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Jornal Laboratório do Curso de Comunicação Social - Jornalismo - Ano 2 - Nº 3
Erro médico prejudica família
Zoológico vai
se transformar
em Bioparque
GAIA RÊGO
A possibilidade de cometer erros
é uma das características básicas do
ser humano. A gravidade desses erros
e suas conseqüências é que fazem a
diferença. O erro médico quase
sempre tem conseqüências drásticas
para a família dos pacientes. No
hospital Getúlio Vargas o caso do
adolescente Alberto Alves, hoje com
14 anos, comove e faz com que as
pessoas reflitam sobre futuro, destino
e sofrimento, mas principalmente
desperta revolta.
Pág. 8
O Parque Zoobotânico de Teresina
deve sofrer uma transformação radical
nos próximos meses. Graças ao
Prodetur, o Parque garantiu cerca de
R$ 1,3 milhão para investimentos na
sua reestruturação. O projeto vai
deixar o zoológico piauiense entre os
mais modernos do mundo. Pág. 5
Religião leva
fé e emprego à
Vila Operária
Teresina é Pop
se firma como
atração cultural
A Zona Norte de Teresina ganhou
mais uma grande atração turística.
Trata-se do turismo religioso, que vem
atraindo multidões para as novenas de
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
O crescimento da visitação dos fiéis
fez com que se ampliasse o comércio
em torno da igreja. Além de dar
conforto aos seus devotos, Nossa
Senhora do Perpétuo Socorro dá
emprego e renda para dezenas de
famílias que trabalham como
ambulantes no local.
Pág. 7
A V edição do festival serviu para
revelar novas bandas que ingressam
no mercado musical da cidade e para
confirmar o sucesso de quem já está
com o pé na estrada há algum tempo.
Além das 16 bandas presentes, a
Fundação Cultural preparou uma
programação alternativa, com
exposições e vídeos.
Pág. 7
PAULA ANDRÉA
Religiosidade e negócios na Vila
Obras na Frei
Serafim causam
mais polêmica
A derrubada de árvores e a
alteração no projeto urbanístico da
principal avenida de Teresina colocou
em lados opostos ambientalistas e a
Prefeitura de Teresina. A Avenida Frei
Serafim ganhou um novo projeto
paisagístico e a cidade mais uma
grande polêmica. Segundo os
responsáveis pela obra, as alterações
vão facilitar o embarque e o
desembarque dos usuários de
transporte coletivo, além de facilitar
o tráfego de pedestres.
Pág. 5
GAIA RÊGO
Após a reforma, a área de lazer para o público infantil vai ganhar em qualidade
Canteiros centrais da avenida já começaram a sofrer alterações
Página 2 - Teresina (PI), novembro/2006
OPINIÃO
CARTA AO LEITOR
Avaliação Institucional
bilidades para punição, contudo se assim o
A Avaliação Institucional enquanto fosse a instituição perderia credibilidade e
instrumento com função social, é utilizado com legitimidade. Desse modo, a avaliação instituo objetivo primordial de identificar as insufi- cional tem como finalidade utilizar os resultados
ciências e potencialidades das Instituições de para adequar as políticas internas e redefinir
Ensino Superior para, a partir dessa identifi- prioridades, discernir entre o que é essencial e
cação, buscar as mudanças necessárias ao singular, o que pode ser reproduzido, contibom funcionamento do sistema universitário. nuado ou modificado em benefício do contexto
Este instrumento é exatamente significativo sócio-político-educacional.
Compreende-se por outro lado, que a Avano processo de autoconhecimento e aperfeiliação Institucional é um processo sem fim de
çoamento do funcionamento da estrutura acabusca de qualidade do fazer acadêmico e instidêmico-institucional.
tucional, por isso ela ocorre semelhantemente,
Entretanto, para que ela seja efetiva, é necespressupondo à mudança, a qual é uma exigência
sária a participação, a disposição, o envolvi- do dinamismo da realidade científica, tecnomento de todos os sujeitos envolvidos no pro- lógica, cultural, política e social.
cesso universitário, ou seja, alunos, profesAssim sendo, acentua-se a importância de
sores, coordenadores, diretores, funcionários, todos os atores sociais, enquanto participantes
a fim de que se busque patamares superiores desse processo democrático de construção e
de qualidade e de relevância de seu fazer acadê- reconstrução da vida acadêmica, mas principalmico-social-político-histórico.
mente como construtores de uma nova cultura,
A dificuldade existe quando os sujeitos desse a cultura da busca contínua de atualização e
fazer crêem que esta avaliação abre possi- auto-superação.
FRANCISCA NEUZA FARIAS
Rádio CEUT
samentos da comunidade acadêmica. É sempre
A Faculdade Ceut ganha nos próximos dias trabalhoso, difícil, mas é importante que aqui,
a sua emissora de Rádio. Além de um labo- no espaço universitário, aprendamos a dizer e
aprendamos a ouvir. Sejamos demoratório para melhorar a técnica dos
cráticos.
alunos de Comunicação, a FaO rádio já foi o mais imculdade como um todo ganha
portante veículo de comunium veículo de comunicação
cação do país e hoje trabainterno ágil e agregador.
lha a sua reestruturação.
Mais que um veículo
Graças ao avanço da tecagregador, a emissora
nologia ficou fácil o acespode ser o foco irradiaso à transmissão e a redor de trabalhos intercepção de informação. O
disciplinares entre os diproblema é que a FM, que
versos cursos da instituiajudou o rádio a sobreção. Mesmo sem ter uma
viver na sua fase mais
grade de programação defidifícil, transformou um
nida, a emissora deve servir
estilo em modismo e o
para dar voz a todos que
compõem o corpo docente e discente desta modismo em modelo único a ser seguido. Hoje
esse modelo perdeu a graça e precisa ser
instituição. Sejamos polifônicos.
Mais do que compartilhar os espaços na gra- reinventado. Sejamos ousados, portanto.
Que venha a nossa emissora, e que seja bem
de de programação, tentemos colocar na nossa
emissora, de forma elegante, os diferentes pen- vinda.
AMÉRICO L. ABREU
Jornal Laboratório do Curso de
Comunicação Social,
Habilitação em Jornalismo do
CEUT - Centro de Ensino Unificado
de Teresina.
Diretor Geral:
Honório José Nunes Bona
Diretor de Planejamento e Finanças:
Ranieri Mauro Vilarinho Brito
Diretora Administrativa:
Zizita Dolôres Bona de Carvalho
Diretora Acadêmica:
Maria de Fátima Portela Araújo
Diretora de Pós-Graduação, Pesquisa
e Extensão:
Ceciane Portela Sousa
Assessora Acadêmica:
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Coordenadora do Curso de
Comunicação Social:
Zilma Martins da Silva Abreu
Professores Responsáveis
Edição, Texto e Reportagem:
Américo L. Abreu - DRT 938
Planejamento e Produção Gráfica:
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Revisão:
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Equipe de Redação/Paginação:
André de Moura Pereira Coelho
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POLÍTICA
Teresina (PI), novembro/2006 - Página 3
SEFAZ-PI e Maranhão promovem
o intercâmbio de informações
JÂNIO SILVA
A Unidade de Tecnologia e Segurança
da Informação (Unitec), da Secretaria
Estadual da Fazenda do Piauí está, desde
o início de abril deste ano, desenvolvendo
com a Sefaz-MA um intercâmbio de
informações sobre legislação, softwares e
conhecimentos técnicos em informática. O
objetivo é tornar mais rápido o atendimento nos postos fiscais.
