HOMILÉTICA [a arte de preparar e pregar sermões fiéis e poderosos]

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HOMILÉTICA [a arte de preparar e pregar sermões fiéis e poderosos]
HOMILÉTICA [a arte de preparar e pregar sermões fiéis e poderosos]
INTRODUÇÃO
O obreiro precisa saber comunicar a Palavra de Deus com eficiência e de maneira clara.
Surge então, a necessidade da homilética.
I – PORQUE PREPARAR SERMÕES?
"Sermão é Deus quem dá". Por que há níveis diferentes de sermões? Por que há
pregadores melhores que outros? Todos os sermões e todos os pregadores deveriam ser
uniformes. Há culto narcisismo nos púlpitos. Quase todos os pregadores se acham bons
e não gostam de ser corrigidos. Corrigir um pregador não significa duvidar de sua
vocação. Há pregadores que encaram o preparo do sermão como descrença no poder
espiritual deles.
1. O valor da pregação
Helmut Thielicke, famoso pregador alemão, disse: "Onde quer que encontremos, hoje
em dia, uma congregação cheia de vida, encontraremos no centro uma pregação cheia
de vida". Com isto podemos entender que a pregação é a principal tarefa do pastor.
2. Definição de pregação
Brook – "É a comunicação da verdade por um homem a outros homens."
Pattison – "É a comunicação verbal da verdade divina com o propósito de persuadir."
3. Definição de Homilética
"É a arte de pregar sermões", "a ciência da pregação", "arte de fala religiosa". Do grego:
"Homileo" (conversa, fala, em espírito de camaradagem).
4. Objetivo da homilética
Ajudar na confecção de sermões para uma pregação mais eficiente. Isto porque
beneficia o pregador (torna mais fácil a pregação do sermão) e beneficia o auditório (um
sermão homileticamente preparado é mais assimilável). Muitos sermões falham por ser
absolutamente sem ordem. As idéias são confusas e a pregação perde o sentido, por
completo. Talvez chegue o tempo em que poderá dizer-se: "Felizmente a vida não é
como o sermão do pastor, porque a vida, apesar de tudo, tem algum sentido, enquanto o
sermão do pastor não tem nenhum".
5. A homilética não é:
a) Substituta da vida espiritual;
b) Substituta do Espírito Santo;
c) Uma garantia de ministério eficiente.
6. A homilética é:
a) Um auxiliar no estudo e análise do texto;
b) Um auxiliar na exposição de idéias;
c) Uma compreensão de que o sermão tem muito a ver com o pregador. O pregador é o
sermão.
d) Uma compreensão de que Deus colocou no mundo recursos que devemos aproveitar.
Inclusive os da ciência da comunicação verbal.
II – OBJETIVO GERAL DO SERMÃO
O objetivo geral é o propósito geral do sermão, a categoria a que ele se encaixa em
termos de fim último. O que se pretende com um sermão? Ocupar o espaço no culto?
Dar algum material para o povo pensar? Os ouvintes de um pregador ou são salvos ou
são perdidos. A quem se destina o sermão? A ênfase no seu conteúdo se para os salvos,
se para os perdidos, é o que determina o seu objetivo geral. São seis os objetivos gerais
do sermão, conforme Crane. (El sermon eficaz pg. 57-75): evangelístico, doutrinário,
devocional, consagração, ética (ou moral) e alento (pastoral). Destina-se a crentes e não
crentes.
1. Sermão evangelístico.
Sua finalidade é persuadir os perdidos a aceitarem Jesus Cristo como Senhor e
Salvador. Infelizmente, os sermões evangelísticos são, hoje, repletos de frases feitas:
"Deus te ama", "Você pode morrer esta noite", "Vem agora", etc. No entanto, um
sermão evangelístico pode ter um bom conteúdo (O evangelista não necessita de
pobreza de idéias no cumprimento de sua missão). Quatro verdades devem se delinear
no sermão evangelístico:
a) O homem natural está perdido;
b) A obra redentora é de Cristo;
c) As condições pelas quais o homem se apropria da obra redentora de Cristo;
d) A necessidade de uma decisão, se não pública, pelo menos no íntimo.
2. O sermão doutrinário.
Sua finalidade é instruir os crentes sobre as grandes verdades da fé e como aplicá-las,
portanto, é didático. O dom de ensino era muito difundido no cristianismo nascente.
Jesus era intitulado de "Mestre" e os seus seguidores de "discípulos". O sermão
doutrinário atende quatro funções na vida da igreja:
a) Atende o desejo de aprender que existe na vida do crente;
b) Previne contra as heresias;
c) Dá embasamento à ação;
d) Contribui para o crescimento dos ouvintes e do próprio pregador.
3. O sermão devocional
Sua finalidade é desenvolver nos crentes um sentimento de amorosa devoção para com
Deus, despertando sentimento de louvor.
4. O sermão de consagração
Sua finalidade é estimular os crentes a dedicarem talentos, tempo, bens, influência, vida,
etc, ao serviço de Deus. Estimula a igreja para vocação, abertura de novos trabalhos,
ofertas missionárias, etc.
5. O sermão ético ou moral
Sua finalidade é orientar os crentes para pautarem suas condutas diárias e relações
sociais de acordo com os princípios cristãos. Assuntos que cabem aqui: Matrimônio,
adultério, divórcio, justiça social, racismo, dignidade da pessoa.
