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2 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO EDITORIAL Brechas perigosas S ão benéficas algumas das determinações das Medidas Provisórias (MPs) baixadas pelo governo federal, relativas ao Programa Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) e à construção e reforma de estádios de futebol. Mas uma das MPs alterou novamente a Lei 8.666, colocando em risco a concorrência que deve presidir as licitações públicas. Uma das boas novas foi o aumento, de R$ 60 mil para R$ 75 mil, do valor máximo dos imóveis do PMCMV que podem se beneficiar da alíquota reduzida de IR, PIS/Cofins e CSLL. Além disso, a alíquota, de 1% da receita do contrato de construção, valerá até 2014, segundo a MP 497. A mesma Medida desonerou materiais, bens e serviços, criando o Regime Especial de Tributação (Recom) para construção, ampliação, reforma ou modernização de estádios a serem utilizados na Copa das Confederações de 2013 e na Copa do Mundo de 2014. Também foram desoneradas as subvenções econômicas concedidas às empresas que investirem em novas tecnologias. Novo colunista A partir desta edição, o professor dos MBAs da Fundação Getulio Vargas e consultor da FGV Projetos, Robson Gonçalves, assume a coluna Conjuntura. Ele substituirá o professor Paulo Gala, que precisou se dedicar a outros projetos profissionais. Também por razões profissionais, o professor Luiz Henrique Ceotto necessitou suspender temporariamente suas colaborações para a coluna Qualidade e Produtividade, devendo retomálas na edição de outubro. Sergio Watanabe* MPs que mudam Lei de Licitações podem cercear a ampla concorrência Outra MP, a 496, facilitou aos municípios a contratação de financiamentos autorizados pelo Conselho Monetário Nacional, para obras de infraestrutura com vistas à Copa de 2014 e às Olimpíadas de 2016. Já a MP 495 alterou a Lei de Licitações (Lei 8.666). Em vigor desde 20 de julho, ela possibilita ao poder público exigir que as empresas participantes de concorrências públicas promovam, “em favor da administração pública ou daqueles por ela indicados, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabelecida pelo Poder Executivo Federal”. Ou seja, um edital de concorrência para a construção de casas populares poderá prever que a licitação será vencida pela construtora que obtiver crédito para os futuros mutuários, beneficiando algumas empresas de porte com condições de negociar esse financiamento junto aos bancos, e alijando do mercado as demais. E quanto mais o poder público restringe o número de participantes de uma concorrência, mais fácil se torna o acerto prévio para a escolha do vencedor. Da mesma forma, preocupa que a MP deixe para o Poder Executivo Federal estabelecer a forma pela qual tais compensações poderão ser exigidas dos licitantes. O risco é de se privilegiar vantagens financeiras momentâneas em detrimento da ampla concorrência. Essa brecha para a concentração do mercado de obras públicas e até para governantes inescrupulosos dirigirem as concorrências às empresas com as quais tenham se acertado previamente não pode ficar aberta. Em maio, a Lei de Licitações já havia sido modificada pela MP 489, que permitiu inversão de fases e até dispensa de ampla publicidade nas licitações para as obras da Copa e das Olimpíadas. Até então, a reforma da Lei de Licitações vinha sendo debatida no Congresso, com a participação da sociedade. O governo deveria retirar dos textos das MPs 489 e 495 os dispositivos que limitam a concorrência, voltando a discutir o tema no Congresso. * PRESIDENTE DO SINDUSCON-SP cas, mentários, críti Envie seus co as m te de gestões perguntas e su na: para esta colu m .b r nd us co ns p. co si pr es id en te @ REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 3 VOZ DO ESCREVA PARA ESTA SEÇÃO LEITOR [email protected] - Fax (11) 3334-5646 R. Dona Veridiana 55, 2º andar - 01238-010 São Paulo PREVENÇÃO A ACIDENTES Agradeço a atenção do SindusCon-SP ao nosso convite para celebrarmos de forma pró-ativa o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes, em 27 de julho. Neste sentido, a edição 849 do Janela no dia 25 /7 foi uma excelente contribuição do SindusConSP. Certamente, porém, o mais importante são as ações desenvolvidas continuadamente, no que o SindusCon-SP é também exemplar e merecedor de nossas homenagens. Antonio Carlos Mendes Gomes (Presidente da Comissão de Política de Relações Trabalhistas da CBIC) PAINÉIS ARQUITETÔNICOS Vamos reproduzir em nossa revista um artigo do professor Ercio Thomaz que li na revista Notícias da Construção, intitulado "Painéis arquitetônicos" (edição 91, julho de 2010).Nossa cidade,Votuporanga, passa por um momento de reformulação na sua principal rua comercial e o texto cairá muito bem. Ester Alkimim (Diretora de Redação da Revista Casanova) RETIFICAÇÕES Na 2ª frase do 6º parágrafo do artigo “Redefinindo o conceito”, do professor Vahan Agopyan (edição 90, junho de 2010), a edição qualificou a Lei do Bem como sendo de inovação, quando ela é de incentivos fiscais. No último parágrafo do artigo “Sinergia na construção”, do mesmo articulista (edição 91, julho de 2010), o correto é dizer que nenhum dos operários da obra sofreu acidente com afastamento do trabalho nesses três anos. 6 Capa 22 Meio Ambiente Setor quer prazo maior e alterações na Norma de Desempenho Sindicato colabora com governo estadual 30 SindusCon-SP em Ação Mercadante fala em PAC paulista Sindicato quer qualificar trabalhador já Ourinhos programa qualificação Agricultores irão para a construção Banco japonês faz visita Trabalhadores homenageiam Ishikawa Criada Diretoria de Assuntos Estratégicos Zaidan preside o Conselho Consultivo Evento debaterá habitação sustentável 12 Imobiliário 32 Relações do trabalho Seminário de legalização terá caso real Guia foi o primeiro fruto Sindicato aumenta prevenção a acidentes GT discutirá certificação profissional 16 Insumos 38 Notícias das Regionais Faltam operadores de grandes máquinas Aço importado continua com preço atrativo Bauru celebra 25 anos de atuação Lançada a cartilha “Obra Legal” Santo André lança Banco de Currículos Sorocaba participa de Conselho Audiência discute questões trabalhistas Ribeirão inova no ConstruSer Regional terá novos cursos Jurídico também atende em São José Empresários confraternizam em Santos Regional luta contra a dengue Prudente tem curso de mestre de obras Missão de Campinas visita Portugal 10 Eleições 2010 18 Missões Técnicas Rumo aos EUA, para ver Green Buildings 21 Qualidade e produtividade Construção tem 19 novas normas técnicas COLUNIST AS COLUNISTAS 5 ROBSON GONÇALVES - CONJUNTURA 14 CELSO PETRUCCI – FINANCIAMENTO 36 JOSÉ CARLOS DE ARRUDA SAMPAIO – DESAFIOS NO CANTEIRO 44 ANA CAROLINA ZORICIC E PRISCILA GONÇALVES – JURÍDICO 20 MARIA ANGELICA COVELO SILVA – GESTÃO DA OBRA 24 PEDRO LUIZ ALVES– MOTIVAÇÃO 46 RICARDO OLIVEIRA PERES - PREVENÇÃO E SAÚDE 28 MARIA ANGELICA LENCIONE PEDRETI – GESTÃO 48 ERCIO THOMAZ - SOLUÇÕES INOVADORAS 34 ANTONIO JESUS DE BRITTO COSENZA – MARKETING 50 VAHAN AGOPYAN – INOVAÇÃO Presidente SERGIO TIAKI WATANABE Vice-presidentes CRISTIANO GOLDSTEIN DELFINO PAIVA TEIXEIRA DE FREITAS FRANCISCO ANTUNES DE VASCONCELLOS NETO HARUO I SHIKAWA JOSÉ ANTONIO MARSILIO SCHWARZ JOSÉ CARLOS MOLINA JOSÉ ROBERTO PEREIRA ALVIM LUIZ ANTÔNIO MESSIAS MARCOS ROBERTO CAMPILONGO CAMARGO MARISTELA ALVES LIMA HONDA MAURICIO LINN BIANCHI ODAIR GARCIA SENRA PAULO BRASIL BATISTELLA Diretores das Regionais JOSÉ BATISTA FERREIRA (RIBEIRÃO PRETO) JOSÉ ROBERTO ALVES (SÃO JOSÉ DOS CAMPOS) LUÍS GUSTAVO RIBEIRO (PRESIDENTE PRUDENTE) LUIZ CLÁUDIO MINNITI AMOROSO (CAMPINAS) RENATO TADEU PARREIRA PINTO (BAURU) PAULO PIAGENTINI (SANTO ANDRÉ) RICARDO BESCHIZZA (S ANTOS) RONALDO DE OLIVEIRA LEME (SOROCABA) SILVIO BENITO MARTINI FILHO (SÃO JOSÉ DO RIO PRETO) Representantes junto à Fiesp Titulares: EDUARDO CAPOBIANCO, JOÃO CLAUDIO ROBUSTI Suplentes: SERGIO PORTO, ARTUR QUARESMA FILHO Assessoria de Imprensa RAFAEL MARKO - (11) 3334-5662 NATHALIA BARBOZA - (11) 3334-5647 CONSELHO EDITORIAL: DELFINO TEIXEIRA DE FREITAS, EDUARDO MAY ZAIDAN, JOSÉ ROMEU FERRAZ NETO, MAURÍCIO LINN BIANCHI, FRANCISCO ANTUNES DE VASCONCELLOS NETO, ODAIR SENRA, SALVADOR BENEVIDES, SERGIO PORTO SUPERINTENDENTE: ANTONIO LASKOS GERÊNCIA DE MERCADO: IGOR ARCHIPOVAS SECRETARIA: MARCIA LAURINO EDITOR RESPONSÁVEL: RAFAEL MARKO REDAÇÃO: NATHALIA BARBOZA (SÃO PAULO) COM COLABORAÇÃO DAS R EGIONAIS : ESTER MENDONÇA E ANA LÍGIA PASCHOALETTI (RIO PRETO) GISELDA BRAZ (SANTOS) HOMERO FERREIRA (PRESIDENTE PRUDENTE) JOSÉ CARLOS DUCATTI (SÃO JOSÉ DOS CAMPOS) MARCIO JAVARONI E ANA PAULA POPOLIN (RIBEIRÃO PRETO) NERLI PERES (SOROCABA) SABRINA M AGALHÃES (B AURU ) SUELI OSÓRIO (SANTO ANDRÉ) VILMA GASQUES (CAMPINAS) COMUNICAÇÃO: MARCELO DA COSTA FREITAS/CHEFE DE ARTE JECYANE C OSTA /PRODUTORA GRÁFICA SANDERS CAPARROZ GIULIANI/ DESIGNER GRÁFICO; TEREZA CRISTINA PAIÃO, ANDRESSA JESUS DA SILVA/ WEB DESIGNERS PUBLICIDADE: Vanessa Dupont [email protected] Tel. 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O que mais gerou estranheza foi o Banco Central ter revelado uma postura muito diferente da que constava no Relatório de Inflação, publicado em julho, fazendo surgir dúvidas sobre os próximos passos da autoridade monetária. E esse tipo de incerteza é um grande inimigo dos empresários, sobretudo em ano de sucessão. Antes do anúncio da Selic de julho, predominava o diagnóstico de que a economia brasileira estava super-aquecida e o crescimento da demanda à frente do suportado pela capacidade produtiva estava pressionando a inflação. O remédio esperado seria o tradicional ciclo de alta de juros. Tudo indicava que o Bacen elevaria a Selic em 0,75 p.p., como vinha fazendo desde abril. A desaceleração da demanda viria com o encarecimento e a escassez de crédito, resultado do maior apetite dos bancos por títulos públicos, remunerados com uma Selic mais “generosa”. No Relatório de Inflação de junho, documento que expressa de forma mais completa sua visão sobre o estado da economia do país, o Bacen carregou nas cores do excesso de demanda. Por conta disso, formou-se grande consenso de que a Selic subiria rápido, fechando o ano em 12%. Ao optar pela elevação de meio ponto, a autoridade monetária deixou os analistas um tanto confusos. Afi- Robson Gonçalves* Decisão pode indicar trajetória de elevação mais longa da Selic nal, a atividade econômica teria mudado tanto em questão de dias? Ou o Bacen teria optado por um ciclo de alta de juros mais suave e mais longo? Ou ainda, teria o Bacen cedido a pressões políticas por conta do calendário eleitoral? A atual diretoria do Bacen sempre pautou sua atuação por critérios técnicos. Assim, até prova em contrário, devese afastar a hipótese de influências eleitoreiras. Ao mesmo tempo, os números relativos ao mercado de trabalho e à oferta de crédito indicam que o ritmo de expansão da demanda continua forte. Não parece razoável, portanto, supor que tenha havido desaceleração expressiva entre junho e julho. Mas a “prova dos nove” da política de juros é o comportamento da inflação. Afinal, no Regime de Metas, a Selic é fixada visando mantê-la próximo do “alvo” de 4,5% no ano. No início de julho, precisamente entre a publicação do Relatório de Inflação e a reunião do Copom, o IBGE anunciou que o IPCA, índice utilizado no Regime de Metas, teve variação zero em junho. Poucos dias depois, o IPCA-15, uma prévia do índice de julho, acusou variação negativa de cerca de 0,1%. Assim, ao que tudo indica, o mais provável é que o Bacen tenha mantido o diagnóstico de demanda excessivamente aquecida. Mas, observando a desaceleração surpreendente da inflação, optou por mudar ligeiramente o tratamento. Objetivamente, isso significa que o custo do crédito, tanto para consumidores quanto para empresários, deverá subir mais lentamente ao longo do segundo semestre. Mas o ciclo de alta de juros poderá ser mais longo. Tudo isso, é claro, supondo que o próximo governo dará continuidade ao Regime de Metas de Inflação, tal como ele funciona no Brasil desde 1999. Teremos que esperar para ver. Mas, ao menos, o nível de incerteza criado com a decisão do Copom de julho parece ser menor do que se pensou no primeiro momento. * PROFESSOR DOS MBAS TOR DA FGV PROJETOS DA FGV E CONSUL- cas, mentários, críti Envie seus co as m te gestões de perguntas e su na: para esta colu lv es @ fg v.b r ro bs on .g on ca REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 5 CAPA Construção Civil quer prazo maior e alterações na Norma de Desempenho 6 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Correção de rumo Nathalia Barboza O s próximos passos da Norma de Desempenho (NBR 15.575) ficaram de ser dados em uma reunião que as principais entidades da construção civil, lideradas pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), entre elas o SindusCon-SP, solicitaram para se realizar após o fechamento desta edição, com a Diretoria da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). O cerne da questão é o prazo de exigibilidade da aplicação da Norma de Desempenho em projetos de edificações a serem protocolados nas prefeituras. O prazo estabelecido na norma é 12 de novembro de 2010. A decisão de pedir a reunião com a ABNT foi tomada durante um workshop no SindusCon-SP, promovido em julho pela CBIC e pela Caixa Econômica Federal. Revelaram-se as dificuldades que o setor terá para atender integralmente aos ditames da norma, embora cumprimento da grande maioria de suas exigências seja perfeitamente factível, sobretudo para aqueles que seguem as normas técnicas vigentes. Por isso as entidades querem a prorrogação do prazo de exigência do seu uso. A NBR 15.575 introduz o conceito de que uma edificação precisará ter determinados parâmetros de desempenho ao longo de toda a sua vida útil, para proporcionar segurança, durabilidade, qualidade e conforto térmico e acústico aos seus ocupantes. Embora ela tenha sido elaborada para edifícios com até cinco pavimentos, o mercado acredita que diversos de seus itens devam servir de parâmetro para o projeto e a edificação de prédios maiores. A ABNT pode aceitar a uma prorrogação e eventualmente reabrir a Comissão de Estudo da NBR 15.575. Pensando nisso, um grupo de trabalho já começou a estudar mais profundamente os pontos deficientes do texto normativo, os impactos que a implementação da norma poderá provocar em toda sua cadeia produtiva (fabricantes, projetistas, construtores e incorporadores) e as possíveis soluções. “O importante é haver o comprometimento de todo o setor”, afirma o superintendente do Comitê da Construção (CB-02) da ABNT, Carlos Alberto Borges. Para as entidades da construção civil, é fundamental que um novo prazo não signifique renúncia à norma, mas sirva para debatê-la naquilo que vem se mostrando inexequível. “Há incorreções de redação e de posicionamento de algumas tabelas, que foram publicadas em lugar errado”, admitiu o superintendente do CB-02 no workshop. “O que queremos é criar condições para podermos atender à norma”, confirmou José Car- los Martins, vice-presidente da CBIC. “Precisamos ser competentes para não estendermos o prazo demais; é preciso fazer rapidamente a tarefa de casa”, advertiu Mario William Esper, gerente de Relações Institucionais da ABCP. Ficou patente, por exemplo, a necessidade de se modernizar a estrutura de produção e geração de normas técnicas,que precisam ser pensadas para induzir a inovação e vir acompanhadas de ações que viabilizem esta inovação. Para o setor, elas devem ser acessíveis, inclusive financeiramente, para que as empresas de todos os portes possam efetivamente proporcionar aos consumidores mais segurança e qualidade, sem impactar desnecessariamente o custo dos produtos e serviços. Conversa necessária Para Maria Salette Weber, coordenadora-geral do PBQP-H, a conversa com a ABNT demonstrará segurança para os órgãos públicos como o Ministério das Cidades, ao qual o programa da qualidade está ligado. Depois de apontar itens da norma que “merecem uma conversa”, o gerente do Gidur (Gerência de Desenvolvimento Urbano) da filial São Paulo da Caixa, Luiz Zigmantas, garantiu que a instituição “abriu mão de legislar internamente sobre o assunto e vai aceitar o que a sociedade definir para a norma”. Contudo, afirmou que, “psicologicamente, é importante saber que a norma está em vigor, para estimular em cada um o avanço”. Ele anunciou que exigências adicionais serão feitas para a aprovação de projetos pela Caixa. “Haverá incrementos de análise de vários itens, como o desempenho estrutural de paredes