orgao do cr ~ m

Transcrição

orgao do cr ~ m
I
O R G A O DO C R ~ 10
M C U L I I J l i A l , .'SANrl'A M A I I I A "
Tantas almas se perdem e se condenam. N5o hover6
quem trabalhe na salvagtio das almas?
Em qualquer estado de vida podemos nos dedicar na
obra de salvagGo.
Oeus quer se servir do homem para salvar o homem.
Faga parte dos que estGo com Nosso Senhor nessa
luta, a mais sublime e meritbrio das lutas.
Lute e trabalhe para que seu filho, seu pai, seu
colega. seu paroquiano salve sua alma.
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0 IDGSBIRAVADO'R.
P E R ~ D I C OBIMESTHM 00 GREMIO MA
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I'E. JOSE 1Ll3JWOIJE W C A K h l O
MOACIR ANIIIU\I)E DIi PAIIIA
SUPEHVIS~O
HI~ItIDAI.LX)CAIUWSO L)E l3NlROS
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lllilNALDO RODKIOUES DOS W T O S
MI.TON IIODRIQLJESLXS W f O S
1.LIV. ILIA'I~IQIJEUli <)l.bWRA
FRANCIS(?O 1)E ASSIS SlLVA
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SllliF'1Ill.%JN $INIJI~I~I:I:HI1EIRA
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Editorial
*\ miquiio m:lis <i~[fltlneC I L I ~ : I I ~ L I C I II ~) O C ~ Ctealwar
alms
xi
6 coopel-ilf :la salvaqiio
cia:,
/
Sim, se Nosso Senhor Jesus Cristo se fez honiem, sofieu e man-err na C ~ L Ipor
Z
nos, que coisa n~aiore mais sublitne pode liaver do que cooperar con1 Ele em sua obra
de Rctlen~iio
Mas, alyuem poderii dizer que nil0 e padre, pdra salvar almas e nos respondernos
cllle a salvaqlio das almas e obr-a para todos
k obra para o missionhio que de Cruz na miio brada explicitamente "salva tua
alma". k obr-a dos pais que ten1 que encaminliar seus filhos para o ceu. E obra do
prof'esso~-que pelo ereniplo e palavras pode colocar seus alunos na senda da salvaqTio.
Sim, sempre ha algum be111 a fazer as almas. Uma oraqlio a ensinar, uma niedalha
milagl-osa a presentcar, L I ~ Iconselho ii coufissiio sempre podem ser feitos.
Cliamar Ltln padre para visitar uni enfernio grave e Ihe ministrar os Sacramentos,
por eseniplo, e utn bem incomensurivel.
E, dira outre, se eu niio tiver diante de mim oportunidade de realizar a@es? Voc6
senlpre terh seu terqo para rezal- pelos pecadores, sempre tera sacrificios a fazer por eles.
Santa cfel-esinlindo hllonino Jesus convetleu ini~merasalmas seln sail- do Cal.lnelo
de Lisie~~x
e por estas convers6es, por seu zelo, a Santa lgreja Catolica a apresenta
como padrocit-a das missdes.
Portanto, vamos corneqar em nossos circulos, no nosso trabalho, em nossa casa,
em nosso bairro, a trabalhar pela salvaqiio das almas, fa~aniosmesmo uma cruzada
nesse sentido e comecemos pela nossa alma, mudando-a para melhor e depois ... bem,
depois ha ~ t n in~undoa conquistar para Nosso Senhor e com auxilio de Nossa Senhor
isso se reatizari.
4
Ha coisa de uns \Ante anos atras, nll:na banca de comidas japonesas, eu conheci e provei o
delicioso bolinho frito de legumes e carnal )s, cbamado tempura de camario.
Apreciei muito, mas, achei estranho wna fritura na culinaria japonesa. Como seria isso?
Recentemente, li em um jornal cotidiano, numa sessso de culinaria a historia do. delicioso
bolinho. Com a foto de S i o Francisco Xavier ao alto, o artigo trazia o historic0 e a receita do tempura
de Camario.
Em resumo, dizia o artigo que, quando S i o Francisco Xavier missionou o Japio, com um
numero enorme de conversGes, os japoneses convertidos passaram a praticar seriamente a nossa
Religiso. E essa seriedade incluia a observancia dos varios dias de jejum e abstinencia de carne que
entio eram previstos, entre os quais as temporas do Advento e as temporas da Quaresma.
Para auxiliar os japoneses, nessa observancia, os que acompanhavam SSo Francisco Xavier,
certamente a instancias do santo, ensinaram aos catolicos japoneses a fazer frituras e o nosso
bolinho que em funeio das temporas, foi denominado de tempura de camario, prato que ate hoje e
apreciado e difundido mundo afora.
I
Quando contamos esses fatos a amigos, eles disseram que algo semelhante ocorrera no Brasil,
aonde os jesuitas ensinaram a nossa populaeio primitiva nada mais, nada menos quq o... feij%ocom
arroz.
Nosso periodic0 n i o e uma publicaeio ccrlinaria, nem de historia da alimenta~io,entSo porque
o
da Santa lgreja Catolica.
narramos tudo isso? E simples para mostrar a a ~ i civilizadora
A miss50 da lgreja e evangelizadora, mas dizia o papa Pio XII, que a medida que evangeliza a
lgreja civiliza e civilizou com moral, com dignidade.
