Anais • VII FAVE • volume 1

Transcrição

Anais • VII FAVE • volume 1
VII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação
V Semana de Iniciação Científica
V Semana Acadêmica de Medicina Veterinária
V Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura
V Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do
Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI)
II Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira
VOLUME 1
2014
APRESENTAÇÃO
É com grande orgulho que, entre os dias 29 desetembro a 4 de outubro de
2014, a Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, através da comissão organizadora,
realizou o VII FAVE (Fórum Acadêmico) da Faculdade Vértice – Univértix, que inclui
a VII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação, V Semana de Iniciação
Científica, V Semana Acadêmica de Medicina Veterinária V Feira de Negócios,
Integração Social, Humor e Cultura, V Encontro de Produtores Rurais de Matipó e
Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) II Feira de Formaturas
e Eventos da Zona da Mata Mineira.
O evento teve como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e
professores da Univértix e de outras instituições; (2) valorizar a produção do
conhecimento científico; (3) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de
graduação da Univértix e (4) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a
cultura e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região.
Ao longo dos dias de evento, mais de 40 profissionais de renome de várias
instituições de Minas Gerais e de outros estados do Brasil ministraram palestras e
cursos. Mais de 200 trabalhos científicos foram recebidos pelo comitê e
apresentados no evento em forma de comunicação oral e pôster. Recebemos
também, no evento, professores e acadêmicos de outras instituições.
Além disso, o VII FAVE é um evento que contou com a participação da
sociedade, principalmente através de produtores rurais. Isso se deve ao fato de a
Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se
concretizará se ela caminhar ao lado da sociedade.
Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Univértix,
almejou com o VII FAVE, marcar sua história de produção científica, já que
entendemos que a pesquisa é interface do ensino.
Não podemos deixar de mencionar ainda a satisfação que a Univértix tem no
VII FAVE, de estar contando novamente com o apoio da Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais – FAPEMIG.
Diante do exposto, reiteramos que com o VII FAVE esperamos contribuir para
a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como
instrumento para o desenvolvimento profissional permanente.
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Considerando o número de trabalhos recebidos pelo evento optamos por dividir o
anais em dois volumes. Assim, o volume 1 integra os trabalhos do GT (Grupo de
Trabalhos) 2 aos GT 4 e o volume 2 inclui os do GT 5 ao GT 8.
M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento - Coordenadora do V FAVE
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A PALAVRA DO DIRETOR
É com grande honra que recebi a incumbência de redigir um texto para essa
publicação. A Iniciação Científica tem grande importância e envolvimento com o
desenvolvimento do Ensino Superior por ambos possuírem como principio e missão
a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir
esse objetivo. Atividades como o VII Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX amadurecem o estudante, contribuindo para que este possa se tornar
um formando com habilidades mais refinadas.
Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a nossa Faculdade e
estudantes puramente, pois a Univértix é mais que uma Instituição de ensino e o
estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes
modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também
está inserida na cadeia de conhecimento e participa ativamente desse processo. Na
edição deste ano, o VII FAVE nos brindou com um conjunto de palestras de
altíssimo nível coroadas pela presença e apoio fundamental da FAPEMIG. Através
da difusão do conhecimento gerado nos bancos acadêmicos, sendo devidamente
aplicado e bem aproveitado por todos os envolvidos, damos nossa contribuição para
a construção de um País melhor e mais justo, com condições de competir num futuro
próximo com grandes potências mundiais, mas de sobremaneira, criando melhores
condições para nossa própria população que poderá ter acesso a tecnologias mais
baratas e tratamentos eficazes.
É na prática da Iniciação Científica que o estudante pode testar técnicas e
teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de
conhecimentos. Defrontar-se com o problema “vivo”, real, fora de um ambiente
restritamente controlado e teórico de uma sala de aula da faculdade, ao mesmo
tempo em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo
de aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor
adequado para as situações a serem encaradas fora da faculdade.
D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes - Diretor Geral da Univértix
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SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA.
João Batista Gardingo
Diretor Presidente
Sebastião Gardingo
Diretor Executivo
FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
Prof. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes
Diretor geral
Profa D.Sc. Irlane Bastos Costa
Coordenadora do curso de Agronomia
Prof. Celso Abreu de Araújo
Coordenador do curso de Administração
Profº Tadeu Hipólito da Silva
Ciências Contábeis
Prof. M.Sc. André Salustiano Bispo
Coordenador do curso de Educação Física
Profª Esp. Ana Lígia de Souza Pereira
Coordenadora do curso de Enfermagem
Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães
Coordenador do curso de Engenharia Civil
Profª M.Sc. Bruna Chaves Amorim
Coordenadora do curso de Farmácia
Prof. D.Sc. Gilberto Valente Machado
Coordenador do curso de Medicina Veterinária
Prof. Esp. Adriana Montes Justino Gardingo
Coordenadora das atividades complementares de Graduação
Prof. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento
Coordenadora de Pesquisa e Extensão
Prof. Esp. Daniel Vieira Ferreira
Diretor da Escola Técnica Vértix
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COMITÊ ORGANIZADOR
Coordenação geral
M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento
Coordenação Setorial
Esp. Ana Lígia de Souza Pereira
M.Sc. Bruna Chaves Amorim
D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes
M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz
M.Sc. Natália Fontes Alves Ambrósio
M.Sc. Renata Aparecida Fontes
Estagiários
Anna Carolina Magalhães Barbosa
Angélica De Lourdes Cotta Lima
Fernanda Oliveira Vieira
Valmira Hoste Dutra
Larissa Carvalho Gomes
Osmar Dias Ferraz Junior
Jesiel Vieira Araújo
Guilherme Henrique Lopes Soares
Altamir Moreira Oliveira Neto
Janaína Geralda Vieira Lage
COMITÊ CIENTÍFICO
Coordenação
M.Sc. Renata Aparecida Fontes
Comitê científico
Patrícia Souza Sarmento
Clésio Gomes de Jesus
Julio César da Mata
Guanayr Jabour Amorim
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Kelly Aparecida do Nascimento
Rodrigo Ataíde dos Santos
Marconi Ribeiro Furtado Júnior
Elder Machado Dutra
Ana Lígia de Souza Pereira
Shiara Martins de Souza
Maria Aparecida Schroder Dutra
Bruno Fabrício Pio de Faria
Joyce Perígolo Breder
Patrícia Luísa de Araújo Mendes
Érica Stoupa Martins
Mateus Zanirate de Miranda
Marcus Ferreira Martins
Cintia de Paiva Carvalho
Hugo Rodrigues Ferreira
Marcos Paulo de Oliveira
Adriano Chaves da Costa
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa
Laudinei de Carvalho Gomes
Chayany Cristina Gomes Fraga
Deisy Mendes Silva
Gilma Soares de Oliveira
Mariana de Faria Gardingo Diniz
Luiza de Abreu Costa
Pedro Griffo Perciano
Hilton de Souza Pinto
Leandro Silva de Araújo
Max de Andrade Coelho
Marluce Aparecida Fonseca
Keilla de Souza Veggi
Bruna Chaves Amorim
Rosélio Marcos Santana
Carlos Eduardo Toledo
Tadeu Hipólito Da Silva
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Celso Abreu de Araújo
Cristiane Barros Da Cunha
Leililene Antunes Soares
Fabiana Silva de Souza
Viviane Gorete Silveira Mouro
Alessandra Ambrósio Horsth
Érica Estanislau Muniz Faustino
Pedro Genuino de Santana Júnior
Renata Aparecida Fontes
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SUMÁRIO
RESUMOS ................................................................................................................ 14
ADIÇÃO DE RESÍDUO ARENOSO DO BENEFICIAMENTO DO ITABIRITO........... 15
VANTAGENS DE UM PROJETO ESTRUTURAL EM CONCRETO ARMADO DE
UMA EDIFICAÇÃO DE 3 PAVIMENTOS REALIZADO ATRÁVES DE DOIS TIPOS
DE CÁLCULOS ......................................................................................................... 18
PROJETO DE PREVENÇAO CONTRA INCENDIO E PANICO EM UMA
INSTITUIÇAO DE ENSINO SUPERIOR ................................................................... 22
EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE EM BLENDAS POLIMÉRICAS DE PP E PE
RECICLADOS COM ADIÇÃO DO RESÍDUO ARENOSO DO BENEFICIAMENTO
DO ITABIRITO .......................................................................................................... 25
ESTABILIDADE GLOBAL DE EDIFÍCIOS ................................................................ 28
DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA . 31
ANÁLISE
DO
CONSUMO
E
NECESSIDADE
DE
ECONOMIA
E
REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA NA CIDADE DE MATIPÓ - MG ......................... 35
DIAGNÓSTICO PARA CONSERVAÇÃO DE RODOVIAS NÃO PAVIMENTADAS NO
MUNICÍPIO DE MIRADOURO-MG ........................................................................... 38
QUANTIDADE MÉDIA DE OBRAS, O TIPO E A QUANTIDADE DE RESÍDUO DE
CONSTRUÇÃO CIVIL PRESENTES NA CIDADE DE MATIPÓ NO SEGUNDO
SEMESTRE DE 2014 ................................................................................................ 41
LEVANTAMENTO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA NO TRABALHO EM
OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE MATIPÓ-MG ................................................ 45
ARTIGOS .................................................................................................................. 48
PROJETO MÁQUINA DE ESPUMA.......................................................................... 49
A IMPORTÂNCIA DOS SOFTWARES CAD PARA PROFISSIONAIS DO RAMO DA
CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................................... 58
ILUSÕES DE ÓPTICA .............................................................................................. 84
DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL DE UM MOTOR STIRLING ...................... 92
GT 04 – CIÊNCIAS DA SAÚDE .............................................................................. 102
RESUMOS .............................................................................................................. 103
O DESAFIO DAS BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES ........................................ 104
ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ – MG E REGIÕES
ADJACENTES......................................................................................................... 107
TUBERCULOSE PULMONAR: DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL DOS CASOS
NOTIFICADOS E TRATADOS NO MUNICÍPIO DE ABRE CAMPO/MG ................ 110
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LIPODISTROFIA GINOIDE (CELULITE): ORIGEM E CARACTERÍSTICAS .......... 113
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE MAMA EM MULHERES COM MENOS DE 40 ANOS
E FATORES QUE DESENCADEIAM A DOENÇA .................................................. 117
O ENFERMEIRO NO CONTEXTO GERENCIAL: UMA ABORDAGEM PRÁTICA NO
SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA. ......................................................... 120
INDICADORES DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO .................................................................................................................... 124
PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS DA IMPORTÂNCIA DA COMISSÃO DE
CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) DE UM HOSPITAL
FILANTRÓPICO DO MUNICIPIO DE ABRE CAMPO – MG ................................... 127
PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) E DIABETES (DM) NA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO DISTRITO DE RIBEIRÃO DE SÃO
DOMINGOS/SANTA MARGARIDA ......................................................................... 131
ATIVIDADE CITOTÓXICA DE PLANTAS DA FAMÍLIA CELASTRACEAE ............. 134
TÉCNICAS DE BAIXA COMPLEXIDADE PARA IDENTIFICAÇÃO PRELIMINAR DE
BACTÉRIAS DO GÊNERO STAPHYLOCOCCUS SSP. ........................................ 137
FARMACOTERAPIA DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO ............................................ 141
BACTÉRIAS E A RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS ................................. 144
OBESIDADE: A MAIS COMUM DAS ALTERAÇÕES NUTRICIONAS NO MUNDO
................................................................................................................................ 148
A PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E O USO RACIONAL DE
MEDICAMENTOS ................................................................................................... 151
AS ANEMIAS NO CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO ............................................... 155
EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS PARASITÁRIAS .............................................. 158
AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ESCOLARES DE 7 A 10 ANOS
DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE ABRE CAMPO – MG ....................... 161
ÍNDICE DE SOBREPESO E OBESIDADE, PERFIL ALIMENTAR E DE ATIVIDADES
FÍSICAS EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS NO ENSINO FUNDAMENTAL DE
ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES DA CIDADE DE MATIPÓ-MG ............. 165
A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DA
OBESIDADE ........................................................................................................... 169
O PROGRAMA DE MEDICAMENTOS EXCEPCIONAIS/ALTO CUSTO ................ 173
A AUTOMEDICAÇÃO E O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS ...................... 176
INFECÇÃO HOSPITALAR: UM RISCO A SAÚDE DOS PACIENTES.................... 179
NÍVEIS DE OBESIDADE INFANTIL EM CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL
MUNICIPAL (CEIM) DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ................. 183
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TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA HANSENÍASE ............................................... 186
ARTIGOS ................................................................................................................ 190
POLIFARMÁCIA ENTRE IDOSOS HIPERTENSOS RESIDENTES EM DUAS
INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA DA ZONA DA MATA MINEIRA ....... 191
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS AVIADAS NA
UNIDADE DA FARMÁCIA DE MINAS DE PEDRA BONITA/MG NO 1º
QUADRIMESTRE DE 2012..................................................................................... 204
UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS EM DOIS MUNICÍPIOS DA ZONA DA
MATA MINEIRA ...................................................................................................... 215
AVALIAÇÃO DO USO DE BENZODIAZEPÍNICOS NA POPULAÇÃO FEMININA
ADULTA DE UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE DA ZONA DA MATA MINEIRA
................................................................................................................................ 226
CONDIÇÕES
DE
ESTOQUE
DOMICILIAR
DE
MEDICAMENTOS
REFERENCIADAS POR USUÁRIOS DE UMA FARMÁCIA COMERCIAL E DE UMA
FARMÁCIA PÚBLICA DE UM MUNICÍPIO MINEIRO ............................................. 238
DESCARTE E ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS DA FÁRMACIA CASEIRA
/ DOMICILIAR REFERIDO POR PACIENTES DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA
FAMÍLIA- KELÉ DE MATIPÓ/MG............................................................................ 249
PERFIL DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELO CORPO DOCENTE DE UMA
FACULDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ......................................................... 261
ASPECTOS DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS PELA POPULAÇÃO DO
BAIRRO BOA VISTA DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ, MG ........................................ 274
UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR GESTANTES EM DOIS MUNICÍPIOS DO
INTERIOR DE MINAS GERAIS .............................................................................. 286
AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS EM LEITOS DE
UM HOSPITAL DE UMA CIDADE DO LESTE DE MINAS GERAIS ....................... 298
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES DO BAIRRO BOA VISTA DA CIDADE
DE MATIPÓ (MG) QUE PROCURAM OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE PARA
REALIZAR O EXAME PREVENTIVO PAPANICOLAOU. ....................................... 305
INFECÇÃO URINÁRIA: PERCEPÇÃO DAS MULHERES SOBRE CAUSAS E
PREVENÇÃO .......................................................................................................... 318
PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES CADASTRADOS NO PROGRAMA
HIPERDIA DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMILIA DO BAIRRO BOA VISTA –
MATIPÓ/MG ............................................................................................................ 326
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E ACEITAÇÃO E MEDICAMENTOS
GENÉRICOS POR ALUNOS DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA FACULDADE
PARTICULAR DO INTERIOR DE MINAS GERAIS ................................................ 338
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UTILIZAÇÃO DO SISTEMA BAUMANN PARA DIFERENCIAÇÃO ENTRE PELE
SECA E OLEOSA EM MULHERES DE MATIPÓ - MG E REGIOES VIZINHAS..... 350
FATORES RELACIONADOS AO DESCONTROLE PRESSÓRICO ARTERIAL EM
PACIENTES DA ESF DO BAIRRO BELA VISTA DA CIDADE DE RIO CASCA-MG.
................................................................................................................................ 356
ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
DIANTE DA SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DA CIDADE DE RIO
CASCA-MG ............................................................................................................. 371
PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA DE COLELITÍASE EM USUÁRIOS DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE (SUS) DO HOSPITAL MUNICIPAL DR. JATYR GUIMARÃES DE
PAULA .................................................................................................................... 381
FATORES QUE INFLUENCIAM O DESMAME HUMANO PRECOCE ................... 392
A PROCURA DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA POR HOMENS
CADASTRADOS EM ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) DO MUNICÍPIO
DE RAUL SOARES-MG .......................................................................................... 404
CONHECIMENTO DE MÃES DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA
SOBRE OS BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ATÉ O 6º
MÊS ........................................................................................................................ 412
EXAME PAPANICOLAOU NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE: PREVENÇÃO E
SENTIMENTOS CORRELACIONADOS ................................................................. 425
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS AVIADAS NA EM
UMA DROGARIA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS NO MÊS DE JULHO DE 2014
................................................................................................................................ 440
AVALIAÇÃO DE ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS DE HEMOGRAMAS REALIZADOS
EM UMA COMUNIDADE DO MUNICÍPIO DE MANHUAÇU- MG ........................... 449
PERFIL
DOS
USUÁRIOS
DO
PROGRAMA
DE
MEDICAMENTOS
EXCEPCIONAIS/ALTO CUSTO DA FARMÁCIA DE MINAS DE UMA CIDADE DO
INTERIOR DE MINAS GERAIS .............................................................................. 456
INCIDÊNCIA DE VERMINOSES EM CRIANÇAS DA CHECHE DE PADRE FIALHO
DISTRITO DE MATIPÓ - MG .................................................................................. 465
AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR ESTUDANTES DO
CURSO DE ENFERMAGEM E FARMÁCIA, DE UMA FACULDADE DA ZONA DA
MATA MINEIRA ...................................................................................................... 474
ESTUDO DE CASOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIO EM UM
HOSPITAL REGIONAL DO INTERIOR DE MINAS GERAIS NO PRIMEIRO
SEMESTRE DE 2014 .............................................................................................. 481
AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE HANSENÍASE DE 2008 A 2012 EM MINAS GERAIS
E NO BRASIL .......................................................................................................... 491
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PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES ................... 502
MOTIVOS QUE LEVARAM MÃES A OPTAREM PELO PARTO CESÁREO OU
NORMAL ................................................................................................................. 512
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GT 03 - ENGENHARIAS
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RESUMOS
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ADIÇÃO DE RESÍDUO ARENOSO DO BENEFICIAMENTO DO ITABIRITO
Fernando Soares Lameiras - Graduado em Física, Especialista em Tecnologia
Nuclear, Mestre em Ciências e Técnicas Nucleares e Doutor em Engenharia
Metalúrgica e de Minas. Pesquisador do CDTN, da CNEN. Docente do Programa de
Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais do
CDTN e da REDEMAT
Rafael Eler de Souza- Graduado em Designer de Produtos e Mestre em Engenharia
de Materiais (REDEMAT). Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Madeira plástica, Polietileno, Polipropilenos, Resíduo Arenoso,
Polímero.
INTRODUÇÃO
Os materiais plásticos convencionais produzidos a partir de polímeros sintéticos
apresentam lenta degradação no meio ambiente, ocasionando sérios problemas
ambientais após o seu descarte GALDEANO (2013). Tratando-se de plásticos, o
termo reciclagem é utilizado para conceituar processos de produção de materiais
secundários utilizados para fabricação de vários produtos. Entre as formas de
reciclagem de plásticos, uma muito interessante é a obtenção de madeira plástica,
devido ao seu grande apelo ecológico e à possibilidade de obtenção de produtos de
alta qualidade (GAO et al., (2012); SOBCZAK; LANG; HAIDER (2012); DU et al.,
(2012); ROSÁRIO et al., (2011)). Para SOBCZAK; LANG; HAIDER (2012) os setores
da construção civil, arquitetura, moveleiro e design vêm empregando cada vez mais
a madeira plástica justamente devido ao seu baixo custo de manutenção e
benefícios ecológicos. Este trabalho apresenta o resultado de testes de adição de
uma carga mineral à madeira plástica feita de PE e PP. A carga mineral é o resíduo
arenoso proveniente do beneficiamento do itabirito para produção de concentrado de
minério de ferro, que é gerado em grandes quantidades e pode ser obtido a baixo
custo.
METODOLOGIA
O resíduo arenoso, utilizado para a confecção dos corpos de prova de madeira
plástica, foi fornecido pela Samarco Mineração S.A. O PE e o PP reciclados foram
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adquiridos na forma de “pellets” da empresa Bemplast (Betim – MG). Para a
extrusão, foi utilizada uma extrusora LGMT monorrosca, com 5 zonas de
temperatura, modelo LGEX 35/32D. 5 gramas de óleo de soja foram adicionadas à
massa de resíduo arenoso e misturadas até se obter uma aparência uniforme, sendo
então adicionados aos grãos de PE e PP até a formação de uma mistura
homogênea. A extrusora foi mantida a 175 oC nas 5 zonas durante a extrusão. Foi
feita uma réplica de extrusão para cada composição, realizadas em ordem aleatória.
As composições foram escolhidas em torno de frações iguais de PE e PP e de
adição de 20 % em peso de resíduo, uma vez que ensaios preliminares indicaram
que o limite máximo para adição de resíduo na extrusora é de 25 % em peso. A
mistura extrudada foi coletada em moldes na forma de placas. As amostras obtidas
foram utilizadas para os ensaios de flexão, compressão, densidade e espectroscopia
na região do infravermelho. Os ensaios de flexão e compressão foram realizados
numa máquina de ensaios universal INSTRON 5882; as medidas de densidade
foram realizadas num ultrapicnômetro 1000 da Quantachrome Instruments; as
espectroscopias na região do infravermelho por transformada de Fourier foram
realizadas num espectrômetro MB102 da ABB Bomem, no modo de absorbância,
com o auxílio do software GRAMS, em material disperso em KBr na forma de
pastilhas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram obtidas amostras com composição de 30 a 55 % em peso de Polietileno e
Polipropileno e de 15 a 25 % em peso de resíduo arenoso. Não foi observada
interação química do resíduo com a matriz polimérica e nem influência da
composição sobre a resistência à flexão, o módulo de elasticidade e a resistência à
compressão das amostras de madeira plástica. A resistência à flexão média foi de
24  8 MPa, o módulo de elasticidade médio foi de 453  257 MPa e a resistência à
compressão média foi de 40  4 MPa. Esses valores são menores que aqueles dos
perfis de madeira plástica encontrados no mercado brasileiro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A adição de resíduo arenoso (entre 15 e 25 % em peso), proveniente do processo
de beneficiamento do itabirito para produção de concentrado de minério de ferro, na
composição de madeira plástica, obtida por extrusão a 175 oC e moldagem sob
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compressão, feita de PE (entre 30 e 55 % em peso) e PP (entre 30 e 55 % em peso)
reciclados diminui a resistência à flexão entre 38 e 52 % e o módulo de flexão entre
12 e 40 % em relação a perfis de madeira plástica comerciais. Porém, a resistência à
compressão sofre redução inferior a 10 %. Além disso, os grandes valores dos
desvios-padrões da resistência à flexão e do módulo podem ser devidos a presença
de porosidade na matriz do compósito. Observou-se que o resíduo é quimicamente
inerte na matriz polimérica.
REFERÊNCIAS
DU, H.; WANG, W. H.; WANG, Q. W.; SUI, S. J.; SONG, Y. M. Effects of ultraviolet
absorbers on the ultraviolet degradation of rice-hull/high-density polyethylene
composites. Journal of Applied Polymer Science, v. 126, n. 3, p. 906-915, 2012.
GALDEANO, M. C., WILHELM, ALLAN EDUARDO, EIRAS GROSSMANN, MARIA
VITÓRIA, MALI, SUZANA. Efeito do Processamento e das Condições Ambientais
nas Propriedades de Materiais Biodegradáveis de Amido de AveiaPolímeros.
Polímeros Ciência e Tecnologia, v., n., p., 2013.
GAO, H.; XIE, Y. J.; OU, R. X.; WANG, Q. W. Grafting effects of
polypropylene/polyethylene blends with maleic anhydride on the properties of the
resulting wood-plastic composites. Composites Part a-Applied Science and
Manufacturing, v. 43, n. 1, p. 150-157, 2012.
ROSÁRIO, F.; PACHEKOSKI, W. M.; SILVEIRA, A. P. J.; SANTOS, S. F. D.;
JÚNIOR, H. S.; CASARIN, S. A. Resíduos de sisal como reforço em compósitos de
polipropileno virgem e reciclado. Polímeros, v. 21, n., p. 90-97, 2011.
SOBCZAK, L.; LANG, R. W.; HAIDER, A. Polypropylene composites with natural
fibers and wood - General mechanical property profiles. Composites Science and
Technology, v. 72, n. 5, p. 550-557, 2012.
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VANTAGENS DE UM PROJETO ESTRUTURAL EM CONCRETO ARMADO DE
UMA EDIFICAÇÃO DE 3 PAVIMENTOS REALIZADO ATRÁVES DE DOIS TIPOS
DE CÁLCULOS
André Mendes Machado e Tiago Dornelas Miranda – Acadêmicos de Engenharia
Civil - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Pedro Henrique Queiroz – Graduação em Engenharia Civil. Professor da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Vantagens; Projeto Estrutural; Concreto armado; Edificação;
Cálculos.
INTRODUÇÃO
Segundo Kaefer (1998), o concreto armado moderno utilizado atualmente para diversos
tipos de estruturas é fruto de trabalho de diversos homens, que durante milhares de
anos observaram a natureza e esmeraram por aperfeiçoar materiais, técnicas, teorias e
diversas formas estruturais. Desta forma, constata que a história do concreto armado
não começou no século passado, mas com a própria civilização humana, pois a partir do
momento que o homem existe sobre a terra, ele tem a necessidade básica de morar e
morar melhor a cada dia, desenvolvendo novas tecnologias para isto. Para Albuquerque
(1998) os primeiros edifícios com estrutura de concreto armado foram concebidos
utilizando-se lajes maciças e, posteriormente pré-moldadas. Apresentavam distâncias,
relativamente pequenas entre pilares, da ordem de quatro metros. Agiam como fatores
limitantes: a resistência do concreto, várias hipóteses simplificadoras na modelagem
estrutural e o comportamento do próprio sistema estrutural (ALBUQUERQUE, 1998).
Com a evolução da tecnologia de construção e da informática foi possível o emprego de
concretos mais resistentes: lajes nervuradas, lajes lisas e protensão em estruturas
usuais de edifícios, por exemplo. Essas evoluções permitiram uma diversificação maior
das peças de concreto e possibilitaram soluções mais arrojadas para os edifícios.
Embora muitas vezes a escolha do sistema estrutural de um edifício seja influenciada
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por imposições arquitetônicas, por rotinas construtivas ou ainda pela infraestrutura da
região, ou necessidade do cliente, cabe ao engenheiro de estruturas buscar, dentro das
condições impostas, a alternativa estrutural que garanta maior economia para seu
projeto. Portanto, para Kimura (2007) atualmente, todas as etapas presentes no projeto
e um edifício, desde o lançamento dos dados, passando pela análise estrutural,
dimensionamento e detalhamento dos elementos, até a impressão de desenhos, de
alguma forma, são influenciadas pela rapidez e precisão que a informática proporciona.
Um edifício inteiro é processado em minutos e todos os seus dados armazenados em
um pequeno “pen-drive”. No entanto, é importante ter ciência do seguinte aspecto: os
conceitos de Engenharia evoluíram e continuam sendo aprimorados, não há dúvidas.
São diversas as pesquisas inovadoras que foram e vêm sendo desenvolvidas com êxito.
Porém, na realidade, o que mais avançou nesses últimos anos foi a forma como esses
conceitos são aplicados no cotidiano de um Engenheiro. É exatamente nesse contexto
que entra o computador. Com ele, cálculos inviáveis há algum tempo passaram a ser
resolvidos com grande rapidez e eficiência. Assim, a informática, na sua essência, veio
para aperfeiçoar a Engenharia de Estruturas, e jamais substituí-la. Acontece que, devido
ao alto grau de complexidade e sofisticação das análises disponíveis nos softwares
atuais, muitas vezes, os conceitos fundamentais de Engenharia são praticamente
colocados de lado e o verdadeiro papel do computador acaba sendo literalmente
confundido. E o futuro engenheiro deve estar apto a utilizá-lo de forma responsável,
sabendo distinguir quais os seus benefícios e as suas limitações e sobretudo, colocar o
conhecimento em Engenharia sempre como sua meta principal. Para Costa (1997), a
evolução do processo construtivo começa pela qualidade dos projetos, e entre os
projetos elaborados para a construção civil, destaca-se o estrutural. O projeto estrutural,
individualmente, responde pela etapa de maior representatividade no custo total da
construção (15% a 20% do custo total). Justifica-se então um estudo prévio para a
escolha do sistema estrutural a ser adotado, uma vez que sabe-se que uma redução de
10% no custo da estrutura pode representar, no custo total, uma diminuição de 2%. Em
termos práticos, 2% do custo total corresponde à execução de toda a etapa de pintura
ou a todos os serviços de movimentação de terra, soleiras, rodapés, peitoris e cobertura
juntos. Os projetos mal especificados ou com deficiência no detalhamento, podem fazer
com que haja uma redução da vida útil da estrutura de concreto armado ou ainda
intervenções antecipadas para garantir o desempenho da estrutura (SOUZA e RIPPER,
2009). Diante do exposto, o objetivo do estudo é verificar as vantagens (segurança,
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economia e elegância) de um projeto estrutural de concreto armado de uma edificação
de 3 pavimentos realizado através de dois tipos de cálculos: (i) cálculos de elementos
isolados da estrutura e (ii) cálculos do pórtico espacial utilizando o Software Eberick.
Com este estudo pretendemos contribuir para os futuros Engenheiros, que a atentando
para uma melhor visão e escolha de uma estrutura após sua análise estrutural; possam
trazer para o projeto a economia, qualidade e desempenho durante a vida útil da
edificação.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva que, segundo Gil (2008) neste tipo de
pesquisa são descritas as caracteristicas de uma população, fenômeno ou de uma
experiência. O estudo será realizado através da pesquisa descritiva, visando a
elaboração do projeto estrutural de uma edificação de 3 pavimentos. A opção pela
edificação de três pavimentos justifica-se pelo fato de a maioria das construções do
interior de Minas serem realizadas com estas características. Assim, o trabalho será
realizado no segundo semestre de 2014 e primeiro semestre de 2015 em uma obra em
fase de elaboração de projeto. Nesta obra serão analisadas várias situações de cálculo
para o projeto, isto é, cálculos de elementos isolados da estrutura e cálculos do pórtico
espacial utilizando o Software Eberick versão 9, que gera diversos tipos de relatórios e
planilhas quantitativas dos materiais. Os cálculos de elementos isolados da estrutura
serão realizados manualmente, utilizando fórmulas e tabelas segundo a NBR 6118/2014.
Ambos possibilitarão a observação sobre o tipo de cálculo que fornece melhor vantagem
(segurança, economia e elegância) ao cliente. Os dados serão armazenados através de
programa Word, Excel e no próprio arquivo (.prj) do Software.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Augusto Teixeira. Análise de alternativas estruturais para edifícios
em concreto armado. São Carlos, 1998. 97p. Dissertação (Mestrado) – Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
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COSTA, O. V. Estudo de alternativas de projetos estruturais em concreto armado
para uma mesma edificação. Fortaleza. Dissertação (Mestrado) – UFC. 1997
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
KAEFER, Luiz Fernando. A evolução do concreto armado. São Paulo, 1998.
KIMURA, A. Informática aplicada em estruturas de concreto armado: cálculo de
edifícios com o uso de sistemas computacionais. São Paulo: PINI, 2007.
SOUZA, V. C. M. de. Análise de estruturas de concreto. São Paulo. 2005. 201p.
SOUZA, V. C. M. de; RIPPER, T. Patologia, recuperação e reforço de estruturas de
concreto. São Paulo: PINI, 2009.
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PROJETO DE PREVENÇAO CONTRA INCENDIO E PANICO EM UMA
INSTITUIÇAO DE ENSINO SUPERIOR
Adriano Vieira Pereira e Itamar Jose de Souza Junior – Acadêmicos de
Engenharia Civil - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Alessandra Ambrósio Horsth- Graduação em Engenharia Civil. Professora da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Pedro Genuíno de Santana Junior – Graduação em Engenharia Civil. Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Projeto; prevenção; Incêndio; Pânico; Instituição.
INTRODUÇÃO
Segundo Stockmann (2012), o começo da preocupação com o projeto de incêndio e
pânico foi após uma grande tragédia que aconteceu no Triangle Shirtwaist em Nova
Iorque no dia 25 de março de 1911, onde centenas de empregados morreram em um
grande incêndio ocorrido em uma indústria têxtil. Várias mulheres viúvas da tragédia em
Nova Iorque, lutavam pelos direitos e mudanças que deveriam ser feitas. Após a
tragédia serviram de símbolo de luta para que fossem feitas as mudanças necessárias
nas jornadas de trabalho e nas condições em que os trabalhadores atuavam.
Infelizmente, tragédias aconteceram para que os empregadores e as autoridades da
época percebessem que mudanças eram necessárias e aos pouco esse cenário onde
vidas eram perdidas por falta de proteção foi mudando. Segundo Mendes (2013), o
homem foi se adaptando e criando novos métodos para segurança dos trabalhadores, e
uma das formas de prevenção é o Projeto de Segurança Contra Incêndio e Pânico
(PSCIP) que toda empresa pública, privada, edificações residenciais comerciais devem
ter. Para Toller (2012) o objetivo da elaboração de um PSCIP é dimensionar o sistema
móvel necessário para proteção da Instituição, sinalizar as rotas de fuga necessárias
para evacuação da Instituição em caso de sinistro, prever a quantidade necessária e o
local de blocos de iluminação de emergência a fim de garantir visibilidade necessária em
caso de evacuação, implantação de hidrante, extintores de incêndio, placas de
identificação entre outros.
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Diante do exposto, o objetivo do estudo é identificar a situação do PSCIP em uma
Instituição de ensino superior de uma cidade da Zona Mata Mineira e verificar as
possíveis falhas referentes ao projeto. Com este estudo pretendemos contribuir para que
os PSCIP em instituições de ensino possam ser realizados de acordo com as normas
vigentes (MINAS GERAIS, 1993).
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva que, segundo Gil (2008) neste tipo de
pesquisa são descritas as caracteristicas de uma população, fenômeno ou de uma
experiência. Serão realizadas visitas in loco nas instalações de uma Instituição de
ensino superior de uma cidade da zona da Mata Mineira. Serão levantados dados
relativos a situação atual do PSCIP e as normas estabelecidas (NB126693, 2013).
Posteriormente, serão comparados com as exigências vigentes para a realização de um
PSCIP, seguindo como base as Normas de Procedimentos Técnicos do Corpo de
Bombeiros de Minas Gerais (MINAS GERAIS, 1993). As visitas serão realizadas nos
meses de outubro de 2014 a fevereiro de 2015. Elas serão realizadas com intuito de
visualizar a situação PSCIP. Arquivo fotográfico será feito. Todos os dados serão
armazenados em arquivo tipo Word versão 2010, o que torna fácil o acesso aos dados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NB126693-Sistema de
proteção por extintor de incêndio. Rio de Janeiro, 2013.
CAMILO JUNIOR, A. B. Manual de prevenção e combate a incêndio. São Paulo:
SENAI, 2001.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
MINAS GERAIS, Corpo de Bombeiros. Instrução Técnica: Saída de incêndios. Belo
Horizonte, 1993.
STOCKMANN, F. B Projeto de prevenção de incêndio em uma recicladora de tintas
em Foz do Iguaçu – PR. Medianeira, 2012. 62p. Monografia/Posgraduação em
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Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade Tecnológica Federal do Paraná
UTFP-PR.
TOLLER, M. Projeto de um plano de proteção e prevenção contra incêndio (PPCI)
em uma edificação na cidade de Porto Alegre-RS. Porto Alegre, 2012. 38p.
Monografia/Posgraduação em Engenharia de Segurança do Trabalho, Universidade
Ferederal do Rio Grande do Sul UFRGS-RS.
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EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE EM BLENDAS POLIMÉRICAS DE PP E PE
RECICLADOS COM ADIÇÃO DO RESÍDUO ARENOSO DO BENEFICIAMENTO
DO ITABIRITO
Rafael Eler de Souza- Graduado em Designer de Produtos e Mestre em
Engenharia de Materiais Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Alessandra Ambrósio Horsth – Graduada em Engenharia civil, Especialista
em Construção Civil com ênfase em Gestão e Avaliação Nas Construções Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Ailton Moreira Magalhães – Graduado em Engenheira Civil, Especialista em
Gestão Ambiental. Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Cristiano de Oliveira Ferrari – Graduado em Engenheira Civil, Especialista
em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, Especialista em Gestão de
Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Joyce Perígolo Breder – Graduada em tecnologia em Construção Civil,
Especialista em Construção Civil com ênfase em Gestão e Avaliação Nas
Construções – Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Compósitos, Polietileno, Polipropilenos, Resíduo Arenoso,
Polímero.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento de pesquisas sobre plástico reciclado tem permitido detectar
características de inovação bastante surpreendentes, associadas às vantagens bem
conhecidas da recuperação do material reciclado (MARTINS et al., 1999). Das
diferentes formas de reciclagem, uma das mais interessantes é a obtenção de
compósitos poliméricos, pois pode se obter as características individuais de cada
material formador da blenda dando origem a um novo material com um grande apelo
ecológico (JANSSON; MOLLER; HJERTBERG, 2004; ROSÁRIO et al., 2011; GAO
et al., 2012). Segundo (SOBCZAK; LANG; HAIDER, 2012) os setores de construção,
arquitetura e design, mundialmente vêm empregando cada vez mais um compósito
polimérico chamado madeira plástica, devido ao seu baixo custo de manutenção e
benefícios ecológicos em relação a madeira natural. Este trabalho apresenta o
resultado de testes de adição de uma carga mineral à blendas poliméricas feita de
PE, PP e dopadas com raios Gama para avaliar as perdas de propriedades dos
compósitos em ambientes externos.
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METODOLOGIA
Foram utilizados polietileno e polipropileno reciclados e o resíduo arenoso
proveniente da flotação do itabirito na confecção das amostras. Foram realizados
vários experimentos com várias composições para obtenção das amostras. Com
uma extrusora aquecida e estabilizada a uma temperatura de 175ºC nas 5 zonas, a
mistura planejada foi colocada no funil aos poucos, para controlar o fluxo da
extrusão. O compósito foi extrudado, coletado nos moldes e mantido em descanso
para a saída de vapores da amostra, os moldes com material coletado foram
levados até a uma prensa, sendo prensados a 9.810N/m 2 e mantidos sob essa
pressão por mais de 1 minuto. O compósito comportou o resíduo arenoso até 25%
em peso de forma a manter as propriedades físicas desejáveis.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O teste de flexão foi realizado em amostras com 9 composições diferentes cada
composição foram obtidas seis medidas, onde cada par de amostras sofreu
irradiações de 0, 100 e 500 kGy. A análise de variância mostra que a composição
não possui influência no ensaio de resistência a flexão, porém a dose de radiação
gama influência os resultados. A dose de radiação não interage a composição da
madeira plástica. Os resultados da análise do efeito da radiação na degradação do
material foram obtidos pelo teste de Tukey. O teste pode comprovar que é
estatisticamente significante o efeito da radiação nas amostras de madeira plástica
quando irradiadas com 500 kGy em relação àquelas com 0 kGy, porém não pode
diferenciá-los dos resultados quando irradiados com 100 kGy quando comparadas
as amostras com doses de radiação de 0 e 500 kGy. Neste caso as amostras
irradiadas com 500kGy apresentaram uma resistência a flexão cerca de 36% menor
em relação as amostras não irradiadas, significando que o compósito pode ficar
quase 80 anos sofrendo radiação solar, sem sofrer alterações significativas da
resistência à flexão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As doses irradiadas correspondem aproximadamente a 79 anos e 395 anos de
radiação solar consecutivamente, contando dia e noite. Os estudos feitos pelos
ensaios mecânicos mostram que amostras irradiadas com 100 kGy não apresentam
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perdas significativas das propriedades mecânicas quando comparadas às amostras
sem doses de radiação. Em amostras com 500 kGy, a perda de propriedades
mecânicas foram de quase 50%. No teste de flexão, a análise de variância mostra
que a composição não possui influência no ensaio de resistência a flexão, porém a
dose de radiação gama influência os resultados. A análise também mostra que a
dose de radiação não interage com a composição da madeira plástica. Pode
comprovar que é estatisticamente significante o efeito da dose de radiação nas
amostras de madeira plástica quando irradiadas com 500 kGy em relação àquelas
com 0 kGy, porém não pode diferenciá-los dos resultados quando irradiados com
100 kGy quando comparadas as amostras com doses de radiação de 0 e 500 kGy.
REFERÊNCIAS
GAO, H.; XIE, Y. J.; OU, R. X.; WANG, Q. W. Grafting effects of
polypropylene/polyethylene blends with maleic anhydride on the properties of the
resulting wood-plastic composites. Composites Part a-Applied Science and
Manufacturing, v. 43, n. 1, p. 150-157, 2012.
JANSSON, A.; MOLLER, K.; HJERTBERG, T. Chemical degradation of a
polypropylene material exposed to simulated recycling. Polymer Degradation and
Stability, v. 84, n. 2, p. 227-232, 2004.
MARTINS; F., A.; SUAREZ; M., J. O. C.; MANO; B., E. Produtos polio enchiladas
Com deepen superior Laos materials virgins correspondents. Polímeros, v., n., p.,
1999.
ROSÁRIO, F.; PACHEKOSKI, W. M.; SILVEIRA, A. P. J.; SANTOS, S. F. D.;
JÚNIOR, H. S.; CASARIN, S. A. Resíduos de sisal como reforço em compósitos de
polipropileno virgem e reciclado. Polímeros, v. 21, n., p. 90-97, 2011.
SOBCZAK, L.; LANG, R. W.; HAIDER, A. Polypropylene composites with natural
fibers and wood - General mechanical property profiles. Composites Science and
Technology, v. 72, n. 5, p. 550-557, 2012.
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ESTABILIDADE GLOBAL DE EDIFÍCIOS
Pedro Henrique Queiroz – Graduação em Engenharia Civil. Professor da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Shiara Martins de Souza – Farmacêutica, Mestre em Ciências
Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX
Leonardo da Silva Gonçalves - Graduação em Engenharia Civil. Professor
da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
PALAVRAS - CHAVES: Concreto, Edifícios, Estabilidade, Análise, Global.
INTRODUÇÃO
A estabilidade global pode ser interpretada como a capacidade que uma
determinada estrutura tem de transmitir ações de primeira ordem e segunda ordem,
que tendam a provocar o tombamento da estrutura, para as fundações, mediante
características de rigidez da mesma (LINS, 2013). Durante a elaboração de projetos,
o calculista tem liberdade de escolher entre inúmeros modelos estruturais
(PINHEIRO, SANTOS), contudo, em alguns edifícios a escolha do modelo traz
consigo uma dificuldade maior na análise da estrutura. O grande problema para o
calculista é em relação à estabilidade global, pois dependendo do sistema estrutural
adotado esta passa a ter maior relevância. O maior entrave se refere à análise
global de segunda ordem que é indispensável nos dias atuais, em que estruturas
são cada vez mais esbeltas (MONCAYO).
METODOLGIA
Trata-se um estudo descritivo qualitativo. Houve pesquisas em banco de revistas
científicas ou diretamente em sites de revistas eletrônicas de artigos científicos:
Caderno de Estruturas, USP São Carlos.
REVISÃO DE ESTUDOS DE ESTABILIDADE GLOBAL DE EDIFÍCIOS.
Em uma análise de primeira ordem o equilíbrio da estrutura é estudado na
configuração geométrica inicial. Neste caso as
deformações, função dos
deslocamentos, não se expressam de forma linear. Já os efeitos de segunda ordem
são aqueles que se somam aos obtidos numa análise de primeira ordem, quando se
considera a posição deslocada. As estruturas de nós fixos são aquelas em que os
deslocamentos horizontais dos nós são pequenos e, por consequência, os efeitos
globais de segunda ordem são inferiores a 10% dos respectivos esforços de 1ª
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ordem, podendo ser considerados desprezíveis (SANTOS e PINHEIROS, 2010).
Toda essa complexidade que está por trás da análise dos efeitos de segunda ordem
deve-se ao fato de o concreto armado apresentar um comportamento não-linear em
relação à sua constituição, chamado de não-linearidade física, assim como, também,
por apresentar comportamento não-linear em relação à sua geometria, denominado
não-linearidade geométrica (MONCAYO, 2011).Os problemas da instabilidade das
estruturas estão intimamente ligados a aspectos relacionados a imperfeições
geométricas, ações verticais, ações horizontais e rigidez das mesmas. A
combinação dos quatro fatores faz com que a estrutura se manifeste através da
modificação de sua configuração geométrica inicial, dessa forma, a estrutura passa
a assumir, mesmo que deformada, uma nova condição de equilíbrio estável. Os
efeitos adicionais decorrentes da configuração indeformada da estrutura passam a
ser classificados como efeitos de segunda ordem (LINS, 2013).Considerar a
deslocabilidade de uma estrutura e o equilíbrio na forma deslocada é indispensável
para avaliar a estabilidade global, um tipo de análise que deva ser feita onde os
deslocamentos
laterais
são
expressivos
e
imprimam
esforços
adicionais
consideráveis pelo carregamento vertical atuando na configuração deformada, os
chamados efeitos de segunda ordem. Atualmente duas grandes ferramentas
auxiliam o projetista neste caso: os parâmetros de instabilidade e os programas
computacionais para análise estrutural (BUENO, 2009).O parâmetro de instabilidade
Gama-Z, foi introduzido por (FRANCO e VASCONCELOS, 1991) e mede o grau de
sensibilidade de uma edificação com relação aos efeitos de segunda ordem, ao
mesmo tempo em que pode ser utilizado para majorar os efeitos de primeira ordem,
devido a cargas horizontais. A NBR 6118 (2014), o traz como um majorador de
esforços de primeira ordem e o chama de solução aproximada.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em relação ao conceito de estabilidade global, o que encontramos são praticamente
ecos, ou seja, nenhum autor deixa de citar o fato do impacto dos efeitos de segunda
ordem em relação à estabilidade global de edifícios. Para muitos dos autores, os
parâmetros de instabilidade ajudam, mas sem um software capaz de realizar
cálculos dos efeitos de segunda ordem, principalmente levando em consideração a
não-linearidade física e geométrica da estrutura, seria impossível a determinação
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dos esforços provocados após a deformação da estrutura e consequentemente, o
dimensionamento correto dos elementos estruturais para resisti-los.
REFERÊNCIAS:
BRASIL, Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Projeto de Estruturas
de Concreto – Procedimento, Rio de Janeiro, RJ, 2014.
BUENO, M. M. E, Dissertação de Mestrado em estruturas de construção civil,
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, 2009.
FRANCO, M. Problemas de estabilidade nos edifícios de concreto armado, in:
Colóquio sobre estabilidade global de estruturas de concreto armado, Instituto
Brasileiro do Concreto, São Paulo, SP., 1985
FRANCO, M e VASCONCELOS, A. C. Practical assesssment of second order effects
in tall buildings, in: Colloquium on the CEB-FIP MC 90, COPPE/UFRJ, Rio de
Janeiro, RJ, 1991.
LINS, F. F. V., Contribuição à avaliação da estabilidade global e prédimensionamento de pórticos planos em concreto pré-moldado. Dissertação de
Mestrado, Universidade de São Paulo, Escola de Engenharia de São Carlos,
Departamento de Engenharia de Estruturas, 2013.
MONCAYO, W. J. Z., Análise de Segunda Ordem Global em Edifícios com Estrutura
de Concreto Armado. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Escola
de Engenharia de São Carlos, Departamento de Engenharia de Estruturas, 2011.
SANTOS, A.P. e PINHEIRO. Procedimentos para verificação da estabilidade global
de Pórticos Atirantados. Cadernos de Engenharia de Estruturas, São Carlos, v.
12, n. 56, p. 111-125, 2010
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DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos
Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da
Faculdade Vértice - UNIVERTIX.
Aline Rodrigues Soares. Graduada em Química. Mestre em Agroquímica. Doutora
em Química Analítica. Pós-doutoranda em Ciência do Solo. Professora da
Faculdade - UNIVERTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da
Faculdade Vértice - UNIVERTIX.
Marcelo de Carvalho Mendes. Graduado em Matemática .Professor Univértix
Felipe Lopes Lanna. Samuel José de Souza Joaquim. Antônio de Matos
Pereira. Graduandos de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Energia solar, Fotovoltaica, Energia.
INTRODUÇÃO
O Brasil possui uma posição muito vantajosa em termos de disponibilidade de
recursos naturais e, com isso, torna-se um desafio considerável assegurar a
sustentabilidade dos recursos a serem explorados (PALZ, 2011). A utilização das
fontes renováveis de energia, por exemplo, a energia fotovoltaica, pode favorecer o
estabelecimento da geração distribuída no país, permitindo maior diversificação na
matriz energética. De acordo com dados da Eletrobrás (2014), as reservas de
combustíveis fósseis de boa qualidade no Brasil não são grandes. Avalia-se que as
reservas brasileiras de petróleo sejam suficientes para 22 anos e somente 23% do
potencial hidrelétrico é aproveitado, tendo sua maior capacidade na região
Amazônica, onde a inundação de enormes áreas para a construção de reservatórios
das hidrelétricas poderia trazer como resultado uma catástrofe ambiental. Nas
últimas quatro décadas o consumo final de energia no Brasil registrou um
crescimento de 3,0% ao ano (PALZ, 2011). Entre 1975 e 2005, houve uma evolução
na potência instalada de 13.724 MW para quase 69.000 MW. Em 2030, há
estimativas de consumo de energia elétrica variando entre 950 e 1.250 TWh/ ano,
contrapondo-se à situação atual, de 405 TWh. (COMETTA, 2008). Existem várias
maneiras de transformar a radiação solar em energia para uso final. Uma delas é
através das células solares. As células solares são sistemas de conversão direta de
energia solar em energia elétrica por meio do efeito fotovoltaico (ACIOLI, 2004).
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Estes sistemas têm evoluído enormemente desde as suas primeiras utilizações na
década de 50. Nesse contexto, torna-se necessário a busca por novas alternativas
para geração de energia, por exemplo, a energia solar (ACIOLI, 2004) e por meio da
energia fotovoltaica, pode favorecer o estabelecimento da geração distribuída no
país, de dimensões continentais, permitindo uma maior diversificação da matriz
energética e auxiliando no suprimento dessa crescente demanda (COMETTA,
2008).
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido por professores e alunos do curso de Engenharia Civil
da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, Matipó-MG. Foi realizada uma pesquisa
bibliográfica bastante vasta. Pesquisou-se tudo sobre células fotovoltaicas, focandose em células de silício, que já são encontradas comercialmente, seu método de
preparação, eficiência, bem como funcionam e os locais onde são utilizadas. As
células fotovoltaicas do tipo DSSC e híbridas, que são compostas por polímeros
orgânicos (parte orgânica da célula) e vários tipos de semicondutores inorgânicos
(parte inorgânica) desta célula, também foram estudadas. Estas modalidades de
células ainda encontram-se em vias de pesquisa. Foi feito um estudo sobre as
metodologias de preparo destas células e sobre suas eficiências. Foi adquirida uma
célula comercial de silício para o estudo do mecanismo de funcionamento e suas
eficiências. A partir daí, analisamos e projetamos o modelo de bancada com um
sistema para analisar o funcionamento e eficiência do equipamento.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O trabalho encontra-se em desenvolvimento e os resultados preliminares mostram a
eficiência do dispositivo. As células foram presas por um par de garras e conectadas
a um circuito. Uma lâmpada halógena de potência de 300 W foi usada para simular
a potência de incidência solar de 100 mW/cm2. Isto foi feito com o auxílio de uma
célula solar padrão ajustando-se simultaneamente a distância entre a célula padrão
e a fonte de iluminação e a tensão aplicada à lâmpada. Quando a luz incide sobre a
célula, é gerada uma tensão, denominada tensão de circuito aberto, medida por
meio de um multímetro diretamente nos terminais da célula. A corrente gerada pela
célula passa através de uma resistência padrão de 1Ω. Com o multímetro
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conectado em paralelo a esta resistência, a tensão medida fornece a corrente de
curto circuito. Para obtenção da curva I x V, a tensão fornecida por um conjunto de
pilhas foi variada entre -3,6 e 3,6 V por meio de um potenciômetro. À medida que a
tensão fornecida pelas pilhas é variada os valores de corrente e tensão em cada
ponto (PALZ, 2011). As eficiências encontradas neste trabalho foram baixas quando
comparadas ao recorde mundial atual (16,5%) (ALVARENGA, 2001). A maior
eficiência obtida foi de 8,35%, apresentada pela célula comercial adquirida. Os
próximos experimentos serão baseados nas análises das camadas individuais das
células, considerando serão utilizadas mais de um tipo de célula, com diferentes
materiais, analisando as propriedades como transparência, absorção, espessura,
resistência avaliando os valores obtidos com os divulgados na literatura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em um sistema fotovoltaico o elemento básico é a célula. A conversão da energia
radiante em eletricidade acontece na célula, através do efeito fotovoltaico. Segundo
Cometta (2008), cada célula gera uma tensão elétrica da ordem de 0,4 a 0,5 Volts,
que sendo associadas em série pode aumentar essa tensão para uma desejada.
Sendo assim na saída de cada módulo se tem a soma da energia produzida por
cada célula resultando num gerador com energia significativa. Existem diversos tipos
de células fotovoltaicas no mercado. Algumas estão em estágio experimental. As
atuais pesquisas buscam construir células mais eficientes e com baixos custos de
fabricação, problema esse que limita a sua disseminação no mercado brasileiro. As
células mais importantes e consolidadas no mercado são as fabricadas a base de
silício. Atualmente constituem o grande campo de pesquisas para desenvolvimento
de células de menor custo, são as células de filmes finos. A estratégia é usar pouco
material, diminuir o consumo de energia na fabricação permitindo a produção em
larga escala.
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, Carlos Alberto. Energia solar. Lavras: UFLA/FAEPE, 2001.
ACIOLI, José de Lima. Fontes de energia. Brasília: Universidade de Brasília, 2004.
COMETTA, Emilio. Energia solar. São Paulo: Hemus,2008.
PALZ, Wolfgang. Energia solar e fontes alternativas. São Paulo: Hemus,2011.
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Sistema Fotovoltaico. Disponível em http://www.solenerg.com.br/conceitos
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ANÁLISE DO CONSUMO E NECESSIDADE DE ECONOMIA E
REAPROVEITAMENTO DE ÁGUA NA CIDADE DE MATIPÓ - MG
Brendo Fernandes da Silva – Graduando em Engenharia Civil, Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Bolsita FAPEMIG.
Daniel Vieira Ferreira – Graduado em Matemática, Especialista em Cálculo
Diferencial e Estatística, Mestre em Educação Matemática, Pós-graduado em
Cafeicultura de Montanha. Professor de exatas da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
e Diretor da Escola Técnica Vértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Falta de Água; Consumo; Reaproveitamento.
INTRODUÇÃO
A falta de água potável é um assunto que vem sendo discutido mundialmente e no
Brasil já é notável a falta deste bem. No país, o exemplo atual mais expressivo é a
queda do nível de água no sistema Cantareira no estado de São Paulo, que no dia
29 de junho de 2014, pela primeira vez, chegou a 10,9% de sua capacidade total
(G1, 2014). Em prol disso, foi feito uma análise do consumo de água em um
município da zona da mata mineira, a cidade de Matipó, objetivando, a partir da
obtenção dos dados, mostrar o consumo de água e a diminuição do nível fluvial do
município em questão, apontando a necessidade de um sistema de reutilização e
economia da água.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado nos meses de maio e junho
de 2014, onde foram entrevistados, com ajuda de questionário estruturado,
moradores de 66 residências de diferentes localidades da cidade de Matipó - MG.
Os participantes da pesquisa foram informados dos objetivos do estudo e a
participação dos mesmos foi concretizada mediante assinatura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. Além disso, por meio de pesquisas no site da
Agência Nacional de Água (ANA), foram recolhidos dados sobre a vazão do Rio
Matipó a fim de verificar a diminuição do seu nível fluvial. Os dados obtidos foram
tabulados através da estatística descritiva no Microsoft Excel 2013. Essa pesquisa
foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da
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Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de
Minas Gerais (FAPEMIG).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi analisado o consumo de água de 66 residências, envolvendo um número de 272
moradores de diferentes localidades da cidade de Matipó - MG. As atividades
apontadas pelos entrevistados como principais fontes de desperdício de água são: a
lavagem de roupa, o banho, a jardinagem, a lavagem dos veículos, das calçadas e
das ruas. Dentre as 42 residências em que se executam atividades relacionadas à
jardinagem/quintal, em 47,6% tais atividades são realizadas pelo menos 3 vezes na
semana e em 83,4% dos casos a água tratada é utilizada para este fim. Das 32
residências em que havia algum tipo de veículo, em 68,8% delas os moradores
lavam tais veículos pelo menos 1 vez na semana e gastam acima de 21 minutos
para a realização desta atividade. Em 92,4% das residências, a água tratada é único
meio utilizado para a execução de todas estas ações. Quanto às atividades de
higiene, em 33,4% das residências, os moradores gastam em média acima de 16
minutos para o banho. Quando questionados se havia necessidade de economia de
água na cidade questão, 100% dos entrevistados disseram que sim, porém apenas
78,8% disseram que seria possível economizar água em sua residência. 87,9% dos
entrevistados manifestaram o interesse em conhecer/utilizar alguma técnica de
economia/reutilização da água. Quanto às informações sobre o Rio Matipó, a partir
dos dados disponíveis no site da Agência Nacional de Água (ANA, 2014), foi
observado que em janeiro deste ano, a vazão média do rio teve uma diminuição de
78,9% quando comparado à média verificada no mesmo mês dos últimos 15 anos.
Este fato é preocupante, pois tal resultado corresponde à menor média do período
observado, tendo um desvio padrão de 23,67%.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio desta pesquisa, pode-se observar um grande consumo de água pela
população da cidade de Matipó – MG. Como a diminuição da quantidade de água
potável é uma situação que vem ocorrendo em todo o planeta, inclusive em
pequenas cidades do interior do Brasil, espera-se que com a divulgação destes
dados, possam ser elaboradas estratégias para promover a conscientização da
população local. Além disso, ainda que em cidades menores, como é o caso de
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Matipó, a implantação de técnicas de reutilização de água aponta-se como uma
excelente sugestão para possibilitar uma maior economia deste bem tão necessário
à sobrevivência humana.
REFERÊNCIAS
G1. Nível de água do Sistema Cantareira cai abaixo dos 11% pela 1ª vez.
Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2014/04/nivel-de-agua-dosistema-cantareira-cai-abaixo-dos-11-pela-1-vez.html> Acesso em: 21 jul. 2014.
ANA. Agência Nacional de Água. Hidroweb. Sistema de Informações
Hidrológicas. Disponível em: <http://hidroweb.ana.gov.br/> Acesso em: 01 mai.
2014.
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DIAGNÓSTICO PARA CONSERVAÇÃO DE RODOVIAS NÃO PAVIMENTADAS
NO MUNICÍPIO DE MIRADOURO-MG
Daniel Dornelas Martins e Rafael Sampaio Magalhães - acadêmicos do 9º
período do curso de Engenharia Civil da Univértix.
Mateus Zanirate de Miranda - Graduação em Engenharia Civil. Professor da
Faculdade Vértice - UNIVERTIX
Pedro Genuíno de Santana Júnior - Graduação em Engenharia Civil e Mestre em
Ciências Naturais e da Saúde. Professor da Faculdade Vértice - UNIVERTIX
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Diagnóstico; Conservação; Rodovias não pavimentadas.
INTRODUÇÃO
As estradas não
pavimentadas, também chamadas rurais ou de terra, geralmente
resultam da evolução de caminhos simplesmente abertos e a maioria das vezes são de
responsabilidade
dos
municípios.
Tais
estradas
são
fundamentais
para
o
desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Atendem a população do interior, onde se
desenvolvem as atividades econômica de agricultura e agropecuária. Segundo Oliveira
(2001), a justificativa para a preocupação com a conservação das rodovias não
pavimentadas consiste no alto custo do transporte para os usuários destas vias, na alta
despesa de manutenção e na impossibilidade de pavimentação de todas a estradas.
Para Anjos Filho (1998) a erosão provocada pela água no leito e nas margens das
estradas é um dos principais fatores para sua degradação, sendo responsável por mais
da metade das perdas de solo do estado de São Paulo. A atual maneira de conservação
de rodovias não pavimentadas tendem a prejudicar a plataforma da rodovia diminuindo
sua vida útil e rebaixando o leito das estradas rurais. Em trechos de solo argiloso, e
preenchido de uma camada de material granular (saibro) para aumentar o atrito entre as
rodas dos veículos e a superfície de rolamento, além de evitar problemas de pista
escorregadia. Entretanto, devido a falta de compactação adequada, as pedras ficam
soltas e provocam grande desconforto para os usuários (ODA, 1995). As práticas de
manutenção utilizadas, entre elas o uso da motoniveladoura, mais conhecida como
"patrol", fazem com que grande parte das rodovias em estudo tenham seu leito
rebaixado, criando barrancos laterais. A superfície de rolamento de uma estrada rural
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não pavimentada deve ser conformada de tal modo que permita a drenagem eficiente
das águas superficiais que se precipitam sobre a plataforma para os dispositivos de
captação e escoamento, como sarjetas, bigodes, valetas etc (SANTANA, 2006).
Segundo Oda (1995) um sistema de drenagem eficiente comporta dois componentes: (i)
a drenagem superficial: consiste na coleta e remoção das águas superficiais que
atingem ou possam atingir a estrada; (ii) a drenagem profunda (subterrânea): realiza a
interceptação e remoção das águas do subsolo do leito estradal. O sistema de
drenagem ineficaz pode comprometer o conforto e a segurança dos usuários e a
durabilidade da rodovia. Diante do exposto, o objetivo do estudo é identificar os
problemas do atual sistema de conservação de rodovias não pavimentas no município
de Miradouro-MG. Este estudo evidencia que a falta de um sistema de drenagem é a
principal causa das patologias nas estradas não pavimentadas. Com este estudo
pretendemos contribuir para o desenvolvimento de estratégias que melhorem o sistema
de conservação das rodovias não pavimentadas no município de Miradouro-MG,
notadamente melhorando a qualidade de vida dos habitantes do município.
METODOLOGIA
Para a elaboração deste trabalho optou-se por uma pesquisa descritiva que, segundo Gil
(2008) neste tipo de pesquisa são descritas as características de uma população,
fenômeno ou de uma experiência. Serão realizadas visitas as rodovias não
pavimentadas do município de Miradouro - MG com extensão de 301,67 Km², situado às
margens da BR116, com população de 10.251 habitantes (IBGE 2010), afim de detectar
os principais defeitos que ocorrem nas rodovias não pavimentadas nos meses de
novembro de 2014 a fevereiro de 2015. Os dados coletados serão tabulados, analisados
e comparados com a literatura atual para que possamos efetuar as análises. É notório
que, sem uma adequada manutenção, o processo de deterioração provoca imensuráveis
prejuízos, aumentando os custos operacionais dos veículos, promovendo significativo
acréscimo no número de incidentes e prejudicando o desenvolvimento da região por ela
servida (ALVES,1990).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
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REFERÊNCIAS
ALVES, D. S. Sistema de Informação Geográfica. In. Simpósio Brasileiro de
Geoprocessamento, v. 1. São Paulo. Anais. 1990, p. 66-78.
ANJOS FILHO, O. Estradas de terra. Jornal O Estado de São Paulo, São Paulo. 29 de
abril de 1998. (Suplemento Agrícola).
BRASIL. Manual de conservação rodoviária. 2.ed. Departamento Nacional de infraEstrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de
Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. - Rio de Janeiro, 2005.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). IBGE cidades
(2010). Disponível em http://www.ibge.gov.br Acesso em 27. ago. 2014
ODA, S. Caracterização de uma rede municipal de estradas não-pavimentadas.
1995. 186p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Transportes), Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos.
OLIVEIRA, J. A. A necessidade de praticá-los. Revista Estradas pesquisa de
materiais alternativos de pavimentação. p.42-7. 2001.
SANTANA, L. A. F. Proposta de composição de custos unitários e orçamentos de
serviços em vias não-pavimentadas (2006). Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Transporte) - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2006.
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QUANTIDADE MÉDIA DE OBRAS, O TIPO E A QUANTIDADE DE RESÍDUO DE
CONSTRUÇÃO CIVIL PRESENTES NA CIDADE DE MATIPÓ NO SEGUNDO
SEMESTRE DE 2014
Lúcio Fernando Silva e Petterson Luiz do Nascimento Ribeiro. Acadêmicos de
Engenharia Civil - Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz, Bacharel e Licenciada em Biologia, especialista
em Gestão Ambiental, Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Professora UNIVERTIX.
Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde
Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Obras; Resíduos; Tipo; Quantidade.
INTRODUÇÃO
Um grande problema relacionado à construção civil é a geração de resíduos. Os
resíduos de construção e demolição (RCD) ocupam grande volume para disposição
final. Considerando que 13% das cidades brasileiras pesquisadas no censo de
saneamento possuem aterros sanitários, 7% possuem aterros especiais e que,
apenas, 5% possuem usinas de reciclagem, deve-se propor e programar métodos
de tratamento de resíduos (IBGE, 2010). Nos últimos anos, o interesse por políticas
públicas para os resíduos gerados pelo setor da construção civil tem se acirrado
com a discussão de questões ambientais. Desperdiçar materiais, seja na forma de
resíduo, seja sob outra natureza, significa desperdiçar recursos naturais, o que
coloca a indústria da construção civil no centro das discussões na busca pelo
desenvolvimento sustentável nas suas diversas dimensões (CARNEIRO, 2005). A
cidade de Matipó/MG se encontra em plena expansão mobiliária, resultado de
alguns fatores, como o desenvolvimento da cafeicultura nas últimas décadas, com
consequente crescimento do comércio local e mais recentemente a implantação da
Faculdade Vértice – UNIVERTIX – a partir de 2008. Todo esse desenvolvimento
ainda hoje vem contribuindo com a ampliação do setor construção civil.
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A gestão ambiental de resíduos da construção no município não vem
acompanhando esse crescimento, já que é muito comum encontrar por toda a
cidade depósitos deste material em calçadas e loteamentos vagos a espera de um
destino. Na cidade ainda não existe nenhuma empresa que recolha e reaproveite
este resíduo gerado nas construções. Atualmente, essa tarefa é realizada pela
prefeitura, que o encaminha a área destinada ao descarte dos resíduos domésticos
do município. Mediante ao problema apresentado a proposta de pesquisa tem como
objetivo geral verificar a quantidade média de obras, o tipo e a quantidade de
resíduo de construção civil presentes na cidade de Matipó no segundo semestre de
2014. Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização da sociedade
e dos órgãos públicos sobre a necessidade de se dar destino adequado aos
resíduos da construção civil, baseado inclusive na legislação pertinente.
METODOLOGIA
A
presente
proposta
trata-se
de
uma
pesquisa
de
natureza
descritiva,
(RODRIGUES, 2007) nesse tipo de pesquisa são utilizadas técnicas padronizadas
de coleta de dados, onde fatos são observados, computados, analisados, divididos
em classe e interpretados, sem que haja interferência do pesquisador. A área de
referência escolhida para o presente estudo foi à cidade de Matipó - MG, um
município considerado de pequeno porte, situado na região da Zona da Mata do
estado das Minas Gerais, que se encontra em plena expansão mobiliária. O projeto
está sendo desenvolvido por etapas. A 1ª etapa: levantamento de quantas e quais
obras estão sendo executadas na cidade. 2ª etapa: quantificação e identificação dos
resíduos gerados. 3ª etapa: elaboração de um manual para destinação correta dos
resíduos baseado na legislação. A pesquisa está sendo realizada no segundo
semestre de 2014. A primeira parte do projeto foi a coleta de dados sobre a
quantidade e quais os principais aspectos das obras que estão sendo executadas no
município, foi aplicado um questionário com o objetivo principal de colher
informações básico sobre cada obra.
RESULTADOS E DISCUSSÃO PRELIMINARES
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Identificamos até o presente momento na cidade treze obras principais de grande
impacto da cidade, em que diversos tipos de resíduos estão sendo gerados. Foram
identificadas nas obras visitadas áreas de disposição irregular dos resíduos,
localizadas no meio da via urbana. Os resíduos são recolhidos em todo município
pela prefeitura e descartado junto com todo lixo da cidade no lixão. Durante a coleta
de dados foi observado que na maioria das obras os materiais são descartados de
forma irregular, isso se da pela falta de estrutura da cidade por não ter nenhum tipo
de serviço especializado em relação à reciclagem de materiais da construção civil e
também pelo baixo conhecimento dos funcionários e descaso dos proprietários que
não vêem importância no descarte adequado desses entulhos gerados. De acordo
com Bernardes, (2006), os agentes envolvidos na gestão municipal dos Resíduos da
Construção são os geradores de resíduos, prestadores de serviços, como os
transportadores, os proprietários de áreas que as cedem para o recebimento de
resíduos e o poder público, onde cada um tem suas responsabilidades previstas
pela legislação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando se comparam os dados obtidos na aplicação do questionário, constata-se
que as pessoas envolvidas nos processos estão despreparadas, precisando de
algum tipo de qualificação. Constata-se que a cidade de Matipó-MG ainda não
obedece às características mencionadas na resolução n°. 307/02 do Conama, sobre
o gerenciamento dos resíduos, reciclagem ou reaproveitamento, tendo o prazo
vencido. As informações apresentadas até o presente momento demonstram que no
setor da construção civil existe uma acentuada geração de resíduos; por outro lado,
faltam políticas municipais e estaduais que possam atuar juntamente com políticas
federais e que criem estruturas de apoio, adequadas às empresas coletoras e
transportadoras desses resíduos. A falta de informação da população também é um
fator relevante que pode intervir no correto descarte dos mesmos gerando impacto
ambiental.
REFERÊNCIAS
BERNARDES, A. Quantificação e classificação dos resíduos da construção e
demolição na cidade de Passo Fundo. Passo Fundo, RS. 2006. Dissertação de
Mestrado. Universidade de Passo Fundo, 92 p.
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BRASIL. Resolução nº. 307, de 05/07/2002. Estabelece diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Ministério do
Meio Ambiente, Conselho Nacional do Meio Ambiente. Diário Oficial da República
Federativa do Brasil, Brasília, DF, nº. 136, 17/07/2002. Seção 1, p. 95-96.
BRASIL. 2005. Sistema Brasileiro sobre Educação Ambiental e Práticas
Sustentáveis. Ministério do Meio Ambiente, Programa Nacional de Educação
Ambiental.
Brasília,
2002.
disponível
em:
http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/pronea3.pdf
Acesso
em:
29.ago.2014.
CARNEIRO, F.P. Diagnóstico e ações da atual situação dos resíduos de
construção e demolição na cidade do Recife. João Pessoa, PB. 2005.
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Paraíba, 131 p.
RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. 2007. Disponível em:
http://professor.ucg.br/siteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/Willian%20
Costa%20Rodrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso em: 08 ago. 2014.
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LEVANTAMENTO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA NO TRABALHO EM
OBRAS DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE MATIPÓ-MG
Cássia Dutra Eugênio e Larissa Oliveira Gomes – Acadêmicas de Engenharia
Civil - Faculdade Vértice – UNIVERTIX.Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre
em Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz - Bacharel e Licenciada em Biologia, especialista
em Gestão Ambiental, Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Professora UNIVERTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: levantamento; Condições de segurança; Trabalho em obras;
Construção civil.
INTRODUÇÃO
Segurança no Trabalho, atualmente tem sido um assunto muito abordado, e de grande
importância, devido ao grande número de acidentes e doenças relacionados ao trabalho.
Para Scopinho (2003), a Segurança no Trabalho trata de um conjunto de ciências e
tecnologias que buscam a proteção do trabalhador em seu local de trabalho, no que se
refere à questão da segurança e da higiene do trabalho. Seu objetivo básico envolve a
prevenção de riscos e de acidentes nas atividades de trabalho visando à defesa da
integridade do trabalhador. No Brasil, a preocupação com a Segurança do Trabalho
ganhou ênfase a partir de 1970, quando o país passou a ser recordista mundial em
número de acidentes, decorrentes das más condições do trabalho e da ausência de uma
política preventiva eficiente. A partir daí, trabalhadores, empresários e governo
passaram a reunir esforços para reverter tal quadro adverso (MICHEL, 2001). Segundo
Araújo (1998), na indústria da Construção Civil, a maior preocupação, está em segundo
lugar na frequência de acidentes registrados em todo o país. Na maioria das empresas a
competitividade e as necessidades econômicas são mais importantes do que a
segurança dos trabalhadores. Conforme Rocha, Saurin e Formoso (2000), assim como
em qualquer atividade do setor privado, a construção civil visa essencialmente à
obtenção de lucros, de modo que, muitas vezes, buscam continuamente a redução de
custos em seu processo de trabalho. Grande parte dos acidentes são consequências
tanto de falhas humanas como de materiais. Desta forma é vantajoso que o trabalhador
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tenha um pouco de entendimento sobre as leis que foram desenvolvidas com a intenção
de preservar seus direitos e a compreender a importância das medidas de segurança,
estabelecidas pelas Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho. A NR18 estabelece as diretrizes de ordem administrativa, de planejamento, de organização,
que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de
segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho da Indústria
da Construção (BRASIL, 2008). Mais do que cumprir a legislação existente, é um dever
da alta administração das empresas proporcionar um ambiente de trabalho seguro e
saudável (ALEVATO, 1999). No entanto, de acordo com a Constituição Federal (1988), a
segurança e a saúde do trabalhador são deveres tanto do proprietário, ou o responsável
pela obra, quanto dos próprios trabalhadores, que tem a obrigação de realizar seu
trabalho de forma segura no plano individual bem como no plano coletivo. Conforme
Benite (2004, p.15), segurança e saúde ocupacional, é “o estado de estar livre de riscos
inaceitáveis de danos nos ambientes de trabalho, garantindo o bem estar físico, mental e
social dos trabalhadores”. Grande parte das empresas ligadas à Construção Civil já
perceberam a relevância de desenvolver um programa de conscientização a fim de
transmitir aos trabalhadores as técnicas necessárias para garantir a seguridade e a
salubridade no ambiente de trabalho. Porém, se sabe que essa não é uma realidade em
obras de pequeno porte. No Brasil, a maioria das construções de casas e edifícios são
obras particulares, ou seja, não são realizadas por construtoras, sendo mais comum a
existência de mão de obra desqualificada (ROCHA, 2000).
Diante do exposto, o objetivo deste estudo consiste em verificar as condições de
segurança no trabalho em canteiros de obras da cidade de Matipó, analisando as
medidas de segurança utilizadas.
Com este estudo pretendemos contribuir para que os profissionais da construção civil
possam compreender melhor a importância do segurança no trabalho no ambiente de
trabalho.
METODOLOGIA
Para a elaboração deste trabalho optou-se por uma pesquisa descritiva que, segundo Gil
(2008) neste tipo de pesquisa são descritas as características de uma população,
fenômeno ou de uma experiência. A pesquisa será realizada com funcionários de
canteiros de obras de pequeno porte da construção civil, em Matipó, cidade da Zona da
Mata do Estado de Minas Gerais. A coleta de dados terá início em setembro de 2014.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em execução e os resultados parciais apontam até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
ALEVATO, H. M. R. Trabalho e Neurose: enfrentando a tortura de um ambiente em
crise. Rio de Janeiro: Quartet, 1999.
ARAÚJO, N. M. C. Custos de Implantação do PCMAT (Programa de condições e
meio ambiente de trabalho na indústria da construção) em obras de edificações
verticais – um estudo de caso. 1998. 78p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção), Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 18801: Sistema de gestão
da segurança e saúde no trabalho: Rio de Janeiro, 2010.
BENITE, A. G. Sistema de Gestão da Segurança e saúde no trabalho. São Paulo: O
nome da Rosa, 2004.
BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. NR 18: condições e meio ambiente de
trabalho na indústria da construção. Brasília, DF, 2008. Disponível em:
http://www.mte.gov.br. Acesso em: 29.ago.2014
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
MICHEL, O. Acidentes do Trabalho e Doenças Ocupacionais. São Paulo: LTr, 2001.
ROCHA, C. A.; SAURIN, T. A.; FORMOSO, C. T. Avaliação da aplicação da NR-18 em
canteiros de obras. Encontro Nacional de Engenharia de Produção. São Paulo, 2000.
Disponível
em:
http://www.cpgec.ufrgs.br/norie/nr18/carocha.pdf.
Acesso
em:
29.ago.2014.
SCOPINHO, R. A. Vigiando a Vigilância: saúde e segurança no trabalho em tempos de
qualidade total. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2003.
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ARTIGOS
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PROJETO MÁQUINA DE ESPUMA
Mylena da Silva Maia Vicente, Vinícius de Oliveira Andrade Goulart Graduandos
em Engenharia Civil. Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Érica Estanislau Muniz Faustino, Mestranda em Ensino de Física. Especialista em
Ensino de Física. Graduada em Física. Professora da Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Ailton Moreira Magalhães - Especialista em Gestão Ambiental, Graduado em
Engenharia Civil. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Leonardo da Silva Gonçalves - Graduado em Engenharia Civil. Professor da
Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Marcelo de Carvalho Mendes - Especialista em Ensino de Física.Especialista em
Matemática. Graduado em Física e Matemática. Professor da Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O presente trabalho tem como base os fundamentos do estudo da transformação de
água e sabão em espuma. A partir de conhecimentos teóricos e de aparatos
experimentais de física, química e mecânica, foi construída uma máquina no qual
transforma água com sabão em espuma através da pressão da água, pressão essa
que foi atribuída através de uma bomba submersa. Em testes realizados a pressão
da água e quantidade de espuma produzida e jogada pelos bicos contra o vento
foram fatores de êxito no experimento. Este estudo proporciona a compreensão das
aplicações dos conhecimentos de mecânica dos fluidos, em máquinas utilizadas em
eventos de lazer, o que faz o estudante de engenharia estar mais próximo da prática
de atuação compreendendo como os equipamentos e os fenômenos físicos
funcionam.
PALAVRAS-CHAVE: Máquina de espuma; água com sabão; pressão da água;
bomba submersa.
INTRODUÇÃO
O acadêmico em engenharia, em sua formação deve ter como base um perfil
teórico e prático pautado em bases conceituais em que, “Os engenheiros que
necessitavam resolver problemas práticos que lhe eram apresentados, voltaram-se
para a experimentação, desenvolvendo fórmulas empíricas que atendiam suas
necessidades”. (AZEVEDO NETTO, 1998, p.1)
Algumas festas não são feitas para serem de sofisticadas e com muita
cerimônia. Quando a intenção é fazer uma festa emocionante, é certo garantir um
monte de risos e muitas recordações, para não mencionar um pouco de bagunça,
temos como exemplo uma “ festa de espuma” , que é uma opção cada vez mais
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popular: “ ao invés de pagar para alugar uma máquina de espuma, porque não fazer
a nossa própria máquina?” foi assim a ideia inicial do protótipo de baixo custo.
Foram dias e dias de estudos e testes, pois existe pouco conceito sobre o
assunto de forma alternativa. Ajustes e mudanças, pois os resultados obtidos não
eram satisfatórios, ou melhor, não se conseguia chegar em algum resultado; em
algumas vezes, era muita pressão da água; em outras, era muito sabão, pouco
vento. Dúvidas eram constantes e conclusões vieram com muitos estudos sobre
assuntos relacionados na construção e no objetivo que seria a produção de espuma
em grande quantidade e em menos tempo possível com o menor gasto de sabão
nessa produção de espuma, até enfim chegar ao objetivo desejado.
Diante disso, o objetivo deste artigo é o de analisar, a partir de vários testes
com materiais de baixo custo, a construção de uma máquina que produza espuma
de sabão em grande quantidade e em menos tempo possível.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A mecânica dos fluidos é a ciência que estuda o comportamento físico dos
fluidos, assim como as leis que regem esse comportamento (BRUNETTI, 2008, p.1),
tanto em repouso como em movimento, assim, é necessário compreender algumas
definições básicas destes comportamentos. Assim, o manual técnico de bombas
centrífugas mostra as bombas tem a finalidade básica o transporte de fluidos
incompreensíveis (fenômenos dos transportes) de baixa viscosidade para fazer o
bombeamento (MANUAL DE BOMBAS SCHNEIDER, 2001). Para isso, devemos
analisar as propriedades dos fluidos:
Massa especifica () – é a razão da massa pelo volume, cuja expressão é:
,
Sua unidade no Sistema Internacional de Unidades (SI) é kg/m 3.
Pressão (P) – é o quociente da força necessária para deslocar o fluido por
unidade de área, cuja expressão é:
,
Sua unidade no Sistema Internacional de Unidades (SI) é N/m 2 ou Pascal
(Pa).
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Vazão (Q) – é a relação entre o volume do fluido que atravessa uma seção
transversal pelo tempo gasto, cuja fórmula é:
,
Sua unidade no Sistema Internacional de Unidades (SI) é m3/s.
As bombas hidráulicas são máquinas que recebem energia potencial de um
motor e transformam parte desta energia em energia cinética e energia de pressão,
cedendo ao fluido bombeado estas energias para que ocorra o transporte de um
ponto a outro na seção (BRUNETTI, 2010, p.91).
A maioria das instalações de abastecimento de água utilizam bombas
hidráulicas, requerendo que no interior de sua carcaça e na sua tubulação de sucção
esteja preenchido com água (escorvados) para que a sucção da água possa ser
efetivada. O escorvamento das bombas pode ser efetuado instalando – as abaixo do
reservatório de captação.
Para entender o funcionamento de uma máquina de espuma começaremos
por explicar o conceito físico e mecânico principal para o funcionamento da mesma:
bombas centrífugas submersas.
As bombas centrífugas são consideradas bombas centrífugas verticais, com
escorvamento por meio de rotor axial, e tais bombas são dotadas de selagem tipo
hidrodinâmica, sendo assim não utilizam selagem mecânica ou graxeta (BOMAX DO
BRASIL, 2014).
Este equipamento deve ser instalado de forma que o tubo de sucção fique
imerso no liquido, ficando as demais partes da bomba acima do nível do líquido. A
altura da sucção, definida como sendo a distância entre o eixo da bomba e a
superfície do líquido a ser bombeado mais as perdas de carga na tubulação de
sucção que deve ser a menor possível (AZEVEDO NETTO, 1998. p.300).
ViIela et al., (2003), diz que, quando a bomba é instalada abaixo do nível da
água do reservatório, a tubulação de sucção permanece constantemente preenchida
com o líquido, o que produz um maior rendimento da bomba.
O equipamento é composto por um rotor centrífugo e um rotor axial e
dependendo do comprimento do tubo de sucção a bomba pode ser fornecida com
dois rotores axiais. O Rotor Axial tem a função de escovar a bomba, logo é ele que
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direciona o liquido até o Rotor Centrífugo (MANUAL DE BOMBAS SCHNEIDER,
2001).
O Rotor Centrífugo é componente responsável pelo bombeamento e pela
selagem da bomba (selagem hidrodinâmica). (BOMAX DO BRASIL, 2014). A
selagem hidrodinâmica é o Contra Rotor situado na parte traseira do rotor centrifugo
que coleta o líquido que novamente vazaria pelo eixo da bomba, este processo de
coleta faz com que o líquido seja retornado para câmara de bombeamento, evitando
assim qualquer tipo de vazamento do equipamento, porém, este processo só atua
com a bomba em operação.
Carvalho
(1992)
faz
um
comentário,
que
bombas
com
modelos
hidrodinâmicas de fluxo radial, também conhecidas como bombas centrífugas se
destacam entre os vários modelos.
METODOLOGIA
A construção da máquina e o experimento para coleta de dados foi
desenvolvido pelo grupo de alunos e pelos professores de do curso de Engenharia
Civil da Faculdade Vértice-Univértix de Matipó-MG. Foram utilizados os seguintes
materiais para a construção do protótipo:
 1 tambor Plástico 200 litros que tem a finalidade de ser o reservatório de água
com sabão;
 1 mangueira de plástico de 20 metros para fazer a conexão entre reservatório e
a máquina;
 2 braçadeiras para fixar a mangueira;
 2 Conectores;
 1 bomba submersa;
 1 cilindro de Aço com 42 cm de diâmetro;
 Cano PVC com 42 cm de comprimento;
 1 Exaustor com hélice de 35 cm de diâmetro.
 1 Fio de 10 mm
 Tela de Nylon para saída da espuma
 1Ponta de Irrigador;
 2 disjuntores.
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Na construção da máquina foi feito um furo no cilindro de aço e atravessou o
cano de PVC. Nesse cano, foram feitos três furos e fixou um conector com pontas
de irrigação direcionados na boca da máquina. Estes conectores terão a função de
jogar espuma nas bordas do cilindro de aço. Na parte de trás do cilindro, foi
colocado o exaustor, que tem objetivo com o funcionamento da máquina, empurrar a
espuma jogada nas bordas do cilindro para fora que passará por uma tela de Nylon
colocada na boca do cilindro. No tambor colocou uma bomba submersa 300 W e
127 V com frequência de 60 Hz com especificação de vazão de 1200 L/h a 900 L/h
na altura de 20 a 30 mca que foi conectada a uma mangueira para levar a água
com sabão até o cilindro. Por último, foi instalado dois mini disjuntores, onde um terá
a finalidade de ligar a bomba e o outro de ligar o Exaustor. As figuras abaixo
mostram as partes da máquina construída.
Bico saída de água com sabão
Bicos ( Irrigador )
Exaustor
Tela Nylon ( Saída de espuma )
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Saída de água da Bomba
Galão 200 litros (Reservatório de água )
Bomba
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Em testes
parciais realizados para calcular a vazão da mistura de
água e sabão, verificamos um aumento significativo na produção de espuma com
um volume de 80 litros (0,08 m3) no tambor de altura 30 cm da mesma. A quantidade
de detergente diluído em água foi de 2 litros. A dimensão da cuba que coletou a
espuma é de volume 0,18 m3. Na tabela 1 mostramos as grandezas e os dados
coletados e calculados pelo grupo.
Tabela 1- Grandezas e cálculos para verificar a produção de bolhas.
Tempo (s)
Vazão (m3s)
Espuma (m3)
Gasto de água (cm)
4
0,02
0,183
1
5
0,016
0,22
1,3
6
0,013
0,27
1,5
7
0,011
0,31
1,8
8
0,01
0,36
2
De acordo com os dados da tabela anterior foram produzido dois
gráficos: que são: gráfico 1: vazão (m3/s) x tempo (s) e gráfico 2: espuma (m3/s) x
tempo (s).
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No gráfico 1 verificamos como mostra o diagrama abaixo, que com
aumento do intervalo de tempo a vazão de água diminui, aumentando a
transformação de espuma resultando em uma maior eficiência da máquina que
atinge um rendimento de 0,25% no intervalo de 4 s, com tendência de aumento.
Gráfico 1: Fonte: autores.
No gráfico 2 a quantidade de espuma produzida pela máquina no mesmo
intervalo de tempo do experimento teve um aumento de forma crescente e linear.
Assim, encontramos um coeficiente no valor de 0,09, possibilitando identificar que
um volume de 100 m3 será atingido num tempo de aproximadamente 18,6 minutos.
Ou seja, quanto mais tempo a máquina ficar ligada maior será sua eficiência
(produção de espuma).
Gráfico 2: fonte: autores
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Baseado na análise dos resultados foi possível identificar que: a relação entre
quantidade de espuma e o gasto de água tem uma vazão constante de 0,7 m 3/s; o
volume de água gasto em relação a quantidade de espuma produzida é
proporcional, ou seja, a medida que aumenta a quantidade de água aumenta – se a
quantidade de espuma; foi possível concluir que com o tempo a máquina de espuma
torna-se mais eficiente transformando mais água em espuma reduzindo a vazão
possibilitando a estimativa de gasto materiais e tempo na produção de espuma.
Por fim, podemos então concluir com base nas observações realizadas neste
trabalho que para um bom funcionamento da máquina de espuma, temos que
relacionar fatores físicos, químicos e mecânicos e associá-los da forma como foi
para obter mais resultados. existe a necessidade de realização de mais testes para
o estudo do funcionamento de outras variáveis deste experimento principalmente o
escoamento do fluido no interior do exaustor e a eficiência da bomba. Porém, a
equipe alcançou resultados positivos e satisfatórios.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO NETTO, J.M.; FERNANDES, M.F.; ARAUJO, R.de; ITO, A.E. Manual de
hidráulica. 8.ed. São Paulo: Edgard Blücker, 1998. 670 p..
BRUNETTI, Franco. Mecânica dos fluidos. São Paulo: Pearson, 2005.
CARVALHO, D.F. Instalações elevatórias – bombas. 5 ed. Belo Horizonte:
FUMARC, 1992. 352 p.
LIVI, Celso P.. Fenômenos de transporte: um texto para cursos básicos. Rio de
Janeiro. LTC. 2004.
Manual de Bombas Schneider, Disponível em: <<http://www.issa.com.br>. Acesso em 13
jun. 2014.
MUNSON, B.R. e YOUNG, D.F. Fundamentos da Mecânica dos Fluídos. São
Paulo. 4 ed. Edgard Blücher. 2004.
Princípios de Funcionamento e Conceitos Básicos sobre Bomba Submersa.
Disponível em: <<http://www.bomax.com.br/pg-print-bomb-submersa.php>. Acesso
em 13 jun. 2014.
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RESNICK, Robert. HALLIDAY, David; KRANE, Kenneth S.. Física. Vol. 2. São
Paulo: Livros Técnicos e Científicos, 2008.
TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros. Vol. 1. 6
ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos. 2009.
VILELA, L.A.A; BOTREL, T.A.; SOCCOL, O.J.; GERVÁSIO, E.S.; NETO, O.R.
Dispositivo para monitoramento da operação de conjuntos motobomba
elétricos . Revista Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v.23, n.2, p. 250-6, 2003.
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A IMPORTÂNCIA DOS SOFTWARES CAD PARA PROFISSIONAIS DO RAMO DA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Dione da Costa Oliveira - Técnico em Edificações - Graduando em Engenharia Civil
- Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Joyce Perígolo Breder - Graduada em tecnologia em construção civil. Especialista
em construção civil com ênfase em perícia e avaliação. Professora da Faculdade
Vértice- UNIVÉRTIX.
Andréia Almeida Mendes – Graduada em Letras. Especialista em docência do
ensino superior. Mestre em Linguística. Doutoranda em Linguística. Professora da
Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Renata Pessoa Bifano - Graduada em Física - Professora da Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso - Graduada em Matemática. Especialista em
Matemática - Professora da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Alessandra Ambrósio Horsth - Graduada em engenharia civil; especialista em
construção civil com ênfase em gestão e avaliação nas construções –Professora da
Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Rafael Eller de Souza - Graduado em designer de produtos. Mestre em engenharia
de materiais. Professor da Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Este artigo busca compreender a importância dos softwares CAD para profissionais
no ramo da construção civil. Para a obtenção de resultados concretos e para que
pudéssemos saber a diferença de tempo para se fazer um projeto à mão e em um
software CAD, foi utilizado um projeto arquitetônico bem elaborado de um
desenhista de Manhuaçu feito em agosto de 1989 completamente à mão seguindo
as regras do desenho arquitetônico no qual foi gasto um tempo estipulado entre 10 a
15 dias destinado para o processo de desenho do projeto até o acabamento final em
nanquim, quando o CAD já existia, mesmo assim ainda não era acessível a todos os
profissionais, portanto, não sendo muito usual pelos mesmos. O mesmo projeto foi
reproduzido pelo aluno emCAD, utilizando-se de seis dias num total aproximado de
36 horas para conclui-lo.
PALAVRAS-CHAVE: CAD; Diferença de tempo; Projeto arquitetônico, Softwares.
INTRODUÇÃO
Para abordarmos o assunto, faz-se necessário a definição dos principais
elementos envolvidos - CAD (os softwares de computador hoje utilizados para a
elaboração de projetos):
A sigla CAD representa Computer Aided Design, traduzindo para o português
fica Desenho assistido/ ou auxiliado por computador. Os softwares de CAD são
enquadrados como ferramentas gráficas suportadas pela tecnologia computacional,
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cujo objetivo é o desenvolvimento de desenhos e projetos aplicados às mais
diversas áreas da engenharia, arquitetura, design, desenho industrial e comunicação
visual, disponibilizando comandos e ambientes para a representação gráfica com
elevado grau de precisão e recursos visuais estáticos e dinâmicos que possibilitam o
controledo processo de desenvolvimento (SOUZA et al., 2005)
Existem hoje vários softwares CAD sendo utilizados para a elaboração de
projetos, dentre os melhores e mais utilizados, o AutoCAD, RevitArchitecture, QiCAD
e QiSAT.
Esses programas voltados para o desenho técnico com plataforma CAD
proporcionam ao profissional um maior nível de precisão, dispensando quase que
por completo os materiais de desenho técnico utilizados no projeto á mão como
lapiseiras com grafites de diferentes espessaras, prancheta, papel vegetal, canetas
nanquins, régua paralela, gabaritos, bolômetros, curva francesa, aranhas (para
desenvolver a escrita) etc.
A finalidade deste artigo é buscar compreender a importância dos softwares
CAD para profissionais no ramo da construção civil.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Até pouco tempo atrás, existia resistência quanto aos softwares CAD; hoje, os
estudantes ou pelo menos a maioria deles fogem dos lápis e desenvolveram
aversão à prancheta (TUPINAMBÁ, 2010, p. 01).
Hoje em dia, profissionais que se formaram antes que se iniciasse a
utilização de softwares CAD e que não se adaptaram ao “novo estilo de
projetar” tentam resistir aos softwares CAD, argumentando que os
desenhos assistidos por computadorfaltam com a riqueza de detalhes ou
que o processo criativo é prejudicado, quando se trabalha no computador.
Atualmente, existem vários profissionais atuando nessa área –CAD. Muitos
deles atuando com maestria e eficiência elaboram projetos com um nível de
detalhamento que há vinte e cinco anos atrás – quando surgiram os
primeiros softwares CAD disponíveis no mercado – nem se imaginava que
seria possível (TUPINAMBÁ, 2010, p. 01).
Nas faculdades das áreas de engenharia, o ensino do desenho feito à mão
permanece para que o futuro profissional mantenha todo o processo criativo.
Mas o CAD é parte integrante das grades curriculares e a evolução do
software não perde em eficiência e riqueza de detalhes, ficando o nível de
detalhamento mais a cargo do profissional que executa o programa, do que as
ferramentas disponíveis.
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O software CAD escolhido pelo aluno no desenvolvimento desse experimento
prático foi o AutoCAD.
É um software bastante estável. Foi um dos primeiros programas desse tipo
a rodar em computadores pessoais. Atualmente, ele só roda em Windows.
Algumas versões foram lançadas para Unix no passado, porém foram
descontinuadas. É uma ferramenta utilizada para o desenho de diversos
produtos em inúmeras áreas, como a indústria automobilística, engenharia,
construção civil, arquitetura, informática, etc. O AutoCAD é dividido nas
versões completa (aproximadamente US$4000), LT (aproximadamente
US$900 – sem o recurso 3D) e a versão para estudantes a um preço mais
acessível. A versão para estudantes é igual à versão completa, porém, não
pode ser usada comercialmente e quando impressos, os documentos
mostram uma informação dizendo que é uma versão para uso não
comercial. (AMARIZ, 2013, p. 01)
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caso em que se pretendeu analisar se as presentes
afirmações realizadas por Amariz (2013) e Tupinambá (2010) se confirmam através
do experimento prático desenvolvido pelo aluno no software de computador
AutoCAD; para tanto, foi realizada a reprodução de um projeto arquitetônico definido
como um projeto para aprovação e execução de acréscimo da construção
residencial unifamiliar situada às ruas Plinio Pinheiro e Oscar Fernandes Lopes,
lotes 14/15 loteamento Bairro São Lourenço – Manhuaçu MG, com intenção de se
provar que um projeto auxiliado por computador faz com que o projetista gaste um
tempo consideravelmente menor, com relação a um projeto sendo feito à mão.
Para esse trabalho também foi feita uma pesquisa com profissionais de Matipó
e que trabalham ou trabalharam na Faculdade Vértice da área da construção civil
abrangendo a utilização de softwares CAD e também uma entrevista com o
desenhista que é autor do projeto utilizado neste trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados e discussões deste artigo têm como objetivo apresentar o projeto
feito no AutoCAD (software CAD escolhido pelo aluno) e o mesmo projeto feito à
mãopelo desenhista Paulino Ferreira Oliveira, no ano de 1989, que é atuante na
área desde 1976, formado em tecnologia em construção civil e graduando em
Arquitetura e Urbanismo. Outro objetivo é especificar a diferença de tempo gasto em
sua realização, ressaltando assim a importância dos softwares CAD no ramo da
construção civil hoje em dia.
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Abaixo, temos uma entrevista com o desenhista citado acima e autor do projeto
utilizado neste trabalho.
Entrevistado: Paulino Ferreira Oliveira
Graduado em Tecnologia em construção civil e graduando em Arquitetura e
Urbanismo.
Atuante na área desde 1976.
A . Quanto tempo foi destinado para o processo de desenho do projeto até o
acabamento final em nanquim?
De 10 a 15 dias.
B . Qual o benefício dos softwares de CAD ?
O CAD otimiza o trabalho, pois tem como você corrigir sem grandes perdas, no
processo do nanquim
dependendo do erro,
tinha que se desfazer de todo
trabalho, perdia todo o serviço. E o programa traz certo refinamento.
C . Quais materiais utilizava para projetar a mão?
Canetas nanquim com penas de nº 01 à 08, aranha, monógrafo, régua paralela,
prancheta, esquadros, gabaritos, lapiseira e borracha.
O mesmo projeto foi reproduzido pelo aluno no Software CAD, utilizando-se de
seis dias num total aproximado de 36 horas para conclui-lo.
Obs.: Os desenhos inseridos abaixo não estão em escala e nem em tamanho
diretamente proporcional com relação aos que foram plotados na devida escala.
Figura 1 – Correlação entre desenho da planta baixa do 1° pav.feita à mão e no software CAD
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Na figura 1, vemos o desenho da planta Baixa do 1º Pavimento feita à mão e
por auxílio do software CAD AutoCAD.
Figura 2 – Correlação entre desenho da planta baixa do 2º pav. Feita à mão e no software CAD
Na figura 2, vemos o desenho da planta Baixa do 2º Pavimento feita à mão e
por auxílio do software CAD AutoCAD.
Figura 3 – Correlação entre desenho do diagrama de cobertura feito à mão e no software CAD
Na figura 3, vemos o desenho do diagrama de cobertura feito à mão e por
auxílio do software CAD AutoCAD.
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Figura 4 – Correlação entre o desenho da planta de situação feito à mão e no software CAD
Na figura 4, vemos desenho da planta de situação feito à mão e por auxílio do
software CAD AutoCAD.
Figura 5 – Correlação entre o desenho do corte transversal AA feito à mão e no software CAD
Na figura 5, vemos o desenho do corte AA feito à mão e por auxílio do software
CAD AutoCAD.
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Figura 6 – Correlação entre o desenho do corte transversal BB feito à mão e no software CAD
Na figura 6, vemos o desenho do corte BB feito à mão e por auxílio do software
CAD AutoCAD.
Figura 7 – Correlação entre o desenho dafachada principal feito à mão e no software CAD
Na figura 7, vemos o desenho do corte BB feito à mão e por auxílio do software
CAD AutoCAD.
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Figura 8 – Correlação entre o desenho da fachada lateral feito à mão e no software CAD
Na figura 8, vemos o desenho da fachada lateral feito à mão e por auxílio do
software CAD AutoCAD.
Segundo Tupinambá (2010, p. 01) profissionais argumentam que os desenhos
assistidos por computador faltam com a riqueza de detalhes.
Com tudo, os desenhos exibidos acima mostram o contrário, deixando bem
claro que é possível se projetar em CAD sem que se falte com a riqueza de detalhes
dependendo inteiramente de quem está projetando.
Como já mencionado, para esse trabalho também foi feita uma pesquisa com
profissionais de Matipó e que trabalham ou trabalharam na Faculdade Vértice da
área da construção civil abrangendo a utilização de softwares CAD, abaixo temos os
resultados da pesquisa em gráficos.
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Gráfico 1 – Nº de entrevistados que utilizam softwares CAD
Acima vemos que 100% dos entrevistados utilizam algum software CAD para a
elaboração dos serviços prestados.
Gráfico 2 – Quantidade de Softwares utilizados além do AutoCAD
De acordo com a pesquisa 6,67% dos entrevistados utilizam apenas um
software CAD, 26,67% utilizam dois, 33,33% utilizam três e 33,33% acima de quatro
softwares.
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Gráfico 3 – Utilização de projetos à mão
O gráfico acima mostra que 20,0% dos entrevistados ainda faz algum tipo de
projeto à mão enquanto o restante dos 80,0% não.
Gráfico 4–Tempo em que cada entrevistado não projeto mais à mão
Dos entrevistados que não fazem nenhum tipo de projeto à mão, 41,67% deles
nunca fizeram, enquanto 8,33% não fazem entre 1 a 5 anos, enquanto 50,0% não
projetam mais a acima de 8 anos.
Gráfico 4– Tempo de utilização do software CAD
Dos entrevistados 20,0% utilizam o programa desde um período entre 1 a 3
anos, 26,67% entre 5 a 8 anos e 53,33% a acima de 8 anos.
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Segundo Tupinambá (2010, p. 01) até pouco tempo atrás, existia resistência
quanto aos softwares CAD; hoje, os estudantes ou pelo menos a maioria deles
fogem dos lápis e desenvolveram aversão à prancheta.
A pesquisa mostrada em gráficos acima afirma mostrando que todos os
profissionais entrevistados utilizam, no mínimo, um software CAD.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os softwares CAD tem sido uma grande ajuda para os engenheiros e
arquitetos que estão descobrindo que é impossível lidar com perfeição com
desenhos e projetos sem o uso do computador. O CAD, nestes casos, ajuda
a projetar uma arquitetura virtual antes da arquitetura real. Este processo é
importante para a visualização das definições e correta compreensão do
conjunto, tornando-se imprescindível para apresentação do projeto ao
cliente (REIS, 2013, p. 01).
Contudo, mesmo com a utilização de softwares CAD no mercado de trabalho
no ramo da construção civil, não basta apenas saber manipulá-los, é preciso ter
conhecimento teórico e prático das normas regulamentadoras e representações
utilizadas como padrão do desenho arquitetônico para que osprofissionais possam
fazer com que essas informações sejam plotadas corretamente.
Por isso, é importante que as instituições de ensino técnico e superior
continuem oferecendo primeiramente (ou ao mesmo tempo em que ensinam CAD)
uma noção prática e teórica do desenho feito à mão, por que para se ensinar sobre
o que é desenho e representação gráfica na área técnica, as aulas de desenho
ainda são a melhor maneira de aprendere são fundamentais para desenvolver o
raciocínio e a visualização espacial para projetar e realizar um projeto atendente às
normas técnicas para depois conseguir fazer o mesmoem Softwares CAD que estão
na praticidade, agilidade e processo de produção do projeto; com ele, foram
eliminadas diversas etapas que estavam relacionadas a produção do montante da
documentação, subtraindo muito do tempo do objetivo do projeto.
Vale também ressaltar que antes do projeto final, tanto feito à mão quanto em
CAD, deve ser feito o Croqui que é um desenho confeccionado com pequena
duração com média de 15 minutos.
O Croqui é desenho não obrigatoriamente em escala, confeccionado
normalmente à mão livre e contendo todas as informações necessárias à sua
finalidade. (NBR 10647, 1989, p. 2).
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REFERÊNCIAS
GIANACCINI, Thiago. O Surgimento do AutoCAD e Sua Importância para a
Indústria.
Cursos
Guru.
Disponível
em:
http://cad.cursosguru.com.br/novidades/como-surgiu-autocad-qual-suaimportancia/.Acesso em: 26.Jul.2014.
OBERG, Lamartine. Desenho Arquitetônico: Instrumentos e materiais de desenho.
Utilização e tecnologia. 22. ed. Rio de Janeiro: AO LIVRO TÉCNICO S/A, 1979.
