Anais • VI FAVE • volume 1
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IV Semana de Iniciação Científica IV Semana Acadêmica de Medicina Veterinária IV Feira de Negócios, Exposição de Máquinas, Integração Social e Cultura IV Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do Programa de Assistência Integrada (PATI) Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira VOLUME 1 2013 Anais do VI FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG 23 a 28 de setembro de 2013 –ISSN – 2178-7301 APRESENTAÇÃO É com grande orgulho que, entre os dias 23 a 28 de setembro de 2013, a Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, através da comissão organizadora, realizou o VI FAVE (Fórum Acadêmico) da Faculdade Vértice – Univértix, que incluiu IV Semana de Iniciação Científica, IV Semana Acadêmica de Medicina Veterinária, V Feira de Negócios, Integração Social e Cultura e Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira. O evento teve como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e professores da Univértix e de outras instituições; (2) valorizar a produção do conhecimento científico; (3) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de graduação da Univértix e (4) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a cultura e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região. Ao longo dos dias de evento, mais de 30 profissionais de renome de várias instituições de Minas Gerais e de outros estados do Brasil ministraram palestras e cursos. Mais de 100 trabalhos científicos foram recebidos pelo comitê e apresentados no evento em forma de comunicação oral e pôster. As empresas apoiadoras do VI FAVE se multiplicam a cada ano, além da novidade que foi a Feira de formaturas e Eventos. Recebemos também, no evento, professores e acadêmicos de outras instituições. Além disso, o VI FAVE é um evento que contou com a participação da sociedade, principalmente através de produtores rurais. Isso se deve ao fato de a Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se concretizará se ela caminhar ao lado da sociedade. Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Univértix, com seus quase seis anos de existência, almejou, com o VI FAVE, marcar sua história de produção científica, já que entendemos que a pesquisa é interface do ensino. Diante do exposto, reiteramos que com o VI FAVE esperamos contribuir para a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como instrumento para o desenvolvimento profissional permanente. Considerando o número de trabalhos recebidos pelo evento optamos por dividir o anais em dois volumes. Assim, o volume 1 integra os trabalhos do GT (Grupo de Trabalhos) 1 aos artigos do GT 4 e o volume 2 inclui os resumos do GT 4 ao GT 8. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento - Coordenadora do VI FAVE A PALAVRA DO DIRETOR É com grande honra que recebi a incumbência de redigir um texto para essa publicação. A Iniciação Científica tem grande importância e envolvimento com o desenvolvimento do Ensino Superior por ambos possuírem como principio e missão a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir esse objetivo. Atividades como o VI Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX amadurecem o estudante, contribuindo para que este possa se tornar um formando com habilidades mais refinadas. Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a nossa Faculdade e estudantes puramente, pois a Univértix é mais que uma Instituição de ensino e o estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também está inserida na cadeia de conhecimento e participa ativamente desse processo. Na edição deste ano, o VI FAVE nos brindou com um conjunto de palestras de altíssimo nível. Através da difusão do conhecimento gerado nos bancos acadêmicos, sendo devidamente aplicado e bem aproveitado por todos os envolvidos, damos nossa contribuição para a construção de um País melhor e mais justo, com condições de competir num futuro próximo com grandes potências mundiais, mas de sobremaneira, criando melhores condições para nossa própria população que poderá ter acesso a tecnologias mais baratas e tratamentos eficazes. É na prática da Iniciação Científica que o estudante pode testar técnicas e teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de conhecimentos. Defrontar-se com o problema “vivo”, real, fora de um ambiente restritamente controlado e teórico de uma sala de aula da faculdade, ao mesmo tempo em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo de aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor adequado para as situações a serem encaradas fora da faculdade. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes - Diretor Geral da Univértix SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. João Batista Gardingo Diretor Presidente Sebastião Gardingo Diretor Executivo FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX Prof. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes Diretor geral Profº D.Sc. Irlane Bastos Costa Coordenadora do curso de Agronomia Profª M.Sc. Juliene Rocha Borges Fonseca Coordenadora do curso de Administração Profº M.Sc. Sérgio Luiz Agostinho Gonçalves Ciências Contábeis Prof. M.Sc. Márcio Lopes de Oliveira Coordenador do curso de Educação Física Profª Esp. Ana Lígia de Souza Pereira Coordenadora do curso de Enfermagem Profº Ailton Moreira Magalhães Coordenador do curso de Engenharia Civil Profª M.Sc. Fernanda Cristina Ferrari Coordenadora do curso de Farmácia Prof. D.Sc. Gilberto Valente Machado Coordenador do curso de Medicina Veterinária Prof. Esp. Adriana Montes Justino Gardingo Coordenadora das atividades complementares de Graduação Prof. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenadora de Pesquisa e Extensão Prof. Esp. Daniel Vieira Ferreira Diretor da Escola Técnica Vértix COMITÊ ORGANIZADOR Coordenação geral M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenação Setorial Esp. Ana Lígia de Souza Pereira M.Sc. Fernanda Cristina Ferrari D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz M.Sc. Patrícia Luísa de Araújo Mendes M.Sc. Renata Aparecida Fontes Estagiários COMITÊ CIENTÍFICO Coordenação M.Sc. Renata Aparecida Fontes Comitê científico Esp. Ana Lígia de Souza Pereira Grd.Ataíde Luis de Oliveira Esp. Cristina Maria Lobato Pires Esp. Érica Estanislau Muniz Faustino M. Sc. Érica Stoupa Martins M.Sc. Fernanda Cristina Ferrari M.Sc. Gleiciely Santos Silveira D.Sc.Henrique da Silva Silveira Duarte Tec. Hilton de Souza Pinto Esp.Janine Lopes Carvalho Esp.Joyce Perígolo Breder Esp. Júlio César da Mata M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento M.Sc. Leililene Antunes Soares Esp. Luciano Aguiar Otoni M.Sc. Marco Antônio Moreira de Freitas Grd. Marcos Paulo de Oliveira M.Sc. Marcus Vinícius Coutinho Cossi M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz M. Sc. Patrícia Luísa de Araújo Mendes Esp. Rafael Eler de Souza M.Sc. Renata Aparecida Fontes Esp. Renata de Abreu e Silva Esp. Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa Esp. Renata Pessoa Bifano M.Sc. Rodrigo Ataíde dos Santos M.Sc.Rogério Oliva Carvalho SUMÁRIO RESUMOS .......................................................................................................................... 11 IDENTIFICAÇÃO DE SALMONELLA SPP EM PRESUNTO E MORTADELA, COMERCIALIZADOS EM MATIPÓ-MG............................................................................... 12 LEVANTAMENTO DOS DADOS DISNPONÍVEIS SOBRE PRESENÇA DE SALMONELLA SPP EM PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL PRONTOS PARA O CONSUMO. .................. 15 USO DE PROGESTÁGENOS, ESTRÓGENO E SULPIRIDA PARA PRODUÇÃO DE LEITE EM ÉGUAS .......................................................................................................................... 19 A ARTÉRIA AXILAR E SEUS RAMOS DIRETOS NO GATO-DO-MATO (LEOPARDUS TIGRINUS LINNAEUS, 1758 – CARNIVORA: FELIDAE) .................................................... 22 CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DO PLEXO BRAQUIAL NO GATO-DO-MATO (LEOPARDUS TIGRINUS SCHREBER, 1775 – CARNIVORA: FELIDAE) .......................... 25 CONFIGURAÇÃO DOS RAMOS, DIRETOS E INDIRETOS, DO ARCO AÓRTICO NO GATO-DO-MATO (LEOPARDUS TIGRINUS SCHREBER, 1775 – CARNIVORA: FELIDAE) ............................................................................................................................................ 28 RAMOS TERMINAIS DA AORTA DO GATO-DO-MATO (LEOPARDUS TIGRINUS SCHREBER, 1775 – CARNIVORA: FELIDAE) .................................................................... 31 PADRÃO DE RAMIFICAÇÃO DO TRONCO CELÍACO NO GATO-DO-MATO (LEOPARDUS TIGRINUS SCHREBER, 1775 – CARNIVORA: FELIDAE) .................................................. 34 ESTUDO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO E DA SEIVA BRUTA DA JATROPHA MULTIPHIDA L. SOBRE AS BACTÉRIAS STAPHYLOCOCCUS SP. E ESCHERICHIA COLI. ............................................................. 38 SALMONELLA EM UTENSÍLIOS E CARNES COMERCIALIZADAS EM AÇOUGUES: UM DESAFIO PARA A SAÚDE PÚBLICA .................................................................................. 47 GT 03 - ENGENHARIAS ...................................................................................................... 53 RESUMOS .......................................................................................................................... 54 DILATAÇÃO EM CONSTRUÇÕES CIVIS ........................................................................... 55 CARACTERIZAÇÃO DO ATERRO CONTROLADO DE SÃO PEDRO DOS FERROS ........ 59 ARTIGOS ............................................................................................................................ 65 SUSTENTABILIDADE E SUA APLICAÇÃO NAS EMPRESAS E NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................................................................................ 66 PROJETO MONTANHA RUSSA - LOOPING: PORQUE O CARRINHO NÃO CAI .............. 74 TÚNEL DOS VENTOS E A ENGENHARIA CIVIL ................................................................ 84 A EXPERIMENTAÇÃO E O ESTUDO DAS LEIS DE NEWTON .......................................... 94 GT 04 - CIÊNCIAS DA SAÚDE .......................................................................................... 102 RESUMOS ........................................................................................................................ 103 IMPORTÂNCIA DA BIOSSEGURANÇA EM SALÕES DE BELEZA E ÁREAS DE ESTÉTICA .......................................................................................................................................... 104 ANOREXIA NERVOSA, UM PERIGO QUE RONDA JOVENS EM BUSCA DO CORPO PERFEITO......................................................................................................................... 107 INTOXICAÇÃO EM BOVINOS POR SAMAMBAIA DO CAMPO (PTERIDIUM AQUILINUM) .......................................................................................................................................... 110 TERAPIA GÊNICA: UMA REVISÃO .................................................................................. 113 AVALIAÇÃO DO PERFIL DE DIABÉTICOS CADASTRADOS NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DE ABRE CAMPO / MG ....................................................................................... 116 CÉLULAS TRONCO E SUAS APLICAÇÕES .................................................................... 119 AVALIAÇÃO DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE DE SERICITA, MG ............................................................................................... 122 BIOSSORÇÃO DE ARSÊNIO EM REJEITOS RICOS EM PROTEÍNAS FIBROSAS EM REATORES ANAERÓBIOS............................................................................................... 125 AÇÃO DAS SEMENTES DE MAMÃO(CARICA PAPAYA L.) E DE ABÓBORA(CUCURBITA PEPO L.) SOBRE HELMINTOS GASTRINTESTINAIS DE BOVINOS. .............................. 129 PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES CADASTRADOS NO PROGRAMA HIPERDIA DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMILIA DO BAIRRO BOA VISTA – MATIPÓ/MG ...................................................................................................................... 133 A PROCURA DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA POR HOMENS CADASTRADOS EM ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) DO MUNICÍPIO DE RAUL SOARES-MG136 ARTIGOS .......................................................................................................................... 139 PERFIL DA PRESCRIÇÃO DE ANOREXÍGENOS NO ANO DE 2011 EM UMA FÁRMACIA COMERCIAL DA ZONA DE MATA MINEIRA .................................................................... 140 RELAÇÃO ENTRE SANEAMENTO BÁSICO E SAÚDE PÚBLICA NO DISTRITO DE SÃO VICENTE DA ESTRELA NO MUNICÍPIO DE RAUL SOARES-MG ................................... 151 O ENFERMEIRO-GESTOR E O PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE ......................................................................................................... 160 AVALIAÇÃO DO USO DE BENZODIAZEPÍNICOS NA POPULAÇÃO FEMININA ADULTA DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA .......................................................... 168 NÍVEIS DE CAPACIDADE FUNCIONAL DOS IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA EM UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA. ................................. 178 EFEITO DO PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO REALIZADO PELO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO NASF DO BAIRRO EXPOSIÇÃO PARA IDOSAS DA CIDADE DE MATIPÓ-MG ...................................................................................................................... 187 CONHECIMENTO SOBRE A DOENÇA E A ADESÃO À DIETA DE IDOSOS COM DIABETES MELLITUS DO GRUPO DE ATIVIDADE FÍSICA “GERAÇÃO SAÚDE” DE MATIPÓ-MG ...................................................................................................................... 198 AUTOMEDICAÇÃO ENTRE OS ACADÊMICOS DO CURSO DE ENFERMAGEM DA FACULDADE UNIVÉRTIX ................................................................................................. 208 PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE INFANTIL EM CRIANÇAS DE 09 A 11 ANOS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DA CIDADE DE MATIPÓ - MG ............................ 218 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DAS ESCOLAS DE UMA CIDADE DO INTERIOR DA ZONA DA MATA MINEIRA. .......................................... 228 NÍVEL DE PRONTIDÃO PARA ATIVIDADE FÍSICA EM HABITANTES DE MATIPÓ-MG . 240 DESCARTE DE MEDICAMENTOS DA FÁRMACIA DOMICILIAR REFERIDO POR ESTUDANTES DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA DE ENSINO SUPERIOR .................... 250 DISPENSAÇÃO DE ANTIDEPRESSIVOS EM UMA FARMÁCIA COMERCIAL DA ZONA DA MATA MINEIRA ................................................................................................................. 262 AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DAS ÁGUAS DO RIO MATIPÓ/MG .............................. 277 CONHECIMENTO SOBRE CONTRACEPTIVOS DE ACADÊMICOS DA ÁREA DE SAÚDE DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DA ZONA DA MATA MINEIRA ............ 287 UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS POR FREQUENTADORES DE UMA FARMÁCIA COMERCIAL DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA .................................... 301 PREVALÊNCIA DE ENTEROPARASITOSES INTESTINAIS EM REGISTRO DE UM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS PARTICULAR DA ZONA DA MATA MINEIRA 309 AVALIAÇÃO DA PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS NA CIDADE DE SERICITA/MG .. 321 AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS DA ZONA RURAL DA CIDADE DE MATIPÓ/MG ...................................................................................................................... 334 GT 02 - CIÊNCIAS BIOLÓGICAS RESUMOS IDENTIFICAÇÃO DE SALMONELLA spp EM PRESUNTO E MORTADELA, COMERCIALIZADOS EM MATIPÓ-MG Janine Cavalcante do Carmo, Camila de Jesus Oliveira, Gabriela Moreira Pinto, Rodrigo Delesporte – Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Marcus Vinicius Coutinho Cossi – Graduado e Mestre em Medicina Veterinária. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Salmonella; Presunto, Mortadela; Toxinfecção Alimentar INTRODUÇÃO Salmonella é uma bactéria gram positiva, classificada em duas espécies, S. enterica e S. bongori, sendo a primeira, a de maior importância para os seres humanos (VAN et al., 2012). Este micro-organismo é considerado um dos principais agentes causadores de toxinfecção alimentar e permanece como ponto chave nas políticas de ação da saúde pública (KOTZEKIDOU, 2013; OHK e BHUNIA, 2013). A infecção do ser humano pode ocorrer através da ingestão de alimentos, principalmente de origem animal, contaminados com este patógeno e os sinais clínicos observados no curso desta doença são: diarreia, náusea, vomito, cefaleia e febre (GERMANO e GERMANO, 2008). Estudos mostram que produtos de origem animal que tenham sido cozidos ou pré-cozidos, são geralmente considerados seguros para o consumo, porém, o perigo pode estar no pós-processamento destes produtos. Este perigo está relacionado com a possibilidade de haver contaminação cruzada entre utensílios e produtos prontos para o consumo (ARUMUGASWAMY et al., 1995). Sabendo da importância deste tema para a saúde pública, o presente trabalho teve por objetivo, identificar Salmonella spp em presuntos e mortadelas comercializados em estabelecimentos do município de Matipó, MG. METODOLOGIA 30 amostras de mortadela (marca “i”) e 25 de presunto (marca “ii” e “iii”), foram obtidas em 4 estabelecimentos (A, B, C, D) localizados no município de Matipó-MG. Em cada um dos estabelecimentos A, B e C foram obtidas 10 amostras de mortadela da marca “i”. As amostras de presunto foram obtidas da seguinte forma: 10 amostras do estabelecimento A (5 de ii e 5 de iii), 10 amostras do estabelecimento B (55 de ii e 5 de iii) e 5 de D (marca iii). Estas marcas foram escolhidas por serem as mais vendidas no comércio local. 25 gramas de cada amostra foram pesados e transferidos para bolsas plásticas estéreis contendo 225 ml de solução salina peptonada, sendo a mistura homogeneizada durante 1 minuto. O homogenato resultante foi levado posteriormente à estufa a 37ºC/24 horas. Após este período, uma alíquota de 1 ml foi transferida para tubo contendo 10 mL de caldo Mueller Kauffman Tetrationato e 0,1 ml para tubo contendo 10 ml de caldo Rappaport Vassiliadis e estes caldos foram incubados a 37ºC e 41,5 ºC /24 horas, respectivamente. Posteriormente, alíquotas de cada caldo foram semeadas em placas de Agar MLCB e Agar XLD, sendo estas placas incubadas a 37ºC/24 horas. A última etapa foi a inoculação das colônias suspeitas, originadas da etapa anterior, em ágares LIA e TSI, ambos incubados a 37ºC/24 horas. Colônias que resultaram em reação típica de Salmonella em pelo menos um dos ágares, foram estocadas em glicerol para posterior confirmação por técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), sendo consideradas até o momento, amostras suspeitas de presença de Salmonella spp (ISO 6579). RESULTADOS E DISCUSSÕES Não foram identificadas amostras de mortadela suspeitas de estarem contaminadas com Salmonella spp. Para as amostras de presunto, 6 (24%) resultaram em reação indicativa de Salmonella pelo método convencional de isolamento. Destas amostras, 4 foram da mesma marca (ii), sendo, 2 originadas do estabelecimento A e 2 do estabelecimento B. Este resultado pode indicar que a fonte de contaminação não tenha sido por falha de manipulação do estabelecimento mas, a presença do patógeno no produto comercializado. A legislação brasileira considera impróprio para o consumo, produtos prontos para o consumo que tenham a presença de Salmonella em 25g do produto (BRASIL, 2001). Neste caso, se os isolados forem confirmados como Salmonella, 24% das amostras analisadas estarão impróprias para o consumo, reafirmando a importância de pesquisas como esta. Menezes et al., (2010) encontraram em sua pesquisa, 23,3% de amostras em desacordo com a legislação, sendo uma frequência semelhante à encontrada pelo presente estudo. Volcan et al., (2012) encontraram 7,6% de amostras em desacordo com a legislação em um total de 13 amostras de presunto analisadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados obtidos até o momento apontam para condições higiênico-sanitárias inadequadas da matéria prima ou de seu manuseio. Este estudo também reforça a necessidade de um acompanhamento continuado destes estabelecimentos visando identificar a origem desta contaminação e também a preservação da saúde da população consumidora. REFERÊNCIAS ARUMUGASWAMY, R.K.; ABDUL HAMID, S.N.; CHEAH, C.T. Prevalence of Salmonella in raw and cooked foods in Malaysia. Food Microbiology, v. 12, p. 3-8, 1995. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC Nº 12, de 02 de janeiro de 2001. Regulamento Técnico sobre padrões microbiológicos de alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, 2001. GERMANO, P. M. L., GERMANO, M. I. S. Higiene e vigilância sanitária de alimentos:qualidade das matérias-primas, doenças transmitidas por alimentos, treinamento de recursos humanos. 1ª Edição. Barueri, SP: Manole, 2008. ISO 6579. INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. Microbiology of food and animal feeding stuffs – Horizontal method for the detection of Salmonella spp., 4th ed, 2002. KOTZEKIDOU, P. Survey os Listeria monocytogenes, Salmonella spp. and Escherichia coli O157:H7 in raw ingredients and ready-to-eat products by commercial real-time PCR kits. Food Microbiology, v.35, p. 86-91, 2013. MENEZES, P. M.S.; COELHO, L.M.; COSTA, F.N. Avaliação da Qualidade higienicosanitaria dos presuntos fatiados comercializados na cidade de São Luís, MA. Biológico, v.72, n.1, p. 11-17, 2010. OHK, S. and BHUNIA, A. K. Multiplex fiber optic biosensor for detection of Listeria monocytogenes, Escherichia coli O157:H7 and Salmonella enteric from ready-to-eat meat samples. Food Microbiology, v. 33, p. 166-171, 2013 VAN, T. T. H.; NGUYEN, H. N. K.; SMOOKER, P. M.; COLOE, P. J. The antibiotic resistance characteristics of non-typhoidal Salmonella enteric isolated from foodproducing animals, retail meat and humans in South East Asia. International Journal of Food Microbiology, v. 154, p. 98-106, 2012. VOLCAN, Darlan Silveira; LIMA, Andreia Saldanha; SILVA, Wladimir Padilha. Avaliação microbiológica de presuntos e apresuntados comercializados em Pelotas, RS. 21º Congresso de Iniciação Científica da Universidade Federal de Pelotas, 2012. LEVANTAMENTO DOS DADOS DISNPONÍVEIS SOBRE PRESENÇA DE SALMONELLA spp EM PRODUTOS DE ORIGEM ANIMAL PRONTOS PARA O CONSUMO. Camila de Jesus Oliveira, Janine Cavalcante do Carmo, Gabriela Moreira Pinto, Rodrigo Delesporte – Graduandos em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Marcus Vinicius Coutinho Cossi - Graduado e Mestre em Medicina Veterinária. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Salmonella; Produtos Prontos para o consumo; Toxinfecção Alimentar. INTRODUÇÃO Salmonella spp. é um dos mais importantes micro-organismos associados a toxinfecção alimentar e permanece como um dos principais problemas para a saúde pública. A infecção do ser humano ocorre principalmente pelo consumo de alimentos contaminados com este patógeno (FRANCO e LANDGRAF, 2004; KOTZEKIDOU, 2013; OHK e BHUNIA, 2013). Dentre os alimentos potencialmente contaminados, os de origem animal ocupam o topo da lista, pois, Salmonella é um micro-organismo natural da microbiota intestinal dos animais de produção. Por esta razão, falhas durante o processamento e manuseio destes produtos podem resultar em potenciais riscos para a saúde pública (RIBEIRO et al., 2007; LI, et al., 2005). Apesar dos produtos de origem animal serem todos potenciais riscos para a saúde pública, aqueles prontos para o consumo como, presunto e mortadela, é as principais preocupações dos profissionais que trabalham com segurança e higiene dos alimentos. Esta preocupação se deve ao fato destes produtos não necessitarem de tratamento térmico, por parte dos consumidores, antes de serem ingeridos (GORMLEY et al., 2010; KOTZEKIDOU, 2013). Sabendo dos riscos e da importância deste tema para a saúde pública, o presente trabalho teve por objetivo, fazer um levantamento dos dados disponíveis na área para saber se há informações suficientes para um bom controle da segurança e higiene dos produtos de origem animal prontos para o consumo. METODOLOGIA Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Science Direct, Portal de Pesquisa da BVS, artigos relacionados à presença de Salmonella em produtos prontos para o consumo. Para a realização dessa pesquisa foram utilizadas as palavras-chave: Salmonella, produtos prontos para o consumo, “ready-to-eat”, presunto, “ham” e mortadela. 350 artigos estavam relacionados ao tema desta pesquisa e a partir destes, 13 foram selecionados levando em consideração o tipo de alimento analisado e a relevância do estudo para a saúde pública. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após análise e comparação dos resultados obtidos pelos artigos selecionados, pode-se observar que um ponto de destaque, levantado por eles, foi a falta de trabalhos que forneçam mais dados sobre as frequências de produtos contaminados por Salmonella spp e o quanto estas pesquisas poderiam colaborar com a prevenção de surtos de toxinfecção alimentar (FAI et al., 2011; LITTLE et al., 1998; GORMLEY et al., 2010). Também foi possível observar que entre os trabalhos analisados, houve uma grande variação na frequência de resultados positivos para Salmonella. Fai e colaboradores (2011) realizaram uma pesquisa para identificação deste patógeno em presunto e observaram que 30% das amostras eram positivas para o micro-organismo. Estudos na Inglaterra encontraram uma prevalência menor de Salmonella, variando de 0,1 – 0,2% (LITTLE et al., 1998; GORMLEY et al., 2010). Kotzekidou em 2013(b), também realizou uma pesquisa para avaliar a frequência deste micro-organismo em sanduiches preparados com presunto, e encontrou 17,5% das amostras positivas para o patógeno. A origem da contaminação é diversa, uma vez que Salmonella e outros micro-organismos já se mostraram aptos a sobreviver a alguns processos de fermentação, maturação e desidratação. Porém, a maioria dos autores considera como principal rota de contaminação o manuseio e corte dos produtos pós-processamento (GORMLEY et al., 2010; PAPADOPOULOU et al., 2012; CARRASCO et al., 2012). CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar de sua importância, poucos dados podem ser encontrados sobre a frequência de Salmonella spp em produtos prontos para o consumo. Os dados disponíveis indicam ainda, uma inconstância no controle da qualidade microbiológica destes alimentos. Por estas razões, é evidente a necessidade de mais pesquisas sobre o assunto para que se consiga prevenir com eficiência surtos de toxinfecção alimentar. REFERÊNCIAS CARRASCO, E.; MORALES-RUEDA, A.; GARCIA-GIMENO, R.M. Crosscontamination and recontamination by Salmonella in foods: A review. Food Research International, v. 45, p. 545-556, 2012. FAI, A.E.C.; FIGUEIREDO, E.A.T.; VERDIN, S.E.F.; PINHEIRO, N.M.S.; BRAGA, A.R.C.; STAMFORD, T.L.M. Salmonella sp e Listeria monocytogenes em presunto suíno comercializado em supermercados de Fortaleza (CE, Brasil): fator de risco para a saúde pública. Ciência e Saúde Coletiva, v. 16, n. 2, p. 657-662, 2011. FRANCO, B. D. G. M.; LANDGRAF, M. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo: Atheneu, 2004. GORMLEY, F.J.; LITTLE, C.L.; GRANT, K.A.; PINNA, E.; MCLAUCHLIN, J. The microbiological safety of ready-to-eat specialty meats from markets and specialty food shops: A UK wide study with a focus on Salmonella and Listeria monocytogenes. Food Microbiology, v. 27, p. 243-249, 2010. KOTZEKIDOU, P. Microbiological examination of ready-to-eat foods and ready-tobake frozen pastries from university canteens. Food Microbiology, v.34, p. 337-343, 2013 (b) KOTZEKIDOU, P. Survey os Listeria monocytogenes, Salmonella spp. and Escherichia coli O157:H7 in raw ingredients and ready-to-eat products by commercial real-time PCR kits. Food Microbiology, v.35, p. 86-91, 2013. LI, Y.; ZHUANG, S.; MUSTAPHA, A. Application of a multiplex PCR for the simultaneous detection of Escherichia coli O157:H7, Salmonella and Shigella in raw and ready-to-eat meat products. Meat Science, v. 71, p. 402-406, 2005. LITTLE, C.L., MONSEY, H.A., NICHOLS, G.L., de LOUVOIS, J. The microbiological quality of ready-to-eat dried and fermented meat and meat products. International Journal Environmental Health Research. v. 8, p. 277-284, 1998. OHK, S. and BHUNIA, A. K. Multiplex fiber optic biosensor for detection of Listeria monocytogenes, Escherichia coli O157:H7 and Salmonella enteric from ready-to-eat meat samples. Food Microbiology, v. 33, p. 166-171, 2013 PAPADOPOULOU, O. S.; CHORIANOPOULOS, N.G.; GKANA, E. N.; GROUNTA, A. V.; KOUTSOUMANIS, K. P.; NYCHAS, G.-J. E. Transfer of foodborne pathogenic bactéria to non-inoculated beef fillets through meat mincing machine. Meat science, v. 90, p. 865-869, 2012. RIBEIRO, V.B.; ANDRIGHETO, C.; BERSOT, L.S.; BARCELLOS, V.; REIS, E.F.; DESTRO, M.T. Serological and genetic diversity amongst Salmonella strains isolated in a salami processing line. Brazilian Journal of Microbiology, v.38, p. 178-182, 2007. USO DE PROGESTÁGENOS, ESTRÓGENO E SULPIRIDA PARA PRODUÇÃO DE LEITE EM ÉGUAS Lais da Silva Santos, Fabio Gardingo Heleno de Oliveira e Allan Lessy Martins Cunha – Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. João Luis do Espirito Santo Junior – Graduado em Medicina Veterinária, Especialista em Reprodução Equina. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Éguas; progestágenos; estrógeno; sulpirida; órfão. INTRODUÇÃO Ao se deparar com um potro órfão por causa da morte da égua ou relutância em aceitar seu potro, é essencial encontrar uma alternativa para alimentar o potro e criar um ambiente social adequado para a educação do mesmo. Uma boa alternativa para a sua criação seria a utilização de uma égua ama de leite. A lactação pode ser induzida em éguas que pariram em anos anteriores usando um tratamento que inclui estrógeno, progesterona e um antagonista D2 da dopamina (sulpirida ou domperidona) (DAELS e BOWERS-LEPORE, 2007). A indução de leite pode ser feita também em fêmeas que tenham baixa produção de leite ou perda da lactação num período peri-parto, o que colocaria em risco a viabilidade do recém nascido, com a vantagem de mantê-lo com sua mãe. Além disso, alimentar ou completar uma alimentação manual num potro é uma responsabilidade 24 horas por dia, nas suas primeiras semanas de vida. Criar um potro com uma égua é muito mais desejável do que cria-lo sem ela, tanto para a socialização do mesmo, quanto para o conteúdo nutricional do leite natural da égua (STEINER, 2006 e FLAMINIO, 2008). Esse resumo teve como objetivo avaliar o uso de fármacos para a indução de produção de leite em éguas. METODOLOGIA De acordo com Steiner (2006), um protocolo sugerido seria administrar nos dia 1 a 7, 150 mg de progesterona e 50 mg de estradiol-17β, IM, uma vez por dia em éguas não prenhes. Estes dois hormônios estimulam a glândula mamária e a progesterona é responsável pelo crescimento lóbulo-alveolar. No dia 7 administrar 5 mg de PGF2α(prostaglandina), IM e nos dias 1 a 10 administrar 500 mg de sulpirida, IM, 2 vezes ao dia. Pode utilizar 5 UI de ocitocina antes das ordenhas ou sucção por um potro. Um potro deve ser colocado no primeiro dia de tratamento de uma égua para fornecer estímulo de sucção, ao invés de cinco vezes por dia de ordenha. A produção de leite máxima será obtida após 10 dias de tratamento com sulpirida. Com este protocolo 80% das éguas tratadas produzirão leite. Todavia conforme Daels e Bowers-Lepore (2007) um protocolo inicial consiste em seleção da égua, opção por aquelas que tenham parido e sido bem sucedidas em alimentar seu potro pelo menos uma vez na sua vida, em boa condição corporal, livre de doenças e anormalidades mamárias, serem gentis, dóceis e calmas. A glândula mamária é inspecionada diariamente, e quando estiverem significativamente aumentada em tamanho e/ou gotas de leite estiverem presentes na teta a ordenha pode ser iniciada, correspondendo a 4-7 dias do tratamento. Para a descida ideal de leite, administrar ocitocina (5 UI, IM) 1-2 minutos antes da ordenha. Uma vez iniciada a ordenha, é importante continuar ordenhando 5-7 vezes por dia, pois a ordenha não frequente e o acúmulo de leite na glândula mamária tendem a causar um efeito de secar o leite. RESULTADOS E DISCUSSÕES O resultado do estudo mostrou que a secreção de leite após o final do tratamento permanece constante. As éguas amas de leite possuem habilidade de adotar o potro que é apresentado a elas desenvolvendo uma ligação com o mesmo, sendo similar ao comportamento demostrado por éguas que cuidam do próprio potro (DAELS E BOWERS-LEPORE, 2007). CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do presente estudo podemos dizer que a indução da produção de leite com o uso de fármacos se faz eficaz, sendo assim, o tratamento é muito útil no dia a dia de um haras, pois sempre nos deparamos com essa situação. Sabendo desses protocolos é possível utilizar um tratamento eficiente com menor uso de mão de obra, pois após 10 dias de tratamento em média, podemos observar que a produção de leite se mantém. REFERENCIAS DAELS, Peter. Induction of Lactation and Adoption of the Orphan Foal. Proceedings of the 8TH AAEP, Annual Resort Symposium. Roma, Italy, 2006. DAELS, Peter; BOWERS-LEPORE. Jeanne. How to induce lactation in mare and make her adopt an orphan foal: What 5 years of experience have taught us. 53rd Annual Convention of the American Association of Equine Practioners, Orlando, USA, 2007. FLAMINIO, Julia. Management of the periparturient mare. Proceedings of the LAVC Latin American Veterinary Conference. Lima, Peru, 2008. P. 103-105. STEINER, John. V. How to induce lactation in non-pregnant mares. 52rd Annual convention of the American Association of Equine Practitioners – AAEP. San Antonio, Texas, USA. 2006. A ARTÉRIA AXILAR E SEUS RAMOS DIRETOS NO GATO-DO-MATO (Leopardus tigrinus Linnaeus, 1758 – Carnivora: Felidae) Daiana Dutra Alves, Cátia Domingos Pires e Nathan Vinicius de S. Guimarães – Graduandos em Medicina Veterinária. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Gilberto Valente Machado – Graduado em Medicina Veterinária. Mestre e Doutor em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres. Professor e Coordenador do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Artérias; Membro torácico; Leopardus tigrinus. INTRODUÇÃO O gato-do-mato (Leopardos tigrinus), também conhecido no Brasil pelos nomes de gato-macambira, pintadinho e gato-do-mato pequeno, é um mamífero carnívoro, da família Felidae e se apresenta como o menor dos felinos do gênero Leopardus encontrados na América do Sul. Ostenta uma pelagem amarelo-dourada, com rosetas escuras abertas, dispostas nas laterais do corpo. No dorso as rosetas se fundem formando listras, que vão dos olhos à base da cauda. Sua cauda é longa, a cabeça é pequena, assim como são curtos os seus membros. O peso de um animal adulto varia entre 1,5 e 3 kg, com um comprimento corporal entre 60 e 85 cm. Esses animais são encontrados desde a América Central até o norte da Argentina, ocupando ambientes variados, desde áreas abertas até florestas com vegetação densa. Tratam-se de animais solitários, com hábitos diurnos e noturnos, que se alimentam de pequenos roedores, lagartos e pequenas aves. Sua gestação dura de 73 a 78 dias, nascendo de 1 a 3 filhotes, que abrem os olhos a partir do 17º. dia, e passam a ingerir alimentos sólidos após 55 dias de nascidos. Sua morfologia é desconhecida, assim como diversos aspectos de sua biologia. Considerando a importância da anatomia comparativa e, em especial, da necessidade de se acrescentarem dados relacionados à morfologia de animais silvestres da fauna brasileira, o presente trabalho tem por objetivo a descrição do padrão vascular arterial no membro torácico da espécie em apreço, a partir da artéria axilar até a região da articulação úmero-rádio-ulnar. Diferentes autores se reportam ao tema, em carnívoros domésticos (EVANS ANDERSON e ANDERSON, 1994). e CHRISTENSEN, 1979; GETTY, 1986; METODOLOGIA Foi utilizado um espécime adulto, fêmea, de gato-do-mato (Leopardos tigrinus) encontrado em óbito às margens da rodovia BR 282, e disponibilizado pela Polícia Militar Ambiental para pesquisas no Laboratório de Anatomia Animal da UNIVÉRTIX - Faculdade Vértice / Matipó / MG. Para a obtenção dos resultados que ora se expõem, o espécime teve a sua artéria carótida comum esquerda anulada, sendo essa via injetada com solução de látex corado em vermelho, utilizando-se seringas e pressão moderada, até que, pela observação do preenchimento das artérias sublinguais, constatou-se a satisfatória ocupação do sistema vascular arterial. Em seguida, ainda com o uso de seringas e agulhas, promoveu-se a infiltração, por injeção, de solução aquosa de formol a 15%, de todos os tecidos moles e cavidades corporais, visando a fixação e consequente conservação do espécime. Após os procedimentos descritos, o exemplar foi submerso em solução aquosa de formol a 10% e ali mantido até a sua dissecação. Esta última pautou-se pela incisão mediana e afastamento da pele nas regiões torácica e dos membros torácicos, incisão transversal dos músculos peitorais, superficial e profundo, e seu recuo, expondo-se assim a artéria axilar e, mediante sua dissecação e de seus ramos, observou-se o padrão vascular arterial na região de interesse. A partir de então, mediante a elaboração de desenhos esquemáticos e registros fotográficos, documentou-se o padrão anatômico das artérias em apreço, com vistas à exposição dos resultados. A nomenclatura anatômica adotada é a referente aos carnívoros domésticos, conforme Schaller (1992). RESULTADOS E DISCUSSÕES Após a dissecação realizada em um espécime adulto, fêmea, de gato-do-mato (Leopardus tigrinus), visando registrar o padrão vascular arterial nas regiões axilar e braquial da espécie, verificou-se que a artéria axilar, após cruzar a margem cranial da primeira costela envia, como primeiro ramo, no sentido cranial, a artéria cervical superficial; em seguida, ainda no sentido cranial, emite a artéria torácica externa e, em seguida, agora no sentido caudal, uma artéria torácica lateral. Após essa última, a artéria axilar se bifurca, originando as artérias braquial e subescapular. A artéria braquial emite, como primeiro ramo, no sentido cranial, a artéria circunflexa umeral cranial, com um ramo bicipital; distalmente, no sentido caudal surge uma artéria toracodorsal, destinada ao músculo grande dorsal e linfonodo axilar; no mesmo nível desta última, surge, no sentido cranial, a artéria braquial profunda. Na sequência, e no mesmo sentido, emerge uma artéria bicipital e, agora no sentido caudal e em tronco comum, as artérias ulnar colateral e cubital transversa. Em seguida, a artéria braquial emite a artéria braquial superficial, como último ramo arterial na altura do braço. Considerando os registros de Evans e Christensen (1979), relativos ao cão doméstico (Canis familiaris), e de Getty (1986) e Anderson e Anderson (1994), referindo-se ao cão e ao gato doméstico (Felix catus), o presente relato coaduna-se apenas em parte, quando se consideram a ordenação e orientação territorial dos ramos diretos da artéria axilar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos registros realizados, após dissecação de um exemplar adulto, fêmea, de gato-do-mato (Leopardus tigrinus), e em atenção ao interesse da anatomia comparativa, julga-se poder afirmar que a ordenação, assim como a direção de alguns dos ramos da artéria axilar, não permitem correlação morfológica com as descrições relativas aos carnívoros domésticos. REFERÊNCIAS ANDERSON, Wesley D.; ANDERSON, Bettina G. Atlas of canine anatomy. Philadelphia: Lea & Febiger, p. 907-910, 1994. EVANS, Howard E.; CHRISTENSEN, George C. Miller’s Anatomy of the Dog. 2.ed. Philadelphia: W. B. Saunders p. 699-704, 1979. GETTY, Robert. Sisson/Grossman anatomia dos animais domésticos. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. p. 1521-1523, , 1986. SCHALLER, Oskar. Illustrated Veterinary Anatomical Nomenclature. Stuttgart: Enke,. p. 284-287, 1992. CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA DO PLEXO BRAQUIAL NO GATO-DO-MATO (Leopardus tigrinus Schreber, 1775 – Carnivora: Felidae) Daiana Dutra Alves, Cátia Domingos Pires e Marcos Augusto de A. Junior – Graduandos em Medicina Veterinária. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Gilberto Valente Machado – Graduado em Medicina Veterinária, mestre e doutor em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres. Professor e Coordenador do curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em motricidade. Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Nervos; Plexo braquial; Leopardus tigrinus. INTRODUÇÃO O gato-do-mato (Leopardus tigrinus), também conhecido no Brasil pelos nomes de gato-macambira, pintadinho e gato-do-mato pequeno, é um mamífero carnívoro, da família Felidae e se apresenta como o menor dos felinos do gênero Leopardus encontrados na América do Sul. Ostenta uma pelagem amarelo-dourada, com rosetas escuras abertas, dispostas nas laterais do corpo. No dorso as rosetas se fundem formando listras, que vão dos olhos à base da cauda. Sua cauda é longa, a cabeça é pequena, assim como são curtos os seus membros. O peso de um animal adulto varia entre 1,5 e 3 kg, com um comprimento corporal entre 60 e 85 cm. Esses animais são encontrados desde a América Central até o norte da Argentina, ocupando ambientes variados, desde áreas abertas até florestas com vegetação densa. Tratam-se de animais solitários, com hábitos diurnos e noturnos, que se alimentam de pequenos roedores, lagartos e pequenas aves. Sua gestação dura de 73 a 78 dias, nascendo de 1 a 3 filhotes, que abrem os olhos a partir do 17º. dia, e passam a ingerir alimentos sólidos após 55 dias de nascidos. Sua morfologia é desconhecida, assim como diversos aspectos de sua biologia. Considerando a importância crescente da medicina veterinária de animais silvestres, e a escassez de dados disponíveis na literatura especializada relativos à morfologia de animais da fauna brasileira, concomitante ao interesse da anatomia comparativa, o presente trabalho visa oferecer dados sobre a origem e organização anatômica dos componentes do plexo braquial do gato-do-mato, o que virá subsidiar procedimentos de anestesia, bem como a interpretação de quadros que envolvam lesões dos membros torácicos. Segundo Evans e Christensen (1979), o plexo braquial é formado pelas raízes ventrais dos últimos nervos cervicais e primeiro torácico, em proporções variáveis tanto entre indivíduos como dentre as espécies, e distribuído de diferentes maneiras. Tal afirmativa é compartilhada por diferentes autores (GETTY, 1986; ANDERSON e ANDERSON, 1994; KÖNIG e LIEBICH, 2004). METODOLOGIA Foi utilizado um espécime adulto, fêmea, de gato-do-mato (Leopardus tigrinus), encontrado em óbito às margens da rodovia BR 282, e disponibilizado pela Polícia Militar Ambiental para pesquisas no Laboratório de Anatomia Animal da Faculdade Vértice / Matipó / MG. Para a obtenção dos resultados que ora se expõem, o exemplar foi injetado com solução aquosa de formol a 10%, pelo método de infiltração, com o uso de seringas e agulhas, em todos os tecidos moles e cavidades corporais, em seguida submerso em solução semelhante, em recipiente compatível, por um período de 72 horas antes do início da dissecação. A dissecação foi pautada pela incisão mediana ventral das regiões cervical e torácica, seguida do afastamento da pele e incisão transversal e afastamento dos músculos peitorais. Desta maneira, o acesso ao plexo braquial foi concretizado, procedendo-se a identificação dos seus componentes, assim como as conexões e distribuição dos mesmos. Após a dissecação de ambos os plexos braquiais, direito e esquerdo, elaboraram-se desenhos esquemáticos elucidativos, bem como registros fotográficos, com vistas à exposição e publicação dos resultados. Ressalte-se que a nomenclatura anatômica adotada é a referente aos carnívoros domésticos, conforme Schaller (1992). RESULTADOS E DISCUSSÕES Após a dissecação realizada em um espécime adulto, fêmea, de gato-do-mato (Leopardus tigrinus), com vistas a registrar a configuração anatômica do plexo braquial, observou-se que as raízes ventrais dos nervos C6, C7, C8 e T1 foram as responsáveis pela formação daquele plexo. A raiz ventral de C6 constitui o nervo supra escapular e um nervo subescapular; em seguida, envia uma conexão que, juntando-se a outra mais caudal, provinda da raiz C7, constitui um segundo nervo subescapular. A raiz ventral de C7, após enviar a conexão que contribui para o nervo subescapular, alonga-se e se divide nos nervos musculo cutâneo e axilar. A raiz ventral de C8, por sua vez, forma dois feixes, sendo que o mais cranial constitui o nervo mediano; já o ramo caudal de C8, após receber uma conexão provinda de T1, configura o nervo radial. A raiz ventral de T1 envia uma conexão para a raiz C7 e, em seguida, emite o nervo toracodorsal para, a seguir, constituir o nervo ulnar. Em comparação com os relatos de Evans e Christensen (1979) e Getty (1986), relativos aos carnívoros domésticos, e de Anderson e Anderson (1994) e König e Liebich (2004), voltados para o cão (Canis familiaris), o presente relato não se coaduna, em nenhum aspecto, com os supramencionados. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nos registros realizados, após dissecação de um exemplar adulto, fêmea, de gato-do-mato (Leopardus tigrinus), e em atenção ao interesse da anatomia comparativa, julga-se poder afirmar que a constituição do plexo braquial tem características próprias, não guardando semelhança aos relatos referentes aos carnívoros domésticos. REFERÊNCIAS ANDERSON, Wesley D.; ANDERSON, Bettina G. Atlas of canine anatomy. Philadelphia: Lea & Febiger, 907-910, 1994. EVANS, Howard E.; CHRISTENSEN, George C. Miller’s Anatomy of the Dog. 2.ed. Philadelphia: W. B. Saunders, 699-704, 1979. GETTY, Robert. Sisson/Grossman anatomia dos animais domésticos. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1521-1523, , 1986. KÖNIG, Horst Erich; LIEBICH, Hans-Georg. Anatomia dos animais domésticos. Texto e Atlas Colorido. Porto Alegre: Artmed, 2004. SCHALLER, Oskar. Illustrated Veterinary Anatomical Nomenclature. Stuttgart: Enke, 284-287, 1992. CONFIGURAÇÃO DOS RAMOS, DIRETOS E INDIRETOS, DO ARCO AÓRTICO NO GATO-DO-MATO (Leopardus tigrinus Schreber, 1775 – Carnivora: Felidae) Rafael Custódio Machado, Guilherme Henrique L. Soares e Marcos Augusto de A. Junior – Graduandos em Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Gilberto Valente Machado – Graduado em Medicina Veterinária, mestre e doutor em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres. Professor e Coordenador do curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em motricidade. Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Artérias; Arco aórtico; Leopardus tigrinus. INTRODUÇÃO O gato-do-mato (Leopardus tigrinus), também conhecido no Brasil pelos nomes de gato-macambira, pintadinho e gato-do-mato pequeno, é um mamífero carnívoro, da família Felidae e se apresenta como o menor dos felinos do gênero Leopardus encontrados na América do Sul. Ostenta uma pelagem amarelo-dourada, com rosetas escuras abertas, dispostas nas laterais do corpo. No dorso as rosetas se fundem formando listras, que vão dos olhos à base da cauda. Sua cauda é longa, a cabeça é pequena, assim como são curtos os seus membros. O peso de um animal adulto varia entre 1,5 e 3 kg, com um comprimento corporal entre 60 e 85 cm. Esses animais são encontrados desde a América Central até o norte da Argentina, ocupando ambientes variados, desde áreas abertas até florestas com vegetação densa. Tratam-se de animais solitários, com hábitos diurnos e noturnos, que se alimentam de pequenos roedores, lagartos e pequenas aves. Sua gestação dura de 73 a 78 dias, nascendo de 1 a 3 filhotes, que abrem os olhos a partir do 17º. dia, e passam a ingerir alimentos sólidos após 55 dias de nascidos. Sua morfologia é desconhecida, assim como diversos aspectos de sua biologia. Visando o interesse da anatomia comparativa, bem como oferecer bases anatômicas para discussões do ponto de vista funcional voltadas para a espécie, busca-se, com a presente descrição, oferecer dados relativos ao padrão adotado pelos ramos do arco aórtico. Dados semelhantes são encontrados na literatura, porém relacionados aos carnívoros domésticos, como em Schwarze & Schroder (1972), Evans & Christensen (1979) e Schummer et al. (1981). METODOLOGIA Foi utilizado um exemplar adulto, fêmea, encontrado em óbito às margens da rodovia BR 116, no km 672, e disponibilizado pela Polícia Militar Ambiental para pesquisas no Laboratório de Anatomia Animal da Faculdade Vértice / Matipó / MG. O espécime teve o seu sistema cardiovascular injetado com solução corada de Neoprene látex*, buscando evidenciar assim os territórios de distribuição, irrigação e drenagem dos seus vasos sangüíneos; em seguida procedeu-se a sua fixação, mediante injeções de solução aquosa de formol a 10% e imersão em tanque contendo a mesma solução. As presentes observações foram realizadas após dissecação da cavidade torácica, com ênfase no arco aórtico e seus ramos, diretos e indiretos, seguida da elaboração de esquemas e registros fotográficos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Do arco aórtico do gato-do-mato surgem o tronco braquiocefálico e a artéria subclávia esquerda, nessa ordem. O tronco braquiocefálico, após trajeto cranial relativamente longo, bifurca-se, originando a artéria subclávia direita e um calibroso tronco bicarótico; este último, ao atingir o nível do segundo par de costelas, bifurcase originando as artérias carótidas comuns, direita e esquerda. A artéria subclávia esquerda, após sua origem no arco aórtico e longo trajeto cranial envia, como primeiro ramo, a artéria torácica interna; em seguida emite, em tronco comum, as artérias vertebral e costocervical; segue cranialmente até cruzar a margem cranial da primeira costela, tornando-se assim na artéria axilar, cujo primeiro ramo é a artéria cervical superficial. A artéria subclávia direita, com origem no tronco braquiocefálico, apresenta os mesmos ramos, assim como a ordenação, daqueles descritos para a artéria subclávia esquerda. O padrão vascular ora descrito destoa daquele relatado para os carnívoros domésticos, tanto na apresentação dos vasos quanto na sequência de suas origens. CONSIDERAÇÕES FINAIS O padrão de origem e disposição dos ramos arteriais no mediastino cranial (précordial) do gato-do-mato (Leopardus tigrinus) não se assemelha àqueles dados relativos aos carnívoros domésticos, suscitando assim discussões relevantes do ponto de vista funcional. REFERÊNCIAS EVANS, H.E.; CHRISTENSEN, G.C. Miller’s anatomy of the dog. 2ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 652-692, 1979. SCHUMMER, A. et al. The circulatory system, the skin, and the cutaneous organs of the domestic mammals. In: NICKEL, R.; SCHUMMER, A.; SEIFERLE, E. The anatomy of the domestic animals. Berlin: Verlag Paul Parey, v. 3, 71-77, 1981. SCHWARZE, E.; SCHRÖDER, L. Compendio de anatomia veterinaria. V. 3 Aparato circulatorio y piel. Zaragoza: Acribia, 32-39, 1972. RAMOS TERMINAIS DA AORTA DO GATO-DO-MATO (Leopardus tigrinus Schreber, 1775 – Carnivora: Felidae) Guilherme Henrique L. Soares, Nathan Vinicius de S. Guimarães, Rafael Custódio Machado e Marcos Augusto de A. Junior – Graduandos em Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Gilberto Valente Machado – Graduado em Medicina Veterinária, mestre e doutor em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres. Professor e Coordenador do curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em motricidade. Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Artérias; Aorta abdominal; Leopardus tigrinus. INTRODUÇÃO O gato-do-mato (Leopardus tigrinus), também conhecido no Brasil pelos nomes de gato-macambira, pintadinho e gato-do-mato pequeno, é um mamífero carnívoro, da família Felidae e se apresenta como o menor dos felinos do gênero Leopardus encontrados na América do Sul. Ostenta uma pelagem amarelo-dourada, com rosetas escuras abertas, dispostas nas laterais do corpo. No dorso as rosetas se fundem formando listras, que vão dos olhos à base da cauda. Sua cauda é longa, a cabeça é pequena, assim como são curtos os seus membros. O peso de um animal adulto varia entre 1,5 e 3 kg, com um comprimento corporal entre 60 e 85 cm. Esses animais são encontrados desde a América Central até o norte da Argentina, ocupando ambientes variados, desde áreas abertas até florestas com vegetação densa. Tratam-se de animais solitários, com hábitos diurnos e noturnos, que se alimentam de pequenos roedores, lagartos e pequenas aves. Sua gestação dura de 73 a 78 dias, nascendo de 1 a 3 filhotes, que abrem os olhos a partir do 17º. dia, e passam a ingerir alimentos sólidos após 55 dias de nascidos. Sua morfologia é desconhecida, assim como diversos aspectos de sua biologia. Visando o interesse da anatomia comparativa, bem como oferecer dados anatômicos para discussões do ponto de vista funcional voltados para a espécie, busca-se, com a presente descrição, oferecer dados relativos aos ramos terminais da aorta na espécie em apreço. Dados semelhantes são encontrados na literatura, porém relacionados aos carnívoros domésticos, como em Schwarze & Schroder (1972), Evans & Christensen (1979) e Schummer et al. (1981). METODOLOGIA Para a realização do presente trabalho, utilizou-se um exemplar adulto, fêmea, da espécie Leopardus tigrinus, encontrado em óbito às margens da rodovia BR 262, e disponibilizado pela Polícia Militar Ambiental, para utilização exclusiva em pesquisas no Laboratório de Anatomia Animal da Faculdade Vértice / Matipó / MG. O espécime teve o seu sistema cardiovascular injetado com solução corada de Neoprene látex*, buscando evidenciar assim o seu sistema vascular arterial, bem como facilitar a sua dissecação; na sequência, procedeu-se a sua fixação, mediante injeções de solução aquosa de formol a 10% e imersão em tanque contendo a mesma solução. As observações foram realizadas após dissecação da cavidade abdominal, com ênfase para os ramos terminal da aorta seguida da elaboração de desenhos esquemáticos e registros fotográficos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Após dissecação da aorta abdominal de um exemplar adulto, fêmea, de Leopardus tigrinus, verificou-se que, antes de alcançar a cavidade pélvica, e após enviar como ramo ímpar no sentido ventral a artéria mesentérica caudal, a aorta trifurca-se, originando as artérias ilíacas externas, direita e esquerda, e um tronco mediano (artéria hipogástrica); neste mesmo nível a aorta emite, bilateralmente, a artéria circunflexa ilíaca profunda, destinada à parede do abdome; o tronco hipogástrico, após trajeto caudal na cavidade pélvica de cerca de 1,5 cm, trifurca-se originando as artérias ilíacas internas, direita e esquerda, e sacral mediana. Tais achados se coadunam em parte com os registros de Evans (1993) e Ghoshal (1986), relativos ao cão, assim como com os relatos de Carvalho (1990) e Culau (2002), referentes ao gambá, semelhante aos de Cook (1965), referindo-se ao rato. CONSIDERAÇÕES FINAIS O padrão de formação e distribuição dos ramos terminais da aorta, obtidos após dissecação de um exemplar adulto, fêmea, de Leopardus tigrinus, apresenta características próprias, que se coadunam apenas em parte com os dados, obtidos na literatura, relativos ao cão (Canis familiaris), ao gambá (Didelphis albiventris) e ao rato. REFERÊNCIAS CARVALHO, R.G., et al. About the arterial blood vessels pelvic opossum’s (Didelphis albiventris) behaviour. Anat Anz, v.70, p.367-372, 1990. COOK, M.J. The anatomy of the laboratory mouse. 2.ed. London: Academic Press, 143p., 1965. CULAU, P.O.V. et al. Ramos terminais da artéria aorta abdominal no gambá (Didelphis albiventris). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ANATOMIA, 20., 2002, Maceió, AL. Anais... Maceió: Sociedade Brasileira de Anatomia, 183p. p.91, 2002. EVANS, H.E. The heart and the arteries. In: EVANS, H.E. Miller’s anatomy of the dog. 3.ed. Philadelphya: Saundersp., 586-681, 1993. GHOSHAL, N.G. Coração e artérias do carnívoro. In: GETTY, R. Sisson/Grossman anatomia dos animais domésticos. 5.ed. Rio de Janeiro: Interamericana. V.2, p.1497-1550, 1986. PADRÃO DE RAMIFICAÇÃO DO TRONCO CELÍACO NO GATO-DO-MATO (Leopardus tigrinus Schreber, 1775 – Carnivora: Felidae) Guilherme Henrique L. Soares, Nathan Vinicius de S. Guimarães e Marcos Augusto de A. Junior – Graduandos em Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Gilberto Valente Machado – Graduado em Medicina Veterinária, mestre e doutor em Anatomia dos Animais Domésticos e Silvestres. Professor e Coordenador do curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em motricidade. Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Artérias; Tronco celíaco; Leopardus tigrinus. INTRODUÇÃO O gato-do-mato (Leopardus tigrinus), também conhecido no Brasil pelos nomes de gato-macambira, pintadinho e gato-do-mato pequeno, é um mamífero carnívoro, da família Felidae e se apresenta como o menor dos felinos do gênero Leopardus encontrados na América do Sul. Ostenta uma pelagem amarelo-dourada, com rosetas escuras abertas, dispostas nas laterais do corpo. No dorso as rosetas se fundem formando listras, que vão dos olhos à base da cauda. Sua cauda é longa, a cabeça é pequena, assim como são curtos os seus membros. O peso de um animal adulto varia entre 1,5 e 3 kg, com um comprimento corporal entre 60 e 85 cm. Esses animais são encontrados desde a América Central até o norte da Argentina, ocupando ambientes variados, desde áreas abertas até florestas com vegetação densa. Tratam-se de animais solitários, com hábitos diurnos e noturnos, que se alimentam de pequenos roedores, lagartos e pequenas aves. Sua gestação dura de 73 a 78 dias, nascendo de 1 a 3 filhotes, que abrem os olhos a partir do 17º. dia, e passam a ingerir alimentos sólidos após 55 dias de nascidos. Sua morfologia é desconhecida, assim como diversos aspectos de sua biologia. Visando o interesse da anatomia comparativa, bem como oferecer dados anatômicos para discussões do ponto de vista funcional voltados para a espécie, busca-se, com a presente descrição, oferecer dados relativos ao padrão de ramificação adotado pelo tronco celíaco na espécie em apreço. Dados semelhantes são encontrados na literatura, porém relacionados aos carnívoros domésticos, como em Schwarze & Schroder (1972), Evans & Christensen (1979) e Schummer et al. (1981). METODOLOGIA Para a realização do presente trabalho, utilizou-se um exemplar adulto, fêmea, da espécie Leopardus tigrinus, encontrado em óbito às margens da rodovia BR 262, e disponibilizado pela Polícia Militar Ambiental, para utilização exclusiva em pesquisas no Laboratório de Anatomia Animal da Faculdade Vértice / Matipó / MG. O espécime teve o seu sistema cardiovascular injetado com solução corada de Neoprene látex*, buscando evidenciar assim o seu sistema vascular arterial, bem como facilitar a sua dissecação; na sequência, procedeu-se a sua fixação, mediante injeções de solução aquosa de formol a 10% e imersão em tanque contendo a mesma solução. As observações foram realizadas após dissecação da cavidade abdominal, com ênfase para o tronco celíaco e seus ramos, diretos e indiretos, seguida da elaboração de desenhos esquemáticos e registros fotográficos. RESULTADOS E DISCUSSÕES No exemplar de gato-do-mato (Leopardus tigrinus) ora estudado, observou-se que o tronco celíaco, originário da face ventral da aorta abdominal, imediatamente após a emergência desta última do hiato aórtico, emite finos ramos adrenais, bem como uma artéria frênica caudal; após trajeto de 1,5 cm, emite a artéria hepática comum, seguida da artéria gástrica esquerda, tornando-se na artéria lienal. Esta última, artéria lienal, envia um ramo conspícuo para a extremidade dorsal do baço e, em seguida, ramifica-se intensamente nas imediações da extremidade ventral daquele órgão. De cada um desses ramos lineais surgem diversas artérias pancreáticas; o ramo arterial destinado à extremidade ventral do baço emite um ramo duodenal, caracterizando assim, aquele ramo, como artéria pancreaticoduodenal cranial. Este comportamento vascular arterial reproduz, em parte, os dados relativos ao gato doméstico (Felix catus) encontrados na literatura. CONSIDERAÇÕES FINAIS O padrão de divisão e distribuição dos ramos arteriais provenientes do tronco celíaco do gato-do-mato (Leopardus tigrinus) não inclui uma divisão por bifurcação, ou trifurcação, entre ramos principais, assim com registra duas artérias lienais, dorsal e ventral, destoando assim, em grande parte, do padrão descrito para outros carnívoros. REFERÊNCIAS EVANS, H.E.; CHRISTENSEN, G.C. Miller’s anatomy of the dog. 2ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 652-692, 1979. SCHUMMER, A. et al. The circulatory system, the skin, and the cutaneous organs of the domestic mammals. In: NICKEL, R.; SCHUMMER, A.; SEIFERLE, E. The anatomy of the domestic animals. Berlin: Verlag Paul Parey, v. 3, 71-77, 1981. SCHWARZE, E.; SCHRÖDER, L. Compendio de anatomia veterinaria. V. 3 Aparato circulatorio y piel. Zaragoza: Acribia, 32-39, 1972. ARTIGOS ESTUDO DA ATIVIDADE ANTIBACTERIANA DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO E DA SEIVA BRUTA DA Jatropha multiphida L. SOBRE AS BACTÉRIAS Staphylococcus sp. e Escherichia coli. Edinarah Emerick Labate de Melo – Graduanda em Medicina Veterinária na Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX Rogério Oliva Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária. Mestre e Doutor em Medicina Veterinária. Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Luiz Fernando Breder de Lima – Graduando em Medicina Veterinária. Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O presente trabalho tem por objetivo comparar e avaliar a atividade antibacteriana do extrato hidroalcoólico e da seiva bruta da Jatropha multiphida sobre as bactérias Staphylococcus sp. e Escherichia coli. A espécie Jatropha multiphida pertence à família Euphorbiaceae e é conhecida por diversos nomes como, flor-de-coral, coraldos-jardins e flor-de-sangue; apresentando importante ação anticéptica e antifúngica devido a alguns de seus componentes, principalmente o tanino, que possui ação antimicrobiana. Foram utilizados o extrato das folhas e a seiva bruta da planta, no preparo das soluções testadas em diferentes concentrações sobre Staphylococcus sp. e , Escherichia coli, em suspenções contendo os preparados e as bactérias e em meio sólido de ágar Müeller-Hinton. Os resultados mostram que a seiva bruta apresentou melhor atividade antibacteriana sobre Staphylococcus sp. e , Escherichia coli. PALAVRAS-CHAVE: Jatropha multiphida; atividade antibacteriana; Staphylococcus sp.; Escherichia coli. INTRODUÇÃO Desde 1977, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem incentivado o estudo de plantas tradicionalmente conhecidas como medicinais, com o objetivo de avaliar cientificamente os benefícios da utilização de medicamentos fitoterápicos e de conhecer, ao mesmo tempo, os riscos de seu uso indevido. Muitos centros de pesquisa, em todo o mundo, vêm desenvolvendo estudos sobre as propriedades farmacológicas das plantas medicinais. No entanto, faltam ainda evidências laboratoriais e clínicas sobre a eficácia e a segurança de seu emprego, tanto em animais como em seres humanos (LOGUERCIO et al.,2005) O Brasil é um país que possui grande biodiversidade, com inúmeras espécies na fauna e flora ainda não identificadas e sequer conhecidas pelos cientistas. Dentre as inúmeras plantas existentes e cultivadas, grande parte destas possuem princípios medicinais. (LORENZI e MATOS, 2008) e pelo menos a metade das espécies vegetais existentes no país pode apresentar alguma propriedade terapêutica útil à população (DELAPORTE et al., 2002). O avanço da medicina convencional não inibiu o progresso das práticas curativas populares, pois estas trazem a possibilidade de uma melhor relação custo beneficio para a população, promovendo saúde a partir de plantas produzidas localmente (ARNOUS et al.,2005). A Jatropha multiphida, da família Euphorbiaceae, tem sido utilizada como acelerador do processo cicatricial, porém somente foi encontrado trabalho científico referente à sua ação antifúngica (ADESOLA e ADETUNJI, 2007). Como não há relatos do efeito desta planta sobre bactérias, o presente trabalho teve por objetivos avaliar o efeito antibacteriano do extrato hidroalcoólico e da seiva bruta da J. multifida sobre Staphylococcus spp. e , Escherichia coli. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A Jatropha multiphida pertence à família Euphorbiaceae e é conhecida pelos nomes vulgares de bálsamo, flor-de-coral, coral, coral-dos-jardins e flor-de-sangue. Suas flores são muito pequenas, de cor vermelho-brilhantes, e agrupadas em cachos; as folhas tem de 10 a 20 cm de largura e são divididas em segmentos ou lóbulos estreitos, afilados, longos e podem ter as extremidades lisas ou dentadas; os frutos são amarelos e normalmente contém três sementes. Apresenta seiva abundante leitosa ou incolor (BUCH et al.,2008). Segundo Barg (2004), suas sementes são tóxicas, contêm alcalóides, glicosídeos e toxialbuminas, que provocam dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia quando ingeridas em grande quantidade. Martins et al., (2005), ao analisarem os princípios ativos e propriedades farmacológicas de oito plantas, observaram que a espécie Jatropha multiphida que é utilizada como anticéptica e antifúngica, apresentava ácido gálico em seu látex agindo sobre a inibição de inflamação. O ácido gálico é um composto fenólico presente em muitas plantas, sendo um dos constituintes dos taninos hidrolisáveis (BATTESTIN et al., 2004). Plantas ricas em tanino são empregadas na medicina tradicional no tratamento de várias moléstias, entre elas, feridas, queimaduras e processos inflamatórios. Sabe-se que o tanino auxilia na produção de uma camada protetora devido à formação de um complexo tanino-proteína e/ou de polissacarídeos sobre regiões tissulares danificadas. Além disso, esse composto tem capacidade de se ligar com íons metálicos, adquirindo atividade antioxidante e sequestradora de radicais livres (SANTOS e MELLO, 2004; BARROSO et al.,2010). O mecanismo de ação antimicrobiana dos taninos explica-se por três hipóteses. A primeira pressupõe os taninos inibindo enzimas bacterianas e fúngicas e/ou se complexando com os substratos dessas enzimas; a segunda inclui a ação dos taninos sobre as membranas celulares dos microrganismos, modificando seu metabolismo, e a terceira fundamenta-se na complexação dos taninos com íons metálicos, diminuindo a disponibilidade de íons essenciais para o metabolismo microbiano (SCALBERT, 1991). MÉTODOLOGIA Preparo do material vegetal Para o preparo do extrato foram utilizadas folhas de Jatropha multiphida L., Cultivadas na faculdade Vértice- Univértix. As folhas íntegras da planta f lavadas foram penduradas para secar a sombra. Em seguida foram distribuídas uniformemente em envelopes de papel e levadas à estufa, numa temperatura de 45ºC durante 5 dias. Após a secagem, 60g de folhas foram triturados e peneirados em uma malha fina. Depois, foram colocados 30g de pó da folha de J. multiphida em 300ml de solução hidroalcoólica 70%, por uma semana. O extrato bruto foi concentrado em banho-maria na temperatura de 50º-55ºC para a eliminação total do solvente. Para a produção da solução com extrato foi retirado 4g de extrato bruto de J. multiphida, diluindo em 10mL de água destilada, resultando em concentração final de 40% (400mg/mL). A seiva bruta (látex) das folhas frescas de J. multiphida, foi extraída por gotejamento após o corte das folhas e do caule da planta. Para a solução a partir da seiva bruta foi utilizado 4g de látex de J. multiphida, diluindo em 10mL de água destilada, resultando numa concentração final de 40% (400mg/mL). As soluções feitas com o extrato e a seiva bruta foram conservada na geladeira, durante os dias de uso. Atividade antibacteriana Foram utilizados isolados de Staphylococcus sp. e Escherichia coli provenientes do laboratório de inspeção de produtos de origem animal do Departamento de Medicina Veterinária da UFV, onde são mantidos congelados a 20°C. As bactérias foram cultivadas em ágar BHI (Brain Heart Infusion Agar), a 37°C, durante um período de 24 a 48 horas. Os cultivos foram suspensos em solução salina estéril até ajuste da turvação à escala 0,5 de McFarland (1,5 x 10 8 unidades formadoras de colônias/ mL). Para determinar a concentração inibitória mínima (CIM), a solução contendo as bactérias (1,5 x 108 UFC/ml) foi colocada em 10 tubos de ensaio, 1ml por tubo, para cada bactéria em cada tratamento. Formando dois tratamentos, um com extrato e o outro com seiva bruta da J. multiphida, ambos na concentração inicial de 400mg/ml. Foram feitas diluições seriadas do extrato e da seiva bruta sendo retirado 1 ml de cada diluição e colocado nos tubos contendo uma quantidade fixa de bactérias, obtendo soluções com concentrações finais de 200; 100; 50; 25; 12,5; 6,25; 3,13; 1,56; 0,78; 0,39 mg/ml do extrato e da seiva bruta, para o Staphylococcus sp. e para a Escherichia coli. Os tubos foram incubados a 35ºC por 18 h. O teste foi feito em duplicata. Os resultados foram analisados visualmente e classificados em “positivo” ou “negativo” para a formação de colônias de Staphylococcus sp. e Escherichia coli, observadas no fundo dos tubos. Todas as diluições do extratos e da seiva foram submetidos a uma subcultura adicionando 1ml de cada diluição em tubos inclinados contendo 3 ml de ágar Müeller-Hinton, para avaliar se haveria crescimento bacteriano. A CIM seria determinada como a menor concentração na qual há inibição de crescimento, porém com crescimento positivo na subcultura e a concentração bacteriana mínima (CBM) seria determinada como a menor dose que visualmente apresentar inibição de crescimento e que na subcultura também não apresentar crescimento bacteriano (SUFFREDINI et al., 2007). RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados dos tratamentos com diferentes concentrações do extrato hidroalcoólico e seiva bruta da J. multiphida sobre Staphylococcus sp. e sobre Escherichia coli, estão representados nas tabelas 1 e 2. Segundo a metodologia descrita por Suffredini et al.,2007) a concentração inibitória mínima (CIM) para o extrato das folhas de J. multiphida foi de 25,0 e 12,5 mg/ml para o Staphylococcus sp e a Escherichia coli , respectivamente. Enquanto que para a seiva bruta as CIM foram de 12,5 mg/ml para as duas bactérias testadas. (Tabelas 1 e 2) Tabela 1. Observação da precipitação de colônias de Staphylococcus sp. em tubos contendo soluções com diferentes concentrações (200 a 0,39 mg/ml) do extrato hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida, após 18h de incubação a 35ºC. Concentração do extrato da folha (mg/mL) Precipitação de colônias de Staphylococcus sp Concentração da seiva bruta (mg/mL) Precipitação de colônias de Staphylococcus sp 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Tabela 2. Observação da precipitação de colônias de Escherichia coli em tubos contendo soluções com diferentes concentrações (200 a 0,39 mg/ml) do extrato hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida, após 18h de incubação a 35ºC. Concentração do extrato da folha (mg/mL) Precipitação de colônias de Escherichia coli Concentração da seiva bruta (mg/mL) Precipitação de colônias de Escherichia coli 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Quando as soluções bacterianas contendo o extrato e a seiva bruta da J. multiphida, em diferentes concentrações, foram adicionados ao meio sólido, ágar Müeller-Hinton, foi constatado que houve crescimento bacteriano mesmo nas concentrações que não apresentaram precipitação de colônias para o extrato e que algumas concentrações que tinham precipitado colônias de bactérias não tiveram crescimento bacteriano em meio sólido principalmente para a seiva (TABELAS 3 e 4). A precipitação nas soluções de extrato e seiva podem não indicar multiplicação bacteriana e sim a agregação das bactérias ao tanino hidrolisável (ácido tânico), que segundo Martins et al., (2005) é um dos componentes medicinais da J. multiphida. De acordo como Reinold (1997), o tanino hidrolisável pode se ligar a proteínas formando complexos que precipitam espontaneamente. Como o ágar Müeller-Hinton é um meio que favorece o crescimento bacteriano, consideramos este a melhor técnica para avaliar a atividade antibacteriana do extrato e da seiva bruta, constatando que a seiva foi capaz de inibir o crescimento do Staphylococcus sp e da Escherichia coli em todas as concentrações testadas (TABELAS 3 e 4). A divergência entre as duas técnicas impossibilitou determinar a concentração bacteriana mínima. Tabela 3. Observação da presença de colônias de Staphylococcus sp. em tubos contendo meio sólido de ágar Müeller-Hinton, em diferentes concentrações (200 a 0,39 mg/ml) do extrato hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida, incubados a 35ºC por 20h. Concentração do extrato da folha (mg/mL) 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Formação de colônias de Staphylococcus sp Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Positivo Concentração da seiva bruta (mg/mL) 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Formação de colônias de Staphylococcus sp Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Tabela 4. Observação da presença de colônias de Escherichia coli em tubos contendo meio sólido de ágar Müeller-Hinton, em diferentes concentrações (200 a 0,39 mg/ml) do extrato hidroalcoólico de folhas e da seiva bruta da J. multiphida, incubados a 35ºC por 20h. Concentração do extrato da folha (mg/mL) 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Formação de colônias de Escherichia coli Positivo Positivo Negativo Positivo Positivo Positivo Negativo Negativo Negativo Negativo Concentração da seiva bruta 200 100 50,00 25,00 12,50 6,25 3,13 1,56 0,78 0,39 Formação de colônias de Escherichia coli Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo CONSIDERAÇÕES FINAIS O ensaio com soluções em diferentes concentrações do extrato e da seiva bruta mostrou ser pouco confiável, quando comparado com o crescimento em meio sólido enriquecido (ágar Müeller-Hinton). No meio sólido a seiva bruta apresentou melhor eficácia na inibição do crescimento do Staphylococcus sp e da Escherichia coli. REFERENCIAS ADESOLA, A.T.; ADETUNJI, O.O. The efficacy of Jatropha multifida in the management of oral candidiasis: a preliminary study. The Internet Journal of Alternative Medicine, v.4, n.1, 2007 ARIAS, M.V.B.; BATTAGLIA, L.A.; AIELLO, G.; CARVALHO, T.T.; FREITAS, J.C. Identificação da suscetibilidade antimicrobiana de bactérias isoladas de cães e gatos com feridas traumáticas contaminadas e infectadas. Semina: Ciências Agrárias, v.29, n.4, p.861-874, 2008. ARNOUS, A.H.; SANTOS, A.S.; BEINNER, R.P.C. Plantas medicinais de uso caseiro-conhecimento popular e interesse por cultivo comunitário. Revista Espaço para a Saúde, v.6, n.2, p.1-6, 2005. BARG, D.G. Plantas Tóxicas. 