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Leia! 297 10/2/08 11:35 PM Page 1 nº 297 Cadeia Petroquímic a e do Plástico, Economia e Polític a, S ustentabilidade, Améric a Latina e Mundo •02 de Outubro de 2008• Ano 4 Cadeia Produtiva Consórcio faz 1ª descoberta no pré-sal Um consórcio de petroleiras estrangeiras anunciou na última terça-feira (30) de outubro a primeira descoberta da camada pré-sal sem a participação da Petrobras. Trata-se de área na bacia de Campos. Liderado pela norte-americana Anadarko (30%), o consórcio que fez a descoberta conta ainda com a também americana Devon (25%), a canadense EnCana (25%) e a sul-coreana SK (20%). O reservatório foi encontrado a 1.417 metros, entre a superfície da água e o fundo do mar. A profundidade total do novo campo é de 5.600 metros, informou a Folha de S. Paulo. Braskem incorpora IPQ e PPSA A Braskem anunciou que vai incorporar a Ipiranga Petroquímica (IPQ) e a Petroquímica Paulínia (PPSA), além de uma parcela da Ipiranga Química (IQ). Segundo o presidente da Braskem, Bernardo Gradin, “com essas incorporações encerra-se uma etapa importante do processo de consolidação do setor petroquímico brasileiro. Esta etapa, iniciada com a aquisição dos ativos petroquímicos do Grupo Ipiranga, em março de 2007, e seguida pelo acordo de investimentos com a Petrobras em novembro do ano passado, foi concluída dentro do prazo planejado e comunicado ao mercado. Além disso, possibilita a aceleração da captura das sinergias anunciadas, o que vai proporcionar a ampliação da competitividade da companhia e de toda a cadeia produtiva da petroquímica e dos plásticos no País”. Os ativos incorporados foram avaliados em R$ 3,4 bilhões. Como antes da incorporação, a Braskem detinha 100% do capital total da IQ e de PPSA e 99,3% do capital total de IPQ, a Braskem deverá emitir apenas 1.506.061 ações preferenciais classe 'A', que deverão ser entregues aos minoritários da IPQ, representando 0,3% do capital total da companhia. Após essas incorporações, o capital social da Braskem será aumentado para R$ 5,4 bilhões, divididos em 524.391.654 ações, sendo 196.714.190 ordinárias, 326.874.398 preferenciais classe 'A' e 803.066 preferenciais classe 'B', informou o InvestNews. Acordo para refinaria com PDVSA sai até fim do ano, diz Petrobras O acordo de acionistas e o estatuto social da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, projeto conjunto de Petrobras e PDVSA, tratado desde o primeiro encontro bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Hugo Chávez, devem ser fechados até o fim do ano, disse um diretor da Petrobras. Os dois documentos, essenciais para a constituição legal da empresa responsável pela refinaria, vêm sendo negociados desde 2006 pelas duas petroleiras. Na última terça-feira (30), em Manaus, mais um passo foi dado em direção a um acordo. Petrobras e PDVSA assinaram um termo de compromisso com as diretrizes do acordo de acionistas e do estatuto social. Segundo o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a demora se deve à complexidade do negócio. De acordo com o diretor, existem ainda três pendências para que o acordo de acionistas e o estatuto social da refinaria sejam concluídos: fechar os contratos de fornecimento de petróleo, aguardar resultado de auditoria externa que verifica quanto a Petrobras já investiu no empreendimento e, portanto, qual deverá ser o aporte da PDVSA e fazer um plano de negócios para a refinaria. A refinaria Abreu e Lima terá capacidade de processar 200 mil barris de óleo pesado por dia. O fornecimento de petróleo é de 50% para cada país e o capital total da empresa será 60% do Brasil e 40% da Venezuela. A parte de destilaria deve entrar em operação no segundo semestre de 2010, enquanto os setores de hidrotratamento e coqueamento retardado estão previstos para 2011, disse Paulo Roberto. Da capacidade total da refinaria, 55 a 60% serão utilizados para a produção de diesel. O restante será para produzir nafta e coque de petróleo, matéria-prima usada, por exemplo, na siderurgia, informaram o Portal Exame e a Gazeta Mercantil. Claudia Schaeffer vai assumir diretoria comercial da Dow Oil & Gas Claudia Schaeffer é a primeira diretora comercial para a América Latina da Dow Oil & Gas. Na empresa há nove anos, Claudia já ocupou posições nas áreas de P&D, Serviços Técnicos, Desenvolvimento de Mercado, Vendas e Marketing. A executiva tem passagens pela Hoechst, Ciba-Geigy