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8.000 horas - Viewpoint Logo
2010: número 7
Una publicación de Caterpillar Global Mining
PÁ CAT 5130 COM MUITAS HORAS DE USO
PEGA SEU ÚLTIMO CARVÃO
CAMINHÕES DA BELLE AYR SUPERAM
8.000 horas
Melhoria da Eficiência no Subsolo:
UM DESAFIO DIGNO DE SER ENFRENTADO
FAZER AS COISAS DE MODO DIFERENTEE
Osisko Mining define metas
agressivas para tornar-se a melhor
Mulheres: um recurso inexplorado
PARA A CRISE GLOBAL DE TALENTOS
Chegamos ao fim de 2010 com bons resultados, a economia em recuperação
e um aumento na demanda de produtos primários. É um momento de
entusiasmo para quem está no setor da mineração.
Esta edição da Viewpoint tem assuntos para todo
mundo: Desde conselhos práticos para baixar o
custo por tonelada no difícil ambiente das minas
subterrâneas até o adeus à pá-carregadeira Cat®
5130 que rendeu mais de 15 anos de serviço para
uma mina de carvão.
Nosso artigo sobre minas apresenta a Osisko
Mining Corporation, empresa que exemplifica o que
queremos dizer com "minerar direito". Sua mina
Canadian Malartic está em vias de se tornar a maior
mina de ouro a céu aberto do Canadá – e bem no
meio de uma comunidade. Graças à comunicação
franca e honesta da Osisko com os moradores, não
só eles estão aceitando a mina como alguns lhe
dão boas-vindas de braços abertos. Os benefícios
econômicos e as melhorias da infraestrutura de
Malartic são tremendos. Assim como o potencial
da mina. A Osisko está firmando parcerias com a
Caterpillar e a revendedora Hewitt Equipment para
dispor dos melhores equipamentos e das últimas
tecnologias para poder se tornar uma das maiores
produtoras de ouro do mundo.
Também mostramos a mina de carvão Belle Ayr, da
Alpha Coal West, no Wyoming, EUA – onde uma
frota de caminhões 797B vem acumulando mais
de 8.000 horas de operação por ano, um índice de
utilização impressionante, viabilizado em parte por
boas práticas de manutenção e suporte da Wyoming
Machinery, uma revendedora Cat.
Conselho Editorial: Tony Johnson, Editor. Jim Callahan, Australia; Matt Turner, Canada;
Mary Wang, China; Martin Gill, CIS; David Mohr, Europe, Africa and the
Middle East; John Bergin, Southeast Asia; Keith Malison, Latin America;
Brad Beyer, United States; David Rea, Large Mining Trucks; Mel Busch,
Large Track-Type Tractors; Randy Aneloski, Large Wheel Loaders; Yon
Chong / Chris Gehner, Underground Machines; Kent Clifton, Support; Ken
Edwards, Safety & Sustainability; Tim Siekmann, Product Support; Greg
Gardner/Dan Hellige/Andy Trent, Global Accounts; Renee Balaco/Charlie
Zimmerman, Mining Marketing; Roschelle McCoy, Technology; Converse
Marketing, Publisher.
c Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
Nossa reportagem setorial revela mulheres atuantes
em todos os setores da indústria de mineração –
uma técnica de manutenção, a diretora de uma
instalação manufatureira, a proprietária de uma
mina e uma futura mineira, que já está começando
a pôr mãos à obra. À medida que enfrentamos o
envelhecimento da força de trabalho e a necessidade
cada vez maior de mão de obra especializada,
o interesse na mineração demonstrado pelas
mulheres é um grande sinal para o futuro.
O ano de 2010 trouxe novo alento ao compromisso
da Caterpillar com o setor minerário. Renovamos
nossa estratégia e, sob a liderança do novo CEO
Doug Oberhelman, estamos investindo na linha
atual e em novos produtos, modernizando nossas
instalações e processos para fortalecer a qualidade e
reduzir o tempo até o mercado.
Este setor é crítico para os nossos negócios, assim
como para os seus. Prometemos fazer todo o
possível para transformá-lo em sucesso para todos
nós.
Chris Curfman
Presidente de Caterpillar Global Mining
A Viewpoint é uma publicação da Mineração Global
da Caterpillar, produtora de uma das linhas mais
amplas de equipamento e tecnologia do setor de
mineração. A Caterpillar atende à comunidade
de mineração internacional por meio de sua
vasta rede de revendedores e uma única divisão
chamada Mineração Global da Caterpillar, com
sede em Peoria, EUA, com outros escritórios ao
redor do mundo.
índice
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PÁ CAT 5130 COM MUITAS HORAS DE USO
PEGA SEU ÚLTIMO CARVÃO
2
Melhoria da Eficiência no Subsolo:
UM DESAFIO DIGNO DE SER ENFRENTADO
Mulheres: um recurso inexplorado
PARA A CRISE GLOBAL DE TALENTOS
CAMINHÕES DA BELLE AYR SUPERAM
8.000 HORAS
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OSisko: P
ADRÃO
DE REFERÊNCIA
EM MINERAÇÃO RESPONSÁVEL
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Osisko Mining define
metas agressivas
para tornar-se a melhor
FAZER AS COISAS DE MODO DIFERENTE
NOTÍCIAS dA caterpillar
22
6
33
Cat Global Mining / Viewpoint 1
Minas subterrâneas são um dos
ambientes mais difíceis para os
operadores e seus equipamentos.
Muitas descem a grandes
profundidades sob condições
rigorosas que prejudicam o
desempenho dos equipamentos.
Até o processo de descer as
máquinas para trabalhar exige uma
boa dose de logística e despesas.
MELHORIA DA
EFICIÊNCIA NO
SUBSOLO:
UN DESAFÍO QUE VALE LA PENA ENFRENTAR
Apesar do ambiente difícil, os
mineiros subterrâneos estão
sempre atentos para novos métodos
para melhorar o carregamento e o
transporte, e reduzir o custo por
tonelada.
“Ao contrário de nossos colegas de superfície,
que podem contemplar toda a mina ou usar o
GPS para monitorar seu desempenho, nossas
frotas aqui ficam efetivamente fora de vista”,
diz Larry Widdifield, especialista em eficiência
em subterrâneos da Caterpillar. “Avaliar o
desempenho exige talento para extrair as
informações sobre a frota e os operadores.
Mas pode ser feito – e sem dúvida vale a pena.”
Carga e transporte consomem grande parte do
custo por tonelada e sofrem a influência de uma
série de fatores – tais como configuração da mina,
aplicação, qualidade do produto e manutenção.
Exceto pelo ambiente em que as máquinas
trabalham, quase todos esses fatores podem ser
administrados e aprimorados para baixar o custo.
Até pequenas melhorias podem fazer um grande
efeito.
“Gosto de coisas que sejam quase gratuitas e
fáceis de implementar”, diz Widdifield. “Pequenas
2 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
alterações no trabalho contribuem para grandes
benefícios. Coisas como eficiência do operador,
tempos de ciclo e carga útil são as de maior
impacto sobre o custo – e são fáceis de avaliar,
modificar e administrar.”
AVALIAR AS OPERAÇÕES
“O único modo garantido de encontrar pontos a
melhorar é observar o que você já esteja fazendo”,
diz Widdifield. “É preciso enxergar onde você está
antes de fazer qualquer mudança. Prestar atenção.
Observar o que acontece à sua volta. Documentar
os problemas que perceber e criar um plano de
ação para fazer as melhorias.”
A meta é confirmar que se esteja obtendo o
máximo do equipamento, definir e atingir novos
padrões de referência para segurança, eficiência
e rentabilidade; e balizar novas metas para
aumentar o desempenho – tanto faz que seja mais
uma caçamba ou mais um caminhão por turno.
Pontos a considerar:
•Dimensionamento e seleção de máquinas/
sistemas. A pá-carregadeira é compatível
com o caminhão? O LHD tem o tamanho
certo para a tarefa?
•Densidade do material para seleção de
carroceria e caçamba.
•Técnicas de operação. Os operadores foram bem
treinados? Eles estão trabalhando com eficiência?
• Projeto e manutenção da via de transporte.
•Metas/precisão da carga útil. Você sabe qual
a carga útil do seu caminhão? A caçamba da
pá-carregadeira está cheia?
•Detonação. O material foi detonado corretamente,
para que os operadores possam encher a caçamba
de uma só vez em menos de 12 segundos?
•Velocidade. Os caminhões trafegam com toda
a rapidez possível?
Realizar um estudo da produção
O estudo da produção é uma das formas de avaliar
as operações. Esse tipo de estudo avalia:
•Carregamento – Tempo entre o primeiro contato
da caçamba com a pilha até quando o operador
da máquina engata a ré
•Transporte – Percurso entre a zona de carga
e a de descarga
• Descarga – Tempo para despejar toda a carga
•Retorno – Percurso entre a zona de descarga
de volta para novo carregamento
•Tempo total – Soma de todos os anteriores
(um ciclo completo)
“Entre na mina e faça um estudo
da produção de uma a duas
horas”, sugere Widdifield.
“Tanto faz sentar-se em uma pedra
com um cronômetro na mão,
acompanhar o operador em seu
caminhão ou usar tecnologia para
avaliar o desempenho. O estudo
da produção em sua operação
lhe dará as toneladas por hora no
ambiente real.”
O desempenho sofre influências do operador e da
máquina. O tempo pode decorrer do treinamento do
operador, sua estratégia junto à pilha de cascalho ou
uma característica diferente de sua pá-carregadeira.
A descarga vai depender do modo como ele chega
com o caminhão, da colocação da carga ou da
compatibilidade entre caminhão e carregadeira.
Os tempos que dependem da máquina resultam
da aceleração da carregadeira e da compatibilidade
entre os sistemas hidráulico e de transmissão.
“Agora, podemos nos concentrar onde aplicar
melhorias”, diz Widdfield. “Podemos trabalhar no
treinamento ou na seleção das máquinas.”
A Caterpillar desenvolveu padrões de referência
práticos com cujos dados as minas subterrâneas
podem obter o máximo dos seus equipamentos
Cat e a necessária orientação para avaliar projetos
e esquemas de manutenção das vias de transporte
que sejam compatíveis com as práticas consagradas
do setor.
Damos abaixo uma síntese de alto nível deste
processo; para obter uma cópia de "A Reference
Guide to Mining Machine Applications", entre em
contato com seu revendedor e indique o número de
publicação AEXQ0030-02.
OTIMIZAR O DESEMPENHO DOS CAMINHÕES
EM MINAS SUBTERRÂNEAS
O tempo de troca dos caminhões é vital para
melhorar o desempenho do transporte subterrâneo.
Trata-se do tempo transcorrido desde quando
um caminhão carregado recebe sua última pá de
carga até quando o próximo recebe a primeira.
Obviamente, quanto menor este ciclo, maior a
oportunidade de aumentar o número de ciclos
por turno. O objetivo das melhores práticas é de
42 segundos por ciclo. É importante que o porte
dos caminhões da frota seja compatível com o da
carregadeira, garantindo rendimento máximo na
atividade.
“Não se esqueça de que sua frota é tão rápida quanto
o caminhão mais lento", diz Widdifield. "Não faz
diferença se você está com um caminhão novo ou
um operador mais treinado. O veículo mais lento
de todos é aquele atrás do qual o resto da frota
ficará esperando. É bom cuidar também para que a
carregadeira trabalhe em uma frota de caminhões
compatível, para não ficar parada, esperando o
próximo chegar.”
Providencie o posicionamento devido
•Faça com que o operador da pá-carregadeira
aviste o caminhão.
•Cuide para que o caminhão não precise
dar a volta depois de carregado.
• Posicione o caminhão longe de serviços aéreos.
•Coloque-o visando acelerar o tempo do
ciclo (pás-carregadeiras trabalham melhor
vendo o caminhão em ângulo de 45 graus)
•Mantenha os pneus traseiros longe de
pedras soltas e fora de depressões.
Cat Global Mining / Viewpoint 3
Providencie a correta colocação
e organização da carga útil
pavimento desigual e cheio de resíduos; controle
insatisfatório da alimentação e acesso apertado.
A boa colocação da carga é importante na melhoria
das operações subterrâneas. A carga deve ficar
centralizada quanto aos pistões de elevação ou
sobre a seta da carroceria, assim como em relação à
linha de centro desta última. Deixe uma borda livre
suficiente para evitar derramamentos das laterais
pelos cantos e da traseira do veículo nas rampas.
“Verifique se o caminhão tem folga adequada na
entrada e embaixo da calha”, diz Wittifield. “A saída
deve dar ao operador boa visibilidade do tráfego que
chega. O operador também deve ser capaz de ver
sua carga útil.”
Determine sua carga útil com base na especificação
recomendada pelo fabricante para a distribuição do
peso entre os eixos dianteiro e traseiro. Determine
uma rotina de depositar a primeira caçamba atrás,
depois na frente e então no centro. E fique atento
ao que não sair no despejo. “Não faz sentido
documentar que um caminhão levou 40 toneladas
se ele voltar com 5 agarradas nos cantos”, diz
Widdifield.
A Caterpillar identificou uma política ideal de
gerenciamento da carga, chamada 10/10/20. De
acordo com ela, “no máximo 10% das cargas úteis
poderão ultrapassar 1,1 vez a carga útil alvo para o
caminhão, e nenhuma delas poderá ultrapassar 1,2
vez a carga máxima visada.”
“Outra forma de interpretar é que não mais de
10% das cargas ultrapasse em 10% a carga útil
alvo e nenhuma delas ultrapasse em 20%”, explica
Widdifield.
“O excesso de
carga reduz a
vida útil dos
componentes
e pneus da
máquina,
podendo alterar
o centro de
gravidade do
veículo e criando
o risco de
tombar.”
–larry widdifield, caterpillar
4 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
“A correta administração das cargas úteis não é só
importante para a integridade do equipamento;
também contribui para a saúde e a segurança
dos funcionários”, diz ele. “Por isso, é importante
manter a regra dos 10/10/20. Ao ultrapassar a carga
útil alvo em mais de 20%, passa-se dos limites de
manobra e frenagem certificados para o caminhão.”
Avaliação de um ponto de carregamento por calha
Certas minas subterrâneas instalam calhas com o
intuito de carregar mais depressa os caminhões.
É importante dispor de áreas adequadas para
entrada e saída, e dar ao operador meios de
controlar a calha. “Se ele tiver de sair do caminhão,
subir um lance de escadas e ativar a calha, estará
perdendo um tempo precioso”, diz Widdifield.
Dentre as condições favoráveis para uma calha, o
solo deve ser nivelado, estável e com acesso inferior
facilitado.
O tamanho da calha e a descarga devem
corresponder ao tamanho do caminhão, reduzindose ao máximo a altura da queda. O material deve
ser bem despejado. São condições desfavoráveis:
Analise a área de descarga
O vazadouro é um lugar onde os caminhões podem
perder um tempo valioso. "Lembre-se, caminhões
não gostam de ficar esperando enquanto a caçamba
esvazia ou o sujeito da britadeira se livra de um
pedregulho maior", destaca Wittifield. "Não perca
tempo em engarrafamentos. Distribua sua frota
pela mina toda. Mande mais caminhões para a
carregadeira mais distante."
