Agricultura familiar - Fundação ArcelorMittal Brasil

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Agricultura familiar - Fundação ArcelorMittal Brasil
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SUMÁRIO
Mensagem ao educador
3
Apresentação do tema
4
Indicações para aprofundamento e orientações pedagógicas
6
I- Indicações para aprofundamento
II- Orientações pedagógicas
18
Trabalhando a cartilha do 1º ao 5º ano
5
18
Trabalhando a cartilha do 6º ao 9º ano
Projeto Escola: sonhar, envolver e realizar
21
24
Referências bibliográficas e de sites 26
2
Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente
27
Ficha Técnica: Concepção, pesquisa e desenvolvimento editorial e gráfico: Mondana:IB
›› Revisão: Fátima Caldas Assessoria e Consultoria de Língua Portuguesa ›› Ilustrações: Vilmar Conrado
›› Realização e Coordenação: Fundação ArcelorMittal Brasil ›› www.famb.org.br
impresso
em papel
reciclado
3
Mensagem ao educador
A agricultura familiar vem conquistando, em âmbito global, um espaço
permanente na pauta das discussões sobre segurança alimentar e
sustentabilidade. Seu papel fundamental nesses campos tem o reconhecimento da
ONU, que declarou 2014 o Ano Internacional da Agricultura Familiar.
Sua relevância mundial se reflete também em nosso país: 70% dos alimentos
que chegam à mesa dos brasileiros são provenientes de produção familiar.
Isso se torna particularmente significativo para reverter um cenário em que a
produção suficiente de alimentos contrasta com a incapacidade de acesso a uma
alimentação adequada por uma grande parcela da população.
Ao trabalhar o tema Agricultura familiar: garantindo uma
alimentação segura, saudável e sustentável no Prêmio ArcelorMittal
de Meio Ambiente 2014, podemos envolver nossos estudantes na discussão
desse importante assunto e trazer para a sala de aula, e dela para casa e para a
comunidade, a reflexão sobre preservação do solo, cultivo orgânico, consumo
sustentável, alimentação saudável, entre outros tópicos transversais.
Além disso, o tema pode contribuir também para renovar o laço
primordial que, na condição de habitantes desse planeta, temos
com a terra – uma conexão original enfraquecida pela forma como
nossa sociedade se desenvolveu e continua a se desenvolver.
Neste manual, trazemos referenciais teóricos e
orientações pedagógicas para subsidiar seu
trabalho com os alunos. Mas – o mais
importante – deixamos espaço para você
exercer seu papel de verdadeiro educador
que, além de passar informação, também
orienta, estimula, provoca, envolve e inspira.
Bom trabalho!
Fundação ArcelorMittal Brasil
Apresentação do tema
“A alma da fome é política.”
Herbert de Souza
Uma em cada oito pessoas no mundo passa fome.
Ao olhar para uma estatística como essa, nossa primeira reação é pensar que não existe comida para todos.
Mas o problema não é a falta de alimentos. A produção atual é suficiente para toda a população, contudo a má
distribuição de renda impede que todos tenham acesso a uma alimentação adequada em quantidade e qualidade.
A segurança alimentar tem um caráter multidimensional, cuja garantia passa por solucionar questões
muito mais básicas, profundas e decisivas: além de criar mecanismos para otimizar a produção e a distribuição de
alimentos, é preciso lidar com a herança histórica que está na raiz da má distribuição de renda, da miséria, da falta
de acesso aos serviços públicos e à informação, das desigualdades econômicas, sociais, de gênero e raça.
Segundo a Lei Orgânica de Segurança
Alimentar e Nutricional – LOSAN
(Lei nº 11.346, de 15 de setembro de
2006), entende-se por Segurança
Alimentar e Nutricional a
realização do direito de todos ao acesso
regular e permanente a alimentos de
qualidade, em quantidade suficiente,
sem comprometer o acesso a outras
necessidades essenciais, tendo como
base práticas alimentares promotoras
de saúde que respeitem a diversidade
cultural e que sejam ambiental, cultural,
econômica e socialmente sustentáveis.
O papel da agricultura familiar
A agricultura familiar desponta como uma aliada preciosa no
longo caminho em busca da segurança alimentar. O brasileiro
José Graziano da Silva, diretor-geral da Organização das
Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
(FAO), destaca:
“A agricultura familiar, considerada por muitos um
passivo, na verdade é um ativo estratégico. Ela aglutina
a carência e o potencial de milhares de comunidades
onde se concentram os segmentos mais frágeis da
população. Qualquer ganho na brecha de produtividade
aí ampliará substancialmente a disponibilidade
de comida na mesa dos mais pobres e de toda a
sociedade, reduzindo a dependência em relação a
alimentos importados e protegendo a economia da
volatilidade das cotações internacionais. Ela estrutura
a produção para o consumo local; recupera o consumo
de alimentos tradicionais na dieta das famílias; e ainda
reduz o custo de transporte.”
Fonte: Construindo alternativas, José Graziano da Silva.
Disponível em: <http://www.agendasocialecidades.com/?p=469>
Acessado em: 17/10/2013.
A FAO é uma entidade da Organização das Nações Unidas
(ONU) destinada a subsidiar os países no desenvolvimento
agrícola e no combate à fome e à insegurança alimentar.
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Indicações para aprofundamento
e orientações pedagógicas
Este manual foi preparado para guiá-lo no desenvolvimento do conteúdo das cartilhas junto aos alunos.
As orientações estão divididas em duas partes:
I - Indicações para aprofundamento dos principais pontos a serem abordados, com textos de referência
e sugestões de leitura e pesquisa.
II - Orientações pedagógicas específicas para trabalhar cada cartilha e para a aplicação de atividades
complementares.
Lembramos que todas as indicações e sugestões podem e devem ser adaptadas à realidade de seus alunos e do
contexto no qual se insere sua escola. Você é a melhor pessoa para avaliar a necessidade e fazer a adaptação.
O conteúdo do material educativo do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014 foi desenvolvido em
módulos temáticos, em uma ordem que permite a assimilação mais eficiente e o aprofundamento gradativo do
tema principal.
Ambas as cartilhas (1º ao 5º ano e 6º ao 9º ano) estão organizadas conforme essa mesma ordem. Dessa
maneira, todos os estudantes (de todos os anos) terão acesso ao mesmo conteúdo, mas com uma linguagem e
aprofundamento que respeitam a faixa etária de cada um.
Veja a divisão do conteúdo das cartilhas:
1- Agricultura: importância e surgimento
2- Agricultura familiar: definições e panorama geral
3- Cuidados com a plantação: fertilização e controle
de pragas
4- Agricultura orgânica
5- Alimentação saudável
6- Segurança alimentar
7- Hábitos alimentares e consumo consciente
8- Problemas do campo: reforma agrária, evasão
rural, mau uso da terra, trabalho infantil e trabalho
escravo
9- Agricultura urbana
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I - Indicações para aprofundamento
A seleção de textos a seguir assinala as oportunidades de abordagem e aprofundamento que cada item do
conteúdo oferece para o seu trabalho com os alunos. As sugestões de leitura e indicações de sites e filmes para
embasamento e reforço estão destacadas em cada tópico. (Os textos on-line e pdfs sugeridos também podem ser
acessados pela página do Prêmio no site da Fundação – www.famb.org.br).
Atenção: considere, primeiramente, fazer a leitura das cartilhas estudantis, já que as informações básicas e
principais estão trabalhadas nelas.
1- Agricultura: importância e surgimento
Além de alimentos, a agricultura é fonte de matéria-prima para diversos produtos, desde remédios, corantes,
fertilizantes orgânicos, fibras (algodão, linho e cânhamo), roupas, energia (madeira para lenha, etanol, gás metano,
biodiesel), ferramentas, látex e ceras, até flores e plantas ornamentais.
A agricultura é tida como a chave para entender o início das civilizações. Tudo começou entre 10 e 12 mil
anos atrás, quando nossos antepassados conseguiram domesticar as primeiras espécies vegetais. O surgimento da
agricultura teve um impacto evidente: pela primeira vez, era possível influenciar a disponibilidade dos alimentos. As
consequências desta descoberta foram revolucionárias: apareceram as primeiras aldeias e os colhedores nômades
transformaram-se em camponeses sedentários.
Por milhares de anos antes da Revolução Industrial, a atividade agrícola foi predominante para a economia. E sua
importância não diminuiu nem mesmo com o surgimento de fábricas ou com a chegada da era digital. Afinal, tratase de produzir alimentos. Mas, juntamente com todo o progresso e mudança no estilo de vida e trabalho, a
agricultura trouxe também desafios que enfrentamos até hoje: desmatamento, disputa por terras, comércio,
acumulação de recursos nas mãos de alguns, divisão de trabalho, desigualdades sociais.
Sugestões de leitura:
O surgimento das cidades. Disponível em: http://www.slideshare.net/lucasdeg/o-surgimento-das-cidades
Origem da agricultura e Revolução Verde. Disponível em: http://www.slideshare.net/igor-oliveira/
origem-da-agricultura-e-revoluo-verde
A história da agricultura. Disponível em: http://ahistoriadaagricultura.blogspot.com.br
O neolítico e a Revolução Agrícola. Disponível em: http://www.slideshare.net/lucasdeg/
05-oneoliticoearevolucaoagricola6ano
Introdução de espécies em novos habitats: quando o homem começou a viajar pelo planeta, descobrir e conquistar
novas terras, passou a levar plantas nativas de um lugar para outro. Isso ganhou força na Era dos Descobrimentos, a
partir do século XV, mas já acontecia em civilizações mais antigas, sobretudo na Ásia e no Oriente Médio.