e Oxiteno, informou a Brasil Energia. Negócios para o Plástico O carro de plástico A crise americana parece distante do setor automotivo brasileiro, que tem previsão de produzir 3,3 milhões de carros neste ano. A venda de veículos continua fazendo a alegria das montadoras. A Plascar, fabricante de peças para o acabamento de automóveis, cresce no mesmo ritmo. Segundo André Nascimento, presidente da Plascar, “em um carro pequeno, que pesa entre 800 quilos e uma tonelada, são usados de 100 quilos a 120 quilos de plástico. A tendência é que metade de um carro passe a ser feito com massa plástica. A vantagem é que a matéria-prima pode ser reciclada após a moagem, diferentemente dos compostos de aço e ferro. A substituição será feita em peças do motor, escapamento e de outros componentes. É trocar o metal pelo plástico. As vantagens são o custo menor e a redução da massa do veículo. Isso será importante para os carros elétricos, que estamos ajudando a desenvolver com as montadoras.” Informou a revista IstoÉ Dinheiro. Apesar da crise, fabricantes de brinquedos prevêem crescer até 30% A crise financeira recente, que recolocou o dólar no patamar de R$ 1,90, não chegou a tempo de alterar os planos da indústria de brinquedos – setor que utiliza plástico na sua produção. Cerca de 35% das vendas anuais deste setor concentram-se ao redor do Dia das Crianças, e mais 30% no Natal. Embora as datas ainda estejam por vir, as encomendas para elas já foram rodadas e, seguindo a tendência dos últimos anos, contaram fortemente com as importações para complementar a oferta de produtos. Segundo cálculos da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedo (Abrinq), as vendas das empresas para o dia das crianças foram até 8% maiores que o apurado no ano passado. O número está em linha com a previsão feita no início do ano, de crescimento de 8,4% no faturamento da produção nacional em 2008, para R$ 940 milhões. Já no caso das importações as projeções foram revistas, de alta de 15%, no início do ano, para mais de 50% depois de encerrado o ciclo de produção para o Dia das Crianças – que, para a indústria, acontece entre julho e setembro. Isso significa um valor acima dos R$ 2 bilhões. Para a Mattel, norte-americana dona de marcas como Barbie, Poly e Hot Wheels – brinquedos produzidos com plástico -, nem os cinco recalls que anunciou no último ano afetou o otimismo das vendas no País. A empresa não revela o número, mas informa que está em compasso com o crescimento desse mercado no Brasil, que deve subir 16% e chegar a R$ 3,2 bilhões neste ano. Na Estrela, a participação dos importados nos negócios da empresa subiu de 20% em 2006 para os atuais 45%, mas esse modelo pode ser revisto, informou a Gazeta Mercantil. Conedes analisa processos para novas indústrias Foram analisados na última terça-feira (30) os quatro processos para concessão de incentivos fiscais, creditícios e locacionais durante reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Conedes). As empresas atendem os setores de hotelaria, químico, plástico e de alimentos. O encontro reuniu, além dos membros do conselho, empresários e representantes de instituições públicas. Uma das novas indústrias que solicitou os incentivos governamentais é a Vetor Plásticos, empresa do Grupo Zanatta, localizada na cidade Criciúma, em Santa Catarina. A empresa solicita incentivos fiscais, creditícios e locacional, sendo uma área de 60 mil m_ no Pólo Multifabril de Marechal Deodoro. Com o total de investimentos de R$ 30 milhões, A Vetor Plásticos irá produzir embalagens plásticas flexíveis e descartáveis, baseado essencialmente em resinas, polipropileno e polietileno. De acordo com a diretoria da empresa, o objetivo dessa nova planta industrial do grupo é atender a demanda das grandes redes varejistas que estão investindo na região nordeste. Para o secretário do Desenvolvimento Econômico, Energia e Logística, Luiz Otavio Gomes, essa empresa trata-se de uma das maiores empresas de embalagens do país. Ele destaca que, além dos incentivos e acompanhamento de todo o processo pelo governo do Estado, o interesse do setor plástico por Alagoas ocorre especialmente pela proximidade da matéria-prima, a Braskem. Além da apreciação dos incentivos governamentais, será realizada discussão sobre a coqueicultura em Alagoas, com o conselheiro e empresário Émerson Tenório que fará uma explanação sobre as oportunidades do setor em