Assim, vemos que as escolas tais quais as conhecemos n%o existiam na antiguidade, foi a
lgreja que as criou. A mesma coisa com os hospitais, asilos, orfanatos, santas casas.
No Brasil, o Padre Anchieta criou o Teatro brasileiro, fez a Gramatica Tupi, comeGou nossa
poesia e literatura.
Em suma, n i o ha na historia maior a e i o benevola e civilizadora do que a da lgreja Catolica.
E entre tantos beneficios podemos nos alegrar de saborear um tempura de camario.
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COLABORE COM 6)
DBSBRAvADOR
Atravcssan~osdias dificeis. E sabido quc ocorrcnl dificuldades financeiras em nosso pais.
Quanto a nos, os gastos crcsccram dc forma assustadora. So para dar um esempio, a tarifa de correio
a~inicntou-nosconsideravclmente..
Niio qucremos c niio podcmos mudar o quc nos propuselnos desde o nosso pri~ncironi~mcro,qua1 seja, "0
Dcsbravador" dcvc scr gratuito c, con1 auxilio de Nossa Scnhora, continuarh a ~$10.
Mas, mais Lima vcz pedimos sua colabora$io.
Qualqucr quantia 6 preciosa. Basta voc6 ir aos bancos
mcncionados, cm qi~alqi~cr
agkncia dclcs. c fnzer o dcposito nas contas que segucm.
CONTA CORRENTE
BANCO ITAU
00433 - 0 (agencia 0003 - Mercurio) Sgo Paiilo - SP
BRADESCO
CONTA COKRENTE
240 19 - 2 (agencia 278-0 - (;asdtnetro) SZo Paulo - SP
Em norne de G R ~ M I O
SANTA MARIA
QUE NOSSA SENHORA 0 RECOMPENSE
8
I
NOSSA SENHORA DO PILAR
1
Dianlc clisso, cle sc viu tcntado a0
tlcsiiriimo, rnas niio quis de modo nenh~lrn
ceder a essa tentaq20. liecorrcu entiio il
intercessiio de Nossa Serihora, clue eritiio
niilda vivia aclui 1li1 'rema.
Ela entilo llie apareccu erltre dois coros
de Atljos sobre 11111 pilar de pedra e
acabarido de cantar, a rneslna Virgeln Maria
cliarnou 1n11itloc:rncnte o Santo Ap6stoio e
disse:
-. aqui o lugar, ineu filllo, o 1~1gar
I,IS
assinalado para minha I~onra,c no clual, por
teu trabalho, serh edificada Irma igreja em
milllla rnernoria. Olha para este Pilar aonde
estou sentada, porque Meu Filho e Mestre o
cliviou do CCLIpor tneio dos ari-jos; e em
tonlo do qua1 :!.;sc.rlta~.Aso nllar. (la cnl)cla,
ell1 qua1 lugar. por nieus rogos e revel-ellcia,
obrari assinaladas maravilllas o pocfer do
Altissiino. c este Pilar estarh rlcste lugar at6
o fir11 do in~~ndo.''
L.
1;iiis aos ensinamentos de Nosso
Senhor Jes~lsCsisto. os Al16stolos sairain
pelo rnundo para .pregar a Boa Nova da
Salvaqiio.
Siio Pedro e Silo Paulo prcgararn em
virios po~itosdo I~nperio Romano e, por
l'irn, fisaraln-sc ern Iioma, aorlde sofrerarn o
rnartirio. Siio Ton16 pscgou na india e,
dizein que chegou, ate a America. Siio Judas
Tadeu pregou ria Pirsia. local em que
tambkrn foi rnartirizacto.
0 ap0stolo Siio 'I'ingo, inn50 de Siio
Joiio, foi pi-egar na Espanha. Ali, apesar de
seus esforqos e fadigas, o seu apostolado
1150 rcridia os friltos csperados. Apstlas uns
poucos scguidorcs. elc co11seg~1i1.npara
Nosso Senhor, na verdade apenas oito.
Elitiio o Apostolo Silo Tiago alegrouse muito, dando graCas a Nosso Senhor
Jesus Cristo e a Sua Rerlclita M5e por tanta
~nerce,e logo subitamente, aquela Legiiio
de Anjos, ton1ou a Virgem e a Icvaram de
volta a Jer~~salkni.
E o Bern Averlturado Siio
Tiago, muito alegre por la1 visiio e consolo,
colneGou a edificar ali a igreja, ajudando-o
seus discipitlos, e teve a dita capela
dczesscis pis de largura por oito clc
cstcnsfio. na qua1 eslii o I'ilar, lia partc alta,
coln o altar.
"AS PESSOAS QUE SERIEM A DEUS NAO DEVEM ANDAR COM A MODA. A IGREJA NAO TEM MODAS.
NOSSO SENI-IOR 6 SEMPRE O MESMO" (.\i,.~.vnSr~trlrorori ./rrr.in/o, 19illt'nle(It' I,iiti,trn)
05
Para o serviyo clessa igseja. o Beln
Avent~lradoS i o Tiago osde~louuln de seus
canve~tidos,e cotlsagrada a igre-la, tleisarltlo
0s discipillos e csistiios em paz, voltou a
~erusalem.
Esta @ a primeira igreja do mundo
declicada por m5os apostolicas ern lionra de
Nossa Senliora. Esta 6 a Cli~naraAngelical
l'abricada 110s principios da lgreja Cristii.