2004. Dissertação (Pós-Graduação em Engenharia Biomédica): Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo. São Paulo: Instituto Brasileiro de Estudos Homeopáticos. Disponível: http://www.esalq.usp.br/siesalq/pm/plantas_toxicas.pdf Acesso em: 26 de março 2013. BARROSO, J.E.M.; XIMENES, F.H.B.; LEITE, C.R. et al.Comparação entre os efeitos de diferentes tratamentos na cicatrização de pele por Segunda intenção em ovinos Acta Veterinaria Brasilica, v.4, n.4, p.298-302, 2010 BATTESTIN, V.; MATSUDA, L.K.; MACEDO, G.A. Fontes e aplicações de taninos e tanases em alimentos. Alimentos e Nutrição., v.15, n.1, p.63-72, 2004. BUCH, D.R.; ARANTES, A.B.; CAMPELO, P.M.S. Verificação da atividade cicatrizante do exudato de folhas de Jatropha multifida L. Revista Brasileira Farmácia, v.89, n2, p.142-145, 2008. DELAPORTE, R.H.; MILANEZE, M.A.; MELLO, J.C.P.; JACOMASSI, E. Estudo farmacognóstico das folhas de Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze (Amaranthaceae). Revista acta farmacéutica bonaerense, v.21, n.3, p.169-174, 2002. LOGUERCIO, A.P.; BATTISTIN. A.; VARGAS, A.C.; HENZEL, A.; WITT, N.M. Atividade antibacteriana de extrato hidro-alcoólico de folhas de jambolão (Syzygiumcumini (L.) Skells). Ciência Rural, v.35, n.2, p.371-376, 2005. 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Uma das rotas de infecção em humanos é a contaminação cruzada entre carne e utensílios usados na manipulação destes alimentos, sendo os açougues considerados pontos chave para a prevenção de casos de salmoneloses. Por estas razões, o objetivo do presente trabalho foi fazer um levantamento de dados sobre Salmonella em utensílios e carnes comercializadas em açougues e também programar a avaliação dos açougues do município de Matipó-MG para a presença deste mesmo patógeno. A revisão sobre o assunto mostrou que apesar da importância, poucos resultados estão disponíveis. Foi possível também selecionar açougues que participarão das coletas em Matipó-MG e que serão finalizadas até o final de 2013. Com os resultados no município, será possível usar as ferramentas corretas no controle e prevenção de surtos de toxinfecção alimentar. PALAVRAS-CHAVE: Salmonella; açougue; toxinfecção alimentar; carne; utensílios. INTRODUÇÃO Um dos principais micro-organismos associados a toxinfecção alimentar é a bactéria do gênero Salmonella, estando relacionado não apenas a saúde pública, mas também à perdas econômicas em países desenvolvidos e em desenvolvimento. Esta infecção é causada frequentemente pelo consumo de alimentos de origem animal, como carnes e seus derivados, contaminados com este patógeno (STEVENS et al., 2008; RHOADS et al., 2009; CARRASCO et al., 2012). Salmonela spp pertence ao grupo das enterobacteriaceas, são bacilos gram negativos, anaeróbios facultativos e possuem temperatura ideal de crescimento a 37o C. A salmonelose, infecção causada por este patógeno, pode possuir altas taxas de morbidade, além de altas taxas de mortalidade em países subdesenvolvidos (SÁNCHEZ-VARGAS et al., 2011). A doença causada por este micro-organimo é caracterizada por: febre tifoide, febre enterica e as enterocolites (salmoneloses), resultando em febre, dores abdominais, diarreia e vômitos (FRANCO, 2005). A associação existente entre produtos de origem animal e a presença de Salmonella existe, pois, esse micro-organismo faz parte da microbiota intestinal da maioria dos mamíferos mesmo que esses não apresentem sinais de doença, havendo assim constante risco de contaminação da carcaça (ABOUZEED et al., 2000; BUNIC e SOFOS, 2012; ABBASSI-GHOZZI et al., 2012). Diversas rotas de contaminação podem ser responsabilizadas pela chegada do patógeno no produto cárneo, como por exemplo: contaminação cruzada, manipulação inadequada dos alimentos e o consumo de carne contaminada (LITTLE et al., 2008). Dentre essas opções, a contaminação cruzada entre equipamentos e alimentos, e a mão do manipulador com o alimento, podem ser consideradas como os principais fatores responsáveis pela ocorrência de toxinfecções alimentares (IROHA et al., 2011; FERREIRA et al., 2012; PAPADOPOULOU et al., 2012). Dentro da cadeia produtiva da carne, os açougues ocupam um papel de destaque em relação às contaminações cruzadas, pois, representam o ponto mais próximo entre a carne processada e o consumidor final. Muitos trabalhos destacam justamente os utensílios utilizados em açougues como as facas, mesas e moedores de carne, como potenciais fontes de contaminação do produto final (PÉREZRODRÍGUEZ et al., 2010; VOIDAROU et al., 2011). Sabendo da importância deste patógeno para a saúde pública e os riscos inerentes a manipulação dos produtos de origem animal nos açougues, é que o presente trabalho teve por objetivo avaliar a presença de Salmonela spp em utensílios de açougues e produtos cárneos, comercializados no Município de Matipó, Minas Gerais. METODOLOGIA Até o momento, foram selecionados os açougues que irão participar desta pesquisa de identificação de Salmonella em utensílios utilizados em açougue e carnes comercializadas por estes estabelecimentos. Também foi desenvolvido no primeiro semestre de 2013, um projeto piloto para isolamento deste patógeno em produtos de origem animal. Quatro açougues concordaram em participar da pesquisa com a condição de que não serão revelados seus nomes/ marcas em divulgações científicas. Este esclarecimento foi fundamental para a participação destes estabelecimentos, uma vez que, muitos se preocupam com futuras punições por eventuais contaminações que possam ser identificadas. Como projeto piloto, amostras de produtos de origem animal foram adquiridas no intuito de preparar a equipe, participante do projeto, para as etapas de isolamento convencional de Salmonella (ISO 6579). Estão programadas 2 visitas por mês em cada estabelecimento participante da pesquisa. Nestes estabelecimentos serão coletadas, através de esfregaço superficial, amostras de: Mão (H); Mesa (T); Faca (F); Moedor de Carne (M); Carne de Suíno (CS); e Carne de Bovino (CB). O isolamento convencional da Salmonella será feito no laboratório de microbiologia da Faculdade Univértix – Matipó, segundo os padrões internacionais de identificação (ISO 6579). Para confirmação dos isolados, amostras serão enviadas para o Laboratório de Biologia Molecular da Universidade Federal de Viçosa e submetidas à análise confirmatória por Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). O cronograma de trabalho prevê a finalização das coletas e identificação das amostras suspeitas no início de dezembro de 2013. O restante do período será destinado ao desenvolvimento de um artigo científico que será submetido para publicação em revista de impacto na área. RESULTADOS E DISCUSSÕES Vários pontos dentro de um açougue podem ser considerados como de risco para a contaminação dos alimentos por organismos patogênicos (UPADHYAYA et al., 2012; HANSEN et al., 2010). Cossi et al., (In press) analisaram amostras retiradas das mãos dos funcionários, mesas de corte, pisos da sala de refrigeração, moedores e amaciadores de carne. Após suas análises, foram identificadas cepas de Salmonela spp apenas na mesa de corte, deixando claro a sua importância para a contaminação cruzada de alimentos. Resultados semelhantes foram obtidos por Pinheiro e colaboradores (2010), que identificaram Salmonela spp em tabuas de plástico utilizadas para preparação de alimentos em uma instituição de ensino. A contaminação estava presente em 90% das tabuas examinadas, indicando condições sanitárias deficientes. Outros autores, além de compartilharem da ideia da importância da tábua utilizada para cortar carne, discutem a relevância do material que este utensílio é fabricado (HURREL et al., 2009; VESTBY et al., 2009; MORETRO et al., 2009). Superfícies de madeira, por exemplo, possuem a desvantagem de serem difíceis de higienizar e por esta razão não devem ser utilizadas para manipulação de alimentos, uma vez que propiciam o crescimento de micro-organismos (PINHEIRO et.al., 2010). Mãos dos manipuladores são também importantes para a contaminação cruzada dos alimentos de origem animal. A razão de sua importância é que muitas vezes os funcionários não possuem conhecimento sobre Boas Praticas de Fabricação ou as conhecem e não as pratica (MESSIAS, 2007). CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a realização desta revisão, é evidente a necessidade de mais pesquisas para identificação e eliminação das rotas de contaminação. Outra forma de controle é a conscientização e treinamento dos manipuladores em relação às boas praticas de fabricação e formas de higienização de materiais que entram em contato com os produtos. REFERÊNCIAS ABBASSI-GHOZZI, Ines.; JAOUANI, Atef.; HAMMAMI, Samiha.; MARTINEZURTAZA, Jaime.; BOUDABOUS, Anis.; GTARI, Maher. Molecular analysis and antimicrobial resistence of Salmonella isolates recovered from raw meat marketed in the área of “Grand Tunis”, Tunisia. Pathologie Biologie, v. 60, p. 49-54, 2012. ABOUZEED, Yousef Mohammed.; HARIHARAN, Harishwaram.; POPPE Cornelius.; KIBENGE, Frederick S.B. Characterization of Salmonella isolates from beef cattle, broiler chickens and human sources on Prince Edward Island. Comparative Immunology, Microbiology & Infections Diseases. v. 23, p. 253-266, 2000. BUNIC, Sanja. AND SOFOS, John. Interventions to control Salmonella contaminations during poultry, cattle and pig slaughter. Food Research International, v. 45, p. 641-655, 2012. CARRASCO, Eugenio.; MORALES-RUEDA, Andrés.; GARCÍA-GIMENO, Rosa, Maria. Cross-contamination and recontamination by Salmonella in foods: A review. Food Research International, v.45, p.545-556, 2012. COSSI, Marcus. Vinicius. Coutinho.; BURIN, Raquel. Cristina.Konrad.; LOPES, Danilo. Augusto.; DIAS, Mariane. Rezende.; PARMA, Natalia.; PINTO, Paulo. Sergio. de Aruda.; NERO, Luis. Augusto. Antimicrobial resistance and virulence profiles of Salmonella isolated from butcher shops in Minas Gerais, Brazil. Journal of Food Protection – In press. FERREIRA, Rogerio. Santos; SIMM, Erny. Marcelo. Análise microbiológica da carne moída de um açougueda região central do município de Para de Minas/ MG. Revista Digital FAPAM, Para de Minas, n.3, pag., 37-61, abr. 2012. FRANCO, Bernadette. .Gombossy. Melo.; LANDGRAF, Mariza. Microbiologia dos Alimentos. Atheneu, São Paulo,2005. 182p. HANSEN, Tomas. Blom.; CHRISTENSEN, Bjarke, Bak.; AND AABO, Svanhild. Salmonella in pork cuttings in supermarkets and butchers’ shops in Denmark in 2002 and 2006.Zoonoses Public Health.V. 57, p. 23-29, 2010. HURRELL, Elaine.; KUCEROVA, Eva.; LOUGHLIN, Martin.; CAUBILLA-BARRON, Juncal.; AND FORSYTHE, Stephem. 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Aspectos higiênicos-sanitários, manipuladores de alimentos, gerentes e consumidores: situação das lanchonetes do tipo fast food da cidade do Rio deJaneiro/RJ. 2007. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Tecnologia, Rio de Janeiro, 2007. MORETRO, Trond., L. K. VESTBY, Lene. L. NESSE, S. E. STORHEIM, Kjersti.; KOTLARZ, Denise AND LANGSRUD, Solveig. Evaluation of efficacy of disinfectants against Salmonella from the feed industry.Journal of Applied Microbiology, v. 106, p. 1005-1012,2009. PAPADOPOULOU, O. S.; CHORIANOPOULOS, Nikos. G.; GKANA, E. N.; GROUNTA, A. V.; KOUTSOUMANIS, K. P.; NYCHAS, G.-J. E. Transfer of foodborne pathogenic bactéria to non-inoculated beef fillets through meat mincing machine. Meat science, v. 90, p. 865-869, 2012. PEREZ-RODRIGUEZ, F., CASTRO, R., POSADA-IZQUIERDO, G. D., VALERO, A., CARRASCO, E., GARCIA-GIMENO, R. M. 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Hygienic quality and antibiotic resistance profile of sliced butchery. Anaerobe, v. 17, p. 344-350, 2011. GT 03 - ENGENHARIAS RESUMOS DILATAÇÃO EM CONSTRUÇÕES CIVIS Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Bruna de Assis Gomes. Graduando em Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Calor, Construção Civil, Dilatação Térmica. INTRODUÇÃO Segundo Ferraro et al., 2010, a dilatação é o nome que se dá ao aumento do volume de um corpo ocasionado pelo aumento de sua temperatura, o que causa o aumento no grau de agitação de suas moléculas e consequente aumento na distância média entre as mesmas. A dilatação é um fenômeno bastante conhecido e levado em consideração na construção civil. Embora a dilatação de um sólido ocorra em todas as dimensões, pode predominar a dilatação de apenas uma das suas dimensões sobre as demais. A dilatação térmica está presente em todas as construções civis, pois todos os matérias se dilatam quando submetidos a um determinado aumento de temperatura, e isso pode causar inúmeros problemas se não forem tomados os devidos cuidados quando forem feitas nossas construções (LÔBO et al., 2009). A dilatação térmica é a expansão das dimensões de um sólido ou líquido durante a exposição à alta temperatura (SMITH e NESS, 2011). As moléculas do metal, por exemplo, absorvem a energia térmica que incide em sua superfície, e isso ocasiona aumento das vibrações moleculares. Essas vibrações fazem com que as moléculas aumentem sua energia cinética e por consequência se afaste uma das outras, com isso, expandido seu tamanho. Se apenas uma das dimensões do metal varia de tamanho, esta expansão é chamada dilatação linear, se a área do metal variar de tamanho a dilatação é superficial, e se o volume variar a dilatação é volumétrica. (FERRARO et al., 2010). Experimentos podem ser usados para mostrar a dilatação de forma mais evidente, como o identificado na figura ao lado, que consiste de uma esfera, um anel, uma haste e uma vela. A esfera, quando em temperatura ambiente, passa facilmente pelo orifício, quando aquecemos a mesma, ela sofre expansão térmica, não passando mais pelo anel. Podemos chegar ao mesmo resultado, mantendo a temperatura da esfera e resfriando o anel, que por sua vez comprime, impossibilitando a passagem da esfera. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a influência da temperatura nas construções civis e no cotidiano. METODOLOGIA O presente trabalho foi desenvolvido por alunos e professores do Curso de Engenharia Civil da Faculdade de Vértice – UNIVÉRTIX, no laboratório de Física. Na construção civil, para prevenir possíveis trincas e rupturas por causa da dilatação térmica dos materiais utilizam-se as ”folgas", chamadas de juntas de dilatação (SMITH e NESS, 2011). Foram utilizados os seguintes materiais para o desenvolvimento do trabalho: um dilatômetro, uma lamparina pequena, uma barra de liga de ferro, um termômetro de 150 Cº, uma caneta laser e uma folha de papel milímetrado. RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo Lôbo & Ferreira (2009), quando a temperatura de um corpo varia, ocorrem variações de comprimento em cada uma de suas dimensões, variações estas que dependem da forma do corpo e da substância de que ele é feito. A variação de qualquer dimensão linear de um corpo com a temperatura se chama dilatação térmica. De acordo com Chaves (2007), a constante de proporcionalidade a é denominada de coeficiente de dilatação linear. Seu valor depende da natureza do material da haste. No experimento, para a determinação dos coeficientes lineares, foram feitas medições em três materiais diferentes. A grandeza física que relaciona variação da dimensão com a variação de temperatura chama-se coeficiente de dilatação linear () (FERRARO e TOLEDO, 2010), e é definido como: ∝= D𝑳 𝑳𝟎 . D 𝑻 DL = variação do comprimento da haste L0 = Comprimento inicial da haste DT = variação de temperatura Com as medidas obtidas foram feitos os cálculos para a verificação dos coeficientes de dilatação lineares de cada material. Material 01 ∝= D𝑳 0,75 ∝= = 2,11 . 10−5 °𝐶 −1 𝑳𝟎 . D 𝑻 500. (100 − 29) O resultado do coeficiente assemelhou-se ao coeficiente de dilatação do latão (2,4. 10−5 °𝐶 −1 ). Portanto, conclui-se que o material pode ser constituído por alumínio. Material 02 ∝= D𝑳 0,60 ∝= = 1,69 . 10−5 °𝐶 −1 𝑳𝟎 . D 𝑻 500. (100 − 29) O resultado do coeficiente assemelhou-se ao coeficiente de dilatação do cobre (1,4. 10−5 °𝐶 −1 ). Portanto, conclui-se que o material pode ser constituído por cobre. Material 03 ∝= D𝑳 0,40 ∝= = 1,12 . 10−5 °𝐶 −1 𝑳𝟎 . D 𝑻 500. (100 − 29) O resultado do coeficiente assemelhou-se ao coeficiente de dilatação do aço e do ferro, ambos com 2,0. 10−5 °𝐶 −1 . Portanto, conclui-se que o material pode ser constituído por ferro. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após o término da pesquisa e os resultados do experimento foi possível afirmar que mesmo pequenas fissuras na estrutura das construções que nos rodeiam podem ocasionar desastres, assim como a utilização de materiais com alto coeficiente de dilatação, por isso é necessário que seja feito um monitoramento frequente das estruturas destas construções. REFERÊNCIAS CHAVES, Alaor.; FÍSICA BÁSICA: Gravitação, fluidos, ondas, termodinâmica Rio de Janeiro:LTC, 2007. FERRARO, Nicolau Gilberto, TOLEDO, Paulo & FOGO, Rodrigo. Física Básica: volume único. 3ª Edição – Editora São Paulo, 2010. LÔBO, Ivon; FERREIRA, Sérgio. Dilatação Térmica. Química nova, São Paulo, v.32, n.6, p.1596-1608, julho. 2009. MAGALHÃES, Ivan de Almeida. Dilatação linear. Disponível em: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/sala_de_aula/fisica/termologia/dilatacao _termica/termologia_2_2_dilat_linear. SILVA, Marco. Aurélio. Dilatação Linear. http://www.brasilescola.com/fisica/dilatacao-linear.htm . Disponível em: SMITH, Jannes; VAN NESS, Hhigh. Introdução à termodinâmica da engenharia química. 3.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 53-57, 2011. CARACTERIZAÇÃO DO ATERRO CONTROLADO DE SÃO PEDRO DOS FERROS Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Luiz Antônio de Carvalho Junior. Graduando em Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Resíduos sólidos; compostagem e triagem; aterro controlado. INTRODUÇÃO Para que um resíduo tenha destino adequado, é necessário que ele seja classificado de acordo com as normas brasileiras. A NBR 10.004 - Classificação de resíduos (ABNT, 1987c) classifica os resíduos em três classes: classe I - perigosos; classe II não-inertes; classe III - inertes. Essa classificação baseia-se na presença de certas substâncias perigosas, relacionadas na norma. O processo produtivo, na grande maioria das vezes, tem como consequência a geração de resíduos que precisam de tratamento e destino adequados, uma vez que diversas substâncias bastante comuns nos resíduos industriais são tóxicas e algumas têm a capacidade de bioacumulação nos seres vivos, podendo entrar na cadeia alimentar e chegar até o homem. O aterro controlado é um local destinado à deposição final do resíduo sólido, também pode ser considerada uma solução intermediária entre o popular lixão e o aterro sanitário que é a solução mais eficiente para a destinação dos resíduos sólidos gerados pela atividade humana. Resíduos sólidos, de acordo com ABNT 10004, são resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.Com o aumento crescente do consumo e produção de bens e aumento da população a geração destes resíduos quando não racionalmente tratados podem gerar impactos ambientais negativos, como contaminação do solo e seus efluentes e sérios riscos à saúde pública. O presente trabalho tem como objetivo caracterizar o aterro controlado da cidade de São Pedro dos Ferros –MG, que foi feito através da visita “in Loco”. O espaço para descarte dos resíduos fica próximo à cidade cerca de 6 KM. Além de propor soluções para a melhora do sistema implantado adicionando também a instalação de uma Usina de Triagem e Compostagem, que processaria uma média de 4 toneladas de resíduos diariamente, gerando alguns empregos diretos e contribuindo para com que o município cumpra o seu papel perante as exigências governamentais que tem prazo estipulado para o ano de 2014. METODOLÓGIA Para caracterização do aterro sanitário de São Pedro dos Ferros - MG, foi elaborado um questionário em que representantes do município responderam o mesmo. O trabalho baseou-se além da aplicação do questionário, no intercâmbio de conhecimentos e experiências, levantamento de dados e informações por meio de referências existentes, observações em campo, entrevistas e registros fotográficos, para entendimento das questões relacionadas à temática do estudo, bem como para caracterização qualitativa e quantitativa dos resíduos sólidos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Com o estudo e a análise dos dados, apenas 29% do lixo coletado na cidade possuem sistema de coleta seletiva, o restante é descartado sem nenhum tipo de separação. A cidade analisada recolhe cerca de 1.500 a 2.000 kg de lixo por dia. Todo lixo da cidade tem como destino final do lixo o aterro sanitário, a forma mais correta de disposição. O rejeito da Usina de triagem e compostagem seriam descartados no aterro controlado. O lixo disposto inadequadamente, sem qualquer tratamento pode poluir o solo, alterando suas características físicas, químicas e biológicas, constituindo-se num problema de ordem estética e, mais ainda, numa séria ameaça à saúde pública. (LIMA, 1995). Este processo sendo implantado seguindo as normas legais traria benefícios financeiros e ambientais. Segundo Fonseca (1999) nos dias de hoje, um dos problemas mais sérios enfrentados pela comunidade é o lixo urbano. Esse problema se relaciona diretamente com o crescimento constante da população, exigindo mais produção de alimentos e industrialização de matérias-primas, transformando-as em produtos industrializados, contribuindo, assim, para o aumento dos resíduos sólidos, com consequências desastrosas para o meio ambiente e para a qualidade de vida da coletividade. A área do aterro controlado está próximo a saturação de seu uso o que levará a prefeitura à busca de outro local para este fim. Vale ressaltar que o aterro controlado está em situação regular, estando sua área totalmente cercada, sinalizada e devidamente fechada e suas valas são devidamente cobertas após o descarte dos resíduos. CONSIDAÇÕES FINAIS Atualmente vivendo em uma sociedade de consumo onde os bens produzidos são também facilmente descartados e levando em conta o crescente aumento demográfico, a geração de resíduos torna-se um problema constante para todos. Para amenizar este problema global atitudes e políticas locais para destinação correta destes resíduos aliada a conscientização da população traria melhor qualidade de vida e saúde além de contribuir para a melhora do meio ambiente. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. NBR 10.004/2004: Resíduos Sólidos-Classificação. Rio de Janeiro, 2004. Constituição federal. LIMA, Luiz. Mario. Queiroz. Lixo Tratamento e Biorremediação. 3ª edição: HEMUS. São Paulo-Sp. 1995. FONSECA. Iniciação ao Estudo dos Resíduos Sólidos e da Limpeza Urbana: A União. 1999. CONFORTO AMBIENTAL DE AMBIENTES CONSTRUIDOS Vitória Emanuella da Silva Alves - Graduada em Engenharia Agronômica. Mestre em Fitotecnia. Doutora em Proteção de Plantas. Professora da FTC - Itabuna, BA. Lorena Oliveira Barcelos, Cleiton Santana Nunes e Walter Silva Santos Graduandos em Engenharia Civil. FTC - Itabuna, BA. Neyde Terezinha de Assis Gomes de Azevedo - Graduada em Agronomia, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Eunice Cláudia Schlick-Souza - Graduada em Engenharia Agronômica. Mestre em Proteção de Plantas. Maria de Lourdes Nascimento Maitan Araújo - Graduada em Ciências Biológicas. Mestre em Entomologia. Doutora em Proteção de Plantas. Professora da Escola Estadual Prof. José Pedretti Neto, Botucatu, SP. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Conforto ambiental; economia; proveitos ambientais. INTRODUÇÃO O lar é o ambiente mais desejável do ser humano sem moradia, pois é o local onde ele provavelmente utilizará para atividades de extrema importância e assim, surge uma necessidade de mudança, que possa conciliar as necessidades de redução de gastos. O conforto ambiental nas edificações está associado às variáveis: ruído, iluminação, temperatura, umidade, pureza e velocidade do ar, radiação, estado físico, entre outras. Quando se refere ao ambiente construído, utilizando-se racionalmente os recursos disponíveis e técnicas que visem a sustentabilidade, é desenvolvido um trabalho que possa de maneira realista trazer uma diminuição dos assentamentos urbanos mal projetados, que causam impacto ambiental, para novas opções de moradias, bem projetadas e equipadas para promover uma maior eficiência na utilização dos recursos naturais disponíveis. Entretanto, ainda há problema no sentido de que essa alta eficiência veio aliada ao alto custo, tornando inviável para a maioria da população, como ressalta os dados do Ministério das Cidades (2008) o déficit habitacional do Brasil foi estimado em 5,546 milhões de domicílios. Neste sentido, este trabalho teceu considerações relacionadas ao conforto ambiental, quando se refere ao ambiente construído e seus moradores. METODOLOGIA De acordo com Lakatos e Marconi (1992), o levantamento bibliográfico é caracterizado como pesquisa de fontes secundárias, pois se tratam de um levantamento de bibliografia já publicada em formas de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. Deste modo, optou-se em realizar uma pesquisa nos bancos de dados do SCIELO, GOOGLE ACADÊMICO, PERIODICOS CAPES, utilizando os descritores: conforto Ambiental, caráter arquitetural, condições higrotérmicas dos ambientes; conforto ambiental e sustentabilidade que objetivassem que o produto arquitetônico final correspondesse às necessidades e condicionantes do meio ambiente natural. RESULTADOS E DISCUSSÕES É possível fazer bom proveito dos recursos naturais, encontrar materiais que sejam atrativos economicamente e tenham bom desempenho, adequá-los a construção e então aprimorar a qualidade de vida das pessoas. O maior foco é proporcionar incentivos em pesquisas voltadas ao conforto, desde a escolha do terreno, até decisões posteriores como a escolha da parte térmica, acústica, visual, entre outros, que tragam um menor impacto e custo. Duarte e Serra (2003) ressaltam que cada cidade tem um mosaico de microclimas diferentes, da mesma forma que existe um mesoclima urbano. Desta forma, para uma boa aplicação dos proveitos ambientais é possível explorar a criação de materiais reciclados e ecologicamente corretos e investimentos na geração de imóveis que usufruam dos benefícios, como o vento, que pode ser utilizado na climatização do ambiente, ou seja, a exploração de janelas, ambientes abertos, podendo minimizar a utilização de equipamentos com alto gasto de energia como: ar condicionados, que ao reduzir uma hora do seu tempo de uso diário, pode-se obter uma economia de até R$12.61 ao mês; a luz solar, que através de telhas recicladas e/ou transparentes, contribuirão ao ambiente a diminuição do uso de lâmpadas e aquecedores que representam pouco mais de 14% da conta de luz; a cobertura natural, com a implantação de árvores que crescem agarradas às paredes da casa formando uma camada externa que proporciona um equilíbrio térmico no ambiente; energia solar, que através de placas fotossensíveis posicionadas no telhado das residências podem suprir uma boa parte da necessidade de energia elétrica do imóvel; os pré-aquecedores de água para banho que segundo a participação do chuveiro elétrico no consumo total de energia das residências está em torno de 20% a 25% para moradores sem o sistema de aquecimento solar em torno de 15% a 26% para os consumidores com sistema de aquecimento solar, dependendo apenas da região, e a reutilização da água da chuva, que com um planejamento básico e projeto hidráulico, é possível armazenar e reutilizar a água, seja ela para, lavar passeios, veículos, regar o jardim, descargas de sanitários entre outras (VISINTAINER; CARDOSO; VAGHETTI, 2012; LIBRELOTTO et. al., 2012). CONSIDEREÇÕES FINAIS A finalidade da sustentabilidade dos ambientes construídos é gerar um crescimento que não abale os pilares ambientais e proporcionem um conforto considerável, que perpasse por todo o processo de moradia, desde o gênesis da residência à culminância da mesma, permitindo um equilíbrio entre o homem e o ambiente, sem esquecer que, a prova de uma atitude racional é, agir hoje, de maneira que possibilite o amanhã existir. Não é uma tarefa fácil aliar questões ambientais com possíveis economias, pois ainda há uma barreira quanto a suas qualidades e aceitação das pessoas que são leigas ao assunto. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério das cidades: Secretaria Nacional de Habitação. DÉFICIT HABITACIONAL NO BRASIL. 2008. Disponível em: <http://www.cidades.gov.br>. Acesso em: 20 de ago. de 2013. DUARTE, Denise; SERRA, Geraldo. Padrões de ocupação do solo e microclimas urbanos na região de clima tropical continental: Correlações e proposta de um indicador. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 3, n. 2, p. 8, abr./jun. 2003. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica: Ciência e conhecimento; Métodos científicos; Teoria, hipóteses e variáveis. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1992. 250 p. LIBRELOTTO, Lisiane Ilha et al. A Teoria do Equilíbrio. Florianópolis: DIOESC, 2012. 350 p. VISINTAINER, Michael Renê Mix; CARDOSO, Larriê Andrey; VAGHETTI, Marcos Alberto Oss. Habitação popular sustentável: Sustentabilidade econômica e ambiental. Anais do Seminário Nacional de Construções Sustentáveis. Rio Grande do Sul, 2012 ARTIGOS SUSTENTABILIDADE E SUA APLICAÇÃO NAS EMPRESAS E NA CONSTRUÇÃO CIVIL Marco José Fialho Miranda, Maria Isabel da Costa, Priscila Rodrigues de Oliveira, Tatiane Aparecida Queiroz Viana – Graduandos em Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Érica Estanislau Muniz Faustino- Graduada em Física. Especialista em Ensino de Física. Mestranda em Ensino de Física. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Andréia Almeida Mendes - Graduada em Letras. Especialista em Docência do Ensino Superior. Mestre em Linguística. Doutoranda em Linguística. [email protected] RESUMO Sustentabilidade quer dizer, sustentar, favorecer, apoiar, conservar e cuidar da natureza. Grandes empresas ainda não se conscientizaram da importância da sustentabilidade em meio social dos negócios, por causa disso muitas delas pagam indenização muito alta. Empresas sustentáveis não comentem Greenwashing ou Bluenwashing (ocultar os aspectos negativos de seu desempenho ambiental). Essas empresas se enriquecem usufruindo matérias primas: areia, metais, madeira e pedras. A construção civil é um grande gerador de resíduos em meio urbano, pois nem sempre há espaços disponíveis para seu depósito; com isso, alguns devem ser reaproveitados ou reciclados. O objetivo principal de tudo isso é reduzir o impacto ambiental. PALAVRAS-CHAVE: Empresas; Meio Ambiente; Sustentável. INTRODUÇÃO Devido principalmente às mudanças climáticas causadas pela ação predatória do homem no meio ambiente, o tema sustentabilidade tem apresentado crescente interesse entre pesquisadores acadêmicos, causando uma emergência planetária. Assim, atualmente, reconhece-se a importância de fatores como meio ambiente, o impacto sobre as comunidades e a longevidade dos funcionários, o que significa uma visão mais ampla de sustentar a lucratividade da empresa ao longo dos anos. (GORE, 2006). Ao se desenvolver este artigo, a preocupação foi justamente a de analisar como as empresas podem preparar e estabelecer um mecanismo sustentável em defesa do meio ambiente; tudo isso, com o intuito de fazer as empresas se conscientizarem da responsabilidade de criar um empreendimento social, econômico e ambiental, para que possa atuar e desenvolver um trabalho participativo, até mesmo criando ONGs, para melhor elaborar esses projetos. Trata-se de um artigo de revisão bibliográfica que objetiva analisar o processo de sustentabilidade, bem como o seu funcionamento e aplicação em empresas e na construção civil. SUSTENTABILIDADE: CONCEITO E APLICAÇÃO NAS EMPRESAS De acordo com a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1991), o termo sustentabilidade surge a partir da década de 80, com a publicação do relatório “Nosso Futuro Comum”, com o objetivo de contrapor a realidade vivida pela humanidade desde a Revolução Industrial. A partir de seu surgimento, esse termo foi ganhando força e começou a sua caminhada rumo a uma nova proposta desenvolvimentista para a sociedade. O documento publicado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento foi que definiu o Desenvolvimento Sustentável como aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. “Criamos uma economia que não pode sustentar o progresso econômico, uma economia que não pode nos conduzir ao destino desejado” (BROWN, 2003, p.6). Para Brasil (2011), há nove aspectos principais para o crescimento econômico das organizações em relação à sustentabilidade: ambiental, ecológico, social, político, instrumental, espacial, cultural, econômico e demográfico. Ainda segundo Brasil (2011), já estamos no século XXI e as empresas têm se conscientizar que a sustentabilidade faz parte de todos os aspectos. Empresas que sonegam esse projeto ambiental, às vezes, pagam um preço muito alto, através indenizações, perdendo sua imagem e credibilidade antes de legalizar seus negócios. A NIKE, por exemplo, nos anos de 1980 a 1990, teve sua matéria-prima, vindo da Ásia, explorando o trabalho infantil; não demorou muito para o escândalo cair na mídia. Atendendo a sugestões de ativistas de direitos humanos do Paquistão, o jornalista veterano Sydney H. Schanberg viajou ao Sul Asiático para investigar acusações de exploração do trabalho infantil para o fornecimento de produtos aos mercados globais. A reportagem daí resultante, intitulada “Sixcentsan hour” (Seis centavos por hora), irrompeu na edição de junho da revista Life. Nela aparecia uma fotografia de um garoto de doze anos, chamado Tariq, cercado por pedaços de bolas de futebol Nike, que ele costuraria durante todo o dia. Pagamento que recebia por esse trabalho: seis centavos. O contraste chocante com os milhões pagos para atletas como Michael Jordan, para mero endosso, acabou muita gente como atitude moralmente repugnante (BRASIL, 2011, p. 132). Ainda segundo Brasil (2011), essa repercussão correu o mundo, muitas pessoas fizeram manifestações em frente a lojas da NIKE, com o intuito de afastar os clientes. Contrapartida, tentando afastar todas as acusações feitas pela concorrência, ironicamente a mesma proibiu todo trabalho infantil, ordenou que todos os trabalhadores tivessem idade acima de dezesseis anos, suas adicionais teriam que fornecer ensino fundamental e médio gratuito. Até ONGs foram convidadas para inspecionar seu trabalho, a NIKE ainda foi mais longe, divulgando os endereços de seus fornecedores externos. Hoje, há quem aponte como referência em matéria sustentável, de modo sarcástico, a mesma lidera projeto contra trabalho infantil, aprendendo então da maneira mais difícil. METODOLOGIA Trata-se de um artigo de revisão bibliográfica em que se realizou pesquisa com a intenção de abranger ao máximo os conceitos e características da sustentabilidade, sua aplicação nas empresas, os dados foram coletados a partir de pesquisa bibliográfica em livros, artigos científicos, dicionários e sites. Os quais foram analisados e interpretados para melhor compreensão. Como já informado, segundo Brasil (2005), a sustentabilidade abrange nove aspectos principais para o crescimento econômico, tais como: ambiental, ecológico, social, político, instrumental, espacial, cultural, econômico e demográfico. O PAPEL DA EMPRESA SUSTENTÁVEL De acordo com Pearson Education do Brasil (2011), de certa forma a empresa tem que realizar projetos sustentáveis, por meio fácil ou difícil, mantendo o desenvolvimento econômico, social e ambiental de seus negócios antes de tomar qualquer decisão. Segundo Brasil (2007), a empresa precisa passar por quatro análises especiais: a) O que diz a empresa - exemplificando como um recém-contratado para direcionar a empresa em matéria sustentável: deve-se colher os documentos relacionados ao assunto e declarações ambientais, políticas, trabalhistas na área de segurança e saúde. Qualquer relatório afirmando seu conteúdo deve investigar seus indicadores quantitativos sobre sua organização, pois muitas empresas praticam o greenwashing ou o bluewashing, que é ocultar aspectos negativos de seu desempenho ambiental, passando uma falsa imagem sustentável. b) Como a empresa opera - essa é a etapa mais importante na parte de verificações na qual se aplica as normas vigentes, e averiguações de ações jurídicas pendentes contra a empresa. Além das obrigações legais, é importante saber se a empresa se preocupa em respeitar a lei, buscando melhorar ainda mais seu desempenho ambiental. c) A natureza do negócio da empresa - talvez essa seja a parte mais difícil para algumas organizações, porque precisam medir quão sustentável são negócios. É interessante saber se existem produtos não renováveis, como: petróleo, cuja combustão provoca graves danos na natureza. Muitas empresas ainda conseguem fazer alguma coisa pelo meio ambiente. A SHELL, por exemplo, apoia a fonte sustentável de energia solar. A TOYOTA e HONDA estão revolucionando o mercado com motores híbridos que aumentam expressivamente a eficiência de seus veículos. Cabe lembrar que não é fácil uma empresa tornar-se sustentável, precisa encarar de frentes os desafios estabelecidos pelas normas legais, pode também ser uma estratégia contra os concorrentes no futuro. d) Como a sustentabilidade aplica no setor - entende-se mais como uma conclusão ou, até mesmo, uma comparação entre um ramo e outros. Compara-se um relatório sustentável entre um banco e uma mineradora, os impactos são tratados de maneira totalmente diferentes. Outro exemplo é o agronegócio que responde a demandas bastantes características. Em questão ao desmatamento, transgênicos e uso da água costumam serem os mais relevantes nesse setor. SUSTENTABILIDADE NAS OBRAS DE ENGENHARIA CIVIL Construção sustentável é um sistema que atua sobre o meio ambiente, sem esgotar os recursos oferecidos pela natureza. Neste sistema, utiliza-se na construção civil de materiais e tecnologias que reduzem a poluição do meio ambiente e que não o agride durante as etapas de obtenção, fabricação, aplicação e durante a sua vida útil. O ideal é a utilização de produtos a base de água ou 100% sólido, pois os mesmos não emitem gases e nem odores quando entram em contato com oxigênio. Além de serem produtos ecológicos, promovem conforto ao usuário. (GUEDES, 2013) De acordo com Jorge Alberto Soares Tenório, engenheiro metalúrgico, escola técnica da USP, resíduos sólidos é um dos problemas mais comuns na sociedade, hoje, com o crescimento urbano desordenado, fazendo com que o lixo seja um problema sério. (PHILIPPI JR, 2004), Esse o crescimento, associado aos problemas concentrados nas cidades e os processos da humanidade, aumentaram a quantidade e a duração de vida.Em contrapartida, em relação a matéria-prima, pode comprometer a qualidade de vida no futuro, denominando-se o crescimento sustentável. De acordo com Moreira (2005), o objetivo de gerenciamento de resíduos é minimizar sua geração para que diminua o problema do lixo urbano, uma vez que os espaços disponíveis são raros. As empresas brasileiras ainda encontram-se um pouco acomodadas em relação à Gestão Ambiental. A geração de resíduos é muito grande, se não houver um conceito básico com relação ao que pode, e o que não pode, irá destruir o Meio Ambiente. Exemplo básico da atualidade de hoje: Tabela 1: Benefício da reciclagem Material reciclado 1000 Kg de papel 1000 Kg de plástico ... evita Tempo de decomposição do resíduo 1 a 3 meses 200 a 450 anos O corte de 20 árvores A extração de milhares de litros de petróleo 1000 Kg alumínio A extração de 5000 Kg de 100 a 500 anos minério 1000 Kg de vidro A extração de 1300 Kg de 4000 anos areia Fonte: Manual A Embalagem e o Meio Ambiente citado em Moreira (2005) Segundo Mota (2013), atualmente, dentro da engenharia civil, está surgindo um novo conceito: construção sustentável, que além de tornar a obra ecológica, pode torná-la mais barata. A construção civil é uma das que causam impacto no meio ambiente; por exemplo: anualmente, no Brasil, 35% de todos os materiais extraídos da natureza são destinados a construção civil, tais como: madeira, metais, areia e pedras. Com o objetivo de reduzir esse impacto, os profissionais de engenharia civil começaram a desenvolver esse novo conceito de construção sustentável. Ainda para Mota (2013), tal conceito pode ser aplicado em projetos de qualquer estrutura, desde pequenas casas até grandes construções. Nessas construções, o alvo dos engenheiros civis e arquitetos é procurar usar das tecnologias ecológicas nas obras, a fim de poupar os recursos naturais e preservar o meio ambiente, sendo este baseado em cinco ideias: Projetos inteligentes – Visam a aproveitar melhor as características do a) terreno e da natureza (iluminação solar natural); b) Redução da poluição - Essa redução ocorre através do melhor aproveitamento dos materiais, evitando desperdício, uso de ferramentas reutilizáveis, separação dos resíduos, armazenando o que pode ser aproveitado e reciclar os demais. c) Materiais ecológicos - A utilização dos materiais reciclados, como plástico e concreto; madeira de reflorestamento e outros. d) Eficiência energética - Esse processo torna a obra ecológica e econômica. Essa eficiência é atingida através do uso de lâmpada e eletrodomésticos econômicos e através da energia solar. e) Aproveitamento da água - Captar as águas das chuvas para ser utilizada, evitando o desperdício. TÉCNICAS DE EMPREENDIMENTO SUSTENTÁVEL Cobertura verde Pode parecer estranho o termo “cobertura verde” (plantação de gramas no topo das construções), que não é comum em prédios e casas, porque é um jardim em nossas cabeças. Foi uma implantação do século 6 a.C., na antiga Babilônia. Tornou-se comum na Alemanha no século 19, pois além de baratear os custos, protegia as casas contra incêndio. (MOTA, 2013) Para Mota (2013), esse projeto possui inúmeras vantagens, tais como: Proteger as casas de poluição sonora da vizinhança, pois é um isolante acústico; Filtra a água da chuva para a reutilização da mesma; A poeira do ar é retirada pelas plantas que, por sua vez, torna o ar mais puro. Em contrapartida, a mesma exige manutenção, pois precisa ser cortada constantemente e os restos das plantas devem ser retirados da calha para que não haja entupimento. (MOTA, 2013) Figura 1: Construções Sustentáveis: Telhado Verde Fonte: Faria, 2013 FIGURA 2: Telhado Verde Fonte: Faria, 2013 Cortina Verde Segundo Caroline Faria (2013), cortinas verdes são telas que servem de proteção contra queda, utilizadas em sacadas; além disso, serve de suporte para plantas trepadeiras. Tem como vantagens, promover a privacidade dos moradores, reduzir a temperatura atrás da cortina sendo que as plantas, além de barrar os raios solares, liberam vapor em sua transpiração. Figura 3: Cortina Verde Fonte: Faria, 2013 CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos concluir que sustentabilidade é a implantação de um trabalho ambiental dentro das empresas, alertando-as em como melhorar seu desempenho, sem prejudicar a natureza, minimizando a geração de resíduos na construção civil que tem sido hoje o maior responsável pelos impactos ambientais em favor do progresso. REFERÊNCIAS BRASIL; Pearson Education do. Gestão Ambiental. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. BROWN, Lester R. Ecoeconomia: construindo uma economia para a terra. Salvador: UMA, 2003. COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Nosso futuro comum – Comissão Mundial sobre meio ambiente e desenvolvimento. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991. FARIA, Caroline. Técnicas Sustentáveis - Arquitetura Bioclimática. 2013. Disponível em: http://projetoengineers.blogspot.com.br/2013/05/tecnicas-sustentaveisarquitetura.html Acesso em: 14 jun. 2013. GORE, Al. Uma verdade incoveniente. São Paulo: Manole, 2006. GUEDES; Paulo. Construção Sustentável. 2013. Disponível http://projetoengineers.blogspot.com.br/2013/04/construcoes-sustentaveis.html Acesso em: 27 junho 2013. em: MOREIRA; Maria Suely. Estratégia e Implantação do Sistema de Gestão Ambiental. 3. ed. Nova Lima: INDG TecS, 2005. MOTA; Mirian. A Engenharia Civil e as construções sustentáveis. 2013. Disponível em: http://www.guiadacarreira.com.br/artigos/atualidades/engenhariacivil-construcoes-sustentaveis/Acesso em: 01 Junho 2013. PHILIPPI JR.; Arlindo. ROMÉRIO; Marcelo de Andrade. BRUNA; Gilda Collet. Curso de Gestão Ambiental. São Paulo: Manole Ltda., 2004. PROJETO MONTANHA RUSSA - LOOPING: PORQUE O CARRINHO NÃO CAI Érica Estanislau Muniz Faustino - Graduada em Física. Especialista em Ensino de Física. Mestranda em Ensino de Física. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Nayara Helena Fialho Oliveira, Gladston Ramaldes Moreira - Graduandos em Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O presente trabalho tem como base os fundamentos do estudo das transformações de energia. A partir de conhecimentos teóricos e de aparatos experimentais da mecânica, foi construída uma maquete de montanha russa para descrever uma trajetória de uma bolinha para realizar um looping. Em testes realizados a altura do looping e o tipo de esfera foram cruciais para que a bolinha descrevesse toda a trajetória. Também foi verificado que os testes realizados na inclinação dos trilhos e o atrito foram fatores de êxito no experimento. Este estudo propicia a compreensão das aplicações dos conhecimentos de física nas grandes construções da engenharia civil, o que faz do estudante de engenharia estar mais próximo da prática de sua área de atuação. PALAVRAS-CHAVE: Montanha russa; transformações de energia; experimentação; looping. INTRODUÇÃO Segundo Hewitt (2002, p. 119) “mais importante do que ser capaz de enunciar o que é energia é compreender como ela se comporta – como ela se transforma”. Aplicando o estudo de física geral e experimental ao curso de engenharia, foi desenvolvido um trabalho experimental para compreender a trajetória de um corpo em uma montanha russa, que para crianças e adultos é um brinquedo misturado de medo, emoção quando atravessa um looping. Isso resulta nas transformações de energia além das envolvida nos processos de conservação e dissipação. A maquete construída de uma montanha russa com materiais de baixo custo busca mostrar como alguns conceitos da física são aplicados na prática. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para entender o funcionamento de uma montanha russa começaremos por explicar o conceito físico principal para o funcionamento da mesma: Energia e Trabalho. “A energia, apesar de ser um conceito de extrema importância, não pode ser definido facilmente” (SERWAY, 2004). Podemos dizer que em um sistema formado por dois corpos existirá energia se, de alguma forma, puder movimentar “coisas” ou fazer com que “coisas” funcionem. Trabalho é qualquer esforço aplicado onde há deslocamento. Ao empurrar um corpo e ele se mover foi realizado ali trabalho. Por outro lado, por mais força que exista em um corpo, se não houver movimento, não estará sendo realizado trabalho. Trabalho é uma grandeza escalar. Nenhuma direção esta associada a ele. Sua unidade de trabalho é o J (N.m). Utilizamos a fórmula W=F.d para calcular trabalho quando a força é constante em módulo e direção. Quando a força é variável ou a trajetória é curva dividimos esta trajetória em pequenos pedaços aproximadamente retilíneos e o trabalho total se dará pela somatória das forças retilíneas encontradas nestes pedaços. 𝑊 = ∑ 𝐹𝑥 . ∆𝑥 Quando aproximamos os deslocamentos ∆x de zero, aumentamos sem limites o número de termos na soma. Este limite da soma pode ser representado pela seguinte integral: 𝑥1 ∫ 𝐹𝑥𝑑𝑥 𝑥2 Uma partícula que segue uma trajetória curva terá seu trabalho calculado pela integral que envolve o ângulo entre a força e o deslocamento mesmo que tanto o módulo da força quanto o ângulo variem durante o deslocamento. Uma vez que o trabalho realizado é transformado é preciso discutir os tipos de energia que estão envolvidas. Energia potencial é a energia armazenada em um corpo para que este possa realizar um trabalho. No caso da montanha russa a energia potencial aplicada se chama energia potencial gravitacional que é a energia associada a dois objetos que se atraem através da força gravitacional. Ao elevar um corpo de massa m a uma altura h em relação ao solo estamos fazendo com que esse corpo armazene energia potencial gravitacional. Ao soltar o corpo esta energia potencial se transforma em energia cinética, que é a chamada energia de movimento. Sempre que é realizado um trabalho alguma energia potencial é convertida em energia cinética. Existe também uma energia chamada energia térmica, que é a energia transferida de um corpo para outro em forma de calor devido à força de atrito. Aplicando isso a uma montanha russa é notável que o carrinho, ao ser levantado até o topo inicial desta montanha, este armazena energia potencial gravitacional, energia esta que será responsável pelo movimento do carrinho durante todo o trajeto a ser percorrido. Quando o carrinho é liberado esta energia potencial transforma-se em energia cinética, ou energia de movimento, pela ação da força gravitacional. Mas, uma parte desta energia é perdida em forma de calor pelo atrito com os trilhos e com o ar. Concluindo assim, nenhuma energia foi perdida, foi apenas transformada. É a chamada Conservação da energia. Em uma montanha russa a energia potencial não é convertida em energia cinética apenas uma vez. No topo da montanha o carrinho está com sua energia potencial em seu valor máximo. À medida que o carrinho desce essa energia é convertida em cinética, mas esta mesma energia cinética conduz o carrinho até o próximo topo. Chegando neste topo a energia cinética é convertida novamente em energia potencial. E assim sucessivamente. Ao entrar no looping o carrinho possui grande energia cinética e pouca potencial. A energia potencial aumenta à medida que o carrinho chega ao topo do looping, mas logo é convertida em energia cinética novamente para o carrinho terminar a volta. Vimos que, uma parte desta energia é perdida em forma de calor devido à força de atrito com os trilhos e com o ar. Muitas vezes imaginamos que a força de atrito só ocorre em corpos de superfície áspera. “Objetos comuns que parecem lisos, e que sentimos como lisos são ásperos e corrugados em escala atômica (microscópica).” (TRIPLER, 2009). A força de atrito é dada por 𝑭𝒂 = 𝝁. 𝑭𝒏 onde Fn é a intensidade da força normal exercida pela superfície sobre o corpo e 𝜇 é o coeficiente de atrito do corpo. Quando um corpo está em movimento sobre outro a força de atrito é chamada de força de atrito cinético. Já quando a força é tamanha que impede um corpo de se movimentar é chamada de força de atrito estático. Em uma montanha russa a força de atrito é importante, pois, é ela quem irá determinar a velocidade do descolamento do carrinho nos trilhos. Quanto menor o atrito maior será a velocidade adquirida. Outros conceitos aplicados em uma montanha russa são: aceleração centrípeta e força centrípeta. Segundo Resnick (2008) “visto que a força sempre aponta para o centro do círculo, ela é conhecida como força centrípeta (fazendo referência ao centro). A aceleração também deve apontar para o centro do círculo (aceleração centrípeta)”. A resultante das forças centrípetas e a aceleração centrípeta devem ter a mesma direção e o mesmo sentido. Sendo assim, quando possuímos o valor da massa do objeto conseguimos calcular o tamanho da força centrípeta, que nada mais é do que a soma das forças normal e peso no ponto mais alto da trajetória curva. 𝐹𝑐 = 𝐹𝑛 + 𝑃 = 𝑚𝑣² 2 𝑎𝑐 = 𝑣² 𝑅 Estas aceleração e força ocorrem no looping, a parte mais emocionante do brinquedo, quando os passageiros ficam literalmente de cabeça para baixo. Mas apesar da força da gravidade puxar o carrinho para o centro, o mesmo não cai devido à aceleração causada pela alta velocidade em que se encontra, velocidade esta que empurra o passageiro contra o carrinho e o carrinho contra os trilhos impedindo que eles despenquem. Figura 1 - Forças aplicadas em um looping METODOLOGIA O experimento foi desenvolvido pelos alunos e pela professora de física do curso de engenharia civil da Faculdade Univértix de Matipó-MG. Foi construída uma maquete para observação dos resultados. Foram utilizados os seguintes materiais: Uma folha de Madeirit de 2,20 m² e 13 mm de espessura (Base da maquete); Mangueiras de silicone (mangueiras de nível de construção civil) (trilho); Tiras de poliestireno branco de 2 mm (para prender um lado a outro do trilho); Madeira de pino (estrutura); Bolinhas de vidro 28 mm de diâmetro (carrinho 1); Bolinhas de borracha brilhantes e foscas 30 mm de diâmetro (carrinho 2). RESULTADOS E DISCUSSÕES O objetivo inicial de realizar um looping com raio de aproximadamente 35 a 40 centímetros. Através do princípio da conservação da energia foi observado que para que a bolinha conseguisse completar o looping seria necessário um topo inicial de 2,5 vezes o tamanho do raio do looping. Assim foi construído um topo inicial com altura de 94 cm e um looping de aproximadamente 37 cm de raio. O atrito foi desprezado. Não foi possível realizar o looping com sucesso porque a distância necessária entre o topo inicial e o looping, ultrapassava o tamanho máximo da maquete, que é 2,20 m x1,00 m. Já neste primeiro teste foram utilizadas diferentes bolinhas, uma de vidro – bolinha de gude – e outras várias de borracha, lisas (brilhantes) e ásperas (foscas), logo, perceberam que a bolinha de vidro e as bolinhas de borracha que continham verniz não teriam uma trajetória desejável, a bolinha de vidro era muito pesada e não completava o looping e/ou saía dos trilhos, já o atrito entre estas bolinhas de borracha lisas e o trilho era muito pequeno, assim elas “descarrilaram”. Além disso, a cada vez que a bolinha de vidro saía dos trilhos e a cada impacto com o chão ela sofria pequenas quebras e deformações. No segundo teste o topo inicial da montanha russa foi baixado para 85 cm e o looping construído mediu 34 cm de raio. Nenhuma das bolinhas conseguiu realizar o looping. Devido à força de atrito foi necessário diminuir o looping, visto que aumentar o topo não era possível. O raio do looping foi reduzido para aproximadamente 20 cm. Verificando todas as bolinhas mais uma vez, a bolinha de vidro e borrachas envernizadas não deram certo. A de vidro ao chegar ao topo do looping despencava e as de borracha na maioria dos testes realizados saiam dos trilhos. Ao testar uma bolinha de borracha fosca, mais áspera foi alcançado com sucesso o percurso do looping. A intenção era mostrar aos alunos como a bolinha conseguia realizar todo o percurso utilizando apenas a energia potencial gravitacional armazenada no topo inicial da montanha para isso foi necessário diminuir novamente o topo do looping pois, não havia mais espaço na maquete para continuar o percurso porque o looping ficou exatamente no limite da base, não deixando espaço para projetar nenhuma curva e seguir o trajeto. Após discussões o grupo optou por diminuir o topo inicial para 68 cm e utilizar a base de 2,20 x1,00m na diagonal para ganhar mais espaço para o trajeto. Como não foi calculado os valores de coeficiente de atrito dos materiais para calcular a força de atrito e encontrar o tamanho necessário do looping, através de meios de tentativas e erros conseguiu-se fazer um looping com 15 cm de raio. Nestas tentativas foi usado uma bolinha de borracha áspera. Depois do looping montado tentou-se novamente utilizar as outras bolinhas no trajeto, mas novamente elas caiam no topo do looping ou saiam dos trilhos. Após acertar a altura inicial e do looping era preciso continuar o trajeto da bolinha. Construiu então, logo após o looping uma curva para a direita para ganhar espaço. Como a bolinha saía com muita velocidade do looping ela não conseguia realizar a curva. Para diminuir esta velocidade antes da curva, foi construído um morro logo após a saída do looping para que a bolinha perdesse força e pudesse realizar a curva. Mesmo assim ainda o teste não obteve sucesso. Então, decidiu inclinar um pouco a curva no sentido inverso da saída da bolinha. Após vários testes a bolinha conseguiu realizar a curva após a inclinação do trilho no ângulo de 90º. Com a velocidade da bolinha diminuída e a curva realizada resta apenas concluir o trajeto e verificar até onde a bolinha teria forças para chegar. Como a velocidade já estava reduzida, a bolinha conseguiu realizar todo o resto do trajeto feito com pequenas curvas. Assim foi necessário introduzir mais um pequeno morro para que a bolinha ganhasse mais energia potencial e aumentar o tamanho do percurso. Inicialmente um morro de 10 cm a bolinha não teve forças para completar a subida. Então grupo foi diminuindo o tamanho do morro de 0,5 em 0,5 cm e testando logo a bolinha só teve força para subir mais um pequeno morro de 6 cm. O grupo encontrou problemas apesar da bolinha de borracha áspera ter funcionado corretamente durante todo o percurso, em algumas poucas vezes ela estava saindo dos trilhos, como os trilhos estavam sofrendo vibração, o grupo achou que esta poderia ser a causa do problema. O grupo puxou então, o topo da montanha para trás como mostra a figura (FIGURA 2) e prendeu à base visando esticar ao máximo a mangueira dos trilhos e evitar que esta sofresse qualquer tipo de alteração enquanto a bolinha estiver percorrendo o trajeto. Assim o problema foi resolvido. CÁLCULOS PARA COMPROVAÇÃO DOS RESULTADOS: Massa bolinha vidro = 33g / massa bolinha borracha áspera = 17g / massa bolinha brilhante = 19 g Distância do topo ate a entrada do looping = 160 cm Tempo ate a entrada do looping vidro = 1,05s Tempo ate entrada looping borracha (ambas) = 0,96 s Figura 2 - Reforço na estrutura para evitar vibração Bolinha de vidro: F = m.a = 0,033kg.9,8m/s² = 0,3234N V= d/t = 160 cm/1,05s = 152,4cm/s Bolinha de borracha áspera: F = m.a = 0,017kg.9.8m/s² = 0,1666N V = d/t = 160s/0,96s = 166,7cm/s Bolinha de borracha lisa: F = m.a = 0,019.9.8 = 0,1862 V = d/t = 160s/0,96s = 166,7cm/s Tipo de Massa Distância Tempo Força aplicada Velocidade Bolinha (kg) percorrida (cm) percurso (s) (N) adquirida (cm/s) Vidro 0,033 160 1,05 0,3234 152,4 B. Áspera 0,017 160 0,96 0,1666 166,7 B. Lisa 0,019 160 0,96 0,1862 166,7 Podíamos tirar esse B que distingue a bolinha áspera da lisa. Distância total percorrida pela bolinha: 5,72m Tempo total: 6s Velocidade média do percurso: Vm = d/t = 5,72/6 = 0,95m/s Figura 3 - Maquete pronta, sem acabamento CONSIDERAÇÕES FINAIS A intenção principal do projeto experimental foi alcançado pelo grupo. Foi possível comprovar como somente com a energia potencial gravitacional inicial o carrinho conseguiu percorrer todo o caminho proposto. Através das fórmulas foi possível concluir que a bolinha de vidro não realizou o looping por causa da sua massa. O que fez com que a bolinha chegasse com pouca velocidade na entrada do looping. Já a bolinha de borracha lisa foi por causa do seu coeficiente de atrito que não permitiu que a bolinha aderisse ao trilho, o que fez com que ela saísse do percurso, visto que, a velocidade com que ela chegou ao início do looping é exatamente a mesma a bolinha de borracha áspera. Os imprevistos encontrados na construção e na manutenção da maquete serviram para mostrar como uma escolha bem feita de materiais e um bom gerenciamento de um projeto fazem toda a diferença na Engenharia Civil. Ficou fácil comprovar como conceitos básicos da física são de extrema importância para a construção de qualquer empreendimento, seja ele de pequeno ou grande porte. REFERÊNCIAS DIOGO, Isabel. Variação da energia cinética e potencial numa montanha russa. 28 jan. 2009. Disponível em:<http://cfq-blog.blogspot.com.br/2009/01/variacao-daenergia-cinetica-e.html>. Acesso em 20 abr. 2013. HARRIS Tom. "HowStuffWorks Como funcionam as montanhasrussas". Publicado em 18 de abril de 2001 (atualizado em 06 de agosto de 2008) Disponível em: <http://criancas.hsw.uol.com.br/montanhas-russas.htm>. Acesso em 20.abr.2013. HARRIS, Tom. "HowStuffWorks - Como funcionam as montanhas-russas". Publicado em 18 de abril de 2001 (atualizado em 06 de agosto de 2008) Disponível em:<http://criancas.hsw.uol.com.br/montanhas-russas.htm>. Acesso em 20 abr. 2013. HEWITT, Paul G.. Física Conceitual. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. MARASCHIN, Gabriela. Jackson et al. Experimento de Física- Engenharia CivilUnivali 2012/1. YouTube. Disponível em: http://br. youtube.com/watch?v=wZXx475wVSA. Acesso em: 20 abr. 2013. RESNICK, Robert. HALLIDAY, David; KRANE, Kenneth S.. Física 1. 5ed. São Paulo: LTC. 2008. SAMPAIO, José Luiz; CALÇADA, Caio Sérgio. Física: 2. ed.. São Paulo: Atual, 2005. vol. único. SERWAY, Raymond A; JEWETT JR, John W. Princípios da Física: Mecânica Clássica. São Paulo. Thomson Pioneira, 2004. Vol. 1. TIPLER, Paul A.; MOSCA, Gene. Física para cientistas e engenheiros. 6 ed.. v. 1. Rio de Janeiro: LTC. 2009. YOUNG, Hugh D.; FREDMAN, Roger A. Física I: Mecânica. 12.ed. São Paulo: Person, 2008. UNIVALI. Experimento de Física – Montanha Russa. 2012. Experimento de física – Engenharia Civil – Univali 2012/1. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=wZXx475wVSA>. Acesso em 20/04/2013. TÚNEL DOS VENTOS E A ENGENHARIA CIVIL Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Leonardo Norberto de Oliveira. Rodrigo Salgado Gomes de Oliveira. Filipe Coelho Clemente Cardoso. Douglas Lima de Oliveira. Graduando de Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] RESUMO O trabalho tem como objetivo principal compreender a importância da utilização do Túnel de Vento uma ferramenta utilizada para avaliar a interação do vento com o ser humano e seu ambiente, é possível aperfeiçoar as construções e torná-las mais seguras e resistentes à pressão do vento. Na natureza para abstrair dela elementos que possam fazer a diferença, sob diversos aspectos da vida no planeta, pode ser um dos passos mais significativos da humanidade. Esse entendimento, aliado ao conhecimento técnico, traz benefícios aos mais diversos segmentos da sociedade. O túnel de vento é uma instalação que tem por objetivo simular para estudos o efeito do movimento do ar sobre ou ao redor de objetos sólidos, para ser mais preciso, edificações. A velocidade do vento estipulada para os ensaios foi de 0,2 m s-1, sendo aferida antes da aplicação de cada tratamento. As aferições da velocidade foram realizadas por um anemômetro de ventoinha modelo A892160 da empresa Extech. Visualmente, verifica-se que o escoamento na saída da tubulação tem um comportamento laminar, isto se comprova através do Número de Reynolds. Obras mais otimizadas, seguras e econômicas são as principais vantagens na utilização do teste. Essas condições são frutos dos resultados apontados no teste, tais como prognósticos de pressões, tensões, deformações, deslocamentos e características das vibrações causadas pelo vento. PALAVRAS-CHAVE: Túnel de vento, edificações, escoamento de fluídos. INTRODUÇÃO Compreender a natureza para abstrair dela elementos que possam fazer a diferença, sob diversos aspectos da vida no planeta, pode ser um dos passos mais significativos da humanidade (FELICIO, et al., 2007). Esse entendimento, aliado ao conhecimento técnico, traz benefícios aos mais diversos segmentos da sociedade. As engenharias, pela abrangência das áreas que atuam, não são diferentes. Através da engenharia do vento, ciência que trata da interação do vento com o ser humano e seu ambiente, é possível otimizar as construções e torná-las mais seguras e resistentes à pressão do vento (ABI SAAB 2004). Uma ferramenta utilizada por essa engenharia é a realização de testes nos chamados túneis de vento. Segundo Phillips et al., (1999), o Túnel de Vento é uma instalação que tem por objetivo simular para estudos o efeito do movimento de ar sobre ou ao redor de objetos sólidos. São muito utilizados em laboratórios de modelos físicos para a determinação de parâmetros nos projetos de aviões, automóveis, cápsulas espaciais, edifícios, pontes, antenas e outras estruturas de construções civis. O presente trabalho tem como objetivo a sintetização e simulação em pequena escala do que é um túnel de vento, quais as estruturas, e etapas que o fluido percorre dentro dele. Visamos mostrar também as suas aplicações e o quanto ele é importante para o estudo da engenharia. Vamos relatar sobre algumas aplicações práticas e alguns dos materiais mais utilizados para a construção de protótipo de túneis. E assim mostrar o quanto ele é importante para a sociedade através de exemplos de suas utilizações nos tempos de hoje. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA De acordo com Matsumoto (2012), os túneis de vento começaram a ser usados no final do século 19 para medir o fluxo de ar em muitas experiências com os primeiros aviões. Depois da Segunda Guerra Mundial, engenheiros ligados a competições automobilísticas começaram a usar túneis de vento, em busca de uma vantagem em relação aos concorrentes, medindo a eficiência dos dispositivos aerodinâmicos de seus carros. Mais tarde essa tecnologia passou a ser empregada em carros de passageiros e de carga. Segundo Felicio, et al. (2007), túnel é uma instalação que tem por objetivo simular para estudos o efeito do movimento do ar sobre ou ao redor de objetos sólidos. Túneis físicos para de a vento são muito utilizados determinação de aviões, automóveis, cápsulas espaciais, em laboratórios de modelos de parâmetros nos edifícios, pontes, antenas e projetos outras estruturas de construções civis. De acordo com Halliday et al., (2004), a construção de modelos físicos, em escalas reduzidas, embora tentada anteriormente por Arquimedes, Leonardo Da Vinci e outros estudiosos só foi possível após a descoberta da Teoria da Semelhança Mecânica por Isaac Newton e do Teorema de Bridgman. Nos modelos aerodinâmicos a semelhança mecânica aplicada é a de Mach, nos modelos hidrodinâmicos de escoamentos em condutos forçados utiliza-se a chamada Semelhança de Reynolds e nos condutos livres (canais, usinas hidrelétricas, vertedores) utiliza-se a chamada Semelhança Mecânica de Froude (HALLIDAY et al., 2004). No Brasil, de acordo com Barros, et al (2008), os túneis de vento subsônicos pequenos e médios podem ser encontrados em algumas instituições como USP (Universidade de São Paulo), ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e a UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba). Em São Paulo, no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) existe o maior túnel de vento subsônico de toda a América Latina, que permite aos meteorologistas, por exemplo, simular catástrofes como o Furacão Catarina e, observar como uma construção reage no quesito da aerodinâmica (DELMEE et al., 2011). Além destes, túneis de ventos supersônicos, para estudos aeroespaciais, podem ser encontrados no ITA, em São José dos Campos, e na UFABC, em Santo André. Estes são modelos de tuneis horizontais. Outro modelo de túnel do vento são os Túneis de vento vertical. Estes equipamentos podem utilizar o princípio de propulsão ou de sucção, o vento dentro dele pode atingir velocidades superiores a 250km/h fazendo com que qualquer pessoa possa flutuar dentro dele. São utilizados para simular a queda livre e servem para treinamento de paraquedistas em diversas situações ou posições (BARLOW, et al., 1999). Segundo Fox & Mcdonald (2001), nos Túneis de Sucção o ar que circula pelo seu interior pode ou não ser reaproveitado, os que reaproveitam o ar são conhecidos como recirculados e são mais econômicos. Já existem vários túneis verticais instalados pelo mundo. Os túneis de vento são usados para simular o fluxo de ar em laboratórios sob condições controladas. Ele tem-se mostrado de grande utilidade em estudos de micro meteorologia, tendo como vantagens a facilidade de controlar a realização de medidas através de análises de sensibilidade, bem como custos de realização menores (MATSUMOTO, 2012). Geralmente os túneis de vento são formados por ventiladores, tubos para a circulação do ar, corredores para o escoamento e uma área reservada para os ensaios, equipada com uma balança cujos sensores estão conectados a computadores. Os túneis de vento podem ser classificados com base na velocidade do fluxo de ar na seção de teste e com base na forma. Com base na velocidade do fluxo podemos classificar de acordo com Matsumoto (2012) os túneis em: a) Subsônico ou Túneis de Vento de Baixa Velocidade, com uma velocidade máxima de fluxo neste tipo de túneis de vento podem ser 135 m / s. Fluxo de velocidade em túneis de vento é geralmente preferida em termos de número de Mach, que vem a ser em torno de 0,4 para este caso. Este tipo de túneis de vento são mais rentáveis, devido à simplicidade do design e baixa velocidade do vento. Geralmente os túneis de vento de baixa velocidade são encontrados em escolas e universidades por causa do baixo orçamento. Uma segunda classificação são os Túneis de Vento Transônicos, com uma velocidade máxima na seção de teste do túnel de vento transônico pode atingir a velocidade de até 340 m, ou seja, som/s ou número de Mach 1. Estes túneis de vento são muito comuns na indústria aeronáutica, pois maioria dos aviões operam em torno desta velocidade (MATSUMOTO, 2012). E os Túneis de Vento Supersônicos e Hipersônico. Os Sepersônicos com velocidade do ar na seção de teste do túnel de vento como pode ser até Mach 5. Isso é feito usando bocais divergentes. Os requisitos de energia para os túneis de vento, tais são muito elevados. Os Túneis de Vento Hipersônico, com uma velocidade do vento na seção de teste deste tipo de túneis de vento podem medir entre Mach 5 e Mach 15. Isso também é conseguido usando convergente – bocais divergentes. Segundo Felicio (2007), os túneis de Vento baseado na forma, podem ser de Circuito Aberto, o qual é aberto em ambas as extremidades. As chances de partículas de sujeira entrarem com o ar são altas. São os Túnel Suckdown e Túnel Ventilador. O Túnel Suckdown, tem uma entrada aberta para a atmosfera, o ventilador axial ou centrífugo é instalado após a seção de teste. Este tipo de túnel de vento não é o preferido porque o ar entra com turbulência significativa. O Túnel Ventilador, possui um ventilador instalado na entrada do túnel de vento que joga o ar no túnel. A turbulência é um problema também neste caso mas os túneis ventilador são muito menos sensíveis a ela. Para De Bortoli, et al., (2002), além de abertos os Túneis De Vento podem ser de Circuito Fechado, onde o ar circula no sistema de uma forma regulada. As chances de sujeira entrar no sistema são muito baixas. O fluxo é mais uniforme do que no tipo aberto. Os túneis de vento são projetados para um propósito específico e faixa de velocidade. Portanto, há muitos tipos diferentes de túneis de vento e várias maneiras de classificá-los. Os túneis de vento são frequentemente indicados pela velocidade na seção de teste em relação à velocidade do som. A relação da velocidade do ar com a velocidade do som é chamado de número de Mach (HALLIDAY et al., 2004). Segundo Moller et al., (2004), os túneis são classificados como subsônico (M < 0,8), transônico (0,8 < M <1,2), supersônicos (1,2 < M < 5,0), ou hipersônico (M > 5,0). A distinção pelo número de Mach é causada pela importância relativa dos efeitos de compressibilidade. Para fluxos subsônicos, podemos negligenciar os efeitos da compressibilidade. Para fluxos transônicos e supersônicos, os efeitos da compressibilidade devem ser considerados. Para fluxos supersônicos, devemos fazer considerações adicionais para o estado químico do gás. Os efeitos de dimensionamento do número de Mach pode ser, teoricamente, derivadas da conservação do momento do ar no túnel. A compressibilidade afeta o projeto da seção de teste de um túnel de vento: para os túneis subsônicos, a seção de teste tem a menor área de seção transversal, para os túneis supersônicos a garganta do bocal tem a menor área. Os túneis são construídos sob muitas formas e para diferentes propósitos. Alguns têm dimensões que permitem testar aviões em tamanho real. Outros podem apenas testar modelos em escala. Desde a NBR 6123:1988 – Forças devidas ao vento em edificações -, os túneis de vento passaram a ser equipamentos imprescindíveis à construção civil. É através deles que se agregam segurança e inovação às obras. No Brasil, a utilização desta tecnologia é recente. Na UFRGS, o túnel de vento foi construído pela iniciativa do engenheiro civil Joaquim Blessmann, em 1972. Localizado dentro do Laboratório de Aerodinâmica das Construções (LAC) o equipamento é hoje o mais completo da América Latina. Seu uso tornou-se intenso a partir de 1996, quando o Brasil passou a otimizar as construções e torná-las mais seguras e resistentes à pressão dos ventos. A ferramenta da UFRGS já atendeu mais de 300 projetos da construção civil. O procedimento começa com o envio das plantas em Autocad ao laboratório. A partir daí, os engenheiros do LAC projetam uma maquete para submetê-la ao ensaio. Ao atingir um edifício, o vento imprime dois tipos de esforços: a pressão frontal (barlavento) e a sucção (sotavento). Por isso, quando há um teste em túnel de vento, leva-se em consideração o local que a edificação será construída (situação geográfica), o tipo do terreno e a presença de obstáculos no entorno, além de geometria e altura da edificação. Para obras civis, são realizadas todas as medições de pressões, forças, deslocamentos e acelerações causadas pelo vento. METODOLOGIA O trabalho foi desenvolvido por professores e alunos do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, Matipó-MG. O projeto foi feito no Autocad, de acordo com figura 1. A partir daí, analisamos e projetamos o modelo de maquete reduzido que foi submetido ao ensaio (figura 2). Além da edificação, reproduzimos todo o contexto no qual ela será inserida, as construções do entorno, enfim, tudo o que possa interferir na pressão do vento. Figura 1. Desenho no AUTOCAD do Túnel de Vento utilizado na UNIVÉRTIX. O ensaio foi realizado em túnel de vento de circuito aberto, construído em alvenaria, com comprimento de 3 m (figura 2). A ventilação foi impulsionada por um ventilador axial de dupla hélice, de 0,9 m de diâmetro, acionado por um motor com 1,5 HP de potência. Em sequência ao ventilador, que fica localizado na parte inicial do túnel de vento, foram instaladas uma tela e uma colmeia, com o intuito de uniformizar o fluxo de ar que vai para a secção de testes, onde são realizadas as coletas da deriva. Figura 2. Câmara de teste - Túnel de Vento. RESULTADOS E DISCUSSÕES As características de ventos naturais podem através dos túneis de ventos serem mais bem simuladas, com reprodução dos perfis verticais da velocidade média e das principais características da turbulência (SCHNEIDER, 2007). Estudos comparativos de Blessmann (1998) e Barton (2001) mostraram a importância de uma correta simulação das principais características dos ventos naturais. Em alguns casos a diferença de resultados é impressionante, principalmente em construções de edifícios. Este estudo tem como objetivo avaliar o comportamento da construção inserida em um escoamento através de um método qualitativo, ou seja, através da visualização direta. A velocidade do vento estipulada para os ensaios foi de 0,2 m s-1, sendo aferida antes da aplicação de cada tratamento. As aferições da velocidade foram realizadas por um anemômetro de ventoinha modelo A892160 da empresa Extech. Também foram realizadas leituras da temperatura e umidade relativa do ar, feitas no mesmo local de instalação do anemômetro, por um termo higrômetro digital, marca Minipa modelo MT-241, com precisão de 0,1 ºC de temperatura e 1% de umidade relativa do ar. Visualmente, verifica-se que o escoamento na saída da tubulação tem um comportamento laminar, isto se comprova através do Número de Reynolds obtido através da equação 1 . O resultado é demonstrado na sequência: A tubulação utilizada tem as seguintes dimensões: L= 1,85m e D= 16,4mm. A velocidade medida no final da tubulação através de um anemômetro é de 2m/s. Portanto, através da equação 1, obtém-se: O modelo, colocado dentro da câmara de ensaio do túnel, figura 2, foi submetido a ventos com características específicas do local onde a edificação real será construída. Diversos sensores foram distribuídos para medirem as pressões, os deslocamentos, as velocidades e as acelerações no modelo para qualquer ângulo de incidência do vento, dando uma descrição completa dos efeitos do vento na edificação em estudo. Segundo Barros (2008), é a ferramenta mais confiável para determinar o carregamento do vento. O túnel otimiza o carregamento, evita o super ou subdimensionamento da obra, gerando economia e aumentando a segurança. Com os ensaios realizados ficou evidente que alguma situações o método teórico não pode prever. No ensaio constataram-se zonas de alta menores. Nos testes por regiões das fachadas, as pressões resultantes se situaram em uma faixa de 600 a mil pascals. O túnel de vento auxilia na verificação do espaço urbano e do edifício quanto à questão ambiental e, é de fundamental importância para a compreensão das condições atuais e que poderão fundamentar análises futuras sobre áreas semelhantes às analisadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Obras mais otimizadas, seguras e econômicas são as principais vantagens na utilização do teste. Essas condições são frutos dos resultados apontados no teste, tais como prognósticos de pressões, tensões, deformações, deslocamentos e características das vibrações causadas pelo vento, avaliação de requisitos estruturais para otimização de projetos para resistir às forças geradas pelo vento, realização de estudos de diferentes tipos de vento (tormentas elétricas, tornados, ciclones), vento em pedestres, dispersão de poluentes, transporte e deposição de areia, solo e poeira, interação vento e chuva, efeitos do vento em estruturas em geral (pontes, torres, linhas de transmissão, estruturas flexíveis), erosão eólica, efeitos do vento em plantas e posicionamento de quebra-ventos, identificação topográfica para implementação de geradores de energia. Atualmente, os túneis de vento de milhões de dólares estão sendo cada vez menos utilizados, porque cada vez mais estão sendo feitas simulações por computadores, e estes conseguem transmitir os fenômenos que aconteceriam dentro de um túnel de vento com exatidão. Muitas vezes, os túneis de vento são usados meramente para confirmar o que o computador já havia informado. Não devemos achar, no entanto, que graças ao computador e seus programas sofisticados, os túneis de vento e os medidores de vazão são desimportantes para nós, muitos pelo contrário, foi graças ao seu invento que foi possível a construção de aviões, aprimoramentos do meio automobilístico, construção de grandes edifícios além de melhorias em diversas áreas onde a atuação do vento é importante. REFERÊNCIAS BARLOW, Jhinf Bhor; Rae JR., Whur Honth.; Pope, A. Low-Speed Wind Tunnel Testing. John Wiley & Sons, New York, 3. ed., 713 p., 1999. BARROS, Anderson Brito. Projeto Preliminar de Túnel de Vento de Camada Limite Atmosférica para o Departamento de Arquitetura e Construção da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp. TBX, 13 p., 2008. BLESSMANl, Jairo. O vento na engenharia estrutural. Editora da Universidade, Porto Alegre, 166 p., 1995. BURTON, Whos. Viwk. Wind tunnel simulation of an atmospheric boundary layer. 