com espessura menor do que 14 cm”, disse. Ao abrir o workshop, o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, afirmou que a Norma de Desempenho “representou a maior inovação dos últimos tempos na construção civil brasileira”. Segundo ele, as inovações da norma beneficiarão a população que usufruirá das futuras edificações brasileiras. Melvin Fox, presidente da Abramat, lembrou que os fabricantes de materiais terão de fornecer informações sobre o nível de desempenho de seus produtos, o que demanda tempo e recursos. “Teremos uma forte demanda por ensaios, o que será um problema, pois não temos laboratórios suficientes”, comentou. Luiz Carlos Barbosa Lima, presidente da Anicer (fabricantes de material cerâmico), disse ter dúvidas em relação a produtos regionalizados, que atendem bem ao consumidor do Nordeste, mas não proporcionariam conforto térmico de acordo com o que pede a norma no Sul do país. “É fundamental operar alguns ajustes para compatibilizar a Norma de Desempenho com as normas vigentes de placas cerâmicas”, alertou Ana Paula Menegazzo, gerente executiva do CCB/Anfacer. Segundo ela, “há conflito em relação ao coeficiente de atrito dos pisos exigido pela NBR 13.818 e a nova norma, cujos valores não teriam representatividade nos ensaios”. Além disso, comentou, “para atender à nova norma, o piso não poderia ser liso nem brilhante, o que é hoje uma exigência do mercado e representa 90% da produção nacional”. No evento da CBIC e da Caixa, estiveram presentes também Marcos Otávio Bezerra Prates, diretor do Departamento de Competitividade Industrial do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e representantes dos principais laboratórios de tecnologia do país, dos Sinduscons de vários Estados, construtoras e profissionais autônomos. Para mercado, não há hoje como atender a desempenhos térmico e acústico REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 7 Estudo revela conflitos da norma Desempenho acústico O CTQ (Comitê de Tecnologia Uma das partes mais polêmie Qualidade) do SindusCon-SP cas da norma é a que exige o deconvidou a consultora Maria Ansempenho acústico. Para Maria gelica Covelo Silva, da NGI ConAngelica, no entanto, “o nível mísultoria, para falar, em um seminimo não passa em lugar nenhum nário ocorrido em julho, sobre as do mundo; é muito básico”. Para novas exigências da Norma de ruídos de impacto em pisos, por Desempenho (NBR 15.575) e as exemplo, a tolerância é de 80 dB. necessidades para seu atendi“Ainda assim, é possível que as mento. Segundo ela, são menos construtoras tenham de mudar as de dez os novos itens polêmicos, tipologias de pisos usadas.” em grande parte os referentes Outro item diz respeito à veaos requisitos de desempenho Brises externas devem contribuir para a eficiência energética dação. “Não temos ainda caracacústico e térmico, além de detaterização dos caixilhos de alumínio quanvez de ‘meios’” e agora o produto deve ter lhes sobre segurança no uso e operação, to à isolação acústica. De qualquer forma características que o capacitem para cumfuncionalidade e acessibilidade, estanisso depende do tipo de caixilho, do vidro prir os objetivos e funções para os quais queidade, qualidade do ar, saúde e higiee da instalação”, alerta. O mesmo acontefoi projetado. ne, durabilidade, segurança estrutural e ce com as portas e paredes de alvenaria. Para a consultora, a introdução de inosegurança contra incêndio. Segundo ela, “também não temos qualvações ou racionalização sem o conceito "A norma estabelece um novo pataquer atuação setorial para que o poder de desempenho “pode levar a conflitos mar de engenharia que, na verdade, já público atue sobre as fontes geradoras entre requisitos, comprometendo o comdeveria ter sido adotado há 20 anos”, diz. de ruídos nas cidades”, diz. portamento do edifício perante o usuário Segundo ela, a norma “muda a prática de Em termos de desempenho térmico, ao longo da vida útil”. pensar e trabalhar em termos de ‘fins’ em ficou claro que faltam especialistas para fazer as simulações computacionais necessárias. “Esta deveria ser feita na implantação (análise de viabilidade) do projeto”, afirma. “E precisamos de um catáloO seminário do CTQ revelou a neNa exposição feita pela consultora, go de transmitâncias térmicas das parecessidade de criação de um guia voltaficou evidente a necessidade de caracdes e cobertura comumente utilizadas” (o do às construtoras com orientações preterização dos materiais pelos fabricanquanto de calor que passa de fora para cisas sobre a aplicação da Norma de tes, de modo a permitir aos projetistas dentro da edificação). Desempenho. atender às exigências. A necessidade de Visando a eficiência energética, a A proposta havia partido da consulos projetistas se capacitarem no atendiNorma de Desempenho também cria potora Maria Angelica, que destacou a immento da norma também é patente. “É lêmica ao definir requisitos de sombreaportância de criação de um banco de preciso capacitá-los não só para aplicamento externo. “Nada a ver com cortinas dados dos ensaios realizados para farem a Norma de Desempenho mas tamblackout e sim com venezianas ou brizer a caracterização dos sistemas consbém porque as exigências em relação a ses”, diz. trutivos existentes. projetos de eficiência energética serão Pela norma, as janelas dos dormitóA sugestão do guia foi elogiada pelo cada vez maiores”, afirmou. rios, para qualquer região climática do diretor da Regional Ribeirão Preto, José O seminário foi aberto pelo vice-prepaís, devem ter dispositivos externos ao Batista Ferreira, que representou as emsidente de Tecnologia e Qualidade, Mauvidro para permitir o controle de sompresas do Interior do Estado. “O guia é rício Bianchi, e pelo coordenador do bra, ventilação e escurecimento, a crifundamental sobretudo para as empreCTQ, Paulo Sanchez, que enfatizaram a tério do usuário. Já as paredes extersas menores espalhadas pelas Regionecessidade de união da cadeia produnas devem se adequar à transmitância nais e que têm mais dificuldade em obter tiva e mais prazo para a aplicação da térmica e às áreas mínimas de abertuinformações confiáveis”, disse Batista. norma aos projetos. ras para ventilação. (NB) Construtor pede guia prático 8 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 9 ELEIÇÕES 2010 Mercadante fala em PAC paulista O candidato do PT ao governo estadual, Aloizio Mercadante, afirmou que “São Paulo necessita de um PAC paulista, com o Estado indutor do desenvolvimento e planejador, realizando projetos estruturantes, prioritários e sem contingenciamento”. A afirmação foi feita no primeiro dos debates deste ano da construção civil paulista com os candidatos a governador, em julho, no Instituto de Engenharia. Intitulado “A Construção do Desenvolvimento Sustentado”, o evento reuniu os presidentes do SindusCon-SP, Sergio Watanabe; da Apeop, Luciano Amadio; do Instituto de Engenharia, Aluizio de Barros Fagundes; do Secovi-SP, João Crestana; do Sinaenco de São Paulo, José Roberto Bernasconi, e do Sinicesp, Marlus Renato Dall’Stella, e cerca de 70 pessoas. Respondendo a uma indagação do presidente do SindusCon-SP, Mercadante afirmou que na habitação pretende fechar uma parceria entre a CDHU e o governo federal, para construir 100 mil unidades habitacionais por ano no Estado. “São Paulo precisa colocar R$ 1,5 bilhão para viabilizar mais empreendimentos no Programa Minha Casa Minha Vida.” Segundo o candidato, mais habitação para a faixa de 0 a 10 salários mínimos poderia ser edificada nas ZEIS (Zonas Especiais de Interesse Social) e em bairros paulistanos onde a população declinou e há infraestrutura ociosa, como Cambuci, Consolação, Jardim Paulista, Pari, Perdizes, República, Sacomã, Sé e Vila Mariana. Entretanto, respondendo a outra indagação de Watanabe, o candidato criticou a PEC que vincula recursos do Or- 10 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Fotos: Jorge´s Estúdio Fotográfico Rafael Marko Watanabe com Mercadante: mais habitação çamento para combater o déficit habitacional, porque “isso engessa o Estado e tolhe a capacidade de planejar”. Ensino profissionalizante Respondendo a mais uma indagação do presidente do SindusCon-SP, Mercadante anunciou que, se eleito, pretende ampliar o Bolsa Família no Estado e destinar os recursos do programa Renda Cidadã para custear a educação técnica de jovens carentes. Ele defendeu um ensino médio profissionalizante em período integral e a elaboração de programas de qualificação profissional em parceria com a construção civil. Prometeu, ainda, aumentar o número de vagas nos cursos de engenharia das universidades estaduais. O candidato também se comprometeu a levar o desenvolvimento para todas as regiões do Interior; criar um conselho estadual e vários conselhos regionais de desenvolvimento; e montar uma agência de financiamento paulista, “porque com a atual não dá para contar”, alfinetou. Ele anunciou que pretende renego- ciar os contratos com as concessionárias das rodovias estaduais, buscando reduzir as tarifas de pedágio e cobrar por quilômetro rodado, tendo como contrapartida o alongamento dos prazos das concessões; retomar o transporte por ferrovia; construir o trecho sul do ferroanel, duplicar a rodovia dos Tamoios e expandir o porto de São Sebastião. Expansão do metrô Com a meta de construir 100 km de metrô até 2014 na capital paulista, Mercadante afirmou que tenciona estender as linhas Verde até a Penha, e Lilás até a Chácara Klabin, implantar a linha Laranja e a 2ª fase da Amarela. Disse pretender duplicar a capacidade de transporte da CPTM, introduzir corredores intermunicipais de ônibus e estimular o transporte coletivo complementar em faixa exclusiva ou por monotrilho. Nas licitações, defendeu a introdução de um cadastro técnico prévio. “Aí sim podemos manter a inversão de fase da lei estadual, porque na hora de decidir pelo preço, só participariam as empresas previamente cadastradas. Além disso, governo e iniciativa privada precisam sentar à mesa e chegar a um consenso, para que a construtora que estiver cadastrada, atender tecnicamente e oferecer o melhor preço ou a melhor combinação técnica-preço vença a licitação sem maiores discussões.” O candidato ainda defendeu o aumento dos investimentos no saneamento, de modo a reduzir perdas no sistema, universalizar o acesso à água e esgoto via PPPs (Parcerias Público-Privadas), promover o uso racional da água e oferecer contrapartidas a municípios que recuperem as matas ciliares. Sindicato quer a qualificação do trabalhador já nesta gestão Em seu debate com 150 pessoas da construção civil no início de agosto, o candidato do PSDB ao governo estadual, Geraldo Alckmin, respondendo a uma indagação do presidente do SindusCon-SP, comprometeu-se a criar centros de capacitação técnica básica e escolas para jovens adultos, para formar e qualificar mão de obra nas regiões administrativas do Estado. Watanabe então sugeriu a Alckmin que, diante da escassez de mão de obra qualificada no setor, conversasse com o governador Alberto Goldman, também do PSDB, para que os centros de capacitação e as escolas para jovens adultos sejam implementados ainda na presente gestão. Alckmin acrescentou que pretende facultar aos alunos do ensino médio que tenham uma formação técnica à noite, obtendo dois diplomas. Também prometeu expandir os cursos da engenharia das faculdades estaduais. Watanabe, Crestana, Alckmin, Fagundes, Amadio, Bernasconi e Dall’Stella, no debate Fundo Garantidor para complementar, via subsídio, o custo das moradias para famílias de 0 a 3 salários mínimos. Criados em 2008, esses fundos até hoje ainda estão em formação. Desta forma, ele afirmou que pretende viabilizar a implementação do Programa Minha Casa Minha Vida no município de São Paulo para aquela faixa de renda. Ao contrário de Mercadante, ele se disse favorável à PEC da Habitação, que destina 2% do Orçamento da União e 1% daquele dos Estados e Municípios para subsidiar a habitação de interesse social. Afirmou que, mesmo quando a Justiça proibiu a vinculação de um ponto percentual do ICMS à habitação paulista, o seu governo e posteriormente o de José Serra assumiram o compromisso de continuar destinando o montante equivalente à Secretaria da Habitação. Formação profissional não deve ser deixada para o próximo governo, sugere o SindusCon-SP Fundo Paulista de HIS Confrontado por Watanabe com a promessa feita no mesmo ciclo de debates pelo candidato do PT, Aloizio Mercadante, de que construiria 100 mil habitações por ano, Alckmin afirmou que pretende utilizar o Fundo Paulista de Habitação de Interesse Social e o Licitações com pré-qualificação Em relação à inversão de fases nas licitações praticada no Estado de São Paulo, ele afirmou que pretende introduzir uma pré-qualificação técnica, no que obteve o apoio da Apeop. Prometeu criar uma Secretaria de Desenvolvimento e Gestão Urbana, para fazer as articulações entre os municípios e entre estes e o Estado nas regiões metropolitanas paulistas. Segundo ele, seu governo terá uma interlocução com um fórum de lideranças empresariais. Ampliar a infraestrutura Alckmin destacou que o Estado de São Paulo recuperou a capacidade de investimento, tendo hoje uma relação dívida sobre receita corrente líquida de 1,5 (contra 2,28 em 1995). Segundo ele, isto possibilitou recorrer a novas fontes de financiamento, como o Banco Mundial. Prometeu intensificar o transporte ferroviário, ampliar o metrô paulistano, construir o Ferroanel Sul, criar dutovias para o escoamento do etanol do Interior para os portos no litoral, completar o Rodoanel, duplicar a rodovia dos Tamoios, realizar concessões para a ampliação dos 31 aeroportos estaduais e estimular o transporte coletivo sobre trilhos ou em faixa própria nas regiões metropolitanas. Para o Senado Acompanhando o candidato, compareceram os candidatos ao Senado Orestes Quercia e Aloisio Nunes, e os deputados federais José Anibal e Fernando Chucre. Próximos debates Após o fechamento desta edição, estavam programados mais dois debates, com os candidatos Fabio Feldmann (PV) e Celso Russomano (PP), a serem reportados na próxima edição. REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 11 IMOBILIÁRIO Caso real será a novidade do 3° Seminário de Legalização Evento revelará meandros do licenciamento de empreendimentos O SindusCon-SP, por meio de sua Vice-presidência de Imobiliário, inovará mais uma vez. Em 29 de setembro, começará o 3º Seminário de Legalização de Empreendimentos no Município de São Paulo, que desta vez analisará um caso real para facilitar o entendimento dos procedimentos e fluxos dos processos nos órgãos da cidade pelos quais um empreendimento deve passar para ser legalizado. O evento deverá ajudar, de forma prática e objetiva, as construtoras a entenderem melhor como são os procedi- mentos de aprovação junto às Secretarias e departamentos paulistanos: Aprov (Departamento de Aprovações) e Parsolo (Departamento de Parcelamento do Solo e Intervenções Urbanas), ligados à Sehab (Secretaria de Habitação); Depav (Departamento de Áreas Verdes) e Decont (Departamento de Controle da Qualidade Ambiental), da SVMA (Secretaria do Verde e Meio Ambiente); CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), da SMT (Secretaria Municipal de Transportes); Convias (Departamento de Controle de Uso de Vias Públicas), ligado à Siurb (Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras); e a SMPED (Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida). Segundo Elcio Sigolo, coordenador da Área de Produção e Mercado do SindusCon-SP, o seminário tem como característica promover muita interação e sinergia entre os participantes e os técnicos dos órgãos municipais, convergin- Guia foi o primeiro fruto Lançado em 2009, o Guia de Procedimentos para Aprovação de Empreendimentos Imobiliários em São Paulo foi fruto do 1° Seminário de Legalização de Empreendimentos, promovido pelo SindusCon-SP em 2008. O documento contém as orientações básicas para quem necessita legalizar um empreendimento na cidade e contou com a cola- 12 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO boração de técnicos das secretarias e autarquias municipais. A intenção da cartilha é levar às construtoras a informação que está por detrás do balcão da Prefeitura. “O guia é uma peça orientativa colabora muito com a legalização em São Paulo”, afirma o vice-presidente de Imobiliário do SindusCon-SP, Odair Senra. do o fluxo de informações para uma melhor fluidez na análise dos processos. “O estudo do caso demonstrará todos os passos que o processo percorre ao longo da cadeia de