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COMPUTERWORLD
Abril 2011
Videoconferência
As soluções para uma empresa usar videoconferência são múltiplas, embora nem todas com o mesmo nível de
experiência e serviço. Mas apesar do que se poderia imaginar, a adopção nas empresas pode não ser muito linear,
às vezes pelas razões mais caricatas.
Pelo menos da perspectiva dos fornecedores de serviços e equipamento, as organizações portuguesas terão a sua
infra-estrutura minimamente preparada para suportar videoconferência. Mas as que precisarem de aplicações ou
funcionalidades mais sofisticadas terão de fazer investimentos adicionais. E isso exige cuidar de certos aspectos.
O modelo de cloud computing pode dar uma grande ajuda e é uma solução a considerar. E, talvez para o mercado
português, ainda a dar as “primeiras espreitadelas”, seja incontornável.
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Videoconferência
Videoconferência segundo o orçamento
Os transportes estão cada vez mais caros e, em tempos de crise, proíbem certas deslocações para a realização de
reuniões. Mas as soluções para evitar as viagens são cada vez mais diversificadas.
Apesar de haver opiniões em contrário, a maior
parte das pessoas considera que não há substituto
para as reuniões presenciais, para desenvolver uma
ligação efectiva com clientes e colaboradores. Mas
com os transportes cada vez mais caros (e menos
agradáveis), torna-se menos viável ter reuniões presenciais para muitas empresas. Em sentido contrário, há cada vez mais soluções de videoconferência
a preços diferenciados.
Para quem puder pagar por elas, as experiências de
videoconferência mais envolventes são proporcionadas por suítes de telepresença suportadas com
tecnologias de ponta. Muitas vezes ocupam uma
sala inteira, e incluem equipamentos altamente especializados, orçando acima dos 100 mil euros por
sistema. Sem falar dos custos mensais de vários milhares de euros.
Mas muitas grandes empresas nem piscam os olhos
face a estes custos devido às economias que têm
nas passagens aéreas. E também há vantagens
mais técnicas, como o som cristalino, o vídeo de
alta definição ou a possibilidade de gravar os encontros e colocar os participantes em assentos bastante confortáveis.
Contudo, estes sistemas de topo são elevados para
muitas organizações. A boa notícia é que hoje existem inúmeras opções para a realização de uma reunião virtual. É possível ter uma reunião de negócios
profissional sem gastar muito dinheiro, utilizando
apenas um computador com um microfone e uma
webcam. E é já possível ter um sistema de médio
porte com hardware próprio, mas sem ser necessária uma sala dedicada.
Até mesmo o “vídeo chat” - ou plataformas de conversação com serviço gratuito -, que no passado
muitas vezes oferecia sinal de vídeo instável ou sofria de problemas de latência (com o áudio a não
estar sincronizado com o vídeo, além dos atrasos de
sinal em ambos), melhorou muito nos últimos anos.
Naturalmente, os sistemas gratuitos não devem ser
associados a compromissos de prestação de serviços decorrentes de normas contratuais. Por outro
lado, também os serviços mais caros não estão imunes a problemas deste tipo.
Para descobrir qual a melhor opção de videoconferência para situações específicas, os laboratórios da
IDG testaram uma série de serviços a todos os níveis: o Yahoo Messenger como simples plataforma
de conversação online, plataformas para múltiplos
utilizadores em simultâneo da Skype e da ooVoo, o
sistema dedicado a videoconferência da LifeSize, e
as ofertas de telepresença, totalmente apetrechadas, da Polycom e da Cisco.
Vídeo em plataformas de conversação
Na extremidade inferior da escala está o vídeo das
plataformas de mensagens instantâneas (IM). A
COMPUTERWORLD - Abril 2011
principal vantagem das IM com vídeo é que qualquer pessoa pode usá-lo gratuitamente a partir de
praticamente qualquer lugar. Um colega, fornecedor ou cliente pode fazer “download” rapidamente
da ferramenta e estar a conversar numa questão de
minutos, trocando mensagens instantâneas e tornando este sistema numa maneira menos sofisticada de realizar uma videoconferência.
O Yahoo Messenger representa bem esta categoria,
mas não é visivelmente diferente ou melhor do que
outras plataformas cliente de suporte ao “vídeo
chat“. Outros produtos neste espaço incluem o Windows Live Messenger, o AOL Instant Messenger ou
o Paltalk.
Yahoo Messenger
O cliente do Yahoo IM suporta o velho ditado "você
recebe o que paga." O serviço não custa nada e,
sem surpresa, não está exactamente posicionado
para competir com sistemas de videoconferência
apetrechados como o LifeSize.
Para os testes, o Yahoo Messenger foi usado em
quatro lugares diferentes: num avião, em casa, no
escritório e numa biblioteca pública. Curiosamente,
o serviço adequou-se muito rapidamente à qualidade da ligação. Tanto numa de 8 Mbps, com
modem de cabo, como noutra de até 2 Mbps, o
fluxo de vídeo foi suave.
Numa biblioteca com ligação DSL a 1 Mbits partilhada com outros utilizadores, o “video chat” até
funcionou sem problemas, sem quaisquer interrupções ou problemas de latência, mas a qualidade da
imagem caiu drasticamente - a imagem parecia irregular e difusa. E, num avião, o fluxo de vídeo do
Yahoo Messenger funcionou, mas ainda com mais
interrupções, presumivelmente porque o serviço da
United Airlines se destina principalmente a tarefas
mais leves como o e-mail e a navegação na Web.
Ter vídeo de menor qualidade mas com um fluxo
de imagens mais estável é melhor do que ter imagens de grande qualidade, mas várias vezes interrompidas. Pelo menos nesta situação, os receptores
poderão acompanhar o discurso do emissor.
O Yahoo Messenger serve estritamente para uma
conversação entre duas pessoas, embora permita
também enviar links, documentos ou fotos durante
uma conversa. O serviço de vídeo funciona no estrangeiro, o que nem sempre acontece com muitos
sistemas de videoconferência de gama média.
Em resumo
O analista do Yankee Group, Benoît Felten, que
cobre a área de videoconferência, considera que o
vídeo sobre sistemas de mensagens instantâneas é o
mais adequado para as reuniões imprevistas, nas
quais se precisa de elementos visuais e de colaboração, que um telefonema ou mensagem instantânea
normal não consegue proporcionar. No entanto, admite que muitas empresas olham para este tipo de
solução como supérflua. "Muitas empresas acreditam que agora - com ou sem razão – a comunicação
por vídeo, de pessoa para pessoa, é um gadget", diz.
Videoconferência em desktop
Subindo um nível, há os serviços que oferecem uma
maneira de incluir mais duas pessoas na plataforma
de conversação. Alguns serviços oferecem recursos
suplementares, como gravação de conferências, fluxos de vídeo de alta definição e algumas funções
administrativas, mas carecem de uma infra-estrutura de rede capaz de garantir a fluidez do vídeo. A
categoria inclui serviços como o ooVoo, o SightSpeed e a plataforma de vídeo de cinco vias da
Skype. Para este trabalho, a IDG testou o Skype e
o ooVoo.
Skype
A Skype começou a disponibilizar um serviço de vi-
Videoconferência
deoconferência para grupos em edições beta da versão 5.0 da sua plataforma. Para o trabalho foi testada a plataforma de cinco vias mas, actualmente,
a Beta 2 do Skype 5.0 suporta 10 vias - embora o
fornecedor sugira a limitação a cinco participantes
durante o período beta. A plataforma capaz de suportar a comunicação em grupo está disponível para
computadores com sistemas operativos Windows e
Mac.
Esta oferta da Skype tem alguma vantagem sobre as
plataformas de conversação, mas geralmente oferece a mesma qualidade – a imagem do serviço parece menos nítida do que a de um fluxo de vídeo
em alta definição.