Alagoas, informou Portal Primeira Edição, de Alagoas. Movimentos da Indústria Exportador refaz as contas e prevê menor expansão em 2009 Por estarem no centro dos efeitos diretos da crise, os exportadores refazem suas projeções e não vislumbram quadro animador. Recessão nos países desenvolvidos significa retração das vendas ao exterior, que por sua vez resultará, aqui, em menor ritmo de crescimento da economia. É nesse contexto que os novos cenários são traçados para a balança comercial e as contas externas do País, permitindo arriscar que a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano deverá ser bem menor do que a esperada para 2008, podendo ficar até pela metade. "Passar de 5% de crescimento neste ano para 2% em 2009 não é algo catastrófico, mas sem dúvida é uma situação em que o aumento do desemprego será inevitável, entre outras conseqüências negativas vislumbradas para o pior dos quadros imagináveis até agora. Mas vamos torcer para que a crise seja moderada e, com isso, o crescimento do PIB fique em torno de 3,7% no próximo ano em relação a 2008", acentua Francisco Pessoa, economista da LCA Consultores. Para a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), entre os fatores que devem conspirar contra a balança comercial em 2009 estão, não somente a redução do preço das commodities - importante componente das exportações brasileiras -, mas também do volume dessas vendas no exterior, dada a recessão nas nações desenvolvidas e o desaquecimento na China. Segundo o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, a falta de liquidez no mercado internacional fará com que lá fora os compradores dos produtos brasileiros tenham dificuldade na obtenção de crédito para importar. Já neste ano o impacto da crise deve ser menor e permanece para a entidade a projeção de um saldo comercial ao redor de US$ 23 bilhões - importações de US$ 180 bilhões e exportações na casa de US$ 203 bilhões. Na avaliação da LCA, tanto para 2008 quanto para 2009 a projeção é de crescimento zero para o volume das exportações brasileiras, num cenário básico - ou seja, em que a crise externa é moderada, informou a Gazeta Mercantil. Leia! 297 10/2/08 11:35 PM Page 2 Sustentabilidade Índice de reciclagem mecânica do PVC no Brasil avança de 13,7% para 17% Pesquisa sobre o índice de reciclagem de PVC no Brasil mostra que houve avanço de 13,7%, em 2005, para 17%, em 2007. Os dados dizem respeito ao PVC descartado no pós-consumo. A pesquisa também indica que o faturamento da indústria brasileira de PVC cresceu 30,3%, de R$ 90 milhões em 2005, para R$ 124 milhões em 2007. A indústria de reciclagem do PVC no Brasil conta com 136 empresas que empregam 1365 pessoas. Hoje, a capacidade instalada dessas indústrias é de cerca de 70 mil toneladas anuais. Segundo a pesquisa, somente 75% dessa capacidade são utilizados, o que mostra claramente o potencial de crescimento do setor. Entretanto, este desenvolvimento está atrelado à intensificação da quantidade de sistemas de coleta seletiva de resíduos pós-consumo. O Brasil tem mais de 5500 municípios e cerca de 350 têm algum sistema de coleta seletiva. Outro destaque da pesquisa é o desmembramento dos tipos de PVC reciclados. Como o PVC pode ser rígido ou flexível, a pesquisa também desmembrou a taxa de 17% do PVC (rígido + flexível). Para o PVC rígido a taxa ficou estável, saindo de 9,1% em 2005 para 9,3% em 2007. Já o PVC flexível variou mais intensamente, de 18,3% em 2005 para 19,6% em 2007. A razão dessa diferença está diretamente relacionada com o ciclo de vida útil do PVC. A pesquisa sobre o índice de reciclagem do PVC foi encomendada pelo Instituto do PVC à Maxiquim, consultoria especializada no segmento industrial e obedeceu a metodologia do IBGE. Além disso, envolveu empresas de todo o Brasil, informaram o Portal Terra, o Portal Barriga Verde e a TN Petróleo. Iniciado em Porto Alegre o piloto do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas Esta semana, Porto Alegre e a Grande Porto Alegre recebem o piloto do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas. O programa visa a redução do uso das sacolas plásticas em, no mínimo, 30% no prazo de um ano, com a melhoria da qualidade das sacolas e com a conscientização do consumidor em relação ao consumo. O Piloto seguirá por um mês em cinco lojas da rede Zaffari e cinco lojas da rede Unidasul. Cerca de 500 colaboradores – entre gerentes, operadores de