aprovação”, diz o coordenador. Neste ano, o seminário passou de 12 módulos para 8, que acontecerão sempre às quartas-feiras, das 9h às 12h, na sede do SindusCon-SP. “Além da tradicional cerimônia de abertura, no primeiro dia do evento o seminário também terá a presença de técnicos da Prefeitura que detalharão o fluxo de desenvolvimento de cada um dos módulos e darão pormenores do caso a ser analisado ao longo das semanas seguintes”, informa Sigolo. Segundo ele, no 8º módulo, o seminário será encerrado por uma mesa redonda com a presença de técnicos de todos os órgãos da Prefeitura envolvidos no evento. "É uma forma de interagir e discutir todas as dúvidas pendentes", diz. As inscrições estão abertas e as vagas são limitadas. Mais informações: [email protected] ou (11) 3334-5600. (NB) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 13 FINANCIAMENTO Queda bruta à vista A possibilidade de os recursos da Caderneta de Poupança destinados ao crédito imobiliário cumprirem a exigibilidade do governo daqui a dois ou três anos, conforme vem sendo anunciado pela Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), traz para o setor o risco de uma possível queda bruta desse funding. A destinação de recursos para alimentar o SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) cresceu de forma acelerada. Nos últimos oito anos, o montante saltou de R$ 1,77 bilhão, em 2002, para os atuais R$ 50 bilhões previstos pela Abecip até o mês de dezembro deste ano. Se calcularmos um crescimento desse volume em torno de 10% a 20%, teremos o investimento de R$ 65 bilhões a R$ 80 bilhões até 2013. A partir de 2014, porém, poderemos ter de retornar aos patamares de 2007, quando foram destinados pouco mais de R$ 18 bilhões para a aquisição e a produção de novos imóveis. Isso porque os bancos privados passarão a investir somente o montante de retorno dos valores captados. Cabe lembrar aqui que a Caderneta de Poupança continua surpreendendo a todos, tendo neste ano um incremento líquido nunca visto. Essa queda pode gerar inúmeros impactos no mercado imobiliário, principalmente quanto ao volume de atendimentos com financiamento para a compra de imóveis, com juros e prazos adequados. Isto é o que podemos deduzir, visto que os parâmetros da economia em geral permitem estimar para os próximos anos um crescimento mínimo do PIB (Produto Interno Bruto) de 4,5% ao ano, e a quase 14 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Celso Petrucci * É hora de estímulo à securitização e alternativas para o crédito imobiliário certa manutenção do crescimento do mercado de crédito imobiliário. Talvez isso não signifique aumento das taxas de juros praticadas pelos agentes financeiros na concessão de financiamentos tanto à produção quanto à aquisição, mas poderão ser criados critérios mais rigorosos que os atuais na avaliação desses créditos. Por outro lado, é sabido que, para os bancos, as operações com garantia imobiliária são mais atrativas para incrementar seus ativos e, consequentemente, valorizar suas ações. No Brasil, o crédito imobiliário precisa de estímulos constantes e permanentes, pois há um déficit habitacional a ser solucionado, além da necessidade de atender o crescimento vegetativo anual, estimado em mais de 1 milhão de domicílios. Só temos duas fontes de recursos para o financiamento: a poupança e o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e esse último já é responsável por atender aproximadamente 70% de todo o mercado, principalmente famílias de mais baixa renda. Agora se torna mais do que necessário intensificar os debates acerca de fontes alternativas de recursos para o setor imobiliário e estimular o mercado de securitização com lastro imobiliário, que ainda é muito pequeno. Atualmente, a oferta de títulos registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitidos como CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) é de menos de 1 bilhão –volume acumulado de janeiros de julho. Deve-se lembrar, sempre, que a construção civil e imobiliária sofre com as oscilações e mudanças de regra e depende de uma série de fatores para o seu sucesso. Esse segmento exerce preponderante papel social e econômico para o país. Devemos manter o equilíbrio do crédito, pois sem dinheiro não há como produzir imóveis, gerar empregos e renda. * ECONOMISTA-CHEFE DO SECOVI-SP, DIRETOR-EXECUTIVO DA VICE-PRESIDÊNCIA DE INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA DO SINDICATO E MEMBRO TITULAR DO CONSELHO CURADOR DO FGTS cas, mentários, críti Envie seus co as m te gestões de perguntas e su na: para esta colu uo l.c om .b r ce ls op et ru cc i@ REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 15 INSUMOS Quem se habilita? O que seria dos prazos das obras se não fosse o uso cada vez mais intensivo de equipamentos de grande porte, como gruas, bombas de concreto e guinchos com cremalheiras nos canteiros? “Estes equipamentos são necessários e fundamentais para ajudar o crescimento do setor com mais produtividade, pois não é possível industrializar as obras sem eles”, afirma Mauricio Bianchi, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP. Para Bianchi, ao contrário do que aconteceu no pico de atividade do setor antes da crise financeira internacional, quando a falta de máquinas à disposição para alugar e até para comprar tirava o sono dos construtores, hoje a maior preocupação é a escassez no mercado de trabalho de quem saiba operá-las. Segundo a Alec (Associação Brasileira das Empresas Locadoras de Bens Móveis), há no Brasil de 650 a 700 gruas. Outras 300 devem fazer parte do patrimônio das construtoras. “Neste ano, mais de 100 máquinas já entraram no país”, contabiliza Paulo Carvalho, diretor da Alec. Alexandre Oliveira, diretor da C o m p ra C o n - S P, conta que a cooperativa das construtoras paulistas tem viabilizado um grande número de negócios com fornecedores do material. “Um convênio com a Avant, que vende e loca gruas, é responsável por 8 gruas locadas por nossas associadas”, exemplifica. “É fácil comprar gruas, mas a mão de obra está difícil de encontrar, pois capacitar adequadamente leva mais tempo”, diz Bianchi. É o mesmo caso dos mestres de obras, que exigem treinamento e experiência. Eles não se formam bons profissionais antes de 6 anos”, concorda Carvalho. De acordo com o diretor da Alec, as empresas correm para dar conta de sua própria demanda porque é difícil encontrar gente no mercado. “Não há ociosidade, porque os salários estão altos”. Pensando nisso as principais empresas locadoras investem em programas de treinamento de operadores e equipes de montagem. “Temos feito 4 turmas de novos operadores por mês, às vezes até a cada 20 dias. Mesmo assim, está difícil encontrar quem passe nos testes básicos de escrita”, revela. Tarimba Quando o assunto é grua, diz Carvalho, “não se trata apenas de comprar o equipamento”. Ele adverte que o mercado tem hoje o dobro de empresas ofertantes destes equipamentos, mas é melhor adquirir uma solução integrada, que envolva ainda “engenharia, serviço de montagem e manutenção”. “Operadores e montadores precisam ter nuitos anos de ‘tarimba’. Tanto os operadores quanto os funcionários de manutenção preventiva e corretiva e o próprio equipamento devem passar pelos engenheiros, que nos dão os ARTs (Atestados de Capacidade Técnica) indicando que eles estão preparados e adequados para a sua função sem colocar em risco a vida das pessoas”, afirma Bianchi. Mesmo assim, a inquietação em relação à escassez de equipamentos ainda existe. Bianchi revela que as empresas estão mais vigilantes em relação à qualidade das gruas importadas. “As que chegam ao Brasil devem ser inspecionadas. Não podemos admitir equipamentos sem Falta de operadores qualificados de grandes máquinas preocupa 16 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO qualidade, pois a eles é atribuída muita responsabilidade.” A maior dificuldade de lidar com o aluguel destes equipamentos, diz, é escolher empresas que tenham pessoal devidamente treinado e capacitado para garantir o desempenho deles. “O mercado de guindastes está meio parado. Muita empresa começou a investir, sobretudo em máquinas de médio porte, e os preços caíram muito, invertendo a relação entre oferta e demanda na área de locação”, informa Carvalho. Segundo ele, a frota de guindastes de 70 toneladas parados em São Paulo fez o preço da hora de locação baixar de cerca de R$ 400, em 2007, para algo entre R$ 200 ou R$ 250. Em relação às gruas, entretanto, o equilíbrio de valores se manteve e os locadores têm unidades para pronta entrega. Materiais bons O segmento de elevadores de obra também encontrou equilíbrio, garante o diretor de Elevadores de Obras da Alec, Julio Tadashi Ivasse. “Hoje, não há mais falta de equipamentos e o prazo máximo de espera é de 15 dias”, afirma. Ivasse diz que algumas construtoras optaram por comprar elevadores, buscando minimizar os problemas de logística das obras mais distantes dos grandes centros. “Quem tem obras no Amapá, Manaus ou no Espírito Santo percebeu que vale a pena investir na aquisição.” Segundo ele, além de a demanda ter diminuído em relação ao pico de 2008, a oferta também foi incrementada. “Os locadores estão investindo em bons materiais”, garante. (Nathalia Barboza) Aço importado continua atrativo O mercado mundial de aço tem vivido neste ano períodos de alta volatilidade, como se estivesse em uma zona de turbulência, no rastro de mudanças substanciais no preço do minério de ferro, nos prazos menores dos contratos, agora trimestrais, e nos preços à vista (spot prices). No Brasil, o mercado está bastante estocado –há produtos nas prateleiras tanto das distribuidoras quanto dos consumidores finais, o que tem segurado um certo ímpeto altista de preço. Além disso, dados do IABr (Instituto Aço Brasil) mostram uma disparada no volume de importação no primeiro semestre, quando as compras externas subiram 148,4%, alcançando a marca de 2,732 milhões de toneladas, mesmo que o preço final não seja mais tão vantajoso quanto o de dois anos atrás. Embora o preço do aço importado esteja mais próximo do praticado pelas siderúrgicas nacionais, o mercado percebeu que importar vergalhão continua sendo uma boa alternativa, a despeito dos riscos da operação, como a variação cambial e a defasagem entre a data do pedido e a da entrega. Roberto Milani, vice-presidente da trading Comexport, acredita que o consumidor final demanda condições idênticas às que os fornecedores nacionais oferecem de serviço e logística. “O construtor deve receber o produto no próprio canteiro e pagar a carga em reais”, afirma. “Todo material precisa estar dentro das especificações e das normas técnicas vigentes”, completa Basilio Jafet, diretor da área de material de construção da Comexport. “Não há bola de cristal. O jeito é apostar no longo prazo e o importante é mostrar coerência na forma como fazer a importação”, afirma Milani. A Comexport vem importando há dois anos regularmente aço da siderúrgica turca Ekinciler. “O objetivo é prover mais alternativas para o construtor”, diz. Para Mauricio Bianchi, vice-presidente do SindusCon-SP, “ter aço turco em linha é melhor para o produtor e para o Brasil”. Jafet conta que, em 2008, a trading contratou da usina turca uma produção dedicada, primeiro em pequenas quantidades, de aço CA-50. Tanto a usina quanto os lotes de produtos foram certificados por institutos brasileiros e internacionais. “Quando começamos a aumentar as quantidades importadas, outras empresas passaram a fazer o mesmo”, lembra o diretor, que procura agora criar condições favoráveis para que também as pequenas construtoras tenham acesso ao mercado importador. “Admitimos a entrega de uma carreta (cerca de 30 toneladas), mas a venda de aço cortado e dobrado é mais difícil, porque as quantidades muito pequenas tornam os preços não competitivos”, comenta. Para que o fluxo de negócios dê certo, adverte Jafet, “é preciso que haja uma Preço final do vergalhão vindo do Exterior está mais equilibrado agora forte parceria com as empresas construtoras”. A importação de insumos não é nova só para as empresas do setor. A trading só entrou na área de materiais de construção há 3 ou 4 anos. “Foi um chamado das próprias grandes construtoras, preocupadas com o aumento da demanda logo após os primeiros IPOs”, pondera Milani. Depois disso, a parceria com as grandes construtoras para importação tornou-se realidade em muitos casos, como para a aquisição de componentes hidráulicos e elétricos, materiais de acabamento, porcelanato, equipamentos pesados e pisos elevados. “A importação também é benéfica para a economia como um todo. Além de segurar a inflação, pode suprir picos de demanda e elevar o padrão de qualidade dos produtos brasileiros”, afirma Jafet. Entretanto, segundo ele, “não vale a pena trazer alguns materiais, como tubos de cobre, que já vêm do Chile com valores convenientes, e cimento, que é altamente perecível e tem um frete que se torna muito caro”. Para Jafet, o chamado Custo Brasil também tem a ver com isso, mas “a maior dificuldade é mesmo com transporte e armazenagem”. (NB) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 17 MISSÕES TÉCNICAS Missão Técnica vai aos EUA em busca de Green Buildings Projetos criteriosos, consciência ambiental e preocupação com o entorno são algumas das qualidades evidentes em muitos dos empreendimentos altos erguidos nos últimos anos em Nova York. É em busca de exemplos como o prédio da Rua 42 com a 8ª Avenida no Eleven Times Square, que o SindusCon-SP realizará a Missão Técnica USA “Green Buildings em Nova York e Washington”, de 4 a 12 de setembro. O grupo, composto por 29 empresários e importantes executivos do setor, será liderado pelo diretor de Relações Internacionais do SindusConSP, Salvador Benevides. A missão tem o apoio do Ministério de Relações Exteriores do Brasil, via Itamaraty, e incluirá um compromisso oficial na Embaixada do Brasil em Washington-DC, capital dos Estados Unidos. As visitas focarão o atualíssimo tema da sustentabilidade. “O programa envolve um criterioso olhar sobre as questões de sustentabilidade e meio ambiente nas cidades, e inclui visitas técnicas aos principais Green Buildings de Nova York e Washington, alguns deles considerados os primeiros e maiores do mundo, e aos escritórios que os projetam e que utilizam largamente tecnologias de BIM (Building Information Moduling) ”, revela Benevides. Durante uma semana, o grupo visitará empreendimentos, escritórios de arquitetura e construtoras. “Teremos contato com diversas corporações e profissionais seriamente envolvidos com as questões de sustentabilidade na construção civil”, diz o diretor. mos procurando a cada viagem profissionalizar mais ainda nossas missões”, afirma Benevides. O SindusCon-SP também recebeu o suporte do Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo. Para ajudar a Missão, visitaram o sindicato o vice-diretor comercial do consulado, Scott Shaw, e a especialista em Desenvolvimento de Negócio, Marina Konno. O grupo visitará prédios, escritórios de arquitetura e construtoras Assessoria técnica A missão terá como novidade a contratação da arquiteta Raquel Palhares, da Arqtours. A profissional tem larga experiência e será responsável por toda a agenda técnica da viagem. Ela acompanhará o grupo e dará suporte no que for necessário. “Esta- Raquel, Benevides, Marina e Shaw, no SindusCon-SP Maçã “verde” Nova York tem a construção sustentável como prioridade há muito tempo. Em dezembro de 2006, o prefeito Michael Bloomberg comprometeu-se a reduzir as emissões de gases de efeito de estufa em mais de 30% até 2030. Para enfrentar este desafio, exigiu mudanças significativas na infraestrutura dos edifícios e lançou no ano seguinte o PlaNYC, um modelo “verde” para Nova York com 127 ações de redução de emissões. Uma parcela importante do plano ocorreu a partir de dezembro de 2009, quando um pacote legislativo passou a incentivar o retrofit de grandes prédios. A cidade de Nova York atingiu um novo marco em fevereiro de 2010, quando foram lançadas 111 recomendações para tornar “verdes” as leis e os regramentos para a construção civil na “Big Apple”. (Nathalia Barboza) GESTÃO DA OBRA Dilemas da construção A qualidade na construção civil nunca esteve tão em evidência como nestes tempos recentes em que o setor se tornou um negócio atrativo, trazendo novos entrantes (que nem sempre conhecem os verdadeiros riscos da atividade de fazer o produto que querem vender) e novos cenários de competição. Num país onde não se pode, por lei, exigir experiência maior que