Leia! 297

Transcrição

Leia! 297
Leia! 297
10/2/08
11:35 PM
Page 1
nº 297
Cadeia Petroquímic a e do Plástico, Economia e Polític a, S ustentabilidade, Améric a Latina e Mundo •02 de Outubro de 2008• Ano 4
Cadeia Produtiva
Consórcio faz 1ª descoberta no pré-sal
Um consórcio de petroleiras estrangeiras anunciou na última terça-feira (30) de outubro a primeira descoberta
da camada pré-sal sem a participação da Petrobras. Trata-se de área na bacia de Campos. Liderado pela
norte-americana Anadarko (30%), o consórcio que fez a descoberta conta ainda com a também americana
Devon (25%), a canadense EnCana (25%) e a sul-coreana SK (20%). O reservatório foi encontrado a 1.417
metros, entre a superfície da água e o fundo do mar. A profundidade total do novo campo é de 5.600 metros,
informou a Folha de S. Paulo.
Braskem incorpora IPQ e PPSA
A Braskem anunciou que vai incorporar a Ipiranga Petroquímica (IPQ) e a Petroquímica Paulínia (PPSA), além
de uma parcela da Ipiranga Química (IQ). Segundo o presidente da Braskem, Bernardo Gradin, “com essas
incorporações encerra-se uma etapa importante do processo de consolidação do setor petroquímico brasileiro.
Esta etapa, iniciada com a aquisição dos ativos petroquímicos do Grupo Ipiranga, em março de 2007, e
seguida pelo acordo de investimentos com a Petrobras em novembro do ano passado, foi concluída dentro do
prazo planejado e comunicado ao mercado. Além disso, possibilita a aceleração da captura das sinergias
anunciadas, o que vai proporcionar a ampliação da competitividade da companhia e de toda a cadeia
produtiva da petroquímica e dos plásticos no País”. Os ativos incorporados foram avaliados em R$ 3,4 bilhões.
Como antes da incorporação, a Braskem detinha 100% do capital total da IQ e de PPSA e 99,3% do capital
total de IPQ, a Braskem deverá emitir apenas 1.506.061 ações preferenciais classe 'A', que deverão ser
entregues aos minoritários da IPQ, representando 0,3% do capital total da companhia. Após essas
incorporações, o capital social da Braskem será aumentado para R$ 5,4 bilhões, divididos em 524.391.654
ações, sendo 196.714.190 ordinárias, 326.874.398 preferenciais classe 'A' e 803.066 preferenciais classe 'B',
informou o InvestNews.
Acordo para refinaria com PDVSA sai até fim do ano, diz Petrobras
O acordo de acionistas e o estatuto social da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, projeto conjunto de
Petrobras e PDVSA, tratado desde o primeiro encontro bilateral entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e
Hugo Chávez, devem ser fechados até o fim do ano, disse um diretor da Petrobras. Os dois documentos,
essenciais para a constituição legal da empresa responsável pela refinaria, vêm sendo negociados desde 2006
pelas duas petroleiras. Na última terça-feira (30), em Manaus, mais um passo foi dado em direção a um
acordo. Petrobras e PDVSA assinaram um termo de compromisso com as diretrizes do acordo de acionistas e
do estatuto social. Segundo o diretor de abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, a demora se deve
à complexidade do negócio. De acordo com o diretor, existem ainda três pendências para que o acordo de
acionistas e o estatuto social da refinaria sejam concluídos: fechar os contratos de fornecimento de petróleo,
aguardar resultado de auditoria externa que verifica quanto a Petrobras já investiu no empreendimento e,
portanto, qual deverá ser o aporte da PDVSA e fazer um plano de negócios para a refinaria. A refinaria Abreu e
Lima terá capacidade de processar 200 mil barris de óleo pesado por dia. O fornecimento de petróleo é de 50%
para cada país e o capital total da empresa será 60% do Brasil e 40% da Venezuela. A parte de destilaria deve
entrar em operação no segundo semestre de 2010, enquanto os setores de hidrotratamento e coqueamento
retardado estão previstos para 2011, disse Paulo Roberto. Da capacidade total da refinaria, 55 a 60% serão
utilizados para a produção de diesel. O restante será para produzir nafta e coque de petróleo, matéria-prima
usada, por exemplo, na siderurgia, informaram o Portal Exame e a Gazeta Mercantil.
