O que é Seguro Garantia
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O que é Seguro Garantia
Objetivo • • • • • • • • O que é Seguro Garantia ? Bases Técnicas Aplicação Limitações Benefícios Histórico Modalidades Procedimentos – Análise de Crédito – Subscrição de Contratos – Contrato de Contra Garantia – Limite de Retenção • Investimentos públicos em infraestrutura e o Seguro Garantia • Mercado Brasileiro em Números • Vigência de Apólice x Vigência de Contrato • Comunicação de Sinistros e Processo de Regulação • Operações Complexas: “Completion Bond” e Garantia Judicial O que é Seguro Garantia ? O Seguro Garantia é uma garantia acessória sujeita a um contrato principal que garante o cumprimento da obrigação principal de forma total ou parcial, seja através de seu pagamento ou execução. É uma apólice de seguro emitida por Companhia Seguradora para cobrir os prejuízos provocados pelo descumprimento das obrigações assumidas através de licitações e contratos (quer sejam de administração pública ou privada). Como seguro é sujeito as condições de sua aceitação (Condições Gerais, Especiais e Particulares) 4 O que é Seguro Garantia ? O seguro garantia também é um contrato consensual, bilateral e oneroso, de execução sucessiva que se efetiva no momento em que o tomador assina a proposta de seguro e a seguradora aceita o risco e emite a apólice É um acordo através do qual uma parte, a Seguradora, se obriga para com uma segunda parte, o Segurado, a responder pelo inadimplemento de uma terceira parte, o Tomador. 5 Bases Técnicas Seguradora Tomador Segurado Contrato o clássico triangulo 6 Bases Técnicas Seguradora Tomador Segurado Contrato o clássico triangulo Partes Intervenientes Tomador/Contratado É a empresa licitante, contratada, concessionária ou permissionária, também é o devedor das obrigações por ele assumidas no contrato principal. Segurado/Contratante É a Administração Pública ou o Poder Concedente, Beneficiário da apólice, dono da obra ou contratante, credor das obrigações assumidas pelo tomador no contrato principal. Seguradora É a sociedade de seguros garantidora, nos termos da apólice, do cumprimento das obrigações assumidas pelo tomador no contrato principal. Bases Técnicas Riscos 9 Bases Técnicas É preciso: 1) Saber que o risco existe 2) Estimar o montante do prejuízo se o evento ocorrer 3) Estabelecer quais riscos serão seguráveis 10 Bases Técnicas Todos os tipos de empresas, de todos os tamanhos enfrentam influências internas e externas que tornam incerto se e quando elas atingirão seus objetivos. Chamamos de "risco“ o efeito que essa incerteza tem sobre os objetivos da organização. 11 Bases Técnicas Edital Proposta (ou Contrato) Orçamento Projetos, Plantas/desenhos Informações de obras similares 13 Bases Técnicas Atraso em medições/faturas Mudanças no escopo Dificuldades de remoção de interferências Execução de desapropriações Atraso/erro nos projetos Ações de Stakeholders Baixo entrosamento das equipes 14 Bases Técnicas Prevenção Transferência Mitigação Aceitação 15 Aplicação Prestação de Serviços Fornecimento de Bens Concessão Construção de Obras Civis CONSTRUÇÃO CIVIL CONCESSÕES RODOVIÁRIAS INFRA-ESTRUTURA PARA TRANSMISSÃO DE ENERGIA, PETRÓLEO E GÁS TELECOMUNICAÇÕES PARCERIAS PÚBLICO PRIVADAS – PPP’S PAC 1 e 2 COPA DO MUNDO 2014 JOGOS OLÍMPICOS 2016 o produto – as oportunidades 16 A disponibilidade de recursos públicos e a capacidade de geração de receita de cada investimento público determina a modalidade preferencial de realização do projeto: Projetos sem Receitas Diretas Empreitada Projetos Autosustentáveis Concessão Modalidades de Contratação PPP Projetos Semisustentáveis 17 Aplicabilidade do seguro garantia As normas gerais sobre licitações e contratos estabelecem: Obras Serviços, inclusive de publicidade Compras Alienações Locações O objetivo da licitação Destina-se a: Garantir a observância do princípio constitucional da igualdade e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração que será