6. O sermão de alento (ou pastoral)
Sua finalidade é fortalecer e alertar os crentes no meio de crises pessoais ou
comunitárias. Focalizam o cuidado de Deus para com o seu povo e o livramento que o
Senhor opera.
III - OBJETIVO ESPECÍFICO DO SERMÃO
É a aplicação do objetivo geral a uma determinada congregação. (Primeiro se encontra o
objetivo geral e depois o objetivo específico). Há duas considerações aqui:
a) Para formular o objetivo específico é necessário compreender as necessidades da
congregação;
b) A formulação do objetivo específico delimita o assunto do pregador, define o rumo
em que ele vai seguir.
IV - CLASSIFICAÇÃO DOS SERMÕES QUANTO A ESTRUTURA
Geralmente os sermões pertencem a uma dessas três categorias:
. Sermão tópico ou temático.
Trata de um tópico e não de um texto bíblico em particular. As divisões derivam-se do
tópico (ou tema).
. Sermão textual.
Trata do desenvolvimento de um texto bíblico, um ou dois versículos. As divisões
derivam-se do texto.
. Sermão expositivo
Trata do desenvolvimento de um texto bíblico, geralmente longo. As divisões também
derivam-se do texto.
1. Sermões Tópicos ou Temáticos
O que caracteriza o sermão tópico ou temático é o seu tema derivado do texto, mas as
divisões são aleatórias.
Exemplo 1: "A palavra divina é a verdade" (João 17.17).
Na introdução o pregador mostrou como podemos crer na bíblia. Ela tem sido
comprovada pelos séculos. A argumentação seguiu a partir daqui: A palavra de Deus é a
verdade e isto está provado. Surgiram as três divisões:
I – PELA HISTÓRIA HUMANA
II – PELA CIÊNCIA
III – PELO SEU PODER
Observe cinco coisas:
1. Acertadamente, a idéia mais forte é a do último tópico. Grave bem isto.
2. As divisões nada têm a ver com o texto.
3. As divisões nada têm a ver com exposição.
4. As divisões derivam-se do tema ou tópicos.
5. As divisões são aleatórias, acidentais, arranjadas.
Exemplo 2: "Coisas a esquecer" (Filipenses 3.13)
I - VITÓRIAS
II - DERROTAS
III - PECADOS
IV - RIXAS
V - SOFRIMENTOS.
1.1 - Vantagens do sermão tópico ou temático.
a) Possibilita o aperfeiçoamento da retórica. É o sermão típico dos grandes oradores;
b) É fácil de se elaborar, porque a unidade é construída conforme o desejo do pregador;
c) Agrada a muitos ouvintes "preguiçosos mentais", porque não exige reflexão;
d) Possibilita que se esgote o assunto ou que se o encerre de modo completo;
e) Permite a discussão de qualquer assunto, pois as idéias vêm de fora do texto.
1.2 - Perigos no uso do sermão temático ou tópico.
a) Negligenciar a exegese da palavra de Deus não aplicando-a;
b) Atrair a atenção para o pregador. É a inteligência, argumentação e oratória dele que
funciona;
c) Pode levar a alegorização.
1.3 - Cuidados na confecção do sermão temático ou tópico
a) O tema deve ser claro, específico e expressivo, pois tudo dependerá dele;
b) Os argumentos devem vir em ordem progressiva. Inverta as divisões I e III do
exemplo 1 e veja o que acontece;
c) Esquematize as divisões em uma das seguintes maneiras: explanação, prova,
argumentação, aplicação. Esta é a melhor progressão.
2. Textuais Literais.
É quando as divisões são literalmente as palavras do texto. Podendo haver ligeira
variação dos termos.
Exemplo 1: "Às graças permanentes" (I Coríntios 13.13)
I - A FÉ
II - A ESPERANÇA
III – O AMOR
Exemplo 2: "Às expressões do mundanismo" (I João 2.16)
I - A CONCUPSCÊNCIA DA CARNE
II - A CONCUPSCÊNCIA DOS OLHOS
III – A SOBERBA DA VIDA
Exemplo 3: "Cristo, o único mediador entre Deus e o Homem" (João 14.6)
I - O CAMINHO
II - A VERDADE
III – A VIDA
Na confecção do sermão pode se fazer perguntas ao texto: Quem? Que? Como? Por
que? Para que?
Exemplo 1: "A busca do reino de Deus" (Mateus 6.33)
O que? (buscar) I – O REINO E A SUA JUSTIÇA
Quem? (deve buscar) II - VÓS, OS CRENTES
Quando? (buscar) III – EM PRIMEIRO LUGAR
Por que? (buscar) IV - TODAS AS COISAS VOS SERÃO ACRESCENTADAS.
Exemplo 2: "Dai graças" (Efésios 5.20)
A quem? I - A DEUS, O PAI
Como? II - EM NOME DE NOSSO SENHOR JESUS
Quando? III - SEMPRE
Em que circunstâncias? IV - POR TUDO
3. Textuais Livres
É quando as divisões expressam os sentidos das palavras do texto em termos diferentes.
Exemplo 1: "A purificação dos pecados" (I João 1.7)
I - É OBRA DIVINA (de Jesus Cristo)
II - É OBRA PRESENTE (nos purifica)
III – É OBRA PESSOAL (nos purifica)
IV - É OBRA PERFEITA (de todo o pecado)
Há uma expressão chave nas quatro divisões, qual é?