O Skype tem a maior base de utilizadores de qualquer operadora de voz – 560 milhões, de acordo
com o seu mais recente balanço trimestral –, por
isso é muito provável que os clientes empresariais
e os colegas já tenham a aplicação instalada.
Para testar a plataforma foi feita uma ligação a quatro utilizadores de vídeo do Skype e ainda se acrescentaram mais dois participantes Skype só com
som. Usou-se uma ligação de 3 Mbps e outras em
linhas empresariais T1.
Na maior parte dos casos, o Skype funcionou bem
nas plataformas de vídeo. A qualidade da cor não
era tão elevada quanto a do serviço ooVoo mas manteve um fluxo de vídeo suave e consistente em
todos os momentos, sem vacilar. O Skype sacrifica
frequentemente a qualidade para manter a ligação
- ou seja, a imagem aparece muitas vezes desfocada ou “pixelizada” – mas isso é um bom compromisso.
A interface do Skype é muito familiar e fácil de usar
– quando se está habituado a usar o Skype para
chamadas de áudio, os recursos de vídeo são facilmente acessíveis, com controlos óbvios de início e
conclusão de chamadas. Ao contrário do ooVoo, no
entanto, o Skype não permite a partilha de ecrã durante conversas em grupo ou a capacidade de gravar as chamadas – recurso previsto para um futuro
lançamento, segundo a empresa.
As conversas de vídeo entre duas pessoas no Skype
são gratuitas, enquanto para as chamadas de vídeo
de grupo é necessário que pelo menos um dos utilizadores tenha uma assinatura do Skype Premium.
O Skype também oferece uma versão comercial do
serviço com uma ferramenta de gestão que lhe permite controlar vários recursos, monitorizar o uso e a
distribuição de créditos de chamadas aos funcionários. Essa versão também inclui uma versão beta
do recurso para grupos, a partir de 8,99 dólares, ou
6,1 euros por mês. Pagando-se uma taxa suplementar, obtém-se correio de voz e recursos de negócios, como o encaminhamento de chamadas
dentro do local de trabalho. O preço varia de acordo
com os serviços.
Felten, do Yankee Group, diz que o Skype é uma
ferramenta útil mas imperfeita. Para os clientes empresariais, cai na mesma categoria do Yahoo Messenger por não oferecer uma experiência de
telepresença imersiva. E, como outros serviços de
videoconferência desktop, o Skype é dependente
das ligações aos participantes em vez de ter uma
infra-estrutura de rede centralizada de controlo de
qualidade e latência. Assim, a qualidade pode ser
má para todos os participantes, quando se usam ligações de pequena largura de banda.
"Os sinais visuais só são úteis se forem em tempo
real", considera Felten. "Numa teleconferência clássica com pistas de som, é difícil perceber imediatamente que se está a falar. O vídeo pode ajudar,
mas apenas se o áudio e vídeo estão em perfeita
sincronia. O facto é que usando cinco fluxos de
vídeo Skype numa ligação de banda larga comum,
a qualidade não é geralmente afectada".
ooVoo
O serviço de chamada de vídeo da ooVoo funciona
com sistemas Windows e Mac e suporta videoconferência de seis vias. Também permite adicionar até
seis chamadas adicionais de áudio para um total de
12 participantes.
A qualidade do serviço da ooVoo é visivelmente superior à do Yahoo Messenger e do Skype. Usando
uma ligação de 3 Mbps, foram feitas seis chamadas
de vídeo e duas de áudio em simultâneo. O serviço
mantém um fluxo de imagens limpo durante grande
parte do tempo, sem a aparência irregular do Yahoo
Messenger, e a qualidade da cor é visivelmente melhor do que no Skype e Yahoo Messenger.
No entanto, a Skype faz um trabalho melhor ao ga-
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rantir que a ligação não se perde, mesmo com quebras de qualidade durante as videoconferências. No
OoVoo, o fluxo de imagens é interrompido ocasionalmente por meio segundo.
E o OoVoo acrescenta algumas características não
encontradas noutras ferramentas de videoconferência a partir do desktop. Com os produtos do topo de
gama para videoconferência e telepresença, muitas
vezes é possível gravar uma reunião e guardá-la
para fins de formação. O ooVoo oferece esta mesma
funcionalidade com o simples clicar de um botão.
Suporta a utilização do Twitter para envio de convites de reunião e até permite convidar pessoas que
não têm o software ooVoo instalado para participarem em comunicações de vídeo utilizando um browser.
A OoVoo oferece conversas por vídeo de pessoa para
pessoa. Só se paga para juntar mais participantes.
Os planos para empresas começam nos 39,39 dólares, cerca de 27,6 euros, sendo possível adicionar
alguns extras, como serviço de hierarquização de
clientes e a capacidade de partilha de ecrãs.
Em geral, o ooVoo é uma boa opção para empresas
que precisam de videoconferência. Oferece boa
qualidade de imagem para quem já tem uma ligação de banda larga bastante rápida mas não pode
pagar um sistema sofisticado de videoconferência
ou de telepresença.
Em resumo
Roopam Jain, analista principal para o mercado de
conferência e colaboração da Frost & Sullivan, diz
que as ferramentas de videoconferência para desktop como a ooVoo são uma boa opção para "reuniões focadas em conteúdo", como mostrar um
folheto de vendas a um parceiro de negócios ou demonstrar um protótipo. Essas opções de baixo custo
são adequadas a empresas "sem capacidade de
rede e ferramentas para implantar videoconferência de alta qualidade em larga escala por detrás da
‘firewall’", diz.
Sistemas modulares de videoconferência
Ao contrário dos sistemas de videoconferência para
desktop, as suítes modulares usam configurações
especializadas de hardware que se ligam a um televisor de alta definição e geralmente incluem vários componentes, como descodificador e câmara
de vídeo também de alta definição.
Enquanto alguns sistemas modulares se destinam
ao uso individual, outros foram concebidos para
serem usados em salas de reunião por vários participantes. Como seria de esperar, são mais caros que
os produtos de videoconferência de desktop, mas
muito mais acessíveis do que os sistemas de telepresença.
O sistema de videoconferência LifeSize Passport, é
um bom exemplo. Mas há alguns fornecedores de
telepresença, como a Tandberg/Cisco e a Polycom,
com sistemas modulares na sua oferta.
Passaporte LifeSize
A LifeSize Communications, divisão da Logitech,
oferece múltiplos produtos de videoconferência,
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Videoconferência
desde aplicações de vídeo para desktop a sistemas
de videoconferência de oito vias. O sistema LifeSize
Passport consiste numa câmara capaz de transmitir
vídeo a 720p a 30 imagens por segundo (fps) e um
dispositivo descodificador capaz de se ligar à televisão de alta definição, através de um cabo HDMI.
Como o serviço não é executado no computador,
não há software para instalar. E porque os participantes não estão a usar os seus próprios computadores, torna-se necessário usar pelo menos dois
sistemas para cada empresa.
O sistema Passport suporta apenas duas vias para
chamadas de vídeo mas outros sistemas LifeSize
podem acomodar mais participantes. Quando se
liga a um outro sistema LifeSize, tornamo-nos um
cliente desse anfitrião (“host”) e podem ser ligadas
quantas pessoas o anfitrião suportar.
Assim, no teste, embora dois outros participantes
estivessem a usar sistemas Passport, estavam conectados a um sistema “host” LifeSize Express
para uma chamada de vídeo de quatro vias.
A unidade do sistema Passport, que custa perto de
2500 dólares, perto de 1700 euros, sem taxas adicionais de serviço, funcionou muito bem. Não há
problemas com mais ecrãs porque se está a usar
uma ligação de um ponto para outro entre terminais LifeSize.Não se está a usar o sistema operativo Windows nem Mac.