OTIMIZAR O DESEMPENHO DA
CARREGADEIRA LHD
O tempo de ciclo ideal para carregadeiras LHD é de
28 a 42 segundos, com média de 35 segundos. Entre
máquinas de porte compatível, o carregamento mais
eficiente exige três a quatro passagens.
Avalie a técnica do operador
A Caterpillar recomenda observar se os operadores
de pá-carregadeira seguem a técnica apropriada:
•Chegar à pilha de frente, com a base da caçamba
paralela ao ponto de captação.
• Manter o chassi reto durante a cavação.
•Levantar um pouco a caçamba para
acumular o material.
•Manter os braços elevados na horizontal
quando a caçamba encher.
• Permanecer na face por no máximo 12 segundos.
•Operar a máquina em primeira marcha
e rotação acelerada.
•Manter os devidos ajustes para entornar
a caçamba.
• Reduzir ao mínimo os derramamentos.
•Manter o solo limpo e liso; quando necessário,
desimpedir o piso ao se aproximar da face,
fazendo o mínimo de contato com o solo.
A caçamba deve estar sempre equipada com
Ferramentas de Penetração no Solo (FPS)
compatíveis com o material a ser cavado.
Jamais utilizar FPS gasta ou com bordas
cortantes desguarnecidas.
Providencie condições ideais no canteiro
As LHDs trabalham melhor em locais com o piso nivelado, seco, liso e firme. Sulcos
transversais e escoamento suficiente reduzem o ataque aos pneus. Outras considerações
contemplam materiais bem fragmentados que reduzem o tempo de adensamento,
principalmente na região dos dedos do corte; um perfil de face mais baixo e a capacidade
de trabalhar com várias faces. As LHDs não trabalham bem em condições de chão
insatisfatórias, áreas de carga apertadas e ao movimentar material mal despejado.
AVALIAR AS ESTRADAS DE TRANSPORTE
As estradas de transporte exercem profunda influência sobre o desempenho das
máquinas subterrâneas – e são o local onde pequenas melhorias podem surtir grande
efeito sobre o tempo de ciclo. Os três maiores fatores no projeto de estradas de
transporte subterrâneas são a qualidade do material, o projeto e
a manutenção. O aclive deve ser suave e constante, com mínima
resistência à rodagem.
A resistência à rodagem afeta a produtividade porque não permite
que o equipamento viaje com a velocidade ideal para o máximo
de produtividade. A tabela abaixo mostra como o aumento na
penetração dos pneus pode aumentar a resistência à rodagem:
Resistência à Rodagem
• Estrada firme e bem conservada
1,5%
• Estrada bem conservada com flex
3%
• 0,25 mm/1 em penetração dos pneus
4%
• 50 mm/2 em penetração dos pneus
5%
• 100 mm/4 em penetração dos pneus
8%
• 200 mm/8 em penetração dos pneus
14%
“Cada aumento na resistência à rodagem tem efeito
direto sobre a velocidade da viagem”, diz Widdifield.
“Às vezes, a resistência à rodagem causa uma variação
na carga sobre o motor. Assim, além de não se
conseguir a velocidade desejada, também se desgasta
a transmissão.”
CUMPRIR AS MELHORES PRÁTICAS
Melhorar a eficiência do carregamento e do transporte é a maneira
mais fácil de baixar o custo por tonelada. Cumprindo-se as
melhores práticas para o desempenho do operador, os tempos de
ciclo e a carga útil – e garantindo-se a qualidade do projeto e da
conservação das estradas de transporte – as minas subterrâneas
podem registrar maior rentabilidade.
“Os desafios com que nos defrontamos são grandes”, diz
Widdifield. “Mas não usamos isso como desculpa para nos
acomodarmos e deixarmos de buscar o aprimoramento. As
condições da sua operação determinam seus custos e afetam sua
produtividade. Identifique os problemas certos e trabalhe para
resolvê-los. Há muito ganho importante a ser realizado com muito
pouco investimento.”
PROJETO E MANUTENÇÃO
DA VIA DE TRANSPORTE
CONSIDERAÇÕES DE PROJETO:
DECLIVIDADE
•Mantenha aclives e transições
suaves
•Mantenha a porcentagem
constante
•Lembre-se de que um aclive
nominal de 15% com rampas
de 18% pode impedir o
caminhão de trocar de
marcha.
CONSIDERAÇÕES DE PROJETO:
INCLINAÇÃO TRANSVERSAL
SIMPLES
• Lances horizontais
-Aplique o mínimo de
inclinação para manter a
drenagem
-Evite áreas onde se exija
escoamento transversal;
pode ser preciso fazer um
pequeno buraco
-Use caimento transversal
constante somente quando
as condições forem
extremamente secas
• Aclives
-Exigência mínima de
inclinação transversal
CONSIDERAÇÕES DE
MANUTENÇÃO
•Comece na face, acabe no
vazadouro
•O caminhão deve andar
em velocidade adequada e
constante
•Onde os caminhões reduzirem
a marcha, avalie a causa e
faça os consertos
•Remova e conserte trechos
molhados/fofos
Cat Global Mining / Viewpoint 5
FAZER AS COISAS
DE MODO
DIFERENTE
osisko MINING DEFINE METAS AGRESSIVAS PARA TORNAR-SE A MELHOR
6 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: issue 7
Quando a mina Canadian Malartic da
Osisko começar a produzir ouro, em
meados de 2011, será a maior mina
aurífera a céu aberto do Canadá e
fará da empresa uma das principais
produtoras mundiais do metal.
Maior.
Melhor.
Diferente. Desde o início, os incorporadores da mina
Canadian Malartic, no Quebec, Canadá, vislumbravam metas
agressivas. E quando a Osisko Mining Corporation começar a produzir
ouro, em meados de 2011, não haverá muita dúvida no setor quanto ao
sucesso que a empresa atingirá.
“A indústria da mineração tende a ser conservadora”, diz o Gerente da
Mina François Vézina. “Nós não. Nossa meta é possuir o melhor de
tudo. Temos a mentalidade aberta e firmamos este ponto por vários
motivos: queremos reduzir nosso impacto ambiental. E queremos ter
as melhores e mais eficientes operações possíveis.”
A lavra em construção será a maior mina de ouro a céu aberto do
Canadá. Com depósitos de quase 9 milhões de onças de ouro e o
objetivo de produzir 600.000 por ano durante mais de 12 anos, o
cenário está formado para transformar a Osisko em uma das maiores
produtoras do mundo.
“Estamos determinados a transformar a
Osisko em uma produtora de ouro especial”,
diz o Presidente e CEO da empresa, Sean
Roosen. “E estamos no caminho de fazer do
sonho realidade. Conseguimos criar um novo
modelo geológico e agora estamos evoluindo
a empresa de exploradora para mineradora.”
FORMAÇÃO DE PARCERIAS
A Canadian Malartic tem a vantagem de estar em uma das regiões
auríferas mais ricas da América do Norte. E embora a geologia em si
venha a ter grande influência sobre o sucesso da mina, a estratégia
a ser usada no desenvolvimento desta lavra será fator de grande
importância.
Cat Global Mining / Viewpoint 7
“Sempre nos orgulhamos de ser progressistas
em termos de integrar a mineração com a
comunidade e de tomar a dianteira no início de
um projeto”, diz Roosen. “Damos muito valor
a isso logo nos primeiros momentos. Trata-se
de uma parceria entre a comunidade, nossos
fornecedores, nossos funcionários e nossa
empresa. Estamos todos juntos nesta campanha
– e, juntos, todos venceremos.”
O projeto é um dos de maior sensibilidade
social na história da mineração canadense, dada
sua localização no centro da comunidade de
Malartic. Porém, trazer os moradores para o
nosso meio com uma estratégia de parceria tem
sido vital para o seu rápido sucesso. “Fomos de
porta em porta e dissemos às pessoas que, se
quisessem este projeto, teriam de nos ajudar a
lutar por ele”, disse Roosen na ocasião. “E eles
ajudaram.”
Ao adquirir o opcional de
Levantamento Alto Estendido
para sua nova pá-carregadeira
de rodas Cat® 994F, a Osisko
aumentará a eficiência da
máquina no carregamento de
seus caminhões 793F, graças
ao acréscimo de 1.075 mm (42
polegadas) na altura livre de
descarga.
Além do apoio da comunidade,
a Osisko tornou prioritária
a atração de investidores,
fornecedores, empreiteiros e
sócios dispostos a trabalhar em
conjunto tendo como objetivo o
sucesso da Canadian Malartic.
A seleção das
empreiteiras não se
deu por concorrência
entre elas, mas com
base no que cada
uma poderia trazer
para a parceria,
disse Denis Cimon, Gerente Geral
da Canadian Malartic. “Todos os
nossos fornecedores são desta região
e as propostas não concorreram
entre si. Sabemos o que queremos.
Conhecemos as empreiteiras e
fornecedoras. Fizemos a seleção com
base em sua experiência e repartimos
o bolo.”
Duas dessas parceiras, a Caterpillar
Inc. e a Hewitt Equipment Ltd.,
revendedora Cat da região, fornecem a
maioria dos equipamentos pesados do
empreendimento e as mais avançadas
tecnologias de mineração, além
de suporte técnico, manutenção e
treinamento de operadores.
“Estamos em constante comunicação”,
diz Vézina. “Falamos de serviço,
vendas, segurança, peças e opções de
8 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
equipamentos. Estamos desenvolvendo a confiança
entre nós.”
A Hewitt começou a trabalhar com a Osisko
muito antes de a empresa adquirir o seu primeiro
equipamento. “Conhecíamos alguns dos principais
elementos de seus outros projetos”, disse William
Harvey, Gerente de Mineração da Hewitt para o
projeto da Canadian Malartic. “E quando soubemos
que eles estavam desenvolvendo este projeto,
começamos a trabalhar junto com o grupo da
Osisko em diferentes configurações de frotas e
requisitos de financiamento.”
George Moubayed, Gerente de Mineração da
Caterpillar, também participou das discussões
“Investimos muitas horas de
trabalho e realizamos simulações.
Usamos o programa Cat® Fleet
Production and
Cost Analysis (FPC)
para determinar as
necessidades de frota e
prever a produtividade a
longo prazo e os custos
com equipamentos.
Na ocasião, ainda nem
sabíamos se eles iam
comprar equipamento
da Cat."
iniciais.
Essas fortes parcerias refletem os valores
corporativos da Osisko. “Dedicamo-nos a criar bons
relacionamentos”, diz Hélène Thibault, Diretora de
Comunicações da Osisko. “Obviamente, existem os
fatores legais, contratos a assinar e garantias a fazer.
Mas o maior seguro de um contrato é o nome da
empresa.”
Problemas são uma parte normal das operações,
diz Cimon. “Se os caminhões não trabalham,
estamos encrencados”, diz ele. “Mas problemas com
equipamentos prejudicam a Caterpillar e a Hewitt
também. É o nome da Cat que está nos caminhões
e a Hewitt é a responsável pelo desempenho
deles. Sabemos que eles se importam com o
funcionamento do equipamento. Claro, o objetivo
de todos é ganhar dinheiro. Mas, acima disto,
temos um bom relacionamento. Enfrentamos os
problemas juntos, como um grupo. Todo mundo sai
ganhando.“
ATENÇÃO NA PRODUTIVIDADE
Além da determinação da Osisko de trazer boas
coisas para as pessoas de Malartic e reduzir seu
impacto ambiental no lugar, a empresa também
se dedica a ser uma das minas mais produtivas do
mundo. E uma das formas para consegui-lo é dispor
dos equipamentos e das tecnologias de mineração
mais avançados que existem.
A Canadian Malartic aproveitará a tecnologia Cat MineStar™
a fim de determinar para onde devem ir os caminhões e
quanto material devem carregar. Será possível controlar as
frotas à distância, pois os dados são retransmitidos para uma
sala de controle central. Graças a um monitor com tela de
toque, os operadores contam com um sistema de navegação
interno. O MineStar também se integra com outros produtos
de tecnologia da propriedade.
1
2
1/ Um controlador usa o
sistema MineStar para
administrar as operações na
mina da Canadian Malartic.
2/ O MineStar exibe em
tempo real informações de
produtividade para o operador
na tela da cabine, como se vê
no 793F (acima) e no 994F (à
direita).
10 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
2
“Novas técnicas, novos equipamentos,
novos instrumentos, melhores
métodos de mineração – procuramos
de todo jeito alcançar o máximo de
produtividade”, diz Paul Johnson,
Gerente Geral de Serviços Técnicos.
“Esta mina vai movimentar 200.000
toneladas por dia. Precisamos dos
melhores equipamentos do mercado
e queremos sofisticar a tecnologia
para usá-los
da maneira
mais eficiente
possível.”
Esta é uma das
razões por que a
Canadian Malartic
trabalhará com
uma frota de até
26 caminhões de
mineração Cat 793F,
a quinta geração
da família 793, de 227 toneladas métricas (250
toneladas curtas). Esta lavra é a primeira do mundo
a usar caminhões da Série F na produção. “O
motor é melhor, tem mais potência e trabalha com
mais eficiência”, diz Vézina. O 793F vem equipado
com um motor diesel Cat C175-16 de 16 cilindros,
que atende aos requisitos de emissão de Nível 2
do Órgão de Proteção Ambiental dos EUA (EPA),
acompanhado de um kit silenciador opcional para
reduzir o ruído externo.
A Osisko também é a primeira a adquirir o
opcional de Levantamento Alto Estendido (EHL)
para a pá-carregadeira de rodas Cat 994F, com
o qual a máquina pode aumentar sua eficiência
no carregamento do 793. A articulação EHL
acrescenta 736 mm (29 polegadas) à altura livre de
descarga comparada à do sistema de levantamento
tradicional. Para reduzir os tempos de ciclo, o
operador pode sair com a 994F de marcha à ré,
afastando-se do caminhão sem inclinar a caçamba
para trás. O levantamento adicional também
permite que o operador faça o último despejo sem
empurrar o material.
“Gostamos de mudar o jeito de fazer as coisas
e gostamos de ser os primeiros”, diz Vézina.
“Estávamos procurando os equipamentos mais
produtivos do mercado e acreditamos tê-los
encontrado. Também queríamos uma solução
integrada para os nossos equipamentos, no que
tivemos êxito pela parceria com a Hewitt e a
Caterpillar.”
Harvey acredita que o enfoque da Osisko na
integração será fundamental para o sucesso
da mina. “Esta é uma solução genuinamente
integrada”, diz ele. “Carregamento, transporte,
energia, caminhões elevadores, locações, tecnologias
– com a Caterpillar conseguimos fazer de tudo.
Até a Cat Financial entrou no projeto, liberando
financiamentos. Conseguimos centralizar e oferecer
uma solução completa.”
