Cop21 - SEAERJ

Transcrição

Cop21 - SEAERJ
As mudanças climáticas
e a COP 21, Paris
Haroldo Mattos de Lemos
Presidente, Conselho Empresarial de Meio Ambiente e Sustentabilidade da ACRio
Vice Presidente, Comitê Técnico 207 da ISO (ISO 14000)
Presidente, Conselho Técnico da ABNT
Professor de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da UFRJ (1977-2011)
Coordenador do MBA em Gestão Ambiental e Sustentabilidade da FGV
SEAERJ, 10 de dezembro de 2015
B
Concentração de CO2
Atmosfera: aumentou de 280 ppm (período anterior à
Revolução Industrial) para 400 ppm em 2014.
Emissão de C emitidas pelas atividades antrópicas:
queima de combustíveis fósseis alterações do uso
dos solos (desmatamento, etc. ).
Fotossíntese:
Biosfera
(incluindo
oceanos)
absorvem CO2 e assimilam parte da quantidade
emitida.
Restante: aumenta, todos os anos, a
concentração de CO2 na atmosfera.
Registros de 420.000 anos do gêlo de Vostok. Os limites
superior e inferior das 3 variáveis estão contidos. Fonte: Petit
et al. (1999) Nature 399, Past Global Changes International Project Office.
Concentração de CO2 na Atmosfera
Mudanças climáticas: variação da intensidade
da energia emitida pelo Sol, oscilações dos
parâmetros orbitais do planeta em torno do
Sol, e variações das concentrações dos
gases na atmosfera.
Cientista sérvio M. Milankovitch descreveu os ciclos dos parâmetros
orbitais no início de século XX.
B
Aquecimento Global
Dificuldades para estudo:
-
Vapor d’água aumenta com a temperatura,
e acelera o aquecimento.
-
Partículas
e
aerossóis
provocam
resfriamento: Vulcão Pinatubo, Filipinas,
1992.
Consequências (IPCC)
Aumento na freqüência e
intensidade de eventos
climáticos extremos.
Diminuição da temp. na estratosfera (acima de 12 mil km).
Desaparecimento de metade das geleiras e redução
da capa de gelo no Ártico.
Elevação do nível do mar.
Super Tufão Haiyan
• Novembro 7, 2013
Filipinas
Source: NOAA/Japan Meteorological Agency
Tacloban, Filipinas
• Novembro 10, 2013
© 2013 Reuters /Erik De
Castro
Noroeste do Paquistão
• Agosto de 2010
© 2010 Reuters/Ho New
Atenas, Grecia
• Fevereiro 22, 2013
© 2013 Reuters/John Kolesidis
Passau, Alemanha
• Junho 3, 2013
© 2013 Reuters/Michaela Rehle
Represa Jaguari, São Paulo, Brasil
Janeiro 31, 2014
© 2014 Paulo Fridman/Bloomberg via Getty Images
A seca de 2006 – 2010 transformou
60% do solo fértil da Siria em
deserto
Até 2010, a seca tinha matado
80% do gado do país.
“Eu tinha 400
acres de trigo,
e agora é tudo
deserto.”
• Ahmed Abdullah, fazendeiro Sirio
–
Outubro 2010
© 2010 Julien Goldstein/The New York Times/Redux
Extensão do gelo marinho no Ártico setembro
Milhões de Quilometros Quadrados
• 1979 – 2012
Extensão do gelo setembro
Tendência
Novo record
1979
1982
Source: National Snow and Ice Data Center, October 2012
1985
1988
1991
1994
1997
2000
2003
2006
2009
2012
Gelo reflete a energia solar e calor é absorvido pela água:
aceleração do derretimento.
Ártico: esquentando duas vezes mais rápido que a média
mundial.
Improvável que ursos polares sobrevivam como espécie.
a
Ártico
Gelo da Groenlândia: 10%
das reservas mundiais
de água doce.
Derretimento
do
gelo
flutuante: não irá aumentar
nível do mar, mas se todo gelo da Groenlândia
derretesse, nível do mar cresceria 7 metros.
Convenção Quadro das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas
Negociações iniciadas em 1991.
Assinatura durante a Rio 92, por 154 países e a
União Europeia.
Estados Unidos ratificou em 15/10/92. Brasil em
28/02/94. Responsabilidades comuns, porém
diferenciadas.
Em vigor: 1994, após ratificação pelo 50o país.
Convenção sobre Mudanças Climáticas
Conferência das Partes – COP: formada
pelos países membros que a ratificaram.
