1. Mercado Interno

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1. Mercado Interno
June 10, 2010
1. Mercado Interno
1.1 Demanda interna fraca força queda de preços
No inicio da colheita deste ano foi-se prospectado um ano de oferta apertado, tanto para o mercado
interno como para exportação, acarretado pela queda na área do Rio Grande do Sul e na
produtividade, tendo como conseqüência queda na produção totalizando cerca de 12,6% e o dólar em
baixa diante do real dificultando as exportações e visando uma possível importação de terceiros
mercados.
Com esse cenário, muitos produtores calcularam que, com uma baixa oferta de produto e tendência
de preços internacionais muito acima da média, o meio mais viável para obter uma valorização pelo
seu produto era de vender estritamente o necessário para despesas de curto prazo e depois recorrer
a EGFs ( para estocagem) ou simplesmente aguardar a recuperação gradual dos preços.
Podemos dizer que ao decorrer do inicio da colheita no Rio Grande do Sul, maior estado produtor do
Brasil, a queda de braço entre produtores e indústrias mantiveram os preços estáveis. Mas a partir
daí, a procura da indústria só foi caindo, usando seus produtos de estoques de segurança e forçando
uma queda de preço da matéria-prima, quanto mais avançava a colheita, mais o produtor obrigava-se
a vender o arroz, pois precisa pagar suas dividas de plantação.
O cenário que vemos hoje não é exatamente o que se especulava. Entre segunda quinzena de maio e
fim do mês chegamos ao fim da colheita, e o que temos é uma fraca demanda das indústrias para
compra de arroz do produtor. Agentes deste segmento alegam que devido exclusivamente a esta
dificuldade no repasse dos preços do casca para o fardo, as vendas do beneficiado estão fracas, e
conseqüentemente havendo uma queda de preço, não só no produto beneficiado que a indústria
oferece para o mercado, como a matéria-prima do produtor.
Da para se dizer que este é o principal motivo para esta desvalorização do produto, o baixo consumo
de arroz. Muitos dizem que a entrada de produtos externos, como do Vietnam e americano foram à
causa para a desvalorização do arroz em casca interno, porém o volume não é elevado e a influencia
que isso teve no mercado foi mínima, tanto para questões físicas como financeiras.
E a outra situação que a indústria havia, e muitas como primeira opção, seria a de vender seu produto
beneficiado para o mercado externo, caso não haja demanda interna para sair seu arroz,
o que não esta acontecendo este ano, pois os preços internos se mantém aquecido diante dos preços
internacionais e há pouca opção de venda para África, principal destino das vendas brasileiras.
1.2 Preços referentes à matéria-prima no Rio Grande do Sul
O arroz em casca fechou na primeira semana de junho com média de R$ 27,10 e queda de quase R$
1,70 comparando-se com a primeira quinzena de maio. No mercado livre gaúcho, preços
referenciais entre R$ 26,50 e R$ 27,00 na maioria das praças, com cotações que podem chegar a R$
28,00 para o produto colocado na indústria, a depósito ou condições muito especiais de qualidade.
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1.3 Preços do mercado varejista
Os preços do arroz beneficiado registram quedas no atacado neste inicio do mês de junho quando
comparados com a média da primeira quinzena de maio. O preço médio do fardo de 30 Kg de arroz
tipo 1 no atacado, em São Paulo, é de R$ 46,48, contra R$ 49,20 na segunda quinzena de maio e R$
51,12 na primeira quinzena do mês passado. O fardo de 30 Kg, do arroz tipo 2, está cotado, em
média, a 39,59, contra R$ 44,46 na segunda quinzena de maio e R$ 43,65 na primeira quinzena do
mês passado.
1.4 Estoques e produção estimados
O estoque inicial em 1º de março de 2010 é de 1,197 milhão de toneladas, importações de, pelo
menos, 1,2 milhão de toneladas, exportações de 300 mil toneladas e consumo de 12,5 milhões de
toneladas, os estoques finais ficariam em 885 mil toneladas. A produção brasileira de arroz estimada
em 11,687 milhões de toneladas em 2009/2010, contra 12,602 milhões de toneladas em 2008/2009.
Portanto, os estoques finais projetados para o final do ciclo 2009/2010 equivalem a apenas 25 dias de
consumo doméstico.
A produção brasileira de arroz, na safra 2009/10, está estimada pela Conab (Companhia
nacional de abastecimento) em 11.3556,8 mil toneladas, reduzindo 1.245,7 mil toneladas (9,9%) em
relação a safra 2008/09 a qual foi de 12.602,5 mil.