Sugestão de leitura:
Pequenas histórias de plantar e de colher, Ruth Helena Bellinghini. Download em: http://www.andefedu.
com.br/uploads/img/livro/arquivo/plantar_colher06mar.pdf
Este livro gratuito faz um passeio pela história da agricultura e é uma ótima referência em vários tópicos,
como técnicas de manejo, uso de fertilizantes e pesticidas, tecnologia, melhoramento de sementes,
transgênicos, entre outros.
6
2- Agricultura familiar: definições e panorama geral
7
No Brasil, a agricultura familiar foi definida pela Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006. Para os efeitos desta
lei, considera-se agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no meio rural, em
área de até quatro módulos fiscais*, utilizando, predominantemente, mão de obra da própria família e tendo um
percentual mínimo da renda familiar originado de atividades econômicas do seu estabelecimento. A lei abrange
também silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores.
O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) enquadra os produtores rurais como
beneficiários de linhas de crédito rural quando atendem aos seguintes requisitos: sejam proprietários, posseiros,
arrendatários, parceiros ou concessionários da reforma agrária; residam na propriedade ou em local próximo;
detenham, sob qualquer forma, no máximo quatro módulos fiscais de terra, quantificados conforme a legislação em
vigor, ou no máximo seis módulos quando se tratar de pecuarista familiar; com 80% da renda bruta anual familiar
advinda da exploração agropecuária ou não agropecuária do estabelecimento e mantenham até dois empregados
permanentes – sendo admitida a ajuda eventual de terceiros.
* O módulo fiscal é uma unidade territorial agrária que varia de 5 a 100 hectares, conforme o município. O
tamanho do módulo fiscal é determinado levando-se em consideração: o tipo de exploração predominante
no município e a renda obtida com ela; outras explorações importantes (seja pela renda ou área ocupada)
existentes no município; e o conceito de “propriedade familiar”, definido pela Lei nº 6.746/79.
No Brasil, a principal fonte de informações oficiais sobre agricultura familiar é o Censo Agropecuário
Brasileiro 2006, realizado pelo IBGE. O levantamento mostrou que a agricultura familiar é responsável pela
produção de 70% dos alimentos consumidos todos os dias pelos brasileiros e por 1/3 do valor bruto da produção
de alimentos. Além disso, 74%* das pessoas que trabalham em agricultura no Brasil estão na agricultura familiar.
O Censo mostrou que existem 4,36 milhões de estabelecimentos dedicados à produção agrícola familiar no Brasil,
o que equivale a 84,4% de todos os estabelecimentos agrícolas do país. Entretanto, a área ocupada pela agricultura
familiar corresponde a apenas 24,3% da área total ocupada por estabelecimentos rurais. Isso revela uma
concentração fundiária e uma distribuição desigual de terras. Se fizermos uma média do tamanho das propriedades
familiares e não familiares, teremos, respectivamente, 18,37 e 309,18 hectares.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, nos últimos dez anos, a renda da agricultura familiar cresceu
52%, o que permitiu que mais de 3,7 milhões de pessoas ascendessem para a classe média. Mas é fato que ainda
persistem desafios na comercialização e na organização de sua produção.
* Este número foi atualizado para 77% pelo relatório Perspectivas da Agricultura e do Desenvolvimento
Rural nas Américas 2014: uma visão para a América Latina e Caribe, FAO, 2013.
Sugestões de leitura:
Censo Agropecuário Brasileiro, IBGE, 2006. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
economia/agropecuaria/censoagro/default.shtm
Perspectivas da Agricultura e do Desenvolvimento Rural nas Américas 2014: uma visão para a
América Latina e Caribe, FAO, 2013. Disponível em: http://repiica.iica.int/docs/b3165e/b3165e.pdf
(em espanhol)
Comparação entre agricultura familiar e agroindústria
Agroindústria e agricultura familiar são dois modelos importantes, necessários e complementares.
A agroindústria gera impostos, empregos e produtos para exportação, tendo, por isso, um grande peso na balança
comercial e, por consequência, no desenvolvimento econômico do país.
A agricultura familiar, por sua vez, tem grande importância no abastecimento do mercado interno de alimentos.
Suas práticas mais ecológicas de plantio asseguram produtos mais saudáveis e com menor impacto sobre o meio
ambiente. Além disso, a agricultura familiar gera emprego e renda no campo, diminuindo a evasão rural.
Ao tratar da comparação entre os dois modelos, é importante destacar que a preocupação não deve ser discutir
qual o melhor, mas sim buscar formas de diminuir os impactos ambientais da agroindústria e incentivar o
>> continua
desenvolvimento da agricultura familiar, tornando-a mais competitiva e eficiente. Atenção! É importante destacar que essa divisão é apenas didática e existem muitas nuances:
“O Brasil é um país de grande diversidade climática, ambiental, social, cultural e econômica, e, por isso, a
agricultura brasileira é muito mais complexa que esses dois polos. Há o grande agricultor que participa
do mercado formal e, inserido no sistema de arrecadação tributária, garante direitos trabalhistas ao seu
assalariado. Há o latifúndio improdutivo, cujo gado é alugado para justificar a sua não desapropriação para
fins de reforma agrária, e o canavial conta com trabalhadores em situação similar à escravidão ou com
condições de trabalho dos primórdios da Revolução Industrial. Tem-se, também, o agricultor familiar
integrado que, por exemplo, produz exclusivamente aves e tem a sua comercialização garantida para a
agroindústria de frango. Não se pode deixar de considerar as inúmeras propriedades familiares com alto
grau de produtividade de diversos alimentos, cuja comercialização aquece intensamente a economia local.
E ainda há comunidades inteiras de agricultores familiares em situação abaixo do nível de pobreza, cuja
produção se destina, basicamente, ao autoconsumo.”
Fonte: Agronegócio x Agricultura familiar: podemos fazer um debate menos maniqueísta? Disponível em:
<http://www.anffasindical.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=492:artigo-agronegocio-x-agricultura-familiarpodemos-fazer-um-debate-menos-maniqueista&catid=36&Itemid=213> (com adaptações) Acessado em: 14/10/2013.
3- Cuidados com a plantação:
fertilização e controle de pragas
O dilema do uso de fertilizantes inorgânicos
Os fertilizantes inorgânicos são compostos químicos não naturais, feitos a
partir de nutrientes específicos. Sua maior vantagem está no fato de terem
formulação definida e conterem grandes concentrações de nutrientes que
podem ser absorvidos quase que instantaneamente.
Mas o uso de fertilizantes inorgânicos pode acarretar problemas para o
meio ambiente, dentre os quais a contaminação de lençóis freáticos, rios
e lagos. Muitos dos fertilizantes levam poluentes orgânicos persistentes
(POPs), como dioxinas e metais pesados em sua composição, que
contaminam animais e plantas que vivem na água. Outros animais ou
o próprio ser humano podem se contaminar ao beber a água ou comer
animais intoxicados.
A contaminação da água também pode levar à sua eutrofização. Esse é um processo em que, segundo estudos, ao
chegarem a rios, lagos e zonas costeiras, os compostos nitrogenados ou fosfatados favorecem o crescimento e o
aumento do número de algas, que, por sua vez, levam à diminuição do oxigênio e à morte de diversos organismos.
Segundo o IBGE, entre 1992 e 2012, o consumo de fertilizantes mais que dobrou no país.
Sugestões de leitura:
O uso de fertilizantes é um problema sem solução na agricultura? Disponível em: http://www.ecycle.
com.br/component/content/article/35/1329-como-o-que-uso-fertilizantes-agricultura-emissoesdesequilibrio-efeito-estufa-problema-aquecimento-global-contaminacao-meio-ambiente.html
Riscos dos adubos químicos. Disponível em: http://www.agricultura.al.gov.br/sala-de-imprensa/
noticias/2010/setembro-3/riscos-dos-adubos-quimicos
O lado escuro da comida. Disponível em: http://super.abril.com.br/alimentacao/lado-escurocomida-614494.shtml
Relatório Indicadores de Desenvolvimento Sustentável – Brasil 2012, IBGE. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/recursosnaturais/ids/default_2012.shtm
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Brasil é campeão no consumo de agrotóxicos
Desde 2008, o Brasil é o campeão mundial no consumo de agrotóxicos. O país
usa 1/5 dos defensivos agrícolas produzidos no mundo.
E nosso consumo está
crescendo mais do que no resto do planeta: na última década, o uso de
agrotóxicos cresceu 93% em todo o mundo, mas no Brasil o percentual
chegou a 190%.
As quantidades jogadas nas lavouras equivalem a 5,2 litros de veneno por
habitante ao ano. Essa quantidade enorme de veneno é resultado de um
processo que surgiu com o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os
restos de armas químicas utilizadas na guerra foram adaptados para
a agricultura. O objetivo principal era resolver o problema das empresas
que ficariam com seus estoques e complexos industriais obsoletos. Esse
processo aconteceu em nível mundial e ficou conhecido como Revolução Verde.
No Brasil, para que esse processo fosse efetivado, teve papel determinante a criação do Sistema Nacional de
Crédito Rural, em 1965, que vinculava a obtenção de crédito agrícola à obrigatoriedade da compra de insumos
químicos pelos agricultores. Outro elemento chave foi a criação do II Programa Nacional de Desenvolvimento, em
1975, que disponibilizou recursos financeiros para a criação de empresas nacionais produtoras de agrotóxicos, bem
como a instalação de subsidiárias de empresas transnacionais de insumos agrícolas.
Além disso, é importante lembrar que, até 1989 – quando foi aprovada a Lei 7.802 –, tínhamos, no país, um
marco regulatório defasado, o que facilitou o registro de centenas de substâncias tóxicas, muitas das quais já
proibidas em outros países.
O uso de agrotóxicos causa um desequilíbrio ambiental que torna os agricultores vítimas de um ciclo vicioso, em
que as pragas ficam mais resistentes, exigindo que, a cada dia, sejam feitas aplicações com mais frequência e em
maiores doses.