Exemplo 2: "As Escrituras Sagradas" (Oséias 8.12)
I - SEU AUTOR (Eu lhes escrevi)
II - SEU CONTEÚDO (As grandes coisas da lei)
III – SUA REJEIÇÃO (Coisas estranhas)
Observe: a) O título é muito geral
b) Há uma palavra chave nas divisões
c) O sermão é negativo, deve exigir grande esforço do pregador para dizer algo
construtivo.
4. Sermões Expositivos
Sermão expositivo consiste na explicação ou explanação de um trecho das escrituras.
Não o confunda com homilia.
4.1 - Suas limitações
a) É difícil manter a unidade e a concatenação das idéias
b) Os assuntos não são tratados de um modo lógico e completo.
4.2 - Suas vantagens:
a) Foi o método dos tempos apostólicos
b) Exige estudo sério da palavra de Deus (é benção para o pregador e é bênção para a
igreja – é a melhor maneira de edificar a igreja)
c) Obriga-se a tratar de assuntos que de outra forma ficariam esquecidos.
d) Presta-se a uma série de sermões bíblicos. Aplica-se uma série de passagens
doutrinárias, devocionais, evangélicas, parábolas, milagres, incidentes históricos e séries
de sermões.
4.3 - Suas exigências:
a) É necessário determinar o texto. O texto precede o sermão. Diferença de um sermão
temático e um expositivo, neste sentido.
b) É necessário a exegese do texto. Dá mais trabalho
c) É preciso descobrir o assunto principal ou a lição principal
d) As divisões devem se relacionar com o tema principal
e) Deve-se evitar a multiplicação de minúcias, de detalhes desnecessários
f) Não gastar tempo demasiado explicando pontos difíceis
g) Não multiplicar a citação de passagens paralelas.
Exemplo : "O remédio para a condição humana" - ( Ef 2.1-10)
I - A condição espiritual do homem natural está descrita em nosso texto sob três figuras:
1. O homem natural está morto - "morto em delitos e pecados"
2. O homem natural está preso por uma trindade infernal:
a) Segue o curso deste mundo
b) Vive nos desejos da carne
c) Obedece ao príncipe das potestades do ar
3. O homem natural é um réu condenado - "filho da ira"
II - Para esta terrível condição Deus proveu um remédio adequado que nosso texto
descreve em três maneiras:
1. É um remédio de amor – "pelo seu muito amor com que nos amou."
2. É um remédio de poder – "nos ressuscitou juntamente com Ele."
3. É um remédio de graça – "porque pela graça sois salvos."
Conclusão
a) Este remédio nos é oferecido somente em Cristo
b) Este remédio pode ser nosso pela fé.
c) Os resultados da aplicação deste remédio serão motivo de contemplação e de louvor a
Deus por toda a eternidade (Veja v. 7)
d) Deve por isso, ser aceito agora mesmo.
Observe:
a) Bom título (que pode ser melhorado)
b) Nas sub-divisões, as palavras chaves
c) A boa estrutura da conclusão
V - O ASSUNTO E O TÍTULO DO SERMÃO
1. Fontes para o assunto do sermão
a) As Escrituras - Durante o estudo pessoal ou assunto devocional, textos procurados
para servir de base a assuntos previamente escolhidos.
b) A experiência do povo e do pregador. Problemas humanos concretos.
c) Calendário da igreja, da denominação, do país.
d) Momento histórico: - Fatos relevantes acontecidos no mundo. " em quem votar? " (Js
24.15) . "A eleição do rei" ( Dt. 17.14-20) do Pr Éber Vasconcelos.
2. O título do sermão
É o nome do sermão. É o condensado de um título, numa expressão.
3. A necessidade de um título
a) Auxilia o pensamento do pregador na preparação do sermão
b) Auxilia a congregação a entender o que o pregador quer dizer. É bom que o povo
saiba para onde vai andar.
4. Qualidades de um bom título
a) Clareza - Deve permitir que o ouvinte saiba o que vai ser tratado. O que significa
"Prolegômenos pneumatológicos " ?
b) Específico - Não deve ser genérico. Salvação, Deus, universo, etc.
c) Brevidade - De duas a sete palavras
d) Adequado ao púlpito - Considere-se o que é a pregação o que é o púlpito e qual o
ambiente em que se prega.
e) Relevância - Deve ter relação com a vida do povo. Qual é o melhor "A vida de José"
ou "A fidelidade de um jovem crente?" O que nos diz mais respeito "como Abraão se
portou" ou "Porque devemos obedecer a Deus" ?
f) Originalidade - Um bom: "O direito de rejeitar a Cristo" (Tiago Lima). Não confunda
com sensacionalismo, irreverência ou vulgaridade.
5. Exemplos de títulos negativos:
a) "O homem que perdeu a cabeça num baile" (João Batista)
b) "Raposas com lanterna traseiras acesas" (Sansão)
c) "O pecador está frito" (o rico Lázaro)
d) "O homem que caiu do cavalo" (a conversão de Saulo)
6. Como redigir o título
a) Ter em mente que o título vai ser "dividido". Deve haver um elemento "divisível" no
título.
b) Tornar o título em uma preposição.
Exemplo: Sermão em Lc 9.23 (é preciso morrer), um sermão sobre o discipulado.
7. Como formular o titulo
a) Quais métodos podem ser usados para conseguir um título agradável?
b) Usando o sistema de palavras-chaves. Uma palavra que dá rumo à discussão. Em
cada divisão, a palavra-chave deve aparecer.