Através desse programa de financiamento
estruturado, a Cat Financial oferece soluções
personalizadas que vão desde o leasing e o
financiamento do projeto até o financiamento
estruturado especializado com ênfase em minas
de pequeno porte ou em fase inicial. O grupo
concentra-se em projetos novos ou de expansão em
que as decisões sobre crédito baseiam-se no futuro
fluxo de caixa projetado para o negócio. O programa
de financiamento estruturado providenciou um
leasing estruturado de US$ 83 milhões para a
Osisko.
TECNOLOGIA ALAVANCADA
Além de optar pelos equipamentos mais produtivos
que conseguiu encontrar, a Osisko lança mão de
uma série de tecnologias de última geração para
aumentar a produtividade. Por exemplo: a frota
de mineração da Canadian Malartic – caminhões
de transporte, pás eletro-hidráulicas, brocas,
niveladoras e buldôzeres – será a primeira em
Quebec a ser equipada com o MineStar. O MineStar
determina para onde os caminhões devem ir e
quanto material devem carregar durante o dia.
Uma vez que a tecnologia rastreia materiais, o
minério contendo ouro e o material improdutivo
vão para o lugar certo. O aumento da produção traz
outra vantagem: A alocação dos caminhões ganha
precisão e uniformidade, considerando eventos
subsequentes que a mente humana não é capaz de
perceber.
“O MineStar agrega outros recursos que aprimoram
as operações de mineração em geral”, diz Brent
Deener, Gerente de Marketing de Tecnologia de
Mineração da Cat, que trabalhou com a Osisko na
seleção das tecnologias dos seus equipamentos. “O
sistema recebe dados recolhidos das máquinas no
campo, dos controles de minério existentes e das
informações de identificação dos materiais e os
vincula a sistemas locais de gestão empresarial do
trabalho.”
Cimon acredita que esta tecnologia seja necessária
para a Osisko atingir suas agressivas metas de
produção. “Uma operação deste porte precisa de
sincronia”, diz ele. “E a única maneira de conseguila é com tecnologia. Achamos que o MineStar é
uma das melhores tecnologias que poderíamos ter
comprado. Agora, estamos desafiando a Hewitt e a
Caterpillar a nos ajudar a chegar ao próximo nível
e descobrir como usar esses dados para aumentar a
rentabilidade.”
A Osisko também selecionou o Sistema Cat de
Terraplenagem por Computador (CAES), que usa
tecnologia de satélite, componentes instalados na
máquina, uma rede de rádio e software de controle
no escritório, e gera informações de produtividade
em tempo real para os operadores em um monitor
na cabine.
“O CAES dá aos operadores os dados de que
precisam para melhorar o rendimento da máquina”,
diz Deener. O sistema monitora jazidas minerais,
a altura do leito, o volume de material cortado e
aterrado, e os tempos dos ciclos. Ele pode ser usado
em diferentes máquinas e dezenas de aplicações.
A Osisko aproveitará o CAES em seus tratores
de esteiras Cat D10 para melhorar o controle do
nivelamento durante a construção de estradas e
leitos de constituição da lavra, construindo bermas,
despejos etc.
“Eles também aproveitarão essa tecnologia Cat nas
pás”, diz Deener. “O CAES permitirá a elevação do
leito, além de identificar automaticamente o tipo
e a qualidade do material sendo carregado. Essas
informações permitem que o MineStar mande o
caminhão para o lugar certo.”
As brocas da Canadian Malartic também
aproveitarão as tecnologias da Cat. O sistema
Cat AQUILA Drill usa dados de alta precisão do
GPS para direcionar a execução dos padrões de
perfuração. O sistema oferece relatórios sobre a
produtividade de máquinas e operadores, e permite
a supervisão remota e em tempo real da atividade
de perfuração e da programação de detonação. Ele
também registra e mede os parâmetros da broca,
otimizando a utilização da máquina.
Cat Global Mining / Viewpoint 11
1
1/ A Osisko construiu
uma avançada oficina de
manutenção e reparos
para atender sua frota de
equipamentos na mina
Canadian Malartic.
2/ Um trator de esteiras Cat
D10T prepara a lavra para
começar a produção em
meados de 2011.
2
1
Além de aumentar a eficiência, a perfuração precisa
ganha importância especial dada a proximidade
entre a mina e a cidade.
“Eles precisam calibrar suas detonações para
fragmentação máxima da rocha com o mínimo
de efeitos de vibração na cidade”, diz Deener.
“Querem perfurar o suficiente para conseguir o que
precisam – e mais nada. O AQUILA está ajudando a
concretizar esse objetivo.”
A mina vem empregando o AQUILA em uma
grande galeria transversal, assim como em várias
perfurações articuladas menores da Cubex. Usar
o AQUILA em perfurações da Cubes é uma nova
aplicação – na verdade, a Osisko verificou o valor e
decidiu adotar a tecnologia ainda durante a fase de
pré-produção, disse Deener.
A empresa também se vale das últimas tecnologias
para suas operações de usinas, acrescenta Cimon.
“Existem duas usinas deste porte na América
do Norte – uma no México e a nossa”, diz ele.
“Vamos produzir 55.000 toneladas métricas
(60.627 toneladas curtas) por dia. Para viabilizá-las,
precisamos das melhores tecnologias.”
Como benefício extra do uso das tecnologias, há a
redução da mão de obra necessária para operar a
mina. “É outra maneira de trabalhar”, diz Cimon.
“Ainda precisa de pessoas, mas elas trabalham com
mais eficiência e têm maior especialização. Isso nos
ajuda a produzir mais.”
A Osisko tem metas agressivas de produção e
espera crescer rapidamente assim que as operações
começarem. Essas tecnologias contribuem para a
eficiência e ajudam a cumprir tais metas, além de
influir na redução dos custos mesmo quando há
queda no preço dos produtos primários.
GARANTIA DE SUPORTE
Como parte de sua parceria, a Hewitt e a Caterpillar
dão suporte aos equipamentos e ajudam a Osisko
no aproveitamento de tecnologias para seu máximo
benefício.
O suporte da Hewitt na Canadian Malartic virá
basicamente da sua filial de Val d'Or, situada a
apenas 32 quilômetros (20 milhas) de distância,
com seu estoque de peças e componentes. A
revendedora também manterá um Coordenador e
um Gerente de Conta na mina. Embora a Osisko
pretenda fazer a maior parte da assistência técnica
e manutenção dos seus próprios equipamentos, a
Hewitt e a Osisko têm um contrato de atendimento
para determinados tipos de mão de obra e a
execução da Coleta Programada de Amostra de
Óleo (SOS), um método de avaliação dos óleos
do motor e do sistema hidráulico e de
transmissão, que pesquisa indícios precoces
de deterioração. Quando a lavra estiver em
produção e o equipamento trabalhando em
regime ininterrupto, a Harvey espera que o
relacionamento se intensifique.
“Trabalharemos juntos com a Caterpillar
no suporte aos produtos de tecnologia da
mina”, diz ele. “A Hewitt vem participando
do processo
de instalação e
implantação, e nós
seremos o principal
elemento de contato.”
Outros recursos
derivam da Rede
de Apoio aos
Revendedores Cat
e de subsídios
locais oferecidos
pela Caterpillar. A
Caterpillar e a Hewitt
igualmente apoiarão
os esforços da mina para integrar as
tecnologias Cat em todos os equipamentos
lá existentes. Por exemplo, a mina gostaria
de colher dados de seus equipamentos de
outras marcas e colocá-los em circulação
através do sistema MineStar.
VISÃO DO FUTURO
As atenções da Canadian Malartic estão
agora voltadas para a conclusão das obras
locais e na contratação dos funcionários de
que vai precisar, treinando-os a tempo de
começar o trabalho no segundo trimestre de
2011. Quando a produção iniciar e a Osisko
começar a registrar lucros, a exploração se
intensificará, visando aumentar o volume
de ouro obtido. “Continuamos a explorar”,
diz Cimon. “Estamos investindo US$ 400
milhões apenas na usina. Gostaríamos de
manter a usina ocupada durante 25 anos, se
possível.”
MONTAGEM DOS
EQUIPAMENTOS
A parceria revendedor-cliente é tão
harmoniosa que a Hewitt Equipment
Ltd. tem suas próprias instalações na
propriedade da Osisko na Canadian
Malartic. A Osisko construiu uma
base exclusiva para a montagem dos
caminhões, das pás-carregadeiras e
das pás.
A instalação dá exemplo genuíno das
melhores práticas, diz William
Harvey, da Hewitt. “Fica na
propriedade da Osisko”, diz ele.
“Mas nosso chefe de oficina
tem autoridade a partir daquele
portão.
A vantagem número
um está em saúde
e segurança,
mantendo a
montagem isolada
da construção do
complexo minerário.
Durante a montagem, temos de
quatro a seis pessoas trabalhando
no equipamento: quatro soldadores,
um operador de guindaste, um
instalador de pneus, uma equipe de
combate a incêndio e um grupo de
lubrificadores. Pedimos a um dos
nossos fornecedores para construir
instalações na base para soldagem
das carrocerias. Lá, nós mantemos
nossos técnicos, nossas ferramentas,
nosso refeitório e nossos escritórios.”
Isto também é bom para a Osisko,
pois se trata de uma solução
completa e acabada, diz George
Moubayed, da Caterpillar. “Eles
passaram toda a responsabilidade
para a Hewitt e não precisam fornecer
mão de obra.”
Os parceiros da Osisko estão entusiasmados
com as possibilidades. “Este é um dos
maiores projetos de que já participei”, diz
Jim Hewitt, Presidente e CEO da Hewitt
Equipment. “As pessoas no comando desta
empresa e deste projeto sabem o que estão
fazendo. Elas são especialistas em seus
campos e escolheram o que acreditamos
ser a melhor frota de equipamentos do
setor. Temos orgulho de nossa parceria e do
excelente relacionamento com eles.”
Cat Global Mining / Viewpoint 13
Osisko:
PADRÃO DE
REFERÊNCIA
EM MINERAÇÃO
RESPONSÁVEL
14 Cat Global Mining / Viewpoint / issue 7
esquerda/ Uma "muralha verde" com
15 metros (49 pés) de altura reduzirá o
ruído e o impacto visual das operações
de mineração na Canadian Malartic,
situada no coração da comunidade de
Malartic.
Desenvolvimento
sustentável. Duas palavras que expressam valores
diferentes para diferentes entidades. Para a mina Canadian Malartic, da
Osisko Mining Corporation, significam uma série de atitudes, medidas,
ideias e detalhes que ajudaram a criar o projeto em uma harmonia
entre a questão econômica, o meio ambiente e os aspectos sociais e
comunitários.
Agora que a Osisko começa a contagem regressiva para a primeira
fundição de ouro em 2011, ela está mais determinada do que nunca a
trabalhar com a comunidade e fazer da mina Canadian Malartic um
novo padrão de referência em termos de mineração responsável.
COMUNICAÇÃO ABERTA
Os incorporadores da mina Canadian Malartic têm conselhos
importantes para mineradoras que cogitem criar uma mina no meio
de uma cidade: Comunicar-se. Conversar com todos – com frequência,
franqueza e honestidade. Continuar a fazê-lo.
Os incorporadores da Canadian Malartic são os primeiros a admitir os
muitos desafios que enfrentaram ao começar as obras desta enorme
mina de ouro a céu aberto em Quebec, no Canadá – bem no meio da
cidade de Malartic. Eles nunca esconderam nenhum dos desafios de
seus parceiros comerciais, dos fornecedores, das pessoas
de Malartic ou da imprensa.
“O setor da mineração goza de má
reputação”, diz François Vézina,
gerente da mina. “Nosso objetivo
é mudar este quadro.”
A campanha começou com o slogan da empresa: Uma
Perspectiva Diferente da Mineração. "Esta mina, em si,
é muito diferente e exige outra perspectiva", diz Denis
Cimon, gerente geral da Canadian Malartic. A mineração
está presente na região de Malartic há 80 anos. E naquela
época, as mineradoras não atentavam para melhores
práticas. Quisemos mudar a imagem da mineração aqui."
O maior fator de diferenciação da Osisko é, obviamente, sua localização:
no seio da comunidade. De fato, é devido a esse desafio que tudo o mais
relativo à Osisko foi tratado de modo um tanto diferente.
"Quando esta mina estava no começo, a liderança começou a
se comunicar com o público", diz Hélène Thibault, Diretora de
Comunicações da Osisko. "Sabíamos que conquistar o apoio da
comunidade para este projeto seria o mais importante para garantir
o seu êxito. A mineração hoje é diferente do que existia há cinco,
dez ou quinze anos. Agora, as pessoas têm expectativas que temos
de administrar. Precisamos iniciar com eles, garantido que suas
Cat Global Mining / Viewpoint 15
expectativas sejam justas e não ultrapassem aquilo
que podemos fazer. Explicamos onde nós estamos
e mostramos os desafios. Estamos todos juntos
nisso."
que usamos não se
parecem em nada com
a maioria do que essas
pessoas já viram.”
A criação de um Grupo Consultivo Comunitário
ajuda a Osisko a ouvir os problemas dos residentes
e agir em conformidade. O Centro de Relações
Comunitárias, localizado no coração de Malartic,
abriu suas portas em março de 2008 visando facilitar
a interação entre residentes e representantes da
Osisko.
“Desde o início,
quisemos
garantia de
que a cidade
nos aceitaria”,
diz Thibault.
“Informamos e ouvimos; somos
transparentes e honestos.”
1
2
E deu certo. Há alguns anos, o projeto mal saíra da
prancheta. Com o apoio da comunidade, a Osisko
rapidamente conseguiu a licença legal e social de
que precisava para construir, e as obras avançaram
com rapidez. No ano seguinte, o projeto já se
tornara oficialmente a maior mina de ouro a céu
aberto do Canadá.
COMO REALOCAR UM BAIRRO
3
As minas sempre afetam as comunidades ao seu
redor. Mas não muitas são como a Osisko. Cerca de
15% das 1.600 residências ficam situadas em cima
da velha mina, ou seja, a Osisko teve de demolir
algumas casas e edifícios, e remover fisicamente
mais de 140 para acessar o precioso minério
embaixo delas.
3
Além de reassentar mais de
140 casas, a Osisko investiu
em cinco prédios novos para
a comunidade de Malartic.
As novas instalações farão
o mais avançado uso de
tecnologia verde, incluindo
sistemas geotérmicos de
aquecimento central.
1/ Centro comunitário e
auditório
2/ Creche para 75 crianças
3/ Nova escola de educação
fundamental
16 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
Dentre outras atividades de comunicação, incluemse apresentações públicas e visitações, em que os
residentes são convidados a conhecer a lavra e ver
o andamento por si mesmos. A primeira visitação
atraiu 400 pessoas, a segunda, mais de 1.400 e
o evento mais recente atraiu 2.400 residentes –
número expressivo, considerando que a população
de Malartic não passa de 3.000 moradores.