Segundo dados do Censo Agropecuário de 2006, realizado pelo IBGE, 30% das pequenas propriedades declararam
usar agrotóxicos, enquanto 70% das grandes propriedades adotavam esta prática.
Fonte: <http://www.brasildefato.com.br/node/11533> Acessado em: 15/10/2013.
Sugestão de leitura:
Agrotóxicos no Brasil – um guia para ação em defesa da vida. Download em: http://aspta.org.br/wpcontent/uploads/2011/09/Agrotoxicos-no-Brasil-mobile.pdf
para assistir:
O veneno está na mesa, 2011, 49 minutos. Assista on-line em: http://filmespoliticos.blogspot.com.
br/2011/08/o-veneno-esta-na-mesa-silvio-tendler.html
4- Agricultura orgânica
Na busca por um modelo agrícola mais saudável e sustentável, a agricultura orgânica está ganhando cada vez mais
espaço em todo o mundo, como forma de cultivo que não utiliza adubos químicos, agrotóxicos nem transgênicos.
No Brasil, existem cerca de 15 mil propriedades certificadas que produzem alimentos orgânicos, sendo que
70% delas pertencem a agricultores familiares. Contudo, as vendas de orgânicos ainda representam apenas
uma pequena parcela do total de alimentos vendidos, não mais que 4 a 5%. O Brasil responde por cerca de 4% do
consumo mundial.
Sugestões de pesquisa e leitura:
Planeta Orgânico. Disponível em: http://www.planetaorganico.com.br
Os primeiros números confiáveis da agricultura orgânica no Brasil. Disponível em:
http://agriculturaemblumenau.wordpress.com/2012/08/20/os-primeiros-numeros-confiaveis-daagricultura-organica-no-brasil/
Orgânicos Brasil. Disponível em: http://organicosbrasil.wordpress.com
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A falta de competitividade no mercado, gerada por uma demanda que não supera e nem se equipara à procura
por produtos tradicionais, faz com que os preços de produtos orgânicos cheguem a ser muito mais altos do que
os de itens convencionais. Uma pesquisa realizada pelo portal Consumidor Moderno mostrou que 69% dos
consumidores não compram orgânicos por acharem que os preços não estão de acordo com a realidade
econômica brasileira, contra 31% que preferem pagar mais em prol de saúde e sustentabilidade.
Um levantamento feito pela empresa de consultoria Organic Services, no final de 2010, mostrou que, de uma
maneira geral, os brasileiros até querem consumir mais alimentos orgânicos, mas a maior dificuldade para a
efetivação desse hábito é o preço, seguido pela pouca variedade e dificuldade em encontrar os produtos. Seu custo
é, em média, 60% maior que o dos similares convencionais; nos supermercados, a diferença chega a 463%.
Sugestão de leitura:
Panorama dos orgânicos: preços altos e pouco estímulo ao produtor. Disponível em:
http://consumidormoderno.uol.com.br/consumo/panorama-dos-organicos-precos-altos-e-poucoestimulo-ao-produtor
5- Alimentação saudável
Durante anos, a grande preocupação alimentar do Brasil era a desnutrição
infantil pela falta de comida. Esta preocupação ainda existe, contudo, outra
tendência negativa vem se consolidando nessa esfera: a obesidade infantil.
Pesquisa realizada pelo IBGE, em 2010, mostrou que uma em cada
três crianças de 5 a 9 anos tem excesso de peso, sendo que 14,3%
são obesas. Esses índices apontam que o número das que apresentam
peso acima do indicado deu um salto de 20 pontos percentuais em apenas
20 anos.
A missão de decidir o que as crianças vão comer parece estar sendo
desempenhada com displicência. Hoje, o que se observa é um excesso
na oferta de alimentos altamente calóricos e pobres em nutrientes. Frutas,
legumes e verduras quase nunca estão presentes nos cardápios.
Muitos pais acham natural que os filhos prefiram batata frita, salgadinhos,
hambúrgueres e doces e se esquecem de que as crianças nascem sem
saber qual é a exata diferença entre esses alimentos e os saudáveis. Nesse
sentido, a escola pode desempenhar um importante papel na sensibilização
dos alunos para uma alimentação variada e equilibrada, estimulando-os a
multiplicarem esse conhecimento em casa.
Sugestões de leitura:
O Livro de Receitas do Menino Maluquinho, Ziraldo, Editora
Melhoramentos. De forma lúdica, o livro traz receitas saudáveis e
próprias para a boa alimentação infantil, que foram testadas por um
grupo de crianças entre 8 anos e 11 anos. Número de páginas: 80.
Influência das propagandas de televisão na alimentação de crianças e adolescentes, Érica Blascovi de
Carvalho. Download em: http://www.fef.unicamp.br/fef/qvaf/livros/alimen_saudavel_ql_af/escolares/
escolares_cap3.pdf
Alimentação errada prejudica o QI de crianças. Disponível em: http://saude.terra.com.br/nutricao/
alimentacao-errada-prejudica-o-qi-de-criancas-diz-estudo,ee988c3d10f27310VgnCLD100000bb
cceb0aRCRD.html
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6- Segurança alimentar
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Panorama atual da segurança alimentar no Brasil
“A maior e mais grave razão para a insegurança alimentar é a incapacidade de acesso aos alimentos, no nível
nutricional minimamente necessário, pelas camadas mais pobres da população, que, via de regra, não têm acesso
aos alimentos por não disporem de poder aquisitivo suficiente para comprá-los. Entre os outros problemas
que ameaçam a segurança alimentar no Brasil estão o crescimento das importações de alimentos, a falta de
sustentabilidade do sistema alimentar e a imposição de um padrão alimentar inadequado que ameaça valores
culturais de grande riqueza nutricional da nossa alimentação.”
Sugestão de leitura:
Leia na íntegra o texto Panorama atual da segurança alimentar no Brasil, de Francisco Menezes,
economista e membro da Rede Interamericana Agricultura e Democracia (RIAD). Disponível em:
http://amar-bresil.pagesperso-orange.fr/documents/secual/san.html
Enquanto houver fome no mundo, não haverá
futuro sustentável
“Quando se coloca na balança uma criança subnutrida,
o que está sendo pesado não é apenas um organismo
enfraquecido, mas a síntese de uma lógica tão nefasta
quanto a que derruba florestas, sopra destruição e exclui
a possibilidade de vida digna a bilhões de pessoas em
todo o mundo. A consciência do século XXI não pode mais
negligenciar que, enquanto houver fome no mundo, não
haverá futuro sustentável.
Nada que se confunda com a produção sistemática de
excluídos resultará em equilíbrio duradouro. As respostas
aos desafios que ameaçam a humanidade não podem mais
repetir o enfoque segmentado predominante no padrão
de desenvolvimento do século XX, que nos deixou como
legado impasses sociais e ambientais. Elas dependem,
necessariamente, do diálogo entre as demandas sociais,
econômicas e ambientais. Para 2050, a FAO prevê que a produção agrícola dos
países em desenvolvimento caia entre 9% e 21% por
conta do aquecimento global. (...) Por outro lado, a população mundial cresce o equivalente a uma Etiópia por ano.
Em 2050, a humanidade somará 9 bilhões de bocas. Para garantir o abastecimento, a FAO prevê a necessidade de
se agregar uma Austrália agrícola à oferta mundial de alimentos a cada ano. (...) No entanto, há terra suficiente,
bem como tecnologia e conhecimento disponíveis, para aumentar a produção e alimentar todos os habitantes
do planeta hoje. E será possível alimentar a população mundial em 2050 praticamente sem expandir a fronteira
agrícola: a FAO estima que 90% do aumento da produção necessária para alimentar o mundo em 2050 virá de
ganhos de produtividade e apenas 10% do aumento da área plantada. O que falta são recursos e decisão política
que permitam aproveitar o potencial disponível. (...)”
Sugestão de leitura:
Leia na íntegra o texto Com fome não haverá um futuro sustentável, de José Graziano da Silva,
diretor-geral da FAO. Disponível em: http://www.fomezero.gov.br/artigo/com-fome-nao-havera-umfuturo-sustentavel-jose-graziano-da-silva
10 coisas que você precisa saber sobre a fome
Todos os anos, a ONU publica uma lista com as dez coisas que todos devem saber a respeito da fome.
Confira os tópicos de 2013, compilados pelo Programa Mundial de Alimentos (PMA):
1. O mundo tem cerca de 870 milhões* de pessoas que não têm o necessário para comer para levar uma vida
saudável. Isto significa que, todos os dias, um em cada oito habitantes do globo vai para a cama passando
fome. (Fonte: FAO, 2012)
2. O número de pessoas vivendo com fome crônica baixou para 130 milhões nas últimas duas décadas. Nos
países em desenvolvimento, a prevalência da má nutrição caiu de 23,2% para 14,9% no período de 19902010. (Fonte: FAO, 2012)
3. A maioria do progresso contra a fome foi alcançada antes de 2007/2008, quando ocorreu a crise econômica
global. Desde então, os avanços na redução do problema foram desacelerados e estagnados. (Fonte: FAO,
2012)
4. A fome é o problema número 1 na lista dos dez maiores riscos à saúde. Todos os anos, ela mata mais pessoas
que doenças como Aids, malária e tuberculose combinadas. (Fontes: Unaids, 2010; OMS, 2011)
5. A má nutrição está ligada a um terço das mortes de crianças com menos de 5 anos nos países em
desenvolvimento. (Fonte: IGME, 2011).
6. Os primeiros mil dias da vida de uma criança, da gravidez aos dois anos de idade, são fundamentais para o
combate à má nutrição. Nesta época da vida, uma dieta apropriada protege os menores de nanismo físico e
mental, que pode resultar da má nutrição. (Fonte: IGME, 2011).
