A Criança com Baixa Visão no Ensino Regular - Nativa
Transcrição
A Criança com Baixa Visão no Ensino Regular - Nativa
A Criança com Baixa Visão no Ensino Regular Marinês da Silva (FCSGN)* Marisane da Silva (FCSGN)* Juliano Ciebre Dos Santos (FCSGN)* Resumo: Este artigo tem como objetivo pesquisar o aluno (LH) com baixa visão. O mesmo estuda no ensino regular da Escola Estadual Chapeuzinho Vermelho do Município de Terra Nova do Norte-MT, o referido trabalho busca saber sobre as dificuldades encontradas nos caminhos educacionais, e quais as condições educacionais a escola oferece a este para que ele possa construir um aprendizado de qualidade, desenvolvendo suas habilidades, raciocínio, atitudes, autonomia, autoestima, sendo capaz de vivenciar as mesmas experiências que outras crianças sem necessidades especiais. A metodologia utilizada na realização deste artigo foi através de levantamentos de dados, pesquisas bibliográficas, conversas informais com o aluno, mãe e professora. Palavras-chave: Criança; Baixa Visão; Ensino Regular. Abstract: This article aims to research the student (LH) with low vision. The same study in regular schools of the State School Little Red Riding Hood Municipality Newfoundland North-MT, such work seeks to know about the difficulties encountered in educational paths, and educational conditions in which the school offers this so he can build a quality learning, developing their skills, reasoning, attitudes, autonomy, self-esteem, being able to experience the same experiences as other children without special needs. The methodology used in conducting this article was through survey data, literature searches, informal conversations with a student, parent and teacher. Keywords: Children; Low Vision; Regular education. * Marinês da Silva, Licenciada em Normal Superior/Séries Iniciais do Ensino Fundamental, pela Faculdade Educacional da Lapa (FAEL, Lapa PR, 2009), Licenciada em Pedagogia pela Faculdade Entre Rios Piauí (FAERPI, PI ,2014) Pós Graduada em Neuropsicopedagogia, pelo Instituto Leonardo da Vinci (UNIASSELVI, Indaial- SC, 2013). Aluna do Curso de Especialização em Educação das Relações Étnico Raciais no Contexto de Jovens e Adultos– UAB-UFMT.. Atualmente docente na Escola Municipal Atalaia, Avenida do Colonizador Carlos Vieira, nº. 163 setor Sul, Bairro Centro-MT. Email: [email protected]. Novembro de 2014. * Marisane da silva, Licenciada em Pedagogia pelo Instituo Leonardo da Vinci (UNIASSELVI, Indaial- SC, 2013), Especialista em Educação Especial, pela Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte-MT. Email: [email protected] de 2014. * Juliano Ciebre dos Santos, Licenciado em Informática pela Fundação Santo André (FSA, Santo André-SP, 2004), Especialista em Informática aplicada à Educação e Mestre em Educação Desenvolvimento e Tecnologias pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS, São Leopoldo-RS, 2008). Atualmente docente do ensino superior na Faculdade de Ciências Sociais de Guarantã do Norte-MT, Rua Jequitibá, nº 40, Jardim Aeroporto. CEP.: 78520-000. E-mail: [email protected]. Novembro de 2014. 1 1. INTRODUÇÃO A inclusão de alunos com necessidades especiais nas escolas é uma proposta que teve o início, no Brasil, marcado pela sua participação na Conferência Mundial sobre Educação para todos, em Jontiem, Tailândia, no Fórum Mundial da Educação, em Dacar, Senegal e, principalmente, com a Declaração de Salamanca, em 1994, quando os princípios da educação inclusiva ficaram mais claros (MEC/SEESP, 2008). A proposta da inclusão escolar parte do princípio de que pessoas com ou sem necessidades especiais beneficiam-se do compartilhamento do processo pedagógico inclusivo em que estejam inseridos. No entanto, são vários os obstáculos enfrentados na concretização dos objetivos da inclusão, esbarrando em diferentes níveis, desde a esfera governamental até a pessoal. A questão principal que circunda a inclusão do aluno com baixa