processada e julgada em estrita conformidade, com os princípios básicos da legalidade, impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento objetivo. Principais definições Execução Direta – A que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, por seus próprios meios Execução Indireta – É a que o órgão contrata sob os seguintes regimes: Empreitada por preço global, por preço unitário, por tarefa, por empreitada integral Aplicação Pelos órgãos públicos da administração direta e indireta (federais, estaduais e municipais) que, por força de norma legal, devem exigir garantias de manutenção de oferta (em caso de concorrência) e de fiel cumprimento de seus contratos - Lei no. 8.666/93, consolidada pela Lei no. 8.883/94; Pelas empresas privadas que, nas suas relações contratuais com terceiros (fornecedores, prestadores de serviços, empreiteiros de obras, ...), desejam anular o risco da inadimplência. o produto – as oportunidades 22 Limitações É obrigação do segurado a participação no acompanhamento dos contratos, devendo: Notificar o Tomador e a Seguradora do eventual atraso/inadimplemento Publicar e limitar a participação do tomador inadimplente em outras licitações/contratos Isenção de Responsabilidade: a seguradora ficará isenta de responsabilidade em relação a esta apólice na ocorrência de uma ou mais das seguintes hipóteses: Casos fortuitos ou de força maior, nos termos do Código Civil Brasileiro Descumprimento das obrigações do tomador decorrente de atos ou fatos de responsabilidade do segurado Alteração das obrigações contratuais garantidas pela apólice, que tenham sido acordadas entre segurado e tomador, sem prévia anuência da seguradora Atos ilícitos dolosos praticados pelo segurado ou por seu 23 representante legal Benefícios • • • • • • Menor custo Não compromete Balanço Patrimonial Possibilita a otimização do capital de giro (Liquidez) Eficácia Melhora o fluxo de caixa das empresas Não compromete os limites de credito obtidos junto as instituições financeiras e bancos 24 • 1ª operação com Itaipu • Lei de Licitações (Lei 8.666, de 21 de junho de 1.993) grande impulso • Acordo da Basiléia (1994) • Leis de Concessões (Lei 8.987, de 13 de fevereiro de 1.995 e Lei no. 9.074, de 07 de julho de 1.995) • Lei de PPP (Lei 11.079, de 30 de dezembro de 2.004) • Regulamentação – Circular nº 232 da SUSEP de 2003 – Revogação das antigas Circulares: • • • • Circular nº 004 da SUSEP de 23/05/97 (tarifa) Circular nº 005 da SUSEP de 23/05/97 (concessão) Circular nº62 da SUSEP de 9/09/98 (Aduaneiro) Circular nº66 da SUSEP de 19/10/98 (Imobiliário) • Abertura do Mercado de Resseguro 25 Modalidades • Bid (Concorrência) • Performance: Executante Construtor Executante Fornecedor Executante Prestador de Serviços • Adiantamento de Pagamento • Perfeito Funcionamento • Retenção de Pagamento • Aduaneiro (Admissão Temporária, Trânsito Aduaneiro, outros) • Judicial • Completion • Concessões 26 • Imobiliário Procedimentos Cadastramento Análise Objetiva Situação econômico-financeira; Documentos; Relação com mercado. Análise Subjetiva Entendimento da operação do Tomador: a seguradora será “sócia “ durante a vigência do Contrato Contrato de Contragarantia Operação: Análise do Contrato Procedimentos • • • • • • • • • Ficha Identificação do Tomador Certidões Negativas Estatuto /Contrato Social Consolidado Atas / Alterações Histórico principais obras executadas Projetos em Execução 3 últimos Balanços Patrimoniais (Parecer dos Auditores) Balancete Recente Ficha Identificação Acionista 28 Procedimentos Verificar Solvência Liquidez Grau de endividamento Rentabilidade Capacidade Operacional Políticas de Crédito Histórico da empresa 29 Procedimentos • Base das relações entre Seguradora e Tomador • Instrumento jurídico que respalda a Seguradora em caso de sub-rogação nos direitos do Segurado. • Cliente assina como Tomador • Sócios Cotistas/Acionistas assinam como Fiadores • Contrato Guarda-Chuva aberto 30 Procedimentos • preenchimento da Proposta de Seguro • enviar cópia da documentação comprobatória – (Edital de Licitação, Contrato entre Tomador e Segurado, Aditamentos Contratuais, Ordens de Compra - Serviço, Atestado de Bom Andamento do Contrato feito pelo Segurado, Cronograma Físico-Financeiro). 