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Clipping Nacional
de
Educação
Quarta-feira, 18 de Setembro de 2013
Capitare Assessoria de Imprensa
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Valor Econômico
18/09/13
2205
BRASIL
Em dez anos, total de novas
matrículas no ensino superior aumenta 91%
Por Agência Brasil, de Brasília
O ensino superior no Brasil
atingiu, no ano passado, 7.037.688
de matrículas na graduação, o que
representa crescimento de 4,4% em
relação a 2011. Desse total, o
número de matrículas nas instituições
públicas chegou a 1.087.413 e, nas
privadas, a 5.140.312. Nas escolas
privadas, houve crescimento de
3,5% e, nas públicas, de 7%. Os
dados são do Censo da Educação
Superior de 2012, divulgado ontem
pelo Ministério da Educação
(MEC).
"O setor privado é maior, mas foi
o setor público que sustentou o
crescimento", disse o ministro da
Educação, Aloizio Mercadante.
Levando-se em consideração
graduação e pós-graduação, as
matrículas somaram 7.261.801.
"Temos 7,2 milhões na universidade
e 7 milhões no Enem [Exame
Nacional do Ensino Médio]
querendo entrar. Apesar de toda a
expansão no ensino superior, temos
um número igual [aos que estão no
ensino superior] batendo na porta,
querendo entrar", ressaltou ele.
O crescimento em 2012 foi
inferior ao apresentado no último
censo. De 2010 para 2011, o
número de matrículas cresceu 5,6%.
O ministro justifica a queda pela
diminuição da abertura de vagas nas
instituições privadas. "O que
observamos foram acomodações no
ensino privado [com fusões e
aquisições] e não a expansão",
explicou o ministro.
Ele destaca, porém, que o número
de estudantes que ingressou no
ensino superior chegou a 2,7 milhões,
alta de 17,1% em relação a 2011 e
de 91,9% nos últimos dez anos. Do
total de novos alunos, a maioria está
na rede privada - 2,2 milhão, alta de
18,5% em comparação a 2011. As
públicas receberam 547 mil calouros,
6,7% mais que no último ano.
O presidente do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep),
autarquia responsável por compilar
os dados, Luiz Cláudio da Costa, diz
que o resultado mostra que "quem
quer, tem acesso ao ensino superior".
Ele se refere principalmente à faixa
de 18 a 24 anos. Segundo ele, 1,8
milhão deixam o ensino médio,
número inferior ao total de vagas
oferecidas.
Mercadante estima que se
mantido o ritmo de crescimento, até
2022, será possível chegar a média
dos países da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) - também meta
do Plano Nacional de Educação
(PNE), em tramitação no Congresso
Nacional - de 34% da população de
18 a 24 anos matriculada no ensino
superior ou graduados. A taxa atual
é 17,8%.
Valor Econômico
18/09/13
2206
OPINIÃO
A formação médica e
os hospitais universitários
Por Luiz Carlos Lobo
Em 1910 Abraham Flexner
publicou o seu famoso relatório
analisando e tornando público o
estado caótico das escolas de
medicina então existentes nos
Estados Unidos. Em decorrência,
um grande número de escolas foi
fechada devido ao clamor do
público, temeroso da ação
eventualmente perversa de
profissionais tão mal formados.
Influenciado pela universidade
alemã, Flexner propunha a criação
de hospitais universitários, com
professores em tempo integral e
dedicados essencialmente ao ensino
e à pesquisa.
Dizia que um professor deveria
atender apenas a um pequeno
número de pacientes, necessários
para realizar as suas atividades de
docência e pesquisa médica.
Celebrava-se aí o conceito do
hospital universitário fechado e o
conceito do "teacher-researcher", em
vez do "teacher-practitioner".
A Universidade de Johns
Hopkins foi criada seguindo esses
ditames e influenciou a criação de
novas escolas nos EUA e,
sobretudo, na América Latina.
Não se deve pensar na tecnologia
mais moderna e sim na mais
apropriada à situação do serviço de
saúde
Estudos posteriores de Kerr
White mostravam o problema de se
desenvolver o ensino médico em
hospitais universitários, de regra,
atendendo a uma parcela de
pacientes com doenças mais raras e
que requeriam o uso de exames
complementares por vezes muito
sofisticados. Esses estudos foram
corroborados na Colômbia,
mostrando o problema da adoção do
Hospital Universitário como o local
principal da formação geral de
médicos.
Quando em 1966 criamos a
Faculdade de Ciências da Saúde da
Universidade de Brasília, além de
adotar um ensino pré-clínico
integrando ciências básicas, clínicas
e sociais em módulos de sistemas
orgânicos, dando desde logo ao
aluno uma visão do homem em
relação ao seu meio físico, biológico
e social, adotamos um hospital
comunitário - Unidade Integrada de
Saúde de Sobradinho - UISS - para
abrigar o ciclo clínico do curso
médico.
Aceitando a responsabilidade
integral na cobertura dos serviços
visando atender às demandas e
necessidades da população da
cidade satélite de Sobradinho, os
alunos iniciavam o seu ciclo clínico
estudando a comunidade e sua
população e avaliando os problemas
que deveriam encontrar em relação
à sua saúde. Habitação, saneamento,
alimentação (propunha-se hortas nas
quadras), educação e condição
econômica eram estudadas e
discutidas (obteve-se, por exemplo,
a ligação de casas provisórias à rede
de esgotos que era inoperante).
O curso oferecido era igualmente
integrado, comportando módulos de
medicina comunitária, medicina
integral do adulto, medicina integral
da criança, saúde materno-infantil.
O aluno era envolvido, sob
supervisão, em todas as atividades
da UISS e Unidades de Saúde
Periféricas, de atenção domiciliar, ao
ambulatório, enfermarias e
emergência, sempre apoiados por
um corpo docente trabalhando em
tempo integral e dedicação exclusiva.