Claudia Schaeffer vai assumir diretoria comercial da Dow Oil & Gas
Claudia Schaeffer é a primeira diretora comercial para a América Latina da Dow Oil & Gas. Na empresa há nove
anos, Claudia já ocupou posições nas áreas de P&D, Serviços Técnicos, Desenvolvimento de Mercado, Vendas
e Marketing. A executiva tem passagens pela Hoechst, Ciba-Geigy e Oxiteno, informou a Brasil Energia.
Negócios para o Plástico
O carro de plástico
A crise americana parece distante do setor automotivo brasileiro, que tem previsão de produzir 3,3 milhões de
carros neste ano. A venda de veículos continua fazendo a alegria das montadoras. A Plascar, fabricante de
peças para o acabamento de automóveis, cresce no mesmo ritmo. Segundo André Nascimento, presidente da
Plascar, “em um carro pequeno, que pesa entre 800 quilos e uma tonelada, são usados de 100 quilos a 120
quilos de plástico. A tendência é que metade de um carro passe a ser feito com massa plástica. A vantagem
é que a matéria-prima pode ser reciclada após a moagem, diferentemente dos compostos de aço e ferro. A
substituição será feita em peças do motor, escapamento e de outros componentes. É trocar o metal pelo
plástico. As vantagens são o custo menor e a redução da massa do veículo. Isso será importante para os carros
elétricos, que estamos ajudando a desenvolver com as montadoras.” Informou a revista IstoÉ Dinheiro.
Apesar da crise, fabricantes de brinquedos prevêem crescer até 30%
A crise financeira recente, que recolocou o dólar no patamar de R$ 1,90, não chegou a tempo de alterar os
planos da indústria de brinquedos – setor que utiliza plástico na sua produção. Cerca de 35% das vendas
anuais deste setor concentram-se ao redor do Dia das Crianças, e mais 30% no Natal. Embora as datas ainda
estejam por vir, as encomendas para elas já foram rodadas e, seguindo a tendência dos últimos anos,
contaram fortemente com as importações para complementar a oferta de produtos. Segundo cálculos da
Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedo (Abrinq), as vendas das empresas para o dia das crianças
foram até 8% maiores que o apurado no ano passado. O número está em linha com a previsão feita no início
do ano, de crescimento de 8,4% no faturamento da produção nacional em 2008, para R$ 940 milhões. Já no
caso das importações as projeções foram revistas, de alta de 15%, no início do ano, para mais de 50% depois
de encerrado o ciclo de produção para o Dia das Crianças – que, para a indústria, acontece entre julho e
setembro. Isso significa um valor acima dos R$ 2 bilhões. Para a Mattel, norte-americana dona de marcas
como Barbie, Poly e Hot Wheels – brinquedos produzidos com plástico -, nem os cinco recalls que anunciou no
último ano afetou o otimismo das vendas no País. A empresa não revela o número, mas informa que está em
compasso com o crescimento desse mercado no Brasil, que deve subir 16% e chegar a R$ 3,2 bilhões neste
ano. Na Estrela, a participação dos importados nos negócios da empresa subiu de 20% em 2006 para os
atuais 45%, mas esse modelo pode ser revisto, informou a Gazeta Mercantil.
Conedes analisa processos para novas indústrias
Foram analisados na última terça-feira (30) os quatro processos para concessão de incentivos fiscais,
creditícios e locacionais durante reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social
(Conedes). As empresas atendem os setores de hotelaria, químico, plástico e de alimentos. O encontro reuniu,
além dos membros do conselho, empresários e representantes de instituições públicas. Uma das novas
indústrias que solicitou os incentivos governamentais é a Vetor Plásticos, empresa do Grupo Zanatta,
localizada na cidade Criciúma, em Santa Catarina. A empresa solicita incentivos fiscais, creditícios e
locacional, sendo uma área de 60 mil m_ no Pólo Multifabril de Marechal Deodoro. Com o total de
investimentos de R$ 30 milhões, A Vetor Plásticos irá produzir embalagens plásticas flexíveis e descartáveis,
baseado essencialmente em resinas, polipropileno e polietileno. De acordo com a diretoria da empresa, o
objetivo dessa nova planta industrial do grupo é atender a demanda das grandes redes varejistas que estão
investindo na região nordeste. Para o secretário do Desenvolvimento Econômico, Energia e Logística, Luiz
Otavio Gomes, essa empresa trata-se de uma das maiores empresas de embalagens do país. Ele destaca que,
além dos incentivos e acompanhamento de todo o processo pelo governo do Estado, o interesse do setor
plástico por Alagoas ocorre especialmente pela proximidade da matéria-prima, a Braskem. Além da apreciação
dos incentivos governamentais, será realizada discussão sobre a coqueicultura em Alagoas, com o conselheiro
e empresário Émerson Tenório que fará uma explanação sobre as oportunidades do setor em Alagoas, informou
Portal Primeira Edição, de Alagoas.