7. Garantir que uma criança tenha acesso a todos os nutrientes e vitaminas necessários ao crescimento
saudável custa apenas US$ 0,25** por dia. (Fonte: IGME, 2011)
8. Se, nas áreas rurais, as mulheres tivessem o mesmo acesso à terra, à tecnologia, à educação, ao mercado e
aos serviços financeiros que os homens têm, o número de pessoas com fome poderia diminuir entre 100 e
150 milhões. (Fonte: FAO, 2011)
9. Até 2050, as mudanças climáticas e os padrões irregulares da temperatura terão colocado mais 24 milhões
de crianças em situação de fome. Quase metade delas estará vivendo na África Subsaariana. (Fonte: PMA,
2009)
10. A fome é o maior problema solucionável do mundo. E uma das estratégias para combatê-la é incentivar
a agricultura familiar. Dar treinamento e suporte aos pequenos produtores e ajudá-los a entrar no mercado
permite que as comunidades desenvolvam um sistema de produção de alimentos mais eficiente e seguro.
Fonte: <www.wfp.org/stories/10-things-you-need-know-about-hunger-2013> Acessado em: 31/07/2013
* No final de 2013, a FAO atualizou este número para 842 milhões de pessoas, uma redução de
17% nos últimos dois anos. Em 2011, o total era de 868 milhões. Em 1992, era de 1 bilhão. Mas, apesar
dos avanços na redução, a FAO insiste que o volume de pessoas famintas ainda é inaceitável. Se grandes
países emergentes conseguiram fazer avanços importantes, regiões inteiras da África ainda registram
uma ampliação do problema.
** Cerca de R$ 0,60 (em dezembro de 2013)
Sugestões de leitura:
O estado da agricultura e da alimentação 2013. Este relatório da FAO é
publicado anualmente e traz, numa abordagem acessível, importantes aspectos no
campo da alimentação e da agricultura, segurança alimentar e desenvolvimento rural.
Download em: http://www.fao.org/publications/sofa/2013/en/ (em inglês) e
http://www.fao.org/publications/sofa/2013/es/ (em espanhol)
O estado da insegurança alimentar no mundo 2013. Publicação da FAO.
Download em: http://www.fao.org/publications/sofi/es/ (em espanhol)
12
FAO sugere dieta à base de insetos para combater a fome no mundo
A FAO lançou, em 2013, um programa que incentiva a criação em larga escala de insetos para reforçar a segurança
alimentar. Os trilhões de insetos, que se reproduzem sem parar na terra, no ar e na água, “apresentam maiores
taxas de crescimento, conversão alimentar alta e um baixo impacto sobre o meio ambiente durante todo o seu
ciclo de vida”, defendem os especialistas. De acordo com seus cálculos, cerca de 900 espécies de insetos são
comestíveis.
A FAO enumera os benefícios da produção de insetos em larga escala. São necessários 2 kg de ração para
produzir 1 kg de insetos, enquanto o gado requer 8 kg de alimento para produzir 1 kg de carne. Além disso, os
insetos são nutritivos, com um elevado teor de proteínas, gorduras e minerais e podem ser consumidos inteiros
ou em pó e incorporados em outros alimentos. A criação de insetos é simples, pois pode ser feita a partir de
resíduos orgânicos, tais como restos de alimentos, e também a partir de compostos e estrume. Os insetos são
extremamente ecológicos: usam muito menos água e produzem menos gases de efeito estufa do que o gado.
Seu consumo, chamado de entomofagia, já é difundido e praticado há muito tempo entre culturas tradicionais
em regiões da África, Ásia e América Latina. Um terço da população mundial come insetos. Eles são vendidos, por
exemplo, nos mercados de Kinshasa (no Congo), da Tailândia e de Chiapas (no México), e começam a aparecer nos
menus de restaurantes na Europa.
Fonte: <http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/05/agencia-da-onu-sugere-dieta-base-de-insetos-contra-fome-no-mundo.html>
Acessado em: 10/09/2013.
Sugestões de pesquisa e leitura:
Página da FAO sobre a contribuição dos insetos para a segurança alimentar. Disponível em:
http://www.fao.org/forestry/edibleinsects/en/ (em inglês).
Relatório Insetos comestíveis. Download em: http://www.fao.org/docrep/018/i3253e/i3253e00.htm
(em inglês)
Brasil e o combate à fome e à miséria
O número de pessoas famintas e subnutridas no Brasil vem diminuindo nas últimas décadas. Isso vem acontecendo,
principalmente, devido a ações voltadas para a redução da pobreza implementadas pelos últimos governos,
como, por exemplo, o Bolsa Família e o Programa de Distribuição de Alimentos para populações em situação de
vulnerabilidade social.
O Brasil já cumpriu, com dois anos de antecedência, a meta* estabelecida pela ONU e acordada internacionalmente.
Um relatório emitido pela FAO revelou que, entre 1992 e 2013, o número de brasileiros que passam fome caiu de
22,8 milhões para 13,6 milhões, uma diminuição de 40%. Em relação ao total da população, os dados representam
uma redução de 54,3% no número de brasileiros subnutridos nos últimos 20 anos, de 15% para 6,9% da
população. A redução é uma das maiores do mundo e é duas vezes mais acelerada que a média mundial.
* Pela meta, governos precisam reduzir pela metade a proporção de pessoas que passam fome em relação
ao total da população. O ano que serve de base é 1990 e a meta tem de ser cumprida em 2015. A meta faz
parte dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, mais especificamente do objetivo nº 1: acabar com a
fome e a miséria.
Incentivo à agricultura familiar no Brasil
No Brasil, as políticas públicas em prol da agricultura familiar surgiram a partir de meados da década de 1990.
Foram dois os fatores principais que motivaram o surgimento dessas políticas: a necessidade de intervenção estatal
frente ao quadro crescente de exclusão social e o fortalecimento dos movimentos sociais rurais.
O aumento da miséria, da violência e da insegurança nas grandes cidades fez com que também crescesse o
apoio da sociedade urbana às políticas de valorização do meio rural. O Programa Nacional da Agricultura Familiar
(Pronaf), principal programa de incentivo, que oferece crédito com baixas taxas de juros, assistência técnica e
seguros para pequenos agricultores, surgiu em 1996, graças à luta dos trabalhadores rurais por uma política
pública específica e diferenciada para a agricultura familiar.
Fonte: <http://www.comciencia.br/reportagens/ppublicas/pp07.htm> Acessado em: 10/08/2013.
13
Agricultura familiar e alimentação escolar
A Lei nº 11.947/2009 determina que, no mínimo, 30% dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a compra da merenda escolar sejam utilizados na aquisição de
produtos da agricultura familiar, priorizando os assentamentos de reforma agrária, as comunidades tradicionais
indígenas e as comunidades quilombolas. A aquisição será realizada, sempre que possível, no mesmo município
das escolas, que poderão complementar a demanda com agricultores da região, território rural, estado e país,
nesta ordem de prioridade. A iniciativa contribui para que a agricultura familiar se organize e qualifique suas
ações comerciais. Para quem adquire esses produtos, o resultado é mais qualidade da alimentação a ser servida,
manutenção e apropriação de hábitos alimentares saudáveis e mais desenvolvimento local de forma sustentável.
Sugestão de leitura:
Cartilha O encontro da agricultura familiar com a alimentação escolar.
Download em: http://portal.mda.gov.br/portal/saf/publicacoes/pageflip-view?pageflip_id=5996963
7- Hábitos alimentares e consumo consciente
1 em cada 3 alimentos é desperdiçado no mundo
Segundo a FAO, 54% do desperdício de comida no mundo ocorre na fase inicial da produção – na manipulação
após a colheita e na armazenagem. Os restantes 46% das perdas ocorrem nas etapas de processamento,
distribuição e consumo.
Para o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, há situações que provocam o desperdício de alimentos devido
a práticas inadequadas e medidas preventivas devem ser adotadas por todos – agricultores, processadores de
alimentos, supermercados, governos locais e nacionais, assim como consumidores.
Fonte: <http://economia.uol.com.br/agronegocio/noticias/redacao/2013/09/11/desperdicio-de-alimentos-causaprejuizos-anuais-de-us-750-bilhoes.htm> Acessado em: 11/09/2013.
Sugestões de leitura:
Síntese do estudo da FAO. Disponível em: http://www.fao.org/news/story/en/item/196220/icode/
(em inglês)
Comida é o que não falta, reportagem da revista Superinteressante, março/2002. Disponível em:
http://super.abril.com.br/cultura/comida-nao-falta-442790.shtml
O desperdício de alimentos no Brasil. Disponível em: http://www.bancodealimentos.org.br/odesperdicio-de-alimentos-no-brasil/
Entrevista com Robert van Otterdijk, diretor da campanha contra desperdício da FAO. Disponível
em: http://www.dw.de/brasil-é-exemplo-no-combate-ao-desperd%C3%ADcio-de-comida-dizfao/a-16860072
Alimentos sustentáveis
Nas grandes cidades, com frequência, os hábitos alimentares são pautados por produtos de outras regiões e países,
que variam conforme a “moda”, deixando de lado os produtos tradicionais nativos. “É muito mais chique, nos dias
atuais, convidar alguém para almoçar salmão com arroz selvagem e cogumelos, do que feijão, arroz, refogado
de chuchu e bife. Não queremos comida, queremos sensações: algo diferente, novo, surpreendente”, avalia a
nutricionista Anna Cecília Medeiros.
Para ela, a sofisticação do paladar deveria estar relacionada à apreciação de uma comida bem feita, e não ao uso de
ingredientes caros: “Posso fazer uma polenta de fubá de milho deliciosa, embora simples e com ingredientes locais, ou
uma espuma de nozes com framboesas, igualmente deliciosa, mas considerada sofisticada pelo preço e ingredientes”.
