"Pintar é libertar-se, e isso é o essencial." Pablo Picasso

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"Pintar é libertar-se, e isso é o essencial." Pablo Picasso
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"Pintar é libertar-se, e isso é o essencial."
Pablo Picasso
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. ARTE MODERNA: A REVOLUÇÃO
3. IMPRESSIONISMO
4. NEO-IMPRESSIONISMO: O PONTILHISMO
4.1. SEURAT
4.2. PAUL SIGNAC
5. EXPRESSIONISMO
5.1. VAN GOGH
5.2. CEZANNE
6. FORMAS DO CUBISMO
6.1. PABLO PICASSO
6.2. GEORGES BRAQUE
7. DADAISMO
7.1. FUTURISMO
7.2. A BAUHAUS
7.3. PRINCIPAIS ARTISTAS
7.3.1. MARCEL DUCHAMP
7.3.2. GIACOMO BALLA
7.3.3. WALTER GROPIUS
8. SURREALISMO
8.1. SALVADOR DALÍ
8.2. JOAN MIRÓ
9. NEOPLASTICISMO
9.1. MONDRIAN
10. ABSTRACIONISMO
10.1. KANDINSKY
11. CONCLUSÃO
12. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
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1. INTRODUÇÃO
A Arte moderna vem
quebrando
todos
os
movimentos artísticos desde a
pré-história,
os
modernos
artistas
mudaram
completamente sua forma de
ver o mundo, mudando assim
drasticamente suas temáticas
para
paisagens,
humildes,
e
pessoas
temas
mais
sociais. A arte moderna teve
diversas formas estéticas que
Corpos de prisioneiros judeus e poloneses
coexistiram, e influenciaram
em Auschwitz – Revista Super Interessante
uma
muitos
a
outra,
artistas
sendo
que
seguiram
influências de dois movimentos da arte moderna, os principais foram o
Impressionismo, o Neo-Impressionismo, o Expressionismo, o Cubismo, o
Dadaísmo, Futurismo, Abstracionismo russo (Bauhaus), o Surrealismo, o
Neoplasticismo.
Assim como é típico da história da arte a principal característica da arte
moderna era romper com os padrões antigos, porém foi uma expressão que
buscou constantemente novas formas de expressão, sendo muito diversificada,
e principalmente inovadora, sem buscar padrões clássicos, medievais, ou
renascentistas.
Muitas mudanças no mundo trouxeram essas características para a arte
Moderna, diversos acontecimentos fizeram que o homem enxergasse o mundo
de uma forma diferente, uma forma que simplesmente jamais enxergou. A
Idade Média foi o período que a visão do homem de si mesmo mais se
aproximou da arte moderna apesar do enfoque exacerbado em Deus e a
religião que não existiu na Arte moderna, mas o homem se via como algo
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impuro, capaz de atrocidades, e os acontecimentos do mundo no período em
que a arte moderna foi desenvolvida fizeram que o homem entendesse e se
visse como um ser capaz de diversas coisas.
As mudanças nos terrenos cientifico, tecnológico, econômico, social e
político trazidas pela revolução francesa e pela revolução industrial, a
exploração do proletariado, fizeram que o mundo já enxergasse os homens
como seres capazes de atrocidades com o próximo, seguido da Primeira
Guerra Mundial (1914-1918), que devastou a Europa (berço de todas as artes
até então), causando um grande desequilíbrio em diversos valores humanos
assim como na política-social, trazendo uma falta de credibilidade dos mesmos,
o surgimento da psicanálise em 1890 com Sigmund Freud, desmistificando
diversos valores e escancarando desejos e vontades até então escondidas nos
quartos e guetos das cidades. Estes fatores aliados a descoberta da energia
elétrica, o avanço na produção dos automóveis (mais baratos), e o cinema que
deram uma maior noção de velocidade e movimento fez com que os conceitos
e a idéia que o homem tinha de si mesmo e do9 mundo mudassem muito.
Obviamente, mais tarde a segunda Guerra mundial (1939-1945), assim
como diversas descobertas (teoria da relatividade, bomba atômica, antibióticos,
velocidade supersônica, conquista do espaço, telefone, computador, rádio,
televisão), abalaram o pensamento mundial, vendo um ser humano capaz de
conquistar o espaço e se comunicar em distancias infindáveis, e ao mesmo
tempo matar milhões e
milhões
poder,
em nome de
mesquinharia
preconceito,
e
fazendo
com que se questionasse
as estruturas sociais. A
arte
neste
base
Moderna
nasceu
contexto,
para
o
dando
que
conhecemos hoje como
“arte contemporânea”.
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Para entender como nasceu uma arte tão diferente das anteriores basta
pensar em alguns exemplos e fazer um comparativo para ver como isto
influenciou a vida das pessoas, como por exemplo: A invenção do telefone,
quando antes uma carta demorava meses a chegar, Thomas Edisson e a
lâmpada, quando a escuridão noturna era natural, Pasteur e as leis de
assepsia para manter os homens saudáveis e a primeira grande guerra
mundial que dizimou milhões, multiplicação das linhas férreas, fazendo as
viagens diminuírem em até 200% do tempo, a popularização da fotografia e do
cinema, quando anteriormente quem tinha seus retratos na parede eram
apenas grandes mecenas que podiam pagar artistas. Comparando com as
intenções de movimentos artísticos anteriores, a Arte moderna não estava a
serviço da igreja (Arte Medieval, Barroco e Rococó), nem era posse dos
mecenas e aristocratas (arte Greco/romana e Neoclássica), nem tinha como
função retratar o mundo e a sociedade como ela realmente era já que a
fotografia faria este trabalho (Realismo), nem mesmo construir um ideal
humano (renascimento). Vendo por este ângulo, qual seria o real sentido da
arte moderna? Fica bem mais fácil entender por que foi o mais inovador dos
movimentos artísticos de todos os tempos.
Primeira fotografia permanente tirada com sucesso –
Exposição de 8 horas intitulada “Vista da Janela de
Le Gras” tirada por Joseph Nicéphore-Niépce
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2. ARTE MODERNA: A REVOLUÇÃO
O que mais impressiona
nas obras modernas é a sua
pluralidade
de
movimentos
radicalmente
formas
e
mudando
as
formas
do
passado, assim como já citado
na introdução o surgimento da
psicanálise assim como da teoria
da relatividade e diversos outros
fatores
históricos
vieram
por
contribuir com uma revolução de
pensamentos,
sentimentos,
temáticas e formas artísticas,
Maurice de Vlaminck
Rue de Village - guache, 1926
onde até mesmo a tela e o
pincel, os palcos já estavam se esgotando e a arte pedia para se expandir para
qualquer outro lugar, não que tenham sido esquecidos todas as tradições e
formas anteriores, mas a sua evolução chegou a uma forma de desconstrução
nunca antes vista.
Muitos livros marcam o inicio da arte moderna com o impressionismo
(linha da qual mais concordo e seguirei no decorrer deste trabalho), porém a
linhas que ditam este começo com o final do século com o Pós-Impressionismo
(ou Neo-impressionismo), e uma ainda que dita arte moderna a partir apenas
do Fauvismo (que provém da palavra “feras’), no inicio do século XX, porém
como já sabemos a arte é uma evolução e o impressionismo (como o nome já
sugere), impressionou e revolucionou.
Finalmente a arte oriental e africana começaram a ser consideradas e
assimiladas no mundo ocidental, aumentando consideravelmente a variedade
de linguagens e obras, onde o que mais valia era a originalidade, para melhor
compreensão foram divididas em pequenos movimentos que na realidade não
existiram por se assim na arte e na história não existe uma divisão exata dos
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acontecimentos e sim datas aproximadas, pois estas mudanças eram
gradativas, vindo a aparecer com grandes gênios, muitos artistas modernos
nem ao menos chegaram a se encaixar em algum estilo especifico.
Sob essa denominação podem ser considerados, generalizadamente, os
diversos movimentos artísticos que se originaram no decurso do século XX.
A denominação “Arte Moderna”. Muito embora internacionalmente
aceita, e por isso aqui adotada, a expressão “arte moderna” merece reparos:
não existe uma arte moderna em oposição a uma arte antiga e nitidamente
separada dela: pelo contrário, toda arte é moderna, no sentido de que
acompanha (e não raro ultrapassa) o espírito da época em que surge. Assim,
Giotto é moderno em relação a Cimabue, e Masaccio em relação a Giotto; arte
moderna pode ser a denominação adequada para a arte correspondente à Era
Moderna, iniciada, em 1453: Renascença, Maneirismo, Barroco, Rococó,
Neoclassicismo, Romantismo, Impressionismo e os diversos movimentos
artísticos que se seguiram ao Impressionismo não passariam, assim, de
subdivisões da arte moderna, que desta arte compreenderia cinco séculos: XVI
ao atual.
Precursores da Arte Moderna.
Cézanne, Gauguin e Van Gogh são
considerados
precursores
os
da
três
grandes
Pintura
moderna,
prendendo-se a contribuição original
do primeiro ao espaço, do segundo à
composição e do terceiro à cor. Paul
Cézanne pode ser considerado como
precursor
conjuntamente
do
Expressionismo (“Tentação de Santo
The Bathers, Les Grandes
Antonio”, de 1867), do Fauvismo e
Baigneuses
sobretudo do Cubismo (“Jogadores de
Cartas”). Num inquérito levado a efeito
Paul Cezanne
em 1953, Braque, Jacques Villon, Léger e diversos outros pintores
reconheceram sua dívida para com o pintor de Aix-em-Provence, afirmando
peremptoriamente: “Todos partimos da obra de Cézanne.”
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3. IMPRESSIONISMO
A primeira exposição
do grupo data de 1874 e foi
realizada
no
estúdio
fotógrafo
do
Nadar,
originalmente
batizada
de
Salão dos Recusados, uma
referência à constante recusa
de suas obras nos Salões de
Arte.
A origem do termo
impressionista
Impressão do sol nascente - Monet
a
princípio
teve um sentido jocoso e
deve-se a um crítico que, ao
olhar o quadro de Monet, Impressões do sol nascente, assim chamou o seu
criador. O termo impressionismo foi então criado de forma pejorativa, mas
pegou.
Eles preferiam ser conhecidos como independentes, pois criaram salões
de arte marginais ao sistema de arte vigente e viviam por conta própria sem se
sujeitarem
às
imposições
do
meio
artístico.
De
certa
maneira,
o
Impressionismo é uma radicalização dos preceitos do realismo, no que diz
respeito à valorização do instante e às questões relacionadas à sensação
visual, porém, dá um passo adiante nesses estudos, com um novo enfoque.
