Foto: Murilo Góes - Associação Brasileira de Criadores de Ovino
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Foto: Murilo Góes 2 jun-jul/09 Editorial Abate Clandestino. Até Quando? O ARCO JORNAL é o veículo informativo da ASSOCIACÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE OVINOS – ARCO Av. 7 de Setembro, 1159 Caixa Postal 145 CEP 96400-901 – Bagé (RS) Telefone: 53 3242.8422 Fax: 53 3242.9522 e-mail: [email protected] home page: www.arcoovinos.com.br DIRETORIA EXECUTIVA Presidente: Paulo Afonso Schwab 1º Vice-presidente: Suetônio Villar Campos 2º Vice-presidente: Arnaldo Dos Santos Vieira Filho 1º Secretário: Wilson Belloc Barbosa 2º Secretário: Antônio Gilberto da Costa 1º Tesoureiro: Paulo Sérgio Soares 2º Tesoureiro: Teófilo Pereira Garcia de Garcia CONSELHO FISCAL Titulares Carlos Alberto Teixeira Ruy Armando Gessinger Leonardo Rohrsetzer de Leon Suplentes Emanoel da Silva Biscarde Joel Rodrigues Bitar da Cunha Fabrício Wollmann Willke SUPERINTENDÊNCIA DO R.G.O. Superintendente Francisco José Perelló Medeiros Superintendente Substituto Edemundo Ferreira Gressler CONSELHO DELIBERATIVO TÉCNICO Presidente: Fabrício Wollmann Willke SUPERVISOR ADMINISTRATIVO Paulo Sérgio Soares GERENTE ADMINISTRATIVO Bismar Augusto Azevedo Soares ARCO JORNAL Coordenação Geral Agropress Agência de Comunicação Edição Eduardo Fehn Teixeira e Horst Knak Agência Ciranda Jornalista responsável Nelson Moreira - Reg. Prof. 5566/03 Diagramação Nicolau Balaszow Fotografia Banco de Imagens ARCO e Divulgação Departamento Comercial Gianna Corrêa Soccol [email protected] Fone: 51 3231.6210 / 51 8116.9782 A ARCO não se responsabiliza por opiniões emitidas em artigos assinados. Reprodução autorizada, desde que citada a fonte. Colaborações, sugestões, informações, críticas: [email protected] N oventa por cento dos abates de ovinos não possuem inspeção sanitária. Esse número não está em nenhuma estatística oficial. É uma estimativa, um sentimento de todos que atuam no setor. Foi um dado apresentado inclusive na reunião da Câmara Setorial da Ovinocaprinocultura do Paraná, realizada durante a ExpoLondrina em abril deste ano. Um número destes ou mesmo próximo é assustador para quem quer estabelecer um processo contínuo de produção de carne e, também atender a um mercado consumidor em crescimento. É um número alarmante porque mostra o quanto as estruturas oficiais de fiscalização estão longe de conseguir terminar com este problema, ou mesmo controlá-lo a ponto de diminuir sua incidência. E o mais chocante também é que este é um problema nacional. Sabemos que é uma luta difícil, de grande trabalho para todos. Até porque, as vezes, o processo começa no momento da comercialização do produto. Muitas vezes o produtor de cordeiro recebe oferta para seu produto, com valor bem superior ao do Frigorífico, com pagamento a vista, não importando se serão 10 ou cinco animais. O abatedouro, com todas as suas responsabilidades e custos, não consegue competir em preço neste mercado. Gerando este problema que é o abate clandestino. Um cenário que precisamos mudar, de qualquer jeito. Até porque uma das conseqüências deste proble- Associado ma são os riscos à saúde humana. Uma das principais doenças dos animais domésticos encontradas pela inspeção sanitária em matadouros é a Tuberculose, que pode ser transmitida pela ingestão de carnes; esta doença é bacteriana. Existem também as parasitárias como as cisticercoses, que podem transmitir as tênias para o ser humano e também cisticercos que se alojam no músculo e órgãos. Há também outras doenças transmissíveis ao homem, via animais, como as Toxi infecções e a hidatidose. Todas são evitadas quando a fiscalização detecta o problema dentro dos frigoríficos e abatedouros com inspeção sanitária oficial. Somos uma entidade que busca de várias formas, organizar a cadeia produtiva da ovinocultura. E se lutamos por isto, devemos ter claro quais são os principais nós que impedem o crescimento sustentado do setor. Sabemos que o abate clandestino é um destes nós. Ele afeta também a cadeia bovina e deixa graves prejuízos para todos. O complicador desta questão é que é uma atividade silenciosa, onde nem sempre se consegue encontrar os causadores. Mas penso que já é hora de realmente discutirmos com seriedade esta questão, com todas as forças da sociedade. Porque isoladamente não vamos longe. Precisamos ver quais as soluções práticas que temos e realmente passar a agir para resolver isto, de uma ver por todas. E já não dá mais para protelar. A hora é agora! Boa leitura! Paulo Schwab - Presidente da ARCO A ARCO quer estar em contato permanente com você. Atualize seu cadastro e seu endereço de email. Envie suas informações para: [email protected] 3 jun-jul/09 Especial Por Horst Knak O ingresso de novos criadores e a perspectiva de abastecer redes de restaurantes e integrar programas de produção de cordeiros estão dando um novo caminho para a ovinocultura no Triângulo Mineiro e Alto Parnaíba, em Minas Gerais. Atualmente, o rebanho ovino mineiro é estimado em mais de 500 mil cabeças, em fase de crescimento. “A ovinocultura é um empreendimento com grande potencial, possuindo uma tecnologia estabelecida e mercado ainda em expansão, apresentando oferta de produtos em quantidade, com qualidade comprovada”, destaca o criador e inspetor técnico da ARCO, Maurício Fonseca Pimentel de Ulhoa. Segundo ele, as raças de corte que estão contribuindo para mudar o perfil do setor – Santa Inês, Dorper e White Dorper – estão apresentando boa adaptação, com adequada produção em sistema intensivo ou semiintensivo. Os novos criadores se caracterizam, especialmente, pelo profissionalismo e investimentos crescentes na produção. Diagnóstico objetivo Integrante da Câmara Setorial Federal da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos, do Ministério da Agricultura, Aurora Maria Guimarães Gouveia - presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Minas Gerais (Accomig) - é hoje é uma das vozes mais fortes do setor no Estado. Do alto de sua experiência como Aurora Gouveia professora e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais, ela faz um diagnóstico objetivo: “Independente da atividade, a maioria dos criadores é carente de assistência veterinária. O produtor costuma se achar auto-suficiente e não procura assistência preventiva. E pelo baixo valor dos animais, muitas vezes não compensa pagar pelo atendimento curativo”, Minas a caminho da profissionalização Fotos: Divulgação Carcaças da Procordeiro, uma amostra do potencial de Minas constata. Segundo ela, o precário controle de algumas doenças gera alta mortalidade ou baixa produtividade, levando o criador a desistir da atividade, colocando a culpa na espécie. Outro gargalo, diz Aurora Gouveia, envolve a inexistência da produção em escala, a irregularidade de oferta, implicando depois na falta de padronização das carcaças. A criação de um módulo mínimo econômico, levando à aglutinação de grupos de produtores, tanto para a produção de leite como para a de carne é apontada como solução para incrementar a produtividade. Ela lembra que o Brasil é importador de lã e carne ovina, havendo portando demanda para um incremento na produção mineira. O crescimento dos rebanhos tecnificados, destaca Maurício Ulhoa, estão sendo implantadas novas técnicas de manejo sanitário, reprodutivo