31 Procedimentos • • • • • • Objeto a ser garantido Vigência da Apólice Modalidade Valor da Garantia (I.S.) Multas e Penalidades Contratuais Rescisão Contratual 32 Limite de Retenção Limitado ao máximo de 3% do Patrimônio Ajustado da Cedente, gerando: • restrição na colocação de contratos de resseguro automáticos • Impedimento por parte de alguns Segurados, normalmente públicos de ampliação de retenção através de ressegurador do mesmo grupo econômico • Menor retenção de prêmios no mercado brasileiro 33 Cenário 34 Um Mercado em expansão O Brasil tem, hoje um dos maiores mercados de seguros entre os países emergentes.... Receitas totais em bilhões de dólares em 2008 141 56 47 China Índia Brasil 43 África do Sul 39 24 Rússia Polônia 35 Fonte: Revista Exame – Edição 957 – 02/12/2009 Participação do setor de seguros no PIB POLÔNIA ÁFRICA DO SUL ÍNDIA MALÁSIA 15,3% CHILE 4,3% 4,6% 4,6% 4,6% CHINA 4,0% BRASIL RÚSSIA 2,3% 3,3% 3,0% 36 Fonte: Revista Exame – Edição 957 – 02/12/2009 Previsão de crescimento real, por ano, dos principais ramos de seguro até 2012 Riscos de Obras 17% Grandes Riscos Empresariais 15% Empresas já estabelecidas Habitacional Previdência Considera os principais ramos Saúde Vida e Acidentes Pessoais 11% 13% 12% 12% No Brasil, os ramos de seguros que devem ter os maiores crescimentos até 2012 são os ligados a empresas, como o de grandes obras, o habitacional e o de previdência. 37 Fonte: Revista Exame – Edição 957 – 02/12/2009 Um país em obras Estimativas indicam que haverá investimentos de 300 bilhões de reais no Brasil nos próximos seis anos, gerando receitas de 8 bilhões de reais para as seguradoras. Trem Bala São Paulo e Rio de Janeiro Valor estimado do seguro Usina Santo Antônio Rondônia Usina Belo Monte Refinaria Comperj Pará Rio de Janeiro Refinaria Abreu e Lima Rondônia O maior seguro do país hoje 180 milhões 200 milhões 220 250 350 milhões milhões milhões Principais seguros envolvidos: Garantia de entrega, perda de receita por atraso da obra, transporte de matéria-prima, risco ambiental, responsabilidade civil dos executivos Estimativa do prêmio que será pago pelas empresas Fontes: Paulo Resende/Fundação Dom Cabral, Marsh, Odebrech, Petrobras e seguradoras Fonte: Revista Exame – Edição 957 – 02/12/2009 38 O QUE NOS ESPERA? Compromisso com mais projetos! Oportunidade! 39 Mercado 40 BRASIL 41 BRASIL 42 43 Vigência Contrato x Vigência Apólice O contrato possui vida própria e independente, evolui, se modifica, se adapta a novas necessidades. O equilíbrio é sempre buscado. A apólice é estática, depende de ação para modificar-se, sem uma ação direta de seu detentor (segurado e tomador), apresentando seu de acordo em alguma alteração contratual NADA ACONTECE, a seguradora é impossibilitada pela legislação de modificar as condições de sua apólice sem que lhe seja solicitado. As mudanças, não somente de vigência/prazo, mas qualquer modificação da apólice depende da existência de um documento que reflita as vontades dos segurado e tomador e de um pedido para sua emissão. A mudança pode não ser aceita pela seguradora, pois pode representar novo risco ou aumento de risco. Sinistro Expectativa Comunicação Caracterização Processo Administrativo como peça fundamental Acompanhamento da execução contratual Prazos mais claros (tanto para a Seguradora quanto para o Segurado) É válido afirmar que o risco é um evento futuro e incerto, cuja ocorrência gera o detrimento patrimonial denominado sinistro. O dilema geral é contrapor as pressões comerciais com o rigor técnico e, Identificar - num ciclo de prosperidade - o que pode trazer eventuais sinistros 46 O sinistro pode ser catastrófico por referir-se a vários contratos de um mesmo tomador O sinistro pode afetar muitos tomadores quando se trata de um ciclo econômico adverso. Exemplo: construção residencial na Espanha em 2008 e 2009. 