caixa, empacotadores e supervisores – foram treinados para informar o consumidor da qualidade comprovada das sacolas adotadas nas lojas. Em função dessa qualificação das sacolas, elas agüentam o peso que trazem gravado (6 e 7 kgs), o que evita a necessidade de se colocar uma sacola dentro da outra ou de usá-las pela metade. Com o uso responsável, o programa visa reduzir em 30% em um ano o consumo de sacolas no Brasil. O primeiro Piloto aconteceu em São Paulo, durante o mês de junho e o resultado em um mês foi a redução de 12% na quantidade de sacolas – 40% da meta a ser atingida em um ano. O Piloto de São Paulo também mostrou que com as sacolas certificadas, o uso de sacolas em duplicidade caiu 6,3% e a subutilização em 32,9%. Antes do Piloto, 26% dos clientes deixavam os supermercados com as sacolas cheias e hoje são 60,8%. As sacolas utilizadas no programa são fabricadas de acordo com a norma ABNT 14.937 e identificadas com o Selo de Qualidade AbiefINP. Depois de Porto Alegre o Programa Piloto chegará à Bahia, Santa Catarina, Goiás e Pernambuco. Futuramente, será ampliado para outras localidades do País. O Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas foi desenvolvido pela Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos juntamente com o Instituto nacional do Plástico (INP) e Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief) e tem o apoio das associações supermercadistas dos Estados e da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), informou a Plastivida. Reciclagem no Brasil tem maior potencial de "empregos verdes", segundo OIT O setor de reciclagem oferece cerca de 500 mil postos de trabalhos no Brasil e é considerado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) o 'emprego verde' de maior empregabilidade no País. O relatório da OIT foi feito em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). De acordo com o relatório "Empregos Verdes: Trabalho Decente em um Mundo Sustentável e com Baixas Emissões de Carbono", os empregos verdes, nome dado pela OIT para as atividades relacionadas à tecnologia ambiental, estão em praticamente todas as áreas que têm se adaptado às reduções da emissão de CO2, como a construção civil, de energias renováveis, na agricultura, na indústria e nos serviços. O relatório diz ainda que são criados poucos empregos verdes para os cerca de 1,3 bilhão de trabalhadores pobres no mundo, que representam 43% da força de trabalho, informou a revista Sustentabilidade. Encontro Ferroviário e de Ferromodelismo mostra dormente fabricado com PET e PVC Centenas de pessoas passaram, nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, pelas dependências da antiga Estação Ferroviária de Bauru para conhecer de perto a história das ferrovias, responsáveis por impulsionar a economia de Bauru e da região no século passado. Entre tantas atrações, um dos destaques da feira foi o dormente ecológico, fabricado com resíduo plástico de garrafas PET e PVC. A idéia é de Sebastião Pereira da Silva, 80 anos, que criou uma máquina para transformar o plástico em bloco monolítico utilizado como mourão (cerca).“Fiz a máquina-piloto e já saíram os mourões. Agora eu estou fazendo uma máquina de alta produtividade para 750 toneladas de material”, explica Silva. Segundo ele, os dormentes ecológicos são mais duráveis e resistentes do que os de madeira, informou o Jornal da Cidade de Bauru, São Paulo. Política e Economia Brasil e Argentina se armam para conter "invasão chinesa" Brasil e Argentina já se preparam para enfrentar uma provável invasão de produtos chineses e de outros países no Mercosul. A preocupação dos governos decorre de previsões de que os exportadores, principalmente da China, deverão buscar de forma agressiva mercados alternativos ao americano e de outras nações ricas que estão prestes a entrar em recessão. O assunto foi discutido com o presidente Lula na reunião ministerial da última segundafeira (29). O governo acredita ser possível lidar com a invasão chinesa usando os mecanismos tradicionais de defesa comercial, como sobretaxas. Muitos empresários não sabem usar esses mecanismos e o governo vai fazer um esforço para divulgá-los. "Existe uma preocupação muito grande porque os chineses são fornecedores importantes dos EUA", disse o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. "O Brasil é um alvo previsível". No entanto, o governo quer evitar medidas que possam ser interpretadas como