Segundo Ricardo Resende, diretor da
UNITEC-PI, a parceria vai ainda adaptar o
sistema operacional de arrecadação
maranhense ao da secretaria do Piauí. O
sistema será adequado à legislação local,
proporcionando um compartilhamento
lógico entre os postos fiscais dos dois
estados e um controle maior e mais
eficiente dos serviços.
O diretor da célula de gestão de
pessoas e administração da Sefaz- MA,
Akio Wakyama, esteve em Teresina no mês
de setembro, ministrando palestras e aplicando treinamentos para os servidores
Piauienses.
LÍGIA GÓIS
Troca de
informações
vai agilizar
atendimento
nos postos
da Fazenda
O bom relacionamento entre os dois
estados facilita essa troca de informações
que abrange as áreas de informática,
tributação e fiscalização. Ricardo Resende, diretor da UNITEC-PI, ressalta
ainda que os dois estados planejam
outras ações para serem desenvolvidas
em conjunto, como a expansão da rede
interna para 20 agências de atendimento
no interior do estado que estarão
diretamente ligadas à intranet nos
próximos meses.
Alberto Silva avalia mídia nas eleições
NAYANE ANDRADE
A influência da mídia, na opinião da
população teresinense, aumenta a concorrência entre os políticos e faz diferença
na corrida eleitoral. A televisão é uma das
principais fontes de informação e como
está presente em 90% das casas brasileiras
contribui bastante na reorganização do
cotidiano e na decisão dos eleitores. A
quantidade de horário gratuito de
propaganda eleitoral, os debates, o espaço
concedido pelos jornais a cada candidato
ou as estratégias de marketing utilizadas
por cada um deles tende a provocar
dúvidas e sugestões quanto à escolha
para os cargos legislativos.
A imprensa - ou mídia - é um elemento
que, além de informar, tem outras “armas”
como o poder de interligar, esclarecer e
questionar o que ocorre na sociedade.
Isso acontece principalmente em um país
democrático, onde se inserem elementos
como: comércio, indústria e os poderes
constitucionais.
“Na sociedade temos três poderes:
Executivo, Judiciário e Legislativo. O
Judiciário, além de cuidar das questões
inerentes à constituição do país, referente
aos direitos e deveres do cidadão no
período eleitoral, também entra a Justiça,
que faz parte da vida democrática do país.
Começa, então, uma interferência onde a
mídia procura acompanhar os fatos
políticos, ora publicando pesquisas, ora
entrevistando candidatos e, de certa forma,
este noticiário influencia aqueles que vão
TRE deixa 22
candidatos
fora da disputa
Alberto Silva desconfia da influência das pesquisas sobre o eleitor
votar e lêem jornal. Há, portanto, muitas
controvérsias. Muitos não acreditam nas
pesquisas, mas acabam sendo influenciados por elas. De qualquer forma, a
presença das informações através do
rádio, jornal e TV têm influenciado os
eleitores”, explicou o Senador Alberto
Silva.
A pesquisa de intenção de votos tem
um suporte técnico-científico e, sendo feita
por um instituto de responsabilidade, se
aproxima de um dado real, no momento que
foi feita. “Quando o instituto é respeitável
e consagrado por todos como um instituto sério, a pesquisa se aproxima do real.
Mas ela varia de momento a momento”,
explicou o Senador. Ele lembra que o
instituto deve registrar a pesquisa no TRE
antes de fazer a divulgação. Eleito Deputado Federal pelo PMDB do Piauí nessas
eleições, Alberto Silva mostra que realmente entende do assunto. Ele é conhecido por utilizar muito bem a TV.
“Acredito que, se você não observar a
propaganda eleitoral, não dá para ter uma
noção com relação em quem votar. Mesmo
assim, acho que não deveria existir, pois
influencia muito na opinião do eleitor”,
afirmou o eleitor Renato Fonseca.
Já Luzia Carvalho, professora, que
todos os anos participa de comícios, defende que “devemos apenas ouvir o nosso
candidato e, se você não tiver candidato,
aí sim, deve observar os outros”.
O Tribunal Regional Eleitoral do
Piauí (TRE-PI) indeferiu 22 dos 335
processos julgados para registro de
candidaturas. Os candidatos que tiveram os seus nomes vetados pelo
TRE podem recorrer ao TSE e tentar
continuar na disputa.
Segundo o TRE, todas as pessoas
que querem disputar uma eleição, seja
qual for o cargo, devem seguir uma
série de regras impostas pelo Tribunal.
Assim, qualquer irregularidade pode
levar a pessoa a ter sua candidatura
impugnada.
Um dos principais motivos que
levou à impugnação desses candidatos foi a desincompatibilização dos
funcionários públicos. Muitos deles
não se afastaram de seus cargos três
meses antes do prazo para começar a
campanha eleitoral, como manda a
legislação. A documentação irregular,
segundo a assessoria de imprensa do
TRE, é outro motivo que provoca a
impugnação de candidaturas.
Alguns dos candidatos que foram
indeferidos recorreram ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e aguardam a
decisão até o dia 20 de Setembro de
2006 para saberem se será reformada
ou confirmada a decisão do TRE- PI.
O ex-prefeito de Campo Maior,
Raimundo Bona ‘Carboreto’ é um dos
que teve problemas com a Justiça
Eleitoral e ficou inelegível. Ele ainda
aposta em uma reviravolta no TSE.
O candidato a Deputado Federal,
vereador Jacinto Teles, um dos candidatos que foi julgado pelo TRE- PI,
teve seu processo deferido por unanimidade. Houve um pedido de impugnação de sua candidatura por desincompatibilização, pois o vereador
exercia o cargo de diretor jurídico do
Simpoljuspi. Ele garante que havia se
afastado dentro do prazo. “Considero
que tudo isso foi um equívoco da parte
deles”, disse o vereador Jacinto Teles.
Carboreto: Problemas de novo
Página 4 - Teresina (PI), novembro/2006
CIDADES
Urbanização de avenida causa polêmica
Será no estilo espanhol (rambla) o
projeto de urbanização da Avenida Frei Serafim. Em contrapartida, está prevista a derrubada de uma dezena de algarobas (prosopis juliflora) que serão substituídas por
oitis, oiticicas e angicos. A justificativa da
Secretária de Planejamento do Município
- Senplam, para retirá-las, é que são exóticas e não dão sombra a contento.