Uma mina a céu aberto dessas dimensões – com
a previsão de produzir 55.000 toneladas métricas
(60.627 toneladas curtas) por dia em uma região
cuja média fica em torno de 4.500 toneladas
métricas (4.960 toneladas curtas) – às vezes torna-se
incompreensível para os moradores. “Esta mina vai
ser sete vezes maior que a maior de todas aqui da
região”, diz Vézina. “Não há padrão de referência
para algo tão gigantesco. Até os equipamentos
O Grupo de Consulta Comunitária atuou em
conjunto com um projetista urbano contratado para
desenvolver um novo bairro. Os moradores foram
entrevistados para definir onde gostariam de viver
e o que gostariam de ver na nova comunidade.
Os planos de realocação ficaram disponíveis no
escritório de relações com a comunidade para quem
quisesse vê-los. A colaboração entre os moradores,
o conselho municipal e a Osisko foi crucial para o
sucesso do reassentamento.
“Poderíamos ter simplesmente comprado suas
casas, mas isso não teria sido sustentável”, diz
Thibault.
“Assim, nós os realocamos. Saiu mais caro, mas
valeu a pena. Se tivéssemos comprado e demolido
as casas, as pessoas teriam se mudado para cidades
vizinhas e comprado outras casas por lá. Em vez
disso, eles ficaram em Malartic e a população está
crescendo.”
As obras de infraestrutura do novo bairro na parte
norte da cidade foram concluídas em dezembro de
2008; o reassentamento dos lares e a construção de
cinco prédios institucionais foram concluídos em
2010.
“Construímos um bocado de infraestrutura”, diz
Thibault. “E o bairro não foi apenas transferido –
foi melhorado. A nova escola, por exemplo, dispõe
das últimas tecnologias, sendo mais avançada do
que muitas das escolas da província de Quebec.
Ela conta com recursos que qualquer escola
adoraria ter.”
Uma das metas do reassentamento foi aproveitar
ao máximo os materiais de demolição. Uma
quantidade considerável de portas, janelas e
armários foi recuperada e vendida na própria
localidade. Cerca de 4.500 toneladas métricas
(4.960 toneladas curtas) de concreto recuperado
estão sendo usadas como aterro durante a
construção de um muro ecológico que separa a
subdivisão da lavra. Mais de 95% dos materiais
da demolição de uma das escolas e do centro
comunitário foram reciclados, e todo o material de
superfície das estradas foi recuperado e reutilizado
durante a obra.
Graças à construção da nova mina, o desemprego
caiu para cerca de 15% e pode baixar ainda mais,
quando a Osisko começar a produzir o minério e
atingir seu objetivo de recrutar 75% do quadro em
Malartic e em cidades vizinhas.
Mais de 1.000 pessoas vêm trabalhando todos os
dias durante a fase de construção, diz Cimon, e a
Osisko continua recrutando para as operações da
mina. Em junho de 2009, a empresa patrocinou
um "dia das profissões" para os moradores da
região, atendendo principalmente aos de Malartic.
Foram realizadas mais de 400 entrevistas e a Osisko
formou um banco de candidatos com mais de
15.000 inscrições. O simples volume de interessados
dá prova do grande interesse despertado pelo
projeto, diz Cimon.
A nova subdivisão conta com
novas estradas, calçadas, um
campo de golfe aperfeiçoado e
outras obras de infraestrutura.
Nela existem 160 casas/prédios
de apartamentos, uma avançada
escola fundamental, um prédio
para educação de adultos, um
centro comunitário, uma creche,
20 conjuntos habitacionais de
baixa locação e uma unidade
de atendimento prolongado.
A Osisko prevê despesas
superiores a US$ 130 milhões
para todo o reassentamento.
O Grupo de Consulta Comunitária informou que
85% da população afetada pelo reassentamento
acha que isso trouxe uma ou mais melhorias para o
seu ambiente residencial. No entanto, apesar de se
poder considerá-lo bem sucedido, o reassentamento
não foi fácil.
“Somos uma mineradora. Somos treinados
para cavar a terra e tirar o ouro”, explica
Thibault. “Ninguém tinha um manual de fazer
reassentamentos, por isso tivemos de ir aprendendo
na prática.”
COMO MAXIMIZAR O IMPACTO ECONÔMICO
Por que razão deveriam os moradores de uma
pequena comunidade como Malartic acolher a mina
que literalmente tomara deles sua cidadezinha?
A economia foi a grande razão. Antes de a Osisko
chegar à cidade, Malartic estava em meio a uma
depressão econômica, com índices de desemprego
acima de 40%.
“O lugar estava cheio de gente que já trabalhara em
outras minas, como na rica região de mineração
de Abitibi, mas já não havia mina alguma desde
meados dos anos 90”, diz Vézina. “A população
tinha declinado e uma porção de pequenas
empresas fechara.”
Cat Global Mining / Viewpoint 17
1
2
3
4
Já está em curso o
treinamento dos recémcontratados operadores de
equipamentos pesados,
funcionários de saúde e
segurança, e mineiros.
A Hewitt Equipment
Limited, revendedora Cat
com sede em Montreal e
com uma filial na vizinha
Val d'Or, vem ministrando
o treinamento aos
operadores. A Caterpillar
também enviou
treinadores, assim como
simuladores Cat Virtual
Training.
1/ Visitantes comparecem a uma
reunião na Canadian Malartic.
A nova mina ajudou a reduzir o
desemprego de 40 para cerca de
15%.
2/ Um futuro operador de
equipamento experimenta como
é dirigir um grande caminhão de
mineração em um simulador Cat®
Virtual Training.
3/ A poeira será controlada de
várias formas, incluindo o uso de
carros-pipa como este caminhão
articulado Cat, com presença
permanente no local.
4/ Os primeiros operadores de
caminhão recém-contratados para
trabalhar na nova mina foram
duas mulheres da região, que
antes dirigiam ônibus escolares.
“Um dos operadores de pá trabalhou em regime
de ponte aérea numa mina distante, sendo um dos
mais experientes do ramo”, diz William Harvey,
Gerente de Mineração da Hewitt. “Também há gente
nova, que trabalhava na mercearia local e agora quer
fazer carreira na mineração. Esses funcionários têm
a condição de trabalhar em equipamentos novos e
avançados, numa grande mina, e ainda voltar para
casa toda noite.”
A Osisko avalia que o projeto trará mais de 3.300
novos empregos para a região – 908 vagas por ano
na fase de construção e mais 400 em cada ano
de mineração. Essas posições serão sustentadas
por investimentos de US$ 165 milhões por ano,
incluindo 300 postos anuais junto a fornecedores
da região.
Além do aumento do nível de emprego, a política
de “compra local” da Osisko vem influenciando
os negócios da região. Muitas firmas de pequeno
e médio porte de Malartic participam diretamente
do projeto da construção. Além de aproveitarem
a imediata vantagem econômica dessa obra, elas
também conseguiram desenvolver capacitações
específicas nos ramos de mineração e construção.
A mina vem ajudando a atrair novas empresas para
a cidade, além de amparar as que já estão lá. “Por
exemplo, estamos comprando botas e uniformes
para os nossos operários em uma loja de Malartic”,
18 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
diz Vézina. “Também estimulamos nossos
fornecedores a construir aqui suas lojas e seus
depósitos – o que é bom para todos. Nossos custos
são menores quando os fornecedores estão aqui e
a comunidade sai ganhando com novos empregos
e novas receitas.” A revendedora Cat Hewitt, por
exemplo, abriu uma locadora Cat nas proximidades
para atender à mina e contratou moradores locais
para ela.
Embora os maiores benefícios econômicos venham
a ser vistos em Malartic, a influência da Osisko
será sentida em toda a província de Quebec. Desde
o início da exploração, em 2005, até a reabilitação
completa da mina, quando ela fechar em 2024, a
Osisko estima que terá investido US$ 32 bilhões
de dólares – dos quais, 82% ficarão em Quebec.
Apenas em 2009, a Osisko investiu mais de US$ 315
milhões em construções e explorações.
COMO ATENUAR O IMPACTO SOBRE
AS PESSOAS E O MEIO AMBIENTE
Embora muitas residências tenham sido
transferidas e algumas compradas pela Osisko
a fim de liberar a propriedade para a mineração,
Malartic ainda terá a maior mina de ouro a céu
aberto da nação no seu quintal. A Osisko assumiu
o compromisso de fazer tudo o que puder para
reduzir esse impacto.
Reduzindo a pegada de carbono
O programa de desenvolvimento sustentável
da Osisko segue o slogan: Rumo a uma pegada
sem carbono. "Sempre conscientes de nossas
responsabilidades e convictos de que o setor como
um todo em breve terá de se responsabilizar
por suas emissões de gases do efeito estufa,
criamos projetos que reduzirão os gases gerados
por nossas operações", diz o Vice-presidente de
Desenvolvimento Sustentável, Jean-Sébastien David.
A Osisko adotará medidas de conservação e as
tecnologias mais avançadas para reduzir sua pegada
de carbono. A lavra usará energia hidrelétrica para
reduzir a necessidade de combustíveis fósseis. Pás
elétricas e uma nova geração de caminhões Cat que
atendem às normas de Nível 2 do Órgão de Proteção
Ambiental dos EUA
reduzirão as emissões
de carbono durante a
produção. Uma esteira
de 1,4 quilômetro (1
milha) entre o britador
e o processador
reduzirá o consumo de
combustível.
Outra iniciativa para reduzir a pegada de carbono
é o projeto da Floresta Osisko. Ele implementará
um programa de reflorestamento na região em
conjunto com as autoridades municipais da região
do Valleé-de-l'Or. O projeto tratará do paisagismo e
reflorestamento de 100 hectares (247 acres) de solo
por ano durante nove anos.
Reduzindo o ruído
A redução do ruído durante a fase de construção e
depois que a produção começar tem alta prioridade
para a Osisko. A empresa decidiu usar brocas
elétricas, mais silenciosas do que as mecânicas,
durante a fase da construção. E, em vez de
trabalharem sem parar, elas operam apenas 12
horas por dia, seis dias por semana. Os níveis de
ruído são continuamente monitorados.
Também se considerou o ruído na escolha dos
equipamentos de mineração. A Caterpillar
desenvolveu um kit muito silencioso que será
instalado na atual frota de caminhões 793F da
Osisko e incluído como item de fábrica nos futuros
pedidos do veículo. A redução do ruído também foi
uma das principais razões da seleção das pás eletrohidráulicas O&K RH340E, acionadas por motores
elétricos, bem mais silenciosos do que os movidos
a diesel e melhores para o meio ambiente. A mina
também escolheu equipamentos de perfuração
menores para as primeiras camadas do poço,
visando atenuar os ruídos.
Depois que começar a fase de mineração, outras
medidas serão integradas ao projeto para o mesmo
fim. A maior delas será uma "muralha verde" de
15 metros (49 pés) de altura projetada para reduzir
os ruídos e o impacto visual da mineração. Essa
barreira paisagística de 1,3 km (0,8 milha) será
um elemento essencial no projeto da Osisko para
reduzir os impactos negativos sobre a população
local durante as fases de construção e produção.
Cercas similares, com 4 metros (13 pés) de altura,
serão colocadas ao longo de outras rotas principais
de circulação.
Controlando a poeira
Manter a poeira abaixada e longe das áreas
residenciais é outra prioridade. A mina fará o
monitoramento contínuo da qualidade do ar e
empregará uma série de medidas de controle
tradicionais, incluindo uma frota permanente de
carros-pipa na lavra, molhando as perfurações
nos trechos mais próximos da cidade. As esteiras
transportadoras, as pilhas de material e o complexo
de britagem serão todos cobertos.
Durante vários dias no verão de 2010, um período
de seca dificultou bastante o controle da poeira
gerada pela obra. Convocaram-se mais carros-pipa
para resolver o problema imediato, mas a situação
levou a mina a repensar sua estratégia de controle e
redução da poeira.
"Pensamos em instalar uma linha de aspersores
ao longo da via entre o britador e o futuro poço a
fim de melhorar a eficiência do sistema e reduzir a
necessidade de carros-pipa", disse Vézina. A obra
também usará canhões de neblina e de neve."
Conservando a água
A Osisko está construindo uma lagoa para evitar
a captação de água nas vias hídricas ao redor e
aumentar sua reciclagem. A lagoa captará chuva,
neve derretida e a água bombeada da mineração.
Com essa reserva, a Osisko não precisará de água
limpa para processar o minério. A construção de
um segundo açude reduzirá o volume de efluentes,
aproximando a lavra da sua meta de descarga zero.
“Estamos quase alcançando
o equilíbrio em termos de
água”, disse Cimon.
“Controlamos cada gota que
chega. Ela será usada para
tocar a mina. Não precisamos
de adutora, pois não estamos
consumindo água de fora.”
Protegendo a flora e a fauna
A Osisko contratou consultores para estudar
o efeito da mina Canadian Malartic sobre a
vegetação, os alagados, os mamíferos terrestres e
aquáticos, as aves aquáticas, os pássaros, os anfíbios
e os répteis. A empresa empregará todos os meios
possíveis para reduzir esses efeitos. Além de reduzir
ao mínimo os locais a serem desmatados, a Osisko
planeja uma compensação equivalente a essas áreas.
O reflorestamento será feito de modo contínuo,
assim que cada célula for aterrada.
Cat Global Mining / Viewpoint 19
COMO CAPACITAR MALARTIC PARA O FUTURO
As atividades de desenvolvimento sustentável da
Osisko cobrem todas as fases da vida útil da mina
– incluindo a final. A empresa tem um projeto
detalhado para o fechamento da mina, desde o
aspecto com que ela ficará até o legado econômico
que deixará para os moradores de Malartic.
Reabilitando a propriedade
Antes sequer de a Osisko começar a produção na
lavra, a recuperação já começou. A Osisko assinou
um contrato para reabilitar a lavra abandonada de
East Malartic com o governo de Quebec, que havia
herdado o terreno e se tornado responsável pelo seu
acompanhamento ambiental. A Osisko assumirá
metade das obrigações financeiras do governo para
reabilitação da propriedade e usará os resíduos de
sua nova mina para ir cobrindo gradualmente o
lugar, até deixá-lo inofensivo.
Outra importante decisão foi a de restaurar
progressivamente a vegetação no local da mina
em vez de esperar até o fim da sua vida útil. Esse
processo de reabilitação contínua foi possível graças
à decisão de usar uma tecnologia de resíduos
adensados que permite o plantio de árvores nativas
enquanto a mineração continua.
Resíduos adensados, obtidos com adensadores de
compressão ou uma combinação de adensadores e
filtros-prensa, são drenados até o ponto de formar
uma massa que se pode empilhar, camada por
camada. Além de viabilizar a reabilitação contínua,
os resíduos adensados também reduzem bastante o
consumo de água e o tamanho das pilhas de rejeitos
que serão deixados.
1
1/ Pilhas de material como a
exibida, que está em formação,
serão cobertas para não levantar
poeira até as zonas residenciais.
2/ Denis Cimon, Gerente Geral
da Canadian Malartic, aponta
no mapa um local da gigantesca
obra.
3/ A Osisko está reabilitando uma
lagoa de resíduos abandonada
com resíduos da nova mina a fim
de cobrir gradativamente o terreno
e torná-lo inofensivo.
