Edição 47 - Prof2000

Transcrição

Edição 47 - Prof2000
Ano XIV - Número 47
Dezembro 2002
Coordenação de
Manuela Gamboa e
Marília Peres
1200 exemplares
ISSN 1645-3255
Distribuição Gratuita
UM PROGRAMA ELEITORAL QUE CONVENCEU
DINAMIZAR
E
DIGNIFICAR
A
ESCOLA ,
OBJECTIVO DA
NOVA
A S S O C I A Ç Ã O DE
ESTUDANTES
DA LEAL DA CÂMARA
PARA O
ANO
2002/03
P.10
PROJECTOS
A C.M.S. aprovou e vai financiar os projectos
LETRASONSIMAGENS - ocupação de
tempos livres e desenvolvimento pessoal e
social dos jovens, apresentado pela Associação
de Pais e Encarregados de Educação e
APRENDER A APRENDER, apresentado
pela equipa da Sala de Estudo.
O DIA MUNDIAL DOS DIREITOS H UMANOS foi
assinalado na Escola, para lembrar que
Os pecados de alguns homens envenenam o
ar de todos .
Bernanos
O PROJECTO CRIANÇA FELIZ
vai realizar uma festa de Natal na
BOAS FESTAS
Dezembro/2002
Instituição Exército de Salvação P. 3
1
Editorial
FICHA TÉCNICA
izer que o tempo voa é um lugar comum. Tão comum que o ouvimos a toda a
hora e dito por toda a gente: os alunos que dizem que ainda há pouco era Setembro
e já vêm aí as avaliações do Natal; os professores que andam numa roda viva a tentar
cumprir as planificações, a fazer milagres na extensão das horas do dia que têm para preparar
aulas e novas estratégias (para aquele aluno ou aquela turma que não está a apresentar o
sucesso pretendido), para corrigir trabalhos escritos, para assistir a acções de formação, para
realizar projectos ou concluir a redacção de outros; os funcionários que acham que ainda há
pouco acabaram as férias de verão e já há iluminações de Natal na Escola que deram uma
trabalhêra a colocar! O professor Alves e o professor Charrua é que têm a culpa! Mas que
fazem um vistão, isso fazem! Ah! Não podia esquecer os alunos de Artes, coordenados pela
professora Maria de Jesus Valente, que também deram um grande contributo nas decorações
natalícias! O Sr. João que diz que o Dia Mundial dos Direitos Humanos esteve aí outra vez
lembrado pelos elementos do CRE e do grupo de teatro da Escola com o Rui Mário e o Pedro
Hilário... As funcionárias do Refeitório e a D. Irene que já andam atarefadas com o almoço
de Natal que o Conselho Executivo pediu para preparar! E, se não faltar ninguém, as
coordenadoras do Jornal que andam num stress danado para fazer sair a edição antes das
férias com tudo o que a redacção conseguiu ter até vários dias depois do délai tido como
necessário. Isto de prazos é muito difícil de cumprir! É que o tempo voa para todos, é
verdade! ‘Tá bem!
Como é Natal e a nossa cultura cristã manda que tenhamos o sapatinho pronto para o
Menino Jesus colocar os presentes, o 100 Letras oferece mais um número recheado de boas
coisas: basta ter sido feito por alunos, funcionários e professores com muito amor e
carinho!
Boas Festas a todos e bem hajam!
D
UM NOVO
PROJECTO EDUCATIVO,
UM NOVO TRIÉNIO
Coordenadoras
Manuela Gamboa e Marília Peres
Equipa Redactorial
Alunos:
Alexandra Serangonha, 12.º 4B
Ana Carolina Prelhaz, 10.º 1B
Ana Rita Penitência, 10.º 4B
Cátia Marques, 11.º 3A
Diana Beirão, 11.º 1A
Gabriel Santos, 10.º 1A
Gil Costa, ex-aluno
Hugo Nunes, 12.º 1A
Irina Almeida, 11.º 2A
Joana Marques, 11.º 2A
Joana Tavares, 12.º 4B
João Completo, 12.º 1F
Luís Duarte, 11.º 2A
Mauro Nunes, 10.º 2A
Ruben Portinha, 10.º 4A
Sandro Carvalho,11.º1H
Susana Cheong, 11.º 1B
Professores:
Ângela Costa, António Narciso,
Arminda Bernardino,
Eugénia Barreiros, José Augusto Rodrigues,
Luísa Supico, Márcia Costa,
Maria do Carmo Silva, Marília Peres,
Rosa Borges, Rosália Vicente, Urbano Alves,
Equipa Coordenadora da Sala de Estudo.
Clubes:
proposta de PE, apresentada à comunidade educativa em reunião de Conselho
Pedagógico (Dez. 4, 2002), encontra-se, neste momento, a ser analisada e discutida
pelos diferentes agentes do processo educativo.
A introdução da proposta acima referida começa por definir brevemente o que é um
projecto educativo e por realçar a sua importância no traçar de um caminho comum:
A
“O Projecto Educativo, ao enunciar as áreas prioritárias de intervenção, ao
estabelecer objectivos e enunciar estratégias de actuação, define um sentido de orientação
da Escola, procurando envolver toda a comunidade educativa numa finalidade
educativa.”
Clube de Saúde/PES
Janela Indiscreta
Funcionários:
Eduardo Tavares
Olga Carneiro
Maria da Piedade Pereira
Paginação
Coordenação do 100 Letras
Processamento de texto
Coordenação do 100 Letras
A grande finalidade a que nos propomos é, ainda e sempre, a melhoria da qualidade
de ensino e de aprendizagem, que continua a ser preocupação de todos. Assim sendo,
parece indispensável a reflexão conjunta sobre o documento agora em discussão. Aliás,
esta ponderação será, desejavelmente, uma das marcas que devem distinguir a Escola - é
que, sem uma auto-avaliação continuada, se torna difícil proceder aos reajustes que o
aperfeiçoamento de práticas de ensino e de aprendizagem exige.
“...torna-se crucial reconhecer que as escolas possuem uma história própria, um
elenco único de personagens e uma narrativa que se desenrola no tempo em direcções nem
sempre antecipadas. É assim que a avaliação opera - um processo contínuo e
continuamente revelador. É daí que a melhoria das escolas provem.” (MacBeath, J., Schools
Must Speak for Themselves. The Case for School Self-evaluation, Routledge, London, 2000)
Se é importante que a Escola assuma como seu um projecto nascido da auscultação de
alunos, professores, pais e funcionários, mais importante será que cada um de nós se reveja
nele para o poder interpretar. É essa interpretação conjunta que fará dele uma realidade. Só
desse modo, poderemos todos concretizá-lo em planos anuais de trabalho cada vez mais
claros.
Helena Sobral
2
Dezembro/2002
Processamento de imagem
Coordenação do 100 Letras
Revisão
Coordenação do 100 Letras
Apoio Técnico
António Lobo, Gonçalo Jesus, Joaquim
Charrua, João Completo e Susana Cheong
Impressão
Carlos Neves dos Santos, Herdeiros -Artes
Gráficas
Contactos
Jornal 100 Letras - ISSN:1645-3255
Escola Secundária de Leal da Câmara,
Av. Pedro Nunes, nº1-2735 Rio de Mouro
Tel.:21 916 93 10/17 Fax: 21 916 20 65
E-mail: [email protected]
A ESCOLA E OS ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO
APRENDER JUN T OS
H
oje, sábado, 26 de Outubro, a Escola
acordou diferente: os alunos ficaram
em casa, eventualmente a ensaiar pequenas
actividades domésticas e os encarregados
de educação vieram, em número surpreendentemente elevado, com um único
propósito: aprender, aprender a responder
de forma mais pronta junto dos seus
educandos.
E foi de forma atenta e interessada que
escutámos as palavras do Professor Dr.
Mário Azevedo. Este falou de um modo
informal sobre assuntos dos quais fez
ciência (em Psicologia Clínica e Educação),
convocando as suas e as nossas memórias
sobre as relações entre a Escola, os alunos
e os encarregados de educação. Falando de
temas “técnicos” a partir de uma
linguagem sobretudo imagética demonstrou que a ciência é património de todos.
Disposto a seduzir o seu público, o
Professor Mário Azevedo foi provocatório
em muitos momentos, entre os quais
recordamos os seguintes:
- “Aquele aluno que me dizia Eu não
sou de barro nem de gelatina tinha razão.
Às vezes os professores esquecem-se que
os alunos, a par de uma vontade de
aprender, possuem uma vontade de não
aprender e que esta não é nenhuma falta
sua que os professores possam vir a
preencher, mas, pelo contrário, uma força
activa impermeável a qualquer estratégia
de aprendizagem, por melhor que ela
seja.”
- “Na adolescência os pais tornam-se
inúteis. Esta inutilidade dos pais dá-lhes
um lugar à retaguarda no qual, em
pequenos gestos do quotidiano, se tornam
absolutamente indispensáveis.”
Desta vez os encarregados de
educação, alunos por umas horas, abandonaram a Escola com alguma dificuldade:
na verdade todos eles, em questionário
anónimo, expressaram a vontade de um
regresso, tão breve quanto possível.
A Equipa Coordenadora da Sala de Estudo
COLÓQUIO DE e
PARA PROFESSORES
E
S
S T R A T É G I A S
P A R A
O
U C E S S O
O
Projecto para a Sala de Estudo
parte de algumas linhas orientad o r a s f u n d a m e n t a i s : aprendizagem
centrada no papel activo do aluno,
adequação do ambiente de trabalho aos
objectivos pedagógico-científicos das
aulas e colaboração estreita entre professores e encarregados de educação no
processo de aprendizagem dos nossos
jovens. A intervenção específica ao nível
do espaço físico da sala de estudo não é
mais do que o ponto de partida para a
satisfação destas orientações.
Não estando dirigido por qualquer
modelo ideal de funcionamento de sala de
estudo, este Projecto pretende ser ele
mesmo um exemplo efectivo da orientação
que sugere. Nessa medida, os colóquios
realizados não surgem apenas como
actividades interessantes que a Escola
pode fazer, eles fazem parte integrante do
processo de construção deste Projecto,
definindo-o na sua especificidade.
As comunicações apresentadas versam
temas até agora mantidos à margem da
nossa reflexão que pretendem criar uma
melhor dinâmica de aprendizagem.
A Equipa Coordenadora da Sala de Estudo
PROJECTO “CRIANÇA FELIZ”
[email protected]
Podes escrever para o e-mail do Gabinete de Apoio ao Aluno.