De acordo com o projeto, avaliado em
R$ 5 milhões, a área central da avenida será
completamente modificada. Terá um vão
livre para a circulação de pedestres e ciclistas, as fontes luminosas e os canteiros
serão substituídos por 30 círculos que
conterão bancos, iluminação, jardinagem
e lixeiras ecológicas. A divisão será limitada
por faixas, por onde ciclistas e transeuntes
circularão.
A redução das calçadas será de aproximadamente 2,5 cm e vai dar espaço a construção das baias, para embarque e desembarque dos transportes coletivos. As baias
serão construídas em seis locais ao longo
da avenida, desde o cruzamento da Frei
Serafim com a rua Coelho de Resende até
o cruzamento com a rua Goiás. Quanto aos
semáforos, estes serão binários, permanecendo o mesmo número existente. O problema não está na obra, mas na pouca necessidade de extração das árvores.
O secretário executivo de Planejamento, Augusto Basílio, diz que haverá uma
compensação ambiental. O secretário
estima que serão extraídas em torno de 15
algarobas e uma carnaúba. Em substituição serão plantadas 70 árvores. “Essa
compensação será oportuna, pois trará
conforto ambiental e sombra aos teresinenses, em 10 anos” afirma. O projeto ainda será enviado à apreciação da Curadoria
do Meio Ambiente.
A curadora do Meio Ambiente, Rita de
Fátima Moreira, disse que ainda não
conhece o projeto para emitir opinião, mas
adiantou que não vai permitir que haja
agressão ao meio ambiente. “Se houver
interferência urbanística neste projeto,
vamos nos opor. Mexer com a arborização
da avenida será uma descaracterização e
isso não vamos permitir”, afirmou.
Comércio informal na cidade
TATIANA COUTINHO
Os ambulantes representam, ao mesmo
tempo um exemplo de sucesso e de atraso
econômico para a cidade de Teresina.
Contudo governo e sociedade devem pesar em que aspectos - positivos ou negativos - essa influência é maior. O Matraca
foi às ruas para tentar esclarecer essa
questão.
Marcos Muniz, 36 anos, é um exemplo
de empreendedorismo. Depois que se mudou de São Luís para Teresina começou a
trabalhar como ambulante. Vendia milho
cozido e o serviço foi dando certo, segundo ele, por ser bem feito e higiênico,
por isso ele decidiu diversificar os produtos. Marcos conseguiu o ponto no qual
trabalha há dez anos e começou a vender
frutas, bombons, água de coco, espetinho
e almoço. Hoje já possui três funcionários,
conseguiu comprar uma casa, um carro e
sustenta sua família de quatro filhos - os
quais apenas estudam.
Milhares de outros ambulantes na
capital também usam sua renda para o sustento da família. Segundo José Ribamar
Ferreira, gerente de controle e fiscalização
da Prefeitura de Teresina, a ilegalidade tem
sido um dos maiores problemas da cidade,
já que o comércio informal vem se expandindo nos últimos anos.
Desde o ano 2000 não é feita uma pesquisa que quantifique o número de ambulantes na cidade, mas Ribamar acredita que
sejam aproximadamente 5.000 pessoas envolvidas no comércio informal. Para ele,
esse tipo de atividade traz mais prejuízos
do que benefícios para a cidade. “Apesar
de ocupar parte da população, o serviço
informal atrapalha o fluxo de pedestres e
veículos, gera poluição visual, facilita o
furto, torna o local perigoso por facilitar a
ocorrência de incêndios e ainda representa
um prejuízo para a economia da capital”,
conclui o gerente de fiscalização.
Para os representantes do comércio formal o ambulante é um concorrente desleal, porque não paga impostos, tem despesas mínimas e, por isso, vende os produtos a um custo mais baixo.
A venda de alimentos em espaços abertos - como no meio da rua, próximo a hospitais e no centro da cidade - é um risco para
seus consumidores. A Vigilância Sanitária
proíbe essas atividades porque atrai vetores de doenças e expõe os alimentos à poluição das ruas.
Entretanto, segundo o economista Pedro Andrade, proibir e retirar das ruas esses ambulantes representaria um impacto
social e econômico muito grande. Segundo
ele, a informalidade é uma necessidade pela
insuficiência de empregos para ocupar a
população economicamente ativa da cidade.
Para amenizar o problema, a Prefeitura
faz um trabalho educativo com esses trabalhadores e, paralelamente, desenvolve
projetos para retirá-los de determinadas
regiões críticas, como próximo ao Hospital
Getúlio Vargas à Praça da Bandeira. A idéia
é reuní-los em um shopping temático que
será construído onde hoje funciona o
Terminal Rodoviário Rural.
A população, mesmo sofrendo os prejuízos causados pelo comércio informal,
parece ser conivente com o problema. Ela
fomenta essa atividade ao comprar os
produtos oferecidos pelos ambulantes,
mesmo conhecendo sua origem ilegal.
A retirada das
algarobas causa
descontentamento
entre especialistas
do meio ambiente. O
engenheiro florestal do Centro de
Ciências Agrárias
da UFPI, professor
Raimundo Tomaz,
não concorda com
a idéia por dois motivos: primeiro porque as algarobas,
que foram plantadas há décadas,
marcam um período
histórico de Teresina, que deve ser A obra deve mudar as características da Frei Serafim
respeitado. Em segundo lugar, essas árvores já estão data de sua construção havia 30 mil
bastante adultas. “Já são consistentes, têm veículos. Hoje, entre automóveis e motos,
um bom porte e não correm mais perigo de acumulamos o total de 160 mil. Mas será
necessária a extração das árvores, por
caírem com facilidade”, garante.
O projeto de urbanização da Avenida darem pouca sombra ou não serem
Frei Serafim é oportuno, visto que, na nativas?
GAIA RÊGO
GAIA RÊGO
Prefeitura de Teresina discute
sobre saúde ambiental
ELINE REIS
A Prefeitura de Teresina promoveu
o I Seminário Municipal de Saúde Ambiental. O evento aconteceu no auditório do Rio Poti Hotel e contou com a
participação de profissionais das áreas
de meio ambiente, planejamento urbano
e saúde, além da população em geral.
O Seminário foi organizado pela
Fundação Municipal de Saúde (FMS)
que acredita na existência de uma relação direta entre meio ambiente, saneamento básico e a qualidade de vida da
população.
Partiu desse pensamento comum,
entre os membros do Conselho Municipal de Saúde, a idéia de promover um
evento com o intuito de identificar os
principais problemas e propor soluções
para as questões ambientais relacionadas à saúde da população teresinense.
Evento esse que pudesse, enfim, reunir
representantes da administração pública e a sociedade em geral.
“É preciso implantar políticas
públicas voltadas às questões de saúde
ambiental. Este seminário é o primeiro
passo para que as instituições responsáveis, e a população em geral vejam o
quanto é importante essa relação saúde
e meio ambiente”, afirma Antônio da
Cruz dos Santos, membro do Conselho
Municipal de Saúde.