visão está em como desenvolver no cotidiano escolar uma postura com práticas e políticas inclusivas. Muitas vezes, essa postura esbarra na falta de capacitação na área, em recursos financeiros escassos e, principalmente, no preconceito. Para entender essa realidade é necessário aproximar-se, vivenciá-la e senti-la no seu contexto. Assim, diante desta possibilidade, surgiu o problema que suscitou este estudo: Como ocorre a inclusão de aluno com baixa visão no ensino regular? Mostrar a sociedade, a importância de acolher pessoas com conscientizá-los de que as mesmas têm o direito de igualdade. necessidades especiais e Encontram-se descrito neste trabalho as observações não só do processo em sala de aula, como também, do ambiente escolar como um todo. Esse artigo se justifica pelo fato de oferecer uma contribuição para melhor entendimento do que venha a ser a inclusão de criança com baixa visão no ensino regular, não só para alunos e professores e familiares, mas para toda a comunidade. O trabalho tem como objetivo reconhecer, entender e analisar a prática da inclusão do aluno com baixa visão no ensino regular da Escola Chapeuzinho Vermelho. Pois o ensino inclusivo respeita as deficiências e diferenças, reconhece que todos são diferentes, e que as escolas e os velhos paradigmas de educação precisam ser transformados para atender às necessidades individuais de todos os educados, tenham eles ou não algum tipo de necessidade especial. Se 2 não nos acostumarmos nesta nova visão educacional, não conseguiremos romper com velhos paradigmas e fazer a reviravolta que a inclusão propõe. Sabe-se que para que a inclusão aconteça, é necessária a implantação de equipe no trabalho de gestão escolar, estabelecendo uma parceria de trabalho entre professores, pais e alunos, o trabalho em equipe contribui para melhoria da gestão, pois as tarefas não ficam apenas sob a responsabilidade da direção da escola. A contribuição de todos, é caracterizada como Gestão Democrática. A construção do presente artigo é importante para a nossa prática como professores de uma escola inclusiva.A metodologia utilizada na realização deste trabalho foi através de levantamentos de dados realizado na Escola, pesquisas bibliográficas como: Estudo do PPP (Projeto Político Pedagógico) da Escola e materiais sobre deficiências expostos no próprio acervo da referida escola, a fim de conhecer a Instituição, conversas informais com a professora da sala comum e da sala do AEE, questionários com perguntas elaboradas que foram aplicadas á mãe do aluno L.H. Posteriormente os dados coletados foram elaborados em forma de artigo. Refletiremos sobre o processo educativo na perspectiva da inclusão, como também identificar e reconhecer procedimentos e recursos pedagógicos adaptados às necessidades educativas especiais. 2. BAIXA VISÃO É a perda temporária ou permanente da sensibilidade, ou perda da capacidade de mover ou controlar os movimentos. Ou ainda a suspensão temporária ou perda permanente da função, sobre tudo a perda da sensação ou do movimento involuntário. (TRABER, 2000, p.357). A perda da função visual pode se dar em nível severo, moderado ou leve , podendo ser influenciada também por fatores ambientais inadequados. Quanto mais cedo for diagnosticada, melhores serão as oportunidades, traumatismo ou disfunção do sistema visual que acarretam diminuição da acuidade visual, dificuldades para enxergar de perto ou de longe, campo visual reduzido, alterações na identificação de contrastes, na percepção de cores, entre outras alterações visuais, em ambos os olhos , que não podem ser sanado , por exemplo, com o uso de óculos convencionais, lentes de contato ou cirurgias oftalmológicas. 