Desenvolvia-se o aprendizado em
serviço (a teoria emergia da prática),
em regime de "clerkship", ou seja o
internato era ao longo do curso
clínico. Os alunos não tinham férias
longas e sim escalas de serviço e
aprendiam e atingiam os objetivos
cognitivos, afetivos e psico-motores
definidos para cada módulo com
ritmos diferentes, de acordo com sua
aptidão, conhecimentos prévios e
motivação.
Discutiam-se os problemas da
comunidade, propondo-se soluções
a todo o tempo, sempre com a
participação ativa de alunos,
professores, técnicos, funcionários e
da própria população.
Na formatura, o orador do
primeira turma de alunos dizia:
Continua
Continuação
"Nessa escola não tivemos
obstáculos a transpor. Nosso estudo
não foi a prova da memória, mas o
aprendizado do entender. Nossos
mestres estiveram a nosso lado sem
a distância do título e o vazio da
cadeira. Não fizemos um curso:
vivemos ciência, criamos um
método, tornamo-nos médicos".
Infelizmente os tempos difíceis
que macularam nossa história nos
impediu de continuar esse projeto tão
auspicioso.
No momento em que se pensa em
ampliar o ensino médico no país,
continua-se pensando em criar novos
hospitais universitários (muitos dos
que existem não são sequer
integrados à rede de serviços de sua
região) preservando uma formação
fora da realidade e das necessidades
comuns de uma população.
Cultivamos o diagnosticar difícil,
auxiliado por uma série de exames
complementares de laboratório e de
imagens, protegido por médicos
especialistas e por procedimentos
sofisticados, por vezes. Não se deve
pensar na tecnologia mais moderna
e sim na mais apropriada à situação
18/09/13
do serviço de saúde.
As pessoas são avaliadas ao
longo de sua vida, por tudo e por
todos, pais, filhos, companheiros,
amigos, chefes, e moldam sua vida
para se ajustar a essas avaliações.
Ninguém quer perder amor e
reconhecimento. E as universidades
não avaliam os seus docentes por
todas as suas atividades. Importa,
sobretudo, a sua atividade de
pesquisa, sobretudo para se
conformar com avaliação de órgãos
como a Capes/MEC, instituição de
grandes méritos, mas que certamente
introduz um efeito perverso que é
avaliar só uma faceta do trabalho
docente, esquecendo de sua
atividade como professor e no
serviço de saúde.
Quando quis instituir cursos de
autoinstrução em ciências básicas no
Núcleo de Tecnologia Educacional
para a Saúde- Nutes/ UFRJ, ouvia
repetidamente frases como "vou lhe
dedicar um mês de meu tempo fora
do laboratório para desenvolver
materiais instrucionais, ou criar
questões de avaliação formativa,
porque a universidade só reconhece
o que pesquiso e publico".
Se quisermos formar médicos
com uma formação básica integral,
temos que sair do hospital
universitário e caminhar para hospitais
comunitários e unidades de atenção
básica, sempre aceitando a
responsabilidade social de prestar
serviços visando atender às
demandas e necessidades da
população de um território definido
e sempre contando com a
participação plena (como membro da
equipe de saúde) dos alunos.
Carlos Chagas dizia em 1918 que
na escola médica devia-se "aprender
fazendo e ensinar praticando". E
assim deve ser. Hospital Universitário
deverá ser considerado como
hospital de referência, integrado a uma
rede de serviços e reservado à
formação especializada e pósgraduada dos profissionais de saúde.
Luiz Carlos Lobo, consultor da
UNA-SUS/Fiocruz, é professor
aposentado da UFRJ e foi o fundador
do curso médico da UNB, em 1966.
Valor Econômico
18/09/13
2207
EU & CARREIRA
Apagão de talentos deve
piorar em cinco anos
Por Leticia Arcoverde | De São
Paulo
Se as empresas de óleo e gás já
enfrentam problemas para encontrar
profissionais com a formação
necessária para sustentar o
crescimento dos negócios, a
tendência é o cenário piorar. Estudo
da consultoria de recursos humanos
Mercer estima que metade da mão
de obra qualificada desse mercado
mundial estará aposentada nos
próximos cinco anos. O principal
desafio do setor para garantir a
oferta de profissionais, agora, é a
transferência do conhecimento entre
gerações.
Essa é a visão do diretor global
da área de energia da consultoria,
Philip Tenenbaum, que esteve no Rio
de Janeiro na semana passada. Na
ocasião, ele apresentou o estudo
realizado com mais de cem
companhias do segmento da
América do Norte, Europa e Ásia.
De acordo com os dados, pelo
menos 40% das empresas
consideram que a oferta insuficiente
de trabalhadores qualificados,
interna e externamente, é hoje um
assunto crítico. Apesar de os
números não incluírem o Brasil, onde
a pesquisa ainda será conduzida,
Tenenbaum considera que a situação
no país é similar. "Há um desafio de
transferir habilidades para uma
geração 20 anos mais nova", diz o
americano. Para ele, isso levará ao
desenvolvimento de formas de
treinamento menos tradicionais e
mais pensadas para públicos jovens,
como aulas on-line e games.
Segundo a pesquisa, algumas
profissões aparecem como 'hot jobs'
para as companhias, como
engenheiros de petróleo, de
operação e técnicos de operação.
Em todos esses casos, cerca de 60%
das companhias preveem que,
dentro de cinco anos, essas
profissões estarão com demanda
ainda maior do que a atual. Gerentes
de operação e profissionais de
geociências, como geólogos,
também são posições que
preocupam pelo menos metade das
empresas pesquisadas.
"Essa força de trabalho é essencial
para que as empresas consigam
crescer para novos mercados", diz
o diretor da Mercer no Rio de
Janeiro, André Maxnuk. Segundo
ele, atualmente muitas empresas
brasileiras já preenchem posições de
engenheiros com profissionais
técnicos, em razão da dificuldade de
encontrar mão de obra.