As professoras tutoras procurarão ajudar-te a encontrar uma solução,
lendo com atenção as tuas mensagens e dando-lhes sempre resposta.
No dia 18 de Dezembro, o 11.º 1B vai realizar uma
festa de Natal na Instituição Exército de Salvação. Esta
é uma instituição de catorze meninas órfãs, com idades
compreendidas entre os 5 meses e os 12 anos.
Desta festa faz parte o sorteio de um Cabaz de
Natal. Para além da verba angariada com a venda de
rifas para o Cabaz, estamos a efectuar uma recolha de
bens em conjunto com mais quatro turmas. Alguns dos
bens mais necessários são: livros escolares e infantis,
roupas, brinquedos e bens alimentares (papas,
conservas, arroz, etc.), por exemplo.
Para que as meninas possam ter também um Natal
Feliz na companhia do Menino Jesus - COLABORA !
O GABAA tem um horário de atendimento pessoal, mas se não te
sentes à vontade para aparecer, podes sempre escrever!
“O que fizerdes a cada uma destas criancinhas,
estais a fazer-Me a Mim!”
Eugénia Barreiros, Luísa Supico, Marília Peres e Rosa Borges
A coordenadora do Projecto “Criança Feliz”
Susana Cheong, 11º1B
APETECE- TE DESABAFAR , MAS NÃO
Q UERES
SABES COM QUEM ?
PEDIR UM CONSELHO SOBRE UMA RELAÇÃO QUE INICIASTE ?
E STÁS DESORIENTADO COM
OS TEUS RESULTADOS ESCOLARES E NÃO
SABES POR QUE PONTA COMEÇAR ?
E STÁS TRISTE
E PRECISAS DE
“ UM
OMBRO AMIGO”?
Dezembro/2002
3
O TEATRO É UM MUNDO À PARTE . . .
O T E A T R O É U M M U N D O à parte,
porque ali damos o corpo e a alma, há uma
fusão entre o que a nossa alma diz e o que
o nosso corpo sente. E como resultado
desta grande descoberta decidimos pôr
mãos à obra, partir à aventura e arranjar
ideias, muitas ideias para a apresentação
de um trabalho no qual todos nós nos
pudéssemos unir como grupo, sentir toda a
emoção de entrega a uma coisa especial,
que fosse diferente e nos fizesse sentir a
alegria de outra dimensão.
E foi assim q u e t u d o c o m e ç o u ,
com exercícios de concentração, d e
descontracção, exercícios em que o limite
é a imaginação, e depois, aos poucos,
fomos falando do tema “Outono”, que
estava para muito breve.
Primeiro, cada um imaginou um signo,
baseado no significado do Outono. E o
signo foi aparecendo, com pezinhos de lã,
nas nossas cabeças, desafiando-nos a fazê-lo
cada vez um bocadinho melhor. “Outono”
para cá, “Outono” para lá, uma alteração
aqui, outra acolá, até que os nossos signos
ficaram finalmente prontos. Depois vieram
os poemas. Alguns em grupo, outros
recitados individualmente, mas todos com
o mesmo tema: o Outono. Mas continuava
a faltar muita coisa! Era preciso decidir o
que fazer com signos e poemas, era preciso
juntar tudo e criar uma história. E quem
melhor para isso que o Rui Mário? Lá veio
ele, carregadinho de ideias, como sempre.
Marcou ensaios, alterou uma coisinha ali,
deu ideias, leu poemas, mudou um signo,
falou, sugeriu, ouviu opiniões, observou
tudo com atenção... Foram decididas as
posições e figurinos, e tudo ficou
finalmente pronto, esperando pelo grande
dia...
No dia 11 de Novembro, ao contrário
dos restantes dias, o Sol não apareceu. A
manhã passou a correr entre a troca, ora de
palavras, ora de risos nervosos entre os
jovens actores (se é que assim podem ser
chamados!). E logo chegou a hora de
correr para o último ensaio! Era preciso
ler os poemas, definir as ultimas posições,
corrigir os últimos erros, vestir as roupas...
TIC, TAC, TIC, TAC. O relógio não parava e o
tempo passava a correr. Finalmente, todos
estávamos prontos. Lindas, AS N INFAS
D’ E L V ENTO ESPALHARAM - SE PELA ESCOLA ,
ANUNCIANDO A
NOSSA
ACTUAÇÃO.
NA
SALINHA , CHEIOS DE FRIO E COBERTOS DE
ARGILA , OS
S ERES TERREAIS AGUARDAVAM ...
F INALMENTE, SAÍRAM DO PAVILHÃO , E
ENTRE RISOS E COMENTÁRIOS DOS ALUNOS ,
DIRIGIRAM - SE AO JARDIM , ONDE COMEÇARIA
O ESPECTÁCULO . AS NINFAS CHEGARAM , O
R UI MÁRIO LEU O POEMA, O PEDRO HILÁRIO
ENCHEU O A R DE MÚSICA . Começou,
finalmente...
A cena passou do jardim para as
escadas do Pavilhão Central, onde Ninfas e
Seres Terreais deram voz ao vento,
provocando o público que entrava.
Finalmente, a Biblioteca. Lá, leu-se
poesia, representou-se, amou-se o que se
fez. A união entre todos nós estava
presente em cada folha do chão, em cada
palavra, em cada gesto, em cada olhar, em
cada som. Finalmente acabou... Finalmente??? Como o tempo passou depressa!
Como foi bom estar ali, dando voz e corpo
a pedacinhos de sonhos nossos, às
maravilhas do Rui Mário, à musica do
Pedro Hilário! Pensamos que foi com este
sentimento de felicidade que todos nós
saímos do palco, felicidade por estar ali,
felicidade por termos desempenhado bem
a nossa tarefa, por tudo ter corrido pelo
melhor. Cá fora, a opinião do público era
muito animadora! E também por isso
transbordávamos de alegria.
Nesse dia, talvez tenhamos ido para
casa um bocadinho diferentes. Diferentes
em quê? Isso, cabe a cada um de nós
descobrir...
Por fim, resta-nos agradecer ao Rui
Mário, ao Pedro Hilário, às professoras
que estiveram e estarão sempre prontas a
dar uma mãozinha, e a todos aqueles que
estiveram presentes.
Obrigada por nos terem feito sonhar!!!
Ana Carolina Prelhaz, 10º 1B e Ana Rita Penitência, 10º 4B
4
Dezembro/2002
XUTOS & PONTAPÉS
UMA POPULARIDADE
CONQUISTADA
T H E
Sempre com uma grande criatividade
naquilo que produzem, os Xutos &
Pontapés são uma das principais bandas de
culto em Portugal. Desde 1979, data em
que a banda surgiu, foi ganhando cada vez
mais adeptos no nosso país, através de
grandes músicas que, duma maneira geral,
todos nós conhecemos. Para ti Maria , À
minha maneira, A minha casinha e Chuva
dissolvente, são alguns dos seus sucessos.
Numa grande maioria das letras dos
«Xutos», podemos encontrar uma critica
social, sobre os mais variados assuntos.
B E A T L E S
eptember 1962, the first commercial
recording of a Beatles single Love Me
Do with I Love You on the B-side was to
become a landmark in the story of pop
music. In 1957 it all began in Liverpool
when the young John Winston Lennon,
aged 17 and Paul James McCartney aged
15, first met.
After 40 years Paul joined the
Quarrymen, Lennon’s band that took on
the guitarist George Harrison and the bass
player, Stuart Sutcliffe, born in 1943 and
1940 respectively. In 1959 they formed a
group with neither drummer nor
amplifiers that was called “Johnny and
the Moonddogs”. A definitive name was
needed and the Silver Beetles, inspired by
Buddy Holly’s Crickets, set out on a tour
in Scotland accompanied by Johnny
Gentle and the drummer Tommy Moore.
One night in April 1960 when the group
–
4 0
S
EMINEM É UMA
DAS MAIS
POPULARES E
CONTROVERSAS
FIGURAS DA
CENA RAP DA
ACTUALIDADE
Em 1996 edita o seu primeiro trabalho
discográfico de nome Infinite, seguindo-se
Slim Shady. Ambos os discos fazem furor.
O rapper foi descoberto por outra figura
conceituada do hip-hop, Dr. Dre. Consta que
o músico só assina um contrato discográfico
com Dr. Dre após a participação do primeiro
nas Olimpíadas Rap MC de Los Angeles, em
1997. Dois anos depois, é editado The Slim
Shady LP. Do disco é retirado o hit-single
My Name Is, que se revela um sucesso
were in Liverpool, John and Stuart
announced that they had decided on a
name for the group – The Beatles! John
changed the “bee” of an original name to
the “bea” of the beat music from
Liverpool, and they all agreed.
In 1963 after Please, Please Me and
From Me to You, which became
estrondoso, ao qual se segue novo êxito
Guilty Conscience, dois temas que
contribuem para que o álbum chegue à
marca de tripla platina.
The Slim Shady LP é então envolto em
polémica, com algumas vozes críticas a
considerarem que o disco promovia a
violência e o sexismo, ao mesmo tempo que
outros admiraram o arrojo estético ao qual
estava aliado um sentido de humor quase
surreal e uma produção engenhosa de Dr.
Dre. O disco vale-lhe os Prémios Grammy
na categoria de melhor performance a solo
de rap, por My Name Is, e o de melhor album
rap do ano.
No Verão de 2000 é editado The Marshall
Mathers LP, que vende cerca de dois
milhões de cópias na primeira semana de
lançamento, tornando-se no álbum de rap
que mais rapidamente de vendeu na história
da música. A sua participação nos Prémios
Dezembro/2002
Fim do mês e Dia de São Receber são um
bom exemplo disso.
A popularidade dos Xutos & Pontapés
é facilmente comprovável, se por exemplo
considerarmos os mais de 600.000
espectadores que assistiram aos seus
concertos em todo o país (arquipélagos
incluindo) durante o ano de 2001.
Por tudo isto, será muito difícil que haja
uma outra banda em Portugal que atinja
tanta popularidade como Tim, Zé Pedro e
os seus pares.
Ruben Portinha, 10º 4A
Y E A R S
bestsellers, their single She Loves You
beat all sales records in Britain and also
marked the beginning of “Beatlemania”,
with the first European tour and the
“British invasion”. In April 1964, Can’t
Buy Me Love was simultaneously the top
single in both the UK and the United
States. The first Beatles film, A Hard
Day’s Night, came out in August of the
same year and made 1.3 million dollars.