e nutricional, além de uma nova relação na área comercial. Um destes exemplos é A. C. Agro Mercantil, de Araxá, que possui rebanho de Dorper e Santa Inês com alto valor genético. Esta empresa foi uma das pioneiras do Brasil a importar embriões de ovinos da raça Samm. Em Uberaba, a Ovinogen - empresa especializada em reprodução animal e melhoramento genético - trabalha com as raças Santa Inês e Dorper. “Em Uberlândia, os criadores se especializam no desenvolvimento de uma ovinocultura para produção de genética, com grande competência para ofertar carne de cordeiro”, comenta. Novos rumos Uma das tendências verificadas por Maurício Ulhoa é o ingresso de empresários comprometidos com a melhoria genética, que substitui a criação de zebuínos e cana de açúcar pelos ovinos. Segundo Ulhoa, tanto para a criação de ovinos de carne como para animais de elite, já é uma realidade o aproveitamento de resíduos de usinas processadoras de grãos, o que reduz sensivelmente o custo do confinamento. Outro aspecto valorizado por Maurício Ulhoa foi a regularidade da inspeção técnica oferecida pela ARCO. “Este diferencial tem conquistado a confiança e maiores investimentos na criação de ovinos e constata-se uma opção a mais na diversidade das atividades pecuárias”, observa. Segundo ele, “a ARCO é referência na respeitabilidade da organização e suporte técnico, na seleção rigorosa de seus profissionais de registro e acompanhamento sistemático da da ovinocultura na região”. Da expansão a partir do ano 2000, fica uma constatação: o crescimento arrefeceu pela falta de conhecimento técnico da atividade. Os produtores que viram na criação de ovinos a tábua de salvação ou a Central Ovinogen, em Uberaba fórmula mágica para ganhos rápidos, acabaram abandonando a atividade, que agora está no caminho da profissionalização. Este processo, que ainda está ocorrendo, passa pelo uso de novos conhecimentos tecnológicos e da especialização das criações, que passaram a ser administradas seguindo índices zootécnicos e terem um eficiente sistema de nutrição e controle de custos. O técnico da ARCO, Geraldo Jonas da Silva, observa que os aventureiros estão saindo do setor e que a atividade passa por uma fase de consolidação. "A ovinocultura mineira é muito antiga e já houve tempo em que o artesanato de lã era uma atividade regular. Estamos mapeando estas regiões, especialmente nas regiões serranas - Zona da Mata, por exemplo, e percebemos que a criação de ovinos volta firme, agora com os tradicionais ovinos crioulos (semelhantes aos gaúchos), os deslanados e as novas raças de carne", constata Geraldo. Fotos: Nelson Moreira/Agropress Geraldo Jonas da Silva "A importação de animais de alta genética da Austrália e África do Sul estão contribuindo para mudar o perfil do setor", salienta. Aurora Gouveia também entende que a imagem de que caprinovinocultura é atividade de subsistência está mudando, principalmente no Sudeste e no Centro-Oeste. “É importante mostrar que, além de serem adequados para as pequenas propriedades, para assentamentos, para população de baixa renda, os ovinos são rentáveis do ponto de vista da grande produção comercial, como atividade industrial. Portanto, o mercado está aberto, mas nos próximos 10 anos não teremos capacidade de exportação de carne. Primeiro precisamos estruturar a cadeia.”, destaca. Matriz Dorper de Araxá Procordeiro Nesse meio tempo, lembra Pedro Nobre de Lima, alguns frigoríficos, inclusive de outros estados, iniciaram suas compras em território mineiro, mas por questões de logística e falta de freqüência nos fornecimentos, acabaram interrompendo o abate de ovinos. De todos aqueles que ingressaram na atividade, a única empresa que permaneceu foi a Procordeiro – Cooperativa Mineira de Produtores de Cordeiro Ltda., com sede em Belo Horizonte. Sem apoio financeiro oficial, mas contando com o esforço e dedicação de seus cooperados, que são também produtores de cordeiro, a cooperativa controla a produção, desde transporte até o frigorífico, abate, cortes especiais, embalagem e comercialização. Desta forma, uma seleta clientela de restaurantes e consumidores continua a degustar o que há de melhor na produção mineira. O suporte aos produtores está sendo suprido por entidade de ensino, pesquisa e extensão rural, como a UFMG, UFV, UFLA, FAZU, Epamig e ReHagro/Newton Paiva. Segundo Pedro Nobre de Lima, os entusiastas do setor estão buscando atividades de treinamento e especialização em nível de pós-graduação, para criar corpo técnico capacitado para atender os principais desafios. As prioridades na área de pesquisa, diz, envolvem nutrição, genética (obtenção de híbridos ou cruzas que atendam as exigências do mercado) e reprodução, especialmente novas técnicas de multiplicação de animais, para acelerar o melhoramento genético. Para Pedro Nobre de Lima, uma das novidades foi a introdução das raças leiteiras Bergamácia, Lacaune e East Friesian. Este trabalho que tem como objetivos a criação das bases da produção do tricross, na ovinocultura de corte e ainda a criação de uma raça de leite brasileira, como o que ocorre em outros países, onde o queijo ovino faz arte da tradição cultural. • 4 jun-jul/09 Artigo Planejamento: o segredo da maior produtividade Por Eng. Agr. Thiago Stella de Freitas, M.Sc. * A atual realidade sócio econômica do mundo em que vivemos pressiona também o campo por maior eficiência e eficácia nas atividades produtivas. Assim, está cada vez mais presente a necessidade de planejar as atividades agropecuárias de forma integrada, privilegiando o uso adequado dos recursos básicos de produção como o solo, pastagens, máquinas, insumos, mão-de-obra, recursos financeiros e assim por diante. O sucesso de qualquer sistema produtivo está diretamente ligado ao estabelecimento claro de objetivos capazes de serem alcançados no curto, médio e longo prazos. No caso de sistemas de produção animal baseados no pasto, na massa verde, a melhora na eficiência nutricional do rebanho é um dos principais objetivos a ser perseguido, pois o pasto é o alimento mais barato que se pode ter e produzir na própria propriedade para administrar aos ruminantes. Neste sentido, e por estas razões, é que se tem desenvolvido e aconselhado aos técnicos e aos produtores a utilização de uma ferramenta que é considerada crucial para uma pecuária eficiente, lucrativa e de alto nível: o “Planejamento Forrageiro”. Consiste em adequar a quantidade de forragem produzida ao longo do ano às necessidades de utilização desses nutrientes ou ao número de animais existentes numa propriedade, visando alcançar máxima eficiência e mínima sazonalidade no uso desses alimentos. Ou seja, se planeja a produção e a oferta forrageira para que o período de escassez de pasto e a necessidade de suplementação com volumosos sejam os menores possíveis. O Planejamento Forrageiro baseia-se em informações como a projeção da dinâmica do rebanho, a identificação de épocas críticas para sua correta alimentação (estação de monta, período de engorda, etc.), estabelecimento de níveis esperados de produtividade da pastagem ao longo do ano, etc. Essas informações permitem estabelecer épocas de provável escas- sez ou excesso de forragem e possibilitam prever intervenções de manejo para minimizar estresses nutricionais dos animais e condições inadequadas de utilização da pastagem. O planejamento, de