Exemplo 1
"O poder do evangelho" - Rm 1.16 (Crane 131)
I - O evangelho é poder divino
II - O evangelho é poder salvador
III - O evangelho é poder universal
Exemplo 2
"Os efeitos do companheirismo de Jesus" At 4.13 (Crane)
I - O companheirismo com Jesus humilha
II - O companheirismo com Jesus transforma
III - O companheirismo com Jesus capacita
IV - O companheirismo com Jesus ilumina
V - O companheirismo com Jesus imortaliza
7.1 Formulando o título em uma interligação - Uma pergunta expressa o título. As
divisões irão respondê-la.
Exemplo 1
"Por que amamos a Deus"? Sl 116.1-8 (Carne)
I - Porque nos escuta quando clamamos por Ele
II - Porque nos tem livrado da morte
III - Porque nos consola nas tribulações
IV - Porque nos guarda do tentador
7.2 Formulado o título de forma imperativa. O título é uma ordem. Um mandamento.
Esta ordem vai estabelecer o rumo da discussão. Há quatro caminhos a seguir quando se
usa um título imperativo.
1º) O que significa a ordem. Veja o exemplo de Crane: (p. 134)
"Tem cuidado da doutrina" – (I Tm 4.16)
I - Ter cuidado da doutrina significa defendê-la
II - Ter cuidado da doutrina significa ensiná-la
. Observe: a ordem, se invertida, melhorará a argumentação.
2º) As razões pela quais se deve obedecer à ordem dada. Veja o exemplo de crane:
(p.135)
"Sede Santos" – (I Pe 1.13-21)
I - Devemos ser santos por lealdade ao nosso Pai
II - Devemos ser santos por temer o juízo
III - Devemos ser santos por amor ao salvador
3º) Como Cumprir a ordem. Veja-se o exemplo de crane ( p. 135)
" Fazei discípulos de todas as nações" Mt 28.19
I - Podemos faze-lo se somos fiéis no testemunho pessoal no lugar em que o Senhor nos
colocou.
II - Podemos faze-lo se somos fiéis em orarmos por avivamento mundial.
III - Podemos faze-lo se somos fiéis em contribuição para o sustento da obra
missionária.
4º) O sermão como o título imperativo pode ter uma combinação dos métodos descritos.
Veja-se o exemplo de Crane ( p. 135)
"Crescei na estatura espiritual" - II Pe 3.18
(abreviado sem sub-divisões)
I - O que significa crescer espiritualmente ?
II - Porque devemos crescer espiritualmente ?
III - Como devemos crescer espiritualmente ?
7.3 Formulando o título em forma de proposição. O título é uma declaração. Há
caminhos pelos quais o pregador pode enveredar.
1º) O que a proposição significa. Veja-se este esboço de Spurgeon (citado por Crane, p.
136)
"Ao Senhor pertence a salvação" - Jn 2.9
I - A origem da salvação pertence ao Senhor
II - A execução da salvação pertence ao Senhor
III - A aplicação da salvação pertence ao Senhor
IV - A sustentação da salvação pertence ao Senhor
V - O aperfeiçoamento da salvação pertence ao Senhor
2º) Provar que a proposição é certa. Veja-se o exemplo de Crane ( p.136)
" A ordem constante do povo do Senhor é: adiante !" Ex 14.15
I - Ir adiante na obra do Senhor e um dever iniludível
II - Ir adiante na obra do Senhor é uma necessidade imperiosa
III - Ir adiante na obra do Senhor é possibilidade gloriosa
3º) Uma combinação dos dois métodos anteriores. Veja-se o exemplo de Crane (p. 1378)
" Nada há perigoso como cristianismo falso" - Hb 5.1-11
I - Vejamos o que é o cristianismo falso ( seguem-se 3 sub-divisões )
II - Vejamos o que faz o cristianismo falso ( idem)
8. Como enunciar o título
a) Antes da leitura bíblica
b) Após a leitura bíblica
c) Após a introdução.
VI - O TEXTO DO SERMÃO
Definição: Texto é a passagem bíblica que serve de base para o sermão.
1. Necessidade e vantagens do uso do texto
a) Está de acordo com a natureza da pregação: ensinar a palavra.
b) É vantajoso para o povo: ouvir a palavra.
c) Dá autoridade ao pregador: vai falar da Bíblia
d) Valoriza o pregador: é conhecedor da Bíblia.
e) Auxilia na variação de assuntos : "garantia de estoque inesgotável de assuntos"
f) Auxilia na determinação da estrutura do sermão
g) Leva o povo a crescer no conhecimento da Bíblia
2. Escolhendo o texto
2.1 Quatro regras negativas:
a) Evite o uso de texto de autenticidade duvidosa : Jo 8.1-11, At 9.6, I Jo5.7
b) Cuidado com textos obscuros ou contravertidos: Rm 7.10-11, I Pe 3.18-20. Escolha
textos claros e simples sobre os quais você pode falar. Se usar texto obscuro e
contravertido, estude-o muito e fale claramente. Explique e aplique. Sua função é
esclarecer e não obscurecer.
c) Cuidado com textos repugnantes : Jz 3.24, II Pe 2.22 e Ap 3.16
d) Cuidado com textos cuja tradução seja disputada: Jo 5.39, no caso de usar o verbo no
imperativo.