Esta d a saln sacratissilna muitas vezes
visitada pcla Vilegem, Nossa Senhosa, na
qua1 se concedern ~nuitosbeneficios a seus
devotos e se operatn insignes rnilagres por
Nosso Senllor Jesus Crislo.
()6
Do ~nencion~.doPilar quando foi
esalninacto foi (lit0 que s e i ~material n5o 6
deste rnundo.
Em to1110 cla Virgem do Pilar se fez a
historia da Espanha Catolica, da Santa
Espanlla.
Na Guel-ra Civil Espanliola Lmias
bornbas, lanqadas pelos anti-catolicos,
conha o Pilar 11'50 detonarani.
Infelizmente hoje a na~Zio espanhola
1150 vive, 110 seu todo, para horlsar silas
osigens catOlicas, Inas I-ezarnos e esperalnos
que a Virgem do Pilar a leve cle volta a sua
esteira Catolica, para sua vocaqilo tiio
abenqoada pela Virgerl-1.
6 PRECIS0 '1'ER A E"I'I?RUIDADE NA CABECA, DEUS NO CORACAO E 0
hlUNI10 DlA13tll.Y0DOS P~<s.'
(,S(II/IO.l ~ i / o ~. \i /~oo
r ~ o('1~1rot)
.'PARA SAL-VAR-SE
Urn Sacerdo e Exemp
dci~ses.E - suprema tristeza! -- at6 a~aeslno
sacerdotes e bispos haviam aposrtatado...
Tristes, bem tristes tempos!. .. Era
nisso que pensava PiGnio, sacerdote cristiio
em Esmil-rla, grande porto da Asia. Que
fazer? Como evitar que seus fieis, suas
ovelhas, tambein apostatassern? Dar-lhes o
exemplo de seu pl6prio mal-tirio?
Certame~ltc,lnas talvez ainda fosse precis0
urn pouco mais.
As coisarj dentso da igreja liaviam
mudado, e ~niidadopara pior, nos velhos
tempos das perseguiq6es ao cristianismo
ordenadas pelos primeiros imperadoqes,
praticamente todo cristiio preso era ipso
facto inn in81-tii.. E ' apesar dos ,martirios a
igreja crescera cada vez mais: "o sangue dos
11181-tiresera semente cle cristiios".
Agora, no ano 250, as coisas ests\taln
diferentes. Dkcio, o novo ilnperador,
preocupado ern restaurar em todo o Iinpirio
o alltigo e jha4dqsprestigiado culto pagiio,
havia baixado on? "ktlito orde;iando que
todos absolutamente' todos os seus suditos
sacrificassem aos idolos romanos, diant.e de
testernunhas, e recebendo urn eel-tificado
oficial de sua idolatria. 0 s que se
~.enegasseln sob q ualqirer pretext0 seria~n
condenados h morte.
E infelizincnte, muitos cristAos
tc~nerososde perderem a vida e arlsiosos
pelo infalne certificado, estavam , se
acoinodaiido. I-Iavia todas as fortnns %ft
covardia, desde a mais sutil que em de
comprar dos ji~izesurn ce~~ificado
Salso, ate
as inais eseanclalosas, como co;-ser
es~)ontancarncnt aos t~lliplosI I ~ ~ S I IS~ CO I ~
ser chamado e 18 sacrificar aos idolos,. 011
incitar seirs parerites OLI amigos a que
fizesseln o. meslno, ot0 at6 uleslno depor
seus filllos batizados sobre os altarcs dos
0 s romanos chegararn a Esmirna, e
natural~neilte Piijrlio foi dos priineitos
detidos. Juntanlente corn unl de seus
colegas sacerdotes e urn grupo de fieis,
foran11 levados para o inter-rogatorio. Piijnio
comeGa entilo sua illtima rnissfio sacerdotal.
Para provar aos curiosos que o virarn passar
escoltacto por soldados, que nem ele aleln os
seus companheiros estiio serldo conduzidos
a algum teinplo pagiio para o sacrificio da
apostasia, passa a corda em toino do
pescoqo e faz o mesmo coin sells irmiios.
$
.+,
-.NAo O F E N D A M M A l S A
;
b,
'
%,
Qtiandb 'chega'' i presenqa do
cornandante do templo. enca~~egadode
invcstigar as opiniaes religiosas clos
sii~peitos parece na verdade que C ele,
Pi6ni0, o investigador. Torna logo a palavra
e dirige-se B multidiio. Aos que o instrltam,
responde corn altivez e energia; rnostra a
DEI.JS NOSSO SLNI IOR QllE J A ESTA MUITO 0I:ENDIDO"
( \'O\Y(I
~ ~ ' ( ~ / / I / O ?I11
l ~ ( / /,(~IIIII(/)
todos a iniqiiidiide dtls ~aedid:ls gue
golpeia~no ct.istianisrno e pt-ofetiza-llics as
prositnos castigos. Mostra-se tiio firme c tab
tocante clile a nii~ltidiioexclama: "Picitiio 111
ds ~ u mIiomem cot-qjoso! e s hoiiesto c bot~;!
12s digno de vivet-! Sacrifica!" E o lictdi
I-esponde corn cstas simples palavras dc
grande fi: "Sirn, eir sei que a vida e doce,
Illas nos sotil~amoscot11 a veldadeirn luz!"
