PORTFÓLIO VER-SUS POTIGUARAS. DINORAH LIMA

Transcrição

PORTFÓLIO VER-SUS POTIGUARAS. DINORAH LIMA
PORTFÓLIO DO ESTÁGIO DE VIVÊNCIA DO SUS
VIVENTE: DINORAH DE FRANÇA LIMA
NATAL/ RN
Primeiro dia de vivência (08/01)
A partir do momento da concentração do grupo percebi a diversidade dos viventes, de
como somos diferentes apesar de estarmos em unidade de viver o SUS!
Ao chegarmos no Centro de Formação Patativa do Assaré, fiquei encantada pela riqueza
do ambiente.
Plenária – Apresentação das Normas do Centro de Formação Patativa do Assaré e da
Programação Diária; Apresentação dos Viventes
Mística – Ao som de tá chovendo flor, formamos um grande círculo e cantamos a
canção de mãos dadas, teve a recitação de um poema sobre a nossa futura experiência
no Ver-SUS, vendaram os nossos olhos e colocaram as mochilas em nossas costas e os
facilitadores nos encaminhavam para um grupo – Núcleo de Base – NB, em seguida
quando o grupo estava completo, tiramos as vendas e nos conhecemos, abraçamos e
formamos o NB3 – Vermelho.
As expectativas e ansiedade para o próximo dia era imensa!
Segundo dia de vivência (09/01)
O dia amanheceu alegre com a alvorada
Criamos a identidade do NB 3 – Vermelho – Urucum que significa vermelho em tupi e
é uma fruta - fonte de matéria prima para tinturas vermelhas, usada para os mais
diversos fins, entre eles, como protetor da pele contra o sol e contra insetos ; há também
o simbolismo de agradecimento, utilizados pelos índios nas festividades e
principalmente nos dias de luta.
.
Tivemos formação com a temática – Análise de Conjuntura ministrada por Raquel –
militante do levante popular da juventude, estudante de Enfermagem. Refletimos sobre
a Conjuntura do país e de como precisamos de uma Reforma Política, discutimos como
a Constituinte está interligada com a Saúde . Em seguida nos reunimos no NB para a
leitura do texto “ A saúde e a centralidade da luta por uma Constituinte Exclusiva e
Soberana do Sistema Político Brasileiro”. Levamos para Plenária os aspectos
importantes do texto, após a discussão no NB .
Terceiro dia de vivência (10/01)
O domingo amanheceu chuvoso
A alvorada foi serena e delicada...
O Urucum ficou responsável pela mística, organizamos a plenária logo após o café da
manhã – ficou lindo! Neste dia vivenciei e pude construir a mística que é a alma de um
povo, a energia que perpassa o cotidiano que irriga paixão, amor, que é capaz de
edificar o ser humano.
O tema da formação – Como funciona a sociedade? Ministrado pela Paula Adissi. Foi
maravilhoso tendo em vista que de forma dinâmica compreendemos o VALOR do
trabalho na sociedade, e a sua importância na sociedade capitalista. E que com o
trabalho conseguimos TUDO!
Quarto dia de vivência (11/01)
Alvorada
Plenária
Realização do Plebiscito
Temática: Sistema Político – ministrado por Floriza - militante do Levante Popular da
Juventude.
Exibição de vídeos, dinâmica de que como podemos ajudar João para a construção da
sua consciência política, cada NB expôs como ajudaria João.
Debate sobre a Constituinte Exclusiva e Soberana no Sistema Político no plenário e em
seguida reunião com o NB, onde tivemos como conclusão de que para haver luta e
movimento precisamos estar em unidade e resgatar a cultura política do povo brasileiro
para uma Constituinte Já!
Oficina da Esquete – Encenação Teatral Curta – Sobre uma UBS sem atendimento
humanizado pelos profissionais de saúde, médico cubano sofrendo o preconceito racial,
além disso evidenciamos a necessidade de profissionais de saúde com atendimento
humanizado na atenção básica.