47 Justamente nos melhores períodos de prosperidade, há um positivismo exacerbado, e é onde surgem vários novos negócios, assim como suas respectivas garantias No entorno em que os sinistros parecem não existir, ou parece haver baixa sinistralidade, concorrência se acirra não só pelas tarifas senão também pelas flexíveis condições técnicas de subscrição 48 Aqui reside a tarefa primeira do subscritor de riscos, ser prudente e velar pela adequada proporcionalidade entre o risco e a tarifa É indispensável ter absoluta claridade das condições de viabilidade do negócio O não atendimento dos princípios técnicos do produto, conduz à piora patrimonial do avalista, com grave prejuízo para o segurado/contratante e para o público em geral A análise do risco no seguro garantia implica uma seqüência temporal Receber uma nova proposta ou analisar um novo tomador Revisar de forma periódica a carteira No sinistro: Valorar o sinistro Determinar se o Tomador continua sendo um cliente desejável Resseguro Viabilidade do projeto Novo contrato A fraude Emissão de apólices não autorizadas pelo segurador ou que superam os limites por ele estabelecidos Omissão de ativos por parte do contratado e seus fiadores Alteração da informação financeira para induzir o Segurador a emitir a apólice. Reclamações fraudulentas CONTROLADORES SÓCIO 1 SÓCIO 2 90% Financiadores 10 % Gestor Provedores Fornecedores SPE BANCO Prestadores de Serviço Consumidores CLIENTES as múltiplas facetas do seguro garantia Poder Concedente (Estado e Município) Fundo Garantidor (conforme PPP) Interveniente e anuente do Contrato de Financiamento Garantias (conforme Lei de PPP) Agência Reguladora Empresa pública não dependente Contrato de PPP SPE privada Clientes preferenciais Escrow Account Clientes Agente Financiador Complementação Contratual + Receita Tarifária Serviços Prestados Financiamento Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 Acionistas + Acionistas (desenvolvedores do empreendimento; nacionais e estrangeiros) Dividendos (através do mercado de capitais nacional e internacional) $$$ Serviços Usuários $$$ CONCESSIONÁRIA Tarifas e Fiscalização Fatores de Potencial Efeito Responsabilidade Social Meio Ambiente Governança Corporativa Financiadores Juros e Principal Outorga da Concessão Fiscalização Regulação Manutenção do Eq. Econ-Fin Administração Pública Terceiros Seguradoras Poder Concedente Agências Reguladoras Tribunal de Contas Comissão de Valores Mobiliários Banco Central Autoridades tributárias Ministério Público Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 Documentos Societários Contratos do Empreendimento Concessionária Poder Concedente project finance – arquitetura contratual Sponsors Contratos Financeiros Financiadores Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 Acionistas Cessão de direito take-or pay Caução das ações da SPE Financiador Comprador produto final Contrato take-or-pay SPE seguros Seguradora Operador • estrutura de um project finance EPC 5 Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 Pre- Completion Pos - Completion 1 2 • Garantias ainda não foram efetivadas e há risco de engenharia garantias e, simultaneamente, há um menor risco de • Exemplo: Antes operação de uma Usina, os riscos de engenharia são elevados e a energia (objeto da garantia) ainda não é gerada. • Com a operação do projeto, os recebíveis tornam-se engenharia. • Exemplo: Com a operação da Usina, a energia gerada, usualmente associada com um PPA, torna-se uma garantia líquida para os credores. Análise de Riscos Riscos Pré- Completion Riscos Pos-Completion Riscos de Engenharia Risco de Mercado Riscos de Overrun Costs Risco Político Risco de Performance Operacional Risco de Operação Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 Riscos x Contrato Empreendedor x Financiador Riscos x Seguro Empreendedor x Seguradora Seguro x Contrato Finaciador x