Sitnples na sua intl.cpidez, tiada o podc
clesvilrr.
coloca sobre o cavalele da prisiio o11c1c as
galras de fen0 llle dilacerax~la carne. Nada
liii que o faqa tiiudar, netn rnesrno a
Illensagem qile Ihe f i ~chcgar
~
o bispo detliasiado fraco ou tlctilasiado "habil" i i ~ ~ t i ~ e l l l a ~ al < linliti~r
~ - ~ a tnuitos e
siicrificar aos idotos. E quando, condenado
a ser queimado. vivo, C levado ao rneio do
estadio, C ainda ele mestno que se cricosta
ao poste, i~idicaaos verd~rgosque o atem c
no tiroriierlto eiil que as cliarnas o v5o
ctivolve~-,pronuncia estas ill titnas palavras
con1 toda a al~na:"Tenlio pressa de rnoner
prira acordar rliais ccdo na ressu~~r-cic;Bo".
'Tristes tempos! Tristcs ietnpos em qtre
11Bohh tilais sncerdotes assiln!
Coliio o pagiio qile o intel-roga se
~nostraliesitante, Pihnio encell-n i) qucstiio:
"A ordctii quc tens d dc convcncer oil de
castigar. Nunca poderris rne convcncer;
portanto, castiga!" E 6 ele tiiestilo q ~ ~ c .
tlirrante os dias de prisRo que at!tecede~ii o
suplicio, escolhe a rriais ilifecta clas
masmoms porque ali ao rlierros poderi orar
ii vontade; C ele liiesrno que, por iilii, sc
s
08
-.QUEM ME [)ERA CONQUISTAR PARA NOSSO SENHOR TODOS OS MEUS COMPANIIEIROS"
(Sritr l )o/~~iugo
Stirio)
s
r
.
P
Charles de Foucauld
"Eu j i n8o tenho mais duvidas"
Charles de Foucauld era um jovem rico.
Nascido e criado na Frapqa possuia temperamento
bquieto.
Em sua inquietude, a0 chegar a mocidade
resolveu alistar-se na Legik Estrangeira.
A Legiiio Estrangeira era urna tropa criada
pela Franw para atuar por esse pais e que aceitava
em seus quadros pessoas de qualquer nacionalidade
e com qualquer passado. Bandidos, ladrtks,
desertores, terrorisfas erarn nela aceitos, sem
restrims. Nela entravam e mudavam de nome,
tendo de ficar ali por pelo menos 5 anos, sob pena
de fuzilamento.
Nesse arnbiente sordid0 e podre, Charles de
Foucauld era especialmente ruim a ponto de ser
chamado de "o porco". A Legiiio niio o consertou e
apos os seus 5 anos, Charles voltou para o castelo
da familia cheio de suas i n q u i e w s .
Na epoca de sua volta, houve um grande baile
no castelo, mas, ele Mo tinha vontade de danqar,
pois sua perturbaqiio Mo pennitia. EntZo durante a
clan*, retirou-se para a biblioteca e ao leu puxou
um livro da estante. Caiu-lhe nas mgos uma vida
dos santos.
Comewu a ler e nZo parou. Tal leitura, ao
inves de acalrna-lo, mais aumentou sua perturbs*.
Sua mente se viu invadida de duvidas e
qbestionamentos. N5o dormiu naquela noite, antes
varou a madrugada em leitura e interrogaqks.
Ao chegar as 5 horas da rnanhii, com as ruas
escuras, ele se-dirige a igreja do bairro para trocar
ideias com um padre, que lhe acalrnasse a
consciencia.
Ele que ha anos estava afastado da Religigo,
naquela manh5 entrou na igreja apenas para se
acalmar.
Entrando, vislumbrou um padre sentado no
confessionario a espera do primeiro pecador que
fosst! buscar o perdiio Divino.
0 primeico. a se ajoelhar diante dele foi
Charles de ~oucauld. Este se aproximou e foi
dizendo que n5o queria se confessar, mas apenas
tirar umas duvidas. 0 padre retrucou: "confesse-se
meu filho!". Charles replicou: "Eu n5o quero me
"MEUDEUS,SE SABEIS QUE EU VOU COMETER UM SO PECADO, DAI-ME ANTES A MORTE
(S6o Domingos S h i o )
09
/
i\o final. apcis clnr n nbsnl\,i$ic>o ~):ldscfaloi~:"Bcm.
111c11tilllo. agora \,amos 1i1.a~s[l:ls tli~\~itlns-'.
Charles
tlissc cnt5s tc\cti~alrnc~~lc:
"liu jil 1150 tunho
cli~\iclas".
Sim o Snnto Sacl-amcnto cln 11cnitCncia
~)~.oduzirnsu;ls 1nnravil11:is c tlc almn lin1l):l. as
cli~vidnstinliam ido cmborn. 0 pcccldor obtivcra o
pcrd3o clc Dcus. c agora sell coraqlio csln\<nfirmc.
Eli1 scgi~idao paclrc p c r g i ~ ~ l tsco ~CIC~ qllcria
conlnngnr. Chnrlcs dissc qtlc sim c npbs mnis dc 20
~ I I O S\~oltot~
a rcccbcr Nosso Scnhor. no Snntissimo
Sacramento clo altar. Charles, quc clcsdc sua
Psilncirn Com~lnhiio niio coiiiLungnvn. fkz o clue
dcnominou su,? Scgundn Primcirn C'o~nunhiio.S ~ r a
\,icl:~ s pastir dai scri:i o11tr.n
('1lal.l~:~
(IL' I:oi~c;ti~l(l
conScssar. si, qllcr.o tirar cli~\~id:~s".