Sugestões de leitura:
Leia na íntegra em: http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=714&sid=3
14
Comer politicamente
“A escolha alimentar é um ato político.” Com este pensamento, a médica Maria Luiza Branco, do Centro de
Saúde Escola Germano Sinval Faria (Ensp/Fiocruz), acredita que a escolha de cada produto no supermercado vai
incentivar a sua produção. “Nessa ação, está embutida, por exemplo, a forma como você quer que seja usado o
solo brasileiro. Refletir sobre alimentação é muito diferente de comer por ter fome”, defende.
Maria Luiza explica que a nutrição tradicional baseia-se no conceito dos nutrientes dos alimentos. Nessa
concepção, o corpo humano é visto como uma máquina que necessita de uma determinada quantidade e
combinação de nutrientes. Mas a médica defende que a alimentação deve respeitar também diferenças culturais e
regionais e que, em países de dimensões continentais como o Brasil, é um erro adotar um modelo de cesta básica
para todos, pois as necessidades nutricionais das pessoas são diferentes.
Além das diferenças culturais, Maria Luiza também acredita que a alimentação deve respeitar princípios e escolhas
individuais, citando casos de dietas e estilos de vida como o vegetarianismo e a macrobiótica. A médica também é
fundadora do projeto social Terrapia, que procura difundir princípios e hábitos ecológicos na linha da alimentação
viva, buscando a vitalidade nos alimentos frescos.
Sugestões de leitura e pesquisa:
Leia na íntegra em: http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.exe/sys/start.
htm?from%5Finfo%5Findex=5&infoid=466&sid=3
FioJovem, página da Fiocruz sobre alimentação. Disponível em: http://www.fiocruz.br/jovem/cgi/cgilua.
exe/sys/start.htm?sid=3
8- Problemas do campo: reforma agrária,
evasão rural, mau uso da terra,
trabalho infantil e trabalho escravo
O rural como modo de vida
Para a permanência de jovens no campo, impõe-se a necessidade de haver geração de renda, lazer, políticas
públicas e acesso à internet. Os países com maiores índices de desenvolvimento humano têm em comum a
presença da agricultura familiar. Ela desempenhou um papel fundamental na estruturação de economias mais
dinâmicas e de sociedades mais democráticas e equitativas.
O meio rural é um espaço suporte de relações específicas, como parentesco e vizinhança, que se constroem, se
reproduzem ou se redefinem sobre este mesmo espaço e que, portanto, o conformam como um singular espaço
de vida. É nesta conjuntura que surge a expressão agricultura familiar, que emergiu no Brasil na década de 1990.
A família é importante referência para o meio rural como vida social, pois a partir dela é estabelecido o sentimento
de pertencimento a este espaço de vida.
As terras improdutivas, juntamente com o latifúndio inabitado, são exemplos de áreas sem vida social, onde a
função residencial inexiste ou está reduzida. Mesmo nas áreas produtivas e altamente mecanizadas, onde não se
utiliza muita mão de obra, há um ‘’deserto verde’’. Dessa forma, torna-se difícil encontrar vida social.
A agricultura
familiar ocupa um dos espaços rurais brasileiros em que há vida social local mais intensa, sendo uma contribuição
do agricultor familiar na formulação de respostas à crise do modelo produtivista.
Fonte: <http://www.diplomatique.org.br/acervo.php?id=2999> Acessado em: 12/10/2013.
Sugestões de leitura:
O mundo rural como um espaço de vida: reflexões sobre a propriedade da terra, agricultura
familiar e ruralidade, Maria de Nazareth Wanderley, Editora da UFRGS, 2009.
O que há de realmente novo no rural brasileiro, José Graziano da Silva, Mauro Grossi e Clayton
Campanhola, Cadernos de Ciência & Tecnologia, Brasília, v.19, n.1, 2002, p. 37-67.
15
O desmatamento no Brasil
O desmatamento nas florestas brasileiras começou com a chegada dos portugueses
que, interessados no lucro com a venda do pau-brasil, iniciaram a exploração da
Mata Atlântica. As caravelas portuguesas partiam do litoral brasileiro carregadas
de toras para serem vendidas no mercado europeu. Enquanto a madeira era
utilizada para a confecção de móveis e instrumentos musicais, a seiva
avermelhada do pau-brasil era usada para tingir tecidos.
Desde então, o desmatamento em nosso país foi constante. Depois da
Mata Atlântica, foi a vez da Floresta Amazônica. Em busca de madeiras
de lei, como o mogno, por exemplo, empresas madeireiras
instalaram-se na região amazônica para fazer a exploração ilegal.
Um relatório divulgado pela ONG WWF, em 2000, apontou que
o desmatamento na Amazônia já atinge 13% da cobertura original.
Uma pesquisa da revista Science (publicada em julho de 2012) alerta
que, até 2050, poderá ocorrer a extinção de cerca de 80% das espécies animais (anfíbios, mamíferos e aves) em
áreas que sofreram desmatamento.
O caso da Mata Atlântica é ainda mais trágico, pois apenas 8,5% da mata original sobrevive e várias espécies
animais e vegetais já foram extintas.
Embora os casos da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica sejam os mais problemáticos, o desmatamento ocorre
nos quatro cantos do país. A derrubada de matas tem ocorrido, sobretudo, para aumentar a quantidade de áreas
para a agropecuária. O crescimento das cidades também tem provocado a diminuição das áreas verdes.
Fonte: <http://www.suapesquisa.com/desmatamento> Acessado em: 13/09/2013.
Trabalho infantil no Brasil cai, mas problema ainda é grave
Durante a III Conferência Global sobre Trabalho Infantil, realizada em outubro de 2013, a Organização Internacional
do Trabalho (OIT) apresentou um documento com dados positivos sobre a situação do trabalho infantil no Brasil. A
redução de crianças entre 5 e 14 anos trabalhando no país foi de 67%, uma redução significativa já que, no mundo,
a taxa geral dessa redução ficou em 37%.
Mas, apesar de o problema estar diminuindo, ele está longe de acabar. São 3,5 milhões de crianças e adolescentes
trabalhando no Brasil, mais de 500 mil têm de 5 a 13 anos, quando trabalhar é proibido por lei. O trabalho infantil
não é exclusividade de locais pobres e acontece muito no setor agrícola, onde atividades familiares acabam
envolvendo crianças. Para o chefe de fiscalização do trabalho infantil do Ministério do Trabalho, Luiz Henrique
Lopes, o problema também é cultural: “As pessoas são acostumadas, nasceram vendo o trabalho infantil, muitas
trabalharam na sua infância, falam para seus filhos e netos trabalharem, veem o trabalho infantil como uma coisa
muito natural. Então, nesses casos, têm certa restrição quando a fiscalização chega e diz que é proibido”.
Fontes: <http://terramagazine.terra.com.br/bobfernandes/blog/2013/10/08/onu-trabalho-infantil-no-brasil-cai-67/> Acessado em:
19/12/2013 e <http://noticias.r7.com/brasil/cpi-trabalho-infantil-no-brasil-esta-longe-do-fim-31102013> Acessado em: 19/12/2013.
Sugestões de leitura:
Fórum diz que Brasil não conseguirá erradicar trabalho infantil até 2020. Disponível em: http://www2.
camara.leg.br/camaranoticias/noticias/DIREITOS-HUMANOS/458078-FORUM-DIZ-QUE-BRASIL-NAOCONSEGUIRA-ERRADICAR-TRABALHO-INFANTIL-ATE-2020.html
16
Brasil tem 200 mil pessoas em situação de trabalho escravo
O Brasil tem 200 mil pessoas em situação de trabalho escravo. O número é do Índice de Escravidão Global,
divulgado pela ONG Walk Free Foundation. Em sua primeira edição, a pesquisa coloca o Brasil em 94º lugar no
ranking dos países com maior registro de trabalho escravo. No topo da lista, aparece a Mauritânia.
De acordo com a pesquisa, 29 milhões de pessoas vivem em condição análoga à escravidão no mundo; são
vítimas de trabalho forçado, tráfico humano, trabalho servil derivado de casamento ou dívida, exploração sexual e
exploração infantil.
Nas Américas, Cuba (149º), Costa Rica (146º) e Panamá (145º) são os melhores colocados, à frente dos Estados
Unidos (134º) e Canadá (144º). O Haiti ocupa o segundo pior lugar no ranking geral, sobretudo por causa da
exploração de trabalho infantil.
No Brasil, o trabalho quase escravo se concentra nas indústrias madeireira, carvoeira e de mineração, na construção
civil e nas lavouras de cana, algodão e soja. Outro campo sensível é o turismo sexual no Nordeste e a exploração da
mão de obra de imigrantes bolivianos em oficinas de costura.
A ONG recomenda a aprovação da PEC do trabalho escravo, em tramitação no Senado, que prevê a expropriação
de propriedades que exploram trabalho forçado, e que a ‘lista suja do trabalho escravo’ seja incorporada à lei e que
as penas para quem for condenado por exploração sejam aumentadas.
Fonte: <http://oglobo.globo.com/pais/brasil-tem-200-mil-pessoas-em-situacao-de-trabalho-escravo-10402682#ixzz2iRrTV1Gp>
Acessado em: 18/10/2013.
Sugestões de leitura:
Trabalho escravo atualmente. Disponível em: http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/
trabalho-escravo/trabalho-escravo-atualmente.aspx
9- Agricultura urbana
A agricultura urbana contribui para a segurança alimentar, gerando renda para populações das cidades e entorno,
enriquecendo a dieta familiar e estimulando a criação de áreas verdes no ambiente urbano.
Sugestões de pesquisa e leitura:
Página da FAO sobre agricultura urbana, com acervo multimídia sobre o tema, estudos de caso
e publicações. Disponível em: http://www.rlc.fao.org/es/temas/agricultura/agricultura-urbana/ (em
espanhol)
Um jardim para todos – manual sobre produção de hortaliças para consumo familiar. Disponível em:
http://www.fao.org/docrep/008/ag002e/ag002e00.HTM (em inglês)
Hidroponia: Cultura sem terra, James Sholto, Editora Nobel, 1987.