“Os resíduos adensados também permitem reduzir
o tamanho da nossa lagoa.”, disse Cimon. “Quando
estivermos produzindo 55.000 toneladas/dia, ela
ainda terá o mesmo tamanho de quando a produção
diária não passava de 5.000 toneladas. Também
reduziremos a toxicidade antes de mandar os
resíduos para a lagoa.”
A restauração vegetal do terreno também incluirá
um projeto de pesquisa da biodiversidade. Por
causa do lago de rejeitos abandonado, o terreno
está despido de vegetação e sofre a erosão pelo
vento. A Osisko vem trabalhando com especialistas
para escolher as espécies mais adaptadas àquele
ambiente específico.
“Estamos empolgados com a perspectiva da
recuperação contínua”, diz Cimon. “Os moradores
verão grama depois de quatro anos, e não mais em
20 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
quinze. No final da vida útil da mina, já teremos
concluído 65% da recuperação.”
A comunidade participará do que acontecer
ao terreno depois que a mina acabar. Todos os
equipamentos serão levados embora e as edificações
demolidas; o que restar, será uma colina e um
açude. A propriedade será doada ao ministério de
recursos naturais, a menos que algum incorporador
tenha planos para usá-la.
“As pessoas já começam a sonhar
e visualizar o que isso pode vir
a ser no futuro”, diz Cimon.
“Fala-se de uma estação de esqui
ou um balneário. Tudo é possível.”
Deixando um legado
Em março de 2008, a Osisko anunciou um fundo
de desenvolvimento sustentável jamais visto antes,
a fim de garantir um patrimônio duradouro para
as gerações futuras da cidade de Malartic. O fundo
objetiva melhorar a qualidade de vida dos residentes
atuais, promover o crescimento da comunidade e
viabilizar a continuação da prosperidade econômica
bem depois que a mina fechar.
“Temos muito orgulho de iniciar a criação deste
fundo”, disse Sean Roosen, da Osisko, quando
anunciou o FEMO: Fonds Essor Malartic Osisko.
“Nosso projeto de mineração certamente haverá de
trazer importantes desdobramentos para Malartic,
mas pretendemos contribuir ainda mais de modo a
deixarmos um legado sustentável para o povo desta
cidade.”
A Osisko pretende fazer contribuições em dinheiro
e ações que podem chegar a mais de US$ 4 milhões
nos próximos anos. Roosen e outros membros da
administração doaram 25.000 de suas próprias ações
da Osisko para o FEMO.
O fundo é o primeiro de sua natureza em Quebec
e na indústria canadense da mineração. Receberão
prioridade os projetos com maior propensão a deixar
uma herança para as futuras gerações. Os projetos
devem promover o desenvolvimento econômico,
social e cultural de Malartic; estimular e apoiar
Canadian Malartic:
carro-chefe da Osisko
O carro-chefe da Osisko Mining Corporation é a propriedade aurífera exclusiva da
Canadian Malartic, situada no coração do prolífico Cinturão do Ouro de Abitibi, em
Quebec, nos limites meridionais da cidade de Malartic e a cerca de 20 quilômetros
(12,4 milhas) a oeste da cidade de Val d'Or. A propriedade cobre 230 quilômetros
2
3
quadrados (89 milhas quadradas) e inclui quatro minas subterrâneas que produziram
mais de 5 milhões de onças de ouro entre 1935 e 1983.
A Osisko adquiriu 100% de participação na propriedade da Canadian Malartic
em novembro de 2004 e iniciou uma compilação detalhada do extenso banco de
dados históricos em janeiro de 2005, incluindo dados de mais de 5.000 furos de
sondagem superficial e subterrânea. A empresa começou seu programa de sondagem
da propriedade em março de 2005, tendo perfurado mais de 750.000 metros (2,5
milhões de pés) desde então.
O depósito é um sistema pré-cambriano do tipo ouro pórfiro composto de uma capa
predominante de mineralização de ouro disseminado e pirita hospedada por diorita
pórfira e metassedimentos alterados. O depósito Canadian Malartic faz parte de um
atividades que promovam o desenvolvimento da
juventude; fomentar a expansão do conhecimento,
patrocinando estudos escolares, incluindo bolsas;
promover as artes e a cultura; e sustentar a boa
qualidade de vida e o desenvolvimento pessoal dos
cidadãos de Malartic.
notável sistema mineralizado contíguo no sentido leste-oeste com 3.000 metros
(9.800 pés) de comprimento que foi historicamente explorado por várias operações
subterrâneas.
A Osisko recebeu as autorizações finais e o decreto de lavra do Governo de Quebec
em agosto de 2009 e desde então vem construindo a mina a céu aberto Canadian
Malartic. A produção comercial deverá começar no segundo trimestre de 2011. A
PARA SERVIR DE EXEMPLO
empresa espera produzir em média mais de 600.000 onças de ouro por ano ao longo
A Osisko assumiu os desafios de desenvolver a
Canadian Malartic e espera servir de exemplo
para outras mineradoras sobre aspectos do
desenvolvimento sustentável. “Trabalhamos
junto com as pessoas que moram perto da
mina, mantendo o espírito de equipe”, diz
Cimon. “Estamos todos juntos nisso. É assim
que encaramos este projeto e gostaríamos de
recomendar que qualquer outra empresa faça o
mesmo. Estamos aproveitando o melhor do que
outras companhias já fizeram e esperamos servir
de exemplo para outras mineradoras.”
de uma vida útil de 12,2 anos para a mina.
As reservas atuais são de 9 milhões de onças, mais recursos indicados de 2,2 milhões
de onças e inferidos de 0,5 milhão de onças. Encontra-se em execução um programa
de sondagem de 80.000 metros (262.500 pés) em várias zonas mineralizadas e alvos
na propriedade com alto potencial de exploração.
HISTÓRICO
O depósito Canadian Malartic foi descoberto em 1926; o desenvolvimento
subterrâneo começou dois anos depois. Entre 1935 e 1965 a mina produziu mais de
1 milhão de onças de ouro a partir de quase 10 milhões de toneladas métricas (11
milhões de toneladas curtas) de minério. O sítio permaneceu inativo por 15 anos até
ser comprado pela Lac Minerals, que explorou a propriedade de 1980 a 1988, com o
objetivo de encontrar um depósito próximo à superfície que servisse para mineração
a céu aberto. A exploração descobriu cinco zonas auríferas perto da superfície,
formando um recurso com cerca de 8,2 milhões de toneladas métricas (9 milhões de
toneladas curtas) de minério com teor de 1,98 grama por tonelada.
O projeto ficou engavetado até o início da década de 90, quando a Lac Minerals foi
comprada pela Barrick Gold Corp., que vendeu a propriedade à McWatters Mining
em 2003. A McWatters abriu falência em 2004 e, no mesmo ano, a Osisko comprou
100% de participação na propriedade. A princípio, a compra incluía seis demarcações
e uma concessão para mineração; hoje, a Osisko teve êxito na aquisição de outras
demarcações, que agora totalizam 104 na propriedade, além de uma concessão com
área superficial total de 4.442 hectares (10.976 acres).
Cat Global Mining / Viewpoint 21
Mulheres:
Uma crise de talentos já está
afetando o setor da mineração
e os analistas concordam que o
impacto total não será sentido
dentro dos próximos 10 anos.
Isso ocorrerá quando metade da
PARA A CRISE GLOBAL
atual força de trabalho global,
DE TALENTOS
hoje com mais de 50 anos,
deverá se aposentar – deixando um vácuo de mão de obra e uma lacuna
de conhecimentos profissionais que serão sentidos por todo o setor.
Um recurso inexplorado
Há uma série de iniciativas em curso para lidar com a crise – como
capacitação de moradores locais, programas de financiamento que
atraiam alunos para carreiras na mineração e o recrutamento
maciço de recém-formados qualificados. No entanto, o que
algumas iniciativas podem estar deixando de ver é o enfoque
em um contingente de trabalho quase inexplorado:
mulheres.
Na Austrália, as mulheres constituem 42% da força
de trabalho nacional, mas somente 18 por
cento no setor de mineração. E apenas 3%
dessas mulheres—continuou »
22 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
»—efetivamente trabalham nalavra, de acordo com
as estatísticas do Australasian Institute of Mining
& Metallurgy (AIMM). No Canadá, sua participação
na indústria mal ultrapassava os 10% em 1996 e
10 anos mais tarde continua estacionada nos 14%.
Também na África do Sul, 10% dos empregos na
mineração são ocupados por mulheres – devido, em
grande parte, à constituição pós-apartheid, que louva
a doutrina da igualdade entre os sexos e definiu 10%
como requisito para operação.
Embora cada país tenha uma perspectiva um pouco
diferente, na maioria das regiões onde a atividade
de mineração é importante, existem repartições
do governo, organizações não governamentais,
como a Women In Mining (WIM), e as próprias
mineradoras que deflagraram iniciativas para
estimular a expansão do contingente feminino na
força de trabalho.
A Newmont Ghana, por exemplo, vem trabalhando
para conseguir maior igualdade entre os sexos
em sua mina de Ahafo. Cerca de 9% do quadro
em Ahafo é formado por mulheres; no entanto,
as operadoras de caminhão totalizam 35% do
contingente da mina. A empresa formou um
Comitê Consultor Feminino com 75 participantes,
que divulga informações sobre subsistência e
iniciativas de responsabilidade social criadas pela
mina. As participantes também atuam no acesso a
verbas, na obtenção de treinamento e na formação
de empreendimentos.
O Nemangkawi Mining Institute da FreeportMoMoRan Copper & Gold acaba de formar
suas 20 primeiras operadoras de equipamentos
pesados, que já estão trabalhando nas operações
de Grasberg. Fundado pela PT Freeport Indonesia,
o instituto oferece vagas de pré-aprendiz, aprendiz
e oportunidades avançadas de desenvolvimento
de carreira para centenas de cidadãos papuas a
cada ano.
Agora, existem geólogas, topógrafas, engenheiras
mecânicas, cientistas ambientais, engenheiras
químicas e operárias em alguns dos lugares mais
remotos e hostis do planeta.
No entanto, ainda existem barreiras para mulheres
na indústria da mineração. No ano passado, a WIM
Canada iniciou o "Ramp-UP", um estudo para coleta
de dados sobre a pouca representação feminina no
setor que determinou parâmetros de aferição de
melhoramentos. O estudo foi realizado em parceria
com o Mining Industry Human Resources (MIHR)
Council e vários patrocinadores. Constatou-se que,
apesar de melhorias constantes durante a última
década, a porcentagem de mulheres no setor da
mineração canadense continua bem abaixo da força
de trabalho total. Além disso, a disparidade salarial
entre homens e mulheres está bem acima da média
nacional.
Foram observadas diversas barreiras para o sucesso,
com a identificação pelas entrevistadas de práticas
de trabalho flexíveis como a principal situação
trabalhista a ser abordada. “Quando recebem
suficiente flexibilidade e apoio, as mulheres
mostram-se prontas, capazes e dispostas a cumprir
as rigorosas exigências das atividades de mineração
e exploração”, conclui o estudo.
A cultura no emprego foi a segunda maior condição
de desafio segundo as entrevistadas; porém,
apenas três dentre 67 empregadores citaram-na
como problema. “Para as mulheres, o ambiente
'dominado pelos homens' também foi apontado
como problema relevante em todas as fases de suas
carreiras”, revela o estudo.
O relatório elenca várias recomendações para
mineradoras e organizações do setor que se
interessem por sua promoção entre as mulheres:
• Dar mais ênfase a treinamento e desenvolvimento
de carreira.
• Oferecer mais flexibilidade.
• Oferecer treinamento de conscientização.
• Eliminar a disparidade salarial.
• Implementar programas de aconselhamento.
• Apoiar grupos de graduados do ensino superior,
agremiações femininas e associações de classe.
• Promover uma imagem positiva por meio de
testemunhos e oportunidades de pronunciamento
para associações profissionalizantes de mulheres.
Além de servir como importante fonte de mão de
obra para a indústria de mineração, a incorporação
das mulheres à força de trabalho tem outras
vantagens. O AIMM observou a redução da
rotatividade funcional, a melhoria do clima no
ambiente de trabalho, mais qualidade no processo
decisório e melhores condições de segurança e
dos equipamentos. O Instituto também diz que
as mineradoras constatarão a igualdade entre os
sexos como parte cada vez maior de sua licença
social para operar.
As páginas 24 a 27
apresentam mulheres
em várias ocupações no
setor da mineração –
seja como proprietária
de minas, técnica de
manutenção, diretora
de uma unidade de
produção ou estudante
de engenharia de minas.
ESTUDANTE DE
ENGENHARIA DE MINAS
PROPRIETÁRIA DE
MINA
TÉCNICA DE
MANUTENÇÃO
DIRETORA DE UNIDADE
DE PRODUÇÃO
Cat Global Mining / Viewpoint 23
Aluna de mineração, apaixonada pelo setor e
dedicada ao meio ambiente
Amelia Paul:
Amelia Paul não está bem certa do que
realmente fará quando se diplomar em
engenharia de minas. Mas está mirando
alto: provar ao mundo que o carvão é um dos
mais importantes recursos energéticos – e
a tecnologia pode deixá-lo limpo.
“Quero fazer pesquisas e acabar com essa
ideia de que carvão é ruim.” diz Paul, aluna
de 19 anos da Southern Illinois University em
Carbondale, Illinois, EUA.
Seu interesse pela mineração e o meio
ambiente começaram com as aulas do
pai. Bradley Paul é professor adjunto do
departamento de engenharia de minas da
faculdade. Ele também promove atividades de
pesquisa, das quais a menina participava já aos
10 anos de idade.
“Quando eu era pequena, sempre quis saber
o que o meu pai fazia no trabalho”, lembra-se
ela. “Eu sabia que queria cavar a terra. Pensei
em engenharia de minas ou arqueologia,
porque em ambas as profissões eu trabalho
com terra e faço trabalho manual. Queria estar
na mina.”
Paul é uma das duas alunas do programa de
engenharia de minas da universidade, situação
que considera difícil, mas incapaz de afastá-la
do caminho que escolheu.
“Ainda que eu seja
minoria extrema no
departamento,
isso não me
aborrece”,
diz ela.
“Gosto de desafios. Os rapazes tentarão me
testar, para ver se eu consigo mesmo dar conta
do trabalho. Tenho que provar para eles que
não estou aqui para perder meu tempo. Levo
isto muito a sério. Sou capaz de fazê-lo.”
DEIXAR UM IMPACTO
AMBIENTAL POSITIVO
Embora Paul esteja bem certa quanto ao
trabalho físico de mineração que quer fazer –
de preferência, em minas subterrâneas – ela
também não quer perder de vista o impacto
ambiental dessa atividade.
Um dos seus primeiros projetos com o pai
foi um estudo para uma usina elétrica que
buscava o melhor local para descarte das
cinzas soltas geradas durante a combustão do
carvão. “Eles nos enviaram amostras da cinza
e também da argila de dois lugares diferentes
onde pensavam em enterrá-la”, lembra-se ela.
“Avaliamos os solos para ver qual o melhor
repositório para a cinza. Aprendi que gosto
mesmo do lado ambiental da mineração.”