discriminatórias, como seria o caso da imposição de salvaguardas. "O governo tem evitado recorrer à salvaguarda prevista na OMC contra os chineses, mas é possível usar a salvaguarda geral, não específica contra a China', diz Ivan Ramalho, secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento. Há grande preocupação dos empresários com a entrada de brinquedos para o Natal. Nesse segmento, o governo esperar obter em novembro, um compromisso da China de conter voluntariamente suas exportações. Na Argentina, o Ministério da Economia pretende colocar em vigor um sistema regulamentado há um mês que reduz de 24 para 12 meses o prazo médio para análise de processos antidumping. Além de proteger a indústria local, a medida responder a uma demanda interna no empresariado, que pede desvalorização do peso frente ao dólar e estímulos à produção. Afastada do mercado internacional de crédito desde a moratória, a Argentina não está sofrendo impactos da crise, a não ser pelos mercados de ações e bônus que despencaram como em todo o mundo, informou o Valor Econômico. América Latina Crise nos EUA aprofunda divisões na América Latina A crise financeira mundial fez o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, mudar o discurso e subir o tom em relação aos Estados Unidos, segundo uma reportagem publicada na última quarta-feira (1) no jornal americano Washington Post. O jornal destaca as declarações de Lula durante a abertura da reunião da Assembléia Geral da ONU em Nova York, na semana passada. Lula enfatizou que “a avareza sem limites de poucos não poderia ser carregada por todos, e que as economias emergentes haviam feito seu melhor para seguir boas políticas fiscais, não podendo ser vítimas do cassino erguido pela economia americana”. Segundo o diário americano, a crise no setor financeiro americano "picou" os mercados emergentes e enfureceu líderes que "engoliram" durante anos os conselhos americanos sobre responsabilidade fiscal. Na avaliação do jornal, na América Latina há uma crescente divisão entre países que abraçam certas políticas de livre mercado americanas e os que as rejeitam. "O porta-voz líder do lado anti-americano é Hugo Chávez, que viajou ao Brasil na última terça-feira (30) e pediu aos países vizinhos que continuem a se desconectar da economia americana, classificada por ele como 'vagão de morte'". "Na Bolívia, Evo Morales disse que as empresas estão sendo nacionalizadas para que as pessoas tenham dinheiro, enquanto nos Estados Unidos querem nacionalizar dívidas e a crise das pessoas que já têm dinheiro". Segundo o Washington Post, alguns analistas e economistas estão receosos de que países que expressam seu antagonismo aos Estados Unidos - Venezuela, Bolívia, Equador e em certa parte a Argentina - explorem a crise para tirar "benefícios políticos". Sobre os efeitos da crise no Brasil, o diário destaca que o destino da China terá importância mais imediata sobre as exportações brasileiras do que o que acontecer nos Estados Unidos. "Ainda assim, alguns economistas prevêem que a taxa de crescimento do Brasil, projetada para 5% este ano, poderá cair para apenas 2% em 2009 se os Estados Unidos forem dominados por uma recessão". Informaram O Globo e a BBC Brasil. Chávez desiste de construir Gasoduto do Sul O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, enterrou na última terça-feira (30) um de seus mais caros projetos de integração sul-americana, a construção do "Grande Gasoduto do Sul", como costumava se referir ao duto que conectaria jazidas venezuelanas, bolivianas e peruanas aos mercados consumidores do Brasil, da Argentina, do Uruguai e do Chile, informou O Estado de S. Paulo. Leia! 297 10/2/08 11:35 PM Page 3 Mundo Complexo petroquímico de Sines será ampliado O presidente da Repsol, Antonio Brufau, e o primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, anunciaram, na última terça-feira (1), a ampliação do Complexo Petroquímico de Sines. Mais de 1 milhão de euros serão investidos no projeto, que abrigará novas unidades de polietileno e de polipropileno, cada uma, com capacidade de produção de 300 kgt/ano. A ampliação também prevê o aumento em 40% da capacidade de craqueamento do complexo, que atingirá uma produção de 570 mil t/ano de etileno. Uma térmica, de 45 MW, também será instalada em Sines. A produção do complexo será destinada, majoritariamente, para a exportação, superando os 1,2 milhão de euros/ano, informaram as