Confira 18 motivos para incentivar a agricultura urbana. Disponível em: http://conectarcomunicacao.
com.br/blog/
17
II - orientações pedagógicas
Confira, agora, as orientações pedagógicas para trabalhar as
cartilhas do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014 com
os alunos, bem como sugestões de atividades complementares.
Trabalhando a cartilha do 1º ao 5º ano
1- Introdução (página 2)
O diálogo de abertura busca sensibilizar os alunos sobre a importância da agricultura. Explore a presença de derivados
agrícolas no dia a dia. Você pode trabalhar o assunto em um concurso do tipo “adivinhe de onde veio”: divida a turma em
grupos, liste vários produtos e desafie os alunos a descobrirem que tipo de matéria-prima é utilizada para produzir cada
um. A lista pode incluir remédios, corantes, roupas, combustíveis, ferramentas, objetos de látex, ceras, artesanato etc.
2- assim caminhou a agricultura... (página 3)
HQ com o objetivo de traçar um panorama do surgimento da agricultura. Leia junto com os alunos e estimule-os a
imaginar como era o estilo de vida de nossos ancestrais antes e depois do surgimento da agricultura.
3- Conheça a família Ribeiro de Paula (páginas 4 e 5)
Esta seção mostra alguns detalhes importantes da temática da agricultura familiar, por meio da fala de uma típica família
de agricultores. Cobre o conceito de agricultura familiar, destaca o envolvimento de cada membro da família, faz alusão
à diversificação das atividades e dos produtos derivados, ressalta a importância das cooperativas e pontua o risco do
trabalho infantil. Oriente a atividade “Tem na minha casa?”, que busca mostrar como a agricultura familiar está perto de
nós no dia a dia, e organize a apresentação dos resultados em sala de aula.
4- Plantas também se alimentam? (páginas 6 e 7)
Trabalhe esta seção na aula de Ciências, mostrando a importância da fertilização do solo, explicando como as plantas
fazem fotossíntese e usam os recursos ambientais para crescer. Acompanhe a leitura dos textos e destaque os
benefícios da compostagem.
Atividade complementar: Identificando que a clorofila tem a cor verde!
18
Converse com os alunos sobre a importância do sol na vida dos seres humanos, animais e plantas.
Peça que cada
um traga de casa um vidro transparente, limpo e com tampa. Peça também que tragam folhas bem verdinhas
(de plantas cultivadas em casa ou de árvores da rua).
Oriente a turma a picotar as folhas e colocá-las dentro
dos vidros. Cubra as folhas com álcool, tampe os vidros, identifique-os com o nome de cada aluno e coloque-os
em um lugar onde possam permanecer por alguns dias. Passado um tempo, verifique com a turma que o álcool
passou de transparente para verde, o que significa que a clorofila está se desprendendo das folhas.
5- Vamos cuidar da plantação? (páginas 8, 9 e 10)
19
Esta seção busca mostrar a realidade da presença de pragas em qualquer plantação e as formas de controle. Explique
os problemas que os agrotóxicos representam para a saúde e para o meio ambiente, mostre a alternativa do controle
biológico por meio dos exemplos da joaninha e do conhecimento popular, com o uso de plantas que curam plantas. O
assunto serve de introdução para o tema da agricultura orgânica a seguir.
6- Agricultura orgânica: cultivando sem sacrificar a natureza (página 11)
Esta página tem o objetivo de mostrar as características da agricultura orgânica e a qualidade que ela agrega ao
alimento, por não usar produtos químicos. Oriente a atividade “Quanto vale uma alimentação mais saudável?” e organize
a apresentação dos resultados em sala de aula, bem como a discussão. Enriqueça seu trabalho com o Almanaque
Horta & Liça – número 4, editado pela Embrapa. Esta edição destaca, em uma HQ, o tema agricultura orgânica
(compostagem, selo de orgânico, preços e benefícios) e também traz várias atividades que podem ser utilizadas com os
alunos. Faça o download em http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/outros/cartilha_infantil4.pdf
7 - De olho no prato e na saúde (página 12)
HQ que aborda o impacto da alimentação na saúde, destacando temas como obesidade e atividade física. Aproveite
a leitura junto com a turma para conversar sobre alimentação saudável e variada. Estimule os alunos a avaliarem seus
hábitos alimentares no que diz respeito à relação guloseimas X alimentos saudáveis.
8 - Um prato colorido é mais saudável (página 13)
Esta seção tem o objetivo de destacar as propriedades nutricionais de alguns alimentos, mostrando como eles são
importantes para a saúde. Oriente a realização da atividade de pesquisa, incentivando os alunos a experimentarem
um alimento que nunca comeram antes. Promova a troca de experiências em sala. Veja o Almanaque Horta & Liça –
número 1, editado pela Embrapa, que trata dos benefícios das hortaliças. Download em http://www.cnph.embrapa.br/
paginas/serie_documentos/outros/cartilha_infantil1.pdf
9 - Jogo da Agricultura Familiar (páginas 14 e 15)
O objetivo do jogo é resumir os pontos mais importantes do tema em uma forma lúdica e fácil de ser assimilada.
Explique as regras para os alunos e estimule-os a jogar com os colegas e com a família. Discutam sobre os motivos das
premiações e punições dadas em cada casa do tabuleiro.
10 - Alimentação adequada: um direito de todos (páginas 16 e 17)
Esta seção dá um panorama da segurança alimentar e traz os tópicos sociais relacionados ao assunto, bem como
destaca o papel da agricultura familiar na solução do problema da fome. Por ser um assunto mais complexo, está sendo
abordado na forma de uma atividade (labirinto). Isto faz o assunto fluir de forma mais fácil para a faixa etária dos alunos.
Faça a leitura dos textos com a turma e oriente a realização da atividade “Merenda”.
11 - Você é o que você come! (página 18)
Esta página introduz o tema consumo sustentável. Trabalhe com os alunos a importância da identidade cultural e do
consumo de produtos locais e as armadilhas dos produtos da moda.
Oriente a atividade “Detetive de hábitos”. Ela vai proporcionar uma integração com a família e a reflexão sobre hábitos
alimentares de diferentes gerações.
12 - Você é um consumidor consciente? (página 19)
Traz dicas para evitar o desperdício. Leia o texto com a turma, explore cada dica e discuta com os alunos se eles já
praticam algumas delas em casa. Oriente-os a levar as dicas para suas famílias.
13 - Nem tudo são flores no campo (página 20)
Texto casado com a atividade caça-palavras, trabalhando os tópicos concentração fundiária e reforma agrária. Aborde
o assunto com a turma, fazendo a leitura do texto e dando uma perspectiva histórica do problema. Proponha que os
alunos façam um desenho sobre o assunto para fixar o conhecimento.
14 - Fuga para as cidades (página 21)
Esta seção trata de um grave problema do campo: a evasão rural. Faça a leitura do texto com a turma, destacando
como a agricultura familiar pode ajudar. Essa é uma boa chance para compartilhar experiências e descobrir se algum
aluno tem um parente que saiu do campo e mudou-se para a cidade em busca de uma vida melhor. Caso exista o
exemplo, discutam a experiência, os desafios, as oportunidades e as dificuldades.
15 - Salvem as florestas! (página 21)
Trata do mau uso da terra, enfocando, particularmente, o desmatamento e as queimadas. Acompanhe a leitura do texto
e, como atividade complementar, proponha uma pesquisa sobre desmatamento no Brasil.
16 - Ajudar, só se for sem atrapalhar a educação e a saúde! (página 22)
O texto chama a atenção para o problema do trabalho infantil, principalmente para aquele que pode acontecer dentro da
agricultura familiar, quando muitas crianças se habituam a ajudar os pais. Mostre a importância de se colocar a educação
e a segurança em primeiro lugar.
17 - Cadê a Princesa Isabel? (página 22)
Texto que aborda a questão do trabalho escravo, infelizmente muito comum no campo. Use o texto sobre o assunto que
consta na página 17 deste manual para passar mais informações para os alunos.
18 - Agricultura fora do campo? Sim! (página 23)
Esta seção mostra a importância da agricultura em espaços urbanos e ensina a fazer um canteiro utilizando garrafas
PET. Oriente a realização da atividade, que pode ser feita pela turma na própria escola ou em casa, com os pais. Estimule
quem fizer em casa a tirar fotos e compartilhar a experiência com os colegas. Caso a escola ainda não tenha uma horta,
esta pode ser uma boa oportunidade para planejar e dar início ao cultivo de verduras e legumes.
O Almanaque Horta & Liça – número 2, editado pela Embrapa, trata do assunto agricultura urbana. Faça o download
em http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/outros/cartilha_infantil2.pdf
19 - A menina que virou raiz (página 24)
Texto folclórico que mostra a relação sagrada que determinadas culturas (no caso, a dos índios tupis) desenvolvem com
os alimentos. Organize a leitura em voz alta.
20 - Calendário de safras (páginas 25 e 26)
Calendário para ser recortado e usado em casa como referência na hora de comprar alimentos. Estimule os alunos a
consultarem regularmente, lembrando-os de que produtos de época são mais saudáveis, frescos e baratos.
21 - Convite para o Prêmio (página 27)
Incentive os alunos a participarem do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014 e oriente-os na produção dos
desenhos. Explique como é importante que eles definam com clareza qual recorte vão dar ao tema para, dessa forma,
criarem desenhos mais originais e significativos. Lembre-os de que, além da mensagem nele contida, o desenho
conquista também pelos olhos e, para isso, precisa ser bem bonito.