AMARIZ,
Luíz
Carlos.
AutoCAD.
Infoescola.
Disponível
http://www.infoescola.com/informatica/autocad/. Acesso em 24.Jul.2014.
em:
SOUZA, Antônio Carlos et al; AutoCAD 2004 Guia Prático para desenhos em 2D.
Florianópolis: EdUFSC, 2005.
TUPINAMBÁ, Bruno. A morte do papel. Portal do Arquiteto.Disponível em:
http://www.portaldoarquiteto.com/blog/bruno-tupinamba/1591-a-morte-do-papel.
Acesso em: 25.Jul.2014
REIS, Cleber. A importância do AutoCAD na Engenharia e Arquitetura. Plataforma
CAD.
Disponível
em:
http://plataformacad.com.br/importancia-autocad-naengenharia-e-arquitetura/. Acesso em: 25.jul.2014.
______. NBR 10647 – Desenho técnico. Rio de Janeiro, 1989.
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AVALIAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM CARATINGA – MG: DIFICULDADES, DESAFIOS
E POSSIBILIDADES PARA UM GERENCIAMENTO SUSTENTÁVEL
Natália dos reis soares, Tuanny alves coelho.. Graduanda em Engenharia Civil Faculdade Doctum.
Tatiana Campos. Graduanda em Engenharia Civil - Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Aline Rodrigues Soares. Graduada em Química. Mestre em Agroquímica. Doutora
em Química Analítica. Pós-doutoranda em Ciência do Solo. Professora da
Faculdade - UNIVERTIX.
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade UNIVERTIX.
Renata Pessoa Bifano. Graduada em Física. Professora da Faculdade Vértice UNIVERTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da
Faculdade Vértice - UNIVERTIX.
[email protected]
RESUMO
A escassez de recursos naturais tem levado à busca por soluções que tragam o
desenvolvimento econômico juntamente com o crescimento sustentável. O
problema ambiental gerado pelos resíduos depositados de forma desregrada em
aterros clandestinos, acostamentos e rodovias deve ser resolvido visando preservar
o meio ambiente. Ações têm sido criadas para reverter essa situação, é o caso da
resolução do Conama 307/02, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos
para a Gestão dos Resíduos da Construção Civil. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o gerenciamento de resíduos de uma construtora da cidade de Caratinga e
investigar o recolhimento e destinação final dos resíduos sólidos da construção civil
no município. Pode-se constatar que a falta de informação e incentivos é a principal
causa de um gerenciamento inadequado dos resíduos da construção civil nas obras
realizadas no município.
PALAVRAS CHAVES: Resíduos
Desenvolvimento Sustentável.
da
Construção
Civil,
Gerenciamento,
INTRODUÇÃO
A construção civil é um dos setores mais relevantes da economia brasileira,
apresentando níveis espetaculares de crescimento, sobretudo nos últimos três anos.
Porém, comporta-se, ainda, como grande geradora de impactos ambientais, quer
seja pelo consumo de recursos naturais, pela modificação da paisagem ou pela
geração de resíduos.
Os impactos ambientais envolvendo a grande geração de resíduos da
construção civil são notórios, provocando inúmeras interferências no meio ambiente
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devido ao acúmulo e destinação inadequada para tal resíduo (YUAN e SHEN, 2011).
Na maioria das vezes, esse resíduo é retirado da obra e disposto clandestinamente
em locais como terrenos baldios, margens de rios e de ruas das periferias, gerando
uma série de problemas ambientais e sociais, como a contaminação do solo por
gesso, tintas e solvente; a proliferação de insetos e outros vetores contribuindo para
o agravamento de problemas de saúde pública (WU et al., 2014). Além disso, os
elevados gastos por parte da administração pública na limpeza e remoção desses
resíduos de locais inadequados, bem como da construção de um local apropriado
para receber os mesmos, é hoje um dos grandes problemas enfrentados pelos
governantes, o que acaba gerando um ciclo vicioso de disposição inadequada e
remoção dos mesmos pelas companhias de limpeza pública (BENVENUTO e
ESUZUKI, 2009)
Nas construções realizadas nos municípios brasileiros nota-se a geração de
uma grande quantidade de entulho, evidenciando um desperdício irracional de
material: desde a sua extração, passando pelo seu transporte e chegando à sua
utilização na obra. Outro ponto preocupante dessa questão é a não realização da
segregação desses materiais que vão para descarte, o que gera a contaminação
desses materiais que poderiam ser reciclados e novamente empregados nas obras
de engenharia (SPADOTO et al., 2012). Diante desse quadro, percebe-se uma
grande necessidade, tanto por parte do setor público como do setor privado, de
implementar um gerenciamento adequado dos resíduos da construção civil nos
municípios brasileiros, buscando mecanismos eficazes de redução, reutilização e
reciclagem do entulho. Assim o presente tem por objetivo avaliar o gerenciamento
de resíduos de uma construtora da cidade de Caratinga e investigar o recolhimento
e destinação final dos resíduos sólidos da construção civil no município.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os resíduos de construção civil (RCD) são parte integrante dos resíduos
sólidos urbanos, sendo provenientes de construções, reformas, reparos e
demolições de obras. Dentre esses resíduos temos tijolos, blocos cerâmicos,
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos, caliça
ou metralha (CONAMA, 2002).
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A geração dos Resíduos da Construção Civil se deve, em grande parte, às
perdas de materiais de construção nas obras através do desperdício durante o seu
processo de execução, assim como pelos restos de materiais que são perdidos por
danos no recebimento, transporte e armazenamento (SILVA et al., 2014). Dentre os
inúmeros fatores que contribuem para a geração dos RCC estão os problemas
relacionados ao projeto, seja pela falta de definições e/ou detalhamentos
satisfatórios, falta de precisão nos memoriais descritivos, baixa qualidade dos
materiais adotados, baixa qualificação da mão-de-obra, o manejo, transporte ou
armazenamento inadequado dos materiais, a falta ou ineficiência dos mecanismos
de controle durante a execução da obra, ao tipo de técnica escolhida para a
construção ou demolição, aos tipos de materiais que existem na região da obra e
finalmente à falta de processos de reutilização e reciclagem no canteiro (WANG et
al., 2014).
No Brasil, a geração contínua e crescente de resíduos da construção e
demolição está diretamente ligada ao elevado desperdício de materiais na realização
dos empreendimentos. Estima-se que, para cada tonelada de lixo urbano recolhido,
são coletadas 2 toneladas de entulho, representando de 54% a 70% dos resíduos
sólidos urbanos de cidades brasileiras como Rio de Janeiro e Belo Horizonte (MOTTA
e FERNANDES, 2003). Ainda que os resíduos produzidos nas atividades de
construção, manutenção e demolição tenham estimativa de geração muito variável,
admite-se que os valores típicos encontram-se entre 0,40 e 0,50 t/hab.ano, valor igual
ou superior à massa de lixo urbano (RECESA, 2008).
Na grande maioria dos municípios, a maior parte desse resíduo é depositada
em bota-fora clandestino, nas margens de rios e córregos ou em terrenos baldios. A
deposição irregular de entulho ocasiona proliferação de vetores de doenças,
entupimento de galerias e bueiros, assoreamento de córregos e rios, contaminação
de águas superficiais e poluição visual (Mendes et al., 2004). Assim, observa-se a
necessidade de políticas de controle, coleta, transporte e disposição final que
viabilizem o emprego desses resíduos de construção e demolição reciclados como
matéria-prima na confecção de novos materiais.
Em julho de 2002 foi lançada a resolução 307 do CONAMA, que obriga os
geradores e prefeituras a tomarem medidas para a diminuição, reciclagem e
disposição adequada dos resíduos de construção e demolição. Tal resolução visa a
caracterização, triagem, acondicionamento, transporte e destinação adequados do
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entulho, bem como uma diferenciação obrigatória dos resíduos captados e adoção de
mecanismos de reciclagem e reutilização dos resíduos. Segundo esta resolução, os
resíduos da construção civil deverão apresentar tratamentos distintos, sendo
classificados em:

Classe A – resíduos reutilizáveis ou recicláveis, como agregados, tijolos,
blocos, telhas, placas de revestimento, argamassas, concretos, tubos, meio-fio,
solos de terraplanagem, etc;

Classe B – resíduos recicláveis para outras destinações, tais como plásticos,
papel/papelão, metais, madeiras, etc;

Classe C – resíduos ainda sem tecnologias ou aplicações economicamente
viáveis para a sua reciclagem/recuperação, tais como os oriundos do gesso
(tratamento pelo gerador);

Classe D – perigosos, como tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles
contaminados (tratamento pelo fabricante).
Além dessa classificação dos resíduos, que possibilita um manejo mais
adequado, bem como o auxílio para o emprego dos mesmos como material
alternativo (reciclado) em diversas áreas da construção civil, esta resolução
estabelece ainda que os mesmos não possam ser dispostos em aterros de resíduos
sólidos domiciliares ou em bota-fora. Também estabelece que a competência para o
gerenciamento dos mesmos fica sobre responsabilidade dos governos municipais.
Como exemplo de aplicação dessa legislação pelos municípios, pode-se citar
o caso de Salvador - Ba, onde o projeto de gestão de entulhos implantado tem como
suporte legal o Decreto n° 12.133, de 08/10/1998 (Salvador, 1998), chamado
Regulamento do Entulho, que estabelece a obrigação do proprietário (seja pessoa
física ou jurídica) ou ao responsável legal ou técnico por uma obra de construção
civil ou movimento de terra, a obrigação de providenciar, às suas expensas, o
transporte de entulho até os locais autorizados para sua recepção, bem como a
aquisição dos recipientes adequados para acondicionamento no local da obra
(AZEVEDO et al., 2006) . Determina, também, a obrigatoriedade de cadastro de
pessoas físicas ou jurídicas que realizam o transporte de entulho no município, as
quais devem cumprir as normas de segurança e levar o material para os locais
autorizados (CARNEIRO et al., 2001).
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Pucci (2006) faz, em seu estudo, uma caracterização da cadeia logística do
RDC, dentro das exigências estabelecidas pela CONAMA 307/02. O autor observou
que a cadeia logística desse resíduo pode ser dividida em dois subsistemas
distintos, e que os mesmos merecem tratamentos específicos, visto a existência de
diferentes participantes e etapas em cada um deles. O subsistema interno à obra
trata do resíduo gerado por uma tarefa específica, sua segregação, seu
acondicionamento e transporte até o local de armazenamento da obra. Já o
subsistema externo à obra compreendendo as etapas de armazenagem do resíduo
para retirada, o transporte do resíduo e sua deposição final, sendo que esse
subsistema se apresenta muito mais complexo que o primeiro, visto que as
responsabilidades por cada etapa pertencem a diferentes interlocutores.
A implementação de medidas para atenuação dos impactos ambientais
oriundos das atividades do setor da construção civil faz-se necessária, visto o
grande volume de geração desse resíduo, bem como dos transtornos que o mesmo
provoca. Porém, aspectos importantes como classificação dos agregados e garantia
de qualidade ainda precisam de aprimoramento para consagração do emprego
dessa técnica. Dessa forma, faz-se necessário o desenvolvimento de pesquisas
inerentes a aplicação desse resíduo em obras civis.
METODOLOGIA
O presente trabalho apoia-se em três etapas principais: uma revisão de
literatura, um estudo de caso e uma análise dos resultados.
A pesquisa sobre gerenciamento de resíduos da construção civil foi
desenvolvida na Construtora “A” e baseada na revisão de literatura apresentada
neste trabalho, por meio de teses, dissertações, monografias, livros, normas
técnicas, leis vigentes, etc., através da aplicação, em um estudo de caso, com
obtenção de dados e informações adicionais.
Foi realizado um levantamento sobre como é feita a disposição final dos
resíduos e sobre as principais dificuldades da construtora na realização do
gerenciamento dos mesmos. Sendo analisadas as vantagens e desvantagens
referentes à adoção de um sistema adequado de gerenciamento de resíduos da
construção e demolição.
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Para o levantamento das informações, foram realizadas visitas na obra da
construtora e as avaliação feitas através de registros fotográficos, vistorias, relatórios
e aplicação de questionários para os colaboradores.
O presente trabalho também investigou o recolhimento dos resíduos sólidos
da construção civil no município de Caratinga por empresas especializadas,
mediante aplicação das mesmas estratégias utilizadas para avaliação da
construtora.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Área de estudo
O empreendimento da Construtora “A” situada na cidade de Caratinga, local do
caso estudado nesta pesquisa, é um modelo de empresa que não segue as normas
estabelecidas pela resolução 307 do Conama, mas que tem consciência de tal
resolução e da necessidade da criação de um sistema de gerenciamento mais
adequado dos resíduos da construção civil. A foto abaixo ilustra um dos
empreendimentos da construtora A:
Fonte: (Construtora A, 2014).
Figura 1. Empreendimento realizado pela Construtora “A” no município de Caratinga – MG.
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Caracterização
Os resíduos da obra foram caracterizados de acordo com a classificação
estabelecida pela a resolução 307 do CONAMA e como pode ser observado na
tabela abaixo, tais resíduos são bastante heterogêneos, predominando maiores
quantidades de madeira, plástico, argamassas e concreto (Tabela 1). Em um estudo
realizado no munícipio de Salvador-BA, Carneiro e colaboradores (2000),
caracterizaram o entulho bruto gerado na cidade encontrando a seguinte
composição: concreto e argamassa (53%), areia (22%), material cerâmico (14%),
rochas (5%) e outros (6%). Tais autores puderam constatar que o entulho miúdo
apresentou ótima distribuição granulométrica para ser utilizado como adição em
argamassas e em bases e sub-bases de pavimentos. Além disso, este material
também apresentou percentual de argila adequado para a fabricação de tijolos,
indicando uma ótima potencialidade da utilização do entulho na própria construção
civil.
Tabela 1 – Caracterização dos resíduos encontrados na construtora “A”
RESÍDUO
Aço
Arame
Areia
Argamassa
Brita
Concreto
Madeira
Papel e Papelão
Plástico
Prego
PVC
Saco de Papelão contaminado com cimento ou argamassa
Solo
Telha, Bloco ou Tijolo Cerâmico
Fonte: (Construtora “A”, 2014).
CLASSE
B
B
A
A
A
A
B
B
B
B
B
B
A
A
Segundo engenheiro da Construtora “A”, o emprego da alvenaria estrutural
como sistema construtivo, utilizando-se a modulação dos blocos, reduziu
significativamente os desperdícios de blocos cerâmicos, argamassa, concreto e
terra. Porém ocorreu algumas quebra de blocos, ou seja, perdas devido ao mau
manuseio dos blocos e também ao transporte inadequado. Para muitos construtores
as perdas, suas causas e consequências nunca foram uma preocupação, pois,
segundo estes elas são inevitáveis. As perdas acabam se integrando de tal forma ao
ambiente construído, que acabam sendo aceitas, sem despertar interesse em seu
controle (WU et al., 2014).
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Segregação ou triagem
É fundamental tanto para a qualidade como para o custo de produção dos
agregados reciclados, que os materiais a serem reciclados se apresentem
segregados por fluxos e, principalmente, desprovidos de materiais considerados
contaminantes. Esta separação deve, para todos efeitos, ser máxima, dando
preferência a materiais ditos limpos, elementos apenas de betão ou apenas
cerâmicos, não contendo quantidades significativas de outros materiais minerais e
especialmente não contendo matérias orgânicas ou materiais leves (PUCCI, 2006).
Conforme mostrado na figura abaixo, a separação dos resíduos no canteiro
de obra da Construtora “A” é parcialmente realizada (Figura 2), já que a empresa
precisa se adaptar aos requisitos proposto pela resolução 307 do CONAMA, vigente
no país. Segundo tal resolução a triagem deverá ser realizada, preferencialmente,
pelo gerador na origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para
essa finalidade, respeitadas as classes de resíduos.
Fonte: (Construtora “A”, 2014).
Figura 2. Triagem dos bloco cerâmico no canteiro de obra da construtora.
Acondicionamento
De acordo com Pinto (2005), o acondicionamento deve ser realizado segundo
dois instantes: primeiro ocorre o acondicionamento inicial, armazenando os resíduos
o mais próximo dos locais de geração, de forma compatível com o seu volume e
preservando a boa organização do espaço ao longo da obra. E posterior, o
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acondicionamento final, quando os resíduos são armazenados em recipientes
próprios para serem removidos do canteiro. Como pode ser observado na figura
abaixo, o armazenamento inicial dos resíduos não foi devidamente colocado em
locais apropriados e de forma correta, devido ao mau planejamento da triagem dos
mesmos. Tais resíduos deveriam ser armazenados em bombonas ou tambores,
bags, baia e caçambas, conforme a sinalização proposta pela resolução vigente. Tal
fato compromete a separação adequada dos resíduos depositados no canteiro de
obra.
Fonte: (Construtora “A”, 2014).
Figura 3. Acondicionamento dos resíduos construtora.
Transporte
A atividade de transporte também envolve subdivisões, em transporte interno
e externo. O transporte interno pode ocorrer na horizontal (carrinhos, giricas,
transporte manual), ou na vertical (elevador de carga, grua ou condutor de entulho).
Sendo necessário dispor de uma equipe de operários para realizar o transporte dos
resíduos ao longo dos pavimentos do empreendimento, de forma a ajustar a rotina
das tarefas com a disponibilidade dos equipamentos de transporte vertical. Já com
relação ao transporte externo, a construtora deve atentar para alguns fatores na
escolha das empresas coletoras, como a compatibilização com a forma de
acondicionamento final dos resíduos, minimização do custo de coleta e remoção,
possibilidade de valorização dos resíduos e adequação dos equipamentos utilizados
para remoção aos padrões definidos por legislação (PINTO, 2005).
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Foi constatado que dentro da obra os resíduos são transportados por
carrinhos até um local perto do canteiro. Do canteiro de obra estes resíduos são
colocados em caçambas, e estas são transportadas por caminhões com
equipamento poliguindaste até locais que recebem resíduos da construção civil.
Destinação
Os resíduos da construtora “A” são recolhidos para uma empresa terceirizada,
responsável pelo recolhimento de 50% dos resíduos gerados pela construção civil
no município de Caratinga. Assim, de forma a realizar uma correta destinação dos
resíduos a construtora precisa buscar alternativas, como reciclagem e reutilização
dos resíduos, buscando compromisso ambiental e viabilidade econômica. O ideal é
avaliar a possibilidade de reutilização e reciclagem de resíduos no próprio canteiro, a
proximidade dos destinatários para minimizar custos de deslocamentos e averiguar
a existência de áreas especializadas em receber pequenos volumes de resíduos
mais problemáticos, providenciando a melhor eficiência na destinação (MOTTA e
FERNANDES, 2003)
Entrevista
A tabela abaixo apresenta as respostas do engenheiro da Construtora “A” às
perguntas objetivas.
Tabela 2. Respostas ás questões objetivas
Perguntas
Sim
A construtora pretende ajustar na resolução 307 do CONOMA?
X
A construtora tem dificuldade para implantação dos 3Rs?
X
Há plano de reciclagem e de reutilização?
X
Tem possibilidade da empresa adotar o princípio?
X
Os empregados reagem de forma positiva ao novo sistema?
Não
X
Fonte: (Empresa “A”).
Para esclarecimento das respostas objetivas, foi realizado uma entrevista com o
engenheiro da construtora, e as respostas às perguntas são apresentada à seguir.
I.
. Qual a quantidade de resíduos que a empresa coleta na cidade por mês?
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R: A Serve Bem atualmente recolhe mais ou menos mensalmente 1320 toneladas
de resíduos da construção civil.
II.
Qual a destinação destes resíduos?
R: A empresa conta com dois bota fora um na BR116 no bairro das Graças e outro
no córrego dos pastos.
III.
Existe algum tratamento para estes resíduos?
R: Não existe nem um tipo de tratamento
IV.
A empresa tem algum plano para implantar um tratamento para esses
resíduos?
R: Não atualmente.
V.
Em porcentagem quanto mais o menos a empresa recolhe de entulho na
cidade de Caratinga.
R:50%
Através da entrevista realizada na obra, pode-se constatar que a falta de
informação e incentivos é a principal causa de um gerenciamento inadequado dos
resíduos da construção civil nas obras realizadas no município de Caratinga.
Embora a construtora em estudo venha tentando implantar nos seus canteiros de
obra uma correta gestão dos resíduos gerados, se depara com uma enorme
resistência por parte dos funcionários. Muitos se recusam a realizar uma correta
segregação, acondicionamento e transporte do entulho. Assim além de treinamentos
visando a conscientização da mão de obra, é preciso uma maior fiscalização e
participação dos Órgãos Públicos, Sociedade e Empresas da Construção civil no
que diz respeito ao destino dado aos RCD, com intuito de evitar os despejos em
locais inapropriados, garantir acessibilidade a locais adequados para sua disposição
e reciclar e/ou reaproveitar esses resíduos. Além disto, observa-se uma grande
carência relacionada às informações sobre os Planos Municipais ou mesmo sobre
ações de gerenciamento. Faltam também informações aos gestores para cumprirem
a legislação vigente, problema que poderia ser minimizado com a elaboração de
material informativo destinado a este público.
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As problemáticas ambientais envolvendo a grande geração de resíduos da
Construção civil são notórias, bem como as inúmeras interferências no meio
ambiente devido ao acúmulo e destinação inadequada para tal resíduo. Mesmo
diante desse quadro, percebe-se ainda uma tímida reação, tanto por parte do setor
público como do setor privado, no sentido de buscar saídas eficazes transcritas em
mecanismos de absorção desse resíduo como agregado que possa ser incorporado
ou mesmo substituir recursos naturais em linhas de produção, ou até mesmo no seu
retorno para as fontes geradoras, como insumo (YUAN e SHEN, 2011). Aliada a tal
reação desses setores tem-se a dificuldade por parte das empresas e governos
municipais em criar mecanismos de gerenciamento eficazes, capazes de: i) nortear
um uso mais inteligente dos materiais nas frentes de trabalho, visando com isso uma
redução no volume de material a ser descartado mais tarde; ii) contribuir com a
segregação desses resíduos in loco, de modo a facilitar o seu reuso posterior e iii)
realizar e controlar a disposição do que não pode ser submetido a processos de
reciclagem ou reuso direto em locais apropriados, diminuindo com isso o surgimento
de áreas clandestinas de bota-fora, que ocorrem em muitas vezes em áreas de
preservação ambiental (OLIVEIRA, 2005).
Assim além de treinamentos visando a conscientização da mão de obra, é
preciso uma maior fiscalização e participação dos Órgãos Públicos, Sociedade e
Empresas da Construção civil no que diz respeito ao destino dado aos RCD, com
intuito de evitar os despejos em locais inapropriados, garantir acessibilidade a locais
adequados para sua disposição e reciclar e/ou reaproveitar esses resíduos. Além
disto, observa-se uma grande carência relacionada às informações sobre os Planos
Municipais ou mesmo sobre ações de gerenciamento. Faltam também informações
aos gestores para cumprirem a legislação vigente, problema que poderia ser
minimizado com a elaboração de material informativo destinado a este público.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O gerenciamento dos resíduos da construção civil visa à melhoria nos
processos de produção, logística de reversão e modelos de gerenciamento,
priorizando a identificação da matéria-prima que hoje chamamos de resíduos e se
adequando aos processos de reaproveitamento, gerando novos negócios, novos
empregos, mais renda, mais inclusão social, menos custos econômicos e ambientais
direcionados ao controle ambiental.
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Assim os pontos positivos observados com a implementação são: a redução
dos custos de coleta, redução do desperdício, o reaproveitamento dos resíduos
dentro da própria obra, a limpeza e organização nos canteiros e a redução dos
riscos acidentais de trabalho. No entanto, ainda existem pontos negativos que
deverão ser trabalhados para a garantia do sucesso na implementação do
gerenciamento dos resíduos da construção civil, sendo eles, o treinamento da mão
de, a correta aquisição de dispositivos de coleta, o atendimento insatisfatório das
empresas coletoras e transportadoras, controle dos registros da destinação dos
resíduos, defasagem na execução da limpeza com relação ao serviço executado.
Atualmente, a maior dificuldade encontrada pelas empresas que procuram
incorporar o gerenciamento de resíduos está relacionada com a destinação, solução
que somente poderá ser encontrada se houver a efetiva participação da cadeia
produtiva, envolvendo construtoras, incorporadoras, projetistas, etc.
REFERÊNCIAS
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profissional em treinamento. Belo Horizonte. 2008. 68p.
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ILUSÕES DE ÓPTICA
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos
Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da
Faculdade Vértice - UNIVERTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da
Faculdade Vértice - UNIVERTIX.
Daiane Manoela de Paula Medeiros. Vinícius Alexandre Salgado Gomes.
Cherlano Mendes Salmandes. Tamires de Assis Gonçalves Correa. Amanda
Queiroz Oliveira. Graduandos em Engenharia Civil da Faculdade Vértice –
UNIVERTIX.
[email protected]
RESUMO
A percepção é a construção ativa de um estado neural que se correlaciona a
elementos biologicamente relevantes do ambiente. Esta correlação, longe de
estabelecer uma representação fiel do mundo, guia nossas ações na elaboração de
comportamentos adaptativos, sendo, portanto, condicionada por fatores evolutivos.
Já que a construção de um percepto é um processo intrinsecamente ambíguo,
discrepâncias perceptivas podem surgir a partir de condições idênticas de
estimulação. Essas discrepâncias são denominadas ilusões, e se originam dos
mesmos mecanismos fisiológicos que produzem a nossa percepção cotidiana.
Derivando de diferentes fatores, tais como ópticos, sensoriais e cognitivos, as
ilusões visuais são instrumentos úteis na exploração das bases fisiológicas da
percepção e de sua interação com o planejamento e execução de ações motoras.
Aqui, examinamos as origens das ilusões visuais a partir da construção e avaliação
do “quarto de Ames”.
PALAVRAS-CHAVE: Ilusão, Óptica, Percepção visual.
INTRODUÇÃO
Todos vemos a lua “imensa e amarela” quando flutua no horizonte, ao
contrário de quando está alta no céu. Estaria mais próxima da Terra, quando baixa
no horizonte, assim parecendo maior? Ou sua imagem seria ampliada quando a luz
que reflete atravessa os céus? Sabemos há muito tempo que nenhuma dessas
explicações é verdadeira. A segunda delas, proposta por Aristóteles (384-322 a.C.) e
refinada por Ptolomeu (87-151 d.C.), perdurou até o século XVII, quando se
demonstrou que esse engano perceptivo não dependia de fenômenos astronômicos,
meteorológicos ou ópticos (GOMBRICH, 1986). De fato, sabemos hoje que a
imagem da lua projetada na retina, quando vista no horizonte ou alta, no zênite
possui o mesmo tamanho.
Poderíamos passar a vida inteira sem nos dar conta desse fato, acreditando
ser uma lua enorme que nasce e que se põe. Mas ao constatarmos que esse não é
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o caso, ficamos diante de uma contradição: o que vemos em uma situação
contrapõe-se ao que vemos em outra. Neste exemplo, a visão desarmada de uma
lua que nasce enorme e pendura-se encolhida no zênite contradiz a observação
mediada por um outro método, como a simples comparação de fotografias da lua ao
longo de sua trajetória aparente pelo céu.
Segundo Locke (1999), quando surge uma tal contradição, estamos diante de
uma ilusão. Diferentemente de algumas definições que propõem ser uma ilusão a
discrepância entre o percebido e o real, concebemos as ilusões como surgindo da
discrepância entre o “percebido em uma dada situação” e o “percebido em outra
situação”.
A vantagem da última definição é evitar ou desconsiderar a menção a uma
realidade da qual nossa percepção fosse meramente uma representação
(GOMBRICH, 1986).
Segundo o médico e físico alemão Hermann von Helmholtz (1821-1894), nossa
percepção é construída por meio de inferências que inconscientemente fazemos
sobre o mundo à nossa volta. Essas inferências são contrastadas com informações
que o organismo colhe do ambiente. Cada vez que essas expectativas não são
correspondidas, ajustamos nossos perceptos, criando novas inferências e testando
novas conjecturas.
A ideia de que nossa percepção dê-se de maneira indireta, por meio de
confirmações de expectativas, foi defendida por vários psicólogos do século XX,
como Irving Rock (1922-1995) e Richard Gregory (1923). Esses pesquisadores
demonstraram experimentalmente a participação das expectativas do observador no
processo perceptivo (BERKELEY, 2002).
O fato de nossa percepção depender tanto de aspectos espaciais quanto
temporais pode levar a situações ilusórias que envolvam ambas as dimensões.
O presente trabalho tem como objetivo analisar o comportamento visual a partir
de objetos geométricos que criam uma ilusão de óptica.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Silveira e Medeiros (2011), o termo Ilusão de óptica aplica-se a
todas ilusões que enganam o sistema visual humano fazendo-nos ver qualquer coisa
que não está presente ou fazendo-nos vê-la de um outro modo. Algumas são de
carácter fisiológico, outras de carácter cognitivo.
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As ilusões de óptica podem surgir naturalmente ou serem criadas por astúcias
visuais específicas que demonstram certas hipóteses sobre o funcionamento do
sistema visual humano (LOCKE, 1999). Imagens que causam ilusão de óptica são
largamente utilizados nas artes e nas construções.
A explicação possível das ilusões ópticas é debatida extensamente. No
entanto, os resultados da investigação mais recente indicam que as ilusões
emergem simplesmente da assinatura do modo estatístico e empírico como todos os
dados perceptivos visuais são gerados (NASCIMENTO, 2009).
De acordo com Berkeley (2002), os circuitos neuronais do nosso sistema
visual evoluem, por aprendizagem neuronal, para um sistema que faz interpretações
muito eficientes das cenas 3D usuais, com base na emergência no nosso cérebro de
modelos simplificados que tornam muito rápida e eficiente essa interpretação mas
causam muitas ilusões ópticas em situações fora do comum. Como uma imagem em
diferentes diâmetros.
De acordo com Silveira (2010) normalmente, não nos damos conta de que
grande parte daquilo que percebemos quotidianamente é uma construção ativa do
nosso sistema nervoso.
Embora as ilusões visuais sejam as mais estudadas, elas existem em outras
modalidades sensoriais, como audição, tato, olfação e gustação. No caso das
ilusões visuais, muitas vezes são denominadas, genérica e imprecisamente, ilusões
de óptica.
Segundo Silveira e Medeiros (2011), muitas das ilusões visuais envolvem
relações espaciais, por isso chamada de ilusões geométricas. No entanto, uma outra
dimensão é fundamental no processamento sensorial: o tempo.
A nossa percepção do mundo é em grande parte autoproduzida. Os estímulos
visuais não são estáveis: por exemplo, os comprimentos de onda da luz refletida
pelas superfícies mudam com as alterações na iluminação. Contudo o cérebro
atribui-lhes uma cor constante. Uma mão a gesticular produz uma imagem sempre
diferente e, no entanto, o cérebro classifica-a consistentemente como uma mão
(LOCKE, 1999).
Segundo Halliday, (2008), o tamanho da imagem de um objeto na retina varia
com a sua distância, mas o cérebro consegue perceber qual é o seu verdadeiro
tamanho. A tarefa do cérebro é extrair as características constantes e invariantes
dos objetos a partir da enorme inundação de informação sempre mutável que
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recebe. O cérebro pode também deduzir a distância relativa entre dois objetos
quando há sobreposição, interposição ou oclusão. E pode deduzir a forma de um
objeto a partir das sombras. O que implica uma aprendizagem da perspectiva linear.
No entanto, existem vários tipos de ilusões de distância e profundidade que
surgem quando esses mecanismos de dedução inconsciente resultam em deduções
errónea.
A imagem da retina é a fonte principal de dados que dirige a visão mas o que
nós vemos é uma representação virtual 3D da cena em frente a nós. Não vemos
uma imagem física do mundo, vemos objetos. E o mundo físico em si não está
separado em objetos. Vemos o mundo de acordo com a maneira como o nosso
cérebro o organiza. O processo de ver é um de completar o que está em frente a
nós com aquilo que o nosso cérebro julga estar a ver. O que vemos não é a imagem
na nossa retina, é uma imagem tridimensional criada no cérebro, com base na
informação sobre as características que encontramos mas também com base nas
nossas opiniões sobre o que estamos a ver (SILVEIRA, 2010).
O que vemos é sempre, em certa medida, uma ilusão. A nossa imagem
mental do mundo só vagamente tem por base a realidade. Porque a visão é um
processo em que a informação que vem dos nossos olhos converge com a que vem
das nossas memórias (SILVEIRA E MEDEIROS, 2011). Os nomes, as cores, as
formas usuais e a outra informação sobre as coisas que nós vemos surgem
instantaneamente nos nossos circuitos neuronais e influenciam a representação da
cena. As propriedades percebidas dos objetos, tais como o brilho, tamanho angular,
e cor, são determinadas inconscientemente e não são propriedades físicas reais. As
ilusões surgem quando os julgamentos implícitos na análise inconsciente da cena
entram em conflito com a análise consciente e raciocinada sobre ela.
A interpretação do que vemos no mundo exterior é uma tarefa muito
complexa. Já se descobriram mais de 30 áreas diferentes no cérebro usado para o
processamento da visão (SILVEIRA, 2010). Umas parecem corresponder ao
movimento, outras à cor, outras à profundidade (distância) e mesmo à direção de um
contorno. E o nosso sistema visual e o nosso cérebro tornam as coisas mais simples
do que aquilo que elas são na realidade. E é essa simplificação, que nos permite
uma apreensão mais rápida (ainda que imperfeita) da realidade exterior, que dá
origem às ilusões de óptica.
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METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido por professores e alunos do curso de Engenharia
Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, Matipó-MG.
Este trabalho tem como alicerce principal a finalidade de compreender os
conceitos da óptica geométrica envolvidos na construção de uma casa de nominada
“Quarto de Ames” (Figura 1) utilizada para estudos de ilusão óptica.
Figura 1. O quarto de Ames
Sob essa perspectiva foram realizados diversos estudos tendo como fonte
principal pesquisas bibliográficas, estudos teóricos e experimentais, análises de
dados já publicados na literatura que abordam resultados qualitativos e quantitativos.
Através das pesquisas selecionamos a casa para
construção e avaliação dos
conceitos envolvidos na ilusão óptica.
Desta forma, buscamos entender por meio de experimentos e processos
históricos, a tecnologia óptica e as suas aplicações na antiguidade, observando
desde os primórdios aos dias atuais. São também expostos os conceitos da óptica
geométrica, visando à aplicação e a formação das imagens através da visualização
do objeto (casa) geométrico.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Se olharmos, ao mesmo tempo, para as nossas duas mãos, com um braço
estendido e outro dobrado de tal modo que uma das mãos fique a metade da
distância dos nossos olhos do que a outra, a imagem de uma mão na retina tem o
dobro do tamanho da outra. No entanto, note que vemos as duas mãos
aproximadamente com o mesmo tamanho.
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Há um mecanismo cerebral que impõe a constância do tamanho dos objetos,
como se eliminasse o efeito da perspectiva. E o mecanismo funciona com bastante
precisão. Se virmos uma folha de um certo tamanho ao longe, desde que a distância
não seja exagerada, e tivermos ao nosso lado algumas folhas de vários tamanhos
diferentes, sabemos normalmente escolher entre elas a que tem o mesmo tamanho
da que está longe (LOCKE, 1999).
Quando uma pessoa se afasta de nós, também não a sentimos diminuir de
tamanho. E, quando vemos uma pessoa ao longe, não temos geralmente a
sensação de que ela é minúscula. No entanto, quando olhamos para a rua de cima
de um prédio anormalmente alto, podemos ver as pessoas do tamanho de formigas;
porque o cérebro não presta atenção suficiente às pistas que lhe permitiriam deduzir
a perspectiva.
O mesmo acontece com a casa geométrica que foi construída. Ao observamos a
fotografia de duas pessoas dentro da casa, teremos a sensação de que uma pessoa
é maior do que a outra, perante pistas contraditórias, o cérebro escolhe a hipótese
que lhe parece melhor. As duas pessoas parecem de um tamanho muitíssimo
diferente. A nossa memória visual do aspecto habitual que devem ter os quartos
torna-nos impossível ver o quarto como realmente é. E quando as pessoas se
movem, elas parecem-nos de fato estar a encolher e a crescer.
Segundo Silveira (2010), a experiência com as duas mãos, nos mostra que ao
colocarmos as duas de tal modo que uma oclua a outra, já vemos uma das mãos
duas vezes maior do que a outra, porque a atenção se pode focar nas duas ao
mesmo tempo. Nesse caso, o cérebro parece escolher confiar mais na imagem na
retina. O mesmo acontece quando focamos o olhar noutra coisa e as olhamos pelo
canto do olho, já não sentimos que elas são iguais. Nesse caso, vemos imagens
bem diferentes, mas, como não é nelas que a nossa atenção se está a focar, não
damos atenção a isso.
O tamanho e a forma dos objetos que vemos dependem da nossa opinião sobre
a sua posição (NASCIMENTO, 2009). Por exemplo, vemos retângulos e círculos
quando as imagens nos mostram trapézios e elipses; e, por vezes, verificamos que
são mesmo trapézios e elipses e que fomos enganados por pistas de perspectiva
erróneas. No caso do quarto de Ames, vemos retângulos onde na realidade estão
trapézios, porque estamos habituados a que os quartos sejam paralipipédicos e a
que as superfícies das paredes sejam retangulares.
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Quando um flash rápido de luz nos ofusca, continuamos a ver uma imagem dele
por alguns segundos. Mas a imagem muda de tamanho conforme olharmos para um
papel branco perto de nós ou para uma parede. O nosso sistema visual deduz que a
imagem está projetada no papel ou na parede o que lhe dá depois uma pista
errónea sobre o seu tamanho a partir das regras da perspectiva.
Muitas ilusões de óptica são causadas pela aplicação incorreta da regra da
constância de tamanho dos objetos, geralmente devida a uma pista de perspectiva
errada. Sabemos que os desenhos estão em folhas de papel planas, mas, ao
mesmo tempo, há pistas de perspectiva neles que sugerem uma terceira dimensão e
fazem com que o mecanismo da constância de tamanho dos objetos com a distância
dê resultados disparatados.
Na ilusão habitual, apesar de sabermos que as pessoas que estão na casa tem o
tamanha próximo ou igual, o mecanismo da constância de tamanho dos objetos com
a distância atua e a mistura de informação contraditória gera a ilusão. Quando
vemos slides projetados num écran, quanto menos nitidamente virmos à superfície
de projeção, mais convincente será o aspecto tridimensional das imagens.
Eliminamos assim a contradição de pistas de profundidade e isso aumenta a ilusão
tridimensional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção de nosso universo perceptivo é intrinsecamente ambígua. A
geração das melhores soluções perceptivas deve, portanto, basear-se em critérios
adaptativos, fornecidos ao longo do processo evolutivo. Uma ilusão surge da
discrepância entre as soluções perceptivas geradas em duas situações diferentes, a
partir de um mesmo objeto.
Quando nos damos conta de tais discrepâncias, surpreendemo-nos como se o
nosso sistema sensorial estivesse sendo enganado, ou como se estivesse falhando
de alguma forma, sem percebermos que está utilizando as mesmas regras nas quais
confiamos como fonte de informações seguras sobre o mundo que nos cerca.
No final das contas, as ilusões não são erros da percepção, mas algo que resulta
dos íntimos e cotidianos mecanismos de construção de um percepto. Na verdade,
muitas
vezes
nossa
percepção
de
espaço
e
tempo
deixa
levar-se,
espontaneamente, por vívidas ilusões de forma, profundidade, cor e movimento,
embrulhadas em emoções.
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REFERÊNCIAS
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Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural; 2002.
GOMBRICH E.H. Arte e ilusão: um estudo da psicologia da representação pictórica.
São Paulo: Martins Fontes; 1986.
LOCKE J. Ensaio acerca do entendimento humano. In: Coleção Os Pensadores.
São Paulo: Nova Cultural; 1999.
NASCIMENTO, F. C. Ciência e arte: ilusão de ótica - publicado em CD-ROM, p.
50. 2009.
SILVEIRA, F. L. e MEDEIROS, A. A ilusão sobre o tamanho da lua no horizonte.
2006. Revista Física na Escola, São Paulo, v.7, n.2, p.67 – 69, 2011.
SILVEIRA, F. L. Imagens sobre temas da física geral. Disponível em:
http://www.if.ufrgs.br/~lang/fisica%20geral.html . Acesso em: 05/08/2014
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DESENVOLVIMENTO EXPERIMENTAL DE UM MOTOR STIRLING
Mariana de Faria Gardingo Diniz. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos
Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da
Faculdade Vértice - UNIVERTIX.
Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde
Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
Aline Rodrigues Soares. Graduada em Química. Mestre em Agroquímica. Doutora
em Química Analítica. Pós-doutoranda em Ciência do Solo. Professora da
Faculdade - UNIVERTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da
Faculdade Vértice - UNIVERTIX.
Leonardo Norberto de Oliveira. Rodrigo Salgado Gomes de Oliveira. Samuel
José de Souza Joaquim. Graduando de Engenharia Civil da Faculdade Vértice –
UNIVERTIX.
[email protected]
RESUMO
O trabalho tem como objetivo principal o desenvolvimento experimental com
sintetização e simulação em pequena escala de um Motor Stirling, quais as
estruturas, e etapas para construção do mesmo, mostrando suas aplicações e o
quanto é importante para o estudo da engenharia. Na natureza para abstrair dela
elementos que possam fazer a diferença, sob diversos aspectos da vida no planeta,
pode ser um dos passos mais significativos da humanidade. Esse entendimento,
aliado ao conhecimento técnico, traz benefícios aos mais diversos segmentos da
sociedade. O Motor Stirling é de combustão externa. Este tipo de motor funciona
com um ciclo termodinâmico composto de 4 fases e executado em 2 tempos do
pistão: compressão isotérmica (=temperatura constante), aquecimento isométrico
(=volume constante), expansão isotérmica e resfriamento isométrico. É a máquina
térmica mais eficiente possível. O trabalho foi desenvolvido por professores e alunos
do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, Matipó-MG. O
projeto para a construção do Motor Stirling foi feita uma pesquisa na internet, onde
encontrou-se diversos modelos interessantes e que utilizavam materiais de fácil
acesso.
PALAVRAS-CHAVE: Motor Stirling, Combustão, Máquina Térmica.
INTRODUÇÃO
Compreender a natureza para abstrair dela elementos que possam fazer a
diferença, sob diversos aspectos da vida no planeta, pode ser um dos passos mais
significativos da humanidade (SCHNEIDER, 2007). Esse entendimento, aliado ao
conhecimento técnico, traz benefícios aos mais diversos segmentos da sociedade.
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As engenharias, pela abrangência das áreas que atuam, não são diferentes.
Uma ferramenta utilizada por essa área da engenharia é o desenvolvimento de
diversos tipos de motores para diferentes fins, como o Motor Stirling.
De acordo com Puig, et al (2014), a motivação para que o Reverendo Stirling
viesse a projetar, patentear e construir o seu motor, foi o fato de que, no início do
desenvolvimento das máquinas térmicas a vapor, a tecnologia e os materiais de
construção das caldeiras de pressão eram deficientes o que provocava inúmeros
acidentes graves com explosões desastrosas, muitas com vítimas fatais. A máquina
de Stirling era mais segura porque funcionava com pressões relativamente baixas
usando internamente ar ou outros gases.
O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento experimental com
sintetização e simulação em pequena escala de um motor Stirling, quais as
estruturas, e etapas para construção do mesmo. Visamos mostrar também as suas
aplicações e o quanto ele é importante para o estudo da engenharia.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O motor Stirling é um motor de combustão externa que funciona isenta de
gases de combustão interna, usando somente o ar contido em seu interior. (PUIG, et
al., 2014)
Segundo Nunes (2014), este tipo de motor funciona com um ciclo termodinâmico
composto de 4 fases e executado em 2 tempos do pistão: compressão isotérmica
(=temperatura constante), aquecimento isométrico (=volume constante), expansão
isotérmica e resfriamento isométrico. Este é o ciclo idealizado (válido para gases
perfeitos), que diverge do ciclo real medido por instrumentos. Não obstante,
encontra-se muito próximo do chamado Ciclo de Carnot, que estabelece o limite
teórico máximo de rendimento das máquinas térmicas.
Para Puig (2014), o motor Stirling surpreende por sua simplicidade, pois consiste
de duas câmaras em diferentes temperaturas que aquecem e resfriam um gás de
forma alternada, provocando expansão e contração cíclicas, o que faz movimentar
dois êmbolos ligados a um eixo comum. Ao contrário dos motores de combustão
interna, o fluido de trabalho nunca deixa o interior do motor; trata-se portanto de uma
máquina de ciclo fechado.
Teoricamente, de acordo com Fox (2011), o motor Stirling é a máquina térmica
mais eficiente possível. Há 3 configurações básicas deste tipo de motor: Alfa - com
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cilindros em V; Beta - com êmbolos co-axiais num mesmo cilindro e Gama - com
cilindros em linha.
Esse tipo de motor apresenta diversas vantagens: é pouco poluente pois a
combustão é contínua, e não intermitente como nos motores Ciclo de Otto e Ciclo
Diesel, permitindo uma queima mais completa e eficiente do combustível (NUNES,
2014).
METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido por professores e alunos do curso de Engenharia
Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, Matipó-MG. O projeto para a construção do
Motor Stirling foi feita uma pesquisa na internet, onde se encontrou diversos
modelos interessantes e que utilizavam materiais de fácil acesso. Porém escolheuse apenas um modelo, mostrado a seguir, de acordo com figura 1.
Figura 1. Modelo Motor Stirling.
A partir daí, analisamos e projetamos o modelo de bancada reduzido que foi
submetido a diversos ensaios. A maioria dos materiais utilizados, na construção do
Motor Stirling, é de fácil acesso e custo reduzido.
A base foi feita a partir de uma lata de refrigerante, onde se cortou o fundo e
deixou-se 3 apoios. Estes apoios receberam um reforço de metal colado com cola
Epóxy, pois o alumínio é um material de fácil deformação, fazendo com que estes
talvez não suportassem o peso do Motor, conforme mostrado a figura 2.
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Figura 2: Base de sustentação do Motor Stirling
Em seguida foi feita a base e o topo do recipiente de pressão, e também a base
e o topo do displacer (pistão ou deslocador). A base e o topo também foram feitas
com latas de refrigerantes. Na base foi feito um furo por onde entrará o ar que
resfriará o Motor. Já no topo do recipiente de pressão foi feito um furo localizado
bem no centro do fundo da lata, por onde passará o pino preso ao deslocador.
Figura 3: Topo do recipiente com a porca e o pedaço de aço e Base do recipiente
O topo do deslocador pode ser construído a partir do fundo da lata recortada
de modo que se ajuste perfeitamente ao novo tamanho do cilindro feito. Faça um
furo pequeno o suficiente para que a agulha ou pino utilizado possa deslizar
suavemente sem movimentar-se para os lados (verifique bem isso) e que este esteja
exatamente na posição vertical. Segue abaixo a foto do deslocador montagem de
acordo com a primeira forma:
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Figura 4: Displacer ou Deslocador
Em seguida foram feitas as hastes que serão coladas ao lado da base e que
sustentaram o eixo (virabrequim) que interligará o deslocador ao cilindro responsável
pelo resfriamento. As hastes são também de fácil construção podendo ser utilizado
as laterais de latas de refrigerante ou mesmo algum outro tipo de material que seja
de fácil manuseio. Faz-se um furo em cada haste, por onde passará o virabrequim, e
uma das hastes faz-se um outro furo, na parte de baixo, por onde entrará o ar que
resfriará o Motor. Com o auxílio da cola de silicone, cola-se a haste junto à base.
Figura 5: Hastes de suporte do virabrequim
O virabrequim foi feito utilizando um pedaço de fio. O ideal é que este fio seja
de fácil manuseio e que não deforme muito fácil, pois isso poderia prejudicar o
funcionamento do Motor. O modelo utilizado foi o seguinte:
FIGURA 6: Modelo do virabrequim
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É importante ressaltar que no local indicado pela seta deva ter um ângulo de
90º formado em relação ao deslocador e ao cilindro de resfriamento.
Para o cilindro de resfriamento foi utilizado um pedaço de cano de PVC. Nele foi
feito um furo de aproximadamente ¼”, por onde passa um tubo de metal, obtido a
partir de uma caneta. Este tubo foi colocado ao lado da base do recipiente de
pressão e colado com a cola de silicone para alta temperatura. No topo desse
cilindro foi colocado uma bexiga que atuará como diafragma. A bexiga será
conectada junto ao virabrequim da seguinte forma:
Figura 7: Modo de como prender a bexiga ao virabrequim
Para que o CD utilizado na montagem pudesse girar juntamente com o
virabrequim, colou-se um pedaço de borracha dura no furo central e nela fez-se um
pequeno furo por onde passa o fio do virabrequim, conforme mostrado na figura 8.
Figura 8: CD utilizado com o pequeno orifício por onde passará o virabrequim
Com a construção das partes separadas do Motor, iniciou-se o processo de
montagem do Motor Stirling.
O deslocador foi colocado dentro da base do recipiente de pressão e em
seguida tampou-se com o topo do recipiente, de modo que o pino preso ao
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deslocador passasse suavemente pelo buraco feito no topo do recipiente. Após isso,
pegou-se a porca de ¼” de diâmetro interno e um pedaço de metal(com um furo no
centro) e com o auxílio da cola de silicone para alta temperatura colou-se a porca
em cima do topo, e o pedaço de metal em cima da porca. Sempre verificando se o
pino do deslocador desliza suavemente por entre os dois.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os motores Stirling são conhecidos também como motores de combustão
externa. Estes dispositivos funcionam de acordo com o ciclo Stirling, utilizando
geralmente como fluidos de trabalho o hélio, hidrogênio ou nitrogênio. (SCHNEIDER,
2007).
Este estudo tem como objetivo avaliar o comportamento da construção inserida
em um escoamento através de um método qualitativo, ou seja, através da
visualização direta. O ciclo termodinâmico Stirling permite a construção de motores
que podem funcionar a partir de qualquer fonte de calor. As pesquisas são recentes
em todas as partes do mundo, como os protótipos desenvolvidos pela Phillips.
A possibilidade de utilização de vários tipos de combustíveis, (gás natural,
óleo combustível, biomassa, diesel, gasolina, álcool, solar, entre outros), é um
grande atrativo para o seu desenvolvimento como fonte alternativa de energia.
O princípio do Motor Stirling é completamente diferente dos motores de
combustão interna comuns. Motor Stirling é um motor térmico, que trabalha a partir
da energia proveniente da expansão e contração de um gás. De acordo com a lei
dos gases ideais, que relaciona as propriedades do gás: temperatura (T), pressão
(P) e volume (V) com número de moles (n).
PV = nRT
Eq. 1
onde R é a constante dos gases.
Ou seja, todo ciclo termodinâmico envolve transformações com a variação de
uma destas três grandezas fundamentais dos gases, que podem ser relacionadas de
acordo com a equação.
A configuração “alfa” do Motor Stirling é de certa forma, a mais fácil de ser
entendida e por isto é a utilizada nesse projeto.
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No projeto proposto, o ar aquecido empurra o deslocador para cima, fazendo o
virabrequim dar meia-volta. Com a defasagem no virabrequim, no momento em que
está na posição inicial a bexiga está um pouco esticada. Ao subir e atingir o ponto
mais alto de seu movimento, o virabrequim faz com que a bexiga seja empurrada
para baixo, fazendo ar frio entrar na base do recipiente de pressão. Isto esfria o gás
dentro do recipiente e com isso há a compressão isotérmica.
Mesmo tendo a tecnologia que as suas concorrentes de combustão interna, o
Motor Stirling usa uma quantidade parecida de energia e é idêntico em praticamente
todos os aspectos. Sua eficiência vem do que é feito com essa energia, o que na
prática baseia-se em um ciclo termodinâmico que e composto de 4 fases e
executado em 2 tempos, compressão isotérmica (diminuição de temperatura dentro
do sistema), aquecimento isocórico (aquecimento do gás dentro do sistema) e
consequentemente o inverso.
Com uma fonte de calor externa podendo ser a queima de qualquer tipo de
combustível até com origens naturais e renováveis como a energia solar e o calor
geotérmico, a câmara interna é aquecida continuamente, começam então as quatro
fases deste ciclo:
 Na primeira parte do ciclo, a pressão se eleva, forçando o pistão a se mover
para a esquerda e realizar trabalho. O pistão resfriado permanece
estacionário porque se encontra no ponto em que seu percurso muda de
direção.
 No estágio seguinte, ambos os pistões se movimentam. O pistão aquecido se
move para a direita e o pistão resfriado se move para cima. Isso move a maior
parte do gás através do regenerador e para o interior do pistão resfriado. O
regenerador é um dispositivo que pode armazenar calor temporariamente. Ele
pode ser uma tela de arame que foi aquecida pela passagem dos gases.
 A grande área superficial da tela de arame absorve rapidamente a maior parte
do calor. Isso deixa pouco calor para ser removido pelas aletas de
resfriamento.
 Em seguida, o pistão no cilindro resfriado começa a comprimir o gás. O calor
gerado por essa compressão é removido pelas aletas de resfriamento.
 Na última fase do ciclo, ambos os pistões se movem: o pistão resfriado se
move para baixo, enquanto o pistão aquecido se move para a esquerda. Isso
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força o gás através do regenerador (onde recolhe o calor que foi armazenado
ali durante o ciclo anterior) e para o interior do cilindro aquecido. Nesse ponto,
o ciclo recomeça.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A construção para o desenvolvimento teórico do nosso projeto teve como
princípio os assuntos abordados, tais como: mecânica e sua aplicação na
sociedade, termodinâmica, máquinas térmicas e seu princípio de funcionamento e
principalmente do motor Stirling e todas as suas características.
Baseamos nossas pesquisas relacionando-as com os conhecimentos técnicos
adquiridos durante o curso de Engenharia Civil.
Com base nos estudos desse projeto concluímos que o motor Stirling é uma
alternativa de geração de energia, sendo ela gerada de forma sustentável e sem
degradar o meio ambiente. O estudo feito durante esse projeto nos mostrou um
equipamento extremamente eficiente e baixo custo.
Os resultados adquiridos com a fabricação desse projeto nos permitiu entender o
processo
de
funcionamento
de
uma
máquina
térmica,
os
princípios
da
termodinâmica e principalmente a eficiência na geração de energia que um
equipamento térmico.
REFERÊNCIA
FOX, Robert e MCDONALD, Allan. Introdução à Mecânica. Rio de Janeiro: LTC,
2011.
PUIG. Tiago Carril. NETO. Erasto Franco. MOTORES STIRLING. Disponível em:
<http://www.fem.unicamp.br/~em313/paginas/stirling/stirling.htm>. Acesso em: 30
mar. 2014.
NUNES. Elton Vergara. MOTOR STIRLING BRASIL. Espaço brasileiro para
compartilhar informações sobre esse motor fenomenal. Disponível em:
<http://stirlingbrasil.blogspot.com.br>. Acesso em: 18 mar. 2014.
WIKIPEDIA.
Termodinâmica.
Disponível
em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Termodin%C3%A2mica>. Acesso em: 16 abr. 2014.
______.
História
do
motor
stirling.
Disponível
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_Stirling>. Acesso em: 05 fev. 2014.
em:
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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______. Princípios de desempenho e funcionamento das máquinas térmicas.
Disponível
em:
<http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1quina_t%C3%A9rmica>.
Acesso em: 16
abr. 2014.
YOUTUBE.
Funcionamento
do
motor
stirling.
Disponível
<http://www.youtube.com/watch?v=4qLPvydyJ90>. Acesso em: 20 fev. 2014.
em:
______.
Outros
tipos
de
motores
térmicos.
Disponível
<http://www.youtube.com/watch?v=ddEfqBssbhw>. Acesso em: 10 mar. 2014.
em:
______. Passo a passo da montagem de um motor stirling. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=W3U1ATB7Bko>. Acesso em: 02 mar. 2014.
COMO FUNCIONA TUDO. Princípio de funcionamento e fontes de combustível
alternativo. Disponível em: <http://ciencia.hsw.uol.com.br/motores-stirling.htm>.
SCHNEIDER, Smith, Apostila da disciplina Medições Térmicas, Porto Alegre, 2007.
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GT 04 – CIÊNCIAS DA
SAÚDE
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RESUMOS
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O DESAFIO DAS BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES
Junimar Maicon Lopes Ferreira – Graduando em Farmácia – Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Bruna Chaves Amorim – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Naturais e
da Saúde. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Bactérias; Resistência; Antibióticos.
INTRODUÇÃO
Desde o surgimento e do conhecimento das primeiras bactérias, o homem busca
descobrir fármacos para prevenção das infecções causadas por estas assim como,
formas de combatê-las (SILVA et al., 2013), porém, a capacidade que essas
possuem de se evoluir vem cada vez mais trazendo desafios ao desenvolvimento
desses fármacos. De acordo com BALBINO e AMADIO (2011), as bactérias
surgiram em nosso planeta há um período aproximado de 3,5 bilhões de anos, uma
vez que os ancestrais do homem, mais especificamente a espécie a qual
pertencemos, Homo sapiens sapiens, tenha surgido somente há 150 mil anos. Isto
demonstra que o período de adaptação das bactérias ao planeta terra é
significativamente superior ao da nossa espécie e revela que essas estão
consideravelmente
a
nossa
frente
quando
se
trata
de
adaptação
e
sobrevivência.Uma prova disso é uma nova espécie de bactérias que tem causado
preocupação em relação às habilidades que possuem, são as bactérias produtoras
de uma enzima denominada Carbapenemase ou KPC conhecidas assim graças a
Klebsiella pneumoniae carbapenemase, que embora não seja a única a produzir a
enzima deu origem à sigla por ter sido a enzima encontrada inicialmente nessa
bactéria (COTRIM et al., 2012). Segundo BALBINO e AMADIO (2011) e COTRIM et
al. (2012), a KPC além de hidrolisar os Carbapenemes, inativa também os
antibióticos do subgrupo das penicilinas, cefalosporinas e monobactâmicos, além
disso, o fato mais preocupante com relação à enzima KPC é sua capacidade de
hidrolisar todas as cefalosporinas de primeira, segunda e terceira geração e o
Aztreonam, ou seja, praticamente toda classe de antibióticos.
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METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao
tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Alexander Fleming, em 1928, descobriu o primeiro antibiótico, a penicilina, causando
uma revolução na atual terapia medicamentosa (SILVA, et al., 2013), a partir de
então, acreditou-se ter por certo período descoberto a cura para todas as doenças
infecciosas. Entretanto, logo após a descoberta da penicilina, já foram registrados os
primeiros casos de infecções por bactérias resistentes aos antibióticos disponíveis,
mostrando assim que a resistência aos antibióticos é uma consequência natural da
habilidade da bactéria de se adaptar ao meio (BALBINO e AMADIO, 2011). SILVA
(2013) traz em seu estudo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS),
segundo os quais mais de 50% das prescrições de antibióticos no mundo são
inadequadas, assim como também ocorre um grande descaso em relação ao uso
inadequado e irracional de antibióticos, problemas esses que se agravam quando
aparecem os surtos, como o que ocorreu em 2010 no Brasil com a KPC que causou
mortes no Distrito Federal e em outros estados do país. Esses descuidos contribuem
com uma capacidade natural das bactérias, uma vez que as mesmas podem se
tornar resistentes aos antibióticos por mecanismos distintos, que são, por exemplo,
promovendo modificações estruturais na proteína alvo do antibiótico, aumento da
expressão de bombas de efluxo na sua membrana citoplasmática, alterações da
permeabilidade de membrana citoplasmática e passando a expressar enzimas líticas
ou modificadoras dos antibióticos (BALBINO e AMADIO, 2011). Quando uma colônia
de bactérias é tratada por uma pequena dose de um determinado antibiótico, ocorre
a morte da maioria delas, sobrevivendo algumas portadoras de variações que
conferem resistência ao medicamento SILVA, et al., (2013), sendo assim os
descendentes das bactérias sobreviventes não morrem com a mesma dose do
antibiótico, evidenciando que as variações são hereditárias. Segundo SILVA, et al.,
(2013), o mais preocupante não são apenas as formas pelas quais as bactérias
desenvolvem resistência aos antibióticos e sim a velocidade em que isso acontece,
que é maior do que a velocidade com que novos fármacos são elaborados. Essa
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ideia nos leva a refletir sobre a realidade de que em breve não teremos mais
antibióticos eficientes disponíveis para o tratamento de determinadas infecções
bacterianas contrariando mais uma vez a ideia do início do século XX, com a
descoberta da penicilina quando se pensou ter descoberto a cura para todas as
doenças causadas por bactérias, podendo traçar um paralelo entre ela e os
antibióticos os mais modernos que possuímos atualmente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Frente às condições em que se encontra a capacidade evolutiva das bactérias ao se
comparar com a da produção de antibióticos eficazes vale a pena salientar sobre a
importância de se organizar mais campanhas de conscientização sobre a
importância do uso racional dos antibióticos tanto entre a população, quanto na
equipe multidisciplinar de profissionais de saúde visando minimizar um problema
que pode levar a consequências globais.
REFERÊNCIAS
DIENSTMANN, R.; PICOLI, S. U.; MEYER, G.; SCHENKEL, T.; STEYER, J.
Avaliação fenotípica da enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) em
Enterobacteriaceae de ambiente hospitalar. Jornal Brasileiro de Patologia e
Medicina Laboratorial, SP, p. 23-27. 01 fev. 2010.
COTRIM, E. R.; ROCHA, R. D. R.; FERREIRA, M. de F. R. KLEBSIELLA
PNEUMONIAE CARBAPENEMASE: KPC em Enterobacteriaceae: o desafio das
bactérias multirresistentes. Pós em Revista do Centro Universitário Newton
Paiva, Belo Horizonte, p.268-275, jan. 2012.
SILVA, F. S. da; MANZOTTI, K. R.; PETRONI, T. F. SUPERBACTÉRIAS: A
evolução da espécie. Revista Conexão Eletrônica, Três Lagoas, v. 10, n. 1, p.234343, nov. 2013.
BALBINO, C. A.; AMADIO, J. R. A. Klebsiella pneumoniae produtora de
carbapenemase e origens e causas da resistência bacteriana aos
antimicrobianos. Cuiabá: Assessoria Técnica Científica - CRF, 2011.
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ESTUDO ETNOFARMACOLÓGICO NO MUNICÍPIO DE MATIPÓ – MG E
REGIÕES ADJACENTES
Cíntia de Fátima Ribeiro – Graduanda em Farmácia – Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Shiara Martins de Souza – Farmacêutica Bioquímica - Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Cristiane Oliveira Cunha – Farmacêutica Generalista, Professora da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVES:
Etnofarmacologia;
Produtos
naturais;
Fitoterapia.
INTRODUÇÃO
A relação Ser Humano versus Recursos Naturais evidencia-se como uma interação
que existe desde os primórdios da existência humana e que perdura até os dias
atuais (GIRALDI e HANAZAKI, 2010). Um exemplo desta interação é a utilização dos
recursos vegetais para fins medicinais, fato que desperta muito interesse para
estudos
no
âmbito
farmacológico,
especificamente,
para
o
ramo
da
Etnofarmacologia, cuja definição consiste na exploração científica interdisciplinar dos
agentes biologicamente ativos, tradicionalmente empregados ou observados pelo
homem. A abordagem etnofarmacológica constitui uma estratégia para investigação
de plantas medicinais, através da combinação de informações adquiridas junto a
comunidades
locais
que
fazem
uso
da
planta
medicinal
com
estudos
químicos/farmacológicos realizados em laboratórios especializados. Tal método
permite
a
formulação
de
hipóteses
que
evidenciem
possíveis
atividades
farmacológicas e substâncias ativas responsáveis pelas ações terapêuticas
relatadas pelas populações usuárias (SIMÕES et al., 2010). Estas Investigações
etnofarmacológicas podem possibilitar a produção de fitoterápicos, que consistem
em produtos obtidos de plantas medicinais, ou de seus derivados, exceto
substâncias isoladas, que exibem finalidade profilática, curativa ou paliativa, cujo uso
é validado e comprovado cientificamente. Devido ao fácil acesso no Brasil e a
compatibilidade com a cultura e o saber popular, a utilização das plantas para
tratamento das doenças (fitoterapia) tem sido apontada, atualmente, como
alternativa para redução de gastos públicos com medicamentos. Esta alternativa
favorece a participação da população em seu processo curativo de saúde, fazendo
com que se tornem agentes ativos do seu cuidado (SILVELLO, 2010). O objetivo
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dessa pesquisa foi verificar o conhecimento que os moradores do município de
Matipó– MG e regiões adjacentes possuem a respeito das plantas medicinais, bem
como, avaliar a utilização das mesmas nos cuidados com a saúde, além de
caracterizar os meios de obtenção e formas de uso dessas plantas.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado no mês abril de 2014, onde
foram entrevistados, com ajuda de questionário estruturado, dezessete moradores
do município de Matipó – MG e regiões adjacentes. Os indivíduos participantes da
pesquisa foram informados dos objetivos do estudo e a participação dos mesmos foi
concedida mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dentre os entrevistados (N=17), 76,5% afirmaram utilizar as plantas medicinais na
cura dos seus males, sendo que, os principais motivos apontados para utilização
das plantas foi a tradição familiar (82,4%), crença de que as plantas não fazem mal
a saúde (58,8%), facilidade de acesso (52,9%) e 17,6% preferem fazer uso das
plantas devido à vantagem econômica. Em relação ao sucesso terapêutico, 23,5%
dos entrevistados consideram as plantas medicinais mais eficazes que outras
formas de tratamento. A parte da planta mais utilizada nas preparações caseiras foi
a folha (94,1%), as formas de preparo mais utilizadas foram a maceração (52,9%) e
a infusão (47,1%); e quanto ao local de obtenção das plantas medicinais, 76,5%
cultivam no próprio quintal de casa. Com relação à finalidade das preparações
caseiras observou-se maior emprego dessas no combate à gripe, problemas
gastrointestinais, nervosismo, dores em geral e processos inflamatórios. Estes
resultados são semelhantes aos apresentados por outros estudos desenvolvidos em
cidades da Zona da Mata Mineira como em Teixeiras, conduzido por Miranda et al.,
(2013), em Lima Duarte (OLIVEIRA e MENINI NETO, 2012) e Rosário de Limeira
(OLIVEIRA, KFFURI e CASALI 2010). Nessas pesquisas, constatou-se que a
utilização de plantas medicinais da flora local é bastante frequente nessas
populações. Ao se comparar esses estudos observam-se coincidências entre as
espécies utilizadas e suas indicações.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os principais fatores que contribuem para utilização de plantas medicinais na região
são a biodiversidade local e a acumulação de conhecimento popular ao longo de
anos. O estímulo para adesão a esse tipo de terapia é a crença de que produtos de
origem natural não trazem malefícios à saúde. Tal mito acaba por estimular o uso
indiscriminado desses produtos naturais. Ainda que apresentem baixa toxicidade, as
plantas apresentam riscos como reações adversas e interações inadequadas com
outros medicamentos (SILVEIRA, BANDEIRA, ARRAIS, 2008). Diante disto, torna-se
importante alertar que a utilização de plantas medicinais deve ser orientada por
profissionais da saúde.
REFERÊNCIAS
GIRALDI, M. e HANAZAKI, N. Uso e conhecimento tradicional de plantas medicinais
no Sertão do Ribeirão, Florianópolis, SC, Brasil. Acta Botanica Brasilica, Belo
Horizonte, v.24, n.2, p.395-406, 2010.
MIRANDA, G. S.; SOUZA, S. R.; AMARO, M. O. F.; ROSA, M. B.; CARVALHO, C. A.
Avaliação do conhecimento etnofarmacológico da população de Teixeiras – MG,
Brasil. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, Araraquara/SP,
v.34, n.4, p.559-563, 2013.
OLIVEIRA, E.R.; MENINI NETO, L. Levantamento etnobotânico de plantas
medicinais utilizadas pelos moradores do povoado de Manejo, Lima Duarte – MG.
Revista Brasileira de Plantas Medicinais de Botucatu, v.14, n.2, p.311-320, 2012.
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TUBERCULOSE PULMONAR: DISTRIBUIÇÃO TERRITORIAL DOS CASOS
NOTIFICADOS E TRATADOS NO MUNICÍPIO DE ABRE CAMPO/MG
Cíntia de Fátima Ribeiro – Graduanda em Farmácia, Bolsita FAPEMIG.Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX.
Shiara Martins de Souza – Farmacêutica Bioquímica - Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE:
Tuberculose Pulmonar; Distribuição dos Casos;
Abre
Campo/MG.
INTRODUÇÃO
A tuberculose constitui uma doença crônica infecciosa milenar, que tem como
agente etiológico o Mycobacterium tuberculosis (SOUZA e SILVA, 2010 e ALVES
DIAS, SILVA ALVES e MOREIRA, 2011). Trata-se de uma doença que acompanha
a espécie humana há séculos e ainda se mantém atual, como um grave problema de
saúde pública de distribuição mundial (SÁ et al., 2012). A tuberculose apresenta
relação direta com a miséria e com a exclusão social (BRASIL, 2012). No país, ela
afeta principalmente as periferias ou aglomerados urbanos e, geralmente, está
associada às más condições de moradia e de alimentação, à falta de saneamento
básico, ao abuso de álcool, tabaco e de outras drogas. Devido a sua crescente
incidência em diferentes grupos populacionais, tal doença se apresenta como um
dos problemas que mais têm preocupado as autoridades sanitárias de todo o mundo
(MASCARENHAS, ARAÚJO e GOMES, 2005). O objetivo deste trabalho consiste
em analisar a distribuição demográfica de pacientes acometidos pela tuberculose
pulmonar, cujos casos foram notificados e tratados em unidades de saúde de Abre
Campo/MG. Tal iniciativa permite a visualização dos bairros mais afetados pela
doença, além de servir como base de informação e alerta para os serviços de saúde
local bem como a população em geral.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado durante o ano de 2014. A
amostra deste estudo é constituída por pacientes residentes da cidade de Abre
Campo/MG, que tiveram confirmado o diagnóstico para tuberculose pulmonar e
cujos casos foram notificados e tratados em unidades de saúde do município,
durante o ano de 2013. A identificação das características demográficas dos
pacientes acometidos pela tuberculose foi possibilitada por meio dos dados
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disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), as
buscas por essas informações foram realizadas a partir de análises das fichas de
notificação/investigação da doença em questão. A coleta dos dados foi realizada na
sede da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), onde se
encontra instalado o Centro de Vigilância Sanitária e Epidemiológica do município.
Foi entregue à Secretaria de Saúde da cidade um termo de confidencialidade e
documento informando os métodos e a finalidade de tal pesquisa. Além disso, foi
obtido um termo de autorização de uso dos dados mediante um ofício entregue à
representante da Secretaria de Saúde do Município em questão. Os dados obtidos
foram tabulados através da estatística descritiva no Microsoft Excel 2010. Essa
pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica
(PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A amostra em estudo compreende um total de 18 indivíduos residentes do município
de Abre Campo/MG, que tiveram confirmado o diagnóstico para tuberculose
pulmonar durante o ano de 2013. Em tal ano, a população estimada do município
correspondia ao número de 13.703 habitantes (IBGE, 2014). No Brasil foram
notificados 70.047 novos casos de tuberculose, durante o ano de 2012. Esse dado
corresponde a uma média de 36,1 casos para cada 100.000 brasileiros (BRASIL,
2013). Isso significa que a cada 13.703 habitantes, espera-se encontrar, em média,
um valor próximo a 5 novos casos. Porém, em Abre Campo, no ano de 2013, foram
notificados 18 novos casos, extrapolando as estimativas nacionais. Em relação à
distribuição demográfica dos casos de tuberculose pulmonar ocorridos no município
(N=18), 88,9% dos indivíduos acometidos pela doença residem na zona urbana. Na
zona rural, onde o total de casos representa 11,1%, os locais afetados foram duas
comunidades denominadas Areia Branca e Pão de Açúcar, localizados a 12 km e 5
km, respectivamente, da BR-262 que dá acesso à cidade de Abre Campo. Entre as
localidades da zona urbana com maior número de casos encontram-se os bairros:
Esplanada, com 22,2%; Alvorada e Rosário, com 16,7% cada. Esses bairros
correspondem às localidades urbanas mais distantes da região central da cidade. As
demais notificações da doença são de pacientes residentes do bairro Usina (11,1%),
Vale do Sol, Recanto das Águas, Abreu Dias e Centro (5,6% cada).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos resultados obtidos, percebe-se que a maior parte dos indivíduos
acometidos pela tuberculose reside nos bairros mais afastados do centro da cidade
do município em questão. Tal condição coincide com uma tendência nacional de
distribuição, onde o maior número de casos da doença é oriundo de regiões
periféricas das cidades brasileiras.
REFERÊNCIAS
ALVES DIAS, T.; SILVA ALVES, F.; MOREIRA, M. L. Avaliação epidemiológica da
tuberculose no município de Coronel Fabriciano - MG no período de 2002 a 2008.
Farmácia e Ciência, Ipatinga, v. 2, p.39-49, Ago./Nov. 2011.
BRASIL. Ministério da saúde. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em
Saúde, Brasília, vol. 43, mar. 2012.
BRASIL. Ministério da saúde. Boletim Epidemiológico. Secretaria de Vigilância em
Saúde, Brasília, vol. 44, n.2, 2013.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel. php?codmun=310030. Acesso em 14.
fev. 2014.
MASCARENHAS, M. D.M.; ARAÚJO, L. M.; GOMES, K. R. O. Perfil epidemiológico
da tuberculose entre casos notificados no município de Piripiri, estado do Piauí,
Brasil. Epidemiologia e Serviços de Saúde, Brasília, v. 14, n.1, p.7-14, Jan/Mar.
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SÁ, L. D.; SANTOS, A. R. B. N.; OLIVEIRA, A. A. V.; NOGUEIRA, J. A.; TAVARES,
L. M. V.;SCATENA, T. C. O cuidado à saúde da mulher com tuberculose na
perspectiva do enfoque familiar. Texto e Contexto Enfermagem, Florianópolis,
v.21, n.2, p.409-417, Abr/Jun. 2012.
SOUZA, S. S.; SILVA, D. M. G. V.. Passando pela experiência do tratamento para
tuberculose. Texto e Contexto Enfermagem, Florianópolis, v.19, n.4, p.636-643,
Out/Dez. 2010.
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LIPODISTROFIA GINOIDE (CELULITE): ORIGEM E CARACTERÍSTICAS
Crislaine Gonçalves de Oliveira, Cátia Silva Cunha, Roselaine Santiago,
Sabrina de Amorim Coelho, Verônica de Amorim Serafim – Acadêmicas do
Curso Técnico em Estética – Escola Técnica Vértix
Tatiane de Cássia Fernandes Martins – Graduada em Nutrição. Especialista em
Saúde Pública. Professora da Faculdade Univértix e Escola Técnica Vértix.
Cíntia de Paiva Carvalho –Técnica em Estética. Professora da Escola Técnica
Vértix.
[email protected]
PALAVRAS CHAVE: Celulite; gordura localizada; alimentação inadequada.
INTRODUÇÃO
A lipodistrofia ginoide (HDLG) de acordo com Santos et al., (p.85, 2011), é
“popularmente conhecida como “celulite”, envolve alteração do relevo cutâneo e
ocorre em 80- 90% da população feminina após a puberdade”. Ocorre
principalmente em mulheres, na região pélvica, membros inferiores e abdome,
podendo acometer qualquer parte do corpo, exceto couro cabeludo, palmas das
mãos e dos pés, atinge principalmente as mulheres por fatores hormonais, ou seja,
não ocorre somente em mulheres obesas, alguns fatores como idade, hormônios,
sol e mudanças de peso podem agravar o caso. (DAVID, PAULA, SCHNEIDER,
2011). A alimentação saudável é um fator importante para a prevenção da celulite,
principalmente se for conciliada com atividades físicas (KLEIN, 2012 apud KRAUSE,
1998, p. 17). Segundo Zulete (2010, p.4), a lipodistrofia ginóide possui 4 graus:
Grau I – sem deformações aparente com manobras ativas. Textura da pele
preservada. Discreto edema intersticial.
Grau II – esteticamente com pequenas retrações e/ou abaulamentos. Perda da
temperatura superficial razoável.
Grau III – Alterações cutâneas grosseiras, flacidez associada, edema. Grande perda
da temperatura superficial.
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Grau IV – Retrações cutâneas importantes. Alterações vasculares, presença de dor
em alguns casos.
METODOLOGIA
O presente estudo é elaborado através de referencial bibliográfico com a visão de
vários autores sobre o tema em questão “Lipodistrofia Ginóide”, tema este de grande
relevância para a saúde e estética.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O termo celulite foi descrito pela primeira vez em 1920. Palavra de origem latina, foi
utilizada para descrever uma alteração estética da superfície da pele (DAVID,
PAULA e SCHNEIDER, 2011). “O próprio nome é uma combinação do termo francês
para designar célula – Cellule - e o sufixo -ite que significa inflamação” (SANT’ANA,
2007, p.2). De princípio a lipodistrofia é situada na pele, mais precisamente ela
acontece no tecido adiposo, onde é armazenada as células de gordura. “Pode-se
dizer que a celulite é uma irregularidade na superfície da pele que afeta a saúde e a
estética” (LEONARDI e CHORILLI, 2010, p.20). As mulheres brancas estão mais
suscetíveis à celulite do que as negras, e que, embora não haja relação comprovada
com a condição socioeconômica, há uma relação clara com o tipo de alimentação
(FERREIRA, 2005). A pele do ser humano possui três camadas, hipoderme que é a
primeira camada, a derme sendo a segunda camada e a epiderme como a terceira
camada. A alteração inicial que leva à formação da celulite parecer ser a
deterioração da substância intersticial e rede capilar, levando à retenção excessiva
de líquidos da derme e em tecidos subcutâneos (LEONARDI e CHORILLI, 2010,
p.20). Uma alimentação equilibrada e atividade física regular tem uma influência de
até 70% no resultado dos tratamentos. (FERREIRA, 2005, p.1). Atualmente já é
reconhecida como uma alteração anátomo-clínica autônoma, podendo ou não estar
associada à obesidade ou a lipodistrofia (RAMOS, 2003). Tais diferenças estruturais
na fáscia superficial são diferenciadas por hormônio sexual feminino estrógeno, isto
explica a presença de celulite mesmo em mulheres esbeltas, pois reflete a expansão
do tecido adiposo para dentro da derme, quando o próprio tecido e sua cápsula de
tecido conjuntivo circundante de encontram comprimidos (LEONARDI e CHORILLI,
2010, p.22). A lipodistrofia também pode apresentar nódulos, mas, não fibrosados e
indolores. São macro nódulos de gordura que diminuem com uma dieta hipocalórica
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e com tratamento adequado (KRUPEK e COSTA, 2013). A exata etiologia da celulite
é desconhecida, contudo “fatores genéticos, emocionais, metabólicos, hormonais,
além da idade, sexo, hipertensão arterial, obesidade e hábitos como fumo,
sedentarismo, roupas apertadas e má alimentação predispõem ao aparecimento da
celulite” (DAVID, PAULA e SCHNEIDER, 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho procurou trazer informações e conhecimento para profissionais de
estética sobre a lopodistrofia ginóide que acomete uma grande parte das mulheres.
É de extrema importância o exercício físico regular e uma alimentação adequada
uma vez que ajudam no controle de peso e, consequentemente, o aparecimento de
celulite. Os recursos de estética corporal são de grande importância no tratamento
adequado. Mais trabalhos precisam ser desenvolvidos sobre o tema para melhor
conhecimento dos profissionais de estética e para melhoria da qualidade de vida das
clientes que se submeterão aos tratamentos estéticos e nutricionais a fim de obter
resultados positivos.
REFERÊNCIAS
DAVID, Renata Boscaini, PAULA, Roberta Felário, SCHNEIDER, Aline Petter.
Lipodistrofia Ginoide: conceito, etiopatogenia e manejo nutricional. Rev Bras
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LEONARDI, Gislaine Ricci ; CHORILLI, Marlus. Celulite: prevenção e Tratamento.
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SANT’ANA, Estela Maria Correia. Fibro edema gelóide (celulite): fisiopalogia e
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SANTOS, Idalina Maria Nunes Salgado Reis; SARRUF, Fernanda Daud; BALOGH,
Tatiana Santana; PINTO, Claudinéia Aparecida Sales de Oliveira; KANEKO, Telma
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INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE MAMA EM MULHERES COM MENOS DE 40 ANOS
E FATORES QUE DESENCADEIAM A DOENÇA
Angélica de Lourdes Cotta Lima - Graduanda em Enfermagem, Bolsita FAPEMIG.
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Simone Neves Pereira - Graduanda em Enfermagem, Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em
Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Câncer De Mama; Fatores De Risco; Neoplasia Precoce.
INTRODUÇÃO
Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum
o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos,
podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo (INSTITUTO
NACIONAL DO CÂNCER - INCA, 2014). Em se tratando das mulheres, o câncer de
mama é o mais significativo. Acomete preferencialmente mulheres por volta dos 50
anos de idade, sendo raro antes dos 30 anos, ressaltando que nas últimas décadas
observou-se um aumento da incidência dessa neoplasia, inclusive em faixas etárias
mais jovens (SANTOS JÚNIOR e SOARES, 2012). Sendo assim, este estudo tem
como objetivo verificar a incidência de câncer de mama em mulheres com menos de
40 anos e identificar os fatores que desencadeiam a doença. O estudo tem como
relevância o esclarecimento da população sobre os fatores que levam ao
desenvolvimento do câncer de mama precoce, sendo essa incidência uma
preocupação em função da difícil detecção da doença em sua fase inicial. Além
disso, o estudo pretende apontar caminhos para que os profissionais da saúde
possam criar novas estratégias de prevenção à doença, notadamente no que se
relaciona aos casos precoces.
METODOLOGIA
Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica
(PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). O estudo foi realizado no Hospital do Câncer
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de Muriaé (HCM) da Fundação Cristiano Varela (FCV), situada as margens da BR
116, no município de Muriaé, na Zona da Mata mineira. Trata-se de uma pesquisa do
tipo exploratória, de natureza documental realizada no mês de abril de 2014. Foram
selecionados os prontuários de mulheres diagnosticadas e tratadas na FCV, com
diagnóstico de câncer de mama (CID C50), no período de 4 anos, isto é, de 2010 a
2013, com idade inferior ou igual a 40 anos. Durante o estudo foram analisados
todos os prontuários identificados na faixa etária e no período de tempo referido,
totalizando uma população de 89 prontuários, com o objetivo de coletar dados a
respeito dos possíveis fatores de risco que influenciaram o aparecimento do câncer
de mama naquelas mulheres. Os dados foram processados no Microsoft Excel e
analisados através de estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No presente estudo, de acordo com as características sócio-demográficas, verificouse que a maioria das mulheres encontrava-se entre 36 e 40 anos, eram casadas,
pardas e não haviam completado o ensino fundamental. Em relação aos fatores de
risco, foi observado história familiar positiva para neoplasia, dado que é afirmado por
Pinheiro et al. (2013), quando 48,6% das mulheres pesquisadas com até 39 anos
possuíam história familiar positiva para o câncer de mama, porém quando envolve
toda a população com essa neoplasia, a hereditariedade corresponde somente de
3% a 9% dos casos. Em relação ao etilismo, tabagismo e obesidade a incidência foi
baixa, pois a influência é maior em mulheres pós-menopausa. Outro fator
considerável é a nuliparidade como aumento de chances de desenvolvimento do
câncer de mama, porém mais da metade das mulheres tiveram filhos. Segundo
estudo de Aguiar et al. (2008) a gestação relacionada com a amamentação
apresenta menor risco de ser acometida pela neoplasia mamária. Porém nos
prontuários pesquisados não foram relatados se as mulheres amamentaram em
algum momento de sua vida. A maioria das mulheres tiveram menarca precoce e a
menopausa teve um baixo índice pelo fato de as mulheres serem de uma faixa etária
ainda reprodutiva. De acordo com a pesquisa, a reposição hormonal não teve
influência eminente sobre a população estudada e não foi possível saber com
exatidão sobre a influência dos anticoncepcionais, por conta da falta de dados nos
prontuários, assim como não houve relato de exposição prévia e contínua a
radiações ionizantes. O óbito esteve presente em 16,8% dos casos, mostrando que
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é necessário criar programas de rastreamento para a detecção precoce do câncer
de mama, evitando-se um prognóstico agressivo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluirmos este estudo pudemos perceber a falta de padronização dos dados,
já que em alguns prontuários constavam esses dados e em outros não. Isso implica
em estudos futuros mais exatos e completos sobre o que pode ter levado essas
mulheres a desenvolverem o câncer de mama, refletindo em uma prevenção de
casos da neoplasia mamária precoce. Com isso, veio mais uma questão a ser
pensada: porque não se investem mais em políticas de prevenção de câncer de
mama em mulheres com idade inferior ou igual a 40 anos? Existem esses casos e
de acordo com estudos já citados anteriormente, nessa faixa etária o câncer de
mama é mais agressivo e a incidência de morte é maior. Portanto, diante das
inquietações referidas nesse estudo, outros pesquisadores e profissionais da área
da saúde poderão traçar novas políticas de saúde específicas de prevenção do
câncer de mama precoce, com o objetivo de diminuir essa incidência.
REFERÊNCIAS
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pacientes em tratamento do câncer mamário. Revista Inst. Ciência Saúde. 2008.
Disponível
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O ENFERMEIRO NO CONTEXTO GERENCIAL: UMA ABORDAGEM PRÁTICA NO
SERVIÇO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA.
Anna Carolina Magalhães – Graduanda em Enfermagem, Bolsita FAPEMIG.
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA
em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Unidade de Pronto Atendimento; Gerência e prática em
enfermagem; administração e recursos.
INTRODUÇÃO
A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) tem como objetivo prestar atendimento as
urgências e emergências, dispondo de recursos humanos e tecnológicos para
atender os pacientes em situações traumáticas e não traumáticas, estas condições
clínicas em que são submetidos invadem sua privacidade. A urgência é definida
como uma situação que requer assistência rápida, no tempo mínimo possível, para
evitar complicações, sofrimentos e restabelecer as funções vitais. A emergência é
classificada como condição em que o paciente apresente risco iminente de morte,
sofrimento intenso e ocorrência de lesões irreversíveis, exigindo conduta e
tratamento médico imediato. (SANTOS et. al., 2013; CORDOBA, 2012; MORAIS e
MELLEIRO, 2013). O planejamento é uma ferramenta essencial para gerenciamento
da prática assistencial, tendo como objeto orientar suas ações. Dentro deste
processo, associa-se sistemática clínica e o Sistema Manchester de Classificação de
Risco (SMCR). Este último é determinador das prioridades no atendimento, essa
classificação é baseada no risco de morte, classificando pacientes em cores
vermelho, emergência; laranja, muito urgente; amarelo, urgente; verde, pouco
urgente e azul, não urgente, reavaliando-o de acordo com a necessidade (MARQUIS
e HUSTON, 2010; JÚNIOR e MAFRA, 2010). Diante da importância do enfermeiro e
da complexidade que a UPA representa para o exercício de suas funções, este
estudo teve por objetivo, avaliar a prática gerencial dos enfermeiros, descrevendo os
principais problemas que os mesmos enfrentam, delineando assim possíveis
soluções.
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METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa. A pesquisa foi
realizada em uma Unidade de Pronto Atendimento Municipal. A região de
abrangência atendida pela UPA corresponde à microrregião com um total de
271.143 habitantes e está dividida em vinte municípios (IBGE, 2010). O nível de
atendimento é ambulatorial, de urgência e emergência e serviço auxiliar diagnóstico
e terapia. Para pesquisa foi aplicado um questionário estruturados, com norteador
questionamentos baseados na gerência e prática dos enfermeiros. Os aspectos
éticos foram baseados na Resolução 196/96 que norteia a prática de pesquisas
envolvendo seres humanos (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996). A
entrevista ocorreu aleatoriamente e em acordo com sua presença no plantão. A
discussão dos dados se deu por meio das questões emergentes da coleta de dados.
Os informantes estão descritos na sequência rotular: representando numeração,
função na equipe, e tempo de atuação; dessa forma, por exemplo, em I1FET3,8, I1 é
o informante número 1, FE função enfermeiro, T 3,8 é o tempo em anos de atuação
na equipe. Esta pesquisa em andamento se constitui em uma das pesquisas
aprovadas pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da
Faculdade Vértice – Univértix, em 2014, fomentado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na UPA os pacientes são atendidos em demanda espontânea ou referenciados,
posteriormente é realizada avaliação e aplicado conduta. A coleta de dados teve
início no mês de julho de 2013. Compõem o corpus da pesquisa, até o momento, 06
profissionais de enfermagem com nível superior (n=12). Agrupados na seguinte
sequencia rotular: I1FET2; I2FET1; I3FET3,6; I4FET1,5; I5FET3 e I6FET1,6. A
especialização é coadjuvante no processo de melhoria da assistência e gerência,
quando questionados sobre o título de especialização na área, 83,3% afirmaram não
possuir, no entanto, possuem outras especializações (Saúde do Trabalhador,
Atenção Primária, Gestão) e apenas o I6FET1,6 é pós-graduando na área. 66%
afirmaram que a graduação em enfermagem não fornece todos os recursos
necessários para o exercício profissional, isso pode ser evidenciado em acordo com
as seguintes descrições “o estágio não é de acordo com a demanda da prática”
(I3FET3,6); “Coisas novas aparecem, somos obrigados a achar solução, mesmo que
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nunca tínhamos visto”(I5FET3); e 33,3% reconhece que a graduação proporciona
base, o que se confirma em acordo com I1FET2 “Por ser formada como técnica o
conhecimento e experiência adquiridos nessa época facilitou na graduação”. Em
relação às ferramentas utilizadas para gerenciamento do setor 100% dos sujeitos
pesquisados mencionaram usufruir do Protocolo de Triagem de Manchester e
protocolos de registro de enfermagem. Em relação ao clima organizacional 83,3%
descreveram como satisfatório e motivador. Marquis e Huston (2010) descrevem que
os profissionais de enfermagem, tem assumido no contexto da gerência uma relação
de articulação entre os vários profissionais da equipe, clientes e instituição. Sobre os
principais problemas vivenciados 100% mencionaram a superlotação, déficit de
material, recursos tecnológicos e demanda acentuada. A equipe de enfermagem
atuante em serviços de urgência e emergência encontra diariamente vários desafios,
quadro clínico crítico dos pacientes, falha assistencial em atenção básica,
sobrecarga de trabalho, estresse, entre outros fatores, demandando ao enfermeiro
conhecer e saber aplicar na prática as ferramentas gerenciais para resolução desses
problemas (SANTOS et. al., 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É possível afirma mediante os dados parciais, que o enfermeiro atuante em urgência
e emergência, exercer papel importante na prática e gerência deste setor,
estabelecendo conexão entre pacientes e demais profissionais de saúde. Exigindo
do mesmo conhecimento prático e gerencial, elaborando técnicas e ferramentas que
direcionem
fluxograma
à
prática,
aprimorando
as
relações
interpessoais,
desenvolvendo competências e habilidades, buscando ativamente programas e
cursos de especialização/aperfeiçoamento.
REFERÊNCIAS
CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE. Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996.
Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres
Humanos. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/reso96.htm.
Acesso em: Acesso em: 21fev.2014.
CORDOBA, Elisabete. SAMU: Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. 2.ed.
São Paulo: Rideel, 2012.
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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE cidades.
Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em:
25fev.2014.
JÚNIOR, Welfane Cordeiro; MAFRA, Adriana de Azevedo. Sistema Manchester de
Classificação de Risco (SMCR): Classificação de Risco Urgência e Emergência.
2º ed. Belo Horizonte: Secretária de Estado de Saúde de Minas Gerais, 2010.
MARQUIS, Bessie L.; HUSTON, Carol J. Administração e liderança em
enfermagem. 6.ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
MORAIS, Alexandre Souza; MELLEIRO, Marta Maria. A qualidade da assistência de
enfermagem em uma unidade de emergência: na percepção do usuário. Revista
Eletrônica
de
Enfermagem.
Disponível
em:
http://dx.doi.org/10.5216/ree.v15i1.15243. Acesso sem: 22fev.2014.
SANTOS, José Luis Guedes dos. et. al. Desafios para gerência do cuidado em
emergência na perspectivas de enfermeiros.
Acta Paulista Enfermagem.
Florianópolis (SC), v.26, n.2, p. 136-143, 2013.
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INDICADORES DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO
Áurea Maria Marques Silva Gardingo – Licenciada em Educação Física –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Fábio Florindo Soares – Bacharel, Licenciado e Especialista em Educação Física,
Professor da Pós-Graduação em Fisiologia e treinamento aplicado a atividades de
academias e clubes. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Emerson Filipino Coelho – Bacharel, Licenciado e Mestre em Educação Física,
Professor da Pós-Graduação em Fisiologia e treinamento aplicado a atividades de
academias e clubes. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Antropometria; Sobrepeso; Obesidade; Adiposidade.
INTRODUÇÃO:
Atualmente, o sobrepeso e a obesidade são considerados problemas de saúde
pública. De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009,
realizada pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, o peso dos brasileiros
vem aumentando nos últimos anos, (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de Obesidade no Brasil 2008-2009.Minas Gerais,
2012). Esse processo se dá por vários fatores como alimentação pouco saudável e a
ausência da atividade física no dia a dia da população em geral. Esse mal vem
atingindo também crianças e adolescentes do mundo todo, tornando a situação
ainda mais preocupante. O aumento de peso em adolescentes de 10 a 19 anos foi
contínuo nos últimos 34 anos. Isso é mais percebível no sexo masculino, em que o
índice passou de 3,7% para 21,7%, o que representa um acréscimo de seis vezes.
Já entre as adolescentes, as estatísticas triplicaram: de 7,6% para 19% entre 197475 e 2008-09 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE).
Pesquisa de Obesidade no Brasil 2008-2009.Minas Gerais, 2012. Um dos métodos
mais utilizados para averiguar sobrepeso e obesidade é o IMC (Índice de Massa
corporal). Na procura por novas ferramentas, surge um novo método de medição da
adiposidade corporal, o IAC (Índice de Adiposidade Corporal), que estima o
percentual de gordura através de uma equação utilizando as medidas de
circunferência de quadril e a estatura dos indivíduos (BERGMAN, et al.,2011). É de
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suma importância confrontar os valores do IMC com outros métodos de averiguação
de peso e sobrepeso (ANJOS, 1992.). Dessa forma, o objetivo do presente estudo
foi correlacionar os resultados obtidos entre o método do IMC e do IAC em
estudantes adolescentes do sexo masculino e feminino.
MATERIAL E METODOS:
Participaram do estudo 78 estudantes, sendo 40 do sexo feminino e 38 do sexo
masculino, com idade entre 14 e 17 anos, do Ensino Médio, do turno noturno de
uma escola estadual da cidade de Matipó-MG. Foram coletadas as medidas de
estatura, massa corporal e circunferência do quadril. O IAC foi calculado pela
fórmula: IAC = (BERGMAN et al., 2011) e o IMC foi calculado pela fórmula: IMC =
(peso/altura²).
ANÁLISE ESTATÍSTICA:
Para testar possíveis diferenças nas variáveis antropométricas, no IAC e no IMC
entre meninos e meninas, utilizou-se o teste t de Student para amostras
independentes. Para verificar se o resultado obtido pelo IMC difere daquele obtido
pelo IAC utilizou-se o teste t de Student pareado. Para testar a correlação entre o
IMC e o IAC utilizou-se a correlação de Pearson. Para avaliar a concordância das
classificações de normalidade do peso corporal pelo método IMC e IAC, utilizou-se o
coeficiente Kappa, com nível de significância de 5%. Os dados foram analisados
através do SPSS v.16 e são apresentados como média ± desvio-padrão.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nos valores descritivos das variáveis antropométricas, IMC e IAC da amostra, as
meninas apresentaram menor estatura, maior IMC e maior IAC quando comparadas
aos meninos. Não houve diferença entre eles quanto a idade e massa corporal, não
sendo
observada
diferença
significativa
nas
variáveis
analisadas
quando
comparados alunos residentes na área urbana vs. Rural. De acordo com o critério
IMC, apenas 11,5% da amostra estaria classificada como sobrepeso e obesidade,
ao passo que pelo critério IAC cerca de 35% da amostra apresentaria excesso de
gordura corporal. O grau de concordância entre os dois métodos de classificação
pode ser considerável admissível, ao passo que, em algumas situações há uma
variante nos valores.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O método IAC aparenta-se mais eficiente devido ao fato de levar em consideração a
circunferência de quadril, pois uma pessoa com maior medida de quadril
provavelmente terá um maior acúmulo de gordura corporal. Outro detalhe que
engrandece o método IAC é o fato de levar em consideração uma tabela de
comparação distinta para homens e mulheres, o que não existe para o método IMC
que é utilizado a mais de 200 anos. Desse modo sugerimos que sejam feitos novos
estudos, pois assim como o IMC, o IAC apresenta pontos negativos, como por
exemplo o alto grau de dificuldade em sua utilização e a ausência de uma tabela de
classificação de resultados para crianças e adolescentes, o que dificultou a análise
dos dados do presente estudo.
REFERÊNCIAS
AMERICAN COLLEGE OF SPORT MEDICINE. ACSM´S Guidelines for Exercise
Testing and Prescription. Baltimore: Williams e Wilkins, 2000.
ANJOS, L. A. Índice de massa corporal (massa corporal.estatura-2) como indicador
do estado nutricional de adultos: revisão da literatura. Revista de Saúde Pública, S.
Paulo 26 (6), 1992.
BERGMAN, R.N.;STEFANOVSKI, D.;BUCHANANT, T. A.; SUMNER, A. E.;
REYNOLDS,J. S.; SEBRING, N. G.; XIANG, A. H.;WATANABE, R. M. A better index
of body adiposity. Obesity.March, 2011.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa de
Obesidade no Brasil 2008-2009.Minas Gerais , 2012. Disponível em;
http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=16
99&id em: Abr. 2012.
MCARDLE, W, D.; KATCH, F, I. & KATCH, V, L. Fundamentos da fisiologia do
exercício. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 2º ed, p. 534 -559, 2002.
POLLOCK, M. L. et al. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição
para prevenção e reabilitação. 1. Ed. Rio de Janeiro: Médica Científica, 1986.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity: Preventing and Managing the
Global Epidemic. Genebra: World Health Organization, 2000.
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PERCEPÇÃO DOS ENFERMEIROS DA IMPORTÂNCIA DA COMISSÃO DE
CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH) DE UM HOSPITAL
FILANTRÓPICO DO MUNICIPIO DE ABRE CAMPO – MG
Cristiane Mendes de Sá Fernandes, Cristina Mendes da Silva, Bruna Moreira
Duarte – Graduandas em Enfermagem – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Rodrigo Ataíde dos Santos – Graduado em Enfermagem. Mestre em Biologia
Celular e Estrutural. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Comissão de controle de infecção hospitalar; enfermagem,
educação continuada.
INTRODUÇÃO
A infecção hospitalar (IH) é uma síndrome infecciosa adquirida após a hospitalização
ou realização de procedimento ambulatorial de um individuo (FERNANDES, 2000).
Essa infecção é transmitida através do contato, por gotícula, por via aérea, por meio
de um veículo comum ou por vetores, surgindo assim as medidas de precauções
específicas com a finalidade de reduzir o risco de transmissão de doenças
infecciosas e a precaução padrão com o objetivo de reduzir a transmissão de
microrganismos a partir de fontes conhecidas ou não de infecção, que devem ser
usadas em todos os pacientes (RODRIGUES, 1997). O aparecimento das infecções
hospitalares é tão antigo quanto o surgimento dos hospitais. Data aproximadamente
do ano 330 a.C no Império Romano, surgindo infecções como consequência das
precárias condições em que as pessoas eram dispostas e atendidas naqueles
ambientes (PEREIRA, 2004). Segundo Cardoso (2004), durante séculos os doentes
foram tratados sem serem separados e/ou isolados quanto à nosologia que
apresentavam. Só no início do século XIX, na Inglaterra, é implementado
formalmente o isolamento de algumas doenças como varicela e os resultados da
eficácia do procedimento passam a ser relatadas. No Brasil, a primeira Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) foi formada em 1963, no Hospital Ernesto
Dornelles, no Rio Grande do Sul. Em 1983, a Portaria nº 196 do Ministério da Saúde
(MS) determinou a criação e a normatização das CCIH. Em 1985, foi publicado o
“Manual de Controle de Infecção Hospitalar” com a finalidade de delinear as
medidas básicas da prevenção e controle das infecções nos hospitais brasileiros. O
século XXI revela um novo cenário no cuidado à saúde como consequência do
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avanço científico e tecnológico. Novos microrganismos têm sido documentados e as
infecções têm ressurgido com nova força (PEREIRA, 2005). Definiu-se como
objetivo do trabalho descrever qual é a percepção dos enfermeiros da Santa Casa
de Abre Campo – Hospital Nossa Senhora da Conceição, em relação à importância
da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Ressaltamos optar por pesquisar
tal assunto, por considerar fundamental que o profissional da área de enfermagem
tenha um conhecimento aprofundado em relação às infecções hospitalares e sobre a
importância da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar.
METODOLOGIA
Este estudo foi desenvolvido na Santa Casa Abre Campo – Hospital Nossa Senhora
da Conceição, localizado na região da Zona da Mata do Estado de Minas Gerais,
que presta atendimento em diversas especialidades. A pesquisa realizada trata-se
de um estudo descritivo, realizado segundo a metodologia qualitativa, sendo
utilizado o método da análise de conteúdo. O caminho metodológico percorrido foi
viabilizado por meio do uso da técnica de entrevista discursiva, através de um
questionário aberto realizado com 4 enfermeiros de unidades variadas da Santa
Casa de Abre Campo – Hospital Nossa Senhora da Conceição.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos 4 sujeitos entrevistados, 3 são do sexo feminino, com idades entre 22 e 45
anos, com predomínio na faixa etária de 30 a 35 anos. Em relação ao tempo de
conclusão do curso de graduação, há um predomínio de profissionais enfermeiros
graduados entre 4 a 7 anos, com tempo de admissão na Instituição, variando entre 0
a 9 anos, como enfermeiros. Ressalta-se que o profissional enfermeiro deve dedicar,
no mínimo, 6 horas diárias de trabalho na CCIH para cada 200 leitos, ou fração
desse número, levando em consideração o número de leitos existentes. A falta de
cursos de especialização ou treinamento específico na área de atuação também foi
predominante. Em relação à primeira pergunta “o que você entende por CCIH?” o
entrevistado A respondeu que é “uma Comissão de controle de Infecção Hospitalar
que tem como objetivo diminuir a taxa de infecção hospitalar num valor aceitável
pelo ministério da Saúde”. Ressaltamos a importância de o profissional enfermeiro
da CCIH estar atualizando seus conhecimentos na área, em virtude das
transformações tecnológicas e novas descobertas da ciência na prevenção e
controle das infecções hospitalares. O entrevistado B, em relação a mesma
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pergunta, respondeu que, a CCIH tem um papel importantíssimo para reduzir os
riscos de ocorrência hospitalar, onde a comissão é responsável por uma série de
medidas preventivas. Interrogado sobre a mesma questão, o entrevistado C,
considera que, qualquer infecção adquirida entre 48 horas a 78 horas após a
entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta, ou quando essa infecção
estiver diretamente relacionada com a internação ou um procedimento realizado no
hospital. Para o entrevistado D, é uma comissão que responsável pelo comitê de
infecção hospitalar de uma instituição, que ela tem o controle das infecções
hospitalares. Em relação a pergunta 2, “quais são as funções da CCIH?” o
entrevistado A respondeu que é controlar o índice da taxa de infecção hospitalar
através de medidas preventivas e ações de controle na administração de
medicamento. Já os demais entrevistados, ou seja, 80%, não souberam responder.