Responsável pela Convenção.
Primeira Conferência das Partes – COP 1, 1995
em Berlim.
Setembro de 2000: 186 países já haviam
ratificado.
Protocolo de Quioto
- Aprovado por 160 países em 1997 (COP 3).
- Países do Anexo 1: Redução média de 5,2% de emissão
dos gases estufa (base 1990), a atingir entre 2008 e 2012.
- Países não-Anexo 1: podiam aderir voluntariamente.
- Devia ser ratificado pelos Congressos de 55% dos países
signatários, e por países com pelo menos 55% das
emissões dos países do Anexo 1,
ano base 1990.
Estados Unidos não ratificaram. Em vigor: 02/2005.
Mecanismos de flexibilização:
-
Entre
países
desenvolvimento:
desenvolvidos
e
em
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL:
Países do Anexo I podem financiar projetos
de redução das emissões totais ou comprar
volumes
de
redução
resultantes
de
iniciativas dos países em desenvolvimento.
Projetos de MDL
COP 10 – Buenos Aires, 2004
- Relatório brasileiro: em 1994 emitimos
1,03 bilhões de ton. de CO2 equivalente,
sendo 75% das emissões provenientes de
desmatamento e queimadas.
- Brasil passou a sexto maior emissor de
gases estufa.
COP 15 – 2009, Copenhague, Dinamarca.
Governos concordaram
em
evitar que aumento da
temperatura global ultrapasse 2 0C.
Intransigência da China em aceitar metas de redução e
reticência dos EUA em assumir compromissos de redução
ainda não aprovados por seu Congresso: falta de acordo
sobre as reduções necessárias.
Brasil apresentou uma meta concreta de redução de 38,5%
das suas emissões até 2020.
Maiores emissores de GEEs em 2011
27/09/2013, IPCC:
Relatório do Grupo
de Trabalho 1
“Climate Change
2013 – The
Physical Sciences
Basis”, como
contribuição para
o Quinto Relatório
de Avaliação do
IPCC, foi publicado
em 2014.
(IPCC: cerca de 3.000 cientistas
de mais de 130 países)
Relatório: aquecimento climático é inequívoco e
muitas das mudanças observadas desde 1950 são
sem precedentes de décadas a milênios.
Atmosfera
e
oceanos
esquentaram,
as
quantidades de neve e gelo diminuíram, o nível
dos mares subiu e as concentrações de gases de
efeito estufa aumentaram.
Influência humana no sistema climático está clara.
Principais conclusões - IPCC:
a) Aquecimento desde 1951: 0,12º C por década,
mas nos últimos 15 anos: 0,05º C por década.
Escala de tempo curta demais para tirar conclusões.
b) Mudanças em eventos climáticos extremos
desde 1950: menos dias e noites frios e mais dias e
noites quentes. Ondas de calor mais frequentes em
partes da Europa, Ásia e Austrália. Mais chuvas
fortes na América do Norte e na Europa.
09_Art_Mud_cl
ima_aquec_oc
eanos
Durante décadas, oceanos da Terra absorveram
90% do excesso de calor da atmosfera pelas
emissões de GEEs.
“Esta é uma das razões pelas quais a temperatura
da superfície do Planeta aumentou menos do que o
esperado nos últimos doze anos” (Kevin Trenberth,
cientista do National Center for Atmospheric Research).
O “hiato”: estudos recentes indicam que as forças
que estão por trás deste fenômeno são processos
oceânicos naturais e temporários.
Cheryl Katz jornalista Scientific American – 06/2015.
c)
Oceanos
armazenaram
energia.
Camada
superficial (0 a 700 metros) esquentou entre 1870 e
2010.
d) Duas últimas décadas: cobertura de gelo da
Groenlândia e Antártica perdeu massa, geleiras
encolheram em quase todo o mundo.
Grande redução na espessura e extensão do
permafrost
(solo permanentemente congelado)
nas últimas três décadas (liberando metano).
da Sibéria
e) Nível médio do mar aumentou 19 cm entre
1901 e 2010, 1,7 mm ao ano em média, mas
acelerou para 3,2 mm ao ano entre 1993 e 2010
(perda de geleiras e expansão térmica do oceano.
Riscos: imediatos X futuros
Correntes oceânicas: movimentadas por diferenças de calor,
salinidade e densidade da água.