Os artistas impressionistas foram beneficiados pelo advento do
quadro de cavalete e dos tubos de tinta de estanho flexível (substituindo a
bexiga de porco) que, por serem portáteis, possibilitaram-nos sair de seus
ateliês para pintar ao ar livre. Estavam interessados em captar a vida ao vivo,
queriam perceber, captar e pintar tudo aquilo que estivesse sob o efeito
passageiro, momentâneo e fugaz da luz do sol. Influenciados pelas novas
teorias ópticas e pelos efeitos da fotografia instantânea, os artistas buscavam
estudar cientificamente as cores, os reflexos e as transparências do efeito da
luz sobre os elementos da natureza.
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A
grande
contribuição
do
Impressionismo foi ter chegado a
novas conclusões sobre a verdade da
representação verossímil do mundo
visível nas imagens artísticas, o que
acabou decretando a decadência da
arte
naturalista.
Eles
foram
beneficiados pelos avanços ocorridos
na
arte
do
Romantismo
e
do
Realismo – estilos artísticos que
surgiram após o neoclassicismo – e
conquistaram
tamanha
liberdade
criativa que deu início mais tarde à
grande revolução na arte ocidental: a
O Camarote – Pierre August Renoir
arte moderna. Sem o Impressionismo
não teria havido a Arte Moderna.
Como movimento organizado, o Impressionismo durou de 1874 a 1886,
período que assistiu à realização de suas oito exposições gerais: em 1874,
1876, 1877, 1879, 1880, 1881, 1882 e 1886. Da primeira mostra inaugurada no
atelier do fotógrafo Maurice Nadar, circunstância que não deixa de possuir alto
significado, já que até certo ponto a fotografia viera desferir um golpe profundo
na pintura realista, participaram nada menos de 30 pintores, a saber: Astruc,
Attendu, Béliard, Boudin, Bracquemond, Brandon, Bureau, Cals, Cassatt,
Cézanne, Colin, Debras, Guillaumin, Latouche, Lepic, Lépine, Levert, Meyer,
Molins, Monet, Morisot, Mulot-Durivage, De Nittis, os dois Ottin, Pissarro,
Renoir, Robert, Rouart e Sisley. Cézanne, Monet, Morisot, Pissarro, Renoir e
Sisley, podem ser tidos entre os pintores mais ilustres do século XIX.
A aceitação do Impressionismo, por parte do público começa a ter lugar
em 1880, por ocasião da quinta mostra; a qual reúne 12 quadros de Degas, 15
de Morisot, 16 de Pissarro, 7 de Gauguin, e ainda obras de Guillaumin e Mary
Cassatt.
Novo caminho indicarão também três pintores algo à margem do
Impressionismo, se bem que dois tenham mesmo participado das mostras do
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grupo. Esses três pintores chamam-se Paul Cézanne, Paul Gauguin e Vincent
van Gogh, e ocupam lugar importante na história da pintura, não só pelo que
foram, como pelo que possibilitariam. A chamada arte moderna, com efeito,
nasce com a contribuição de cada um deles, sendo Cézanne responsável pela
conceituação de um novo espaço pictórico, Gauguin pela imposição de uma
fórmula sintética abrangendo forma e cor num todo simples e abstrato, Van
Gogh pela vitória da cor sobre o desenho.
Passando agora ao estudo da
obra de cada um dos chamados
impressionistas,
chegar-se-á
à
conclusão de que os mais típicos
representantes
da
tendência,
seus
mais fiéis defensores, foram Monet,
Renoir, Pissarro e Sisley, sendo que
apenas Pissarro participou de todas as
Le bassin aux nymphéas, de 1919 –
Claude Monet
oito exposições
do grupo.
Monet,
considerado
chefe
inconteste
escola.
suas
ultimas
Em
da
obras,
executadas já nos primeiros anos do século atual, praticamente atingiu aos
limites em que as designações de figurativa e não figurativa, dadas à pintura
pela crítica de arte contemporânea, perdem todo e qualquer significado. É o
momento das “Nymphéas”, série iniciada exatamente em 1900.
É
extraordinário
o
fascínio
que
no
momento
exercem,
internacionalmente, as pinturas dos componentes do grupo, as quais atingem
no mercado de arte cotações simplesmente fabulosas, mormente se
comparadas aos preços ínfimos de poucos anos atrás (1960: Cézanne, “Lês
Pommes”, 200.000 dólares; Degas, “Trois Jockeys”, 65.000 dólares; Gauguin,
“Femme Assise”, 106.400 dólares; Monet, “Water Garden, Giverny”, 54.800
dólares; Pissarro, “Avant Port de Dieppe”, 35.000 dólares; Renoir, “Nu Debout
dans L’Eau”, 106.400 dólares).
Na música e na literatura. O Impressionismo, como estilo, se tornou
comum a outros tipos de expressão, como a Música e a Literatura.
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Na Música, com Debussy, Ravel e Resphigi, representou uma reação
antiwagneriana. Os compositores visavam à dissolução de certas estruturas
rígidas de algumas formas musicais.
Segundo Laloy “é uma música que não obedece às leis da sensação;
puramente
auditiva, como
visual
é,
da
mesma
maneira,
a
pintura
impressionista”.
Na Literatura, o Impressionismo derivou do Realismo, e o termo, só
recentemente posto em uso por críticos e nsaístas, tem servido para situar
escritores até então sem uma classificação definida. Assim, a mesma
indefinição do detalhe, do objeto, tanto na Pintura como na Música, é
observada na Literatura. O escritor passa a lidar com “estados de alma”, no
dizer de Hibbard, e até o enredo fica subordinado à situação daqueles
“momentos”. A sintaxe perde a sua estruturação clara e é apenas
esquematizada, levando em conta as necessidades expressivas para a
captaçào do mundo subjetivo que o escritor quer retratar. Amado Alonso no
ensaio Impressionismo em el Lenguaje, mostra que não há propriamente uma
linguagem
impressionista,
mas
algumas
preferências
por
expressões
subjetivas, simbólicas, que servem para aproximar certos escritores. E aponta
o exemplo, muitas vezes freqüente, do abandono da ordem lógica da frase. E
mais: o tratamento verbal para que o leitor tenha a sensação, não de uma
descrição objetiva e onisciente do autor e sim de testemunha dos fatos
apresentados. Assim, muitas vezes, escritores que à primeira vista pareciam
tão distantes em sua maneira de concepção, podem ser aproximados por uma
característica afim do estilo. No caso, Katherine Mansfield, Marcel Proust e
outros.
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4. NEO-IMPRESSIONISMO: O PONTILHISMO
O período de 1886 a 1910 aproximadamente é possui um movimento da
arte moderna chamado pontilhismo, ou Neo-impressionismo como os
historiadores da arte denominaram. Os impressionistas haviam destruído para
sempre a crença artística na verdade objetiva da natureza. Os pintores
passaram a entender que a visão depende de como vemos é, mais importante
ainda, de quando vemos: o “olhar objetivo” estava, na realidade, sujeito a tanto
à percepção quanto ao tempo. Vivemos num mundo essencialmente fugaz e
incontrolável, e a glória da arte é lutar corpo a corpo com esse conceito que
apareceu devido as novas noções que a fotografia, cinema e a evolução dos
meios de transporte trouxeram como noção de tempo e velocidade aos artistas.
Os pintores franceses Georges Seurat e Paul Signac são analisados de
forma diferenciada, pois foram os primeiros a aplicarem rigorosamente as
teorias científicas das cores desenvolvidas no século XIX em seus trabalhos
artísticos. Eles combinaram as idéias sobre contraste das cores e mistura
ótica e criaram uma nova técnica de pintura chamada de Pontilhismo. A
novidade consistia em justapor pontos de cores brilhantes e contrastantes para
que a forma fosse percebida sem
que se usasse a linha para contornála.
Seus
trabalhos
considerados
foram
como
“arte
matemática” porque as proporções
de luz e cor eram matematicamente
calculadas
para
provar
que
as
misturas óticas poderiam ser tão
luminosas quanto à mistura aditiva
da luz.
O
França,
pontilhismo
como
surgiu
tantos
na
outros
movimentos culturais, por volta do
ano de 1880. A França era, nessa
O Circo - Georges Seurat
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época, capital cultural do mundo e nada mais natural que ser a origem
de toda uma onda de movimentos inovadores, que vieram para marcar a
história ou simplesmente passar quase desapercebido, conforme cada caso. O
pontilhismo nasceu da observação de que pontinhos de cores puras colocados
cuidadosamente lado a lado produziam o mesmo efeito de misturar as mesmas
cores na paleta.
Os
impressionistas
já
pregavam que as cores deviam ser
usadas em justaposição, ao invés de
misturadas como era o comum. Os
pontilhistas apenas levaram esse
princípio
ao
devêssemos
Talvez
chamá-los
exagerados.
começaram
extremo.
Os
a
de
pontilhistas
teorizar
sobre
o
assunto, tomando como base os
princípios científicos
desenvolveram
complicada
Camille Pissarro: "A pastora"
na
da ótica e
uma
busca
teoria
de
uma
exatidão para a mistura dos pontos.
Claro que fazemos isso hoje em
nossos computadores usando programas que trabalham para nós mas naquela
época a tarefa foi bastante complexa.
Os pontilhistas criaram toda uma teoria matemática para a combinação
dos pontos coloridos e foram tratados como pintores de confete, pelos
adversários do movimento. Na prática, nem todos os artistas seguiam o rigor
matemático apregoado e foram desenvolvendo sua arte de maneira mais
empírica e improvisada. Os principais iniciadores do movimento, Georges
Seurat e Paul Signac representam também os pontos mais altos dessa técnica.
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4.1 SEUR AT
Um dos grandes precursores da arte do século XX, Seurat foi o criador
do pontilhismo, técnica neo-impressionista baseada na fragmentação da cor
em pontos que, quando tomados em conjunto, definem a forma pictórica. O
efeito produzido é semelhante ao da ampliação da retícula fotográfica, pela
qual se obtém a granulação da imagem.
Georges Seurat nasceu em Paris em 2 de dezembro de 1859. Em 1878
começou a estudar na Escola de Belas-Artes com Henri Lehmann, discípulo de
Ingres voltado para a pintura de nus e retratos convencionais. Seurat nessa
época
já
demonstrava
interesse
pelos
fundamentos
arte
e
teóricos
por
científicas
da
pesquisas
quanto
à
percepção de linhas, cores
e imagens. Esse interesse,
que persistiu ao longo de
sua breve carreira, levou-o
a conhecer os estudos do
químico
Michel-Eugène
Chevreul
sobre
cromatismo,
que
o
"Um domingo de verão na ilha da Grande
Jatte" Georges Seurat
tiveram
peso ponderável na elaboração do pontilhismo.