modo geral, pode ser dividido em três níveis básicos: o estratégico, o tático e o operacional. As decisões estratégicas normalmente envolvem metas para três a cinco anos (longo prazo). É aqui que se estabelecem as metas para a produtividade, se estima a quantidade de forragem produzida em cada área ou piquete e as metas para taxa de lotação, produtividade animal e quantidade demandada de forragem. Ou seja, o planejamento estratégico compatibiliza a capacidade produtiva da fazenda com a quantidade de alimentos demandada pelos animais para os cenários de produção previstos. Nesta etapa também se estima fluxos financeiros. O planejamento tático considera decisões de médio prazo e tem por objetivo promover ajustes no planejamento estratégico, como por exemplo: mudanças nas datas para compra e venda de animais devido a uma condição indesejada da pastagem, alterações na utilização de áreas para conservação de forragem; necessidade de controle de pragas, doenças e plantas daninhas, formulação de suplementos e na estratégia de suplementação do rebanho, etc. O terceiro nível do planejamento é o operacional (curto prazo - de dias ou semanas) e inclui a utilização e diferimentos de pastagens para as várias categorias animais, visando manter condições adequadas tanto para a pastagem quanto para o desempenho animal. Desta maneira, são tomadas decisões relacionadas à sequência de utilização dos piquetes, tempo de ocupação e de descanso, intensidade de pastejo e remanejo de animais. É importante ressaltar que se deve buscar interação harmônica entre os objetivos e as metas de curto, médio e longo prazos, e que a projeção dinâmica do rebanho e a estimativa da produção de massa de forragem ao longo do ano são essenciais para um bom planejamento forrageiro. A equipe que atua no campo Foto: Divulgação A atenção às novas tecnologias gera ovinos saudáveis deve estar capacitada para fazer uma avaliação pontual dos sistemas de produção e estabelecer as melhores alternativas de produção para que o produtor possa lançar mão de fertilizantes e especialidades zootécnicas de última geração, visando obter os melhores resultados produtivos e econômicos. Os técnicos vão avaliar a utilização de adubos nitrogenados granulados associados a algas calcárias que permitem obter alta praticidade de aplicação eficiência do N aportado, adubos específicos para solos ácidos que combinam várias fontes de fósforo com reatividades para permitir o fornecimento de nutrientes que acompanhem as altas exigências das forrageiras causadas pelo constante desfolhamento, blocos minerais de lamber que estimulam a salivação e aumentam o aproveitamento dos alimentos ingeridos pelos animais, etc. Além disso, a assistência de técnicos articulados vão auxiliar e orientar o produtor a realizar o manejo correto das pastagens, para que o sistema apresente os resultados projetados. Isso permite ter uma pecuária moderna, de alto nível e também lucrativa. Como exemplo destes resultados, podemos observar na tabela os resultados de um ensaio conduzido pela Embrapa CPPSul de 2000 a 2002, que mostra que o adubo Lithofertil apresentou um índice de eficiência agronômica 24% superior ao do superfosfato triplo no terceiro ano de utilização em pastagens. Portanto, a utilização de planejamentos forrageiros utilizando fertilizantes específicos para pastagens associados ao manejo correto das mesmas oferece alto potencial de eficiência e lucratividade para os sistemas pecuários. • * Gerente de Marketing da TIMAC Agro Brasil [email protected] www.timacagro.com.br Produção de matéria seca de azevém (Lolium multiflorum) submetido a diferentes doses de nitrogênio com Sulfammo (Freitas, 2001). Índice de eficiência agronômica (IEA) do fertilizante Lithofertil em comparação ao Superfosfato Triplo (TSP) em três anos de avaliação com pastagens de trevo branco, trevo vermelho, cornichão e azevém anual. Efeito da adubação com Sulfammo em várias doses sobre a qualidade da folha de azevém em duas épocas do ano e sobre a produtividade/área (Freitas, 2001). 5 jun-jul/09 Saúde Queijo de leite de ovelha melhora saúde do coração C onsumir queijo feito a partir de leite de ovelha, rico em ácido linoléico conjugado (CLA) pode reduzir os marcadores relacionados a doenças do coração, sugeriram resultados de um pequeno estudo italiano. Pesquisadores da Universidade de Florence reportaram que o leite de ovelha, rico em CLA cis-9, trans11, produziu mudanças favoráveis nas citocinas inflamatórias e na agregação plaquetária, ambos fatores associados com aterosclerose, ou endurecimento das artérias devido ao acúmulo de depósitos de gordura nas paredes das artérias. A aterosclerose é a causa principal da doença coronariana cardíaca (CHD, da sigla em inglês). “Essas observações, apesar de preliminares e obtidas em um grupo limitado de estudo, parece ter relevância para implicações práticas em termos de nutrição e saúde da população em geral”, disseram os pesquisadores no Nutrition, Metabolism e Cardiovascular Diseases. “Se os efeitos dos produtos lácteos naturalmente Foto: Divulgação Queijo de leite de ovelha é saboroso e faz bem ao coração enriquecidos por seus teores de CLA cis-9, trans-11 forem confirmados por mais exames, isso provavelmente terá importantes implicações para a nutrição humana e a indústria de alimentos”. Os pesquisadores, liderados por Francesco Sofi, recrutaram 10 pessoas com idade média de 51,5 anos e aleatoriamente distribuídos para consumir uma dieta contendo 200 gramas por semana de queijo de leite de ovelha (queijo pecorino), naturalmente rico em CLA, ou queijo de leite de vaca (placebo), por 10 semanas. Sofi e seus colaboradores reportaram que o consumo de queijo de leite de ovelha rico em CLA produziu reduções significantes nos marcadores inflamatórios, incluin- do 43% de redução na interleucina-6 (IL-6), uma redução de 36% na IL-9 e uma redução de 40% no fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa). Não foram observadas mudanças após 10 semanas de placebo.Além disso, uma redução de 10% na extensão da agregação plaquetária, induzida pelo ácido araquidônico, foi observada no grupo que consumiu queijo com CLA, comparado com o placebo. “Os CLAs foram anteriormente reportados como atenuantes da expressão da citocina inflamatória em animais e humanos e foi recentemente reportado que eles são capazes de inibir a expressão de moléculas de adesão induzida por citocinas nas células endoteliais e da musculatura lisa”. “Dessa forma, é concebível a hipótese de que os CLAs são capazes de atenuar o processo de aterosclerose através da inibição das citocinas inflamatórias iniciais, como as medidas em nosso estudo”. Fonte: nutraingredients.com, traduzida e adaptada pela equipe FarmPoint - www.farmpoint.com.br. • 6 jun-jul/09 Reportagem Por Nelson Moreira O Nordeste se encontra na Feira de São Cristóvão Encravado no tradicional Bairro de São Cristóvão, uma feira com 700 barracas oferece todo tipo de produto apreciado pelos nordestinos. A Feira de São Cristóvão é frequentada por um público que busca matar a saudade dos seus costumes e da sua cultura. A culinária é a maior oferta deste Centro de Tradições Nordestinas, tendo na carne ovina um produto muito procurado pelos consumidores V isto de longe, ele tem o formato de um grande chapéu de couro nordestino e quando se entra no recinto parece que