Soja - AGR BRASIL
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AGR BRASIL 24 Agosto 2015 Telefone: Chicago +1 (312) 405-0053 | Brasil +55 (21) 3958-7994 | Skype: phdbrasil | E-mail: [email protected] ** Relatório diário - AGR BRASIL** ** Cotações fechamento CHICAGO**: SOJA novembro BAIXA de 15 pontos à $8,74; MILHO dezembro ALTA de 3 centavos à $3,80 e TRIGO setembro ALTA de 3 pontos à $5,03. ** DÓLAR: A moeda americana fechou em alta de 1,62%, para $3,5525, o maior valor desde 5 de março de 2003. Somente neste ano, a moeda norte-americana já acumula valorização de 33,62% em relação ao real. ** FOCUS: O boletim Focus, que reúne as expectativas para a economia brasileira feitas por analistas ouvidos pelo Banco Central (BC), mostra que o PIB no Brasil recuar em 2,06% este ano. Na semana passada a previsão era de 2,01%. A expectativa do IPCA no fim deste ano é de 9,29% em 2015, a previsão diminuiu pela primeira vez após 17 estimativas de alta. A taxa básica de juros, SELIC deve alcançar os 14,25%, ao final de 2015. O dólar deve fechar o ano em R$ 3,50, segundo os analistas ouvidos pelo BC. ** CHINA: O Banco Popular da China começa a analisar de que forma uma nova rodada de dinheiro será injetada na economia. A ideia mais forte por enquanto seria reduzir os depósitos compulsórios de bancos, liberando cerca de $ 106 bilhões na economia. O banco precisa voltar a estimular a economia, já que após a desvalorização forçada da moeda provocou saídas de capital da China. O governo ainda avalia outras medidas, já que a moeda desvalorizada e o ritmo econômico mais lento podem aumentar o fluxo de capital para fora da China. ** COMENTÁRIO ** Um dia histórico nos mercados mundiais. Assim foi o movimento desta segunda-feira, com o mercado se desfazendo de ativos de risco. As bolsas de ações tiveram as maiores baixas em muitos anos, principalmente guiadas pelo receio da desaceleração da China e os impactos desse movimento na economia mundial. A bolsa de valores dos EUA (DOW JONES) chegou a abrir em baixa de 1000 pontos e fechou em mais de 580 pontos de baixa, sendo o segundo pregão seguido fechando abaixo dos 500 pontos, atingindo o menor nível desde o início de 2014. A Bovespa, em São Paulo, voltou ao mesmo nível de 8 de abril de 2009. Antes do fim do pregão, o mercado começou uma recuperação forte, voltando a cair mais um pouco antes do fechamento da bolsa. Em resumo, as quedas hoje foram causadas por um receio de desaceleração em mercados emergentes, principalmente na China, maior consumidora de commodities no mundo. Com essa provável desaceleração, o mercado finalmente começa à mudar o foco de demanda em excesso para oferta em excesso, como já vinha sendo apontado pela equipe da AGR BRASIL desde abril deste ano. Por conta disso, o mercado de commodities não ficou muito atrás do mercado financeiro. As commodities fecharam em forte baixa, com a soja chegando a cair 30 centavos no pregão de hoje. Estimativas do mercado apontam os fundos como vendedores de 15 mil contratos de soja, 6 mil de óleo de soja e 3 mil de farelo. Nem mesmo o anúncio pelo USDA da venda de 120 mil toneladas de soja dos EUA foi suficiente para animar o mercado. Isso porque o ritmo de vendas de grãos da nova safra continua bem abaixo do ano passado e 120.000 toneladas mal ‘faz cócega’ na diferença necessária para alcançar o ritmo do ano passado. O índice de desenvolvimento da safra continua estável pela quarta semana consecutiva para a soja. Historicamente, o índice costuma a cair em Agosto e voltar a subir de Setembro em diante. O fato de estar estabilizado na soja mostra que a produtividade realmente será boa, no entanto, o mercado esperava um aumento nas condições esta semana – este fato pode dar sustento temporário às cotações. AGR BRASIL 24 Agosto 2015 Telefone: Chicago +1 (312) 405-0053 | Brasil +55 (21) 3958-7994 | Skype: phdbrasil | E-mail: [email protected] **ANÁLISE SEMANAL DE PREÇOS ** Semana de 08/21/2015 ALTA MILHO 372.50 361.25 365.25 SOJA 933.50 898.25 905.25 FARELO SOJA 332.30 322.00 326.90 ÓLEO SOJA 29.27 27.13 TRIGO 509.25 Índice Commodity Reuters Índice Dólar BAIXA FECHAMENTO Variação 52 Semanas Médias Móveis RSI Visão Alta Baixa 50-dias 100-Dias 200-Dias 14 dias AGR BR 1.25 438.75 318.25 385.39 375.17 380.40 41.45 Baixista -73.25 1110.50 874.00 990.23 974.90 990.32 51.46 Baixista -4.00 463.80 296.30 345.92 328.87 341.42 36.94 Baixista 27.36 -1.42 35.29 25.38 31.06 31.72 31.77 19.38 NEUTRO 491.00 499.50 -7.00 677.00 460.00 518.33 521.33 552.38 34.83 Baixista 400.47 392.56 392.89 -8.97 516.09 382.08 412.03 419.27 432.80 39.45 Baixista 97.11 94.81 95.01 -1.53 100.38 82.70 96.51 96.38 94.82 25.57 Altista Índice CRB Commodities Os índices CCI/CRB estão em queda livre; caíram para novas mínimas em meio a preocupações sobre o crescimento econômico dos mercados emergentes. A deflação da moeda dos mercados emergentes reduz o poder de compra dos países em destaque, o que leva a procura direta por demanda de matériaprima. O dólar americano caiu ligeiramente no final da última semana, no entanto o mercado cambial continua agitado, o qual agora inclui a China. O dólar norte-americano poderá se manter em alta e as commodities se mantém baixista para 2016. A menos que o Governo chinês ofereça alguma política econômica de flexibilização, a situação norte-americana e os mercados de ações mundiais estão susceptíveis à novas vendas de commodities nesta semana. O petróleo bruto está em direção aos $34-35, o que se correlaciona muito bem com os 375-377 pontos do CCI. Para nossa surpresa, a China tem mostrado um interesse limitado com este declínio para garantir petróleo bruto, metais ou soja. A forte baixa no índice CCI/CRB pode continuar até o início do quarto trimestre de 2015. AGR BRASIL 24 Agosto 2015 Telefone: Chicago +1 (312) 405-0053 | Brasil +55 (21) 3958-7994 | Skype: phdbrasil | E-mail: [email protected] Soja O mercado de soja terminou a semana em forte baixa, com preços spot caíndo para novas mínimas dos últimos seis anos. Contratos da safra nova de novembro também marcaram novas mínimas devido o relatório de produtividade da turnê do Pro Farmer realizado nesta última semana, o qual confirmou os números baixistas do último relatório do USDA de agosto. O Pro Farmer estimou uma produtividade de soja dos EUA em 46,5 bu/acre (3,12 ton/ha), o qual afirma o relatório do Departamento de Agricultura dos EUA. Com a confiança nas estimativas do tamanho da safra, o mercado agora volta o foco para o lento ritmo de exportações norte-americano, e que é bem possível que o USDA esteja exagerando nos números de vendas em 125-200 milhões de bushels (3,4 – 5 MT). A América do Sul continua a oferecer soja em preços abaixo dos oferecidos nos EUA, e já estimamos que os EUA perderam 10 MT ou 370 milhões de bushels das vendas. Em meio à desaceleração economia da China, o interesse no mercado norte-americano não vê boas perspectivas no curto prazo. A AGR Brasil mantém um alvo baixista, podendo atingir $8,50, com a possibilidade de tocar novamente a área dos $8 até o final deste ano. Os estoques estão se formando, e a possibilidade de números recordes é cada vez maior para a safra 15/16 – rallys serão limitados na faixa de $9,25, basis novembro CBOT. Milho O milho recuperou pequena parte das perdas da semana passada, com dezembro fechando em alta de 2 centavos. O debate entre players sobre as estimativas de produtividade tem deixado o mercado um tanto quanto agitado, com alguns falando entre 163-165 bu/acre (10,2 – 10,3 ton/ha) em comparação com as estimativas do USDA de 168 (10,5 ton/ha). A AGR Brasil vê a produtividade sendo lapidada nos próximos meses, no entanto, grandes mudanças são pouco prováveis. O Tour Safra do grupo AgResouce desta semana (assim como o Pro Farmer´s) encontraram lavouras em condições climáticas e desenvolvimento quase ideais, sendo que, na pior