Diário do Sul

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diário do SUL
Reportagem
TERÇA-FEIRA, 21 DE SETEMBRO DE 2010
L’AND Vineyards em Montemor-o-Novo
Terra de 5 estrelas e ‘algo’ mais
n Bruno Calado Silva
www.diariodosul.com.pt
Q
uem acaba de deixar
Montemor-o-Novo, em
direcção a Vendas
Novas, já se deparou,
certamente, com uma grande
paliçada de madeira que evolui do
lado esquerdo da estrada, ao
longo de largas centenas de
metros. O que poucos sabem é
que para lá da vedação está a
crescer, desde 2008, um aldeamento turístico de 5 estrelas, cujo
projecto já alcançou um dos mais
invejados prémios internacionais
de turismo. Trata-se do L’AND
Vineyards, um empreendimento
residencial e turístico pensado à
medida de clientes que sonham
em fruir o mundo rural, cuidando
a vinha e produzindo o seu próprio néctar, tudo com o máximo
de sofisticação. José Cunhal, da
Sousa Cunhal SA, falou ao Diário
do Sul (DS) sobre o conceito do
‘resort’, durante a primeira vindima realizada por convidados da
empresa.
“Este é o primeiro aldeamento
turístico em Portugal que não é
baseado nas ‘âncoras’ tradicionais,
que são o golf e a praia. Nós pro-
José Cunhal, da empresa
promotora Sousa Cunhal, SA
em entrevista ao diário do SUL
curámos encontrar um conceito de
desenvolvimento turístico associado à identidade regional que
passa pela valorização do vinho –
também dos pomares e do azeite
– como elemento marcante do
projecto. Temos uma vinha central
em que os proprietários podem ter
uma parte dessa vinha e, noutros
casos, as pessoas podem comprar
a uva numa vinha comum. Todos
os anos, todas as pessoas podem
ter a experiência de produção
personalizada do seu próprio
vinho”, revelou José Cunhal
durante o evento.
O L’AND Vineyards desenvolvese em torno de um vale central de
vinha, comunicante com os vários
núcleos de moradias residenciais
de um só piso que, através de uma
forte aposta arquitectónica, recuperam a tipologia tradicional das
implantações dos montes alentejanos. A vertente de serviços turísticos fica situada num edifício central
que alberga a recepção, um restaurante, um wineclub, um spa, um
fitness center, piscinas e uma
adega.
Todas as edificações implantadas no seio dos 66 hectares que
compõem o L’AND, têm a assinatura de reconhecidos arquitectos.
“Além da vinha temos outro
factor de diferenciação que passa
pela arquitectura. Nós valorizamos a arquitectura contemporânea e, por isso, apostámos em
cinco arquitectos nacionais e
internacionais bastante conceitu-
ados. Estou a falar do Promontório
Arquitectos, Luís Carrilho da
Graça, José Paulo dos Santos,
Sergison Bates e Peter Markli”,
precisou o promotor.
A par dos conceitos vinho e
arquitectura, o L’AND diferencia-se
também pelo elevado nível de qualificação e preocupação ambiental.
O empreendimento foi o primeiro
do género em Portugal a ser contemplado com a certificação BREEAM. Esta norma internacional
avalia, o comportamento ambiental
dos edifícios no que respeita ao
consumo energético, poluição,
materiais utilizados, consumo de
água, ecologia, uso da terra e bemestar. De acordo com o promotor,
projecto terá elevada eficiência
energética recorrendo, entre outros
aspectos, à energia solar térmica
integrada para climatização, aquecimento de águas balneares e microgeração de energia eléctrica.
Para além dos sete hectares de
vinha que dão o mote ao aldeamento, os jardins das unidades
integram ainda zonas próprias de
laranjal, amendoal, pinhal manso e
olival que, como anuncia o promotor, permite aos proprietários viver
a experiência rural, num ambiente
confortável e contemporâneo.
A par da produção vitivinícola,
que deve rondar as 50 a 60 mil garrafas anuais, a Sousa Cunhal apostou
no alargamento da marca L’AND a
outra gama de produtos da terra. Para
isso, criou o ‘rótulo’ L’AND MADE que
vai estar presente nas embalagens de
produtos biológicos produzidos no
empreendimento.
Natureza, ruralidade, estética,
ecologia e sofisticação são alguns
dos factores que levaram o júri do
International Property Award a
premiar o projecto de Montemor
com o galardão de melhor conceito
de ‘resort’ a nível europeu.
Promovido pela Sousa Cunhal
SA, em parceria com o grupo
Lágrimas Hotel & Emotions, o
L’AND Vineyards, é anunciado
também como “oportunidade
única para investir num projecto
pensado para ser memorável”.