3 Algumas das enfermidades que causam baixa visão são a retinopatia da prematuridade, a retinocoroidite macular por toxoplasmose, o albismo, a catarata congênita, a retinose pigmenta, r a atrofia óptica e o glaucoma (DOMINGUES et. al., 2010, p.08). A baixa visão pode acarretar a perda de campo visual e comprometer a visão central ou a periférica. O campo visual corresponde à área total da visão. Quando a perda ocorre no campo visual central, a acuidade visual fica diminuída, e a visão de cores pode ser afetada com possíveis alterações de sensibilidade ao contraste e dificuldade para ler e reconhecer pessoas . Nesse caso é recomendável o aumento de contraste e o controle da iluminação. Para melhor visualização as pessoas com baixa visão podem demonstrar preferências quanto às posições do olhar, da cabeça e do material a ser visualizado. A ocorrência de alterações visuais no campo visual periférico pode ocasionar dificuldades para o reconhecimento de seres e objetos, dificultar a orientação e mobilidade, além de reduzir a sensibilidade ao contraste . Recomenda-se, dentre outros recursos, a regulação adequada da iluminação do ambiente e o aumento de contraste. 2.1 Incidência De acordo com MEC/SEESP (2006), dados da Organização Mundial da Saúde revelam a existência de aproximadamente 40 milhões de pessoas deficientes visuais no mundo, dos quais 75 % são provenientes de regiões consideradas em desenvolvimento O Brasil, segundo essa fonte , deve apresentar taxa de incidência de deficiência visual entre 1,0 a 1,5 % da população, sendo uma entre 3.000 crianças com cegueira, e de uma entre 500 crianças com baixa visão. Observa-se que a proporção é de 80% de pessoas com baixa visão e de 20% totalmente cegas. Calcula-se que os dados estimados poderiam ser reduzidos pelo menos à metade, se fossem tomadas medidas preventivas eficientes. 3. SINAIS E SINTOMAS MAIS FREQUENTES DA BAIXA VISÃO 3.1 Causas Congênitas De acordo com MEC/SEESP, (2010): 4 Retinopatia da Prematuridade (Por imaturidade da retina em virtude de parto prematuro ou por excesso de oxigênio na incubadora); Corionetinite, por toxoplasmose na gestação; Catarata congênita (rubéola, infecções na gestação ou hereditária); Glaucoma congênito ( hereditário ou por infecção); Atrofia óptica por problema de parto (hipoxia, anoxia ou infecções perinatais); Degenerações retinianas (Síndrome de Leber, doenças hereditárias ou diabetes); Deficiência visual cortical (encefalopatias, alterações de sistema nervoso central ou convulsões). 3.2 Causas Adquiridas Por doenças como diabetes, descolamentos de retina, glaucoma, catarata, degeneração senil e traumas oculares. 4. SINTOMAS MAIS COMUNS DE ALTERAÇÕES VISUAIS 4.1 Sintomas Tonturas, náuseas e dor de cabeça; Sensibilidade excessiva à luz (fotofobia); Visão Dupla e embaçada. 4.2 Conduta do Aluno De acordo com MEC/SEESP (2006), as condutas do aluno que apresenta alterações visuais são: Aperta e esfrega os olhos; Irritação, olhos avermelhados ou lacrimejando; Pálpebras com bordas avermelhadas ou inchadas; Purgações e terçóis; Estrabismos; Nistagmo 5 (olhos em constante oscilação); Piscar excessivamente; Crosta presente na área de implante dos cílios; Franzimentos da testa, ou piscar continuo, para fixar perto ou longe; Tropeço e queda frequentes; Desatenção e falta de interesse; Inquietação e irritabilidade; Dificuldade para leitura e escrita; objeto; Cautela excessiva ao andar; Aproximação excessiva do objeto que está sendo visto; Postura inadequada; Fadiga ao esforço visual. 5. ADEQUAÇÕES NA SALA DE AULA PARA ALUNOS COM BAIXA VISÃO Para receber um aluno com baixa visão na sala regular a escola deve estar preparada. .Na escola onde foi realizado a pesquisa, foi observado que o aluno senta a frente da lousa, os materiais são adaptados de acordo com a sua necessidade, as carteiras também são organizadas de forma que favoreçam a locomoção do mesmo. Dessa forma o aluno tem oportunidades educativas e funcionais que o habilitem a desenvolver de forma independente seu autocuidado e demais tarefas escolares promovendo seu bem estar social, na escola. Mesmo o aluno L.H. não conseguindo copiar do quadro ele senta na primeira carteira para que se levante ou aproxime do quadro sempre que se fizer necessário. Para melhores adequações o aluno faz uso de alguns recursos ópticos e não ópticos, como lupa manual, caderno com pautas escuras e grossas e maior espaçamento, texto ampliado, caneta com ponta porosa, lápis 6B ou 5B, cola em relevo coloridas, prancheta inclinada para leituras. 