Em 1879, com vinte anos, Seurat fez o serviço militar em Brest, onde
realizou muitos esboços da paisagem marinha. Em 1883 compareceu pela
primeira vez ao salão oficial, expondo retratos de sua mãe e de seu amigo
Aman-Jean. No mesmo ano iniciou "Cena de banho, Asnières", quadro que, ao
ser recusado pelo salão de 1884, motivou sua adesão à Société des Artistes
Indépendants, cujas mostras eram organizadas sem premiação e sem júri.
Seurat ligou-se então a Paul Signac, (o outro grande nome do
pontilhismo, técnica também adotada, em determinado momento, por Camille
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Pissarro) e partiu para a realização de sua maior obra, "Um domingo de verão
na ilha da Grande Jatte", que fez sucesso, mas também causou celeuma, ao
ser apresentada em Paris, em 1886, numa exposição do impressionismo.
Igualmente famosas tornaram-se telas suas como "As modelos", "Le
Chahut" e "O circo". Ao todo, sua obra, além de sete grandes composições,
inclui quarenta quadros menores, cerca de 500 desenhos e diversos cadernos
de esboços. Georges Seurat morreu em Paris em 29 de março de 1891
4.2 PAUL SIGN AC
Pintor francês, nasceu
no dia 11 de novembro de
1863, em Paris, e faleceu em
15
de
agosto
Começou
a
de
pintar
1935.
com
dezenove anos, seguindo as
veredas do Impressionismo.
Em
1884
uniu-se
a
Georges Seurat para criar o
Salão dos Independentes, e
The Road to Gennevilliers. - Musée d'Orsay
– Paul Signac, uma de suas primeiras obras
juntos
iniciaram
uma
nova
senda pictórica derivada do
Impressionismo, que eles denominaram Divisionismo ou Pontilhismo, uma
variante do neo-impressionismo que consistia na aplicação de cores puras em
pequenas
pinceladas
consecutivas
("pontilhismo"
procede
do
francêspointillisme, formado a partir da palavra point, "ponto").
Signac pintou sobretudo paisagens, entre as quais numerosas vistas de
Saint-Tropez, portos e marinhas (O Porto de Antibes, 1909). Exerceu influência
considerável sobre outros estilos, como o fauvismo e o cubismo.
A sua vida artística caracterizou-se pela profusão de suas viagens em
busca de lugares de inspiração para a sua paleta. A partir de 1912 pintou em
lugares mais afastados da insólita França. Destacou-se, em especial, pela
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qualidade de suas aquarelas. Em 1899 publicou um texto fundamental para
divulgar
a
teoria
do
Divisionismo:
De
Eugéne
Delacroix
ao
Neo-
Impressionismo. Em 1927 publicou um livro sobre Jongkind, que é um tratado
muito completo sobre a aquarela.
Faleceu em 1935, em Paris. Signac pintou sobretudo paisagens, entre
as quais numerosas vistas de Saint-Tropez, portos e marinhas (O Porto de
Antibes, 1909). Exerceu influência considerável sobre outros estilos, como o
fauvismo e o cubismo.
Port of La Rochelle. Musée d'Orsay – Paul Signac, uma de suas
ultimas obras
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5. EXPRESSIONISMO
O
Expressionismo
já
indica, com seu próprio nome,
a
principal
razão
existência:
de
sua
expressar
os
sentimentos e visões de mundo
dos seus artistas Representado
principalmente
por
Munch,
Kirchener, Dufy, Kokoschka, o
Expressionismo
anunciado
pelo
já
fora
pintor
pós-
impressionista Van Gogh, seu
grande precursor. Os artistas
expressionistas
Metrópole - George Grosz
inconformados
aparência
estavam
com
vulgar
a
e
convencional do mundo visível e com o modo descritivo com que a arte
acadêmica representava este mundo. Passam então a distorcer as formas
naturais para expressar suas emoções, seus sentimentos particulares e sua
visão sobre o mundo. Para isso fazem uso de cores fortes, de traços e linhas
marcados e vibrantes, que resultam em uma dramaticidade e expressividade
extremas.
Embora o expressionismo tenha adquirido caráter nitidamente alemão, o
francês Georges Rouault foi quem uniu os efeitos decorativos do fauvismo à
cor simbólica do expressionismo germânico. Rouault foi colega de Matisse na
academia de Moreau e expôs com os fauvistas, mas sua paleta e sua temática
profunda o colocam como um dos primeiros expressionistas, ainda que isolado.
A obra de Rouault tem sido descrita como “o fauvismo de óculos escuros”.
Rouault era muitíssimo devoto, e alguns o consideram o maior artista
religioso do século XX. Começou como aprendiz de vitralista, e o amor a
contornos severos que contenham cores radiantes dão vigor e enternecimento
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a suas pinturas de prostitutas e palhaços. Ele não julga essas desventuradas
figuras, mas a extrema piedade com que as mostra causa poderosa impressão;
assim, Prostituta no espelho é um libelo feroz contra a crueldade humana.
A Brücke (Ponte) foi o primeiro de dois movimentos expressionistas que
surgiram na Alemanha durante as primeiras décadas do século XX. O grupo
formou-se em Dresden em 1905, e seus membros encontravam inspiração na
obra de Van Gogh e Gauguin e na arte primitiva. Munch também era forte
influência, tendo exposto em Berlim a partir de 1892.
5.1. VAN GOGH
Começou a atuar profissionalmente
ainda jovem, por volta dos 15 anos de idade.
Trabalhou para um comerciante de arte da
cidade de Haia. Com quase vinte anos, foi
morar em Londres e depois em Paris,
graças ao reconhecimento que teve. Porém,
o interesse pelos assuntos religiosos acabou
desviando sua atenção e resolveu estudar
Teologia, na cidade de Amsterdã. Mesmo
sem terminar o curso, passou a atuar como
pastor na Bélgica, por apenas seis meses.
Auto-Retrato com Chapéu de
Impressionado com a vida e o trabalho dos
Feltro – Van Gogh
pobres mineiros da cidade, elaborou vários
desenhos à lápis.
Resolveu retornar para a cidade de Haia, em 1880, e passou a dedicar
um tempo maior à pintura. Após receber uma significativa influência da Escola
de Haia, começou a elaborar uma série de trabalhos, utilizando técnicas de
jogos de luzes. Neste período, suas telas retratavam a vida cotidiana dos
camponeses e os trabalhadores na zona rural da Holanda. O ano de 1886, foi
de extrema importância em sua carreira. Foi morar em Paris, com seu irmão.
Conheceu, na nova cidade, importantes pintores da época como, por exemplo,
Emile
Bernard, Toulouse-Lautrec,
Paul
Gauguin
e Edgar
Degas,
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representantes do impressionismo. Recebeu uma grande influência destes
mestres do impressionismo, como podemos perceber em várias de suas telas
Dois anos após ter chegado
à França, parte para a cidade de
Arles, ao sul do país. Uma região rica
em paisagens rurais, com um cenário
bucólico.
Foi
neste contexto
que
pintou várias obras com girassóis. Em
Arles, fez único quadro que conseguiu
vender durante toda sua vida : A Vinha
Encarnada.
Convidou Gauguin para morar
com ele no sul da França. Este foi o
único que aceitou sua idéia de fundar
um centro artístico naquela região. No
Girassois I – Van Gogh
início, a relação entre os dois era
tranqüila, porém com o tempo, os
desentendimentos foram aumentando e, quando Gauguin retornou para Paris,
Vincent entrou em depressão. Em várias ocasiões teve ataques de violência e
seu comportamento ficou muito agressivo. Foi neste período que chegou a
cortar sua orelha.
Seu estado psicológico chegou a refletir em suas obras. Deixou a
técnica do pontilhado e passou a pintar com rápidas e pequenas pinceladas.
No ano de 1889, sua doença ficou mais grave e teve que ser internado numa
clínica psiquiátrica. Nesta clínica, dentro de um mosteiro, havia um belo jardim
que passou a ser sua fonte de inspiração. As pinceladas foram deixadas de
lado e as curvas em espiral começaram a aparecer em suas telas
No mês de maio, deixou a clínica e voltou a morar em Paris, próximo de
seu irmão e do doutor Paul Gachet, que iria lhe tratar. Este doutor foi retratado
num de seus trabalhos: Retrato do Doutor Gachet. Porém a situação
depressiva não regrediu. No dia 27 de julho de 1890, atirou em seu próprio
peito. Foi levado para um hospital, mas não resistiu, morrendo três dias depois.
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5.2 CEZANNE
Paul
Cézanne (Aix-en-Provence, 19
outubro de 1906)
foi
de
janeiro de 1839 — 22
um pintor pós-impressionista francês,
cujo
de
trabalho
forneceu as bases da transição das concepções do fazer artístico do século
XIX para a arte radicalmente inovadora do século XX. Cézanne pode ser
considerado como a ponte entre o impressionismo do final do século XIX e
o cubismo do início do século XX. A frase atribuída a Matisse e a Picasso, de
que Cézanne "é o pai de todos nós", deve ser levada em conta.
Após uma fase inicial dedicada aos temas dramáticos e grandiloquentes
próprios da escola romântica, Paul Cézanne criou um estilo próprio,
influenciado por Delacroix. Introduziu nas suas obras distorções formais e
alterações de perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o
volume e peso dos objetos. Concebeu a cor de um modo sem precedentes,
definindo diferentes volumes que foram essenciais para suas composições
únicas.
Cézanne não se subordinava às leis da perspectiva. A sua concepção
da composição era arquitetônica; segundo as suas próprias palavras, o seu
estilo consistia em ver a natureza segundo as suas formas fundamentais:
a esfera, o cilindro e o cone. Cézanne preocupava-se mais com a captação
destas formas do que com a representação do ambiente atmosférico. Não é
difícil ver nesta atitude uma reação de carácter intelectual contra o gozo
puramente colorido do impressionismo.
Sobre ele, Renoir escreveu, rebatendo o crítico de arte Castagnary: Eu
me enfureço ao pensar que ele [Castagnary] não entendeu que Uma Moderna
Olympia, de Cézanne, era uma obra prima clássica, mais próxima
de Giorgione que de Claude Monet, e que diante dele estava um pintor já fora
do Impressionismo.
Cézanne
cultivava
sobretudo
a
paisagem
e
a
representação
de naturezas mortas, mas também pintou figuras humanas em grupo e retratos.
Antes de começar as suas paisagens estudava-as e analisava os seus valores
plásticos, reduzindo-as depois a diferentes volumes e planos que traçava à
base de pinceladas paralelas. Árvores, casas e demais elementos da paisagem
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subordinam-se à unidade de composição.