De acordo com a pesquisa, 74%
das empresas apontam a falta de
habilidades técnicas como o
problema mais significativo na força
de trabalho desse setor. Como parte
desse cenário, Tenenbaum vislumbra
uma maior ênfase na retenção do que
na atração de talentos. No entanto,
também falta adaptar essas práticas
a aspectos particulares como idade
e localização dessas pessoas. "As
multinacionais precisam criar
estratégias distintas para segurar
profissionais de gerações e países
diferentes."
Os jovens, por exemplo, dão
mais valor a oportunidades de
desenvolvimento de carreira. Atraílos apenas pelo dinheiro, portanto,
não é uma estratégia eficaz,
considerando que a indústria já
oferece salários base altos. Além
disso, segundo Maxnuk, a tendência
é a diversificação dos pacotes para
incluir mais remuneração variável,
como aconteceu em outros setores.
18/09/13
2208
O PAÍS
Ensino superior cresceu
apenas 4% em 2012
Foi a segunda menor taxa desde
2000, mas número de calouros
aumentou 17% em relação a 2011
Oemétiuo Weber
-BRASÍLIA
O ritmo de expansão do ensino
superior brasileiro voltou a cair e
registrou, em 2012, a segunda menor
taxa de crescimento neste século
XXI. De acordo com dados
divulgados nesta terça-feira pelo
Ministério da Educação (MEC), o
país tinha, no ano passado,
7.037.688 alunos em cursos de
graduação, um acréscimo de 4,4%
em relação a 2011. Desde a década
passada, o único ano em que o
ensino superior registrou taxa de
crescimento menor (de 2,5%) foi
2009, no rastro da crise econômica
internacional, quando o Produto Interno Bruto do país não
cresceu.
Os dados do Censo da
Educação Superior de 2012 foram
apresentados ontem pelo ministro
Aloizio Mercadante. Ele destacou a
expansão de 17% no número de ingressantes, isto é, os calouros que
entram na universidade.
— Estamos num sistema em forte
expansão — disse.
Indagado sobre a perda de
fôlego no aumento de matrículas —
o crescimento de 2010 para 2011
tinha sido de 5,6%, e o de 2009 para
2010, de 7,1% —, o ministro
afirmou que o fraco desempenho da
economia pode ter afetado o setor
em 2012, quando o PIB subiu
apenas 0,9%.
lá o total de concluintes aumentou
em ritmo ainda menor que o de
matrículas e de ingressantes: 3,3%,
passando de 1.016.713, em 2011,
para 1.050.413, em 2012. Esse
crescimento menor dos concluintes
em relação às matrículas e aos
ingressantes sinaliza que o país segue
perdendo muitos alunos que
ingressam no sistema por evasão.
— Educação é maratona. O
filme é bom. Quando se olha a foto,
vemos que temos muito a fazer —
disse o presidente do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais, Luiz Cláudio Costa.
18/09/13
2209
TENDÊNCIAS
& DEBATES
Sem leitura, não se formam cidadãos
Mônica Gouvêa
Na Faixa de Gaza, adultos se
formam para ser mediadores de
leitura
para
crianças.
Surpreendentemente, o livro
preferido delas é 'Cinderela'
O que fazer com as crianças que,
em várias partes do mundo, não têm
adultos que apresentem e leiam
livros para elas desde pequenas?
A solução de Patrícia Aldana,
editora guatemalteca radicada no
Canadá, é conectar adultos
disponíveis e prepará-los para serem
mediadores de leitura, além de criar
situações que permitam sua atuação.
Aldana relata que esse trabalho é
feito no Irã para atender ao 1 milhão
de crianças refugiadas do
Afeganistão.
A formação de mediadores de
leitura e a aquisição de livros são
coordenadas
pelo
Ibby
(International Board on Books for
Young People), entidade não
governamental.
Na Faixa de Gaza, também
foram formados mediadores pelo
Ibby e criadas duas bibliotecas. Seu
acervo é bastante diversificado e,
surpreendentemente, o livro
preferido das crianças de lá é
"Cinderela".
Na China, há um grupo de
colégios nos quais todo o ensino é
estruturado a partir da leitura e, no
México, escolas possuem
voluntários que leem livros para os
alunos nos intervalos de lanche e
almoço.
Em Toronto (Canadá), durante
anos, existiu um clube de leitura
semanal de mães e filhos. No início,
as crianças tinham nove anos e já
eram adolescentes quando deixavam
de se reunir. A cada semana, uma das
gerações escolhia o livro a ser lido.
Registrou-se, ao longo dos anos,
uma mudança na qualidade dos
critérios de escolha dos livros tanto
por parte dos filhos como das mães.
E no sul do Chile, após um
terremoto em uma pequena
comunidade, formou-se um grupo de
voluntários que lia todas as semanas
para as crianças afetadas. O impacto
dessa ação foi grande. Crianças e
suas famílias passaram a procurar por
livros da biblioteca da escola, que
antes não eram lidos e tampouco
divulgados pelas professoras.
A semelhança entre essas ações
está na existência de mediadores
adultos que leem para as crianças e
na criação de bibliotecas que servem
à formação de leitores.
Mas como tornar essa meta viável
em um país do porte do Brasil?
Sabe-se que muitas crianças não têm
acesso à leitura, seja pela falta de
livros ou instrução dos pais, seja pela
desatenção à prática da leitura na sala
de aula --mais comum nas escolas
do que se imagina.
Desde 1997, a distribuição de
acervos às escolas, alunos e
professores pelo PNBE (Programa
Nacional Biblioteca da Escola) vem
cumprindo de forma tímida sua
função de promover a inserção dos
alunos na cultura letrada. A
implantação do PNLL (Plano
Nacional de Livro e Leitura), em
2006, reavivou o debate.