seis meses na função em que se está contratando; num país onde o empresário que demite um funcionário, por este não ter o desempenho adequado para a empresa, é punido com a multa do Fundo de Garantia; num país em que um edifício de sete andares com 28 apartamentos vendidos a R$ 90 mil cada um desaba em Salvador– BA (em 17 de julho de 2010), matando 4 pessoas na casa ao lado, sendo que a obra toda foi executada sem alvará de construção, como é difícil viabilizar a qualidade na engenharia e na construção! Temos outra grande dificuldade: a falta de cultura de atendimento a normas. Contrariamente aos países desenvolvidos, as normas técnicas no Brasil são entendidas por muitos como “facultativas” e, por considerarem as normas “exageradas”, ou porque “sempre fizeram diferente e nunca nada aconteceu”, muitos profissionais de projeto e seus contratantes, assim como muitos fabricantes não utilizam as normas técnicas em seus processos e produtos. Normas técnicas não são feitas para que alguns sigam e outros não. São a referência estabelecida por um setor e um país para assegurar que a saúde, a integridade e a segurança dos usuários de um produto ou serviço sejam garantidas. No Brasil, as normas são obrigatórias, 20 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Maria Angelica Covelo Silva * É preciso seguir normas técnicas e rever as que se desatualizaram segundo artigos específicos do Código de Defesa do Consumidor, do Código Civil e até mesmo da Lei de Licitações. No entanto, é muito baixa nossa cultura de seguir normas, exigir a comprovação de que elas foram seguidas e, muito menos, participar na elaboração de normas e na sua revisão/atualização. O que seria de nós consumidores se todos os setores da economia não atendessem normas –automóveis, remédios, instituições financeiras, indústria e serviços de alimentos, entre outros? Mas na construção civil muitos acham que a norma é exagerada, que não precisa ser seguida. Não há qualidade quando parâmetros de engenharia que definem o desempenho dos produtos e serviços são igno- rados. Aquele edifício de Salvador não teria desabado se tivesse sido construído de acordo com as normas de fundações, de estruturas, sejam de projeto sejam de execução, sejam de materiais empregados. Mas ainda há quem ache que não seguir normas não gera riscos. Muitas normas estão mesmo desatualizadas. Mas aqueles que não se movimentam para contribuir para sua atualização não ficam com o direito de não aplicá-las. A lei é clara: se estão em vigor, devem ser atendidas. Isso desperta a necessidade de mobilização de todos em conhecer as exigências de normas, de saber o que devem atender em sua atividade ou produto. Não há sistema de gestão da qualidade que suporte projetos, materiais, componentes, sistemas construtivos e serviços de execução que passam longe dos requisitos de normas. Para aqueles que querem conhecer as principais normas a atender na produção de edifícios, vejam no site www.ngiconsultoria.com.br/links/Normas técnicas a lista de principais normas separadas por incidência em projeto (por especialidade), em materiais, componentes e sistemas, controle tecnológico, execução e manutenção. * ENGENHEIRA CIVIL, MESTRE E DOUTORA EM ENGENHARIA, DIRETORA DA NGI CONSULTORIA E DESENVOLVIMENTO cas, mentários, críti Envie seus co mas gestões de te perguntas e su na: para esta colu lto ria .c om .b r su on ng i@ ng ic QUALIDADE E PRODUTIVIDADE Construção tem 19 novas normas técnicas O CB-02 (Comitê Brasileiro da Construção Civil) da ABNT publicou 19 normas técnicas (NBRs) no primeiro semestre de 2010. Entre elas, várias referentes a importantes insumos do setor, como tintas, blocos cerâmicos e chapas de gesso para drywall. A nova norma de blocos cerâmicos, por exemplo, deve estimular a concepção dos projetos com base em padronização mais clara e critérios mais rígidos, dentro da realidade brasileira e não mais em parâmetros vindos de normas estrangeiras. A NBR 15.813, por sua vez, estabelece os requisitos específicos para fabricação, aceitação e/ou recebimento de tubos de PPR tipo 3 para instalações prediais de água quente e fria, aplicados por processos térmicos de fusão. Outro destaque é a NBR 14.762 – Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio. A norma estabelece os requisitos básicos a serem obedecidos no dimensionamento de perfis estruturais de aço formados a frio destinados a estruturas de edifícios. mas técnicas publicadas de janeiro a junho de 2010: ´ ABNT NBR 11702:2010 – Tintas para construção civil – Tintas para edificações não industriais – Classificação ´ NBR 14715-1:2010 – Chapas de gesso para drywall – Parte 1: Requisitos ´ NBR 14715-2:2010 – Chapas de gesso para drywall – Parte 2: Métodos de ensaio ´ NBR 14762:2010 – Dimensionamento de estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio ´ NBR 14940:2010 – Tintas para construção civil – Método para avaliação de desempenho de tintas para edificações não industriais – Determinação da resistência à abrasão úmida ´ NBR 15494:2010 – Tintas para construção civil – Tinta brilhante à base de solvente com secagem oxidativa – Requisitos de desempenho de tintas para edificações não industriais ´ NBR 158121:2010 – Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos – Parte 1: Projetos ´ NBR 15812-2:2010 – Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos – Parte 2: Execução e controle de obras ´ NBR 15813-1 a 3:2010 – Sistemas de tubulações plásticas para instalações prediais de água quente e fria – Parte 1: Tubos de polipropileno copolímero random (PPR) tipo 3 – Requisitos; Parte 2: Conexões de PPR – Re- Comitê da Construção da ABNT publica textos normativos de tintas, blocos e tubos de PPR Consulta nacional A ABNT também mantém até 2/9 outras 6 em Consulta Nacional. A etapa é feita inteiramente em: www.abntonli ne.com.br/consultanacional . Confira a seguir a relação das nor- quisitos; Parte 3: Tubos e conexões de PPR – Montagem, instalação, armazenamento e manuseio ´ NBR 15821:2010 – Tintas para construção civil – Método para avaliação de desempenho de tintas para edificações não industriais – Determinação do grau de resistência de tintas, vernizes e complementos, em emulsão na embalagem ao ataque de microorganismos ´ NBR 15844:2010 – Rochas para revestimento – Requisitos para granitos ´ NBR 15845:2010 – Rochas para revestimento – Métodos de ensaio ´ NBR 15846:2010 – Rochas para revestimento – Projeto, execução e inspeção de revestimento de fachadas de edificações com placas fixadas por insertos metálicos ´ NBR 15849:2010 – Resíduos sólidos urbanos – Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes para localização, projeto, implantação, operação e encerramento ´ NBR 15856:2010 – Geomembranas e produtos correlatos – Determinação das propriedades de tração ´ NBR 5648:2010 – Tubos e conexões de PVC-U com junta soldável para sistemas prediais de água fria – Requisitos ´ NBR 5688:2010 – Tubos e conexões de PVC-U para sistemas prediais de água pluvial, esgoto sanitário e ventilação – Requisitos Para adquirir estas e outras normas técnicas, visite o site www.abntcatalogo.com.br ou ligue para (11) 3017-3600. (NB) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 21 MEIO AMBIENTE Em busca da sustentabilidade O Grupo de Trabalho (GT) de Sustentabilidade da Câmara Ambiental da Construção Civil, ligada à Cetesb, passa a ser o legítimo suporte técnico ao governo sobre assuntos de construção sustentável que poderão ser incorporados nas ações referentes à Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), afirmou Casemiro Tércio Carvalho, coordenador de Planejamento Ambiental da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, em entrevista a Notícias da Construção. A PEMC objetiva disciplinar as adaptações necessárias aos impactos derivados das mudanças climáticas, bem como contribuir para reduzir em 20% a concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera até 2020, tendo por base o ano de 2005. Com isso, o GT será a primeira das três instâncias envolvidas no âmbito da PEMC. Segundo Casemiro Carvalho, a ideia é “fortalecer a Câmara Ambiental como espaço de orientação e discussão destes temas”. O grupo é coordenado pela engenheira Lilian Sarrouf, que também é coordenadora técnica do Comitê de Meio Ambiente do SindusCon-SP e foi indicada pelo Comasp para ocupar o cargo no GT. “O Grupo de Trabalho, por ser formado por entidades que representam os principais agentes do setor de construção civil, universidades, ONGs e governo, legitima as propostas que serão apresentadas para a regulamentação do Programa Estadual de Construção Sustentável”, afirma Lilian. A Lei que criou o PEMC (Lei 13.798, de 9/11/2009) gerou ainda um Comitê Gestor, cuja incumbência é acompanhar a elaboração e a implementação dos planos e programas ligados à sustentabilidade, e um Conselho Estadual de Mudanças Climáticas, de caráter consultivo, com a finalidade de avaliar e monitorar o cumprimento da meta global e das metas setoriais e intermediárias a serem definidas na comunicação estadual. “O Comitê terá a missão de ajudar a internalizar no governo o que for decidido na Câmara Ambiental”, reforça Carvalho. Segundo ele, os encaminhamentos foram divididos em dois blocos: o de edificações públicas e o de grandes obras públicas. “No primeiro eixo, queremos usar a força indutora do governo para incentivar nos editais de licitação ações nos moldes da sustentabilidade”, diz Carvalho. Segundo ele, as construções antigas serão retrofitadas com base em critérios de melhoria de desempenho dos edifícios, levando em conta os parâmetros como o do Selo Procel Edifica. Visando as grandes obras (estradas, por exemplo), o governo vai buscar atuar junto às empresas públicas Grupo coordenado pelo SindusCon-SP dará suporte à política de mudanças climáticas 22 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO (DAEE, Sabesp, Dersa) no sentido de capacitar os engenheiros e arquitetos a buscarem critérios de sustentabilidade na concepção de novos projetos, nas obras e até na operação. “Também queremos encontrar formas de aferição de resultados. Por isso, nos próximos meses, promoveremos rodadas de debates setoriais para que as empresas mostrem as boas práticas e digam como é possível realizar aferições seguras”, comenta Carvalho. Decreto O empenho do governo em implementar a política de mudanças climáticas tomou novo impulso em 24 de junho com a assinatura pelo governador Alberto Goldman do Decreto 55.947, que regulamenta a Lei 13.798. Até o fim do segundo semestre, o governo deverá apresentar o Inventário de Gases de Efeito Estufa do Estado de São Paulo, que será a base das emissões paulistas, possibilitando o cumprimento da meta prevista na lei. “O governo tem de fazer a lição de casa, mas o empresário também deve se preparar para o aumento da competitividade”, afirma Carvalho. O decreto institui ainda programas e planos voltados a inovação tecnológica, energia, transporte, educação ambiental e a ações emergenciais e mapeamento de áreas de risco. O texto define também a meta para que Programa Estadual de Construção Sustentável seja regulamentado até o final de 2010. (Nathalia Barboza) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 23 MOTIVAÇÃO Gerando energia U ma das unidades de uma empresa onde recentemente conduzi um treinamento de líderes passava por um processo complicado. As pessoas estavam desmotivadas por não conseguirem atingir os objetivos nos últimos 11 meses. Os acionistas estavam a ponto de interromper a operação, quando resolveram dar uma última oportunidade para as 800 pessoas que trabalhavam lá. Escolheram como diretor um profissional de carreira da unidade central e lhe deram a missão de reverter o cenário em curto prazo. O resultado foi fenomenal! Como era de se esperar, num primeiro instante as pessoas sentiram desconfiança e medo. A missão do novo diretor seria encerrar a operação? Demitir muita gente para adequar os custos? Seres catastróficos que somos, ninguém imaginava que a missão dele era recuperar a unidade com tudo e todos que estavam lá dentro! O novo diretor assumiu há três meses e orientou o responsável por Recursos Humanos a reunir todo pessoal em pequenos grupos, começando pelos líderes, para, “olho no olho”, expor sua missão e o que esperava de cada um. Também orientou o responsável pela Comunicação a divulgar um informe “claro, objetivo e transparente”, com todos os dados históricos da unidade no último ano, os desafios para os próximos meses e as recompensas em caso de obtenção dos resultados. O objetivo era mostrar que o discurso não vinha de alguém “distante”, que todos indistintamente deveriam praticá-lo e que ninguém poderia alegar “ignorância” dos fatos. A recompensa para a obtenção dos resultados, imaginem só, era a participação em uma “balada” para celebrar o momento, fora do horário de expediente e sem nenhum “tostão” a mais no bolso! 24 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Pedro Luiz Alves * Conexão emocional entre equipe e sua liderança é básica para atingir o alvo A seguir, o novo diretor determinou à área de Operação a consolidação, atualização constante dos resultados e a comunicação diária aos profissionais, para que acompanhassem a evolução dos indicadores. Ele passou a percorrer os setores e a conversar com as pessoas, incentivando-as a realizar, reconhecendo a contribuição individual e referindo-se a elas pelo nome, demonstrando respeito e o reconhecimento da importância de cada um. Em pouco tempo, todos na unidade olhavam para um mesmo foco –“atingir os resultados, conectados emocionalmente uns aos outros”; e lutaram muito mais que antes, dirigidos para um mesmo propósito, com muito respeito e consideração. O resultado não poderia ser outro senão o “brilho nos olhos de todos” e obviamente a surpreendente recuperação da unidade. A partir deste exemplo, constatei que, para as pessoas se mobilizarem rumo a um propósito, basta que alguém bem intencionado possa olhar nos seus olhos e dizer claramente o que espera delas, que acredita nelas e que acompanhe e reconheça pontualmente as grandes e as pequenas conquistas obtidas. Isso, sem dúvida, gera uma energia contagiante nas pessoas. O pessoal realizou a “balada”. Convidado a participar, fui presenteado com uma demonstração de reconhecimento de todos os profissionais da unidade ao novo diretor. Eles simplesmente prepararam uma coreografia maravilhosa para homenageá-lo e depois o convidaram para dançarem juntos. Adivinhe o que ele fez? “Uniu-se aos seus colegas e dançou”, e neste momento uma energia tomou conta de todo o ambiente e foi inexplicável, não consigo descrever a sensação fantástica de estar ali, fazendo parte daquele momento mágico. Por isso, no dia seguinte, acordei e agradeci a vida por ter me proporcionado a oportunidade de renovar minha convicção de que o ser humano vale a pena. ADMINISTRADOR, CONSULTOR DE RH E DIRETOR DA ASTD-BRASIL – AMERICAN SOCIETY FOR TRAINING AND DEVELOPMENT cas, mentários, críti Envie seus co as m te gestões de perguntas e su na: para esta colu .b r ns ul to ria .c om pe dr o@ ac ao co REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 25 GESTÃO EMPRESARIAL Mais importante que o lucro N os últimos meses, temos atentado ao orçamento planejado e aos controles dos resultados ocorridos, versus o estimado inicialmente. Obviamente, todos os resultados se refletirão na conta mais importante para a empresa, qual seja, a conta caixa. O leitor poderá se perguntar: mais importante que o lucro? Sim, porque pagamos contas com o dinheiro do caixa e não com os lucros. Em outras palavras, lucros são conceitos econômicos, que obviamente representam uma das origens do caixa da companhia, mas nem são eles os únicos responsáveis pelo caixa, nem são sempre iguais ao caixa. Por exemplo, se a empresa efetua uma venda a prazo, ela terá lucro, pois teve receita, mas não terá caixa até que receba pela venda a prazo. É por este motivo que o tema deste artigo, a Demonstração de Fluxo de Caixa, se tornou uma demonstração financeira obrigatória para as Sociedades Anônimas. Primeiramente, devemos refletir sobre o que a empresa pode fazer com seu cai- Maria Angelica Lencione Pedreti * A Demonstração do Fluxo de Caixa permite planejar as ações futuras xa. Existem três decisões estratégicas que a companhia poderá tomar, sempre na mesma ordem, a fim de criar valor: a primeira é a Atividades Operacionais $$$ decisão de investimento: quanto deverá investir e Lucro líquido antes dos dividendos 117,50 Ajustes em quais ativos fixos. A Ajustes não caixa segunda se refere à