20
21
Trabalhando a cartilha do 6º ao 9º ano
1 - Introdução (página 2)
Esta seção busca sensibilizar os alunos sobre a importância da agricultura de uma maneira geral, chamando a atenção
para o cenário da segurança alimentar. Explore com os alunos as possibilidades da agricultura e a presença de derivados
agrícolas no dia a dia. Você pode fazer uma lista de produtos e deixar que cada estudante escolha um item, pesquise a
respeito e depois apresente em sala de aula os detalhes da sua produção. A lista pode incluir remédios, corantes, roupas,
combustíveis, ferramentas, objetos de látex, ceras, artesanato etc.
2 - assim caminhou a agricultura... (página 3)
Esta página trata da história da agricultura, destacando a mudança do estilo de vida de nossos ancestrais e os impactos
que o desenvolvimento agrícola teve em nossa civilização. Acompanhe a leitura dos textos e proponha uma reflexão
sobre questões como disputa por terras, comércio, divisão de trabalho, desigualdades sociais, desmatamento etc.
Atividade complementar: Introdução de espécies em novos habitats
Divida a turma em duplas e sugira uma pesquisa sobre como o desenvolvimento da civilização possibilitou a
introdução de espécies vegetais em novos habitats. Defina uma espécie para cada dupla e peça que pesquisem
e apresentem em sala, utilizando recursos visuais. A lista de espécies pode incluir arroz, milho, cana-de-açúcar,
algodão, soja, entre outras.
3 - Agricultura familiar x agroindústria (páginas 4 e 5)
Esta seção destaca a agricultura familiar, fazendo um contraponto com a agroindústria, trazendo conceitos e números.
Faz alusão à diversificação das atividades e ressalta a importância das cooperativas. Acompanhe a leitura dos textos,
oriente a atividade “Produtos da agricultura familiar no meu bairro!”, que busca mostrar como a agricultura familiar está
perto de nós no dia a dia, e organize a apresentação dos resultados em sala e aula.
Caso seja possível, programe uma visita de um agricultor da região para conversar com os alunos e passar sua
experiência direta com a agricultura familiar. Antes da visita, combine com a turma perguntas que podem ser feitas ao
convidado.
4 - Alimentando a terra (páginas 6 e 7)
Os textos abrangem o desenvolvimento das plantas, com ênfase no mecanismo da fotossíntese e na importância dos
nutrientes do solo – construindo a base para falar de fertilização. Faça a leitura com a turma e destaque as vantagens
dos adubos orgânicos em comparação com os fertilizantes inorgânicos. Caso sua escola já tenha uma horta, pense na
possibilidade de desenvolver com os alunos um tanque de compostagem e produzir adubo orgânico para ser utilizado
no cultivo.
5 - Cuidando da plantação (páginas 8, 9 e 10)
Esta seção trata do controle de pragas, incluindo o uso de agrotóxicos e o controle biológico. Faça a leitura dos textos
e promova um debate com a turma. Oriente a realização da atividade de pesquisa “A praga e o predador”. Caso tenha
sido arranjada a visita de um agricultor à escola, aproveite para incluir, na pauta da entrevista, os assuntos agrotóxicos
e controle biológico.
6 - Saúde, sabor e sustentabilidade (página 11)
A leitura dos textos sobre agricultura orgânica pode ser uma oportunidade para refletir sobre alimentos transgênicos.
Oriente a realização da enquete “É viável consumir orgânicos?” e o debate dos resultados. Levante as impressões dos
alunos, promovendo uma troca de ideias sobre a questão.
7 - Saúde no prato (página 12)
Os textos guiam a reflexão sobre alimentação, obesidade e problemas de saúde decorrentes de uma dieta errada.
Oriente a reflexão “Você se alimenta direito?”.
Atividade complementar: Pirâmide alimentar
Peça aos alunos para pesquisarem sobre a pirâmide alimentar e elaborarem, com base no que pesquisaram,
uma proposta do que seria uma alimentação adequada e saudável. Promova o debate das propostas e aproveite
para introduzir conceitos de dietas alternativas, como a macrobiótica, o vegetarianismo e o crudivorismo.
Lembre sempre de apresentar uma visão crítica e, caso seja possível, convide um nutricionista ou outro
especialista para falar com os alunos.
8 - O poder das frutas e hortaliças! (página 13)
Esta seção busca fixar o conhecimento sobre as propriedades nutricionais de diversos alimentos, por meio da pesquisa e
produção de fichas. Leia os dois exemplos da cartilha e oriente a realização da atividade.
O Almanaque Horta & Liça – número 3, editado pela Embrapa, traz uma HQ sobre prevenção de doenças por meio da
alimentação saudável. Faça o download em http://www.cnph.embrapa.br/paginas/serie_documentos/outros/cartilha_
infantil3.pdf
9 - Segurança alimentar: um desafio mundial (páginas 14 e 15)
Esta seção traça um panorama da segurança alimentar, mostrando que o problema da fome não está relacionado com a
falta de alimentos, e sim com a má distribuição de renda que penaliza grande parcela da população. Acompanhe a leitura
e promova um debate sobre o texto “Comer insetos para combater a fome?”. Oriente a discussão proposta em “De olho
no futuro!” e avalie a possibilidade de produzir folhetos para serem distribuídos na comunidade.
10 - Alimentação adequada: um direito de todos os brasileiros (páginas 16 e 17)
Os textos dão seguimento ao panorama da segurança alimentar, enfocando, agora, a situação brasileira e o papel da
agricultura familiar na solução do problema da fome e do acesso aos alimentos. Promova a leitura dos textos e oriente a
realização da atividade “A merenda na minha escola”.
11 - Você é o que você come! (página 18)
Os textos são o ponto de partida para uma reflexão mais profunda sobre identidade cultural, hábitos e moda, influência
da mídia e consumo sustentável. Oriente a atividade “Hábitos alimentares”.
Atividade complementar: Alimentação e cultura
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Confira o roteiro para o desenvolvimento de uma atividade muito interessante sobre hábitos alimentares,
diversidade cultural e saúde, adequada para 8º e 9º anos. A orientação cobre cinco aulas, mas você pode
adaptá-la à sua realidade pedagógica. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/ciencias/
pratica-pedagogica/alimentacao-e-cultura-426255.shtml
12 - Teste do consumidor consciente (página 19)
Chama a atenção para a questão do desperdício e para a contribuição individual. Oriente os alunos a realizarem
o teste junto com suas famílias.
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13 - A parte que te cabe deste latifúndio... (página 20)
O texto trata da questão agrária na forma de um criptograma, para facilitar a fixação do conteúdo.
Traga para a sala de aula o poema dramático Morte e vida severina e promova um debate sobre esta obra de João
Cabral de Melo Neto. Considere incluir o poema como matéria de prova.
14 - Fuga para as cidades (página 21)
A seção aborda o problema da evasão rural. Faça a leitura do texto com a turma, destacando como a agricultura
familiar pode ajudar. Esta é uma boa oportunidade para compartilhar experiências e descobrir se algum aluno tem um
parente que saiu do campo e mudou-se para a cidade em busca de uma vida melhor. Caso exista o exemplo, discutam a
experiência, os desafios, as oportunidades e as dificuldades.
15 - Salvem as florestas! (página 21)
Trata do mau uso da terra, envolvendo, particularmente, o desmatamento e as queimadas. Acompanhe a leitura do
texto e proponha uma pesquisa aprofundada sobre desmatamento na região, quem pratica, por quais motivos e quais os
impactos causados.
16 - Vamos combinar?! Agricultura familiar não combina com trabalho
infantil! (página 22)
Este texto chama a atenção para o problema do trabalho infantil. Caso seja possível, exiba o documentário
“Trabalho infantil no Brasil”, produzido pela Band TV e disponível no Youtube pelo link http://www.youtube.com/
watch?v=12bhboChEuI. Promova um debate com a turma.
17 - Cadê a Princesa Isabel? (página 22)
Texto que aborda a questão do trabalho escravo, infelizmente muito comum no campo. Use o texto sobre o assunto que
consta na página 17 deste manual para passar mais informações para os alunos, destacando que, no Brasil, o trabalho
escravo se concentra nas indústrias madeireira, carvoeira e de mineração, na construção civil e nas lavouras de cana,
algodão e soja.
18 - Agricultura na cidade? Sim! (página 23)
Esta seção busca divulgar a agricultura urbana e seus benefícios para as pessoas que moram longe do campo. Converse
com os alunos sobre os benefícios da prática, como acesso local a alimentos sem agrotóxicos, melhoria da qualidade
do ar e criação de espaços verdes nas cidades. Oriente a atividade “Horta hidropônica” e avalie a possibilidade de criar
uma na escola. Caso vocês já possuam uma horta escolar, busque formas de envolver os alunos e mostrar, na prática, a
aplicação de vários conceitos aprendidos com o material educativo do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014.
19 - o Fantasma da fome (página 24)
Promova a leitura do poema e incentive a reflexão sobre o tema da evasão rural, seus motivos e desdobramentos.
20 - Calendário de safras (páginas 25 e 26)
Calendário para ser recortado e usado em casa como referência na hora de comprar alimentos. Estimule os alunos a
consultarem regularmente, lembrando-os de que produtos de época são mais saudáveis, frescos e baratos.
21 - Convite para o Prêmio (página 27)
Incentive os alunos a participarem do Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014 e oriente-os na produção das
redações. Explique como é importante que eles definam com clareza qual recorte vão dar ao tema para, dessa forma,
criarem textos mais originais e autênticos. Enfatize a importância de demonstrar clareza nas ideias, correção ortográfica
e boa caligrafia. Aos alunos do 9º ano, para já introduzir o hábito de atender a uma das exigências do ENEM, pode-se
sugerir que apresentem também propostas de intervenções viáveis para o problema abordado, respeitando os direitos
humanos e a responsabilidade socioambiental.
projeto escola:
sonhar, envolver e realizar
“A atividade de fazer projetos é simbólica, intencional e natural do ser
humano. Por meio dela, o homem busca a solução de problemas e
desenvolve um processo de construção de conhecimento, que tem gerado
tanto as artes quanto as ciências naturais e sociais.