Criaram-se espaços de práticas
de transmissão de narrativas e
programas de formação de
professores mediadores. Porém,
ainda faltam projetos de formação
leitora nas escolas e creches.
Também se deve pensar num sistema
de bibliotecas públicas comunitárias
com funcionários qualificados.
Nesta semana, acontece em São
Paulo a terceira e última etapa do
seminário internacional Conversas ao
Pé da Página de 2013.
A segunda etapa encerrou-se em
agosto com uma concordância entre
autores, editores e acadêmicos de
destaque nacional e internacional:
para se formar cidadãos
democráticos, é imprescindível o
contato com a leitura e a literatura.
Apenas assim teremos adultos
capazes de ler, compreender e
formar opinião sobre todo tipo de
questão e, com base nela, escolher
seus representantes.
Representantes do Ministério da
Continua
Continuação
18/09/13
Cultura presentes no seminário
enfatizaram que as iniciativas em
municípios do Brasil devem ser
aglutinadas nacionalmente. Eles
defendem a formação de uma rede
de projetos sociais de leitura, de
autogestão e troca.
Até o final de 2014, pretende-se
enviar um projeto de lei para a
institucionalização do PNLL,
tornando-o uma determinação
política, ampliando radicalmente os
investimentos públicos em leitura e,
ao mesmo tempo, dando uma
solução superior e qualificada à
contribuição da iniciativa privada no
Fundo Pró-Leitura.
Enquanto isso, resta-nos
acompanhar de perto esse trabalho
e nos inspirarmos em experiências
únicas e criativas.
MÔNICA GOUVÊA, socióloga
e psicóloga, trabalha com formação
de gestores e professores das redes
pública e privada de São Paulo
18/09/13
2210
COTIDIANO
Matrículas nas faculdades
de medicina desaceleram
Ritmo de crescimento de alunos
do curso cai mais do que na média
de outras áreas
DE BRASÍLIA
O ritmo de crescimento das
matrículas nas faculdades de
medicina do Brasil está em queda -e fica aquém da média dos cursos
de graduação.
A informação consta de dados
parciais do Censo da Educação
Superior, referentes a 2012,
divulgados ontem pelo Ministério da
Educação.
Entre 2011 e 2012, a elevação
de matrículas de medicina foi de
3,24% --em 2010, a alta chegava a
quase 7%.
Essa desaceleração foi um pouco
mais acentuada do que a da média
da graduação.
Considerando todos os cursos,
a alta foi de 7,14% em 2010 e de
4,42% em 2012.
A constatação ocorre num
momento em que a gestão Dilma
Rousseff tenta atrair médicos
brasileiros e estrangeiros para atenuar
a carência no interior do país e nas
periferias de grandes cidades.
Há cursos em que os novos
alunos chegaram até a cair. Por
exemplo, enfermagem, ciências
biológicas e física, que tiveram em
2012 queda de 3,9%, 2,8% e 2,5%,
respectivamente, nas matrículas.
O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, diz que a fusão de
instituições privadas pode ser um dos
fatores para a queda no ritmo de
crescimento da graduação.
No Brasil, para cada matrícula em
instituição pública, há 2,45 alunos nas
privadas. No Estado de São Paulo,
há 5,37 as particulares para cada
graduando em pública.
18/09/13
2211
COTIDIANO
Análise
Números são reflexo da própria
constituição do ensino superior
SABINE RIGHETTI DE SÃO
PAULO
Num momento em que o país
discute como resolver a falta de
médicos, o Censo da Educação
Superior mostra que o crescimento
das matrículas em medicina tem sido
menor do que a média geral: 3,24%,
contra 4,42%.
O dado preocupa porque a
busca pela formação de médico tem
caído a cada ano: de 2011 para
2012, o aumento de matrículas foi a
metade do registrado três anos
antes.
Os números são reflexo da
própria constituição do ensino
superior. No Brasil, 75% das
matrículas estão em escolas
privadas, que não têm interesse em
medicina, curso longo que exige
instalações complexas --como
hospitais-escola-- e docentes
superqualificados.
É mais rentável oferecer
administração de empresas,
campeão nacional em matrículas.
Da parte dos alunos, a demanda
tende a ser pequena. A graduação
exige dedicação exclusiva por ao
menos seis anos, privilégio de
poucos.
Além disso, a carreira, antes tão
promissora, não está mais na lista de
preferências de quem sai do ensino
médio. Salários iniciais de algumas
engenharias, por exemplo, superam
os de residentes.
A queda do crescimento de
matrículas do ensino superior em
geral também preocupa. Apenas
14% dos jovens em idade
universitária estão matriculados. Em
países desenvolvidos, a taxa chega
a 70%.
18/09/13
2212
SP começa a mapear peso de alunos
da rede estadual
128 escolas iniciaram levantamento para
traçar um perfil dos hábitos alimentares
DE SÃO PAULO
Profissionais de educação física,
nutricionistas e educadores começaram
ontem a pesar, medir a altura e a
circunferência abdominal de 13 mil crianças
da rede estadual de ensino de São Paulo.
No total, 128 escolas da capital e região
metropolitana iniciaram um levantamento para
traçar um perfil de hábitos alimentares dos
alunos.
No primeiro dia de medição na Escola
Expedicionário Brasileiro, a maioria das
crianças estava dentro do peso considerado
saudável.
O projeto está em fase de testes e deve
ser aplicado no Estado inteiro daqui a um
ano. "Todos os pais receberão um termo de
consentimento para que eles saibam como
está a saúde dos filhos", afirmou a nutricionista
Andreia Regina Ignácio.
"Aprendi a comer salada este ano. Sei que
é importante, mas não dá para deixar de lado
uma sobremesa gostosa", disse Maria Clara
Silveira Moreno, aluna do 5º ano, ao lado
da mãe, Elisabete Silveira Moreno, 48.