In the first week dozens of songs have
been published such as Day Trip,
Paperback Writer, Norwegian Wood,
Yesterday, Good Day Sunshine, Eleanor
Rigby, Penny Lane, Strawberry Fields
Forever, Yellow Submarine from the film
by the same name.
In 1987 the Beatles’ work was first
marketed on compact disc.
Luís Duarte, 11º 2A
MTV dos EUA desse ano faz furor, assim
como as nomeações em várias categorias
para os Prémios Grammy, incluindo a de
Álbum do Ano e Melhor Álbum Rap. Ainda
em 2000, na edição Europeia dos Prémios
MTV, Eminem é uma das figuras da noite, ao
arrecadar os galardões para Melhor Álbum
do Ano e Melhor Artista Hip-Hop”. Dois
anos depois é editado novo álbum de
originais, intitulado The Eminem Show e,
ainda no mesmo ano, o rapper apresenta
novas canções originais para a banda sonora
do filme “8 Mile” onde, para além de ter
construído o alinhamento do álbum, ainda
desempenhou um dos papéis principais o que
lhe valeu críticas muito positivas.
Texto adaptado por
Mauro Nunes, 10º 2 A e Gabriel Santos, 10º 1A
5
MERRY CHRISTMAS
TO YOU ALL
STRAIGHT EDGE
S
traight Edge is a more philosophical offshoot of the punk
movement.
The basic tenet of the philosophy
centres on the issue of self-control. The
goal is to regain as much personal control
over your own life as possible. Straight
Edge (sXe) is the only youth counterculture to actively discourage drug use,
alcohol use, and casual sex. Straight edge
is a lifestyle centred on personal
development and well being, while
encouraging fun and togetherness.
sXe is not just about being into
contemporary punk music acts and being
against drugs. It goes deeper than this. The
movement wishes to attract people away
from dependency lifestyles centred on
drug habits (legal or illegal) and unhealthy
and exploitative eating and general living
habits common in modern cultures. sXe is
not dogmatic, there are no hard rules, and
these are for you to decide. Very basically,
Straightedge is a philosophy of life that
steers clear of substance addiction,
dependency and abuse. It’s a lifestyle
that’s healthy for your mind and body. A
Straightedge lifestyle is one of abstinence
from substances and practises that
adversely affect mental and physical wellbeing. Such things as cigarettes, alcohol,
illegal drugs, and promiscuous/ unprotected
sex are not Straightedge. Some Straightedges
take it a step further and abstain from things
- Why do you have to dress up like an
idiot...? Nobody ever sees you!
such as caffeine.
Nowadays straightedge people organize
shows, which are called benefits to help
poor people and some institutions that
need our support. They also organize
demonstrations especially to the defence
of animals and other social aspects. That’s
what’s happening in Portugal which is
considered one of the most true and
important country were straights really
like the scene and try to change the world
to a better one.
http://www.punkbands.com
http://www.straight-edge.com
Irina Almeida, 11.º2A
Anticapitalism
... THEN IT’S CHRISTMAS ...
the most important family celebration all
around the world.
People send Xmas cards, exchange
presents, decorate their houses with paper
chains, holly, mistletoe, lights and a Xmas
tree. On Xmas eve children hang stockings
over the fireplace and wait for Santa Claus
to come and fill them with presents while
they are sleeping. The best part about
Xmas is waking up on Xmas morning and
finding the presents but...why not open
them at midnight?
CHRISTMAS CUSTOMS
AROUND THE WORLD
AUSTRALIA
In Australia Xmas lunch is often a
barbecue on the beach, because
temperatures are often about 35 degrees.
USA
Tourists visit Rockfeller Center in New
York to see the world’s biggest Xmas tree
and watch the ice-skaters.
Caroling in the streets is an old Xmas
tradition too.
SPAIN / GREECE
Children open their presents not on Xmas
Day but on the 6th January- Three
Wisemen’s Day
RUSSIA
Children don’t receive their presents on
Xmas Day but on the 6th December, Saint
Nicholas’s Day. They are brought to them
by Grandfather Frost and the
Snowmaiden.
ICELAND
Santa Claus visits houses 13 times and
leaves presents in shoes which have been
left on window sills.
For more information:
http://www.oup.co.uk/elt/magazine/christms/ch
ristms.html
6
Dezembro/2002
Clube e Núcleo de Fotografia
A Exposição David Goldblatt - 51
anos de fotografia está no Centro
Cultural de Belém até 5 de Janeiro
de 2003. Os trabalhos deste autor, na
sua maioria a preto e branco,
mostram o “mundo do trabalho, da
segregação racial e da arquitectura
sul-africana”, tornando evidente “o
modo como o discurso ideo-lógico
do colonialismo determina toda a
vivência quotidiana”. A não perder.
Os fotografias desta página são da
autoria de Ana Isabel Fernandes
(12º 2A), Joana Hipólito (12º 2A) e
Sara Silva (11º 2A).
Os coordenadores do Núcleo de Fotografia
Dezembro/2002
7
NA PERIFERIA DO IMPÉRIO*
D
E S C E SOBRE OS M E U S OMBROS O
DESESPERO ,
como um manto que me
encobre e esconde a coragem que já não
tenho. Perdi-a naquele dia vulgar.
Tudo aconteceu na periferia de um
império que eu conheci. Numa aldeia
tornada feia, suja de gente pobre, aviltada
e violada. Pejada de casebres de madeira
podre, roubada aos caixões
dos senhores. Infestada de
crianças nuas com o sexo
exibido e o olhar vazio de
esperanças. Salpicada de
homens velhos, que sendo
novos foram despojados do
sonho que os anima, transformados em estrume para
os campos de tabaco de
charuto. Entre cada casebre
desta aldeia, ruas escuras
servem de passagem, de
ponto de fuga. Numa destas
ruelas, cheias de lama e de
memórias, duas mulheres
sentem o peito a crescerlhes até ao limite, sorvendo
todo o ar de que dispõem.
Param. Encostam os rostos
vermelhos, sulcados pelo
terror, às tábuas e escutam.
Na entrada norte, um camião vomita
seres saídos do inferno: vestidos de negro,
sem coração nem cérebro, cobertos de fios:
títeres de quem desliza na sombra. Depressa
este alcatrão movente se espalha pelas ruas
infectas, farejando sangue. As mãos acesas
dão vida àqueles casebres, iluminando-os
como uma gigantesca pira funerária.
As duas mulheres, suspensas na espera,
depressa são encontradas e logo ali
violadas. Os carrascos não procuram sexo
nem prazer carnal, mas o aviltamento.
Enfiadas num helicóptero, pássaro
mecânico feito arma, que paira sobre os
destroços da aldeia, são forçadas a ver, a
reter. Tudo tem valor de lição.
De repente, como quem passa a mão no
cabelo ou aperta o nó da gravata, uma
mulher é obrigada a voar e a procurar no ar
a liberdade.
Grita, por favor, pede asas!
Ninguém a ouve e o seu corpo estatela-se
em cima de uma pedra que a mói, que a
ensanguenta e lhe provoca dor.
A outra mulher teme pelo seu destino e
roga a deus - que não joga aos dados e por
isso é culpado e condenado a não existir.
SOMOS FILHOS DA NOITE
Amanhã o Sol não vai nascer
E as estrelas vão brilhar
Noite e dia sem parar.
Vamos então celebrar
O Amor que nos foi negado,
A saudade e o pecado,
A fantasia e a sua realidade,
O prazer e a maldade.
Somos Filhos da Noite,
Sonhamos com o Amor,
Vivemos com o ódio,
Porém, já, sem qualquer dor.
Somos Filhos da Noite,
8
O pássaro de guerra volta ao pó. A
pobre mulher é expulsa daquela besta
esventrada e forçada a comer o chão
manchado pelos outros. Põem-lhe estacas
nos olhos para a obrigar a ver: restos de
seres, dor, humilhação. Neste turbilhão
caótico, um bebé chora perto da mãe, sem
vida, de cujos seios brota sangue em vez
de leite. Corre. Abraça
aquele precioso pedaço de
vida. Dá-lhe segundos de
esperança, logo roubada
por um Huno façanhudo,
uma besta ululante, que lhe
rouba a criança e lhe
encosta os finos lábios ao
seio materno.
A vida sim, mas não a
qualquer preço. Num
derradeiro gesto de liberdade, a última das
mulheres lança-se sobre
uma baioneta espetada no
ar, com fome de entranhas.
Esta aldeia fazia parte
de um Império que eu
conheço. Ficava perto de
uma das suas mais belas cidades.
O coro da morte é mudo e o Império
não pode ser posto em causa pela periferia.
* A propósito dos Direitos Humanos. Texto
criado a partir da descrição de um
acontecimento verídico.
A.N.
O SILÊNCIO
Dormimos com a paz,
Acordamos com a guerra,
Mesmo sabendo que isso não nos satisfaz.
O silêncio é o grito que se reprime
É a voz que cala e não exprime
É o murmúrio mudo do mar sem fundo
Ontem o Sol nasceu,
As estrelas apagaram-se.
Tudo para nós morreu.
Vamos então chorar
O ódio que nos foi dado,
A miséria e o fado,
A tristeza e a dor,
O viver sem Amor.
Que chora para dentro
Ao olhar este mundo.
Cátia Marques, 11º 3 A
Dezembro/2002
O silêncio é a calma do nada dizer
É sentir que parar nem sempre é morrer
É abrir a arca do nosso interior
É sentir que no silêncio também há amor.
Maria da Piedade Pereira,
Auxiliar de Acção Educativa
PLATÃO NO SÉCULO XXI
N
o século XXI, a propósito de política,
parece inusitado revisitar Platão, esse
genial filósofo que habitou os séculos V e
IV a. C.. Porém, quem lê uma obra como
o Górgias , não consegue ficar indiferente
às semelhanças que a sua fundamental
problemática tem com urgentes questões
políticas contemporâneas: quem deve
governar os cidadãos? Como deve fazê-lo?
Isto é, segundo que pressupostos ideológicos?
Correndo o risco de sermos ingénuos,
podemos julgar que a acção política só
pode ser conduzida de uma única forma:
com justiça. Que pensaria Platão a este
propósito?
Na citada obra confrontam-se duas
visões antagónicas do mundo, a platónica e
a sofista. A primeira defende a existência
de uma verdade absoluta, um princípio de
justiça, imutável, independente mas acessível ao homem. Desta forma, a cidade
deve ser governada segundo este critério
universal e por quem melhor a conhece, o
rei-filósofo. Aliás, toda a acção humana
deve ter o bem como modelo. A segunda
visão, na sua pior versão, é descrente: tudo
é relativo, até as verdades. Deste ponto de
vista, a cidade e os cidadãos correm o risco
de serem governados por um tirano que
subjugue toda a acção política ao seu
interesse pessoal.