Quinto dia de vivência (12/01)
O dia das opressões
Foram três momentos durante o dia para debater sobre o movimento de populações
oprimidas ao longo da história: Mulheres, LGBT e Negros. O primeiro espaço foi sobre
as mulheres onde tivemos uma discussão riquíssima sobre o movimento feminista, em
seguida houve separação de homens e mulheres para um espaço auto organizado. O
espaço auto organizado feminista foi uma vivência de empoderamento feminino e da
libertação de padrões opressores patriarcais, discutimos e refletimos sobre a herança do
machismo na sociedade que é retratado historicamente pelo sistema patriarcal – o poder
é do homem, utilizado para explorar as mulheres que devem servir, lavar, ficar em casa,
devido a diferença de gênero e a desigualdade evidenciada pelo processo de trabalho.
No espaço do movimento LGBT José - o facilitador, trouxe uma reflexão sobre a
questão da homofobia e as dificuldades para a inclusão do LGBT na sociedade .
Posteriormente, foi feito um espaço auto organizado LGBT, separando os dois grupos e
refletindo sobre o tema.
Durante a noite, foi a vez da discussão da População Negra . Com a mesma metodologia
dos espaços anteriores, foi feita uma reflexão sobre o racismo mediada por Kelly
Oliveira e João Paulo. Mas, enquanto os negros foram para o espaço auto organizado,
os demais viventes e facilitadores prepararam a nossa cultural com direito a fogueira,
pipoca, brigadeiro e uma decoração especial que foi construída coletivamente . Um
momento muito legal de integração e bastante divertido, tivemos oficina de turbante e
dança.
Sexto dia de vivência (13/01)
As primeiras vivências foram direcionadas às comunidades específicas - Quilombo,
terreiro e assentamento.
A vivência no assentamento foi maravilhosa, fomos muito bem recebidos e conhecemos
os militantes do movimento sem terra – MST . A região é produtora de melão, o meio
de produção é a agricultura irrigada. O processo de adoecimento está interligado com o
hábito de vida daquele povo, a precária condição sanitária foi o que mais me preocupou
além da contaminação da água, o destino do lixo e principalmente a falta de assistência
de saúde. Fiquei encantada como eles dividem as tarefas e como eles são organizados.
Sétimo dia de vivência (14/01)
Atenção Básica um modelo contra hegemônico
“Atenção Primária, atenção primária, atenção primária.... UBS! Vocês tem plano de
saúde? NÃO! O que é que você quer? SUS SUS SUS SUS SUS !”
Fui para o Ambulatório de Prevenção e Tratamento (APTAD) especializado em
prevenção e tratamento de tabagismo, álcool e outras drogas, localizado no bairro de
Pirangi, a gestora que iria nos acolher não estava na UBS entretanto a Administradora,
mostrou o espaço onde é realizado as reuniões e respondeu alguns questionamentos dos
vivente. Posteriormente, fomos para o NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (NASF) no bairro de Nazaré, conheci a função do NASF e como é importante
a atuação integrada que permite realizar discussões de casos, possibilita o atendimento
compartilhado entre profissionais tanto na Unidade de Saúde como nas visitas
domiciliares, permite a construção conjunta de projetos terapêuticos de forma que
amplia e qualifica as intervenções no território e na saúde de grupos populacionais. As
ações de saúde tem foco prioritário nas ações de prevenção e promoção da saúde.