Seguradora atuando como gerente de riscos para seu cliente 60 Riscos x Contrato Contrato de Constituição do Consórcio (ver questão da solidariedade e solução de conflitos importantíssimo). Outra questão importante é a arbitragem - definir qual é a câmara arbitral e especialmente o local. Por exemplo, arbitragem em Londres é cara. Se for definido assim, o ressegurador tem que ser avisado e concordar expressamente com isso, senão depois não se consegue recuperar o valor que a seguradora vai ter que pagar. Normalmente os contratos têm cláusulas que prevêem que os termos do mesmo prevalecem sobre os termos dos anexos e demais contratos vinculados. Cuidado : porque se houver necessidade de interpretação dos anexos uns com os outros, pode haver uma ordem de prevalência. Muitas vezes o anexo que tem as especificações técnicas consolidadas é elaborado e aprovado em até 90 dias da data de assinatura do EPC. E normalmente este anexo prevalece sobre todas as demais condições do contrato e seus anexos. Resolver este problema na cláusula "Data de Início e Condições de Eficácia" (o título varia), mas a cláusula prevê a forma com que o contrato começa a ser executado. 61 Riscos x Contrato De um modo geral, os anexos dos contratos EPC são volumosos e devem conter: • • • • • • • o escopo do fornecimento de bens, equipamentos e serviços, cronogramas físico-financeiro e de implantação, CRITÉRIOS DE REAJUSTAMENTO, especificações técnicas consolidadas e demais informações técnicas, Projeto de Viabilidade (muito importante), projeto básico, proposta técnica, se for concessão, Contrato de Concessão entre Proprietário e poder concedente (inclusive anexos e aditivos), proposta comercial do consórcio. Contrato de Constituição do Consórcio (ver questão da solidariedade e solução de conflitos - importantíssimo). 62 Riscos x Seguro Verificar antecipadamente qual a situação das terras em que serão realizadas as obras (se houver histórico de litígio com sem-terras ou indígenas, o Tomador deverá contratar seguros apropriados, lembrando que os índios estão sob a tutela do Estado, excluídos, portanto, da maioria das coberturas de seguro). Outorga de autorização do empreendimento: Muita atenção com a legislação específica que contém normas que interferem na execução desses contratos. No caso de energia, por exemplo, a ANEEL tem uma série de resoluções normativas que determinam normas e procedimentos a serem observados e que podem não estar mencionados no contrato por serem de caráter regulatório. Normalmente estão, mas não é obrigatório, por isso atenção, pois pode ser causa de inadimplemento. 63 Riscos x Seguro Avaliação do Tomador, normalmente Consórcio, que é um grupo de empresas formalmente constituído. O ideal é que a sua constituição siga o disposto nos artigos 278 e 279 da Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976 (Lei das S.A.). Como este consórcio é responsável pelo fornecimento global de bens, serviços e equipamentos relativos à implantação do empreendimento (no caso de energia, normalmente também o respectivo Sistema de Transmissão Associado) na modalidade Turn Key - Lump Sum/EPC (Enginering, Procurement & Construction) a análise não deve se limitar ao financeiro. 64 Seguro x Contrato Todos os cuidados que já se toma ao analisar os contratos tradicionais, principalmente a questão de contra-garantias. Normalmente os consorciados não gostam de ser solidários. Mas aceitam ser solidários até o percentual de suas participações – solidariedade parcial. Se no EPC estiverem definidos grupos construtores, grupos fornecedores e/ou grupos montadores, podese criar uma ordem de execução, conforme a origem do inadimplemento, que também pode ser definida por via arbitral Outro aspecto relevante é o contrato de concessão, caso o Proprietário (Segurado) esteja subordinado a algum, o que é comum. Normalmente em energia este Contrato versa sobre o uso de bem público para a exploração de algum aproveitamento hidrelétrico, e é celebrado entre o Poder Concedente e o Proprietário. Importante também avaliar seus eventuais aditivos, anexos e modificações (a apólice deve prever um vínculo, apesar das obrigações garantidas serem as do EPC e não as do contrato de concessão). Verificar cláusula de caso fortuito e de força maior. 