estamos num pedaço do nordeste. As barracas oferecem todo o tipo de produto que o povo daquela região gosta e costuma consumir. Feijão branco, fava, tapioca, carne de sol, e muitas outras coisas. No centro da feira, repentistas e trovadores se desafiam nas rimas e nos temas e nos extremos da feira, shows de forró animam as pessoas. É um pedaço do Nordeste no Rio de Janeiro. Assim pode ser definido o Centro Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, onde funciona a tradicional Feira de São Cristóvão. São 700 barracas fixas que recebem a visita de cerca de 450 mil visitantes por mês, entre turistas e cariocas (nordestinos, na sua maioria). Em junho, período das festas de São João a feira recebe cerca de um milhão de pessoas. Entre estas barracas, existem cerca de 60 grandes restaurantes e 90 de porte pequeno. São Cristóvão tem a função de juntar os nordestinos que saíram de suas terras fugindo dos ma- les da seca, em busca de um lugar melhor no “sul maravilha”, como muitos chamavam o Rio de Janeiro e São Paulo. Com quase 30 anos de existência serviu como ponto de apoio a toda esta gente. Conta a história que os caminhões pau-de-arara chegavam no Rio, no Campo de São Cristóvão, e ali deixavam os retirantes do Nordeste, a espera de parentes que tinham vindo antes. Aos poucos, comerciantes foram montando barracas de alimentos para vender a este povo. E a feira foi se formando assim, espontaneamente. A estrutura de hoje tem somente Peninha: marketing pode elevar o consumo da carne ovina seis anos, mas ela já existe há 64 anos. Sarapatel, Galinha Caipira, Baião de Dois, Feijão de Corda, Carneiro Ensopado Fotos: Nelson Moreira/Agropress Restaurantes como o Baião de Dois oferecem a típica comida nordestina são alguns dos pratos típicos servidos nos principais restaurantes que existem na avenida central do Centro de Tradições. Sim, é possível encontrar carne ovina nos cardápios! Carneiro à Moda da Casa, Carneiro ensopado e chuleta de Carneiro com baião de dois, são alguns dos pratos com carne ovina que se pode degustar na famosa Feira de São Cristóvão. Francisca Alda, ou Chiquita, como é conhecida, está na Feira de São Cristóvão há 25 anos. Veio do Ceará trabalhar com uma tia na própria feira. Hoje com a nova estrutura conseguiu um lugar que fica perto de um dos palcos de show, onde o movimento de pessoas é muito forte. Seu cardápio é variadíssimo em tudo o que é típico do Nordeste. Quando se trata de carne ovina recomenda a chuleta (carré) com Baião de Dois. Tem ainda a buchada de carneiro. Chiquita diz que a chuleta ovina tem muita saída e poderia ter mais se houvesse promoção do sabor e das qualidades desta carne. Por muito tempo comprava o produto de um açougue que também fica dentro da feira. Segundo ela, a carne vinha de vários lugares, principalmente do Nordeste, o que eleva muito o custo final do refeição. “O consumo desta chuleta é de 90 pratos por fim de semana, estamos negociando com um fornecedor de São Paulo para ter padrão na carne e também um custo melhor. Com isto eu penso que vamos conseguir aumentar o consumo e oferecer outros pratos com esta carne”, afirma. Chiquita diz que o nordestino está habituado a comer carne ovina, sabe o sabor que tem e por isto pede muito o prato que está no cardápio. O restaurante Estação Baião de Dois também está na principal avenida da feira. Carneiro a moda da casa é a opção oferecida aos clientes. Conforme explica o gerente Francisco Gomes Medeiros, que veio de Nova Russas, no Ceará, a carne de cordeiro só não sai mais porque não é bem divulgada na feira. “Os nossos garçons, mesmo treinados, não se entusiasmam com o produto e pouco recomendam aos clientes”, diz Peninha, como é conhecido na Feira. Ele ressalta que os orientais, quando entram no restaurante pedem logo o prato com carne ovina. O consumo do restaurante é em torno de 50 pratos por semana, utilizando muito o pernil. Peninha acredita que se >> 7 jun-jul/09 os produtores desta carne fizerem um trabalho de marketing ali em São Cristóvão, “vão vender muito mais”. A paraibana Jerlany Vesia é a diretora de marketing da Associação dos Feirantes de São Cristóvão e dona do restaurante Asa Branca. Ela concorda com seus colegas que se houver uma ação promocional da carne ovina, os pratos vão ter mais saída. Em seu restaurante vende cerca de 15 refeições de cordeiro por fim de semana. Normalmente é cordeiro assado na brasa ou um prato com guisado de cordeiro. Em períodos de frio – junho a agosto – há um aumento no consumo destes pratos porque são considerados quentes. Outro prato que ela oferece é a buchada de carneiro, prato bastante pedido pelos nordestinos. Uma curiosidade da Feira de Jerlani, do restaurante Asa Branca: Adoro carne de carneiro Fotos: Nelson Moreira/Agropress Chiquita mostra seu prato com carne ovina São Cristóvão é que três fortes restaurantes são dirigidos por mulheres. Maria Rocha Melo é uma delas. Veio de Teresina, Piauí, e está com um restaurante Maria e Getúlio, na feira, desde 1981. Ela diz que usa o carrezinho – chuleta – de animais com pouco mais de seis meses – comprados geralmente do Nordeste, porque não encontra na região. “Isto aumenta meu custo significativamente e, às vezes, me deixa sem produto, como estou agora já há um mês”, reclama. Para ter a garantia de fornecimento, Maria disse que também está na negociação do fornecedor paulista. Ela diz que por semana vende cerca de 10 quilos de carne ovina “e poderia vender mais, através de outros cortes, mas tenho receio de oferecer e depois não ter o produto”, finaliza. O principal fornecedor desta carne para os restaurantes é Jaime Basílio da Silva, ou seu Jaime, pai do Carlinhos, dono do açougue que fica dentro da Feira. Ele garante que precisa procurar em muitas cidades e estados para conseguir manter o fornecimento constante e no tamanho de carcaça pedida pelos clientes. Em geral comercializa 50 quilos por semana, vendidos também para clientes do bairro. Segundo ele, o processo de compra e venda ficaria mais fácil se encontrasse um fornecedor local, do Rio de Janeiro ou de um Estado vizinho. “Eu teria menos custos em sair buscando por aí o tipo de animal que eu preciso”, conclui. • CTN - a versão paulistana A versão paulistana da Feira de São Cristóvão chama-se Centro de Tradições Nordestinas, ou CTN, e fica no bairro do Limão, na capital. Em tamanho, o CTN é menor e possui barracas de comida e de produtos nordestinos. O CTN foi criado por iniciativa do radialista José de Abreu, no início dos anos 90. A idéia de Abreu foi criar um espaço para que os nordestinos que viviam na capital paulista pudessem encontrar um espaço para cultuar suas tradições. Também ali são oferecidos pratos típicos do Nordeste, mas por falta de conhecimento e de divulgação, não há comidas feitas com carne ovina. Vicente Nonato da Silva é dono do Box 2 do CTN. Oferece os principais pratos da culinária da região e trabalha com carne de cabrito e de gado. Ele acredita que se houvesse uma oferta de carne ovina boa, de qualidade, poderia compor bons pratos. “Precisaria também mostrar ao consumidor que o cordeiro é uma comida saborosa, para que houvesse demanda”, salienta, acrescentando que no CTN, por final de semana devem passar cerca de 100 mil pessoas. • 8 jun-jul/09 Sanidade Mal-do-Caroço em 25 perguntas e respostas festando a doença. 