A partir dos resultados, ressalta-se a importância de educação continuada destinada
aos profissionais enfermeiros, objetivando a melhoria da qualidade da assistência,
bem como contribuir na diminuição de casos de infecção hospitalar.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que as escolas, enquanto centros formadores de recursos humanos,
devam manter, em seus currículos, disciplinas direcionadas para o assunto "infecção
hospitalar", contribuindo para que o futuro profissional insira-se na realidade que a
ele se apresenta. Os profissionais, em nossa concepção, precisam buscar novos
conhecimentos, habilidades e atitudes na área, fazendo com que, cada vez mais,
seu trabalho seja valorizado e, ao mesmo tempo, indispensável dentro das
instituições prestadoras de assistência à saúde.
REFERÊNCIAS
CARDOSO, Renata da Silva, SILVA, Maria Anice. A percepção dos enfermeiros
acerca da comissão de infecção hospitalar: desafios e perspectivas. Texto e
contexto em enfermagem. Santa Catarina, v.13, n.1, p. 50-57, 2004.
FERNANDES, Antônio Tadeu. Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da
Saúde. São Paulo: Atheneu, 2000.129-159p.
PEREIRA, Milca Severiano et al. Avaliação de serviços de apoio na perspectiva do
controle de infecção hospitalar. Revista eletrônica de enfermagem. Disponível em:
http://www.revistas.ufg.br/revista. Acessado em: 15.maio.2014.
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PEREIRA, Milca Severiano et al. A infecção hospitalar e suas implicações para o
cuidar da enfermagem. Texto e contexto em enfermagem. Goiás, v.14, n.2, p. 250257, mar.2005.
RODRIGUES, Edwal Aparecido. Infecções Hospitalares: Prevenção e Controle.
São Paulo: Sarvier; 1997. 3-27p.
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PREVALÊNCIA DE HIPERTENSÃO ARTERIAL (HA) E DIABETES (DM) NA
UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO DISTRITO DE RIBEIRÃO DE SÃO
DOMINGOS/SANTA MARGARIDA
Cinthia Mara de Oliveira Lobato Schuengue - Graduada em Enfermagem, Mestre
Meio Ambiente e Doutora em Educação
Professora do curso de Enfermagem da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Ana Paula Coelho Marcolino, Meirilane Aparecida Romeiro Gomes, Roseane
Nicolau Romeiro - Graduandos em Enfermagem, na Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão Arterial; Diabetes Mellitus; OMS.
INTRODUÇÃO
As transformações sofridas pela população mundial, no último século, no que
diz respeito à alimentação, à expectativa de vida e às causas de morte redefiniram o
perfil de suscetibilidade às doenças, ou seja, as mudanças socioeconômicas e
culturais refletiram em maus hábitos alimentares, sedentarismo e consequente
sobrepeso. A união destes fatores ao envelhecimento populacional favoreceu a
ocorrência das condições crônicas como a hipertensão arterial e o diabetes. Com
isso, estas doenças passaram a ocupar lugar de destaque entre os problemas de
saúde pública, visto que, seus portadores necessitam de um acompanhamento
contínuo e cuidadoso, caso contrário, podem evoluir para complicações crônicas
consequentes da doença (SANTOS, 2008). A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é
um problema grave de saúde pública mundial; é uma doença de natureza
multifatorial, frequentemente associada a alterações metabólicas e hormonais e
fenômenos tróficos. O surgimento da hipertensão está intimamente relacionado aos
fatores de risco constitucionais: idade, sexo, antecedentes familiares, raça/cor; e aos
ambientais: sobrepeso/obesidade, estresse, alcoolismo, tabagismo, sedentarismo,
anticoncepcionais, alimentação rica em sódio e gordura, dentre outros (CIPOLLE,
2004). O número estimado de indivíduos com hipertensão no Brasil é de,
aproximadamente, 18 milhões, sendo que, destes, apenas 30% estão controlados,
aumentando assim o risco de acidente vascular cerebral, doenças renais e
cardiovasculares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). A Organização Mundial de
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Saúde (OMS) define o Diabetes mellitus como uma síndrome de etiologia múltipla,
decorrente
da
falta
de
insulina
e/ou
incapacidade
da
insulina
exercer
adequadamente suas ações, caracterizada pela hipoglicemia crônica e alterações no
metabolismo dos carboidratos, lipídeos e proteínas.Os sintomas característicos são:
polidipsia, poliúria, borramento da visão e perda de peso. A prevalência do diabetes
vem crescendo mundialmente, configurando-se atualmente como uma epidemia
resultante, em grande parte, do envelhecimento da população. Contudo, o
sedentarismo, a alimentação inadequada e o aumento da obesidade também são
responsáveis pela expansão global do diabetes. No caso do Diabetes Mellitus (DM),
a prevalência no Brasil é de 5.6%, sendo mais comum no sexo feminino (6%) do que
no sexo masculino (5.2%). O presente trabalho visa descrever o perfil dos
hipertensos e/ou diabéticos cadastrados na unidade básica de saúde do distrito de
Ribeirão de São Domingos/Santa Margarida MG.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo, segundo Minayo (2004) os estudos descritivos
permitem explorar uma situação não conhecida, da qual se necessita de maiores
informações sobre certo assunto, exploram a realidade e identificam as
características e regularidades dos fenômenos. O método da pesquisa é quantitativa
e do tipo documental, onde foram utilizados documentos originais, que ainda não
receberam tratamento analítico por nenhum autor. Como instrumento de pesquisa
serão utilizadas fichas de cadastros no Programa de Atenção à Hipertensão Arterial
e ao Diabetes Mellitus.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No
presente
estudo
observou-se
predomínio
marcante
de
mulheres,
correspondendo a mais de 60% dos pacientes analisados, sendo que esta
superioridade é observada nos dados publicados no site do DATASUS, em relação a
todas as regiões do país, e também em outras pesquisas envolvendo hipertensão
arterial e outras doenças crônicas; o que deve-se ao maior número de mulheres e à
maior conscientização nos cuidados da saúde, associado à maior procura pelas
Unidades de Saúde e melhor aderência ao tratamento em relação aos homens. A
análise do perfil dos usuários nos mostra uma maior prevalência de hipertensos,
seguidos por hipertensos e diabéticos tipo 2 concomitantemente. Os principais
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fatores responsáveis pelo aumento da prevalência do diabetes tipo 2 são as
mudanças ocorridas nos perfis demográfico, epidemiológico e nutricional da
população brasileira. Em relação à faixa etária dos pacientes os resultados
corroboram a outros estudos com aumento da pressão arterial e do diabetes através
do avanço da idade, principalmente entre os idosos. Este aumento dos casos é
totalmente pertinente visto que trata-se de doenças crônicas e estão diretamente
associadas a esperança de vida, ao nascer, uma vez que suas características estão
relacionadas a fatores hereditários, ao estilo de vida, e a manifestação após os 35
anos de idade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados obtidos sugerem a necessidade do aperfeiçoamento dos programas
de prevenção, como adotar medidas para reduzirmos fatores de risco e também
conscientizar os pacientes sobre as doenças e hábitos de vida saudáveis, a fim de
melhorar a qualidade devida dessas pessoas, reduzindo complicações decorrentes
dessas doenças.
REFERENCIAS
CIPOLLE, STRAND LM, MORLEY PC. Pharmaceutical care practice: the
clinician’s guide. 2nd. ed. New York: McGraw-Hill; 2004. 386 p.
ELLIOT WJ, BLACK HR. Treatment of hypertension in the elderly. Am J Geriatr
Cardiol. 2002; 11(1):11-21.
MINAYO MCS. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8ª
ed. São Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro: ABRASCO, 2004.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR), Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica: Hipertensão arterial sistêmica.
Brasília: Ministério da Saúde; 2006.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes
Mellitus. Protocolo. Brasília: Ministerio da Saúde; 2001. (Cadernos de Atenção
Básica, 7).
SANTOS ZMSA, LIMA HP. Tecnologia educativa em saúde na prevenção da
hipertensão arterial em trabalhadores: análise das mudanças no estilo de vida.
Texto & Contexto Enferm. 2008; 17(1): 90-7.
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ATIVIDADE CITOTÓXICA DE PLANTAS DA FAMÍLIA CELASTRACEAE
Shiara Martins de Souza – Farmacêutica, Mestre em Ciências
Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice- UNIVERTIX
PALAVRAS- CHAVES: Citotoxicidade, Câncer, Celstraceae
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, observa-se um aumento na procura por drogas vegetais aplicadas
como recursos terapêuticos (SILVEIRA, BANDEIRA, ARRAIS, 2008). Esses
produtos exibem alta diversidade de estruturas químicas, com propriedades físicoquímicas e biológicas promissoras para utilização terapêutica ou como protótipos de
novos fármacos. Essa diversidade é superior aos produtos derivados dos processos
de sínteses (SOUZA, 2013). Algumas terapias antitumorais utilizam o taxol e a
vimblastina, produtos extraídos das espécies Taxus brevifolia e Catharanthus roseus
(L.) G. Don. , cuja utilização clínica se aplica no tratamento de linfoma de Hodgkin,
sarcoma de kaposi, câncer de ovário e testículos (BRASIL, 2012). Conhecido há
muitos séculos, o câncer é um importante problema de saúde pública em todo
mundo (GUERRA et al., 2005). No Brasil, estima-se a ocorrência de mais de
500.000 novos casos de câncer para o ano de 2014. Os tipos mais incidentes serão
cânceres de pele não melanoma, próstata, pulmão, para o sexo masculino; e os
cânceres de pele não melanoma, mama, colo do útero, para o sexo feminino
(BRASIL, 2012). Ensaios in vitro para a avaliação de citotoxicidade de algumas
espécies vegetais fornecem dados preliminares importantes quanto ao potencial
carcinogênico dessas plantas. O presente estudo tem com objetivo realizar uma
revisão de estudos direcionados a avaliação da atividade citotóxica em espécies da
família Celastraceae.
METODOLGIA
Trata-se um estudo descritivo qualitativo. Houve pesquisas em banco de revistas
científicas ou diretamente em sites de revistas eletrônicas de artigos científicos
REVISÃO DE ESTUDOS DE ATIVIDADE CITOTÓXICA EM ESPÉCIES DA
FAMÍLIA CELASTRACEAE.
A família Celastraceae compreende 98 gêneros com 1210 espécies (SIMMONS,
2012). São plantas nativas de regiões subtropicais e tropicais (SPIVEY, WESTON,
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WOODHEAD, 2002). No Brasil essa família é representada por quatro gêneros:
Maytenus Juss, Goupia Reiss., Austroplenckia Lund. e Franhofera Mart. (VIEIRA
FILHO, 2002). Dentre as principais atividades biológicas citadas para espécies de
Celastraceae estão: atividade antirreumática, cicatrizante, antisséptica, antiasmática,
antie-espermatogênica,
analgésica,
antiulcerogênica;
inseticida
citotóxica,
antitumoral, antiinflamatória (SILVIA, 2007).Estudos de citotoxicidade na família
Celastraceae concluíram que espécie do gênero Maytenus sp. são mais promissores
para essa atividade, como em ensaios com linhagens celulares de adenocarcinoma
de cólon humano e carcinoma de células pulmonares humanas (MONKS et al.,
2002). A espécie Maytenus ovatus Loes, forneceu, através de estudo fitoquímico, a
substância maitensina, com alto potencial citotóxico, porém sem valor clínico devido
a sua capacidade in vivo de agredir células normais, além das cancerígenas
(CASSADY et al., 2004). A espécie Salacia crassifólia foi submetida a testes de
citotoxicidade in vitro frente às linhagens melanoma, câncer de cólon-humano e do
sistema nervoso central. As frações hexânica e de acetato de etila da casca da
planta proporcionaram citotoxicidade significativa (DE OLIVEIRA et al., 2012). Em
teste de indução da proliferação celular utilizando extrato de sâmaras de
Austroplenckia populnea, foi observado diminuição de células epiteliais sobre as
linhagens cancerígenas, bem como em células normais.(CANESCHI, 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados positivos para ensaios de citotoxicidade demonstram o grande
potencial de espécies da família Celastraceae frente à atividade carcinogênica. Para
confirmação dessa atividade promissora, fazem-se necessárias novas investigações.
REFERÊNCIAS
BRASIL .INCA-Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva/ Ministério
da Saúde. Disponível em: http://www.inca.gov.br Acessado em: 18 de agosto de
2014
CANESCHI, C.M. Estudo fitoquímico e atividades biológicas de extratos e
constituintes isolados de sâmaras de Austroplenckia populnea Reissek
(Celastraceae)Dissertação de Mestrado, Programa de Pós graduação em Ciências
Farmacêuticas (CiPharma). Universidade Federal de Ouro Preto, 2011.
CASSADY, J. M., CHAN, K. K., FLOSS, H. G., LEISTNER, E. Recent developments
in the maytansinoid antitumor agents. Chemical and Pharmaceutical Bulletin
(Tokyo). v. 52, p.1 - 26, 2004.
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DE OLIVEIRA, C. R.; MENEZES, A. C. S; DE MORAES, M. O.;VIEIRA,L. M.;
PEREIRA, A. G.; ROSA SILVA LIMA,R. S.; DOS SANTOS, M. L. Avaliação citotoxica
em três linhagens de células tumorais das frações obtidas da casca do caule de
Salacia crassifolia (MART. ex.Schult.) G. Dom. (Celastraceae). Revista Colombiana
de Ciências e Química Farmacêutica. v. 41 n.2, p.133 - 142, 2012.
GUERRA, M. R.; MOURA GALLO, C. V.; AZEVEDO, G.; MENDONÇA, S. Risco de
câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Revista
Brasileira de cancerologia. v 51, n. 3, p. 227-234, 2005.
MONKS, N. R.; BORDIGNON, S. A. L.; FERRAZ, A.; MACHADO, K. R.; FARIA, D.
H.; LOPES, R. M.; MONDIN, C. A.; SOUZA, I.C.C.D.; LIMA, M. F. S.; ROCHA, A. B.
D.; SCHWARTSMANN, G. Anti-tumor screening of Brazilian plants. Pharmaceutical
Biology. v. 40, p. 603 - 616, 2002
SILVIA, R. S. Estudo químico e avaliação do potencial farmacológico e herbicida de
Maytenus inbricata. Mart. ex. Reissek. Dissertação de doutorado Deparatamento de
Química, ICEEx, Universidadae Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, p. 5, 2007.
SILVEIRA,P. F.; BANDEIRA, M.A.M.; ARRAIS, P.S. Farmacovigilância e reações
adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade. Revista Brasileira de
Farmacognosia, v.18, n 4, pp.618-626,2008.
SIMMONS, M. P.; BACON, C. D.; CAPPA, J. J.; MCKENNA, M.J. Phylogeny of
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SOUZA, S.M.
Estudo fitoquímico e atividade citotóxica de extratos e frações de
folhas de Austroplenckia populnea REISSEK (Celastraceae).Dissertação de
mestrado. Programa de pós graduação em Ciências Farmacêuticas
(CiPharma),Escola de Farmácia, EFAR, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro
Preto, 2013.
SPIVEY, A. C.; WESTON, M.; WOODHEAD, S. Celastraceae sesquiterpenoids:
biological activity and synthesis. The Royal Society of Chemistry Journal. v. 31, p.
43 - 59, 2002.
VIEIRA-FILHO, S. A. Estudo fitoquímico em folhas e sâmaras de Austroplenckia
populnea, avaliação da atividade antiespermatogênica do extrato hexânico das
folhas e estudo fotoquímico em triterpenos pentacíclicos. Tese de Doutorado.
Departamento de Química, ICEx. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo
Horizonte, 2002.
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TÉCNICAS DE BAIXA COMPLEXIDADE PARA IDENTIFICAÇÃO PRELIMINAR
DE BACTÉRIAS DO GÊNERO Staphylococcus ssp.
Mônica Mendes Moreira - Graduanda do Curso de Farmácia - Bolsista PIBIC FAPEMIG– Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Elizabete Cristina Ribeiro – Graduanda do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice
- UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências
Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Shiara Martins de Souza – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências
Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Bruna Chaves Amorim, Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Naturais e da
Saúde, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS- CHAVES: Staphylococcus ssp., Diagnóstico, Bacteriologia
INTRODUÇÃO
O gênero Staphylococcus ssp. é formado por bactérias Gram-positivas de forma
esférica (cocos), que formam grupos com aspecto de cachos de uva. Essas
bactérias, junto a Escherichia coli, compõem a maior parte da flora normal humana e
se caracterizam como causas mais comuns de infecções cutâneas (BATISTA e
MAGGIONI, 2012). As infecções estafilocócicas produzem cavidades cheias de pus,
como abcessos e os furúnculos. Podem circular através do sangue e formar
abcessos em órgãos internos, como pulmões, ossos e no revestimento interno do
coração e das suas válvulas (BATISTA e MAGGIONI, 2012). A identificação de
espécies do gênero estafilococos exige técnicas altamente complexas com recursos
utilizados em biologia molecular. Porém, em uma rotina laboratorial, algumas
análises
preliminares
de
amostras
revelam
indícios
da
presença
desses
microrganismos, auxiliando o diagnóstico. O objetivo do presente trabalho é
relacionar as técnicas de baixa complexidade mais utilizadas na rotina laboratorial
para identificação Staphylococcus ssp (OPULSTIL, 2010)
METODOLOGIA
Foram feitas pesquisas bibliográficas com consultas em banco de revistas científicas
ou diretamente em sites de revistas eletrônicas de artigos científicos.
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Essa pesquisa é parte de um projeto mais abrangente, que se encontra em
andamento, intitulado: “Quantificação de Bactérias do Gênero Staphylococcus ssp.
Em diferentes tipos de pele: seca e oleosa”. Esse projeto foi aprovado pelo
Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice –
Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais
(FAPEMIG).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A seleção de bactérias do gênero estafilococos é feita a partir de meios de cultura
específico e/ou seletivo. Posteriormente, a confirmação da presença dessa espécie
é feita através de testes de coloração associados a testes que avaliam
características bioquímicas e fisiológicas (OPULSTIL, 2010). Para identificação
presuntiva, inocula-se amostra na placa de ágar sangue de carneiro em 5% de
tensão de CO2. Esse meio possibilita o crescimento de espécies do gênero
estafilococos e estreptococos. As colônias de estafilococos são geralmente maiores,
convexas, de coloração amarela, podem apresentar hemólise ou não. As colônias de
estreptococos tendem a ser menores (puntiformes), e com halos de hemólise total
ou parcial. A diferenciação entre os estreptococos e os estafilococos é feita pela
prova da catalase (ANVISA, 2013). Outra maneira de se realizar a seleção de
culturas de estafilococos é a utilização ágar manitol salgado. Nesse meio há
nutrientes para crescimento bacteriano e a seletividade para estafilococos é feita
pela presença de cloreto de sódio a 7,5 %. O vermelho de fenol se caracteriza como
um indicador de pH que avalia a presença de diferentes espécies desse gênero.
(CHAPMAN, 19945, ANVISA, 2013). A caracterização dos estafilococos é baseada
na morfologia que as bactérias apresentam em meios líquidos. Mostram-se em
forma de cocos aos pares, em cachos de uva ou agrupados. Essa observação é
feita através de métodos de coloração de GRAM e posterior observação em
microscópio óptico em objetiva de imersão. Para fazer o diagnóstico diferencial entre
estafilococos e outras células bacterianas de morfologia semelhante (cocos Gram
positivos), é preciso realizar provas bioquímicas, fisiológicas e de motilidade
(ANVISA, 2013). O teste de catalase é um prova bioquímica que tem como princípio
a avaliação da presença de enzima bacteriana capaz de reduzir o peróxido de
hidrogênio ao ser adicionado em uma determinada cultura. A presença dessas
enzimas é identificada pela produção de bolhas. Para estafilococos a prova é
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geralmente positiva, enquanto que para estreptococos é negativa (ANVISA, 2013).
Outras bactérias em forma de cocos como Micrococcus ssp. Planococcus ssp. e
Stomatococcus ssp. também possuem enzimas capazes de reduzir o peróxido de
hidrogênio, fornecendo resultados positivos a esse teste. Para fazer o diagnóstico
diferencial, é preciso realizar o teste de motilidade e somar os resultados (ANVISA,
2013). A prova da motilidade indica indiretamente a produção de estruturas de
locomoção bacteriana. Trata-se de uma prova fisiológica que auxilia na identificação
de bactérias. A prova é positiva quando os microrganismos crescem em meio semisólido, deslocando-se da linha de inoculação, turvando o meio. A prova é negativa
quando os microrganismos ficam restritos ao local da inoculação sem, contudo,
turvar o meio. Através do teste de motilidade é possível diferenciar espécies do
gênero Staphylococcus ssp. (motilidade negativa) e de gênero Planococcus ssp.
(motilidade positiva) (ANVISA,20013). O teste de oxidase é feito através da leitura
em fita de oxidase. Em caso positivo, o esfregaço bacteriano na fita apresenta
coloração rosa intenso, que após alguns segundos pode mudar para preta. O
esfregaço de bactérias oxidase negativas não apresentarão alteração de cor. Esse
teste auxilia na diferenciação entres Staphylococcus ssp que são oxidases negativos
e outros cocos catalase positivos: Micrococcus ssp. Macrococcus ssp. e Kocuria
kristinae (ANVISA, 20013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As avaliações laboratoriais descritas são de baixo custo e com importante valor para
auxílio no diagnóstico clínico.
REFERÊNCIAS
BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de Microbiologia
Clínica para o Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Módulo 6:
Detecção e identificação de bactérias de importância médica /Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Publicações Eletrônicas. Brasília: Anvisa, 2013.
BATISTA, D. e MAGGION, D. Furunculose. Centro de Ciências da Saúde..
Universidade Federal de Santa Maria Centro de Ciências da Saúde Departamento
de Microbiologia e Parasitologia Microbiologia Geral. Santa Maria, 2012. Disponível
em:
http://coral.ufsm.br/microgeral/
Oficinas/Furunculose.pdf.
Acesso
em:
03.abri.2014.
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CHAPMAN, G.H.The significance of sodium chloride in studies of staphylococci.
Journal Bacteriol. 50 ed. p. 201-203, 1945.
OPLUSTIL, C.P., ZOCCOLI, C.M., TOBOUTI, N.R., E SINTO, S.I. Procedimentos
Básicos em Microbiologia Clínica, Sarvier, São Paulo, 3 ed 2010.
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FARMACOTERAPIA DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO
Cíntia de Fátima Ribeiro, Amanda Geralda Reis Cruz, Dândara Tavares,
Sunamita Freire da Silva, Rogéria Miranda Braga – Graduandas em Farmácia,
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Depressão Pós-Parto; Farmacoterapia.
INTRODUÇÃO
A Depressão Pós-Parto (DPP) caracteriza-se como um grave problema de saúde no
ciclo gravídico-puerperal que atinge aproximadamente de 10 a 20% das mulheres
nos seis primeiros meses após o parto. Somente 50% dos casos da doença são
diagnosticados na clínica diária e menos de 25% das puérperas acometidas têm
acesso à terapia (RUSCHI et al., 2007). A DPP provoca alterações psicológicas na
mãe e pode afetar o desenvolvimento psicológico da criança (IBIAPINA et al., 2010;
SOUSA, VIEIRA e PARTATA, 2011).
Costa (2013) acrescenta que distúrbios
depressivos puerperais aumentam as possibilidades de comportamentos agressivos
das mães contra si mesmas e contra pessoas que estão ao seu redor, inclusive o
recém-nascido. Segundo Ibiapina et al., (2010) diagnosticar a DPP não é algo fácil,
uma vez que seus sintomas são comuns no período puérpero. As principais
manifestações clínicas consistem em alterações do sono, adinamia, sentimentos de
culpa ou desânimo, podendo ocorrer, inclusive, presença de pensamentos suicidas.
O tratamento farmacológico mostra-se como o meio mais acessível a clínicos que
lidam com tais pacientes e há indício de que o mesmo restabeleça o funcionamento
dessas mulheres (MAGALHÃES et al., 2006). Diante do exposto, foi feita uma
revisão bibliográfica com o objetivo de identificar os fármacos utilizados na
terapêutica da DPP, evidenciando a classe medicamentosa de primeira escolha.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS). Os descritores utilizados foram: depressão
pós‑parto, farmacoterapia.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Analisando os trabalhos encontrados sobre o tema em estudo, foi possível detectar
que para a maioria das mulheres com quadros leves e moderados de DPP, a
psicoterapia é suficiente para o controle dos sintomas. O tratamento farmacológico é
reservado para os quadros mais graves, não responsivos à psicoterapia (HIGUTI e
CAPOCCI, 2003; SOUSA, VIEIRA e PARTATA, 2011). Em levantamento
bibliográfico conduzido por Dezidério
et al., (2011) foram apontados os
medicamentos mais eficazes e utilizados no tratamento deste distúrbio, entre os
quais, destacam-se os Inibidores Seletivos da Recaptação da Serotonina – ISRSs
(fluoxetina, paroxetina, sertralina) e os Antidepressivos Tricíclicos – ADT (nortriptilina
e desipramina). Estudos de caso-controle que objetivavam comparar a eficácia do
tratamento farmacológico para o controle da doença, revelaram que fármacos como
sertralina, fluvoxamina e venlafaxina (ISRSs) foram capazes de promover melhora
significativa dos sintomas depressivos das puérperas (COSTA, 2013). O tratamento
de primeira escolha para a DPP consiste no uso dos ISRSs, já que seus
componentes têm um baixo risco tóxico. Além disso, os ADT acarretam em menor
aderência ao tratamento, devidos aos seus efeitos colaterais, como: sedação, ganho
de peso, hipotensão ortostática e constipação (WENDER et al., 2002; HIGUTI e
CAPOCCI, 2003). Os ISRSs apresentam perfil mais tolerável de efeitos colaterais,
provavelmente em razão de sua ação seletiva. É importante salientar que o
profissional farmacêutico configura-se como peça fundamental para garantir a
adesão ao tratamento, por meio do esclarecimento de dúvidas em relação a tais
medicamentos (SOUSA, VIEIRA e PARTATA, 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do estudo realizado, pode-se verificar que embora seja reconhecida a
heterogeneidade da depressão, há um consenso quanto à efetividade dos
antidepressivos. Além disso, foi possível identificar que um dos principais motivos
que conferem aos ISRSs o caráter de grupo farmacológico de primeira escolha para
o tratamento da DPP, é atribuído, principalmente, à sua característica de
seletividade.
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REFERÊNCIAS
COSTA, L. M. Depressão pós-parto. Piracicaba. 2013. 29p. Monografia/Pósgraduação. Pós-graduação em Saúde Coletiva e da Família, Faculdade de
Odontologia de Piracicaba – UNICAMP.
DEZIDÉRIO, D.; FERREIRA, D.C.; ESPOLADOR, L.; LARA, L.; RUIZ, L.; CATELANMAINARDES, S.C. Os efeitos dos principais psicofármacos utilizados no tratamento
da depressão pós-parto. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO
CIENTÍFICA, 7, 2011. Maringá. Anais eletrônico, Maringá: EPCC, 2011. P. 1-5.
HIGUTI, P. C. L.; CAPOCCI, P. O. Depressão pós-parto. Revista de Enfermagem
UNISA, Santo Amaro, v. 4, p.46-50, 2003.
IBIAPINA, F.L.P.; ALVES, J.A.G.; BUSGAIB, R.P.S.; COSTA, F.S. Depressão pósparto: tratamento baseado em evidências. Femina, v.38, n. 3, p. 1-5, 2010.
MAGALHÃES, P.V.S.; PINHEIRO, R.T.; FARIA, A.D.; OSÓRIO, C.M.; SILVA, R.A.
Questões críticas para o tratamento farmacológico da depressão pós-parto. Revista
de Psiquiatria Clínica, São Paulo, v. 35, n. 5, p. 245-248, 2006.
RUSCHI, G.E.C.; SUN, S.Y.; MATTAR, R.; CHAMBÔ FILHO, A.; ZANDONADE, E.;
LIMA, V.J. Aspectos epidemiológicos da depressão pós-parto em amostra brasileira.
Revista de Psiquiatria, Rio Grande do Sul, v. 29, n. 3, p. 274-280, 2007.
SOUSA, E. N.; VIEIRA, R. C. S.; PARTATA, A. K. A importância do farmacêutico no
tratamento da depressão pós-parto. Infarma, Brasília, v.23, p.58-64, Nov/Dez, 2011.
WENDER C. O. M.; MAGNO V. A.; MARC C. M. A.; ANFROI A. Depressão
puerperal: atualização. Femina, v. 30, n. 7, p. 439-444, 2002.
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BACTÉRIAS E A RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS
Cristina de Paula Loiola, Inácio Dornelas Sampaio Neto,
Luciano Vitor Estevão, Pricila Luiza Cruz Lima e Valéria de
Sousa Santana – Acadêmicos do Curso de Farmácia – Faculdade
Vértice – UNIVERTIX.
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica
Analista Clínica. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da
Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
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PALAVRAS-CHAVE: Bactérias; Multirresistência; Antibióticos.
INTRODUCAO
A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, em maio de 2014, o primeiro
relatório sobre a situação da resistência bacteriana (RB) no mundo. A análise contou
com dados de 114 países e revelou as sete espécies que mais causam
preocupação: Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus,
Salmonella, Streptococcus pneumoniae, Neisseria gonorrhoeae e Shigella. Em
Todas as nações da Europa, Ásia e Oceania ocorrem cinco ou mais espécies de
bactérias multirresistentes. Já nos países localizados na América, somente no Brasil,
Uruguai, Chile, México e Costa Rita a prevalência de espécies resistentes é de
menos de cinco (BIERNATH, 2014). Existe uma preocupação quanto a este
panorama, pois os fármacos antimicrobianos existentes estão se tornando ineficazes
contras as cepas multirresistentes devido ao uso desenfreado de antibióticos de
maneira irracional (GRAHAME-SMITH, ARONSON, 2002). Dessa forma, infecções
triviais passam a apresentar aspecto perigosíssimo. O governo brasileiro deu um
importante passo para restringir o uso irracional de antibióticos, ao editar a
Resolução nº 20, da ANVISA, que dispõe sobre prescrição, comercialização e
embalagem de antibióticos. A resolução estabelece normas mais rígidas de
prescrição, determina a retenção de cópias das receitas em farmácias e drogarias e
obriga os comerciantes do setor a manter livros de registro dessas vendas, com a
identificação dos compradores. Os antibióticos devem ter faixas vermelhas na
embalagem e, nestas, a informação de venda apenas sob prescrição médica e com
retenção da receita. (ANTUNES et al., 2011; BIERNATH, 2014; BRASIL, 2011).
Medidas como esta são essenciais para controlar a proliferação e um potencial
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predomínio de superbactérias. No entanto, muito ainda precisa ser feito. Cabe aos
cientistas desenvolver pesquisas que levem a novos medicamentos para combater
os microorganismos multirresistentes, e compete aos governantes adotar políticas e
medidas práticas, implantando monitoramento constante e o controle da disseminação dessas bactérias modificadas, bem como outras ações de promoção da
saúde e prevenção (DIAS, MONTEIRO, 2010; ANTUNES et al., 2011). Contudo, o
objetivo deste trabalho é descrever os principais mecanismos utilizados pelas
bactérias para tornarssem resistentes a antimicrobianos.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao
tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nas últimas décadas, o mundo tem testemunhado uma grande proliferação de
bactérias patogênicas, envolvidas em uma variedade de doenças, que apresentam
resistência a múltiplos antibióticos. O termo superbactérias, muito usado atualmente,
refere-se a bactérias que acumularam vários genes determinantes de resistência, a
ponto de se tornarem refratárias a, praticamente, todos os antimicrobianos utilizados
nos tratamentos médicos, deixando clínicos e cirurgiões sem muitas opções para
combater as infecções. Pacientes hospitalizados são, particularmente, mais
suscetíveis a infecções graves por bactérias, em razão do sistema imune mais
comprometido e do uso de procedimentos médicos invasivos, como cirurgia e
implantação de cateteres e próteses. Dessa forma, cada vez mais existe a
necessidade de utilização de antibióticos de maior espectro o que, inclusive,
favorece ainda mais o surgimento e a seleção de cepas resistentes devido à pressão
de seleção (PAGE et al., 2004; GRAHAME-SMITH, ARONSON, 2002; ANTUNES, et
al., 2011.). As bactérias se adaptam a diferentes mecanismos para sobreviverem à
ação dos antibióticos. Algumas delas apresentam inclusive diversas mutações em
seu genoma e dessa forma desenvolvem vários mecanismos de resistência
simultaneamente (BIERNATH, 2014). Certas bactérias, ao entrarem em contato com
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o medicamento, superativam a chamada bomba de efluxo, mecanismo responsável
pela expulsão das substâncias que seriam nocivas ao microrganismo. Ocorrem
também modificações enzimáticas e de receptores que são alvos dos antibióticos,
com isso, após os primeiros contatos com o fármaco, o medicamento se torna
ineficaz. E por ultimo, as bactérias adotam o mecanismo de enzimas específicas,
que neutralizam o antibiótico antes que ele chegue ao seu destino (PAGE et al.,
2004, GRAHAME-SMITH, ARONSON, 2002). Após essas adaptações, as bactérias
sobreviventes se multiplicam espalhando o material genético. Uma bactéria também
pode transmitir partes de seu DNA que confere proteção contra um fármaco para
outras que estão nas proximidades. Além disso, as bactérias conseguem captar
trechos genéticos de bactérias já resistentes e incluir em seu próprio genoma.
Existem também, vírus chamados de bacteriófagos, que ao invadir uma bactéria,
tomam para si pedaços de genes resistentes e os transmitem adiantes, infectando
outras. E por fim, a seleção natural, onde um fármaco elimina as bactérias frágeis,
selecionando assim as mais resistentes. Essas bactérias sobreviventes se
reproduzem e, aos poucos, formam colônias difíceis de serem erradicadas
(BIERNATH 2014; DIAS, MONTEIRO, 2010; ANTUNES et al., 201). O sucesso das
superbactérias parece depender de três fatores principais: a presença de elementos
genéticos móveis, permitindo à transmissão de genes de resistência de uma bactéria
a outra; a intensa utilização de antimicrobianos; e a rapidez com que as pessoas
viajam de um país para outro, disseminando tais bactérias entre indivíduos de
regiões geográficas distintas. Sem dúvida, a questão da múltipla resistência aos
antibióticos tornou-se uma crise sanitária global (ANTUNES et al., 2011)
CONSIDERACOES FINAIS
Sendo assim, a melhor forma de evitar a proliferação e prevalência dessas bactérias
multirresistentes em relação ao mecanismo de ação dos medicamentos é corrigir o
uso indiscriminado de antibiótico sem prescrição e orientação médica. Vale apena
ressaltar também a higiene adequada das mãos, pois é o principal vetor externo de
contaminação e contato com essas bactérias.
REFERÊNCIAS
PAGE et al. Drogas e Bactérias. In: Farmacologia integrada. 2. ed. Barueri: Manole
Ltda, 2004. p. 111-136.
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GRAHAME-SMITH, D.G; ARONSON, J.K.. Tratado de farmacologia clínica e
farmacoterapia. 3.ed.. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
DIAS, Margarida; MONTEIRO, Micaela S. Antibióticos e resistência bacteriana:
velhas questões, novos desafios. In: Clinica farmacológica. Lisboa. 2010.
ANTUNES, et al. Superbactérias: o problema mundial da resistência a antibióticos.
In: Ciência Hoje. Rio de Janeiro.. p. 23-27, 2011.
BIERNATH, A. Como bactérias criam resistência a antibióticos? Saúde Vital. São
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medicamentos à base de substâncias classificadas como antimicrobianos, de uso
sob prescrição, isoladas ou em associação. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária, Brasília, 09. mai. 2011. Seção 1, páginas 39 a 41.
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OBESIDADE: A MAIS COMUM DAS ALTERAÇÕES NUTRICIONAS NO MUNDO
Angélica Aparecida Moreira Santos, Daiane Sérvio Tensoli, Manila Bastos da
Silva, Mônica Cunha Tôrres, Wirgínia Leoni Vitor de Oliveira – Graduandas em
Bacharelado em Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências
Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVERTIX.
PALAVRAS CHAVES: Obesidade; Tratamento, Saúde Pública.
INTRODUÇÃO
A obesidade é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um
dos mais graves problemas de saúde pública do mundo (NISSEN et al., 2012). É
definida como um acúmulo de gordura anormal em forma de triglicérides, devido a
um balanço energético positivo ou, ainda como consequência do abuso de alimentos
sem propósito nutricional (SOUZA et al., 2005). O aumento de sua incidência e
prevalência deve-se principalmente ao estilo de vida, consumo de alimentos ricos
em gorduras e açúcares, sedentarismo, redução de consumo de fibras. Esse
aumento é uma das maiores preocupações dos profissionais e pesquisadores da
área de saúde (BIANCHINI et al., 2012).É comprovado que o excesso de peso
associa-se
ao
cardiovasculares,
aparecimento
como
de
diversas
hipertensão
complicações,
arterial;
insuficiência
incluindo
as
coronariana;
arteriosclerose; doenças osteomusculares, respiratórias; dermatológicas; distúrbios
endócrino-metabólicos, como a diabetes e as dislipidemias; além de neoplasias
(SOUZA et al., 2005). Ou seja: a obesidade acontece quando a ingestão alimentar é
maior que o gasto energético correspondente (NISSEN et al., 2012). Contudo, foi
realizado um levantamento bibliográfico com o objetivo de aprofundar em aspectos
importantes da obesidade e seu tratamento.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Geralmente os pacientes apresentam uma alimentação incorreta e desorganizada. A
maioria das pessoas fazem apenas três refeições diárias, não possuem horários
definidos para fazê-las e/ou deixam de realizar alguma refeição (SOUZA et al.,2005).
Existem inúmeros métodos de tratamento para obesidade, onde a mudança de vida,
que envolve dietas, com restrição calórica e pratica de exercícios físicos, possui as
maiores
e
melhores
resultados
(NISSEN
et
al.,
2012).
Os
tratamentos
farmacológicos são bastante utilizados. Dentre as substâncias utilizadas, a
Sibutramina possui destaque, pois é o único fármaco de comercialização autorizada
atualmente, por isso é uma substância que está em grande evidência. Este fármaco
possui eficácia na perda de peso e na manutenção, além disso, ajuda no combate à
comorbidades associadas à obesidade. (NISSEN et al., 2012). As anfetaminas foram
substâncias muito utilizadas por bastante tempo, mas foram proibidas de serem
comercializadas no Brasil em outubro de 2011. Dentre os motivos que levaram a
suspensão das vendas estão o aumento da pressão sanguínea, a ocorrência de
palpitações, problemas brônquicos, alteração no reflexo de esvaziamento da bexiga
e dos intestinos (CARNEIRO, JÚNIOR e ACURCIO, 2008). Contudo, mesmo que
medicamentos sejam aplicáveis na terapêutica da obesidade, a terapia não
medicamentosa é a mais importante. A mudança de conduta envolve a prática de
exercícios físicos e realização de dietas hipocalóricas, estes promovem a diminuição
da gordura corporal, o aumento da massa magra e a atenuação das comorbidades
geradas pelo excesso de gordura. Dessa forma o recomendado é que a utilização de
medicamentos seja sempre associada à mudança de conduta (FONSECA-JUNIOR
et al.,2013). A cirurgia bariátrica é outra forma de tratamento, e este vem
aumentando em todo o mundo. No entanto é recomendada apenas para pacientes
com obesidade mórbida. Em longo prazo, é considerada mais eficiente que o
tratamento clínico. Entretanto, tanto antes quanto após o processo cirúrgico, o
exercício físico deve ser parte integrante do programa de tratamento cirúrgico
multidisciplinar. (FONSECA-JUNIOR et al.,2013). Contudo, a obesidade é uma
condição complexa raramente temporária, e deve ser encarada como doença
crônica na qual estão envolvidos múltiplos fatores e o tratamento é difícil, em longo
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prazo, uma vez que requer mudanças comportamentais e dos hábitos pelo resto da
vida dos pacientes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No mundo atual a prevalência da obesidade é crescente e esta não é uma condição
simples de ser controlada / tratada. Seu tratamento requer principalmente força de
vontade, apoio, e acompanhamento de profissionais de saúde. Existe um número
limitado de fármacos disponíveis para ajudar os pacientes na perda de peso, além
disso, nem todos os obesos e/ou pessoas são candidatos ao tratamento
farmacológico. Esses medicamentos devem ser acompanhados de um programa
abrangente que inclua dieta e exercícios e mudanças de comportamento.
REFERÊNCIAS
SOUZA, Jakeline et. Al. Obesidade e tratamento: Desafio Comportamental e social.
Revista Brasileira de Terapias Cognitivas. Rio de Janeiro, vol. 1, 2005,1, 1 – 8
junho. 2005.
NISSEN, Leonardo et. Al. Intervenções para tratamento da Obesidade: Revisão
Sistemática. Revista Brasileira med fam comunidade. Florianópolis, 2012, 184190. Setembro. 2012.
BIANCHINI, Josiane et al. Tratamento da Obesidade: Revisão de Artigo sobre
intervenções multiprofissionais no contexto brasileiro. Arq Ciênc Saúde. Maringá –
Pr. 2012, 9 -15. Abril – Junho. 2012.
CARNEIRO, Mônica de Fátima Gontijo; JÚNIOR, Augusto Afonso Guerra;
ACURCIO, Francisco de Assis. Prescrição, dispensação e regulação do consumo de
psicotrópicos anorexígenos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Caderno de
Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.24, n.8, p.1763-1772, ago, 2008.
FONSECA-JUNIOR, Sidnei Jorge et. Al. Exercício físico e obesidade mórbida: Uma
revisão sistemática. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva. São
Paulo, 2013.
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A PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS PSICOTRÓPICOS E O USO RACIONAL
DE MEDICAMENTOS
Juliana Martins Ferreira e Jéssica de Souza – Acadêmicas do Curso de Farmácia
– Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia com Habilitação em Análises
Clínicas. Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS
CHAVE:
Medicamentos
psicotrópicos;
Prescrições;
Erros
de
Medicação.
INTRODUÇÃO
Os medicamentos constituem um dos principais agentes tóxicos no Brasil desde
1994, sendo que em 2009 as intoxicações humanas decorrentes de medicamentos
tiveram um percentual de 26,47% na qual 17,36% resultaram em casos de morte
(TELES et al., 2013). As classes que mais causam intoxicações no Brasil são os
benzodiazepínicos, antigripais, antidepressivos e anti- inflamatórios (BORTOLETTO
& BOCHNER, 1999). A Lei nº 5.991 de 17 de dezembro de 1973 é responsável pelo
controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos no Brasil (BRASIL, 1973). Além disso, a Secretaria de Vigilância Sanitária
do Ministério da Saúde (SVS/MS) em 1998 regulamentou a Portaria nº 344 com o
intuito de controlar todas as atividades relacionadas às substâncias e medicamentos
psicotrópicos (DUZANSKI et al., 2011).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao
tema.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
As prescrições que não estão de acordo com a legislação, podem prejudicar o
tratamento farmacoterapêutico e levar a erros da medicação. Esses erros são
decorrentes principalmente de falhas no momento da prescrição e dispensação.
Sendo assim, a dispensação dos medicamentos de controle especial deve ser mais
rigorosa, pois podem causar dependência, entre outros agravos à saúde
(MASTROIANNI, 2009). Dentre todas as substâncias sujeitas a controle especial, os
benzodiazepínicos (BDZ) e os antidepressivos estão entre os medicamentos
psicoativos mais utilizados. Estudos comprovam que médicos de diversas
especialidades prescrevem esses medicamentos e não apenas os psiquiatras, o que
pode estar relacionado com um maior número de diagnósticos inadequados, uso
irracional de medicamentos e consequentemente podem interferir na qualidade de
vida dos usuários desses medicamentos (FONTES, 2009). Devido ao uso abusivo
de certos medicamentos no Brasil, foi criada a RDC nº 27 de março de 2007, que
elaborou o Sistema Nacional para Gerenciamento de Produtos Controlados
(SNGPC). O SNGPC é um sistema informatizado que permite a captura e
transmissão de dados relacionados com a produção, circulação, comércio e uso de
substâncias ou medicamentos de controle especial e está disponibilizado via internet
(MARTINS et al., 2012). Silva e Iguti (2013) realizaram um estudo com o objetivo de
conhecer o consumo de psicotrópicos de uma população em região periférica de
São Paulo. Foram analisadas 800 prescrições, sendo que dos 1371 medicamentos
prescritos, 1134 eram controlados. Dos medicamentos controlados, 78,40%
pertenciam à lista C1 e 21,60% à lista B1. Observaram também que após a
implantação do sistema informatizado, a quantidade de medicamentos prescritos
diminuiu, mostrando a necessidade do uso de tecnologias e abordagens de
educação em saúde.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos observar que os medicamentos são essenciais para a prevenção,
promoção, manutenção e recuperação da saúde, proporcionando a sociedade uma
melhor qualidade de vida. Porém além dos medicamentos oferecerem benefícios, o
seu uso inadequado pode levar a complicações, danos a saúde, prejuízos
econômicos e sociais. Os Problemas Relacionados a Medicamentos (PRMs)
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compreende também o Erro de Medicação (EM), sendo qualquer erro acometido
durante a prescrição e utilização do medicamento. Desta forma os erros ocorridos
podem estar relacionados a pratica profissional e a comunicação do pedido e
adesão ao paciente (AIZENSTEIN & TOMASSI, 2011).
REFERÊNCIAS:
AIZENSTEIN, M. L.; TOMASSI, M. H. Problemas relacionados a medicamentos;
reações adversas a medicamentos e erros de medicação: a necessidade de uma
padronização nas definições e classificações. Revista de Ciências Farmacêuticas
Básica e Aplicada. v. 32, n. 2, p. 169-173. 2011.
BORTOLETTO, M. E.; BOCHNER, R. Impacto dos medicamentos nas intoxicações
humanas no Brasil. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro. v.15, n.4, p.859-869.
1999.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Lei Federal nº 5.991 de 17 de dezembro de
1973. Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos,
insumos farmacêuticos e correlatos e dá outras providências. Diário Oficial da
União.
Brasília.
Disponível
em:
http://www.anvisa.gov.br/legis/consolidada/lei_5991_73.htm. Acesso em: 08. abr.
2014.
DUZANSKI, J. et al. Avaliação das informações contidas em notificações de
medicamentos psicotrópicos comercializados em uma drogaria no município de
Ourinhos-SP. Departamento de Farmácia – Faculdades Integradas de Ourinhos FIO/FEMM.
FONTES, R. A. Estudo descritivo do consumo de psicofármacos em Ouro
Preto, Minas Gerais (2006). Ouro Preto, 2009. 127p. Dissertação (Mestrado).
Fármacos e Medicamentos. Escola de Fármácia. Programa de Pós-Graduação em
Ciências Farmacêuticas. Universidade Federal de Ouro Preto.
MARTINS, E. L. M. et al. Dispensações de psicotrópicos anorexígenos no município
de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Revista Ciência & Saúde Coletiva. v. 17, n.
12, p. 3331-3342. 2012.
MASTROIANNI, P. C. Análise dos aspectos legais das prescrições de
medicamentos. Revista de Ciências Farmacêutica Básica Aplicada. v. 30, n. 2, p.
173-176. 2009.
SILVA, T. O.; IGUTI, A. M. Medicamentos psicotrópicos dispensados em unidade
básica de saúde em grande município do estado de São Paulo. Revista Eletrônica
Gestão & Saúde. Edição Especial. p. 2004-2015. Edição Especial. Março/ 2013.
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TELES, A. S. et al. Papel dos medicamentos nas intoxicações causadas por agentes
químicos em município da Bahia, no período de 2007 a 2010. Revista de Ciências
Farmacêuticas Básica e Aplicada. v. 34, n. 2, p. 281-288. 2013.
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AS ANEMIAS NO CONTEXTO EPIDEMIOLÓGICO
Dalessandro Maurício Dutra e Fabrício Bicalho Sérvio – Acadêmicos do Curso de
Farmácia – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes e Shiara Martins de Souza - Farmacêuticas Bioquímica
– Analista Clínica. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professoras da Faculdade
Vértice – UNIVERTIX
[email protected]
PALAVRAS – CHAVE: Anemia, Hemoglobina, Prevalência.
INTRODUÇÃO
A anemia é caracterizada pela diminuição da hemoglobina total em funcionamento
na circulação (HINTZ e TEIXEIRA, 2012). O diagnóstico dessa doença pode ser
suspeito por sinais e sintomas aparentes, sendo que são necessários exames
laboratoriais adicionais para maior precisão do diagnóstico. O exame mais utilizado
é o hemograma. Para a avaliação de seus resultados, considera-se gênero, estado
fisiológico e altitude em que vive o paciente (PACHECO et al., 2013).
MÉTODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao
tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com OMS, estimam que ¼ da população mundial tenha a doença,
atingindo valores superiores a 40%, considerada como grave problema de saúde
pública. Dada a importância da patologia no mundo, diversos países conduzem
intervenções para reduzir a anemia; particularmente nos grupos mais susceptíveis
para os seus efeitos devastadores, que incluem as mulheres grávidas e as crianças
na primeira infância (PACHECO et al., 2013). Existem vários tipos de anemias. A
classificação de cada uma é dada a partir da razão que levou a diminuição dos
níveis de hemoglobinas circulantes. Do ponto de vista epidemiológico, de 50% a
90% de todos os tipos de anemia no mundo ocorrem devido à deficiência de ferro.
Dentre as principais causas dessa anomalia estão: baixo consumo e/ou a baixa
absorção do ferro dietético. (VIEIRA e FERREIRA, 2010; CEMBRANEL, DALLAZEN,
GONZALES-CHICA,
2013).
A
anemia
por
carência
nutricional
acomete
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principalmente crianças (47,4%), gestantes (41,8%) e mulheres em idade fértil
(30,2%). Ocorre em maior proporção em países desenvolvimento, sendo a
prevalência considerada um grande problema para saúde pública, pois está acomete
um valor maior que 40% em crianças pré-escolares (OLIVEIRA et al., 2011). Dentre
as várias deficiências nutricionais, a de ferro se destaca das demais, tanto em
países desenvolvidos, onde possui prevalência de 17%, quanto em países em
desenvolvimento representando 42% dos casos (CARVALHO et al., 2008). Um
estudo elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou que a anemia
por deficiência de ferro afeta 24,8% da população mundial, tendo a maior
prevalência crianças da faixa etária pré-escolar (47,4%). Segundo a Pesquisa
Nacional de Demografia e Saúde (PNDS, 2006) a anemia por deficiência de ferro
possui prevalência de 20,9% das anemias em crianças menores de 5 anos, sendo
8,7% destes casos considerados de moderado a muito grave e a região nordeste do
Brasil possui as taxas mais elevadas do país (MARTINS, 2011). Estudos revelam
ainda que existe uma tendência ao aumento da prevalência desta patologia, de
modo que hoje esta as anemias são consideradas uma das doenças mais
importantes no Brasil e no mundo (VIEIRA e FERREIRA, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, a anemia se caracteriza como um problema de saúde pública.
Devido aos índices de prevalência em países desenvolvidos e em desenvolvimento,
surge então a necessidade de avaliar o perfil de pacientes submetidos ao exame
hematológico. Essas informações são importantes para posteriores intervenções de
políticas públicas voltadas para esse tipo de doença.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, D.C; GRALA, C.G; HEINZEN, R.B; MENEGALI, T. T; BALDESSAR, M.
Z. Prevalência de anemia ferropriva em crianças de 0 a 5 anos internadas no
Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão/SC, no período de agosto à
dezembro de 2008. Arquivos Catarinenses de Medicina v. 39, n. 3, pag. 25, 2010.
CEMBRANEL, F.; DALLAZEN, C.; GONZALEZ-CHICA, D. A. Efetividade da
suplementação de sulfato ferroso na prevenção da anemia em crianças: revisão
sistemática da literatura e metanálise. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro,
n.10, v.22, pag. 2169-2178, 2006.
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HINTZ, Rosane da Silva; TEIXEIRA, Mário Lettieri. Prevalência de Anemia em
Crianças de 6 meses a 6 anos de idade atendidas em um Laboratório de
Análises Clínicas. Revista Saúde e Pesquisa, v. 5, n. 1, p. 87-95, jan./abr. 2012.
MARTINS, D. S. Anemia em Crianças e Adolescentes: Prevalência dos últimos
onze anos no Brasil. Porto Alegre, 2011 p.55. Monografia/graduação. Curso de
Nutrição. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
OLIVEIRA, C. S. M.; CARDOSO, M. A.; ARAUJO, T. S.; MUNIZ, T. P. Anemia em
crianças de 6 a 59 meses e fatores associados ao município de Jordão, Estado do
Acre. Caderno de saúde pública. Rio de Janeiro n. 27 v. 5 pag. 1008 – 1020, 2011.
PACHECO, J. P; SCHEDLER, F. L. S; HERMES, L; MOLZ, P; ROSA, K; PRÁ, D;
FRANKE, S. I. R. Prevalência da anemia e fatores associados em crianças de 6 a 24
meses matriculadas na rede pública de Venâncio Aires, RS, Brasil. Revista Jovens
Pesquisadores, Santa Cruz do Sul, v. 3, n. 1, pag. 179-190, 2013.
VIEIRA, R. C. S.; FERREIRA, H. S. Prevalência de anemia em crianças brasileiras,
segundo diferentes cenários epidemiológicos. Revisa de nutrição. n. 3, v. 23, pag.
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EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS PARASITÁRIAS
Helisson Augusto de Sá Mendes e Laurimar Aguiar do Carmo - Acadêmicos do
Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia Bioquímica Analista Clínica Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Rogério Oliva Carvalho - Graduado em Medicina Veterinária – Doutor em Medicina
Veterinária – Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS CHAVE: Enteroparasitose; Epidemiologia; prevalência.
INTRODUÇÃO
As doenças parasitárias são frequentes na população mundial, principalmente em
países subdesenvolvidos e em desenvolvimento onde apresentam um alto índice de
disseminação devido às más condições de vida de diferentes populações mais
carentes (FREI, JUNCANSEN e PAES., 2008). O mesmo autor ressalta que para
uma tríade epidemiológica das doenças parasitárias tem se uma necessidade de
três fatores principais, sendo eles, as condições do hospedeiro como a idade, estado
nutricional, e alguns fatores genéticos, o parasito como a resistência a todo sistema
imune do hospedeiro e por último o meio ambiente. As infecções parasitárias são
consideradas uma das doenças mais comuns e mais negligenciadas, afetando mais
de 30% da população mundial (FERREIRA, et al., 2006 ). Segundo MAGALHÃES et
al., (2013) no Brasil, a falta de políticas públicas em favor
de uma educação
sanitária e de saúde eficientes acrescenta ainda mais o problema das doenças
parasitárias na questão de transmissão fecal-oral.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao
tema.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
A epidemiologia é o estudo do que afeta a população, e a sua distribuição, assim
como a de seus determinantes (FERNANDES e BARBOSA., 2011). O mundo
juntamente com todos os países é um complexo ecossistema, a ocorrência de
infecções parasitárias relacionadas com o contágio do solo e da água com materiais
fecais humanos tem demonstrado uma diminuição em países desenvolvidos, tal
ocorrência pode está relacionado aos avanços realizados nos recursos hídricos,
programa de educação em saúde e no desenvolvimento do nível socioeconômico da
população, no entanto, nos países em desenvolvimento essas infecções parasitárias
ainda se revelam presentes (MAGALHÃES, et al., 2013). Segundo FERNANDES e
BARBOSA, nestes países em pleno desenvolvimento, sobretudo em áreas tropicais,
e nas creches, asilos e entre outros locais que há um agrupamento de pessoas
como também presídios e hospitais psiquiátricos, o problema contém maiores
dimensões. Um estudo realizado por Andrade et al., (2013) objetivou determinar a
prevalência de parasitoses em creche e bem como os fatores de risco relacionados,
onde foram feitos exames coproparasitológicos em 276 crianças, e foram aplicados
questionários para avaliar os fatores de riscos. Observou a prevalência de 44,5%
para as enteroparasitos (ascaridíase ∕21,7%) e 31,2% para ectoparasitos (pediculose
∕18,2%). Verificou também que o baixo peso, faixa etária de 3 a 4 anos, ruas não
pavimentadas e renda familiar apresenta uma relação significante com as
enteroparasitoses. A alta prevalência de infecção a parasitoses em países
subdesenvolvidos é responsável por vários quadros clínicos entre eles a diarreia e a
desnutrição, afetando o desenvolvimento físico e cognitivo, especialmente as
pessoas mais jovens, assim, estas parasitoses precisariam ter maior importância nas
ações públicas, em razão ao dano que ocasiona não só o indivíduo quanto até
mesmo ao Estado, em consequência dos gastos com o tratamento (FILHO, et al.,
2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos observar que a prevalência das parasitoses ainda é existente,
principalmente em comunidades menos favorecidas, onde há uma carência da
promoção de saúde da população, que pode ser traduzida pela ausência de
determinados hábitos higiênicos e sanitários. Desenvolvimento de projetos que
ajudam na redução das infecções parasitarias devem ser reforçadas, possibilitando
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a gestão dos recursos hídricos e a implementação de saneamento básico, em
determinadas regiões resultando em uma melhoria na qualidade de vida e no bem
estar dessas comunidades (SILVA, et al., 2011).
REFERÊNCIAS:
ANDRADE, A. S. A.; CARVALHO, C. D. ; BRITO, A. M. G. et al. Cuidado infantil e
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FREI, F.; JUNCANSEN, C.; PAES, J. T. R. Levantamento epidemiológico das
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FILHO, Abrahão Alves de Oliveira et al. Perfil enteroparasitológico dos habitantes
de uma cidade do Nordeste do Brasil, São Paulo. Revista Brasileira Clínica de
Medicina. V. 10, nº 3, 179-82, mai-jun. 2012.
MAGALHÃES, T. D. R. et al. Influência de fatores socioambientais na ocorrência de
enteroparasitos e protozoários não patogênicos em área periférica do município de
Cristina, MG - Brasil. Revista Biociências. v. 19, n. 2, p. 18-26. 2013.
SILVA, F. M. A. et al. Aspectos epidemiológicos e prevalência de enteroparasitoses
em crianças do bairro Jambeiro, São Luis, MA. Maranhão. Revista Ciência Saúde.
V.13, n. 2, p. 123-130, Jul-Dez. 2011.
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AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ESCOLARES DE 7 A 10 ANOS
DAS ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE ABRE CAMPO – MG
Franciele Aparecida Leles Mendes e Isadora Carolina Ribeiro Batista –
Acadêmicas do do curso de Educação Física da UNIVÉRTIX.
André Salustiano Bispo – Bacharel e Licenciada em Educação Física. Mestre em
Ciências da reabilitação. Professor e coordenador do curso de Educação Física da
UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão UNIVÉRTIX.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: avaliação; composição corporal; escolares.
INTRODUÇÃO
O interesse em medir a quantidade dos diferentes componentes do corpo humano
iniciou-se no Século XIX e aumentou no final do Século XX devido à associação entre o
excesso de gordura corporal e o aumento do risco de desenvolvimento de doenças
coronarianas, diabetes mellitos tipo 2, ósteo-artrites e até alguns tipos de câncer
(SANT`ANNA et al, 2009). Grandes modificações nos padrões nutricionais surgiram a
partir de 1990, junto ao processo de desenvolvimento econômico e social do país,
tornando-se motivo de preocupação por parte da saúde pública. Tais mudanças são
fruto de um processo designado como transição nutricional, em que a desnutrição que
era representativa na década de 1980, hoje é superada pela prevalência de sobrepeso e
obesidade (FREITAS e MENDES, 2008; LOCATTE et al. 2012). A composição corporal
é considerada um componente da aptidão física relacionada à saúde por diversos
autores, devido às relações existentes entre a quantidade e a distribuição da gordura
corporal com alterações no nível de aptidão física e no estado de saúde das pessoas,
ainda que, segundo Sant`anna et al. (2009), crianças quando estão em fase de estirão
estão extremamente vulneráveis a desenvolver riscos à saúde. Para melhor
entendimento dos dados de composição corporal na infância e adolescência, é
importante compreender as mudanças fisiológicas que ocorrem em diferentes
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componentes durante o crescimento e a maturação sexual (LEÃO et al., 2010). A
formação do tecido adiposo começa no feto e se dá principalmente a partir do terceiro
trimestre de gestação. Ao nascimento, os bebês humanos já apresentam maior
percentual de gordura corporal do que neonatos de outros mamíferos. A gordura
corporal relativa continua a aumentar durante os primeiros seis meses de vida. Depois,
começa a diminuir e se estabiliza em torno de 13-16% no início da infância (RONQUE et
al., 2007). Durante o período da infância e da adolescência pode ser observado um
aumento gradativo tanto da massa de gordura quanto da massa corporal magra. Assim,
o monitoramento dessas variáveis pode favorecer a identificação de problemas de saúde
associados aos níveis reduzidos de gordura corporal ou a elevados índices de
adiposidade. Lembrando que a obesidade mais comum é a que resulta da ingestão de
mais energia do que a necessária. Não há dúvidas que este consumo excessivo pode
iniciar-se em fases muito remotas da vida, nas quais as influências culturais e os hábitos
familiares possuem papel fundamental (JÚNIOR et al., 2008). Nesse sentido, percebe-se
que os estudos da composição corporal são importantes para melhor compreender os
efeitos que o ambiente, os fatores fisiológicos e maturacionais exercem sobre o
organismo, sendo que uma das formas de se observar as variações ocorridas no
organismo é através dos estudos com dobras cutâneas, especificamente a partir da
relação entre as dobras de tronco e as das extremidades (LEÃO et al., 2010). Sabemos
ainda que a escola pode ser uma grande aliada para ensinar e incentivar os bons
hábitos alimentares, despertando o interesse da criança sobre a importância de uma
alimentação saudável, o que pode ocorrer por meio da merenda escolar com o apoio de
projetos de educação nutricional (LOCATTE et al., 2012). Diante das informações acima
descritas, o estudo em questão pretende verificar a composição corporal de escolares
na faixa etária de 7 a 10 anos das escolas públicas de Abre Campo – MG. Os resultados
obtidos no estudo possibilitarão a realização de intervenções futuras no propósito de
contribuir positivamente para os cuidados destas crianças em relação ao estado
nutricional, atividades físicas correlacionadas, minimizando seus possíveis fatores de
risco quanto à concentração e distribuição de gordura corporal.
METODOLOGIA
O presente estudo possui característica quantitativa, com estratégia experimental, onde
as variáveis serão coletadas, analisadas e descritas sem manipulação das mesmas,
considerando a média dos resultados obtidos (THOMAS e NELSON, 2002).
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Serão incluídos no estudo 100 escolares de ambos os sexos, na faixa etária de 7 a 10
anos da cidade de Abre Campo – MG. A coleta de dados será realizada nos meses de
outubro e novembro de 2014. A avaliação da composição corporal levará em
consideração a mensuração do peso, estatura e avaliação de dobras cutâneas. Como
instrumentos, teremos uma balança tipo Filizola para aferição da massa e estatura
corporal e adipômetro da marca Cescorf para aferição das dobras cutâneas. Os
procedimentos para coleta dos dados levarão em consideração o protocolo de Guedes
(1989) para crianças e adolescentes de 7 a 18 anos citado por Fernandes Filho (2003).
Para a classificação do percentual de gordura será utilizada tabela de normalidade para
o percentual de Gordura de Deurenberg (1990), citado por Fernandes Filho (2003). Após
a coleta de dados, pretende-se realizar a análise estatística descritiva, levando em
consideração os valores médios e desvio padrão obtidos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais registram
até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
DUTRA JÚNIOR, E. F. et al. Composição corporal de crianças com idade entre 06 e 10
anos de escola pública e particular da cidade de Teresina-PI. ANAIS do III Encontro de
Educação Física e Áreas Afins. 2008.
FERNANDES FILHO, José. A prática da avaliação física. Editora Shape, 2.ed., Rio de
Janeiro/RJ, 2003.
LEÃO S. A. et al. Avaliação da composição corporal em estudantes de escolas públicas
no município de Aracaju. Revista Brasileira da Ciência e Movimento. 18(1):68-72,
2010.
LOCATTE V. M. et al. Perfil do estado nutricional de crianças em idade escolar de Santa
Clara D`Oeste,SP Capa, v. 1, n. 2, (2012).
MENDES, R. de C. D. FREITAS, L. R. E. S. de. Estado nutricional de crianças da 1ª
série do ensino fundamental do município de Dourados MS. Nutr. Bras. v.7, n.5,
set./out. 2008.
RONQUE V. R. E. et al. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. 13 (6).Nov /Dez,
2007.
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29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
SANT`ANNA, M. S. Et al. Métodos de avaliação da composição corporal em crianças.
Revista Paulista de Pediatria. 27 (3): 315-21, 2009.
THOMAS, J.R.; NELSON, J.K. Métodos de pesquisa em atividade física. 3.ed. Porto
Alegre: Artmed, 2002.
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ÍNDICE DE SOBREPESO E OBESIDADE, PERFIL ALIMENTAR E DE
ATIVIDADES FÍSICAS EM CRIANÇAS DOS ANOS INICIAIS NO ENSINO
FUNDAMENTAL DE ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES DA CIDADE DE
MATIPÓ-MG
Karine Cristina dos Santos, João Pedro Torres Conceição – Acadêmicos do
curso de Educação Física da UNIVÉRTIX.
Fábio Florindo Soares – Bacharel, Licenciado e Especialista em Educação Física,
Professor do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Sedentarismo; Obesidade; Infantil.
INTRODUÇÃO
A obesidade já é considerada um dos principais problemas de saúde pública no
mundo, adquirindo status de epidemia global (WORLD HEALTH ORGANIZATION
(WHO) 2006). A obesidade infantil, principalmente aquela caracterizada pela
presença excessiva de gordura abdominal, é um fator de consequências
indesejáveis, incluindo várias doenças e pré-conceitos. Como é um problema de
saúde pública muito comum e que vem crescendo nos últimos anos, surge o
interesse em descobrir quais fatores que levam as crianças ao sobrepeso e a
obesidade cada vez mais cedo. Para Souza (2006, p. 7), “a obesidade é um grupo
de condições crônicas caracterizadas pelo excesso de gordura corporal, atribuídas a
um desequilíbrio energético, de origem multifatorial”. Entre as origens da obesidade
estão o mau hábito alimentar, lesão hipotalâmica, fatores genéticos, hipernutrição
infantil, inatividade física (sedentarismo) e fatores ambientais. Além disso, a
obesidade pode desencadear outras doenças como hipertensão arterial, diabetes
mellitus, doenças coronarianas, arteriosclerose, entre outras (GUYTON e HALL,
2002; COUTINHO, 2007). Segundo Dâmaso (1998), prevalência da obesidade vem
crescendo acentuadamente nas últimas décadas, inclusive nos países em
desenvolvimento, o que levou a doença à condição de epidemia global. Estudos
epidemiológicos em populações latino-americanas têm relatado dados alarmantes.
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Na medida em que se consegue erradicar a miséria entre as camadas mais pobres
da população, a obesidade desponta como um problema mais frequente e mais
grave que a desnutrição. Para Oliveira (2003) fatores que dão origem a obesidade,
como os genéticos, os fisiológicos e os metabólicos somados ao estilo de vida e aos
hábitos alimentares podem explicar este crescente aumento do número de
indivíduos obesos. O aumento no consumo de alimentos ricos em açúcares simples
e gordura, com alta densidade energética, e a diminuição da prática de exercícios
físicos, são os principais fatores relacionados ao meio ambiente, verificando ainda
que a obesidade infantil foi relacionada de maneira inversa à prática de atividade
física sistemática, com a presença de TV, videogames, computadores, além do
baixo consumo de verduras nas residências. Whitaker et al. (1997) e Prince (1987)
alertam para a necessidade do diagnóstico precoce do excesso de peso em crianças
e adolescentes, para que se possa diminuir os riscos de se tornarem adultos
obesos. Segundo Pollock et al. (1986), existem fortes evidências de que em 80 a
86% dos adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência. Neste
contexto, muito dos hábitos adquiridos na juventude, podem ser transferidos para a
fase adulta (GUEDES, 2002). O referente interesse por este tipo de pesquisa
justifica-se pelo visível aumento dos índices de sobrepeso e obesidade em crianças.
Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar o índice de sobrepeso e
obesidade, o perfil alimentar e de atividades físicas em crianças dos anos iniciais no
ensino fundamental de escolas públicas e particulares da cidade de Matipó-MG.
Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise e compreensão
do fenômeno obesidade Infantil a fim melhor direcionar as ações e estratégias na
prevenção e combate a obesidade.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos dos anos iniciais do ensino
fundamental das redes públicas e privadas da cidade de Matipó-MG. Segundo Gil
(2007) pesquisas descritivas:
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Tem como objetivo primordial a descrição das características
de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os
estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das
características mais significativas está na utilização de técnicas
padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática.
Para a avaliação corporal será utilizado o Índice de Massa Corpórea (IMC), assim
como serão aplicados questionários para a obtenção do perfil alimentar e de
atividades físicas da amostra, durante os meses de agosto e novembro de 2014.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
COUTINHO W. Etiologia da obesidade. Revista ABESO. 2007. Disponível em:
http://www.abeso.org.br/pdf/Etiologia%20e%20Fisiopatologia%20%20Walmir%20Co
utinho.pdf. Acesso em: 30/08/2014.
DÂMASO, A. Obesidade. Rio de Janeiro: Medsi, 2003.
GUYTON, A.C.; HALL, J. E. Tratado da fisiologia médica. 10.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara, 2002.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
GUEDES, D. P.; GRONDIN, L.M. Percepção de hábitos saudáveis por adolescentes:
associação com indicadores alimentares, pratica de atividade física e controle de
peso corporal. Revista Brasileira de Ciência do Esporte. Campinas, n. 1 v. 24.
p.23-45, 2002.
MCARDLE, W, D.; KATCH, F, I.; KATCH, V, L. Fundamentos da fisiologia do
exercício. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2002.
OLIVEIRA, C. L, FISBERG, M. Obesidade na infância e adolescência- uma
verdadeira epidemia. Arq. Bras Endocrinol Metab. V. 47 no. 2. São Paulo Apr.
2003.
PRINCE, R. A. Genetics of human obesity. Ann Behav Med, 1987.
POLLOCK, M. L. et al. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição
para prevenção e reabilitação. Rio de Janeiro: Médica Científica, 1986.
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SOUZA, W. X. de. SAÚDE E OBESIDADE NA ESCOLA: considerando os índices
antropométricos de cintura quadril e o de massa corporal, qual o risco para o
desenvolvimento da obesidade e doenças associadas, em alunos do ensino médio,
da rede estadual de educação, na cidade do Rio de Janeiro? Trabalho de conclusão
de curso (graduação em Educação Física) – Curso de Educação Física, UNISUAM,
2006.
TOSCANO, José Jean Oliveira. Academia de ginástica: um serviço de saúde latente.
Ver. Bras. Ciênc. Movi; 9 (1): 40-2, jan. 2001.
WHITAKER, R. C.; WRIGHT, J. A.; PEPE, M. S.; SEIDEL, K. D.; DIETZ, W. H.
Predicting obesity in young adulthood from childhood and parental obesity. N
Engl J Med. 1997.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity: Preventing and Managing the
Global Epidemic. Genebra: World Health Organization, 2000.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity and overweight. Report of a
WHO consultation. Geneva, sept, 2006. Disponível em:
<http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/index.html>. Acesso em: 27 de
ago. de 2014.
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A EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR COMO INSTRUMENTO DE PREVENÇÃO DA
OBESIDADE
Luana Aparecida Lima Moreira, Renata Fernanda de Sá Bastos – Acadêmicas do
curso de Educação Física UNIVÉRTIX
Fábio Florindo Soares – Bacharel, Licenciado e Especialista em Educação Física,
Professor do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: prevenção; obesidade; Educação Física Escolar.
INTRODUÇÃO
A obesidade é hoje considerada como a doença epidêmica do século, haja vista o
grande contingente de pessoas que se encontram acima do peso em diversos
países do mundo, especialmente os mais industrializados. Na infância e na
adolescência é o problema nutricional que mais rapidamente cresce no mundo
inteiro. No Brasil, já temos mais crianças obesas do que desnutridas (ZABOTO,
2005). Segundo Pollock et al. (1986), existem fortes evidências de que em 80 a 86%
dos adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência. Neste contexto,
muito dos hábitos adquiridos na juventude, podem ser transferidos para a fase
adulta (GUEDES, 2002). Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) (2000)
indicam o sobrepeso e a obesidade como os principais problemas de saúde pública,
assumindo proporções de epidemia mundial. A prevalência do excesso de peso em
populações pediátricas vem crescendo de forma preocupante e, em algumas
cidades brasileiras, o excesso de peso já atinge cerca de 30% das crianças e
adolescentes. A obesidade é uma doença universal, crescente mundialmente e que
assume caráter epidemiológico. Mas, a obesidade como problema de saúde pública
assim como fator indutor de comportamentos individuais e sociais é algo moderno,
que não é somente dada como uma doença, mas também o excluído do imaginário
popular de uma estética socializada (SICHIERI, 1998). Outro fator que contribui
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significativamente para o aumento da obesidade seria a diminuição de atividades
que demandam esforço físico, fato que está relacionado à pouca ou à inexistência
de atividades físicas sistematizadas por parte da população em geral (SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2002). O sedentarismo também é uma causa
extremamente importante para se tornar uma pessoa obesa. A falta de atividade
física aumenta o risco de morte e/ou desenvolvimento de muitas doenças uma delas
a obesidade (LEITE, 2003). Nas palavras de Belmonte (2004) a criança e o
adolescente tendem a ficar obesos quando sedentário, e a própria obesidade poderá
fazê-los ainda mais sedentários. Para Goulart (2005) diversos fatores influenciam no
tratamento e na prevenção da obesidade, dentre eles, destaca-se a prática regular
de atividade física, pois apresenta um impacto positivo direto na saúde, além de
promover uma forte relação com fatores como a perda de peso, controle da glicemia,
da pressão arterial, melhora também diversos quadros de estresse emocional. Assim
a atividade física se configura como um fator positivo no combate a obesidade, por
apresentar forte relação com os demais fatores de risco predisponentes dessa
doença. Dentro desse contexto, Nahas (2001), acredita que a Educação Física
Escolar deva servir de base educacional para uma vida mais ativa, utilizando
conteúdos crescentes e proporcionando o conhecimento dos conceitos em torno da
aptidão física e da saúde, considerando que o indivíduo levará o entendimento dos
mesmos para o resto da vida. O referente interesse por este tipo de pesquisa
justifica-se pelo visível aumento dos índices de obesidade em crianças e
adolescentes. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar o trabalho
dos profissionais de Educação Física em relação a prevenção da obesidade com
alunos do Ensino Médio. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor
análise e compreensão da atuação dos profissionais de Educação Física em suas
aulas no combate a obesidade a fim melhor direcionar as ações e estratégias das
políticas públicas voltada a saúde de crianças e adolescentes.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com professores de Educação Física do
ensino médio das redes públicas e privadas da cidade de Matipó, Minas Gerais.
Segundo Gil (2007) pesquisas descritivas:
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29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
Tem como objetivo primordial a descrição das características
de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os
estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das
características mais significativas está na utilização de técnicas
padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática.
Para a mensuração da prática docente na prevenção da obesidade nas aulas de
Educação Física, será aplicado questionários fechados durante os meses de agosto
a outubro de 2014, aos professores de Educação Física visando compreender como
a obesidade está sendo tratada no contexto escolar.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
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Testing and Prescription. Baltimore: Williams e Wilkins, 2000.
BELMONTE, Terezinha. Emagrecer não é só dieta: uma questão psicológica,
corporal, social e energética. São Paulo: Agora, 2004.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
GUEDES, D. P.; GRONDIN, L.M. Percepção de hábitos saudáveis por
adolescentes: associação com indicadores alimentares, pratica de atividade
física e controle de peso corporal. Revista Brasileira de Ciência do Esporte.
Campinas, n. 1 v. 24. p.23-45, 2002.
GOULART, K. T. Sobrepeso e obesidade em escolares: implicações e
alternativas no contexto escolar. 2010. 92f. Dissertação (mestrado) – universidade
Federal de Santa Maria. Centro de ciências naturais e exatas. Programa De Pós
Graduação Em Educação Em Ciências: Química Da Vida E Saúde. Santa Maria/RS,
2005.
LEITE, Paulo Fernando. Obesidade na Clínica. Belo Horizonte: Health, 1996.
NAHAS. Markus V.; Atividade Física, Saúde e Qualidade de Vida: conceitos e
sugestões para um estilo de vida ativo; Midiograf; Londrina, 2001.
POLLOCK, M. L. et al. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição
para prevenção e reabilitação. 1. Ed. Rio de Janeiro: Médica Científica, 1986.
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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SICHIERI, R. & SILVA, N. N., 1998. Metodologia da pesquisa nutrição e saúde no
Município do Rio de Janeiro. In: Epidemiologia da Obesidade (R. Sichieri, org.), pp.
35-42, Rio de Janeiro: Eduerj.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Diretrizes para cardiologistas sobre
excesso de peso e doença cardiovascular dos departamentos de aterosclerose,
cardiologia clínica e FUNCOR da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos
Brasileiros de Cardiologia. v.78, (suplemento I), 2002.
ZABOTO, Lílian. Obesidade na infância e na adolescência. In: Disponível em
http://noticias.universia.com.br/cienciatecnologia/noticia/2005/09/30/460924/obesida
de-na-infância-e-na-adolescência-PRINTABLE.html. Consulta feita em 19/08/2014
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Global Epidemic. Genebra: World Health Organization, 2000.
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O PROGRAMA DE MEDICAMENTOS EXCEPCIONAIS/ALTO CUSTO
Ednei da Silva Vieira e Mariana Pereira de Souza – Graduandos em Farmácia.
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia com Habilitação em Análises
Clínicas. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX
Viviane Gorete Silveira Mouro – Graduada em Farmácia. Mestre em Biologia
Celular e Estrutural. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS CHAVE: Assistência Farmacêutica, Farmacêutico, Medicamento
INTRODUÇÃO
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito garantido ao
cidadão através do acesso ás ações e serviços para promoção, proteção e
recuperação da saúde, viabilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (ARCUCIO
et al., 2009).Diante as dificuldades enfrentadas pelo SUS para garantir o acesso à
Assistência Farmacêutica, um Programa tem apresentado boas expectativas, o
Programa dos Medicamentos de Dispensação Excepcional/Alto Custo (BRASIL,
2006).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao
tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O Programa de Medicamentos Excepcionais/Alto Custo foi criado em 1993, pelo
Ministério da Saúde (MS), e com a ajuda da Assistência Farmacêutica de Minas
Gerais (MG) tem conquistado importantes avanços na implementação de políticas e
organização de serviços. Essa parceria permitiu um aprimoramento nos fluxos e nos
processos fundamentais para garantir o acesso aos medicamentos de alto custo
(TRAVASSOS, 2004). Este programa é utilizado no tratamento de doenças que
fazem parte do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica, desde que
os pacientes façam uso dos medicamentos de alto valor unitário. O Programa,
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portanto, tem como objetivo garantir que pessoas com baixo poder aquisitivo
possam se beneficiar dos medicamentos durante todo o tratamento, propiciando as
mesmas melhor qualidade de vida (BRASIL, 2006). Os medicamentos de alto custo
só podem ser dispensados em farmácias pré-determinadas, obedecendo às regras e
critérios específicos, como, por exemplo, o uso compulsório do Sistema do
Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (MEDEX). (VITÓRIA,
2011). O acesso aos medicamentos está condicionado ao cumprimento dos critérios
estabelecidos no Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT). O Ministério
da Saúde tem formulado, revisado e publicado PCDTs, objetivando estabelecer os
critérios de diagnóstico de cada doença, de inclusão e exclusão de pacientes ao
tratamento, as doses indicadas dos medicamentos, bem como os mecanismos de
controle, acompanhamento e avaliação (PORTELA et al.,2010).O alto custo dos
medicamentos tem sido identificado como uma importante barreira ao acesso e
utilização destes produtos, fato que evidência a relevância de Programas como o de
Medicamentos Excepcionais/Auto Custo, garantindo sua disponibilização, por meio
dos serviços públicos de saúde. Através do Programa, são disponibilizados vários
medicamentos de alto valor unitário, o fornecimento destes medicamentos garante
adesão ao tratamento, e com isso, melhor qualidade de vida a todos os beneficiados
pelo Programa (MASTROIANNI, 2011).
CONSIERAÇÕES FINAIS
O Programa de Medicamentos Excepcionais tem como objetivo garantir o acesso
aos medicamentos, auxiliando na qualidade de vida dos usuários. O mesmo tem
apresentado um bom resultado, contribuindo para a manutenção da saúde,
beneficiando o público alvo, o paciente.
REFERÊNCIAS
ARCUCIO, F.A. et al. Perfil demográfico e epidemiológico dos usuários de
medicamentos de alto custo no Sistema Único de Saúde.R. Bras. Est. Pop., Rio
de Janeiro, v. 26, n. 2, p. 263/282, julho/dezembro, 2009.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Assistência Farmacêutica.
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MASTROIANNI, P.C. et al.Estoque doméstico e uso de medicamentos em
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PORTELA, A.S., LEAL, A. A. F., SIMÕES, M. O. S. Políticas públicas de
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VITÓRIA, K.S. Análise de indicadores do programa de medicamentos de
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A AUTOMEDICAÇÃO E O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
Mariela Gomes de Abreu – Graduanda em Farmácia. Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia Bioquímica Analista Clínica.
Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Bruna Chaves de Amorim – Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Naturais
e da Saúde. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVES: Automedicação; Medicamentos; Uso Racional de
Medicamentos.
INTRODUÇÃO
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), a
automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria, ou por indicação
de pessoas não habilitadas para o tratamento de doenças, cujos sintomas são
percebidos pelo usuário sem avaliação do profissional de saúde. No Brasil, de
acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA),
cerca de 80 milhões de pessoas praticam automedicação. A má qualidade da oferta
de medicamentos, o não cumprimento da obrigatoriedade da apresentação da
receita médica e a carência de informação e instrução da população em geral
justificam a preocupação com a qualidade da automedicação praticada no País
(ARRAIS, 1997). Os medicamentos mais utilizados na automedicação são os
analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios, sendo estes os maiores causadores
de intoxicações (ANVISA, 2006). O uso racional ocorre quando o paciente recebe o
medicamento apropriado à sua necessidade clínica, na dose e posologia corretas,
por um período de tempo adequado e ao menor custo para si e para a comunidade
(MANAGEMENT,1997).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), referente ao tema.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Automedicação abrange diversas formas pelas quais o indivíduo decide, sem
avaliação
médica
a
utilização
de
medicamentos.
Os
medicamentos
são
normalmente compartilhados por membros da família ou do círculo social. Muitas
vezes são utilizadas sobras de prescrições anteriores (PAULO; ZANINI, 1988;
ARRAIS et al., 1997).No Brasil, onde o acesso à assistência médica pública é difícil
e onde há uma grande parcela da sociedade na faixa da pobreza que não tem
condições financeiras para pagar um plano de saúde, a prática da automedicação é
bastante comum. Mas somente o fator financeiro não é o suficiente para explicar
essa prática, fatores como escolaridade, classe social, acesso às informações a
respeito dos medicamentos e, principalmente, o fator cultural também fazem parte
deste contexto (NASCIMENTO, 2005). De acordo com JESUS (2007) a grande
prática da automedicação da população brasileira tem uma grande relação com o
mercado ocupado pela indústria farmacêutica, que não mede esforços através de
marketing,
das
propagandas
e
das
drogarias
adaptadas
a
verdadeiros
supermercados. Estas práticas são ferramentas para aumentar as vendas de
medicamentos e assim cria a cultura do consumo excessivo dos mais variados tipos
de substâncias. Estima-se que em todo o mundo, 50% dos medicamentos são
prescritos ou utilizados de maneiras inadequadas. Além disso, de 50% a 70% das
consultas médicas geram prescrições medicamentosas; no entanto, estima-se que
apenas 50% dos pacientes, utilizam corretamente seus medicamentos, fatores
esses que estão diretamente associados à automedicação irresponsável. (WHO,
2002; BRUNDTLAND, 1999). A Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe que
para o uso racional de medicamentos é preciso, em primeiro lugar, estabelecer a
necessidade do medicamento, e que se receite o medicamento apropriado, tendo
eficácia e segurança comprovados e aceitáveis, é necessário que o medicamento
seja prescrito adequadamente, na forma farmacêutica, doses e período de duração
do tratamento, que esteja disponível, a um preço acessível, e que responda sempre
aos critérios de qualidade exigidos, que se dispense em condições adequadas, com
a necessária orientação e responsabilidade e, finalmente, que se cumpra o regime
terapêutico já prescrito, da melhor maneira possível (OMS, 1987).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
É necessário alertar à população dos riscos da automedicação, sendo que o
problema motivador pode ser um sinal ou sintoma relacionado a uma situação de
saúde mais grave e que pode requerer cuidados e tratamento específicos. Faz parte
do papel do Farmacêutico estimular constantemente o Uso Racional de
Medicamentos.
REFERÊNCIAS
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em:
http://www.anvisa.gov.br/propaganda/folder/uso_indiscriminado.pdf. Acessado em
12. mai. 2014.
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Legislação em Vigilância
Sanitária. Brasília: ANVISA, 2006. Disponível em: www.anvisa.gov.br. Acessado
em: 27. mai. 2014.
ARRAIS, P. S. D. et al., Perfil da automedicação no Brasil. Revista Saúde Pública,
São Paulo, v. 31, n. 1, p. 71-77, fev. 1997. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003489101997000100010&script=sci_abstrac&
tlng=pt. Acessado em: 15. abr. 2014.
BRUNDTLAND, G. H., Global partnerships for health. WHO Drug Information 1999;
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JESUS, P. R. C. A automedicação no Brasil. Um sintoma a ser analisado.
Disponível em:
http://sites.unisanta.br/faac/espaco/automedica%C3%A7ao.html
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NASCIMENTO, D. M. Estudo do perfil da automedicação nas diferentes classes
sociais
na
cidade
de
Anápolis-Goiás.
Disponível
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http://www.prp.ueg.br/06v1/conteudo/pesquisa/iniccien/eventos/sic2005/arquivos/sau
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conference of experts. Geneva, 1987.
PAULO, L. G.; ZANINI, A. C. Automedicação no Brasil. Revista da Associação
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WHO. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Disponível em: http:/ /www.who.int/en/.
Acessado em 27. mai. 2014.
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INFECÇÃO HOSPITALAR: UM RISCO A SAÚDE DOS PACIENTES
Grazielle Brandão Coelho, Lenemárcia dos Santos Moreira. Acadêmicas do
curso de Farmácia -Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia com Habilitação em Análises
Clínicas. Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Viviane Gorete Silveira Mouro - Graduada em Farmácia, Mestre em Biologia
Celular e Estrutural, Professora do curso de Farmácia da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVE: Antimicrobianos; Infecção Hospitalar; Infecção Nosocomial.
INTRODUÇÃO
Infecção hospitalar (IH) é uma infecção clínica ativa que acomete pacientes após o
início da estadia em ambiente hospitalar (SANTOS, 2011). De acordo com a
Organização Mundial da Saúde (OMS) o percentual de IH não deve ultrapassar 20%
dos pacientes hospitalizados, no Brasil a taxa é de 15,5% de casos, o que não
diminui a importância de se reduzir este índice (MORAES et al., 2000; MACHADO et
al., 2004).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), além de legislação específica referente ao
tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O ambiente hospitalar devido a fatores do local e de pessoas que por ali circulam, é
considerado contaminado (ACUÑA, 2010; SANTOS, 2011). Os microrganismos
presentes na maioria das IH dificilmente causam infecções em outras situações
devido à baixa virulência, a maior parte das IH desenvolvem-se a partir da
microbiota normal do paciente. No entanto, o desenvolvimento da infecção está
diretamente relacionado ao estado de saúde do indivíduo, que também pode ser
favorecida por alguns fatores, como a doença inicial, uso de alguns medicamentos e
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extremos de idade, e em pacientes que são submetidos a procedimentos invasivos
(ACUÑA, 2010; PEREIRA et al., 2005). O controle das IH muitas vezes é dificultado
devido à resistência dos microrganismos aos antimicrobianos, que acontece
principalmente pelo uso indiscriminado destes medicamentos, portanto, a frequência
das IH também pode estar relacionada à resistência aos antimicrobianos (ACUÑA,
2010; PEREIRA et al., 2005). As IH chamadas de infecções preveníveis, podem ser
evitadas através de procedimentos como lavagem das mãos e utilização de
equipamento de proteção individual. Já as infecções não preveníveis, ocorrem
mesmo com a utilização dos procedimentos adotados na profixalia das preveníveis,
acometendo pacientes imunologicamente comprometidos a partir da própria
microbiota (PEREIRA et al., 2005). A infecção cirúrgica é um relevante problema nas
salas de operações, já que mesmo com os avanços nas áreas cirúrgicas, com o
passar do tempo o controle das IH ainda é desafiador tendo a profilaxia como melhor
caminho (MEDEIROS et al., 2003; PEREIRA et al., 2005). As feridas cirúrgicas são
classificadas de acordo com o grau de contaminação: as feridas limpas são
aquelas em que não ocorre abertura de vísceras ocas ou infração asspéptica, com
potencial de infecção é reduzido; nas feridas limpas contaminadas ou
potencialmente contaminadas ocorre abertura de víscera oca, com mínimo
extravasamento de conteúdo do local da cirurgia (MEDEIROS et al., 2003; ANVISA,
2005). As feridas contaminadas são decorrentes da abertura de víscera oca com
grosseiro extravasamento de conteúdo, inflamação aguda sem pus, infrações
grosseiras na técnica asséptica e lesões traumáticas com menos de seis horas, já as
feridas sujas ou infectadas ocorrem com a presença de pus, víscera oca perfurada
e lesões traumáticas com mais de seis horas de evolução (MEDEIROS et al., 2003;
ANVISA, 2005). Em estudo Maia (2006) demonstrou que as taxas de infecção do
sítio cirúrgico foram de 2,4% das cirurgias limpas, 2,6% das potencialmente
contaminadas, 4,9% das contaminadas e 8,2% das infectadas; já no estudo
realizado por Medeiros et al., (2003), a incidência foi de 2,9% das cirurgias limpas,
6,0% das potencialmente contaminadas, 15,1% das contaminadas e 30,76% das
contaminadas. Oliveira et al., (2007) relatam que as taxas de infecção de sítio
cirúrgico nas cirurgias limpas foram de 2,1%, nas potencialmente contaminadas
3,6%, nas contaminadas 8,2% e nas infectadas 10,1%.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto pode-se dizer que o risco de infecções do sítio cirúrgico está diretamente
relacionado ao potencial de contaminação das cirurgias de acordo com a
classificação (Secretaria de Estado da Saúde – SP, 2005). Tendo como base que as
infecções hospitalares constituem risco significativo à saúde dos usuários dos
hospitais (BRASIL, 1998). Através de estudos epidemiológicos é possível verificar o
principal fator causador das doenças, para assim, uma possível prevenção. Além
disso, a técnica de vigilância epidemiológica, os critérios de diagnóstico e dos
fatores de risco intrínsecos e extrínsecos presentes em determinada unidade são
importantes para a identificação da taxa de prevalência da IH (MOURA et al., 2007).
REFERÊNCIAS:
ACUÑA A., J. M. Infecção hospitalar. In: MALAGÓN-LONDOÑO, G.; MORERA, R.
G.; LAVERDE, G. P. Administração Hospitalar. Ed. 3 trad. Rio de Janeiro:
Guanabara KooganP. 416-422, 2010.
ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Critérios Diagnósticos – NNIS.
Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde, Brasília, 06.set.2005.
BRASIL. Portaria nº 930 de 27 de agosto de 1992. Dispõe sobre normas para o
controle das infecções hospitalares. Ministério da Saúde (MS), Gabinete do
Ministro, 27.ago.1992.
MACHADO, P. R. L.; CARVALHO, L.; ARAÚJO, M. I. A. S. Immune response
mechanism to infections. Anais Brasileiro de Dermatologia, Rio de Janeiro, v. 79,
n. 6, p. 647-664, 2004.
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contaminação das feridas operatórias. Belo Horizonte, 2006. 109p.
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da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG.
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MORAES, B. A. Epidemiological Analysis of Bacterial Strains involved in hospital
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OLIVEIRA, A. C.; BRAZ, N. J. e RIBEIRO, M. M. Incidência da infecção do sítio
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PEREIRA, M. S. et al. A infecção hospitalar e suas implicações para o cuidar da
enfermagem. Texto Contexto Enferm, Goiânia, v. 14, n. 2, p. 250-257, abr-jun
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SANTOS, N. C. M. Enfermagem na Prevenção e Controle da Infecção
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SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE – SP. Coordenadoria de contro e de
doenças (CCD). Centro de Vigilância Epidemiológica. Divisão de infecção hospitalar:
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NÍVEIS DE OBESIDADE INFANTIL EM CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL
MUNICIPAL (CEIM) DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA
Guilherme Galdino Domingues e Divino Daniel Sampaio Neto – Acadêmicos do
curso de Educação Física da UNIVÉRTIX.
André Salustiano Bispo – Professor e coordenador do curso de Educação Física
da UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da UNIVÉRTIX.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: obesidade infantil; CEIM.
INTRODUÇÃO
O consumo alimentar excessivo ou mal orientado nas fases iniciais da vida das
crianças poderá influenciar futuramente todos os hábitos e culturas deste indivíduo,
dificultando sua readaptação aos hábitos saudáveis na fase adulta (DUTRA JÚNIOR
et al., 2008). A obesidade tem sido um problema que começa a partir da infância,
cresce em tão pouco tempo, por isso necessita de ações básicas fundamentais, tais
como a alimentação balanceada, além de estímulos gerais relacionados à prática de
atividades e/ou exercícios físicos (OLIVEIRA et al., 2012). A obesidade pode ser
classificada como um acúmulo de tecido gorduroso, localizada em todo corpo,
causado
por doenças genéticas,
endócrino-metabólicas ou por alterações
nutricionais (SANTOS et al. 2007). Sabe-se que durante o período da infância e
adolescência pode ser observado um aumento gradativo tanto da massa de gordura
quanto da massa corporal magra. Assim, o monitoramento dessas variáveis pode
favorecer a identificação de problemas de saúde associados aos níveis reduzidos de
gordura corporal ou a elevados índices de adiposidade. Lembrando que obesidade
mais comum é a que resulta da ingestão de mais energia do que a necessária
(DUTRA JÚNIOR et al., 2008). A ocorrência de excesso de peso aumentou,
tornando-se um importante motivo de preocupação, já que a grande ingestão
calórica é responsável pelo aumento da ocorrência da obesidade, mesmo durante a
infância e a adolescência, estando associado ao surgimento de doenças crônicas
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não transmissíveis, como a hipertensão arterial, resistência à insulina e perfil lipídico
desfavorável (DAMIANI et al., 2000). Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), a prevalência da obesidade infantil tem crescido em torno de 10 a 40 % na
maioria dos países europeus nos últimos 10 anos (MELLO et al., 2003). A
decorrência de obesidade que se manifesta nos primeiros anos de vida, entre 5 e 6
anos e na adolescência, poderão triplicar o risco de sobrepeso. As mudanças no
cotidiano infantil têm gerado maior ingestão de gorduras e açúcares e menor
consumo de alimentos ricos em fibras que em consequência elevam os casos de
sobrepeso e obesidade sendo necessárias mudanças destes hábitos introduzindo-se
dietas menos calóricas (OLIVEIRA et al., 2012). É fundamental a participação dos
pais no processo de prevenção da obesidade na infância. Sabe se que são os pais
que representam os primeiros estímulos ambientais que irão moldar os hábitos
diários das crianças (OLIVEIRA et al., 2012). As elevadas taxas de prevalência de
crianças obesas vêm preocupando os profissionais da área de saúde. Por esse
motivo estão sendo feitas pesquisas a respeito da prevenção, causas e tratamentos
(SANTOS et al., 2007). Em função dessas ocorrências, a Educação Física tem sido
estimulada a romper padrões descompromissados com a formação de alunos,
especialmente sob o viés de saúde na escola. Diante das informações descritas, o
presente estudo visa verificar os níveis de obesidade infantil em Centros de
Educação Infantil Municipais (CEIM) de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Os
resultados obtidos no estudo possibilitarão a realização de intervenções futuras a fim
de contribuir para a promoção de hábitos de vida saudáveis, levando em
consideração a atividade e/ou exercícios físicos direcionados, reeducação alimentar
e promoção da saúde em geral, minimizando os possíveis fatores de risco futuros,
relacionados à concentração e distribuição de gordura corporal nestas crianças.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, que, para Gil (2008), possuem
como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de
uma experiência e geralmente assumem a forma de levantamentos. O estudo será
realizado nos CEIM de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Serão realizadas
análises das fichas de registro e cartões de controle de crescimento das crianças
devidamente registradas nos CEIM e que são assistidas há pelo menos seis meses
nestes ambientes. A coleta de dados será realizada nos meses de outubro e
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novembro de 2014. Após a coleta de dados, este serão tabulados no Microsoft
Excel, através de estatística descritiva. Desses dados serão gerados gráficos que
orienta a escrita da parte de resultados e discussões desses estudos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais
registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
DAMIANI, D. et al. Obesidade na infância: um grande desafio. Pediatr. Mod.
2000;36:489-528.
DUTRA JÚNIOR, E. F. et al. Composição corporal de crianças com idade entre 06 e
10 anos de escola pública e particular da cidade de Teresina-PI. ANAIS do III
Encontro de Educação Física e Áreas Afins. 2008.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
MELLO, E. D. et al. Obesidade. In: Ferreira CT, Carvalho E, Silva LR, editora.
Gastroenterologia e hepatologia em pediatria: diagnóstico e tratamento. São Paulo:
Medsi, P.341-4. 2003.
OLIVEIRA, C. B. et al. Obesidade infantil, prevenção e intervenção: uma revisão de
literatura. EFDeportes.com. Buenos Aires, Año 17, Nº 167, Abril de 2012.
SANTOS, A. L. et al. A obesidade infantil e uma proposta de Educação Física
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TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA HANSENÍASE
Daiana Regina Dornelas e Isadora Cristina Ângelo Muratori Vieira - Acadêmicas
do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia Bioquímica, Analista Clínica.
Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS CHAVE: Tratamento, Prevenção da Hanseníase, Medicamentos
Utilizados.
INTRODUÇÃO
A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, que afeta os nervos perifericos,
sendo causada pelo bacilo Hansen. No Brasil a Hanseníase representa o maior
índice de prevalência no mundo, por este motivo representa um grande problema de
saúde publica no país atinge as áreas mais precárias dos estados (NEIVA, 2010). O
Brasil tem apresentado avanços no combate à hanseníase em diversos aspectos
nos últimos anos, de acordo com levantamentos recente do Ministério da Saúde
mostrou redução de 61,4% no coeficiente de prevalência (pacientes em tratamento)
entre 2001 e 2011, passando de 3,99 por 10 mil habitantes para 1,54. Além disso,
durante o mesmo período, o número de serviços com pacientes em tratamento
cresceu de 3.895 unidades, em 2001, para 9.445, em 2011, apresentando aumento
de 142% (SALES, et al.,2012). Atualmente o tratamento da Hanseníase e feito
através do uso de quimioterápicos, denominado poliquimioterapicos (PQT), onde
são disponibilizados de forma gratuita na rede de saúde publica (CUNHA, MOSER,
2013). O tratamento da Hanseníase e essencial para cura do paciente e assim
fechar a fonte de transmissão, uma vez que o tratamento e a única forma de
prevenção da doença é fator estratégico para o controle da endemia na sua
eliminação como um problema de saúde pública (PEREIRA JUNIOR,2010).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
O Tratamento da Hanseníase é fundamental para obtenção da cura, impedindo
assim a fonte de infecção fazendo com feche a cadeia de transmissão da
Hanseníase, sendo um ponto estratégico no que se diz respeito à eliminação da
hanseníase como problema de saúde publica (ARAUJO, 2003). O sucesso do
tratamento com a poliquimioterapia (PQT) depende de um diagnostico correto e de
orientações adequadas do profissional de saúde informando o uso correto de se
tomar os medicamentos e sua regularidade (PEREIRA JUNIOR, 2011). Mesmo que
a poliquimioterapia muitas das vezes trás muitas reações adversas, como o
escurecimento da pele o paciente deve ser orientado a não abandonar o tratamento,
pois sendo o uso da PQT a única forma da doença não se propagar. (QUEIROZ,
CARRASCO, 1995).
De acordo com Moreira (2003) o doente de Hanseníase deve participar ativamente
do tratamento, lembrando que os medicamentos são fornecidos gratuitamente pelo
centro de saúde, e para isso o serviço de saúde deve informar também,
corretamente o paciente sobre todo o processo, informando principalmente sobre os
objetivos do tratamento, a pratica de atividade física, o estabelecimento dos
esquemas posológicos, a utilização correta dos medicamentos, e principalmente,
informando sobre a abstinência no uso de bebidas alcoólicas.
O sucesso do tratamento depende ativamente de um diagnostico rápido e preciso
através de profissionais bem treinados com capacidade de orientar sobre a maneira
correta de seu uso e sua regularidade (PEREIRA JUNIOR, 2010). Segundo o
Ministério da Saúde (2001) o período do tratamento se diferencia de acordo com o
tipo de hanseníase: seis doses mensais supervisionadas de rifampicina tomadas ate
noves meses mais sulfona diária para pacientes paucibacilares; doze doses mensais
de rifampicina mais clofarzimina tomadas ate dezoito meses mais sulfona e
clofarzimina via oral para pacientes multibacilares. Os contatos domiciliares dos
pacientes de hanseníase apresentam um maior risco de contagio da doença, e
necessário o exame deste grupo sendo uma das atividades fundamentais para
controle da doença. O Ministério da Saúde recomenda o exame dos contatos dos
pacientes e a aplicação da vacina BCGid como medidas preventivas. Para que
assim a doença não venha á se expandir. (VIRMOND, VIETH, 1997). Ainda são
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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necessárias medidas governamentais e uma atenção especial a Hanseníase como
um grande problema de saúde publica, através de programas de treinamento de
profissionais da saúde, campanhas com alertas sobre os sintomas da Hanseníase,
para minimizar as dificuldades no diagnóstico que é parte mais importante e inicial
para a confirmação da doença e o rápido tratamento da mesma (NEIVA, 2010).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da eficiência da PQT , ainda a um grande numero de casos da doença, que
podem apresentar diversos fatores como abandono do tratamento, diagnostico
tardio, constrangimento pessoal de procurar profissional capacitado. Sendo ainda
necessário estratégias que aproximam relação entre os envolvidos como a família
paciente e equipe de saúde (NEIVA,2010). Desta maneira todas as ações de
prevenção tratamento das incapacidades e das deformidades são essenciais para
que o paciente consiga assim melhorar a sua qualidade de vida.
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Tropical, v. 36, n. 3, p. 373-82, 2003.
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ARTIGOS
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POLIFARMÁCIA ENTRE IDOSOS HIPERTENSOS RESIDENTES EM DUAS
INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA DA ZONA DA MATA MINEIRA
Angeline de Queiroz Lopes e Ludimila Gardingo Silva - Graduadas em Farmácia.
Especialistas em Farmacologia Clínica. UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social.
Professora da UNIVÉRTIX.
Gleiciely Santos Silveira e Fernanda Cristina Ferrari - Graduadas em Farmácia.
Mestres em Ciências Farmacêuticas. UFOP.
[email protected]
RESUMO
Com o aumento da expectativa de vida da população, problemas relacionados ao
envelhecimento são cada vez mais frequentes. O objetivo deste estudo foi comparar
a prática da polifarmácia entre idosos hipertensos das Instituições de Longa
Permanência Lar Bom Jesus, em Matipó-MG e o Lar Sant’Ana, em Abre Campo-MG.