Julgo ser um dos raros Atenienses ...
que cultiva a verdadeira arte
política e o único que põe em prática
esta arte ... porque tenho em vista o
bem ... fazer nascer a justiça na
alma dos ... concidadãos e dela
retirar a injustiça, nela depositar a
sabedoria e dela excluir o
desregramento ...
Platão, Górgias
Não sei se posso concordar com Platão
e com a sua noção de verdade absoluta.
Inclino-me mais para a relatividade dos
valores. Todavia, não dou o meu
assentimento à forma como os políticos
contemporâneos, em particular os portugueses, se apropriaram com avidez desta
visão sofista, subordinando a governação
aos interesses de um punhado de
aspirantes a divindades. Parece-me que
ainda não compreenderam que, embora os
valores sejam relativos e tenham uma
origem humana, não é possível governar a
partir de um ponto de vista egoísta, sem
porem em risco a estabilidade e a continuidade sociais.
A concepção sofista, na sua excelsa
versão, exige o encontro dos homens
numa plataforma de entendimento e na
construção de um pacto social que, embora
convencional, permita o bem comum e o
desenvolvimento harmonioso do todo
político.
Séculos passados, continuamos em
torno do nosso destino, colocando as
mesmas questões a que a filosofia outrora
deu corpo.
A. N.
DEMOCRACIA, UMA HERANÇA GREGA
V
enho falar-vos de um acontecimento que se deu no passado dia
25 de Novembro durante uma aula de
História e que já vinha a ser preparado
ao longo de algumas aulas.
Este ano, na disciplina de
História, temos vindo a falar sobre
uma grande civilização, da qual
herdámos,
por
exemplo,
a
Democracia. Trata-se de uma forma
de governo no qual todos os
cidadãos têm os mesmos direitos
perante a lei.
Hoje, a nossa forma de governo
é uma Democracia. Precisamente
para nos alertar sobre este tema,
sobre a sua origem (civilização
grega, séc. V a. C., governo de
Péricles que, embora praticasse uma
democracia imperfeita, foi o seu
fundador) e sobre a sua importância na
vida dos cidadãos, a professora Márcia
Costa decidiu propor-nos a elaboração de
uma campanha eleitoral na turma.
Primeiro escolheram-se três candidatos, depois um presidente de mesa de
voto e seus dois secretários e pusemos
mãos à obra para preparar a eleição.
Os candidatos a presidente eram: Telma
Fernandes, Xavier Gonçalves e eu, Ana
Penitência.
Apresentámos a nossa candidatura e
escrevemos o discurso da campanha
Telma Fernandes ganhou por maioria
absoluta; uma vitória justa, pois o seu
discurso demonstrava uma vontade séria
de mudança!
A professora de História juntamente
com a turma estabeleceu uma
medida de protecção ao eleitor. Esta
medida consiste na obrigação do
candidato eleito cumprir obrigatoriamente o seu programa de
governo.
Agradecemos à professora por
esta oportunidade que nos ensinou
mais um pouco sobre os nossos
direitos e deveres políticos e que
permitiu relacionar a herança
deixada pelo povo grego com o
nosso regime político!
eleitoral. Depois de o ler, debatemos e
respondemos às questões propostas pelos
eleitores (os nossos colegas e professora).
E assim foi... Na segunda-feira tudo
estava a postos: a mesa estava arrumada
com a urna para pôr os votos e estávamos
todos um bocadinho nervosos... Mas
depois correu tudo bem!
Dezembro/2002
Afinal, há coisas que permanecem por
milhares de anos, se transformam, mas
cuja origem fica sempre...e há momentos
que nunca se esquecem e que devem ser
lembrados, como este!
Ana Rita Penitência, 10º 4B
9
UMA CAMPANHA SAUDÁVEL E DINAMIZADORA
T
al como todos os anos, efectuaram-se
eleições para a Associação de
Estudantes. Mas, este ano foi diferente:
viveu-se realmente a agitação de uma
campanha eleitoral e a inevitável competitividade entre os representantes de cada
lista candidata.
Tendo em conta que o objectivo de uma
Associação de Estudantes é tentar
satisfazer todos os desejos e vontades dos
alunos, com o intuito de melhorar o
ambiente escolar, tornando-o mais
atractivo e acolhedor, promovendo, por
sua vez, actividades extra-curriculares e de
entretenimento, ambas as listas, E e G,
apresentaram um programa eleitoral
convincente, ainda que de alguma maneira
demasiado
utópico. Ora vejamos:
propunham a organização de um baile e de
uma viagem de finalistas; festas
comemorativas do Natal, do Carnaval, da
Páscoa; formação de uma tuna escolar;
jogos desportivos e de entretenimento; a
realização de palestras temáticas sobre a
droga, a Sida, o alcoolismo, a sexologia e
ainda muita alegria e muita animação.
Passo a passo, cada lista juntou os seus
membros, convocou reuniões, determinou
objectivos, declarou estratégias de
campanha, enfim, tomou decisões decisivas.
Cada presidente - Nuno Oliveira (Lista E)
e Tânia Costa (Lista G), expressou
claramente o seu desejo de sair vencedor.
Contudo, o alcance da vitória estava longe
de ser fácil e espontâneo e, por isso, foi
necessário uma forte campanha de
propaganda dos ideais de cada lista. Nos
dias 27, 28 e 29 de Novembro observou-se
uma revolução na nossa escola: a Lista G
foi a primeira a manifestar-se, distribuindo
autocolantes, panfletos e deixando no ar
um clima de grande confiança que
perturbou a outra lista concorrente. No
segundo dia foi a vez da Lista E, que
reservava um curioso dinamismo e
10
imaginação: também forneceu panfletos,
afixou o seu programa, divulgou os seus
elementos e garantiu a presença de grandes
atracções musicais. A partir deste
momento, era visível a incerteza da vitória
que foi reforçada pela divertida vinda de
um grupo “União da Capoeira”, em nome
da Lista G. Sexta-feira, o último dia de
campanha, a última oportunidade para
campanha já tinha tido os seus frutos: o
despertar dos direitos dos alunos de
poderem expressar as suas vontades
livremente, escolhendo!
Perto das 17.30h e após momentos de
grande ansiedade e nervosismo, as urnas
fecham, procedendo-se à contagem dos
votos: a grande vencedora foi a Lista E!
É óbvio que o resultado enche os
participantes de orgulho e de satisfação.
cada lista mostrar as suas potencialidades,
os seus trunfos e, principalmente, a sua
capacidade de persuasão. O dia ficou
marcado pela diversidade de actividades
das duas listas que duraram até ao final do
horário escolar: de um lado, a lista G que
proporcionava um confortável ambiente
musical juntamente com um grupo de
dança “Be Funcky Rookie”, em paralelo
com a distribuição final de papéis
informativos, de preservativos e de pin’s,
proclamando uma campanha de sensibilização a favor da luta contra a Sida.
Deixando para trás antigas e temporárias ‘rivalidades’, podemos afirmar que
conseguimos um bom trabalho, que
conseguimos divulgar o nosso desejo de
mudança, e, conseguimos, acima de tudo,
provar que somos capazes de incentivar os
alunos a serem mais participativos e que a
dinamização e dignificação da nossa
escola está por nosso conta!
Por outro lado, a lista adversária
apostava em actividades mais lúdicas,
apresentando grupos de dança moderna “Nightmare” e de Hip-Hop - “B-Vizion” e
Legião Vermelha. Em suma, ambas as
listas demostraram um enorme poder de
organização e interacção e uma forte
capacidade de notoriedade.
Dia 2 de Dezembro, o dia D, o dia das
escolhas, o dia dos resultados. Logo desde
de manhã, a afluência às mesas de voto foi
realmente surpreendente, continuando
nesse mesmo ritmo durante todo o dia.
Ficou, então, provado que a nossa
Dezembro/2002
Alexandra Serangonha
(representante da Lista G),
Joana Tavares
(representante da Lista E)
12º 4B
Miguel
Rodrigues, 12º2 A
Presidente da
Direcção da A.E.
e
Nuno Oliveira,
11º 3A
Presidente da
Assembleia Geral
da A.E.
O ENSINO SECUNDÁRIO É UMA ESCADA
O
desconhecido. Partir do quase zero
ou zero.
Passou um ano e pouco desde que
acabei o Ensino Secundário.
Exames feitos (bichos papão de doze
anos de estudo), só me restava esperar pela
saída da colocação no Ensino Superior. O
Excelso Ensino Superior!!
Segunda-feira: colocação, Coimbra.
Data limite para a inscrição: essa sexta-feira.
Data de começo das aulas: a segunda-feira
seguinte!
É surreal! Passamos anos sob a alçada
matriarcal (ou patriarcal, conforme o
sistema familiar de cada um), estamos
habituados a um sítio onde o quarto é
nosso por direito próprio, onde vivemos
com a presença constante e certa do nosso
gato no sofá da nossa sala, da varanda da
qual se pode ver o mundo de betão à nossa
volta e sentimos que é o nosso mundo de
betão. E de repente, numa semana, num
simples micronésimo do tempo da
Humanidade (para já não falar do tempo
geológico!) eis que somos atirados às
feras, qual cristão hispânico num circo de
leões em plena Roma!!
Coimbra, via alfa-pendular (as primeiras vezes são sempre em alfa-pendular,
depois é que se vê o peso que traz essa
viagem no orçamento do agregado!).
Estava sozinho na Lusa Atenas, aquela
cidade repleta de estudantes trajados (de
capa e batina) aos quais tive de me dirigir
na terceira pessoa do singular com o
prefixo de doutor/a. Ali, a azáfama das
burocracias de inscrição era apenas
subjugada pela estranheza, pelo nervoso
miudinho de medo do desconhecido. O
sistema por cadeiras semestrais, as
inscrições nas aulas práticas, os planos
aconselhados,
os
créditos,
os
departamentos, as secções, as épocas de
exames ou os recursos e a Praxe.