“Não quero trabalhar só com meio ambiente
o tempo todo, mas quero aplicar sua ciência
a tudo que eu estiver fazendo na mina”, diz
ela. “Nós deveríamos estar sempre pensando
nisso. Assim, durante a mineração, não
agrediríamos o meio ambiente.”
COMO ENCONTRAR A HARMONIA CERTA
Paul espera começar a trabalhar no ramo
assim que se diplomar, mas também pretende
concluir um doutorado. No último verão, ela
trabalhou como estagiária em uma mina,
participou de viagens de campo e quer
continuar explorando todas as oportunidades
antes de decidir o rumo de sua carreira.
“Quero fazer vários estágios e experimentar
muitos empregos antes de receber o diploma”,
diz ela. “Quero estudar e aprender sobre
diferentes regiões geológicas, rochas e falhas.
Quando receber meu diploma, quero estar
pronta para saber o que desejo fazer, tendo
passado por diferentes áreas. Já sei do que se
tratam algumas das oportunidades, mas ainda
não tive a chance de experimentá-las. E quero
fazer isso antes de assumir um compromisso.”
24 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
B elinda S hafer :
Proprietária de
Ser mulher em um ramo de predominância
masculina é a última das preocupações de
Belinda Shafer. Como coproprietária e gerente
responsável pelas operações cotidianas da Shafer
Coal, ela pensa mais naquilo que tem de aprender
neste ambiente em contínua transição para
garantir o sucesso da empresa.
Quando Shafer assumiu o cargo, há alguns anos,
ela sabia muito pouco sobre mineração. “Tive
de aprender tudo”, admite. “Trabalhava no setor
havia anos, defendendo os interesses da nossa
empresa e do setor carvoeiro no estado de West
Virginia, EUA. Mas realmente não sabia o que se
passava no dia a dia da lavra. Tive de aprender
sobre processos de mineração. Tive de aprender
sobre máquinas e vida útil de pneus, e tornei-me
perita em temas como graxas e óleos. E tive de
aprender a comandar uma equipe de 25 mineiros
que dependem de mim para tocar a empresa.”
Shafer admite ser como uma esponja quando
se trata de informações sobre mineração. Ela
participou de um recente Fórum de Mineração
patrocinado pela Cat Global Mining e preencheu
dois cadernos com anotações sobre maneiras
de melhorar o desempenho dos equipamentos,
aprimorar suas práticas de manutenção e
aumentar a produtividade da mina.
APRENDER NA PRÁTICA
Toda a carreira de Shafer na mineração consistiu
em treinamentos no trabalho. Ela começou a
trabalhar na Shafer Coal há pouco mais de 20
anos, ainda aluna do ensino médio, e continuou
intercalando períodos de trabalho na empresa
como escriturária e em outras funções de apoio.
Uma de suas maiores responsabilidades foi
servir como lobista em Charleston, capital da
West Virginia, durante uma fase de aumento da
legislação ambiental que projetava importantes
ramificações sobre o setor minerário.
“Praticamente vivi em Charleston durante vários
meses por ano e fiz contatos e pleitos, aprendi
como o governo funciona e participei de comitês
setoriais, ajudando a formular a legislação”, diz
ela. “Eu fui uma das poucas mulheres lobistas
para o setor de mineração, mas creio que isso foi
uma vantagem para mim. Falei de minha paixão
pelo setor e abri o coração, estabelecendo com os
legisladores relacionamentos que ainda hoje me
são úteis.”
Em 2008, Shafer tornou-se coproprietária da
empresa e repartiu as tarefas com seu sócio – ela
supervisionaria as operações diárias da mina,
ele se concentraria no futuro, descobrindo novas
mina com sede de saber e uma vigorosa dedicação aos seus funcionários
reservas de carvão, conseguindo arrendamentos e futuras
licenças.
“Não estávamos mesmo indo tão bem quanto queríamos,
em termos financeiros, e decidi que precisávamos nos
reestruturar”, diz ela. “Encontrei um investidor que tinha
muita confiança em mim, acreditava na minha paixão e
me ajudou a financiar a reestruturação.”
suas encomendas para apenas 1.500 toneladas por mês. “A empresa me disse que não
precisava do carvão porque estava com pouca demanda de eletricidade”, lembra ela.
“Precisei dispensar nosso pessoal e foi uma das decisões mais difíceis que já tive de
tomar.”
Shafer havia feito uma reserva para tais situações e conseguiu manter os benefícios de
saúde para todos eles e suas famílias. Em suas palavras, “Eu prometi que ia cuidar deles
e cuidei. O resultado é que alguns dos funcionários chegaram a se oferecer para trabalhar
de graça.”
CONFIAR NOS OUTROS
Shafer assume as operações do dia a dia, mas não se
pode pensar nem por um segundo que ela faça isso sem
ajuda. Ela confia bastante nos seus “Cavaleiros da Távola
Redonda” – a equipe da Cleveland Brothers, revendedora
de equipamentos Cat, o representante de vendas da sua
fornecedora de pneus, o gerente do seu banco e vários
outros fornecedores.
“Sou uma cliente que exige muita manutenção”, confessa
Shafer. “Faço muitas perguntas. Talvez por ser mulher
– não tenho medo de perguntar se eu não souber a
resposta. Meu representante de peças e serviços da
Cleveland Brothers disse que isso é bom. Precisamos de
mais mulheres neste setor; não temos receio de fazer
perguntas.”
Shafer considera todos os seus fornecedores como parte
da sua diretoria. “Eles são mais do que meus vendedores;
são minha família. Essas relações são importantes para
mim, por isso cuido bem delas. Confio neles e sei que
estão sendo sinceros comigo. Enquanto estivermos
minerando carvão, os números cuidarão de si mesmos.”
Todos têm um papel importante. “O trabalho do meu
pessoal é extrair o carvão com segurança e preservar o
meio ambiente. Meu trabalho é tornar isso possível para
eles”, diz Shafer. “O trabalho da minha revendedora é
cuidar do equipamento. Minha fornecedora de pneus se
responsabiliza pelo programa completo de manutenção
dos pneus. Espero que cada um cumpra suas funções,
para que possa me concentrar no meu trabalho. Estamos
todos juntos nisso. Se eu não vencer, eles também
perderão.”
CONQUISTAR O RESPEITO
“Quando assumi esta posição, houve certa relutância
por parte dos meus funcionários quanto a trabalhar
para uma mulher”, diz Shafer. “E achei normal. Eles não
estavam acostumados com isso. Decidi conquistar o
respeito deles e acho que consegui. Eles sabem que cuido
do seu bem-estar, da sua segurança e das suas famílias.
Em consequência, eles se dispõem a cuidar dos meus
interesses, confiar em mim e trabalhar duro para fazer
desta empresa um sucesso para todos nós.”
Em setembro de 2009, o estilo administrativo de Shafer
foi posto à prova. O maior cliente da Shafer Coal, uma
importante concessionária de energia elétrica, cortou
APRECIAR AS VANTAGENS
Uma das maiores vantagens que Shafer encontrou em seu trabalho no ramo da
mineração é o quanto ele a ajuda em seu papel de mãe solteira. Ela tem a flexibilidade
de que precisa: “Se precisar trazer as crianças para o escritório, eu trago. Se houver uma
viagem de campo, estarei lá. Isso me permite cumprir meus deveres de mãe solteira.”
As recompensas financeiras também fazem do setor uma ótima opção para
pais solteiros. “Há muitas mães solteiras com dois empregos para
conseguir pagar as contas no fim do mês”, diz Shafer. “Eu
consigo cuidar dos meus filhos e proporcionar-lhes um
bom estilo de vida. Posso trabalhar naquilo que faço e
ser a mãe que quero ser.”
“Tenho seguro. Tenho benefícios. Tenho
aposentadoria. E não é obrigatório ter diploma de
nível superior para ganhar dinheiro neste ramo.”
INCENTIVAR OS OUTROS
Shafer está entusiasmada para contar sua
paixão pela mineração para outras mulheres
do segmento. “Adoro notar que há mais
mulheres começando a participar”, diz ela.
“Adoro o setor. Adoro o que faço. Pode-se
escolher dentre muitas direções: operações,
engenharia ou um cargo como o meu.”
Ao pensar sobre o passado, Shafer queria ter
aproveitado as oportunidades para aprender um
pouco mais sobre uma série de fatores que caracterizam
o ramo. “Eu recomendaria fazer cursos sobre mecânica e
equipamentos, seja qual for a sua função na mina. Eu gostaria
de ter aprendido um pouco sobre transmissões, diferenciais, esse
tipo de coisa.” Shafer também acha importante entender como trabalha o
governo, porque a mineração é um setor bastante regulamentado em todo o mundo.
Acima de tudo, Shafer recomenda que as mulheres na mineração sejam apenas elas
mesmas. “Eu não quero ser um homem ou melhor do que eles. Não estou tentando
provar que posso fazer melhor do que outra pessoa qualquer”, diz ela.
Shafer não finge ser mais um dos funcionários. Além de ser respeitada como chefe, ela
também espera ser tratada como uma mulher. “Quando vou ao canteiro, uso vestidos
e saias – e botas com ponteira de aço”, diz ela, “e não acho que isso prejudique minha
capacidade de liderar e cumprir esse dever. Sou uma mulher: Mulher de fé, mulher de
paixão, mulher de carvão. Quando a pessoa assume o que é, fica mais forte.”
Uma das máximas prediletas de Shafer vem da falecida atriz norte-americana Marilyn
Monroe: “Não me importo de partilhar o mundo dos homens, desde que me deixem ser
uma dama entre eles.”
Cat Global Mining / Viewpoint 25
Técnica de equipamentos
dedicada a aprender mais e melhorar a cada dia
Gabriela Lenes Antialon:
Como estudante em busca de uma carreira
como técnica de equipamentos, Gabriela Lenes
Antialon era fascinada por fotos e vídeos dos
gigantescos caminhões Cat em minas do
mundo inteiro.
“Só conseguia observar seu tamanho e poder
de muito longe”, lembra-se ela. “Eu queria estar
lá, bem perto deles, frente a frente. Não ficava
satisfeita apenas em vê-los.”
Hoje, aos 22 anos, não foi só o sonho de
chegar perto deles que aconteceu; ela é um dos
responsáveis por mantê-los em ótimo estado.
Antialon diplomou-se pelo ThinkBIG, programa
da Caterpillar com duração de dois anos que
forma assistentes técnicos de equipamentos
Cat. Hoje, ela é técnica da Ferreyros, um
revendedor Cat no Peru, e trabalha na mina de
ouro Pierina, da Barricks, na região centro-norte
do país. Antialon faz a manutenção de várias
máquinas Cat da mina, incluindo caminhões
785C, pás-carregadeiras de rodas 992G
e 994G, motoniveladoras 16H,
tratores de esteiras D10R, D10T e
D8T e os buldôzeres
de rodas
834B.
de cada componente e observar como essas
máquinas trabalham no campo”, disse ela.
O programa combina instruções em sala de
aula com treinamento prático no campo e
em laboratórios. Os formandos recebem um
diploma de assistente em ciências aplicadas;
Antialon continuou seus estudos, com aulas
pela Internet ministradas pela Tecsup University
e pretende se formar em engenharia industrial.
Enquanto aluna do ThinkBIG, Antialon treinava
na oficina central da Ferreyros em Lima,
atuando no Centro de Recondicionamento
de Componentes, na oficina, na loja de
equipamentos usados e na locadora. Hoje,
ela continua o treinamento como técnica
do Service Pro Program, aprendendo
sobre motores e eletricidade, e adquirindo
certificações em outras áreas. Seu horário
flexível (oito dias no trabalho, seis dias de folga)
lhe dá liberdade para continuar com a formação
e o treinamento.
A carreira de Antialon é muito importante para
ela, que se encanta com as muitas vantagens
que a indústria da mineração lhe trouxe. “Eu
consegui melhorar a renda da minha família,
é claro”, diz ela. “Mas este trabalho também
me trouxe aprimoramento do ponto de vista
pessoal. Ele ampliou minha visão do mundo.”
Embora se destaque como mulher em um
campo essencialmente masculino, Antialon
diz que isso nunca foi problema para ela.
“Encontrei bons colegas, que me aceitaram
sem reservas”, diz ela. “Meus instrutores,
orientadores e os outros técnicos transmitiram
sua experiência e me orientaram nesse desafio.
Meus colegas foram pacientes e me apoiaram.
E meus pais entenderam que este é o meu
sonho e aquilo que desejo para a minha
vida. Graças a todos eles, consegui atingir
maturidade como profissional e tornar-me uma
pessoa melhor.”
“Já faz três anos desde que decidi trabalhar na
indústria da mineração e estou muito satisfeita
com isso”, diz ela. “Tenho sorte, pois quando
vou trabalhar a cada dia fico convencida de ter
escolhido a carreira certa.”
Com as aulas do ThinkBIG, Antialon aprendeu
a dar assistência técnica aos equipamentos Cat
usando sistemas de diagnóstico e manutenção,
tecnologias avançadas e ferramentas
sofisticadas. “Fui treinada para diagnosticar
seus problemas, entender o funcionamento
26 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
Antialon incentiva outras mulheres a aproveitar
as muitas oportunidades de trabalho na
indústria da mineração. “Novas ferramentas
reduziram o esforço físico exigido para fazer
este trabalho, deixando a vida mais fácil para
as mulheres – e os homens também – que
atuam neste setor”, diz ela. “Nós, mulheres,
podemos estudar para qualquer carreira que
escolhermos. Não faz diferença ser homem ou
mulher. Precisamos todos nos esforçar para
fazer bem feito e melhorar a cada dia. O que
importa é o trabalho e o empenho com que nos
dedicamos a ele.”
Tami Nelson:
Antiga funcionária
Quando Tami Nelson entrou para o ramo da
mineração, em meados da década de 80 com
o diploma de engenheira metalúrgica, ela
nunca pensou no fato de ser mulher no que
era considerado um mundo de homens.
“Nunca me ocorreu que eu enfrentaria
desafios como mulher neste ramo”, diz
Nelson, com uma carreira de mais de 20
anos na Caterpillar Inc., hoje atuando como
diretora geral da Cat Underground Mining na
Tasmânia, Austrália. “Nem me dei conta disso.
Portanto, isso nunca foi problema para mim.”
Quando garota, ela testemunhou o
movimento feminista e estava ansiosa para
aproveitar as portas que aquelas mulheres lhe
abriram. “Eu sabia que colheria os benefícios
trazidos por aquelas pioneiras”, disse ela.
“Nunca pensei em mim mesma como uma
delas.”
A ESCOLHA DE UMA CARREIRA
Nelson escolheu a faculdade por causa de seu
domínio em matemática e ciências. “Comecei
na engenharia química, porém, depois de
investigar todas as diferentes opções, acabei
decidindo pela ‘engenharia metalúrgica
extrativa’ – que na verdade trata da extração
dos metais e de sua comercialização como
produto primário. No entanto, ao me formar,
não havia muitas vagas disponíveis para
trabalhar diretamente no setor de mineração.