5.1 Auxílios Ópticos De acordo DOMINGUES (2010, p.09), os auxílios ópticos são: lentes ou recursos que possibilitam a ampliação de imagem e a visualização de objetos que favorecem o uso da visão residual para longe e para perto. Podemos citar as Lupas de mão e de apoio, óculos bifocais ou monoculares e telescópios, dentre outros, que não devem ser confundidos com óculos comuns. Esses recursos devem ser prescritos por um médico oftalmologista, pois somente ele poderá ver quais os mais adequados a condição visual do aluno. Os auxílios ópticos para perto podem se óculos com lentes especiais, lupas manuais ou de apoio que possibilitam o aumento do material de leitura. Os auxílios ópticos para longe como telescópios, favorecem a visualização de pessoas ou objetos distantes. O aluno poderá usar esse tipo auxilio para ver o que está escrito na lousa, identificar uma placa na porta ou na parede e aprender a observar o objeto a ser visualizado por meio do seguimento horizontal ou vertical [...]. 6 5.2 Auxílios não Ópticos Os auxílios não ópticos, também de acordo com DOMINGUES (2010, p.10), Referem-se às mudanças relacionadas ao ambiente, ao mobiliário, à iluminação e aos recursos para leitura e para escrita, como contrastes e ampliações, usados de modo complementar ou não aos auxílios ópticos, com a finalidade de melhorar o funcionamento visual. Incluem também, auxílios de ampliação eletrônica e de informática. São considerados auxílios não ópticos: iluminação natural do ambiente; uso da lâmpada incandescente ou fluorescente no teto; contraste nas cores, como por exemplo: branco, preto, preto e amarelo, folhas com pautas escuras e com maior espaçamento entre as linhas; livros com textos ampliados; canetas com pontas porosas preta ou azul escura, lápis 6b com grafite mais forte, colas em relevos coloridas; prancheta inclinada para leitura; tipos copio: dispositivo usado para isolar a palavra ou sentença [...]. 6. METODOLOGIA UTILIZADA O trabalho foi desenvolvido através de levantamentos de dados realizado na Escola Chapeuzinho Vermelho, pesquisas bibliográficas como: Estudo do PPP (Projeto Político Pedagógico) da Escola e materiais sobre deficiências expostos no próprio acervo da referida escola, a fim de conhecer a Instituição, observações realizadas na referida escola, conversas informais com a professora da sala comum e da sala do AEE, questionários com perguntas elaboradas que foram aplicadas á mãe do aluno L.H. Posteriormente os dados coletados foram elaborados em forma de artigo. 7. RESULTADOS OBTIDOS NA ESCOLA E COM A FAMÍLIA 7.1 Na Sala Regular De acordo com o PPP – Projeto Político Pedagógico a Escola Estadual Chapeuzinho Vermelho entende que a Educação é um direito de todos, desde o momento do nascimento, e que a Educação tem um papel fundamental para a formação de cidadãos conscientes, capazes de contribuírem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Depois de estudar o PPP e conhecer toda a escola, estrutura, seu funcionamento e corpo docente, dei inicio ao estágio na turma da 3ª fase / 2º ciclo onde estuda um aluno com baixa visão L.H. Conversei com a professora do ensino regular sobre as dificuldades encontradas em sala de aula para trabalhar com o aluno. A mesma disse que procura incluir o aluno, mas ainda faltam 7 recursos pedagógicos. A escola oferece curso de formação continuada sobre inclusão de alunos com necessidades especiais, alguns professores vão para Cuiabá, capital do estado onde realizam diversos cursos na área, eles contam com o (CASIES) Centro De Apoio E Suporte A Inclusão Da Educação Especial, mas ainda há muito a ser feito para que se efetive a inclusão dos alunos com baixa visão. As atividades são ampliadas no tamanho 24 fonte Arial ou Verdana, o aluno L.H faz uso de alguns recursos ópticos como a Lupa. Também tem prancheta inclinada, o caderno foi confeccionado com linhas grossas. Foi solicitado Livros didáticos junto ao CASIES, mas até o momento a escola não os recebeu. A escola apesar de buscar incluir o aluno com baixa visão, não tem estrutura suficiente, não há corrimões, existem escadas o que possibilita quedas. 