A Praxe é das coisas mais desconhecidas e temidas que nos vêm à cabeça
nessa altura. Aquele nervoso miudinho de
cada vez que passava por um “Doutor”. A
tentativa de passar despercebido e o ter de
cumprir aquela hierarquização com todos
os gozos que daí advêm! Passar por ela, de
frente, ver como é para depois poder
escolher: ser ou não ser pela Praxe. E não
é por não querer cantar umas cantilenas,
não querer ser gozado ou por ter medo das
trupes que se pode repudiar a Praxe em
Coimbra! A Praxe Coimbrã é quase uma
instituição. Tem até um Código que
funciona com artigos que limitam os
abusos por parte de quem a pratica. Por
exemplo, não se podem pintar os caloiros e
estes não podem estar na rua a partir da
meia noite com a punição de serem
rapados por grupos de “doutores”[as
trupes].É também das coisas mais feudais
que alguma vez vi! No entanto pode valer
a pena! Mas só vale a pena desde que a
alma não seja pequena!
O choque é, pois, grande, estando em
Coimbra, Lisboa, Évora ou Porto! As aulas
são em anfiteatros com mais oitenta e nove
pessoas, na bibliografia os livros têm
trezentas páginas, alguns em Inglês ou
Espanhol e são apenas aconselhados e não
“seguidos pelo plano” como no
secundário; os exames determinam se se
faz e com quanto se faz a cadeira, os
professores são “docentes”, a maior parte
Doutorada (alguns catedráticos), com
“atendimento no gabinete”. O nível é
muito mais elevado e ao mesmo tempo
muito mais interessante! Fazemos parte do
Conhecimento. Não o encaixamos em
pequenas caixinhas para o despejarmos
para um exame nacional. É, sem dúvida
nenhuma, no superior que se aprende,
mesmo extra-curricularmente! É aqui que
nos apercebemos das lutas políticas, dos
eventos sociais, dos saberes científicos e
de como são vastos. É aqui que
conhecemos os saberes literários e as
pessoas literatas. É aqui que podemos
escolher entre mil e uma maneiras de ficar
ou não bêbedo, um só dia por mês ou duas
vezes por semana. Mal ou bem, é agora
que podemos escolher!
O ensino secundário é uma escada.
Bem ou mal construída é uma escada
apenas. É para passares a porta ao fim da
escada, que tens de lutar, porque depois
dela está outro mundo. Um mundo que tu
podes construir.
Como disse uma vez um professor da
Leal: “Só com força de vontade não vais
lá. Tens de ter vontade de fazer força.”
Força aí!
Gil Costa, ex-aluno
No dia 22 de Novembro foram eleitos os
alunos para a A SSEMBLEIA DE E SCOLA:
entre 1117 alunos, 365 votaram na única
lista apresentada (A).
343 alunos votaram a favor, 20 em
branco e 2 votos foram anulados.
Assim, João Completo e Luís Pedro do
12º1F são os representantes da comunidade
discente da nossa Escola.
Dezembro/2002
11
Perservação da vida selvagem
DEVEMOS NÓS LUTAR POR
UM MUNDO MAIS LIMPO ?
Q
uando nos perguntam se já alguma vez respirámos ar puro,
respondemos que sim com muita certeza! Se algum dia nos
perguntarem se somos felizes repondemos que sim, se algum dia
olharmos para o mundo e dermos conta que ele está por um fio
talvez acordemos do sono profundo que nos mantém indiferentes a
este problema tão grave .
Vimos ao mundo, somos ensinados a
consumir mais do que aquilo que
necessitamos, e esgotamos todos os
recursos naturais existentes, depois,
mudamo-nos de local e recomeçamos.
Temos de pôr um ponto final em tudo isto,
não só responsabilizando as grandes
indústrias mas, também, certificando-nos
de que os consumidores não consomem
A
N O V A
efinitivamente, a economia mundial
dos anos oitenta e noventa do século
XX, foi marcada por uma acentuada
liberalização dos mercados, liberalização
essa que se prolongou até aos dias de hoje:
o comércio internacional de mercadorias
atinge níveis recordes, os movimentos de
capitais fazem-se à velocidade da luz com o
auxílio das novas tecnologias, a especulação monetária e bolsista não conhece
limites, a corrupção e o branqueamento de
dinheiro alastram até aos mais recônditos
cantos do planeta, para gáudio dos off-shores.
É a influência das escolas de Chicago que
se faz sentir, através das inesquecíveis
lições dos seus grandes mestres Milton
Friedmam e Al Capone, magister dixit...
Na perspectiva geo-política, o muro de
Berlim ruiu ao mais leve sopro de
liberdade, a bipolarização foi substituída
pela hegemonia absoluta e incontestável
duma única superpotência liderada por um
presidente pouco virtuoso, o Japão mergulhou numa recessão sem fim à vista, a
Europa caiu num marasmo sem liderança
nem estratégia, a ONU perdeu protagonismo e prestígio. No plano demográfico, a
população cresce a ritmos acelerados,
exercendo sobre a Terra uma brutal
exploração dos recursos naturais, muito
acima das suas capacidades de regeneração.
Concomitantemente, o PIB mundial nos
últimos 50 anos quase decuplicou,
passando de pouco mais de 3 biliões de
d ó l a r e s p a ra 3 0 b i l i õ e s , a produtividade do trabalho aumentou sete vezes, o
D
12
mais do que necessitam. É preciso mudar,
é preciso tomar uma atitude. Se não, que
mundo estamos nós a criar para as
gerações futuras? Decerto um mundo que
caminha para o desastre ambiental, para o
silêncio dos pássaros, para o ruído das
sirenes, para os incêndios que nos
consomem o oxigénio que respiramos.
É urgente parar de emitir gases
prejudiciais ao ambiente, é necessário
lutar, não apenas exprimir a preocupação,
como faço aqui, mas, sim lutar por um
mundo verde onde os nossos filhos
possam ser felizes. Lutemos enquanto é
tempo. O ponteiro do relógio continua
a andar.
Sandro Carvalho, 11º1H
G L O B A L I Z A Ç Ã O
que segundo estimativas efectuadas pela
FAO, daria para alimentar cerca de 10 mil
milhões de pessoas, quase o dobro da
população mundial actual. Todavia, cerca
de 2800 milhões de habitantes, quase
metade da população mundial, vive com
menos de 2 dólares por dia, e 1200 milhões
sobrevivem diariamente com menos de um
dólar. Mais uma vez, é o progresso
científico e tecnológico que deita por terra
as teorias Malthusianas. É caso para
dizermos que o milagre da multiplicação
dos pães está consumado; falta agora
apenas a sua divisão, tarefa que se nos
afigura muito mais árdua, quando não de
todo impossível...
É ainda com base nos Relatórios de
Desenvolvimento Humano publicados pelo
PNUD que podemos constatar que 80% da
população mundial vive em países que
apenas criam 15% da riqueza gerada,
enquanto os restantes 20% da população
usufrui de 85% do rendimento mundial.
Acresce a agravante de as bolsas de
pobreza nos países da OCDE terem
aumentado consideravelmente nos últimos
anos do século XX, e só na União Europeia
existem perto de 60 milhões de pessoas em
situação de pobreza, ou seja, 18% da sua
população está à beira da exclusão social.
Ora, em nosso entender, esta situação é
escandalosamente injusta, obscena e
perversa, geradora de tensões insustentáveis, cuja válvula de escape expele actos
de terror hediondos, conduzindo-nos a uma
entrada da humanidade no século XXI sob
Dezembro/2002
o signo do terror, da mediocridade, da
corrupção, não sendo exagerado afirmar
que estamos a contribuir para a criação de
um mundo principescamente maquiavélico,
onde coabitam situações de extrema
miséria com a opulência e ostentação cujo
limite é o céu para os turistas espaciais.
Entretanto, os sucessivos escândalos
contabilísticos e financeiros associados a
grandes empresas consideradas até há
pouco acima de quaisquer suspeitas,
abalam os alicerces da sociedade norte-americana, arrastando consigo a nova
economia mundial para uma crise sem
precedentes: a era da globalização ultraliberal geradora de riquezas artificiais
especulativas num contexto de incerteza
ilimitada, que elegeu como único objectivo
a maximização do lucro sem regras nem
limites, atingiu o apogeu, começando a
descrever a curva descendente, deixando
atrás de si um rasto de lama, sangue e
lágrimas. Recordando George Orwell,
diríamos que não foram os porcos que
triunfaram, mas sim os seus primos, isto é,
estamos perante o triunfo efémero dos
javardos !
Felizmente, o mundo começa a dar
sinais de inflexão, e desenha-se no
horizonte uma nova era duma globalização
que, tudo leva a crer, será mais justa, mais
solidária, mais democrática, mais libertária,
mais inteligente, mais humana. Oxalá
assim seja...
José Augusto Rodrigues
A ESCOLA, ESPAÇO DA LUSOFONIA
J
á há algum tempo que a Leal da Câmara tem uma certa percentagem de população escolar oriunda de culturas e civilizações de expressão
portuguesa não europeia. As dificuldades que alguns revelam no domínio da língua fazem-nos pensar que uma Língua (qualquer que
seja) não é apenas um meio de comunicação entre os homens mas ainda a expressão da sua diferença.
É dessas diferenças, do ponto de vista cultural e civilizacional, que o 100 Letras pretende ser porta-voz, neste espaço dedicado às
culturas lusófonas.
Neste número apresentamos a colaboração de elementos da comunidade escolar provenientes de Angola e do Brasil.
A CRISE EM ANGOLA
M
uitos consideram a crise em Angola
de emergência quando o número de
mortes é de uma pessoa para cada grupo
de dez mil habitantes. “Temos visto
apenas crianças com menos de cinco anos
de idade, o que significa que talvez a
maioria esteja morta”. A Coordenadora de
emergência do MSF em Chipendo Angola diz que para esta ONG, Angola
passa por uma emergência nutricional em
larga escala, apesar de não terem sido
avaliadas zonas cujo acesso não foi
ainda possível em razão das minas
terrestres e da destruição de pontes e
vias. Actualmente a organização
atende 3,6 mil pessoas espalhadas pelo
país, mas a demanda é muito maior.
O “MSF crê ser necessário o
incremento da ajuda internacional”,
diz o relatório porque “a situação em
Angola é fruto da não aplicação de
acordos sobre o acesso da população
civil à ajuda humanitária e da falta de
vontade política de aplicar no país o
direito internacional”. Em algumas
zonas, o número de mortes atingiu
proporções catastróficas, morrem por
dia 4 a 5 crianças em cada grupo de
dez mil. O número de vitimas diárias
chega a dez para cada grupo de dez
mil. Em Chipendo, 42% da população
sofre de subnutrição aguda e 10% de
subnutrição severa.
Será que as crianças têm de pagar
pelos erros dos políticos?