A qualidade do fluxo de imagens foi mais suave e
mais consistente do que no Yahoo Messenger,
Skype ou ooVoo. Foi testada numa ligação a 3 Mbps
em ligação doméstica para o dispositivo anfitrião,
com os outros dois participantes a usarem ligações
empresariais T1.
Configurar o sistema é fácil - basta activar o descodificador e a câmara, e ligar a um monitor de alta
definição. Para fazer uma chamada, digita-se o endereço IP único do descodificador anfitrião.
É possível gravar videoconferências no LifeSize e
hospedá-los em Videocenter.lifesize.com. Mediante
a instalação de uma aplicação no computador e
uma ligação ao descodificador é possível partilhar o
ecrã durante uma videoconferência.
Os produtos LifeSize são mais interoperacionais
com os sistemas de videoconferência do que com
serviços de vídeo para desktop. Suportam a norma
IMTC (International Multimedia Teleconference
Consortium) e, por isso, é possível usar sistemas LifeSize com sistemas de telepresença da Sony ou da
Tandberg, por exemplo. No entanto, a Cisco e os
sistemas de telepresença da Polycom analisados
mais adiante não suportam a IMTC e, portanto, não
funcionam com o LifeSize.
O LifeSize também inclui um cliente Skype no sistema Passport para que se possa ligar a utilizadores
do Skype, embora não seja possível realizar uma videoconferência a 10 vias.
Empresas que investem no software de gestão LifeSize Control conseguem gerir reuniões, ver os relatórios sobre a utilização do sistema e configurar os
níveis de segurança para todas as chamadas de videoconferência. O software também se pode integrar com o Microsoft Outlook ou com o Google
Calendar (mas não com o Lotus Notes) para que os
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utilizadores possam marcar reuniões a partir de um
computador, accionando automaticamente uma videoconferência para todos os participantes. O software LifeSize Control corre em Windows Server
2003 SP2 ou 2008 R2.
Apesar de tudo, o sistema LifeSize tem um aspecto
negativo: a ferramenta de videoconferência utiliza a
abordagem tradicional de um produto de hardware
ligado a um televisor, o que pode parecer curioso
para o utilizador empresarial típico. Embora exista
uma consola de gestão e de partilha de ecrã, estes
são adições ao produto de base que deve ser instalado no seu computador e configurado separadamente.
Em resumo
Robert Mason, analista do Gartner Group dedicado
ao mercado da videoconferência, diz que os sistemas modulares, como os oferecidos pela LifeSize
são uma boa opção para empresas com uma força
de trabalho distribuída. Especialmente aquelas que
não querem ter salas de videoconferência dedicadas nos escritórios regionais ou no edifício-sede. Os
sistemas modulares são para aquelas que "querem
maximizar a qualidade da experiência imersiva, mas
não investem em salas", diz Mason.
As salas de telepresença
No topo da oferta de mercado de videoconferência,
os sistemas de telepresença imersiva exigem salas
de reuniões dedicadas a um conjunto de hardware
concebido para proporcionar o mais parecido com
um encontro cara-a-cara. Os líderes neste mercado
incluem gigantes das TIC como a Cisco, a HP e a
Polycom. Para este trabalho foram testados o TelePresence System, da Cisco, e o RealPresence, da
Polycom.
TelePresence System
A Cisco é capaz de fornecer a infra-estrutura de
rede necessária para fazer o seu sistema de telepresença funcionar muito bem. Mas, nos testes, a
experiência com o TelePresence System foi classificada um pouco abaixo da experiência proporcionada pela Polycom.
A plataforma usada foi de gama média, o CTS
3000, para seis pessoas em Bloomington, no Minnesota (EUA). Os mesmos monitores LCD e equipamentos são utilizados na sua oferta para 18
pessoas, o CTS 3200. A Cisco utiliza três ecrãs LCD
de 65 polegadas. Proporcionam uma resolução de
1080p a 30 imagens por segundo. Nos testes, a
qualidade do vídeo carecia de vivacidade e brilho:
os movimentos das mãos e gestos eram suaves mas
menos realistas do que na experiência obtida com
a suite da Polycom. A cor não era tão brilhante,
nem a nitidez.
Combinar uma sessão no CTS é extremamente fácil.
Videoconferência
tornar o som mais realista). Tal como na oferta Polycom, a suite da Cisco fez um excelente trabalho
para tornar o som realista. Por exemplo, se alguém
está a falar para a sua esquerda, o som vem dessa
direcção.
A Cisco oferece uma grande variedade de produtos
de videoconferência, os quais podem integrar-se
todos com a suíte CTS. Durante uma demonstração, a sala estava ligada a outro conjunto de CTS
em San José, na Califórnia, com um sistema EX90
e a uma sala de telepresença T3 da Tandberg, tudo
ao mesmo tempo. (A Cisco adquiriu a Tandberg em
Abril de 2010.)
Os preços dos sistemas de telepresença da Cisco
são geralmente menores do que os das suites da
Polycom. As taxas mensais de manutenção e suporte variam de acordo com a implantação nas empresas.
Felten diz que a Cisco oferece aos clientes da empresa uma vantagem distinta sobre outros fornecedores de telepresença, devido ao simples facto de
ter tantos sistemas instalados - cerca de 800 em
todo o mundo. Isso significa que escolher a Cisco
pode oferecer a capacidade de se conectar com
mais suites de telepresença, incluindo aquelas dos
hotéis. E a Cisco é o prestador de serviços para o
backbone da rede de telepresença, mesmo para os
sistemas que não são da Cisco, diz.
O CTS 3000 integra-se directamente em Lotus
Notes e Microsoft Outlook. À medida que se agenda
uma reunião num desses clientes, basta adicionar
as salas de telepresença para a reunião e os sistemas de back-end automaticamente configuram a ligação e colocam um aviso de reunião no telefone da
sala. Para iniciar a reunião, basta tocar no aviso de
convocatória no telefone. (Também se pode digitar
um número vinculado directamente a cada suíte).
A Cisco defende especificações mais rígidas do que
a Polycom para as suas salas de telepresença: recomenda a mesma cor creme para todas as salas,
com exactamente as mesmas cadeiras e a mesma
iluminação. Uma luz sobre o LCD acrescenta um
brilho suave do outro lado da sala, e esta iluminação uniforme dá aos participantes um olhar realista,
como se eles realmente estivessem sentados na
mesma sala.
Alguns toques interessantes dão maior brilho à experiência de reunião virtual. É possível ligar um portátil, mas não existem monitores adicionais na sala.
Em vez disso, o ecrã é projectado logo abaixo dos
ecrãs LCD principais, mantendo o foco para a frente
e comprometido com a reunião. Um ícone aparece
nos ecrãs LCD para indicar que o portátil está ligado.
A Cisco detém 40 patentes relacionadas com telepresença, incluindo 20 apenas para som (como
uma técnica de cancelamento de eco que ajuda a
RealPresence Experience (RPX, da Polycom)
A sala de telepresença da Polycom parece mais
realista do que a da Cisco e será a primeira escolha para as grandes empresas que exigem qualidade absoluta para as suas reuniões de negócios
virtuais.
A RealPresence Experience (RPX) High Definition
400 Series foi testada em San Jose (na Califórnia,
EUA). Curiosamente, usa uma definição de vídeo a
720p mais baixa do que os 1080p usada nas suítes de telepresença da Cisco. Contudo, funciona a
60 fps em vez dos 30 fps da Cisco. Assim, os movimentos das mãos e do corpo foram apenas um
pouco mais realistas do que na sala de telepresença
da Cisco. O sistema também foi testado a 1080p,
que corre a 30 fps. Embora a imagem aparecesse
com mais cor e nítida, os movimentos da mão e outros gestos não eram tão realistas.