65 Seguro x Contrato Especial atenção deve ser tomada com a cláusula de danos acordados, que estabelece os pagamentos devidos pelo Consórcio Tomador ao Proprietário, a título de eventuais compensações, multas, indenizações, perdas e danos de que tratar, razão pela qual a clareza na sua redação é essencial para que a cobertura seja viável. Cronograma físico-financeiro e de implantação do empreendimento, atualizado. Com base neste cronograma será acionado o Tomador por descumprimento, para pagamento dos danos acordados e demais penalidades (forte resistência em não cobrir os danos acordados – dificuldade de avaliação e de relação com evento provocador do sinistro). Se houver uma definição clara do que deverá ser pago, é possível incluir na cobertura. Uma idéia é incluir um sublimite para os danos acordados.) Descrição do empreendimento, incluindo todos detalhes técnicos relacionados a sua execução, inclusive projetos. Situação e estágio atual do financiamento. O financiamento já está aprovado? Quais são as condições (inclusive carência e condições de amortização)? 66 Seguro x Contrato De que forma será aportado o “equity” dos projetos e de onde vêm os recursos para os aportes? Quais serão as empresas subcontratadas? Especialmente em caso de EPC, quando o Tomador se responsabiliza pelo empreendimento como um todo, o ponto crucial é ter informações detalhadas sobre todos os fornecedores (histórico, contratos além dos apresentados, experiência em projetos anteriores e informações financeiras). Serão exigidas garantias destes fornecedores? Em que percentuais e em que condições serão prestadas. Serão oferecidos outros seguros além do Seguro Garantia que está sendo negociado? Como o Tomador se prepara para financiar eventuais imprevistos que aumentem os custos do projeto, já que estes custos não poderão ser repassados para o contratante? Estes imprevistos estão contemplados no contrato EPC. Importante verificar se o EPC é parcial ou total. 67 Seguro x Contrato Os resseguradores costumam ter restrições a coberturas que abranjam a inadimplência devido à não liberação de licenças ambientais ou de desapropriações necessárias. Apesar do entendimento de que estes eventos, por representarem casos fortuitos já estariam excluídos da cobertura, os resseguradores têm solicitado a sua exclusão formal das condições da apólice sugiro verificar se isso mudou. 68 Teoria dos Múltiplos Fluxos Problemas (problems) Política pública (policy) Implementação Política (politics) Mudanças de políticas públicas ocorrem quando os três fluxos independentes são concatenados, tipicamente pela ação de um empreendedor político Fonte: Zahariadis, N. 2007, “Multiple Streams Framework” in “Theories of the Policy Process”, ed. P. Sabatier, Westview Press Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 Identificação de interesse comum em projetos – Identificação de projetos atrativos para o setor privado – Definição dos termos de referência para os estudos técnicos e da lista curta de potenciais parceiros – Seleção competitiva dos parceiros técnicos onde iniciar a atividade Elaboração dos estudos técnicos e minutas legais – Desenvolvimento, sob as diretrizes do Governo, dos: • Estudos técnicos: engenharia, meio ambiente, modelagem econômico-financeira Leilão e assinatura do contrato – Assessoria e apoio técnico durante a fase de consulta pública e leilão indo até a assinatura do contrato • Instrumentos jurídicos: minuta de edital, minuta de contrato de concessão/PPP Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 Primeira PPP no setor de saúde no Brasil Hospital de emergência, com 298 leitos Área de influência: 1 milhão de habitantes, no Subúrbio Ferroviário, Salvador - Bahia PPP abrange equipamento, e