Francisco António F. Bizerra, TS1
(Ensino Recorrente),
está em Portugal há dois anos.
A minha Pátria é a Língua
Portuguesa.
F. Pessoa
Gabriel Silva, 10º 1L, está em Portugal há meio ano. Veio de Minas Gerais.
O que dirias para identificar o teu país? Futebol, samba, Carlos Drummond de Andrade
e feijoada à brasileira.
HISTÓRIA DO SAMBA
O
O PALANCA NEGRA
al como no Brasil, o futebol é um
desporto bem popular em Angola, e a
selecção de futebol nacional é conhecida
como Os 11 Palancas Negras, fazendo uma
homenagem ao animal símbolo do país.
A TAAG, Linhas Aéreas de Angola,
companhia oficial de bandeira angolana,
ostenta uma vistosa pintura em suas
aeronaves, com faixas vermelha e laranja ao
longo da fuselagem e a cauda totalmente
vermelha, com um círculo laranja no centro.
Dentro deste círculo há uma silhueta da
cabeça de um animal estilizada. Mas afinal
de contas, que bicho é este na cauda do
avião?
Trata-se de um Palanca Negra Gigante,
Hippotragus niger, o antílope
símbolo nacional. Este mamífero
tem como seu habitat a região do
planalto angolano e arredores,
onde vive em bandos de algumas
dezenas de indivíduos. Infelizmente a guerra tornou esta
espécie de antílope uma das mais
ameaçadas de extinção, pois a
região em que ele vive é o palco
de sangrentas batalhas, onde
multidões de pessoas inocentes e
famintas lutam pela sobrevivência, assim como o próprio
Palanca Negra.
T
termo Samba deriva do africano Semba,
que significa “umbigada”, e inicialmente,
era sinónimo de batuque.
O Samba surgiu no Brasil a partir do séc.
XIX e foi adquirindo múltiplas influências dos
diferentes estados brasileiros.
O Samba hoje em dia possui uma
característica comum em todas as regiões do
Brasil, está sempre acompanhado de
instrumentos de percussão.
Actualmente, a primeira distinção a fazer é
entre o Samba citadino (carioca) e o Samba
rural (paulista). O representante máximo do
Samba citadino é o Estado do Rio de Janeiro (o
Samba carioca) que faz a combinação de
música, canto e coreografia.
O samba carioca apareceu pela primeira
vez em 1917 com a designação de “Pelo
Telefone” dos autores Donga e Mauro de
Oliveira e teria nascido na cidade do Rio de
Janeiro e não nos morros (favelas) como muita
gente pensa.
Os modernos Samba de Enredo, das escolas
que desfilam no carnaval carioca são
espectáculos em dança contando ou
homenageando histórias, lendas ou alegorias
da cultura popular brasileira.
Hoje em dia, o Carnaval Carioca é a maior
festa popular do Mundo.
Márcia Costa, prof. de História, está em
Portugal há 12 anos.
Maura Vasconcelos, 10º2A
Dezembro/2002
13
PARTÍCULAS ELEMENTARES
Um pouco da Física do século XX
Para além de algumas partículas já vossas conhecidas, como o electrão e o fotão,
existem na Terra outras partículas misteriosas igualmente estáveis, como os neutrinos.
Existem ainda partículas que vivem apenas por curtos instantes, instáveis e fugidias, que
se transformam muito rapidamente noutras partículas que, por sua vez se transformam em
outras...
Desde sempre o Homem se questionou sobre a natureza da matéria e acerca das leis que
governam o Universo:
- Em 400 A.C. Demócrito afirma que todas as coisas são formadas por pequenos grãos
indivisíveis e pelo vazio;
- Em 1895, Thomson descobre o electrão;
- Em 1914, Ernest Rutherford descobre o protão;
- Em 1932, James Chadwick descobre o neutrão.
Nessa altura, os físicos diriam que, todas as coisas são formadas por protões, neutrões,
electrões e pelo vazio.
Que pensam os físicos de hoje?
Hoje conhecem-se várias centenas de partículas, elementares ou não. Visitemos as
famílias das partículas elementares.
As famílias das partículas elementares e os bosões fundamentais
A CADA UM DOS FERMIÕES É NECESSÁRIO ACRESCENTAR A SUA ANTIPARTÍCULA
Como os protões e os neutrões são formados por quarks, podemos dizer que o nosso
mundo é feito de quarks, electrões e vazio.
Os físicos para estudarem o interior da matéria, o infinitamente pequeno, necessitam de
gigantescos microscópios que são os aceleradores de partículas, onde aceleram partículas
estáveis, como os protões, através da aplicação de forças eléctricas e magnéticas. A seguir,
provocam colisões, de modo a observarem a criação de muões, de piões, de partículas
charmosas, entre muitas outras.Estas partículas criadas em aceleradores, existem
naturalmente no cosmos?...
Vamos procurar saber um pouco mais sobre estas partículas...
O electrão, conhecem vocês bem. É uma partícula elementar estável com carga eléctrica
-1, que se move em torno do núcleo atómico e determina as propriedades químicas dos
elementos.
E onde encontramos os neutrinos?
Em cada segundo, somos atravessados por dezenas de milhar de milhões destas
partículas! Trata-se das partículas mais numerosas do cosmos: os neutrinos! Eles interagem
14
Dezembro/2002
Representação da constituição do átomo
tão fracamente com a matéria que
conseguem atravessar a Terra. São quase
intocáveis!
O neutrino, assim como o antineutrino,
é uma espécie de partícula fantasma, difícil
de detectar e extremamente misteriosa.
A palavra Neutrino deriva do italiano
que significa “pequeno e neutro”.
A existência dos neutrinos foi prevista
em 1932, por Pauli, a fim de salvar o
princípio da conservação da energia que os
fenómenos de desintegração ß pareciam
não respeitar. Pauli imaginou uma
partícula invisível que se escapava no
processo, levando consigo a energia
restante. Esta partícula seria o neutrino,
que devido à sua admirável discrição, só
viria a ser observado directamente em
1953.
Devem estar com certeza a colocar a
seguinte questão: para quê estudar Física
de Partículas? Que respostas nos permite
obter?
De entre várias respostas possíveis
posso dizer-vos que nos permite visitar o
universo de há 1010 anos atrás!
A física das partículas permite aos
astrofísicos esboçar os três primeiros
minutos da história do Universo, intervalo
de tempo no qual existiam apenas
partículas elementares, que se foram
agregando à medida que a temperatura foi
baixando, formando os primeiros núcleos
de hidrogénio e hélio, que após cerca de
300000 anos foram dando origem aos
primeiros átomos...
Visitando o infinitamente pequeno
encontramos respostas para o infinitamente grande e longínquo.
Alguns sites a visitar sobre física das
partículas:
www.lip.pt
www.cern.ch
http://particle adventure.org
Ângela Costa
EFEMÉRIDES
O ESTRANHO CASO DO GATO DA SRª HUDSON
E OUTROS MISTÉRIOS DA CIÊNCIA RESOLVIDOS POR S HERLOCK H OLMES ,
de Colin Bruce, Gradiva
Este livro apresenta doze histórias nas quais o autor recria a
atmosfera característica das aventuras do célebre detective inglês,
Sherlock Holmes, sempre assistido pelo Dr. Watson.
Em cada uma destas histórias podes encontrar certas explicações
científicas que são apresentadas sob uma forma pouco ortodoxa e
sempre com a intenção de resolver um crime ou deslindar um
mistério.
Ao ler o livro em questão vais ser confrontado com problemas da
física clássica, de química e até de cálculo matemático, que têm de
ser resolvidos para que estes detectives tenham a solução para um
assassinato. É o que podes constatar na história com o título de “O
caso da praia deserta”, em que as personagens principais têm
rapidamente que encontrar o assassino, pois a vítima encontra-se
numa praia e as provas estão na eminência de desaparecerem. Com a sua leitura podes
encontrar a explicação para este mistério tendo como base a dualidade de comportamento
do electrão.
Espero que a curiosidade te chegue e que consigas acompanhar estes raciocínios e até
fazer outros que tragam soluções para resolver os problemas que vais encontrar durante a
leitura destas histórias.
Boas leituras e investigações!
Rosália Vicente
P
EN
C
IÊNC
RESPOSTA
AO
DESAFIO ANTERIOR
DESAFIO
ROCHA RADIOACTIVA
Cientistas calcularam que um
fragmento particular de rocha
continha 12g de potássio-40
radioactivo, quando foi formada.
Agora contém 3 g de potássio-40
radioactivo.
O tempo de semi-vida do
potássio-40 é 1,3 biliões de anos.
Que idade tem a rocha?
Se souberes a resposta entrega-a a um
professor do Departamento de Ciências
Experimentais até 14 de Março de 2003.
O aluno que apresentar a resposta mais
original, desde que cientificamente correcta,
receberá um prémio.
I A
Para a mesma temperatura do forno,
evapora-se mais água do bolo a uma
altitude mais elevada, devido à menor
pressão atmosférica que aí se verifica. Por
isso é necessária mais água na receita..
Devido à menor pressão o bolo vai
crescer mais, ultrapassando as paredes do
recipiente. Para evitar que tal aconteça
poderá juntar-se menos açucar, para que se
liberte menos gás ou então aumenta-se um
pouco a quantidade de farinha para tornar o
bolo mais pesado, aumentando a força de
tensão.
Como a temperatura de ebulição da
água vai ser inferior a 100ºC é necessário
elevar mais a temperatura do forno para se
conseguir o mesmo tom dourado.
LINKS CIENTÍFICOS
http://webexhibits.org/causesofcolor/5.html
Por que é que a água é azul?
http://micro.magnet.fsu.edu/primer/java/scienceopticsu/powersof10/index.html
Uma viagem fantástica desde as galáxias até ao interior do átomo.
http://quimica-na-web.planetaclix.pt/espect.html
Actividades filmadas
http://www.physicsclassroom.com
Demonstrações de física.
Dezembro/2002
MATEMÁTICAS
Na impossibilidade de mencionar todos
aqueles cujo trabalho contribuiu para o
desenvolvimento da Ciência em geral e da
Matemática em particular, destacam-se os
seguintes:
Zeno de Elea ( quinto século a.C.)
Filósofo
Grego,
cujos
paradoxos
conhecidos, chegaram até nós pelos
escritos de Aristóteles e que influenciaram
profundamente a cultura grega e a
matemática.
Quatro dos paradoxos que causaram grande
perturbação são: a Dicotomia, o Aquiles, a
Flexa e o Estádio.