forDepreciação 100,00 Ajustes devidos ao capital de giro ma de financiamento: se Aumento em contas a receber (60,00) a empresa tem disponiAumento em estoques (200,00) bilidade de caixa, ela poAumento em contas a pagar 30,00 Aumento em “accruals” 10,00 derá decidir se deseja Caixa líquido oriundo de atividades operacionais (2,50) saldar dívidas, ou se preAtividades de investimento de longo prazo fere contrair mais dívida Caixa usado para adquirir ativos fixos (230,00) para reduzir os investiAtividades de financiamento mentos dos sócios. A últiVenda de investimentos de longo prazo 65,00 ma decisão, se ainda soAumento em contas a pagar 50,00 brar caixa, será sobre Aumento em títulos 174,00 Pagamentos de dividendos preferenciais e ordinários (61,50) como devolvê-lo aos sóCaixa líquido advindo de operações de financiamento Resumo Mudança líquida no caixa Caixa no início do ano Caixa ao final do ano 227,50 (5,00) 15,00 10,00 cios, ou seja, a decisão de dividendos. A Demonstração de Fluxo de Caixa reflete justamente estes pontos, conforme se observa na estrutura que está na tabela desta página. Observe na tabela que a Demonstração de Fluxo de Caixa se inicia com o Lucro do Exercício. De fato, ele é a primeira fonte de caixa em que podemos pensar, mas, como comentamos, ter lucro hoje não quer dizer que a empresa tenha caixa no mesmo momento. Além disso, para o cálculo do lucro, existem despesas como a depreciação de equipamentos, que servem para refletir contabilmente que o equipamento está se desgastando e que um dia um novo investimento deverá ser feito. Mas a depreciação não significa saída de caixa no momento em que ela é a despesa que deduz o lucro. Por conta disso, a primeira parte da Demonstração de Fluxo de Caixa apresenta o lucro, primeira fonte de caixa da operação, ajustado para o conceito de caixa, ou seja, devolvendo a depreciação que foi subtraída, como despesa, mas que não representou efetiva saída de caixa. O resultado representa o que chamamos de geração bruta de caixa. Outra forma de gerar ou consumir caixa através das operações é através da administração da política de capital de giro da empresa. Assim, quando a empresa concede mais crédito aos clientes, ela abre mão da entrada de caixa, o que funciona como se houvesse uma saída de caixa. O mesmo acontece quando ela compra mais estoques. Por outro lado, quando ela restringe a política de crédito, haverá entradas de caixa oriundas dos recebimentos das contas com clientes. A empresa pode, ainda, se financiar com os fornecedores, obtendo maiores prazos de pagamento; neste caso, isto funcionaria como entrada de caixa. Isto tudo pode ser visualizado na segunda parte da Demonstração, que resulta na Geração Operacional de Caixa, ou seja: o caixa gerado seja pelo lucro das operações, devidamente ajustado, seja pela boa administração de capital de giro. A seguir, a demonstração relacionará os investimentos em ativos fixos que consumirão o caixa da empresa ou os desinvestimentos, vendas de imobilizado, que originarão mais caixa para a companhia. Finalmente, vem a decisão de financiamento, emitindo novas dívidas ou pagando dívidas existentes, o que originará caixa na primeira situação e consumirá na segunda. Da mesma forma, a decisão de dividendos consumirá caixa, oposta à decisão de novos aportes de capital, quando os acionistas investirão mais dinheiro na companhia para alguma das decisões estratégicas que comentamos. O resultado refletirá as três decisões apresentadas, e mostrará como cada uma delas gerou caixa ou consumiu caixa no período analisado. Obviamente, o importante é ter uma operação geradora de recursos, ou seja, que a companhia consiga gerar caixa suficiente para sustentar suas operações e seus novos investimentos, na medida do possível, sem precisar recorrer a novos financiamentos ou aporte de capital aos sócios. Também não é necessário sempre devolver dinheiro aos sócios, através de dividendos, desde que os investimentos que precisaram do dinheiro em questão tenham um retorno justificável, ou seja, maior que o custo de capital da companhia. Finalmente, se em algum momento de sua vida uma empresa for tomadora de recursos, cabe investigar: ela é tomadora agora, pois seus fluxos, ainda incipientes, são insuficientes para sustentar o crescimento da companhia, dadas as necessidades do mercado, ou é tomadora de recursos (em contraposição à geradora de caixa), pois suas operações são fracas, não conseguem gerar caixa e não há perspectivas de mercado de que consigam um dia? Uma companhia pequena que precisa de caixa para crescer num mercado promissor pode ser merecedora de investimentos, ao passo que uma companhia com operações não saudáveis nem sustentáveis, que não tem perspectivas de crescimento, merece uma reestruturação, antes de qualquer investimento. * PROFESSORA DE CONTABILIDADE E FINANÇAS DA FGV, MESTRA EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS, TRABALHA EM PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO cas, mentários, críti Envie seus co mas gestões de te perguntas e su na: para esta colu @ fg v.b r ne io nc m ar ia .le SINDUSCON-SP EM AÇÃO Ourinhos programa requalificação O SindusCon-SP aceitou bianco e a vice-presidente Mao convite feito pelo prefeito de ristela Honda. Ourinhos, Toshio Misato, para Misato destacou que o procolaborar na requalificação grama visará absorver os trade trabalhadores que serão balhadores que forem desligaempregados na construção dos da cultura da cana de açúcivil naquele município. O concar, a ser inteiramente mecanivite foi feito pelo prefeito em zada. Segundo ele, Ourinhos, visita ao SindusCon-SP em 110 mil habitantes, situada no julho, quando participou da entroncamento rodoferroviário reunião da diretoria da entido Oeste paulista que dá acesdade, acompanhado dos se- Capobianco, Watanabe, o prefeito Toshio Misato e Maristela, na reunião so tanto ao Paraná como a cretários Luis Augusto Perino Mato Grosso do Sul, já possui (Desenvolvimento Econômico) e Roberto indústrias nos ramos alcooleiro, alimentíno). Entre outros, estiveram presentes o Alves de Oliveira (Desenvolvimento Urbacio e de máquinas e equipamentos. representante à Fiesp Eduardo Capo- Banco japonês faz visita O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, recebeu em julho a visita dos representantes do Iwata Shinkin Bank que preparavam uma missão econômica de empresários japoneses ao Brasil em agosto. O diretor executivo do banco Yuma Nagai e o consultor Etsuo Ishikawa estiveram acompanhados de Fernando Vieira do Nascimento, assessor institucional da Caixa Econômica Federal, que mantém relações com a instituição financeira da província de Shizuoka. Ao lado do diretor de Relações Internacionais do sindicato, Salvador Benevides, e da gerente de Incorporação da construtora Simétrica, Yoshiko Muto, Watanabe colocou o SindusCon-SP à disposição da missão econômica e relatou a intenção do sindicato de promover uma missão técnica ao Japão em 2011. Segundo Nagai, a visita econômica deverá trazer ao país cerca de 10 empresários japoneses dos mais di- 30 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO versos segmentos, em comemoração aos 60 anos do banco. Bola da vez Nagai contou que, em junho, o banco promoveu um seminário sobre o Brasil, com as presenças dos presidentes da Caixa e da Petrobras, e de 250 empresários locais. “No Japão, foi um fato inédito acontecer um seminário deste vulto com tantos empresários querendo conhecer o Brasil”, destacou Nagai. “Aos poucos, os japoneses têm percebido que o Brasil é a bola da vez.” O executivo comentou que, com o aumento de interesse pelo Brasil, o banco decidiu ajudar as empresas do Japão “a dar o segundo passo”. Embora a atuação do Iwata Bank seja regional, o banco criou em 2007 uma unidade de apoio no Brasil, com um balcão de atendimento que disponibiliza todas as informações logísticas, tributárias e jurídicas. Cortadores de cana irão para construção O SindusCon-SP participará de uma ação para requalificar trabalhadores que seja dispensados da colheita de cana de açúcar e empregá-los na construção civil. O assunto foi debatido em reunião de um grupo de trabalho do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), órgão ligado à Presidência da República. O vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, participou da reunião representando o presidente da CBIC, Paulo Simão, em julho, na Fiesp. Ele esteve acompanhado da gerente de Estratégia e Produtividade do sindicato, Roseane Petronilo. O grupo de trabalho espera que a iniciativa se realize em Bauru e Ribeirão Preto e seja um piloto para as demais regiões planas do país onde a cultura da cana de açúcar passará a ser inteiramente mecanizada. Estima-se que boa parte dos 100 mil cortadores de cana possam ser aproveitados na construção civil. Trabalhadores homenageiam Ishikawa O vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, foi homenageado pela Feticom-SP (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo), com o troféu “Oscar da Construção Civil”, por sua atuação frente às negociações trabalhistas junto aos sindicatos dos trabalhadores e pelos trabalhos que vem realizando na área de Segurança, Saúde e Medicina do Trabalho. A cerimônia de entrega do prêmio aconteceu em julho, na Colônia de Férias da federação, em Mongaguá (SP), durante evento de comemoração dos 67 anos do maior sindicato representativo Ishikawa, com o “Oscar da Construção Civil” dos trabalhadores do interior paulista. Na ocasião, o presidente da Feticom-SP, Emilio Alves Ferreira Junior, atribuiu a premiação à “preocupação diária” do vice-presidente com a saúde e à segurança do trabalhador. Entre os presentes, estiveram o prefeito de Mongaguá, Paulo Wiazwski Filho; o deputado estadual Campos Machado; o presidente da CNTI (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria), José Calixto Ramos; e diretores da Feticom e de outros sindicatos. No evento, Ishikawa representou o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe. Nova diretoria é criada Zaidan preside o Conselho Consultivo O Conselho Consultivo do SindusConSP elegeu em julho, para sua presidência, o conselheiro Eduardo Zaidan (foto), em substituição a José Romeu Ferraz Neto. Zaidan, que já presidiu o Conselho, atualmente é diretor de Economia do SindusCon-SP. Para a 1ª vice-presidência, o Conselho elegeu Roberto José Falcão Bauer, que também integra a Comissão Permanente de Negociação do SindusCon-SP atuante na área trabalhista. Para a 2ª vicepresidência, foi eleito o diretor-adjunto da Regional Campinas, Marcio Benvenutti. A convite da presidência do SindusCon-SP, o conselheiro José Romeu Ferraz Neto assumiu a Diretoria de Assuntos Estratégicos do sindicato, que cuidará das articulações institucionais da entidade. Ferraz Neto deverá representar o sindicato como membro do Conselho Consultivo da Adit (Associação para o Desenvolvimento Imobiliário e Turístico do Brasil) que reúne construtoras, incorporadoras e agentes de turismo deste setor. Já participa da Adit, na qualidade de coordenador do Conselho Imobiliário, o vice-presidente de Meio Ambiente do SindusCon-SP, Francisco Vasconcellos. Ferraz Neto fará articulações institucionais Fórum debaterá habitação sustentável O SindusCon-SP recebeu em junho a visita de Zenaida Verver y Vargas Muñoz, Marcela León Michaud e Karla Santacruz León, representantes do Grupo Mad – Marketing & Advertising. Elas convidaram o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, e o diretor de Relações Internacionais do sindicato, Salvador Benevides, a participarem do Foro Internacional de Vivienda Sustentable 2010, a ser reali- zado no México, em 9 e 10 de setembro. O fórum tem por objetivo divulgar e promover novas práticas, tecnologias e casos de sucesso nacionais e internacionais em construção sustentável. Os temas principais no evento serão meio ambiente, planejamento, comunidade e outros aspectos relevantes para a América Latina. Veja mais em www.forointernacionalde viviendasustentable.com/. REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 31 TRABALHO Cresce a prevenção a acidentes O presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, aproveitou o Dia Nacional da Prevenção ao Acidente de Trabalho (27 de julho) para anunciar o calendário 2010 da Megasipat (Mega Semana Interna de Prevenção de Acidentes). O evento começará em 1° de setembro, na Regional Ribeirão Preto do sindicato, e percorrerá as demais Regionais no Estado de São Paulo até chegar à Capital, em 1° de dezembro (ver anúncio à pág. 51). A Megasipat, que acontece há 11 anos, no segundo semestre na Capital e nas Regionais do SindusCon-SP, é uma das principais ações conjuntas das Vice-presidências de Relações Capital-Trabalho e Responsabilidade Social em prol da saúde e segurança, bem como da qualidade de vida dos trabalhadores da construção civil. Ao longo destes anos, o evento já atingiu 13.586 trabalhadores, que se tornaram, depois de um dia inteiro de atividades e palestras lúdicas, multiplicadores das práticas prevencionistas em 1.869 construtoras filiadas ao sindicato. O projeto, que conta com a parceria do Sesi, Senai, Seconci e apoiadores, tem por meta conscientizar os trabalhadores das empresas associa- Atividade de interação na Megasipat 2009 da Regional de Presidente Prudente das para as questões relativas ao universo da segurança do trabalho. Ação cotidiana Segundo o vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, “todo dia é de prevenção de acidentes no sindicato”. Por isso a entidade também promove o PSS (Programa SindusConSP de Segurança), que disponibiliza técnicos de Segurança do Trabalho às empresas associadas ao sindicato, com o objetivo de orientá-las na aplicação dos procedimentos incluídos na NR 18 (Norma Regulamentadora que dispõe sobre Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil). A adesão é espontânea, gratuita e por empresa. Em parceria com o Senai-SP, o PSS vem desenvolvendo há cinco anos ações de orientação e acompanhamento sobre os procedimentos a serem adotados e contribuindo para a proteção e saúde do trabalhador e das condições de meio ambiente do trabalho nos canteiros de obra. Paralelamente, o SindusCon-SP empenha-se em várias outras ações setoriais, como nas parceiras com a entidade “Trabalho e Vida” na realiza- Ações têm por objetivo formar multiplicadores das práticas prevencionistas 32 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO ção de seminários sobre saúde, segurança e qualidade de vida, e com o Seconci (Serviço Social da Construção Civil) para a confecção e a orientação aos trabalhadores do uso correto do protetor solar nos canteiros de obra. O SindusCon-SP também divulga artigos sobre SST na revista Notícias da Construção e atua fortemente junto ao governo e trabalhadores nas reuniões do CPR NR 18 e do CPN NR18 (Conselhos Per manentes Regionais e Nacional da NR 18), além de ser o interlocutor nas negociações trabalhistas com os sindicatos dos trabalhadores. Desde este mês, o vicepresidente do SindusCon-SP Haruo Ishikawa está na coordenação nacional do CPN NR18. Ishikawa lembra que o grande aumento do contingente empregado pelo setor a partir de 2005 trouxe a tarefa de formar a consciência de profissionais que nunca haviam trabalhado no setor. “O SindusCon-SP espera com estas ações contribuir para a redução dos acidentes de trabalho, procurando conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção e das doenças do trabalho, bem como permitir que as empresas de pequeno e médio porte possam ser atendidas e assim reverter sua participação em um benefício para seus trabalhadores e familiares”, diz Ishikawa. (NB) GT discutirá certificação profissional No início do mês, uma reunião realizada no SindusCon-SP criou o Grupo de Trabalho (GT) Qualificação e Certificação Profissional, conforme havia sido deliberado na última reunião do CTECH (Comitê Nacional de Desenvolvimento Tecnológico da Habitação) –organismo gestor do PBQP-H composto por integrantes de toda a cadeia produtiva da construção civil. O SindusConSP foi representado pelos vice-presidentes Mauricio Bianchi (Tecnologia e Qualidade) e Haruo Ishikawa (Relações Capital-Trabalho). Coube à coordenadora geral do PBQP-H, Maria Salette Weber, liderar a constituição do GT que, em sua primeira rodada de discussão, definiu uma linha de atuação setorial frente às inúmeras ações que vêm sendo desenvolvidas a fim de viabilizar a certificação de trabalhadores da construção civil. Uma delas é a elaboração interministerial de um decreto que estabelece as bases para o SNCP (Sistema Nacional de