operação de serviços clínicos e não clínicos Objetivo foi contratar operador de alta qualidade para equipar, prestar serviço clínico e não clínico hospital de subúrbio Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 Adoção do modelo de PPP assinala mudança do foco da forma de promoção de desenvolvimento do Nordeste por meio de irrigação(mais na produção agrícola e menos na construção de canais) Exigência de integração torna necessária a combinação da tecnologia e expertise do mercado das empresas agrícolas, com os agricultores locais O clima característico da região, bem como a alta qualidade da água disponível, favorecem a produção agrícola Primeiro Projeto de irrigação desenvolvido sob um modelo de PPP Envolve 7.717 hectares para culturas irrigadas no Vale do São Francisco, Petrolina, Pernambuco Estima-se que gerará 20.000 empregos diretos e indiretos Investimento estimado em infra-estrutura é de R$87 milhões, tendo o Governo já feito R$235 milhões Investimento on farm pode chegar a mais que R$500 milhões Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 Em função de décadas de investimento insuficiente, a infraestrutura brasileira possui um passivo considerável quando comparada ao resto do mundo Qualidade geral da infraestrutura Entre 1 e 7. Fonte: GCR 2009-2010, World Economic Forum. 7 6.6 6.5 5.9 5.8 5.8 5.8 6 5.6 5.2 5.2 5.0 5 4.8 4.7 4.2 4.1 4.0 4 3.8 3.8 3.4 3.4 3.3 3.2 3.2 3 2 visão geral do setor de infraestrutura Índia Argentina Rússia Colômbia Brasil Itália México China Média Mundial Turquia África do Sul Tailândia Austrália Espanha Reino Unido Chile Taiwan Japão Coréia do Sul EUA Alemanha França 1 Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 PAC PAC 2 Montante 2007-2010 – R$ 646 bilhões Investimentos de R$ 958,9 bilhões entre 2011 e 2014. E no período pós2014 mais R$ 631,6 bilhões. Mais de 2.400 ações Custo das ações concluídas: 210 bilhões Desembolsos de jan/07 a ago/09: R$ 338,4 bilhões R$ 83,6 bilhões da iniciativa privada crescimento previsto Prioridade: energia, logística e núcleo social-urbano (moradia e saúde) Foco nas regiões metropolitanas: transporte público, prevenção de enchentes, saneamento básico, tratamento de lixo Incentivo às PPPs e investidores estrangeiros Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 PAC da Copa Montante: R$ 20 bilhões R$ 7,6 bilhões do FGTS para transporte urbano PAC das Olimpíadas Investimentos em mobilidade urbana no Rio de Janeiro R$ 3,6 bilhões dos Estado e municípios R$ 3,2 bilhões da União para aeroportos e terminais turísticos R$ 5,8 bilhões do BNDES para estádios e rede hoteleira crescimento previsto Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 1 Fonte Nova Arena (BA) Pernambuco Arena 2 (PE) 3 Maracanã (RJ) 4 5 Metro Line 4 – Barra/Gavea (RJ) Grota Funda / Transoeste Corridor (RJ) 6 Corinthians Stadium (SP) 76 alguns exemplos de obras já contratadas Energia elétrica Gasodutos INFRAESTRUTURA TRADICIONAL Estradas Ferrovias rodovias, aeroportos, ferrovias, hidrovias, portos, Hidrovias plataformas logísticas, transporte urbano, saneamento. Portos Aeroportos Plataformas logísticas VLT INFRAESTRUTURA SOCIAL: Metro Rodoviárias e terminais de passageiros hospitais, escolas, creches, centros de Saneamento Resíduos sólidos ressocialização. Saúde Escolas/creches Centros de ressocialização tipos de projetos Fonte: apresentações seminário ABDIB sobre infraestrutura Maio/2010 O Brasil tem enorme demanda de projetos de infraestrutura O mercado estima que o Governo Federal aplicará mais de R$ 500 bilhões apenas em infra-estrutura nos próximos quatro anos A expansão do crescimento ampliou a gama de projetos públicos que podem ser desenvolvidos em parceria com a iniciativa privada A lei prevê a prestação de garantias O Seguro Garantia é uma modalidade expressamente prevista pelas leis aplicáveis Há nítida tendência de forte expansão do mercado de seguros garantia no Brasil, o que trará benefícios para todos os players envolvidos Diálogo Permanente 81