Página 4 - Sul Rural
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Página 4 Governo anuncia mecanismos para comercialização de arroz O governo federal anunciou, no início de fevereiro, um conjunto de medidas de apoio à comercialização, custeio e investimento agropecuário, com a previsão de liberação de recursos na ordem de R$ 2,56 bilhões ainda neste mês. Para o arroz, estão previstos R$ 300 milhões para formação e carregamento de estoques, por meio de Empréstimos do Governo Federal (EGF). Também haverá leilões de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), para 300 mil toneladas de arroz do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O primeiro pregão está marcado para 21 de fevereiro, com oferta de 60 mil toneladas. No dia 7 de março, acontece o primeiro leilão de Prêmio de Risco de Opção Privada (Prop), com oferta de 50 mil toneladas dos dois estados. O Prop somará 300 mil toneladas. Há a previsão da compra de 250 mil toneladas por meio de Aquisições do Governo Federal (AGF). O pleito dos produtores era de R$ 900 milhões para a comercialização de 2,4 milhões de toneladas. Mesmo assim, o presidente da Comissão de Arroz da Farsul, Francisco Schardong, considerou as medidas anunciadas altamente positivas. “Não são aquelas que solicitamos em Brasília, mas o governo mostrou certa sensibilidade e, com isso, teremos condições de equilibrar o mercado, que vinha em baixa”, afirmou. O dirigente acrescentou que o anúncio de mecanismos neste mo- Cresce procura por cursos do Senar-RS O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SenarRS) realizou 321 cursos em janeiro deste ano, o que representa aumento de quase 100% na realização de cursos profissionalizantes comparado ao mesmo período no ano passado, quando foram realizados 165 cursos. Segundo o chefe da Divisão Técnica do Senar-RS, Taylor Guedes, uma série de motivos proporcionaram o crescimento. Entre eles, o enga- jamento de novos parceiros locais como incentivadores dos cursos, além do aumento do número de técnicos para ministrarem os cursos. Entre os cursos mais procurados estão o de Saneamento Rural Básico, que ensina sobre a importância de ter uma estrutura apropriada para manter a saúde na propriedade, Pulverizador Motorizado, Aproveitamento Integral de Alimentos e Artesanato em Macramé. Curso de aproveitamento integral de alimentos A liberação de R$ 300 milhões em EGF deve garantir a formação e o carregamentos de estoques mento é importante devido à proximidade do início da colheita. “Através do preço mínimo de R$ 22,00 previsto para fevereiro, do AGF, do EGF, do PEP e do Prop, fortaleceremos o mercado e teremos condições de trazer o preço mínimo para os R$ 22,00 quando abrir a safra, e depois obter os R$ 25,00, que é o desejo dos produtores”, comentou o dirigente. Schardong ainda disse que, se houver organização da cadeia, não haverá preços aviltados, como ocorreu na safra passada. “Com a previsão anunciada pela Conab de redução de 20% na área plantada, o que colheremos não será suficiente, mesmo com os estoques altos. Com estas medidas teremos condições de administrar a oferta e a tendência é que tenhamos uma safra mais favorável que em 2005”, afirmou. Lavoura Schardong comentou que houve uma pequena redução na área plantada de arroz em relação ao ano passado, o que não deve acarretar em menor safra, em função da concentração de tecnologia. O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) aponta que, em todas as regiões do Estado, o cereal ultrapassou a fase de germinação e emergência. A maior parte das lavouras está no estágio vegetativo. A colheita deve intensificar-se na segunda quinzena de março. Fiscalização A Farsul orienta os arrozeiros que têm estoques da Conab que contratem uma empresa classificadora para elaboração de novo laudo. Os estoques serão submetidos à fiscalização de técnicos para verificação de qualidade (rendimento e renda) e o laudo servirá para arbitramento na equalização do suposto rebaixamento de qualidade. Os estoques foram adquiri- dos pela Conab, por meio de AGF, em 2005, e submetidos à classificação na época, por diversas empresas classificadoras. Na operação Pente Fino, a Conab contratou a Emater para realizar a fiscalização, ocasionando rebaixamento de qualidade do produto em várias regiões. Para Schardong, o rebaixamento causa estranheza porque o grão em estoque é o mesmo vistoriado quando da aquisição recente. Exportação A maior exportação de arroz a granel do Rio Grande do Sul foi registrada em 2005. Nos primeiros 11 meses do ano, o porto de Rio Grande movimentou 224.756 toneladas, contra 23.089 toneladas em 2004, ou seja, aumento superior a 800%. Com altos estoques e com os preços aviltados do mercado interno, produtores gaúchos optaram pelos embarques para escoar parte da produção.