As
suas
paisagens
sutilmente geométricas.
são
Cézanne
pintou
sobretudo a sua Provença natal (O Golfo
de
Marselha e
as
célebres
versões
sucessivas de O Monte de Sainte-Victoire).
Nas
suas
numerosas
naturezas
mortas, tipicamente compostas por maçãs,
levava a cabo uma exploração formal
exaustiva que é a terra fecunda de onde
surgirá o cubismo poucos anos mais tarde.
Entre
Vista de Gardanne, 1885-1886.
as
representações
de
grupos
humanos, são muito apreciadas as suas
cinco versões de Os Jogadores de Cartas. A Mulher com Cafeteira, pela sua
estrutura monumental e serena, marca o grande momento classicista de
Cézanne.
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6. FORMAS DO CUBISMO
Podemos dizer que o Cubismo é um movimento artístico decorrente da
preocupação que Cézanne tinha em relação ao estudo da forma. Desenvolvido
por Picasso e Braque, que rompeu com a idéia de imitação da natureza e
abandonou as noções tradicionais de perspectiva.
Esses artistas procuravam novas maneiras de retratar o que viam e,
influenciados por Cézanne, passaram a valorizar as formas geométricas e a
retratar os objetos e as pessoas como se estivessem partidos, ou
multiplamente retratados segundo os diversos pontos de vista sob os quais
eram observados. Todas as partes de um objeto (lados, parte superior e
inferior) eram representados em um único plano, ao mesmo tempo, como se o
artista visse esse objeto de vários ângulos diferentes simultaneamente.
Essa forma de representação fragmentada e múltipla é a marca
registrada do Cubismo. Uma outra importante característica trazida pelo
Cubismo é a incorporação de outros materiais e técnicas. Com o Cubismo
surgem as experimentações no campo da colagem, que passa a ocupar um
lugar mais nobre no universo da arte. Então, elementos como as palavras,
pedaços de papel, de jornais, de rótulos, letras, números, pedaços de vidro e
de madeira, começam a ser adicionados às pinturas.
Em algumas obras cubistas, o artista se preocupou tanto em apresentar
simultaneamente todos os lados de um objeto escolhido que, devido à
fragmentação excessiva desse objeto, ficou quase impossível reconhecê-lo na
pintura.
O Cubismo foi uma revolução estética e técnica tão importante para a
Arte Ocidental quanto o Renascimento. Ocorreu no período de 1907 a 1914,
tendo como fundadores Pablo Picasso e Georges Braque. Iniciado dentro de
um círculo muito restrito, não foi pensado como um movimento. Aos seus
criadores se uniu um grupo de amigos intelectuais escritores de vanguarda.
Kahnweiler abre no outono de 1907 a galeria da rua Vignon, que será o
santuário do Cubismo.
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Foram influenciados pela escultura
negra e pelas artes primitivas, pelas
retrospectivas de Cézanne, no Salão de
Outono de 1907 e de Seurat no Salão dos
Independentes em 1905. Em 1907 Picasso
termina “Les
Demoiselles
d'Avignonque”
marca o nascimento do Cubismo. O
Cubismo analítico, reúne em uma tela
única diversos aspectos do mesmo objeto,
não tal como se vê mas como se pensa,
como existe em si e na mente. Esse
período
“Les Demoiselles d'Avignonque”
de
análise
experimentação
Pablo Picasso, 1907
extrema
sistemática
e
de
não
se
processava sem o perigo de hermetismo, o
qual Georges Braque e Pablo Picasso remediaram com o uso de "papiers
collés" (ou colagens), de detalhes reais como meios excitantes perceptivos.
De
1911
a
1912,
o
Cubismo
tornou-se
mais
conhecido
internacionalmente e impulsionou vários movimentos como o Futurismo, CuboFuturismo e Construtivismo. A Guerra de 1914 dispersa os criadores do
movimento, cada qual seguindo seu destino.
O cubismo analítico apareceu depois da junção do trabalho desenvolvido
separadamente por Pablo Picasso e Georges Braque. A forma é analisada num
plano, decomposta e montada novamente nesse mesmo plano. A prioridade
dada à forma é máxima, tal que a composição cromática aponte quase para
uma só cor. O objeto é de tal forma distorcido que quase tende para
a abstração, ficando no limite do perceptível e do abstrato. Foi nesta fase que
se procedeu a uma teorização do cubismo, nesta forma o cubismo tem a
predominância de poucas cores (preto, cinza e tons de marrom e ocre).
No cubismo sintético qualquer aspecto decorativo ou acessório ao objeto
representado era extraído. A representação de objetos também ajuda na
compreensão das obras, pois do hábito, reconhecem-se mais facilmente, como
por exemplo um cachimbo que remete a representação de um fumador. Os
planos são mais redutores e esquemáticos em relação ao cubismo analítico,
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isto é, sobrepõem e a sua relativa transparência dá um novo aspecto à obra. A
cor volta aqui a tomar importância depois de ter sido desvalorizada na fase
analítica. O cubismo sintético buscou recuperar um pouco a imagem real do
objeto tornando as cores mais fortes e as formas mais decorativas. Desta fase
decorrem dois movimentos que adotam esta nova interpretação e utilização da
cor e quebram o imobilismo que até então era patente nas obras cubistas já
apontando para o futurismo, podendo de certa forma considerar estas
obras futuro-cubistas.
6.1. PABLO PICASSO
Pablo Ruiz Picasso foi reconhecidamente um dos mestres da Arte do
século XX. É considerado um dos artistas mais famosos e versáteis de todo o
mundo, tendo criado um grande número de obras, não somente na pintura,
mas também na escultura e na cerâmica, usando, enfim, todos os tipos de
materiais. É, também, conhecido como sendo o co-fundador do Cubismo,
juntamente com Georges Braque.
A sua obra é, muitas vezes,
classificada em períodos: Azul (1901–
1904), Rosa (1905–1907), Africano
(1908–1909),
(1909–1912)
Cubismo
e
Cubismo
Analítico
Sintético
(1912–1919).
O “Período Azul” consiste em
obras sombrias em tons de azul e
verde
azulado,
ocasionalmente
sendo
usadas
outras
cores.
Desenhava prostitutas e mendigos e
The Blindman’s Meal – Pablo
pintou várias vezes o seu amigo Carlos
Picasso
Casagemas, que, após o seu suicídio e
juntamente com as viagens a Espanha,
se tornou numa grande influência. A cegueira é, também, um tema recorrente
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no período e está presente em The Blindman’s Meal e no retrato Celestina.
Outros temas freqüentes são artistas, acrobatas e arlequins, tendo-se
estes tornado num símbolo pessoal para Picasso.
O Período Rosa é caracterizado por um estilo mais alegre com as cores
rosa e laranja e, novamente, com muitos arlequins. Muitas das pinturas são
influenciadas por Fernande Olivier, sua modelo e seu amor na época.
O Período Africano de Picasso começou com duas figuras inspiradas em
África, representadas no seu quadro “ Les Demoiselles d’Avigno” n que foi
nada mais nada menos que o inicio do cubismo.
O Cubismo Analítico é um estilo de pintura que Picasso, como
anteriormente referi, desenvolveu com Braque, utilizando cores marrons
monocromáticas. Os dois artistas pegaram em objectos e analisaram-nos
nas suas formas. As pinturas de Picasso e de Braque eram muito semelhantes
nesse período. O Cubismo Sintético é um desenvolvimento posterior ao
Cubismo, no qual fragmentos de papel (papel de parede ou jornais) eram
colados em composições, marcando o primeiro uso da colagem nas artes
plásticas.
À
Picasso,
parte
em
disso,
todas
as
épocas por que passou,
sempre
muito
teve
próprio,
freqüente
um
estilo
utilizando
e
essencialmente a linha, o
Guernica – Pablo Picasso
contorno e a direção e
desenhando
pessoas,
animais e edifícios destruídos - este último tema em conseqüência do
bombardeio sofrido pela cidade espanhola de Guernica (vila basca no norte da
Espanha) em 26 de abril de 1937 por aviões alemães - em todas as suas
obras.
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6.2. GEORGES BRAQUE
Georges Braque era filho e neto
de pintores, Foi criado em Le Havre e,
ali, estudou na École des Beaux-Arts de
1897 a 1899.Mudou-se para Paris e
estudou com um mestre decorador em
1901.
Seu
estilo
inicial
era
impressionista. Entre 1902 e 1904, foi
aluno da Academie Humbert, também
em Paris. Lá, fez amizade com Marie
Laurencin e Francis Picabia já em 1907,
depois de alguns meses em Antuérpia,
participou de uma exposição do Salão
Ás de paus, - Georges Braque,
1913
dos
Independentes
(Paris),
apresentando obras mais próximas do
fauvismo.
Fez sua primeira exposição individual em 1908. No ano seguinte,
trabalhou com Picasso no desenvolvimento do cubismo m 1911, casou-se com
Marcelle Lapré. Em 1912, Braque e Picasso começaram a incorporar em suas
pinturas a técnica da colagem. A parceria duraria até 1914, quando estourou a
Primeira Guerra Mundial e Braque, convocado, partiu para a frente de batalha.
Sendo em 1915 ferido em combate. Após a guerra, a obra de Braque foi
adquirindo liberdade, tornando-se menos esquemática. Em 1922, expôs no
Salão de Outono (Paris), o que lhe rendeu fama fazendo tambem a cenografia
para dois balés de Sergei Diaghilev.
Em 1925, mandou construir uma casa, chamando o arquiteto Auguste
Perret (o mesmo do teatro dos Champs-Élysées). No fim da década, sua obra
foi ficando mais realista, em 1930, comprou casa de campo em Varengeville,
na Normandia, onde passou a morar boa parte do tempo, usando seu ateliê de
pintura e escultura. Em 1931, elaborou as primeiras gravuras e começou a
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utilizar motivos mitológicos. Sua
pintura tornou-se então mais
lírica. Em 1933, Braque realizou
a
primeira
retrospectiva
de
peso, num museu da Basiléia
(Suíça). Quatro anos depois,
ganhou o primeiro prêmio na
mostra Carnegie International,
em Pittsburgh (EUA).
Durante
a
Segunda
Guerra Mundial, recolheu-se a
Varengeville e trabalhou com
litogravura, gravura em metal e
escultura. A partir do fim da
década
de
pássaros,
1940,
pintou
paisagens
e
marinhas. Em 1954, desenhou
os
vitrais
Varengeville
da
igreja
e,
em
de
1958,
participou da Bienal de Veneza,
Violino e Cântaro - Georges Braque, 1910
que lhe dedicou uma sala especial.
Nos últimos anos de vida, mesmo com problemas de saúde, Georges
Braque continuou atuante, dedicando-se à pintura, à litografia e à joalheria.