E nssi~n. 130s
\:iricls \cz+ a~nbos ir1sistisam cln suss 1)0sic;6cs.
l~clizmcntc.o IXICI~L' L.CIICCLIc CIi;~rIcsfez c11t50L I I I I ~
otimn contisslio q i ~ c~ U ~ O110rns.
L I
Esta\,n corn 28 anos. Entr-ou p:~m n Ordc~n
Clstcrciensc. Postcs~ormcntcobtc\lc pcrmiss,io para
\liver soz~nllocomo crcmittl na Tcrrn Snntn, c dcpois
clc scr 01-clcnadosaccrclotc, Soi \ , ~ \ ~ no
c r dcscrto, no
Nol-tc dn /\II-IC:I. aondc procurnvn ~~~spirnr-sc
nn
\ lcln cl:~ Sagrncl:i Fnnlil~a
Qilnndo cstnva corn 5 S hi atnc:~do cm s c ~ i
crcmitir~oc morto por brindolciros.
Iil.t.~nitG~.io
en1 ' l ' a ~ ~ ~ a ~ l ~ .onde
a s s e ti:(tlecc~~C'hal-lcs cle Fo~rcaiilci
I0
INtTRNO ESTA CI IEIO DIZ
DONSDESEJOS NAO REALIZADOS"
SEDE DE ALMAS
SANTA TEREZINIIA DO
MENINO JESUS
.:
Quando nun1 doniingo olhava uma
gravura de Nosso. Senhor na Cruz,
inipressionei-me con1 o sangue que escorria de
Lima das miios divinas. Acometeu-me grande
dor, considerando qile o sangue caia por terra,
sen1 que a ninguem interessasse recoliie-lo. E
tomei a resolu~iiode nianter-me em espirito de
f6 junto a CI-uz, para receber o divino orvalho
clue dela emana, cornpreendendo que, depois
deveria espargi-lo por sobre as almas... No
coraqio me repercutia tambenl, continuamente
o brado de Jesus na Cruz: "Tenho sede!" Estas
~>nlavras
acendiam em niim urn ardor estranlio e
acendrado... Queria dar de beber ao meu BemAmado e senlia-me a 111im propria devorada de
sede pelas almas. . .Niio eram ainda as almas de
sacerdotes que me enipolgavarn, n1as as de
grandes pecadores. Ardia no desejo de desvia10s das cliamas etcrnas.
Com o fito de incitar meu zelo, Q Boln
Dells mostrou-lne que meus desejos Ihe eram
ayradiiveis. Ouvira l'alar de Llm grande facinora,
que acabava de ser condenado a morte, por
crimes liorrendos. Tudo levava a crer que
illorreria impenitente. A todo custo queria eu
impedi-lo de cair no inferno Para o conseguir,
aplicava todos os meios imaginaveis. Sentindo
que nada poderia por mim tnesma, ofereci ao
t3011i Dells todos os iritinitos meritos de Nosso
Senhor, os tesouros da Igreja. Pedi afinal a
. Celina clue mandasse celebrar unia rnissa em
mintia inten~50, nGo me atiiniando a faz6-lo
pessoalmente, pelo receio de ser obrigada a
declarar q ~ ~era
c pur Pranzini, o grande
cri~iiinoso. N5o c1~1cr.iatanibelii declara-lo a
Celina, mas ela fez-me perguntas tGo carinhosas
e insistentes, que Ihe confiei o nieu segredo.
Longe de zombar de mim, yedill-me para me
bq
- ea
1
ajudar nzi conversgo cio meu pecador. Aceitei-o
reconliecida, pois quereria que todas as
criaturas se unisscn~a mim, para implorarmos o
perdgo do culpado. Sentia, no fundo do
cora~ilo,a certeza de que nossos desejos seriam
atendidos. Entretanto, na intenqgo de criar
corageln para continuar a rezar pelos pecadores,
declarei ao Born Deus que estava muito segura
de seu perdiio ao rnisero e desditoso Pranzini;
n8o se
que nisso acreditaria, apesar de
confessasse nem manifestasse alguma sombra
de arrependimento, tanta era a minlia con6anqa
na intinita misericordin de Jesus; mas, que para
meu simples consolo Ihe pedia, unicamente, urn
"sinal" de afrependin~ento.
"PODEM ME TIRAR TUDO. MENOS 0 CORACAO PARA AMAR A DEUS"
( S t r ~ r ~,\ nlriritr :\ lozorcllo)
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lJO(5iO c i 0 sell ;llllol~.
..
,
M5os vazias
a
"Ciincer nos puln~bes!" A mop,
revoltada, a~narfanhavao lenqol entre os dedos '
tixos. LA em cima, nilm iingulo do teto, ilma
aranha feia punha urn bon-90 preto na cal da
parede. Dentro do peito, ela devia ter algo
parecido: . uma especie de aranha cancerosa,
ramificando bra~ose pernas pelos p~llm6es.E
precisava tanto dcstes pulmbes! Para cantar,
para respirar a vida que tinha ainda frescores
matutinos, para aspirar os pcrfi~lnes que Ihe
davam os seus ad~niradores..