A qualidade da cor, extremamente importante para
a extensão realista de um posto de conferência para
o outro, foi excelente. A posição da câmara é perfeita para encontros cara-a-cara: era possível olhar
bem nos olhos de um interlocutor e ele olhar de
volta. A sala de telepresença da Cisco ficou um
pouco aquém neste aspecto.
O RPX 400 Series utiliza quatro monitores de 48
polegadas de retroprojecção, todos montados numa
parede de vídeo (“videowall”), com “costuras”
quase imperceptíveis entre eles. (Há também uma
opção para oito fontes de vídeo). A Polycom faz um
excelente trabalho de sincronização da iluminação
em cada sala com as câmaras, feitas por encomenda pela Sony para a sala de telepresença. Isto
significa que raramente existem diferenças de cintilação ou de iluminação entre as salas.
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Cada suíte possui quatro monitores de 17 polegadas. Aos monitores LCD montados é possível ligar
um portátil, que aparece no ecrã LCD local e nas
outras salas de conferências, para se poder partilhar informação gráfica nos ecrãs.
Por uma taxa anual, a Polycom pode tratar da agenda
de reuniões e monitorizar os quartos para garantir
que todos estão ligados – e pode haver uma webcam
suplementar em cada suíte para os administradores
acompanharem as reuniões. A Polycom não é tão rígida nas especificações sobre a sala como Cisco. E,
por exemplo, não exige que a pintura da sala seja
exactamente a mesma para cada sala.
Como as CTS da Cisco, a RPX da Polycom funciona
com o Outlook e o Notes para suportar o fácil agendamento de reuniões. No entanto, a infra-estrutura
de “back-end” da Cisco é, normalmente, muito
mais robusta do que a da Polycom. Nos testes, as
ligações de vídeo da Cisco foram sempre fáceis.
Com a Polycom, houve algumas falhas menores, nomeadamente com o seu “codec” de vídeo (o software usado para comprimir vídeo para distribuição
na rede).
Por outro lado, Elliot Gold, presidente da consultora Telespan Publishing, dá nota alta à capacidade
de interoperacionalidade deste sistema: "a vantagem da Polycom é ter sistemas totalmente baseados em normas que os tornam interoperacionais,
não apenas com novos sistemas mas também com
os sistemas legados, instalados na última década".
Os preços para as suítes da Polycom são geralmente
superiores às de telepresença da Cisco. As plataformas Serie 400, com capacidade máxima de 18
pessoas, custam cerca de 600 mil dólares, cerca
de 414 mil euros. Uma sala com um “videowall”
de dois ecrãs para quatro pessoas custa cerca de
450 mil dólares, pouco mais de 310 mil euros. Os
custos de manutenção mensal e suporte variam
consoante o nível contratado. A Polycom oferece
também contratos de arrendamento de instalações
de telepresença e diz que o preço varia de acordo
com o modelo e a oferta de serviços.
Em resumo
Quem deve optar por salas de telepresença? Gold
diz que estas soluções são concebidas para o escalão mais elevado das grandes empresas que não
precisam de portabilidade e podem suportar os custos do equipamento de vídeo e das adaptações das
salas.
A telepresença "representa o nível mais elevado da
experiência de comunicação visual", acrescenta
Jain. "Se uma empresa tiver orçamento, infra-estrutura de rede e largura de banda, a telepresença
imersiva pode proporcionar uma experiência de comunicação de alto nível, com um ROI rápido".
Seja qual for o orçamento, há uma opção de videoconferência capaz de beneficiar a actividade da sua
empresa: desde a facilidade inicial do Yahoo, para
uma rápida conversa com um colega, até utilizar
um sistema baseado em salas modulares para uma
demonstração de produto ou realização de uma reunião formal de 20 pessoas com executivos num escritório em Singapura.<CW
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Videoconferência
Etapas para uma implementação bem sucedida nas PME
A videoconferência tornou-se móvel. Basta ver o último iPhone. Embora os consumidores individuais tenham agora videoconferência na ponta dos
dedos, muitas PME ainda estão a usar outros modelos de comunicação. E, em muitos casos, as mensagens instantâneas não são suficientes, os emails parecem inexpressivos e os telefonemas são apressados.
Desenvolver planos de formação de pessoal, de agendamento e de suporte à medida
Apesar dos potenciais benefícios de uma nova tecnologia, os utilizadores inexperientes não devem usar
o sistema imediatamente. A integração harmoniosa
exige o planeamento do suporte “back-end”. Mais
importante, os utilizadores devem compreender como
e quando usar o sistema. Além disso, uma gestão de
agenda adequada minimiza o conflito em sistemas
de múltiplos utilizadores. Finalmente, compreender
como as TI suportaram o sistema e comunicar essa
informação aos utilizadores ajuda a reduzir a incerteza e a gerir as expectativas.
Ao contrário de outras soluções, a videoconferência
suporta reuniões cara-a-cara sem o custo ou inconveniência de viajar. Além disso, um sistema de videoconferência pode aliviar mais do que as pressões da
viagem - pode igualmente reduzir custos operacionais
e oferecer oportunidades de formação à distância, ao
mesmo tempo com uma melhoria da qualidade das
interações.
Fazer a mudança para a videoconferência pode ser
perturbador e as PME, ao considerarem a adopção
desta tecnologia, devem ter em conta vários aspectos.
Escolha do sistema
Os tipos de sistemas de videoconferência englobam
desde a gama de sistemas de telepresença imersiva às
aplicações baseadas em PC, todos com diferentes
custos e benefícios. Determinar a melhor relação entre
os dois aspectos exige uma compreensão clara das expectativas dos membros da organização e os factores
de negócio por detrás da implementação da solução.
Se o fim pretendido é a comunicação entre executivos, possivelmente será preferível optar por uma elevada qualidade de vídeo. Se, no entanto, uma
empresa quer usar o sistema de colaboração de vídeo
"de muitos para muitos", com vários utilizadores em
locais separados, então a solução com definição de
vídeo mais básica será a escolha mais lógica.
A escolha de um sistema de videoconferência também depende do tamanho da sala, da audiência e do
nível de experiência do utilizador. Para uma grande
sala de conferências, certifique-se de que o sistema
consegue suportar movimentos de câmara panorâmicos, verticais e de zoom, além de suportar vários monitores e microfones. Se o sistema tiver vários
terminais, é importante considerar uma aplicação de
gestão de conferência com várias fontes de vídeo,
assim como capacidades de gravação, integrada com
firewall.
A aceitação dos membros da organização
A videoconferência pode sobrecarregar significativamente a rede, exigindo níveis mais altos de prioridade
e afectando a qualidade de serviço (QoS) de outras
aplicações. Antes de embarcar numa implantação de
videoconferência em larga escala, é necessário uma
avaliação da rede para garantir que é bastante robusta
e tem um sistema de QoS capacitado para hierarquizar o tráfego de forma adequada. Embora uma avaliação completa não seja necessária para acrescentar
recursos de videoconferência, é altamente recomendada.
Demonstrar o elevado valor e um retorno sobre o investimento (ROI) rápido, acelera muitas vezes um projecto empresarial e as alterações nos sistemas
informáticos. Para ganhar a aceitação dos executivos,
as PME devem definir claramente o ROI desde o início, incluindo custos, incrementos de produtividade e
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um cronograma para alcançar as poupanças.
Implantação efectiva
Entender as necessidades únicas do negócio é apenas o começo. É preciso ainda escolher um sistema de
gestão e obter o apoio da administração.Como qualquer introdução de novas tecnologias, o seu sucesso
depende de um planeamento adequado. Aqui estão
alguns aspectos-chave:
Identificar os pontos de instalação
Implantar a tecnologia nos locais (por exemplo, escritórios ou salas de conferências), considerando onde
se vai tirar o máximo proveito da plataforma, quem
aproveitará melhor e qual a finalidade de a ter nesse
sítio. No estudo das localizações, é importante documentar configurações de rede e de sistemas para aumentar a velocidade na resolução dos problemas.