Cladius Ptolemaeus (200 d.C.)
Matemático e astrónomo Grego, responsável pelo trabalho mais importante da
antiguidade em trigonometria. Nele, entre
outras coisas encontram-se tabelas
equivalentes às actuais tabelas trigonométricas do seno e como as obter.
De importância central para o cálculo das
cordas de Ptolomeu era uma proposição
geométrica ainda hoje conhecida como
“teorema de Ptolomeu”: se ABCD é um
quadrilátero (convexo) inscrito num
círculo, então AB.CD+BC.AD=AC.BD
Chu Shih-chieh (1300 d.C.)
Matemático Chinês que escreveu dois
trabalhos de enorme importância, sendo o
mais importante o Su-yuan yu-chien
(Precioso Espelho dos Quatro Elementos).
Notável é o método de resolução de
equações por aproximações sucessivas e o
somatório de séries usando diferenças
finitas. O diagrama do Triângulo de Pascal
(Blaise Pascal, 1623-1662, Matemático
Francês), conforme veio a ser conhecido
mais tarde, não só aparece nesta obra como
já era conhecido naquela época.
Thomas Bayes (1702-1761)
Matemático Inglês, lembrado pelo seu
trabalho em probabilidades. Nomeadamente o teorema de inferência estatística
que tem o seu nome. O seu trabalho só foi
publicado em 1763, após a sua morte.
Bibliografia
Boyer, Carl B.: A History of Mathematics;
revision by Uta C. Merzbach. New York:
John Wiley & Sons, 1991
Clapham, Christopher: The Concise Oxford
Dictionary of Mathematics . New York:
Oxford University Press, 1996
Smith, David E.: History of Mathematics .
New York: Dover, 1958
SPM: Gazeta de Matemática. Lisboa:
Ediliber, 2002
Urbano Alves
15
P O R Q U E
A S I D A
E X I S T E ...
AFRONTAR OU CONFRONTAR?
RELAÇÃO PAIS/FILHOS, em debate na escola
A
HIV? VÍRUS? SIDA?
USA SEMPRE PRESERVATIVO...!
NÃO TROQUES SERINGAS
COM NINGUÉM...!
OLHA A SIDA...
Fartos destas e doutras lengas-lengas
estamos nós, mas afinal o que nos faz
este vírus que é tão falado nos dias de
hoje?
O VIH (vírus da imunodeficiência
humana) transmite-se através de alguns
líquidos orgânicos como o sangue, o
esperma, as secreções vaginais e o leite
materno. Ao contrário do que muitos
pensam este não é transmissível através
do suor, da saliva ou de lágrimas.
Entra no organismo através de
membranas mucosas (recto, boca e
vagina) ou por contacto directo com
sangue. Uma vez em circulação no
organismo pode permanecer “silencioso” durante muito tempo, mas vai
fazendo “estragos” ao nível do sistema
imunitário, daí, muitas vezes existirem
pessoas que parecem estar em perfeita
saúde mas na realidade são possuidoras
deste vírus, transmitindo-o.
Todos sem excepção, podem ser
infectados por esta doença ainda sem
cura, por isso, nunca é demais relembrar
que a SIDA pode ser evitada tomando
algumas precauções simples!
Diana Beirão, 11º 1A
16
“Relação Pais/Filhos”, foi o tema
escolhido por Pais, Professores, Técnicos
de Saúde e Jovens do Clube de Saúde, para o
debate, que se realizou, a 29/11/02, pelas 21h,
no auditório da nossa escola.
O Debate foi organizado pela E. Sec. de
Leal da Câmara, em conjunto com a E.B.2,3
Padre Alberto Neto, as respectivas Associações de Pais e o Centro de Saúde de Rio de
Mouro.
Na mesa redonda participaram: Filomena
Póvoa (Professora, Presidente do Concelho
Executivo do Agrupamento de Escolas Padre
Alberto Neto), Aníbal Cruz (Presidente da
Associação de Pais e E.E. da E. Sec. de Leal da
Câmara), Andreia Almeida e João Faria
(Psicólogos da equipa de Helena Marújo,
Psicóloga e Escritora), Paula Medeiros
(Enfermeira do Centro de Saúde de Rio de
Mouro) e Isabel Stilwell (Jornalista, Escritora e
Directora da revista “Adolescentes - Manual
para Pais”).
Este Encontro ultrapassou as nossas
perspectivas: acolhemos pais e professores que
encheram o auditório. Pais preocupados com a
problemática, mas motivados para a mudança,
enriqueceram o debate com opiniões, sugestões e expressão de sentimentos.
O início do debate foi marcado com a
visualização de um filme em vídeo, produzido
pelo C.P.A. da nossa escola, tendo como
protagonistas jovens do Clube de Saúde que se
manifestaram, confrontando as suas vivências
pessoais e as relações com os pais, ficando de
parabéns pelo esforço, audácia e contributo
que deram ao debate.
Como ideias-chave salientamos:
A mensagem da Professora, “desmontando
o título do debate: “Afrontar ou Confrontar?”,
que defendeu o confronto, na boa relação entre
Professores/Alunos e Professores/ Encarregados de Educação (e vice-versa), cada vez
mais urgente e tão positivo na resolução de
problemas individuais dos jovens, que tantas
vezes são projectados para a Escola.
O desafio lançado pelo Pai, para a criação
de uma “Escola de Pais” - espaços de formação
e partilha, para os nossos pais, a qual
incentivará a realização de novos encontros.
O alerta do Psicólogo, sobre a tendência da
cultura portuguesa para a vitimização e
Dezembro/2002
negativismo, reflectindo-se quer na comunicação social, fomentando a “teia” da
desgraça, quer nos pais e professores, que
sistematicamente apontam erros, insucessos e
fracassos, o que cria nos jovens uma
perspectiva negativista da vida do dia-a-dia e
do futuro. O desafio é a educação para o
optimismo, que assenta no desenvolvimento da
auto-estima. Há que acreditar que temos
capacidade, nós e os outros, de nos
transformarmos, valorizando os sucessos e as
pequenas vitórias quotidianas.
A informação passada pela Enfermeira,
dando a conhecer aos pais a existência de uma
equipa de atendimento aos adolescentes
(constituída por 3 enfermeiras, 1 médica e 1
psicóloga) e os recursos dirigidos aos jovens,
disponíveis no Centro de Saúde: a Consulta de
Adolescentes semanal e a Reunião semanal
sobre Mudanças na Adolescência/ Sexualidade; na comunidade: a Saúde Escolar e o
Gabinete de Atendimento a Jovens “Vem Daí”
a funcionar no Centro Lúdico de Rio de Mouro
(junto ao mercado).
Informou ainda sobre as características do
atendimento: confidencialidade,desburocratização, disponibilidade e gratuitidade.
Salientou a preocupação dos técnicos com
a saúde global do adolescente, a transmissão
correcta da infor m ação e a ajuda na gestão da
informação de que dispõem já, no sentido de os
levar a reflectirem sobre as situações, de forma
a que sejam eles próprios a tomarem as
decisões, de forma consciente e responsável.
Tranquilizou os pais de que os técnicos não
estão a trabalhar contra estes, reconhecendo
que a resolução dos problemas se encontra
dentro de família, encontrando-se disponíveis
também para os pais que os procurem.
A moderação pela Jornalista, que tanto
valorizou os pais, encarando-os como
especialistas na educação dos filhos, incluindo
a educação sexual, visto terem já um percurso
de vida: foram adolescentes, conheceram o
amor, são pais e têm a experiência. Deverão,
no entanto, aceitar e contar com a intervenção
de outros adultos de referência (ou técnicos),
perante questões ou situações que não
dominem.
No contexto social actual, com toda a carga
laboral que pesa sobre os pais e o esforço na
conciliação da vida profissional com a familiar,
não têm de se culpabilizar: os pais fazem o que
podem e o melhor para os filhos, sendo que
nunca houve a preocupação de fazer tanto
pelos filhos, crianças e adolescentes, como nos
dias de hoje!
Paula Medeiros e Ana Paula Caetano,
enfermeiras do C. S. de Rio de Mouro,
dinamizadoras do Clube de Saúde
A
F
R E V O L U Ç Ã O
oi de facto o Impressionismo que, respondendo ao desafio lançado pelas descobertas científicas e pela evolução da técnica
operada no séc. XIX, abriu caminho para a modernidade.
De todas as inovações, foi a invenção
da fotografia que impulsionou a verdadeira
mudança. Para quê imitar o real se a
fotografia o fazia melhor? Parecia ser a
convicção do crítico Delaroche , (aquando
da divulgação do processo de revelação
em 1839, inventado por Louis Daguerre)
expressa na frase: “ desde este dia a pintura
está morta”
Contrariamente ao previsto pelos mais
fatalistas, a pintura resistiu à fotografia e
tirou dela partido, tendo-lhe cedido apenas
o retrato que viria a ser substituído pelo
retrato de família. A pintura tinha nesta
altura dois trunfos: a grande dimensão e a
cor, já que só em 1873 se divulgaram as
primeiras fotos a cores.
José Augusto França no seu livro
“História da Arte Ocidental” sintetiza com
excelência o processo impressionista:
“Naturalista ele próprio, por princípio
de referência, o Impressionismo ultra-passou porém o processo de interpretação
da natureza observada até ver nela uma
A
que se chamou Modernismo. Foram os
seus percursos que rasgaram de vez as
amarras com o academismo. Com
Cézanne rumo ao Cubismo, com Gauguin
rumo ao Simbolismo e com Van Gogh
rumo ao Expressionismo, iniciou-se um
caminho sem volta a trás que mudou a face
da arte e, não pára de nos surpreender.
Arminda Bernardino
Impression, soleil levant - Claude Monet, 1872
fonte directa de sensações purificadas de
toda a referência real.”
Nomes como: Manet, Monet (autor do
quadro Impression soleil levant que viria a
dar o nome ao movimento), Sisley,
Pissarro, Degas, Renoir e, depois, aqueles
que mais facilmente saem da boca do
público, Cézanne, Gauguin e Van Gogh.
Foram eles sem dúvida os obreiros da
revolução da arte do final do séc. XIX a
M O N T A N H A
anhada pela luz da lua quente de Verão,
a montanha estacava imóvel e serena,
adormecida pelos sussurros cantados de
grilos e cigarras. Os pinheiros desciam a
ravina, cravejados como dardos nas
encostas agrestes da montanha. Por entre a
folhagem escura e densa, escassos
sobreiros erguiam-se no ar como lanças em
riste. Mariposas bailavam no silêncio da
noite, afagadas pelo terno aroma gelado a
resina viscosa e, em baixo, o bosque
aconchegava o sopé da montanha,
envolvendo-a escrupulosamente.