Participaram do evento autoridades
ligadas ao setor, como a presidente da
Agespisa, Maria do Socorro Sales; o
secretário municipal de Finanças,
Felipe Mendes; o representante do
Ministério da Saúde, Sérgio Augusto
Barreto, além de membros das entidades ligadas à Fundação Municipal de
Saúde. Foram discutidos vários temas,
dentre eles; Qualidade da Água,
Saúde e Meio Ambiente, e o mais esperado, Saúde Ambiental: uma proposta
para Teresina.
A falta de saneamento básico e a
degradação exacerbada do meio ambiente, decorrentes da explosão demográfica mundial e do acelerado processo de urbanização, afetam diretamente a qualidade de vida como um
todo, e a saúde das pessoas, em caso
específico. As conseqüências desses
processos estão, igualmente, presentes em Teresina e têm preocupado
o poder público. Para relembrar os problemas mais recentes, podemos citar
casos como o surto de diarréia, no ano
passado, e a dengue hemorrágica, este
ano, o qual mobilizou uma campanha
de conscientização da população sobre a necessidade de se eliminar os
focos de proliferação do mosquito
causador da doença.
Segundo o secretário municipal de
saúde, João Orlando Gonçalves, o simpósio pretende despertar a consciência da sociedade sobre a importância
de se discutir os problemas ambientais
ligados à saúde. “A saúde humana
depende de diversos fatores ambientais e sociais, envolve a água, solo,
ar, além de educação”, afirma o
Secretário.
GERAL
Teresina (PI), novembro/2006 - Página 5
GAIA RÊGO
O projeto para revitalização do Parque
Zoobotânico está concluído. As obras estão previstas para começar após as eleições. Através da implantação do Plano
Diretor e do Plano de Manejo exigido pelo
Prodetur, ocorreu a liberação da verba inicial de aproximadamente R$ 1,3 milhão. O
projeto reproduz o habitat natural dos animais e foi elaborado pela empresa Recriar
Animais em Cena. Este está sendo comparado, em termos de planejamento, aos
zoológicos mais modernos do mundo.
Após 33 anos da fundação, essa é a
primeira vez que se elabora um projeto
concreto para o Parque Zoobotânico. O
planejamento vai contemplar o estado de
semi-liberdade dos bichos; safáris fotográficos com passeios interativos proporcionados por veículos tematizados e consórcio de espécies em mini-ecossistemas chamados de ‘walkinthrough’. O Projeto também vai possibilitar o desenvolvimento
do Plano de Educação Ambiental, e vale
salientar que 90% da visitação é de alunos
das escolas públicas. O parque contará
ainda com área especial para gestantes,
idosos e deficientes físicos, casas de visitação para bichos noturnos, entre outras
modificações, destinadas a trazer o público
para um Bioparque.
Segundo o coordenador da Secretaria
GAIA RÊGO
Zoológico vai se transformar em Bioparque
vai ser possível ver os
animais livres. Terá
ainda o passeio de barco, e o jardim de aromas para deficientes
visuais. A idéia é firmar
parceria com a iniciativa privada e os empresários”, aposta Uchoa.
Émbora os animais
do Zoobotânico não
estejam mal alimentados ou abandonados,
essas imagens são fruto do olhar dos visitantes ao observarem as
instalações antigas,
recintos pequenos e
inadequadamente climatizados - como no
caso dos ursos pardos.
Outra dificuldade é a
questão da regularizaAs crianças preferem brincar do que conhecer animais
ção do Parque junto ao
do Meio Ambiente e Recursos Naturais Ibama, fato que impossibilita a recepção
(Semar), José Renato Uchoa, a sociedade de outras espécies, e o hospital que
precisa estar ciente da revitalização para funciona como “ambulatório”, pois não há
que o restante do dinheiro não se perca profissionais plantonistas.
Há ainda os problemas comuns à maina burocracia do Governo Federal e Estadual. “Quando as passarelas suspensas e oria dos parques ambientais brasileiros,
trilhas ecológicas, que serpentearão a no- como a captação insuficiente de recursos;
va forma de visitação, estiverem prontas, necessidade de ampliação do quadro e
capacitação dos funcionários; queimadas
nas áreas ambientais; moradores no entorno do parque e descaso das gestões públicas.
Diante dessa realidade, o Parque
deixou de ter a função de proporcionar
lazer para os habitantes da cidade e ser
um local “obrigatório” de visitação dos
turistas e passou a ser usada para piqueniques matinais. Quando a venda de
bebida alcoólica foi restringida no parque,
a arrecadação caiu em torno de 40%.
O Parque Zoobotânico tem uma área
de 137 hectares, que será amplamente
aproveitada, sendo o meio ambiente local
completamente respeitado. “Nenhuma árvore será derrubada, tudo será aproveitado, entretanto, as modificações serão
enormes para os animais e a natureza do
parque”, afirma o coordenador, que informa
ainda que a participação de empresas
privadas vai conferir uma autonomia maior.
Em contrapartida, as empresas terão publicidade garantida nas áreas de informação
do parque.
Os zoológicos atraem, pelo menos uma
vez ao ano, 10% da população mundial,
sendo ponto turístico de visitação. Depois
da revitalização do Parque Zoobotânico
estima-se inicialmente atrair 2% da população teresinense, além das escolas, dando continuidade à educação ambiental já
realizada.
MANUELA COELHO
MANUELA COELHO
Nutrição garante saúde escolar Ceasa gera empregos e educação
A Secretaria Municipal de
Educação e Cultura, com suas
nutricionistas, técnicas e estagiárias em nutrição, vem assegurando aos alunos da Rede Municipal de Ensino uma alimentação rica em nutrientes, contribuindo para um bom desenvolvimento social e cognitivo. A
mudança vem deixando diretores e alunos das escolas municipais bastante satisfeitos.
Jorge Martins, presidente
Merendeiras produzem alimento saudável
do Conselho Municipal de
Alimentação Escolar, ressalta que a me- desse programa houve uma certa relutânrenda escolar é um direito do aluno. Por cia, pois achava que sabia o que era
isso o Programa Nacional de Alimentação melhor para seus alunos. Mas hoje ele
Escolar é fiscalizado pelo Conselho. O reconhece que esse trabalho conjunto de
órgão fiscaliza, escola por escola, desde a profissionais da nutrição, com diretores e
compra, passando pelo preparo, até a auxiliares, tem possibilitado a adequação
entrega da merenda.
da merenda atendendo às necessidades
Neste ano a merenda escolar atenderá dos alunos.
260 escolas. Nelas, os cardápios são
As merendeiras todos os anos passam
elaborados por nutricionistas da Nutrição
por um treinamento, quando recebem noEscolar, de acordo com as sugestões de
ções de higiene, contaminação alimentar,
professores e alunos e a aceitabilidade da
relações humanas e programa de merenda
comida. “Os itens utilizados são os produescolar. E ainda existem as supervisoras
tos básicos, mas misturados de forma a
da merenda escolar, que são professoras
proporcionar uma alimentação rica, sadia,
nutritiva e de qualidade”, ressaltou a treinadas para auxiliar as nutricionistas.