2005, Peter Wadhams, Universidade de Cambridge:
Corrente do Golfo está perdendo intensidade
devido ao aquecimento global (leva às costas
britânicas 27 mil vezes mais calor do que poderia
ser gerado por todas as fontes de energia do
Reino
Unido,
garantindo
de
5
a
8
graus
centígrados adicionais na temperatura média).
02/2013: estragos da tempestade Sandy e
nordeste do país sob forte tempestade de
neve.
Obama anunciou no
discurso “Estado da
União” perante Congresso: “Precisamos fazer
mais força para combater as mudanças
climáticas” e que mesmo sem o apoio do
Congresso estva disposto a tomar medidas
para reduzir as emissões e para incentivar as
energias renováveis.
Obama assinou decreto (19/03/2015) para reduzir em
40% as emissões dos Estados Unidos até 2025.
27/07, 13 grandes empresas*: investir mais de US $ 140
bilhões para reduzir emissões, e gerar mais de 1.600
megawatts em energia renovável.
Metas individuais incluem baixar as emissões em até
50%, reduzir uso de água em 15% e desmatamento
líquido zero em suas cadeias de abastecimento.
*Alcoa, Apple, Bank of America, Berkshire Hathaway Energy, Cargill,
Coca-Cola, General Motors, Goldman Sachs, Google, Microsoft,
Pepsi-Co, UPS e WalMart.
Fórum Clima* publicou em
11/2014: “Balanço de Ações”.
* Empresas participantes:
Alcoa Alumínio SA, Andrade Gutierrez,
CBMN, CPFL Energia, Companhia
Siderúrgica Nacional, Grupo Camargo
Corrêa, Natura Cosméticos, OAS,
Odebrecth Engenharia e Construção,
Polimix,
Samarco
Mineração,
Santander, Vale e Walmart Brasil.
Secretaria Executiva:
Instituto Ethos de Responsabilidade
Social.
Organizações participantes:
Carbon Disclosure Project – CDP,
Fórum Amazônia Sustentável e União
da Indústria de Cana de Açúcar
(Única).
Campanha por desinvestimento em combustíveis
fósseis ganha apoio das Nações Unidas*.
Secretariado da Convenção aderiu à campanha, que visa
Fundos de Investimento (lançada pela ONG 350.org e Divest-Invest).
The Guardian: UNFCCC está emprestando a sua “autoridade
moral” para a campanha porque compartilha da ambição por
um acordo forte na Conferência do Clima de Paris.
Campanha cobra de governos, empresas e instituições a
retirada de recursos de combustíveis fósseis. Argumento:
investimento no setor é um perigo tanto para o clima quanto
para o capital dos investidores.
*Observatório do Clima, 18/03/2015
Paris, 2/12/2015 – Campanha de desinvestimento dos
combustíveis fósseis na COP21: mais de 500 instituições
que representam mais de US $ 3,4 trilhões em ativos
fizeram algum tipo de compromisso.
• 19 cidades francesas aprovaram o desinvestimento antes da
COP21: incluindo Lille, Bordeaux, Dijon, Saint-Denis, Ile-de-France.
• 25/11: Assembleia Nacional francesa aprovou resolução destinada
a incentivar investidores públicos, empresas (especialmente as
que os estados possuem ações) e autoridades locais a não mais
investir em combustíveis fósseis.
• Oslo: seu fundo de pensão vai desinvestir US$ 9 bilhões (€ 8
bilhões) de empresas de carvão, petróleo e gás.
• Allianz, maior seguradora da Europa, desinvestiu do carvão € 630
milhões de seu portfólio próprio de investimentos, e estão
reinvestindo mais de € 4 bilhões em energia eólica nos próximos 6
meses.
Carta aberta de CEOs Globais* para Líderes Mundiais
sobre urgência de ações sobre o clima (Paris, 21/05/2015):
“Nós convocamos os governos a tomarem
ações corajosas em Paris, para assegurar
um mundo mais próspero para todos nós.”
*CEOs de 43 companias e 20 setores economicos , com atividades em
mais de 150 países: AB Volvo, Accenture, AkzoNobel, Dow Chemical,
Erikson, GDF Suez, IKEA group, Lafarge, Marks and Spencer, Munich Re,
Philips, Solvey, Swiss Re, Toshiba, Unilever, Veolia, ….
UE anuncia meta de ‘carbono zero’ até 2100
para Conferência de Paris - 19 / 09 / 2015.
Redução de 40% das emissões de gases de efeito
estufa até 2030, 50% até 2050 e uma “neutralidade
de carbono” até 2100 (nível zero “ou menos”).