Movimentos da Indústria
Exportador refaz as contas e prevê menor expansão em 2009
Por estarem no centro dos efeitos diretos da crise, os exportadores refazem suas projeções e não vislumbram
quadro animador. Recessão nos países desenvolvidos significa retração das vendas ao exterior, que por sua
vez resultará, aqui, em menor ritmo de crescimento da economia. É nesse contexto que os novos cenários são
traçados para a balança comercial e as contas externas do País, permitindo arriscar que a taxa de crescimento
do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano deverá ser bem menor do que a esperada para 2008, podendo
ficar até pela metade. "Passar de 5% de crescimento neste ano para 2% em 2009 não é algo catastrófico, mas
sem dúvida é uma situação em que o aumento do desemprego será inevitável, entre outras conseqüências
negativas vislumbradas para o pior dos quadros imagináveis até agora. Mas vamos torcer para que a crise
seja moderada e, com isso, o crescimento do PIB fique em torno de 3,7% no próximo ano em relação a 2008",
acentua Francisco Pessoa, economista da LCA Consultores. Para a Associação de Comércio Exterior do Brasil
(AEB), entre os fatores que devem conspirar contra a balança comercial em 2009 estão, não somente a redução
do preço das commodities - importante componente das exportações brasileiras -, mas também do volume
dessas vendas no exterior, dada a recessão nas nações desenvolvidas e o desaquecimento na China. Segundo
o vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, a falta de liquidez no mercado internacional fará com que
lá fora os compradores dos produtos brasileiros tenham dificuldade na obtenção de crédito para importar. Já
neste ano o impacto da crise deve ser menor e permanece para a entidade a projeção de um saldo comercial
ao redor de US$ 23 bilhões - importações de US$ 180 bilhões e exportações na casa de US$ 203 bilhões. Na
avaliação da LCA, tanto para 2008 quanto para 2009 a projeção é de crescimento zero para o volume das
exportações brasileiras, num cenário básico - ou seja, em que a crise externa é moderada, informou a Gazeta
Mercantil.
Leia! 297
10/2/08
11:35 PM
Page 2
Sustentabilidade
Índice de reciclagem mecânica do PVC no Brasil avança de 13,7% para 17%
Pesquisa sobre o índice de reciclagem de PVC no Brasil mostra que houve avanço de 13,7%, em 2005, para
17%, em 2007. Os dados dizem respeito ao PVC descartado no pós-consumo. A pesquisa também indica que
o faturamento da indústria brasileira de PVC cresceu 30,3%, de R$ 90 milhões em 2005, para R$ 124 milhões
em 2007. A indústria de reciclagem do PVC no Brasil conta com 136 empresas que empregam 1365 pessoas.
Hoje, a capacidade instalada dessas indústrias é de cerca de 70 mil toneladas anuais. Segundo a pesquisa,
somente 75% dessa capacidade são utilizados, o que mostra claramente o potencial de crescimento do setor.
Entretanto, este desenvolvimento está atrelado à intensificação da quantidade de sistemas de coleta seletiva
de resíduos pós-consumo. O Brasil tem mais de 5500 municípios e cerca de 350 têm algum sistema de coleta
seletiva. Outro destaque da pesquisa é o desmembramento dos tipos de PVC reciclados. Como o PVC pode ser
rígido ou flexível, a pesquisa também desmembrou a taxa de 17% do PVC (rígido + flexível). Para o PVC rígido
a taxa ficou estável, saindo de 9,1% em 2005 para 9,3% em 2007. Já o PVC flexível variou mais intensamente,
de 18,3% em 2005 para 19,6% em 2007. A razão dessa diferença está diretamente relacionada com o ciclo
de vida útil do PVC. A pesquisa sobre o índice de reciclagem do PVC foi encomendada pelo Instituto do PVC à
Maxiquim, consultoria especializada no segmento industrial e obedeceu a metodologia do IBGE. Além disso,
envolveu empresas de todo o Brasil, informaram o Portal Terra, o Portal Barriga Verde e a TN Petróleo.