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7. DADAISMO
O Dadaísmo é
caracterizado
pela
oposição
a
qualquer tipo de equilíbrio, pela
combinação de pessimismo irônico
e
ingenuidade
radical,
pelo
ceticismo absoluto e improvisação.
Enfatizou o ilógico e o absurdo.
Entretanto, apesar da aparente
Tábua com ovos – Hans Arp
falta de sentido, o movimento
protestava contra a loucura da
guerra. Assim, sua principal estratégia era mesmo denunciar e escandalizar.
A princípio, o movimento não envolveu uma estética específica, mas
talvez as formas principais da expressão dadá tenham sido o poema aleatório e
o ready made. Sua tendência extravagante e baseada no acaso serviu de base
para o surgimento de inúmeros outros movimentos artísticos do século XX,
entre eles o Surrealismo, a Arte Conceitual, a Pop Art e o Expressionismo
Abstrato.
É niilista (falta de sentimentos baseada na análise racional), arte
experimentalista, espontâneo, trabalham com o acaso, fazem montagens de
imagem, junção entre diferentes formas de expressão, incorpora objetos, sons
e imagens do cotidiano nas suas obras. Abrange as áreas das artes plásticas,
fotografia, música, teatro, etc.
O Dadaísmo foi um movimento originado em 1915 na cidade de Zurique
(cidade que durante a Primeira Grande Guerra Mundial conservou-se neutra).
Negava todas as tradições sociais e artísticas, tinha como base um anarquismo
niilista e o slogan de Bakunin "a destruição também é criação". Contrários à
burguesia e ao naturalismo, identificado como "a penetração psicológica dos
motivos do burguês", buscavam a destruição da arte acadêmica e tinham
grande admiração pela arte abstrata. O acaso era extremamente valorizado
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pelos dadaístas, bem como o absurdo.
Tinha tendências claramente antiracionais e irônicas. Procurava chocar
um público mais
ligado a valores
tradicionais e libertar a imaginação via
destruição
das
noções
artísticas
convencionais. Acredita-se, ainda, que
seu pessimismo venha de uma reação
de desilusão causada pela Primeira
Guerra Mundial. Apesar de sua curta
durabilidade - no período entre guerras,
praticamente havia sido esquecido - e
das críticas realizadas ao movimento,
fundamentalmente baseadas em sua
O Gigante Acefalo (sem cabeça) –
ausência de vocação construtiva, teve
Max Ernest
grande importância para a arte do
século XX. Fez parte de um processo, observado nesse século, de libertação
da arte de valores preestabelecidos e busca de experiências e formas
expressivas mais apropriadas à expressão do homem moderno e de sua vida.
Originou-se de um grupo composto por artistas como Tristan Tzara,
Hans Harp, Richard Hülsenbeck, Marcel Janko, Hugo Ball e Hans Richter que
se encontravam em cafés de Zurique. A idéia inicial era a realização de um
espetáculo internacional de Cabaré que contava com músicas diversas, recitais
de poesia e exposição de obras. A maneira como surgiu o nome do evento é
sugestiva: por acaso Ball e Hülsenbeck abriram um dicionário de alemãofrancês e acabaram se deparando com a palavra dada, que foi posteriormente
adotada pelo grupo e pelo movimento que daí surgiria. A brochura "Cabaret
Voltaire", a inauguração da "Galeria Dada" em 1917 e as revistas "Dada",
seguidas de livros sobre o movimento, ajudaram a popularizá-lo. Sua
provocação, ativismo e conceito de simultaneidade (realizar ao mesmo tempo
diversas apresentações, como a leitura de poemas distintos) muito deve aos
futuristas, entretanto, não possuía o otimismo e a valorização da tecnologia que
esse último movimento tinha.
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7.1. FUTURISMO
O
movimento
futurismo
artístico
foi
e
um
literário
instituído com a publicação do
Manifesto
Futurista
do
poeta
italiano Filippo Tomasso Marinetti,
no ano de 1909, já em 1912 os
pintores Balla, Boccioni, Carra,
Russolo e Severini unem-se a
Marinetti e lançam o Manifesto
dos Pintores Futuristas, realizando
Pintura Futurista – Giacomo Balla
uma exposição.
Os principais sinais do futurismo eram o movimento, a velocidade, a vida
moderna, a violência e a ruptura com a arte do passado, já que os adeptos do
movimento rejeitavam o moralismo, o passado. Os primeiros futuristas
europeus também engrandeciam a guerra e a violência. O movimento tem o
estilo de expressar o movimento real, assinalando a velocidade exposta pelas
figuras em movimento no espaço.
O futurismo desenvolveu-se em todas as artes e exerceu influência
sobre vários artistas que, posteriormente, criaram outros movimentos
modernistas. Repercutiu principalmente na França e na Itália, onde diversos
artistas se identificaram com o fascismo nascente.
A pintura futurista foi influenciada pelo cubismo e pelo abstracionismo,
porém o uso de cores vivas e contrastes e a sobreposição das imagens tinha a
pretensão de passar a idéia de dinamismo. O interesse do artista futurista não
é pintar um automóvel, e sim captar a forma plástica, a velocidade descrita por
ele no espaço.
O movimento enfraqueceu após a Primeira Guerra Mundial, porém seu
espírito inquieto e rumoroso deixou indícios no dadaísmo. Nas artes plásticas,
as obras reproduzem o mesmo ritmo e espírito da sociedade industrial. Na
literatura, as principais expressões aconteceram na poesia italiana.
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7.2. A B AUH AUS
Fundada a partir de um manifesto de Walter Gropius, em 12 de abril de
1919, a Bauhaus tem suas origens na fusão entre a Academia de Artes e a
Escola de Artes e Ofícios da Alemanha. Impulsionados pelo novo quadro
econômico enfrentado pelo país no pós-guerra, seus fundadores buscavam o
fim da separação entre artistas e artesãos.
Seu pioneirismo em estabelecer um novo conceito pedagógico (que
defendia a modernização radical da vida em bases racionalistas) foi
revolucionário na época.
Entre seus docentes, estavam os principais artistas do período, como
Wassily Kandinsky, Paul Klee, Johannes Itten e László Moholy-Nagy, além de
grandes nomes da arquitetura, como Walter Gropius (principal idealizador) e
Ludwig Mies van der Rohe.
Em seus quatorze anos de existência, a Escola de Bauhaus passou por
três etapas diferentes: a fase expressionista em Weimar, sob a direção de
Walter Gropius, a fase do formalismo construtivista com Hannes Meyer em
Dessau e, finalmente, a fase do racionalismo radical com ênfase na produção
arquitetônica sob a direção de Mies van der Rohe, parte em Dessau e parte em
Berlim.
Encerrando suas
1933,
em
decorrência
atividades
de
em
mudanças
sociopolíticas na Alemanha, a Bauhaus
ainda segue orientando o pensamento das
novas gerações de designers, em várias
partes do mundo. Professores da Bauhaus
foram
acolhidos
principalmente
em
instituições dos Estados Unidos, Em 1937,
Lászlo
Moholy-Nagy
fundou
Bauhaus, também em Chicago.
a
New
O Manifesto da Bauhaus
Crédito: www.seahorse-design.com
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7.3. PRINCIPAIS ARTISTAS
7.3.1. MARCEL DUCH AMP
Marcel Duchamp nasceu em 1887,
em Blainville, perto de Roen na França.
Todos os irmãos de Duchamp também
foram artistas de renome. Marcel Duchamp
foi primeiramente bibliotecário, ganha-pão
que lhe forneceu a liberdade para explorar
seu precoce e revolucionário talento.
A
primeira
grande
escola
e
influência de Duchamp veio através dos
Impressionistas. Já em 1912 realiza Nu
Nú descendo a escada – Marcel
Descendo a Escada onde já é possível
Duchamp
perceber a radicalização de seu estilo. Nu
Descendo a Escada (exposto em Nova York, em 1913) causou impacto
considerável e transformou Duchamp num artista, repentinamente, famoso.
O ano de 1919 é criada a sua obra de maior ressonância junto ao
público, a reprodução do retrato de Gioconda L.H.O.O.Q, que adornou com
bigodes finos. Subversivo até a última ponta do bigode. O universo artístico
nova-iorquino que na época andava meio fraco das pernas, apoderou-se com
grande vontade de todo o magnetismo desse jovem artista e Marcel Duchamp
que não era bobo nem nada, percebeu que tinha pela frente um campo ideal
para suas experiências e não vacilou em trocar a Europa pela América do
Norte tão ávida de novos rumos nas artes e no design. Mas é bom lembrar que
Duchamp era um homem de espírito anti-conformista e não deu bolas aos
contratos que surgiram pós-Nu Descendo a Escada. Para sobreviver, passou a
lecionar francês (a dois dólares a hora) para artistas nova-iorquinos ou a
qualquer um que se interessasse pela língua.
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De
1915
a
1923
executou uma obra com três
metros de altura, o primeiro
quadro construído em chapa de
vidro transparente, que servia
de apoio a pedaços de folha de
estanho recortados e pintados,
fixados ao vidro por meio de
verniz aderente.
Marcel
Duchamp
gostava de se vestir de mulher.
Costumava dizer que ao se
travestir
fragmentava
e
redimensionava a sua virilidade
e ao se aprofundar no universo
feminino,
desequilibrava-se.
Para o artista o que valia era o
desconhecido.
Em
contrapartida nesses anos 20
Gioconda L.H.O.O.Q – Releitura de
Leonardo da Vinci, por Marcel Duchamp
conhecidos com “anos loucos”,
Duchamp
cortou
o
cabelo
curtíssimo e desenhou uma
estrela. Nessa mesma época ao lado do fotógrafo Man Ray, publica um único
número da revista dadaísta “New York Dada”. Negando a Arte, recusando-se a
levá-la a sério e preferindo jogar xadrez com os amigos, Duchamp em sua
brilhante trajetória construiu uma desconcertante re-invenção da arte. Justapôs
o universo psicológico com o cotidiano, de objetos encontrados ao acaso, um
acaso magnificamente pensado, investigado, sofrido e vivido. A desarticulação
total do objeto e suas várias interpretações no olhar da única pessoa que
realmente interessa: o olhar do espectador.
Marcel Duchamp faleceu em outubro de 1968, na cidade de Neuilly-surSeine, na França e está enterrado no Cemitério de Rouen, em Rouen, França.
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7.3.2. GIACOMO BALL A
O
interesse
artístico
de
Giacomo Balla remonta à época de
sua infância e juventude em Turim.