(CÉSAR ROSATI)
COTIDIANO
18/09/13
2 2 1 3 MÔNICA BERGAMO
FAMÍLIA
O diretor da USP Leste, que na semana
passada teve a renúncia pedida por
professores, funcionários e alunos, enfrenta
também uma investigação por suspeita de
ter favorecido sua mulher na instituição. José
Jorge Boueri desrespeitou norma da
universidade ao coordenar concurso para
professor em que Meire Cachioni foi
aprovada. A seleção foi invalidada.
FAMÍLIA 2
O Ministério Público apura o caso. Na
USP, Boueri sofreu moção de censura. A
união dele e de Cachioni não era de
conhecimento público na época da
avaliação, em fevereiro. Mas documentos
apresentados à comissão de ética mostram
que os dois se casaram em julho de 2011.
Para o colegiado, ele "deveria ter se
afastado" do processo porque "sua esposa
era candidata". O diretor disse, via
assessoria, que não foi notificado sobre a
medida.
18/09/13
2214
METRÓPOLE
Medicina pode ter testes a cada dois anos
O relator da Medida Provisória
dos Mais Médicos, deputado federal
Rogério Carvalho (PT-SE), incluiu no
relatório a ser analisado peío
Congresso Nacional a realização de
teste obrigatório de progresso dos
estudantes durante o curso de
Medicina,
Pela proposta, o aluno seria
submetido a uma avaliação a cada
dois anos e, na especialização, faria
outras duas provas para avaliar o
"ganho de compe-tênci a A Carvalho
afirmou que a medida foi incluída por
sugestão da Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais
de Ensino Superior (An-difes) e de
uma comissão de especialistas,
Essa medida, no entanto, já havia
sido lançada pelo governo. Em
outubro de 2012, a avaliação foi pivô
de uma disputa pública entre os
ministros da Saúde, Alexandre
Padilha, e da Educação, AloizíoMercadante. O ministro da Saúde
anunciou a intenção da criação da
avaliação, mas, poucas horas depois,
foi desmentido, em nota, por
Mercadante,
que
afirmou
desconhecer a ideia.
Na defesa da proposta, Padilha
argumentava que exames
periódicos, feitos ao longo ao
curso, poderiam corrigir a tempo
algumas distorções, algo que poderia
trazer mais segurança aos estudantes.
Atualmente, a avaliação é feita pela
Lei do Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Superior (Sinaes), por
meio do Enade, uma prova nos i.° e
6.° anos da graduação" de Medicina.
"À avaliação trará mais mecanismos
para avaliar os cursos e corrigir
problemas rapidamente, tão logo
sejam identificados", disse o relator,
Impor avaliação aos universitários
já é prática defendida pelas
associações e conselhos. O "teste de
progresso" serviria, segundo
aÃssociação Médica Brasileira
(Â.MB), para avaliar não apenas o
aluno, mas também escolas.
"Apoiamos integralmente essa
medida", diz o presidente Florentino
Cardoso.
Hoje, não existe padrão nem entre
as faculdades nem entre os conselhos
de Medicina quando o tema é
avaliação dos estudantes. Para ele, os
testes deveriam ainda definir se os
formandos podem ou não praticar a
Me-dicina, como ocorre com os
formandos em Direito - submetidos à
prova da Ordem dos Advogados do Brasil. (OAB).
Atualmente, o Conselho Regional.
de Medicina de São Paulo (Cremesp)
é o único que obriga os formandos a
se submeterem a uma prova no fim do curso.
Quem boicota pode ter dificuldades
para obter o registro.
Residência. O relatório de
deputados e senadores também vai
manter a residência obrigatória 110
Sistema Único de Saúde (SUS).
Carvalho afirmou que a
especialização em atenção básica,
urgência e emergências será uma
etapa obrigatória para quem quiser
cursar cerca de 70% de cursos de
especialização no País. A dispensa
dessa etapa será permitida somente
para cursos de residência que
atualmente já são longos, como
neurocirurgia, ou para especialidades
como radioterapia.
Carvalho afirmou ainda que a
exigência de um segundo ciclo seria
feita somente depois de
2017 ou quando as vagas de cursos
de residência sejam suficientes para
atender a toda demanda de
formandos. "A especialização não
será obrigatória para todos. Mas
aqueles que optarem por fazer
residência terão de passar por esse
curso - observada as exceções",
completou.
A duração da residência também
vai variar. Para especialidades como
pediatria, cirurgia geral e ginecologia,
terá duração de um ano. Para outras
especialidades, a duração será de 2
anos, incluindo clínica médica.
Ontem, Padilha e Mercadante se
reuniram com líderes da base
governista na Câmara dos Deputados
para discutir o relatório final da MP.
Ele deverá ser apresentado hoje para
a Comissão Especial Mista. A
expectativa é de que seja votado em
duas semanas. Depois, será apreciado
pelos plenários da Câmara e do
Senado em 30 dias. / COLABOROU
ADRIANA FERRAZ
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METRÓPOLE
Ensino superior cresce menos em 2012
Censo mostra que o aumento do
número de matrículas no ano
passado foi de 4,4%, enquanto que
em 2011 o porcentual chegou a
5,62.
O ensino superior teve um
crescimento menor no número de
matrículas no ano passado» Foi o
que revelou o Censo da Educação
Superior 2012, divulgado ontem
pelo Ministério da Educação»
Enquanto em 2011 o aumento em
relação a 2010 chegou a 5,6% (de
6,38 milhões para 6,7 milhões), em
2012 o porcentual foi de 4,4% 7,03 milhões.
O número foi minimizado pelo
ministro da Educação,Aloizio
Mercadante, que atrelou o fato à
recente onda de fusões das
universidades privadas. Tem havido
muitas fusões, grupos que adquiriam
outros. !Seguramente isso explica a
pequena redução na expansão,
justificou. Para ele, o dado que
merece mais atenção é a quantidade.