Iniciado em Porto Alegre o piloto do Programa de Qualidade e Consumo
Responsável de Sacolas Plásticas
Esta semana, Porto Alegre e a Grande Porto Alegre recebem o piloto do Programa de Qualidade e Consumo
Responsável de Sacolas Plásticas. O programa visa a redução do uso das sacolas plásticas em, no mínimo,
30% no prazo de um ano, com a melhoria da qualidade das sacolas e com a conscientização do consumidor
em relação ao consumo. O Piloto seguirá por um mês em cinco lojas da rede Zaffari e cinco lojas da rede
Unidasul. Cerca de 500 colaboradores – entre gerentes, operadores de caixa, empacotadores e supervisores –
foram treinados para informar o consumidor da qualidade comprovada das sacolas adotadas nas lojas. Em
função dessa qualificação das sacolas, elas agüentam o peso que trazem gravado (6 e 7 kgs), o que evita a
necessidade de se colocar uma sacola dentro da outra ou de usá-las pela metade. Com o uso responsável, o
programa visa reduzir em 30% em um ano o consumo de sacolas no Brasil. O primeiro Piloto aconteceu em
São Paulo, durante o mês de junho e o resultado em um mês foi a redução de 12% na quantidade de sacolas
– 40% da meta a ser atingida em um ano. O Piloto de São Paulo também mostrou que com as sacolas
certificadas, o uso de sacolas em duplicidade caiu 6,3% e a subutilização em 32,9%. Antes do Piloto, 26%
dos clientes deixavam os supermercados com as sacolas cheias e hoje são 60,8%. As sacolas utilizadas no
programa são fabricadas de acordo com a norma ABNT 14.937 e identificadas com o Selo de Qualidade AbiefINP. Depois de Porto Alegre o Programa Piloto chegará à Bahia, Santa Catarina, Goiás e Pernambuco.
Futuramente, será ampliado para outras localidades do País. O Programa de Qualidade e Consumo
Responsável de Sacolas Plásticas foi desenvolvido pela Plastivida Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos
juntamente com o Instituto nacional do Plástico (INP) e Associação Brasileira da Indústria de Embalagens
Plásticas Flexíveis (Abief) e tem o apoio das associações supermercadistas dos Estados e da Associação
Brasileira de Supermercados (ABRAS), informou a Plastivida.
Reciclagem no Brasil tem maior potencial de "empregos verdes", segundo OIT
O setor de reciclagem oferece cerca de 500 mil postos de trabalhos no Brasil e é considerado pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT) o 'emprego verde' de maior empregabilidade no País. O relatório da OIT foi feito
em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). De acordo com o relatório
"Empregos Verdes: Trabalho Decente em um Mundo Sustentável e com Baixas Emissões de Carbono", os
empregos verdes, nome dado pela OIT para as atividades relacionadas à tecnologia ambiental, estão em
praticamente todas as áreas que têm se adaptado às reduções da emissão de CO2, como a construção civil,
de energias renováveis, na agricultura, na indústria e nos serviços. O relatório diz ainda que são criados
poucos empregos verdes para os cerca de 1,3 bilhão de trabalhadores pobres no mundo, que representam 43%
da força de trabalho, informou a revista Sustentabilidade.
Encontro Ferroviário e de Ferromodelismo mostra dormente fabricado com PET e
PVC
Centenas de pessoas passaram, nos dias 30 de setembro e 1º de outubro, pelas dependências da antiga
Estação Ferroviária de Bauru para conhecer de perto a história das ferrovias, responsáveis por impulsionar a
economia de Bauru e da região no século passado. Entre tantas atrações, um dos destaques da feira foi o
dormente ecológico, fabricado com resíduo plástico de garrafas PET e PVC. A idéia é de Sebastião Pereira da
Silva, 80 anos, que criou uma máquina para transformar o plástico em bloco monolítico utilizado como mourão
(cerca).“Fiz a máquina-piloto e já saíram os mourões. Agora eu estou fazendo uma máquina de alta
produtividade para 750 toneladas de material”, explica Silva. Segundo ele, os dormentes ecológicos são mais
duráveis e resistentes do que os de madeira, informou o Jornal da Cidade de Bauru, São Paulo.