A merenda escolar nas escolas muninutricionista Lúcia Maranhão.
cipais,
não deixa a desejar. Com um grande
Argemiro Ferreira, diretor da Escola
trabalho
coletivo, todas as crianças têm
Municipal José Gomes Campos – no Paruma
alimentação
saudável, rica e nutritiva.
que Wall Ferraz, disse que no começo
HARLEN RONALD
Os mercados públicos e feiras livres
são, para a maior parte da população
teresinense, uma alternativa contra o
desemprego. Alguns são considerados
pontos turísticos, como o Mercado do
Mafuá ou, até mesmo, patrimônios
históricos, como o Mercado Central.
No entanto, muitos não sabem que os
mercados de Teresina giram em torno do
mesmo pólo distribuidor, a Central de
Abastecimento, conhecida como Ceasa.
Segundo José Higino, diretor técnico da
Ceasa, as Centrais de Abastecimento foram fundadas em 1976, com o papel de orientar a distribuição dos produtos agrícolas e as alterações nos preços. “Devido à
convergência de diversos produtos ao
mesmo ponto de distribuição, ocorre uma
melhoria na qualidade dos produtos e os
preços se diversificam”, afirma Higino.
Além de abastecer grande parte do
comércio teresinense, a Ceasa, através da
reutilização de produtos, também atende
a cerca de 2.500 pessoas por meio das 20
entidades filantrópicas envolvidas no
programa “Mesa Voluntária”. Possui
também um programa de inserção digital,
que atende a população de Teresina e
Timon com cursos básicos de informática.
O novo projeto em pauta tem o objetivo
de transformar o lixo orgânico que não
pode ser reaproveitado, em adubo, através
do processo de compostagem, fazendo
com que cerca de 100% do lixo produzido
pela Ceasa seja reutilizado.
No entanto, apesar dos dados, as
Centrais de Abastecimento possuem inúmeros problemas e a maioria deles é enfrentada pelos feirantes. Anderson Sousa,
que trabalha há dez anos na Ceasa-Pi,
afirma que o órgão possui um número
muito maior de feirantes e que, por causa
desse “inchaço”, as questões relativas a
roubos e outros crimes se tornam muito
difíceis de serem resolvidas pela polícia,
ficando a cargo dos próprios vendedores.
A Ceasa não tem estacionamento, o
que muitas vezes causa confusões entre
motoristas e tumultua o trânsito . Porém, a
principal queixa do feirante se liga ao fato
de os vendedores da Ceasa serem suprimidos pelas grandes redes comerciais, que
possuem todos os recursos possíveis para facilitar a compra. Anderson afirma que
“as grandes redes deveriam oferecer auxílio aos pequenos comerciantes. Mesmo
dentro da Ceasa os grandes atacadistas
vendem seus produtos a preços abusivos
para os pequenos varejistas, o que dificulta a venda e causa muitos prejuízos”.
Brevemente a Ceasa terá um novo
galpão, que abrigará aqueles que vendem
seus produtos a céu aberto. Segundo
Anderson, os feirantes esperam por essa
obra há mais de seis anos.
Página 6 - Teresina (PI), novembro/2006
CEUT
Diretório Acadêmico busca fortalecer bases
O Diretório Acadêmico (DA), criado em
junho de 2006, iniciou uma luta por
melhorias para os estudantes de Comunicação Social da faculdade CEUT. O órgão
tem como finalidade representar os alunos
frente à direção da faculdade, buscando
atender as exigências dos alunos.
Dentre algumas funções específicas,
o DA preza por melhorias físicas e pedagógicas da instituição, além de providenciar as carteiras estudantis e a organização de eventos relacionados à área de
Comunicação, como palestras, workshops
e outros.
Ele se estrutura de forma hierárquica,
ou seja, é formado por um presidente (Pedro Vidal), vice-presidente (Larissa Bello),
e alguns secretários, cada um com sua
respectiva função. Antes da criação do
DA, os alunos do CEUT se manifestavam
através do Centro Acadêmico, que acabou
não obtendo êxito. O Diretório, porém
acabou preservando algumas normas do
extinto CA.
Apesar de estar em fase de organização, nunca no CEUT existiu um movimento parecido. Atualmente a grande meta
CEUT destaca a
importância do
contador
FOTO ANDRÉ MOURA
ANDRÉ MOURA
Larissa Bello: um diretório acadêmico atuante para o CEUT
da liderança é instalá-lo permanentemente
de modo a ganhar cada vez mais respaldo
e poder dentro da faculdade.
“Não tenho muito acesso porque é
difícil eu precisar do DA, mas das vezes
que eu precisei sempre fui bem recebida,
temos um atendimento individual e por
igual. Não tenho do que reclamar”, diz Mô-
nica Freitas, estudante do 4° período de
Jornalismo.
Já Tatiana Coutinho que também cursa
Jornalismo, ressalta que mesmo não
acompanhando o trabalho do DA, acredita
que a união dos estudantes é muito
importante para conquistarem melhorias
para o curso e para a faculdade.
Conscientizar para poder mudar
JR ARAÚJO
Pequenas atitudes podem ajudar a
superar um drama atual. Economizar energia, selecionar e reaproveitar o lixo e racionalizar o consumo de água são comportamentos que não exigem muito esforço e
trazem um resultado fundamental na preservação ambiental. O espaço acadêmico,
como sinônimo de força intelectual que
exerce na sociedade, deve manifestar a
preocupação com o meio ambiente e ter
iniciativas que despertem a consciência
ecológica, principalmente com atitudes
viáveis e mudando hábitos que são nocivos á natureza.
Em 2004, uma equipe de alunos do
CEUT organizou uma campanha de seleção
de lixo. O papel coletado foi comercializado
para empresas de reciclagem e a renda destinada a ACEP – Associação de Cegos do
Piauí. Durante a campanha, boa parte do
material não era depositado corretamente
nos coletores e a prefeitura não disponibilizou um sistema de coleta onde o restanFOTO JR ARAÚJO
A coleta seletiva é o primeiro passo
te do lixo pudesse ser reaproveitado de
forma adequada. Atualmente os coletores
ainda existem, mas continuam sem o
aproveitamento ideal.
A faculdade reconhece o fracasso no
projeto de coleta seletiva. “A própria
faculdade já fez uma campanha para a
seleção do lixo, mas não deu resultado por
causa da cultura da cidade, que não preserva esse tipo de atitude. Acho que também por que não existe uma coleta apropriada”, afirma a professora Zizita, diretora
administrativa da Instituição.
Além do reaproveitamento do lixo, é
muito importante o uso racional de água e
energia, pois é nítido o nível de desperdício. Isso prejudica diretamente o corpo
discente, pois os gastos com esses excessos poderiam ser destinados à melhoria
da instituição. Os gastos com energia também poderiam ser evitados com uma simples mudança de comportamento, como
desligar a luz ao deixar a sala. Quando ocorreu a crise energética, todo o país foi obrigado a racionalizar energia e a instituição,
com a cooperação dos alunos, conseguiu
reduzir o consumo de energia elétrica.