Essa queda de produção é devido a uma baixa produtividade média nacional a qual é esperada em
torno de 4.101 kg/ha, 5,3% a menos que a alcançada na safra 2008/09, que foi de 4.332 kg/ha. A
diminuição deve-se principalmente aos problemas climáticos ocorridos no Rio Grande do Sul, pelo
excesso de chuvas e na região Nordeste devido a escassez de umidade.
E outro fator importante para esta queda de produção é uma redução na área cultivada com, a qual
segundo a Conab ficou em torno de 2.769,4 mil hectares, 4,8% inferior a área cultivada na safra
2008/09 que foi de 2.909 mil hectares.
A redução de área ocorreu tanto no arroz de sequeiro como no arroz irrigado. No arroz de sequeiro a
redução foi em decorrência da competição com a soja e da falta de abertura de novas
áreas, quando a primeira cultura utilizada era o arroz. No arroz irrigado, as reduções ficam por conta
do excesso de chuvas, alagamentos e enxurradas que ocorreram durante o período de
implantação da cultura, principalmente na Depressão Central e Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul.
A redução de área no Estado foi de (2,4%) e a produtividade deve cair ao redor de (10,3%) em relação
à safra passada
2. Mercado Externo
2.1 Tailândia
A preocupação dos exportares tailandeses esta crescendo pois as ordens de compra permanecem
baixas, por causa da demanda muito fraca e a moeda local esta forte.
Provavelmente a Tailândia não alcançara a meta de exportações de arroz, que previstas
anteriormente eram fixadas em 9 milhões de toneladas este ano.
Agora já se prevê que as exportações alcancem quanto muito 8,5 milhões de toneladas.
As vendas foram diminuindo porque os compradores estrangeiros acreditam que os preços poderiam
cair ainda mais.
A recente onda de violência política na Tailândia levou alguns compradores a mudança para o Vietnã
como estavam incertos sobre a capacidade dos fornecedores tailandeses para fazer as entregas.
Exportações de arroz branco e arroz parboilizado no período de 1º de janeiro a 30 de maio de 2010
totalizou 2.469.071 toneladas, um aumento de 4,8% comparado ao ano anterior, onde haviam sido
exportados 2.355.142 tonelada.
Segundo o Departamento de Comércio Exterior, as exportações de arroz total (incluindo o arroz
perfumado) durante 1 de janeiro a 14 de maio de 2010 totalizou 3.024.735 toneladas, queda de 4,3%,
onde haviam sido exportados 3.161.294 toneladas no ano anterior.
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O preço do arroz tailandês, que serve como referência para a Ásia caiu de seis semanas consecutivas,
tiveram em maio uma leve queda de 2 a 5 por cento, o que vem sustentando um pouco os preços é a
reativação da demanda das Filipinas e Oriente Médio.
O Tai 100%B caiu US$ 10 por tonelada, para US$ 459 a tonelada FOB contra US$ 569 a tonelada em
abril.
2.2 Vietnam
Em maio, o Vietnã vendeu 730 mil toneladas de arroz para os mercados do mundo para entrega em
junho, tendo arrecadado 390 milhões de dólares.
O preço médio do arroz exportado nos primeiros quatro meses subiu 14,3%, média de US$ 532 CIF
por tonelada.
No entanto o preço de exportação do arroz Vietnamita é quase o mais baixo no mercado
internacional.
As exportações têm aumentado, sobretudo, para a África Ocidental.
Vietnã, é o segundo maior exportador mundial de arroz, a meta para exportar este ano é de 6 milhões
de toneladas de arroz.
O volume total das exportações nos dois primeiros trimestres é de 3.350.000 toneladas, 300.000
toneladas a menos do que mesmo período do ano passado.
Em maio, o Viet 5% ficou em US$ 360 a tonelada contra US$ 361/t em abril.
2.3 Mianmar
As exportações de arroz com origem o país de Mianmar no ano 2009-10 aumentaram em pelo menos
100 mil toneladas em relação a mesma época do ano anterior.
As estatísticas mostram que cerca de 800 mil toneladas de arroz já foram exportadas, isso da um
acréscimo de 14%.
Em especial a razão para o aumento das exportações foi à abertura de novos mercados, incluindo
Rússia, Ucrânia, Austrália e Coréia juntamente com um investimento e apoio financeiro concedido aos
agricultores, na sequência do ciclone Nargis.
A África no ano passado superou a Ásia como o principal destino das exportações do arroz de
Mianmar. África do Sul, Gana e Costa do Marfim junto Com Bangladesh, representam mais de 70% da
origem das exportações de arroz.
U Sein Win Hlaing, presidente do Myanmar e Produtores de Arroz Paddy Association, disse que mais
de 20 milhões de hectares de arroz foram cultivadas no ano passado, ajudando a impulsionar uma
safra de 31,2 milhões de toneladas.