14 - Então, como vou saber quais animais vacinar? DN - Como norma deve-se vacinar borregos de 3 a 6 meses de idade. Revacinar 30 dias após a vacinação. Em pouco tempo, com essa sistemática de vacinação e com o descarte dos animais portadores, o contaminado e o que foi retirado do rebanho vai ficar livre da doença. caroço devem ser queimados. Até 15 - E se eu quiser vacinar toos animais que morreram por Lindos os animais? fadenite também devem ser incineDN - Dependendo da região no rados. Todo material cirúrgico deve Brasil, a contaminação de ovinos ser desinfetado para reutilização. por Linfadenite, pode chegar a 70% 05 - Como curar o Mal-do-Caroço? do rebanho. Rebanhos muito bem DN - É uma doença crônica. cuidados têm cerca de 7 a 18% de Uma vez doente de linfadenite, o animais portadores de Linfadenite. animal será sempre portador da Rebanhos da caatinga podem aprebactéria. Ou é vacinado, antes de sentar em média 40% de animais contrair o mal, ou não haverá solucontaminados. Assim, a decisão ção. de vacinar todo o rebanho deve ser 06 - Quando o caroço está maprecedida de um exame de palpação duro para extração? bem rigoroso em todos os animais, DN - O caroço é duro no início. e aqueles que tiverem linfonodos, Depois ele fica mole e os pêlos da mesmo pequeninos, devem ser área caem ou se soltam com faciapartados e não vacinados. Animais lidade quando forem puxados. Este que já tiveram ou é o momento em Foto: Divulgação estão apresentando que o caroço está caroço devem ser maduro. Se não for apartados e não vaextraído, logo ele cinados. Os demais se romperá sozinho, poderão tomar a vaespalhando bilhões cina. Mesmo assim, de bactérias. alguns portadores 07 - Injetar de Linfadenite, que formol ou álcool não foram identino caroço, mata a ficados no exame, bactéria? poderão apresentar DN - Pode matar caroços rapidamenalgumas que ente. A vacina, portantrarem em contato to, expõe o perigo com a substância, e facilita o descarte mas não resolve o de animais contamiproblema. Além A melhor opção é previnir a doença com vacinação nados. disso, o formol é 16 - Ovelhas mais fracas pocelular. Vacinas à base de toxóides uma substância cancerígena e predem ser vacinadas para que mee vacinas de bactérias mortas concisa ser manipulada com muito lhorem? ferem imunidade humoral, dando cuidado. Para piorar, existem pesDN - Não podem. A vacina não muito baixa proteção ao rebanho. soas que acabam comendo a carne é um produto que cura. Ela só inRecomendam-se, então, vacinas de de animais com linfadenite, vindo duz a imunidade e, para o animal ter bactérias vivas, atenuadas, que cona ingerir elementos do formol que garantida a imunidade precisa estar ferem imunidade celular e dão 97% se espalharam na carne do animal saudável. - Animais que receberam de proteção ao rebanho. - embora isso seja totalmente proipouca comida e estão fracos e des12 - Devo vacinar animal que bido. Por isso, o certo é remover o nutridos não respondem à vacinatem ou que teve caroço? caroço maduro, cirurgicamente. ção. - Animais doentes ou que estão DN - Não. Uma vez que pegou 08 - Aplicar ou dar antibiótise recuperando de uma doença tama Linfadenite, o animal é portador cos ajuda? bém não respondem à vacinação. crônico da bactéria e a vacina não DN - Não! Não ajuda por que a Animais com alta carga parasitária adianta mais. bactéria fica no caroço, que é uma também não. Em qualquer um des13 E se vacinar o ovino que cápsula isolada, e existe dificuldade tes casos, os animais devem ser tratem Linfadenite Caseosa, o que na penetração do antibiótico. Desse tados para depois serem vacinados. acontece? modo não adianta dar antibióticos. 17 - Só uma dose da vacina DN - Em primeiro lugar é jogar O animal não irá curar por conta de contra a Linfadenite Caseosa não dinheiro fora porque o animal não antibiótico. resolve? vai curar. Em segundo lugar essa 09 - A Linfadenite pega em gente? DN - Não, não resolve. Todo agressão (o estresse da vacinação) DN - Sim. A Linfadenite Caseanimal deve receber uma dose de pode fazer estourar caroços nos aniosa é transmitida para pessoas. Por vacina e depois de 30 dias mais mais que já estavam contaminados, isso ela é classificada como ZOOuma dose de reforço. Só depois de mas que ainda não estavam maniNOSE. Sempre que manipular ani- Inúmeras perguntas relativas ao Mal-do-Caroço foram pesquisadas pela médica veterinária e gerente técnica do Laboratório Vencofarma, de Londrina, Daniela Name. Durante feiras e visitas a propriedades rurais dedicadas à criação de ovinos ela observou que havia perguntas recorrentes e resolveu desenvolver um questionário com 25 itens que desse resposta a estas dúvidas. 01 - O que é a Linfadenite Caseosa dos ovinos? Daniela Name - Também chamada de Mal-do-caroço, “tumor”, ou simplesmente “Linfa”, a Linfadenite Caseosa é uma doença causada por uma bactéria, a Corynebacterium pseudotuberculosis. 02 - Quais são seus sintomas? DN - Os principais sintomas são “caroços” ou “tumores” que são os linfonodos (gânglios linfáticos ou ínguas), do ovino, acometidos pela bactéria. Os linfonodos funcionam como uma espécie de filtro que retém as bactérias. A bactéria do Maldo-Caroço aí retida multiplica-se e fica encapsulada em “caroços”. Pode também ocorrer caroços internos, nos pulmões e nas vísceras. Esses caroços evoluem e se rompem, liberando o conteúdo purulento. 03 - Como saber se há um caroço interno? DN - Não dá para saber com certeza. O processo de contaminação do carneiro pode ser por três vias: a) Através da pele, nas feridas superficiais ou mucosa, causando caroços nos linfonodos e aí se diz “tumor” ou “linfa”. b) Pela respiração, através da inalação do material infectante, indo a bactéria parar nos pulmões causando dezenas de caroços nos pulmões, daí se falando que é uma “pseudo-tuberculose”. c) Pela boca, através da ingestão de material infectante, junto com os alimentos ou a água, causando caroços nas vísceras e órgãos internos, daí chamada de “visceral”. Assim se o animal apresenta tosses secas e outros sintomas de tuberculose (dificuldade respiratória, etc.) pode ter a linfadenite pulmonar. Se o animal começa a emagrecer muito e não é devido à falta de comida, pode ser a linfadenite visceral. Em ambos os casos o animal morre com a progressão da doença. 04 - Como evitar a contaminação do ambiente? DN - Fazer um controle dos animais com palpações freqüentes nos linfonodos para descobrir caroços. Acompanhar a evolução do caroço. Quando ele estiver maduro, desinfetar com álcool iodado a 10% e fazer a remoção cirúrgica. Retirar toda a massa ou líquido e desinfetar com iodo a 10%. Todo material mais contaminados, principalmente na extração dos caroços maduros, ou na limpeza de caroço que vazou sozinho, deve-se tomar todas as precauções para evitar a contaminação. É preciso usar luvas de látex que, depois, devem ser incineradas junto com os demais materiais usados. A linfadenite pode contaminar também eqüídeos, suínos e bovinos, mas os sintomas são diferentes. 10 - Então qual a solução para uma criação ovina sã e saudável? DN - São necessários: um bom manejo, uma boa alimentação, desverminação e eliminação de parasitas de forma frequente. Também fazer vacinação preventiva contra clostridioses e contra o Mal-doCaroço. 