obtenção de antimicrobiano e purificação por congelamento e

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obtenção de antimicrobiano e purificação por congelamento e
OBTENÇÃO DE ANTIMICROBIANO E PURIFICAÇÃO POR
CONGELAMENTO E DEGELO A PARTIR DO COGUMELO MORCHELLA
ESCULENTA (1)
Camila Ramão Contessa(2), Nathieli Bastos de Souza(3), Luciano Almeida(4), Ana
Paula Manera(5), Caroline Costa Moraes(6)
(1)
Trabalho executado com recursos do Edital 5/2014, da Pró-Reitoria de Pesquisa.
Estudante, bolsista FAPERGS; Universidade Federal do Pampa; Bagé; Rio Grande do Sul;[email protected]
(3)
Estudante, bolsista PDA; Universidade Federal do Pampa; Bagé; Rio Grande do Sul;
(4)
Técnico em laboratório; Universidade Federal do Pampa; Bagé; Rio Grande do Sul;
(5)
Professora co-orientadora; Universidade Federal do Pampa; Bagé; Rio Grande do Sul;
(6)
Professora orientadora; Universidade Federal do Pampa; Bagé; Rio Grande do Sul;
(2)
RESUMO: Doenças transmitidas por alimentos (DTA) são provenientes de deficiência higiênico-sanitária
na produção destes, o que leva além das boas práticas de fabricação a procura por agentes
antimicrobianos. Com isso objetivou-se a extração e purificação de antimicrobiano do cogumelo Morchella
esculenta sob micro-organismos gram-negativo e gram-positivo. A purificação deu-se através do método de
congelamento (-18°C) e degelo (4°C). Para a avaliação antimicrobiana foram feitas análises a partir da
metodologia de microplacas descrita pela NCCLS (2003). Os resultados mostraram um aumento significante
da porcentagem de inibição dos micro-organismos testados. Com conclusão podemos destacar a eficiência
da técnica de purificação, pois a partir desta pode-se concentrar o composto de interesse e em
consequência a obtenção de 100% de inibição sob a microbiota utilizada.
Palavras-Chave: Doenças transmitidas por alimentos, composto bioativo, Cogumelo Pantorra,
purificação.
INTRODUÇÃO
Conhecem-se hoje várias doenças transmitidas por alimentos (DTA), constituindo uma
preocupação a saúde pública, pois algumas são letais quando não diagnosticadas e tratadas a
tempo. Estas são ocasionadas pelo consumo de alimentos e/ou água que possuem agentes
patogênicos, provenientes de uma deficiência higiênico-sanitária durante a produção (MIRANDA,
2011).
Bactérias em geral dividem-se em dois grandes grupos que se diferenciam através da
composição da parede celular (gram-negativos e gram-positivos) (MIRANDA, 2011). Com isso a
importância da procura de agentes antimicrobianos que satisfazem a lise celular de ambas
composições. Estes compostos bioativos podem ser extraídos de alguns basidiomicetos que
possuem essa propriedade, como é o exemplo da Morchella esculenta que é um cogumelo
comestível conhecido comercialmente como Pantorra,e que se destaca além da apreciação na
culinária pela sua atividade antimicrobiana (CONTESSA et al., 2015).
O método de purificação por congelamento e degelo dá-se através da perda da atividade
biológica de alguns constituintes presente na amostra, permitindo assim a purificação do
composto de interesse, manifestando então maior agressão as células patógenas (MARINELLO,
2009). Com o intuito de combater a contaminação bacteriana em alimentos objetivou-se a extração
e purificação de antimicrobiano do cogumelo Morchella esculenta sob micro-organismos gram
positivos e gram negativos, como Staphylococcus aureus e Escherichia coli respectivamente.
METODOLOGIA
A extração do agente antimicrobiano foi realizada a partir do micélio do cogumelo
cultivado por fermentação em estado sólido, extraído a temperatura de 60°C. O extrato foi filtrado
com membrana de 0,45µm e submetido à purificação através do método de congelamento (-18°C)
e degelo (4°C). A atividade antimicrobiana foi testada por método de microplacas baseando-se na
metodologia da norma NCCLS (2003). As microplacas utilizadas contem 96 poços cada um com
400 µL de capacidade. Cada poço foi inoculado com caldo Mueller Hinton, extrato do cogumelo e
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micro-organismo gram-positivo (Staphylococcus aureus) ou gram-negativo (Escherichia coli),
analisados separadamente.
Os resultados foram obtidos a partir da comparação do crescimento microbiano da
amostra controle com as que continham extrato. As leituras foram realizadas em leitora de
microplacas que se da através de leitura da absorbância em um comprimento de onda de 630nm
dos poços contendo as amostras logo depois de inoculadas e 16 horas após, de acordo com a
NCCLS (2003).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Podemos observar através da Figura 1, representada pela porcentagem de inibição do
cogumelo Morchella esculenta sob os micro-organismos testados a eficiência do processo de
purificação, a qual o extrato obtido do cogumelo foi submetido.
Figura 1: Porcentagem de inibição do extrato de Morchella esculenta, antes de depois do processo
de purificação.
Escherichia coli
Staphylococcus aureus
100
(
%
)
50
0
não purificado
purificado
Fonte: os autores.
Estes resultados apontam que alguns compostos presentes na amostra sofrem agressão
com o congelamento, perdendo sua atividade biológica, permitindo a purificação do composto de
interesse que se manteve após o congelamento e degelo, e se mostrando mais eficaz.
CONCLUSÕES
Pode-se a partir dos resultados obtidos concluir que a técnica de purificação se mostrou
eficaz, obtendo uma porcentagem de inibição de 100% do cogumelo Morchella esculenta sob os
micro-organismos Staphylococcus aureus (gram-positivo) e Escherichia coli (gram-negativo).
Sendo assim o composto extraído possivelmente pode adquirir uma ampla aplicação em
indústrias de interesse.
REFERÊNCIAS
CONTESSA, R., C.; SOUZA, N., B.; MANERA, A., P.; MORAES, C., C.; Extração de antimicrobiano
de fungos comestíveis dos gêneros Pleurotus e Morchella. III Mostra de Iniciação Científica de
Engenharias. 2015.
NCCLS: Metodologia dos Testes de sensibilidade a Agentes Antimicrobianos por Diluição para
Bactéria de Crescimento Aeróbico. Sexta ed. v. 23, nº. 2, 2003.
Miranda, R. R., Monteiro, F., C., Boreiko, S., Bittencourt, J., V., M., Avaliação de detergentes e ultrasom para isolamento de DNA genômico de bactérias de interesse em alimentos. Universidade
Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR Campus Ponta Grossa - Paraná - Brasil ISSN: 19813686/ v. 05, suplemento: p. 398-407, 2011 D.O.I: 10.3895/S1981-36862011000100003S1
MARINELLO, M; Rompimento celular; Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – UERGS,
Unidade Bento Gonçalves; Bento Gonçalves; Rio Grande do Sul. Brasil, 2009.
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