Fiquei muito satisfeita quando tive a
oportunidade de entrar em uma empresa
como a Caterpillar, onde pude manter minha
conexão com o setor.”
Hoje, ela comanda duas instalações de
produção e uma equipe de projeto, depois
de ter ocupado os mais variados cargos na
Caterpillar. Quando esteve no marketing,
desenvolveu o projeto da gigantesca exposição
da empresa na MINExpo. Mais tarde, foi
gerente de operações em uma fábrica de
escavadeiras na China. Ela também ocupou
vários cargos de engenharia, em diferentes
divisões, tais como produtos químicos,
tratores de esteiras, laboratório de engenharia/
metalurgia de tratamento térmico e metais
em pó.
A indústria da mineração proporcionou-lhe
uma vida como nunca imaginara. “Nunca
pensei que iria à Ásia ou visitaria Bangkok.
Lembro-me de ter visto uma foto no meu livro
de estudos sociais da sexta série e sempre
quis ir lá. Eram os sonhos de uma garota de
Dakota do Sul. A mineração abriu muitas
portas para mim. Adorei.”
de mineradoras, grata pelas oportunidades que o segmento lhe proporcionou
Nelson sente-se melhor no ambiente da produção. “Gosto muito
da fabricação”, admite. “Adoro o movimento. Gosto de trabalhar
com as pessoas do setor de produção. Gosto de passar o dia no
prédio, caminhando pelas seções, conversando com as pessoas,
vendo o que fazem. Não sou a melhor das executivas; sinto-me
mais à vontade em meus calçados com bico de aço.”
ENFRENTAR OS DESAFIOS
Ser mulher em uma função tradicional
masculina agravou os desafios do seu
cargo? “Não dou muita atenção à
questão de ser ou não tratada de
forma diferente por ser mulher”,
disse ela. “É verdade que às
vezes as pessoas ficam me
observando para ver se eu
vou agir de forma diferente
por causa disso. Acabo
usando essa atitude a meu
favor. Porque, quando eu
não fracasso – e talvez faça
certas coisas que eles não
esperavam – todo mundo fica
sabendo. Bom ou mau, todos
estão observando.”
A recente crise econômica foi um
desafio, admite Nelson, mas não pelo fato
de ser mulher. “Precisei dispensar algumas
pessoas”, diz ela. “Foi uma das decisões mais difíceis
que já tive de tomar. Posso ter chorado durante a volta para
casa nos dias das dispensas, mas não creio que isso mostre que
sou frágil. Acredito que eu seja um dos gerentes mais duros da
empresa. No entanto, sou justa, cuido do meu pessoal e quero que
eles saibam disso. Não tem nada a ver com o fato de ser homem
ou mulher. Acho que é mesmo o meu próprio jeito de ser.”
Numa recente reunião geral de funcionários, Nelson não encontrou
más notícias a dar. “Eles atingiram nossas metas de qualidade e
produtividade”, comentou. “Juntos, estamos aprendendo o que
somos capazes de fazer. Tenho muito orgulho do meu pessoal.”
O respeito é mútuo. Quando não houve provisão para horas extras
no orçamento, funcionários da administração vieram durante a
noite e pintaram pisos e paredes para uma nova configuração da
linha de montagem. “Quando chegou a hora de reconfigurar
outra linha de montagem, minha equipe cuidou de tudo
enquanto eu estava fora da cidade”, diz Nelson.
“Eles quiseram me fazer uma surpresa.”
ALGUNS CONSELHOS
Nelson preferiu lidar com a desigualdade
dos sexos no setor de mineração pela
indiferença. “Eu nunca entendi por que
tinham de ser diferentes”, disse ela. “Eu
trabalhava com meu pai no negócio de
peles desde quando era menina. Era
capaz de fazer tudo o que fosse preciso.
Tenho o mesmo diploma de muitos
homens. Fiz os mesmos trabalhos. Não
há mesmo nenhuma diferença.”
Seu conselho para as mulheres deste
segmento: “Não esperem tratamento especial.
Vá e faça. É o seu trabalho. Preste atenção em
como você se comporta e no tratamento que espera
receber dos outros. Quero ser respeitada por ser quem sou e
pelo que estou realizando.”
Hoje é muito mais fácil aceitar as mulheres no trabalho do que há
apenas uma década, diz ela, e a situação vai continuar melhorando.
“Sempre haverá alguns que nunca vão mudar de opinião e não
vão querer ouvir. Não é possível transformá-los, portanto não se
preocupe com eles.”
Seja qual for o motivo, a estratégia de Nelson foi boa para a
empresa. “Apesar da crise, atingimos nossos objetivos financeiros”,
disse ela. “E os índices de motivação dos nossos funcionários
também subiram.”
“Concentre-se nos seus objetivos”, diz ela. “Você pode transformar
qualquer coisa em realidade.”
Ela pode até se incomodar se alguém a chamar de mãezona, mas
ouvindo Nelson falar da sua equipe de funcionários de Burnie,
torna-se claro que a relação entre eles é de mútua confiança e
dedicação. “Sou gerente dos funcionários da oficina”, diz ela.
“Protejo mesmo o meu pessoal.”
Nelson é ativa na indústria da mineração e em uma série de
organizações comunitárias. Ela também é contribuinte ávida de sua
alma mater, a South Dakota School of Mines, onde patrocina duas
bolsas de estudo.
Quando Nelson chegou a Burnie, ela fez algumas alterações que
logo deixaram os funcionários na defensiva. “Minha chegada
perturbou o ambiente”, admite ela. “O gerente anterior tinha feito
um excelente trabalho e era querido. No entanto, há vezes em que
a organização se beneficia de uma nova perspectiva – exatamente o
que eu trazia.”
Pouco a pouco, Nelson estabeleceu relações com seu pessoal e
eles começaram a ver progressos admiráveis. “Foi impressionante
o que aconteceu quando criamos aquela confiança mútua”, diz ela.
RETRIBUIÇÃO
A Bolsa de Estudo Ralph Hurlbert homenageia seu professor de
química e física no ensino médio, “que realmente fez a diferença
em minha vida com apoio, motivação e incentivo.” A segunda, em
memória de seu pai, Larry E. Huisenga, é concedida ao aluno que
demonstrar interesse em música vocal. Huisenga era um cantor
que gostava de apresentar todos os tipos de música. Nelson
também participava de programas desta natureza na faculdade e já
integrou o Coral Misto de Funcionários da Caterpillar.
“Dar oportunidades aos jovens é importante para mim”, diz ela.
“Eu fui aluna bolsista e quero retribuir, tornando a universidade
possível para outros como eu.”
Cat Global Mining / Viewpoint 27
Caminhões Cat 797B trabalhando na
mina de carvão Belle Ayr, no Wyoming,
chegaram a acumular 8.069 horas
de operação em um único ano. Isso
corresponde ao fenomenal índice de
utilização de 92,8% - um feito de
altíssimo nível. Além disso, vários
caminhões Cat trabalhando na mina
atingiram e superaram a marca das
8.000 horas durante os últimos anos.
CAMINHÕES em
BELLE AYR SUPERAM
.
.
“Um bom produto com um bom suporte, nas
mãos de uma força de trabalho experiente e
dedicada, são fundamentais para atingirmos
nossas metas de utilização”, disse Ken Ferguson,
superintendente de manutenção das minas Belle
Ayr e Eagle Butte, da Alpha Coal West. “Nosso
pessoal de manutenção trabalha em sintonia com
as operações de mineração e o revendedor Cat.”
8.000.
H o r a s:
ÍNDICE DE UTILIZAÇÃO DE 93%
O trabalho de equipe foi o principal responsável
pelo recorde no índice de utilização de caminhões
em Belle Ayr, mas planejamento meticuloso e
atenção a todos os detalhes que mantêm a frota
em serviço são a ordem do dia na mina da Alpha
Coal West.
“A utilização dos recursos de classe mundial já
fazia parte do modelo da Foundation Coal antes
de sua fusão com a Alpha Natural Resources em
2009”, explica Shane Durgin, superintendente
de operações de Belle Ayr e Eagle Butte, as duas
minas da Alpha na bacia do rio Powder. “Nossa
meta de utilização tem estado em nível mais alto
do que outras em todo o mundo.”
“Graças a um processo de melhorias contínuas,
aplicando os princípios da Teoria das Restrições
e dos métodos 6 Sigma e Pensamento Enxuto,
identificamos variâncias e consolidamos planos de
ação”, continua Shane. “Os dados do Sistema de
1
28 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
Gerenciamento de Informações Vitais (VIMS) de
cada caminhão Cat são enviados pelo nosso sistema
de informações da mina e avaliados em busca de
eventos capazes de paralisá-lo.”
Este processo e as providências subsequentes
deixam pouco para o acaso. A Belle Ayr administra
com cuidado o planejamento, a programação
(incluindo troca programada de componentes)
e a execução da manutenção, assim como
o treinamento dos operadores, o feedback
do desempenho de cada um, a construção e
manutenção das estradas de transporte, as trocas
de turno, o reabastecimento e praticamente tudo
que possa influenciar os índices de utilização de
equipamentos.
A Belle Ayr traça um paralelo entre horas de
caminhão e produção. E os números confirmam
o conceito. Em 2009, o 797B que acumulou 8.069
horas de operação movimentou 10,5 milhões de
toneladas métricas (11,5 milhões de toneladas
curtas) de estéril. Outro 797B, no mesmo transporte
curto de terra de escavação registrou 7.699 horas
para chegar a um índice de utilização de 92,7%.
No processo, o caminhão transportou 10,2 milhões
de toneladas métricas (11,2 milhões de toneladas
curtas).
A FROTA QUE TRABALHA
A Belle Ayr movimenta estéril e carvão servindo-se
de caminhões e pás. Uma razão estéril/minério
de 3,5:1 e um leito de carvão com 21 metros
(70 pés) de espessura mobilizam as máquinas
maiores para expor o carvão. Nove Cat 797s e duas
793s trabalham com quatro pás diferentes na
remoção do estéril. Todos os caminhões Cat usam
carrocerias MSD II otimizadas para o terreno da
mina, conseguindo o menor custo por tonelada
transportada.
Duas das pás suspendem 109 toneladas métricas
(120 toneladas curtas), exigindo apenas três ciclos
2
para carregar com eficiência um caminhão 797.
Outra pá carrega um 797 em quatro ciclos, enquanto
uma outra trabalha com os caminhões Cat 793. A
frota de movimentação de estéril movimenta cerca
de 70 milhões de metros cúbicos (92 milhões de
jardas cúbicas) de material por ano. Esse material –
principalmente argilitos e siltitos com algum arenito
– pode ser bastante macio. O efeito mais negativo
costuma ser o desafio das condições do solo nas
faces de carga.
Duas carregadeiras de carvão trabalham com
caminhões equipados com carrocerias adaptadas
para o produto. Uma escavadeira hidráulica remove
os 2 metros (6 pés) inferiores do leito de carvão
para lidar melhor com condições de umidade e solo
ruim. A meta de produção carbonífera para 2010 é
de 23,1 milhões de toneladas métricas (25,5 milhões
de toneladas curtas).
Dentre os 797s, há dois caminhões 797F em préprodução que foram entregues à Belle Ayr pela
Caterpillar para estudos de acompanhamento
no campo. Os dois caminhões acumularam
milhares de horas de trabalho em turnos normais
de produção com outros 797s – enquanto os
técnicos da Caterpillar monitoravam de perto o seu
desempenho.
Cada caminhão é equipado com GPS, que ajuda
no rastreamento e na atribuição de tarefas. E cada
uma das pás usa o Sistema de Terraplenagem por
Computador (CAES) da Cat, como referência de
orientação pelo controle do declive na bancada.
Além disso, as pás antigas foram remodeladas com
sistemas de tração digitais, tornando a operação
mais eficiente.
“Usamos programas
de desenvolvimento e
acompanhamento no
campo para ver o que
dá certo aqui”, explica
Durgin. “Tentamos nos
manter na vanguarda
da tecnologia;
perguntamo-nos
sempre se determinada
tecnologia terá valor para
nós. Os fornecedores
podem nos ajudar a
chegar a conclusões.”
ADMINISTRAÇÃO DE ESTRADAS E PESSOAS
A Belle Ayr considera estradas de transporte bem
construídas e conservadas uma necessidade para
manter elevada a utilização dos caminhões. Estradas
permanentes têm 45 metros (150 pés) de largura e
1/ A pá de 109 toneladas métricas
(120 toneladas curtas) de Belle Ayr
consegue encher com eficiência um
caminhão 797B em apenas três
ciclos de operação.
3
2/ Planejamento meticuloso e
atenção aos detalhes estão na
ordem do dia para Shane Durgin,
superintendente de operações
da lavra.
3/ Dois dos Cat® 797B de alta
disponibilidade da Belle Ayr trocam
de posição para a pá.
Cat Global Mining / Viewpoint 29
são construídas segundo altos padrões, com base de
argila e camada de acabamento de brita. Escrêiperes
Cat trabalham com a brita durante a construção e a
reconstrução da estrada, conforme necessário para
escavar um trecho macio.
O treinamento dos operadores, o feedback de seu
desempenho, os incentivos e a cultura da força de
trabalho também afetam o modo de trabalho de
caminhões e pás. A Bell Ayr dá atenção a todos esses
aspectos. Existem na mina os cargos de treinador de
operadores e treinador de manutenção.
Cinco motoniveladoras Cat, quatro modelos 24H e
um 16H, fazem o acabamento e a manutenção das
estradas na mina. Sistemas de Controle de Análise
de Estrada (RAC) nos caminhões Cat transmitem
informações para a central, identificando trechos
inadequados nas estradas de transporte. Quando
surge um problema, pode-se enviar rapidamente
uma motoniveladora ao local. Além disso,
buldôzeres de rodas Cat 854 restauram as zonas
de carregamento e podem ser despachados para
cuidar de derramamentos dos caminhões nas
proximidades.
A vida útil dos pneus dos
caminhões é testemunho
do sucesso do programa
de conservação das
estradas. Os pneus de
um 797 duram em média
6.000 horas, enquanto
nos caminhões menores
chegam a 11.000.
Primeiro, os operadores de caminhão praticam em
um simulador antes de qualquer contato com os
veículos da produção. O treinador irá acompanhálos ao volante no caminhão de produção e, se for
preciso, reconduzi-los ao período de treinamento.
Alguns dos indicadores para repetição do
treinamento vêm dos dados do VIMS, que mostram
os erros de operação. Esses problemas são avaliados
e então o treinador de manutenção recomenda as
providências corretivas a tomar.
Da mesma forma, cada operador recebe feedback
preciso e imediato. Cada operador de caminhão,
por exemplo, fica sabendo dos tempos de espera,
carga útil média, tonelagem transportada e outros
indicadores de desempenho. O programa de abonos
trimestrais baseia-se em segurança, produtividade
e disponibilidade do equipamento. O planejamento
e a coordenação entre gerentes também é vital
para obter o máximo dos caminhões e de outras
máquinas.