No alto, o castelo meticulosamente
recortado pela luz branca e seca da lua
grandiosa, mostrava as suas ameias
proeminentes, lançadas no ar da montanha.
Os reflexos cintilantes faiscavam nas
rochas nuas e ancestrais, o bafo quente e
sumptuoso do vento fundia a macia verdura
negra que vestia a montanha. Por aqui, por
ali, saltitava a brancura de coelhos e o
estridente coaxar pensativo de sapos
perdia-se na atmosfera calma e risonha
daquela pura noite de Verão. Por entre a
vegetação escorriam do alto fios de água
prateada que desembocavam numa lagoa
espelhada de águas cálidas onde lisos
nenúfares verdes protegiam a superfície da
B
I M P R E S S I O N I S T A
.
.
.
A visão depois do sermão - Gauguin, 1888
DE
água e os peixes cor de fogo que nela
deslizavam suavemente. A escuridão
azulada do céu era polvilhada de estrelas
que, uma vez ou outra, riscavam o céu
numa simplicidade de astros cadentes. A
renda cintilante de estrelas cobria a noite de
um conforto maternal. Num prenúncio de
Outono, folhas amareladas já um pouco
enegrecidas pelo tempo formavam
estranhas madeixas outonais no céu,
rasgando o ar com o seu seco cheiro a
humidade tardia. Assim começava a
estação das folhas cândidas, numa fogosa
noite de fim de Verão.
Hugo Nunes, 12º 1A
TARDE
Naquele pic-nic de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela,
Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.
Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão-de-ló molhado em malvasia
Mas, todo púrpuro a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas!
Seara de trigo com ciprestes - Van Gogh, 1889
Dezembro/2002
Cesário Verde
17
JÁ CÁ ESTAMOS HÁ ALGUM TEMPO ...
Olga Carneiro,
46 anos,
Auxiliar de
Acção Educativa
a exercer funções
de Telefonista.
Há 16 anos na
Leal da Câmara.
Dois aspectos positivos da Escola....
Organização e limpeza
Dois aspectos negativos da Escola....
Falta de estacionamento e o facto da avenida
em frente à escola ter muito movimento.
Uma música e um filme ...
A dos anos 60/70 e Encontro de irmãos
Um objecto de culto...
São Bento, Padroeiro da minha terra natal.
Um lugar para viver...
O Alentejo.
Os tempos livres são para...
Descansar e passear.
O momento alto da vida...
O casamento.
Um projecto...
Voltar um dia a Luanda para recordação.
Um pensamento...
Continuar a ser feliz.
Eduardo Tavares,
52 anos,
Funcionário
Administrativo,
com funções na
Contabilidade.
Há 16 anos na
Leal da Câmara.
Dois aspectos positivos da Escola....
Bom ambiente e boa relação entre alunos e
pessoal trabalhador. Bons projectos
educativos.
Dois aspectos negativos da Escola....
Não vejo nenhum...
O livro que leu ultimamente
A História das Grandes Religiões
Uma música e um filme ...
A dos anos 60/70 e Dona Flor e seus dois maridos
Um lugar para viver...
O Paraíso...
Os tempos livres são para...
Trabalhar e dormir...
O momento alto da vida...
O nascimento do primeiro filho.
Um projecto...
Possuir uma vivenda com quintal para a
minha reforma.
Um pensamento...
Aprender até morrer. Estuda, investiga, observa.
18
Joana Marques,
16 anos,
João Completo,
17 anos,
aluna do 11º ano
do
aluno do 12º ano
do 1º Agrupamento.
2º Agrupamento.
Membro do CRE.
Representante dos
Este é o segundo ano
lectivo na Leal da
Câmara.
Dois aspectos positivos da Escola....
A variedade de actividades extracurriculares
que proporciona aos alunos uma educação para
lá do tradicional e um convívio maior que
permite uma melhor inserção do aluno na
comunidade escolar. As boas instalações e o
fácil acesso à informação disponibilizada no
CRE (Sala de Estudo, Internet,computadores ).
Dois aspectos negativos da Escola....
A sobrecarga horária e o trabalho inerente. O
trabalho e os testes deveriam ser repartidos
pelo período em vez de compactados na
mesma época. O número de cacifos é
reduzido tendo em conta o número de alunos
que os solicitam.
O livro que estás a ler... /... que leu
ultimamente... /... que mais te marcou
O Senhor dos Anéis - A Irmandade do Anel de
J.R. Tolkien; O Idiota de Dostoievzki;
A Insustentável Leveza do Ser de Milan Kundera
Uma música...
Please bleed de Ben Harper
Um filme...
Fala com ela de Pedro Almodovar
Um objecto de culto...
O batom hidratante para os lábios.
Um lugar para viver...
Lisboa, cidade - nas Torres de Lisboa ou no
Parque das Nações.
Os tempos livres são para...
Descansar, estar com os amigos, passear, ler,
escrever, ouvir música e fazer fotografia.
O momento alto da vida...
Penso que não há um momento mas vários. A
vida é feita de altos e baixos. Os altos
caracterizam-se pela realização que sentimos
a nível pessoal, escolar e familiar.
Um projecto...
Entrar na Faculdade e organizar a minha vida
de modo a que possa ter a minha casa e o meu
carro sem depender de ninguém.
Um pensamento...
“I can’t be free with what’s locked inside of
me”, a liberdade que vamos perdendo à
medida que vivemos... a prisão em que nos
tornamos para nós próprios.
Dezembro/2002
alunos na Assembleia
Geral de Escola.
Este é o 3.º ano lectivo
na Leal da Câmara.
Dois aspectos positivos da Escola....
Todo o leque de actividades extra disponíveis
e a boa relação entre alunos e alunos e
professores.
Dois aspectos negativos da Escola....
O meio onde está inserida. Alguma falta de
empenho dos alunos em relação a actividades
escolares.
Uma música...
Idioteque, Radiohead
Um filme...
Vanilla sky
Um objecto de culto...
A minha guitarra.
Um lugar para viver...
Uma praia deserta.
Os tempos livres são para...
Descansar.
O momento alto da vida...
Acabar os estudos
Um projecto...
Aproveitar todas as oportunidades que a vida
me dá.
Um pensamento...
“No amor e no sonho nada é impossível.”
A Escola Nova
É aquela que nos ensina a viver.
É aquela onde experimentar o que se
aprendeu não é proibido.
É aquela que nos ajuda a saber que o
amor é mais importante que a cultura e esta
muito mais bela que o dinheiro.
É aquela que forma alguns doutores e
muitos homens. Muitos.
É aquela onde cabem todos os alunos e
ainda fica um bocadinho de espaço para
professores e empregados.
É aquela que nos ensina que, sem os
outros, em poucos anos ficamos
analfabetos.
Excertos da redacção de um professor ingénuo
numa tarde sem aulas, por Alberto Neto
in Jornal do Fundão de 6 de Nov. de 87
AS CRÓNICAS DA BIBÁ
Chiquérrimas Amigas:
Sinto poesia dentro de mim.
Ainda o som das folhas que caem ecoa nos espaços lúgubres (adoro este
vocábulo, mas tenho alguma dificuldade em pronunciá-lo) de uma qualquer
floresta encantada, e já o perfume natalício me invade o coração. Milhões de
luzinhas a piscar, Pais-Natal de barbas brancas e Presépios de papel reciclado
fazem as nossas delícias nos centros comerciais da moda.
Mas vamos ao que interessa. Não me queiram mal, mas vou aproveitar este
espaço para escrever uma carta ao Santo-Pai.
Querido Pai -Natal
Começo por lhe lembrar que o meu
porte foi, ao longo do ano, o de uma
primeira dama. Assim sendo, creio que
todos os meus desejos deverão ser
satisfeitos.
O meu primeiro pedido vai para
aqueles pobrezinhos que moram
naquele continente horrível: África (ou
Ásia? Já não sei bem!). Parece-me que
morrem de fome e doutras coisas. Seria
bestial que o Senhor lhes enviasse
imensos brinquedos, roupas e sei lá! O
que lhes fosse útil. Prontos!
Boa acção feita, olhemos para as
coisas sérias: vai perdoar-me, mas o
seu fato está démodé e a sua obesidade
dá-lhe cabo do coração. Também não é
in rir como ri: é feio gargalhar com
tanto estrépito (mais uma palavra
difícil).
Quanto aos insignificantes presentes
que lhe quero pedir, deixe-me começar
por lhe dizer que todas as minhas
amigas têm lojas de isto ou de aquilo.
Além disso, sinto o apelo do mundo
dos negócios. Já sonho com o meu
nome ligado a algumas das mais
importantes empresas deste país.
Pensar-se-á que a conjuntura económica não é favorável (adoro esta
expressão, oiço-a com frequência na
televisão), mas com a aprovação desta
nova lei laboral (caramba, esta sooume a Carvalho da Silva. Um beijo para
si!), que nos permite tratar os
trabalhadores como eles merecem, e
com a crise económica (ainda bem que
não é social, política ou moral), os
meus planos só por modéstia não os
apelido de geniais.
Começo por lhe pedir uma Escola
Secundária. É isso mesmo, querido,
uma daquelas que ficou muito mal
graduada no Ranking dos exames
nacionais do décimo segundo ano,
porque devem ser as mais baratuxas. A
seguir, desejo um Centro de Saúde.
Ouvi dizer que vão oferecê-los por uma
quantia simbólica, já com aqueles
queridos médicos de bata branca, sem
nada por baixo, e com muitos
doentinhos .
E é tudo. Confesso que ainda desejei
LIVRARIA
ASTROLÁBIO
a TAP, é um presente lindo (aqueles
homens fardados fascinam-me), mas
parece certo que os meus amiguérrimos
espanhóis a pediram
primeiro. Conformo-me, não sou
egoísta.
Como vê, Pai-Natal, o investimento
é mínimo, os consumidores estão
garantidos e o lucro é certo. Talvez
possamos ser sócios, se desejar.
Despeço-me de todos com a certeza
de que estas dicas natalícias serão um
bom guia para investimentos futuros.
Mil beijocas desta vossa amiga
Bibá Tita Espírito Mole
Pai Natal!
Oferece-me um livro ...
Av. Chaby Pinheiro, 32-Loja
2725 -264 MEM MARTINS - Tel.: 21 9209680
Dezembro/2002
19
20