Oitavo dia de vivência (15/01)
Vivências no serviço de média e alta complexidade- UPA, SAMU, Maternidade, CEO,
Hospital Municipal e Hospital Universitário Onofre Lopes - HUOL
Tive a oportunidade de ir ao Hospital Universitário Onofre Lopes , lá esperamos um
bom tempo para sermos atendidos, enquanto isso tivemos um contato com um
jornalista do hospital, conversou com o grupo e tirou fotos que seriam utilizadas para
uma publicação no site do huol. A visita em si foi muito rápida, não conseguimos
conhecer a estrutura do hospital e consistiu na apresentação da estrutura do hospital de
maneira expositiva através de slides e uma explanação sobre a Ebserh (Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares), uma empresa pública, vinculada ao Ministério da
Educação, que tem como missão aprimorar a gestão dos HUF ( Hospitais Universitários
Federais) para prestar uma atenção de qualidade à saúde no âmbito do SUS e
fornecerem um cenário de prática adequado ao processo de ensino e pesquisa para os
docentes e discentes. Entretanto, acredito que através da adesão da EBERH os hospitais
universitários perderam sua essência, tendo em vista que , a lógica de metas a serem
estabelecidas é incompatível com o processo de ensino- aprendizagem refletindo nas
práticas dos futuros profissionais da saúde, formando uma visão empresarial da saúde,
ou seja, tratando a saúde como uma mercadoria. Além disso, fiquei inquieta quando no
slide de apresentação dos cursos que tem estágio no local, não estava o nome do curso –
Gestão em Sistema e Serviços de Saúde, como se o Hospital Universitário Onofre
Lopes não fosse campo de estágio dos estudantes deste curso. Coloquei esses pontos
no espaço de discussão e algo que deve ser revisto. No final da tarde debatemos no NB,
as questões da tentativa de privatização da saúde, e como a Ebserh pode significar um
passo para esta finalidade.
Nono dia de vivência (16/01)
Lutamos contra o modelo manicomial!
Vivencias na área da Saúde Mental
Tive a oportunidade de ir a Residência Terapêutica localizada no perímetro urbano da
cidade de Natal , ao chegarmos na residência, o grupo foi acolhido pelo Técnico de
Enfermagem, formado em Direito que nos apresentou os moradores e a estrutura da
casa, explicou o funcionamento e a relação dos profissionais com os 8 moradores. Era
nítida a cultura medicamentosa presente naquele ambiente, e a ausência de terapia
ocupacional – através de um relato de um morador, afirmou que dançava e ouvia mais
música no Hospital Doutor João Machado do que na residência e sentia falta disso.
Tentávamos manter um diálogo, que terminava em monólogo através da falta de
autonomia do sujeito e até do processo do próprio auto- reconhecimento. A " lógica
manicomial" esta presente nesse serviço de saúde mental evidenciando a necessidade
de desconstrução desse modelo em um espaço que deveria desinstitucionalizar os
sujeitos que passaram anos e anos internados no manicômio, que deveriam potencializar
a vida – e a liberdade destes. Tive a oportunidade de conhecer esse casal, que se
conheceram no Hospital Doutor João Machado, casaram neste local tiveram uma bela
cerimonia que pude conhecer através de um lindo registro fotográfico em um porta
retrato no quarto deste senhor. Pedi para tirar uma foto, e eles aceitaram. Essa foto
representa o amor e a união deste casal apaixonante .
Décimo de vivência (17/01)
O dia da caminhada
Vivência na Comunidade do Jacoca,
Pela manhã tivemos uma caminhada maravilhosa, entramos em contato com a família
e a natureza. Ao retornamos ao Centro de Formação tivemos um espaço com o
representante da CUT, membro do Conselho Nacional de Saúde, Geoderci que retratou
o Controle Social no SUS. No turno da tarde, foi abordada a questão agrária - focada no
MST por Ilena e a noite, com a Bruna tivemos um debate sobre a cidade na luta e na
resistência.
O papel do sujeito na história, movimentos sociais e estudantil (18/01)
Logo pela manhã, foi concluída a dinâmica onde cada um expôs o que havia sido
acrescentado na sua bagagem após o processo de vivenciar o SUS. Todos tiveram a
oportunidade de traçar um paralelo entre a bagagem com que chegamos e a que
estávamos saindo. Uma palavra que marcou a minha vivência foi desconstrução! e a
vontade de lutar pela Saúde Popular. Pela tarde, foi levantada a questão do papel do
sujeito na história, num debate maravilhoso estimulando a inserção dos viventes nos
movimentos sociais e principalmente no movimento estudantil, numa análise de
conjuntura política. No fim da noite, houve a cultural.
VER-SUS POTIGUARAS
O VER SUS MUDOU A MINHA VIDA!

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