Com a intenção de ingressar na
Academia Albertina, tem aulas de
pintura com Giacomo Grosso e
acompanha as aulas de Psiquiatria e
Antropologia Criminal de
Cesare
Lombroso, adepto do positivismo
científico. Transfere-se para Roma
em
1895,
onde,
apesar
das
dificuldades financeiras, desenvolve
sua pintura e mantém a expectativa
de
trabalhar
como
arquiteto
e
decorador. Participa da Sociedade
Amadora e Cultural de Belas-Artes
Luz da rua – Giacomo Balla, 1909
expondo paisagens, retratos e cenas do cotidiano e aborda os problemas
sociais da classe trabalhadora e dos excluídos. Em sua técnica, há influências
do Divisionismo e da fotografia, percebidas no modo como trata a
luminosidade. É definido pela crítica como "pintor impressionista e divisionista".
Em Paris, entre 1900 e 1901, surpreende-se com a modernidade da
metrópole, com a multidão e o barulho dos veículos e principalmente com os
anúncios luminosos. Em visita à Exposição Universal, depara-se com as
pesquisas
cronofotográficas
onde
personagens
em
movimento
são
fotografados com o uso de apenas uma câmera, de modo que, sobre uma
mesma placa fotográfica, verdadeiras decomposições do movimento são
registradas. São desse momento suas primeiras pinturas em que a análise da
luz, em pinceladas divisionistas, prenuncia as formas seqüenciadas com as
quais irá desenvolver seus estudos sobre o movimento. Balla participa do
Salão de Outono de Paris em 1909 mesmo ano da publicação do "Manifesto
Futurista" de Filippo.
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Em fevereiro de 1910, a convite de Boccioni, assina junto com Carlo
Carrà e Luigi Russolo, o "Manifesto dos Pintores Futuristas", conclamando os
jovens artistas italianos a aderirem ao movimento. Empolgado com a luta para
que a Itália se modernize cultural e socialmente, Balla empreende a
transposição
das
soluções
formais
obtidas
pela
cronofotografia
na
representação pictórica do movimento. São exemplos desse momento, suas
obras futuristas de 1912; “Dinamismo de um cão na coleira” e “Menina que
corre sobre um balcão”. Inicia também a série Compenetrações Iridescentes,
em que esquemas geométricos de cores e formas alternadas transcrevem a
sensação visual da luz em composições abstratas. Sua investigação pictórica
sobre a decomposição formal do movimento volta-se para a velocidade do
automóvel, na obra “Velocidade abstrata: o carro”, linhas marcadas por reflexos
cromáticos cortam as formas simplificadas da paisagem criando as novas
"formas-pensamento" de Balla.
Propõe
a
construção de "conjuntos
plásticos", ou seja, obras
cinéticas contruídas com
materiais
partir
diversos.
de
atuação
1916,
estende-se
A
sua
a
outras áreas artísticas,
como o teatro, com a
criação
Velocidade abstrata: O carro
luminosa
da
cenografia
para
Feu
d'artifice de Stravinsky. Com o final da guerra dedica-se também às artes
aplicadas, criando padrões para tecidos e fabricando móveis multicoloridos, em
busca do que denomina "vibração universal". Antes do final dos anos 1920,
alterna suas proposições estéticas futuristas, como o manifesto "Aeropittura",
com um retorno à pintura de paisagem. Nas décadas seguintes assume
definitivamente o Realismo como a "arte pura".
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7.3.3 WALTER GROPIUS
Arquiteto alemão conhecido
por dar nova aplicação funcional à
arte e desenvolver novos métodos
e
materiais
destinados
à
construção. Nascido em Berlim,
estuda em Munique e, em 1910,
trabalha como assistente de Peter
Behrens.
No ano seguinte constrói a
Fábrica Fagus, em Alfeld-an-derLeine, considerada a primeira obra
em estilo moderno. Em 1919, já
diretor da Escola de Weimar,
funda a Bauhaus, primeira escola
de desenho industrial moderno.
Em 1925 muda a escola para
Walter Gropius – Wikipédia commons
Dessau,
ocupando
um
prédio
desenhado por ele.
Dirige a Bauhaus até 1928, chefiando uma equipe de professores
composta de artistas consagrados, como o norte-americano Lyonel Feininger, o
suíço Paul Klee e o russo Vassíli Kandínski. Pressionado pelo nazismo,
abandona o país em 1934 e vai para a Inglaterra, onde projeta fábricas e
prédios estatais.
Em 1937 é nomeado professor da Universidade de Havard, nos Estados
Unidos, país no qual se fixa e executa várias obras, algumas em colaboração
com Marcel Breuer, seu antigo aluno. Em 1944 torna-se cidadão norteamericano. Morre em Boston.
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8. SURREALISMO
O
movimento
Surrealista surgiu em Paris
em 1924, fruto dos ideais
de um grupo de escritores
e artistas que, liderados
por
André
Breton,
valorizavam as pesquisas
científicas,
sobretudo
a
psicanálise. Esse grupo de
artistas,
que
ficou
conhecido
como
a
vanguarda
européia
do
século
XX,
início
do
baseava-se principalmente
nos estudos de Freud e
explorava o inconsciente e
os sonhos nas expressões
Anti-Papa – Max Ernst, 1942
artísticas. Dessa maneira,
as
obras
não
seguiam
nenhum padrão estético pré-determinado e não se prendiam à moral, à lógica e
à razão. . As telas saem com formas curvas, linhas fluidas e com muitas cores.
São nomes mais importantes deste movimento o de Salvador Dalí, Joan Miró e
Max Ernst.
Elas muitas vezes parecem sem sentido, mas na realidade representam
os pensamentos mais íntimos e verdadeiros do homem. Como representantes
significativos do Surrealismo na pintura, podemos destacar Salvador Dali e
René Magritte. Com o passar do tempo muitos artistas juntaram-se ao grupo,
entre eles o pintor e designer russo Marc Chagall e o pintor e artista gráfico
espanhol Joan Miró. Este último foi um pintor representativo da linha abstrata
dentro do Surrealismo. Como características formais de sua obra podemos
destacar a linearidade e uso de sistemas simbólicos.
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8.1. SALV ADOR DALI
Salvador Dali nasceu em
11 de maio de 1904, na cidade
catalã de Figueras (Espanha),
região que foi também uma
espécie de pano de fundo para
grande
parte
de
sua
obra.
Tornou-se uma figura popular
A persistência da memória – Salvador Dalí
com aqueles bigodes enormes.
Filho de um prestigioso tabelião, estudo escola pública (Colégio Salle).
Começou a estudar desenho quando tinha 13 anos. Em 1919 participa de uma
exposição de pintura. Em 1922 obtém o reconhecimento da Associação Catalã
de Arte e no mesmo ano matricula-se na Escola de Belas Artes de Madrid,
onde fica até 1926 conhecendo Frederico Garcia Lorca (autor Bodas de
Sangue), Luís Brunuel. Vinha de uma família sólida de classe média. Era
rodeado por amigos ricos e cultos que incentivavam Dali e mantinham bem
informado sobre os desenvolvimentos no mundo das artes.
Foi estudar pintura em Madri quando já possuía boa bagagem artística.
Foi nessa época que fez amizade com o poeta Lorca. Sua primeira exposição
individual aconteceu em 1925, na Galeria Dalmau (Barcelona). Foi chamado
em 1927 para o serviço militar, cumprindo-o no Castelo de Sant Ferran
(Figueres). Surrealista desde 1928. Em 1938, fiel ao surrealismo, modificou sua
orientação temática até chegar a quase mesmo misticismo.
É cada vez mais atraído para o Surrealismo a partir de 1929, e
influenciada pelas teorias de Sigmund Freud. Casou-se com Gala Eluard que
fora antes sua amante, que além de ser a musa inspiradora, foi uma grande
colaboradora e organizadora de seus afazeres. Mas foi ela também que sua
ganância incentivou Dalí a banalizar a sua arte.
As pinturas desenvolviam interpretações e associações irracionais,
dependendo do ponto de vista, de acordo com o método crítico-paranóico por
ele criado. Conferiu à sua obra sempre uma aparência acadêmica com
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impecável precisão fotográfica. No final da década de 1930, Dalí estava
começando a ser reconhecido nos Estados Unidos, onde as atitudes face às
novidades artísticas eram menos conservadoras do que na Europa. O início da
Segunda Guerra Mundial e a vitória dos alemães sobre a França, em 1940,
levaram Dalía fugir para os EUA, onde ficou oito anos. Durante a Segunda
Guerra Mundial, com a invasão alemã em 1940, vai para os Estados Unidos,
onde teve inúmeras oportunidades para usar seu talento. A América também
despertou seu lado exibicionista, tornou-se uma super-celebridade. Em 1962
cria grandes pinturas como a "Batalha de Tetuán". Recebe em 1964 a Cruz de
Isabel a Católica e um ano depois realiza uma grande exposição em
Tókio. Em 1973 é inaugurado o Museu Dali.
Os últimos anos de Salvador Dalí foram obscurecidos por um
distanciamento de Gala, que morreu em 1982. No mundo das artes crescia a
preocupação com a quantidade de obras falsas que lhe eram atribuídas a Dalí.
O próprio Dali sabia de sua parcial culpa, pois que muitas vezes chegou
a assinar centenas de folhas em branco que seriam obviamente usadas de
forma ilícita. Em 1986 sofreu graves queimaduras por causa de um
incêndio,ocorrido em seu
quarto.
Faleceu em 20 de
janeiro de 1989, anos 84
anos de idade.
Tentação – Salvador Dalí
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8.2. JOAN MIRÓ
Joan Miró nasceu em Barcelona, na Espanha, em 20 de abril de 1893.
Apesar da insistência do pai em vê-lo graduado, não completou os estudos.
Freqüentou uma escola comercial e trabalhou num escritório por dois anos até
sofrer um esgotamento nervoso. Em 1912, seus pais finalmente consentiram
que ingressasse numa escola de arte em Barcelona. Estudou com Francisco
Galí, que o apresentou às escolas de arte moderna de Paris, transmitiu-lhe sua
paixão pelos afrescos de influência bizantina das igrejas da Catalunha e o
introduziu à fantástica arquitetura de Antonio Gaudí.
Miró trazia intuitivamente a visão despojada de preconceitos que os
artistas das escolas fauvista e cubista buscavam, mediante a destruição dos
valores tradicionais. Em sua pintura e desenhos, tentou criar meios de
expressão metafórica, ou seja, descobrir signos que representassem conceitos
da natureza num sentido poético e transcendental. Nesse aspecto, tinha muito
em comum com dadaístas e surrealistas.
De 1915 a 1919, Miró trabalhou em Montroig, próximo a Barcelona, e
em Maiorca, onde pintou paisagens, retratos e nus. Depois, viveu em Montroig
e Paris alternadamente. De
1925 a 1928, influenciado
pelo
dadaísmo,
surrealismo
pelo
e
principalmente
por
Paul
Klee, pintou cenas oníricas
e paisagens imaginárias.