agências EFE e Lusa. Senado dos EUA expande e aprova pacote Por 74 votos a favor e 25 contra, o Senado norte-americano aprovou na últma terça-feira (1) o pacote de resgate do mercado financeiro proposto pelo governo norte-americano, o maior da história do país. Com as mudanças acrescentadas pelos políticos para ajudar que a medida passasse, o total previsto do plano pula dos US$ 700 bilhões originalmente pedidos para US$ 850 bilhões. Agora, deve ir à Câmara dos Representantes (deputados federais), onde será votado na próxima sexta-feira (3). A aprovação no Senado melhorou as perspectivas de passagem do projeto por essa Casa, que o rejeitou na última segunda-feira (29), derrubando o mercado mundial. Foram incluídos no pacote dois itens que agradariam a republicanos conservadores e democratas progressistas, principais opositores. Um deles é um corte generalizado nos impostos da classe média, de pequenos empresários e de famílias vítimas de acidentes naturais, num total de mais de 25 milhões de beneficiados, a um custo adicional de US$ 150 bilhões na próxima década. Nessa soma, entram ainda incentivos fiscais a empresas que investirem em energia alternativa e em pesquisa e desenvolvimento. O outro item é o aumento da garantia federal de depósitos bancários individuais dos atuais US$ 100 mil para US$ 250 mil - e a derrubada do limite de empréstimo que o FDIC, órgão que garante as operações do setor bancário nos EUA, pode pedir ao Tesouro para garantir esses depósitos. As alterações se somam às feitas antes do envio à Câmara, no último domingo (28), que incluíram parcelamento da liberação do dinheiro, limites de pagamento a executivos das empresas que forem auxiliadas pelo governo, possibilidade de participação nessas empresas por meio de ações e a criação de órgão subordinado ao Congresso que vigiará as ações do Tesouro, informou a Folha de S. Paulo. Países europeus do G8 se reunirão em Paris para discutir a crise financeira A reunião dos quatro países da Europa Ocidental que integram o G8 acontecerá no próximo sábado (4) em Paris, informou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. O encontro reunirá os governantes da Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália, além do presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, Juncker e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet. Uma das questões que devem ser discutidas no encontro de sábado (4) é se a Europa deve preparar um plano de resgate como o elaborado e atualmente em discussão nos Estados Unidos. Josef Ackermann, presidente do Deutsche Bank, o maior banco da Alemanha, afirmou que os governos europeus devem preparar um plano de resgate de seu setor bancário que possa ser utilizado em caso de emergência. O governo italiano anunciou na última quarta-feira (1) que pretende adotar as medidas necessárias para garantir a estabilidade do sistema bancário, segundo o ministério da Economia e Finanças. Segundo a imprensa francesa, o governo trabalha num plano de emergência para estimular a economia e apoiar os bancos. O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez, concedeu créditos a um dia de 50 bilhões de dólares depois de ofertas pelas quais, na véspera, teve uma forte demanda, inclusive a uma taxa de 11%, informou AFP. Desaceleração na Ásia será mais severa A desaceleração econômica da Ásia neste ano será mais severa que o imaginado anteriormente, à medida que a crise financeira global prejudica as exportações. Mas a inflação deve ser abrandada, o que pode dar às autoridades algum espaço para sustentar o crescimento. Entretanto, economistas pesquisados em 12 economias asiáticas, com exceção do Japão, disseram que as previsões carregam uma advertência, dado as freqüentes reviravoltas da crise global de crédito. É importante ressaltar que a pesquisa foi realizada na última semana, antes da inesperada rejeição, na segunda-feira (29), do plano de resgate do setor financeiro de US$ 700 bilhões por parlamentares americanos. Economistas dizem que o Japão está à beira da recessão. A conseqüência da crise financeira global irá diminuir o crescimento econômico Chinês para 9,9% este ano, marcando a primeira vez desde 2002 que a economia de maior crescimento do mundo registrará expansão de um único dígito. Economistas prevêem que o crescimento da China deverá ser de 9% em 2009. A previsão do crescimento foi amplamente reduzida para todo o resto da região Ásia-Pacífico. O