Teste de rede e de sistema
Tanto no caso de terem sido feitas alterações para aumentar a largura de banda, acelerar a capacidade de
resposta ou melhorar o acesso dedicado, a rede deve
ser testada. Em seguida, é importante testar o sistema
em cada local de instalação, considerando as diferentes finalidades. Uma vez confirmado o padrão de
uso dos sistemas de teleconferência, a realização alargada de testes pode ajudar a determinar se as configurações actuais suportam futuras funcionalidades,
como a actualização de recursos de videoconferência
ou a expansão das capacidades da organização.
Evitar armadilhas habituais
Trabalhar com um parceiro de tecnologia experiente
tem os seus benefícios – nomeadamente porque eles
sabem dos "pontos críticos" e como lidar com eles ou
os evitar. Aqui estão os erros mais comuns:
- Adoptar a tecnologia "apenas porque sim": adquirir
o apoio institucional ou dos executivos antes de empreender um projecto garante que todos estão confortáveis com o porquê da aplicação. Não assegurar
os apoios necessários compromete o sucesso do projecto a longo prazo.
- Esquecer-se da infra-estrutura básica necessária
para suportar a tecnologia: é fácil ficar animado
com a tecnologia de “front-office” e esquecer a
infra-estrutura que a capacita. Não faça atalhos ao
tratar da infra-estrutura. Quando as organizações
falham em garantir que a rede pode suportar o
novo sistema, o resultado pode ser de má qualidade e uma experiência geral do utilizador abaixo
do normal.
- Acreditar que o sistema será rapidamente adoptado:
faz parte da responsabilidade do departamento de
TI conduzir a adopção de novas tecnologias pelo utilizador no dia-a-dia. Não presuma que os utilizadores vão abraçar a aplicação de imediato, sem
qualquer compreensão ou incentivo.
- Focar-se no pormenor em vez do geral: ter um planeamento e expectativas adequadas garante que o
inesperado, como fios defeituosos ou um mau funcionamento do computador, nunca vão obrigar a um
desvio do objectivo central.
Em última análise, a implantação de um sistema de
videoconferência não é diferente da instalação de outras novas tecnologias: comunicar o propósito e os benefícios antecipadamente garante que os utilizadores
obtêm todos os potenciais ganhos quando o sistema
estiver a funcionar.
Ao seguir estes passos e focando-se em metas concretas, a videoconferência pode ser uma ferramenta
de comunicação altamente eficaz. Haverá sempre alguns tropeções pelo caminho, mas, se forem antecipados, o resultado final corresponderá às
expectativas.<CW
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Fevereiro 2011 - COMPUTERWORLD
Videoconferência
A infra-estrutura
face às expectativas
8|
Suportar as expectativas com investimento em infra-estrutura e funcionalidades está no centro da análise da
necessidade de fazer mais ou menos gastos iniciais.
Grande parte das empresas portuguesas já tem
infra-estrutura capaz de suportar videoconferência
sem grande investimento adicional, de acordo com
vários responsáveis da indústria. Isso depende naturalmente do grau de evolução tecnológica da organização e do nível mais ou menos sofisticado da
plataforma a usar. Além disso, a experiência pretendida e as expectativas têm uma palavra a dizer.
A videoconferência é uma aplicação de comunicação em tempo real que requer uma boa infra-estrutura, disponibilidade de serviço e mecanismos que
minimizem a sua congestão, lembra Luís Martins,
da Syncrea. “No entanto, tanto por já existirem
infra-estruturas de qualidade, como recorrendo a
mecanismos que os próprios fabricantes incorporam nas suas soluções - tornando-as mais imunes
à influência da rede (tais como o AMC – Adaptive
Motion Control e o FEC-Forward Error Correction) , é possível, sem grande investimento, implementar
plataformas de videoconferência”, diz. Na visão da
PT, “o grau de sofisticação das soluções actuais
permite adaptar as mesmas às infra-estruturas existentes nas organizações, sem a necessidade de investimentos adicionais”.
Segundo João Gonçalves, da Cisco, a qualidade das
redes LAN e WAN disponibilizadas pelos operadores nos últimos anos tem vindo a melhorar muito.
Nas últimas, o responsável considera que Portugal
é um bom exemplo de implantação de fibra pelos
operadores. Mesmo assim, a Optimus considera que
“a proliferação de ligações de alta velocidade nas
várias tecnologias, fixas ou móveis, que hoje existem ou se avizinham, serão determinantes para acomodar o tráfego que em quatro ou cinco anos se
espera ser responsável pela maior fatia de consumo
de tráfego a nível global”.
Neste contexto, Daniel Nunes, da Nextiraone, alerta
para a necessidade de confirmar que a rede responde de forma adequada aos requisitos dos serviços de videoconferência, seja utilizando uma rede
privada ou a Internet. A rede deverá ainda ser flexível e escalável para suportar futuras evoluções em
termos de tecnologia ou capacidade. “Actualmente,
e uma vez que os preços dos televisores e monitores de alta definição se tornaram cada vez mais
acessíveis, muitas empresas já só consideram os
sistemas de vídeo com capacidade de alta definição. Mesmo que não possam usar esta funcionalidade no imediato, por restrições de investimento
adicional em largura de banda e/ou equipamentos,
é sempre importante considerar essa opção no futuro”, defende.
Apesar do optimismo esperado dos fabricantes e integradores de tecnologia, Sérgio Imperial, da IBM,
considera que na revisão da infra-estrutura pode ser
detectada a necessidade de “um investimento adi-
cional por parte da organização, de forma a garantir o desempenho esperado dessa mesma solução
de videoconferência”. Pode ser esse o caso quando
se pretendem soluções mais avançadas, como plataformas de alta definição.
Internet é insuficiente para a alta definição
“O nível de exigência dos utilizadores e a facilidade
de acesso a equipamentos de videoconferência que
permitem vídeo de alta definição colocam nas comunicações o desafio de corresponder a expectativas elevadas”, explica José Alvarenga, da TeleHG.
“A realidade é que a Internet comum tem demonstrado ser insuficiente para a videoconferência” em
alta definição, excepto em circunstâncias limitadas
e sujeitas a circunstâncias do momento. reflectindo
sobrecargas aleatórias na Internet.
Segundo este responsável, “dentro de certos limites,
o operador de comunicações pode proporcionar soluções paliativas”. Contudo, considera que “a simplicidade de satisfazer o vulgar cliente de Internet não
tem paralelo com o nível de exigência que o cliente
utilizador de videoconferência profissional coloca”.
Na realidade, ainda de acordo com José Alvarenga,
“não é economicamente viável para o operador de
comunicações disponibilizar um serviço corrente de
Internet que seja consentâneo com o nível de exigência da videoconferência”.<CW
Investimento adicional para expandir funcionalidades
É necessário distinguir a capacidade já disponível nas empresas “do investimento adicional, que é
necessário efectuar, para expandir as funcionalidades dos sistemas de comunicação tradicionais”,
considera o responsável da Microsoft, Paulo Calado.
Para José Alvarenga, da TeleHG, apostar em infra-estrutura é relevante apenas em certos casos,
como para obter “funcionalidades de gravação, MCU (videoconferência multiponto, isto é, envolvendo mais de dois locais), bridging RDIS e Webcast”.
A expansão de funcionalidades pode ser implementada de três formas, segundo Paulo Calado:
- adquirir e implementar uma plataforma de videoconferência nas suas instalações (modelo tradicional);
- subscrever um serviço de conferências (áudio, vídeo e web) numa plataforma de cloud computing;
- apostar num modelo misto (parte da solução implementada nas instalações do cliente e outra
em cloud computing) que permita à organização transitar para a solução de cloud computing ao
seu ritmo, ajustando os serviços a transitar de acordo com as suas necessidades.