A conscientização da sociedade com
relação à preservação do meio ambiente é
algo fundamental para que possa haver
uma melhoria na qualidade de vida. É
importante que o ambiente acadêmico
abrace essa causa e mostre que é possível
uma mudança de comportamento em prol
da natureza.
Em 1995, a Faculdade CEUT recebeu
autorização para implantação do seu segundo curso: o de Bacharelado em Ciências Contábeis. A formação de profissionais nessa área supre a necessidade de
pessoas físicas e jurídicas quando o assunto é cuidar do patrimônio. E, mais recentemente, exerce importante destaque no
âmbito eleitoral.
O papel do contador em sociedade vai
muito além do controle de taxas e impostos.
É dele a informação sobre a viabilidade de
empresas, sua rentabilidade, seus sistemas de informações e agilidade no mercado. Segundo a professora Augusta Ferras, Coordenadora do curso de Ciências
Contábeis do CEUT, as perspectivas da
área são de crescimento. “Nossa categoria
vem se valorizando. De oito anos para cá,
testemunhamos o crescimento do bacharel
e a extinção do técnico. Também há mais
oportunidades nos concursos públicos
com cargos exclusivos para contadores”,
disse.
Para ela, o aluno do CEUT está passos
à frente. “Nosso quadro de docentes é
formado por professores mestres e especialistas, atuantes no mercado de trabalho.
Esse é nosso diferencial. Além disso,
estagiando desde o quarto período. Temos
atingido uma margem de mercado satisfatória, onde o aluno formado segue
carreira na iniciativa privada, como auditor
ou prestador de serviços em empresas. O
leque é muito amplo”, afirma.
A Faculdade CEUT ainda oferece a
Empresa Júnior Controller & Consultoria
para o desenvolvimento da prática do
aluno e contato com a realidade do mercado local. Os alunos prestam serviços
para micro e pequenas empresas, bem
como pessoas físicas, seja na montagem
de balanços e demonstrações contábeis,
ou no auxílio para declaração de imposto
de renda.
Com um piso salarial que pode ultrapassar os R$ 20 mil, o contador é um profissional essencial em uma empresa. Para ela
existir, é preciso o acompanhamento de um
contador, que deverá estar presente
durante toda a vida empresarial, transitando entre as diversas áreas e indicando
o melhor caminho para o administrador ou
o advogado. “Temos muito o que comemorar. Nossa classe tem estudantes participativos, profissionais unidos. Melhoramos, tanto intelectualmente quanto
eticamente, e conseqüentemente, as
empresas estão respeitando mais este
profissional”, conclui.
CULTURA
Teresina (PI), novembro/2006 - Página 7
Teresina é Pop revela bandas e muita alegria
CIBELLE RESENDE
Foram 16 bandas regionais distribuídas
em três dias de muita música e animação.
O Teresina é Pop 2006, na sua V edição,
fez parte das comemorações pelo
Aniversário de 154 anos da capital
piauiense. Além das bandas, a Fundação
Cultural Monsenhor Chaves preparou uma
programação alternativa que incluiu,
exposições e vídeos. No entanto, o principal objetivo do evento é lançar bandas
regionais que não têm oportunidade para
fazer grandes shows.
Durante o evento foram montados
dois telões, um próximo ao palco e outro
na arquibancada. Nos intervalos das
bandas foram exibidos clipes, animes,
filmes, curtas e vários outros vídeos que
já participaram do Festival de Vídeo de
Teresina. A organização do evento explica
que se trata de uma oportunidade para dar
visibilidade ao trabalho de alguns artistas,
que realizam os seus vídeos superando
todo tipo de dificuldades.
O Teresina é Pop, nas suas edições
passadas, era realizado na praça Ocílio
Lago, mas este ano mudou-se para o Espaço Cultural Nóe Mendes, no campus da
Universidade Federal do Piauí. O local
fechado resultou em um evento seguro,
confortável, com uma boa estrutura de
iluminação e som. Nas edições anteriores
do evento, alguns desses itens deixaram a
desejar. O público contou ainda com uma
estrutura adequada de banheiros e
Banda Acesso, revelada há três anos pelo evento, foi uma das grandes atrações
arquibancadas.
A banda Gramaphone abriu o Teresina
é Pop. Em seguida foi a vez da Hevora,
banda de Heavy Metal, com suas batidas
e seu vocal agressivos, levou o público
ao delírio. Aclive, banda formada em 2004,
contagiou os presentes apresentando um
show com repertório próprio, mesclado
com covers de outras bandas as quais sofreram sua influência.
A banda Acesso foi a penúltima a se
apresentar no primeiro dia do evento. O
grupo formado por Marlon Rodner (vocal),
Alexandre Júnior (baixo), Vinicius Bean
(teclado), Thales Brandt (bateria) e Jean
Kelser (guitarra), acalmou todas as tribos
com seu reggae e suas letras calmas. A
banda Mano Crispin fechou a primeira
noite com um grande show, deixando o
público contagiado.
Na sexta-feira, segundo dia do evento,
a banda de Trash Metal Scrok abriu a
noite. Papanicolau foi a segunda banda a
se apresentar. Formada há pouco mais de
um ano e meio, o grupo não tem ainda um
estilo definido, mas agitou todas as tribos
presentes. Em seguida, surgiu a Veia
Sônica, que também mostrou um som
próprio, misturando o rock com o MPB.
A Anno Zero prometeu e cumpriu. Fez
um grande show mostrando mixagens
agressivas do metal com o som melancólico do dark. Para fechar a noite da sextafeira, a banda Karranka, que animou a todos com o seu reggae de raiz. Apesar do
pouco tempo de formação, eles já lançaram
seu primeiro DVD.
Sábado, último dia do Teresina é Pop,
foi a noite mais dançante. Começou com a
banda Canção Não Autorizada, de Hip
Hop. Veio ainda a Batuque Elétrico, com
seu show “O Mundo é Um Chip”, que deixou o público bastante animado. Logo depois Radiola de Ruah as Sete Oferendas
ao Diamante. Essa última com apenas cinco
meses de formação, mas com integrantes
bastante conhecidos no circuito do rock
no Estado.
Depois de Radiola de Ruah agitar o
evento, foi a vez da banda de rock Said,
que mostrou um som agressivo, já registrado em CD. A penúltima a se apresentar
foi a banda Roque Moreira. Mostrando um
mix de zabumba, cavaco, triângulo, bateria,
guitarra e percussão, fazendo seu próprio
estilo, eles preparam o público para a
banda Cabesativa de Parnaíba, encerrar a
noite. Foi ao som do melhor reggae que o
Teresina é Pop se despediu, já deixando
uma enorme expectativa para o próximo
ano, na sua VI edição.