Política e Economia
Brasil e Argentina se armam para conter "invasão chinesa"
Brasil e Argentina já se preparam para enfrentar uma provável invasão de produtos chineses e de outros países
no Mercosul. A preocupação dos governos decorre de previsões de que os exportadores, principalmente da China,
deverão buscar de forma agressiva mercados alternativos ao americano e de outras nações ricas que estão prestes
a entrar em recessão. O assunto foi discutido com o presidente Lula na reunião ministerial da última segundafeira (29). O governo acredita ser possível lidar com a invasão chinesa usando os mecanismos tradicionais de
defesa comercial, como sobretaxas. Muitos empresários não sabem usar esses mecanismos e o governo vai fazer
um esforço para divulgá-los. "Existe uma preocupação muito grande porque os chineses são fornecedores
importantes dos EUA", disse o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge. "O Brasil é um alvo previsível". No
entanto, o governo quer evitar medidas que possam ser interpretadas como discriminatórias, como seria o caso da
imposição de salvaguardas. "O governo tem evitado recorrer à salvaguarda prevista na OMC contra os chineses,
mas é possível usar a salvaguarda geral, não específica contra a China', diz Ivan Ramalho, secretário-executivo
do Ministério do Desenvolvimento. Há grande preocupação dos empresários com a entrada de brinquedos para o
Natal. Nesse segmento, o governo esperar obter em novembro, um compromisso da China de conter
voluntariamente suas exportações. Na Argentina, o Ministério da Economia pretende colocar em vigor um sistema
regulamentado há um mês que reduz de 24 para 12 meses o prazo médio para análise de processos antidumping.
Além de proteger a indústria local, a medida responder a uma demanda interna no empresariado, que pede
desvalorização do peso frente ao dólar e estímulos à produção. Afastada do mercado internacional de crédito desde
a moratória, a Argentina não está sofrendo impactos da crise, a não ser pelos mercados de ações e bônus que
despencaram como em todo o mundo, informou o Valor Econômico.
América Latina
Crise nos EUA aprofunda divisões na América Latina
A crise financeira mundial fez o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, mudar o discurso e subir o tom em
relação aos Estados Unidos, segundo uma reportagem publicada na última quarta-feira (1) no jornal americano
Washington Post. O jornal destaca as declarações de Lula durante a abertura da reunião da Assembléia Geral da
ONU em Nova York, na semana passada. Lula enfatizou que “a avareza sem limites de poucos não poderia ser
carregada por todos, e que as economias emergentes haviam feito seu melhor para seguir boas políticas fiscais,
não podendo ser vítimas do cassino erguido pela economia americana”. Segundo o diário americano, a crise no
setor financeiro americano "picou" os mercados emergentes e enfureceu líderes que "engoliram" durante anos os
conselhos americanos sobre responsabilidade fiscal. Na avaliação do jornal, na América Latina há uma crescente
divisão entre países que abraçam certas políticas de livre mercado americanas e os que as rejeitam. "O porta-voz
líder do lado anti-americano é Hugo Chávez, que viajou ao Brasil na última terça-feira (30) e pediu aos países
vizinhos que continuem a se desconectar da economia americana, classificada por ele como 'vagão de morte'". "Na
Bolívia, Evo Morales disse que as empresas estão sendo nacionalizadas para que as pessoas tenham dinheiro,
enquanto nos Estados Unidos querem nacionalizar dívidas e a crise das pessoas que já têm dinheiro". Segundo o
Washington Post, alguns analistas e economistas estão receosos de que países que expressam seu antagonismo
aos Estados Unidos - Venezuela, Bolívia, Equador e em certa parte a Argentina - explorem a crise para tirar
"benefícios políticos". Sobre os efeitos da crise no Brasil, o diário destaca que o destino da China terá importância
mais imediata sobre as exportações brasileiras do que o que acontecer nos Estados Unidos. "Ainda assim, alguns
economistas prevêem que a taxa de crescimento do Brasil, projetada para 5% este ano, poderá cair para apenas
2% em 2009 se os Estados Unidos forem dominados por uma recessão". Informaram O Globo e a BBC Brasil.
Chávez desiste de construir Gasoduto do Sul
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, enterrou na última terça-feira (30) um de seus mais caros projetos de
integração sul-americana, a construção do "Grande Gasoduto do Sul", como costumava se referir ao duto que
conectaria jazidas venezuelanas, bolivianas e peruanas aos mercados consumidores do Brasil, da Argentina, do
Uruguai e do Chile, informou O Estado de S. Paulo.
Leia! 297
10/2/08
11:35 PM
Page 3
Mundo
Complexo petroquímico de Sines será ampliado
O presidente da Repsol, Antonio Brufau, e o primeiro ministro de Portugal, José Sócrates, anunciaram, na
última terça-feira (1), a ampliação do Complexo Petroquímico de Sines. Mais de 1 milhão de euros serão
investidos no projeto, que abrigará novas unidades de polietileno e de polipropileno, cada uma, com
capacidade de produção de 300 kgt/ano. A ampliação também prevê o aumento em 40% da capacidade de
craqueamento do complexo, que atingirá uma produção de 570 mil t/ano de etileno. Uma térmica, de 45 MW,
também será instalada em Sines. A produção do complexo será destinada, majoritariamente, para a
exportação, superando os 1,2 milhão de euros/ano, informaram as agências EFE e Lusa.