COMPUTERWORLD - Abril 2011
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Videoconferência
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Cloud ajuda mas envolve análise cuidada
A videoconferência baseada em cloud computing emerge como
uma solução para os problemas de muitas PME, com pouca capacidade de investimento inicial. Mas, segundo Daniel Nunes, “é
necessário fazer alguma análise prévia face ao custo deste modelo ao longo do tempo (Capex vs Opex)”.
Para este responsável da Nextiraone, é preciso ter em atenção
“as limitações e questões de disponibilidade” que poderão existir. “A grande questão que se coloca neste modelo de cloud computing é no caso de a empresa ter problemas, haverá
interlocutores capazes de a auxiliar nesse momento? É um modelo interessante em determinados aspectos, mas nem sempre
proporciona as mesmas condições que um sistema instalado na
própria infra-estrutura. É algo que dependerá muito das necessidades e das expectativas de cada empresa”, explica.
Mas, de acordo com João Gonçalves, a cloud computing permitirá
ter nas comunicações por vídeo os mesmos modelos e flexibilidade que se aplicam hoje à voz. “Para clientes que não necessitem de gerir a sua própria infra-estrutura de comunicações,
podem definir-se vários modelos financeiros (e.g. "pay-as-yougo") e modelos de negócio de acordo com as necessidades dos
clientes (pagamento por portos usados, por tipo de equipamento,
etc)”.<CW
COMPUTERWORLD
PROPRIEDADE
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A IDG (International Data Group) é o líder mundial em media, estudos de mercado e eventos na área das tecnologias de informação (TI). Fundada em 1964, a IDG possui mais de 12.000 funcionários em todo o mundo. As marcas IDG –
CIO, Computerworld, CFO World, CSO, Channel World, GamePro, InforWorld, Macworld, PC World e TechWorld – atingem uma audiência de 270 milhões de consumidores de tecnologia em mais de 90 países, os quais representam 95% dos
gastos mundiais em TI. A rede global de media da IDG inclui mais de 460 websites e 200 publicações impressas, nos segmentos das tecnologias de negócio, de consumo, entretenimento digital e videojogos. Anualmente, a IDG produz
mais de 700 eventos e conferências sobre as mais diversas áreas tecnológicas. Pode encontrar mais informações do grupo IDG em www.idg.com
Abril 2011 - COMPUTERWORLD
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Videoconferência
Popularidade condicionada na empresa
Uma ferramenta disponibilizada em freeware permite monitorizar transmissões em tempo real.
A adopção da videoconferência tende a crescer
tanto no meio doméstico como nas empresas.
Mas, especialmente neste ambiente e apesar das
suas vantagens, enfrenta interesses que pouco
têm a ver com os objectivos das organizações.
Além dos aspectos mais tecnológicos.
Apesar da popularidade da comunicação por vídeo
a partir de um desktop, os profissionais da América do Norte e da Europa manifestam pouco interesse em usar a tecnologia no trabalho, de acordo
com um estudo da Forrester Research. Muitos
agentes de mercado excusam-se a tentar explicar
esta realidade.
Contudo, parece ser vulgar que alguns responsáveis das empresas preferem, nem sempre pelas razões mais racionais, dispensar a videoconferência.
Esta é muitas vezes uma tecnologia capaz de tornar injustificável a deslocação ao estrangeiro para
realizar uma reunião, após a qual se visita a cidade onde ela decorreu. E nem sempre executivos
ou simples colaboradores estão dispostos a prescindir desta parte da agenda. Mas há outras razões.
Na visão da Optimus, “algumas aplicações não
deixam de ser soluções que estão somente disponíveis na sua própria comunidade de utilizadores,
o que pode limitar a sua utilização efectiva”. Nos
ambientes empresariais, há necessidade de controlar o uso destes meios de comunicação. E,
nessa abordagem, adoptam-se soluções “restritas
COMPUTERWORLD - Abril 2011
ao universo interno das empresas e, com raras excepções, a alguns parceiros de negócio”.
“O ‘mix’ de capacidade de utilização e inter-operação entre solução de mensagens instantâneas,
videochamadas, salas de videoconferência e soluções de videoconferência a partir de desktops ou
tablets, com a adição de aplicações ou soluções
de partilha de informação, será um factor crítico
para a sua maior adopção”, defende um responsável da operadora.
Falta também o efeito de rede, para o qual a interoperacionalidade entre sistemas e operadores no
mercado é essencial. A Optimus invoca o exemplo
das comunicações de voz, as quais dispensam a
preocupação de conhecer que aplicação, sistema
ou protocolo utiliza um potencial receptor. “Ter
uma única identidade e referenciar o destinatário
com uma única entidade” será também um factor
importante. E a gestão de contactos fica facilitada.
Paulo Calado, da Microsoft, refere como obstáculos à adopção, a existência de um grau importante
de complexidade nas soluções. Na visão do fabricante, utilizadores e organizações têm de lidar
com demasiadas ferramentas e “desafios à eficiência de custos de uma organização”. Adensando o problema, existe uma falta de integração,
dificultando o suporte à dispersão das equipas, à
mobilidade da força de trabalho e mesmo ao desenvolvimento de soluções inovadoras.
Mesmo assim, este responsável não deixa de de-
fender que “o valor acrescentado das soluções de
conferência é cada vez mais evidente para as organizações e para os utilizadores. E cita um estudo da Frost & Sullivan, segundo o qual apenas
10% das pessoas utilizam soluções de conferência
na Web, mas 80% dos utilizadores de ferramentas de produtividade referem que a utilização
desta forma de comunicação seria uma mais-valia
para o seu quotidiano.
Falta de qualidade inibe utilização
“Os sistemas profissionais de alta qualidade são
eles próprios catalizadores da sua própria adopção
nas organizações, isto é, o que temos visto é que
quanto maior for a qualidade dos sistemas de
vídeo, maior é o valor que traz para as organizações e assim maior é a sua adopção”, afirma João
Gonçalves, da Cisco. De acordo com este responsável, o crescimento da videoconferência no mercado empresarial, funda-se no uso de soluções
corporativas em detrimento das soluções mais
simples usadas no mercado de consumo. Imperam
as exigências de qualidade de serviço, a alta definição, a segurança e a integração com as restantes plataformas de colaboração das organizações.
Na mesma linha, José Alvarenga assegura que os
codecs – software de codificação e descodificação
de sinal – de videoconferência foram concebidos
para responder às necessidades profissionais das
empresas.<CW
Videoconferência
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Vídeo no trabalho não
motiva colaboradores
A maioria dos trabalhadores não tem capacidades de comunicação por vídeo a partir do seu
desktop, de acordo com um relatório da Forrester. Mas também não estão interessados nisso.
Apesar da popularidade da comunicação por vídeo a partir de um desktop,
usando serviços como o Skype ou o FaceTime, os profissionais da América do
Norte e Europa têm pouco interesse
em usar a tecnologia no trabalho, de
acordo com a Forrester Research.
Dos mais de 5.400 empresários entrevistados, 72% não tem capacidades
de comunicação por vídeo no desktop,
segundo o estudo "Information Workers
Are Not Quite Ready for Desktop Videoconferencing", da Forrester. Os restantes ou já as utiliza ou pretende
fazê-lo, diz o documento.
Assim, 30% das empresas já têm essa
facilidade e outros 19% manifestam
intenções de o vir a ter. Mas, das empresas que têm a tecnologia, apenas
15% dos trabalhadores dizem que a
utilizam. "Os dados sugerem que as
implantações nas empresas começam
com pequenos segmentos", diz o relatório.
Os executivos de alto nível - CEO, directores, presidentes e vice-presidentes - são os mais propensos à utilização
de vídeo no desktop: entre 31% a
42% dos trabalhadores com esses títulos usam-na, diz a Forrester.
