regência
• Turnês estaduais
• Turnês nacionais e internacionais
• Concertos de Câmara
Visite filarmonica.art.br/
filarmonica/sobre-a-filarmonica e
conheça cada uma delas.
CUMPRIMENTOS
Após o concerto, caso queira
cumprimentar os músicos e convidados,
dirija-se à Sala de Recepções.
ESTACIONAMENTO
0 PROGRAMA DE CONCERTOS
O Fortissimo é uma publicação indexada
aos sistemas nacionais e internacionais de
catalogação. Elaborado com a participação
de especialistas, ele oferece uma
oportunidade a mais para se conhecer
música. Desfrute da leitura e estudo.
Mas, caso não precise dele após o
concerto, por favor, devolva-o nas caixas
receptoras para que possamos reaproveitá-lo.
O Fortissimo também está disponível
no formato digital em nosso site
www.filarmonica.art.br.
Para seu conforto e segurança, a
Sala Minas Gerais possui estacionamento,
e seu ingresso dá direito ao preço especial
de R$ 15 para o período do concerto.
PONTUALIDADE
CONVERSA
APARELHOS CELULARES
CRIANÇAS
FOTOS E GRAVAÇÕES
EM ÁUDIO E VÍDEO
COMIDAS E BEBIDAS
Uma vez iniciado um concerto, qualquer
movimentação perturba a execução da
obra. Seja pontual e respeite o fechamento
das portas após o terceiro sinal. Se tiver
que trocar de lugar ou sair antes do final da
apresentação, aguarde o término de uma peça.
Confira e não se esqueça, por
favor, de desligar o seu celular ou
qualquer outro aparelho sonoro.
Não são permitidas durante os concertos.
APLAUSOS
Aplauda apenas no final das obras.
Veja no programa o número de
movimentos de cada uma e fique de
olho na atitude e gestos do regente.
A experiência do concerto inclui o encontro
com outras pessoas. Aproveite essa troca
antes da apresentação e no seu intervalo,
mas nunca converse ou faça comentários
durante a execução das obras. Lembre-se
de que o silêncio é o espaço da música.
Caso esteja acompanhado por criança,
escolha assentos próximos aos corredores.
Assim, você consegue sair rapidamente
se ela se sentir desconfortável.
Seu consumo não é permitido no
interior da sala de concertos.
TOSSE
Perturba a concentração dos músicos
e da plateia. Tente controlá-la com
a ajuda de um lenço ou pastilha.
21
MANTENEDOR
PATROCÍNIO
APOIO INSTITUCIONAL
DIVULGAÇÃO
REALIZAÇÃO
SALA MINAS GERAIS
Rua Tenente Brito Melo, 1.090 | Barro Preto | CEP 30.180-070 | Belo Horizonte - MG
(31) 3219.9000 | Fax (31) 3219.9030
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