Após
uma
viagem
Países
Baixos,
estudou
a
pintura
aos
onde
dos
realistas do século XVII, os
elementos
figurativos
ressurgiram em suas obras.
O sitio – Joan Miró
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Na década de 1930, seus horizontes artísticos se ampliaram. Fez
cenários para balés, e seus quadros passaram a ser expostos regularmente em
galerias francesas e americanas. As tapeçarias que realizou em 1934
despertaram seu interesse pela arte monumental e mural. Estava em Paris no
fim da década, quando eclodiu a guerra civil espanhola, cujos horrores
influenciaram sua produção artística desse período.
No início da segunda guerra mundial voltou à Espanha e pintou a
célebre "Constelações", que simboliza a evocação de todo o poder criativo dos
elementos e do cosmos para enfrentar as forças anônimas da corrupção
política e social causadora da miséria e da guerra.
A partir de 1948, Miró mais uma vez dividiu seu tempo entre a Espanha
e Paris. Nesse ano iniciou uma série de trabalhos de intenso conteúdo poético,
cujos temas são variações sobre a mulher, o pássaro e a estrela. Algumas
obras revelam grande espontaneidade, enquanto em outras se percebe a
técnica altamente elaborada, e esse contraste também aparece em suas
esculturas. Miró tornou-se mundialmente famoso e expôs seus trabalhos,
inclusive ilustrações feitas para livros, em vários países.
Em 1954, ganhou o prêmio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro
anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris
ganhou o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu
Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra.
Joan Miró morreu em Palma de Maiorca, Espanha, em 25 de dezembro de
1983.
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9. NEOPLASTICISMO
O neoplasticismo é uma das formas que a abstração tomou nas
primeiras décadas do século XX, e teve seu início em 1917. Trata-se de uma
doutrina estética proposta por Piet Mondrian, pintor holandês, em 1920, e está
baseada na concepção analítica da pintura, na procura de um tipo de arte que
transcenda a realidade externa, material, numa tentativa de chegar à essência
através de uma linguagem plástica e objetiva, reduzindo-a a formas
geométricas e cores puras e torná-la universal. Junto de Theo van Doesburg
fundou a revista De Stijl, principal órgão de difusão do movimento, em cujo
primeiro número foi publicado o Manifesto Neoplasticista, em 1918.
As teorias de Piet Mondrian, cuja origem está nas obras dos
cubistas Pablo Picasso e George Braque e na teosofia, reivindicam um
processo de abstração progressiva em razão de do qual as formas estavam
sendo reduzidas a linhas retas tanto horizontais quanto verticais e as cores
foram reduzidas as cores neutras e primárias.
Além de van Doesburg, entre seus principais representantes estavam o
pintor Wilmos Huszár, o escultor Georges Vantongerloo e os arquitetos
Jacobus Johannes Pieter Oud e Gerrit Thomas Rietvel, entre outros.
O excesso de rigor proposto por Mondrian gerou grandes críticas, dentro
e fora do seu círculo de adeptos. Mesmo assim, o neoplasticismo é tido,
juntamente com o suprematismo de Maliévich, aorigem da abstração
geométrica.
Theo van Doesburg foi o componente mais ativo do grupo, visto que
desempenhava as atividades de pintor, escultor, arquiteto, poeta e novelista. O
dinamismo geométrico das linhas e dos planos das pinturas de Mondrian, longe
de qualquer intenção de simetria, encontra seu correlativo na decomposição
elementarista dos polêmicos projetos de Rietveld e van Eesteren, bem como na
vibração plástica do café-cabaret Aubette de van Doesburg.
A proposta básica deste movimento é simplesmente abstrair ao máximo
as formas da natureza.
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9.1. MONDRIAN
Nascido em ambiente rural,
com clima de fazenda e sítio, Piet
Cornelis Mondrian vinha de uma
família calvinista extremamente
religiosa.
Seu
pai,
puritano,
desejava
seguisse
a
um
que
carreira
pastor
o
filho
clerical.
A
religião marcou o jovem Piet e o
Broadway Boogie-Woogie, Piet
Mondrian
sentimento metafísico iria permear
sua obra durante toda a vida, em maior ou menor grau.
Tendo um tio que trabalhava com pintura, interessou-se pela carreira
artística, mas foi obrigado a enfrentar a visão ortodoxa da família, que via
na arte um caminho para o pecado. Vê, porém, na possibilidade de dar aulas
uma resolução ao seu dilema: prometeu ao pai estudar artes, tornando-se um
professor.
Insatisfeito com o magistério, Mondrian sente a necessidade de libertarse e estabelecer-se como pintor, mas teme enfrentar ao pai (que de antemão
desaprovava a idéia) e a si mesmo, tal o peso de sua formação religiosa.
Quando entra em contato com a teosofia, porém, encontra em seu ideário uma
resolução para o problema: a doutrina pregava o trilhar de um caminho
evolutivo pessoal e a arte encaixava-se neste caminho. O contato com a
teosofia irá manifestar-se no trabalho de Mondrian e marcará sua vida
profundamente daí em diante.
Piet Mondrian começou a sua carreira como caminhoneiro ao mesmo
tempo que ia praticando a sua pintura. A maior parte do seu trabalho deste
período é influenciada pelo naturalista ou impressionista. No Museu Gemeente,
em Haia,
estão
expostos
vários
trabalhos
deste
período,
incluindo
exemplares pós-impressionistas tais como "O Moinho Vermelho" e "Árvores ao
andar".
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Após entrar em contato com a teosofia, Mondrian passa por um breve
período simbolista, mas que lhe será fundamental para que atinja a abstração.
Este período costuma-se confundir com a radical abstração que caracterizaria
o resto de sua obra, já revelando uma certa tendência à geometrização e
à síntese da realidade. Além do pensamento espiritual calcado na busca de
uma essência matemática e racional para a existência que caracteriza a
teosofia, Mondrian também exibiu um interesse quase obsessivo pelo jazz –
pela identificação de sua alegria contagiante com o ritmo irregular que, ele
também, possuiria um fundamento matemático.
Em 1913, visitou uma exposição cubista em Amsterdã que o marcou
profundamente e teve grande influência no seu trabalho posterior.
A partir de 1917 até a década de 1940 desenvolve sua grande
obra neoplástica. Essa fase de sua obra, a mais popularmente difundida, se
caracteriza por pinturas cujas estruturas são definidas por linhas pretas
ortogonais (o uso de diagonais induziria a percepção a ver profundidade na tela
e motivou o rompimento de sua amizade com Theo Van Doesburg). Essas
linhas definem espaços que se relacionam de diferentes modos com os limites
da pintura, e que podem ou não serem preenchidos com uma cor primária:
amarelo, azul e vermelho, decisão que mostra sua estreita relação com as
teorias estéticas da Bauhaus e da Escola de Ulm, e que definem pesos visuais
diferentes para esses espaços. O blocos de cor, pintados de modo fosco e
distribuidos assimetricamente, reforçam a idéia de um movimento superficial
que se estende perpetuamente, indicando que o pintor investia na percepção
de sua obra como uma abstração materialista e sem profundidade, criticando a
pintura histórica enquanto produzia uma abstração racionalista, espiritualista e
sobretudo concreta do mundo. Sua obra, muitas vezes copiada, continua a
inspirar a arte, o design, a moda e a publicidade que a apropriamcomo design,
sem necessariamente levar em conta sua fundamental e filosófica recusa à
imagem.
O seu quadro "Broadway Boogie Woogie", que pode ser visto no Museu
de Arte Moderna de São Francisco, pertence à fase posterior ao
Neoplasticismo, quando Mondrian se liberta das regras que ele próprio se
impôs.
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10. ABSTRACIONISMO
De
um
modo
amplo,
a
palavra abstrato pode ser aplicada a
qualquer obra de arte que não faça
uma
representação
imediata
dos
objetos. O artista abstracionista usa
cores, linhas e manchas para criar
formas indefinidas, não copiando mais
a realidade. O pintor russo Vassily
Kandinsky é considerado por muitos
historiadores o iniciador da pintura
abstrata no sistema de arte ocidental
Wassily Kandinsky - "Fugue" – Galeria
(é importante não perdermos de vista
Olga
que estamos estudando a história da
arte ocidental e, neste momento, lembrarmos que representações abstratas já
haviam sido exploradas pela arte indígena e pela arte africana, entre outros
sistemas de arte).
O termo abstracionismo geralmente é usado para designar algumas
obras de arte do século XX de artistas que abandonaram a concepção
tradicional de arte como imitação da natureza. Eles criaram em suas pinturas
formas e cores que não estão imediatamente relacionadas com as formas e as
cores dos objetos, ou seja, ao observamos uma pintura abstrata não
identificamos de imediato o objeto ou a cena representada.
É interessante perceber que alguns artistas que desenvolviam seu
trabalho em outros movimentos modernos, como o Cubismo ou o Futurismo,
por exemplo, radicalizaram tanto suas pesquisas nestes movimentos, que
atingiram a abstração, mesmo não sendo este o seu objetivo primeiro. Há
também artistas que misturam, numa mesma obra, formas figurativas e formas
abstratas. Há também os que tiveram uma fase figurativa em sua carreira e
outra abstrata. Os verdadeiros artistas estão sempre pesquisando, procurando
novos caminhos e Diferentes soluções para seu trabalho. Isso implica, muitas
vezes, em mudança de rumo, em abandono de uma forma já estabelecida pela
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busca de uma nova forma de expressão. Correr o risco de caminhar por
terrenos desconhecidos é uma situação que um artista não pode temer.
Observando estas duas obras de Picasso, ambas “Naturezas Mortas”,
percebemos como o mesmo artista pode abordar de diferentes maneiras os
elementos visuais em cada composição, chegando a dar-nos a impressão de
que são obras de diferentes artistas. Observe também como a deformação
pode levar a uma estilização das formas, aproximando-as de formas abstratas.
O abstracionismo dominou a pintura moderna e se diversificou em duas
tendências principais: o abstracionismo informal (que não faz uso de formas
geométricas) e o abstracionismo geométrico. O abstracionismo informal, que
em Kandinsky seu principal representante, expressa os sentimentos e idéias do
artista que, com total liberdade de expressão, utiliza cores, linhas e formas de
maneira espontânea.
Diferentemente do informal, no abstracionismo geométrico as formas e
as cores são organizadas mais racionalmente e a base da composição é
composta por linhas e figuras geométricas. O pintor e projetista russo Kazimir
Malevich e o pintor holandês Piet Mondrian (que também era neo-plasticista)
foram os pioneiros do abstracionismo geométrico. Podemos observar um
desejo de objetividade, uma tendência anti-individualista e anti-expressionista,
a busca de uma “arte pura”, das formas exatas e das cores puras (primárias),
no abstracionismo geométrico.