crescimento em 2009 será similar ao deste ano em sete de 12 dos países, mostrou a pesquisa. A Nova Zelândia já está em recessão e Cingapura parece estar rumo à recessão. Ainda assim, a Ásia terá taxas de crescimento este ano e no próximo que são invejáveis para o ocidente. O Merrill Lynch estimou recentemente que o crescimento da Ásia em 2008, com exceção do Japão, será de 7,7%, ante a previsão anterior de 8%, e o crescimento de 2009 será de 7,3%, ante a estimativa passada de 7,8%, informou Reuters. Cotação Barril cai para US$ 98,53 com aumento dos estoques Os preços do petróleo voltaram a cair na última quarta-feira (1) depois que o relatório semanal do Departamento de Energia norte-americano mostrou um aumento nas reservas de petróleo nos Estados Unidos, colocando em alerta os investidores sobre as perspectivas de demanda. Na bolsa nova-iorquina, o barril de WTI para entrega em novembro fechou em US$ 98,53, queda de US$ 2,11 sobre o fechamento de terça-feira (30). Em Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em novembro recuou US$ 2,84 e fechou em US$ 95,33 o barril. Informaram agências internacionais. Agenda Indústria química reúne seus líderes em Conferência Anual na China A indústria química mantém as atenções focadas na China, com a realização da 14ª Conferência Anual da Indústria Química, realizada pela Chemical Week, de 28 a 30 de outubro, em Shanghai, cujo programa vai tratar de questões urgentes para a indústria química mundial, no momento, como a manutenção dos investimentos, as ameaças decorrentes do recuo da economia americana e a importância da demanda interna chinesa se manter forte o suficiente, para continuar alavancando o crescimento do setor. Os organizadores da conferência pretendem também determinar, em quais setores, a indústria química chinesa deve se concentrar, num futuro próximo e, principalmente, tentar visualizar, as melhores oportunidades para esses investimentos. Entre os executivos já confirmados para o Fórum chinês, estão Dale MacDonald, presidente da Ashland China; Michael Koenig, presidente da Bayer Group Greater China, e chairman da Bayer China; Scott Hoag, gerente de Segurança e Meio Ambiente na Ásia da Dow Corning; Jeffery W. Davis, diretor regional /Ásia-Pacífico da ExxonMobil Chemical; Jin Mingda, chairman do conselho da Shanghai Huayi (Group) Company; Mark Wilson, gerente da Shanghai SECCO Petrochemical; Thomas Chhoa, gerente geral da área óxido de etileno-glicol da Shell Chemicals e, Michel Ybert, presidente da Rhodia Asia Pacific. Informações podem no site www.chemweek.com/china08. Informou a Chemical Week. Congresso apresenta projetos nanotecnológicos nos setores químico e petroquímico Nos dias 12, 13 e 14 de novembro próximo, simultaneamente à Nanotec Expo 2008, no Centro de Eventos Imigrantes, em São Paulo, será realizado o 4º Congresso Internacional de Nanotecnologia. Seu principal objetivo é atualizar os conhecimentos sobre os avanços da nanotecnologia e suas aplicações em produtos e em processos industriais, além de ampliar o relacionamento entre as comunidades científica e empresarial. Este ano, os seminários do Congresso serão setorizados e apresentarão, de forma inédita, vários projetos de pesquisa e de desenvolvimento nanotecnológicos de interesse direto de vários setores da indústria, entre eles, o químico e petroquímico. O seminário “Novas nanotecnologias para a indústria química e petroquímica” será realizado no dia 13 de novembro, sob a coordenação da Abiquim. Informações sobre o evento, programação e inscrições do Congresso, pelo e-mail: [email protected] ou telefone (11) 3812-4566. Café com opinião com Cristiana Lôbo O Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para fins Industriais e da Petroquímica do Estado de São Paulo (Sinproquim) promove o “Café com Opinião”, com a presença da Cristiana Lôbo, renomada Jornalista das Organizações Globo. A palestra será no dia 16 de outubro, com o tema: Cenário Político e Econômico. A palestra é direcionada às empresas sindicalizadas, associadas e entidades dos seguimentos químico e petroquímico. É necessário fazer a inscrição antecipadamente na secretaria. A entrada é gratuita, a partir das 8h45 os participantes serão recepcionados com um café da manhã no endereço Rua Rodrigo Cláudio, 185 - Bairro Aclimação, falar com a Sra. Alheli, informações: (11) 3287-0455, ou [email protected]. Leia! 297 10/2/08 11:35 PM Page 4 Artigo