Trata–se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, no qual os dados
foram obtidos através da leitura dos prontuários de cada idoso hipertenso e registro
em formulários de coleta de dados. Dos internos avaliados no Lar Bom Jesus, 86,6%
estavam sob regime de polifarmácia, sendo que as classes de medicamentos mais
prevalentes foram anti-hipertensivos (100%) e antiagregantes plaquetários (66,6%).
No Lar Sant’ana 39,6% dos idosos eram polimedicados, sendo os anti-hipertensivos
(100,0%) e os antidepressivos (51,6%) as classes de medicamentos mais
frequentemente utilizadas. Verifica-se a necessidade de intervenções a fim de
melhorar a qualidade da farmacoterapia estabelecida. Daí a importância da atuação
do farmacêutico que pode prover acompanhamento farmacoterapêutico dos idosos.
PALAVRAS-CHAVE: Polifarmácia, Hipertensos, Instituições de Longa Permanência.
INTRODUÇÃO
No Brasil existem cerca de 20 milhões de idosos, que representam pelo
menos 10% da população brasileira. Segundo a Organização Mundial de Saúde
(OMS), em 2025 a população de idosos será de cerca de 32 milhões (MINISTÉRIO
DA SAÚDE, 2006).
Com o aumento da expectativa de vida da população, os problemas advindos
do envelhecimento serão cada vez mais frequentes, dentre eles o aumento da
prevalência de doenças crônicas, o que consequentemente irá aumentar o número
de medicamentos utilizados, e assim, as implicações na saúde dos indivíduos e nos
custos de tratamentos devido à polifarmácia (GALVÃO, 2006).
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As principais doenças crônicas degenerativas que afetam os senis e a
frequência das internações hospitalares pelo Sistema Único de Saúde (SUS), no ano
de 2008, relacionadas a essas doenças foram, respectivamente: doenças
cardiovasculares 27,4%; respiratórias 16,4%; neoplasias 7,9%; doenças endócrinas
nutricionais e metabólicas 5,3%; distúrbios do trato gastrintestinais 10,4% e
perturbações psicológicas 2% (GALATO, SILVA e TIBURCIO, 2010; BRASIL, 2010).
As disfunções em diferentes órgãos e sistemas são aumentadas devido ao processo
de envelhecimento. Como o metabolismo dos idosos é mais lento, o efeito dos
medicamentos utilizados por eles, pode ser prejudicado. Por isso, faz-se necessário
o ajuste da dose ou a adição de mais um medicamento da mesma classe para que
se alcance o resultado desejado entre os senis (FILHO et al., 2008).
Dessa forma, devido à alta prevalência de doenças crônicas na idade
avançada, pode ser facilmente explicado o uso múltiplo de medicamentos, a
polifarmácia, nesse grupo. A polifarmácia pode ser definida como utilização de cinco
ou mais medicamentos em associação, ou associação de medicamentos na qual a
utilização de pelo menos um deles é desnecessária (SECOLI, 2010; SOUZA et al.,
2008).
A polifarmácia está diretamente ligada ao aumento das interações
medicamentosas e, consequentemente, às reações adversas causadas pelo uso de
vários medicamentos. No caso do idoso, isso pode ser ainda mais grave, pois, de
acordo com a farmacocinética clínica, possuem uma série de alterações que
interferem diretamente nos processos de absorção, distribuição, metabolização e
eliminação dos medicamentos. Sendo assim, efeitos tóxicos nesses pacientes
podem ocorrer de maneira mais proeminente (GALVÃO, 2006).
As condições clínicas do individuo, as características dos medicamentos e a
quantidade de fármacos em uso podem potencializar as interações medicamentosas
e os efeitos adversos. O uso incorreto de medicamentos também pode aumentar o
risco das interações acontecerem (SILVA et al., 2012).
É função do farmacêutico fazer o acompanhamento terapêutico a fim de
aumentar a eficácia do tratamento, detectar possíveis interações ajudando nas
adequações e melhoria da farmacoterapia, consequentemente melhorando a
qualidade de vida do paciente (PEREIRA et al., 2004)
O presente estudo tem o objetivo de descrever a prática da polifarmácia em
idosos em Instituições de Longa Permanência Lar Bom Jesus, localizada na cidade
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de Matipó-MG entre os meses de fevereiro e julho de 2012 e Lar Sant’Ana localizado
em Abre Campo-MG, no mês de agosto de 2013. Os dados gerados pelo estudo
poderão ser usados como base para que sejam planejadas medidas de intervenção
buscando diminuição da prevalência de polifarmácia e do número de medicamentos
em uso por interno. Isso poderia acarretar a redução do aparecimento de problemas
relacionados a medicamentos nesse grupo, diminuindo o tempo de internação, os
gastos com saúde e melhorando o quadro de saúde dos idosos em questão.
Existem poucos estudos sobre a prevalência da polifarmácia entre idosos
institucionalizados e os trabalhos existentes estão detectando que os idosos, por
possuírem a saúde mais debilitada, fazem o uso de múltiplos medicamentos.
Devido aos riscos envolvidos à polifarmácia, justifica-se a importância de
pesquisas farmacoepidemiológicas
regionais, identificando
peculiaridades da
polimedicação. Os dados obtidos através deste tipo de estudo podem nortear ações
que visem à diminuição da ocorrência da polimedicação contra terapêutica e das
suas implicações.
METODOLOGIA
O presente estudo é uma pesquisa comparativa de natureza descritiva com
abordagem
quantitativa.
Nesse
tipo
de
pesquisa
são
utilizadas
técnicas
padronizadas de coleta de dados, em que fatos são observados, computados,
analisados, divididos em classe e interpretados, sem que haja interferência do
pesquisador (RODRIGUES, 2007).
O estudo foi realizado em duas Instituições de Longa Permanência (ILP): Lar
Bom Jesus (LBJ), no município de Matipó e o Lar Sant’Ana (LSA), no município de
Abre Campo, ambos localizados na Zona da Mata Mineira. Segundo o censo do
IBGE de 2010, o município de Matipó possui cerca de 17.639 habitantes, sendo que
10, 2% destes possuem 60 anos ou mais. Já o município de Abre Campo possui
13.311 habitantes, sendo que 13,8% da população possuem 60 anos ou mais. A
principal fonte de renda das cidades é a agropecuária com maior destaque para
cafeicultura (IBGE, 2012).
No LBJ residem vinte internos do próprio município, com idades entre 42 e 88
anos, destes 15 são idosos e hipertensos sendo 8 homens e 7 mulheres. A ILP em
questão funciona em uma casa residencial com 5 dormitórios, onde os internos são
divididos em 23 leitos.
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No LSA residem 84 internos do próprio município e de municípios vizinhos,
com idades entre 37 a 92 anos. Dos residentes 48 são idosos e 31 destes são
hipertensos, sendo 13 homens e 18 mulheres. A ILP possui 33 dormitórios, onde os
internos estão distribuídos em 85 leitos.
Assim, a população de estudo foi composta pelos idosos (idade igual ou
superior a 60 anos) hipertensos internos das ILPs que fizeram uso de medicação
entre fevereiro e julho no LBJ e agosto de 2013 no LSA.
As informações foram coletadas mediante autorização dos responsáveis pela
instituição e, dessa forma também, pela guarda dos idosos. Além disso, os
responsáveis pela coleta e análise dos dados assinaram um Termo de Compromisso
de Utilização dos Dados, no qual se comprometeram a preservar a privacidade dos
internos, cujos prontuários foram objeto do estudo, e a utilizar os dados obtidos
somente para a execução do projeto, garantindo o anonimato dos indivíduos,
conforme as especificações da Lei 196/96 (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE,
1996).
Através da leitura de prontuários e/ou prescrições de cada idoso foram
extraídas as informações relativas às características gerais, a sua capacidade
funcional e ao consumo de medicamentos e alimentos. No que se refere à
capacidade funcional dos residentes da ILP, considerou-se como idoso com
dependência funcional aquele que necessitava de auxílio de pessoas ou de
equipamentos especiais para realização de atividades rotineiras diárias como:
comer, locomover, realizar higiene pessoal e demais cuidados pessoais como vestirse. Autônomos, então, os idosos que não necessitavam de auxílio para execução
das atividades rotineiras diárias citadas.
Para coleta dos dados observacionais foi empregado um formulário para
registro de medicamentos utilizados (prescritos e não prescritos) para cada um dos
indivíduos, considerando as seguintes variáveis: gênero, idade, número e nome dos
medicamentos prescritos e posologia além da presença de polifarmácia e a
classificação dos medicamentos quanto a sua presença ou ausência na Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME).
Os dados foram analisados segundo a estatística descritiva no Microsoft
Excel®, versão 2010.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
A população do estudo foi constituída de todos os moradores das ILPs
hipertensos com idade acima de 60 anos. Foram considerados idosos na ILP de
Matipó 15 dos internos, todos hipertensos. Já na ILP de Abre-Campo 48 dos
internos possuem 60 anos ou mais, sendo 64,8% destes hipertensos. Dos idosos
estudados no LBJ 53,3% eram do gênero masculino e 46,6% do gênero feminino,
com idade entre 61 a 88 anos. Desses 53,3% eram dependentes funcionais e 46,6%
eram autônomos. Na ILP LSA 42,0% eram do gênero masculino e 58,0% eram do
gênero feminino com idade entre 61 a 92 anos, 58,0% eram autônomos e 42,0%
eram dependentes funcionais.
A Tabela 1 contém informações sobre as principais patologias avaliadas
através dos prontuários médicos de cada um dos internos das instituições.
Tabela 1: Patologias mais prevalentes entre idosos nas Instituições de Longa Permanência
Patologias
Lar Sant’Ana
Lar Bom Jesus
N
%
N
Doenças do aparelho
31
100
15
circulatório
Doenças endócrinas,
5
16,1
7
nutricionais e metabólicas
Doenças do sistema nervoso
5
16,1
6
Transtornos mentais
16
51,6%
5
Doenças do aparelho digestivo
Outras
12
5
38,7
16,1
5
1
%
100
46,7
40
33,3
33,3
6,7
O diabetes mellitus era a patologia de maior prevalência dentre a classe de
doenças endócrinas nutricionais e metabólicas nas ILPs. O diabetes é um
importante agente de morbidade e mortalidade entre idosos. O acelerado processo
de envelhecimento da população, sedentarismo e inadequados hábitos alimentares,
além de outras mudanças contribuem para a incidência de diabetes em idosos
(FRANSCISCO et al., 2010).
Foram consideradas como patologias do sistema nervoso: mal de Parkinson,
Alzheimer e epilepsia, sendo o mal de Parkinson o mais prevalente entre os senis do
Lar Bom Jesus e a epilepsia a doença mais prevalente no Lar Sant’Ana. O mal de
Parkinson é caracterizado por uma desordem neurológica degenerativa progressiva
do sistema nervoso central que agride especialmente o sistema motor. Estudos
recentes, afirmam que essa patologia acomete cerca de 1% da população com mais
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de 60 anos de idade (BRAVO e NASSIF, 2006). A epilepsia é uma síndrome
neurológica que acomete até 1% da população em geral. A epilepsia por si só é uma
deficiência por alteração transitória de função. Pode ser uma incapacidade por
promover situações e dificuldade para exercer uma determinada atividade, além de
interferir na capacidade do convívio social (GOMES, 2009).
A depressão foi a doença de maior prevalência relacionada aos transtornos
mentais nas duas ILPs. Pode se apresentar como um sintoma, quando o afeto é a
tristeza, ou como uma síndrome ou transtorno, quando apresenta um grupo de
sintomas que aparecem juntos. A depressão é uma condição clínica no idoso, pois,
sabe-se que nesta idade as doenças crônicas são comuns e quanto mais graves,
mais deprimidos podem ficar os senis (ALMEIDA P. e ALMEIDA S., 1999).
Devido à alta prevalência de doenças crônicas na população avaliada, todos
faziam utilização de medicação.
É importante ressaltar que dentre os medicamentos utilizados pelos
participantes do estudo no período analisado, 60,9% (LBJ) e 40,9% (LSA) fazem
parte da RENAME, e são dispensados pelo SUS.
Sabe- se que a relação de
medicamentos essenciais é elaborada a nível nacional, estadual e municipal com
intuito de atender a maioria dos problemas de saúde da população, assegurando
boas condições de acesso e promovendo seu uso racional. Por isso, a utilização de
medicamentos presentes na lista de medicamentos essenciais é um fator positivo.
De toda forma, mesmo para medicamentos pertencentes à RENAME, cuidados
especiais devam ser tomados para prescrições dirigidas a estes indivíduos, já que
alguns
medicamentos
inapropriados
para
idosos
constam
nesta
relação
(PASSARELLI, 2006).
Entre os idosos do LBJ, 86,6% faziam uso de polifarmácia, já no LSA 39,6%
eram polimedicados. Neste estudo polimedicação foi considerada como uso
concomitante de 5 medicamentos ou mais. A prática de polifarmácia foi mais
elevada no sexo feminino tanto no LBJ (100%), quanto no LSA (44,4%), em
comparação ao masculino (LBJ 66,6% e LSA 33,3%). Assim como em outros
estudos, pode se observar uma maior prevalência de polifarmácia entre as
mulheres, o que pode ser atribuído à maior expectativa de vida das mulheres, que
acabam contribuindo para o aparecimento de doenças crônicas comuns devido ao
processo de envelhecimento (ROZENFELD, 2003; FLORES & MENGUE, 2005).
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Como grande parte dos idosos faziam uso de pelo menos cinco
medicamentos, o risco relacionado à presença de PRM’s é considerável. Dentre
estes PRMs, avaliou-se o risco de incidência de interações medicamentosas, que
aumentam consideravelmente com o número de fármacos prescritos e com as
condições clínicas dos indivíduos. Dos internos no LBJ, 93,3% utilizavam pelo
menos uma associação de medicamentos que apresentava risco de interação, já no
LSA 89,5% dos indivíduos estavam expostos a este risco.
envolviam:
digitálicos,
benzodiazepínicos,
AINES
(AAS),
As mais graves
antiarrítmicos,
antidiabéticos e antidepressivos.
Figura 1 – Distribuição das classes de medicamentos mais utilizados pelos idosos nas Instituições de
Longa Permanência.
A
Tabela
2
apresenta
as
principais
associações
medicamentosas
relacionadas a risco de interações discutidas ao longo do trabalho.
Em estudo realizado por Lima e Cassiani (2009) verificou-se que a frequência
de interações medicamentosas varia entre 3 e 5% dos pacientes que fazem uso de
um número menor de medicamentos (menos de 5 medicamentos), e aumenta para
10 a 20% naqueles pacientes que utilizam de 10 a 20 produtos medicamentosos.
Dentre os participantes do estudo, 6,7% (LBJ), e 2,1% (LSA) faziam uso
concomitante da digoxina 0,25 mg e da sinvastatina de 20 mg. Quando administrada
concomitante à sinvastatina a digoxina pode ter a sua ação aumentada, o que
contribui para o aumento do risco de toxicidade, o que é muito preocupante já que
se trata de um fármaco de baixo índice terapêutico (BPR, 2011).
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O captopril quando utilizado concomitantemente ao AAS pode ter sua ação
diminuída, devendo ser rigorosamente acompanhados (BPR, 2011). 33,4% (LBJ) e
2,1% (LSA) faziam uso simultâneo desses dois medicamentos. Estudos sobre esta
classe
de
medicamentos relatam
que
esses fármacos são
considerados
responsáveis pelas maiores frequências de interações e consequentemente
possíveis reações adversas (MARIN et al., 2008).
Tabela 2: Associações medicamentosas relacionadas a risco potencial de interações mais
prevalentes entre os idosos das Instituições de Longa Permanência, 2013.
MEDICAMEN
POSSÍVEIS
FREQUÊNCIA DAS
ASSOCIAÇÃO
TO
CONSEQUÊNCIAS
ASSOCIAÇÕES
Lar
Lar Bom Jesus
Sant’Ana
Aumento da
Digoxina
Digoxina + Sinvastatina
6,7%
2,1%
toxicidade digitálica.
Captopril
Captopril + Ácido Acetil
Salicílico (AAS)
Diminuição do efeito antihipertensivo do captopril.
33,4%
2,1%
Atenolol
Atenolol + AAS
Diminuição do efeito antihipertensivo do atenolol
6,7%
0,0%
Glibenclamida
Glibenclamida + AAS
Fluoxetina
Fluoxetina +
Clorpromazina
Citalopram Citalopram + Amitriptilina
Haloperidol
Haloperidol +
Clorpromazina
Aumento do efeito
hipoglicemiante da
glibenclamida.
Aumento da concentração
plasmática da
clorpromazina.
cardiotoxidade.
Cardiotoxidade.
Cardiotoxidade
13,4%
4,2%
0,0%
2,1%
0,0%
2,1%
0,0%
8,3%
O ácido acetilsalicílico também apresentou uma das possibilidades de
interações medicamentosas mais graves no estudo. Este medicamento pode
diminuir a ação anti-hipertensiva de medicamentos como o atenolol quando
utilizados concomitantemente (BPR, 2011).
A glibenclamida utilizada em associação com AAS (13,4 % dos idosos da ILP
LBJ) e (4,2% na ILP LSA) pode ter sua ação aumentada, levando a quadros de
hipoglicemia (BPR, 2011).
No LSA observamos algumas interações consideradas de alto risco que não
aconteceram no Lar Bom Jesus. É o exemplo da utilização concomitante de
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fluoxetina e clorpromazina (2,1%), o que pode resultar no aumento da concentração
plasmática da clorpromazina, acarretando o risco de cardiotoxicidade. (DEF, 2012).
Outra associação de medicamentos distinta no LSA foi o uso concomitante de
Haloperidol e clorpromazina (8,3%), que pode gerar um risco elevado de
cardiotoxicidade, podendo ocorrer prolongamento do intervalo QT e parada cardíaca
(DEF, 2012).
Além da presença da polifarmácia e da possibilidade de ocorrência de
interações medicamentosas relacionadas, foi verificado que dentre os medicamentos
utilizados, alguns são inapropriados para idosos, já que o risco inerente ao seu uso é
tido como superior ao seu eventual benefício.
O uso de medicamentos inapropriados é um dos principais fatores de risco
para o surgimento das reações adversas em idosos (LUCCHETTI et al., 2010). Além
disso, a polifarmácia pode estar relacionada ao emprego de medicamentos
inapropriados, já que, segundo Passarelli (2006), entre cada quatro medicamentos
prescritos, um deles é inapropriado. Destacam-se na população estudada o uso de
benzodiazepínicos, amitriptilina, amiodarona e digoxina que são fármacos
inapropriados para utilização neste grupo (PASSARELLI, 2006)
Foi observado que 6,7% dos idosos do LBJ e 10,4% do LSA usavam
amitriptilina, que é um medicamento usado no tratamento da depressão e é
desaconselhado para idosos, pois pode levar a efeitos anticolinérgicos (confusão
mental e alucinações) e hipotensão ortostática (MOSEGUI et al., 1999).
Dos participantes do estudo, 13,3% (LBJ) e 2,1% (LSA) utilizavam
bromazepam e clonazepam. Ambos benzodiazepínicos de meia-vida longa, não
indicados para idosos por causar sonolência, levando a possibilidades de quedas e
fraturas (PASSARELLI, 2006). Deve-se levar em conta também a toxicidade dos
benzodiazepínicos, que pode mascarar fatores relacionados à saúde mental,
silenciando a doença, pois os efeitos colaterais podem ser mais significativos que a
doença.
A amiodarona também é um medicamento de uso inapropriado para idosos, e
esta é utilizada por um dos internos do LBJ (6,7%). Em idosos que apresentam
doenças cardiovasculares, a amiodarona pode causar reações adversas graves,
como arritmias e cardiotoxicidade (SECOLI, 2010).
Além desses medicamentos não recomendados para senis, doses de 0,25 mg
de digoxina eram utilizadas por um dos idosos (6,7% LBJ) e por 4 (8,3%) dos senis
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do LSA. Sabe-se que em idosos, a digoxina tem sua meia-vida aumentada e
excreção reduzida, quando utilizada em doses maiores que 0,125 mg, podendo
aumentar os riscos de toxicidade digitálica (PASSARELLI, 2006).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido aos resultados obtidos neste estudo verificou-se que a polifarmácia
pode interferir na efetividade terapêutica e aumentar o número de reações adversas
entre os idosos. Verifica-se a extrema relevância do acompanhamento do
profissional farmacêutico, pois ele possui contato direto com o paciente durante a
farmacoterapia, podendo promover o uso correto dos medicamentos, detectando
possíveis
problemas
relacionados
e
diminuindo
os
riscos
de
interações
medicamentosas e consequentemente as reações adversas.
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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS AVIADAS NA
UNIDADE DA FARMÁCIA DE MINAS DE PEDRA BONITA/MG NO 1º
QUADRIMESTRE DE 2012
Dayse Moreira Rosa e Nilza Lorena Vitor Queiroz - Graduadas em Farmácia.
UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social.
Professora da UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. Professora da UNIVÉRTIX
Fernanda Cristina Ferrari e Gleiciely Santos Silveira - Graduadas em Farmácia.
Mestres em Ciências Farmacêuticas. UFOP.
[email protected]
RESUMO
Trata-se de uma pesquisa com abordagem quantitativa e exploratória, avaliando a
qualidade das prescrições (N = 3.407) aviadas na Farmácia de Minas do município
de Pedra Bonita/ MG, durante o primeiro quadrimestre de 2012. Para facilitar a
coleta dos dados, foi elaborado um formulário que avaliou a presença de
informações indispensáveis para uma prescrição de qualidade de acordo com as
legislações federais 5.991/73 e 9.787/99 e a Resolução 357/01 do Conselho Federal
de Farmácia. Do total de prescrições analisadas 0,76% foram consideradas ilegíveis.
20,11% das prescrições não utilizaram denominação genérica. Outras informações
essenciais encontraram-se ausentes como: forma farmacêutica (6,83%), via de
administração (40,20%), concentração do medicamento (26,67%), duração do
tratamento (66,78%). Além disso, estavam presentes 5.448 abreviaturas. Os
resultados apresentados são preocupantes, isto porque prescrições que não contém
as informações necessárias para uma boa dispensação, podem induzir a erros de
medicação que podem acarretar prejuízos a saúde dos usuários de medicamentos e
gerar adicionalmente custos diretos e indiretos ao público de saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Prescrições médicas, uso racional de medicamentos, erros de
medicação.
INTRODUÇÃO
Os medicamentos constituem a forma mais utilizada de tratamento na prática
médica, e representam o principal gasto na atenção básica de saúde (EV,
GUIMARÃES & CASTRO, 2008; COLOMBO et. al., 2004). Somente no ano de 2010,
o governo gastou mais de 1,5 trilhões de reais com aquisição e distribuição de
medicamentos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).
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O mau gerenciamento e o uso incorreto de medicamentos acarretam sérios
problemas à sociedade e, consequentemente, ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Estima-se que a prescrição incorreta pode elevar os gastos dos recursos
governamentais destinados a medicamentos de 50 a 70% e podem acarretar
aumento da morbimortalidade e prejuízos à qualidade de vida dos usuários (EV,
GUIMARÃES & CASTRO, 2008; CFF, 2009).
Com o objetivo de ampliar o acesso da população a medicamentos o
Ministério da Saúde elaborou a Política Nacional de Medicamentos, que tem como
uma de suas diretrizes e prioridades o Uso Racional de Medicamentos (URM). Este
é definido como o processo que compreende a prescrição e dispensação
apropriada, o consumo de doses e posologia adequadas no período de tempo
determinado pelo prescritor. Portanto, seguindo a ideia da URM, a prescrição
apropriada é um componente importante para a utilização adequada do
medicamento (ARAÚJO & UCHÔA, 2011).
Como o avanço tecnológico em pesquisas de novos fármacos e formas
farmacêuticas, associados à sua promoção comercial, cria uma crença excessiva da
sociedade em relação ao poder do medicamento, a prescrição medicamentosa
torna-se quase obrigatória nas consultas médicas transformando-se, do ponto de
vista do usuário de serviço de saúde, em sinônimo de boa prática médica
(SILVÉRIO & LEITE, 2010).
Após seleção do tratamento medicamentoso e o término da prescrição, é
dever do médico informar o paciente sobre: os objetivos, à curto ou longo prazo, do
tratamento instituído; como, quando e por quanto tempo deve tomar o medicamento;
seus benefícios e riscos (interações medicamento-medicamento, medicamentoalimento, reações adversas, intoxicações); procedimentos que devem seguir acaso
surgir algum efeito adverso; como armazenar os medicamentos e o que fazer com
as sobras (VRIES et. al., 2001).
Além disso, na prescrição que é uma ordem escrita dirigida ao farmacêutico e
ao paciente, o médico deve determinar os medicamentos que devem ser
dispensados e as condições de utilização (EV, GUIMARÃES & CASTRO, 2008).
Assim, as prescrições que não contém as informações necessárias para uma
boa dispensação, podem induzir a erros de medicação gerando custos diretos
(relacionados a consultas e execução de exames adicionais) e indiretos (que
representam fatores como a perda de produtividade, redução da expectativa de vida
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e sofrimento) que recaem sobre a sociedade. Adicionalmente, os erros provenientes
de uma prescrição geram nos pacientes a perda de credibilidade no sistema de
saúde (EV, GUIMARÃES & CASTRO, 2008).
Devido aos malefícios causados pela prescrição inadequada torna-se
justificada a importância de um estudo da qualidade das prescrições médicas.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi analisar as principais características das
prescrições médicas, bem como a ausência de informações nas mesmas, aviadas
na Farmácia de Minas do município de Pedra Bonita/ MG, durante o primeiro
trimestre de 2012.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa com abordagem descritiva e quantitativa, realizada
na unidade da Farmácia de Minas de Pedra Bonita, a única farmácia comunitária do
município. Pedra Bonita está localizada na Zona da Mata Mineira e segundo o censo
do IBGE de 2009, possui cerca de 6.673 habitantes e a principal fonte de renda é a
agropecuária com maior destaque para cafeicultura (IBGE, 2012).
O objeto de estudo desta pesquisa foram ás prescrições médicas aviadas na
Farmácia de Minas do município de Pedra Bonita no período de janeiro a abril de
2012.
Como o desenho do estudo, que é retrospectivo, impossibilita a obtenção do
termo de consentimento livre e esclarecido dos pacientes cujas prescrições foram
avaliadas, os responsáveis pela revisão dos prontuários assinaram um Termo de
Compromisso de Utilização dos Dados, no qual se comprometeram a preservar a
privacidade dos pacientes cujas prescrições foram objeto do estudo e a utilizar os
dados obtidos somente para a execução do projeto, de acordo com o que
recomenda a Resolução nº 196/96 (BRASIL, 1996).
Foram avaliadas receitas classificadas como simples, controle especial e
notificação de receita B1. Como algumas vezes um ou mais dos medicamentos
prescritos não estão disponíveis na Farmácia de Minas, nessas situações em
particular, a segunda via é retida, e a primeira via permanece com o usuário para
que ele possa adquirir estes medicamentos. Entretanto, devido aos problemas com
a legibilidade das segundas vias das receitas retidas, as mesmas foram excluídas
deste estudo.
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Para as prescrições consideradas ilegíveis pelos pesquisadores (não
permitiram a identificação do nome do medicamento) os demais parâmetros
abordados pelo estudo não foram avaliados.
Para facilitar a coleta dos dados, foi elaborado um formulário que avaliou a
presença de informações indispensáveis para uma prescrição de qualidade de
acordo com as legislações federais 5.991/73 e 9.787/99 e a Resolução 357/01 do
Conselho Federal de Farmácia.
Desta forma, o formulário auxilia na avaliação da legibilidade da prescrição e
presença dos seguintes itens: identificação do paciente e do prescritor, descrição do
medicamento segundo a DCB ou DCI, forma farmacêutica, via de administração,
posologia,
quantidade
de
medicamento
prescrito,
duração
do
tratamento,
abreviaturas e data da prescrição.
Após coleta dos dados, através da estatística descritiva, esses foram
tabulados no Microsoft Excel, versão 2010, quando foram gerados gráficos e tabelas
para apresentação dos resultados que fundamentaram as discussões do estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As prescrições analisadas neste estudo totalizaram 3.407 prescrições,
aviadas no período de janeiro a abril de 2012, sendo estas, 673 notificações de
receita B1, 864 de controle especial e 1.870 simples.
Do total de prescrições analisadas 0,76% (26) foram consideradas ilegíveis
pelos pesquisadores e, portanto, destas, nenhuma informação adicional foi retirada
para o estudo. Apesar de este número ser pequeno é importante ressaltar que a
ilegibilidade das prescrições é uma das causas que favorecem os erros de
medicação (AGUIAR et al., 2006). Segundo Silvério & Leite (2010) a ilegibilidade
pode interromper ou alterar o processo de assistência ao paciente, resultando em
consequências danosas para este.
Nesta pesquisa foram analisados de vários parâmetros que podem diminuir a
qualidade da prescrição, seja pela sua ausência ou presença na mesma, como pode
ser visto na Tabela 1.
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Tabela 1: Ausências encontradas nas prescrições médicas aviadas na unidade da Farmácia de Minas
de Pedra Bonita/MG no 1º quadrimestre de 2012.
Para fins de análise foram consideradas como prescrições, contendo nome
incompleto dos pacientes, aquelas que apresentavam somente o primeiro nome.
A prescrição medicamentosa deve ser individualizada e, portanto necessita
conter informações específicas sobre o paciente para o qual é destinada. A
identificação do paciente é condição necessária e indispensável para o aviamento
ou dispensação da receita e contribui para diminuição de trocas de medicamentos
durante a administração em âmbito domiciliar (AGUIAR et al., 2006).
A identificação do prescritor pode ser realizada através da assinatura ou do
carimbo, e esta é imprescindível para que, quando necessário o farmacêutico possa
entrar em contato com o prescritor para confirmar dados ou tirar dúvidas em relação
aos procedimentos prescritos ou informá-lo sobre a possibilidade de problemas
relacionados ao uso de medicamentos, detectados durante a dispensação (MIGUEL,
2010; OSÓRIO-DE-CASTRO, 2010).
Na caracterização da receita, os parâmetros analisados foram adequação ao
tipo de receituário e presença de data. A presença da data na prescrição é uma
informação importante para assegurar a validade da prescrição, esta constitui uma
referência
inquestionável
para
que
os
medicamentos
sejam
dispensados
corretamente durante o período de tempo determinado para cada prescrição (EV,
GUIMARÃES & CASTRO, 2008). Quanto à adequação ao tipo de receituário 4,67%
(158) do total não estavam de acordo, destas 11,95% (102) eram de controle
especial, 8,32% notificação B1 e nenhuma simples.
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Na farmácia em questão, as prescrições de medicamentos de uso contínuo
tem validade de quatro meses. As prescrições de anticoncepcionais são válidas por
um ano, as de antibióticos valem sete dias e as de medicamentos controlados por
um mês, exceto antiparkisonianos e antiepiléticos que tem validade de seis meses.
A omissão de forma farmacêutica nas prescrições pode causar uma possível
substituição das formas farmacêuticas no momento da dispensação, podendo
implicar na modificação de fatores farmacocinéticos, por exemplo, fazendo com que
o fármaco seja absorvido em um tempo diferente (LYRA, 2004).
A falta posologia pode causar uma variação do intervalo de tempo entre as
doses levando a um comprometimento no sucesso terapêutico e segurança do
tratamento (MIGUEL, 2010).
Entre as prescrições foram encontradas 5.448 abreviaturas. A Figura 1
apresenta as frequências de ocorrência de cada um dos tipos de abreviaturas
encontradas.
Figura 1: Abreviaturas mais frequentes nas prescrições aviadas na unidade da Farmácia de Minas de
Pedra Bonita/MG no 1º quadrimestre de 2012.
O uso de abreviaturas nas prescrições medicamentosas é preocupante
devido à possibilidade de danos ao paciente. Isto porque as abreviaturas podem ser
mal interpretadas por outros profissionais de saúde, por apresentarem mais de um
significado ou serem confundidas com outras abreviaturas, quando mal escritas
(AGUIAR et al., 2006; Ev et al.,2008).
Sobre parâmetros relacionados aos medicamentos, foram encontradas várias
inconformidades frente ao recomendado pela legislação relacionada.
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20,11% (680) destas não apresentavam nome do medicamento segundo DCB
e DCI (Figura 2).
Figura 2: Frequência percentual de parâmetros ausentes nas prescrições aviadas na unidade da
Farmácia de Minas de Pedra Bonita/MG no 1º quadrimestre de 2012.
Segundo a Lei 9.787/99 no âmbito do SUS todas as prescrições devem ser
feitas pelos nomes genéricos, utilizando-se a DCB ou DCI, o que facilita a educação
e a informação sobre medicamentos e evita que o prescritor indique um
medicamento de marca mais cara, que por ventura venha a ser efetivamente
comparado ao medicamento genérico (GIROTTO & SILVA, 2006; BONTEMPO et al.,
2003).
Sobre apresentação da via de administração 41,20% (1.393) prescrições não
apresentavam via de administração, sendo que destas 100% das notificações B1
(673) apresentava essa informação (Figura 2). A falta da via de administração nas
prescrições médicas pode levar a via e/ou técnica de aplicação do medicamento
incorreta, gerando uma modificação de fatores farmacocinéticos, principalmente a
biodisponibilidade do fármaco. Assim podem ocorrer problemas relacionados à
efetividade e segurança dos medicamentos, com risco de reações adversas e maior
tempo de ação (GUZATTO & BUENO, 2007).
26,67%
das
prescrições
(902)
não
apresentavam
concentração
do
medicamento. Sendo que destas 805 eram simples (43,42% deste tipo de receita)
como pode ser visto na Figura 2.
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A falta da concentração do medicamento na prescrição médica interfere no
momento da dispensação, onde se deve assegurar que o medicamento de boa
qualidade seja entregue ao paciente certo, na dose prescrita, na quantidade
adequada e que sejam fornecidas as informações suficientes para o uso correto
deste (MARIN et al., 2003 citado por MIGUEL, 2010).
Das prescrições analisadas 66,78% (2.258) não apresentavam duração do
tratamento, sendo, 98,12% das de controle especial (Figura 2).
De acordo com Miguel (2010), o desaparecimento prematuro de sinais e
sintomas pode fazer com que o paciente interrompa o tratamento por sua conta
antes do determinado pelo médico. Daí a importância de orientar o paciente para
que utilize o medicamento apenas pelo tempo recomendado, sendo que este deve
estar descrito na prescrição medicamentosa.
Quanto a quantidade de medicamento prescrito de acordo com o tempo
recomendado, parâmetro este que só se aplica às prescrições de controle especial e
notificações B1, foram encontrados os respectivos resultados: 1,05% (9) de controle
especial e 10,70% (72) de notificação B1.
A quantidade de medicamentos deve ser fornecida de forma a não faltar e
nem exceder demasiadamente o número de medicamentos de acordo com o tempo
recomendado (MIGUEL, 2010). Este quesito encontra-se em disposições legais,
onde fica estipulado que o tempo de tratamento não pode exceder a 60 dias para
substâncias de controle especial (C1) e notificações B1 (ANVISA, 1998).
Desta forma, percebe-se que quando são omitidas informações nas
prescrições médicas se dificulta o trabalho de equipe de saúde, colocando em risco
a segurança do paciente e a eficácia do tratamento farmacoterapêutico (NÉRI,
2004).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste estudo constatou-se deficiência nas informações contidas na
maioria das prescrições analisadas, demonstrando que os procedimentos legais
vinculados à prescrição não são adequadamente cumpridos na localidade em
questão.
Como a falta de informações nas prescrições pode interferir na comunicação
entre os profissionais de saúde, levando a erros de medicação e impedindo a
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dispensação adequada dos medicamentos, prejudicando a qualidade da assistência
farmacêutica prestada ao paciente.
Os resultados sugerem a necessidade do emprego de estratégias para
promover melhoria da qualidade das prescrições emitidas. Uma das estratégias
possíveis seria a educação continuada dos profissionais prescritores, que desta
forma poderiam ser conscientizados dos benefícios de uma prescrição correta que
contribuiria para o uso racional de medicamentos e a melhoria na saúde do paciente.
Além disso, o emprego das prescrições digitais em detrimento das
manuscritas seria fundamental para maior segurança na utilização de medicamentos
uma vez que possibilita a melhora da legibilidade destas.
Adicionalmente, a verificação da viabilidade de compra de softwares para
elaboração de prescrição eletrônica, que impedem a emissão de prescrições com
ausência de dados seria também uma alternativa para melhorar a qualidade das
prescrições emitidas.
Sugere-se então que seja feito estudo da viabilidade de emprego de uma ou
mais das alternativas apresentadas no sentido de promover a melhora da qualidade
prescricional no ambiente em questão e consequentemente da saúde da população
atendida.
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UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS EM DOIS MUNICÍPIOS DA ZONA DA
MATA MINEIRA
Eric Tensol Vieira e Polyana Luiza Florêncio Santiago – Graduados em
Farmácia. Especialistas em Farmacologia Clínica - UNIVÉRTIX.
Patrícia Luísa de Araújo Mendes – Graduada em Ciências Biológicas.
Mestre em Botânica. Professora da UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social.
Professora da UNIVÉRTIX.
Gleiciely Santos Silveira e Fernanda Cristina Ferrari - Graduadas em Farmácia.
Mestres em Ciências Farmacêuticas. UFOP.
[email protected]
RESUMO
A percepção sobre o poder curativo de plantas medicinais, observada em diferentes
culturas, é uma das muitas formas de relação entre as pessoas e as plantas. O
objetivo do estudo foi comparar o perfil de utilização das plantas medicinais por
frequentadores de uma farmácia comercial no Bairro Centro na cidade de Rio Casca
(VIEIRA E SANTIAGO, 2012) e de moradores do Bairro Boa Vista na cidade de
Matipó (ALVES E BRANDÃO, 2012) – ambas as cidades localizadas na Zona da
Mata Mineira. As plantas medicinais mais relatadas como utilizadas no estudo de
Alves e Brandão (2012) foram folha de laranja e boldo, já no estudo de Vieira e
Santiago (2012) foram hortelã e erva-doce. A realização desta pesquisa permitiu
observar aspectos sobre a diversidade de plantas medicinais consumidas pelas
populações analisadas. Com a análise dos dados obtidos percebe-se que a
utilização de plantas medicinais pode trazer riscos à população, por isso deve-se
evitar longas terapias, já que não existe uma garantia de ausência de efeitos tóxicos.
PALAVRAS-CHAVE: Plantas medicinais; Etnobotânica; Matipó; Rio Casca.
INTRODUÇÃO
Após a segunda guerra mundial, na década de 50, houve um crescimento
industrial nos países do terceiro mundo, principalmente incentivado pelo capital
estrangeiro (HOBSBAWM, 1995). A indústria farmacêutica acompanhou esse
movimento mundial e se desenvolveu no Brasil a partir desse momento histórico.
Com o interesse no lucro, os medicamentos sintéticos conquistaram, a partir daí,
lugar na terapêutica modificando completamente a forma de tratar doenças o que fez
surgir o atual complexo médico-industrial-hospitalar (OLIVEIRA, 1985).
Em consequência desse processo de industrialização, o conhecimento
tradicional do uso de plantas medicinais passou a ser posto em segundo plano
naquela época. Por falta de estudos científicos, o uso de plantas medicinais tornouAnais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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se sinônimo de atraso tecnológico e muitas vezes charlatanismo, o que fez os
usuários, os médicos e os pesquisadores se afastarem desse campo. Foi um
momento no qual o uso de plantas medicinais esteve mais próximo do misticismo do
que da ciência (LORENZI e MATOS, 2002).
A publicação da primeira edição da Farmacopéia Brasileira representou um
esforço significativo de regulamentar a manipulação de produtos derivados das
plantas medicinais. Elaborada por Rodolfo Albino, essa obra contemplou mais de
280 espécies botânicas nacionais e estrangeiras, o que refletia as características
terapêuticas da época (MARQUES e PETROVICK, 2004).
Pesquisadores da área de produtos naturais mostram-se impressionados pelo
fato desses produtos encontrados na natureza revelarem uma gama impressionante
de diversidade em termos de estruturas e de propriedades físico-químicas e
biológicas (WALL e WANI, 1996). Os medicamentos, disponíveis no mercado,
tiveram sua origem em protótipos de substâncias químicas, na maioria dos casos de
origem vegetal (STASI, 2007). A flora mundial está entre 250 mil e 500 mil espécies.
O Brasil contribui com 120 mil espécies, a grande maioria na região Amazônica, das
quais o saber popular selecionou cerca de 2 mil como medicinais. Dessas, apenas
10% foram cientificamente investigadas do ponto de vista químico-farmacológico
(BRITO, 2002).
No
Brasil
a
utilização
de
plantas
medicinais
se
dá
por
fatores
socioeconômicos e também culturais (LÓPEZ, 2006). A facilidade de encontrá-las no
próprio quintal ou até mesmo com vizinhos facilita a sua utilização. O custo-benefício
das plantas medicinais influencia muito em relação aos medicamentos sintéticos,
com possibilidade de serem obtidas no próprio local facilitando e melhorando a
saúde da população (ARNOUS, SANTOS e BEINNER, 2005).
Segundo Stasi (2007) esta constatação inegável traz para os nossos dias
uma importante discussão sobre a utilidade das práticas populares e tradicionais de
saúde em associação as práticas da medicina moderna. Se tais conhecimentos,
dilapidados pela experimentação científica permitiram que a ciência construísse este
enorme arcabouço de medicamentos, parece óbvio que as práticas populares e
tradicionais de saúde sejam, de fato, práticas que colaboram para a manutenção da
saúde e que podem, também na atualidade, ser a base para o desenvolvimento e a
implantação de procedimentos de cura e tratamento junto ao sistema oficial de
saúde.
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É bem provável que todas as pessoas tenham algum conhecimento acerca de
plantas medicinais. Em geral, e independentemente da classe social e econômica,
todos reconhecem como uma espécie vegetal, uma planta com alegada propriedade
medicinal, é usada para aliviar um sintoma, prevenir ou tratar alguma doença. Se, de
forma geral, é a ideia que se apresenta, muitas e importantes características e
conceitos envolvidos com o tema normalmente não são de conhecimento comum, o
que pode gerar concepções equivocadas ou até mesmo preconceito (STASI, 2007).
Um estudo feito por Ferrari e Bastos (2010) demonstrou que entre as plantas
mais consumidas pela população do município de Matipó, especificamente no bairro
central, estão o capim-cidreira (Cymbopogon citratus), tanchagem (Plantago major) e
chá verde (Camellia sinensis) e as afecções mais comumente tratadas com plantas
são as gripes, resfriados, diarreia e inflamações em geral.
Desde a Declaração de Alma-Alta, em 1978, a OMS tem expressado sua
posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no
âmbito sanitário, em função de que 80% da população mundial depende dessas
espécies, no que se refere à atenção primária à saúde (Organização Mundial da
Saúde, 1979). Dentro deste contexto, o Brasil tem buscado estabelecer diretrizes na
área de plantas medicinais e saúde pública, como a aprovação da Política Nacional
de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (BRASIL,
2006). E em 9 de março de 2010, ficou regulamentada a produção e
comercialização das plantas medicinais através da RDC N° 10 da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA).
Popularmente tem-se a ideia de que todas as plantas ditas medicinais fazem
bem a saúde, porém são comuns os casos de efeitos colaterais causados pelo mau
uso de tais plantas. Por isso o interesse em realizar um estudo comparativo em dois
municípios da Zona da Mata Mineira relacionando a utilização das plantas
medicinais pelas populações, verificando as diferenças entre os perfis de utilização.
O estudo compara uma pesquisa realizada por Alves e Brandão (2012) no bairro
Boa Vista do município de Matipó/MG aos resultados obtidos por Vieira e Santiago
(2012) através de estudo realizado entre usuários de uma farmácia comercial região
central da cidade de Rio Casca/MG.
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METODOLOGIA
Foi realizado estudo comparativo entre os resultados apresentados por Vieira
e Santiago (2012) e Alves e Brandão (2012), com objetivo de verificar se há indícios
de semelhança na utilização das plantas medicinais nos dois municípios.
O estudo de Vieira e Santiago (2012) foi realizado no bairro Centro do
município de Rio Casca que se situa na região sudeste, mesorregião Zona da Mata,
com área territorial de 384 km2, sendo a principal atividade econômica o setor de
serviços e comércio, com aspecto territorial montanhoso. Segundo o Censo 2010
realizado pelo IBGE possui 14.201 habitantes (IBGE, 2010). Já Alves e Brandão
(2012) desenvolveram pesquisa no bairro Boa Vista do município de Matipó. Este
município possui cerca de 17.639 habitantes e uma área de 266,990 Km², sendo a
principal atividade econômica a agrícola, com a colheita do café (IBGE, 2010).
Em ambos estudos foram utilizados questionários estruturados obtendo
informações sobre utilização, obtenção, preparo e finalidades de uso das plantas
medicinais pelos entrevistados, que aceitaram participar da pesquisa e para tanto,
também assinaram termo de consentimento livre e esclarecido permitindo o início da
coleta de dados.
Vieira e Santiago (2012) entrevistaram 46 frequentadoras de uma farmácia
comercial no bairro central da cidade de Rio Casca. Alves e Brandão (2012)
entrevistaram 140 moradores do Bairro Boa Vista na cidade de Matipó em visitas
domiciliares.
Os dados foram organizados e analisados segundo a estatística descritiva
utilizando o Microsoft Excel®.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dos 46 questionários aplicados por Vieira e Santiago (2012) nota-se uma
maior predominância do gênero feminino (86,95%), Alves e Brandão (2012) não
apresentaram esses dados. A faixa etária predominante encontrada por Vieira e
Santiago (2012) foi de 20 a 39 anos (67,39%), já Alves e Brandão (2012) obtiveram
resultados um pouco diferentes, com uma população mais jovem, variando de 11 a
20 anos (40%). De acordo com Tôrrez e colaboradores (2005) citado por Alves e
Brandão (2012), a utilização de medicamentos em crianças e bebês pode acarretar
efeitos mais intensos, isto vale também para plantas medicinais, principalmente
quando são utilizadas por crianças acometidas por alguma doença hepática. Além
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disso, segundo Albuquerque (2008), fatores como gênero, idade, ocupação e etnia,
devem ser levados em consideração neste tipo de estudo, uma vez que podem
interferir no conhecimento tradicional.
De acordo com o estudo de Vieira e Santiago (2012) quando os entrevistados
são questionados quanto à utilização das plantas medicinais, 76% referiram utilizar e
17% não utilizam. Já Alves e Brandão encontraram uma frequência de utilização
bem diferente, onde 79% da população raramente utilizam e 14% utilizam uma vez
por mês.
Na América Latina, em especial nas regiões tropicais, existem diversas
espécies de plantas medicinais de uso local, com possibilidade de geração de uma
relação custo-benefício bem maior para a população, promovendo saúde a partir de
plantas produzidas localmente. No Brasil existem diversidades e peculiaridades, com
concepções, opiniões, valores, conhecimentos, práticas e técnicas diferentes, que
precisam ser incorporadas e respeitadas no cotidiano, influenciadas por hábitos,
tradições e costumes. O conhecimento e uso das plantas medicinais têm sido
estimados baseando-se em algumas variáveis sociais (NOGUEIRA, 1983).
As fontes de obtenção das plantas medicinais são diversas, como demonstra
a Figura 1.
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Figura 1. Fontes de obtenção das plantas medicinais relatados pelas populações
investigadas por Vieira e Santiago (2012) e Alves e Brandão (2012) em dois municípios
mineiros.
Um estudo realizado por Camargo e Scavone (1985) demonstrou ser comum
o cultivo de plantas nos quintais em diversos estados do Brasil e mesmo em outros
países, sendo que seu uso está associado a algum tipo de enfermidade.
Segundo Dias (1995), o Brasil tem uma área territorial extensa de 8,5 milhões
de quilômetros quadrados e vários biomas, apresenta uma grande diversidade de
solos e climas, o que favorece a riqueza e a variedade da flora distribuída nos
diversos ecossistemas brasileiros. No Brasil estima-se existência de 60.000 espécies
de um total de mais de 155.000 reconhecidas entre as angiospermas tropicais
(PRANCE, 1977; GIULIETTI e FORERO, 1990).
As plantas medicinais mais relatadas como utilizadas no estudo de Alves e
Brandão (2012) foram folha de laranjeira e boldo, já no estudo de Vieira e Santiago
(2012) foram hortelã e erva-doce (FIGURA 2).
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Figura 2. Plantas medicinais mais frequentemente utilizadas segundo relatos das
populações investigadas por Vieira e Santiago (2012) e Alves e Brandão (2012) em dois
municípios mineiros.
Estudos diversos mostram que muitas das espécies relatadas pelos
entrevistados são comumente citadas, embora não necessariamente na mesma
ordem e proporção (Silva et al., 2005; Calábria et al., 2008; Kffuri, 2008; Silva et al.,
2009).
Em estudo feito por Torres e colaboradores (2005) com acompanhantes de
crianças hospitalizadas, detectou-se que 27,3% utilizaram plantas medicinais para
tratamento das suas crianças antes de procurar o serviço hospitalar. Esta prática
pode ser considerada perigosa devido ao insuficiente conhecimento sobre o assunto
ou pela ideia de que “é natural e se bem não fizer; mal não fará”, com isso podem
ocorrer efeitos indesejados como intoxicações ou ausência da resposta terapêutica
(MEDEIROS FILHO et al., 1997).
Rodrigues e Carvalho (2001) acreditam que as pessoas que utilizam essas
plantas medicinais não têm dúvida de que os efeitos delas curam as enfermidades e,
também, afirmam que a dose é importante para que haja a cura, sendo que os
excessos na utilização podem levar a efeitos inesperados, causando danos ao
organismo. As patologias mais frequentemente tratadas através do uso de plantas
medicinais nas populações investigadas foram apresentadas na Figura 3.
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Figura 3. Enfermidades mais frequentemente tratadas através do uso de plantas medicinais
relatadas pelas populações investigadas por Vieira e Santiago (2012) e Alves e Brandão
(2012) em dois municípios mineiros.
Estudos realizados por Amorozo (1996), Di Stasi e colaboradores (2007),
GarleteIrgang (2001), Amorozo e Gély (1998) verificaram que a maior parte das
plantas medicinais era utilizada para tratamento de afecções relacionadas ao
sistema digestivo e ao sistema respiratório, seguido de afecções do sistema
geniturinário e do sistema circulatório. Rutkanskis e Cruz-Silva (2009) também
encontram resultados semelhantes, ressaltando ainda outras afecções, por exemplo,
sistema nervoso e sistema tegumentar. Estes resultados evidenciam que as plantas
medicinais são utilizadas para diversas finalidades.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realização desta pesquisa permitiu observar que mesmo se tratando de
áreas urbanas a utilização das plantas medicinais é bem difundida.
Com a análise dos dados obtidos percebe-se que a utilização de plantas
medicinais também pode trazer riscos à população, por esse motivo deve-se evitar a
utilização prolongada, já que não há garantia da ausência de efeitos colaterais ou
tóxicos.
No entanto, percebe-se a necessidade de programas que visem a
disseminação de informações e melhor utilização das plantas medicinais nestas
comunidades, visto que muitos dos entrevistados fazem uso das plantas para o
tratamento dos seus males sem o conhecimento prévio, apenas por indicação de
terceiros, podendo haver erros de identificação da espécie.
Acredita-se que esta e outras pesquisas etnobotânicas desenvolvidas têm o
potencial de contribuir com informações culturais presentes na região. Estudos
multidisciplinares são necessários para que sejam ampliados os conhecimentos das
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plantas medicinais, como agem, quais são os seus efeitos tóxicos e colaterais, como
seriam suas interações com os medicamentos disponíveis no mercado e quais as
estratégias mais adequadas para o preparo e conservação para garantir segurança
e eficácia destes produtos.
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Faculdade Vértice/Univértix. Matipó/MG, 2012.
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AVALIAÇÃO DO USO DE BENZODIAZEPÍNICOS NA POPULAÇÃO FEMININA
ADULTA DE UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE DA ZONA DA MATA
MINEIRA
Elzilaine Maira Dionizio e Iraly Gomes Silva - Graduadas em Farmácia.
Especialistas em Farmacologia Clínica. UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social.
Professora da UNIVÉRTIX.
Gleiciely Santos Silveira e Fernanda Cristina Ferrari - Graduadas em Farmácia.
Mestres em Ciências Farmacêuticas. UFOP.
Janine Lopes Carvalho – Graduada em Psicologia. Especialista em Saúde
Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Professora da UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O objetivo desse estudo foi identificar o perfil da população feminina que utiliza
Benzodiazepínicos (BDZ’s) como tratamento terapêutico em município de pequeno
porte da Zona da Mata Mineira. Trata-se de uma pesquisa descritiva com
abordagem quantitativa. Como instrumento de coleta de dados, foi empregado um
questionário objetivo e claro com intuito de facilitar a interpretação e o entendimento
das participantes da pesquisa. Percebe-se que as usuárias de BDZ’s possuem baixo
grau de escolaridade, relacionamento estável e os utilizam de forma contínua, por
motivos que devem ser levados em consideração. Pelo exposto tornam-se
necessários estudos que discutam o uso racional destes medicamentos.
PALAVRAS-CHAVE: Benzodiazepínicos; saúde da mulher; uso racional de
medicamentos.
INTRODUÇÃO
Segundo Nordon et al. (2010) atualmente os Benzodiazepínicos são a terceira
classe de medicamentos mais consumidos no Brasil, sendo utilizados por
aproximadamente 4% da população brasileira. De acordo com Foscarini (2010) o
uso justifica-se por que os BDZ são medicamentos de primeira escolha para o
tratamento de ansiedade, insônia, relaxamento muscular e amnésia anterógrada, e
tem ganhado destaque no tratamento terapêutico para combater mal-estar pessoal
como sentimento de tristeza, solidão, inquietude, insegurança e até mesmo falta de
felicidade, que muitas das vezes está relacionada com a rotina de vida familiar que
leva, seja no mau convívio com o companheiro, no mau relacionamento social, numa
vida financeira mal distribuída, e outros motivos relevantes.
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O Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo1 divulgou em março de
2010 uma reportagem sobre o relatório desenvolvido pelo Departamento
Internacional de Controle de Narcóticos, ligado à Organização das Nações Unidas
(ONU). O relatório – referente à pesquisa realizada em 2009 – divulgou as principais
tendências do uso de drogas lícitas e ilícitas no mundo, foi verificado que o uso
abusivo de medicamentos controlados supera o de drogas ilícitas, como cocaína,
ecstasy e heroína. O citado relatório foi divulgado nos principais veículos de
comunicação do Brasil (G1, Folha de São Paulo, Veja, Correio Brasiliense, R7, entre
outros) – e do mundo, demonstrando uma preocupação mundial com o uso abusivo
de medicamentos. Mortes como a do cantor Michael Jackson e da atriz Brittany
Murphy, em 2009, chamaram a atenção para o problema. Pedro Gabriel Godinho
Delgado – em reportagem para os repórteres Iberê Thenório e Mariana Oliveira para
o G1 em 2010 – aponta a situação como um desafio para as autoridades de saúde.
É um problema grave no Brasil. (...) Acho importante abordar essa situação
porque, para a saúde pública, as drogas ilegais, legais e prescritas podem
apresentar danos comparáveis. Nós sabemos que, de todas as drogas, as
mais danosas são duas legais, o álcool e o tabaco. E, entre as que não são
ilegais, existe ainda o problema dos medicamentos que podem causar
dependência.
No Brasil, estatísticas explanadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), revelaram que os BDZ’s Clonazepam, Bromazepam e Alprazolam foram
as substâncias controladas de maior consumo pela população brasileira entre os
anos de 2007 a 2010. O mais utilizado foi o Clonazepam, do qual foram vendidos 10
milhões de caixas em 2010. O segundo mais comercializado foi o Bromazepam, com
4,4 milhões de unidades vendidas 2010, na seqüência Alprazolam, que registrou 4,3
milhões de unidades 2010 (ANVISA, 2010 citado por TUOTO 2012).
O interesse de estudo pelos BDZ’s – também chamados de calmantes – se deu
pelo fato de ser um dos medicamentos de maior consumo no Brasil. Surgiu assim a
curiosidade de se fazer uma investigação sobre o perfil do consumo desses
medicamentos entre as mulheres adultas em um município de pequeno porte da
Zona da Mata Mineira.
A questão norteadora que motivou esse trabalho foi conhecer qual o perfil das
usuárias adultas de BDZ de um município de pequeno porte da Zona da Mata.
1
Reportagem disponível no site (http://www.crfes.org.br/noticias_26022010_2.html).
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O presente estudo tem como objetivo, identificar o perfil da população feminina
que utiliza BDZ como tratamento terapêutico em município de pequeno porte da
Zona da Mata Mineira durante os anos de 2012 e 2013.
Este trabalho contribuirá para a identificação da distribuição do medicamento,
entre a população feminina no município com idade igual ou superior a vinte anos de
idade para assim obter-se um controle sobre a medicação, satisfazendo as
necessidades de ambas às partes: população feminina e município, sem causar
danos à saúde feminina consumidora do medicamento e evitando gastos
desnecessários ao município.
De acordo com Carvalho e Dimenstein (2003) o uso indiscriminado dos BDZ’s
causa sonolência/sedação comprometendo a atividade e o desempenho de simples
funções, causa fadiga o que incapacita o paciente causando crescente desconforto e
decrescente capacidade física ou mental, visão turva ocasionando acidente devido
aos distúrbios visuais causados pela turbidez, dificuldade de memória o que leva ao
desenvolvimento de quadros de amnésia e comprometimento intelectual dificultando
ou diminuindo o interesse por literatura, entre outros.
Segundo Coelho et al. (2006) o uso racional dos BDZ’s tem sido de
responsabilidade de toda classe médica desde o serviço de urgência até o
especialista de medicina do sono. Portanto, recomenda-se a familiarização dos
médicos com os mecanismos de ação e efeitos colaterais e adversos dos BDZ’s.
A utilização terapêutica dessas substâncias em curto prazo deixa a toxicidade e
os efeitos adversos menos acentuados. Os BZD’s devem ser usados no tratamento
da ansiedade em um curto prazo, de modo que não exceda um período de dois a
quatro meses, exceto em casos muito especiais (CARVALHO E DIMENSTEIN,
2003; FOSCARINI, 2010).
METODOLOGIA
O referente estudo tratou-se de uma pesquisa descritiva com abordagem
quantitativa que foi realizada com 100 mulheres de idade igual ou superior a vinte
anos durante o período compreendido entre 2012 e 2013, de escolaridade e níveis
socioeconômicos diversos em uma cidade de pequeno porte da Zona da Mata
Mineira.
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As coletas de dados foram realizadas nas Unidades de Estratégia de Saúde da
Família (ESF) – I, II, III, IV e V – de um município de pequeno porte da Zona da Mata
de Minas Gerais.
Como instrumento de coleta de dados, foi aplicado questionário nos meses de
agosto de 2012 e setembro de 2013 para todas as mulheres maiores de 20 anos
presentes nas ESF´s nas manhãs escolhidas para a realização da pesquisa,
totalizando 50 participantes por ano.
Coube as pesquisadoras esclarecer às participantes da pesquisa a não
obrigatoriedade de responder o questionário e assegurar a quem participar de livre e
espontânea vontade seu anonimato e sigilo quanto às respostas e a apresentação
do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).
Os dados foram processados no Microsoft Office Excel 2007 e analisados
através de estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram entrevistadas 50 mulheres por ano durante o período de coleta de
dados. Destas apenas 26,00% (13) faziam o uso de BDZ´s em 2012 e 36,00% (18)
faziam o uso destes em 2013. Portanto, a população do estudo é formada por 31
mulheres avaliadas durante este biênio. A Tabela 1 resume as principais
características sócio demográficas da população avaliada.
Existem estudos que investigaram características semelhantes, Nordon et al.
(2010) analisaram o padrão de utilização de BDZ em uma Unidade Básica de Saúde
(UBS) na Vila Barão em Sorocaba/SP, encontrando que a população que mais
utiliza estas substâncias são mulheres de baixa escolaridade e renda, na faixa etária
entre 50 e 69 anos e que possuem relacionamentos estáveis. Foram encontrados
perfis diferentes com relação a este trabalho.
Os BDZ’s referidos como mais utilizados em 2012 foram: Diazepam 46,15%,
Clonazepam
30,77%
e
Outros
23,08%.
Em
2013,
Clonazepam
33,33%,
Bromazepam 27,78%, Alprazolam 22,22% e Diazepam 16,67% (FIGURA 1).
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Tabela 1: Características sócio–demográficas referidas pela população investigada, 2012 e 2013.
n=13
2012
%
n=18
2013
%
03
06
04
23,08
46,15
30,77
03
09
06
16,67
50,00
33,33
Estado Civil
Solteira
Casada
Viúva
Outras
01
08
02
02
7,70
61,54
15,38
15,38
02
11
03
02
11,11
61,11
16,67
11,11
Trabalhadora
Ativa
Aposentada
08
05
61,54
38,46
12
06
66,67
33,33
Residente
Zona Urbana
Zona Rural
09
04
69,23
30,77
16
02
88,89
11,11
Renda familiar
1 Salário Mínimo
Até 2 Salários Mínimos
Acima de 2 Salários Mínimos
Não Tem Salário Definido
06
03
01
03
46,15
23,08
07,69
23,08
11
02
00
05
61,11
11,11
00
27,78
Grau de Escolaridade
1º Grau Incompleto
1º Grau Completo
2º Grau Incompleto
2º Grau Completo
Nível Superior Incompleto
08
01
01
02
01
61,53
07,70
07,70
15,37
07.70
09
04
01
04
00
50,00
22,22
05,56
22,22
00
Característica
Faixa etária
20 – 30 anos
40 – 59 anos
60 anos ou mais
Figura 1: BDZ´s referidos como mais utilizados pela população investigada nos anos de 2012 e 2013.
A literatura revela um perfil de utilização distinto ao observado, Firmino et al.
(2011) detectaram na cidade de Coronel Fabriciano em Minas Gerais um consumo
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elevado de Diazepam (59,70%) e Clonazepam (40,20%). De acordo com Casali
(2010) o Diazepam e o Clonazepam têm maior destaque na prescrição por serem
medicamentos de baixo custo e fácil acesso, além disso, a seleção dessas
substâncias nas redes públicas municipais é justificada por se tratar de
medicamentos que pertencem a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
(RENAME) (FIRMINO et al., 2011).
Quando questionadas sobre a maneira de utilizar o medicamento 76,92%
consideram que utilizam corretamente, de acordo com a prescrição médica, e
23,08% afirmaram que utilizam dependendo de como estão se sentindo.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) (2005) citada por
Firmino et. al. (2011), o uso racional de medicamentos incide no uso da substância
apropriada às necessidades do paciente na dose certa, por período e tempo
correspondente e a custo mais acessíveis.
Segundo Casali (2010) a prescrição adequada de BDZ deve atender três
aspectos: necessidade, intermitência e curta duração no tratamento. Conforme
Asthon (1995) citado por Casali (2010) se administrado em curto prazo ou
intermitente, os BDZ’s podem ser eficazes em várias condições, não ocasionando
efeitos tóxicos graves.
Quando questionadas sobre por quanto tempo a substância prescrita deveria
ser utilizadas todas as entrevistadas referiram que o prescritor recomendou o uso
dos BDZ’s de maneira contínua.
Gorenstein (1993) citado por Martins (2011) descreve que a administração de
BDZ por tempo prolongado ainda que em doses baixas possa induzir prejuízo
cognitivo e psicomotor. Além disso, segundo Martins (2011) a utilização de BDZ por
tempo prolongado pode ocasionar desenvolvimento de tolerância, abstinência e
dependência.
Correia et al. (2010) referem que o longo período da utilização de
medicamentos psicotrópicos pode tornar um grande risco a saúde levando
especialmente
a
dependência
física
e
psicológica.
Essa
dependência
é
caracterizada pela busca compulsiva do medicamento, surgindo o vício. Além disso,
o abuso de algumas destas substâncias pode acarretar ainda a degeneração de
células cerebrais, podendo ocorrer lesões irreversíveis (UNESP, 2003 citado por
ANDRADE, ANDRADE e SANTOS, 2004).
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As entrevistadas relataram ainda, que a principal especialidade dos médicos
prescritores foram respectivamente clínicos geral 61,54%, neurologistas 23,08% e
psiquiatras 15,38% (2012) clínicos geral 61,11%, neurologistas 22,22% e psiquiatras
16,67% (2013).
Foi encontrado estudo semelhante como o de Nordon et al. (2010) que relata o
Clínico Geral como o principal prescritor de BDZ 65,21% e que na maioria das
vezes, estes profissionais, apenas mantêm a prescrição anterior. Diferente dos
psiquiatras que têm o hábito de reduzir ao longo do tempo a utilização destas
substâncias. Segundo Carvalho et al. (2006) é observado que médicos especialistas
em outras áreas diferentes da neurologia e psiquiatria, são responsáveis pela maior
parte das prescrições de BDZ’s.
Conforme Auchewski (2004) a irracionalidade na utilização de BDZ’s tem se
tornado uma prática comum por parte dos médicos que não apresentam
conhecimento suficiente de psicofarmacologia, fazendo da prescrição, um ato aberto
para críticas. Como descrevem Firmino et al. (2011) distorções na prescrição de
BDZ como: tempo de tratamento, uso equivocado para o conforto de quadros
inespecífico, uso por idoso e sugestões que não tem compatibilidade com o aspecto
farmacológico.
Quando questionadas sobre o motivo que levou à prescrição do BDZ, em 2012
obteve-se os seguintes resultados: 46,15% insônia, 30,77% ansiedade, 15,38%
tristeza, 7,70% outros. Em 2013 referiram ser devido à ansiedade 38,89%, a insônia
27,78% e a tristeza 22,22; sendo que 11,11% declararam que a substância foi
prescrita porque as participantes relataram sentir todos os sintomas citados
anteriormente. (FIGURA 2).
De acordo com Nordon et al. (2009) em estudo realizado em uma UBS da Vila
Barão, em Sorocaba - SP, o maior motivo para o uso de BDZ entre os pesquisados
(que podia ser mais de um motivo) foram: a insônia 48,14%, ansiedade 39,5% e
convulsões e epilepsia 8,64%.
Em relação à melhora dos sintomas que levaram à utilização dos BDZ’s, 36,00%
referiram que os problemas tratados tiveram melhora significativa. Conforme
Barbosa (2007) os BDZ’s atuam rapidamente nos transtornos ansiosos aumentando
a eficácia e tolerância na redução dos sintomas. Mas, essa eficácia pode ser
diminuída com a utilização do medicamento após quatro semanas de tratamento.
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Figura 2: Motivo referido pela população como responsável pela prescrição de BDZ, 2012 e 2013.
Segundo Firmino et al. (2011) a eficácia do BDZ é bem documentada nos
tratamentos de curta duração, mas, seu uso prolongado tem contra indicação devido
aos riscos de reações adversas incluindo a dependência.
Quando questionadas sobre as orientações fornecidas pelos prescritores, as
principais abordagens foram quanto ao seguimento da prescrição e posologia.
Resultados obtidos em 2012 38,46% referiram usar a medicação conforme a
prescrição e posologia correta, 15,38% não utilizar a medicação por tempo
prolongado, 23,08% não ingerir bebidas alcoólicas, dirigir ou operar máquinas,
7,70% não tiveram orientação médica. Já em 2013 38,88% usar a medicação
conforme a prescrição e posologia correta, 27,78% não utilizar a medicação por
tempo prolongado, 16,67% não ingerir bebidas alcoólicas, dirigir ou operar
máquinas, 11,11% não tiveram orientação médica e aos riscos de dirigirem ou
operarem máquinas 5,56% (FIGURA 3).
A prescrição deve ser sempre reforçada com informações adicionais
relacionadas ao medicamento em questão, principalmente quando se trata de BDZ’s
(CASALI, 2010). De acordo com Martins (2011) os pacientes devem ser orientados
sobre a potencialização dos riscos de acidentes de automóvel e prejuízo em
atividades que exijam coordenação psicomotora, devido à diminuição da atenção.
Conforme Auchewski (2004) as orientações do médico são muito importantes,
especialmente em relação à interação com álcool e o risco potencial de ocasionar
depressão respiratória grave e fatal pelo sinergismo do efeito depressor.
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Figura 3: Orientações fornecidas pelos prescritores segundo a população investigada, 2012 e 2013.
Ao serem questionadas sobre a frequência que vão às consultas médicas, no
ano de 2012, 30,77% relataram ir ao médico somente quando não se sentem bem
obtendo o mesmo percentual as que vão com indicação médica, houve coincidência
de 15,38% entre as opções propostas às entrevistadas que opinaram entre
raramente e mensalmente e 7,70% referiram quinzenalmente. Logo em 2013,
44,44% referiram ir apenas quando não se sentem bem, 33,33% declararam ir de
acordo com o indicado pelo médico, 16,67% relataram ir mensalmente, e 5,56%
raramente.
Quando questionadas sobre a forma de obtenção da prescrição para retirarem
o medicamento junto à farmácia municipal, No ano de 2012 76,92% mencionaram
adquirir as prescrições através de consultas médicas e 23,08% referiram conseguir a
prescrição por intermédio dos agentes de saúde. Em 2013, 72,22% citaram adquirir
as prescrições através de consultas médicas e 27,78% referiram conseguir a
prescrição por intermédio dos agentes de saúde. Outro ponto importante é que todas
as participantes revelaram conseguir adquirir o medicamento somente através da
notificação de receita azul e que esta fica retida na farmácia. Segundo Martins
(2011) o paciente ao retornar ao médico periodicamente é muito importante para o
monitoramento da dose, avaliação dos efeitos colaterais e da resposta terapêutica. A
prescrição dos BDZ’s deve ser realizada de maneira racional e monitorada
cuidadosamente
estabelecendo
um
bom
vínculo
com
o
paciente.
Assim
possivelmente poderão ser diminuídos os efeitos colaterais e o desenvolvimento de
tolerância.
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Os BDZ’s são medicamentos que possuem controle legal no Brasil podendo
ser comercializado/dispensados unicamente através de prescrição médica e
retenção da receita (CASALI, 2010). Segundo Nordon et al. (2010) no Brasil vem-se
aprimorando artifícios de controle para o uso de BDZ, por meio de receituário azul e
retenção da receita.
As entrevistadas foram questionadas também sobre possíveis interrupções do
tratamento, No ano de 2012, 46,15% declararam que preferem não arriscar em
interromper a medicação, 38,46% referiram já ter parado de utilizar sem nenhum tipo
de orientação médica e apenas 15,38% foram instruídas pelo médico durante o
processo de interrupção e estas declararam que foram orientadas a retirarem a
medicação de forma gradual. 2013 38,89% asseguraram que preferem não arriscar
em interromper a medicação, 38,89% referiram já ter parado de utilizar sem nenhum
tipo de orientação médica e apenas 22,22% foram informadas pelo médico durante o
processo de interrupção e estas afirmaram que foram orientadas a retirar a
medicação de forma gradual.
Segundo Cruz et al. (2006) a interrupção do tratamento é um problema sério
porque tanto paciente quanto médicos têm maior facilidade em continuar com os
BDZ’s que encarar as dificuldades e o incômodo do programa de retirada do
fármaco. Como sugere Stahl (1998) citado por Cruz et al. (2006) na grande maioria
das vezes o uso prolongado impróprio desses agentes ocorre devido à ausência de
conhecimento de como retirar gradativamente o fármaco.
Conforme Cruz et al. (2006) sintomas relacionados quanto à retirada brusca do
medicamento caracterizando síndrome de ausência também foram estatisticamente
significativos e dentre eles encontra-se a insônia, ansiedade e irritabilidade.
Considerando esta realidade segundo Nordon et al. (2010) o Brasil necessita
de dados a respeito da prescrição de BDZ, existindo somente alguns poucos
estudos sobre a avaliação e freqüência de utilização e nada além. Também afirma
Martins (2010) que existe pouca literatura relacionada aos BDZ’s, o que traz certas
dificuldades para o tratamento específico.
CONSIDERAÇÃOS FINAIS
Com este estudo foi observado o padrão de uso de BDZ por mulheres que
freqüentavam os ESF – I, II, III, IV e V – de um município de pequeno porte da Zona
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da Mata de Minas Gerais, os resultados demonstram que as principais
consumidoras do medicamento são mulheres idosas, de baixa escolaridade e renda,
que possuem relacionamentos estáveis. A utilização do BDZ é crônica, os
prescritores, em geral, foram clínicos geral, mas mesmo os especialistas se
mostraram prescrições inadequadas utilizando BDZ de meia vida longa por tempo
prolongado e para queixas que poderiam ser controladas de outras maneiras, tendo
auto-índice de insucesso na tentativa de interrupção do uso.
Acredita-se que este trabalho pode contribuir para o conhecimento das
características da população feminina atendida pelo serviço primário de saúde do
município investigado. Há necessidade de se avaliar risco-benefício desses
medicamentos por motivo da utilização abusiva ou pela medida terapêutica incorreta
que aumentam o risco de intoxicação prejudicando a saúde de seus usuários.
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CONDIÇÕES DE ESTOQUE DOMICILIAR DE MEDICAMENTOS
REFERENCIADAS POR USUÁRIOS DE UMA FARMÁCIA COMERCIAL E DE
UMA FARMÁCIA PÚBLICA DE UM MUNICÍPIO MINEIRO
Laiz Aquino de Oliveira Mendes e Rubianne de Oliveira Assis - Graduadas em
Farmácia. Especialistas em Farmacologia Clínica. UNIVÉRTIX.
Gleiciely Santos Silveira e Fernanda Cristina Ferrari - Graduadas em Farmácia.
Mestres em Ciências Farmacêuticas.
[email protected]
RESUMO
O armazenamento domiciliar de medicamentos propicia diversas possibilidades de
consumo irracional e desperdício, o que ocorre grande parte das vezes por
condições inadequadas de estoque. Diante disso o objetivo do presente estudo foi
analisar as condições de estoque domiciliar de medicamentos referidas pelos
usuários de uma Farmácia Comercial e de uma Farmácia de Minas de um município
da Zona da Mata Mineira. Trata-se de um estudo descritivo quantitativo, realizado
através da aplicação de questionários aos usuários destas. Observou-se na
presente pesquisa que o estabelecimento de estoque domiciliar de medicamentos é
comum entre os consultados, sendo a cozinha e o quarto os principais locais de
armazenamento. O armazenamento inadequado pode comprometer sua segurança
e eficácia, devido à perda de estabilidade. Torna-se necessário então conhecer as
condições de estoque domiciliar dos medicamentos que possam embasar
programas de intervenção que auxiliem na divulgação da forma correta de
armazenamento de medicamentos entre seus usuários.
PALAVRAS-CHAVE: Armazenamento de medicamentos; Estoque domiciliar;
Farmácia Caseira.
INTRODUÇÃO
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Política Nacional de
Medicamentos do Ministério de Saúde estabelecem que o uso racional de
medicamentos ocorre quando os pacientes recebem a medicação adequada às suas
necessidades clínicas, nas doses correspondentes aos seus requisitos individuais,
durante período de tempo adequado e ao menor custo possível para si e para a
comunidade (MASTROIANNI et al., 2011).
Tourinho et al. (2008) consideram que o estoque domiciliar, também chamado
de farmácia domiciliar, frequentemente depositada em ambientes e recipientes
inadequados, propicia diversas possibilidades de consumo irracional e desperdício,
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incluindo a facilitação da automedicação não responsável, bem como o aumento do
risco de exposições tóxicas não intencionais e intencionais.
Entretanto em alguns casos também seja possível o estabelecimento da
automedicação responsável, que de acordo com a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa 2001) “é uma prática pela qual os indivíduos tratam doenças,
sinais e sintomas utilizando medicamentos aprovados para venda sem prescrição
médica.” Estes possuem eficácia e segurança comprovadas e, quando utilizados
racionalmente, ou seja, utilizados em algumas doenças crônicas ou recorrentes
seguidos de um diagnóstico médico inicial, podem, eventualmente, reduzir a
“pressão” no sistema de saúde onde o acesso algumas vezes é difícil. Mas mesmo
assim, tal procedimento é contestado e não isento de riscos (TOURINHO et al.,
2008).
Segundo Ramos, Silva e Alencar (2010), além do estoque propriamente dito,
o armazenamento inadequado dos medicamentos é um dos problemas que
envolvem esses produtos nas residências. Isso porque as condições de
armazenamento podem influenciar na eficácia e segurança desses medicamentos,
caso ocorra perda da estabilidade do produto.
Margonato et al. (2008) citado por Mastroianni et al. (2011) apontam que os
fatores que motivam a população a estocar medicamentos em casa são: à
inconstância da sua disponibilidade nas unidades básicas de saúde (UBS), o medo
de ser acometido por doenças e o desconhecimento dos riscos que os
medicamentos podem apresentar se não forem armazenados corretamente.
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas,
os medicamentos ocupam a primeira posição entre os principais agentes
causadores de intoxicações desde 1996, sendo que, em 2007, foram responsáveis
por 30,3 % dos casos registrados no Brasil (MASTROIANNI et al., 2011).
Tendo em vista a preocupação com os efeitos e riscos que os medicamentos
podem vir a oferecer quando armazenados em domicílio, surge o interesse pelo
tema. Torna-se necessário conhecer as condições de estoque domiciliar dos
medicamentos que possam embasar programas de intervenção que auxiliem na
divulgação da forma correta de armazenamento de medicamentos entre seus
usuários.
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O objetivo desse estudo é descrever as condições de estoque domiciliar de
medicamentos referidas pelos usuários de uma farmácia comercial (FC) e de uma
Farmácia de Minas (FM) da Zona da Mata Mineira.
Dessa forma, percebe-se a importância de que, após selecionar o tratamento
medicamentoso e efetuar a prescrição, o médico forneça algumas informações ao
paciente, dentre elas sobre a forma correta de guardar os medicamentos e
destinação correta das sobras, em conformidade com o disposto no Guia Para a Boa
Prescrição Médica da Organização Mundial da Saúde (ARRAIS, BARRETO e
COELHO,
2007).
Essas
instruções
também
devem
ser
fornecidas
pelos
farmacêuticos durante a dispensação podendo assim levar a diminuição dos
prejuízos causados pelo armazenamento inadequado de medicamentos em âmbito
domiciliar.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo quantitativo. A pesquisa descritiva é utilizada
para descrever fenômenos existentes, eventos e situações presentes, justificando
condições e identificando problemas, avaliando e comparando o que os outros estão
desenvolvendo em situações para futuras decisões e planos (GRESSLER, 2004).
O estudo foi realizado em Matipó, município localizado na zona da mata
mineira, que possui cerca de 17.369 habitantes e cuja principal fonte de renda é a
agropecuária com maior destaque para cafeicultura (IBGE, 2012).
A população foi composta por todos os usuários que procuram atendimento
de uma Farmácia Comercial (no período de 14/08 a 23/08/2012) e de uma Farmácia
de Minas (no período de 19/08/2013 a 04/09/2013) de um município mineiro, com
idade igual ou superior a 18 anos que concordaram em participar da pesquisa após
leitura e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, de acordo com
o que recomenda a Resolução nº 196/96 (BRASIL, 1996).
Os dados foram obtidos através da aplicação de questionários padronizados,
nos quais foram abordados itens a respeito de dados sócio-demográficos da família
do usuário, locais e forma de armazenamento dos medicamentos estocados no
âmbito domiciliar, conhecimento a respeito das condições adequadas de
armazenamento
e
conservação
de
medicamentos
e
dos
motivos
para
estabelecimento das chamadas “farmácias caseiras”.
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Os dados foram tabulados no Microsoft Office Excel 2007 e analisados
através da estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O questionário foi aplicado a 69 pessoas que procuraram atendimento em
cada uma das farmácias avaliadas. Foram processados 100% dos questionários. A
partir da avaliação dos questionários, pôde-se verificar que a maior parte dos
entrevistados, 85,5%, são do gênero feminino, e no que diz respeito à faixa etária,
as mais predominantes foram de 18 a 25 anos e entre 26 a 35 anos em ambas
populações (TABELA 1).
Tabela 1: Características sócio-demográficas referidas pelas populações investigadas.
Característica
Usuários
Usuários
FC
%
FM
n= 69
n=69
Gênero
Feminino
59
85,5
59
Masculino
10
14,5
10
85,5
14,5
Faixa Etária
18 – 25 anos
26 – 35 anos
36 – 45 anos
46 – 55 anos
56 – 65 anos
66 – 75 anos
76 ou mais
29
19
6
5
3
4
3
42,1
27,5
8,7
7,3
4,3
5,8
4,3
26
24
10
9
0
0
0
37,7
34,8
14,5
13
0
0
0
Escolaridade
Não alfabetizado
Ensino fundamental incompleto
Ensino fundamental completo
Ensino médio incompleto
Ensino médio completo
Ensino superior incompleto
Ensino superior completo
3
16
4
4
17
12
13
4,3
23,2
5,8
5,8
24,6
17,5
18,8
0
10
4
3
25
0
27
0
23,2
5,8
5,8
24,6
0
18,6
%
FC: Farmácia comercial
FM: Farmácia de Minas
Entre os usuários da FM 87% dos participantes relataram possuir
medicamentos em casa, e 85,5% assumiram possuir a farmácia caseira. Já entre os
usuários da FC, 91% dos participantes relataram possuir medicamentos em casa, e
apenas 42% assumiram possuir a farmácia caseira. De acordo com Lima (2010)
citado por Valério (2009), estima-se que 99% dos lares possuam a farmácia caseira,
com uma média de dez medicamentos, sendo três destes prescritos por um médico.
Bueno, Weber e Oliveira (2009) ressaltam que a farmácia caseira pode trazer vários
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problemas de instabilidade e, quando armazenados incorretamente além de
estimular a automedicação, pode constituir um fator de risco para intoxicação
medicamentosa provocada por ingestão acidental ou pela automedicação.
Os participantes da pesquisa foram questionados também em relação aos
medicamentos mantidos em casa para uma emergência. Entre as classes de
medicamentos mais relatadas estavam os analgésicos e antipiréticos, como pode
ser observado na Tabela 2.
Tabela 2 - Medicamentos presentes no estoque domiciliar referidos pelas populações investigadas.
Medicamentos presentes no estoque
Número de medicamentos utilizados
domiciliar
Usuários da FC
Usuários da FM
nº
%
nº
%
Antitérmicos / febre
Analgésico / anti-inflamatório
Antialérgicos
Cólica
Descongestionantes nasais
Antibióticos
Calmante
Antigases
Laxante
Antifúngicos (micose)
Vitaminas
Anti-anêmico
Não possuíam estoque domiciliar
TOTAL
FC: Farmácia comercial
FM: Farmácia de Minas
53
40
31
22
18
15
15
13
5
8
7
2
6
235
22,9
17,3
13,4
9,5
7,8
6,4
6,4
5,6
2,3
3,5
3,2
0,8
0,9
100
43
38
13
20
10
9
19
5
5
3
6
2
0
173
24,9
21,9
7,5
11,5
5,7
5,3
10,9
2,9
2,9
1,8
3,5
1,2
0
100
Em estudo feito por Ribeiro e Heineck (2010) os medicamentos estocados em
maior
número
foram:
analgésicos
11,2%,
seguidos
dos
diuréticos
6,4%,
antibacterianos para o uso sistêmico 5,8%, anti-inflamatórios 5,08% e antiácidos
4,1%.
Na pesquisa de Mastroianni et al. (2011) os medicamentos mais encontrados
foram 58,5% analgésicos e anti-inflamatórios, seguido dos anti-hipertensivos 9,2% e
dos antibióticos 6,3%.
Uma das desvantagens do estabelecimento das farmácias caseiras é o
favorecimento da automedicação que pode trazer implicações negativas. Exemplo
disso é uso abusivo de analgésicos, que é uma das principais causas da dor de
cabeça crônica, problema que atinge 5,0% da população brasileira. Ao utilizar
analgésicos em excesso, a produção de endorfina (responsável pela sensação de
bem estar e alivio da dor) pelo cérebro diminui o que pode gerar dependência deste
tipo de medicamento (SALUS, 2012).
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Em relação ao local de armazenamento dos medicamentos, os referenciados
mais frequentemente foram cozinha e quarto (TABELA 3).
Tabela 3 – Locais de armazenamento referidos pelas populações investigadas.
Locais onde os medicamentos são
Número de medicamentos armazenados
armazenados
Usuários da FC
Usuários da FM
Cozinha
Quarto
Banheiro
Sala
Outros
Não responderam
TOTAL
FC: Farmácia comercial
FM: Farmácia de Minas
Nº
%
nº
33
22
1
7
1
5
69
51,5
34,3
1,5
10,9
1,5
7,8
100
35
22
2
2
10
0
69
%
50,8
28,9
2,9
2,9
14,5
0
100,0
De acordo com Ferreira et al. (2005) os medicamentos devem ser
armazenados ao abrigo da luz, calor e em ambiente seco, preferencialmente em
armário próprio. Isso porque o adequado armazenamento de medicamentos no
domicílio garante a preservação de suas características físico-químicas. Dessa
forma banheiro e cozinha são lugares impróprios para guarda de medicamentos
devido à maior umidade e altas temperaturas relacionadas a esses ambientes que
podem favorecer reações de degradação dos componentes das formulações.
Assim como no presente estudo, Mastroianni et al. (2011) verificaram entre a
população pesquisada que os locais mais utilizados para armazenamento dos
medicamentos foram cozinha 65,1% e quarto 27,9%.
De acordo com os dados coletados, 87,6% dos usuários da FC e 72,5% da
FM armazenam os medicamentos dentro de suas embalagens originais, isso é
interessante no sentido de facilitar recuperação de informações sobre o
medicamento (TABELA 4).
Tabela 4 – Frequência de armazenamento dos medicamentos dentro das embalagens originais
referidos pelas populações investigadas.
Armazenamento dos medicamentos
Número de medicamentos armazenados
dentro das embalagens originais
Usuários da FC
Usuários da FM
Nº
Sim
Não
Às vezes
Não responderam
TOTAL
FC: Farmácia comercial
FM: Farmácia de Minas
57
2
6
4
69
%
nº
%
87,6
3,0
9,2
6,1
100
50
9
10
0
69
72,5
13,0
14,5
0
100
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A conservação dos medicamentos em sua embalagem original durante o
armazenamento é fator importante para manutenção da estabilidade de produtos
medicamentosos e para recuperação de informações a respeito destes.
Os medicamentos devem ser armazenados com segurança. O ideal é
armazená-los em caixas plásticas, dentro da embalagem original dos produtos, em
local seco e limpo, fora do alcance de crianças (SALUS, 2011).
Em relação ao armazenamento dos medicamentos com suas bulas, a maioria
dos entrevistados afirmou que mantêm as mesmas junto ao produto durante o
período de estocagem como pode ser observado na Tabela 5.
Tabela 5 – Presença ou ausência de bulas junto aos medicamentos armazenados referidos pelas
populações investigadas.
Armazenamento mantendo as bulas
Número de medicamentos armazenados
Usuários da FC
Nº
Sim
Não
Às vezes
Não responderam
TOTAL
FC: Farmácia comercial
FM: Farmácia de Minas
48
5
12
3
69
Usuários da FM
%
nº
%
73,8
7,8
18,7
4,6
100
57
6
6
0
69
82,6
8,7
8,7
0
100
De acordo com a ANVISA (2010), a bula do medicamento descreve, de forma
mais detalhada, as informações necessárias para a utilização mais segura do
produto pelo paciente, apresentando sobre a forma de uso adequada, os cuidados e
possíveis problemas relacionados aos medicamentos, por isso a importância de se
guardá-la junto aos medicamentos durante o período de armazenamento.
Sabe-se que fatores como incidência de luz, temperatura, umidade e local de
armazenamento podem afetar a qualidade dos medicamentos. A Figura 1 traz
informações a respeito dos fatores que os entrevistados acreditam que possam
afetar a qualidades dos medicamentos armazenados.
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Figura 1 – Fatores que os entrevistados acreditam que possam afetar a qualidades dos
medicamentos armazenados.
Exposições a todos os fatores citados acima podem alterar a estabilidade dos
medicamentos, devido a reações químicas como a hidrólise e a oxidação que podem
alterar a constituição química da formulação, podendo comprometer assim sua
segurança e eficácia (RAMOS, SILVA e ALENCAR, 2010). Em um estudo feito por
Ramos, Silva e Alencar (2010) do total de 463 medicamentos encontrados nas
residências pesquisadas, 16,2% medicamentos estavam expostos à luz, 59,1%
estavam expostos ao calor e 12,3% expostos à umidade.
Para Kommanaboyina e Rhodes (1999) citado por Leite (2005) a temperatura
é o mais importante dentre os fatores ambientais envolvidos na degradação dos
fármacos. Na maioria dos casos, a velocidade de degradação química aumenta com
o aumento da temperatura e não existe um acondicionamento capaz de protegê-los
dos efeitos do calor.
A umidade pode promover reações de hidrólise, uma das reações de
degradação mais comum observada nos fármacos, e afetar a cinética de
degradação de fármacos como ácido ascórbico, aspirina, vitamina A e cloridrato de
ranitidina. A umidade exerce ainda influência na estabilidade de medicamentos
sólidos e semi-sólidos, essa influência pode ser reduzida pela utilização de
embalagens impermeáveis ou pela adição de sachês com dessecante ao recipiente
de acondicionamento (LEITE, 2005).
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Em relação à observação da aparência dos medicamentos antes da sua
utilização, 87,6% dos participantes consultados na FC e 74% na FM afirmaram que
a fazem.
Reconhecer a estabilidade física de uma formulação é importante para o
profissional e o usuário.
Em primeiro lugar, o produto farmacêutico deve manter boa aparência.
Alterações como descoloração ou escurecimento devem ser motivos para
desconfiança, a separação no sistema físico pode levar à não-disponibilidade
do medicamento ao paciente. Segundo, a uniformidade de dose do fármaco
deve ser assegurada com o tempo, pois alguns produtos são dispensados em
embalagens de dosagem múltipla. Terceiro, o fármaco deve ter eficiência
durante o prazo de validade. (CARVALHO et al., 2005; p.23).
Os participantes foram também questionados quanto à observação do prazo
de validade do medicamento antes da sua utilização, 92,4% (FC) e 74,0% (FM)
relataram ter esse hábito.
Almeida (2009) ressalta que as embalagens dos medicamentos têm o prazo
de validade do produto, fornecido pela indústria. Esse prazo é sugerido após vários
testes. Assim que o medicamento ultrapassar a data estipulada, não há como
garantir que o princípio ativo terá o efeito terapêutico tornando então necessária sua
observação antes do uso.
Através dos resultados encontrados neste estudo, percebe-se que muitos
desconhecem as condições adequadas de armazenamento dos medicamentos e as
consequências que isso pode trazer para sua segurança e garantia da manutenção
da qualidade dos medicamentos estocados. Percebe-se, então que é necessária a
instrução, por parte dos médicos durante as consultas e dos farmacêuticos no
momento da dispensação, em relação aos cuidados necessários para adequado
armazenamento em âmbito domiciliar, no sentido de garantir a sua conservação
durante o prazo de validade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se na presente pesquisa que tanto entre os usuários de uma
Farmácia Comercial como entre aqueles da Farmácia de Minas do município em
questão, é comum o estabelecimento de estoque domiciliar de medicamentos. E
muitas vezes as condições de estoque são inapropriadas, o que pode comprometer
sua segurança e eficácia, devido à possibilidade de perda de estabilidade.
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Resultados
deste
estudo
reforçam
a
necessidade
da
assistência
farmacêutica, pois durante a dispensação o farmacêutico também deve orientar
quanto à forma correta de armazenamento dos medicamentos.
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01/09/2012.
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29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
DESCARTE E ARMAZENAMENTO DE MEDICAMENTOS DA FÁRMACIA
CASEIRA / DOMICILIAR REFERIDO POR PACIENTES DA ESTRATÉGIA SAÚDE
DA FAMÍLIA- KELÉ DE MATIPÓ/MG
Dayse Moreira, Laureana Chaves Teixeira Barbosa e Marcela Martins e Silva
Graduadas em Farmácia. Especialistas em Farmacologia Clínica. UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. Professora da UNIVÉRTIX.
Gleiciely Santos Silveira e Fernanda Cristina Ferrari - Graduadas em Farmácia.
Mestres em Ciências Farmacêuticas. UFOP.
[email protected]
RESUMO
A farmácia domiciliar está freqüentemente associada com o armazenamento de
medicamentos em locais e recipientes inadequados, favorecendo o consumo
irracional e desperdício, bem como o aumento do risco de exposições tóxicas não
intencionais e intencionais. Além disso, a falta de informação em relação ao
procedimento correto de descarte e armazenamento dos medicamentos não
utilizados e vencidos presentes no estoque domiciliar é muito frequente na
população. Diante disso, o presente estudo de natureza descritiva e abordagem
quantitativa teve como objetivo verificar as práticas da farmácia caseira / domiciliar e
o descarte e armazenamento de medicamentos referido por pacientes da Estratégia
Saúde da Família – Kelé de Matipó/MG. Os resultados encontrados evidenciam que
as principais classes terapêuticas referidas como estocadas nos domicílios da
população investigada foram os analgésicos, o local que os participantes referiram
mais armazenar os medicamentos é a cozinha, e a maioria da população
investigada referiu não receber informações de descarte dos medicamentos.
Conclui-se então a necessidade de implantação de projetos propondo programas de
conscientização que visem orientar a população em relação ao armazenamento e ao
descarte correto de medicamentos da farmácia domiciliar.
PALAVRAS-CHAVE: Descarte de medicamentos; Farmácia domiciliar; Farmácia
caseira.
INTRODUÇÃO
Os medicamentos estão entre as substâncias mais utilizadas para o
tratamento dos diversos problemas de saúde. Nos países em desenvolvimento cerca
de 30% dos recursos da saúde são destinados para esses produtos. Estimativas da
Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 50% de todos os
medicamentos usados no mundo são prescritos, dispensados, vendidos ou usados
de maneira incorreta (TOURINHO et al., 2008).
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Dados da OMS e do Ministério da Saúde apontam que Brasil está entre os
maiores consumidores mundiais dessas substâncias sendo que, o mercado
brasileiro dispõe de mais de 32 mil medicamentos, respondendo por R$ 14,3 bilhões
dos R$ 529 bilhões movimentados no mercado mundial de medicamentos (BRASIL,
1998).
A farmácia domiciliar, conhecida também como farmácia caseira (estoque
domiciliar de medicamentos), está freqüentemente associada com o armazenamento
de medicamentos em locais e recipientes inadequados, favorecendo o consumo
irracional e desperdício, incluindo a automedicação, bem como o aumento do risco
de exposições tóxicas não intencionais e intencionais (TOURINHO et al., 2008).
O fato de o indivíduo saber a forma correta de manusear os medicamentos é
de suma importância, pois reduz o risco tais como: o uso de medicamento vencido, a
administração de doses ou posologia incorretas, o armazenamento em local
indevido, a recomendação terapêutica errônea dentre outros. Segundo Santin,
Virtuoso e Oliveira (2007) p.40:
Atualmente se observa uma carência de informações disponíveis sobre os
medicamentos na comunidade, portanto é “obrigação do farmacêutico”, o
qual tem contato direto com o usuário, atender e esclarecer as dúvidas e
anseios dos mesmos. Isso deve motivar as pessoas a levarem sua
“farmácia domiciliar” até a farmácia comercial, que deve ser um ponto de
referência em saúde e informações, e onde se encontra o farmacêutico, que
exemplificará os cuidados que o indivíduo precisa ter com os
medicamentos.
A falta de informação, em relação a esses medicamentos da farmácia caseira
e ao procedimento correto de descarte desses medicamentos não utilizados e
vencidos, é intensa por grande parte da população (SCHECKEL, FERNANDEZ e
MENGUE, 2005).
De acordo com Alvarenga e Nicoletti (2010), o descarte de medicamentos
vencidos no lixo comum pode trazer comprometimento à saúde pública,
considerando a nossa realidade nacional, onde existem pessoas que sobrevivem de
restos adquiridos nos “lixões” da cidade, sendo expostas aos riscos inerentes a esse
tipo de produto. De maneira geral, o descarte de medicamentos, é realizado no lixo
doméstico em razão de desconhecimento de informações sobre o destino correto.
Deste modo, o estudo teve como objetivo verificar as práticas da farmácia
domiciliar e o descarte de medicamentos referido por pacientes da Estratégia Saúde
da Família – unidade Kelé de Matipó/MG.
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As questões norteadoras dessa pesquisa são: Qual a origem dos
medicamentos da “farmácia caseira”? O paciente possui uma farmácia domiciliar?
Quais são os medicamentos mais usados? Como é realizado o descarte desses
medicamentos?
Este estudo é justificado pela necessidade de orientar a população quanto à
forma adequada de armazenamento e descarte dos medicamentos da farmácia
domiciliar. Existem poucos estudos que avaliam as características das farmácias
domiciliares, sendo assim, a pesquisa torna-se relevante à medida que tentará
demonstrar as práticas inadequadas e possibilitar estratégias de intervenção que
conscientize a população.
Observa-se, em estudos prévios, a necessidade de abordar mais sobre tal
conteúdo. Torna-se de extrema importância não só para os pacientes, que são
publico alvo da pesquisa, mas também para toda a população esclarecimentos,
informações, orientação e prevenção, em relação aos medicamentos domiciliares.
Segundo Ueda et al. (2009) citado por Alvarenga e Nicolletti (2010), o Brasil
possui pouca infraestrutura, faltam aterros sanitários adequados e incineradores
licenciados em vasta região de seu território o que compromete a aplicabilidade de
medidas ágeis que possam, minimizar o problema do descarte de medicamentos.
O descarte indevido muitas vezes ocorre pois durante o tratamento de
problemas de saúde, as pessoas adquirem medicamentos que não são utilizados
por completo e acabam por serem armazenados para um possível consumo
posterior, estas sobras acabam sendo descartadas como lixo doméstico ou esgoto
comum (PAGNUSSATI et al., 2011).
Em relação aos medicamentos domiciliares a RDC/ANVISA 306/04,
recomenda que os medicamentos controlados (conhecidos como “tarja preta”),
antimicrobianos
(antibióticos),
antineoplásicos,
citostáticos,
digitálicos,
anti-
retrovirais, aerossóis e hormonais devem ser levados à vigilância sanitária municipal,
pois apresentam risco químico e que devem ser descartados de maneira especial
(ANVISA 2011).
Os demais medicamentos recomendam-se para formas farmacêuticas
líquidas desprezar o líquido em esgoto comum, de acordo com as normas
ambientais de saneamento básico. O frasco pode ser desprezado no lixo comum,
preferencialmente para coleta seletiva. Para formas farmacêuticas sólidas os
comprimidos e cápsulas devem ser retirados dos blísteres e devem ser desprezados
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em aterro sanitário, ou incinerados. Idealmente, não devem ser jogados em lixo
comum. As caixas e blísteres vazios podem ser desprezados em lixo comum
(ANVISA 2011).
Segundo Carvalho et al. (2009) os medicamentos vencidos, ou que não serão
mais utilizados muitas vezes são lançados nas pias e vasos sanitários, essa prática
faz com que esses medicamentos cheguem às estações de tratamento de esgoto na
sua forma original, sem sofrer alterações de metabolismo. O que contribui para a
contaminação ambiental.
Segundo a resolução da Anvisa, no Art. 93 da RDC 44/09, fica permitido às
farmácias e drogarias participar do programa de coleta de medicamentos vencidos
para descarte pela comunidade, tendo em vista a preservação da saúde pública e a
manutenção da qualidade do meio ambiente, considerando os princípios da
biossegurança de empregar medidas técnicas, administrativas e normativas para
prevenir acidentes (BRASIL, 2009).
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva e abordagem quantitativa.
Nos estudos quantitativos são utilizados métodos estatísticos, onde são traduzidas
em números as opiniões e informações, para serem divididos em classe e
analisados (RODRIGUES, 2007). A pesquisa descritiva de acordo com Gressler
(2004) é utilizada para descrever certos fenômenos existentes, situações e eventos
presentes, identificando problemas e justificando condições a fim de comparar e
avaliar o que os outros estão desenvolvendo em situações para futuros planos e
decisões.
A pesquisa foi realizada com os pacientes do Estratégia Saúde da Família
(ESF) unidade – Kelé, no Município de Matipó – MG.
O instrumento de coleta de dados constituiu-se de um questionário
padronizado contendo informações sobre o descarte de medicamentos, adaptado já
testado por Bueno, Weber e Oliveira (2009).
Os dados foram coletados no dia 01 de Outubro de 2013. A coleta de dados
foi realizada durante o tempo em que os pacientes estiveram na ESF e a
participação ocorreu mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre
Esclarecido (TCLE).
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Os dados coletados foram processados utilizando o programa Microsoft Office
Excel, versão 2010 e processados através de estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A população estudada constitui-se de 50 pessoas que compareceram ao ESF
unidade - Kelé, no Município de Matipó – MG. Em relação ao gênero 82% pertencem
ao gênero feminino com faixa etária predominante entre 15 a 30 anos (34%)
(TABELA 1).
Tabela 1: Características sócio-demográficas referidas pela população investigada, 2013.
Característica
N= 50
%
Gênero
Feminino
41
82
Masculino
9
18
Faixa Etária
15 a 30 anos
17
34
31 a 45 anos
16
32
46 a 60 anos
14
28
>61 anos
3
6
Os participantes da pesquisa foram questionados em relação a possuírem
algum tipo de doença crônica e a maioria referiu não possuir nenhum tipo (74%).
Dos que declararam apresentar,16% não especificaram a patologia apresentada.
As principais classes terapêuticas referidas como estocadas nos domicílios da
população
investigada
foram
os
analgésicos
(41%)
seguidos
de
outros
medicamentos não especificando o nome do mesmo (18%) (FIGURA 1).
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Figura 1 – Medicamentos referidos como os mais estocados nos domicílios da população investigada.
No estudo de Fanhani et al.(2006) os analgésicos e antipiréticos foram os
medicamentos de venda livre mais encontrados na comunidade estudada. De
acordo com Ferreira et al. (2005) medicamentos para dor e febre, diarreia, vômitos,
descongestionantes nasais, antialérgicos tópicos, antissépticos e desinfetantes
encontram-se presentes na maioria das residências.
Quando questionados sobre a maneira que adquiriram os medicamentos, 80%
dos participantes relataram adquirir esses medicamentos com prescrição médica nas
Unidades Básicas de Saúde (UBS).
A população investigada referiu que dentre os medicamentos adquiridos a
grande maioria foi obtida através de indicação do médico (80%) e uma menor parte
por indicação de outras fontes de recomendação não identificadas (8%). Os
farmacêuticos
também
foram
relatados
como
profissionais
que
indicam
medicamentos (6%), além do balconista (2%). Um estudo realizado por Neuwald e
Silva (2008) revelou como é frequente a indicação de medicamentos, principalmente
por pessoas leigas, ou seja, não qualificadas para prescrever medicamentos. A
população brasileira tem por hábito frequente o uso de medicamentos sem consulta
prévia, caracterizando a automedicação. O Brasil está entre os dez maiores
consumidores de medicamentos do mundo (BOCK e TARANTINO, 2001 citado por
Neuwald e Silva, 2008).
O local que os participantes referiram mais armazenar os medicamentos é a
cozinha (38%) e em seguida o quarto (35%), (FIGURA 2).
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Figura 2 – Locais de armazenamento referidos pela população investigada.
Bueno,
Weber
e
Oliveira
(2009)
evidenciaram
que
o
local
mais
frequentemente destinado ao armazenamento de medicamentos foi a cozinha. Os
autores atribuíram esse fato a facilidade de acesso/visualização do medicamento.