Um ano de teatro João Paulo II
Comércio religioso na Vila Operária
PAULA ANDRÉA
LARISSA BELO
pouco do que sem nada”, afirma Maria do
A novena de Nossa Senhora do Perpé- Carmo, que já está há 8 anos no ramo, e
tuo Socorro, na Vila Operária, zona norte tira seu sustento também da novena. Ela
de Teresina, vem atraindo multidões de fi- afirma que se trata de um bom negócio.
Outro comerciante mais antigo, seu
éis, todas as terças-feiras. A tradição, que
começou por volta dos anos 60, traz cada João, que já trabalha nas proximidades da
vez mais fiéis e dá emprego a muita gente, Igreja há 15 anos, afirma: “aqui já é um
que encontra nos arredores da igreja uma ponto turístico. É muito bem freqüentada
oportunidade de garantir alguma fonte de a novena. Vem gente de todo jeito, rico ou
pobre e de todos os bairros e cidades tamrenda.
O crescimento da visitação fez com que bém. O que eu ganho aqui dá pra eu ir
se ampliasse o número de novenas durante vivendo”.
O grande número de fiéis nas novenas
o dia e a noite, para atender ao grande público que vem de todos os bairros da da Vila Operária demonstra a forte religiosidade do povo piauiense, reconhecidamencapital e também das cidades vizinhas.
O comércio em torno da Igreja é muito te uma das maiores do país. Em torno da
importante para diversas famílias. Os pro- atividade religiosa o comércio informal se
dutos comercializados são dos mais dife- agrega por representar uma opção lucrarentes tipos como: escapulários, broches, tiva para a população sem emprego.
terços, pulseiras
com a imagem de
Nossa Senhora do
Perpétuo Socorro, e
até mesmo comidas,
lanches e bombons.
“Eu sou vendedora ambulante, e
também vendo bebidas nos shows, junto com meus três filhos, mas faça chuva ou faça sol, eu
sempre venho para a
novena. Aqui já é um
vício. Tem dia que
ganho pouco, mas é
melhor voltar com Comerciantes lucram com novenas na Vila Operária
PAULA ANDRÉA
O teatro João Paulo II, localizado no
bairro Dirceu Arcoverde, completou um
ano de sua fundação em agosto de 2006.
O Centro de Criação do Dirceu festejou o
aniversário ressaltando a bem sucedida
trajetória deste período. O projeto, com suas idéias inovadoras, já marca a história
da arte contemporânea piauiense.
Com capacidade para 287 pessoas, o
teatro João Paulo II vem sediando grandes
espetáculos. Em um ano já foram realizados
167, levando mais de 11 mil espectadores
ao teatro. A maioria das peças são criadas
pelo núcleo de criação do Dirceu, um
grupo que possui 17 integrantes. Eles
pesquisam e transformam idéias criativas
em espetáculos.
Alguns projetos já se tornaram sucesso, como “A Mostra”, que traz a criatividade na utilização do corpo como fábrica de signos. O projeto “Instantâneo”, que
vê no improviso formas de encontrar
novos propósitos na maneira de fazer arte,
também foi bem recebido. “Projetos como
A Mostra e o Instantâneo são idéias que
deram certo e abrem portas à linguagem
corporal”, afirma o diretor geral do teatro,
Marcelo Evelin. Ele também ressalta a
importância do Núcleo de Criação do Dirceu, juntamente com toda a equipe, para a
boa trajetória deste primeiro ano do teatro
João Paulo II.
Além dos espetáculos nacionais o Teatro já trouxe ao Piauí a produção “La
Ignorância”, um projeto de graduação dos
mímicos da Escola Superior de Artes de
Amsterdã. Outra co-produção aconteceu
entre o Teatro João Paulo II e o Teatro
Hetven, de Amsterdã, Holanda. “Bull
Dancing” é um espetáculo inovador que
conta a história folclórica do bumba-meuboi, com contornos satíricos, cômicos e
trágicos, através da dança, música e
interpretação corporal.
O Teatro oferece ainda oficinas de teatro, dança, percussão, artes plásticas e
“breack dance”, que são direcionadas a
crianças e adultos. “As aulas são ministradas por profissionais que pesquisam e
inovam na maneira de ver e fazer arte”,
afirma a coordenadora do teatro,
Vanicleudi Queiroz.
Em agosto, o centro de criação disponibilizou 160 vagas inteiramente gratuitas
dentro do projeto de formação de novos
artistas criadores. “As oficinas são
gratuitas e muitas pessoas procuram o
teatro para participar. Por isso, é feita uma
seleção com essas pessoas,” afirma
Vanicleudi.
Para Evelin, as pessoas ainda não aderiram à idéia de um espaço público feito
para elas. “O Teatro João Paulo II é um
presente à população do grande Dirceu.
As pessoas deveriam se fazer mais
presentes, mas sabemos que esse é um
processo longo”, afirma o obstinado
coordenador que, apesar das dificuldades
e da resistência de alguns moradores,
acredita que o teatro ainda vai ser uma
referência para a cidade de Teresina.
Página 8 - Teresina (PI), novembro/2006
SAÚDE
LORENA MIRANDA
Vítima de um erro médico, o adolescente, Alberto Alves, hoje com 14 anos, está
vivendo sua juventude em uma cama de
hospital. Sem poder se movimentar e sem
expectativa de um futuro, ele permanece
há um ano no Hospital Getúlio Vargas.
Foi aos 13 anos que Alberto começou
a enfrentar a fase mais difícil de sua vida.
Residindo na cidade de Parnaguá, interior
do Piauí, o adolescente foi levado ao Posto Médico de sua cidade depois de cair
em cima do braço direito quando jogava
bola com os amigos. Ao bater um raio-X, o
médico de plantão constatou que Alberto
tinha quebrado o braço e mandou engessá-lo. No dia seguinte ao atendimento o
rapaz começou a sentir fortes dores e foi
levado novamente ao hospital. Segundo
o médico nenhum problema foi identificado.
Uma semana se passou e as dores continuavam a atormentar o adolescente. Vilmar Alves, pai de Alberto, decidiu levar o
filho novamente ao hospital. Sem conseguir atendimento médico adequado no
município, Alberto foi encaminhado ao
Hospital Getúlio Vargas. No HGV, o gesso
foi retirado e veio o primeiro problema: o
braço de Alberto estava cheio de hematomas. O médico que o atendeu solicitou
um novo raio-X e constatou que não havia
nenhuma fratura no local.
Depois de conversar com os médicos,
Vilmar, recebeu uma notícia inesperada e
terrível: Alberto teria que amputar o braço.
“Eu fiquei espantado. Não acreditava que
estava acontecendo aquilo. Quando expliquei a situação para meu filho ele chorou
muito e não se conformava. Foi difícil, mas
LORENA MIRANDA
Jovem é vítima de erro médico
Pai e filho sofrem com as consequências de um erro médico
eu tive de convencê-lo”, relata Vilmar. No
dia seguinte, Alberto foi para a sala de cirurgia.
Era apenas o começo do sofrimento.