Plástico e sustentabilidade Francisco de Assis Esmeraldo, Engenheiro químico, presidente da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos Hoje, é impossível pensar no homem vivendo sem os plásticos. Desde as embalagens que conservam os alimentos por mais tempo até os materiais hospitalares descartáveis, que contribuem para evitar a propagação de doenças contagiosas, são incontáveis os benefícios que o produto trouxe e continua trazendo à humanidade. Com os plásticos, tudo ficou mais barato, mais fácil para transportar e mais prático de armazenar, tornando a vida mais cômoda. É certo, no entanto, que algo precisa ser feito para evitar que o material - assim como outros produtos polua o meio ambiente. Para a indústria, mudar essa situação significa caminhar na direção da sustentabilidade - praticar os chamados três erres: reduzir, reutilizar e reciclar. Pautada por esse tripé, a cadeia produtiva dos plásticos vem reduzindo o consumo excessivo, estimulando a reutilização e promovendo a reciclagem mecânica e a energética. Uma das iniciativas nesse sentido é o Programa de qualidade e consumo responsável de sacolas plásticas, lançado em maio por meio de parceria entre entidades da indústria do plástico e que reúnem supermercados. Prevê a substituição das atuais sacolinhas distribuídas pelos supermercados por outras mais resistentes, capazes de diminuir o seu consumo em cerca de 30% no período de 12 meses, a contar de maio. O projeto-piloto foi testado na Grande São Paulo em junho, com resultado surpreendente: 30 dias depois de sua implantação, o consumo das sacolas plásticas nos pontos-de-venda dos supermercados que aderiram ao programa caiu 12%. A indústria do plástico partilha da preocupação de toda a sociedade com o meio ambiente e acredita na força da educação para incentivar as boas práticas, razão pela qual o programa contempla, além da produção e confecção de sacolas mais resistentes, que dispensam a sobreposição (uso em duplicidade) e permitem também o uso da sua capacidade total, ações para conscientizar o consumidor a evitar o desperdício de embalagens. Outro aspecto a se considerar seriamente se refere ao plástico proveniente da coleta seletiva, que é matéria-prima para a produção de outros produtos plásticos. É a chamada reciclagem mecânica, que permite esse reaproveitamento. No Brasil, o processo cresce à ordem de 12% ao ano, e o país já dispõe da tecnologia para o tratamento térmico de lixo que soluciona esse problema. É a chamada reciclagem energética, considerada uma das soluções para a necessidade de substituir os combustíveis fósseis por fontes alternativas de energia. O modelo - adotado largamente em países como Estados Unidos, China, Japão, Itália, França e Suíça, entre outros - transforma lixo urbano em energia elétrica e térmica usando como combustível todo tipo de plástico (sacolinhas, inclusive) que, por qualquer razão, não possa ser destinado à reciclagem mecânica. O processo permitiu à Alemanha, por exemplo, abolir aterros sanitários do país. Atualmente, cerca de 150 milhões de toneladas por ano de lixo urbano são destinadas a mais de 750 instalações para usinas de geração de energia elétrica ou térmica espalhadas mundo afora, todas perfeitamente adequadas às mais rígidas normas ambientais - só o Japão tem 190 unidades. Plástico não é lixo. Ainda assim, a agressão provocada pelo descarte indiscriminado de resíduos dele no meio ambiente prossegue. A indústria está empenhada em tornar a reciclagem economicamente atrativa e em promover a educação ambiental em todo o país. Universalizar a coleta seletiva e penalizar os que descartam resíduos na natureza, no entanto, ainda são desafios que se impõem a todos os que se preocupam com o futuro desta e das próximas gerações. Artigo publicado no jornal Estado de Minas em 01.10.08. Expediente O Leia! é produzido com base em leituras de jornais, revistas, agências e sites de notícias, boletins corporativos dos principais setores ligados à petroquímica, reuniões e eventos realizados na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Comitê editorial Presidente: Vítor Mallmann Rosana Paulis e Eduardo Sene - Assuntos Fiesp/Siresp Marcio Freitas - Editor Natasha Lima e Sandro Almeida - Redação David Freitas – Diretor de arte Roberta Provatti - Jornalista responsável - MTB-24197/SP Acesse nosso site Clique aqui www.siresp.org.br
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