Para Roberto Lobo, especialista
em gestão na área de Educação, 0
crescimento mais fraco nas
matrículas é um reflexo do baixo
número de formados no ensino
médio, ciclo que tem muita evasão.
"0 aumento da procura de cursos de
graduação por uma exigência do
mercado é um fenômeno que se
saturou." O-mercado também
explica por que 0 setor de
Engenharia foi 0 que teve maior alta
de matrículas (16,0% entre 2011 e
2012). Â participação dessa área no
total de cursos foi de 11,3% para
12,6%. Segundo 0 economista e
especialista em Educação Cláudio
de Moura Castro, isso é reflexo da
indústria superaquecida.
de novos alunos. "A evolução dos
ingressantes no sistema tem ocorrido
numa velocidade fantástica", afirmou.
maior de matriculados na área de
Educação do que a média dos países
mais desenvolvidos, representados
pela Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE). São 19,4%
dos matriculados no País, ante 9,9%
na OCDE. Para Castro, 0 Brasil hoje
recupera a falta de investimento nas
últimas décadas. MA OCDE já
forma pessoas em quantidade
adequada. Já o Brasil não fez nos
últimos 20 anos o que os países
desenvolvidos fizeram no século 19."
Na comparação dos dois últimos
anos, a quantidade de ingressantes
no ensino superior aumentou 17,1%
- passou de 2,35 milhões para 2,75
milhões. Em 2002, o número de
novos estudantes era 91,9% menor,
em torno de 1,43 milhão.
Já a participação de formam-dos
em Humanidades e Artes no total de
matrículas no Brasil (2,3%) é musto
menor do que a da OCDE (11,4%).
Para Castro, a formação na área é
vista por muitos como "um luxo" em
um momento em que há
necessidades
em
setores
estratégicos.
Outro dado que chama a atenção
diz respeito ao ensino noturno. A
evolução histórica mostra que a
quantidade de matrículas em cursos
no período da noite mais do que
dobrou de 2002 para 2012. No
início da década, o número de alunos
matriculados em cursos diurnos
eraprati0 País tem uma proporção muito
Para o ministro, essa mudança de
cenário se deve ao desemprego no
País, que atingiu a menor taxa da
história no primeiro semestre deste
ano, com uma média de 5,7%. "O
mercado de trabalho está muito
aquecido, a taxa de desemprego está
baixa e muitos trabalhadores também
estudam.77 Mercadante afirmou que
a ampliação da educação superior
Continua
Continuação
tem sido impulsionada especialmente
pelas universidades públicas, cujo
aumento no número de matrículas foi
de 7% de 2011 para 2012.
Esse porcentual cai pela metade
quando se trata das instituições
particulares. Em 10 anos, a rede
pública cresceu 74%, embora ainda
seja responsável pela menor parte da
demanda - as particulares
concentram 73% do total de alunos.
"Antes, tínhamos a ausência de
políticas públicas que induzissem o
18/09/13
setor privado e não havia a expansão
do setor público, estagnado durante
muito tempo.77
usa a capacidade de algumas
universidades privadas nos períodos
matutino e vespertino.
Os dados mostram que a maioria
dos cursos diurnos está nas
universidades públicas, enquanto as
privadas concentram os noturnos. O
ministro destacou, contudo, a
necessidade de "ocupar a
capacidade ociosa77 na rede, o que
tem sido feito com o Programa
Nacional de Acesso ao Ensino
Técnico e Emprego (Pronatec), que
Corp© docente» A rede pública
de ensino superior concentra a maior
parte de professores com doutorado
- nelas, 51,4% dos docentes têm a
pós-graduação. Nas particulares o
porcentual é de 17,8% do total. Os
profissionais com mestrado
correspondem a 30% do corpo
docente da rede pública e 45% da
privada.
Continua
Continuação
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CORREIO BRAZILIENSE
18/09/13
BRASIL
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Baixa procura em cursos
de licenciatura preocupa
» GRASIELLE CASTRO
Escassez de docentes se reflete
na qualidade da educação básica
Dados do Censo do Ensino
Superior 2012 mostram que os
cursos de licenciatura não atraem
estudantes. Divulgado ontem pelo
ministro Aloizio Mercadante, o
levantamento revela que as
matrículas na área aumentaram
apenas 0,8%, entre 2011 e o ano
passado, e representam apenas
19,1% do total — bacharelados
subiram 4,6% e tecnológicos, 8,5%.
O indicador tem reflexo na educação
básica, que encara um deficit de 170
mil professores em exatas. Os
números preocupam educadores e
o Ministério da Educação.
Especialista em educação e reitor
da Universidade Católica de Brasília,
o professor Afonso Celso Danus
Galvão destaca que a licenciatura é
um problema sério que o ensino
superior precisa enfrentar. “A
captação desses cursos tem sido
baixa. Por mais que se ofereça
descontos, nos cursos de química,
física, as pessoas não têm interesse.
Não há atração pela docência”,
ressalta. Segundo ele, os jovens não
querem segui-la porque a carreira
não atrai. “Prevejo uma crise forte
na área de ciência. Isso é muito
preocupante.”
De olho na insuficiência, o
Ministério da Educação lança hoje
um programa para incentivar a
formação de educadores em exatas,
o Quero ser cientista, Quero ser
professor. A qualificação dos
docentes do ensino superior também
é uma das preocupações da pasta.
Segundo o censo, 51,4% dos
professores da rede pública têm
doutorado diante 17,8% da rede
particular. “As instituições avançaram
muito nos mestres e terão de avançar
nos doutores”, acrescentou o
ministro.