A partir de seu conhecimento prévio, construído pela experiência, o
aprendiz vai se movimentar, interagir com o desconhecido, ou com novas
situações, para produzir e se apropriar do conhecimento específico.
Um professor, tão aprendiz quanto seus alunos, não funciona apenas
cognitivamente e, em um ambiente de aprendizagem construída a várias
mãos e cabeças, é preciso ativar mais do que o intelecto.”
Léa da Cruz Fagundes, pedagoga, psicóloga, professora e coordenadora
de pesquisa no Laboratório de Estudos Cognitivos da UFRGS.
A reflexão acima destaca bem o papel de um projeto colaborativo na
produção de conhecimento. E podemos ir além: o caminho de produzir
conhecimento é o mesmo de realizar sonhos... porque sonhos são feitos
de querer saber e querer fazer.
Envolva sua comunidade escolar e, juntos, participem do Prêmio
ArcelorMittal de Meio Ambiente 2014 na categoria Projeto Escola.
O tema deste ano inspira-nos a voltar a atenção à terra e a reatarmos laços
com as atividades mais básicas e imprescindíveis para nossa sobrevivência como
espécie e como cidadãos: a produção e a distribuição de alimentos.
Utilize todos os recursos pedagógicos disponíveis para organizar ações
colaborativas que envolvam a maior parte possível dos integrantes da comunidade
escolar. Lembre-se de que a base de um bom projeto é conhecer com clareza o
lugar de onde se parte, definir os objetivos, perceber os desafios e manter em alta
o entusiasmo durante todo o percurso.
Para sua escola participar na categoria Projeto Escola do Prêmio ArcelorMittal de
Meio Ambiente 2014, é necessário seguir o regulamento disponível na página
do Prêmio no site da Fundação, e preparar uma pasta modelo portfólio, com
a comprovação das ações realizadas. As evidências são fotos das atividades,
trabalhos e produções dos alunos, podendo incluir imagens em CD ou DVD.
Não se esqueça de que, nesta categoria, além dos resultados alcançados,
fazem a diferença a criatividade, o empenho e o envolvimento do maior
número de pessoas (alunos, professores, familiares e comunidade).
Participe!
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para inspirar...
Projeto de horta escolar incentiva educação ambiental - Escola Municipal João Sampaio,
Maceió (AL). Disponível em: http://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2013/06/projeto-de-hortaescolar-incentiva-educacao-ambiental-em-maceio.html
Orientações para implantação e implementação de horta escolar. Disponível em: http://www.
cecanesc.ufsc.br/Arquivos/seminarios/karinesug4.pdf
Alunos aprendem a ter alimentação saudável e reduzir desperdício - Escola Municipal Alfredo
Germano Henrique Hardt, distrito de Pirabeiraba, Joinville (SC). Disponível em: http://www.
joinville.sc.gov.br/noticia/6119-Alunos+aprendem+a+ter+alimenta%C3%A7%C3%A3o+saud%C3%
A1vel+e+reduzir+desperd%C3%ADcio.html#sthash.WOj08xvk.dpuf
Acesse a página do Prêmio, no site da Fundação
(www.famb.org.br), para conferir o regulamento e
uma sugestão de roteiro para o projeto.
Lá, você também pode conhecer as sínteses
dos projetos vencedores desta categoria
em 2013 e as transformações que eles
catalisaram em suas escolas e comunidades.
Referências bibliográficas
Brasil. Lei Orgânica de Segurança Alimentar Nutricional (Losan). Lei nº 11.346, de 15 de setembro de 2006.
Cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional - SISAN com vistas em assegurar o direito humano
à alimentação adequada e dá outras providências. Diário Oficial da União 2006; 18 set. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11346.htm
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar
para a população brasileira: promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde; 2008.
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2008.pdf
Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional. Plano Nacional de Segurança Alimentar
e Nutricional: 2012/2015. Brasília, DF: CAISAN, 2011. Disponível em: http://www.mds.gov.br/
segurancaalimentar/arquivos/LIVRO_PLANO_NACIONAL_CAISAN_FINAL.pdf
CORRÊA, A.M.S.; LEÓN, L.M.; HELITO, H; ESCAMILLA, R.P.; SANTOS, L.M.P.; SOUSA, R.P. Transferência de
renda e segurança alimentar no Brasil: análise dos dados nacionais. Rev. Nutr., Campinas, vol. 21
(suplemento), p. 39s-51s, jul./ago., 2008.
MONTEIRO, C.A. Pobreza, desnutrição e fome no Brasil: implicações para políticas públicas. In: VELLOSO,
J.P.R.; ALBUQUERQUE, R.C. (Organizadores). A nova geografia da fome e da pobreza. Rio de Janeiro: José
Olympio, 2004.
GUANZIROLI, C.; ROMEIRO, A.; BAUINAIN, A. Agricultura familiar e reforma agrária no século XXI. FAO/MDA.
Rio de Janeiro: Editora Garamond Universitária, 2001.
PANIGASSI, G.; SEGALL-CORRÊA, A.M.; MARIN-LEÓN, L.; et al. Insegurança alimentar intrafamiliar e perfil de
consumo de alimentos. Rev. Nutr., Campinas, vol. 21 (suplemento), p. 135s-144s, jul./ago., 2008.
PEREIRA, A.R.; SANTOS, L.M.P. A dimensão da insegurança alimentar. Rev. Nutr., Campinas, vol. 21
(suplemento), p. 7s-13s, jul./ago., 2008.
SILVA, D.O.; RECINE, E.G.I.G.; QUEIROZ, E.F.O. Concepções de profissionais de saúde da atenção básica sobre
a alimentação saudável no Distrito Federal, Brasil. Cad. Saúde Pública 2002; 18:1367-1378.
VALENTE, F.L.S. Direito humano à alimentação adequada: desafios e conquistas. São Paulo: Cortez
Editora, 2002.
Referências de sites
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa): http://www.embrapa.br
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): http://www.ibge.gov.br
Ministério do Desenvolvimento Agrário: http://www.mda.gov.br
Secretaria da Agricultura Familiar: http://portal.mda.gov.br/portal/saf/
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome: http://www.mds.gov.br
Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan): http://www.mds.gov.br/segurancaalimentar
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea): http://www2.planalto.gov.br/consea
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO): https://www.fao.org.br
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Prêmio ArcelorMittal de Meio Ambiente
Criado há 23 anos, o Prêmio é uma iniciativa da Fundação ArcelorMittal Brasil
e das unidades industriais voltada para a conscientização ambiental de
crianças e adolescentes das comunidades onde a ArcelorMittal está presente
e dos filhos de seus empregados. Ao mobilizar as unidades escolares e a
comunidade, o projeto contribui para a formação de cidadãos mais atuantes e
comprometidos com a preservação e a valorização do meio ambiente.
Para sua realização, a empresa conta com a parceria e apoio das Secretarias
Municipais e Estaduais de Educação e Meio Ambiente de cerca de 40
municípios de atuação do Grupo no país.
A cada edição, são desenvolvidos materiais didáticos com temas sugeridos
pelas próprias escolas e coordenadores locais do Grupo ArcelorMittal.
O Manual do Educador oferece orientações para o trabalho em sala de aula e
extraclasse, de forma interdisciplinar e com enfoque na realidade local.
Ao final do estudo das cartilhas, é promovido um concurso de desenho para
alunos do 1º ao 5º ano e um concurso de redação para alunos do 6º ao 9º
ano*. Os vencedores concorrem a prêmios em âmbito regional e nacional.
A categoria Projeto Escola, que existe desde 2006, reconhece os melhores
projetos de responsabilidade socioambiental desenvolvidos coletivamente
nas escolas.
Em 2013, foram capacitados 6.992 educadores multiplicadores, das 659
escolas participantes, em 39 municípios. Mais de 224 mil estudantes foram
envolvidos, totalizando 5.482.576 participantes desde a criação do projeto.
Este ano, o foco se volta para a agricultura familiar e seu papel no
fornecimento de alimentos mais saudáveis, na prática da sustentabilidade e no
fortalecimento da segurança alimentar. O objetivo é contribuir para a reflexão
sobre o cenário atual da produção e distribuição de alimentos, seus problemas,
desafios e soluções possíveis.
* Consulte o regulamento no site da Fundação ArcelorMittal Brasil – www.famb.org.br
vencedores 2013
Tema: O futuro que queremos depende das atitudes que tomamos hoje
Categoria: Projeto Escola
3º lugar
1º lugar
ECEC – Margarete
Cruz Pereira
Projeto: Agir Local para o
Bem Global
Cariacica (ES)
ArcelorMittal Cariacica
2º lugar
Associação
Monlevadense de Ensino
Cooperativo - AMEC
Projeto: Verde Capital
João Monlevade (MG)
ArcelorMittal Monlevade
6º lugar
4º lugar
E. M. Professor
Taufic Dumit
Projeto: Seja a Mudança
que você quer no Futuro
Piracicaba (SP)
ArcelorMittal Piracicaba
E. M. Vasco Pinto
da Fonseca
Projeto: Mãos que sinalizam
por um futuro consciente pegada ecológica
Contagem (MG) BBA Contagem
5º lugar
E. M. Hercília Silva de Melo
Projeto: Um Jornal de Ideias - Mundo de Hercília
Ewbank da Câmara (MG)
ArcelorMittal Juiz de Fora
CESP – Colégio de
Estudos Supletivos
Projeto: CESP Colégio de
Estudos Supletivos
João Monlevade (MG) ArcelorMittal Monlevade
Acesse o site www.famb.org.br e veja todos os trabalhos e fotos dos vencedores.