KURT COBAIN

Transcrição

KURT COBAIN
_de Ana Gil & Nuno Leão
KURT COBAIN
— THERE’S NO END IN US
PROJETO KURT COBAIN
FICHA TÉCNICA
Direção Artística e Encenação: Ana Gil & Nuno Leão
Dramaturgia e Texto: Nuno Leão
Interpretação: Alexandra Santos, Carina Bastos, Carla Aziago, Cristiana Henriques,
Helena Prata, Joana Lourenço, João Santos, Margarida Guerra, Mariana Garcez, Rute
Ramalhinho, Sofia Carrilho, Telma Jesus, Zara Fontão
Assistência ao Ensaio: Jessica Santiago, Marta Duarte, Beatriz Teixeira
Vídeo e Fotografia: Afonso Fontão & Tiago Moura (STAR Produções)
Co-Produção: Ana Gil & Nuno Leão, Câmara Municipal de Castelo Branco/Cine-Teatro
Avenida
Apoios: Fundação Calouste Gulbenkian, Junta de Freguesia de Castelo Branco
Apoio à Divulgação: ESART (Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco)
MEMÓRIA DESCRITIVA
SINOPSE
Manifesto #1
Nós queremos sentar-nos à vossa frente.
Nós queremos ouvir o som da vossa respiração.
Nós queremos sentir o eco do nosso grito nos vossos corpos.
E queremos escutar as nossas palavras no vosso silêncio.
“Kurt Cobain – there´s no end in us” assumese como espetáculo-manifesto. Em palco 13
adolescentes ensaiam, ao vivo, formas de
projeção da realidade que percepcionam.
Como num “road-movie”, empreendem uma
viagem sem pontos de partida ou de chegada,
na qual vão compondo o seu manifesto
em forma de álbum de canções, tentando
continuar a obra de Kurt Cobain.
“Kurt Cobain – there’s no end in us” é um cd
duplo que lança hipóteses de continuidade.
É um álbum com uma faixa escondida a
prometer outros álbuns por vir.
Testa-se assim a obra de arte enquanto
espaço de manifestação íntima e coletiva,
procurando-se que cada um assuma o seu
lugar no confronto que se lança.
ESTREIA:
“Kurt Cobain – there´s no end in us” não quer
um fim. Este álbum de canções tem uma
hidden track.
— 21 Julho de 2012
Cine-Teatro Avenida Castelo Branco
no dia em que já caminhávamos
É assim que vamos caminhando. Como num
“road-movie” entramos numa estrada da qual
não conhecemos o início e desconhecemos o
fim - ou mesmo se o terá. Bem, provavelmente
não!
É assim que desejamos esta estrada: infinita,
interminável... É assim que nos vamos
encontrando e escapando, uma e outra vez. É
também isso que nos faz continuar à procura.
Levamos Kurt Cobain connosco, procuramolo enquanto nos procuramos a nós e
descobrimos que podemos ser a continuação
uns dos outros. Queremos continuar a sua
obra ao mesmo tempo que continuamos a
nossa, até que as duas já não se distingam no
rasto que vamos deixando na longa estrada
que decidimos percorrer.
No verso das nossas camisolas a palavra
“NUNCA”. A palavra “NUNCA” carregada
nas nossas costas. “Nunca foi tão fácil viver
assim”. A palavra “NUNCA” dita. E o nosso
álbum de canções vai-se escrevendo nos
novos outdoors que instalaram à beira da
estrada. Às vezes vêem-se os nossos cabelos
iluminados pela palavra “NUNCA”.
Na frente da nossa camisola a palavra
“SEMPRE”. A palavra “SEMPRE” dita. A palavra
“SEMPRE” na ponta da língua. A palavra
“SEMPRE” dita entre dentes. E a pulsação das
nossas canções instala-se no nosso peito.
“Kurt Cobain – there´s no end in us” não quer
um fim. Este álbum de canções tem uma
hidden track.