Depois de alguns dias, Alberto fez novos
exames e recebeu uma notícia ainda mais
triste. Os coágulos sanguíneos tinham se
espalhado antes da operação e haviam
afetado a perna direita. Seria necessária
uma nova operação. Ele não perdeu a perna, mas os ferimentos nunca cicatrizaram.
Durante três meses, Alberto só podia
passear nos corredores do hospital. Ele
não tinha mais contato com seus familiares
e nem com os amigos. No seu aniversário,
23 de outubro, ele estava em um quarto do
HGV, acompanhado apenas do pai.
Quando pensou que nada mais de ruim
poderia acontecer, Alberto foi novamente
surpreendido. Em novembro de 2005 ele
foi vítima de outra infecção. A perna esquerda também foi afetada. A partir daquele
momento a vida de Alberto mudaria para
sempre. Sem o movimento das duas pernas, ele passou a depender mais do pai e
perdeu totalmente sua liberdade.
Em 29 de agosto de 2006 fez um ano
que Alberto vive em um quarto de hospital. Um ano sem andar, sem brincar, sem
estudar. O rapaz vê os pacientes entrando
e saindo do hospital diariamente e somente
ele permanece há tanto tempo. Em junho
quando todos saiam às ruas comemorando
os gols do Brasil durante a copa, Alberto
estava deitado, sempre na mesma posição,
sem fazer nenhum movimento. Assim
aconteceu no Natal, dia das crianças e todas as outras datas comemorativas.
Para fazer companhia ao filho e ajudálo a superar essa nova e triste mudança na
sua vida, Vilmar deixou seu emprego, sua
esposa e cinco filhos em Parnaguá. Ele
dedica sua vida apenas a dar um pouco de
alegria para Alberto diante de tanta tristeza.
“Nos primeiros meses eu não sabia o que
fazer para tentar acalmar o meu filho. Ele
passava noites acordado, chorando o
tempo todo e me perguntando o por quê
de tanto sofrimento”, declarou Vilmar.
Atualmente, Alberto ainda está no HGV
e sua vida continua monótona e solitária.
Segundo a médica que acompanha o caso
ha três meses, Elaine de Morais, o laudo
médico de Alberto atualmente aponta uma
Infecção Estafilocócica. “O tratamento
adequado no momento é um suporte, ou
seja, evitar que haja mais infecções. Estamos tentando apressar o processo de
cicatrização e podemos concluir que o
organismo do paciente está reagindo
positivamente”, relata Elaine. Além do
tratamento, Alberto terá que se submeter
a uma cirurgia plástica para a recuperação
das células nos membros inferiores. Essa
cirurgia só pode ser realizada em São Paulo.
Enquanto aguarda a transferência para São Paulo, Alberto mantém a esperança de se recuperar e poder voltar à vida
normal. A expectativa é não comemorar
seus 15 anos novamente entre quatro
paredes.
Tratamento à base de amizade River: foi bom enquanto durou
VANESSA SOROMO
A solidariedade é a principal ferramenta
de trabalho dos Doutores da Amizade,
grupo filantrópico que tem como objetivo
amenizar o sofrimento de pacientes que
fazem tratamento oncológico, no Hospital
São Marcos.
O grupo trabalha em parceria com a
Rede Feminina Estadual de Combate ao
Câncer do Piauí (RFCC-PI) e com o Projeto
Aliviar. O Projeto Aliviar disponibiliza
medicamentos aos pacientes em tratamento quimioterápico. Os Doutores da
Amizade fazem visitas aos internos e recreação com as crianças, entre outros “serviços”.
A batalha contra o câncer geralmente
dura meses e os Doutores convivem diariamente com os pacientes durante todo
esse período. Eles criam laços afetivos e,
quando todos os esforços não surtem efeito, o processo se torna muito dolorido
para esses profissionais. Além da perda
do paciente, eles presenciam o sofrimento
dos parentes que o acompanhavam na jornada de esperança.
“Não é fácil. Talvez as pessoas não
consigam entender em que grau eu falo
isso, até que ponto não é fácil. Não é fácil
de jeito nenhum”, diz Rosinha, uma das
Doutoras da Amizade, que já vivenciou vários desses momentos.
Para os Doutores da Amizade o mais
importante é fazer os pacientes felizes. Eles
levam alegria, brincadeiras, explicações
sobre soro, alimentação e cirurgias, de forma que os internos possam compreender
e suportar melhor o ambiente hospitalar.
“Quando as crianças vêem a gente brincando, cantando, contando historinha,
manipulando fantoches, então ali já é um
momento de distração, já é um momento
em que ela deixou de pensar somente em
problemas, sofrimento e dor”. Diz Lilica,
outra Doutora da Amizade.
O segredo para evitar mais sofrimento
pode ser resumido nas palavras de Rosinha: “a gente tem que fazer a criança feliz naquele momento ali. Para os Doutores
da Amizade só existe aquele momento”,
filosofa a Doutora da Amizade.
ANNE RIOS
O River Atlético Clube, comandado
pelo técnico Luís Espinosa, foi eliminado
da Terceira Divisão do Campeonato Brasileiro ao perder por 4 x 0 do Tuna Luso,
do Pará. O River chegou a fazer uma boa
campanha na primeira fase do Campeonato, se classificando na primeira colocação do Grupo, mas os resultados da
segunda fase não tiveram o mesmo
brilhantismo.
A classificação do “Galo”, na primeira
fase da competição, foi garantida antecipadamente graças ao seu poderio
técnico e à ajuda incondicional da sua torcida. A trajetória do River superou as expectativas dos seus mais fiéis torcedores.
O time anda distante daquele que passou
uma década inteira sem ganhar um único
título, como aconteceu entre os anos de
1963 a 1973.
O “Tricolor Piauiense” participou do
Grupo 18 da Série C do Campeonato Brasileiro, mas ficou nos 03 pontos ganhos
na segunda fase, com uma vitória sobre o
Tuna Luso por 2 x 1. A importância da
torcida tricolor fica evidente quando se
soma os pontos conquistados em casa.
Na primeira fase o aproveitamento chegou
a 100% nos jogos disputados no Estádio
Lindolfo Monteiro. A dupla de ataque
Maurício Pantera e Pantico e o meio de
campo Jarbas, foi peça fundamental na
campanha do “Tricolor”.
Mesmo com a desclassificação, o Presidente do River, Franklin Kalume, ressalta
o desempenho da equipe. “Estou satisfeito
com a equipe riverina. Garanto a todos os
torcedores riverinos: Vocês não vão se
decepcionar com o time. Estamos nos esforçando para garantir bons resultados em
todos os jogos”, comentou Franklin.
O torcedor riverino Acácio Véras diz
que “como assíduo torcedor de futebol, é
bom ver depois de um longo tempo um
clube Piauiense tendo um bom desempenho, mesmo se tratando da Série C do
Campeonato Brasileiro. Essa satisfação se
torna ainda maior sendo o responsável por
essa façanha o River Atlético Clube, pois
é o time do meu coração.”, declara o torcedor.