Os três principais usos englobam as
actividades de comunicação interna
(51%), reuniões de executivos (41%)
e aprendizagem e formação à distância (33%). Reuniões com clientes,
sessões de brainstorming e reuniões
com parceiros representam 30% de
utilização, ainda de acordo com o estudo.
Os 13% que não têm capacidades de
comunicação por vídeo a partir do
desktop mas a querem, afirmam que a
utilizariam para rotinas de comunicação interna (61%), ensino à distância
e formação (44%), brainstorming
(43%) e promoção de melhores relações com trabalhadores externos
(35%).
Esta melhor ligação com os colaboradores externos ou em mobilidade
"pode ser mais um indicador da distribuição limitada da tecnologia e não da
sua eficácia neste cenário", diz o trabalho.
As barreiras à adopção de facilidades
de comunicação por vídeo no desktop
incluem a preocupação com a sobrecarga das redes e a necessidade de actualizações significativas. "Nós não
vemos isto como sendo uma situação
única", diz a Forrester, "é algo com que
muitas empresas vão lidar ao definirem
e colocarem em prática a sua estratégia de implantação de videoconferência".
O apoio da administração e o incentivo
para a utilização das referidas facilidades de vídeo são a chave para convencer os trabalhadores relutantes para a
sua adopção, dizem os analistas. A
regra primordial deve ser a flexibilização da introdução da tecnologia, de
forma a que a infra-estrutura e os funcionários possam estar preparados.
Sim em casa, não no escritório
Um outro estudo, da Damovo e revelado em Dezembro passado, mostrou
que quase 40% dos funcionários de
escritórios receia a videoconferência,
principalmente por estarem preocupados com a aparência diante das câmaras - mas 88% declarava não ter
problemas em usar os serviços de vídeo
com os amigos ou familiares.
O trabalho da empresa de serviços de
TI revelou que um em cada 10 têm
vergonha de falar frente a uma videocâmara pois sente-se como se estivesse a falar em público, enquanto
daqueles felizes no uso das comunicações de vídeo, 19% dizem que o seu
local de trabalho (em casa ou na estrada ) não é adequado para o vídeo.
No entanto, quase dois terços (63%)
dos trabalhadores de escritório acreditam que são mais propensos a tomarem medidas na sequência de uma
videoconferência do que após ter recebido um email contendo as mesmas
instruções ou informações.
“Há ainda uma percepção de que
qualquer vídeo, seja de conferência
multi-partes ou pessoa a pessoa, no
local de trabalho, deve ter lugar numa
sala especial com equipamento técnico”, diz Alex Donnelly, gestor do portefólio da Damovo no Reino Unido.
“No entanto, a videoconferência é
agora possível na mesa de um trabalhador ou em casa, desde que se tenha
uma câmara com um microfone e uma
ligação de banda larga. O vídeo já não
é tão caro quanto antes e deve ser
usado como uma extensão do pacote
de comunicações”.
Donnelly acrescenta que mais organizações devem incentivar os seus trabalhadores a usar a videoconferência e
a tratá-la da mesma forma como agora
“pegam no telefone ou vão a pé até a
mesa de alguém para conversar”. No
entanto, 88% dos 1000 inquiridos admitiu já ter utilizado serviços de vídeo
como o Skype para falar com amigos
ou familiares em casa.
O estudo revelou ainda que 69% disseram que a comunicação on-line significa perder as vantagens da interação
pessoal, como ser capaz de entender
as expressões faciais dos interlocutores.<CW
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Videoconferência
É necessário “criar habituação”
Muitas razões para não se usar a videoconferência são supérfluas e pouco profissionais, segundo
Filipe Carrera, professor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). O mesmo defende a
utilização da tecnologia como factor de produtividade mas admite haver barreiras importantes,
mesmo mentais.
e de camisa com gravata!
Para promover a utilização da videoconferência nas empresas é necessário “criar habituação” entre os
potenciais utilizadores, explica em
entrevista Filipe Carrera. O docente é
um forte defensor da referida tecnologia como factor de produtividade,
face às “inúteis” reuniões. Nesse
contexto explica dados e conclusões
obtidas em estudos da Forrester Research e da Damovo sobre a penetração da videoconferência nos meios
empresariais. E recomenda acções
capazes de produzirem “efeitos de
demonstração”. Acaba por ir mais
longe, ao considerar que muitas vezes
as reuniões presenciais servem de
pretexto para viajar sem necessidade.
Contudo, ressalva a necessidade de
se assegurar momentos de socialização dentro das empresas, em vez das
reuniões presenciais.
Computerworld – Num estudo da Damovo, 69% dos entrevistados disseram que a comunicação online
significa perder as vantagens da interacção pessoal, como ser capaz de
entender as expressões faciais dos interlocutores. Uma vez que defende a
videoconferência face à reunião tradicional, como explica isto?
Filipe Carrera – É simples. Os entrevistados vêem as reuniões ainda
como uma componente de socialização. Além disso, consideram a videoconferência difícil de usar, quando já
não é. Grande parte das reuniões são
inúteis e constituem uma perda ainda
maior de tempo, o dobro, quando se
conta com a duração das deslocações
para os sítios das reuniões.
CW – O trabalho da empresa de serviços de TI revelou que um em cada
10 tem vergonha de falar frente a
uma câmara pois sente-se como se
estivesse a falar em público, enquanto daqueles felizes no uso das
comunicações de vídeo, 19% dizem
que o seu local de trabalho (em casa
ou na estrada) não é adequado para o
vídeo. Que comentário lhe merece
isto?
FC – Isso acontece devido a uma bar-
COMPUTERWORLD - Abril 2011
reira mental que existe e tem a ver
com a forma como o vídeo entra em
casa das pessoas: pela televisão.
Quando em reunião com quatro pessoas, sentem-se a falar só com essas
pessoas. Mas, na videoconferência, a
impressão é a de que estão a comunicar em público, para milhares de
indivíduos. Tem a ver com a experiência anterior dos indivíduos.
CW – Como se ultrapassa esse receio,
através da individualidade de cada
um?
FC – Se as empresas não tomarem
medidas para os empregados adoptarem compulsivamente a videoconferência, vai ser mais difícil
conseguirem-no. Além disso, os chefes têm de dar o exemplo, é necessário
produzir
um
efeito
de
demonstração.
Mas há também aquilo que as pessoas não dizem: as reuniões são um
bom pretexto para experimentar um
bom restaurante, para estadias noutra cidade ou simplesmente para viajar.
CW – Quase 40% dos funcionários de
escritórios receia a videoconferência,
principalmente por estarem preocupados com a aparência diante das câmaras - mas 88% declarava não ter
problemas em usar os serviços de
vídeo com os amigos ou familiares.
Como explica este aspecto?
FC – Tem a ver com a experiência anterior relacionada com a televisão. Se
um pivô de televisão aparecer sem
gravata a apresentar o Telejornal não
é natural. É uma questão de neutralidade e de camuflagem com o programa. E, assim, muitas pessoas
quando têm reuniões precisam de
passar todo o dia de gravata, quando
podia ser diferente com a videoconferência: até podiam estar de calções
CW – Apesar da popularidade da comunicação por vídeo a partir de um
desktop, usando serviços como o
Skype ou o FaceTime, os profissionais
da América do Norte e da Europa têm
pouco interesse em usar a tecnologia
no trabalho, de acordo com a Forrester Research. Das empresas que têm
a tecnologia, apenas 15% dos trabalhadores dizem que a utilizam. Como
explica ou que comentário lhe merece
este aspecto?
FC – É uma questão do dia-a-dia. O
gestor intermédio é normalmente um
gestor “cinzentão”, enquanto os de
topo já têm muitas horas a usar a videoconferência. Torna-se necessário
integrar no programa ou na agenda
dos gestores a utilização dessa tecnologia. E, em vez de se deslocarem
para uma reunião, devem considerar
a hipótese de usar a videoconferência.