Segundo os promotores do projecto, das 75 moradias previstas na
primeira fase, já estão vendidas
cerca de 50 por cento. Com as
primeiras casas e o hotel a serem
concluídos em 2011, os responsáveis asseguram que o L’AND é já
um projecto consolidado.
IMAGEM: www.l-and.com
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TERÇA-FEIRA, 21 DE SETEMBRO DE 2006
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O L’AND é “exemplo na Europa”
“Este projecto ganhou o primeiro prémio de projectos
imobiliários turísticos da Europa. Portanto não estamos
perante um projecto de turismo qualquer, mas sim de um
empreendimento de excelência e de um exemplo a nível
europeu.
O tipo de mercado que procura o Alentejo é exigente e,
por isso, é deste tipo de oferta que precisamos, uma oferta
Faça você
mesmo
A vinha e o vinho são mais do que
elementos da paisagem do L’AND
VINEYARDS que, de uma forma única
e inovadora em Portugal, se transformam numa verdadeira experiência
pessoal.
O L’AND oferece a possibilidade
de se ter vinha própria no ‘quintal’
de casa e de se produzir o próprio
vinho na adega do empreendimento,
controlando todo o processo, desde
a selecção de bagos à vinificação
numa micro-cuba própria.
Os muitos produtores podem
ainda seleccionar as suas barricas
para estágio, escolher a garrafa e o
rótulo, de forma a obter o seu vinho
em cada ano.
A vinha deste projecto tem cerca
de sete hectares e foi plantada, em
2007, com castas tintas Touriga
Nacional, Touriga Franca e Alicante
Bouschet e brancas Verdelho e
Arinto. Das cerca de 60 mil garrafas
que a Sousa Cunhal se propões a
produzir anualmente, prevê-se que
400 sejam fruto do trabalho dos
proprietários.
IMAGEM: www.l-and.com
com qualidade e de excelência. Pelo que me foi dito por
representantes do grupo Lágrimas – que está à frente da
comercialização – já estão vendidas nesta fase da construção
cerca de 50 por cento das moradias da primeira fase.
Com o hotel a ser concluído para o ano, vislumbra-se já um
projecto turístico fantástico”, diz o presidente da Turismo do
Alentejo, António Ceia da Silva.
Ceia da Silva
Este projecto vende-se lá fora
“Sim é um projecto que se vende fora do País. É preciso
notar que o mercado externo é extremamente concorrencial.
No mercado interno temos visibilidade, mas no estrangeiro
o Alentejo ainda é uma marca em construção. Já há mercados onde o Alentejo é conhecido, mas noutros é ainda
desconhecido e, portanto, mais dificuldade temos em concorrer. E para concorrer e consolidar a marca Alentejo, só
temos uma maneira de o fazer que é pela diferenciação, mas
uma diferenciação pela qualidade. No Alentejo não podemos
apostar no turismo de massas, mas sim em produtos mais
temáticos e de segmentos diferenciados, que não o sol e mar,
embora tenhamos uma longa costa que estamos a promover.
É precisamente com produtos diferenciados como este, ligados
ao vinho que vamos conseguir a consolidação internacional
do destino Alentejo”, garante Vítor Silva, presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo.
Vítor Silva
O L’AND explicado pelo enólogo
na primeira vindima
“O vinho é algo que é impossível desligar daquilo que o
circunda. Ligar o vinho ao turismo, à cultura, à gastronomia
é algo muito fácil. Agora, este projecto é mais aliciante porque
significa dar oportunidade às pessoas para produzirem o seu
próprio vinho, a partir do jardim que é composto por uma
vinha de duas castas diferentes. Isso permite aos proprietários,
por exemplo, decidir quais os vinhos que vão fazer em cada
ano.
O que nós queremos é que as pessoas tirem o máximo de
prazer do vinho. O vinho é isso mesmo – são prazeres. O
nosso objectivo é que as pessoas vivam o vinho de uma forma
extremamente interessante, que possam produzir os seus
próprios rótulos, fazer vinhos para os amigos e, acima de
tudo, que tirem prazer da vinha.
A vinha e o vinho vão estar sempre muito presentes na vida
das pessoas, quer na poda, quer na vindima, quer depois na
vinificação dos vinhos e, mais tarde, nas provas. Queremos que
haja uma participação muito forte por parte dos proprietários
que optarem por comprar casa aqui no L’AND.
Quanto ao dia de hoje - em que estamos a fazer a primeira
vindima aqui no L’AND com convidados - é um dia muito
importante porque a vindima é uma das etapas mais importantes na construção de um vinho.
O vinho é, claramente, sinónimo de paixões e fazer com que
as pessoas se apaixonem por isto e possam viver essa paixão
intensamente é aquilo que nós pretendemos. É muito interessante e gratificante poder envolver todas estas pessoas nesta
actividade”, Paulo Laureano, enólogo do projecto L’AND.
Paulo Laureano