KURT COBAIN
— there’s no end in us
No dia 20 de Fevereiro de 2012 caminhava
pelo centro comercial São Tiago, que existe na
cidade de Castelo Branco. Este era o centro
comercial de referência nessa cidade (onde
vivi toda a minha infância e adolescência)
quando tinha 16 anos. Foi nesse espaço que,
na altura, descobrimos (eu e a minha geração)
pontos de ocupação temporários e fomos
construindo a nossa identidade nos ícones
que partilhávamos e que se expunham lá
(bandas internacionais; bandas locais; bandas
de garagem; lojas de sreet-wear; lojas de
música especializada). Tornávamos essas
deambulações nossas e transportávamos
os ícones connosco para outros espaços (os
concertos nos bares ou no barracão do tio do
vocalista, as sessões de cinema alternativo na
sala de cinema do São Tiago, às quartas ao
final da tarde, onde estava eu e mais quatro,
no máximo). Uma década depois volto àquele lugar. As
lojas estavam agora fechadas, vazias, cartas
acumuladas do lado de dentro da porta que
conseguia contar através da montra despida,
uma luz suja produzida pela luz natural que
conseguia penetrar naquele local, com os
neons desligados, sem cor. Na montra da
antiga loja de música especializada, encontro
alguns cartazes com a cor desbotada, de
entre os quais distingo um em que figura a
estrela de grunge: Kurt Cobain.
Neste gesto em forma de passeio, o abandono
em que aquele centro comercial caiu, permitiu-
me ocupá-lo e os fantasmas da minha vida
passada, começaram a manifestar-se. No
fundo do corredor ouvia-se o som de uma
guitarra eléctrica tocada por um aprendiz,
que repetia dois acordes e o mesmo ritmo
durante algum tempo (o aluno devia ter à
volta de 16 anos no máximo). Aquela era a
música do treino mas também de um êxtase
descarregado num amplificador de baixa
potência. O professor (aparentava ter à volta
de 30 anos) junta-se a ele numa das poucas
lojas ocupadas do shopping e acompanha-o
na bateria. O aluno mantém-se monorrítmico,
monocórdico, com o professor ao seu lado.
Fico a olhá-los de longe durante algum tempo
e decido abandonar aquele lugar e regressar
à rua. Enquanto me afasto, o professor vai
aumentando o ritmo na bateria e o aluno tenta
apanhá-lo. MANIFESTO DUPLA
Na nossa ação procuramos que os objetos
artísticos que criamos se confrontem com
a máxima responsabilidade do espetador,
permitindo-lhe uma apropriação ativa
dos mesmos. A obra aponta vias para a
emancipação do espetador.
CD 1 – “IN UTERO”
Por emancipação compreendemos ação. A
criação surge no sentido de desmantelar as
fronteiras entre os que agem e os que vêem,
tornando-se o objeto artístico potenciador de
interpretações múltiplas e simultâneas no
mesmo espaço e tempo.
-
“A emancipação começa quando se
compreende que o olhar é também uma ação”
(Rancière, O espetador emancipado)
Nuno Leão
Faixa 1 – “Come as you are”
Faixa 2 – “Endless, Nameless”
Faixa 3 – “Dive”
CD 2 – “SMELLS LIKE TEEN SPIRITS”
-
Faixa 1 – “Territorial Pissings”
Faixa 2 – “Breed”
Faixa 3 – “Something in the way”
Faixa 4 – “Stain”
Faixa 5 – “Dumb”
Faixa 6 – “Blew”
Faixa 7 – “Stay Away”
Faixa 8 – “Drain You”
Faixa 9 – “Hidden Track”
Preferimos o uso da palavra ação, em vez do
termo teatro, no sentido em que o último se
torne lugar de confronto do público consigo
próprio, enquanto coletivo, por oposição à
distância da representação.