Senado dos EUA expande e aprova pacote
Por 74 votos a favor e 25 contra, o Senado norte-americano aprovou na últma terça-feira (1) o pacote de
resgate do mercado financeiro proposto pelo governo norte-americano, o maior da história do país. Com as
mudanças acrescentadas pelos políticos para ajudar que a medida passasse, o total previsto do plano pula
dos US$ 700 bilhões originalmente pedidos para US$ 850 bilhões. Agora, deve ir à Câmara dos Representantes
(deputados federais), onde será votado na próxima sexta-feira (3). A aprovação no Senado melhorou as
perspectivas de passagem do projeto por essa Casa, que o rejeitou na última segunda-feira (29), derrubando
o mercado mundial. Foram incluídos no pacote dois itens que agradariam a republicanos conservadores e
democratas progressistas, principais opositores. Um deles é um corte generalizado nos impostos da classe
média, de pequenos empresários e de famílias vítimas de acidentes naturais, num total de mais de 25 milhões
de beneficiados, a um custo adicional de US$ 150 bilhões na próxima década. Nessa soma, entram ainda
incentivos fiscais a empresas que investirem em energia alternativa e em pesquisa e desenvolvimento. O outro
item é o aumento da garantia federal de depósitos bancários individuais dos atuais US$ 100 mil para US$ 250
mil - e a derrubada do limite de empréstimo que o FDIC, órgão que garante as operações do setor bancário nos
EUA, pode pedir ao Tesouro para garantir esses depósitos. As alterações se somam às feitas antes do envio à
Câmara, no último domingo (28), que incluíram parcelamento da liberação do dinheiro, limites de pagamento
a executivos das empresas que forem auxiliadas pelo governo, possibilidade de participação nessas empresas
por meio de ações e a criação de órgão subordinado ao Congresso que vigiará as ações do Tesouro, informou a
Folha de S. Paulo.
Países europeus do G8 se reunirão em Paris para discutir a crise financeira
A reunião dos quatro países da Europa Ocidental que integram o G8 acontecerá no próximo sábado (4) em
Paris, informou o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker. O encontro reunirá os governantes da
Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália, além do presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão
Barroso, Juncker e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet. Uma das questões que
devem ser discutidas no encontro de sábado (4) é se a Europa deve preparar um plano de resgate como o
elaborado e atualmente em discussão nos Estados Unidos. Josef Ackermann, presidente do Deutsche Bank, o
maior banco da Alemanha, afirmou que os governos europeus devem preparar um plano de resgate de seu setor
bancário que possa ser utilizado em caso de emergência. O governo italiano anunciou na última quarta-feira
(1) que pretende adotar as medidas necessárias para garantir a estabilidade do sistema bancário, segundo o
ministério da Economia e Finanças. Segundo a imprensa francesa, o governo trabalha num plano de
emergência para estimular a economia e apoiar os bancos. O Banco Central Europeu (BCE), por sua vez,
concedeu créditos a um dia de 50 bilhões de dólares depois de ofertas pelas quais, na véspera, teve uma forte
demanda, inclusive a uma taxa de 11%, informou AFP.
Desaceleração na Ásia será mais severa
A desaceleração econômica da Ásia neste ano será mais severa que o imaginado anteriormente, à medida que
a crise financeira global prejudica as exportações. Mas a inflação deve ser abrandada, o que pode dar às
autoridades algum espaço para sustentar o crescimento. Entretanto, economistas pesquisados em 12
economias asiáticas, com exceção do Japão, disseram que as previsões carregam uma advertência, dado as
freqüentes reviravoltas da crise global de crédito. É importante ressaltar que a pesquisa foi realizada na última
semana, antes da inesperada rejeição, na segunda-feira (29), do plano de resgate do setor financeiro de US$
700 bilhões por parlamentares americanos. Economistas dizem que o Japão está à beira da recessão. A
conseqüência da crise financeira global irá diminuir o crescimento econômico Chinês para 9,9% este ano,
marcando a primeira vez desde 2002 que a economia de maior crescimento do mundo registrará expansão de
um único dígito. Economistas prevêem que o crescimento da China deverá ser de 9% em 2009. A previsão do
crescimento foi amplamente reduzida para todo o resto da região Ásia-Pacífico. O crescimento em 2009 será
similar ao deste ano em sete de 12 dos países, mostrou a pesquisa. A Nova Zelândia já está em recessão e
Cingapura parece estar rumo à recessão. Ainda assim, a Ásia terá taxas de crescimento este ano e no próximo
que são invejáveis para o ocidente. O Merrill Lynch estimou recentemente que o crescimento da Ásia em 2008,
com exceção do Japão, será de 7,7%, ante a previsão anterior de 8%, e o crescimento de 2009 será de 7,3%,
ante a estimativa passada de 7,8%, informou Reuters.