.
A entrada de sua ni9e no quarto cortouIlie o fio dos pensamentos.
"0 padre chegou, Celina, posso faze-lo
entrar?..." As palavras sairam-lhe nilln ton1 de
silplica; mais suplicante ainda foi o olhar em
que ela envolveu a fillla.
"EstB bem, mam5e, se a senhora insiste,
mande-o entrar", disse nun1 tom de resignaqiio.
Dona Yolanda fez um sinal para fora do
clua~toe afastou-se. 0 pqdre entrou e f i c o ~de
~
pe alguns seyundos, comb a espera de uma
palavra da doente. Celina recalcou sua
repugniincia e esbovou urn gesto com a r ~ ~ i i c j
palida. 0 padre seguiu a linha do'gesto e viu a
cadeira, ao lado da canla. Assentou-se com LIIP
muito obrigado e disse:
"Ouvi suas palavras de ha a!guns
instantes e o suspiro que as seguiu ... Pode estar
tranqiiila. Prometo nZo importuna-la. k apenas
uma visita".
A agressividade da moqa estalou, sem
preiimbulos, como urn tapa:
"Padre, sou comunista ha dez anos.
Tornei-me comunista depois de ter terminado'o
curso de forma~iiode professoras nilm colegio
de freiras. Mas nRo ponha a culpa nelas, por
favor. N5o tenho a intenq5o de me confessar,
nem quero discutir lninhas ideias..." Defendiase como urn animal acuado. Pressentia uma luta
e talvez uma derrota.
'.TU. QUE DESCANSO BUSCAS COM CUIDADO; NESTE MAR DO MUNDO TEMPESTUOSO, NAO ESPERES
ENCONTRAR REPOUSO,
SENAO EM CRISTO JESUS CRUCIFICADO (Cnnrdes)
ij
"Esta bem, minha filha, nRo vou entrar
em tais assuntos. Posso ao menos conversar
corno amigo de sila m&e3 Sobre qualquer
coisa ... Ouvi dizer clue vocd esteve em varios
paises da Europa. Eu t~nab6mestive em Roma.
Disse-me sua miie que vocd yosta muito de arte
classica. Ora, acontece qile eu tenho'uma bela
cole~3ode slides coloridos sobre arte classika e
estou certo de que, na monotonia de sua vida de
doente, niio desprezara umas vistas classicas na
parede de seu quarto. Troi~xeo projetor e sua
mGe me disse que tenlos aquiuma tomada ..."
Antes clue a m o p soubesse o que estava
acontecendo, ja o Padre, auxiliado por Dona
Yolanda, Iha havia instalado o projetor no
quarto. Um jato' de 1112 projetoil sobre o branco
da parede o celebratlo soiriso da Monalisa de
Leonardo da Vinci; seguiram-se depois as
Madonas de Rafael e muitas outras obras
primas da pintura classica. A sessiio durou
cerca de meia hora. 0 padre saiu com promessa
de voltar, trazendo mais slides para breve.
Celina, a principio, revoltou-se contra
aquele.novo sistema de armadilha que o padre
arniava; mas, o interesse pelas artes e as
maneiras siraves e ccrltas do padre acabaram por
conquistar a sua simpatia. Ela sabia, porem, o
que o sacerdote estava adiando: a hora do
assunto inevitavel. AS vezes, nos momentos de
mau humor, comparava-o a um tigre rondando
a presa, esperando a hora do ataque. Mas, n8o
havia de pega-la de surpresa; disso podia estar
\.
certo !
Com o correr dos dias acabou-se a
coleqlo de slides do padre. Celina sobressaltouse na certeza de que agora viria o encontro
decisivo. Resolveu, pois, tornar logo a ofensiva,
apenas apagou-se na parede a ultima proje~ilo:
"Padre, fico-lhe muito grata por estas
horas de lazer artistic0 que me proporcionou,
apesar de saber que as suas proje~6esforam
planejadas con1 o fim de armar-me uma cilada".
1-1.
"Espere, disse o sacerdote, n5o acilbararn
ai11da as proje&es; falta esta ..." E o jato de luz
fixou na parede a fotografia de uma menina
'vestida de branco, irradiando a inocdncia feliz
da prinleira cornunhgo. Celina n8o se lembrava
mais daq~rela tbtografia que niio deixou de
comov8-la. Custou a falar:
"Como tudo isso esta longel Longe na
memoria, lonye no coraqiio e na inteligdncia.
Isso nGo significa nada mais para mim, Padre;
niio passa de ilma fotografia de infincia que
dcve sua sobrevivdnci8' apenas ao carinho de
minha m2e".
"Esta fotografia marca o seu primeiro
encontro pessoal com Nosso Senhor Jesus
Cristo, disse o padre. Ora, quando Cristo entra
num cora~go,Ele toma posse e, mesmo depois
de expulso, procura voltar a recuperar o que e
a
6
E
' j ~ i i oha nlais nada a recuperar, Padre;
meu doraCiio ja nil0 existe. Apodreceu. Esta
mais cbnceroso que os pulmtiesv.
"Nlo deve dizer isso! E moqa demais
para q e,o pessimismo a domine".