Sete milhões
O censo mostrou ainda que o
Brasil alcançou à marca de 7 milhões
de estudantes matriculados no ensino
superior — aumento de 4,4%,
chegando a 7.037.688. De 2010
para 2011, o índice foi de 5,6%. O
número de inscritos no Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem)
— critério de seleção para essa etapa
do ensino — é semelhante ao do
total dos que estão nas universidades:
7,17 milhões. “Apesar de toda a
expansão no ensino superior, temos
um número igual batendo na porta,
querendo entrar”, comentou
Mercadante. Uma das metas da
pasta é assegurar a velocidade da
expansão compatível com a melhora
na qualidade. “Esse é o maior desafio
que temos no MEC”, pontuou.
Para Afonso Galvão, entretanto,
é preciso reconhecer que as portas
para o ensino superior se abriram ao
longo dos últimos anos. O país conta
com 17,8% dos jovens com idade
entre 18 anos e 24 anos com nível
superior. “Mas a demanda reprimida
ainda é enorme. A evasão no ensino
médio e a dificuldade da escola na
preparação dos alunos para o ensino
superior ainda são grandes entraves”,
critica.
CORREIO BRAZILIENSE
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40 estudantes intoxicados na
capital paulista
Uma torta de frango levou cerca
de 40 estudantes de uma escola
pública a serem hospitalizados, em
uma escola de Parelheiros, Zona Sul
de São Paulo. O alimento estava
contaminado com uma bactéria que
causou a intoxicação, segundo
divulgou, ontem, a Secretaria
Municipal de Saúde. Além disso,
exames feitos pelo laboratório de
alimentos da prefeitura constataram
que o suco servido aos alunos do
estabelecimento estava vencido há
mais de um mês. A escola, que
recebeu a inspeção de uma equipe
técnica, foi notificada.
BRASIL
CORREIO BRAZILIENSE
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CIDADES
EDUCAÇÃO » Alta de até 21% na mensalidade
Algumas instituições particulares
do Distrito Federal anunciam
reajustes muito maiores do que os
previstos pelas entidades que
representam o setor, estimados em
até 10% para o próximo ano.
Segundo especialistas, pais devem
ficar alertas para os preços abusivos
» LARISSA GARCIA
Amábilis Pacios, presidente da
Federação Nacional das Escolas
Particulares:"O pai deve ser o
primeiro a reclamar"
Os pais já se preocupam com o
reajuste das mensalidades para o
próximo ano. Pelo menos uma das
sete instituições de ensino do Distrito
Federal ouvidas pelo Correio prevê
aumento de até 21%. Apesar disso,
a Associação de Pais e Alunos das
Instituições de Ensino do DF (AspaDF) acredita que a média da
elevação deve ficar entre 8% e 10%
em 2014, índice acima da inflação
estimada pelo governo, em torno de
7%. A temporada de matrículas
começa em outubro.
O
Sindicato
dos
Estabelecimentos Particulares de
Ensino do Distrito Federal (SinepeDF) ainda não tem uma estimativa
de quanto a mensalidade escolar
ficará mais cara. “As escolas têm
autonomia para reajustar o valor, de
acordo com as necessidades da
instituição. Elas se baseiam,
principalmente, na proposta
educacional do ano letivo seguinte,
bem como em melhorias na estrutura
do colégio. Além disso, o que foi
aumentado de gastos, como
impostos, água, luz e mão de obra,
também é repassado aos pais”, disse
a presidente da entidade, Fátima
Franco.
Ela ressalta que 60% da planilha
de custos de uma instituição são
formados pela folha de pagamento
dos professores. “Os auxiliares de
administração escolar conseguiram
reajuste de 8,16%. E o aumento do
corpo docente deve ficar próximo a
esse índice, o que também influencia
a mensalidade”, argumenta a
presidente do Sinepe-DF. A média
da elevação do valor mensal pago
pelos pais deve ser divulgado em
outubro. “É importante ressaltar que,
em uma pesquisa realizada por nós,
o preço do colégio fica em 8º lugar
na hora de escolher onde o filho vai
estudar. Os responsáveis observam
itens como qualidade do ensino,
limpeza e localização, primeiro”,
comenta.
Para Luís Cláudio Megiorin,
presidente da Aspa-DF, os pais não
devem aceitar aumentos que
considerem abusivos. “No ano
passado, fizemos uma reclamação ao
Ministério Público do Distrito Federal
e Territórios (MPDFT) e surtiu efeito.
Neste ano, também estamos
dispostos a recorrer à Justiça. Não
adianta reclamar e ficar parado.
Todo ano, é a mesma coisa, não
vemos altas de menos de dois
dígitos”, reclama. Em algumas
escolas do ensino médio, por
exemplo, o valor desembolsado por
mês em 2014 pode chegar a R$ 1,9
mil.
Megiorin defende o direito de
negociação. “Os pais deveriam ter
mais abertura para argumentar o
reajuste com a escola. Pedimos mais
transparência nesse processo.
Também queremos saber os gastos
extras da escola e o porquê do
aumento. Na Justiça, podemos pedir
a quebra desse sigilo, que envolve
as planilhas de custo das instituições
de ensino do DF”, afirma. No total,
são 480 escolas filiadas ao SinepeDF. “O DF é a unidade da Federação
que mais tem colégios per capita. Por
causa do alto poder aquisitivo,
investir nesse setor é lucrativo na
capital do país”, avalia.
Continua
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Continuação
Fiscalização
A Federação Nacional das
Escolas Particulares (Fenep) também
não tem estimativa de reajuste
nacional. “Neste ano, não faremos
esse levantamento, porque é difícil
colocar os colégios da Região
Nordeste com os de São Paulo, por
exemplo, no mesmo patamar”,
afirma a presidente da entidade,
Amábilis Pacios. “Pela legislação, é
permitido que as escolas repassem
os custos e as melhorias ao
consumidor. Se a escola aumenta a
mensalidade porque promete que
terá uma atividade extra no ano
seguinte e não implementa a medida,
o pai deve ser o primeiro a reclamar,
como uma espécie de fiscal”, alerta.
Segundo Amábilis, o principal
regulador de preços é o mercado.