Muitas vezes o medicamento é armazenado sob condições inadequadas, expostos a
elevadas temperaturas e agentes biológicos que irão comprometer não só a
efetividade como também a segurança medicamento. Em outras situações, o
medicamento é guardado sem a bula ou informações de posologia, dose e duração
do tratamento, cooperando para o surgimento de reações adversas (NEUWALD e
SILVA, 2008).
Os participantes dessa pesquisa também foram questionados sobre o hábito de
observar a data de validade dos medicamentos antes de utilizá-los e 90% relataram
olhar o prazo de validade constantemente.
Em relação às sobras dos medicamentos 44% referiram devolver a UBS ou
agente de saúde, e 36%, referiram jogar os medicamentos que sobram no lixo, não
especificando se o lixo é seco ou úmido (FIGURA 3).
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Figura 3 – Destinos das sobras de medicamentos referidos pela população investigada.
O descarte inadequado é feito pela maioria das pessoas por falta de
informação e divulgação sobre os danos causados pelos medicamentos ao meio
ambiente e por carência de postos de coleta (GASPARINI, GASPARINI e FRIGIERI,
2011).
A maioria da população investigada (38%) referiu não receber informações de
descarte dos medicamentos e 22% relataram receber informações de descarte pelo
balconista (FIGURA 4).
Figura 4 – Fonte de informações sobre o descarte dos medicamentos referidos pela população
investigada.
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Em contrapartida, em estudo realizado por Gasparini, Gasparini e Frigieri
(2011) a grande maioria dos participantes (84,55%) relatam nunca terem recebido
nenhuma informação sobre esse assunto. Margonato, Thomson Paoliello (2008)
sugerem a conscientização sobre o descarte dessas substâncias, como por
exemplo, a confecção de advertências informando a periculosidade do material.
Recomendam também a importância de conscientizar a população a nunca
desprezar os medicamentos no lixo ou jogar na pia e instalação sanitária.
As consequências desses fármacos para o meio ambiente ainda não são
muito conhecidas. Entretanto, a grande preocupação em relação à sua presença na
água são os potenciais efeitos adversos para a saúde humana, animal e de
organismos aquáticos. Alguns grupos de fármacos merecem uma atenção especial,
como os antibióticos e os estrogênios (JOÃO, 2011).
A manutenção de índices elevados de intoxicações medicamentosas no Brasil
é caracterizada por diversos e importantes fatores. Um deles é a existência de uma
frágil política nacional de medicamentos, marcada por diversas formas de resistência
ao uso racional de produtos da indústria farmacêutica, tais como a existência de
uma imensa variedade de fármacos de segurança e eficácia duvidosas e ausência
de iniciativas para formação de profissionais de saúde capazes de orientar
adequadamente sobre o uso correto de medicamentos (MARGONATO, THOMSON
PAOLIELLO, 2008).
João (2011) considera necessária a conscientização da população em relação
à correta destinação final de medicamentos e dos problemas que podem ser
ocasionados, caso esta seja efetuada de forma incorreta. A conscientização pode
ser feita, através de programas educativos e campanhas de arrecadação de
medicamentos em desuso.
A importância de uma política de assistência farmacêutica é inquestionável,
tendo como prioridade a reestruturação administrativa das áreas responsáveis pela
política de medicamentos como fundamental para uma dinamização dos programas
desenvolvidos. Além disso, esses programas podem ajudar a reverter os índices
negativos de saúde da população (MEROLA, TERRA e COSTA, 2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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O presente estudo mostra que a farmácia caseira / domiciliar, se apresenta de
forma inadequada, o que pode propiciar a degradação dos medicamentos,
comprometendo sua eficácia e segurança.
A farmácia domiciliar e o descarte correto de medicamentos exigem cuidados,
e esses cuidados podem ser orientados pelos próprios profissionais da área de
saúde, principalmente o farmacêutico.
Dessa forma, torna-se evidente a necessidade de implantação de projetos
propondo programas de conscientização que visem orientar a população em relação
ao armazenamento e o descarte correto de medicamentos da farmácia domiciliar.
Para tanto, devem ser elaboradas normas e campanhas educativas direcionadas à
população voltadas ao descarte medicamentos, além de oferecimento de estrutura
adequada para que esse possa ser realizado.
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PERFIL DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELO CORPO DOCENTE DE
UMA FACULDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA
Neimar de Paula Silva e Kátia Maria Gardingo - Graduados em Farmácia.
UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social.
Professora da UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. Professora da UNIVÉRTIX.
Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. UFOP.
[email protected]
RESUMO
Em meio a inúmeros hábitos comportamentais humanos, o consumo de
medicamentos para recuperação e manutenção da saúde sobressai em diversas
classes populacionais. A população universitária é muito suscetível ao uso
indiscriminado de medicamentos. O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil do
consumo de medicamentos pelo corpo docente da Faculdade Vértice – Univértix.
Realizou-se um estudo descritivo com abordagem quantitativa. Dentre os docentes,
(83,33%) participaram da pesquisa. A maioria (60%) é do gênero masculino, casado
(56,66%) e com faixa etária entre 20 e 39 anos (71,70%). A titulação acadêmica
máxima mais frequente é o mestrado (40%). Com relação aos cuidados com a
saúde, compareceram ao médico 2,20 vezes no último ano, em média. 16,67% não
vão ao médico há mais de um ano e 28,33% consultaram-no há menos de um mês.
A prevalência da utilização de medicamentos foi de 76,67%. Os medicamentos mais
utilizados foram analgésicos e antipiréticos (73,91%). Dos medicamentos
consumidos pelos investigados 89,82% foram adquiridos em farmácia comercial,
principalmente por indicação médica (52%). O estudo de utilização de
medicamentos baseado na aplicação de questionário mostrou-se muito eficiente na
elucidação deste perfil, o que torna este trabalho um fomento ao desenvolvimento de
mais estudos desta natureza em outras populações.
PALAVRAS-CHAVE: Farmacoepidemiologia; Uso de medicamentos; Docentes.
INTRODUÇÃO
Estudos que avaliem as condições laborais e de salubridade dos professores
e dos demais profissionais da área da educação, no Brasil, são ainda restritos,
entretanto a partir dos anos 90, observou-se uma ampliação das pesquisas sobre
esse grupo populacional. Como resultado destes estudos diagnosticou-se que a
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maioria destes profissionais tem alguma patogenia física e/ou psicológica importante
(CANCIAN e LIMA, 2010; STARLING, 2004).
A perda de qualidade salutar deve-se basicamente a fatores associados ao
trabalho repetitivo, insatisfação no desempenho das atividades, ambiente intranquilo
e estressante, desgaste na relação interpessoal, falta de autonomia e o ritmo
acelerado de trabalho. Os profissionais de educação, a fim de manter o nível
educacional esperado, por eles mesmos, por seus superiores e alunos, tendem a
aliviar suas tensões através de medicamentos e outras drogas (CANCIAN e LIMA,
2010; STARLING, 2004; COSTA et al., 2009).
O medicamento é ferramenta fundamental à recuperação e manutenção da
saúde e é de grande valia para os médicos no combate a doenças, portanto é
significativamente importante na melhoria das condições e expectativa de vida das
pessoas. Em contrapartida, a má utilização dessas substâncias submete o indivíduo
a riscos evitáveis associados a seu uso (ARRAIS et al., 2005; LEITE, VIEIRA e
VEBER, 2008).
O alto consumo dessas substâncias é influenciado tanto por fatores
farmacológicos como também por aspectos socioantropológicos, comportamentais,
econômicos e demográficos (ROZENFELD e VALENTE, 2004; STARLING, 2004;
BERTOLDI et al., 2004; ARRAIS et al., 2005; FLORES e MENGUE, 2005). O grande
número de alternativas disponibilizadas no mercado, a propaganda da indústria
farmacêutica, o elevado índice de prescrições médicas, inclusive algumas
inadequadas, e as atitudes culturais colaboram para a realização de práticas
irracionais por populações (SEBASTIÃO, 1998; STARLING, 2004).
A automedicação é definida como o ato de tomar medicamentos sem a
prescrição/orientação/supervisão médica: um comportamento que faz parte do
autocuidado. Existe, no entanto, a automedicação responsável, a qual se trata do
uso responsável de medicamentos não tarjados, isentos de prescrição médica, para
cuidar sozinho de males ou sintomas menores, prática esta, reconhecida e
estimulada por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS) (ARRAIS,
1997).
A possibilidade de aquisição de medicamentos sem prescrição médica, ou
seja, a automedicação torna-se a solução imediatista para os problemas de saúde
da população. Contudo, esta é uma prática que precisa ser repensada e modificada,
pois a automedicação é um ato potencialmente danoso à saúde individual e coletiva,
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quando realizada de forma incorreta e por pessoas não capacitadas (VILARINO et
al., 1998; CANCIAN e LIMA, 2010).
Dos problemas físicos diagnosticados, os mais comuns são dores nas costas
e pernas e calos nas pregas vocais. Dentre os problemas psicológicos os que são
mais frequentes são cansaço mental e nervosismo (CANCIAN e LIMA, 2010).
Um dos problemas mais graves que está em ascendência entre os docentes é
a síndrome de burnout, a qual se trata de uma reação à tensão emocional crônica
originada do contato direto e excessivo com pessoas, além de esgotamento físico e
mental, o que implica em desânimo e desmotivação para permanecer na sala de
aula, transformando o exercício da profissão em uma atividade árdua e compulsória
(CANCIAN e LIMA, 2010).
O perfil do uso de medicamentos em determinada população é tido pela OMS
como um indicador sanitário importante. Este auxilia na identificação das suas
principais patologias e permite caracterizar as respectivas prevalências, assim como
conhecer a configuração da utilização dos recursos terapêuticos pela população
averiguada (CABRITA et al., 2001).
De acordo com Cancian e Lima (2010), o medicamento, para a maioria da
população e para alguns “profissionais de saúde”, é tido como um agente curativo,
uma mercadoria e um símbolo da vida, porém muitas vezes não se associam seus
efeitos adversos, até mesmo por que os usuários leigos e alguns dispensadores não
têm idéia de como o medicamento interage com o organismo.
Tendo em vista, a condição de formadores de opinião que os docentes
ocupam, é crucial o desenvolvimento de estudos que avaliem a relação
medicamento/educador, pois a banalização da utilização de medicamentos pelos
professores poderia disseminar e agravar o problema da automedicação (CANCIAN
e LIMA, 2010).
No Brasil, pesquisas de base populacional sobre a automedicação são raros
(VILARINO et al., 1998). Especificamente sobre automedicação na comunidade
docente são escassos (CANCIAN e LIMA, 2010).
O objetivo deste estudo foi avaliar o perfil do consumo de medicamentos pelo
corpo docente da Faculdade Vértice – Univértix.
Segundo Starling (2004); Cancian e Lima (2010); Costa e colaboradores
(2009), o trabalho exercido por docentes é estressante, por ser desenvolvido muitas
vezes no período noturno e com carga horária excessiva, isto o torna capaz de
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interferir na qualidade de vida e condição de saúde do indivíduo, tais inconvenientes
provocam agravos à saúde de origem laboral e promovem uso de medicamentos.
Para se traçar um perfil do uso de medicamentos não basta ter dados
isolados é necessário conhecer os padrões de uso, o que implica na adoção de
medidas educativas direcionadas à redução de danos na população investigada.
Para isso, é necessário que, além de estudos de grande abrangência, sejam
realizados
estudos
focados
em
populações
menores,
porém
de
alta
representatividade.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, metodologia
muito utilizada para descrever alguns fenômenos existentes, condições e episódios
presentes, identificando problemas e justificando condições a fim de comparar e
avaliar o que os outros estão desenvolvendo em situações para futuros planos e
decisões (GRESSLER, 2004). O estudo foi realizado em uma faculdade da iniciativa
privada, localizada em uma cidade da região leste da Zona da Mata do estado de
Minas Gerais, cuja população é de aproximadamente 17.639 habitantes (IBGE,
2010). A população universitária é constituída de mais de 1000 alunos de
graduação, pós-graduação, e alunos de cursos técnicos, 72 professores e 46
funcionários.
Os dados necessários ao cumprimento do objetivo da pesquisa foram
coletados, no período de 10 de junho e 12 de julho de 2012, através da submissão
de questionário, de fácil entendimento e autoexplicativo, padronizado ao objeto de
estudo. Todos os docentes foram convidados a participar da pesquisa e aos que
aceitaram participar, foi garantido o sigilo da identidade, além dos demais princípios
éticos e legais de acordo com protocolo de pesquisa com seres humanos,
estabelecido pela Resolução Conselho Nacional de Saúde n° 196/96. Ainda, foi
fornecida aos investigados uma cópia do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE).
Os dados foram analisados por estatística descritiva, utilizando o Microsoft
Office Excel®. Todos os indicadores foram apresentados na forma de média e em
porcentagem.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Do total de docentes, 83,33% (60 profissionais) participaram da pesquisa, os
demais não concordaram ou não foram encontrados. A população investigada
consta de 60% do gênero masculino e 40% feminino, sendo em sua maioria casados
(56,66%) e com faixa etária entre 20 e 39 anos (71,70%). O grau de formação
acadêmica máxima mais frequente na população investigada é a pós-graduação
strictu sensu nível mestrado (40%) (TABELA 1).
A prevalência da utilização de medicamentos foi de 76,67% nos 15 dias que
antecederam a aplicação do questionário. Os medicamentos referidos como mais
utilizados foram analgésicos e antipiréticos (73,91%), tendência que corrobora com
alguns estudos como o de Arrais (1997) e Simões e Farache Filho (1988). Alguns
fatores podem ser apontados como condicionantes deste consumo, como a
automedicação (VILARINO et al., 1998) e a sazonalidade da utilização de
medicamentos (CABRITA et al., 2001). A relação da utilização de medicamentos
com ao grau de escolaridade apresenta divergências na literatura, segundo Bertoldi
e colaboradores (2004) e Sans e colaboradores (2002) não há relação significativa,
em contrapartida, Bardel, Wallander e Svärdsudd (2000), citado por Bertoldi e
colaboradores (2004) encontraram maiores prevalências em indivíduos com
formação universitária.
Tabela 1: Caracterização da população docente de uma faculdade da iniciativa privada localizada
numa cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012).
Característica
n = 60
%
Gênero
Masculino
36
60,0
Feminino
24
40,0
Faixa Etária
18 a 19 anos
0
0
20 a 39 anos
43
71,67
40 a 59 anos
16
26,67
60 anos ou mais
0
0
NR*
1
1,67
Titulação Acadêmica Máxima
Graduação
6
10,0
Aperfeiçoamento
2
3,33
Especialização
20
33,33
Mestrado
24
40,0
Doutorado
3
5,0
Pós-Doutorado
4
6,67
NR*
1
1,67
Área de Inserção
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Biológicas
Exatas
Humanas
(*) NR- não respondeu
25
29
6
41,67
48,33
10,0
O perfil do consumo de medicamentos da população investigada está representado
na Figura 1.
Figura 1: Perfil do consumo de medicamentos referido pela população docente de uma faculdade da
iniciativa privada localizada em uma cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012).
Cabrita e colaboradores (2001), López e González (1997), Lucas e
colaboradores (2007) evidenciaram uma prevalência de utilização de medicamentos
em populações universitárias inferiores à verificada neste estudo, 56,60%, 64,20% e
56%, respectivamente. Porém a faixa etária da população investigada é inferior,
considerando que avaliaram a população discente das universidades de Lisboa,
Granada e Maputo, respectivamente. Já Starling (2004) encontrou uma prevalência
com valor mais próximo (72,80%) ao evidenciado neste estudo e a população
averiguada em sua abordagem foram docentes da UFMG.
A Tabela 2 demonstra dados obtidos que podem influenciar na qualidade de
vida da população. Foram avaliados o consumo de cigarro, bebida alcoólica e
prática de atividade física. Observou-se que 88,30% dos investigados não fumam,
88,30% não ingerem bebida alcoólica frequentemente e 30% praticam atividade
física com frequência.
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Quando questionados sobre o grau de satisfação com a saúde 75%
disseram estar muito satisfeitos ou satisfeitos, 20% não souberam avaliar,
enquanto que 5% alegaram apresentarem-se muito insatisfeitos ou insatisfeitos
com a própria saúde. Na avaliação da autopercepção da qualidade de vida 83,34%
avaliaram como sendo boa ou muito boa, 15% não puderam classificá-la como boa
ou ruim e 1,66% classificaram-na como ruim ou muito ruim.
Tabela 2: Avaliação da qualidade de vida e condições de saúde da população docente de uma
faculdade da iniciativa privada localizada numa cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais
(2012).
Avaliação
n = 60
%
Consumo de Fumo
Não
53
88,30
Sim, esporádico
6
10
Sim, frequente
0
0
NR*
1
1,70
Consumo de Bebidas Alcoólicas
Não
20
33,30
Sim, esporádico
33
55
Sim, frequente
6
10
NR*
1
1,70
Prática de Atividade Física
Não
17
28,33
Sim, esporádico
25
41,67
Sim, frequente
18
30
Avaliação do Sono
Repousante
28
46,67
Não repousante
10
16,67
Inconstante
22
36,66
Nível de Estresse
Alto
12
20
Moderado
29
48,33
Baixo
17
28,33
Ausente
2
3,34
(*) NR- não respondeu
Loyola-Filho e colaboradores (2002), Starling (2004), Cabrita e colaboradores
(2001), Giacone e Costa (2004) em estudos similares averiguaram que há influência
positiva significativa destas variáveis sobre a utilização de medicamentos.
Em estudos que avaliaram outros seguimentos populacionais Mendes e
colaboradores (2004), Filho, Marcopito e Castelo (2004) Bertoldi e colaboradores
(2004), Arrais e colaboradores (2005), Flores e Mengue (2005) também
evidenciaram relação significativa entre qualidade de vida, grau de satisfação com a
saúde e autopercepção da saúde com o aumento do consumo de medicamentos.
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No que se refere à origem da indicação de utilização do medicamento 52% da
utilização referida é com indicação médica, 24% por decisão própria e 14%
indicados por profissionais farmacêuticos. O médico figura como protagonista no
consumo de medicamentos, assim como verificado por Castro e colaboradores
(2000), em estudo realizado em Campo Grande-MS.
Quanto ao local de aquisição dos medicamentos, 89,82% da população
investigada referiram adquirir em farmácias comerciais, percentual superior ao
verificado por Vosgerau e colaboradores (2011) e muito discrepante do averiguado
por Fontes (2009), que identificou que 95,90% dos investigados adquiriam os
medicamentos através do SUS. O parâmetro obtido neste estudo pode ter sido
influenciado pelo fato de o Brasil possuir mais que o dobro do número preconizado
pela OMS, de farmácias e drogarias por habitantes (ARRAIS, 2004).
Outro parâmetro avaliado é a condição de trabalho à qual esta população é
submetida e está exibido na Tabela 3.
Tabela 3: Condições de trabalho da população docente de uma faculdade da iniciativa privada
localizada em uma cidade da Zona da Mata no estado de Minas Gerais (2012).
Avaliação
n
%
Carga horária de trabalho na instituição (horas)
2a4
12
20
6a8
10
16,67
8 a 10
7
11,67
11 a 15
12
20
Acima de 16
19
31,66
Total
60
Trabalha em outra instituição/empresa
Sim
45
75
Não
15
25
Total
60
Carga horária de trabalho na outra instituição (horas)
2a4
2
4,44
6a8
1
2,22
8 a 10
8
17,78
11 a 15
5
11,11
Acima de 16
29
64,45
Total
45
A maioria (75%) da população investigada, além de lecionar na instituição
avaliada também exerce outros cargos em instituições ou empresas distintas. Destes
64,45% ainda possuem carga horária superior a 16 horas semanais. 31,66% dos
inquiridos possuem carga horária superior a 16 horas semanais na instituição de
ensino avaliada. A elevada carga horária implica num elevado nível de estresse com
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consequente piora na qualidade de vida e incremento no consumo de medicamentos
(CANCIAN e LIMA, 2010; STARLING, 2004, COSTA et al., 2009).
Com relação aos cuidados com a saúde os dados da população averiguada
são explanados na Tabela 4.
Os pesquisados compareceram numa consulta médica 2,20 vezes no último
ano em média. Dentre eles 16,67% não vão ao médico há mais de um ano e 28,33%
consultaram um médico no último mês, o que segundo Arrais e colaboradores
(2005) e Starling (2004) influencia significativamente o aumento do consumo de
medicamentos.
Tabela 4: Avaliação dos cuidados com a saúde por parte dos docentes de uma faculdade da
iniciativa privada localizada em uma cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012).
Avaliação
n = 60
%
Internação no último ano
Sim
2
3,33
Não
58
96,67
Tempo decorrido da ultima consulta
Menos de um mês
17
28,33
Menos de um semestre
21
35,0
Menos de um ano
12
20,0
Mais de um ano
10
16,67
(*) NR- não respondeu
Segundo Starling (2004), a tendência de autoavaliação positiva que a
população dispõe sobre medicamentos pode ser explicada pela elevada formação
acadêmica. O autor destaca a importância da área de inserção do profissional,
considerando que pessoas da área Biológica, em sua maioria têm formação que
envolve conceitos de farmacologia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo de utilização de medicamentos mostrou-se eficiente na elucidação
do perfil da população investigada, o que torna este trabalho um fomento ao
desenvolvimento de mais estudos desta natureza nas mais variadas populações.
Isso contribuiria no desenvolvimento de políticas públicas de saúde mais ajustadas à
necessidade populacional.
Com a identificação do perfil de utilização de medicamentos, torna-se
essencial definir intervenções e estratégias de promoção da saúde, incentivando a
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utilização racional dos medicamentos, com vista à maximização dos benefícios e à
redução dos riscos inerentes à sua utilização inapropriada.
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ASPECTOS DA UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS PELA POPULAÇÃO DO
BAIRRO BOA VISTA DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ, MG
Érika Cristina Alves e Regiane Aparecida Brandão - Graduadas em Farmácia.
UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social.
Professora da UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. Professora da UNIVÉRTIX.
Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. UFOP.
[email protected]
RESUMO
O uso de plantas medicinais é uma cultura que é transmitida de pai para filho. Este
estudo analisou a forma de utilização de plantas medicinais pela população do bairro
Boa Vista situado em Matipó, MG. Foi possível notar que 100% dos pesquisados
acreditam na ação das Plantas Medicinais, mas pode-se constatar que tal utilização
muitas das vezes é feita erroneamente. As espécies mais utilizadas são: capim
cidreira (Cymbopogon citratus) 45,71%, boldo (Plectranthus barbatus) 63,57%,
tanchagem (Plantago lanceolata L) 46,43%, camomila (Matricaria recutita) 55,71%,
erva-doce (Pimpinella anisum) 62,86%, funcho (Foeniculum vulgare) 45%, folha de
laranja (Citrus sp.) 63,57% e hortelã (Mentha pjperita) 58,57%. Os motivos ou
situações nas quais as plantas medicinais são utilizadas são: gripes e/ou resfriados
(80%) e tosse (54%). Com este trabalho pode-se notar que há um uso muito grande
de plantas medicinais por automedicação, o que nem sempre é seguro devido falta
de estudos nesta área ou falta de informação.
PALAVRAS-CHAVE: Plantas medicinais; Fitoterapia; Matipó.
INTRODUÇÃO
Desde os tempos mais remotos as plantas medicinais vêm sendo utilizadas
para tratamento de enfermidades, e é graças a essa ação milenar que a medicina
atual tem formulado vários medicamentos sintéticos de princípio ativo extraído de
plantas (CORRÊA et al., 2003). Cerca de 80% da população mundial procura utilizar
plantas medicinais para tratamento de enfermidades ou algum tipo de sintomas
dolorosos ou desagradáveis (CARVALHO; ALMANÇA, 2005). E o que leva a isso, é
a crença de que por serem plantas naturais são isentas de produtos químicos, sendo
que estes produtos podem causar danos ou perigos à saúde humana. Esta crença
dá ideia de que todas as plantas medicinais são seguras, saudáveis e benéficas,
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mas ao contrario disso as plantas tem toxicidade podendo causar prejuízos à saúde
ou até levar ao óbito (MENGUE et al., 2001).
De acordo com Bresolin e Cechinel, (2003) citado por Ferrari e Bastos, (2010)
as plantas medicinais têm várias razões para serem bem aceitas e muito utilizadas.
Como exemplos o alto custo dos medicamentos sintéticos, a fácil obtenção das
plantas medicinais, a dificuldade de atendimento nos hospitais e de se obter
assistência médica. Mas para Oliveira e colaboradores, (2008), boa parte da
população não tem o conhecimento sobre os tipos de patologias dos quais podem
estar acometidas e os efeitos reais das plantas medicinais. E o que leva a isso é o
baixo nível de escolaridade.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1978, incentiva países em
desenvolvimento a incluir em sistemas de saúde outras práticas terapêuticas, sendo
uma delas o uso de plantas medicinais (FERRARI e BASTOS, 2010).
As monografias sobre plantas medicinais ou drogas vegetais existentes
contêm dados para atender aos órgãos de regulamentação, as empresas industriais
farmacêuticas, farmácias e ao público consumidor. Estas monografias propõem
agrupar, padronizar e sistematizar os dados obtidos das características e
propriedades das plantas medicinais para
ajudar farmacêuticos
e
outros
profissionais da área de saúde, além disso, elas ajudam na fiscalização deste ramo,
cuja produção e comercialização vêm crescendo (VEIGA JR e MELLO, 2008).
Diante disso, este trabalho pretendeu levantar informações a respeito da
utilização de plantas medicinais pela população do Bairro Boa Vista em Matipó, MG
e dessa forma, proporcionar um levantamento de dados necessários para futuras
orientações à população estudada, alertando-a sobre eventuais interações
medicamentosas e sobre o uso abusivo das plantas medicinais.
Com estas afirmações temos uma questão a ser discutida, como a população
estudada utiliza as plantas medicinais e sabem realmente as funções e reações que
as plantas utilizadas têm. Pois de acordo com Albuquerque (2003), citado por Silva e
colaboradores (2009), algumas plantas são tóxicas e são capazes de alterar as
funções do organismo, as plantas altamente tóxicas mesmo em dosagens mínimas,
interagem com vários medicamentos. E Sanchez (1998) citado por Silva (2009),
afirma com o uso inadequado das plantas vem promovendo intoxicação ou
envenenamento.
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Ferrari e Bastos (2010) realizaram um estudo com o objetivo de levantar
dados em relação ao uso de plantas medicinais pela população do bairro Centro do
município de Matipó, MG. Foram aplicados questionários a 70 pacientes e as mais
referidas foram capim cidreira (Cymbopogon citratus Stapf), tanchagem (Plantagor
major) e chá verde (Camellia sinensis).
Em nenhum dos estudos apresentados até aqui os autores se atentaram aos
aspectos da utilização das plantas medicinais pela população do bairro Boa Vista no
município de Matipó, MG. A investigação que apresenta alguma relação com a
proposta desse projeto é o de Ferrari e Bastos, (2010) e o atual estudo poderá
estabelecer uma comparação em relação à utilização de plantas medicinais em dois
bairros diferentes do mesmo município.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, a pesquisa
descritiva que propõe que o pesquisador observe, registre, avalie, qualifique e
interprete os fatos ou fenômenos (variáveis), sem interferir neles ou manuseá-los,
(DUARTE, 2010).
Foi aplicado um questionário constituído por 26 questões, enfocando
obtenção, preparo e utilização das plantas, motivo para uso, espécies mais
utilizadas, quantidade, frequência de uso e efeitos indesejados, cuidados durante a
preparação entre outros aspectos.
O questionário foi aplicado no Bairro Boa Vista situado no município de
Matipó, Minas Gerais. O mesmo possui cerca de 17.639 habitantes e uma área de
266,990 Km², sendo a principal atividade econômica a agrícola (colheita de café)
(IBGE, 2010). As entrevistas foram conduzidas durante as visitas domiciliares, com
140 (cento e quarenta) questionários aplicados nas ruas do Bairro Boas Vista, no
período quinze de maio a vinte de junho de 2012, todas as terças-feiras e quintasfeiras. O número determinado de questionários aplicados durante este trabalho teve
a finalidade de comparar a utilização de plantas medicinais da população de dois
bairros do município, Centro com o Boa Vista. A proposta da comparação surgiu a
partir de um trabalho desenvolvido por Ferrari e Bastos (2010), no bairro Centro,
com uma amostra que representou um percentual de 3,1% de habitantes desse
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bairro. Nesse estudo a amostra representou um percentual semelhante (3,4%) da
população do bairro Boa Vista, que possui 4.084 habitantes.
Os pesquisados assinaram e receberam uma via do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. A análise dos dados foi realizada no Microsoft Office Excel®
2007 para orientar a discussão através das figuras e tabelas obtidas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este trabalho foi realizado com pessoas que fazem uso do Sistema Único de
Saúde (SUS), com idades que variam entre 2 meses a 73 anos, esclarecendo que
para os menores de idade as mães foram responsáveis pelas informações. A Figura
1 mostra a distribuição em faixas etárias dos usuários participantes da pesquisa.
Figura 1: Distribuição das faixas etárias de usuários do SUS no Bairro Boa Vista em uma cidade da
Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012).
De acordo com Tôrres e colaboradores, (2005) a utilização de medicamentos
em crianças e em bebês pode acarretar efeitos mais intensos, isto vale também para
as plantas medicinais principalmente quando são utilizadas por crianças acometidas
por alguma doença hepática.
Foi percebido que os participantes mais novos utilizaram um número menor
de espécies vegetais, o que pode indicar que a cultura passada de pai para filho
está um pouco comprometida e segundo Rodrigues e Carvalho (2001), os motivos
estão relacionados com o estilo de vida atual, que está caracterizado pela falta de
tempo ou até mesmo desinteresse por determinados assuntos.
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De acordo com Mendonça Filho e Menezes (2003), ocorreu uma evidente
perda de conhecimento nas gerações mais novas em relação às plantas medicinais,
e ao mesmo tempo falta interesse por parte das gerações mais antigas em manter e
preservar esse conhecimento.
Quando perguntados sobre a frequência de utilização das plantas medicinais
79% dos participantes do estudo relataram que raramente fazem uso das plantas
medicinais e 14% afirmaram utilizá-las uma vez por mês.
O uso das plantas medicinais se dá pelo costume familiar, elas podem estar
cultivadas nos quintais das casas ou áreas próximas às casas, compradas ou
recebidas de parentes, amigos e/ou vizinhos como pode ser constatado neste
trabalho e no trabalho de Silva e colaboradores (2006), que afirmam que este
costume é devido ao intenso convívio social e ao estreitamento de amizade através
da troca de seus produtos entre a vizinhança. Os dados mostraram que uma
pequena parte da população adquire as plantas medicinais no mercado (6,7%), e
nesse sentido, Veiga Jr e colaboradores (2005), alertam sobre a comercialização
das plantas medicinais devendo haver cuidado com enganos na identificação e
adulterações, além de interações entre as substâncias das plantas medicinais e
medicamentos já utilizados, reações alérgicas e toxicidade
Algumas plantas medicinais possuem substâncias que exigem cuidado ao
manuseá-las, pois há riscos toxicológicos. Tendo em vista que não há muitas
informações sobre efeitos colaterais e o consumo de plantas medicinais, a utilização
das mesmas representa um risco para saúde da população que as utiliza sem
orientação de algum profissional de saúde (VEIGA JR e PINTO, 2005).
A variedade de espécies vegetais que os usuários pesquisados têm
conhecimento e utilizam é muito vasta conforme é mostrado na Tabela 1.
Como pode ser observado as espécies mais utilizadas são capim cidreira
(Cymbopogon citratus), boldo (Plectranthus barbatus), tanchagem (Plantago
lanceolata L), camomila (Matricaria recutita), erva-doce (Pimpinella anisum), funcho
(Foeniculum vulgare), folha de laranjeira (Citrus sp.) e hortelã (Mentha piperita). As
espécies citadas foram referidas por mais de 50,00% dos pesquisados e também
foram referidas em um estudo de mesmo caráter realizado no bairro centro do
mesmo município (FERRARI e BASTOS, 2010). Silveira e colaboradores, (2008)
citado por Ferrari e Bastos (2010), alerta para o cuidado com a utilização de
espécies vegetais e fitoterápicos que são utilizados por automedicação ou mesmo
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por prescrição médica, pois muitos não têm a sua toxicidade bem conhecida
principalmente quando associados com outros medicamentos.
Tabela 1: Espécies de plantas medicinais utilizadas pelos usuários do SUS no Bairro Boa Vista em
uma cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012).
Nome científico
Lychnophora pinaster
Ruta graveolens
Aloe vera (L.)
Cotyledon orbiculata
Solanum melongena
Peumus boldus
Matricaria recutita
Costus spicatus
Cymbopogon citratus
Baccharis genistelloides
Camellia sinensis
Pimpinella anisum
Solanum cernuum
Psidium guajava
Citrus sp.
Foeniculum vulgare
Zinziber officinale
Mentha piperita
Artemisia absinthium
Bauhinia forficata
Bidens sulphurea
Phyllanthus spp
Púnica granatum
Rosa Alba L
Kalanchoe brasiliensis
Petroselinum crispum
Senna alexandrina
Brassica oleracea
Plantago lanceolata L
Uncaria tomentosa
Nome popular
Arnica
Arruda
Babosa
Bálsamo
Berinjela
Boldo
Camomila
Cana de Macaco
Capim-cidreira
Carqueja
Chá Verde
Erva-Doce
Folha Branca ou Panacéia
Folha de Goiabeira
Folha de Laranja
Funcho
Gengibre
Hortelã
Losna
Pata de Vaca
Picão
Quebra pedra
Romã
Rosa Branca
Saião
Salsa
Sene
Suco de Couve
Tanchagem
Unha de Gato
Utilização (%)
17,14%
22,14%
14,28%
7,14%
15,0%
63,57%
55,71%
25,71%
45,71%
18,57%
20,0%
62,86%
8,57%
12,86%
63,57%
45%
18,57%
58,57%
12,14%
5,0%
26,43%
36,43%
22,86%
22,14%
12,14%
23,57%
12,14%
26,43%
46,43%
10,0%
O capim cidreira (Cymbopogum citratus (DC.) Stapf – Poaceae) contém
mirênio, neral, gerônio e outras substâncias úteis no tratamento de resfriados,
disenteria, dores de cabeça, agindo ainda como tranquilizante e antiespasmódico de
acordo com Pereira e colaboradores, (2004) citado por Silva e colaboradores,
(2009). A espécie tem ação antimicrobiana devido aos óleos essenciais encontrados
nesta planta. (Nguefack et al., 2004 citado por Silva et al., 2009).
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O boldo (Plectranthus barbatus) pertence à família Monimiaceae usualmente
utilizada para disfunções hepáticas e colelitíase, tendo ainda propriedades diuréticas
e anti-inflamatórias segundo Matos (1998) citado por Melo e colaboradores (2004).
Um trabalho desenvolvido por Badinelli (2011) mostra que a tanchagem
(Plantago lanceolata L) tem uso terapêutico para ardor do estômago, disfunções das
vias respiratórias e urogenitais, diarreia e disenteria. As partes mais utilizadas são as
folhas, raízes e as sementes maduras.
A camomila (Matricaria recutita L., sin.: Matricaria chamomilla L.) é uma planta
amplamente utilizada na medicina popular, e desde a antiguidade já era utilizada
como anti-inflamatório e espasmolítico gástrico segundo Bruneton, (1991) citado por
Nascimento e colaboradores, (2005).
A erva-doce (Pimpinella anisum L.), conhecida também como anis, que é uma
das plantas medicinais mais utilizadas pela população estudada, é uma planta de
origem da costa mediterrânea. É normalmente utilizada por possuir ação
antiespasmódica, inibidora da fermentação intestinal e carminativa. Estudos
recentes desvendaram novas e importantes atividades atribuídas a Pimpinella
anisum L.. Segundo Boskabady & Ramazani-Assari (2001) citado por Nascimento e
colaboradores, (2005), constataram a ação broncodilatadora do óleo essencial e dos
extratos etanólico e aquoso da erva-doce e ainda apresentaram forte atividade
antioxidante e notável ação antibacteriana para bactérias Gram positivas e Gram
negativas.
O funcho (Foeniculum vulgare Miller) é uma espécie de origem européia que
é cultivada em todo o Brasil segundo Lorenzi & Matos, (2002) citado por Stefanello,
(2006). Esta planta apresenta ação carminativa, digestiva e diurética. O óleo
essencial extraído desta planta também é utilizado para fabricação de licores e
perfumes e as sementes são muito utilizadas na confeitaria em bolos, pães e
biscoitos, de acordo com Martins e colaboradores, (1998), citado por Stefanello,
(2006).
A folha de laranjeira é usualmente utilizada contra resfriado e tosse, na forma
de chá. As substâncias constituintes da laranjeira são estimulantes, tem ação
tonificante e sudorífica, tendo indicação para contrações dos músculos, indigestões
e cólicas, de acordo com Bruning (1990) citado por Rezende e Cocco (2002).
A hortelã é comumente utilizada como calmante e no combate a cólica em
crianças. Possui também ação vermífuga e pode ser usada na forma de chá ou
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xarope no combate a gripe, junto com o limão, a laranja e o eucalipto. A hortelã tem
propriedades antiespasmódicas, podendo ser empregada nos casos de flatulência,
icterícia, vômitos e cólicas uterinas. Combate às secreções nasais favorecendo a
expectoração (BALBACH, (1967) citado por REZENDE E COCCO, (2002)).
Em relação à forma de utilização das plantas medicinais, pode-se notar que
78% das pessoas utilizam na forma de chá, 14% em forma de xarope e 5% na forma
de infusão.
Existem várias formas de preparar os chás medicinais, sendo os mais usuais:
a infusão, que consiste em verter água fervente na planta e deixar em repouso por
alguns minutos; a decocção que consiste em ferver a água e a planta juntas por
determinado tempo e a maceração fria que consiste em verter água em temperatura
ambiente sobre a planta (SCHULZ et al., 2002).
Arnous (2005) e colaboradores, afirmam que a partir de um correto preparo
de uma planta medicinal consegue-se um melhor aproveitamento dos princípios
ativos a serem extraídos de cada parte da planta. Martins e colaboradores citado por
Arnous e colaboradores, (2005) puderam constatar, com um estudo do mesmo
caráter deste, que a população utilizava erroneamente as espécies, pois cozinhavam
todas as partes das plantas, sendo que somente as partes duras devem ser cozidas
como a raiz, o caule e a casca.
As enfermidades e desconfortos para os quais as plantas medicinais foram
mais utilizadas foram gripes, resfriados e tosse como mostra a Figura 2.
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Figura 2: Enfermidades para as quais são utilizadas as plantas medicinais referidas pelos usuários do
SUS no Bairro Boa Vista em uma cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2012).
As análises mostraram que as plantas medicinais possuem grande aceitação
pelos usuários participantes da pesquisa, sendo justificado pelo fato que 100%
tiveram o efeito desejado quando consumiram as plantas para determinado fim. Um
estudo realizado por Nascimento e colaboradores (2005) destaca que as plantas são
bastante utilizadas para aliviar diversas enfermidades.
No estudo nenhum dos pesquisados relatou, que com o uso das plantas
medicinais, ocorreu algum tipo de efeito indesejado e nem interação com
medicamentos convencionais, contradizendo os achados do estudo de Veiga Jr
(2008) que destaca a importância do cuidado com tais interações. Mas condiz com
os achados de Emst e colaboradores, (1995) citado por Alexandre e colaboradores,
(2008) no qual os pesquisados referem que a fitoterapia não causa interações com
os medicamentos convencionais.
Entretanto Alexandre e colaboradores, (2008) em seu estudo com
fundamentos de Fugh-Berman (2000) e de Izzo & Ernst (2001) afirmam haver
interações entre fármacos e as substâncias existentes nas plantas medicinais.
Segundo os autores, pode haver alterações nas concentrações plasmáticas dos
fármacos com o uso de fitoterápicos e com isso, a eficácia e/ou segurança será
prejudicada. Os processos de absorção, distribuição, metabolismo e excreção que
são fases da farmacocinética que ficarão comprometidas podendo diminuir ou até
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mesmo aumentar os efeitos desejados, nos processos conhecidos como
antagonismo ou sinergismo, respectivamente.
A desinformação sobre as propriedades das plantas medicinais, seu consumo
junto com os medicamentos tradicionais sem consulta ao médico e a perda do
conhecimento sobre os efeitos medicinais e tóxicos das plantas são fatores
preocupantes que influenciam na utilização inadequada das mesmas (VEIGA JR.,
2008). O mesmo autor afirma ainda que essa é uma prática perigosa quando é
realizada junto com outros medicamentos devido, exatamente às interações citadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo sendo consideradas naturais as plantas medicinais podem apresentar
seus efeitos inesperados em quem as utiliza. Com isso a população corre risco
quando esta prática é feita sem orientação de profissionais que entendem desta
área. Devido aos fatos discutidos pode-se inferir que são necessárias ações de
conscientização e disseminação de informações para que as populações utilizem as
plantas medicinais com segurança e obtenham a eficácia esperada.
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UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR GESTANTES EM DOIS MUNICÍPIOS DO
INTERIOR DE MINAS GERAIS
Rosaine Almerindo Carvalho e Natália Ferreira Viana - Graduadas em Farmácia.
Especialistas em Farmacologia Clínica. UNIVÉRTIX.
Daniele Chaves Dias - Graduada em Farmácia. Univértix.
Érica Stoupa Martins - Graduada em Serviço Social. Mestre em Serviço Social.
Professora da UNIVÉRTIX.
Gleiciely Santos Silveira e Fernanda Cristina Ferrari - Graduadas em Farmácia.
Mestres em Ciências Farmacêuticas. UFOP.
[email protected]
RESUMO
Este trabalho pretende descrever os medicamentos utilizados por gestantes que
fizeram o pré-natal em serviços do Sistema Único de Saúde, nas cidades de Santa
Margarida e Sericita, Minas Gerais. Foram entrevistadas mediante questionário
estruturado, as gestantes que compareceram para consulta de pré-natal no mês de
julho de 2012 e 2013 nas respectivas cidades. Os fármacos foram classificados de
acordo com os critérios de risco para a gestação da Food and Drug Administration.
Entre os grupos farmacológicos mais utilizados, encontram-se o Sulfato Ferroso, o
Ácido Fólico e os Analgésicos e Antitérmicos. Em relação à classificação de risco da
FDA: o estudo revelou que em Santa Margarida a maioria dos fármacos utilizados
pertencia à categoria de risco B (60%) e categoria de risco C (30%). Em Sericita a
maior parte dos medicamentos utilizados pertencia à categoria de risco A (54,54%) e
categoria de risco B (41,82%). Trabalhos como estes permitem oferecer uma
oportunidade de aconselhamento às gestantes sobre os fármacos e seus possíveis
riscos.
PALAVRAS CHAVES: Gestação, fármacos e teratogenicidade.
INTRODUÇÃO
A utilização de medicamentos na gestação tem sido motivo de grande
preocupação devido aos riscos relacionados ao feto. Entre 1950 e 1960, o fármaco
talidomida provocou alterações congênitas em cerca de 10 mil recém nascidos,
devido a sua utilização durante o período gestacional. Este fato teve grande
repercussão, de modo que alertou sobre a segurança da utilização de novos
fármacos, da necessidade de estudos clínicos mais profundos, antes da liberação
destes medicamentos para consumo (FURINI et al., 2009).
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No Brasil, a farmacovigilância começou a ser levada a sério, após o acidente
da Talidomida, que afetou cerca de 300 recém nascidos neste país. Tal fato reforçou
o
processo
de
desenvolvimento
de
estudos
e
monitoramento
na
área
medicamentosa, resultando na consolidação do sistema de farmacovigilância
brasileiro (MENDES et al., 2008).
Os países europeus são mais desenvolvidos na área de Estudos de Utilização
de Medicamentos (EUM), enquanto que, no Brasil, há um reduzido número de
estudos na área de tratamentos medicamentosos. Estes estudos auxiliam e
gerenciam os serviços de Atenção Farmacêutica, sendo importantes no processo de
planejamento das políticas de saúde (OSÓRIO-DE-CASTRO et al., 2004).
Considerando a utilização de medicamentos na gravidez, alguns estudos têm
revelado que cerca de 2% a 4% de todos os recém nascidos são afetados pelas
malformações congênitas e cerca de 15% de todas as gestações diagnosticadas,
acabam em perda do feto (BRASIL, 2011).
Como a maioria dos fármacos atravessa a barreira placentária, seu uso pode
provocar diferentes alterações morfológicas ao feto. Estas alterações podem
classificar os medicamentos como teratogênicos, se utilizados no primeiro trimestre
de gestação (CARMO, NITRINI, 2004).
Os riscos relacionados à utilização de medicamentos, podem ocorrer em
diferentes fases da gestação, afetando o desenvolvimento, crescimento ou até
mesmo causando efeitos tóxicos ao feto (CARMO, 2003).
De acordo com a exposição materna, os fármacos têm diferentes efeitos
sobre o feto, dependendo da paciente, da frequência, da dose, da fase de exposição
na gestação e do seu potencial teratogênico, resultando em diversos efeitos
prejudiciais (OSÓRIO-DE-CASTRO et al., 2004).
Após o nascimento, o recém-nascido pode manifestar alguns efeitos da
exposição intra-uterina ao fármaco, e outros efeitos adversos podem se manifestar
em outra fase da vida, provocando alterações no desenvolvimento funcional,
intelectual e social.
Apesar dos riscos representados na gestação, alguns medicamentos se
fazem necessários nos tratamentos de algumas doenças crônicas ou intercorrentes.
Nestes casos, a falta de adesão ao tratamento devido ao receio da utilização dos
mesmos, pode resultar em riscos para a mãe e, consequentemente, para o feto
(BRASIL, 2011).
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Contudo nem todos os medicamentos representam riscos. É o caso da
suplementação de ácido fólico que se faz necessária para a prevenção dos riscos de
defeitos do tubo neural. Nesse contexto, é evidente que os medicamentos serão
utilizados de acordo com o tipo de necessidade materna, sendo mais coerente
manejar
a
terapia
medicamentosa
para
promoção
do
uso
racional
dos
medicamentos na gestação (BARBOSA et al., 2011).
Neste sentido, o risco gestacional, classificado pela Food and Drug
Administration (FDA), também adotado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA), divide os fármacos em diferentes categorias de risco para assegurar o
melhor tratamento terapêutico durante a gestação (BRASIL, 2011).
Dessa forma este trabalho teve como principal objetivo descrever os
medicamentos utilizados por gestantes que fizeram o pré-natal em serviços do
Sistema Único de Saúde (SUS) nas cidades de Santa Margarida e Sericita, Minas
Gerais, Brasil. Trabalhos como estes permitem oferecer uma oportunidade de
aconselhamento as gestantes sobre os fármacos e seus possíveis riscos.
O risco gestacional classificado pela FDA, também adotado pela ANVISA
divide os fármacos em diferentes categorias de risco:
 Categoria A: Os medicamentos não apresentaram riscos para o feto, em ensaios
clínicos comprovados.
 Categoria B: Medicamentos que não demonstraram risco fetal, em testes
realizados em animais de laboratório (sem estudos comprovados em gestantes),
mas apresentaram efeitos adversos que não foram comprovados em ensaios
clínicos realizados em gestantes.
 Categoria C: Não foram realizados ensaios clínicos em gestantes, e os estudos
demonstraram efeitos adversos ao feto, em testes com animais de laboratório.
Esses fármacos devem ser utilizados em gestantes apenas se o risco
representado ao feto ser justificado pelo benefício à mãe.
 Categoria D: Estes medicamentos apresentam riscos ao feto, mas que são
aceitáveis em relação aos benefícios necessários à mãe.
 Categoria X: Medicamentos cujo uso é contra-indicado na gravidez, pois seus
riscos superam os benefícios. Foram comprovadas anormalidades fetais em
ensaios clínicos em animais e em seres humanos (BRASIL, 2011).
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O uso de medicamentos durante a gestação, associado ao uso irracional de
medicamentos, é considerado um comportamento de risco, pois os medicamentos
apresentam toxicidade à mãe ou ao feto. Tal fato deve ser considerado um problema
de saúde pública, evidenciando a importância de estudos epidemiológicos para
alertar sobre os riscos, benefícios e do potencial teratogênico dos medicamentos
(BRUM et al., 2011).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, que, de acordo
com Gil (2008) tem como objetivo a descrição das características e fenômenos
relativos a uma determinada população ou fenômeno.
A pesquisa foi realizada no Centro Municipal de Saúde (CMS) de Santa
Margarida e na UBS Onofre Paula de Oliveira de Sericita, Minas Gerais, Brasil. A
cidade de Santa Margarida (Município A) possui 15.011 habitantes, já a cidade de
Sericita (Município B) possui 7.128 habitantes, sendo que a principal fonte de renda
é oriunda do café (IBGE, 2010). Este estudo foi composto por mulheres entre 15 e
45 anos de idade, que se encontravam entre 30 e 42 semanas de gravidez. As
gestantes foram abordadas durante as consultas de pré-natal do mês de julho de
2012 no Município A e no mês de julho de 2013 no Município B. Estas são
realizadas 2 vezes por semana nas Unidades de Saúde.
Foi utilizado um questionário estruturado como instrumento de coleta de
dados, sendo avaliados os aspectos sócio-demográficos, sócio-econômicos e os
dados relacionados à gestação e ao consumo de medicamentos.
Os medicamentos foram classificados segundo a Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais (RENAME) e quanto ao risco de uso na gravidez
conforme a FDA e a ANVISA.
A participação das gestantes foi mediante as orientações e assinatura do
termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). Os dados coletados foram
analisados no programa Microsoft Office Excel® 2007.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Agrupando-se os dados das duas regiões, um total de 40 gestantes participou
do estudo. A maior representação foi de casadas (72% no Município A e 66% no
Município B) e a faixa etária predominante foi de 20 a 29 anos (48% no Município A
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e 60% no Município B) em ambos os Municípios. Em relação ao nível de instrução,
40% das gestantes no Município A e 66% no Município B concluíram o ensino
médio, sendo que 64% e 60% das gestantes tinham trabalho remunerado nos dois
Municípios respectivamente (TABELA 1).
Tabela 1: Caracterização da população do estudo representada por gestantes atendidas nas
Unidades de Saúde em duas cidades da Zona da Mata do estado de Minas Gerais.
Características
Município A
Faixa etária
15 a 19 anos
20 a 29 anos
30 a 39 anos
40 a 45 anos
Nível de instrução
Analfabetas
Ensino fundamental
Ensino médio
Ensino incompleto
Estado conjugal
Solteiras
Casadas
União consensual
Atividade remunerada
Sim
Não
Município B
N=25
%
N=15
%
05
12
06
02
20%
48%
24%
8%
02
09
03
01
13%
60%
20%
6%
02
09
10
04
8%
36%
40%
16%
01
01
10
02
6%
6%
66%
13%
01
18
06
4%
72%
24%
1
10
04
6%
66%
26%
16
09
64%
36%
09
06
60%
40%
No Município A, em relação ao passado obstétrico, 32% das gestantes
estavam na primeira gestação, 28% na segunda, 24% na terceira e 16% na quarta
ou mais. O aborto foi referido por 41,18% das gestantes entrevistadas. O
acompanhamento pré-natal foi referido como iniciado no 1º trimestre de gestação
por 80% das gestantes e o tabagismo não foi admitido pelas gestantes durante o
período gestacional.
Já no Município B, em relação ao passado obstétrico, 54% das gestantes
estavam na primeira gestação, 34% na segunda, 6% na terceira e 6% na quarta ou
mais.
O
aborto
foi
referido
por
20%
das
gestantes
entrevistadas.
O
acompanhamento pré-natal foi referido como iniciado no 1º trimestre de gestação
por 87% das gestantes e o tabagismo foi admitido por 7% das gestantes durante o
período gestacional.
No Município A, apenas 8% das gestantes relataram ter doença crônica,
sendo que a hipertensão arterial foi referida por apenas 4% e em B, 20% das
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gestantes relataram ter hipertensão arterial. O medicamento Metildopa é um antihipertensivo
utilizado
no
tratamento
da
hipertensão
na
gravidez,
sendo
recomendado a partir da 16ª semana de gestação (SANTOS, FONSECA, 2006). A
hipertensão arterial estava sendo tratada com o medicamento Metildopa em ambos
os Municípios, estando situado na categoria B da FDA (BRASIL, 2011). Esses
valores (4% e 20%) para a utilização dessa classe farmacológica é muito superior
aos dados encontrados no estudo de Carmo e Nitrini (2004) (1,10%) e no estudo de
Mello e colaboradores (2008) (0,50%).
O sulfato ferroso é empregado na anemia por deficiência de ferro e tem sido
utilizado na gravidez, combinado ou não ao ácido fólico, parecendo prevenir a
ocorrência de diminuição de hemoglobina no parto (BRASIL, 2011). O sulfato ferroso
está situado na categoria A da FDA e seu uso foi referido por 96% das gestantes do
Município A, sendo que 45,83% referiram utilizar durante todos os trimestres
gestacionais. No Município B, um número maior de gestantes utilizou o sulfato
ferroso (100%), destas 53% fizeram uso durante todos os trimestres gestacionais. A
taxa de uso de sulfato ferroso foi de 45% no estudo de Melo e colaboradores (2008)
e de 22,30% no estudo de Carmo e Nitrini (2004).
O ácido fólico é indicado na prevenção do defeito do tubo neural na gravidez
e está situado na categoria A da FDA. Alguns estudos demonstram que o uso do
ácido fólico, antes e durante as primeiras semanas de gravidez, previnem 50% ou
mais dos defeitos do tubo neural (BRASIL, 2011). No presente estudo, apenas 8%
das gestantes do Município A referiram não utilizar o ácido fólico durante a atual
gravidez e do total de gestantes entrevistadas 26,09% utilizaram apenas no primeiro
trimestre. No Município B, 100% das gestantes utilizaram o ácido fólico, mas 33,33%
utilizou apenas no primeiro trimestre (FIGURA 1). No estudo de Guerra e
colaboradores (2008), uma porcentagem maior de gestantes (45,90%) utilizou a
substância durante o primeiro trimestre gestacional.
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Figura 1: Utilização de ácido fólico nos trimestres gestacionais, referida por gestantes atendidas nas
Unidades de Saúde em duas cidades da Zona da Mata do estado de Minas Gerais.
Município A
Município B
Trimestres
gestacionais
O analgésico e antitérmico referido como mais utilizado pelas gestantes foi o
Paracetamol, sendo que o mesmo é considerado um agente de primeira escolha,
por sua eficácia e maior segurança nas doses recomendadas. Seu uso não é restrito
às gestantes e está situado na categoria B da FDA. No estudo de Melo e
colaboradores (2009), 43,40% das gestantes utilizaram o mesmo medicamento, um
valor semelhante aos dados encontrados no Município A (44%), mas inferiores aos
do Município B (91,67%).
4% das gestantes do Município A, referiram utilizar Dipirona sódica em todos
os trimestres gestacionais, mas segundo Brasil (2011), no primeiro e terceiro
trimestre tal medicamento causa um possível fechamento prematuro de ducto
arterial e retardo do trabalho de parto, estando situada na categoria C da FDA
(MONTEIRO, 2008). No estudo de Mengue e colaboradores (2001), a dipirona
sódica foi utilizada por 11,50% das gestantes, consideravelmente um número maior
do que o presente estudo.
O estudo de Gomes e colaboradores (1999) revela que 2,70% das gestantes
utilizaram descongestionante nasal tópico, enquanto que, no presente estudo, o
descongestionante nasal utilizado foi o cloreto de sódio 0,9%, sendo que 12% das
gestantes do Município A e 16,67% das gestantes do Município B referiram seu uso
e o mesmo se encontra na categoria C de risco da FDA (BRASIL, 2011).
Segundo o estudo de Guerra e colaboradores (2008) 45,50% dos
antieméticos foram utilizados no primeiro trimestre de gestação e no presente estudo
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44% das gestantes do Município A e 41,67% das gestantes do Município B referiram
utilizar o antiemético Metoclopramida no primeiro trimestre, sendo este encontrado
na categoria B da FDA (BRASIL, 2011).
Os antibióticos pertencentes ao grupo das penicilinas são os mais indicados
na gestação por apresentarem pequeno potencial de toxicidade para a gestante e
para o feto. No estudo de Fonseca, Fonseca e Bergsten-Mendes (2002), os
antibióticos foram utilizados por 15,80% das gestantes e no estudo de Melo e
colaboradores (2009) 2,40% das gestantes utilizaram a Amoxicilina. 20% das
gestantes do Município A utilizaram o antibiótico Amoxicilina, mas no Município B
41,67% das gestantes utilizaram os antibióticos Azitromicina, Ampicilina e
Cefalexina, todos pertencentes à categoria B da FDA (BRASIL, 2011).
No estudo de Fonseca, Fonseca e Bergsten-Mendes (2002), 10,50% do total
de prescrições de anti-infecciosos foram de Miconazol, um número inferior ao
presente estudo que obteve 16% das gestantes do Município A em uso deste
medicamento. As gestantes deste estudo desenvolveram candidíase (16%) durante
o período gestacional, sendo referido por elas o uso de Miconazol durante o primeiro
e segundo trimestre gestacional, sob prescrição médica. Esse medicamento está
situado na categoria C da FDA, mas os fármacos situados nesta categoria só podem
ser utilizados em gestantes se o benefício justificar o risco representado ao feto
(BRASIL, 2011).
O anti-inflamatório Ibuprofeno foi utilizado por 8,33% das gestantes no
Município B e 16% das gestantes no Município A, sendo utilizado sob prescrição
médica durante o primeiro e segundo trimestre gestacional respectivamente. É um
número maior do que o apresentado no estudo de Mello e colaboradores (2009)
quando 1,90% das gestantes utilizaram anti-inflamatórios. Esse fármaco é indicado
no tratamento de inflamações musculoesqueléticas e está situado na categoria B da
FDA no primeiro e segundo trimestres e na categoria D no terceiro trimestre
gestacional, devido ao risco de hipertensão pulmonar fetal, baixo peso ao nascer e
alterações da coagulação (GUERRA et al., 2008).
No estudo de Gomes e colaboradores (1999), 2,30% das gestantes utilizaram
antitussígenos e no presente estudo, 16% das gestantes do Município A referiram o
uso de antitussígenos, mas não lembravam o nome do medicamento. 8% das
gestantes de ambos os Municípios relataram o uso de Dexclofeniramina para
tratamento de alergias, sendo que o mesmo está situado na categoria B da FDA
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(BRASIL, 2011). Em contrapartida, no estudo de Brum e colaboradores (2011), a
Dexclofeniramina foi utilizada pelas gestantes com frequência de 1,60% do total de
medicamentos utilizados.
A Figura 2 apresenta os medicamentos prescritos e não prescritos mais
usados pelas gestantes segundo os grupos e subgrupos farmacológicos definidos
pela RENAME. Entre os grupos farmacológicos mais utilizados por ambos os
Municípios, encontram-se o Sulfato Ferroso, o Ácido Fólico e os Analgésicos e
Antitérmicos.
Figura 2: Classes de medicamentos referidas por gestantes atendidas nas Unidades de Saúde em
duas cidades da Zona da Mata do estado de Minas Gerais.
72% das gestantes pesquisadas do Município A e 80% do Município B
declararam utilizar um ou mais medicamentos. A análise dos dados revela que o uso
de medicamentos com indicação médica foi superior ao uso sem indicação, pois, do
total de especialidades farmacêuticas, 30% foram utilizadas sem prescrição médica
em ambos os Municípios e no estudo de Gomes e colaboradores (1999) 65% das
gestantes referiram utilizar medicamentos sem indicação médica.
Em relação à classificação de risco da FDA, o Município A revelou que a
maioria dos fármacos utilizados pertencia à categoria de risco B (60%) e categoria
de risco C (30%), sendo que a categoria C é considerada perigosa por não haver
estudos controlados em humanos (BRASIL, 2011). Porém, no Município B a maior
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parte dos medicamentos utilizados pertence à categoria de risco A (54,54%) e
categoria de risco B (41,82%) (FIGURA 3).
Figura 3: Categorias de risco segundo a FDA de medicamentos referidos por gestantes atendidas nas
Unidades de Saúde em duas cidades da Zona da Mata do estado de Minas Gerais.
Analisando-se os dados das duas regiões conjuntamente, observa-se que a
grande maioria das gestantes (85%) adquiriram os medicamentos na farmácia do
SUS e 90% afirmaram terem sido orientadas sobre o risco de usar medicamentos
durante a gravidez. Já no estudo de Guerra e colaboradores (2008), 62,20% das
gestantes declararam terem sido orientadas sobre o risco do uso de medicamentos
na gravidez. Além disso, 50% das gestantes referiram que não tem o hábito de ler as
bulas dos medicamentos.
Ao se avaliar a automedicação praticada pelas gestantes do Município A
(12%) e compará-la aos achados do Município B (33%) e do estudo de Gomes e
colaboradores (1999), para gestantes da cidade de São Paulo (33,50%), pode ser
dito que houve um número menor de gestantes consumindo medicamentos sem
indicação médica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As gestantes estão sujeitas a intercorrências que necessitam de intervenções
medicamentosas, porém o uso inadequado e irracional de medicamentos expõe o
feto a riscos desnecessários. Contudo, não há como privar as gestantes dos riscos
da terapia medicamentosa, sendo mais coerente e racional manejar a terapêutica na
gravidez com muito critério, fundamentada na melhor evidência disponível e em
literatura especializada e nunca subestimar o risco ao feto.
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As gestantes devem ser conscientizadas sobre os riscos da automedicação,
mas os medicamentos necessários para a preservação da integridade da mãe nunca
devem ser evitados. Portanto, conhecendo-se o perfil dos medicamentos utilizados
na gravidez, ações educativas podem ser direcionadas ao planejamento de
intervenções às gestantes e aos profissionais de saúde, proporcionando, assim, o
uso racional de medicamentos e a segurança para a gestante e para o feto.
REFERÊNCIAS
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gestantes da cidade de Mirassol – São Paulo. Revista de Ciências Farmacêuticas
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AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE Staphylococcus aureus EM LEITOS DE UM
HOSPITAL DE UMA CIDADE DO LESTE DE MINAS GERAIS
Bruna Chaves Amorim – Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Naturais e
da Saúde. Professora Faculdade Vértice – Univértix.
Cristiane Barros da Cunha – Graduada em Farmácia. Professora Faculdade
Vértice – Univértix.
Valter Roberto Linardi – Graduado em Ciências Biológicas. Mestre em Ciências
Biológicas (Microbiologia). Doutorado em Ciência de Alimentos. Professor do Centro
Universitário de Caratinga – UNEC.
[email protected]
RESUMO
O objetivo desse trabalho foi coletar amostras em revestimentos de colchões de um
hospital de uma cidade do Leste de Minas Gerais. Para esse estudo, foram
avaliadas 108 amostras no revestimento dos colchões distribuídos em sete
diferentes setores de um hospital, com o objetivo de pesquisar a presença de
Staphylococcus aureus. Com os dados obtidos verificou-se que das 108 amostras,
78 estavam contaminadas com a bactéria. Quando se comparou leitos ocupados
com leitos não ocupados, verificou-se que dos 67 leitos ocupados, 50 estavam
contaminados com o Staphylococcus aureus.
PALAVRAS-CHAVE:
Staphylococcus
aureus;
Infecções
Hospitalares;
Contaminação Ambiental.
INTRODUÇÃO
Segundo a Portaria 2616 de 1998 do Ministério da Saúde, a infecção
hospitalar é a infecção adquirida após a admissão do paciente, e que se manifesta
durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação
ou procedimentos hospitalares (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1998).
Estas infecções geralmente são provocadas pela própria microbiota
bacteriana humana, que se desequilibra com os mecanismos de defesa
antiinfecciosos em decorrência da doença, dos procedimentos invasivos e do
contato com a flora hospitalar (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2005).
As infecções hospitalares são responsáveis pelo aumento do número da
morbidade,mortalidade,
responsáveis
também
pela
elevação
dos
custos
hospitalares, sendo um grande problema de saúde pública nos países desenvolvidos
e naqueles em desenvolvimento (BOYCE, 2001).
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Cada vez mais se tem aumentado a busca pela melhoria na qualidade nos
serviços de saúde, uma vez que, a qualidade é um requisito indispensável para a
sobrevivência econômica e, muito mais importante que isto, uma responsabilidade
ética e social (PEREIRA, 1999).
O Staphylococcus aureus é uma das causas mais comuns de infecção
hospitalar no mundo. Segundo Levy et al. (1999), no Brasil, os Staphylococcus
aureus resistentes a oxicilina (SARO) representa cerca de 26,6 a 71% das linhagens
isoladas em diversos hospitais do país. De acordo com Moreira et al. (1998), o
SARO representou aproximadamente 70% das infecções hospitalares da corrente
sanguínea. As infecções causadas por esta bactéria apresentam uma alta taxa de
morbidade e mortalidade e permanece como importante patógeno das infecções
hospitalares, sendo responsável por mais de 30% dos casos destas infecções
(MUNDIM et al., 2003).
Diante disso, faz-se necessário o estudo no intuito de estar se verificando a
presença ou não do Staphylococcus aureus em revestimentos de colchões,
avaliando o processo de limpeza e buscando maneiras de se diminuir as infecções
hospitalares.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As infecções hospitalares são responsáveis pelo aumento do número da
morbimortalidade e até mesmo dos custos hospitalares, sendo um grande problema
de saúde pública nos países desenvolvidos e naqueles em desenvolvimento
(BOYCE, 2001). Diversos são os focos de contato e transmissão, podendo estar
presente no ar, na água, nas superfícies inanimadas que cercam o paciente; ou seja,
no próprio ambiente hospitalar (ANDRADE et al., 2000).
Os próprios artigos que são utilizados nos estabelecimentos de saúde podem ser um
meio para se transmitir infecções, caso não sejam descontaminados após a
utilização (PORTARIA 2616, 1998). A descontaminação é um processo de
desinfecção prévia que objetiva reduzir os microrganismos presentes, antes de
submeter os materiais à limpeza com água e sabão, minimizando-se os riscos. A sua
finalidade é tornar os materiais médico-cirúrgicos seguros para o manuseio,
reduzindo-se a carga biológica, para que a desinfecção e a esterilização sejam mais
fáceis (SOUZA et al., 1998). Segundo Pelzcar e colaboradores (1996), estudos de
microrganismos cultivados a partir das mãos dos profissionais de saúde foram
realizados e provam que, a lavagem das mãos é um dos procedimentos mais
importantes no intuito de se prevenir infecções hospitalares. Quando se realiza tal
procedimento, pode-se reduzir a disseminação dos patógenos de um paciente a
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outro. Cada vez mais se busca um ambiente hospitalar biologicamente seguro e
confortável e, diversas atividades podem ser executadas a este favor (ANDRADE et
al., 2000).
Os Staphylococcus aureus podem causar infecções cutâneas e disseminar-se
para outros locais causando infecções graves como endocardite, osteomielite e
abscessos em diferentes tecidos (BANNERMAN, 2003). Diversas infecções
hospitalares podem ser causadas por este tipo de microrganismo, mas dentre as
mais frequentes citam-se as de sítio cirúrgico (ISC), corrente sanguínea (ICS) e
pneumonia estafilocócica (SYSTEM, 2002).
O Staphylococcus aureus é uma das causas mais comuns de infecção
hospitalar no mundo. Segundo Levy et al. (1999), no Brasil, o Staphylococcus
aureus Resistentes à Oxacilina (SARO) representa cerca de 26,6% a 71% das
cepas de Staphylococcus aureus isolados em diversos hospitais do país. De acordo
com Moreira et al. (1998), o SARO representou aproximadamente 70% das
infecções hospitalares da corrente sanguínea.
As infecções causadas por Staphylococcus aureus apresentam uma
morbimortalidade elevadas (FARIAS, et al. 1997). O Staphylococcus aureus
permanece
como
importante
patógeno
das
infecções
hospitalares,
sendo
responsável por mais de 30% dos casos destas infecções (MUNDIM et al., 2003).
Este microrganismo possui diversos tipos de toxinas proteicas que podem causar
diversos sintomas durante a infecção, podendo também danificar a membrana dos
leucócitos, eritrócitos causando hemólise (SILVA, 1999).
Staphylococcus aureus é uma bactéria, sendo um coco Gram positivo, que
cresce em cachos, suas colônias são douradas devido a formação de pigmentos
carotenóides que se formam durante o crescimento do microrganismo. É a única
espécie encontrada em seres humanos que produz a enzima coagulase, desta
forma, todas as outras espécies são Staphylococcus coagulase negativos. Sua
transmissão ocorre por contato direto indivíduo para indivíduo ou contato indireto
(MURRAY, et al. 2000).
A enzima coagulase é uma característica marcante do Staphylococcus
aureus; desta forma, o Staphylococcus aureus é também conhecido como
estafilococos coagulase positivos, sendo o patógeno mais encontrado em infecções
humanas. Já os estafilococos coagulase negativos, possuem um extenso grupo,
com cerca de 30 espécies (SILVA, 1999).
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Uma grande variedade de proteínas extracelulares e polissacarídeos constitui
o Staphylococcus aureus, estando algumas relacionadas com a virulência que causa
a doença através da produção de toxinas ou através da invasão direta e destruição
do tecido, levando à manifestações clínicas de algumas doenças estafilocócicas
(MURRAY et al., 2000).
Os Staphylococcus aureus são uma das mais resistentes bactérias não
formadoras de esporos, capazes de sobreviver em qualquer tipo de ambiente onde
se encontram seres humanos, devido à suas capacidades de sobreviver por longos
períodos em lugares secos e de altas temperaturas (60ºC), sendo relativamente
termo resistentes (SCHAECHTER et al., 2002).
O objetivo desse trabalho foi coletar amostras nos revestimentos dos
colchões em leitos previamente escolhidos, de um hospital com a importância de
obter resultados positivos referentes à presença de Staphylococcus aureus,
comparando-se a positividade das amostras após se realizar a repetição em cada
semana.
METODOLOGIA
Coleta de amostras
O experimento foi realizado em um hospital situado numa cidade do Leste de
Minas Gerais, que possui um total de 96 leitos sendo assim distribuídos:
Maternidade 17, Ambulatório 8, Clínica Médica Feminina 11, Clínica Médica
Masculina 17, Clinica Cirúrgica Feminina 10, Clínica Cirúrgica Masculina 10,
Pediatria 9, UTI e Apartamento com 8 leitos. Utilizou-se a técnica de amostragem
para um total de 82 leitos, pois foram excluídos os leitos do Ambulatório e da UTI.
Os experimentos foram realizados durante três semanas e, em cada semana
foram sorteados 18 leitos. Os leitos foram avaliados em duas repetições. A cada
semana foram considerados todos os leitos para o sorteio, não importando se este já
havia sido amostrado ou não. Desta forma, foram analisados 108 leitos.
As coletas eram feitas pela manhã, entre 8 as 11horas. A roupa de cama era
retirada e no revestimento plástico do colchão delimitava-se com uma caneta “CDmarker” a área onde se faria a coleta. Esta região correspondia a uma área de 4 cm,
ficando a 40 cm da cabeceira e 35 cm da borda lateral. Utilizou-se um gabarito de 4
cm² , feitos de papel Kraft previamente autoclavado. As repetições que correspondia
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à segunda coleta, eram feitas no mesmo local demarcado com a caneta, porém em
um dia posterior, estando os leitos ocupados ou não, ou tendo ocorrido mudança de
paciente no mesmo leito.
Identificação do Microrganismo.
Na área previamente delimitada, esfregava-se um “swab” previamente
umedecido em soro fisiológico estéril. A seguir, introduzia-se assepticamente este
“swab” no Caldo Nutritivo Tioglicolato (Biobrás). Os meios de cultura inoculados
eram encaminhados para o Laboratório de Microbiologia da UNEC onde eram
incubados em estufa bacteriológica à 37°C por 24 h. Após, os tubos eram
homogeneizados em “Vortex” e inoculados com auxilio de um “swab” em placas de
Petri contendo o meio de Agar Sal Manitol (Biobrás). As placas foram incubados à
37°C por 48h. As colônias que cresceram no meio Agar Sal Manitol circundadas por
halos amarelados foram submetidas ao teste de Catalase, utilizando-se Peróxido de
Hidrogênio e ao teste de produção de Coagulase utilizando-se o plasma de coelho
diluído (Laborclin). As colônias Catalase e Coagulase positivas foram identificadas
como Staphylococcus aureus (Gillespie, 2006).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram analisados 108 leitos nos setores: apartamento; clinica cirúrgica
masculina e feminina; clinica médica masculina e feminina, maternidade e pediatria.
Verificou-se que, 78 leitos estavam contaminados por Staphylococcus aureus e 30
não apresentaram contaminação (TABELA 1). O índice de contaminação
corresponde a 72% do total dos leitos analisados. Destes 108 leitos, 67 estavam
ocupados e 41 estavam desocupados. Dos 67 leitos ocupados; 50 apresentaram
contaminação e, em 17 leitos não se detectou a presença de Staphylococcus
aureus.
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Tabela 1 – Presença de Staphylococcus aureus nos setores analisados.
Setores
Apartamento
Clínica
Cirúrgica
(Masculina e
Feminina)
Clínica Médica
(Masculina e
Feminina)
Maternidade
Pediatria
Total
Positivo
10
9
Negativo
2
5
Total
12
14
29
13
42
16
14
78
6
4
30
22
18
108
Dos 41 leitos desocupados, 28 estavam contaminados por Staphylococcus
aureus e 13 leitos não estavam contaminados.
Os dados foram submetidos ao teste do Qui-Quadrado a 5% e foi constatado
que, não há influência estatística entre os setores analisados e, o leito estar ocupado
ou não ocupado.
Dentro dos setores Clínica Médica e Clínica Cirúrgica quanto aos gêneros
masculino e feminino foram obtidos os seguintes dados expressos na Tabela 2.
Tabela 2 – Isolamento de Staphylococcus aureus nas Clinicas Médicas e nas Clínicas Cirúrgicas.
Setor
Positivo
Negativo
Total
CCF
1
3
4
CCM
8
2
10
CMF
13
7
20
CMM
16
6
22
Total
38
18
56
Os dados analisados estatisticamente pelo teste de Qui-Quadrado a 5% de
probabilidade mostra que não houve influência estatística entre os gêneros
masculino ou feminino em estar ou não contaminada pela bactéria Staphylococcus
aureus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os elevados percentuais de culturas positivas por Staphylococcus aureus,
comprovaram a ineficácia da limpeza realizada. Embora o estudo tenha enfatizado a
presença do Staphylococcus aureus outros microrganismos foram isolados, embora
não tenham sido identificados. Não se pode deixar de considerar a realidade dos
hospitais brasileiros, que possuem alta rotatividade dos leitos com a necessidade de
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serem ocupados logo após sua vagância, e cuja limpeza de unidade não tem
merecido a atenção necessária acarretando um problema que tende a se agravar,
principalmente quando associado ao déficit da mão de obra que tem conduzido ao
decréscimo da higienização.
REFERÊNCIAS
BOYCE, J. M. MRSA patients: proven methods to treat colonization and infection:
Journal of Hospital Infection v. 48 Supp/ A: 59-S 14, aug. 2001.
DE ANDRADE, D; ANGERAMI, E. LS; PADOVANI, C. R. Condição microbiológica
dos leitos hospitalares antes e depois de sua limpeza. Rev. Saúde Pública, São
Paulo, vol. 34 n.2, Abril 2000.
LEVY, C.E.; MONTELLI A. A; FURTADO J. S. et al. Resistência a drogas em cepas
bacterianas de pacientes de serviços hospitalares: Laboratório de referência do
sistema COBA. Revista de Microbiologia. V. 22, p. 21-27, 1999.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria n. 2616. Dispõe sobre: Programa de Controle de
Infecção Hospitalar. Diário Oficial, Brasília de 12 de maio de 1998.
MOREIRA, M.; MEDEIROS, E.A. S.; PIGNATARI, A. C.C.; WEY, S.B.; CARDO, D.M.
Efeito da infecção hospitalar da corrente sanguínea por Staphylococcus aureus
resistente à oxacilina sobre a letalidade e o tempo de hospitalização. Revista da
Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 44, n. 4, out/dez. 1998.
MUNDIM, G. J., DEZENA, R. A., OLIVEIRA, A. C. S., SILVA, P. R.; CARDOSO, M.;
PEREIRA, G. A.; MORAIS, C. A.; TERRA, A . P. S. Avaliação da presença de
Staphylococcus aureus nos leitos do Centro de Terapia Intensiva do Hospital
Escola da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, em relação à posição
no colchão antes e após a limpeza. Rev. Soc. Bras. Med. Trop., 36 (6): 685-688,
2003.
PEREIRA, M. S.; PRADO, M. A.; LEÂO, A. L. M.; SOUSA, D. N. Avaliação de
Serviços de Apoio na Perspectiva do Controle de Infecção Hospitalar. Revista
Eletrônica de Enfermagem, Goiânia, vol. 1, n. 1., out/dez. 1999.
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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES DO BAIRRO BOA VISTA DA CIDADE
DE MATIPÓ (MG) QUE PROCURAM OS SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE
PARA REALIZAR O EXAME PREVENTIVO PAPANICOLAOU.
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa e Laudinei de Carvalho Gomes Graduados em Enfermagem. Pós Graduados em MBA em Gestão de Negócios e
Pessoas da Faculdade Vértice. Professores da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX.
Rosani Monteiro Dias e Tábata Horrana da Silva – Graduadas em Enfermagem.
Pós graduadas em Saúde Pública
Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em
Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. Faculdade
Vértice –UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de
Extensão na Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Fernanda Cristina Ferrari - Farmacêutica, Mestre e Doutoranda em Ciências
Farmacêuticas.
[email protected]
RESUMO
O estudo teve como objetivo identificar o perfil, a percepção e a frequência com que
as mulheres na faixa etária entre 25 e 59 anos de idade procuram os serviços
públicos de saúde para realizar o exame preventivo Papanicolaou. Foram
pesquisadas 18 mulheres durante o mês de setembro de 2013, no município de
Matipó/MG, selecionadas de forma aleatória, as quais compareceram à Unidade
Básica de Saúde (UBS) do bairro Boa Vista para realização do exame Papanicolaou.
Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário semiaberto. Os
resultados comprovaram que a maioria das entrevistadas realizam o exame
Papanicolaou uma vez ao ano, ou seja, estando dentro do intervalo preconizado
pelo Ministério da Saúde. O referido trabalho nos proporcionou conhecer a
frequência e quais sentimentos são vivenciados durante a realização do exame
Papanicolaou ou como é popularmente conhecido exame preventivo do câncer de
colo do útero.
PALAVRAS-CHAVE: Papanicolaou; Câncer; Colo de útero; Enfermagem;
INTRODUÇÃO
Sleutjes (2008), ressalva que, o útero é envolvido pelo ligamento largo, este
por sua vez, comumente possui a forma de uma pêra invertida, dividido em quatro
partes: fundo, corpo, ístmo e cérvix. O útero varia em forma, tamanho, posição e
estrutura, isso de acordo com a idade, estado de plenitude ou vacuidade da bexiga e
do reto, e sobretudo, do estado de gestação. No que se refere a sua estrutura o
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útero se divide em três camadas: interna ou endométrio; média ou miométrio e,
externa ou perimétrio.
Os programas de rastreamento têm efetividade na redução da mortalidade,
quando os exames citopatológicos forem conhecidos e aceitos pela população, uma
vez que repetidos em intervalos apropriados para detecção precoce da
doença.(BRASIL, 2002).
O câncer de colo uterino pode ser evidenciado a partir dos 20 anos de idade,
aumentando seu risco para os 29 anos e atingindo sua culminância entre os 45 e 49
anos, o que pode e muito afetar a capacidade reprodutiva feminina (BEGHINI et al,
2006).
Em contra partida o Ministério da Saúde (1988), em concordância com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), propõem a realização do exame
Papanicolaou em mulheres entre 25 e 59 anos de idade, uma vez por ano e após
dois exames anuais consecutivos negativos, este poderá ser realizado a cada três
anos.
Sendo assim o presente estudo tem como objetivo identificar o perfil
epidemiológico de mulheres do Bairro Boa Vista da cidade de Matipó (MG) que
procuram os serviços públicos de saúde para realizar o exame preventivo
Papanicolaou.
Partindo do pressuposto de que a mulher não deve ser vista apenas como um
ser fragmentado, mas de forma holística, evidenciando seu contexto cultural e social,
este estudo é de extrema relevância, para evidenciarmos o perfil, a percepção e a
participação das mulheres quanto à realização do exame Papanicolaou,e a partir daí
elaborarmos possíveis soluções para os problemas em questão.
Este estudo se constitui em uma réplica de uma pesquisa finalizada como
trabalho de conclusão de curso da graduação em Enfermagem em 2012 dos autores
e de novos colaboradores que integraram uma nova proposta. Assim, destacamos
que o instrumento de coleta de dados da primeira pesquisa foi reaplicado em outra
população a fim de que a coleta gerasse um banco de dados oferecendo
oportunidades de ampliação das pesquisas dentro desta temática. Além disso,
informamos que toda a fundamentação teórica da primeira pesquisa embasou
também esta segunda.
Em virtude da restrição ao número de páginas e atendendo às normas para a
publicação, o presente artigo necessitou de adaptação, resultando na exclusão do
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Referencial Teórico, priorizando os Resultados e Discussões, devido a uma maior
relevância dentro do contexto estudado, uma vez se tratar de um trabalho de
conclusão de curso de Pós-graduação.
METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem
quantitativa, que evidencia uma análise das vivências relatadas pelas mulheres que
realizam o exame Papanicolaou. Segundo Gil citado por Silva e Menezes (2001), a
pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população,
fenômeno ou estabelecimento de relações entre variáveis. No qual envolve o uso de
técnicas padronizadas de coletas de dados: questionário e observação sistemática.
Assume, em geral, a forma de levantamento. Os mesmos autores dão ênfase na
pesquisa de abordagem quantitativa, evidenciando que esta por sua vez tem como
característica, investigação direta, por meio de um questionário, esta serve como
meio de condução para pesquisa descritiva e exploratória.
O público alvo pesquisado foram 18 mulheres com idade entre 25 e 59 anos de
idade, ou que já tenham iniciado a vida sexual ou que já ultrapassaram a faixa etária
preconizada pelo Ministério da Saúde e que frequentam o serviço de saúde,
precisamente as Estratégias de Saúde da Família (ESF), do bairro Boa Vista, para
realizarem a coleta do exame Papanicolaou, durante o mês de setembro de 2013,
no município de Matipó/MG.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
município de Matipó está localizado em Minas Gerais, no interior da Zona da Mata,
numa área de 267 km2, possui uma população em torno de 17.639 habitantes de
acordo com Censo (2007), totalizando uma população feminina residente de
aproximadamente 5.374 habitantes Censo Demográfico (2000), com faixa etária
entre 15 a 84 anos. O índice de desenvolvimento é baixo devido ao grande número
de desemprego, uma vez que em sua maioria os cidadãos de Matipó trabalham em
serviços temporários e esporádicos.
O município de Matipó possui um total de 7 ESFs, dentre as quais todos
realizam o exame Papanicolaou, e para desenvolver nossa pesquisa foi selecionada
uma unidade na área urbana, tratando-se de uma comunidade de grande
vulnerabilidade social, definimos que a amostra coletada seria de caráter aleatória
simples, de acordo com a ordem de chegada das mulheres em horário e data préAnais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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definidas pela enfermeira da ESF para coleta do exame de Papanicolaou.
Será aplicado questionário de Merighi, Hamano e Cavalcante (2002), que foi
adaptado pelos autores dessa pesquisa. O instrumento utilizado é semiaberto,
aborda dados como: idade, situação conjugal, nível de escolaridade, ocupação,
sendo 10 (dez) perguntas com opções de múltipla escolha, das quais 5 (cinco) tem
opções de resposta pessoais.
As mulheres que serão entrevistadas deverão preencher um Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), autorizando a realização da pesquisa. A
identidade pessoal será mantida em sigilo, e a identificação será por meio de uma
numeração ordinal crescente.
Os dados abordados no questionário que antecedem às perguntas servirão de
base para traçar a faixa etária e um breve perfil social das mulheres pesquisadas.
Os dados serão trabalhados em programa Microsoft Excel e organizados em
forma de gráficos para apresentação dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Caracterização da População do Estudo
Tabela 1: Características sócio demográficas da população investigada.
Características
Números
Gênero
Feminino
18
Faixa etária
Menor que 25 anos
4
25 - 59 anos
12
Igual ou maior que 60 anos
2
Situação Conjugal
Casada
Solteira
Viúva
Outras
%
100%
22%
67%
12%
6
3
2
7
33%
17%
11%
7%
4
6
4
6
22%
33%
22%
33%
8
4
5
1
44%
22%
28%
6%
Escolaridade
Nenhum
Ensino Fundamental 1ª a 4ª
Ensino Fundamental 5ª a 8ª série
Ensino Médio
Ocupação
Lavradoras
Do lar
Aposentadas
Não se aplica
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Categorias abordadas no questionário semi-aberto.
Da realização do exame de Papanicolaou.
Nem todas as entrevistadas já haviam realizado o exame, 15 (83%) já fizeram
o exame, e 3 (17%) nunca haviam o feito. De acordo com Pimentel et al, (2011),
grande parte das mulheres deixam de comparecer ou retardam a realização do
citologia oncótica devido a falta de informação acerca da importância da realização
do exame, e ainda, se as receberam, não houve por parte das mesmas condições
de elaborá-las ou incorporá-las ao seu cotidiano de preocupações.
Seguindo essa perspectiva, Souza et al, (2008), enfatizam a existência de
idéias pré-concebidas a respeito da realização do primeiro exame, onde são
compartilhadas experiências negativas passadas por mulheres que já realizaram o
exame.
Intervalo para realização do exame.
Figura 1: intervalo na realização dos exames.
Os resultados demonstram que 44% (8) das entrevistadas realizam o exame
Papanicolaou uma vez ao ano, ou seja, estando essas mulheres dentro do intervalo
preconizado pelo Ministério da Saúde, destarte, de acordo com Davim et al, (2005),
isso pode ser justificado pela maior cobertura oferecida de forma rotineira pelas
UBS, assim oportunizando a essas mulheres maior adesão a realização do exame,
uma vez vinculadas as estas UBS’s por questões de planejamento familiar, pré-natal
e procedimentos rotineiros.
Razão pela não realização do exame.
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Figura 2: razões para não fazerem o exame.
Como podemos observar na figura 2, grande parte das mulheres não realizam
o exame Papanicolaou, por não acreditar que isso tenha algum valor, 10 (56%) das
entrevistadas alegam esquecimento, para Barbeiro et al, (2009), os problemas
enfrentado pelas mulheres para realização do exame de prevenção do câncer de
colo de útero refere-se, muita das vezes, a carência de informações corretas e uma
linguagem compatível com a do público em questão.
De acordo com Pimentel et al, (2011), dentre os motivos diversos foi destacado
pelos autores a vergonha, pelo fato das mulheres se exporem durante a realização
do exame, e ainda pela perda de domínio em relação ao seu próprio corpo,
tornando-as impotentes e desprotegidas.
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Tempo da realização do último exame.
Figura 3: último exame realizado.
Quanto à realização do último exame, 6 (33%) das entrevistadas afirmaram ter
realizado o exame num período de 6 a 12 meses, atrás e 3 (17%) há um período
superior a 24 meses. Em estudo realizado por Pimentel et al., (2011), o exame de
Papanicolaou não é realizado pelas mulheres com a periodicidade recomendada
pelo Ministério da Saúde, os mesmos destacam que a não realização do exame
preventivo de forma periódica implica na possível descoberta de estádios avançados
das lesões intraepiteliais, diminuindo em grande parte as chances de cura.
Motivo pelo qual é feita a realização do exame Papanicolaou.
Das entrevistadas 15 (83%) declaram possuir algum conhecimento sobre a
importância da realização do exame e 3 (17%), afirmam desconhecer qualquer
motivo acerca da realização da citologia oncótica.
Destarte, Davim et al, (2005), para os autores, a dificuldade de acesso ao
serviço de saúde para realizar o exame de Papanicolaou, atribui-se a campanhas de
prevenção e ou detecção mal sucedidas, e ainda, pelo desconhecimento sobre o
câncer ginecológico acrescido de tabus e ideias sobre a mulher.
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Razões para realização do exame.
Figura 4: razões para realizar o exame.
Dentre as razões para a realização do exame 7 (39%) das entrevistadas
afirmaram realizar o exame para cuidar da saúde e 6 (33%) por prevenção. Segundo
estudo realizado por Darvim et a., (2008), das 150 mulheres entrevistadas,
87
(58%) referem que o exame de Papanicolaou é capaz de prevenir contra a formação
do câncer e também indicar o tratamento adequado. E ainda os mesmos autores,
revelam que a literatura demonstra a percepção das mulheres quanto à finalidade do
exame de Papanicolaou, seja apenas como um instrumento de detecção de
afecções ginecológicas, e não como um método de rastreamento da doença,
devendo ser também realizado pelas assintomáticas.
Acesso às informações antes da realização do exame.
Das entrevistadas 1 (6%) nunca obtiveram nenhum tipo de informação sobre o
exame de Papanicolaou, enquanto 17 (94%) tiveram informações acerca do exame.
De acordo com Pimentel et al, (2011), muitas vezes a população desconhece
seus direitos e não tem coragem de perguntar ao profissional que lhe presta o
atendimento detalhes da consulta e do procedimento realizado, porém há um déficit
considerável de profissionais incapazes de oferecer algum tipo de informação para
realizar o exame.
3.2.8. Local de recebimento da informação.
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Figura 5: acesso a Informações sobre o exame.
O local de acesso à informações sobre o exame papanicolaou que apresentou
maior ocorrência foi através do ginecologista 4 (22%) e de outras fontes como por
exemplo, familiares, enquanto que os enfermeiros da ESF aparecem com 3 (17%).
De acordo com um estudo realizado por Barbeiro et al, (2009), quando os
autores questionaram as mulheres com que profissional de saúde preferem realizar
o exame Papanicolaou, 35 (76%) das 46 mulheres entrevistadas, informaram que
preferem realizar e conversar acerca do Papanicolaou com o médico, pois acreditam
que este profissional está mais habilitado a prestar orientações bem como realizar o
exame, e ainda se sentem mais seguras para realizar o mesmo.
Já para Neves, Freitas e Soares (2007), as mulheres buscam informações
acerca do exame com pessoas mais próximas (amigas, no trabalho, parentes,
empregadoras, ou até mesmo um esforço autodidata), porém na maioria das vezes
essas informações são incorretas.
Significados para as mulheres na realização do Papanicolaou.
Figura 6: significado do exame.
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O exame de papanicolaou ressaltamos com significado para as entrevistadas
de 5 (28%) descobrir cedo a doença, enquanto que na mesma posição 4 (22%)
obrigação e evitar o câncer.
Para os autores Neves, Freitas e Soares (2007), de acordo com Lopes (1996),
o exame Papanicolaou é considerado importante e necessário para diagnóstico, pois
a prevenção envolve a compreensão daquilo que pode surgir como problema
ginecológico e não simplesmente como doença grave e fatal. Assim sendo, as
mulheres consideram a realização do exame de Papanicolaou de maneira
consciente ou inconsciente para evitar futuros agravos.
Sentimentos evidenciados pelas mulheres durante a realização do exame.
Figura 7: sentimento ao submeter ao exame.
Dentre todos os sentimentos apontados, destacamos a vergonha citada por 5
(28%) e vários sentimentos juntos, 8 (44%) dentre eles: desconforto, vergonha,
medo e ansiedade.
Estudos realizados por Souza et al, (2008), demonstram que a vergonha está
relacionada ao fato da mulher expor a intimidade de seu corpo para um profissional
como sendo a maior causa mencionada, e ainda a tensão manifestada interfere na
realização do exame principalmente na contratilidade da musculatura pélvica e
vaginal que dificulta a introdução do espéculo, provocando desconforto e dor, ou
seja sentimentos desencadeados devido ao processo de ansiedade apresentado.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O referido trabalho nos proporcionou conhecer quais sentimentos são
vivenciados pelas mulheres durante a realização do exame Papanicolaou ou como é
popularmente conhecido exame preventivo do câncer de colo do útero. E por meio
do perfil das entrevistadas, evidenciamos qual é a frequência destas mulheres para
realização do referido exame, como podemos evidenciar na discussão dos dados
que grande parte destas mulheres estão realizando o exame dentro da faixa etária
estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Diante disso segundo Cruz e Loureiro (2008), o câncer do colo do útero,
quando detectado e tratado em fase inicial ou em fases precursoras, pode chegar a
um índice de 100% de cura e, ainda pode ter suas estatísticas de mortalidade
reduzidas em 80%, se existir um programa de rastreamento e preventivo de forma
efetiva e eficaz. Para isso é de extrema importância que os profissionais de saúde
atuantes em UBS’s em especial o enfermeiro estabeleça um vínculo cada vez maior
com essas mulheres, pautados na ética e princípios que regem a profissão.
Para que cada vez mais mulheres busquem realizar este exame, segundo
Ferreira (2009), é de suma importância que os profissionais da saúde atuem de
forma diferenciada, respeitando, a privacidade, e no que tange ao direito das
mulheres em conversar acerca do câncer de colo uterino, de forma que as mesmas
compreendam o que é falado, ou seja, com linguagem adequada para esse público.
Destarte, propomos fornecer informações, discussão, diálogo, acerca do
exame, baseado em ações de cunho educativo. Atender essas mulheres com maior
sensibilidade e compreensão diminui muito os sentimentos evidenciados neste
estudo, enfatizar a humanização no acolhimento a essas mulheres tem efeito
positivo neste processo, diminuir os obstáculos entre profissional/usuária, todas
essas medidas contribui para adesão das mulheres ao exame.
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INFECÇÃO URINÁRIA: PERCEPÇÃO DAS MULHERES SOBRE CAUSAS E
PREVENÇÃO
Daniela Carvalho Oliveira, Fabiana Barbosa Cassiano, Pricila Janaína Rocha,
Josiane Teixeira Basílio Cerqueira – Acadêmicas do curso de Enfermagem – Faculdade
Vértice-UNIVÉRTIX.
Rodrigo Ataíde dos Santos – Graduado em Enfermagem, Mestre em Biologia Celular e
Estrutural. Professor da Faculdade Vértice-UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
A infecção do trato urinário (ITU) ocorre com maior frequência no sexo feminino,
apresentando incidências que aumentam na fase adulta. Está relacionada com higiene
inadequada, atividade sexual, gestação e menopausa. No sexo feminino, além da uretra
mais curta, há também, maior proximidade do ânus com a uretra e o vestíbulo vaginal,
possibilitando a colonização destes por enterobactérias que, habitualmente, causam ITU.
O objetivo deste trabalho foi investigar o conhecimento das mulheres sobre as causas e
medidas de prevenção de ITU. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, na qual para seu
desenvolvimento, entrevistou-se 50 mulheres na faixa etária entre 25 a 50 anos do
município de Matipó, localizado na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. Observouse a prevalência de 86% de ITU das entrevistadas, sendo 75% dos casos acometidos
durante a gravidez e 88% do grupo desconhecia as causas e os modos de prevenção de
infecção do trato urinário.
PALAVRAS-CHAVE: Infecção do trato urinário; fatores de risco; profilaxia.
INTRODUÇÃO
A infecção do trato urinário (ITU) consiste numa afecção muito comum e está
relacionada em grande parte com processos infecciosos, comunitários e hospitalares.
Caracteriza-se
pelo
aumento
desordenado
da
proliferação
de
microrganismos,
principalmente bactérias, nas vias urinárias: bexiga, sistema coletor e rins (NETO, 2003).
Anualmente, cerca de 5% a 12% das consultas urológicas ambulatoriais têm
relação com a infecção urinária. Ocorre com maior frequência em crianças do sexo
feminino a partir dos 6 anos de idade, em mulheres jovens e aumento da incidência na
fase adulta (KOCH, 2009).
Ao longo da vida 80% das mulheres são acometidas por infecção urinaria, dessas
30% apresentam episódios de repetição (VARELA, 2014).
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As ITU podem atingir a bexiga e provocar cistite ou atingir o trato urinário superior e
provocar pielonefrite. A última, ao contrário da primeira, é mais complicada, e está
comumente associada com a presença de cálculos renais (FILHO, 2010).
O levantamento de dados é o alicerce no qual fundamenta o cuidado de
enfermagem. Mulheres com cistite não complicada, podem ter o diagnóstico através do
exame físico e pela avaliação de sinais e sintomas, o que não exclui a realização de
exames laboratoriais quando o médico julgar necessário (NICOLAU,2008).
Dentre os fatores de risco, estão mais suscetíveis à ITU pacientes com vida sexual
ativa, em uso de espermicida, grávidas e diabéticos (CHEDID, 2009).
Diante das altas taxas de incidência e prevalência de ITU observadas no Brasil, é de
suma importância que os profissionais de saúde, dentre eles enfermeiros, estejam atentos
para essa realidade, pois a morbidade por tal afecção pode ser reflexo de ações e
políticas de prevenção deficitárias, bem como a falta de conhecimento das medidas de
prevenção por parte da população feminina.
Sensibilizados com o tema, formulamos o seguinte objetivo: investigar o
conhecimento das mulheres sobre as causas e medidas de prevenção de infecção do
trato urinário.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A infecção do trato urinário (ITU) é uma afecção muito comum, tanto no ambiente
hospitalar, quanto na comunidade, caracterizando um processo infeccioso comunitário,
que se inicia quando microrganismos se instalam na bexiga, próstata, sistema coletor ou
rins, podendo ser causadas por fungos, vírus ou bactérias (NETO, 2003).
Conforme Neto (2003), o agente bacteriano mais comum associado à infecção
urinária assintomática é a Escherichia coli, que corresponde a mais de 85% dos casos de
infecções comunitárias e prevalecem em crianças e mulheres jovens. Destacam-se ainda
outras espécies de bactérias tais como Staphylococcus saprophyticus, Proteus sp,
Klebsiella sp, Pseudomonas sp e Serratia sp.
Grupos importantes de bactérias que causam ITU são gram-negativos, destacandose as enterobactérias das espécies Enterobacter sp e Enterococcus sp (WINBERG,
1973).
Existem fatores importantes, que corroboram para desencadear o processo
infeccioso de uma ITU, tais como: gestação, inicio de atividade sexual, uso de
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contraceptivos
e
espermicidas,
anatomia
pélvica
relacionada
com
a
distância
significativamente menor entre ânus e uretra e Diabetes Mellitus (HEILBERG, 2009).
Transformações anatômicas durante o período gestacional são fatores favoráveis às
ITU. Dentre elas, a dilatação da pelve renal e ureteres, redução da capacidade renal em
concentrar a urina, além do pH alcalino, favorecem o crescimento bacteriano
(BAUMGARTENA , 2011).
Dentre os meios de profilaxia, podemos citar a troca de contraceptivos, maior
ingesta hídrica, micção pós-coital e quimioprofilaxia contínua (NETO, 2003).
Conforme Neto (2003), sua incidência é variável. No inicio da vida é mais comum em
crianças do sexo masculino devido a má-formação congênita. Mais tarde, a incidência
torna-se maior no sexo feminino, sendo que na idade pré-escolar, é 10 a 20 vezes maior
em meninas.
Em adultos do sexo masculino a incidência é maior quando submetidos ao
cateterismo vesical e hiperplasia de próstata. Em homossexuais, a incidência de ITU se
dá pela prática de sexo anal, que favorece a disseminação de enterobactérias na região
perianal, associada com a falta de higiene (RODRIGUES, 2010).
A escolha da antibioticoterapia é de suma importância no tratamento da ITU, com
prescrições médicas de drogas que atuem diretamente no agente da infecção urinária,
interferindo o mínimo possível em outros locais do organismo e, portanto, preservando a
flora intestinal e as defesas do paciente. Além disso, o uso indiscriminado de antibióticos
de amplo espectro também pode selecionar bactérias mais virulentas, aumentando o risco
de dano renal (RODRIGUES, 2010)
Muitas vezes a terapêutica iniciada é interrompida, agravando ainda mais o quadro
clínico, podendo ocorrer disseminação da Escherichia coli para a corrente sanguínea,
provocando choque séptico e até mesmo o óbito (NETO, 2003)
Conforme Winberg (1973), a sintomatologia provocada depende muito do
desenvolvimento da doença e o tratamento difere-se de acordo com sua gravidade.
METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de uma pesquisa quantitativa, no qual para seu
desenvolvimento entrevistou-se 50 mulheres na faixa etária entre 25 a 50 anos do
município de Matipó, localizado na Zona da Mata do Estado de Minas Gerais. As
entrevistadas estão cadastradas no Programa de Saúde da Família, localizado na
Policlínica Central, onde aplicou-se questionário estruturado do tipo fechado com 17
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perguntas, individual e consensual, de tal forma que a entrevistada poderia desistir a
qualquer momento de participar da pesquisa. O trabalho foi realizado conforme a
resolução de nº 466, de 12 de dezembro de 2012, no uso de suas competências
regimentais e atribuições conferidas pela Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela
Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, e considerando o respeito pela dignidade
humana e pela especial proteção devida aos participantes das pesquisas científicas
envolvendo seres humanos.
Tal método permitiu avaliar o conhecimento das mulheres sobre a ITU, bem como
sintetizar as evidências disponíveis sobre a frequência, causas, medidas de prevenção,
sintomas e dificuldades nas relações sexuais com o parceiro.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Incidência de ITU
Das 50 mulheres entrevistadas 43 (86%) relataram ter tido infecção urinária em
algum período de suas vidas (FIGURA 1). Essa incidência se dá pelos seguintes fatores:
gravidez, onde há uma diminuição das defesas da mulher, além disso, durante a gestação
há um aumento da progesterona, o que causa um relaxamento maior da bexiga e
favorece a estase urinária. Bactérias da espécie Escherichia coli
têm maior
representatividade na incidência, sendo responsáveis por mais de 85% das causas de
ITU.
Ao término da entrevista notamos que 75% das mulheres tiveram infecções urinárias
durante a gravidez, e que isso constitui um problema comum no período gestacional,
sendo que esse problema associa-se com os piores prognósticos maternos e perinatais
(CUNHA et al., 2002). Sendo assim, das 43 que relataram terem tido infecção urinária, 32
delas apresentaram ITU na gestação (FIGURA 1).
Segundo Duarte et al. (2008), as mudanças anatômicas e fisiológicas impostas ao
trato urinário pela gravidez, predispõem à infecções urinárias, tornando-se mais evidentes
no segundo e principalmente no terceiro trimestre.
O risco de infecção urinária sintomática aumenta com a idade gestacional (CUNHA
et al., 2002).
Conforme Neto (2003), cerca de 90% dos casos de ITU são causados por
enterobactérias, sendo que 85 a 90% dessas infecções o agente mais frequente é a
Escherichia coli.
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Sintomas
Os sintomas que foram relatados pelas entrevistadas foram: sensação de
queimação ao urinar, pouca urina em intervalos curtos e urgência em urinar. Do grupo, 31
relataram ter adquirido 2 ou 3 episódios de infecção urinária no período de um ano.
Segundo Rodrigues (2010), a ITU de repetição é frequente em pacientes do sexo
feminino, com investigação do trato urinário sem anormalidades. Tais pacientes
apresentam maior vulnerabilidade à colonização vaginal, mesmo em períodos
assintomáticos.
É necessário que, ao perceber esses sinais, a mulher procure um urologista para ter
diagnóstico adequado, pois para a infecção urinária de repetição há tratamento eficaz.
Quando a infecção urinária não é tratada corretamente, as bactérias podem subir para os
rins e podem gerar várias complicações como infecção generalizada, que pode levar a
óbito.
Profilaxia x tratamento
Das mulheres entrevistadas, 88% relataram não saberem sobre os meios de
prevenção e sobre as causas de contaminação. Segundo elas, nunca tiveram nenhuma
informação de como se prevenir ou de como minimizar os riscos potenciais para
adquirirem infecção urinária. Sobre o tratamento, 39 mulheres, (78%) conseguiram
eliminar a ITU com o tratamento farmacológico administrado e 22% disseram não ter
efeito positivo (FIGURA 1).