11 - Qualquer vacina contra Linfadenite Caseosa serve? DN - Não. A Corynebacterium pseudotuberculosis, bactéria responsável pelo Mal-do-Caroço, tem atividade intracelular; para proteger dessa bactéria a imunidade deve ser 30 dias do reforço é que a imunidade estará sólida. Para que isso aconteça o animal tem de estar forte e saudável. 18 - Falam que a imunidade vai pelo colostro da mãe para o borrego. Então posso vacinar fêmeas prenhes? DN - Não! Não pode vacinar fêmeas prenhes porque esta vacina é feita com bactérias vivas atenuadas. Quer dizer que a bactéria está viva e não causa doença, mas pode prejudicar o feto. 19 - Quando posso vacinar o borrego? DN - Eles estão prontos para criar imunidade já aos três meses. Os borregos podem ser vacinados dos 3 aos 6 meses de idade. 20 - Posso vacinar os filhotes mais velhos? DN - Pode, mas sabendo que a chance de que eles estejam contaminados aumenta com a idade. 21 - Qual a dose da vacina do Mal-do-Caroço para adultos e qual a dose para borregos? DN - A dose para adultos e filhotes é a mesma: 1 ml em aplicação subcutânea na região escapular (paleta). A dose da vacina não varia com o peso, o sexo ou a idade do animal. 22 - Qual a validade da vacina? DN - A validade da vacina é de 12 meses após a data de fabricação. A vacina pode ser aplicada até o último dia do último mês da validade. Ela irá funcionar bem. Nunca se deve usar vacina vencida. 23 - A vacina vem em um frasco de pó e mais um frasco de líquido diluente. Quanto tempo a vacina pode ser guardada após diluir o pó? DN - Por tempo nenhum! Não se pode guardar a vacina. Após reconstituir a vacina com o líquido diluente, ela deve ser usada imediatamente. Não pode guardar as sobras, em nenhuma hipótese. 24 - Posso guardar a vacina fora da geladeira uma vez que é em pó? DN - Não. Toda vacina deve ser mantida na geladeira em temperatura de 2ºC a 8ºC. Não deve ser guardada no congelador, pois - apesar de ser em pó - o organismo está vivo e o congelamento mata a bactéria seca. Também não deve ser colocada na porta da geladeira porque é um lugar que esquenta rapidamente quando se abre a porta. 25 - Como transportar a vacina? DN - Sempre transportar em caixa térmica de isopor com gelo dentro. Se necessário, o gelo deve ser reposto de tempos em tempos. • 9 jul-jul/09 Sanidade Pneumonia – um inimigo sorrateiro A pneumonia é um inimigo sorrateiro que pode estar provocando prejuízos ocultos à produtividade do rebanho. Por isso, o produtor precisa revisar constantemente o rebanho. E também atentar para animais estabulados, em ambientes fechados, com pouca ventilação. As principais vítimas são animais jovens e outros com baixa imunidade. E agora que o inverno chegou na região Sul, advertem especialistas ouvidos pelo ARCO Jornal, os cuidados devem ser ainda maiores Por Eduardo Fehn Teixeira D e modo geral, a pneumonia é uma doença que ocorre com bastante frequência nos rebanhos ovinos Brasil afora, provocando graves prejuízos aos criadores. É sorrateira quando surge e por isto, para detectar a sua presença nos animais, é necessária a permanente revisão do rebanho pelo criador. E mesmo assim, quando instalada no organismo do animal, geralmente leva ao óbito rapidamente. São inclusive freqüentes a ocorrência de casos de morte súbita. A pneumonia é mais presente em ambientes fechados, em cabanhas, com vários animais estabulados num mesmo local e principalmente se no local houver pouca ventilação ou má circulação de ar. Suas principais vítimas são animais jovens, mais desprotegidos em termos de imunidade. Mas também ocorre em rebanhos criados a campo, podendo atingir Foto: Horst Knak/Agência Ciranda Clairton Emerim Marques igualmente várias categorias de ovinos. “Uma das principais causas da pneumonia nos ovinos é a verminose pulmonar, que está mais presente no inverno, em climas frios”, aponta o experiente veterinário e criador gaúcho Clairton Emerim Marques, proprietário da Cabanha Costa da Serra, em Osório, na região do Litoral Norte do Rio Grande do Sul, onde mantém planteis de Texel e de Lacaune. Segundo ele, que também ficou conhecido no meio como eficiente jurado da espécie, quando é atacado por esta doença, o animal para de comer, emagrece, fica desnutrido e se não for cuidado imediatamente, medicado, vai à morte. “Tudo começa com uma secreção nasal, tosse frequente e o emagrecimento do animal”, descreve o técnico, observando que a principal causa - a verminose pulmonar – pode ser facilmente detectada através de exames regulares das fezes dos ovinos. “Existem processos bacterianos, que também provocam a pneumonia nos ovinos. Mas o mais comum é a enfermidade se instalar a partir de uma verminose pulmonar”, explica Clairon Marques. O veterinário Marcelo da Silva Cecim, professor e pesquisador da Universidade Federal de Santa Maria na área de Medicina de Ruminantes, observa que a Pneumonia frequentemente age associada a uma outra doença, que gera a queda de imunidade no animal, Fotos: Divulgação Marcelo da Silva Cecim deixando seu organismo exposto ao ataque. Ele confirma que o principal fator determinante da ocorrência da Pneumonia em ovinos é a qualidade do ar em ambientes fechados. “Mesmo que os animais fiquem estabulados somente à noite”, enfatiza. Neste caso, o agente irritante, que ataca as vias respiratórias dos ovinos é a amônia, que é produto das excreções dos animais. Já o pesquisador e professor da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Alberto Ribeiro, amplia o tema e observa que existem várias causas que podem ser atribuídas à ocorrência da pneumonia em ovinos. “Essas causas podem ser bacterianas, víricas, parasitárias ou ainda por corpo estranho (no banho, o animal pode aspirar a calda do banho e isto pode causar a doença)”, explica o especialista. Mas ele aponta que a principal causa, a que mais ocorre, é a bacteriana, causada pela Pasterella (Mannheimia haemolytica). “O trato respiratório dos animais está sujeito às condições ambientais. Os animais têm defesas naturais, mas quando está fragilizado ou quando o ataque é muito severo e supera a capacidade de defesa do animal, a doença se estabelece”, explica Ribeiro. Ele também justifica essa baixa imunidade dos animais pela ocorrência de estresse, que pode surgir após mudanças na vida dos ovinos, como viagens, dosificações (administração de medicamentos por via oral – a toma), outros manejos mais agressivos ou mesmo mudanças bruscas de clima. Luiz Alberto Ribeiro Os sintomas da presença da pneumonia, conforme o pesquisador, podem aparecer na forma de depressão do animal, mudança de comportamento, tosse, temperatura alta, corrimento nasal ou tam- bém pode surgir a morte súbita. “Na maior parte dos casos, não há possibilidade de tratamento. Quando a pneumonia se instala no organismo do animal, geralmente leva-o à morte e isto é relativamente rápido, podendo ser de um dia para o outro”, diz o técnico. Por isso, ele destaca que o importante para o produtor é a prevenção, com instalações adequadas (arejadas), a não realização de manejos agressivos e a prática de todos os cuidados sanitários dos rebanhos. Luiz Alberto Ribeiro critica que no Brasil as vacinas contra a Pasterellose foram desenvolvidas para uso em bovinos e por isto sua capacidade de proteção aos ovinos é limitada. “No primeiro mundo essas vacinas existem, mas ainda não estão disponíveis no mercado brasileiro”, informa. Ele recomenda, como único tratamento disponível, a antibioticoterapia, com a administração de antibióticos