Entendemos o acontecimento ao vivo,
enquanto espaço de manifestação estética
e política dos seus intervenientes, onde não
existe qualquer regra específica, qualquer
hierarquia dos temas, dos géneros e das artes.
O acontecimento ao vivo será assim um
momento de pura suspensão, em que a
experiência é apreendida como criação de
uma humanidade específica.
Neste manifesto dizemo-vos, olhos nos olhos,
através da ação de 13 adolescentes:
Nós queremos sentar-nos à vossa frente.
Nós queremos ouvir o som da vossa
respiração.
Nós queremos sentir o eco do nosso grito
nos vossos corpos.
E queremos escutar as nossas palavras no
vosso silêncio.
ANA GIL
Nasce em 1986 em Vila Nova de Famalicão.
Licenciada em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, trabalhou com
Álvaro Correia, Ávila Costa, Jean Paul Bucchieri, João Brites, Luca Aprea, Maria Duarte, Miguel
Fonseca, Mónica Calle, Pedro Alves, Rui Mendes, Sílvia Real, Thomas Richards, entre outros.
Recentemente colaborou com o Teatromosca, onde desenvolveu trabalho de atriz. Atualmente
desenvolve trabalho artístico com Nuno Leão.
NUNO LEÃO
Nasce em 1983 em Alcains.
Inicia a sua atividade teatral, como criador e intérprete, em 2004, com a fundação da Companhia
Cães à Solta. Em 2010 termina a sua licenciatura em Teatro – Ramo Atores na Escola Superior
de Teatro e Cinema. Em 2011 cria com Nuno Nunes o espetáculo “Efabulação”, que lhe valeu o
prémio de melhor ator e menção honrosa em festivais de teatro. Tem colaborado regularmente
com o Sr. João e atualmente desenvolve trabalho artístico com Ana Gil.
AFONSO FONTÃO
Nasce em 1979 no Fundão.
Estudou na Faculdade de Belas Artes de Lisboa e, desde aí, começou a dedicar-se a projetos
artísticos na área do vídeo e multimédia. Realiza algumas curtas-metragens e cruza a linguagem
cinematográfica com projetos teatrais, na sua colaboração com a Companhia Cães à Solta nos
espetáculos O Alienista e About:Blank. Em 2009, inicia os seus estudos no curso de Design
Comunicação e Produção Audiovisual (Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco)
e funda as produções STAR, onde realiza projetos de cinema independente.
TIAGO MOURA
Nasce em 1985 em Nisa.
Dedica-se aos audiovisuais e à fotografia, tendo sido premiado em vários concursos nacionais.
Em 2009, inicia os seus estudos na ESART (Escola Superior de Artes Aplicadas) no curso de
Design Comunicação e Produção Audiovisual. Cofundador das produções STAR, realização de
curtas metragens, projetos de cinema independente.
“HERE WE ARE NOW, ENTERTAIN US”
AGRA
DECI
MEN
TOS
ANA GIL & NUNO LEÃO AGRADECEM A:
Maria José Silva e José Silva, Zélia Silva e Rui Miguel
Silva, Carlinda Leão e Rui Leão
À dupla Afonso Fontão e Tiago Moura, pela sua
dedicação, energia e olhar atento com que nos
acompanharam.
Bruno Esteves, Carlos Gama (Maestro Orquestra Típica
Alcainense), Catarina Fontão, Eduarda Gordino, Gil
Duarte (ARCA – Associação Recreativa e Cultural de
Alcains), Hugo Marques, João Dias, João Fontão, Maria
Pires (IPDJ de Castelo Branco), Nádia Canceiro, Nuno
Pio, Pedro Alves (Companhia Teatromosca – Sintra),
Rui Pinheiro (Ajidanha – Associação de Juventude de
Idanha-a-Nova), Sandra Silva, Património – Bar (Castelo
Branco), à equipa do Cine-Teatro Avenida/Cultura
Vibra e a todos os que nos ajudaram na divulgação e
alimentaram o fôlego deste projeto.

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