das hipóteses ficarão na média hoje prevista – o grande problema para os produtores norte-americanos continua sendo o ritmo fraco da demanda de commodity dos EUA. O país tem buscado alguns negócios na Ucrânia, o que será favorecido pelo declínio nas estimativas da produção européia, no entanto, o Brasil e Argentina continuam sendo os países com as melhores ofertas no mercado mundial, fato este que poderá se estender até Fevereiro, quando o EUA pode voltar à tomar conta das exportações. A produção normal de milho dos EUA num raio de 165-168 (10,3 – 10,5 ton/ha) sugere novas baixas durante a colheita norte-americana, com preços podendo trabalhar em uma faixa d e$3,30-3,60, basis dezembro. O mercado hoje fica dependente das perspectivas de colheita da América do Sul da safra 15/16. Hoje, a AGR Brasil vê o milho para meados de 2016 poderá ficar entre $3,20-4,00. AGR BRASIL 24 Agosto 2015 Telefone: Chicago +1 (312) 405-0053 | Brasil +55 (21) 3958-7994 | Skype: phdbrasil | E-mail: [email protected] Trigo Futuros do trigo dos EUA caíram 8-17 centavos durante a última semana. O protagonista deste mercado foram as novas minímas sazonais alcançadas no mercado físico mundial de trigo – no início da semana os mercados da França e Rússia tocaram em $180/MT (comparáveis a US$4,40 – 4,50, trigo setembro CBOT). O desconto significativo da oferta local no Mar Negro, e alguns outros lugares, é um forte indicativo da falta da demanda mundial pela commodity – que por sua vez, também é uma função da grande safra dos principais países importadores em 2015. O rublo russo continua a cair, e pelo outro lado os preços do mercado doméstico continuam à subir – lembrando que no final da safra passada, a Rússia manteve o controle das exportações por muito tempo. O distanciamento da moeda russa do dólar americano incentiva o aumento da área à ser semeada no trigo de inverno do Mar Negro. Chuvas de imersão caíram no leste da Austrália neste final de semama. As atualizações de um dos principais modelos climáticos norte-americano caracteriza chuvas oscilando próximas ao normal ou um pouco acima para as Planícies do Sul e Centro durante o Outono dos EUA. As condições climáticas que devem ditar o ritmo dos preços mundiais do trigo, o que agora sustenta valores num raio de $4,50 – 5,20, basis local CBOT. A AGR Brasil aconselha adiantar parte das vendas em rallys acima de $5,15 (dezembro CBOT), antecipando uma eventual queda para $4,50 – 4,65. ** CLIMA ** As últimas previsões climáticas para os Estados Unidos trazem precipitações um pouco acima do normal para o Centro e Leste do Meio-Oeste para depois de 5 de setembro (em duas semanas), as quais se mantém inalteradas das previsões anteriores. Temperaturas e índices pluviométricos um pouco abaixo do normal são previstos para esta semana. Um padrão de temperaturas um pouco acima do normal e chuvas oscilando um pouco abaixo do normal poderá estar presente neste próximo fim de semana. Geadas isoladas podem ocorrer a oeste do Canadá, sem possibilidade de adentrar o Meio-Oeste dos EUA. O mapa ao lado mostra o acúmulo de precipitações no fim de semana, sendo que o oeste do Cinturão Agrícola foi altamente favorecido com as chuvas dos últimos dias, as quais reestabeleceram a umidade do solo para níveis quase ideais, favorecendo estágio final de desenvolvimento do milho e soja. Mais algumas chuvas ainda são desejadas pelos produtores do leste do Meio-Oeste e centro do Sul do país. Temperaturas amenas e chuvas bem abaixo do normal irão prevalecer até as próximas 72 horas, com minímas de 15 °C e máximas de 27 °C. Minímas de 4 °C serão dispersas pelas Planícies do Norte e regiões em torno dos Grandes Lagos, no entanto não há indicativos de geadas. O padrão climático que tem oferecido temperaturas abaixo do normal está programado para encerrar na qui/sex, com leituras mais sazonais projetadas para depois.
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