A dado momento da adopção do
email, havia ainda muitas pessoas
(80%) a pedirem para usar o fax. Estamos nessa fase da adopção da videoconferência. Há uma barreira
mental que os operadores quando
compraram as licenças de 3G tiveram
de enfrentar e não previram. As pessoas não conheciam a tecnologia e os
fornecedores deviam ter usado as tácticas dos passadores de droga: oferecer a primeira dose gratuitamente,
para criar habituação.
CW – Qual é o melhor agente para liderar o processo de adopção?
FC – Dentro das organizações devem
ser os chefes a definir as reuniões
como inúteis e a mostrar que a questão das imagens não transmitirem
tudo é uma falsa questão.
É necessário haver formação para a
videoconferência ser bem usada, ao
mesmo tempo que se proporcionam
substitutos das reuniões como veículo
de socialização, por esta ser importante na formação da cultura da empresa. As viagens, festas de empresa
e jantares geram formas de interacção intercalar.<
Videoconferência
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Mercado dá as primeiras “espreitadelas”
Considerando a diversidade de oferta, o mercado português de videoconferência não deve cingir-se a
uma élite. Mas está a “nascer” e há quem diga ser ainda “incipiente”. As PME, como é hábito, são
um bloco incontornável.
Não parece haver dúvidas de que os
maiores benefícios da videoconferência serão sentidos no segmento das
grandes empresas, como atesta a opinião de alguns fabricantes. Mas se é
mais difícil às grandes organizações
viajarem para manter reuniões, às
PME não será mais fácil. Se os sistemas de telepresença têm preços elevados, existem outras soluções, talvez
menos práticas mas eficazes. Assim,
faz sentido que os fabricantes e operadores, mediante a sua oferta, olhem
para o mercado português sem desprezar as camadas com menor potencial de compra. Até porque o
potencial ainda está a “nascer”.
Para a Syncrea, os potenciais clientes da videoconferência são as grandes
empresas,
com
várias
delegações. “O retorno do investimento é mais rápido nestas organizações, onde a interacção entre
colaboradores em locais distantes é
mais frequente”, justifica Luís Martins. As pequenas empresas procuram utilizar plataformas de custos
reduzidos mas isso não invalida, segundo o mesmo responsável da Syncrea, que o crescente fornecimento
de soluções de comunicações unificadas - também para as PME - tenha
incorporado cada vez mais estas funcionalidades, proporcionando experiências colaborativas neste sector.
“O mercado empresarial vai procurar
soluções individualizadas e pontuais
para suprir lacunas que encontrem na
sua política de comunicações internas e externas, mas também vai aproveitar os ciclos de renovação das suas
infra-estruturas de comunicação para
procurar soluções unificadas que integrem diferentes soluções individuais”, explica a Optimus. Face à sua
visão do mercado, o operador afirma
que a utilização da videoconferência
tende a ser universal.
Ressalvando que o mercado é bastante heterogéneo, Sérgio Imperial,
da IBM, defende que a abrangência e
a diversidade de soluções coloca
“uma fatia bastante considerável das
organizações do mercado português”
como potenciais clientes de um certo
tipo de funcionalidades da videoconferência.
“Mais de 91% das pessoas não circunscreve a sua actividade ao escritório onde estão sediados e interage
com interlocutores dispersos geograficamente. Mais de 60% da comunicação é não-verbal, donde as reuniões
face-a-face e à distância facilitam o
entendimento e promovem o sucesso”, acrescenta José Alvarenga, da
TeleHG. Na sua opinião, são poucas
as empresas incapazes de substituir
reuniões presenciais pelo equivalente
em telepresença. E mesmo que algumas não tenham um nível de utilização que justifique a aquisição dos
A estrutura do mercado, segundo a Optimus
Videoconferência sobre LTE
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A Optimus assume a videoconferência como um mercado
de comunicações vídeo, pessoal ou de grupo. O campo
dos fornecedores é constituído por operadores de comunicações, fabricantes de equipamentos e soluções de software (clientes vídeo).
Do ponto de vista da oferta - e considerando o meio ou as
soluções de utilização -, a operadora subdivide, “de forma
não exaustiva”, o espectro em soluções de videochamada,
software de terminal/desktop ou de browsers, sistemas
dedicados de videoconferência e telepresença.
“A combinação e integração de um ou vários destes elementos, juntamente com outras aplicações colaborativas
(e-mail, partilha de ficheiros, mensagens instantâneas) e
meios de comunicação (voz, voicemail, fax), formam um
conjunto de soluções de comunicações unificadas, cujo
grande mérito é evidenciarem o objectivo último da utilização destes meios - a implementação de ambientes de trabalho mais produtivos, mais colaborativos, dentro das
organizações e entre as empresas e os seus parceiros,
clientes e fornecedores”.
equipamentos e serviços de videoconferência, poderão recorrer a salas
públicas de videoconferência.
Na perspectiva da PT, o trabalho colaborativo à distância é, nos dias de
hoje, essencial para as organizações
responderem, de forma eficiente, a
desafios cada vez mais exigentes, incluindo os da globalização.
Contudo, Alvarenga considera “incipiente” o mercado português. Já Daniel Nunes, da Nextiraone, diz que a
adopção da videoconferência não está
distante de outras economias desenvolvidas. “Até há bem pouco tempo,
apenas grandes empresas e instituições portuguesas utilizavam este tipo
de soluções de comunicação, mas
esta realidade tem vindo a alterar-se,
com uma adopção cada vez mais frequente por PME”, explica.
Administração Pública e exportação
Tanto a Cisco como a Microsoft vêm a
Administração Pública como potencial cliente das soluções de videoconferência.
João Gonçalves, da Cisco, acrescenta
o sector retalhista, as “utilities”, a
banca e, claro, as empresas exportadoras ou com operações internacionais.
Além de ter a banca no seu “radar”,
a PT revela estar particularmente interessada no sector da educação e da
saúde.<CW
A Verizon Wireless e a LiveCast Media anunciaram o 4G
Mobile Reporter para ser usado com uma rede LTE da
Verizon, capaz de suportar a transmissão de fluxos de
vídeo de alta definição em tempo real, sem fios e a partir
de um portátil, com modem USB.
O sistema móvel 4G Reporter é dirigido, por exemplo, a
empresas de media e à Administração Pública. Está a
ser posicionado como alternativa de baixo custo face à
utilização dos satélites tradicionais e das comunicações
por microondas
O sistema funcionará com equipamentos de vídeo já existentes para transmissões com baixa latência, eliminando
a necessidade de utilizar veículos de transmissão de sinal
por satélite. Sinais de GPS são incorporados na transmissão, permitindo a disponibilização de um mapa na reprodução de vídeo.
A LiveCast fornece o seu software Duo para portáteis e
um aparelho conversor capaz de ligar uma câmara de
qualidade profissional a um portátil, se este não tiver um
entrada HDMI disponível.
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IMAGINE EM QUE
PARTE DO MUNDO
A SUA ORGANIZAÇÃO
VAI ESTAR HOJE.
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IMAGINE PORQUE É POSSÍVEL.
Muitas vezes, distância, tempo e custos apresentam-se como
um obstáculo para a expansão das Organizações. A PT Prime
disponibiliza soluções que permitem comunicar sem barreiras
e colaborar em tempo real, em qualquer parte do mundo,
de uma forma tão real como se estivesse fisicamente lá.
É fácil imaginar uma solução que promove a produtividade
da sua Organização. E o melhor é que é possível.
TELEPRESENÇA . VIDEOCONFERÊNCIA . AUDIOCONFERÊNCIA
UM MUNDO DE POSSIBILIDADES

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