Segundo algumas mulheres, o tratamento realizado foi com antibiótico mediante a
prescrição do médico, já outras disseram não terem tido tratamento medicamentoso,
utilizando-se de automedicação, fazendo uso de chás de ervas do conhecimento popular.
O tratamento deve ser feito de acordo com a localização e presença de fatores
complicantes, estratégias envolvendo diferentes esquemas terapêuticos de acordo com
grupos específicos de pacientes com ITU maximizam os benefícios terapêuticos, além de
reduzir os custos e as incidências de efeitos adversos (CUNHA et al., 2002).
A eficácia ótima das drogas ocorre no período pós-miccional. A concentração
urinária dos antibióticos refletem os presentes na medula renal, sendo portanto, melhores
guias de eficácia do que as concentrações séricas, exceto quando da presença de
insuficiência renal. As concentrações renais das drogas por sua vez, dependem do
mecanismo de excreção renal, fluxo urinário, pH e função renal. Abscessos tendem a ter
pH e pO2 reduzidos, e a penetração antimicrobiana em cistos também é precária
(RODRIGUES, 2010)
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De acordo com Rodrigues (2010), as drogas mais utilizadas para fins profiláticos são
a Nitrofurantoína (100mg/dia) e Sulfametoxazol-trimetoprim (480mg/dia). A dose sugerida
é de um comprimento a noite ao deitar, pois o clareamento bacteriano é menor durante o
dia, ou então 3 vezes por semana durante 3 a 6 meses. Quando a ITU está relacionada
com a atividade sexual, pode-se prescrever um comprimido após cada relação. Algumas
recomendações para o manuseio não medicamentoso de pacientes com ITU incluem:
aumento de ingestão de líquidos, urinar em intervalos de 2 a 3 horas, urinar sempre antes
ou após coito, evitar o uso de diafragma ou preservativo associados com espermicida,
para não alterar o pH vaginal.
1. Desconhecem as causas e formas de prevenção. 2. Prevalência de ITU. 3. Eficácia do
tratamento medicamentoso. 4. ITU durante a gravidez.
Figura 1. Percentuais relacionados com a prevalência, gravidez e conhecimento sobre
causas e modos de prevenção de infecção do trato urinário (ITU).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, procuramos destacar a incidência, sintomas, tratamento e prevenção
da infecção do trato urinário, em mulheres acima de 25 anos e que já tiveram ou não
infecção e também em gestantes. Observamos que nessa faixa etária a bactéria E. coli é
um agente habitual de ITU. Recomenda-se que as gestantes portadoras de ITU sejam
tratadas com antibióticos e, em casos de ITU de repetição, mantidas com quimioprofilaxia,
diminuindo os riscos de complicações materno-fetais.
Não existe nenhuma prevenção específica para a ITU, contudo, podem ser tomadas
algumas precauções mediantes algumas situações como, infecções recorrentes que
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fazem profilaxia prolongada com antibióticos específicos. Com relação às mulheres,
alguns cuidados são sugeridos para evitar uma futura infecção ou até mesmo uma
infecção reincidente: beber bastante água, urinar sempre que sentir necessidade, fazer
higienização da genitália no sentido antero-posterior, evitando contaminação fecal
e
limpar a área antes da relação sexual. É importante evidenciar que as infecções do trato
urinário não são doenças irrelevantes e que apresentam significado clínico importante.
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ginecologia
com
prostitutas.
Disponível
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
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PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES CADASTRADOS NO PROGRAMA
HIPERDIA DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMILIA DO BAIRRO BOA VISTA –
MATIPÓ/MG
Jéssica Monteiro Rodrigues- Graduanda em Enfermagem, Bolsista da FAPEMIG.
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em
Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem.
[email protected]
RESUMO
O estudo teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico de pacientes
cadastrados no programa HIPERDIA de uma Estratégia de Saúde da Família.
Coletaram-se informações relativas à adesão ou não do tratamento e conhecimentos
dos pacientes em relação aos fatores que dificultam e/ou favorecem o tratamento
correto, tanto para a Hipertensão Arterial quanto para Diabetes Mellitus. A utilização
de medicamentos e ainda a prática de atividades física, como contribuinte para uma
resposta positiva ao tratamento. O trabalho mostrou a importância de informações
ao grupo de pacientes atendidos pelo HIPERDIA, onde o enfermeiro realiza ações
de prevenção e promoção à qualidade de vida dessas pessoas.
PALAVRAS-CHAVE: Perfil epidemiológico; Diabetes Mellitus; Hipertensão Arterial;
HIPERDIA.
INTRODUÇÃO
A situação da saúde, atualmente, no Brasil e em Minas Gerais, é determinada
por dois fatores importantes. A cada ano acrescentam-se 200 mil pessoas maiores
de 60 anos à população brasileira, gerando uma demanda importante para o sistema
de saúde, ou seja, o envelhecimento populacional está diretamente ligado ao
aparecimento de doenças crônicas e várias outras morbidades (MINISTÉRIO DA
SAÚDE, 2005).
Somando-se a isso, o cenário epidemiológico brasileiro mostra uma transição:
as doenças infecciosas que respondiam por 46% das mortes em 1930, em 2003
foram responsáveis por apenas 5% da mortalidade, dando lugar às doenças
cardiovasculares, aos cânceres e aos acidentes e à violência. Segundo a
Organização Mundial de Saúde, até o ano de 2020, as condições crônicas serão
responsáveis por 60% da carga global de doença nos países em desenvolvimento
(SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE, 2006).
O impacto causado por patologias crônicas é preocupante. Para a análise do
componente de morbidade, o mesmo Estudo de Carga de Doenças de Minas Gerais
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(FIOCRUZ, 2011) para o ano de 2005 mostra que mais de 3/4 da carga de doenças
no Estado (medidas em DALY – anos de vida perdidos por incapacidade) eram pelo
Grupo das doenças não transmissíveis (Grande Grupo II), o qual é fortemente
influenciado pela hipertensão e pelo diabetes (ALVES JÚNIOR, 2011).
Estima-se que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) afete 20% da população
adulta em Minas Gerais; destes 25% apresentam alto grau de risco cardiovascular,
segundo estratificação de risco utilizada pela Secretaria de Estado de Saúde de
Minas Gerais (SES/MG). Em nível nacional, considera-se que 40% das mortes por
acidente vascular cerebral (AVC) e 25% das mortes por doença arterial coronariana
sejam determinadas pela HAS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).
Já o Diabetes Mellitus (DM) é considerado pela Organização Mundial de Saúde
(OMS) a epidemia mundial do século XXI. Atualmente a OMS estima que 346
milhões de pessoas sejam diabéticas; em 2030, espera-se que as mortes por essa
condição crônica dobrem em relação a 2005. Influenciada por fatores globais, tais
como o envelhecimento da população e a prática de hábitos de vida não saudáveis,
a SES/MG já trabalha oficialmente com a estimativa de que 10% dos adultos
mineiros sejam diabéticos (ALVES JÚNIOR, 2011). Já o número estimado de
indivíduos com HAS no Brasil é de, aproximadamente, 18 milhões sendo que
apenas 30% dos casos estão controlados (MIRANZI et al., 2008).
Contudo em 2002, através do Plano Nacional de Reorganização da Atenção à
Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus do Ministério da Saúde, foi criado o
Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos, o
HIPERDIA.
Neste contexto, o presente estudo objetiva descrever o perfil epidemiológico, e
os fatores associados à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e ao Diabetes Mellitus
(DM) na população cadastrada no programa HIPERDIA da Estratégia de Saúde da
Família (ESF) do Bairro Boa Vista da cidade de Matipó/MG.
Como o Bairro Boa Vista é muito populoso e o grupo de hipertensos e
diabéticos é muito expressivo, faz-se necessários estudos como este para traçar o
perfil epidemiológico da população e definir estratégias para lidar com esses
pacientes. Contribuindo assim para uma conscientização dos pacientes com HAS e
DM e suas famílias sobre a necessidade dos cuidados e controle relacionados à
doença, consequentemente melhorando a expectativa e a qualidade de vida da
população com hipertensão e diabetes.
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REFERENCIAL TEÓRICO
Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus
Os fatores responsáveis pelo aumento da incidência e prevalência de doenças
crônicas incluem o envelhecimento populacional, a urbanização crescente e a
adoção de estilos de vida pouco saudáveis: como a dieta inadequada, a obesidade e
o sedentarismo (BRASIL, 2006). Estudos realizados no Brasil demonstraram que
pelo menos 85% dos idosos apresentam pelo menos uma doença crônica e que
cerca de 10% deles tem cinco doenças ou mais (SILVETRE e COSTA, 2003).
Entre as doenças crônicas, as mais diagnosticadas são a Hipertensão Arterial
Sistêmica (HAS) e o Diabetes Mellitus (DM), doenças que atualmente são
consideradas um problema de saúde pública.
Segundo Amadeo, (2010) a HAS é uma doença crônica degenerativa de
etiologia multifatorial que compromete os vasos do organismo, determinando
alterações no tônus vasomotor e favorecendo a vasoconstrição, aumentando a
Pressão Arterial (PA).
O número estimado de indivíduos com HAS no Brasil é de, aproximadamente,
18 milhões, sendo que apenas 30% dos casos estão controlados (MIRANZI et al.,
2008). Entre os hipertensos, 6% a 8% são crianças, 20% adultos e 65% idosos
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009; SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE, 2010).
No ano de 2003, 27,4% dos óbitos ocorridos no Brasil, foram decorrentes de
doenças cardiovasculares e a principal causa de morte em todas as regiões do país
foi devido ao acidente vascular cerebral (AVC) (V DIRETRIZES BRASILEIRA DE
HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2007).Como as doenças do aparelho circulatório são o
primeiro grupo de causa de óbitos (aproximadamente 1/3) e o segundo em relação
às internações, torna-se necessária a implementação de medidas efetivas para o
controle da HAS (SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE, 2010).
Portanto, por se tratar de uma doença crônica bastante comum e devido às
altas taxas de morbimortalidade associadas e ao comprometimento da qualidade de
vida, a HAS é um grave problema de saúde pública.
Outra patologia que tem tratamento, porém não é passível de cura é o Diabetes
Mellitus (DM), um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia resultante da
falta de insulina, falta do efeito da insulina, ou ambos. Esse distúrbio é considerado
uma importante causa de morbimortalidade no Brasil e também fator contribuinte em
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cerca de 50% dos infartos do miocárdio e em cerca de 75% dos Acidentes
Vasculares Encefálicos (AVE), podendo causar insuficiência
renal e doença
vascular periférica, além de ser a principal causa de cegueira evitável (SOUZA,
2011).
O DM é considerado uma epidemia mundial, sendo um grande desafio para os
sistemas de saúde (BRASIL, 2006). Pelo número de pessoas afetadas e pelas
implicações econômicas envolvidas no seu controle e tratamento, a DM constitui
grave problema de saúde pública em todo o mundo (AGUIAR, 2008).
Foi consenso, por longo período, a noção de que o impacto das doenças em
termos de saúde pública fosse medido pelos índices de mortalidade. Entretanto, nas
patologias crônicas, outras perspectivas de avaliação dos resultados estão sendo
pesquisadas, levando-se em conta não somente a dimensão médica de redução da
morbimortalidade, mas também a Qualidade de Vida (QV) desses pacientes
(FAVARATO et al., 2006).
Especificamente na área da saúde, houve uma necessidade de se diferenciar o
conceito de qualidade de vida, devido à demanda de estudos destinados às
patologias crônicas. Porém, Segre e Ferraz (1997), Fleck et al. (1999), Paschoal
(2000), Minayo et al. (2000), entre outros pesquisadores dos indicadores de
qualidade de vida, fazem diversas críticas sobre este conceito de saúde,
considerando ora utópico, ora reducionista, porém útil como norteador na busca de
esforços para a construção e a implementação de uma boa qualidade de vida.
Ainda que cause controvérsias ou apresente alguma inadequação a algumas
situações específicas, o conceito de qualidade de vida da OMS é o mais aceito e
utilizado pela comunidade científica. O grupo de especialistas dessa Organização
Mundial definiu que a “Qualidade de Vida é a percepção do indivíduo acerca de sua
posição na vida, de acordo com o contexto cultural e os sistemas de valores nos
quais vive e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”.
(THE WHOQOL GROUP,1995,P.3)
Por tanto, a utilização de instrumentos de avaliação da QV permitem a
avaliação mais objetiva e clara do impacto global das doenças crônicas, como o DM
e HAS na vida dos pacientes. Tal avaliação tem a vantagem de incluir aspectos
subjetivos geralmente não abordados por outros critérios de avaliação (SANTOS et
al., 2006).
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Entre estes aspectos subjetivos da qualidade de vida, faz-se pertinente a
abordagem do conceito de modo de vida e seus detalhamentos.Conforme Paim
(1995), em discussão sobre estudos de condição de vida e saúde, o modo de vida é
construído na medida em que um indivíduo se submete às formas de inserção num
espaço ocupacional disponível e, ao ser absorvido por ele, vende ou troca sua força
de trabalho por certa remuneração. O autor decompõe o modo de vida em:
condições de vida e estilo de vida. Para ele, o primeiro depende diretamente das
condições de renda e indiretamente das políticas públicas que favorecem ou não a
distribuição de bens de consumo coletivo; e estilo de vida se refere a um conjunto de
comportamentos, hábitos e atitudes que não necessariamente corresponde ao modo
de vida. Paschoal (2000) concorda com as definições anteriores e acrescenta que o
nível de vida é um indicador de qualidade de vida que agrega as dimensões sociais
e econômicas. Esse é um conceito constituinte do termo qualidade de vida, já que o
nível de vida depende primordialmente de definições e perspectivas políticas. As
condições de vida são também um indicador de qualidade de vida que inclui o
conceito de nível de vida, uma vez que considera as suas dimensões associadas às
questões psicológicas.
Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos –
HIPERDIA
O Ministério da Saúde (MS), na tentativa de amenizar o problema, utiliza
algumas estratégias que visam minimizar a morbimortalidade associada à HAS e o
DM, dentre elas a Estratégia Saúde da Família (ESF) realiza importante papel na
organização da assistência primária.
Uma destas estratégias utilizadas pela ESF é o programa HIPERDIA, um
Sistema de Cadastramento e Acompanhamento de Hipertensos e Diabéticos
captados no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à HAS e ao DM, em
todas as unidades ambulatoriais do Sistema Único de Saúde, com objetivo de gerar
informações para os gerentes locais, gestores das secretarias municipais, estaduais
e Ministério da Saúde (ALVES JUNIOR, 2011).
De acordo RESOLUÇÃO SES Nº 2.606, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2010, o
Programa HIPERDIA tem como missão coordenar a estruturação da Rede de
Atenção à Saúde da população portadora de Hipertensão Arterial, Doenças
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Cardiovasculares, Diabetes Mellitus e Doença Renal Crônica em Minas Gerais, por
meio de sistema regionalizado e integrado de ações em saúde.
A mesma resolução citada acima trata dos objetivos do HIPERDIA que são: (i)
Formular, regular e fomentar ações voltadas para redução dos fatores de risco para
o desenvolvimento da Hipertensão Arterial, Doenças Cardiovasculares, Diabetes
Mellitus e Doença Renal Crônica. (ii) Melhorar a qualidade de vida e ampliar a
longevidade da população, por meio de intervenções capazes de diminuir a
morbimortalidade por Hipertensão Arterial, Doenças Cardiovasculares, Diabetes
Mellitus e Doença Renal Crônica. (iii) Qualificar os profissionais da rede pública de
atenção à saúde para ofertar atenção integral aos portadores de Hipertensão
Arterial, Doenças Cardiovasculares, Diabetes Mellitus e Doença Renal Crônica.
O HIPERDIA permite além do cadastramento do paciente o recebimento dos
medicamentos prescritos, ao mesmo tempo em que em médio prazo, pode definir o
perfil
epidemiológico
da
população
atendida,
e
possibilitar
consequente
desencadeamento de estratégias de saúde pública que levarão à modificação do
quadro atual, melhorando a qualidade de vida dessas pessoas e reduzindo o custo
social relacionado (ALVES JUNIOR, 2011).
Neste contexto, pode-se afirmar que a principal estratégia para o tratamento da
HAS e o DM é o processo de educação por meio do qual a aquisição do
conhecimento permitirá mudanças de comportamento tanto em relação às doenças
quanto em relação aos fatores de risco cardiovascular.
Segundo Candeias 1997, educação em saúde são quaisquer combinações de
experiências de aprendizagem delineadas com vistas a facilitar ações voluntárias
conducentes à saúde.
Pressupõe-se então que a principal meta do aprendizado é treinar os
diabéticos e hipertensos a fazer decisões efetivas em seu autocuidado, tornando-se,
por assim dizer, um gerente de seu próprio tratamento, utilizando o sistema de
saúde como uma ferramenta para seu controle (LEITE et al., 2008).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo do tipo descritivo com abordagem quantitativa. Segundo
Gressler (2004), a pesquisa descritiva é utilizada para descrever certos fenômenos
existentes, situações e eventos presentes, identificando problemas e justificando
condições a fim de comparar e avaliar o que os outros estão desenvolvendo em
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situações para futuros planos e decisões e de acordo com Gil (2006) a pesquisa de
abordagem quantitativa, tem como objetivo a descrição das características e
fenômenos relativos a uma determinada população, ou fenômeno. Uma das
características dessa modalidade está na utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados.
O estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Município
de Matipó cuja estimativa populacional é de 17.639 habitantes em 2010, com uma
área de 266,990 Km², sendo a principal atividade econômica a agrícola (colheita de
café) (IBGE, 2010).
O município conta com 7(sete) UBS para o atendimento populacional, porém a
UBS que fez parte da pesquisa foi a Estratégia de Saúde da Família (ESF) do bairro
Boa Vista. O Boa Vista é um bairro em situação de vulnerabilidade social, que
abrange 1/3 da população do referido Município, que de maio a setembro se
dedicam à colheita de café nas lavouras de Matipó e da região, vivendo
praticamente o ano todo desta renda.
A escolha da população do Bairro Vista ocorreu devido ao fato de ser um grupo
em situação de vulnerabilidade social, grande densidade populacional no território
da unidade de atenção primária e um elevado número de cadastrados. O bairro
apresenta 4.084 habitantes cadastrados na ficha A. Sendo que desde, 579 são
hipertensos e 90 são diabéticos. Percentualmente, a representação dos hipertensos
e diabéticos é de 16,4%.
A identificação do perfil epidemiológico e dos fatores associados à Hipertensão
Arterial Sistêmica (HAS) e ao Diabetes Mellitus (DM) da população usuária da
Estratégia de Saúde da Família do Bairro Boa Vista, foi realizada através de dados
secundários obtidos nos cadastros do programa HIPERDIA.
Os dados foram processados no Microsoft Excel e analisados através de
estatística descritiva. Os resultados serão apresentados em gráficos, que orientarão
a discussão dos resultados.
RESULTADO E DISCUSSÕES
Em relação às características gerais da população estudada, foram
consultadas 314 fichas cadastrais do programa, de forma aleatória, pois estas
estavam disponíveis para a realização do presente estudo, que era esperado um
total de 669 pacientes, onde apenas os 314 pacientes, fazem o controle regular da
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Hipertensão Arterial e da Diabetes Mellitus. A coleta dos dados foi realizada no mês
de fevereiro de 2014.
A faixa etária dos pacientes mostrou que existe uma variância da idade, onde
os maiores números de pacientes hipertensos e diabéticos, estavam entre 46 e 85
anos, sendo importante destacar que o maior número se concentra nas idades de 56
à 65 anos, apresentando um valor de 24,8%, podendo ainda constar que
apresentou-se pessoas com idade inferior à 23 anos e superior à 95 anos. A
escolaridade também foi um dado analisado, do qual observou que 53% dos
pacientes, não sabem ler ou escrever, o que pode estar relacionado com o alto
índice de pacientes hipertensos e diabéticos, onde muitos pacientes apresentam
dificuldade de leitura e interpretação, ocasionando a partir daí, problemas
relacionados à saúde e aos cuidados básicos para a prevenção e o cuidado com a
hipertensão e diabetes.
O IMC revelou que cerca de 42% dos pacientes investigados, foram avaliados
com um sobrepeso, 2% da população analisada estava no quadro de obesidade III
(severa). Peixoto e colaboradores (2006) definem a obesidade como um excesso de
gordura corporal, resultante do desequilíbrio crônico entre consumo alimentar e
gasto energético. Entre os prejuízos causados pela obesidade, destaca-se o fato de
ela ser um fator de risco independente para o desenvolvimento das doenças
cardiovasculares e alguns tipos de cânceres. Está ainda fortemente associada a
outros fatores de risco cardiovasculares, elevando a magnitude da morbidade e
mortalidade pelas doenças cardiovasculares.
Relacionando aos fatores de risco e doenças concomitantes, observou-se que
58% da população estudada apresenta HAS,11% são sedentárias, o que justifica o
alto índice de sobrepeso, 14% são tabagistas, e um total de 15% da população
possui Diabetes. Observou-se também que 11% da população possuem HAS e não
possui Diabetes, e que 73% da população estudada possui tanto Diabetes como
HAS.
Observou-se que 2% da população estudada foi vítima de Infarto Agudo do
Miocárdio, uma vez que possuem hipertensão grave PAS>/= 180 ou PAD >/=110,
1% dos pacientes apresentou Acidente Vascular Cerebral, e apenas 2% dos
pacientes apresentaram outras cardiopatias relacionadas com a HAS e DM, como
doença renal, e um número alto de 95% não apresentou nenhuma complicação.
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A proporção de indivíduos com pressão arterial controlada também é
extremamente baixa em pacientes com outros fatores de risco cardiovascular,
diabetes ou antecedente de infarto agudo do miocárdio, nos quais a redução da
pressão arterial tem importância fundamental para a diminuição de eventos fatais
(MION JUNIOR; SILVA; ORTEGA; NOBRE,2006).
Em levantamento sobre a medicação utilizada pelos pacientes do HIPERDIA,
pode-se analisar um número elevado do uso de medicamentos como o
Hidroclorotiazida, Propanolol, Captopril e Glibenlamida, pois são medicamentos
distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde, para o tratamento de HAS e
DM, ambos conciliados pelos pacientes, e com o auxilio de outros medicamentos
para garantir um melhor tratamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No presente estudo, foi observado, o perfil epidemiológico dos pacientes do
programa HIPERDIA, na UBS do Bairro Boa Vista, levando em consideração vários
aspectos que possam influenciar o tratamento da Hipertensão Arterial e Diabetes,
nos pacientes residentes e cadastrados neste bairro. É fato que apenas a
distribuição gratuita da medicação não é suficiente para garantir a adesão ao
tratamento, visando uma melhoria da saúde da população desse bairro da cidade.
Baseando-se nos resultados expostos no presente trabalho, conclui-se que a
HAS e a DM, deve ser um assunto tratado com a população em geral, para que seja
possível mostrar a importância da prevenção e o controle a partir do uso de
medicamentos adequados, juntamente com a realização de atividades físicas,
respeitando sempre o limite corporal de cada pessoa. É importante observar que os
pacientes do HIPERDIA, se preocupam em cuidar de seu bem estar, e estão sempre
procurando informações pra uma vida mais saudável.
Os sistemas de informação em saúde, em geral, são instrumentos para
adquirir, organizar e analisar dados necessários à definição de problemas e riscos
para a saúde, avaliar a eficácia, eficiência e influência que os serviços prestados
possam ter no estado de saúde da população, além de contribuir para a produção de
conhecimento da saúde e de assuntos referentes a ela como um todo.
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AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO E ACEITAÇÃO E MEDICAMENTOS
GENÉRICOS POR ALUNOS DO CURSO DE FARMÁCIA DE UMA FACULDADE
PARTICULAR DO INTERIOR DE MINAS GERAIS
Grazielle Brandão Coelho e Laurimar Aguiar do Carmo - Acadêmicas do curso de
Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Viviane Gorete Silveira Mouro - Graduada em Farmácia, Mestre em Biologia
Celular e Estrutural, Professora do curso de Farmácia da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Dentre as estratégias para a promoção de acesso aos medicamentos no Brasil
encontra-se a política de medicamentos genéricos, que tem como foco a maior
racionalidade no uso de medicamentos, objetivando ampliar o restrito acesso da
população aos produtos, diminuindo custos com o tratamento médico (CARVALHO,
ACCIOLY JÚNIOR e RAFFIN, 2006). O objetivo desse estudo foi verificar o
conhecimento e aceitação de medicamentos genéricos, em uma amostra
representativa dos estudantes do curso de Farmácia da Faculdade Vértice –
Univértix. Os resultados obtidos indicam que todos os períodos avaliados
apresentaram alto índice de alunos que afirmam saber o que é um medicamento
genérico, sendo 30% e 20% dos alunos iniciantes e veteranos respectivamente não
responderam corretamente do que se trata, no entanto, mais de 90% dos iniciantes
e mais de 95% dos veteranos já utilizaram medicamentos genéricos, o que
demonstra um alto índice de conhecimento e aceitação pelos alunos.
PALAVRAS CHAVE: Medicamento Genérico; Farmacêutico; Intercambialidade.
INTRODUÇÃO
Os gastos com saúde no Brasil estão entre os quatro maiores grupos de
despesas familiares. E dentre estes gastos, 66% a 70% dessas despesas estão
relacionadas aos medicamentos e aos planos de saúde. Dessa forma fez-se
necessário a intervenção governamental para a formulação e execução de políticas
sociais e econômicas que garantissem o acesso igualitário e universal às ações e
serviços de assistência à saúde (ROCHA, 2007). Dentre as estratégias para a
promoção de acesso aos medicamentos no Brasil encontra-se a política de
medicamentos genéricos que objetivou numa maior racionalidade no uso de
medicamentos tendo como um dos objetivos ampliar o restrito acesso da população
aos produtos, diminuindo custos com o tratamento médico (CARVALHO, ACCIOLY
JÚNIOR e RAFFIN, 2006). Os medicamentos genéricos, de acordo com a Resolução
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nº 10 da ANVISA de 2 janeiro de 2001, são medicamentos com características
semelhantes a um produto de referência ou inovador, que pretende ser com este
intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção
patentearia ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia,
segurança e qualidade.
Possui o mesmo fármaco, na mesma dose, forma
farmacêutica, indicação e via de administração de seu referente de marca (MELLA
et al., 2002; DIAS e LIEBER, 2006).
A principal causa para justificar a consolidação de uma política de
medicamentos genéricos é a tendência de que, o preço destes seja menor que dos
medicamentos de referência e como consequência que o acesso pela população
aos medicamentos aumente, resultando no cumprimento mais adequado das
terapias farmacológicas estabelecidas (OLIVEIRA et al., 2005). Além disso, a
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) adotou uma medida importante
visando ajudar os consumidores na hora da compra dos medicamentos genéricos:
que é a embalagem diferenciada. A RDC nº 47, de 28 de março de 2001, determinou
que todas as embalagens de medicamentos genéricos possuíssem tarja amarela,
com letra G maiúscula em destaque e a frase “Medicamento genérico – lei 9.787/99”
(BRASIL, 2001).
Os medicamentos genéricos foram introduzidos no Brasil com a aprovação da
chamada “Lei dos Genéricos”, em 9 de agosto de 1999. Esses medicamentos são
intercambiáveis com os produtos de referência ou inovadores, e devem apresentar a
mesma eficácia clínica e o mesmo potencial para originar um efeito adverso. Como o
medicamento não é inovação, não é necessário que se repitam os ensaios préclínicos e clínicos pelos quais passaram o produto inovador, mas a sua equivalência
farmacêutica deve ser comprovada em relação à referência, permitindo o
intercâmbio entre esses produtos (JATENE, PINA e CARAVANTE JÚNIOR, 2002).
Embora os genéricos tenham sido introduzidos no país para oferecer
alternativa mais acessível aos medicamentos, representam apenas 14% das vendas
em unidades no conjunto do mercado farmacêutico (BLATT, 2009). Dessa forma, o
estudo tem como objetivo verificar o conhecimento e aceitação de medicamentos
genéricos, em uma amostra representativa dos estudantes do curso de Farmácia da
Faculdade Vértice – Univértix.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A classificação dos medicamentos, nos mercados farmacêuticos é dividida
entre medicamentos éticos ou inovador ou de referência, medicamentos similares e
medicamentos genéricos (BERMUDEZ, 1994). O medicamento de referência é
aquele que ainda é protegido por patente, e depois, ele se torna uma referência para
que sejam feitas “cópias” dele (SOUZA et al., 2011). Os similares são definidos
como os medicamentos que contém o mesmo princípio ativo, apresentam a mesma
concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação
terapêutica dos medicamentos registrados no órgão federal responsável pela
vigilância sanitária. Os similares podem diferir do medicamento referência somente
em características relativas ao tamanho, forma do produto, prazo de validade,
embalagem, rotulagem, excipientes e veículo, devendo sempre ser identificado por
nome comercial ou marca (BRASIL, 2007; FIUZA e CABALLERO, 2010).
O medicamento genérico é aquele que pode ser produzido livremente,
vencido o prazo de proteção patentária do produto de marca comercial, devendo ser
semelhante ao de marca em bioequivalência e biodisponibilidade a fim de obter o
mesmo efeito terapêutico (DIGHE, 1999). O medicamento genérico é designado
conforme a DCB (Denominação Comum Brasileira) ou, na sua ausência, de acordo
com a DCI (Denominação Comum Internacional), sendo identificado pela
embalagem, que deve apresentar apenas o nome do princípio ativo e conter os
dizeres: “Medicamento Genérico – Lei nº 9787/99” – e uma tarja amarela, com um
“G”, em cor azul em destaque, conforme definição publicada na Resolução nº 47, de
28 de março de 2001(BRASIL, 2001; MONTEIRO et al., 2005). Devem ter, para
facilitar a sua distinção, em suas embalagens externas, o logotipo que identifica o
medicamento genérico, impresso dentro de uma faixa amarela, PANTONE 116C,
com largura igual a um quinto da maior face total, cobrindo a face principal e as
laterais da embalagem. Fica permitida a impressão de textos legais nas laterais,
caso necessário de acordo com a RDC Nº 47 (BRASIL, 2001).
O Brasil tem empreendido importantes esforços para melhorar o acesso aos
medicamentos a partir da promoção de políticas de saúde. Os medicamentos
genéricos que foram criados com objetivo de reduzir o preço final ao consumidor,
tornaram-se um dos fatores mais importantes para o acesso da população aos
medicamentos. Presentes com sucesso em diversos países, os genéricos foram
introduzidos no Brasil a partir da Lei 9.787 de 1999, sendo classificados como
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fármacos similares aos medicamentos de marca, com o mesmo princípio ativo,
concentração, posologia e indicação terapêutica, mas com a diferença de usar a
indicação de seu principio ativo em substituição ao nome comercial (VALÉCIO,
2009).
Os primeiros genéricos foram registrados quase seis meses depois da
publicação da Resolução n. 391, conforme a Resolução n. 74 7 de 2 de fevereiro de
2000 (DIAS e LIEBER, 2006). Em dezembro de 2000, já haviam sido registrados
cento e oitenta e nove medicamentos genéricos de quinze laboratórios. Os fármacos
genéricos comercializados em farmácias representavam as seguintes classes
terapêuticas:
antibióticos,
penicilínicos,
anti-hipertensivos,
anti-infecciosos,
antimicóticos, antiulcerosos, expectorantes, analgésicos, entre outros. Esta nova
gama de opções possibilita uma escolha economicamente racional, guardadas as
propriedades medicinais de cada grupo de fármacos (MENDA et al., 2002;
ROSENBERG, FONSECA e AVILA, 2010).
Com a criação da Política Nacional de Medicamentos houve maior estímulo
às indústrias nacionais, aumentado a produção de genéricos, gerando concorrência
com produtos já existentes, dessa forma, facilitando o acesso aos mesmos. Além
disso, há um estimulo as ações conjuntas entre os profissionais de saúde,
principalmente médicos e farmacêutico, contribuindo para o uso racional de
medicamentos (BRASIL, 1998).
Comparando os preços dos medicamentos genéricos em relação aos
medicamentos de referência, percebeu-se que aproximadamente 99% dos genéricos
possuíam preço menor do que o de referencia no seu lançamento (PIACENTINI,
2006).
A lei dos genéricos obriga que as aquisições de medicamentos e as
prescrições médicas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), adotem a
denominação do princípio ativo. Nas compras do Sistema Único de Saúde (SUS),
preferencialmente deverá ser adquiridos o medicamento genérico quando houver
igualdade de preço e demais condições de aquisição. A ANVISA preconiza a edição
periódica da relação dos genéricos registrados no país (QUENTAL et al., 2008).
Segundo dados do Ministério da Saúde, o projeto de produção de genéricos permitiu
redução de 20% nos gastos com aquisição de medicamentos por parte do governo
(MENDA et al., 2002). Apesar disso, há muitos desafios a serem superados, pois o
consumo de medicamentos, inclusive genéricos, em particular ainda é baixo no
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Brasil, considerando as necessidades da população. Dados de 2009 demonstram
que nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo, onde se encontram grandes
bolsões de pobreza, o consumo de genéricos é muito inferior ao do Sudeste, região
mais rica do país (VALÉCIO, 2009).
Portanto, mesmo com o crescente avanço da política de medicamentos
genéricos, existem ainda alguns desafios, como: a nacionalização dos genéricos,
tendo maior abrangência nos estados do Norte e Nordeste; e a soberania do país na
quebra de patentes, que muitas vezes são prorrogadas judicialmente pelos
laboratórios de marca, o que retarda o lançamento de novos genéricos no mercado
(VALÉCIO, 2009).
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada no período de novembro de 2013 com acadêmicos
do curso de farmácia da Faculdade Vértice – Univértix. A amostragem consistiu de
59 acadêmicos que refletiram em uma amostra estratificada com uma fidedignidade
de 95% em relação à população total estudada.
O grupo em análise foi dividido em dois: grupo de alunos considerados
iniciantes, ou seja, alunos matriculados do 1° ao 5º períodos (n= 35) e grupo de
alunos veteranos, matriculados no 6º ao 10º período (n= 24).
A metodologia para a aplicação dos questionários foi adaptada segundo
descrito por Silveira (2011), com modificações. Para proceder à coleta de dados,
inicialmente os acadêmicos foram submetidos, no próprio campus, à assinatura do
termo de livre consentimento e a aplicação do questionário com 12 perguntas, com
uma parte incluindo as variáveis sócio-econômicas, idade, sexo e outra parte
específica sobre conhecimento e aceitação e utilização de medicamentos genéricos.
E finalmente, foram elaborados gráficos e tabelas para demonstração dos
resultados da análise dos questionários que foram avaliados por meio de estatística
descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dentre os 59 entrevistados a maior parte apresentou-se do sexo feminino,
sendo este 74,6%, e apenas 25,4% do sexo masculino. A maioria dos entrevistados
(79,7%) apresenta idade entre 18 e 25 anos, sendo nenhum acima de 45 anos.
Quanto a renda familiar, quase metade dos entrevistados (45,8%) declararam renda
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entre 2 a 3 salários mínimos e 10% acima de 6 salários mínimos, 1,69% não
responderam e 11,86% não sabem a renda familiar.
Quanto ao perfil de utilização de medicamentos, cerca de 20,3% dos
entrevistados fazem uso contínuo de medicamentos e 78% não o fazem, apenas
25,4% recebem medicamentos das unidades de saúde do município e contrastando
com 72,9% que não recebem medicamentos das unidades de saúde. Quando
questionados sobre se compram medicamentos genéricos, pouco mais da metade
(50,8%) compram de 1 a 3 medicamentos por mês para seu consumo, 42,4% não
compram nenhum, os outros 5,1% se dividem em usuários que compram de 4 a 7,
sendo que 1,7% dos entrevistados não se manifestou quanto ao perfil de utilização
de medicamentos.
Segundo Carvalho, Accioly Júnior e Raffin (2006) mais de 30% da população
mundial têm difícil acesso a medicamentos, sendo a principal causa o custo alto dos
mesmos, portanto, os medicamentos genéricos são agentes reguladores do
mercado farmacêutico devido aos custos mais baixos e necessidade de utilização.
Quando realizada a comparação do conhecimento sobre medicamentos
genéricos entre alunos iniciantes (1º ao 5º período) e veteranos (6º ao 10º),
observamos que todos os alunos veteranos acreditam ter conhecimento do que são
medicamentos genéricos, mas nem todos souberam definir de forma correta o que é
um medicamento genérico (Figura 1).
Figura 1: Classificação quanto ao conhecimento sobre medicamentos genéricos.
De acordo com Rosse et al., (2011), alunos de períodos mais avançados,
devido ao grau de conhecimento adquiridos durante a graduação, acreditam ter
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maior conhecimentos sobre medicamentos, podendo-se incluir os genéricos. Em
estudo realizado por Silveira (2011) com alunos do ensino médio de uma escola
pública, demonstrou que 87% dos entrevistados afirmaram saber o que é um
medicamento genérico, enquanto que apenas 70% souberam definir corretamente.
O alto índice de prescrição de medicamentos genéricos entre os alunos tanto
iniciantes quanto veteranos foi observado neste estudo (Tabela 1), assim como no
trabalho de Silveira (2011) esse índice também foi alto (88%), o que demonstra que
a classe médica também atua na divulgação e consolidação dos medicamentos
genéricos.
Tabela 1. Perfil de prescrição de medicamentos genéricos entre os entrevistados
Já recebeu
Frequência de prescrição de medicamentos
prescrição
genéricos
SIM
NÃO
Sempre
Às
Raramente
Nunca
Não
vezes
sabem
Iniciantes
30
5
0
28
3
3
1
Veteranos
17
7
1
11
5
4
3
.
Dentre os alunos iniciantes mais de 90% afirmaram já ter utilizado
medicamentos genéricos, enquanto que mais de 95% dos veteranos afirmaram o
mesmo, apresentando concordância com os resultados do trabalho realizado por
Lima (2012) com a população de uma cidade do interior de Minas Gerais, o que
demonstra que grande parte da população em geral utiliza medicamentos genéricos.
O mesmo estudo demonstrou também que o principal motivo da utilização é a dor e
inflamação. A figura 2 indica o motivo da utilização de medicamentos genéricos
pelos alunos iniciantes e veteranos.
Figura 2: Motivo da utilização de medicamentos genéricos.
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Com relação à facilidade de acesso aos medicamentos genéricos, a maior
parte dos alunos iniciantes e veteranos respondeu que há facilidade de se encontrar
genéricos nas farmácias (Tabela 2). Em comparação com o estudo de Lima (2012),
em que apenas 57% dos entrevistados afirmaram facilidade de encontrar
medicamentos genéricos nas farmácias, os índices deste trabalho foram mais
elevados, podendo concluir que a cada dia o mercado farmacêutico tem investido
cada vez mais nos medicamentos genéricos. Além de que, a maior parte dos
entrevistados de ambos os grupos (iniciantes e veteranos) acreditam que a política
de divulgação pode ser classificada como boa, esta divulgação pode atuar de forma
facilitadora no acesso aos medicamentos genéricos (Tabela 2). Sendo que, entre os
alunos iniciantes o maior veículo de divulgação foram as farmácias seguidas da
televisão, já entre os veteranos a televisão foi a maior fonte de divulgação,
apresentando pouca diferença para as farmácias (Figura 3).
Tabela 2. Facilidade de acesso e divulgação dos medicamento genérico
Iniciantes
Facilidade de Acesso
Sempre
97,14%
Às vezes
0%
Raramente
0%
Nunca
2,86%
Opinião sobre a política de
Ótima
14,28%
divulgação
Boa
77,14%
Regular
2,87%
Ruim
5,71%
Veteranos
83,33%
16,67%
0%
0%
16,67%
62,5%
20,83%
0%
Figura 3: Fonte de informações sobre medicamentos genéricos de alunos iniciantes e veteranos.
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A tabela 3 indica as opiniões de alunos iniciantes e veteranos quanto à
eficiência e eficácia dos medicamentos genéricos. A alta confiabilidade pode ser
observada no resultado da pesquisa através do elevado percentual de alunos que já
utilizaram medicamentos genéricos. No estudo de Lima (2012), cerca de 87%
referiram que o medicamento genérico surtiu o efeito desejado demostrando que os
programas inseridos para divulgação dos medicamentos genéricos têm obtido
resultados. O estudo realizado por Silveira (2011), cerca de 50% dos alunos
alegaram terem feito troca do medicamento de referência pelo genérico e 21%
relataram nunca terem trocado, o elevado índice, demostrou um percentual
satisfatório de confiança nos medicamentos genéricos.
Tabela 3. Eficiência e eficácia dos medicamentos genéricos
Acredita que o
medicamento tenha
efeito terapeutico
Aceitaria trocar o
medicamento de
referência pelo
genérico
Já realizou
comparação de
preço entre
genérico e
referência
Aceita a troca por
genéricos pelo
farmacêutico
Possui
medicamento
genérico em casa
Confia na qualidade
e eficácia dos
medicamentos
genéricos
SIM
Iniciantes
34
Veteranos
23
NÃO
Não respondeu
SIM
0
1
30
1
0
24
NÃO
Não respondeu
SIM
4
1
32
0
23
NÃO
3
1
SIM
28
7
NÃO
24
0
SIM
30
23
NÃO
5
1
SIM
34
23
NÃO
1
1
Medicamentos genéricos são medicamentos de menor custo, quando
comparados aos de referência, com a queda de preços abre-se a possibilidade de
maior acesso aos medicamentos, principalmente da população que não consegue
concretizar tratamentos essenciais (JANETE, PINA e CARAVANTE JÚNIOR, 2002).
Dessa forma, em relação à política e maior divulgação dos medicamentos genéricos
para ter maior aceitação no mercado do consumidor, mais de 97% e 100% dos
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alunos iniciantes e veteranos respectivamente são a favor, o que demonstra que os
alunos entendem o objetivo da criação dos medicamentos genéricos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo obteve resultados, que demostram um alto índice de
conhecimento, aceitação e utilização de medicamentos genéricos pelos alunos do
curso de farmácia. Estes dados sugere uma tendência natural do aumento gradativo
do uso do medicamento genérico, tendo alguns fatores principais como o preço mais
acessível, a qualidade e segurança que o medicamento oferece. Por tudo isso,
ressalta o valor e a importância da orientação farmacêutica na dispensação dos
medicamentos genéricos e na divulgação dos mesmos dando ao usuário mais
informações.
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29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
UTILIZAÇÃO DO SISTEMA BAUMANN PARA DIFERENCIAÇÃO ENTRE PELE
SECA E OLEOSA EM MULHERES DE MATIPÓ - MG E REGIOES VIZINHAS
Elizabete Cristina Ribeiro e Mônica Mendes Moreira – Graduandas do Curso de
Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Bruna Chaves Amorim, Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Naturais e da
Saúde, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências
Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Shiara Martins de Souza – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências
Farmacêuticas, Professora Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
A caracterização dos diferentes tipos de pele pode ser feita através do questionário
de auto-avaliação de Baumann, que classifica a pele em até 16 diferentes tipos,
entre eles: pele seca e oleosa. O objetivo do presente estudo é diferenciar mulheres
com pele seca e oleosa, para melhor direcionamento de produtos dermatológicos a
serem utilizados. Para realização da pesquisa, aplicou-se o questionário de
Baumann em 50 mulheres, com idade entre 18 a 30 anos, residentes em Matipó –
MG e região. Os dados obtidos demonstram que 34% das mulheres apresentam
pele seca e 66% pele oleosa. Esses resultados coincidem com outros estudos em
que o numero de mulheres com pele oleosa é maior que o número de mulheres com
pele seca, para essa mesma faixa etária.
INTRODUÇÃO
A pele é um órgão complexo composto por diversos tecidos, tipos celulares e
estruturas especializadas. A estrutura básica da pele inclui, da camada externa para
a mais interna: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a camada mais externa
da pele, composto por células mortas, anucleadas e constituída por queratina. Estão
em processo de descamação contínua e impedem a entrada de microrganismos e
agentes tóxicos (ANVISA, 2009).
A pele além de exercer função biológica e protetora, seu aspecto saudável é
um fator essencial para o bem-estar e para um bom convívio social, sendo alvo da
aplicação de cosméticos e tratamentos dermatológicos. Para a escolha do
tratamento correto é importante à caracterização adequada do tipo de pele, para que
a utilização de produtos seja compatível com a fisiologia da pele, proporcionando o
efeito esperado e evitar efeitos indesejáveis (MERCURIO, 2012).
Um das maneiras de se classificar a pele é fazer uma distinção entre pele
seca e oleosa.
Essa diferenciação pode ser feita através do questionário de
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Baumann (BAUMANN, 2007). O objetivo do presente estudo é a avaliação do tipo
de pele do rosto de mulheres entre 18 e 30 anos. Através da aplicação desse
questionário, será feita diferenciação entre pele seca e oleosa.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A pele é um dos maiores órgãos humanos, está em constante comunicação
com ambiente e apresenta funções como termorregulação e proteção do corpo
contra agressões de organismos externos ou substâncias tóxicas. É constituída pela
epiderme, derme e hipoderme (COSTA, BARJA e VIEIRA, 2009).
A pele consiste no revestimento do organismo indispensável à vida. Ela é
capaz de isolar componentes orgânicos do meio exterior, impedir a ação de agentes
externos de qualquer natureza. Além disso, evita a perda de água, eletrólitos e
outras substâncias do meio interno, oferece proteção imunológica. Aliada ao sistema
nervoso participa da termorregulação e dos mecanismos de percepção. Junto com o
sistema endócrino participa da função secretória. (ANVISA, 2009, COSTA, BARJA e
VIEIRA, 2009).
Devido a sua localização e extensa superfície, a pele é constantemente
exposta a vários tipos de microrganismos do ambiente, sendo colonizada por fungos
e bactérias (ANVISA, 2009). A microbiota normal da pele compreende dois
diferentes grupos de microrganismos: a flora residente e a transitória.
A flora
residente, normalmente não patogênica, é composta por Gram-positivos, como
Staphylococcus aureus e, em menor proporção, Gram-negativo. Está aderida às
camadas mais profundas da pele sendo mais resistente à remoção apenas por água
e sabonete. O perfil de colonização pode variar de acordo com a disponibilidade de
nutrientes na superfície (MIGLIATO et al., 2009).
A classificação entre a pele seca e oleosa tem como principal parâmetro a
atividade exócrina de glândulas sebáceas. Essas glândulas junto às sudoríparas
fazem parte dos anexos cutâneos, onde, através de seus produtos, temos a
formação do manto hidrolipídico (BAUMANN, 2004).
Uma pele oleosa se caracteriza por uma maior produção de sebo,
influenciada por hormônios, principalmente o estrogênio e os andrógenos. Esse
sebo constante juntamente com o suor forma uma película que cobre e protege a
camada córnea, contribuindo para sua coesão, lubrificação e proteção. (BAUMANN,
2004).
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A pele seca é caracterizada pela presença da solução hidrolipídica (agua e
óleo) insuficiente. A hipossecreção sebácea promove um decréscimo da fase lipídica
da película hidrolipídica. Por esse motivo, diminui-se a síntese de compostos que
constituem o fator de hidratação natural. Nesse tipo de situação, encontra-se um tipo
de pele áspera, com maior tendência para descamar, menos elasticidade, bem como
desenvolver rugas e linhas de expressão. (CUNHA 2004).
O mercado dispõe de diferentes equipamentos utilizados para classificar os
tipos de pele. Vários métodos são utilizados de acordo com o critério em que se
deseja classificar. Para diferenciar entre pele seca e oleosa pode-se fazer
avaliações objetivas ou subjetivas, ambas com auxílio de equipamentos, como
lâmpadas de Wood (ALVES, BRUSKI,PIAZZA; 2013).
Outro tipo de avaliação para classificar os tipos de pele é o Sistema de
Baumann de Classificação de Pele (Baumann skin typing system – BSTS), em que
não se utiliza nenhum tipo de equipamento. Trata-se de um questionário de autoavaliação composto por 64 questões. Através dele, é possível classificar até 16 tipos
diferentes
de
pele, levando
em
conta
quatro
características:
hidratação,
sensibilidade, pigmentação e tendência a enrugar. A hidratação verifica se a pele é
seca ou oleosa. O grau de sensibilidade indica se a pessoa tem a pele resistente ou
sensível. A pigmentação determina se a pessoa produz ou não grande quantidade
de melanina, pigmento que protege as células da pele dos efeitos nocivos da
radiação solar, e a consistência da pele em enrugada ou firme (BAUMANN, 2007). O
Questionário de Baumann é vantajoso quanto aos outros métodos de classificação
de pele, pois possibilita o auto-conhecimento do paciente, além de fácil manuseio e
baixo custo.(ALVES, BRUSKI,PIAZZA, 2013).
METODOLOGIA
Foram entrevistadas 50 voluntárias de acordo com a primeira seção do
questionário padronizado do Sistema Baumann de Classificação de Pele (BSTS).
Essa seção é referente à diferenciação entre pele seca e oleosa. (BAUMANN 2007).
As mulheres possuíam de 18 e 30 anos no mês de Maio de 2014. Essas voluntárias
são residentes na cidade MATIPÓ-MG e regiões vizinhas. São mulheres saudáveis
e alfabetizadas.
RESULTADO E DISCUSSÃO
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Através da aplicação do Questionário de Baumann a população estudada
(N=50) forneceu os seguintes dados: 34% (N=17) das mulheres apresentaram pele
seca, enquanto 66% (N=33) apresentaram pele oleosa. A distribuição dos dados é
observada na Figura 1.
Estudos anteriores identificaram prevalência de mulheres de pele oleosa entre
20 e 29 anos (COLLIER et al., 2010). Em 2010, KOS aplicou o Questionário de
Baumann a voluntários de ambos os sexos com idade media de 38,2 anos. Nesse
estudo observou-se que 56,3% tinham pele oleosa e 43,7 tinham pele seca
(KOS,2010).
Figura 1: Distribuição dos tipos de pele (seca e oleosa) em mulheres entre 18 e 30 na cidade de
Matipó - MG e região
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho indica a predominância, na região de Matipo-MG e cidade
vizinhas, de pessoas com pele oleosa como era de se esperar para faixa etária em
estudo.
REFERÊNCIAS
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medições Objetivas e Subjetivas. Revista Interdisciplinar de Estudos em Saúde
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Dissertação/Pós – Graduação. Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão
Preto. Universidade de São Paulo. Ribeirão Preto, p.13, 2012.
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FATORES RELACIONADOS AO DESCONTROLE PRESSÓRICO ARTERIAL EM
PACIENTES DA ESF DO BAIRRO BELA VISTA DA CIDADE DE RIO CASCA-MG.
Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA
em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Cleide Alves Vitor e Fabiana da Rocha Silva – Graduandas do Curso de
Enfermagem - Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em
Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem.
Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física,
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. UFOP.
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor
em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
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RESUMO
O presente estudo teve como objetivo identificar os fatores relacionados ao
descontrole pressórico arterial em pacientes da Estratégia de Saúde da Família do
Bairro Bela Vista da cidade de Rio Casca-MG. Foram pesquisados 100 pacientes
durante o mês de abril de 2014, de forma aleatória na qual compareciam a ESF para
reunião do grupo de hipertensos. Os dados foram coletados por meio de aplicação
de um questionário fechado. Os resultados comprovaram que os pacientes
apresentam adesão significativa frente às condutas terapêuticas, ou seja, em acordo
com as recomendações nas literaturas pesquisadas. O referido trabalho nos
proporcionou conhecer os fatores desencadeadores da hipertensão arterial e a
incidência dessa patologia em usuários dos serviços ofertados pela Estratégia
Saúde da Família.
PALAVRAS-CHAVE: Saúde Pública; hipertensão arterial; enfermagem e prevenção.
INTRODUÇÃO
De acordo com Romanholo (2007) a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é
uma doença definida pela persistência de níveis da pressão sanguínea nas artérias
acima de valores arbitrariamente definidos como limite de normalidade. Segundo
dados do Ministério da Saúde (MS) esta patologia é uma das doenças
cardiovasculares de maior prevalência das causas de mortalidade no Brasil,
afetando de 14% a 18% da população adulta.
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Piccini et al. (2012) consideram como valores de normalidade para pressão
arterial os parâmetros 120/80 mmHg e limítrofe 140/90 mmHg. Os mesmos autores
fazem menção que a aferição da pressão arterial deverá ser realizada por
profissional tecnicamente preparado, seguindo sempre os horários pré-definidos.
As principais causas para o aumento da pressão arterial são o
envelhecimento populacional e a persistência de péssimos hábitos de vida
(CARVALHO, et al. 2012).
Por ser uma doença crônica com tratamento, procedimentos e condutas
terapêuticas prolongadas, fazer com que os pacientes sigam corretamente as
instruções propostos pelos profissionais da saúde é uma tarefa difícil, pois, quase
sempre os pacientes com hipertensão arterial passam por uma resistência ao
tratamento (FONTELES, SANTOS e SILVA, 2009).
Santos e Lima (2008) mencionam que a adoção de hábitos cotidianos
saudáveis e o cumprimento rigoroso da prescrição medicamentosa, são critérios
fundamentais para o enfrentamento da cronicidade da doença.
Sendo assim, identificou-se como questão norteadora do estudo: Quais são
os fatores relacionados ao descontrole pressórico arteriais em pacientes da
Estratégia da Saúde da Família (ESF) do Bairro Bela Vista de Rio Casca-MG?
O objetivo da pesquisa é identificar os fatores relacionados ao descontrole
pressórico arterial em pacientes da Estratégia de Saúde da Família do Bairro Bela
Vista da cidade de Rio Casca-MG, direcionando possíveis soluções para prevenção
desses fatores correlacionados.
Considerando a complexidade da HAS e as deficiências da adesão das
condutas terapêuticas, torna-se fundamental determinar mecanismos que podem
coadjuvar no aprimoramento e criação de estratégias que norteiam a prática dos
profissionais atuantes em saúde pública.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.
O Ministério da Saúde criou em 1994 a Estratégia Saúde da Família (ESF),
coordenado por enfermeiros com participação de outros profissionais de saúde na
assistência, no intuito de discutir e ampliar o tradicional modelo, coerente com os
princípios e diretrizes do SUS (ROMERO, et al. 2010).
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Para Costa e Miranda (2008) a Enfermagem tem um lugar de destaque no
SUS por compartilhar de seus princípios e diretrizes, com atendimento humanizado,
resolutivo e capaz de responder às necessidades sociais e de saúde da população.
Fonteles, Santos e Silva (2009) destacam que as pessoas nem sempre
buscam cuidados em saúde, mesmo com envelhecimento fisiológico, descrevendo
ainda, fatores que levam esses indivíduos a não procurarem os serviços de saúde,
às
vezes
por
estes
não
serem
alfabetizados,
apresentarem
condição
socioeconômica baixa, não reconhecerem seus direitos, ou também, por
encontrarem-se acomodados em sua situação atual.
Para Toledo, Rodrigues e Chiésia (2007) a HAS além de ser crônica,
apresenta características que se manifestam de forma silenciosa, o que pode
agravar o quadro clínico desses indivíduos.
No que refere ao estilo de vida dos hipertensos, a alimentação é um dos
fatores mais importante no controle dessa patologia, incluindo a redução do
consumo de gordura, ingestão de sódio, alimentos industrializados, enlatados,
eliminando o uso de tabaco e álcool (FONTELES, SANTOS E SILVA, 2009).
Na ESF o enfermeiro atua na formulação de políticas de saúde, bem como na
assistência às pessoas por meio de ações de promoção, proteção e recuperação da
saúde, estando envolvido na organização da atenção básica colocando em prática o
acesso universal e contínuo, prestando serviços de qualidade mediante ao
cadastramento e vinculação dos usuários (PINTO, 2010).
Para Silva et al. (2011) o acompanhamento das consultas e condutas
terapêuticas realizando o controle dos sinais vitais, priorizando a aferição da pressão
arterial diariamente na unidade básica de saúde é uma das medidas que asseguram
descobrir previamente anormalidades quanto à doença, e assim, intervir de forma
prévia a fim de sanar o problema e/ou agravo.
Araújo et al. (2008) dão ênfase que a equipe atuante em ESF deve sempre
procurar dar o suporte necessário aos portadores de HAS, oferecendo dessa forma,
alternativas adequadas que amenizem ou diminuam os fatores que condicionam o
descontrole dos níveis pressóricos, com atuação de todos os membros da equipe de
saúde.
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METODOLOGIA
O presente estudo trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, com
abordagem quantitativa. Para Marconi e Lakatos (2007), a pesquisa quantitativa
usufrui de técnicas padronizadas para coleta de dados, em que são observados,
consolidados, analisados, divididos em classe e interpretados, não existindo
interferências dos pesquisadores.
A pesquisa de natureza descritiva tem por objetivo descrever as
características de determinada população, fenomenologicamente ou estabelecendo
relação com outras variáveis, envolvendo técnicas padronizadas de coleta de dados,
questionário e observação ordenada (SILVA e MENEZES, 2001).
A pesquisa foi realizada em uma Estratégia Saúde da Família (ESF),
localizada no Município de Rio Casca. Segundo dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE (2013) apresenta uma população estimada em
14.201 habitantes em 2013. As principais atividades econômicas são produção de
café, agropecuária, comércios e empresas de segmentos diversificados.
O Universo da pesquisa foram os moradores da área de abrangência da ESF,
registrada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde em 6 de fevereiro
de 2004. É uma entidade Municipal, sem fins lucrativos com gestão Municipal.
Trabalham neste local em torno de 13 profissionais, entre médico, enfermeiro,
técnico em enfermagem, agentes comunitários de saúde, auxiliar de limpeza e
outros (CNESNet, 2014).
Segundo dados informados pela enfermeira responsável pela ESF, o Bairro
onde se encontra implantada a ESF em questão possui cerca de 1577 famílias
cadastradas, divididos em três micro áreas (2, 3 e 4). Cada área é representada por
um Agente Comunitário de Saúde (ACS), que por sua vez possui responsabilidades
peculiares ao seu campo de atuação. Na micro área 2 existem 79 hipertensos; na
micro área 3 são 101 hipertensos e na micro área 4 possui 65 hipertensos.
Para a entrevista foi utilizado um questionário estruturado fechado, aplicado
aos moradores da área de abrangência da ESF em questão, com 9 questões e cada
qual, com subitens, investigando o estilo de vida, dados socioeconômicos, fatores
relacionados à hipertensão, fatores de riscos e tratamento.
A amostra foi extraída dos moradores da área de abrangência da ESF, estes,
por sua vez, foram entrevistados de forma aleatória, como critérios de inclusão na
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pesquisa possuir o diagnóstico médico de hipertensão arterial, participar do grupo de
hipertensos, estarem inclusos no programa hiperdia e residirem na área da ESF.
Para realização da pesquisa foi agendada uma reunião com a enfermeira
responsável pela ESF Bela Vista, para apresentação do objetivo, justificativa e
relevância da pesquisa. Posteriormente, a pesquisa foi realizada durante reuniões
do grupo de hipertensos. Os sujeitos foram informados sobre a finalidade do estudo,
a participação destes prosseguiu a partir da assinatura do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE). Os aspectos éticos foram baseados na Resolução
196/96 que norteia a prática de pesquisas envolvendo seres humanos, garantindo
anonimato e autonomia para recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do
estudo (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996).
Os dados oriundos dessa coleta foram tabulados no Microsoft Excel, através
de estatística descritiva. Os resultados foram gerados por meio de tabelas e gráficos
que nortearam a discussão de dados.
RESULTADO E DISCUSSÕES
Em relação às características gerais da população estudada, foram
pesquisadas 100 hipertensos durante o mês de abril de 2014, selecionados de forma
aleatória, os quais compareceram à ESF para reuniões do grupo de hipertensos,
reuniões estas, realizadas mensalmente de acordo com as rotinas administrativas da
ESF. Dos indivíduos pesquisados 65% eram mulheres e 35% homens, estes com
idade predominantemente entre 35 a 80 anos ou mais, sendo esta, a faixa etária
correspondente de acordo com a literatura a maior frequência de casos de
hipertensão arterial sistêmica.
Estudos realizados por Romero et al. (2010) comprovam que com
envelhecimento, a população mundial é afetada com as doenças de cunho
cardiovascular, representando a causa mais frequente de óbitos entre os idosos, em
relação ao Brasil, cerca de 17 milhões de indivíduos tem hipertensão arterial,
representando 35% da população com 40 anos de idade ou mais.
O envelhecimento da população mundial é um dos fenômenos que mais tem
sido fonte de pesquisa na contemporaneidade, correlacionado nas baixas taxas de
fecundidade e mortalidade infantil, melhoria nas condições de vida, avanços
tecnológicos da medicina, configuram assim, como os principais determinantes do
processo de envelhecimento da população, sendo necessário, compreender esses
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aspectos fenomenológicos e seus impactos. Tendo como base de referenciamento,
as características demográficas, social, psicologia, biológica, econômica, política,
historia e cultural (FONTELES, SANTOS e SILVA, 2009).
Destaca-se que a classificação da faixa etária seguiu as idades sugeridas na
pirâmide etária brasileira (BRASIL ESCOLA, 2014).
A Tabela 1 aborda os dados socioeconômicos da população investigada:
Tabela 1: Características sócio-demográficas referidas pela população investigada
Característica
Gênero
Feminino
Masculino
Faixa Etária
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
65 a 69 anos
70 a 74 anos
75 a 79 anos
80 anos e mais
Estado Civil
Solteiro
Casado
Outros
Etnia
Negra
Branca
Parda
Amarela
Outra
Nível de Escolaridade
Analfabeto
Ensino Fundamental
Completo
Ensino Fundamental
Incompleto
Ensino Médio Incompleto
Ensino Médio Completo
Ensino Superior Incompleto
Ensino Superior Completo
N= 100
%
65
35
65
35
1
4
7
6
7
14
11
17
9
15
9
1
4
7
6
7
14
11
17
9
15
9
14
73
13
14
73
13
39
27
34
0
0
39
27
34
0
0
50
0
50
0
47
47
0
1
0
2
0
1
0
2
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Seguindo essa linha de caracterização da amostragem pesquisada, segundo
os dados descritos na Tabela 1, em relação ao estado civil 73% eram casados, no
presente estudo a doença apresenta maior predominância nas etnias negra 39%,
parda 34% e branca 27%. Em relação ao grau de instrução escolar 50% eram
analfabetos e 47% com ensino fundamental incompleto.
Para Laguardia (2005) os indivíduos da etnia negra são os mais acometidos
pela hipertensão arterial, seguidos dos pardos. Os mesmos autores atribuem esse
fator de alelismo às características genéticas predominantes nestas etnias.
De acordo com Helena, Nemes e Eluf-Neto (2010), os indivíduos com grau de
instrução escolar baixo, considerados analfabetos ou semianalfabetos, são de modo
geral, acometidos por várias enfermidades, o que se deve ao fato destes não terem
motivação ao acesso das informações, encontrados na barreira desencadeadora o
fato de não saber ler. Os autores destacam que o fator conjugal não interfere como
fator primordial para o desenvolvimento da hipertensão arterial.
A figura 1 faz referência ao tempo em que os indivíduos são hipertensos.
Figura 1: Tempo que possui Hipertensão Arterial
Estudos realizados por Backers et al. (2012) demonstram que há um
crescente aumento do número de hipertensos, com estimativas que as proporções
ainda tendem aumentar, passando dos 30 milhões no Brasil, fazendo com que o
tempo de prevalência da doença por individuo tende a acompanhar esse aumento.
Dos indivíduos pesquisados 61% possuem algum membro da família com
hipertensão arterial ou doenças cardiovasculares associadas e 39% não apresentam
tais descritores.
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Para Zaitune et al. (2006) a hipertensão arterial geralmente encontra-se
associada ao fator hereditário, desencadeando e culminando o desenvolvimento da
doenças em outros membros da família, podendo estar associada a outras doenças
cardiovasculares.
Os fatores hereditários são um dos determinantes não modificáveis para o
desenvolvimento da HAS, no entanto, esses fatores podem ser agravados, quando
associados aos péssimos hábitos de vida, ingestão de alimentos ricos em sódio,
embutidos, refrigerantes, uso do tabaco, bebidas alcoólicas e exposição excessiva
aos agravos estressores (LAGUARDIA, 2005).
Dos pesquisados 87% fazem uso correto das medicações e 13% não usam
corretamente às medicações. Além disso, do universo pesquisado, 87% tomam
medicamento por conta própria (analgésicos, antipiréticos e antiinflamatórios).
Para Carvalho et al. (2012) o uso incorreto do medicamento, não seguindo os
horários e as dosagens prescritas pelo profissional de saúde habilitado, associado
ao uso indiscriminado e irracional de medicamentos, tem sido fator de contribuição
notório para agravos no processo patológico.
O perfil sócio-demográfico descrito na Tabela 1 comprova o fato de os
indivíduos analfabetos terem dificuldades à adesão do tratamento, associado com o
avanço da idade, esse fator tende a aumentar gradativamente.
Os idosos não raramente preferem continuar com seus hábitos alimentares
insalubres.
Para
adequada
conduta
terapêutica,
além
das
prescrições
medicamentosas, os profissionais devem orientar condutas práticas que minimizam
os fatores de riscos. O objetivo fundamental é conseguir manter o bom estado de
saúde dos indivíduos. (FONTELES, SANTOS e SILVA, 2009).
A figura 2 apresenta o número de medicamentos em uso pelos hipertensos.
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5%
13%
1
41%
2
41%
3a5
acima de 5
Figura 2: Número de Medicamentos em uso
Por se tratar de uma doença com causas multifatoriais, em que normalmente
está associada a outras doenças crônicas, pode ser necessário a prescrição de mais
de uma classe de medicamento (CARVALHO et al., 2012)
Piccini et al. (2012) em um de seus estudos, com observância dos aspectos
de promoção, prevenção e cuidado da HAS, concluíram que além das condutas que
visam a melhoria da qualidade de vida, por meio de modificações do estilo de vida,
poderá existir ainda, a associação de mais de uma classe de medicamentos.
Dos pesquisados 85% controlam o sal na dieta e 14% não fazem esse
controle.
Estudos realizados por Santos e Lima (2008), acerca das ações de prevenção
da hipertensão arterial em trabalhadores da construção civil, demonstraram que
estes por sua vez, conhecem os fatores desencadeadores da HAS e boa parte
desses funcionários são adeptos dos bons hábitos alimentares, 10 dos 14
trabalhadores investigados usam o sal de forma moderada, reduzindo ainda,
açucares e alimentos gordurosos.
Em relação o uso de bebidas alcoólicas 15% cosome algum tipo de bebida
com teor alcoólico e 85% não fazem uso de bebidas alcoólicas.
Os profissionais da ESF devem estimular a população a desistir dos hábitos
errôneos, ajustando a suas rotinas diárias hábitos saudáveis. A adesão ao
tratamento impacta, ao menos em parte, no modo com que as pessoas entendem e
assumem o seu papel enquanto cuidadores de sua saúde. Os autores mencionam
que o consumo do álcool eleva os níveis pressóricos, bem como interagindo com
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medicamentos inibem a ação dos medicamentos ou potencializam a ações destes
(HELENA, NEMES e ELUF-NETO, 2010).
Quando questionados sobre o uso de tabaco 15 mencionaram ser fumantes e
85 não fazem uso de tabaco, dos que disseram ser fumantes: 1 fuma há mais de 5
anos e 14 fumam a mais de 5 anos. Santos e Lima (2008) evidenciaram em seus
estudos que os indivíduos conhecem e rejeitam o uso do tabaco, por estarem
cientes que o cigarro possui substâncias que agravam o quadro das doenças
crônicas degenerativas, estando cientes que este deve ser eliminado de seus
hábitos de vida.
A figura 3 apresenta o indicie de massa corpórea dos indivíduos pesquisados.
Figura 3: IMC - Índice de Massa Corporal
Como podemos observar na figura 3, uma parcela significativa encontra-se
dentro dos limites de IMC desejáveis. Para Nascimento, Gomes e Sardinha (2011)
os fatores causais das doenças cardiovasculares estão agrupados em dois grandes
grupos, modificáveis e não-modificáveis. O índice de massa corporal é para tanto
um fator modificável, em que os níveis saudáveis devam estar entre 18 à 25. O
excesso de peso colabora para o surgimento de doenças cardiovasculares
(dislipidemias) e consequentemente aumento gradativo dos níveis pressóricos.
A figura 4 dispõe a respeito da frequência na realização de atividades físicas.
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Figura 4: Frequência na Realização de atividades Físicas.
O sedentarimo é um dos fatores que mais contribue para o surgimento das
doenças crônicas. Dentro dessa perspectiva, Nascimento, Gomes e Sardinha (2011)
descrevem que pacientes com HAS devem iniciar atividade física de modo regular,
além de minimizar as cifras pressóricas, os exercícios reduzem consideravelmente
os risco de doenças de cunho coronariano,
acidentes vasculares encefálico e
mortalidade modo geral, colaborando ainda, para controle do peso.
Das complicações que mais afetam os pacientes pesquisados 12% foram
acometidos por Acidentes Vascular Encefálico (AVE), 7% por infarto agudo do
miocárdio,
21%
por
angina,
26%
por
e
Ribeiro
diabetes
e
outras
doenças
não
cardiovasculares 22%.
Segundo
Ribeiro,
Cotta
(2012)
as
doenças
de
ordem
cardiovasculares são de modo geral as causas mais comum de morbidade e a
principal causa de mortalidade em nível mundial. Os autores mencionam as
cardiopatias isquêmicas, acidentes vasculares encefálico, hipertensão arterial e
outras cardiopatias como causas por 15,9 milhões de óbitos.
A HAS é uma doença crônica que necessita de controle, sendo este o quesito
fomentador das ações frente à normalização dos níveis pressóricos, bem como,
aliado a essa linha de conduta, esse controle torna-se fundamental, para evitar
complicações oriundas da pressão sanguínea além dos limites suportado pelas
artérias, o que pode colaborar para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,
bem como o agravamento de patologias pré-existentes (MACIEL e ARAÚJO, 2003).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa nos proporcionou conhecer os fatores desencadeadores
da hipertensão arterial e a incidência dessa patologia em usuários dos serviços
ofertados pela ESF da área de abrangência à suas residências, proporcionando-nos
uma análise acerca dos aspectos fenomenológicos evidenciados nessa pesquisa.
De modo enfático, a ESF do Bairro Bela Vista da cidade de Rio Casca, tem mantido
um nível considerável satisfatório em relação às condutas frente aos usuários
portadores de HAS. No entanto, ainda há deficiências em suas condutas
relacionadas à prática de atividades físicas, sobrepeso e obesidade em grau I
expressivo, educação continuada em saúde, dentre outras condutas. Sugerindo,
adequações às prioridades estabelecidas, permanecendo assim, um desafio à
prática diária.
Diante disso, propomos que os profissionais de saúde, que acompanham os
pacientes pesquisados, enfatizem de forma eficiente e eficaz, os hábitos salubres de
vida diária, introduzindo medidas de acordo com o poder aquisitivo peculiar a cada
família, acentuado ações para os indivíduos em risco, sedentários, com sobrepeso e
obesos e os que não são adeptos das condutas terapêuticas. Os que já se
encontram adeptos às condutas, os profissionais devem incentivá-los a continuar
com essas ações, sendo essencial lembrar aos pacientes não adaptados para os
riscos e complicações oriundos dos níveis altos de cifras pressóricas.
Embasados dessas condutas, os profissionais de saúde estarão contribuindo
sumariamente para minimizar ou eliminar os quesitos peculiares à morbidade e
mortalidade decorrente do descontrole da pressão arterial, diminuindo gastos com
tratamentos onerosas decorrente dessas complicações.
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ATUAÇÃO DOS ENFERMEIROS DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
DIANTE DA SAÚDE MENTAL NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DA CIDADE DE RIO
CASCA-MG
Andrina Breguez e Maria Aparecida Rodrigues de Freitas - Graduadas em
Enfermagem, Especialistas em Saúde Pública.
Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde
Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Mestranda em Psicologia UFRRJ.
Professora da UNIVÉRTIX.
Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em
Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem.
Angélica de Lourdes Cotta Lima - Graduanda em Enfermagem, Bolsista
FAPEMIG.
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – graduada em Farmácia, Mestre em Ciências
Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física,
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Nos últimos anos, o Ministério da Saúde vem estimulando a inclusão de políticas de
expansão, formulação, formação e avaliação da Atenção Básica direcionadas aos
problemas de saúde mental e aos usuários, enfatizando a criação de equipes nessa
rede de atenção com fortes vínculos com profissionais da saúde mental. O objetivo
deste trabalho foi verificar as ações e orientações dos enfermeiros da ESF da
Cidade de Rio Casca-MG, diante da sua equipe atuante na saúde mental na rede
primária. Tratou-se de uma pesquisa descritiva, onde foram aplicados questionários
a 4 enfermeiros. Observou-se no presente estudo que com a demanda dos
pacientes em saúde mental torna-se necessário a qualificação dos profissionais que
atuam na atenção básica e um maior envolvimento da comunidade junto a ESF, pois
só com o desenvolvimento de ações conjuntas, qualificadas e multiprofissionais,
com suporte familiar, atividades em grupo, disponibilidade de serviços de referência
e contra-referência, podendo estabilizar o paciente e conseguir sua reinserção na
sociedade.
PALAVRAS-CHAVE: enfermagem; saúde mental; atenção básica.
INTRODUÇÃO
Segundo Alves (2005) para a Organização Mundial de Saúde (OMS), 450
milhões de pessoas sofrem de transtornos mentais, resultantes de uma complexa
interação de fatores genéticos e ambientais.
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Silva, Costa e Fugerato (2003) afirmam que, já na década de 1970, falava-se
que a saúde mental era um componente importante da saúde, um direito humano.
Segundo os autores é fato que:
A população brasileira, de 31 a 50% apresenta em sua vida,
pelo menos um episódio de transtorno mental e cerca de 20 a
40% necessitam, por conta disso, de algum tipo de ajuda
profissional. O que reforça a ideia de que é um dever do
enfermeiro promover a saúde mental das pessoas (SILVA,
COSTA e FUREGATO, 2003, p.8).
Conforme Paiva (2003), traçar um conceito para a loucura se torna uma tarefa
complexa, que demanda uma construção histórica, cultural e social de cada época.
No Brasil, a “loucura” recebe uma intervenção do estado a partir da chegada da
família real. Assim, “o primeiro hospício foi criado em 1841 por determinação de D.
Pedro II, marcando dessa forma o nascimento da psiquiatria brasileira, em 1852 a
partir de sua inauguração” (PAIVA, 2003).
Desde a implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), em 1990, o Brasil
vem sofrendo transformações significativas na assistência à saúde em seu território,
redefinindo através de leis e portarias as responsabilidades e as competências de
todos os níveis de gestão e atribuindo aos municípios um papel central na gestão do
sistema local de saúde. Neste contexto, a participação da população é uma
importante estratégia para garantir princípios como a descentralização e
municipalização da saúde (BRASIL, 2006).
Nos últimos anos, o Ministério da Saúde vem estimulando a inclusão de
políticas de expansão, formulação, formação e avaliação da Atenção Básica
direcionadas aos problemas de saúde mental e aos usuários, enfatizando a criação
de equipes nessa rede de atenção com fortes vínculos com profissionais da saúde
mental. A implementação dessas políticas tem se fundamentado em três planos:
administrativo, com o processo de descentralização; assistencial, através da
Estratégia de Saúde da Família e os Agentes Comunitários; e político, por meio do
controle social (BRASIL, 2007).
Com a institucionalização da ESF na maior parte dos municípios do país, o
Ministério da Saúde viu-se obrigado a promover a sua integração com a saúde
mental. Para isso, foram criadas as Equipes Matriciais de Referência em Saúde
Mental, que consistem na formação de uma rede de apoio por parte dos
profissionais de saúde mental à rede de atenção básica (BRASIL, 2007).
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Segundo
Caixeta
(2008)
o
avanço
da
reforma
psiquiátrica
passa
necessariamente pela atenção básica que deve fornecer uma resposta adequada
aos usuários identificados com problemas de saúde mental.
Portanto, o objetivo deste trabalho foi verificar as ações e orientações dos
enfermeiros da ESF da Cidade de Rio Casca-MG, diante da sua equipe atuante na
saúde mental na rede primária.
Aproveita-se a oportunidade para informar que o estudo se constitui em uma
replica de uma pesquisa finalizada em 2012 como trabalho de conclusão de curso
da graduação em Enfermagem dos autores e de novos colaboradores que
integraram esta nova proposta. Assim, destacamos que o instrumentos de coletas
de dados da primeira pesquisa foi reaplicado em outra população a fim de que a
coleta gerasse um banco de dados oferecendo oportunidades de ampliação das
pesquisas dentro desta
temática. Além disso, informamos que toda a
fundamentação teórica da primeira pesquisa embasou também esta segunda.
Assim, o enfermeiro envolvido nesse serviço deve orientar os demais
profissionais ali inseridos através de uma metodologia problematizados a que
busque articular os saberes produzidos no cotidiano dos serviços e o conhecimento
científico. Constituindo-se uma Atenção Básica em um espaço de acolhimento e da
integralidade das ações visando à ampliação da rede de cuidados com o objetivo de
promoção da saúde como forma de produção de vida.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Donnangelo (1979), a definição de saúde possui implicações legais,
sociais e econômicas dos estados de saúde e doença. A mesma autora coloca que
a OMS define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação
de perfeito bem-estar físico, mental e social.
Conforme a OMS, os conceitos de saúde mental abrangem, entre outras
coisas, o bem-estar subjetivo, a auto eficácia percebida, a autonomia, a
competência, a dependência Inter geracional e a auto realização do potencial
intelectual e emocional da pessoa. Numa perspectiva transcultural, é quase
impossível definir saúde mental de uma forma completa.
Verifica-se em Paiva (2003), que a VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS),
ocorrida em março de 1986, vem definir as bases do projeto da Reforma Sanitária
Brasileira, que rompe com o modelo assistencial vigente e reformulando a
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concepção de saúde. Introduz ainda a especificidade de saúde mental no contexto
de suas diretrizes e princípios, e apontando para a construção de um Sistema Único
de Saúde (SUS) que incentivasse a participação popular através de entidades
participativas.
Destaca-se conforme a Atenção em Saúde Mental, que a grande maioria das
pessoas com transtornos mentais continuam em seu cotidiano, embora com
diferentes dificuldades. Em muitos casos, os custos dos cuidados médicos são
enormemente aumentados pelos custos associados a síndromes psiquiátricas não
diagnosticadas (MINAS GERAIS, 2006).
Sobre o trabalho do enfermeiro em Saúde Mental na ESF, Kantorski et al.
(2006) afirmam que aconteceu uma mudança de paradigma. Assim o novo modelo
envolve práticas coletivas como o incentivo da participação da família e do usuário
no tratamento, a reabilitação psicossocial e ações de reinserção social. Kirschbaum
citado por Mav (2008) revela que o cuidado a essa clientela deve considerar a
singularidade do sujeito e a premissa de que o tratamento deve ser resultado de um
conjunto de intervenções que visem tratar a pessoa nos estados de crise,
acolhendo-a de maneira humanizada.
Soalheiro (2003) entende que a educação permanente dos trabalhadores em
saúde, e a avaliação sistemática das novas práticas, além da inclusão da
perspectiva dos usuários no processo dentre outras, são vias importantes e
necessárias ao estabelecimento dos novos referenciais na prática cotidiana de
atenção em saúde mental.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva com abordagem quantitativa que,
de acordo com Gil (2006), tem como objetivo a descrição das características e
fenômenos relativos a uma determinada população, ou fenômeno. Uma das
características dessa modalidade está na utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados.
A cidade possui (8) ESF, mas somente (4) quatro ESF foram envolvidas no
trabalho, da cidade de Rio Casca, localizada na Zona da Mata do Estado de Minas
Gerais, com enfermeiro responsável por cada uma delas, totalizando 8 profissionais.
Este município possui 14.197 habitantes e sua principal fonte de renda é oriunda da
plantação de cana de açúcar IBGE (2011). Os profissionais de saúde implicados no
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estudo fazem parte de um grupo de Enfermeiros, das referidas ESF. Os critérios de
inclusão utilizados foram: enfermeiros que atuam na rede básica e que trabalham
nas ESF, há pelo menos 6 meses.
A pesquisa foi realizada do mês de setembro de 2013. Para obtenção dos
dados foi aplicado um questionário aberto contendo 11 questões, abordando a
atuação do enfermeiro, dados socioeconômicos, aspectos relacionados ao seu
trabalho na rede básica com os portadores de Saúde Mental e sua família.
Os sujeitos da pesquisa foram informados dos objetivos do estudo e a
participação foi concretizada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (TCLE). Este seguiu as especificações da Lei 196/96, que trata de
pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia
de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo.
Após aplicação do instrumento de coletas de dados, os mesmos foram
reunidos e transcritos com autorização do pesquisado, sendo armazenadas em
arquivo Word versão 2007.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A população do estudo é caracterizada por um grupo de 4 enfermeiros que
fazem parte das equipes das ESF do Município de Rio Casca - MG.
Com relação à formação, 75% não possui pós-graduação, quanto ao tempo de
formação 50% são formados há 3 e 4 anos. Em relação aos dados ocupacionais,
50% dos entrevistados estão entre 1 e 2 anos no exercício da profissão. Na variável
experiência profissional anterior, 75% possui experiência.
O entrevistado foi questionado quanto à contextualização da ESF e o primeiro
ponto questionado foram quais as atividades o mesmo desenvolve cotidianamente
na ESF. Sobre essa questão obtivemos as seguintes respostas:
Atendimento na triagem, acolhimento, preventivo, visita domiciliar, consulta de
enfermagem. (Entrevistado 1)
Cadastro de hipertenso, diabéticos, gestantes, curativos e acompanhamento da
saúde mental. (Entrevistado 2)
Gerente da USF, fazendo todas as atividades do cotidiano. (Entrevistado 3)
A atuação do enfermeiro é muito importante em uma ESF, cabe ao mesmo
desenvolver estratégias para apoiar e supervisionar o trabalho dos agentes
comunitários de saúde (ACS), acolher às pessoas que necessitam de cuidados,
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organizar o cotidiano, planejar ações e executar atividades juntamente à
comunidade (ARAÚJO, 2003).
Questionados quanto ao tipo de demanda que recebem 100% responderam
que se trata de uma demanda espontânea e agendada.
As equipes de saúde da atenção básica, têm que estar preparados para
perceber e atender as peculiaridades de cada situação que se apresenta, buscando
gerenciar os tipos de recursos e tecnologias (leves, leve-duras e duras) que ajudem
a: aliviar o sofrimento, melhorar e prolongar a vida, evitar ou reduzir danos, (re)
construir a autonomia, melhorar as condições de vida, favorecer a criação de
vínculos positivos, diminuir o isolamento e abandono (BRASIL, 2011).
Os enfermeiros foram questionados se no ESF possui demanda de saúde
mental, e responderam:
No município de Rio Casca temos mais de trezentos pacientes psiquiátricos,
mas a maioria abandonou o tratamento, por isso a ESF durante visitas domiciliares
fazem a busca ativa da sua área fazendo o cadastro dos pacientes psiquiátricos e
um mapa de acompanhamento da saúde mental. (Entrevistado 4)
Sim, existem muitos pacientes de saúde mental. (Entrevistado 3)
Lucchese et al., (2009) aponta que devem existir articulações entre ESF e
atenção à saúde mental na lógica da Reforma Psiquiátrica, uma vez que ambos têm
princípios e diretrizes que se convergem: a busca em romper com o modelo médico
hegemônico, o desafio de tomar a família em sua dimensão sócio-cultural como
objeto de atenção, de planejar e executar ações num determinado território,
promover cidadania/participação comunitária, e constituir novas tecnologias para
melhoria da qualidade de vida das pessoas
Em seguida foram questionados sobre a forma que identificam a demanda de
Saúde Mental.
Identificada pelo médico. (Entrevistado 1)
Pessoas
com
necessidades
especiais,
mudança
de
comportamento.
(Entrevistado 3)
Os pacientes são identificados durante as consultas nas ESF através dos
atendimentos psicológicos. (Entrevistado 4)
Abordar a atenção à saúde mental no nível primário se trata de um grande
desafio, trabalhar com as pessoas em sofrimento mental no seu mundo real e esse
cuidado é complexo, pois se trata de pessoas que vivenciam experiências
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diferentes, sofrimentos, dúvidas, incertezas, alucinações, entre outros sentimentos.
As iniciativas de ações de cuidado em saúde mental no ESF podem, em algumas
situações, ser reduzido à medicalização de condições de sofrimento ou ainda,
entender a realidade por meio das intenções expressadas constituindo um discurso
idealizado (LUCCHESE et al., 2009).
A próxima questão surge para identificar como os enfermeiros agem diante as
questões trazidas pela demanda em Saúde Mental, que casos e de que forma.
Responderam:
Todos os pacientes de Saúde Mental são encaminhados para o psiquiatra pela
clinico geral, o acompanhamento é feito com visita domiciliar. (Entrevistado 1)
Os casos são acompanhados pela Unidade Básica de Saúde e encaminhados
para o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) através do laudo médico.
(Entrevistado 2)
Fazemos visitas domiciliar para avaliar o caso do paciente, se for necessário é
feito um relatório e encaminhado para o CAPS ou para o psiquiátrica. (Entrevistado
3)
Os pacientes são identificados durante as consultas nas ESF através dos
atendimentos psicológicos. (Entrevistado 4)
As funções do enfermeiro estão focadas na promoção da saúde mental, na
prevenção da enfermidade mental, na ajuda ao doente a enfrentar as pressões da
enfermidade mental e na capacidade de assistir ao paciente, à família e à
comunidade, ajudando-os a encontrarem o verdadeiro sentido da enfermidade
mental. Para o enfermeiro realizar suas funções, deve usar a percepção e a
observação, formular interpretações válidas, delinear campo de ação com tomada
de decisões, planejarem a assistência, avaliar as condutas e o desenvolvimento do
processo. Essas ações fazem parte do processo de Enfermagem, devendo
direcionar o relacionamento interpessoal e terapêutico (VILLELA e SCATENA,
2004).
A próxima pergunta questiona se existe algum tipo estratégia, proposta de ação
em Saúde Mental sendo desenvolvida na Unidade, a esse respeito observe o que
disseram:
Sim, há uma estratégia, oficinas terapêuticas. (Entrevistado 2)
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Sim, existem psicólogas atendendo na Unidade Básica de Saúde todo mês me
feito uma palestra de motivação com a psicóloga e a comunidade. As famílias dos
paciente também são acompanhadas pelo psiquiatra. (Entrevistado 3)
Estamos implantando um Centro de Convivência de Saúde Mental Álcool e
drogas no bairro Santa Efigênia no Município de Rio Casca. O primeiro encontro foi
dia 27 de setembro de 2013 às 8h. Pra começar esse trabalho com um grupo menor,
e depois implantaremos em outras ESF. (Entrevistado 4)
A Enfermagem direciona suas atividades de forma diferenciada no tratamento
dos doentes mentais, implicando atitudes de respeito e dignidade para com o
enfermo, ações voltadas às individualidades do sujeito e participação deste em seu
processo de tratamento, valorizando e estimulando o auto-cuidado, bem como a
reinserção em grupos sociais e comunitários. Para isso, o profissional deve buscar
espaços de produção do acolhimento, isto é, espaços que possibilitem à
solidariedade, a afetividade, a compreensão, a autonomia, a ética e a cidadania,
enfim, espaços que promovam a atenção psicossocial e a reabilitação do indivíduo
(VILLELA e SCATENA, 2004).
Nesse sentido, a próxima questão refere-se ao enfermeiro encontra dificuldade
ou entraves para a demanda com o paciente de saúde mental, essa dificuldade é
discutida com a equipe. Apresenta-se algumas respostas dos entrevistados:
Sim, temos uma coordenadora de Saúde Mental. (Entrevistado 1)
Sim, com a equipe e a coordenadora de Saúde Mental, para encontrarmos uma
melhor forma de cuidar do paciente (Entrevistado 3)
Quando encontramos algum problema nos reunimos entre o enfermeiro, agente
de saúde, assistente social, médico, coordenadores e CRAS a fim de solucionar o
problema. (Entrevistado 4)
Nem sempre a atenção básica apresenta condições necessárias para os
enfermeiros atenderem o paciente de forma devida, falta recursos de pessoal, a falta
de capacitação acaba por prejudicar o desenvolvimento de uma ação integral pelas
equipes. Além disso, atender às pessoas em sofrimento psíquico é tarefa complexa
e envolve o trabalho de vários profissionais, trabalho em equipe (LEMOS, LEMOS e
SOUZA, 2007).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observa-se no presente estudo que com a demanda dos pacientes em saúde
mental torna-se necessário a qualificação dos profissionais que atuam na atenção
básica e um maior envolvimento da comunidade junto a ESF, pois só com o
desenvolvimento de ações conjuntas, qualificadas e multiprofissionais, com suporte
familiar, atividades em grupo, disponibilidade de serviços de referência e contrareferência, podendo estabilizar o paciente e conseguir sua reinserção na sociedade.
Com os desafios enfrentados pelos profissionais ao lidar com o paciente de
saúde mental, torna-se necessário superar a perspectiva separativista das
profissões e elaborar uma abordagem conjunta com os demais profissionais,
formando, assim, uma verdadeira equipe interdisciplinar, fazendo toda a diferença
no desdobramento da atenção ao paciente de saúde mental.
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PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA DE COLELITÍASE EM USUÁRIOS DO SISTEMA
ÚNICO DE SAÚDE (SUS) DO HOSPITAL MUNICIPAL DR. JATYR GUIMARÃES
DE PAULA
Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA
em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Fernanda Gonçalves Rodrigues Coelho – Graduanda do Curso de Enfermagem Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em
Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem.
Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física,
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. UFOP.
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa – Graduado em Enfermagem,
Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas e em Saúde Pública.
Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor
em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O objetivo deste estudo foi identificar os fatores de risco na prevalência e incidência
de colelitíase em usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Trata-se de uma
pesquisa do tipo descritiva, realizada por meio de análise de prontuários de paciente
submetidos à colecistectomia aberta por financiamento do SUS de uma Instituição
Hospitalar do interior da Zona da Mata Mineira. O universo da pesquisa
compreendeu 67 prontuários de paciente. Percebeu-se nessa pesquisa que a
colelitíase tem prevalência no sexo feminino, com idade entre 29 a 69 anos de
idade, com incidência maior de 30 a 34 anos de idade, e em maior ocorrência em
indivíduos de etnia parda. O referido trabalho proporcionou conhecer a incidência e
prevalência de colecistectomia, correlacionado os fatores condicionantes à
colelitíase.
PALAVRAS-CHAVE: colelitíase; colecistectomia; prevalência e incidência.
INTRODUÇÃO
Um Hospital, segundo o Ministério da Saúde (1997) é parte integrante de
uma organização médica e social, com função proporcionar à população assistência
médica integral, curativa e preventiva, sendo o Sistema Único de Saúde (SUS),
criado pela Constituição Federal de 1988 tem a obrigatoriedade de alterar a situação
de desigualdade na assistência à saúde da população, tornando obrigatório o
atendimento público a qualquer cidadão.
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Harken e Moore (1999) incorporam ao contexto hospitalar assistência
curativa e paliativa, com visão resolutiva aos agravos apresentados pelos indivíduos.
Em um estudo de casos de colelitíase, os mesmos autores, descreveram que esta
patologia acomete aproximadamente 11% da população adulta, com prevalência
diferenciada a idade, sexo e grupo étnico. Os autores destacam, que certos grupos
étnicos apresentam alta incidência, como os escandinavos, hispânicos e americanos
nativos e a baixa incidência representada por negros e asiáticos, em que pacientes
com rápida perda de peso ou dependentes de Nutrição Parenteral Total (NPT) são
mais suscetíveis.
Para Freitas et al. (2012) a colelitíase é a presença de litíase biliar,
conhecida como pedras ou cálculos no interior da vesícula, estrutura oca, com
formato de pera, de paredes finas e regulares, situada na fossa vesicular entre os
segmentos IV e V do fígado, cuja função é armazenar a bile com volume estimado
em 30 a 50ml. Para Barbosa et al. 2011, a patologia apresenta-se em três formas
clínicas: assintomática a maioria dos pacientes, sintomática e complicada.
As manifestações clínicas mais comuns são dor no quadrante superior
direito ou epigástrio com picos noturnos, podendo irradiar-se para o ombro direito,
muitos apresentam intolerância a alimentos com teor significativo de gordura
(SATURNINO e BÉCKER, 2013).
O Ministério da Saúde (2014), por meio do Sistema de Informações
Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS), delineia que mais de 130 mil
colecistectomias abertas foram realizadas no País em 2008 e 19 mil por
videolaparoscopia. Ainda que a técnica videolaparoscópica seja considerada
padrão-ouro é realizada em 95% dos pacientes em países desenvolvidos, no Brasil
principalmente no SUS o procedimento mais utilizado é a colecistectomia aberta
(BICARO, et al. 2009).
Devido ao vasto número de registros de colecistectomia ocorridos no
Hospital Municipal Dr. Jatyr de Guimarães Paula, surgiu o interesse de um estudo
voltado para identificar os fatores de risco na prevalência e incidência de colelitíase
em usuários do SUS. O interesse pelo estudo se deu enquanto registrava os
pacientes para procedimento cirúrgico eletivo, como circulante do centro cirúrgico
desde o ano de 2010 até os dias atuais.
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Diante disso, a questão eixo do estudo foi qual é a prevalência e incidência
de colelitíase em usuários do Sistema Único de Saúde no Hospital Municipal Dr.
Jatyr Guimarães de Paula?
O objetivo da pesquisa foi identificar a prevalência e incidência de colelitíase
em usuários do Sistema Único de Saúde no Hospital Municipal Dr. Jatyr Guimarães
de Paula.
Diante da complexidade das intervenções cirúrgicas, pretende-se com esse
estudo, elaborar mecanismos que contribuam para a conscientização sobre a
importância do diagnóstico precoce e tratamento de forma preventiva à colelitíase.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A colecistite aguda está associada a dor somática causada por irritação do
peritônio, que recobre a vesícula biliar, a dor é também localizada no quadrante
superior direito irradiando-se para as costas e ombro direito e com duração de várias
horas, geralmente associada à náusea, vômito e febre (HARKEN e MOORE, 1999)
Os cálculos biliares são compostos de colesterol, bilirrubina, cálcio e muco
proteínas, nos Estados Unidos 75% dos cálculos biliares são pedras de colesterol,
20% são pedras de pigmento preto e 55% são pedras de pigmento marrom. As
pedras de pigmento preto são mais comuns em pacientes com cirrose e anemia
hemolítica (talassemia, anemia falciforme). As pedras primariamente de ducto biliar
são geralmente de pigmento marrom e estão associados a infecções (GUIMARAES,
et al. 2010).
As pedras de colesterol se formam quando a concentração de colesterol na
bile excede a capacidade dos sais biliares de transformá-las em solução.
Normalmente, o colesterol é tido com solução por uma associação aos sais minerais
e fosfolipídios (ex: lecitina) na forma de micelas e vesículas. Em altas concentrações
de colesterol, as vesículas se fundem para formar cristais que se agregam os mucos
proteínas para formar cálculos. A bile litogênica pode ter uma concentração de
colesterol aumentada ou uma concentração de sais biliares diminuída (HARKEN e
MOORE, 1999).
Para Prado et al. (2005) o aparecimento de cálculos esta condicionado a
uma série de eventos sequenciais. Dentre os fatores associados com a maior
incidência de cálculos, Freitas et al. (2012) citam a obesidade, os níveis alterados
de colesterol no organismo, hormônios sexuais femininos, principalmente o
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estrogênio que altera a motilidade da vesícula, dificultando o seu esvaziamento,
modificando também a síntese e captação hepática de colesterol, o diabetes
mellitos, o qual aumenta a incidência de litíase biliar devido a super saturação do
colesterol e infecções biliar.
Ainda, segundo Saturnino e Bécker (2013), os fatores que desencadeiam a
formação dos cálculos biliares podem incluir defeitos metabólicos e da secreção de
lipídeos biliares, disfunção da vesícula biliar e a precipitação de colesterol e sais de
cálcio em seu interior.
Barbosa et al. (2011) destacam que a ultrassonografia (USG) é ainda o
método de imagem inicial para abordagem diagnóstica e avaliativa do sistema biliar,
amplamente disponível, seguro, inócuo e de baixo custo. Quanto ao procedimento
indicado no tratamento da colelitíase, suas complicações e neoplasias da vesícula
biliar, a colecistectomia é a cirurgia do trato digestivo mais realizado, devido à alta
incidência de litíase vesicular, cujo tratamento definitivo consiste na exérese da
vesícula. Dentro dessa linha de estudo Bicaro et al. (2009) e Saturnino e Bécker
(2013) citam que o tratamento cirúrgico é feito através da técnica convencional e
videolaparoscopia.
A Técnica convencional tem sido realizada, de acordo com Harken e Moore
(1999) com bons resultados por todo este século. Efetuada através de uma incisão
na parte superior do abdômen, promove alterações na mecânica e na função
pulmonar (RIBEIRO, et al. 2008). Harken e Moore (1999) descrevem que a vesícula
é ressecada do leito hepático com ligação do ducto e da artéria cística, sendo que
este procedimento quando realizado de forma eletiva apresenta taxa de morbidade
de 2% e de mortalidade de 0,2%.
Harken e Moore (1999) enfatizam a colecistectomia profilática para
pacientes com cálculos assintomáticos é aconselhável em grupos específicos. É
recomendada para pacientes com doença falciforme e deve ser feita casualmente
em pacientes com cirurgia para obesidade mórbida, também para pacientes com
alto risco de câncer ou para vesícula em porcelana (parede da vesícula biliar
calcificada; 50% de risco de malignidade). A maioria das autoridades não
recomenda cirurgia em diabéticos com cálculos assintomáticos, em decorrência das
peculiaridades desta patologia.
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METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa do tipo descritiva. Para Silva e Menezes (2001)
esse tipo de pesquisa apresenta como objetivo descrever as particularidades de
uma população previamente prevista, considerando aspectos fenomenológicos,
levando em consideração as variáveis, no qual usufrui técnicas padrão (instrumentos
de dados previamente elaborados).
A pesquisa foi realizada em Unidade Hospitalar localizada na Cidade de
Santa Margarida Minas Gerais, o Hospital Municipal Doutor Jatir Guimarães de
Paula, registrada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde em 12 de
março de 2002. É uma entidade Municipal, sem fins lucrativos com gestão Municipal.
Trabalham neste local em torno de 45 profissionais, entre médicos, enfermeiros,
técnicos e auxiliares em enfermagem, auxiliares de serviços gerais, farmacêutico,
entre outros (CNESNet, 2014). A instituição é caracterizada como hospital geral,
oferecendo atendimento em emergências, ambulatorial, internações e cirurgias de
pequena e média complexidade.
Para o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2013) o
município apresenta população estimada em 15.772 habitantes. As principais
atividades econômicas são produção de café, agropecuária, comércios varejistas e
empresas privadas e serviços oriundos do ramo público o qual gera boa parte dos
empregos da cidade.
Os dados foram extraídos de prontuários de pacientes submetidos ao
procedimento de colicistectomia no ano de 2013 no Hospital Municipal Dr. Jatyr
Guimarães de Paula, compondo assim, o montante total da pesquisa.
O levantamento dos dados ocorreu no mês de abril de 2014, mediante
autorização prévia do gestor da Instituição, momento este em que foi apresentado o
objetivo e relevância da pesquisa, bem como a justificativa da escolha da unidade
hospitalar. Os aspectos éticos foram baseados na Resolução 196/96 que norteia a
prática
de
pesquisas
envolvendo
seres
humanos,
garantindo
anonimato
(CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 1996).
Os dados decorrentes do levantamento foram tabulados no Microsoft Excel,
através de estatística descritiva. Os resultados gerados foram representados por
meio de tabela, norteando assim a discussão dos dados.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
No período de janeiro de 2013 à dezembro de 2013, foram realizadas no
Hospital Municipal Dr. Jatyr Guimarães de Paula, um total de 361 cirurgias de
pequeno, médio e grande porte, das quais 207 são de médio e grande porte
(colecistectomia, histerectomia, ooforectomia, hernioplástia inguinal, umbilical e
incisional, hemorroidectomia, laqueadura tubária, hidrocelectomia e salpingectomia),
sendo destas 207, 67 cirurgias foram colecistectomia (procedimento operatório por
via abdominal convencional).
É digno de menção salientar que a Instituição em questão atende paciente
oriundos de várias cidades, por se tratar de uma entidade que realiza procedimentos
vinculados exclusivamente ao SUS. Estes pacientes em algumas particularidades
são referenciados de Unidades Básicas de Saúde, previamente atendidos por
médicos clínico geral e, em seguida, encaminhados para avaliação do cirurgião geral
ou ainda, em alguns casos específicos direcionados para outros médicos em outras
especialidades.
Em relação às características gerais da população estudada, foram
incluídas apenas as cirurgias de colecistectomia convencional com incisão na
parede abdominal, procedimento realizado via financiamento do SUS, compondo o
corpus da pesquisa 67 prontuários, descritos na Tabela 1.
Tabela 1: aborda os dados socioeconômicos da população investigada:
Tabela 1: Características sócio-demográficas referidas pela população investigada
Característica
N=67
%
58
9
86,6
13,4
1
3
7
12
5
7
7
5
8
4
5
1
2
1,5
4,48
10,44
17,91
7,47
10,44
10,44
7,47
11,94
5,97
7,47
1,5
2,97
30
31
6
44,8
46,3
8,9
Gênero
Feminino
Masculino
Faixa Etária
15 – 19 anos
20 – 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
65 a 69 anos
70 a 74 anos
75 a 80 anos
Grupos Étnicos
Branco
Pardo
Negro
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Dos 67 pacientes submetidos à colecistectomia 86,6% (58) eram do gênero
feminino, corroborando com a literatura, pois estes resultados estiveram presentes
em outros estudos com prevalência no sexo feminino em mais de 80% do grupo
estudado (FERREIRA, et al. 2004). Segundo Santos et al. (2008) a incidência é
mais significativa em mulheres com múltiplas gestações. Além disso, estes podem
estar associados ao fato de que os hormônios sexuais, principalmente o estrogênio,
aumentam o potencial litogênico da bile, intensificando a secreção de colesterol e
diminuindo a secreção de ácidos biliares, levando a saturação de colesterol e
consequentemente formação de cálculos biliares (BABULAL, 2010).
No que diz respeito à faixa etária dos pacientes que emergiram dos
prontuários analisados, esta variou entre 17 e 76 anos de idade, porém com a
porcentagem maior, pacientes com idade acima de 25 anos, com pico de incidência
25 a 69 anos. Esses dados condizem com a literatura, uma vez que as chances de
possuir colecistite aumentam com a idade, estimando-se que 15% dos brasileiros
acima de 20 anos apresentam colecistite (COELHO, FRARE e ARCE, 1991). É
digno de menção salientar que a classificação da faixa etária seguiu as idades
sugeridas na pirâmide etária brasileira (BRASIL ESCOLA, 2014).
No Brasil, embora a incidência de litíase biliar esteja relacionada à progressão
da idade, estudos sobre a prevalência são escassos e limitados. Segundo
Guimarães et al. (2010)
a prevalência global de 9% aumenta para 21% na
população de 60 a 69 anos e mais de 30% nos indivíduos acima de 70 anos. Os
autores dão ênfase a respeito de essa faixa etária equipara-se com o pico de
produção hormonal em mulheres com idade fértil, em decorrência dessa produção
exacerbada de hormônios ser um dos fatores predisponentes para desenvolver
colelitíase.