Obviamente, as pessoas são um fator
importantíssimo para aproveitar ao máximo
os equipamentos da mineração. Talvez não
haja nenhum evento programado que supere a
troca de turno em seu potencial de derrubar o
aproveitamento e a produção de uma máquina. O
Indicador Chave de Desempenho (KPI) da Belle
Ayr é de 32 minutos para uma troca de turno. O
desligamento programado envolve a parada dos
caminhões em diferentes lugares e diferentes
horários, com veículos de transporte de pessoal
levando os operadores até os caminhões.
COMO FAZER A FROTA RODAR SEM PARAR
A programação e a execução da manutenção em
Belle Ayr são fatores essenciais para aumentar a
utilização das máquinas e a produção. "Avaliar as
situações a longo prazo contribui para que todos
tomem as melhores decisões", comenta Ferguson,
quando perguntado sobre a dificuldade de
coordenar os trabalhos de manutenção e produção.
Essa estratégia é reforçada pelo uso preferencial
de informações quantificáveis para melhorar os
processos e atingir os objetivos.
Durante as trocas de turno também ocorre o
reabastecimento. O sistema de abastecimento de
30.300 litros (8.000 galões) instalado no caminhão
articulado Cat 740 complementa uma plataforma
de reabastecimento maior e mais tradicional.
O coordenador de operações renova toda a
programação para cada troca de turno. "Trata-se
de um evento planejado", diz Durgin. "Ele muda o
tempo todo e por isso é preciso coordenar cada troca
de turno."
1
1/ Ken Ferguson, superintendente de
manutenção, explica como a manutenção
especializada das estradas de transporte
contribui para a formidável vida útil dos pneus.
2/ As estradas permanentes da lavra são
construídas segundo altos padrões, com base
de argila e acabamento em brita.
3/ Um caminhão articulado Cat 740
complementa uma plataforma de
reabastecimento maior e mais tradicional.
4/ O sistema de carregamento da Belle Ayr
enche um trem de 150 vagões em quatro horas.
30 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010:
issue 7edição 7
Para cuidar das máquinas, a Belle Ayr adota
contratos de manutenção e reparo (MARCs)
2
com fornecedores de primeira linha. A
Wyoming Machinery, revendedora regional
da Cat, mantém técnicos na mina para
cumprir o MARC dos caminhões Cat.
Um técnico faz todos os dias a inspeção
visual de cada caminhão visando detectar
pequenos problemas antes que eles se
tornem grandes. Três dias antes da data
programada para cada manutenção
preventiva (MP), o técnico da Wyoming
Machinery faz uma inspeção de 15 minutos,
incluindo uma entrevista com o operador
do caminhão. Todas as peças e os materiais
de reparo necessários são encomendados
imediatamente, para que estejam à mão
quando o caminhão chegar para sua MP
agendada. A Wyoming Machinery mantém
estoque de componentes recondicionados
pela revendedora. A ideia é não deixar
nenhum caminhão parado por mais
de 12 horas para MP e reparos – e que
ele trabalhem sem outras revisões até a
próxima MP.
A Wyoming Machinery também faz testes
de ultrassom no chassi e nos parafusos
de cabeça boleada do sistema de direção
dos caminhões durante cada MP. A coleta
regular de amostras dos líquidos com
análise e laudo subsequentes também
fazem parte do programa.
Da mesma forma, a substituição
programada de componentes contribui
para a grande disponibilidade mecânica
e os índices de utilização obtidos na
Belle Ayr. Os esquemas de substituição
programada de componentes são detalhados
por mês, para os 24 meses seguintes, e
por ano, para mais três anos. Os técnicos
monitoram os componentes com cuidado
quando se aproxima o fim da vida útil
prevista para cada um. Pode-se prorrogar
3
4
este prazo conforme os resultados desse
monitoramento permitirem.
No entanto, a troca de alguns componentes
deve seguir um programa rígido. Trocam-se
os injetores de combustível, por exemplo,
na metade da vida útil do motor, a fim de
manter o rendimento do combustível e
reduzir as possibilidades de defeito. Os
sistemas de combustível também recebem
atenção especial, com filtros de 6 mícrons
instalados nos caminhões-tanque e
reservatórios maiores.
Os recondicionamentos da carroceria dos
caminhões também entram na programação
e as trocas são coordenadas com outras
tarefas de manutenção. A Belle Ayr tem
uma dupla de funcionários que realinha
as carrocerias para material estéril a cada
20.000 horas e aquelas para carvão a cada
50.000 horas. Torna-se muito demorado
restaurar carrocerias para estéril depois das
60.000 horas, devendo-se substituí-las antes
que completem 80.000 horas de serviço.
A oficina da Bell Ayr também cuida da
caçamba das pás e da lâmina dos dôzeres,
além de atender a outras necessidades de
fabricação.
Combinando práticas responsáveis
de manutenção com boas técnicas
operacionais, máquinas de mineração
robustas e suporte técnico abalizado,
programações precisas e uma força
de trabalho motivada, a Belle Ayr vem
tornando possível atingir ou superar as
8.000 horas de operação por ano com seus
caminhões Cat. E a estratégia está valendo
a pena, com o aumento da eficiência na
produção e a redução do custo por tonelada.
BELLE AYR: PIONEIRA DA
INDÚSTRIA CARBONÍFERA
REGIONAL
Sendo a primeira mina independente
a funcionar na bacia do rio Powder e
a primeira a despachar carvão para
instalações distantes, a Belle Ayr é a
pioneira da indústria carbonífera regional
centrada no nordeste do Wyoming. A Amax
Coal abriu a mina em 1972, inaugurando
um exemplo amplamente copiado por
outras empresas do condado de Campbell.
Hoje, as mineradoras da bacia enviam
mais de 363 milhões de toneladas
métricas (400 milhões de toneladas
curtas) por ano.
As remessas de carvão da Belle Ayr
totalizavam 26,1 milhões de toneladas
métricas (28,8 milhões de toneladas
curtas) já em 2008. No primeiro semestre
do ano em curso, com 10,8 milhões
de toneladas métricas (11,9 milhões
de toneladas curtas), esses embarques
refletiram a redução da demanda pelo
carvão da bacia. A meta de produção para
2010 é de 23,1 milhões de toneladas
métricas (25,5 milhões de toneladas
curtas).
A Belle Ayr explora o famoso veio
Wyodak-Anderson, que varia de 21 a 27
metros (70 a 90 pés) de espessura na
propriedade. O carvão sub-betuminoso
e com baixo teor de enxofre segue por
trens de 150 vagões até o entroncamento
atendido pelas ferrovias BNSF e Union
Pacific. O sistema de carregamento é
capaz de encher um desses trens em
quatro horas.
Embora a camada de estéril venha se
aprofundando à medida que a mineração
avança, as reservas carboníferas da Belle
Ayr chegam a 204 milhões de toneladas
métricas (225 milhões de toneladas
curtas). Já beirando os 38 anos de vida,
esta pioneira da mineração não dá mostras
de se aposentar.
Cat Global Mining / Viewpoint 31
PÁ CAT 5130 COM
MUITAS HORAS DE USO PEGA SEU ÚLTIMO CARVÃO
Depois de uma ilustre carreira de mais de 15
anos movimentando carvão e estéril na mina
Jewett, da Texas Westmoreland Coal Company,
uma pá hidráulica de mineração Cat 5130,
carinhosamente apelidada de "Boo-One",
encontrou seu descanso, depois de 115.863
horas de serviço apontadas (SMUs). Também
conhecida como 5130-5ZL00024 e BH0001, a
Boo-One foi produzida em 28 de fevereiro de
1994 e vendida, com assistência técnica, pela
distribuidora Holt Cat.
32 Cat Global Mining / Viewpoint / 2010: edição 7
A Boo-One, primeira Cat 5130 na configuração
de retroescavadeira, deixa um legado de
confiabilidade e produtividade. A pá trabalhava
em média 19,5 horas por dia na mina Jewett,
um complexo minerário de superfície com
14.160 hectares (35.000 acres) que explora
cinco poços localizados entre Dallas e Houston,
no Texas, EUA. Outra 5130 continua a
trabalhar na lavra, registrando 65.000 SMU.
A Caterpillar Inc. anunciou que vai construir
uma avançada unidade de produção em
Tianjin, China, para aumentar sua capacidade
mundial de produção de motores de grande
porte. Quando estiver em operação, em 2013,
a fábrica se tornará sua terceira fornecedora
global de motores da série Cat 3500. A fábrica
em Tianjin terá como foco a produção de
motores para clientes da China e da região do
Pacífico Asiático. O projeto de US$ 300 milhões
representa o maior investimento da empresa na
China em instalações para motores novos.
CATERPILLAR DIVULGARÁ
CAMINHÕES VOCACIONAIS
A Caterpillar divulgará seu primeiro modelo da
linha completa de Caminhões Vocacionais Cat,
o Cat CT660, na CONEXPO, em 22 de março de
2011. A venda e a manutenção dos caminhões
da Classe 8 serão feitas exclusivamente pela
rede de Revendedores Cat Norte-americanos,
e a produção será iniciada após a CONEXPO
para que sejam entregues aos clientes no fim do
mesmo ano. Os caminhões oferecerão soluções
personalizadas para diversas aplicações de
trabalho – da remoção de pedras e o transporte
de lixo ao corte de madeira e o derramamento
de concreto. A Caterpillar oferecerá os
Caminhões Vocacionais Reforçados com
Cabine Curta com a gama completa de opções
de classificação de motores e capacidades de
torque populares.
AQUISIÇÃO EXPANDE O
PORTFÓLIO DA PROGRESS RAIL
SERVICES
A Progress Rail Services, subsidiária integral
da Caterpillar, finalizou a aquisição da ElectroMotive Diesel (EMD) – coerente com a meta
de crescimento agressivo da empresa no
setor de Sistemas de Energia. A Progress Rail
Services é uma das maiores fornecedoras de
produtos e serviços ferroviários e de trânsito
da América do Norte, incluindo: reparo e
atualização de locomotivas, remanufatura de
locomotivas, reparo de trilhos, soldagem e
substituição de trilhos, instalação e criação de
placas, equipamentos de manutenção de trilhos,
recuperação e reciclagem de peças.
» Para obter mais novidades
da Caterpillar, acesse o site
www.cat.com.
CATERPILLAR PRODUZ 500º
CAMINHÃO 797
tratores de esteiras, grandes pás-carregadeiras
de rodas e motoniveladoras.
A Caterpillar acaba de fabricar e enviar o 500º
caminhão de grande porte para mineração
modelo 797, destinado à fornecedora de
uma mina de carvão na Austrália. O 797F
que assinala este marco representa a terceira
geração do maior caminhão de tração mecânica
já construído. Com capacidade de carga útil
de 363 toneladas métricas (400 toneladas
curtas), o 797F continua o legado do 797 na
liderança dos caminhões para mineração de
classe ultra. O primeiro 797 iniciou seus testes
operacionais no final de 1998 e seu contingente
no campo já chegava a 250 em 2007. Nos três
anos seguintes, a Caterpillar fabricou e entregou
outras 250 unidades do seu carro-chefe para
grandes operações minerárias na Austrália, na
América do Norte e na América do Sul.
CATERPILLAR COMEMORA 25
ANOS DE RECONDICIONAMENTOS
CERTIFICADOS
CATERPILLAR AUMENTARÁ
CAPACIDADE EM CAMINHÕES
A Caterpillar Inc. anunciou uma série de
investimentos que, ao longo dos próximos
quatro anos, reforçará de maneira significativa
a posição da empresa como líder na
fabricação de produtos e soluções
para a indústria global da mineração.
O interesse inicial nos novos
caminhões Cat 795F AC tem sido
forte, e a empresa aumentou seu
ritmo de produção programada
para 2011 em mais de 40% a fim
de atender à demanda em todos
os maiores mercados do setor no
mundo inteiro. No início de 2012, a empresa
também pretende produzir unidades-piloto
do caminhão 793F AC, com carga útil de 218
toneladas métricas (240 toneladas curtas). Da
mesma forma, a empresa vem acelerando seus
planos de expansão da capacidade em Decatur,
Illinois, EUA, anteriormente anunciados para
caminhões, com expectativa de mobilização de
mais 30% no início de 2011.
A Caterpillar iniciou o Programa Cat de
Recondicionamento Certificado (CCR) em 1985.
Vinte e cinco anos mais tarde, em 2010, foi
recondicionada pelo programa a máquina de
número 5.000. Somente em 2009, revendedores
Cat em todo o mundo concluíram 500
recondicionamentos integrais que, em média,
custaram para os proprietários de 40 a 50%
menos do que comprar uma máquina similar
nova – muito embora o processo implique
desmontar a máquina até o chassi e depois
reconstruir tudo pelas especificações da nova.
As estruturas e os componentes principais
de uma máquina Cat foram projetados para
preservar sua integridade fundamental ao
longo de toda a sua vida útil, tornando possível
reconstruir a máquina, de maneira econômica,
segundo as rigorosas diretrizes do Programa
CCR.
notícias
dA
CATERPILLAR CONSTRUIRÁ
FÁBRICA DE MOTORES DE GRANDE
PORTE NA CHINA
caterpillar
RIO TINTO AMPLIA CONTRATO
COM CATERPILLAR
A Caterpillar Inc. anunciou um contrato de
cinco anos com um grupo de mineração
internacional líder de mercado, Rio Tinto,
para oferecer suporte e fornecer uma ampla
variedade de equipamentos Cat para minas
da Rio Tinto no mundo todo. Trata-se do
segundo contrato quinquenal consecutivo
entre as duas empresas, porém expandido
para a linha completa de equipamentos Cat.
Como parte desse contrato, a equipe de
mineração da Rio Tinto, os revendedores Cat e
os funcionários da Caterpillar trabalharão em
conjunto para melhorar o desempenho das
máquinas e dos locais de mineração. A maioria
dos equipamentos fornecidos pela Caterpillar
será para mineração de superfície, incluindo
caminhões de mineração de grande porte,
NOVA PÁ-CARREGADEIRA DE
RODAS OFERECE MAIS EFICIÊNCIA
NO CARREGAMENTO A nova opção de Levantamento Alto Estendido
(EHL) da pá-carregadeira de rodas Cat 994F
permite que esta popular máquina de mineração
carregue caminhões Caterpillar 793 ou similares
com mais eficiência. A articulação EHL
proporciona mais 1.075 mm (42 polegadas)
de altura livre de descarga comparada à do
sistema de Levantamento Alto. Essa altura
adicional facilita o carregamento de um
caminhão da classe de 227 toneladas métricas
(250 toneladas curtas). Para reduzir os tempos
de ciclo, o operador pode sair com a 994F de
marcha à ré, afastando-se do caminhão sem
inclinar a caçamba para trás. Em um teste de
carregamento de um caminhão 793 com a nova
articulação, houve uma redução de 5,5% no
tempo de ciclo, o que resultou em um aumento
de 5% na produção. O levantamento adicional
também permite que o operador faça o último
despejo sem empurrar o material.
Cat Global Mining / Viewpoint 33
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Portuguese and Chinese. Text-only versions of
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