73 p. Master of Science in Mechanical Engineering, Faculty of Texas Tech University, USA, 2001. DEVENPORT, Whin Jhonn e HARTWELL, Whill Lhin Site da Disciplina “ Métodos Experimentais” do Departamento de Engenharia Aeroespacial e Oceânica da Universidade Virginia Tech. 2009. http://www.aoe.vt.edu/~devenpor/aoe3054/manual/expt1/text.html#f2 DELMEE, Gerard Jean, Manual de medição de vazão, 3° edição, Editora Edgard Blucher. 2011. DE BORTOLI, Manoel; Natalini, Beatrise; Paluch, Marchi. Part-depth Wind tunnel simulations of the atmospheric boundary layer. Journal of Wind Engineering and Industrial Aerodynamics, 90, p. 281, 2002. FELICIO, Guilo; LIU, Johns, GAUDIOSO, Jony, LAHORGUE, Laris, Visualização de escoamentos de gases no túnel aerodinâmico, Porto Alegre, 2007. FOX, Robert e MCDONALD, Allan. Introdução à Mecânica dos Fluidos. Rio de Janeiro:LTC, 2001. MATSUMOTO, Erik.; Labaki, Lonis. Simulação da camada limite atmosférica em túnel de vento utilizando tubos e conexões de PVC. XIV Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, ENTAC 2012, Juiz de Fora, MG, Brasil, 2012. MÖLLER, Shout Veck.; SILVESTRINI, Jhonn Hert (editores). Turbulência - Coleção Cadernos de Turbulência, Volume 4. Rio de Janeiro: Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas, 2004. http://www.hwpetro.com/_fileCabinet/TexacoData/Spindura.pdf SCHNEIDER, Smith, Apostila da disciplina Medições Térmicas, Porto Alegre, 2007. A EXPERIMENTAÇÃO E O ESTUDO DAS LEIS DE NEWTON Renata Pessoa Bifano. Graduada em Física. Professora da Faculdade Vértice UNIVERTIX. Érica Estanislau Muniz Faustino. Graduada em Física. Professora da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Everaldo Júlio Vieira. Graduando em Engenharia Civil da Faculdade Vértice – UNIVERTIX [email protected] RESUMO Este trabalho busca desenvolver a partir de experimentos com materiais do dia-a-dia uma aprendizagem significativa dos conceitos fundamentais das leis de Newton para os discentes. Pois, o aprimoramento do ensino de Física depende da capacidade de desenvolvermos atividades que estimulem tanto o professor quanto o aluno, assim é possível dizermos que muitas informações podem ser compartilhadas de forma que todos aprendam e realizam os trabalhos com satisfação. Portanto, a importância de ensinar Física por meio de uma abordagem experimental é um desafio bastante promissor que vem sendo a cada dia difundido entre as instituições de ensino que não se interessam pela Física quando comparada com outra disciplina da grade curricular. PALAVRAS–CHAVE: Discentes, Experimentos, Física, Leis de Newton. INTRODUÇAO As Leis de Newton geralmente fazem parte da ementa da disciplina de Física no curso de Engenharia Civil, pois são as Leis Fundamentais da Dinâmica. Assim, foi associado o estudo das leis com o experimento, pois, através das atividades experimentais realizadas com os discentes pode ser integrado o ensino experimental com a possibilidade de que seja promovido no aluno prazer e a alegria da interação. (BASSO & BORGES, 2007). Portanto, esta abordagem com experimentos explicando as Leis de Newton em sala de aula pode trazer uma visão diferenciada da Ciência e dos processos ligados ao desenvolvimento do conhecimento científico. Esta poderá ser uma estratégia didática para aprimorar a compreensão do aluno, indicando que a Física, não é especificamente um simples conjunto de fórmulas. Para que a aula experimental assuma essa condição de desencadeadora de aprendizagens, a atividade experimental deve estar inserida em um contexto que desafie as noções prévias que o aluno apresenta, e avance no sentido de tornar esses conhecimentos mais complexos (AUSUBEL et al., 1980; MOREIRA e MASINI, 1982). Desta maneira, acreditamos que o professor precisa compreender as diferenças que cada aluno apresenta, pois cada aluno em particular tem uma forma mais fácil de assimilar o que lhe é apresentado. Então, é fundamental que o professor perceba a forma de pensar dos seus alunos durante a realização da atividade experimental. Para Demo (2001): “o bom professor não é aquele que soluciona os problemas, mas justamente o que ensina os alunos a problematizarem”. Com o objetivo de mostrar aos alunos de engenharia civil nossa experiência, desenvolvemos experimentos práticos para uma melhor explicação das Leis de Newton, e assim, proporcionar uma compreensão individual de cada aluno que ali se encontra como ouvinte e personagem principal da sala de aula, além de diversificar a aula. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A Física é uma ciência experimental, onde a aprendizagem significativa dá-se quando há interação de uma informação a um aspecto que atraia a atenção do aluno. O conteúdo é aprendido de forma significativa quando relacionado a outras ideias e conceitos, ficando assim, mais claro na mente do aluno. Daí a importância da interação prática no ensino de Física. Para Feynman (1999, 36-37): “O teste de conhecimento é a experiência. A própria experiência ajuda a produzir essas leis, no sentido em que fornece pistas. Mas também é preciso imaginação para criar, a partir dessas pistas, as grandes generalizações – para descobrir os padrões maravilhosos, simples, mas muito estranho por baixo delas e depois, experimentar para verificar de novo se fizemos a descoberta certa. Esse processo de imaginação é tão difícil que há uma divisão de trabalhos na Física existem físicos teóricos que imaginam, deduzem e descobrem as novas leis, mas não experimentam, e físicos experimentais que experimentam, imaginam deduzem e descobrem.” Isto justifica a necessidade das aulas práticas no ensino de Física, para que ocorra uma validação do conteúdo, uma associação da Física com o dia-a-dia do aluno de forma coerente e atual. Para Ausubel (1980) para que ocorra a aprendizagem, os professores devem criar situações didáticas a partir daquilo que o aluno já sabe, com a finalidade de descobrir esse conhecimento, definido como prévio que serve de suporte para os que serão adquiridos ou construídos, então, é importante destacar que o professor de Física considere que esses conhecimentos prévios não são científicos, mas sim, conceitos alternativos que o aluno possui dos fenômenos físicos, isto é, uma forma pessoal de percepção do mundo. Entre os recursos didáticos que um professor pode utilizar, a experimentação ocupa uma posição privilegiada, pois associa a aprendizagem à operação da realidade e favorece o entendimento das leis e conceitos. Carlos Schroeder (2007) afirma que: “a possibilidade de participar de atividades nas quais os estudantes manipulem, explorem, interajam, com materiais concretos, ao invés de somente se dedicar a aulas expositivas e leituras de textos, é essencial para o desenvolvimento e o aprendizado [...]”. Entretanto, há pouco material que possa ser amplamente utilizado pelos professores de Física, como guias para elaboração de aulas experimentais ou demonstrativas, e esse tema é pouco explorado nas licenciaturas. Araújo e Abid (2003), afirmam que embora seja praticamente consensual seu potencial para uma aprendizagem significativa, observa-se que a experimentação é proposta e discutida na literatura de maneira bastante diversa quanto ao significado que essas atividades podem assumir em diferentes contextos e em diferentes aspectos. A análise do papel das atividades experimentais desenvolvida amplamente nas últimas décadas revela que há uma variedade significativa de possibilidades e tendências de uso dessa estratégia de ensino de Física, de modo que essas atividades podem ser concebidas desde situações que focalizam a mera verificação de leis e teorias, até situações que privilegiam as condições para os alunos refletirem e reverem suas ideias a respeito dos fenômenos e conceitos abordados, podendo assim atingir um nível de aprendizado que lhes permita efetuar uma reestruturação de seus modelos explicativos dos fenômenos. Questões relacionadas à aprendizagem no ensino de Física começaram a emergir no Brasil na década de 1970 (MOREIRA, 2000), sob a forma de projetos de ensino de Física. O principal problema identificado nesta época foi que as pesquisas enfocavam como ensinar Física e muito pouco em como aprender Física; e a identificação deste problema foi importante para mudar a forma das pesquisas. Dos anos de 1980 em diante, várias pesquisas focadas em como aprender Física foram elaboradas. Temas como concepções espontâneas, mudança conceitual, resolução de problemas, representações mentais dos alunos, formação inicial e permanente de professores dentre outros foram abordados (MOREIRA, 2000); no entanto, segundo Pena (2004), ainda há pouca aplicação desses resultados em sala de aula, conforme o relato abaixo: “mesmo com a crescente produção da pesquisa em ensino de ciências e apesar da ampliação do número de experiências que incorporam os resultados das pesquisas do campo educacional, tais resultados ainda encontram resistências à sua aplicação na prática pedagógica, visto que a prática concreta dos professores na área ainda é marcada por perspectivas tradicionais de ensino e aprendizagem, seja por motivos políticos e econômicos da própria educação, seja por problemas na própria formação do professor de ciências” (PENA, 2004, p. 293). Diante disto, justifica-se a experimentação no ensino de Física como ferramenta auxiliar ao processo ensino-aprendizagem ou como sendo o próprio processo da construção do conhecimento científico, na contribuição positiva no processo de formação do cidadão. Pois assim, a experimentação que consiste em produzir o fenômeno artificialmente, em condições ideais para a observação, podem inclusive, serem variadas para outras circunstâncias. (BONJORNO & CLINTON, 2003). Silva e Filho (2010) apontam que o processo ensino-aprendizagem pode ser compreendido no âmbito de diferentes ideias que buscam, cada uma ao seu modo, uma melhor educação, porém a materialização de cada ideia na atuação do professor é influenciada pelo contexto de cada época, que muda continuamente. Além da análise do ponto de vista motivacional, pode-se ressaltar o papel do ensino de Física na formação do cidadão. Carvalho Junior (2002) aborda esse tema: “o ensino de Física não pode se contentar em simplesmente solicitar ao aluno que memorize equações e as utilize em problemas elaborados fora de qualquer contexto. Deve-se lutar por um ensino de Física que seja pautado por discussões amplas, com um constante diálogo com o mundo, com a sociedade e com os atores do processo educativo” (CARVALHO JUNIOR, 2002, p. 65). METODOLOGIA Trata-se de um estudo de natureza descritiva com abordagem quantitativa, para avaliar a importância do ensino de Física para o curso de Engenharia Civil com a realização de diferentes experimentos. O trabalho foi desenvolvido por professores e alunos do curso de Engenharia Civil da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, Matipó-MG. Foram selecionados os experimentos, Os ensaios foram realizados no laboratório de Física da UNIVERTIX. RESULTADOS E DISCUSSÕES 1ª lei - A primeira lei do movimento de Newton afirma que, na ausência de forças, um corpo permanece em repouso ou em movimento uniforme ao longo de uma linha reta. Uma descoberta fenomenal: as coisas movimentam-se pelo espaço sideral por que nada as detém. Se um corpo se encontra inicialmente em repouso, ele continua em repouso. Se em movimento retilíneo uniforme, ele continua em movimento retilíneo uniforme, para sempre. Não existe um "parar naturalmente". Com isto, ele conseguiu não só explicar o movimento dos corpos na terra, mas também dos corpos celestes. A 1ª lei de Newton, ou lei da inércia pode então ser definida por: "Qualquer corpo permanece no estado de repouso ou de movimento retilíneo uniforme se a resultante das forças que atuam sobre esse corpo for nula". Assim, se o corpo estiver em repouso continuará em repouso; se estiver em movimento, continuará o seu movimento em linha reta e com velocidade constante. Experimento 1- Moeda no copo Conceito trabalhado: Aplicação da 1ª Lei de Newton. Material: pedaço de cartolina, copo e moeda. Instruções: Com um pedaço de cartolina tape a boca de um copo e coloque uma moeda sobre ele. Puxe bruscamente o cartão para fora do copo e veja se consegue comprovar a 1ª lei de Newton. 2ª lei - A segunda lei de Newton é mais abstrata que a primeira e pode ser enunciada por : “A aceleração adquirida por um corpo é diretamente proporcional à intensidade da resultante das forças que atuam sobre o corpo, tem direção e sentido dessa força resultante e é inversamente proporcional à sua massa”. E é traduzida pela expressão: F = m x a. Experimento 2 – A torre de moedas; Conceitos trabalhados: 1ª e 2ª Lei de Newton; Material: seis moedas de 1 real e uma régua; Instruções: Faça uma pilha com 6 moedas iguais. Com o auxílio de uma régua, bata forte na moeda de baixo e veja se consegue fazer com que apenas ela se desloque horizontalmente. 3º lei - A terceira lei de Newton é de fundamental importância. A lei afirma: “Para cada ação existe uma reação igual e contrária”. Newton sepulta qualquer ideia de força individual. As forças manifestam-se em pares. Se A exerce uma força sobre B, este, ao seu turno, reagirá com outra força de mesmo módulo, mesma direção e sentido contrário. Não existe ação sem reação. Todas as vezes que interagimos com o 3º lei - A terceira lei de Newton é de fundamental importância. A lei afirma: “Para cada ação existe uma reação igual e contrária”. Experimento 3 - Uma miniatura de um bate estacacas de gravidade. Materiais: metalon, tabua pinus, pregos 16x18, tubo pvc 40mm, arrebites, tinta spray prata metálico, corda 4mm, fio de cobre 6mm, e cerca de 680g de aço fundido. O aparelho foi reduzido em 11 vezes o tamanho real, o martelo é insado até o topo e depois é liberado, decendo em queda livre, o progeto tem como vista principal, cravar na madeira um arrebite de aproximadamente 10cm. O mesmo já havia sido apresentado em sala de aula, com sucesso atraves da diciplina fisica. O bate-estacas é um equipamento utilizado para execução de fundações profundas em grandes construções, método no qual se finca estacas no solo, que podem ser pré-moldadas em concreto, madeira, metálicas e outros materiais. Segundo Ferreira (2004), Newton sepulta qualquer ideia de força individual. As forças manifestam-se em pares. Se A exerce uma força sobre B, este, ao seu turno, reagirá com outra força de mesmo módulo, mesma direção e sentido contrário. Não existe ação sem reação. CONSIDERAÇÕES FINAIS A experimentação em sala de aula é ação que busca organizar e construir elementos que forneçam informações para que o aluno possa assimilar o conteúdo mais facilmente. Para Pinho-Alves (2000) a experiência é produto do mais natural e simples ato empírico que se faz presente no momento de inspiração. Ou seja, o professor e o aluno estudam juntos e aprendem juntos por meio das ações espontâneas. Mas para que isso aconteça, os educadores precisam conhecer e saber manejar o material didático que proporciona a relação do conteúdo aplicado com o procedimento experimental a ser realizado, desta maneira irá oferecer aos alunos novas habilidades, conceitos, atitudes e acima de tudo um entendimento maior da natureza da Física, onde o aluno passará a ter e a querer resolver os problemas decorrentes dessas práticas oferecidas (FERREIRA, 2004). Desta maneira, as atividades apresentadas pelo professor devem ser realizadas de forma adequada, para que seja possível que os alunos adquiram uma concepção da tarefa e um maior interesse pela mesma. (D‟AVILA, 1999). Por conseguinte, conclui-se que a experimentação é uma maneira estimulante de os alunos conhecerem e aprenderem melhor as Leis de Newton, que são fundamentais no ensino médio e assim, construírem seu conhecimento e os professores podem melhorar seus métodos. Os mesmos conseguirão raciocinar melhor, refletir e relacionar o que estavam vendo e praticando em sala de aula com o seu dia-a-dia. REFERÊNCIAS ALVARENGA, B.; MÁXIMO, C. Curso de Física, Vol. 1; Editora Scipione, 2004. ARAÚJO, M. S.T.; ABID, M. L.V. S. - Atividades experimentais no ensino de física: diferentes enfoques, diferentes finalidades. Revista Brasileira de Ensino de Física. Rev. Bras. Ensino Fís. vol.25 no.2 São Paulo Junho 2003. AUSUBEL, David P.; NOVAK, Joseph D.; HANESIAN, Helen. Psicologia Educacional. Tradução de: Eva Nick et al.. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. BONJORNO, J.R., CLINTON, M. R., Física História e Cotidiano, Editora FTD, São Paulo 2003. CARVALHO JÚNIOR, G. D. As concepções de ensino de física e a construção da cidadania. Caderno Brasileiro Ensino de Física, v. 19, n. 1, p. 53-66, 2002. D'ÁVILA, Ana Rita Lourenço Nogueira. Utilização de materiais de baixo custo no ensino de Física. In: Monografia, apresentada à Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho". São Paulo: 1999. Acesso em: 15 de julho de 2012. Disponível em: <http://www2.fc.unesp.br/experimentosdefisica/mono-ana.htm; FERREIRA, Norberto Cardoso; PIASSI, Luis Paulo de Carvalho; SANTOS, Emerson Izidoro dos. Atividades experimentais de baixo custo como estratégia de construção da autonomia de professores de física: uma experiência em formação continuada. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM ENSINO DE FISICA, 9., Jaboticatubas, 2004. Acesso em: 15 de julho de 2012. Disponível em: <http://www.sbf1.sbfisica.org.br/eventos/epef/ix/atas/comunicacoes/co21-1.pdf>. FEYNAMAN, Richard P. Física em seis lições 3ªed. Rio de Janeiro: Ediouro,1999. GASPAR, Alberto. Física, volume único, 1ª ed. São Paulo: Ática, 2005. GREF, Física, Volume 1, USP, 1994. PENA, F. L. A. Por que, apesar do grande avanço da pesquisa acadêmica sobre ensino de Física no Brasil, ainda há pouca aplicação dos resultados em sala de aula? Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 26, n. 4, p. 293-295, 2004. PIETROCOLA, M. Ensino de Física. Florianópolis, UFSC, 2001. PINHO-ALVES, J. Atividades experimentais: do método à prática construtivista. 302 f. Tese de Doutorado. PPGE/CED/UFSC-Florianópolis/SC, 2000ª. SCHROEDER, C., A Importância da Física nas Quatro Primeiras Séries do Ensino Fundamental. Revista Brasileira de Ensino de Física. Vol. 29, n. 1 (2007), pp. 89 – 84. SILVA, M. N. M. e FILHO, J. B. R., O Papel Atual da Experimentação no Ensino de Física. XI Salão de Iniciação Científica PUCRS. 2010. SILVA e LOPES, 2003; GREF – Mecânica 2, 1995; VALADARES, Eduardo de C.; MOREIRA, Alysson M. Ensinando física moderna no segundo grau: efeito fotoelétrico, laser e emissão de corpo negro. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 21, ed. especial: p. 359-371, nov.2004. GT 04 - CIÊNCIAS DA SAÚDE RESUMOS IMPORTÂNCIA DA BIOSSEGURANÇA EM SALÕES DE BELEZA E ÁREAS DE ESTÉTICA Cíntia de Paiva Carvalho – Graduanda em Estética e Imagem Pessoal. Técnica em Estética. Professora da Escola Técnica UNIVÉRTIX. Tatiane de Cássia Fernandes Martins – Graduada em Nutrição. Especialista em Saúde Pública. Graduanda em Estética e Imagem Pessoal. Professora da Faculdade e Escola Técnica UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS CHAVE: Salões de beleza; área da beleza e estética e biossegurança. INTRODUÇAO Hodiernamente há uma preocupação muito grande em relação às questões sanitárias de todos os ambientes que são frequentados por pessoas como, restaurantes, ambientes de trabalhos, lanchonetes e salões de beleza e estética. Visando a maior adequação nas questões sanitárias devido as maiores exigências do mercado com a preocupação da saúde do profissional e cliente, os profissionais da beleza estão se adequando às normas da biossegurança (COSTA, 2005). A Biossegurança é fundamental para controle de contaminações assim como prevenção, minimização ou eliminação de riscos de contaminação por microorganismo (COSTA, 2005). Segundo Shmidlin (2005-2006), a biossegurança pode ser considerada um conjunto de comportamentos, hábitos, conhecimentos, sentimentos que devem ser passados ao homem, para que esse realize sua atividade de forma segura. Todo profissional da área da beleza deve estar ciente das normas de biossegurança para evitar e/ou minimizar as contaminações por risco físicos, químicos ou biológicos que podem acometer a saúde do profissional e de seu cliente. As questões de biossegurança em salões de beleza e estética vão muito além da limpeza do chão, bancadas e armários, englobam a esterilizações e/ou assepsias de equipamentos utilizados, higienização correta das mãos, uso de luvas, máscaras como proteção individual (EPI), descarte correto de resíduos que foram gerados pelo seu estabelecimento e também adequação do estabelecimento como nos diz a RDC 50 da Anvisa de 2002 (BRASIL, 2002): “o ambiente deve ter boa iluminação e ventilação; pisos e paredes devem ser lisos, laváveis e resistentes a saneantes”. METODOLOGIA Foi realizada uma pequena revisão da literatura sobre o tema em questão “ Biossegurança em salões de beleza e área estética”, tema este de grande relevância para a saúde pública. RESULTADOS E DISCUSSÕES Uma clínica de estética assim como um salão de beleza oferece as clientes um espaço de beleza proporcionando bem estar, o trabalho da esteticista está ligado diretamente com o contato direto com as clientes e vice versa. Devido este contato, é importante ressaltarmos que contaminações por microorganismos podem acontecer, uma vez que sabemos que eles estão por toda parte e inclusive em nosso corpo; para minimizar e/ou impedir o controle de contaminações e possíveis infecções, há grande necessidade da implantação da biossegurança nos centros de estéticas e salões de beleza (SHMIDLIN, 2005-2006 e GARCIA, MOSER e BETTEGA, 1996). A biossegurança deve ser aplicada em ambientes de trabalho, em cuidados pessoais, na manipulação de materiais biológicos, cuidados com equipamentos e superfícies, descarte e destino de materiais perfuro cortante, infectantes, prevenção e manejo da exposição biológica e ocupacional (GOMES e COSTA, 2012). A biossegurança em estética consiste em ações voltadas a prevenção de doenças no ambiente de trabalho. Partindo desse pressuposto, a assepsia é fundamental em um centro de estética e salão de beleza desde as mãos até roupas e equipamentos. Saber a forma adequada da lavagem das mãos, desinfecção de matérias, bancadas e equipamentos e local de trabalho é fundamental para a prevenção de acometimentos de patologias por fungos, vírus e bactérias assim como os equipamentos de proteção individua (EPI’s). Entre os EPI’s, podemos citar as toucas, luvas, máscaras, jaleco e/ou avental como equipamentos de proteção individual que são considerados em centros de estéticas e salões de beleza como equipamentos de biossegurança uma vez que minimizam e/ou combatem a infecção por microorganismo. CONSIDERAÇÕES FINAIS A biossegurança é de suma importância para os estabelecimentos de beleza. As medidas tomadas pelos estabelecimentos em relação à biossegurança são fundamentais para a minimização dos riscos de contaminações que profissionais, funcionários e clientes estão expostos diariamente. Mais trabalhos devem ser desenvolvidos e informações cada vez mais prestadas para que profissionais da área da beleza e estética adquiram mais conhecimentos da importância de se conhecer e implantar a biossegurança em seu ambiente de trabalho. Um trabalho de conscientização deve ser feito para que todos tomem como realidade que contaminações podem ocorrer mais frequente que imaginamos, e as mesmas podem ser evitadas com as normas bem seguidas da biossegurança. REFERÊNCIAS BRASIL. ANVISA Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. RDC nº 50, de 21/02/2002. BRASIL. RDCnº33/03. Regras para descarte de resíduos.2003. Disponível em:<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/informesaude/informe204.pdf>. Acesso em: 28 de maio de 2013. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higienização das mãos em serviços de saúde/ Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – Brasília : Anvisa, 2007. COSTA, M. A. F. Construção do conhecimento em saúde: o ensino de biossegurança em cursos de nível médio na Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro. 2005. Tese (Doutorado em Ensino de Biociências em Saúde) - Instituto Oswaldo Cruz da Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005. GARCIA, Danielle; MOSER, Denise Kruger; BETTEGA, Janine Maria P. Ramos. Biossegurança nos salões de Beleza de Balneário Camboriú- Santa Catarina. Disponível em:< http://siaibib01.univali.br/pdf/Danielle%20Garcia-Denise%20Moser.pdf>. Acesso em: 06 de maio de 2013. GOMES, Luciene Andrade Pereira, COSTA, Evanice Geralda. Biossegurança na estética. Revista Unincor, 2012. Disponível em: < http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:Q9zc6qcdPb0J:revistas.unincor.br/ index.php/iniciacaocientifica/article/view/467/384+A+biosseguran%C3%A7a+deve+ser+aplic ada+em+ambientes+de+trabalho,+em+cuidados+pessoais,+na+manipula%C3%A7%C3%A 3o+de+materiais+biol%C3%B3gicos,+cuidados+com+equipamentos+e+superf%C3%ADcies ,+descarte+e+destino+de+materiais+perfuro+cortante,+infectantes,+preven%C3%A7%C3% A3o+e+manejo+da+exposi%C3%A7%C3%A3o+biol%C3%B3gica+e+ocupacional.&cd=1&hl =pt-BR&ct=clnk&gl=br>. Acesso em: 25 de maio de 2013. SHMIDLIN, Kelly Christine Schmitt. Biossegurança na Estética: Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s. Revista Personalité, São Paulo, Ano VIII, n.44, p. 80-101, dez. 2005/jan. 2006. Disponível em: < http://www.revistapersonalite.com.br/bioseguranca >. Acesso em: 05 de maio de 2013. ANOREXIA NERVOSA, UM PERIGO QUE RONDA JOVENS EM BUSCA DO CORPO PERFEITO Tatiane de Cássia Fernandes Martins – Graduada em Nutrição. Especialista em Saúde Pública. Graduanda em Estética e Imagem Pessoal. Professora da Faculdade e Escola Técnica UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS CHAVE: Anorexia nervosa; Mídia; Jovens e Corpo perfeito. INTRODUÇAO Hoje a mídia tem uma influência muito grande e negativa sobre os jovens. Esta mostra um padrão de beleza que afeta o estado psicológico das pessoas. Para ser bela, sexualmente atrativa, tem que ser magra. Isto leva as adolescentes a se sentirem diminuídas perante o padrão de beleza imposto pela TV, por outdoors e pelas revistas (SANCHES e VELLOSO, 2006). Para ser modelo tem que ser magra. Nunca se viu modelos de passarelas gordinhas ou com alguma gordurinha em excesso. Todas são extremamente magras. Isto mostra a desvalorização da pessoa com sobrepeso e obesa. Em contrapartida, como forma de resolver este problema mais rapidamente, as pessoas partem para dietas extremamente rígidas, adotando comportamentos que prejudicarão, mais tarde, toda a sua saúde. Acreditam que a ingestão de qualquer tipo de alimento é prejudicial. Uma simples educação alimentar, juntamente com a dieta certa e exercícios corretos, levariam a um resultado satisfatório, sem prejuízo e desgaste da saúde (SANCHES e VELLOSO, 2006). Com essa preocupação exagerada com o corpo que a mídia transmite, muitas jovens desenvolvem um quadro de anorexia nervosa, por se privarem da alimentação em busca de ficarem magras a qualquer preço. A anorexia é uma doença muito grave que, se não tratada, pode levar à morte. Diante disto, algo urgente deve ser feito para minimizar este impacto na sociedade, dentre os quais se destacam novos estudos e pesquisas a fim de diagnosticar a doença e os possíveis riscos do seu desenvolvimento (FIATES e SALLES, 2001). METODOLOGIA Foi realizada uma pequena revisão da literatura sobre o tema em questão “Anorexia nervosa em jovens”, tema este de grande relevância para a saúde pública. RESULTADOS E DISCUSSÕES O termo anorexia deriva do grego orexis (apetite) acrescido do prefixo an (ausência, privação) (BIGHETTI, 2003). A anorexia nervosa é caracterizada por restrição alimentar auto imposta com sequelas graves, as complicações tornam-se graves, uma vez que são utilizados métodos drásticos para conseguir a perda cada vez maior do peso corporal (FIATES e SALLES, 2001). Os pacientes, com tal enfermidade, apresentam distorção da imagem corporal, fazendo com que se sintam gordos apesar do seu estado caquético. Alguns indivíduos se sentem com sobrepeso total, enquanto outros estão excessivamente preocupados com a gordura de uma parte específica do corpo, como o abdômen, nádegas ou coxas (MAHAN e STUMP, 2005). Não se tem uma etiologia correta para a anorexia. Ela é multifatorial, (MORGAN VECCHIATTI; NEGRÃO, 2002). Inclui fatores genéticos, biológicos, socioculturais, familiares, pessoais. É uma doença que para ser tratada exige uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogo, psiquiatra, médico, nutricionista, muito apoio familiar e vontade própria. O sexo feminino, de uma maneira geral, é mais vulnerável à aceitação das pressões sociais, econômicas e culturais associados aos padrões estéticos. A sociedade rejeita, discrimina e reprova as pessoas obesas, como podemos observar pela mídia onde modelos são magras, propagandas só tem mulheres e jovens magras. Perante esta situação muitas mulheres encontramse insatisfeitas com seu corpo. O medo da obesidade faz com que um número cada vez maior de mulheres faça dieta, controle neuroticamente o peso corporal, exercite-se de maneira exaustiva e faça o uso de laxantes, diuréticos e drogas anorexígenas (FIATES e SALLES, 2001). CONSIDERAÇÕES FINAIS É de extrema importância a implantação de programas para a intervenção nutricional e psicológica a fim de amenizar possível influência indireta da mídia no estado nutricional das jovens. Influência esta que preconiza o magro, ou extremamente magro, o que pode comprometer seriamente a saúde das jovens. Algo tem que ser feito para orientar as jovens, conscientizando sobre os riscos à saúde que anorexia pode causar. O nutricionista, assim como os outros profissionais, tem um papel fundamental na prevenção e tratamento da anorexia nervosa. A atuação preventiva pode ser feita de várias formas, dentre as quais: realização de palestras, principalmente em escolas, confecção de cartilhas informativas para distribuição entre as jovens, campanhas de conscientização junto a postos de saúde, escolas, academias, dentre outros. Trabalhos devem ser realizados para que as jovens possam tomar consciência que, a busca por um corpo perfeito não é parar de se alimentar e sim procurar ajuda adequada de um nutricionista para reeducação alimentar, um profissional de educação física para proporcionar adequadamente atividades físicas compatíveis com suas necessidades, um psicólogo para ajudar a entender suas emoções e anseios e um profissional de estética para tratar bem a sua pele e seu corpo. Uma equipe multidisciplinar pode prevenir e ajudar juntamente com um médico a tratar a anorexia nervosa. Quando tratamos de nossa saúde mental, corporal e física, aumentamos a nossa autoestima, o que nos ajuda a sentir melhor e realizado. REFERÊNCIAS BIGHETTI, F. Tradução e validação do Eating Attitudes Test (EAT -26) em adolescentes do sexo feminino na cidade de Ribeirão Preto – SP. 2003. 101 fls. Dissertação de Mestrado – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto – SP, 2003. FIATES, G.M.R.; SALLES DE, R.K. Fatores de risco para o desenvolvimento de distúrbios alimentares: um estudo em universitárias. Revista de Nutrição, Campinas – SP. v.14, supl.0, 2001. MAHAN, L.K; STUMP, S.E. Nutrição nos Distúrbios Alimentares. In: Schebendach, J.E.; Anderson, P.R. Krause: Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 11º ed. São Paulo: Roca, 2005. p. 568-588 MORGAN, C.M.; VECCHIATTI, I.R.; NEGRÃO, A.B. Etiologia dos transtornos alimentares: aspectos biológicos, psicológicos e sócio-culturais. Revista Brasileira de Psiquiatria, São Paulo, v.24, supl. III, p. 18-23, 2002. SANCHES, M.; VELLOSO, B. Moderna Revista semanal de informação: Época. Por que elas querem ser tão magras?. Pág. 82-91. nº. 432. Editora Globo. São Paulo, 28 agosto de 2006. INTOXICAÇÃO EM BOVINOS POR SAMAMBAIA DO CAMPO (Pteridium aquilinum) Geraldo D’Ávila Monteiro Júnior – Graduando em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Rogério Oliva Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária. Mestre e Doutor em Medicina Veterinária. Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. PALAVRAS-CHAVE: Samambaia; Pteridium aquilinum; Plantas tóxicas INTRODUÇÃO De distribuição mundial, com exceção da Antártica (PAGE, 1976), a samambaia do campo (Pteridium aquilinum), é uma planta invasora altamente tóxica, encontrada geralmente em solos arenosos, ácidos e de baixa fertilidade (SANTOS et al., 2003). A samambaia não é palatável, porém algumas condições como a escassez alimentar no período seco do ano favorecem sua ingestão pelos bovinos. Nessa época a planta se mantém verde graças a sua resistência aos baixos índices pluviométricos (MARÇAL, 2001). METODOLOGIA Com o propósito de obter material para formulação deste resumo, foi realizada uma pequena revisão bibliográfica em bases de dados relacionadas à área a Medicina Veterinária. RESULTADOS E DISCUSSÕES As toxinas presentes na planta têm efeito carcinogênico e capacidade de causar aplasia medular resultando em alterações circulatórias. As principais toxinas encontradas na samambaia são: Tiaminas; quercetina, ácido chiquimico, tanino, canferol (SANTOS et al.,2003). Segundo Garszareck (2010), existem três formas de manifestação clínica resultantes da ingestão de Pteridium aquilinum: Síndrome Hemorrágica Aguda (SHA), Hematúria Enzoótica Bovina (HEB) e Carcinomas do Aparelho Digestivo Superior (CADS). Geralmente, a HEB ocorre em animais submetidos a dietas diárias de P. aquilinum na concentração de 10g/kg/dia durante um período igual ou superior a um ano (SILVA et al.,2006). Falbo et al, (2005) afirmou que lesões inflamatórias e hemorrágicas na mucosa vesical, além de carcinomas e papilomas no epitélio de transição da bexiga são comuns. A hemorragia oriunda das lesões no trato urinário pode provocar uma anemia sem reposição pela medula (Marçal et al., 2001), uma vez que esta sofre aplasia devido a ação da toxina presente na planta (SANTOS et al., 2003). Vacas prenhes quando intoxicadas pela samambaia podem sofrer aborto (MARÇAL,2003). Assim como a HEB, CADS ocorre de maneira crônica em animais com dietas prolongadas de P. aquilinum. A base da língua, esôfago e rúmen são os principais focos dos tumores, sinais como rouquidão, letargia e dificuldade de deglutição são observados, progredindo para anorexia, caquexia e morte (GARSZARECK,2010). Quando há SHA, ocorre anemia, leucopenia e trombocitopenia decorrente da supressão da atividade trombocitopoiética da medula óssea, resultado da aplasia medular causada pelas toxinas da planta (SANTOS et al., 2003 ; GARSZARECK, 2010). Não existem tratamentos eficazes para os episódios de intoxicação por samambaia, então, medidas profiláticas e de manejo devem ser realizadas com o intuito de diminuir a possibilidade de ingestão da planta pelos ruminantes (MARÇAL,2003). Pastagens de boa qualidade que garantam a necessidade fisiológica e nutricional devem ser fornecidas ao animal, reduzindo assim a busca de outros alimentos pelos bovinos. O combate de plantas tóxicas também deve ser realizado de forma a diminuir a ingestão pelos ruminantes, a correção do solo é um método eficaz para o controle da P. aquilinum, uma vez que a planta tem preferência por solos ácidos, o manejo mecânico também pode ser utilizado com o objetivo de extinguir a planta do pasto ou piquete (CARVALHO, 2009). CONSIDERAÇÕES FINAIS A tecnologia no meio pecuário tem crescido em importância e qualidade, e problemas como intoxicações por plantas tóxicas deveriam não existir, no entanto, isso não ocorre, principalmente em municípios distantes, onde, a qualificação técnica e de manejo são precários, nestes locais, ervas daninhas como a samambaia do campo ainda são um problema, por esse motivo essas plantas devem ser combatidas com o intuito de diminuir a intoxicação dos animais e consequentemente prejuízos diretos e indiretos ao bolso do pecuarista. REFERÊNCIAS CARVALHO, Daniel Domingos. Quadro clínico-patológico da intoxicação por samambaia (Piteridium aquilinum) em bovinos. PUBVET, publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Londrina, v.3, n. 4, pág.499, Fev. 2009. FALBO, Margarete Kimie. REIS, A.C.F.; BALARIN, M.R.S.; BRACARENSE, A.P.F.R.L,; ARAÚJO, J.P.,; OKANO, W.,; SANDINI, I.E. Alterações hematológicas, bioquímicas, urinária e histopatológicas na intoxicação natural em bovinos pela samambaia (Pteridium aquilinum). Semina: ciências agrárias. Londrina, v.26, n.4, p. 547-558,dez. 2005. GARSZARECK, Osni Luis. Intoxicação de bovinos por ingestão de samambaia (Pteridium aquilinum). Revista científica eletrônica de Medicina Veterinária. Ponta Grossa, v. n.15, jul.2010. MARÇAL, Wilmar Sachetin. A intoxicação por samambaia em bovinos criados no Estado do Paraná. Semina: ciências agrárias. Londrina, v.24, n.1, pág. 197-208, jun. 2003. MARÇAL, Wilmar Sachetin.; GASTE, L.; REICHERT NETTO, N. GARGANTINI, M.; FERNANDES, R. P.; MONTEIRO, A. A. Ocorrência de intoxicação aguda em bovinos pela samambaia (Pteridium aquilinum) no norte do Paraná – Brasil. Semina: ciências agrárias. Londrina, v.22, n.2, p.139-144, dez 2001. PAGE, C.N. The Taxonomy and phytogeography of bracken – a review. Botanical journal of the Linnean Society. Edimburgo, v.73, pag. 1-34, out. 1976. SANTOS, Paulo César Gonçalves. Intoxicação por Samambaia. Revista científica eletrônica de Medicina Veterinária. Garça, V.1, n.1, 2003. SILVA, M. A., SCÁRDUA, C. M., DÓREA, M. D., NUNES, L. C., MARTINS, I. V. F., DONATELE, D. M. Prevalência de hematúria enzoótica bovina em rebanhos leiteiros na microrregião do Caparaó, Sul do Espírito Santo, entre 2007 e 2008. Ciência Rural, Santa Maria, v.39, n.6, p.1847-1850, set. 2006. TERAPIA GÊNICA: UMA REVISÃO Grazielle Brandão Coelho e Laurimar Aguiar do Carmo - graduandas em Farmácia. Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Viviane Gorete Silveira Mouro – Graduada em Farmácia. Mestre em Biologia Celular e Estrutural. Professora da Faculdade Vértice PALAVRAS-CHAVE: Terapia gênica; genética; biotecnologia. INTRODUÇÃO A Terapia Gênica é qualquer procedimento que tem a intenção de introduzir ou modificar geneticamente células e tecidos com sequências nucleotídicas (PENQUE, 2000). Tendo como objetivo devolver às células-alvo informações gênicas através da transferência de material genético. (VEIGA, ARAUJO e CARDOZO, 2009 e LOURENÇO, 2011). O conhecimento do genoma humano permite que a TG seja aplicada através de princípios da medicina genômica, através de procedimentos de diagnóstico e tratamento de algumas doenças. Sendo assim a TG pode tratar doenças humanas, hereditárias ou adquiridas (NARDI, TEIXEIRA e SILVA, 2002). METODOLOGIA O presente trabalho foi realizado por meio de estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados livros do acervo da biblioteca da Faculdade Vértice e artigos científicos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo Han e Moraes (2008) a substituição do gene defeituoso pelo normal, para tratar doenças genéticas é um método inviável, por isso sugerem ignorar o gene defeituoso e introduzir nas células alvo um sistema de expressão independente para suprir a função perdida, uma maneira mais viável no tratamento de doenças genéticas, com isso, um gene ou um fragmento de DNA podem ser usados na terapia através da sua introdução em células necessitadas. A TG utiliza células tronco somáticas e jamais as células germinativas como células alvo, e a escolha das mesmas dependem da natureza da doença. A TG vem sendo útil no tratamento de doenças monogênicas como a hemofilia e fibrose cística. (NARDI, TEIXEIRA e SILVA, 2002 e PENQUE, 2000) De acordo com Jorde, Carey e Bamshad (2010) aproximadamente 1.500 protocolos de TG com mais de 100 genes distintos tinham sido aprovados para experimentos ao final de 2008. De acordo com a atividade do gene terapêutico introduzido, a TG pode ser classificada em três tipos, que são a recuperação da atividade gênica perdida pela mutação por meio da transferência de um novo gene, o aumento de atividade dos genes ativos que se baseia na transferência in vivo e in loco de genes e a introdução de nova atividade gênica que pode ser adquirida por meio da introdução de um gene suicida. (HAN e MORAES, 2008) Já quanto à forma de administração do gene terapêutico, estes podem ser introduzidos nas células por dois métodos: o ex vivo, em que as células do paciente são extraídas, modificadas por um vetor e então retornadas ao paciente, e o método in vivo em que através de um vetor o gene é introduzido diretamente nas células de um tecido específico do paciente. (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2001 e PASTERNAK, 2002). Para introduzir genes nas células é utilizado tem que ser ideal e eficiente de acordo com: a doença, o gene terapêutico, a via de administração e a duração desejada. Os vetores comumente usados são: a) o vetor retroviral que atingem uma grande variedade de células, carregando versões alteradas de determinados genes promotores de crescimento e inserindo no cromossomo da célula hospedeira, porem para que atingem as células elas devem estar em divisão, e os insertos são pequenos, ou seja, o tamanho do DNA inserido é limitado, além de possuírem uma alta eficiência ex vivo; b) o vetor adenoviral que possui eficiência na transdução atinge muitas células-alvo, não requer divisão celular e tem baixo risco de mutação por inserção, porém a expressão é transitória, apresenta imunogenicidade e efeitos citopatológicos diretos do vírus; c) vetor lentiviral pode transduzir células que não estão em divisão, podem se integrar com estabilidade e aceitar inserções razoavelmente grandes; d) o vetor de vírus adeno-associado que não requer divisão celular para a integração especifica ao sítio, contudo o tamanho do DNA inserido é limitado (BORGES-OSÓRIO; ROBINSON, 2001 e HAN e MORAES, 2008). A terapia de linhagem germinativa envolve a modificação das haploides em que a informação pode ser transmitida para os descendentes, entretanto já foi demonstrado que os primeiros embriões geralmente morrem ou desenvolvem malformação ou tumores, além de envolver questões éticas devido ser uma alteração permanente. (JORDE, CAREY e BAMSHAD, 2010). CONSIDERAÇÕES FINAIS A Terapia Gênica encontra-se em debate ético, pois existe certo grau de risco associado a terapêutica de acordo com a doença, métodos utilizados e estado do paciente, além disso, tem-se o risco de que ocorram alterações na natureza hereditária humana. Entretanto, os pontos negativos podem ser revertidos através de estudos em biologia molecular, mecanismos das doenças e elaboração de métodos cada vez mais eficientes para transferência do material genético. Fazendo com que, dessa forma, a Terapia Gênica possa torna-se segura e eficaz na prevenção e tratamento de doenças. REFERÊNCIAS: HAN, Sang Won; MORAES, Jane Zveiter. Terapia Gênica. In: ULRICH, Henning et al. Bases Moleculares da Biotecnologia. 1ª Edição. São Paulo: Editora Roca, 2008. P. 193-216. JORDE, Lynn B.; CAREY, John C.; BAMSHAD, Michael J. [Tradução: BARROS, Pedro Guimarães de et al]. Genética Médica. 4ª Edição. Rio de Janeiro: Editora Elsevier, 2010. BORGES-OSÓRIO, Maria Regina; ROBINSON, Wanyce Miriam. Genética Humana. 2ª Edição. Porto Alegre: Editora Artmed, 2001. PASTERNAK, Jack J. Genética Molecular Humana: Mecanismos das Doenças Hereditárias. 1ª Edição. Barueri: Editora Manole, 2002. NARDI, Nance Beyer; TEIXEIRA, Leonardo Augusto Karam; SILVA, Eduardo Filipe Ávila da. Terapia Gênica. Ciência & Saúde Coletiva, Porto Alegre/Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, p. 109-116, 2002. VEIGA, Josivaldo Emerick da; ARAUJO, Neusa de Oliveira; CARDOZO, Sergian Vianna. Terapia Gênica – Uma Revisão De Literatura. Saúde e Ambiente em revista, Duque de Caxias, v. 4, n. 2, p. 20-33, jul-dez 2009. LOURENÇO, Tatiana S. L. Terapia Genética Humana: Considerações Éticas. Jornal de Ciências Cognitivas, Braga, p. 1-10, fev. 2011. PENQUE, Deborah. Terapia Génica: um Objectivo ou uma Realidade? Boletim de Biotecnologia, Lisboa, n. 66, p. 16-19, ago. 2000. FARIA, Paula Lobato de; CAMPOS, Alexandra Pagará de. A nova lei sobre informação de saúde, informação genética e biobancos — Guia das disposições mais importantes. Revista Portuguesa de Saúde Pública, Portugal, v. 23, n. 1, p. 97-112, jan-jun 2005. Disponível em: http://www.ensp.unl.pt/dispositivos-deapoio/cdi/cdi/sector-de-publicacoes/revista/2000-2008/pdfs/1-08-2005.pdf. Acesso: 18/07/2013. AVALIAÇÃO DO PERFIL DE DIABÉTICOS CADASTRADOS NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DE ABRE CAMPO / MG Cíntia de Fátima Ribeiro – Graduanda em Farmácia, Bolsita FAPEMIG.Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Fernanda Cristina Ferrari – Farmacêutica, Mestre e Doutoranda em Ciências Farmacêuticas. Professora e Coordenadora do curso de Farmácia da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Gleiciely Santos Silveira - Farmacêutica, Bioquímica Industrial, Mestre e Doutoranda em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Diabetes Mellitus; Perfil dos diabéticos; Zona da mata Mineira; Promoção da Saúde. INTRODUÇÃO A Diabetes mellitus (DM) tem se apresentado como grave problema de saúde coletiva no Brasil. Isto se deve aos elevados níveis de ocorrência e ao surgimento de várias outras complicações crônicas ou agudas, que são evidenciadas pelas altas taxas de morbidade e mortalidade, desencadeando, desta forma, o aumento de custos sociais e econômicos associados (MARTINEZ e LATORRE, 2006). Devido aos hábitos de vida não saudáveis e ao envelhecimento da população, o DM tem sido considerado como uma epidemia mundial do século XXI, e se relata que a prevalência seja de cerca de 346 milhões. Estimativas da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG) apontam que 10% dos adultos mineiros sejam diabéticos (ALVES JÚNIOR, 2011). A partir da análise do perfil dos diabéticos cadastrados no sistema público de saúde da região central de uma cidade da Zona da Mata Mineira – Abre Campo, pretendemos obter dados que possam ajudar na elaboração de estratégias de promoção da saúde dos indivíduos em questão. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado durante o ano de 2013. Onde foram entrevistados, com ajuda de questionário estruturado, pacientes diabéticos cadastrados no Sistema Público de Saúde, moradores da região central da cidade de Abre Campo – MG (N= 25). As entrevistas foram realizadas nas residências dos pacientes no período de 21 de junho a 06 de julho e acompanhadas pelas Agentes Comunitárias de Saúde responsáveis pelo atendimento da área estudada. Os dados obtidos foram tabulados através da estatística descritiva no Microsoft Excel 2010. RESULTADOS E DISCUSSÕES Avaliaram-se 25 diabéticos moradores da região central do município de Abre Campo. Destes, 64% eram do sexo feminino, 44% apresentavam idade entre 61 a 70 anos. Quanto à escolaridade, 56% disseram que não chegaram a completar o ensino fundamental. Analisando o aspecto de histórico da doença, 92% dos confirmaram a presença de outros casos de DM na família, 68% declararam procurar informações sobre a doença e 72% sobre os medicamentos utilizados. Dos indivíduos em estudo, 20 eram acometidos por outras doenças crônicas, dentre as quais, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) que foi a mais prevalente (68% dos participantes), sendo que destes, um já exibia diagnóstico de disfunção renal, complicação que pode estar associada à presença simultânea de DM e HAS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Em relação ao controle da glicemia, Cloridrato de Metformina apresentou-se como o fármaco mais utilizado pelos pacientes diabéticos (60% dos casos). Dos seis entrevistados que faziam uso de insulina, apenas um relatou o costume de aferir a glicemia diariamente. Exatamente 88% se declararam não fumantes, dizendo também não fazer uso de bebidas alcoólicas e 32% relataram ser praticantes de atividades físicas regulares (3 ou mais vezes por semana). Dos quatro pacientes que disseram fazer uso de plantas medicinais, dois relataram a utilização destas em associação com medicamentos alopáticos com o objetivo de auxiliar no controle da glicemia (casca da cidra e um chá obtido a partir das folhas de uma planta popularmente conhecida como insulina). Apenas dois dos entrevistados revelaram não fazer a dieta proposta pelo médico ou nutricionista. Em relação à frequência das consultas, 28% declararam que as realizam em intervalos de seis a sete meses e 12% apenas quando se sentem mal. Os resultados encontrados vão de encontro aos apresentados por estudo observacional de corte transversal realizado por Cotta et al. (2009) envolvendo 15% dos diabéticos do município de Teixeiras (MG). Tal estudo identificou a necessidade de ações de intervenção por parte do serviço de saúde, devido à presença de hábitos alimentares inadequados e dos exercícios físicos serem incorporados ao cotidiano apenas de pequena parte dos entrevistados. Além disso, grande parcela dos entrevistados era analfabeta (40,9%). CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio deste estudo observamos que algumas posturas inadequadas são encontradas entre a população estudada, o que pode prejudicar no controle da doença e na prevenção de agravos. Esperamos com a divulgação destes dados estimular ideias voltadas para a implantação de estratégias que visem à modificação no estilo de vida a população estudada. No entanto, devemos partir do principio de que para isso, faz-se necessário que a equipe interdisciplinar atue, no sentido de incentivar e promover o conhecimento da doença aos diabéticos e seus familiares. Pois na verdade, esta é a peça-chave para que os pacientes apresentem maior aderência ao tratamento e entendam o porquê de adotar hábitos de vida mais saudáveis. REFERÊNCIAS ALVES JÚNIOR, Ailton Cezário. Consolidando a rede de atenção às condições crônicas: experiência da rede Hiperdia de Minas Gerais. Organização Panamericana de Saúde, Brasília. 2011. COTTA, Rosângela Minardi Mitre et al. Perfil sociossanitário e estilo de vida de hipertensos e/ou diabéticos, usuários do Programa de Saúde da Família – município de Teixeiras, MG. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro 14, n. 4,1251-1260. 2009. MARTINEZ, Maria Carmen; LATORRE, Maria do Rosário Dias de Oliveira. Fatores de Risco para Hipertensão Arterial e Diabete Melito em Trabalhadores de Empresa Metalúrgica e Siderúrgica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Rio de Janeiro, 87, 471-479, dezembro. 2006. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Cadernos de Atenção Básica. Brasília. n. 16. Ministério da Saúde, 2006. Disponível em: http://189.28.128.100/dab/docs/geral/prevalencia01_2011.pdf. Acesso em: 08. Julho. 2013. CÉLULAS TRONCO E SUAS APLICAÇÕES Luiz Felipe de Faria Gardingo, Junimar Maicon Lopes Ferreira– Graduandos em Farmácia. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Viviane Gorete Silveira Mouro – Graduada em Farmácia, Mestre em Biologia Celular e Estrutural. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Células Tronco, Genética, Biotecnologia. INTRODUÇÃO O conhecimento da existência das células tronco nos vários tipos de tecidos vivos é antigo e mencionado em vários trabalhos já publicados, porém, a maior novidade dos últimos anos não é o fato da descoberta destas células, mas sim o fato de que os cientistas aprenderam a interferir no que se pode chamar de destino dessas células, levando-as a diferenciarem em tipos celulares muito distintos daquele encontrados nos locais de seu tecido de origem (CARVALHO, 2001). Takenchi e Tannuri (2006), em seu trabalho apresentam a seguinte lei federal citada: [...] no Brasil, a Lei Federal 11.105, de 24 de março de 2005, regulamentou as pesquisas nessa área e permite o uso de célula-tronco embrionária para pesquisa e terapia. Essas células devem ser obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro, não utilizados no procedimento, devem ser embriões inviáveis e que tenham sido mantidos congelados por mais de três anos. É obrigatória a obediência às seguintes condições: haver consentimento dos genitores, bem como a submissão prévia dos projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa [pág., 63]. As células tronco podem ser dividas em dois distintos grupos, podem se classificar como células embrionárias e adultas. As células tronco embrionárias são as mais conhecidas devido sua alta plasticidade, pois tem a capacidade de se diferenciarem em qualquer tecido e assim oferecendo uma ampla área de estudos. As células tronco adultas são menos estudadas pelo fato de possuírem menos plasticidade, pois se diferenciam apenas no seu tecido de origem (ULRICH, 2008). METODOLOGIA Trata-se de uma revisão bibliográfica buscando tendências atuais da utilização de células tronco em seus vários campos de aplicação. DESENVOLVIMENTO Ulrich et al. (2008), apresenta algumas das aplicações mais atualizadas com relação às células tronco embrionárias, como o uso dessas como fonte de tecido para transplante de medula, visando o tratamento de doenças hematopoiéticas. Essas células mostram-se capazes de dar origem a novas linhagens de células como as mieloides, eritroides e linfoides. Outro campo de pesquisa crescente é em relação ao uso dessas células no tratamento de doenças degenerativas do sistema nervoso como o Parkinson. Através de experimentos em animais, pode ser observado que neurônios derivados de células tronco embrionárias apresentam características semelhantes na morfologia e funcionamento quando comparados a neurônios dopaminérgicos. Segundo o exposto por Ulrich et al (2008) as aplicações de células tronco adultas, estas inicialmente eram usadas apenas no tratamento de doenças hematopoiéticas na forma de transplante de medula óssea. Com o avançar das pesquisas passou-se a utilizar o sangue do cordão umbilical e placentário como uma fonte viável destas células. Essa nova linha de pesquisa evoluiu, levando ao uso das células tronco no tratamento de doenças mais complexas, como as doenças genéticas do metabolismo. Após isso, estudos vêm sendo desenvolvidos quanto ao uso mais amplo das células tronco adultas no tratamento de diferentes doenças, desde doenças crônicas como o Diabetes ou doenças cardíacas até tratamento de traumatismo da medula espinhal, porém, são tratamentos a nível experimental dependendo ainda de um longo período de testes até que possam ser oferecidos a população. Atualmente novas fontes alternativas de células tronco adultas vem sendo estudadas, como material lipoaspirado da poupa do dente de leite. Ainda não se sabe se essas células contemplam todas as características de diferenciação, porém, mostram que existe muito que se estudar sobre diferentes fontes de células tronco no organismo (ULRICH, 2008; TAKENCHI & TANNURI, 2006). Segundo Carvalho (2001), outra linha de estudo envolvendo o uso de células troco esta relacionada ao tratamento do infarto, que hoje atinge a nível mundial cada vez mais pessoas, podendo levar a morte ou uma grave lesão que pode resultar em insuficiência cardíaca progressiva, devido degradação dos músculos cardíacos. Curiosamente, as células tronco ainda não foram encontradas em corações adultos, o que levou a pesar sobre a grande pluripotencialidade de células hematopoiéticas permitindo o uso destas na regeneração de células cardíacas. Este fato já foi confirmado e hoje vários laboratórios dedicam-se à pesquisa com o uso de células tronco originadas de outros tecidos para comprovar sua eficácia com a mesma finalidade. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo das células tronco tem levado a descoberta de novas possibilidades até então, tidas como impossíveis ou inviáveis no tratamento de doenças que atingem grande parte da população. Melhorias de grande importância foram observadas, influenciando na qualidade de vida das pessoas portadoras de doenças em que não se tem uma solução definitiva. Contudo, deve-se lembrar que essa linha de pesquisa está apenas em seu início e tem capacidade para evoluir em níveis inestimados no que diz respeito a tratamentos desenvolvidos na área de engenharia genética. REFERENCIAS. CARVALHO. Antonio Carlos Campos de; Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, UFRJ. Rev, Ciência Hoje. Vol, 29. Nº 172. Rio de Janeiro, junho 2001. RODRIGUES, William Costa. Metodologia Científica. 2007. Disponível em: http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/3922/material/willian%20R odrigues_metodologia_cientifica.pdf. Acesso em 09 de Agosto de 2013. TAKEUCHI. Carlos Augusto; TANNURI. Uenis. A polêmica da utilização de células tronco embrionárias com fins terapêuticos. Rev. Assoc. Med. Bras. 2006, Vol-52. ed.2 pag. 63. ULRICH. Alexander Henning, et al. Bases moleculares da biotecnologia. Editora Roca, São Paulo, 2008. ISBN; 978-85-7241-759-4. AVALIAÇÃO DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS POR PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE DE SERICITA, MG Nayenne da Costa Andrade – Graduanda em Farmácia, Bolsita FAPEMIG. Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Franciele de Oliveira Scala Dias – Graduanda em Farmácia, Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Gleiciely Santos Silveira – Farmacêutica Industrial, Mestre e Doutoranda em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Fernanda Cristina Ferrari - Farmacêutica, Mestre e Doutoranda em Ciências Farmacêuticas. Professora e Coordenadora do curso de Farmácia da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Plantas Medicinais, Sericita, Profissionais de Saúde. INTRODUÇÃO Para uma grande parcela da população, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a terapia alternativa por meio das plantas medicinais é uma das principais formas de tratamento (VEIGA JR, 2008). Essa utilização é decorrente da crença de que as substâncias naturais são mais seguras e benéficas em relação às demais terapias. Todavia, sabe-se que podem apresentar toxicidade (MENGUE, MENTZ, SCHENKEL, 2001). Sendo assim é de suma importância o conhecimento das espécies e de suas propriedades farmacológicas que possuam embasamento científico, registros e não apenas sabedoria popular (ARGENTA et al., 2011). Baseado no crescente interesse da população pela utilização de plantas medicinais e seus derivados, independente da opinião que cada indivíduo envolvido tenha, seja ele profissional de saúde ou paciente, é necessário que tenham conhecimento, para que possam incorporar a fitoterapia como terapia complementar à medicina tradicional de forma correta (STASI, 2007). O presente estudo objetiva avaliar o conhecimento, a credibilidade e o interesse particular dos profissionais de saúde que atuam na Estratégia Saúde da Família (ESF) nos municípios de Sericita e Matipó, MG, em relação às plantas medicinais e fitoterápicos, bem como a incorporação desta prática alternativa na assistência à saúde dos pacientes. METODOLOGIA O presente estudo, realizado no município de Sericita no Estado de Minas Gerais. Trata-se de uma pesquisa quantitativa, com aplicação de questionário estruturado, nos meses de junho e julho de 2013. Estes foram aplicados aos profissionais que atuam no sistema Público de Saúde, especificamente nas Estratégia de Saúde da Família. Ao todo, 31 profissionais de saúde responderam ao questionário pois foram esses que se disponibilizaram a participar do estudo. Essa pesquisa foi delineada para avaliar e interpretar os diferentes aspectos relacionados à utilização das plantas medicinais pelos profissionais entrevistados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Dos profissionais que participaram da pesquisa, 87% responderam que acreditam no efeito terapêutico das plantas medicinais. Em relação à frequência de utilização, 74 % afirmaram utilizar plantas medicinais raramente, 6% utilizam uma vez ao mês e 6% uma vez ao ano. Dos participantes da pesquisa, 55% fazem o uso das plantas por meio de chás. O que motivou a utilização das plantas como terapia foi: gripes e resfriados (23%), cólica renal (10%), e dores e inflamações (10%). Quanto às espécies citadas com maior utilização, 29% responderam hortelã (Mentha piperita), 10% folha de laranja (Citrus sp.) e 10% utilizam com mais frequência erva-doce (Pimpinella anisum). Algumas das espécies citadas foram referidas em uma pesquisa de mesmo caráter, realizada com pacientes do Sistema Público de Saúde do município de Matipó: camomila (Matricaria recutita) 55,71%, erva-doce 62,86%, funcho (Foeniculum vulgare) 45%, folha de laranja 63,57% e hortelã 58,57% (ALVES et al., 2012). Em outro estudo, os autores encontraram que os problemas que levaram à utilização de plantas medicinais foram problemas respiratórios, infecções e problemas renais (PILLA, AMOROZO e FURLAN, 2006). CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho mostra as diferentes formas de utilização e finalidades do consumo de plantas medicinais. É importante na medida em que avalia a credibilidade e interesse dos profissionais de saúde com relação ao uso das mesmas, para que se possa estimular a utilização de forma correta, sempre levando em conta os efeitos terapêuticos e a toxicidade que as plantas podem apresentar. REFERÊNCIAS ALVES, Érica Cristina; BRANDÃO, Regiane Aparecida, FONTES, Renata Aparecida, FERRARI, Fernanda Cristina. Aspectos da utilização de plantas medicinais pela população do bairro boa vista do município de Matipó, MG. Trabalho de Conclusão de Curso – Faculdade Vértice – UNIVÈRTIX. 2012. ARGENTA, Leila Crestanello; ARGENTA, Scheila Crestanello; CEZAROTO, Verciane Schneider; GIACOMELLI, Sandro Rogério. Plantas medicinais: cultura popular versus ciência. Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI, Vol.7, N.12: p.51-60, Maio. 2011. MENGUE, S.S; MENTZ, L.A; SCHENKEL, E.P. Uso de plantas medicinais na gravidez. Revista Brasileira de Farmacognosia, p. 21-35. 2001. PILLA, Milena Andrea Curitiba; AMOROZO Maria Christina de Mello; FURLAN, Antônio. Obtenção e uso das plantas medicinais no distrito de Martim Francisco, Município de Mogi-Mirim, SP,Brasil. Acta bot.bras, São Paulo, p. 789-802, 2006. STASI, Luiz Claudio di. Plantas medicinais: verdades e mentiras: o que os usuários e profissionais de saúde precisam saber. São Paulo: UNESP, 2007. VEIGA Jr, Valdir Florêncio da. Estudo do consumo de plantas medicinais na Região Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população. Revista Brasileira de Farmacognosia, p. 308-313, Abr./Jun. 2008. BIOSSORÇÃO DE ARSÊNIO EM REJEITOS RICOS EM PROTEÍNAS FIBROSAS EM REATORES ANAERÓBIOS Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. Junimar Maicon Lopes Ferreira. Graduando em Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Arsênio, Biossorção, Reatores Anaeróbios. INTRODUÇÃO O arsênio é encontrado na atmosfera, na água, nos solos e sedimentos assim como em organismos, estando sua maior distribuição na crosta terrestre. O mineral mais comum é a arsenopirita (FeAsS). A produção mundial de arsênio é estimada na ordem de 0,75 a 1 x 103 toneladas por ano, sendo utilizado em diversos setores (Howard e Hunt, 1993). A concentração de arsênio no solo pode variar na faixa de 0,1 até mais de 1000 ppm (Teixeira, 2004). Não apenas o elemento, mas também a maioria de seus compostos é considerada tóxica e nociva à saúde. Os maiores problemas de contaminação por arsênio estão relacionados a fontes de água subterrâneas. Essa contaminação pode ocorrer tanto pelas águas residuárias industriais, quanto pela lixiviação de arsênio naturalmente presente em solos e minerais. Alguns métodos para remoção de arsênio e outros metais pesados vem surgindo ao longo dos últimos anos como resultado no desenvolvimento de novas tecnologias de separação, dentre as quais aquelas envolvendo Biossorção, a qual usa uma biomassa residual, orgânica ou inorgânica, abundante e de baixo custo, que vem se destacando na remoção de íons metálicos (Volesky et al., 1995). Estudos científicos são praticamente inexistentes a respeito da biossorção desse metal, existem diversos trabalhos de pesquisa abordando a bioacumulação e a oxidação bacteriana do As, com alguns resultados promissores. A literatura tem uma deficiência relacionada à biossorção de ânions de um modo geral e, em particular, dos ânions arsenicais. Fundamentados nos mecanismos bioquímicos que justificam os efeitos tóxicos das espécies arsenato e arsenito, este projeto vem avaliar a utilização de biomassas animais, ricas em proteínas fibrosas, como biossorventes para espécies hidrossolúveis de arsênio (TEIXEIRA, 2004) METODOLOGIA Nesse trabalho estudamos o processo de biossorção da espécie de arsênio (III) pela biomassa desenvolvida a partir de penas de galinhas, que são ricas em proteínas fibrosas, mais especificamente em cisteína em sistema inoculado com microorganismos em regime contínuo e em batelada. As experiências de adsorção de As (III) são realizadas em regime contínuo e em batelada à temperatura ambiente. O material biossorvente utilizado foi o pó comercial obtido a partir da trituração de penas de galinhas, que são ricas em cisteína. RESULTADOS PRELIMINARES O pó de pena de galinha empregado neste estudo é um material homogêneo. A análise granulométrica da amostra mostra que todo o material passou na peneira de #16 sendo, portanto, o tamanho da maior partícula inferior a 1mm. A presença de partículas finas obriga a utilização de papel de malha fechada nas filtrações durante os ensaios de remoção. Objetivando o melhor entendimento do comportamento das partículas do pó de pena de galinha, foram realizadas medições do potencial zeta para determinar a carga da superfície da partícula. O potencial da cisteína apresenta valores negativos, de 20 a 60 mV para a faixa de pH avaliado 2 a 10. Segundo Teixeira (2004), nestes valores de pH o valor do potencial diminui, indicando que a carga negativa da superfície da casca aumenta com o aumento da alcalinidade da solução. Este efeito é causado pela ionização dos grupos carboxilas a altos valores de pH. A superfície da biomassa é composta principalmente de carboidratos que conferem uma carga negativa à superfície da biomassa devido à dissociação dos grupos funcionais presentes. O pH do sistema influencia na magnitude do potencial zeta devido à adsorção dos íons de hidrogênio e hidroxila (SELATNNIA, 2004). A dissociação dos grupos funcionais é dependente do pH, a valores maiores de pH uma maior quantidade de grupos funcionais como carboxilas e hidroxilas, encontram-se dissociados, e com carga negativa, tendo assim uma afinidade maior pelos cátions (ALDRICH & FENG, 2000). O reator utilizador tem um leito com a biomassa, uma zona de sedimentação e o separador de fase (Narnoli e Mehrotra, 1996). Este separador de fases, um dispositivo característico do reator (Van Haandel e Lettinga, 1994), tem a finalidade de dividir a zona de digestão, onde se encontra a biomassa e a zona de sedimentação. O reator opera com uma capacidade de 500 ml. Está sendo avaliado o desempenho do biossorvente sob diferentes condições de preparação da amostra, pH, concentração de biomassa/biossorvente e presença de íons competidores, além de identificar os mecanismos de adsorção. CONSIDERAÇÕES FINAIS A presença de arsênio nas fontes de água natural deve ser controlada periodicamente, uma vez que os mecanismos que potenciam o seu aparecimento, em concentrações elevadas, são muito vastos e de difícil identificação. No entanto, é possível identificar zonas de risco, ou seja, regiões em que as águas naturais apresentam normalmente concentrações de arsénio elevadas. O tratamento de águas para consumo humano poluídas com arsénio é vital como instrumento duma política preventiva e de para a erradicação do risco de envenenamento crónico associado aos efeitos deste metal na saúde pública, sendo necessário selecionar as técnicas mais adequadas e sustentáveis de redução dos níveis de arsênio para valores inferiores aos valores paramétricos mais restritivos. Tais valores têm sido propostos com base nas conclusões de estudos epidemiológicos que sustentam o efeito potencialmente cancerígeno dos compostos inorgânicos de arsênio. REFERÊNCIAS ALDRICH, Charles.; FENG, Diegh. Removal of heavy metals from wastewater effluents by biosorptive flotation, Minerals Engineering, v. 13, p. 1129-1138, 2000. BRASIL. Resolução nº 430 de 2011, CONAMA. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução no 357, de 17 de março de 2005. HUGHES, M. F. Arsenic Toxicity and Potential Mechanisms of Action. Toxicology Letters, 133, 2002. JANSSON-CHARRIER, M.; GUIBAL, E.; SURJOUS, R. e CLOIRES, P. L.. Continuous Removal of Uranium by Biosorption onto Chitosan: Application to an Industrial Effluent. In: International Biohydrometallurgy Symposium /IBS-95, 1995, Vina del Mar, Chile. November, 19-22, 1995. MARTIN, P.; DEMEL, S.; SHI, J.; GLADYSHEVA, T.; GATTI, D. L.; ROSEN, B. P. e EDWARDS, B. F. P. Insights into the structure, solvation and mechanism of ArsC arsenate reductase, a novel arsenic detoxification enzyme. Structure, 9, 2001. NARKOLI, S. K., Indu Menrotra. Sludge blanket of UASB reactor: mathematical simulation, Water Science Tech., 31, 715-726, 1997. OLIVEIRA, A. F.;LADEIRA, A. C. Q.;CIMINELLI, V. S. T.;HEINE T. and DUARTE, H. A.. Structural model of arsenic(III) adsorbed on gibbsite based on DFT calculations. Journal of Molecular Structure-Theochem, 762, p. 17-23, 2006. SELATNNIA, Anne. Biosorption of Cd (II) from aqueous solutions by NaOH-treated bacterial dead Streptomyces rimosus biomass, Hydrometallurgy, v. 75, p. 11-24, 2004. TEIXEIRA, Mônica Cristina. Mecanismo de Biossorção Seletiva de Arsênio (III) em Rejeitos Ricos em Proteínas Fibrosas. Tese de doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais. 2004. VAN Haandel, A. C., LETTINGA, G. Tratamento Anaeróbio de Esgotos: Um Manual para Regiões de Clima Quente, Epgraf, Campina Grande, 240 p, 1994. VOLESKY, B. e HOLAN, Z. R. Biosorption of heavy metals. Biotechnology Progress, 11, 1995. AÇÃO DAS SEMENTES DE MAMÃO(Carica papaya L.) E DE ABÓBORA(Cucurbita pepo L.) SOBRE HELMINTOS GASTRINTESTINAIS DE BOVINOS. Tassyane Ferreira Silva, Guilherme Pereira de Souza e Nívia de Assis Dias – Graduandos em Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Rogério Oliva Carvalho – graduado em Medicina Veterinária, mestre e doutor em Medicina Veterinária. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Mamão; abóbora; helmintos; bovinos. INTRODUÇÃO O Brasil é dono do segundo maior rebanho efetivo do mundo, com cerca de 200 milhões de cabeças. A criação de bovino no Brasil é a atividade que ocupa a maior extensão de terras. Além disso, desde 2004, assumiu a liderança nas exportações, com um quinto da carne comercializada internacionalmente e vendas em mais de 180 países (BRASIL, 2012; IBGE 2012). Um dos grandes vilões na produção bovina no Brasil, principalmente em bovinos criado em pastagem natural, é a exposição à infecções por endoparasitas. Os prejuízos ocasionados por essas infecções estão relacionados com a queda na produção, retardo no crescimento do animal, custos com tratamento médico veterinário, com os recursos terapêuticos a serem empregados e, em algumas situações com os prejuízos advindos com da morte desses animais. O combate às verminoses atualmente é realizado por meio do uso de anti-helmínticos sintéticos. Porém, esse procedimento apresenta alguns problemas, como altos custos, perigo de contaminação ambiental e preocupação do consumidor com relação aos resíduos das drogas nos produtos de origem animal, tais como carne e leite (ARAÚJO e SAMPAIO, 2000; CHAGAS, 2004; CAMURÇAVASCONCELOS, 2006). Com base nessas dificuldades vem crescendo os estudos que buscam alternativas para o controle dos helmintos, uma delas é a utilização de plantas com atividade anti-helmíntica. O uso de plantas representa uma alternativa sustentável à quimioterapia convencional, e o interesse em suas propriedades antiparasitárias vêm aumentado (CHAGAS, 2004; FURTADO, 2005, 2006; GITHIORI et al.,2006; ATHANASIADOU et al., 2007). Com base em pesquisas realizadas e resultados satisfatórios em alguns periódicos citados, este trabalho teve por objetivo pesquisar in vivo as atividades anti-helmínticas das sementes de mamão (Carica papaya L.) e de abóbora (Cucurbita pepo L.) sobre os nematóides gastrintestinais de bovinos naturalmente infectados. METODOLOGIA Foram utilizados 9 bovinos, com idade variando de seis a 12 meses, naturalmente infectados, divididos em três grupos e mantidos em um piquete, identificados por meio de brincos. Nos grupos de tratamento os animais receberam pó de sementes de abóbora e de mamão na dose de 19g/10kg de peso corporal. No grupo controle os animais recebam fubá (placebo) na dose de 19g/10kg de peso corporal. Todos os grupos receberam os tratamentos por três dias consecutivos. Durante todo o período do estudo experimental, os bovinos receberam água, forragem verde ad libitum e suplementação mineral. Nos dias zero (dia do primeiro tratamento), 10, 20, 30 foram realizadas coletas de fezes, diretamente da ampola retal, para análise parasitológica através da contagem do número de ovos por grama de fezes (OPG), segundo a metodologia descrita por Gordon e Whitlock (1938). Os dados foram submetidos a análise de variância seguido do teste de Tukey a nível de significância de 1% e 5% (AYRES et al., 2003). RESULTADOS E DISCUSSÕES No teste in vivo, os animais estavam parasitados com ovos da superfamília Strongyloidea. Na dose testada, os resultados mostraram que não houve diferença estatística entre a média de OPG dos animais dos grupos tratados e do controle em nenhum dos dias de observação (P>0,05). Almeida et al., (2007) trabalhando com sementes de abóbora, jerimum (Curcubita pepo L) na mesma dose (19g/ 10kg de peso vivo) em caprinos obteve uma redução média de 63% dos helmintos. Os mesmos resultados não foram observados no presente trabalho, indicando que, para bovinos, a dose utilizada foi insuficiente. Necessitando de mais estudos para determinar a melhor dose para bovinos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nos testes in vivo, a dose testada foi incapaz de controlar os helmintos adultos no trato gastrintestinal de bovinos. Necessitando de mais estudos que possam determinar a dose ótima para utilização em bovinos. REFERÊNCIAS ALMEIDA, W.V.F.; SILVA, M.L.C.R.; FARIAS, E.B.; ATHAYDE, A.C.R. ;SILVA, W.W. Avaliação de plantas medicinais em caprinos da região do semiárido paraibano naturalmente infectados por nematóides gastrintestinais. Revista Caatinga, v.20, n.3, p.1-7, 2007. ARAÚJO, J.V.; SAMPAIO, W.M. Effects of temperature, mineral salt and passage through gastrointestinal tract of calves on alginate formulation of Arthrobotrys robusta-a nematode – trapping fungus. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.9, n.1, p.55-60, 2000. ATHANASIADOU, S.; GITHIORI J.; KYRIAZAKIS, I. Medicinal plants for helminth parasite control: facts and fiction. Animal. v.1, n.9, p.1392–1400, 2007. AYRES, M., AYRES, J.R.M., AYRES, D.L. & SANTOS, A.S. Aplicações estatísticas nas áreas de ciências biológicas. Brasília, 2003, 290 pp. BRASIL. Ministério da Agricultura, 2012. Bovinos. Disponível http://www.agricultura.gov.br/animal/especies/bovinos-e-bubalinos. Acesso 11/08/2013. em: em: CAMURÇA-VASCONCELOS, A.L.F. Avaliação da atividade anti-helmíntica dos óleos essenciais de Lippia sidoides e Croton zehntneri sobre nematóides gastrintestinais de ovinos. Tese (Doutorado em Ciências Veterinárias) – Programa de Pós-graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Estadual do Ceará. 2006. CHAGAS, A.C.S. Controle de parasitas utilizando extratos vegetais. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.13, supl.1, p.156-160, 2004. FURTADO, S.K., NEGRELLE, R.B., MIGUEL, O.G., ZANIOLO, S.R., KAPRONEZAI, J., RAMOS, S.J., SOTELLO, A. Efeito de Carica papaya L. (caricaceae) e Musa paradisiaca linn. (musaceae) sobre o desenvolvimento de ovos de nematódeos gastrintestinais de ovinos. Arquivos do Instituto Biológico, v.72, p.191-197, 2005. GITHIORI, J.B.; ATHANASIADOU, S.; THAMSBORG, S.M. Use of plants in novel approaches for control of gastrointestinal helminths in livestock with emphasis on small ruminants. Veterinary Parasitology, v.139, n.4, p.308-320, 2006. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE), 2012. Produção pecuária municipal 2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=20 02&id_pagina=1 Acesso em: 11/08/2013 PERFIL EPIDEMIOLOGICO DOS PACIENTES CADASTRADOS NO PROGRAMA HIPERDIA DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMILIA DO BAIRRO BOA VISTA – MATIPÓ/MG Jéssica Monteiro Rodrigues- Graduanda em Enfermagem, Bolsista da FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Perfil epidemiológico; Diabetes Mellitus; Hipertensão Arterial; HIPERDIA. INTRODUÇÃO A situação da saúde, atualmente, no Brasil e em Minas Gerais, é determinada por dois fatores importantes. A cada ano acrescentam-se 200 mil pessoas maiores de 60 anos à população brasileira, gerando uma demanda importante para o sistema de saúde, ou seja, o envelhecimento populacional está diretamente ligado ao aparecimento de doenças crônicas e várias outras morbidades (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Podemos citar a Hipertensão e o Diabetes Mellitus como as principais doenças crônicas que atingem essa população. Estima-se que a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) afete 20% da população adulta em Minas Gerais; destes 25% apresentam alto grau de risco cardiovascular, segundo estratificação de risco utilizada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG). O número estimado de indivíduos com HAS no Brasil é de, aproximadamente, 18 milhões sendo que apenas 30% dos casos estão controlados (MIRANZI et al., 2008). Já o Diabetes Mellitus (DM) é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a epidemia mundial do século XXI. Atualmente a OMS estima que 346 milhões de pessoas sejam diabéticas; em 2030, espera-se que as mortes por essa condição crônica dobrem em relação a 2005 (ALVES JÚNIOR, 2011). Neste contexto, o presente estudo objetiva descrever o perfil epidemiológico, e os fatores associados à Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e ao Diabete Mellitus (DM) na população cadastrada no programa HIPERDIA da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do Bairro Boa Vista da cidade de Matipó/MG. Como o Bairro Boa Vista é muito populoso e o grupo de hipertensos e diabéticos é muito expressivo, faz-se necessário estudos como este para traçar o perfil epidemiológico da população e definir estratégias para lidar com esses pacientes. Contribuindo assim para uma conscientização dos pacientes com HAS e DM e suas famílias sobre a necessidade dos cuidados e controle relacionados à doença, consequentemente melhorando a expectativa e a qualidade de vida da população com hipertensão e diabetes. METODOLOGIA Trata-se de um estudo do tipo descritivo com abordagem quantitativa. O estudo será realizado em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) do Município de Matipó. O munícipio conta com 7 (sete) UBS para o atendimento populacional, porém a UBS que fará parte da pesquisa será a Estratégia de Saúde da Família (ESF) do bairro Boa Vista. A escolha da população do Bairro Vista ocorreu devido ao fato de ser um grupo em situação de vulnerabilidade social, grande densidade populacional no território da unidade de atenção primária e um elevado número de cadastrados. A identificação do perfil epidemiológico e dos fatores associados à Hipertensão Arterial Sistêmica e ao Diabetes Mellitus da população usuária da Estratégia de Saúde da Família do Bairro Boa Vista, será realizada através de dados secundários obtidos nos cadastros do programa HIPERDIA. Os dados serão processados no Microsoft Excel e analisados através de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES O bairro apresenta 4.084 habitantes cadastrados na ficha A. Sendo que desde, 579 são hipertensos e 90 diabéticos. Percentualmente, a representação dos hipertensos e diabéticos em relação a população cadastrada na unidade é de 16,4%. A pesquisa encontra-se em andamento, por isso utilizou-se dados parciais na discussão. A coleta de dados foi realizada no mês de agosto de 2013, sendo analisadas 100 fichas cadastrais do programa HIPERDIA, de forma aleatória. Do levantamento realizado através das fichas constatou-se que 54 são mulheres e 46 homens. O IMC revelou que cerca de 30% da população com HA e DM apresentam massa corporal dentro dos padrões, com valores entre 18,5 e 24,9. Porém, 46% da população investigada tiveram resultados de sobrepeso, valores entre 25,0 a 29.9. E 24% podem ser considerados obesos, pois o IMC está entre 30.0 e 40.0. Peixoto e colaboradores (2006) afirmam que a obesidade está fortemente associada a fatores de risco cardiovasculares (hipertensão, diabetes e dislipidemias), elevando a magnitude da morbidade e mortalidade pelas doenças cardiovasculares. Em relação a presença de complicações, oriundas da Hipertensão e Diabetes, cerca de 9% dos pacientes, foram acometidos por Infarto Agudo do Miocárdio, uma vez que possuem hipertensão grave PAS>/= 180 ou PAD >/=110, nenhum paciente apresentou Acidente Vascular Cerebral, e apenas 5% apresentaram outras cardiopatias relacionadas com a HA e DM, como a doença renal. Em levantamento sobre a medicação utilizada por estes pacientes, pode-se constatar um número elevado do uso de medicamentos como o Hidroclorotiazida 65%, Propanolol 39%, Captopril 20% e Glibenlamida 15%, pois são medicamentos distribuídos gratuitamente pelo Ministério da Saúde, para o tratamento de HA e DM, ambos conciliados, e com o auxilio de outros medicamentos para garantir um melhor tratamento. CONSIDERAÇÕES FINAIS É fato que apenas a distribuição gratuita da medicação não é suficiente para garantir a adesão ao tratamento, visando uma melhoria da saúde da população do bairro Boa Vista. Baseando-se nos resultados expostos na pesquisa, percebeu-se que a HAS e o DM, deve ser um assunto tratado com a população em geral, para que seja possível mostrar a importância da prevenção e o controle a partir do uso de medicamentos adequados, juntamente com a realização de atividade física. É importante observar que os pacientes do HIPERDIA, se preocupam em cuidar de seu bem estar, e estão sempre procurando informações para uma vida mais saudável. REFERÊNCIAS ALVES JUNIOR, Ailton Cesario. Consolidando a rede de atenção às condições crônicas: experiência da rede Hiperdia de Minas Gerais. Organização Panamericana de Saúde. Brasília-DF, 2011. MINISTÉRIO DA SAÚDE. A vigilância e o controle das doenças crônicas não transmissíveis: DCNT no contexto do Sistema Único de Saúde Brasileiro / Brasil. Ministério da Saúde. Brasília: OPAS, 2005. MIRANZI, Sybelle de Souza Castro; FERREIRA, Francielle Silva; IWAMOTO, Helena Hemiko; PEREIRA, Gilberto de Araújo; MIRANZI, Mário Alfredo Silveira. Qualidade de vida de indivíduos com diabetes mellitus e hipertensão acompanhados por uma equipe de saúde da família. Texto & Contexto –Enfermagem, Out-Dez; v.17, n.4, p.672-9, 2008. PEIXOTO, Maria do Rosário Godim, e cols. Circunferência da Cintura e Índice de massa corporal com preditores da Hipertensão Arterial. Arq Bras Cardiol 2006; 87: 462-470; 2006. A PROCURA DOS SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA POR HOMENS CADASTRADOS EM ESTRATÉGIAS SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) DO MUNICÍPIO DE RAUL SOARES-MG Gabriela Fernandes da Silva, Hosana Silvério Chaves, Tatiana Maria Xavier- Graduadas em Enfermagem. Pós-graduandas em Saúde Pública com ênfase em PSF- Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Alberto Bicalho. Graduado em Medicina. Residência Médica em Cirurgia Geral. Psicanalista Clínico. Atua em Matipó – MG. Ana Lígia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem, especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas.. Professora e Coordenadora do curso de Farmácia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. [email protected] PALAVRAS-CHAVE: Saúde do homem; atenção primária; prevenção e promoção. INTRODUÇÃO A atenção primária é entendida como uma forma de organização dos serviços de saúde e também como uma estratégia para integrar todos os aspectos desses serviços a partir da perspectiva da população (ALBANO, 2010). Para Gomes (2007) existe ausência considerável do sexo masculino à procura desses serviços de saúde em relação às mulheres, uma vez que parecem se sentirem inferiorizados em todos os aspectos de sua masculinidade e amedrontados não procuram o serviço de saúde. Além disso, segundo Nardi et al. (2007) os homens são mais vulneráveis às doenças graves e crônicas e morrem mais cedo que a população feminina. Diante do exposto, este estudo teve como objetivo verificar a procura dos serviços de atenção primária por homens cadastrados em uma Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Raul Soares-MG. Com esta investigação pretendemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida do homem, uma vez que, além de constituir um importante indicador de avaliação, demonstra a realidade, focada no controle dos agravos, planejamento da assistência aos usuários, bem como em ações operacionais na atenção primária. METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem quantitativa. Foi aplicado um questionário fechado durante quatro dias. Tais dias foram indicados considerando o atendimento nas ESF referentes à saúde do homem e à saúde do adulto em uma mesma semana a fim de obter informações a respeito do que levam os homens a procurar os serviços de saúde. Assim, na referida semana foram atendidos nas EFS 19 homens, que se constituíram nos indivíduos que responderam o questionário. A opção por estas duas ESF se deu pelo fato de as pesquisadoras atuarem como enfermeiras nestas Estratégias, o que facilitou o acesso aos dados. Além disso, os dois ESF funcionam na mesma infraestrutura, sendo que cada uma tem a sua equipe e atende a diferentes bairros. Os pesquisados assinaram um Termo de Consentimento Livre Esclarecido (ESF), autorizando a realização da pesquisa. Os dados foram tabulados utilizando o programa Microsoft Office Excel® e organizados em forma de gráficos para apresentação dos resultados. No entanto, para este resumo optou-se apenas por uma descrição dos percentuais encontrados. RESULTADOS E DISCUSSÕES A população masculina pesquisada foi constituída com o seguinte percentual: 15,8% possuem entre 25 a 30 anos; 21,0% de 31 a 40, 36,8% na faixa etária de 41 a 50 anos e 26,4% de 51 a 59 anos. Sobre a frequência que procuram a ESF, 21,0% informaram que usaram pela primeira vez, 26,4% semanalmente; 10,5% mensalmente, semestralmente 10,5% e anualmente 15,8%. Ninguém respondeu quinzenalmente. Para Bonzon et al. (2004) esta ausência da procura pela população masculina, ocorre por causa de vários motivos culturais; os estereótipos de gêneros, trazido há séculos pela cultura patriarcal, aumentando práticas fundamentadas em crenças e valores do que é ser masculino. O homem também vê a doença como sinal de fragilidade e se julga invulnerável, o que faz com que se cuide menos se expondo a situações de risco. Dos homens que procuraram a ESF pela primeira vez, 75% deles foram para consulta médica, 25% vacinas e 0% para consulta de Enfermagem. Aqueles que não procuraram pela primeira vez 6,6% foram para entrega de exames e solicitar a troca de receitas 6,6%; 66,8% foram com sinais e sintomas de alguma doença, 20,0% por outros motivos e nenhum deles procurou para acompanhamento de rotina. As razões por não terem procurado os serviços de saúde foram caracterizadas da seguinte forma: 52,6% disseram que os problemas desapareceram; 5,3% relataram que os serviços de saúde não estavam disponíveis; 26,4% não tiveram tempo de ir até a unidade de saúde, 15,7% por outros motivos e 0% pela fila de espera muito longa. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste estudo pode-se notar que os homens que procuram a Estratégia de Saúde da Família são os que têm idade mais avançada devido ao aparecimento de alguns sinais e sintomas de alguma doença, procurando assim o atendimento médico. Podemos perceber que é preciso uma visão holística da saúde em prol dos homens buscando a promoção e prevenção, tendo a implantação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem para fortalecer as equipes multiprofissionais para melhor atendê-los, mantendo em consonância as bases do Sistema Único de Saúde (SUS). REFERÊNCIAS ALBANO, B. RAMOS. Desafios para inclusão dos homens no serviços de atenção primária a saúde. Revista Enfermagem Integrada – Ipatinga: Unileste-MG - v.3 n.2 - Nov./Dez. 2010. BONZON, M. Sociologia da sexualidade. Rio de Janeiro: FGV, 2004. BRASIL, Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (Princípios e Diretrizes). Brasília, 2008. BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política nacional de Saúde do homem recebe incentivo. Março de 2010. Disponível em http//:www.saúde.gov.br. Acesso em 20.jul.2013. GOMES. R, NASCIMENTO EF, ARAÚJO FC. Por que os homens procuram menos os serviços de saúde que as mulheres. As explicações de homens com baixa escola-ridade e homens com ensino superior. Caderno de Saúde Pública, 2007. Mar, 23(3): 565-74. XNARDI A., GLINA S., FAVORITO L. A. Primeiro Estudo Epidemiológico sobre Câncer de Pênis no Brasil, Internacional Braz J Urol, v. 33, p p. 1-7, 2007. ARTIGOS PERFIL DA PRESCRIÇÃO DE ANOREXÍGENOS NO ANO DE 2011 EM UMA FÁRMACIA COMERCIAL DA ZONA DE MATA MINEIRA André Otoni Guimarães e Jacira Paula Coelho Oliveira – Graduandos em Farmácia, Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice –UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento - Graduada em Pedagogia e Educação Física. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão na Faculdade UNIVÉRTIX. Ana Lígia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em motricidade. Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia, Mestre e Doutoranda em Ciências Farmacêuticas. Professora e Coordenadora do curso de Farmácia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O Brasil é um dos maiores consumidores de substâncias anorexígenas do mundo e muitas vezes o uso desses medicamentos é feito sem orientação médica. O objetivo do presente estudo foi analisar o perfil da prescrição de anorexígenos em uma farmácia comercial em uma cidade da Zona da Mata Mineira. Trata-se de uma pesquisa quantitativa retrospectiva. Os resultados mostraram que substâncias como Sibutramina, Anfepramona e Femproporex são as usuais com percentual de utilização de 52,17%, 4,35%, 43,48%, respectivamente. As especialidades dos médicos prescritores apresentaram certa variedade sendo as mais frequentes: Clínica Geral (47,80%), Endocrinologia, (21,70%), Psiquiatria (4,30%) e Neurologia (4,30%). Grande parte das prescrições gênero (95,6%) pertencia a pacientes do gênero feminino. PALAVRAS-CHAVE: Anorexígenos; Obesidade; Sibutramina; Anfepramona; Femproporex. INTRODUÇÃO A obesidade pode ser definida como um acúmulo excessivo de gordura corporal que acarreta prejuízos à saúde dos indivíduos, tais como dificuldades respiratórias, problemas dermatológicos e distúrbios do aparelho locomotor, além de favorecer o surgimento de outras doenças debilitantes e de alto custo social como dislipidemias, doenças cardiovasculares, Diabetes Não-Insulino-Dependente (Diabetes Tipo II) e alguns tipo de câncer (PINHEIRO, FREITAS e CORSO, 2004). Segundo um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em conjunto com o Ministério da Saúde, o Brasil tem cerca de 38,6 milhões de pessoas com peso acima do recomendado, o equivalente a 40,6% de sua população adulta. Desse total, 10,5 milhões são obesos (CARNEIRO, JÚNIOR e ACURCIO, 2008). Para muitos indivíduos, tratamentos farmacológicos agem como uma solução única para seus males. O Brasil é um dos maiores consumidores de substâncias anorexígenas do mundo e muitas vezes o uso desses medicamentos é feito sem orientação médica (COTA, MOURA e GOMES, 2008). Os anorexígenos são fármacos que provocam a supressão do apetite, agem também como estimulantes do sistema nervoso central (SNC). O resultado do consumo de anfetaminas é a falta de fome e de sono e uma forte necessidade de movimento. Essas substâncias também promovem o aumento da pressão sanguínea, palpitação, dilatação brônquica, constrição periférica dos vasos sanguíneos, dilatação das pupilas, esvaziamento da bexiga e intestinos, aumento da atenção, sensibilidade aos estímulos, perda de apetite e aumento da autoconfiança (CARNEIRO, JÚNIOR e ACURCIO, 2008). Os anorexígenos, muitas vezes são prescritos em associação com outros fármacos na mesma formulação, como ansiolíticos, diuréticos, laxantes, hormônios, entre outros. O uso isolado ou combinado de diuréticos e laxantes não é apropriada para o tratamento de obesidade (ANVISA, 2005). A Portaria do Ministério da Saúde número 344 de 12/05/1998, assim como os Conselhos Federais de Medicina e de Farmácia nas orientações para seus profissionais, condenam a prescrição simultânea de fármacos tipo anfetaminas com outros fármacos de uso controlado, como benzodiazepínicos, diuréticos, hormônios ou extratos hormonais e laxantes. Ressaltam ainda que as substâncias que integram a lista de psicotrópicos anorexígenos estão sujeitas a rigorosos controles sanitários como a obrigatoriedade de uma faixa horizontal de cor preta nos rótulos das embalagens e das advertências: "Venda sob Prescrição Médica" e "O Abuso deste Medicamento pode causar Dependência” (ANVISA, 2005). O uso dos agentes farmacológicos é considerado um adjunto a esta terapêutica básica para o tratamento da obesidade, é importante ressaltar que não existe uma estratégia particular ou medicação que deva ser recomendada para uso rotineiro. O indivíduo obeso deve ser avaliado profundamente e em seguida a escolha de um medicamento antiobesidade deve basear-se também na experiência prévia do paciente, no uso anterior de medicamentos, muito embora a falência de um tratamento prévio não justifique a não utilização de um determinado agente posteriormente (SISENANDO, 2010). A legislação que aprova o regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos ao controle especial é a Portaria nº 344/98 – SVS/MS, de 12 de maio de 1998, a qual define as seguintes listas de substâncias: A1 e A2 (entorpecentes); A3, B1 e B2 (psicotrópicas); C1 (outras substâncias sujeitas a controle especial), C2 (retinóicas para uso sistêmico) e C3 (imunossupressoras). Os inibidores do apetite são classificados como fármacos psicotrópicos e prescritos em receita de cor azul (COSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA 2000). De acordo com a ANVISA (2007) p.02: os anorexígenos eram prescritos com notificação de receita “Tipo B” (cor azul); a partir das novas regras, as prescrições deverão ser feitas com receita “Tipo B2”, também de cor azul, mas específica para este novo modelo de controle elaborado pela Agência. A nova receita terá validade de 30 dias, contados a partir de sua emissão, e o medicamento só poderá ser adquirido no estado da Federação em que o receituário foi emitido. O médico continua responsável pela impressão gráfica da receita e também por solicitar à Vigilância Sanitária local a permissão para imprimi-la na quantidade previamente informada. A Resolução RDC n°52, da ANVISA, de 06 de outubro de 2011 estabeleceu a proibição dos anorexígenos Anfepramona, Femproporex e Mazindol e regulamentou o uso de Sibutramina através de medidas de controle da prescrição e dispensação de medicamentos que contenham essa substância. Por conhecer o perfil desses fármacos, o farmacêutico tem a responsabilidade de orientar a administração dos mesmos devendo expor ainda ao paciente sobre a ação de determinado medicamento e as consequências de um uso indiscriminado do mesmo, uma vez que a maioria dos medicamentos para obesidade são fórmulas que visam à diminuição da hiperfagia (BORSATO et al., 2008). Diante do exposto, o objetivo deste estudo é identificar e conhecer o perfil da prescrição de anorexígenos de uma farmácia da Zona da Mata Mineira. Apresenta-se relevante discutir sobre os fatores que eventualmente oferecem sério risco à saúde em razão dos efeitos colaterais que o uso indiscriminado destas substâncias pode acarretar. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa quantitativa retrospectiva, que segundo Rodrigues (2007), traduz em números as opiniões e informações para serem classificadas e analisadas, utilizando técnicas estatísticas. A pesquisa será realizada através de uma análise exploratória. Para Rodrigues (2007) esse tipo de pesquisa tem como objetivo investigar, comprovar ou rejeitar hipóteses sugeridas pelos modelos teóricos. Seu objetivo é a caracterização inicial do problema, sua classificação e de sua definição. A pesquisa foi realizada através de uma análise das receitas e notificações de receitas de medicamentos anorexígenos sujeitos a controle especial conforme Portaria SVS/MS nº 344 de 12 de maio de 1998 e retidas em uma farmácia comercial do Município de Matipó, MG, no período de janeiro a dezembro de 2011. Este município possui aproximadamente 17.639 mil habitantes. Sua principal atividade econômica é a cafeicultura e agropecuária (IBGE, 2010). Os dados analisados foram: substâncias prescritas e respectivas quantidades, especialidades médicas dos prescritores e o gênero dos pacientes para os quais as prescrições se destinaram. A farmacêutica responsável pelo estabelecimento autorizou a análise das prescrições mediante assinatura do termo de consentimento de uso de dados e a análise dos dados foi realizada no Microsoft Office Excel® para orientar a discussão através dos gráficos obtidos. RESULTADOS E DISCUSSÕES Anorexígenas são substâncias usadas com o intuito de promover aversão a alimentos e assim se obter perda de peso no usuário. É verdade inquestionável que realmente promovem emagrecimento; porém, é igualmente verdadeiro que são responsáveis por inúmeros e graves efeitos colaterais. Os sintomas de natureza psíquica são inúmeros, incluindo ansiedade, irritabilidade, euforia, melancolia reacional, surtos psicóticos, ideias suicidas. Possuem comércio controlado e dependente de emissão de receita especial por parte do médico à farmácia. O controle é útil para evitar o uso indevido desses medicamentos e garantir que as necessidades de ordem médica sejam atendidas (MALTAR JÚNIOR, 2003). Ao analisar a distribuição do consumo de medicamentos psicotrópicos anorexígenos por gênero, evidenciou-se a predominância absoluta de consumo pelas mulheres (95,60%), enquanto os homens representaram um percentual de 4,34% das prescrições analisadas. Os dados são condizentes com os encontrados por Carneiro, Junior e Acurcio, (2008) que analisaram o consumo de substâncias psicotrópicas anorexígenas em Belo Horizonte e evidenciaram uma predominância absoluta de consumo pelas mulheres (88%), fato que reflete a cultura de valorização do corpo feminino magro. Barcellos e colaboradores, (1997) e Nappo e colaboradores, (2002) afirmam em seus respectivos estudos que o uso de drogas como anfetaminas no Brasil é particularmente prevalente entre as mulheres e seu uso está fortemente relacionado com a cultura da magreza como um símbolo de beleza. Segundo Toledo e colaboradores, (2010) as mulheres são maiores consumidoras de anorexígenos “por causa de sua suscetibilidade à propaganda e à imposição da sociedade de consumo para terem corpos magros e incompatíveis com a normalidade.” Nas análises das 23 prescrições foram observadas no ano 2011 as seguintes substâncias anorexígenas e os respectivos percentuais: Sibutramina (52,17%), Anfepramona (4,35%), Femproporex (43,48%), ilustrados na Figura 1. Série1; Sibutramina ; 52,17% Série1; Fempropore x; 43,48% Série1; Anfepramon a; 4,35% Figura 1: Medicamentos anorexígenos dispensados em uma farmácia comercial da Zona da Mata Mineira no ano de 2011. De acordo com o gráfico 1, a sibutramina apresentou-se como a substância mais prescrita. Este fármaco auxilia na redução do peso promovendo um aumento da sensação da saciedade agindo também sobre a compulsão alimentar e como inibidora da sensação de fome (BEHAR, 2002). Além disso, a utilização da deste medicamento está associada a efeitos adversos como: boca seca, cefaléia, constipação, insônia, rubor, calor, taquicardia, hipertensão, palpitações, anorexia, náuseas, dispepsia, vertigem, parestesias, dispneia, sudoração, alterações do paladar, dismenorreia (CAETANO, 2001) O Femproporex, que foi a segunda substância mais dispensada, age inibindo o centro de fome no hipotálamo, e por sua ação central, pode acarretar possíveis danos à saúde. A Anfepramona, que foi bem menos dispensada (4,35%), apesar de ser considerada a menos perigosa para pacientes com hipertensão leve ou moderada, pode estar relacionada com vários efeitos danosos. O uso continuando desse medicamento pode levar à degeneração de determinadas células do cérebro, produzindo lesões irreversíveis, alem de efeitos como agressividade, insônia, taquicardia ate paranóias e alucinações (KOROLKOVAS, 2002). Na avaliação da quantidade de comprimidos dispensada, o Femproporex foi o fármaco de maior expressão (780 unidades) (Figura 2). Apesar de a Sibutramina ser o fármaco mais frequente nas prescrições. Série1; Sibutramina ; 600 Série1; Fempropore x; 780 Série1; Anfepramon a; 30 Figura 2: Número de comprimidos dispensados em uma farmácia comercial da Zona da Mata Mineira no ano de 2011. A quantidade de Sibutramina que foi dispensada no presente estudo foi menor em relação ao Femproporex, mas ainda assim apresentou o número de 600 comprimidos dispensados. Na maioria dos estudos clínicos, são relatados doses habituais de sibutramina de 10 e 15 mg ao dia, sendo considerado como dose máxima 20 mg ao dia. Trata-se de um fármaco que deve ser utilizado apenas como adjuvante no tratamento da obesidade e sobrepeso, sendo necessária restrição calórica, aumento de atividade física e mudança comportamental (BRASIL, 2011a). Conforme estudos de Nonino-Borges, Borges e Santos (2006) e Lisboa e colaboradores, (2009) o fármaco Sibutramina inicialmente foi desenvolvida como um antidepressivo, mas passou a ser muito utilizado como inibidor de apetite. A Sibutramina possui menos efeito colateral quando comparada aos derivados anfetamínicos, pois age inibindo a recaptação de noradrenalina, serotonina e dopamina, reduz a ingestão alimentar dando a sensação de saciedade ao paciente. O Femproporex é usado como adjuvante no tratamento da obesidade moderada a grave (BELL et al., 2001). Esse princípio ativo induz alterações neurológicas, inclusive comportamentais e cardiovasculares, como arritmia cardíaca até colapso cardiovascular (MARIZ, 2004). A substância Anfepramona apresentou uma quantidade de consumo bem inferior em relação às outras substâncias estudadas. Tal fármaco tem como dose terapêutica 75 mg, mas mesmo em doses indicadas ocorrem casos de euforia, irritabilidade, inquietação, delírios e surtos de esquizofrenia paranóide. (BRASIL, 2011a). A anfepramona tem a capacidade de aumentar a liberação de noradrenalina na fenda sináptica dos neurônios hipotalâmicos, que estimula os receptores noradrenérgicos e inibe a fome (ABESO, 2010). E assim como as demais, a anfepramona só é eficaz no tratamento da obesidade, associada ao aconselhamento nutricional e incentivo á prática de atividade física. A perda de peso está diretamente relacionada com a melhora dos fatores de risco cardiometabólicos (SÃO PAULO, 2011). Mas deve ser reforçado aqui que tanto a Anfepramona quanto o Femproporex foram encontrados nas prescrições analisadas até a data em que era permitida a comercialização de ambos, considerando a resolução que vigora desde outubro de 2011 que proibiu a comercialização dos mesmos e regulamentou o uso de Sibutramina (ANVISA, 2011). Os maiores prescritores de anorexígenos foram os médicos clínicos gerais (47,82%), seguidos do endocrinologista (21,74%) (Figura 3). Ortopedia 4,35% Neurologia 4,35% Endocrinologi a 21,74% Clínica Médica 47,82% Endocrinologi ae Metabologia 17,39% Psquiatria 4,35% Figura 3: Especialidades médicas dos prescritores de anorexígenos dispensados em uma farmácia comercial da Zona da Mata Mineira no ano de 2011. Tais dados permitem supor que mesmo o uso de anorexígenos sendo feito sob orientação médica, a utilização dos mesmos pode estar ocorrendo de maneira inadequada, pois as literaturas especializadas recomendam a prescrição de tais fármacos para casos específicos de tratamento de redução de peso devendo ser conduzida por endocrinologista ou outros especialistas da área (ANVISA, 2006). Observou-se nos resultados do estudo uma pequena participação da Psiquiatria com 4,35% nas prescrições de anorexígenos. O médico psiquiatra trata doenças do Sistema Nervoso Central, como por exemplo, reabilitação de pacientes que sofrem algum tipo de transtorno mental. De acordo com estudos de Feltrin e colaboradores, (2009) o paciente com excesso de peso geralmente encontra-se em estado depressivo e com problemas emocionais. Esse pode ser o motivo de procura por esta especialidade por pacientes com obesidade. O médico neurologista apresentou uma pequena parcela na prescrição dos anorexígenos (4,35%). Esse especialista possui um conjunto de conhecimentos científicos, de habilidades clínicas e de atitudes que vão lhe capacitar para o diagnóstico e o tratamento das doenças do sistema nervoso (LANA-PEIXOTO MA, 1989). CONSIDERAÇÕES FINAIS A prescrição e dispensação de medicamentos anorexígenos ainda acontecem de forma indiscriminada e mesmo sob o controle atual bem mais rigoroso da ANVISA o consumo dos mesmos é elevado. As diferentes especialidades médicas que prescrevem medicamentos anorexígenos usam na maioria das vezes a mesma justificativa para a utilização desses medicamentos que consiste em proporcionar ao paciente uma qualidade de vida melhor, com a consequente redução de peso. Devemos salientar que os medicamentos anorexígenos deveriam ser usados apenas como auxiliares na redução de peso e que antes da sua utilização tanto os pacientes quanto os profissionais de saúde deveriam buscar outras alternativas para combater a obesidade, como dietas e exercícios físicos. Entretanto com a maior rigidez no controle de alguns desses medicamento e a proibição de outros, espera-se que ocorra uma utilização mais racional de anorexígenos no Brasil e que os profissionais de saúde possam favorecer esse processo com orientações e prescrições corretas. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA. Atualização das Diretrizes para o Tratamento Farmacológico da Obesidade e do Sobrepeso. Brasília, outubro 2010. Disponível em:<http://www.abeso.org.br/pdf/diretrizes2010.pdf>. BARCELLOS AP, PAGGI AP, SILVA DB, CAMPAGNOLO MI, DIETERICH MDD, SANTOS RLR et al. Padrão de consumo de anfetaminas entre universitários de Porto Alegre. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul. 1997;19:161-9. BEHAR, Rosa. Anorexígenos: indicaciones e interacciones: Revista Chilena de Neuro-psiquiatria.,vol.40, abril 2002. p.04,05,13,14 Disponível em: <http://www.scielo.cl/scielo.php?script=sci_arttext&pid>. 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RELAÇÃO ENTRE SANEAMENTO BÁSICO E SAÚDE PÚBLICA NO DISTRITO DE SÃO VICENTE DA ESTRELA NO MUNICÍPIO DE RAUL SOARES-MG Pedro Genuíno de Santana Júnior. Mestre em Ciências Naturais e da Saúde Professor da Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. [email protected] RESUMO O trabalho tem como base os fundamentos dos serviços de saneamento básico que têm uma grande importância para a saúde de uma população, a ausência destes serviços ou mesmo a precariedade destes podem acarretar vários problemas à população. São diversas as doenças de veiculação hídrica como por exemplo, diarreias. Com este trabalho, busca-se entender a relação existente entre saneamento básico e as condições de saúde da população de São Vicente da Estrela, distrito do município de Raul Soares – MG, onde 100% da população residente no distrito é atendida pelo Programa de Saúde da Família. A população do distrito está distribuída da seguinte forma: 60% reside na zona urbana e 40% na zona rural. Para a elaboração deste trabalho, foi realizado um levantamento de dados com base no acervo de informações do Programa Saúde da Família visando estudar as variáveis dos serviços de saneamento básico, como abastecimento de água, coleta de esgoto e coleta de resíduos sólidos e a relação destes com os casos de diarreia no distrito, os dados correspondentes aos anos de 2010 e 2011. De posse das informações foi confeccionado mapas do distrito mostrando a distribuição dos serviços de saneamento básico e casos de diarreia. Constatou-se no ano de 2010 um percentual de 5,94% de casos de diarreias na população da zona urbana e 15,87% de casos de diarreias na população na zona rural, para o ano de 2011, o percentual foi de 6,86% de casos de diarreias na população da zona urbana e 17,96% de casos de diarreias na população da zona rural. PALAVRAS-CHAVE: Saúde, saneamento básico, água, poluição. INTRODUÇÃO Em termos nacionais, a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA, 1999) verifica uma associação entre as internações hospitalares e a falta de saneamento básico: No Brasil as doenças resultantes da falta ou inadequação de saneamento, especialmente em áreas pobres, têm agravado o quadro epidemiológico. Males como cólera, dengue, esquistossomose e leptospirose. Segundo Guimarães, Carvalho e Silva (2007) a oferta do saneamento associa sistemas constituídos por uma infraestrutura física e uma estrutura educacional, legal e institucional, que engloba os seguintes serviços: Abastecimento de água às populações, com qualidade compatível com a proteção de sua saúde e em quantidade para a garantia de condições básicas de conforto; Coleta, tratamento e disposição adequada e sanitariamente segura de águas residuárias (esgotos sanitários, resíduos líquidos industriais e agrícolas); Acondicionamento, coleta, transporte e destino final dos resíduos sólidos (incluindo os rejeitos provenientes das atividades doméstica, comercial e de serviços, industrial e pública); Coleta de águas pluviais e controle de empoçamentos e inundações; Saneamento e planejamento territorial; Saneamento da habitação, dos locais de trabalho, de educação, de recreação e dos hospitais; Controle da poluição ambiental – água, ar, solo, acústica e visual. Existe uma relação entre qualidade de vida e saneamento básico, pois quanto melhor for o saneamento de uma localidade melhor será a qualidade de vida da população. A falta ou insuficiência de recursos básicos pode trazer prejuízos de ordem econômica, humana e ambiental. Em uma comunidade em que há falta desses serviços de saneamento básico, haverá comprometimento da qualidade de vida da população que, consequentemente, estará suscetível a doenças. O esgoto e os resíduos sólidos lançados diretamente ao meio ambiente sem tratamento, poderão contaminar os recursos hídricos, causar impactos ambientais e prejudicar a saúde dos indivíduos expostos. Tal situação pode onerar os sistemas públicos e privados de saúde. As ações de saneamento básico são importantes para a população em geral não apenas pelo fato de diminuir gastos com saúde pública, mas também vinculadas aos direitos que fundamentam o princípio da dignidade humana, de ter saúde e saneamento básico de qualidade (SAKER, 2007). A saúde é considerada um direito de todos e um dever do Estado, sendo responsabilidade dele também prover as ações necessárias para garanti-la. Assim as ações para o desenvolvimento do saneamento básico, para a população, devem ser consideradas como os principais deveres do poder público (BRASIL, 1988). O objetivo do trabalho foi verificar a relação entre saneamento básico e saúde pública no distrito de São Vicente da Estrela, do município de Raul Soares-MG. Avaliando as condições do saneamento básico no distrito de São Vicente da Estrela; e identificando os problemas da saúde relacionados ao saneamento básico no distrito de São Vicente da Estrela. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A definição de saneamento baseia-se na formulação da Organização Mundial da Saúde (OMS): constitui o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos deletérios sobre seu estado de bem estar físico, mental ou social. Percebe-se que o saneamento está articulado com o ambiente. Já que ele situa-se no campo do controle dos fatores do meio físico, e com a abordagem preventiva de saúde (HELLER, 1998). Segundo a Fundação Nacional da Saúde (1999), saneamento básico representa um conjunto de ações econômicas que têm por objetivo alcançar níveis de salubridade ambiental, que compreende ações de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza pública e drenagem pluvial. A falta de saneamento provoca, no Brasil, uma elevada taxa de mortalidade infantil, segundo a Organização Pan-americana de Saúde (2006), ocorre 27 óbitos de menores de um ano por mil nascidos vivos, apesar da inadequação dos atendimentos a queda é inegável, pois em 1970 ela estava próxima de 100 por mil nascimentos, vê-se que ocorreram melhorias no saneamento básico e os óbitos de menores de um ano diminuíram no decorrer desse período. A ausência de serviços de saneamento, péssimas condições de saúde de uma grande parte da população brasileira, é verificada com a incidência de doenças, tais como diarreias, hepatite, cólera, parasitoses intestinais, febre tifoide, entre outras (OPAS, 2006). A água executa um papel essencial para a sobrevivência humana e para o desenvolvimento das sociedades. Entretanto a disponibilidade da água na natureza é insuficiente para atender a todas as regiões do planeta, fato que com o passar dos anos vem sendo cada vez mais observada. Dessa forma os sistemas de abastecimento de água devem atender de forma regular e com qualidade as exigências das populações (HELLER, 2010). Verificam-se diversos usos da água pela população e pelas atividades econômicas, sendo que alguns deles resultam em perdas entre o volume de água captado e há o volume que retorna ao curso de água, os usos consuntivos e outros em que essas perdas não se verificam, os usos não consuntivos, este não há perda, logo não há alteração no regime hidrológico ou na qualidade desses recursos (GARCEZ, 1976). Segundo Guimarães, et al. (2009), o abastecimento de água representa um serviço importante, no mais amplo conceito de saneamento. No contexto histórico, a utilização da água para o abastecimento é indissociável a história da humanidade, determinando a localização das comunidades. Desde que o homem adotou a agricultura como meio de subsistência, as demandas de água passaram a incluir o abastecimento de populações para atender as necessidades fisiológicas, preparar alimentos, promover a limpeza e manter a agricultura, irrigando as culturas (HELLER, 2010). No Brasil, Resíduos Sólidos (RS) são definidos segundo a NBR 10004. (ABNT, 2004). “resíduos no estado sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos, nesta definição, os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível”. Os resíduos sólidos apresentam agentes patogênicos à saúde humana. Segundo Tchobanoglous et al. (1977) e Heller (1997) existe uma relação bastante clara entre a saúde pública e o acondicionamento, a coleta e a disposição dos resíduos sólidos. Segundo Pereira (2005), ao compreendermos melhor a saúde como uma resposta adaptativa do homem ao ambiente em desequilíbrio, a patologia também passa a ser compreendida da mesma forma. A assistência à saúde está, não só em transmitir conhecimentos pelos profissionais de saúde, mas também na consolidação de intervenção sobre os fatores determinantes de saúde no espaço construído, que na habitação compõem as principais causas de enfermidades e mortes. Assim a articulação entre políticas públicas de habitação, saúde, meio ambiente e infraestrutura urbana implica em melhorias da saúde da população (BRASIL, 2004). METODOLOGIA Quanto aos procedimentos de coleta de dados, a pesquisa foi descritiva com abordagem quantitativa. A mesma foi realizada no Centro de Epidemiologia de Raul Soares, que repassou informações do Banco de Dados do Sistema Único de Saúde em um relatório consolidado das famílias cadastradas no Programa Saúde da Família. Desse, extraíram-se informações referentes ao abastecimento de água, destino do resíduo sólido e esgotamento sanitário. Foi realizada ainda uma pesquisa de levantamento de dados no posto do Programa Saúde da Família São Vicente de Paula, com vistas a avaliar as informações obtidas e os casos de diarreia no período de janeiro de 2010 e dezembro de 2011. De posse dessas informações realizou-se a seguinte classificação: segundo a sua localização no distrito separando em zona rural e urbana. O abastecimento de água, de acordo com a origem: rede pública e poços ou nascente. O esgotamento sanitário, de acordo com a destinação: fossa, sem coleta de esgoto e coleta de esgoto. A coleta de resíduo sólido, de acordo com a destinação: coleta de lixo e queimado/enterrado/céu aberto. Os casos de diarreia foram analisados nas zonas estudadas. De posse de todos os dados, os mesmo foram analisados utilizando o Software Spring 5.1.8 desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). RESULTADOS E DISCUSSÕES A empresa responsável pelo fornecimento de água para o distrito de São Vicente da Estrela é o Sistema de Abastecimento de Água e Esgoto (SAAE) de Raul Soares. Atualmente, o sistema de abastecimento de água do distrito é feito por captação por poço artesiano. A rede de distribuição tem 4993 metros de extensão atendendo a 291 domicílios cadastrados e padronizados com micromedidores de 3m³/h. Realizou-se uma pesquisa no acervo documental do SAAE para analisar a qualidade da água do distrito nos períodos de 2010 e 2011. No SAAE são realizadas análises Físico-Químicas (turbidez, cloro residual livre, pH e cor) e análises Bacteriológicas (coliformes totais e coliformes termotolerantes). Todas as amostras estavam de acordo com a portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde (MS). Dentre as amostras de água analisada no ano de 2011, de acordo com a análise Físico-química os parâmetros turbidez e cor não tiveram nenhuma amostra fora do padrão. O parâmetro cloro residual livre teve 3,6% e o parâmetro pH teve 10,5% das amostras fora do padrão exigidos pela portaria 2914 de 12 de dezembro de 2011. O abastecimento de água por rede pública atende a 61,59% e 61,45% das famílias no ano de 2010 e 2011, tal índice esta abaixo dos indicadores de dados básicos para a saúde 2008 que no panorama nacional atende 92% da população com abastecimento de água (OPAS, 2008). O abastecimento de água por poços ou nascentes atendeu a 38,41% e 38,55% das famílias no ano de 2010 e 2011. Segundo Heller (2010), o poder público deve realizar análise da qualidade da água dos poços e nascentes, de forma a verificar a sua potabilidade e se esta atende a população aos parâmetros da portaria nº 2914 de 12 de dezembro de 2011 do Ministério da Saúde(MS). O gerenciamento de resíduos sólidos do distrito de São Vicente da Estrela é realizado uma vez por semana. O caminhão que faz a coleta do resíduo sólido passa todas as segundas-feiras de cada semana, porém o resíduo coletado é misturado com o resíduo do distrito de São Sebastião do Óculo próximo a São Vicente da Estrela. Atualmente, a Usina de Triagem e Compostagem (UTC) de Raul Soares recebe todos os dias resíduos sólidos recolhidos no município e nos distritos da cidade, aproximadamente 12 toneladas de resíduos por dia. O processo de triagem é realizado por 14 funcionários, a venda destes materiais é revertida na própria unidade, para melhoramento da mesma e compra de equipamentos de segurança para os funcionários. A coleta de resíduo do distrito de São Vicente da Estrela no ano de 2010 e 2011 atendeu a 55,7% da população, a porcentagem de atendimento a população esta bem abaixo dos indicadores de dados básicos para a saúde 2008 que no panorama nacional atende 96,6% da população (OPAS, 2008). Boa parte da população, 44,2%, ainda trata os seus resíduos sólidos de forma irregular, queimado/enterrado/céu aberto em média na zona rural é de 38,41% e na zona urbana é de 5,72%. O lixo deve ser coletado pelo sistema público e não ser queimado ou enterrado, pois estas ações prejudicam o meio ambiente e a população (PEREIRA, 2005). A coleta de lixo do distrito de São Vicente da Estrela pode ser beneficiada através da ampliação do serviço que poderá atender a população que não é beneficiada atualmente. A coleta de esgoto atende apenas as famílias da zona urbana do distrito, 60,6% da população do distrito de São Vicente da Estrela no ano de 2010 e 60,2% da população do distrito de São Vicente da Estrela no ano de 2011 foram atendidas pela coleta pública do esgoto doméstico. Os dados do distrito estão abaixo do nível nacional, em que 77,3% da população era atendida pelo esgotamento sanitário (OPAS, 2008). O esgoto doméstico não é tratado. O SAAE realiza a coleta da residência e lança no córrego São Vicente. 29,88% (2010) e 30,42% (2011) da população do distrito não é atendida por nenhum tipo de coleta de esgoto sendo este lançado no solo de forma a prejudicar a qualidade de vida e saúde da população. Outra forma de coleta de esgoto doméstico é através do lançamento do mesmo em fossa negra, que não sofre nenhum tipo de tratamento, cerca de 8,54% (2010) e 8,13% (2011) da população do distrito de São Vicente da Estrela. Segundo Pereira (2205), é responsabilidade do poder público juntamente com a população da zona rural realizar construções das fossas sépticas para que o esgoto não fique a céu aberto e as fossas negras existentes devem ser melhoradas, pois não existe nenhum tratamento para elas. Os casos de diarreia estão dispersos tanto na zona urbana quanto na zona rural do distrito de São Vicente da Estrela. Percebe-se uma concentração dos casos da diarreia no distrito próximo a locais onde não há coleta de esgoto, coleta de resíduo sólido e abastecimento de água do sistema público de água de forma adequada. No ano de 2010 houve um percentual de 5,94% de casos de diarreias na população da zona urbana enquanto que este índice foi de 15,87% de casos de diarreias na população na zona rural, para o ano de 2011 o percentual foi de 6,86% de casos de diarreias na população da zona urbana e 17,96% de casos de diarreias na população da zona rural. Tanto a zona urbana quanto a zona rural precisam ser realizadas melhorias na infraestrutura. Para a zona rural deve-se realizar uma implantação de sistemas de coleta e tratamento do esgoto através de fossas sépticas biodigestoras e também o distrito dever passar por um processo de tratamento do esgoto coletado, pois o distrito possui apenas sistema de coleta de esgoto. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir do trabalho desenvolvido podemos compreender que o índice de maior percentual de casos de diarreia foi na zona rural. Isso, possivelmente, deve-se à falta de esgotamento sanitário, coleta do resíduo sólido e ao abastecimento de água adequado. A coleta de lixo deve passar por um processo de melhoria na zona rural para que a população possua um destino correto ao resíduo, o esgotamento não atende em sua eficácia na zona rural nem na zona urbana. Por meio de ações de melhoria no saneamento básico do distrito, possivelmente os casos de diarreia deverão diminuir, e consequentemente, outras doenças de veiculação hídrica tendem a esse fim. REFERÊNCIAS ABNT. NBR 10004. Amostragem de resíduos sólidos. Rio de Janeiro: ABNT 2004. 21 p. BARROS, Raphael Tobias Vasconcelos. Saneamento. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG, 1995. 221 p. (Manual de Saneamento e Proteção Ambiental para os Municípios, 2). BUENO, Eduardo. À sua saúde: a vigilância sanitária na história do Brasil. Brasília: ANVISA; 2005. 207 p. COSTA, Edneia Alves. Vigilância Sanitária. Proteção e defesa da saúde. Ed. Hucitec e Sociedade Brasileira de Vigilância Sanitária de Medicamentos. São Paulo, 1999. 460 p. FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE – FUNASA. Manual de Saneamento. 3. Ed. Brasília: FUNASA, 1999. 374 p. GARCEZ, Lucas Nogueira, Elementos de engenharia hidráulica e sanitária. 2. ed. – São Paulo: Blucher, 1976. 355 p. GUIMARÃES, Antônio Jairo Almeida.; CARVALHO, Daniel Fonseca; SILVA, Leonardo Duarte Batista. Saneamento básico. Disponível em: <http://www.ufrrj.br/institutos/it/deng/leonardo/ downloads/APOSTILA/Apostila%20IT%20179/Cap%201.pdf>. Acesso em: 30 julho. 2013. HELLER, Léo; LÚCIO, Valter de Pádua. Abastecimento de água para o consumo humano. 2 ed. Ver. e atual. – Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010. 418 p. HENRIQUES, Claudio Maierovitch Pessanha. A vigilância Sanitária dos Portos: Experiência da Prevenção à entrada da cólera no porto de Santos. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina; 1992. 87 p. KISHIDA, Glaucia Santos Nascimento. A vigilância Sanitária do Posto Aeroportuário de Guarulhos diante da Pandemia de Influenza A (H1N1) 2009. [Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina; 2011. 147 p. ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICADA DA SAÚDE. Indicadores básicos para a saúde no Brasil: conceitos e aplicações / Rede Interagencial de Informação para a Saúde - RIPSA. – 2. ed. – Brasília, 2008. 350 p. PEREIRA, Maurício Gomes. Epidemiologia: Teoria e prática. Ed. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro, 2005. 596 p. PHILIPPI, Arlindo Junior; MALHEIROS, Tadeu Fabrício. Saneamento, Saúde e Ambiente: Fundamentos para um desenvolvimento sustentável. Ed. Manole. São Paulo, 2005. 842 p. ROSEN, George. Uma história da saúde pública. São Paulo: HUCITEC, (Saúde em debate; 74). 1994. 423 p. SAKER, João Paulo Pellegrini. Saneamento Básico e Desenvolvimento. 2007. 138 p. Dissertação (Mestrado em Direito Político e Econômico) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo. SILVA, Fábio César. Gestão pública de resíduo sólido urbano: compostagem e interface agro-florestal. Botucatu: FEPAF – Fundação de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais, 2009. 204 p. O ENFERMEIRO-GESTOR E O PROCESSO DE HUMANIZAÇÃO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE Renata Ferreira Pieroti Machado Pessoa - Graduada em Enfermagem. Pós Graduada em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Ana Lígia de Souza Pereira- Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO A atenção básica de saúde é caracterizada por um conjunto de ações as quais abrangem a promoção e a proteção da saúde, bem como a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção de forma geral. O estudo teve como objetivo, verificar a gestão do enfermeiro em seu trabalho cotidiano na Estratégia de Saúde da Família (ESF), evidenciando os aspectos gerenciais, administrativos e a coordenação humanizada do serviço prestado, o qual foi desenvolvido nos serviços de Atenção Primária à Saúde do Município de Matipó/MG, em 5 (cinco) ESF. Os dados abordados servem de base para traçar o perfil do Enfermeiro gestor na ESF, focando aspectos de qualificação e experiências profissionais. As competências e habilidades específicas para a área de administração e processo gerencial em Enfermagem, podem ser desenvolvidas durante o processo de formação, sendo permanentemente construídas nas experiências cotidianas. PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Saúde; Gestão de Enfermagem; Humanização; Atenção primária. INTRODUÇÃO A partir da década de 90, em meio ao contexto brasileiro na busca pela implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), a Saúde da Família (SF) constitui-se em uma estratégia de política pública a qual tem se conformado e consolidado como um campo para atuação do enfermeiro (KAWATA et al., 2009). A formação profissional do enfermeiro, no que diz respeito à Reforma Sanitária e ao SUS, são observados como modelos de administração, agregados a disciplinas sobre planejamento, economia, entre outras, o que o qualifica para exercer o cuidado em saúde com propriedade (BARRÊTO et al., 2010). Para Kawata et al. (2009), a gerência, pode ser um instrumento com potencial para desencadear no conjunto dos trabalhadores um processo de reflexão e revisão de sua prática, e consideram a gestão como uma ferramenta cuja dimensão estratégica é capaz de possibilitar a transformação do processo de trabalho em saúde e em Enfermagem. Assim sendo, o estudo tem como objetivo, verificar a gestão do enfermeiro em seu trabalho cotidiano na Estratégia de Saúde da Família, evidenciando os aspectos gerenciais, administrativos e a coordenação humanizada do serviço prestado. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O projeto de humanização surge num cenário de desafios ainda presentes na construção do SUS que exige mudanças no modelo de gestão e de atenção à saúde (HENNINGTON, 2008). A satisfação do usuário adquirida através da melhoria da qualidade da assistência, consequentemente é resultante do modo de gestão do trabalho desenvolvido nos serviços, cujo protagonista nesse processo é o trabalhador da saúde. Partindo-se do pressuposto de que a produção de saúde é feita por pessoas dotadas de desejos, sentimentos, saberes e necessidades, considera-se que humanizar é ofertar atendimento de qualidade, articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais (HENNINGTON, 2008). Segundo Medeiros et al. (2010, p. 1522): A ESF pretende humanizar as práticas de saúde promovendo estreito relacionamento dos profissionais com a comunidade. Busca a integralidade da assistência e o desenvolvimento de vínculos de compromisso e de responsabilidade compartilhados entre os serviços de saúde e a população. Todos devem ter jornada diária de oito horas, dedicando-se efetivamente a este trabalho, tendo condições de fazer ligação efetiva com a comunidade, conhecendo pessoalmente cada pessoa, sabendo onde mora, quem são seus parentes e qual a sua história de vida. O estudo da temática humanização do atendimento em saúde é de essencial relevância, uma vez que a constituição de um atendimento calcado em princípios como a integralidade da assistência, a equidade, a participação social do usuário, dentre outros, demanda a revisão das práticas cotidianas, de modo a valorizar a dignidade do profissional e do usuário (SIMÕES et al., 2007). Ao enfermeiro da ESF competem atividades de supervisão, treinamento e controle da equipe e atividades consideradas de cunho gerencial. Com relação à gerente da assistência de enfermagem na ESF, o enfermeiro deve ser o disseminador de conhecimento, desenvolvendo competências, introduzindo inovações à equipe, definindo responsabilidades (BENITO e BECKER, 2007). A necessidade de mudança no processo de trabalho, na gestão e na formação de recursos humanos é amplamente reconhecida e acompanhada de críticas, há grande resistência e dificuldades de mudanças, entre os profissionais, porém algumas reformas buscam superar, esse contexto (BESEN et al., 2007). Para SIMÕES et al. (2007) Falar em humanização da assistência em saúde coletiva implica pensar em tornar os serviços resolutivos e de qualidade, tornando as necessidades de saúde dos usuários responsabilidade de todos os atores sociais envolvidos no processo de trabalho. A equipe de saúde deve refletir e discutir sobre sua prática em todos os momentos da relação com o usuário. Porém, para que se alcancem esses objetivos são necessários recursos humanos e materiais suficientes. O acolhimento, como ação técnico-assistencial, possibilita a análise, revisão e reorganização do processo de trabalho em saúde focado nas relações. Pressupondo e provocando ao mesmo tempo, uma mudança da relação profissional/usuário e sua rede social e nas relações entre os profissionais da equipe. Não só com parâmetros técnicos, mas também éticos humanitários e de solidariedade, levando ao reconhecimento do usuário como um sujeito participante ativo no processo de produção de saúde (HADDAD e ZOBOLI, 2010). Segundo BESEN et al. 2007, a ESF, vista através da Educação em Saúde, exercer papel central numa prática educativa voltada para a Promoção da Saúde, como um conjunto de atividades orientadas a propiciar o melhoramento de condições de bem-estar e acesso a bens e a serviços sociais. METODOLOGIA Trata-se de uma investigação descritiva, de base quantitativa e qualitativa. O método descritivo permite realizar descrição de um fenômeno pela maneira como os dados são coletados (WEIRICH et al,. 2009). O estudo foi desenvolvido nos serviços Atenção Primário à Saúde do município de Matipó/MG, sendo utilizado um critério de seleção para as 5 (cinco) ESF pertencentes à zona urbana, ressaltando que a Rede Municipal de Saúde dispõe de 7 (sete) ESF para atendimento das necessidades de saúde da população onde enfermeiros atuam com funções gerenciais nos serviços de saúde, não abrangendo a ESF da zona rural e do Distrito de Padre Fialho. A coleta foi realizada entre os meses de outubro e novembro de 2012. Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Município de Matipó está localizado em Minas Gerais, no interior da Zona da Mata, numa área de 267 km2. Apresenta uma população em torno de 17.639 habitantes segundo o Censo de 2007. Devido ao grande número de desempregados, o índice de desenvolvimento é baixo, de tal forma que em sua maioria os cidadãos de Matipó trabalham em serviços esporádicos e temporários. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário semiaberto abordando questões relacionadas à gestão do enfermeiro, aos aspectos gerenciais e ao processo de humanização, com opções de múltipla escolha e espaço em aberto para que os pesquisados pudessem fazer alguma colocação, caso julgassem pertinente. Foi preenchido um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), autorizando a realização da pesquisa. A identidade pessoal foi mantida em sigilo e a identificação se deu por meio de uma numeração ordinal crescente da ordem da realização da pesquisa. Os dados abordados no questionário que antecedem às perguntas servem de base para traçar o perfil do Enfermeiro gestor na ESF, focando aspectos de qualificação e experiências profissionais. Os dados foram trabalhados em programa Microsoft Excel versão 2010 e organizados em forma de planilha para apresentação dos resultados. As considerações feitas pelos enfermeiros que desejaram fazer alguma colocação foram escritas nos questionários e registradas em programa Word versão 2010. RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo as informações coletadas, os 5 (cinco) Enfermeiros pesquisados possuem curso de pós-graduação e experiência profissional na coordenação em ESF, sendo que 60% encontram-se em atividade há 2 anos; 20% há 3 anos e os outros 20% a exatamente uma ano, distribuídas em diferentes setores da seguinte forma: 80% em coordenação de Policlínicas; 60% deles com experiência em Pronto Atendimento Médico (PAM); 20% já exerceu o cargo de Secretário Municipal de Saúde (SMS) e ainda 20% também já coordenou inclusive a Vigilância Epidemiológica. Quanto às ações propostas por eles enquanto gestores para o desenvolvimento das atividades cotidiana na ESF, 80% dos pesquisados sempre estão receptivos e 20% às vezes demonstram-se receptivos. “Realizo reuniões periódicas sobre atualizações na rotina do serviço”. (ESF – 4) Todas a 5 unidades pesquisadas afirmaram através de seus Enfermeiros que desenvolvem promoção e/ou capacitação de treinamentos para melhoria da assistência prestada à clientela. E nesse caso, 60% deles conseguem comprovar evidências de resultados significativos quanto à melhoria da assistência prestada à clientela após qualificação da equipe e 40% às vezes obtém esta comprovação. “Até o momento só tivemos capacitação para sala de vacina, porém a ESF não possui tal sala, sendo incapaz de avaliar o desempenho”. (ESF – 2) As equipes de modo geral demonstraram um relacionamento humanizado 60% sempre e 40% às vezes. Com relação aos aspectos gerenciais abordados, 100% dos entrevistados afirmam que as equipe são colaborativas diante às dificuldades encontradas perante os Recursos Materiais (RM), mesmo representando grandes dificuldades, enquanto aos Recursos Humanos (RH) e Clientela/demanda, ainda maiores dificuldades aos RM. É válido ressaltar que as funções relativas à administração de recursos materiais devem ser executadas pelo enfermeiro com o objetivo de melhorar a assistência ao paciente e as condições de trabalho do pessoal de enfermagem e dos demais membros da equipe de saúde, e não com o intuito de se tornarem uma atividade especificamente burocrática cuja meta é a preservação dos interesses financeiros da instituição (KURCGANT, 1991). Entretanto o gestor classifica o relacionamento entre a equipe em muito bom em 40% dos casos e bom em 60% dos casos. De acordo com WEIRICH, MUNARI, MISHIMA, e BEZERRA, (2009), há dificuldades quanto à atividade gerencial de promover a integração e o bom relacionamento com as equipes de saúde sob sua responsabilidade. Inúmeros gerentes apontaram ser fundamental o investimento no relacionamento interpessoal com sua equipe e valorização do desempenho da mesma para o bom andamento e qualidade do cuidado prestado. Diante das evidências sobre satisfação da clientela quanto ao atendimento oferecido, 80% dos casos conseguem ser evidenciados enquanto 20% não conseguem evidenciar a satisfação dos clientes. “A unidade recebe pessoas de outras ESF para atendimento” ( ESF – 1). “A unidade atende um fluxo muito grande de pessoas que não estão no território de abrangência”. ( ESF -2) “Apesar da grande demanda”. (ESF – 3) “Em parte”. (ESF – 4) “Há elogios na caixa de sugestões” (ESF – 5) Contudo de modo geral todos, ou seja, 100% afirmaram haver feed back positivo entre ESF e clientela. Ações de promoção, proteção e recuperação de saúde dos indivíduos e da família de forma integral e contínua, podem ser priorizadas na ESF, como estratégia de reordenação do modelo assistencial (SIMÕES et al., 2007). O processo de Humanização do atendimento demonstrou um resultado no qual 60% das vezes é trabalhado sempre contra 40% que afirmam trabalha-lo somente às vezes. Entretanto 100% partilharam da mesma opinião de que apenas alguns membros da equipe conhecem os benefícios que tal atendimento pode gerar, e ainda 100% afirmaram que encontram dificuldades para desenvolver o Processo de Humanização. “Depende do profissional e de questões políticas” (ESF – 2). 80% atribuíram tais dificuldades à equipe e clientela, enquanto que os outros 20% a outros fatores, como por exemplo, ligados a razões políticas. Todavia o Processo de Humanização foi apontado por 100% como capazes de gerar resultados positivos e que esse processo é trabalhado tanto nas ESF quanto nos domicílios segundo os Enfermeiros pesquisados. A gestão dos processos de trabalho como parte vital da política de humanização em saúde pressupõe o conhecimento e a consideração não só das questões políticas e econômicas, mas também de saberes e fazeres produzidos e legitimados no cotidiano dos trabalhadores da saúde e na concretude de suas práticas, nesse espaço em meio a fonte de criatividade e resistência (HENNINGTON, 2008). CONSIDERAÇÕES FINAIS As competências e habilidades específicas para a área de administração e processo gerencial em Enfermagem podem ser desenvolvidas durante o processo de formação do enfermeiro, sendo permanentemente construídas nas experiências cotidianas contribuindo na capacitação do profissional para avaliar, sistematizar e decidir as condutas mais adequadas, com base em evidências científicas. O reconhecimento das condições reais de realização do trabalho constitui um desafio, implica uma mudança de olhar, por outro enseja a criação de métodos capazes de capturar as necessidades organizacionais e individuais, de forma mais próxima. A busca da qualidade dos serviços de saúde através de um método que permita a participação efetiva dos profissionais envolvidos no processo hierárquico administrativo, da gestão local à central, constitui um desafio constante, que se encontra em fase de construção metodológica e conceitual como importante instrumento de suporte à dinâmica desses serviços. REFERÊNCIAS BARRÊTO, Anne Jaquelyne Roque et al. Experiências dos enfermeiros com o trabalho de gestão em saúde no estado da Paraíba. Texto contexto enfermagem. Florianópolis. (SC),v.19, n.2, p.300-308, 2010. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tce/v19n2/11.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2012. BENITO, Gladys Amélia Vélez e BECKER, Luciana Corrêa. 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O mundo da saúde. São Paulo, (SP), v.1, n. 34, p. 86-91, 2010. Disponível em:<http://www.saocamilonsp.br/pdf/mundo_saude/74/11_Sistema%20Unico%20de %20Saude.pdf>. Acesso em: 17 jun.2012. HENNINGTON, Élida Azevedo. Gestão dos processos de trabalho e humanização em saúde: reflexões a partir da ergologia. Rev Saúde Pública. v.42, n.3, p.55561, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v42n3/6707.pdf> Acesso em: 23out.2012. INDICADORES administrativos de gestão em enfermagem. In: MARQUES, Ifigênia Augusta Braga, SILVA, Cristiane Pavanello Rodrigues. ALBOLEDA, Priscila. Qualidade em Saúde e indicadores como ferramenta de gestão. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2008. Cap 9, pag. 101. KAWATA, Lauren Suemiet et al. O trabalho cotidiano da enfermeira na saúde da família: utilização de ferramentas da gestão. Texto contexto enfermagem. v.18, n.2, p.313-320,2009. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/tce/v18n2/15.pdf>Acesso em: 17 jun. 2012. KURCGANT, Paulina et al. Administração em Enfermagem. EPU, 1991. Cap. 6 São Paulo, SP: MEDEIROS, Cássia Regina Gotler et al. A rotatividade de enfermeiros e médicos: um impasse na implementação da Estratégia de Saúde da Família. Ciência e saúde coletiva p.1531, 2010. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csc/v15s1/064.pdf> Acesso em 17 jun.2012. SIMÕES, Ana Lúcia de Assis et al. Humanização na saúde: enfoque na atenção primária Texto Contexto Enferm. Florianópolis, v.16, n.3, p.439-44, 2007. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/a09v16n3.pdf>. Acesso em: 23out.2012. WEIRICH, Claci Fátima; MUNARI, DenizeBouttelet; MISHIMA, Silvana Martins e BEZERRA, Ana Lúcia Queiroz. O trabalho gerencial do enfermeiro na Rede Básica de Saúde. Texto contexto - enferm. [online]. v.18, n.2, p. 249-257, 2009. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/tce/v18n2/07.pdf>. Acesso em 05 de jun de 2012. AVALIAÇÃO DO USO DE BENZODIAZEPÍNICOS NA POPULAÇÃO FEMININA ADULTA DE UM MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA Elzilaine Maira Dionizio e Iraly Gomes Silva – Graduadas em Farmácia Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia. Especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Rosângela de Fátima do Nascimento e Silva. Graduada em Medicina. Mestre pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Especialista em Ginecologia e Obstetrícia. Atua no Hospital Monte Sinai, Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora - MG. Sérgio Alvim Leite - Graduado em Medicina. Graduado em Medicina. Especialista em Clínica Médica e Dermatologia. Prefeitura Municipal de Manhuaçu e Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em motricidade. Doutor em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Este trabalho aborda o uso de Benzodiazepínicos (BDZ´S) na população feminina adulta de um município de pequeno porte localizado na Zona da Mata Mineira MG. O objetivo desse estudo foi identificar o perfil da população feminina que utiliza BDZ como tratamento terapêutico em município de pequeno porte da Zona da Mata Mineira MG. Quanto à abordagem trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa como instrumento de coleta de dados, foi empregado um questionário objetivo e claro com intuito de facilitar a maneira de interpretação e entendimento das participantes da pesquisa. Com relação ao uso de BDZ’s percebese que as mulheres usuárias são de baixo grau de escolaridade, de relacionamento estável e os utilizam de forma contínua, por motivos que deve ser levado em consideração. Pelo exposto tornam-se necessários estudos que discuta o uso racional do medicamento. PALAVRAS-CHAVE: Benzodiazepínicos; feminina; terapêutico. INTRODUÇÃO Segundo Nordon et al. (2010) atualmente os Benzodiazepínicos (BDZ’s) são a terceira classe de medicamentos mais consumidos no Brasil, sendo utilizada por aproximadamente 4% da população brasileira. De acordo com Foscarini, (2010) o uso justifica-se por que os BDZ são medicamentos de primeira escolha para o tratamento de ansiedade, insônia, relaxamento muscular e amnésia anterógrada, e tem ganhado destaque no tratamento terapêutico para combater mal-estar pessoal como, sentimento de tristeza, solidão, inquietude, insegurança e até mesmo falta de felicidade, que muitas das vezes esta relacionada com a rotina de vida familiar que leva, seja no mau convívio com o companheiro, no mau relacionamento social, numa vida financeira mal distribuída, e outros motivos relevantes. O Conselho Regional de Farmácia do Espírito Santo1 noticiou em março de 2010 uma reportagem sobre o relatório desenvolvido pelo Departamento Internacional de Controle de Narcóticos, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). O relatório – referente à pesquisa realizada em 2009 – divulgou as principais tendências do uso de drogas lícitas e ilícitas no mundo, foi verificado que o uso abusivo de medicamentos controlados supera o de drogas ilícitas, como cocaína, ecstasy e heroína. O citado relatório foi divulgado nos principais veículos de comunicação do Brasil (G1, Folha de São Paulo, Veja, Correio Brasiliense, R7, entre outros) – e do mundo, demonstrando uma preocupação mundial com o uso abusivo de medicamentos. O interesse de estudo pelos BDZ’s – também chamados de calmantes – se deu pelo fato de ser um dos medicamentos de maior consumo no Brasil. Surgiu assim à curiosidade de se fazer uma investigação sobre o perfil do consumo desses medicamentos entre as mulheres adultas em um município de pequeno porte da Zona da Mata Mineira MG. A questão norteadora que motiva esse trabalho é: qual o perfil das usuárias adultas de BDZ de um município de pequeno porte da Zona da Mata. O presente estudo tem como objetivo, identificar o perfil da população feminina que utiliza BDZ como tratamento terapêutico em município de pequeno porte da Zona da Mata Mineira MG. Este trabalho contribuirá para a identificação da distribuição do medicamento, entre a população feminina no município com idade igual ou superior a vinte anos de idade para assim obter-se de um controle sobre a medicação, satisfazendo as necessidades de ambas às partes: população feminina e município, sem causar danos à saúde feminina consumidora do medicamento e gastos desnecessários ao município. 1 Reportagem disponível no site (http://www.crfes.org.br/noticias_26022010_2.html). REFERENCIAL TEÓRICO Em 1954 foi sintetizado o Clordiazepóxido, primeiro BDZ da história, pelo químico Leo Henryk Sternbach. A síntese aconteceu por acidente. Tendo como resultado um composto da classe dos Quinazolona-3-óxidos, os BDZ’s. No ano 1957 foram realizados testes com o Clordiazepóxido descobrindo que o composto possuía ação hipnótica, ansiolítica, relaxante muscular e anticonvulsivante. No ano de 1960 o Clordiazepóxido foi lançado no mercado com o nome de Librium. Os anos se passaram e vários outros BDZ’s foram sintetizados, no momento existem 35 substâncias diferenciadas disponíveis no mercado para uso terapêutico. Em destaque, Clonazepam, Cloxazolam, Midazolam, Alprazolam e Diazepam (NORDON, 2010). A partir da década de 60 os BDZ’s se tornaram uma das classes de psicofármacos de maior prescrição. Devido ao seu enorme potencial de ação terapêutica contribuiu para que essas substâncias fossem utilizadas. O Brasil ocupa a terceira posição no consumo de BDZ no mundo o número de pessoas que utilizam esse medicamento é de aproximadamente 4% da população. Devido ao aumento da prescrição de BDZ desde as décadas de 70 e 80 vêm sendo empregadas políticas de controle para essas medicações. No Brasil o controle é feito através do formulário azul e da retenção de receita (NORDON et. al., 2009). Os BDZ’s se ligam a receptores específicos no Sistema Nervoso Central (SNC), agindo nestes receptores e potencializando, o Ácido Gama Aminobutírico (GABA) que é o principal neurotransmissor inibitório do SNC. A ativação destes receptores promove a entrada do cloro na célula nervosa com isso acorre redução da excitabilidade nervosa. A absorção de íons cloreto para a célula causa a hiperpolarização da membrana plasmática neuronal diminuindo a sua capacidade de excitação (CARVALHO et. al., 2006). Os BDZ’s possuem várias propriedades farmacológicas que atuam como: sedativos, hipnóticos, ansiolíticos, relaxantes musculares e anticonvulsivantes. Além da elevada eficácia terapêutica eles apresentam baixo risco de intoxicação e dependência, menor capacidade de produzir depressão fatal no SNC, menor ação depressoras do centro respiratório fatores estes que tornam seu uso mais seguro e propiciam sua rápida aceitação no mercado (FOSCARINI, 2010). Os BDZ’s são muito empregados em tratamento de ansiedade, transtorno de pânico, fobias e dos quadros de agitação de variados tipos de psicoses. Os BDZ’s no início de seu uso melhoram a eficiência do sono por diminuir sua latência e o número de despertares durante a noite (CARVALHO et. al., 2006). METODOLOGIA O referente estudo tratou-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa que foi realizada com 50 mulheres de idade igual ou superior a vinte anos, de escolaridade e níveis socioeconômicos diversos em uma cidade de pequeno porte da Zona da Mata Mineira. A pesquisa descritiva segundo GIL, (2007, pg. 44). As pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou estabelecimento de relação entre variáveis, são inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. A coleta de dados foram realizadas nos Postos de Saúde da Família (PSF) – I,II, III, IV e V – de um município de pequeno porte da Zona da Mata de Minas Gerais. Como instrumento de coleta de dados, foi empregado um questionário objetivo e claro elaborado pelas pesquisadoras do estudo com intuito de facilitar a maneira de interpretação e entendimento das participantes da pesquisa (ANEXO I). Através do questionário aplicado nas entrevistas possibilitou o entendimento sobre a real utilização do medicamento. O questionário foi aplicado com todas as mulheres maiores de 20 anos presentes nos PSF´s nas manhãs escolhidas para a realização da pesquisa. Coube as pesquisadoras esclarecer as participantes da pesquisa a não obrigatoriedade de responder o questionário e assegurando a quem participar de livre e espontânea vontade seu anonimato e sigilo quanto suas respostas e apresentação do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). O questionário foi aplicado no mês de agosto de 2012. Os dados foram processados no Microsoft Office Excel 2007 e analisados através de estatística descritiva. Os resultados foram divulgados em tabelas de constância e gráficos, que orientaram a discussão dos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram entrevistadas 50 mulheres durante o período de coleta de dados. Destas apenas 26% (13) faziam o uso de BDZ´s. Portanto, a população do estudou é formada por 13 mulheres. A Tabela 1 resume as principais características sóciodemográficas da população avaliada. Tabela 1- Características sócio–demográficas referidas pela população investigada, 2012. Característica Faixa etária 20 – 39 anos 40 – 59 anos 60 anos ou mais Estado Civil Solteira Casada Viúva Outras Trabalhadora Ativa Aposentada Residente Zona Urbana Zona Rural Renda Familiar 1 Salário Mínimo Até 2 Salários Mínimos Acima de 2 Salários Mínimos Não Tem Salário Definido Grau de escolaridade 1 Grau Incompleto 1º Grau Completo 2° Grau Completo 2º Grau Incompleto Nível Superior Incompleto n=13 % 3 6 4 23,08 46,15 30,77 1 8 2 2 7,70 61,54 15,38 15.38 8 5 61,54 38,46 9 4 69,23 30,77 6 3 1 3 46,15 23,08 7,69 23,08 8 1 2 1 1 61,53 7,70 15,37 7,70 7,70 Existem estudos que investigaram características semelhantes, Nordon et al. (2010) analisaram o padrão de utilização de BDZ em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) encontrando que a população que mais utiliza estas substâncias são mulheres de baixa escolaridade e renda, na faixa etária entre 50 e 69 anos e que possuem relacionamentos estáveis. Foram encontrados perfis diferentes com relação a este trabalho. Entre os BDZ’s referidos como mais utilizados estão o Diazepam (46,15%), Clonazepam (30,77%) e outros (23,08%) (FIGURA 1). 23,08% Diazepam 30,77% Clonazepam Outros 46,15% Figura 1- BDZ´s referidos como mais utilizados. A literatura revela um perfil de utilização semelhante ao observado, Firmino et al. (2011) detectaram na cidade de Coronel Fabriciano em Minas Gerais um consumo elevado de Diazepam (59,70%) e Clonazepam (40,2%). De acordo com Casali (2010) o Diazepam e o Clonazepam têm maior destaque na prescrição por ser um medicamento de baixo custo e fácil acesso, além disso, a seleção dessas substâncias nas redes públicas municipais é justificada por se tratar de um medicamento que pertence a Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) (FIRMINO et al., 2011). Quando questionadas sobre por quanto tempo à substância prescrita deveria ser utilizadas todas as entrevistadas referiram que o prescritor recomendou o uso dos BDZ´s de maneira contínua. Gorenstein (1993) citado por Martins (2011) descreve que a administração de BDZ por tempo prolongado ainda que em doses baixas possa induzir prejuízo cognitivo e psicomotor. Além disso, segundo Martins (2011) a utilização de BDZ por tempo prolongado pode ocasionar desenvolvimento de tolerância, abstinência e dependência. Correia et. al (2010) referem que o longo período da utilização de medicamentos psicotrópicos pode tornar um grande risco a saúde levando especialmente a dependência física e psicológica. Essa dependência é caracterizada pela busca compulsiva do medicamento, surgindo o vício. Além disso, o abuso de algumas destas substâncias pode acarretar ainda a degeneração de células cerebrais, podendo ocorrer lesões irreversíveis (UNESP, 2003 citado por ANDRADE, ANDRADE e SANTOS, 2004). As entrevistadas relataram ainda, que a principal especialidade dos médicos prescritores foi: clínicos gerais (61,54%), neurologistas (23,08%) e psiquiatras (15,38%) (FIGURA 2). 15,38% 23,08% Clinico Geral Neurologista 61,54% Psiquiatra Figura 2- Especialidades médicas dos prescritores segundo a população investigada. Foi encontrado estudo semelhante como o de Nordon et al. (2010) que relata o Clínico Geral como o principal prescritor de BDZ (65,21%) e que na maioria das vezes, estes profissionais, apenas mantêm a prescrição anterior. Diferente dos psiquiatras que têm o hábito de reduzir ao longo do tempo a utilização destas substâncias. Segundo Carvalho et al. (2006) é observado que médicos especialistas em outras áreas diferentes da neurologia e psiquiatria, são responsáveis pela maior parte das prescrições de BDZ´s. Conforme Auchewski (2003) a irracionalidade na utilização de BDZ’s tem se tornado uma prática comum por parte dos médicos que não apresentam conhecimento suficiente de psicofarmacologia, fazendo da prescrição, um ato aberto para críticas. Como descrevem Firmino et al. (2011) há distorções na prescrição de BDZ como: tempo de tratamento, uso equivocado para o conforto de quadros inespecífico, uso por idoso e sugestões que não tem compatibilidade com o aspecto farmacológico. Ao serem questionadas sobre freqüência que vão às consultas médicas, (30,77%) referiram ir apenas quando não se sentem bem, (30,77%) declararam ir de acordo com o indicado pelo médico, (15,38%) relataram ir mensalmente, (15,38%) raramente e (7,70%) referiram ir quinzenalmente. Quando questionadas sobre a forma de obtenção da prescrição para retirarem o medicamento junto à farmácia municipal, (76,92%) referiram adquirir as prescrições através de consultas médicas e (23,08%) referiram conseguir a prescrição por intermédio dos agentes de saúde. Outro ponto importante é que todas as participantes revelaram conseguir adquirem o medicamento somente através da notificação de receita azul e que esta fica retida na farmácia. Segundo Martins (2011) o paciente ao retornar ao médico periodicamente é muito importante para o monitoramento da dose, avaliação dos efeitos colaterais e da resposta terapêutica. A prescrição dos BDZ’s deve ser realizada de maneira racional e monitorada cuidadosamente estabelecendo um bom vínculo com o paciente. Assim possivelmente poderão ser diminuídos os efeitos colaterais e o desenvolvimento de tolerância. Os BDZ’s são medicamentos que possuem controle legal no Brasil podendo ser comercializado/dispensados unicamente através de prescrição médica e retenção da receita (CASALI, 2010). Segundo Nordon et. al. (2010) no Brasil vem-se aprimorando artifícios de controle para o uso de BDZ, por meio de receituário azul e retenção da receita. Considerando esta realidade segundo Nordon et. al. (2010) o Brasil necessita de dados a respeito da prescrição de BDZ, existindo somente alguns poucos estudos sobre a avaliação e freqüente de utilização e nada além. Também afirma Martins (2011) que existe pouca literatura relacionada aos BDZ’s, o que traz certas dificuldades para o tratamento específico. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com este estudo foi observado o padrão de uso de BDZ por mulheres que freqüentavam os PSF – I, II, III, IV e V – de um município de pequeno porte da Zona da Mata de Minas Gerais, os resultados demonstram que as principais consumidoras do medicamento são mulheres idosas, de baixa escolaridade e renda, que possuem relacionamentos estáveis. A utilização do BDZ é crônica, os prescritores em geral foram clínicos gerais, mas mesmo os especialistas se mostraram prescritores inadequados utilizando BDZ de meia vida longa por tempo prolongado e para queixas que poderiam ser controladas de outras maneiras, tendo auto-índice de insucesso na tentativa de interrupção do uso. Acredita-se que este trabalho contribui um pouco para o conhecimento das características da população feminina atendida pelo serviço primário de saúde do Município investigado. Há necessidade de se avaliar risco-benefício desses medicamentos por motivo da utilização abusiva ou pela medida terapêutica incorreta aumentando o risco de intoxicação prejudicando a saúde de seus usuários. REFERÊNCIAS ANDRADE, Márcia de Freitas; ANDRADE, Regina Célia Garcia; SANTOS, Vânia dos. Prescrição de psicotrópicos: avaliações das informações contidas em receitas e notificações. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol.40 São Paulo 2004. AUCHEWSKI, Luciana; ANDREATINI, Roberto; GALDURÓZ, José Carlos F; LACERDA, Roseli Boerngen de. Avaliação da orientação médica sobre os efeitos colaterais de benzodiazepínicos. Rev. Bras.psiquiatr. 26(1): 24 - 31, ILUS, TAB. 2004 Març. 2003. CARVALHO, Andréa da Luz; COSTA, Milene Rangel da; FAGUNDES, Hugo. O ano da promoção do Uso Racional de Benzodiazepínicos. Uso Racional de psicofármacos. ano 1vol1/Abril - Jun 2006. CASALI, Fabiana Tambellini. 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Características do uso de benzodiazepínicos por mulheres que buscavam tratamento na atenção primária Rev. Psiquiatr. RS.; (31)3: 152-158; 2009. NÍVEIS DE CAPACIDADE FUNCIONAL DOS IDOSOS DE UMA INSTITUIÇÃO DE LONGA PERMANÊNCIA EM UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA. Gislene Ramos Queiroz e Rosâni Monteiro Dias – Graduadas em Enfermagem Faculdade Vértice – UNIVERTIX. Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia. Especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Educação Física e Pedagogia, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O estudo ora proposto trata dos níveis de capacidade funcional dos idosos de uma instituição de longa permanência em uma cidade da zona da mata mineira. Tendo por objetivo principal identificar os fatores que mais influenciam na capacitação funcional dos idosos de instituição de longa permanência. A metodologia abordada é de base quantitativa descritiva, com questionário semi estruturado e um formulário de avaliação das atividades de vida diária de Katz. Os resultados apontam que a instituição oportuniza a capacidade funcional dos idosos institucionalizados com o intuito de incentivar tanto a mudança de rotina na instituição quanto à dos idosos. PALAVRAS-CHAVE: Níveis de capacidade funcional; idosos; mudança. INTRODUÇÃO Com o crescente aumento da população idosa não apenas no Brasil, mas em todo o mundo, houve também um grande crescimento na institucionalização das Casas de Longa Permanência. A cada ano, cerca de 650 mil idosos são inseridos à população, fazendo com que essa população, aumente a cada dia. Com esse aumento cresce também o número de idosos que possuem doenças crônicas e limitações funcionais (SANTOS et al., 2008). Os idosos asilados são mais apáticos, sem motivação e extremamente carentes, diferente dos não asilados. A institucionalização interfere negativamente nas vivências afetivas dos idosos. A instituição de longa permanência é caracterizada como um local devidamente equipado para internar pessoas acima de 60 anos que ali passam a residir permanentemente, dispondo de uma equipe para prestar assistência e cuidados básicos aos idosos, proporcionando atividades que possam interferir positivamente no seu dia-a-dia (ALBUQUERQUE apud OLIVEIRA et al., 2001; MENDONÇA, 2006). Na atualidade faz-se de total relevância que, tanto a família quanto as Casas de Longa Permanência de idosos façam um trabalho em conjunto visando o bemestar dos mesmos, levando em consideração não apenas o bem-estar físico, mas também o bem-estar psicológico dos mesmos. Com isso, a questão norteadora desse estudo é: Como se podem classificar os níveis de capacidade funcional dos idosos de uma instituição de longa permanência em uma cidade da zona da mata mineira? Assim, o objetivo da pesquisa foi identificar os fatores que influenciam na capacidade funcional dos idosos de instituição de longa permanência em uma cidade da zona da mata mineira. Com esse estudo, pretende-se contribuir para que as famílias e os profissionais que trabalham junto aos idosos percebam a necessidade de acompanhamento e apoio afetivo para que estes se sintam responsáveis pela manutenção do seu próprio bem estar e conseqüente qualidade de vida. REFERENCIAL TEÓRICO A pessoa completa 60 anos exatamente no primeiro segundo do dia em que faz aniversário, independentemente da hora do dia em que tenha nascido. O processo de envelhecimento do ser humano é um processo progressivo e gradual, que atinge pontos físicos, genéticos, sociais e psicológicos. Existe, entretanto, uma vasta diversidade de ritmos de envelhecimento, onde os mesmos, por conseguinte, muitas vezes são mais acentuados conforme determinadas condições sociais (MARCHI NETO, 2004; BIAZIN, 2005). Levando em consideração que tanto a velhice quanto o envelhecimento são realidades heterogêneas, existem diversas variações em sua concepção e vivência de acordo com culturas, classes sociais, histórias pessoais, condições educacionais, estilos de vida, gêneros, profissões e etnias, dentre outros. Faz-se necessário aqui ressaltar acerca da importância de compreender esses processos como acúmulo de fatos anteriores, em permanente interação com múltiplas dimensões do viver de cada indivíduo (DANILOW et al., 2007). Aires, Paz e Perosa (2009) verificam que com o decorrer da idade, ocorrem várias alterações estruturais e funcionais que, mesmo que variem de indivíduo para indivíduo, são características do processo normal de envelhecimento. Várias dessas alterações ocorrem progressivamente, prolongando-se e acentuando-se na velhice, tais como: alterações na visão, alterações auditivas, alterações de mobilidade, entre outras. Rosa et al. (2003) apontam que quando a capacidade funcional começa a se deteriorar é que os problemas começam a surgir. O conceito está intimamente ligado à manutenção da autonomia, dependência e transferência do idoso para uma instituição, caso não seja possível mobilizar recursos financeiros e familiares para cuidar do idoso em sua própria casa, recorrendo à internação quando a sobrecarga torna-se insuportável ou supõem que o idoso não está recebendo assistência adequada. Conforme Camarano e Kanso (2010) atualmente no Brasil, não existe consenso sobre o que seja uma Instituição de Longa Permanência. Percebe-se que a mesma teve sua origem ligada aos asilos, inicialmente dirigidos à população carente que necessitava de abrigo, frutos da caridade cristã diante da ausência de políticas públicas. Contudo, na literatura existente e na legislação, pode-se encontrar diversos termos relacionados a essas instituições, como por exemplo: casas de repouso, clinicas geriátricas, abrigos e asilos. Onde as instituições não se autodenominam ILPI’s. METODOLOGIA Este estudo se caracteriza como uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa. Entendendo, conforme Gil (1999), que a pesquisa quantitativa assume diferentes significados no campo das ciências sociais. Compreende um conjunto de diferentes técnicas interpretativas que visam a descrever e a decodificar os componentes de um sistema complexo de significados. Tem por objetivo traduzir e expressar o sentido dos fenômenos do mundo social. Daí a necessidade dos estudos serem realizados a partir da elaboração de amostras vindas de livros e artigos de diversos autores. O estudo de campo foi realizado em uma instituição filantrópica localizada em um município da zona da mata mineira, cadastrada no Conselho Nacional do Idoso, vinculado à Secretaria de Estado de Ação Social de Abre Campo-MG. O município de Abre Campo foi fundado em 24 de maio de 1892. Localizado a 216 quilômetros da capital. De acordo com o censo realizado pelo IBGE em 2010, sua população é de 13.311 habitantes. Destacando-se entre as principais atividades econômicas a agropecuária. A Associação foi fundada a 26 de julho de 1988. É uma instituição filantrópica, sem fins lucrativos, sendo composta pelo presidente, secretário, tesoureiro e administrada pelas Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias. Possui 65 idosos, sendo 33 do sexo masculino e 32 do sexo feminino, a equipe é formada por um psiquiatra (12 horas/mês), um clínico geral (3 horas/semanais), uma farmacêutica (30 horas/semanais), uma nutricionista (30 horas/semanais), uma fisioterapeuta (3 horas/semanais), uma educadora física (8 horas/semanais), uma psicóloga (2 horas/semanais), uma fonoaudióloga (2 horas/semanais), um enfermeiro (48 horas/semanais), cinco técnicos de enfermagem (48 horas/semanais), doze cuidadores de idosos (escala 12/36 diurno/ noturno), quatro auxiliares de serviços gerais (48 horas/semanais). A instituição é mantida com a aposentadoria dos idosos, com doações da comunidade local e do fórum Doutor Octávio de P aula Rodrigues pertencente à comarca de Abre Campo. Foram aplicados dois questionários objetivos e claros em somente 37 idosos, dentre um total de 65 pessoas ali institucionalizadas que preenchiam os seguintes critérios: ter mais de 60 anos, ter condições de responder com clareza o questionário, não estar acamado, não ser portador de síndrome que dificultem o entendimento das questões. O primeiro elaborado pelas pesquisadoras tem a finalidade de fazer um perfil sócio-demográfico. O segundo questionário tem a finalidade de medir os níveis de capacidade funcional, será utilizado o índice de Katz através do qual é possível avaliar o grau de dependência de pessoas idosas. Coube às pesquisadoras esclarecer aos participantes da pesquisa a não obrigatoriedade de responder ao questionário e assegurar a quem participar de livre e espontânea vontade o anonimato e sigilo quanto às informações prestadas através da apresentação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A coleta de dados foi realizada no mês de maio e junho de 2012. Os dados foram processados no Microsoft Office Excel e analisados através de estatística descritiva. Os resultados foram divulgados em tabelas de constância e gráficos, que orientarão a discussão dos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram aplicados dois questionários objetivos e claros. O primeiro elaborado pelas pesquisadoras tem a finalidade de fazer um perfil sócio-demográfico dos moradores da instituição. O segundo questionário tem a finalidade de medir os níveis de capacidade funcional, será utilizado o índice de Katz através do qual é possível avaliar o grau de dependência de pessoas idosas. Em relação aos dados sócios- demográficos verificou-se que 78,3% têm entre 60-79 anos, 51, 3% são do sexo feminino e 37,8% são analfabetos. No que diz respeito à internação 67,5% foi internada por amigos, 29,7 % morava sozinhos e 75,6 % recebem visitas de familiares e amigos. O que revela a ausência da família e solidão pelo fato de morte do companheiro ou mesmo ser solteiro e não ter laços familiares estabelecidos naquele momento. Tal hipótese se reafirma segundo Chaimowicz e Greco (1999) pelas condições para admissão exigidas pelas ILPIs, que atualmente condicionam o ingresso do idoso ao fato de não possuir familiares. Segue a tabela com variáveis de descrição do responsável pela internação, motivo e visitas: Verifica-se que 91,8% dos idosos da pesquisa são aposentados, sendo de responsabilidade da ILPI o cuidado da aposentadoria da maioria destes 78,3%. Fato este que encontra respaldo na Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 que dispõe sobre o Estatuto do Idoso e normatiza o funcionamento de Casas de Repouso, Clínicas Geriátricas e Outras Instituições Destinadas ao Atendimento ao Idoso e diz que se antes abrigavam idosos desprovidos de recursos financeiros, hoje, torna-se condição que esses contribuam minimamente com o equivalente a um salário mínimo, aproximadamente, seja com a aposentadoria ou com o benefício de prestação continuada. Muitos são os instrumentos utilizados para avaliação funcional em gerontologia e consequentemente em cuidados a idosos, dentre eles destaca-se os questionários aplicados para a realização dessa pesquisa, um que investiga perfil sócio-demográfico dos moradores da instituição e outro que toma por finalidade de medir os níveis de capacidade funcional. Conforme Duarte e Andrade (2006) o Index de Independência nas Atividades de Vida Diária desenvolvido por Sidney Katz é, ainda hoje, um dos instrumentos mais utilizados nos estudos gerontológicos nacionais e internacionais, embora tenha sido publicado pela primeira vez em 1963. A figura 1 mostra a capacidade funcional dos idosos durante o banho: Não recebe assistência (entra e sai sozinho da banheira) 2,7% 13,5% 48,6% Recebe assistência no banho somente para uma parte do corpo 35,1% Recebe assistência no banho em mais de uma parte do corpo Sem respostas Figura 1 – Referente ao ato de banhar-se. Verificou-se que 48,6% banham-se sozinhos. Denotando determinada independência para esta atividade entre os institucionalizados. No que diz respeito ao ato de vestir-se dos idosos expõe que 40,5% dos mesmos retiram a roupa do armário e se vestem completamente sozinhos. Conforme Oliveira (2012), tanto a equipe de enfermagem, quanto os cuidadores devem estar aptos a auxiliar os idosos durante o banho. Com relação aos idosos acamados ou cadeirantes, esse é um excelente momento para realizar a inspeção da pele do idoso a procura de lesões sugestivas de úlceras por pressão. Na concepção de Watanabe (2009) quanto aos idosos independentes é importante que os profissionais verifiquem se todos os acessórios estão disponíveis, se o banheiro encontra-se em condições adequadas para o banho com o intuito de prevenir possíveis quedas. Acerca da continência desses idosos 56,7% dos mesmos tem total controle sobre as funções de urinar e evacuar. Sobre a incontinência em idosos, Chenitz (1991) citado por Lacerda (2010) verifica que o fato de ser velho não significa ter uma condição favorável à incontinência. Esta condição é causada por modificações específicas nas estruturas funcionais do corpo que frequentemente resultam de doenças ou de uso de medicamentos. Em relação à independência quanto a alimentação 64,8% dos idosos da instituição alimentam-se sozinhos, sem o auxílio dos cuidadores. Pelegrin et al. (2008) aponta que a avaliação da capacidade funcional de residentes em ILPIs poderá auxiliar os gestores das mesmas a avaliarem o número e a qualificação dos profissionais responsáveis pelos idosos, bem como a estrutura física local diante das dependências identificadas nos idosos. No presente estudo, as variáveis correlacionadas à capacidade funcional dos idosos que residem na instituição, como por exemplo, o ato de banhar-se, vestir-se, ir ao banheiro, a transferência, continência e alimentação, podem ser classificadas como boas a regulares, pois a comparação dos resultados mostra que os mesmos se mostram bastante ativos fisicamente. Fato este de suma importância no cotidiano dos idosos, pois a diminuição dessas capacidades acarreta dificuldades em suas atividades diárias, além de aumentar o risco de lesões e quedas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que os resultados obtidos nesta pesquisa são importantes e apontam que a instituição oportuniza a capacidade funcional dos idosos que nela residem com o intuito de incentivar tanto a mudança de rotina na instituição quanto à dos idosos. Assim, as atividades básicas devem ser realizadas, dentro do possível, pelos idosos sem ajuda de terceiros, diminuindo-se o grau de dependência. Levando em consideração as limitações do presente estudo de impossibilidade de generalização de seus resultados, pode-se, contudo, inferir para fins práticos que é possível avaliar os componentes da capacidade funcional dos idosos que residem na instituição aqui analisada. Funcionalmente independentes ou em dependência parcial, a fim de avaliar os déficits específicos passíveis de intervenção preventiva ou reabilitadora. Assim, faz-se necessário que mais estudos sejam elaborados com a finalidade de analisar cada vez mais essa população residente em instituições de longa permanência. REFERÊNCIAS AIRES, Martinês; PAZ, Adriana Aparecida; PEROSA, Cleci Terezinha. Situação de saúde e grau de dependência de pessoas institucionalizadas. Ver. Gaúcha Enferm., Porto Alegre (RS) 2009 set: 30(3): 492-9. BIAZIN, Damares Tomasin. Avaliação da capacidade funcional pós-trauma em idosos [tese]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo; 2005. CAMARANO, Ana Amélia Camarano; KANSO, Solange. As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Rev. bras. estud. popul. vol.27 nº.1 São Paulo Jan./June 2010. CHAIMOWICZ Flávio. & GRECO Dirceu. Dinâmica de idosos institucionalizados em Belo Horizonte, Brasil. Rev. Saúde Pública , São Paulo, v. 33, n. 5, 1999. 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SANTOS, Andréia Botelho dos; SILVA, João Claudio dos Santos; BAPTISTA, Maria de Fátima Carvalho; PEREIRA, Fábio Dutra; FURTADO, Hélio Lemos. Perfil da autonomia funcional de idosos institucionalizados do município de Três Rios/RJ – BRASIL. 2008 Disponível em: http://www.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/07/09.pdf. Acesso em: abril de 2012. EFEITO DO PROGRAMA DE EXERCÍCIO FÍSICO REALIZADO PELO PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO NASF DO BAIRRO EXPOSIÇÃO PARA IDOSAS DA CIDADE DE MATIPÓ-MG Romário Santana Costa e Andréa Aparecida Silva – Acadêmicos do curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Cleber Soares Júnior. Graduado em Medicina. Especialista em Cirurgia Digestiva e Cirurgia Geral. Atua no Hospital Monte Sinai de Juiz de Fora- MG. Carlos Eduardo Toledo – Graduado em Educação Física, Especialista em Qualidade de Vida e Promoção à Saúde. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Márcio Lopes de Oliveira. Graduado em Educação Física, Mestre en Ciencia de la Educacion Fisica, el deporte y la Recreación,Professor e Coordenador do curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Lúcio Flávio Sleutjes - Graduado em Fisioterapia, Mestre em Ciência da Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Diretor Geral da UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O objetivo do estudo foi avaliar o efeito do programa de exercício físico realizado pelo profissional de Educação Física do NASF do Bairro Exposição para idosos da cidade de Matipó-MG. O estudo foi realizado através de uma pesquisa descritiva, de natureza quantitativa. Para isso, a amostra pesquisada foi composta de idosas do NASF no bairro Exposição, na cidade de Matipó, Zona da Mata Mineira. O NASF atende 30 idosas. Foram pesquisadas 18 das idosas presentes na data de aplicação do questionário, que continha 7 questões abertas. A faixa etária variou de 60 a 81 anos. Os dados foram coletados no período julho e agosto de 2011. A partir destes resultados, pode-se perceber que as idosas investigadas precisam de programas de atividade física orientada para a melhora e manutenção de sua qualidade de vida. No entanto, são necessários a realização de novos estudos para se ter a dimensão mais ampla dos benefícios oriundos deste tipo de programa. PALAVRA-CHAVE: idosos, NASF, educador físico, atividades físicas. INTRODUÇÃO O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que vem acontecendo nos últimos anos. No processo de envelhecimento, a manutenção do corpo em atividade é essencial para manter as funções vitais em bom funcionamento. As pessoas idosas ao praticarem atividades físicas com regularidade e sob orientação do Profissional de Educação Física, quando comparadas as de vida inativa, mostram melhor adaptação orgânica aos esforços físicos, além de maior resistência as doenças e ao estresse emocional e ambiental. (KUHNEN et al., 2004). Guedes e Guedes (1995) citado por Kuhnen et al. (2004) ponderam que os exercícios corretamente prescritos e orientados realizam importante papel na prevenção, conservação e recuperação da capacidade funcional dos indivíduos, refletindo positivamente em sua saúde. Segundo Shephard (1997) citado por Kuhnen et al. (2004) com o envelhecimento humano a força muscular localizada tende a ser diminuída, isto ocorre devido à diminuição da massa muscular magra. Aoyagi e Shephard (1992) enfatizam que esta diminuição ocorre devido ao declínio do número de fibras e/ou redução na área de seção transversa. Com a idade avançada, além da perda da força muscular, também diminui a habilidade do músculo para exercer força rapidamente, pois a potência muscular é uma habilidade vital e pode servir como um mecanismo protetor na queda, uma das causas mais freqüentes de lesões nos idosos, além de ser importante para o desempenho das atividades diárias (WOLINSKY e FITZGERALD citado por KUHNEN et al., 2004). Os mesmos autores citados anteriormente afirmam que com finalidade de prevenção, surgiu no país vários projetos destinados à cuidar da saúde do idoso. Programas de intervenção e estimulação à prática de atividade física na terceira idade, que entre outros objetivos, visam promover a integridade física e mental dos idosos, além da promoção da cidadania e respeito, evidenciando que a atividade física pode ser o melhor tratamento para prevenção de muitas patologias da atualidade. Em meio a isso, um programa do governo que vem se destacando por sua amplitude de aplicação é o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que é uma continuação do Programa Estratégia Saúde da Família (ESF) criado em 1994, para orientar e acompanhar a qualidade de vida da população brasileira. O NASF, criado em 2008, tem papel fundamental no desenvolvimento da qualidade de vida da população, principalmente pela formação multiprofissional que ele abrange. As profissões que poderão compor os NASF são: Médico Acupunturista, Assistente Social, Profissional de Educação Física, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Médico Ginecologista, Médico Homeopata, Nutricionista, Médico Pediatra, Psicólogo, Médica Psiquiatra e Terapeuta Ocupacional. Uma composição que reforça a importância do trabalho multiprofissional nas ações e programas relacionados à saúde (PORTAL DA SAÚDE, 2012). Diante do exposto, o objetivo do estudo que foi avaliar o efeito do programa de exercício físico para idosos realizado pelo profissional de Educação Física do NASF do Bairro Exposição da cidade de Matipó-MG. Pretendemos com este estudo contribuir no entendimento da necessidade de inclusão dos profissionais de Educação Física nos programas de saúde desenvolvidos pelo governo Federal. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Observando a crescente expansão da população idosa no mundo, vários são os estudos para encontrar meios alternativos para a prevenção e manutenção da saúde desses idosos. Castro et al. (2007) realizaram junto a universidade aberta da terceira idade, de São Paulo (SP), um estudo com o objetivo de observar a influência da universidade aberta na qualidade de vida desses idosos. Foi aplicado um questionário sobre qualidade de vida, antes das atividades prestadas pela universidade, para dois grupos a que essa universidade presta serviço, o grupo UATI (Universidade Aberta da Terceira Idade) e o REVT (Programa de Revitalização Geriátrica), que depois deste questionário, passaram para uma sessão de exercícios, com ênfase em atividade física e promoção social. Os resultados demonstraram que esses exercícios além de promover a saúde física do idoso, os influenciam no âmbito social. Também nesse sentido, Ferneda et al. (2005) realizaram um trabalho com o objetivo de documentar as realizações do Programa de Atividade Física para Terceira Idade da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) durante 20 anos de atuação (1985 a 2005). Foi realizado um levantamento descritivo exploratório entre 1985 (fundação), até 2005 (atual), utilizando registros, entrevistas informais, fotos, artigos, reportagens, imagens, vídeo e livros. Estes estudos comprovaram a eficácia deste programa, no que diz respeito à melhoria da aptidão física, do domínio corporal, da autoestima e da capacidade funcional, além de ampliar as relações sociais. Este estudo buscou demonstrar a importância do programa para a sociedade em geral, favorecendo novos estudos e trabalhos nessa área. Outros estudos são voltados para os benefícios dos exercícios físicos para as estruturas do corpo humano, tais como músculos, ossos, sistema cardiovascular, etc. Em outro estudo, Scher, Nobre e Lima (2008), realizaram um trabalho para avaliar o papel do exercício físico na redução da pressão arterial de idosos. Usaram exercícios dinâmicos e exercícios resistidos, em idosos hipertensos e obesos e com outros problemas de saúde. Comprovaram com isso, que os exercícios resistidos auxiliam na redução da Pressão Arterial (PA), principalmente no pós-exercício, verificando uma melhora na pressão arterial sistólica. Novamente, Imamura, Imamura e Hirose-Pastor (1999), elaboraram uma pesquisa com o objetivo de verificar os efeitos do envelhecimento e dos exercícios físicos sobre o colágeno do músculo estriado esquelético humano. Acompanharam durante anos idosos que praticavam algum tipo de exercício físico, e quais efeitos desses exercícios na produção do colágeno. Comprovaram com esse estudo, que na medida em que envelhecemos nossa produção de colágeno tende a diminuir, e que esses exercícios físicos contribuem de forma positiva para um controle na produção de colágeno, que se desenvolve no músculo estriado esquelético. Matsudo (2000) fez um estudo com o objetivo de analisar os efeitos do processo de envelhecimento na aptidão física, no nível de capacidade funcional e de atividade física, decorrentes do envelhecimento. Como produto de pesquisa, foi observado o programa Agita São Paulo, do Projeto Longitudinal de Aptidão Física e Envelhecimento de São Caetano do Sul, no estado de São Paulo. Os resultados apontam que esses programas beneficiam o rendimento do idoso, contribuindo no desenvolvimento das capacidades físicas, psíquicas, sociais e imunológicas, garantindo que a terceira idade viva uma vida sem impossibilidades devido à falta de atividade física. A literatura é clara e evidencia em vários estudos os benefícios dos exercícios físicos para este grupo de pessoas, porém os profissionais de Educação Física devem estar em constante atualização para a prescrição de exercício físico para os idosos. REFERENCIAL TEÓRICO Segundo a resolução n° 046/2002/CONFEF, que dispõe sobre a intervenção do Profissional de Educação Física e define suas competências e campos de atuação do profissional, a intervenção é plena nos serviços a sociedade no âmbito das atividades físicas, incluindo a prática de exercícios físicos e esportes nas suas diversas manifestações e diferentes objetivos (SILVA, 2010). Para Cabral (2011) compreendem-se por envelhecimento as alterações fisiológicas que ocorrem ao longo do tempo em organismos multicelulares, isto é, tais alterações acontecem nas moléculas e nas células que acabam por prejudicar o funcionamento dos órgãos e do organismo em geral. Para a mesma autora o estilo de vida que uma pessoa leva, pode contribuir para o seu envelhecimento como, a saber o sedentarismo que faz com que um indivíduo acumule gorduras e açúcares no organismo, dificultando a ação dos órgãos. O ambiente também favorece ou não a longevidade de um indivíduo, já que a poluição, o abastecimento sanitário precário, o excesso de trabalho e outros fatores podem aumentar a probabilidade de envelhecimento precoce. É considerada idosa para a Organização Mundial de Saúde (OMS) qualquer pessoa a partir de 60 anos de idade, mas é preciso lembrar que tal consideração é avaliada segundo o envelhecimento fisiológico, o que não impede uma pessoa de ser social e intelectualmente ativa. A saúde intelectual e física nesse processo é de grande valia. Essas podem ser equilibradas através de atividades sociais e de lazer que não deixam com que o indivíduo em fase de envelhecimento se sinta excluído da sociedade e incapaz de exercer funções (CABRAL, 2011). A mesma autora afirma que a expressão “envelhecimento ativo” tem crescido consideravelmente, assim como o número de seus adeptos. Trata-se de envelhecer priorizando, além de atividades sociais, as afetivas, profissionais e amorosas. Essas atividades preenchem o dia dos idosos deixando-os ocupados e tornando-os presas mais difíceis aos problemas de saúde e psicológicos. Maia (1997) citado por Silva Neto (2006), afirma que o envelhecimento é um processo, progresso, sucessão, evolução. Desenvolvimento de fases normais ou patológicas dos dinamismos biológicos. Diante disso, o mesmo autor acredita que podemos definir o envelhecimento como um processo dinâmico vivido pelo ser humano no decorrer de sua existência caracterizada por um conjunto de modificações biopsicossociais, tendo peculiaridades subjetivas, dependendo da realidade global de cada pessoa. Cada ser humano envelhece de maneira distinta, segundo sua herança genética, sua educação, cultura, valores e ambiente físico-social. Para Barata (2006) citado por Silva Neto (2006) os benefícios ou vantagens da prática da atividade física pelos idosos são inúmeros. E não se restringem ao âmbito físico e orgânico, mas repercutem também no bem-estar mental e emocional, proporcionando uma melhor qualidade ao idoso. Para o mesmo autor quando o corpo está em movimento às funções do organismo são mais agilizadas e a nossa "máquina" trabalha com mais força e rapidez. Isso faz com que sobre pouco espaço e tempo para que as substâncias que favorecem o câncer entrem nas células e se multipliquem. Um estudo, por exemplo, mostrou que homens praticando exercícios vigorosos diariamente apresentaram uma redução de 50% no risco de câncer de intestino. A causa provável para isso é que o exercício físico estimula a função intestinal, fazendo com que haja eliminação de toxinas cancerígenas, impedindo com isso que entrem em contacto com a parede intestinal. São muitas as modalidades de atividades físicas que podem ser praticadas pelos idosos. Entretanto, algumas são mais convenientes nesta faixa etária. Para Gomes (2000) citado por Silva (2010) as mais indicadas aos idosos são: (i) marcha (andar, caminhar, com calçados e roupas confortáveis, bem protegidos da exposição solar excessiva); (ii) natação ou hidroginástica; (iii) ginástica (uma excelente sugestão trata-se do alongamento, pois ajuda a desenvolver ou manter a flexibilidade, além de relaxar); (iv) golfe; (v) dança (uma ótima atividade física e terapêutica para os idosos que se sentem solitários, e não só, pois alia o movimento à música). Para Matsudo (2010) alguns cuidados e restrições devem ser considerados para que o idoso possa praticar suas atividades físicas, por exemplo, necessidade da consulta médica prévia; duração e freqüência das atividades físicas; plano nutricional e hídrico para os Idosos; não se deve dar caráter competitivo às Atividades Físicas do idoso e o idoso não deve sofrer por causa da atividade física. METODOLOGIA Para esse trabalho, realizou-se uma pesquisa descritiva de natureza quantitativa. Para isso, a amostra pesquisada foi composta de idosas do NASF no bairro Exposição, na cidade de Matipó, Zona da Mata Mineira. O NASF atende 30 idosas. Foram pesquisadas 18 das idosas, que são as mais freqüentes desde a fundação do Programa no bairro e que estavam presentes no momento da aplicação do questionário, que continha 7 questões abertas. A faixa etária variou de 60 a 81 anos. Os dados foram coletados no período julho e agosto de 2011. A cidade de Matipó, localizada na região da Zona da Mata Mineira, encontra-se a 257 quilômetros da capital de Minas Gerais, Belo Horizonte. Com uma população de 17.639 habitantes (IBGE, 2010), tem sua economia baseada no cultivo do café e de outros grãos, como milho, feijão e etc. Nesta cidade, identifica-se uma valorização do profissional de Educação Física, pelo fato de que a prefeitura emprega um grande número de profissionais para atuar em todos os níveis de ensino da rede pública, além disso, para atuar na área da saúde, como é o caso do NASF. RESULTADOS E DISCUSSÕES O perfil do grupo envolvido nesta pesquisa caracteriza-se por mulheres idosas, na faixa etária que varia dos 60 aos 81 anos, participantes do programa de atividades físicas do NASF do bairro Exposição em Matipó-MG. O programa desenvolvido pelo Educador Físico do NASF se estende por vários ESF dos municípios de Matipó e de Caputira, devido à extensão do convênio com a cidade vizinha. De um universo de 30 participantes deste programa no ESF do bairro da Exposição, 18 idosas responderam ao questionário. A primeira pergunta é referente ao fato de realizarem alguma atividade física antes da implantação do programa. Do total, 72% das participantes responderam que não faziam nenhuma atividade física, 17% responderam que sim, e 11% das participantes realizavam outros tipos de atividades físicas, antes da implantação do programa. De acordo com Yazawa et al. (1989), a atividade física tem sido considerada primordial para manutenção da funcionalidade do sistema cardiovascular, muscular e ósseo. Na questão 2 foi questionada a freqüência de atividades físicas após a participação no programa. Das 18 participantes, 50% responderam 2 a 3 vezes por semana, 27% das participantes responderam 1 vez por semana e 23% disseram que praticam atividade física 2 vezes por semana. Segundo Lopes e Siedler (1997), o trabalho de atividade física deve ser adaptado ao idoso visando atingir seus anseios, necessidades e suas condições físicas, o corpo do idoso em movimento é sinal de saúde e alegria. A atividade física regular traz para a maioria dos indivíduos benefícios em várias funções fisiológicas (BARBOSA et al. 2000) . Na próxima questão examinou-se sobre as melhoras percebidas com a participação no programa. Das 18 respostas apresentadas, 48% são relativas a melhoras cardiorrespiratórias e redução de dores lombares e articulares, que foram compreendidas pelos pesquisadores como melhoras fisiológicas; 32% relataram “melhoras de comportamento, como: “mais feliz”, “menos tristes”, foram entendidas como melhoras psicológicas; por fim, 20% dos entrevistados relatavam que “faziam muitos amigos”, o que foi avaliado como melhoras nos aspectos sociais. Diante disso, concorda-se com Ramos (2002) que a prescrição de exercícios físicos propiciam a redução de incapacidades e deficiências com vistas à melhoria da qualidade de vida dos indivíduos. Para Lopes e Siedler (1997), as pessoas idosas ao praticarem atividades físicas com regularidade, e sob orientação médica, quando comparadas às de vida ociosa, mostram melhor adaptação orgânica aos esforços físicos, além de maior resistência às doenças e ao estresse emocional e ambiental, a atividade física para o idoso envolve outras áreas, buscando um trabalho multiprofissional. Na questão seguinte, que trata do tipo de atividades físicas realizadas no programa, 37% relataram os alongamentos, outros 37% relataram as “danças” e “aeróbica”; 10% relataram ”exercícios com peso”, que consideramos exercícios resistidos; outros 10% relataram o relaxamento e, finalmente, 6% disseram estar mais identificados com as caminhadas acompanhadas pelo professor. Estes dados confirmam os achados por Silva e Iwanowicz (1998), ao relatarem que os idosos gostam de dança, mas pouco deles ainda a praticam. Foi consenso observar a disposição que as idosas apresentam na realização das atividades rítmicas, acompanhadas dos alongamentos que antecedem a parte principal das aulas. Na quinta pergunta questionamos se o Educador Físico desenvolve algum tipo de avaliação periódica. Todas as participantes foram unânimes em responder que frequentemente eram avaliadas semanalmente através da aferição da Pressão Arterial (PA) e Frequência Cardíaca (FC) e trimestralmente por pesagem. Tal proposta vem ao encontro as Diretrizes do NASF/2010, elaborada pelo Ministério da Saúde, que visam diagnosticar, apoiar e avaliar continuamente as ações desenvolvidas pelos ESF. Na sexta questão questionou-se com que frequência às idosas visitavam seu médico: 39% responderam que iam ao médico todo mês, 17% responderam que iam de três em três meses e 11% responderam de seis em seis meses. Por fim, 33% responderam não ir ao médico ou vão somente quando é necessário. Segundo Guimarães e Cunha (1989) valoriza-se, merecidamente, a atuação médica que conseguiu evitar que o paciente morra na fase aguda, mas ignora-se a necessidade de uma abordagem especializada para este mesmo paciente, dependente de cuidados contínuos, que poderá viver anos com complexos problemas físicos, psíquicos e sociais. Não se pode restringir o conceito de sucesso apenas ao adiamento da morte resultante do cuidado intensivo, mas estendê-lo também aos progressos em relação à qualidade de vida que o paciente possa vir a usufruir nos anos subsequentes. Na sétima pergunta questionamos se havia algum tipo de mudança que seria necessária para melhorar o desempenho do programa: 72% se referiram ao espaço físico, que na opinião das participantes estava pequeno para o número de pessoas que atende; 28% delas disseram não necessitar de nenhum tipo de mudanças. As mudanças na estrutura física não é um problema isolado, existe por todos os lugares onde tem esses programas, porém, é necessário buscar mudanças para que possam melhorar as condições para ministrar aulas para a terceira idade. Segundo Franchi e Montenegro Júnior (2005) cabem aos profissionais da saúde, educadores físicos, órgãos públicos, engajarem-se de maneira efetiva e eficaz na mobilização de recursos, na construção e valorização de projetos, que atingem a meta de uma população idosa cada vez mais ativa e consequentemente com maior qualidade de vida. CONSIDERAÇOES FINAIS A realização de exercício físico promove adaptações positivas no organismo do ser humano, tanto de jovens como também dos idosos. Com isso, observamos que a atividade física para idosos proporciona melhoras significativas no seu desempenho funcional de atividades rotineiras, melhorando assim sua autoestima, sua imagem corporal, a diminuição do estresse e, por consequência, a melhora da sociabilização. A partir destes resultados, pode-se perceber que os idosos investigados precisam de programas de atividade física orientada para a melhora e manutenção de sua qualidade de vida. No entanto, são necessários a realização de novos estudos para se ter uma dimensão mais ampla dos benefícios oriundos deste tipo de programa. REFERÊNCIAS AOYAGI, Y.; SHEPHARD, R. J. Aging and Musele function. Sports Medicine. N.14(6), 1992. BARBOSA, A. R. et al. Efeitos de um programa de treinamento contra resistência sobre a força muscular de mulheres idosas. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. 2000, 3:12- 20. CABRAL, G. Envelhecimento Acesso em: 11.abr.2011. http: www.brasilescola.com/saúde/envelhecimento. CASTRO, P. C. et al. Influência da universidade aberta da terceira idade (UATI) e do programa de revitalização (REVT) sobre a qualidade de vida de adultos de meia idade e idosos. Revista brasileira de fisioterapia. v. 11 n.6. São Carlos, nov/dez 2007. FERNEDA, F. et al. 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Ana Lígia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e Coordenadora de Pesquisa e Extensão na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Carlos Eduardo Toledo – Graduado em educação Física, Especialização em Qualidade de Vida e Promoção à Saúde. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Lucio Flavio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O objetivo do estudo foi avaliar o conhecimento sobre a doença e a adesão à dieta de idosas com diabetes mellitus do Grupo de atividade física “Geração Saúde” da cidade de Matipó-MG. Coletaram-se informações relativas aos conhecimentos das entrevistadas em relação aos fatores que dificultam à adesão à dieta. Verificou-se que 32,2% das entrevistadas acreditam que ter algum familiar próximo com diabetes pode aumentar o risco de desenvolver a doença, 40% baseiam sua dieta nas orientações da nutricionista, 40% destacam que a restrição do açúcar e massas é uma das maiores dificuldades em aderir a dieta. No presente estudo, foi observado que a alimentação correta com intervalos regulares associada à participação em grupos de apoio ao diabético configura-se como os principais fatores que facilitam a adesão a dieta. Apenas a distribuição gratuita da medicação não é suficiente para garantir a adesão ao tratamento, considerando as dificuldades relatadas. PALAVRAS-CHAVE: Diabetes mellitus; conhecimento; adesão à dieta. INTRODUÇÃO O diabete mellitus é um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia resultante da falta de insulina, falta do efeito da insulina, ou ambos. Este distúrbio é considerado uma importante causa de morbimortalidade no Brasil e fator contribuinte em cerca de 50% dos infartos do miocárdio e em cerca de 75% dos AVE (Acidente Vascular Encefálico), podendo causar insuficiência renal e doença vascular periférica, além de ser a principal causa de cegueira adquirida (SOUZA, 2006). Segundo Figueiredo (2008) o diabetes mellitus pode ser classificado como tipo 1 decorrente da diminuição na produção de insulina, sendo sua origem genética e ambiental, acometendo crianças, jovens e adultos, causando insulinodependência; o tipo 2 ocorre quando a produção de insulina é insuficiente, sendo hereditário, acometendo adultos com mais de 40 anos e obesos não-insulinodependente e o diabetes mellitus gestacional, resultante das mudanças hormonais ocorridas no organismo da mulher durante a gestação em decorrência da diminuição da tolerância de glicose e entre outros fatores predisponentes. Assim, com este estudo chegamos a questão: Como é o conhecimento sobre a doença e a adesão à dieta de idosas com diabetes mellitus do Grupo de atividade física “Geração Saúde” da cidade de Matipó-MG? O estudo teve como objetivo verificar o conhecimento sobre a doença e a adesão à dieta de idosas com diabetes mellitus do Grupo de atividade física “Geração Saúde” da cidade de Matipó-MG. Aproveita-se a oportunidade para informar que o estudo se constitui em uma réplica de uma pesquisa finalizada em 2012 como trabalho de conclusão de curso da graduação em Enfermagem dos autores e de novos colaboradores que integraram esta nova proposta. Assim, destacamos que o instrumento de coleta de dados da primeira pesquisa foi reaplicado em outra população a fim de que a coleta gerasse um banco de dados oferecendo oportunidades de ampliação das pesquisas dentro desta temática. Além disso, informamos que toda a fundamentação teórica da primeira pesquisa embasou também esta segunda. Partindo do pressuposto de que o paciente com diabetes mellitus deve ser tratado holisticamente, levando em consideração todos os aspectos físicos e psicológicos causados por esta doença, evidenciando os cuidados preventivos. O estudo é de extrema relevância para evidenciarmos os fatores que dificultam ou facilitam a adesão do paciente com diabetes mellitus à dieta. Com este estudo pretendemos contribuir para que os pacientes acometidos pelo diabetes mellitus, seus familiares como também a sociedade em geral possam reconhecer que uma dieta equilibrada e o autocuidado associados ao tratamento são fundamentais para a saúde da pessoa com a doença. REFERENCIAL TEÓRICO Segundo Figueiredo (2008) o diabetes mellitus, é popularmente conhecido como “doença do açúcar no sangue”, ocorrendo quando não há produção de insulina ou quando esta não atua de forma eficaz no organismo, sendo um hormônio produzido pelo pâncreas que controla o nível de glicose no sangue, fazendo com que o corpo possa utilizar glicose como fonte de energia. O diabetes mellitus pode ser classificado como tipo 1 que ocorre devido a insuficiência absoluta de insulina e que geralmente se manifesta antes dos 30 anos de idade, podendo ocorrer em qualquer idade, sendo que o seu tratamento necessita de insulina exógena; diabetes mellitus tipo 2 onde ocorre a resistência a insulina com graus variáveis de defeitos na secreção de insulina ocorrendo em adultos obesos após os 40 anos de idade sendo em alguns casos tratado com insulinoterapia e o diabete gestacional que se desenvolve durante a gravidez (SOUZA, 2006). O tratamento do diabetes de ambos os tipos, deve ser associado uma dieta adequada e atividade física, buscando realizar o controle da doença. Assim Guyton e Hall (2002) afirmam que o diabetes mellitus tipo 1, pode ocorrer devido a lesões nas células beta do pâncreas, sendo que as infecções virais ou as doenças auto-imunes podem estar envolvidas na destruição das células beta em muito dos pacientes acometido pelo diabete tipo 1, a hereditariedade também é determinante, pois pode haver tendência hereditária à degeneração das células beta, sendo observado geralmente em adolescentes por volta dos 14 anos, podendo ocorrer com três sequelas principais: aumento do nível da glicemia, utilização aumentada de gorduras para obtenção de energia e para a formação do colesterol pelo fígado e depleção das proteínas do organismo. O diabetes mellitus tipo 2, não-insulinodependente ocorre quando a produção de insulina é diminuída, originando-se de um forte componente genético evidenciado pelo padrão familiar, ocorre frequentemente em adultos acima de 40 anos e obesos (FIGUEIREDO, 2008). Guyton e Hall (2002) ressaltam que este tipo de diabetes é causado por acentuada redução da sensibilidade do tecido-alvo aos efeitos metabólicos da insulina, condição descrita como resistência a insulina, mais frequente do que o tipo 1, se desenvolve de modo gradual, o individuo possui concentração plasmática de insulina elevada e em sua maioria são obesos. Segundo Kawamoto et al. (2009) os meios diagnóstico do diabetes mellitus consiste em: testes laboratoriais, onde é avaliada a glicemia em jejum: nível de glicose sanguínea após o jejum de 8 a 12 horas; teste oral de tolerância à glicose (TTG-75g) onde o paciente recebe uma carga de glicose, em jejum e a glicemia é medida antes e após esta ingestão; a glicemia casual que toma como padronização o tempo desde a ultima refeição e a técnica de aferição de glicemia capilar. Para Guyton e Hall (2002, p.836): em ambos os tipos de diabetes melito, ocorre alteração do metabolismo de todos os principais alimentos. O efeito básico da ausência de insulina ou da resistência ao hormônio, sobre o metabolismo de glicose consiste em impedir sua captação e utilização eficientes pela maioria das células do corpo, à exceção das células do cérebro. Como consequência, o nível de glicemia aumenta, a utilização da glicose pelas células fica cada vez menor, enquanto a utilização das gorduras e das proteínas aumenta. Para Dib (2000) o nível de controle dos pacientes com diabetes mellitus pode ser dividido em cinco estádios onde o primeiro consiste em diminuir o número de admissões hospitalares dos pacientes por hiperglicemia, o segundo em eliminar os sinais e sintomas da hiperglicemia, como a poliúria, emagrecimento entre outros, o terceiro manter níveis glicêmicos satisfatórios, o quarto onde tem por objetivo atingir valores de glicohemoglobina adequados e o quinto e último estádio prevenir complicações crônicas da doença e manter uma qualidade de vida boa e produtiva. O tratamento do diabetes mellitus tem como objetivos principais; aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida, prevenir complicações, reduzir a mortalidade e tratar as doenças associadas. Porém a dieta deve ser implementada ao tratamento para que os objetivos sejam alcançados (FIGUEIREDO, 2008). Contudo, Carvalho e Ramos (2005) enfatizam que a terapia nutricional é essencial para o sucesso do tratamento do diabetes, pois esta requer uma abordagem individualizada e a implementação de adequadas recomendações nutricionais associadas a mudanças no estilo de vida, respeitando os padrões éticos, culturais e financeiros do individuo, sendo estas estratégias que favorecem o processo de reeducação nutricional tornando-o eficaz. Assim se o tratamento deste distúrbio não for bem planejado e controlado, o paciente pode desenvolver doenças macrovasculares e microvasculares consideradas complicações da doença a curto e longo prazo. METODOLOGIA O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem quantitativa. O público alvo pesquisado foram 15 idosas que frequentam o serviço de saúde, mais precisamente o grupo de atividade física “geração saúde” da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do bairro Exposição da cidade de Matipó-MG. Mediante estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o município de Matipó está localizado no estado de Minas Gerais, especificamente na Zona da Mata, numa área de 267 km². Com uma população de aproximadamente 17.639 habitantes de acordo com o censo (2010). O índice de desenvolvimento humano (IDH) segundo as últimas estatística do ano de 2000 era cerca de 0,683 devido ao grande número de desemprego, uma vez que em sua maioria os cidadãos de Matipó trabalham em serviços temporários e esporádicos em especial na fonte de renda da cidade a “cafeicultura”. Este município possui um total de 7 ESF, dentre as quais 4 possuem grupos de acompanhamento ao diabético. Para desenvolver esta pesquisa foi selecionada 1 unidade, localizada na área urbana do município, que possui o maior número de pacientes diabéticos que frequentam estes grupos, após levantamento prévio definiu-se que a amostra coletada seria de caráter aleatório simples, de acordo com os indivíduos presentes no momento, em horário e data pré-definida pelo enfermeiro da ESF para a realização do encontro do grupo, realizada durante os meses de agosto de 2013. Foi aplicado um questionário previamente elaborado pelos autores dessa pesquisa. O instrumento utilizado é fechado e aborda dados como idade, nível de escolaridade, quando foi diagnosticado o diabetes mellitus e em qual situação, hábitos alimentares, hereditariedade, características e tratamento, sendo perguntas com até 5 (cinco) opções de respostas. Os pacientes entrevistados assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), autorizando a realização da pesquisa. De acordo com as normas do TCLE a identidade pessoal foi mantida em sigilo e a identificação se deu por meio de uma numeração ordinal crescente. Os dados colhidos no questionário que antecedem as perguntas serviram de base para traçar a faixa etária e o perfil social dos indivíduos pesquisados. Estes dados foram trabalhados em programa Microsoft Excel e organizados em forma de gráficos para apresentação dos resultados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Em relação às características gerais da população estudada, foram entrevistadas 15 idosas que participam do grupo de atividade física “Geração Saúde”, que possuem diabetes mellitus da Estratégia de Saúde da Família – ESF do bairro Exposição. Os encontros do grupo são coordenados pelo educador físico e acontecem duas vezes por semana, sendo que a reunião é previamente agendada pelo enfermeiro da respectiva unidade de saúde. A tabela 1 apresenta os dados sócio demográficos da população investigada. Tabela 1: Características sócio demográficas da população investigada. Características Gênero Feminino Faixa etária 60 - 70 anos 71 - 80 anos 81 - 90 anos Escolaridade Ensino Fundamental incompleto Ensino Fundamental completo Ensino Médio incompleto Ensino Médio completo Sem escolaridade Números % 15 100% 13 1 1 86,8% 6,6% 6,6% 13 0 0 0 2 86,6% 0% 0% 0% 13,4% Assim sendo King et al.(1998) citado por Sartorelli e Franco (2003) em seu estudo enfatizam que nas Américas, o número de indivíduos com diabetes foi estimado em 35 milhões para o ano de 2000 e projetado para 64 milhões em 2025, este aumento será decorrente da expectativa de vida alta e do crescimento populacional, nos países em desenvolvimento, esse aumento ocorrerá principalmente na faixa etária de 45 a 64 anos, fato que se observa neste estudo. Quanto ao tipo de diabetes mais prevalente nos indivíduos entrevistados, observou-se que 13,4% possuem o diabetes mellitus tipo 1 e 86,6% possuem o diabetes mellitus tipo 2 correlacionando este dado com o estudo de Sartorelli e Franco (2003), a prevalência do diabetes mellitus tipo 2 está aumentando de forma exponencial, adquirindo características epidêmicas em vários países, particularmente os em desenvolvimento, ressaltando sua situação no Brasil, além do mais destacaram a contribuição representada pelas alterações da estrutura da dieta, da prática de atividades físicas e o consequente aumento da prevalência da obesidade. Questionados quanto ao tempo de descoberta da doença, 20% afirmam que descobriram a doença no período entre 02 e 03 anos, 6,6% entre 6 meses a 01 ano, e 73,4% dos entrevistados afirmam ter descoberto à doença há mais de 03 anos. Santos e Enumo (2003) afirmam que o início da doença é avaliado com considerável dificuldade, o tempo de convivência com a patologia faz com que as dificuldades reduzam, não trazendo tantos transtornos e possibilitando uma diminuição no nível de estresse experimentado pelo paciente crônico. Devido a maior parte dos entrevistados possuir diabetes mellitus tipo 2, consequentemente o tratamento utilizado para o controle da doença em 46,6% dos entrevistados é através de hipoglicemiantes orais, 13,4% utilizam insulina, 13,4 aderiram a uma alimentação saudável para controlar os níveis glicêmicos e 26,6% não utiliza nenhum tipo de tratamento. A orientação do enfermeiro a pacientes diabéticos em uso de antidiabéticos orais é muito importante, pois deve abordar: o nome comercial do medicamento, dose e horário de administração, seu mecanismo de ação, atuação diante de episódios de hipoglicemia e a importância da manutenção da terapêutica para obtenção de um bom controle metabólico. Em relação ao tempo de duração do efeito da insulina no organismo os entrevistados responderam que cerca de 86,6% dos entrevistados não utilizam insulina por possuir diabetes mellitus tipo 2, dos insulino-dependentes 13,4% utilizam insulina de 6 em 6 horas. Para o Ministério da Saúde (2006) os ajustes de dose de insulina são baseados nas medidas de glicemias. O monitoramento da glicemia em casa, com fitas para leitura visual ou medidor glicêmico apropriado, é o método ideal de controle. Cerca de 33,2% acreditam que ter algum familiar próximo é um fator determinante para desenvolver o diabetes, 40% acredita que seja pela falta de exercício físico, 13,4% devido a obesidade e 13,4 afirma ser risco ter idade superior a quarenta anos. Para o Ministério da Saúde (1993), os familiares de primeiro grau de diabéticos tipo 2 apresentam de duas a seis vezes mais chance de vir a desenvolver diabetes do que os indivíduos que realizam controle sem história familiar, fator que é considerado determinante para desenvolver o diabetes nos entrevistados. Cerca de 26,7% dos pesquisados relatam se alimentar de 3 em 3 horas, 40% se alimentam sempre que sentem fome e 33,3% se alimentam de 5 em 5 horas. A alimentação aplicada a saúde relacionada a dieta e intervalos de alimentação, baseia-se em uma série de convicções e de conhecimentos. Segundo Santos (2004), o número de refeições depende da rotina diária de cada indivíduo mas o indicado é que sejam 6 refeições por dia. Questionados quanto a percepção da alimentação, 40% consideram sua alimentação muito boa por consumir: legumes, verduras, frutas, cereais, leite, carnes entre outros durante a semana, 26,6% considera possuir boa alimentação pois ingere alimentos saudáveis varias vezes durante a semana, 26,6% não consome alimentos saudáveis e 6,8% não costuma prestar antenção na alimentação. Segundo Oliveira e Casseb (2012), o autocontrole e o seguimento de regras são relevantes para a instalação e manutenção de comportamentos preventivos. Das idosas pesquisados 13,4% negam realizar o consumo de frituras, massas, salgados ou carnes gordas, 20% consomem estes alimentos quase sempre e 33,3% afirmam consumir estes alimentos às vezes e 33,3% afirmam não gostar de frituras. Quando questionados em que orientações se baseiam para a alimentação diária, 40% dos entrevistados disseram que se baseiam na dieta fornecida pela nutricionista. Sendo de extrema importâcia a orientação de um profissional para se ter uma alimentação saudável (CARVALHO e RAMOS 2005). Cerca de 13,4% dos entrevistados baseiam sua alimentação nas orientações fornecidas pelo enfermeiro, sendo que segundo Cazarini et al. (2002), cabe ao enfermeiro intensificar as atividades educativas em grupo, enfatizando a atividade física como parte do tratamento e considerando as dificuldades no que diz respeito ao tipo de diabetes, idade, grau de controle metabólico complicações, crônicas, entre outras, de modo a assegurarem que a pessoa possa adquirir conhecimentos e habilidades para cuidar de si mesma. 40% se baseiam em informações de revistas, jornais, televisão ou internet e 6,6% na orientação de seu médico. Cerca de 40% afirmam que a restrição do açúcar e massas é uma grande dificuldade, 33,3% sentiram muita ansiedade e preocupação, 20% possuiram dificuldade de controlar impulsos e 6,7% não encontram dificuldade de aderir á dieta. A aceitação da doença exige perceber-se como alguém que aprendeu, de algum modo, a conviver com o incomôdo, o desconforto e a dor gerados pela restrição e conteção de hábitos impostos pelo tratamento (CAZARINI et al. 2002). CONSIDERAÇÕES FINAIS No presente estudo, foi observado que a alimentação correta com intervalos regulares associada a participação em grupos de apoio ao diabético configura-se como os principais fatores que facilitam a adesão a dieta. Apenas a distribuição gratuita da medicação não é suficiente para garantir a adesão ao tratamento, considerando as dificuldades relatadas. Existem poucos estudos que relatem sobre as dificuldades do paciente na adesão a dieta, no Brasil considera-se também necessário, a realização de outros estudos dessa natureza em outros locais, com populações diferentes para fazer uma comparação dos dados, a fim de observar as semelhanças e peculiaridades das populações estudadas. Baseando-se nos resultados expostos no presente trabalho, concluímos que o diabetes deve ser um assunto tratado com a população em geral, para que seja possível mostrar a importância da prevenção e o controle a partir de uma dieta adequada, com restrições de certos tipos de alimentos e a integração de micronutrientes essenciais juntamente com a dieta equilibrada associada a atividades físicas regulares. Entretanto, observou-se a importância do diabético frequentar o Programa de Educação em Diabetes, aprendendo não apenas conceitos sobre sua própria doença, mas os cuidados que devem ser iniciados ao receber o diagnóstico de diabetes, pois não envolve apenas a realização da terapia medicamentosa, mas também a adesão a dieta como terapia complementar. Alimentar-se de forma equilibrada consumindo os mais variados grupos de alimentos, proporcionará controle da doença e prevenção de possíveis agravos. O referido trabalho nos proporcionou conhecer quais sentimentos são vivenciados pelos pacientes diabéticos no momento da descoberta e aceitação da doença, principalmente no que se diz respeito a adesão deste paciente as mudanças alimentares impostas pela patologia. Através da discussão dos dados concluiu-se que existe a necessidade de implementar ainda mais a realização de grupos de apoio, onde o enfermeiro realizará ações de prevenção e promoção. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Saúde. Diabetes Mellitus. Caderno de atenção básica n° 16: Brasília – DF, 2006. CARVALHO, Geraldo Mota de, RAMOS, Adriana. Enfermagem e Nutrição. São Paulo: EPU, 2005. 105-109p. CAZARINI, Roberta Prado et al. Adesão a um grupo educativo de pessoas portadoras de diabetes Mellitus: porcentagem e causas. 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v25n4/a19v25n4.pdf> Acesso em: 11.mar.2012. DIB, Sérgio Atala. Automonitoração da Glicemia no Diabetes Mellitus do Tipo 1: Um Investimento com Retorno Garantido. Arq. Bras. Endocrinol. Metab v.44 n.3 São Paulo jun.2000 [online]. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S000427302000000300002&script=sci_arttext> Acesso em 25.fev.2012. FIGUEIREDO, Nébia Maria (Org.). Práticas de enfermagem: ensinando a cuidar em saúde pública. 1.ed. São Paulo: São Caetano do Sul, 2008. 318p. GUYTON, Artur C., HALL, John E..Tratado de Fisiologia Médica. 10.ed. Rio de Janeiro, 2002. KAWAMOTO, Emilia Emi; SANTOS, Maria Cristina Honório dos, MATTOS, Thalita Maia de Mattos. Enfermagem Comunitária. São Paulo: EPU. 2009. SANTOS, Tânia E. H. H. Nutrição em Enfermagem. São Paulo: Tecmedd, 2004. SARTORELLI, Daniela Saes; FRANCO, Laércio Joel. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional. Cad. Saúde Pública. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v19s1/a04v19s1.pdf. Acesso em 10.mar.2012 SOUZA, Sônia Regina de (Org.). Sinais e sintomas/[Peggy D. Baikie]. 4. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. AUTOMEDICAÇÃO ENTRE OS ACADÊMICOS DO CURSO DE ENFERMAGEM DA FACULDADE UNIVÉRTIX Eulina Mendes Campelo e Thais Aparecida Fernandes – Acadêmicas do curso de Enfermagem. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Alberto Bicalho. Graduado em Medicina. Residência Médica em Cirurgia Geral. Psicanalista Clínico. Atua em Matipó – MG. Cleber Soares Júnior. Graduado em Medicina. Especialista em Cirurgia Digestiva e Cirurgia Geral. Atua no Hospital Monte Sinai de Juiz de Fora- MG. Kelly Aparecida do Nascimento – Graduada em Pedagogia e Educação Física. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Ana Ligia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do curso de enfermagem. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas Professora e Coordenadora do curso de Farmácia. Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O objetivo do estudo foi verificar a incidência do consumo de medicamentos sem orientação médica por acadêmicos do curso de Enfermagem da Faculdade Univértix. A pesquisa foi realizada com aplicação de um questionário fechado, contendo 15 questões, aos acadêmicos do 1° ao 7º período do curso de Enfermagem da Faculdade Univértix no município de Matipó – MG, no mês de junho de 2013. O estudo evidencia que o índice de automedicação dos acadêmicos é consideravelmente alto. A maioria dos acadêmicos já se automedicou. A automedicação torna-se um problema de grande proporção como uma prática de difícil controle e cada vez mais frequente entre acadêmicos da área de saúde. PALAVRAS-CHAVE: acadêmicos de enfermagem; automedicação; segurança de medicamentos. INTRODUÇÃO Segundo Silva et al. (2011) a automedicação é definida como o uso de medicamentos sem prescrição médica, onde o paciente é quem decide qual é o fármaco a ser utilizado, com o objetivo de tratar ou aliviar sintomas ou mesmo de promover a saúde, independentemente da prescrição profissional. O uso indevido de medicamentos é considerado um problema de saúde pública não só no Brasil, mas mundialmente. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o percentual de internações hospitalares provocadas por reações adversas a medicamentos ultrapassa 10% (ANVISA, 2007). Jesus (2012) considera que a automedicação pode causar reações adversas e efeitos colaterais, além de trazer doenças e problemas de saúde. O consumo indevido de medicamentos torna-se líder nas pesquisas de automedicação mundial. Segundo o Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas, os medicamentos são os grandes causadores de intoxicações no Brasil. Em 2007 houve 34.028 (trinta e quatro mil e vinte e oito) casos de intoxicação pelo uso indevido de medicamentos, o que significa quase um terço das mais de 111 mil ocorrências registradas em todo o país. As reações adversas constituem importante problema para a área de saúde, determinando sofrimento e piora da qualidade de vida, necessidade de exames diagnósticos e tratamentos adicionais e dificuldades no manejo de diferentes condições clínicas, além de aumento de custos, número de hospitalização, tempo de permanência no hospital e eventualmente mortalidade. Ainda, seu aparecimento pode representar uso de mais medicamentos, não só para tratamento de reação adversa em si, mas também como sequência de diagnostico equivocado de nova patologia (FUCHS et al., 2006 citado por SOUZA, SILVA e SILVA, 2008). A automedicação é um fator de risco para os Problemas Relacionados à Medicação (PRM). O uso de medicamentos sem prescrição médica possibilita o agravamento de problemas de saúde como atraso na busca do tratamento mais adequado, interações entre medicamentos, risco de reações adversas, toxicidade e abuso no consumo de medicamentos tornam-se possível (BORTOLON et al., 2008). As razões pelas quais as pessoas se automedicam são inúmeras: a propaganda desenfreada e massiva de determinados medicamentos; a mídia e vários outros meios de comunicação insistem com seus apelos a estimular a população a adotar a postura da automedicação; existe ainda a dificuldade e o custo de se conseguir uma opinião médica; e finalmente o desespero e a angústia desencadeados por sintomas ou pela possibilidade de se adquirir uma doença. No Brasil, embora haja regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a venda e propaganda de medicamentos que possam ser adquiridos sem prescrição médica, não há regulamentação nem orientação para aqueles que os utilizam (MUSIAL, DUTRA e BECKER, 2007). Os profissionais da área de saúde também realizam a prática da automedicação. Os enfermeiros, mesmo com o conhecimento teórico e prático sobre medicamentos e suas implicações, não estão livres do uso indevido de medicamentos. Para Barros, Griep e Rotenberg (2009) a realidade de trabalhadores de Enfermagem, envolvendo múltiplas jornadas de trabalho, associada à complexidade do trabalho hospitalar, leva-os a prática da automedicação, tornando o consumo de fármacos como possibilidade para facilitar a condução de suas vidas. As questões norteadoras desse trabalho são: os acadêmicos do curso de Enfermagem da Faculdade Univértix se automedicam? Com que frequência? Quais são os medicamentos mais utilizados nessa automedicação? O objetivo desse estudo foi verificar a incidência do consumo de medicamentos sem orientação médica por acadêmicos do curso de Enfermagem da Faculdade Univértix. Com este estudo pretendemos contribuir para a efetivação de uma conscientização em relação ao uso de medicamentos sem prescrição médica o que pode acarretar vários prejuízos a saúde. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde, o mercado brasileiro dispõe de mais de 32 mil medicamentos que deveriam ser utilizados apenas com prescrição médica, mas são vendidos de forma indiscriminada pelo estabelecimento farmacêutico, pelo fato de que, no Brasil, a farmácia não é reconhecida com uma unidade de saúde e, sim, um ponto comercial de vendas de medicamento e produtos correlatos (SOUZA, SILVA e SILVA 2008). O uso de medicamentos é um bem importante à saúde, mas é fundamental que se tenha um médico na indicação desses medicamentos, sendo o profissional responsável por parte significativa da melhoria da qualidade e expectativa de vida da população. É notório em todo o país o elevado índice de pessoas que se automedicam, e esquecem que uso irracional e suas consequências elevam os gastos na área da saúde, o que torna o tema de grande relevância para os que trabalham com saúde pública (ARRAIS et al., 2005). Os medicamentos além de agente terapêutico assumem a dimensão de uma mercadoria responsável pelo desenvolvimento e manutenção de um dos segmentos econômicos mais lucrativos a nível mundial. A publicidade destinada ao aumento da demanda por medicamentos é direcionada tanto para os profissionais da área da saúde, quanto à população de maneira geral (DAMO, 2006). A propaganda massiva e a facilidade de acesso a medicamentos em farmácias e supermercados dão a impressão de que são produtos livres de riscos. Além disso: estimulam o uso indiscriminado, o que nem sempre resulta nos efeitos prometidos, e expõe os consumidores a reações indesejadas, às reações adversas, sempre crescentes devido ao consumo elevado de medicamentos que se observa na atualidade. A crença de que a pílula seja capaz de eliminar ou, pelo menos, amenizar estes problemas é fator complementar e primordial para o consumo (AQUINO, BARROS e SILVA, 2010 p.253). A automedicação é uma forma comum de atenção à saúde, consistindo no consumo de um produto com o objetivo de tratar ou aliviar sintomas ou doenças percebidos, ou mesmo de promover a saúde, independentemente da prescrição profissional. A automedicação é definida como o uso de medicamentos sem prescrição médica, onde o próprio paciente decide qual fármaco utilizar (SOUZA, SILVA e SILVA 2008). Acredita-se que o alto índice da automedicação no Brasil aconteça por dois motivos. Um deles é o tempo gasto pra conseguir uma consulta médica pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (2004). É muito mais fácil comprar um medicamento na farmácia e aliviar os sintomas, do que esperar um agendamento da consulta. Outro bem evidente, principalmente nos jovens, é o padrão de estética cobrado pela sociedade de nosso país, conhecido mundialmente como país tropical de corpos esculturais (PINTO et al. 2008) Para Arraias et al. (1997) a automedicação inadequada, tal como a prescrição errônea, pode ter como consequência efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas, representando, portanto, problema a ser prevenido. O autor acredita que o risco dessa prática está correlacionado com o grau de instrução e informação dos usuários sobre medicamentos, bem como com a acessibilidade dos mesmos ao sistema de saúde. Tal prática pode comprometer a saúde, uma vez que, antes de sanar, tende a maximizar o problema ou trazer complicações indesejadas, ou seja, a automedicação pode mascarar a doença, podendo comprometer o diagnóstico e o tratamento precoce de uma doença mais grave. Além disso, é entendida como uma medida paliativa, não efetiva, pois minimiza os sinais e sintomas, mas não trata o problema que pode ressurgir potencializado. Soma-se, ainda, a esta atitude os riscos de intoxicações e reações alérgicas (BAGGIO e FARMAGGIO, 2009). Pinto et al. (2008) acrescenta que a automedicação entre os alunos pode se tornar maior por se adquirir conhecimento na sala de aula e mesmo nas experiências anteriores com o mesmo medicamento. O acúmulo de conhecimento geral, incluindo aqui a experiência de vida, torna o indivíduo mais confiante e seguro para se automedicar. O ideal é utilizar o medicamento apenas quando imprescindível e recomendado por um profissional especializado. O Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Assistência Farmacêutica, e a ANVISA estão trabalhando em parceria com entidades da sociedade civil para mudar o paradigma do país com relação ao uso correto de medicamentos, e ressaltam que os medicamentos salvam vidas e melhoram a condição de saúde das pessoas, mas não devem ser tratados como mercadorias e usados indiscriminadamente (ANVISA, 2005). No Brasil, embora haja regulamentação da ANVISA para a venda e propaganda de medicamentos que possam ser adquiridos sem prescrição médica, não há regulamentação nem orientação para aqueles que os utilizam. O fato de ser possível adquirir um medicamento sem prescrição não permite ao indivíduo fazer uso indevido do mesmo, isto é, usá-lo por indicação própria, na dose que julgar necessária e na hora em que achar conveniente (BRASIL, 2012). METODOLOGIA O presente trabalho consiste em uma pesquisa com abordagem quantitativa, do tipo descritiva. Segundo Gil (2006) a pesquisa quantitativa tem como objetivo a descrição das características e fenômenos relativos a uma determinada população, ou fenômeno. Uma das características dessa modalidade está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados. Para Gressler (2004), a pesquisa descritiva é utilizada para descrever certos fenômenos existentes, situações e eventos presentes, identificando problemas e justificando condições a fim de comparar e avaliar o que os outros estão desenvolvendo em situações para futuros planos e decisões. A pesquisa foi realizada com aplicação de um questionário fechado, contendo 15 questões, aos acadêmicos do 1° ao 7º período do curso de Enfermagem da Faculdade Univértix no município de Matipó – MG, no mês de junho de 2013. Esse município possui aproximadamente 17.639 mil habitantes e tem como principal atividade econômica a cafeicultura (IBGE, 2012). A participação desses alunos foi mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). A partir dos dados coletados foi utilizado o programa Microsoft Office Excel e dessa tabulação foram geradas os percentuais a fim de melhor apresentar os resultados. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram aplicados 47 questionários para acadêmicos do 1° ao 8° período do curso de Enfermagem da Faculdade Univértix no município de Matipó – MG, em junho de 2013. Destes 65,0% são do gênero feminino e 35,0% do gênero masculino. A idade variou entre 19 e 35 anos. Em relação ao consumo de medicamentos sem receita 100% disseram que sim. Questionados para quem era o consumo dos medicamentos 85,2% relataram que é uso próprio e 14,8% para outros. Vitor et al. (2008) considera que em países desenvolvidos o número de medicamentos de venda livre tem crescido nos últimos tempos, assim como a disponibilidade desses medicamentos em estabelecimentos não farmacêuticos, o que favorece a automedicação. Os pesquisados foram questionados se no momento da compra do medicamento é obrigatória a apresentação da receita médica, 87,2% disseram que sim, 6,3% disseram que não e 6,5% não responderam. Embora no Brasil haja regulamentação da ANVISA para a venda e propaganda de medicamentos que possam ser adquiridos sem prescrição médica, não há regulamentação nem orientação para aqueles que os utilizam. O fato de se poder adquirir um medicamento sem prescrição não permite o indivíduo fazer uso indevido do mesmo, isto é, usá-lo por indicação própria, na dose que lhe convém e na hora que achar conveniente (ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA, 2001). Os acadêmicos foram questionados se já se aconselharam com o farmacêutico ou balconista para comprar medicamentos: 89,3% disseram que sim e 10,7% que não. Quanto a conselhos não solicitados recebidos na farmácia 6,3% disseram que não receberam e 93,7% afirmaram terem recebido. A automedicação constitui uma prática universal, presente nas mais diversas sociedades e culturas, independentemente do grau de desenvolvimento socioeconômico das mesmas. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (ABIFARMA), cerca de 80 milhões de brasileiros seriam adeptos da automedicação (VITOR et al., 2008). Em relação a aconselhar-se com terceiros 89,3% disseram que sim, 10,7% disseram que não. Em caso afirmativo ainda foi perguntado com quem eles se aconselhavam, 51,0% responderam com os vizinhos, 8,5% com parentes e 29,7% com amigos e 10,8% com outros. A indicação do medicamento de venda sujeita a controle especial e/ou com retenção de receita por farmacêuticos ou balconistas resulta no exercício ilegal da profissão, tendo em vista que apenas o médico tem autorização para prescrição de tais medicamentos (MUSIAL, DUTRA e BECKER, 2007). Os acadêmicos foram questionados se já basearam em receitas antigas, neste caso 91,4% disseram que sim e 8,5% ressaltaram que não, afirmando que as receitas eram suas. Em relação à automedicação, foi perguntado com quais medicamentos eles já se automedicaram, 70,2% disseram analgésicos/antitérmicos; 63,8% antiinflamatório; 74,4% xaropes para tosse; 31,9% antibióticos; 2,1% corticóides sistêmicos; 14,8 corticóides nasais; 21,2% descongestionantes/vasoconstritores nasais; 40,4% antialérgicos/anti-histamínicos; 19,1% gotas otológicas; 72,3% remédios para resfriados/gripes. No estudo de Musial, Dutra e Becker (2007) os analgésicos/antitérmicos são os medicamentos mais utilizados, sendo o ácido acetil salicílico o princípio ativo mais frequente, seguido da dipirona. Em seguida os acadêmicos foram questionados quais as doenças e sintomas que consideram possuir para ter de se automedicar. Nota-se que prevaleceram dor de cabeça com 80,8%, resfriado/gripe 70,2% e febre 46,8%. Outras citadas foram: infecções/inflamações de garganta com 55,3%; infecções/inflamações de ouvido com 14,8%; sinusite com 19,1%, rinite com 14,8%; alergias com 44,6%; refluxo com 14,8%. No estudo de Musial, Dutra e Becker (2007) os sintomas mais comuns que resultam no ato de automedicação são infecção respiratória alta, dor de cabeça e dispepsia/má digestão. Questionados sobre quanto tempo consumiram o medicamento, eles respoderam: 1 dia (14,8%); 2 dias (12,6%); de 3 a 5 dias (44,6%); e mais de 5 dias (28,0%). Em relação a seguir as instruções da bula, 89,3% dos acadêmicos relataram que as segue e 10,6% que não. A última pergunta verificou a data da última consulta médica: 6,3% a menos de 1 semana; 27,6% entre 1 semana e 1 mês; 14,8% entre 1 e 3 meses; 21,2% mais de 3 meses e 27,6% não lembram. A Anvisa (2007) sugere que quando você achar que tem algum problema de saúde deve procurar um médico, evitar recomendações de vizinhos, amigos, parentes ou mesmo de balconistas ou drogarias. Além disso, não confundir balconista da farmácia com o profissional farmacêutico. Na consulta médica, informar se você já utilizou algum medicamento e se fez uso frequente de bebidas alcoólicas. No momento de adquirir medicamentos de venda sujeita a controle especial e/ou retenção de receita, procure orientações de um farmacêutico. Esse profissional tem importante papel em promover o uso racional de medicamentos e deve notificar às autoridades de saúde a ocorrência de qualquer efeito adverso não esperado pelo uso de dos mesmos. CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo evidencia que o índice de automedicação dos acadêmicos da Faculdade Univértix é consideravelmente alto. A maioria dos acadêmicos já se utilizou medicamentos por conta própria ou por indicação de terceiros. A automedicação torna-se um problema de grande proporção como uma prática de difícil controle cada vez mais frequente por acadêmicos da área de saúde. A revisão bibliográfica nos permite concluir que a automedicação pode ter como consequência efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas, representando, portanto, problema a ser prevenido. É evidente que o risco dessa prática está correlacionado com o grau de instrução e informação dos usuários sobre medicamentos, bem como com a acessibilidade dos mesmos ao sistema de saúde. Diante das constatações que de fato relacionam-se ao uma situação praticamente generalizada, considera-se importante realizar estudos que evidenciam que a automedicação tem acontecido cada vez mais, até mesmo com os profissionais de saúde. Propõe-se realização de iniciativas evidenciando os danos causados pela automedicação, seus malefícios o quanto ele pode ser prejudicial à saúde. REFERÊNCIAS AQUINO, Daniela Silva de; BARROS, José Augusto Cabral de; SILVA, Maria Dolores Paes da. A automedicação e os acadêmicos da área de saúde. 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Padrão de consumo de medicamentos sem prescrição médica na cidade de Porto Alegre, RS. Ciênc. saúde coletiva v.13, n.0, Rio de Janeiro abr. 2008. PREVALÊNCIA DE SOBREPESO E OBESIDADE INFANTIL EM CRIANÇAS DE 09 A 11 ANOS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DA CIDADE DE MATIPÓ - MG Carlos Eduardo Toledo, Ederlaine Auxiliadora Santana e Lidiane Mendes Santana Franklin – Pós graduandos em Saúde Pública. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX Júlia Miorini Brum Pereira – Graduada em Enfermagem - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Tatiane de Cássia Fernandes Martins – graduada em Nutrição. Especialista em Saúde Pública. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Ana Lígia de Souza Pereira – Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento - Graduada em Pedagogia e Educação Física. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Extensão na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Este trabalho visa identificar a prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 09 a 11 anos em uma escola estadual da cidade de Matipó – MG. A obesidade e sobrepeso é um problema de saúde pública que começa da educação alimentar inadequada em ambiente familiar, escolar e a ausência da prática de atividade física. Foi realizada uma pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa, com participação de 120 crianças. De acordo com os dados coletados, constatou-se que há uma prevalência de crianças eutróficas, porém percebeu-se a incidência em menor número de crianças obesas e com sobrepeso. PALAVRAS CHAVE: Obesidade; Sobrepeso; Magreza e Escolares. INTRODUÇÃO Nos países desenvolvidos uma preocupação constante está ligada a saúde pública, e a obesidade entra na lista desses problemas, pois é considerada uma epidemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao reportarmos aos países em desenvolvimento, especialmente na América Latina, os dados da OMS indicam um aumento de 1% na prevalência da obesidade gerando 20 milhões de novos casos (IBGE, 2010). Este aumento no número de indivíduos obesos se deve a vida corrida, que os levam a ingerir alimentos industrializados por serem mais atrativos pela facilidade e comodidade (BASSOUL, BRUNO e KRITZ, 2009). Dados demonstram que a partir da segunda metade do século XX, o Brasil passou por uma impressionante transformação, e em 1974 quando foi realizada pela primeira vez uma pesquisa familiar, tendo como objetivo registrar a altura e peso da população constatou-se que a população tornou-se mais alta. O déficit de altura entre crianças declinou da faixa dos 30% para menos de 10%. Nesse mesmo período, o brasileiro ganhou peso (IBGE, 2010). Este ganho de peso da população brasileira está ligado ao estilo de vida que influencia nos hábitos alimentares. Este comportamento alimentar pode ser influenciado por fatores externos como atitudes dos pais e amigos, valores sociais e culturais, manias características alimentares, psicológicas, e fatores imagem internos corporal, como auto-estima necessidades e e preferências alimentares (MELLO, LUFT e MEYER, 2004). Para os autores Bassoul, Bruno e Kritz (2009 p 10): Os hábitos alimentares se formam a partir do momento em que o bebê começa a receber os alimentos que a mãe lhe oferece. Nessa fase, a influência da família é primordial, porque, de certa forma, ela impõe seus hábitos ao bebê. A medida que a criança cresce, seu círculo social se amplia e novos hábitos vão se incorporando aos já existentes. Porém, os hábitos alimentares devem ser adquiridos de forma positiva, quando as crianças aprendem a se alimentar corretamente, elas aprendem também a cuidar da sua própria saúde, evitando assim sobrepeso e obesidade. Segundo Bassoul, Bruno e Kritz (2009) nada influência tanto a saúde física de uma pessoa quanto os tipos e quantidade de alimentos ingeridos. Vários aspectos influenciam na escolha dos alimentos e através destas escolhas são adquiridos o estado nutricional de cada um. A preocupação ao redor do tema obesidade e sobrepeso são muito pesquisados, principalmente em crianças onde muitas vezes a alimentação começa inadequada desde seus horários até os alimentos pobres em nutrientes. Pois, muitas vezes quando a criança chega à fase adulta, o peso está tão descontrolado que as doenças coronarianas e crônicas já estão presentes, acarretando problemas que podem custar a vida. Muitas questões estão ao redor do estudo como: Como podemos minimizar a incidência de sobrepeso e obesidade em crianças? Como podemos melhorar a qualidade de vida das crianças? O que fazer para que ao chegar à fase adulta as crianças estejam com um estado nutricional adequado, para assim minimizar os riscos de doenças crônicas e coronarianas? O objetivo do estudo foi verificar a prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças de 9 a 11 anos de idade em uma escola pública estadual da cidade de Matipó, situada na zona da mata mineira. Este estudo se constitui em uma réplica de uma pesquisa finalizada como trabalho de conclusão de curso da graduação em Enfermagem em 2012 dos autores e de novos colaboradores que integraram uma nova proposta. Assim, destacamos que o instrumento de coleta de dados da primeira pesquisa foi reaplicado em outra população a fim de que a coleta gerasse um banco de dados oferecendo oportunidades de ampliação das pesquisas dentro desta temática. Além disso, informamos que toda a fundamentação teórica da primeira pesquisa embasou também esta segunda. Com a implementação desta investigação pretendemos apontar caminhos para que os pais, alunos, professores e funcionários da escola percebam como é importante o incentivo de hábitos alimentares saudáveis em casa e na escola para que assim todos possam aprender a cuidar da saúde garantindo uma melhor qualidade de vida. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Hodiernamente, se tornou fundamental as pessoas aprenderem sobre nutrição adequada, podendo assim adquirir hábitos alimentares saudáveis, proporcionando uma melhor qualidade de vida e diminuindo os riscos de obesidade (TRICHES e GIUGLIANI, 2005, p. 542). Conceitualmente, a obesidade pode ser classificada como o acúmulo de tecido gorduroso, localizado em todo o corpo, causado por doenças genéticas, endócrino-metabólicas ou por alterações nutricionais (FISBERG, 1995). “A obesidade vem-se tornando tema de crescente preocupação, dado o importante aumento em sua prevalência e a sua associação com diversas condições mórbidas” (BALABAN e SILVA, 2001, p.96). De acordo com Damiani, Carvalho e Oliveira (2000), estudos comprovam que a obesidade pode ter início em qualquer época da vida, mas seu aparecimento é mais comum especialmente nos primeiros anos de vida, entre 05 e 06 anos de idade e na adolescência, mas deve-se considerar que em qualquer fase da vida a obesidade exige uma atenção especial. Contudo, a preocupação vem aumentando, pois é contínuo e frequente o aumento da obesidade infantil nos últimos anos, à medida que se tem assistido ao aumento da prevalência em grupos etários cada vez mais jovens e, ao início cada vez mais precoce das complicações relacionadas com esse excesso de peso (BAKER, 2007). A obesidade e sobrepeso em diversos estudos estão relacionados com a estabilidade do corpo, problema de saúde, gênero e idade, porém ainda são muito escassas. Uma das maiores preocupações está relacionada com crianças obesas. Mesmo que tal temática seja importante, relações do equilíbrio corporal com a obesidade infantil mostram uma carência de investigações (LEMOS, DAVID, TEIXEIRA e MOTA, 2009). Na infância, é observado um aumento considerável da obesidade. Isso contribui para as necessidades dos pesquisadores inserirem-se no contexto escolar para compreender melhor este processo. Pois, nas instituições de ensino a alimentação deve ser exemplo do que é correto e por isso é aconselhável que as mesmas tenham o acompanhamento de um nutricionista, para montar um cardápio adequado a realidade da instituição e que seja considerado saudável, seja na alimentação fornecida pela instituição ou as vendidas em suas cantinas. Se a instituição não dispor de nutricionista que faça todo o acompanhamento, é necessário que faça no mínimo consultoria com um profissional da área (ZANELLA, 2006). Campos (1995) salienta que a família de indivíduos com obesidade exógena apresenta como característica: excesso de ingestão alimentar, sedentarismo, relacionamento intrafamiliar complicado, desmame precoce, introdução precoce de alimentos sólidos, substituição de refeição por lanches e dificuldade nas relações interpessoais. Crianças obesas são frequentemente importunadas pelos colegas e menos aceitas do que as crianças com peso normal. Ao longo da vida o excesso de peso traz outras dificuldades, como menor índice de emprego, timidez, problemas de relacionamento afetivo, fazer exercícios físicos, comprar roupas, namorar e divertirse (DAMIANI, CARVALHO, OLIVEIRA, 2002). Lemos et al.(2009) citado por Kopelman e Bray (2000-2004): A obesidade não afeta apenas as características físicas externas dos indivíduos, mas tem uma grande influência com relação a fatores fisiológicos associados ao desenvolvimento de diversas patologias como diabetes mellitus tipo ll, doença coronária, aumento da incidência de certas formas de câncer, complicações respiratórias e osteoartrite de grandes e pequenas articulações. Para combater a obesidade infantil existe um consenso entre os especialistas da área que incluem a mudança de comportamento, dieta equilibrada, sem grandes restrições alimentares, combinada com exercícios físicos e diários (Pollock & Wilmore, 1993; Dietz, 1998; Dâmaso et al.,1995,Behrman & Kliegman, 1994). No entanto, este estudo foi realizado para chamar a atenção dos pais, professores e até mesmo dos alunos para orientá-los sobre sobrepeso e obesidade e a necessidade de implantar programas de saúde nas escolas. METODOLOGIA O presente estudo trata de uma pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa. O estudo foi realizado em uma escola estadual de Matipó, localizado na zona da mata do Estado de Minas Gerais. Participaram deste estudo alunos do sexo feminino e masculino de faixa etária de 09 a 11 anos, matriculados no ensino fundamental. A pesquisa foi realizada no mês agosto de 2013. Para coleta de dados, foi encaminhado o Pedido de Autorização para as escolas em nome do Diretor e o Termo de Consentimento do responsável (Professor da Classe) explicando a importância do presente estudo e solicitando apoio e autorização para a realização da pesquisa. O índice antropométrico utilizado para avaliação do excesso de peso das crianças foi o Índice de Massa Corporal (IMC) para idade de 5 a 19 anos (OMS, 2007), classificados pelos gráficos das curvas de IMC por idade de meninos e meninas, e tabela de score (OMS,2007). Ressaltamos que o IMC para idade de crianças, não tem os parâmetros de peso para estatura na referência da OMS (2007). As crianças foram pesadas e medidas. O peso foi coletado através de balança digital com capacidade de 150 Kg com precisão de 100 g e a estatura foi medida por estadiômetro tipo trena de 200 cm, com precisão de 0,1cm. Durante a análise, foi realizado o cálculo de índice de massa corporal – IMC onde o valor encontrando foi avaliado no gráfico das curvas femininas e masculinas de 0 a 19 anos juntamente com o peso. A classificação foi feita de acordo com a idade que está na reta horizontal e valor do IMC que se encontra na linha vertical, analisando os dois, chegamos ao valor do percentil que é onde classificamos o estado nutricional da criança. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram avaliados (pesados e medidos) 120 alunos de uma Escola Estadual do Município de Matipó-MG, com faixa etária entre 09 a 11 anos. Dentre os alunos havia 51 meninas e 69 meninos. Os resultados obtidos, de acordo com a metodologia apresentada, estão dispostos em tabelas e gráficos. A tabela 1 e a Figura 1 apresentam os resultados de todos os alunos participantes de acordo com estado nutricional e sexo em números e percentual. Tabela 1- Número de Alunos de acordo com o estado nutricional e percentual Estado nutricional Magreza Eutrofia Sobrepeso Obesidade Obesidade Grave Feminino Masculino Total 02 39 07 02 00 01 57 08 03 01 03 96 15 05 01 Porcentagem (%) 2.5% 80% 12.5% 4% 1% Feminino Masculino Total Figura 1 – Número e percentual de alunos de acordo com estado nutricional Como pode ser constatado através dos dados apresentados a maior parte dos alunos 96 (80%) estão eutróficos, de acordo com o parâmetro utilizado pela OMS para cálculo de IMC para crianças com idade de 5 a 10 anos e adolescentes de 10 a 19 anos (Organização Mundial da Saúde, 2007). Entretanto 15 (12%) de alunos, apresentaram sobrepeso, 5 (4%) dos alunos apresentaram obesidade, 3 (2,5%) alunos apresentaram magreza e 1(1%) dos alunos apresentou obesidade grave. De acordo com Oliveira, Cerqueira e Oliveira (2003), em estudo realizado em escolas da rede pública de Feira Santana – BA com 699 alunos de 5 a 9 anos, verificam que existe entre as crianças pesquisas 6,5% de sobrepeso e 2,7% de obesidade sem diferenciação por sexo. Essa diferença pode ser explicada pelo fato de que, historicamente, à região Nordeste apresentar índices maiores de desnutrição do que as regiões Sul, Sudeste, e Centro-Oeste, assim como menos índices de sobrepeso e obesidade. Analisando os dados deste estudo, percebeu-se que apesar da maioria das crianças apresentarem casos de eutrofia, o sobrepeso e a obesidade acentua-se entre os alunos em número expressivo. Soares e Petroski (2003) reconhecem que a prevalência de obesidade aumentou muito em países desenvolvidos bem como naqueles em desenvolvimento, e que é necessário entender melhor este fenômeno, com o objetivo de estudar as possíveis causas e intervenções que diminuam a gravidade dessa situação. É importante ressaltar que a Escola objetivo deste estudo, localiza-se na região central da cidade, onde espera-se, que os responsáveis por essas crianças e adolescentes, tenha todo tipo de acesso a informação no sentido de orientá-los sobre os aspectos saudáveis em relação a qualidade de vida. Sendo alunos de Escola Pública, esperava-se que estas crianças vivessem de forma mais saudável, repetindo talvez os padrões dos pais e avós. Porém, com a multiplicação das diversas possibilidades tecnológicas, estas crianças, apresentam cada vez mais, desmotivação para reproduzir as atividades ao ar livre, tão comuns em outras gerações. Segundo estudo de Fernandes (p.82, 2007) “mostrou que os alunos com IMC abaixo do percentil 5 são mais frequentes nas escolas públicas”, essa citação vem contrariar, em partes, os resultados obtidos nesta pesquisa, sendo que as escolas públicas possuem com mais frequência alunos que ao serem observado o estado nutricional, são classificados entre eutróficos e magreza. Vale ressaltar ainda que os programas de saúde pública aumentam os conhecimentos dos pais sobre os riscos de sobrepeso na infância. Hodiernamente há uma preocupação grande com a obesidade em crianças devido há problemas futuros, e o grande incentivador para hábitos saudáveis na alimentação é a mídia, onde a mesma através da saúde pública vem encorajando pais, crianças, adolescentes e adultos a cuidarem mais da alimentação e da qualidade de vida. Este é um ponto positivo que pode estar contribuindo para a diminuição de sobrepeso e obesidade infantil (FERNANDES, p.102, 2007). O presente estudo identificou a prevalência de eutrofia tanto em meninos como em meninas, quase que na mesma proporção, porém cerca de 17% dos alunos encontram-se com percentuais de obesidade acima do recomendado pela Organização Mundial de Saúde. As escolas públicas deveriam se adequar para evitar o aumento desse índice no estado nutricional das crianças, desenvolvendo propostas que visem incentivar uma dieta mais saudável juntamente com atividades físicas regulares. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo mostra que há uma maior prevalência de eutrofia entre os alunos de 9 a 11 anos de uma Escola Pública de Matipó-MG. No entanto, verificouse índices relevantes de sobrepeso e obesidade. Apesar de se tratar de uma Escola Pública, os níveis de sobrepeso e obesidade, contrariam os estudos feitos neste segmento, que evidenciam a magreza na maioria dos estudos pesquisados. Com estes dados podemos afirmar que existe a necessidade de um programa de intervenção nutricional envolvendo pais, educadores e crianças com intuito de se conter o avanço do índice de sobrepeso e obesidade por meio da educação nutricional, evitando dessa forma prejuízo à saúde das crianças dos adolescentes e adultos. Os resultados deste estudo serão levados ao conhecimento da Escola, com o intuito de criar propostas que atenuem os níveis de sobrepeso e obesidade diagnosticados nesta pesquisa. REFERÊNCIAS BALABAN, Geni; SILVA, Giselia A.P. Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes de uma escola da rede privada de Recife. Jornal Pediatria (2001). Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v77n2/v77n2a08.pdf. Acesso 13.mar.2012. BARKER DJP: Obesity and early life. Obesity Reviews,2007.8(1):p45-49. Disponível em:http://www.actamedicaportuguesa.com. Acesso em 13.mar.2012. BASSOUL, Eliane; BRUNO, Paulo; KRITZ, Sônia. Nutrição e dietética. 2 ed. 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Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal TrainingESFM, Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Eni Barbosa de Paiva e Suelen Viana Costa – Graduandas em Educação Física – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX Márcia Paula de Miranda Florindo – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal Training- ESFM Kelly Aparecida do Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física. Licenciada em Pedagogia e Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Coordenadora de Pesquisa e Extensão, professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Márcio Lopes de Oliveira. Graduado em Educação Física, Mestre en Ciencia de la Educacion Fisica, el deporte y la Recreación,Professor e Coordenador do curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO O sedentarismo é considerado a doença do século. Trata-se de um comportamento induzido por hábitos decorrentes da vida moderna. Com a evolução da tecnologia e a tendência cada vez maior de substituição das atividades ocupacionais por atividades com menor gasto energético, o ser humano adota a lei do menor esforço beneficiando assim o sedentarismo. Partindo deste princípio, o estudo apresentado tem como objetivo verificar o nível de atividade física dos alunos do ensino médio de uma cidade do interior da Zona da Mata Mineira. Para avaliação do nível de atividade física, foram aplicados questionários do YOUTH. RBS (2005), destinados a 422 crianças e adolescentes, estudantes do ensino médio. Os resultados desta pesquisa indicam que a maioria dos adolescentes apresentam um baixo nível de atividade física e que os mesmos dedicam boa parte do seu tempo livre à atividades sedentárias por intermédios de aparelhos eletroeletrônicos. PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física, Sedentarismo, Adolescentes. INTRODUÇÃO Nas últimas décadas tem-se destacado a importância da aquisição e da manutenção de hábitos saudáveis, visando a melhoria da qualidade de vida da população. Referenciais direcionados à adoção de um estilo de vida mais saudável, a partir de uma prática de atividade física, têm sido advogados na prevenção de doenças crônico-degenerativas que afligem a população em geral, inclusive cardiopatias coronarianas, artrites, diabetes, câncer, osteoporose, doenças pulmonares crônicas, acidente vascular cerebral e obesidade (GUEDES, 2002). Segundo Pollock et al. (1986), existem fortes evidências de que em 80 a 86% dos adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência. Neste contexto, muito dos hábitos adquiridos na juventude, podem ser transferidos para a fase adulta (GUEDES, 2002). Para Tammelin et al. (2003), adolescentes encontram-se em uma fase de transição tanto física (corporal) como comportamental. Dentro dos aspectos comportamentais, destaca-se na atualidade a falta de prática de atividade física adquirida a partir dos avanços tecnológicos. Tal comportamento pode ocasionar uma série de doenças, tais como: hipertensão, diabetes, dislipidemia, câncer e obesidade. Sendo assim, é de grande importância detectar o sedentarismo precocemente, para a implementação de programas de atividade física que promovam benefícios relacionados à saúde. Segundo Faria (2008) a atividade física é comportamento que trabalhada em conjunto com a genética, nutrição e o ambiente, contribuem para que o indivíduo atinja seu potencial de crescimento, desenvolva plenamente a aptidão física e tenha como resultante um bom nível de saúde. A atividade física realizada regularmente é associada com benefícios à saúde tais como: controle de peso, melhora da capacidade cardiorrespiratória e bem estar psicossocial. O referente interesse por este tipo de pesquisa se resume a nossa vivência como estagiárias em escolas públicas e privadas, onde inúmeras vezes nos deparamos com situações de sedentarismo por parte dos educandos. Dentro destas perspectivas surge a questão: qual o nível de atividade física dos alunos do ensino médio das escolas de uma cidade do interior da Zona da Mata Mineira. Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar o nível de atividade física dos alunos do ensino médio das escolas de uma cidade do interior da Zona da Mata Mineira. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise do nível de atividade física e sedentarismo, a fim da criação de estratégias para a implementação de programas de atividades físicas que promovam benefícios relacionados à saúde. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético (CASPERSEN, 1985), tendo componentes e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, atividades laborais e deslocamentos (PITANGA, 2002). Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) a atividade física é necessária em todas as idades e deveria ser proporcionada a todas as crianças e adolescentes. Além disso, sugere-se que os programas de exercícios físicos deveriam contemplar o aspecto lúdico, agradável, de forma que tais atividades se tornassem mais atraentes levando à formação desses hábitos para toda a vida (WHO/FIMS, 1995). Segundo Nahas (2001) um estilo de vida ativo em adultos está associado a uma redução da incidência de várias doenças crônico-degenerativas bem como uma redução da mortalidade cardiovascular. Em crianças e adolescentes, um maior nível de atividade física contribui para melhorar o perfil lipídico e metabólico e reduzir a prevalência de obesidade. Ainda, é mais provável que uma criança fisicamente ativa se torne um adulto também ativo. Em consequência, do ponto de vista de saúde pública e medicina preventiva, promover a atividade física na infância e na adolescência significa estabelecer uma base sólida para a redução da prevalência do sedentarismo na idade adulta, contribuindo desta forma para uma melhor qualidade de vida. Nesse contexto, ressaltamos que a atividade física é qualquer movimento como resultado de contração muscular esquelética que aumente o gasto energético acima do repouso e não necessariamente a prática desportiva. Sabe-se que a prática regular de atividades físicas sistematizadas pode contribuir para a melhoria de diversos componentes da aptidão física relacionada à saúde, como força, resistência muscular, resistência cardiorrespiratória, flexibilidade e composição corporal. Essas modificações podem favorecer, sobretudo, o controle da adiposidade corporal, bem como a manutenção ou melhoria da capacidade funcional e neuromotora, facilitando o desempenho em diversas tarefas do cotidiano (MORRIS, 1994 e MORTON et al., 1994). Erlichman et al. (2002) afirmam que a prática de atividades físicas diminui o risco de arterosclerose e suas consequências (angina, infarto do miocárdio, doença vascular cerebral), ajuda no controle da obesidade, da hipertensão arterial, do diabetes, da osteoporose, das dislipidemias e diminui o risco de afecções osteomusculares e de alguns tipos de câncer (colo e de mama). Também auxilia no controle da ansiedade, da depressão, da doença pulmonar obstrutiva crônica, da asma, além de proporcionar melhor autoestima e ajuda no bem-estar e socialização do cidadão. Entretanto, as diminuições dos níveis de atividade física podem favorecer para o aparecimento de disfunções crônico-degenerativas não somente em adultos, mas também em jovens e crianças. E ainda segundo Boreham e Riddoch (2001) e Santiago et al. (2002), pode-se relatar várias disfunções como: a obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, dislipidemias, entre outras. A saúde é um bem inestimável, mas para que ela permaneça é preciso evitar alguns hábitos de vida considerados como prejudiciais como, por exemplo o sedentarismo, o qual segundo Silva (2005) é cada vez mais frequente no cotidiano de adultos, adolescentes e crianças, de ambos os gêneros e diferentes faixas etárias. De acordo com Epstein et al. (1996) existe uma influência direta do baixo nível de atividade física sobre o desenvolvimento da obesidade na infância e adolescência. Logo, uma das alternativas para o tratamento da obesidade é aumentar o nível de atividade física. As mudanças ocorridas nos perfis de morbimortalidade nas últimas décadas geraram crescente interesse científico pelos fatores associados às doenças crônicas. O sedentarismo, fator de risco para essas doenças, apresenta prevalência elevada em vários países. Estudos epidemiológicos indicam que grande parcela da população não atinge as recomendações atuais quanto à prática de atividades físicas. Estudos que avaliam apenas as atividades físicas realizadas no tempo de lazer encontram prevalências de sedentarismo ainda mais elevadas. Diante desse quadro, a OMS incluiu a atividade física na agenda mundial de saúde pública, lançando a Estratégia Global de Alimentação, Atividade Física e Saúde (GUEDES e GUEDES,1995). Para Carvalho (2001) o avançar da idade é acompanhado de uma tendência a um declínio do gasto energético médio diário à custa de uma menor atividade física. Isso decorre basicamente de fatores comportamentais e sociais como o aumento dos compromissos estudantis e/ou profissionais. Alguns fatores contribuem para um estilo de vida menos ativo: a disponibilidade de tecnologia, o aumento da insegurança e a progressiva redução dos espaços livres nos centros urbanos (onde vive a maior parte das crianças brasileiras) reduzem as oportunidades de lazer e de uma vida fisicamente ativa, favorecendo atividades sedentárias, tais como assistir a televisão, jogar videogame e utilizar computadores. METODOLOGIA Esta pesquisa descritiva foi realizada com alunos do ensino médio das redes públicas e privadas da cidade de Matipó-MG. Para a avaliação do nível de atividade física, foram aplicados questionários do YOUTH. RBS (2005) proposto pelo CELAFISCS, destinados a 422 crianças e adolescentes, estudantes do ensino médio, durante os meses de maio e junho de 2013. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a cidade de Matipó localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira. Foi fundada em 17 de dezembro de 1938. Localizada numa altitude de 615 metros e a 244 km quilômetros da capital. Sua população estimada é de 17.639 habitantes e a base de sua economia é agropecuária e cafeicultura. Os questionários foram aplicados depois de assinado o Termo Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) e as informações foram agrupadas por questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2010. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados e discussões desse estudo apresentam uma única etapa quantitativa, organizada através de gráficos. Através dos questionários aplicados a 422 alunos do Ensino Médio da cidade de Matipó, obtivemos os resultados que serão descritos na sequência. As três primeiras questões abordadas são referentes ao nível de atividades físicas semanais realizadas. Os resultados obtidos apresentam o mesmo comportamento. Quanto o nível semanal de atividades físicas dos pesquisados, segue figura 1: Durante os últimos 7 dias, quantos dias você fez atividade física por um total de 60 minutos por dia? 70 % 67,06 % 60 % 50 % 40 % 30 % 20 % 11,14 % 8,06 % 10 % 5,45 % 2,84 % 2,84 % 1,18 % 1,43 % 0% Figura 1 – Nível de Atividade Física. A figura 1 aponta que a maioria dos pesquisados não realiza nenhuma atividade física significativa durante o dia no período de uma semana. Segundo a OMS (2004) a fim de melhorar a aptidão cardiorrespiratória e muscular, a saúde óssea, cardiovascular e metabólica, crianças e jovens com idades entre 5 a 17 anos devem acumular pelo menos 60 minutos de atividade física diária. A maior parte da atividade física deve ser aeróbica com uma frequência de pelo menos três vezes por semana. Para Barros (2002), o ideal é que se faça exercícios físicos no mínimo três vezes por semana. E isso vale até mesmo para quem está apenas começando, pois os músculos necessitam ser trabalhados frequentemente, para evitar a sobrecarga na musculatura, os desgastes e as lesões. Para entrar em forma, o ideal é iniciar com exercícios leves em dias alternados em vez de duas horas em um dia só. Analisando a quantidade de horas diárias na qual os alunos passam assistindo televisão verifica-se que 50,71% ficam 4 ou mais horas em frente da mesma e que este percentual aumenta para 68,48% quando consideramos o final de semana. A televisão na atualidade representa uma das principais formas de passatempo humano de todas as faixas etárias. A sociedade moderna rapidamente vem se adaptando aos avanços tecnológicos que interferem no estilo de vida das pessoas e em especial de jovens e adolescentes. Estes dedicam mais de 2 horas por dia ao hábito de assistir TV, comportamento que demanda baixo gasto energético, podendo conduzir ao sedentarismo, comportamento que contribui para a gênese da obesidade (PIMENTA, 2001). Em relação à frequência e participação nas aulas de Educação Física, observamos que 93,12% dos alunos apresentam frequência semanal de 2 vezes, sendo que 50,95% participam efetivamente das atividades por um período de 10 a 20 minutos. Darido (2005) aponta que a Educação Física deve exercer seu papel sempre buscando alcançar seus objetivos, que é oferecer experiências de movimentos adequados ao seu nível de crescimento e desenvolvimento, a fim de que a aprendizagem das habilidades motoras seja alcançada, o aluno deve aprender a se movimentar para adaptar de acordo com as exigências do cotidiano em termos motores. Outra questão levantada nesta pesquisa buscou verificar a participação dos alunos em equipes esportivas nos últimos 12 meses, nesse caso, observou-se que 77,49% não participaram de nenhuma equipe esportiva. Para Miranda e Bara Filho (2008) o esporte como ferramenta educacional, auxilia na capacitação do indivíduo em lidar com as mais diversas situações: promove a elevação da autoestima, ensina a superar adversidades, conhecer seu papel e obrigações dentro de um contexto social, delinear objetivos e metas, buscar constantemente a excelência, trabalhar em equipe, desenvolver um pensamento lógico e colaborar com o desenvolvimento da sociedade. Em relação ao tempo e o meio de transporte na qual os alunos utilizam para o deslocamento de sua casa até a escola, nota-se que a 50,95% mora relativamente perto da escola, acerca de menos de 15 minutos e que 69,43% da amostra se deslocam a pé. Segundo Silva e Lopes (2008) nas últimas décadas, o nível de atividade física diminuiu por diversas razões, como o aumento de veículos motores para ir à escola, maior tempo gasto em atividades sedentárias e menor participação em esportes organizados. Essas mudanças provocam efeitos adversos à saúde física e mental, aumentando a exposição às condições de risco e reduzindo as oportunidades para um estilo saudável. A caminhada à escola é frequentemente associada ao aumento da atividade física para estudantes de diversos países, ao passo que o transporte passivo associou-se ao decréscimo de 12,00% a 20,00% no atendimento às diretrizes de atividade física e ao aumento de 17,00% a 22,00% da prevalência de sedentarismo. Conforme a figura 2, observou-se que 71,79% dos alunos dispende seu tempo em 4 horas diárias ou mais, no uso de tecnologias como videogame, computador e celular. Quantas horas por dia você costuma jogar videogame ou ficar no computador ou no Celular? 50,6 % 60 % 40 % 20 % 1,63 % 7,14 % 10,9 % 8,54 % 7,82 % 13,37 % 0% Figura 2 – Uso diário de aparelhos eletroeletrônicos. Mascarenhas et al. (2003) aponta que o decréscimo da atividade física e a elevação conjunta do tempo gasto com eletroeletrônicos favorecem a elevação do peso corporal e, em crianças e adolescentes, esse comportamento é influenciado pelo processo de industrialização e pela disponibilidade de tecnologia, os quais favorecem a elevação do tempo despendido com atividades de gasto energético. Dentre os eletroeletrônicos, o tempo despendido em frente à TV, computador e videogame parece estar relacionado diretamente aos índices de sobrepeso e obesidade em populações pediátricas. Diante disso, a Academia Americana de Pediatria (AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS, 2001) recomenda que crianças e adolescentes não gastem mais de 120 minutos por dia com esses eletroeletrônicos. Verificamos ainda que 85,85% da população da amostra, não participam de nenhuma atividade orientada por profissionais de Educação Física fora do ambiente escolar. Segundo a Lei Federal 9696/98 de 01 de setembro de 1998, a qual regulariza a profissão de Educação Física, como enfatiza o art. 3o, compete ao Profissional de Educação Física coordenar, planejar, programar, supervisionar, dinamizar, dirigir, organizar, avaliar e executar trabalhos, programas, planos e projetos, bem como prestar serviços de auditoria, consultoria e assessoria, realizar treinamentos especializados, participar de equipes multidisciplinares e interdisciplinares e elaborar informes técnicos, científicos e pedagógicos, todos nas áreas de atividades físicas e do desporto. CONSIDERAÇÕES FINAIS O sedentarismo já é considerado a doença do século. Na verdade, trata-se de um comportamento induzido por hábitos decorrentes da vida moderna. Com a evolução da tecnologia e a tendência cada vez maior de substituição das atividades ocupacionais por atividades com menor gasto energético, o ser humano adota cada vez mais a lei do menor esforço, reduzindo assim o consumo energético do seu organismo. Pelos critérios da Organização Mundial de Saúde, menos da metade dos adolescentes brasileiros podem ser considerados ativos do ponto de vista físico, onde quase um terço deles está acima do peso. Através do presente instrumento de pesquisa concluímos que a grande maioria dos adolescentes avaliados, apresentam um baixo nível de atividade física e que os mesmos dedicam boa parte do seu tempo livre a atividades sedentárias por intermédios de aparelhos eletroeletrônicos, dando ênfase ao uso de computador, televisor e aparelhos celulares. É pertinente ressaltar a importância da prática de exercícios físicos regulares, orientados por profissionais habilitados, para que se possa conseguir um impacto positivo no crescimento e desenvolvimento dos adolescentes, possibilitando a promoção da socialização, da motricidade, do autoconhecimento corporal, da melhora da autoestima e do auxílio na prevenção da obesidade e de outras doenças crônico-degenerativas. Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e estaduais a fim de traçar um mapa do nível de atividade física da população em geral, servindo como alicerce para as políticas públicas a serem adotadas. REFERÊNCIAS AMERICAN ACADEMY OF PEDIATRICS. Children, Adolescents, and Television. Pediatrics, Elk Grove Village, n. 107, p. 423426, 2001. BARROS, Turíbio Leite. O programa das 10 semanas: uma proposta para trocar gordura por músculos e saúde. São Paulo: Manole, 2002. 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[email protected] RESUMO Vivemos em um mundo moderno onde estamos constantemente sob pressão devido aos altos compromissos e correrias do cotidiano. Isso acaba dificultando a busca por uma vida saudável, inclusive em relação à prática regular de atividade física. Um programa de atividade física regular que visa principalmente à promoção da saúde necessita que antes se realize um diagnóstico. Desta forma, este estudo teve como objetivo determinar o nível de prontidão para a prática de atividades físicas em habitantes de Matipó, com intuito de identificar se o indivíduo está ou não apto a realizar atividades físicas sem antes passar por uma avaliação médica. Para sua realização foi aplicado o questionário PAR-q, composto por sete questões, cujas respostas foram assinaladas com SIM ou NÂO. Utilizou-se uma análise descritiva, onde 100 pessoas participaram, com idade entre 11 e 68 anos, escolhida aleatoriamente. Verificou-se que a maioria dos habitantes de Matipó (87,01%) foram considerados capazes de realizar atividades físicas, sem muitas restrições. Mas vale destacar que (12,98%) aparentemente não estão aptos a praticarem atividades físicas sem uma avaliação médica prévia. PALAVRAS-CHAVE: Prontidão, PAR-q, atividade física. INTRODUÇÃO Os benefícios decorrentes da prática de exercícios são conhecidos e divulgados nos meios científicos. Tem sido demonstrado que a prática regular de exercício físico apresenta efeitos benéficos na prevenção e tratamento de obesidade, diabetes, hipertensão arterial, entre outras (CARVALHO, 2001). Com isso o condicionamento físico deve ser estimulado para todos, visto que a atividade promove adaptações favoráveis resultando em melhora da qualidade de vida (CIOLAC, 2004). Segundo Pieron (2004) é importante entender que a contribuição da atividade física para a saúde está associada a uma diminuição do nível de risco ao qual cada pessoa está sujeita durante a vida. A participação frequente e regular em atividades físicas constitui um elemento chave para obter efeitos benéficos à condição física e a saúde. Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva (SBME) o sedentarismo é condição indesejável e representa risco para a saúde (SBME, 2001). Indivíduos aptos ou treinados tendem a apresentar menor incidência de doenças. Porém, a prática de atividade física sem uma avaliação prévia pode gerar riscos a saúde (CARVALHO, 2001). Como por exemplo, indivíduos sintomáticos ou com importantes fatores de risco para doenças cardiovasculares, metabólicas, entre outras que poderiam ser agravadas com a prática de atividades físicas, devem passar por uma avaliação médica para definição objetiva de eventuais restrições e a prescrição correta de exercícios. O mais correto a se fazer antes de iniciar a prática de atividades físicas, é que seja realizado uma anamnese. Um dos instrumentos de anamnese mais conhecidos e utilizados é o Questionário de Prontidão para Atividade Física (Par-Q), constituído de sete perguntas, que tem sido muito recomendado para a entrada em programas de exercício de intensidade branda e moderada para pessoas entre 15 a 69 anos, visto que a entrada na prática de atividades físicas sem um conhecimento prévio do estado de saúde do indivíduo pode acarretar sérios problemas, por isso se aconselha a aplicação do questionário visando uma pré- avaliação antes da realização de exercícios físicos. Sendo assim, o objetivo deste estudo será identificar o nível de prontidão para atividade física em estudantes universitários e habitantes de Matipó- MG. Com isto, será possível conhecer o estado atual desta amostra quanto ao assunto proposto, além de fundamentar futuras ações a serem desenvolvidas com este mesmo público. Este estudo permitirá, também, a comparação dos resultados obtidos nesta amostra com outras amostras de outras regiões e realidades. REFERENCIAL TEÓRICO Para a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) (2001), não é recomendado à prática de atividade física sem uma avaliação prévia, é indicado que no mínimo se utilize um questionário. Um dos mais conhecidos e utilizados é o Parq. Este teste foi criado para a avaliação da prontidão para atividade física, elaborado pela Sociedade Canadense de Fisiologia do Exercício, pode ser aplicado para indivíduos entre 15 e 69 anos (MOURA, 2005). Ele tem como objetivo identificar algum possível problema de saúde e se há uma maior necessidade de buscar um médico antes de iniciar um programa de atividade física. Moura et al. (2005) realizou um estudo com o objetivo de determinar a aptidão para a prática de atividades físicas em praticantes de atividades aeróbicas no Campus da Universidade Federal de Viçosa -Minas Gerais. Foi aplicado um questionário (PAR-Q) com sete questões, todos os dados foram coletados, o tratamento estatístico do trabalho constituiu-se da análise descritiva dos dados, constando a taxa de prevalência de falta de prontidão. Foram considerados que de cada 100 pessoas, 60 eram aparentemente capazes de praticar atividades físicas sem maiores restrições. Mas cabe destacar que de 100 pessoas, 40 aparentemente não estão aptos a praticarem atividades físicas sem uma avaliação médica prévia. Sendo assim, cabe aos profissionais de Educação Física não prescreverem atividades físicas antes de uma avaliação médica, ou aconselha-se a aplicação de um questionário PAR-Q. Luz et al. (2007) realizou um estudo com o objetivo de verificar a validade, sensibilidade (SE), especificidade (ES), valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN), do PAR-Q em idosos. A amostra foi composta por 104 idosos que ingressavam no programa “Idosos em Movimento”. Mantendo a autonomia, voltado á prática supervisionada de atividades físicas e desenvolvido na Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Os resultados da análise de regressão logística demonstraram que tanto questionários falsos quantos verdadeiros não foram influenciados pela idade ou pelo nível de escolaridade dos respondentes. Para Moura et al. (2008) a inserção em um programa de prática de atividade física sem avaliação prévia dos indivíduos podem ocasionar diversos problemas a saúde, tais como os fatores de risco coronarianos, doenças cardiovasculares e metabólicas, entre outras. Dinardi et al. (2005) realizou um estudo com o objetivo de determinar a prontidão para a prática de atividade física como triagem pré-exercício. O sedentarismo é um fator de risco para desenvolvimento de diversas doenças e constitui preocupação mundial em termos de saúde pública. A falta de atividade física associada a hábitos alimentares não adequados acarretam doenças crônicodegenerativas, mas sabemos que a prática de atividade física deve ocorrer pósprescrição médica, ou após uma anamnese, se não pode acarretar em sérios problemas. Recomendam a triagem para identificar indivíduos com risco de evento cardiovascular durante a atividade física. O objetivo é identificar indivíduos com doença cardiovascular conhecida, sintomas ou fatores de risco para o seu desenvolvimento. O questionário recomendado pela American Heart Association e American College of Sports Medicine é o de Prontidão para Atividade Física (PARQ). Esse avalia a condição prévia cardiovascular, osteomioarticular e outros motivos que impeçam a prática regular de atividade física sem supervisão médica. O PAR-Q tem sido muito utilizado para uma triagem rápida de riscos, devido a sua praticidade, baixo custo e fácil entendimento. A recomendação para prática de atividade física é responsabilidade médica, enquanto que a carga de treinamento e acompanhamento dos exercícios é atribuição de professores de educação física. Esse, através de seus conhecimentos específicos é qualificado de forma a planejar uma atividade segura ao indivíduo, trazendo benefícios à saúde do mesmo. Moura (2008) afirma que: È no ponto concernente à orientação da atividade física, que a maioria dos indivíduos tem errado, visto que a busca pela pratica de exercícios, muitas vezes se da de forma autônoma, ou seja, sem a devida orientação de um profissional qualificado. Segundo a Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, a importância de prática de exercícios físicos regulares para a saúde da população em geral é de total relevância. Porém, ingressar em programas de atividades físicas sem uma avaliação prévia é uma conduta que pode trazer riscos ao praticante. De acordo com o American College of Sports Medicine (ACSM), previamente ao início de um programa de exercícios físicos, recomenda-se a realização de um exame médico, principalmente na presença de doenças (cardíaca, pulmonar ou metabólica), quando a intensidade do exercício for maior que 60% da capacidade aeróbia máxima e em casos da existência de dois ou mais fatores de risco para acontecimentos cardiovasculares ou metabólicos. Nos casos em que o esforço não for maior que 60% da capacidade aeróbia máxima, se o praticante não possui nenhum sintoma de doença e também não tem mais do que um fator de risco para doença coronariana, o exame medico pré-exercício poderia ser dispensado (LUZ, 2005). O demasiado crescimento da incidência de distúrbios fisiológicos, como as doenças crônico-degenerativas, que são associados a níveis insuficientes de atividade física habitual ou de exercícios físicos regulares, vêm sendo registrados tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. Esse quadro deve-se ao fato da maioria dos adultos dos países desenvolvidos serem inativos fisicamente, o que é agravado se for lembrado que a falta de atividade física, por si só, é um fator de risco cardiovascular (TSUNETA, 2006; WHO, 2002). Moreira et al. (2007) realizou um estudo com o objetivo de determinar a aptidão para a prática de um programa de atividade física regular em professores e técnicos administrativos do CCE da UFV. Foram avaliados 82 indivíduos de 22 a 61 anos, através do questionário PAR-Q. Dos 82 sujeitos, 33 não estavam aptos ao início em um programa de atividade física regular, representando um valor relativo de 40,2%, dos quais 36,4% eram técnicos administrativos e 63,6% eram professores. Desses indivíduos, 27 (81,8%) marcaram apenas uma resposta positiva, 4 (12,1%) assinalaram duas respostas, 2 (6,1%) apontaram três ou mais respostas. Os indivíduos que compuseram a amostra desse estudo devem, antes de iniciar um PAFR, serem encaminhados pelo profissional de Educação Física a uma vistoria clínica mais aguda, visto que, uma fatia apreciável demonstrou não estar apta a iniciar esse programa Os profissionais da área da saúde devem combater o sedentarismo, incluindo em sua anamnese questionamentos específicos sobre atividade física regular, desportiva ou não, conscientizando as pessoas a esse respeito e estimulando o incremento de atividade física, através de atividades informais e formais. Os governos, em seus diversos níveis, devem considerar a atividade física como questão fundamental de saúde publica, divulgando as informações relevantes a seu respeito e implementando programas para uma prática orientada. As entidades profissionais e científicas e os meios de comunicação, enfim as forças organizadas da sociedade devem contribuir para a redução da incidência do sedentarismo e a massificação da pratica orientada de exercícios físicos (CARVALHO, 1996). METODOLOGIA Trata-se de um estudo descritivo, com resultados parciais, realizado com 100 habitantes de Matipó com idade entre 11 e 68 anos (M= 36,14, DP=15,94) escolhidos aleatoriamente. A pesquisa foi realizada no primeiro semestre de 2013, através do questionário Par-Q, composto por 7 questões fechadas, e auto administrado (ANEXO 1), aplicado aos habitantes da cidade de Matipó-MG. No primeiro momento os dados foram tabulados, em seguida feita a análise descritiva dos dados. Após a tabulação definiu-se o valor da prontidão para a atividade física da amostra. As respostas das questões do teste 1 do PAR-q foram organizadas pela média do número total de sujeitos coletados. Todos os participantes foram orientados sobre os propósitos do estudo e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido A Faculdade Vértice-Univertix, localizada na cidade de Matipó, na Zona da Mata Mineira, é uma empresa privada e tem como mantenedora a SOEGAR, Sociedade Educacional Gardingo. Possui oito cursos de graduação, e agora também com pós-graduação e possui no momento mais de mil acadêmicos. A cidade de Matipó foi fundada em 1840, este município, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010) possui uma população de 17.639 habitantes e possui uma área de 266,990 km2 e altitudes máxima e mínima de 989 e 660 metros, respectivamente, e está localizada na bacia do Rio Doce, sua principal atividade econômica é o cultivo do café. RESULTADOS E DISCUSSÕES Participaram desse estudo em andamento, 100 sujeitos com idade entre 11 a 68 anos, selecionados de forma aleatória. Todos os dados foram coletados, tendo como instrumento de teste o Questionário de Prontidão para Atividade Física (PARq) composto por sete questões objetivas. Cada questão tem a opção de “SIM” e “NÃO”, a qual deveria ser marcada uma das respostas. A analise descritiva do presente estudo demonstrou que a maior parte da população responderam as questões 2 do teste PAR-q, ou seja, “NÃO”. Nesse sentido é possível concluir que a maior parte da população está apta a realizar atividade física sem muitas restrições médicas. De acordo com os resultados dos dados obtidos, pode-se verificar que a maior parte dos entrevistados marcou a alternativa não, isto significa que se o PARQ foi respondido precisamente, os entrevistados possui razoável garantia de sua adaptação para um programa de exercícios progressivos e uma avaliação de condicionamento. Sobre a prática de atividade física e o PAR-q, Lopes (2013) menciona que: A prática regular de atividade física está associada à prevenção e/ou aprimoramento da saúde e qualidade de vida da população, podendo diminuir o risco de cardiopatias da população, porém, cerca de 60% da população não obedecem à recomendação de 30 minutos de atividade física diária com intensidade moderada. Apesar de o ideal ser que todos os indivíduos realizassem exames clínicos, a realização desses exames tornase dificultada, em virtude do universo de praticantes de exercícios físicos, e do reduzido número de profissionais da área médica, que são especialistas em assuntos ortopédicos e/ou cardiológicos. Por outro lado, um simples levantamento por questionário pode auxiliar na detecção de possíveis fatores causadores de problemas durante a atividade física, possibilitando assim maior nível de segurança durante a prática de exercícios físicos. Nesse sentido, uma alternativa para a verificação prévia da prontidão para a prática de exercícios regulares é a aplicação do Physical Activity Readiness Questionnaire (PAR-Q), sendo esta uma forma fácil e prática de detecção de pessoas que não estão prontamente indicadas a praticar exercícios. A figura 1 mostra o número total de perguntas do teste e os resultados obtidos em cada questão: FIGURA 1. Teste 1 do PAR-Q Ferreira (2012) realizou um estudo sobre a análise do nível de atividade física habitual e prontidão para prática de atividades físicas dos adolescentes do instituto federal do Tocantins – IFTO. Ao analisarmos os resultados do PAR-Q podemos observar que 68% dos acadêmicos do sexo masculino e 84% do sexo feminino estão aparentemente aptos para a prática de exercícios físicos, no entanto, 32% do sexo masculino e 16% do feminino, devem procurar um médico para fazer uma avaliação mais precisa, devido ao fato de terem respondido “SIM” em pelo menos uma das questões do instrumento PAR-Q. Outra análise realizada foi à média dos dados de todos os sujeitos, referente às opções de respostas (SIM/ NÃO) na qual 87,1% responderam não e 12,99% responderam sim (FIGURA 2). FIGURA 2. média das respostas do teste 1 do PAR-Q Para a inserção em um programa de orientação à prática de atividade física regular é aconselhável uma avaliação prévia dos indivíduos, visto que um dos mais utilizados é o PAR-q, o qual foi utilizado nesse estudo. Este teste para avaliação da aptidão, elaborado pela Sociedade Canadense de Fisiologia do Exercício, tem como objetivo identificar algum possível problema antes de entrar em um programa de atividade física. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do presente estudo, os resultados permitem concluir que a maioria dos habitantes de Matipó estão aptos a praticar atividade física sem consulta médica prévia, sendo que os resultados apontaram que 87,1% considera-se aptos e que apenas 12,99% aparentemente não estão aptos. Quanto aos sujeitos não aptos, não significa que eles não possam praticar atividade física, mas sim que necessitam de uma orientação médica, antes de iniciar uma atividade física. Quanto aos aptos, vale lembrar e alertar que todos os praticantes de atividade física que mesmo estando aptos, necessitam da orientação médica e de profissionais de Educação Física. Em síntese, é preciso ter claro a importância do PAR-q antes de iniciar uma atividade física e do papel do professor de Educação Física na orientação dessa atividade. REFERÊNCIAS CARVALHO, T. Atividade Física e saúde. Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte. Disponível em: http://www.medicinadoesporte.org.br. Acesso em: 16.out. 2012. CATTAI, G. B. P. Validação Interna do Questionário de Estágio de prontidão para mudança do comportamento alimentar de atividade física. Revista Paulista de Pediatria. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010305822010000200011&lang=pt. Acesso em: 02. mar.2013. CIOLAC, E. G. Exercício físico e síndrome metabólica. Revista BrasMedEsporte. Disponível em: http://www.scielo.br. Acesso em: 24.out.2012. DINARDI, R. R. Questionário Prontidão para atividade física com triagem préexercício. Coleção pesquisa em educação física. Disponível em: http://www.fontouraeditora.com.br/periodico/vol-10/Vol10n2-2011/Vol10n2-2011-pag141a146/Vol10n2-2011-pag-141a146.pdf. Acesso em: 02.mar.2013. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). IBGE Cidades. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/cidadesat/link.php?codmun=314090. Acesso em: 02. mar. 2013. LUZ, L. G. O. Atividade Física (PAR-Q). Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício. Disponível em: http://www.pilatessorocaba.com/artigos/Fisiologia%20do%20Exercicio_2005.pdf#pag e=44. Acesso em: 02.mar.2013. LUZ, L. G. O. Validade do questionário de prontidão para a Atividade Física (PAR-Q) em Idosos. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. Disponível em: www.rbcdh.ufsc.br/DownloadArtigo. Acesso em: 14. Ago. 2012. MOREIRA, O. C. Prontidão para atividade física regular em professores e técnicos administrativos do CCE da UFV. Coleção Pesquisa em Educação Física. Disponível em: http://www.fontouraeditora.com.br/periodico/vol-6/Vol6n1- 2007/Vol6n1-2007-pag-465a470/Vol6n1-2007-pag-465a470.pdf. Acesso em: 02. Mar. 2013. MOURA, B. P. de. Prontidão para atividade física em praticantes de exercícios aeróbios no campus da Universidade Federal de Viçosa-UFV. Revista Digital Buenos Aires. Disponível em: http://www.efdeportes.com. Acesso em: 14. Ago.2012. PIERON, M. Estilo de Vida, prática de atividades físicas e esportivas, qualidade de vida. Fitness e Performance Journal. Disponível em: http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=2953114. Acesso em: 24.out.2012. DESCARTE DE MEDICAMENTOS DA FÁRMACIA DOMICILIAR REFERIDO POR ESTUDANTES DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA DE ENSINO SUPERIOR Fabiana Toledo Dutra, Marcela Martins e Silva – Graduadas em Farmácia Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Lucio Flavio Sleutjes - Graduado em Fisioterapia, Mestre em Ciência da Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Diretor Geral da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Kelly Aparecida do Nascimento - Graduada em Pedagogia e Educação Física. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Ana Lígia de Souza Pereira - Graduada em Enfermagem, Especialista em Estomaterapia. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Fernanda Cristina Ferrari - Graduada em Farmácia, Mestre em Ciências Farmacêuticas Professora e Coordenadora do curso de Farmácia. Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia – Bioquímica. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Os medicamentos estão entre as substâncias mais utilizadas para o tratamento dos diversos problemas de saúde. A falta de informação em relação ao procedimento correto de descarte desses medicamentos não utilizados e vencidos é intensa por grande parte da população. Diante disso o presente estudo teve como objetivo verificar as práticas da farmácia domiciliar e o descarte de medicamentos por acadêmicos dos cursos da área de saúde, que estudam em uma Instituição de Ensino Superior do interior de Minas Gerais. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa, realizada com acadêmicos dos cursos da área de saúde (Enfermagem, Farmácia e Educação Física). Os resultados evidenciam que o local que os acadêmicos referiram armazenar os medicamentos em maior frequência é o quarto (50%), em relação às sobras (37%) dos acadêmicos referiram guardar os medicamentos para utilizar outra vez. Quanto à informação do descarte a população investigada, (52%) referiu receber informações pelo farmacêutico. Observa-se a necessidades de implantação de projetos que visem orientar os estudantes e a população em relação ao armazenamento de medicamentos e o descarte correto. PALAVRAS-CHAVE: Medicamentos; Descarte; Farmácia domiciliar. INTRODUÇÃO Os medicamentos estão entre as substâncias mais utilizadas para o tratamento dos diversos problemas de saúde. Nos países em desenvolvimento, cerca de 30% dos recursos da saúde são destinados a esses produtos. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 50% de todos os medicamentos usados no mundo são prescritos, dispensados, vendidos ou usados de maneira incorreta (TOURINHO et al., 2008). Dados da OMS e do Ministério da Saúde apontam que Brasil está entre os maiores consumidores mundiais dessas substâncias. O mercado brasileiro dispõe de mais de 32 mil medicamentos, respondendo por R$ 14,3 bilhões dos R$ 529 bilhões movimentados no mercado mundial de medicamentos (BRASIL, 1998). A farmácia domiciliar, conhecida também como farmácia caseira (estoque domiciliar de medicamentos), está relacionada ao armazenamento de medicamentos em locais e recipientes inadequados, favorecendo o consumo irracional e desperdício, incluindo a automedicação, bem como o aumento do risco de exposições tóxicas não intencionais e intencionais (TOURINHO et al., 2008). O fato de o indivíduo saber a forma correta de manusear os medicamentos é de suma importância, pois reduz o risco do uso de medicamento vencido, da administração doses ou posologia incorreta, do armazenamento em local indevido, da recomendação terapêutica errônea, dentre outros. Segundo Santin, Virtuoso e Oliveira (2007) p.40: Atualmente se observa uma carência de informações disponíveis sobre os medicamentos na comunidade, portanto é “obrigação do farmacêutico”, o qual tem contato direto com o usuário, atender e esclarecer as dúvidas e anseios dos mesmos. Isso deve motivar as pessoas a levarem sua “farmácia domiciliar” até a farmácia comercial, que deve ser um ponto de referência em saúde e informações, e onde se encontra o farmacêutico, que exemplificará os cuidados que o indivíduo precisa ter com os medicamentos. A falta de informação em relação a esses medicamentos da farmácia caseira e ao procedimento correto de descarte dos medicamentos não utilizados e vencidos é intensa por grande parte da população (SCHECKEL, FERNANDEZ e MENGUE, 2005). De acordo com Alvarenga e Nicoletti (2010), o descarte de medicamentos vencidos no lixo comum pode trazer comprometimento à saúde pública, considerando a nossa realidade nacional onde existem pessoas que sobrevivem de restos adquiridos nos “lixões” da cidade sendo expostas aos riscos inerentes a esse tipo de produto. De maneira geral, o descarte de medicamentos é realizado no lixo doméstico em razão do desconhecimento de informações sobre o destino correto. Desse modo, o estudo teve como objetivo verificar as práticas da farmácia domiciliar e o descarte de medicamentos por acadêmicos dos cursos da área de saúde que estudam em uma Instituição de Ensino Superior do interior de Minas Gerais. As questões norteadoras dessa pesquisa são: Qual a origem dos medicamentos da “farmácia caseira”? Possui uma farmácia domiciliar? Quais são os medicamentos mais usados? Como é realizado o descarte desses medicamentos? Este estudo é justificado pela necessidade de orientar a população quanto à forma adequada de armazenamento e descarte dos medicamentos da farmácia domiciliar. Existem poucos estudos que avaliam as características das farmácias domiciliares, sendo assim, a pesquisa torna-se relevante à medida que tentará demonstrar as práticas inadequadas e possibilitar estratégias de intervenção que conscientizem a população. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) (2003) define medicamento como produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Os medicamentos ocupam um lugar dominante no sistema de saúde e no tratamento de doenças. A alternativa para a busca da cura acontece em muitos casos com a utilização de medicamentos. Estima-se que aproximadamente 88% dos pacientes que procuram o serviço profissional do médico recebem hoje prescrições de medicamentos (CASSIANI 2005). Cassiani (2005) aponta que administrar medicamentos aos pacientes nas instituições de saúde é um processo complexo, que envolve profissionais de várias disciplinas que são eles: o médico, farmacêutico, auxiliar do farmacêutico, enfermeiro e o auxiliar ou técnico de enfermagem, bem como o próprio paciente. Essa administração se inicia na prescrição do medicamento feita pelo médico, em seguida, ela é enviada à farmácia, que dispensa o medicamento e o envia às clínicas. Segundo o Guia Para a Boa Prescrição Médica da Organização Mundial da Saúde (OMS), após selecionar o tratamento medicamentoso e escrever a receita, o médico deve informar o paciente sobre: (a) os objetivos a curto (ou a longo) prazo do tratamento instituído; (b) como, quando e por quanto tempo deve tomar o medicamento; (c) seus benefícios e riscos (interações medicamento- medicamento ou medicamento-alimento, reações adversas, intoxicações); (d) procedimentos a seguir se surgirem alguns efeitos adversos; (e) como guardar os medicamentos; e (f) o que fazer com as sobras (ARRAIS, BARRETO e COELHO, 2007 p.927) Verifica-se que o medicamento é um produto o qual, acompanhado de informação, facilita o seu uso correto (ARRAIS, BARRETO e COELHO, 2007). A população vem adquirindo cada vez quantidades maiores de medicamentos do que o necessário. Isso acarreta um alto índice de medicamentos fora de uso e vencidos, contribuindo para a automedicação e uso inadequado, determinando ainda um desperdício de recursos (SCHECKEL, FERNANDEZ e MENGUE, 2005). Um estudo feito por Bueno, Weber e Oliveira (2009) mostra que a farmácia caseira se apresenta frequentemente de forma inadequada, com acúmulo de medicamentos que sobram de outros tratamentos, o que reflete a falta de conscientização da população, pois é sempre necessário que se faça um tratamento completo para garantir uma terapêutica eficaz. Em relação à estocagem dos medicamentos, é importante que os fármacos, para exercerem o máximo da ação benéfica desejada e o mínimo de efeitos adversos, tenham mantidas suas condições de estabilidade, ou seja, preservar o produto dentro de limites estabelecidos e sob determinadas condições ambientais, seguindo as mesmas características físicas, químicas e farmacológicas, durante seu período útil. Esse espaço de tempo, no qual se assegura sua integridade, representa o período de validade (MARIN et al., 2003). A ANVISA (2010) estabelece os cuidados necessários que se deve ter no armazenamento de medicamentos, o local deve ser seguro e fora do alcance das crianças evitando a ingestão acidental de medicamentos. O medicamento deve ainda estar protegido da luz direta, do calor e da umidade. Locais quentes como a cozinha e úmidos como o banheiro não são adequados para guardá-los. Eles podem causar alterações em sua composição, diminuindo sua eficácia ou causando efeitos tóxicos, mesmo estando dentro do prazo de validade. Segundo Ueda et al. (2009) citado por Alvarenga e Nicolletti (2010) , o Brasil possui baixa infraestrutura, faltam aterros sanitários adequados e incineradores licenciados em vasta região de seu território, o que compromete a aplicabilidade de medidas ágeis que possam minimizar o problema do descarte de medicamentos. O descarte indevido frequentemente ocorre, pois, durante o tratamento de problemas de saúde, as pessoas adquirem medicamentos que, muitas vezes, não são utilizados por completo e acabam por serem armazenados para um possível consumo posterior, estas sobras acabam sendo descartados como lixo doméstico ou esgoto comum (PAGNUSSATI et al., 2011). Em relação aos medicamentos domiciliares, a RDC/ANVISA 306/04 recomenda que os medicamentos controlados (conhecidos como “tarja preta”), antimicrobianos (antibióticos), antineoplásicos, citostáticos, digitálicos, anti- retrovirais, aerossóis e hormonais devem ser levados à vigilância sanitária municipal, pois apresentam risco químico e que devem ser descartados de maneira especial (ANVISA 2011) Quanto aos demais medicamentos, recomenda-se para formas farmacêuticas líquidas desprezar o líquido em esgoto comum, de acordo com as normas ambientais de saneamento básico. O frasco pode ser desprezado no lixo comum, preferencialmente para coleta seletiva. Para formas farmacêuticas sólidas, os comprimidos e cápsulas devem ser retirados dos blísteres e devem ser desprezados em aterro sanitário, ou incinerados. Idealmente, não devem ser jogados em lixo comum. As caixas e blísteres vazios podem ser desprezados em lixo comum (ANVISA 2011). Para Carvalho et al., (2009) os medicamentos vencidos, ou que não serão mais utilizados, muitas vezes são lançados nas pias e vasos sanitários, essa prática faz com que eles cheguem às estações de tratamento de esgoto na sua forma original, sem sofrer alterações do metabolismo no corpo humano. Contribuindo assim de forma acentuada para a contaminação ambiental. Segundo a resolução da ANVISA, no Art. 93 da RDC 44/09, fica permitido às farmácias e drogarias participar do programa de coleta de medicamentos vencidos para descarte pela comunidade, tendo em vista a preservação da saúde pública e a manutenção da qualidade do meio ambiente, considerando os princípios da biossegurança de empregar medidas técnicas, administrativas e normativas para prevenir acidentes (BRASIL, 2009). METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva e abordagem quantitativa. Nos estudos quantitativos são utilizados métodos estatísticos, nos quais são traduzidas em números as opiniões e informações, para serem divididos em classe e analisados (RODRIGUES, 2007). A pesquisa descritiva de acordo com Gressler (2004) é utilizada para descrever certos fenômenos existentes, situações e eventos presentes, identificando problemas e justificando condições a fim de comparar e avaliar o que os outros estão desenvolvendo em situações para futuros planos e decisões. A pesquisa foi realizada com acadêmicos dos cursos da área de saúde (Enfermagem, Farmácia e Educação Física) de uma Instituição privada de Ensino Superior que se encontra no interior de Minas Gerais. O instrumento de coleta de dados constituiu-se de um questionário padronizado contendo informações socioeconômicas sobre o descarte de medicamentos, adaptado já testado por Bueno, Weber e Oliveira (2009). (ANEXO 1) Os dados foram coletados no dia 14 de agosto de 2012. A coleta de dados foi realizada durante o período de aulas quanto os alunos foram informados sobre o objetivo do estudo e a participação ocorreu mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Os dados coletados foram processados utilizando o programa Microsoft Office Excel, versão 2010 e processados através de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES A população estudada constitui-se de 207 alunos devidamente matriculados nos cursos de graduação em Enfermagem, Farmácia e Educação Física. No entanto, apenas 107 participaram da pesquisa por estarem presentes na Instituição no dia da coleta de dados. Em relação ao gênero, 68% pertencem ao gênero feminino com faixa etária predominante entre 20 e 39 anos (71%) (TABELA 1). O curso que mais teve representantes foi o de Farmácia (44%) (TABELA 1). Tabela 1: Características sócio-demográficas referidas pela população investigada, 2012. Característica n= 107 % Gênero Feminino 73 68,2 Masculino 34 31,7 Faixa Etária < 19 anos 13 12 20 a 39 anos 75 71 40 a 59 anos 0 0 >60 anos 0 0 Não responderam 19 17 Curso Enfermagem 30 28 Farmácia 47 44 Educação Física 30 28 As principais classes terapêuticas referidas como estocadas nos domicílios da população investigada foram os analgésicos (23%) seguidos dos anti-inflamatórios (13%) (FIGURA 1). Figura 1 – Medicamentos referidos como os mais estocados nos domicílios da população investigada, 2012. No estudo de Fanhani et al., (2006) os analgésicos e antipiréticos foram os medicamentos de venda livre mais encontrados na comunidade estudada. De acordo com Ferreira et al., (2005) medicamentos para dor e febre, diarreia, vômitos, descongestionantes nasais, antialérgicos tópicos, antissépticos e desinfetantes encontram-se presentes na maioria das residências. O local que os acadêmicos referiram mais armazenar os medicamentos é o quarto 50% e em seguida a cozinha 36%. Pode-se observar que 6% dos entrevistados relataram armazenar os medicamentos em outro local a não serem os citados na questão, e esse local consiste no armário (6%) (FIGURA 2). Figura 2 – Locais de armazenamento referidos pela população investigada. Bueno, Weber e Oliveira (2009) evidenciaram que o local mais frequentemente destinado ao armazenamento de medicamentos foi a cozinha. Os autores atribuíram esse fato a facilidade de acesso/visualização do medicamento. Muitas vezes o medicamento é armazenado sob condições inadequadas, expostos a elevadas temperaturas e agentes biológicos que irão comprometer não só a efetividade como também a segurança desse medicamento. Em outras situações, o medicamento é guardado sem a bula ou informações de posologia, dose e duração do tratamento, cooperando para o surgimento de reações adversas (NEUWALD e SILVA, 2008). Em relação às sobras dos medicamentos, 37% dos acadêmicos referiram guardar os medicamentos para utilizar outra vez e 32%, referiram que estes não costumam sobrar. 18% dos participantes referiram jogar os medicamentos que sobram no lixo, sendo 8% no lixo seco (FIGURA 2). Figura 3 – Destinos das sobras de medicamentos referidos pela população investigada, 2012. O descarte inadequado é feito pela maioria das pessoas por falta de informação e divulgação sobre os danos causados pelos medicamentos ao meio ambiente e por carência de postos de coleta (GASPARINI, GASPARINI e FRIGIERI, 2011). A maioria da população investigada referiu receber informações de descarte dos medicamentos pelo farmacêutico (52%) e 26,7% dos acadêmicos apontaram receber essas informações de outras pessoas. 50% dos participantes dessa pesquisa apontaram receber essas informações na própria instituição de ensino. (FIGURA 4). Figura 4 – Fonte de informações sobre o descarte dos medicamentos referidos pela população investigada, 2012. Em contrapartida, em estudo realizado por Gasparini, Gasparini e Frigieri (2011) a grande maioria dos participantes (84,55%) relatam nunca terem recebido nenhuma informação sobre esse assunto. Margonato, Thomson Paoliello (2008) sugerem a conscientização sobre o descarte dessas substâncias, como por exemplo, a confecção de advertências informando a periculosidade do material. Recomendam também a importância de conscientizar a população a nunca desprezar os medicamentos no lixo ou jogar na pia e instalação sanitária. As consequências desses fármacos para o meio ambiente ainda não são muito conhecidas. Entretanto, a grande preocupação em relação à sua presença na água são os potenciais efeitos adversos para a saúde humana, animal e de organismos aquáticos. Alguns grupos de fármacos merecem uma atenção especial. Entre eles, estão os antibióticos e os estrogênios (JOÃO, 2011). A importância de uma política de assistência farmacêutica é inquestionável, tendo como prioridade a reestruturação administrativa das áreas responsáveis pela política de medicamentos como fundamental para uma dinamização dos programas desenvolvidos. Além disso, esses programas podem ajudar a reverter os índices negativos de saúde da população (MEROLA, TERRA e COSTA, 2008). CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo mostra que a farmácia caseira se apresenta de forma inadequada, sendo importante ressaltar que armazenamento correto visa garantir a eficácia do medicamento, pois o mau acondicionamento propicia a degradação e com isso os medicamentos podem não exercer o efeito desejado. A farmácia domiciliar e o descarte correto de medicamentos exigem cuidados, e esses cuidados podem ser orientados pelos próprios profissionais da área de saúde, principalmente o farmacêutico. Dessa forma, torna-se evidente a necessidade de implantação de projetos propondo programas de conscientização que visem orientar os estudantes e a população em relação ao armazenamento e o descarte correto de medicamentos da farmácia domiciliar, a fim de que se estabeleçam normas e promovam campanhas de conscientização da população, especialmente quanto ao descarte adequado de medicamentos, proporcionando também estrutura para que esse possa ser realizado. REFERÊNCIAS ALVARENGA, Luciana Santos Vieira; NICOLETTI, Maria Aparecida. Descarte domestico de medicamentos e algumas considerações sobre o impacto ambiental decorrente. Revista Saúde Publica. v.4, n.3, p.34-39, 2010. ANVISA, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Publicado em 2011. Disponível em: http://www.institutosalus.com/noticias/uso-racional-de-medicamentos/descartede-medicamentos-guardados-em-domicilio-como-fazer Acesso em 29.abr.2012. ANVISA, Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Publicado em 2003. 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Atua no Hospital Monte Sinai, Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora - MG. Sérgio Alvim Leite - Graduado em Medicina. Graduado em Medicina. Especialista em Clínica Médica e Dermatologia. Prefeitura Municipal de Manhuaçu e Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Alberto Bicalho. Graduado em Medicina. Residência Médica em Cirurgia Geral. Psicanalista Clínico. Atua em Matipó – MG. Lucio Flavio Sleutjes - Graduado em Fisioterapia, Mestre em Ciência da Motricidade e Doutor em Cinesiologia. Diretor Geral da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX. Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia – Bioquímica. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Os transtornos do humor estão entre os problemas de saúde mentais mais comuns. Os psicofármacos, entre eles os antidepressivos, são substâncias que agem nas doenças psiquiátricas com o objetivo de proporcionar cura ou estabilização desses quadros clínicos. O objetivo do presente estudo foi identificar a dispensação de antidepressivos e a especialidade médica de prescritores de antidepressivos em uma farmácia da Zona da Mata Mineira.Trata-se de um estudo do tipo exploratório, descritivo. A pesquisa foi realizada através de uma análise direta de todas as prescrições de medicamentos antidepressivos, retidas em uma farmácia comercial no mês de março de 2012. Este trabalho revelou que a substância com propriedades antidepressivas mais prescritas foi á fluoxetina. Em relação à prescrição, o clinico geral é o médico que mais prescreve tal medicamento. Conclui-se a necessidade de o profissional farmacêutico realizar intervenções de conscientização em relação aos cuidados da prescrição dos antidepressivos. PALAVRAS-CHAVE: Prescrição, Antidepressivos, Qualidade. INTRODUÇÃO A depressão é um transtorno que se caracteriza por um ou mais episódios depressivos que acontece com duas semanas de humor deprimido ou perda de interesse na maior parte das atividades. Entre os sintomas da depressão incluem o pessimismo persistente, sentimentos de culpa, dificuldade de concentração, desamparo, diminuição do desejo sexual, aumento da irritabilidade, insônia e perda de apetite (ISTILLI et al., 2010). Os transtornos do humor estão entre os problemas de saúde mental mais comuns, tendo prevalências históricas consideravelmente mais elevadas nas mulheres do que nos homens e os fatores de risco que os envolvem ainda são pouco conhecidos (RABASQUINHO e PEREIRA, 2007). Foi detectado pela Associação Brasileira de Psiquiatria e publicado pelo Portal G1 que 12% da população brasileira necessitam de algum atendimento relacionado à saúde mental. Além disso, 3% possuem quadros mais graves e que entre os distúrbios mais frequentes estão à depressão (PORTAL G1, 2011). Os psicofármacos, entre eles os antidepressivos, são substâncias que agem nas doenças psiquiátricas com o objetivo de proporcionar cura, ou estabilização desses quadros clínicos. No entanto, o uso indiscriminado desses medicamentos pode causar sérios problemas de saúde pública (COHEN et al., 2006). O Portal Campo Grande Notícias publicou pesquisa recente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) demonstrando que o consumo de antidepressivos no Brasil cresceu em torno de 45% entre os anos de 2007 e 2010. Em números, isso significa que as vendas cresceram de 29,46 milhões de caixas em 2007 para 10,59 milhões de caixas em 2010. Foi ainda detectado nessa pesquisa que ocorreu um aumento de prescrições fornecidas por dentistas e médicos veterinários, fato este questionável e que será investigado pela ANVISA (BARBOSA, 2012). De acordo com Deitos et al.(2012) a prescrição segura e eficaz desses medicamentos exige o estabelecimento de um histórico cuidadoso e detalhado do paciente, assim como um grande conhecimento sobre as diferentes espécies de medicamentos disponíveis e os tipos de sintomas aos quais melhor se aplicam, permitindo a escolha do fármaco que melhor se adapte às particularidades de cada paciente. Infelizmente, uma prática comum por parte dos médicos é a irracionalidade no uso dessas substâncias. Muitas vezes esses profissionais não apresentam conhecimento suficiente de psicofarmacologia, o que torna a prescrição um ato incoerente e desbalanceado. Assim, a orientação médica sobre o uso desses medicamentos aos pacientes torna-se precária e informações importantes sobre a utilização não são veiculadas (SILVA et al., 2012). Furnaletto e Brasil (2006) consideram importante despertar o interesse do médico clínico geral para o diagnóstico e o tratamento dos transtornos depressivos, pois muitos não identificam, não tratam ou não encaminham pacientes com depressão para avaliação e tratamento psiquiátricos. Um dos maiores problemas, neste contexto, é que esta patologia muitas vezes é sub-diagnosticada e sub-tratada. Uma capacitação e direcionamento da equipe médica são fundamentais, pois entre 30% e 60% não são detectados pelo médico clínico em cuidados primários. Contudo, a morbi-mortalidade associada à depressão pode ser, em boa parte, prevenida com o tratamento correto (FLECK et al., 2009) A história de interesse baseia-se no fato de que cada vez mais as pessoas sofrem de depressão e esse cenário requer atenção e cuidado. Além disso, tratar a doença com medicamentos não é uma simples decisão do paciente. Tem de ser uma necessidade indicada pelos médicos. Contudo, a especialidade médica do profissional prescritor pode ser um papel limitante nesse ciclo. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar prescrições de antidepressivos em uma farmácia da Zona da Mata Mineira. Trabalhos como este podem contribuir para detecção de problemas relacionados ao uso dessas substâncias estimulando sempre o uso racional de medicamentos. FUNDAMENTAÇÃO TEORICA A depressão é uma doença muito complexa. Os sintomas podem ser confundidos com tristeza, apatia, preguiça, irresponsabilidade e, em casos crônicos, como fraqueza ou falha de caráter. O tratamento da depressão deve ser feito após uma avaliação física e psíquica por um médico, preferencialmente, psiquiatra e os medicamentos utilizados possuem a função de regular a química cerebral (PSIQUIATRIA, 2002). O primeiro grupo de fármacos para o tratamento da depressão surgiu na década de 1960, designado como Antidepressivos Tricíclicos (ADT), tendo a Imipramina e a Amitriptilinacomo os protótipos dessa geração. A segunda classe introduzida na prática clínica foram os Inibidores da Monoaminoxidase (IMAO) sendo eles: Fenelzina, Iproniazida, Isocarboxazida, Harmalina, Nialamida, Pargilina, Selegilina, Toloxatona e Tranilcipromina. Em 1987, a agência reguladora de medicamentos e alimentos, Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, aprovou o primeiro fármaco pertencente ao do grupo dos Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS), a Fluoxetina (CAMPIGOTTO et al., 2008). Os antidepressivos são fármacos que aumentam o tônus psíquico melhorando o humor e, consequentemente, melhorando o conforto emocional e o desempenho de maneira global. O efeito terapêutico dos antidepressivos ocorre devido ao aumento da disponibilidade de neurotransmissores no SNC, notadamente da serotonina(5-HT), da noradrenalina ou norepinefrima (NE) e da dopamina (DA) (BALLONE e ORTALONI, 2008). Entre os antidepressivos, os inibidores de captaçãode serotonina têm sido os mais frequentemente utilizados, por serem considerados mais seguros e mais bem tolerados. A fluoxetina é atualmente o medicamento antidepressivo mais prescrito no Brasil e no mundo, havendo indícios de que possa atuar na promoção de perda de peso durante vários meses após o início da terapia. Esta característica poderia ser um dos fatores propulsores desse consumo elevado (ANDRADE, ANDRADE e SANTOS, 2004). Entre os mais utilizados estão a Fluoxetina (Prozac®, Daforin®, Prozen®, Psipax®); Sertralina (Zoloft®, Assert®, Serpax®); Paroxetina (Seroxat®, Dropax®, Paxil®, Benepax®, Pondera®, Parox®); Citalopram (Celexa®, Cipramil®, Cipram® Città®, Procimax®); Escitalopram (Cipralex®, Lexapro®). O sucesso dos ISRS se dá pelo fato de serem bem tolerados e apresentarem perfil de efeitos indesejáveis leves (PINHEIRO, 2010). A falta de cuidado dos médicos para com os pacientes e, até mesmo, a falta de preparo desses profissionais, ao receitarem um medicamento que exige tanta atenção, são retratadas no fato de que muitos indivíduos não recebem nenhuma informação sobre os possíveis efeitos colaterais e o tempo que essas substâncias necessitam para obtenção de efeitos terapêuticos desejáveis (SILVA et al., 2012). Souza (1999) considera necessário, antes de iniciar terapia com antidepressivo, investigar a coexistência de distúrbios decorrentes do uso de substâncias e outras condições médicas que estão sendo tratadas concomitantemente, para evitar interações medicamentosas indesejáveis. Carllini e Nappo (2003) identificaram que esses medicamentos são prescritos não apenas por psiquiatras, mas também por médicos de diversas especialidades. Este pode ser um problema relacionado com possibilidade de diagnósticos inadequados, uso irracional de medicamentos e consequentemente podem intervir na qualidade de vida dos pacientes. Dessa forma, Halfin (2007) demonstrou que a escolha da terapia farmacológica deve ser baseada principalmente no perfil do paciente. Além disso, devem ser levadas em consideração questões como segurança, possibilidade de efeitos colaterais, tolerância e o potencial de interação com outros fármacos. Várias são as classes terapêuticas utilizadas atualmente. No Brasil, a legislação que aprova o regulamento técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial é a Portaria SVS/MS nº. 344 de 12 de maio de 1998, a qual define o comércio, transporte, prescrição, fiscalização e toda a movimentação referente a essas substâncias. A mesma define as seguintes listas de substâncias: A1 e A2 (entorpecentes), A3, B1 e B2 (psicotrópicas), C1 (outras substâncias sujeitas acontrole especial), C2 (retinóicas para uso sistêmico) e C3 (imunossupressoras) (BRASIL, 1998). A portaria legisla sobre vários parâmetros para a prescrição e venda desses produtos, e determina, por exemplo, quanto à notificação de receita dos medicamentos A1, A2, A3, B1 e B2. Este é o documento que acompanhado de receita autoriza a dispensação de medicamentos componentes das listas. A receita deverá estar preenchida de forma legível e a farmácia ou drogaria somente poderá aviar ou dispensar quando todos os itens da receita e da respectiva Notificação de Receita estiverem devidamente preenchidos (ANDRADE, ANDRADE e SANTOS, 2004). Portanto, os estudos que avaliam as substâncias mais utilizadas e como as prescrições estão sendo realizadas são importantes para estabelecer perfis de utilização prescrição. Dessa forma, contribuem para a definição e elaboração de programas preventivos, de medidas de saúde e de políticas públicas que estimulem o uso racional de medicamentos. METODOLOGIA Trata-se de um estudo do tipo exploratório e descritivo. Segundo Rodrigues (2007) a pesquisa exploratória tem como objetivo a caracterização inicial do problema, sua classificação e de sua definição. Constitui o primeiro estágio de toda pesquisa científica. Segundo Gressler (2004), a pesquisa descritiva é utilizada para descrever certos fenômenos existentes, situações e eventos presentes, identificando problemas e justificando condições a fim de comparar e avaliar o que os outros estão desenvolvendo em situações para futuros planos e decisões. A pesquisa foi realizada através de uma análise direta de todas as prescrições de medicamentos antidepressivos, retidas em uma farmácia comercial no mês de março de 2012. A farmácia encontra-se em um município da Zona da Mata Mineira, este possui aproximadamente 17.639 mil habitantes e tem como principal atividade econômica a cafeicultura (IBGE, 2012). Os parâmetros observados nas prescrições foram: medicamento(s) antidepressivo(s) prescrito(s) (nome genérico e/ou comercial), quantidade de substância dispensada, forma farmacêutica, dosagem e posologia (via de administração, horários das tomadas, procedimento de administração), legibilidade dos dados contidos na prescrição, presença de rasuras, identificação do emitente, identificação do usuário, especialidade e assinatura do profissional prescritor. A coleta de dados ocorreu em agosto de 2012 e foi precedida do encaminhamento do Termo de Compromisso para uso de dados (ANEXO 1), em duas vias, garantindo total sigilo em relação aos dados coletados. Os dados coletados foram analisados através do programa Microsoft Office Excel 2010®, através de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES Os resultados evidenciam que foram dispensadas, no período avaliado, 40 prescrições de antidepressivos. As prescrições foram direcionadas principalmente ao gênero feminino (70%) e 90% das prescrições possuem identificação completa do paciente. O primeiro parâmetro avaliado nas prescrições foi à legibilidade. Observou-se que todas as prescrições eram manuscritas e 97% estavam legíveis e apenas 2% continham algum tipo de rasura. Segundo Silvério e Leite (2010), a prescrição é a ordem médica dirigida ao farmacêutico para o cumprimento da terapia medicamentosa do paciente. A falta de informação na prescrição pode interferir com a comunicação entre os profissionais, prejudicando-a e levando a erros de medicação ao paciente. Prescrições incompletas impedem a eficiência do trabalho de dispensação dos medicamentos, colocando em risco a qualidade da assistência farmacêutica ao paciente. De acordo com Aguiar, Silva e Ferreira (2006), a avaliação da legibilidade possui, em sua classificação, um grau de subjetividade considerável, pois uma série de fatores individuais de quem lê e do ambiente interferem nessa atividade, sendo esta, de difícil mensuração. Dentre alguns fatores estão: acuidade visual, experiência profissional, luminosidade, uso de papel carbono para obter a segunda via, conhecimentos farmacológicos e familiaridade com as prescrições. As informações sobre a identificação do prescritor foram avaliadas nas prescrições (nome, endereço e CRM do médico), 80% delas possuíam todas as informações. As demais apresentaram algum problema na identificação dos profissionais. Andrade, Andrade e Santos (2004) identificaram, em um trabalho sobre análise de prescrições, que 32,8% possuíam problemas de identificação da especialidade do prescritor. A identificação do prescritor é de fundamental importância nas prescrições, principalmente naquelas de medicamentos sujeitos a controle especial, como os antidepressivos (ROSA et al., 2011). Ainda segundo Rosa et al. (2011), todos esses medicamentos só podem ser aviados quando prescritos por profissionais devidamente habilitados. Uma vez que seus dados estejam devidamente impressos no cabeçalho da receita, estes poderão apenas assiná-la. No caso de o profissional pertencer a uma instituição ou estabelecimento hospitalar, deverá identificar sua assinatura manualmente de forma legível ou com carimbo e fazer constar a sua inscrição no Conselho Regional (CRM) (ROSA et al., 2011). Foram analisadas as especialidades médicas dos prescritores e foi detectado que 72% são clínicos gerais e 25% psiquiatras (FIGURA 1). Figura 1 – Especialidades médicas dos prescritores de antidepressivos de uma farmácia comercial. No estudo de Andrade, Andrade e Santos (2004) das prescrições com especialidade identificada, a maioria foi emitida por clínicos gerais (51,4%). Segundo especialistas, o excesso de vendas de antidepressivos no Brasil pode ser explicado por dois motivos. O primeiro é que médicos de outras especialidades, como urologistas, ginecologistas e pediatras, têm prescrito esse medicamento para os seus pacientes. O segundo motivo diz respeito à prescrição indiscriminada de antidepressivos para pacientes sem diagnóstico de depressão (BERNARDO, 2012). Segundo Mari e Jorge (2003) citado por Andrade, Andrade e Santos (2004), o clínico geral é o profissional mais atuante em saúde mental não só no Brasil, mas também na Inglaterra, EUA e Canadá. Um clínico não preparado tem mais dificuldades para diagnosticar um transtorno mental quando mascarado pelas queixas somáticas. Isso poderia refletir, em parte, o consumo indiscriminado destes fármacos de controle especial. Na avaliação sobre a quantidade de substância a ser dispensada, em arábico e por extenso, 75% das prescrições possuem essa informação nas duas formas. Houve uma prevalência dos medicamentos prescritos com o nome comercial (62%) em relação ao genérico (38%) (FIGURA 2). Figura 2 – Denominações utilizadas para prescrever antidepressivos de uma farmácia comercial. Por razões legais, um fármaco genérico difere do seu homólogo, com nome comercial, em tamanho, cor e forma. Por conseguinte, os consumidores defrontamse regra geral com uma versão genérica que tem um aspecto muito diferente do fármaco com nome comercial, com o qual estão familiarizados. Geralmente, a bioequivalência das diferentes versões de um fármaco pode variar até 20% sem que se produzam diferenças consideráveis na eficácia. Essas variações podem ocorrer entre versões comerciais e genéricas de um fármaco ou entre diversas séries (lotes) de um mesmo fármaco, quer seja de nome comercial ou genérico (MSD, 2012). Quanto às informações sobre forma farmacêutica, dosagem e posologia, 77% das prescrições apresentaram forma farmacêutica, 89% não apresentaram via de administração e 53% não apresentaram informações sobre o horário das tomadas. De acordo com Mastroianni (2009), a falta de informações sobre o medicamento (forma farmacêutica, dosagem e apresentação) e o seu modo de usar (posologia, via de administração, tempo de tratamento) pode levar ao desperdício, prejuízo terapêutico, tratamentos inefetivos e inadequados. A substância com propriedades antidepressivas mais prescrita foi a Fluoxetina (36%), seguida da Sertralina (19%) (FIGURA 3). Figura 3 – Antidepressivos mais prescritos em uma farmácia comercial. A Fluoxetina, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS), é uma substância reconhecidamente eficaz para o tratamento dos sintomas da depressão humana. Esse medicamento, por sua vez, tem a sua comercialização controlada pela Portaria nº 344/1998, da Anvisa, sendo exigida indícios de uso inadequado a prescrição em uma receita especial (Lista C1 da Portaria nº 344), a qual fica retida nas farmácias ou drogarias para futuro controle da Vigilância Sanitária. A Lista C1 da Portaria nº 344/1998 contém um total de 175 substâncias (CARLINI et al.,2009). Morais et al.(2006) realizaram uma análise da prescrição e consumo de antidepressivos através da analise de duas farmácias de manipulação. Na Farmácia de Manipulação A, em um período de seis meses, destacaram-se em nível de produção e vendas (consumo) a Fluoxetina e a Sertralina, em relação aos outros medicamentos utilizados para distúrbios afetivos. Na Farmácia de Manipulação B, em um período de três meses, os autores observaram que a Fluoxetina é responsável por mais de 50% da produção total dos antidepressivos, seguida de Sertralina e de Paroxetina. Moraes et al. (2006) apontam que a fluoxetina é um antidepressivo de segunda geração, que possui destaque em termos de consumo, já que em 1996 foi o fármaco mais vendido nos Estados Unidos, assim como figurou na lista dos dez medicamentos mais vendidos no mundo até o ano de 2000. Em um estudo apresentado pela UNIAD (Unidade de Pesquisa de Álcool e Drogas), o coordenador do Programa de Ações Integradas para Prevenção e Atenção ao uso de Álcool e Drogas (Paipad), Erikson Furtado, aponta que o aumento no consumo da fluoxetina vem crescendo cada vez mais, sendo o medicamento com maior saída na rede publica entre os medicamentos controlados. Seu crescimento nas farmácias das unidades básicas de saúde passou de 147 mil em março de 2009 para 163 mil no mesmo período deste ano, evidenciando ainda que a fluoxetina é “relativamente seguro”, não estando associado à dependência por uso excessivo, porém, pode se tornar prejudicial caso haja indicação inadequada por parte dos médicos (UNIAD, 2012). De acordo com Silvério e Leite (2010) o prescritor deve sempre considerar os aspectos e princípios legais na elaboração de sua prescrição medicamentosa previstos na legislação vigente, que estabelece procedimentos de controle e fiscalização das substâncias e medicamentos psicotrópicos anorexígenos, além de estar diretamente relacionado ao Uso Racional de Medicamentos. Segundo o Guia Para a Boa Prescrição Médica da Organização Mundial da Saúde (OMS), após selecionar o tratamento medicamentoso e escrever a receita, o médico deve informar o paciente sobre: (a) os objetivos a curto (ou a longo) prazo do tratamento instituído; (b) como, quando e por quanto tempo deve tomar o medicamento; (c) seus benefícios e riscos (interações medicamento-medicamento ou medicamento-alimento, reações adversas, intoxicações); (d) procedimentos a seguir se surgirem alguns efeitos adversos; (e) como guardar os medicamentos; e (f) o que fazer com as sobras. Por outro lado, é responsabilidade do farmacêutico durante a dispensação: respeitar o direito do usuário de conhecer o medicamento que lhe é dispensado e de decidir sobre sua saúde e seu bem-estar, informar e assessorar o paciente sobre a utilização correta do medicamento (SILVÉRIO e LEITE, 2010; p.675). O tratamento antidepressivo deve ser entendido de uma forma globalizada levando em consideração o ser humano como um todo, incluindo dimensões biológicas, psicológicas e sociais. Os antidepressivos são utilizados dentro desse contexto, pois proporcionam melhora dos sintomas depressivos (SOUZA, 1999). CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho revelou que a substância com propriedades antidepressivas mais prescritas foi à fluoxetina. Em relação à prescrição, o clínico geral é o médico que mais prescreve tal medicamento. Quanto à legitimidade da prescrição, as maiorias das receitas se encontraram legíveis. Em relação ao uso de antidepressivos, faz-se necessário a individualização do paciente na hora de escolher o melhor tratamento terapêutico, a fim de que se obtenham melhores resultados na resposta ao medicamento, bem como adesão ao tratamento. É importante evidenciar que o farmacêutico pode ser o agente do estímulo ao aumento da qualidade das prescrições, estabelecendo um contato direto com o paciente e com o prescritor quando forem detectadas alterações nas prescrições que podem, potencialmente, prejudicar a eficácia do tratamento. REFERÊNCIAS AMARAL, G. F.; JARDIM, P.C.B.V.; BRASIL, M. A. A.; SOUZA, A. L. L.; FREITAS, H. F.; TANIGUCHI, L.M.; MELO, A. F. B. M.; RIBEIRO, C. N. Prevalência de transtorno depressivo maior em centro de referência no tratamento de hipertensão arterial. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, v.29, n.2, p.161-168, 2007. ANDRADE, Márcia de Freitas; ANDRADE, Regina Célia Garcia de; SANTOS, Vania dos. 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Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Mariana de Faria Gardingo Diniz. Graduada em Biologia. Especialista em Gestão Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade Vértice - UNIVERTIX. [email protected] RESUMO A água é fundamental para a vida e cada vez mais está se tornando um bem escasso, cuja qualidade também se deteriora rapidamente. Do ponto de vista sanitário, o que realmente põe em risco a saúde é a ocorrência de poluição fecal, agentes frequentemente responsáveis por doenças de veiculação hídrica. O estudo foi de natureza descritiva com abordagem quantitativa, para avaliar a qualidade da água do Rio Matipó em diferentes pontos na zona urbana. Todas as amostras foram checadas quanto à presença e ausência de bactérias heterotróficas pela técnica de “pour plate”, que se baseia na contagem padrão em placas estimando a população de bactérias heterotróficas aeróbias facultativas presentes na água, e posteriormente foi determinado o Número Mais Provável (NMP) de coliformes/100ml de amostra de água. Os resultados das análises feitas para todas as amostras revelaram a presença de bactérias heterotróficas. Baseado nos resultados apresentados, em relação aos parâmetros microbiológico através da quantificação de bactérias heterotróficas presente na água do rio, três dos seis pontos avaliados estão dentro dos parâmetros aceitos para consumo humano de acordo com a Portaria nº. 518 do Ministério da Saúde. E os demais precisam de um tratamento e cuidados, pois apresentam alto grau de contaminação. PALAVRAS – microbiológica. CHAVE: Qualidade de água; Coliformes totais; Análise INTRODUÇÃO A água é essencial em todos os segmentos da vida, sendo considerado um recurso insubstituível (VASCONCELOS, 1995). A água potável não está disponível igualmente para todas as pessoas em países desenvolvidos. As políticas sanitárias conseguem atender uniformemente as necessidades das suas populações por meio de sistemas coletivos de distribuição, levando água potável a todos. De acordo com Freitas (2001), na saúde pública existem algumas preocupações incluindo a questão sanitária, devido à poluição fecal. Há também a possibilidade de estarem presentes microrganismos patogênicos que são os maiores responsáveis pelas doenças de veiculação hídrica. No entanto, a evidência direta daqueles agentes patogênicos na água é tecnicamente bastante difícil. Por esses motivos, empregam-se métodos indiretos na investigação da presença ou não de poluição de origem fecal nas águas, pesquisando-se bactérias indicadoras dessa poluição. Para tanto são pesquisadas rotineiramente as bactérias do grupo coliforme, pois, geralmente, elas estão presentes quando ocorre poluição de origem fecal e ausentes quando não ocorre tal poluição (BRANCO,1972; CRISTOVÃO et al., 1974). Assim, verificando-se a presença de bactérias coliformes em uma água podese considerar que ela recebeu matéria fecal e passa a ser potencialmente perigosa à saúde humana, pelo fato de ser capaz de veicular microrganismos patogênicos intestinais, que são também eliminados habitualmente com as fezes (FREITAS, 2001; CETESB, 1993). Considerando que a qualidade microbiológica da água é requisito essencial para a manutenção da saúde, o presente trabalho tem como objetivo avaliar a qualidade microbiológica da água da cidade de Matipó/MG, e comparar os resultados obtidos aos padrões estabelecidos pela legislação vigente. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo a Organização das Nações Unidas ONU (1992), a água é a seiva de nosso planeta, ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Existe atualmente uma preocupação geral com o futuro do planeta Terra e com o abastecimento de água para as populações, principalmente, com a disponibilidade de mananciais em condições de vazões disponíveis e com a qualidade da água (DANTAS & MORAIS, 2005). Inúmeras são as impurezas que se encontram nas águas naturais, várias delas inócuas, pouco desejáveis e algumas extremamente perigosas (SILVA e ARAUJO, 2003). Conforme Pegoraro (2006), água potável e saneamento são instrumentos de saúde e limitações na aplicação de conceitos e normas que reduzem os riscos sanitários, associados com o abastecimento de água contaminados, agentes de natureza microbiológica ou química, expõem a população a riscos de doenças e mortes com consideráveis perdas econômicas e políticas. A preservação da qualidade das águas é uma necessidade universal que exige séria atenção por parte das autoridades sanitárias, sendo indispensável a realização de exames bacteriológicos rotineiros, para a avaliação da qualidade da água a ser consumida (GUEDES et al., 2004). Segundo Brasil (2006), a água potável não deve conter microorganismos patogênicos e deve estar livre de bactérias indicadoras de contaminação fecal. Os indicadores de contaminação fecal, tradicionalmente aceitos, pertencem a um grupo de bactérias denominadas coliformes. A principal representante deste grupo é a bactéria Escherichia coli. A Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde estabelece que sejam determinados na água, para aferição de sua potabilidade, a presença de coliformes totais e termotolerantes de preferência Escherichia coli e a contagem de bactérias heterotróficas. A mesma portaria recomenda que a contagem padrão de bactérias não deva exceder a 500 Unidades Formadoras de Colônias por 1 mililitro de amostra 500/UFC/ml, (BRASIL, 2006). Segundo Teixeira e Leal (2002), nos últimos anos, surgiram novos desafios no campo do controle de doenças de veiculação hídrica associadas ao tratamento e ao abastecimento de água. Agentes patogênicos como protozoários – Cryptosporidium e Giárdia, enterovírus, cianobactérias, além das bactérias heterotróficas, estão associados, direta ou indiretamente, a inúmeras doenças de veiculação hídrica. Estes patógenos são exemplos de microorganismos que não têm sido eficientemente eliminados das águas de abastecimento por meio do tratamento convencional da água de abastecimento ou, ainda, que têm provocado a contaminação do sistema de distribuição. Segundo Teixeira e Leal (2002), têm aumentado, nos últimos anos, os desafios no campo para o controle de doenças transmitidas pela água associadas ao tratamento e ao abastecimento. Agentes patogênicos como protozoários – Cryptosporidium e Giárdia, enterovírus, cianobactérias, além das bactérias heterotróficas, são causadores de inúmeras doenças de veiculação hídrica. Segundo o Ministério da Saúde (2007) a identificação dos microorganismos patogênicos na água tem um alto custo e uma grande demora na identificação de tais microorganismos, por isso, recorre-se à identificação dos organismos indicadores de contaminação fecal (humana ou animal) na água e, portanto, o risco potencial da presença de organismos patogênicos. Conforme Pegoraro (2006), água tratada e saneamento são indicadores de uma boa saúde, o que reduz os riscos sanitários associados através do abastecimento de água contaminada, com agentes de natureza microbiológica ou química. Quando a água não é tratada existe o risco doenças e mortes com consideráveis perdas econômicas e políticas. Segundo Brasil (2006), a água potável não pode estar contaminada por microorganismos patogênicos e fecais. A principal representante desse grupo é a bactéria Escherichia coli. Segundo Silva (1997), a água do abastecimento vem sendo uma preocupação muito grande, devido aos resíduos que são excretados pelos humanos e animais os quais estão poluindo as águas. Sendo assim, o organismo patogênico torna a água veiculo de transmissão de doença. Por isso, é importante realizar exames rotineiros para determinar seu grau de segurança do ponto de vista bacteriológico. Atualmente existem vários métodos para detecção de vários patogênicos de veiculação hídrica que são aplicados em alto custo e necessitam de pessoal especializado. Segundo FORSYTHE (2002), para detectar os coliformes fecais são utilizados caldos EC (Escherichia coli) que são capazes de fermentar os coliformes com a o lactose. Com produção de gás, no período de 48 horas, a 45,5 C. Segundo Avelino (2001), o grupo de coliforme é o índice de contaminação fecal. Dentre as bactérias de habitat reconhecidamente fecal, no grupo dos coliformes termotolerantes, a Escherichia. coli é a mais conhecida e mais facilmente identificada nos membros não termotolerantes, sendo esse microorganismo o melhor indicador de contaminação fecal conhecida até o momento (SILVA et al.,1997). Essa técnica baseia-se na filtração de um volume conhecido da amostra (100 ml), através de uma membrana filtrante estéril com porosidade de 0,45 µm. São feitas diluições para facilitar a quantificação das bactérias e também dar mais segurança aos resultados. A filtração é realizada em um kitassato munido de aparato para filtração e bomba de vácuo. As bactérias a serem detectadas, por apresentarem maiores dimensões que o tamanho dos poros do papel de filtro, ficam retidas na superfície da membrana a qual é então transferida para uma placa de Petri, contendo um meio de cultura seletivo e diferencial. METODOLOGIA Trata se de um estudo de natureza descritiva com abordagem quantitativa, para avaliar a qualidade da água do Rio Matipó em diferentes pontos na zona urbana. Foi realizada a verificação microbiológica da água quanto à presença ou ausência de coliformes totais e termotolerantes. Além disso, foi determinado o Número Mais Provável (NMP) de coliformes/100 ml de amostra de água. Todas as amostras foram checadas quanto à presença e ausência de bactérias heterotróficas pela técnica de “pour plate”, que se baseia na contagem padrão em placas estimando a população de bactérias heterotróficas aeróbias facultativas presentes na água. Posteriormente foi determinado o Número Mais Provável (NMP) de coliformes/100 ml de amostra de água. Foram fornecidas todas as condições favoráveis para o desenvolvimento das bactérias, temperatura, nutrição e tempo de incubação, seguindo todas as recomendações do padrão CETESB 1996, CETESB 1997, (SANTOS, 1999). De acordo com Vieira et al, (2008), essa técnica deve sempre realizada empregando-se várias diluições (100 a 104 células) das amostras. A contagem de viáveis pode ser feita pela semeadura em superfície ou em profundidade ("pour plate"). O volume inoculado não ultrapassou 0,1 ml, para evitar a confluência das colônias. Esse tipo de contagem está sujeito a grandes erros (agregados, duas células próximas, originando uma colônia) que foram minimizados pela realização de triplicatas para cada diluição. As coletas das amostras de água foram realizadas no mês de agosto de 2012 em 06 pontos espalhados pela cidade. Foram coletadas 2 amostras de 100 ml em cada ponto, num total de 12 amostras, a fim de comparar e avaliar a sua qualidade microbiológica. A metodologia para coleta das amostras de águas foi baseada nos padrões estabelecidos por SOUZA e DERISIO (2009) e pela APHA (2005). As amostras, após coletadas, foram transportadas até o laboratório de Análise da Água Mineral, que trabalha em parceria com a UniVértix, em caixa de isopor com gelo e conservadas até o momento das análises em temperatura inferior a 10ºC. O tempo decorrido entre a coleta das amostras e o início do exame foi, em média, de meia hora, não ultrapassando o limite de armazenamento das mesmas, que é de 24 horas (Standard Methods). RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram analisados seis pontos nos quais foram coletadas duas amostras, em cada ponto, para análise microbiológica. A cidade de Matipó vem passando por um grande desenvolvimento comercial e imobiliário, o que gera grandes quantidades de resíduos sólidos em diferentes setores comerciais, industriais e domésticos; assim como efluentes, que são na maioria das vezes descartados de forma irregular, aumentando índice de contaminação nos recursos hídricos. Durante a coleta das amostras nos pontos, podemos perceber que todos os pontos apresentam alto grau de degradação ambiental e falta de saneamento básico. Os resultados de análise por “pour plate” feito para todas as amostras revelaram a presença de bactérias heterotróficas, como mostra a Figura 4. Segundo DOMINGUES et al., (2007), atualmente a portaria nº 518/2004 estabelece a determinação da presença de coliformes totais e termotolerantes (E.coli) e a contagem de bactérias heterotróficas para verificar a qualidade da água para consumo humano, sendo que a contagem padrão de bactérias heterotróficas não deve exceder a 500 Unidades Formadoras de Colônia por mililitro (UFC/mL) 2 3 6 1; 500 6; 3600 Padrão 2; 2800 3; 1900 1 4 5 5; 300 4; 400 Figura 1 - Amostras dos seis pontos analisados por “pour plate” e contagem de colônias nas amostras nos pontos analisados. As análises microbiológicas da água dos pontos 2, 3 e 6 revelaram que a água apresenta alta contaminação, todos fora do limite permitido pela legislação. O ponto 2 teve 2800 UFC por ml, o ponto 3 teve 1900 UFC por ml e ponto 6 com 3600 UFC por ml de acordo com a Figura 4. As amostras coletadas nos pontos 1, 4 e 5 possuem contaminação em níveis aceitáveis, pois as mesmas apresentaram valores de 500, 400 e 300 UFC por ml, respectivamente. Em relação aos três pontos acima mencionados, nenhuma amostra apresentou valores superiores aos recomendados pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde. Para aferição de sua potabilidade a contagem padrão de bactérias heterotróficas não deve exceder a 500 Unidades Formadoras de Colônias por 1 mililitro de amostra (UFC/ml). (BRASIL, MS, Portaria nº 518/2004). Segundo Santos (1999), embora a maioria das bactérias heterotróficas da flora natural da água não sejam consideradas patogênicas, é importante que sua densidade seja mantida sob controle, pois densidade muito elevadas de microorganismo podem atuar como agentes oportunistas. Segundo o Ministério da Saúde (2007) para avaliação da eficiência do tratamento de água a presença dos indicadores de contaminação pode indicar falhas ou insuficiência no tratamento. O tratamento da água em si não garante a manutenção da condição de potabilidade, haja vista que sua qualidade pode se deteriorar entre o tratamento, reservação, distribuição e consumo. Há que se conhecer a densidade de bactérias, pois um aumento considerável da população bacteriana pode comprometer a detecção de organismos coliformes. Isso pode colocar em riscos a saúde, como também, deteriorar a qualidade da água, provocando odores e sabores desagradáveis. (BRASIL, 2006) CONSIDERAÇÕES FINAIS Baseando-se nos resultados apresentados e em relação aos parâmetros microbiológicos através da quantificação de bactérias heterotróficas presentes na água do rio considera-se que três dos seis pontos avaliados estão dentro dos parâmetros aceitos para consumo humano de acordo com a Portaria nº. 518 do Ministério da Saúde. E os demais precisam de um tratamento e cuidados, pois apresentam alto grau de contaminação. Mais importante do que tratar é consumir água de qualidade. Ficou evidente nesse trabalho a importância de se ter uma manutenção correta dos rios como um todo, garantindo assim água potável dentro dos padrões exigidos proporcionando uma melhor qualidade de vida. REFERÊNCIAS APHA (2005).American Public Health Association.Standard methods for the examination of water and watwater, 21st ed. Washington. BRANCO, S. M. Hidrologia aplicada à engenharia sanitária. 3ª ed. São Paulo. CETESB/ACATESB. 1986. 640p. BRANCO,S. M. Remoção de microrganismos nas diversas fases dos processos de tratamento de águas de abastecimento. Efeitos da sedimentação natural em represas: remoção de organismos na floculação, decantação e filtração. São Paulo, 1972. BRASIL. Ministério de Saúde. Portaria nº 518, 25 de março de 2004. CAMILOTTI, F.E.G; GONÇALVES, M.L; 22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Joinville – Santa Catarina, Setembro 2003. COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL. 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Boletim do Centro de Pesquisa e Processamento de Alimentos, v. 13, n. 2, p. 119-124, jul/dez. 1995. CONHECIMENTO SOBRE CONTRACEPTIVOS DE ACADÊMICOS DA ÁREA DE SAÚDE DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DA ZONA DA MATA MINEIRA Chayenne Massini de Almeida, Thamires Soares de Medeiros - Graduadas em Farmácia - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. Hebert Rossi Furtado. Graduado em Medicina. Especialista em Pediatria. Pediatria em Matipó e Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. José Carneiro Godim Filho. Graduado em Medicina. Otorrinolaringologista. Residência médica especializada em Otorrinolaringologista. Mestrado em Medicina. Atua no Hospital Monte Sinai, Professor da Faculdade de Medicina de Barbacena. Leonardo Reis Cotta. Graduado em Medicina. Especialista em Urologia. Hospital Arnaldo Gavazza Filho e Professor da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX. Luis Cláudio Mendes Valle - Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Cardiologista em Consultório Médico. Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia – Bioquímica. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Este estudo teve como finalidade descrever o perfil dos acadêmicos da área de saúde de uma instituição de ensino superior da zona da mata mineira frente ao conhecimento de métodos contraceptivos. Foi realizado um estudo descritivo com abordagem quantitativa no qual se utilizou questionário padronizado com perguntas de fácil entendimento e com amostra de 119 alunos dos cursos da área de saúde da referida instituição. A idade média dos pesquisados para o início da primeira relação sexual foi de 16 e 18 anos (44,54%). 90,76% afirmam já possuir informações sobre métodos anticoncepcionais e as obtém principalmente através de estabelecimentos de ensino (25,28%), palestras (22,64%) e televisão (17,36%). A conclusão dos resultados é essencial para identificar o panorama e assim delinear propostas. PALAVRAS-CHAVE: Anticoncepcionais, Conhecimento, Ensino Superior. INTRODUÇÃO De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n.º 8069/90, adolescente é todo indivíduo com idade entre 12 e 18 anos e para a Organização Mundial de Saúde (OMS), esse período envolve indivíduos com idades entre 10 a 19 anos (SANTOS et al., 2010) A literatura tem tratado a gravidez na adolescência como um problema de saúde pública, especialmente pelo fato de propiciar riscos ao desenvolvimento da criança gerada e da própria adolescente gestante (GONTIJO e MEDEIROS, 2004). Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), 33% dos jovens brasileiros entre 12 e 17 anos já iniciaram a vida sexual e, destes, 61% são meninos. Conforme os dados do IBGE de 2000 houve uma elevação da contribuição de mulheres mais jovens entre 15 e 19 anos na taxa de fecundidade brasileira. Observa-se tal elevação principalmente no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sendo esta última região a que apresenta maior crescimento proporcional das gestações em mulheres abaixo de 20 anos (11% em 1980 para 24% em 2000) (MENDES et al., 2011). É sabido que fatores sócio-culturais e socioeconômicos influem no comportamento sexual dos jovens universitários, fatores estes ligados diretamente à educação e ao meio que o indivíduo se encontra. A grande maioria dos estudos comprova que quanto mais cedo os jovens abandonam os estudos, menores são suas chances de reinterpretação do universo que o cerca, influenciando assim a sua sexualidade (KAWAKAMI et al., 2009). As doenças sexualmente transmissíveis (DST’s) e a gravidez ocorrem devido ao desconhecimento e/ou uso inadequados de métodos contraceptivos e/ou de proteção nas relações sexuais, não conhecimento da fisiologia da reprodução e das consequências das relações sexuais (CARTER et al.,1994; JASKIEWICZ & MCANARNEY, 1994; BRASIL, 2000; SIMÕES et al., 2003; PERSON et al., 2004). Apesar de grande parte dos jovens conhecerem algum método contraceptivo, muitos não fazem o uso contínuo dos métodos. Assim sendo, cada dia mais se torna importante A conscientização, não só dos adolescentes e jovens, mas de toda a população para o uso de métodos contraceptivos. Dessa forma, existe a necessidade de estudos que ajudem a criar estratégias para aumentar o uso de métodos contraceptivos no decorrer da vida (TEIXEIRA et al., 2006). A presente pesquisa tem como objetivo descrever o conhecimento sobre métodos contraceptivos dos estudantes da área de saúde de uma instituição de ensino superior da Zona da Mata Mineira. Os estudantes atuais serão os profissionais do futuro devendo auxiliar na educação da população e tendo como foco prevenir doenças e situações indesejadas através dos métodos contraceptivos. Para não haver duvidas nas informações, é necessário que as mesmas sejam passadas de forma clara, verdadeira e objetiva. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A adolescência compreende o período de 10 a 19 anos de idade e é marcada por características sexuais e secundárias, nas quais se desenvolvem processos psicológicos e padrões de identificação que evoluem da fase infantil para a fase adulta, entre eles a transição de uma fase de dependência para outra de relativa autonomia (MENDONÇA e ARAÚJO, 2010). Esse período da vida humana deve ser encarado como uma etapa importante do processo de crescimento e desenvolvimento, o qual é marcado por transformações relacionadas não somente aos aspectos físicos e fisiológicos, mas principalmente ao aspecto emocional do ser humano, inserido nas mais diferentes culturas (MENDONÇA e ARAÚJO, 2010). A sexualidade está presente em toda a trajetória de vida do ser humano, se manifesta com mais intensidade na adolescência, o que desperta a preocupação do setor saúde, pois, muitas vezes, a sexualidade é vivida pelo adolescente por meio de práticas sexuais desprotegidas, além da falta de informação e comunicação entre os familiares, seja pela presença de tabus ou pelo medo do adolescente em assumila, podendo acarretar gravidez indesejada e DST’s (MENDES et al., 2011). Aproximadamente 25% de todas as DST são diagnosticadas em jovens com menos de 25 anos e esse número só não é maior porque a maioria (70%) dos jovens com DST busca tratamento em farmácias, onde esses casos não são notificados. No mundo, mais de 25% dos novos casos de infecção pelo HIV ocorrem em jovens com menos de 22 anos. Estudos mostram que o perfil epidemiológico da AIDS é constituído de heterossexuais, mulheres e pessoas de baixa renda (SOUZA et al., 2007). O conhecimento sobre os métodos contraceptivos e os riscos provenientes de relações sexuais desprotegidas é importante para que os adolescentes possam vivenciar sua atividade sexual de uma forma adequada e saudável, assegurando a prevenção de uma gravidez indesejada e das DST’s/AIDS, além de ser um direito que possibilita ao ser humano, o exercício da sexualidade desvinculado da reprodução (MENDONÇA e ARAÚJO, 2010). Nesse sentido, a análise do conhecimento sobre métodos contraceptivos é importante para produzir uma interpretação deste grau de conhecimento e a relação com a utilização prática, e assim poder estimar influência do conhecimento sobre o uso de métodos anticoncepcionais. Além disso, esta identificação poderá permitir a elaboração das questões o que possibilitará subsídios para lidar com problemas possivelmente identificados. METODOLOGIA Este trabalho foi feito através de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. Segundo Markoni e Lakatos (1996) a pesquisa de campo descritiva corresponde a uma investigação empírica, com o objetivo de conferir hipóteses, delineamento de um problema, análise de um fato, avaliação de programa e isolamento de variáveis principais. A pesquisa foi realizada com acadêmicos dos cursos da área de saúde devidamente matriculados em 2012 (Enfermagem, Farmácia e Educação Física) de uma Instituição privada de Ensino Superior da Zona da Mata Mineira. A coleta de dados foi realizada no mês de agosto de 2012. A mesma foi feita utilizando questionários padronizados (ANEXO 1). Esses questionários contêm informações de fácil compreensão, com perguntas relacionadas à saúde e métodos contraceptivos. Todos os participantes foram esclarecidos em relação aos aspectos éticos e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Este seguiu as especificações da Lei 196/96, que trata de pesquisa envolvendo seres humanos, resguardando-lhe o anonimato e autonomia de recusar-se ou desistir de fazer parte da amostra do estudo (BRASIL, 1996). Após a coleta de dados, estes foram organizados e processados no Microsoft Office Excel, através de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES O universo estudado constitui-se de 207 alunos devidamente matriculados nos curso de graduação em Enfermagem, Farmácia e Educação Física. No entanto, apenas 119 participaram da pesquisa por estarem presentes na Instituição no dia da coleta de dados, sendo esta a população do estudo. Em relação ao gênero 62,20% dos participantes pertencem ao gênero feminino, com faixa etária predominante entre 20 e 39 anos (71,40%) e estado civil solteiro. O curso que mais teve representante foi o de Farmácia (52,94%). Dos acadêmicos participantes, 68,91% afirmam possuir atividade sexual, sendo que 65,55% referiram utilizar algum método contraceptivo. A idade média dos pesquisados para o início da primeira relação sexual foi de 16 e 18 anos (44,54%). 