Observe as duas reproduções de pinturas abaixo, tentando perceber as
características dos dois movimentos que fazem uso da abstração.
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10.1 KANDINSKY
Nascido em Moscou, passou grande parte da infância em Odessa. De
volta à capital russa, estudou Direito e Economia na Universidade de Moscou,
chegando a diplomar-se em Direito aos 26 anos, mas desistiu dessa carreira.
Casou-se em 1892 com a sua prima Anja Tchimikian, que acompanhou
Kandinsky em 1896 quando este se mudou para Munique, iniciando os seus
estudos em pintura na escola de Anton Ažbè. O estilo da escola de Ažbè
desiludiu Kandinsky, que preferia pintar paisagens coloridas ao ar livre em vez
de modelos "malcheirosos, apáticos, inexpressivos, geralmente destituídos de
carácter".
Após dois anos, Kandinsky tenta inscrever-se, sem sucesso, num curso
ministrado por Franz von Stuck. Um ano depois Kandinsky ingressou
finalmente no curso, que frequentou até 1900. Em Maio de 1901, Kandinsky cofundou a sociedade artística Phalanx e foi professor na escola fundada pouco
tempo depois pela sociedade. Uma das suas alunas foi Gabriele Münter, que
se tornou companheira de Kandinsky até 1914. Kandinsky separou-se de Anja
Tchimikian em 1903.
Já na década de 1910 Kandinsky desenvolve seus primeiros estudos
não figurativos, fazendo com que seja considerado o primeiro pintor ocidental a
produzir uma tela abstrata. Algumas das suas obras desta época, como
"Murnau - Jardim I" e "Grüngasse em Murnau"
mostram a influência dos
Verões que Kandinsky passava em Murnau nessa época, notando-se um
crescente abstracionismo nas suas paisagens. Outra influência nas suas
pinturas foi a música do compositor Arnold Schönberg, com quem Kandinsky
manteve correspondência entre 1911 e 1914.
Com o eclodir da Primeira Guerra Mundial, Kandisnky é forçado a
abandonar a Alemanha, partindo para a Suíça acompanhado por Gabriele
Münter em 3 de Agosto de 1914, esperando um fim rápido do conflito. Quando
este não se concretizou, Kandinsky voltou à Rússia, separando-se de Münter,
a 16
de
Novembro do
mesmo
ano.
Aproveitando
uma
exposição
em Estocolmo em 1916, Kandinsky permanece na Suécia, onde conhece a sua
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terceira companheira, a russa Nina de Andreewsky, até ao advento
da Revolução Russa. Volta então à Rússia interessado nos rumos do país, mas
desentende-se com as teorias da arte oficiais e retorna à Alemanha em 1921.
Em constante contato com os artistas da vanguarda, passa a lecionar na
Bauhaus até 1933 quando a escola é fechada pelo governo nazista. Muda-se
para Paris e aí viveu até o fim de sua vida. Faleceu em Neuilly-surSeine em 1944.
Desenvolveu a arte abstrata até o fim de sua vida. Junto a Piet
Mondrian e Kasimir Malevich, Wassily Kandinsky faz parte do "trio sagrado" da
abstração, sendo o mais famoso.
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11. CONCLUSÃO
A arte moderna foi fortemente influenciada pelo momento em que o
mundo passava na época do seu surgimento, a visão antropocentrista
começada no renascimento se voltou contra a humanidade, mostrando para
todos nós que éramos capazes de cometer atrocidades por motivos não tão
justos, por motivos pequenos perto das “maldades” humanas. Um mundo que
passou por duas guerras mundiais, e diversas revoluções como a industrial e
sexual, assim como um muno repleto de descobertas como a máquina
fotográfica e o fácil acesso a carros (como o Ford T e o Fusca, lançados por
Henri Ford e Adolf Hitler respectivamente).
Como já sabemos a arte sempre acompanha seu tempo, e numa época
de revolução a arte moderna veio quebrando as barreiras do conhecido pela
arte de até então passando por movimentos que vão do impressionismo ao
Neoplasticismo, fazendo com que os homens repudiassem a arte clássica,
mudassem suas temáticas e buscassem inspiração dentro de si mesmos.
De uma forma ampla arte moderna veio mostrar todos estes avanços de
visão do homem para o próprio homem, e dos avanços tecnológicos retratando
suas impressões do mundo ao invés de uma visão perfeita de como a coisas
são, não haviam mais sentido pintar imagens fotográficas já que a fotografia já
desempenhava este papel (impressionismo e neo-impressionismo), expressar
o que sentia ao ver uma imagem principalmente em áreas externas já que
estava mais fácil carregar os materiais de pintura
Vale lembrar também que foi na era do arte moderna que nasceu a
teoria psicanalítica de Sigmund Freud, que mostrou para a sociedade facetas
que o homem evitava ver, como por exemplo o tratamento das mulheres
histéricas e as causas de suas histerias, sempre ligadas ao sexo, e as viagens
ao significado dos sonhos, o que inspirou muitos artistas surrealistas como
Salvador Dali. Outro nome importante citar que teve grande influência na arte
moderno é Karl Marx que desenvolveu o socialismo científico e escreveu o
grande grito da classe operária (o proletariado que acava de nascer com a
revolução industrial), chamado de “O Capital”.
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Na revolucionária, desconstrutiva e conceitual nova arte (arte Moderna),
houve um grande movimento para considerar estes três itens presentes em
todos os movimentos do período sendo eles muitos, e até mesmo deixados
para outra ocasião, porém não esquecidos, o impressionismo, o neoimpressionismo, o expressionismo Art noveau, Fauvismo, Abstracionismo,
Futurismo, Surrealismo, etc. Estes movimentos modernos coexistiram e se
influenciaram fazendo alguns artistas terem influências de dois ou mais
movimentos no decorrer de suas vidas sendo tão abrangente que muitos
artistas eram simplesmente indecifráveis, ou mesmo não encaixáveis em
nenhum movimento nomeado pelos historiadores da arte.
A estética moderna continha elementos de velocidade, multiplicidade,
abstração de formas, desconstrução de formas entre outras dependendo do
seu período e movimento encaixado.
O impressionismo veio com força depois de Monet pintar seu quadro
Impressões do nascer do sol, este movimento teve como principal
característica não ter uma fidelidade com a realidade e sim com a impressão
que o artista tinha daquele momento ou daquela visão, assim como o uso de
cavaletes e bisnagas de tinta (agora mais fáceis de carregar), fora de seus
estúdios, ao ar livre.
O Neo-impressionismo, seguiu a mesma estética, ou seja, o mesmo
conjunto de valores com a diferença de ser diferente em sua forma de ser feito,
este movimento passou pelo pontilhismo, que nada mais era do que captar as
impressões e representá-las através de pontos um do lado do outro formando a
imagem (assim como nossas televisões e fotos digitais que tem como principio
o método de pixels, pontos luminosos).
O expressionismo vem revolucionando o impressionismo, deixando de
captar apenas as impressões visual, mas expressando as mesmas e os
sentimentos nela envolvidos naquele determinado momento, fazendo com que
a pintura fosse uma foto com “coração”, o que era resultado de uma revolta
com a forma descritiva dos movimentos anteriores a arte moderna.
Novamente houve uma quebra conceitual com Pablo Picasso que depois
de sua fase azul, rosa e africana, desconstruiu tanto as formas para expressar
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o que sentia, que passou a algumas formas geométricas, ou não chegando a
um auto grau de abstração e movimento, dando inicio ao cubismo, com seu
quadro “Les Demoiselles d'Avignonque” de 1907.
O dadaísmo foi o movimento coexistente de muitos destes que
simplificou tanto a arte que passou a trabalhar com as formas mais simples,
com o acaso dando origem a muitas formas de hoje como a pop-art, a arte
conceitual entre outros.
O movimento futurista nasceu de um manifesto de um poeta em 1909
(poucos anos depois do surgimento do cubismo) sendo que três anos depois
Giacomo Balla e outros pintores aderiram ao movimento, buscando retratar o
movimento, a velocidade, a vida moderna, a violência e obviamente a ruptura
com a arte do passado.
Foi em 12 de abril de 1919 que as belas artes, a engenharia e os ofícios
se juntaram na fundação por Walter Gropius da Bauhaus, uma escola que
ensinou muitos artistas com a construção de prédios, e a especialização em
Designer. 13 anos depois o final da Bauhaus, vindo a ser acolhida pelos
Estados Unidos que a mantém até hoje como grande influência a nova geração
de artistas e designer.
Junto com Freud o surrealismo surge com uma realidade de sonhos,
onde todas as coisas são possíveis, sendo o quadro mais famoso “persistência
da Memória” de Salvador Dali que mostra picos desertificados ao lado de um
mar e relógios sendo derretidos.
A arte neo-plasticista desenvolve um novo conceito plástico, onde as
formas geométricas predominam resultando no abstracionismo de Mondrian.
Abstrair nada mais é que usar formas geométricas ou não para um ojeto ou
pessoa.
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12. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos.
Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti; prefácio Rodrigo Naves. São Paulo: Companhia
das Letras, 1992. xxiv, 709 p., il. color.
CHALVERS, Ian. Dicionário Oxford de arte. Tradução Marcelo Brandão Cipolla. 2.ed. São Paulo:
Martins Fontes, 2001.
DICIONÁRIO da Pintura Moderna. Tradução Jacy Monteiro. São Paulo: Hemus, 1981. 380 p., il.
p.b.
GOMBRICH, Ernst Hans Josef, A História da Arte Moderna, 16. Ed. São Paulo: LTC, 2000
La Nuova enciclopedia dell'arte Garzanti. Milão: Garzanti, 1986.
Portal: ©Encyclopaedia
Britannica do Brasil Publicações Ltda.
PORTAL: ITAÚ CULTURAL (www.itaucultural.org.br) – 11/09/2009
MORAIS, Frederico. Cronologia das artes plásticas no Rio de Janeiro: da Missão Artística
Francesa à Geração 90 : 1816-1994. Rio de Janeiro: Topbooks, 1995. 559p.
ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. Apresentação Walther Moreira Salles.
São Paulo: Fundação Djalma Guimarães : Instituto Walther Moreira Salles, 1983. 2v., il. color.
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La Nuova enciclopedia dell'arte Garzanti. Milão: Garzanti, 1986.
Portal: ©Encyclopaedia
Britannica do Brasil Publicações Ltda.
PORTAL: ITAÚ CULTURAL (www.itaucultural.org.br) – 11/09/2009
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Rodrigo José Guergolet
Ribeirão Pires, 15 de setembro de 2009
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