Certificação Profissional). Salette disse que o texto encontrou ressonância no Ministério da Educação, que já prometeu, em consonância com o Ministério do Trabalho, injetar recursos em programas de qualificação e de certificação de mão de obra. Competências de saber Entre as propostas do GT está a contratação de um consultor que possa atuar junto às comissões de estudo (CEs) das normas técnicas de certificação, no âmbito do CB-90/ABNT. O trabalho dentro da ABNT está adiantado e o GT verificou a necessidade de agir com rapidez para que o setor seja ouvido. “As normas têm de levar em consideração as competências de saber dos trabalhadores mais experientes e não os diplomas”, afirmou Ishikawa. Segundo Laura Marcelini, da Abramat (fabricantes de materiais de construção), “a definição sobre o que vai ser certificável [dentro das CEs] será uma decisão setorial”. “A certificação é uma ideia boa, mas colocada em hora errada. Ainda hoje, grande parte dos nossos trabalhadores sequer tem o hábito de escovar os dentes. Nosso objetivo deveria ser a capacitação. Além disso, teríamos primeiro de criar uma espécie de Exame da Ordem para o engenheiro que manda no pedreiro”, pondera Bianchi. Ficou também clara a necessidade de ter uma referência única para os parâmetros de qualificação e certificação. O GT é formado ainda por representantes da CBIC, Abrafati (setor de tintas) e Antac. Outras entidades serão envolvidas em breve. (NB) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 33 MARKETING Pescando na internet A última matéria da McKinsey Quarterly trata do uso das redes sociais como ferramenta de marketing. É fundamental que as empresas que pretendam se utilizar dessa ferramenta não o façam de forma a colocar em risco suas marcas institucionais ou seus produtos. A dinâmica e a rapidez existentes no mundo digital exigem uma constante atualização e inovação para que valha a pena uma navegação de alguns minutos por parte de um integrante do mercado. Além disso, só haverá interesse em voltar a uma determinada comunidade quando se sabe que serão encontradas novas atividades, informações, notícias e curiosidades pertinentes ao perfil dos integrantes. Se forem criados jogos, inove, constantemente nas regras, tornando-os mais disputados e mais instigantes. Inove também nas modalidades de competição, dando oportunidades para experiências inusitadas e gratificantes, além de divertidas. Não se acomode com apenas dois ou três níveis de competição. Adicione outros níveis de dificuldade e promova os vencedores a categorias especiais, proporcionando um reconhecimento que extrapole o limite da rede à qual eles pertencem. O mundo virtual permite a cada um e a todos que tenham o seu momento de glória. As empresas não podem perder essa oportunidade para conquistar adeptos para as suas marcas. Os heróis digitais serão os advogados da marca no mundo real. Para obter os frutos de uma comunicação “boca a boca”, positiva, a respeito de uma organização ou de uma marca de produto, é preciso que os sites, os blogs, os twitters, os facebooks das mar- 34 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Antonio Jesus de Britto Cosenza * Utilizar as redes sociais demanda bastante inovação e atualização cas tragam informações e assuntos úteis para os públicos alvo que elas pretendem influenciar. Quando não há uma percepção, por parte do mercado, de que vale a pena navegar e integrar uma comunidade virtual, a empresa poderá desperdiçar a oportunidade e, pior, causar um impacto negativo para a(s) sua(s) marca(s). A mesma rapidez com que se constrói uma marca a partir do mundo virtual também pode levála à destruição ou a perdas reais de demanda e, portanto, de faturamento, na economia real. Como ser útil para o(s) segmento(s) de mercado que nos interessa(m)? Algumas “dicas” ajudam a conquistar um boca a boca positivo. Em primeiro lugar, não polua a sua fer- ramenta virtual. Excesso de pop up’s e de movimentos irrita até mesmo o mais “nerd” dos adolescentes. Aborde assuntos que enriqueçam as informações sobre o produto ou serviço e auxiliem na percepção de seus diferenciais em relação aos demais. É viável estender essas informações a “by products” e mesmo a produtos complementares e acessórios. Utilize atividades lúdicas quando forem condizentes com o público alvo. Jogos e disputas são sempre instigadores, mas não se esqueça de dar destaque aos que ganharam e de classificá-los para que sejam reconhecidos pela comunidade que integram. Todos gostam de ser recompensados e reconhecidos pelos seus grupos sociais. Assim, proporcione o devido destaque para aqueles que colaborarem com opiniões interessantes e mesmo para os que se destacarem entre os demais participantes de cada uma das redes criadas por você para as marcas. Crie itens virtuais que possam ser ostentados pelos participantes. Todos gostam de sinalizar o(s) grupo(s) a que pertence(m) e a posição que nele(s) ocupa(m). É comportamento recorrente em nosso mercado. A vantagem do boca a boca gerado nas redes é que ele é conquistado e, portanto, tem credibilidade, é autêntico. * CONSULTOR DE EMPRESAS E PROFESSOR DA EAESPFGV E DA BBS cas, mentários, críti Envie seus co as gestões de tem perguntas e su na: para esta colu .com.br nzaeassociados se co a@ cosenz REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 35 DESAFIOS NO CANTEIRO Estratégia de guerra A construção vem passando por profundas transformações nos últimos três anos. Empresas chegaram a quadruplicar seu VGV. O número de trabalhadores formais atingiu o recorde de 2,69 milhões. Hoje o problema é a falta de pessoal qualificado. O tema não é novo. Há anos os consultores vêm orientando as empresas para fazerem uma reestruturação produtiva, adotando novas tecnologias e formas de organização, visando redução dos custos e melhorias na execução com segurança e preservação do meio ambiente. Muitas construtoras optaram pela terceirização, mas esta pode ser um autoengano. O simples fato de terceirizar não significa faturar mais. Aconteceria se os trabalhadores fossem qualificados, se soubessem fazer melhor e mais barato, mas não é o que acontece. A qualificação não é considerada prioridade na maioria das empresas. Valorizam-se mais a gestão de projetos, equipamentos e materiais do que a gestão das pessoas e a metodologia de execução. Isso é notado pelo nível das empresas subcontratadas, formadas em muitos casos por pessoas sem a mínima comprovação de instrução, qualificação e experiência em obras e que, depois de contratadas, não conseguem atingir os resultados planejados. Nos contratos entre as partes, não há garantia absoluta. Raros são os casos em que os prejuízos foram ressarcidos, e mesmo com a retenção de 15% do valor do contrato, subcontratadas já abandonaram obras. É preciso desenvolver sistematicamente um novo padrão de atitude, conhecimento e habilidade para que o trabalhador se desempenhe de forma adequada. 36 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO José Carlos de Arruda Sampaio * Precisamos de um plano nacional para qualificar um grande número de pessoas Treinar para qualificar, dentro de uma estratégia de guerra. A formação para a qualificação pode ser realizada em massa e de forma rápida, começando por um Plano Nacional de Qualificação para a Construção –PNQC. Ele pode ser concebido por profissionais indicados pelos Ministérios da Educação, do Trabalho e da Ciência e Tecnologia, por aqueles ligados aos sindicatos e os experientes no assunto. Os materiais para treinamento devem ser redigidos de forma simples, clara e inteligente, abordando questões comportamentais e técnicas, gerais e específicas para cada função. Instrutores seriam formados em todo o país para realizar os cursos teóricos e práticos. Ginásios de esportes subutilizados, grandes galpões, estacionamentos, subsolos de obras devem ser utilizados para o treinamento em massa. Instrutores treinados com material didático podem treinar trabalhadores que atuem ou não no setor, durante um dia por semana, à noite, e em período que cubra os treinamentos gerais. Os treinamentos específicos separados por função poderiam acontecer na obras em que os trabalhadores atuam. Os demais profissionais poderão ser apadrinhados por alguma empresa para também participarem do processo. O mais importante é que o programa qualifique e que o treinamento desenvolva em cada um orgulho pelo trabalho, ação com criatividade e conhecimento das etapas do processo, para que o trabalhador priorize a qualidade com segurança e preservação do meio ambiente, e coloque toda a potencialidade adquirida na execução de sua atividade. W. E. Deming, maior consultor da qualidade do Japão e EUA, dizia que “para obter qualidade é preciso treinar, treinar e continuar treinando”. O treinamento precisa atingir resultados e ser orientado para melhorar a qualidade dos produtos e serviços. Mentalizar no trabalhador o fazer certo da primeira vez e sempre. O mais importante do bordado é o avesso. Através dele avaliamos a qualidade de quem executou o trabalho. Pensem nisso. * CONSULTOR DE EMPRESAS E DIRETOR DA JDL QUALIDADE, SEGURANÇA NO TRABALHO E MEIO AMBIENTE cas, mentários, críti Envie seus co mas gestões de te perguntas e su na: e-mail: para esta colu m .b r jd ls @ te rr a. co REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 37 REGIONAIS Bauru celebra 25 anos de atuação Bauru nos últimos 18 A Regional Bauru do meses, que coordeSindusCon-SP complenou diversos projetos tou 25 anos de atuação e estudos no período. no Centro-Oeste paulista Também comparee celebrou seu aniversáceu, entre outros, o rio com a inauguração de diretor da Delegacia nova sede e muitos prode Mogi das Crujetos. Para comemorar, a zes, Orlando Pozzadiretoria reuniu associani Júnior dos, parceiros e amigos Durante a cerimôpara uma confraternizania, a diretoria prestou ção em julho. Abriu as nouma homenagem às vas instalações e lançou duas primeiras ema cartilha “Obra Legal”, presas associadas fruto de aproximadamenna região: Construtote um ano de debates ra LR Ltda. e Prata com várias entidades liAgostinho, Parreira, Amoroso e Pozzani ouvem Watanabe na inauguração da nova sede Construtora Ltda. gadas à construção civil “São empresas que (ver pág. seguinte). estão conosco desde o início e ambas Na oportunidade, o presidente do O prefeito da cidade, Rodrigo Agosprestaram relevante contribuição para o SindusCon-SP, Sergio Watanabe, destinho, reiterou a afirmação e acrescendesenvolvimento da representatividade tacou que o setor está numa fase extretou que só a administração pública tem do SindusCon-SP no Interior do Estamamente positiva e vive um período de atualmente 40 obras em projeto ou ando”, afirmou o diretor da Regional Bauintenso aquecimento. Segundo ele, Baudamento. “E o SindusCon-SP é uma ru, Renato Parreira. ru, localizada no coração de São Paulo, entidade que respeito muito”, afirmou. A nova sede fica na rua Capitão está entre as regiões que mais contriO diretor da Regional Campinas, Luiz Gomes Duarte, 19-26, Cidade Nova buem para o bom desempenho da consCláudio Amoroso, chamou a atenção (Sabrina Magalhães) Universitária. trução civil paulista. para a grande evolução da Regional Santo André lança Banco de Currículos Para aproximar as construtoras e os profissionais da área, a Regional Santo André lançou o Banco de Currículos e Serviços, reunindo ofertas de pessoas que buscam trabalho na construção, ele ficará à disposição das construtoras, agências de empregos e prestadoras de serviços especializados que tenham vagas. “É mais um serviço da Regional para seus associados”, diz o diretor da Re- 38 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO gional, Paulo Piagentini. A diretora-adjunta Rosana Carnevalli elogia a iniciativa. “Temos falta de mão de obra qualificada; há muitas obras em andamento e os cursos do Senai não conseguem suprir a demanda por profissionais”, diz. Segundo ela, essa rede será importante para as empresas encontrarem os profissionais necessários. Para o diretor da Escola Senai, Jorge José Nunes, a iniciativa é muito inte- ressante, mas necessita de boa divulgação e orientação aos trabalhadores sobre como preparar seus currículos. “Eles devem deixar claro o tempo e a experiência em que atuam na função e também colocar contatos que ajudem a localizá-los facilmente.” Informações e cadastro de currículos: [email protected] ou 4990-6433 ou r. Cel. Ortiz 96, San(Sueli Osório) to André. Lançada a cartilha “Obra Legal” A Regional Bauru do SindusConSP lançou em julho a cartilha “Obra Legal”, um guia para quem vai construir e quer ter uma obra legalizada junto a todos os órgãos fiscalizadores. A publicação foi realizada em parceria com Assenag, Crea, IAB, Seplan e Seesp, e o apoio de diversas entidades ligadas à construção. “Pesquisas recentes mostraram que, só no município de Bauru, o número de construções irregulares representa cerca de 50% dos imóveis existentes. São obras feitas com mão de obra informal, em desacordo com as normas técnicas vigentes, sem aprovação da Prefeitura, que não recolhem impostos, enfim, construções que podem causar desde multas e problemas para vender o imóvel até uma interdição”, comentou o diretor da Regional, Renato Parreira. Presente no lançamento, o prefeito de Bauru, Rodrigo Agostinho, destacou que a iniciativa será um instrumento re- levante para o desenvolvimento da sociedade. “Dizer que temos 50% dos imóveis em situação irregular significa que metade da cidade não estava no papel. Esperamos que a cartilha ajude a mudar isso”, disse. Representando os patrocinadores do projeto, o diretor do Grupo Cidade, Renato Zaiden, lembrou que a comunicação é fundamental para quem pretende mudar conceitos na sociedade. “Há anos tenho um lema para minha vida: Quem quer fazer arruma um jeito; quem não quer, arruma uma desculpa. Acho que a resposta do SindusCon-SP está aqui”, destaca. “É importante lembrar que, na imensa maioria das vezes, o barato sai caro. Por isso, insistimos: se for construir, faça uma Obra Legal!”, disse Parreira. (Sabrina Magalhães) Capa da publicação criada para combater a construção informal na região de Bauru Publicação mostra caminho das pedras De acordo com a cartilha “Obra Legal”, o primeiro passo é fazer um bom planejamento financeiro da obra. “É recomendável calcular os custos de cada etapa e definir de onde virão os recursos necessários para que você não tenha que interromper a construção no meio do caminho. Quando você paralisa uma obra, corre o risco de perder parte do serviço por deterioração, sem contar que o preço dos materiais será cada vez maior”, ressalta Parreira. O segundo passo mostra o que deve ser observado na hora de escolher o terreno. “Dependendo das características do solo e do relevo, o gasto com terraplenagem, arrimo, fundação e infraestrutura acaba sendo maior do que o valor da própria obra”, adverte. O terceiro passo é contratar profissionais habilitados para a elaboração dos projetos arquitetônico, hidráulico e elétrico da obra. “Por lei, você só pode iniciar a construção depois de receber aprovação da prefeitura sobre o projeto arquitetônico. Mas se você definir como serão as instalações hidráulicas e elétricas nesta etapa, vai evitar quebras de parede e desperdício de material mais tarde”, comenta. O quarto passo mostra todas as opções que o proprietário tem para a execução da obra: por conta própria, com empreiteiro ou com uma construtora. E indica as vantagens e desvantagens de cada alternati- va. “Além disso, a cartilha mostra que é fundamental fazer um contrato formal de trabalho com todos os profissionais envolvidos, citando as responsabilidades de cada um na execução da obra.” O quinto passo explica como fazer para obter todas as certidões e os registros necessários para a legalização. “Quem segue as recomendações e recolhe os devidos tributos em cada etapa da obra não terá dificuldades em obter a documentação. Do contrário, terá que pagar um bom valor em impostos e multas para regularizar tudo no final.” Para facilitar o acompanhamento de todas essas etapas, a cartilha ainda apresenta um check list . (SM) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 39 Sorocaba participa de Conselho Foto: Paulo Ochandio - Secom PMS lisar a concessão de benefíO diretor da Regional Socios às empresas industriais rocaba do SindusCon-SP, Roe de serviços instaladas ou naldo Oliveira Leme, e a viceque venham se instalar no presidente de Responsabilidamunicípio; recomendar ao de Social do SindusCon-SP, chefe do Executivo a aprovaMaristela Alves de Lima Honção ou não da redução ou da, são os