2.2 Seis regras positivas:
a) Escolha um texto que tenha falado ao coração do pregador
b) Delimitar o texto de tal forma que contenha um unidade completa de pensamento
c) Ter em mente as necessidade dos ouvintes
d) Seguir o calendário cristão na medida do possível
e) Usar textos de todos os livros da Bíblia
f) Via de regra, limitar-se a um só texto para cada sermão. Em caso excepcional, mais
de um. Manter a unidade de pensamento.
3. O texto e a idéia do sermão
O texto bem escolhido é aquele que apresenta a idéia central do sermão em uma
sentença clara e definida.
A idéia do sermão pode ser tirada diretamente do texto. Por exemplo: Em João 3, "A
necessidade do novo nascimento". Que idéia você tiraria para o Salmo 23 e em João 20?
A idéia do sermão pode ser achada por referência. Quando Paulo fala sobre carne
sacrificada aos ídolos. "A importância da influência cristã".
Pode ser analogia. Mt 18.15-17 é uma passagem sobre relacionamento pessoal, mas
pode ser usada para falar sobre "Como evitar a guerra?".
4. O texto e o planejamento da pregação
Deve haver oração e dependência do Espírito Santo. Estabelecer um programa de
ensino. A pregação eclesiástica contemporânea é dispersiva quanto aos temas. O plano
pode ser mensal, trimestral ou anual. Pode-se usar o calendário cristão, da igreja ou
denominação. Deve-se ter em mente a situação da comunidade e do mundo. Pode
relacioná-los com assuntos da Escola Bíblica Dominical. Estabelecer uma série de
sermões sobre um assunto, uma vez por ano. Pode ser sobre um livro da Bíblia, uma
série de passagens, etc... (Crane 263)
5. A interpretação do texto
Definição : " Interpretação é o esforço de uma mente em seguir as processos mentais de
outra mente por meio de símbolos que nós chamamos linguagem".
5.1 - Passos na interpretação do texto
a) Conhecer o autor e sua situação - Salmos 32 e 51, de Davi.
b) Usar dicionário bíblico.
c) Os leitores e o meio ambiente - Cartas às igrejas do Apocalipse, o gnosticismo.
d) A ocasião e o propósito do autor - Tiago e Pedro sobre Abraão.
e) As condições geográficas, políticas, econômicas e sociais - Maria era noiva de José
mas chamada de esposa.
6. O texto e seu contexto
a) Próximo - O imediato, antes ou depois
b) Remoto - O livro, a Bíblia sobre o assunto.
c) Principio da revelação progressiva. (do pouco claro ao muito claro)
7. O texto e sua análise
a) É preciso conhecer os sentidos das palavras. É poesia? Linguagem figurada ? O uso
de dicionários e léxicos. Fee & Stuart, Entendes o que lês?
b) É preciso recriar, tanto quanto possível, a vivência da passagem. Conhecer aquela
cultura.
d) É preciso entender a relação entre as palavras. Graça e fé, por exemplo.
8. O texto e suas verdades
a) Enunciar a verdade central em uma proposição clara e correta
b) Fazer uma lista das verdades significativas do texto
c) Ordenar as verdade em grupos comuns
d) Aplicar essas verdades às necessidades dos ouvintes. (Ver Robison, em A Pregação
Bíblica, p. 19.)
9. O texto e seu estudo
a) Estudar o texto em várias traduções em português (VR, BLH, ERAB, BJ, BV, BL)
b) Examinar outras traduções
c) Examinar o texto grego ou hebraico
d) Dar sua própria interpretação
e) Examinar outros recursos na biblioteca, inclusive comentários
f) Relacionar com a vida de hoje
VII - A ESTRUTURA DO SERMÃO
Como organizar a matéria: Estrutura = esboço = plano. O material do sermão deve ser
disposto em ordem. Isto exige talento e treino. É necessário a imaginação construtiva.
Mas, uma estrutura é indispensável.
1. A importância da estrutura
a) Para o pregador: Por os pensamento nos lugares devidos. A falta de ordem leva à
digressão, a repetição e à falta de clareza.
b) Para os ouvintes: Uma boa estrutura ajuda: A compreensão - o que foi mesmo que o
pastor pregou?
c) A aceitação - é convincente
d) A retenção - é fácil de lembrar.
2. As características de uma boa estrutura
a) Unidade: Uma só mensagem de cada vez. Geralmente é preciso decidir o que omitir.
b) Ordem: As idéias devem ter uma seqüência. Devem caminhar para um clímax.
c) Equilíbrio: Deve haver proporção ou simetria entre as partes. As vezes, não dá tempo
para concluir.
d) Progresso: O caminho para o clímax é linear cíclico.
3. Elemento componente da boa estrutura
Dependendo do estilo do sermão, os componentes sofrem variações. Em regra geral,
são:
a) Introdução (exórdio) - apresentar o assunto e também a linha de raciocínio.
b) Proposição ou tema: O que vai ser discutido. KEI: sentença de transição.
c) Divisões.
d) Conclusão (preparação, desafio)
e) Apelo
4. A introdução
Tudo neste mundo tem uma introdução: entrada, pórtico em casa, peça musical, o
prefácio de um livro.
4.1 – Objetivos da introdução
a) Preparar o ouvinte para receber a mensagem. Os ouvintes estão frios e despreparados.
b) Preparar o ouvinte para entender o assunto e o propósito do sermão. A "introdução
introduz" o assunto do sermão.