Atualmente o White Rice 25% broken esta sendo vendido por US310-320 / tonelada FOB
2.4 Índia
Governo da Índia estabeleceu uma meta de produzir 100 milhões de toneladas de arroz no ano
2010/11 safra (junho / maio), trazendo mais espaço para sementes híbridas. O ministro pretende
promover o arroz híbrido agressivamente para melhor cobertura de área. Além da iniciativa do
governo para promover a sementes de arroz híbrido, a previsão de um clima normal elevou as
expectativas do Ministério da Agricultura da cultura do arroz para a próxima temporada. Devido à
seca do ano passado, a produção de arroz da Índia em 2009/10 caiu para 89,31 milhões de toneladas
a partir de 99,18 milhões de toneladas em 2008/09.
2.5 Produção mundial caiu 1,4% em 09/10
Neste ano, a produção mundial caiu 1,4% para 680 milhões de toneladas de arroz em casca (454Mt
base arroz branco) contra 686Mt em 2008. Esta diminuição se deve, principalmente, à queda da
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produção na Índia, de 12% em relação ao ano anterior. As novas perspectivas para 2010 indicam, ao
contrário, um incremento de 4,5% para 710Mt (474Mt base arroz branco), sobretudo na Índia, onde
se espera uma recuperação da produção chegando ao nível de 2008. No resto do mundo, a produção
deve aumentar também graças às boas condições climáticas.
2.6 Comercio mundial deve aumentar cerca de 5% em 2010-06-09
Em 2010, se espera um incremento do comércio mundial para 31,3Mt contra 29,7Mt em 2009. Este
aumento leva em conta o crescimento da demanda em alguns países importadores. Do lado dos
exportadores, a oferta deve ser suficiente, apesar das restrições de exportação ainda vigentes na
Índia, mas que tendem a ser, mas flexíveis.
2.7 Estoques mundiais não irá haver mudança no fim de 2010
Os estoques mundiais terminando em 2009 subiram para 124,6Mt contra 110,8Mt, aumento de 5%.
Estas reservas representam 28% das necessidades mundiais. Em 2010, os estoques mundiais devem
ficar ao redor de 124 Mt.
3. MERCOSUL
3.1 Argentina
A produtividade das lavouras de arroz em Entre Rios, principal província produtora da Argentina
recuou de 7.233 para 6.313 quilos por hectare, uma redução de 920 quilos por hectare. As condições
climáticas do verão, que não foram favoráveis ao cultivo e a ocorrência de pragas, foram às
causadoras das perdas do potencial produtivo. Com isso, apesar da elevação da área plantada na
província em 4, 723 mil hectares, a produção deve ser muito parecida a do ano anterior, com uma
queda de 17, 537 mil toneladas inferior à da temporada anterior. Entre Rio produz dois tipos
comerciais de arroz, porém, o principal é o longo fino, responsável por quase 90% da área plantada e
92% do total produzido. Com informações da Bolsa de Cereais de Buenos Aires e Real News.
3.2 Uruguai
Destino das exportações do Uruguai tem sido na maioria para o Brasil, e não a terceiros mercados,
pois o Brasil paga um melhor preço, isso deve a uma logística mais acessível.
Últimos negócios registrados no mês de maio saíram na media de US$ 505 FOB porto Montevidéu.
Os produtores independentes tendem a segurar o arroz para vender mais a frente, pois a tendência é
de suba nos preços e assim teriam uma valorização melhor no seu produto.
Hoje, o Uruguay White Rice 5% esta cotado em US$ 490 FOB a tonelada contra US$ 510/t em maio.
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Indicadores
2.1 - Data Brasil and Paddy Price in Rio Grande do
Sul
Exchange
R$/U$:
1,8000
Paddy Rice
producer
R$/50kg:
27,00
price
Paddy Rice
producer
U$/50kg:
15,00
price
2.2 - Rice Price - FOB Rio Grande(in bulk)
Product
U$/ton
Paddy Rice
55/68
327,48
White Rice 5%
538,66
Parboil
539,30
Broken Africa
285,76
Broken Europa
205,98
2.3 - Rice Price Imported - CIF Paranaguá
Origin
USA
Thailand
Vietnam
Especification
# 2/4% LG
100% B
5% Broken
U$/ton
551,44
556,38
456,08
Paddy
RS 50kg
R$/sc
29,00
29,60
23,80
Paddy
RS 50kg
Especification U$/ton U$/Ton
Paddy
340,00 33,66
Parboil
N/A
N/A
15% Broken
N/A
N/A
2.4 - Equivalência Arroz em Casca Brasil U$/50kg - CIF Paranaguá com
USA, Thai e Viet.
Origem
U$
Brasil
15,00
USA
16,11
Thai
16,44
Viet
13,22
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