representantes da isenção de impostos e taxas. entidade no Conselho MuniciPara Ronaldo de Oliveipal de Desenvolvimento Ecora Leme, a atuação do CMnômico e Social (CMDES) desDES é de grande importânte município. cia na definição do futuro da Junto com outros 17 conseTanigawa, Maristela, Lippi e Leme, na posse na sede da prefeitura cidade. “A comissão analisa, lheiros e 17 suplentes, Ronalinclusive, a concessão de indo Leme e Maristela Honda focentivos fiscais às empresas que pretenram empossados pelo prefeito de Sorocaria Municipal de Desenvolvimento Econôdem se instalar no município, e esse é um ba, Vitor Lippi, em julho, durante solenidamico, Câmara Municipal, Secovi, Senai, fator bastante complicado”. de na prefeitura, que contou com a particiSesi, meios de comunicação, sindicatos e Segundo Maristela Honda, é funpação do secretário municipal de Desenentidades classistas. damental que o SindusCon-SP esteja volvimento Econômico, Mario Tanigawa, Entre as atribuições do Conselho, espresente em todas as áreas de desenentre outras autoridades. tão assessorar o Executivo na definição volvimento. “O CMDES fomenta o deOs novos conselheiros e seus suplenda política de desenvolvimento econômisenvolvimento e ajuda a nortear a cites, sob a presidência do executivo Carlos co do município; promover discussões endade. Nossa participação no Conselho Vitório Zaim, da Johnson Controls, têm tre diversos representantes da sociedade é uma contribuição que oferecemos a mandato de 24 meses. O CMDES é intecivil, buscando captar tendências de oporesse desenvolvimento ordenado”, afirgrado por representantes de vários segtunidades e necessidades para o desenmou a vice-presidente. (Nerli Peres) mentos da sociedade civil, como Secretavolvimento econômico do município; ana- Audiência discute questões trabalhistas Representantes do SindusCon-SP, de sindicatos dos trabalhadores e de mais de 70 construtoras compareceram à audiência realizada pelo Ministério Público do Trabalho na Câmara Municipal de Sorocaba, em julho, com o objetivo de fornecer informações sobre o “Programa Nacional de Combate às Irregularidades Trabalhistas na Indústria da Construção Civil”. O vice-presidente de Capital-Trabalho do SindusCon-SP, Haruo Ishikawa, elogiou a atuação do MPT e falou sobre a importância do aprimoramento da segurança do trabalho na construção, mas ressalvou: “O alto índice de acidentes do trabalho do setor decorre de pequenas obras informais”. Ele destacou os projetos que o SindusCon-SP realiza com os sindicatos dos trabalhadores e com a Feticom. 40 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO O diretor da Regional Sorocaba do SindusCon-SP, Ronaldo Leme, destacou o trabalho realizado com o Senai, para qualificação de técnicos de segurança nos canteiros de obras. A vice-presidente de Responsabilidade Social, Maristela Honda, falou da importância da participação do SindusCon-SP nas áreas de saúde, segurança e social, citando as ações do Construser, Megasipat e do Seconci. Diminuir acidentes O procurador do Trabalho Alessandro Santos de Miranda destacou que a intenção do Ministério é diminuir o número de acidentes, eliminar as doenças laborais e melhorar o meio ambiente do trabalho na construção. Ele apresentou dados sobre o segmento e informou que existem várias irregularidades, como falta de registro em carteira e menores de 18 anos trabalhando. “Queremos trabalhar junto com os sindicatos, no sentido de que não haja acidentes de trabalho na construção civil, que é tão importante para o desenvolvimento”, afirmou, acrescentando que as empresas poderão esclarecer todas a dúvidas junto ao MPT. Silvio Beltramelli Neto, procurador do Trabalho em Sorocaba, informou que em 60 dias após a notificação que todas as empresas de construção civil receberam para regularizarem sua situação, começarão a ser feitas as diligências, baseadas num check list elaborado pelo Ministério. “As medidas para aquelas empresas que não se adequaram poderão ser administrativas ou judiciais”, disse. (NP) Ribeirão inova no ConstruSer O ConstruSer (Encontro Estadual da Construção Civil em Família), projeto do SindusCon-SP que reúne o trabalhador e seus familiares em um dia voltado à educação, incentivo à cultura, lazer, entretenimento e aprendizado, além de atividades que possibilitem a geração de renda, será expandido na Regional Ribeirão Preto, onde a ideia nasceu, em 2006. Inicialmente, o programa será realizado duas vezes por mês, em parceria com o Sesi, oferecendo todos os cursos disponibilizados pela escola e voltados às mulheres. Aos filhos, serão disponibilizadas diversas opções de lazer, acompanhadas de perto por monitores. “Vamos dar continuidade à ideia do ConstruSer, que é promover a valorização da família”, disse o diretor da Regional, José Batista Ferreira. Sobre os cursos, já estão confirmadas a Manhã de Beleza, em parceria com o Sesi e com a participação da Natura e da Embeleze. Durante a manhã, acontecerão workshops, serão sorteados produtos Natura e as participantes terão à disposição cinco cabeleireiros e duas manicures. Outra oficina confirmada é a de Customização em Camisetas para Mulheres. Além dessas, estão sendo estudadas outras oficinas e cursos. Para as crianças, serão realizadas diversas atividades de lazer, como cama elástica, jogos de mesa, jogos gigantes da água “leté” e pintura em cavalete. A divulgação está sendo feita diretamente nos canteiros de obras das empresas associadas, via Programa SindusConSP de Segurança. Homenagem A Câmara Municipal de Ribeirão Preto (SP) concedeu o título de cidadania ao professor Carlos Antonio Ferreira, o Sula, grande parceiro da Regional Ribeirão Pre- to do SindusCon-SP. Diretor do Sesi na cidade, Sula é um dos principais apoiadores do ConstruSer, projeto de que participa desde a primeira edição. “O título é extremamente merecido”, disse Batista. (Marcio Javaroni e Ana Paula Popolin) Novos cursos A Regional Ribeirão Preto, em parceria com o Senai, segue promovendo os cursos de Eletricista Instalador (com NR10) e Eletricista Instalador Residencial, Pintor de Obras, Pedreiro Revestidor e Pedreiro Assentador. Em agosto, começaram as aulas para dez turmas. Para os próximos meses, estão previstos novos cursos gratuitos, na Escola Municipal de Ensino Profissional Básico Dr. Celso Charuri. Informações: [email protected] ou (16) 3623-1340. (MJ e APP) Jurídico também atende São José A exemplo de outras regionais do SindusCon-SP, a de São José dos Campos tem recebido a adesão de novas empresas e está oferecendo o serviço de atendimento jurídico para as associadas. Com caráter preventivo, o atendimento é dado pelos profissionais especializados da Assessoria Jurídica do sindicato. É proporcionado a partir da solicitação da associada que envia a sua dúvida com antecedência para que se levante a legislação pertinente. A associada recebe todas as orientações necessárias com atendimento individual em horário previamente agendado. A prestação do serviço é gratuita, o que representa um retorno significativo. Segundo o assessor jurídico Renato Romano, estas consultas são de grande valia para as empresas, que têm a oportunidade de contatar diretamente os advogados. (José Carlos Ducatti) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 41 Empresários confraternizam em Santos O tradicional churrasco de confraternização dos empresários da Baixada Santista agitou as dependências do Tênis Club de Santos, no último dia 17, reunindo construtores, familiares, patrocinadores, amigos e parceiros do setor na região. Segundo o diretor da Regional Santos, Ricardo Beschizza, quase cem pessoas compareceram e trocaram experiên- cias profissionais. “O período marcado por bons negócios, lançamentos de empreendimentos inovadores e pela expectativa de desenvolvimento da região a partir da chegada da Petrobras para a exploração do pré-sal e da ampliação do porto são alguns dos motivos responsáveis pelo clima de otimismo na região. Tudo isso, refletiu no clima de confraternização, foi um verdadeiro sucesso”, disse Beschizza. Como de costume, o churrasco foi realizado em conjunto pela Regional Santos do SindusCon-SP, pela ASSECOB- Associação dos Empresários da Construção Civil da Baixada Santista e Secovi, com patrocínio da Votorantin, Fundamenta e H. Quintas-Tigre.” (Giselda Braz) Regional luta contra dengue A décima turma reúne trabalhadores da construção de toda a região do oeste paulista Prudente promove mais um curso de mestre de obras A Regional Presidente Prudente do SindusCon-SP realiza o curso de mestre de obras em parceria com a Escola Senai Santo Paschoal Crepaldi. Estão em andamento as aulas da décima turma, iniciadas em junho com a participação de 38 alunos, trabalhadores da construção. “A qualificação profissional na construção é oportuna e importante. Parcerias como essa são muito bem-vindas para Prudente e região”, diz o secretário de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação, Laércio Alcântara. Entre os alunos está o pedreiro Pedro Paco Dias, de 56 anos, do município de Taciba. “Fiquei sabendo do curso pela rádio comunitária e me inscrevi. Pretendo assistir a todas as aulas e aprender cada vez mais”, diz Dias, que trabalha no setor desde 1977. 42 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO O diretor da escola, Sebastião Andrade, diz que o boom da construção provoca o aumento na busca de qualificação profissional, o que é confirmado pelo diretor da Regional, Luis Gustavo Ribeiro. Para Ribeiro, o curso melhora a qualidade do serviço executado e o comprometimento geral do trabalhador que passa a evitar o desperdício de material, aumentar a produtividade, utilizar equipamentos de segurança e se relacionar melhor com os colegas de trabalho. Na Secretaria Municipal de Planejamento, Desenvolvimento Urbano e Habitação, são protocolados por dia, em média, 37 projetos de construção. Até o final de 2010 eram 85 mil imóveis construídos e 20 mil terrenos baldios, com as novas construções restam agora 17 mil terrenos baldios. (Homero Ferreira) A Regional Santos engajou-se na luta contra a dengue. Em trabalho com a Sucen, o técnico de segurança do SindusCon-SP, Waldir Ferreira Santana, passou a atender pedidos de palestras sobre cuidados para se evitar criadouros do mosquito transmissor da dengue. “O trabalho de prevenção de acidentes vem sendo realizado há anos e os resultados já estão aí. Os empresários solicitam e os trabalhadores esperam ansiosos o nosso técnico de segurança para esclarecer dúvidas e orientar sobre prevenção”, diz o diretor da Regional, Ricardo Beschizza, destacando que o engajamento do sindicato também na luta contra a dengue está tendo boa repercussão no setor. “O trabalhador é o maior patrimônio das empresas, por isso o SindusCon-SP tem investido pesado na prevenção e resolveu aderir também à luta contra a dengue, já que a doença tem causado várias vítimas na região”, prossegue Beschizza. Nessa nova etapa, o SindusCon-SP promove palestras e exibe vídeo da Sucen nos canteiros de obras para mostrar como se devem evitar criadouros do mosquito ou mesmo acabar com os já existentes. “Essa ação evita problemas na vizinhança e garante a segurança dos próprios trabalhadores que passam o dia todo naquele ambiente”, diz Beschizza. (GB) Missão de Campinas faz visita a Portugal Com o objetivo de atrair investimentos europeus, o diretor da Regional Campinas do SindusCon-SP, Luiz Cláudio Amoroso, e o diretor adjunto Márcio Benvenutti participaram de missão de negócios deste município, que visitou Portugal em julho. “Foi uma missão muito importante porque mostramos o polo de desenvolvimento da região de Campinas, que cresce mais que a média nacional e comporta investimentos estrangeiros em parceria com empresas regionais”, comentou Amoroso. Com 30 empresas, institutos de tecnologia, universidades e entidades empresariais, a comitiva participou do evento Campinas-Portugal: Expansão do Centro Tecnológico de Campinas e Região para a Europa, realizado em Cascais, onde foi montado um estande do SindusCon-SP que apresentou a entidade e as oportunidades do mercado regional como Amoroso e Benvenutti ladeiam Celso Marcos, na residência do embaixador em Lisboa vantagens para atrair os investimentos. Segundo Amoroso, o destaque foi o setor da construção civil, que está estagnada em Portugal, mas em grande expansão no Brasil. “Acertamos um evento apenas do setor, que deverá acontecer até o final do ano, para apresentarmos as oportunidades que temos e conhecermos os bons exemplos de Portugal, como o processo de restauração e preservação de prédios históricos.” A programação incluiu feira, rodadas de negócios, apresentações da administração municipal de Campinas, palestras e exposições de cases. Além dos empresários e autoridades municipais, participaram o embaixador do Brasil em Portugal, Celso Marcos, e representantes da Agência Brasileira de Estande do SindusCon-SP em Cascais Promoção de Exportações (Apex), do Ministério do Desenvolvimento, da Indústria e Comércio Exterior e do BNDES. (Vilma Gasques) REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 43 JURÍDICO De olho nos cartéis C artéis são acordos explícitos ou implícitos entre concorrentes para, principalmente, fixação de preços ou quotas de produção, divisão de clientes e de mercados de atuação (Cartilha “Combate a Cartéis em Licitações” da Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça –SDE). Trata-se não só de ilícito administrativo, que pode resultar na imposição de pesadas multas a empresas e administradores, mas também de crime, punível com até cinco anos de prisão. No ramo da construção civil, a SDE investigou cartéis nos mercados de vergalhões de aço, britas, cimento, entre outros. A prática de cartel em licitações, segundo o “Guia de Análise de Denúncias sobre Possíveis Infrações Concorrenciais em Licitações” (Portaria 51/09 da SDE), visa a restringir ou eliminar a rivalidade entre participantes, para aumentar o preço pelo qual a administração pública contratará bem ou serviço, ou diminuir o valor pelo qual ativo ou direito será vendido e, assim, aumentar o lucro dos conspiradores. Dentre os exemplos mais típicos de infrações concorrenciais em licitações, destacam-se: 1) acordo de preços; 2) definição prévia do vencedor e das condições de adjudicação; 3) divisão de conjunto de licitações entre membros do cartel, tendo por critério clientes ou regiões geográficas; 4) não comparecimento ou retirada de proposta já formulada para favorecer concorrente ou ser subcontratado pelo vencedor; 5) apresentação de proposta com vícios ou preço excessivamente elevado para conferir aparência de concorrência, e 6) acordo para rodízio de concorrentes como vencedores de licitação. Outras práticas também podem despertar preocupação em processos licitató- 44 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Ana Carolina Zoricic e Priscila Brolio Gonçalves * Contratações para Copa e Olimpíadas deverão atender à exigência da SDE rios, como a constituição de consórcios entre concorrentes e a atuação de sindicatos e associações. No primeiro caso, as autoridades costumam analisar se as empresas consorciadas tinham condições de apresentar propostas individuais, de modo a evitar diminuição desnecessária do número de licitantes. Já sindicatos/associações podem ser responsabilizados por facilitar conluio entre concorrentes, principalmente ao sugerir ou viabilizar tabelas de custos/preços mínimos. A simples troca de informações comerciais entre concorrentes, dentro ou fora de associações, já pode ser considerada ilícita. As autoridades públicas possuem diversas ferramentas para detectar e combater cartéis. Além de denúncias de concorrentes e de agentes públicos (pregoei- ros e membros da comissão de licitação) e do programa de leniência (cooperação de parte envolvida na prática ilícita), a SDE tem acordos com Ministérios Públicos e outras entidades e pode realizar buscas e apreensões com autorização judicial. Há ainda casos em que a SDE utiliza provas obtidas no âmbito de investigações criminais, como escutas telefônicas. Diante da perspectiva de aumento no volume de obras públicas com a realização da Copa e das Olimpíadas no Brasil, autoridades concorrenciais estabeleceram como prioridade a repressão a cartéis em licitações. Nesse contexto, editouse a já mencionada Portaria 51/09 e se instituiu o “Modelo de Declaração de Elaboração Independente de Proposta”, a ser exigido em todas as contratações de obras e serviços associados àqueles eventos esportivos. No momento em que os holofotes se voltam para o combate a cartéis