4.2 – Características de uma boa introdução
a) Interessante, porém não estapafúrdia nem sensacional nem exagerada
b) Breve, porém não abrupta
c) Apropriada à ocasião, à mensagem. Deve ter estreita relação com o texto e o tema do
sermão
d) Cordial, porém não bajuladora
e) Clara, sem antecipar os fatos. Não dizer demais logo no início
f) Modesta, não prometer demais. Não adornar demais
4.3 – Tipos de introdução
a) Introdução textual. Pode preceder a leitura do texto. Se é um sermão textual, pode e
deve ser repetido o texto. Explicação de fatores de importância relacionados com o
texto.
b) Introdução contextual. Os antecedentes, por exemplo. O caso da parábola do filho
pródigo: são três parábolas sobre a alegria de Deus
Introdução descritiva. A descrição dramática. Sermão sobre Bartimeu.
Introdução do tópico ou assunto. Anúncio do assunto e talvez definição de palavras do
texto.
c) Introdução de problema. todo sermão deve Ter como objetivo a solução de um
problema humano, vital e importante.
d) Introdução de objetivo. Sermão sobre "Regresso à disciplina": "O nosso mundo hoje
nos confronta com pelo menos uma necessidade elementar: A necessidade de
disciplina"
e) Introdução de citação. Citação notável da bíblia, dos jornais, de conversas, da
literatura, de poesia, etc.
f) Introdução de ilustração. Leonardo da Vinci: O quadro da ceia do senhor
Introdução de manchetes. As manchetes de jornais.
g) Introdução de experiência. Experiência pessoal do pregador, de outrem. Carta ou
entrevista.
h) Introdução de perguntas. "O que querem vocês aqui?"
i) Introdução de ocasião especial referência a ocasião especificada.
j) Introdução de estatística. (Cuidado com "chutes")
Obs.: Nunca usar introdução com declaração geral, generalidade. "O mundo está em
crise". Evite a banalidade.
4.4 – Orientação prática
a) Ao iniciar, não peça desculpas.
b) Não procure ser engraçado. "Sabem porque Pedro traiu a Jesus?"
c) Não "rasgue ceda" Agradecimentos e salamaleques à parte
d) Não comece com tom fortíssimo
e) Não comece sempre da mesma forma. Gaste tempo no preparo de uma boa
introdução. Seja caprichoso. Fuja da frases feitas
f) Seja breve ao referir-se "ao prazer de estar aqui"
g) Evite a introdução "tamanho único" (serve para qualquer sermão)
h) Cuide bem das primeiras frases. Ou se ganha ou se perde a atenção aqui
i) Concluída sua introdução, mencione claramente o tema ou proposição do sermão.
j) Não discuta, na introdução, o assunto do sermão. Introduza o assunto.
k) Deixe a forma final da introdução para a parte final da preparação do sermão.
5. As divisões do sermão
5.1 A vantagem das divisões
A divisão do tema assegura a unidade do sermão. As idéias são colocadas em ordem.
Um tema pode ter várias idéias.
5.2 Efeitos (Crane 144)
"O que a incredulidade ocasiona?" Nm 14. 1-11
5.2.1 - A incredulidade denigre o caráter de Deus
5.2.2 - A incredulidade envilece o caráter do homem
5.2.3 - A incredulidade prejudica a obra de Deus
5.2.4 - A incredulidade provoca a ira de Deus
5.3 Razões que apoiam uma tese (Crane 145)
5.3.1 - Somos ricos porque recebemos o perdão de nossos pecados
5.3.2 - Somos ricos porque os recursos de Deus estão a nosso favor
5.3.3 - Somos ricos porque as glórias dos céus nos estão reservadas
5.4 Meios para alcançar um fim (Crane 146)
"Os requisitos do crescimento espiritual" – II Pe 3.18
5.4.1 - Primeiro requisito do crescimento espiritual é o de uma alimentação adequada.
5.4.2 - Segundo requisito do crescimento espiritual é o de uma atividade apropriada.
5.5 Significado de algo (Crane 147)
"Uma vida digna do evangelho" Fp 1.27-30
5.5.1 - Uma vida digna do evangelho é uma vida de paz
5.5.2 - Uma vida digna do evangelho é uma vida de combate
5.5.3 - Uma vida digna do evangelho é uma vida de fé
5.5.4 - Uma vida digna do evangelho é uma vida de amor.
5.6 Perguntas: Que, Quem, Como, Quando, Onde, Por que?
Exemplo: "Nossa ordem de marchar" Ex 14.15 (Crane pg. 147)
5.6.1 - Por que devemos marchar?
5.6.2 - Como devemos marchar?
5.6.3 – O que nos espera em nossa marcha?
5.7 Justaposição de dois conceitos: contrastes ou complementação (Crane 149)
"Uma pergunta importante e uma resposta certa" At 16. 25-34
5.7.1 - A pergunta importante foi "que devo fazer para ser salvo?"
5.7.2 - A resposta certa foi: "crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo"
5.8 Aspectos do texto. "Ao fato central da história do mundo" Gl 4. 4-5 (Crane 152)
5.8.1 - Ele nos diz que o tempo escolhido por Deus para enviar Seu Filho ao mundo foi
um tempo propício.
5.8.2 - Ele nos diz que o método adotado por Deus para enviar Seu Filho ao mundo foi
um método apropriado.
5.8.3 - Ele nos diz que o propósito com que Deus enviou Seu Filho ao mundo foi um
propósito adequado.