' N ~ Oe pessimismo, e a realidade. Tenho
1
apenas trinta e cinco anos, padre, mas sou idosa
em experidncias humanas; experidncias destas
qile marcam o coraqilo e o contan~inam
profirndan~ente.Sem mencionar a minha adesilo
ao con~iunismoque a Igreja condena, vivi estes
ultimos dezessete anos nirm verdadeiro frenesi
de prazeres Fui duas vezes a Europa a fim de
tomar parte nestes congressos comunistas da
juventude. Abracei o comunismo n3o por
convic$io, mas porque ele me oferecia a
oportunidade de afirmar a minha liberdade,
minha revolta contra uma moral que eu niio
praticava. Depois, veio tambem outra
vantagem:
o
comunismo
abria-me
possibilidades de viajar. Sabia que eles
procuravam gente moCa e entusiasmada para
ser doutrinada e iniciada no credo vermelho,
atras da Cortina de Ferro. E eu tinha um desejo
enorme de ver tudo isso, de estar so, de sair da
esfera de intlu2ncia de minha familia. Queria
tambem sair de um pais catolico e ir para onde
niio houvesse nem igreja, nem confessionario e
--SE QUISERMOS FAZER PROSPERAR O S NOSSOS INTERESSES ESPlRlTUAlS E MATERIAIS, PROCURE? !OS
ANTES DE TUDO FA7-ER PROSPERAR OS INTERESSES DE DEUS"
ib
nenl cruz Essas coisas me fazian~ mal,
despertando eln n i i ~ l i lembranqas de 11111
passado qile incomodava minha consciCncia.
Rompi, pois, con1 todas as anlarras! Niio vZ,
padre? ELIvendi Jesus Cristo por umas viagens
a Europa. Estingui deliberadaniente a fe como
quem apaya ulna vela".
0 sacerdote ouviu-a con1 certa alcgria na
alnia. Era o principio da volta; era j i ilma
contissiio, se benl que niio era a confissiio
sacramental;a moqa prosseguiu:
"E n5o pense o selihor quc hi passo
apressado 011 irrefletido de minha parte; 011 que
tenha sido enyanada pelos comunistas. Fiz tudo
de olhos abertos. Unia vez transpostas as
fronteiras da moral conventional e sufo~adas
todas as s~iyest6esda virtude, insurgi-me contra
a Igreja que se manifestava ainda na voz latente
dos remorsos e resolvi qi~ei~nar
as nails fnzendo
propaganda cotnilnista por urn espirito de
revoltam.
"Vote espera, talvez, disse o padre, que
eu vh me benzer de espanto ao ouvir ti!do isso,
niio e? Pois niio me espanto! Nos saberdotes
vivemos nas encruzilhadas da vida hulnana e os
desvios nio nos causam surpresa Esperamos
pacientemente a beira da estrada principal:
depois de militas curvas e giros, o catninhante
transviado acaba voltando a encri~zilhada
original onde deixara o reto caminho e
encontra-nos ai, fieis e tirmes como estes postes
serviqais na interferencia dos caminhos,
apontando Gireq8es con1 letreiros e flechas..."
"0 senlior se esquece, padre, de que
muitos dos desvios levam a precipicios fatais...
0 s que enveredam por ai nio volta~nmais!".
"Mas Deus, minha filha, i s vezes, sabe
colocar, no meio de um precipicio, o galho
protetor de alguma arvore como o braqo da sua
misericordia, amparando e anlortecendo a
queda do transviado".
"Estarnos perdendo tempo nurna inutil
esgrima de fi-ases, padre. Vou falar claro: eu so
tenho unia qualidade, qile 1 urn estraordinario
senso de justiqa. Sempre condcnei o en-o.
mesmo quando o vi em nlim mesma. E este
senso de justiqa que me fecha todas as portas da
esperanqa que o senhor forceja para abrir Eu
aprendi bem a doutrina cristii, l i no colegio,
.
apesar de nGo a ter praticado depo~s.Sei que no
cCu si, se elltra pelo sofrimento e pela luta
contra o pecado; ouvi isto centenas de vezes em
sermdes dominicais. Ora, eu nunca sofri, vivi
sofregamente yarn o prazer egoista dos sentidos
e para a minha iinsia de independiincia. Depqi~
desses anos disqipados, acha o senhor que, cojll
me11 senso de justiqa e sabendo que Deus ti
infinitamente
justo
posso
voltar-me
hipocritamente para Ele esperando um perdiio
de illtima hora?'.
"0 bonl ladrso conseguiu-o no i~ltimo
minuto, minha filha!".
"lsso foi, provavelmente, porque ele
nunca tinha sido inteira~nentemau N5o sabia o
que estava fazendo" .
"NBo dd proporq6es exageradas aos
desvios de sua vida". Ao dizer isso o padre
notou que, no fundo do olhar tosturado da
moqa, se travava umeluta entre o orgulho e a
esperanqa. Resolveu, pois, lanqar a ul tima
cartada:
"Da-me licen~ade falar claro e analisar
corn franqueza a sua situaqiio?'.
Ela anuiu corn o olhar.