EUA, China e Índia pressionam por acordo
sem vínculo legal - 14 / 11 / 2015.
Defendem que acordo não seja “legalmente
vinculante”: não imponha sanções a quem não
cumpre.
Documento que não requeira aprovação do Senado
americano. John Kerry, ao jornal Financial Times:
não existirão “metas de redução legalmente
vinculantes”.
Presidente da França, François Hollande: “Se o
acordo não é legalmente vinculante, não há
acordo.”
Climate Interactive, em parceria com o MIT, sobre
propostas de redução de emissões apresentadas
por 149 países até 30/09/2015: metas não são
suficientes para limitar o aquecimento global em
2ºC acima dos níveis pré-industriais.
As
atuais
ofertas
nacionais
reduziriam
aquecimento projetado de cerca de 4°C no cenário
de business-as-usual para 3,5°C.
2015: o ano mais quente da história*.
Média da temperatura global em setembro: 0,9 ° C
mais alta que média registrada no século 20 (136
anos
de
registro).
Foi
a
maior
temperatura
registrada para o mês.
2015: 10 meses mais quentes registrados na
história: setembro, março, maio, junho, agosto e
setembro.
*Agência norte-americana de oceanos e atmosfera (NOAA), 26/10/2015
COP 21 - Paris
02/12/2015: Banco Mundial anunciou o lançamento
formal da Carbon Pricing Leadership Coalition.
Grupo conta com participação de líderes de
governos, setor privado e sociedade civil. Objetivo:
expandir adoção de políticas de precificação de C,
para reduzir as emissões de gases estufa.
Atualmente, cerca de 40 governos e 23 cidades,
estados e regiões já possuem mecanismos de
precificação, cobrindo aproximadamente 12% das
emissões globais.
Precificação do C
China: criará mecanismos de compra e venda de carbono a
partir de 2017.
90 países incluíram propostas de criação de mercados de C,
taxas para C e outros mecanismos de precificação em suas
Contribuições Nacionalmente Determinadas (INDCs).
Precificação do C: incentivo para governos e empresas se
tornarem mais eficientes em emissões. São determinadas
metas para os setores envolvidos e, se algum dos
participantes conseguir reduzir suas emissões além do
limite fixado, pode vender o montante adicional para outros
que não conseguiram atingir a meta.
O
02/12/2015, Paris: Banco Mundial anunciou criação de fundo de
US$ 500 milhões para impulsionar a criação de mercados e
programas de redução de emissões.
Fundo: poderá financiar políticas de redução de emissões de
carbono, como a criação de padrões e metas de eficiência para a
indústria, a remoção de subsídios para combustíveis fósseis ou a
simplificação de regulações do mercado de energia renováveis.
Pode também ajudar cidades a serem mais sustentáveis, pelo
apoio a sistemas de transporte ou códigos de construção verdes,
assim como dando recompensas ao uso e gerenciamento
eficiente de energia, água e resíduos.
Cidades:ocupam 2% da área terrestre mas são responsáveis
por 70% das emissões de GEEs. Mais da metade da
população mundial vive em cidades.
Grupo C40 de Grandes Cidades para Liderança do Clima
04/12, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York: cidades podem
ajudar a cobrir a diferença (emissions gap) entre o que os países
prometeram reduzir e o que é necessário para evitar aumento superior a
2 graus C (15 bilhões tons de CO2/ano).
Cidades podem evitar emissão de 3,7 bilhões de tons/ano em 2030 (¼ da
diferença).
Medidas para redução das emissões: padrões mais fortes de eficiência
energética para prédios novos residenciais e comerciais; renovação
(retrofit) de prédios existentes para maior eficiência energética; regras
mais duras para iluminação e aparelhos domésticos; promover o uso de
transportes públicos e bicicletas e capturando o metano emitido pelos
aterros sanitários.
100 Cidades Resilientes – 100RC*
2/12: “Dia das Resiliência" na COP21, prefeitos de
21 cidades, incluindo Rio de Janeiro, Cidade do
Mexico, Rotterdam e Nova Orleans, prometeram
comprometer 10% dos seus orçamentos – mais de
U$ 5 bilhões, para maior resiliência das suas
cidades (vão beneficiar diretamente 33 milhões de
habitantes.
*apoio da Fundação Rockefeller
08/12: nações ricas se responsabilizariam pela maior parte
da redução das emissões, mas as pobres deviam aceitar
metas mais ambiciosas à medida que melhorassem suas
condições socioeconômicas.