“No DF, há muitas instituições
particulares de ensino. Se uma escola
pratica preços abusivos, na
compreensão dos pais, eles podem
matricular o filho em outro local. Por
isso, não é vantajoso para o colégio”,
pondera. As mensalidades tiveram
aumentos entre 4% e 15% nos dois
últimos anos na capital federal, de
acordo com levantamento do
Correio.
Cobrança indevida
Após queixa da Aspa-DF, com
o apoio da OAB-DF, o MPDFT
concluiu, em julho deste ano, após
investigar 13 instituições de ensino,
que uma escola do DF teria de
devolver os valores cobrados
indevidamente. Os proprietários do
colégio, cujo nome não foi divulgado,
terão que chegar a um acordo para
escapar do processo na Justiça: ou
devolvem o dinheiro ou abatem a
cobrança imprópria nas próximas
mensalidades.
É a primeira vez, em todo o
Brasil, que o MP investiga esse tipo
de caso.
CORREIO BRAZILIENSE
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CIDADES
ENSINO SUPERIOR »
Estudantes ocupam a reitoria da UnB
» KELLYALMEIDA
» CAMILA COSTA
Os alunos da assistência
estudantil invadiram a sala do reitor,
Ivan Camargo, por volta das 17h:
luta por um espaço para o próprio
Centro Acadêmico
Os estudantes do Centro de
Assistência Social (Cassis) da
Universidade de Brasília (UnB)
ocuparam a reitoria da universidade
ontem à tarde. Até o fechamento
desta edição, por volta das 22h, os
universitários continuavam no local,
invadido depois de deixarem uma
sala no Instituto Central de Ciências
(ICC) Sul, tomada em 14 de agosto.
A desocupação do ICC foi feita pela
Polícia Federal, após notificação de
reintegração de posse. Segundo o
reitor da instituição, Ivan Camargo,
a determinação do Conselho
Universitário sobre a retirada do ICC
valerá também para a expulsão dos
alunos acampados na reitoria.
Os cerca de 50 estudantes são
de baixa renda e de diversos cursos.
O grupo reivindica, entre outras
coisas, um Centro Acadêmico para
o Cassis. A direção chegou a
oferecer um espaço de 20 metros,
provisório, como forma de
negociação, mas foi recusado.
Segundo os universitários, a área é
pequena. Na lista de pedidos,
aparece ainda a isonomia de direitos
entre calouros e veteranos e o
atendimento médico gratuito no
Hospital Universitário de Brasília
(HUB), suspenso, segundo eles.
O pedido de reintegração de
posse foi ajuizado pela AdvocaciaGeral da União, depois de
notificação do procurador-geral,
Vladimir Cantanhede. Há uma
semana, um oficial de justiça foi à sala
invadida no ICC para avisar sobre a
decisão judicial e a necessidade de
os alunos deixarem o local em 24
horas. Ontem, por volta das 15h,
policiais federais tiraram o grupo da
sala. No momento, cinco jovens
estavam no espaço. “Não foram
agressivos nem violentos, mas não
nos deram tempo de chamar os
alunos que estavam em aula para
retirar as coisas”, queixou-se Taís
Albina, 27 anos, do curso de
farmácia.
O coordenador-geral do
Diretório Central dos Estudantes
(DCE), Pedro Ivo Santana, afirmou
que acompanhou todas as
negociações entre reitoria e alunos.
“Avançamos quanto ao auxíliomoradia, que passaria de
R$ 530 para R$ 565, e na oferta
de duas salas, uma no subsolo e
outra no mezanino, sendo que, no
próximo semestre, eles ganhariam
uma no térreo, que é a reivindicação”,
detalhou.
Os universitários tinham a
intenção de passar a madrugada na
reitoria. Apesar disso, Ivan Camargo
acredita que a ordem judicial deve
ser cumprida. “Imagino que a
reintegração não seja apenas de uma
sala, mas da reitoria também.
Fizemos o possível, com conversas
e negociações, mas não houve
entendimento. A única solução é em
cima das determinações legais”,
afirmou. Por volta das 21h, o grupo
decidiu que ninguém sem relação
com o Cassis poderia permanecer no
local. Um dos estudantes fez ameaças
à reportagem. Disse que apelaria à
força caso a imprensa continuasse na
reitoria.
JORNAL DE BRASÍLIA
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CIDADES
S U P E R D O TA D O S
Eles são acima da média
Continua
Continuação
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JORNAL DE BRASÍLIA
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CIDADES
JORNAL ALÔ BRASÍLIA-DF
18/09/13
2222
BRASÍLIA
DESTAKjornal (DF)
18/09/13
2223
Mais verba para educação,
menos para a saúde
BRASÍLIA
CLÁUDIO HUMBERTO
18/09/13
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UNE NÃO PRESTA CONTA DE
USO DO DINHEIRO PÚBLICO
Não será em 2013, como estava programado, e talvez nem mesmo em 2014 a
inauguração no novo prédio da União Nacional dos Estudantes, no Rio, no lugar da
sede incendiada pela ditadura, em 1964.
Lula deu R$30 milhões e lançou a pedra
fundamental em 2010, Oscar Niemeyer
doou o projeto de 13 andares, mas a obra
não anda, e a UNE não explica por quê,
após diversos contatos da coluna com sua
assessoria.
NO BOLSO
A UNE enricou e pela primeira vez na
história não foi às ruas protestar contra os
escândalos de corrupção da era Lula, inclusive o mensalão.
‘SUBJETIVIDADES’
O assessor argumentou que a coluna é
“muito irônica” e contestou a acusação de
aparelhamento da UNE: “é uma questão
subjetiva.”
‘INADIMPLENTE’
Dona do monopólio das carteirinhas de
meia-entrada, ela foi impedida pela
Controladoria-Geral da União de fazer
convênios com o governo.
DIÁRIO DO
PODER.COM.BR