de amplo espectro. “Mas os criadores devem pressionar as autoridades para o desenvolvimento de vacinas contra a pasterelose que tenham real eficiência”, polemiza o pesquisador da UFRGS. • Foto: Divulgação A verminose pulmonar pode ser facilmente detectada através de exames das fezes dos ovinos 10 Rebanho SIM cria projeto de produção de carne ovina jun-jul/09 Reportagem Q uando o projeto estiver em total operação estará manejando cerca de 50 mil ovinos comerciais, para produção de carne. Com o diferencial de trabalhar somente com a raça Santa Inês. Mas isto é um processo de médio e longo prazo. Por enquanto Magim Rodrigues e os irmãos Fábio, Rodrigo e Ricardo Cotrim trabalham no planejamento e estruturação do projeto Rebanho SIM Premium que pretende atender a mercados de Food Service, restaurantes e supermercados com esta marca. O processo, na verdade, começou em 2006 quando entraram na ovinocultura em sociedade com o rebanho Mumbuca, de reconhecido trabalho de seleção genética na raça Santa Inês. O investimento foi acompanhado da aquisição de uma propriedade de 70 hectares em Amparo, interior paulista, onde é desenvolvida a seleção genética, via inseminação e produção de embriões. Nesta propriedade a idéia é instalar 2 mil ovinos. Para o rebanho comercial a empresa comprou uma área de 2,4 mil hectares em Itapeva, no sul de São Paulo. Segundo o diretor comercial da empresa, Fábio Cotrim, esta nova área está sendo toda reformada para receber o projeto. A idéia é ter uma criação intensiva a base de pastejo rotacionado com cerca elétrica em piquetes de quatro hectares. A produção de cordeiros para abate deve ser fornecida pela empresa, mas não Fotos: Murilo Góes Magim Rodrigues e Fábio pretendem dar qualidsade à carcaça ovina está descartada a possibilidade de integrar outros produtores no projeto. “Queremos conquistar este mercado levando padronização de carcaça como diferencial”, assinala Fábio, acrescentando que hoje a maior reclamação dos restaurantes e assemelhados é a falta de padrão na carcaça, o que dificulta o aproveitamento para determinados cortes. “Vamos trabalhar forte na seleção genética do rebanho para alcançar este resultado, ou seja, uniformidade na carcaça, porque acredito que o primeiro a conquistar este patamar, vai levar vantagem no mercado”, assinala o diretor comercial da fazenda. Como dirigente de muitas empresas de grande porte e hoje empresário, Magim Rodrigues diz que o mercado é quem vai determinar os cortes e o padrão da carne a ser vendida. “Eu acredito muito nisto e acho que a carne ovina tem potencial para conquistar todos os consumidores brasileiros, depende sempre do que se oferece para ser consumido”, afirma. Fabio diz que pretende usar a raça definida como produtora da carne e se for cruzar, será o Santa Inês sobre as outras. Na opinião dele a produtividade do Santa Inês é muito boa, assim como a carne e seu sabor. “Nossa visão é um pouco diferenciada do que vem acontecendo. Normalmente A base do rebanho será da raça Santa Inês entregam carne de primeira qualidade para os restaurantes e food service, e a segunda linha para as churrascarias. Queremos mudar isto no nosso processo e atender a todos com a mesma qualidade de carne”, ressalta. Fabio diz que o projeto deve começar pequeno, para sentir a resposta do mercado. Inicialmente o abate vai ser terceirizado, mas não descarta num futuro, ter seu próprio abatedouro. “Mas tudo vai depender de conseguirmos ter escala. Precisamos ter volume de abate para ver a rentabilidade do projeto e os ganhos que nos traz”, afirma. O diretor da SIM disse ainda que tem viajado por várias partes do País, para conhecer rebanhos e projetos com carne ovina. “O potencial para consumo da carne ovina é grande, de norte ao sul do Brasil. Depende muito dos produtores se organizarem para que realmente se conquiste o consumidor, nós vamos fazer a nossa parte e entrar com seriedade, porque realmente acreditamos que este mercado já está em ebulição e tem muito futuro pela frente”, finaliza. • 11 jun-jul/09 Gestão A importância dos números na seleção de um rebanho Você é um criador de Ovinos? Quer ganhar dinheiro com a atividade? Como está o preço de venda em sua região? Você sabe quanto custa o kg produzido em sua propriedade? E mais, tem claro quais os pontos de estrangulamento desta atividade e onde pode atuar para alcançar o lucro com ela? Estas e outras questões, propostas pelo veterinário, consultor e inspetor técnico da ARCO, André Vielmo, devem ser levadas em consideração pelo pecuarista quando está trabalhando com ovinos ou quer entrar no negócio. P ara ele o primeiro passo para quem quer ganhar dinheiro com ovinocultura é gostar da função. “A ovinocultura é uma atividade econômica de médio a longo prazo, mas de ciclo mais rápido”, diz, acrescentando que melhoramentos que levam 80 anos em bovinos podem ser conseguidos em 15 anos com os ovinos. No seu entender, um rebanho que receba alimentação adequada resolve aproximados 80% dos problemas enfrentados. Assim, diz Vielmo, o pecuarista faz logo a conta de quantas matrizes precisa para atingir o ponto de nivelamento de sua atividade e encontrar um número de matrizes que faz jus a sua operação matemática. A partir daí, a instalação de infraestrutura com bom suporte técnico, empregados preparados, planejamento e implemento do projeto, garantirão os melhores resultados. Ponto de nivelamento O consultor exemplifica as afirmativas considerando que o ponto de nivelamento de uma atividade será atingido com 1000 matrizes a um custo de R$ 100,00/ano = R$ 100.000,00. A partir desta consideração começa, então, a compra de machos e fêmeas com qualidade e procedência certificadas. É preciso considerar a impossibilidade de iniciar com o número de matrizes ideal, pois geralmente o número é grande e será preciso aclimatar os animais. Sendo assim, Vielmo orienta para a compra de um número menor de animais. “De qualquer modo é preciso conseguir o número de matrizes correspondente ao verificado no projeto. Sem esquecer que estes animais serão identificados, avaliados morfologicamente e sanitariamente”, orienta o inspetor técnico. É necessária atenção especial a dois itens que, em muitos casos, não são levados a sério pelo pecuarista, custo e seleção. Custo Cada propriedade tem um custo de produção que deve ser analisado em: a) Custo por matriz e, b) Custo por kg produzido. “Essas contas não são efetuadas e o produtor reclama do preço de venda, mas não sabe quanto custa”, assinala o consultor. Para ele, é preciso economizar com alimentação, mão de obra, assistência e medicamentos, mas diminuir valores Fotos: Divulgação "É preciso gostar da atividade" nem sempre é a melhor alternativa e comprar alimentos mais baratos não é a opção correta. Com estas afirmativas, Vielmo questiona fazendo uma comparação de como seria fornecer ração inadequada a animais da suinocultura ou avicultura com o potencial genético existente hoje? E como eles chegaram a este nível? Na questão da mão de obra e assistência, depende de quanto o produtor está pagando. Mas é preciso levar em consideração que o erro no manejo pode matar um reprodutor caro ou uma quantidade grande de animais. Já os medicamentos podem ser cortados e em grande escala. “Sistemas produtivos como a suinocultura e avicultura, na maioria dos casos, não tratam os doentes e sim tentam