66,39% dos participantes afirmam ter namorado (a) sendo que 46,22% acham que devem utilizar a camisinha no ato sexual e destes 65,55% relataram que a utilizam e 73,95% que são a favor da utilização. Esses dados revelam que a população enquadra-se em um perfil semelhante ao estimado pelo Ministério da Saúde que refere que a média de idade da primeira relação sexual com penetração é na faixa etária entre 16 e 19 anos, sendo em 14 anos e quatro meses para adolescentes do gênero masculino e de 15 anos e dois meses para adolescentes do gênero feminino (CUSTÓDIO et al., 2009). Em relação à consulta no ginecologista/urologista apenas 55,46% referiram já ter procurado esses profissionais. Esse é um fato importante que precisa ser revisto, já que a consulta médica na adolescência é um fator que agrega ao conhecimento sobre contraceptivos e prevenção contra as DST´s (BRANDÃO e HEILBORN, 2006). A maioria dos investigados (71,43%) refere manter diálogo sobre sexualidade e métodos contraceptivos, principalmente com a mãe (16,11%) e amigos (11,41%). Romero, et al., (2007) relataram que atualmente, os adolescentes têm mais diálogo sobre sexo com os pais. Entretanto, as conversas ficam apenas na superficialidade, não há esclarecimento sobre a necessidade de alguns cuidados antes da iniciação sexual e do conhecimento adequado dos métodos contraceptivos. Os amigos frequentemente são procurados, no entanto, as conversas começam interessantes e posteriormente acabam na vulgarização, deixando sérias dúvidas sobre a validade do conteúdo e a seriedade do diálogo. Os acadêmicos responderam diversas questões sobre os métodos contraceptivos mais comuns, além de outras sobre assuntos relacionados às práticas sexuais e sexualidade. Todas para testarem os conhecimentos dos participantes. Em relação ao coito interrompido 51,26% afirmam conhecer o método e 43,70% referem que o método não é seguro. O coito interrompido é um dos métodos naturais mais conhecidos, no entanto, sabe-se que sua eficácia contraceptiva é claramente inferior aos outros métodos disponíveis. Além disso, seu uso exige maior conhecimento da fisiologia reprodutiva e da maneira adequada para usá-los (BELO et al., 2004). Quando o assunto foi relacionado ao sexo oral e anal, 92,44% e 93,28% respectivamente referiram que estes não engravidam; e para 90,76% dos acadêmicos é necessária à utilização de preservativo para se proteger contra as DST’s durante uma relação sexual oral e anal. Vale ressaltar que tanto no sexo oral quanto no anal, por expor a uma carga virótica e bacteriana potencialmente maior, o não uso do preservativo, é fator de risco que suscetibiliza os indivíduos a essas doenças (ABREU et al., 2012). Em relação ao aborto, 94,12% dos acadêmicos não o consideram como método anticoncepcional. Essa prática tem sido cada vez mais utilizada para interromper gestações “indesejadas” ou não planejadas, muitas vezes são realizados condições inadequadas e ilegais. Atualmente é observado um crescente número de adolescentes atendidas em hospitais públicos para curetagem pósaborto, sendo que muitas vezes esse procedimento é realizado entre jovens com idade entre 10 e 14 anos (MOREIRA et al., 2007). Em relação à gravidez na adolescência, apenas 8,40% referiram passar pela experiência, mas a grande maioria (63%) relata conhecer alguém que já engravidou. Estudos revelam que a maior preocupação por parte dos jovens é de apenas prevenir a gravidez, mostrando que eles ainda acreditam que não estão expostos a qualquer tipo de DST. Além disso, é demonstrado que 86% das meninas e meninos consideram elevado o risco de um adolescente adquirir DST/AIDS hoje em dia, mas apenas 11% das meninas e 10% dos meninos consideram ser pequeno seu próprio risco de adquirir DST/AIDS (MENDES et al., 2011). Em relação à pílula do dia seguinte, 58,82% têm esta como um método anticoncepcional sendo que 49,58% não a consideram como um método abortivo. A popularidade da pílula do dia seguinte, também chamada de pílula de emergência, vem crescendo nos últimos anos. A indicação desse medicamento (que deve ser utilizado apenas com prescrição médica) é para ser utilizada quando um dos métodos anticoncepcionais (camisinha, anticoncepcionais orais) foram falhos. Seu mecanismo de ação interfere em uma ou mais fases do processo reprodutivo, dependendo da fase do ciclo em que é utilizado, não surte efeito quando o ovo já sofreu nidação (BOUZAS, 2006). Além disso, distúrbios hormonais e ganho de peso são os principais efeitos colaterais da utilização dessas substâncias. De acordo com esses especialistas o preservativo e os anticoncepcional orais e injetáveis, não devem ser substituídos pela pílula do dia seguinte. O preservativo é essencialmente importante para evitar a gravidez e prevenir a transmissão de DST´s (GOETZ et al., 2008). Os anticoncepcionais referidos como mais utilizados pela população investigada foram os anticoncepcionais orais (33,11%), seguidos da camisinha masculina (32,43%) (FIGURA 1). FIGURA 1 – Tipos de métodos contraceptivos referidos como utilizados pelos acadêmicos. *NA – Não se aplica A porcentagem 20,95% refere-se aos alunos que não possuem atividade sexual, por sentirem vergonha ou por não quererem responder, portanto a esse grupo é classificado como não se aplica. O fato de os jovens conhecerem mais o preservativo e o anticoncepcional oral coincide com outras pesquisas. Isso pode estar relacionado à falta de conhecimento sobre os outros métodos, bem como à forte campanha do Ministério da Saúde enfocando o preservativo, além de apresentar menor custo em relação a outros métodos (MENDES et al., 2011). Entretanto, citar métodos de anticoncepção não significa necessariamente conhecê-los, ou seja, ter adquirido informações suficientes sobre as suas vantagens, desvantagens e modo de utilizá-los. Cabe salientar, ainda, que as respostas em branco verificadas na presente investigação apontam para a necessidade de orientação, já que o conhecimento é um elemento necessário para o uso correto dos métodos contraceptivos (MENDES et al., 2011). As práticas sexuais na juventude têm sido descritas como dinâmicas e em constantes transformações, sendo que seus perfis podem acarretar impacto importante na vida reprodutiva e no perfil epidemiológico dos jovens brasileiros, (BRASIL, 2007) sendo assim de extrema importância verificar o conhecimento dos jovens a respeito dos métodos contraceptivos. Dos alunos pesquisados, 90,75% afirmam já possuir informações sobre métodos anticoncepcionais. Os acadêmicos referiram que obtém informações sobre métodos contraceptivos, principalmente através de estabelecimentos de ensino (25,28%) e palestras (22,64%). Esse percentual alto de conhecimento referido, de certo modo, já era esperado, considerando que os adolescentes da amostra estudada residem majoritariamente na zona urbana, como a maioria dos adolescentes brasileiros, segundo dados de 1999 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os acadêmicos foram questionados sobre quais métodos anticoncepcionais promovem proteção contra as DST´s e o mais referido como protetor é a camisinha masculina (51%), seguido da camisinha feminina (38%). Neste momento um grande número de participantes referiu que mais de um tipo de método protege das DST´s. (TABELA 1). Tabela 1 - Métodos contraceptivos referidos pelos acadêmicos para prevenção de DST´S. Característica n = 227 % Camisinha masculina 116 51,10 Anticoncepcionais orais combinados 8 3,52 Anticoncepcional injetável 6 2,64 Dispositivo Intra- Uterino (DIU) 4 1,76 Diafragma 1 0,44 Espermaticida 0 0,00 Camisinha Feminina 86 37,89 Coito interrompido 2 0,88 Tabelinha 2 0,88 SR* 2 0,88 *SR – Sem resposta Dados importantes e preocupantes sobre esse questionamento foram que participantes referiram que anticoncepcionais orais combinados (3,52%), anticoncepcionais injetáveis (32,64%), DIU (1,76%), Diafragma (0,44%), coito interrompido (0,88%) e tabelinha (0,88%) conferem proteção contra DST`s. Sendo que a realidade não condiz com os resultados acima obtidos. É importante ressaltar que, durante o ato sexual, há uma relevante troca de fluidos sexuais, o que se relaciona diretamente à transmissão de diversos micro-organismos, inclusive o HIV, dependendo principalmente da prática sexual realizada. O sexo vaginal e o anal apresentam um grande risco para ambos os parceiros, quando realizados sem camisinha, já que a troca de fluidos é intensa. Na prática de sexo oral, esse risco está presente, porém em menor intensidade. Se houver pequenas lesões, o risco é potencialmente aumentado (FALCÃO et al., 2007). Portanto, esses dados revelam a fragilidade do conhecimento dos acadêmicos a respeito dos métodos contraceptivos. Em relação à forma de utilização da pílula anticoncepcional, 48,74% dos acadêmicos referiram que está deve ser tomada no primeiro dia do ciclo menstrual. Segundo Melo, Pompei e Halbe (2002), a primeira cartela de anticoncepcional deve ser iniciada no primeiro dia do ciclo menstrual. Deve-se tomar a pílula sempre à mesma hora, a cada dia. A paciente toma um comprimido ao dia, por 21 dias, quando anticoncepcionais orais monofásicos. Após tomar o último comprimido, deve-se fazer uma pausa de sete dias e iniciar nova cartela no oitavo dia da pausa, independentemente do dia menstrual em que a paciente se encontre. Durante a pausa, deverá ocorrer a menstruação. No caso da pílula bifásica, cada cartela apresenta 22 comprimidos e faz-se pausa de 6 dias entre as cartelas (HALBE, 2000). Em relação aos preservativos, 85,71% dos acadêmicos acreditam que o uso correto é um método eficaz de anticoncepção. No entanto para a prevenção da gravidez, os métodos mais eficazes não são, necessariamente, os mais efetivos para prevenir DST/AIDS. O único método eficaz que oferece dupla proteção e que tem papel de destaque por proteger o usuário de doenças que podem ser transmitidas através das relações sexuais é o preservativo (ABREU e TAVARES, 2012). Em se tratando do preservativo masculino, para 97,48% dos alunos este não torna o homem estéril e ainda 53,48% referiram que a camisinha masculina diminui o prazer do homem. Esse dado revela que se faz necessário problematizar o significado atribuído a esses termos. A constituição da intimidade e da sensualidade na relação também precisa ser discutida, uma vez que o uso da camisinha não parece estar incluído nos jogos eróticos, até mesmo em função do caráter transitório e efêmero das parecerias sexuais. Se por um lado esses jovens não utilizam a camisinha por confiarem no parceiro, por outro alegam que “quebra o clima” da relação, o que demonstra a necessidade de se problematizar o sentido e o uso do preservativo de maneira mais prazerosa (TONELI e VAVASSORI, 2004). Embora a vida sexual se inicie em idade cada vez mais precoce é perceptível que os jovens não têm informações consistentes e que possam incorporar sobre o desenvolvimento e a saúde sexual. Apesar de receberem muitas informações sobre assuntos relacionados a métodos contraceptivos, prevenção de DST´s e outros dessa natureza, nem sempre sabem tanto quanto dizem saber. Os mesmos possuem conceitos equivocados, carregados de tabus, oriundos de colegas e amigos que também não tiveram acesso à educação em sexualidade. A informação de qualidade é de extrema importância na vida dos profissionais de saúde e, ainda que pareça simples e fácil, é um tanto quanto complicado. As mudanças de comportamento devem basear-se na aceitação e não na obrigação. Para isso é preciso desenvolver o discernimento da responsabilidade individual e coletiva. Os indivíduos precisam ter consciência dos riscos a que estão submetidos, para que aconteçam mudanças de atitudes e comportamentos. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente estudo relatou que ainda são precários, na vida dos jovens, o conhecimento, a atitude e a prática relacionada aos métodos anticoncepcionais. A disponibilização de conhecimento, de mais serviços e dos próprios métodos, buscando favorecer uma mudança de atitude dos adolescentes em relação a uma prática de uso eficiente e preventiva, aparentemente não foram suficientes. Portanto, verifica-se a necessidade de buscar novas formas de atuação com a população de adolescentes, uma vez que a questão da gravidez nessa fase é um problema de saúde pública no Brasil e em vários países do mundo. REFERÊNCIAS ABREU, L.M.N.; TAVARES, A.S. Práticas contraceptivas e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis entre acadêmicos de enfermagem. Cogitare Enferm, vol. 17(2), p.21-315, 2012. ALVES, A.; LOPES, M. Uso de métodos anticoncepcionais entre adolescentes universitários. Rev Bras Enferm (Brasília), p.170-177, mar-abr. 2008. BELO, M.A.V.; SILVA, J.L.P. Conhecimento, atitude e prática sobre métodos anticoncepcionais entre adolescentes gestantes. Rev. Saúde Pública. vol.38. n°4. São Paulo, Agosto, 2004. 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Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX [email protected] RESUMO A percepção sobre o poder curativo de plantas medicinais é uma das muitas formas de relação entre populações humanas e plantas. Este trabalho objetivou delinear o perfil de utilização das plantas medicinais em frequentadores de uma farmácia comercial da cidade de Rio Casca/MG. Dos entrevistados, 7% não responderam quanto à utilização de plantas medicinais, 17% não utilizam e 76% referiram realizar a utilização de plantas. Dos que utilizam, 45,65% referiram não fazer uso concomitante a medicamentos convencionais. As espécies relatadas como mais utilizadas foram hortelã - Mentha arvensis (70%), erva doce - Pimpinella anisum (68%), romã - Punica granatum (66%) e camomila – Chamomilla recutita (57%). Os resultados permitiram observar aspectos sobre a diversidade de plantas medicinais consumidas pela população local e que a automedicação com plantas medicinais pode trazer riscos à população, já que o uso de medicação natural não significa ausência de efeitos tóxicos. PALAVRAS-CHAVE: Plantas medicinais; Etnobotânica; Utilização; Finalidades Terapêuticas. INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde (OMS) define como planta medicinal todo vegetal que contenha, em um ou mais de seus órgãos, substâncias que possam ser utilizadas com finalidade terapêutica. Planta medicinal é a espécie vegetal, cultivada ou não, utilizada com propósitos terapêuticos. De acordo com Lorenzi e Matos (2002), plantas medicinais podem ser definidas como plantas que possuem atividade biológica, com um ou mais princípios ativos úteis à saúde humana. A utilização de medicamentos, suplementos e chás a base destas plantas é caracterizada como fitoterapia. O consumo de plantas medicinais na tradição familiar tornou-se prática generalizada na medicina popular. Muitos fatores têm contribuído para o aumento da utilização deste recurso, entre eles, o alto custo dos medicamentos industrializados, o difícil acesso da população à assistência médica, bem como a tendência, nos dias atuais, ao uso de produtos de origem natural (MARQUES E PETROVICK, 2004). O Brasil abriga aproximadamente 22% das espécies vegetais do planeta, o que significa uma riqueza de biodiversidade inigualável e, consequentemente, uma enorme vantagem competitiva para o país (ARNT, 2001; FUZÉR e SOUZA, 2003). As pesquisas com plantas medicinais podem não só contribuir para o melhor uso destes recursos pela população, mas também trazer à luz o conhecimento de novas e efetivas drogas no combate a diversos males (AMOROZO e GELY, 1998). Catalogar, registrar corretamente informações sobre o uso que ocorre das plantas medicinais, seja na flora regional ou nacional, de comprovado valor terapêutico, é fundamental para a fitoterapia brasileira (ACCORSI, 1992). Portanto, os benefícios alcançados pelo cultivo e exploração sustentada de plantas medicinais no Brasil não se restringem apenas às suas propriedades medicinais, mas constituem também um bom negócio para os agricultores dispostos a investir em seu cultivo, como alternativa de renda, ou até mesmo como atividade principal (ARNT, 2001; FUZÉR e SOUZA, 2003). Atualmente tem-se a ideia de que todas as plantas ditas medicinais fazem bem a saúde, porém são comuns os casos de efeitos colaterais causados pelo uso errado de tais plantas. Por isso notou-se a importância de um estudo detalhado que viesse comparar a utilização das plantas medicinais pela população a trabalhos científicos referentes. E que futuros estudos possam alertar a população quanto à segurança e eficácia em sua utilização. METODOLOGIA O estudo descritivo refere-se a uma pesquisa com abordagem quantitativa que foi realizado entre julho e agosto de 2012 por frequentadores de uma farmácia comercial do município de Rio Casca, localizado na Zona da Mata Mineira. Foi elaborado um questionário estruturado (ANEXO 1), aplicado na forma de entrevista, com ênfase em plantas medicinais conhecidas para a obtenção de informações sobre utilização, obtenção e preparo e finalidades de para uso. Segundo Albuquerque (2008), existem alguns fatores a serem ressaltados como gênero, idade, ocupação e etnia, que devem ser levados em consideração, uma vez que podem interferir no conhecimento tradicional. Os dados foram organizados no Microsoft Access® 2007 e analisados utilizando o Microsoft Excel®. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram aplicados 46 questionários para frequentadores de uma farmácia comercial de um município da Zona da Mata Mineira. A partir do levantamento de dados foi possível traçar o perfil da população estudada, observou-se então uma maior predominância de participantes do gênero feminino (86,95%), com faixa etária de 20 a 39 anos (67,39%), renda familiar de 2 a 3 salários (45,65%) e a escolaridade referida foi de ensino médio completo (41,30%). Do total de 46 entrevistados, 7% não responderam quando questionados sobre a utilização de plantas medicinais, 17% não utilizam e 76% referiram realizar a utilização de plantas medicinais. Dos que utilizam plantas medicinais, 45,65% referiram não fazer uso concomitante a medicamentos convencionais. De acordo com estudos realizados por Menon-Miayake e colaboradores (2004) não é ideal a utilização de plantas com medicamentos industrializados, pelo fato de poderem causar danos prejudiciais ao organismo. Porém um estudo feito por Tôrres e colaboradores (2005), com acompanhantes de crianças hospitalizadas, detectou que 27,3% utilizaram plantas medicinais em suas crianças antes de procurar o serviço hospitalar. Esta prática pode ser considerada pouco cuidadosa devido ao insuficiente conhecimento sobre o assunto ou pela ideia de que “é natural e se bem não fizer; mal não fará”, com isso podem ocorrer efeitos indesejados como intoxicações ou ausência da resposta medicamentosa (MEDEIROS FILHO et al., 1997). Quanto aos conhecimentos sobre plantas medicinais, 61% dizem não ter muito conhecimento ou conhecimento algum. Segundo Sacramento (2001), a fitoterapia no Brasil sobreviveu devido às raízes profundas na consciência popular que reconhece sua eficácia e legitimidade. Os autores ainda afirmam que as pessoas que melhor possuem conhecimento são aquelas com idade igual ou superior aos 60 anos. Este fato pode justificar o pouco conhecimento de pessoas mais jovens, como os participantes do estudo. A baixa escolaridade e condição financeira também podem ser um fator de dificuldades já que estudos realizados em países desenvolvidos demonstram grande utilização de plantas medicinais, fitoterápicos e outras terapias complementares entre indivíduos com alto nível de escolaridade e renda (HARNACK et al., 2001), o que também tem sido observado nos últimos anos em países em desenvolvimento como o Brasil (RIBEIRO et al., 2005). As plantas medicinais referidas como mais utilizadas foram a Hortelã (70%), a Erva-doce (68%), a Romã (66%) e a Camomila (57%). Estudos realizados por diversos pesquisadores mostram que muitas destas espécies são comumente citadas, embora não necessariamente na mesma ordem e proporção (SILVA et. al., 2005; CALÁBRIA et. al., 2008; KFFURI, 2008; SILVA et. al.,2009). Das doenças tratadas com plantas medicinais, as mais referidas foram afecções de garganta (72%), fígado (52%), insônia (46%), afecções nos rins (46%), problemas digestivos (41%) e febres (37%). Os resultados encontrados são coerentes com resultados encontrados em outros estudos. Em estudos realizados por Amorozo (1996), Di Stasi e colaboradores (2002), Amorozo e Gély (1988) foi verificado que a maior parte das plantas medicinais era utilizada para tratamento de afecções relacionadas ao sistema digestivo e ao sistema respiratório, seguido de afecções do sistema geniturinário e do sistema circulatório. Os entrevistados foram abordados quanto à forma de preparo das plantas e 76% referiram utilizar principalmente a infusão, 15% a decocção e 11% a maceração. Kffuri (2008) observou, em seus estudos, que a forma de preparo mais utilizada é o chá por infusão. Além disso, Almassy Júnior e colaboradores (2005) relatam que diante da forma de preparo das plantas medicinais, devem ser levados em consideração diversos aspectos como a volatilidade dos princípios ativos e partes utilizadas. Portanto o conhecimento sobre as plantas medicinais torna-se ainda mais importante para o uso seguro, com isso cada planta deve ser preparada de um modo. Das plantas medicinais citadas, a parte mais utilizada foram as folhas (84,78%), as raízes (30,43%), seguido dos frutos (21,73%), as flores (17,39%), o caule (15,21%) e as cascas (6,52%). Castellucci (2000), Pereira e colaboradores (2004) e Silva e colaboradores (2009) analisaram que o fato das folhas serem mais utilizadas se deve à facilidade de serem coletadas e a disponibilidade de se encontrar praticamente o ano todo. A forma de aquisição referida como mais comum foram as doações de vizinhos ou parentes próximos (56,52%), sendo que também há cultivo na própria residência (36,95%) ou compra em mercados, feiras ou casas especializadas (13,04%). Estudos realizados por Camargo e Scavone (1985) demonstram ser comum o cultivo de plantas nos quintais em diversos estados do Brasil e mesmo em outros países, sendo que seu uso sempre está associado a algum tipo de enfermidade. Em estudo semelhante, Dias (2002) observou que a cultura do uso e cultivo de plantas medicinais em diversas comunidades constitui importante recurso local para a saúde e sustentabilidade do meio ambiente urbano. Quando questionados sobre quem recomenda as plantas medicinais, observou-se que na maioria das vezes são os pais (54,34%) e avós (50%), daí a preocupação na automedicação utilizando essas plantas e o cuidado com o preparo destas. Dados semelhantes foram observados no trabalho de Ming e Amaral Junior (2005) que afirmaram que o aprendizado do uso das plantas medicinais ocorre através das pessoas mais velhas da família. As pesquisas com plantas medicinais envolvem: investigações da medicina tradicional e popular (etnobotânica); isolamento, purificação e caracterização de princípios ativos (química orgânica: fitoquímica); investigação farmacológica de extratos e dos constituintes químicos isolados (farmacologia); transformações químicas de princípios ativos (química orgânica sintética); estudo da relação estrutura/atividade e dos mecanismos de ação dos princípios ativos (química medicinal e farmacológia) e, finalmente, a operação de formulações para a produção de fitoterápicos (Farmacotécnica). A integração dessas áreas na pesquisa de plantas medicinais conduz a um caminho promissor e eficaz para descobertas de novos medicamentos (MENON-MIYAKE et al., 2004). A realização deste estudo permitiu verificar que, mesmo em áreas urbanas, a utilização de plantas medicinais é bastante difundida. No entanto, ainda existe um déficit em pesquisas relacionadas a plantas medicinais. Dessa forma, acredita-se então que este estudo possa contribuir com informações e orientações sobre o assunto. CONSIDERAÇÕES FINAIS A realização desta pesquisa permitiu observar alguns aspectos como a diversidade de plantas medicinais consumidas pela população local. À medida que os dados foram analisados, surgiu a necessidade de nortear a população quanto aos cuidados com a preparação, higiene e o próprio manejo destas plantas medicinais. Com a facilidade de poder cultivar ou encontrar em quintais de vizinhos, as plantas medicinais tem uma ótima relação custo benefício. Estudos multidisciplinares, envolvendo profissionais de diversas áreas, são necessários para que sejam ampliados os conhecimentos das plantas medicinais, como agem, quais são os seus efeitos tóxicos e colaterais, como seriam suas interações com novos medicamentos disponíveis no mercado e quais as estratégias mais adequadas para o controle de qualidade. Com a análise dos dados obtidos, percebe-se que a automedicação com plantas medicinais também pode trazer riscos a população. Por esse motivo deve-se evitar longas terapias, já que o uso de medicação natural não significa ausência de efeitos colaterais ou tóxicos. Também é importante evitar o uso associado de plantas medicinais à medicação convencional. Sugere-se uma preocupação em adquirir o vegetal de fontes seguras e indivíduos mais vulneráveis (crianças, mulheres grávidas ou em lactação, idosos) devem evitar o consumo de plantas medicinais. Se o consumo de plantas medicinais provocar efeitos adversos, mesmo que utilizada separadamente ou em associação com medicamentos convencionais, deve-se interromper o uso do medicamento e buscar ajuda médica. Portanto, o profissional de saúde deve estar preparado para orientar bem estes pacientes e oferecer o suporte necessário com a finalidade de obter uma melhora do paciente promovendo a cura. REFERÊNCIAS ACCORSI, W. R.. Apresentação. In: Vieira, L. S. Manual de plantas medicinais (A farmácia de Deus), Ed. São Paulo, Agronômica, Ceres, 1992.347p. AMOROZO, M. C. M. A abordagem etnobotânica na pesquisa de plantas medicinais. In: DI STASI, L. C. Plantas medicinais: arte e ciência. Um guia de estudo interdisciplinary. São Paulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1996. 230p. AMOROZO, M. C. de M.; GÉLY, A.. Uso de plantas medicinais por caboclos do baixo Amazonas, Barbacena, PA, Brasil. Bol. Mus. Para Emílio Goeldi, Ser. Bot. Belém, 4 (1): 47-131, 1998. 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Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Helmintos e protozoários podem incluir parasitos intestinais de alta prevalência que afetam a saúde humana e causando como consequência uma grande preocupação para a saúde pública. A prevalência varia de acordo com a região analisada. O presente trabalho tem como objetivo levantar informações sobre a prevalência de parasitoses intestinais em pacientes atendidos em um laboratório particular situado em uma pequena cidade da zona da mata mineira. Foi realizado um estudo através de levantamento de dados, de resultados de exames parasitológicos arquivados no programa de gerenciamento Labsolution, do referido laboratório, no período de Dezembro de 2011 a Abril de 2012. Dos 160 resultados de exames parasitológicos arquivados no programa do laboratório em estudo, obteve-se positividade para presença de parasitas intestinais em 101 dos resultados analisados, representando um percentual de 63,13%. Para que o problema das parasitoses intestinais seja solucionado, são necessárias ações de orientação sobre prevenção e tratamento para educar o público-alvo. PALAVRAS-CHAVE: Parasitoses; Saúde Pública; Prevalência. INTRODUÇÃO As parasitoses intestinais ou enteroparasitoses representam um grande problema de saúde pública em todo o mundo, com agravo significativo nos países em desenvolvimento. Decorrem da presença de helmintos e/ou protozoários no intestino, causando danos ao hospedeiro, como obstrução intestinal, desnutrição, anemia por deficiência de ferro, quadros de diarréia e má absorção (NEVES et al., 2002). A prevalência varia conforme a região analisada, por exemplo, a região Norte do Brasil, possui alta incidência de enteroparasitoses intestinais e tem poucos estudos comparativamente ao restante do país (COSTA et al., 2003). A intensidade e disseminação das parasitoses estão intimamente relacionadas às condições de saneamento precárias, baixo nível sócioeconômico e cultural, falta de orientação sanitária, falta de higiene, idade e baixo grau de escolaridade (CARILLO, LIMA e NICOLATO, 2005). No Brasil, onde se prevalecem as regiões tropicais e subtropicais, com temperaturas elevadas e tempo úmido, são criadas condições ideais para que o ciclo dos parasitas se completem (BIASI et al., 2009). As infecções parasitárias dependem da patogenicidade do parasita, da resposta imune e da carga parasitária do indivíduo. Pessoas com múltiplos vermes podem ser assintomáticas ou apresentarem quadros clínicos graves, demonstrando o padrão irregular evolutivo das parasitoses (JERNIGAN, GUERRANT, PEARSON, 1994). Os parasitas, na sua maioria, não determinam um quadro clínico característico, podendo a história auxiliar o médico na elaboração da impressão do diagnóstico. O diagnóstico etiológico, na maioria das vezes, é identificado pelos parasitas presentes nas fezes, sangue, tecidos e outros líquidos do organismo. O exame complementar mais utilizado para o diagnóstico de enteroparasitoses é parasitológico de fezes (MELLO et al., 2004). Alguns métodos são usados rotineiramente, pois evidenciam um número maior de formas parasitárias, tendo como principais vantagens a fácil execução e baixo custo. Ainda não existe um método capaz de evidenciar todos os ovos ou larvas de helmintos, bem como os cistos ou trofozoítos de protozoários intestinais (MOTTA et al., 2008). É de fundamental importância para a qualidade do exame parasitológico de fezes a coleta, o armazenamento e a conservação das amostras (NEVES et al., 2002). É importante conhecer a incidência das parasitoses, devido ao fato que esta provoca desenvolvimento de patogenias que são quase sempre esquecidas e negligenciadas por apresentarem sintomas inespecíficos ou confundidos com os de outras doenças. Os indivíduos parasitados desenvolvem essa patogenia de forma silenciosa e inaparante, podendo ficar parasitado por longos anos e sem tratamento específico (LEE, KEYSTONE e KAIN, 2001). As crianças são as mais atingidas devido ao fato de serem mais suscetíveis em função do baixo sistema imunológico e por terem mais contato com formas e vias de transmissão (NEVES et al., 2002). Este trabalho buscou levantar informações sobre a prevalência de parasitoses intestinais em uma cidade da Zona da Mata Mineira. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA As doenças parasitárias constituem-se em um dos problemas sérios de saúde pública, correlacionando com o grau de desnutrição da população, afetando especialmente o desenvolvimento físico, psicossomático, social, podendo causar incapacidade funcional de escolares. São muito frequentes em países subdesenvolvidos, como por exemplo, o Brasil. Ocorrem, devido às condições precárias de moradia, falta de higiene, saneamento básico inadequado, baixo nível socioeconômico, dentre outros fatores (FERREIRA e ANDRADE, 2005). Correia, Brandão e Ribeiro (2005) realizaram um estudo para identificar e esclarecer os riscos das verminoses na saúde das crianças e suas complicações. A pesquisa foi realizada com 229 alunos da quinta série para exame parasitológico, o qual foi analisado através do método de Hoffmann, Pons e Janer. Os resultados obtidos de contaminação foram: 9,65% Enterobius vermiculares, 6,58% Ascaris lumbricoides, 33,33% Etamoeba coli, 50,44% resultados negativos. Barboza et al. (2005) realizaram um estudo com objetivo de promover ações de educação em saúde, a fim de diminuir riscos de contaminações parasitárias e infecciosas. A pesquisa foi realizada com um grupo de crianças divididas em faixa etária, sendo 13 crianças de 4 a 5 anos, 17 crianças de 6 anos, 9 crianças de 7 anos e 7 crianças de 8 anos, para realização de exames coproparasitológicos de sedimentação espontânea. O resultado demonstrou que, dentre as 46 amostras examinadas, 62,5% apresentaram ovos e/ou cistos de enteroparasitas. Motta et al. (2008) realizaram um estudo para investigar a prevalência das parasitoses intestinais em crianças de idade escolar. Foram colhidas 123 amostras de fezes de crianças de 7 a11 anos. O método utilizado foi o de sedimentação espontânea de Hoffmann, Pons e Janer (HPJ). Os resultados observados revelaram que 5,3% das crianças apresentavam presença de helmintos e 94,7% apresentaram protozoários, sendo os mais prevalentes Endolimax nana, Entamoeba coli. Marques, Bandeira e Quadros (2005) realizaram um estudo para investigar a prevalência de helmintos e protozoários de 9.024 pessoas. Na pesquisa foram utilizados prontuários de exames coproparasitológicos de pacientes atendidos na unidade sanitária e de um laboratório privado conveniado ao Sistema Único de Saúde. Os métodos utilizados para análise foram: Faust et al., Hoffman, Pons e Janer (HPJ) e Baermann Moraes. Os resultados apontaram uma maior frequência para Ascaris lumbricoides, Strongyloides stercoralis e Giardia lamblia no ano de 2000; em 2001 os mesmos resultados de 2000 e no primeiro semestre de 2002, as mais frequentes foram S. stercoralis e E. coli. Frei, Juncasen e Paes (2008) realizaram um estudo para investigar a prevalência de parasitoses intestinais. Foi estabelecida uma relação entre condições de saneamento básico e frequência de parasitoses no período de 1990 à 1992 em prontuários da Secretaria Municipal de Saúde, utilizando o método de sedimentação espontânea (HPJ). Os resultados foram que 42,6% apresentaram Giardia lamblia, 24,3% E. vermicularis e 12,5% A. lumbricoides. Nos trabalhos pesquisados não foram encontrados dados com diagnóstico de parasitose intestinal com pacientes atendidos em Laboratório particular. Este estudo foi feito a fim de conhecer a prevalência desses parasitas intestinais, seus principais aspectos epidemiológicos e sua relação a aspectos sócios culturais, para intervir com medidas educativas de saúde para a prevenção e controle da mesma na cidade estudada. O parasitismo é a associação entre seres vivos com benefício unilateral. O hospedeiro fornece alimento e abrigo ao parasita, o qual, apesar de raramente causar morte, pode provocar danos à saúde. Eles podem atingir o homem agindo por vários mecanismos, entre eles, a ação alergizante e ação espoliadora. Nem todos possuem a ação espoliadora, levando a alterações nos índices hematimétricos que podem ser resultados de outras patologias como, por exemplo, a anemia. Por outro lado, a ação alergizante apresenta a eosinofilia como achado característica em indivíduos parasitados (NEVES et al., 2002). As parasitoses intestinais podem provocar diversas alterações patológicas, quando localizadas no aparelho digestivo do homem em pelo menos em uma das fases do ciclo evolutivo (FERREIRA et al., 2004). Alguns fatores específicos como idade, grau de escolaridade, renda familiar, comportamentos higiênicos e hábitos alimentares adotadas nas populações podem determinar diferenças nas taxas de prevalência e no risco de se adquirir essas infecções (NEVES et al., 2002). Os agentes etiológicos das parasitoses intestinais são divididos em duas classes: os helmintos e os protozoários. Os protozoários são unicelulares com estrutura muito simples e complexos, com organelas que executam processos vitais com semelhança ao funcionamento dos seres multicelulares (STORER, 1991). Já os helmintos são vermes filiformes que apresentam um dos mais bem sucedidos planos de organização funcional e simetria bilateral (STORER, 1991). Os mais comuns são: A coproscopia parasitária tem com objetivo evidenciar e identificar os parasitos que vivem no tubo digestivo do homem ou os parasitos em que as fezes constituem o veículo normal para a disseminação de suas formas para o meio externo. Os principais métodos utilizados são: Método de Faust, Método de Lutz ou de Hoffmann, Pons e Janer, Método de sedimentação por centrifugação, Método de Willis, Método de Baermann-Moraes, Método de Rugai, Método de Sheather’s, Método de Kato, Método de Stoll-Hausheer. Dentre todos os métodos citados acima, os dois mais utilizados rotineiramente em quase todos os laboratórios de análise clínicas são o de sedimentação espontânea (Método de Lutz ou de Hoffmann, Pons e Janer) ou o de sedimentação por centrifugação (NEVES et al., 1995). Segundo Roque et al., (2005), o procedimento para realização do Método de Lutz ou de Hoffmann, Pons e Janer consiste em colocar aproximadamente 2g de fezes em um frasco Borrel (pode ser substituído por copo plástico descartável), com cerca de 5ml de água e triturar bem com bastão de vidro (ou palito de picolé descartável); acrescentar mais 20ml de água; filtrar a suspensão para um cálice cônico de 200ml de capacidade, por intermédio de tela metálica ou tecido de náilon, com cerca de 80 a 100 malhas por cm², ou gaze cirúrgica dobrada em quatro. Os dendritos retidos são lavados com mais 20 ml de água, agitando-se constantemente com bastão de vidro, devendo o líquido da lavagem ser recolhido no mesmo cálice; completar o volume do cálice com água; deixar essa suspensão em repouso durante 2 a 24 horas. Existem duas técnicas para se coletar o sedimento para exame: a) introduzir uma pipeta obliterada pelo dedo indicador até o fundo do cálice, contendo o sedimento e o líquido do sobrenadante, retirar o dedo e deixar subir uma pequena porção do sedimento. Recolocar o dedo e retirar a pipeta; b) desprezar o líquido sobrenadante cuidadosamente, homogeneizar o sedimento e coletar uma gota do mesmo. Colocar parte do sedimento em lâmina. Cobrir com lamínula (facultativo) e examinar com a objetiva de 10x e/ou 40x. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória, com abordagem quantitativa. Segundo Gil (1991), a pesquisa exploratória é utilizada para esclarecer e modificar conceitos, com vistas à formulação de problemas ou hipóteses pesquisáveis. Apresentam menor rigidez no planejamento e o produto final desse processo é um problema mais esclarecido, passível de investigação mediante procedimentos sistematizados. O estudo foi realizado em um laboratório particular (Labcenter), localizado no município de Santa Margarida, uma região da zona da mata, composta por 15.011 habitantes, cuja atividade fundamental é a agricultura e a cultura mais disseminada é o plantio e colheita de café, feijão, milho e laranja (IBGE, 2012). Foram feitos levantamentos de dados, de resultados de exames parasitológicos, arquivados no programa do laboratório (Labsolution), no período de dezembro de 2011 a abril de 2012. A população de estudo foi estratificada por um grupo de pessoas divididos em faixa etária de 0 a 5 anos, de 6 a 12 anos, de 13 a 40 anos e acima de 40 anos, para facilitar a análise de dados. Esse procedimento justifica-se, pois, segundo Menezes e colaboradores (2008), as crianças são as mais atingidas, devido à imunidade, nível de higiene, grau de instrução dos pais, tipo de alimentação, tipo de instituição escolar frequentada, dentre outros fatores. Os dados obtidos foram processados no Microsoft Office Excel e analisados através de estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste estudo foram investigados 160 resultados de exames parasitológicos arquivados no programa do laboratório em estudo, no qual 11,80% correspondiam a pacientes pertencentes à faixa etária de 0-5 anos, 13,80% de 6-12 anos, 33,80% de 13-40 anos e 40,60% acima dos 40 anos. Obteve-se positividade em 101 dos 160 resultados analisados, representando um percentual de 63,13%. As maiores taxas de prevalência ocorreram na faixa etária acima dos 40 anos e as menores taxas de prevalência ocorreram na faixa etária de 0-5 anos. Araújo (2005) relatou que à medida que a idade aumenta, diminui a prevalência de helmintos. Segundo Cardoso, Santana e Aguiar (1995), é comum uma maior prevalência de parasitoses intestinais em crianças na faixa etária escolar. No entanto, na população deste estudo ocorreu um resultado inverso. Esse fato pode ser explicado, pois o laboratório em questão atendeu no período analisado principalmente adultos e idosos. Segundo Hurtado-Guerrero e colaboradores (2005), os estudos sobre a ocorrência de parasitos intestinais na população idosa são poucos, entretanto existem dados relatando que grande parte da população idosa apresenta doenças parasitárias. As principais parasitoses apresentadas pela população investigada foram, entre os protozoários, a Entamoeba histolytica (22,60%) e, entre os helmintos, o Enterobius vermiculares (19,20%). Em humanos, as helmintoses com maior prevalência são: Ascaris lumbricóides, Trichiuris trichiura, Enterobius vermiculares, Ancilostoma sp. e Strongyloides stercoralis. Os protozoários mais freqüenteis são: Entamoeba histolytica e Giardia lamblia (FERREIRA, FERREIRA e MONTEIRO, 2000). Em relação à prevalência das parasitoses nas diferentes faixas-etárias observa-se que na faixa de 0 a 5 anos, indiferente de gênero, prevaleceu a Entamoeba coli (23,84%), Entamoeba histolytica (23,84%), seguida de Giardia lamblia (19%) . A elevada prevalência da E. coli, que é um parasita comensal, serve como alerta das condições sanitárias da população (ARAÚJO e FERNANDÉZ, 2005). Na faixa etária de 6 a 12 anos prevaleceu o Enterobius vermiculares (35%), seguido do Entamoeba histolytica (25%) e G. lamblia (20%). A alta prevalência de E. vermiculares nessa faixa etária é devido ao fato de as crianças estarem em fase escolar, aumentando o risco de contaminação, também pelo fato de a transmissão ser variada, direta, quando a criança coça o ânus e coloca a mão na boca ou, indireta, pela contaminação através de água ou alimento, ao cumprimentar uma pessoa que esteja com as mãos sujas contendo ovos do verme (ARAÚJO, 2005). Na faixa etária de 13 a 40 anos, observa-se que prevalece Entamoeba hystolitica (25,81%), seguida G.lamblia (17,74%) e Entamoeba coli (17,74%). A E. hystolitica e G. lamblia podem levar uma redução no crescimento, má absorção de nutrientes e danos à mucosa intestinal (ARAÚJO e FERNANDÉZ, 2005). A Organização Mundial de Saúde (OMS) (1997) estima que em torno de 10% da população mundial é portadora de amebíase, sendo mais prevalentes nas regiões tropicais e subtropicais. Na faixa etária acima dos 40 anos, prevaleceu o helminto Enterobius vermiculares (24,29%), seguido do protozoário Giardia lamblia (22,86%). Apesar de o helminto Enterobius vermiculares acometer mais as crianças, causando prurido anal, foi prevalente na faixa etária dos pacientes acima dos 40 anos. A prevalência de G. lamblia não chega a ser preocupante, uma vez que a infecção geralmente é assintomática, podendo estar relacionada a quadros de diarréia aguda ou crônica, má absorção intestinal (ARAÚJO e FERNANDÉZ, 2005). A intensidade das infecções parasitárias, na grande maioria das vezes, está relacionada às condições de moradia, saneamento básico da população exposta, hábitos alimentares, socioeconômicas higiene precárias, pessoal, dentre contato outros com fatores. o Há solo a e condições necessidade de conhecimento da realidade e dos fatores de risco que favorecem a manutenção, propagação e surgimento desses agentes, para uma intervenção com medidas profiláticas, objetivando uma redução das infecções parasitária (ZAIDEN, 2008). No Brasil, apesar das diferenças regionais, a contaminação do meio ambiente e a prevalência das parasitoses intestinais ainda são elevadas. Mesmo conhecendo o tratamento e a prevenção, o ser humano é responsável pela transmissão das parasitoses intestinais, perpetuando a contaminação fecal do solo e da água, constituindo o principal mecanismo de disseminação dos parasitas (CHEHTER e CABEÇA, 2000). Na profilaxia das doenças parasitárias, são importantes o saneamento básico, a melhoria do estado nutricional e adoção de hábitos higiênicos, os quais são fundamentais para evitar a reinfecção e disseminação das parasitoses intestinais. Apenas o tratamento das verminoses não é suficiente. É necessário conhecer o perfil epidemiológico de ocorrência das diferentes verminoses para realização de intervenções que visem à diminuição/eliminação da incidência/prevalência (CHEHTER e CABEÇA, 2000). O tratamento atual das parasitoses intestinais são medicamentos de amplo espectro, alta eficiência e efeitos colaterais desprezíveis. Porém, algumas particularidades da terapêutica das parasitoses deverão ser respeitadas para obtenção de melhores resultados, tais como diagnóstico correto do parasitismo, escolha do medicamento e posologia adequada, avaliação da necessidade de repetição do tratamento após 2 a 3 semanas (ARAÚJO, 2005). O estreito relacionamento entre o grau de educação e o índice parasitário é importante para que os órgãos competentes promovam ações, visando melhorar as condições de saúde da população (MELLO e BOHLAND, 2002). CONSIDERAÇÕES FINAIS As práticas educacionais, quando bem aplicadas, fazem com que as pessoas adquiram conhecimentos necessários à prevenção de parasitoses intestinais. Ações simples como ingerir somente água filtrada (mesmo sendo da mina, como é o caso da região), lavar frutas e verduras, lavar corretamente as mãos depois de idas ao banheiro e antes de comer, não andar descalço, fazem com que a presença de parasitas intestinais diminua. Para que o problema das parasitoses intestinais seja solucionado na região analisada, há a necessidade de orientações sobre prevenção e tratamento através de projetos sociais e saneamento básico. REFERÊNCIAS ARAUJO, Cláudio Fernandez; FERNANDEZ, Cláudia Leite. 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Renata Aparecida Fontes - Graduada em Farmácia – Bioquímica. Mestre em Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX. [email protected] RESUMO Os medicamentos constituem a forma mais frequente de tratamento na prática médica e representam um custo importante da Atenção Básica de Saúde. A Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua os Estudos de Utilização de Medicamentos (EUM) como aqueles que compreendem a comercialização, distribuição, prescrição, dispensação e uso de medicamentos, com especial ênfase em suas consequências sanitárias, sociais e econômicas. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade da prescrição de medicamentos por meio de alguns indicadores definidos pela OMS. O estudo proposto teve caráter descritivo com abordagem quantitativa, foi realizado na cidade de Sericita, estado de Minas Gerais, no período das consultas da manhã e tarde, entre os meses de abril e maio de 2012. Foram prescritos um total de 196 medicamentos e verificou-se que 57,14% foram dispensados pela farmácia da UBS, 54,60% faziam parte da Lista de Medicamentos Essenciais, 51,02% foram prescritos utilizando o nome comercial e 48,98 % por nome genérico. Os dados demonstraram que existe a necessidade de uma conscientização dos profissionais em relação à importância da prescrição de genéricos e do cumprimento da legislação nacional. PALAVRAS-CHAVE: Prescrição de medicamentos, Serviços de saúde, Uso Racional de Medicamentos, Indicadores de prescrições. INTRODUÇÃO Ter acesso à assistência médica e a medicamentos não implica necessariamente em melhores condições de saúde ou qualidade de vida, pois os maus hábitos prescritivos, as falhas na dispensação, a automedicação inadequada podem levar a tratamentos ineficazes e pouco seguros. No entanto, é evidente que a possibilidade de receber o tratamento adequado, conforme e quando necessário, reduz a incidência de agravos à saúde, bem como a mortalidade para muitas doenças (ARRAIS et al., 2007). Os medicamentos constituem a forma mais frequente de tratamento na prática médica e representam um custo importante da atenção básica de saúde (NASCIMENTO, 2002). Quando utilizados adequadamente são também o recurso terapêutico mais frequentemente custo-efetivo (MARIN et al., 2003). A prescrição é uma ordem escrita por profissionais habilitados, dirigida ao farmacêutico e ao paciente, definindo os medicamentos que devem ser dispensados e determinando as condições em que o mesmo deve ser utilizado (MARIN et al, 2003). Segundo (CUNHA et al, 2002), a Organização Mundial de Saúde (OMS) conceitua os Estudos de Utilização de Medicamentos (EUM) como aqueles “que compreendem a comercialização, distribuição, prescrição, dispensação e uso de medicamentos em uma sociedade, com especial ênfase em suas consequências sanitárias, sociais e econômicas”. Uma das preocupações da Organização Mundial de Saúde é a disseminação do Uso Racional de Medicamentos (URM) (PORTAL DA SAÚDE, 2012). O URM é definido como o processo que compreende a prescrição apropriada, a disponibilidade oportuna e a preços acessíveis, a dispensação em condições adequadas, o consumo nas doses indicadas, nos intervalos definidos, no período de tempo indicado, de medicamentos eficazes, seguros e de qualidade (ROSA, 2005). Frente ao exposto, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade da prescrição de medicamentos por meio de alguns indicadores definidos pela OMS. Trabalhos como este são de fundamental importância para aqueles que elaboram e implementam políticas de saúde, pois fazem com que conheçam o padrão de prescrição e utilização de medicamentos. Apenas conhecendo as possíveis causas do uso irracional dessas substâncias, poderão ser desenvolvidas estratégias de gestão e controle que agreguem qualidade ao processo de utilização de medicamentos e tragam melhor relação custo-benefício para a comunidade atendida. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Segundo a PORTARIA nº 3.916/MS/GM, a prescrição é o ato de definir o medicamento a ser consumido pelo paciente, com a respectiva dosagem e duração do tratamento. Em geral, esse ato é expresso mediante a elaboração de uma receita médica. O correto preenchimento da prescrição é essencial já que erros provenientes da prescrição médica podem causar danos à saúde do paciente (ARAUJO e UCHOA, 2011). A OMS desenvolveu indicadores de qualidade e quantidade de medicamentos para estimular o uso racional dos mesmos (OLIVEIRA et al., 2009). Esses indicadores servem para orientar a adoção de medidas corretas com o objetivo de alcançar resultados concretos (MARCONDES, 2002). Esses também podem ser usados para medir impactos de intervenções bem como representarem instrumento de supervisão para detectar problemas de desempenho individuais ou de estabelecimentos (MARCONDES, 2002). Os indicadores de uso de medicamentos são classificados em três tipos: indicadores de prescrição, de assistência ao paciente e sobre os serviços de saúde. Os indicadores de prescrição, propostos pela OMS, são média de medicamentos por prescrição médica, porcentagem de medicamentos prescritos pelo nome genérico, porcentagem de medicamentos prescritos da lista de medicamentos essenciais, porcentagem de antibióticos prescritos e porcentagem de injetáveis prescritos (BORGES e SILVA, 2010). A OMS considera adequada uma média de 2 ou menos medicamentos por receita. A média encontrada no Brasil foi de 2,3 (LIELL et al., 2009). Esse indicador pretende avaliar o grau de polifarmácia (SANTOS e NITRINI, 2004). A polifarmácia é definida como o uso simultâneo, e de forma crônica, de fármacos diferentes pelo mesmo indivíduo (SILVA et al., 2004). Ela aumenta a chance de ocorrência reações adversas a medicamentos, de interações medicamentosas, de toxicidade cumulativa, de erros de medicação, de redução a adesão ao tratamento e da elevação da morbimortalidade (SECOLI, 2010). A prescrição de medicamentos genéricos tem grande importância na racionalização das ações da assistência farmacêutica, baixando os custos de aquisição dos medicamentos e facilitando a adoção de protocolos ou padronização de esquemas terapêuticos (MARCONDES, 2002). Oficialmente, os medicamentos genéricos custam 35% a menos que os medicamentos de referência, visto que os fabricantes não precisam investir em propaganda e tem custo reduzido com pesquisa (TORREAO, 2010). A OMS preconiza que 100% dos medicamentos utilizados no SUS devem ser genéricos. No entanto, existem diversos estudos em que essa taxa não foi alcançada (GIROTTO e SILVA, 2006); (ARAUJO e UCHOA, 2011); (FURINIet al.,2011). Em um estudo realizado no Brasil, a porcentagem identificada foi 84,2% (LIELL et al., 2009). Sendo assim, é necessário conscientizar os profissionais de saúde sobre importância da prescrição de genéricos e do cumprimento da legislação nacional (GIROTTO e SILVA, 2006). Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a oferta cada vez maior de medicamentos similares, de equivalentes ou alternativas farmacêuticas, associada ao intenso trabalho de marketing, estimula a prescrição e o uso irracional de fármacos (BORGES e SILVA, 2010). O governo federal com o intuito de facilitar o acesso da população aos medicamentos, em 1999, regulamentou a lei 9787/99 (BRASIL, 1999), conhecida como “a lei dos genéricos”. Medicamento genérico é o “medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade” (CONSENDEY, 2000). De acordo com o artigo 3° da lei 9787/99, de 10 de fevereiro de 1999, as aquisições de medicamentos e as prescrições médicas e odontológicas de medicamentos, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS, adotarão obrigatoriamente medicamentos com o nome genérico. A partir desta, lei foi possível a produção de medicamentos com eficácia comprovada a baixos custos. Apesar de essa lei vigorar desde o ano de 1999, diversos estudos, como os de Silvério e Leite (2010), Santos e Nitrini (2004), Furiniet al., (2009) revelaram que, na grande maioria das vezes, ela não é cumprida. Nesse sentido, Guzatto e Bueno (2007) realizaram estudos com o objetivo de avaliar os erros nas prescrições atendidas e a retirada dos medicamentos, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Hospital de Clinicas de Porto Alegre (HCPA) Santa Cecília, assim como a assistência farmacêutica prestada. A metodologia foi um estudo longitudinal retrospectivo a partir das prescrições dispensadas na UBS no período de um mês, sendo todas as prescrições analisadas. Foram avaliadas 3.701 prescrições medicamentosas, sendo que 18% apresentavam algum tipo de erro. Através desse estudo, concluíram que, para se alcançar resultados positivos na terapêutica, a educação permanente sobre a importância da prescrição de medicamentos para os profissionais da saúde torna-se necessária, evitando os erros de prescrição e, em muitos casos, de demanda não atendida (GUZATTO e BUENO, 2007). Santos, Ottati e Nitrini (2004) também realizaram estudos com o objetivo de descrever a prática terapêutica de médicos alopatas e avaliar a assistência ambulatorial prestada à pacientes. O estudo foi realizado em Ribeirão Preto, SP, utilizando como base metodológica os indicadores de uso de medicamentos da OMS. Trabalhou-se com 10 UBS e 6.692 receitas. O número médio de medicamentos por receita foi de 2,2, compatível com o observado na literatura. Das prescrições, 30,60% foram feitas pela denominação genérica, valor considerado baixo. Em 83,40% das prescrições, os medicamentos constavam da Lista de Medicamentos Padronizados, indicativo de sua aceitação entre os profissionais. Do total de medicamentos prescritos, 60,30% foram fornecidos pela UBS. Em 70% das entrevistas, os pacientes tinham conhecimento da forma correta de utilizar o medicamento. Com esse estudo concluiu-se que a assistência prestada ao paciente é insuficiente. Segundo a OMS, citado por Eduardo (2010), para que o URM ocorra, é preciso, em primeiro lugar, estabelecer a necessidade da utilização do mesmo, ou seja, que se receite o medicamento apropriado, a melhor escolha de acordo com os ditames de eficácia e segurança comprovados e aceitáveis. Além disso, é necessário que o medicamento seja prescrito adequadamente, na forma farmacêutica, doses e período de duração do tratamento; que esteja disponível de modo oportuno, a um preço acessível, e que responda sempre aos critérios de qualidade exigidos; que se dispense em condições adequadas, com a necessária orientação e responsabilidade, e, finalmente, que se cumpra o regime terapêutico já prescrito, da melhor maneira possível. Portanto, a adoção de uma listagem padronizada de medicamentos é um meio previsto pelas políticas de medicamentos para regular a oferta de medicamentos a serem utilizados no setor público, apoiada em critérios de beneficio/risco e eficácia/custo (JONCHEERE, 1997). METODOLOGIA O estudo proposto é de caráter descritivo com abordagem quantitativa, que segundo Gressler (2004), é uma pesquisa utilizada para descrever certos fenômenos existentes, situações e eventos presentes, identificando problemas e justificando condições, a fim de comparar e avaliar o que os outros estão desenvolvendo em situações para futuros planos e decisões. A pesquisa foi realizada na cidade de Sericita, estado de Minas Gerais, cuja população é de aproximadamente 7.128 habitantes (IBGE 2010). A população de estudo constituiu-se de usuários da UBS Onofre Paula de Oliveira, localizada na referida cidade, estes foram selecionados de acordo com os atendimentos da demanda municipal. Para avaliar a utilização de medicamentos na rede pública, foram avaliadas as prescrições recebidas por pacientes logo após a consulta médica. Todos os dados foram levantados através da abordagem do paciente no momento de saída do consultório médico com a prescrição. Foram avaliadas a quantidade de medicamentos prescritos, porcentagem prescrita por nome genérico e porcentagem de medicamentos prescritos que figuram na Lista Local de Medicamentos Essenciais. Não houve obrigatoriedade na participação na pesquisa dos pacientes abordados. Aos que aceitaram participar, foi garantido o sigilo da identidade, além dos demais princípios éticos e legais de acordo com protocolo de pesquisa com seres humanos, estabelecido pela Resolução Conselho Nacional de Saúde n° 196/96. Ainda, foi fornecida aos investigados uma cópia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). A coleta de dados aconteceu no período das consultas da manhã e tarde entre os meses de abril e maio de 2012. Os dados foram analisados por estatística descritiva utilizando o Microsoft Office Excel. Os medicamentos prescritos foram codificados por meio do primeiro nível da classificação ATC (Anatomical Therapeutic Chemical Classification), que é um sistema de classificação de medicamentos, criado pelo Conselho Nórdico de Medicamentos, recomendado pelo Drug Utilization Research Group (DRUG) da OMS para a realização de EUM. Para este trabalho foi utilizada a classificação ATC mais recente, o ATC Index 2012, disponibilizada na página online da OMS na seção do Centro Colaborativo para Metodologia sobre Estatística de Medicamentos (http://www.whocc.no/atc_ddd_index/) (WHO, 2012). RESULTADOS E DISCUSSÕES A UBS Onofre Paula de Oliveira na cidade de Sericita/MG oferta serviços de Atenção Básica aos moradores da cidade. Sendo assim é oferecido atendimento com médicos clínico geral, pediatra e ginecologista, além do serviço de odontologia. Foram abordados nesta unidade, pós-consulta médica durante a pesquisa, 174 pacientes e desse total, 27,00% não quiseram participar. Dos que aceitaram a participar do estudo, 80,34% saíram do consultório com pelo menos um medicamento prescrito. Foram prescritos um total de 196 medicamentos uma média de 1,13 medicamento por prescrição. Esse resultado é similar à média descrita por Costa, Macedo e Hermógenes (1992), que foi de 1,7 medicamentos por prescrição, e inferior às médias descritas por Santos (1999), Simões e Falvo (2000) e Carneiro, Marques e Simões (2000), que foram de 2,4, 2,6 e 2,9 medicamentos por prescrição, respectivamente. A elevada prescrição medicamentosa após uma consulta médica parece ser fato rotineiro. É o que constatam Correia (2000) e Fernandes (1998), quando identificam frequências elevadas de prescrições após consultas médicas. Segundo Correia (2000), esse elevado número pode denotar baixa qualidade no atendimento ou interesse do profissional em finalizar a consulta, saltando etapas precedentes essenciais de exame do paciente e formulação de um diagnóstico. Do total de medicamentos prescritos, 54,60% faziam parte da Lista de Medicamentos Essenciais resultado muito inferior ao encontrado por Nascimento Jr. (1999), em Florianópolis (86,50%). Em contrapartida, os resultados obtidos em Sericita são superiores ao encontrados por Fegadolli, Mendes e Simões (2002) (22,80%). O objetivo de se trabalhar com medicamentos essenciais é promover disponibilidade, acesso, sustentabilidade, qualidade e uso racional de medicamentos, tanto pelos profissionais de saúde quanto pelos usuários. Dos medicamentos prescritos, 57,14% foram dispensados pela farmácia da UBS. Quanto ao fornecimento de medicamentos pela rede pública, ele é de grande importância quando analisado sobre o aspecto médico-social. O Brasil apresenta elevada desigualdade social, havendo estimativas de que existem mais de 50 milhões de brasileiros excluídos do consumo de medicamentos, devido ao baixo poder aquisitivo. Dessa forma, podemos ter um diagnóstico e uma prescrição adequada, sem que o paciente alcance sucesso terapêutico por dificuldades no acesso ao produto (SANTOS E NITRINI, 2004). Entre os medicamentos mais prescritos, segundo primeiro nível da Classificação ATC, estão aqueles que agem no Sistema Nervoso (25,51%), Aparelho Cardiovascular (14,27%) e Sistema músculo-esquelético (14,27%). E entre medicamentos mais prescritos estão a fluoxetina (2,55%) e o omeprazol que também apareceu em (2,55 %) das prescrições. Em estudo realizado por Andrade et al.(2004) encontrou-se um alto índice de prescrições de fluoxetina (68,80%), assim como Mendes (2010) detectou o omeprazol entre os medicamentos mais prescritos (50,20%). Além disso, é comum os medicamentos que agem no sistema nervoso central estarem entre os mais prescritos, como o evidenciado por Arrais et al. (1997). Quanto à denominação genérica, por se tratar de um trabalho realizado numa UBS, esperava-se que todas as prescrições utilizassem a Denominação Comum Brasileira (DCB), como estabelecido pela Lei 9.787/99, no entanto, 51,02% das prescrições utilizaram o nome comercial. Este resultado é semelhante ao encontrado no município de Londrina, que obteve 66,5% de prescrição pela denominação genérica (GIROTTO E SILVA, 2006). Resultados inferiores podem ser vistos em Ribeirão Preto, 30,60% (SANTOS 2004), e Araraquara, 36,10% (SIMÕES et al., 1996). Em outros trabalhos realizados no Brasil, valores maiores foram encontrados em Campo Grande, 84,30% (CUNHA et al., 2002), e Fortaleza, 74% (LOPES et al., 1996). O uso da DCB, além de obrigatório no âmbito do SUS, reduz as confusões entre nomes de medicamentos. O uso de denominação comercial pode induzir a erros, principalmente devido ao enorme número de especialidades farmacêuticas no mercado, atendendo a interesses de mercado (CARVALHO, 1999). Para o paciente, a não utilização da denominação genérica nas prescrições pode criar dificuldades na identificação do medicamento em função da confusão entre nomes comerciais e genéricos, além de poder ocasionar à aquisição de medicamentos mais caros. Apesar de a legislação sobre genéricos vigorar desde 1997, suas recomendações ainda não foram seguidas integralmente em relação aos prescritores. Sendo assim, existe a necessidade de medidas constantes de conscientização dos profissionais prescritores, principalmente os médicos, para a importância da prescrição de genéricos e do cumprimento da legislação nacional (GIROTTO & SILVA, 2006). CONSIDERAÇÕES FINAIS A correta elaboração e avaliação da prescrição são alguns dos primeiros passos para promover o uso racional de medicamentos para a cura da enfermidade a qual o paciente procura. É necessário conhecer a realidade do município, e a partir daí promover políticas de intervenções que estimulem o uso racional de medicamentos. Deve ocorrer treinamento contínuo dos profissionais prescritores buscando sempre a prescrição racional. Dessa forma, fica evidente a necessidade de pronto estabelecimento de uma lista essencial de medicamentos e o conhecimento desta pelos profissionais diretamente ligados ao ciclo do medicamento para garantir o Uso Racional de Medicamentos. REFERÊNCIAS ANDRADE, M. F.; ANDRADE, R. C. G.; SANTOS, V. Prescrição de psicotrópicos: avaliação das informações contidas em receitas e notificações. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. v.40 n.4 São Paulo out./dez. 2004. ARAÚJO, P. T. B.; UCHÔA, S. A. C. Avaliação da qualidade da prescrição de medicamentos de um hospital de ensino. Ciência & Saúde Coletiva. v.16, s.1, p. 1107-1114, 2011. ARRAIS, P. S. D.; BARRETO, M. L.; COELHO, H. L. L. C. Aspectos dos processos de prescrição e dispensação de medicamentos na percepção do paciente: estudo de base populacional em Fortaleza, Ceará, Brasil. 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[email protected] RESUMO O objetivo central do trabalho foi avaliar a qualidade da água das propriedades situadas na zona rural da cidade de Matipó/MG. A qualidade da água é requisito essencial para a manutenção da saúde. Na área rural, as águas subterrâneas, oriundas de poços e água dos rios, de uma forma geral, constituem-se importantes fontes de suprimento de água para consumo humano e animal. O diagnóstico da utilização da água e o conhecimento das pessoas nessas áreas sinaliza para os riscos à saúde dessas populações e da contaminação e poluição dos mananciais que nascem ou passam nessas regiões. Tratou-se de um estudo de natureza descritiva com abordagem quantitativa. Foi realizada a verificação da qualidade da água, através do método de filtração por membrana, no qual foi feita a identificação do tipo do microrganismo e sua quantificação. Foram visitadas quatro propriedades rurais no munícipio de Matipó/MG, onde coletamos duas amostras em cada propriedade. Das oito amostras avaliadas, sete apresentaram contaminação, o ponto 1 não apresentou nenhuma contaminação, os ponto 2, 3 e 4 apresentaram contaminação. Os pontos 3 e 4 apresentam uma contaminação por coliformes totais (30%) e por E. Coli (70%). Com relação aos parâmetros microbiológicos através da quantificação, todos os pontos estão dentro dos parâmetros aceitos para consumo humano de acordo com a Portaria nº. 518 do Ministério da Saúde. Mas em relação à RDC 54/00 os ponto 3 e 4 precisam de um tratamento e cuidados, pois apresentam contaminação. PALAVRAS – CHAVE: Qualidade da Água, Zona Rural, Filtração por Membrana INTRODUÇÃO Na área rural, as águas de uma forma geral, constituem-se importantes fontes de suprimento para consumo humano e animal. Tradicionalmente, esse tipo de fonte de abastecimento é considerada segura para o consumo "in natura". A maior exigência de qualidade da água é a proteção à saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde, os grandes desafios da saúde ainda as doenças de veiculação hídrica ou que tenham como elo importante da cadeia o ambiente. Não há como combater as doenças causadas por contaminações hídricas deixando de lado as populações rurais, nas quais a adequada captação e uso da água são sabidamente mais negligenciados do que nos grandes centros urbanos. Há grande importância em buscar o conhecimento da realidade rural, caracterizada por populações com menor acesso às medidas de saneamento e pela presença de atividades agropecuárias altamente impactantes, podendo interferir na qualidade da água dos mananciais, muitos desses utilizados no abastecimento de água nas cidades. O diagnóstico da utilização da água e do conhecimento das pessoas nessas áreas sinaliza para os riscos à saúde dessas populações e da contaminação e poluição dos mananciais que nascem ou passam nessas regiões. Com este estudo, objetivou-se estudar a qualidade da água dos mananciais, utilizada para consumo doméstico, dessedentação de animais e irrigação de culturas das propriedades situadas na zona rural da cidade de Matipó/MG. A qualidade da água é requisito essencial para a manutenção da saúde, por isso os resultados devem ser comparados aos padrões estabelecidos pela legislação vigente. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA As propriedades rurais cumprem uma função social muito importante nos centros urbanos, quando se tornam produtivas sem agredir ao meio ambiente. De acordo com Teixeira e Leal (2002), a sua utilização deve ser feita de forma racional e adequada, visando à saúde dos proprietários e daqueles que nela trabalham, bem como de suas famílias. É bem conhecida a importância da água para os processos vitais e para a saúde humana. A água é essencial para o funcionamento biológico em todos os níveis, desde o metabolismo dos organismos vivos até o equilíbrio dos ecossistemas. Segundo Sá et al. (2005), a água não é como os demais recursos naturais da Terra, nem somente uma matéria-prima. Ela é primordialmente um bem ambiental e pode se tornar um bem econômico. É a única matéria-prima ambiental cuja utilização tem um efeito de retorno sobre o manancial utilizado. Dessa forma, a gestão dos recursos hídricos, principalmente no ambiente rural, da água de chuva, rios, subterrâneas e de reuso não-potável, deve considerar o uso cada vez mais eficiente da água disponível, ou seja, a obtenção de cada vez mais benefícios com o uso de cada vez menos água e proteção da sua qualidade. Existe atualmente, uma preocupação geral com o futuro do planeta Terra e com o abastecimento de água para as populações, principalmente, com a disponibilidade de mananciais em condições de vazões disponíveis e com a qualidade da água (DANTAS & MORAIS, 2005). Inúmeras são as impurezas que se encontram nas águas naturais, várias delas inócuas, pouco desejáveis e algumas extremamente perigosas (SILVA e ARAUJO, 2003). Segundo Passador e Freitas (2001), a água encontrada na natureza possui uma série de impurezas, que definem suas características físicas, químicas e biológicas. Ao atingir o solo seu grande poder de dissolver e carrear substâncias altera ainda mais suas qualidades. Conforme Pegoraro (2006), água potável e saneamento são instrumentos de saúde e, limitações na aplicação de conceitos e normas que reduzem os riscos sanitários associados com o abastecimento de água contaminados, com agentes de natureza microbiológica ou química, expõem a população a riscos de doenças e mortes com consideráveis perdas econômicas e políticas. O conceito de qualidade de água de acordo com o Ministério da Saúde (2007) relaciona-se a seu uso e características por ela apresentadas, determinadas pelas substâncias presentes. A cada uso corresponde uma qualidade e quantidade, necessárias e suficientes. Seu padrão de potabilidade é composto por um conjunto de parâmetros que lhe conferem qualidade própria para o consumo humano. Segundo Brasil (2006), a água potável não deve conter microorganismos patogênicos e deve estar livre de bactérias indicadoras de contaminação fecal. Os indicadores de contaminação fecal, tradicionalmente aceitos, pertencem a um grupo de bactérias denominadas coliformes. A principal representante desse grupo é a bactéria Escherichia coli. A Portaria n° 518, de março de 2004 do Ministério da Saúde, estabelece os procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade e dá outras providências. Segundo ela toda a água destinada ao consumo humano deve obedecer ao padrão de potabilidade e está sujeita à vigilância da qualidade da água. O meio rural muitas vezes não conta com nenhum ou poucos incentivos para tratamento de água. Logo, esses patógenos, que podem ser exemplos de microrganismos eliminados das águas de abastecimento por meio do tratamento convencional na ambiente rural, podem ocasionar uma contaminação do sistema de distribuição local. Segundo o Ministério da Saúde (2007) a identificação dos microrganismos patogênicos na água é, quase sempre, morosa, complexa e onerosa. Por tal razão, tradicionalmente recorre-se à identificação dos organismos indicadores de contaminação, na interpretação de que sua presença indicaria a introdução de matéria de origem fecal (humana ou animal) na água e, portanto, o risco potencial da presença de organismos patogênicos. Segundo Teixeira e Leal (2002), as bactérias heterotróficas não criam uma camada protetora para os microorganismos patogênicos fazendo com que eles não consigam ser inativados pelos agentes desinfectantes deixando assim a água ainda contaminada. Segundo o Ministério da Saúde (2007) a identificação dos microrganismos patogênicos na água é devido ao alto custo e demora de identificação de tais microorganismos, recorre-se à identificação dos organismos indicadores de contaminação fecal (humana ou animal) na água e, portanto, o risco potencial da presença de organismos patogênicos. A água é fonte de vida para o ser humano, quando distribuída adequadamente garante uma grande qualidade de subsistência humana. (FREITAS et al, 2002). Conforme Pegoraro (2006), água tratada e saneamento são indicadores de uma boa saúde. Reduzem os riscos sanitários associados através do abastecimento de água contaminada, com agentes de natureza microbiológica ou química. Quando a água não é tratada existe o risco doenças e mortes com consideráveis perdas econômicas e políticas. Para Freitas et al., (2002), em decorrência do fato de que os microrganismos patogênicos usualmente aparecem de forma intermitente e em baixo número na água, podem-se pesquisar outros grupos de microrganismos que coexistem com os patogênicos nas fezes. Desse modo, a presença desses microrganismos na água constitui indicador de poluição fecal, principalmente os originários do homem e de animais. Os coliformes totais, coliformes fecais podem ser utilizados como indicadores de poluição fecal na água, através de diversas técnicas de avaliação da qualidade da água. METODOLOGIA As áreas de estudo estão localizadas na zona rural da cidade de Matipó/MG, que está localizada na região II da Zona da Mata Mineira. De acordo com o senso realizado no ano de 2010 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), sua população é de 17.639 habitantes, urbano e rural. Sua principal fonte de renda é a agropecuária, tendo maior destaque a cafeicultura. Trata se de um estudo de natureza descritiva com abordagem quantitativa, para avaliar a qualidade da água em propriedades na zona rural de Matipó/MG. Figura 1. Localização do município de Matipó – MG (Fonte: Wikipédia; Google Earth, 2012). Foi realizada a verificação da qualidade da água, através do método de filtração por membrana. De acordo com Vieira et al., (2008), além da identificação do tipo do microrganismo de um meio, também é importante em alguns casos sua quantificação. As coletas das amostras de água foram realizadas no mês de outubro de 2012 em 04 propriedades distribuídas na zona rural da cidade de Matipó/MG. A metodologia para coleta das amostras de águas foi baseada nos padrões estabelecidos por SOUZA e DERISIO (2009) e pela APHA (2005). Todas as amostras foram analisadas microbiologicamente pela técnica de filtração por membrana, que se baseia na filtração de um volume conhecido da amostra (100 ml), através de uma membrana filtrante estéril com porosidade de 0,45µm. Foram feitas diluições (100 a 105) para facilitar a quantificação das bactérias e também dar mais segurança aos resultados. Após a avaliação da presença de microorganismos foi feita a quantificação de Escherichia Coli e Coliformes totais. RESULTADOS E DISCUSSÕES Foram visitadas quatro propriedades rurais no munícipio de Matipó/MG, onde coletamos duas amostras em cada propriedade, totalizando quatro pontos e oito amostras. Cada amostra passou por análise microbiológica de filtração por membrana. Das oito amostras avaliadas, sete apresentaram contaminação, o ponto 1 não apresentou nenhuma contaminação, os ponto 2, 3 e 4 apresentaram contaminação. Segundo DOMINGUES et al., (2007) atualmente a portaria nº 518/2004 estabelece a determinação da presença de coliformes totais e termotolerantes (E.coli) e a contagem de bactérias heterotróficas para verificar a qualidade da água para consumo humano. A contagem destas colônias forneceu informação sobre o número presuntivo de coliformes totais possivelmente presentes no volume de água analisada. Não foi identifica nenhuma unidade formadora de colônia no ponto 1, no ponto 2 tivemos 1 UFC/ml, no ponto 3 apresentou 110 UFC/ml e o ponto 4 teve 19 UFC/ml. De acordo com a Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde, nenhuma amostra apresentou valores superiores ao recomendado. Nos pontos 3 e 4, foram feitos novas avaliações para identificação, pois os mesmo tiveram um maior numero de colônias. Dos dois pontos analisadas, 30% apresentam uma contaminação por coliformes totais e 70% por E. Coli, estando, portanto em desacordo com os padrões microbiológicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde RDC nº 54/00. De acordo com o Ministério da Saúde através RDC 54/00, as características microbiológicas, em relação a E. coli, em 100 ml devem estar ausentes os coliformes, em 100 ml deve obter valores entre <1,0 UFC; <1,1 NMP ou ausência. Segundo Pegoraro (2006), a presença de colónias amarelas, lactose positivas, na membrana filtrante que foi incubada a considerada indicação presuntiva da presença na 44.5ºC durante 24h, é água de coliformes fecais (termotolerantes). Normalmente, requer a confirmação da presença da espécie fecal Escheridria coli (E. coli). A forma utilizada, para confirmar se as colónias amarelas isoladas a 44.5ºC pertencem à espécie E. coli, foi através do subcultivo dessas colônias em um meio de cultura seletivo de aminoácido triptofano e o substrato fluorogénico MUG ("4- methylumbelly - feryl - β - D - glucuronide"). Em seguida incubaram-se as suspensões de células obtidas à temperatura 44.5ºC durante 24h. Foram contadas como colónias de E. coli, as colónias amarelas que, após este período, tenham conduzido a culturas que: a) hidrolizam o substracto MUG (em resultado da atividade da enzima β-glucuronidase) com formação de um produto fluorescente, que é observável por irradiação da cultura com luz ultra-violeta; b) produzem índole a partir do triptofano (a presença de índole na cultura foi revelada com reagente de KOVAC). De acordo com Cabrini e Gallo (2010), a presença de coliformes totais não significa necessariamente contaminação fecal, sendo, contudo, um poderoso indicador das condições higiênicas das águas. Segundo Santos (1999), embora a maioria das bactérias heterotróficas da flora natural da água não sejam consideradas patogênicas, é importante que sua densidade seja mantida sob controle, pois densidade muito elevadas de microorganismo podem atuar como agentes oportunistas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Baseando-se nos resultados apresentados, o uso do processo de membranas para a avaliação da qualidade da água se mostrou ser uma alternativa eficaz para identificação da qualidade da água utilizada no meio rural. Em relação aos parâmetros microbiológicos através da quantificação de bactérias heterotróficas presente na água da zona rural, todos os pontos estão dentro dos parâmetros aceitos para consumo humano de acordo com a Portaria nº. 518 do Ministério da Saúde. Mas em relação à RDC 54/00 os pontos 3 e 4 precisam de um tratamento e cuidados, pois apresentam contaminação. Consumir água de qualidade é muito importante e ficou evidente neste trabalho a importância de se ter uma manutenção correta dos rios, poços entre outros meios, garantindo assim água de qualidade dentro dos padrões exigidos, o que proporcionará uma melhor qualidade de vida para toda população da zona rural de Matipó/MG. REFERÊNCIAS APHA (2005). 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