7.2 Entrevista com a mãe do Aluno Após conversar com a professora do ensino regular, solicitamos uma entrevista com a mãe do aluno L.H.. Conseguimos realizar a entrevista com a mesma onde relatou que tem 2 (dois) filhos e L.H é o mais velho, sua gravidez foi inesperada, porém quando descoberta foi muito desejada, teve uma gravidez tranquila, e quando teve L.H. ficou desesperada em saber que seu filho era portador de deficiência visual, mas em nenhum momento o rejeitou, sempre buscou dar carinho ao filho e hoje se sente muito feliz por ter um filho especial. Hoje o aluno esta com 11 anos, frequenta a sala do AEE, duas vezes por semana, faz acompanhamento no CASIES em Cuiabá, mas a mãe relata que o caso do filho é irreversível. L.H. teve essa deficiência devida toxoplasmose que ela adquiriu na gestação, mas veio a saber, após o nascimento da criança. Segundo o Laudo Médico, consta que o mesmo apresenta Nistagmo o que variam de caso a caso e podem ser classificados de acordo com a manifestação clínica. Os principais tipos são: fisiológico, congênito, nistagmo do olhar, vestibular, por distúrbio neurológico, voluntário e nistagmo histérico. Em geral, provocam incapacidade de manter fixação estável e significativa ineficiência visual, especialmente para visão à distância. Estima-se que os nistagmos afetam 1 a cada 1000 nascidos vivos. As oscilações do nistagmo um ou ambos os olhos, em uma ou todas as posições. O nistagmo congênito raramente surge logo ao nascimento e é mais frequente entre 8 e 12 semanas de vida. Se não for detectado nos primeiros meses de vida, deve ser um nistagmo adquirido. 8 Após conversar com a professora e a mãe e saber mais a fundo sobre a deficiência do aluno, realizei juntamente com a professora algumas atividades de socialização com ele e demais colegas da sala. Pude observar que ele tem um bom relacionamento com colegas e professora e se interessa por atividades com fins recreativos e integradores. Para finalizar em conversa informal com a professora, esta considera que a prática docente para inclusão perpassam os limites da sala de aula, exige do professor um envolvimento maior, não basta preocupar somente com a aprendizagem, mas com os aspectos que envolvem o cognitivo como os afetos (emoções) e o corpo da criança (desenvolvimento motor). A afetividade, segundo ela é muito importante no desenvolvimento de modo geral destas crianças. 8. CONCLUSÃO Várias são as causas que podem promover a exclusão dos alunos a uma educação de qualidade, considerando as particularidades de acesso ao conhecimento de cada um. Dentre tantas, pode-se destacar a falta de informações sobre como compreender e trabalhar com alunos que possuam necessidades especiais, principalmente no ensino regular. Falar de inclusão no ensino regular é um grande desafio, pensando nisso podemos perceber que a escola precisa ser vista como um ambiente que fará a diferença na vida das crianças com baixa visão. Por isso a educação deve ter um perfil amplo, favorecendo a construção e o desenvolvimento do aluno com capacidades limitadas, proporcionando oportunidades adequadas para o crescimento de suas potencialidades. É necessário que haja mudanças relacionadas aos materiais, adequando-os para favorecer o processo de inclusão, e todos possam ter o mesmo direito de frequentar a escola, portanto a inclusão depende de mudanças de valores de uma sociedade que vive ainda muitos preconceitos e insegurança de