Deste modo geral, pode-se dizer que existe uma inserção considerável na
incidência entre a faixa etária de 30 a 55 anos, aumentando gradualmente, a partir
dos 35 anos, sendo a doença mais comum em paciente idoso, ocorrendo devido à
diminuição das reservas funcionais e a presença de doenças associadas em cerca
de metade dessa população (SANTOS, et al. 2008; REGO, et al., 2003).
Ainda, relacionando os fatores determinantes para o desenvolvimento de
colelitíase, considerando a importância do aspecto étnico sobre a incidência da
colelitíase, constatou-se que a proporção de indivíduos da raça parda 46,3% (31),
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acometidos pela doença foi superior à encontrada nos indivíduos branca 44,8% (30)
e negros 8,9% (6).
Apesar do escasso número de pesquisa relacionada à incidência de
colelitíase, tendo como fator determinante o grupo étnico, um estudo semelhante
constatou também que a proporção de indivíduos da raça parda (11,1%),
acometidos pela doença, foi superior à encontrada nos indivíduos não pardas (7,8%)
percebendo assim uma maior chance de evoluírem com cálculos biliares, da ordem
de 1,47 vezes, se comparado aos demais grupos raciais (MANTOVANI, LEAL e
FONTELLES, 2001). Já em relação à baixa incidência representada pelos negros,
entram em conformidade com os autores Harken e Moore (1999) que em um de
seus estudos também demonstraram baixa incidência em negros e asiáticos.
Diante dos dados apresentados, consideram-se como principais fatores
determinantes para prevalência e incidência de colelitíase o gênero, em que o sexo
feminino está mais exposto aos fatores que desencadeiam a colelitíase e levam a
colecistectomia, o aumento da idade, acima de 29 anos, estando menos
predispostos a desenvolver a doença indivíduos da etnia negra, o que pode ser
confirmado analisando o corpus da Tabela 1.
Estudos realizados por Martins e Stell (1983) com intuito de investigar a
prevalência e incidência de colecistectomia em indivíduos com colelitíase,
estabelece claramente que a diferença na incidência de litíase em vários países é
decorrente de fatores relacionado ao hábito de vida, sedentarismo, alimentação rica
em gordura e alto valor calórico, fatores hereditários, além disso, os mesmos autores
concluíram que a baixa incidência é menor em indivíduos da etnia negra, no qual,
dos 100 casos investigado apenas 6,49% eram negros.
Das colecistectomias realizadas na Instituição Hospitalar em questão, por
meio de financiamento do SUS, um número expressivo era do sexo feminino. De
forma generalizada em relação à realização do procedimento considerando a faixa
etária, deu-se de forma generalizada, com maior incidência dos 25 aos 29 anos, com
predomínio étnico pardo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O referido trabalho proporcionou identificar os fatores de riscos que
ocasionam a prevalência e a incidência da colelitíase, conhecida como pedra na
vesícula biliar. A pesquisa evidenciou maior ocorrência refere-se ao gênero feminino,
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devido aos hormônios sexuais, principalmente o estrogênio. A faixa etária dos
indivíduos acometidos pela patologia em questão encontra-se com maior incidência
entre 25 a 69 anos de idade, aumentando gradualmente a partir dos 35 anos,
acometendo geralmente pacientes idosos, com prevalência em indivíduos dos
grupos étnicos pardo.
Diante da gravidade do problema, correlacionado ao tratamento em que a
cirurgia é, em muitos casos, a única opção para solucionar o mesmo (intervenção
cirurgia aberta ou via laparoscópica), propõe-se assim, fornecer campanhas de
cunho educativo no que tange as ações de promoção e incentivo aos hábitos de vida
saudáveis, correlacionado a adoção de estilo de vida que minimizem o surgimento
da doença, diminuindo a ingestão de gorduras, alimentos ricos em calorias, bem
como, adoção e prática de atividades físicas, aliando nesse segmento, a realização
do diagnostico prévio, a fim de evitar complicações decorrente do diagnóstico tardio,
haja visto, que qualquer procedimento cirúrgico tem riscos previsíveis e
imprevisíveis.
A equipe de saúde tem papel importante nesse contexto, seja atuante em
serviços de prevenção, promoção e reabilitação em saúde (Estratégia Saúde da
Família), em que tem como responsabilidade coadjuvar para melhoria no estilo de
vida das pessoas, impactando no aumento da qualidade de vida dos mesmos. A
equipe atuante em unidade hospitalar em que é responsável por estar ao lado dos
pacientes desde sua entrada na instituição até sua saída, sendo assim, poderá
esclarecer dúvidas decorrentes desse processo, proporcionar conforte e estabelecer
o elo entre equipe cirúrgica e família, antes, durante e após o procedimento
cirúrgico.
REFERÊNCIAS
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Bibliográfica. Portugal (Porto), 2010. 33p. Dissertação Mestrado. Colelitíase.
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FATORES QUE INFLUENCIAM O DESMAME HUMANO PRECOCE
Rafaela Aparecida Ferreira Paula e Rafaela Lopes Fioravante - Graduandas em
Enfermagem. Univértix.
Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física.
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Univértix.
Ana Lígia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem. Especialista em
Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Univértix.
Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. UFOP.
Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA
em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O objetivo do estudo é identificar os fatores que levam o desmame humano precoce,
destacando os benefícios do aleitamento materno exclusivo e os malefícios do
desmame precoce. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva com
abordagem quantitativa, foram entrevistadas 20 mães de crianças acima de 6 meses
de idade, residentes no Bairro Boa Vista da cidade de Matipó- MG. Para a obtenção
dos dados foi aplicado um questionário contendo 15 questões relacionadas ao
objetivo do trabalho. Os resultados apontam que foi possível identificar por meio do
estudo que o principal fator que influenciou o desmame precoce foi que o leite
materno era considerado fraco e não sustentava devido ao choro constante da
criança. O desmame precoce pode acarretar vários quadros infecciosos e o
desenvolvimento de várias doenças. Entre os benefícios do aleitamento materno
exclusivo estão a diminuição de quadros infecciosos além do alto alto valor
nutricional do leite materno para o organismo da criança até os seis meses de idade,
sem a necessidade de introduzir qualquer outro tipo de alimento.
PALAVRAS-CHAVE: aleitamento materno, amamentação exclusiva, desmame
precoce.
INTRODUÇÃO
As vantagens da amamentação são hoje reconhecidas, evidenciadas e
aprovadas
cientificamente.
Apesar
das
várias
vantagens
oferecidas
pela
amamentação, ela está em declínio desde o início do século XX (ISSLER, et al.,
2010).
A Organização Mundial de Saúde OMS (2001) preconiza que as crianças
devem ser submetidas ao aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses de idade.
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Até essa idade, a criança deve tomar apenas leite materno e não deve introduzir
nenhum outro alimento complementar ou bebida. A partir dos 6 meses de idade
todas as crianças devem receber alimentos complementares. As crianças devem
continuar sendo amamentadas, pelo menos, até completarem os 2 anos de idade.
Segundo Araújo et al. (2008) a amamentação não é totalmente espontânea
no ser humano, muitas vezes deve ser aprendida para ser prolongada com êxito,
atentando-se que a maior parte das nutrizes precisa de esforço e apoio constantes.
Nesse sentido, as mulheres, ao iniciar pela primeira vez o aleitamento materno,
solicitam que lhes sejam apresentadas modelos ou guias práticos de como devem
conduzir-se nesse processo que, na maioria das vezes, tem como primeira
referência o meio familiar, as amizades e vizinhança nos quais estão inseridas.
Segundo Santos e Neves (2012) o desmame precoce é um problema de
saúde pública em todo o mundo, relacionado a muitos fatores como idade materna,
primiparidade, baixo nível de escolaridade, uso precoce de fórmulas lácteas e
chupetas, ocupação materna, urbanização, tabagismo, falta de incentivo da família e
da sociedade, além de deficiências na atenção à saúde.
A amamentação exclusiva é a estratégia mais efetiva na redução da
mortalidade infantil. Estima-se que ações de promoção do aleitamento materno e da
alimentação complementar saudável sejam aptas para reduzir, respectivamente, em
até 13% a ocorrência de mortes em crianças menores de cinco anos em todo o
mundo (PORTAL BRASIL, 2013).
A Pesquisa Nacional de Aleitamento Materno, desempenhada nas capitais e
Distrito Federal em 2010, revelou que a prevalência média nacional de Aleitamento
materno exclusivo é de 41% (STEPHAN, CAVADA, VILELA, 2012).
Diante do exposto, a questão norteadora deste estudo é quais os fatores que
influenciam ao desmame humano precoce? E o objetivo da pesquisa é identificar os
fatores que levam ao desmame humano precoce.
Por meio deste estudo pretende-se contribuir para a conscientização das
gestantes sobre a importância do aleitamento materno e os benefícios que o leite
trará para seu filho.
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REFERENCIAL TEÓRICO
Sabe-se que o leite materno é o alimento ideal para as crianças. No entanto,
a prática do aleitamento materno não é espontânea, intuitiva, natural/biológica ou
fácil. Além disso, a amamentação depende das condições de vida do trabalho, do
instante vivido pela mulher, de suas vivências anteriores, da sua bagagem cultural e
da visão que a sociedade possui a respeito da amamentação (FUJIMORI e OHARA,
2009).
Entre os benefícios as crianças em aleitamento materno têm menos quadros
infecciosos porque o leite materno é estéril, livre de bactérias e contém fatores antiinfecciosos que incluem: (I) células brancas vivas (leucócitos) que eliminam as
bactérias; (II) anticorpos (imunoglobinas) contra muitas das infecções mais comuns.
Isto ajuda a proteger a criança até que ela comece a produzir seus próprios
anticorpos; (III) têm menos diarréia que as alimentadas artificialmente; (IV) a criança
que continua em aleitamento materno durante uma infecção se recupera mais
rápido; (V) o leite materno permanece ajudando a evitar doenças e facilitando a
recuperação durante o segundo e terceiro anos de vida (KING, 2001).
Entre as desvantagens, a introdução precoce da alimentação complementar
tem sido associada também ao acréscimo de várias doenças, como asma,
hipertensão, obesidade e diabetes mellitus tipo 1 (FUJIMORI e OHARA, 2009).
O desmame natural proporciona uma mudança mais tranquila, menos
estressante para a mãe e a criança, completa as necessidades da criança
(fisiológicas, imunológicas e psicológicas) até ela estar madura para tal e,
teoricamente, fortalece a relação mãe-filho. O desmame abrupto deve ser
desencorajado, pois, se a criança não está pronta, ela pode se sentir abandonada
pela mãe, provocando insegurança e, muitas vezes, rebeldia. Na mãe, o desmame
abrupto pode precipitar ingurgitamento mamário, estase do leite e mastite, além de
tristeza ou depressão, e luto pela perda da amamentação ou por alterações
hormonais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva e abordagem quantitativa.
Segundo Gil (2009) a pesquisa descritiva descreve as características de
determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na
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utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática.
A pesquisa foi realizada em 2 dias consecutivos na segunda semana do mês
de abril de 2014, em que participaram 20 mães, número total das mães presentes
nos referidos dias para a consulta com o pediatra na UBS do Bairro Boa Vista da
cidade de Matipó-MG. Para a obtenção dos dados foi aplicado um questionário
contendo 15 questões fechadas abordando o objetivo do trabalho.
O estudo foi
realizado em uma Unidade Básica de Saúde no Bairro Boa Vista no Município de
Matipó, cuja estimativa populacional é de 17.639 habitantes em 2010, com uma área
de 266,990 Km², sendo a principal atividade econômica a agrícola (colheita de café)
(IBGE, 2010). A população do estudo constitui-se de mulheres que tem filhos com
mais de 6 meses de idade.
As mulheres foram informadas dos objetivos do estudo e a participação foi
concretizada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE). Este seguiu as especificações da resolução 196/96, que trata de pesquisa
envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusarse ou desistir de fazer parte da amostra do estudo (BRASIL, 1996).
Os dados foram processados no Microsoft Excel, através de estatística
descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram pesquisadas 20 mulheres mães de crianças acima de seis meses de
idade que receberam o aleitamento materno. A coleta de dados foi realizada no mês
de abril de 2014.
A tabela 1 resume as principais características sócio demográficas das mães
entrevistadas:
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Tabela 1: Características sócio demográficas da população entrevistada.
Característica
Faixa Etária
17 – 19
20 – 24
25 – 29
30 - 34
35 - 39
40 - 44
45 - 50
50 - 54
N=20
%
4
2
10
1
0
1
1
1
20%
10%
50%
5%
0%
5%
5%
5%
Estado Civil
Solteira
Casada
Divorciada
7
12
1
35%
60%
5%
Formação profissional
Doméstica
Funcionária Pública
Diarista
Lavradora
17
1
1
1
85%
5%
5%
5%
2
10%
11
55%
3
14
15%
20%
9
45%
9
45%
2
10%
Escolaridade
Ensino fundamental
completo
Ensino fundamental
incompleto
Ensino médio completo
Ensino médio incompleto
Renda familiar
Menor que um salário
mínimo
Entre um e dois salários
mínimos
Maior que dois salários
mínimos
Notamos que somente 15% das mães possuem o ensino médio completo. No
que se refere ao grau de instrução materna, muitos estudos têm evidenciado que
esse fator afeta a motivação para amamentá-lo. Em muitos países desenvolvidos,
mães com maior grau de instrução tendem a amamentar por mais tempo, talvez pela
possibilidade de um maior acesso as informações sobre os benefícios do
aleitamento materno. Já em países em desenvolvimento, as mães de classes menos
favorecidas, com baixa escolaridade, frequentemente não casadas, começam o prénatal mais tarde e, consequentemente, se preocupam em definir a forma do
aleitamento também mais tarde (FALEIROS, TREZZA, CARANDINA, 2006).
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Observar-se que 45% das mães possuem uma renda familiar menor que um
salário mínimo.
No Brasil, as mulheres de baixa renda foram as que menos
buscaram os serviços de pré-natal e que apresentaram um menor número de
consultas, além de iniciá-lo mais tardiamente, obtendo um menor índice de
aleitamento materno entre elas (FALEIROS, TREZZA, CARANDINA, 2006).
A figura 1 refere-se ao tempo de amamentação exclusiva até os seis meses
de idade:
Figura 1: Tempo de aleitamento materno exclusivo até o 6º mês.
A figura mostra que apenas 16% das mães amamentaram exclusivamente até
os seis meses de idade. Aleitamento materno exclusivo é quando a criança recebe
somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra
fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas ou xaropes incluindo
vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos minerais ou medicamentos
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
Amamentar significa proteger a saúde da criança de doenças como diarréia,
distúrbios respiratórios, otites e infecção urinária e, ao mesmo tempo, a criança que
é amamentada de acordo com o recomendado apresenta menor probabilidade,
carga genética e outros condicionantes de desenvolver diabetes, hipertensão e
doenças cardiovasculares (PARIZOTTO E ZORZI, 2008).
Quando questionadas sobre as causas que levaram ao desmame precoce,
20%, das mães disseram que o leite materno era fraco e não sustentava a criança
(FIGURA 2). Vários trabalhos já vêm demostrando o dado “leite fraco/não sustenta”
como a primeira causa sendo apontada como desmame. A associação feita pelas
mães sobre este dado foi pelo fato de que o bebê mama e chora ou chora toda hora
(SIQUEIRA et al. 1994).
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Figura 2: Causas do desmame precoce citadas pelas mães
Segundo Parizotto e Zorzi (2008) O desmame precoce é a interrupção do
aleitamento materno antes do lactente ter completado seis meses de vida,
independentemente de a decisão ser materna ou não e do motivo de tal interrupção.
As mães foram questionadas sobre quais outros alimentos foram introduzidos
na dieta da criança, 85% afirmaram que introduziram chás, água e leite. A iniciação
com os alimentos deve ser aos poucos, pois é com seis meses de idade que a
criança adquire maturidade fisiológica e neurológica para receber outros alimentos
(PARIZOTTO E ZORZI 2008).
A figura 3 mostra o número de filhos que cada mãe teve. É possível notar que
45% das entrevistadas tem apenas um filho. A pesquisa aponta para uma realidade
diferente, apesar de o bairro apresentar condição socioeconômica baixa.
Existe
uma associação entre posição socioeconômica da população e níveis de
fecundidade, no sentido de que os grupos menos instruídos ainda apresentam taxas
de fecundidade mais elevadas, enquanto os grupos intermediários e os mais
instruídos, em escala ordenada, detêm menores números de filhos (IBGE, 2009).
Figura 3: Número de filhos das mães entrevistadas.
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Das 20 mães pesquisadas observamos que 45% amamentaram todos os
seus filhos até os seis meses de idade não sendo exclusivamente. Sabe-se que os
benefícios do leite materno e a amamentação exclusiva sob livre demanda são
essenciais para o crescimento e o desenvolvimento da criança nos primeiros seis
meses de vida. As necessidades nutricionais durante o primeiro ano de vida da
criança variam de acordo com os padrões individuais. De modo geral, até o primeiro
semestre, o leite materno é fundamental para a nutrição da criança (FROTA et al,
2009).
A figura 4 representa a importância do aleitamento materno exclusivo de
acordo com o conhecimento das entrevistadas.
Figura 4: Importância do aleitamento materno exclusivo de acordo com os
conhecimentos das entrevistadas.
Quanto à importância do aleitamento exclusivo as mães demostraram ter
conhecimento, pois 45% delas responderam que o leite materno promove a defesa
contra infecção e nutrição do organismo da criança. A amamentação, além de
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proporcionar, pelo leite materno, a melhor fonte de nutrição para os lactentes, é a
proteção contra diversas doenças agudas e crônicas, pois o leite materno inclui
anticorpos da mãe que passam para a criança, combatendo ainda a diarreia, anemia
e desidratação. Amamentar origina o estabelecimento de uma ligação emocional,
muito forte e precoce entre a mãe e a criança, denominada tecnicamente por vínculo
afetivo (ALMEIDA E FRANCO, 2014).
A figura 5 mostra de quanto em quanto tempo as mães oferecem o leite
materno para as crianças. Podemos notar que 50% das mães oferecem de 30 em 30
minutos o leite materno para criança. Existem crianças que têm necessidade de
mamar repetidas vezes e durante muito tempo e outros que mamam mais
espaçadamente e fazem mamadas mais curtas. Cada criança tem o seu jeito
pessoal de alimentar-se e sentir-se confortado. É importante deixar a criança mamar
em regime livre, uma criança pode desejar mamar passados 15 minutos de ter
acabado uma mamada, ou pode passar 4 horas sem solicitar o peito.
Figura 5: Intervalo de tempo no qual é oferecido o leite materno à criança.
Entretanto, deve certificar-se que a criança está mamando leite suficiente, ou seja,
ele deve mamar pelo menos 8 a 12 vezes, em cada 24 horas (PIRES, 2011). A
figura 6 mostra de quanto em quanto tempo que criança mama. Notamos que 50%
das mães disseram amamentar durante um período de 15 a 30 minutos. O tempo
que cada criança precisa para completar uma mamada muda de criança para
criança e de mãe para mãe. Esse tempo varia de mamada para mamada e depende
muito da idade da criança. Um recém-nascido leva bastante tempo em cada
mamada do que uma criança de 6 meses. O leite do início da mamada contém a
maior parte das proteínas e açúcares. O leite do final da mamada é menos
abundante, mas tem mais calorias (é rico em gordura e vitaminas lipossolúveis). O
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ideal é que a mamada dure até que seja a criança quem deixe espontaneamente o
peito (PIRES, 2011).
Figura 6: Tempo que a criança mama de acordo com as mães entrevistadas.
Segundo Parizotto e Zorzi (2008) é fundamental que a mãe tenha consciência
de que a amamentação é uma das experiências mais gratificantes para as mulheres
e que se deve empenhar-se para que ela seja mantida o máximo de tempo possível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio deste estudo foi possível identificar que o principal fator que
influenciou o desmame precoce foi que o leite materno era considerado fraco e não
sustentava as crianças. Porém, as mães afirmaram possuir o conhecimento sobre a
importância do aleitamento materno exclusivo como defesa e nutrição. Mesmo tendo
esse conhecimento acreditavam que o leite materno era fraco e não sustentava
devido o choro da criança, levando a introdução de algum outro tipo de alimento.
O desmame precoce pode acarretar vários quadros infecciosos e o
desenvolvimento de várias doenças a saúde da criança.
É importante ressaltar que as mães deverão ser orientadas quanto aos
benefícios do aleitamento materno exclusivo. Entre os benefícios as crianças em
aleitamento materno têm menos quadros infecciosos porque o leite materno é
estéril, livre de bactérias e contém fatores anti-infecciosos. Destacando que o leite
materno possui um alto valor nutricional para o organismo da criança até os seis
meses de idade, sem a necessidade de introduzir qualquer outro tipo de alimento.
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A PROCURA DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA POR HOMENS
CADASTRADOS EM ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) DO MUNICÍPIO
DE RAUL SOARES-MG
Gabriela Fernandes da Silva, Hosana Silvério Chaves Rocha eTatiana Maria
Xavier – Graduadas em Enfermagem, Especialistas em Saúde Pública.
Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em
Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem.
Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física,
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Angélica de Lourdes Cotta Lima - Graduanda em Enfermagem, Bolsista
FAPEMIG.
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor
em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
A saúde do homem vem sendo discutida na atualidade como uma grande
preocupação, pois, os homens ignoram a possibilidade de adoecer, ocasionando
assim, problemas que poderiam ser prevenidos. O objetivo do presente estudo foi
analisar os motivos que levam os homens a procurarem a Estratégia Saúde da
Família. Trata-se de estudo descritivo com análise quantitativa com dezenove (19)
homens cadastradas em um Programa de Saúde da Família no município de Raul
Soares - MG. A partir dos dados coletados, pressupõe que a maioria dos homens
não procura o serviço de saúde por falta de tempo, filas enormes que causam
demora no atendimento e falta das ações educativas voltadas para população
masculina. Este estudo favoreceu a ascensão de possíveis fatores que leva o
homem a procurar ao serviço de saúde, fortalecendo a ideia de que esta procura
traz benefícios, podendo evitar uma atenção secundária e até terciária, visando à
promoção da saúde. Além disso, evidencia que os homens procuram os serviços da
Estratégia de Saúde da Família (ESF) tardiamente. O homem precisa de cuidados
tanto quanto qualquer individuo independente de sexo e idade.
PALAVRAS-CHAVE: homens; procura dos serviços de saúde; motivos.
INTRODUÇÃO
A atenção primária é entendida como uma forma de organização dos serviços
de saúde e também como uma estratégia para integrar todos os aspectos desses
serviços, a partir de uma perspectiva da população.
A política nacional de atenção integral à saúde do homem visa melhorar a
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atenção à saúde masculina, mantendo a integralidade da atenção, reconhecendo
que a população masculina procura o sistema de saúde por meio da atenção
secundária, sendo assim, necessário um mecanismo que fortaleça e qualifique a
atenção primária, para que a saúde não venha a trabalhar na recuperação, mas sim,
na promoção da saúde e na prevenção de agravos evitáveis (BRASIL, 2008).
Segundo Nardi et al. (2007), estudos comparativos mostram que homens são
mais vulneráveis às doenças graves e crônicas, e que morrem mais cedo que a
população feminina. A pesquisa também mostra que entre as principais causas de
morte masculina estão às doenças cardiovasculares, as neoplasias malignas e as
violências, sobressaindo os acidentes de veículo a motor e os homicídios. Muitas
dessas causas podem ser prevenidas ou controladas por meio de intervenção em
atitudes e práticas cotidianas que contribuem para a ocorrência desses problemas.
A Estratégia Saúde da Família visa à promoção da saúde, oferecendo à
população cadastrada informações necessárias sobre formas de prevenção e autocuidado, preocupando-se com as causas da morte que acometem o homem,
promovendo encontros e campanhas de conscientização desta população (BRASIL,
2008).
A contribuição desta investigação foi no sentido de possibilitar a melhoria da
qualidade de vida do homem, uma vez que, além de constituir um importante
indicador de avaliação, demonstra a realidade, focada no controle dos agravos,
planejamento da assistência aos usuários bem como em ações operacionais na
atenção primária. Esta temática relevante foi alvo de criteriosa revisão da literatura
sobre o assunto, motivada pela existência de um local específico para a coleta de
dados e a disponibilidade do autor para desenvolver o tema.
Diante do exposto, este estudo teve como objetivo verificar a procura dos
serviços de atenção primária por homens cadastrados em uma Estratégia Saúde da
Família (ESF) do município de Raul Soares-MG. Com esta investigação
pretendemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida do homem, uma vez
que, além de constituir um importante indicador de avaliação, demonstra a
realidade, focada no controle dos agravos, planejamento da assistência aos
usuários, bem como em ações operacionais na atenção primária.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Por longa tradição histórica e cultural, os homens padecem de menores
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cuidados com a saúde. Tendo em vista que apresentam menor iniciativa da procura
ao médico periodicamente, além das dificuldades em aderir aos tratamentos
preconizados, tornando-se mais vulneráveis a complicações, tornando os quadros
mais graves e crônicos (BONITO, 2010).
Mas o homem deve mudar seu pensamento, cuidando mais de sua saúde e
tendo assim uma boa qualidade de vida, ocasionando satisfação para si mesmo e
para os que vivem ao seu redor.
O Ministério da Saúde, por meio da secretaria de atenção à saúde, investiu em
março de 2010 mais de R$ 4 milhões na política nacional de atenção integral à
saúde do homem como incentivo, implantando a política em mais 54 municípios
(BRASIL, 2010).
A política tem como objetivo melhorar as condições de saúde da população
masculina, para reduzir a morbidade e mortalidade da população, facilitando os
acessos aos serviços de assistência integral a saúde, incentivando e educando a
população a respeito de sua saúde (BRASIL, 2008). A educação é o foco principal
para que a política seja implantada com sucesso, pois educando com palestras,
panfletos e outros meios, farão com que eles percebam a importância de cuidar da
saúde.
Cabe ao enfermeiro criar estratégias para que a população masculina venha a
procurar o Programa Saúde da Família de forma primária e não secundária ou
terciária. Na maioria dos Programas Saúde da Família, quando o homem chega ao
PSF ele já quer consultar com o médico, pois já está com algum problema
precisando de tratamentos farmacológicos. É necessário que a enfermagem crie
formas que atendam as necessidades masculinas, tais como: horários que possam
facilitar sua procura pelas unidades, informar a população quanto à necessidade de
procura pelo serviço de saúde, trabalhar com as agentes comunitárias de saúde a
importância de incentivar e convencer sobre à consulta preventiva da comunidade
de sua responsabilidade.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa. Foi aplicado um
questionário fechado durante quatro dias. Tais dias foram indicados considerando o
atendimento nas ESF referentes à saúde do homem e à saúde do adulto em uma
mesma semana a fim de obter informações a respeito do que levam os homens a
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procurar os serviços de saúde. Assim, na referida semana foram atendidos nas ESF
19 homens, que se constituíram nos indivíduos que responderam o questionário. A
opção por estas duas ESFs se deu pelo fato de as pesquisadoras atuarem como
enfermeiras nestes locais, o que facilitou o acesso aos dados. Além disso, as duas
ESFs funcionam na mesma infraestrutura, sendo que cada uma tem a sua equipe e
atende a diferentes bairros. Os pesquisados assinaram um Termo de Consentimento
Livre Esclarecido (ESF), autorizando a realização da pesquisa. Os dados foram
tabulados utilizando o programa Microsoft Office Excel® e organizados em forma de
gráficos para apresentação dos resultados. No entanto, para este resumo optou-se
apenas por uma descrição dos percentuais encontrados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A discussão dos resultados foi baseada nas informações obtidas através do
questionário estruturado aplicado aos homens. O estudo foi desenvolvido tendo
como amostra dezenove (19) homens.
Os resultados revelaram que a amplitude de variação na idade dos homens foi
de 41 a 50 anos com 37%. Durante a entrevista, foi observado que os homens que
procuram a ESF estão em uma faixa etária mais avançada, podendo ser por fatores
de risco.
A procura dos serviços de atenção primária esta ligada à escolaridade, sendo
que a prevalência dos entrevistados foi o 1° grau incompleto, ou seja, 53%. Barroso
(2010) afirma que o nível baixo de escolaridade afeta negativamente nos conceitos
do autocuidado da saúde.
A pesquisa mostrou que 58% dos homens vivem com companheira/esposa.
Segundo IBGE (2009), a maioria dos homens a partir dos 35 anos são casados na
população brasileira. E o número de pessoas que moram sozinhas diminui
comparado com o ano de 2008.
Com relação ao trabalho, 27% dos homens atuam/atuaram
na agricultura.
Para Schraiber (2010), as profissões dos homens são apresentadas como um
exercício negativo nas práticas de saúde, tendo uma necessidade maior de atenção
aos cuidados nesses casos.
De acordo com o estudo 63,3% dos homens tem a renda familiar de mais de 1
salário a 3 salários mínimos. Os determinantes socias resultam na vulnerabilidade
aos agravos da saúde na população masculina (BRASIL, 2008). As classes sociais
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interfere diretamente na saúde, pois uma pessoa com a renda familiar baixa não terá
uma moradia com as condições de saúde apropiadas como saneamento básico e
outros determinantes.
Outro requisito importante para esta pesquisa é a
carga hóraria que os
entrevistados enfrentam/enfretavam semanalmente. Pode-se perceber que a carga
horária é um fator que dificulta o acesso aos serviços de saúde, pois para se
conseguir o atendimento, é necessário uma disponibilidade de tempo, o que para
muitos homens era praticamente impossível. A pesquisa mostrou que 58% dos
entrevistados enfrentam/enfrentavam uma carga maior de 40 horas semanais.
A afirmativa de Gomes, Nascimento e Araújo (2007) comprova que o homem
tem dificuldades no acesso aos serviços de saúde, baseando-se que para uma
marcação de consultas
devem enfrentar filas intermináveis que, muitas vezes, os
fazem perder um dia de trabalho e que nem sempre, têm seus problemas resolvidos
em uma única consulta.
Considerando também que para um bom rendimento do trabalhador, o homem
deve estar disposto e saudável, pois se não estiver em perfeita condições de saúde,
com certeza, não terá um bom rendimento em seu trabalho. Dos entrevistados 83%
já faltaram ao serviço por causa de doença, no último ano, dado que mostra que a
maioria deles já faltou ao serviço por doença, sendo que poderiam prevenir essas
enfermidades, procurando os serviços de atenção primária .
Também foi questionado aos entrevistados com qual frequência eles buscavam
os serviços na ESF. Houve a predominância de 26% sobre aqueles que procuraram
a unidade semanalmente.
Pode-se falar que os homens procuram menos os serviços de saúde por falta
de uma atenção voltada para suas necessidades. Courtenay (2000), afirma que os
serviços de saúde são pouco destinados aos homens e oferecem poucas
explicações de mudanças de fatores de risco para doenças quando comparado com
as mulheres.
Para entender melhor porque os homens procuram pouco o serviço de saúde
também foi interrogado por quais motivos não usavam os serviços de saúde quando
precisavam ou quando se fazia necessário.
O motivo que os levaram a procurar o serviço de saúde foi para consultas
médi-cas, responderam 75% dos entrevistados. Por motivos variados, os homens
não têm por costume procurar e se preocuparem com a qualidade de sua saúde.
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Somente quando realmente necessitam por gravidade ou intensidade do problema,
é que procuram o serviço de saúde. Cofirma Albano (2010), que os homens
procuram os serviços de saúde pela presença de alguma doença, para a busca de
medicamentos e acompanhantes de filhos e esposas, deixando de lado as consultas
de caráter preventivo.
Os pesquisados foram questionados sobre os motivos que os levaram a
consulta. De acordo com
doenças. Segundo
a figura
67% consultaram por sintomas de algumas
Gomes, Nascimento e Araújo (2007), o homem procura o
serviço de saúde quando está sentindo dores insurportáveis, ficando impossibilitado
de trabalhar.
Destacando-se que o homem busca a ESF não mais para atenção primária,
mas secundária ou terciária, onerando os serviços de saúde. Cabe aos profissionais
de saúde concientizar a população de que é mais viável a prevenção que o
tratamento, sendo que a ESF não funciona como ambulátorio/hospital que trata os
sintomas, mas funciona como promoção e prevenção da saúde.
Os pesquisados foram indagados sobre as razões por não procurarem a ESF.
Com predominância de 53% dos entrevistados, não procuraram, pois as dores
(problemas) que sentiam desapareceram sozinhos.
Ficam em destaque dois motivos pelo qual os homens não procuram os
serviços de saúde: um é o desaparecimento dos problemas que os levariam a ESF o
que pode ocorrer em varias situações de saúde, pois podem ser pequenas dores de
cabeça ou outra queixa de dor que fora desencadeada por algum esforço ou
situação diferenciada do cotidiano do paciente, outro motivo foi o tamanho da fila de
espera para o atendimento, o que os desanimavam e os faziam desistirem e muitas
vezes não retornavam mais.
Lima Júnior (2009), fala que a falta de conhecimento da maioria dos homens
sobre as atividades desempenhadas pelas atenções básicas a saúde, são o ponto
mais sustentável da precariedade da promoção, que cria um acesso insatisfatório e
uma consequência de prevenção precária na saúde do homem.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste estudo pode-se notar que os homens que procuram a Estratégia
Saúde da Família, são os que têm idade mais avançada, pois é a fase que tem início
o aparecimento de alguns sinais e sintomas de alguma doença.
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Por o nível de escolaridade e renda familiar serem baixos
existe uma
interferência no autocuidado com a saúde e condições para usufruí-la.
As responsabilidades como provedor e a carga horária do emprego que
coincide com o horário de funcionamento da Estratégia Saúde da Família, são
justificativas que os homens apontam para não procurarem o serviço para o
autocuidado com a saúde.
O papel do enfermeiro é essencial à esta clientela. Portanto, necessita-se de
uma visão holistica do profissional com os homens que compreendem esta política,
realizando consultas de enfermagem e criando grupos operativos destinados a estes
homens, que podem funcionar como incentivo a um autocuidado maior, deixando de
lado os “tabus”.
Para a implantação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do
Homem é preciso analisar o homem como um todo, fortalecer as equipes
multiprofissionais para melhor atendê-los, mantendo em consonância as bases do
Sistema Único de Saúde.
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CONHECIMENTO DE MÃES DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA
SOBRE OS BENEFÍCIOS DO ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ATÉ O 6º
MÊS
Rodolfo Mendes Campos e Taciane Sérvio de Araújo - Graduandos em
Enfermagem. Univértix.
Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física.
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Univértix.
Ana Lígia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem. Especialista em
Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Univértix.
Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. UFOP.
Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA
em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
RESUMO
O objetivo do estudo foi verificar o conhecimento de mães de uma cidade da Zona
da Mata Mineira sobre os benefícios do aleitamento materno até os seis meses.
Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, realizada em uma Unidade Básica
de Saúde (UBS), composta de um grupo de mães do Município de Matipó, MG. Para
obtenção dos resultados foi aplicado um questionário a 20 mães, contendo 18
questões fechadas. Foi observado neste estudo a baixa escolaridade das mães e a
baixa renda familiar. Das mães pesquisadas 80% relataram ter conhecimento sobre
aleitamento materno, mesmo assim promoveram o desmame antes dos seis meses,
por acreditarem que o leite é fraco ou não sustenta, e 55% das mães acreditam que
através do aleitamento materno, mãe/filho são beneficiados. Conclui-se que o
aleitamento materno exclusivo influencia na saúde, envolvendo vínculo afetivo entre
mãe e filho.
PALAVRAS CHAVE: aleitamento materno; amamentação exclusiva; conhecimento
das mães.
INTRODUÇÃO
Amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que fortalece
o vínculo entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em
sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu
desenvolvimento cognitivo e emocional, além de ter implicações na saúde física e
psíquica da mãe (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a prática da
amamentação exclusiva por seis meses e a continuação do aleitamento materno
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acrescido de alimentos complementares até os dois anos de vida ou mais. A
amamentação é um direito, especialmente quando se tem um trabalho, seja ele
remunerado ou não, necessitando dessa forma, conhecer a legislação trabalhista
que protege a maternidade (MELO et al. 2010).
O aleitamento materno é a melhor estratégia natural de vínculo, afeto,
proteção e nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz
intervenção para redução da morbimortalidade infantil. Permite ainda o impacto
positivo na promoção da saúde integral da dupla mãe/filho e benefícios de toda a
sociedade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).
Segundo Marques et al. (2004), o devido crescimento da criança só é
alcançado com uma alimentação adequada. Na primeira fase de sua vida, o leite
materno é o alimento que contém toda necessidade nutricional, imunológica,
psicológica, sendo um fator importante para que haja uma diminuição da morbidade
e mortalidade infantil.
A escolha do tema surgiu no estágio na Estratégia Saúde da Família (ESF),
do bairro Boa Vista, da cidade de Matipó-MG, onde começamos a conviver com as
mães que por necessidades, vaidades ou falta de conhecimento deixaram de
amamentar seus filhos antes dos seis meses de vida.
Diante do exposto, a questão norteadora deste estudo é qual o conhecimento
de mães de uma cidade da Zona da Mata Mineira sobre os benefícios do
aleitamento materno até os seis meses?
O objetivo da pesquisa é verificar o conhecimento de mães de uma cidade da
Zona da Mata Mineira sobre os benefícios do aleitamento materno até os seis
meses.
Com este estudo queremos contribuir para que as mães se conscientizem da
importância do Aleitamento Materno e a sua importância para o desenvolvimento
saudável do seu filho. Mostrar o efeito protetor da amamentação sobre a mortalidade
doenças, verificando a importância de ser orientado por profissionais da saúde,
criando assim um vínculo profissional/mãe e filho.
REFERENCIAL TEÓRICO
A amamentação oferece inúmeros benefícios para a saúde da criança, sendo
capaz de promover o desenvolvimento integral, pois o leite materno fornece todos os
nutrientes necessários para iniciar uma vida saudável. O leite humano supre todas
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as necessidades do lactente até o sexto mês de vida, sendo eficiente até o primeiro
ano, em atender aspectos nutricionais e imunológicos (PASSANHA, et al. 2010).
A criança, ao se alimentar exclusivamente com o leite humano, nos seis
primeiros meses de vida, se torna imune às infecções gastrointestinais, respiratórias
e urinárias. O aleitamento exclusivo atua na prevenção de anemia, cáries dentárias,
alergias, obesidade, diabetes mellitus insulino-dependente, dentre várias outras
patologias. Além disso, crianças alimentadas pelo leite materno apresentaram
redução da pressão sanguínea, diminuição do colesterol total, melhor desempenho
em testes de inteligência, menor prevalência de sobrepeso e obesidade e de
diabetes tipo II (PAULA, et al. 2010).
Além de todas as vantagens para a criança, é importante destacar que o leite
materno aumenta o laço afetivo mãe-filho, promovendo maior segurança; melhora a
resposta às vacinações, proporcionado maior capacidade de combater doenças
mais rapidamente (MELO, et al. 2010).
A
introdução
precoce
de
alimentos
complementares
aumenta
a
morbimortalidade infantil como consequência de uma menor ingestão dos fatores de
proteção existente no leite materno, sendo também os alimentos complementares
uma fonte de contaminação das crianças. Além disso, a introdução precoce diminui
a duração do aleitamento materno, interfere na absorção de nutrientes importantes
existentes no leite materno, como o ferro e o zinco, e reduz a eficácia da lactação na
prevenção de nova gravidez (MONTE e GIUGLIANI, 2004).
O desmame precoce é prejudicial tanto à mãe quanto a criança. A mãe perde
a proteção natural contra a contracepção e o câncer da mama e do ovário. A criança
perde a proteção contra as gastroenterites e infecções respiratórias (ICHISATO e
SHIMO, 2002).
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva. Segundo Gil (2006) tem
como objetivo a descrição das características e fenômenos relativos a uma
determinada população ou fenômeno. Uma das características dessa modalidade
está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.
O estudo foi realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Município
de Matipó, cuja estimativa populacional é de 17.639 habitantes em 2010, com uma
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área de 266,990 Km², sendo a principal atividade econômica a agrícola (colheita de
café) (IBGE, 2010).
O universo da pesquisa constituiu-se de um grupo de mães da referida UBS.
Para a seleção das colaboradoras foi adotado como critério de inclusão estar
cadastradas na UBS e residir no município de Matipó.
A pesquisa foi realizada em 2 dias consecutivos da 2ª semana do mês de abril
de 2014, em que participaram 20 mães, número total das presentes nos referidos
dias para consulta ginecológica obstétrica. A obtenção dos resultados se deu por
meio de um questionário contendo 18 questões fechadas, abordando dados
socioeconômicos, o conhecimento das mães sobre o aleitamento materno e a
importância do aleitamento materno exclusivo até os seis meses.
As participantes da pesquisa foram informadas dos objetivos do estudo e a
participação foi concretizada mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido (TCLE). Este seguiu especificações da Resolução 196/96, que trata de
pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia
de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo (CONSELHO
NACIONAL DE SAÚDE, 1996).
Após a coleta de dados, estes foram tabulados no Microsoft Excel, através de
estatística descritiva. Desses dados foram gerados gráficos que orientaram a escrita
da parte de resultados e discussões desse estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os principais fatores determinantes do crescimento e desenvolvimento
adequado à condição de saúde da criança é o aleitamento materno e a sua
alimentação adequada no primeiro ano de vida (BARBOSA, et al. 2009). Assim, o
conhecimento das mães a respeito dos benefícios do aleitamento materno exclusivo
será o foco de discussão deste estudo.
A tabela 1 aborda os dados socioeconômicos da população investigada,
evidenciando a baixa escolaridade das mães: (55%) não tem ensino fundamental
completo) e a renda familiar menor que um salário mínimo, atingindo 45% das
mulheres. A baixa renda familiar pode estar relacionada ao fato de 85% das mães
não trabalharem fora, dependendo exclusivamente da renda do companheiro para o
sustento da família. Ao encontro dessa discussão, Ciampo et al. (2008), afirmam
que vários elementos se relacionam direta ou indiretamente com a lactação, tais
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como a dieta materna, que é fonte de nutrientes para a produção adequada de leite,
pode ser influenciada por questões econômicas, sociais e culturais.
Tabela 1: Dados socioeconômicos da população investigada
Característica
Faixa Etária
15 – 19 anos
20 – 24 anos
25 – 29 anos
30 – 34 anos
35 – 39 anos
40 – 44 anos
45 – 49 anos
50 – 54 anos
N=20
%
4
2
10
1
0
1
1
1
20%
10%
50%
5%
0%
5%
5%
5%
Estado Civil
Solteira
Casada
Viúva
Divorciada
Outros
7
12
0
1
0
35%
60%
0%
5%
0%
Escolaridade
Nenhuma
Ed. Fundamental Incompleta
Ed. Fundamental Completa
Ens. Médio Incompleto
Ens. Médio Completo
0
11
2
4
3
0%
55%
10%
20%
15%
Renda Familiar
Menor que um salário mínimo
Entre um e dois salários mínimos
Maior que dois salários mínimos
9
9
2
45%
45%
10%
Trabalha Fora
Não
Sim
17
3
85%
15%
Todas as mães pesquisadas relatam ter amamentado seus filhos, sendo que
65% realizou esse planejamento antes da gravidez, 15% fizeram o mesmo
planejamento durante a gravidez e 20% após o parto.
Para explorar o potencial do nível primário de assistência no apoio à
amamentação, alguns países vêm criando ações a serem cumpridas pelas unidades
básicas de saúde, considerando que esta rede é pública e gratuita e constitui a
principal responsável pelo acompanhamento das mães durante a consulta
ginecológica e as crianças na puericultura ou pediatria. Essas etapas são
importantes, pois é durante a gravidez que a maior parte das mulheres formula os
padrões de alimentação infantil, e durante os primeiros meses de vida da criança é
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comum surgirem dificuldades para amamentar e pressões sociais para a introdução
precoce de água, chá, leites infantis e outros (OLIVEIRA e CAMACHO, 2002).
A figura 1 representa o tempo da amamentação das mães pesquisadas,
apontando que esse tempo atingiu 25% dos valores percentuais no intervalo menor
que 1 a 3 meses e de 4 a 6 meses. Os 75% de mães que deixam de amamentar
exclusivamente até os seis meses afirmaram que o fizeram pelo fato de achar que
somente o leite não sustentaria a criança, considerando que o leite materno é fraco,
sem vitaminas, não sendo o suficiente para a criança. Para o Ministério da Saúde
(2009), o leite humano é capaz de alimentar a criança até 4 ou 6 meses sem a
necessidade de suplementação e introdução precoce de alimentos líquidos,
semissólidos ou sólidos que, quando introduzidos precocemente, não trazem
benefícios nutritivos ou psicológicos.
Todas as mães informaram ter participado de consulta pré-natal e 80%
relataram ter conhecimento sobre o aleitamento materno. Segundo Shimizu e Lima
(2009), os benefícios do acompanhamento pré-natal sobre a saúde da gestante e do
recém-nascido contribuem para a redução da mortalidade materna, baixo peso ao
nascer e mortalidade perinatal.
A figura 2 representa o período ideal para fazer o aleitamento materno,
segundo as mães pesquisadas.
Figura 1: Tempo de amamentação referido pelas mães pesquisadas.
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Figura 2: Período ideal para fazer o Aleitamento Materno exclusivo de acordo com as mães
pesquisadas.
A respeito do período ideal do aleitamento materno exclusivo, os dados
informados na figura 2 como “outros” identificou diversos períodos, sendo o tempo
menor dois meses e o maior três anos. A figura 2 evidencia que outros 40% das
mães apontam o período ideal ser até os 6 meses. Tais resultados são coerentes
com o que preconiza a Política Nacional de Aleitamento Materno, que tem por
objetivos promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno exclusivo até os 6
meses e o Aleitamento Materno Misto (AMM) até os dois anos de idade (AZEVEDO,
et al. 2010).
A Figura 3 representa a opinião das mães sobre quando o bebê deve ser
colocado pela primeira vez para mamar. Identifica-se que 45% das pesquisadas
acreditam que a criança deve ser colocada pela primeira vez para amamentar na
primeira hora de vida. A OMS recomenda colocar os bebês em contato com o corpo
das mães imediatamente após o parto, durante pelo menos uma hora, sendo uma
prática que pode reduzir até 22% a mortalidade neonatal. Maiores são as chances
de mortalidade neonatal causada por infecções, quando se prorroga o início do
aleitamento materno (BOCCOLINI, et al. 2013).
Figura 3: Quando deve ser colocado pela primeira vez o bebê à mama?
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Vale a pena destacar que 45% das mães disseram não saber, o que
demonstra considerável falta de conhecimento a respeito da primeira mamada. A
amamentação na primeira hora de vida é uma das estratégias prioritárias para a
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno no País e baseia-se na
capacidade de interação e vínculo dos recém-nascidos com suas mães nos
primeiros minutos de vida. (BOCCOLINI, et al. 2008).
Das mães pesquisadas, 50% relatam que o leite materno contém todos
nutrientes que a criança precisa nos primeiros seis meses de vida. Segundo
Marques, Lopez e Braga (2004), na fase inicial da vida, o leite humano é o alimento
que reúne todas as características nutricionais ideais, tendo equilíbrio adequado de
nutrientes, além de desenvolver inúmeras vantagens imunológicas e psicológicas,
importantes na diminuição da morbidade e mortalidade infantil.
As mães foram perguntadas sobre de quem eram os benefícios do
aleitamento materno e 55% afirmaram que esses benefícios são da mãe e da
criança e 35% afirmaram ser apenas da criança. No que tange os benefícios,
aspectos epidemiológicos apontam que as vantagens do leite humano vão além da
esfera biológica e abrange também a esfera psicológico-afetiva, sendo benefício
para o fortalecimento do vínculo entre mãe e filho e a sociedade como um todo
(AZEVEDO, et al. 2010).
A tabela 2 apresenta as vantagens do aleitamento exclusivo até seis meses
para o bebê, segundo as mães pesquisadas.
Alguns dados da tabela 2 merecem ser realçados: 75% das mães
pesquisadas relatam que o leite tem melhor digestibilidade; 65% das mães relatam
que com o aleitamento materno não ocorre à morbidade por diarreia e 55% das
mães desconhecem sobre a prevenção na diminuição do risco de diabetes mellitus
tipo I e linfomas.
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Doenças do trato respiratório, otite, diarreia, enterocolite necrosante,
meningite bacteriana, infecção do trato urinário, sepse e desnutrição atingem mais
aquelas crianças que tiveram pouco tempo de amamentação ou que não
amamentaram. A amamentação também contribui para redução na incidência de
Diabetes Mellitus tipo 1 e 2, linfoma, leucemia, sobrepeso, obesidade e
hipercolesterolemia. A amamentação além de desfavorecer o surgimento de tais
doenças e promover saúde e imunidade à criança, também influencia o
desenvolvimento neuropsicomotor (NOBRE, et al. 2010).
Tabela 2: Vantagens do aleitamento materno exclusivo até seis meses para o bebê.
PERGUNTAS
É o alimento mais adequado às suas necessidades
Melhor digestibilidade
Pode aumentar a mortalidade infantil, pois a criança fica fraca.
Previne o risco de algumas infecções.
Previne o risco de algumas alergias.
Ocorre a desnutrição.
Diminui o risco de diabetes mellitus tipo I e linfomas.
Promove a linguagem do bebê e diminui problemas de
alteração morfológica da boca.
Fator de proteção para obesidade.
Redução do potencial de crescimento.
Morbidade por diarreia.
Sim
55%
75%
35%
70%
60%
25%
25%
40%
RESPOSTAS
Não
Não sei
40%
5%
20%
5%
55%
10%
15%
15%
25%
15%
60%
15%
20%
55%
15%
45%
35%
30%
15%
55%
55%
65%
10%
15%
20%
A tabela 3 mostra vantagens do aleitamento materno exclusivo até seis
meses na concepção das mães.
Alguns dados da tabela 3 também merecem ser realçados: 80% das mães
relatam que a amamentação fortalece o vínculo entre mãe/filho; 65% não acreditam
na proteção contra a gravidez durante o aleitamento materno exclusivo e 45%
desconhecem
sobre
a
involução
uterina
precoce
durante
o
período
de
amamentação.
O aleitamento materno contribui muito para a saúde da mulher, protegendo
contra o câncer de mama, de ovário e ampliando o espaçamento entre os partos. A
eficácia da lactação como anticoncepcional é de 98% nos primeiros 6 meses após o
parto, desde que a amamentação seja exclusiva ou predominante e que a mãe se
mantenha amenorreica. Outro benefício para a saúde da mulher que amamenta é a
involução uterina mais rápida, como consequente diminuição do sangramento pósparto e de anemia (GIUGLIANI, 2000).
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Tabela 3: Vantagens do aleitamento materno exclusivo até seis meses de acordo com as mães.
PERGUNTAS
Promove a involução uterina mais precoce
A mãe perde peso mais rapidamente
Aumenta a ansiedade.
Diminui o risco de cancro da mama e ovários.
Favorece a vinculação mãe-filho.
Pode promover o stress e muitas vezes à depressão
Amamentar em exclusivo e durante à noite protege à mãe de
gravidez.
RESPOSTAS
Sim
Não
35%
75%
45%
50%
80%
35%
30%
20%
20%
50%
20%
5%
60%
65%
Não
sei
45%
5%
5%
30%
15%
5%
5%
A Figura 4 apresenta o motivo do desmame, antes dos seis meses de idade
evidenciando um resultado de destaque (40%) relacionado à crença de que o leite é
fraco ou não sustenta. Para Passanha et al. (2010), o aleitamento materno
representa uma das experiências nutricionais mais precoces do recém-nascido.
Nenhum outro alimento é capaz de oferecer a criança todos os ingredientes do leite
materno. Este alimento apresenta composição específica que se ajusta às
necessidades nutricionais do lactente, e é compatível com suas limitações
metabólicas e fisiológicas.
Figura 4: O motivo do desmame antes dos 6 meses de idade de acordo com as mães
pesquisadas.
A Organização Mundial de Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) e o Ministério da Saúde preconizam o aleitamento materno
exclusivo até os seis meses de idade e, depois dessa idade, que os lactentes
recebam alimentos complementares, mas continuem com o leite materno até os dois
anos. As práticas apropriadas de alimentação são de fundamental importância para
a sobrevivência, crescimento, desenvolvimento, saúde e nutrição dos lactentes em
qualquer lugar (SILVA e SOUZA, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Os resultados mostraram que o tempo de amamentação referido pelas mães
está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde. No entanto, metade das mães
tem o conhecimento que o leite materno contém todos os nutrientes que a criança
precisa e que mãe e filho são beneficiados. É importante ressaltar como as mães
assimilam as informações rapidamente, se repassadas de forma clara, mas o fato de
serem orientadas não implica diretamente em uma amamentação adequada, sendo
o aleitamento materno exclusivo um fenômeno complexo. Assim, há necessidade de
orientações sobre os benefícios e a importância para a mãe, filho, família e
sociedade do Aleitamento Materno Exclusivo, para evitar a prática do desmame
precoce.
REFERÊNCIAS
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Benefícios
do
Aleitamento
Materno.
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hora
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PAULA, Angélica Oliveira; SARTORI, Ana Lucia; MARTINS, Cleusa Alves.
Aleitamento materno: orientações, conhecimento e participação do pai nesse
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Eri; LIMA, Maria Goreti de. As dimensões do cuidado pré-natal na consulta de
enfermagem. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S003471672009000300009&script=sci_arttext. Acesso em: 20.maio.2014.
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EXAME PAPANICOLAOU NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE: PREVENÇÃO E
SENTIMENTOS CORRELACIONADOS
Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA
em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa – Graduado em Enfermagem,
Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas e em Saúde Pública.
Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Ana Lígia de Souza Pereira – Especialista em Estomaterapia. Professora
Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX
Kelly Aparecida do Nascimento – Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Coordenadora de Pesquisa e Extensão Professora da Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor
em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
O estudo teve como objetivo identificar o perfil, a percepção e a frequência com que
as mulheres na faixa etária entre 25 e 59 anos de idade procuram os serviços
públicos de saúde para realizar o exame preventivo Papanicolaou. Foram
pesquisadas 50 mulheres durante o mês de setembro de 2011, no município de
Matipó/MG, selecionadas de forma aleatória, as quais compareceram as Unidades
Básicas de Saúde (UBS) para realização do exame Papanicolaou. Os dados foram
coletados por meio da aplicação de um questionário semiaberto. Os resultados
comprovaram que a maioria das entrevistadas realizam o exame Papanicolaou uma
vez ao ano, ou seja, estando dentro do intervalo preconizado pelo Ministério da
Saúde. O referido trabalho nos proporcionou conhecer a frequência e quais
sentimentos são vivenciados durante a realização do exame Papanicolaou ou como
é popularmente conhecido exame preventivo do câncer de colo do útero.
PALAVRAS-CHAVE: Papanicolaou. câncer. colo de útero. enfermagem.
INTRODUÇÃO
Para Sleutjes (2008), o útero vária em forma, tamanho, posição e estrutura,
isso de acordo com a idade, estado de plenitude ou vacuidade da bexiga e do reto, e
sobretudo, do estado de gestação.
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Destarte, Fernandes e Costa (2003), nos colocam que o câncer é resultante da
transformação maligna das células normais, ocasionando um crescimento e divisão
com maior velocidade do que o normal, com perda de sua função.
Os programas de rastreamento têm efetividade na redução da mortalidade,
quando os exames citopatológicos forem conhecidos e aceitos pela população, uma
vez que repetidos em intervalos apropriados para detecção precoce da doença
(BRASIL, 2002).
O câncer de colo uterino pode ser evidenciado a partir dos 20 anos de idade,
aumentando seu risco para os 29 anos e atingindo sua culminância entre os 45 e 49
anos, afetando a reprodução feminina (BEGHINI, et al. 2006).
Em contra partida o Ministério da Saúde (1988), em concordância com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), propõem a realização do exame
Papanicolaou em mulheres entre 25 e 59 anos de idade, uma vez por ano e após
dois exames anuais consecutivos negativos, este poderá ser realizado a cada três
anos.
Para Montenegro (2010), o câncer de colo uterino, além de possuir elevada
prevalência nos países em desenvolvimento, pode acomete mulheres mais jovens,
uma vez que 30% das mulheres com diagnóstico de câncer de colo do útero
encontram-se em idade reprodutiva e 3% dos cânceres de colo são diagnosticados
durante a gravidez, durante o parto ou no pós parto.
Beghini et al. (2006), salientam que os enfermeiros podem contribuir muito para
a prevenção do câncer de colo uterino, principalmente quanto à participação no
controle de fatores de risco, na realização da consulta ginecológica e do exame
Papanicolaou.
Este estudo embasa-se na relevância da complexidade do contexto da saúde
da mulher, com menção ao perfil, percepção e a participação das mulheres quanto à
realização do exame Papanicolaou, elaborando assim, possíveis soluções para os
problemas em questão.
Sendo assim o presente estudo tem como objetivo identificar o perfil, a
percepção e a frequência com que as mulheres na faixa etária entre 25 e 59 anos de
idade, procuram os serviços públicos de saúde para realizar o exame preventivo
Papanicolaou.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Nettina (2007), o câncer do colo uterino é uma doença maligna
ginecológica comum. Carvalho (2004) salienta que se trata de um tipo invasivo de
câncer no qual o tumor instala-se no colo uterino, podendo ser detectado em seus
estádios iniciais, através de programas de rastreamento.
Para Carvalho (2004), no Brasil é o tumor maligno mais frequente do aparelho
genital feminino e o terceiro tipo de câncer em mulheres, depois do de pele e de
mama. A ocorrência se dá entre mulheres de 35 e 55 anos de idade, principalmente
nas multíparas.
Merighi, Hamano e Cavalcante (2002), salientam que o controle dessa
neoplasia se dá pelo exame preventivo ou Papanicolaou, realizado há mais de 30
anos, mesmo sendo um exame simples, inócuo, eficiente e de baixo custo, o câncer
de colo de útero é considerado uma das principais causas de morte entre as
mulheres brasileiras, devido às deficiências do diagnóstico precoce.
Seguindo essa perspectiva Brito, Nery e Torres (2007), enfatizam que o
Papanicolaou consiste na análise das células oriundas da ectocérvice e endocérvice,
extraídas no esfregaço ou raspado do colo do útero e epitélio vaginal.
Para Martins, Thuler e Valente (2005), os estudos epidemiológicos do tipo
caso-controle indicam um risco elevado de desenvolver câncer do colo do útero,
mulheres que nunca foram submetidas ao exame de Papanicolaou.
Na perspectiva de Rafael e Moura (2010), a Estratégia Saúde da Família (ESF)
pode oferecer várias contribuições ao cenário de controle da doença, ao abranger
em sua dinâmica de trabalho práticas voltadas a vigilância com participação social,
incluindo os programas de rastreio, por ter longa fase pré-clínica e o exame de
Papanicolaou deve ser repetido periodicamente.
Para as autoras Beghini et al. (2006) o enfermeiro é o profissional encarregado
de oferecer um processo educativo, divulgando informações à clientela, enfatizando
sobre os fatores de risco, ações e prevenções da detecção precoce, orientações e
adoção para si de hábitos e comportamentos saudáveis.
Brasil (2002), ressalva que o alvo principal de campanhas para controle do
câncer do colo do útero deve ser de mulheres que já tiveram a atividade sexual
iniciada, principalmente aquelas entre 35 e 49 anos e, especialmente, as que nunca
tenham feito o exame Papanicolaou. Atendendo ainda, a demanda espontânea.
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O Ministério da Saúde (1996) por meio do Instituto Nacional de Câncer (INCA),
implementou o
Programa “Viva Mulher”,
tendo como população-alvo, mulheres
pertencentes à faixa etária de 35 a 49 anos, disseminando e aumentando a oferta de
programas direcionada à saúde da mulher.
Para Brito, Nery e Torres (2007), o Programa de Assistência Integral à Saúde
da Mulher (PAISM), prioriza a prevenção do câncer de colo de útero como uma das
ações básicas na assistência prestada à mulher.
Para Boucher et al. (2008), os principais fatores de risco para o câncer de colo
de útero são: relações sexuais sem proteção, vários parceiros sexuais,
multiparidade, infecções pelo Papiloma Vírus Humanos (HPV).
De acordo com Brasil (2009), é de suma importância salientar que o HPV é
condição necessária para a ocorrência de lesões intraepiteliais de alto grau e do
câncer invasivo do colo de útero, não deixando de lado a exposição persistente nos
fatores de risco.
Segundo Brandão-Neto et al. (2009), é de cunho essencial que os profissionais
façam com que as mulheres reconheçam e entendam a importância de realizar o
exame Papanicolaou, por meio do fortalecimento vinculo profissional/usuária dos
serviços em saúde.
O controle do câncer depende essencialmente de ações na área da promoção
da saúde, proteção específica e do diagnóstico precoce da doença. (BEGHINI, et al.
2006).
METODOLOGIA
Pesquisa descritiva, com abordagem quantitativa, com análise das vivências
relatadas pelas mulheres que realizam o exame Papanicolaou. Segundo Gil citado
por Silva e Menezes (2001), a pesquisa descritiva visa descrever as características
de determinada população, fenômeno ou estabelecimento de relações entre
variáveis, com técnicas padronizadas de coletas de dados: questionário e
observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento. Os mesmos
autores dão ênfase na pesquisa de abordagem quantitativa, evidenciando que esta
por sua vez tem como característica, investigação direta, por meio de um
questionário, esta serve como meio de condução para pesquisa descritiva e
exploratória.
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De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o
município de Matipó está localizado em Minas Gerais, no interior da Zona da Mata,
numa área de 267 km2, possui uma população em torno de 17.639 habitantes de
acordo com Censo (2007), totalizando uma população feminina residente de
aproximadamente 5.374 habitantes Censo Demográfico (2000), com faixa etária
entre 15 a 84 anos. O índice de desenvolvimento é baixo devido ao grande número
de desemprego, uma vez que em sua maioria os cidadãos de Matipó trabalham em
serviços temporários e esporádicos.
O município de Matipó possui um total de 7 ESF, dentre as quais todas
realizam o exame Papanicolaou, a amostra foram 5 dessas unidades, localizadas
na área urbana do município. Após um levantamento prévio sobre a faixa etária das
mulheres que procuraram a ESF para realizar a coleta do Exame Papanicolaou, no
intervalo de janeiro a julho de 2011, definimos que a amostra coletada seria de
caráter aleatória simples, de acordo com a ordem de chegada das mulheres em
horário e data pré-definidas pelos enfermeiros das ESF para coleta do exame de
Papanicolaou.
A amostra foi definida após estudo da realização do Papanicolaou em 5 UBS,
localizadas na área urbana na sede do município de Matipó/MG, durante os meses
de janeiro a julho de 2011 tendo como base os registros das unidades, sendo
encontrados 495 registros de exames realizados, dos quais 367 estavam dentro da
faixa etária preconizado pelo Ministério da Saúde.
Foi aplicado questionário de Merighi, Hamano e Cavalcante (2002), que foi
adaptado pelos autores dessa pesquisa. O instrumento utilizado é semiaberto,
aborda dados como: idade, situação conjugal, nível de escolaridade, ocupação,
sendo 10 (dez) perguntas com opções de múltipla escolha, das quais 5 (cinco) tem
opções de resposta pessoais.
Como critério de inclusão deveriam ter idade entre 25 e 59 anos de idade, ou
que já tenham iniciado a vida sexual ou que já ultrapassaram a faixa etária
preconizada pelo Ministério da Saúde, as quais frequentavam as Estratégias de
Saúde da Família (ESF), para realizarem a coleta do exame Papanicolaou, durante
o mês de setembro de 2011, no município de Matipó/MG.
As mulheres entrevistadas preencheram um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE), autorizando a realização da pesquisa. A identidade pessoal foi
mantida em sigilo, e a identificação se deu por meio de uma numeração ordinal
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crescente.
Os dados abordados no questionário que antecedem às perguntas serviram de
base para traçar a faixa etária e um breve perfil social das mulheres pesquisadas.
Os dados foram trabalhados em programa Microsoft Excel e organizados em
forma de gráficos para apresentação dos resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram pesquisadas 50 mulheres, das quais 14% com idade menor que 25
anos, 80% com idade entre 25 e 59 anos, sendo esta faixa etária correspondente de
acordo com a literatura a maior frequência de neoplasias cervicais, idade esta
preconizada pelo Ministério da Saúde para realização do exame preventivo do
câncer de colo de útero nessa faixa etária e 6% com idade igual ou maior que 60
anos.
Em relação à situação conjugal, 66% das mulheres entrevistadas eram
casadas, 14% solteiras, 2% viúva, e 18% outros. Em relação à ocupação 18%
diaristas, 14% lavradora, 28% do lar, 8% domésticas, 4% comerciantes, 4%
aposentadas, 16% outros e 8% não se aplica (NA). Quando questionadas sobre o
nível de escolaridade 10% nenhum, 48% ensino fundamental de 1a a 4a série, 26%
ensino fundamental 5a ao 9 a anos, 12% ensino médio e 4% curso superior.
Segundo Cruz e Loureiro (2008), as condições sócio demográficas interferem
diretamente no processo das ações em saúde da mulher, principalmente no que diz
efeito ao retardamento da adesão às condutas de prevenção e promoção em saúde
pública.
Nem todas as entrevistadas já haviam realizado o exame, 76% já fizeram o
exame, e 24% nunca haviam o feito. De acordo com Pimentel et al. (2011), as
mulheres deixam de comparecer ou retardam a realização do citologia oncótica
devido a falta de informação acerca da importância da realização do exame.
Seguindo essa perspectiva, Souza et al. (2008), enfatizam a existência de
ideias pré-concebidas a respeito da realização do primeiro exame, onde são
compartilhadas experiências negativas passadas por mulheres que já realizaram o
exame.
A figura 1 faz referência ao intervalo para realização do exame.
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Figura 1: intervalo na realização dos exames.
Os resultados demonstram que 44% das entrevistadas realizam o exame
Papanicolaou uma vez ao ano, ou seja, estando essas mulheres dentro do intervalo
preconizado pelo Ministério da Saúde, destarte, de acordo com Davim et al. (2005),
a maior cobertura oferecida de forma rotineira pelas UBS, tem oportunizando a
essas mulheres maior adesão a realização do exame, uma vez vinculadas as estas
UBS por questões de planejamento familiar, pré-natal e procedimentos rotineiros.
A figura 2 faz menção nas razões que impedem as mulheres na realização
dos exames
Figura 2: razões para não fazerem o exame.
Como podemos observar na figura 2, grande parte das mulheres não realizam
o exame Papanicolaou, por não acreditar que tenha algum valor, para Barbeiro et al.
(2009), a carência de informações corretas e uma linguagem incompatível com o
público em questão, são fatores para não realização ao exame. Dentro dessa
perspectiva Pimentel et al. (2011),
ressalvam que a vergonha e a perda pelo
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domínio em relação ao próprio corpo são os principais sentimento que retardam à
realização do exame.
A figura 3 destaca o tempo da realização do ultimo exame.
Figura 3: último exame realizado.
Em estudo realizado por Pimentel et al. (2011), o exame de Papanicolaou
não é realizado pelas mulheres com a periodicidade recomendada pelo Ministério da
Saúde, os mesmos destacam que a não realização do exame preventivo de forma
periódica implica na possível descoberta de estádios avançados das lesões
intraepiteliais, diminuindo em grande parte as chances de cura.
Em relação aos motivos pelo qual as mulheres realizam o exame
Papanicolaou das entrevistadas 82% declaram possuir algum conhecimento sobre a
importância da realização do exame e 18% afirmaram desconhecer qualquer motivo
acerca da realização da citologia oncótica.
Davim et al. (2005), fazem menção a dificuldade de acesso ao serviço de
saúde para realizar o exame de Papanicolaou, atribui-se a campanhas de prevenção
e ou detecção mal sucedidas, e ainda, pelo desconhecimento sobre o câncer
ginecológico acrescido de tabus e ideias sobre a mulher.
A figura 4 descreve as finalidades evidenciadas pelas mulheres em relação ao
exame.
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Figura 4: razões para realizar o exame.
Segundo estudo realizado por Darvim et al. (2008), das 150 mulheres
entrevistadas, 58% referem que o exame de Papanicolaou é capaz de prevenir
contra a formação do câncer e também indicar o tratamento adequado. E ainda os
mesmos autores, revelam que a literatura demonstra a percepção das mulheres
quanto à finalidade do exame de Papanicolaou, seja apenas como um instrumento
de detecção de afecções ginecológicas, e não como um método de rastreamento da
doença, devendo ser também realizado pelas assintomáticas.
Quanto ao acesso às informações antes da realização do exame, das
entrevistadas 38% nunca obtiveram nenhum tipo de informação sobre o exame de
Papanicolaou, enquanto 62% tiveram informações acerca do exame.
De acordo com Pimentel et al. (2011) a população desconhece seus direitos e
não tem coragem de perguntar ao profissional que lhe presta o atendimento detalhes
da consulta e do procedimento realizado, porém há um déficit considerável de
profissionais incapazes de oferecer algum tipo de informação para realizar o exame.
A Figura 5 apresenta o local em que as mulheres recebem algum tipo de
informações quanto ao exame Papanicolaou.
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Figura 5: acesso a Informações sobre o exame.
Estudo realizado por Barbeiro et al; (2009), quando os autores questionaram
as mulheres com que profissional de saúde preferem realizar o exame
Papanicolaou, 76% das 46 mulheres entrevistadas, informaram que preferem
realizar e conversar acerca do Papanicolaou com o médico, pois acreditam que este
profissional está mais habilitado a prestar orientações bem como realizar o exame.
Já para Neves, Freitas e Soares (2007), as mulheres buscam informações
acerca do exame com pessoas mais próximas (amigas, no trabalho, parentes,
empregadoras, ou até mesmo um esforço autodidata), porém na maioria das vezes
essas informações são incorretas.
Segundo Barbeiro et al. (2009), de acordo com a Lei Federal do Exercício
Profissional de Enfermagem, o enfermeiro é habilitado para realizar o exame
preventivo de neoplasia maligna do colo uterino desde que este seja pós-graduado
em obstetrícia, Saúde Pública ou Programa Saúde Pública.
A figura 6 destaca o significado para as mulheres na realização do
Papanicolaou
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Figura 6: significado do exame.
Para os autores Neves, Freitas e Soares (2007), de acordo com Lopes
(1996), o exame Papanicolaou é considerado importante e necessário para
diagnóstico, pois a prevenção envolve a compreensão daquilo que pode surgir como
problema ginecológico e não simplesmente como doença grave e fatal. Assim
sendo, as mulheres consideram a realização do exame de Papanicolaou de maneira
consciente ou inconsciente para evitar futuros agravos.
A Figura 7 apresenta os sentimentos evidenciados pelas mulheres durante a
realização do Papanicolaou.
Figura 7: sentimento ao submeter ao exame.
Estudos realizados por Souza et al. (2008) demonstram que a vergonha está
relacionada ao fato da mulher expor a intimidade de seu corpo para um profissional
como sendo a maior causa mencionada, e ainda a tensão manifestada interfere na
realização do exame principalmente na contratilidade da musculatura pélvica e
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vaginal que dificulta a introdução do espéculo, provocando desconforto e dor, ou
seja sentimentos desencadeados devido ao processo de ansiedade apresentado.
Para que cada vez mais mulheres busquem realizar este exame, segundo
Ferreira (2009), é indispensável que os profissionais da saúde atuem de forma
diferenciada, respeitando a privacidade, o direito das mulheres em conversar acerca
do câncer de colo uterino, de forma que elas compreendam o que é falado, ou seja,
com linguagem adequada para esse público.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O referido trabalho nos proporcionou conhecer quais sentimentos são
vivenciados pelas mulheres durante a realização do exame Papanicolaou ou como é
popularmente conhecido exame preventivo do câncer de colo do útero. E por meio
do perfil das entrevistadas, evidenciamos qual é a frequência destas mulheres para
realização do referido exame, como podemos evidenciar na discussão dos dados
que grande parte destas mulheres estão realizando o exame dentro da faixa etária
estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Destarte, propomos, fornecer informações, discussão, diálogo, acerca do
exame, baseado em ações de cunho educativo. Atender essas mulheres com maior
sensibilidade e compreensão diminui muito os sentimentos evidenciados neste
estudo, enfatizar a humanização no acolhimento a essas mulheres tem efeito
positivo neste processo, diminuir os obstáculos entre profissional/usuária, todas
essas medidas contribui para adesão das mulheres ao exame.
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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS PRESCRIÇÕES MÉDICAS AVIADAS NA EM
UMA DROGARIA DO INTERIOR DE MINAS GERAIS NO MÊS DE JULHO DE
2014
Juliana Martins Ferreira e Jéssica de Souza – Acadêmicas do Curso de Farmácia
– Faculdade Vértice – Univértix.
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia com Habilitação em Análises
Clínicas. Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice –
Univértix
[email protected]
RESUMO
Trata-se de um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa, utilizado
para avaliar a qualidade das prescrições (N = 94) aviadas em uma Drogaria do
interior de Minas Gerais, durante o mês de julho de 2014. Para facilitar a obtenção
dos dados, foi elaborado uma tabela que analisou a presença de informações
imprescindíveis para uma prescrição de qualidade de acordo com a Portaria 344/98
do Ministério da Saúde. Do total de prescrições analisadas, 61,70% não utilizaram
denominação genérica e 78,70% não apresentaram a duração do tratamento. Outras
informações essenciais encontraram-se ausentes como: forma farmacêutica
(20,20%), via de administração (73,40%), posologia (7,50%) e duração do
tratamento (78,70%). Além disso, 25,50% das notificações não estavam adequadas
ao tipo de receituário. Os resultados obtidos demonstra o não cumprimento dos
procedimentos legais vinculados à prescrição, isso pode levar a vários erros tanto no
momento da dispensação como administração dos medicamentos, o que pode
ocasionar danos irreversíveis aos pacientes.
PALAVRAS
CHAVE:
Medicamentos
psicotrópicos;
Prescrições;
Erros
de
Medicação.
INTRODUÇÃO
A prescrição é um documento utilizado por profissionais habilitados para
prescrever medicamentos, onde os pacientes a utilizam para a obtenção destes
junto aos estabelecimentos de saúde que são autorizados para a dispensação de
medicamentos (BRASIL, 2011).
É de fundamental importância que a prescrição contenha todas as
informações necessárias para possibilitar uma dispensação adequada, assim como
o uso racional pelo paciente (FIRMO et al., 2013).
Segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas
(Sinitox), os medicamentos constituem um dos principais agentes tóxicos no Brasil
desde 1994, sendo que em 2009 as intoxicações humanas decorrentes de
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medicamentos tiveram um percentual de 26,47% na qual 17,36% resultaram em
casos de morte (TELES et al., 2013).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) criou a Política Nacional de
Medicamentos (PNM) com a finalidade de promover o Uso Racional de
Medicamentos (URM). Para que aconteça o URM é necessário que a prescrição e
dispensação sejam adequadas, os medicamentos disponibilizados nas doses e
intervalos definidos pela prescrição e com preços acessíveis (ARAÚJO & UCHÔA,
2011).
No Brasil, a Secretária de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde em
1998 regulamentou a Portaria n° 344 com o intuito de controlar todas as atividades
relacionadas às substâncias e medicamentos psicotrópicos (DUZANSKI et al., 2011).
Segundo Camargo et al., (2005) a Portaria 344/98 foi um marco, pois além de
padronizar o modelo para os receituários, aumentou as informações necessárias
para o preenchimento das notificações de receitas com o intuito de aumentar a
segurança dos usuários e profissionais.
Contudo,
frequentemente
são
observados
erros
com
relação
ao
preenchimento das notificações de receitas desses medicamentos, o que pode
ocasionar trocas no momento da dispensação, dificuldades para adesão e aumento
dos gastos com o tratamento (SILVA, BANDEIRA & OLIVEIRA, 2012).
Considerando a importância desse assunto, este trabalho teve como objetivo
avaliar as prescrições médicas aviadas em uma Drogaria do interior de Minas
Gerais, verificando suas principais características e informações necessárias para a
emissão de uma prescrição completa segundo a legislação vigente.
Através da identificação das falhas e problemas relacionados às notificações
de receita, é possível criar ações educativas a fim de melhorar a qualidade da
mesma, beneficiando assim a população atendida.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A prescrição deve possuir informações indispensáveis para a utilização
adequada dos medicamentos, sendo utilizada também como um elo entre o
prescritor, o paciente e o dispensador, além disso, deve conter todos os dados
referentes ao usuário, ao prescritor e aos medicamentos prescritos (NASCIMENTO
& MAGALHÃES, 2013). As falhas contidas em uma prescrição podem induzir a
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vários problemas de saúde dos pacientes, devido a erros de medicação, sendo
assim, esses erros devem ser identificados e prevenidos (ARAÚJO & UCHÔA,
2011).
Com a intenção de analisar adequação dos receituários, Nascimento e
Magalhães (2013), realizaram um estudo observacional descritivo em uma rede de
drogarias da região Norte do Brasil em que 759 prescrições foram analisadas com
relação aos aspectos legais, aos indicadores de prescrição propostos pela OMS e
legibilidade. Verificaram a ausência de itens importantes como período de
tratamento, posologia, data da prescrição, assinatura e/ou carimbo do prescritor para
a correta dispensação dos medicamentos.
Outro trabalho, o realizado por Duzanski et al., (2011), avaliou o cumprimento
da legislação quanto à prescrição e dispensação de medicamentos psicotrópicos da
lista B (notificação azul), definidas pela Portaria 344/98. Das 73 notificações
analisadas, verificou-se que 68 (93,15%) não continham o endereço do paciente, 26
(35,62%) não apresentavam a data de emissão por parte do prescritor, 2 (2,74%)
faltavam a posologia e a dosagem, além disso, 41 (56,17%) notificações foram
aviadas com o nome de referência e 32 (43,83%) apresentaram denominação
genérica. Os resultados mostraram que as notificações de receitas não forneciam
todas as informações necessárias e que é preciso conscientizar os profissionais
prescritores quanto à necessidade das informações corretas contidas nas
notificações.
Segundo Brasil (1998), a dispensação é o momento onde o profissional
farmacêutico proporciona medicamentos a um paciente, mediante a apresentação
de uma receita, prescrita por um profissional habilitado. No momento da
dispensação, o farmacêutico deve prestar todas as informações necessárias para a
utilização correta, segura e eficiente dos medicamentos de acordo com as
necessidades de cada indivíduo (ANGONESI, 2008).
As prescrições que não estão de acordo com a legislação, podem prejudicar o
tratamento farmacoterapêutico e levar a erros de medicação. Esses erros são
decorrentes de falhas no momento da prescrição e dispensação. A dispensação dos
medicamentos de controle especial deve ser mais rigorosa, pois podem causar
dependência entre outros agravos à saúde (MASTROIANNI, 2009).
Segundo Brasil (1998), a Portaria 344/98 – SVS/MS estabelece que todas as
receitas de medicamentos a base das substâncias entorpecentes (A1 e A2),
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psicotrópicos (A3 e B1), psicotrópicas anorexígenas (B2), retinóides de uso
sistêmico (C2) e imunossupressores (C3), devem ser acompanhadas de Notificação
de Receita (NR), um documento padronizado que acompanhado da receita permite
a dispensação desses medicamentos. Além disso, o medicamento só deve ser
aviado ou dispensado quando a NR possuir todos os itens listados na Portaria e os
mesmos estiverem devidamente preenchidos.
As Notificações de Receita tipo “A” devem ser de cor amarela e é utilizada
para medicamentos relacionados nas listas A1, A2 e A3. Já as notificações tipo “B1”
e “B2” são de cor azul e os medicamentos são relacionados nas listas B1 e B2
respectivamente, ambas são válidas somente no estado emitente. As Notificações
de Receita Especial para Retinóides (C2) e Talidomida (C3) são de cor branca,
utilizadas para medicamentos relacionados nas listas C2 e C3 respectivamente e
são válidas somente no estado emitente (BORGES, 2008).
Os medicamentos são essenciais para a prevenção, promoção, manutenção
e recuperação da saúde, proporcionando a sociedade uma melhor qualidade de
vida. Porém, o seu uso inadequado pode levar a complicações, danos a saúde,
prejuízos econômicos e sociais (AIZENSTEIN & TOMASSI, 2011).
Dentre as substâncias sujeitas a controle especial, os benzodiazepínicos
(BDZ) e os antidepressivos estão entre os medicamentos psicoativos mais utilizados,
estudos comprovam que médicos de diversas especialidades prescrevem esses
medicamentos e não apenas os psiquiatras, o que pode estar relacionado com um
maior número de diagnósticos inadequados, uso irracional de medicamentos e
consequentemente podem interferir na qualidade de vida dos usuários desses
medicamentos (FONTES, 2009).
Devido ao uso abusivo de certos medicamentos no Brasil, foi criada a RDC nº
27 de março de 2007, que elaborou o Sistema Nacional para Gerenciamento de
Produtos Controlados (SNGPC). O SNGPC é um sistema informatizado que permite
a captura e transmissão de dados relacionados com a produção, circulação,
comércio e uso de substâncias ou medicamentos de controle especial e está
disponibilizado via internet, busca a promoção do uso adequado de medicamentos
que podem causar dependência física e/ou psíquica (MARTINS et al., 2012).
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METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de caráter descritivo com abordagem quantitativa, que
segundo Utsumi et al.,(2007), tem como objetivo descrever, analisar ou relacionar
fatos e fenômenos de natureza variável.
O estudo foi realizado em uma Drogaria do interior de Minas Gerais tendo
como objeto de estudo as notificações de receitas aviadas na Drogaria no mês de
julho de 2014.
Os responsáveis pela avaliação das notificações assinaram um Termo de
Compromisso de Utilização dos Dados, comprometendo-se a utilizar os dados
somente para realização do estudo e preservar a privacidade dos pacientes, como
recomendado pela Resolução n° 1996/96 (BRASIL, 1996).
Foram avaliadas todas as notificações de receita retidas na Drogaria no mês
de julho 2014, e para facilitar a obtenção dos dados, foi elaborada uma tabela que
analisa a presença de informações imprescindíveis para uma prescrição de
qualidade de acordo com a Portaria 344/98 do Ministério da Saúde. Após a coleta de
dados, os mesmos foram organizados e processados no Microsoft Office Excel,
versão 2010 por estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Neste estudo foram analisadas 94 notificações de receita provindas tanto do
sistema público como particular de saúde, aviadas no mês de julho de 2014. Foram
avaliados parâmetros que estão relacionados com uma prescrição de qualidade.
Podemos observar na Tabela 1, que 100% das notificações apresentavam o
nome do paciente, 90,40% não continham o endereço do paciente, 98,90%
possuíam a assinatura do médico prescritor, 47,90% não possuíam a data de
emissão, 61,70% das notificações apresentavam medicamentos que não estavam
na forma de DCB ou DCI e 78,70% notificações não apresentavam a duração do
tratamento.
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TABELA 1. Variáveis investigada nas prescrições avaliadas.
VARIÁVEIS
SIM
N
%
Nome do paciente
94
100
Endereço do paciente
9
9,60
Assinatura do médico prescritor
93
98,90
Carimbo com inscrição no CRM
89
94,70
Legibilidade
68
72,30
Emenda ou rasura
6
6,40
Data de emissão
49
52,10
Adequada ao tipo de receituário
70
74,50
Medicamento está na forma de DCB ou DCI
36
38,30
Dosagem ou concentração do medicamento
90
95,70
Forma farmacêutica
75
79,80
Quantidade em algarismos arábicos e por extenso
1
1,10
Posologia
87
92,50
Via de administração
25
26,60
Quantidade do medicamento
87
92,50
Quantidade está dentro do estabelecido
84
89,40
Duração do tratamento
20
21,30
Abreviatura da forma farmacêutica
80
85,10
Abreviatura da quantidade do medicamento
81
86,20
Abreviatura da via de administração
74
78,70
Abreviatura da posologia
75
79,80
NÃO
N
0
85
1
5
26
88
45
24
58
4
19
93
7
69
7
10
74
14
13
20
19
%
0
90,40
1,10
5,30
27,70
93,60
47,90
25,50
61,70
4,30
20,20
98,90
7,50
73,40
7,50
10,60
78,70
14,90
13,80
21,30
20,20
A análise da Tabela 1 permite verificar que é a maioria dos prescritores
costumam não preencher alguns campos nas notificações. No trabalho de Firmo et
al., (2013), encontramos resultados parecidos com relação ao item endereço do
paciente, onde 88,70% das prescrições médicas não continham o endereço do
paciente. Mesmo sem repercussões clínicas diretas, a ausência do endereço pode
dificultar o contato entre a farmácia e o usuário depois da dispensação, caso seja
necessário (ALDRIGUE et al., 2006).
Com relação à adequação das receitas, verificou-se que 25,50% não estavam
dentro do estabelecido pela Portaria e que 47,90% não possuíam a data de
emissão, que é uma informação importante para garantir a validade da prescrição e
permitir que se possa acompanhar a evolução histórica do paciente e que os
medicamentos sejam dispensados, administrados e avaliados num período de
tempo padronizado (GUZATTO & BUENO, 2007).
A falta de informações relacionadas com o medicamento pode acarretar
danos à saúde do paciente. A presença da duração do tratamento é de grande
importância para o uso correto de medicamentos, principalmente para os
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antimicrobianos (NASCIMENTO E MAGALHÃES, 2013). Além disso, segundo
Mastroianni (2009) pode ocasionar abuso e uso ilícito.
Já a ausência da via de administração pode implicar numa técnica de
administração do medicamento incorreta. Os resultados obtidos nesse estudo com
relação a ausência da duração do tratamento (78,70%) e da via de administração
(73,40%) são semelhantes ao encontrado por Silva, Bandeira & Oliveira (2012),
onde 76,50% e 84,70% das prescrições não apresentavam a duração do tratamento
e via de administração respectivamente.
Das 94 notificações analisadas, 20,20%, 4,30%, 7,50% não apresentavam a
forma farmacêutica, dosagem e posologia respectivamente. A falta da forma
farmacêutica nas prescrições pode causar uma possível substituição das mesmas
no
momento
da
dispensação,
podendo
causar
modificação
de
fatores
farmacocinéticos. Já a ausência da posologia pode acarretar na inefetividade do
tratamento das doenças, ou em problemas relacionados a segurança do
medicamento (LYRA JÚNIOR et al., 2004).
A falta de legibilidade é outro problema frequentemente encontrado nas
prescrições, o que pode levar a vários problemas como a não identificação do
prescritor,
geração
de
interpretações
equivocadas,
levando
a
troca
de
medicamentos e/ou da via de administração, etc. (ARAÚJO E UCHÔA, 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização deste trabalho observamos a importância da prescrição
medicamentosa para o tratamento correto do paciente, porém para que isso
aconteça de fato é necessário que a mesma apresente todas as variáveis que
favorecem a identificação tanto do prescritor, paciente e medicamento, auxiliando
assim o farmacêutico para que o mesmo realize uma dispensação adequada.
A maioria das notificações analisadas apresentaram falhas, o que demonstra
o não cumprimento dos procedimentos legais vinculados à prescrição. Além disso, a
falta de informações que são obrigatórias nas notificações, pode levar a vários erros
tanto no momento da dispensação como administração dos medicamentos, o que
pode ocasionar danos irreversíveis aos paciente.
Por essas e outras razões é necessário a realização de estratégias que
buscam melhorar a qualidade das notificações emitidas. Pode-se investir na
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educação continuada dos profissionais prescritores para que possam aderir e seguir
as normas vigentes, o emprego das prescrições digitais que facilitará a leitura das
mesmas e evitará erros de interpretação entre outras.
REFERÊNCIAS
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reações adversas a medicamentos e erros de medicação: a necessidade de uma
padronização nas definições e classificações. Revista de Ciências Farmacêuticas
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AVALIAÇÃO DE ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS DE HEMOGRAMAS REALIZADOS
EM UMA COMUNIDADE DO MUNICÍPIO DE MANHUAÇU- MG
Dalessandro Maurício Dutra, Fabrício Bicalho Sérvio - Graduando em Farmácia –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica Bioquímica – Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Shiara Martins de Souza, Farmacêutica Bioquímica – Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS – CHAVE: Anemia, Hemoglobina, Prevalência
RESUMO
O diagnóstico de anemias é realizado através do somatório de análises realizadas
por anamnese médica e exames hematológicos laboratoriais. O hemograma é o
exame clínico mais utilizado para confirmação de casos. O objetivo do presente
estudo foi verificar a avaliação dos resultados de hemogramas de pacientes na
comunidade de Sando Amaro, pertencente ao município de Manhuaçu - MG. Tratase de uma pesquisa de natureza descritiva, composta por clientes que realizaram
exame hematológico no período de maio a julho de 2014. Para obtenção dos
resultados, os exames avaliados foram estratificados segundo gênero e faixa etária
(entre 2 a 12 anos). Comparando os resultados com referências de normalidade,
não foram encontrados pacientes com suspeita de anemia.
INTRODUÇÃO
A anemia é caracterizada pela diminuição da hemoglobina total em
funcionamento na circulação. O diagnóstico dessa doença pode ser suspeito por
sinais e sintomas aparentes, sendo que são necessários exames laboratoriais
adicionais para maior precisão do diagnóstico. O exame mais utilizado é o
hemograma. Para a avaliação de seus resultados, considera-se gênero, estado
fisiológico e altitude em que vive o paciente (PACHECO et al., 2013).
Os valores de concentração sanguínea de hemoglobina estabelecidos para
homens é de 12 mg ou mais por 100 ml de sangue. Para as mulheres e crianças
esses valores devem ser iguais ou maiores que 10 mg por 100ml de sangue. O
diagnóstico também deve ser associado a outros índices hematológicos que avaliam
a viabilidade das hemácias. (VERRASTRO, LORENZI, NETO, 2005).
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O objetivo deste trabalho é determinar a prevalência de anemia em Santo
Amaro, uma comunidade pertencente ao distrito de Realeza, em Manhuaçu Minas
Gerais. Essas informações são importantes para futuras intervenções preventivas
que diminuam o número de diagnósticos positivos para essa doença.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com OMS, estimam que ¼ da população mundial tenha a doença,
atingindo valores superiores a 40%, considerada como grave problema de saúde
pública. Dada a importância da patologia no mundo, diversos países conduzem
intervenções para reduzir a anemia; particularmente nos grupos mais susceptíveis
para os seus efeitos devastadores, que incluem as mulheres grávidas e as crianças
na primeira infância (PACHECO et al., 2013).
Existem vários tipos de anemias. A classificação de cada uma é dada a partir
da razão que levou a diminuição dos níveis de hemoglobinas circulantes. Do ponto
de vista epidemiológico, de 50% a 90% de todos os tipos de anemia no mundo
ocorrem devido à deficiência de ferro. Dentre as principais causas dessa anomalia
estão: baixo consumo e/ou a baixa absorção do ferro dietético. (VIEIRA e
FERREIRA, 2010; CEMBRANEL, DALLAZEN, GONZALES-CHICA, 2013).
A anemia por carência nutricional acomete principalmente crianças (47,4%),
gestantes (41,8%) e mulheres em idade fértil (30,2%). Ocorre em maior proporção
em países desenvolvimento, sendo a prevalência considerada um grande problema
para saúde pública, pois está acomete um valor maior que 40% em crianças préescolares (OLIVEIRA et al., 2011). Dentre as várias deficiências nutricionais, a de
ferro se destaca das demais, tanto em países desenvolvidos, onde possui
prevalência de 17%, quanto em países em desenvolvimento representando 42% dos
casos (CARVALHO et al., 2008).
Um estudo elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) mostrou
que a anemia por deficiência de ferro afeta 24,8% da população mundial, tendo a
maior prevalência crianças da faixa etária pré-escolar (47,4%). Segundo a Pesquisa
Nacional de Demografia e Saúde (PNDS, 2006) a anemia por deficiência de ferro
possui prevalência de 20,9% das anemias em crianças menores de 5 anos, sendo
8,7% destes casos considerados de moderado a muito grave e a região nordeste do
Brasil possui as taxas mais elevadas do país (MARTINS, 2011).
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Estudos revelam ainda que existe uma tendência ao aumento da prevalência
desta patologia, de modo que hoje esta as anemias são consideradas uma das
doenças mais importantes no Brasil e no mundo (VIEIRA e FERREIRA, 2010).
MÉTODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado durante o mês de
maio, junho e julho de 2014. Realizou-se uma avaliação retrospectiva com base em
dados de exames hematológicos de pacientes com até 12 anos de uma comunidade
da Zona da Mata Mineira. Os resultados dos exames avaliados foram comparados
com valores de referências encontrados na literatura.
Foram avaliados os valores de contagem de hemácias, valores de
hemoglobina,
hematócrito,
volume
corpuscular
médio
(VCM),
Hemoglobina
Corpuscular Media (HGM), concentração de hemoglobina corpuscular média
(CHCM).
Os resultados foram obtidos através da realização método de automação por
espectroscopia
de
impedância,
utilizando-se
o
equipamento
KX
21-N
Sysmex/Roche.
Os pesquisadores assumiram o compromisso de total sigilo sobre os dados
obtidos, e sua utilização apenas para exercício do projeto, assim como recomenda a
Resolução 196/96 (BRASIL, 1996).
Os resultados dos exames foram processados através de estatísticas
descritivas, utilizando Microsoft Office Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os parâmetros avaliados nos hemogramas em estudo foram: contagem de
hemácia, hemoglobina e hematócrito. A partir desses parâmetros foi possível
calcular índices hematimétricos, representados por volume corpuscular médio
(VCM), hemoglobina corpuscular média (HCM) e concentração de hemoglobina
corpuscular media (CHCM).
Os parâmetros citados acima variam de acordo com idade e gênero do
paciente. Segundo Verrastro e Lorenzi (2005), em crianças de um a dez anos os
valores normais para concentração de hemácia no sangue é de 4,0 a 4,7 x 10 6/
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mm3. Para a mesma faixa etária, os valores de hemoglobina considerados normais
estão entre 11,0 a 13,0 g/100dL e de hematócrito, entre de 36,0 a 44,0%.
Para crianças de dez a doze anos os valores de referência considerados
normais para hemácia estão entre 4,5 a 4,7 x 10 6/ mm3, para hemoglobina 11,5 e
14,8 g/100dL e para hematócrito 37,0 a 44,0% (VERRASTRO E LORENZI, 2005).
Os valores de referência citados acima foram utilizados para comparar com
exames coletados. De acordo com os dados contidos nas Tabelas 1 e 2 abaixo, 6
pacientes se encontraram com alterações no eritrograma e índices hematimétricos,
sendo que apenas o paciente 1 apresentou alterações no HCM e o restante
alterações nas hemácias, hemoglobina e hematócrito.
A partir desses resultados observa-se que as alterações encontradas estão
pouco acima dos valores de referencia, sendo que o paciente 6 (TABELA 1)
apresentou valores de hematócrito abaixo do valor de referencia. O paciente 3
(TABELA 1) apresentou índices de hemoglobina, hemácias e hematócrito acima do
valor de referencia. Esses resultados são consideráveis aceitáveis para indivíduo de
12 anos, visto que essa idade encontra-se em situação intermediária entre os
valores referências de adultos e crianças (VERRASTRO E LORENZI, 2005).
As
discordâncias com os valores de referência não trazem significado patológico.
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PACIENTE
GENERO
IDADE
HEMOGLO
BINA
(g/dl100)
REFERÊNC
IA
HEMACIA
(X106mm3)
REFERÊNC
IA
HEMATOC
RIO (%)
REFERÊNC
IA
Tabela 1: Valores de hemoglobina, hemácia e hematócrito em Hemogramas de
crianças da comunidade de Santo Amaro – Manhuaçu – MG, que se submeteram ao
exame nos meses de Maio/Junho/Julho 2014*
Faixa Etária
Mês
Nº
%
02 – 12 anos
Maio
3
100%
02 – 12 anos
Junho
1
100%
02- 12 anos
Julho
4
100%
1
F
6
13.4
11,0 a
13,0
4.1
4,5 a
4,7
37.6
36,0
a
44,0
2
F
4
12.6
11,0 a
13,0
4.6
4,5 a
4,7
38.9
36,0
a
44,0
3
M
12
15
11,5 a
14,8
5
4,6 a
4,7
47.2
37,0
a
44,0
4
F
9
13.1
11,0 a
13,0
4.7
4,5 a
4,7
39.3
36,0
a
44,0
5
M
6
13.3
11,0 a
13,0
4.5
4,5 a
4,7
38.7
36,0
a
44,0
6
F
6
11.4
11,0 a
13,0
4
4,5 a
4,7
35.5
36,0
a
44,0
7
F
7
12.7
11,0 a
13,0
4.7
4,5 a
4,7
38.7
36,0
a
44,0
8
M
2
13.5
11,0 a
13,0
4.9
4,5 a
4,7
41.5
36,0
a
44,0
*Exames relacionados em ordem cronológica de realização.
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1
2
3
4
5
F
F
M
F
M
35.6
28,0
a
33,0
84.4
77,0
a
101,0
27.3
23,0
a
31,0
32.4
28,0
a
33,0
94.4
77,0
a
95,0
30
24,0
a
30,0
31.8
30,0
a
33,0
82.9
77,0
a
101,0
27.6
23,0
a
31,0
33.3
28,0
a
33,0
84.5
77,0 29
a
101,0
23,0
a
31,0
34.4
28,0
a
33,0
87
77,0 27.9
a
101,0
23,0
a
31,0
32.1
28,0
a
33,0
81.3
77,0 26.7
a
101,0
23,0
a
31,0
32.8
28,0
a
33,0
83.8
77,0 27.3
a
101,0
23,0
a
31,0
32.5
28,0
a
33,0
6
F
7
8
M
2
REFERÊNC
IA
23,0
a
31,0
9
7
CHCM
(%)
32.1
12
6
REFERÊNC
IA
77,0
a
101,0
4
F
HCM
(pg)
90
6
6
REFERÊNC
IA
VCM
(µ3)
IDADE
GENERO
PACIENTE
Tabela 2: Valores de VCM, HCM e CHCM em Hemogramas de crianças da
comunidade de Santo Amaro – Manhuaçu – MG, que se submeteram ao exame nos
meses de Maio/Junho/Julho 2014
Faixa Etária
Mês
Nº
%
02 – 12 anos
Maio
3
100%
02 – 12 anos
Junho
1
100%
02- 12 anos
Julho
4
100%
*Exames relacionados em ordem cronológica de realização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A anemia se caracteriza como um problema de saúde pública. Devido aos índices
de prevalência em países desenvolvidos e em desenvolvimento, surge então a
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necessidade de avaliar o perfil de pacientes submetidos ao exame hematológico.
Essas informações são importantes para posteriores intervenções de políticas
públicas voltadas para esse tipo de doença.
O resultado negativo para anemia é um indicativo positivo, pois ilustra a boa
alimentação e estado nutricional das crianças.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, D.C; GRALA, C.G; HEINZEN, R.B; MENEGALI, T. T; BALDESSAR, M.
Z. Prevalência de anemia ferropriva em crianças de 0 a 5 anos internadas no
Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão/SC, no período de agosto à
dezembro de 2008. Arquivos Catarinenses de Medicina v. 39, n. 3, pag. 25, 2010.
CEMBRANEL, F.; DALLAZEN, C.; GONZALEZ-CHICA, D. A. Efetividade da
suplementação de sulfato ferroso na prevenção da anemia em crianças: revisão
sistemática da literatura e metanálise. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro,
n.10, v.22, pag. 2169-2178, 2006.
HINTZ, Rosane da Silva; TEIXEIRA, Mário Lettieri. Prevalência de Anemia em
Crianças de 6 meses a 6 anos de idade atendidas em um Laboratório de
Análises Clínicas. Revista Saúde e Pesquisa, v. 5, n. 1, p. 87-95, jan./abr. 2012.
MARTINS, D. S. Anemia em Crianças e Adolescentes: Prevalência dos últimos
onze anos no Brasil. Porto Alegre, 2011 p.55. Monografia/graduação. Curso de
Nutrição. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
OLIVEIRA, C. S. M.; CARDOSO, M. A.; ARAUJO, T. S.; MUNIZ, T. P. Anemia em
crianças de 6 a 59 meses e fatores associados ao município de Jordão, Estado do
Acre. Caderno de saúde pública. Rio de Janeiro n. 27 v. 5 pag. 1008 – 1020, 2011.
PACHECO, J. P; SCHEDLER, F. L. S; HERMES, L; MOLZ, P; ROSA, K; PRÁ, D;
FRANKE, S. I. R. Prevalência da anemia e fatores associados em crianças de 6 a 24
meses matriculadas na rede pública de Venâncio Aires, RS, Brasil. Revista Jovens
Pesquisadores, Santa Cruz do Sul, v. 3, n. 1, pag. 179-190, 2013.
VIEIRA, R. C. S.; FERREIRA, H. S. Prevalência de anemia em crianças brasileiras,
segundo diferentes cenários epidemiológicos. Revisa de nutrição. n. 3, v. 23, pag.
433-444, 2010.
VERRASTRO, T. E LORENZI, T.F. Capitulo 3: Hemograma. Hematologia e
Hemoterapia Fundamentos de Morfologia, Fisiologia, Patologia e Clínica. 1° ed. Belo
Horizonte. Editora Athneu, 2005.
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PERFIL DOS USUÁRIOS DO PROGRAMA DE MEDICAMENTOS
EXCEPCIONAIS/ALTO CUSTO DA FARMÁCIA DE MINAS DE UMA CIDADE DO
INTERIOR DE MINAS GERAIS
Ednei da Silva Vieira, Mariana Pereira de Souza - Acadêmicas do curso de
Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Viviane Gorete Silveira Mouro - Graduada em Farmácia, Mestre em Biologia
Celular e Estrutural, Professora da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Dentre tantas as dificuldades enfrentadas pelo SUS, o Programa de Medicamentos
de Dispensação Excepcional/Alto Custo tem desempenhado um importante papel no
tratamento de doenças cujos medicamentos são de alto valor unitário. O objetivo
desse estudo foi realizar o levantamento do perfil dos usuários de Medicamentos
Excepcionais/Alto Custo da Farmácia de Minas em uma cidade do interior de Minas
Gerais. Os resultados demonstraram que a faixa etária que mais prevaleceu, foi a de
61 a 70 anos tanto para homens quanto para mulheres, o medicamento mais
utilizado foi o Salmeterol+Fluticasona 25-125mg e a patologia mais recorrente foi a
Esquizofrenia. Portanto, o presente estudo comprova que o Programa de
Medicamentos Excepcionais/Alto Custo tem boa funcionalidade, necessitando
apenas de maior e/ou melhor, divulgação sabendo-se que ele é ainda pouco
conhecido.
PALAVRAS CHAVE: Assistência Farmacêutica, Farmacêutico, Medicamento.
INTRODUÇÃO
De acordo com a Constituição Federal de 1988, a saúde é um direito
garantido ao cidadão através do acesso ás ações e serviços para promoção,
proteção e recuperação da saúde, viabilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Garantindo assim, que cada cidadão brasileiro tenha acesso aos serviços do SUS,
incluindo a Assistência Terapêutica e Farmacêutica (ARCUCIO et al., 2009).
Diante as dificuldades enfrentadas pelo SUS para garantir o acesso à
Assistência Farmacêutica, um Programa tem apresentado boas expectativas, o
Programa dos Medicamentos de Dispensação Excepcional/Alto Custo. Este é
utilizado no tratamento de doenças que fazem parte do Componente Especializado
da Assistência Farmacêutica, desde que os pacientes façam uso dos medicamentos
de alto valor unitário (BRASIL, 2006).
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O Programa tem como objetivo garantir que as pessoas com baixo poder
aquisitivo possam se beneficiar dos medicamentos durante todo o tratamento,
propiciando as mesmas uma melhor qualidade de vida. Com isso, toda a população
beneficiada através do Programa tem o direito de receber os medicamentos de
acordo com a patologia relacionada, fazendo com que o tratamento seja seguro e
eficaz (MACHADO, 2008).