Cotação
Barril cai para US$ 98,53 com aumento dos estoques
Os preços do petróleo voltaram a cair na última quarta-feira (1) depois que o relatório semanal do Departamento
de Energia norte-americano mostrou um aumento nas reservas de petróleo nos Estados Unidos, colocando em
alerta os investidores sobre as perspectivas de demanda. Na bolsa nova-iorquina, o barril de WTI para entrega em
novembro fechou em US$ 98,53, queda de US$ 2,11 sobre o fechamento de terça-feira (30). Em Londres, o barril
de Brent do Mar do Norte para entrega em novembro recuou US$ 2,84 e fechou em US$ 95,33 o barril. Informaram
agências internacionais.
Agenda
Indústria química reúne seus líderes em Conferência Anual na China
A indústria química mantém as atenções focadas na China, com a realização da 14ª Conferência Anual da
Indústria Química, realizada pela Chemical Week, de 28 a 30 de outubro, em Shanghai, cujo programa vai tratar
de questões urgentes para a indústria química mundial, no momento, como a manutenção dos investimentos, as
ameaças decorrentes do recuo da economia americana e a importância da demanda interna chinesa se manter
forte o suficiente, para continuar alavancando o crescimento do setor. Os organizadores da conferência pretendem
também determinar, em quais setores, a indústria química chinesa deve se concentrar, num futuro próximo e,
principalmente, tentar visualizar, as melhores oportunidades para esses investimentos. Entre os executivos já
confirmados para o Fórum chinês, estão Dale MacDonald, presidente da Ashland China; Michael Koenig, presidente
da Bayer Group Greater China, e chairman da Bayer China; Scott Hoag, gerente de Segurança e Meio Ambiente na
Ásia da Dow Corning; Jeffery W. Davis, diretor regional /Ásia-Pacífico da ExxonMobil Chemical; Jin Mingda, chairman
do conselho da Shanghai Huayi (Group) Company; Mark Wilson, gerente da Shanghai SECCO Petrochemical;
Thomas Chhoa, gerente geral da área óxido de etileno-glicol da Shell Chemicals e, Michel Ybert, presidente da
Rhodia Asia Pacific. Informações podem no site www.chemweek.com/china08. Informou a Chemical Week.
Congresso apresenta projetos nanotecnológicos nos setores químico e
petroquímico
Nos dias 12, 13 e 14 de novembro próximo, simultaneamente à Nanotec Expo 2008, no Centro de Eventos
Imigrantes, em São Paulo, será realizado o 4º Congresso Internacional de Nanotecnologia. Seu principal objetivo é
atualizar os conhecimentos sobre os avanços da nanotecnologia e suas aplicações em produtos e em processos
industriais, além de ampliar o relacionamento entre as comunidades científica e empresarial. Este ano, os
seminários do Congresso serão setorizados e apresentarão, de forma inédita, vários projetos de pesquisa e de
desenvolvimento nanotecnológicos de interesse direto de vários setores da indústria, entre eles, o químico e
petroquímico. O seminário “Novas nanotecnologias para a indústria química e petroquímica” será realizado no dia
13 de novembro, sob a coordenação da Abiquim. Informações sobre o evento, programação e inscrições do
Congresso, pelo e-mail: [email protected] ou telefone (11) 3812-4566.
Café com opinião com Cristiana Lôbo
O Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para fins Industriais e da Petroquímica do Estado de São Paulo
(Sinproquim) promove o “Café com Opinião”, com a presença da Cristiana Lôbo, renomada Jornalista das
Organizações Globo. A palestra será no dia 16 de outubro, com o tema: Cenário Político e Econômico. A palestra é
direcionada às empresas sindicalizadas, associadas e entidades dos seguimentos químico e petroquímico. É
necessário fazer a inscrição antecipadamente na secretaria. A entrada é gratuita, a partir das 8h45 os
participantes serão recepcionados com um café da manhã no endereço Rua Rodrigo Cláudio, 185 - Bairro
Aclimação, falar com a Sra. Alheli, informações: (11) 3287-0455, ou [email protected].