5.9 Desenvolvimento cronológico. "Deus, o nosso libertador" Rm 11.26.
5.9.1 - No passado
5.9.2 - No presente
5.9.3 - No futuro.
5.10 Problemas = Solução. Uma divisão é a resposta da outra "A busca humana por
Deus" Jo 6.68.
5.10.1 - Para quem iremos nós?
5.10.2 - Tu tens palavra de vida eterna.
5.11 Conteúdo das divisões. O que se deve dizer em cada divisão? Como encher cada
uma?
5.11.1 - Fazer perguntas à divisão
5.11.2 - Expor ou explicar termos: Definições, narrações, descrição, provar a tese da
divisão, etc.
5.11.3 - Argumentar, responder objeções, levantar e responder objeções
5.11.4 - Ilustrações Bíblicas e seculares: Exemplo a imitar e evitar.
5.11.5 - Citações Bíblicas
5.11.6 - Experiências
5.11.7 - Aplicar e exortar
Obs.: Cuidado para não explicar demais, entrando em minúcias desnecessárias que não
coadunam com o propósito do sermão. Quando citar grego e hebraico, faça-o com jeito
para não ser pernóstico. Não seja pedante não faça citação em outros idiomas.
VIII - ILUSTRAÇÕES
1. Necessidade.
1.1 - São um meio pedagógico eficiente.
1.2 - Auxiliam a memória. O povo se lembra mais das ilustrações do que das
argumentações. Um pastor pediu a vinte pessoas que escrevessem sobre o que se
lembravam do sermão que pregara. Um ou dois se lembraram do esboço; quase todos se
lembraram da história final.
1.3 - Foi o método usado por Jesus para ensinar. A projeção da parábola do filho
pródigo
1.4 - Ajudam a convencer
1.5 - Despertam reação emotiva. Há histórias que convém evitar "apelações".
2. Tipos de ilustrações
2.1 - Linguagem pictórica, Metafórica, Alegorias. Exemplo Jr 2.12-17
2.2 - Histórias ou narrativas. Um fato histórico. Um incidente, uma experiência, uma
parábola, etc
2.3 – Poemas.
3. Fontes de ilustrações
3.1 - A Bíblia. Material abundante, familiar, de autoridade, de valor permanente
3.2 - A literatura, Biografias, Autobiografias, Ficções, Drama, Poesia, Fábula, Mitos e
Lendas
3.3 - Experiência pessoal do pregador
3.4 - A história secular, a história eclesiástica, a história da teologia, a história
contemporânea, os jornais e as revistas
3.5 - A ciência
3.6 - As artes. Histórias de hinos, citações de livros, versos, estrofes, pinturas, etc
3.7 - Imaginação do pregador
3.8 - Arquivos de ilustrações.
4. Código de ética para ilustração. Robert Butler, em "Administração Eclesiástica", V
10, nº 10, nº 2, pág. 19,20.
4.1 - "Eu resolvi nunca usar uma ilustração do gabinete de aconselhamento"
4.2 - "Eu resolvi usar ilustrações que envolvam minha família com muita cautela e
consideração"
4.3 - "Eu resolvi evitar a ilustração muito usada"
4.4 - "Eu resolvi evitar piadas e histórias que são irreais"
4.5 - "Eu resolvi fugir de engrandecer a mim mesmo nas minhas pregações"
4.6 - "Eu resolvi nunca pregar muitas ilustrações"
4.7 - "Eu resolvi apresentar ilustrações honestas"
4.8 - "Eu resolvi me esforçar para dar o devido crédito a uma ilustração"
5. Qualidades de uma boa ilustração.
5.1 - Facilmente entendida, compreensível
5.2 - Pertinente ou apropriada. Ilustra o ponto em questão ou não?
5.3 – Atual, o mais possível
5.4 - Digna de crédito
5.5 - Breve, geralmente o máximo de 100 palavras
6. Sugestões práticas
6.1 - Não usar número excessivo de ilustrações. Qualidade, não quantidade
6.2 - Variar a natureza das ilustrações
6.3 - Cultivar a arte de contar histórias
6.4 - Ser preciso. Cuidado com nomes, fatos e datas
6.5 - Não exagerar. Não "aumentar" a ilustração
6.6 - Preparar a ilustração com cuidado
6.7 - Não abusar das ilustrações do Toninho, da Mariazinha, da Menininha, etc
IX - A CONCLUSÃO
De grande importância. Põe abaixo ou salva o sermão. É onde se chega a uma decisão.
Muitas vezes o auditório vê o sermão se esfumaçar no fim. Não deve ser um amontoado
de frases, mas o clímax do sermão. O ponto alto.
1. Cuidados a tomar
1.1 - Prepare-se, não neglicencie. Esboço visto! "conclusão: O que vier na hora". Pode
se esperar algo do pregador preguiçoso?
1.2 - Evite a pobreza mental e fuja do medo de levar os ouvintes à decisão
1.3 - Evite a "conclusão de afogado": "batendo no ar", para todos os lados
1.4 - O tempo: Não mais de 10% do sermão
1.5 - Não acrescente matérias novas, idéias diferentes
1.6 - Não peça desculpas. É ruim no início e pior no fim
1.7 - Não conte piadas. É o momento mais sério do sermão
1.8 - Cuidado com gestos que distraem: olhar o relógio, fechar a Bíblia, recolher o
esboço, falar enquanto folheia o hinário, buscar um hino a ser cantado, etc
1.9 - Varie as conclusões, evite monotonia
2. Qualidades de uma boa conclusão.
2.1 - Ter unidade. Não ser múltipla
2.2 - Deve ser clara e breve
2.3 - Deve ser pessoal, personalize o sermão. Cada ouvinte deve saber que está se
falando para ele. Deve o ouvinte se perguntar: "Muito bem, à luz disto, que devo
fazer?". Evite o festival de banalidades: "que possamos ser crentes melhores", "que
Deus nos abençoe". Isto não quer dizer nada.