O acesso aos medicamentos excepcionais e o seu uso racional contribui para
a valorização e aperfeiçoamento da Assistência Farmacêutica, principalmente como
estratégia da Atenção Básica a Saúde, tendo papel fundamental no tratamento dos
pacientes (MINAS GERAIS, 2013). O Estado é um cofinanciador do Programa, e o
Ministério da Saúde realiza ainda, a aquisição centralizada e a distribuição direta aos
Estados de 11 dos 231 medicamentos padronizados, arcando com 100% do
financiamento desses produtos (SILVA et al., 2011).
Portanto, este trabalho tem como objetivo determinar o perfil dos usuários de
medicamentos excepcionais/alto custo da Farmácia de Minas de uma cidade do
interior de Minas Gerais. E através das informações obtidas, disponibilizarem as
informações a população garantindo maior acesso aos medicamentos fornecidos
pelo Programa, contribuindo assim, para a manutenção da saúde, o que beneficiará
o público alvo, o paciente, proporcionando uma melhoria na sua qualidade de vida.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, pois ele
abrange desde o atendimento ambulatorial até o transplante de órgãos, garantindo
acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. Assim o SUS foi
criado para oferecer atendimento igualitário e promover a saúde de toda a
população (MS, 2003). O conjunto dos serviços prestados pelo SUS objetiva a ação
integral à saúde e sua estruturação deve ser articulada e organizada de forma a
propiciar o melhor resultado com os recursos disponíveis (BRASIL, 2001). Dentre os
níveis de organização, a Atenção Básica (AB), um conjunto de ações de alta
cobertura populacional e de grande importância, executadas pelos serviços de
saúde, que têm por características atender os problemas de saúde mais prevalentes
de dada população, promover, proteger e recuperar a saúde do indivíduo e da
coletividade, atuar nos âmbitos ambulatoriais e domiciliares (BRASIL, 2001).
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Os medicamentos constituem parte importante de determinados esquemas
terapêuticos previstos no âmbito do SUS e representam significativo gasto adicional
dentro do orçamento da maioria da população brasileira (VIEIRA, 2009). Dado o
caráter de proteção à renda impresso no processo de criação do sistema público de
saúde
brasileiro,
tornou-se
necessária
à
implementação
de
programas
complementares de oferta de fármacos no sistema público de saúde, de forma a
possibilitar a continuidade do tratamento, especialmente em casos que requerem o
uso de medicamentos de alto custo durante períodos prolongados (BRASIL, 2005).
Dentro desse contexto, emerge a importância da Assistência Farmacêutica
Básica, entendida como um conjunto de atividades relacionadas ao acesso e ao uso
racional de medicamentos, destinado a complementar e apoiar as ações da Atenção
Básica a Saúde (BRASIL, 2001). Esse serviço deve ser preparado de forma que
amplie sua atuação em projetos técnicos e administrativos, para que todos os
usuários possam receber uma melhoria da qualidade da Atenção a Saúde (MARIN
et al., 2003). A Assistência Farmacêutica no SUS engloba, portanto, as etapas de
seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação, o
que deverá favorecer a permanente disponibilidade dos produtos segundo as reais
necessidades de cada população, tendo como base as doenças prevalentes
(BRASIL, 2000).
O Programa de Medicamentos Excepcionais/Alto Custo foi criado em 1993,
pelo Ministério da Saúde (MS), e com a ajuda da Assistência Farmacêutica de Minas
Gerais (MG) tem conquistado importantes avanços na implementação de políticas e
organização de serviços (TRAVASSOS, 2004). Os medicamentos de alto custo só
podem ser dispensados em farmácias pré-determinadas, obedecendo as regras e
critérios específicos, como, por exemplo, o uso compulsório do Sistema do
Programa de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (MEDEX).
Através do Programa, são disponibilizados vários medicamentos de alto valor
unitário, o fornecimento destes medicamentos garante adesão ao tratamento, e com
isso, melhor qualidade de vida a todos os beneficiados pelo Programa
(MASTROIANNI, 2011).
METODOLOGIA
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O presente trabalho foi realizado no Município de Matipó, que está localizado
na zona da Mata no Estado de Minas Gerais. Realizou-se um levantamento de
dados dos usuários de medicamentos de alto custo cadastrados na Farmácia Minas
no primeiro semestre de 2014. Esta coleta foi feita através da documentação
arquivada na Farmácia. Todos os dados obtidos são mantidos em total sigilo pelos
pesquisadores, que assinaram o Termo de Compromisso de Utilização de Dados, no
qual se tem o comprometimento de preservar a privacidade e utilizar os dados
apenas para execução do projeto, assim como recomendado pela Resolução n o
196/96 (BRASIL,1996). Os dados coletados foram referentes à faixa etária, gênero,
doenças prevalentes e medicamentos de alto custo utilizados, e avaliados por meio
de estatística descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dentre os 84 beneficiados com os medicamentos excepcionais/alto custo 42
(50%) pertencem ao sexo masculino e 42 (50%) ao sexo feminino. A Faixa etária de
maior prevalência foi entre 71 a 80 anos (FIGURA 1).
%
Figura 1. Faixa etária dos usuários do programa de medicamentos excepcionais/alto custo
Dos 42 tipos de medicamentos utilizados o que apresentou maior prevalência
foi o Salmeterol+Fluticasona 25-125mg, sendo utilizado por seis pacientes (6,91%)
(TABELA 1), destes um do gênero feminino e cinco do masculino (TABELA 2). O
segundo medicamento mais consumido foi o Formeterol+Budesonida 12-400mcg
juntamente com o Olanzapina 10mg, 5,49% respectivamente (TABELA 1).
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Tabela 1. Perfil dos medicamentos excepcionais/alto custo utilizados pela população.
Medicamento
Valor
(%)
Medicamento
Valor
absoluto
absoluto
Acitrenilina 10 mg
1
1,09
Lamotrigina 100mg
4
Amantadina100mg
4
4,39
Metrotrexato 2,5mg
1
Atorvastatina 10mg
4
4,39
Micofenalato
1
Atorvastatina 20mg
2
2,19
Mic. Sódico 360mg
2
Azatioprina 50mg
2
2,19
Octreotide Lar 30mg
1
Calcitonina 200UI
2
2,19
Olanzapina 10mg
5
Ciclosporina 100mg
1
1,09
Olanzapina 5 mg
1
Clobazam 20mg
1
1,09
Pramipexol 0,25mg
3
Clozapina 100mg
3
3,29
Pramipexol 1mg
1
Clozapina 25
1
1,09
Quetiapina 25mg
2
Donepezila 10mg
4
4,39
Raloxifeno 60mg
1
Donebezila 5mg
2
2,19
Risperidona 1mg
1
Entacapona 200mg
1
1,09
Risperidona 2mg
4
Eritropoetina 2000UI
1
1,09
Rivastigmina 6mg
1
Etanercepte 50mg
2
2,19
Rivastigmina Sol. Oral
2
Everolimo 0,5 mg
1
1,09
Sal+Fluticason 256
125mg
Everolimo 1mg
1
1,09
Tacrolimo 1mg
3
Form+Budeso125
5,49
Tiotropio 2,5mcg
3
400mcg
Galantamina 16mg
4
4,39
Topiramato 100mg
2
Goserrelina 10,8mg
1
1,09
Topiramato 50mg
2
Hidroxicloroquina
1
1,09
Toxina Botulínica
1
400mg
500UI
A
associação
salmeterol+fluticasona
e
formeterol+budesonida
(%)
4,39
1,09
1,09
2,19
1,09
5,49
1,09
3,29
1,09
2,19
1,09
1,09
4,39
1,09
2,19
6,91
3,29
3,29
2,19
2,19
1,09
tem
demonstrado, em ensaios clínicos controlados e randomizados, maior segurança,
efetividade e eficácia no tratamento de asma brônquica, quando comparada ao
tratamento disponível atualmente pelo SUS. Já que esta caracteriza-se como uma
doença de grande morbidade de motalidade (DATASUS, 2005). A mortalidade no
Brasil é a quarta causa (90 mil mortes em 1999), correspondendo a,
aproximadamente 30% identificados como a bronquite crônica e efisema, com
predominância no sexo masculino a partir dos 45 anos (TARANTINO, 2002).
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza os antipsicóticos
de segunda geração, apenas para pacientes refratários ao tratamento com os de
primeira geração e registrados no ‘’Programa de Medicamentos de Dispensação
Excepcionais’’ (LINDNER, 2009). Em Santa Catarina, no ano de 2004 a Olanzapina
foi o terceiro medicamento mais solicitado e ocupo a segunda opção entre os gastos
com 59 medicamentos dispensados pelo programa de dispensa do estado de Santa
Catarina (BLATT, 2007).
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Tabela 2. Perfil dos medicamentos excepcionais/alto custo utilizados por mulheres e homens.
Mulheres
Homens
Medicamentos
Valor absoluto
(%)
Valor absoluto
(%)
Acitrenilina 10 mg
0
0
1
1,09
Amantadina100mg
2
2,19
2
2,19
Atorvastatina 10mg
0
0
4
4,39
Atorvastatina 20mg
1
1,09
1
1,09
Azatioprina 50mg
1
1,09
1
1,09
Calcitonina 200UI
1
1,09
1
1,09
Ciclosporina 100mg
0
0
1
1,09
Clobazam 20mg
1
1,09
0
0
Clozapina 100mg
0
0
3
3,29
Clozapina 25
1
1,09
0
0
Donepezila 10mg
2
2,19
2
2,19
Donebezila 5mg
1
1,09
1
1,09
Entacapona 200mg
0
0
1
1,09
Eritropoetina 2000UI
1
1,09
0
0
Etanercepte 50mg
1
1,09
1
1,09
Everolimo 0,5 mg
1
1,09
0
0
Everolimo 1mg
1
1,09
0
0
Form+Budeson12-400mcg
4
4,39
1
1,09
Galantamina 16mg
3
3,29
1
1,09
Goserrelina 10,8mg
1
1,09
0
0
Hidroxicloroquina 400mg
0
0
1
1,09
Lamotrigina 100mg
4
4,39
0
0
Metrotrexato 2,5mg
0
0
1
1,09
Micofenalato
0
0
1
1,09
Mic. Sódico 360mg
2
2,19
0
0
Octreotide Lar 30mg
0
0
1
1,09
Olanzapina 10mg
2
2,19
3
3,29
Olanzapina 5 mg
0
0
1
1,09
Pramipexol 0,25mg
1
1,09
2
2,19
Pramipexol 1mg
1
1,09
0
0
Quetiapina 25mg
1
1,09
1
1,09
Raloxifeno 60mg
1
1,09
0
0
Risperidona 1mg
1
1,09
0
0
Risperidona 2mg
2
2,19
2
2,19
Rivastigmina 6mg
0
0
1
1,09
Rivastigmina Sol. Oral
0
0
2
2,19
Sal+Fluticasona25-125mg
1
1,09
5
5,96
Tacrolimo 1mg
3
3,29
0
0
Tiotropio 2,5mcg
0
0
3
3,29
1,09
Topiramato 100mg
1
1
1,09
Topiramato 50mg
0
0
2
2,19
1,09
Toxina Botulínica 500UI
1
0
0
Dentre as 17 patologias observadas, a Esquizofrenia obteve maior
prevalência, seis (7,69%) indivíduos do gênero feminino, e nove (11,54%) do gênero
masculino (TABELA 3).
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Tabela 3. Doenças associadas aos medicamentos utilizados pelos usuários do programa de
medicamentos excepcionais/alto custo.
Mulheres
Homens
Patologias
Valor absoluto
(%)
Valor absoluto
(%)
Acromegalia
0
0%
1
1,28%
Alzheimer
7
8,99%
7
8,99%
Anemia Grave
1
1,28%
0
0%
Artrite Reumatoide
2
2,56%
1
1,28%
Asma
3
3,84%
1
1,28%
Dislipedemias
1
1,28%
5
6,41%
Distonia
1
1,28%
0
0%
DPOC
2
2,56%
6
7,71%
Endometriose
1
1,28%
0
0%
Epilepsia
4
5,12%
3
3,84%
Esquizofrenia
6
7,71%
9
11,55%
Lúpus Eritomatoso
1
1,28%
0
0%
Miastenia Gravis
0
0%
1
1,28%
Osteoporose
2
2,56%
1
1,28%
Psoríase
0
0%
1
1,28%
Parkinson
3
3,84%
3
3,84%
Transplante Renal
4
5,12%
1
1,28%
As alterações neuropsicológicas associadas a esquizofrenia, são observadas
logo no primeiro episódio psicótico. Em um estudo de Fioravante et al., (2005), foram
revisados 1275 artigos e selecionaram 113 estudos nos quais foram investigados QI,
memória, linguagem, funções executivas e atenção. Em todas essas áreas, os
pacientes
com
esquizofrenia
apresentaram
pior
desempenho
nos
testes
neuropsicológicos quanto comparados ao grupo-controle. As estimativas de
incidência da esquizofrenia sugerem a ocorrência de aproximadamente quatro novos
casos por ano para uma população de 10.000 habitantes. A incidência real deve
estar entre um e sete novos casos para 10.000 habitantes por ano, sendo que o
começo da doença é mais precoce no homem que na mulher (SUVISAARI, 1998).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados demonstraram que os pacientes usuários do Programa de
Medicamentos Excepcionais/Alto Custo são na sua maioria idosa. Os dados
relataram que as doenças de maior prevalência foram a Esquizofrenia e a Doença
de Alzheimer e os medicamentos mais utilizados com frequência são para o
tratamento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e para a Esquizofrenia,
sendo eles respectivamente, Salmeterol+Fluticasona, Formeterol+Budesonida e
Olanzapina. Portanto, o presente estudo comprova que o Programa de
Medicamentos Excepcionais/Alto Custo tem boa funcionalidade, necessitando
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apenas de maior e/ou melhor, divulgação sabendo-se que ele é ainda pouco
conhecido.
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INCIDÊNCIA DE VERMINOSES EM CRIANÇAS DA CHECHE DE PADRE FIALHO
DISTRITO DE MATIPÓ - MG
Helisson Augusto de Sá Mendes e Laurimar Aguiar do Carmo - Acadêmicos do
Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – Univértix.
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia Bioquímica Analista Clínica Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – Univértix
Rogério Oliva Carvalho - Graduado em Medicina Veterinária – Doutor em Medicina
Veterinária – Professor da Faculdade Vértice – Univértix
[email protected]
PALAVRAS CHAVE: Parasitoses; Saúde Pública; Prevalência.
INTRODUÇÃO
As doenças parasitárias são frequentes na população mundial, principalmente
em países subdesenvolvidos e em desenvolvimento (RODRIGUES et al., 2013). A
OMS estima que cerca de 980 milhões de pessoas esteja parasitada pelo Ascaris
lumbricoides; 200 milhões pelo Schistosoma mansoni e 16 milhões pelo
Trypanosoma cruz. No Brasil o último levantamento multicêntrico das parasitoses
intestinais revelou 55,3% de crianças parasitadas, sendo a maior
parte
poliparasitadas (SILVA et al., 2008).
No Brasil, de modo geral, os helmintos são de ampla distribuição geográfica,
sendo encontrados em zonas rurais ou urbanas de vários estados, devido à
existência de diferentes condições socioeconômicas e culturais na população de
uma mesma cidade (RODRIGUES et al., 2013). Devido à falta de higiene, própria da
idade, as crianças são as mais suscetíveis à infecção parasitária, podendo ocasionar
repercussões significativas, com implicações no estado físico, nutricional e mental
desta população infantil (FERREIRA et al., 2006).
O crescente aumento da demanda de crianças nas creches brasileiras tornam
estes lugares propícios à contaminação e transmissão das parasitoses, isto, devido
ao grande contato inter-humano, aos hábitos higiênicos das crianças e dos
funcionários (BARREMAKER et al., 2013).
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Os parasitas mais frequentes encontrados em seres humanos são os
helmintos
Ascaris
lumbricoides,
Trichuris
trichuria,
Necator
americanus,
e
Ancylostoma duodenale (FILHO et al., 2012).
Entretanto, é fundamental fortalecer a aplicação de medidas de prevenção e
de promoção de saúde, reduzindo as perdas de oportunidades para a identificação e
tratamento imediatos do problema das parasitoses para evitar distúrbios nutricionais
(NETO et al., 2013).
Contudo o presente trabalho teve como objetivo verificar a incidência de
verminoses em crianças na creche de Padre Fialho distrito de Matipó ∕ MG, por meio
de exames parasitológicos de fezes. Com base nos resultados obtidos poderá ser
realizado o encaminhamento das crianças ao médico para tratamento específico,
além de serem utilizadas medidas de controle específicas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O parasitismo é quando há uma associação entre duas espécies diferentes,
na qual existe unilateralidade de benefícios, ou seja, o hospedeiro é espoliado pelo
parasita, pois, fornece alimento e abrigo para este. Desta forma essa associação
tende ao equilíbrio, pois, caso contrário, poderá matar o hospedeiro, e
consequentemente, o parasito também morrerá (NEVES et al., 2005).
O parasita pode atingir o homem agindo por vários mecanismos, na qual pode
ocorrer a ação traumática onde sofre uma lesão no tecido ou células devido à
locomoção das larvas; ação espoliativa na qual ocorre uma absorção do sangue ou
até mesmo os nutrientes presentes; ação tóxica na qual podem produzir enzimas ou
metabólicos que prejudicam o hospedeiro; ação irritativa deve-se a presença
constante do parasito causando irritação no local parasitado e ação mecânica onde
podem impedir o fluxo de alimento, bile ou absorção alimentar (NEVES, 2006).
Entretanto, essas afecções afetam a absorção de nutrientes, desencadeia
sangramento intestinal, podendo causar complicações cirúrgicas como a obstrução
intestinal, prolapso retal e desenvolvimento de abscessos (FILHO et al., 2012).
Para que exista a doença parasitária há necessidade de alguns fatores que
são inerentes ao parasito: resistência à resposta imune do hospedeiro, a sua
localização e os mecanismos de escape vinculados às transformações que são
verificadas ao longo do ciclo de cada parasita; ou inerentes ao hospedeiro: como a
idade, o grau de nutrição, o nível de resposta imune, os hábitos de higiene, uso de
medicamentos entre outros (FREI, JUNCANSEN e PÃES, 2008).
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FREI, JUNCANSEI e PÃES (2008) ressalta que, os agentes etiológicos das
endoparasitoses são divididos em duas classes sendo elas a de helmintos e os
protozoários. Os helmintos são vermes filiformes e pluricelulares do filo
Nematelminthes (COSTA et al., 2012). Os mais comuns são: Ascaris lumbricoides,
Trichuris trichiura, Trichuris trichiura, Enterobius vermiculares, Taenia saginata e
Taenia solium, Schistosoma mansoni, Strongyloides stercoralis, Hymenolepis nana.
O próximo agente etiológico são os protozoários que são organismos unicelulares
que apresentam estruturas simples (COSTA et al., 2012). Os mais frequentes são:
Entamoeba histolytica, Entamoeba coli, Giardia lamblia.
O exame parasitológico das fezes (EPF) tem como objetivo detectar e
identificar os parasitas gastrointestinais pela pesquisa de ovos ou larvas de
helmintos nas amostras de fezes, auxiliando na seleção do medicamento adequado
para o tratamento (MENEZES et al., 2013).
No entanto, medidas preventivas das parasitoses devem ser ampliadas, com
a implantação de sistemas adequados para tratamento de esgotos e encanamento
de água potável, juntamente com a educação sanitária da população, o diagnóstico
e o tratamento de indivíduos infectados, contribuindo para a redução da incidência
das parasitoses (SILVA et al., 2008).
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva, realizada na creche em Padre Fialho
distrito de Matipó. Foram realizados exames coproparasitológico das crianças
matriculadas na referida creche. Os responsáveis legais foram orientados quanto ao
objetivo do estudo e concordaram em participar do projeto, mediante a assinatura do
termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Foram entregues coletores universais devidamente identificados e a coleta do
material fecal foi realizada na residência das crianças para maior preservação
destas, onde os responsáveis foram orientados quanto à coleta do material. As
amostras foram entregues aos pesquisadores no dia agendado e a identificação dos
frascos foi conferida. O frasco original de coleta foi acondicionado em uma caixa
térmica impermeável e higienizável garantindo a estabilidade das mesmas até a
chegada ao local de análise.
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As amostras foram processadas no Laboratório de Parasitologia da
Faculdade Vértice - Univértix pelo método de sedimentação espontânea de Hoffman,
Pons e Janer.
Os responsáveis legais receberam posteriormente os resultados dos exames
e os casos positivos foram encaminhadas à consulta médica para tratamento no
PSF da área de abrangência da creche. Os pesquisadores assumiram o
compromisso de total sigilo sobre os dados obtidos, e utilização apenas para a
realização do projeto, assim como recomenda a Resolução nº 196 ∕ 96 do Conselho
Nacional de Saúde (BRASIL, 1994). Para análise dos dados as crianças foram
agrupadas por sexo e faixa etária e os resultados foram submetidos e processados
no Microsoft Office Excel através de correlação de Pearson.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste estudo foi feita a coleta de material para análise com 15 crianças
presentes na Instituição com idades entre 6 meses a 5 anos. Considerando que a
Instituição possui o total de cinquenta e seis crianças matriculadas, mais, que
apenas vinte e cinco frequentam diariamente, dessas, dez não tiveram autorização
dos responsáveis legais para participar da pesquisa. A idade dos participantes varia
entre seis meses á cinco anos de idade. Nesta amostra tivemos 46,6% de crianças
do gênero masculino e 53,3% do sexo feminino. Segundo Andrade et al (2013), a
população mais susceptível às infecções parasitárias são as crianças devido o não
conhecimento das noções básicas de higiene e por estarem em uma fase na qual
Introduzem tudo a boca, tendo deste modo um maior contato com os estágios
infectantes dos parasitas.
Os resultados dos exames parasitológicos de fezes apresentaram 26,6% de
positividade, sendo que, dos parasitas encontrados nas amostras fecais 75% eram
protozoários (G. lamblia) e 25% helmintos (A. lumbricoides), que estão relacionados
na figura 1. Belo et al. (2012) em um trabalho com crianças da zona rural e urbana
do município de São João del-Rei, Minas Gerais, obteve resultados semelhante,
com uma prevalência de 23,5% para a zona urbana.
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Figura 2: Percentual de protozoário (G. lamblia) e helmintos (A. lumbricoides) encontrados em
crianças da creche de Padre Fialho Distrito de Matipó.
As enteroparasitoses estão presentes em todas as regiões do planeta,
atingindo alta prevalência nos países pobres, com maior gravidade nas crianças,
especialmente as de baixa idade. Embora isoladamente não apresentarem alta
letalidade, as enteroparasitoses podem ser avaliadas como um importante fator de
morbimortalidade infantil (RODRIGUES, CARNEIRO e ATHAYDE, 2013). No Brasil,
informações estatísticas setoriais demostram diminuição significativa desse tipo de
infecções, sendo a melhoria nas condições de vida, saneamento e escolaridade do
brasileiro corresponsáveis por este cenário (ALVES e SANTOS, 2011).
A FIGURA 2 mostra o resultado dos exames coproparasitólogicos levando-se em
consideração o gênero das crianças pesquisadas. Podendo observar que não houve
diferença na ocorrência de parasitoses entre os gêneros, resultado também
constatado por Belo et al. (2012).
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Figura 3: Resultados percentuais dos exames coproparasitológicos em função do gênero das
crianças, da creche de Padre Fialho Distrito de Matipó.
No presente trabalho somente foi encontrado crianças parasitadas com helmintos da
espécie A. lumbricoides e protozoários da espécie G. lamblia, tendo sido encontrado
helmintos e protozoários em 28,5% dos meninos e somente protozoários em 25,0%
das meninas (FIGURA 3).
Número de parasitos
2,5
2
1,5
1
Masculino
Feminino
0,5
0
Ascaris lumbricóides
Giardia lamblia
Figura 4: Relação entre as espécies de parasitos encontrados nas amostras positivas e o gênero das
crianças de uma creche de Padre Fialho distrito de Matipó.
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Um estudo realizado por MAMUS et al. (2008), em um estudo com crianças
em Iretama, no Paraná, relata a prevalência de 31,25% de Giardia lamblia e 6,25%
de Ascaris lumbricoides seguido por 3,12% de Hymenolepis nanna e 3,12% de
Ancylostoma, odservando que a G. lamblia é mais comumente encontrada em
crianças de 0 à 5 anos, devido a falta de conhecimento sobre higiene e ∕ou a baixa
imunidade. Resultados que estão de acordo com o presente trabalho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo mostrou que as espécies mais prevalentes foram a Giardia
lamblia e Ascaris lumbricoides, representando 26,6% de positividade em relação aos
exames parasitológicos realizados. Alguns fatores que pode ter favorecido a
presença desses parasitas podem ser a contaminação pela ingestão de água,
hortaliças e verduras contaminadas, o clima, as condições sociais e econômicas da
população, o convívio em ambientes de poucos hábitos higiênicos e também as
características próprias das crianças.
Para que o problema das parasitoses intestinais seja solucionado na creche
analisada, são necessários orientações para os pais ou responsáveis, bem como
aquelas pessoas que lidam diariamente com as crianças nas creches e escolas,
devendo estar sempre atentas, cabendo a todos incutir, desde cedo, a ideia de que
os bons hábitos higiênico-sanitários são capazes de eliminar ou diminuir um
problema de saúde tão comum como as verminoses.
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AVALIAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS POR ESTUDANTES DO
CURSO DE ENFERMAGEM E FARMÁCIA, DE UMA FACULDADE DA ZONA DA
MATA MINEIRA
Mariela Gomes de Abreu – Graduanda em Farmácia. Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia Bioquímica Analista Clínica.
Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Bruna Chaves de Amorim – Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Naturais
e da Saúde. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS CHAVES: Automedicação; Medicamentos; Uso Racional de
Medicamentos.
INTRODUÇÃO
A automedicação é a forma de auto-atenção à saúde, através do uso de
medicamentos sem orientação médica, com objetivo de tratar ou aliviar sintomas
(SOUZA et. al., 2008). O ato de se automedicar pode causar sérios problemas a
saúde e essa freqüência tem aumentado em todo o mundo inclusive no Brasil,
principalmente em regiões mais carentes e com falta de informação (PAULO &
ZANINE, 1988).
De acordo com Loyola Filho (2002), os fatores econômicos, políticos e
culturais contribui pra o aumento da automedicação no mundo, tornando essa
atividade um problema de saúde pública. As propagandas de marketing comercial
de medicamentos e falta de orientação da população sobre os riscos do uso
inadequado dos mesmos, a facilidade de aquisição sem a orientação medica, o
rápido acesso ás informações sobre os fármacos na internet ou através de pessoas
ou do próprio circulo familiar, são alguns motivos que ajudam pra o crescimento da
automedicação (GALATO; MADALENA; PEREIRA, 2001).
A prática de se automedicar está relacionada com o grau de informações dos
usuários sobre os medicamentos, com maior acessibilidade dos mesmos ao sistema
de saúde (TOMASI et al., 2007), e de acordo com Vilariano et al., (1998) a
automedicação entre os estudantes universitários, especialmente da área da saúde
se tornam maior pelo fato de terem um conhecimento perante o assunto e
experiências com medicamentos, os levando a se automedicar.
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A automedicação é definida como ato de administrar medicamentos sem
prescrição médica, sendo que a seleção e o uso são realizados por indivíduos
inaptos, com o objetivo de curar doenças ou diminuir seus sintomas (OGLIARI,
2004). A reutilização de receitas médicas antigas, o compartilhamento de remédios
com outros membros da família, também pode ser considerada como um ato de
automedicação (VILARIANO et al., 1998).
O uso inadequado de medicamentos pode causar efeitos indesejáveis, como
o mascaramento da doença, e como evidencia essa pratica está relacionada com o
grau de instrução e informação dos usuários sobre medicamentos, assim como a
grande acessibilidade dos mesmos ao sistema de saúde (CAMPOS, 1983). De
acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA),
cerca de 80 milhões de pessoas são adeptas da automedicação.
A intoxicação por medicamentos é responsável por 29% das mortes no Brasil
e, na maioria dos casos, é consequencia da automedicação. Além disso, o alívio
momentâneo dos sintomas pode mascarar a doença, podendo assim agravá-la
(ARRAIS et al., 2005).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em todo o mundo mais de
50% dos medicamentos receitados são fornecidos ou vendidos de maneira incorreta,
ao mesmo tempo em que um terço da população mundial carece de acesso a
medicamentos essenciais e 50% dos pacientes os ingerem de forma incorreta.
A automedicação entre os alunos da área da saúde pode se tornar maior pelo
fato de apresentarem maior conhecimento na sala de aula e experiências anteriores
com o medicamento os tornando mais confiantes e seguros para se automedicar
(VILARINO et al., 1998).
O uso racional de medicamentos e onde o paciente recebe o medicamento
apropriado de acordo com suas necessidades, nas doses individualmente
requeridas para um adequado período de tempo e um baixo custo para a
comunidade. O uso irracional de medicamentos é um problema de saúde publica em
todo o mundo, na qual necessita da implementação de muitas diferentes formas de
intervenções ao mesmo tempo (OPAS, 2007).
A indústria farmacêutica utiliza muitos meios de comunicação pra atrair a
atenção da população para o aumento da prática da automedicação, não medindo
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esforças pra chamar a atenção dos clientes, através de propagandas, outdoors,
jornais, internet, ou seja, tudo para que de alguma forma seu produto ganhe lugar no
grande mercado competitivo em todo pais. (SOUZA et al., 2008).
O farmacêutico tem o papel principal de orientar e educar o paciente para que
ele reconheça que os produtos de venda livre podem sim ter efeitos adversos
similares daqueles vendidos sob prescrição médica, tendo também o conhecimento
necessário para transmitir ao paciente todo informação sobre o fármaco e a forma
farmacêutica, assegurando o uso adequando dos medicamentos (TAVARES, 2002).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, desenvolvido em uma
Faculdade Privada da Zona da Mata Mineira, cuja população é de aproximadamente
18.491 habitantes (IBGE, 2014).
O referente estudo teve como objetivo os acadêmicos dos cursos de
graduação de Enfermagem e Farmácia. Foram aplicados questionários com
perguntas, entre os acadêmicos de Enfermagem e Farmácia nos dias 04 e 07 de
setembro de 2014, para o levantamento de dados, pelos quais foram analisados por
estatística descritiva, utilizando o Microsoft Office Excel®.
Os acadêmicos que participaram da pesquisa foram estudantes dos cursos de
graduação da área da saúde, no qual será garantido sigilo da identidade, alem dos
princípios éticos, e foram feitos termos no qual os acadêmicos assinaram tento o
Consentimento de Livre Esclarecimento perante os dados coletados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para a apuração dos resultados foi analisado um total de 118 questionários,
onde a prevalência de estudantes por curso é 35,59% Enfermagem e 64,41%
Farmácia.
Do total de acadêmicos entrevistados, consta de (79,66%) do gênero feminino
e (20,34%) do gênero masculino, sendo em sua maioria solteiro 77,97% e com faixa
etária entre 20 a 39 anos 75,42%.
Os medicamentos referidos como mais utilizados foram analgésicos e
antipiréticos 79,66%, medicamentos pra resfriados e gripes 70,34%, xaropes pra
tosse 63,56% e antiinflamatórios 62,71%, e outros de uso menos frequente .
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Foram avaliados o consumo de cigarro, bebida alcoólica e prática de atividade
física. Observou-se que 96,61% dos investigados não fumam, 69,49% não ingerem
bebida alcoólica frequentemente e 10,17% praticam atividade física com frequência.
Quando questionados sobre o grau de satisfação com a saúde, 83,89%
disseram estar muito satisfeitos ou satisfeitos, enquanto que 0,86% alegaram
apresentarem-se insatisfeitos com a própria saúde.
Foram feitas perguntas avaliando a qualidade do sono dos entrevistados, um
total de 61,02% relatou apresentar sono classificado como repousante enquanto que
13,56% classificaram seu sono como não repousante.
Quando se refere à utilização de medicamentos 42,31% referiram utilizar por
decisão própria, 23,85% indicados por profissionais farmacêuticos e 20% por
indicação de amigos, parentes, vizinhos e conhecidos, conforme apresentado na
Figura 1.
Figura 1: Origem da indicação de utilização de medicamentos referida pela população de acadêmicos de
uma faculdade privada localizada numa cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2014).
Perante o local de aquisição dos medicamentos 78,15% referiram adquirir em
farmácias comercias, conforme apresentado na Figura 2.
No estudo de Neto et al., (2006), que pesquisaram a automedicação entre
estudantes de medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora, observaram que
é comum a prática da compra de medicamentos em farmácias sem receita médica,
sendo observado em 75% dos casos.
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Figura 2: Local de aquisição de medicamentos referido pela população de acadêmicos de uma faculdade
privada localizada numa cidade da Zona da Mata do estado de Minas Gerais (2014).
Referente à orientação do farmacêutico para a compra de medicamentos
observou-se que a maioria dos acadêmicos 84,75%, busca a ajuda do profissional.
Ogawa et al.,
(2001), em um estudo comparativo sobre a automedicação em
estudantes do segundo ano de enfermagem e medicina e moradores do bairro Vila
Nova, (36,5%) não aconselhavam-se com o farmacêutico no ato da aquisição de um
medicamento. Porém, isso evidencia a existência de outros mecanismos que
possam levar a automedicação, como a utilização de medicamento sem prescrição
médica por decisão própria.
Quando se referiu sobre a utilização de receitas antigas dentre os 118
entrevistados 25,42% já fizeram a utilização de receitas antigas, enquanto 74,58%
não fazem o uso da mesma.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A automedicação é um problema universal, antigo e de grandes proporções.
Pode ser considerada uma forma de não adesão às orientações médicas e de
saúde, onde fatores econômicos, políticos e culturais têm contribuído para o
crescimento e a difusão desta prática no mundo, tornando-a um problema de saúde
pública.
A automedicação é uma prática bastante comum nas faculdades, entre os
acadêmicos da área da saúde. Fatores como: dores de cabeça, resfriados, são as
principais causas que levam os acadêmicos a utilizarem medicamentos sem
prescrição.
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O profissional farmacêutico é o mais capacitado para prestar orientação
farmacêutica, sendo importante em todo trajeto que medicamento traça até chegar
ao seu consumidor final, pois ele está apto a criar e fazer campanhas preventivas e
políticas sobre o uso racional de medicamentos, minimizando a automedicação, de
modo a garantir o bem estar da população.
REFERÊNCIAS
ARRAIS, P. S. D; COELHO, H. L. L; BATISTA, M. C. D. S; CARVALHO, M. L; RIGHI,
R. E; ARNAU, J. M. Perfil da Automedicação no Brasil. Rev. Saúde Pública. 31: 7179, 2005.
CAMPOS, J. M. et al., Prescrição de medicamentos por balconistas de 72 farmácias
de Belo Horizonte/MG em maio de 1983. J. Pediatr., 59: 307-12, 1985.
GALATO, D; MADALENA, J; PEREIRA, G. B. Automedicação em estudantes
universitários: a influência da área de formação. Ciência & Saúde Coletiva, v. 17,
n. 12, p.3323-3330, 2012.
IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1. Acesso em: 28. mar. 2014.
LOYOLA FILHO, A. I. et al., Prevalência e fatores associados a automedicação:
resultados do Projeto Bambui. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 36, n. 1, 2002.
NETO, J. A. C. et al., Automedicação entre Estudantes da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Juiz de Fora. HU Rev., Juiz de Fora, v. 32, n. 3, 2006.
OGAWA, A. I. et al., Estudo comparativo sobre a automedicação em estudantes do
segundo ano de enfermagem e medicina e moradores do bairro vila nova. Rev.
Espaço para a Saúde, v. 3, n. 2, 2001.
OGLIARI, F. "Automedicação e o papel do farmacêutico: autocuidado ou danos
à saúde?", 2004. Tese (graduação) Universidade Santa Cruz do Sul, Rio Grande
do Sul. Pg 1.
ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE (OPAS). Medicamentos e
tecnologias. Disponível em: http://www.opas.org.br/Medicamentos/temas. cfm?id
=46&CodBarra= 1. Acessado em: 30 mai. 2014.
PAULO, L. G; ZANINE, A C. Automedicação no Brasil. Rev. Assoc. Med. Bras.,
1988, v. 4, p. 69-75.
SOUZA, J. F. R; MARINHO, C. L. C; GUILAN, M. C. R. Consumo de medicamentos
e internet, análise critica de uma comunidade virtual. Rev. Assoc. Med. Bras. v. 54,
n.3, São Paulo, Mai/Junh. 2008.
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TAVARES W 2002. Manual de antibióticos e quimioterápicos antiinfecciosos. 2ª
Edição, Editora Atheneu, São Paulo.
TOMASI, E; SANT’ANNA, G. C; OPPELT A, M; PETRINI, R. M; PEREIRA,I. V;
SASSI, B. T. Condições de trabalho e automedicação em profissionais da rede
básica de saúde da zona urbana de Pelotas, RS. Rev. Bras. Epidemiol., 2007;
10(1):66-74.
VILARIANO, J. F; SOARES, C. I; SILVEIRA, C. M; RÖDEL, A. P. P; BORTOLI, R;
LEMOS, R. R. Perfil da automedicação no Sul do Brasil. Rev. Saúde Pública, 1998,
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ESTUDO DE CASOS DE INFECÇÃO HOSPITALAR DO TRATO URINÁRIO EM
UM HOSPITAL REGIONAL DO INTERIOR DE MINAS GERAIS NO PRIMEIRO
SEMESTRE DE 2014
Grazielle Brandão Coelho e Lenemárcia dos Santos Moreira - Acadêmicas do
curso de Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia com Habilitação em Análises
Clínicas. Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice –
Univértix
Viviane Gorete Silveira Mouro - Graduada em Farmácia, Mestre em Biologia
Celular e Estrutural, Professora do curso de Farmácia da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO: I
nfecção hospitalar (IH) ou infecção nosocomial é uma infecção clínica ativa que
acomete pacientes após o início da estadia em ambiente hospitalar (SANTOS,
2011). O objetivo desse estudo foi verificar a incidência de infecção hospitalar do
trato urinário em pacientes internados em um Hospital Regional de uma cidade do
interior de Minas Gerais, do primeiro semestre do ano de 2014. Os resultados
apresentados demonstraram que a grande maioria das culturas realizadas obtiveram
resultados negativos, e dentre as culturas positivas apenas cinco foram classificadas
pelos médicos como Infecção Hospitalar, o que demonstra um resultado muito bom
para o Hospital.
Palavras
chave:
Infecção
hospitalar,
infecção
nosocomial,
resistência
antimicrobiana.
INTRODUÇÃO
O organismo humano é colonizado por vários microrganismos que fazem
parte da microbiota normal como na pele, couro cabeludo, trato respiratório, axila,
trato gastrointestinal, mãos e antebraço. O termo infecção é utilizado quando ocorre
uma invasão de microrganismos patogênicos como bactérias, fungos, vírus ou
protozoários numa situação de baixa imunidade, onde se reproduzem e causa uma
doença infecciosa (SILVA e PADOVEZE, 2011).
A portaria 1696/98 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
diferencia infecção hospitalar (IH) de infecção comunitária (IC), sendo IC definida
como constatada ou em incubação no momento de admissão do paciente e que não
esteja associada com infecção anterior no mesmo hospital, eIH ou infecção
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nosocomial é uma infecção clínica ativa que acomete pacientes após o início da
estadia em ambiente hospitalar (SANTOS, 2011).
Tendo como base que as infecções hospitalares constituem risco significativo
à saúde dos usuários dos hospitais(BRASIL, 1998), o presente trabalho teve como
objetivo verificar a incidência de infecção hospitalar do trato urinário em pacientes
internados de um Hospital Regional de uma cidade do interior de Minas Gerais, do
primeiro semestre do ano de 2014.
REVISÃO DE LITERATURA
Os microrganismos presentes na maioria das IH dificilmente causam
infecções em outras situações devido à baixa virulência, e a infecção só se
desenvolve devido ao estado de saúde do indivíduo, além disso, a maior parte das
IH desenvolvem-se a partir da microbiota normal do paciente, de origem comunitária
ou intra-hospitalar. A IH também pode ser favorecida de acordo com alguns fatores
como a doença inicial, uso de alguns medicamentos e extremos de idade, que
ocorre devido alterações no sistema imunológico, e em pacientes que são
submetidos à procedimentos invasivos. O controle das IH muitas vezes é dificultado
devido à resistência dos microrganismos aos antimicrobianos, que pode acontecer
pelo uso indiscriminado dos medicamentos, portanto, a frequência de IH também
pode estar relacionada à resistência aos antimicrobianos (ACUÑA, 2010; PEREIRA
et al., 2005).
Algumas IH chamadas de infecções preveníveis podem ser evitadas através
de procedimentos como lavagem das mãos e utilização de equipamento de proteção
individual (EPI). Já as infecções não preveníveis ocorrem mesmo com a utilização
desses procedimentos, acometendo pacientes imunologicamente comprometidos a
partir da própria microbiota (PEREIRA et al., 2005).Mesmo com os avanços nas
áreas da cirurgia com o passar do tempo, o controle das IH ainda é desafiador tendo
a profilaxia como melhor caminho, portanto a infecção cirúrgica é um relevante
problema nas salas de operações (MEDEIROS et al., 2003; PEREIRA et al., 2005).
Os
agentes
Enterococcussp,
etiológicos
principais
Staphylococcussp,
na
IH
Klebsiellasp,
são
a
Escherichia
coli,
Pseudomonasaeruginosa,
Acinetobactersp, Candidasp, SalmonellaeAeromonas (CARNEIRO et al., 2008;
NOGUEIRA et al., 2009; OLIVEIRA e DAMASCENO, 2010).
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Desde a descoberta do primeiro antimicrobiano tem se observado a crescente
seleção de cepas de microrganismos resistentes, causado, principalmente pelo uso
indiscriminado destes medicamentos. Atualmente, podemos observar crescimento
de bactérias resistentes à diversosantimicrobianos sendo que, muitas já possuem
alta resistência aos novos fármacos inseridos no mercado (PERES-BOTA et al.,
2003; PITTET, 2005).
A E. coli é uma bactéria diarreiogênica que oferece elevado risco de infecções
em crianças internadas em hospitais públicos. No entanto podem estar presentes
em infecções do trato urinário e infecções de sítio cirúrgico. A E. coli pode
apresentar resistência antimicrobiana contra a ampicilina, eritromicina e penicilina, e
sensibilidade à ceftazidima e ceftriaxona (CARNEIRO et al., 2008; NOGUEIRA et al.,
2009)
Os Enterococcussp são patógenos oportunistas que fazem parte da
microbiota normal do intestino humano. Sendo que as principais espécies
causadoras de infecção são o E.faecalis e E.faecium, sendo naturalmente
resistentes a alguns antimicrobianos como as cefalosporinas, aztreonam e
clindamicina, e ainda resistência adquirida à ampicilina e aminoglicosídeos. Além
disso em ambiente hospitalar pode apresentar resistência à ceftazidima,
eritromicina, ceftriaxona (CARNEIRO et al., 2008; ELIOPOULOS et al., 1998).
Os Staphylococcussp também fazem parte da microbiota normal porém em
pele e mucosas, algumas espécies são oportunistas podendo causar infecção em
diversos órgãos e tecidos. As espécies mais comuns são o S. aureus e o S.
epidermidis, sendo que o S. aureus é um agente muito comum na infecção
hospitalar de corrente sanguínea e de sítio cirúrgico e apresenta resistência à
eritromicina,
oxacilina,
penicilina,
sulfametoxazol
associado
à
trimetropim,
ceftazidima, ampicilina e ceftriaxona (CARNEIRO et al., 2008; NOGUEIRA et al.,
2009; TAVARES, 2000).
A Klebsiella faz parte da microbiota intestinal e do sistema geniturinário, além
de ser um dos principais agentes causadores da pneumonia, a K. pneumoniae
também está presente nas infecções hospitalares do trato urinário, de sítio cirúrgico
e feridas, sendo de maior ocorrência em pacientes imunodeprimidos (CARNEIRO et
al., 2008; NOGUEIRA et al., 2009; TORTORA, FUNKE e CASE, 2000; MOREIRA e
FREIRE, 2011). Segundo Moreira e Freire (2011) a K. pneumoniae é produtora da
enzima
carbapenemase
(KPC)
que
tem
capacidade
de
inativar
vários
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antimicrobianos, que torna responsável pela resistência antimicrobiana da bactéria.
Carneiro et al (2008) relatam que a Klebsiella sp. apresenta resistência à
antimicrobianos como ampicilina, eritromicina, ceftriaxona e penicilina.
A Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria gram negativa oportunista que
apresenta resistência a antissépticos leves e agentes antimicrobianos (LIVERMORE,
2001; TSAKRIS et al., 2000). Este microrganismo pode causar desde infecções mais
leves, como de pele superficial, até uma sepse fulminante, sendo que nas infecções
hospitalares está presente nas infecções do trato urinário e de sítio cirúrgico
(SZULCZEWSKI, ARDENGUI e PICOLI, 2008; NOGUEIRA et al, 2008).
De acordo com Nogueira et al (2008) o Acinetobacter sp é uma bactéria
comum nas pneumonias hospitalares e apresenta alta resistência antimicrobiana
sendo classificado como multirresistente, tendo sensibilidade apenas à polimixina B
e à ampicilina associado ao sulbactam.
A Salmonella e Aeromonas são patógenos que acarretam infecções
principalmente no trato gastrointestinal, o que as torna fonte de infecções em outros
locais.
Além
disso,
foram
encontradas
amostras
multirresistentes
aos
antimicrobianos, sendo alguns deles: ceftazidima e eritomicina (Salmonella), e,
ampicilina, eritromicina e penicilina (Aeromonas) (CARNEIRO et al., 2008).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, que foi
realizado em um hospital regional, sendo que no estudo descritivo o pesquisador
não interfere ou manuseia os dados, apenas observa, registra, avalia, qualifica e
interpreta os mesmos, e a abordagem quantitativa se trata de mensurar as opiniões,
reações, hábitos e atitudes em um meio, através de uma amostra representada
estatisticamente (GRESSLER, 2004).
O presente trabalho foi realizado no município de Manhuaçu, cidade dointerior
de Minas Gerais, que compreende uma população de 85.909 habitantes, área de
628,318 km² e região de Mata Atlântica (IBGE).
Realizou-se um levantamento dos dados referentes à infecção hospitalar do
trato urinário do primeiro semestre do ano de 2014 disponibilizados pela SCIH
(Serviço de controle de infecção hospitalar) do Hospital César Leite, que
compreendem as planilhas de relatos de culturas realizadas e relatórios de Infecção
Hospitalar.Para isso, foi assinado pela direção administrativa do hospital um Termo
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de Esclarecimento autorizando o acesso às informações documentadas pelo
hospital e os pesquisadores assumiram o compromisso, de preservar a privacidade
dos dados, perante a assinatura de um Termo de compromisso de Uso de dados ,
utilizando-os apenas para a execução do projeto como recomendado pela
Resolução nº 196/96 (BRASIL, 1996).
Os resultados obtidos foram processados e avaliados por estatística descritiva
utilizando a Microsoft Office Excel.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisados 154 casos de infecções do trato urinário no primeiro
semestre de 2014, as amostras foram submetidas à análise de cultura. Foi
observado que em aproximadamente 20% houve resultado positivo para presença
de sete microrganismos, sendo que destes a maior prevalência foi de Escherichia
coli (12,99%) (Tabela 1).
Tabela 1. Agentes etiológicos em amostras de uroculturasrealizadas no HCL no 1º
semestre de 2014
Agente etiológico
Negativo
Candida albicans
Enterococcus cloacae/Pseudomonas
aeruginosa
Escherichia coli
Enterococcus faecalis
Klebsiella pneumoniae
Proteus mirabilis
%
82,46
1,95
0,65
12,99
0,65
0,65
0,65
Em estudo realizado por Vieira et al. (2007) cerca de que em 77,4% das
amostras não apresentaram crescimento microbiano, das 22,6% de culturas
positivas E.coli apresentou maior prevalência (69,8% das amostras analisadas). Já
a K. pneumoniae apresentou 5,8%, e P. aeruginosa 0,4%. Assim como Blatt e
Miranda (2005), observaram queem uroculturas analisadas cerca de 73%
apresentaram resultados negativos, dentre os 27% dos resultados positivos, foram
encontrados predominância de E. coli com 54%, seguida de Klebsiella spp. com
12%, P. aeruginosa, 9%; Enterobacter spp., 6%; Proteus spp., 4%; Acinetobacter
spp., 2%; C. albicans com 1%, e os 12% restantes de outros microrganismos
incluindo Staphylococcus, Enterococcuse outros Gram-negativos.
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Nas culturas positivas foram realizados testes de sensibilidade e resistência a
antimicrobianos, sendo que na grande maioria das culturas os microrganismos
apresentaram-se sensíveis, e os mesmos estão descritos na Figura 1. As infecções
foram classificadas pelo hospital quanto a sua origem, sendo de origem Comunitária,
Hospitalar, Contaminação ou Colonização, entretanto a maior parte dos casos não
apresentava informação quanto ao tipo de infecção (Figura 2).
Figura 1: Sensibilidade e resistência a antimicrobianos pelos microrganismos encontrados nas
culturas positivasrealizadas no HCL no 1º semestre de 2014
Figura 2: Classificação das infecções das culturas positivasrealizadas no HCL no 1º semestre de
2014
No estudo realizado por Almeida, Simões e Raddi (2007), das 51 amostras
analisadas, 27 foram classificados como IC, dentre estes 74,1% causados por E.
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coli, 7,4% por K. pneumoniae, 7,4% por Enterobacter spp., 3,7% por Pantoea
agglomerans, 3,7% por Staphylococcus saprophyticus e 3,7% por P. mirabilis. As
infecções classificadas como IH, totalizaram 24 casos, destes 29,1% por E. coli,
29,1% por Klebsiella spp, 8,3% por Enterobacter spp., 4,2% por P. mirabilis, 4,2%
por Proteuspenneri, 4,2% por Acinetobacter calcoaceticus, 12,5% por P. aeruginosa,
4,2% por Staphylococcus epidermidis e 4,2% por Staphylococcus haemolyticus.
Na Figura 3 é demonstrado o setor no qual foi feita a coleta das amostras
para a urocultura, entretanto na maioria dos casos o local da coleta não foi
informado.
Figura 3: Setor de internação no qual foi coletada amostra para uroculturano HCL no 1º semestre de
2014
Blatt e Miranda (2005) relataram em seu estudo que a bactéria E. coli teve
maior predomínio no Pronto-Socorro, com um total de 31 isolados; e os
microrganismos, como Acinetobacter spp. (n = 6), C. albicans (n = 2), P. aeruginosa
(n = 8), Enterobacter spp. (n = 4), e Klebsiella spp. (n = 6) tiveram maior ocorrência
na CTI.
Em relação aos microrganismos e incidência este estudo apresentou
resultados semelhantes aos estudos citados, sendo que neste trabalho os resultados
foram satisfatórios, o que demonstra pontos positivos no ambiente estudado.
Podemos observar a pouca incidência de casos de infecção hospitalar, isso é devido
a SCIH (sistema de controle de infecção hospitalar), já que esta comissão é
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responsável por uma série de medidas que ajudam a prevenir as infecções
hospitalares.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui- se que a infecção hospitalar é uma realidade presente no dia a dia
dos profissionais de saúde.
O presente estudo obteve resultados satisfatórios,
pois a maioria dos casos de infecção do trato urinário foi negativa, sendo este um
resultado positivo para o hospital em estudo, demonstrando que este segue medidas
de prevenção.
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AVALIAÇÃO DOS ÍNDICES DE HANSENÍASE DE 2008 A 2012 EM MINAS
GERAIS E NO BRASIL
Daiana Regina Dornelas e Isadora Cristina Ângelo Muratori Vieira - Acadêmicas
do Curso de Farmácia – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia Bioquímica, Analista Clínica.
Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
A Hanseníase é doença contagiosa causada pelo Mycobacterium leprae que
acomete os nervos periféricos. Mais conhecida como lepra que por um tempo foi
dada como um “castigo divino”. O Brasil ocupa o segundo lugar em números
absolutos da doença, ficando atrás da Índia. A doença se espalhou no Brasil pelos
estados do norte e sul. O seu diagnóstico ainda e muito complexo, requer o
conhecimento e treinamento do profissional de saúde, para um diagnostico mais
rápido e preciso. Atualmente a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que
todas as pessoas que apresentem sinais clínicos da doença mesmo sem
confirmação devem fazer o uso da poliquimioterapia. Apresentam varias formas
clinicas que são definidas após um diagnostico preciso. A melhor forma de
prevenção da doença e através de tratamento dos doentes por se tratar de uma
doença infectocontagiosa. Sendo que a meta da OMS e reduzir os índices de
prevalência para 1 caso/10.000 habitantes ate o ano de 2000 podemos notar que
esta meta ainda não foi alcançada. Visto que ainda e necessário uma atenção sobre
os índices de prevalência da Hanseníase em Minas e no Brasil.
PALAVRAS CHAVE: Hanseníase, Epidemiologia, Tratamento, Prevenção e
controle.
INTRODUÇÃO
A Hanseníase é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium
lepraeque atingem a pele os nervos periféricos. Édescrita como uma das doenças
mais antigas do mundo (MELÃO et al., 2010) e historicamente está relacionado à
grande preconceito que leva a agravos a saúde, além disso por muitos séculos foi
atribuída a um “castigo divino” (GOMES, 2010).
De acordo com o Ministério da Saúde (2001), o quadro social da hanseníase
no Brasil passou por modificações e a doença começou a ser encarada como um
problema de saúde pública. Por conta da alta prevalência, tornou-se necessário ser
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tratada em serviços gerais de saúde, e passou a ser considerada prioridade para
atenção primária.
O Brasil e ocupa o segundo lugar em números absolutos da doença, ficando
apenas atrás da Índia. Em 2011, o pois apresentou 33.955 casos novos,
correspondendo a um coeficiente detecção de 17,65 casos/100.000 habitantes. Este
parâmetro é considerado alto, pois o recomendado pela Organização Mundial de
Saúde é um caso para 10.000 habitantes (BORENSTEIN, 2008; COSTA, 2010;
WHO, 2011).
Contudo, este trabalho teve por objetivo realizar uma avaliação dos índices de
hanseníase no estado de Minas Gerais e no Brasil de 2008 a 2012.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
História
A Hanseníase é uma moléstia contagiosa causada pelo bacilo de Hansen que
atinge nervos e pele. Conhecida como lepra, esta doença por muito tempo foi
atribuída ao chamado “castigo divino”. Instalou-se em países desenvolvidos, com
maior frequência em áreas de pobreza. Péssimas condições de vida e desnutrição
auxiliam propagação da doença (PEREIRA JUNIOR, 2011).
No Brasil, a Hanseníase espalhou-se especialmente pelo norte do país,
abrangendo principalmente os estados do Amazonas, Pará, Maranhão, e nos
estados do sul como São Paulo e Minas Gerais (PEREIRA JUNIOR, 2011). Em
1975, o Brasil pronunciou a substituição, oficial, do termo de lepra para hanseníase.
Segundo Queiroz (1997) esta medida teve um grande destaque com objetivo de
diminuir o preconceito em relação à doença. A partir de 1980, foram eliminados os
leprosários e os doentes passaram a ser restabelecidos na sociedade.
Agente etiológico
A Hanseníase é uma doença crônica granulomatosa causa pelo M.lepraeum
bacilo que possui um alto poder de efetividade e baixa patogenicidade, quer dizer
muitas pessoas podem ser infectadas mais poucas adoecem isto se deve as suas
características imunogênicas do bacilo (BRASIL, 2002).
O M.leprae uma parasita intracelular, predominante em macrófagos onde
podem ser observados em formas aglomeradas, em arranjos paralelos que lembram
um cigarro A parede celular da M.leprae, possui características específicas. Possui
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cerca de 20nm de espessura e sua estrutura e composta de peptídeoglicanos
entrelaçados e ligados a cadeias polissacarídicas que servem de suporte para os
ácidos micólicos. O pepetidioglicano nessa espécie possui a L-alanina e substituída
pela glicina, e também a forma como os ácidos micólicos estão associados à parede
celular é diferente das outras espécies de micobactérias. Possuem propriedades
imunorreguladoras que atuam de forma importante no processo de sobrevivência no
interior da célula do hospedeiro contribuindo para patogênese da doença
(MACIEIRA, 2000).
Se reproduzem por divisão binária, bacilos gram positivo, álcool-ácido
resistentes (BAAR) quando submetidos à coloração de Zielsen-Neelsen.
Diagnóstico
O diagnóstico da Hanseníase é baseado pela presença de alguns sinais
cardinais, como presença de anestesia em lesões cutânea, que sugerem a doença,
espaçamento entre os nervos periféricos e demonstrações do M.leprae em laminas
com cortes de tecidos (SOUZA, 1997).
O diagnóstico clínico da hanseníase envolve vários fatores. Devem ser
considerados, tais como: Classificação, grau de incapacidade, forma clinica, entre
outras. Como a doença possui sintomas insidiosos, assintomático, grande período
de incubação, junto com despreparo de profissionais de saúde, induz dificuldades no
diagnóstico de casos iniciais e avançados (NEIVA, 2010).
Segundo os peritos em Hanseníase da Organização Mundial de Saúde (OMS)
é considerado atualmente em fins operacionais como caso confirmado de
Hanseníase todas as pessoas que apresentem os sinais clínicos da doença seja
qual for à forma em que ela se apresente independentemente da confirmação
bacteriológica tornado-se necessário o uso da poliquimioterapia (PQT) (CURTO,
BARBOZA, PASCHOAL, 2007).
Quatro critérios de diagnóstico definem como as formas clinicas da doenças
são eles: o clinico que avalia os aspectos das lesões cutâneas, simetria e
distribuição das lesões; Bacteriológico avalia a presença ou ausência do M. leprae
em cortes morfológicos; Imunológico a imunorreatividade da lepromina; Histológico
os aspectos histológicos das lesões (SOUZAA,1997).
Formas Clínicas
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No Brasil são utilizadas as classificações da Hanseníase são a de Madri
(Congresso Internacional, 1953) e de Ridley e Jopling. Em Madri é considerado dois
tipos estáveis e opostos (virchowiano e tuberculóide) e dois grupos instáveis
(indeterminado e dimorfo) que seguiram para a evolução da doença. Já a
classificação de Ridley e Jopling, em 1966 é utilizada em pesquisas e leva em
consideração a imunidade de dentro do espectro de resistência do hospedeiro, esta
classificação não inclui forma indeterminada e o exame histopatológico torna-se
necessário. São as formas tuberculóide (TT), os casos dimorfos que são
subdivididos
em
dimorfo-tuberculoide
(DT),
dimorfo-dimorfo(DD)
e
dimorfo-
virchowiano (DV), virchowiano-subpolar (VVs) e virchowiano (VV) (ARAÚJO, 2003).
Dentre suas formas clinicas são descritas na seguinte forma, Hanseníase
intermediaria (HI), as lesões aparecem depois de um período de incubação, e é
caracterizada pelo surgimento de manchas hipocrômicas, e alterações na
sensibilidade, nesta forma clinica há apenas comprometimento de nervos cutâneos.
Hanseníase tuberculóide (HT), encontra-se lesões bem delimitadas, em pequenas
quantidades, lesões em placas, anulares ou nódulos, a evolução da doença pode
levar a dano neural (ARAUJO, 2003).
Transmissão
A principal fonte de transmissão do M.leprae se da principalmente pela
eliminação do bacilo de Hansen principalmente pelo sistema respiratório superior,
pois
são
encontrados
em
grandes
quantidades
em
pessoas
infectadas
(PATROCINIO et al., 2005).
Outras fontes de infecção são a secreção sebácea, leite materno, ulcerações,
mais através dos tratamentos atuais ocorre à diminuição de nódulos ulcerados, e
assim o doente deixa de ser uma fonte de infecção por volta de duas semanas
depois do inicio do tratamento (LONGO, 2006).
A Hanseníase tem um período médio de incubação que vai de 2 a 5 anos, seu
inicio é insidioso, as lesões afetam os tecidos mais frios como, nervos superficiais,
pele, laringe, nariz, olhos e testículos. As lesões cutâneas apresentam formas
maculares pálidas e anestésicas. Já os distúrbios neurológicos em forma de
espaçamento dos nervos, como consequência da anestesia, úlceras tróficas, neurite,
encurtamento dos dedos (BUTEL, 2014).
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Tratamento
O tratamento da hanseníase é fundamental a cura, para assim evitar fontes
de infecção interrompendo a cadeia de transição, sendo um ponto estratégico no
controle da endemia visando eliminar está doença de um problema de saúde
publica. A partir da incorporação da poliquimioterapia (PQT) e o acompanhamento
da doença, é possível tratar e identificar complicações provenientes, prevenindo
incapacidades físicas da doença. (BRASIL, 2002). O sucesso do tratamento
depende de um diagnostico exato acompanhado de uma orientação correta pelo
profissional de saúde dando informações adequadas sobre o uso do medicamento e
sua regularidade (PEREIRA JUNIOR, 2011).
O doente de hanseníase deve acreditar na cura da doença é um importante
papel do serviço de saúde mais que essa cura se da através do tratamento o uso
dos medicamentos, mas a falta do serviço de saúde leva a prejuízos, por
decorrência a persistência das manchas ao longo do tratamento e uso de bebidas
alcoólicas, dificuldades de acesso ao serviço e também a desistência por uma
melhora rápida (MOREIRA, 2003).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, o qual
segundo Creswell, citado por Pinto em 2006, quantifica o parecer de uma população
e descreve dados de fontes secundárias sem modificar o observado. Foram
avaliados os casos de hanseníase nos anos de 2008 a 2012, através de dados
presentes no site da Sala de Apoio á Gestão Estratégica (SAGE) que disponibiliza
informações para ajudar em tomadas de decisões a gestão e geração de
conhecimento, demonstrando a atuação governamental na área do SUS,
possibilitando interferências setoriais contribuindo na transparência de ações
desenvolvidas na área de saúde, disponibiliza indicadores epidemiológicos
relacionados
a
doenças
como
problema
de
saúde
publica,
pelo
site
HTTP.//.189.28.128.178/sage/.
Obtiveram-se dados referentes às taxas de detecção de grau de deformidade
II no estado de Minas Gerais e as nacionais Brasil. Estes resultados estão
disponibilizados para cada cem mil habitantes. Além disso, foi avaliado a taxa de
detecção na população geral. Os resultados forma discutidos tendo como
referências os valores de hanseníase na população mundial.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
O controle da Hanseníase faz parte das áreas prioritárias de atuação em
saúde não só no Brasil, mas também em diversos países que esta doença é
considerada endêmica. A Índia, Brasil, Madagascar, Moçambique, Nepal e
Tanzânia, classificam a hanseníase como um problema de saúde publica, onde
ainda taxas de prevalência superiores a 3,4 por 10.000 habitantes (LONGO, 2006).
No Brasil a região Sul apresenta melhor indicador de eliminação de hanseníase
quando compra a região Norte, mais os coeficientes de detecção continuam
elevados (NEIVA, 2010).
Mesmo que a meta da Organização Mundial de Saúde de reduzir os índices
de prevalência da Hanseníase para 1 caso a cada 10.000 habitantes ate o ano de
2000 não foi atingida em nível mundial, e necessário reconhecer que ouve avanços
no tratamento como mais de 13 milhões de doentes curados (LONGO, 2006). Como
podemos observar na Tabela 1 as taxas de detecção desta doença caíram tanto no
Brasil quanto em Minas entre os anos de 2008 a 2012.
Tabela 1: Taxa detecção de hanseníase na população geral para cada 100.000 habitantes no Brasil e
Minas Gerais de 2008 – 2012
Taxa de detecção na População Geral
Ano
Brasil
Minas Gerais
2008
20,58
9,68
2009
19,63
9,39
2010
18,28
8,03
2011
17,65
7,68
2012
17,65
7,37
A cada ano foram diagnosticados números menores de pacientes. Além
disso, é importante ressaltar que taxas em Minas são menores que valores
encontrados em todo Brasil (MIRANDA, PEREIRA e NUNES, 2010).
Em relação às Taxas de Grau de Deformidade II (TABELA 2), que é uma
forma mais grave da doença, é possível perceber que os números decrescem com o
passar dos anos, mais ainda e um valor pouco expressivo. Percebe-se também que
Minas Grais nesta categoria apresentar números menores quando comprados ao
Brasil, uma vez que a na maior parte dos anos esta taxa ficou abaixo de 1,0
casos/100.000 habitantes. Apenas no ano de apresentam 2008 ocorreu taxa de 1,01
casos/100.000 habitantes. Já no Brasil, em momento nenhum estas taxas ficaram
abaixo de 1,0 caso/100.000 habitantes
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Tabela 2: Taxa detecção de grau II de deformidade para cada 100.000 habitantes no Brasil e Minas
Gerais de 2008 – 2012
Taxa de grau II de deformidade
Brasil
Minas Gerais
1,39
1,01
1,27
0,89
1,17
0,94
1,12
0,74
1,14
0,85
Ano
2008
2009
2010
2011
2012
Quando
comparamos
estes
resultados
com
todo
valores
mundiais,
percebemos que o continente asiático possui o maior numero de casos, que chega a
ser 1,90 casos/100.000 habitantes. E quando avaliamos as regiões acompanhadas
pela OMS< como África, Américas, Mediterrâneo, Ásia e o Pacífico, no ano de 2003
o total de novos casos detectados foi de 513.793 casos/100.000 habitantes.
(ANDRADE, 2004)
O Brasil ainda é um dos países que ainda não conseguiu alcançar a meta da
OMS que de 1casos/10.000 habitantes, mais ainda existem vários países como
Angola, Nepal, Índia e outros que ainda possuem taxas maiores que a do Brasil
(BRASIL, 2004). Dessa forma, ainda e necessário reduzir ainda mais os valores de
detecção e prevalência da doença e reparar questões não resolvidas no Plano de
Eliminação a Organização Mundial de Saúde (OMS) onde foi lançada a estratégia
global para maior redução da carga de Hanseníase e sustentação das atividades de
controle da Hanseníase proposta em 2006-2010 (MIRANZI, PEREIRA, NUNES,
2010).
A Hanseníase ainda e um enorme problema de saúde publica não só no
Brasil e em diversos outros países, sendo necessário programas voltados para
eliminação da Hanseníase, treinamento de profissionais de saúde para um
diagnostico mais rápido, foco no tratamento para que os pacientes não interrompa o
tratamento, acompanhamento deste paciente. Ainda existem muitos obstáculos e
irregularidades que possibilitam preocupações que podem inviabilizar o Alcan desta
meta (NOGUEIRA, MARZLIAK, 1997).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tarefa de eliminação da Hanseníase ainda e muito árdua e requer esforços
do governo, reduzindo a prevalência para 1caso/10.000 habitantes sendo que
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conseqüentemente haverá uma redução de nas taxas de transmissão diminuindo a
ocorrência da doença.
Por meio deste artigo podemos prever que a melhor forma de sua eliminação
é acesso rápido ao diagnostico, profissionais melhores treinados, o tratamento por
meio da polioquioterapia atenção básica ao paciente com hanseníase, para que não
abandone o tratamento uma vez que a melhor forma de prevenção da doença e o
tratamento.
Por meio destes números apresentados pela comparação em Minas Gerais e
Brasil podemos avaliar que o Brasil está um pouco longe na eliminação da
Hanseníase uma vez que e muito pouco o numero de casos que decrescem no
passar destes cinco anos.
Os pais deve conhecer melhor o nível endêmico por estados e municípios e
identificar todos os estabelecimentos de saúde e sua capacidade com respeito a
prestar serviços de diagnostico e tratamento, definir a meta de cobertura segundo
sua capacidade. Monitorar a prevalência e de detecção em nível distrital e municipal.
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PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE EM ESCOLARES
Vinícius Amaral Avelar e Gelma Maria Soares Silva– Acadêmicos do 6º período
do curso de Educação Física da Univértix.
Leililene Antunes Soares – Mestre em Educação. Professora da Universidade do
Estado de Minas Gerais e da Univértix.
Rodrigo Ataíde dos Santos – Mestre em Biologia Celular e Estrutural. Professor da
Faculdade Vértice - Univértix.
[email protected]
RESUMO
A obesidade deixou de ser um problema particular para, atualmente, se tornar um
problema de saúde pública ganhando assim destaque no cenário epidemiológico
mundial. Sua prevalência vem aumentando nas últimas décadas em todo o mundo,
principalmente em países desenvolvidos, mas não deixa de lado os países em
desenvolvimento, como por exemplo, o Brasil, onde anteriormente predominavam os
problemas relacionados à desnutrição. Neste contexto, o objetivo do estudo é
identificar a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares. Para tanto
realizou-se um estudo de caráter descritivo de delineamento transversal, com uma
amostra composta por 17 adolescentes com idade variando de 13 a 15 anos
matriculados em uma escola pública estadual em Águas Ferreas, distrito de São
Pedro dos Ferros, localizado no interior de Minas Gerais. Constatou-se que o
número de indivíduos eutróficos foi consideravelmente alto, mas foram encontrados
casos de sobrepeso e obesidade o que requer atenção dos profissionais de
educação física enfatizando sempre a adoção de hábitos de vida saudáveis, como a
pratica de atividade física, através do lúdico, da infância até a idade adulta.
PALAVRAS-CHAVE: Sobrepeso; Obesidade; escolares.
INTRODUÇÃO
Sendo definida como o excesso de gordura corporal acumulada no tecido
adiposo, a obesidade é consequência de balanço energético positivo, e acarreta
prejuízos à saúde dos indivíduos (OMS, 2000 citado por ENES e SLATER, 2010).
Ainda segundo a Organização Mundial da Saúde (1995, citado por CONTI et
al. 2005), a adolescência é o período compreendido entre dez e dezenove anos de
idade. Nesta fase, o indivíduo passa por transformações hormonais, funcionais,
afetivas e sociais.
Atualmente,
podemos
observar
vários
distúrbios
nutricionais
em
adolescentes, caracterizados tanto pelo excesso quanto pelo déficit nutricional
(NUNES e PINHEIRO, 1998). Diferenças no estado nutricional podem ser
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decorrentes da influência genética, do meio ambiente, ou da interação entre ambos
(EVELETH e TANNER, 1990 citados por FONSECA et al, 1998).
As alterações no comportamento alimentar que vem ocorrendo com o passar
dos anos, fez com que a maioria das pessoas começassem a optar pelo prático e
muitas vezes não saudável. Para Dietz (1993, citado por FONSECA et al, 1998) a
obesidade em adolescentes é resultado do desequilíbrio entre atividade reduzida e
excesso de consumo de alimentos densamente calóricos.
Ainda, segundo o autor, o número de horas que um adolescente passa em
frente à TV é um importante fator associado à obesidade e acarreta um aumento de
2% na prevalência da obesidade para cada hora adicional de televisão em jovens de
12 a 17 anos.
No Brasil, a prevalência de obesidade entre os jovens aumentou em 8,9% em
20 anos (Wang et al, 2002 citados por CONTI et al, 2005). Entre as consequências
da obesidade em adolescentes, destacam o aparecimento precoce de doenças
cardiovasculares,
diabetes
comprometimentos
na
Mellitus
postura
e
tipo
alterações
2,
problemas
no
aparelho
psicológicos,
locomotor,
traz
desvantagens socioeconômicas na vida adulta, dislipidemias, doenças biliares,
osteoartrite e apneia do sono, níveis elevados de ansiedade e depressão, redução
nos níveis de autoestima e no desempenho escolar, além de representar um forte
preditor de obesidade e mortalidade precoce na fase adulta da vida (RAVUSSIN e
SWINBURN, 1992; JAVIER NIETO et al, 2006; SILVA et AL, 2005, CRESPO e
ARBESMAN, 2003 citados por FERREIRA e AYDO, 2010).
Para Zaida (1992, citado por OLIVEIRA e VEIGA, 2005) as práticas
alimentares desses indivíduos muitas vezes são influenciadas por propagandas e
modismos que incentivam o consumo de alimentos de maior densidade energética
associada a pouca atividade física, o que contribui para a obesidade, problema este
que vem aumentando em jovens.
Nas últimas três décadas, a prevalência de sobrepeso/obesidade nos
adolescentes aumentou, cerca de duas a três vezes, tanto em países desenvolvidos
quanto nos que estão em desenvolvimento, inclusive no Brasil (WANG et al, 2002;
VEIGA et al, 2004 citados por FARIAS JÚNIOR e SILVA, 2008).
São muitos os fatores que podem estar associados a este problema. Um peso
corporal mais elevado pode não ser resultado apenas do desequilíbrio entre oferta e
demanda,
surgem
ideias
também
relacionadas
a
fatores
demográficos,
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socioeconômicos, genéticos, psicológicos, ambientais e individuais (ALVES et al,
2000). Desta forma, a avaliação do estado nutricional de adolescentes é importante
para prevenir doenças futuras.
Diante o exposto, torna-se importante realizar um estudo para verificar a
prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares entre 13 e 15 anos de uma
escola pública estadual no interior de Minas Gerais. Pretende-se a partir deste
diagnóstico propor medidas efetivas para controle do peso ideal, melhorando assim
a qualidade de vida, evitando doenças acarretadas pelo acumulo excessivo de
tecido adiposo no corpo.
REFERENCIAL TEÓRICO
A obesidade deixou de ser um problema particular para, atualmente, se tornar
um problema de saúde pública ganhando assim destaque no cenário epidemiológico
mundial.
Sua prevalência vem aumentando nas últimas décadas em todo o mundo,
principalmente em países desenvolvidos, mas não deixa de lado os países em
desenvolvimento, como por exemplo, o Brasil, onde anteriormente predominavam os
problemas relacionados à desnutrição.
No país, atualmente, a região Sul apresenta as maiores prevalências de
obesidade, sendo semelhantes ou até superiores a alguns países desenvolvidos
(GIGANTE et al., 1997).
Ainda no Brasil, em 1989 existiam cerca de 1,5 milhões de crianças obesas,
ocorrendo maior prevalência entre o sexo feminino (LAGO, 2004). A Pesquisa
Nacional de Saúde e Nutrição realizada em 1989 nos apresenta os seguintes dados:
O índice de massa corporal de meninas moradoras da região Sul do País e com
renda familiar “per capita” acima de 2,2 salários-mínimos apresentaram-se mais
altos do que em meninas americanas que foram avaliadas pelo NHANES (“Second
National Health and Nutrition Examination Survey”) (SICHIERI et al., 1994 citados
por FONSECA et al, 1998).
Para Fonseca et al (1998), a presença da obesidade faz com que se dê maior
importância aos estudos sobre grupos populacionais vulneráveis ao problema, pois o
mesmo possibilita levantar hipóteses relacionadas à prevenção e tratamento dessa
patologia. Um desses grupos é o adolescente que, quando obeso, apresenta maior
probabilidade de se tornar um adulto obeso. Para Guo e Chumlea, (1999, citados
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por TERRES et al, 2006) a probabilidade do adolescente obeso apresentar
obesidade na vida adulta é de 0,7 maior do que os adolescentes com IMC
considerado normal. Feijó et al. (1997) explicam que é nessa fase da vida que os
hábitos são estabelecidos e muitas vezes mantidos na vida adulta.
Uma alimentação inadequada, ou seja, o consumo excessivo de açúcares e
gorduras, combinada à ingestão insuficiente de frutas e hortaliças, contribui
diretamente para o ganho de peso deste grupo (TORAL et al, 2007). Para Nicklas et
al. (2001, citados por ENES e SLATER, 2010), as causas dietéticas da obesidade
são complexas e ainda pouco estudadas.
Porém, mudanças recentes na alimentação, como a troca de refeições
caseiras por restaurantes e fastsfoods, aumento do consumo de bebidas
adicionadas de açúcar, consumo de porções de alimentos cada vez maiores e
aumento na frequência de refeições foram decisivos para a instalação da epidemia
de obesidade.
Para Lago (2004), a refeição familiar é indispensável, já que oferece a
oportunidade ao indivíduo de não comer sozinho, assim a companhia serve de
modelo além de dar atenção ao sujeito, seja encorajando-o ou elogiando. Para
ENES e SLATER (2010), o consumo adequado de frutas, legumes e verduras têm
sido apontados como um fator protetor da ocorrência de obesidade.
Porém a
ingestão destes diminuiu nas últimas três décadas, devido principalmente a
popularidade dos fasts foods onde não há presença deste tipo de alimento, e
quando existe, aparece na forma de fritura (CAVADINI et al., 2000 citados por
LAGO, 2004).
Acredita-se que sozinhos, o maior consumo de alimentos com elevada
densidade energética e ricos em lipídios e carboidratos, não seja capaz de
aumentara prevalência de obesidade. A redução da atividade física também exerce
papel fundamental nesse processo, além disso, o nível de exercício na adolescência
determina parte dos níveis de atividade física na fase adulta (FLYNN et al, 2006;
AZEVEDO et al, 2007 citados por ENES e SLATER, 2010).
Farias et al. (2009) verificaram em seu estudo que a atividade física
programada resulta na melhoria da frequência de sobrepeso e obesidade no grupo
que sofreu intervenção. Porém, apesar de seus benefícios, a atividade física ainda
não faz parte da vida de muitos adolescentes.
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Williams et al. (2002, citados por LAGO, 2004) conferiram que a diminuição
da educação física na escola, aumento de atividades não ativas no lazer, ausência
de áreas de lazer seguras e menor utilização de transportes como a bicicleta
contribuem para menores oportunidades à prática de atividade física e maior risco
ao sobrepeso e obesidade. Ainda, segundo o autor, a televisão em excesso, além de
deixar o indivíduo em um estado de total inércia também influencia seus hábitos
alimentares, pois quando está assistindo-a, sempre acaba comendo algo
extremamente calórico e de fácil ingestão, ou seja, alimentos que o satisfazem por
pouco tempo, como salgadinhos, chocolates e coisas do gênero, além disso, não
mastigam direito, devido à forte distração proporcionada pela televisão. Em
determinadas situações nem se precisa recorrer a índices específicos para a
condição de obesidade ser verificada no indivíduo, apenas um olhar basta (LAGO,
2004).
Wang et al. (2002, citados por ENES e SLATER, 2010)constataram que
países com diferentes níveis de desenvolvimento socioeconômico revelou aumento
significativo na prevalência de sobrepeso entre crianças e adolescentes nas últimas
décadas. Entre os adolescentes, foram observados dados importantes: 62% nos
Estados Unidos (de 16,8% para 27,3%) e 240% no Brasil (de 3,7% para 12,6%). Em
Salvador, Souza Leão et al (2003) evidenciaram uma prevalência de 15,8% de
obesidade em 387 escolares, sendo que esta foi significativamente maior nas
escolas particulares (30%) em relação às públicas (8,2%). Em sua pesquisa, Silva et
al (2005), observaram que a prevalência da obesidade foi maior entre os escolares
de boas condições socioeconômicas e nos adolescentes de baixa condição
socioeconômica. Segundo o IBGE (2008/2009), no Brasil, a obesidade atinge 12,4%
dos homens e 16,9% das mulheres com mais de 20 anos; 4% dos homens e 5,9%
das mulheres entre 10 e 19 anos e 16,6% dos meninos e 11,8% das meninas entre
5 e 9 anos.
Em relação ao tratamento da obesidade, não há espaço para dietas
restritivas, pelo menos em crianças, pois este evento é extremamente prejudicial já
que os níveis de vitaminas e micronutrientes ficam demasiadamente reduzidos,
levando a prejuízos para o crescimento e desenvolvimento (EPSTEIN et al, 1998;
GRANT et al,1993 citados por SIGULEM et al, sem data).
Ainda segundo os autores, no adolescente, o objetivo do tratamento da
obesidade é conseguir manter o peso adequado para a altura e, ao mesmo tempo,
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manter o crescimento e o desenvolvimento normal. É importante ressaltar que ainda
não existe tratamento 100% eficaz para a obesidade.
A reeducação alimentar é a melhor forma de tratamento, que deve ser
mantida a longo prazo. A falta de informação associada à ausência de políticas de
saúde que atendam adequadamente a população torna ainda mais grave e
preocupante a epidemia de obesidade instalada no país (OLIVEIRA el al, 2003).
Deve-se dar ênfase à redução da obesidade, modificação dopadrão alimentar e
redução do sedentarismo (NATIONAL RESEARCH COUNCIL, 1989 citado por
FONSECA et al, 1998).
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo de caráter descritivo de delineamento transversal,
com uma amostra composta por 17 adolescentes com idade variando de 13 a 15
anos matriculados em uma escola pública estadual em Águas Ferreas, distrito de
São Pedro dos Ferros, localizado no interior de Minas Gerais.
Foram enviados aos pais e/ou responsáveis, um Termo de Consentimento
Livre Esclarecido solicitando a autorização para participação dos estudantes na
pesquisa.
Para participar do estudo os alunos declararam que não apresentavam
nenhum tipo de doença metabólica diagnosticada, os mesmos apresentaram o
Termo de Consentimento Livre Esclarecido devidamente assinado por seus
responsáveis.
Para
avaliação
do
estado
nutricional
foram
utilizadas
as
medidas
antropométricas: estatura (cm) e massa corporal (kg) para o cálculo do índice de
massa corporal IMC.
Os procedimentos seguidos foram os preconizados pela Organização Mundial
de Saúde (1995), realizados por um mesmo avaliador treinado, a estatura foi aferida
com auxílio de um estadiômetro (medidor de Estatura/Altura - Estadiômetro
Econômico Wood Transportável c/ Bolsa – WCS), e a massa corporal obtida através
de uma balança digital (balança Linea II c/ Controle - TIN-00127 – Plenna).
Para o IMC foi utilizada a classificação proposta por Cole et al., (2000) para a
obesidade e sobrepeso, bem como para os valores abaixo dos mesmos.
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A análise estatística foi realizada com apoio do programa Excel, versão 2007.
Foi realizada análise descritiva dos valores de IMC encontrados na amostra. O nível
de rejeição da hipótese de nulidade foi inferior a 5%.
O estado nutricional dos participantes foram avaliados segundo os valores
propostos pela tabela de Cole et al. (2000 citado por ABRANTES et al., 2003).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A tabela 1 mostra a prevalência de eutrofia, sobrepeso e obesidade em toda a
amostra.
Tabela 1: Distribuição da população estudada, segundo o índice peso/estatura (IMC)
Estado Nutricional
Número
%
Eutrofia
13
82,36
Sobrepeso
2
11,76
Obesidade
1
5,88
TOTAL
17
100
Fonte: Dados da pesquisa
Ressalta-se que o índice de massa corporal é obtido a partir da divisão do
peso em quilogramas pelo quadrado da altura em metros (kg/m 2). Os valores de IMC
acima de 25,0 kg/m2 caracterizam excesso de peso, sendo que, valores de 25,0
kg/m2 a 29,9 kg/m2 correspondem a sobrepeso e valores de IMC ≥ 30,0 kg/m 2 à
obesidade (WHO, 1995; NIH, 1998). Essas definições são baseadas em evidências
que sugerem que estes valores de IMC estão associados ao risco de doenças e
morte prematura (AFONSO, 2002). Apesar de não representar a composição
corporal, o índice de massa corporal vem sendo utilizado como uma medida
aproximada de gordura total, visto que é altamente correlacionado com a gordura
corporal (ANJOS, 1992).
Os dados permitem verificar que, embora provenientes de uma região pobre,
os alunos com idade entre 13 e 15 anos apresentaram um perfil de transição
nutricional, com prevalência de 17,64% de sobrepeso e obesidade.
Importa destacar que a atividade física é um importante auxiliar para o
aprimoramento
e
desenvolvimento
do
adolescente,
nos
seus
aspectos
morfofisiopsicológicos, podendo aperfeiçoar o potencial físico determinado pela
herança e ajudar o indivíduo para um aproveitamento melhor de suas possibilidades.
Paralelamente à boa nutrição, a adequada atividade física deve ser reconhecida
como elemento de grande importância para o crescimento e desenvolvimento
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normal durante a adolescência, bem como para diminuição dos riscos de futuras
doenças (VIEIRA et al., 2002).
No tratamento da criança obesa não há espaço para dietas restritivas, já que
os níveis de vitaminas e micronutrientes ficam demasiadamente reduzidos, levando
a prejuízos para o crescimento e desenvolvimento. É importante que as mudanças
de comportamento propostas para crianças e adolescentes obesos sejam
estruturadas adequadamente para evitar distúrbios alimentares posteriores, como os
encontrados em adultos que apresentam dificuldade em reduzir o peso corporal
(FAGUNDES et al., 2008).
CONSIDERACÕES FINAIS
Constatou-se que o número de indivíduos eutróficos foi consideravelmente
alto, mas foram encontrados casos de sobrepeso e obesidade o que requer atenção
dos professores de educação física enfatizando sempre a adoção de hábitos de vida
saudáveis, como a pratica de atividade física, através do lúdico, da infância até a
idade adulta.
Importa destacar que os pilares fundamentais do tratamento da obesidade
são as modificações de comportamento e de hábitos de vida que incluem, primeira e
principalmente, mudanças no plano alimentar seguidas de incentivo à atividade
física. Sabe-se que isto deve ser feito com cuidado, uma vez que tanto a prática
esportiva como o ajuste da dieta precisam ser acompanhados por profissionais
especializados e no âmbito escolar o professor de educação física tem esse
compromisso e responsabilidade com seus alunos.
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MOTIVOS QUE LEVARAM MÃES A OPTAREM PELO PARTO CESÁREO OU
NORMAL
Leánderson Olímpio Ferreira Santos e Solange dos Santos Costa - Graduandos
em Enfermagem. Univértix.
Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências
Farmacêuticas. UFOP.
Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física.
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Univértix.
Ana Lígia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem. Especialista em
Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Univértix.
Laudinei de Carvalho Gomes – Graduado em Enfermagem, Especialista em MBA
em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor Faculdade VérticeUnivértix.
Bruna Chaves Amorim. Graduada em Farmácia. Mestre em Ciências Naturais e da
Saúde. Professora e Coordenadora do curso de Farmácia da Univértix.
[email protected]
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo verificar os fatores que influenciam na
decisão, ou que levam as mães a optarem pelo parto cesáreo ou normal. Trata-se
de uma pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa, na qual foram
pesquisadas 30 mães que aguardavam atendimento médico na Unidade Estratégia
Saúde da Família (ESF), situada no centro do município de Matipó – MG. Para a
obtenção dos dados foi aplicado um questionário contendo 13 questões
relacionadas ao objetivo do trabalho. Os resultados apontam que mesmo a gestante
tendo optado por determinado tipo de parto, seu poder de decisão é limitado, frente
ao papel do médico. A maioria das entrevistadas tem um baixo grau de
escolaridade, com renda média de no máximo um salário mínimo, seu acesso à
informação na maioria das vezes é limitado e impreciso, o que torna sua escolha
pessoal em relação ao tipo de parto inadequada e desproporcional a seu quadro
clínico. Neste contexto os médicos são reponsáveis por analisar e definir a melhor
escolha que se adeque as necessecidades e peculiaridades apresentadas por cada
gestante.
PALAVRAS-CHAVE: Parto normal; Gestação; Parto cesáreo.
INTRODUÇÃO
A experiência de se tornar mãe sempre representou um evento muito
importante na vida das mulheres; um momento único e especial, marcado pela
transformação da mulher em seu novo papel social da maternidade (VELHO et al.,
2009).
Durante os nove meses de gestação a mulher passa esperando o seu filho,
e se preparando para a sua chegada. No decorrer deste tempo ela transita por uma
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diversidade de sentimentos que variam entre medo, preocupações, dúvidas, desejos
e felicidade, que são gerados pela expectativa do nascimento e também pelo vínculo
já estabelecido com seu filho durante a gravidez. Compreender a mulher neste
período é tarefa muito importante, pois este é um momento no qual ela necessita de
atenção e orientações que serão válidas durante toda a gestação, bem como no
parto e puerpério (CATAFESTA et al.,2007).
De um extremo ao outro, inúmeros avanços e retrocessos podem ser
apontados: se por um lado o conhecimento acerca da fisiologia do trabalho de parto,
parto e nascimento trouxeram segurança para a mulher e recém - nascido. Por outro
lado, diversas intervenções praticadas por profissionais médicos, dotadas de
conhecimentos obstétricos e cirúrgicos retiraram do binômio a vivência plena desse
momento.
Essa
evolução
impôs
uma
mudança
à
assistência
obstétrica,
especialmente pela substituição das parteiras por profissionais médicos e as ações
intervencionistas (MIRANDA et al., 2008).
Segundo Ceri (2007) a gestação é também analisada como um momento
dramático em termos de alterações no organismo, o que, de certa forma, é
novidade. As mulheres gostam nos primeiros meses, mas nos últimos pode acarretar
angústias e desconfortos, principalmente em relação à escolha do tipo de parto, já
que muitas vezes a gestante não tem total liberdade de opção ou não está apta a
essa indicação por lhe faltarem informações.
Determinar o tipo de parto, vaginal (normal) ou cirúrgico (cesárea ou
cesariana), é assunto complexo e polêmico. A cesariana, outrora considerada um
procedimento de exceção, recomendada em situações de risco de vida para a
gestante e/ou feto, é atualmente um procedimento cirúrgico na maioria das vezes
programado, sem a identificação médica de nenhum risco definido, sendo sua
escolha frequentemente atribuída à gestante (MANDARINO et al., 2009).
Os fatores que podem levar as mães escolherem o tipo de parto são
inúmeros e individuais, englobando aspectos relacionados a questões de
recuperação, socioeconômicas, emocionais, fisiológicas, culturais, entre outras
(ANDRADE E BOTTI, 2012).
A questão norteadora deste estudo é: quais os motivos levaram as mães a
optarem pelo parto cesáreo ou normal?
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O objetivo do estudo é verificar as determinantes e os fatores que
influenciaram na decisão ou que levaram as mães a optarem pelo parto cesáreo ou
normal.
A relevância deste estudo consiste na identificação dos fatores que auxiliem
as gestantes para um maior conhecimento sobre as vantagens e desvantagens de
cada procedimento, permitindo desta forma uma compreensão, que a possibilite
determinar sua escolha, desde que esta não represente uma opção de risco a
gestante ao feto.
REFERENCIAL TEÓRICO
A cesariana é uma operação pela qual o feto é liberado através de uma
incisão na parede abdominal e uterina. As cesarianas apresentam uma taxa de
mortalidade materna e fetal maior que a dos partos normais, mas quando há
complicações a operação é frequentemente mais segura para a mãe e o recém nascido que um parto vaginal difícil. É indicada quando há sangramento pré-parto,
sofrimento fetal, alguns casos de toxemia e certas complicações médicas. Algumas
vezes pode ser planejada para uma data específica; outras vezes é um
procedimento de urgência. Quando se trata de procedimento eletivo, o momento da
operação é planejado antes (ZIEGEL E CRANLEY, 2008).
Entende-se por parto natural aquele realizado sem intervenções ou
procedimentos desnecessários durante todo o período de trabalho de parto, parto e
pós-parto, com o atendimento centralizado na mulher. No parto natural, a saída do
recém - nascido ocorre pelo canal vaginal, sem qualquer intervenção cirúrgica. Tudo
transcorre da maneira mais natural possível e com o mínimo de procedimentos, de
modo a evitar causar mais dor, complicações e risco de infecções à mãe e ao recém
- nascido. Apenas quando, durante o processo do parto, existir uma indicação para
alguma intervenção, poderá ser realizado o corte na vagina, a colocação de soro na
veia e a suspensão da alimentação, além de outros procedimentos (COREN, 2010).
Em 2010, o Brasil registrou mais cesarianas do que partos normais.
Enquanto em 2009 o País alcançava a sigla de 50% de partos cesáreos, em 2010, a
taxa subiu para 52%. A Organização Mundial da Saúde recomenda que essa taxa
fique em torno de 15%. Na rede privada, o índice de partos cesáreos chega a 82% e
na rede pública, 37%. Quando a situação exige, a cirurgia cesariana traz benefícios
à gestante e ao recém-nascido. Mas, quando feita de forma indiscriminada, como
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vem ocorrendo, pode implicar em riscos para a mãe ou para o feto. Para impedir que
o parto cirúrgico ocorra sem necessidade, a saída é o parto humanizado, com as
iniciativas previstas na estratégia Rede Cegonha. Segundo o secretário de Atenção
à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, o excesso de partos
cirúrgicos se deve principalmente ao desconhecimento que as mulheres ainda têm
em relação aos benefícios do parto normal (PORTAL DA SAÚDE, 2011).
METODOLOGIA
Para alcançar os objetivos deste estudo, foi realizada uma pesquisa
descritiva, de abordagem quantitativa. Segundo Cervo e Bervian (2002) a pesquisa
descritiva observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos sem
manipulá-los.
O estudo foi realizado em uma Unidade de Estratégia Saúde da Família
(ESF), situada no centro do município de Matipó, localizado na Zona da Mata do
Estado de Minas Gerais. A população de Matipó é de aproximadamente 18.491
habitantes e a principal fonte de emprego e renda da população é a cultura de café
(IBGE, 2013).
A população investigada se constituiu de mães que passaram pela
maternidade. Para a seleção das colaboradoras foi adotado, como critério de
inclusão, mães no pós-parto, que residam no município de Matipó.
A pesquisa foi realizada em três dias consecutivos da segunda semana do
mês de abril de 2014. Participaram 30 mães, número total das presentes na ESF
nos referidos dias. Para obtenção dos dados, foi aplicado um questionário
semiaberto, contendo 13 questões fechadas e abertas, abordando o estilo de vida,
dados socioeconômicos, aspectos relacionados ao período gestacional e pós-parto,
além de fatores que influenciaram em sua decisão pelo tipo de parto.
A coleta de dados ocorreu durante o horário de funcionamento da ESF, no
período anterior à realização das consultas pediátricas, que acontecem de segunda
a sexta-feira, a partir das sete horas. Os sujeitos da pesquisa foram informados dos
objetivos do estudo e a participação se concretizou mediante assinatura do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este seguiu as especificações da
Resolução
196/96,
que
trata
de
pesquisa
envolvendo
seres
humanos,
resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte
da amostra do estudo.
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Após a coleta de dados, estes foram tabulados no Microsoft Excel, através
de estatística descritiva. Desses dados foram gerados gráficos que orientaram a
escrita da parte de resultados e discussões desse estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O presente estudo conta com um total de 30 mães, abordadas na ESF,
durante a segunda semana do mês de abril de 2014, para aplicação do questionário
do estudo em questão.
Os resultados mostraram que, das 30 mães pesquisadas, apenas 26,7% tem
acesso à internet, outras 33,3% admitiram ter o hábito de ler esporadicamente,
enquanto que 100% das pesquisadas se utilizam da televisão como principal forma
de adquirir informação.
Segundo o censo de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), no Brasil os aparelhos de TV estão presentes em 95,7% das residências.
Para Silva e Ferreira (2010) a televisão com seus mecanismos de atração é o meio
de maior alcance para difusão de informações e influência na vida cotidiana dos
brasileiros, pela credibilidade popular atribuída a este veículo.
A Tabela 1 mostra as particularidades sócio demográficas atuais, da
população investigada.
Destaca-se a baixa renda familiar da população estudada, com 66,7% (20)
das entrevistadas declarando no máximo um salário mínimo mensal, assim como os
níveis de escolaridade, já que das 30 pesquisadas, 50% possuem somente o ensino
fundamental completo. Os dados evidenciados na pesquisa vão ao encontro do que
refere Ribeiro et al. (2006), pois a análise do perfil sócio demográfico dos usuários
do SUS, no Brasil, identificou as seguintes características: predomínio de pessoas
negras e pardas, mulheres, com baixa escolaridade, baixa renda familiar e sem
posse de plano de saúde privado.
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Tabela 1: Características sócio demográficas referidas pela população investigada, 2014.
Característica
N=30
%
Faixa Etária
18 – 22 anos
9
30
23 – 27 anos
10
33,5
28 – 32 anos
4
13,3
33 – 37 anos
4
13,3
38 – 42 anos
1
3,3
43 – 46 anos
2
6,6
Etnia
Branca
5
16,7
Parda
20
66,6
Negra
5
16,7
Estado Civil
Solteira
Casada
Divorciada
União Consensual
Escolaridade
Analfabeta
Fundamental incompleto
Fundamental completo
Médio incompleto
Médio completo
Técnico
Superior incompleto
Superior completo
Profissão
Doméstica
Vendedora
Lavradora
Técnica de Enfermagem
Auxiliar de limpeza
Auxiliar de farmácia
Lavadeira
Estudante
Cabelereira
Professora
Caixa
Renda Familiar
1 salário mínimo
2 salários mínimos
3 salários mínimos
6
16
3
5
20
53,3
10
16,7
1
5
9
5
7
1
1
1
3,3
16,7
30
16,7
23,4
3,3
3,3
3,3
16
1
4
1
1
1
2
1
1
1
1
53,7
3,3
13,3
3,3
3,3
3,3
6,6
3,3
3,3
3,3
3,3
20
8
2
66,7
26,7
6,6
Dentre as mães pesquisadas 63,3% haviam realizado parto normal na última
gestação, enquanto 36,7% haviam realizado parto cesáreo. Seguindo a tendência
atual no Brasil e no mundo este estudo aponta para o aumento elevado no número
de partos cesáreos. Em 2010, o Brasil registrou mais cesarianas do que partos
normais, enquanto em 2009 o País alcançava a sigla de 50% de partos cesáreos;
em 2010, a taxa subiu para 52%. A OMS recomenda que essa taxa fique em torno
de 15%. Na rede privada, o índice de partos cesáreos chega a 82% e na rede
pública, 37% (PORTAL SAÚDE, 2011).
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Analisou-se também se as participantes do estudo possuíam mais de um
filho e 56,7% (17) afirmaram que sim. Destas mulheres que tem mais de um filho,
47% (8) alegaram ter tido apenas um filho anteriormente, 29,4% (5) dois filhos,
11,8% (2) três filhos, 5,9% (1) quatro filhos e outros 5,9% sete filhos. E em relação
às gestações anteriores 47% referiram parto normal, enquanto 53% referiram parto
cesáreo. Os dados reafirmam a predominância dos números elevados de partos
cesáreos em relação ao limite de 15% preconizado pela OMS.
A experiência anterior é bastante influente na escolha dos partos
posteriores. Aquelas que tiveram os filhos através de parto normal permanecem
acreditando que esta é a melhor forma, já as mulheres que passaram pela
experiência através do parto cesáreo, demonstram maior confiança neste método,
acreditando ser o melhor a fazer (SILVA, PRATES E CAMPELO, 2010).
No que diz respeito ao tipo de atendimento, as mães foram indagadas sobre
qual tipo de atendimento procuram em caso de agravos à saúde: 96,7% disseram
buscar o Sistema Único de Saúde (SUS) e 3,3% afirmaram recorrer a atendimentos
particulares.
O SUS é constituído pelo conjunto das ações e de serviços de saúde sob
gestão pública. Está organizado em redes regionalizadas e hierarquizadas e atua
em todo o território nacional, com direção única em cada esfera de governo. O SUS
não é, porém, uma estrutura que atua isolada na promoção dos direitos básicos de
cidadania. Insere-se no contexto das políticas públicas de seguridade social, que
abrangem, além da Saúde, a Previdência e a Assistência Social. Consolidou-se, ao
longo de duas décadas, como a maior política de Estado do País, promotor de
inclusão e justiça social. Fruto de uma permanente construção coletiva, nele se
manifesta o melhor da tradição política brasileira: o diálogo, a composição e a busca
do acordo (SUS, 2011).
Outro ponto a ser abordado no questionário proposto refere-se à realização
de consultas pré-natais pela qual a mulher passou durante a gestação, assim como
sua participação em grupos de gestantes, oferecida na Unidade de ESF localizada
em sua área. Os dados emergentes da coleta apontam que 100% do público
pesquisado compareceram periodicamente as consultas pré-natais. A respeito da
participação em grupos de gestantes obteve-se os seguintes resultados: 40% (12)
afirmaram participar ativamente e outros 60% (18) afirmaram não participar e nem
possuir conhecimento sobre a existência dos grupos.
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Segundo Amthauer et al. (2011) a realização da educação em saúde por
meio de grupos de gestantes se configura como um espaço para promover a
aprendizagem sobre essa nova condição que a maternidade proporciona e para
informá-las dos riscos que podem as acometer.
O acompanhamento pré-natal adequado é importante para que ocorra
redução da morbimortalidade materno-infantil, assim como garantir uma gravidez
tranquila e sem intercorrências. Para tanto, é fundamental que sejam realizadas na
prática as ações recomendadas pelo Ministério da Saúde, assim como a oferta de
um serviço universal, integral e de qualidade. As ações de educação e prevenção de
doenças e complicações também devem estar incorporadas na realização do prénatal, com o objetivo de contribuir para a conscientização das gestantes sobre a
importância, identificação de fatores e situações de risco e também o
estabelecimento de um vínculo de confiança entre a gestante e os profissionais
envolvidos na assistência (GRENZEL, CAVALHEIRO e BINOTTO, 2011).
A figura 1 apresenta a prevalência de fatores que influenciam na escolha do
tipo de parto.
Figura 1: Fatores que influenciam na escolha do tipo de parto.
Percebe-se que as mães, em sua maioria, se baseiam ou aceitam indicação
feita pelo médico sobre o tipo de parto a ser escolhido. “Num ambiente cultural
favorável à cesariana como o que vivemos atualmente no Brasil, as mulheres
acabam por ceder à pressão exercida pelos profissionais, submetendo-se à
indicação da cirurgia” (AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR, 2008,
p.23).
Algumas mães entrevistadas afirmaram ter tido algum tipo de complicação(s)
no decorrer da gestação ou durante o trabalho de parto. Os dados revelaram que
63,3% não tiveram nenhum agravo e 36,7% afirmaram ter tido complicações no
período gestacional, número ligeiramente maior em relação às intercorrências
durante o trabalho de parto, em que 23,3% responderam sim e 76,7% falaram não.
A esse respeito, o estudo de Souza et al. (2007), realizado com mulheres de todo o
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Brasil, aponta que as estatísticas demasiadamente elevadas (16,7%) de
complicações e sugere a existência de uma supervalorização de problemas menores
pelas participantes.
Para Baggio, Teixeira e Portella (2001) as orientações passadas antes da
realização de um procedimento, para que seja bem compreendida pelo paciente,
devem ter em seu contexto qualidade e não quantidade de informações, detendo-se
nos pontos de seu interesse. A explicação acerca dos passos do processo cirúrgico
deve ser elaborada pelos profissionais de maneira clara e objetiva, em vocabulário
simples, para que não seja essa uma orientação ritualizada, repetitiva, pois cada ser
é individual e único, merecendo, portanto, uma orientação personalizada. Quando
questionadas sobre este quesito, os resultados obtidos neste estudo evidenciaram
que 63,3% estiveram satisfeitas com as orientações repassadas pelos profissionais
da saúde antes do parto, 30% disseram não ter recebido nenhum tipo de informação
e 6,7% relataram ter tido orientações, porém permaneceram com dúvidas não
esclarecidas ou mal compreendidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluiu-se que a ausência de conhecimento e a escassa participação das
mães em grupos de gestantes, assim como o número insuficiente ou total de
informações transmitidas pelos profissionais da saúde sobre as vantagens e
desvantagens dos tipos de parto, são apontadas como deficiências verificadas por
este estudo.
Os dados evidenciaram também que na maior parte dos casos não houve
complicações durante o período gestacional, no trabalho de parto ou no puerpério,
porém os índices de agravos nestes períodos ainda é relativamente alto quando
comparado ao de outros estudos pesquisados.
Observou-se que mesmo a gestante tendo optado por determinado tipo de
parto, seu poder de decisão é limitado frente o papel do médico que, na maioria das
vezes, é o principal responsável pela escolha. Uma vez que a política nacional,
preconizada pelo Ministério da Saúde é sempre que possível optar pelo parto
normal, uma forma menos invasiva, que possibilita uma recuperação menos
traumática para a mulher.
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Disponível
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em:
ht

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