prevenir as afecções com vacinas e manejo adequado. Verminose, por exemplo, é algo que não precisa ser eliminado e sim conviver de forma harmônica”, define. Para o consultor, é evidente o desconhecimento sobre material genético disponível. Em muitas fazendas existem Fêmeas e não Matrizes, Machos e não Reprodutores. “Matriz e reprodutor são animais que produzem o que a propriedade necessita, já as fêmeas e machos nem sempre. E aí reside todo o problema e é quando as contas não fecham no final do ano!”, alerta o consultor. No seu entendimento, a matriz e o reprodutor não devem produzir menos que a capacidade desejada. “No meu ponto de vista, os melhores animais são os que desmamam cordeiros mais pesados utilizando dos mesmos recursos disponíveis aos outros, sem nos preocupar com rejeição de cria, problemas de úbere ou quaisquer outras doenças. E para isso basta anotar as coberturas e nascimentos, pesar os borregos na desmama, corrigir o peso para aquele da desmama e atribuir o peso aos respectivos pais”, explica. Quando isso acontece, é possível verificar que dentro de uma estação de nascimento são encontrados fêmeas que não desmamam e machos que desmamam menos peso médio de borregos. A qualidade na escolha de matrizes, por exemplo, informa Viel- mo, relaciona-se com as variações de produção de cada matriz, quanto mais ela produz menor será o custo por kg produzido. No entanto, o custo por matriz permanece o mesmo. “O fato importante é que os ovinos possuem seu menor custo até a desmama, e estes também são animais que podem na desmama estar prontos para o abate”, destaca. Seleção Para otimizar o sistema produtivo é preciso realizar um trabalho apurado de seleção. Então, a criação se tornará viável e o produtor terá capacidade competitiva no mercado. Tudo isso com produção eficiente e rentável. “Nenhum outro artifício pode representar tanto, pois entre as commodities, a carne é a que sofre menos variação. E os itens de consumo de uma propriedade podem ser no máximo, pesquisados sem uma variação expressiva de preços. Independente do tipo de criação, a seleção é algo importante e que atualmente anda esquecida”, conclui Vielmo. • Os custos estão diretamente relacionados com manejo correto 12 jun-jul/09 Notícias da ARCO ARCO apresenta novidades para a Expointer Inclusive exame de DNA, com o objetivo de formar banco de dados Em abril deste ano a ARCO, através de sua diretoria e da Superintendência de Registro Genealógico (SRGO), realizou uma série de reuniões com as associações de raças, com o objetivo da promoção de melhorias para a próxima Expointer, dando início à formação do banco de dados do Registro Genealógico da ARCO. OS CRITÉRIOS Segundo o Superintendente Substituto de Registro Genealógico da entidade, Edemundo Ferreira Gressler, nesses encontros a ARCO deu ciência às entidades especializadas de raças sobre alguns critérios que serão adotados para a próxima Expointer, de 29 de agosto a 6 de setembro, Foto: Nelson Moreira/Agropress Edemundo Gressler no parque de exposições Assis Brasil, em Esteio, RS. E entre as novidades, está o exame de DNA de dos animais premiados. No caráter funcional da atuação da ARCO na Expointer, no que diz respeito à admissão e pesagem dos animais, ficou determinado, conforme Fenovinos será no Paraná em 2010 Fotos: Divulgação O esforço dos visitantes de Ponta Grossa para levar a Fenovinos para o Paraná valeu a pena e, em 2010, a região dos Campos Gerais sediará a 22ª edição da mostra. Em 2011, a feira acontece em Uruguaiana. O Secretário de Agricultu- Ponta Grossa será a nova sede da Feira ra de Ponta Grossa, José grande evento”, assegurou. Fernando de Paula, que liderou a O presidente da ARCO, Paulo comitiva, disse que desde já está Schwab, disse, por sua vez, que a trabalhando para que a próxima Fenovinos deste ano atingiu plenaedição seja um sucesso, tanto na mente os seus objetivos de promoparticipação de animais, quanto ver, na região sul, o agronegócio da de produtores interessados na oviovinocultura.”Tanto é que tivemos nocultura. “Nossa região, assim uma boa representação de ovinos como todo o Estado, tem forte volã, carne e de produtos manufatucação para a criação de ovinos. Por rados, como as roupas que estavam isto que resolvemos investir forte expostas no Salão da Lã”, ressalpara levar a Fenovinos para Ponta tou. • Grossa e tenho certeza que será um Gressler, que as revisões precisam seguir à risca os critérios indicados. Dentro desta orientação, os animais devem apresentar as tatuagens nos locais corretos, a efetiva verificação dos controles de tosquia, que os animais estejam identificados com os códigos de rebanho, apresentação do exame andrológico, participação das fêmeas na ultrasonografia para a detecção de prenhez, os produtos (cordeiros) de ovelhas com cria ao pé devem estar rigorosamente registrados na ARCO e a novidade é a coleta de material para a realização de exame de DNA de todos os animais premiados, machos e fêmeas, do Grande Campeão ao quarto melhor exemplar. • BANCO DE DADOS Esses dados, conforme explica Gressler, vão compor a abertura do banco de dados do Registro Genealógico da ARCO. A coleta dessas informações será o ponto de partida para o início da formação do banco de dados da ARCO, com o objetivo, posteriormente, de fazer com que todas as cabanhas tenham a oportunidade de fazer com que o DNA de seus animais venha a compor este banco de informações. “É um verdadeiro salto em termos de evolução na área de registro de animais”, comemora o técnico. No futuro, estes procedimentos também terão abrangência nacional. “O registro é a manutenção do arquivo genético do animal Foto: Horst Knak/Agência Ciranda Francisco Perelló e tem como principal meta o melhoramento de cada raça”, avalia o Superintendente do Registro Genealógico (SRGO) da ARCO, Francisco José Perelló Medeiros. “Tendo bem determinadas as características e o genótipo da raça, a área de pesquisa poderá evoluir”, destaca Perelló Medeiros. • Conselho Técnico tem novo presidente O médico veterinário Fabricio Wollmann Willke, de Cachoeira do Sul/RS, representante do Conselho Técnico da Raça Ile de France, foi eleito em novembro do ano passado como novo presidente do Conselho Deliberativo Técnico (CDT) da ARCO. O CDT é integrado pelo Superintendente do Registro Genealógico, pelo gerente de Provas Zootécnicas e por técnicos de nível superior (Eng. Agrônomo, Méd. Fabrício Wollmann Wilke Empresa Brasileira de Pesquisa Veterinário ou Zootecnista) Agropecuária – Embrapa, dos em representação das Associainspetores técnicos e Federação ções Nacionais Promocionais Brasileira de Criadores de Ovide raças existentes no país, nos Carne – Febrocarne. do Ministério da Agricultura O CDT atua como órgão de e Abastecimento - MAPA, da deliberação e orientação sobre todos os assuntos de natureza técnica, promovendo a uniformização dos critérios e procedimentos, estabelecendo, portanto diretrizes visando o desenvolvimento e melhoria da ovinocultura. O foco de trabalho para este ano será a elaboração e regulamentação do Colégio de Jurados, com um corpo técnico especializado para julgamentos das raças criadas no Brasil, seguindo uma determinação do MAPA. Como também a implantação do exame de Genotipagem (DNA), para que esses dados venham fazer parte do Arquivo Zootécnico Ovino.
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