Ministra Izabella Teixeira, facilitadora no grupo sobre
“diferenciação”: propor modos de diferenciar países ricos e
pobres ao lhes atribuir obrigações.
Financiamento a medidas de contenção e adaptação ao
aquecimento global por países desenvolvidos: nações
industrializadas fazem pressão para que os grandes países
de economias emergentes, como China e Brasil, se
comprometam a contribuir.
Brasil, África do Sul, Índia e China (grupo BASIC): que sejam
consideradas as diferentes realidades de cada um dos 195
países. Os países ricos devem assumir metas mais
ambiciosas. Os pobres e emergentes aumentariam seu
comprometimento à medida que conseguirem aquecer suas
economias.
Ministro de Meio Ambiente da Índia: “O acordo não pode se
limitar à mitigação das emissões.” O texto deve incluir
medidas de adaptação, para evitar danos e explorar
oportunidades de redução da vulnerabilidade de pessoas e
áreas do planeta mais expostas a eventos naturais
extremos.
COP 21, dia 09/12
Texto mantém em aberto os principais pontos de desacordo.
Nova versão divulgada na tarde da quarta-feira (09).
Número de expressões entre colchetes caiu de 949 para
367. Muitos artigos na forma de opções. Boas opções vão
ficar?
Financiamento: muitos colchetes. Nações industrializadas:
repasse de US$ 100 bilhões/ano para países pobres se
adaptarem a partir de 2020 e avançarem no corte de
emissões de CO2.
Esse valor deve ser revisto e ampliado a cada 5 anos, o que
agrada a países em desenvolvimento que relutam em fazer
parte da base de doadores dos fundos do clima.
Países em desenvolvimento podem colaborar com outros da
mesma condição de maneira voluntária, sem que essa ajuda
faça parte da conta dos US$ 100 bilhões.
COP 21, 09/12:
185
países
(dos
195)
já
entregaram
suas
INDCs
(Contribuições Pretendidas Nacionalmente Determinadas).
INDCs atuais não são suficientes para evitar acréscimo de
2°C na temperatura média do planeta. Possibilidade de
estabelecer um limite de 1,5°C (nações insulares).
EUA pressiona contra obrigação de transformar seu INDC
em lei. Prometem reduzir 26% de suas emissões até 2030,
em relação a 2005.
Documento final: que vai definir se será “tratado”, com
obrigações
claras,
“acordo”,
mais
flexível,
ou
“declaração”, de pouco efeito prático.
Mensagem final:
O aquecimento global faz parte da
“tragédia dos comuns”.
Haroldo Mattos de Lemos
[email protected]
Metas do Brasil para a COP 21
Discurso da Presidente na ONU, em 27/09/2015:
1) reduzir em 43% emissão até 2030 (ano base 2005).
"Será de 37% até a 2025 a contribuição do Brasil
para a redução de emissão de gases do efeito estufa
e para 2030 a nossa ambição é de redução de 43%".
2) "Até 2020, o Brasil pretende o fim do
desmatamento ilegal no país, a restauração e o
reflorestamento de 12 milhões de hectares, a
recuperação de 15 milhões de hectares de
pastagens degradas, a integração de 5 milhões de
hectares de lavoura-pecuária-floresta".
Metas do Brasil para a COP 21
Discurso da Presidente na ONU, em 27/09/2015:
"Na área de energia, também temos objetivos
ambiciosos. Primeiro, a garantia de 45% de fontes
renováveis no total da matriz energética [...]
Segundo, a participação de 66% da fonte hídrica na
geração de eletricidade. Terceiro, a participação de
23% das fontes renováveis, eólica, solar e
biomassa, na geração de energia elétrica. Quarto, o
aumento de cerca de 10% na eficiência elétrica.
Quinto, a participação de 16% de etanol carburante
e demais fontes derivadas da cana-de-açúcar no
total da matriz energética“.
Observatório do Clima: ponto fraco da proposta:
medidas para preservação e recuperação de florestas.
País precisa dizer com clareza o que a proposta
significa em termos de emissões (ton. de CO2).
Possibilidade de chegar a 2025 com emissões brutas de
1,47 bilhão de ton. de CO2 equivalente (1,3 bilhão
líquidos) e, em 2030, com 1,3 bilhão de ton. de CO2
equivalente (1,1 bilhão líquidos).
Isso é menos do que o que o Brasil deveria fazer para
dar sua contribuição justa para atingir a meta dos 2oC –
que seria de no máximo 1 bilhão de toneladas brutas.