2.4 - Deve ser positiva
2.5 - Deve ser vigorosa (Não quer dizer violenta, agressiva). Deve ter vida, mas deve ser
amorosa.
3. Estrutura da conclusão
A conclusão, normalmente, deve conter um dos três elementos, como estrutura:
recapitulação, aplicação, apelo.
3.1 - Recapitulação – A introdução mostra "onde vamos". A conclusão "onde fomos". É
um sumário das divisões do sermão.
3.2 - Aplicação – Outra maneira de se elaborar a estrutura da conclusão é aplicando a
mensagem ao ouvinte. O sermão deve vir todo ele, em seu desenvolvimento sendo
aplicado. Aqui a aplicação estaria fortemente colocada na mensagem.
3.3 - Apelo – Para decisão íntima ou pública. Toda a conclusão giraria ao redor do
apelo, que pode ser para decisões, consagração, prática das virtudes cristãs, dedicação à
obra, etc.
4. Tipos de conclusão
O pregador caprichoso variará as maneiras de concluir seus sermões. Eis alguns tipos de
conclusão:
4.1 - Com poesia ou hino – Que se encaixe ao conteúdo da mensagem.
4.2 - Com contrate – Sermão sobre a volta de Cristo: "você será levado ou será
deixado?"
4.3 - Com apelo à imaginação – Sermão sobre o natal: "O último natal"
4.5 - Com final abrupto
4.6 - Com oração
4.7 - Com demonstração – Mostrando como praticar a verdade pregada
4.8 - Com perguntas – Mas evite a generalidade ou banalidade de "Será que estamos
fazendo isso?"
4.9 - Com a repetição do texto – Mas levando em conta a necessidade do desafio. Que
deve ter em toda conclusão.
X - BONS HÁBITOS NA PREGAÇÃO
A pregação não é apenas o sermão: é também o pregador. Alguns maus hábitos podem
comprometer o sermão. O pregador deve tomar cuidado para evitar tais costumes e
maneirismo.
1. Postura ereta. Não se deite sobre o púlpito nem se acorcunde.
2. Cuidado com a aparência: O uso de óculos escuros em recinto fechado e à noite, é
triste. O pregador descabelado, com barba por fazer, colarinho virado, sapatos
enlamiados, meia verde?
3. Cultive o idioma: A pregação é comunicação oral. Conheça pelo menos o seu idioma.
É sua ferramenta
4. Cuidado com regionalismo: "Botão, mucidade, cruis de Jesuis, dolze, irrael, etc" etc.
5. Use seu próprio estilo: Seja você mesmo. Não copie. O uniforme de Saul não coube
em Davi.
6. Fale toda a palavra: Não engula os "r" e os "s" não engula as sílabas finais. Evite as
sujeições "eles tão" ao invés de "eles estão".
7. Aprenda a ler: Pratique a pontuação correta, dê entonação, viva os diálogos do texto.
8. Fale às pessoas: Olhe para elas. Paredes, bancos, teto e chão não se convertem nem
aprendem.
9. Fale com o corpo: Use expressão facial condizente. Evite a "cara de mau". Use ambas
as mãos. Não oscile o corpo para trás e para a frente. Tão pouco se levante
constantemente na ponta dos pés. Evite o dedo indicador apontando para o ouvinte.
10. Module a voz: Deve ser de acordo com o ambiente. Não é o grito. É a consistência e
convicção.
11. Evite os vícios de linguagem: - "né", "intão", "é interessante notar", "aí", etc
12. Evite chavões: Como acompanhar um sermão de 30 minutos com mais de 60
"aleluias" e "glórias a Deus?"
XI - PRECIOSOS PERTINENETES A PREGADORES
1. Descanse bem todas as noites e barbei-se todas as manhãs.
2. Mantenha um coração puro e renove o colarinho limpo.
3. Em sua vida brilhe a luz do evangelho e em seus pés sempre brilhe os sapatos.
4. Não deixe passar oportunidades, mas mande passar seu terno.
5. O mar Cáspio fica bem entre a Europa e Ásia, mas a caspa fica mau na gola do seu
paletó.
6. Seja pobre de espírito, mas não de vocabulário.
7. Procure a casa dos homens para que os homens procurem a casa de Deus.
8. Contente-se com o que tem, mas não com o que é.
9. Perdoe as dívidas dos seus devedores, mas não se endivide e ganhe os seus credores.
10. Unhas esmaltadas podem ser criticadas, mas sujas são sempre apontadas.
11. Ir à frente é melhor do que empurrar para frente.
12. A consistência é mais forte do que a eloquência.
13. Busque a Deus antes, para estar vivo diante dos homens.
NOTA: Os primeiros sete preceitos foram traduzidos e adaptados pelo Pr. Alberto
Blanco de Oliveira da publicação "word and way", de Missouri, EUA. Os demais são de
sua autoria, publicado em "O jornal de oração" de março de 1881.
Administração Eclesiástica, vol 10 – nº

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