"Pois bem, minha filha, eis a verdade:
voc6 esti recalcando a esperanqa n8o por urn
sentimento de justiqa, como diz, mas por urn
sentimento de orgulho. lnteligente e
voluntariosa tudo o que conseguiu na vida foi
obra do sell proprio esforgo. Agora, entretanto,
seu esforqo perdeu o impulso ante o problema
sobrenatural. como um repuxo a que faltasse
agua de repente. Sabe que nada pode fazer
sozinha' para destruir 0s' erros do passado e
sente-se diminuida na sua dignidade, se aceitar
a misericordia de Deus sem ter nada a ofertarLhe de sua parte. Doi-lhe prohndamente a
siti~aqiodestas miios vazias que voce quereria
encher de merecimentos proprios, coroando
assin1 os seus triunfos corn o maior de todos: a
conquista de Deus pelo seu esforgo pessoal.
Destarte, voce voltaria a casa paterna com os
seus proprios pes em vez de ser carregada nos
braqos da misericordia e do perdiio. Voce n8o
quer que as suas dividas sejam perdoadas: quer
paga-las! Pois seja! Mas a unica maneira de
paga-las e corn a aceitaqiio e o reconhecimento
de sua impossibilidade de fazZ-lo sozinha. Seu
-.FELIZES OS QUE SE DAO A DEUS DESDE A JUVENTUDE"
(SiioJoiio Ijosco)
110 lii~)lilclltoClil
esfc)rc;o cvb~n~-li
~to\!c)c i,
(lire, co~~l'essiinclusua pobrczn, Ic\,arltar pa1.a
Deus estas m5os vazias pcdindo 1~crdBo".
0 1~ad1.cfillou ainda alyuns niinutos.
Celina OLI\'~LI-O,
a pritlciyio revolt:~(I;l, CICPO~S,
ikliz por \fcr-sc dcscuberta na sua t'raclucza nlais
secreta:
''6 isso mesmo, Padre, ti~doo que me
disse s5o ccos dos meus
prOprios
pensan~c~itos". lsso cla disse curvando-se
iltinal.
(10 tlizcr isso Icvantou as d i m miios
IGilidas con1 as palnias para ci~nac olhou-as
corn olhos lacrimcjantes:
..
"Como s5o ~errivclmcnlevazias! .
"Pois enclla-as dc algilnla coisa sanlnl 1.1
sb q l l c r ~ r ~ "
1% olhon para cle, incrCdilla Ondo
cncoritrnria agora, no linl ila vi~l:~.\ i~'lu(lc
bastantc para onclier o vicuo daquelas lniios'.'
0 padre csplicou:
"VocO 1180 sabe clile o Amor. de Deus
e~iclic o niundo') Niio sabe clue Siiu Peclro
(iestluii~ tlPs atos de apostasia corn tris
afirmaq6es de amor? Deus n5o prccisa de
tenipo para santiiicar-nos, minhn fillla. IJm ato
cic alllor a Deus 1 como iima gota de azeite que
penclra, sc espandc, e sc entranha na madeira
~naisdura. N8o nic dizia, hi youco que, scm
solii~ncnto1150sc vai a o CAI?I'ois oi tent o scu
soli-i~ne~rtc),
neste c;:liiccr C ~ L I Clllc (icvora C) l~citr).
Sua C ~ L I Ztonii3~1a fc)r~lia( 1 ~L I I I I ~c;~ttia.Aceite
esta C ~ L I Z ,esta corrosiio interns de si nieslna,
colno urn pl.escntc tlc 1)eils.
I
l'olne esle c;jltccr, encha corn esta chaga
as silas nlrios e cle\re-as para o cdi~ num
ofcrtorio (loloroso e alegre".
Celina n5o consc~i~iafilar. Sentia-se
arrancada subitan~entedo fi~ndodo desespero.
/\ esper-anqa clue ela dcsde tanto tempo vinlla
athstando tolanlcnte entrou, enfinl, com o
impeto de uma torrente longamente represada:
in\fadiu-lhctodo o coraqiio e ela experi~nentoua
sensaq8o inesylicivel de, estar tlutuando, de
ollios cerrados, i tona distas 6guas redentoras
clue il cnlbnlu\:am nium ritmo de ondas verdes.
Dois tlias dcl)ois sc rct~-atoi~
dc suas ideias
conlunistas, conlkssou-se e colnungou. Apos a
comilnhiio disse-lhe o padre:
"Mostre-me estas f'amosas msos vazias!"
Ela obedeceu con1 a humildade de urn
sorriso e mostrou-lhe as palmas exangues. 0
padre ciep3s nelas urn belo crucifixo:
"Foi bento pelo Santo Padre. Agora e seu.
Olhe ai: ja 1150 estso vazias suss n15os: Jesus
Cristo encheu-as."
Cclina perlnaneceu calada apertando o
('rucilico q i ~ clllc cnc!lera as miios, que a
nli~na~itara
pela Sagrada Comunhiio, enchendoIhc tanlbem a al~na e o coraqBo. Era uma
indizivel sensi1q5ode plenitude.
uma v i d a varia c f i i t i l . 1.e.sbre-se q u ~ .
Oeus o criou para uim missgo que somen
t e vote podere r e a l i z a r .
u!!! nlundo a
Ser audado, hB a l m s para sere11 conV
t i d a s . Ha ~ alhees
i
de ppssoas que preci
Sam m a r a Jesus e P'aria . Traba 1
I6
SE FIZERES DE TI 0 TEU PROPRIO ACUSADOR NAO PRECISAS TEMER QUE UM; DIA OUTROS
T E AC'USEM ( ~ c r t i l o~.n r t ~ r r i s r o )
.i.-
*. *
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