Leia! 297
10/2/08
11:35 PM
Page 4
Artigo
Plástico e sustentabilidade
Francisco de Assis Esmeraldo, Engenheiro químico, presidente da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos
Plásticos
Hoje, é impossível pensar no homem vivendo sem os plásticos. Desde as embalagens que conservam os alimentos
por mais tempo até os materiais hospitalares descartáveis, que contribuem para evitar a propagação de doenças
contagiosas, são incontáveis os benefícios que o produto trouxe e continua trazendo à humanidade. Com os
plásticos, tudo ficou mais barato, mais fácil para transportar e mais prático de armazenar, tornando a vida mais
cômoda. É certo, no entanto, que algo precisa ser feito para evitar que o material - assim como outros produtos polua o meio ambiente. Para a indústria, mudar essa situação significa caminhar na direção da sustentabilidade
- praticar os chamados três erres: reduzir, reutilizar e reciclar.
Pautada por esse tripé, a cadeia produtiva dos plásticos vem reduzindo o consumo excessivo, estimulando a
reutilização e promovendo a reciclagem mecânica e a energética. Uma das iniciativas nesse sentido é o Programa
de qualidade e consumo responsável de sacolas plásticas, lançado em maio por meio de parceria entre entidades
da indústria do plástico e que reúnem supermercados. Prevê a substituição das atuais sacolinhas distribuídas
pelos supermercados por outras mais resistentes, capazes de diminuir o seu consumo em cerca de 30% no período
de 12 meses, a contar de maio. O projeto-piloto foi testado na Grande São Paulo em junho, com resultado
surpreendente: 30 dias depois de sua implantação, o consumo das sacolas plásticas nos pontos-de-venda dos
supermercados que aderiram ao programa caiu 12%.
A indústria do plástico partilha da preocupação de toda a sociedade com o meio ambiente e acredita na força da
educação para incentivar as boas práticas, razão pela qual o programa contempla, além da produção e confecção
de sacolas mais resistentes, que dispensam a sobreposição (uso em duplicidade) e permitem também o uso da
sua capacidade total, ações para conscientizar o consumidor a evitar o desperdício de embalagens. Outro aspecto
a se considerar seriamente se refere ao plástico proveniente da coleta seletiva, que é matéria-prima para a
produção de outros produtos plásticos. É a chamada reciclagem mecânica, que permite esse reaproveitamento. No
Brasil, o processo cresce à ordem de 12% ao ano, e o país já dispõe da tecnologia para o tratamento térmico de
lixo que soluciona esse problema. É a chamada reciclagem energética, considerada uma das soluções para a
necessidade de substituir os combustíveis fósseis por fontes alternativas de energia.
O modelo - adotado largamente em países como Estados Unidos, China, Japão, Itália, França e Suíça, entre outros
- transforma lixo urbano em energia elétrica e térmica usando como combustível todo tipo de plástico (sacolinhas,
inclusive) que, por qualquer razão, não possa ser destinado à reciclagem mecânica. O processo permitiu à
Alemanha, por exemplo, abolir aterros sanitários do país. Atualmente, cerca de 150 milhões de toneladas por ano
de lixo urbano são destinadas a mais de 750 instalações para usinas de geração de energia elétrica ou térmica
espalhadas mundo afora, todas perfeitamente adequadas às mais rígidas normas ambientais - só o Japão tem
190 unidades. Plástico não é lixo. Ainda assim, a agressão provocada pelo descarte indiscriminado de resíduos dele
no meio ambiente prossegue. A indústria está empenhada em tornar a reciclagem economicamente atrativa e em
promover a educação ambiental em todo o país. Universalizar a coleta seletiva e penalizar os que descartam
resíduos na natureza, no entanto, ainda são desafios que se impõem a todos os que se preocupam com o futuro
desta e das próximas gerações.
Artigo publicado no jornal Estado de Minas em 01.10.08.
Expediente
O Leia! é produzido com base em leituras de jornais, revistas, agências e
sites de notícias, boletins corporativos dos principais setores ligados à
petroquímica, reuniões e eventos realizados na Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp).
Comitê editorial
Presidente: Vítor Mallmann
Rosana Paulis e Eduardo Sene - Assuntos Fiesp/Siresp
Marcio Freitas - Editor
Natasha Lima e Sandro Almeida - Redação
David Freitas – Diretor de arte
Roberta Provatti - Jornalista responsável - MTB-24197/SP
Acesse nosso site
Clique aqui
www.siresp.org.br

Documentos relacionados

Leia! No. 528

Leia! No. 528 Os jornais da região Sul do país comentaram esta semana os dados das entidades organizadoras do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas, que mostram que o Brasil deixou de ...

Leia mais