em licitações, o setor da construção civil –que, segundo as autoridades, já apresenta características favoráveis à formação de acordos entre concorrentes (concentração, barreiras à entrada, produtos homogêneos, tecnologia madura)– deve redobrar a atenção para evitar envolvimento (mesmo involuntário) em ilícitos. * ADVOGADAS DA EQUIPE CONCORRENCIAL DE VELLA PUGLIESE BUOSI GUIDONI cas, mentários, críti Envie seus co as m te de gestões perguntas e su na: para esta colu bg .c om .b r e vp an a. zo ric ic @ .b r lv es @ vp bg .c om pr is ci la .g on ca REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 45 PREVENÇÃO E SAÚDE A saúde da mulher A infecção pelo HPV (Papiloma Vírus Humano) é considerada a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum atualmente. São conhecidos aproximadamente 150 tipos de HPV, sendo 35 a 40 tipos reconhecidos como infectantes da mucosa genital, local em que causam desde infecções sem sintomas, até verrugas genitais e, principalmente, o câncer do colo do útero. Atualmente esse vírus é a causa de mais de 99% dos casos dessa neoplasia maligna, o segundo tipo de câncer mais comum entre as mulheres, ficando atrás apenas do de mama. Estimase que aproximadamente 70% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas com um ou mais tipos de HPV em algum momento da vida, 20% delas apresentarão sinais de infecção e, destas, não mais que 10% poderão desenvolver o câncer do colo do útero. O tabagismo e a baixa ingestão de vitaminas também estão relacionados como fatores de risco, que podem ser potencializados quando associados à multiplicidade de parceiros sexuais, à iniciação sexual precoce e ao uso de contraceptivos orais. Segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), no Brasil são diagnosticados anualmente cerca de 20 mil casos novos de câncer do colo do útero, com um risco estimado de 20 casos para cada 100 mil mulheres. Registros recentes apontam para cerca de quatro mil óbitos ao ano causados por essa doença. Apesar de números impactantes, assim como outras lesões malignas, quando diagnosticado em fase inicial, o cân- 46 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Ricardo Oliveira Peres * Novo equipamento ajuda a detectar neoplasia maligna do colo de útero cer do colo do útero tem altos índices de cura. Para isso, basta que a mulher tenha o compromisso com a sua saúde e procure atendimento ginecológico preventivo anualmente. O setor da construção civil conta com um importante aliado na promoção de ações preventivas: o SeconciSP, voltado não somente para a população masculina, mas também preocupado e estruturado para cuidar da saúde da mulher, contando com profissionais experientes e capacitados, que dispõem de um amplo rol de exames complementares para o apoio do diagnóstico médico. Um bom exemplo é que, recentemente, o Seconci-SP investiu na aquisição de moderno equipamento para a prevenção do câncer cervical. Trata-se de um colposcópio com alta resolução e sistema de captação de imagem. Tal aparelhagem, associada ao atendimento médico e de enfermagem humanizados, além de aumentar com a citologia oncótica (Papanicolaou), o diagnóstico das lesões pré-malignas e do câncer, proporciona o acompanhamento do exame pela paciente com conforto e oportunidade de dirimir suas dúvidas. Quais mulheres que após a infecção pelo HPV desenvolverão a doença e serão acometidas pelo câncer? A ciência ainda não tem uma resposta precisa para essa questão, portanto não se deve arriscar. Informação e prevenção, estas são as melhores armas para combater um problema que ronda silencioso a população feminina no Brasil, em especial as mais jovens. Mas não vamos continuar reforçando as estatísticas da saúde pública. Invista na saúde de suas trabalhadoras e das dependentes dos seus profissionais, a fim de que consultem a equipe de Ginecologia do Seconci-SP para o exame preventivo anual. Com essa atitude, daremos um grande passo para diminuir a incidência do câncer do colo do útero. * GINECOLOGISTA E OBSTETRA, COM EXTENSÃO NAS ÁREAS DE VIDEOLAPAROSCOPIA, CIRURGIA GINECOLÓGICA E COLPOSCOPIA, É RESPONSÁVEL PELOS EXAMES DE COLPOSCOPIA REALIZADOS NO SECONCI-SP. cas, mentários, críti Envie seus co as m te de s gestõe perguntas e su na: para esta colu g. br se co nc i-s p. or @ ao co m un ic ac REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 47 SOLUÇÕES INOVADORAS Revestimentos em argamassa A execução de revestimentos em argamassas, particularmente em fachadas de edifícios altos, tem se modernizado com a oferta de argamassas industrializadas e aditivos, disponibilidade de diversos equipamentos etc. Quando industrializadas, pode-se contar com o fornecimento a granel de argamassas intermediárias (areia e cal hidratada) e de argamassas já na formulação final, em sacos ou em silos. No caso dos silos, há de se prever com antecedência os locais de instalação, as fundações (há silos com capacidade de até 30 toneladas), o acesso às carretas que transportam os silos e a capacidade instalada de energia elétrica no canteiro, pois as bombas que impulsionarão o material desde a base da obra até os andares são dotadas de motores de grande potência. Há de se considerar ainda que cada silo será alimentado com uma única composição, isto é, para dispor de traços diferentes (assentamento, contrapisos, revestimento interno e externo) haveria necessidade de vários silos, o que é praticamente inviável nas obras correntes. A qualidade do revestimento depende fundamentalmente de dois fatores: preparação/limpeza da base e constituição/ dosagem da argamassa. No primeiro, há necessidade de bases regularizadas (complementação de encunhamentos, preenchimento de vazios), com adequada porosidade e rugosidade superficial, higroscopicidade corrigida e eficiente limpeza. Quanto às argamassas, necessitam Ercio Thomaz * O projeto deve prever recursos para assegurar a durabilidade adequadas propriedades tanto no estado fresco (coesão, consistência, trabalhabilidade, retenção de água) como no estado endurecido (boa aderência, reduzida retração de secagem, capacidade de deformação). A forma de preparação da argamassa também é muito importante, devendo-se priorizar as argamassadeiras de batelada em detrimento daquelas de produção contínua (rosca sem fim), nas quais é bem mais difícil o controle da relação água/ aglomerantes. Betoneiras não são adequadas para argamassas. A modernização dos processos de produção das estruturas de concreto tem dificultado cada vez mais a aderência entre este material e os emboços ou massas únicas, já que os concretos de alta resistência apresentam porosidade cada vez mais reduzida, as fôrmas metálicas ou plastificadas resultam em superfícies cada vez mais lisas e os desmoldantes, mesmo que hidrossolúveis, podem obstruir parcialmente os poros superficiais do concreto, dificultando o “enraizamento” dos cristais resultantes das reações de hidratação dos aglomerantes. Dessa forma, quanto maior a classe de resistência do concreto, maiores os cuidados na limpeza e preparação, contando-se com a possível aplicação de detergentes neutros, hidrojateamento a alta pressão e eventual emprego de água quente. Para CADs com resistência igual ou superior a 50MPa, é vital a remoção da nata superficial e a ligeira escarificação do concreto, o que pode ser feito com a utilização de esmerilhadeira/discos diamantados. As argamassas de revestimento de fachadas são os materiais cimentícios aplicados nas condições mais adversas possíveis: pequena espessura, grande área exposta, dificuldade de execução de cura úmida, perda simultânea de água por absorção da base e evaporação para o ambiente. Tudo isso se contrapondo às várias funções que a argamassa desempenha nas fachadas, envolvendo estanqueidade à água, durabilidade/proteção da obra Gabaritos para requadração de janelas, utilização de frisador com guias laterais e aplicação de gabarito para execução de molduras na fachada Fotos: Construtora Inpar 48 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Foto: Construtora Norberto Odebrecht Foto: Marcelo Scanderoli Foto: Construtora Adolpho Lindenberg Desempenadeiras para cantos externos e internos, projeção de argamassa com canequinha e projeção do insumo com bocal isolado A introdução de telas no revestimento (vidro álcali-resistente, metal expandido, arames eletrossoldados etc.), nos encontros das alvenarias com a estrutura e em outros pontos passíveis de fissuração, visa conferir ao material tenacidade e ductilidade, podendo-se aumentar substancialmente sua capacidade de absorver esforços de tração e cisalhamento antes de fissurar. A adição de elastômeros e de fibras de vidro ou de polipropileno às argamassas também vêm nessa direção. Na aplicação convencional, a argamassa deve ser fortemente chapada, sendo em seguida apertada contra a base com a própria colher. Com os processos de projeção mecânica, consegue-se melhorar a produtividade do serviço e, muito mais que isso, melhor adensamento do material e grande homogeneidade ao longo de todo o revestimento. Há basicamente dois tipos de projeção: através de bocais isolados (extrusão do material em geral a pressões moderadas), ou de bocais múltiplos, de pequeno diâmetro e alta pressão (“canequinha”). No primeiro caso, há necessidade de o pedreiro, com a colher, forçar contra a base o material recém-aplicado. Para se conseguir efetivo aumento da produtividade com os processos de projeção do chapisco e/ou do emboço, há necessidade de se adequar o planejamento e a logística, ou seja, não pode faltar material nas proximidades dos misturadores; podem ser necessários a utilização de balancins elétricos ou de maior número de argamassadeiras, a previsão de balancins de catraca com maior extensão, o remanejamento de pedreiros em mais de um balancim etc. A implantação de centrais de argamassa a cada cinco ou seis pavimentos, e a alimentação dos andares abaixo com a argamassa fluindo por gravidade através de funis e dutos/mangotes é uma alternativa bem interessante. Além dos equipamentos de mistura, transporte e projeção, outros Preparação de CAD dispositivos favo- com esmerilhadeira recem a execução racionalizada dos revestimentos em argamassa, incluindo-se aí gabaritos para vãos de portas e janelas, gabaritos para a execução de molduras, pré-moldados ornamentais em EPS ou GFRC, desempenadeiras metálicas para regularização de cantos internos e externos, frisadores acoplados a guias (“manezinho”) e outros. Bicos de irrigação, mangueiras perfuradas e outros dispositivos do gênero facultam a realização de cura úmida em chapiscos e emboços, providência indispensável para garantir a longevidade dos revestimentos de fachada com argamassa. Foto: Construtora R. Yazbek grossa, contribuição para o conforto térmico e acústico, resistência ao fogo e outras. Parte fundamental nos revestimentos em argamassa, o chapisco, por alguns encarado somente como ponte de aderência, desempenha múltiplas funções: suporte da argamassa recém-aplicada, regularização higroscópica da base, redutor da perda precoce de água e camada de impermeabilização. Dessa forma, o chapisco deve cobrir sempre toda extensão da base, recomendando-se empregar chapisco industrializado nos elementos estruturais. Relativamente à tecnologia das argamassas, constitui importante modificação a continuada eliminação da cal virgem e a gradativa substituição da cal hidratada por aditivos plastificantes, retentores de água, incorporadores de ar, adesivos, fungicidas etc. Aditivos não são “poções milagrosas”: não conseguirão vencer bases engorduradas ou empoeiradas nem impedir fissuras de retração em argamassas mal dosadas, aplicadas no verão sobre bases ressecadas e sob temperaturas de 30°C, o que se verifica com relativa frequência na nossa construção. Diversos recursos de projeto devem ser previstos para auxiliar a argamassa a vencer as deformações impostas, a chuva, a poluição, o vento e o sol ao longo da vida do edifício: juntas de controle, frisos, testeiras, pingadeiras, molduras e outros detalhes construtivos visando afastar a água das fachadas e dividir o revestimento em panos de dimensões moderadas, minimizando as ações decorrentes da retração de secagem, movimentações higrotérmicas etc. As argamassas são materiais frágeis. * DOUTOR PELA EPUSP, PESQUISADOR DO IPT, PROFESSOR NA PÓS GRADUAÇÃO DO IPT E DO MACKENZIE. cas, mentários, críti Envie seus co mas gestões de te perguntas e su na: para esta colu uo l.c om .b r @ az m er ci ot ho REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 49 INOVAÇÃO Projeto integrado M uitas inovações importantes ocorreram na construção civil, nas últimas décadas, na área de projetos. Estas inovações estão contribuindo bastante para a modernização do setor industrial no país. Desde a simples compatibilização de projetos, que começou de forma decisiva na década de 80 e aliviou a tarefa de improvisação com a qual o engenheiro de obras convivia para a execução das construções, o setor de projetos vem inovando as suas técnicas e se aperfeiçoando continuamente. O engenheiro de obras também se beneficiou com a adoção do chamado projeto executivo, que procura detalhar os procedimentos de serviços do canteiro, reservando ao engenheiro a gestão desses serviços. Destaca-se que as inovações mencionadas são de metodologias, mas também tivemos, nas últimas três décadas, mudanças conceituais decisivas, decorrentes do avanço do conhecimento, principalmente nos projetos de estruturas e de sistemas prediais. Há mais de três anos, nesta mesma coluna, destaquei a importância das soluções de projeto integrado, conhecido pela sigla inglesa IDS –Integrated Design Solutions. Neste texto, foi alertado que devemos entender o termo projeto no seu sentido amplo, vindo do inglês design, não se restringindo apenas aos desenhos e especificações da obra, mas incorporando todas as etapas do empreendimento, da concepção à manutenção. Da mesma forma o termo integrado também tem o sentido da língua inglesa, não sendo uma somatória de partes, mas a combinação de vários processos que resultam no todo, com sinergia. Os avanços nesta área são marcan- 50 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO Vahan Agopyan* Estamos passando por uma revolução bastante inovadora na área de projetos tes e num ritmo muito intenso. Já está sendo estudada no país a introdução de ferramentas poderosas para a modelagem de todo o processo. Ferramentas como o BIM –Building Information Modeling começam a ser disponibilizadas no país, e vários grupos as estão analisando para tentar aplicá-las na construção brasileira. Os progressos na metodologia de desenvolvimento do projeto continuam muito grandes. Reparem que estou utilizando o termo projeto no singular, pois por princípio o projeto de uma construção é um objeto único, desenvolvido por uma equipe multidisciplinar. No fim do ano passado, começou a ser disseminada a idéia de soluções que contemplem o projeto desde a sua concepção até a entrega da edificação ou obra de arte, o conceito de IDDS –Integrated Design and Delivery Solutions, que já mencionei há alguns meses. No Congresso Trienal do CIB (Conselho Internacional da Construção), realizado em Salford (Reino Unido), em maio último, a maioria dos artigos sobre projeto já estavam com a abordagem do IDDS. No site do CIB, www.cibworld.nl, pode-se ter acesso ao documento básico sobre IDDS (White Paper on IDDS) e aos anais do evento mencionado. Em resumo, estamos passando por uma verdadeira revolução no campo do projeto, com mudanças radicais de paradigmas, cujo objetivo final é propiciar uma melhoria em todo o sistema, e principalmente assimilar as inovações em todos os setores, especialmente dentro do canteiro. Por fim, para aqueles que desejam ver um resultado real dessa abordagem holística de projeto integrado, recomendo visitar o site do projeto “Lumenhaus” que é uma residência sustentável, projetada com a abordagem de IDDS (www.lumenhaus.com). Esta casa utiliza, em larga escala, a energia solar e foi desenvolvida pela Universidade Técnica de Virgínia (Virginia Tech). Ela ganhou uma competição de residências solares, a European Union Solar Decathlon, realizada em junho pela União Européia, em Madri. * PROFESSOR TITULAR DA ESCOLA POLITÉCNICA DA USP E PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO DA USP cas, mentários, críti Envie seus co as m gestões de te perguntas e su na: para esta colu n@ po li. us p. br va ha n. ag op ya REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO 51 52 REVISTA NOTÍCIAS DA CONSTRUÇÃO
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