como incluir essas crianças na escola regular de ensino. Percebo que os profissionais estão sempre buscando se aperfeiçoar para desenvolver um bom trabalho com os alunos com necessidades especiais. No entanto sabemos que esse processo é dever e responsabilidade da sociedade e da escola, as mesmas deverão estar abertas para as opiniões da comunidade e familiares, favorecendo assim a construção do processo de inclusão. É preciso que haja transformação no sistema de ensino para abrir um novo espaço a essas crianças, todos devem ser conscientizados que é favorável 9 esta prática, a busca de estratégias inovadoras que possam contribuir para o desenvolvimento das habilidades e sucesso no ensino aprendizagem das crianças e para garantir o sucesso é necessário que haja um ambiente harmonioso e respeitador. Assim colaborando para a construção dessa criança, dando oportunidade de se tornar um cidadão igual a todos e que isso possa ser construído com justiça e dignidade. Entendendo que a instituição escolar juntos com os familiares, cabe firmar um apoio para que se possa fazer o melhor por estas crianças, desenvolvendo suas potencialidades e cidadania. A escola é o lugar que proporciona condições para mostrar sua identidade sociocultural, baseada na afetividade e na superação de limites. Assim viver uma sociedade justa, inclusiva e democrática. Há, portanto, um longo caminho a ser percorrido. Sabemos que embora as campanhas tenham sido intensificadas pelo governo e pela a sociedade, ainda temos que superar muitos obstáculos para a conscientização. Neste artigo, tivemos o propósito de demonstrar a possibilidade de as pessoas com necessidades especiais estudarem na escola comum numa perspectiva inclusiva, com o atendimento educacional especializado oferecido como complementar a classe comum, visando ao pleno desenvolvimento e aprendizagem por meio de projetos de inclusão desenvolvidos no âmbito escolar. Se colocados na balança, percebe-se que foi bastante positivo os resultados obtidos com a pesquisa, principalmente no que tange a motivação dos discentes, o interesse pelas aulas, que foram bastante produtivos, despertaram e saciaram a sede dos alunos em busca de tais conhecimentos. A cada dia um momento diferente, acontecimentos que envolviam os alunos e que chamavam a atenção para as aulas, como as palestras e vídeos, as leituras compartilhadas, bem como as confecções de painéis, dentre outras ações.A função do professor e do aluno na realização de atividades renova-se na busca de estimular um processo de ensino voltado para a parceria na aquisição de aprendizagens. Enfim, nesse processo educativo de contatos humanos, a inclusão de alunos com necessidades especiais , significa preparar a individualidade e a coletividade, provocando um processo comunicacional –dialogal -global, buscando a superação da imanência, da imediaticidade e buscando transcendência do social, do cultural e do histórico –ideológico, com ruptura de fronteiras, e deflagrando uma sociedade mais solidária , fraterna e humana. 10 REFERÊNCIAS DOMINGUES, Celma dos Anjos... [et.al.]. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: os alunos com deficiência visual: baixa visão e cegueira. - Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial; [Fortaleza]: Universidade Federal do Ceará, 2010.v. 3. (Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar) INCLUSÃO: Revista da Educação Especial/ Secretaria de Educação Especial. v. 5, n. 1 (jan/jul) – Brasília: Secretaria de Educação Especial, 2010 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar, Brasília , 2010 MEC/SEESP, Saberes e Práticas da Inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos cegos e de alunos com baixa visão, 2ª Ed., Brasília, 2006. PPP – Escola Chapeuzinho Vermelho, 2009. VHIARATTI, Fernanda Guermandi de Oliveira, HIRT, Juliane Silveira Lima Neuropsicopedagogia e o desenvolvimento humano, Indaial , Editora Grupo Uniasselvi , 2012. 11